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EDITORIAL

Paulo BriguetCoordenação e ediçãoFernanda BressanRedatoraSusan NaimeRepórterJosoé de CarvalhoFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Claudia Motta PechinCoord. Comercial e SPCLiziane T. de AlmeidaAnalista de MarketingColaboradoresAlexandre SanchesAurélio CardosoEdson VitorettiFelipe BrandãoGisele Rech

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2012/2014

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Flávio Montenegro BalanPresidenteLuiz Carlos I. AdatiVice-PresidenteAry SudanDiretor SecretárioFabricio Massi Salla2º Diretor SecretárioRogério Pena ChinezeDiretor FinanceiroRodolfo Tramontini Zanluchi2º Diretor Financeiro

Marcelo Paganucci OntiveroDiretor ComercialHerson R. Figueiredo JúniorDiretor IndustrialMarcelo Bisatto CardosoDiretor de ServiçosBrasilio Armando FonsecaDiretor de Comércio InternacionalLuigi Carrer FilhoDiretor de ProdutosFernando Lopes KireeffDiretor Institucional

Rosangela KhaterPresidente do Conselho da Mulher Empresária

CONSELHO DELIBERATIVOCarlos Alberto De Souza FariaDavid Dequêch NetoEduardo Yoshimura AjitaEnio Luiz Sehn JúniorFábio Aurélio Mansano MalaréJosé Guidugli JúniorMarcelo Massayuki Cassa

Nivaldo BenvenhoOswaldo PitolRubens Benedito AugustoSilvana Martins CavicchioliValter Luiz OrsiWellington Moreira

CONSELHO FISCAL

TitularesJaime Celeste PonceMichel Menegazzo GouvêaRonaldo Pena Chineze

SuplentesMarcus Vinícius Bossa GrassanoMarcus Vinicius GimenesRafael Andrade Lopes

Guto RochaJotaKalinka AmorimKaren Krinchev

ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

Recentemente perdemos dois Josés.No dia 16 de março, demos adeus ao professor José Monir Nasser, grande amigo da ACIL e defensor do empreendedorismo cívico. Mestre da cultura ocidental, Monir ensinava que um país precisa ser inteligente antes de ser rico. Seu exemplo inspirou muitas das ações que hoje norteiam os rumos da ACIL na luta pelo desenvolvimento da cidade, da região, do Paraná, do Brasil. Nesta edição da revista Mercado em Foco, fazemos uma homenagem especial ao mestre Monir.No dia 27 de março, em plena Semana Santa, o empresário londrinense José Luiz de Souza foi assassinado durante um assalto à sua empresa, no centro de Londrina. O crime abalou profundamente a população. Perdemos um colega, um amigo, um pai de família. O autor do crime foi um adolescente. Mais cinco pessoas foram acusadas

Somos todos José Luizde participação no assalto – inclusive uma jovem que trabalhava como funcionária na empresa da vítima. O que mais revolta, em tais casos, é saber que os criminosos ganham facilmente a liberdade. A Justiça, tão morosa em outras circunstâncias, apressa-se em libertar os adolescentes infratores.Obviamente, é preciso investir em políticas públicas que atendam a famílias desestruturadas, para evitar que mais jovens entrem para o mundo da criminalidade. O exemplo de José Monir Nasser não nos deixará esquecer: nossos jovens precisam de educação e valores éticos. A educação, porém, não exclui a justiça. O trabalho preventivo é fundamental, mas crimes graves não podem ficar impunes. Nunca permitiremos que o latrocínio venha a ser considerado um acontecimento comum! Entre as medidas que se fazem necessárias, está

a redução da maioridade penal.Para que a morte de José Luiz não seja em vão, é preciso que a sociedade também saiba punir as atrocidades que atingem nossos irmãos. Queremos segurança e justiça: somos todos José Luiz!

Flávio Montenegro BalanPresidente da ACIL

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SUPERMERCADOS Supermercado Monte Sinai R. Silvio Barto dos Santos, 70

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS, ADUBOS E SEMENTESMilenia Agrociências R. Pedro Antônio de Souza, 400PRODUTOS METALÚRGICOSCia. Multiindustrial R. Capitão Jacy da Silva Pinheiro, 1.405 Imbrastek Rua Taubaté, 230Jakali Estruturas Metálicas R. Condor, 787

AGÊNCIAS DE TURISMO Embarcando Agência de Viagens R. Prefeito Hugo Cabral, 1.131, loja 3CLÍNICA DE PSICOPEDAGOGIA Clínica Ângela Almeida R. Paranaguá, 921, sala 5COMUNICAÇÃO VISUAL Sign Logos Av. Lucílio de Held, 365Pro Signs Impressão Digital R. Tibagi, 582, sala 1

NOVOSASSOCIADOSCOMÉRCIO

IND/COM

SERVIÇOS

AÇOUGUE E MERCEARIA Suilondri Av. Jules Verne, 827APARELHOS FISIOTERÁPICOS Fisiosul Av. Lúcia Helena Gonçalves Vianna, 636, loja 2INFORMÁTICA Digital.Com R. Orlando Silva, 948LIVRARIAS E PAPELARIAS Livraria Dom Geraldo Tv. Padre Bernardo Greiss, 25COSMÉTICOS E PERFUMARIA Lix Cosméticos R. Tremembés, 403Carnelossi & BalanR. Júlio César Ribeiro, 430EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO Alternativa Móveis R. Fernando de Noronha, 130PEÇAS AUTOMOTIVAS Autopeças Araucam R. Padre Manoel da Nóbrega, 200-B

Fiori Impressões Digitais R. Raposo Tavares, 572CURSOS E TREINAMENTOS Instituto Ideha R. Emiliano Perneta, 390, sala 902EDIÇÃO DE JORNAL E REVISTA Idée Design e Publicidade R. Ibiporã, 390, sala 1ENTREGAS RÁPIDAS Tele-Entrega e Motoboy São Pedro R. Mário Nogueira Monteiro, 92ESCRITÓRIOS DE CONTABILIDADE CJB Contabilidade R. André Gallo, 101, bloco 2, ap. 106Personality Contabilidade Av. José Afonso dos Santos, 12-DFACTORING FKT Serviços Financeiros R. Piauí, 399, sala 804 IMOBILIÁRIAS E CORRETORAS Oya e Vidal Negócios Imobiliários Av. Saul Elkind, 2.222, loja 3 LOCAÇÃO DE EQUIPAMENTOS CP Gonçalves Av. Chepli Tanus Daher, 1.280MANUTENÇÃO DE PRODUTOS ELETRÔNICOS Digitemp Av. São João, 585TÁXI AÉREO E AEROFOTOGRAFIA Viaer Soluções Aeronáuticas Av. Santos Dumont, 1.620, sala 402

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

EMPREENDEDORES DE SUCESSOFrutos da perseverança ............................................. 6

ARTIGO JURÍDICOA profissão de comerciário ............................................... 9

FUTEBOL EMPRESAMuito mais do que um bate-bola ....................................... 12

DOAÇÃO DE SANGUENão custa, vale muito e pode salvar vidas ......................... 14

POLÍTICA ECONÔMICARedução básica .................................................................. 18

COCAMAR 50 ANOSMeio século de resultados ................................................. 20

O MONITOR DA CÂMARAPlano Diretor está de volta ................................................ 29

JOSÉ MONIR NASSERHomenagem ao mestredo empreendedorismo cívico ............................................. 32

SUPERMERCADOSUm site de olho nos preços ................................................ 34

NOVOS RUMOSDiego Menão defende “ACIL em tudo e para todos” ............................................... 38

NOTAS DA ACILA entidade atuante no dia a dia ....................................... 40

HUMORJota ....................................................................................... 42

ÍNDICE

36

FÁCIL IMOBILIÁRIOUm jeito fácil de realizar o sonho da casa própria

10

COMÉRCIO EXTERIORLondrina começa o ano com superávit

26

PERFILImpressões de um industrial

30

PASSEIO POR LONDRINAEm busca do Natal dos sonhos

PR-445Duplicar para desenvolver

22

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Por Gisele Rech

Qual o segredo do sucesso? Esta é uma pergunta que muita gente que deseja abrir ou mantém um negócio se faz. E os exemplos de projetos bem-sucedidos não faltam para servir de inspiração. Não existe uma fórmula pronta, mas duas qualidades ajudam bastante: capacidade de ouvir e perseverança.No caso de Arnaldo Mikio Tsuruda, a receita do sucesso também inclui pão, salsicha e uma dose de ousadia. “Introduzimos o frango no sanduíche e a técnica de fazê-lo prensado. Regado ao molho especial de pimenta, caiu no gosto do público”, diz o empresário. Se houvesse uma tabela de referências gastronômicas da cidade que servisse de ponto de identidade de Londrina, certamente o cachorro-quente do Arnaldo’s estaria entre as dez mais populares. Tsuruda iniciou os trabalhos com um simples carrinho no início dos anos 90, junto ao muro do Colégio Vicente Rijo. No boca a boca, a fama do cachorro-quente do Arnaldo foi se espalhando pela cidade. Com o aumento da

EMPREENDEDORESDE SUCESSO

O cachorro-quente, a chocolataria e a clínica ortopédica: três exemplos de negócios que começaram pequenos e hoje servem de inspiração e modelo na atividade empresarial

FRUTOS DA PERSEVERANÇA

“Eu sempre acreditei que o cachorro-quente ia dar certo. Mas quando ainda estava na rua, não tinha noção do campo que tinha para explorar.

Essa percepção veio vindo no dia-a-dia, com a prática.”Arnaldo Tsuruda, empresário

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

HISTÓRIA DO ARNALDO’S LANCHES COMEÇOU COM UM CARRINHO DE CACHORRO-QUENTE

demanda, o empresário decidiu economizar e, ao lado dos sócios – Pedro Pagani, Claudio Tsuruda e Fabiane – abriu a primeira loja, na Avenida Bandeirantes. Depois, foi a vez da Aveninda Maringá ganhar uma filial, transferida no ano passado para outro ponto na mesma avenida, com mais espaço. “Eu sempre acreditei que o cachorro-quente ia dar certo. Mas quando ainda estava na rua, não tinha noção do campo que tinha para explorar. Essa percepção veio vindo no dia-a-dia, com a prática”. O empresário e seus sócios não fizeram nenhum curso específico para administrar o negócio, mas fazem questão de acompanhar tudo de perto – eles se dividem entre as duas unidades. Hoje, no total, a empresa tem 55 funcionários diretos e 30 terceirizados, direcionados para o delivery. “O investimento em mão-de-obra é alto, pois um dos nossos diferenciais é a agilidade no atendimento”. Como conselho, o empresário diz que aqueles que desejam ser bem-sucedidos no ramo dos negócios devem ter perseverança.

“É preciso ter sempre vontade de melhorar e trabalhar com muita dedicação.”

O doce sabor do sucessoO ditado popular “é de menino que se torce o penino” cabe perfeitamente para ilustrar a história da empresária Heloise Mesquita, à frente da Chocolateria, há seis anos instalada na Avenida Higienópolis. Filha de um comerciante português, ela conta que cresceu observando a laboriosa rotina do pai. “Ele chegou a ter quatro unidades de armazéns, na época chamados de secos e molhados. Trabalhava sem parar, inclusive nos finais de semana e feriados, sempre fazendo de tudo: atendendo, cuidando da contabilidade...”, relembra.Hoje, muitos anos depois, ela segue este perfil polivalente no café especializado na comercialização de trufas e chocolate e, até agora, vem dando certo, fazendo lembrar de

“Conheci o produto em São Paulo e decidi reproduzir a receita. Depois de

gastar muito chocolate, acabou dando certo e comecei a presentear amigas,

que começaram a fazer encomendas e me indicar para outras amigas.”

Heloise Mesquita, empresária

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outra máxima popular: “É o olho do dono que engorda o gado”. “Eu faço questão de estar sempre na Chocolateria, perto dos clientes. Muitos até peguntam por mim quando dou uma saída”, garante.Não por acaso, foi essa relação de proximidade com a clientela que fez o negócio surgir, há 25 anos. Heloise começou a fazer trufas de chocolate quando ainda era uma novidade em Londrina. “Conheci o produto em São Paulo e decidi reproduzir a receita. Depois de gastar muito chocolate, acabou dando certo e comecei a presentear amigas, que começaram a fazer encomendas e me indicar para outras amigas.” Não demorou para a fama se espalhar pela cidade e ela começou a atender empresas que queriam presentear os clientes com um produto diferenciado. O sucesso de público acabou forçando a empresária a transferir o ateliê caseiro para uma unidade comercial, com um show room. Daí para a unidade da avenida Higienópolis foi um pulo. “Já estava gastando com aluguel, telefone, água, luz e funcionárias. O passo seguinte não poderia ser outro.”Mais uma vez se valendo da veia e instinto empreendedores, decidiu apostar na combinação chocolate e café, inaugurando um espaço que também serve lanches rápidos, como quiches e sanduíches. “O carro-chefe continua sendo o chocolate, com ênfase nas trufas”, revelou, apontando essa identidade como um dos segredos do sucesso. E por falar em sucesso, basta dar uma rápida passada pelo local pouco antes de datas como a Páscoa para ver que o negócio vai de vento e popa.Os bons resultados fazem a empresária investir em novidades. Recentemente ela está apostando em chocolates diferenciados, como o belga e o equatoriano, considerados gourmets pelos especialistas em gastronomia. “Pesquiso bastante e busco sempre ampliar

o diferencial nos produtos”. Outro sinal da expansão é a primeira filial da Chocolateria, instalada em Maringá e comandada pela filha dela, Bárbara Mesquita, e pelo genro, Rafael, que toca o bistrô agregado à marca na cidade vizinha. A empresária também vem recebendo sugestões de abertura de franquias, mas ainda vê a opção com alguma reserva. “Precisaria de assessoria , mas, por enquanto, estou conseguindo levar o negócio sozinha”. Quem sabe no futuro?

A ortopedia do sucesso Os exemplos de crescimento empresarial pautados na percepção do mercado não se restringem ao setor gastronômico. A Uniort.e é um exemplo bem-sucedido na área da saúde. Há três anos, o médico Alexandre Queiroz mantinha um consultório ao lado do sócio, Marcus Vinícius Danieli. Os dois eram especialistas em joelho e, atentos à demanda em outras especialidades, decidiram apostar em um centro de ortopedia. “Convidamos outros ortopedistas, especialistas em outras áreas, como coluna e também fisioterapeutas. Hoje, em um único lugar, o paciente tem disponível profissionais de várias especialidades, exames de imagem, centro cirúrgico e profissionais que trabalham na recuperação”, explica. A clínica disponibiliza ainda serviço de plantão das 7h30 às 19h30 e atende a diversos convênios, o que fez com que em apenas três anos fosse atingida a marca de cinco mil consultas ao mês e 130 cirurgias. O resultado já faz os sócios pensarem em novos investimentos. “Hoje temos 15 leitos na unidade cirúrgica

e nos próximos seis meses estudamos dobrar esse número”, explica Alexandre. Para dar conta do crescimento acelerado no ramo da ortopedia, a clínica possui um departamento de administração e de marketing, com profissionais especializados na gestão do negócio. “Assim podemos nos concentrar na qualidade do atendimento, oferecendo aos pacientes tudo o que é necessário para a o tratamento em um só lugar, poupando tempo e agilizando a recuperação.”

“Convidamos outros ortopedistas, especialistas em outras áreas, como

coluna e também fisioterapeutas. Hoje, em um único lugar, o paciente

tem disponível profissionais de várias especialidades.”

Alexandre Queiroz, médico e empresário

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 9

ARTIGO JURÍDICO

Por Ed Nogueira do Azevedo Júnior

Trata-se da 69ª profissão a ser regulamentada. Através da Lei 12.790/2013, os trabalhadores no comércio varejista e no comércio atacadista passaram a ter normas aplicáveis exclusivamente a eles, o que é um sinal de reconhecimento, distinção pública e importância desta relevante categoria profissional. Categoria, aliás, da qual boa parte dos atuais empresários brasileiros também integrou.A regulamentação da profissão de comerciário teve início em 2009, através do deputado federal José Airton Cirilo (PT-CE), que em suas justificativas tinha como objetivo “beneficiar milhões de trabalhadores ao regulamentar a profissão de comerciário e acabar com o abuso dos empresários em relação aos seus empregados”. Dentre as alterações legislativas pretendidas para “acabar com o abuso dos empresários”, o projeto de lei previa carga horária de 6 horas diárias e de 36 horas semanais, adicional de horas extras de 100%, piso salarial equivalente ao dobro do salário mínimo e trabalho aos domingos condicionado à negociação coletiva e, ufa, unificação da data-base da categoria. O projeto foi arquivado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.Em março de 2012, por iniciativa do senador Paulo Paim (PT-RS), um novo projeto de lei passou a tramitar em busca da regulamentação da profissão de comerciário. Prova cabal da agilidade burocrática de nossos representantes legislativos, em menos de um ano, mais precisamente no dia 14 de março de 2013, o projeto de lei 3.592/2012 foi transformado, após sanção presidencial, na Lei 12.790/2013.O veto presidencial atingiu o artigo 5º do projeto, que previa o recolhimento compulsório da contribuição confederativa, cujo objetivo é o custeio das negociações coletivas, no importe de até 1% do salário base do trabalhador por mês.As inovações trazidas pela nova lei são significativas e interferem sensivelmente na relação entre empregados e empregadores

A PROFISSÃO DE COMERCIÁRIO

do comércio, bem como nas relações entre as entidades sindicais que os representam. E as mudanças vão gerar controvérsias.Em relação à jornada de trabalho do comerciário, a CLT e a Constituição Federal estabelecem como limites máximos 8 horas por dia e 44 horas por semana. A nova lei não estabelece limites máximos mas define, sem variações para mais ou para menos, que a jornada normal de trabalho do comerciário será de 8 horas por dia e 44 horas por semana. A inovação, em tese, inviabiliza a fixação de horários diários como, por exemplo, de 4 horas aos sábados ou de 7 horas e 20 minutos de segunda-feira a sábado, usualmente adotadas pelo comércio em geral. A nova lei exige que jornadas de trabalho diferentes deverão ser objeto de negociação coletiva. Exceção somente para jornada de 6 horas, quando o comerciário está sujeito a revezamento de horário em turnos.Novidades também em relação à forma de fixação do piso salarial da categoria. Ao afirmar que o piso salarial dos comerciários deve ser fixado através de acordo ou convenção coletiva, a lei afasta a hipótese legal de aplicação de valores e índices de correção salarial estabelecidos através de leis estaduais, que nos últimos anos tem restringido a fundamental liberdade de negociação coletiva, diminuído em grau de importância o papel das entidades sindicais representativas de trabalhadores e empregadores e menosprezado as repercussões de aumentos salariais exorbitantes. A propósito, no Paraná, em 2012 o aumento do piso estadual foi de 10,29% para os comerciários. Para seus

servidores, o aumento do Governo do Estado foi de 5,1%. A nova lei resgata a importância de uma infinidade de outros direitos que compõem as negociações coletivas e restabelece a relevância da representação sindical na elaboração e negociação de propostas com espectro mais amplo que a negociação meramente salarial.A nova lei reafirma sua intenção de ampliar a importância das entidades sindicais na disciplina das condições de trabalho do comerciário ao autorizar que as negociações coletivas passem a contemplar programas de educação, formação e qualificação profissional. O avanço econômico do Brasil – ou o retrocesso econômico de vários países desenvolvidos – nos fez constatar que grande parte da população economicamente ativa necessita de melhor qualificação. Uma infinidade de postos de trabalho foi aberta e não preenchida. Medidas emergenciais se mostraram frustrantes. Considerando que as negociações coletivas ainda detêm caráter regional, os sindicatos são as entidades que melhor conhecem os fluxos de criação de postos de trabalho e as qualidades fundamentais dos trabalhadores da mesma região que irão ocupá-los.Não menos importante foi a criação do Dia do Comerciário, a ser comemorado no dia 30 de outubro. Da mesma forma que o Carnaval, e apesar de sua relevância, a legislação federal não considerou a data como feriado.

Ed Nogueira de Azevedoé advogado em Londrina.

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COMÉRCIO EXTERIOR

Por Guto Rocha

Londrina iniciou o ano com saldo positivo na balança comercial. Nos dois primeiros meses de 2013, as exportações de produtos londrinenses para outros países foram maiores do que as importações. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em janeiro e fevereiro, o superávit comercial de Londrina somou US$ 21.131.831,00.

O resultado representa uma reversão da tendência de queda registrada nos dois últimos meses de 2012, quando a balança comercial do município registrou um déficit de US$ 20,68 milhões. Vale ressaltar que a balança comercial londrinense fechou 2012 com saldo positivo de US$ 383,68 milhões.Produtos originários do setor agropecuário ainda são destaques na pauta de exportação local. No entanto, o principal produto embarcado para o exterior a partir de Londrina é industrializado por aqui: café solúvel. “É um produto que tem grande valor agregado, diferente do café em grão ou milho”, comenta o professor de economia da Universidade Estadual de Londrina, Renato Pianowski de Moraes.De acordo com o Ministério do Comércio Exterior, as exportações de café solúvel somaram nos dois primeiros meses de 2013, US$ 31.352.476,00. Segundo o diretor de Controladoria e de Relações com Investidores da Cia. Cacique de Café Solúvel, Paulo Roberto Ferro, 100% do café solúvel exportado por Londrina é produzido pela Cacique. No entanto, o café em grão utilizado como matéria-prima vem de diversas partes do Brasil. Ele diz que, além do Paraná, o produto que abastece a indústria local também vem de Rondônia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.O café solúvel produzido em Londrina, de acordo com Ferro, é destinado principalmente aos Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, Alemanha, Malásia, Japão, Coreia do Sul, Polônia e Finlândia. “O produto já sai de Londrina estufado em contêineres via rodoviária, com destino ao Porto de Santos”, observa o executivo. Segundo ele, no ano passado, a Cia. Cacique teve um crescimento de 8,8% sobre 2011. “Esperamos em 2013, ao menos, manter os números de 2012”, comenta.O segundo produto na pauta de exportações é o milho em grão para consumo humano ou animal, com embarques totalizando US$ 23,04 milhões. O café em grão vem em terceiro lugar, com US$ 9,3 milhões e o couro bovino com R$ 8,4 milhões.

COMEÇA O ANO COM

SUPERÁVITLONDRINA

Vendas para outros países somaram US$ 21,1 milhões. Café solúvel foi o principal item da pauta de exportações

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

PRINCIPAL PRODUTO EMBARCADO PARA O EXTERIOR É O CAFÉ SOLÚVEL

No total, as exportações de Londrina somaram, nesses dois primeiros meses de 2013, US$ 95,6 milhões, com uma pauta de mais de 40 diferentes produtos.Já as importações no período totalizaram US$ 74,5 milhões. O principal produto comprado por Londrina no exterior é o policloreto de vanila, matéria-prima para a fabricação de tubos de PVC, com um total de US$ 9,1 milhões. “Quando importamos um produto para produzir outro, dos males o menor. Afinal, a produção local vai ser revendida para outros Estados e trazer divisas para o município”, analisa Pianowski. Em segundo lugar na pauta de importações londrinenses aparecem os fungicidas, com US$ 6,7 milhões; seguido por herbicidas, com US$ 5,4 milhões e, em quarto lugar, partes de elevadores, com US$ 4,7 milhões.Entre os compradores de produtos londrinenses, a Itália aparece em primeiro lugar, com importações somando US$ 13,7 milhões. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição entre os importadores, com US$ 12,3

milhões em negócios. Em terceiro lugar vem o Japão, que importou de Londrina, nestes dois primeiros meses do ano, US$ 10,9 milhões, seguido pelo Egito, com compras totalizando US$ 8,7 milhões, e pela África do Sul, com US$ 7,5 milhões.Israel é o principal fornecedor de produtos importados por Londrina, com negócios que somaram US$ 17,2

milhões. Em seguida, vem a China, de onde o município importou R$ 15,1 milhões. Colômbia aparece em terceiro no ranking com R$ 11,3 milhões. A Argentina ficou em quarto lugar nas importações londrinenses, com um volume de negócios que totalizou R$ 5,9 milhões, e os Estados Unidos exportaram para Londrina US$ 4,3 milhões.

“Quando importamos um produto para produzir outro, dos males o

menor. Afinal, a produção local vai ser revendida para outros Estados e trazer divisas para o município.”

Renato Pianowski, economista

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FUTEBOL EMPRESA

Por Aurélio Cardoso

A cada ano, as modalidades esportivas, entre elas, o futebol, movimentam enormes quantias. Em eventos de grande porte como a Copa do Mundo, os valores são extremamente elevados. Londrina pode fazer parte deste cenário com a escolha de um dos centros de treinamento da cidade para abrigar uma seleção que virá disputar a Copa de 2014. O Centro de Treinamentos da SM Sports, localizado na zona sul, foi selecionado por observadores da Fifa e será oferecido como opção às 32 equipes que vão disputar o Mundial do Brasil.Sérgio Malucelli, presidente da SM Sports e gestor do futebol do Londrina Esporte Clube, assinou contrato, enviou a documentação para a Fifa no início do ano e teve o aval publicado na revista da entidade que rege o futebol mundial. “O CT foi escolhido e já saiu na revista da Fifa. Estamos aguardando. As seleções vão começar a escolher os locais e esperamos fazer parte da Copa do Mundo, movimentando também a cidade.”

Sérgio Malucelli: “Ainda é cedo, mas estamos no caminho certo com o Londrina”

Londrina tem bons exemplos de clubes quese tornaram empresas para poder sobreviver no mercado da bola.

Conheça um pouco do trabalho da SM Sports, da Junior Team e do PSTC

abril de 2013 | www.acil.com.br12

A escolha dos locais de treinamentos, a ser feita pelas federações nacionais dos países participantes da Copa, acontece somente após a definição das 32 seleções que vão disputar o Mundial de 2014. Mas o CT da SM foi inaugurado em 2010 e construído de olho na participação na Copa. O projeto inicial previa ainda a construção de um hotel. Ele possui quatro campos de futebol oficiais, um campo de suíço, quadra de areia, piscina semiolímpica, academia, clínica de fisioterapia, alojamento e restaurante. Atualmente, as categorias de base e o time principal do Londrina, administrados pela SM, treinam no local. Em 2011 e 2012, o CT recebeu a pré-temporada do Flamengo.O Londrina é um clube com diretoria e presidência, que possui um contrato de gestão com uma empresa – a SM Sports, de Sérgio Malucelli –, e que passou anos tentando se manter entre os principais clubes do futebol paranaense. Depois de muitas campanhas e de dois rebaixamentos à segunda divisão, a diretoria do Londrina se rendeu à oferta de uma empresa para ter seu futebol

administrado por gente que basicamente visa o lucro, o que se convencionou chamar de futebol-empresa. Além do LEC, a cidade possui outros gestores cuidando do futebol como empresa: o PSTC, a Junior Team, o Atlético Londrinense e o Cincão Esporte Clube.De acordo com Sérgio Malucelli, que assinou contrato de gestão de 10 anos com o Londrina, o futebol só dá lucro quando o resultado em campo é positivo. “Sem o resultado em campo, o time não é visto, o

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jogador não é visto e não pode ser negociado. Já disputamos a segunda divisão, e agora que os resultados estão acontecendo. O projeto está começando a dar resultado financeiro, mas para isso tem que ter muito trabalho, bons resultados e um pouco de sorte também”, analisa Malucelli.Sob comando da SM, o Londrina se destacou ao negociar o lateral-direito Ayrton com o Coritiba e, depois, com o Palmeiras. Malucelli lembra que não existe uma fórmula ideal para se tocar um clube como empresa. Mas que é preciso ter amizades dentro do futebol. “As amizades dentro do mercado são importantes para abrir portas e mostrar o seu produto, que é o jogador. Ainda é cedo, mas estamos no caminho certo com o Londrina”, comentou o gestor do LEC.

JUNIOR TEAM A Junior Team Futebol existe desde 2001 e nasceu da intenção do seu proprietário, o empresário Iran Campos, de cuidar das categorias de base do Londrina. Iran já havia sido diretor e presidente do Londrina e criou a Junior Team para revelar jogadores e colocar no próprio LEC. Em caso de negociação, os lucros eram divididos.Depois de mais de quatro anos desse contrato inicial, a Junior Team seguiu caminho como clube-empresa e, passados 12 anos, possui seu próprio centro de treinamento completo, com estrutura para abrigar 70 jogadores.A diretoria tem contrato de parceria com o Coritiba e mandou cinco jogadores para o clube da capital paranaense, todos jovens promessas: os goleiros Samuel e César, os atacantes Diego e Ítalo, e o zagueiro Juninho. O clube ainda possui jogadores emprestados ao Palmeiras e Ituano. De acordo com o diretor de fubebol Ariobaldo Frisselli, o Dedé, o jogador passa a ser do Coritiba. Em caso de negociação, o time da capital repassa o percentual estabelecido entre as diretorias.Para tocar o clube, com várias categorias de base e um time profissional que disputa a Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense, a diretoria desembolsa uma média de R$ 100 mil por mês e vive no déficit financeiro. “O custo gira em R$ 100 mil por mês; no fim do ano, o déficit chega a R$ 1,2

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RESULTADOS EM CAMPO SÃO FUNDAMENTAIS PARA A NEGOCIAÇÃO DE JOGADORES

milhão, mas é o preço de revelar jogadores, o que pode virar lucro com uma boa revelação saída das nossas categorias de base”, explica Frisselli.

PSTCO PSTC ou Paraná Soccer Technical Center é um clube-empresa criado há mais de duas décadas em Londrina com objetivo de revelar e negociar jogadores. E foi esse objetivo e a seriedade de sua gestão que revelaram jogadores importantes no cenário nacional e mundial como Kleberson (que passou pelo Atlético PR, Manchester United e ficou famoso como titular da seleção campeão na Copa de 2002); Fernandinho (meia do ucraniano Shaktar Donetsk, com passagem pela seleção), Jadson (ex-Shaktar, hoje no São Paulo), Dagoberto (ex-São Paulo, agora no Internacional), entre outros. O clube londrinense ficou famoso por sua parceria com o Atlético Paranaense e, agora, mantém jogadores em clubes como São Paulo, Coritiba, Cruzeiro e Grêmio, além de atletas ainda no Atlético.“A parceria com o Atlético terminou, não renovamos e agora estamos abertos ao mercado com jogadores em clubes grandes e esperando por uma grande negociação que nos dê lucro. Não é fácil tocar um clube, estamos num jogo perigoso e temos que saber lidar com o risco”, explica o presidente do PSTC, Mario Iramina.De acordo com Iramina, o PSTC tem um investimento de R$ 100 mil por mês e também trabalha com déficit financeiro. “Sempre digo que o negócio é arriscado, mas que precisa insistir para obter lucro. Não existe uma fórmula”.

João Vítor, do PSTC para a ItáliaE foi no PSTC onde o garoto João Vítor Campos Carrer, de 17 anos, obteve a passagem para concretizar o sonho de jogar na Europa. O volante está em Roma, na Itália, defendendo um pequeno clube, de olho numa chance de mostrar seu futebol a um olheiro de time grande. Foi dessa forma

que muitos jogadores de Londrina e região conseguiram entrar no futebol europeu. João Vítor possui dupla cidadania e isso conta bastante em países como a Itália.Seu pai, o empresário Luigi Carrer Filho, lembra que João Vítor começou jogando futsal e não era jogador de linha e, sim, do gol. “Ele era goleiro de futsal desde os 5 anos, depois foi treinar no campo e um dia foi substituir um jogador de linha que faltou ao treino lá no Grêmio dos Operários. Gostaram dele na linha e ele acabou virando volante”, explica.Há três anos, João Vítor foi treinar no PSTC e, recentemente, surgiu a oportunidade de viajar para tentar a sorte na Itália. “O garoto tem as características para dar certo, é forte e pode ser transferido para um time de expressão”, diz o presidente do PSTC, Mario Iramina.Para o pai de João Vítor, o fato do clube onde o filho estava ser gerenciado como uma empresa só lhe confere credibilidade. “O clube possui uma seriedade que não se vê facilmente e acho bom o garoto ser monitorado, terem o cuidado com a sua carreira, escolaridade, alimentação. É necessário ter a carreira gerenciada, estar perto do atleta para que ele possa render melhor”.

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Por Kalinka Amorim

A necessidade de receber sangue por transfusão pode ter inúmeros motivos: complicação de um parto, um grave acidente, doenças hematológicas crônicas (como leucemia, talassemia, linfomas, aplasias, síndromes mielodisplásicas) e até mesmo a transfusão para pacientes em tratamento de radioterapia e quimioterapia. Infelizmente, a reposição nem sempre é certa pela falta da disponibilidade de doadores, principalmente em algumas épocas do ano. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,9% dos brasileiros doa sangue regularmente. Embora esteja dentro do parâmetro de 1% a 3% definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), esse número ainda precisa melhorar.Em Londrina, a situação não é diferente. Do quadro de doadores do Hemocentro Regional de Londrina, 80% doam sangue apenas uma vez na vida e 98% dos londrinenses nunca doaram sangue. Ansiedade, medo e instabilidade emocional são algumas das causas que interferem e influenciam na falta de doadores, explica Eliana Palu Rodrigues, assistente social do Hemocentro. “Nossa média, de acordo com a estatística de 2012, é de 1.200 pacientes por mês. Ao todo, foram 14.562 doadores aptos. Na matemática seriam

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48 doadores por dia, mas na prática nem sempre é isso que acontece. Se apenas 5% dos londrinenses doassem

sangue com frequência, manteríamos um equilíbrio entre oferta e demanda”, explica.

De acordo com ela, em dezembro, janeiro e fevereiro, que são meses de férias, e durante o

inverno, as coletas caem muito. “Como temos a dificuldade, é preciso sempre estar motivando,

e a melhor forma são as campanhas que sempre levam informação e conscientização

à população, que ainda tem muito receio em doar sangue”, pondera. Para ela, a

doação de sangue deve ser altruísta, voluntária e não gratificada direta

ou indiretamente. “Ela é um direito e uma responsabilidade social de

cada um para que todos aqueles que precisem tenham oferta em quantidade e qualidade”, diz.O Hemocentro Regional de Londrina é responsável por atender o Hospital Universitário, a Maternidade Municipal, os hospitais da Zona Norte e Zona Sul, a 17ª Regional de Saúde de Cornélio Procópio e ainda outros 15 municípios. E seu estoque sempre se

mantém abaixo da média. Além dele, no Paraná existem

mais quatro hemocentros que se comunicam entre si para a troca

de tipagem sanguínea rara quando há a necessidade. “Deveríamos ter

pelo menos 2 mil bolsas de sangue. Mas a

DOAÇÃODE SANGUE

NÃO CUSTA

NADAE VALE

MUITO...

... além de poder salvar vidas, inclusive a sua!

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considerável ao paciente. Mesmo mantendo as cirurgias de urgência e emergência, as que são canceladas não deixam de ser urgentes para quem necessita delas”, analisa. Um exemplo é o doente que faz quimioterapia, já que, caso não receba o suporte de transfusão, poderá não resistir ao tratamento. “Além disso, pode ser um enorme prejuízo ao paciente o adiamento de cirurgias cardíacas, de transplantes de rim, de fígado, de medula óssea, entre outros procedimentos que necessitam de sangue e de plaquetas.”A médica explica que uma pessoa adulta possui em média cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450 ml. “Ou seja, é menos de 10% de todo seu

sangue”, diz. Antes da doação, é realizada uma entrevista que tem o objetivo de detectar alguns impedimentos para a doação. A entrevista é particular e os dados são mantidos em total sigilo. De acordo com Tânia, é importante desmistificar a crença de que a doação de sangue é útil para saber suas condições de saúde, por conta dos exames que são feitos.“O doador deve estar com um espírito totalmente altruísta. Se a pessoa possui qualquer suspeita de ter algum problema de saúde, não deve tentar resolver isso doando sangue, pois, apesar de cômoda, essa atitude pode representar um risco a quem vai receber a transfusão. O recomendado, nesse caso, mesmo que seja uma doença emocional, é a pessoa procurar um especialista e realizar o tratamento necessário antes de se tornar um doador”, complementa.A especialista explica que em uma única doação é possível salvar

de coagulopatias e as plaquetas nos casos de hemorragia ou em concomitância com quimioterapia nos pacientes oncológicos”, explica. Em seguida, são levados ao armazenamento onde aguardam os resultados dos exames laboratoriais. Assim que todos os resultados confirmam que a bolsa é totalmente segura para transfusão, ela é transferida para os estoques de sangue da instituição onde foi realizada a doação. “O sangue doado tem sempre utilidade e nunca sobra, pelo contrário, faz falta. E o tipo O Negativo, conhecido como doador universal, é muito utilizado em hospitais, pois é o sangue que salva vidas em situações de emergência”, completa Tania.

CompatibilidadeAlgumas pessoas possuem o que se chama de “sangue raro”, situação que pode complicar nas necessidades de transfusões. Para minimizar as dificuldades, uma rede de doadores fenotipados foi criada no Hemocentro. “Para cada paciente que requer sangue fenotipado temos uma rede de pelo menos 10 doadores compatíveis para que não falte sangue”, explica Tania. Nesses casos, não basta apenas o sangue ser do mesmo tipo e, sim ter a presença ou ausência de antígenos nas hemácias. “É como se as pessoas que recebem o sangue fenotipado fossem irmãs de sangue. Às vezes a pessoa que é compatível com seu

tipo sanguíneo é oriental, asiático e não tem nada a ver com sua etnia. Digo sempre que o sangue é a prova viva de que todo mundo é igual independente de raças”.

coleta mensal gira em torno de 1.500 a 1.700 bolsas”, afirma a médica Tânia Hissa Anegawa, diretora clínica em exercício do Hemocentro Regional de Londrina.De acordo com ela, a falta do estoque de sangue em um hospital pode levar ao cancelamento de cirurgias e de procedimentos. “Já tivemos cirurgias eletivas canceladas e isso pode ser um prejuízo

até quatro vidas. “Depois da coleta, a bolsa é encaminhada para o fracionamento, onde será separada em até quatro componentes sanguíneos: plasma, hemáceas ou glóbulos vermelhos, crioprecipitado e plaquetas. O plasma é usado em pacientes com problemas de coagulação; o concentrado de hemáceas ou glóbulos vermelhos no tratamento de anemia; o crioprecipitado na terapia

Eliana Palu Rodrigues: “A doação de sangue

é um direito e uma responsabilidade social de

cada um para que todos aqueles que precisem

tenham oferta em quantidade e qualidade”

COM UMA ÚNICA DOAÇÃO, É POSSÍVEL SALVAR ATÉ QUATRO VIDAS HUMANAS

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Tânia Hissa Anegawa: “Já tivemos cirurgias

eletivas canceladas e isso pode ser um prejuízo

considerável ao paciente”

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Ainda assim, com toda essa dificuldade, uma coisa é certa: a quantidade de doações estipulada por ano nunca é quebrada. “Essa é uma preocupação constante de nossa equipe. Zelamos por isso porque queremos que a pessoa seja doadora até a idade que ela pode ser. Respeitar o limite de quatro doações para homens e três para mulheres é também preservar a saúde e a imunidade dos doadores”, diz.Dona Maria Pereira dos Santos, 73 anos, faz parte desse grupo de “sangue raro”, que necessita de transfusões fenotipadas. Seu sangue é O positivo. Há mais de três anos ela apresentou um caso de anemia profunda e vem de Jandaia do Sul a cada três semanas para receber seu “alimento”, como diz a filha Maria dos Santos. “O sangue é o alimento dela. Os médicos já disseram que se ela quiser viver precisa disso”, diz. Para a filha, que sempre acompanha Dona Maria, a doação voluntária é extremamente importante. “ Sangue é vida, sem ele ninguém vive.”

Vidas diferentes, propósitos iguaisA professora de matemática Simone Xisto da Fonseca Fontoura, 30 anos, faz parte desse seleto grupo de brasileiros que doa sangue regularmente. Doadora desde os seus 18 anos, ela conhece bem os dois lados do nobre gesto. Quando menos esperava, também precisou de uma transfusão de sangue. Recentemente, ela teve uma hemorragia grave ocasionada

por uma gravidez tubárea. “Cheguei ao hospital muito mal. Minha pressão estava menor que cinco. Os médicos realizaram uma cirurgia de emergência. Estava com hemorragia e não sabia a causa”, explica. “Precisei de muito sangue, ao todo foram quatro litros. Fiquei muito inchada de tanto que recebi. Hoje me sinto uma nova mulher. Tive a oportunidade de voltar a viver recebendo sangue de outras pessoas que nem me conheciam, isso é muito bom. Minha família toda doa sangue e depois dessa experiência, penso que nunca iremos parar”, afirma.Alexandro Rodrigues Dans, 36 anos, é doador de sangue, plaquetas e órgãos. Seu sangue também é

fenotipado, ou seja, é como se ele fosse irmão de sangue de seus receptores. Seu maior prazer é fazer a aférese, doação de plaquetas. Esse processo pode ser realizado semanalmente, uma vez que a reposição ao doador é rápida e ocorre em 72 horas. A coleta, ao contrário, demora um pouco mais que o processo comum de doação de sangue, chegando a levar duas horas pois permite a separação e a coleta específica de plaquetas. “Tive um irmão que morreu com 19 anos. Ele teve PPI, espécie de anemia europeia, uma doença autoimune em que o sangue não consegue produzir a série branca do sangue. Então sei o sofrimento de quem precisa. Isso, além de ser importante, faz um bem estar enorme. Sei que estou ajudando alguém que precisa sem ao menos conhecer”, diz.José Luiz Alves Nunes, 51 anos, começou a doar sangue em 1983 quando o Hemocentro Regional de Londrina ainda operava numa casinha de madeira cercada pelos cafezais. Seu sistema de cadastro também era a moda antiga, a base de um fichário de papel. Essa dedicação de três décadas rendeu a ele até homenagem. “Até medalha de jubileu de prata José Luiz já recebi por ser um doador fidelizado. Brinco com as meninas que a medalha que recebi está com prazo errado, pois existe um hiato de três a quatro anos no período em que sou doador. A contagem do tempo foi realizada somente após a informatização do Hemocentro, que teve seu início em meados de 1986. Sou da ficha do papel”, sorri.Um amigo que teve um câncer muito agressivo e não resistiu foi o responsável por iniciar José Luiz nessa caminhada altruísta. “Doo sangue porque gosto. Minha veia é fina e até seria um problema, mas é o mínimo que posso fazer. Coloco-me no lugar do outro e penso: ‘e se fosse eu quem estivesse precisando?’ Quanto mais vezes eu doar é uma forma de aliviar o sofrimento das famílias”, analisa.

Alexandro Rodrigues Dans: “Doar sangue, além de ser importante, faz um bem estar enorme. Sei que estou ajudando alguém que precisa sem ao menos conhecer”

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PROFESSORA CONHECE OS DOIS LADOS DA DOAÇÃO: ELA JÁ PRECISOU DE SANGUE

Associação Comercial e Industrial de Londrina 17

Quem pode doarIdade entre 16 anos e 68 anos (doadores entre 16 e 17 anos com consentimento formal do responsável legal);Peso acima de 50 kg;Se homem, não pode ter doado há menos de 60 dias;Se mulher, não pode ter doado há menos de 90 dias;Ter passado pelo menos três meses de parto ou aborto;Não estar grávida;Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas;Não ter recebido transfusão de sangue nos últimos 12 meses;Não ter feito tatuagem, piercing ou acupuntura há menos de um ano;Não ser usuário de drogas;Hipertensos podem doar dependendo da situação avaliada em entrevista clínica;Diabéticos que não façam uso de insulina;Se você não teve Hepatite após os 10 anos de idade;Ter parceiro sexual fixo

TENDO OBSERVADO ESSES CRITÉRIOS, O RESTO É MUITO SIMPLES:Pela manhã: tomar café leve e sem alimentos gordurosos;À tarde: doar duas horas após o almoço;Não se alimentar de refeições com alto teor de gordura;

Fonte: Hemocentro Regional de Londrina – Dra. Tânia Hissa Anegawa

Lei trouxe benefíciosDoar sangue é um ato altruísta que não leva mais de 30 minutos entre o cadastro e a coleta e, desde 2011, quando houve a regulamentação da certificação dos doadores fidelizados prevista na Lei Estadual 13.964 de 20/12/2002, trouxe benefícios. Pessoas que doam sangue mais de três vezes ao ano têm direito a pagar meia entrada em eventos culturais como shows, teatros, jogos de futebol e no cinema. “Após a emissão do primeiro certificado, a condição de doador fidelizado é mantida se forem registradas mais duas doações nos 12 meses seguintes. Se você ainda não é um doador de sangue e tem receio de fazer isso pode agendar uma visita sem compromisso no Hemocentro Regional de Londrina. “Convidamos as pessoas, os grupos de amigos para virem conhecer o hemocentro e se familiarizar com o contexto da doação de sangue. Além de ser um ato solidário, é um ato de cidadania, o maior ato de amor ao próximo que pode salvar uma vida”, diz Eliana Palu Rodrigues.Ela também pede o apoio das empresas e a colaboração dos

funcionários para formarem grupos de oito a 10 pessoas. Nesses casos, o Hemocentro faz o transporte. “Se os patrões dispensarem seus funcionários duas horas mais cedo uma vez no mês ajudará a manter os estoques em dia. Se conseguirmos duas empresas por semana serão ao menos 20 doadores, o que equivale a uma coleta externa”, finaliza.Serviço: O Hemocentro Regional de Londrina funciona de segunda a sábado das 8 às 17h30. Agendamentos de grupos: (43) 3371-2465.

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Por Alexandre Sanches

A presidente Dilma Rousseff anunciou no dia 8 de março, em cadeia nacional de televisão, a publicação de uma medida provisória que desonera de impostos federais diversos itens da cesta básica. O governo também inseriu na cesta produtos como materiais de higiene pessoal, limpeza e alimentos de maior valor nutritivo. A medida é imediata e reduzirá a incidência de PIS/Cofins, além de zerar o Imposto de Produtos Industrializados (IPI) de todos os itens que ainda tinham incidência de tributos.Esta medida, que aos poucos está chegando às gôndolas e

está sendo comemorada não apenas pela população em geral, como também por empresários e economistas, inclui a desoneração de carnes (bovina, suína, aves, peixes, ovinos e caprinos), café, óleo, manteiga, açúcar, papel higiênico, pasta de dente e sabonetes. O sabonete será o que terá maior incidência para baixo dessa carga de impostos, com redução de 12,5% de PIS/Cofins e 5% de IPI.Já o leite, feijão, arroz, farinha de trigo ou massa, batata, legumes, pão e frutas não tinham qualquer tributação e, por isso, não são afetados por essa medida. Segundo o Dieese, a cesta básica era composta de 13

itens e, agora, passa a contar com os produtos que estão sendo inseridos com a desoneração.O governo, segundo pronunciamento de Dilma Rousseff, espera uma redução de pelo menos 9,25% no preço das carnes, do café, da manteiga e do óleo de cozinha, enquanto que pasta de dentes e sabonetes, por exemplo, possam chegar a 12,5%.

Estoquesno varejoO presidente da regional norte da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Wilson Obara, comemora juntamente

com boa parte dos empresários do setor essa medida governamental, principalmente sobre o setor da carne, que teve maior impacto sobre toda a cadeia. “Essa é uma luta que já pleiteamos há tempos, uma vez que vimos redução do IPI sobre os carros, linha branca, e aguardávamos uma medida como essa sobre os alimentos”, salientou.Ele garante que o compromisso do setor é sério com a sociedade e que vão repassar para o consumidor final os 100% dos subsídios anunciados pelo governo federal. No entanto, adianta que o preço nas gôndolas ainda vai levar um tempo para esse reajuste, uma

POLÍTICA ECONÔMICA

REDUÇÃO BÁSICA

Medida provisória desonera impostos sobre os produtos que compõem cesta básica. Qual será o efeito prático da medida do governo federal?

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“O CAMINHO DA DESONERAÇÃO É INEVITÁVEL”, DIZ ECONOMISTA

vez que a maioria ainda possui estoques com valores adquiridos sem esses benefícios. “Mas aos poucos eles vão chegando. E o primeiro setor a sentir esses efeitos será o da carne, onde não há estoques grandes e o consumidor prefere o produto fresco, criando maior giro. No entanto, nós, supermercadistas, já estamos também cobrando os nossos fornecedores para que já apresentem produtos com essas desonerações”, ressaltou.Obara disse que a expectativa é grande para que esta mesma medida chegue a outros produtos alimentícios e de higiene. E que o governo estadual também colabore com essa redução nos custos dos

produtos, revendo a incidência do ICMS sobre os produtos de primeira necessidade. “Esta medida não tem mais volta e, com certeza, nos deixou mais otimistas”, salientou.

Otimismo, mas com pé atrásHabitualmente crítico à política econômica do governo, o professor do departamento de Economia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e assessor de economia da ACIL, Renato Pianowski, disse que é preciso comemorar muito esta medida adotada pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro

da Economia, Guido Mantega. “Tirar o PIS/Cofins da cesta básica é uma medida acertada. E zerar o IPI vai devolver o poder de compra para o trabalhador. Essa medida só vem a somar com a unificação do ICMS entre os Estados e a baixa da energia elétrica. Essas ações vão afetar diretamente nos índices, contendo a inflação”, comentou.No entanto, ele vê esta desoneração da cesta básica com um pé atrás, pois não acredita que ela, sozinha, vá segurar a economia nacional. “É preciso reduzir impostos estaduais que afetam diretamente a gente. E fazer urgente a reforma tributária, que fará que tenhamos preço no mercado nacional. O governo tem que puxar a orelha dos secretários de Fazenda estaduais para que eles também abaixem seus impostos e todos passem a ganhar mais. Com a redução do preço dos produtos nacionais, aumentará o poder de compra do brasileiro, haverá maior arrecadação e vai melhorar a competitividade no comércio”, enfatizou. Pianowski lembra que, num primeiro momento, tanto fabricantes quanto atacadistas e varejistas não repassarão de imediato esse desconto por conta de seus estoques. “Mas vai depender mais da consciência do comércio em geral isso”, ressaltou.A medida governamental vem na sequência à autorização do aumento do óleo diesel. Apesar disso, o economista acredita que seu impacto contaminando toda a faixa de logística, não irá repercutir muito sobre o custo final dos produtos ao consumidor, mantendo de qualquer forma uma queda na cesta básica. “O caminho é a desoneração mesmo. Os estímulos do governo devem

acontecer para alavancar a economia. E a reforma tributária é inadiável. Tem que baixar para níveis mais civilizados, pois a partir do momento que as pessoas começarem a comprar produtos mais baratos, com certeza vão começar a comprar materiais que antes não compravam. E havendo essa desoneração em outras frentes, com certeza o governo poderá arrecadar mais”, exemplificou.A economista e professora do Centro Universitário Filadélfia (Unifil), Maria Eduvirge Marandola, também acredita que o governo federal acertou nesta medida provisória. “Muito embora o impacto possa demorar, ela é de forma positiva. A inflação afeta muito as camadas mais baixas. E esta medida é bastante positiva e vem de encontro com o poder de compra, principalmente das classes C, D e E. E o seu impacto é direto, indo de encontro com este poder de compra, pois são itens de necessidade básica”, salientou.Ela disse que os produtos que estão sendo desonerados, são de necessidades básicas das pessoas, em que, numa alta, não existe a flexibilidade de outros produtos para substituição. “A medida provisória é por prazo indeterminado e mostra uma sensibilidade maior do governo, havendo uma redistribuição de renda e atingindo diretamente as camadas mais baixas da sociedade”, comentou.No entanto, a professora Maria Eduvirge lembra que os efeitos dessa desoneração não virá de imediato, uma vez que o “impacto de preço para baixo sempre tem uma rigidez, é mais lento do que um aumento”.

“Essa é uma luta que já pleiteamos há tempos, uma vez que vimos redução do IPI sobre os carros, linha branca, e

aguardávamos uma medida como essa sobre os alimentos.”Wilson Obara, da Apras

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Por Edson Vitoretti

Se até bem pouco tempo atrás o Paraná ocupava o primeiro lugar no ranking da produção de grãos no Brasil, isso se deveu em grande parte ao trabalho das cooperativas do Estado. Uma delas, a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, comemora seus 50 anos com uma estrutura organizacional e resultados que a colocam entre as maiores cooperativas do País.Gerando 2.300 empregos diretos e presente em mais de 30 cidades do Norte e Noroeste do Paraná, a Cocamar possui uma rede de entrepostos com 54 unidades operacionais que fazem o recebimento e a comercialização das safras, disponibilizam insumos e oferecem assistência técnica aos cooperados, 80% deles pequenos produtores.Essa rede dá a agilidade necessária que

o mercado do agronegócio requer. “O produtor quando colhe e bota seu produto no caminhão, quer descarregar rápido, pra recarregar outro logo. Por isso tem que ter uma estrutura bem localizada, de até 15 quilômetros do local de produção”, diz Luiz Lourenço, diretor-presidente da Cocamar.Não é apenas essa rede de entrepostos que une os 11 mil cooperados da Cocamar, mas uma confiança alicerçada na transparência da administração. O Conselho Administrativo é formado por nove representantes, que se reúnem ao menos uma vez por mês para avaliar e decidir metas e procedimentos. Além disso, duas vezes ao ano, há visitas a todas as unidades da cooperativa, em que são apresentados balanços e deliberados planos e estratégias.Assim como transparência administrativa, um bom caixa ajuda a trazer crédito. A Cocamar fechou 2012 com um caixa de

COCAMAR 50 ANOS

MEIO SÉCULO DE RESULTADOS

Com uma estrutura organizacional ampla e ágil, a Cocamar Cooperativa Agroindustrial festeja o seu 50º aniversário focada na valorização do atendimento

54 unidades operacionais

2.300 empregos diretos

11 mil cooperados

80% de pequenos produtores

abril de 2013 | www.acil.com.br

Queremos o melhor atendimento possível ao produtor. Vamos melhorar e construir mais estruturas na região de Londrina, para atender rapidamente o produtor, como prioridade absoluta.

Luiz Lourenço, diretor-presidente da Cocamar

“ “

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 21

“COOPERATIVISMO DO PARANÁ É HOJE O MELHOR DO BRASIL”

R$ 290 milhões. “Tudo está interligado. Se tenho a confiança do produtor, recebo mais produção, e tenho mais crédito”, explica Lourenço. Essa transparência é apenas um item de uma gestão profissional implantada na Cocamar. “A gente tem um trabalho forte de profissionalização. Fazemos um investimento na base para formar talentos dentro da cooperativa”, diz Lourenço. Quem planta profissionalismo colhe resultados: o faturamento da Cocamar no ano passado foi de R$ 2,36 bilhões, um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Isso porque 2012 não foi um ano muito bom para certas culturas, como soja. Segundo o diretor-presidente da Cocamar, a cooperativa sempre cresce a taxas acima de 10% ao ano.Esse crescimento é alicerçado num parque industrial com 12 unidades, um dos maiores entre as cooperativas brasileiras, que produz dezenas de produtos como óleo de soja, suco de frutas, álcool doméstico e até café gourmet. “Se a Cocamar tem hoje uma rentabilidade um pouco acima de outras cooperativas, isso se deve ao seu

parque industrial”, afirma Luis Lourenço.Esse parque industrial ajudou a Cocamar a protagonizar importante pioneirismo: foi a primeira cooperativa do Paraná a contar com uma fiação de algodão; a primeira do Brasil a construir uma fábrica de óleo de soja; e a primeira do mundo a ter uma fiação de seda.Os investimentos da Cocamar giram em torno de R$ 80 milhões ao ano e são direcionados na construção de novas unidades e na melhoria estrutural das já existentes. Investimentos em tecnologia também são importantes num ramo em que o bom atendimento é fundamental. A Cocamar coleciona alguns prêmios na área de tecnologia da informação por manter o produtor muito bem informado sobre as inovações do mercado. “A Cocamar faz esses links para o produtor saber que tem uma nova qualidade de semente sendo produzida, uma nova forma de adubar, de fazer o manejo do solo. Fazemos isso em reuniões técnicas em vários centros de demonstrações em diversas localidades. É transferência de tecnologia”, diz Lourenço.Ainda no campo da informação, a Cocamar

é a única cooperativa do Paraná que tem um sistema de comunicação on-line em todos os seus entrepostos. Esse sistema disponibiliza informações úteis aos produtores, como clima, condições do mercado, números da Bolsa de Chicago e as notícias do dia sobre o agronegócio brasileiro.A ousadia e ativismo da Cocamar no mercado são conhecidos. Segundo Luiz Lourenço, a cultura da laranja só foi implantada no Paraná porque a Cocamar enfrentou um forte lobby paulista. A atuação da cooperativa ainda tem a importância de regular preços. Onde a Cocamar atua, a concorrência se ajusta aos preços, o que beneficia os produtores. “Ela é o balizador do mercado. Quando entramos na região de Londrina com preços de insumos diferentes, a concorrência teve que ceder. O produtor londrinense pagava muito mais caro por insumos do que o produtor de Maringá”, afirma Lourenço. E as disputas não se restringem ao mercado interno. A cooperativa exportou em 2012 cerca de R$ 100 milhões em farelo de soja.Para o futuro, a Cocamar quer se especializar ainda mais no atendimento ao cooperado. “Queremos o melhor atendimento possível ao produtor. Temos alguns locais, como a região de Londrina, onde as estruturas operacionais ainda não são adequadas. Vamos melhorar e construir mais estruturas nessa região, para atender rapidamente o produtor. Atendimento é prioridade absoluta. O cooperativismo do Paraná é hoje, destacadamente, o melhor do Brasil. E isso em função dessa característica do bom atendimento ao produtor”, afirma Luiz Lourenço.

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RODOVIA ESTADUAL

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RODOVIA É HOJE UM DOS GRANDES GARGALOS LOGÍSTICOS DO ESTADO

Por Susan Naime

Londrina há décadas não caminhava tão unida em busca do seu desenvolvimento. Conhecida por exercer grande influência sobre o Norte do Paraná, a cidade se destaca como pólo econômico e cultural, fazendo brilhar os olhos de empresários e futuros investidores. Não é para menos. Tem infraestrutura de cidade grande e beleza de sobra. É um dos municípios mais importantes do Sul do Brasil. Mas, para gerar riquezas e qualidade de vida, a cidade precisa receber investimentos. Com esse propósito, um grupo formado por líderes empresariais e representantes políticos está pleitando junto ao Governo do Estado a duplicação de uma rodovia que é hoje a principal via de acesso de grande parte do Norte ao Sul do Paraná: a PR-445. Mesmo sendo uma estrada de grande importância para o cenário econômico do Paraná, a PR-445 tem causado transtorno para os cidadãos usuários. A via única e a estrutura ultrapassada hoje fazem da rota um dos maiores gargalos logísticos do Estado. Com o passar dos anos, nada mais natural do que o desenvolvimento das cidades e o aumento do tráfego de veículos

desencadearem o desgaste e a necessidade de revitalização da rodovia. Mas não foi dessa maneira que os últimos governantes viram o

problema. A discussão sobre a duplicação da PR-445 já dura 20 anos.

O presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, explicou que o grupo solicita, em caráter prioritário, a

duplicação das rodovias PR-445 e PR-323, no trecho compreendido entre o município de Mauá da Serra

e a divisa com o Estado de São Paulo. “A nossa prioridade é que seja duplicado, principalmente, o trecho entre Mauá da Serra e Londrina. Será

uma oportunidade para atrair empresas que querem o desenvolvimento, já que nosso gargalo hoje

é a logística e a infraestrutura. Perdemos empresas por essa duplicação não existir”, disse.

Estima-se que os investimentos para a obra de Mauá até a divisa com São Paulo seriam de aproximadamente R$ 450 milhões. O

trecho Mauá-Londrina ficaria em R$ 150 milhões. “Acreditamos que é possível, já que é uma obra de quatro anos. Depois existe a possibilidade

de fazer um estudo para licitar a sua manutenção. Mas são estimativas. O mais importante é que as lideranças políticas, as cooperativas e empresas de ônibus estão unânimes nessa luta”, afirma Balan.

“Não vamos medir esforços”, diz governadorO documento com o pedido da duplicação da PR-445 e PR-323 foi entregue, em mãos, ao governador Beto Richa (PSDB) no dia 19 de março, em Londrina. Naquele momento, Richa informou que não medirá esforços para duplicar até Mauá da Serra, visto que já anunciou a mesma obra na Rodovia do Café (PR 376), no trecho Apucarana até Ponta Grossa. Sobre a duplicação da PR 323, o governador informou que “sempre pedem um pouco mais”. Ele anunciou, recentemente, o compromisso de executar a obra nesta rodovia entre Guaíra e Maringá.

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Representantes de entidades entregam oficialmente o pedido de duplicação da rodovia ao governador

Beto Richa: consenso da sociedade

A duplicação vai criar oportunidade para atrair empresas que querem o desenvolvimento, já que nosso gargalo hoje é a logística e a infraestrutura. Perdemos empresas por isso.

Flávio Balan, presidente da ACIL

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Pedágio, só depois de duplicarPara que o gargalo logístico não seja substituído pelo gargalo financeiro, o grupo de empresários e políticos está disposto a aceitar que uma praça de pedágio seja instalada na PR-445, no trecho Mauá e Londrina, sob duas condições. A primeira é que a sua cobrança comece somente após a conclusão das obras. A segunda exige que o valor da tarifa seja menor que o das atuais praças paranaenses e definido por estudos técnicos com a participação de representantes da comunidade.

De acordo com o vice-prefeito de Londrina, Guto Bellusci, a obra de duplicação irá devolver ao município a energia, confiança e união perdidas nos últimos anos. “Londrina já sofreu muito e agora estamos passando por um momento especial de união entre todos os poderes. A duplicação da PR-445 vai facilitar o acesso, tornar a cidade mais atraente para novas empresas e, consequentemente, garantir mais empregos através desse desenvolvimento econômico”, garante.

O presidente da Câmara Municipal de Londrina, Rony Alves (PTB), afirma que irá estender o assunto à Associação dos Vereadores da Região Metropolitana de Londrina, já que a duplicação é uma necessidade conjunta e que tem o único objetivo de despertar o desenvolvimento e a atração de novos e grandes empreendimentos industriais. “Somos a segunda maior do Estado e a terceira do Sul do País, mas estamos encurralados, porque não temos rodovias que ajudem no escoamento da produção, seja agrária ou industrial”, comenta Rony.

“Rodovia das Cruzes”: mortes ao longo do caminhoPor ser o principal corredor de acesso entre o Norte e Sul do Estado, a PR-445 não possui atualmente estrutura para tamanho movimento e não atende mais às necessidades de tráfego seguro. Seu asfalto está precário, suas curvas são perigosas e a terceira faixa para ultrapassagem praticamente não existe.

O alto índice de acidentes com mortes entre Mauá da Serra e Londrina rendeu à 445 o apelido de “Rodovia das Cruzes”. Em 2008, foi registrada uma morte a cada 4 km do trecho. A informação é do deputado estadual Tercílio Turini (PPS), com dados da 2ª Companhia de Polícia Rodoviária de Londrina. “Esse é o caminho para Curitiba, Ponta Grossa, Porto de Paranaguá – e mesmo assim a rodovia não foi duplicada. Não dá para entender... O desenvolvimento depende disso”, defende.

O tema é de comum acordo do deputado estadual Gilberto Martin (PMDB). “A solução ideal é que a obra fosse executada com recursos exclusivos do Governo do Estado e, depois de pronta, também mantida por eles. Sabemos que existem limitações orçamentárias que poderiam gerar um impedimento para a duplicação, por isso colocamos essas duas condições. Mesmo que o pedágio estabeleça um custo para os motoristas, o resultado final dessa duplicação é compensador”, afirma.

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Somos a segunda maior do Estado e a terceira do Sul do País, mas estamos encurralados, porque não temos rodovias que ajudem no escoamento da produção, seja agrária ou industrial.

Rony Alves, presidente da Câmara

de Vereadores

Reunião de lideranças na ACIL: consenso em torno de uma obra fundamental para

Londrina e Norte do Paraná

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Corredor para o desenvolvimentoA reestruturação do principal acesso à capital do Estado do Paraná é uma necessidade inquestionável e exige a movimentação de todos os beneficiados, direta ou indiretamente.

Para a empresa de ônibus Viação Garcia, se aprovada a implantação de um pedágio para viabilizar as obras, o grupo terá um impacto em 480 viagens ordinárias mensais. Se imaginarmos um preço aproximado de R$ 5,00 por eixo, o aumento no custo mensal será de aproximadamente R$ 7.200,00. Esse valor seria repassado aos clientes. Para uma viagem entre Londrina e Curitiba, por exemplo, haveria um acréscimo médio de R$ 0,65 no preço da passagem.

No entanto, o grupo se posiciona favoravelmente ao pedágio em razão da insegurança gerada pelas condições atuais da Rodovia PR-445. “Imaginamos que esse custo possa ser compensado através de uma equiparação de políticas públicas, como a isenção do ICMS nas tarifas rodoviárias, reduzindo o custo a toda população e criando um incentivo à utilização do ônibus como meio de transporte”, explica o gerente de marketing da empresa, César Rodrigues Macedo.

As cooperativas também seriam beneficiadas com a duplicação da PR-445. A Integrada não detalhou em números os impactos da obra, mas prevê os benefícios. “Quase toda nossa produção passa pela 445. Com a duplicação, melhoraria o escoamento dos nossos produtos, o fluxo dos caminhões e a parte da segurança. Se observarmos os locais que têm acesso à pista dupla, a velocidade do nosso transporte melhoraria significativamente”, explica o gerente de logística da Integrada, Celso Otani.

A maior parte do faturamento da Integrada vem da comercialização de grãos – como soja, milho e trigo. São 55 unidades de recebimento distribuídas em diversas regiões do estado. “Mais um pedágio vai acarretar custo no frete, mas a gente acredita que os benefícios proporcionados pela duplicação compensariam esse valor”, afirma Otani.

Novo modelo de pedágioO Movimento pelo Fim do Pedágio no Paraná ainda não se posicionou sobre o assunto. Mas o advogado e integrante do grupo, Jorge Custódio, reconhece a importância da obra para a região. “Temos lugares em que não existe acostamento e entendemos que a duplicação é necessária. Mas sobre o pedágio, teria que ser um modelo muito bem discutido com a sociedade”, disse.

Custódio citou como exemplo as praças em Santa Catarina. “Lá foram feitas licitações e o valor chega a R$ 1,50. Aqui pagamos R$ 13,40 em Jataizinho e as estradas nem são duplicadas. Não concordamos com a forma como o nosso pedágio é cobrado. Esses contratos que estão em vigência precisam chegar ao fim”, diz.

Uma audiência pública está agendada para o dia 13 de abril, na Câmara Municipal, para avaliar a forma de atuação dos pedágios no Paraná.

ENTIDADES QUEREM PEDÁGIO COM TARIFA JUSTA, DEFINIDA POR ESTUDOS

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Londrina já sofreu muito e agora estamos passando por um momento especial de união entre todos os poderes. A duplicação da PR-445 vai tornar a cidade mais atraente para novas empresas e, consequentemente, garantir mais empregos.

Guto Bellusci, vice-prefeito de Londrina

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Por Fernanda Bressan

O que faz um negócio prosperar? Até onde um sonho pode não apenas se concretizar, mas ir além? O relato de Nivaldo Benvenho, industrial da área gráfica, dá algumas pistas de como o espírito empreendedor, misturado com fé e otimismo, pode erguer uma empresa. Da pequena sede instalada em uma garagem com pouco mais de 20 metros quadrados e três sócios que não conseguiam sequer tirar dinheiro daquele negócio para manter a própria casa, a Midiograf se transformou em uma gráfica respeitada, premiada em qualidade e hoje emprega quase 200 pessoas. A empresa completou 21 anos, mas essa história começou bem antes disso.“Quando eu tinha uns 11 anos, a professora de educação artística, dona Lourdes,

nos levou para conhecer uma tipografia e papelaria. Eu fiquei encantado de ver aquelas máquinas, ainda no processo antigo da época. O papel entrava branco e saía com aquelas letrinhas todas. Cheguei em casa e falei para a minha mãe: ‘Eu sei o que eu quero ser quando crescer!’’. De família humilde – a mãe era costureira e o pai trabalhou, entre outras coisas, como pedreiro – Nivaldo já trabalhava desde os 10 anos – ora como ajudante de pedreiro, depois eletricista, carpinteiro, pintor... “Onde eu morava, era uma vila, e eu trabalhava meio período nessas atividades. Cheguei até a pegar uma casa sozinho para pintar”, recorda.Mas o menino já sabia o que queria, embora não fizesse ideia de como tudo aquilo iria se concretizar. Ele tinha respaldo em casa, principalmente após a vista à tipografia com os colegas de

PERFIL

Nivaldo Benvenho, proprietário da Midiograf e ex-presidente da ACIL, diz que ser empresário no Brasil exige planejamento e muita fé

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Nivaldo Benvenho é um exemplo de empreendedor e pai de família. Com determinação e persistência, ele está sempre em busca da qualidade. Uma de suas principais características é sempre colocar o NÓS na frente do EU. Tive a honra de sucedê-lo na ACIL – e com ele aprendi muito!

Flávio Montenegro Balan, presidente da ACIL

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sonho de montar um negócio. Sabia que gráfica era difícil, um investimento caro. Na época existiam aqueles planos de expansão da Sercomtel para compra de aparelho telefônico e eu tinha dois, que troquei num terreno onde minha família construiu uma edícula, pois eu ia casar. Mas, alguns meses antes de casar, quando a edícula ficou pronta, os ladrões entraram e roubaram tudo. A minha futura esposa (Sandra) ficou com medo de morar lá. Foi aí que falei: está na hora de mudar o rumo desse negócio, vamos montar um lava-jato. Vou vender a casinha e montamos o lava-jato”.A história do lava-jato não vingou, apareceu a oportunidade de comprar uma máquina gráfica Multilith e, com ela, o pontapé inicial para construir a Midiograf. “Alugamos uma garagem na rua Araguaia, de 2,5 x 9,5 metros. Colocamos a Multilith lá dentro, terceirizávamos fotolito, só fazíamos a impressão”, conta.Entretanto, seis meses após o início da Midiograf, as coisas não iam bem: “A gente descobriu que a nossa roupa tinha acabado, não tinha compra em casa, não tinha dinheiro, minha casa era minha esposa quem sustentava, ela era secretária da Folha de Londrina – enfim, acabou. Vimos que o negócio não virava e decidimos que no outro dia íamos fechar as portas. Isso foi uma tristeza muito grande. Mas quando chegamos no outro dia, foi chegando um cliente, outro cliente, e nunca mais parou de entrar cliente”, recorda.

Hora de comemorar, certo? Errado...Vieram anos de crescimento: um ano e pouco depois do início das atividades, a Midiograf mudou-se daquele espaço de 23 metros quadrados para um espaço de 150 metros quadrados na Rua Teresina, ao lado da Boate Kalahari. “O pessoal fazia as festas, promoções e iam imprimir os convites na gráfica. Foi lá que conheci o Flávio Balan, hoje presidente da ACIL. Ele organizava festas na cidade e ia lá fazer os convites. A coisa foi deslanchando e fomos começando a fazer aquilo que gostávamos de fazer, atender a área de mídia, por isso Midiograf, para atender esse setor.”Novas máquinas, novos investimentos, sede maior. Foram anos de crescimento. Até a chegada de uma forte crise econômica. Era hora de vencer outro desafio. “Houve um período, em 2003, 2004, em que o dólar chegou a quase 4 reais, o euro também subiu, naquela crise nós não conseguíamos mais pagar as dívidas, estávamos quebrados! Se vendêssemos tudo o que tínhamos, não pagava a dívida. Só a máquina, que tinha a dívida indexada em euro, em uma semana devíamos 3 vezes o valor dela, e isso virou uma bola de neve”, relata Nivaldo Benvenho.Eles seguiram trabalhando, trouxeram um consultor para ajudar a redesenhar os modelos de funcionamento, a economia começou a melhorar e em 2006 já não havia mais dívidas: isso pela primeira vez na história da gráfica. “Foi o primeiro momento, em 14 anos, que ficamos sem dívida. Foi a primeira vez que respiramos”. Hora de comemorar, certo? Errado...“Quando respiramos pela primeira vez e íamos pensar no que fazer, veio uma grande surpresa: cisão na empresa. Aí foi uma coisa que chocou muito, quando nos preparávamos para fazer um novo planejamento um sócio quis a sua parte, isso foi traumático. Aí tivemos que tomar uma decisão, que era: ou fechava o negócio ou aceitava pagar o valor pedido. A empresa não tinha como pagar, mas a única saída era concordar, porque eu amava demais a Midiograf para simplesmente encerrar e vender o negócio. Era aceitar a proposta e

escola. “Depois desse dia, o tempo foi passando e, quando eu tinha uns 12 anos e meio, minha mãe falou: ‘Filho, agora já dá para ter carteira assinada, vamos buscar isso aí?’. Ela literalmente me pegou pela mão e saiu procurando trabalho nos estabelecimentos gráficos. Dizia: ‘Ele precisa aprender, não precisa nem pagar salário’. Meus pais eram pessoas de baixa escolaridade mas com valores morais e conceitos importantes para mostrar como se comportar”, aponta Benvenho.Com a determinação da mãe, ele logo começou no ofício fazendo convites de casamento. “Entrei para trabalhar no Peninha Cópias e lá trabalhei no acabamento de convites de casamento durante cerca de 30 dias. Quando terminaram esses dias, sumiu o serviço da empresa e o chefe falou que eu estava dispensado. Fui em casa, chorei três dias de tão nervoso que fiquei. Passou um período, uns 15 dias, e ele veio me chamar porque começou a entrar um monte de pedidos, e eu fui. Daí falei: ‘Agora não saio mais’. Quando o serviço começava a diminuir eu ia limpar banheiro, arrumar uma porta, limpar o pátio, fazia tudo o que fosse preciso mas disse que não seria demitido mais. E de fato não fui, trabalhei lá por aproximadamente 13 anos”.A semente estava plantada e já tinha brotos. Era hora de multiplicar as mudas, tanto na vida profissional quanto pessoal. “Quando fui me casar, em 1991, eu já trabalhava um monte e tinha o

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fazer a empresa triplicar de tamanho para fazer frente àquele pagamento, esse era o desafio.”Desafio feito e mais uma fez abraçado por Nivaldo e seu sócio e irmão, Edson. “Fizemos a cisão e 40 dias depois nos mudamos para a Rua Taubaté, 405, numa área de 3,2 mil metros quadrados. Trouxemos financiados mais dois equipamentos modernos com carência de 1 ano, que nos ajudaram a pagar essa cisão, e daí pra frente nós viemos crescendo, focados na gráfica. Em 2009, nos mudamos para o endereço atual. O banco Sicoob foi muito importante nesse processo, porque nos ajudou na liberação de crédito para o investimento na sede própria.”

Muito além do que o menino imaginavaDa pequena Multilith que imprimia em uma única cor em papel tamanho ofício com velocidade de 2,5 mil folhas por hora, a Midiograf tem hoje máquinas alemãs com tecnologia de ponta – incluindo uma Heidelberg SX 102 que imprime em 8 cores (4 x4) no tamanho de 1,3 metros por 72 centímetros à velocidade de 14 mil folhas por hora. Muito além do que imaginava o menino Nivaldo. “Quando vi a máquina pela primeira vez, aos 11 anos, imaginava ter um barracãozinho e morar em cima. Essa era a minha visão de futuro.”Visão que cresceu pautada não apenas na determinação, mas em um fator primordial: a fé. “Tinha muita fé. Óbvio que a gente faz um mínimo de planejamento, mas ser empresário no Brasil não é só planejar, tem que ter fé, ter um horizonte e correr atrás dele”, diz. É claro que não faltaram pessoas bem intencionadas, às quais Nivaldo é grato. “Tem uma coisa muito importante nesse processo todo: a ajuda que eu recebi das pessoas. Quando fiz a 4ª série, a diretora da escola me pegou pelo braço e me levou à escola Santa Maria pedindo bolsa de estudo. As irmãs viram meu sobrenome Benvenho e meu avó era o jardineiro do colégio, elas me deram a bolsa de estudo. Quando terminei a 8ª série, as irmãs pediram aos irmãos maristas uma ajuda para eu fazer o colegial. Ao final do colegial, dois professores – Renato

e Teodoro – iam fazer as apostilas onde eu trabalhava e gostavam muito de mim. Eles perguntaram se ia prestar vestibular e falaram que iam dar uma bolsa de estudos no Delta para eu fazer o cursinho e poder passar na faculdade. Fiz um pedido: podem ser duas meias-bolsas, eu pago a diferença porque a minha noiva está terminando e podia fazer o cursinho também. Eles concordaram. Eu tive a graça de Deus de pessoas maravilhosas me ajudarem, me conduzirem. Morávamos em uma ponta de vila”, recorda.Consciente da importância da educação e da formação, Nivaldo investe nas pessoas. “Ao longo da minha vida sempre ensinei pessoas a trabalhar, a formar profissionais. Até hoje, que passaram pelas minhas mãos e estão no mercado de trabalho, contabilizei 667 no fim do ano passado. A maioria trabalha em gráfica, outros têm gráfica. A nossa cultura é ensinar, e disso eu me orgulho muito.”

A história de uma empresa que também é famíliaSomado a isso, houve sempre o apoio da família – ele e o irmão seguem juntos até hoje e suas respectivas esposas – Sandra e

Denise – são os braços direito e esquerdo na empresa. “Família é um patrimônio, não consigo me entender sem ter a minha esposa trabalhando do meu lado, hoje ela é uma executiva de alto nível. Aqui na empresa trabalham muitos casais. A cumplicidade ajuda”, garante.Por família, entende-se também “família Midiograf ”: “Nossa história significa um comprometimento muito grande das pessoas que estiveram e estão comigo ao longo desses anos. Máquina você pode receber uma herança e comprar, pode fazer um financiamento, ganhar na loteria. Mas o comprometimento das pessoas, o sorriso, a dedicação, isso não se compra e foi com essas pessoas que acreditaram que chegamos até aqui.” Então, se existe uma receita de sucesso para a trajetória da Midiograf, ela com certeza envolve laços familiares, fé, determinação, superação e, claro, convicção e visão para que o sonho de menino se transformasse em algo além de toda e qualquer expectativa.

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Por Susan Naime

O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) pretende encaminhar, ainda no mês de abril, os dois projetos do Plano Diretor que ainda precisam passar pela aprovação dos vereadores – o que trata do sistema viário e a polêmica matéria que aborda o zoneamento da cidade. O presidente do Legislativo, Rony Alves (PTB), acredita que antes do recesso parlamentar do meio do ano as leis devem ser votadas. No entanto, os projetos nem foram enviados à Casa e já provocam polêmica. O vereador Jamil Janene (PP) reclamou de ter que votar projetos “atrasados” e protocolou um requerimento exigindo informações detalhadas sobre zoneamentos residenciais, comerciais e industriais. Mas a estratégia falhou. Dez vereadores votaram pelo arquivamento do pedido, o que foi acatado pela Câmara. InsistenteO vereador Jamil Janene (PP) insiste em obter informações sobre o novo projeto de Lei de Uso e Ocupação de Solo, antes que a matéria seja enviada pelo Executivo para votação. Não satisfeito com o arquivamento do seu requerimento, ele prometeu protocolar o mesmo pedido de informações diretamente no Ippul. A líder ElzaPara convencer os legisladores a votarem contra o requerimento de Jamil Janene (PP), a líder do Executivo, a vereadora Elza Correia (PMDB), explicou que todas as informações solicitadas já estariam juntas com o projeto quando fosse enviado à Câmara.

Reunião didáticaA Câmara de Londrina chegou a realizar uma reunião para falar sobre o Plano Diretor. Não se trata de uma avaliação do Plano Diretor que será votado pela Casa, mas sim de uma reunião didática para os legisladores novatos entenderem do que se trata o assunto. O presidente da Casa, Rony Alves (PTB), chegou a reclamar: há vereador se queixando de ter que votar o Plano Diretor, quando apenas dois projetos faltam passar pela aprovação dos parlamentares.

Primeira entrave do anoPela primeira vez a temperatura subiu de verdade na Câmara de Vereadores, ocupando o lugar daquele clima amistoso, que se via desde

PLANO DIRETOR ESTÁ DE VOLTA

o início do ano. No dia 2 de abril, o debate, em primeira discussão, do projeto de Lei 358/2012, de autoria de Rony Alves (PTB), gerou troca de indiretas e até vereadora exaltando a voz no Plenário. A matéria altera o zoneamento de uma área localizada na Gleba Palhano, próxima à PR 445, onde o Hipermercado Angeloni pretende construir a segunda loja em Londrina. Moradores da Gleba foram até a Casa para protestar a mudança e acabaram sendo ouvidos pelos Legisladores. O engenheiro Nelson Vicente, representando o projeto Angeloni, também ganhou voz. O vereador Jamil Janene (PP) aproveitou a oportunidade e apresentou uma emenda que proíbe a entrada de caminhões pela rua Ulrico Zinglio (que seria fundos do empreendimento), e fixa qualquer movimentação de carga e descarga apenas pela Avenida Madre Leonia Milito, ou seja, pela frente do Angeloni. Após o tumulto, o projeto foi retirado de pauta por sete dias e passa novamente pela Comissão de Justiça da Câmara. Até o fechamento desta edição nenhum novo parecer havia sido dado à matéria.

Farra dos DiplomasDepois de muita repercussão, a Câmara Municipal de Londrina protocolou no dia 19 de março uma portaria que suspende o pagamento das vantagens obtidas através de progressões por conhecimento aos servidores do Legislativo. São R$ 65 mil a menos na folha de pagamento da Casa. O valor representa uma redução de quase 10%. Uma carga mínima de 100 horas garantia reajustes que variam de 2,5% a 10,4%. Metade dos 55 servidores efetivos estavam recebendo o teto de R$ 13 mil – mesmo salário que o prefeito Alexandre Kireeff. Juntos, esses servidores apresentaram 311 certificados. De acordo com o Ministério Público, três deles apresentaram o mesmo certificado duas vezes. E um mesmo servidor, três vezes. Agora, uma comissão irá realizar uma auditoria interna, que determinará se o pagamento será suspenso definitivamente ou se ele poderá voltar a acontecer. O prazo para a análise é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. CorrespondênciasA Procuradoria Jurídica da Câmara, com base num entendimento do Tribunal de Contas da União e do Tribunal de Contas do Paraná, orientou os 19 parlamentares para que não utilizem a verba postal para despachos pessoais. Cada vereador possui a cota de R$ 10.800 por ano. A soma total é de R$ 205,2 mil. O tema foi tratado em reunião secreta na Casa. Com a recomendação, os vereadores devem utilizar as suas cotas postais apenas com situações que sejam de interesse público. Alguns legisladores utilizam a verba para o envio de cartões postais de aniversários, felicitações em datas comemorativas e até votos de pesar. No entanto, não há como fiscalizar a prática – e nem é essa a intenção da Casa, já que seria preciso abrir a correspondência alheia.

Em dezembro, as leis de uso e ocupação do solo e sistema viário haviam retiradas de pauta após a diretoria do Ippul admitir que itens do texto não aprovados nas conferências foram incluídos no projeto. Agora, discussões retornaram à agenda do Legislativo

Executivo e Legislativo debatem Plano Diretor: assunto prioritário para a cidade

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Por Paulo Briguet

Nada como apresentar Londrina a visitantes de fora para redescobrir a linda cidade em que vivemos. No dia 27 de março, a ACIL realizou um passeio para mostrar Londrina aos empresários Luciano Peccin, Felipe Peccin e Rodrigo Cadorin. Eles são os idealizadores do Natal de Luz de Gramado (RS), considerado um dos mais importantes eventos turísticos do País. “Nossa ideia é utilizar o modelo de Gramado para tornar o Natal do Amor de Londrina uma referência nacional no turismo de eventos”, diz o vice-presidente da ACIL, Luiz Carlos Adati, que

acompanhou os empresários gaúchos no tour pela cidade.Do Aeroporto José Richa, onde foram recebidos por uma comitiva da ACIL e do Londrina Convention & Visitors Bureau, os empresários gaúchos foram levados até o Parque Arthur Thomas, reserva de mata nativa que é um dos principais pontos de lazer de Londrina. Aos visitantes, explicamos quem foi Arthur Thomas, escocês de nascimento, diretor da Companhia de Terras Norte do Paraná e uma dos personagens mais importantes da colonização de Londrina.Pela Avenida Dez de Dezembro – cujo

PASSEIO POR LONDRINA

Criadores do Natal de Luz de Gramado percorrem as ruas de nossa cidadee imaginam a realização de uma grande festa no final do ano

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Não vamos trazer o nosso Natal para Londrina. Vamos ajudar Londrina a criar um novo Natal, com as características da cidade.

Luciano Peccin, empresário

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nome evoca a data de emancipação do Município de Londrina – conduzimos nossos visitantes ao Terminal Rodoviário, considerado um dos mais modernos do País. Mostramos a eles também o estágio avançado das obras do Boulevard Shopping, que deve ser inaugurado em maio; as obras de fundação do futuro Teatro Municipal; e o Marco Zero, local em que chegou a primeira caravana de pioneiros, em agosto de 1929.A Zona Norte de Londrina impressionou os visitantes pelo ritmo vertiginoso de crescimento. Com mais de 150 mil habitantes, a região assiste a investimentos de grande porte, como o Londrina Norte Shopping, e mostra a força da nova classe C. Equipamentos como o Autódromo e o Estádio do Café oferecem excelentes opções para grandes shows e eventos culturais.No Parque Ney Braga, o trio gaúcho pôde conhecer de perto os preparativos da Exposição Agropecuária de Londrina. A grandeza da feira causou admiração nos visitantes. Diante de tantas atrações e lugares bonitos, Luciano Peccin só tinha uma pergunta: “Onde estão as flores da cidade?”Oriundos de uma cultura fortemente europeia, os empresários gaúchos

estranham que uma cidade tão bela não tenha muitas flores. Explicamos que nem tudo são flores em nossa história política recente. “Em pouco tempo, tivemos quatro prefeitos”, alguém lembrou. Mas a observação dos visitantes deu o que pensar. Talvez estejamos realmente precisando de mais flores...Os criadores do Natal de Luz podem não ter visto flores, mas viram a ascensão do mercado imobiliário na Gleba Palhano e na região dos grandes condomínios. Viram o Catuaí Shopping, o Centro de Eventos e o desenvolvimento de uma região que era predominantemente rural até dez anos atrás.Como era esperado, o Lago Igapó encantou os visitantes gaúchos, que imediatamente passaram a imaginar grandes espetáculos natalinos tendo como cenário o cartão postal de Londrina. A elegância da Avenida Higienópolis também encheu os olhos dos empresários, que pensam em transformá-la em um grande portal, unindo as atuais festividades do Natal do Amor, na Praça Tomi, a novas atrações nas margens do lago. “Seria um presente para toda a comunidade local, atraindo turistas de outras cidades e estados”, disse Luciano Peccin. “Poderíamos

FLORES DO NATAL PODERÃO DESABROUMAR EM NOSSA CIDADE

fazer uma parada natalina passando pelo próprio lago”, pensou em voz alta. O anfiteatro do Zerão, embora esteja abandonado e precisando de uma boa reforma, chamou a atenção dos visitantes. “Aqui poderíamos montar um coral de mil vozes”, assinalou Rogério Cadorin – que, por sinal, é cantor lírico e especialista em organização de eventos culturais.Sim, faltam as flores. Mas elas podem ser semeadas e desabrochar ainda no próximo Natal londrinense. Se, nas edições anteriores do Natal do Amor, milhares de estudantes trabalharam com reciclagem de garrafas pet, por que não colocar as crianças para plantar diferentes espécies de flores, colorindo a cidade no mês de dezembro?Ao final da visita, os empresários de Gramado agradeceram a acolhida e se disseram encantados com a cidade. Cada um deles levou para casa um pouquinho de terra vermelha – essa terra fértil onde as boas ideias costumam prosperar. “A receptividade dos londrinenses foi maravilhosa”, disse Felipe Peccin. Agora, eles vão elaborar um projeto para o Natal do Amor – uma ideia que tem tudo para florescer em nossa cidade.

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MEMÓRIA

Por Paulo Briguet Uma das maneiras de identificar um grande homem é conhecer as lições que ele deixou ao longo da vida. José Monir Nasser (1957-2013) marcou a vida de pessoas, lugares e instituições. Economista, escritor, palestrante e consultor empresarial, Monir era, acima de tudo, um homem dedicado a educar as pessoas. Um professor que revelava a sabedoria contida nos clássicos da literatura e da filosofia. Um mestre no pleno sentido da palavra.Monir teve uma relação muito especial com Londrina e a ACIL. No início dos anos 2000, esteve na cidade para

Uma sociedade não pode ser rica antes de ser inteligente. Não pode existir uma economia realmente sólida e desenvolvida sem que haja uma elite cultural voltada para os bens espirituais, capaz de guiar, julgar e interpretar os esforços da comunidade.

(José Monir Nasser)

O TESOURO DO PROFESSOR MONIRACIL faz homenagem especial a José Monir Nasser (1957-2013), o sábio do empreendedorismo cívico

proferir uma palestra no recém-criado movimento Avança Londrina. Foi nessa época que o empresário Marcelo Cassa o conheceu, maravilhando-se com a síntese entre as grandes obras da cultura ocidental e os conceitos de empreendedorismo e desenvolvimento. Mais tarde, Monir participaria das palestras inaugurais do Fórum Desenvolve Londrina. “O pessoal gostou tanto que pediu para ele dar um curso completo aos participantes do Fórum”, lembra Cassa, que foi presidente da ACIL entre 2008 e 2010.Com apoio da FIEP e da ACIL, Monir trouxe o programa “Expedições pelo Mundo da Cultura” para Londrina.

Durante dois anos, leu e interpretou clássicos da cultura ocidental para um público de empresários, profissionais liberais, estudantes e diretores da ACIL. “Em um só dia, ele fazia várias atividades: de manhã, lia Ortodoxia, de Chesterton, para os diretores da ACIL; à tarde, estudava Platão com um grupo de estudantes; e à noite, analisava um clássico da literatura para o programa Expedições”, conta Cassa.Nesse período, Monir começou a divulgar alguns conceitos que estão presentes no seu livro A Economia do Mais e hoje norteiam as atividades da ACIL: empreendedorismo cívico, comunidades de desenvolvimento, pedagogia da verdade.

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Senhoras e senhores, embarquemos na expedição mais fascinante da história da humanidade.A expedição ao mundo da cultura, cuja finalidade será a maior compreensão da vida humana e, consequentemente, de nós mesmos.Excursionaremos pelos pensamentos das mentes mais brilhantes desta curta história literária de cerca de 3.000 anos, absorveremos o que cada grande obra literária quis nos dizer a cada época.Para que nossa viagem seja proveitosa, nos livraremos de todas as máscaras, todas algemas que nos prendem a nacionalismos, regionalismos, ideologias, raças, credos e bandeiras.Nosso compromisso será com a verdade, a justiça e a razão.Nosso objetivo será o alargamento de nosso horizonte de conhecimento e, com este alargamento, visitando a constelação do conhecimento humano, talvez possamos contribuir para um mundo mais fraterno.Só poderemos sentir o paladar da cultura ocidental contemporânea atual se experimentarmos os principais condimentos que compuseram seu gosto, quais sejam: a cultura greco-romana, a judaica cristã, a idade média, a moderna e, então, o desembarque na contemporânea.Só conseguiremos navegar por este processo civilizatório rumo a um sentido se o nosso barco tiver sempre dois remos (um a cada lado e na mesma direção): de um lado, a ciência; do outro, a metafísica (as religiões).A ciência como mola motora das necessidades humanas temporais, movidas, como nos ensina Goethe, pelo ter, poder e prazer. Já a metafísica (através da intuição intelectual), nos dando a compreensão da razão do ser, sua caminhada temporal, sua essência e morada divina.Nesta expedição, G.K. Chesterton nos

Pequena homenagem a um grande homemJosé Monir Nasser (1956-2013)

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ensina que somos seres místicos, algo entre um demônio e um anjo, algo entre o temporal e o eterno, algo entre o exercício de nosso livre arbítrio e suas consequências, e nosso destino (misterioso e enigmático).Nesta caminhada, talvez nunca tenhamos a grandeza dos grandes mártires; porém, que, pelo menos, não tenhamos a covardia dos omissos.Assim nos ensinou o mestre, assim nos deixou seu legado, assim viveu para o sempre José Monir Nasser.José Monir Nasser, com a colaboração inestimável do SEBRAE, FIEP e ACIL foi um dos grandes incentivadores e mentor intelectual do Fórum Desenvolve Londrina.O Brasil perde um de seus maiores pensadores contemporâneos.Daí, nossa imensa gratidão e reconhecimento.Seus amigos de Londrina,

ACIL – FIEP – FÓRUM DESENVOLVE LONDRINA – SEBRAE

Como alguém já disse, A Economia do Mais não é um simples livro – é um projeto civilizatório. “Monir determinou os temas fundamentais da ACIL nos dias de hoje. Foi uma escola para todos os presidentes e diretores da entidade”, afirma Cassa.Um dia, Marcelo Cassa voltou-se para o professor Monir e disse: “Acho que entendi o que você faz: você evangeliza através da cultura”. O termo escolhido pelo empresário não é exagerado. Monir, de fato, acreditava no poder libertador do conhecimento: nesse sentido, ele evangelizava seus alunos conforme os padrões de excelência da cultura ocidental. “Em suas aulas, ele distribuía gratuitamente o antídoto para o emburrecimento”, define Cassa.É por isso que ninguém esqueceu José Monir Nasser. Nos dois anos em que esteve retirado da vida pública, em consequência de um AVC sofrido em 2011, Monir continuou sendo uma referência constante para seus alunos. A morte do professor, no dia 16 de março, deixou órfãos inúmeros homens e mulheres que beberam dessa fonte de sabedoria. “O sentido da vida, para o Monir, era oferecer alguma coisa do tesouro de conhecimentos acumulado ao longo dos séculos. Com isso, as pessoas compreendiam melhor a verdade, com emoção legítima”, diz Cassa. “Com a sua morte, temos o início de uma nova etapa. É tempo de repassar adiante tudo aquilo que ele nos ensinou.”Em julho, a ACIL vai homenagear o grande defensor do empreendedorismo cívico, inaugurando em sua sede a Sala de Reuniões Professor José Monir Nasser. E poderemos então lembrar os versos do poeta Carlos Nejar, feitos para honrar Luís Vaz de Camões, mas que servem perfeitamente para ilustrar o legado do professor Monir: “Não morrerei, não/ quero mais morrer. / Nem sou cativo ou mendigo/ de uma pátria. Mas da língua/ que me conhece e espera./ E a razão que não me dais,/eu crio. Jamais pensei/ ser pai de tantos filhos”.

O BRASIL PERDE UM DE SEUS MAIORES PENSADORES CONTEMPORÂNEOS

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SUPERMERCADOS

Por Felipe Brandão

Numa era de transformações constantes, estar em dia com o ritmo das organizações pode fazer toda a diferença quando se trata do êxito de um empreendimento. Luiz Cláudio Mello Alves e Daniela Ribeiro Alves, sócios na Controlsystem Informática, sabem muito bem disso. Eles estão desde outubro de 2012 à frente do site Pesquisa & Compra, um negócio pioneiro na cotação e comparação de preços nos principais supermercados da cidade de Londrina. Trata-se da primeira empresa brasileira

a fornecer esse serviço.A criação de soluções inovadoras em informática tem sido o objetivo de Mello Alves desde a inauguração da Controlsystem, em 1990. Da mente criativa e o faro empreendedor do programador londrinense surgiu, em 1992, o sistema Telecompras, que consistia na pesquisa de preços, compras e entrega domiciliar de produtos de supermercado. A repercussão estrondosa do programa e o posterior advento da internet levaram Cláudio e Daniela a pensar em uma extensão do sistema a partir da

então “nova” tecnologia.A ideia começou a ser delineada pelo casal, e levou três anos para passar do projeto a um negócio concreto. “Esse tempo foi necessário para dar à devida estrutura ao sistema, já que a variedade de produtos nas gôndolas hoje é bem maior do que há duas décadas, quando lançamos o Telecompras”, explica Mello Alves. O site Pesquisa & Compra fornece ao cliente, mediante um cadastro simples, uma lista de 30 mil itens oferecidos pelos principais supermercados da cidade, traçando uma comparação

criteriosa entre os valores de cada estabelecimento. Dessa forma, o assinante pode tirar suas próprias conclusões e decidir de forma prática o melhor lugar para fazer suas compras.A ideia de Cláudio e Daniela com o Pesquisa e Compra era atingir um público bem amplo e variado, composto tanto de pessoas físicas como jurídicas, isto é, donas-de-casa, restaurantes, bares, hotéis, empresas, etc. “Todas as pessoas vão ao supermercado. Igrejas, clubes, por exemplos, possuem um público segmentado,

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“LONDRINA É A PRIMEIRA CIDADE A SE BENEFICIAR DO SERVIÇO”

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mas ao supermercado fazer compras todos vão”, comenta Cláudio. Outra vantagem é que o consumidor não paga nada pelos serviços. Desde a inauguração, o site é mantido e custeado por anunciantes como a Engenho Propaganda, a Box Londrina e a Arthrom Comércio de Implantes Ortopédicos.O que para a clientela se revela tão prático e cômodo, por outro lado, demanda todos os dias um volume considerável de trabalho da equipe da Controlsystem. Cerca de 12 pesquisadoras de campo se dividem desde o início da manhã entre os diversos estabelecimentos, onde coletam os preços dos itens catalogados. O prazo para finalizar o trabalho se dá ao meio-dia, quando os dados

começam a ser registrados no sistema. Até às 14h, o relatório diário da cotação e comparação dos preços já deve estar no ar. “Não existe ninguém hoje que faça o mesmo que nós fazemos, no país todo – pelo menos por enquanto. E Londrina se beneficiou, afinal, foi a primeira cidade a poder usufruir do serviço”, explica Mello Alves, empolgado e orgulhoso de sua criação. Idealizador número um do projeto, também foi da autoria dele o desenvolvimento de um aplicativo para celulares smart phone, que os consumidores podem baixar de forma simples através do site Pesquisa e Compra. Trata-se de um leitor de código de barras acoplado ao próprio telefone, que exibe automaticamente os

preços do produto examinado nos demais mercados cadastrados, para que o cliente possa comparar. “Isso não só ajuda o consumidor a economizar, como também serve de comprovante caso ele esteja em um mercado que tem o compromisso firmado de bancar o preço da concorrência - uma tendência que já é unânime nas grandes capitais e aos poucos deve crescer em Londrina”, acredita.Mello Alves não nega que existam planos de estender os serviços do Pesquisa e Compra para outras cidades do Paraná e do Brasil. No entanto, ele deixa claro que a preocupação agora é otimizar o serviço-piloto em Londrina, para só depois pensar em franquia. “Atualmente temos um cadastro de 40% dos

gêneros comercializados em supermercados. Nossa meta atual é aumentar nossa equipe de pesquisadores para podermos coletar 100% dos produtos até, no máximo, o final de maio.”Questionado sobre a importância de aliar criatividade e empreendedorismo, Mello acredita que isso depende muito do perfil do profissional da área. “Eu nunca gostei de copiar. Há empresários muito bem-sucedidos que preferem copiar formatos já existentes, por questão de comodidade, de economizar tempo, de não correr riscos, do que tentar criar coisas novas. Não há receita. Cabe a cada empreendedor encontrar seu caminho dentro do próprio perfil”, aponta ele.

Pesquisadora em ação: site compara criteriosamente os preços dos

supermercados de Londrina

“Todas as pessoas vão ao supermercado. Igrejas, clubes, por exemplos, possuem um público segmentado, mas ao supermercado

fazer compras todos vão.”Luiz Cláudio Mello, da Controlsystem

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MERCADO IMOBILIÁRIO

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Por Karen Krinchev

Um serviço que garante agilidade para quem quer comprar ou alugar um imóvel, este é o Fácil Imobiliário. A nova ferramenta lançada pela Associação Comercial e Industrial de Londrina informa aos cidadãos, em apenas um documento, se há consultas de SPC, cheques devolvidos em nome da pessoa ou empresa, protestos, ações judiciais, ordens de despejo, entre outras restrições (pendências financeiras). O projeto, que tem o apoio do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), teve início na zona norte e, a partir de abril, será ampliado para toda a cidade. Ao todo, 156 imobiliárias de Londrina devem ser visitadas, lembrando que o produto já foi apresentado aos imobiliaristas dos Cinco Conjuntos. Segundo o executivo de vendas da ACIL, Sandro Ricardo Moda, o sistema já está preparado para fazer essa declaração. Na região norte, a aceitação dos empresários do setor foi boa. Moda explica que a ACIL, a exemplo de

UM JEITO FÁCIL DE REALIZAR O

SONHO DA CASA PRÓPRIAApenas um documento e todas as informações necessárias para alugar ou comprar um imóvel. O serviço ofertado pela ACIL vai trazer agilidade aos cidadãos e segurança para as imobiliárias

outras cidades do Paraná, criou este serviço para intermediar a comunicação entre imobiliária e locatário e, assim, facilitar o processo de locação ou compra, já que em um só local será possível retirar a documentação exigida pelas imobiliárias. “O cidadão que procurar a associação vai ter conhecimento das possíveis restrições, e antes de procurar a imobiliária, ele vai saber se está apto ou não para alugar ou comprar um imóvel. Se houver alguma restrição, o indivíduo evita desgastes e constrangimento”, esclarece.A declaração que é feita na hora, com data e horário, não tem validade. Para emitir o documento que tem um custo de R$ 19,90, é necessário apresentar o RG e o CPF (documentos originais). A coordenadora comercial da ACIL, Cláudia Motta Pechin, reforça que com esse documento o locatário vai à imobiliária com a certeza de que poderá efetuar o negócio, já que nele consta as possibilidades de restrições de crédito do cidadão. “A certidão vai trazer benefícios para os dois lados, porque vai simplificar o processo, evitar o

Sandro Moda, executivo de vendas da ACIL: “Serviço

vai evitar desgastes e constrangimentos”

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constrangimento do cliente, otimizar tempo, enfim, é menos dor de cabeça para ambas as partes”, afirma. Algumas pessoas já haviam procurado a ACIL para tirar a declaração. Foi aí que a entidade teve a ideia de lançar o produto, e facilitar o processo de locação e compra. Outra vantagem é que se o indivíduo trouxer os documentos originais do fiador, ele também poderá efetuar a consulta. De acordo com Cláudia, o projeto piloto na Regional Norte está surtindo efeito e várias imobiliárias já procuraram a ACIL. “As empresas do setor estão encaminhando os clientes para a associação. Antes, as imobiliárias precisavam ter o contrato para fazer essa consulta, hoje, ela direciona o locatário para cá e tudo se resolve.” Um check list também foi entregue às imobiliárias constando os documentos necessários para a locação.A partir de abril também será criado um núcleo ao setor imobiliário para atender as necessidades dos imobiliaristas que poderão trocar experiências. Para Rosalmir Moreira , vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) e imobiliarista, o setor realmente precisava de uma ‘força’, e isso será possível através da criação do Núcleo Imobiliário que aproximará as empresas do segmento.Sobre o Fácil Imobiliário, Moreira lembra que esse tipo de serviço já funciona bem em outras cidades do Paraná. “A parceria entre a ACIL e o Creci vai trazer facilidades para o locatário e segurança para o locador. O interessante é que o locatário ainda vai poder investigar a situação de crédito do fiador.”O vice- presidente do Creci acrescenta que,

muitas vezes, aquele que quer comprar ou alugar um imóvel, tem dúvidas em relação a quem procurar e os procedimentos que devem ser seguidos. Por isso, esse produto vai ser um aliado dos londrinenses que querem realizar o sonho da casa própria.

Serviço:Mais informações sobre o Fácil Imobiliário - 3374-3000 *Documentos necessários para emitir a declaração: RG e CPF originais.

Imobiliaristas da zona norte aprovam o Fácil Imobiliário Adney Modesto atua no mercado imobiliário há 10 anos e acredita que este novo produto vai facilitar o trabalho dos profissionais do setor. “Se o problema da pessoa for SPC, por exemplo, já vamos saber na hora. Muitas vezes, a gente vai procurar um imóvel, faz o negócio e quando vai consultar o nome do locatário ou do fiador, tem restrição. É algo desagradável para os dois lados, além de ser um tempo perdido”, conta. E por causa de situações como esta, Modesto diz que resistiu por muito tempo trabalhar com locações. Mas desde janeiro deste ano, a imobiliária que, antes, só fazia vendas, locou 42 imóveis (12 estão em processo de locação). Para o empresário da zona norte, o Fácil Imobiliário veio no momento certo. O imobiliarista expõe que a maior

reclamação das pessoas é a burocracia. “Acabou a dificuldade para os locatários que não vão precisar ir várias vezes à imobiliária e ao cartório. Agora é só trazer a declaração emitida pela ACIL”, afirma. O empresário já aderiu ao serviço ofertado pela entidade, tanto que está pedindo para que os clientes façam tudo através da associação, antes mesmo de iniciar o processo de locação.

Rosalmir Moreira:“Parceria vai trazer facilidade

e segurança”

Adney Modesto: “Fácil veio no momento certo”

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NOVOS RUMOS

Por Paulo Briguet

“Ser tudo para todos.” À primeira vista, o lema do missionário alemão José Engling (1898-1918) pode parecer absurdo e irrealizável, mas, na verdade, é uma orientação poderosa para aqueles que desejam transformar a prática do bem no sentido da própria vida.Diego Rigon Menão, novo superintendente da ACIL, inspira-se no lema de Engling desde os tempos em que atuava na Juventude Masculina de Schoenstatt, na cidade de Cornélio Procópio, onde nasceu há 30 anos. Pensando bem, a frase do missionário cristão tem tudo a ver com o espírito altruísta que norteia as atividades da ACIL desde 1937. Sim: nestas sete décadas e meia, a entidade tem buscado “ser tudo para todos” em Londrina, ao defender as grandes causas do desenvolvimento, colocando sempre o “nós” à frente do “eu”.De certa forma, toda a trajetória existencial e profissional de Diego Menão parecia

antecipar o momento em que ele chegaria à ACIL. Filho de um casal de trabalhadores, tendo perdido a mãe ainda jovem, Diego dedicou-se desde pequeno a duas paixões: o estudo e o esporte. Diego era goleiro. A certa altura da vida, teve a oportunidade de atuar no futebol profissional. Mas, em vez de vestir a camisa número 1, optou pelos estudos em Turismo e Hotelaria na Unopar, em Londrina. O mundo perdeu um guardião das traves e ganhou um especialista em desafios.Na universidade, o estudante Diego destacou-se por escrever artigos e elaborar projetos de pesquisa nas áreas de cultura, esporte, lazer, eventos e planejamento turístico. Logo depois de se formar, em 2004, fez um MBA na área em marketing de destinos e selou o próprio: foi convidado para ser professor no Departamento de Turismo da Unopar. “Eu estava com 22 anos e não tinha nem sapato ou camisa social para dar aula...”Diego comprou o sapato, vestiu a camisa

do curso e partiu para a ação: sua ideia era fazer a conexão entre a universidade e as empresas, para que os bons projetos acadêmicos fossem colocados em prática no mercado. “Foi então que me interessei fortemente pelas grandes questões do desenvolvimento da cidade”, lembra Diego, que na época passou a integrar o Conselho Municipal de Turismo.Em 2009, Diego foi convidado para ser executivo do Londrina Convention & Visitors Bureau. Na entidade, ele viu a chance de intensificar o diálogo entre o meio acadêmico e o setor empresarial. “Vir para o Convention foi a grande oportunidade de evidenciar o que Londrina tem de tão importante: o talento em receber as pessoas.”Diego chegou ao Convention numa fase de transição, quando a entidade ganhava autonomia e passava a voar com as próprias asas. “Nosso desafio foi posicionar o Convention na sociedade. Graças ao trabalho de equipe, conseguimos. Hoje eu afirmo, sem medo de errar, que o

ACIL EM TUDO E PARA TODOSNovo superintendente da ACIL, Diego Menão, acredita no trabalho de equipe para envolver o associado, fortalecer a

entidade e construir uma Londrina melhor

ACIL EM TUDO E PARA TODOS

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DESENVOLVIMENTO, PLANEJAMENTO E FOCO NO SER HUMANO: OS GRANDES DESAFIOS DA ACIL

Convention de Londrina é um dos mais importantes do Brasil, uma referência para as outras instituições.”Para dar esse salto de qualidade, foi preciso que Convention participasse dos grandes debates sobre o desenvolvimento de Londrina e região. Foi então que Diego lutou em diversas batalhas ao lado da ACIL: ampliação do aeroporto, Centro de Convenções, revitalização do centro histórico, eventos festivos e culturais. (Até Papai Noel ele foi, durante um Natal do Amor.) “Todas essas atividades e interesses comuns acabaram por me conduzir à ACIL: os valores éticos, as relações humanas; as experiências com diferentes realidades; a questão do desenvolvimento”, comenta Diego. Em 2013, ele foi convidado a assumir o cargo na ACIL. “Parece que estava escrito. É como se tudo fosse uma longa preparação para este momento.” E uma boa nova tornou tudo ainda mais especial: a chegada de Gael, primogênito de Diego e Talitha, que acaba de completar um mês de idade. “Gael é a imagem perfeita da nova fase que estamos vivendo.”Na ACIL, Diego Menão quer se juntar à equipe e à diretoria para que juntos possam realizar o lema de José Engling: “Ser tudo para todos”. “O mais importante da ACIL é que ela se compõe de pessoas do bem – tanto entre os colaboradores como entre os diretores. O serviço que a ACIL presta é grandioso em diversos aspectos. Aqui eu quero ser parte desse processo que conduz a uma Londrina melhor.”Na agenda de Diego Menão, estão alguns

projetos imediatos como o pacote de campanhas promocionais para o comércio de Londrina. Segundo ele, a campanha do próximo Dia das Mães será o “abre-alas” do novo projeto. “Nos próximos dias, vamos iniciar um trabalho de divulgação para esse novo formato das campanhas. Queremos oferecer aos nossos associados, especialmente os pequenos e médios varejistas, as ferramentas que hoje os grandes players já possuem, especialmente na área de comunicação.”Segundo Diego, a ideia de reunir várias campanhas promocionais no mesmo pacote tem o objetivo de reduzir custos para o associado. “Se ele pagou um X na última campanha de Natal, vai pagar um pouco mais para ter seis campanhas ao longo do ano. Será extremamente benéfico para o lojista”, avalia o superintendente. “Numa campanha de comércio, não temos que pensar apenas no preço do produto a ser oferecido, mas também na forma como o lojista vai receber os clientes londrinenses e os visitantes de outras cidades; e na união dos empresários em torno dessa causa. Temos de pensar que as ações da ACIL vão contribuir para uma sociedade melhor, ainda que sejam ações comerciais.”Os desafios da ACIL nos próximos 75 anos, na visão de novo superintendente, situam-se em três grandes frentes.Primeiro, o desenvolvimento. “A ACIL tem projetos que servem como eixos para o futuro da cidade e da região”, diz Diego Menão. São temas que vão indicar os nossos rumos: Arco Norte; Centro de Convenções; modernização

das principais vias comerciais; ampliação do aeroporto; instrumentos logísticos para a região; aperfeiçoamento das vias de acesso à cidade; produção e transferência de tecnologia; aumento de competividade das empresas; desafios ambientais.Segundo, o planejamento. “Londrina vai fazer 79 anos. Temos índices elevados de crescimento populacional – comparável aos chineses. A cidade cresceu demais e a estrutura não cresceu com a mesma velocidade”, avalia Diego. Por isso, a ACIL precisa se envolver com projetos de mobilidade urbana, segurança pública, Plano Diretor, zoneamento... “Afinal, temos que acompanhar as demandas do crescimento. A ACIL zela pelos interesses das pessoas e terá um papel fundamental nesse processo.”Terceiro – e o mais importante: o foco no ser humano. “Londrina ainda está sendo colonizada. O pioneirismo continua acontecendo hoje. Cada vez mais, a ACIL será chamada para cuidar de questões que envolvem diretamente a qualidade de vida das pessoas. E precisa estar de ‘braços abertos’, como diz a letra do nosso hino, para dar prioridade ao ser humano, à humanização da vida social, com saúde, educação e moradia para todas as pessoas.”Parecem objetivos inalcançáveis, muito ousados? A história de Londrina tem sido uma constante superação desses desafios. É tempo de “ser tudo para todos”.

Equipe ACIL: “O mais importante da entidade é que ela se compõe de pessoas do bem – tanto entre os colaboradores como entre os diretores”

“Todas essas atividades e interesses comuns acabaram

por me conduzir à ACIL: os valores éticos, as relações humanas; as experiências

com diferentes realidades; a questão do desenvolvimento.”

Diego Menão, novo superintendente da ACIL

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COLUNA DA ACIL

ANAC volta a realizar provas em LondrinaA Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) voltará a realizar provas para pilotos, comissários e mecânicos em Londrina. A decisão foi anunciada no dia 20 de março pelo presidente interino da ANAC, Carlos Pellegrino, que recebeu uma comitiva de lideranças políticas e empresariais londrinenses em Brasília. Segundo o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan, a ANAC se comprometeu a reativar os exames em Londrina e, em médio prazo, firmar convênio com uma das escolas de aviação da cidade para seguir realizando as provas de brevê e renovação dos profissionais do setor aéreo. “Foi mais uma conquista da sociedade civil londrinense”, declarou Flávio Balan.Em Brasília, o grupo londrinense também foi recebido pelo senador Sérgio Souza (PMDB). Ele manifestou apoio irrestrito ao Projeto Arco Norte e a outras demandas.

MulheresEm comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a ACIL abriu as portas para a Semana da Mulher. Palestras sobre coaching e consumo movimentaram a entidade no primeiro dia do evento. Gislene Isquierdo falou sobre “Coaching para mulheres: desenvolvendo habilidades essenciais na vida profissional”, e Sheila Dal Ry sobre “Comportamento de Consumo Feminino”. A apresentadora Lu Oliveira e a empresária Juliana Sorace completaram o evento falando sobre “Bem Estar & Carreira” e “Giuliana Home, uma historia de sucesso”. Além das palestras, as mulheres puderam apreciar a exposição montada por Pilar Vieira, com quadros que mostram a beleza feminina e outras obras com exemplos a serem seguidos, como um grafite de Madre Teresa de Calcutá.O evento foi organizado pela ACIL e Conselho da Mulher Empresária.

Londrina é candidata a sediar Jogos Escolares da Juventude em 2015Londrina está próxima de apagar o passado e resgatar o prestígio no cenário nacional de eventos esportistas. No dia 14 de março, uma comitiva composta por representantes da ACIL, Fundação de Esportes, Londrina Convention & Visitors Bureau e Codel foi até o Rio de Janeiro para dar início à reaproximação com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). O objetivo também é tentar trazer de volta à cidade o maior evento estudantil do país: os Jogos Escolares da Juventude (ex-Olimpíadas Escolares). “O prefeito já autorizou a candidatura pelo Convention para sediar o evento em 2015. O município vai dar todo o aporte e também vamos conversar com o Estado”, contou o presidente da ACIL, Flávio Montenegro Balan.Os reflexos positivos do encontro vieram rápido. Por e-mail, o COB informou que Londrina também poderá ser sede de eventos menores, que não precisam de candidatura. “Isso se deve à infraestrutura hoteleira, de bares e restaurantes e estrutura esportiva completa da cidade”, afirma Balan. Os Jogos Escolares da Juventude representam para a economia a rotatividade de 4 mil atletas e técnicos, 1.200 funcionários e colaboradores do COB, 25 mil diárias de hotel e 55 mil refeições, além de toda a parte social e familiar que vem com os atletas.

André Mattos COB, Flávio Balan, Elber Souza, Edgar Hubner COB, Bruno Veronesi e Reinaldo Jr

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Desenvolvimento de gerentes: formação e atualizaçãoAgmar Vieira Júnior03 e 04 de maioDia 03 – 19h às 23hDia 04 – 8h30 às 12h e 13h às 17h30• AAdministraçãocomofatorestratégico

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O contribuinte é que põe. O governo

só cacareja.

HUMOR

Antigamente se dizia: “Onde vamos parar?” Hoje em dia se pergunta: “Quando eles vão parar?”

Uma coisa dá pra prever com toda certeza: um pessimista jamais levará desvantagem numa aposta com o otimista.

Você sente que está mesmo ficando velho quando todas as mulheres da sua geração ficaram ao menos dez anos mais novas que você.

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