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Agenda março e abril 2016

Saiba mais:[email protected] ou3374.3082 com Mariana Reche:[email protected]

Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

Av. Saul Elkind, 1820 | Regional Nortewww.acil.com.br

Assistente Administrativo: Formação e AtualizaçãoRonaldo Cordeiro12 de março08h30 às 17h30• IntroduçãoaAdministração• NoçõesdeMatemáticaFinanceira• ContabilidadegeralNãoassociados:R$ 250,00Associadoseestudantes:R$ 195,00

Gerente Comercial: Como montar e reestruturar o comercial de sua empresaMilton Bettoni15, 16 e 17 de março19h às 23h• ResponsabilidadesdoGerentedeVendas

• Recrutamentoeseleçãodeequipe• Estruturaçãodaforçadevendas• Remuneraçãoestratégicadevendas• GestãoderesultadosNãoassociados:R$ 300,00Associadoseestudantes:R$ 250,00

Habilidades de negociaçãoSilvana Oliveira21 e 22 de março19h às 22h30 • Etapasdoprocessodenegociação• Acomunicaçãoesuainfluênciananegociação

• Relaçãodeparceria• GarantindofuturasnegociaçõesNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Vendendo ServiçosNatasha Bacchi28 e 29 de março19h às 22h• Entendendoosserviços• Oqueasempresasdeserviçosdevemter

• Apresentaçãodosserviços• PersonalizaçãoNãoassociados:R$ 145,00Associadoseestudantes:R$ 80,00

Análise de crédito e cobrançaSivaldo Dal Ry29, 30 e 31 de março19h às 23h• Normasdecrédito• Análisedecrédito• Métododecobrançaeficiente• Políticaseprocedimentosdecobrança

Nãoassociados:R$ 188,00Associadoseestudantes:R$ 110,00

Palestra: Atendimento é TUDORegina Nakayama04 de abril 19h às 21h• Atitudesquefazemadiferençanoatendimentoaoclienteenaconversãoemvendas

• Orientaçõesparamelhoraraperformancedoprofissionalematendimentoevendas

• Compreendendoeconhecendoasfasesdociclodevendas

Nãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Noções Gerais de Comércio Exterior: Importações e ExportaçõesAriane Canestraro16 de abril08h às 12h e das 13h às 17h30h• Conceitos(ImportaçãoeExportação,Siscomex,Radar,ControleeTratamentoAdministrativo,ZonaPrimáriaeZonaSecundária)

• NegociaçãocomoExterior(Diferençasculturais,formaçãodepreçodeexportação,

• Incoterms)• ClassificaçãoFiscaldeMercadorias(NCM)

• CustoseTributos(II,IPI,PIS,COFINS,ICMS,ImpostodeExportação,custoslogísticos)

Nãoassociados:R$ 250,00Associadoseestudantes:R$ 195,00

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃOESPECIAL MULHER

Palestra: Mulher EmpreendedoraSilvana Oliveira08 de março19h às 21h• EvoluçãodaMulher• As10CaracterísticasdoComportamentoEmpreendedor–CCE

• OEmpreendedorismofemininonoBrasil

• MulherEmpreendedoraesuasmetas• Atitude–fazeracontecerNãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Palestra: Marketing Pessoal – faça a diferençaNatasha Bacchi14 de março19h às 21h• Useomarketingpessoalaseufavor• OMarketingPessoalcomoferramentaderelacionamento

• Ascoresdomeudiaadia• Afragrânciaideal• Comoaumentararedederelacionamento

Nãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Oportunidades para sua empresa nas redes sociaisSheila Dal Ry16 e 17 de março19h às 22h30• Cenárionousodasredessociais• Estruturadeumacomunicaçãodigital• RedessociaismaisutilizadasnoBrasil• Redessociaiscomonegócio• CasesdesucessoeoquenãofazerNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Obs.Programadecapacitaçãoexclusivoparamulheres.

VALORPROMOCIONALPARAOPROGRAMACOMPLETO:Nãoassociados:R$ 250,00Associadoseestudantes:R$ 148,00

FINANÇAS GESTÃO DE RH DIVERSOSMARKETINGATENDIMENTO E VENDAS WEB

ABRASEL NORTE DO PARANÁ

CURSO DE BOAS PRÁTICAS E HIGIENIZAÇÃO NAS MANIPULAÇÕES DE ALIMENTOS29,30e31deMarçoe26,27e28deAbril13h30às17h30Local:BlueTreePremiumAv.JuscelinoKubtischek,1356Informações:33270202Nãoassociados:R$100,00AssociadosACIL:R$70,00

Rua Minas Gerais, 297 - 1°andar | (43) 3374.3000

TREINAMENTOS

I N C O M P A N YTREINAMENTO PERSONALIZADO PARA SUA EMPRESA

TREINAMENTOS | PALESTRAS | WORKSHOPS

SOLICITE

UMA PROPOSTA

(43) 3374.3082

MÓDULO IIIGestão de pessoas27deabril• Odesafiodegerirequipesdealtaperformance

• Relacionamentohumanoetrabalhoemequipe

• Gestãodoconflitoefeedback• Casesdesucesso

Nãoassociados: R$ 300,00Associadoseestudantes:R$ 250,00

Visual de loja e vitrine para vender maisTatiana Medina26 e 27 de abril19h às 23h• Oclienteealoja• Tiposdevitrine• Funçõeseestilosdevitrine• AimportânciadailuminaçãoNãoassociados: R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Palestra: Estratégias para vender maisSheila Dal Ry28 de abril19h às 21h• Relaçãodeconsumo• Perfildonovoconsumidor• Habilidadesprofissionaisparaestemercado

• Ciclodeavaliaçãointeraçãoempresa/cliente

• EstratégiasdevendasNãoassociados: R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Qualidade de serviços em recepção e secretariaSilvana Oliveira18 e 19 de abril19h às 23h• Desenvolvimentopessoaleprofissional

• Perfileposturaprofissional• Superaçãonoatendimentoaosclientes

• TécnicasderecepçãoeatendimentoNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Liderança e gestão de equipes de alta performanceSilvia Rocha25, 26 e 27 de abril19h às 23h

MÓDULO I Estilos de liderança e autogestão25deabril• Estilosdeliderançaeliderançasituacional

• Perfildolíderdesucesso• Autoconhecimentoeseusreflexosnoprocessodeliderar

• Inteligênciaemocionaleresiliência

MÓDULO IIComunicação assertiva/Planejamento e organização 26deabril• Comunicaçãoassertivaegestãodeequipes

• Ferramentaseficazesdecomunicação• Falhasnoprocessodecomunicaçãoeimpactosnorelacionamento

• Organizaçãoemetodologiaaplicadaaoprocessodeliderarpessoaseprocessos

EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2014/2016

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Valter Luiz OrsiPresidenteRogerio Pena ChinezeVice-PresidenteFabricio Massi SallaDiretor SecretárioAlexandra de Paula Yusiasu dos Santos2º Diretor SecretárioRodolfo Tramontini ZanluchiDiretor FinanceiroAngelo Pamplona da Costa

2º Diretor FinanceiroFernando Mauricio de MoraesDiretor ComercialMarcus Vinicius GimenesDiretor IndustrialMarcia Regina Vieira Mocelin ManfrinDiretor de ServiçosClaudio Sergio TedeschiDiretor de Comércio InternacionalLuigi Carrer FilhoDiretor de Produtos

Adelino Favoretto JuniorDiretor InstitucionalMarisol ChiesaPresidente do CME ACIL

CONSELHO DELIBERATIVOAry SudanCarlos Alberto Dorotheu MascarenhasEduardo Yoshimura AjitaFlávio Montenegro Balan

George HiraiwaHerson Rodrigues Figueiredo Jr. José Augusto RapchamKatsumi Sergio OtaguiriLuiz Carlos I. AdatiNivaldo BenvenhoOswaldo PitolPaulo Fernando OzelameWilson Geraldo Cavina

CONSELHO FISCAL

TitularesAdoniro Prieto MathiasMarcus Vinicius Bossa GrassanoRafael de Giovanni Netto

SuplentesCarlos Alberto de Souza FariaRafael LopesRogério Silvano da Silva

Susan NaimeCoordenaçãoLúcio Flávio MouraEdiçãoBeatriz AmaroEstagiária de ComunicaçãoJosoé de CarvalhoFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Diego Rigon MenãoSuperintendenteClaudia Motta PechinGerente ComercialBarbara Della LiberaAnalista de Marketing

ColaboradoresFernanda Bressan Lucas Marcondes

Marcus AyresPauline Frank de AlmeiraRenato Oliveira Samara Rosenberguer ImpressãoMidiografTiragem8 mil exemplares

A CRISE NÃO É ETERNA. TEMOS FUTUROEste é um País que já sofreu e que já se recuperou de vários momentos difíceis, como este que atravessamos.Em cada um destes períodos escuros, de desânimo e angústia, empresários e trabalhadores preferiram iluminar o caminho com boas ideias, que geraram bons resultados.A edição traz um sopro de otimismo realista para quem empreende em Londrina. Histórias bem-sucedidas de empresários que apostaram na inovação de produtos (e de processos) para se inserir com vigor no mercado e ganhá-lo rapidamente, gerando empregos e aliviando a tendência de desocupação da mão de obra.Os empreendimentos de alto impacto, conhecidos no ambiente corporativo como scale-ups, acreditam no planejamento e arriscam porque enxergam o futuro sem medo. São inspiradores.O mesmo espírito move os comerciantes da área central que querem integrar, com soluções urbanas modernas, o fluxo do Calçadão e das primeiras quadras da Avenida Higienópolis. O sonho de um

grande boulevard no coração da cidade nunca esteve tão próximo.É bom constatar que a cidade não perdeu o hábito de olhar para frente e que mantém a ambição para saltos qualitativos. Este é o caso da preparação de um novo sistema de transporte público, o Superbus, proposta que pode fazer muita gente deixar o carro na garagem, desafogando o trânsito e simplificando deslocamentos - um desafio típico das cidades que crescem.Confira ainda a entrevista com o prefeito Alexandre Kireeff, que conta como pretende conduzir a administração municipal no último ano do atual mandato, infelizmente já bastante afetado por uma combinação incomum de imprevistos: tremores de terra, a destruição em larga escala provocada pela tempestade histórica de janeiro, a onda de violência na Região Metropolitana e o risco de propagação do zika vírus.Ninguém duvida que o ano será de dificuldades, sacrifícios. Da mesma maneira, não duvidamos da nossa capacidade de superação, qualidade que está no DNA de Londrina. Boa leitura!

Valter Luiz OrsiPresidente da ACIL

Associação Comercial e Industrial de Londrina 5

OBRAS PARA 2016Solução de primeiro mundo ............................................. 12

ARTIGOO fator humano na prestação de serviços ........................ 23

NEGÓCIOSO poder do networking ....................................................... 28

PERFILSem rodeios ....................................................................... 32

INVESTIMENTOCapacitados para crescer .................................................. 34

BEM-ESTARSaia da cadeira! ................................................................. 38

TRÊS RIOSUm exemplo de gestão ........................................................ 40

COLUNA DO ASSOCIADOVale Verde comemora Dia do Farmacêutico na ACIL .............................................. 41

ÍNDICE

20

ENTREVISTA“Me programei para ser prefeito por quatro anos”

16

REVITALIZAÇÃOUm Boulevard para Londrina

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IMPOSTO DE RENDAHora de acertar as contas com o leão

SCALE-UPSOtimismo de alto impacto

6

ECONOMIA EMPREENDEDORA

OTIMISMO DE ALTO IMPACTOA cultura empreendedora de Londrina não quer se prostrar diante da recessão econômica. A tradição de gerar bons negócios ainda inspira homens e empresas a olhar o futuro com otimismo. Para as scale-ups, é hora de trocar o freio pelo acelerador e deixar a crise para trás

março e abril de 2016 | www.acil.com.br6

Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

“QUEM INOVA TEM MAIS FACILIDADE DE ACESSO A CRÉDITO SUBSIDIADO”

Por Lúcio Flávio Moura Repetida tantas vezes, a palavra crise poderia funcionar como um espantalho no campo dos bons negócios. Após a estagnação de 2014, o crescimento negativo do ano passado e as perspectivas sombrias para 2016, de fato há os que engavetam projetos e adiam sonhos. Mas o círculo vicioso pode ser quebrado pela coragem de inventar produtos ou modelos pioneiros, driblando as condições mais adversas. Um dos maiores símbolos desta mentalidade são as scale-ups, jovens empresas que usam a inovação para crescer rápido e gerar empregos.Em Londrina, segundo um estudo publicado pela Endeavor – organização internacional sem fins lucrativos que fomenta os chamados empreendimentos de alto impacto –, este segmento gerou 40% dos novos postos de trabalho em 2015 mesmo representando menos de 2% do total das empresas. A Endeavor também divulgou recentemente um comparativo de 32 cidades brasileiras, no qual Londrina figura na 17ª posição geral e na 7ª entre os polos do interior.A cidade passou a integrar a lista graças ao trabalho de líderes empresariais como George Hiraiwa, envolvido diretamente nos esforços que mantêm a cultura de inovação viva na cidade. Ele apoia projetos, monitora start-ups e trabalha na costura de um sistema que congrega instituições de fomento, potenciais investidores e futuros empreendedores. “Temos uma sociedade civil organizada ativa e uma administração municipal atenta a este movimento. Com o poder público ainda mais engajado, poderemos nos fortalecer, encontrar caminhos”, avalia Hiraiwa, ex-presidente da ACIL.Para Alexandre Farina, executivo da agência de desenvolvimento Terra Roxa, a Região Metropolitana de Londrina apresenta uma combinação de fatores capaz de torná-la competitiva para negócios de alto impacto. “Temos mão de obra qualificada a baixo custo em comparação aos grandes centros do País, além de qualidade de vida e infraestrutura necessária”, enumera.Outro trunfo de Londrina é a cultura empreendedora da cidade, que surgiu a

partir de um grande empreendimento privado, a Companhia de Terras do Norte do Paraná, e que nas primeiras décadas catalisou um exército de trabalhadores em busca de riqueza e trabalho. “A cidade é um exemplo visual da força empreendedora, com seu skyline tomado por edifícios que impressionam qualquer visitante”, lembra Farina.Mas a pujança dos visionários de Londrina vai muito além da construção civil e das suas torres imponentes. Mercado em Foco conta, nas próximas páginas, histórias de pessoas que estão fazendo a roda da economia girar a partir de boas ideias e de um faro apurado, virtudes recompensadas com um bom dinheiro.Fundada em 1994 e já conhecida como um caso de sucesso e exemplo a ser seguido, a Angelus Produtos Odontológicos, do empresário Roberto Queiroz Martins Alcântara, vai galgando degraus e influenciando novas experiências. “Sempre procuramos a inovação, desde o primeiro momento, e acreditamos que poderíamos atuar no mercado global a partir de Londrina”, conta o empresário, que também milita no sistema de fomento para as scale-ups na presidência da Associação de Desenvolvimento Tecnológico de Londrina (Adetec).A empresa associou-se à gigante inglesa Prima Dental para uma nova planta industrial, ativada no fim do ano passado. A iniciativa deve se converter em um índice de crescimento maior que o dos últimos anos, na casa dos 20%, e garantir uma receita de mais de R$ 30 milhões em 2016 (metade angariada em exportações, incluindo mercados exigentes como o japonês e o norte-americano). “Nos relacionamos com instituições de pesquisa e temos uma equipe composta por mestres e doutores. A chave do nosso crescimento é a inovação”, afirma Alcântara. E alerta: “Quem inova tem mais facilidade a crédito subsidiado e de acesso ao mercado exterior, que provoca a visão a longo prazo e a melhora dos produtos e serviços. O que está faltando para crescermos ainda mais é preparo dos empreendedores. Mas há um movimento forte em Londrina para resolvermos todos os gargalos”.

Roberto Queiroz Martins Alcântara, da Angelus Produtos Odontológicos: “Quem inova tem

mais facilidade a crédito subsidiado e acesso ao mercado exterior”

A cidade é um exemplo visual da força empreendedora, com seu skyline tomado por edifícios que impressionam qualquer visitante

Alexandre Farina, executivo da Terra Roxa

março e abril de 2016 | www.acil.com.br

Saúde de ferro na incubadoraA Yuze surgiu em abril de 2012 a partir de duas constatações, que anos depois se mostraram certeiras. Novas tecnologias em cerâmica abriam possibilidades na indústria e o setor de utilidades domésticas estava carente de inovação. Somando estes fatores, Guilherme Eiras, graduado em engenharia mecânica, hoje com 27 anos, decidiu desenvolver, produzir e comercializar uma linha calcada na funcionalidade de facas, moedores, afiadores, abridores de latas e garrafas, usando como base uma cerâmica de alta durabilidade. “A gente sabia que era um mercado muito amplo e com grande variedade de produtos, mas com espaço para inovação”, conta ele.Com design e materiais diferentes da concorrência, apostando na fome por praticidade e sofisticação de uma nova geração de cozinheiros amadores e profissionais, a Yuze chegou ao mercado com aceitação instantânea. No primeiro ano completo em atividade, 2013, as encomendas cresceram 300%. No ano seguinte, o ritmo se manteve e o faturamento dobrou. “Em 2015, a demanda continuou aquecida e demos outro salto de 80%. Este ano, a gente projeta um índice semelhante.”O faturamento já é considerável – R$ 1,6 milhão no ano passado –, mas a Yuze ainda tem uma instalação enxuta, com apenas cinco funcionários.No modelo de negócio escolhido por Eiras, a fabricação e a montagem das peças são feitas sob encomenda em

plantas industriais no Brasil e na Ásia. A expansão em 2016 passa pelas vendas no exterior, com a participação em feiras na Europa. “Sempre pensamos no mercado como algo global”, afirma o empreendedor, que usa o slogan “your day, your way” (“seu dia, seu jeito”) para resumir o conceito dos produtos.A scale-up londrinense já sabe muito bem aonde quer chegar. O espaço modesto que o empreendimento ocupa no campus da Universidade Estadual de Londrina (UEL), na incubadora da Agência de Inovação, a Aintec, deve se tornar insuficiente em pouco tempo. Há um plano de transferência para um barracão industrial. “É provável que tenhamos uma pequena linha de montagem na nova sede, mas continuaremos com foco na produtividade dos colaboradores, que eu acho uma coisa muito importante para quem empreende no Brasil hoje”, afirma Eiras.Em 2018, com novos aportes de investimento, a Yuze quer implantar uma rede de lojas franqueadas. “Queremos que o cliente tenha um lugar exclusivo para a experiência de ver e conhecer melhor nossos produtos”, explica o engenheiro mecânico. Hoje, boa parte dos clientes usa o comércio eletrônico para adquirir as peças.Sobre crescer em uma economia em recessão, Guilherme Eiras tem uma frase na ponta da língua: “Nunca pensamos em crise”. Ele explica que “ela só é um fator a mais quando você não acredita no negócio. Se eu tivesse temor por causa da crise, teríamos fechado a empresa em poucos meses”.

Guilherme Eiras, da Yuze: “Sempre pensamos no mercado como algo global”

8

Onde investir em 2016De acordo com um levantamento do Sebrae nacional, os setores com maior potencial de retorno em 2016 são aqueles que vão em direção ao consumo com um custo-benefício melhor, efeito colateral da economia desaquecida: conserto de carros e motos; conserto de computadores e equipamentos; recarga de cartuchos para impressoras; bijuterias; preparo de comida pronta para consumo em casa; confecção e comércio de roupas; e salões de beleza, clínicas de estética e comércio de cosméticos.

Associação Comercial e Industrial de Londrina

O boom na venda de novos sorrisosDurante o curso de Odontologia na UEL, o estudante Fernando Massi já se diferenciava dos colegas por seu tino comercial – vendia materiais para consultórios no pouco tempo livre que lhe restava. A percepção de que tinha um talento incomum entre os dentistas o fez desenvolver um modelo de negócios pioneiro e que vai influenciar toda a cadeia de atendimento odontológico no País, segundo suas próprias previsões. “É uma área na qual você tem que estimular o cliente. Apenas 5% deles procuram o serviço espontaneamente. E os dentistas não estão preparados para fazer a divulgação e formar sua clientela”, explica Massi.Hoje ele comanda uma gigante, a Ortodontic Center, fundada em Londrina em 1999. A empresa de Massi abraçou a inovação para deslanchar e obteve resultados que comprovaram suas certezas da época de faculdade.Desde 2004, ele multiplica franquias para consultórios País afora. “Monto uma estrutura padrão para o investidor e passo todo o know-how para que ele ganhe dinheiro. Ele contrata os profissionais para atender os clientes e se beneficia com um sólido suporte de marketing e gestão, que faz desaparecer a figura do intermediário”, afirma o empresário.Com uma rentabilidade prometida de 30% em relação ao faturamento bruto, o negócio seduziu muita gente e já é um exemplo clássico de scale-up. A Ortodontic Center já atua em 19 estados, com 200 unidades de atendimento, entre próprias e franqueadas (que repassam 10% do faturamento para o franqueador). A experiência gerou seis mil postos de trabalho diretos – 2,5 mil apenas para ortodontistas (ramo conhecido pelos aparelhos corretores). “Em três anos, crescemos pouco menos de 200% em faturamento, número de pontos de atendimento e postos de trabalho”, revela. Neste ano, a receita deve ultrapassar os R$ 100 milhões.Curiosamente, Massi atribui grande parte do seu sucesso ao desaquecimento do

consumo que começou em 2013. “Houve uma explosão de consumo no Brasil até o início desta década e suas consequências ensinaram muito ao mercado”, avalia. “As famílias da classe B, por exemplo, estão mais equipadas: têm televisões grandes e cheias de recursos, computadores, tablets, celulares e bons automóveis, e já não há um deslumbramento com o supérfluo em decorrência da crise. Elas agora querem gastar com coisas mais importantes, como saúde e estética, e é o que oferecemos com qualidade e bons preços.”

A escalada da ArkivusAté mesmo o maior problema atual da Arkivus Soluções Tecnológicas, neste início de 2016, é uma dor de cabeça que muitas empresas tradicionais gostariam de ter nestes tempos em que só se fala em crise: a dificuldade para ocupar três novos postos de trabalho na sua equipe de vendas, sobrecarregada por uma demanda pra lá de aquecida. A scale-up londrinense do setor de tecnologia da informação (TI) projeta crescimento de quase 60% no faturamento – ritmo que se mantém há, pelo menos, três anos – vendendo agilidade, redução de custos, melhoria de produtividade e segurança para seus clientes através de softwares voltados à gestão de documentos. A Arkivus já digitaliza a papelada de 126 clientes, a maioria do mercado varejista, e oferece, por exemplo, a identificação instantânea de compradores que usam documentos falsos para fazer crediário em lojas. “Com uma webcam é possível descobrir o fraudador por biometria facial”, conta Marcelo Stuami Zanelatto, que fundou a empresa em 2008. A nova tecnologia agradou o mercado que hoje é a âncora do portfólio da Arkivus. A empresa já mantém um arquivo de 4 milhões de fisionomias no seu banco de dados e o software está instalado em 1,2 mil pontos de vendas em 21 estados. “Este ano, vamos apostar na expansão para plataformas móveis”, revela.

Fernando Massi, da Ortodontic Center: o desaquecimento do consumo ajudou a

estabelecer sucesso

Marcelo Stuami Zanelatto , da Arkivus Soluções Tecnológicas: custo-benefício ao

cliente para aumentar faturamento

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março e abril de 2016 | www.acil.com.br10

As 20 melhores cidades para empreendimentos com crescimento acelerado, segundo estudo da ONG Endeavor. 1º São Paulo2º Florianópolis3º Vitória4º Recife5º Campinas6º São José dos Campos7º Porto Alegre8º Curitiba9º Joinville10º Rio de Janeiro11º Maringá12º Ribeirão Preto/Belo Horizonte14º Goiânia15º Sorocaba16º Caxias do Sul17º Londrina18º Uberlândia19º Brasília20º Blumenau

* Como é a mediçãoO índice da Endeavor é obtido a partir de uma cesta com 55 indicadores municipais em sete segmentos: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.

O QUE A PESQUISA REVELASOBRE LONDRINA

Cultura empreendedora

71% dos londrinenses reconhecem empreendedores como pessoas de sucesso. Este índice é de 67% entre os maringaenses e 61% entre os curitibanos.

Baixo Custo

Está entre as cinco melhores cidades nos gastos com impostos, 12º com imóveis e 13º com mão de obra. O valor do metro quadrado é 25% menor que a média. A alíquota média do IPTU é de 1%, contra 3% em Blumenau e Sorocaba. Contratar um dirigente em Londrina é 20% mais barato que a média.

Paradoxo na educação

Londrina é a 14ª cidade com mais alunos concluindo cursos em instituições de excelência (com notas 4 e 5 no Enade). No entanto, a proporção do total de formandos em cursos de alta qualidade é a 30ª mais baixa (8% do total, enquanto a média é de 23% e chega a quase 60% em Florianópolis).

São empresas que crescem muito, pelo menos 20% ao ano, por três anos consecutivos (em número de funcionários ou receita). De acordo com o IBGE, o Brasil tem aproximadamente 35 mil scale-ups, menos de 1% do total de empresas do País. Apesar disso, elas são responsáveis por quase 60% dos novos empregos gerados nos últimos anos (o equivalente a 3,3 milhões).

As scale-ups

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março e abril de 2016 | www.acil.com.br12

OBRAS PARA 2016

SOLUÇÃO DE PRIMEIRO MUNDOCapaz de transportar até 130 mil passageiros/dia, projeto do Superbus pretende incentivar o cidadão a deixar o carro em casa para melhorar a fluidez do trânsito em horários de pico

Associação Comercial e Industrial de Londrina 13

Por Renato Oliveira

Circulam pelas ruas de Londrina 362.741 veículos, entre os quais predominam carros e motos, com 77% do total, segundo dados atualizados em outubro de 2015 pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran). Durante os cinco primeiros anos da década de 2010, o londrinense assistiu a um crescimento de 27% da frota que, naquele ano, era de 284.897 veículos. Programas federais de fomento à aquisição de carros novos, como isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), ajudaram a colocar mais veículos nas ruas em um período muito curto de tempo. E, nesse ínterim, pouco pôde ser feito para melhorar a mobilidade de Londrina devido à necessidade de planejamento que a transformação exige. “O impacto é real”, analisa a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Ignes Dequech. “Não existe nenhum estudo que mostra que o aumento de veículos no trânsito é positivo. Isso causa problemas de mobilidade. E quando se fala neste assunto, se pensa em várias ações para compatibilizar os meios de transporte”, acrescenta. Estudo feito pela Diretoria de Trânsito e Sistema Viário do Ippul, em julho de 2013, apontou que Londrina possui taxa de ocupação veicular de 1,47. Isso significa que menos de duas pessoas utilizam um veículo de passeio. A aferição foi feita em seis cruzamentos de ruas e avenidas nas quatro regiões da cidade, entre 13h30 e 14h30. Segundo Ignes Dequech, embora não exista um padrão mundial que permita comparações, menos de duas pessoas por veículo mostra que pouco se prioriza o transporte coletivo. “É necessário compatibilizar o transporte. Existe uma priorização, apontada por estudos no mundo inteiro: em primeiro lugar, o pedestre, a caminhabilidade; depois o ciclista, o transporte coletivo; e por último o carro.” É importante ressaltar que um estudo, proposto em 2009 pelo Fórum Desenvolve Londrina, jogou luz sobre os problemas da mobilidade de maneira ampla e que contempla todas as formas de locomoção. Intitulado “Mobilidade Humana – Segurança, Liberdade e Educação no Trânsito”, o trabalho propõe a busca de soluções baseada no tripé da sustentabilidade, que prega uma mobilidade ambientalmente correta, socialmente inclusiva e promotora de economia.

GargalosAs consequências do grande número de veículos em circulação podem ser observadas no dia a dia do trânsito. Pelo menos quatro pontos de Londrina se destacam por congestionamentos que consomem preciosos minutos, além do pouco de paciência que resta depois de um dia intenso de trabalho. O congestionamento e a lentidão são inevitáveis em trechos como as rotatórias do Shopping Boulevard, no cruzamento das avenidas Dez de Dezembro (Via Expressa) e Theodoro Victorelli (Leste-Oeste); nas avenidas Madre Leônia Milito e Ayrton Senna; na ligação das avenidas Maringá e Ayrton Senna; no entroncamento da Tiradentes com Rio Branco e Juscelino Kubitschek; e na rotatória da Higienópolis com JK.Vias de acesso Centro-Zona Norte, como Duque de Caxias, Bahia, Rio Branco e Winston Churchill, além da própria Saul Elkind, estão constantemente congestionadas e lentas. Extensões de avenidas importantes como Maringá e Tiradentes, na Zona Oeste, e São João, Santos Dumont e Laranjeiras, na Leste, também carecem de fluidez em horários de pico.De acordo com a gerente de Projetos Viários do Ippul, Cristiane Biazzono, a rotatória do Shopping Boulevard é o ponto mais crítico da cidade quando o assunto é lentidão. Ela diz que o

Ignes Dequech, presidente do Ippul: “Cidadão vai poder fazer sua escolha, considerando custo e benefício”

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AtratividadeMais viável que o Bus Rapid Transport (BRT), o Superbus está ancorado no modelo do Bus with High Level of Service (BHLS), que busca o aumento de eficiência operacional por meio da racionalização do sistema de ônibus convencional. A integração de GPS, internet wi-fi e aplicativos de celular fornecerão informações em tempo real que, aliadas à exclusividade das canaletas, serão estímulos para fisgar quem ainda prefere o transporte particular em relação ao coletivo. “Eles vão promover uma pontualidade que será o grande atrativo do Superbus”, garante Geirinhas.O assessor conta que chegou ao formato através da Embarq Brasil, organização que propõe soluções sustentáveis para o transporte e desenvolvimento das cidades e responsável por formatar o Superbus. Ele visitou Nimes, na França, que possui um sistema parecido com o proposto para Londrina e que atende entre 20 mil e 30 mil passageiros por dia ou até dois mil passageiros/hora e por sentido.Em março de 2015, Geirinhas apresentou a proposta no Ministério das Cidades, e logo em seguida ela foi incluída no Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC). A primeira fase do Superbus está prevista para 2016 e cinco editais de licitação estão em andamento, com custo total de R$ 143,7 milhões.

fluxo, ali, é de aproximadamente dois mil veículos a cada hora. Considerando que são duas direções, somam quatro mil ao mesmo tempo entre 17h45 e 18h45. “É uma quantidade que nem rotatória ou semáforo resolve quando se atinge o auge do movimento por lá”, comenta.Em decorrência da alta quantidade de veículos, o número de acidentes é alto nas imediações do trecho. “Ali só resolve com a construção de um viaduto”.O fluxo lento de veículos também gera um gargalo na Avenida Prefeito Faria Lima, que dá acesso à Universidade Estadual de Londrina (UEL) em horários de pico. “Lá estão previstas desapropriações para a construção de uma segunda faixa de rolamento”, destaca Ignes Dequech. O mesmo é esperado no trecho da Avenida Duque de Caxias, entre a Leste-Oeste e Avenida Brasília (BR-369). Os projetos ainda estão em fase de definição.

Plano DiretorO principal elemento para uma transformação a longo prazo, que mire a melhoria da mobilidade, é a necessidade de um Plano Diretor, que ficou emperrado nos oito anos de mandato de Nedson Micheleti (2001-2008), do PT, e na conturbada administração que o sucedeu. A atual gestão (2013-2016), de Alexandre Kireeff, do PSD, apontou soluções que aos poucos estão saindo do papel e devem resolver grande parte dos problemas de mobilidade de Londrina. Finalmente votado pela Câmara dos Vereadores em dezembro de 2014, com as redações da Lei do Uso e Ocupação do Solo (PL 228/2013), o Plano Diretor de Londrina, mais conhecido como Lei de Zoneamento Urbano, estabelece quais bairros e regiões são residenciais, comerciais e industriais. Já a lei do novo Sistema Viário (PL 229/2013), que também integra o Plano Diretor Participativo do Município, regula como as ruas e as avenidas da cidade serão projetadas.Depois da aprovação do Plano pelo Executivo e com base nas soluções apontadas pelo novo Sistema Viário, o assessor de projetos estratégicos da Prefeitura, Carlos Geirinhas, chegou a um formato que se encaixa no perfil que o município precisa quando se fala em transportes coletivos e alternativos: o Superbus, que tem capacidade de transportar até 130 mil passageiros por dia.

A rotatória da Avenida 10 de Dezembro no cruzamento com a Avenida Leste-Oeste é o ponto mais crítico da cidade em termos de lentidão – são 4 mil veículos ao mesmo tempo

entre 17h45 e 18h45

A primeira grande obra será o viaduto na Avenida Dez de Dezembro, que vai sobrepor o cruzamento com a Avenida Leste-Oeste, além da reforma total de quatro terminais de integração, 82 paradas de embarque/desembarque, 27 quilômetros de faixas exclusivas e 14,86 quilômetros de ciclovias. Em um segundo momento, devem ser construídos mais dois viadutos, um deles ligando as avenidas Maringá e Ayrton Senna, onde atualmente existe uma rotatória, na altura da Rua Bento Munhoz da Rocha Neto; e outro no cruzamento das avenidas Madre Leônia Milito e Ayrton Senna. Um novo terminal está previsto, em local a ser definido, e mais 143 abrigos, 43 quilômetros de faixas exclusivas e 25 quilômetros de ciclovias. “As licitações da primeira fase estão em curso. Eu acredito que as obras estarão em desenvolvimento durante 2016. A maior obra será, sem dúvidas, o viaduto da Avenida Dez de Dezembro, que vai contar com um corredor do Superbus”, detalha o assessor.Segundo Ignes Dequech, no momento em que se oferecer algo de primeiro mundo, em termos de qualidade de transporte, o cidadão poderá escolher levando em conta custo e benefício. “Quem já usa o coletivo vai ganhar um presente enorme”, acredita a presidente do Ippul. “E quem usa carro particular também, já que o trânsito vai fluir melhor.”

Carlos Geirinhas, assessor estratégico da Prefeitura de Londrina: “A integração entre internet wi-fi, GPS e aplicativos de celular fornece e promove uma pontualidade que será o grande atrativo do Superbus.”

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REVITALIZAÇÃO

Proposta é integrar a Avenida Higienópolis ao Calçadão e à Rua Sergipe para criar um grande shopping a céu aberto, com rota cultural e gastronômica

UM BOULEVARD PARA LONDRINA

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Por Pauline Almeida

Criada na década de 1930, a Avenida Higienópolis foi uma inovação em Londrina, até então formada por vias estreitas. Ocupando a área mais alta da cidade que ainda se formava, a Higienópolis já nasceu com charme e glamour para abrigar famílias em palacetes. Projetada por Arthur Thomas, desde a sua criação ela é um cartão-postal e foi inspirada na Avenida Paulista, em São Paulo.O asfaltamento veio na década de 1960, mas foi em 1970 a maior mudança da via, até então puramente residencial: as casas começaram a dar lugar ao comércio. Hoje, com cerca de oitenta anos, a Higienópolis ainda é uma das avenidas mais bonitas de Londrina, e reúne lojas, ótimos restaurantes e outros estabelecimentos. Os antigos casarões continuam, dando um toque histórico e lembrando que a cidade um dia foi a Capital Mundial do Café.Se a via larga que se construía na década de 1930 era uma grande novidade, hoje a Higienópolis já sente o “gargalo” de metrópole. Como liga o Centro à Zona Sul, tem intenso tráfego, especialmente nos horários de pico. Além disso, é rota importante para o sistema de transporte coletivo – é, por sinal, o caminho que leva milhares de estudantes diariamente à Universidade Estadual de Londrina (UEL). A Prefeitura Municipal tem se mostrado preocupada com a mobilidade urbana e possui um grande projeto em andamento: o Superbus. O novo sistema de transporte coletivo vai ligar a cidade de norte a sul e de leste a oeste, com corredores exclusivos para ônibus, diminuindo o tempo de deslocamento dos londrinenses. O projeto terá investimento de R$ 140 milhões.Uma das vias escolhidas para receber o Superbus é a Avenida Higienópolis. A notícia trouxe preocupação aos comerciantes e os pegou de surpresa, já que o corredor exclusivo para o transporte coletivo afetará as vagas de estacionamento. O que a princípio foi um susto passou a ser encarado como uma possibilidade de inovação junto à Avenida Higienópolis, como aconteceu no início da história de Londrina. Empresários e entidades – entre elas a ACIL, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Londrina Convention & Visitors Bureau (LC&VB) e Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL) – uniram-se para colocar em prática uma ideia antiga, quase um sonho: um grande boulevard ligando a Avenida Higienópolis ao Calçadão, em um projeto de revitalização do Centro.

Sonho possívelCalçadões são alguns dos principais pontos turísticos em diversas cidades do mundo. Barcelona, na Espanha, por exemplo, possui um dos mais famosos, conhecido como Las Ramblas. O trecho tem uma movimentação enorme de pessoas, tanto de dia quanto à noite, atraídas pelos restaurantes, lojas, cafés, quiosques e

também pela arte local. Barcelona sozinha recebe cerca de 7 milhões de turistas por ano, número maior do que a quantidade que o Brasil reúne durante todo o ano – cerca de 6 milhões. Pode parecer estranho comparar Londrina a Barcelona, mas o empresário Carlos Grade acredita que a cidade pode formular um projeto-modelo no Brasil. Proprietário do restaurante Villa Fontana, ele foi um dos primeiros a saber da notícia do Superbus na Avenida Higienópolis e a movimentar empresários para discutir o assunto. Grade destaca que a Higienópolis ainda é uma das áreas mais fortes do comércio em Londrina, referência em gastronomia e outros serviços. “Temos aqui na região um grande número de hotéis. Quando a pessoa chega à cidade, ela pergunta ‘onde eu posso comer, passear?’ A Higienópolis é uma avenida de referência. Todo mundo que vem a Londrina conhece e acha linda. É uma via que cruza a cidade, passa pelo Lago Igapó. Sem dúvida, é uma avenida que a gente deve melhorar, não matar”, afirma.

Revitalização e ocupação A crise econômica nacional afetou Londrina. Na Rua Sergipe e no Calçadão, por exemplo, é possível observar vários imóveis para locação, cenário estranho para dois pontos tão tradicionais do comércio. Diretor da ACIL, Cláudio Tedeschi avalia que no cenário de crise também surgem oportunidades – a proposta de revitalização da Avenida Higienópolis é uma delas. Tedeschi sugere integrar a Higienópolis ao Calçadão e à Rua Sergipe, dando novo “fôlego” para o Centro. “Londrina atrai pessoas de toda a região. Hoje, estamos recebendo essas pessoas em shoppings, mas podemos criar um grande shopping a céu aberto e aproveitar a avenida de maior charme da cidade.”O boulevard que seria criado a partir dessa integração ganharia uma estética singular, com iluminação, parklets (minipraças nas calçadas), calçamento largo para fluxo de pessoas e outros pontos. Segundo Tedeschi, a Prefeitura de Londrina poderia dar incentivos fiscais para empresários se instalarem no futuro boulevard. “Nós não estamos pensando

Para o empresário Carlos Grade, o comércio da avenida Higienópolis

continua forte, o que garante segurança na via e dá aos londrinenses um ponto

agradável para compras e lazer sem precisar dos shoppings

O diretor da ACIL, Cláudio Tedeschi, acredita que a Prefeitura de Londrina

poderia dar incentivos fiscais para empresários se instalarem no futuro

boulevard

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apenas nos comerciantes e empresários. É um projeto para a cidade, que incluiria um grande circuito gastronômico e cultural, aproveitando as praças e os museus de Arte e Histórico até o trecho do Cadeião”.O presidente do LC&VB e diretor-executivo da Abrasel Norte do Paraná, Arnaldo Falanca, ressalta que o projeto do boulevard no Centro de Londrina atrairia mais turistas, em especial do turismo de negócios, área na qual o município é forte. Cada turista deixa, em média, R$ 300/dia na cidade, o que aumentaria a movimentação de dinheiro e a arrecadação do poder público.“Londrina tem um custo/benefício de leitos e restaurantes muito chamativo para quem vem de fora. O projeto é importante para as famílias, especialmente as que vivem no Centro – elas vão ganhar um espaço comunitário e social. Temos um Centro Histórico com o Cadeião, Catedral, praças. É possível interligar isso a um lado um pouco mais moderno e de glamour. Queremos continuar o Calçadão e interligá-lo à Higienópolis com calçadas largas, em um trecho arborizado, sem fiações aparentes”, pontua. Questionado sobre os custos para se tocar um projeto de tamanha envergadura, Falanca acredita que “são os custos para se viver bem”.

Uma pedra no caminhoPara o projeto de revitalização da Avenida Higienópolis e sua integração com o Calçadão ir adiante, é preciso conciliá-lo com o Superbus. A Prefeitura de Londrina suspendeu temporariamente a instalação do novo sistema de transporte coletivo na via, mas precisa de uma proposta concreta das entidades e empresários, como explica a presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Ignes Dequech Alvares.“Qualquer proposta de benefício da cidade é bem-vinda. Estamos aguardando o projeto de forma a compatibilizar tudo. Nossa prioridade é o transporte coletivo e estamos buscando um

índice de qualidade no serviço.” Ignes lembra que existem restrições quanto ao uso de outras vias para o Superbus em virtude do ângulo para curvas e a qualidade do asfalto, que é diferenciada para a passagem do transporte coletivo. O CEAL está

encabeçando a viabilização do projeto. Segundo o presidente da entidade, José Fernando Garla, o plano é lançar um concurso em nível nacional, em troca de um bom prêmio, para confecção da proposta – a expectativa é que universidades e escritórios de arquitetura tenham interesse em participar. Essa ideia precisa estar em consonância com o cronograma do Superbus, já que o município recebe verbas federais e tem prazos a cumprir. Em suma, é preciso um esforço conjunto do poder público e do setor privado para garantir a melhoria do transporte coletivo, mas também não trazer prejuízos ao empresariado e, de quebra, garantir um novo cartão postal a Londrina.

Em discussão: quem paga?A proposta de revitalização da Avenida Higienópolis e de reocupação do Centro de Londrina traz à tona alguns pontos polêmicos, como o custeio da construção do boulevard. Entidades como CEAL e ACIL admitem que o setor privado teria de bancar parte dessa mudança. O empresário Marcelo Cassa, dono da Ótica Viso Center, por sua vez, acredita que o subsídio deveria vir do poder público.Cassa também aponta que deve haver mais transparência na apresentação dos projetos municipais. “Acho que o poder público precisa mostrar a necessidade do Superbus. Que benefícios ele trará? Nós precisamos de mais dados técnicos. Também acredito que é obrigação do município trazer a solução pedida pela cidade. Às entidades cabe mais profissionalismo para cobrar mudanças e mobilizar.”Outra discussão diz respeito à flexibilização do horário do comércio. Calçadões pelo mundo garantem um fluxo intenso de pessoas, já que as lojas funcionam à noite e existem várias opções de lazer. Levar adiante o boulevard traria a necessidade de um novo debate sobre o expediente das lojas, que levaria em conta a diluição do tráfego de veículos nos horários de pico. Além disso, o boulevard poderia dar força à proposta de existência de um ônibus turístico em Londrina, cujo projeto já está em estudo e que passaria pelo Centro Histórico.

Arnaldo Falanca, presidente do LC&VB: “Queremos continuar

o Calçadão e interligá-lo à Higienópolis com calçadas largas,

em um trecho arborizado, sem fiações aparentes”

O presidente do CEAL, José Fernando Garla, explica que um

concurso nacional está sendo pensado para a produção do projeto

de urbanismo de revitalização do Centro de Londrina.

Para o empresário Marcelo Cassa é

preciso ter “pé no chão” e estudos

técnicos para se fazer a melhor escolha para

Londrina, beneficiando o transporte coletivo,

mas também os comerciantes.

“ “

Nossa prioridade é o transporte coletivo e estamos buscando um índice de qualidade no serviço

Ignes Dequech, presidente do Ippul

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Confira sugestões de entidadespara revitalização do CentroTransporte coletivo – os ônibus seriam deslocados para ruas paralelas à Higienópolis, como Belo Horizonte e Hugo Cabral.

Parklets – possibilidade de minipraças nas calçadas.

Rebaixamento das guias – viável para instalação de jardins ou até mesmo uma ciclovia.

Instalação de valet parking – serviço para estacionamento de carros e organização das vagas.

Cabos – o cabeamento que hoje é visto nos postes passaria a ser subterrâneo, diminuindo a poluição visual.

Quiosques – volta dos quiosques ao Calçadão, com livrarias, cafés e floriculturas.

Licença para artistas – autorização para artistas se apresentarem ao ar livre.

Iluminação – lâmpadas mais baixas para melhorar a iluminação pública.

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ENTREVISTA

“ME PROGRAMEI PARA SER PREFEITO POR QUATRO ANOS”Quando se lançou candidato a prefeito de Londrina, Alexandre Lopes Kireeff amargava na quinta colocação das pesquisas eleitorais e não ultrapassava mais que 3% das intenções de voto. Era um rosto desconhecido para a grande massa popular do município. Hoje, sua página no Facebook coleciona cerca de cinco mil amigos e mais de cinquenta mil seguidores, sendo, certamente, uma das mais movimentadas de Londrina, com milhares de curtidas e centenas de comentários e compartilhamentos. Em seus últimos nove meses como chefe do Executivo, Kireeff deseja concluir etapas de projetos que desenvolvam Londrina e otimizar áreas como Segurança, Saúde e Educação. Se ele vai se candidatar à reeleição? Confira abaixo na entrevista que a Mercado em Foco preparou pra você.

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Alexandre Kireeff, prefeito de Londrina: “Se um dia eu tiver a oportunidade de disputar uma eleição para governador, dificilmente deixarei de participar”

Por Susan Naime Mercado em Foco: Em 2016 temos um cenário de crise na economia, mas movimentado na política devido ao ano eleitoral. Neste quadro, quais dificuldades e saídas encontradas na gestão financeira de Londrina?

Alexandre Kireeff: A elaboração do orçamento que está sendo executado este ano foi iniciada em fevereiro de 2015. Evidentemente, aquilo que foi desenvolvido e planejado naquela época é diferente do que encontramos hoje. Estamos em um cenário de recessão grave, em decorrência da diminuição da atividade econômica, e a perspectiva de arrecadação é mais modesta, o que exige do Município a devida compensação sob o ponto de vista dos gastos. É por isso que iniciamos o ano com contingenciamento de 30% das despesas nas secretarias e estabelecemos metas de horas extras em todas as pastas para garantir o controle das despesas e acompanhar o comportamento das receitas, já que as expectativas são reservadas.

Mercado em Foco: Quais as prioridades do seu governo para 2016, visto que se trata do último ano deste mandato?

Alexandre Kireeff: As prioridades estão impressas no próprio orçamento deste ano, como a ampliação importante na área da Saúde, passando de R$ 530 milhões, além de superar R$ 300 milhões para a Educação. Já em relação a investimentos, daremos continuidade à ampliação do Aeroporto, à implantação da Cidade Industrial de Londrina (Cilon), ao Superbus e ao Arco Leste. Dessa forma, completamos os investimentos de infraestrutura estratégica para Londrina.

Mercado em Foco: Vamos falar sobre o Aeroporto. Neste ano, até onde será possível avançar na obra que idealiza a sua reforma?

Alexandre Kireeff: Em 2016 cumpriremos integralmente o cronograma referente às

desapropriações de áreas. Acredito que após esta etapa o ILS deverá ser instalado.

Mercado em Foco: E o Cilon?

Alexandre Kireeff: O processo deve ser encaminhado à licitação para implementação da infraestrutura, também dentro do cronograma. A meta é estar em condições de iniciar as licitações das áreas a partir de 10 de dezembro de 2016.

Mercado em Foco: As obras do Arco Leste também são bastante aguardadas, já que permitirão o desvio do tráfego, que hoje congestiona a área urbana especialmente na região da Avenida 10 de Dezembro. Como está a execução destas obras?

Alexandre Kireeff: As ordens de serviços dos primeiros trechos já estão sendo dadas. O Arco Leste está dentro do projeto que lançamos em fevereiro de 2013, que englobava a duplicação da Rua Angelina Ricci Vezozzo, já concluída; a extensão da Avenida Saul Elkind até Ibiporã, também já concluída; a complementação da Saul até a PR-445; a extensão desta mesma avenida até a Zona Leste através

da Avenida Antônio Carvalho Lage, já concluída; e a duplicação da Rodovia Mábio Gonçalves Palhano, que é uma das pontes comprometidas pela chuva. Agora, executaremos o Arco Leste.

Mercado em Foco: Londrina tem um problema sério de mobilidade urbana. São novos veículos todos os dias circulando pelas vias, além da resistência da população em utilizar o transporte coletivo. A implantação do Superbus modificará esta cultura?

Alexandre Kireeff: Eu acredito que sim. E não falo apenas do Superbus. Os próximos veículos que forem incorporados em nossa frota virão no mesmo modelo – são muito mais confortáveis, com ar-condicionado, motorização traseira e Wi-Fi free. Será um outro padrão de qualidade. Se não for assim, o usuário do automóvel não migrará para este transporte. Também não tenho dúvidas de que a introdução do passe livre universalizado criará a cultura da utilização do transporte coletivo para as novas gerações. A própria implantação das canaletas exclusivas e os novos pontos de ônibus, mais confortáveis, tornarão este transporte mais atrativo. Ambos serão implantados neste ano.

Mercado em Foco: Tivemos um início de ano pesado no que diz respeito à Segurança Pública. Que medidas serão tomadas de imediato?

Alexandre Kireeff: Em termos de homicídios, a curva é decrescente. Em 2012, Londrina registrou aproximadamente 120 homicídios, enquanto em 2015 foram 55, apesar dos números de janeiro deste ano acenderem a luz de alerta. Por outro lado, o crime ao patrimônio ainda não está em condição adequada e isso vai ser objeto das nossas atenções. Em parceria com a Polícia Militar, já estamos traçando estratégias para diminuir esse tipo de ocorrência. O roubo e o furto, em especial no comércio de Londrina, precisam ser enfrentados.

Mercado em Foco: A doação de terrenos públicos foi uma medida adotada durante seu governo. Esse é o melhor caminho para atrair mais empresas e indústrias para Londrina?

Alexandre Kireeff: A doação de terrenos públicos foi uma iniciativa emergencial para garantir que empresas instaladas aqui não fossem embora, e outras empresas que prospectavam áreas em Londrina não fossem seduzidas pelos municípios vizinhos. Com essa etapa do Cilon, o cenário já se modifica. Partiremos para a venda de terrenos financiados por longos períodos e ofertas de infraestrutura adequada. A mudança do marco regulatório foi uma medida importante porque tornou nossa cidade mais amigável ao empresário, assim como

a aprovação do Plano Diretor, que garante zoneamentos industriais. Também podemos citar, como medidas para desenvolver Londrina, a incorporação da Zona Oeste ao Gasoduto, a ampliação do Aeroporto e o Terminal de Cargas (Teca). É preciso haver infraestrutura, como parques industriais, energia – tanto elétrica como alternativa – e água. Vale lembrar que existe um acordo com a Sanepar para garantir a distribuição de água para as atividades industriais. É preciso ter acesso a São Paulo e a Curitiba. Mas, não tenho dúvidas, nosso grande eixo de desenvolvimento se dará com a duplicação da PR-445.

Mercado em Foco: Durante 2015, o senhor disse que não era hora de falar em reeleição. Chegamos a 2016, ano eleitoral. Afinal, o senhor deve se manifestar na condição de pré-candidato?

Alexandre Kireeff: Eu ainda não me decidi. Me programei para ser prefeito por quatro anos. Também preciso avaliar minha vida pessoal, que deixei de lado por este período. Eu tenho uma atividade empresarial. A decisão de disputar uma reeleição me torna um político – definitivamente, é uma mudança de vida. Mas cabe lembrar que o fato de disputar uma eleição não significa que você vai ganhar.

Mercado em Foco: O senhor almeja o governo do Estado?

Alexandre Kireeff: Eu não tenho essa ambição, mas fui convidado para disputar

o cargo. Minha causa hoje é terminar esses quatro anos como prefeito de maneira adequada. Eu não sei o que vai acontecer lá na frente, mas estabelecer um projeto ambicioso e planejado para me tornar governador, é algo que jamais farei. Agora, se um dia eu tiver a possibilidade de disputar uma eleição para governador, dificilmente deixarei de participar.

É preciso haver infraestrutura, como parques industriais, energia e água. É preciso ter acesso a São Paulo e a Curitiba. Mas, não tenho dúvidas, nosso grande eixo de desenvolvimento se dará com a duplicação da PR-44

Alexandre Kireeff, prefeito de Londrina

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ARTIGO

Por Rosi Sabino

Já parou para refletir sobre o quanto estamos imersos em serviços todos os dias? Usamos a internet, vemos televisão, viajamos no transporte público, compramos, bebemos café e comemos em restaurantes. Todos esses atores, além de você, também utilizam serviços do governo. A cada ano, a indústria de serviços cresce a passos largos. O setor é responsável por cerca de 76% dos empregos gerados com carteira assinada, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Industrial e Comércio. Segundo o IBGE, o setor de serviços tem uma participação expressiva no PIB brasileiro – aproximadamente 70%.Quando você se deparar com duas ou mais cafeterias na mesma localidade e com preços equivalentes, o que poderá ser decisivo na sua escolha? O design de serviço pode determinar essa decisão. Por meio dele é possível organizar pessoas, comunicação e infraestrutura, proporcionando qualidade e melhor interação entre o provedor e o usuário do serviço.Imagine que você vai a um restaurante

ou a um laboratório clínico, ou mesmo a um hotel. No local, você tem a impressão de que tudo foi especialmente preparado para você – desde a recepção, até a despedida, toda a sua jornada parece ter sido cuidadosamente articulada para que você saísse não apenas satisfeito, mas incrivelmente bem impressionado. Todos gostamos de um bom atendimento e, principalmente, de ter nossas necessidades satisfeitas.O design de serviço vai muito além dos aspectos relacionados à estética ou à superfície das coisas. O foco está na criação de melhores experiências de serviço. Ele tem a ver com a maneira como você, enquanto usuário, vê, sente e interage com pessoas, objetos, ambientes, ou com o meio virtual. Basicamente tem por objetivo promover o bem-estar na vida das pessoas, buscando soluções inteligentes, superando expectativas e gerando satisfação.Para isso, é preciso atentar-se às seguintes perguntas:1. Como será a experiência do consumidor ao usar este serviço?2. Como deve ser a experiência do funcionário ao prestar o serviço?3. Como a empresa cumpre a sua missão e

ao mesmo tempo se mantém importante na percepção do cliente?No design de serviços, a perspectiva humana é central. O profissional desta área deve ter uma visão otimista, construtiva e experimental, cujo foco principal é a solução de necessidades das pessoas, seja na sua interação com produtos ou com serviços. O objetivo é adequar objetos/serviços ao homem – e não o contrário. Trata-se de um terreno fértil para produzir melhorias e inovações. Serviços não são tangíveis, mas são percebidos sob diversas formas. Eles mudam com o tempo. É preciso estar atento às transformações sociais e tecnológicas. Há uma tendência natural das empresas em buscar áreas de excelência para serem lembradas. Algumas empresas estão adotando a abordagem do design de serviços nos seus negócios, seja para desenvolver soluções criativas e focadas no usuário, seja para diferenciar-se na multidão. Por essas características, o Design de Serviço vem despertando a atenção e ganhando importância crescente no mundo corporativo.

Rosi Sabino é diretora na empresa Link Ideia – Design de Serviço e Inovação

O FATOR HUMANO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

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IMPOSTO DE RENDA

Por Marcus Ayres

Mais uma vez, os brasileiros vão acertar as contas com o Leão. Até o dia 29 de abril, cerca de 28,5 milhões de contribuintes terão de enviar à Receita Federal a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A quantidade estimada significa um crescimento de 2,1% em relação a 2015, quando 27,9 milhões de documentos foram entregues.Segundo o supervisor nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, o aumento no número de contribuintes se deve principalmente a dois fatores: o crescimento vegetativo da renda e a entrada de pessoas no mercado de trabalho. Apesar de minimizada por Adir, a correção da tabela do IR abaixo da inflação também tem influenciado neste aumento de pessoas que precisam declarar o Imposto de Renda. É o que aponta levantamento apresentado

Para o advogado Jossan Batistute, novidades na declaração do IR deste ano podem trazer um certo impacto

para os contribuintes “um pouco desorganizados”

ACERTO DECONTAS COM O LEÃOCom algumas novidades, entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) segue até o dia 29 de abril

este ano pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco). De acordo com a entidade, a defasagem acumulada entre a inflação e a correção da tabela chegou a 72% nas últimas duas décadas. Desde 1996, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 260,9%, bem mais do que os 109,6% de correção no imposto.Para o advogado Jossan Batistute, da Batistute, Peloi e Advogados Associados, que atua na área empresarial e tributária, essa diferença acaba atingindo, principalmente, os trabalhadores com menor renda. “Na prática, não reajustar [a tabela do IR] seguindo o índice da inflação é um prejuízo gravíssimo. Como o salário cresce mais do que a tabela, pessoas que estavam isentas acabam sendo enquadradas naquele primeiro patamar de pagamento do Imposto de Renda, que é de 7,5%. Basicamente, isso tira mais dinheiro dos pobres.”

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O Presidente do Sincolon, Geraldo Sapateiro, diz que o ideal é que os contribuintes

procurem um contabilista com antecedência, evitando atropelos de última hora

Quem deve declararEntre os obrigados a apresentar a declaração este ano, estão as pessoas físicas que ganharam, no ano passado, a partir de R$ 28.123,91 em rendimentos tributáveis. Isso equivale a R$ 2.343,66 por mês, excluindo o décimo terceiro, que tem tributação própria.Também devem declarar o IRPF quem recebeu rendimentos isentos (como a poupança) acima de R$ 40 mil em 2015; quem obteve ganho de capital na venda de bens ou fez operações na bolsa de valores; quem tem patrimônio individual acima de R$ 300 mil e proprietários rurais que obtiveram receita bruta acima de R$ 140.619,55.Neste ano, é possível deduzir R$ 2.275,08 por dependente, R$ 3.561,50 de despesas de educação por dependente e R$ 1.182,20 com um empregado doméstico. Assim como nos outros anos, a dedução de despesa médica não tem limite.O contribuinte que não entregar a declaração dentro do prazo pagará multa de 1% do imposto devido por mês de atraso. Para o presidente do Sindicato dos Contabilistas de Londrina e Região (Sincolon), Geraldo Sapateiro, apesar de o prazo terminar no dia 29 de abril, o ideal é que os contribuintes evitem atropelos de última hora. “Para quem precisa de um contabilista, recomendo que procure com antecedência. Assim, terá mais tempo para corrigir eventuais problemas como a falta de documentos. Além de evitar surpresas, quem entrega antes recebe a restituição antes”, orienta.

NovidadesEste ano, a declaração do IRPF conta com algumas novidades, inclusive na entrega do documento. No ano passado, era preciso fazer a gravação, verificar as pendências e fazer a transmissão dos dados. Para 2016, foi criado o botão “entrega da declaração”, que executará as três funções ao mesmo tempo.Entre as mudanças, também está a obrigatoriedade de informar o CPF dos dependentes acima de 14 anos. Antes, a idade era a partir dos 16 anos. Além disso, profissionais das áreas de saúde, odontologia e advocacia que recebem rendimentos de pessoas físicas terão que informar à Receita o CPF dos clientes para os quais prestaram serviços. Até então, o valor era informado de forma global. Na opinião do advogado Jossan Batistute, o ajuste pode trazer um certo impacto para alguns contribuintes “um pouco desorganizados”. “Essa mudança se refere à declaração de 2016, mas com base no ano-calendário de 2015. Então, profissionais autônomos como dentistas, advogados e médicos que não tenham os dados cadastrais de seus clientes talvez possam ter problemas para declarar a existência desses créditos para a Receita.”

Como fazer a declaraçãoPara fazer a declaração do IR, o contribuinte precisa fazer o download do Programa Gerador da Declaração (PGD), que está disponível no site da Receita Federal (receita.fazenda.gov.br) desde o fim de fevereiro. A declaração também pode ser feita online, acessando o Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) e por dispositivos móveis (através do aplicativo m-IRPF para os tablets e smartphones). Os contribuintes com certificação digital também poderão usar a declaração de Ajuste Anual Pré-Preenchida.

Londrinenses devem pagar R$ 1 bilhão em tributosO Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) é apenas mais um tributo entre os tantos que os brasileiros encaram anualmente. Somente este ano, os moradores de Londrina deverão pagar cerca de R$ 1 bilhão em tributos. A previsão foi apontada pelo Impostômetro, ferramenta criada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para conscientizar o cidadão sobre a alta carga tributária e incentivá-lo a cobrar os governos por serviços públicos de qualidade.De acordo com o Impostômetro, ao longo do ano passado os londrinenses pagaram R$ 896,2 milhões em tributos (incluindo impostos, taxas e contribuições) para a União, o Estado e o Município. Em todo o Paraná, o valor foi de R$ 22,3 bilhões. Já o Brasil terminou 2015 com uma marca histórica: R$ 2 trilhões pagos em impostos, valor 2,8% maior do que o registrado no ano anterior.Para o presidente da ACIL, Valter Orsi, é preciso haver uma quebra de paradigma. “Falam em dinheiro público, mas o valor arrecadado com os impostos é dinheiro do contribuinte. A sociedade precisa entender isso, valorizar muito mais esses recursos e ser crítica na aplicação deles. Quando temos boas gestões e administrações transparentes, a aplicação do dinheiro do contribuinte é melhor.”Levantamento feito pela consultoria KPMG mostrou que, em 2014, o Brasil já tinha a sexta maior alíquota de imposto para empresas entre 130 nações pesquisadas. Para Orsi, é necessária e urgente uma reforma tributária no país. “Nosso modelo é falido, sem estabilidade. A nível nacional, temos uma arrecadação feroz e um retorno muito aquém daquilo que se paga. Além disso, está muito difícil para o meio empresarial apurar todos os impostos que precisa pagar, tamanha a burocracia. Precisamos de simplificação e alíquotas transparentes.”

Principais tributos pagos no Brasil

ImpostômetroSaiba o que dá pra fazer com os R$ 896,2 milhões em tributos pagos pelos londrinenses em 2015

- Plantar 179.259.987 árvores- Construir mais de 779 km asfaltados de estradas- Pagar mais de 1.137.436 salários mínimos- Pagar 60 meses a conta de luz de todos os brasileiros- Construir mais de 18.673 postos policiais equipados- Comprar mais de 33.196 carros populares

Tributos federais

II – Imposto sobre Importação.IOF – Imposto sobre Operações Financeiras. Incide sobre empréstimos, financiamentos e outras operações financeiras, e sobre ações.IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. Cobrado das indústrias.IRPF – Imposto de Renda da Pessoa Física.IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Incide sobre o lucro das empresas. ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural.Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Incide sobre petróleo e gás natural e seus derivados, e sobre álcool combustível.Cofins – Contribuição para o

- Contratar mais de 55.671 policiais por ano- Contratar mais de 67.189 professores do ensino fundamental por ano- Comprar mais de 11.134 ambulâncias equipadas- Construir mais de 9.742 km de redes de esgoto- Construir mais de 64.949 salas de aula equipadas- Construir mais de 3.112 postos de saúde equipados

Financiamento da Seguridade Social. Cobrado das empresas.CPMF – Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. É descontada a cada entrada e saída de dinheiro das contas bancárias.CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Percentual do salário de cada trabalhador com carteira assinada depositado pela empresa.INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Percentual do salário de cada empregado cobrado da empresa (cerca de 28% – varia segundo o ramo de atuação) e do trabalhador (8%) para assistência à saúde.PIS/Pasep – Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Cobrado das empresas.

- Fornecer mais de 6.402.142 bolsas família- Construir mais de 25.609 casas populares de 40 m2- A arrecadação de tributos corresponde a 746.917 notebooks- Comprar mais de 448.150 TVs de Led- Adquirir mais de 814.818 geladeiras simples

Fonte: Impostômetro (IBPT e ACSP)

Impostos estaduais

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Incide também sobre o transporte interestadual e intermunicipal e telefonia.IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Incide sobre herança.

Impostos municipais

IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana.ISS – Imposto Sobre Serviços. Cobrado das empresas.ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos. Incide sobre a mudança de propriedade de imóveis.

Fonte: Agência Senado

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NEGÓCIOS

O PODER DO NETWORKINGEstabelecer uma rede de contatos gera clientes e reconhecimento. Mas é preciso paciência e dedicação

Por Samara Rosenberger

Num mercado cada vez mais competitivo, oferecer bons produtos e serviços deixou de ser diferencial. Para destacar-se em meio ao mar de concorrentes, é preciso ir além de um preço justo e condições acessíveis. Relacionar-se é a palavra-chave para quem deseja conquistar um lugar ao sol.Estabelecer networking é uma estratégia eficaz para crescimento e sucesso profissional. Embora seja bastante usado no meio corporativo, formá-lo e principalmente mantê-lo requer paciência e dedicação.Segundo pesquisa do Instituto de Desenvolvimento de Conteúdo para Executivo (IDCE), a maioria das pessoas acredita que networking resume-se a conhecer muitas pessoas e ser conhecido por elas. No entanto, a consultora de comunicação e gestão de pessoas e coaching, Tatiana Dalagnol, aponta o primeiro erro cometido frequentemente pelos profissionais. “Você não faz networking para ser legal”, adverte ela, “mas para ser reconhecido”. O primeiro passo é definir o objetivo final de possuir a rede de contatos: fazer com que você seja a pessoa a quem todos recorrem quando precisam de uma solução. Entendido isso, é hora de estabelecer relações com pessoas que fazem parte de suas metas. Participar de eventos é um caminho.“É preciso selecioná-los, mas isso não significa escolher apenas aqueles relacionados à sua área de trabalho”, pontua Tatiana. “Pode-se unir dois ecossistemas, ou seja, uma pessoa formada em Marketing conhece outra com experiência em Gestão de Pessoas e, dessa parceria, por exemplo, sai algo totalmente inovador.” De nada adianta, porém, estar no lugar certo e se portar de maneira errada. A abordagem inicial é decisiva para estabelecer relações interpessoais. “A primeira dica é entender que fazer networking não é vender”, alerta a coaching.É necessário usar tato e cordialidade ao se apresentar. Cumprimente, diga seu nome

e a empresa para a qual você trabalha, e pergunte o que a outra pessoa faz. Ouvir e se interessar pelo outro são atitudes indispensáveis para quem deseja criar laços. Este é, segundo Tatiana Dalagnol, o momento em que você deve olhar nos olhos do seu interlocutor e perguntar sobre os negócios. Com fluidez no diálogo, o momento de falar da sua empresa surgirá e fazer a troca de cartões ocorrerá naturalmente.

Não suma!Outro erro cometido por grande parte dos profissionais é engavetar o cartão e apanhá-lo apenas quando necessário. Assim como nos demais relacionamentos, a relação profissional exige interação. A premissa é fazer a indicação para, depois, recebê-la.“Busque os perfis nas redes sociais e mande uma mensagem”, orienta a coaching. “Faça o contato e diga que você tem uma demanda que não pode assumir agora e pergunte se pode indicá-la. É preciso fazer parcerias.” Antes que isso ocorra, entretanto, é preciso ter competência. Se você tem uma rede de contatos imensa, mas não consegue indicação, deve haver algum tipo de ruído. É hora de reconsiderar.Empresários entrevistados pela revista Mercado em Foco apontam o e-mail marketing como plano de networking. A coaching Tatiana Dalagnol, apesar disso, afirma que a ferramenta não é tão efetiva quanto parece. “Com base na minha experiência, posso dizer que não traz grandes resultados. Cerca de 5% retornam em negócios concretizados.” A especialista não desconsidera o uso, mas sugere a combinação com outras ferramentas. “Use canais no YouTube, rede sociais e o face a face para construir comunicação integrada. Existe uma teoria chamada funil de vendas, que acompanha o caminho que o cliente deve percorrer para efetuar uma compra, cujo objetivo é disponibilizar conteúdo relevante. Para que as pessoas se interessem, é importante entregar algo que as fará ler e procurar saber mais.”

Associação Comercial e Industrial de Londrina 29

Você não faz networking para ser legal, mas para ser reconhecido

Tatiana Dalagnol, consultora de comunicação e gestão de pessoas e coaching

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Bom atendimento é fundamentalQuestionados pela reportagem da Mercado em Foco, empresários são unânimes ao responder qual o principal requisito para um networking efetivo: bom atendimento. No mercado de tecnologia de informação há 20 anos e diretor da MAC IP Tecnologia há 10, Ronaldo Couza orienta a equipe a instituir relacionamentos em qualquer ocasião. “Todo lugar é possível: festa, faculdade, escola.” Descartar o antigo tête-à-tête, então, nem pensar. “Fazemos visitas mensais, pois gosto de sentir a dor do cliente. Ainda acredito que uma ligação e um simples café fazem toda a diferença.” A estratégia, de acordo com ele, vem dando resultado. A atual clientela é composta por indicações e rede de contatos estabelecida em eventos. “Também reconhecemos a importância de parcerias. No ECO.TI [evento de tecnologia da informação e comunicação do Norte do Paraná], por exemplo, firmamos contratos com empresas em Curitiba e São Paulo”, diz Couza. “Quando alguém me traz demandas às quais não atendo, faço a ligação entre a pessoa e meus parceiros. Às vezes não ganho financeiramente, mas vejo meu cliente satisfeito.” Promover encontros também é prática da Sastur Operadora de Turismo. “Temos agenda promovida pelas companhias aéreas três vezes ao ano. Participamos de café da manhã, jantar ou happy hour”, afirma o diretor Rafael Sapia. No final, é o bom atendimento que impera e, conforme Sapia, mantém a empresa em atividade há 12 anos. “No nosso segmento, as condições e comissionamento são iguais. Por isso, o importante é atender bem. Por meio da assistência eficiente consigo muitas indicações.”A especialista em gestão de pessoas, Tatiana Dalagnol, aprova e recomenda a estratégia. “Gosto de falar na arte de anfitriar pessoas. É como convidá-las para uma festa, na qual você fará de tudo para que elas se sintam confortáveis. Atender é como promover uma festa na sua casa, onde atuais e futuros clientes serão muito bem tratados”, compara.

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Ronaldo Couza,diretor da MAC IP: “Uma ligação e um

café ainda fazem toda a diferença”

Alexandra Yasiasu, diretora do Juntus: um ambiente físico preparado para o

networking

Rafael Sapia, da Sastur Operadora de Turismo: “O importante é

atender bem”

Trabalho colaborativoPara quem ainda não tem a própria empresa, recorrer a um espaço colaborativo é uma maneira de se sobressair. A cultura coworking promove a interação constante entre empreendedores de diversas áreas e possibilita a troca de experiências e desenvolvimento de novas ideias.Em Londrina, o Juntus Coworking é um exemplo de espaço dedicado exclusivamente ao trabalho colaborativo. A infraestrutura do local, dividida em salas de reuniões, espaço para atendimento, áreas para eventos, cursos, palestras, atendimento e escritórios que dispensam barreiras físicas, denota o intuito do Juntus: potencializar negócios através da colaboração.“O ambiente físico deste espaço é preparado para o networking. Não temos paredes, e todas as cores e disposição dos objetos permitem que as pessoas se sintam à vontade. Em vez da tradicional troca de cartões, aqui

a rede de contatos acontece organicamente”, explica a diretora do Juntus, Alexandra Yasiasu, também diretora da ACIL.Os resultados são vistos diariamente, consolidando o novo modelo de trabalho. “No início, éramos tendência. Depois de três anos, mais de mil pessoas já passaram por aqui. Conheço profissionais que começaram com uma mesinha e hoje têm sua própria sala”, cita.Com competência e networking consolidado, a empresa e o profissional fortalecem sua imagem e conquistam reconhecimento. A partir daí, haverá aumento da lucratividade e novos cenários de mercado.

Redes sociais: use, mas com critérioAo mesmo tempo em que facilitam o contato entre as pessoas, as redes sociais podem ser armadilha se usadas sem critério. Se você optar por abordar o contato em potencial pela internet,

prefira a página profissional. A consultora Tatiana Dalagnol diz que enviar uma mensagem para o perfil pessoal pode ser invasivo.Além disso, selecione com cuidado o que você compartilha no próprio perfil, já que a vida pessoal deve estar alinhada à profissional. “Evite tecer opiniões extremas sobre religiões, política ou economia”, ela destaca. Significa, então, que você não pode se posicionar? “De maneira alguma, mas existem outras formas de fazer isso. Na web, corremos o risco de ser interpretados erroneamente.”Dosar a quantidade de publicações é outra dica importante. “Se você se sente à vontade em contar as alegrias da sua família, é válido publicá-las, mas com certa medida. Por exemplo, num encontro de amigos, onde havia bebida alcoólica, que tal tirar uma foto sem as garrafas?”, aconselha. “As pessoas têm reações diversas, por isso, tenha cautela redobrada.”

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PERFIL

Da Redação

Desde o começo de sua carreira, o “rei” Roberto Carlos causa frenesi por onde passa. Nas décadas de 70 e 80, quando veio a Londrina, preferiu se manter no aconchego do Hotel Bourbon, no qual costumava se hospedar durante as passagens pela cidade. Em duas ocasiões, mesmo com o serviço de quarto à disposição, o cantor preferiu pedir um filé à Califórnia do Restaurante Rodeio, estabelecimento vizinho do hotel. “Servi como de costume: na bandeja, quentinho. Ele não olhava mais o cardápio. Chitãozinho e Xororó também não – sempre foi o filé na manteiga”, conta Arlindo Dessunti, proprietário do Rodeio há 36 anos, cheio de orgulho.Não é à toa que a velha guarda costuma

frequentar o restaurante, que completa cinquenta anos em 2016. Tal qual a localização – esquina da Rua Professor João Cândido com a Alameda Miguel Blasi –, a aura do ambiente permaneceu intacta ao longo do tempo. “É simples e acolhedor”, define Dessunti. A tradição é a marca do Rodeio. O cardápio sofreu pouquíssimas modificações durante este meio século de atividade, e o garçom com menos tempo de casa está na ativa há doze anos. Segundo o proprietário, “não tem como mudar. O Rodeio é uma religião”.O restaurante mantém o endereço e o nome desde que surgiu, em 1966. Em 1968, o primeiro dono o vendeu ao sogro de Dessunti. O atual proprietário – casado com Maria da Glória Dessunti – o assumiu em 1979. “Antes disso, trabalhei no ramo de autopeças durante dezoito

anos.” Somados ao tempo à frente do Rodeio, são 54 anos de comércio (e quase 67 de vida).Para se consolidar como referência entre os restaurantes tradicionais de Londrina, logo no começo o Rodeio lançou mão de porções suficientes para duas pessoas e refeições servidas em qualquer horário. “Ficamos famosos por conta do filé, especialmente à parmegiana, extremamente macio e em porções maiores. Nas décadas passadas, era muito difícil encontrar pratos que servissem mais de uma pessoa.” A maciez da carne dispensa o uso da faca – os cortes são feitos com colher. Um charme.A boa qualidade, no entanto, isoladamente, não garante a freguesia, que se estabelece a partir de uma junção de fatores. Dessunti afirma que “o segredo

SEM RODEIOSArlindo Dessunti compartilha histórias e segredos da tradição de um dos restaurantes mais antigos de Londrina

Arlindo Dessunti e, ao fundo, Nelson Faneco, garçom do Rodeio há 46 anos: dupla infalível na conquista de

fregueses

está no trato, no atendimento. Eu circulo pelo restaurante, converso com os fregueses, passo boa parte do tempo aqui. Tenho três folgas por semana, à noite, quando o gerente fica no meu lugar, mas minha rotina se dá no Rodeio”. Com a ajuda da esposa e das filhas Talita, Maíra e Isabela, o proprietário consegue cuidar do restaurante e dos clientes. O envolvimento da família com o estabelecimento é grande, mas Dessunti não deseja que o futuro das meninas, que escolheram diferentes carreiras para seguir, limite-se ao Rodeio. “É desgastante, sacrificante. Não sei do futuro, mas prefiro que elas sigam os próprios caminhos.”O cardápio do Rodeio inclui massas, peixes, filés, frango e saladas. Anexa ao restaurante, pela entrada da João Cândido, há a pastelaria, com sucos e vitamina. “O pastel surgiu em 1978. Ali era a cozinha do restaurante. Quando a mudamos para onde ela fica hoje, meu sogro implantou a pastelaria, que também deu certo.” A pastelaria abre às 7 horas. O restaurante abre às 11 horas e costuma fechar à meia-noite. “Maria da Glória chega aqui às seis da manhã para abrir o caixa e colocar a pastelaria em funcionamento. É ela quem mais me ajuda”, derrete-se.Uma das principais características da equipe do Rodeio tem sido, desde o início, a relação de proximidade, respeito e descontração com a freguesia. Dos anos 60 aos 90, o restaurante atravessava a madrugada aberto. Foi palco de discussões acaloradas entre casais e de importantes decisões políticas.

“Muitas candidaturas foram discutidas dentro do restaurante. O pessoal da Arena [Aliança Renovadora Nacional, de apoio ao regime militar] sentava de um lado e o do MDB [Movimento Democrático Brasileiro, oposição] do outro. O Rodeio foi grande centro de debates da política londrinense”, orgulha-se Dessunti, que relembra a rivalidade dos dois partidos políticos durante a década de 60. “Atendíamos até o último cliente sair. Às sextas-feiras, o pessoal do curso de Economia da UEL reservava mesa para 20, 30 pessoas. O último saía daqui com o sol nascendo. Hoje, isso não acontece mais.” Da década de 80 para cá, muitos outros estabelecimentos surgiram fora do Centro da cidade. “O Centro foi abandonado. Estamos aqui por teimosia e só nos mantemos porque a clientela é fiel.” A presença constante dos fregueses foi o fator decisivo para que, mesmo em meio à crise, o preço dos pratos não tenha aumentado no último ano.São duas as pessoas que frequentam o Rodeio com assiduidade excepcional: Terezinha Maria Pereira, que há 40 anos começou como lavadeira de pratos e hoje é cozinheira do restaurante, e Nelson Faneco, garçom do estabelecimento há 46 anos e celebridade local. “Você sabia que a história do Nelson foi contada na tevê? Veio até um artista para representá-lo!”, conta Dessunti, empolgado. Seo Nelson, como é conhecido, já saiu em diversos jornais, e não são poucas as pessoas que vão ao Rodeio pelo atendimento dele. A tradição, que começou com o filé macio,

se perpetuou com a equipe. “Digo aos funcionários que eles têm que fazer como é feito em casa: com carinho e amor. Esse é o segredo da cozinha”, afirma Dessunti.A relação do Rodeio com os clientes é tamanha que o restaurante chegou a batizar um de seus principais pratos com o nome de um deles. Trata-se do médico e vereador – já falecido – José Antônio Queiroz, que, freguês assíduo, tomou a liberdade de pedir ao cozinheiro que fizesse um filé com ingredientes que não encontrava no cardápio. Nasceu, assim, o “Dr. Queiroz”, um filé na manteiga completo, com ervilha, brócolis, palmito e aspargo. “Até hoje a família dele nos prestigia”, afirma Dessunti, “do filho até o bisneto”.Roberto Carlos e Chitãozinho e Xororó não foram as únicas celebridades que passaram pelo Rodeio. Dessunti gosta de compartilhar a história de Jô Soares. “Quando ele veio aqui, Nelson me perguntou se podia fazer uma brincadeira. Eu disse que, por mim, tudo bem. Ele colocou um braço por trás do Jô, e na outra mão segurava um pouco de arroz. Perguntou ao Jô se ele conhecia algum médico para tratar de um problema sério: toda vez que se encontrava com uma celebridade, ficava com urina solta. Aí soltou o arroz na perna do Jô, que deu um salto enorme da cadeira! Sorte que Nelson estava segurando, senão Jô teria caído. Quando foi fechar a conta, Jô perguntou se podia levar o garçom embora e eu disse ‘leva, pode levar…’.”Parece que Seo Nelson molhou as calças de Jô duas vezes: uma com arroz e outra de tanto rir.

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INVESTIMENTO

CAPACITADOS PARA CRESCERPalestras e treinamentos são essenciais para superar este momento em que a palavra de ordem é ‘fazer mais com menos’

35Associação Comercial e Industrial de Londrina

Por Lucas Marcondes

É unanimidade entre os especialistas em consultoria empresarial: a capacitação dos colaboradores é um aspecto essencial para o crescimento e a consolidação de um negócio. Em Londrina, o Centro de Capacitação Empresarial e de Pessoas (CCEP) da ACIL é um mecanismo qualificado e seguro para conhecer e entender as necessidades do mercado – especialmente em um momento econômico delicado como o atual, em que muitas empresas se veem obrigadas a cortar na própria carne.‘Fazer mais com menos’ tem sido palavra de ordem em diferentes áreas, como afirma a analista de produtos e serviços do CCEP, Mariana Reche. “Houve muita demissão e as empresas precisam se qualificar para que possam dar conta do serviço que antes era feito por um número maior de funcionários. As pessoas devem estar preparadas para fazer múltiplos papéis dentro da empresa.”“Agora, nessa crise, só vão sobreviver os melhores.” A previsão é do consultor empresarial Alexandre Shimada. Segundo ele, a fórmula para sobreviver e encontrar saídas contra a recessão é aumentar a eficiência interna – em outras palavras, capacitar. “O treinamento traz resultados em toda a operação de uma empresa, desde as vendas e o atendimento até partes internas, como finanças e produção”, explica Shimada. “A operação vai ficar mais cara e o lucro, em geral, tende a cair”, alerta.O segmento de automóveis e caminhões está entre os mais afetados pelo atual contexto econômico. Daniela Lopes, diretora da PB Lopes, concessionária da Scania que atua em Londrina e em outras seis cidades, diz que o cenário é de indefinição. “O

setor de transporte, em geral, foi bastante afetado pela crise econômica em 2015 e o panorama para 2016 ainda é de incerteza”, declara. “Como nosso produto é um bem de produção, as linhas de crédito estão escassas e os rumos da economia estão indefinidos. O empresariado está em ritmo de espera.” Mesmo assim, conforme a empresária, os investimentos da concessionária em capacitação são constantes. “O maior patrimônio de uma empresa são as pessoas. Todo investimento em capacitação e desenvolvimento de talentos na organização é fundamental para que os objetivos sejam alcançados. A empresa procura estar alinhada às tendências do mercado para aproveitar as oportunidades, inclusive em períodos de crise.” Aliada a isso, a PB Lopes trabalha com metas para incentivar seu pessoal. Os prêmios vêm em forma de dinheiro, viagens e aparelhos eletrônicos.

Atualização constanteHá quem tenha acumulado números positivos durante os últimos meses e, ainda assim, não deixou de capacitar os colaboradores. É o caso de Valmir Pereira, proprietário da Cia das Águas, loja especializada em aquecedores e piscinas. Ele conta que 2015 foi um ano aquecido para o negócio e espera crescer até 10% em 2016. Ao mesmo tempo, a disposição de estar em constante atualização segue em alta. Além de participar de cursos sobre novos equipamentos dados pelos próprios fornecedores, a empresa de Pereira encontrou na ACIL e no Sebrae parceiros importantes

Daniela Lopes, diretora da PB Lopes: “Todo

investimento é fundamental para que os objetivos

sejam alcançados”

Valmir Pereira, proprietário da Cia das Águas:

“Pela velocidade das mudanças,

a equipe tem que fazer sua

reciclagem”

março e abril de 2016 | www.acil.com.br

para aperfeiçoar pontos como a técnica de vendas e o controle das finanças. “Eu venho de uma empresa que sempre deu prioridade a treinamentos. Pela velocidade das mudanças, a equipe tem que fazer sua reciclagem. E isso tem dado resultados muito bons, eu tenho certeza que o cliente percebe”, observa.

A política que norteia a Gelt Tecnologia e Sistemas, empresa especializada em oferecer soluções tecnológicas para aperfeiçoar negócios, busca ir além da capacitação pontual. De acordo com Gilmar Machado, um dos sócios da empresa, são disponibilizadas bolsas de estudo para os funcionários. “A gente faz o financiamento de um curso mais avançado – não apenas o treinamento básico, mas também a formação superior. É um benefício para os dois lados”, avalia. Com o diploma em mãos, o colaborador assina um compromisso de permanecer na empresa durante um período determinado. Atualmente 99% do quadro da empresa é composto por pessoas formadas ou em processo de formação superior. E essas oportunidades não ficam restritas à área de tecnologia da informação. “Se o funcionário me provar que, ao fazer culinária, ele vai melhorar seu desempenho, ele vai ter o curso”, afirma Machado. Além disso, segundo o empresário, os treinamentos e palestras da ACIL são constantemente oferecidos aos colaboradores.

Reais necessidadesO consultor empresarial Alexandre Shimada lembra que, antes de optar por determinado treinamento, o empresário deve estar ciente das reais necessidades de seu negócio. “Para acertar mais, o empresário precisa escolher melhor. Não dá para ‘chutar’ sem entender o que o cliente espera. Se fica muito genérico, o dirigente da empresa pode tomar uma decisão errada”, adverte. Shimada avalia que já há certa conscientização no meio empresarial a respeito da importância da capacitação. Eficiência é a palavra da

vez, reforça o consultor. “Os empresários com quem eu tenho conversado entendem a importância de se investir em treinamento e capacitação dos colaboradores. Eu vejo que o empresário que não fizer este investimento vai ter problemas. Se o funcionário não for

eficiente, vai ser complicado atravessar essa crise.”A gerente comercial da Guadaim Máquinas e Equipamentos, Simoni Santos, trabalha com uma equipe de 33 colaboradores que, em sua maioria, é composta por jovens funcionários. Ali, capacitar faz parte do vocabulário diário. Segundo Simoni, os cursos acontecem com regularidade desde 2013 e têm como foco aprimorar valores que são base para a empresa, como o bom atendimento, a confiabilidade e a transparência. “Houve uma procura muito grande nos últimos cursos. Quando acaba, tudo mundo fala que superou as expectativas.”

Maneiras de motivarPara que a capacitação e o estabelecimento de metas junto à equipe sejam eficazes, o consultor Alexandre Shimada lembra que o empresário tem de conhecer quais são as maneiras de motivar seu pessoal a participar ativamente disso. “Não adianta aumentar salário ou trocar mobiliário se não é isso que o funcionário quer. Motivação vem de fora para dentro: o empresário deve entender o que o colaborador precisa para se sentir motivado, e aí montar uma estrutura que dê essa motivação. Assim, aparece o bom funcionário.”Shimada aponta ainda que, para desvendar o que motiva seu pessoal a fazer mais pelo negócio, o empresário precisa tirar o tema do campo da subjetividade. “A motivação não é uma aura impenetrável que fica em volta do funcionário. É um comportamento que surge por causa de uma série de variáveis. Se o empresário identifica essas variáveis, ele aumenta a motivação.”

Cursos bem avaliadosMariana Reche, do CCEP da ACIL, conta que, em pesquisa recente com os alunos, as palestras e treinamentos mostraram que têm cumprido o que prometem. “Os cursos estão muito bem avaliados”, diz ela. “Eles são rápidos, mas não deixam de ser intensos em conteúdo.” Mariana explica também que, quando a empresa tem necessidades em áreas distintas, o Centro de Capacitação pode oferecer treinamentos modulares, que reúnem demandas ligadas umas às outras. A agenda de 2016 já está ativa e, conforme a analista de produtos e serviços, ainda vem muita coisa nova por aí. “Estamos pensando em várias novidades para oferecer temas novos e atuais que agreguem valor aos treinamentos”, adianta. Associados da ACIL e estudantes pagam menos para participar dessas iniciativas. A maior parte dos cursos é ministrada por mediadores da própria entidade. “Temos ótimos profissionais aqui no centro”, garante Mariana.

Serviço – Conheça os treinamentos oferecidos pelo Centro de Capacitação Empresarial e de Pessoas da ACIL pelo telefone

(43) 3374-3082 ou acesse o site www.acil.com.br.

Gilmar Machado, sócio-proprietário da Gelt, sobre bolsas de estudos para funcionários: “É um benefício para os dois lados”

Simoni Santos, gerente comercial da Guadaim: “Quando o curso acaba, todo mundo fala que superou as expectativas”

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Benefícios que cabem no bolso da sua empresa.44 3220.5400 | [email protected] | www.coopercard.com.br

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Por Fernanda Bressan

Quanto tempo do seu dia você passa sentado? São muitas as profissões que nos “obrigam” a permanecer nessa posição por horas a fio. Você sabia que isso pode prejudicar a sua saúde? Obesidade, diabetes, dores na coluna, varizes e doenças cardiovasculares são exemplos de males aos quais estamos sujeitos se ficarmos muito tempo assim. O corpo humano foi feito para se movimentar!A recomendação é válida até mesmo para quem pratica atividade física regularmente, afirma o ortopedista Cesar Martins, da Uniort.e. “Ficar muito tempo sentado é um dos males do dia a dia; precisamos fazer o nosso corpo se movimentar”, ele antecipa. “Mesmo quem consegue encaixar a atividade física na rotina, mas fica muito tempo sentado durante o dia, precisa tomar pequenos cuidados ou também sentirá os efeitos desse hábito.”De acordo com Martins, é praticamente impossível que uma pessoa consiga manter a postura correta o dia inteiro enquanto

BEM-ESTAR

Rodrigo Gomes de Oliveira, cirurgião vascular: “Se você estiver sentado por longos períodos de tempo, contraia e relaxe os músculos das

pernas, gire o pé e mexa os dedos”

Cesar Martins, ortopedista: “Uma dica é colocar um alerta no computador

ou no celular para você se lembrar de levantar a cada hora”

está sentada. “Isso gera uma sobrecarga na coluna, na panturrilha e nos tornozelos; os ombros também podem ficar encurtados pela má postura”, explica. Esse desequilíbrio muscular, completa o ortopedista, pode levar a lesões como a lombalgia (a famosa dor nas costas), além de favorecer o aparecimento de alterações vasculares. Cirurgião vascular, Rodrigo Gomes de

Oliveira diz que passar muito tempo sentado – ou mesmo em pé – não é o ideal para a circulação. Quem sofre as consequências são nossas pernas. “Qualquer veia pode se tornar varicosa; as mais frequentemente afetadas, no entanto, são aquelas das pernas e pés. A sensação de pernas pesadas e cansadas pode ser causada por problemas de circulação ou outras doenças”, diz.

SAIA DACADEIRA!Permanecer muitas horas do dia sentado traz prejuízos à saúde e reduz a expectativa de vida

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Ele explica que o sangue é distribuído por todo o corpo através das artérias e volta ao coração pelas veias. “Visto que o coração está em uma posição mais elevada que as pernas, o sangue nas extremidades inferiores deve ser bombeado contra a gravidade. A contração dos músculos das pernas durante o movimento funciona como uma bomba que comprime as veias e empurra o sangue para cima. Desta forma, ele sobe cada vez mais durante a contração do músculo”, explica o especialista. “Durante longos períodos de inatividade, como nos momentos em que você está em pé ou sentado na mesma posição por muito tempo, os músculos da perna não vão se contrair o suficiente para empurrar o sangue para cima. Como resultado, ele se acumula nas veias da perna, restringindo a drenagem dos tecidos.”Claro que essa não é a única causa para a má circulação – idade avançada, obesidade e fatores genéticos também podem levar a esses problemas. Mas não é preciso se apavorar se você

permanece sentado por muito tempo. Pequenos cuidados podem reduzir esses problemas. “É importante que a pessoa se levante após uma hora sentada, faça uma pequena caminhada ou alongamento. Apenas dois minutos são suficientes para ativar a circulação. Uma dica é colocar um alerta no computador ou no celular para que você se lembre de levantar a cada hora”, orienta Cesar Martins. Levantar e andar para beber um copo d’água traz dois benefícios: ativa e hidrata o organismo.Estar atento à ergonomia é fundamental para quem trabalha com computador. “Tem que adequar a altura da cadeira e da tela. Isso é individual e depende da estatura de cada um. Os pés precisam estar bem apoiados no chão e a tela à altura dos olhos para que a pessoa não fique olhando para baixo ou para cima”, aconselha Martins.Rodrigo Gomes também dá dicas para aliviar os sintomas de cansaço nas pernas. “Para melhorar a circulação venosa, tire alguns minutos do dia para descansar e elevar as pernas em posição horizontal. Evite permanecer muito tempo em pé ou sentado. Mude de posição frequentemente. Se você estiver sentado por longos períodos de tempo, contraia e relaxe os músculos das pernas, gire o pé e mexa os dedos. Quando as pernas estão cansadas e doloridas, repousá-las sobre uma almofada ou travesseiro, levantadas acima do nível do coração, ajuda a aliviar o desconforto.”Seja profissional liberal, empregado ou empregador, todos precisam estar atentos a estes cuidados para ficar longe de dores e doenças e melhorar a qualidade de vida.

Pesquisas comprovam prejuízosVárias pesquisas foram realizadas para avaliar os prejuízos de se passar muito tempo sentado. Uma delas, publicada em 2012, foi desenvolvida na Universidade de Leicester, na Inglaterra, e reuniu dados de 18 estudos

que, juntos, envolveram quase 800 mil pessoas. Resultado: a maioria passa entre 50% e 70% do tempo sentada. Quanto mais tempo nessa posição, mais chances de desenvolver doenças. De acordo com a pesquisa, passar muitas horas assim eleva em 112% a probabilidade de ter diabetes e em 147% a chance de desenvolver doenças cardiovasculares, mesmo para quem faz atividades físicas. Isso acontece porque quando ficamos muito tempo sentados retardamos o nosso metabolismo. Os músculos ficam “adormecidos” e isso pode levar ao desenvolvimento da síndrome metabólica e, por consequência, o organismo pode começar a ter resistência insulínica, primeiro passo para desenvolver diabetes. Também reduzimos a queima calórica e o bom colesterol (HDL) e elevamos o mau colesterol (LDL) ao deixar o corpo parado.Outro trabalho, desenvolvido nos Estados Unidos, indica que ficar mais de cinco horas na mesma posição eleva a possibilidade de infarto e de acidente vascular cerebral (AVC). O artigo foi publicado no site do American College of Cardiology.Os australianos também estão preocupados com o problema. Pesquisa publicada em 2013 no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity mostra que permanecer sentado por mais de quatro horas por dia eleva as chances de desenvolver doenças crônicas como hipertensão, doenças cardíacas, diabetes e até câncer. Participaram do estudo 63.048 homens de meia idade. Em outro estudo realizado na Austrália, na Universidade de Queensland, ficou comprovado que reduzimos nossa expectativa de vida em 21 minutos a cada hora que permanecemos sentados. Está sentado lendo essa matéria? Aproveite para se levantar um pouco, beba água, vá ao banheiro ou simplesmente se espreguice! Tente adotar esse hábito e viva com mais saúde e disposição.

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Três Rios: um exemplo de gestãoUma comitiva de gestores representando a ACIL, o Sebrae, o Fórum Desenvolve Londrina, a Prefeitura de Londrina e a Fiep visitou Três Rios (RJ) para conhecer as experiências inovadoras da administração Vinicius Farah, premiado como Prefeito Empreendedor da Região Sudeste pelo Sebrae. Os visitantes se impressionaram com a dinâmica criada pela gestão pública na economia local. Um secretariado essencialmente técnico e que trabalha com metodologia empresarial implantou o modelo estabelecido pelo político, desburocratizou processos e incentivou, com sucesso, a implantação de microempresas, que se tornaram fornecedoras do município. O resultado foi significativo. A participação das empresas locais nas compras da Prefeitura saltou de 14% para 92%. A economia se expandiu e turbinou a arrecadação, que passou de R$ 75 milhões para R$ 400 milhões. O município tem 80 mil habitantes.A impressão geral da comitiva londrinense é de que vários aspectos do modelo de Três Rios podem inspirar iniciativas semelhantes em outras esferas da administração pública, inclusive em Londrina.

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COLUNADO ASSOCIADO

Vale Verde comemora Dia do Farmacêutico na ACILA rede de Farmácias Vale Verde comemorou o Dia do Farmacêutico no Auditório David Dequêch, na ACIL. O evento, que recebeu cerca de 140 profissionais da área, teve duas palestras em sua programação: uma com a diretora da rede, Ana Carolina Augusto Correa, e outra com Henrique Nakamá, graduado em odontologia e especializado em estratégia empresarial e marketing, sobre atendimento humanizado. Segundo Janaina Barbieri, gerente de RH da Vale Verde, é importante que os profissionais “aprendam que a felicidade está relacionada com o outro, com o bem-estar do paciente”. Além de valorizar todos os presentes, a Vale Verde prestou homenagem especial a quinze farmacêuticos clínicos. “É um trabalho novo em Londrina e precisa ser reconhecido”, afirma Janaina. A farmácia clínica está voltada ao uso racional de medicamentos e à prevenção de contratempos e dá suporte às decisões dos médicos dentro de um hospital.

Villa Planalto é o novo espaço do Buffet PlanaltoEm 2016, em comemoração aos 45 anos de tradição da marca, o Buffet Planalto expandiu seu espaço com a instalação do Villa Planalto, novo salão do local. O ambiente, que tem capacidade para 1.700 pessoas, é equipado com tratamento acústico e sistema de climatização. Segundo Ronaldo Chineze, proprietário do buffet, o intuito da expansão é “perpetuar a marca e atualizar-se no mercado”. Para ele, “a obra, que é extremamente contemporânea, veio para somar à cidade. A ideia é realizar grandes eventos produzidos por grandes empresas, de segunda a quinta, e não apenas nos fins de semana”. Além de contemplar as comemorações que já têm espaço garantido em Londrina, Chineze diz que, com a instalação do novo salão, cuja locação é acompanhada do serviço de restaurante, o Buffet Planalto pretende “fomentar a procura por grandes comemorações, como shows, feiras, bailes e formaturas, além de eventos ligados à área de business”.

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NOVOSASSOCIADOS

ALIMENTAÇÃODona Marmita Rua Alfredo Battini, 811

AGROPECUÁRIAWirschRodovia Mello Peixoto – BR 369, km 167Cambé – PR

AUTO CENTERVenturini PneusRua Nassim Jabur, 799

COMÉRCIO VAREJISTA DE PEÇAS DE AUTORodantes LondrinaRua Barretos, 134 – Sala 01

COMÉRCIO VAREJISTA DO VESTUÁRIOVK Store Rua Luiz Alves de Lima e Silva, 446

EQUIPAMENTOS AGRÍCOLASBarbieri AgrícolaPR 323, km 38 Sertanóplis – PR

EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOSDigisomRua Maranhão, 406

FERRAGENS E FERRAMENTASTubos e Vergalhões AraújoRua Juracy Huga Cabral Messias, 316

MERCADOSupermercado PlanaltoRua Antônio Raposo Tavares, 576Cambé – PR

MÓVEISBoutique Angel’s Baby Avenida Maringá, 1950

ÓTICAS, JÓIAS E RELÓGIOSJoalheria 18 QuilatesRua Mato Grosso, 310 – Loja 106

PAPELARIAPapelaria DuqueAvenida Duque de Caxias, 2190

PESQUISASOsaka CerâmicaRod. Celso Garcia Cid, km 380

RESTAURANTE E SIMILARESDachô Restaurante JaponêsRua Goiás, 1731Jin JinRua Mato Grosso, 310 – Loja 414/415Panino LanchesRua MontevidéuRestaurante Casa ChiqueAvenida Inglaterra, 331

SUPERMERCADOS E SIMILARESSuper GalleteRua José Ruzzon, 320

DESENVOLVIMENTO DE WEBSITEAgência IcompRua Doutor Elias César, 55 – Sala 601/602

ENGENHARIALincoln Patrick Lundgren RodriguesRua Mossoró, 130 – apto. 1606

FACULDADES E INSTITUIÇÕES DE ENSINOUnicesumarAvenida Celso Garcia Cid, 1523

IMOBILIÁRIAS E CORRETORASBaruzo e Correa Jr. Negócios ImobiliáriosAvenida Higienópolis, 769 – Loja 01Leandro Baldon Negócios ImobiliáriosRua Mem de Sá, 110 – Sala 10PHMF PessoaRua Idalino César, 119 – Sala 03

IMPRESSÕES DIGITAISGalpexRua Nicolau Copérnico, 1070

ODONTOLOGIADental PlusRua Paes Leme, 1102 – Loja 04

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGASD R O TransporteRua Achiro Kawazaki, 339

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTOKlan Cursos e TreinamentosRua Adelino Girotto, 175 – Bloco 10, apto. 103

SSM TreinamentosRua Ana Francisca Petri, 37

AR CONDICIONADOArtempoRua Leonor Bocchi Girotto, 82 – Q. 08, LT 14

EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOSVipmáquinas Assistência TécnicaAvenida Arcindo Sardo, 770 – Sala 02

EVENTOS E FESTASArt Cíntia PetrinRua Winston Churchill, 1254 – Loja 03

INFORMÁTICAClick CertoRua Cambará, 585 – Sala 506

MANUTENÇÃO E REPAROS ELETRÔNICOSVideocolorAvenida Juscelino Kubitschek, 3768

OFICINA MECÂNICACasa do ÓleoAvenida Duque de Caxias, 2293

RESTAURANTECheri SushiRua Manoel Ribas, 100 Maringá – PR

SISTEMAS DE SEGURANÇAAlarm SystemsRua Guilherme da Mota Correia, 3679

VENDAS DE MATERIAIS ELETRÔNICOS EM GERALMix CellRua Sergipe, 882

CARVÃO VEGETAL E DERIVADOSCarvão CoroadosRodovia José Garcia Campos – LT 14 – Quinhão 03

CONFECÇÕESIsadoraRua Antônio Martire, 266 – Bloco 01Ibiporã – PRÍtala CamisasAvenida Bandeirantes, 135

MÓVEISDomum DecorAvenida Dez de Dezembro, 6850

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