Índice - fenep · 2018-12-19 · em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400...

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i ÍNDICE ÍNDICE ....................................................................................................................... i APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... v SUMÁRIO ................................................................................................................ ix NÚMEROS DO ENSINO BÁSICO ............................................................................... 17 MATRÍCULAS ................................................................................................................. 17 Educação infantil ............................................................................................................................... 36 Ensino fundamental ........................................................................................................................... 40 Ensino médio ..................................................................................................................................... 43 Educação profissional ........................................................................................................................ 45 Educação de jovens e adultos ............................................................................................................ 46 Educação Especial .............................................................................................................................. 47 ESTABELECIMENTOS ...................................................................................................... 50 Recursos de infraestrutura dos estabelecimentos privados de ensino fundamental ......... 57 Recursos de infraestrutura dos estabelecimentos privados de ensino médio ................... 62 FUNÇÕES DOCENTES ...................................................................................................... 67 NÚMEROS DO ENSINO SUPERIOR ........................................................................... 71 ESTABELECIMENTOS E MATRÍCULAS ............................................................................... 71 FUNÇÕES DOCENTES ...................................................................................................... 93 PRINCIPAIS CURSOS ....................................................................................................... 97 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 105

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Page 1: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

i

ÍNDICE

ÍNDICE ....................................................................................................................... i

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... v

SUMÁRIO ................................................................................................................ ix

NÚMEROS DO ENSINO BÁSICO ............................................................................... 17

MATRÍCULAS ................................................................................................................. 17

Educação infantil ............................................................................................................................... 36

Ensino fundamental ........................................................................................................................... 40

Ensino médio ..................................................................................................................................... 43

Educação profissional ........................................................................................................................ 45

Educação de jovens e adultos ............................................................................................................ 46

Educação Especial .............................................................................................................................. 47

ESTABELECIMENTOS ...................................................................................................... 50

Recursos de infraestrutura dos estabelecimentos privados de ensino fundamental ......... 57

Recursos de infraestrutura dos estabelecimentos privados de ensino médio ................... 62

FUNÇÕES DOCENTES ...................................................................................................... 67

NÚMEROS DO ENSINO SUPERIOR ........................................................................... 71

ESTABELECIMENTOS E MATRÍCULAS ............................................................................... 71

FUNÇÕES DOCENTES ...................................................................................................... 93

PRINCIPAIS CURSOS ....................................................................................................... 97

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 105

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ii

TABELAS

Tabela 1 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico, 2010 – 2015 ............. 17

Tabela 2 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico, 2000 - 2010 ............. 18

Tabela 3 - Matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico por região geográfica, 2015 ....... 20

Tabela 4 - Proporção de matrículas na rede privada de ensino, segundo estados – 2000, 2010 e 2015 ... 23

Tabela 5 - População residente e matrículas em escolas privadas de ensino básico, total e municípios com

mais de 100 mil habitantes – 2015. ............................................................................................................ 25

Tabela 6 - Matrículas em escolas privadas em relação ao total de matrículas, por unidade geográfica e

nos municípios com mais e com menos de 100 mil habitantes – 2015. ..................................................... 29

Tabela 7 - Matrículas em estabelecimentos de ensino privado como proporção do total: Brasil, regiões,

estados, capitais e municípios exceto capitais com maior proporção entre os de mais de 100 mil

habitantes - 2015 ....................................................................................................................................... 32

Tabela 8 - Número de matrículas nos estabelecimentos privados de ensino básico por níveis educacionais

.................................................................................................................................................................... 35

Tabela 9 - Número de matrículas em creches ............................................................................................ 37

Tabela 10 - Número de matrículas em creches privadas segundo regiões geográficas, 2015 ................... 37

Tabela 11 - Número de matrículas em pré-escolas .................................................................................... 38

Tabela 12 - Número de matrículas em pré-escolas segundo regiões geográficas, 2015 ............................ 39

Tabela 13 - Número de matrículas no ensino fundamental ....................................................................... 40

Tabela 14 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino fundamental segundo

regiões geográficas .................................................................................................................................... 41

Tabela 15 - Número e taxas de crescimento das matrículas nos estabelecimentos privados de ensino

fundamental segundo a fase do ciclo – 2005, 2010 e 2015 ....................................................................... 42

Tabela 16 - Número de matrículas no ensino médio .................................................................................. 43

Tabela 17 - Número de matrículas no ensino médio propedêutico ............................................................ 43

Tabela 18 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino médio segundo regiões

geográficas, 2015 ....................................................................................................................................... 44

Tabela 19 – Número de matrículas em estabelecimentos de educação profissional segundo regiões

geográficas, 2015 ....................................................................................................................................... 45

Tabela 20 – Número de matrículas em estabelecimentos de educação de jovens e adultos ..................... 47

Tabela 21 - Número de matrículas em estabelecimentos de educação especial segundo regiões

geográficas ................................................................................................................................................. 48

Tabela 22 - Número de estabelecimentos de ensino básico ....................................................................... 50

Tabela 23 - Proporção de estabelecimentos privados de ensino básico, por categoria - 2015 .................. 54

Tabela 24 - Proporção de estabelecimentos privados de ensino básico, por tipo de instituição

mantenedora, por unidade da federação, 2015 ......................................................................................... 56

Tabela 25 - Número de funções docentes no ensino básico privado, segundo regiões .............................. 67

Tabela 26 - Número de funções docentes nos estabelecimentos privados de ensino básico, segundo níveis

educacionais ............................................................................................................................................... 68

Tabela 27 - Número de estabelecimentos de ensino superior .................................................................... 71

Tabela 28 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior ............................. 73

Tabela 29 - Ingressos em instituições privadas de ensino superior ............................................................ 75

Tabela 30 - Matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por regiões – 2015 ................ 76

Tabela 31 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por unidades da

federação – 2015 ........................................................................................................................................ 78

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iii

Tabela 32 - Matrículas nas instituições privadas de ensino superior como proporção do total, por

unidades da federação ............................................................................................................................... 81

Tabela 33 - Matrículas em estabelecimentos privados e públicos de ensino superior, por organização

acadêmica e regiões - 2015 ........................................................................................................................ 82

Tabela 34 - Repartição das matrículas em estabelecimentos privados e públicos de ensino superior, por

organização acadêmica, 2015 .................................................................................................................... 83

Tabela 35 – Taxas anuais de crescimento das matrículas em estabelecimentos privados de ensino

superior, por organização acadêmica e regiões, 2012 - 2015 .................................................................... 84

Tabela 36 - Matrículas em cursos presenciais da rede privada de ensino superior - 2015 ........................ 85

Tabela 37 - Matrículas no ensino superior à distância ............................................................................... 86

Tabela 38 - Grau de interiorização das matrículas no ensino superior ...................................................... 88

Tabela 39 - Número de bolsas de estudo concedidas pelo ProUni ............................................................. 91

Tabela 40 - Número de funções docentes em exercício nas instituições privadas e públicas de ensino

superior ....................................................................................................................................................... 93

Tabela 41 - Número de funções docentes nos estabelecimentos privados de ensino superior por regiões95

Tabela 42 - Relação entre número de matrículas e de funções docentes nas redes pública e privada ...... 96

Tabela 43 - Indicadores de qualificação dos docentes da rede privada de ensino superior ....................... 96

Tabela 44 - 15 cursos presenciais com maior número de matrículas nos estabelecimentos privados de

ensino superior – 2015 ............................................................................................................................... 98

Tabela 45 - 10 cursos com maior número de matrículas presenciais nos estabelecimentos privados de

ensino superior em 2015 - posição em 2012 e 2005 .................................................................................. 99

Tabela 46 - Ingressos nos 15 cursos mais frequentados nas instituições privadas de ensino superior .... 100

Tabela 47 - Relação entre candidatos inscritos e vagas oferecidas nos 15 cursos da rede privada com

maior número de matrículas - 2015 ......................................................................................................... 101

Tabela 48 - 15 cursos com maior número de matrículas nos estabelecimentos públicos de ensino

superior, em 2015 ..................................................................................................................................... 102

Tabela 49 - Oito cursos com maior crescimento do número de matrículas nos estabelecimentos privados

de ensino superior, entre 2005 e 2012 ..................................................................................................... 103

Tabela 50 - 15 cursos à distância com maior número de matrículas nos estabelecimentos privados de

ensino superior - 2015 .............................................................................................................................. 104

Tabela 51 - Matrículas em cursos EAD para formação de professores de matérias específicas .............. 104

Tabela 52 - Consumo intermediário da atividade Educação Privada, por grupo de despesa – 2014 ....... 108

GRÁFICOS

MAPAS

Mapa 1 - Proporção de matrículas em escolas particulares de ensino básico segundo unidades da

federação - 2015......................................................................................................................................... 22

Mapa 2 - Proporção de matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por unidades da

federação – 2015 ........................................................................................................................................ 80

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v

APRESENTAÇÃO

A quarta edição do estudo “Números do ensino privado” tem como objetivo descrever a

evolução do setor no período que compreende os anos de 2010 a 2015. Nesta primeira

metade de década, a economia brasileira atravessou, inicialmente, uma fase de desaceleração

do crescimento para, a partir de 2014, mergulhar na mais grave recessão de que se tem

registro. Trata-se de um contraste marcante em relação ao período focalizado na terceira

edição do estudo, que se estendia de meados da década passada até 2012.

Aquele foi um período de aceleração do crescimento, criação maciça de empregos, ampliação

do acesso ao crédito e das oportunidades de consumo. Nem mesmo a crise internacional de

2008, da qual, aliás, o Brasil se recuperou com invejável rapidez, desviou o país de sua

trajetória então virtuosa. Mais recentemente, a taxa de desemprego alcançou níveis

ineditamente elevados, a inflação em alta exigiu que os juros tornassem a subir, a produção e

as vendas retrocederam de modo preocupante e a incerteza sobre a superação desse quadro,

à espera de escolhas difíceis no plano das finanças governamentais, acaba por alongar a sua

duração.

Em contexto tão diverso do anterior, é natural que o setor educacional privado, e não só ele,

tenha sido obrigado a rever programas e projetos, adiar investimentos e se concentrar tão

somente na tarefa de administrar a manutenção das atividades essenciais. A fim de contribuir

para um melhor entendimento, sobretudo por parte dos gestores do ensino privado, deste

cotidiano atribulado, a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) apoiou a Fundação

Getulio Vargas (FGV), por meio de seu Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), na elaboração

do estudo, a exemplo do que já havia feito nas três primeiras edições.

Pela urgência em dar visibilidade aos resultados, maior que nas publicações anteriores em face

da gravidade do quadro econômico, o estudo teve por meta, aparentemente bem sucedida,

minimizar a defasagem entre a divulgação dos censos educacionais do INEP, referentes a 2015,

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vi

e a publicação de seu relatório final. Ressalte-se que o material aqui apresentado é apenas

uma seleção do que oferecem aquelas ricas compilações. Embora não esteja entre os seus

propósitos fazer prognósticos, o estudo aponta, quando pertinente, para uma demorada

normalização das atividades do setor educacional privado, como de resto da própria economia

nacional. Além da motivação conjuntural, realçada pela profundidade da recessão, o estudo

espera ter cumprido a sua razão mais permanente, a construção de um marco quantitativo

para o setor educacional privado.

SALOMÃO QUADROS Coordenador do Convênio FENEP-FGV

Instituto Brasileiro de Economia Fundação Getulio Vargas

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vii

A parceria existente entre a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) e a Fundação

Getúlio Vargas (FGV) permite continuar com o trabalho sério de pesquisar os “Números do

Ensino Privado”, e assim, publica nesta quarta edição, o comportamento das matrículas no

período 2010 a 2015.

A gravidade do cenário nacional, que veio com uma forte desaceleração do crescimento,

transformou, a partir de 2014, em uma recessão jamais vista nos últimos 100 anos. O estudo

desta edição permitirá às Instituições de Ensino e todos os setores relacionados com a rede

privada de educação, entenderem como se encontra posicionado o setor.

Devido ao atual comportamento das famílias que usam os serviços da rede privada, num

contexto diferente de cenários de anos anteriores, torna-se necessário para os gestores

conhecerem números que venham contribuir para um entendimento melhor do que está

sendo vivenciado, permitindo rever programas, projetos e avaliar investimentos.

Representar os interesses da categoria econômica e dos associados é dever da FENEP e deve

ser exercitado continuamente. Porém, não é o bastante nos dias atuais, também devemos agir

como instituição de colaboração, proposição e informação para que as entidades associadas e

as empresas educacionais possam estar municiadas de dados do setor.

A FENEP espera estar cumprindo com sua função de representante nacional das escolas

privadas ao firmar mais este trabalho de grande relevância para a educação brasileira.

ANTÔNIO EUGÊNIO CUNHA Presidente da FENEP

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viii

DADOS RELEVANTES

A quarta edição do trabalho “Números do Ensino Privado”, com dados disponíveis até 2015,

documenta, em suas várias dimensões, a contínua expansão do setor. Desde 2003, ano de

referência das informações mais atualizadas à época da primeira publicação, as matrículas em

estabelecimentos privados de ensino básico e superior passaram de 10 para 15 milhões.

Na atual década, foco desta edição, o ensino básico mostrou um crescimento vigoroso do

número de alunos, à taxa média de 3,68% ao ano, mesmo levando em consideração as

dificuldades enfrentadas pelas famílias brasileiras, especialmente a partir de 2015. O

percentual de crescimento contrasta com a dinâmica populacional desta faixa etária, em fase

de retração que antecipa o fim do nosso bônus demográfico.

No âmbito do ensino superior, as matrículas em instituições privadas dobraram entre 2003 e

2015, ultrapassando a marca de 6 milhões, o que representa mais de 75% do total de alunos

nesta etapa do ciclo educacional. Aqui também a retração econômica iniciada em 2015 deixou

a sua marca, tendo o número de matrículas crescido 3,55%, bem abaixo do ritmo seguido

desde 2003, de 6,79% ao ano.

Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de

39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados no setor totalizou 2.451.485, no

fim de 2014. Do ponto de vista macroeconômico, o setor alcançou uma participação no PIB de

1,4%, 0,2 ponto percentual acima da média dos 10 anos anteriores.

Em valores monetários referentes a 2014, mas atualizados pela inflação para novembro de

2016, os serviços ofertados pelo setor educacional privado às famílias, a preços básicos, isto é,

sem a adição dos impostos e contribuições incidentes sobre bens e serviços, estão avaliados

em R$ 111,387 bilhões. Esta é a estimativa do valor recebido em um ano por todas as

instituições privadas de ensino do país como contrapartida pelos serviços que prestam. É

também uma medida do dispêndio que o setor público faria caso precisasse prover os serviços

educacionais prestados pelo setor privado.

HENRIQUE ZAREMBA DA CÂMARA Diretor de Assuntos Econômicos da FENEP

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ix

SUMÁRIO

1. Entre 2010 e 2015, o número de matrículas na rede privada de educação básica elevou-se

de 7.560.382 para 9.057.732. O acréscimo de 1.497.350 alunos matriculados, em cinco

anos, corresponde a uma expansão à taxa média anual de 3,68%. Neste período, a

proporção de matrículas em estabelecimentos privados subiu de 14,67% para 18,56%.

2. O avanço da participação do segmento educacional privado no ensino básico do país se

deve não apenas à sua própria expansão, mas também a uma retração de 4.250.727 no

contingente matriculado nos estabelecimentos que compõem a rede pública, o

equivalente a um decréscimo de 2,01% ao ano, em média.

3. Um aspecto que diferencia a década atual da anterior é a aceleração do crescimento das

matrículas privadas, que chegou a 5,58%, em 2014. Este percentual contrasta com a taxa

média seguida pelo setor na década passada, de 1,43% ao ano.

4. A aceleração, no entanto, deu lugar a uma retração de 0,36%, em 2015. Mais do que uma

simples desaceleração, normal na maioria dos processos de expansão, o resultado de 2015

representou uma inversão drástica de trajetória, esta sim sem precedente, expressa numa

diferença de 5,94 pontos percentuais entre a taxa de 2015 e a de 2014.

5. A aceleração do ritmo de expansão do número de matrículas no segmento educacional

privado nesta primeira metade de década se verificou em todas as regiões do país. A

Região Norte foi a que mais cresceu: 5,27% ao ano. Em seguida, aparece a Região Sul, com

4,35% de crescimento ao ano. Na Região Sudeste, o crescimento da rede privada, de 3,25%

ao ano, foi mais baixo do que nas demais regiões. Este comportamento pode ser explicado

pela dimensão do setor, que detém uma parcela de 22,21% das matrículas no ensino

básico regional, a mais alta do país.

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x

6. Quanto ao resultado de 2015, a Região Sul, com 2,83%, foi a única das cinco a manter-se

em expansão, ainda que a um ritmo menor que o de anos anteriores. A Região Nordeste

foi a que mais se ressentiu da retração econômica. O número de matrículas nesta parte do

país diminuiu 1,63%

7. A presença do ensino privado é crescente em todos os estados brasileiros. Tomando-se

como indicador a proporção de matrículas nas instituições privadas em relação ao número

total, em 2010, apenas o Rio de Janeiro e o Distrito Federal apresentavam este indicador

acima de 20%. Em 2015, oito encontravam-se nesta condição. No Rio de Janeiro e no

Distrito Federal, a proporção já ultrapassa os 30%.

8. Pode-se aprofundar a análise geográfica da presença do ensino privado, identificando-a no

âmbito municipal. Usando-se como linha de corte aqueles municípios com mais de 100 mil

habitantes, grupo em que reside 56,06% da população brasileira, neles estão registradas

7.082.064 de matrículas no ensino básico. Esta cifra corresponde a 78,19% do total de

matrículas em estabelecimentos privados no país. A comparação direta dos percentuais

deixa claro que o ensino privado tem presença mais maciça nos centros urbanos de maior

estatura.

9. O ensino fundamental absorve pouco mais de metade das matrículas em estabelecimentos

privados de educação básica. São 2.772.044 nos anos iniciais e 1.798.193 nos finais. Estes

números absolutos correspondem, respectivamente, a 30,60% e 19,85% do total de

matrículas no ensino básico privado. Em seguida, aparece o ensino infantil, com pouco

mais de um quarto do total de matrículas em instituições privadas. A pré-escola é o

destino de 1.235.369 e a creche, de 1.111.860. Em termos relativos, as proporções são,

respectivamente, 13,64% e 12,28%.

10. No ensino médio propedêutico1 há 1.020.773 matrículas, o que representa 11,27% do

total. A educação profissional responde por 872.385 matrículas ou 9,63% do total. A

educação de jovens e adultos (EJA) recebe 137.179 matrículas no nível médio e 109.929 no

fundamental. Estes números correspondem, respectivamente, a 1,51% e 1,21% do total de

matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico.

1 Não inclui o normal, formação dirigida ao magistério, nem outras modalidades profissionalizantes.

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xi

11. O número de matrículas em classes de educação especial de estabelecimentos privados

chegou a 178.936, em 2015. Em relação a 2010, houve crescimento de 1,03% ao ano,

abaixo da média do conjunto de matrículas de todo o ensino básico privado. As matrículas

na educação especial são contabilizadas em dois grupos: classes comuns e classes

exclusivas. Em 2015, havia 131.572 matrículas em classes exclusivas, o equivalente a

73,53% do total desta categoria na rede privada.

12. Existiam, em 2015, 39.331 estabelecimentos privados de ensino básico. Durante os 15

anos iniciados em 2000, este número se expandiu à taxa anual média de 1,74%. O

crescimento ao longo desse período se caracterizou pela uniformidade. Nos primeiros 10

anos, a taxa de aumento foi de 1,80% ao ano, baixando levemente para 1,68%, nos cinco

anos subsequentes.

13. Com movimentos em sentidos contrários - expansão da rede privada e retração da pública,

a proporção de estabelecimentos privados no total do país evoluiu de 13,97%, em 2000,

para 21,10%, em 2015, passando por 18,62%, em 2010. Há 15 anos, um em cada seis

estabelecimentos de ensino básico era privado. Hoje, a proporção já supera um em cada

quatro.

14. O crescimento do número de estabelecimentos privados tem sido acompanhado de um

progressivo aumento do tamanho físico das unidades. Usando como indicador o número

de salas em cada estabelecimento, a proporção dos que possuem mais de 10 salas

aumentou de 33,12% para 37,15% do total. As outras quatro categorias perderam

participação.

15. O setor educacional privado é formado majoritariamente de escolas particulares. Do total

de estabelecimentos, 75,97% enquadram-se nesta categoria. Em seguida, estão as

filantrópicas, com 17,98%. Existem ainda as comunitárias, com 5,45%, e as confessionais,

que representam apenas 0,59% do total.

16. O número de funções docentes no ensino básico da rede privada, após uma década de

crescimento modesto, que não passou de 0,10% ao ano, experimentou forte aceleração a

partir de 2010, à semelhança do que se verificou com as matrículas, expandindo-se à taxa

média de 3,40% ao ano. Com isso, o número absoluto alcançou 532.947, cifra que

representa 23,69% do total de funções docentes no ensino básico.

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xii

17. O crescimento registrado no período de 2010 a 2015 também se deu em todos os níveis

educacionais, ainda que segundo dinâmicas diversas. Nas creches, a taxa foi máxima,

alcançando 11,31% ao ano. Com esta expansão, este segmento docente tornou-se o

terceiro maior, devendo, mantidas as condições atuais, ultrapassar rapidamente o grupo

que atua no ensino médio, que cresceu apenas 1,79%.

18. Expansão significativa, de 10,91% ao ano, também se observou no ensino de jovens e

adultos, embora neste estágio o contingente de professores seja reduzido. Vale ainda

mencionar o ensino fundamental, maior parcela de docentes, que registrou ampliação de

3,34% ao ano.

19. Em 2015, todavia, diante da recessão, a rede privada iniciou um período de ajuste,

reduzindo a taxa de crescimento das funções docentes para 0,58%, em relação a 2014. A

desaceleração se verificou também em cada uma das cinco regiões geográficas do país. No

Sudeste, onde 29,66% dos profissionais que atuam no ensino básico o fazem, ainda que

não exclusivamente, na rede privada, houve uma redução de 0,47% do número de funções

docentes. Nas demais regiões, o ajuste se deu pela redução da taxa de crescimento.

20. O número de estabelecimentos privados de ensino superior em 2015 era de 2.069. Este

valor representa uma diminuição de 43 unidades com referência a 2012, o número

máximo já registrado. Apesar da redução do número absoluto após 2012, a participação

das instituições privadas no total de estabelecimentos permaneceu praticamente

inalterada, atingindo 87,52%, em 2015.

21. As matrículas em instituições privadas de ensino superior alcançaram a cifra de 6.075.152,

em 2015. Estão incluídas as presenciais e em cursos à distância. Este número corresponde

a quase seis vezes o referente a 1995, ano em que, pela primeira vez, as matrículas

superaram a marca de um milhão.

22. O crescimento do número de matrículas seguiu de perto a trajetória dos estabelecimentos,

na primeira parte dos últimos 20 anos. De 1999 até 2005, as matrículas cresceram 13,69%

ao ano, enquanto os estabelecimentos avançavam 13,49% ao ano. Daí em diante, o ritmo

de expansão começou a moderar. A desaceleração experimentada pelas matrículas,

contudo, foi bem mais suave do que no caso dos estabelecimentos.

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xiii

23. De 2005 a 2012, o número de matrículas cresceu à taxa anual de 6,44%, enquanto o de

estabelecimentos aumentou 1,27% ao ano. De 2012 a 2015, as taxas passaram,

respectivamente, a 5,73% e -0,68%. Em 2015, todavia, por força da recessão, a taxa de

crescimento do número de matrículas privadas baixou para 3,55%. O número de

estabelecimentos teve um recuo de 0,05%.

24. A expansão do ensino superior privado não foi homogênea entre as regiões geográficas. A

Região Sudeste, que detém a maior parcela das matrículas, a exemplo do que ocorre no

ensino básico, perdeu participação, entre 2012 e 2015, passando de 51,01% para 48,49%.

Também cedeu espaço às demais a Região Centro-Oeste, baixando de 9,93% para 9,57%. A

Região Norte foi a que mais avançou, passando de 6,31% para 7,40%.

25. Das 6.075.152 matrículas registradas na rede privada de ensino superior, 2.609.933 estão

em universidades. Em seguida, aparecem as faculdades, com 2.126.261 de registros. Os

centros universitários somam 1.338.958. No conjunto das universidades, as privadas

detêm 61,08% das matrículas. Nos centros universitários, a proporção salta para 98,61%,

situando-se em 94,44% nas faculdades.

26. Depois de uma fase de crescimento meteórico, a taxas anuais superiores a 100%, no início

da década passada, a modalidade de ensino à distância veio aos poucos moderando o seu

ritmo de expansão. Tendo começado com 6.392 matrículas, em 2002, as instituições

privadas alcançaram a marca de 1.265.359, em 2015. Nesse ano, a proporção privada no

total de matrículas à distância alcançou os 90,79%. Apesar da pujança, o segmento

também se ressentiu da crise, tendo reduzido sua taxa de crescimento para 5,23%, em

2015.

27. De cada quatro alunos da rede privada de ensino superior, apenas um é proveniente da

rede privada de ensino básico. Esta é a média nacional, formada por realidades estaduais

bem diversas. O Rio de Janeiro possui a maior taxa de participação de alunos oriundos da

rede privada de educação básica: um em cada três. No extremo oposto da comparação

entre estados está o Acre, onde um em cada oito matriculados na rede privada de ensino

superior concluiu sua formação básica numa instituição igualmente privada.

28. Os programas de financiamento à educação superior, que na última década funcionaram

como acelerador do crescimento das instituições privadas de ensino, chegaram a 2015

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xiv

enfrentando restrições orçamentárias e grande incerteza quanto aos rumos a serem

seguidos doravante. O ProUni - Programa Universidade Para Todos, cuja mecânica consiste

na concessão de bolsas por instituições privadas em troca de abatimento de impostos

federais, passou de um crescimento anual de 26,08%, entre 2005, ano inicial, e 2008, para

4,96%, entre 2012 e 2015.

29. Entre 2009 e 2015, as matrículas suportadas pelo FIES - Fundo de Financiamento

Estudantil, que existe desde 1999, mas ganhou um impulso extraordinário nesta década

com a redução das taxas de juros e a ampliação do período de pagamento, passaram de

133.089 para 1.332.369. O crescimento foi de 10 vezes. Neste período, a proporção de

matrículas em instituições privadas que contavam com algum tipo de financiamento saltou

de 22,6% para 44,4%. Destas matrículas, 49,4% eram financiadas pelo FIES.

30. O número de funções docentes em atividade nas instituições privadas de ensino superior

era de 222.282, em 2015. Pelo segundo ano consecutivo, houve aumento, após um

período de oscilação e queda, entre 2009 e 2013. Nos anos anteriores, ao contrário, o

crescimento foi firme e contínuo. Mesmo assim, a taxa de 2015 foi de 0,91%, ante 3,87%,

em 2014.

31. A qualificação dos docentes que trabalham nos estabelecimentos privados de ensino

superior tem melhorado continuamente. Em 2005, pouco mais de metade possuía título

de mestrado ou doutorado. Dez anos depois, a proporção já havia deixado para trás os

dois terços, aproximando-se dos 70%. Somente no aspecto da dedicação em tempo

integral é que um limite, em torno de 25% do contingente, parece ter sido atingido.

32. Em 2015, novamente, o curso mais frequentado nas instituições privadas foi Direito. Das

4.809.793 matrículas registradas em cursos presenciais de ensino superior, 764.548 ou

15,90% correspondiam a esta área do conhecimento. Na segunda posição, mais uma vez,

está o curso de Administração, com 506.407 matrículas registradas ou 10,53% do total. A

terceira posição da tabela é ocupada pelo curso de Engenharia civil, que conta com

300.374 matrículas.

33. Os 15 cursos presenciais com maior número de matrículas em instituições privadas

totalizam 68,07% das matrículas presenciais. O grau de concentração é elevado. Se

considerarmos os 10 primeiros cursos, a proporção, em 2015, é de 58,65%. Em 2012, os 10

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xv

primeiros somavam 57,28%. Como proporção do número total de matrículas nestes 15

cursos, os oferecidos pela rede privada respondem por 84,70%, mais de 12 pontos de

percentagem acima da média geral, de 72,51%.

34. Segundo as novas séries de contas nacionais divulgadas pelo IBGE, a educação privada

registrou, em 2014, participação de 1,4% no PIB, superando em 0,2 ponto percentual a

média dos 10 anos anteriores. Já a educação pública alcançou 4,7%, ante 3,8% na década

precedente.

35. Em valores monetários referentes a 2014, mas atualizados pela inflação para novembro de

20162, os serviços ofertados pelo setor educacional privado às famílias, a preços básicos,

isto é, sem a adição dos impostos e contribuições incidentes sobre bens e serviços, estão

avaliados em R$ 111.387 milhões. Esta é a estimativa mais atual do valor recebido em um

ano por todas as instituições privadas de ensino do país como contrapartida pelos serviços

que prestam. Em 2015, eram aproximadamente 15,1 milhões os alunos matriculados, da

educação infantil à superior.

36. O setor educacional privado pagou, em 2014, a preços de novembro de 2016, salários no

valor de R$ 62.156 milhões. Sobre esse montante, realizou contribuições à previdência

social e ao FGTS de R$ 11.182 milhões. A título comparativo, o setor de saúde privada, que

tem uma participação no PIB da ordem de 2,5%, desembolsou R$ 60.976 milhões para

pagamento de salários e recolheu R$ 8.924 milhões na forma das contribuições sociais

mencionadas.

37. O setor educacional privado ocupava, em 2014, 2.451.485 pessoas. O crescimento do

número de ocupações no setor, entre 2010 e 2014, foi de 7,79% ao ano. Durante a década

anterior, a ocupação cresceu 4,30% ao ano. O aumento é compatível com o ritmo de

expansão das matrículas no ensino básico, que levou a um crescimento mais acelerado do

número de funções docentes. Todavia, a desaceleração registrada no ritmo de

crescimento deste contingente, em 2015, já mencionada, por certo também deverá se

verificar em relação ao número total de ocupados no setor.

2 Usando o IGP-M como referência, a inflação entre o ano de 2014 (média do período) e novembro de 2016 foi de 19,50%.

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17

NÚMEROS DO ENSINO BÁSICO

MATRÍCULAS

Entre 2010 e 2015, o número de matrículas na rede privada de educação básica elevou-se de

7.560.382 para 9.057.732. O acréscimo de 1.497.350 alunos matriculados, em cinco anos,

corresponde a uma expansão à taxa média anual de 3,68%. Neste período, a proporção de

matrículas em estabelecimentos privados subiu de 14,67% para 18,56% do total.

Tabela 1 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico, 2010 – 2015

2010 2015 Variação

Total

Estabelecimentos Privados

Total

Estabelecimentos Privados

% ao ano

Total % Total % Total Estabelecimentos

Privados

51.549.889 7.560.382 14,67% 48.796.512 9.057.732 18,56% -1,09 3,68

Fonte: INEP

O avanço da participação do segmento educacional privado no ensino básico do país se deve

não apenas à sua própria expansão, mas também a um movimento de contração observado

nas matrículas em estabelecimentos da rede pública. Como o número total de matrículas no

ensino básico recuou de 51.549.889, em 2010, para 48.796.512, em 2015, concomitantemente

ao aumento já mencionado do quadro de alunos da rede privada, conclui-se que a rede pública

experimentou uma retração de 4.250.727 no contingente matriculado nos estabelecimentos

que a compõem. Em termos relativos, o número total de alunos no ensino básico recuou à

razão de 1,09% ao ano, enquanto na rede pública o decréscimo se deu ao ritmo anual de

2,01%.

A divergência de trajetórias entre o setor privado e o público, iniciada na década passada,

acentuou-se no quinquênio 2010-2015, como se percebe da comparação entre as tabelas 1 e

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18

2. De um lado, o ritmo de crescimento das matrículas na rede privada mais do que duplicou,

passando de 1,43% ao ano para 3,68% ao ano. Ao mesmo tempo, o número total de

matrículas, que já vinha em retração à taxa anual de 0,40%, durante a década anterior, passou

a se reduzir mais rapidamente, à razão de 1,09% ao ano, de 2010 em diante.

Tabela 2 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico, 2000 - 2010

2000 2010 Variação

Total

Estabelecimentos Privados

Total

Estabelecimentos Privados

% ao ano

Total % Total % Total Estabelecimentos

Privados

53.634.486 6.557.144 12,23% 51.549.889 7.560.382 14,67% -0,40 1,43

Fonte: INEP

Recuando-se até o ano 2000, as matrículas nos estabelecimentos privados correspondiam a

12,23% do total. Esta proporção alcançou 14,67%, em 2010. Houve, desse modo, ao longo de

10 anos, uma elevação de 2,44 pontos percentuais na participação privada, fruto da

divergência entre os sentidos em que evoluíram esta rede e a pública, a primeira em expansão

e a segunda em contração. No quinquênio subsequente, além de seguirem caminhos opostos,

as duas redes o fizeram em ritmo mais acelerado. Como consequência, a proporção de

matrículas privadas cresceu 3,90 pontos percentuais em apenas cinco anos, atingindo 18,56%,

em 2015.

Gráfico 1 - Proporção de matrículas em escolas particulares de ensino básico

Fonte: INEP

12,2313,16 13,26

12,0413,37 13,9

14,6715,54

16,4617,21

18,27 18,56

0

4

8

12

16

20

2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

%

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19

Outro aspecto que diferencia a década atual da anterior é a aceleração do crescimento das

matrículas privadas, que chegou a 5,58%, em 2014. Este percentual contrasta com a taxa

média seguida pelo setor na década passada, de 1,43% ao ano. A aceleração, no entanto, deu

lugar a uma retração de 0,36%, em 2015. Mais do que uma simples desaceleração, normal na

maioria dos processos de expansão, o resultado de 2015 representou uma inversão drástica de

trajetória, esta sim sem precedente, expressa numa diferença de 5,94 pontos percentuais

entre a taxa de 2015 e a de 2014.

Gráfico 2 - Taxa anual de crescimento das matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico, 2011-2015.

Fonte: INEP

A aceleração do ritmo de expansão do número de matrículas no segmento educacional

privado, nesta primeira metade de década, se verificou em todas as regiões do país. A Região

Norte, talvez por ter ainda uma presença relativamente reduzida do setor privado, foi a que

mais cresceu na primeira metade desta década: 5,27% ao ano. Em seguida, aparece a Região

Sul, com 4,35% de crescimento ao ano. Na Região Sudeste, o crescimento da rede privada, de

3,25% ao ano, foi mais baixo do que nas demais regiões. Este comportamento pode ser

explicado pela dimensão do setor, que detém uma parcela de 22,21% das matrículas no ensino

básico regional, a mais alta do país. Quanto ao resultado de 2015, a Região Sul foi a única das

cinco a manter-se em expansão, ainda que a um ritmo menor que o de anos anteriores.

4,745,10

3,46

5,58

-0,36-1

0

1

2

3

4

5

6

7

2011 2012 2013 2014 2015

%

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20

4,91%

27,11%

48,15%

11,99%7,85%

Tabela 3 - Matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico por região geográfica, 2015

Região Geográfica

Matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico

Variação anual – estabelecimentos privados (%)

Número Proporção do

total de matrículas 2000 - 2010 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 9.057.732 18,56% 1,43% 3,68% -0,36%

Norte 479.623 9,46% 2,31% 5,27% -0,39%

Nordeste 2.487.431 17,27% 0,67% 3,95% -1,63%

Sudeste 4.271.775 22,21% 1,71% 3,25% -0,47%

Sul 1.121.302 17,42% 1,01% 4,35% 2,83%

Centro-Oeste 697.601 19,14% 2,76% 3,29% -0,06%

Fonte: INEP

O crescimento comparativamente menor que nas outras regiões, entre 2010 e 2015, reduziu a

parcela do Sudeste no total nacional de matrículas na educação básica. Nestes cinco anos, a

fração regional baixou de 48,15% para 47,16%. Já em termos absolutos, o que se viu foi um

aumento de 631.295 matrículas. O protagonismo do Sudeste resulta da combinação de duas

características: a maior população em idade escolar e o índice de penetração do ensino

privado mais elevado do país, com 22,21% das matrículas regionais, como já mencionado.

O Nordeste, com a segunda maior parcela das matrículas do país teve sua participação

incrementada de 27,11% para 27,46%. O Sul e o Norte também alargaram suas fatias,

enquanto o Centro-Oeste mostrou um pequeno declínio. O gráfico que se segue mostra como

as matrículas em estabelecimentos privados de ensino básico se repartem entre as regiões

geográficas brasileiras.

Gráfico 3 - Matrículas em escolas particulares de ensino básico segundo regiões geográficas

2010 2015

Fonte: INEP

5,30%27,46%

47,16%

12,38%7,70%

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

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21

O mapa a seguir mostra a presença do ensino privado nos estados brasileiros. O indicador

utilizado é a proporção de matrículas nas instituições privadas em relação ao número total. A

Região Norte e a Região Sul, no tocante a este indicador, se caracterizam pela uniformidade

entre os estados que as compõem, ainda que em média os do Sul contem com um grau de

penetração do segmento privado quase duas vezes maior que os do Norte. Nesta região, seis

dos sete estados possuem proporções de matrículas em escolas privadas situadas entre 9,29%

e 10,82%, faixa relativamente estreita. No Sul, os três estados são ainda mais próximos entre

si, com proporções que vão de 16,75% a 17,70%.

Nas Regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, as diferenças entre estados são significativas.

Na primeira região, Maranhão e Piauí estão no extremo inferior, com proporções de 11,53% e

12,76%, respectivamente, enquanto na outra ponta da distribuição, em Pernambuco, a

participação privada vai a 23,23%. Alagoas e Ceará se encontram em posições intermediárias,

com proporções de 15,68% e 20,30%.

No Sudeste, formado por apenas quatro estados, é de 18,08 pontos percentuais a distância

entre o Rio de Janeiro, que com 31,02% tem a maior participação, e o Espírito Santo, onde

12,95% das matrículas estão em escolas privadas. A situação do Centro-Oeste é semelhante,

sendo de 18,52 pontos de percentagem a distância que separa o Distrito Federal, onde a

presença privada alcança 30,67%, e Mato Grosso, em que a proporção é de 12,15%.

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22

Mapa 1 - Proporção de matrículas em escolas particulares de ensino básico segundo unidades da federação - 2015

Fonte: INEP

A tabela a seguir compara estas proporções em 2000, 2010 e 2015. O adensamento foi geral

nesses 15 anos. Em 2000, eram 17 os estados em que a participação das escolas privadas no

total de matrículas superava 10%. Em 2015, o número tinha avançado para 22. Em 2000,

apenas no Rio de Janeiro as escolas privadas absorviam mais de 20% das matrículas no ensino

básico. Quinze anos depois, o número de estados com proporção acima de 20% chegou a oito.

10,82%

20,30%

12,51%

19,12%

23,23%

10,59%

0% - 10%

10% - 15%

15% - 20%

20% - 25%

25% - 35%

Proporção de matrículas nos estabelecimentos

privados em relação ao total

20,56%

22,97%

15,56%

17,70%

9,36% 4,87%

15,68%

11,53%

14,48%

12,76%

21,34%

15,46% 12,95%

30,67%

31,02%

16,75%

9,29% 9,83%

9,80%

12,15%

13,57%

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23

Tabela 4 - Proporção de matrículas na rede privada de ensino, segundo estados – 2000, 2010 e 2015

Estados 2000 2010 2015

Rondônia 8,71% 8,29% 9,36%

Acre 4,92% 4,82% 4,87%

Amazonas 7,75% 7,55% 9,29%

Roraima 3,14% 6,12% 10,82%

Pará 5,23% 6,97% 9,83%

Amapá 8,58% 8,60% 10,59%

Tocantins 5,85% 7,67% 9,80%

Maranhão 8,08% 8,49% 11,53%

Piauí 11,49% 10,56% 12,76%

Ceará 14,51% 16,69% 20,30%

Rio Grande do Norte 13,05% 16,98% 20,51%

Paraíba 11,13% 13,78% 19,12%

Pernambuco 15,49% 17,63% 23,23%

Alagoas 11,51% 11,68% 15,68%

Sergipe 10,32% 15,36% 21,34%

Bahia 7,63% 9,92% 14,48%

Minas Gerais 10,18% 13,95% 15,46%

Espírito Santo 13,43% 12,27% 12,95%

Rio de Janeiro 23,33% 23,45% 31,02%

São Paulo 13,97% 18,19% 22,97%

Paraná 11,05% 13,14% 17,56%

Santa Catarina 11,79% 13,44% 16,75%

Rio Grande do Sul 12,46% 14,00% 17,70%

Mato Grosso do Sul 12,76% 11,73% 13,57%

Mato Grosso 7,93% 9,36% 12,15%

Goiás 10,09% 17,43% 20,56%

Distrito Federal 19,86% 26,45% 30,67%

Brasil 12,23% 14,67% 18,56%

Fonte: INEP

A evolução, contudo, não foi contínua. Entre 2000 e 2010, embora alguns estados tenham

apresentado avanço expressivo da participação privada, como Goiás, cuja proporção de

matrículas nos estabelecimentos do setor aumentou mais de sete pontos percentuais, outros

mostraram redução, entre os quais o Espírito Santo com recuo de um ponto. O período 2010-

2015, diferentemente, foi marcado por aumento generalizado da participação privada. Aqui

vale mencionar o Rio de Janeiro, que teve sua proporção de matrículas em instituições

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24

privadas ampliada em 7,6 pontos percentuais. O gráfico a seguir mostra, em pontos

percentuais, a evolução da participação privada em cada estado nos dois subperíodos.

Gráfico 4 - Variação da participação privada nas matrículas do ensino básico, por unidades da federação, em pontos percentuais.

Fonte: INEP

4,22

3,13

2,79

1,84

3,70

3,31

4,42

4,78

7,58

0,68

1,51

4,57

5,97

3,99

5,60

5,34

3,53

3,61

2,20

3,04

2,13

1,99

2,86

4,70

1,74

0,04

1,07

6,59

7,35

1,48

-1,03

1,54

1,65

2,09

4,22

0,12

-1,17

3,77

2,28

5,04

0,18

2,14

2,65

3,93

2,18

-0,93

0,41

1,82

0,02

1,74

2,99

-0,20

-0,10

-0,42

-2 0 2 4 6 8

Distrito Federal

Goiás

Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

Paraná

São Paulo

Rio de Janeiro

Espírito Santo

Minas Gerais

Bahia

Sergipe

Alagoas

Pernambuco

Paraíba

Rio Grande do Norte

Ceará

Piauí

Maranhão

Tocantins

Amapá

Pará

Roraima

Amazonas

Acre

Rondônia

2010-2000 2015-2010

pontos percentuais

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25

Pode-se aprofundar a análise geográfica da presença do ensino privado, identificando-a no

âmbito municipal. Usando-se como linha de corte aqueles municípios com mais de 100 mil

habitantes, grupo em que reside 56,06% da população brasileira, neles estão registradas

7.082.064 de matrículas no ensino básico. Esta cifra corresponde a 78,19% do total de

matrículas em estabelecimentos privados no país. A comparação direta dos percentuais deixa

claro que o ensino privado tem presença mais maciça nos centros urbanos de maior estatura.

Mesmo assim, como se vê na tabela a seguir, há diferenças significativas entre regiões e

estados, que acompanham o padrão de urbanização local.

Tabela 5 - População residente e matrículas em escolas privadas de ensino básico, total e municípios com mais de 100 mil habitantes – 2015.

Unidade Geográfica

População residente

População em municípios

com mais de 100 mil

habitantes

População em municípios

com mais de 100 mil

habitantes em relação ao

total

Total de matrículas

em escolas

privadas

Matrículas em escolas

privadas em municípios

com mais de 100 mil

habitantes

Matrículas em escolas privadas

em municípios com mais de 100 mil habitantes em

relação ao total de matrículas em

escolas privadas

Brasil 204.450.649 114.608.410 56,06% 9.057.732 7.082.064 78,19%

Região Norte 17.472.636 8.568.980 49,04% 479.623 405.035 84,45%

Rondônia 1.768.204 737.568 41,71% 42.650 27.033 63,38%

Acre 803.513 370.550 46,12% 13.279 11.842 89,18%

Amazonas 3.938.336 2.169.286 55,08% 109.510 102.478 93,58%

Roraima 505.665 320.714 63,42% 16.128 15.990 99,14%

Pará 8.175.113 3.959.564 48,43% 233.549 200.980 86,05%

Amapá 766.679 568.389 74,14% 24.398 23.409 95,95%

Tocantins 1.515.126 442.909 29,23% 40.109 23.303 58,10%

Região Nordeste 56.560.081 23.245.125 41,10% 2.487.431 1.682.812 67,65%

Maranhão 6.904.241 2.277.772 32,99% 238.895 168.721 70,63%

Piauí 3.204.028 994.048 31,02% 114.336 71.728 62,73%

Ceará 8.904.459 4.112.988 46,19% 452.718 348.133 76,90%

Rio Grande do Norte 3.442.175 1.400.500 40,69% 177.209 117.945 66,56%

Paraíba 3.972.202 1.437.764 36,20% 191.205 116.072 60,71%

Pernambuco 9.345.173 4.646.134 49,72% 533.111 367.504 68,94%

Alagoas 3.340.932 1.244.826 37,26% 139.885 98.018 70,07%

Sergipe 2.242.937 912.345 40,68% 118.637 68.330 57,60%

Bahia 15.203.934 6.218.748 40,90% 521.435 326.361 62,59%

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26

Unidade Geográfica

População residente

População em municípios

com mais de 100 mil

habitantes

População em municípios

com mais de 100 mil

habitantes em relação ao

total

Total de matrículas

em escolas

privadas

Matrículas em escolas

privadas em municípios

com mais de 100 mil

habitantes

Matrículas em escolas privadas

em municípios com mais de 100 mil habitantes em

relação ao total de matrículas em

escolas privadas

Região Sudeste 85.745.520 59.570.812 69,47% 4.271.775 3.633.759 85,06%

Minas Gerais 20.869.101 9.437.644 45,22% 715.028 482.474 67,48%

Espírito Santo 3.929.911 2.435.202 61,97% 116.912 102.735 87,87%

Rio de Janeiro 16.550.024 14.439.834 87,25% 1.119.028 1.039.813 92,92%

São Paulo 44.396.484 33.258.132 74,91% 2.320.807 2.008.737 86,55%

Região Sul 29.230.180 14.227.535 48,67% 1.121.302 808.341 72,09%

Paraná 11.163.018 5.790.460 51,87% 451.002 325.502 72,17%

Santa Catarina 6.819.190 3.055.123 44,80% 254.710 183.023 71,86%

Rio Grande do Sul 11.247.972 5.381.952 47,85% 415.590 299.816 72,14%

Região Centro-Oeste 15.442.232 8.995.958 58,26% 697.601 552.117 79,15%

Mato Grosso do Sul 2.651.235 1.288.767 48,61% 92.184 66.359 71,99%

Mato Grosso 3.265.486 1.194.319 36,57% 104.122 68.023 65,33%

Goiás 6.610.681 3.598.042 54,43% 296.190 212.630 71,79%

Distrito Federal 2.914.830 2.914.830 100,00% 205.105 205.105 100,00%

Fontes: IBGE e INEP

Na Região Sudeste, a proporção de matrículas privadas em municípios com mais de 100 mil

habitantes é de 85,06%, a mais alta do país. Não por acaso, este grupo de municípios abriga

69,47% da população regional, também o coeficiente mais elevado entre as regiões. A

concentração demográfica em municípios maiores, todavia, não explica por completo a

presença do ensino privado. Veja-se o caso da Região Norte, onde 84,45% das matrículas em

escolas privadas se encontram em municípios com mais de 100 mil habitantes.

Demograficamente, contudo, em contraste com o Sudeste, vive neste estrato de municípios

49,04% da população.

A proporção é semelhante à encontrada na Região Sul, onde 48,67% da população reside em

municípios com mais de 100 mil habitantes. A similaridade não se estende à distribuição

geográfica dos estabelecimentos privados de ensino. No grupo de municípios com maior

contingente populacional estão registradas 72,09% das matrículas em estabelecimentos

privados sediados na Região Sul, mais de 12 pontos percentuais abaixo da proporção que se

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27

observa na Região Norte. Isso significa que há outros fatores de atratividade do ensino

privado, como renda familiar e infraestrutura em geral, que podem contrabalançar a

demografia.

O Nordeste tem um perfil ainda mais descentralizado que o Sul no que diz respeito às duas

variáveis. Nos municípios com mais de 100 mil habitantes vivem 41,10% dos residentes na

região. Neles estão matriculados 67,65% dos estudantes em instituições privadas de ensino.

Ou seja, ambos os percentuais são inferiores aos da Região Sul. Já a Região Centro-Oeste é a

que possui maior semelhança com a média do país: 58,26% da população e 79,15% das

matrículas em escolas privadas se encontram em municípios com 100 mil ou mais habitantes.

Examinando a composição de cada região, há situações de grande homogeneidade, como a

observada entre os estados do Sul, em que a proporção de matrículas privadas contabilizadas

em municípios com mais de 100 mil habitantes oscila no estreito intervalo que vai de 71,86%,

em Santa Catarina, a 72,17%, no Paraná. A população residente nesta classe de municípios

varia de 44,80% a 51,87%, nos mesmos dois estados. No Nordeste, se nota uma diversidade

maior. Comparando-se apenas os três estados mais populosos da região – Bahia, Pernambuco

e Ceará, verificam-se as seguintes proporções de matrículas registradas em municípios com

mais de 100 mil habitantes: 62,59%, 68,94% e 76,90%, respectivamente. Nos três estados, a

população que vive em municípios com mais de 100 mil habitantes corresponde a menos da

metade do total. Vale ressaltar que a progressão das proporções de matrículas nesses

municípios cresce em sentido oposto à das populações, sugerindo que a descentralização

demográfica contribui para a maior difusão geográfica do ensino privado.

Conclusão análoga resulta da comparação entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. Embora os dois

estados não possuam contingentes populacionais muito diversos – o Rio de Janeiro tem

aproximadamente 80% da população mineira - nem tampouco diferentes níveis de renda, as

proporções de matrículas privadas em municípios com mais de 100 mil habitantes se

distanciam 25,44 pontos percentuais. No Rio de Janeiro, o parâmetro alcança 92,92%, o mais

elevado do país, enquanto em Minas Gerais, a taxa é de 67,48%, inferior às registradas em

quatro dos nove estados nordestinos. Este hiato pode ser explicado pela descentralização

demográfica de Minas Gerais. Os municípios mineiros com mais de 100 mil habitantes abrigam

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28

45,22% da população do estado, fração que se situa muito abaixo da média nacional, de

56,06%. No Rio de Janeiro, no mesmo grupo de municípios, reside 87,25% da população.

Os outros dois estados do Sudeste, embora extremamente díspares em cifras demográficas,

apresentam proporções de matrículas privadas em municípios com mais de 100 mil habitantes

similares: 87,87%, no Espírito Santo, e 86,55%, em São Paulo. Os dois, ainda que com

extensões territoriais nada comparáveis, encurtam a distância em pelo menos um aspecto da

distribuição populacional. No Espírito Santo, a população residente nos municípios com mais

de 100 mil habitantes corresponde a 61,97% do total. Em São Paulo, esta parcela alcança

74,91%. Os dois percentuais superam a média nacional.

A Região Norte é, das cinco, a que mostra a maior desigualdade entre os estados

componentes, com proporções de matrículas privadas em municípios com mais de 100 mil

habitantes que variam de 58,10%, em Tocantins, a 99,14%, em Roraima. Distância não tão

menor é observada entre Rondônia, com 63,38%, e Amazonas, com 93,58%, estados mais

populosos que os dois primeiros. Passando ao Centro-Oeste, volta a vigorar um padrão maior

de homogeneidade, ao menos entre os três estados. As matrículas em estabelecimentos

privados nos municípios acima de 100 mil habitantes, como proporção do total, correspondem

a 65,33%, em Mato Grosso, 71,79%, em Goiás, e 71,99%, em Mato Grosso do Sul. No Distrito

Federal, por força de sua constituição como unidade sem a dicotomia entre capital e interior, a

proporção aqui tratada é de 100%. A tabela que se segue mostra o número de matrículas em

escolas privadas em relação ao total de matrículas, por unidade geográfica e nos municípios

com mais e com menos de 100 mil habitantes, em 2015.

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29

Tabela 6 - Matrículas em escolas privadas em relação ao total de matrículas, por unidade geográfica e nos municípios com mais e com menos de 100 mil habitantes – 2015.

Unidade Geográfica Média da unidade Média dos municípios com mais de 100 mil

habitantes

Média dos municípios com menos de 100 mil

habitantes

Brasil 18,56% 26,93% 8,78%

Região Norte 9,46% 17,10% 2,76%

Rondônia 9,36% 13,78% 6,02%

Acre 4,87% 10,58% 0,89%

Amazonas 9,29% 17,03% 1,22%

Roraima 10,82% 17,65% 0,24%

Pará 9,83% 18,58% 2,52%

Amapá 10,59% 14,25% 1,50%

Tocantins 9,80% 19,10% 5,85%

Região Nordeste 17,27% 31,71% 8,84%

Maranhão 11,53% 27,81% 4,79%

Piauí 12,76% 28,81% 6,58%

Ceará 20,30% 35,44% 8,38%

Rio Grande do Norte 20,51% 36,57% 10,95%

Paraíba 19,12% 35,02% 11,24%

Pernambuco 23,23% 34,80% 13,36%

Alagoas 15,68% 36,48% 6,71%

Sergipe 21,34% 34,88% 13,97%

Bahia 14,48% 25,20% 8,46%

Região Sudeste 22,21% 27,10% 10,95%

Minas Gerais 15,46% 23,50% 9,04%

Espírito Santo 12,95% 17,90% 4,31%

Rio de Janeiro 31,02% 33,46% 15,85%

São Paulo 22,97% 26,17% 12,86%

Região Sul 17,42% 25,75% 9,49%

Paraná 17,56% 24,56% 10,10%

Santa Catarina 16,75% 26,99% 8,51%

Rio Grande do Sul 17,70% 26,39% 9,55%

Região Centro-Oeste 19,14% 26,62% 9,26%

Mato Grosso do Sul 13,57% 20,19% 7,36%

Mato Grosso 12,15% 22,09% 6,58%

Goiás 20,56% 27,66% 12,44%

Distrito Federal 30,67% 30,67% -

Fonte: INEP

Produto de realidades regionais muito diversas, a proporção média nacional de matrículas em

estabelecimentos privados de ensino básico em relação ao total de matrículas no país é de

18,56%, em 2015. Nos municípios com mais de 100 mil habitantes, a proporção média sobe a

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30

26,93%. Nos demais, a presença do segmento privado tende a ser mais rarefeita, conclusão a

que se chega observando-se que a mesma proporção neste grupo de municípios é de 8,78%. O

percentual correspondente aos maiores municípios é 3,07 vezes maior do que o relativo aos

demais. Entre as duas proporções, existe um hiato de 18,15 pontos percentuais.

Em termos absolutos, é na Região Nordeste que se encontra a maior diferença entre

proporções relativas a municípios com população acima de 100 mil habitantes e os demais.

São 22,86 pontos percentuais. Nas maiores aglomerações urbanas do Nordeste, a proporção

de matrículas em escolas privadas em relação ao total corresponde a 31,71%, a mais elevada

entre as cinco regiões. Já entre as menores, a proporção é de 8,84%. Separando as duas, há

um fator multiplicativo de 3,58. Dos nove estados nordestinos, oito possuem proporções

relativas aos maiores municípios acima da média nacional. A mais alta é a do Rio Grande do

Norte, onde 36,57% das matrículas no ensino básico nos municípios com mais de 100 mil

habitantes são feitas em estabelecimentos privados. Nos municípios menores, a proporção

mais alta é a de Sergipe: 13,97%.

Na Região Norte, as duas proporções estão substancialmente abaixo das respectivas médias

nacionais: 17,10% e 2,76%. Entre ambas, a diferença absoluta é de 14,34 pontos percentuais,

mas a primeira é 6,20 vezes maior que a segunda. Em Estados como o Acre e Roraima, a

presença privada em municípios com menos de 100 mil habitantes é inferior a 1%.

Nas outras três regiões, os percentuais indicativos da presença do setor educacional privado

nos maiores municípios não são muito distintos, o mesmo se verificando com respeito aos que

possuem menos de 100 mil habitantes. No primeiro caso, as proporções variam de 25,75%, no

Sul, a 27,10%, no Sudeste. No segundo, a menor proporção é a do Centro-Oeste, com 9,26%,

enquanto a mais alta corresponde ao Sudeste, com 10,95%. Nas três regiões, o fator

multiplicativo entre a proporção relativa aos grandes municípios e a referente aos menores é

inferior à média nacional, de 3,07. No Sudeste, o fator é de 2,47, no Sul, é de 2,71, e no

Centro-Oeste, de 2,88.

Ainda numa comparação entre estas três regiões, é no Sudeste que se observa a maior

diferenciação entre estados. O Rio de Janeiro, por exemplo, possui a maior proporção de

matrículas privadas nos municípios com menos de 100 mil habitantes, não só na região como

no país, com 15,85%. Na mesma região, está o Espírito Santo, onde a proporção

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31

correspondente a este grupo de municípios é de 4,31%. Na Região Sul, prevalece a

uniformidade entre os três estados. No Paraná, a proporção de matrículas privadas nos

municípios com mais de 100 mil habitantes é de 24,56%, apenas 2,43 pontos percentuais

abaixo de Santa Catarina, cuja proporção alcança 26,99%. Quando a comparação é feita no

grupo dos municípios menos populosos, a distância entre máximo e mínimo é de 1,59 ponto

percentual. Por fim, o Centro-Oeste apresenta um padrão intermediário, nem tão homogêneo

como o Sul, nem tão diferenciado como o Sudeste.

A tabela que se segue traz a lista das capitais estaduais e também reúne exemplos de

municípios que se destacam pela proporção de matrículas privadas. Entre as capitais, se

sobressai Fortaleza, com uma proporção de 44,00%. Ainda no Nordeste, Aracaju e Recife são

capitais que possuem proporções acima de 40%. Na Região Norte, cujos percentuais de

participação do setor educacional privado são bem menores que nas outras quatro, vale

ressaltar a proporção de 27,35% registrada em Belém. No Sudeste, Sul e Centro-Oeste, as

cidades com proporções mais elevadas são: Rio de Janeiro, com 36,65%, Porto Alegre, com

38,43%, e Goiânia, com 40,77%.

Fora das capitais, há proporções que surpreendem. Na Região Sudeste, a cidade de Niterói, no

Rio de Janeiro, tem 46,65% das matrículas no ensino básico feitas em estabelecimentos

privados. Esta proporção não apenas supera a da capital do estado, como é o recorde nacional

entre municípios com mais de 100 mil habitantes. No Nordeste, o município pernambucano de

Paulista, com 42,61% de matrículas no ensino privado, supera a proporção da cidade de Recife.

No Norte, o município paraense de Castanhal, com 20,47%, tem a proporção mais elevada na

região, maior do que a de seis das sete capitais. Na Região Sul, a proporção mais alta é a de

Criciúma, com 37,61%, enquanto no Centro-Oeste, esta posição cabe a Anápolis, com 28,98%.

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32

Tabela 7 - Matrículas em estabelecimentos de ensino privado como proporção do total: Brasil, regiões, estados, capitais e municípios exceto capitais com maior proporção entre os de mais de 100

mil habitantes - 2015

Brasil/Região/Estado Capital Município com mais de 100 mil

habitantes e maior proporção de matrículas privadas (ex. capital)

Brasil 18,56%

Região Norte 9,46%

Rondônia 9,36% Porto Velho 13,80% Ji-Paraná 13,73%

Acre 4,87% Rio Branco 10,58% - -

Amazonas 9,29% Manaus 17,86% Parintins 3,97%

Roraima 10,82% Boa Vista 17,65% - -

Pará 9,83% Belém 27,35% Castanhal 20,47%

Amapá 10,59% Macapá 15,02% Santana 11,40%

Tocantins 9,80% Palmas 19,34% Araguaína 18,72%

Região Nordeste 17,27%

Maranhão 11,53% São Luís 39,39% São José de Ribamar 28,36%

Piauí 12,76% Teresina 29,94% Parnaíba 22,73%

Ceará 20,30% Fortaleza 44,00% Juazeiro do Norte 33,98%

Rio Grande do Norte 20,51% Natal 38,59% Mossoró 33,35%

Paraíba 19,12% João Pessoa 35,93% Patos 38,24%

Pernambuco 23,23% Recife 41,38% Paulista 42,61%

Alagoas 15,68% Maceió 39,78% Arapiraca 25,19%

Sergipe 21,34% Aracaju 40,11% Nossa Senhora do Socorro 30,05%

Bahia 14,48% Salvador 30,23% Santo Antônio de Jesus 33,97%

Região Sudeste 22,21%

Minas Gerais 15,46% Belo Horizonte 32,96% Ipatinga 29,70%

Espírito Santo 12,95% Vitória 27,97% Vila Velha 27,73%

Rio de Janeiro 31,02% Rio de Janeiro 36,65% Niterói 46,65%

São Paulo 22,97% São Paulo 32,44% Santos 43,22%

Região Sul 17,42%

Paraná 17,56% Curitiba 32,99% Maringá 32,93%

Santa Catarina 16,75% Florianópolis 38,07% Criciúma 37,61%

Rio Grande do Sul 17,70% Porto Alegre 38,43% Caxias do Sul 31,82%

Região Centro-Oeste 19,14%

Mato Grosso do Sul 13,57% Campo Grande 21,42% Dourados 18,43%

Mato Grosso 12,15% Cuiabá 30,05% Rondonópolis 15,76%

Goiás 20,56% Goiânia 40,77% Anápolis 28,98%

Distrito Federal 30,67% Brasília 30,67% - -

Fonte: INEP

A divisão do número de matrículas no ensino básico em diferentes níveis educacionais não é

tão simples quanto parece porque várias categorias se superpõem possibilitando a ocorrência

de múltipla contagem. Por exemplo, há alunos do ensino de jovens e adultos (EJA) cursando o

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33

fundamental ou o médio. O ensino profissionalizante, por sua vez, tem grande integração com

os níveis fundamental e médio. De outra natureza, mas com efeito estatístico análogo, são as

superposições entre o ensino especial e os níveis infantil, fundamental e médio. O gráfico a

seguir compara as parcelas representadas por cada nível educacional no conjunto das

matrículas realizadas em estabelecimentos particulares de ensino básico, em 2015. A divisão

segue o critério definido pelo INEP na sinopse do ensino básico de 20153.

Gráfico 5 - Matrículas em escolas particulares de ensino básico segundo níveis educacionais, em 2015

O ensino fundamental absorve pouco mais de metade das matrículas em estabelecimentos

privados de educação básica. São 2.772.044 nos anos iniciais e 1.798.193 nos finais. Estes

números absolutos correspondem, respectivamente, a 30,60% e 19,85% do total de matrículas

no ensino básico privado. Em seguida, aparece o ensino infantil, com pouco mais de um quarto

do total de matrículas em instituições privadas. A pré-escola é o destino de 1.235.369 e a

creche, de 1.111.860. Em termos relativos, as proporções são, respectivamente, 13,64% e

3 Número total de matrículas: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio Propedêutico, Educação Profissional exceto

Escolarização Integrada, Educação Profissional exceto Concomitante/FIC, Educação Profissional exceto Subsequente, Educação de Jovens e Adultos exceto Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos exceto Ensino Médio.

12,28%1.111.860

13,64%1.235.369

30,60%2.772.044

19,85%1.798.193

11,27%1.020.773

9,63%872.385

1,21%109.929

1,51%137.179

Creche Pré - escola

Ensino Fundamental - Anos Iniciais Ensino Fundamental - Anos Finais

Ensino Médio Propedêutico Educação Profissional

EJA Ensino Fundamental EJA Ensino Médio

Fonte: INEP

Page 34: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

34

12,28%. No ensino médio propedêutico4 há 1.020.773 matrículas, o que representa 11,27% do

total. A educação profissional responde por 872.385 matrículas ou 9,63% do total. A educação

de jovens e adultos (EJA) recebe 137.179 matrículas no nível médio e 109.929 no fundamental.

Estes números correspondem, respectivamente, a 1,51% e 1,21% do total de matrículas em

estabelecimentos privados de ensino básico.

Embora seja o principal reduto do ensino básico privado, o ensino fundamental conta com a

presença amplamente majoritária da rede pública. O gráfico a seguir mostra que a proporção

de matrículas em estabelecimentos privados no âmbito do ensino fundamental é de 14,54%,

nos anos iniciais, e de 17,81%, na fase final deste ciclo. Cabe destacar a presença do segmento

privado na educação profissional, com 45,50% do respectivo total de matrículas.

Gráfico 6 - Proporção de matrículas nos estabelecimentos privados de ensino básico por níveis educacionais em 2015

Fonte: INEP

A comparação com anos anteriores dos números de matrículas estratificados de acordo com

níveis educacionais não é imediata uma vez que os dados divulgados pelo INEP antes de 2015

não incluíam em cada categoria os referentes às escolas especializadas ou às classes exclusivas

da educação especial. Além disso, em 2015, as matrículas no ensino médio, nos subgrupos

normal/magistério e profissionalizante integrado estão contabilizadas no ensino profissional.

4 Não inclui o normal, formação dirigida ao magistério, nem outras modalidades profissionalizantes.

36,47%

25,09%

17,81%14,54% 13,45%

45,50%

5,20%

10,80%

18,56%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Page 35: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

35

Desse modo, os números de 2015 e as respectivas taxas de crescimentos estão

superestimadas. A tabela a seguir traz as comparações entre 2010 e 2014, sem o viés

mencionado, e de 2014 com 2015, cujas conclusões devem levar em conta a mudança de

critério. Nos dois primeiros anos, o total coincide com a soma das parcelas. Em 2015, devem

ser excluídas da soma as parcelas assinaladas com (*).

Tabela 8 - Número de matrículas nos estabelecimentos privados de ensino básico por níveis educacionais

Nível educacional Matrículas na educação privada Variação ao ano (%)

2010 2014 2015 2010 - 2015 2010 - 2014 2014 - 2015

Educação Básica 7.560.382 9.090.781 9.057.732 3,68% 4,72% -0,36%

Ensino Infantil 1.829.198 2.322.214 2.347.229 5,11% 6,15% 1,08%

Ensino Fundamental 3.941.238 4.477.010 4.570.237 3,01% 3,24% 2,08%

Ensino Médio Propedêutico 958.474 1.037.396 1.020.773 1,27% 2,00% -1,60%

Ensino Médio (Normal/ Magistério e Profissionalizante Integrado)

29.364 32.962 29.129 (*) -0,16% (*) 2,93% -11,63% (*)

EJA (Fundamental e Médio) 136.801 157.226 247.108 12,55% 3,54% 57,17%

Ensino Profissional 522.420 927.671 872.385 10,80% 15,44% -5,96%

Educação Especial 142.887 136.302 178.936 (*) 4,60% (*) -1,17% 31,28% (*)

Fonte: INEP

Entre 2010 e 2014, as matrículas no ensino básico privado cresceram à taxa média anual de

4,72%, ritmo mais de três vezes superior ao seguido na década de 2000 a 2010. Esta

aceleração foi generalizada entre os níveis educacionais. Vale mencionar o crescimento do

ensino infantil, com taxa de 6,15% ao ano, e do profissional, com 15,44%. Na comparação

entre 2014 e 2015, a desaceleração só não é geral por conta do ensino de jovens e adultos.

Neste caso, a taxa de 57,17% resulta de mudança nos critérios de classificação. O ensino médio

passa a ter diminuição do número de matrículas, enquanto o fundamental e o infantil sofrem

forte desaceleração. Ressalte-se, uma vez mais, que as taxas de 2015 estão, em maior ou

menor grau, aumentadas pela inclusão das matrículas da educação especial. Como não se

dispõe da informação sobre a divisão destas matrículas entre os diversos níveis educacionais,

não se pode fazer o necessário ajuste. Assim sendo, deve-se interpretar os percentuais da

última coluna da tabela como limites superiores. As matrículas no ensino fundamental, por

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36

exemplo, cresceram, em 2015, a uma taxa inferior a 2,08% e as do nível infantil podem até não

ter crescido. A seguir, analisa-se em separado a dinâmica de cada nível educacional.

Educação infantil

A educação infantil compreende duas etapas: creche e pré-escola. As creches e congêneres

são frequentadas por crianças até três anos. A pré-escola oferece ensino a crianças de quatro e

cinco anos. Ao completar seis anos, a criança é considerada apta a entrar no ensino

fundamental. Na faixa de idade do ensino infantil, o crescimento demográfico já se tornou

negativo em razão da queda acentuada da taxa de fecundidade. Segundo o IBGE, em 2000, o

número médio de filhos por mulher era de 2,4, baixando para 1,9, dez anos depois. O instituto

projeta que a taxa cairá para 1,5 filho por mulher, em 2030. Esta transição já reduziu e

continuará a reduzir o número de crianças no país. Entre 2000 e 2010, a população com idade

até três anos se reduziu de 13.020.216 para 10.925.893, o equivalente a -1,74% ao ano.

Mesmo assim, as matrículas nos estabelecimentos privados de ensino infantil cresceram 5,1%

ao ano, entre 2010 e 2015. O crescimento se explica pelo ainda relativamente reduzido

coeficiente de utilização dos serviços de educação infantil, sobretudo os oferecidos pelas

creches. Isso se deve à falta de tradição das famílias em procurá-las, mas também à própria

inexistência delas em número suficiente. Este gargalo é o principal limitador à expansão do uso

de creches por parte das famílias de baixa renda, que buscam os estabelecimentos da rede

pública.

Creches

O número de crianças atendidas por creches privadas alcançou 1.111.860, em 2015. Em

relação a 2010, a expansão se deu à taxa de 9,36% ao ano, acima dos 7,83% observados na

década precedente. Esta aceleração, acompanhada de um leve recuo do ritmo de expansão

das matrículas na rede pública, devolveu à rede privada o percentual de participação

registrado em 2000. No período 2000-2010, o crescimento da rede pública superou o da rede

privada, levando a que o setor privado experimentasse uma redução da proporção de

matrículas totais de 36,50% para 34,43%. Em 2015, o crescimento se desacelerou para 4,73%.

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37

Tabela 9 - Número de matrículas em creches

Ano

Matrículas Variação anual

Total Estabelecimentos

Privados % em Relação

ao Total Total

Estabelecimentos Privados

2000 916.864 334.626 36,50% ... ...

2010 2.064.653 710.917 34,43% 8,46% 7,83%

2015 3.049.072 1.111.860 36,47% 8,11% 9,36%

Fonte: INEP

A expansão do número de matrículas de crianças em creches privadas durante o período 2010-

2015 acelerou-se especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Na primeira região, a taxa de

crescimento passou de 4,49% ao ano, na década 2000-2010, para 11,86% anuais, no

quinquênio subsequente. No Nordeste, a taxa atingiu 12,73% ao ano, entre 2010 e 2015,

dobrando em relação à década anterior. No Sudeste e no Centro-Oeste, a aceleração foi

modesta e no Sul, ao contrário, a expansão desacelerou-se.

Em 2015, as matrículas em estabelecimentos privados de todas as regiões tiveram

desaceleração. No caso da Região Norte, a trajetória chegou a se inverter, sendo registrada

queda de 1,00%. Nas regiões Sul e Centro-Oeste, a desaceleração foi bem mais suave: de

6,90% para 5,34%, na primeira, e de 7,92% para 6,20%, na segunda. No Sudeste e no Nordeste,

a desaceleração em 2015 superou os cinco pontos de percentagem. Das cinco regiões, a

Sudeste, é aquela com maior difusão do uso de creches privadas. Nesta região, 43,64% das

matrículas em creches são feitas em estabelecimentos privados. O Centro-Oeste vem em

seguida, com 33,07%.

Tabela 10 - Número de matrículas em creches privadas segundo regiões geográficas, 2015

Região Geográfica

Matrículas em creches privadas Variação anual – estabelecimentos privados (%)

Número Proporção do total de matrículas em creches

2000 - 2010 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 1.111.860 36,47% 7,83% 9,36% 4,73%

Norte 25.557 19,29% 4,49% 11,86% -1,00%

Nordeste 199.123 29,74% 6,35% 12,73% 7,71%

Sudeste 670.261 43,64% 8,32% 9,09% 3,82%

Sul 150.332 29,49% 8,37% 6,90% 5,34%

Centro-Oeste 66.587 33,07% 7,16% 7,92% 6,20%

Fonte: INEP

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38

Mais de 60% das matrículas em creches estão na Região Sudeste. O Nordeste aparece em

segundo lugar, mas a uma distância considerável do Sudeste. Esta distância se reduziu entre

2010 e 2015, tanto pelo aumento da participação nordestina, de 15,39% para 17,91%, como

pela simultânea diminuição da fração correspondente ao Sudeste de 61,01% para 60,28%. A

Região Sul, ao contrário, por ter sido entre as cinco regiões a que menos cresceu, cedeu

espaço, tendo a parcela que lhe corresponde passado de 15,15% para 13,52%.

Gráfico 7 - Matrículas em creches privadas segundo regiões geográficas

2010 2015

Pré-escolas

Sem o vigor das matrículas em creches, o número de alunos em pré-escolas também acelerou

o seu ritmo de expansão, da década passada para a atual. Entre 2000 e 2010, as matrículas em

pré-escolas da rede privada cresceram 0,26% ao ano em média, mais lentamente do que nos

estabelecimentos públicos. Entre 2010 e 2015, a taxa anual de crescimento avançou para

2,01%, ritmo mais acelerado que o da rede pública. Desse modo, a proporção de matrículas

em estabelecimentos privados subiu de 23,83% para 25,09%. Em números absolutos, havia em

2015 na rede privada 1.235.369 matrículas.

Tabela 11 - Número de matrículas em pré-escolas

Ano Total

Estabelecimentos Privados Variação Anual

Número % Total Estabelecimentos

Privados

2000 4.421.332 1.089.159 24,63% ... ...

2010 4.692.045 1.118.281 23,83% 0,60% 0,26%

2015 4.923.158 1.235.369 25,09% 0,97% 2,01%

Fonte: INEP

2,05%15,39%

61,01%

15,15%

6,40%2,30% 17,91%

60,28%

13,52% 5,99%Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Fonte: INEP

Page 39: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

39

Ao longo da década atual, as matrículas em pré-escolas seguiram dinâmica similar à do ensino

básico como um todo, caracterizada por forte desaceleração em 2015. No caso das pré-

escolas, em 2015 houve um recuo de 2,00% no número de matrículas. As regiões Norte e

Nordeste apresentaram reduções de 4,50% e 5,80%, respectivamente, enquanto o Sudeste

sofreu uma desaceleração mais branda, com retração de 0,84%. No Sul e no Centro-Oeste, o

crescimento na década em curso avançou de tal forma em relação aos dez anos anteriores

que, apesar das dificuldades enfrentadas em 2015, como de resto por toda a rede privada, não

interromperam a trajetória de expansão.

Tabela 12 - Número de matrículas em pré-escolas segundo regiões geográficas, 2015

Região Geográfica

Matrículas em pré-escolas privadas Variação anual – estabelecimentos privados (%)

Número Proporção do total

de matrículas 2000 - 2010 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 1.235.369 25,09% 0,26% 2,01% -2,00%

Norte 65.246 13,36% 0,64% 1,81% -4,50%

Nordeste 411.328 27,75% 0,33% 1,10% -5,80%

Sudeste 503.623 25,26% 0,32% 1,79% -0,84%

Sul 156.380 25,81% -0,35% 4,78% 3,37%

Centro-Oeste 98.792 28,01% 0,35% 3,15% 2,48%

Fonte: INEP

O gráfico a seguir apresenta a repartição do número de matrículas em pré-escolas privadas,

em 2010 e 2015. Neste nível do ciclo educacional, o Sudeste não tem a mesma proeminência

que no caso das creches. Em compensação, o Nordeste dobra sua participação, que difere da

proporção referente ao Sudeste por pouco mais de sete pontos de percentagem. No caso das

creches, o hiato supera os 42 pontos percentuais. Nas outras três regiões, as participações se

diferenciam das registradas no segmento de creches por dois a três pontos de percentagem.

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40

Gráfico 8 - Matrículas em pré-escolas privadas segundo regiões geográficas

2010 2015

Ensino fundamental

Em 2015, as matrículas nos estabelecimentos privados de ensino fundamental totalizaram

4.570.237. Em 2010, o número era de 3.941.238. No mesmo intervalo, o número de matrículas

na rede pública diminuiu de 31.005.341 para 27.931.210. Como resultado desses movimentos

divergentes, a proporção de matrículas em estabelecimentos privados avançou de 12,71%

para 16,36%. Dez anos antes, em 2000, a proporção era de 8,93%.

Tabela 13 - Número de matrículas no ensino fundamental

Ano Total

Estabelecimentos Privados Variação Anual

Número % Total Estabelecimentos

Privados

2000 35.717.948 3.189.241 8,93% ... ...

2010 31.005.341 3.941.238 12,71% -1,40% 2,14%

2015 27.931.210 4.570.237 16,36% -2,07% 3,01%

Fonte: INEP

A diminuição do número total de matrículas ocorre exclusivamente na rede pública e a

principal explicação é a política de adequação entre idade e série cursada, vale dizer, redução

da taxa de repetência. Deve-se considerar também o ganho de qualidade do censo escolar,

fruto do aprimoramento da aplicação da pesquisa.

De 2010 a 2015, a taxa de crescimento das matrículas privadas foi de 3,01% ao ano, superando

a registrada na década anterior, de 2,14%. Desde então, e de maneira mais pronunciada na

atual década, a taxa de crescimento das matrículas privadas em um contexto de redução

Fonte: INEP

5,33%

34,82%

41,21%

11,07%7,56% 5,28%

33,30%

40,77%

12,66%8,00%Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Page 41: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

41

populacional é indicativa de transferência de alunos antes frequentadores da rede pública. A

aceleração do crescimento do número de matrículas nesta década se deu, sobretudo, nas

regiões Nordeste, Sudeste e Sul. No Norte, o avanço foi de apenas 0,1 ponto percentual,

enquanto no Centro-Oeste houve desaceleração.

No ano de 2015, especificamente, a redução no ritmo de crescimento do total de matrículas

privadas para 2,08%, ante 3,01% na média do período que vai de 2010 a 2015, resultou de

desacelerações, em primeiro lugar, no Nordeste, mas também no Norte e Sudeste. No Centro-

Oeste, o ritmo pouco se alterou, passando de 2,48% para 2,58%. O Sul, por sua vez, prosseguiu

em trajetória de forte ampliação, tendo sua taxa de crescimento, em 2015, alcançado 5,93%,

quase 2,5 pontos percentuais acima da média do quinquênio 2010-2015. Três regiões têm a

respectiva proporção de matrículas privadas superior à média nacional: Sudeste, Centro-Oeste

e Nordeste.

Tabela 14 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino fundamental segundo regiões geográficas

Região Geográfica

Matrículas em estabelecimentos privados de ensino fundamental

Variação anual – estabelecimentos privados (%)

Número Proporção do

total de matrículas

2000 - 2010 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 4.570.237 16,36% 2,14% 3,01% 2,08%

Norte 253.818 8,13% 3,86% 3,96% 1,36%

Nordeste 1.427.255 16,98% 2,10% 3,52% 0,92%

Sudeste 2.057.463 19,37% 1,96% 2,55% 2,07%

Sul 461.009 12,67% 0,96% 3,45% 5,93%

Centro-Oeste 370.692 17,27% 3,96% 2,48% 2,58%

Fonte: INEP

O gráfico a seguir compara as cinco regiões, em 2010 e 2015, em termos de importância

relativa. O Sudeste possui a maior parcela das matrículas no ensino fundamental privado, mas

teve sua participação diminuída de 46,04% para 45,02%, nestes cinco anos. Já o Nordeste, que

tem a segunda maior fatia, a elevou de 30,46% para 31,23%. As outras três regiões tiveram

modificações inferiores a 0,2 ponto percentual em suas participações.

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42

Gráfico 9 - Matrículas em escolas particulares de ensino fundamental segundo regiões geográficas

2010 2015

O crescimento das matrículas no ensino fundamental privado é sensivelmente maior nos anos

iniciais deste ciclo educacional. A diferença inclusive se acentuou no período 2010-2015, como

se vê na tabela a seguir. Nos anos iniciais, a participação da rede privada vem crescendo em

média 0,8 ponto percentual por ano, chegando a 17,81%, em 2015. Nos anos finais, o

crescimento médio se reduziu na década atual de 1,64% para 1,17%. Ainda assim, a

participação da rede privada no total de matrículas no ensino médio continuou a subir,

alcançando 14,54%, em 2015.

Tabela 15 - Número e taxas de crescimento das matrículas nos estabelecimentos privados de ensino fundamental segundo a fase do ciclo – 2005, 2010 e 2015

Ano

Anos iniciais Anos finais

Número % no Total Taxa de

Crescimento (% ao ano)

Número % no Total Taxa de

Crescimento (% ao ano)

2005 1.812.699 9,82% - 1.564.070 10,38% -

2010 2.244.840 13,40% 4,37% 1.696.398 11,90% 1,64%

2015 2.772.044 17,81% 4,31% 1.798.193 14,54% 1,17%

Fonte: INEP

O aumento do número de matrículas supera, sobretudo nos anos iniciais, as taxas de

crescimento demográfico correspondentes, algumas já no terreno negativo. Isso significa que a

rede privada não só vem recebendo alunos da rede pública como, em alguns casos, tornou-se

a primeira opção de matrícula. Em outras palavras, a rede privada tem conseguido enfrentar a

transição demográfica, que lhe é desfavorável, e continua com perspectiva de expansão.

5,30%

30,46%

46,04%

9,87%8,32% 5,55%

31,23%

45,02%

10,09%8,11%

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Fonte: INEP

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43

Ensino médio

Depois de uma década de contração, em que o número de matrículas baixou de 1.153.419

para 987.838, os estabelecimentos privados de ensino médio voltaram a se expandir. Entre

2010 e 2015, as matrículas cresceram em média 1,23% ao ano. Com esta inflexão, o segmento

viu sua participação no total de matrículas, que havia baixado de 14,08% para 11,82%, entre

2000 e 2010, voltar a crescer, alcançando 13,00%, em 2015. No setor público, a dinâmica foi

oposta, havendo crescimento na década passada e retração na atual.

Tabela 16 - Número de matrículas no ensino médio

Ano Total

Estabelecimentos Privados Variação Anual

Número % em Relação ao

Total Total

Estabelecimentos Privados

2000 8.192.948 1.153.419 14,08% ... ...

2010 8.357.675 987.838 11,82% 0,20% -1,54%

2015 8.076.150 1.049.902 13,00% -0,68% 1,23%

Fonte: INEP

Conclusões similares, ainda que para um período mais curto, valem para o chamado ensino

médio propedêutico, que exclui a formação normal com vistas ao magistério e os cursos

profissionalizantes integrados. Embora não se disponha da informação referente estritamente

ao ensino propedêutico anterior a 2010, daí a 2015 a expansão se deu à taxa de 1,27%

concomitantemente à redução das matrículas na rede pública.

Tabela 17 - Número de matrículas no ensino médio propedêutico

Ano Total

Estabelecimentos Privados Variação Anual

Número % em Relação

ao Total Total

Estabelecimentos Privados

2010 7.959.478 958.474 12,04% ... ...

2015 7.590.465 1.020.773 13,45% -0,94% 1,27%

Fonte: INEP

Em todas as regiões geográficas, exceto o Centro-Oeste, o período 2010-2015 é de aceleração

do crescimento do número de matrículas, que havia sido negativo no Nordeste, Sudeste e Sul,

na década anterior. Para as cinco regiões, todavia, o ano de 2015 foi de desaceleração. Apenas

a região Norte registrou uma taxa positiva, ainda que muito inferior à média do quinquênio.

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44

Tabela 18 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino médio segundo regiões geográficas, 2015

Região Geográfica

Matrículas em estabelecimentos privados de ensino médio

Variação anual – estabelecimentos privados (%)

Número Proporção do

total de matrículas 2000 - 2010 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 1.049.902 13,00% -1,54% 1,23% -1,91%

Norte 61.330 7,77% 1,33% 3,76% 0,22%

Nordeste 244.243 11,03% -1,70% -0,52% -3,90%

Sudeste 510.128 15,21% -2,21% 1,95% -1,30%

Sul 143.625 13,04% -1,69% 1,29% -1,18%

Centro-Oeste 90.576 14,66% 2,04% 0,52% -2,43%

Fonte: INEP

A Região Sudeste, que já possuía a maior parcela das matrículas privadas no ensino médio em

2010, com 46,90% do total, avançou para 48,59%, em 2015, graças a um crescimento médio

anual de 1,95%, acima da média nacional, de 1,23%. No mesmo intervalo, o Nordeste, única

das cinco regiões a registrar taxa negativa, teve sua participação reduzida de 25,37% para

23,26%. Mesmo assim, continua sendo a segunda maior em número de matrículas. A Região

Norte, que tem a menor participação, passou de 5,16% para 5,84%. O acréscimo é pequeno

em termos absolutos, mas para a região representa mais de 13%. As outras duas regiões

tiveram variações inferiores a 0,3 ponto percentual.

Gráfico 10 - Matrículas em escolas particulares de ensino médio segundo regiões geográficas, 2012

2010 2015

5,16%

25,37%

46,90%

13,63%

8,93% 5,84%

23,26%

48,59%

13,68%

8,63%Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Fonte: INEP

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45

Educação profissional

O ensino profissional tem seguido a trajetória do ensino básico, mas com movimentos de

maior amplitude. Foi assim na década passada, quando o número de matrículas privadas neste

segmento se expandiu a um ritmo anual de 4,87%, enquanto o ensino básico como um todo

cresceu 1,43% ao ano. No período 2010-2015, a aceleração foi geral: a educação

profissionalizante avançou 10,80% ao ano, em média, e o ensino básico, 3,68%. Já em 2015, o

profissionalizante sofreu uma freada mais brusca do que o ensino básico como um todo,

registrando taxa de -5,96%. O ensino básico recuou 0,36%.

Tabela 19 – Número de matrículas em estabelecimentos de educação profissional segundo regiões geográficas, 2015

Região Geográfica

Matrículas em estabelecimentos privados de ensino profissional

Variação anual – estabelecimentos privados (%)

Número Proporção do total

de matrículas 2000 - 2010 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 872.385 45,50% 4,87% 10,80% -5,96%

Norte 55.938 44,55% 12,32% 27,24% 10,33%

Nordeste 174.753 32,92% 10,12% 28,95% -7,14%

Sudeste 447.865 54,51% 4,17% 5,49% -10,34%

Sul 137.527 43,25% 2,32% 9,74% 6,18%

Centro-Oeste 56.302 46,51% 11,68% 15,55% -5,76%

Fonte: INEP

O ensino profissionalizante é a etapa da educação básica em que a rede privada possui a maior

proporção de matrículas em relação ao total: 45,50%. Dentro deste segmento, a categoria

denominada subsequente recebe 627.973 das 872.385 matrículas no ensino privado, o

equivalente a 72,04%. Nesta modalidade do ensino profissional, em que o aluno adquire a

especialização desejada depois de concluir o ensino médio, 61,37% das matrículas são feitas

em estabelecimentos privados.

A participação privada nas matrículas do ensino profissionalizante chega a 54,51%, na Região

Sudeste. Com uma base de estudantes relativamente ampla, a educação profissional na região

avançou mais devagar que nas demais. Enquanto no Sudeste o número de matrículas cresceu

5,49% ao ano, entre 2010 e 2015, no Nordeste, a taxa alcançou 28,95%. Em 2015, todas as

regiões mostraram desaceleração, especialmente o Sudeste, com -10,34%. Na Região Norte,

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46

apesar do recuo frente ao ritmo da década passada, o ensino profissionalizante na rede

privada ainda avançou 10,33%.

Com taxas de crescimento regionais tão diversas, as matrículas no ensino profissionalizante

privado passaram por uma visível desconcentração. O Sudeste, que chegou a ter 65,63%, em

2010, viu sua fatia encolher para 51,34%. Já o Nordeste experimentou um notável avanço,

saltando de 9,38% para 20,03%. O Norte, ainda que com a menor parcela, duplicou sua

participação de 3,21% para 6,41%. O Sul teve uma redução de pouco menos de um ponto

percentual, enquanto o Centro-Oeste acrescentou pouco mais de um ponto.

Gráfico 11 - Matrículas em escolas particulares de educação profissional segundo regiões geográficas

2010 2015

Educação de jovens e adultos

No período 2010-2015, as matrículas em estabelecimentos privados de educação de jovens e

adultos voltaram a crescer, depois de ter recuado na década passada. Em 2015, foram

contabilizadas 247.108, o equivalente a 7,30% do total de matrículas neste segmento do

ensino básico. Nos últimos cinco anos, as matrículas privadas cresceram 12,55% ao ano. No

mesmo período, o número total de matrículas diminuiu 4,61% ao ano.

6,41%

20,03%

51,34%

15,76%6,45%

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

3,21%9,38%

65,63%

16,54%

5,23%

Fonte: INEP

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47

Tabela 20 – Número de matrículas em estabelecimentos de educação de jovens e adultos

Ano Total

Estabelecimentos Privados Variação Anual

Número % em Relação ao

Total Total

Estabelecimentos Privados

2000 3.145.338 318.721 10,13% ... ...

2010 4.287.234 136.801 3,19% 3,15% -8,11%

2015 3.385.415 247.108 7,30% -4,61% 12,55%

Fonte: INEP

Entre 2010 e 2015, o perfil geográfico do ensino privado de jovens e adultos passou por

realocações. O Sudeste, que já ocupava a primeira posição em 2010, com 32,61% das

matrículas, avançou para 40,24%. O Sul também ganhou terreno, tendo sua participação nas

matrículas privadas totais subido de 25,26% para 30,31%. As parcelas correspondentes às

demais regiões tiveram diminuição, a começar do Nordeste, que passou de 24,89% para

14,58%. O Norte recuou de 10,27% para 8,16%, enquanto o Centro-Oeste pouco se alterou.

Nessa região, a parcela de 6,79% tornou-se 6,72%.

Gráfico 12 - Matrículas em escolas privadas de educação de jovens e adultos segundo regiões geográficas

2010 2015

Educação Especial

O número de matrículas em classes de educação especial de estabelecimentos privados

chegou a 178.936, em 2015. Em relação a 2010, houve crescimento de 4,60% ao ano, acima da

média do conjunto de matrículas de todo o ensino básico privado. O crescimento do número

de matrículas desta categoria na rede privada, contudo, foi inferior à média geral, de 5,78%.

10,27%

24,89%

32,61%

25,26%

6,97%8,16%

14,58%

40,24%

30,31%

6,72%Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Fonte: INEP

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48

Como consequência, a proporção de matrículas privadas em relação ao total retrocedeu de

20,34%, em 2010, para 19,23%, em 2015.

Tabela 21 - Número de matrículas em estabelecimentos de educação especial segundo regiões geográficas

Região Geográfica

2010 2015 Variação percentual ao

ano

Total

Estabelecimentos Privados

Total

Estabelecimentos Privados

Total % Total % Total Privados

Brasil 702.603 142.887 20,34% 930.683 178.936 19,23% 5,78% 4,60%

Norte 51.764 5.877 11,35% 79.529 6.340 7,97% 8,97% 1,53%

Nordeste 164.260 16.306 9,93% 233.917 20.784 8,89% 7,33% 4,97%

Sudeste 309.257 80.640 26,08% 351.862 87.904 24,98% 2,61% 1,74%

Sul 121.449 29.844 24,57% 185.185 50.479 27,26% 8,80% 11,08%

Centro - Oeste 55.873 10.220 18,29% 80.190 13.429 16,75% 7,49% 5,61%

Fonte: INEP

Entre as regiões geográficas, houve grande diversidade de trajetórias. Chama a atenção o

crescimento de 11,08% verificado nas matrículas privadas da Região Sul. O Centro-Oeste e o

Nordeste também tiveram crescimento, a taxas inferiores, mas ainda acima da média nacional.

As outras duas regiões – Norte e Sudeste registraram, respectivamente, taxas de incremento

de 1,53% e 1,74% em suas matrículas.

Com essa disparidade de taxas regionais de crescimento, a repartição geográfica do número de

matrículas privadas mudou, tendo o Sul ampliado a sua participação de 20,89% para 28,21%,

entre 2010 e 2015. O Centro-Oeste também viu sua parcela avançar, embora com um ganho

bem menor que o Sul, de 7,15% para 7,50%. Entre as regiões que tiveram diminuição de

participação, o Sudeste perdeu mais de sete pontos percentuais, chegando a 2015 com

49,13%. A fração correspondente ao Nordeste pouco se alterou, passando de 11,41% para

11,62%, e a do Norte baixou de 4,11% para 3,54%.

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49

Gráfico 13 - Matrículas em escolas privadas de educação especial segundo regiões geográficas

2010 2015

As matrículas na educação especial são contabilizadas em dois grupos: classes comuns e

classes exclusivas. Do total de matrículas, 80,69% são feitas em classes comuns. Na rede

privada, a proporção praticamente se inverte. Em 2015, havia 131.572 matrículas em classes

exclusivas, o equivalente a 73,53% do total de 178.936. Além disso, a rede privada absorve

73,22% de todas as matrículas em classes exclusivas existentes no país. A parcela

correspondente à rede privada vem crescendo ano a ano. Em 2010, a proporção era de

65,46%, tendo chegado a 72,48% em 2014.

Como já salientado, em 2015, a educação especial não foi tratada como uma das parcelas

formadoras do ensino básico, a ser adicionada às demais para se obter o número total de

matrículas. O procedimento utilizado pelo INEP foi o de distribuir as matrículas em classes

especiais segundo as diversas etapas do ensino básico. Nesse caso, se as matrículas nas classes

especiais fossem adicionadas às das demais etapas, haveria dupla contagem. O tamanho e a

relevância deste segmento educacional, todavia, justificam a análise que aqui se fez, em

padrão semelhante à das outras etapas.

3,54%11,62%

49,13%

28,21%

7,50%Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro - Oeste

4,11%11,41%

56,44%

20,89%

7,15%

Fonte: INEP

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50

ESTABELECIMENTOS

Em 2015, de acordo com o censo escolar do INEP, existiam no país 39.331 estabelecimentos

privados de ensino básico. Durante os 15 anos iniciados em 2000, este número se expandiu à

taxa anual média de 1,74%. O crescimento ao longo desse período se caracterizou pela

uniformidade. Nos primeiros 10 anos, a taxa de aumento foi de 1,80% ao ano, baixando

levemente para 1,68%, nos cinco anos subsequentes.

É prematuro, contudo, se concluir que o segmento educacional privado começa a dar sinais de

redução no seu ritmo de crescimento. A desaceleração registrada no primeiro quinquênio

desta década é resultado de uma retração, até agora isolada, ocorrida em 2015. À semelhança

do que se observou com as matrículas, houve também uma pequena diminuição do número

de estabelecimentos, em resposta à recessão econômica e ao aumento do desemprego. Entre

2014 e 2015, o número de estabelecimentos recuou 0,62%. Já no quadriênio que vai de 2010 a

2014, o número avançou o equivalente a 2,19% ao ano. Tudo indica, portanto, que a redução é

localizada, devendo ser compensada nos anos à frente.

Com os estabelecimentos da rede pública deu-se o oposto. Nos 15 anos analisados, o número

se reduziu ao ritmo de 1,59% ao ano, em média, passando de 187.050 para 147.110. A

redução, que chegou a quase 40 mil, é explicada por um conjunto de fatores, da demografia,

visto que a população jovem cresce cada vez menos, à sempre necessária racionalização

administrativa.

Tabela 22 - Número de estabelecimentos de ensino básico

Ano Total Privados % Privados

2000 217.412 30.362 13,97%

2010 194.939 36.289 18,62%

2015 186.441 39.331 21,10%

Fonte: INEP

Com movimentos em sentidos contrários - expansão da rede privada e retração da pública, a

proporção de estabelecimentos privados no total do país evoluiu de 13,97%, em 2000, para

21,10%, em 2015, passando por 18,62%, em 2010. Há 15 anos, um em cada seis

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51

estabelecimentos de ensino básico era privado. Hoje, a proporção já supera um em cada

quatro.

Entre 2010 e 2015, período em que se verificou um aumento de 3.042 no número total de

estabelecimentos privados5, houve um crescimento líquido de 7.003 creches. Este

comportamento diferenciado se explica pelo ainda relativamente baixo grau de utilização das

creches, tanto privadas quanto públicas. Embora a população infantil esteja diminuindo, o

crescimento das matrículas em creches, em ritmo próximo a 10% ao ano, tem permitido a

expansão deste segmento da educação privada e do número de estabelecimentos que a

oferecem.

Nos demais níveis educacionais, o número também aumentou, mas os acréscimos foram

menores. No ensino fundamental, que recebe metade das matrículas em estabelecimentos

privados de ensino básico, houve aumento líquido de 2.733 instituições, entre 2010 e 2015. No

ensino médio, a elevação foi de 550. A pré-escola continua a ter o maior número de

estabelecimentos comparativamente aos demais níveis educacionais, totalizando 27.994, em

2015. O setor educacional privado conta ainda com 2.081 estabelecimentos de ensino de

jovens e adultos (EJA), cifra que dobrou desde 2010, e 3.533 dedicados ao ensino

profissionalizante, número superior em mais de 40% ao de 2010. Vale lembrar que o número

total de estabelecimentos, diferentemente do que ocorre com as matrículas, não se obtém

pela soma das parcelas correspondentes a cada nível educacional. É frequente que

estabelecimentos, públicos ou privados, ofereçam mais de uma, quando não todas as etapas

do ensino básico.

5O aumento do número total de estabelecimentos não coincide com a soma dos aumentos registrados em cada nível educacional.

Isto ocorre porque há estabelecimentos que oferecem matrículas em mais de um nível. Quando um estabelecimento passa a oferecer vagas em um novo nível educacional, além daquele(s) em que oferecia anteriormente, contabiliza-se o acréscimo no novo nível, mas não com respeito ao total.

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52

Gráfico 14 - Estabelecimentos privados de ensino básico, por nível educacional

O crescimento do número de estabelecimentos privados tem sido acompanhado de um

progressivo aumento do tamanho físico das unidades. Usando como indicador o número de

salas em cada estabelecimento, o gráfico abaixo compara o perfil de 2015 com o de 2012.

Nestes três anos, a proporção de estabelecimentos com mais de 10 salas aumentou de 33,12%

para 37,15% do total. As outras quatro categorias perderam participação.

Gráfico 15 - Estabelecimentos privados de ensino básico, por número de salas de aula

19.083

26.308

20.814

7.613

26.086 27.994

23.547

8.163

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Creche Pré - escola Ensinofundamental

Ensino Médio

2010 2015

0,48%

2,02%

25,21%

39,18%

33,12%

0,37%

1,46%

22,41%

38,62%

37,15%

0% 10% 20% 30% 40% 50%

1 Sala

2 Salas

De 3 a 5 Salas

De 6 a 10 Salas

Mais de 10 salas

2015 2012

Fonte: INEP

Fonte: INEP

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53

Reorganização elevando a proporção de estabelecimentos com mais salas de aula se verificou

também na rede pública, ainda que, ao contrário do setor privado, o número total de

estabelecimentos tenha baixado. Nesse grupo de escolas, houve redução de 31,89% para

25,32% nas que possuem uma ou duas salas. Mesmo assim, continuavam a existir no país

49.311 escolas públicas de ensino básico com esta dimensão, situadas na maior parte das

vezes em localidades com baixa densidade demográfica. Ao mesmo tempo, aumentou a

proporção das que possuem três ou mais salas.

Gráfico 16 - Estabelecimentos públicos de ensino básico, por número de salas de aula

Da comparação entre as duas redes quanto à distribuição de estabelecimentos segundo o

número de salas de aula fica evidente a forte assimetria do segmento privado. O gráfico a

seguir ilustra a diferença para 2015. Na rede pública, 12,97% dos estabelecimentos possuem

somente uma sala, enquanto 21,10% contam com mais de 10. Na rede privada, onde esta

divisão é bem menos simétrica, as proporções são 0,37% e 37,15%.

17,66%

14,23%

23,88%

25,81%

18,42%

12,97%

12,35%

24,18%

29,40%

21,10%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

1 Sala

2 Salas

De 3 a 5 Salas

De 6 a 10 Salas

Mais de 10 salas

2015 2012

Fonte: INEP

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54

Gráfico 17 - Estabelecimentos privados e públicos de ensino básico, por número de salas de aula, 2015

Fonte: INEP

O setor educacional privado é formado majoritariamente de escolas particulares. Do total de

estabelecimentos, 75,97% enquadram-se nesta categoria. Em seguida, estão as filantrópicas,

com 17,98%. Existem ainda as comunitárias, com 5,45%, e as confessionais, que representam

apenas 0,59% do total.

Tabela 23 - Proporção de estabelecimentos privados de ensino básico, por categoria - 2015

Categoria Proporção

Particular 75,97%

Comunitária 5,45%

Confessional 0,59%

Filantrópica 17,98%

Fonte: INEP

É possível também se conhecer o tipo de instituição mantenedora dos estabelecimentos de

ensino. Aqui o predomínio é das empresas, que mantêm 69,86% do total de estabelecimentos.

Num distante segundo posto, estão as instituições sem fins lucrativos, com 19,07%. O gráfico a

seguir reúne, para o ano de 2015, as cinco classes de mantenedoras e respectivas proporções

em relação ao total de estabelecimentos privados.

12,97%

12,35%

24,18%

29,40%

21,10%

0,37%

1,46%

22,41%

38,62%

37,15%

0% 10% 20% 30% 40% 50%

1 Sala

2 Salas

De 3 a 5 Salas

De 6 a 10 Salas

Mais de 10 salas

Privada Pública

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55

Gráfico 18 - Proporção de estabelecimentos privados de ensino básico, por tipo de instituição mantenedora - 2015

A repartição do número de estabelecimentos entre os diferentes tipos de mantenedoras muda

de estado para estado. A tabela a seguir permite comparar, entre estados, o papel de um

determinado tipo de mantenedora ou, para um estado em particular, a proporção de

estabelecimentos correspondente a cada tipo de mantenedora. No Nordeste, as empresas têm

papel preponderante como mantenedoras. Em sete dos nove estados, ocupam proporções

superiores a 80% do total de estabelecimentos, chegando a 90,06% na Paraíba.

Já nos estados da Região Centro-Oeste, empresas mantêm menos da metade dos

estabelecimentos privados de ensino básico. Em Mato Grosso, a proporção atinge apenas

28,72%. Nesse estado, a posição de destaque cabe às instituições sem fins lucrativos,

responsáveis por 54,57% das escolas privadas. No Sudeste, São Paulo tem uma configuração

praticamente idêntica à média nacional. No Espírito Santo, as empresas respondem por

64,71%, um pouco abaixo da proporção que possuem em São Paulo. No Rio de Janeiro e em

Minas Gerais o papel das empresas como mantenedoras se afasta da média, chegando a

80,01%, no primeiro caso, e 59,13%, no segundo. A tabela a seguir reúne as informações para

todos os estados.

69,86%

19,07%

3,77%4,81% 2,49%

Empresa Instituições Sem Fins Lucrativos ONG Sindicatos Sistema S

Fonte: INEP

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56

Tabela 24 - Proporção de estabelecimentos privados de ensino básico, por tipo de instituição mantenedora, por unidade da federação, 2015

UF Empresa Instituições Sem Fins Lucrativos

ONG Sindicatos Sistema S

Rondônia 47,48 30,22 5,04 6,47 10,79

Acre 50,00 15,63 3,13 9,38 21,88

Amazonas 73,86 15,15 0,76 1,14 9,09

Roraima 88,37 4,65 2,33 0,00 4,65

Pará 84,27 8,34 0,95 4,29 2,15

Amapá 75,41 8,20 3,28 6,56 6,56

Tocantins 65,06 16,87 8,43 5,42 4,22

Maranhão 48,22 38,19 3,34 8,09 2,16

Piauí 64,37 24,82 3,93 5,90 0,98

Ceará 83,67 7,08 1,79 5,99 1,47

Rio Grande do Norte 86,86 5,58 3,45 3,28 0,82

Paraíba 90,06 5,83 0,91 1,83 1,37

Pernambuco 85,56 10,02 1,58 1,49 1,35

Alagoas 86,10 8,30 3,28 1,35 0,97

Sergipe 88,80 5,21 2,34 1,30 2,34

Bahia 80,66 10,65 4,30 3,58 0,81

Minas Gerais 59,13 27,87 4,79 6,40 1,81

Espírito Santo 64,71 15,88 11,18 5,00 3,24

Rio de Janeiro 80,01 13,28 2,06 3,06 1,59

São Paulo 68,82 19,99 3,77 4,13 3,30

Paraná 50,97 41,46 3,30 4,03 0,24

Santa Catarina 49,47 27,13 7,60 4,80 10,99

Rio Grande do Sul 64,29 18,45 6,46 5,82 4,97

Mato Grosso do Sul 42,54 35,08 3,59 17,96 0,83

Mato Grosso 28,72 54,57 6,27 9,14 1,31

Goiás 58,98 13,61 7,43 18,34 1,64

Distrito Federal 68,96 19,58 5,63 4,38 1,46

Fonte: INEP

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57

Recursos de infraestrutura dos estabelecimentos

privados de ensino fundamental

Depois de mais de uma década de ampliação da oferta de recursos físicos em suas instalações,

capazes de oferecer melhores condições de aprendizado, a rede privada de ensino

fundamental parece ter desacelerado seus investimentos. Indicadores referentes à difusão das

modalidades mais comuns de recursos permitem esta interpretação: biblioteca ou sala de

leitura, laboratório de informática e acesso à internet.

No primeiro caso, a proporção de estabelecimentos que dispõem do recurso estacionou,

perfazendo 84,5%, em 2015, ante 84,4%, em 2012. Nos sete anos anteriores, a parcela dos que

tinham biblioteca ou sala de leitura havia avançado 8,3 pontos percentuais, isto é, mais de um

ponto por ano. No segundo caso, houve uma inversão da trajetória seguida até então, tendo a

proporção dos estabelecimentos que contavam com o recurso diminuído de 58,9% para

52,7%. No terceiro, a cobertura não deixou de crescer, mas houve uma indiscutível redução no

ritmo de expansão. Se, de 2005 a 2012, a proporção de estabelecimentos ligados à internet

saltou de 51,9% para 90,5%, nos três anos posteriores, o acréscimo foi de apenas 3,5 pontos

percentuais.

Há mais de uma explicação possível para este arrefecimento. No caso da internet, à medida

que a cobertura se aproxima da universalização, é natural que o ritmo caia. Estabelecimentos

com menor disponibilidade de meios para realizar investimentos podem preferir postergá-los,

sobretudo em fases recessivas. Além disso, cada vez mais a internet oferece serviços

associados ao aprendizado que permitem a desmobilização de áreas das escolas que podem

ser usadas para atividades entendidas como prioritárias. De qualquer maneira, não se pode

desvincular o menor ritmo de investimento da fase recessiva que o país atravessa.

Em sentido oposto, mais estabelecimentos passaram a ter dependências adequadas a alunos

com deficiência ou mobilidade reduzida. Cresceu também, após ter recuado durante a

segunda metade da década passada, o número de estabelecimentos com quadra de esportes.

Em 2015, a proporção de estabelecimentos dotados deste recurso atingiu 59,5%, meio ponto

acima da registrada em 2003. O gráfico a seguir ilustra a evolução da oferta de infraestrutura

nos estabelecimentos privados de ensino fundamental, de 1999 a 2015.

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58

Gráfico 19 - Proporção de estabelecimentos privados de ensino fundamental com acesso a recursos de infraestrutura

Quando a variável utilizada para mensurar a disponibilidade de recursos de infraestrutura é o

número de matrículas, todos os percentuais sobem. O gráfico a seguir compara o grau de

difusão de infraestrutura no contexto dos estabelecimentos privados de ensino fundamental

tendo por indicadores o número de estabelecimentos que dispunham do recurso e o de

matrículas de alunos que dele poderiam fazer uso.

Gráfico 20 - Proporção de estabelecimentos e matrículas de ensino fundamental privado com acesso a recursos de infraestrutura, 2015

72,5

22,7

45,9 47,4

76,1

51,9 53,059,0

84,4 90,5

58,9

32,4

54,8

84,594,0

52,7

37,5

59,5

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida*

Quadra de Esportes

1999 2003 2012 2015

84,594,0

52,7

37,5

59,5

90,497,1

71,2

47,1

79,2

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida

Quadra de Esportes

Estabelecimentos Matrículas

%

Fonte: INEP

Fonte: INEP

* a partir de 2012.

%

Page 59: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

59

No caso da internet, por exemplo, a proporção de alunos com disponibilidade de acesso no

ambiente escolar é de 97,1%, muito próxima da universalização. Se houve uma desaceleração

dos investimentos, ela se deu em patamares elevados de difusão de recursos. Nos casos de

laboratório de informática e quadra de esportes, as taxas de cobertura, medidas por meio de

matrículas, são, respectivamente, 18,5 e 19,7 pontos percentuais superiores às calculadas para

estabelecimentos.

Os dois gráficos que se seguem comparam, em 2012 e 2015, os percentuais de disponibilidade

nos estabelecimentos privados e públicos dos cinco recursos mencionados anteriormente.

Pelo que se observa nos dois gráficos, qualquer que seja o recurso, a rede privada possui maior

cobertura. No entanto, o hiato diminuiu neste período, chegando quase a desaparecer no caso

do laboratório de informática.

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60

Gráfico 21 - Proporção de estabelecimentos privados e públicos de ensino fundamental com acesso a recursos de infraestrutura

2015

2012

Em termos de matrículas, as coberturas aumentam se comparadas às calculadas com base em

estabelecimentos. Os aumentos de cobertura, todavia, são maiores no caso da rede pública.

Em 2015, o acesso à internet estava disponível para 98,3% dos matriculados na rede privada,

ante 96,2%, nos estabelecimentos públicos. No caso dos laboratórios de informática, a ordem

se inverte e a rede pública passa a apresentar um grau de difusão mais elevado do que as

instituições privadas. Na comparação dos percentuais de 2015 com os de 2012, a rede pública

apresentou um acréscimo na disponibilidade de recursos maior do que a rede privada.

84,594,0

52,7

37,5

59,5

46,4

55,851,2

24,0

35,2

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida

Quadra de Esportes

Privados Públicas

84,490,5

58,9

32,4

54,8

42,2 45,8 48,6

17,6

30,2

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à internet Laboratório deinformática

Adequação a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida

Quadra de esportes

Privados Públicos

%

Fonte: INEP

%

Page 61: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

61

Gráfico 22 - Proporção de matrículas em estabelecimentos privados e públicos de ensino

fundamental com acesso a recursos de infraestrutura

2015

2012

A redução do hiato de cobertura entre as instituições privadas e oficiais se explica por uma

heterogeneidade que as duas redes apresentam, mas que possivelmente é ainda mais forte

entre os estabelecimentos públicos. Nos dois casos, os estabelecimentos com maior número

de alunos matriculados são também os que dispõem da maior parte dos recursos.

93,698,3

80,5

54,1

85,390,9

96,2 93,9

45,5

82,1

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida

Quadra de Esportes

Privados Públicas

Fonte: INEP

90,996,6

78,3

42,4

75,575,182,2 80,6

34,8

59,9

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à internet Laboratório deinformática

Adequação a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida

Quadra de esportes

Privados públicos

%

%

Page 62: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

62

Recursos de infraestrutura dos estabelecimentos

privados de ensino médio

Em 2015, como em anos anteriores, os percentuais representativos da difusão de

infraestrutura entre os estabelecimentos privados de ensino médio evoluíram de maneira

razoavelmente similar aos que retratam o ensino fundamental. A semelhança é grande no que

se refere à recuperação apresentada pelo percentual de estabelecimentos com quadra de

esportes, que, após retração em 2012, voltou a aumentar, ultrapassando em 1,4 ponto

percentual a marca atingida quase uma década antes, em 2003. No ensino fundamental, a

recuperação também ocorreu, mas foi menos pronunciada.

Outro recurso em que a semelhança entre ensino médio e fundamental é patente é o

laboratório de informática. Neste caso, porém, o sentido da modificação é inverso ao das

quadras esportivas. O percentual de cobertura da rede privada com laboratório de informática

disponível, tanto no nível médio como no fundamental, recuou para proporções menores do

que as registradas em 2003. Pela coincidência, a redução foi motivada possivelmente por

estabelecimentos que possuem os dois níveis educacionais e oferecem recursos de forma

compartilhada aos seus alunos. De resto, os níveis de cobertura continuaram a ser, em 2015,

mais elevados nos estabelecimentos de nível médio do que nos de educação fundamental. O

gráfico a seguir apresenta a evolução do índice de difusão dos recursos de infraestrutura, de

1999 a 2015.

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63

Gráfico 23 - Proporção de estabelecimentos privados de ensino médio com acesso a recursos de infraestrutura

Fonte: INEP

* a partir de 2012

Medida em número de matrículas, a taxa de cobertura cresce para os cinco tipos de recursos

mapeados e apresentados no gráfico a seguir. O maior aumento de cobertura, quando se usa o

número de matrículas, se dá com os equipamentos voltados a alunos portadores de deficiência

ou com mobilidade reduzida, que passa de 47,7% para 54,1%. Esse aumento de cobertura

provavelmente decorre do fato de os estabelecimentos de maior porte serem mais dotados de

recursos de infraestrutura. Esta característica, que parece se verificar tanto no nível médio

quanto no fundamental, é mais acentuada neste último. Por isso, o aumento dos percentuais

de cobertura é mais amplo entre os estabelecimentos de ensino fundamental do que entre os

de nível médio. Por exemplo, quando são comparados os indicadores de difusão do acesso à

internet entre os estabelecimentos privados de ensino, a cobertura cresce de 97,7% para

98,3%, no ensino médio, e de 94,0% para 97,1%, no fundamental.

91,1

48,9

72,9 73,8

92,9

80,9 77,7 81,0

93,498,7

82,5

42,5

79,1

92,497,7

75,9

47,7

82,4

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida *

Quadra de Esportes

1999 2003 2012 2015

%

Page 64: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

64

Gráfico 24 - Proporção de estabelecimentos e matrículas de ensino médio privado com acesso a recursos de infraestrutura, 2015

Fonte: INEP

* a partir de 2012

Comparando-se estabelecimentos privados de ensino médio com seus congêneres da rede

pública quanto à difusão de recursos de infraestrutura, constata-se que em quatro dos cinco

indicadores selecionados a taxa de cobertura do primeiro grupo supera a do segundo. Esta

constatação, aliás, já era válida em 2012. O único dos cinco recursos aqui mencionados em que

a rede pública apresenta uma cobertura superior é o laboratório de informática, o que

também se observa no ensino fundamental. No confronto com 2012, a rede privada teve

reduzida a cobertura de três dos cinco recursos: biblioteca ou sala de leitura, acesso à internet

e laboratório de informática. Na rede pública, também houve recuos, mas apenas em dois dos

três recursos – o acesso à internet ainda avançou ligeiramente. Nos dois casos, a diminuição

teve menor amplitude do que na rede privada. Por fim, entre 2012 e 2015, encurtou-se a

distância entre estabelecimentos públicos e privados.

92,497,7

75,9

47,7

82,4

93,698,3

80,5

54,1

85,3

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidadereduzida*

Quadra de Esportes

Estabelecimentos Matrículas

%

Page 65: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

65

Gráfico 25 - Proporção de estabelecimentos privados e públicos de ensino médio com acesso a recursos de infraestrutura

2015

2012

Em termos de matrículas, repete-se nos estabelecimentos públicos o efeito de ampliação das

coberturas observado nos privados. Em dois dos cinco recursos analisados – biblioteca ou sala

de leitura e quadra de esportes – ampliou-se ligeiramente o hiato entre estabelecimentos

92,497,7

75,9

47,7

82,486,5

93,289,7

42,8

75,4

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida

Quadra de Esportes

Privados Públicas

93,498,7

82,5

42,5

79,1

87,493,0 92,4

37,2

74,5

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou salade leitura

Acesso à internet Laboratório deinformática

Dep. e viasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidadereduzida

Quadra de esportes

%

Fonte: INEP

%

Page 66: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

66

públicos e privados, seja por redução menor, seja por expansão maior. Mais uma vez, a

exemplo do que se viu com os estabelecimentos de educação fundamental, no caso dos

laboratórios de informática, a cobertura da rede pública superou a da rede privada. No âmbito

do ensino médio, a diferença alcançou 13,4 pontos percentuais.

Gráfico 26 - Proporção de matrículas em estabelecimentos privados e públicos de ensino médio com acesso a recursos de infraestrutura

2015

2012

93,698,3

80,5

54,1

85,390,9

96,2 93,9

45,5

82,1

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou salade leitura

Acesso à Internet Laboratório deInformática

Dependênciasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidadereduzida

Quadra de Esportes

Privados Públicas

94,599,4

85,7

51,2

82,2

92,496,4 95,9

41,8

81,7

0

20

40

60

80

100

Biblioteca ou sala deleitura

Acesso à internet Laboratório deinformática

Dep. e viasadequadas a alunoscom deficiência ou

mobilidade reduzida

Quadra de esportes

Privados Públicos%

Fonte: INEP

%

Page 67: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

67

FUNÇÕES DOCENTES

O número de funções docentes no ensino básico da rede privada, após uma década de

crescimento modesto, que não passou de 0,10% ao ano, experimentou forte aceleração a

partir de 2010, à semelhança do que se verificou com as matrículas, expandindo-se à taxa

média de 3,40% ao ano. Em 2015, todavia, diante da recessão, a rede privada iniciou um

período de ajuste, reduzindo a taxa de crescimento das funções docentes para 0,58%, em

relação a 2014. Com tudo isso, o número absoluto alcançou 532.947. Esta cifra representa

23,69% do total de funções docentes no ensino básico.

Tabela 25 - Número de funções docentes no ensino básico privado, segundo regiões

Região Geográfica

2015 Variação anual (% ao ano)

Total Proporção em

estabelecimentos privados (%)

2000 - 2010 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 532.947 24,37% 0,11% 3,40% 0,58%

Norte 24.255 12,52% 1,22% 5,72% 2,22%

Nordeste 129.059 20,75% -1,03% 3,79% 1,30%

Sudeste 264.680 30,22% 0,40% 2,92% -0,47%

Sul 77.337 23,02% 0,52% 4,13% 2,03%

Centro-Oeste 37.737 23,50% 0,82% 2,65% 1,96%

Fonte: INEP

A desaceleração registrada, em 2015, no número de funções docentes na rede privada

nacional se verificou também em cada uma das cinco regiões geográficas do país. No Sudeste,

onde 29,66% dos profissionais que atuam no ensino básico o fazem, ainda que não

exclusivamente, na rede privada, houve uma redução de 0,47% do número de funções

docentes. Nas demais regiões, o ajuste se deu pela redução da taxa de crescimento.

Quase a metade das funções docentes registradas na rede privada é desempenhada na Região

Sudeste. A proporção de 49,65% supera a de matrículas na região. O mesmo se passa com a

Região Sul. No Nordeste dá-se o oposto. O gráfico a seguir mostra a divisão regional das

funções docentes.

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68

Gráfico 27 – Funções docentes na rede privada de ensino básico segundo regiões geográficas, 2015

Da comparação direta entre as duas variáveis, conclui-se que a proporção média nacional é de

17,0 matrículas para cada função docente. O Sudeste e o Sul apresentam coeficientes

inferiores à média: 16,1 e 14,5. Acima da média estão as regiões Centro-Oeste, Nordeste e

Norte, onde as proporções são, respectivamente: 18,5; 19,3 e 19,8.

O crescimento do número de funções docentes superou o observado na rede pública. Desse

modo, a proporção de funções exercidas em estabelecimentos privados em relação ao total do

ensino básico passou de 22,49% para 24,37%, entre 2010 e 2015.

Tabela 26 - Número de funções docentes nos estabelecimentos privados de ensino básico, segundo níveis educacionais

Nível Educacional

2010 2015 Taxa de

crescimento da rede privada

(% ao ano) Total

Rede privada

Proporção Total Rede

privada Proporção

Educação Básica 2.005.734 450.990 22,49% 2.187.154 532.947 24,37% 3,40

Creche 141.546 52.538 37,12% 246.571 89.784 36,41% 11,31

Pré-Escola 257.790 78.682 30,52% 303.827 87.099 28,67% 2,05

Ensino Fundamental 1.383.966 284.520 20,56% 1.415.588 335.263 23,68% 3,34

Ensino Médio 477.273 94.698 19,84% 522.826 103.465 19,79% 1,79

Ensino de Jovens e Adultos 261.737 9.599 3,67% 249.171 16.107 6,46% 10,91

Educação Profissional 62.354 35.659 57,19% 138.584 50.676 36,57% 7,28

Educação Especial 30.569 18.336 59,98% 28.748 18.721 65,12% 0,42

*Para Educação Especial foram utilizadas apenas as Classes Exclusivas

Fonte: INEP

4,55%

24,21%

49,65%

14,51%

7,08%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: INEP

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69

O crescimento registrado no período de 2010 a 2015 se deu em todos os níveis

educacionais, ainda que segundo dinâmicas diversas. Nas creches, a taxa foi máxima,

alcançando 11,31% ao ano. Com esta expansão, este segmento docente tornou-se o

terceiro maior, devendo, mantidas as condições atuais, ultrapassar rapidamente o grupo

que atua no ensino médio, que cresceu apenas 1,79%. Expansão significativa, de 10,91% ao

ano, também se observou no ensino de jovens e adultos, embora neste estágio o

contingente de professores seja reduzido. Vale ainda mencionar o ensino fundamental,

maior parcela de docentes, que registrou ampliação de 3,34% ao ano.

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71

NÚMEROS DO ENSINO SUPERIOR

ESTABELECIMENTOS E MATRÍCULAS

O número de estabelecimentos privados de ensino superior em 2015 era de 2.069. Este valor

representa uma diminuição de 43 unidades com referência a 2012, o número máximo já

registrado. Apesar da redução do número absoluto após 2012, a participação das instituições

privadas no total de estabelecimentos permaneceu praticamente inalterada, atingindo

87,52%, em 2015. A proporção pouco se alterou porque neste período houve também uma

discreta diminuição do número de instituições públicas

Tabela 27 - Número de estabelecimentos de ensino superior

Ano Total Privados % Privados

1995 894 684 76,51%

1999 1.097 905 82,50%

2005 2.165 1.934 89,33%

2010 2.378 2.100 88,31%

2012 2.416 2.112 87,42%

2015 2.364 2.069 87,52%

Fonte: INEP

A diminuição tem causas estruturais e conjunturais. Entre as primeiras, está a consolidação do

setor, com fusões e aquisições de instituições menores por outras de maior porte. Este

movimento iniciou-se bem antes da recente recessão. Esta, por sua vez, pode ter levado ao

fechamento de instituições pouco capitalizadas e por isso mais sensíveis à fase desfavorável do

ciclo econômico. Para se compreender melhor a interação entre as duas causas, vale a pena

recapitular o ciclo de crescimento experimentado pelo setor de ensino superior privado desde

a década de 1990.

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72

Entre 1995 e 1999, o número de estabelecimentos privados de ensino superior cresceu à taxa

de 7,25% ao ano. Na primeira metade da década seguinte, entre 1999 e 2005, a taxa de

crescimento quase dobrou, passando a 13,49% anuais, um crescimento que se pode qualificar

de vertiginoso. No período de 2005 a 2012, todavia, o crescimento sofreu uma abrupta

desaceleração, limitando-se a 1,27% ao ano. Por fim, de 2012 a 2015, o número de

estabelecimentos privados diminuiu à razão de 0,68% ao ano.

Gráfico 28 - Taxa de crescimento do número de estabelecimentos de ensino superior

Fonte: INEP

As matrículas em instituições privadas de ensino superior alcançaram a cifra de 6.075.152, em

2015. Estão incluídas as presenciais e em cursos à distância. Este número corresponde a quase

seis vezes o referente a 1995, ano em que, pela primeira vez, as matrículas superaram a marca

de um milhão. Nos primeiros 10 anos deste intervalo de duas décadas, o número de matrículas

mais do que triplicou, passando de 1.059.163 para 3.321.094. Nos 10 anos posteriores, o ritmo

cedeu, mas ainda assim o número de matrículas avançou 82,93%.

5,25

12,00

1,58

-0,72

7,25

13,49

1,27

-0,68-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1995-1999 1999-2005 2005-2012 2012-2015

Total

Privados

% ao ano

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73

Tabela 28 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior

Ano Total Privados % Privados

1995 1.759.703 1.059.163 60,19%

1999 2.369.945 1.537.923 64,89%

2005 4.567.798 3.321.094 72,71%

2010 6.379.299 4.736.001 74,24%

2012 7.037.688 5.140.312 73,04%

2015 8.027.297 6.075.152 75,68%

Fonte: INEP

O crescimento do número de matrículas seguiu de perto a trajetória dos estabelecimentos,

na primeira parte dos últimos 20 anos. De 1999 até 2005, as matrículas cresceram 13,69%

ao ano, enquanto os estabelecimentos avançavam 13,49% ao ano. Daí em diante, o ritmo

de expansão começou a moderar. A desaceleração experimentada pelas matrículas,

contudo, foi bem mais suave do que no caso dos estabelecimentos. De 2005 a 2012, o

número de matrículas cresceu à taxa anual de 6,44%, enquanto o de estabelecimentos

aumentou 1,27% ao ano. De 2012 a 2015, as taxas passaram, respectivamente, a 5,73% e

-0,68%.

O descolamento entre as taxas de crescimento das matrículas e dos estabelecimentos

indicava uma transformação no processo de expansão da rede privada de educação

superior. As instituições já instaladas conseguiam ampliar o quadro discente, não sendo

essencial a abertura de novos estabelecimentos. A desaceleração das matrículas, que se

verificava desde 2005, foi momentaneamente atenuada com a ajuda de incentivos

governamentais, especialmente em 2014, quando a taxa de crescimento avançou para

9,19%. Em 2015, todavia, por força da recessão, a taxa de crescimento do número de

matrículas privadas baixou para 3,55%. O número de estabelecimentos teve um recuo

praticamente imperceptível, de 0,05%.

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74

Gráfico 29 – Taxa de crescimento do número de matrículas em estabelecimentos de ensino superior

Fonte: INEP

As fases de expansão e os momentos mais críticos vividos pelo setor de ensino superior

privado podem também ser retratados pela sequência anual de ingressos de novos alunos. O

número de ingressos oscila mais do que o de matrículas, indicando de modo mais rápido e

direto os efeitos de mudanças no terreno econômico e ou em diretrizes educacionais. Em

2009, ano de crise internacional com reflexos no Brasil, o número de ingressos interrompeu a

trajetória de aumento e caiu 8,66%. Nos primeiros anos desta década, os ingressos voltaram a

crescer, mas o ritmo de expansão tornou-se muito irregular. Mais adiante, a desaceleração

econômica e as dificuldades encontradas pelo governo para prosseguir com seus programas de

financiamento educativo tornaram inevitável o ajuste. Não é por outra razão que, em 2015, o

número de ingressos recuou 6,89%.

7,73

11,56

6,37

4,48

7,15

2,54

9,77

13,69

6,445,73

9,19

3,55

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1995-1999 1999-2005 2005-2012 2012-2015 2014 2015

Total

Privados

% ao ano

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75

Tabela 29 - Ingressos em instituições privadas de ensino superior

Ano Ingressos em

Instituições Privadas Taxa de crescimento

(% ao ano)

2005 1.442.885 -

2006 1.596.920 10,68

2007 1.722.063 7,84

2008 1.798.425 4,43

2009 1.642.762 -8,66

2010 1.706.345 3,87

2011 1.856.015 8,77

2012 2.199.192 18,49

2013 2.211.104 0,54

2014 2.562.306 15,88

2015 2.385.861 -6,89

Fonte: INEP

Os estabelecimentos privados possuem a maior parcela das matrículas no ensino superior há

mais de 35 anos. Em 1980, as matrículas privadas correspondiam a 64,26% do total. Nos 15

anos seguintes, a proporção oscilou, chegando a baixar para 58,43%, em 1994. Daí em diante,

por mais de uma década, a aceleração do crescimento do setor privado fez com que a sua

proporção no total de matrículas subisse rapidamente até alcançar 74,57%, em 2007. Nos anos

seguintes, voltou a prevalecer a dinâmica observada na década de 1980, com flutuações, mas

sem mudanças de patamar. Em 2015, a proporção era de 75,68%.

Gráfico 30 - Matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior como proporção do total

62,43%

60,19%

74,57%75,68%

50%

55%

60%

65%

70%

75%

80%

1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015

Fonte: INEP

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76

A expansão do ensino superior privado não foi homogênea entre as regiões geográficas. Entre

2005 e 2012, o Norte e o Nordeste cresceram a taxas de dois dígitos: 13,18% e 12,54%,

respectivamente. Na Região Sul, o crescimento foi de 3,70%. De 2012 a 2015, apenas a Região

Sul apresentou aceleração, avançando para 7,41%. No Sudeste, a taxa de crescimento recuou

de 5,25% para 3,96%.

Em 2015, a desaceleração se acentuou, havendo inclusive diminuição no total de matrículas no

Centro-Oeste. O Sul, outra vez em oposição às demais regiões, experimentou elevação ainda

mais veloz do número de matrículas, apesar das condições econômicas adversas. A presença

do ensino privado é máxima no Sudeste. Nesta região, 81,41% das matrículas estão registradas

em intituições privadas. No Nordeste, a proporção é de 65,16%.

Tabela 30 - Matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por regiões – 2015

Região Geográfica

Matrículas em estabelecimentos privados

Variação anual (%)

Número Proporção do total

de matrículas 2005 - 2012 2012 - 2015 2014 - 2015

Brasil 6.075.152 75,68% 6,44% 5,73% 3,55%

Norte 449.518 69,41% 13,18% 11,48% 10,59%

Nordeste 1.104.191 65,16% 12,54% 7,80% 3,77%

Sudeste 2.945.876 81,41% 5,25% 3,96% 1,69%

Sul 993.997 75,81% 3,70% 7,41% 8,46%

Centro-Oeste 581.570 77,02% 8,70% 4,46% -0,28%

Fonte: INEP

O gráfico a seguir traz a divisão regional das matrículas na rede privada de ensino superior. A

Região Sudeste, que detém a maior parcela das matrículas privadas do país, a exemplo do que

ocorre no ensino básico, perdeu participação, entre 2012 e 2015, passando de 51,01% para

48,49%. Também cedeu espaço às demais a Região Centro-Oeste, baixando de 9,93% para

9,57%. A Região Norte foi a que mais avançou, passando de 6,31% para 7,40%.

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77

Gráfico 31 - Distribuição percentual das matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por regiões – 2012 e 2015

2012

2015

É possível identificar a presença do setor de ensino privado em cada unidade da federação. A

tabela a seguir informa o número absoluto de matrículas, em 2015. São Paulo tem a maior

parcela: 1.705.888, o equivalente a 28,08% do total nacional. O segundo maior é Minas Gerais,

com 614.462 ou 10,11% de todas as matrículas em instituições privadas de ensino superior do

país. Estes dois estados e outros com número já elevado de matrículas aumentam seus

contingentes de alunos em ritmo mais lento do que a média nacional. Entre os que mais

crescem, vale destacar: Santa Catarina, Amapá e Paraíba, com taxas médias anuais de

expansão de 17,98%, 17,44% e 16,13%, respectivamente.

6,31%

17,15%

51,01%

15,60%

9,93% 7,40%

18,18%

48,49%

16,36%

9,57%

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Fonte: INEP

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78

Tabela 31 - Número de matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por unidades da federação – 2015

Unidades da federação 2015 Participação no total nacional

Taxa de crescimento 2012 - 2015 (% ao ano)

Rondônia 62.982 1,04% 8,91%

Acre 24.921 0,41% 11,38%

Amazonas 122.744 2,02% 11,00%

Roraima 16.453 0,27% 6,09%

Pará 149.775 2,47% 13,09%

Amapá 32.241 0,53% 17,44%

Tocantins 40.402 0,67% 9,62%

Maranhão 94.286 1,55% 9,94%

Piauí 61.696 1,02% 6,33%

Ceará 188.826 3,11% 12,47%

Rio Grande do Norte 73.558 1,21% 5,20%

Paraíba 77.736 1,28% 16,13%

Pernambuco 175.492 2,89% 5,92%

Alagoas 63.648 1,05% 7,08%

Sergipe 56.090 0,92% 6,42%

Bahia 312.859 5,15% 5,37%

Minas Gerais 614.462 10,11% 3,38%

Espírito Santo 124.294 2,05% 4,81%

Rio de Janeiro 501.232 8,25% 3,76%

São Paulo 1.705.888 28,08% 4,16%

Paraná 355.928 5,86% 5,70%

Santa Catarina 248.959 4,10% 17,98%

Rio Grande do Sul 389.110 6,40% 3,69%

Mato Grosso do Sul 88.187 1,45% 2,02%

Mato Grosso 120.884 1,99% 6,44%

Goiás 187.734 3,09% 4,06%

Distrito Federal 184.765 3,04% 4,84%

Brasil 6.075.152 100,00% 5,73%

Fonte: INEP

O outro indicador usado para rastrear a presença do segmento privado é novamente a

proporção de matrículas em relação ao total registrado em cada unidade da federação. Por

este indicador, as diferenças entre regiões podem ser ratificadas no nível estadual. Por

exemplo, São Paulo e Espírito Santo, localizados no Sudeste, a região com a proporção máxima

de matrículas privadas, ocupam, respectivamente, a primeira e a quarta posições numa

comparação envolvendo todas as unidades da federação, com 86,07% e 81,44%. Já Amazonas

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79

e Pará, estados da região que tem o menor percentual de matrículas privadas entre as cinco do

país, apresentam proporções bem próximas entre si e representativas da área geográfica a que

pertencem.

O mapa a seguir permite também explorar diferenças intrarregionais, como a existente entre

Pernambuco e Paraíba, vizinhos na geografia, mas distanciados em mais de 15 pontos

percentuais quanto à presença da rede privada. Diferenças desta magnitude podem ser

encontradas em outros pares de vizinhos, como São Paulo e Rio de Janeiro, separados por

mais de 11 pontos percentuais, ou Rondônia e Amazonas, distanciados em mais de 16 pontos

percentuais.

Na Região Sul, a presença privada é mais homogênea, variando entre 72,41%, no Paraná, e

79,25%, no Rio Grande do Sul. Homogeneidade ainda maior é encontrada entre os três estados

do Centro-Oeste: 73,33% das matrículas no ensino superior de Mato Grosso do Sul estão na

rede privada; 73,54%, em Mato Grosso; e 75,27%, em Goiás. O padrão dos estados difere do

existente no Distrito Federal, onde a proporção de matrículas privadas alcança 83,59%.

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80

Mapa 2 - Proporção de matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por unidades da federação – 2015

Fonte: INEP

Ao longo dos últimos 10 anos, ao mesmo tempo em que cresceu a proporção privada das

matrículas no ensino superior, houve um movimento de convergência, ainda que incompleta,

entre as unidades da federação. Em 2005, em nove estados a rede privada era minoritária, isto

é, recebia menos de 50% das matrículas. Em 2015, o estado com a menor participação privada

era a Paraíba, com 50,60%.

A convergência entre as proporções estaduais pode também ser avaliada pela comparação

entre as trajetórias das unidades que ocupavam as posições extremas da tabela. Enquanto a

proporção referente ao primeiro colocado avançou de 85,35%, em 2005, para 86,07%, em

68,85% 63,31% 68,68%

66,45%

62,78%

60,75%

65,23%

81,44%

85,51%

86,07%

83,59%

70,28%

73,54% 74,12%

75,57%

75,27%

73,33%

72,41%

75,74%

79,25%

71,72%

70,25%

58,18% 50,60%

74,71%

53,83%

52,62%

50% - 60%

60% - 70%

70% - 80%

Mais de 80%

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81

2015, a que correspondia ao último passou de 30,69% para 50,60%. Nesses 10 anos, a

distância entre os extremos recuou de 54,66 pontos percentuais para 35,46.

Tabela 32 - Matrículas nas instituições privadas de ensino superior como proporção do total, por unidades da federação

Estados 2005 2012 2015

Rondônia 71,15% 83,27% 85,51%

Acre 47,38% 60,59% 70,25%

Amazonas 57,45% 62,88% 68,85%

Roraima 45,63% 51,46% 60,73%

Pará 44,88% 60,76% 70,28%

Amapá 61,93% 69,23% 71,72%

Tocantins 37,07% 34,26% 53,83%

Maranhão 47,19% 58,29% 63,31%

Piauí 30,69% 50,65% 52,62%

Ceará 49,81% 63,57% 68,68%

Rio Grande do Norte 40,45% 56,65% 58,18%

Paraíba 34,36% 41,43% 50,60%

Pernambuco 53,24% 62,89% 66,45%

Alagoas 60,10% 56,18% 62,78%

Sergipe 66,69% 60,46% 65,23%

Bahia 65,48% 72,76% 74,12%

Minas Gerais 79,96% 76,41% 75,57%

Espírito Santo 82,58% 79,93% 81,44%

Rio de Janeiro 81,68% 74,82% 74,71%

São Paulo 84,63% 85,59% 86,07%

Paraná 65,69% 68,61% 72,41%

Santa Catarina 65,70% 53,70% 75,74%

Rio Grande do Sul 85,35% 78,97% 79,25%

Mato Grosso do Sul 66,15% 73,85% 73,33%

Mato Grosso 64,68% 72,66% 73,54%

Goiás 67,24% 74,08% 75,27%

Distrito Federal 83,53% 83,92% 83,59%

Brasil 72,71% 73,04% 75,68%

Fonte: INEP

Os estabelecimentos privados de ensino superior são classificados em três categorias

organizacionais, que refletem o porte e a diversidade de campos de estudo: universidades,

centros universitários e faculdades. No primeiro caso, existem 88 instituições, número inferior

ao de universidades públicas, que somam 107. Nos últimos 10 anos, o número de

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82

universidades privadas pouco variou. Em 2005, eram 86. Na esfera oficial, ao contrário, as

instituições experimentaram forte incremento, pois eram 90, em 2005.

Os centros universitários privados são um pouco mais numerosos do que as universidades,

totalizando 140. Em 2005, eram 111. Na rede pública, esta modalidade organizacional conta

com apenas nove unidades. As faculdades, a terceira categoria, são a forma de organização

mais comum no setor educacional privado, totalizando 1.841 instituições. As congêneres

públicas são somente 139. A rede pública possui uma quarta categoria de estabelecimentos

formada por 40 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia ou Centros Federais de

Educação Tecnológica (IF/Cefet).

Das 6.075.152 matrículas registradas na rede privada de ensino superior, 2.609.933 estão em

universidades. Em seguida, aparecem as faculdades, com 2.126.261 registros. Já os centros

universitários somam 1.338.958. A rede pública tem suas matrículas fortemente concentradas

em universidades: 1.663.222 de 1.952.145. No conjunto das universidades, as privadas detêm

61,08% das matrículas. Nos centros universitários, a proporção salta para 98,61%, situando-se

em 94,44% nas faculdades.

Tabela 33 - Matrículas em estabelecimentos privados e públicos de ensino superior, por organização

acadêmica e regiões - 2015

Categoria Administrativa e

Regiões Total

Organização Acadêmica

Universidades Centros

Universitários Faculdades IFs e Cefets

Privados 6.075.152 2.609.933 1.338.958 2.126.261 -

Norte 449.518 163.317 98.280 187.921 -

Nordeste 1.104.191 320.554 191.737 591.900 -

Sudeste 2.945.876 1.450.895 634.436 860.545 -

Sul 993.997 450.571 267.625 275.801 -

Centro-Oeste 581.570 224.596 146.880 210.094 -

Públicos 1.952.145 1.663.222 18.844 125.203 144.876

Privados/Total 75,68% 61,08% 98,61% 94,44% -

Fonte: INEP

No setor privado, a repartição das matrículas entre as três organizações acadêmicas coloca em

primeiro lugar as universidades, com uma fração de 42,96%. As faculdades ocupam a segunda

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83

posição, com 35,00% das matrículas em instituições privadas. O terceiro posto pertence aos

centros universitários, com uma proporção de 22,04%.

A liderança das universidades como a forma de organização acadêmica mais frequentada pelo

corpo discente da rede privada é especialmente destacada na Região Sudeste, onde detêm

49,25% das 2.945.876 matrículas. Em contraste, no Nordeste, a fração que lhes corresponde é

de 29,03% de um total de 1.104.191. Nesta região, as faculdades são as instituições mais

procuradas, recebendo 53,60% dos alunos do ensino superior privado. No Norte, a primazia

em termos de tamanho do alunato é também das faculdades, mas a proporção que lhes cabe é

menor: 41,81%.

A Região Sul possui um perfil não tão diferente do Sudeste. Universidades e faculdades

possuem parcelas menores, compensadas pela participação dos centros universitários.

Finalmente, o Centro-Oeste dispõe da divisão mais equilibrada entre universidades e

faculdades: 38,62% e 36,13%, respectivamente. A tabela a seguir apresenta em termos

percentuais a repartição das matrículas segundo a organização acadêmica.

Tabela 34 - Repartição das matrículas em estabelecimentos privados e públicos de ensino superior, por organização acadêmica, 2015

Categoria Administrativa e

Regiões Total

Organização Acadêmica

Universidades Centros

Universitários Faculdades IFs e Cefets

Privados 100% 42,96% 22,04% 35,00% -

Norte 100% 36,33% 21,86% 41,81% -

Nordeste 100% 29,03% 17,36% 53,60% -

Sudeste 100% 49,25% 21,54% 29,21% -

Sul 100% 45,33% 26,92% 27,75% -

Centro-Oeste 100% 38,62% 25,26% 36,13% -

Públicos 100% 85,20% 0,97% 6,41% 7,42%

Fonte: INEP

Entre 2012 e 2015, os centros universitários foram a modalidade de organização acadêmica

que apresentou maior crescimento do número de matrículas: 7,97% ao ano, ante um avanço

médio de 5,73%. Em três regiões, as taxas de expansão encontram-se no terreno dos dois

dígitos, com destaque para o Nordeste, onde o crescimento foi de 13,15%. As matrículas em

universidades tiveram aumento pronunciado na Região Norte, com taxa de 11,48%. No setor

público, cabe salientar o avanço de 9,08% ao ano do número de matrículas em IFs e Cefets.

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Tabela 35 – Taxas anuais de crescimento das matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por organização acadêmica e regiões, 2012 - 2015

Categoria Administrativa e

Regiões Total

Organização Acadêmica

Universidades Centros

Universitários Faculdades IFs e Cefets

Privados 5,73% 6,26% 7,97% 3,79% -

Norte 11,48% 17,89% 11,10% 7,07% -

Nordeste 7,80% 7,33% 13,15% 6,52% -

Sudeste 3,96% 4,59% 4,05% 2,86% -

Sul 7,41% 8,86% 13,03% 1,03% -

Centro-Oeste 4,46% 4,21% 9,74% 1,54% -

Públicos 0,95% 0,52% -4,85% -0,31% 9,08%

Fonte: INEP

A configuração da rede privada segundo organizações acadêmicas evoluiu nos últimos 10 anos

da seguinte maneira. As universidades cederam terreno às formas organizacionais menos

concentradas. Se, em 2005, recebiam 44,07% das matrículas, esta proporção se reduziu a

42,84%, em 2010, permanecendo praticamente inalterada desde então. Em 2015, a proporção

era de 42,96%. Os centros universitários, na primeira metade do período, também tiveram sua

fatia diminuída, de 19,98% para 17,37%. Nos cinco anos subsequentes, todavia, inverteram a

trajetória e chegaram a 2015 com 22,04% das matrículas privadas. As faculdades de início

avançaram, de 35,95% para 39,79%, recuando em seguida para 35,00%.

Gráfico 32 - Repartição das matrículas em estabelecimentos privados de ensino superior, por organização acadêmica

Fonte: INEP

44,07%

42,84%

42,96%

19,98%

17,37%

22,04%

35,95%

39,79%

35,00%

0% 20% 40% 60% 80% 100%

2005

2010

2015

Universidades Centros Universitários Faculdades

Page 85: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

85

Neste ponto, vale a pena fazer a distinção numérica entre ensino presencial e à distância. O

primeiro, tradicional e consolidado, totalizava 4.809.793 matrículas, em 2015. Este número

representa 79,17% do total. O complemento corresponde à parcela do ensino à distância

(EAD). A proporção de matrículas privadas na totalidade de cursos presenciais é de 72,51%,

pouco mais de três pontos percentuais abaixo da fração equivalente quando são incluídos os

cursos à distância (75,68%). Em 2015, o crescimento das matrículas presenciais se reduziu em

três das cinco regiões geográficas, chegando a se tornar negativo no Centro-Oeste.

Tabela 36 - Matrículas em cursos presenciais da rede privada de ensino superior - 2015

Região Geográfica Matrículas em estabelecimentos privados Variação anual (%)

Número Proporção do total 2010 - 2015 2014 - 2015

Brasil 4.809.793 72,51% 3,82% 3,11%

Norte 287.779 60,73% 7,56% 10,02%

Nordeste 894.047 62,37% 7,80% 5,07%

Sudeste 2.456.228 79,55% 2,58% 1,02%

Sul 720.807 70,59% 2,07% 7,79%

Centro-Oeste 450.932 73,05% 4,59% -0,19%

Fonte: INEP

Depois de uma fase de crescimento meteórico, a taxas anuais superiores a 100%, no início

da década passada, a modalidade de ensino à distância veio aos poucos moderando o seu

ritmo de expansão, à medida que a base instalada se ampliava. Tendo começado com 6.392

matrículas, em 2002, as instituições privadas alcançaram a marca de 1.265.359, em 2015.

No ano inicial, a rede privada recebeu 15,7% do total de matrículas na nova modalidade de

ensino, cabendo a maior parcela à rede pública. Em menos de três anos, a fração privada

tornou-se majoritária, correspondendo a 52,45% do mercado. O avanço ininterrupto levou

a proporção aos 90,79%, em 2015. Apesar da pujança, o segmento também se ressentiu da

crise, tendo reduzido sua taxa de crescimento para 5,23%, em 2015.

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86

Tabela 37 - Matrículas no ensino superior à distância

Ano Matrículas em EAD

de Instituições privadas Matrículas privadas /

total de EAD Taxas de

crescimento anuais

2002 6.392 15,70% 0,26%

2003 10.107 20,25% 58,12%

2004 23.622 39,63% 133,72%

2005 60.127 52,45% 154,54%

2006 165.145 79,70% 174,66%

2007 275.557 74,52% 66,86%

2008 448.973 61,68% 62,93%

2009 665.429 79,39% 48,21%

2010 748.577 80,48% 12,50%

2011 815.003 82,08% 8,87%

2012 932.226 83,69% 14,38%

2013 999.019 86,60% 7,16%

2014 1.202.469 89,61% 20,36%

2015 1.265.359 90,79% 5,23%

Fonte: INEP

O crescimento veloz das matrículas no EAD trouxe como consequência o rápido alargamento

da parcela deste segmento no conjunto da rede privada. Se em 2005, terceiro ano de

existência da modalidade, a proporção que ela ocupava não ia além de 1,81% do total de

matrículas no ensino privado, em 2009 havia avançado para 15,02%, alcançando 20,83%, em

2015. O próprio formato do gráfico, todavia, sugere uma possível acomodação no ritmo de

expansão do EAD.

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87

Gráfico 33 - Matrículas na modalidade de ensino à distância (EAD) como proporção do total de matrículas no ensino superior privado

Em 2015, o segmento privado de EAD ofereceu 1.051 cursos de graduação. As áreas de

pedagogia, formação de professor de matérias específicas e administração são as que contam

com maior número de cursos. Para se ter uma ideia da envergadura desta inciativa, vale citar

que quatro instituições dedicadas ao EAD possuíam mais de 100 mil alunos em 2015, uma

delas ultrapassando os 300 mil.

O EAD é uma atividade desenvolvida predominantemente por universidades, sendo reduzida a

participação de centros universitários e faculdades. No setor privado, no início da década

passada, as universidades eram responsáveis por 33,67% das matrículas, proporção que

avançou até atingir 69,68%, em 2015. Na rede pública, a proporção correspondente às

universidades atinge 90,85%.

A evolução acelerada do EAD retirou parte da importância do processo de interiorização do

ensino superior. Tornou-se viável concluir cursos de graduação em diversas áreas do

conhecimento, mesmo que não presencialmente. Ainda assim, nesta década, voltou a se

verificar a interiorização do ensino superior privado, isto é, matrículas fora das capitais

estaduais.

Depois de terem crescido mais devagar, entre 2005 e 2012, período em que recuaram de

54,95% para 49,94% do total, as matrículas em instituições do interior passaram a representar

0,26% 1,81%

15,02%

20,83%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: INEP

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88

50,97%, em 2015. A inversão se verificou tanto entre as universidades, ainda majoritariamente

nas capitais, como nas faculdades, tradicionalmente mais vocacionadas para a interiorização,

pelo seu menor porte e maior especialização em disciplinas do interesse de clientelas

regionais. A tabela a seguir mostra que o processo de interiorização prosseguiu na rede

pública, ainda que de forma mais lenta do que na década anterior.

Tabela 38 - Grau de interiorização das matrículas no ensino superior

Categoria Administrativa

Total Universidades Faculdades

2005 2012 2015 2005 2012 2015 2005 2012 2015

Pública 56,93% 60,85% 61,19% 54,09% 58,13% 58,42% 92,89% 87,50% 85,46%

Federal 32,97% 47,74% 51,05% 33,55% 46,36% 48,95% 31,31% 37,75% 40,23%

Estadual 74,00% 72,44% 73,37% 73,93% 71,80% 73,28% 84,97% 78,68% 75,63%

Municipal 99,40% 98,61% 99,96% 98,64% 97,59% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00%

Privada 54,95% 49,94% 50,97% 55,65% 43,74% 45,66% 57,51% 58,65% 59,81%

Fonte: INEP Nota: matrículas presenciais em instituições localizadas fora de capitais, em relação ao total de matrículas.

O perfil etário dos estudantes da rede privada difere dos vinculados às instituições públicas.

Entre os primeiros, a proporção com idade até 24 anos representava 48,02% do total, em

2015. No segundo grupo, esta proporção chegava a 60,79%. Em compensação, as instituições

privadas recebem um público relativamente maior com idades acima de 30 anos. São pessoas

que não frequentaram um curso superior logo após a conclusão do ensino médio ou que

buscam uma segunda formação ou atualização da primeira. Numericamente, na faixa entre 30

e 44 anos, a rede privada tem 26,41% de seus alunos. Já nas instituições públicas, neste

mesmo estrato, estão 16,68% das matrículas. O gráfico a seguir ilustra as diferenças entre

matrículas em instituições privadas e em congêneres públicas, segundo a faixa etária.

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89

Gráfico 34 - Distribuição das matrículas nas redes privada e pública, segundo a faixa etária - 2015

De cada quatro alunos da rede privada de ensino superior, apenas um é proveniente da rede

privada de ensino básico. A proporção exata é de 24,16%. Esta é a média nacional, formada

por realidades estaduais bem diversas. O Rio de Janeiro possui a maior taxa de participação de

alunos oriundos da rede privada de educação básica: 33,46%. É como se um em cada três

matriculados na rede privada de ensino superior tivesse concluído sua formação básica numa

instituição igualmente privada. Ainda no Sudeste, Minas Gerais apresenta uma proporção

inferior à média do país. Nesse estado, a proporção de matrículas na rede privada superior

com origem na rede privada básica é de 22,44%. São Paulo e Espírito Santo, com proporções

de 25,98% e 26,69%, respectivamente, situam-se entre Minas Gerais e Rio de Janeiro.

No extremo oposto da comparação entre estados está o Acre, onde a proporção é de 12,93%,

pouco mais de metade da média do país. Nos outros estados da Região Norte, embora

superem a do Acre, as proporções são sempre inferiores à média nacional. A mais elevada é

aquela observada no Amazonas: 23,30%. Nas outras três regiões geográficas do país,

especialmente a Sul, as diferenças interestaduais são menos pronunciadas.

Esta participação destacada da rede pública como fornecedora de alunos para o ensino

superior privado é algo praticamente inevitável, dadas as dimensões dos segmentos privados

nas duas etapas da formação educacional. Enquanto o terceiro ano do ensino médio público

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Setor privado

Setor público

Fonte: INEP

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90

tem em torno de dois milhões de alunos, as instituições oficiais de ensino superior oferecem

pouco menos de 600 mil vagas anuais, a maior parte preenchida por estudantes da rede

privada. A consequência natural é o grande afluxo de alunos provenientes da rede pública de

educação básica para o ensino superior privado.

Gráfico 35 - Proporção de matrículas no ensino superior privado de alunos provenientes da rede privada de ensino básico

Fonte: INEP

26,16%

23,30%

19,06%

21,79%

21,47%

20,23%

23,09%

25,98%

33,46%

26,69%

22,44%

21,98%

26,50%

20,98%

23,83%

22,20%

22,58%

25,96%

19,25%

24,73%

18,20%

17,28%

17,69%

19,49%

23,30%

12,93%

17,79%

24,16%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%

Distrito Federal

Goiás

Mato Grosso

Mato Grosso do Sul

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

Paraná

São Paulo

Rio de Janeiro

Espírito Santo

Minas Gerais

Bahia

Sergipe

Alagoas

Pernambuco

Paraíba

Rio Grande do Norte

Ceará

Piauí

Maranhão

Tocantins

Amapá

Pará

Roraima

Amazonas

Acre

Rondônia

Brasil

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91

Os programas de financiamento à educação superior, que na última década funcionaram como

acelerador do crescimento das instituições privadas de ensino, chegaram a 2015 enfrentando

restrições orçamentárias e grande incerteza quanto aos rumos a serem seguidos doravante. O

ProUni - Programa Universidade Para Todos, cuja mecânica consiste na concessão de bolsas

por instituições privadas em troca de abatimento de impostos federais, passou de um

crescimento anual de 26,08%, entre 2005, ano inicial, e 2008, para 4,96%, entre 2012 e 2015. A

tabela a seguir apresenta a evolução das bolsas concedidas anualmente, desde que o

programa foi instituído.

Tabela 39 - Número de bolsas de estudo concedidas pelo ProUni

Ano Integral Parcial Total

2005 71.905 40.370 112.275

2006 98.698 39.970 138.668

2007 97.631 66.223 163.854

2008 99.495 125.510 225.005

2009 153.126 94.517 247.643

2010 125.922 115.351 241.273

2011 129.672 124.926 254.598

2012 150.870 133.752 284.622

2013 164.379 87.995 252.374

2014 205.237 101.489 306.726

2015 204.587 124.530 329.117

Fonte: INEP

Entre 2009 e 2015, as matrículas suportadas pelo FIES - Fundo de Financiamento Estudantil,

que existe desde 1999, mas ganhou um impulso extraordinário nesta década com a redução

das taxas de juros e a ampliação do período de pagamento, passaram de 133.089 para

1.332.369. O crescimento foi de 10 vezes. Neste período, a proporção de matrículas em

instituições privadas que contavam com algum tipo de financiamento saltou de 22,6% para

44,4%. Destas matrículas, 49,4% eram financiadas pelo FIES.

Em 2015, os dispêndios governamentais à conta do FIES totalizaram R$ 14.944.615 mil. Em

relação a 2014, os desembolsos relacionados ao fundo ainda cresceram, mas a uma taxa de

8,28%, inferior à inflação média do período, de 9,03%. Nos próximos anos, será inevitável que

ocorram diminuições no montante dos financiamentos, em consequência do ajuste fiscal que

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92

limitará o crescimento dos gastos públicos à taxa de inflação do ano anterior. Na última

década e meia, as despesas do setor público, corrigidas pela inflação, cresceram em média 6%

ao ano, resultado do lançamento e ampliação do escopo de programas governamentais em

diversas frentes, entre as quais a educação.

Adicionalmente, não deve ser subestimado o risco crescente de inadimplência por parte dos

alunos mutuários, diante de um contexto nada receptivo por parte do mercado de trabalho.

Ainda que fração substancial desse risco recaia sobre a União, é forçoso que, com o avanço do

ajuste fiscal nos próximos anos, as regras referentes a garantias precisem ser modificadas.

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93

FUNÇÕES DOCENTES

O número de funções docentes em atividade nas instituições privadas de ensino superior era

de 222.282, em 2015. Pelo segundo ano consecutivo, houve aumento, após um período de

oscilação e queda, entre 2009 e 2013. Nos anos anteriores, ao contrário, o crescimento foi

firme e contínuo. Em 2001, as funções docentes em estabelecimentos privados eram 122.806,

alcançando 217.840, em 2009. Na rede pública, o crescimento do número de funções docentes

foi, incialmente, mais lento que no setor privado, mas a partir de 2007, a dinâmica se inverteu.

Na primeira parte do período, as instituições privadas chegaram a ter o dobro de funções

docentes. Foi o que ocorreu em 2006. Desde então, esta proporção vem decrescendo, tendo

alcançado 1,34, em 2015. Isto significa que o número de funções docentes na rede privada é

aproximadamente 34% superior ao da rede pública.

Tabela 40 - Número de funções docentes em exercício nas instituições privadas e públicas de ensino superior

Ano Privadas Públicas Privadas/Públicas

2001 122.806 81.300 1,51

2002 143.838 84.006 1,71

2003 165.358 88.795 1,86

2004 185.285 93.800 1,98

2005 194.471 98.033 1,98

2006 201.280 100.726 2,00

2007 208.213 108.828 1,91

2008 209.599 111.894 1,87

2009 217.840 122.977 1,77

2010 214.546 130.789 1,64

2011 217.834 139.584 1,56

2012 212.394 150.338 1,41

2013 212.063 155.219 1,37

2014 220.273 163.113 1,35

2015 222.282 165.722 1,34

Fonte: INEP

O gráfico a seguir mostra que as taxas de crescimento do número de funções docentes

trilharam caminhos diversos nas redes pública e privada. Na primeira parte da década passada,

o número ainda crescia a taxas superiores a 10%. Seguiu-se uma rápida desaceleração que deu

lugar, já nesta década, a uma fase de alternâncias entre taxas positivas e negativas de

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94

crescimento. O setor público apresenta uma trajetória mais regular. Ao contrário do setor

privado, as taxas foram inicialmente mais baixas, inferiores a 5%, avançaram na passagem da

década passada para a atual, voltando a sofrer desaceleração nos anos mais recentes.

Considerando o período completo, nas instituições públicas o crescimento do número de

funções docentes foi de 5,22% ao ano, enquanto no setor privado a taxa média anual foi de

4,33%. Apesar das divergências, em 2015, diante da crise econômica, as duas redes

desaceleraram o ritmo de expansão de seus quadros de docentes.

Gráfico 36 - Taxa de crescimento do número de funções docentes em instituições públicas e privadas de ensino superior

Fonte: INEP

As 222.282 funções docentes no ensino superior privado representam 57,29% do total de

funções docentes. A fração vinculada à rede privada é máxima no Sudeste, onde alcança

3,33%

5,70%

5,64%

4,51%

2,75%

8,04%

2,82%

9,90%

6,35%

6,72%

7,70%

3,25%

5,09%

1,60%

17,13%

14,96%

12,05%

4,96%

3,50%

3,44%

0,67%

3,93%

-1,51%

1,53%

-2,50%

-0,16%

3,87%

0,91%

-5% 0% 5% 10% 15% 20%

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

Privadas

Públicas

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95

64,96%. Ao longo dos últimos 10 anos, como já se comentou, o crescimento do número de

funções docentes em estabelecimentos privados desacelerou-se continuamente. O mesmo se

deu em escala regional, com exceções muito localizadas. Em três delas – Norte, Sudeste e

Centro-Oeste, chegou a haver redução do número absoluto de funções docentes, em 2015. A

Região Sul, ao contrário das demais, acelerou as contratações no período, particularmente em

2015.

Tabela 41 - Número de funções docentes nos estabelecimentos privados de ensino superior por regiões

Região Geográfica

2015 Variação anual (%)

Total Privado Proporção 2005 - 2012 2012 - 2015 2014 - 2015

Brasil 222.282 57,29% 1,93% 1,53% 0,91%

Norte 10.954 45,41% 6,13% 1,01% -0,19%

Nordeste 38.157 45,94% 5,96% 3,35% 1,73%

Sudeste 111.180 64,96% 0,56% -0,28% -0,76%

Sul 43.789 58,60% 2,15% 5,19% 6,57%

Centro-Oeste 18.202 52,09% 0,82% 1,38% -2,50%

Fonte: INEP

Entre 2010 e 2015, o número de alunos do ensino superior cresceu mais do que o de

professores. A relação entre o número de matrículas e de funções docentes subiu de 15,8 para

17,1. O incremento desta proporção, todavia, deu-se inteiramente na rede privada, onde

aumentou de 18,6 para 21,6. Na rede pública, nesse período, a proporção baixou levemente,

passando de 11,2 para 11,0. A comparação entre esses números indica que o docente do

ensino privado lida em sala de aula com praticamente o dobro de alunos que o docente da

rede pública. No segmento privado, as proporções cresceram em todas as regiões,

especialmente no Norte. A Região Sul, que já possuía em 2010 o menor coeficiente, foi a que

menos elevou a proporção, afastando-se das demais.

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Tabela 42 - Relação entre número de matrículas e de funções docentes nas redes pública e privada

Proporção entre matrículas e docentes

Esfera / Região

2010 2015

Total 15,8 17,1

Pública 11,2 11,0

Federal 10,6 10,7

Estadual 11,6 10,9

Municipal 14,5 15,3

Privada 18,6 21,6

Norte 19,5 26,3

Nordeste 18,9 23,4

Sudeste 19,2 22,1

Sul 15,9 16,5

Centro-Oeste 20,1 24,8

Fonte: INEP Nota: matrículas presenciais

A qualificação dos docentes que trabalham nos estabelecimentos privados de ensino superior

tem melhorado continuamente. A tabela a seguir ilustra esta evolução desde 2005, período

em que aumentam ao mesmo tempo os profissionais com mestrado e doutorado. Em 2005,

pouco mais de metade possuía um desses títulos. Em 2015, a proporção já havia deixado para

trás os dois terços, aproximando-se dos 70%. Somente no aspecto da dedicação em tempo

integral é que um limite, em torno de 25% do contingente, parece ter sido atingido.

Tabela 43 - Indicadores de qualificação dos docentes da rede privada de ensino superior

Ano Mestrado Doutorado Tempo Integral

2005 40,16% 12,33% 16,57%

2012 45,42% 17,79% 24,19%

2014 47,02% 19,76% 24,36%

2015 48,24% 20,78% 24,89%

Fonte: INEP

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PRINCIPAIS CURSOS

Em 2015, novamente, o curso mais frequentado nas instituições privadas foi Direito. Das

4.809.793 matrículas registradas em cursos presenciais de ensino superior, 764.548 ou 15,90%

correspondiam a esta área do conhecimento. Em 10 anos, o número de matrículas cresceu

51,80%, o equivalente a 4,27% ao ano. As matrículas em cursos presenciais de Direito

oferecidos por instituições privadas representam 89,66% do total.

Na segunda posição, mais uma vez, está o curso de Administração, com 506.407 matrículas

registradas ou 10,53% do total. Diferentemente da área de Direito, as matrículas nos cursos

privados de Administração diminuíram 11,19%, entre 2005 e 2015, o equivalente a 1,18% ao

ano. Por conta desta trajetória descendente, as matrículas em cursos presenciais privados

tiveram sua participação no total de matrículas em programas de Administração reduzida de

91,05% para 86,48%.

A terceira posição da tabela é ocupada pelo curso de Engenharia civil, que conta com 300.374

matrículas. Em 2012, este curso situava-se na sexta posição entre os mais frequentados, vindo

de um distante 30º posto, em 2005. Há 10 anos, a Engenharia civil nas escolas privadas possuía

apenas 18.830 matrículas, 46,90% do total. Neste período, possivelmente em resposta à fase

de grande dinamismo da atividade de construção civil, as matrículas nesta área cresceram

quase 16 vezes e passaram a representar 85,98% do total. Motivação semelhante deve

explicar o avanço das matrículas em Arquitetura e Urbanismo nas instituições privadas, que

alcançaram 140.762, em 2015.

A tabela enumera os 15 cursos presenciais com maior número de matrículas em instituições

privadas. Em conjunto, estes 15 cursos totalizam 68,07% das matrículas presenciais. O grau de

concentração é elevado. Se considerarmos os 10 primeiros cursos, a proporção, em 2015, é de

58,65%. Em 2012, os 10 primeiros somavam 57,28%. Como proporção do número total de

matrículas nestes 15 cursos, os oferecidos pela rede privada respondem por 84,70%, mais de

12 pontos de percentagem acima da média geral, de 72,51%.

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Tabela 44 - 15 cursos presenciais com maior número de matrículas nos estabelecimentos privados de ensino superior – 2015

Curso Número de Matrículas

% no total de Matrículas

Matrículas Privadas/Total

Direito 764.548 15,90% 89,66%

Administração 506.407 10,53% 86,48%

Engenharia civil 300.374 6,25% 85,98%

Enfermagem 224.876 4,68% 86,50%

Ciências contábeis 219.113 4,56% 82,34%

Pedagogia 211.408 4,40% 67,47%

Psicologia 197.324 4,10% 88,29%

Arquitetura e Urbanismo 140.762 2,93% 86,72%

Engenharia de produção 129.249 2,69% 81,51%

Fisioterapia 126.692 2,63% 89,85%

Engenharia mecânica 97.342 2,02% 75,36%

Formação de professor de educação física 93.288 1,94% 73,89%

Gestão de pessoal / recursos humanos 89.667 1,86% 98,79%

Educação física 86.766 1,80% 84,62%

Nutrição 86.218 1,79% 82,62%

15 + 3.274.034 68,07% 84,70%

Total de cursos 4.809.793 100,00% 72,51%

Fonte: INEP Nota: Presenciais

As posições na tabela mostram grande estabilidade. Tomando-se como referência a lista dos

10 cursos com maior número de matrículas em 2015, observa-se que nove deles figuravam

entre os 10 principais em 2012. Ganharam posição nestes três anos os cursos de Engenharia

civil e Enfermagem e entrou na lista o de Arquitetura e Urbanismo. Deixou a relação o curso de

Gestão de pessoal/recursos humanos. Dos 10, nove tiveram crescimento do número de

matrículas, com destaque para Engenharia civil. O curso de Administração foi o único a sofrer

retração. Em conjunto, os 10 cresceram 5,38% ao ano, acima da taxa média de crescimento do

total de matrículas presenciais em estabelecimentos privados. A tabela que se segue reúne

estes dados e informa ainda que, em 2005, sete dos atuais 10 cursos mais frequentados

estavam na lista dos 10 primeiros.

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Tabela 45 - 10 cursos com maior número de matrículas presenciais nos estabelecimentos privados de ensino superior em 2015 - posição em 2012 e 2005

Cursos Posição em 2015

Posição em 2012

Número de Matrículas em 2012

Taxa de Crescimento ao

ano (2012 - 2015)

Matrículas Privadas/Total

2012

Posição em 2005

Direito 1 1 647.416 5,70% 87,89% 2

Administração 2 2 584.925 -4,69% 87,43% 1

Engenharia civil 3 6 157.872 23,91% 80,24% 30

Enfermagem 4 5 198.450 4,26% 84,83% 6

Ciências contábeis 5 4 199.921 3,10% 80,12% 5

Pedagogia 6 3 202.973 1,37% 66,05% 3

Psicologia 7 7 136.540 13,06% 84,14% 9

Arquitetura e Urbanismo

8 13 81.629 19,92% 80,55% 19

Engenharia de produção

9 8 100.537 8,73% 80,65% 43

Fisioterapia 10 10 90.191 11,99% 87,86% 7

10+

2.400.454 5,38% 83,23%

Total de cursos

4.208.086 4,56% 71,04%

Gestão de pessoal/recursos

humanos 13 9 91.686 -0,74% 99,03% 38

Fonte: INEP Nota: Presenciais

Embora o número de matrículas tenha crescido no triênio 2012-2015 para o conjunto dos

cursos oferecidos pelas instituições privadas e para nove dos 10 mais frequentados, o ano de

2015 significou desaceleração generalizada. O número total de matrículas cresceu 3,55%, mas

o número de ingressos recuou de maneira flagrante. A tabela a seguir traz o número de

ingressos em 2014 e 2015 para os 15 principais cursos oferecidos pela rede privada. Destes, 12

tiveram diminuição. Nos cursos de Administração, Engenharia mecânica e Gestão de

pessoal/recursos humanos, a taxas de variação foram negativas em dois dígitos. Em contraste

com o quadro geral, os cursos de Educação física e Nutrição tiveram acréscimos vigorosos de

alunos ingressantes.

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100

Tabela 46 - Ingressos nos 15 cursos mais frequentados nas instituições privadas de ensino superior

Curso Ingressos 2014 Ingressos 2015 Taxa de Variação

Direito 237.301 238.636 0,56%

Administração 277.605 245.158 -11,69%

Engenharia civil 119.079 113.317 -4,84%

Enfermagem 83.458 78.840 -5,53%

Ciências contábeis 125.052 117.897 -5,72%

Pedagogia 213.752 199.528 -6,65%

Psicologia 74.071 68.248 -7,86%

Arquitetura e urbanismo 51.496 50.347 -2,23%

Engenharia de produção 59.104 53.602 -9,31%

Fisioterapia 53.180 51.319 -3,50%

Engenharia mecânica 41.479 35.483 -14,46%

Formação de professor de educação física 69.870 65.458 -6,31%

Gestão de pessoal / recursos humanos 110.465 92.010 -16,71%

Educação física 44.823 51.162 14,14%

Nutrição 36.260 40.599 11,97%

15 + 1.596.995 1.501.604 -5,97%

Total de cursos 2.562.306 2.385.861 -6,89%

Fonte: INEP Nota: Presenciais e EAD.

Os cursos mais frequentados têm também uma relação candidato/vaga no processo seletivo

superior à média. Para os 15 primeiros da lista segundo o número de matrículas, a média deste

parâmetro é de 1,59. Para o conjunto dos cursos, a média é de 1,25. Deste grupo, o mais

procurado é o de Direito, que é também o mais frequentado. Neste curso, a relação

candidato/vaga é de 3,18.

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101

Tabela 47 - Relação entre candidatos inscritos e vagas oferecidas nos 15 cursos da rede privada com maior número de matrículas - 2015

Curso Candidatos

Inscritos Vagas

Oferecidas Proporção

Direito 718.174 225.962 3,18

Administração 704.937 524.387 1,34

Engenharia civil 314.222 149.474 2,10

Enfermagem 231.567 142.543 1,62

Ciências contábeis 272.032 267.154 1,02

Pedagogia 379.281 384.268 0,99

Psicologia 195.195 79.916 2,44

Arquitetura e urbanismo 159.618 70.657 2,26

Engenharia de produção 143.363 116.441 1,23

Fisioterapia 179.596 81.025 2,22

Engenharia mecânica 100.032 59.240 1,69

Formação de professor de educação física 158.344 105.391 1,50

Gestão de pessoal / recursos humanos 248.619 215.383 1,15

Educação física 122.544 64.200 1,91

Nutrição 120.879 52.906 2,28

15 + 4.048.403 2.538.947 1,59

Total de cursos 6.973.448 5.570.255 1,25

Fonte: INEP Notas: Seleção para vagas novas em cursos presenciais e EAD.

A tabela a seguir reúne os cursos com maior número de matrículas na rede pública, em 2015.

Entre as semelhanças, é imediato verificar que sete dos 15 cursos listados também estão entre

os mais frequentados na rede privada. São eles: Pedagogia, Direito, Administração, Engenharia

civil, Ciências contábeis, Enfermagem e Formação de professor de educação física. O curso de

Pedagogia é o primeiro colocado na lista das instituições públicas, com 101.910 matrículas.

Este mesmo curso já ocupava o topo da lista em 2012, embora o número de matrículas fosse

superior: 104.323. O setor público oferece 32,53% de todas as matrículas em Pedagogia. Nos

demais cursos que integram as duas listas, a participação da rede pública no total de

matrículas está entre 10% e 20%, exceção para Formação de professor de educação física, com

26,11%.

Nos cursos que não se encontram entre os mais frequentados na rede privada, a parcela de

matrículas na rede pública é crescente, partindo de 31,70% na Engenharia elétrica até alcançar

80,20%, na Formação de professor de matemática. A formação de professores em matérias

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102

específicas é uma especialidade da rede pública de ensino superior. Nos quatro casos

relacionados na tabela, a proporção mínima correspondente ao setor público é de 64,27%. No

curso de Medicina, quinto colocado entre os 15 mais frequentados na rede pública, mas que

não participa da lista das instituições privadas, é de 37,68% a proporção de matrículas nos

estabelecimentos oficiais de ensino. De 2012 a 2015, o número de matrículas em cursos de

Medicina oferecidos pela rede pública cresceu o equivalente a 2,52% ao ano. Ainda assim, a

fração privada elevou-se de 60,14% para 62,32%.

A soma das matrículas nos 15 cursos integrantes da lista dos mais frequentados nas

instituições públicas é de 760.339, o equivalente a 41,69% do total. Este percentual indica um

grau de concentração inferior ao registrado na rede privada, onde os 15 primeiros colocados

detêm 68,07% das matrículas. Ao contrário do setor privado, aqui a concentração está se

reduzindo. Em 2012, a fração ocupada pelos 15 primeiros era de 44,28%.

Tabela 48 - 15 cursos com maior número de matrículas nos estabelecimentos públicos de ensino

superior, em 2015

Cursos Número de Matrículas

% no total de Matrículas

Matrículas Públicas/Total

Matrículas Privadas/Total

Pedagogia 101.910 5,59% 32,53% 67,47%

Direito 88.155 4,83% 10,34% 89,66%

Administração 79.202 4,34% 13,52% 86,48%

Engenharia civil 48.973 2,69% 14,02% 85,98%

Medicina 47.774 2,62% 37,68% 62,32%

Ciências contábeis 46.982 2,58% 17,66% 82,34%

Formação de professor de biologia 46.906 2,57% 69,87% 30,13%

Agronomia 45.962 2,52% 56,28% 43,72%

Formação de professor de matemática 43.443 2,38% 80,20% 19,80%

Formação de professor de língua/literatura vernácula (português)

42.098 2,31% 78,78% 21,22%

Formação de professor de história 36.081 1,98% 64,27% 35,73%

Enfermagem 35.110 1,93% 13,50% 86,50%

Formação de professor de educação física

32.964 1,81% 26,11% 73,89%

Engenharia elétrica 32.555 1,79% 31,70% 68,30%

Economia 32.224 1,77% 65,90% 34,10%

10+ 591.405 32,43% 21,50% 78,50%

15+ 760.339 41,69% 22,74% 77,26%

Total de cursos 1.823.752 100,00% 27,49% 72,51%

Fonte: INEP Nota: Presenciais

15+ do Ensino privado

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103

A partir de meados da década passada, alguns cursos começaram a despontar como polos de

interesse de estudantes que ingressavam no ensino superior. A tabela a seguir identifica oito

que, na rede privada, experimentam, em conjunto, um crescimento das matrículas de 24,00%

ao ano, entre 2005 e 2012. Apesar da expansão vertiginosa, são cursos com pouco mais de 20

mil matrículas. No período mais recente, contudo, estes cursos sofreram desacelerações mais

fortes que os tradicionais. De 2012 a 2015, o número de matrículas do grupo aumentou 1,95%

ao ano, enquanto os 10 mais frequentados avançaram 5,38%. Apesar da desaceleração geral,

dois dos oito cursos emergentes conseguiram registrar crescimento a taxas de dois dígitos:

Gastronomia e Estética e cosmética, com 11,31% e 11,04%, respectivamente. A maior retração

se deu na especialidade de petróleo e gás.

Tabela 49 - Oito cursos com maior crescimento do número de matrículas nos estabelecimentos privados de ensino superior, entre 2005 e 2012

Curso Número de Matrículas

2015

Taxa de Crescimento 2005-2012

(ao ano)

Taxa de Crescimento 2012-2015

(ao ano)

Moda/Desenho de moda 16.743 17,60% -1,63%

Engenharia/extração de petróleo e gás 9.310 45,68% -11,10%

Gastronomia (Tecnólogo) 24.192 30,36% 11,31%

Relações internacionais 16.366 14,20% 0,38%

Engenharia ambiental e sanitária 17.366 19,33% 8,86%

Design 31.831 17,25% 2,32%

Empreendedorismo 31.778 48,83% -5,74%

Estética e Cosmética 30.002 41,84% 11,04%

Seleção (8+) 177.588 24,00% 1,95%

Fonte: INEP Nota: Presenciais

Com a expansão acelerada do EAD, tornou-se relevante examinar os cursos mais procurados

nesta modalidade. A tabela a seguir apresenta a lista dos 15 cursos oferecidos à distância com

maior número de matrículas. Em primeiro lugar está o curso de Pedagogia, com 316.523

matrículas. Este número supera o de matrículas em cursos presenciais privados,

correspondendo a 25,01% do total de matrículas no EAD. Um percentual desta magnitude por

si só indica o elevado grau de concentração das matrículas em poucos cursos. Os 15 cursos

listados na tabela recebem 83,86% das matrículas na modalidade EAD.

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Tabela 50 - 15 cursos à distância com maior número de matrículas nos estabelecimentos privados de

ensino superior - 2015

Cursos Número de Matrículas

% no Total de Matrículas

Matrículas Privadas/Total

Pedagogia 316.523 25,01% 92,42%

Administração 173.619 13,72% 95,79%

Serviço social 93.968 7,43% 97,24%

Ciências contábeis 91.321 7,22% 98,88%

Gestão de pessoal / recursos humanos 86.834 6,86% 99,74%

Empreendedorismo 59.421 4,70% 95,80%

Formação de professor de educação física 39.759 3,14% 96,00%

Gestão logística 35.751 2,83% 99,77%

Administração pública 32.911 2,60% 67,10%

Gestão ambiental 27.193 2,15% 98,27%

Formação de professor de história 25.907 2,05% 82,12%

Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Tecnólogo) 23.200 1,83% 90,72%

Marketing e propaganda 19.671 1,55% 99,79%

Gestão financeira 17.655 1,40% 99,69%

Formação de professor de matemática 17.402 1,38% 60,92%

15 + 1.061.135 83,86% 93,17%

Total de cursos à distância 1.265.359 100,00% 90,79%

Fonte: INEP

Embora os cursos da área de gestão predominem entre os 15 listados, verifica-se a presença

de duas linhas de formação de professor de matéria específica: história e matemática.

Tomando a categoria como um conjunto, pode-se inferir que o EAD privado vem consolidando

uma posição importante na função de formar professores. Entre 2012 e 2015, o número de

matrículas nesta categoria cresceu à taxa anual de 15,11%, acima do crescimento médio do

segmento privado de EAD, de 10,72%. A tabela a seguir apresenta a comparação entre

números do EAD de 2012 e 2015 a respeito da formação de professores.

Tabela 51 - Matrículas em cursos EAD para formação de professores de matérias específicas

Ano Total Pública

Privada Federal Estadual Municipal Total

2012 129.279 43.967 15.375 571 59.913 69.366

2015 159.079 35.066 17.916 289 53.271 105.808

Taxa de crescimento (% ao ano) 7,16 -7,26 5,23 -20,31 -3,84 15,11

Fonte: INEP

Page 105: ÍNDICE - FENEP · 2018-12-19 · Em 2015, o setor educacional privado contava com 41.400 estabelecimentos, sendo mais de 39 mil atuantes no ensino básico. O número de empregados

105

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como foco de interesse a evolução do setor educacional privado no período

entre 2010 e 2015. Depois de uma década em que a economia do país registrou taxas de

crescimento superiores a 5% ao ano, criou e formalizou empregos, e com isso ampliou as

oportunidades de consumo e investimento das famílias, o período seguinte foi caracterizado

por uma progressiva desaceleração que evoluiu para a mais grave recessão em pelo menos um

século. O segmento privado de educação, como de resto quase todas as atividades

econômicas, precisou se ajustar a este cenário, pouco propício à continuidade dos avanços que

caracterizaram sua trajetória em anos anteriores.

Nos primeiros anos da presente década, o setor educacional privado ainda foi capaz de

imprimir um ritmo de expansão de suas atividades mais intenso do que na década precedente.

No ensino básico, a taxa de crescimento do número de matrículas triplicou e a contratação de

docentes acompanhou esse movimento. No ensino superior, o caminho foi mais sinuoso,

alternando fases de aumento vigoroso com momentos de virtual estagnação. A partir de 2015,

contudo, com a economia sendo lançada em profunda recessão, e o desemprego e a incerteza

superando referências históricas, os números do setor caminharam inevitavelmente para o

terreno negativo.

Até que o país reencontre o equilíbrio e se refaça deste tropeço, que deverá custar uma perda

de 10% na renda percapita, o setor educacional privado terá suas iniciativas limitadas pelo alto

desemprego e diminuição do poder aquisitivo que atingem o seu público alvo. A isso deve ser

acrescida, como força restritiva, a reformulação, já em curso, da amplitude de linhas de

financiamento educacional, notadamente o FIES. Este programa, instituído em meados da

década passada, experimentou uma fase de crescimento expressivo após 2010. É improvável,

todavia, que a dimensão que adquiriu possa ser mantida nos próximos anos, quando os gastos

do governo, se passarem a ser simplesmente corrigidos pela inflação como propõe o governo

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federal por meio de emenda constitucional, não mais repetirão a trajetória ascendente

seguida desde o início da década passada.

Apesar destes fatores, que deverão restringir os movimentos do setor no futuro próximo, é

preciso lembrar que, em 2015, o número de matrículas registradas nos estabelecimentos

privados de ensino atingiu a marca de aproximadamente 15,1 milhões. No período analisado,

houve um crescimento de 1,5 milhão do número de matrículas no ensino básico e de 1,3

milhão no superior. Para se conhecer melhor a estatura econômica do setor, um dos objetivos

deste trabalho, vale recorrer às contas nacionais. Após ampla revisão, que teve o objetivo de

aprimorar a mensuração das diversas atividades que compõem o PIB brasileiro, o IBGE

publicou, em 2015, a versão mais atualizada deste sistema de contabilidade social. O último

dado publicado refere-se a 2014.

As novas séries permitem avaliar a dimensão econômica de todos os segmentos, comparando-

os entre si e acompanhando a sua evolução no tempo. Algumas séries retroagem a 2000, mas

a maioria compreende os anos de 2010 a 2014. Segundo o IBGE, a educação privada registrou,

em 2014, participação de 1,4% no PIB, superando em 0,2 ponto percentual a média dos 10

anos anteriores. Já a educação pública alcançou 4,7%, ante 3,8% na década precedente.

Em valores monetários referentes a 2014, mas atualizados pela inflação para novembro de

20166, os serviços ofertados pelo setor educacional privado às famílias, a preços básicos, isto é,

sem a adição dos impostos e contribuições incidentes sobre bens e serviços, estão avaliados

em R$ 111.387 milhões. Esta é a estimativa do valor recebido em um ano pelas instituições

privadas de ensino do país como contrapartida pelos serviços que prestam às famílias. Uma

interpretação que se pode dar a esta cifra é a de uma despesa pública não realizada ou

poupada. Em outras palavras, quando oferece serviços educacionais a aproximadamente 15,1

milhões de alunos matriculados, da educação infantil à superior, o setor educacional privado

permite que os governos, em suas três esferas, deixem de despender tais recursos,

realocando-os a outras prioridades.

6 Usando o IGP-M como referência, a inflação entre o ano de 2014 (média do período) e novembro de 2016 foi de 19,50%.

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Este número, a rigor, é uma aproximação e, possivelmente, uma subestimativa do custo que

seria incorrido pelo setor público para ofertar os mesmos serviços. A distribuição de matrículas

entre a educação básica e a superior vigente na rede privada de ensino é muito diversa da que

se observa na rede pública. No ensino privado, cerca de 40% das matrículas correspondem à

formação superior. No setor público, a proporção é de 5%. Como se sabe, o custo médio de se

prover educação superior é maior do que o de se ofertar educação básica. Isto posto, para se

ofertar serviços educacionais na escala e com a diversificação que as famílias usuárias

encontram na rede privada, isto é, com uma proporção de matrículas na educação superior

muito acima da existente no setor público, o custo médio por certo seria bem maior.

O custo da oferta privada de ensino, como de resto de qualquer atividade, inclui o que, no

vocabulário das contas nacionais, é chamado de consumo intermediário, as despesas com as

aquisições necessárias à provisão dos serviços. Ao longo de 2014, em valores corrigidos pelo

IGP-M para novembro de 2016, o setor educacional privado realizou despesas com a aquisição

de bens e serviços que totalizaram R$ 36.963 milhões. A educação pública, no mesmo período,

despendeu R$ 62.037 milhões. Isoladamente, o maior gasto das instituições privadas de ensino

é com alugueis. A cifra alcança R$ 4.913 milhões e representa 13,29% das despesas globais.

Comparativamente, o setor financeiro, com a sua rede de agências e postos de atendimento,

realizou em 2014, a preços de novembro de 2016, despesas de R$ 6.585 milhões. O setor de

serviços de alimentação, ainda mais pulverizado, gastou R$ 5.750 milhões.

As instituições privadas de ensino são grandes compradoras de livros, jornais e revistas. O

dispêndio efetuado na aquisição destes itens, em 2014, a preços de novembro de 2016, somou

R$ 2.744 milhões. O setor público de educação gastou, no mesmo período, R$ 3.868 milhões.

A tabela a seguir enumera as principais despesas incorridas pelo setor educacional privado na

oferta de seus serviços.

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Tabela 52 - Consumo intermediário da atividade Educação Privada, por grupo de despesa – 2014

Despesa R$ milhões Participação

Produtos industriais 2.285 6,18%

Eletricidade, gás e outras utilidades 2.053 5,55%

Transporte 3.779 10,22%

Livros, jornais e revistas 2.744 7,42%

Telecomunicações, TV por assinatura e outros serviços relacionados 1.505 4,07%

Intermediação financeira, seguros e previdência complementar 2.003 5,42%

Aluguel efetivo e serviços imobiliários 4.913 13,29%

Serviços jurídicos, contabilidade e consultoria 2.180 5,90%

Publicidade e outros serviços técnicos 3.469 9,39%

Aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos de propriedade intelectual 3.503 9,48%

Condomínios e serviços para edifícios 1.938 5,24%

Vigilância, segurança e outros serviços administrativos 1.542 4,17%

Demais 5.051 13,67%

Total 36.963 100,00%

Nota: Valores referentes a 2014 corrigidos pelo IGP-M para novembro de 2016. Fonte: IBGE

Mais do que todo o dispêndio com o consumo intermediário, o setor educacional privado

pagou, em 2014, a preços de novembro de 2016, salários no valor de R$ 62.156 milhões. Sobre

esse montante, realizou contribuições à previdência social e ao FGTS de R$ 11.182 milhões. A

título comparativo, o setor de saúde privada, que tem uma participação no PIB da ordem de

2,5%, desembolsou R$ 60.976 milhões para pagamento de salários e recolheu R$ 8.924

milhões na forma das contribuições sociais mencionadas.

O setor educacional privado ocupava, em 2014, 2.451.485 pessoas. O crescimento do número

de ocupações no setor, entre 2010 e 2014, foi de 7,79% ao ano. Durante a década anterior, a

ocupação cresceu 4,30% ao ano. O aumento é compatível com o ritmo de expansão das

matrículas no ensino básico, que levou a um crescimento mais acelerado do número de

funções docentes. Todavia, a desaceleração registrada no ritmo de crescimento deste

contingente, em 2015, já mencionada, por certo também deverá se verificar em relação ao

número total de ocupados no setor.