nbr 12806 - analise sensorial dos alimentos e bebidas

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Copyright © 1990, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Telex: (021) 34333 ABNT - BR EndereçoTelegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 12806 FEV 1993 Análise sensorial dos alimentos e bebidas 8 páginas Palavras-chave: Análise sensorial. Alimento. Bebida Origem: Projeto 13:014.01-001/1992 CB-13 - Comitê Brasileiro de Alimentos e Bebidas CE-13:014.01 - Comissão de Estudo de Terminologia de Análise Sensorial NBR 12806 - Sensory analysis of food and beverage - Terminology Descriptors: Sensory analysis. Food. Beverage Esta Norma foi baseada na ISO 5492/1977 Válida a partir de 29.04.1993 Terminologia 1 Objetivo Esta Norma define os termos empregados em estudos que envolvem análise sensorial dos alimentos e bebidas. 2 Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 2.1 a 2.5. 2.1 Terminologia geral 2.1.1 Aceitabilidade (acceptability) Grau de aceitação de um produto favoravelmente recebi- do por um determinado indivíduo ou população, em ter- mos de propriedades sensoriais. 2.1.2 Aceitação (acceptance) Ato de um determinado indivíduo ou população ser favo- rável ao consumo de um produto. 2.1.3 Análise sensorial (sensory analysis) Disciplina científica usada para evocar, medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e materiais como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição. 2.1.4 Apetite (appetite) Estado fisiológico expresso pelo desejo de comer. 2.1.5 Apetitoso (appetizing) Qualidade de um produto ser capaz de excitar o apetite de um indivíduo. 2.1.6 Atributo (attribute) Característica perceptível. 2.1.7 Aversão (aversion) Rea ç ão de um indivíduo provocando a rejei ç ão do produto. 2.1.8 Consumidor (consumer) Indivíduo que utiliza o produto. 2.1.9 Degustação (tasting) Avaliação sensorial de um produto alimentício na cavida- de oral. 2.1.10 Degustador (taster) Indivíduo que executa a degustação. 2.1.11 Discriminação (discrimination) Diferenciação qualitativa e/ou quantitativa entre dois ou mais estímulos. 2.1.12 Equipe (panel) 2.1.12.1 Equipe selecionada é o grupo de julgadores sele- cionados.

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Norma regulamentadora para análise sensorial de alimentos e bebidas.

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  • Copyright 1990,ABNTAssociao Brasileirade Normas TcnicasPrinted in Brazil/Impresso no BrasilTodos os direitos reservados

    Sede:Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 - 28 andarCEP 20003-900 - Caixa Postal 1680Rio de Janeiro - RJTel.: PABX (021) 210 -3122Telex: (021) 34333 ABNT - BREndereo Telegrfico:NORMATCNICA

    ABNT-AssociaoBrasileira deNormas Tcnicas

    NBR 12806FEV 1993Anlise sensorial dos alimentos ebebidas

    8 pginasPalavras-chave: Anlise sensorial. Alimento. Bebida

    Origem: Projeto 13:014.01-001/1992CB-13 - Comit Brasileiro de Alimentos e BebidasCE-13:014.01 - Comisso de Estudo de Terminologia de Anlise SensorialNBR 12806 - Sensory analysis of food and beverage - TerminologyDescriptors: Sensory analysis. Food. BeverageEsta Norma foi baseada na ISO 5492/1977Vlida a partir de 29.04.1993

    Terminologia

    1 ObjetivoEsta Norma define os termos empregados em estudos queenvolvem anlise sensorial dos alimentos e bebidas.

    2 Definies

    Para os efeitos desta Norma so adotadas as definiesde 2.1 a 2.5.

    2.1 Terminologia geral

    2.1.1 Aceitabilidade (acceptability)

    Grau de aceitao de um produto favoravelmente recebi-do por um determinado indivduo ou populao, em ter-mos de propriedades sensoriais.

    2.1.2 Aceitao (acceptance)

    Ato de um determinado indivduo ou populao ser favo-rvel ao consumo de um produto.

    2.1.3 Anlise sensorial (sensory analysis)

    Disciplina cientfica usada para evocar, medir, analisar einterpretar reaes das caractersticas dos alimentos emateriais como so percebidas pelos sentidos da viso,olfato, gosto, tato e audio.

    2.1.4 Apetite (appetite)

    Estado fisiolgico expresso pelo desejo de comer.

    2.1.5 Apetitoso (appetizing)

    Qualidade de um produto ser capaz de excitar o apetite deum indivduo.

    2.1.6 Atributo (attribute)

    Caracterstica perceptvel.

    2.1.7 Averso (aversion)

    R eao de um ind ivduo provocando a re je io do produto .2.1.8 Consumidor (consumer)

    Indivduo que utiliza o produto.

    2.1.9 Degustao (tasting)

    Avaliao sensorial de um produto alimentcio na cavida-de oral.

    2.1.10 Degustador (taster)

    Indivduo que executa a degustao.

    2.1.11 Discriminao (discrimination)

    Diferenciao qualitativa e/ou quantitativa entre dois oumais estmulos.

    2.1.12 Equipe (panel)

    2.1.12.1 Equipe selecionada o grupo de julgadores sele-cionados.

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    2.1.12.2 Equipe treinada o grupo de julgadores selecio-nados e treinados.

    2.1.13 Fator de qualidade (quality factor)

    Aspecto ou caracterstica escolhida para avaliar a quali-dade global de um produto.

    2.1.14 Hednico (hedonic)

    Relativo ao gostar e desgostar.

    2.1.15 Julgador ou provador (assessor)

    Indivduo que participa do teste sensorial.

    2.1.15.1 Julgador selecionado (selected assessor)

    Indivduo escolhido pela sua acuidade em realizar um tes-te sensorial.

    2.1.15.2 Julgador treinado

    Indivduo selecionado e submetido a treinamento paradeterminado teste e produto.

    2.1.16 Organolptico (organoleptic)

    Relativo a um atributo perceptvel em um produto, prin-cipalmente pelos sentidos qumicos e outros sentidos nacavidade oral.

    2.1.17 Palatabilidade (palatability)

    Combinao das propriedades de um produto, percebi-das na cavidade oral, que o torna agradvel ao consumo.

    2.1.18 Perito ou especialista (expert)

    Julgador que possui grande experincia com o produto,sendo capaz de realizar individualmente a avaliao sen-sorial deste.

    2.1.19 Preferncia (preference)

    Expresso do estado emocional ou reao afetiva de umindivduo que o leva escolha de um produto sobre ou-tro(s).

    2.1.20 Psicofsica (psychophysics)

    Estudo das relaes quantitativas entre os estmulos e asrespostas sensoriais correspondentes.

    2.1.21 Qualidade (quality)

    Conjunto de caractersticas que diferencia unidades indi-viduais de um produto, importante na determinao dograu de aceitao daquela unidade pelo consumidor.

    2.1.22 Sensao (sensation)

    Reao fisiolgica de um indivduo resultante de uma es-timulao sensorial.

    2.1.23 Sensorial (sensory)

    Relativo ao uso dos rgos dos sentidos.

    2.1.24 Triagem (screaning)

    Processo preliminar de seleo.

    2.2 Terminologia relativa aos sentidos

    2.2.1 Acuidade (sensitivity)

    Habilidade em perceber, identificar e/ou diferenciar quali-tativa e/ou quantitativamente um ou mais estmulos, pe-los rgos dos sentidos.

    2.2.2 Adaptao sensorial (sensory adaptation)

    Modificao temporria da acuidade de um rgo dossentidos, devido a uma estimulao contnua ou repetida.

    2.2.3 Ageusia (ageusia)

    Deficincia de sensibilidade aos estmulos gustativos, po-dendo ser total ou parcial, temporria ou permanente.

    2.2.4 Anosmia (anosmia)

    Deficincia de sensibilidade aos estmulos olfativos, po-dendo ser total ou parcial, temporria ou permanente.

    2.2.5 Antagonismo (antagonism)

    Ao conjunta de dois ou mais estmulos, cuja combina-o provoca um nvel de sensao menor que o esperadoda adio dos efeitos de cada estmulo separadamente.

    2.2.6 Cinestesia (kinaesthesis)

    Conjunto de sensaes resultantes da presso aplicadana amostra, produzida pelo movimento. Por exemplo: en-saio de queijo pela presso dos dedos, ensaio de mapela presso dos dentes.

    2.2.7 Cor (color)

    2.2.7.1 Sensao produzida pela estimulao da retina pe-los raios luminosos de comprimentos de onda variveis.

    2.2.7.2 Propriedade dos produtos de provocar a estimula-o da retina pelos raios luminosos de comprimentos deonda variveis.

    2.2.8 Discromatopsia (dyschromatopsia)

    Anomalia na viso, caracterizada pela baixa discrimina-o das cores.

    2.2.9 Efeito de contraste (contrast effect)

    Aumento da resposta s diferenas entre dois estmulossimultneos ou consecutivos.

    2.2.10 Efeito de convergncia (convergence effect)

    Diminuio da resposta s diferenas entre dois estmu-los simultneos ou consecutivos.

    2.2.11 Efeitos pseudotrmicos (pseudothermal effects)

    Sensaes de quente ou frio produzidas por certassubstncias no relacionadas com suas temperaturas.

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    Por exemplo: sensaes produzidas pela pimenta (quen-te) e pelo mentol (frio).

    2.2.12 Erro aleatrio (aleatory error)

    Erro imprevisto cuja mdia tende a zero.

    2.2.13 Erro de avaliao (evaluation error)

    Diferena entre o valor observado e o valor verdadeiro.

    2.2.14 Erro de expectativa (expectation error)

    Tendncias devido a idias preconcebidas.

    2.2.15 Estmulo (stimulus)

    Aquilo que pode excitar o receptor.

    2.2.16 Fadiga sensorial (sensory fatigue)

    Forma de adaptao sensorial em que ocorre um decrs-cimo na acuidade.

    2.2.17 Gosto (taste)

    2.2.17.1 Sentido do gosto

    2.2.17.1.1 Sensao percebida pelos rgos gustativos,quando estimulados por determinadas substncias so-lveis.

    2.2.17.1.2 Propriedade dos produtos que provoca sensa-es gustativas.

    Nota: O termo gosto no deve ser usado para designar a com-binao de sensaes gustativas, olfativas e tteis, queso designadas pelo termo sabor. Se na linguagem cor-rente o termo for usado neste sentido, deve sempre estarassociado a um termo qualificativo. Por exemplo: gosto demofo, gosto de cortia, gosto de cebola.

    2.2.18 Gustao (gustation)

    Funo do sentido do gosto.

    2.2.19 Gustativo (gustatory)

    Relativo ao sentido do gosto.

    2.2.20 Hiperosmia (hyperosmia)

    Aumento de sensibilidade para um ou vrios estmulosolfativos.

    2.2.21 Hiposmia (hyposmia)

    Reduo de sensibilidade para um ou vrios estmulosolfativos.

    2.2.22 Intensidade (intensity)

    2.2.22.1 A magnitude da sensao percebida.

    2.2.22.2 A magnitude do estmulo que provoca a sensa-o percebida.

    2.2.23 Limiar (threshold)

    Termo sempre usado com um qualificativo (ver 2.2.24 a2.2.27, 2.2.39 e 2.2.40).

    2.2.24 Limiar de deteco (stimulus threshold)

    Intensidade mnima de um estmulo necessria para pro-duzir uma sensao.

    2.2.25 Limiar de diferena (difference threshold)

    Menor diferena perceptvel na intensidade de um est-mulo.

    Nota: Em ingls, o termo limiar de diferena , s vezes, de-signado pelas letras JND (just noticiable difference).

    2.2.26 Limiar de reconhecimento (recognition threshold)

    Intensidade mnima de um estmulo necessria paraidentificar a sensao percebida.

    2.2.27 Limiar terminal (terminal threshold)

    Intensidade mnima de um estmulo, abaixo da qualnenhuma diferena pode ser percebida.

    2.2.28 Mascaramento (masking)

    Diminuio da intensidade ou modificao da qualidadede percepo de um estmulo pela ao de um outro.

    2.2.29 Odorante, odorfero, odoroso (odorant)

    Produto ou substncia capaz de induzir sensao olfa-tiva.

    2.2.30 Odorimetria (odorymetry)

    Medida das propriedades odorferas das substncias.

    2.2.31 Olfativo (olfactory)

    Relativo ao sentido do olfato.

    2.2.32 Olfatometria (olfactometry)

    Medida da sensibilidade olfativa.

    2.2.33 Olfatmetro (olfactometer)

    Aparelho usado para apresentar o estmulo olfativo aosjulgadores, sob condies reprodutveis.

    2.2.34 Percepo (perception)

    Interpretao das sensaes dos efeitos de um estmulosensorial simples ou mltiplo.

    2.2.35 Receptor (receptor)

    Parte especfica de um rgo do sentido que responde aum estmulo determinado.

  • 4 NBR 12806/1993

    2.2.36 Tato (touch)

    2.2.36.1 Sentido do tato

    Reconhecimento da forma e do estado dos corpos pormeio de contato direto com a pele.

    2.2.37 Tendncia (tendency)

    Erro sistemtico que pode ser positivo ou negativo.

    2.2.38 Sinergismo (synergism)

    Ao conjunta de dois ou mais estmulos, cuja combina-o provoca um nvel de sensao maior que o esperadoda adio dos efeitos de cada estmulo separadamente.

    2.2.39 Sublimiar (sub-threshold)

    Relativo a um estmulo que se situa abaixo do limiar con-siderado.

    2.2.40 Supralimiar (supra-threshold)

    Relativo a um estmulo que se situa acima do limiar con-siderado.

    2.2.41 Viso (vision)

    2.2.41.1 Sentido da vista

    Discriminao de diferenas no meio externo, resultanteda impresso sensorial produzida pelos raios luminososnos olhos.

    2.3 Terminologia relativa s propriedades sensoriais

    2.3.1 Aparncia (appearance)

    Propriedades visveis de uma substncia ou objeto comocor, forma, tamanho, brilho, caracterstica da superfcie,transparncia, carbonatao e outras.

    2.3.1.1 Brilhante (shiny)

    Descreve o aspecto de uma superfcie reluzente.

    2.3.1.2 Carbonatao (carbonation)

    o grau de efervescncia observado em bebidas gasei-ficadas.

    2.3.1.3 Luminosidade (luminance)

    Grau de claro ou escuro de uma cor comparada com umcinza neutro, numa escala que varia do preto absoluto aobranco absoluto.

    2.3.1.4 Opaco (opaque)

    Descreve um objeto, substncia ou produto, que nopermite a passagem da luz.

    2.3.1.5 Padro de iluminantes

    Iluminantes colorimtricos relacionando a faixa de luz

    artificial ou natural, definido pela International LightingCommission (CIE).

    2.3.1.6 Saturao (saturation)

    Grau de pureza de uma cor.

    2.3.1.7 Tom (hue)

    Dimenso da cor que corresponde variao nos com-primentos de onda.

    2.3.1.8 Translcido (translucent)

    Descreve um objeto, substncia ou produto, que permitea passagem da luz mas no permite distinguir uma ima-gem ntida.

    2.3.1.9 Transparente (transparent)

    Descreve um objeto, substncia ou produto, que permitea passagem da luz e o aparecimento de uma imagemdistinta.

    2.3.2 Odor (odour)

    Propriedade organolptica perceptvel pelo rgo olfativoquando certas substncias volteis so aspiradas.

    2.3.2.1 Aroma

    Propriedade organolptica perceptvel pelo rgo olfativovia retronasal durante a degustao.

    2.3.2.2 Bouquet

    Conjunto de caracteres olfativos especficos de um pro-duto (em vinhos, licores, etc.).

    2.3.2.3 Conotao ou Nota (note)

    Caracterstica distinta e identificvel de um odor ou sa-bor.

    2.3.2.4 Conotao estranha (off-note)

    Nota atpica (normalmente associada com deteriorao).

    2.3.2.5 Inodoro (inodorous)

    Descreve um produto que no tem odor.

    2.3.2.6 Odor estranho (off-odour)

    Odor no caracterstico.

    2.3.3 Sabor (flavour)

    Experincia mista mas unitria de sensaes olfativas,gustativas e tteis percebidas durante a degustao. Osabor influenciado pelos efeitos tteis, trmicos, dolo-rosos e/ou cinestsicos.

    2.3.3.1 Acidez (acidity)

    Propriedade organolptica de substncias puras ou mis-turas que produzem gosto cido.

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    2.3.3.2 cido (acid)

    Descreve o gosto primrio produzido por solues aquo-sas de substncias cidas. Por exemplo: solues decido ctrico ou tartrico.

    2.3.3.3 Acidulado (acidullus)

    Descreve um produto de gosto ligeiramente cido.

    2.3.3.4 Adstringncia (adstringency)

    Propriedade organolptica de substncias puras ou mis-turas que produzem sensao adstringente.

    2.3.3.5 Adstringente (adstringent)

    Descreve a sensao complexa resultante da contraoda mucosa da boca. Por exemplo: a sensao produzidapelo tanino do caqui ou banana verde.

    2.3.3.6 Alcalinidade (alkalinity)

    Propriedade organolptica de substncias puras ou mis-turas que produzem gosto alcalino.

    2.3.3.7 Alcalino (alkaline)

    Descreve o gosto produzido por solues aquosas desubstncias alcalinas. Por exemplo: soluo de bicarbo-nato de sdio.

    2.3.3.8 Amargo (bitter)

    Descreve o gosto primrio produzido por solues aquo-sas de substncias amargas. Por exemplo: solues decafena e sais de quinino.

    2.3.3.9 Amargor (bitterness)

    Propriedade organolptica de substncias puras ou mis-turas que produzem gosto amargo.

    2.3.3.10 Azedo (sour)

    Descreve a sensao complexa olfativa e/ou gustativa,geralmente devido presena de cidos orgnicos.

    Nota: O termo azedo no deve ser usado como sinnimo degosto primrio cido. Algumas vezes este termo temconotao hednica negativa.

    2.3.3.11 Doce (sweet)

    Descreve o gosto primrio produzido por solues aquo-sas de substncias doces. Por exemplo: soluo de sa-carose.

    2.3.3.12 Doura (sweetness)

    Propriedade organolptica de substncias puras ou mis-turas que produzem gosto doce.

    2.3.3.13 Flat (flat)

    Descreve o produto que no atinge o nvel organolpticoesperado, podendo significar: aguado (em leite, sucos,

    etc.); desgaseificado (em bebidas carbonatadas); combaixa acidez (em vinhos); insosso (sem sal, sem tempero);choco (em cerveja, ovo).

    Nota: No existe equivalente em portugus.

    2.3.3.14 Gosto primrio (primary-taste)

    Qualquer um dos gostos: cido, amargo, salgado ou do-ce.

    2.3.3.15 Inspido (tasteless)

    Descreve um produto que no tem sabor.

    2.3.3.16 Picante (burning)

    Descreve a propriedade de um produto que causa a sen-sao de ardor na cavidade oral. Por exemplo: pimenta.

    2.3.3.17 Realador de sabor (flavour enhancer)

    Substncia que intensifica o sabor de determinados pro-dutos, sem contudo possuir este sabor.

    2.3.3.18 Sabor estranho (off-flavour)

    Sabor no-caracterstico.

    2.3.3.19 Sabor remanescente ou residual (after taste)

    Sensao olfato-gustativa que ocorre aps a degustaodo produto.

    2.3.3.20 Salgado (salty) (gosto)

    Descreve o gosto primrio produzido por solues aquo-sas de substncias salgadas. Por exemplo: soluo decloreto de sdio.

    2.3.3.21 Salinidade (saltiness)

    Propriedade organolptica de substncias puras ou mis-turas que produzem gosto salgado.

    2.3.4 Textura (texture)

    Todas as propriedades reolgicas e estruturais (geom-trica e de superfcie) de um alimento, perceptveis pelos re-ceptores mecnicos, tteis e eventualmente pelos recep-tores visuais e auditivos.

    2.3.4.1 Coesividade (cohesiveness)

    Propriedade de textura percebida na cavidade oral em re-lao ao ponto-limite em que o material pode ser defor-mado antes de se romper.

    2.3.4.2 Consistncia (consistency)

    Propriedade de fluxo detectada pela estimulao dos re-ceptores mecnicos e tteis, especialmente na cavidadeoral, e que varia com a textura do produto.

    2.3.4.3 Corpo (body)

    Riqueza de sabor e/ou consistncia de uma bebida.

  • 6 NBR 12806/1993

    2.3.4.4 Crocante (crisp)

    Descreve um produto duro que ao ser quebrado produzum som caracterstico. Por exemplo: batata frita (chips).

    2.3.4.5 Fraturabilidade - esfarelento, crocante, quebradio(fraturability - crumbly, crunchy, brittle)

    Descreve a propriedade de textura em relao foranecessria para que o produto se esmigalhe, esfarele oudesintegre. Por exemplo: esfarelento - bolo de fub; cro-cante - ma; quebradio - p-de-moleque, confeito.

    Nota: Fraturabilidade o resultado de um alto grau de dureza ebaixo grau de coesividade.

    2.3.4.6 Fibroso, celuloso, cristalino (fibrous, cellular,crystalline)

    Descreve a propriedade de textura em relao percep-o da forma e da orientao das partculas de um pro-duto: fibroso (palmito, manga espada); celuloso (gomos delaranja); cristalino (acar cristal).

    2.3.4.7 Gomosidade - farinhento, pastoso, gomoso(gumminess - mealy, pasty, gummy)

    Descreve a propriedade de textura em relao energianecessria para desintegrar um produto semi-slido a fimde o tornar pronto para ser ingerido: baixa (batata e feijocozidos); mdia (mistura de gua com farinha); alta (flocosde aveia bem cozidos).

    Nota: Gomosidade o resultado de um fraco grau de dureza e al-to grau de coeso.

    2.3.4.8 Lquido, ralo, untuoso, viscoso (fluid, thin, unctuous,viscous)

    Descreve a propriedade de resistncia ao escoamento:baixa (gua); mdia-baixa (leite); mdia (creme de leite);alta (leite condensado).

    Nota: O correspondente viscosidade.

    2.3.4.9 Macio, firme, duro (soft, firm, hard)

    Descreve a propriedade de textura em relao foranecessria para obter uma dada deformao, penetraoe/ou cisalhamento: macio-baixa resistncia (queijo cre-moso); firme-mdia resistncia (azeitona); duro-alta re-sistncia (bala vitrificada).

    Nota: O correspondente dureza.

    2.3.4.10 Oleoso, gorduroso (oily, greasy, fatty)

    Descreve a propriedade de textura em relao percep-o do teor de gordura de um produto, tanto natural comoadquirido na preparao: oleoso (bolinho frito em leo,pingado-de-chuva); gorduroso (salame).

    2.3.4.11 Pegajoso, aderente, grudento (sticky, tacky, gooey)

    Descreve a propriedade de textura em relao fora ne-cessria para remover o produto que adere ao palato e/ou

    dentes: baixa (marshmalow); mdia (bala tipo tofe); alta(caramelo utilizado em confeitaria).

    Nota: O correspondente adesividade.

    2.3.4.12 Plstico, elstico (plastic, elastic)

    Descreve a propriedade de textura em relao veloci-dade de recuperao aps cessar a aplicao de uma for-a deformante. Por exemplo: plstico (margarina cremo-sa); elstico (maria-mole).

    2.3.4.13 Pungente (pungent)

    Descreve a propriedade de um produto que provoca umasensao de irritao nas mucosas bucal e nasal. Porexemplo: vinagre, mostarda.

    2.3.4.14 Seco, mido, aquoso, suculento (dry, moist, watery,juicy)

    Descreve a propriedade de textura em relao percep-o da quantidade de umidade absorvida ou liberada deum produto. Seco (biscoito tipo gua e sal); mido (caqui);aguoso (melancia, melo); suculento (laranja, carne).

    Nota: O termo suculento tambm descreve um produto que,por sua aparncia, induz uma reao de salivao.

    2.3.4.15 Sensaes tteis bucais (mouth feel) (orais)

    Sensaes tteis percebidas na mucosa da boca, incluin-do a lngua e os dentes.

    2.3.4.16 Tenro, borrachento, rijo (tender, chewy, tough)

    Descreve a propriedade de textura em relao ao temponecessrio (ou ao nmero de mordidas necessrias) paramastigar um produto slido a fim de o tornar pronto paraser ingerido. Baixa (ervilhas frescas); mdia (goma demascar); alta (carne de boi velho).

    Nota: O correspondente mastigabilidade, que a interao dedureza, coeso e elasticidade.

    2.4 Terminologia relativa a mtodos

    2.4.1 Amostra-teste (test sample)

    Amostra do material a ser avaliado.

    2.4.2 Anlise descritiva (descriptive analysis)

    Uso de termos descritivos na avaliao das caractersti-cas sensoriais na ordem em que aparecem e suas inten-sidades.

    2.4.3 Avaliao comparativa (comparative assessment)

    Comparao de estmulos apresentados simultanea-mente.

    2.4.4 Avaliao independente (independent assessment)

    Avaliao de um ou mais estmulos sem comparao di-reta.

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    2.4.5 Controle ou padro (control)

    Amostra escolhida como ponto de referncia, com a qualtodas as outras so comparadas.

    2.4.6 Descritor (descriptor)

    Termo que descreve uma caracterstica, atributo ou pro-priedade sensorial de um produto.

    2.4.7 Equiparao

    Mtodo para comparar ou relacionar estmulos, em pa-res, normalmente usado para determinar o grau de simi-laridade entre o controle e uma amostra-teste.

    2.4.8 Escala (scale)

    Elemento contnuo e graduado dividido em valores su-cessivos, que pode ser grfico, descritivo ou numrico,usado para expressar avaliaes.

    2.4.9 Escala de atitude (attitud scale)

    Expressa atitudes ou opinies, visando a medir o nvel deaceitao de um produto pelo consumidor.

    2.4.10 Escala bipolar (bipolar scale)

    Escala com descries opostas nas duas extremidades.Por exem plo: esca la de textura que varia do duro ao m ole .

    2.4.11 Escala hednica (hedonic scale)

    Escala que expressa o grau de gostar ou desgostar.

    2.4.12 Escala unipolar (unipolar scale)

    Escala com uma extremidade zero.

    2.4.13 Estimao de magnitude (magnitude stimation)

    Escala que envolve a livre atribuio de nmeros pelosjulgadores para expressar as propores entre as intensi-dades sensoriais.

    2.4.14 Mtodo de diluio (dilution method)

    Tcnica na qual as amostras so preparadas em sriedecrescente de intensidade de estmulo e avaliadas nes-ta seqncia.

    2.4.15 Mtodo objetivo (objective method)

    Todo mtodo no qual os efeitos das opinies pessoaisso minimizados.

    2.4.16 Mtodo subjetivo (subjective method)

    Todo mtodo no qual as opinies pessoais so conside-radas.

    2.4.17 Ponto de referncia (reference point)

    Valor selecionado (de um ou vrios atributos de um pro-duto) em relao ao qual as amostras so avaliadas.

    2.4.18 Poro-teste (test portion)

    Quantidade de amostra-ensaio que avaliada pelo julga-dor.

    2.4.19 Referncia (reference)

    Substncia diferente do material sob ensaio usada paradefinir um atributo ou um determinado nvel de atributo.

    2.4.20 Teste A ou no A (A or not A test)

    Mtodo para teste de diferena no qual uma srie deamostras pode ser A ou no A. apresentada ao jul-gador depois de treinado, o qual deve dizer quais so asamostras A.

    2.4.21 Teste de aceitao (acceptance test)

    Teste para avaliar a aceitao de um produto.

    2.4.22 Teste de classificao (classification test)

    Mtodo que classifica as amostras em categorias nomi-nais predefinidas.

    2.4.23 Teste de comparao mltipla (multi-sample test)

    Mtodo para teste de diferena no qual trs ou maisamostras so avaliadas simultaneamente em compara-o com uma amostra-padro.

    2.4.24 Teste de comparao pareada (paired comparison test)

    Mtodo para teste de diferena em que os estmulos soapresentados em pares para comparao.

    2.4.25 Teste de diferena (difference test)

    Mtodo de teste envolvendo comparao entre amos-tras. Indica se existe ou no diferena.

    2.4.26 Teste de ordenao (ranking test)

    Mtodo para teste de diferena no qual uma srie deamostras colocada em ordem de intensidade de algumatributo especfico. No expressa a magnitude das dife-renas.

    2.4.27 Teste de pontuao (scoring test)

    Mtodo da avaliao das caractersticas de um produtopor meio de pontos.

    2.4.28 Teste de sensibilidade (sensibility test)

    Mtodo no qual uma srie de estmulos apresentada aojulgador a fim de estabelecer limiares de deteco, reco-nhecimento ou diferena.

    2.4.29 Teste de tempo-intensidade (time intensity test)

    Mtodo que mede a relao durao/intensidade de umestmulo nico.

    2.4.30 Teste dois em cinco (two-out-of five test)

    Mtodo para teste de diferena envolvendo cinco amos-tras codificadas, duas das quais so de um tipo e trs de

  • 8 NBR 12806/1993

    outro. Ao julgador solicitado que rena as amostras emdois grupos.

    2.4.31 Teste duo-trio (duo-trio test)

    Mtodo para teste de diferena em que o padro apre-sentado primeiro, seguido por duas amostras, uma dasquais idntica ao padro. Ao provador solicitado iden-tificar a amostra que igual ao padro.

    2.4.32 Teste triangular (triangular test)

    Mtodo para teste de diferena, que implica apresenta-o simultnea de trs amostras codificadas, duas dasquais so idnticas. Ao julgador solicitado indicar aamostra diferente.

    2.4.33 Teste de preferncia (preference test)

    Teste para avaliar a preferncia entre duas ou mais amos-tras.

    2.5 Terminologia relativa estatstica

    2.5.1 Anlise de varincia (analysis of variance)

    Tcnica estatstica para avaliar os dados provenientes deum delineamento experimental.

    2.5.2 Coeficiente de correlao (coefficient of correlation)

    Medida da intensidade da associao entre duas vari-veis (-1 - r - 1).2.5.3 Coeficiente de determinao (coefficient ofdetermination)

    Indica o quanto uma determinada regresso explica avariao total.

    2.5.4 Coeficiente de variao (coefficient of variation)

    Medida da preciso do experimento, expressa em per-centagem.

    2.5.5 Delineamento experimental (experimental design)

    Maneira racional de distribuir os tratamentos em um ex-perimento.

    2.5.5.1 Blocos completos balanceados (complete balancedblock)

    Delineamento onde a freqncia dos tratamentos a mes-ma para todas as posies das amostras.

    2.5.5.2 Blocos completos casualizados (completerandomized block design)

    Delineamento onde todos os tratamentos so casualiza-dos dentro de cada bloco.

    2.5.5.3 Blocos incompletos (incomplete block)

    Delineamento em que os blocos no contm todos os tra-tamentos.

    2.5.6 Erro-padro da mdia (mean standard error)

    Medida da preciso da mdia.

    2.5.7 Intervalo de confiana (confidence interval)

    Intervalo que contm o verdadeiro valor do atributo dequalidade a um dado nvel de confiana (95% - 99%).

    2.5.8 Nvel de significncia ou nvel de erro (significance level)

    Probabilidade de cometer erro do tipo I.

    2.5.8.1 Erro tipo I (error of first kind)

    Rejeitar a hiptese de nulidade (Ho) quando ela verda-deira.

    2.5.8.2 Erro tipo II (error of second kind)

    Aceitar a hiptese de nulidade (Ho) quando ela falsa.

    2.5.9 Regresso (regression)

    Relao funcional entre uma varivel aleatria e umavarivel fixa.

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