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CURSO ON-LINE – ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS P/ ESPECIALISTA DEPOLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL - MPOG
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI
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Economia e Finanças Públicas
Aula Demonstrat iva
Caros (as) alunos (as),
Aqui estamos para a nossa aula demonstrativa de Economia e suas
subdivisões (fundamentos de microeconomia, macroeconomia e economia do setor
público) para o cargo de Especialista de Políticas Públicas e Gestão Governamentaldo MPOG.
Lembro, conforme exposto na parte aberta do sitio do Ponto, que o conteúdo
programático da matéria foi reduzido nas partes referentes a micro e a
macroeconomia, diminuindo assim as exigências de formalização matemática para
resolução de questões. Outrossim, tivemos a inclusão de vários pontos pertinentes à
Economia do Setor Público, que é a definição da própria intervenção da atividadeestatal na economia, através das chamadas políticas públicas.
Nossa aula demonstrativa aborda o ponto 10 do edital, aquele referente à
evolução da participação do governo, através da ampliação das suas funções, de
forma a garantir a continua melhoria do bem-estar econômico e social da população.
Ressalto que estou desde já à disposição de vocês, no fórum, para dúvidas eesclarecimentos sobre a aula zero.
Um grande abraço
Francisco
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Conteúdo Programático do Curso:
As aulas do curso serão semanais (uma aula por semana), iniciando-se no dia
22 de julho e finalizando no dia 26 de agosto.
A composição das aulas em termos do conteúdo programático, estando estas
sujeitas a alterações no que se refere à composição, será:
Aula 1 - dia 22 de ju lho: Fundamentos de microeconomia: Escassez, eficiênciaprodutiva e alocativa, curva de possibilidades de produção, custos de oportunidade.
Teoria elementar do funcionamento do mercado: função de demanda, função de
oferta, equilíbrio de mercado, excedente do consumidor.
Aula 2 - dia 29 de ju lho: Estrutura dos mercados de bens: concorrencial,
oligopolista e monopolista. Evolução das funções do Governo. Papel do governo na
economia: redistribuição de renda, estabilização econômica e promoção dodesenvolvimento. A função do Bem-Estar. Políticas alocativas, distributivas e de
estabilização. Custos no âmbito do governo. Falhas no Mercado: poder de mercado,
bens públicos, semi-públicos, bens privados, externalidades, informação assimétrica.
Aula 3 - dia 5 de agosto: Fundamentos de macroeconomia: Agregados
macroeconômicos: as identidades macroeconômicas básicas, o sistema de contas
Nacionais, as Contas Nacionais no Brasil. Definição de Variáveis Nominais e Reais.Conceito de Déficit e Dívida Pública. O Balanço de Pagamentos no Brasil.
Agregados monetários. As contas do Sistema Monetário.
Aula 4 – dia 12 de agosto: Economia do Setor Público. Distribuição de renda no
Brasil. Desigualdades regionais. Indicadores sociais. Papel da política fiscal:
comportamento das contas públicas nos últimos anos, conceitos e financiamento do
déficit público no Brasil. Federalismo Fiscal. Reforma Tributária. Papel da política
monetária: relação entre taxa de juros, inflação, resultado fiscal e nível de atividade.
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Aula 5 – dia 19 de agosto: Desenvolvimento brasileiro no pós-guerra: Plano de
metas, o milagre brasileiro, o II PND, a crise da dívida externa, os planos de
Estabilização e a economia brasileira contemporânea.
Aula 6 – dia 26 de agosto: Finanças públicas no Brasil – experiências recentes
entre 1970/2007. Parceria Pública Privada. Regulação. O Estado Regulador e a
defesa da livre concorrência. A criação das Agências Reguladoras. Teoria
econômica da regulação, teoria da captura, teoria do agente-principal e
condicionamentos políticos da regulação. Defesa da concorrência: análise de
mercado, práticas desleais, posição dominante, infrações à ordem econômica, cartel,monopólio, truste, práticas restritivas, oligopólio.
Findada as informações iniciais sobre a composição das aulas, passamos
agora à introdução do conteúdo, ressaltando os itens 4 de Fundamentos de
Microeconomia e 1 de Economia do Setor Público.
Um abraço,
Francisco
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Evolução das funções do Governo – As visões Clássica e Keynesiana
Podemos dizer que as Funções do Governo e sua intervenção na economia
derivam de duas correntes de pensamento econômico. A visão clássica, advinda
do século XIX, defendia o que poderíamos chamar de Estado mínimo, ou seja,
deveria a atividade estatal ser voltada apenas para o atendimento de demanda onde
a atividade privada não pudesse se auto equilibrar, tal como a definição de oferta e
demanda. A presença do Estado seria representada apenas pelo controle da
segurança nacional do país, a segurança pública, bem como serviços de natureza
social não atendidas pelo setor privado.
Segundo a visão clássica, o Estado delimitaria a sua atuação aos chamados
bens públicos e semipúblicos , que seriam os bens em que o consumo por parte de
um indivíduo não limitaria o consumo pelos demais indivíduos. Um bom exemplo de
bem público é a segurança nacional, onde o serviço é disponibilizado a todos
habitantes de determinado país.
Da mesma forma, podemos nos ater análise do serviço de EducaçãoUniversitária Pública. Trata-se de um bem semipúblico ou também chamado de bem
meritório, de forma que, mesmo sendo restrito a pessoas capacitadas em processos
seletivos, está disponível a todos que nela desejarem entrar.
Em ponto posterior ao nosso estudo, teceremos comentários adicionais sobre
os bens oferecidos pelo Governo.
De volta à nossa análise sobre as funções do Governo, podemos dizer que
com o grande crescimento da atividade privada já no século XIX, geradora de lucros,
passaram a existir na Economia questionamentos referentes a distribuição da
riqueza nas mãos de poucos. Tratava-se do que chamamos pensamento marxista,
fundamentado na idéia de que deveria o Estado atuar diretamente na redistribuição
igualitária da renda entre a população mais e menos favorecida.
Este pensamento teve grande eco em países como a França, que passaram a
conviver com o chamado Socialismo democrático.
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Não obstante, no início do século XX, mais especificamente com a chamada
Grande Depressão, que foi o período em que a economia norte-americana passou
por um grande período de recessão, com grande aumento do desemprego e queda
na produção de bens e serviços, uma nova defesa na dimensão da atuação do
Estado passa a existir.
Adendo: Com a primeira grande guerra, os americanos ficaram responsáveis
em prover de bens e serviços as economias européias arrasadas pela guerra. Esta
provisão de recursos fazia com que toda a produção industrial tivesse destino, fossepelo consumo interno do país, fosse pelo consumo externo. Na medida em que as
economias se reerguiam, diminuía-se a necessidade por bens importados, o que
culminou no excesso de oferta pelas empresas americanas. Este excesso levou a
queda no preço das ações da empresas na bolsa de valores, ficando assim
conhecido o chamado crash da bolsa, e o grande aumento do nível de desemprego
acompanhado de uma recessão profunda no país.
Com o nível de oferta agregada – representada pela oferta de bens e serviços
pelas empresas - muito superior ao da demanda agregada – consumo realizado
pelas famílias - , John Maynard Keynes, afluente economista inglês, realizou a
proposição, posteriormente chamada de visão keynesiana, que deveria o Estado
deveria intervir na economia de forma a estimular a demanda agregada. Esta
intervenção se daria pelo o que hoje chamamos de Política Fiscal, na qual o Estado,
antes apenas regulador e oferecedor de bens públicos, deveria aumentar os seusgastos, comprando o excedente de produção, como forma de minimizar e, se
possível, contribuir para a geração de emprego e renda.
De forma resumida, Keynes propugnou que o Governo deveria intervir de
forma a evitar o aparecimento de crises sistêmicas, atuando diretamente na
demanda agregada através da realização de investimentos e no controle
inflacionário diante de excessos de procura por bens e serviços pelos consumidores.
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Vejamos duas questões respectivamente do último (2008) e do penúltimo
(2005) concurso para a Secretaria do Tesouro Nacional – STN, que abordou as
funções do Governo dentro do processo econômico:
(AFC/STN – ESAF – 2008) Sobre a Escola Clássica (Liberalismo) é correto afirmar:
a) trata-se de um sistema econômico baseado na livre-empresa, mas com
acentuada participação do Estado na promoção de benefícios sociais, com o
objetivo de proporcionar padrões de vida mínimos, desenvolver a produção de bens
e serviços sociais, controlar o ciclo econômico e ajustar o total da produção,
considerando os custos e as rendas sociais.
b) admite, por princípio, que a ação do Estado deve restringir-se ao mínimo
indispensável, como a defesa militar, a manutenção da ordem, a distribuição da
justiça e pouco mais, pois a iniciativa privada faz melhor uso dos recursos públicos.
c) deu-se a partir das décadas de 1980 e 1990, a reboque da crise fiscal, do início
do processo de globalização da economia e da ineficiência do Estado na produçãode bens e serviços.
d) de caráter nacionalista e intervencionista, preconiza para o Estado uma política
econômica e financeira fundada na maior posse de dinheiro e metais preciosos,
acreditando que nisso reside a base da prosperidade.
e) corresponde fundamentalmente às diretrizes estatais aplicadas nos paísesdesenvolvidos por governos social-democratas. Nos Estados Unidos, certos
aspectos de seu desenvolvimento ocorreram, particularmente, no período de
vigência do New Deal.
Comentários sobre as assertivas:
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a) A Escola clássica não se trata de um sistema econômico, mas sim um
pensamento econômico, que de fato defende a chamada livre-empresa, realizando
negócios com consumidores de forma a gerar o equilíbrio de mercado. Adiciona-se
que segundo a Escola Clássica, deve-se ter um Estado mínimo, sem intervenção no
ciclo econômico e no controle da produção.
Resposta incorreta
b) Trata-se da própria definição do pensamento econômico que defende a
participação do Estado no processo econômico restringindo-se ao mínimo
indispensável.
Resposta correta
c) Não se trata de uma visão econômica recente, advinda ainda do século XIX.
Resposta incorreta
d) No mesmo sentido, não se trata de uma política de caráter nacionalista e tão
quanto intervencionista.
Resposta incorreta
e) Esta diretamente associado ao pensamento Keynesiano de intervenção do
Estado no processo econômico. O New Deal consistiu na série de programasimplementados nos EUA no início da década de 1930, objetivado em promover a
recuperação e a reforma da economia americana assolada pela grande depressão.
Resposta incorreta
Gabarito: letra “b”
(AFC\STN – ESAF – 2005) Baseada na visão clássica das funções do Estado na
economia, identifique a opção que foi defendida por J.M. Keynes.
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a) As funções do Estado na economia deveriam ser limitadas à defesa nacional,
justiça, serviços públicos e manutenção da soberania.
b) As despesas realizadas pelo Governo não teriam nenhum resultado prático no
desenvolvimento econômico.
c) A participação do Governo na economia deveria ser maior, assumindo a
responsabilidade por atividades de interesse geral, uma vez que o setor privado não
estaria interessado em prover estradas, escolas, hospitais e outros serviços
públicos.
d) A economia sem a presença do governo seria vítima de suas próprias crises,
cabendo ao Estado tomar determinadas decisões sobre o controle da moeda, do
crédito e do nível de investimento.
e) A atuação do Governo se faria nos mercados onde não houvesse livre
concorrência e sua função seria a de organizá-la e defendê-la, para o funcionamentodo mercado e para seu equilíbrio.
Comentários sobre as assertivas:
a) A afirmação de que o Estado deve limitar a sua atuação na economia apenas no
à defesa nacional, justiça, serviços públicos e manutenção da soberania, vai de
encontro à visão clássica de intervenção do governo na economia. Trata-se dochamado Estado mínimo, em que o governo deve pautar sua atuação apenas
através do oferecimento de bens públicos e semipúblicos.
Opção incorreta
b) As despesas (gastos) do governo são um dos instrumentos propostos por Keynes
para efetivação do estímulo à demanda agregada e assim minimizar a ocorrência de
crises sistêmicas.
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Opção incorreta
Gabarito: letra d
A participação do Estado na Economia ampliou-se consideravelmente a partir
do século XIX, ocasionado especialmente pela II Revolução Industrial e pelas
Guerras ocorridas ao longo do século XX.
O Estado que antes se voltava apenas ao atendimento das demandas que não
encontravam oferta na atividade privada (visão clássica), tais como defesa, justiça,
saúde, passa agora a ser importante ator Estado do processo Econômico (visão
keynesiana), estimulando e contraindo a demanda agregada conforme as
necessidades de estímulo ao processo econômico. A evolução da atuação estatal ao
longo do século XX permitiu o estabelecimento de funções básicas a que os
governos, responsáveis pela adoção de políticas econômicas e sociais, deveriam
direcionar suas atividades, buscando atuar diretamente no intuito de minimizar os
impactos negativos gerados pelo que chamamos de falhas de mercado.
Funções do Governo
A atuação estatal destacada anteriormente é representada pelo que
chamamos de Finanças Públicas, terminologia utilizada tradicionalmente para definiro conjunto de problemas da política econômica que envolvem o uso de medidas de
tributação e de dispêndios públicos1.
Esta definição baseia-se no fato de que a necessidade da atuação econômica
do governo prende-se na constatação de que a simples existência do sistema de
mercado (consumidores versus produtores) não consegue cumprir adequadamente
1 Parafraseando Richard Musgrave. (MUSGRAVE, R. A. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo. Atlas, 1974.)
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algumas tarefas e funções que visam o bem-estar da população, em linha com a
própria evolução das funções do governo.
Dessa maneira pode-se dizer que as funções do governo são
tradicionalmente definidas em:
Função Alocativa
A função alocativa é aquela que atribui ao Estado a responsabilidade pela
alocação dos recursos existentes na economia quando, pela livre iniciativa demercado, isto não ocorrer. Um bom exemplo da função alocativa é representado
pela iniciativa do Estado em realizar obras que trarão grandes benefícios à
população. Um caso polêmico, mas revestido da função básica de alocação dos
recursos pelo Estado é a transposição do Rio São Francisco, que mesmo podendo
trazer custos ambientais e sociais negativos para parte da população do Sertão
Nordestino, resultará em um significativo aumento do bem-estar da própria
população, levando água, saúde e riqueza a uma região bastante castigada pelaseca.
Função Distributiva
A função distributiva é representada de fato pela melhoria na chamada
distribuição da renda gerada na economia. Políticas de tributação progressiva darenda com a conseqüente adoção por parte do governo de políticas como o
programa Bolsa Família, representam claramente uma política distributiva do
governo, retirando, a princípio, daqueles que ganham mais e repassando-os àqueles
que ganham menos.
Função Estabilizadora
A função estabilizadora visa manter constante o nível de preços e estimular a
geração de renda e emprego. A função é exercida através do controle da demanda
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agregada (quantidade de bens e serviços consumidos na economia), seja por meio
de estímulos ao crescimento da renda, seja pelo adequado controle dos níveis de
déficit e dívida pública do país. Realiza ainda o controle da oferta de moeda na
economia, uma vez que este é o principal instrumento de estímulo da demanda
agregada via disseminação do crédito.
Adendo: A função reguladora
Com a o processo de desestatização implementado pelo Estado brasileiro no
fim dos anos 70 e intensificado a parti dos anos 90, surgiu a necessidade a que estemesmo Estado passasse a controlar as atividades em que antes este atuava
diretamente, constituindo para isso uma série de Agências Reguladoras que
passaram a ter como missão a regulação dos serviços públicos concedidos à
iniciativa privada, nos moldes dos regimes de concessão de rodovias, portos,
distribuição de energia elétrica e telefonia.
Vejamos agora a resolução de algumas questões cobradas nos últimoscertames em que este matéria foi cobrada de forma explícita, inclusive pela ESAF.
(AFC/STN – ESAF/2008) A aplicação das diversas políticas econômicas a fim de
promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do
mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte
função do Governo:
a) Função Estabilizadora.
b) Função Distributiva.
c) Função Monetária.
d) Função Desenvolvimentista.
e) Função Alocativa.
Resposta:
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O conceito de políticas econômicas está estritamente associado ao uso das
políticas fiscal ou monetária. No caso da política fiscal, esta visa estimular o
crescimento da renda e do emprego por meio de estímulos à demanda agregada,
especialmente por meio ou do aumento dos gastos governamentais ou pela redução
da tributação, nos moldes do atualmente realizado pelo governo com a redução do
IPI sobre diversos bens industrializados. No caso da política monetária o estímulo se
dá pelo aumento da quantidade de moeda (crédito) em circulação, permitindo a
população o uso destes recursos para realizar a compra de bens e serviços.
A partir destes conceitos podemos concluir que a função destacada a partir doenunciado da questão refere-se à função estabilizadora.
Gabarito: letra “a”.
(APO/Séc. Plan./Econ./SP – ESAF/2009) A atuação do governo na economia tem
como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de promover a
melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintesformas, exceto:
a) complemento da iniciativa privada.
b) compra de bens e serviços do setor público.
c) atuação sobre a formação de preços.
d) fornecimento de bens e de serviços públicos.
e) compra de bens e serviços do setor privado.
Resposta:
Essa questão a princípio para ser pouco objetiva em termos das respostas
disponíveis, uma vez que algumas assertivas visam mais confundir o candidato do
que ajudá-lo a resolver a questão proposta. Vejamos a análise de cada uma das
assertivas:
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a) O complemento da iniciativa privada pode estar ligado, por exemplo, à
participação do governo no processo de melhoria no processo produtivo
implementado por determinada empresa. Ex: A implantação de um pólo produtivo,
em região pouco explorada economicamente, imputa ao Estado a necessidade de
complementar, em termos de infra-estrutura, a atividade privada. A construção de
uma rodovia/ferrovia para escoamento da produção pode ser considerada como um
atendimento por parte do governo dentro da sua função alocativa.
Opção correta
b) A compra de bens e serviços do setor público não gera resultados em termos deestímulo à atividade econômica uma vez que a própria ação do gasto fica restrita à
atividade estatal. Uma segunda questão é o fato de que a participação do Estado no
processo econômico visa estimular a maior interação entre consumidores e
produtores, o que, a princípio, não ocorreria na situação em análise.
Opção Incorreta – gabarito
c) O processo de atuação sobre a formação de preços está diretamente ligado a
mais nova função governamental, qual seja a função reguladora. Nesta assertiva o
termo “formação de preços” parece não estar associado à subida ou queda de
preços devido ao problema inflacionário mas sim a formação de preços a partir das
chamadas estruturas de mercado, tais como o monopólio, o oligopólio e outras.
Adicionalmente, esta intervenção pode ainda estar relacionada a participação das
chamadas agências reguladoras na formação dos preços que remunerarão a
atividade exploratória concedida a iniciativa privada.
Opção correta
d) O fornecimento de bens e serviços públicos pode ser entendido como o
oferecimento pelo Estado daquelas atividades associadas a própria existência de
uma sociedade organizada, tais como justiça, educação, serviço policial e forças
armadas.
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Opção correta
e) A compra de bens e serviços do setor privado é a própria caracterização de uma
política fiscal expansionista, na qual o Estado se utiliza dos recursos captados da
sociedade por meio de tributos para realizar o aumento de gastos públicos, o que
tende a estimular a demanda agregada, gerando impactos positivos sobre a renda e
o emprego.
Opção correta
A série de funções imputadas ao Estado justificam a existência do que
definimos como Falhas de Mercado, situação na qual existe a ineficiente alocação
dos recursos econômicos.
Falhas de Mercado
Podemos interpretar como “falha” tudo aquilo que acontece de modo
ineficiente. No mesmo sentido, podemos interpretar “mercado” como o sendo o local
onde indivíduos e empresas transacionam bens e serviços com o objetivo de atingir,
respectivamente, o maior bem-estar possível, derivado da sua renda de trabalhador,
e a maximização do lucro, obtido pela produção e venda dos mesmos bens e
serviços.
Temos a seguinte definição dada pela Organização para Cooperação
Econômica e Desenvolvimento (OCDE) para as Falhas de Mercado:
"Pode ser definida como a incapacidade de o mercado levar o processoeconômico a uma situação social ótima. Um aspecto importante disto é que se deixade incluir, nos custos e nos preços, os efeitos externos (externalidades) ou aredução dos lucros de outros agentes que não aqueles diretamente envolvidos nastransações de mercado e atividades afins. Com relação aos bens e serviços
ambientais, podem-se destacar as externalidades referentes à poluição, àexploração dos recursos e à degradação de ecossistemas. Assim, as falhas de
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mercado impedem o mercado de alocar os recursos no mais alto interesse dasociedade" (OECD, 1994).
As Falhas de Mercado são representadas por toda alocação ineficiente de
recursos econômicos, derivada das transações ocorridas entre todos os
componentes da sociedade.
Assim sendo, como este deveria intervir na economia de forma a evitar
distorções prejudiciais a consumidores e produtores? A chamada teoria do bem-
estar econômico, conhecida como welfare economics, afirma que os mercados
perfeitamente competitivos, sem interferência governamental, promovem a alocação
eficiente de recursos entre os agentes econômicos, de tal maneira que é impossível
melhorar a situação de um indivíduo sem piorar a de outro. Trata-se do conceito
chamado “Ótimo de Pareto”.
A grande questão no entanto é que a definição da situação de “Ótimo de
Pareto” é dificilmente alcançada, devida a própria existência das Falhas de Mercado.
Estas são divididas em:
a) Poder de Mercado;
b) Bens Públicos;
c) Externalidades;
d) Assimetria de Informações;
e) Monopólios Naturais;
f) Mercados Incompletos;
g) Desemprego e Inflação;h) Riscos Pesados.
Poder de Mercado
O poder de mercado pode ser interpretado com a posição dominante exercida
por uma empresa ou grupo destas em um determinado mercado, seja ele de bens
ou de serviços.
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De forma a sermos mais claro em termos do significado de poder de mercado,
podemos citar a posição exercida pela Microsoft no que se refere à produção e
venda de softwares (sistema operacional, aplicativos) utilizados em computadores. A
concentração nas mãos de uma única empresa tende a diminuir a capacidade de
barganha dos consumidores, impactando diretamente no bem-estar da sociedade.
O poder exercido por uma única empresa não é, por si só, a caracterização
de poder de mercado em termos de prejuízos à sociedade. Torna-se necessário
considerar o mercado em que determinada empresa ou grupo de empresas atua, e
assim estabelecer a forma de atuação, em termos de regulação, a que as empresasestarão obrigadas a seguir.
A definição do poder de mercado pode ser retirada a partir da definição dada
pelo departamento de justiça americano, fazendo assim uma relação com o caso
Microsoft:
“Um mercado é definido como um produto ou um grupo de produtos e uma áreageográfica na qual ele é produzido ou vendido tal que uma hipotética firmamaximizadora de lucros, não sujeita a regulação de preços, que seja o únicoprodutor ou vendedor, presente ou futuro, daqueles produtos naquela área, poderiaprovavelmente impor pelo menos um ‘pequeno mas significativo e não transitório’aumento no preço, supondo que as condições de venda de todos os outros produtosse mantêm constantes. Um mercado relevante é um grupo de produtos e uma áreageográfica que não excedem o necessário para satisfazer tal teste”.
A definição acima envolve o possível efeito anticompetitivo, expresso em
termos de poder de mercado sobre os preços, derivados de operações queacarretem aumento de concentração econômica, ou de condutas praticadas por
empresas presumidamente detentoras de tal poder, em mercados que são
economicamente significativos.
A intervenção governamental deve buscar inibir a formação de estruturas de
mercado que eliminem o poder de barganha da população consumidora. Ressalta-
se que na se trata de inibir a geração de lucros por estas atividades produtivas, até
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porque se assim fosse, não haveria estímulos por estas empresas em oferecer bens
e serviços. A regulação interposta pelo governo, com vistas à correção desta falha
de mercado, deve objetivar a geração de lucros considerada normal para a atividade
produtiva, de forma que o Estado exerça o seu papel de gerador de bem-estar
econômico a toda a sociedade, via o atendimento de suas funções alocativa,
distributiva e estabilizadora.
Bens Públicos
Os bens públicos são aqueles normalmente oferecidos pelo governo, tendo acaracterização de que o seu consumo por um indivíduo ou por um grupo de
indivíduos não prejudica o consumo pelos demais indivíduos. Destaca-se que
mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros, todos podem desfrutar do
bem.
De outra forma, pode-se afirmar que os bens públicos são aqueles em que o
seu consumo é indivisível ou mesmo “não rival”, dado que não existe rivalidadequanto a quem consumirá mais de um ou outro bem.
São exemplos de bens públicos tangíveis (que podem ser tocados), as praças,
a iluminação pública, as ruas. De bens públicos intangíveis temos a segurança
pública, a justiça e a defesa nacional.
Uma questão importante sobre os bens públicos é que de o seu consumo nãopode estar passivo de exclusão – princípio da não-exclusão -, de tal forma que,
quando colocado à disposição da população de um determinado bairro o
policiamento extensivo, todos serão beneficiados pela decisão governamental.
A existência do princípio da não-exclusão no consumo dos bens públicos é
que leva a existência das Falhas de Mercado. Isto ocorre pelo fato de que como o
governo não consegue mensurar o “quantum” do bem público está sendo
consumindo por cada indivíduo, ele não conseguirá repartir o ônus imposto à
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sociedade na forma da tributação, que é justamente a fonte de recursos para o
oferecimento de bens públicos.
Devido ainda ao princípio da não-exclusão, passam a existir na economia os
chamados “free riders” ou também chamados de caronas, que se beneficiam dos
bens públicos sem pagar nada por isso, alegando que não precisam do bem
oferecido ou simplesmente por não pagarem a tributação imposta a estes.
Assim sendo, podemos afirmar que, para que o mercado possa funcionar
adequadamente, um dos quesitos será a validade do princípio da exclusão, podendo
o consumo ser mensurado para cada um dos consumidores.
Adendo: O Bem Privado (Não caracterizado como uma Falha de
Mercado)
Considerando as informações descritas acima, podemos conceituar o
chamado bem privado, que seria aquele cujo consumo não pode ser compartilhado
simultaneamente por quaisquer dois ou mais usuários, em função dos direitos de
propriedade bem demarcados. De outra forma, passa a ser válido o princípio da
exclusão.
Um bom exemplo de um bem privado seria a contratação de uma empresa de
vigilância privada que atenderia a determinado condomínio de moradores.
Considerando que a segurança deve atender somente um circulo restrito de
moradores, caso ocorra assaltos na redondeza do condomínio, mas sem impactos
para este, de nada se poderá cobrar da empresa de vigilância.
É aquele velho ditado, só desfruta quem paga!
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Bens Semi Públicos ou Meritór ios
Os chamados bens semi-públicos são aqueles bens que possuem associados
a si o princípio da exclusão.
Nas palavras de Viceconti e Neves (2007, pág. 412) encontramos uma outra
definição para os bens semi-públicos:
“São os bens que, embora possam ser explorados economicamente pelo
setor privado, devem ou podem ser produzidos pelo governo para evitar que a
população de baixa renda seja excluída de seu consumo, por não poder pagar o
preço correspondente: é o caso de educação e saúde”.
Os bens semi-públicos são também chamados de meritórios pelo fato de ser
disponibilizados (oferecido) as pessoas que adquirem mérito para tal. Um bom
exemplo é a Universidade Pública. Somente aqueles que possuem o mérito de
passar no vestibular é que terão a si concedidos o mérito de cursar gratuitamente o
ensino superior.
Importante considerar, conforme vemos no dia-a-dia que o ensino superior
também é oferecido pela a iniciativa privada, sendo, no entanto, passível de
cobrança, ficando assim garantido o princípio da exclusão. Outrossim, o objetivo
lógico do governo é o garantir o direito ao ensino público gratuito à população,
exigindo, em contrapartida, o mérito de passar no vestibular.
Externalidades
As externalidades representam a forma como as ações de determinado
indivíduo ou empresa impactam os demais indivíduos. A existência de
externalidades implica que os chamados custos e benefícios privados – ocorridos
em função da ação da iniciativa privada – sejam diferentes dos custos e benefícios
sociais destas mesmas ações.
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O que estamos dizendo é que os preços negociados entre consumidores e
produtores refletem apenas a negociação privada, sendo assim necessária a
presença do Estado imputando, por exemplo, a tributação ou subsídios fiscais como
forma de corrigir as externalidades ocorridas.
As externalidades se subdividem em positivas e negativas. Um bom
exemplo de externalidade posit iva, e que nos dias de hoje é tão importante, seria o
caso da realização de uma limpeza geral da casa por parte de um indivíduo que
visasse à eliminação de possíveis focos de reprodução dos mosquitos transmissores
da dengue. Nesta situação, o benefício privado será superior ao custo privado, da
mesma forma que o conseqüente benefício social será muito maior do que o custo
social de adoção da medida.
De forma contrária, as externalidades negativas são representadas por
determinadas ações que de forma direta ou indireta prejudicam os demais indivíduos
participantes da sociedade. Um caso clássico de externalidade negativa é
representado pelo despejo por parte de empresas, de produtos poluentes nos rios.Esta ação tende a tornar o custo social superior ao custo privado, especialmente
pelo fato de que as comunidades ribeirinhas às margens do rio serão diretamente
atingidas.
A existência destas falhas justifica a atuação do governo que deve coibir a
externalidade negativa através da aplicação de uma tributação desestimuladora da
poluição, da mesma forma que deve oferecer subsídios às atividades geradoras deexternalidades positivas.
Assimetria de Informações
As informações assimétricas representam um grande problema ao bom
funcionamento do mercado. Exemplos claros de assimetria estão presentes em
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todos os ramos de negócios que envolvem consumidores e produtores. Um bom
exemplo é aquele referente aos componentes de determinados alimentos
industrializados. A omissão ou o excesso de informações que são na verdade
inverídicas, tornam o consumidor passivo às manipulações das empresas. O
resultado natural é a perda de bem-estar do consumidor.
Outra atividade econômica onde a existência de informações assimétricas é
perversa é o mercado financeiro. O mascaramento dos balanços de empresas que
possuem ações negociadas em bolsas tende a provocar a incorreta precificação
destas, lesando assim os investidores em valores mobiliários.
A regulamentação – imposta por leis - e regulação governamental – tribunais,
secretarias e conselhos - devem inibir esta pratica ilegal, procurando tornar o
mercado o mais “perfeito” possível.
Monopólios Naturais
Partimos do princípio de que os mercados competitivos são os mercados que
melhor representam as inter-relações entre consumidores e produtores com o
objetivo de atingir o maior nível de bem estar econômico e social. Estes mercados
seriam aqueles menos propícios a existência de falhas de mercado, pela própria
noção de atomização, ou seja, nem os consumidores nem tão quanto as empresas,
possuem poder de barganha para impor custos adicionais aos demais participantes.
Os mercados competitivos são caracterizados por apresentarem baixos
custos à entrada de novas empresas, de tal maneira que nenhuma empresa tenha
condições de manipular os preços dos bens e serviços oferecidos.
De forma contrária, existe na economia os chamados monopólios naturais,
que seria o mercado em que apenas uma única empresa produzindo geraria custos
mais baixos para a formação dos preços de venda do que várias empresasproduzindo.
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O que ocorre na verdade é que no caso dos monopólios naturais, os custos
de entrada no mercado são altíssimos, de forma que o custo por unidade de
produção, o chamado custo médio, diminui à medida que aumenta a escala de
produção da empresa.
Setores de produção de gás, energia e telefonia são bons exemplos desta
estrutura de mercado.
No que concerne às falhas de mercado, a existência de monopólios naturais
leva o governo a adotar medidas no intuito de evitar abusos na formação dos preçosde vendas. Segundo Giambiagi e Além (2000, pág. 26), o governo pode exercer
apenas a regulação dos monopólios naturais, evitando assim uma perda ainda maior
de bem-estar da sociedade. Ainda segundo os autores, o governo pode
responsabilizar-se diretamente pela produção do bem ou serviço caracterizado com
sendo monopólio natural.
A responsabilidade pela produção deriva-se muitas vezes não só pelaquestão de evitar abusos na formação de preços de produtos, mas também por
estas atividades produtivas serem estratégicas para o país.
Destaca-se, conforme podemos ver nos dias de hoje, que o Estado tem
adotado a linha do enxugamento das suas atividades atípicas, de tal maneira que os
controles dos monopólios naturais têm sido repassados à iniciativa privada,
passando o mesmo Estado a limitar a sua atuação através da regulação dos setores(Elétrico, Telecomunicações e etc).
Mercados Incompletos
Um mercado completo é definido com sendo o mercado onde o custo de
produção é inferior aos preços que consumidores estão dispostos a pagar. De outra
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forma, trata-se do mercado onde existe a possibilidade de ganhos por parte dos
produtores.
O mercado incompleto é caracterizado como sendo o mercado em que
mesmo que os custos de produção estejam abaixo dos preços que consumidores
estão dispostos a pagar, os bens ou serviços não são ofertados.
A falha de mercado representada pelos mercados incompletos é existente
principalmente em países em desenvolvimento, onde o sistema financeiro não é
suficientemente desenvolvido, em termos de riscos, para financiar no longo prazo as
atividades produtivas. Perceba que para todo investimento deve existir um prazomínimo de carência para que o produtor possa gerar caixa e honrar seus
compromissos. Caso o sistema financeiro não aceite a tomada de risco da carência
dos investimentos, será inexistente o oferecimento de fundos para as empresas
produzirem.
No Brasil a intervenção governamental nos mercados incompletos é feita pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, que realiza aconcessão de crédito de longo prazo objetivado no financiamento das atividades
produtivas.
Desemprego e Inflação
O funcionamento dos mercados através das inter-relações entreconsumidores e produtores é insuficiente para que sejam evitados os problemas de
inflação, caracterizado pelo aumento geral é contínuo dos preços, e o desemprego,
definido como a parte da população economicamente ativa que se encontra
desempregada involuntariamente.
As pressões de demanda realizada pelos consumidores tende a suplantar a
oferta de bens e serviços, ocasionado assim elevação dos preços. Políticas de
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controle do crédito ou de aumento das taxas de juros são bons instrumentos de
intervenção governamental para corrigir a falha de mercado chamada inflação.
O desemprego é existente em toda a economia, ocorrendo pelo fato de que o
mercado não é capaz de gerar vagas suficientes para todos aqueles que entram no
mercado de trabalho a cada dia. No entanto, destaca-se que o governo pode
minimizar tais problemas, realizando atividades interventivas que visem à colocação
de novos trabalhadores no mercado de trabalho. Programas como o primeiro
emprego do governo federal, que trazem em contrapartida benefícios às empresas,
especialmente em termos de carga tributária, são ações voltadas à minimização dos
problemas da falha de mercado chamada desemprego.
Riscos Pesados
Sabe-se que o setor privado tem como objetivo a geração de lucro. Não
obstante, determinadas atividades, mesmo potencialmente geradoras de lucro
futuro, não são efetivadas. O problema em si é muito parecido com o ocorrido nosmercados imperfeitos, mas com uma conotação diferenciada.
As existências de riscos nos negócios são associadas ao grande custo
envolvido no projeto, de tal maneira que mesmo podendo obter benefícios futuros,
esta não se arriscará. A partir do exemplo de Viceconti e Neves (2007, pág. 413),
podemos melhor ilustrar o problema. Segundo os autores, um bom exemplo seria o
caso da produção de energia elétrica a partir da energia atômica. O custo total de
pesquisa será enorme, vários anos serão necessários antes mesmo de o projeto ser
oferecido em nível econômico e, mesmo que a empresa se dispusesse a correr o
risco, teria dificuldade em colher os benefícios, por possivelmente não obter o
monopólio de uma patente, e assim recuperar o investimento feito.
Além do fato do risco econômico pesado com a realização do investimento, as
empresas no país tem sempre a preocupação com a chamada insegurança jurídica
dos contratos, especialmente no que se refere a quebra de patentes. A intervenção
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governamental no sentido de quebra de direitos só deverá existir caso os benefícios
sociais gerados com a ação sejam superiores aos custos ocorridos com a medida.
De forma complementar à análise, destacamos que as ações tomadas pelo
governo de forma a contornar esta falha de mercado, seriam aquelas relacionadas
aos programas de Parcerias Público Privadas – PPP’s e ao Programa de Aceleração
do Crescimento – PAC, que representam as propostas de parceiras em
investimentos feitos pelo governo federal, especialmente através de suas empresas
estatais, de forma a mitigar os pesados riscos associados aos projetos de grande
vulto financeiro.
Vamos a uma questão de concurso que abordou o tema referente as flahas
de mercado ultimamente.
(AFC/STN – ESAF/2008) Sob determinadas condições, os mercados privados não
asseguram uma alocação eficiente de recursos. Em particular, na presença de
externalidades e de bens públicos, os preços de mercado não refletem, de forma
adequada, o problema da escolha em condições de escassez que permeia aquestão econômica, abrindo espaço para a intervenção do governo na economia, de
forma a restaurar as condições de eficiência no sentido de Pareto. Nesse contexto, é
incorreto afirmar:
a) externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produção de um determinado
bem afetam os consumidores e/ou produtores, em outros mercados, e esses
impactos não são considerados no preço de mercado do bem em questão.b) consumidores podem causar externalidades sobre produtores e vice-versa.
c) a correção de externalidades, pelo governo, pode ser feita mediante tributação
corretiva, no caso de externalidades positivas, ou aplicação de subsídios, no caso de
externalidades negativas.
d) um exemplo de bem público puro é o sistema de defesa nacional, cujo consumo
se caracteriza por ser não-excludente e não-rival.
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e) falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance o
estado de bem-estar social, por meio do livre mercado, sem interferência do
governo.
Comentários:
a) Trata-se da própria de definição de externalidades, podendo se dar tanto pelo
lado dos consumidores como pelo lado dos produtores.
Opção correta
b) Conforme apontado na aula, as externalidades podem ser geradas tanto por
consumidores quanto por produtores, impactando um ao outro.
Opção correta
c) Na verdade a tributação corretiva se dá diante da existência de externalidades
negativas, sendo os subsídios derivados da existência de externalidades positivas.
Opção incorreta
d) Assertiva que representa o próprio conceito da falha de mercado conhecida como
bem público.
Opção correta
e) Trata-se de definição em linha com o conceito que definimos com falha de
mercado.
Opção correta
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Pelo todo exposto, verifica-se que para o Estado possa realizar a intervenção
necessária à correção das falhas de mercado, deve criar mecanismos que
possibilitem uma fiscalização efetiva, tal como a criação de sistemas de regulação
eficientes, nos moldes do aborda o item referente 11 do conteúdo programático de
Economia do Setor Público presente no edital do concurso para Especialista de
Políticas Públicas e Gestão Governamental. Destaco, inclusive porque é um “chute”
direcionado, que é bem possível a cobrança na prova discursiva de tema
relacionado justamente a regulação, pois é um dos assuntos estudados e
trabalhados pelo Especialista dentro de suas atribuições.
Esperando revê-los em nossa primeira aula, deixo aqui o meu abraço e o
desejo de bons estudos a todos.
Francisco