monografia - nutrição e dietética

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CENTRO DE ESTUDOS APLICADOS EM SADE CEAS CURSO DE NUTRIO E DIETTICA

TATIANE ROCHA DAS MERCS

ANLISE DO PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSIVOS

CAMPINA GRANDE-PB 2009

TATIANE ROCHA DAS MERCS

ANLISE DO PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSIVOS

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Centro de Estudos Aplicados em Sade CEAS, como requisito para a obteno do ttulo de Tcnico em Nutrio e Diettica. Orientadora: Prof. Edkarla Almeida de Oliveira

CAMPINA GRANDE-PB 2009

TATIANE ROCHA DAS MERCS

ANLISE DO PERFIL NUTRICIONAL DE PACIENTES HIPERTENSIVOS

Relatrio julgado e aprovado no Curso Tcnico em Nutrio e Diettica do Centro de Estudos Aplicados em Sade CEAS, pela Banca Examinadora compostas pelas professoras.

___________________________________________________ Prof Edkarla Almeida de Oliveira ORIENTADORA

___________________________________________________ Prof Olvia Maria Carneiro de Medeiros EXAMINADORA

Aprovado em ____ de _______________ de 2009

Mdia: _________

CAMPINA GRANDE-PB 2009

Dedico... Ao meu noivo Alison Dantas, pelo carinho, companheirismo e compreenso dispensados ao longo deste curso.

AGRADECIMENTOS A Deus, que me deu a oportunidade de concluir mais uma etapa de minha vida, estando ao meu lado em todos os momentos da minha jornada, me estimulando, me consolando e me fortalecendo. A Ti meu Deus, toda honra e toda glria! Aos meus pais, exemplo constante na minha vida, por estarem comigo nessa caminhada, sofrendo comigo na tristeza e vibrando nas minhas conquistas. Essa vitria deles tambm. Ao meu noivo, Alison Dantas, que tanto me ajudou nessa caminhada, compreendendo minha ausncia e me apoiando nas minhas decises. A todos os colegas do curso, que ao longo do curso transformaram-se em grandes companheiros e com os quais convivi com desavenas e contradies, porm buscando sempre melhorar nossas posturas como aprendizes e como seres humanos. Enfim, a todos que me ajudaram direta e indiretamente para a realizao deste sonho. Obrigada!

RESUMO A hipertenso arterial est classificada como um grave problema de sade pblica com graves riscos vida dos pacientes acometidos desta patologia, e apesar de tratamento considerado simples e existirem inmeras drogas capazes de controlar a presso arterial, ainda causa de alta mortalidade e morbidade entre adultos. Diante disso, este trabalho objetiva analisar o perfil nutricional de pessoas com hipertenso arterial, na idade adulta, busca tambm mostrar que a causa da presso alta (hipertenso) perpassa por fatores como consumo excessivo de sal, a grande incidncia da obesidade, o stress, o tabagismo, o sedentarismo, consumo exagerado de lcool e a m alimentao. Neste sentido, importante a assistncia nutricional na promoo do controle destes fatores de risco no acometimento de doenas arteriais, entre elas, a hipertenso arterial. Torna-se um desafio tal assistncia em decorrncia da resistncia dos pacientes em aderir dieta preventiva. Desta forma, o profissional de nutrio deve trabalhar conjuntamente com a equipe multidisciplinar, visando mudana de estilo de vida e reduzindo a mortalidade cardiovascular. Palavras-chave: Hipertenso arterial. Nutrio. Sade pblica.

ABSTRACT The arterial hypertension is classified as a serious problem of public health with serious risks to the attacked patients' of this pathology life, and in spite of treatment considered simple and countless drugs exist capable to control the blood pressure, it is still cause of high mortality and morbidad among adults. Before that, this work aims at to analyze the profile nutritional of people with arterial hypertension, in the adult age, it also looks for to show that the cause of the high pressure (hypertension) to pass for factors as excessive consumption of salt, the great incidence of the obesity, the stress, the tabagysm, the sedentary, exaggerating consumption of alcohol and the bad feeding. In this sense, it is important the attendance nutritional in the promotion of the control of these risk factors in the acometiment of arterial diseases, among them, the arterial hypertension. He/she becomes a challenge such attendance due to the patients' resistance in sticking to the preventive diet. This way, the nutrition professional should work jointly with the team multidisciplination, seeking to the lifestyle change and reducing the cardiovascular mortality. Key-words: Hipertenso arterial. Nutrio. Sade pblica.

SUMRIO

1 INTRODUO ....................................................................................................................................................... 08 CAPTULO I FUNDAMENTAO TERICA ....................................................................................................................................................... 10 1.1 Nutrio e Diettica ....................................................................................................................................................... 10 1.2 Anlise do Perfil Nutricional ....................................................................................................................................................... 11 1.2.1 Como se Traar um Perfil Nutricional ....................................................................................................................................................... 11 1.3 Aspectos Conceituais da Presso Arterial ....................................................................................................................................................... 11 1.3.1 Funes da Presso Arterial ....................................................................................................................................................... 11 CAPTULO II CARACTERIZAO DA HIPERTENSO ....................................................................................................................................................... 13 2.1 Fatores de Risco ....................................................................................................................................................... 14 2.2 Alteraes no Metabolismo das Gorduras (Colesterol) ....................................................................................................................................................... 15 2.3 Consumo de Sal como Agravante para a Ocorrncia de Hipertenso ....................................................................................................................................................... 15

2.4 Funes do Sal no Corpo Humano ....................................................................................................................................................... 16 2.5 Stress como Desencadeador da Hipertenso ....................................................................................................................................................... 17 2.5 Preveno Hipertenso ....................................................................................................................................................... 17 CAPTULO III - A Hipertenso e sua Relao com a Nutrio e a Diettica ....................................................................................................................................................... 21 3.1 Dietas Hipossdicas ....................................................................................................................................................... 22 3.2 Dieta a Base de Potssio e Clcio ....................................................................................................................................................... 24 3.3 Os Exerccios Fsicos como Tratamento Preventivo contra a Hipertenso ....................................................................................................................................................... 24 3.4 Perfil Nutricional dos Hipertensos ....................................................................................................................................................... 24 CONSIDERAES FINAIS ....................................................................................................................................................... 26 REFERNCIAS ....................................................................................................................................................... 27

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INTRODUO A hipertenso arterial considerada uma doena de carter crnico e pode ser influenciada pela vida ativa do indivduo hipertenso, dependendo de fatores como a aceitao da doena, controle e conhecimento da mesma, at o aparecimento de complicaes. Estudos mostram que alguns fatores de risco como o sedentarismo, m alimentao, obesidade etc. associados entre si, podem tornar a hipertenso arterial uma doena de propores devastadoras para as pessoas adultas. Desta forma, o estilo de vida regrado e a implantao de uma dieta alimentar saudvel, aliado ao controle de peso, evitando sempre a obesidade e o stress, alm do uso minimizado do sdio (sal) faz com que o indivduo acometido de Hipertenso Arterial pode viver plenamente, sem maiores transtornos. Inclui-se ainda, exames peridicos, acompanhados de verificao da Presso Arterial. Diante do exposto, este estudo tem como rea de atuao a nutrio e a diettica e seu tema est direcionado para o perfil nutricional dos hipertensos. Tal estudo justifica-se devido hipertenso arterial constituir um dos maiores problemas de sade pblica do Brasil e do mundo, e se tornou a doena crnico-degenerativa mais comum entre os adultos. O termo hipertenso tem relao com o nvel de presso arterial, que em vrias ocasies se mostra acima do normal, necessitando de tratamento para prevenir complicaes que podem aparecer em longo prazo. Seu aparecimento depende de numerosos fatores inter-relacionados, incluindo-se a hereditariedade, ou seja, a hipertenso arterial causada por herana gentica; a dieta, em especial a quantidade de sal e de bebidas alcolicas consumidos; a diabetes tambm contribuir para o desencadeamento da hipertenso arterial; o peso acima do normal (obesidade), ou ainda o sedentarismo, que a falta de exerccios fsicos. Mediante o exposto, prope-se analisar neste trabalho o tratamento adequado para pessoas hipertensas e assim, termos uma expectativa de vida maior e com qualidade. Esse estudo tem como objetivo principal realizar pesquisas bibliogrficas e anlise de dados divulgados em internet, revistas e jornais para traar o perfil nutricional dos portadores de hipertenso. Mais especificamente, objetiva observar os cuidados que cada pessoa deve ter com a sua alimentao, e mostrar como os exerccios so imprescindvel para uma vida saudvel; avaliar os motivos que causam a hipertenso; e, por fim, mostrar como se pode prevenir a hipertenso.

CAPTULO I

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CAPTULO I FUNDAMENTAO TERICA 1.1 Nutrio e Diettica A definio de Nutrio o conjunto de processos pro meio dos quais todos os organismos vivos recebem e utilizam os nutrientes necessrios sua manuteno, desenvolvimento e funcionamento orgnico normal. E que estuda a alimentao, os nutrientes, estado nutricional, necessidades nutricionais, requisitos nutricionais e a classificao dos nutrientes (RADAELLI, 2001). Seguem abaixo alguns conceitos de alguns termos nesse estudo, de acordo Boni (2008). Alimentao: Ao de proporcionar ou receber alimentos; Nutrientes: Substncias que esto inseridas nos alimentos e possuem funes variadas no organismo. So eles: CHO, ptnos, lipdeos, vitaminas, minerais e fibras; Estado Nutricional: a quantidade de nutrientes baseadas em valores mdicos dirios que satisfaz com as necessidades de grupos de indivduos relativos ao crescimento e as funes normais do organismo; Diettica: a parte da cincia da nutrio que se ocupa para prescrio cientfica e racional da dieta para todo e qualquer ser humano sadio. O termo diettica sinnimo de alimentao. a arte de alimentar corretamente a pessoa e coletividade sadios. Consiste na aplicao da cincia da nutrio no planejamento e preparaes de refeies adequadas. Quando a diettica cuida da alimentao das pessoas ou coletividade de enfermos, recebe o nome de Dietoterapia. Classificao dos nutrientes: Construtores protenas energticos carboidratos, leos e gorduras; Reguladores vitaminas e sais minerais. 1.2 Anlise do Perfil Nutricional A anlise nutricional de um indivduo torna-se de extrema importncia, pois tem a finalidade de demonstrar a utilizao correta de todo alimento e sua funcionalidade das

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propriedades destes, visando sade e bem-estar, alm de prevenir doenas e promover a sade. 1.2.1 Como se Traar um Perfil Nutricional Nutrio um conceito amplo que evoluiu muito nos ltimos anos, isto porque o avano tecnolgico permitiu um melhor conhecimento do alimento, da relao de preveno de doenas e da promoo da sade. Biacchi (2007) afirma que tinha-se notcias sobre os alimentos e nutrientes, e havia um pensamento apenas em coerncia nutricional, desnutrio e pobreza. Atualmente, se sabe que a m alimentao est presente em todas as classes sociais. Desta forma, diante de tantas informaes a respeito da alimentao, sade e nutrio que traa-se o perfil nutricional de uma pessoa ou populao, atravs da escolha do sexo, idade, raa, classe social etc., atingindo seu pblico alvo para pesquisa, descobrindo as dificuldades, como melhorar a alimentao do brasileiro e questionando essas pessoas para diminuir a desnutrio e as doenas. 1.3 Aspectos Conceituais da Presso Arterial Segundo Ferez (2005, p. 36), a presso arterial o aumento da presso sangnea na rede arterial da grande circulao sistmica. A presso sangnea depende de diversos fatores: a fora e a resistncia cardaca, a elasticidade das paredes dos vasos sangneos, a quantidade de sangue e a sua viscosidade. A presso sistlica a fora cardaca necessria para impelir o sangue ao longo das artrias, enquanto a presso diastlica a tenso que as paredes arteriais exercem sobre o sangue A presso arterial sofre variaes ao longo do dia dependendo da sua atividade ou da forma como o indivduo se sente. A presso pode subir dependendo do estado nervoso ou contrariado do indivduo e baixar se ele estiver calmo ou relaxado (FEREZ, 2005). 1.3.1 Funes da Presso Arterial A principal funo garantir um suprimento sangneo adequado a todos os rgos. Para isso, conforme Ferez (2005), so necessrias duas condies bsicas: a quantidade de sangue e a presso arterial suficiente. Como a quantidade de sangue disponvel e constante cerca de quatro a cinco litros no adulto a presso arterial deve adaptar-se as demandas de irrigao sangnea do organismo.

CAPTULO II

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CAPTULO II CARACTERIZAO DA HIPERTENSO A hipertenso nada mais do que a tenso excessiva exercida pelo sangue nas paredes das artrias, conforme afirma Agostinho (2006). O autor explica que as artrias so vasos por onde trafega o nosso sangue, indo do corao aos rgos, vsceras e todo o tecido vivo do organismo. Nossos rgos que precisam trabalhar recebendo o sangue com a presso equilibrada, podem sofrer leses nos casos de hipertenso. Crebro, rins, olhos e corao so alguns exemplos de rgos afetados pela presso alta. A hipertenso tambm conhecida como doena silenciosa, pois causa danos ao organismo aos poucos, sem que o doente saiba da sua existncia (AGOSTINHO, 2006). Segundo a Campos (2003), a causa da hipertenso desconhecida. Chamamos isto de hipertenso primria ou essencial. A hipertenso normalmente o resultado do estreitamento das artrias. Quanto quantidade de sangue a ser bombeada atravs do corpo permanece igual, e as artrias se estreitam, e a presso sobe. Tambm pode ocorrer hipertenso quando o corpo retm lquido em demasia e uma quantidade maior de lquido ter de fluir atravs das artrias. Em alguns casos, a presso alta pode ser causada por problemas renais ou desequilbrios hormonais. Esse tipo de hipertenso menos comum chamado de secundria, e pode ser curada atravs de tratamento mdico especfico. Vale ressaltar, que o nvel da presso arterial depende da interao de fatores genticos ou hereditrios, e das influncias decorrentes do estilo de vida. A hipertenso, indubitavelmente, ocorre em famlias, o que verdadeiro mesmo que se leve em conta o fato de que as famlias tendem a compartilhar o mesmo estilo de vida e dieta. Uma pesquisa excelente realizada com gmeos que foram criados separados ou juntamente e tambm, entre crianas adotadas comparadas com irmos no adotados, possibilitou a identificao de semelhanas da presso arterial, resultante da hereditariedade em famlias quando comparadas com a proporo resultante de semelhanas da presso arterial, resultante de hereditariedade em famlias quando comparadas com a proporo resultante de semelhanas no estilo de vida. Cerca de metade da variao da presso arterial entre pessoas resulta de fatores genticos, e metade resulta de fatores inerentes dieta que remontam primeira infncia. Neste sentido, o atual conhecimento mdico no que diz respeito s causas da hipertenso arterial tem enfatizado seu aspecto multifatorial, resultante de um complexo desequilbrio do sistema responsvel pela manuteno de um fluxo e volume sangneo satisfatrio, e do tnus da musculatura arterial. A fisiologia da hipertenso, na qual se pretende atende a necessidade do organismo de manter sempre um fluxo sangneo adequado

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s suas demandas, o corao, enzimas, ons, vasos e rins, sob o comando e controle do Sistema Nervoso Central SNC, em sua seco autnoma, interagem harmoniosamente. Desta forma, nossas necessidades corporais de sangue variam de momento e regio do corpo, conforme as influncias e solicitaes internas e externas. Portanto, a regulao da presso arterial um dos atributos do Sistema Nervoso Autnomo. A hipertenso arterial se caracteriza por queixas que determinam sintomas da patologia como: nervosismo, palpitaes, tonteiras, opresso ou dor no corao, dor de cabea e depresso. Certos sintomas variveis em numerosos casos podem indicar que a tenso arterial excessivamente alta (cefalia, ligeiras perturbaes sensoriais, zumbidos nos ouvidos, hemorragias nasais, tonturas, vertigens, perturbaes respiratrias e digestivas). A hipertenso pode provocar complicaes principalmente acidentes do sistema nervoso de origem vascular, perturbaes cardacas e renais. A deteriorizao dos tecidos arteriais provocada pela acumulao progressiva de resduos txicos por erros alimentares e higinicos e, por deficincia que afetam a estrutura das paredes arteriais. 2.1 Fatores de Risco Numerosos fatores podem contribuir para a hipertenso. A hereditariedade tem seu papel, o que significa dizer que a hipertenso pode ocorrer em famlias. A presso arterial tende a aumentar com a idade. Esse fato ocorre devido s mudanas no estilo de vida. Muitas pessoas ganham peso e ficam menos ativas quando mais idosas. O aumento da presso arterial com a idade ocorre consideravelmente em pessoas que comem uma grande quantidade de alimentos salgados (AGOSTINHO, 2006). A obesidade favorece o desenvolvimento de diversos fatores de riscos para a alterao da presso arterial, mais especificamente a hipertenso, trazendo problemas muito graves para a sade. A razo principal da obesidade a vida sedentria que prejudica a muitos indivduos cuja profisso os mantm todo o tempo numa mesa de escritrio, em painis de controle etc. (FEREZ, 2005). Outros fatores de riscos que aumentam a presso o consumo exagerado de sal e de lcool, o sedentarismo, a m alimentao, o tabagismo e o stress.

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2.2 Alteraes no Metabolismo das Gorduras (Colesterol) Segundo Simes (1998), as gorduras de sangue tambm chamadas lipdios representam fontes de energia para o organismo e entre tambm na sua composio. So parcialmente absorvidos com os alimentos, e parcialmente formados pelo prprio organismo. Se, devido a uma alimentao inadequada, o organismo recebe uma quantidade de gordura maior do que o necessrio, ou se o metabolismo das gorduras estiver alterados, fazendo com que o organismo forme mais gorduras do que o necessrio, haver um aumento do teor de gordura no sangue. Segundo a autora, a elevao crnica do teor de gordura no sangue capaz de acelerar e provocar processos de envelhecimento e de degenerao das paredes arteriais (arteriosclerose) (SIMES, 1998). 2.3 Consumo de Sal como Agravante para a Ocorrncia de Hipertenso O consumo de sal tem um efeito direto na presso arterial. J foi demonstrado que o aumento da presso quando se envelhece resulta em grande parte, da quantidade de sal que se come. A reduo do sal ajuda a diminuir a presso arterial. Em um consumo elevado de sal por vrios anos, provavelmente, a presso arterial sofre alteraes pela elevao do contedo de sdio das clulas do msculo liso das paredes das arterolas. Esta alta concentrao de sdio parece facilitar a entrada do clcio nas clulas o que por sua vez, ocasiona sua contrao e o estreitamento do dimetro interno das arterolas. H hoje em dia evidncias de que a diminuio de sal na dieta abaixa a presso. certo que existem variaes no modo com que o corpo de cada pessoa gerencia o sal, pois algumas pessoas so mais sensveis a ele do que outras, o que provavelmente verdadeiro em pessoas com forte histria familiar de hipertenso. A relao entre o consumo de sal e o desenvolvimento subseqente da hipertenso foi recentemente confirmada por um estudo altamente confivel que comeou a observar bebs que foram criados com dietas normais, e bebs que foram criados com baixo teor de sal. Aps seis meses, a presso arterial era melhor (mais baixa) naqueles bebs mantidos na dieta com baixo teor de sal. A maioria desses bebs foi acompanhada por 15 anos e suas presses mantiveram-se baixas. Se for possvel a convencer as crianas a consumirem menos sal, pode-se ento, prevenir o desenvolvimento de hipertenso. Os pais devem estar preocupados com a quantidade de salgadinhos e lanchinhos consumidos, hoje em dia, em larga escala pelas crianas.

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2.4 Funes do Sal no Corpo Humano O uso apropriado de sal, e a utilizao de um sal de boa qualidade podem desempenhar um papel importante na sade. De acordo com as teorias nutricionais, o sal exerce algumas funes, como veremos posteriormente. O sal capaz de ajudar as pessoas a ficarem mais centradas e focalizadas, devido s suas tendncias fortemente centrpetas e enraizadoras. Ele deixa os alimentos mais nutritivos e substncias, d energia e vitalidade. Ajuda na digesto contribuindo para a secreo de cido clordrico no estmago. Estimula a funo renal, e com o seu uso apropriado, o sal promove a absoro de clcio e a utilizao de nutrientes. O sal considerado um purificador ajudando o organismo a eliminar toxinas. Alm disso, o sal desempenha um papel fundamental em determinadas funes fisiolgicas, tais como: Ajuda na produo da blis, o que torna possvel a assimilao de gorduras nos intestinos; Aumenta os movimentos peristlticos do intestino contribuindo para uma boa digesto; Alcaliniza o sangue um aspecto relevante na manuteno da sade e preveno de doenas sabendo-se que os alimentos modernos contribuem na acidez do sangue; O sdio ajuda a conduo dos impulsos nervosos, e tambm contribui para uma melhor contrao muscular. importante determina que quantidade utilizar na alimentao diria. Na realidade, a maioria das pessoas utiliza o sal em excesso, particularmente, na forma de sal escondido em alimentos modernos como batatas fritas, pes refinados entre outros. A principal razo pelo qual o sal tem m reputao porque seu uso sob a forma de sal refinado. O sal refinado consiste em 99,5% ou mais de cloreto de sdio, adio de extrose (um tipo de acar) e produtos qumicos para estabilizarem. Para isso, o sal refinado , geralmente, aquecido em altas temperaturas o que lhe pode alterar a estrutura qumica. Com relao ao consumo de sal na obesidade, as pessoas com excesso de peso tm mais presso alta do que os magros, o que acontece em parte, porque os corpos dos obesos tm que trabalhar mais para queimar o excesso de calorias que eles consomem, e em parte porque eles tendem a comer mais sal do que o normal; alm disso, as pessoas obesas

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possivelmente tendem a resistir ao hormnio insulina que se relaciona aos acares do sangue. A relao entre o peso corporal e a presso arterial mais complexa do que originalmente se pensava e pode tambm estar relacionadas com efeitos significativos de alguns hormnios, bem como, com a capacidade do corpo lidar com o sal. Entretanto, a perda de peso o mtodo mais eficaz de reduo da presso arterial. 2.5 Stress como Desencadeador da Hipertenso O stress pode elevar sua presso arterial em curto prazo, mas ele no pode aumento a longo prazo. As tcnicas de relaxamento podem melhorar a qualidade de vida, mas provavelmente no sero suficientes para controlar uma verdadeira hipertenso. H alguma evidncia de que as pessoas com menos controle sobre seu dia-a-dia no trabalho tem presso alta em maiores propores do que as pessoas que podem influenciar efetivamente seu trabalho. Assim, os trabalhadores braais tendem a ter presso arterial mais alta do que os executivos ou gerentes. Entretanto, as diferenas entre estes grupos tambm esto relacionados ao estilo de vida; sendo assim, difcil afirmar o quanto essas diferenas resultem somente do stress. 2.6 Preveno Hipertenso A opo de um estilo de vida saudvel constitui a melhor forma de prevenir a ocorrncia de hipertenso. Entre os hbitos de vida saudvel, o importante : Reduo da ingesto de sal na alimentao; Preferncia por uma dieta rica em frutas, vegetais e com baixo teor de gordura saturada; Prtica regular de exerccios fsicos; No caso dos indivduos obesos, aconselhvel uma reduo de peso.

A obesidade reduz a expectativa de vida eleva adicionalmente a presso arterial, sobrecarrega o corao devido atividade adicional e favorece o desenvolvimento adicionado a diabetes e alteraes do metabolismo lipdico. O objetivo do hipertenso, ento, deve ser alcanar seu peso normal, ou, melhor ainda, seu peso ideal. Observe os dados abaixo:

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Peso normal em Kg = altura (cm) menos 100; Peso ideal para mulheres = peso normal 15%; Peso ideal para homens = peso normal 10%.

Para alcanar este objetivo, deve seguir dois pontos importantes: Fazer uma dieta hipocalrica para evitar ou reduzir o excesso de peso; Fazer uma dieta hipossdica para reforar o efeito hipotensor dos medicamentos atravs da eliminao de sdio. O fundamental para a reduo do peso uma modificao quantitativa e qualitativa da alimentao. A composio correta da alimentao segundo as recomendaes da sociedade alem so as seguintes: Protenas 12 a 15% do total de Kcal / Joule; Gorduras 30 a 35% do total de Kcal / Joule; Hidrato de carbono 50 a 60% do total de Kcal / Joule;

Neste programa ainda devem ser observados alguns pontos: As protenas devem estar presentes em sua alimentao no maior percentual possvel; Os hidratos de carbono ingeridos devem provir na medida do possvel somente de po integral, flocos de cereais integrais, legumes, batatas e frutas; Acar refinado. No importa se em forma de acar, glicose, ou frutose. Ele fornece primordialmente calorias vazias, ou seja, calorias no acompanhadas de substncias nutritivas vitais. As relaes intermedirias tambm so importantes em uma dieta para reduo de peso. Na composio das refeies intermedirias no se pode esquecer que elas devem sempre conter protenas, porm, em hiptese alguma podero ter excesso ou predomnio de hidratos de carbono. Para corrigir seu comportamento alimentar, mais algumas sugestes: Comer somente nas horas certas; Comer lentamente, evitando outras atividades durante as refeies (assistir TV, ler etc.); Utilizar pratos pequenos para pores menores;

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No deixar alimentos e/ou bebidas em locais facilmente acessveis.

Em caso de hipertenso persistente conveniente evitar durante muito tempo, os protdios de origem animal, assim como o sal e o excesso de alimentos energticos (acares, amilceos). Se o paciente no pode suportar uma restrio alimentar to severa, um bom mtodo consiste em comear com trs dias de dieta de frutas como uvas, peras, alperces, pssegos, entre outras. Aconselha-se, alm disso, o consumo regular de alho e cebola. Os cereais sero reduzidos ao mnimo. Todos os alimentos que contm acar branco e sal branco ou farinha branca devem ser excludos da alimentao, pois eles elevam o nvel de gordura no sangue e aumentam a dosagem de lipoprotenas que contm colesterol. O paciente deve descansar e dormir o suficiente. Outros fatores a que se deve recorrer a frico seca quotidiana para estimular a pele, o exerccio fsico progressivo, a respirao profunda e o relaxamento psicossomtico.

CAPTULO III

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CAPTULO III A HIPERTENSO E SUA RELAO COM A NUTRIO E A DIETTICA Segundo Biacchi (2007), o controle da hipertenso por meio de medidas dietticas especficas visa no apenas a reduo da presso alta, mas, tambm, a incluso de hbitos alimentares permanentes rotina do paciente. Uma nutrio adequada e modificaes do estilo de vida tm uma participao significativa no tratamento da hipertenso. Segundo o autor, a interveno nutricional nos programa de controle hipertenso arterial tem o objetivo de orientar o paciente na preveno ou orientao das doenas cardiovasculares. O mdico orienta no peso do paciente por meio da seleo dos alimentos que compem sua dieta; manter normal a presso arterial e contribuir para a melhoria de seu estado de sade geral, prevenindo ou retardando as complicaes relacionadas nutrio (BIACCHI, 2007). H um complemento alimentar que , particularmente, importante: o magnsio. Ele possui uma ao fundamental na hipertenso arterial. A percentagem normal de magnsio no sangue que de 0,024g por litro aumenta para 0,032g ou mais em caso de hipertenso arterial. Neste sentido, a hipertenso maligna pode ocorrer tanto na meia idade quanto na juventude. Ela caracterizada por perturbaes cardacas, renais, pulmonares, oculares, alm da tenso arterial elevada. No caso de no serem observadas estas perturbaes, a hipertenso considerada benigna. As bases da dietoterapia baseiam-se nas seguintes informaes: Calorias O VCT (Valor Calrico Total) na hipertenso deve ser calculado para manter o indivduo no seu peso ideal. Protdios Na hipertenso arterial pura no h justificativa para a reduo da quota de protdios. Portanto, dever ser dada cerca de 1g por Kg de peso corporal. Lipdios Diminuio da quota evitando-se principalmente os alimentos ricos em gorduras saturadas. Sal (Cloreto de Sdio) Diminuio. Condimentos Restrio. lcool Proibido. Ele aumenta a tenso arterial. Caf, ch e chocolate Restrio. Lquidos Reduo.

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Durante muito tempo no havia propriamente uma dieta especfica para o hipertenso, entretanto, recentemente existem mdicos que conseguem atravs da boa alimentao, a reduo da tenso arterial. 3.1 Dietas Hipossdicas Basta observar a regra nenhum sal na cozinha, nenhum sal na mesa. O que significa, no colocar sal a mais em nenhum alimento. Alm disso, ficam proibidos todos os alimentos salgados: presunto, conservas de carnes, salsichas, conservas de peixe, queijo salgado, manteiga com sal, entre outros. Nem por isso, os alimentos precisam ser insossos. Devido aos inmeros condimentos vegetais permitidos com um pouco de imaginao, possvel torn-los apetitosos e saborosos. Segundo Grahl (2008, p. 23), A nutrio um conjunto de processos que envolve a indigesto, digesto, absoro, metabolismo e excreo de nutrientes com a finalidade de produzir energia e manter as funes do organismo. Assim podem-se dividir os nutrientes em macronutrientes e micronutrientes. O primeiro tipo so carboidratos, lipdios e protenas, enquanto o segundo tipo so as vitaminas e sais minerais (GRAHL, 2008). Desta forma, sero mostrados alguns temperos de baixo teor em sdio: Louro Cominho Canela Cacau Pbrica Salsa Vinagre Crie em p Alho Suco de limo Suco de cebola Pimenta malagueta Pimenta-do-reino Baunilha

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Acar branco Queijo Creme-de-leite Sorvetes cremosos Alimentos em conservas Beterraba Aipo Couve galega Chucrute Espinafre Amndoas guas minerais bicarbonadas Melado Acar mascavo Xaropes Acelga Passas Figos secos Fermento em p Bicarbonato de sdio Ketchup Massa de tomate Maionese Molhos de carnes Nozes Pipocas Mostarda Azeitona Sal Legumes e carnes enlatadas

Alguns alimentos que contm sdio:

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3.2 Dieta a Base de Potssio e Clcio Comer grandes quantidades de alimentos que contenham potssio, tais como frutas e vegetais, recomendvel para se manter baixa a presso arterial. Entretanto, as pessoas em dieta com alto potssio, muitas vezes, uma quantidade pequena de sal, assim difcil dizer se o pouco sal ou o alto potssio que est agindo. Sendo assim, o potssio parece ser benfico por si prprio. H evidncias que indicam que as pessoas em dietas de baixo potssio tm presso arterial mais baixa, e tambm uma baixa incidncia de acidente vascular cerebral. Isto faze sentido porque se sabe que as clulas respondem a taxas elevadas de potssio, livrando-se do sdio (sal). Este efeito de ingesto de potssio pequeno quando comparado com aquele sal. Algumas pesquisas feitas sugerem que uma dieta elevada de clcio pode proteger contra a hipertenso. Entretanto, estes resultados so altamente controvertidos e no estgio atual do conhecimento, conseqentemente, no se pode fazer recomendaes envolvendo a mudana de dieta nesse sentido. 3.3 Os Exerccios Fsicos como Tratamento Preventivo contra a Hipertenso Embora a presso arterial suba rapidamente quando voc se exercita com atividades feitas regularmente, voc fica mais saudvel e com a presso mais baixa do que as pessoas que no fazem qualquer tipo de exerccios. Isso acontece, em parte, porque as pessoas que se exercitam tendem a se alimentar mais saudavelmente, pois geralmente elas no fumam e no bebem em excesso. O exerccio pode ter efeito mais direto na diminuio da presso arterial, se deve ter como objetivo fazer exerccios regulares e moderados, mas do que em surtos de exerccios pesados, de vez enquanto. 3.4 Perfil Nutricional dos Hipertensos A educao nutricional importante na preveno e controle das doenas cardiovasculares por sua eficcia e baixo custo. A hipertenso arterial uma doena crnica com diversos fatores que podem contribuir para essa doena desde a hereditariedade (histria familiar), at o estilo de vida (hbitos dirios). Alguns sintomas podem caracterizar a

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hipertenso como: dor de cabea, aperto no peito, distrbios transitrios do equilbrio ou da fala, entre outros. Entre as influncias nutricionais na hipertenso, o sal , sem dvida o fator mais importante, uma vez, que seu excesso na dieta influencia no somente o agravamento da doena, como concorre para uma maior incidncia de hipertensos em uma populao sadia. Logo, comer menos sal faz parte da preveno da hipertenso arterial e tambm do seu tratamento. A presso arterial tende a aumentar com a idade, sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de lcool. Por isso, devemos controlar e cuidar desses fatores de risco mudando nossos hbitos dirios. A nutrio e a alimentao so os principais tpicos para uma vida saudvel. O controle do peso tambm importante, pois a eliminao do peso em excesso contribui geralmente para a reduo da presso arterial, e quando o peso extra no readquirido, a presso arterial tende a permanecer estvel. A maneira mais segura e mais fcil de perder o peso e de no recuper-lo atravs do auto-controle, da orientao adequada e da mudana gradual, mas duradoura, dos seus hbitos alimentares mais saudveis. As recomendaes nutricionais para prevenirem os riscos das doenas cardiovasculares estabelecem dietas preventivas indicadas para a manuteno dos valores normais de lipdios (gorduras), da presso sangnea e do peso corporal. Essas dietas contm alimentos de todos os grupos prevenindo o desenvolvimento de qualquer carncia nutricional. Para ter um perfil nutricional ideal necessrio uma mudana nos hbitos dirios e adotar um estilo de vida saudvel com reduo da ingesto de sal na alimentao, dietas ricas em frutos, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas. Tambm necessrio praticar exerccios fsicos, cessar o hbito de fumar, consumir com moderao lcool e manter o peso ideal. Com esse perfil o hipertenso ter uma qualidade de vida melhor.

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CONSIDERAES FINAIS Diante do exposto, vale salientar que no se pode esquecer que alm de uma dieta pobre em sdio, o paciente hipertenso deve ser submetido a uma dieta cujo VCT Valor Calrico Total seja orientado para a manuteno do seu peso ideal. O motivo da reduo alimentar est no fato de que o processo digestivo exige um esforo extra dos vasos sangneos do aparelho digestivo. Alguns pacientes tm sua presso diminuda quando o sal completamente excludo da alimentao. Deve ficar bem claro que no existe outra maneira de melhorar a hipertenso, a no ser pela reduo do sal. Por isso, alm da dieta necessria a prtica de exerccios fsicos moderados como, caminhar ao ar livre, exerccios aerbicos e anaerbicos.

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REFERNCIAS

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