monografia junior 4.5 - final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROPOSTA PARA SISTEMA DE CUSTEIO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA FAUB SOLDAGEM E CORTE Junior Aparecido Assandre Orientador: Prof. Dr. Mario Otavio Batalha Monografia Apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Produção da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, para obtenção do título de Especialista em Gestão de Produção.

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Page 1: monografia junior 4.5 - final

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOSDEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

PROPOSTA PARA SISTEMA DE CUSTEIO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA FAUB SOLDAGEM E CORTE

Junior Aparecido Assandre

Orientador: Prof. Dr. Mario Otavio Batalha

São Carlos 2010

Monografia Apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Produção da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, para obtenção do título de Especialista em Gestão de Produção.

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JUNIOR APARECIDO ASSANDRE

PROPOSTA PARA SISTEMA DE CUSTEIO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA FAUB SOLDAGEM E CORTE

São Carlos

2010

Monografia Apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Produção da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, para obtenção do título de Especialista em Gestão de Produção.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS – UFSCarDepartamento de Engenharia de Produção - DEP

Curso de Especialização em Gestão de Produção

JUNIOR APARECIDO ASSANDRE

PROPOSTA PARA SISTEMA DE CUSTEIO DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE

UM ESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA FAUB SOLDAGEM E CORTE

APROVADO EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________MARIO OTAVIO BATALHA

PROFESSOR ORIENTADOR E PRESIDENTE DA BANCA

______________________________________________________________

PROFESSOR EXAMINADOR

______________________________________________________________

PROFESSOR EXAMINADOR

iii

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Dedico este trabalho ao meu filho Julio fonte de motivação para tudo em minha vida.

iv

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ter me proporcionado esta oportunidade entre muitas outras.

Aos meus pais Julio e Maria de Lourdes pelo exemplo de dignidade que procuro seguir.

A minha amada esposa Ana Paula, amiga e companheira e ao meu filho Julio, pelo amor, compreensão e apoio de todas as horas.

Ao meu orientador Prof. Mario Otavio Batalha pela colaboração e incentivo.

A todos os professores do curso de especialização que contribuíram muito com o seu conhecimento.

Aos colegas de classe pelas horas agradáveis que desfrutamos juntos, e pelo espírito de solidariedade criado durante nossas aulas.

v

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““Por aqui, contudo, não olhamos para trás por muito tempo. Seguimos em frente, abrindo novas portas e fazendo coisas novas... e a curiosidade nos conduz a novos caminhos.”Estratégia é a arte ou ciência de saber identificar e empregar meios disponíveis para atingir determinados fins, apesar de a eles se oporem obstáculos e/ou antagonismos conhecidos."

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Wall DisneySun Tzu

vii

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................14

1.1. Situação Problemática ..............................................................................................................15

1.2. Objetivos ................................................................................................................................151.3. Método ............................................................................................................................................ 151.4. Estrutura do Trabalho ....................................................................................................................17

Capitulo 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Sistemas de Custos ......................................................................................................................... 18

2.1.1. Estrutura de Um Sistema Custeio ....................................................................................... 19

2.1.2 Princípios de Custeio ........................................................................................................... 22

2.2. Métodos de Custeio ................................................................................................................. 22

2.2.1 Método de Custeamento Baseado em Atividades ...................................................... 23

2.2.2 Método por Centros de Custo ...................................................................................... . 24

2.2.3 Método das Unidades de Esforço de Produção (Ueps) .............................................. 26

2.2.4. Método do Custo Padrão .............................................................................................. 29

2.3 Análise dos Métodos de Custeio .................................................................................................... .302.4 Sistema de Acumulação de Custos ................................................................................................. 312.5 Estrutura das Informações .............................................................................................................. 33

Capitulo 3 - ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 373.1. Descrição da Empresa .......................................................................................................... ......... 373.2. Escolha do Método de Custeio .................................................................................................... 393.3. Implantação do Sistema de Custeio ............................................................................................. 40

3.3.1. Consolidação do Plano de Contas e Separação dos Custos em Itens ............................. 40

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3.3.2. Divisão da Empresa em Centros de Custos ....................................................................... 41

3.3.3. Identificação dos Custos com os Centros .......................................................................... 42

3.3.4. Redistribuição dos Custos dos Centros Indiretos aos Diretos ........................................ 44

3.3.5. Distribuição dos Custos dos Centros Diretos aos Produtos ............................................ 46

4 – CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 49

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. ........... 59

LISTA DE SIGLAS

ABC – Activity-Based Costing

CC – Centro de Custo

MO – Mão-de-obra

MOD – Mão-de-obra Direta

MP – Matéria-prima

RKM - Reichskuratorium Fur Wirbscho

UEP - Unidades de Esforço de Produção

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Diferença entre os principais gastos

Figura 2.2 - Método de Custeio Baseado nas Atividades

Figura 2.3 - Método por Centro de Custo

Figura 2.4 - Esquema de cálculo do custo unitário método UEP

Figura 2.5 - Esquema simplificado do método UEP- Variável

Figura 2.6 – Estrutura do Produto

Figura 3.1 - Calculo da capacidade de Produção

Figura 3.2 - Processo de alocação de custos

Figura 3.3 -– CMomposição de Custo do Produtoodelo de Ordem de Produção - FAUB

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Diferença entre os principais gastos

Tabela 2.2 - Método de Custeio Baseado nas Atividades

Tabela 2.3 - Fases do Processo do Produto

Tabela 3.1 - Despesas no ano 2009.

Tabela 3.2 – Dados Físicos dos Centros de Custo para Distribuição

Tabela 3.3 - Encargos sobre salários

Tabela 3.4 - Distribuição Primaria dos Gastos

Tabela 3.5 - Distribuição Segundaria dos Gastos

Tabela 3.6 – Custo por Hora nos Centros de Custos Diretos

11

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Modelo de Ordem de Produção

Anexo 2 – Ficha para Apontamento de Produção

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RESUMO

O presente trabalho apresenta a pesquisa-ação desenvolvida em uma empresa

metalúrgica de pequeno porte, situada na cidade de São Carlos estado de São Paulo. A

empresa atua no desenvolvimento e produção de fontes de energia para sistemas

profissionais de sondagem MIG/MAG e corte a Plasma, fabricando seus produtos em sua

maioria sob encomenda.

O estudo contempla a análise dos principais sistemas de custeio. Onde a revisão da

literatura, juntamente com os dados de custo da empresa permitiram identificar o sistema de

custeio mais adequado para a implantação, aproveitando a estrutura já existente na

organização.

13

Batalha, 28/09/10,
Colocar o resumo
Page 14: monografia junior 4.5 - final

Os dados utilizados para analise foram levantados através do sistema de controle

financeiro e produção da empresa, além de informações contábeis disponibilizadas pela

administração.

A analise das informações ecaracterísticas da empresa permitiram propor um sistema

de acumulação de custos através de ordens de produção, combinado com o método de

custeio por centro de custos. Obtendo como resultado um aperfeiçoamento na apuração do

custo dos produtos da empresa.

14

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1. INTRODUÇÃO

A evolução constante da economia mundial tem causado um conjunto de

transformações econômicas, tecnológicas e sociais, num ritmo intenso de mudanças, com

consequências inevitáveis às organizações (MIGLIATO, 2004).

Este ambiente de crescente dinamismo e aumento da competitividade empresarial

têm gerando novas formas de organização e interação entre os diversos agentes econômicos

e sociais, ao mesmo tempo em que induz à criação e consolidação de instrumentos e estilos

de gestão adaptados às novas necessidades. (SOBANSKI,1995)

As empresas inseridas neste contexto devem seguir as transformações da sociedade,

acompanhando a direção das mudanças e tendências de mercado ou procurar prever essas

tendências e se antecipar a elas (BERNDT e COIMBRA, 1995).

Diante deste contexto é fundamental priorizar a qualidade dos produtos e serviços,

porém com um custo tal que possibilite a empresa manter-se de forma duradoura no

mercado. Assim, os sistemas de custeio são ferramentas essenciais para o bom desempenho

das empresas poispor auxiliarem no processo de tomada de decisões.

Segundo Pompermayer (1999, p.23), um sistema de custos é “o conjunto dos meios

que a empresa utilizará para coletar e sistematizar os dados de que necessita para produzir

informações gerenciais úteis para toda a organização e seus níveis hierárquicos".

As técnicas para apuração de custos, seja contábil ou gerencial, são aplicáveis em

todos os negócios, principalmente para planejar, administrar e controlar as atividades

econômicas resultantes de cada negócio.

O setor metalúrgico que é considerado básico para várias atividades econômicas

essenciais no país e tem grande importância na economia brasileira (anuário estatístico), não

escapa ao contexto. Desta forma será proposto um aperfeiçoamento na forma como é

determinado o custo unitário de produtos em uma empresa do setor.

15

Page 16: monografia junior 4.5 - final

Sediada na cidade de São Carlos (SP), com aproximadamente dez anos de atuação no

mercado. A FAUB Soldagem e Corte produz cerca de 10 produtos diferentes e suas vendas

são feitas através de representantes, em sua maioria para indústrias metalúrgicas.

Praticamente a empresa funciona como montadora, não efetuando a transformação

de matéria-prima em produto acabado ou peças a serem usadas na produção de seus

equipamentos.

1.1 Situação ProblemáticaJustificativa

A área de custos foi inicialmente desenvolvida para atender as necessidades de

informações adequadas às demonstrações financeiras. (MALAMAN, 1992)

Até pouco tempo atrás o custo individual dos produtos representava pouca relevância

para os gerentes, dado que estes se satisfaziam em conhecer apenas o custo médio global.

Porém este conceito se tornou ultrapassado, devido ao preço de venda ter passado a ser em

função do mercado. A variável dependente entre custo, lucro e preço deixou de ser o preço e

passou a ser o lucro (margem líquida), somente identificável quando o custo do produto é

acurado, transparente. Para isso, o sistema de custeio empregado deve ser capaz de

diferenciar “custos” de “gastos”, “ineficiência” de “ociosidade”, “produtividade” de

“produção”, entre outras. (KRAEMER, 1995)

Atividades de gerenciamento e controle de custos são essenciais para se obter

resultados que possibilitem às empresas concorrer com produtos competitivos. No entanto,

apesar da grande relevância e importância, observasse que muitas das pequenas e micro

empresas não possuem um modelo adequado para gerenciar seus custos, quer seja pela falta

de estrutura, quer seja pela subjetividade com que muitos dos empresários baseiam suas

decisões. (LEE, 2004)

1.2 Objetivos

Este trabalho tem como objetivo apresentar um aperfeiçoamento na forma como é

determinado o custo unitário de produtos em uma empresa de produção de sistemas

profissionais de sondagem MIG/MAG e corte a Plasma.

Como objetivos secundários o trabalho pretende analisar criticamente os

fundamentos dos métodos de custeio por absorção total.

16

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1.3 Método

Uma pesquisa pode ser definida como o processo formal e sistemático de

desenvolvimento de um método científico que tem com objetivo fundamental descobrir

respostas para problemas mediante a utilização de procedimentos científicos, com a

finalidade de possibilitar a obtenção de resultados socialmente relevantes. (GIL,1991).

O método utilizado para este estudo utiliza a pesquisa-ação, como tipo de pesquisa.

Como o próprio nome já diz, a pesquisa-ação é um tipo de pesquisa que procura unir

a pesquisa à ação, desenvolvendo o conhecimento e a compreensão como parte da prática.

É, portanto, uma maneira de se fazer pesquisa em situações em que também se é uma pessoa

da prática e se deseja melhorar a compreensão desta. (ENGEL, 2000)

Não existe certeza sobre quem inventou a pesquisa-ação. Muitas vezes, atribui-se a

criação do processo a Lewin (1946). Parece ter sido ele o primeiro a publicar um trabalho

empregando o termo.(TRIPP, 2005)

A definição de pesquisa-ação é difícil por duas razões: primeiro por ser um processo

tão natural que se apresenta sob muitos aspectos diferentes. A outra razão é por que se

desenvolve de maneira diferente para diferentes aplicações. . (TRIPP, 2005)

Quase imediatamente depois de Lewin ter cunhado o termo, a pesquisa-ação foi

considerada um termo geral para quatro processos diferentes: pesquisa-diagnóstico, pesquisa

participante, pesquisa empírica e pesquisa experimental. (TRIPP, 2005)

Segundo Truzzi, na pesquisa-ação pesquisador e cliente colaboram para o

desenvolvimento de um diagnóstico e solução científica de um determinado problema. Desta

forma exigindo envolvimento do pesquisador com a instituição estudada, muitas vezes

tornando-se um membro dela (o que difere do estudo de caso).

A pesquisa-ação pode assim ser usada quando houver realmente uma ação por parte

de pessoas ou grupos implicados no problema sob observação. Também é preciso que ação

seja não-trivial, o que quer dizer uma ação problemática, uma ação que mereça investigação

para ser elaborada e conduzida.

Neste tipo de pesquisa os pesquisadores desempenham um papel ativo no

equacionamento dos problemas encontrados, como ainda no acompanhamento e na

avaliação das ações resultantes em função dos problemas

17

Batalha, 28/09/10,
Voce tem que dizer que o seu método envolve pesquisa-ação...
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A pesquisa-ação é muito comum na área de engenharia de produção, onde a pesquisa

e consultoria podem caminhar juntas. (TRUZZI, apostila) Sendo este um dos norteadores da

pertinência da escolha deste tipo de pesquisa para esta dissertação.

A pesquisa-ação deve ser uma ação planejada de intervenção com mudanças dentro

da situação investigada. Desta forma a própria opção pelo método de custeio selecionado

neste estudo, foi avaliada tomando por base o possível investimento institucional,

representado pela acessibilidade a dados confiáveis, com acesso autorizado a documentos

para compreender os componentes de custos e sua possível classificação.

Como componente de envolvimento da instituição, a proposta foi apresentada ao

gerente administrativo/financeiro da empresa, para obter autorização na realização do

estudo. Isso se fez necessário, pois o levantamento de custo envolve informações

estratégicas para empresa.

Entrevistas individuais semi-estruturadas foram realizadas com o gerente

administrativo/financeiro da empresa, chefe do departamento de planejamento e controle da

produção e chefe do departamento de custos. Dados documentais também foram obtidos

junto à empresa. Após uma tabulação dos dados foram realizadas a interpretação e análise.

1.4. Estrutura do Trabalho

Este trabalho está estruturado em quatro capítulos, onde o primeiro é a introdução.

No segundo capitulo é feita uma revisão bibliográfica na qual se procura descrever os

principais conceitos de sistemas, métodos e formas de custeio.

O capítulo três faz uma apresentação da empresa estudada e propõe uma sistemática

para a formação dos preços de seus produtos. Por fim, apresenta-se a conclusão deste

trabalho.

18

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19

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PRELIMINAR

Neste capítulo foi desenvolvida uma revisão bibliográfica a respeito dos sistemas de

custos. O capítulo está dividido em duas partes: na primeira, foi escrito sobre os sistemas de

custeios e terminologias utilizadas; na segunda, discorreu-se a respeito dos métodos de

custeio e suas características.

2.1. Sistemas de Custos

Desde os princípios da civilização é possível identificar as relações entre os gastos

com a produção de bens e serviços com o lucro pretendido por quem os produz. Na forma

antiga de comercialização as vantagens pretendidas geralmente não eram influenciadas por

fatores monetários, os interesses focavam as vantagens obtidas através de benefícios

ocorridos por meio de trocas. Mas após o desatinado meio de evolução ocorrido com a

Revolução Industrial a produção de bens tornou-se dinâmica acirrando a competitividade,

transformando o controle dos gastos com a produção e a lucratividade em fatores de

relevância para as organizações. Nesse período foi identificada a necessidade de um

aprimoramento na forma de se fazer os levantamentos de custos dentro das organizações.

(FERREIRA & OLIVEIRA, 2001)

Com a Revolução Industrial o fluxo de formação de valor dentro da empresa tornou-

se mais complexo, exigindo sistemas mais sofisticados. A Ciência Contábil desenvolveu um

sistema para atender a essa necessidade. Porem paralelamente ao crescimento da indústria

houve uma ampliação dos sistemas de regulação dos governos, exigindo a captação,

registro, sistematização e divulgação dos dados. Obrigando o sistema contábil a se

enquadrar as exigências legais, e a forma de organização dos dados tornou as informações

geradas ineficientes para os administradores.

A necessidade do desenvolvimento de informações livres da rigidez dos

procedimentos utilizados pela contabilidade fez com que as empresas criassem um sistema

de informações paralelo: sistema de informação gerencial, que gera o custo gerencial

(MOTTA,2000)

Os dados obtidos por um sistema de controle e analise de custo eficiente e confiável

são indispensáveis à tomada de decisão, sendo seus principais utilizadores: Planejamento e

Controle da Produção, Marketing, Compras, Finanças e outros setores. (MOTTA,2000)

Segundo MARTINS (1996), as funções básicas dos sistemas de custeio são avaliar

os estoques; determinar a estrutura de custos dos produtos e compara-la com a concorrência;

20

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determinar o custo dos produtos como um dos critérios da fixação de preços; analisar a

rentabilidade das diversas atividades e produtos da empresa; realizar simulações variando as

condições de terceirização, compras, investimentos, etc. Desta forma proporcionando

maiores condições para tomada de decisão das empresas.

2.1.1. Estrutura de um Sistema Custeio

Um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes e

interagentes que formam um todo organizado e cujo resultado é maior do que o resultado

que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. (CHIAVENATO, 2007).

Os sistemas de custeio não são diferentes desta definição. Segundo (KLIEMANN

NETO & MÜLLER, 2002), os sistemas de custeio compreendem a associação de um

princípio com um método de custeio.

Os objetivos a serem alcançados por este tipo de sistema são: (i) Avaliar estoques e

medir o custo dos bens vendidos para a geração de relatórios financeiros e fiscais, alocando

os custos de produção entre produtos vendidos e em estoque; (ii) Estimar as despesas

operacionais, produtos, serviços e clientes; e (iii) Oferecer feedback econômico sobre a

eficiência do processo a gerentes e operadores. (

As terminologias utilizadas na gestão de custos podem em princípio parecer

similares, porém possuem significados diferentes o que interfere plenamente na apuração

dos custos de produção do resultado de um período e do custo unitário do produto.

Neste sentido pode-se mencionar como exemplo as nomenclaturas: gasto,

investimento, custo, despesa, desembolso e perda.

Investimento são os gastos efetuados em ativos ou despesas e custos que serão

imobilizados ou diferidos. São ativados em função de sua vida útil ou de benefícios futuros,

ou seja, são gastos realizados para aquisição de um ativo. (PADOVEZE, 2006)

Custo é o valor aceito pelo comprador para adquirir um bem ou a soma de todos os

valores agregados ao bem desde sua aquisição, até ele atingir o estágio de comercialização.

Ocorrendo efetivamente na mudança de matéria-prima em produto acabado, onde todos os

gastos incorridos no processo fabril representam custos de produção. Dutra (2003, p.33),

Despesa, segundo Perez Jr., Oliveira e Costa (1999, p. 22), são “gastos relativos aos bens e

serviços consumidos no processo de geração de receitas e manutenção dos negócios da

empresa”.

21

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São os gastos com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas da

empresa e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas, sendo realizado após o

produto estar pronto. São gastos ligados às áreas administrativas e comerciais da

organização.

As perdas são gastos não intencionais ocorridos devido a fatores externos ou bens e

produtos consumidos de forma anormal ao processo de produção da empresa.

Desembolsos são saídas de dinheiro do caixa ou de contas bancárias da empresa em

virtude do pagamento de compras efetuadas no momento ou de uma obrigação assumida

anteriormente.

Um conceito muito importante quando se adota alguns tipos de métodos de custeio é

de departamento. Segundo (TAMANINI, 2003) departamento para contabilidade de custos é

a unidade mínima administrativa, podendo ser representada por homens e máquinas, os

quais desenvolvem atividades homogêneas. Este tipo de conceito é aplicável a qualquer tipo

de empresa, sejam industrias, comercial ou serviços.

Outras definições importantes para interpretação e análise de um sistema de custeio é

a classificação dos custos conforme as variações nos volumes de produção e vendas,

subdividindo-se em custos e despesas fixas e variáveis.

Segundo Padoveze, custos (e despesas) fixos são aqueles que tendem a se manter

constantes com as alterações do volume das atividades operacionais, mesmo que qualquer

custo esteja sujeito a mudanças ao longo do tempo. Desta forma, são os custos e despesas

necessários para manter um nível mínimo de atividade operacional dentro de um intervalo

relevante de produção e venda.

Os custos (e despesas) variáveis são aqueles que mantêm uma relação de

proporcionalidade com a produção e venda. Sendo variáveis por acompanhar a proporção da

atividade com que ele é relacionado.

Outra classificação de grande importância é feita com relação ao produto produzido e

não à produção no sentido geral, separando os custos diretos dos custos indiretos. Custos

diretos são aqueles relacionados diretamente aos produtos, através de uma verificação direta

e objetiva, sendo possível identificar o quanto cada produto consumiu. Enquanto que os

custos indiretos não oferecem condição de uma medida objetiva e tendo sua alocação

estimada e muitas vezes arbitrária. (MARTINS, 2000)

A figura 2.1 demonstra a diferença existente entre os principais gastos (custos e

despesas) que compõem o custo dos produtos em uma indústria.

22

Page 23: monografia junior 4.5 - final

Figura 2.1 - Diferença entre os principais gastos

2.1.2 Princípios de Custeio

Os princípios de custeio estão divididos em custeio por absorção total (integral),

ideal (parcial) e custeio variável (direto).

Sendo no custeio por absorção integral, conhecido também como custeio por

absorção total, todos os gastos da produção de um determinado período são alocados aos

23

Page 24: monografia junior 4.5 - final

bens e serviços produzidos, compreendendo os custos fixos, variáveis, semi-fixos e

despesas. Onde estes são passíveis de alocação de forma direta ou indireta (rateios)

(OLIVEIRA, 2001).

Pelo princípio de absorção ideal, os custos fixos e variáveis são alocados aos

produtos, exceto aqueles relacionados às perdas. Nesse princípio pressupõe-se que o custo

do produto é independente do volume de produção, não tendo, portanto, responsabilidade

sobre as perdas ocorridas no período da avaliação. Os gastos incorridos que não são

contemplados neste princípio são mensurados em forma de perdas, sejam elas decorrentes

de ociosidade, ineficiência, retrabalho ou unidade refugada (BORNIA, 1995).

Já no princípio de custeio variável pressupõe que os produtos ou serviços sejam

responsáveis apenas pelos custos e pelas despesas variáveis que geram. Por consequência, os

demais custos e as despesas fixas, segundo os princípios desse sistema, não são de

responsabilidade de um ou de outro produto, mas do conjunto deles (BERTÓ; BEULKE,

2006).

Segundo Bornia (2002) o custeio variável é usado para o apoio a decisões de curto

prazo, onde os custos variáveis tornam-se extremamente relevantes, o custeio integral é

indicado para se atender as exigências do fisco quanto à avaliação de estoques e o custeio

por absorção adaptam-se ao auxílio do controle de custos e apoio a decisões de longo prazo.

2.2 Métodos de Custeio

Enquanto os princípios de custeio tratam das filosofias pelas quais as parcelas dos

custos serão distribuídas aos produtos, buscando a identificação, e diferenciação dos custos

por sua variabilidade, surge a necessidade de operacionalizar o sistema de custos através de

métodos. A finalidade dos métodos de custeio é a operacionalização, buscando a melhor

forma de distribuição e coleta das informações destes custos, por meio de analises feitas

sobre a facilidade de sua alocação (FADANELLI, 2007).

2.2.1 Método de Custeamento Baseado em Atividades

Conhecido como ABC, o Custeio Baseado em Atividades (Activity-Based Costing),

procura reduzir as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos.

Permitindo uma melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas

dentro da empresa e suas relações com os produtos. (GOULART, 2000)

24

Page 25: monografia junior 4.5 - final

Para Nakagawa (1991), o Custeio Baseado em Atividades (Activity-Based Costing),

não é um sistema de acumulação de custos para fins contábeis, mas um novo método de

custo, que busca “rastrear” os gastos de uma empresa para analisar e monitorar o consumo

dos recursos “diretamente identificáveis” com suas atividades mais relevantes, e destas para

os produtos e serviços. Tratando-se de uma metodologia desenvolvida para facilitar a análise

estratégica de custos relacionada com as atividades que mais impactam o consumo de

recursos de uma empresa.

Figura 2.2: Método de Custeio Baseado nas Atividades

Segundo Nakagawa (1991), existem duas versões para o método conceitual do ABC.

A primeira foi desenvolvida no final dos anos 80, como ferramenta para melhorar a

acuracidade do custeio de produtos e serviços permitindo a determinação do melhor mix e

preços de produtos. Esta primeira versão do método ABC permitiu que o mesmo fosse cada

vez mais ampliado, passando a incluir a análise de rentabilidade de clientes, mercados e

canais de distribuição, de gestão de atividades, além da identificação de oportunidades de

melhorias em nível de projetos e operações (eliminações de desperdícios).

Porém este método apresentava limitações como: ausência de informações diretas

sobre as atividades nos centros de custos e falhas na identificação das atividades mais

25

Page 26: monografia junior 4.5 - final

importantes. Desta forma desenvolveu-se uma segunda versão suprindo estas necessidades

de informação.

Como no sistema tradicional de custeio, o sistema ABC processa a alocação em duas

etapas: na primeira a forma como os recursos consumidos são alocados nos centros de

atividades e, na segunda, dirige a alocação/distribuição dos centros de atividades aos objetos

de custos. Baseando-se portanto no princípio de que são as atividades desenvolvidas nas

empresas que causam os custos, ao consumir os recursos, e que são os objetos de custos que

consomem as atividades. (GOULART-2000)

2.2.2 Método por Centros de Custo

O método por centro de custo é o mais conhecido, pois representa a base da

distribuição dos custos aos produtos, sendo referido como sistema tradicional de custeio. Os

livros didáticos objetivo principal é ensinar o cálculo de custos, iniciam com este método,

pois sua compreensão é a base para compreender os demais métodos. Sua representação

gráfica pode ser vista na figura 3. Este método divide a empresa (ou fabrica) em centros de

custo, geralmente definidos em função do organograma. (PINOTTI, 2003)

Os custos indiretos são apropriados aos centros mediante taxas de rateio, em seguida,

os totais dos centros são apropriados aos produtos. O processo apresentado na figura 3 é

simplificado para dois estágios, porém sistemas mais complexos apresentam três estágios: os

centros são divididos em centros-fim, que trabalham diretamente com os produtos, e centros

de apoio, que trabalham para os outros centros. (PINOTTI, 2003))

No método de custeio por centro de custo os custos indiretos são apropriados aos

centros mediante taxas de rateio (primeiro estágio). Depois os totais dos centros de apoio

são apropriados aos centros-fim (segundo estágio). E os totais dos centros-fim são

apropriados aos produtos (terceiro estágio). (PINOTTI, 2003)

Este modelo gerou o conhecido método de custeio pleno. O qual nasceu no início do

século XX na Alemanha com o surgimento de um Instituto chamado Reichskuratorium Fur

Wirbscho (RKW) - Conselho Administrativo do Império para a Eficiência Econômica,

semelhante ao antigo Conselho Interministerial de Preço (CIP), órgão que controlou os

preços das empresas na década de 60 e 70 no Brasil. (MARTINS, 2003)

Internacionalmente o método de Custeio Pleno mais conhecido e amplamente

estudado é o RKW. Também chamado de Custeio Integral - pode ser considerado uma

extensão do Custeio por Absorção, na medida em que apropria ao valor do produto não só

26

Page 27: monografia junior 4.5 - final

os gastos industriais, mas também todas as despesas. A apropriação dos custos indiretos e

despesas, também ocorrem com a utilização de rateio.

Figura 2.3: Método por Centro de Custo

Segundo Kliemann (2002) em uma empresa podem ser encontrados os seguintes

agrupamentos de centros de custos, conforme as funções que desempenham:

CENTROS COMUNS: não estão diretamente relacionados à produção de um bem

ou serviço; sendo sua função de fornecer serviços para todos os outros centros de custos e

sua finalidade é a coordenação das atividades. Exemplos: Diretoria, Contabilidade, etc.

CENTROS AUXILIARES: fornecem suporte ao processo operativo e sua função

básica é a execução de serviços que beneficiam as operações em geral. Sendo que nestes

centros os custos são acumulados por responsabilidade departamental para controle e

redistribuídos aos departamentos produtivos para fins de custeio dos serviços. Exemplo:

Engenharia e manutenção.

CENTROS OPERACIONAIS: agem de forma direta, para a produção de um produto

ou serviço. Os custos atribuídos a cada centro de custo operacional representarão o total dos

27

Page 28: monografia junior 4.5 - final

custos incorridos pelo setor, para a produção da totalidade dos itens que por ele passaram,

em um determinado período de tempo. Onde boa parte dos custos dos centros operacionais

são indiretos, oriundos dos centros auxiliares e, portanto, uma redistribuição precisa desses

custos indiretos é indispensável para a obtenção dos custos reais dos produtos e/ou serviços.

Vartanian (2000) menciona que a principal vantagem do método de custeio por

centros de custos é o fato de serem utilizados todos os gastos ocorridos, sem exceções. Desta

forma se obtém uma informação de custos completa e conservadora.

2.2.3 Método das Unidades de Esforço de Produção (UEPS)

Quando a empresa possui vários procedimentos sendo executados ao longo da linha

de produção, sendo seu processo fabril complexo e sua produção diversificada, maiores são

os problemas relativos à gestão das atividades. Principalmente no que se refere à alocação

de custos indiretos aos itens produzidos. (Allora e Allora ,1995).

Segundo Borgert e Silva (2005), a literatura considera que a determinação dos custos

de uma empresa que produz apenas um produto ou serviço é relativamente simples, surgindo

as dificuldades em função da diversificação da produção/prestação de serviços, além da

relevância cada vez mais acentuada dos custos indiretos na determinação dos custos totais.

Para estas situações existe a necessidade de empregar metodologias de custeamento

mais aprimoradas, como é o caso do método das Unidades de Esforço de Produção (UEP).

No método da UEP há uma simplificação da forma de cálculo da produção do

período, utilizando uma unidade de medida comum a todos os produtos (e processos) da

empresa.

O método da unidade de esforço de produção é baseado na unificação da produção

utilizando a definição de uma unidade de medida comum a todos os artigos da empresa: a

UEP. Sendo possível medir qualquer produção, por mais diversificada que seja, chegando ao

preço dos produtos sem a utilização de rateios das despesas totais sobre os diversos

produtos, mas pelo conhecimento das despesas totais necessárias para a fabricação.

(BORNIA, 1995)

Para Martins (2003, p. 312), “o método das Unidades de Esforço de Produção (UEP)

consiste no levantamento e utilização de uma unidade de medida dos esforços e recursos

aplicados na produção de vários produtos". Medida esta que deve ser homogênea, de forma

que possa servir como denominador comum a todos os produtos.

28

Page 29: monografia junior 4.5 - final

O que é comum para toda a produção são os esforços de produção despendidos para

a produção dos diversos produtos, esforços das máquinas e equipamentos, da mão-de-obra

direta e indireta, dos materiais indiretos, do capital, das utilidades em geral. Esses esforços

são homogêneos, isto é, possuem a mesma natureza, diferindo de um produto a outro apenas

na sua intensidade (KLIEMANN, 2007).

A mão-de-obra (direta e indireta), a energia elétrica, o controle da qualidade, o

planejamento da produção, ou seja, tudo que se relaciona com a produção, produz estes

esforços. Os custos para transformação são calculados por meio do conceito de custos

técnicos, direcionados primariamente para os postos operativos. E num segundo momento,

são direcionados para os produtos através da UEP consumida por cada produto. (BATISTA,

2009). Conforme demonstrado na figura 2.4.

Figura 2.4 - Esquema de cálculo do custo unitário método UEP

Fonte: Batista, 2009

Segun Batista (2009) a grande diferença entre o método UEP e o custeio variável é o

cálculo do custo de transformação dos produtos. Muitas vezes a unificação da produção tem

outras finalidades, além dos custos dos produtos e cálculo de margens unitárias da fábrica.

29

Page 30: monografia junior 4.5 - final

A diferença básica entre os métodos é que o custeio variável trabalha com a margem

de contribuição (MC), porém o método UEP aloca por meio dos foto-índices, que contêm os

custos técnicos (uma serie de custos criados pelos esforços de produção unitários), que para

a metodologia de custeio variável são tratados como custos de período. (BATISTA, 2009)

Figura 2.5 - Esquema simplificado do método UEP- Variável

Fonte: Batista, 2009

Apesar do método UEP, apresentar a grande vantagem de transformar uma empresa

multiprodutora em monoprodutora, permitir uma simplificação do processo de gestão da

informação, este apresenta fatores restritivos para a sua utilização, (BORNIA, 2002):

Os custos para aquisição de materiais diretos não são mensurados pelo

método;

O método não permite a análise das despesas da estrutura;

Não identifica possíveis melhorias;

Utiliza somente gastos para transformação.

2.2.4 Método do Custo Padrão

A necessidade de parâmetros para análise dos resultados de um determinado período

provavelmente deu origem ao custo-padrão. Existem empresas que usam dados históricos,

às vezes defasados, para estabelecer o padrão, enquanto outras comparam os resultados reais

atuais com períodos anteriores.

30

Page 31: monografia junior 4.5 - final

Segundo Kaplan e Cooper (1998, p.39), a origem do custo-padrão remonta aos

primeiros estágios da revolução industrial, quando as organizações eram gigantescas e

necessitavam de um mecanismo que fornecesse informações detalhadas para controle

financeiro. Os autores mencionam que “era usado há centenas de anos para controlar o

desempenho dos funcionários”, mas também utilizado pelas indústrias de transformação de

fios, para medir a eficiência do processo de produção de tecido.

Na década de 70 passou por algumas alterações, tornando-se da forma que é

utilizado atualmente.

Matz et al. (1987, p.532) define o custo padrão como um método científico, onde é

planejado o custo trabalhando com uma única peça, em condições ideais:

É o custo planejado de um produto, segundo condições de operação correntes e/ou previstas. Baseia-se nas condições normais ou ideais de eficiência e volume, especialmente com respeito ao custo direto de produção. Geralmente os Materiais e a Mão de Obra Direta baseiam-se nas condições correntes, equilibradas pelo nível de eficiência desejado, com reservas para as alterações de preços ou de taxas.

O método do custo padrão baseia-se na predeterminação de quanto deveria custar

para fabricar um produto e a comparação subseqüente dos custos reais com o padrão

estabelecido, possibilitando visualizar de forma rápida os desvios destes padrões, permitindo

que a empresa tome as medidas necessárias para eliminar as ineficiências. Este método

auxilia a fixação dos padrões desejados dos custos, orientando a empresa na solução das

diferenças entre o padrão preestabelecido e o custo real. Isso porque ele utiliza um consumo

padrão de matéria-prima, o qual será comparado posteriormente com os valores da produção

realizada. Este valor obtido é o que deveria ser encontrado pela indústria nas condições ditas

“ideais”. (FERREIRA, 2000)

Para Bornia (2002) este método é eficiente no tratamento dos custos e perdas

relacionados com matérias-primas e materiais diretos. Mas não adequado para avaliação dos

custos e das perdas associados aos custos indiretos de fabricação.

Além de proporcionar suporte pra o controle de custos da organização, o método do

custo-padrão também funciona como uma ferramenta para analisar a produtividade. Sobre

este aspecto Selig (1993, p.46) escreve:

Este custo padrão, que pode ser comparado a um modelo ideal de produtividade e eficiência, é comparado no final de cada período ao desempenho ocorrido na situação real, com objetivo de analisar o rendimento do período.

31

Page 32: monografia junior 4.5 - final

Segundo Selig (1993, p. 46) existem algumas limitações com relação ao uso do

método do custo-padrão, afirmando que “mesmo nos Estados Unidos, onde possui grande

aceitação, vem mostrando resultados insatisfatórios devido à sua complexidade”. Nos países

onde existe inflação acentuada e grande instabilidade econômica o mesmo, certamente,

torna-se ainda mais complexo.

2.3 Análise dos Métodos de Custeio

Segundo Külzer, Lima, Adamczuk, Trentin e Pessa (2008) o método do custo-padrão

é útil para a análise dos custos e perdas relacionados com matérias-primas e materiais

diretos. O método dos centros de custos é impróprio para o estudo das perdas. Já o método

das UEPs possibilita a mensuração e análise de perdas relacionadas com custos de

transformação, porém não trata as despesas administrativas, financeiras e comerciais.

O metodo ABC (Activity-Based Costing), é útil tanto para o cálculo das perdas

relativas aos custos de transformação quanto as de despesas de estrutura utilizadas na

organização.

A comparação de algumas características dos métodos de custeio mencionados é

apresentada por Bornia (1995) na Tabela 2.1.

Caracteristicas

Métodos

Custo-

Padrão

Centro de

Custos

ABC UEPs

Análise dos Custos de

matéria prima

Boa Não Faz Não Faz Não Faz

Análise dos custos indiretos

de fabricação

Ruim Boa Boa Boa

Potencial para medição de Ruim Ruim Bom Bom

32

Page 33: monografia junior 4.5 - final

perdas

Análise das perdas de

estrutura

Ruim Regular Bom Ruim

Tabela 2.1: Comparação dos métodos de custeio

Quanto mais híbrido o sistema de gestão de custos maior a possibilidade para da

empresa obter informações confiáveis para a sua gestão empresarial.

2.4 Sistema de Acumulação de Custos

Existem duas formas de acumulação de custos, sendo estas a de Custos para

Produção por Ordens de Serviço e a de Custos por Processo. Na realidade estas duas formas

apresentam poucas diferenças e os fatores que determinam o tipo de custeio, são a forma da

empresa trabalharde a empresa trabalhar e a conveniência contábil-administrativa.

(MARTINS, 2003)

Em geral o sistema de acumulação de custos mostra-se vinculado ao sistema de

produção da empresa. Se a empresa produz para estoque, produtos padronizados fabricados

em serie o sistema para acumulação de custo será caracterizado como processo. Porem

Porém, se a empresa decide fabricar um produto específico para estoque sem um contrato

com um cliente em resposta a um pedido sob encomenda, o sistema de acumulação de

custos é definido como por Ordem de Produção ou encomenda. (MEGLIORINI,2003)

Para Dopuch et al. (1974, p. 519), o sistema de custos por Ordem de Produção é

associado a fabricação de produtos específicos ou em lotes. Empresas que produzem

móveis, máquinas pesadas, gráficas, oficinas de máquinas e estaleiros são exemplos de

utilização do sistema de custos por Ordem de Produção. Nestas empresas, os tipos

específicos de custos, incluindo o montante de custos indiretos envolvidos, variam em

função do tipo de trabalho a ser executado nas encomendas.

De acordo com Dickey (1960 apud DOPUCH et al., 1974, p. 519),

A característica fundamental das empresas que fabricam sob encomenda é que duas ordens

não são necessariamente iguais, nem todas as ordens sempre passam pelo mesmo processo

de manufatura e, como conseqüência, as informações de custos devem ser acumuladas

individualmente.

33

Page 34: monografia junior 4.5 - final

Na produção por Ordem os custos são acumulados numa conta especifica para cada

ordem ou encomenda. Essa conta só para de receber custos quando for encerrada. Caso

termine um período contábil e o produto estiver ainda em fabricação, não há encerramento,

permanecendo na forma de bens em elaboração no ativo. Quando encerrada será transferida

para estoque de produtos acabados ou vendidos. (MATINS, NONA EDIÇÃO)

Esta forma de acumulação apresenta as seguintes vantagens, segundo (TAMANINI,

2003):

Possibilita ao gestor visualizar a margem de lucro de cada produto;

Os registros podem ser utilizados como base para futuros orçamentos para

pedidos semelhantes ou com poucas diferenças;

O levantamento de custos não necessita de inventários físicos;

Podem ser obtidas estimativas conforme as fases de produção sejam

realizadas, informações importantes para encomendas de grandes valores

com antecipação;

Ainda, segundo (TAMANINI, 2003 apud LEONE, 1998), essa forma de acumulação

de custos apresenta algumas desvantagens:

Maior necessidade de burocracia o que torna dispendioso;

Os custos totais da Ordem de Produção só serão conhecido pelos

administradores após o termino da fabricação;

Quando a empresa possui uma produção continua, onde produz produtos iguais,

como exemplo açúcar, álcool, produtos alimentícios os custos são acumulados em contas

representativas das diversas linhas de produção. Estas contas são encerradas no final de cada

período (semana, mês, etc) Na há encerramento das contas quando os produtos são

finalizados, mas apenas no fim do período.

Padoveze (DIAS, 2007 apud PADOVEZE, 2005) cita um terceiro sistema de

acumulação, considerado como hibrido, conhecido como acumulação por operação. Este

sistema é utilizado em operações onde são produzidos diversos artigos durante períodos

relativamente longos ou quando existem produtos com diversos modelos, estilos e tipos

diferentes construídos de partes fundamentais, mas com acabamentos diferenciados.

Atualmente os sistemas ERPs (Enterprise Resorce Planning) existentes no mercado

possibilitam as empresas de utilizarem os dois tipos de acumulação de custo. Auxiliando

assim a tomada de decisão. (PADOZEVE, 2006)

34

Page 35: monografia junior 4.5 - final

2.5 Estrutura das Informações

Segundo Padoveze (2005), o processo de custeamento dos produtos tem como base

de informações três elementos: materiais usados no produto, tempo necessário para

execução das etapas do processo de fabricação e equipamentos utilizados no processo de

manufatura. Os dados de preços e valores para abastecimento desses elementos podem estar

disponíveis em diversos sistemas de apoio às operações e devem ser utilizados para

formatação do cálculo do custo unitário dos produtos e serviços e modelo de análise de

custos.

A estrutura de materiais para produtos é a identificação dos materiais que compõem

cada produto fabricado pela empresa. Segundo Martins e Laugeni (2005) esta lista de

materiais também é conhecida como bill of material (BOM). Sendo seu custeamento feito

pela atribuição, a cada item de sua estrutura, dos custos desses materiais, levando em

consideração as quantidades utilizadas.

Figura 2.6 – Estrutura do produto

A figura 2.6 representa como pode ser composta a estrutura de um produto ou

conjunto do mesmo.

A tabela 2.2 demonstra um exemplo de estrutura de produto, a qual se chega ao

custo unitário de materiais por produtos.

35

Page 36: monografia junior 4.5 - final

PRODUTO: CABEÇOTE 2X2 ANALÓGICO

MATERIAIS ORIGE

M

QUANT.

PREÇO

UNITARI

O

TOTAL

ALIMENTADOR DE ARAME CWF310-

4 C/MOTOR 4

N 01 100,00 100,00

CAIXA DE PAPELÃO CABEÇOTE

ABERTO

N 01 93,58 93,58

CHASSIS COMPLETO CABEÇOTE N 01 359,87 359,87

CONECTOR FEMEA WM775 N 01 15,23 15,23

ETIQUETA 2X2 N 01 0,50 0,50

EURO CONECTOR LONGO 2X2 N 01 2,30 2,30

PE DE BORRACHA W1/4" COM

DUAS PORCAS

N 10 0,11 1,10

PORCA M6 ZINCADA N 04 0,35 1,40

PORCA M8 ZINCADA N 01 0,35 0,35

SUPORTE DO CARRETEL COMPLETO N 01 241,00 241,00

PARAFUSO SEXTAVADO ½” N 02 0,70 1,40

FIXADOR DE CABO N 03 0,70 2,10

VÁLVULA SOLENÓIDE MIG/MAG N 01 59,00 59,00

SUBTOTAL (A) 877,83

ALINHADOR ELETRONICO I 01 598,00 598,00

SUBTOTAL (B) 598,00

TOTAL (A + B) 1.475,00

N= Nacional I=Importado

Tabela 2.2: Estrutura do produto

O custo dos materiais a ser utilizado pode ser feito utilizando o custo real ou custo

prévio. Sendo no caso do custo real um valor histórico, ou seja, o valor dos materiais pode

ser obtido por meio do controle de estoques ou sistema de recebimento de materiais . Neste

36

Page 37: monografia junior 4.5 - final

caso existem , sendo possível duas opções básicas, o custo da última entrada e o custo médio

ponderado. (DIAS, 2007)

Quando utilizado o custo prévio, o qual é amplamente aplicado para fins gerenciais,

este pode ser feito pelo custo padrão ou custo de reposição (PADOVEZE, 2006).

O tempo para execução das etapas do processo de fabricação consiste na

identificação de todas as operações necessárias para o processo de produção de cada

produto, onde o ponto de partida é a estrutura de materiais. Nessa fase da estrutura das

informações, são identificados os roteiros de fabricação, com quantificação dos tempos

necessários para todas as fases de cada item ou conjunto, até a produção do produto final.

Esse sistema consiste na inclusão de todos os recursos necessários para cada fase do

processo. (DIAS, 2007) Conforme demonstrado na tabela 2.3:

ETAPA DE PRODUÇÃO TEMPO

PREVISTO

(Horas)

CENTRO DE

CUSTO

MONTAGEM DO CHASSI 1,0 Montagem Mecânica

MONTAGEM DO CHICOTE 02 Montagem Elétrica

CONEXÃO DOS ADAPTADORES 0,5 Montagem Elétrica

IDENTIFICAÇÃO DOS CABOS 0,5 Montagem Elétrica

MONTAGEM DE CONECTORES NO

CHASSI

2,0 Montagem Elétrica

TESTE DO CHICOTE 0,25 Controle de Qualidade

TESTE DO CABEÇOTE 0,50 Controle de Qualidade

LIMPEZA DO EQUIPAMENTO 0,10 Montagem Elétrica

Tabela 2.3: Fases do Processo do Produto

A utilização dos equipamentos no processo de produção da origem à depreciação,

definida como custo decorrente do desgaste ou obsolescência do ativo imobilizado.

Dependendo do produto e seu processo de fabricação a participação do custo da

depreciação dos equipamentos é significativa e variada, podendo, inclusive, ser tratada como

custo direto. “Nesse caso, deve haver a medição do tempo de uso do equipamento para

apropriar a depreciação de forma correta a cada um dos produtos e suas partes”

(PADOVEZE, 2006).

Segundo PADOVEZE, o valor das depreciações pode ser determinado por meio da

Contabilidade Financeira ou por meio da Contabilidade Gerencial. A Contabilidade

37

Page 38: monografia junior 4.5 - final

financeira utiliza-se geralmente de um cálculo contábil/fiscal, conhecido como depreciação

linear, que consiste em dividir o valor do custo de aquisição registrado contabilmente pela

vida útil estimada do bem, contabilizando uma parte igual por mês até o final da

desvalorização. A Contabilidade Gerencial pode utilizar-se de critérios diferentes para

cálculo das depreciações, estabelecendo como valor do bem, o preço de mercado, por

exemplo. Nesse conceito também é possível considerar a depreciação como custo direto,

estabelecendo o valor do bem e dividindo pela unidade de medida estimada de vida útil

(volumes, horas, litros, toneladas)

38

Page 39: monografia junior 4.5 - final

3. ESTUDO DE CASO

3.1. Descrição da Empresa

A empresa estudada foi fundada em 2004, está situada na cidade de São Carlos,

estado de São Paulo, e atua no desenvolvimento e produção de fontes de energia para

sistemas profissionais de sondagem MIG/MAG e corte a Plasma.

A FAUB Soldagem e Corte comercializa seus produtos para todo o paíis, tendo

como seus principais clientes a indústria metal-mecâanica, prestadores de serviços de solda,

escolas profissionalizantes e oficinas.

Como este segmento de mercado possui marcas consolidadas, as despesas com

demonstração e marketing correspondem a uma parcela considerável dos gastos da empresa.

Além dos gastos com desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos.

A empresa possui hoje aproximadamente dez funcionários divididos nas funções

administrativas e produtivas. A estrutura organizacional da empresa é relativamente simples,

a qual pode ser dividida em Administrativa e Produtiva, possuindo a seguinte divisão:

Administração

Departamento administrativo: responsável pela administração financeira,

pessoal e contábil;

Engenharia: tem a função de desenvolvimento dos produtos, além de servir

como planejamento da produção;

Vendas; e um departamento produtivo que abrange as atividades produtivas,

o controle de qualidade e expedição.

Produção

Montagem Elétrica;

Montagem Mecânica;

Qualidade;

Expedição;

A empresa fabrica seus produtos sob encomenda, gerando suas Ordens de Produção

baseadas nos pedidos de vendas. Mesmo em períodos de sazionalidade a produção para

estoque obedece uma Ordem de Produção baseada em um pedido para estoque.

Os produtos da empresa possuem alguns opcionais que permitem certa customização

pelo cliente.

39

Page 40: monografia junior 4.5 - final

A seguir descrevem-se as principais caracteristicascaracterísticas do processo

operacional da empresa:

A previsão de vendas: em geral é para poucos meses. A administração da

empresa procura atualmente aumentar este “intervalo de previsãohorizonte de

planejamento”, com objetivo de melhorar o planejamento tanto de produção

como econômico/financeiro;

A empresa possui árvore de produtos (lista de componentes

comerciasicomerciais) e fluxo de produção com tempos-padrão de

processamento para todos os produtos;

Praticamente não existe desperdício de matéria-prima, pois os produtos são

100% montados com componentes comerciais, não sendo produzido

nenhuma parte do equipamento produzida na empresa;

O processo produtivo se baseia na montagem, teste e embalagem dos

produtos;

O regime de produção pode ser considerado flexível, podendo haver alteração

na sequência de algumas operações;

Os equipamentos são do tipo universal podendo a carga de trabalho das

máquinas sofrer variações, conforme o nível e previsão de produção;

Os funcionários são especializados para execução de suas funções, porém

executam diversas atividades dentro desta especialização;

O posto de trabalhoA seção de qualidade além de ser responsável pelos testes

nos produtos em produção, também efetua os reparos nos equipamentos

recebidos em garantia;

Os tempos utilizados nos centros de custos diretos são acompanhados através

de um sistema de apontamento da empresa, onde cada funcionário faz

anotações de quanto trabalhou em cada ordem de produção. Os dados são

posteriormente digitados por um funcionário administrativo;

A empresa também possui um controle de requisições de materiais por

departamento o que proporciona a alocação destes custos diretos na Ordem

de Fabricação a qual são utilizados;

A produção da empresa está dividida por funções: montagem mecânica, montagem

elétrica, testes e embalagem. Cada centro de custo possui as máquinas necessárias para

desempenhar a sua função, assim como as ferramentas e outros insumos necessários.

40

Page 41: monografia junior 4.5 - final

Atualmente a FAUB não possui um método especifico de controle de custo. Sendo

os cálculos atuais feitos somando o total da matéria prima,matéria-prima, emão de mão-de-

obra direta com custos indiretos, os quais são estimados. que são apenas estimativas.

3.2. Escolha do Método de Custeio

A empresa guarda poucos produtos em estoque, tentando desta forma evitar o custo

de oportunidade, utilizando assim o sistema de produção por encomenda. Isso é possível

devido a formação de parceria com alguns fornecedores, os quais se tornaram únicos para

alguns componentes.

Segundo LAWRENCE (1966) as industriasindústrias de montagens que fabricam

porções ou lotes de produtos, trabalhando por encomenda se adaptam melhor ao sistema de

acumulação por Ordens de Serviço.

Para essas organizações é importante o conhecimento do custo de cada lote

produzido, projeto ou encomenda atendida, já que a natureza de cada produção executada

algumas vezes se difere das demais (POMPERMAYER, 2000)

Este método de acumulação foi adotado para empresa estudada, uma vez que a

mesma possui todas as características indicadas.

Como grande parte dos gastos da empresa se referir refere aos custos relacionados à

matéria-prima e mão-de-obra direta, conforme demonstrado na tabela 3.1, . Ffoi adotado o

método do centro de custos, pois por se apresentar mais adequado à favorável para alocação

direta, além de ser relativamente simples, aproveitando e aproveitar a estrutura existente na

empresa.

Estes dados foram obtidos através do levantamento das informações do período de

janeiro a dezembro de 2009, armazenadas no sistema computacional financeiro e

contabilidade da empresa.

DESPESAS 2009 (janeiro – dezembro)

MATERIA- PRIMA 62%MÃO MÃO-DE DE-OBRA DIRETA 22%GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO 8%DESPESAS ADMINISTRATIVAS 5%DEPRECIAÇÃO 3%

Tabela 3.1: Despesas no ano 2009.

41

Page 42: monografia junior 4.5 - final

O método dos centros de custos é provavelmente a técnica de alocação de custos aos

produtos mais usada no Brasil e no mundo, representando com sua sistemática perfeitamente

os procedimentos da contabilidade de custos tradicional. (BORNIA, 2002)

O objetivo deste método e possibilitar o custeio por absorção integral, onde os gastos

da produção de um determinado período são alocados aos bens e serviços produzidos,

compreendendo os custos fixos, variáveis, semi-fixos e despesas.

3.3. Implantação do Sistema de Custeio

O método de custeio por centro de custo proporciona facilidade na implantação e a

rapidez na obtenção das informações, além da facilidade de entendimento da metodologia

por parte dos envolvidos. (ARTIGO ENEGEP2002_TR32_1098.PDF)

Para implantação do método adotado para empresa estudada, utilizou como base os

passos sugeridos por Bornia (2002):

1. Separação dos custos em itens;

2. Analise Análise e divisão da empresa em departamentos e centros de custos;

3. Identificação dos custos com os centros de custos (distribuição primária);

4. Redistribuição dos custos dos centros indiretos aos diretos (distribuição

secundária);

5. Distribuição dos custos dos centros diretos aos produtos (distribuição final).

3.3.1. Consolidação do Plano de Contas e Separação dos Custos em Itens

O plano de contas foi formado com uma análise dos gastos mais representativos da

empresa, salários, energia elétrica, aluguel, seguros, despesas administrativas (telefone,

internet, correios, etc) e materiais de consumo.

Para os itens de gastos definiu-se um critério de distribuição aos centros de custos,

porém, para alguns, isso não foi necessário, desta forma minimizando desvios. Os salários e

material de consumo, por exemplo, são alocados diretamente aos centros.

42

Page 43: monografia junior 4.5 - final

3.3.2. Divisão da Empresa em Centros de Custos

A identificação dos serviços, seções e/ou setores que formam os centros de custos,

toma por base, além do organograma da instituição, os serviços de maior interesse, seja pelo

conhecimento de seus custos, relevância de despesas efetuadas e/ou pela produção e

importância na estrutura da organização. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE

CIÊNCIA, 2006)

A partir de informações levantadas na empresa foi possível determinar os centros de

custos que seriam utilizados no sistema de custeio a ser implantado, sendo obedecido o

princípio da homogeneidade dos equipamentos ou agrupamento de máquinas diversas,

destinadas a operações de um mesmo produto ou processo.

Foram identificados os seguintes centros de custos na empresa: administrativo,

engenharia, vendas, montagem mecânica, montagem elétrica/eletrônica, qualidade e

expedição. Os centros de custo administrativo, engenharia, vendas são centros de custos

auxiliares, não possuem relação direta com qualquer produto, neste caso, seus custos e

despesas passaram a ser alocados aos demais centros para posterior apropriação aos

produtos.

Juntamente com a fase de analise e organização dos centros de custos, iniciou-se o

levantamento e identificação dos dados físicos por centros de custos necessários ao modelo

de custeio a ser implantado. Conforme a tabela 3.2:

TIPOS DE CENTROS CENTROS PRODUTIVOS CENTROS INDIRETOS

DADOS FISICOS TOTAL

MONTAGE

M

MECANICA

MECÂNICA

MONTAGE

M

ELÉETRICA

QUALID. EXPED. ADMIN. ENG. VENDA

S

Consumo Kw/h

instalado

12 3 4 1 1 1 1 1

IliuminaçãoIlumin

ação Kw/h

5 2 1 0,5 0,5 0,5 0,3 0,2

Área (m²) 250 40 60 40 40 40 15 15

Número de

FuncionariosFunci

onários

10 1 2 1 1 3 1 1

Número de

Máaquinas

4 1 2 0 0 0 0 0

43

Page 44: monografia junior 4.5 - final

Tabela 3.2 – Dados Físicos dos Centros de Custo para Distribuição

Kw/h instalado médio por centro de custo - somatória de kw/hora de todos os

equipamentos instalados nos centros de custos dividido pelo número de

máquinas;

Kw/h iluminação instalado;

Área ocupada: área construída ocupada conforme layout;

Número de Funcionários: total de funcionários alocados no centro de custo;

Número de máquinas: total de máquinas utilizadas no centro de custo;

3.3.3. Identificação dos Custos com os Centros

Conforme a literatura contábilcontábil, são dois os tipos principais de alocação de

gastos. Onde no primeiro, encontra-se a alocação dos gastos indiretos dentro de um mesmo

centro de custos, tendo com o objetivo conhecer melhor o custo total da atividade

desenvolvida. O outro tipo consiste na alocação dos gastos totais de um determinado centro

de custos para outro centro de custos . Falk (MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE

CIÊNCIA, 2006 apud Falk, 2001) ressalta que quatro tipos de custos precisam ser

identificados:

1) pessoal: direto à produção do centro de custos;

2) material direto: utilizado diretamente ao produto ou sua produção;

3) overhead: todos os outros gastos de produção utilizados para manter o local em

funcionamento;

4) custo de capital: depreciação.

Quanto maior o número de gastos identificados como sendo diretos, melhor a

identificação do custo verídico dos centros de custos finais.

Para identificação dos gastos de cada centro de custo, foram utilizados os sistemas de

controle de produção, financeiro, além de alguns dados levantados pela empresa responsável

pela contabilidade.

O cálculo referente as despesas com funcionários utilizou os seguintes percentuais de

encargos, demonstrados na tabela 3.3:

44

Page 45: monografia junior 4.5 - final

ENCARGOS PERCENTUAIS (%)INSS EMPRESA (SEGURO ACIDENTE, INCRA, SENAI, SALÁRIO EDUCAÇÃO, ETC.)

27,8

FGTS   8FÉRIAS + ENCARGOS 14,1113º SALÁRIO + ENCARGOS 11,3ESTIMATIVA EVENTUAIS (SALÁRIO MATERNIDADE, AUSÊNCIAS REMUNERADAS, ETC.)

8,8

TOTAL DE ENCARGOS SOCIAIS MENSAIS 70

Tabela 3.3: Encargos sobre salários

O gasto ocasionado pelo desgaste físico e técnico de um equipamento ou defasagem

tecnológica é definido como depreciação (MARTINS, 2003). Seu levantamento é

fundamental para repor o investimento e permitir que a empresa possa realizar substituições,

desta forma mantendo-se tecnologicamente atualizada. As possibilidades mais comuns para

calcular a depreciação são a partir do valor atual de mercado ou valor do bem novo. Sendo

utilizado o valor do bem novo para cálculo da depreciação da FAUB.

Após identificados os gastos, estes foram rateados aos centros de custos de acordo

com os dados físicos levantados anteriormente. Onde aAs despesas Aluguel e Seguro foram

distribuídas pelo seu m² ocupado, ou seja, quanto maior o espaço físico ocupado pelo centro

de custo, maior foi seu custo com aluguel e seguro. Os gastos com energia elétrica foram

distribuídos pelo Kw/h instalado médio e Kw/h instalado de iluminação.

Salários foram distribuídos conforme a alocação de cada funcionário no centro de

custo. Os matériasmateriais de consumo e despesas administrativas foram distribuídos

conforme sua utilização no centro de custo, sendo estes dados levantados através do sistema

de estoque e financeiro da empresa, além do software tarifador telefônico, devido a esta ser

uma despesa administrativa considerável.

A tabela a seguir3.4 foi elaborada com base nos dados do outubro de 2009 os quais

sofreram alterações, conforme solicitado pela empresa.

45

Page 46: monografia junior 4.5 - final

GASTOS(2009 outubro)

VALOR(R$)

CENTROS DE CUSTO

CENTROS DE CUSTOS INDIRETOS CENTROS DE CUSTOS DIRETOS

Adm. Eng. Venda Mon.Mecanica

Mont.Eletrica

Qualid. Expedição

Salários Funcionarios

7.654,04 2.743,45 3.078,70 1.831,89

Energia Elétrica 289,56 25,55 22,14 20,43 85,15 85,15 25,55 25,55Aluguel 1.552,43 248,39 93,15 93,15 248,40 372,60 248,39 248,39Seguro 1.014,05 162,25 60,84 60,84 162,25 243,36 162,25 162,25

Material de Consumo

1.670,90 274,61 132,90 349,87 239,98 457,98 117,67 97,89

Despesas Administrativas

2.903,34 579,34 239,80 1866,11 20,56 50,86 124,98 21,69

Depreciação 1.786,17 0 0 0 595,39 1.190,78 0 0TOTAL DESPESAS/GASTOS INDIRETOS

16.870,49

4.033,59 3.627,53 4.222,29 2.371,73 4.450,18 2.738,491.575,77

SALARIOS + ENCARGOS DIRETOS 1.020,00 2.049,45 2.059,65 1.020,00

TOTAL DO CENTRO DE CUSTO

4.033,59 3.627,53 4.222,29 3.391,73 6.499,63 4.798,14 2.595,77

Tabela 3.4: Distribuição Primaria dos Gastos

3.3.4. Redistribuição dos Custos dos Centros Indiretos aos Diretos

Os centros de custos Administração, Engenharia e Vendas não possuem relação

direta com os produtos e por isso são caracterizados como centros auxiliares ou indiretos. A

principal função desses centros de custos é apoiar aos demais centros, portanto a distribuição

dos custos de um centro indireto deve procurar representar o consumo daquele centro pelos

demais.

Para transferência dos gastos indiretos dos centros de custos administrativos e

intermediários para os centros de custos produtivos foi utilizada a metodologia da alocação

sequêncialseqüencial. Uma vez que esta metodologia ao contrário da alocação direta, aceita

a troca de serviços entre os centros de custos não-produtivos. Porém sem a complexibilidade

da metodologia da alocação recíproca que utiliza função algébrica para resolver um conjunto

de expressões simultâneas que dispensa a utilização de uma sequênciaseqüência de centros

de custos não-produtivos para rateio. (PROGRAMA NACIONAL)

Essa distribuição feita aos centros de custos, para uma posterior alocação aos

produtos, é denominada por Bornia (2002) como distribuição secundária.

46

Page 47: monografia junior 4.5 - final

Por exemplo, os gastos totais do centro de custo engenharia são distribuídos aos

centros diretos conforme o número de vezes o setor foi mencionado na Ordem de Produção.

Isso porque o centro de custo Engenharia trabalha também como planejamento da produção.

Este processo inicia-se com a escolha de um centro que terá seus gastos rateados aos

demais centros de custos auxiliares. Normalmente é escolhido o centro de custo que mais

presta serviços aos outros. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE CIÊNCIA,

2006 apud Falk, 2001)

Para Falk (2001), o processo de alocação seqüencial reúne os custos totais do

primeiro centro e por meio de um critério dividem-se os custos aos centros seguintes. Onde

o total de custos do primeiro centro torna-se zero e os demais centros de custos absorvem

este montante proporcionalmente ao critério estabelecido anteriormente. Repete-se o

processo em cada centro auxiliar até todos estes tenham o montante de seus custos zerados e

apenas os centros produtivos possuam custos.

Os critérios para alocação dos custos dos centros administrativos da FAUB, foram:

Administração foi considerada o primeiro centro de custo. Desta forma não

recebendo serviços dos outros centros de custos, porém fornecendo apoio a

todos os outros. Seu critério de rateio foi o núumero de funcionários de cada

centro de custo;

O departamento de Vendas foi considerado o segundo centro de custo na

alocação sequencial, tendo como critério de rateio o número de pedidos

emitidos no período de apuração;

O numero de citações do centro nas ordens de produção emitidas no período

foi o critério utilizado para rateio dos custos de engenharia, uma vez que

todas as vendas são analisadas pelo departamento, o qual que aléem de

customizações trabalha como planejamento de produção, fornecendo

acessória a todas as fases de fabricação;

A tabela 3.5 demonstra como foi realizada a distribuição entre os centros de custos:

CRITERIOS VALOR UNITARIO

(R$)

CENTROS DE CUSTO

CENTROS DE CUSTOS INDIRETOS CENTROS DE CUSTOS DIRETOS

Adm. Vendas Eng. Mecâanica

Eléetrica Qualid.. Expedição

DESPESAS 4.033,59 4.222,29 3.627,53 2.371,73 4.450,18 2.738,49

1.575,77

Nr. Funcionários 576,28 (4.033,59)

576,284.798,57

576,284.203,81

576,282.948,01

1.152,455.602,63

576,283.314,77

576,282.152,05

47

Page 48: monografia junior 4.5 - final

Pedidos Emitidos

Ordens de Serviços

959,71

516,35

(4.798,57)

959,715.163,52

(5.163,52)

959,713.907,72

1.032,704.940,42

959,716.562,34

3.098,019.660,35

959,714.274,48

516,354.790,83

959,713.111,76

516,353.628,11

TOTAL 4.033,59 4.798,57 5.163,52 4.940,42 9.660,35 4.790,83

3.628,11

Tabela 3.5: Distribuição Secundáaria dos Gastos

Após o levantamento de dados para distribuição secundáaria das despesas, foi

definido o critério para levantamento das horas produtivas disponíveis.

Utilizando as semanas do ano (52 semanas) que foram multiplicadas pelo número de

horas semanais (44 horas), totalizando 2.288 horas no ano; em seguida foi subtraída a

estimativa de 88 horas, referente aos feriados deste período; dividido pelos meses e por

ultimo subtraído 33,3 horas estimadas como tempo improdutivo (lanches, manutenção,

instruções de trabalho, etc)

Alcançada a capacidade de produção mensal de 150 horas por mês para cada

funcionário dos centros de custos diretos, conforme demonstrado na Figura 3.1:

INFORMAÇÕES CALCULO Número de horas disponíveis no ano   52 semanas

x 44 horas semanais =  2.288 horas/ano

Subtraido dez feriados (estimativa média) a 8,8 horas cada.

  -88 = 2.200 horas/ano 

 Dividido por doze meses   2.200 horas/ano   ÷12 meses = 183,3 horas/mês 

Subtraido o número de horas improdutivas, sendo uma estimativa média para manutenção, limpeza, paradas para lanche, etc

183,3 horas/mês    -33,3 estimativa = 150 horas/mês

Figura 3.1: Calculo da capacidade de Produção

Também foi calculado o custo/hora dos centros produtivos, conforme a tabela 3.6

Sendo nesta simulação considerado como horas produtivas 150 horas/mês.

E, este custo/hora passou a ser utilizado como um dos componentes no processo de

formação do preço de venda. Chamado de custo de transformação (número de horas para

produção do produto x custo/hora).

CUSTO HORA POR CENTRO DE CUSTO DIRETOMecânica Elétrica Qualid. Expedição

TOTAL CUSTOS 4.940,42 9.660,35 4.790,83 3.628,11

48

Page 49: monografia junior 4.5 - final

MÊSCUSTO/HORA 32,94 64,40 31,93 23,52

Tabela 3.6: Custo Hora por Centro de Custo Direto.

3.3.5. Distribuição dos Custos dos Centros Diretos aos Produtos

Conforme mencionado anteriormente a acumulação de custo do sistema proposto

para FAUB foi através de Ordens de Produção.

Desta forma para o cálculo do custo unitário de transformação do produto, bastou

multiplicar o custo horário de cada centro de custos pelo tempo de processamento deste

produto em cada centro de custo.

Tempo este fornecido pelo apontamento de produção já implantado na empresa.

Após esta etapa passou a ser adicionada a matéria-prima que foi utilizada na produção do

produto. Este procedimento é determinado por Bornia (2002) como a última fase da

implementação do método, recebendo o nome distribuição final.

A figura 3.2 demonstra o processo de alocação de custos.

Figura 3.2: Processo de alocação de custos

A implantação deste processo possibilitou criar uma matriz baseada

na ordem de produção, com objetivo demonstrar a composição dos custos

de um produto. Conforme apresentado na figura 3.3.

49

Page 50: monografia junior 4.5 - final

COMPOSIÇÃO DE CUSTO DO PRODUTO

ORDEM DE PRODUÇÃO: 20100150

PRODUTO: Alimentador Maquina A2

QUANTIDADE PRODUZIDA: 01

DATA DE INICIO: 28/10/2009

DATA DE TERMINO: 30/10/2009

CLIENTE: Casa do Preparador – São Paulo

MATERIA-PRIMA QTD. VALOR UNITARIO VALOR TOTAL

Suporte de passagem 01 152,23 152,23

Parafuso fixador ½” 02 2,30 4,60

Flange 02 95,52 191,04

Porca sextavada ½” 02 0,70 1,40

Base de fixação 01 104,00 104,00

SUB-TOTAL 453,27

PROCESSO DE PRODUÇÃO QTD. CUSTO HORA (R$)

CUSTO (R$)

Montagem Mecânica 1,00 32,94 32,94

Montagem Elétrica 0,50 64,40 32,20

Qualidade 0,25 31,93 7,98

Qualidade 0,25 31,93 7,98

SUB-TOTAL 1,75 73,12

TOTAL DA ORDEM DE PRODUÇÃO 526,39

QUANTIDADE PRODUZIDA

01

01

VALOR UNITARIO DO PRODUTO (R$) 526,39

Figura 3.3: Composição de Custo do Produto

Deve ser destacado que o termo “ordem de produção” é uma designação genérica, o

que permite aceitar outras denominações como ordem de serviço, ordem de obra, etc. Sendo

a ordem de produção o ponto crucial para este tipo de acumulação. (TAMANINI, 2003).

Para o sistema de custeio proposto para FAUB Soldagem foi utilizado um modelo de

relatório de ordens de produção, demonstrado no Anexo 1, contendo as informações

consideradas indispensáveis por (TAMANINI, 2003):

Número da Ordem de Produção;

50

Page 51: monografia junior 4.5 - final

Dados do produto a ser fabricado;

Emissão, data de término prevista e real;

Resumo dos custos;

Preço de venda;

Campo para registro dos resultados apurados;

Porém não foi reservado reservada no modelo uma seção para registro de matéria-

prima e mão-de-obra utilizada, pois este controle já é feito através do sistema de produção

da empresa.

O qual foi alterado, com a criação de contas para alocação dos custos das Ordens de

Produção.

Com a criação das contas para alocação dos custos das Ordens de Serviço, o sistema

de controle existente na empresa, passou a efetuar estas operações em dois momentos, antes

do encerramento.

O primeiro quando a matéria-prima é retirada do almoxarifado, através de

requisições de materiais. Neste momento suas informações são alocadas na Ordem de

Produção.

A segunda operação de alocação de custo ocorre quando os apontamentos de

produção são digitados, sendo estes feitos no dia posterior ao ocorrido. Porém a

disponibilidade das informações de custos da Ordem de Produção continua ocorrendo em

seu encerramento, conforme previsto para este tipo de alocação.

51

Page 52: monografia junior 4.5 - final

4. CONCLUSÃO

No cenário atual as empresas buscam cada vez mais flexibilidade, elemento essencial

para alcançar ou manter a competitividade. Isso implica em rever a forma como seus

recursos estão sendo aplicados.

Nesse contexto é importante uma correta visão dos gastos da empresa, a fim de

proporcionar uma política de preços adequada às exigências do mercado.

O trabalho teve como objetivo apresentar um aperfeiçoamento na forma de como é

determinado o custo unitário dos produtos de uma empresa de produção de sistemas

profissionais de sondagem MIG/MAG e corte a Plasma. A metodologia de pesquisa adotada

foi do tipo pesquisa-ação procurando desenvolver o conhecimento e a compreensão como

parte da prática.

O estudo de caso demonstrou que a empresa, mesmo possuindo um sistema de

levantamento de custos de produção, este apresentava deficiências na determinação de seus

custos e avaliação na formação de preços.

Constatou-se durante o levantamento bibliográfico e análise do processo de produção

da empresa e suas rotinas administrativas, que devido suas características a forma mais

indicada para acumulação de custo era através de ordens de fabricação, juntamente com o

método dos centros de custos, o qual se apresenta favorável para alocação direta.

A implantação do sistema proposto foi considerada simples, aproveitando grande

parte das informações já disponíveis na empresa, além de utilizar sua estrutura, necessitando

apenas de algumas alterações no sistema de controle já existente, proporcionando á

administração:

Apurar e acompanhar o volume de gastos da atividade da empresa por

setores, com objetivo de executá-la dentro de padrões econômicos viáveis;

Levantar as informações básicas para a determinação do custo real de

determinado pedido;

52

Page 53: monografia junior 4.5 - final

Informações que subsidiam a decisão de fixação do preço de venda dos

produtos da empresa;

A transparência do método de custeio e acumulação de custos, juntamente com a

fácil utilização do sistema proposto, induz a criação de uma cultura de análise na

administração da empresa.

Enfim, foi verificado que o sistema de custeio por centro de custo é uma interessante

ferramenta administrativa para empresas de pequeno porte, possibilitando uma série de

análises a respeito dos gastos incorridos e que o trabalho desenvolvido e apresentado nesta

monografia atingiu plenamente os objetivos previamente definidos.

53

Page 54: monografia junior 4.5 - final

5. BIBLIOGRAFIA

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Page 58: monografia junior 4.5 - final

ANEXOS 1

MODELO DE ORDEM DE PRODUÇÃO – FAUB

58

Page 59: monografia junior 4.5 - final

ANEXOS 2

FICHA PARA APONTAMENTO DE PRODUÇÃO

APONTAMENTO DE PRODUÇÃO – FAUB

FUNCIONARIO: DATA: HORA EXTRA:

INICIO TERMINOPOSTO OPERATIVO OCORRENCIA DE PRODUÇÃOCÓDIGO DESCRIÇÃO CÓDIG

ODESCRIÇÃO

DIGITADO:

OBSERVAÇÃO:

59

Page 60: monografia junior 4.5 - final

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