monografia
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
VERIFICAÇÃO DO MÉTODO ASTM E-246 2001
MÉTODO DE ENSAIO B, PARA ANÁLISE DE FERRO
EM MINÉRIO DE FERRO, SOB CONDIÇÕES DE
LABORATÓRIO DE ENSINO E PESQUISA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA
ESTADO DA ARTE
OBJETIVOS
METODOLOGIA
RESULTADOS
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA
A história do Brasil tem íntima relação com a busca e o
aproveitamento dos seus recursos minerais.
Nesse século XXI, a indústria brasileira, como a dos demais países,
enfrenta o desafio de se manter competitiva face a uma nova
realidade de um mundo globalizado, informatizado e de grande
competitividade.
Um dos fatores importantes para o mercado comercial é a
precisão e a confiabilidade dos estudos.
Variação de 0,1% na média do teor de ferro de um carregamento
de minério pode aumentar ou diminuir o valor agregado.
Todos no mundo atual se preocupam principalmente com a
qualidade dos seus produtos adquiridos e/ou produzidos.
A qualidade de um resultado laboratorial está vinculada à
utilização de procedimentos como validação de métodos,
controles internos de qualidade, participação em programas de
comparação interlaboratorial, uso adequado de materiais de
referência certificados e atendimento aos requisitos de normas
para reconhecimento.
A validação comprova através de testes empíricos e objetivos
que requisitos para uma determinada aplicação ou uso
específico são atendidos.
ESTADO DA ARTEOs primeiros contatos do homem com o metal ferro foram a partir
do ferro meteorítico.
É um metal que apresenta grandes variações de propriedades, em
função de sua composição química e histórico de tratamento
termo-mecânico.
No Brasil, novos projetos estão se tornando realidade, a expansão
de plantas existentes continua, e a internacionalização se acelera.
A mineração é um dos setores básicos da economia do país.
Uma vez que o ferro e o aço estão presentes em uma grande variedade
de produtos, o consumo de minério de ferro ainda é um dos índices
considerados na medida de industrialização de um país.
O Brasil é um dos maiores produtores de minério de ferro do mundo.
Em 2006, o país produziu 317 milhões de toneladas, o que corresponde
a 18,52% da produção mundial.
TABELA 1 - Panorama mineral brasileiro (em milhões de toneladas métricas).
ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Produção
Mundial1.060 1.060 1.080 1.060 1.340 1.540 1.712
Produção
Brasil212 237 214 264 262 278 317
% Brasil 20 22 19,8 22,7 19,5 18 18,5
Colocação
Mundial2º 2º 2º 2º 2º 2º 2º
As reservas brasileiras de minério de ferro destacam-se não apenas
pelo seu volume, mas também pelos teores médios, que são
superiores a 62% de ferro, contra os 51,6 % verificados pela média
mundial.
A maior empresa produtora de minério de ferro no Brasil é a Vale,
responsável por 66% da produção nacional. Esta empresa foi criada
em 1942 pelo governo brasileiro como Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD) e privatizada em 1997, atuando hoje nos cinco continentes.
TABELA 2 – Reservas de minério no Brasil em bilhões de toneladas.
ANO 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Reserva
medida11,2 15,1 17,8 15,6 15,5 15,8
Reserva
indicada9,8 9,7 10,3 11,3 10,9 10,7
O tipo de minério determina todo o seu processamento até ser usado
como matéria-prima do processo siderúrgico. Ainda na mineração, o
minério bruto é fracionado para ser aproveitado de acordo com as suas
características. Cada fração é identificada conforme o seu destino.
FIGURA 1 - Processo de transformação de minérios de ferro em aço.
Os minérios de ferro podem ser classificados de acordo com a sua
composição química. Os teores de ferro são determinados tanto pela
quantidade de ferro presente nos minerais como pela concentração desses
minerais nas rochas.
TABELA 3 - Principais minerais de ferro e suas classes.
Classes MineraisComposição Química
do Mineral PuroTeor de Fe (%) Sistema Cristalino
Óxidos
Magnetita FeIIFeIII2O4 72,4 Isométrico
Hematita α-Fe2O3 69,9 Trigonal
Goethita α-FeIIIO(OH) 62,8 Ortorrômbico
Lepidocrocita γ-FeIIIO(OH) 62,85 Ortorrômbico
Carbonato Siderita FeCO3 48,2 Trigonal
SulfetosPirita FeS2 46,5 Isométrico
Pirrotita Fe1-xS (0≤x≤1,7) 63,6 Monoclínico
Silicatos
Faialita FeII2(SiO4) 54,81 Ortorrômbico
Laihunite FeIIFeIII2(SiO4)2 47,64 Monoclínico
Greenalita FeII2-3Si2O5(OH)4 44,14 Monoclínico
Grunerita FeII7Si8O22(OH)2 39,03 Ortorrômbico
Antofilita FeII7Si8O22(OH)2 39,03 Monoclínico
Mas o que é Metrologia?
É a ciência das medições que envolvem todas as particularidades que um
alto rigor de precisão, no processo produtivo, trás consigo para que haja
altíssima qualidade de produtos, serviços oferecidos sejam esses de
natureza quaisquer.
A qualidade de bens e serviços é primordial no mundo globalizado, mas
com o aumento da globalização se há a necessidade de maiores exigências
para que esses reproduzam ao mercado confiabilidade técnica e qualidade
laboratorial. Desta forma foi necessário o desenvolvimento de normas
internacionais que garantissem a qualidade dos serviços dos laboratórios de
ensaio e calibração.
Os laboratórios de pesquisa de universidades são instituições
peculiares devido a sua tríplice missão de se dedicar à pesquisa,
ensino e extensão dentro das políticas gerais das universidades
brasileiras.
Programas de extensão de prestação de serviços se inserem em um
mercado muito competitivo no qual os laboratórios de ensino e
pesquisa precisam se equiparar a laboratórios que exercem apenas
análises.
O laboratório deve implementar a qualidade o tanto quanto possível,
para assim demonstrar que é competente para realizar os ensaios e
gerar resultados fidedignos.
A validade de métodos analíticos torna-se importante para um controle
de qualidade de vários produtos, como aqueles que consumimos.
É fundamental que os laboratórios disponham de meios e critérios
objetivos para demonstrar, através da validação, que os métodos de
ensaio que executam conduzem a resultados confiáveis e adequados à
qualidade pretendida.
O laboratório, ao empregar métodos de ensaios químicos emitidos por
organismos de normalização, organizações reconhecidas na sua área de
atuação ou publicados em livros e/ou periódicos de grande
credibilidade na comunidade científica, necessita demonstrar que tem
condições de operar de maneira adequada estes métodos normalizados.
Este estudo é chamado de “verificação” ou “confirmação de desempenho”, que
é a evidência documentada que um método previamente validado desempenha
como pretendido, no ambiente em que esta sendo aplicado.
A Tabela 4 mostra os parâmetros de desempenho a serem realizados na
validação e verificação dos métodos:TABELA 4 - Parâmetros de desempenho vs Validação e verificação.
Itens da Validação de
métodos
Validação Confirmação de desempenho
(Verificação)
Seletividade I A
Linearidade I I
Repetitividade I I
Reprodutibilidade I I
Exatidão I I
Robustez I A
Limite de Detecção I I
Limite de Quantificação I I
Legenda: I = Importante A = Aconselhável
ESPECIFICIDADE E SELETIVIDADE
É a capacidade de detecção de substâncias.
Uma maneira de avaliar a especificidade envolve a adição de padrão analítico
(muito empregada em análises por espectrometria de absorção ou de emissão
atômica) ou a comparação com padrão externo.
LINEARIDADE
A linearidade refere-se à capacidade do método de gerar resultados
linearmente proporcionais à concentração do analito, enquadrados em faixa
analítica especificada.
O coeficiente de correlação linear (R2) é freqüentemente usado para indicar a
adequabilidade da curva como modelo matemático. Um valor maior que 0,90
é, usualmente, requerido.
LIMITE DE DETECÇÃO E LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO
Limite de detecção é a menor concentração do analito que pode ser
detectada, mas não necessariamente quantificada, sob condições
experimentais estabelecidas.
O limite de quantificação (LQ) é definido como a menor concentração do
analito, que pode ser quantificada na amostra, com exatidão e precisões
aceitáveis, sob as condições experimentais adotadas. Pode ser estimado por
meio do sinal/ruído, do desvio-padrão e por processos estatísticos.
EXATIDÃO
A exatidão é definida como a concordância entre o valor real do analito na
amostra e o estimado pelo processo analítico. A exatidão de um método
analítico é verificada quando são obtidos resultados muito próximos em
relação ao valor verdadeiro, a exatidão é calculada como porcentagem de
recuperação da quantidade conhecida do analito adicionado à amostra, ou
como a diferença porcentual entre as médias e o valor verdadeiro aceito,
acrescida dos intervalos de confiança.
PRECISÃO
A precisão é a avaliação da proximidade dos resultados obtidos em uma
série de medidas de uma amostragem múltipla de uma mesma amostra,
onde as duas formas mais comuns de expressá-la são por meio de
repetitividade e reprodutividade expressa pelo desvio padrão. A precisão é
geralmente expressa como desvio padrão ou desvio padrão relativo.
REPETITIVIDADE
Refere-se ao grau de concordância entre os resultados de medições
sucessivas de um mesmo mensurando, efetuadas sob as mesmas condições
de medição, chamadas de condições de repetitividade.
REPRODUTIVIDADE
Reprodutibilidade é a precisão interlaboratorial, refere-se ao grau de
concordância entre os resultados de medições de um mesmo mensurando,
efetuadas sob condições variadas de medição.
ASTM
Fundada em 1898 nos Estados Unidos.
Diversas outras entidades normatizadoras foram formadas nos anos
seguintes.
O processo de desenvolvimento das normas da ASTM é aberto e
transparente, permitindo que as pessoas e governos participem diretamente,
como iguais, em uma decisão de consenso global.
Profissionais de todos os cantos do planeta participam do
sistema da ASTM, que reconhece o conhecimento técnico, e não
o país de origem.
As normas da ASTM são usadas em pesquisa e
desenvolvimento, sistemas de qualidade, teste e aceitação de
produtos e transações comerciais ao redor do mundo. Elas são
parte integrante das estratégias competitivas empresariais de
hoje em dia.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Realizar a verificação da ASTM E-246 2001
MÉTODO DE ENSAIO B para análise de ferro em
minério de ferro no Laboratório de Química Analítica
(LQA).
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Verificar se a ASTM E-246 2001 MÉTODO DE ENSAIO B é
aplicável a um laboratório que possui rotina de aulas e
pesquisas.
• Realizar testes estatísticos como precisão, exatidão,
linearidade, para confirmar o resultado obtido em comparação
com uma amostra padrão de minério de ferro.
METODOLOGIA
O método ASTM utilizado fornece duas alternativas
de abertura para minério de ferro, sendo suas
metodologias as seguintes:
• Decomposição ácida - a amostra é dissolvida em ácido clorídrico.
O resíduo insolúvel é removido por filtração, calcinação,
tratamento para a recuperação de ferro, e adicionado a solução mãe.
• Decomposição por fusão do metal – a amostra é fundida com uma
mistura de carbonato de sódio e peróxido de sódio. O fundido é
solubilizado com água. Para amostras contendo mais de 0,1% de
vanádio ou molibdênio, ou ambos, a solução é filtrada e o resíduo
insolúvel é dissolvido em ácido clorídrico. Para outras amostras, o
solubilizado anterior é acidificado com ácido clorídrico.
• Redução do Ferro – A maior parte do ferro é reduzida com
cloreto estanoso, seguido pela adição de um ligeiro excesso de
cloreto de titânio (III). O excesso de titânio (III) é então oxidado
na solução quente com ácido perclórico. A solução é resfriada e
o ferro reduzido é titulado com uma solução padrão de
dicromato de potássio usando difenilamina sulfonato de sódio
como o indicador do ponto final da titulação.
Os dados obtidos foram tratados no Microsoft Office Excel 2007, uma vez
que a metodologia de validação permitia o trabalho utilizando este programa.
Os parâmetros de desempenho foram testados da seguinte forma:
• Seletividade
Para o estudo de seletividade, foram analisadas 6 concentrações diferentes ao
longo da faixa analítica, em triplicata, com a matriz de interesse (adição
padrão) e sem matriz e fez-se a regressão linear das duas curvas. Como
critério de aceitação a razão entre o coeficiente angular das retas obtidas
devem ser entre 98-102%, ou seja, as retas devem ser paralelas.
• Linearidade
Para o estudo de linearidade foram analisadas 7 concentrações diferentes
ao longo da faixa de trabalho, em triplicata, e fez-se a regressão linear da
reta obtida. Como critério de aceitação tem-se que R2 deve ser maior que
0,99 e os resíduos devem ter perfil aleatório.
• LD e LQ
LD e LQ foram determinados a partir do desvio padrão de 7 medidas do
branco de reagentes.
• Precisão
A precisão foi avaliada a partir da repetitividade dos resultados.
A repetitividade foi verificada por 7 réplicas de um conjunto de amostras com
matrizes idênticas fortificadas com a substância a analisar de modo a obter
três faixas de concentrações diferentes. Os resultados foram expressos como
desvio padrão relativo (DPR), calculado segundo a equação:
onde DP é o desvio padrão e CMD, a concentração média determinada. O
resultado final foi comparado com o critério de aceitação AOAC.
A reprodutibilidade não foi realizada devido ao fato de não se possuir
valores interpretados por outros laboratórios em condições necessárias
para se fazer o estudo da mesma.
• Exatidão
Para avaliar a exatidão foram feitas 21 determinações de adição padrão,
contemplando o intervalo linear do método, ou seja, nas concentrações
baixa, média e alta, em 7 vias. Calculou-se a taxa de recuperação e esta
deve estar entre 80-110% para atender o critério de aceitação.
RESULTADOS
O estudo realizado no LQA partiu da premissa de que
o método, sem alterações, é normalizado por um
órgão de renome e responsável, a ASTM. O estudo
consistiu na verificação do método e a partir da
obtenção de resultados que atendessem aos critérios
de aceitação utilizados, pode-se demonstrar que o
laboratório é competente para tal ensaio.
A metodologia da ASTM não se apresenta de forma clara.
Para a metodologia de abertura por decomposição ácida temos
que o primeiro processo de filtração, descrito na norma, não
funciona na prática. Desta forma, ocorreu à necessidade da
adaptação do mesmo. Deixou-se de realizar a filtração com papel
pregueado para uma a vácuo, pois o resíduo gelatinoso que se
forma no papel de filtro dificulta o processo de filtração.
O processo de calcinação não foi realizado em um cadinho de
platina devido ao fato de se possuir uma quantidade pequena dos
mesmos para se realizar um número muito grande de aberturas o
que levaria um desgaste excessivo dos cadinhos. A calcinação foi
realizada em cadinhos de porcelana e os resíduos das calcinações
foram transferidos para os cadinhos de platina para a continuação
do procedimento descrito na norma.
A etapa de dissolver o fundido e remover o cadinho, não condiz com
um procedimento adequado a ser feito devido ao fato do líquido
dentro do cadinho estar mais quente que o béquer no qual o mesmo
estava dentro. O resultado de tal operação poderá ser a quebra do
béquer. Um modo de fazer com que o béquer e o líquido estejam em
temperaturas próximas é o aquecimento direto no bico de Bünsen,
mas uma corrente de ar moderada dentro da capela poderia levar a
quebra do béquer.
No que diz respeito às etapas de redução e titulação o problema é a
rapidez com que as etapas precisam ser realizadas.
SELETIVIDADE
ALBANO e RODRIGUEZ16, sugerem que, calcule-se a razão entre os
dois coeficientes usando a seguinte equação:
Onde: a1= coeficiente angular da curva de calibração;
a2 = coeficiente angular da adição padrão.
Sendo aceito como resultado adequado quando estiver entre 98% a 110%.
Foram obtidos os seguintes resultados para tal estudo:
Volume de titulante (mL)Massa média de padrão (g)
0,0000 0,0260 0,0919 0,1377 0,2262 0,2723
V1 (mL) 47,33 51,87 63,79 72,13 87,11 96,30
V2 (mL) 47,48 52,26 63,96 72,24 87,25 96,45
V3 (mL) 47,59 52,52 64,07 72,39 87,38 96,58
Média (mL) 47,47 52,22 63,94 72,25 87,25 96,44
Volume de titulante (mL)
Massa média de padrão (g)
0,0000 0,0268 0,0668 0,1329 0,1607 0,2011 0,2676
V1 (mL) 0,66 4,97 12,00 24,44 28,94 36,09 48,47
V2 (mL) 0,50 4,84 11,84 24,31 28,59 35,91 48,09
V3 (mL) 0,44 4,72 11,66 24,06 28,38 35,66 47,94
Média (mL) 0,53 4,84 11,83 24,27 28,64 35,89 48,17
Abertura por decomposição ácida
TABELA 5 – Volume gasto de titulante (em triplicata) para a curva de calibração (decomposição ácida).
TABELA 6 – Volume gasto de titulante (em triplicata) para a adição padrão (decomposição ácida).
FIGURA 2 - Curvas de calibração e de adição padrão (volume de titulante x massa de padrão) (decomposição ácida)
Volume de titulante (mL)Massa média de padrão (g)
0,0000 0,0268 0,0668 0,1329 0,1607 0,2011 0,2676
V1 (mL) 0,53 4,97 12,00 24,44 28,94 36,09 48,47
V2 (mL) 0,47 4,84 11,84 24,31 28,59 35,91 48,09
V3 (mL) 0,44 4,72 11,66 24,06 28,38 35,66 47,94
Média (mL) 0,48 4,84 11,83 24,27 28,64 35,89 48,17
Volume de titulante (mL)Massa média de padrão (g)
0,0000 0,0273 0,0938 0,1337 0,2271 0,2671
V1 (mL) 47,82 52,28 64,16 71,80 88,07 95,97
V2 (mL) 47,91 52,33 64,23 71,91 88,22 95,99
V3 (mL) 47,99 52,40 64,28 72,03 88,37 96,05
Média (mL) 47,91 52,34 64,22 71,91 88,22 96,00
Abertura por calcinação-decomposição
TABELA 7 - Volume gasto de titulante (em triplicata) para a curva de calibração (calcinação-decomposição).
TABELA 8 - Volume gasto de titulante (em triplicata) para a adição padrão (calcinação-decomposição).
FIGURA 3 - Curvas de calibração e de adição padrão (volume de titulante x massa de padrão) (abertura por calcinação)
O cálculo de razão entre os coeficientes angulares forneceu os
seguintes resultados:
Abertura por decomposição ácida
a1 = 175,98 e a2 = 178,21 Razão = 98,75%
Abertura por calcinação-decomposição
a1 = 175,98 e a2 = 178,21 Razão = 98,75%
É normal que os coeficientes das curvas sejam iguais. Uma
vez que os métodos de análise se diferenciam apenas pelas
aberturas. Com os valores de razão obtidos acima, nota-se
que eles atendem ao critério de aceitação. Portanto a
seletividade do método foi comprovada com eficiência.
LINEARIDADE
A partir da regressão linear obtida da curva de calibração, fez-se
o estudo de linearidade. Devendo o valor de R² ser maior que
0,90 e os resíduos, também obtidos pela regressão linear, devem
apresentar perfil aleatório para que o método seja considerado
linear.
Abertura por decomposição ácida
Regressão linear quadrática da curva de calibração = 0,9989
FIGURA 4 - Análise de resíduos (abertura ácida)
Abertura por calcinação-decomposição
Regressão linear quadrática da curva de calibração = 0,9989
FIGURA 5 - Análise de resíduos (abertura por calcinação)
Temos que as regressões lineares quadráticas das curvas, R²,
possuem um valor satisfatório (>0,90) e que os resíduos não
apresentam tendência, ou seja, são aleatórios, demonstrando
assim uma ausência de erros sistemáticos, confirmando a boa
reprodução metodológica e a linearidade do método.
LIMITE DE DETECÇÃO E LIMITE DE QUANTIFICAÇÃO
São realizados a partir da análise do branco, ambos foram estabelecidos sobre os mesmos resultados.
1 2 3 4 5 6 7
Volume
(mL)0,66 0,69 0,63 0,65 0,62 0,62 0,62
1 2 3 4 5 6 7
Volume
(mL)0,66 0,50 0,44 0,55 0,52 0,49 0,60
Abertura por decomposição ácida
TABELA 9 - Volume de titulante gasto para análise de branco (abertura ácida)
Abertura por calcinação-decomposição
TABELA 10 - Volume de titulante gasto para análise de branco (abertura por calcinação)
Com estes dados e com o coeficiente angular da curva de calibração pode-
se fazer os seguintes cálculos.
m
SDLD
3 e
m
SDLQ
10
Abertura por decomposição ácida
Sendo m = 175,98 obtém-se:
𝐿𝐷= ൬3 × 0,02673175,98 ൰= 0,456𝑚𝑔
𝐿𝑄= ൬10 × 0,02673175,98 ൰= 1,52𝑚𝑔
Abertura por calcinação-decomposição
Tendo m igual para essa metodologia obtém-se:
𝐿𝐷= ൬3 × 0,03450175,98 ൰= 0,588𝑚𝑔
𝐿𝑄= ൬10 × 0,03450175,98 ൰= 1,96𝑚𝑔
O LD calculado de 0,456mg é a menor quantidade do analito presente em uma
amostra (de 0,400g de minério de ferro) que pode ser detectada pela primeira
metodologia de abertura e 0,588mg a da segunda metodologia.
E também temos que o LQ calculado de 1,52mg é a menor quantidade do analito
em uma amostra (de 0,400g de minério de ferro) analisada a partir da primeira
metodologia de abertura e 1,96mg o LQ para a segunda metodologia.
PRECISÃO
Foi analisada através da repetitividade. A reprodutibilidade não foi
realizada devido ao fato de não se possuir valores interpretados por
outros laboratórios em condições necessárias para se fazer o estudo da
mesma.
Massa de
amostra (g)
Padrão adicionado (10% m/m de Fe na amostra)
(g)
Volume de
titulante para
250mL (mL)
Massa de Fe na amostra
(g)
Massa de Fe
recuperado (g)
Desvio Padrão
Média da recuperação
(g) DPR
0,4001 0,0266 52,19 0,2914 0,0262
0,0003 0,0263 0,0098
0,4004 0,0260 52,25 0,2918 0,0263 0,4001 0,0263 52,28 0,2920 0,0267 0,4002 0,0261 52,19 0,2914 0,0261 0,4002 0,0265 52,16 0,2913 0,0259 0,4001 0,0262 52,25 0,2918 0,0265 0,4003 0,0261 52,22 0,2916 0,0262
Massa de
amostra (g)
Padrão adicionado (50% em massa de
Fe na amostra)
(g)
Volume de
titulante para
250mL (mL)
Massa de Fe na amostra
(g)
Massa de Fe
recuperada (g)
Desvio Padrão
Média da recuperação
(g) DPR
0,3995 0,1361 72,34 0,4040 0,1391
0,0012 0,1389 0,8449
0,4027 0,1373 72,50 0,4049 0,1379 0,4021 0,1382 72,91 0,4071 0,1405 0,3994 0,1387 72,44 0,4045 0,1397 0,4006 0,1377 72,44 0,4045 0,1389 0,4029 0,1392 72,72 0,4061 0,1390 0,4012 0,1365 72,16 0,4029 0,1369
Massa de
amostra (g)
Padrão adicionado (100% em massa de
Fe na amostra)
(g)
Volume de
titulante para
250mL (mL)
Massa de Fe na amostra
(g)
Massa de Fe
recuperada (g)
Desvio Padrão
Média da recuperação
(g) DPR
0,4007 0,2723 96,53 0,5391 0,2734
0,0021 0,2762 0,7538
0,4013 0,2715 97,19 0,5427 0,2767 0,3982 0,2733 97,06 0,5420 0,2780 0,4012 0,2730 96,56 0,5392 0,2732 0,4000 0,2739 97,25 0,5431 0,2779 0,4026 0,2728 97,56 0,5448 0,2779 0,4008 0,2723 97,13 0,5424 0,2766
TABELA 11 - Estudo da repetitividade para adição de 10, 50 e 100%, em massa de ferro da amostra, de padrão (abertura ácida)
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (10% em
massa de Fe na amostra)
(g)
Volume de
titulante para
250mL (mL)
Massa de Fe na amostra
(g)
Massa de Fe
recuperada (g)
Desvio Padrão
Média da recuperação
(g) DPR
0,4002 0,0273 52,34 0,2923 0,0269
0,0004 0,0274 1,4393
0,4010 0,0265 52,44 0,2928 0,0269 0,4017 0,0269 52,59 0,2937 0,0273 0,4006 0,0277 52,50 0,2931 0,0275 0,3989 0,0281 52,31 0,2921 0,0276 0,4005 0,0270 52,47 0,2930 0,0274 0,4001 0,0278 52,53 0,2933 0,0281
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (50% em
massa de Fe na amostra)
(g)
Volume de
titulante para
250mL (mL)
Massa de Fe na amostra
(g)
Massa de Fe
recuperada (g)
Desvio Padrão
Média da recuperação
(g) DPR
0,4007 0,1337 71,72 0,4005 0,1348
0,0013 0,1349 0,9700
0,3979 0,1345 71,69 0,4003 0,1365 0,4011 0,1329 71,53 0,3994 0,1335 0,4002 0,1333 71,72 0,4005 0,1351 0,4019 0,1347 72,03 0,4022 0,1357 0,3995 0,1342 71,78 0,4008 0,1359 0,4009 0,1326 71,41 0,3987 0,1329
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (100% em
massa de Fe na amostra)
(g)
Volume de
titulante para
250mL (mL)
Massa de Fe na amostra
(g)
Massa de Fe
recuperada (g)
Desvio Padrão
Média da recuperação
(g) DPR
0,3998 0,2671 96,00 0,5360 0,2710
0,0015 0,2699 0,5710
0,4004 0,2659 95,81 0,5350 0,2695 0,4017 0,2663 95,75 0,5346 0,2683 0,4011 0,2686 95,59 0,5338 0,2678 0,4008 0,2666 95,88 0,5353 0,2696 0,4012 0,2675 96,16 0,5369 0,2709 0,3988 0,2680 96,09 0,5366 0,2722
TABELA 12 - Estudo da repetitividade para adição de 10, 50 e 100%, em massa de ferro da amostra, de padrão (abertura por calcinação)
Como critérios de aceitação foram utilizados os descritos na AOAC. Os
valores tidos como base para aceitação estão na tabela abaixo.
TABELA 13 – Critérios de aceitação para a repetitividade.24
Concentração DPR (%)
≥ 100% 1
≥ 10% 1,5
≥ 1% 2
≥ 0,1% 3
≥ 0,01% 4
≥ 10 ppm 6
≥1 ppm 8
≥ 10 ppb 15
Com base na tabela acima, para a adição de padrão na faixa de
concentração de 10 e 50%, os estudos de recuperação devem ter um
DPR menor que 1,5%. Para a faixa de 100%, os estudos devem ter DPR
menor que 1%, portanto, assim todos os resultados obtidos para ambas
as aberturas foram satisfatórios, mostrando uma boa repetitividade do
método.
EXATIDÃO
Para tal estudo se fez o estudo de recuperação de analito. A presença de
analitos adicionados em uma forma mais facilmente detectável pode
ocasionar avaliações otimistas da recuperação.
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (10% em massa de Fe na amostra) (g)
Massa de Fe recuperada (g)
Porcentagem de Fe recuperada
Média da porcentagem de
recuperação
0,4001 0,0266 0,0262 98,35
100,05
0,4004 0,0260 0,0263 101,20 0,4001 0,0263 0,0267 101,46 0,4002 0,0261 0,0261 99,98 0,4002 0,0265 0,0259 97,81 0,4001 0,0262 0,0265 101,18 0,4003 0,0261 0,0262 100,39
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (50% em massa de Fe na amostra) (g)
Massa de Fe recuperada (g)
Porcentagem de Fe recuperada
Média da porcentagem de
recuperação
0,3995 0,1361 0,1391 102,22
100,87
0,4027 0,1373 0,1379 100,41 0,4021 0,1382 0,1405 101,69 0,3994 0,1387 0,1397 100,73 0,4006 0,1377 0,1389 100,88 0,4029 0,1392 0,1390 99,82 0,4012 0,1365 0,1369 100,32
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (100% em massa de Fe na amostra) (g)
Massa de Fe recuperada (g)
Porcentagem de Fe recuperada
Média da porcentagem de
recuperação
0,4007 0,2723 0,2734 100,40
101,29
0,4013 0,2715 0,2767 101,90 0,3982 0,2733 0,2780 101,72 0,4012 0,2730 0,2732 100,08 0,4000 0,2739 0,2779 101,45 0,4026 0,2728 0,2779 101,87 0,4008 0,2723 0,2766 101,59
TABELA 14 - Estudo da exatidão para adição de 10, 50 e 100%, em massa de ferro da amostra, de padrão (abertura ácida)
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (10% em massa de Fe na amostra) (g)
Massa de Fe recuperada (g)
Porcentagem de Fe recuperada
Média da porcentagem de
recuperação
0,4002 0,0273 0,0269 98,67
100,31
0,4010 0,0265 0,0269 101,62 0,4017 0,0269 0,0273 101,63 0,4006 0,0277 0,0275 99,44 0,3989 0,0281 0,0276 98,31 0,4005 0,0270 0,0274 101,62 0,4001 0,0278 0,0281 100,90
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (50% em massa de Fe na amostra) (g)
Massa de Fe recuperada (g)
Porcentagem de Fe recuperada
Média da porcentagem de
recuperação
0,4007 0,1337 0,1348 100,81
100,91
0,3979 0,1345 0,1365 101,47 0,4011 0,1329 0,1335 100,43 0,4002 0,1333 0,1351 101,37 0,4019 0,1347 0,1357 100,77 0,3995 0,1342 0,1359 101,29 0,4009 0,1326 0,1329 100,24
Massa de amostra
(g)
Padrão adicionado (100% em massa de Fe na amostra) (g)
Massa de Fe recuperada (g)
Porcentagem de Fe recuperada
Média da porcentagem de
recuperação
0,3998 0,2671 0,2710 101,45
101,03
0,4004 0,2659 0,2695 101,36 0,4017 0,2663 0,2683 100,75 0,4011 0,2686 0,2678 99,71 0,4008 0,2666 0,2696 101,13 0,4012 0,2675 0,2709 101,27 0,3988 0,2680 0,2722 101,55
TABELA 15 - Estudo da exatidão para adição de 10, 50 e 100%, em massa de ferro da amostra, de padrão (abertura por calcinação)
Concentração Recuperação média %
≥ 100% 98 – 102
≥ 10% 98 – 102
≥ 1% 97 – 103
≥ 0,1% 95 – 105
≥ 100ppm 90 – 107
≥ 10ppm 80 – 110
≥ 1ppm 80 – 110
≥ 100ppb 80 – 110
≥ 10ppb 75 – 120
≥ 1ppb 70 – 125
TABELA 16 - Critérios de aceitação para a exatidão.24
Como se pode comprovar, o método e suas metodologias são exatas. Fato a ser
levado em consideração são as dificuldades de realizar o estudo com a adição de
concentração de 10%. Tais dificuldades se dão pela altíssima precisão de volume
de titulante, da massa do padrão e da amostra que deve ser levado em
consideração.
CONCLUSÕES
Obteve-se resultados satisfatórios para os parâmetros de
desempenho avaliados.
Considerando os critérios de aceitação adotados para cada um dos
parâmetros, podemos concluir que o laboratório consegue
reproduzir a análise segundo a ASTM E-246 2001.
O LQA possui o método verificado e vidrarias certificadas para a
análise de ferro em minério de ferro, ou seja, consegue
reproduzir resultados fidedignos.
Um fator relevante para a análise de minério de ferro no LQA é
a escolha do melhor método de abertura. Os resultados para
ambos foram satisfatórios, com diferenças significativas para
LD e LQ. Contudo o método via fusão alcalina é mais rápido do
que o de via úmida, o que pode acarretar em uma viabilidade
econômica maior.
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Acessado em: 24 de Setembro 2011.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Luiz e Euda, pelo carinho, compreensão, ajuda.
Aos meus irmãos, Leonardo e Victor, e meus primos, Gilberto,
Raphael, Amanda, Sabrina.
À Ana Cristina, um parágrafo especialmente dedicado a você, por
estar comigo e nunca me deixar desanimar nem titubear perante os
momentos difíceis e pelo companheirismo, apoio, amor e
momentos, inesquecíveis, proporcionados.
AGRADECIMENTOS
Aos meus tios, José Carlos, Hilda, Gilberto, Euza, por me
auxiliarem na minha caminhada até o presente momento.
À minha avó, Edith, por sempre ter me ajudado nos momentos
mais difíceis.
AGRADECIMENTOS
À Edmar Campanha e a VALE S/A pela ajuda, que possibilitou a
confecção deste trabalho.
À Felipe Dal Bem, Pedro Vitor, Thiago Freitas, Vinicius Mansur,
Thalles Altóe, Josué Junior, Anna Luiza, Rafael Mantovaneli e
Kamila Mattedi pela amizade em todos esses anos de graduação.
À Tomezina e a Aparecida por terem me encorajado a tudo isso.
AGRADECIMENTOS
Ao professor Honério Coutinho de Jesus, pela oportunidade de
crescimento e aprendizado, junto a toda equipe do Laboratório
de Química Analítica.
As professoras Geiza e Maria de Fátima por aceitarem
participar da banca examinadora.
E a todos que não foram citados nominalmente, mas que de
alguma forma contribuíram para este trabalho e para esses
quatro anos penosos.