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Monitoramento do Programa Municipal de Saúde Bucal Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil Titular do Órgão: Dr. Hans Fernando R. Dohmann Coordenador do Programa: Dra. Márcia Torres Período: 18/03/09 a 09/04/09 Servidores Designados para Auditoria: Cláudio Pereira Caldeira Secretário II Mat. 040/901.318 Cláudio Costa Andrade Técnico de Controle Externo Mat. 040/901.358

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Monitoramento do Programa Municipal de Saúde Bucal

Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil

Titular do Órgão: Dr. Hans Fernando R. Dohmann

Coordenador do Programa: Dra. Márcia Torres

Período: 18/03/09 a 09/04/09

Servidores Designados para Auditoria:

Cláudio Pereira Caldeira Secretário II

Mat. 040/901.318

Cláudio Costa Andrade

Técnico de Controle Externo Mat. 040/901.358

SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo

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ÍNDICE

1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3

1.1 - OBJETIVO ......................................................................................................................... 3 1.2 - O MONITORAMENTO ........................................................................................................ 3 1.3 - METODOLOGIA UTILIZADA ............................................................................................... 4

2 - O PROGRAMA MUNICIPAL DE SAÚDE BUCAL ............ ........................................... 4

2.1- AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA ........................................................................ 4

3. DA IMPLEMENTAÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE MELHORIAS PROPOSTAS.............................................................................................................................. 4

3.1 – ANÁLISE DA SITUAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES.............................................................. 19

4 – DOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS (CEOS) .................. 19

4.1. PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DOS CEOS E LRPD NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.......... 20 4.2. DA VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DOS CEOS ..................................................... 23 4.3. DA PRODUÇÃO................................................................................................................. 26

5- EQUIPES DE SAÚDE BUCAL NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍ LIA ................. 27

6- DAS MEDIDAS ADOTADAS PELA SMS EM RELAÇÃO AOS QUESTIONAMENTOS DE FLS. 139/140 DO PROCESSO 040/ 6063/2004. ................... 29

6 - ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES PARA A ASSI STÊNCIA EM SAÚDE BUCAL....................................................................................................................... 49

6.1. COBERTURA DE PRIMEIRA CONSULTA ODONTOLÓGICA PROGRAMÁTICA........................ 50 6.2. COBERTURA DA AÇÃO COLETIVA ESCOVAÇÃO DENTAL SUPERVISIONADA .................... 52 6.3. MÉDIA DE PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS BÁSICOS INDIVIDUAIS ............................. 53

7 – OPORTUNIDADES DE MELHORIA ............................................................................ 54

8 - QUESTIONAMENTOS..................................................................................................... 55

9 – CONCLUSÃO.................................................................................................................... 57

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1 - Introdução

1.1. Em cumprimento ao plano de inspeções aprovado por esta Corte de Contas, na

6ª Sessão Plenária realizada, em 09/02/09, esta Comissão procedeu, no período de

18/03/2009 a 08/05/2009, à auditoria operacional direcionada especialmente para verificar a

implementação das recomendações propostas por esta Corte, com o objetivo de otimizar o

desempenho das ações desenvolvidas pelo Programa Municipal de Saúde Bucal da

SMSDC.

1.2. A Comissão Inspecionante, formalizada pelo Ofício N° TCM/SCE/052/2009 de

16/03/2009, baseou-se em um programa consubstanciado em papéis de trabalho e toda

sua documentação encontra-se arquivada nesta IGE para eventuais consultas.

1.1 - Objetivo

1.1.1. Esta auditoria teve como escopo cumprir a decisão proferida na Sessão

Plenária de 21/05/2007, nos termos do voto nº 32 do Exmo Sr. Conselheiro Relator Antônio

Carlos Flores de Moraes, referente ao processo 040/6063/2004, que tratou da auditoria

operacional realizada na SMSDC, em maio de 2004, tendo como objeto a avaliação do

Programa Municipal de Saúde Bucal. Procurou-se, outrossim, atender à solicitação da

Câmara Municipal do Rio de Janeiro por meio do requerimento do Exmo Sr. Vereador

Rubens Andrade,consoante Ofício GCRA nº 1574/08, objeto do processo 40/2540/2008.

1.1.2. Pautada em tal determinação aprovada em plenário, esta IGE procurou

atender aos seguintes objetivos:

I- monitoramento da implementação das oportunidades de melhoria como forma

de certificar que os pontos levantados pela auditoria anterior estão sendo enfrentados de

forma efetiva;

II- investigar as medidas concretamente adotadas ou não pela SMSDC e pela

Gerência do Programa de Saúde Bucal para solucionar os problemas indicados nos

questionamentos de fls. 139/140 do processo 040/6063/2004;

III- avaliar os resultados obtidos pelas ações desenvolvidas, por meio do

acompanhamento de indicadores, de forma a evidenciar possíveis melhorias.

1.2 - O Monitoramento

1.2.1. Como monitoramento, entende-se o acompanhamento, junto à SMSDC, das

providências adotadas para a adoção das medidas propostas, seu grau de implementação,

e suas conseqüências.

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1.3 - Metodologia utilizada

1.3.1. Esta inspeção foi realizada por meio de: pesquisas realizadas junto a outros

órgãos de controle (TCU); entrevistas; análise processual e de documentos; coleta de

dados por meio de questionários; análise de dados dos sistemas de informação disponíveis

no DATASUS e verificação in loco em 15 unidades de saúde da rede pública municipal.

2 - O Programa Municipal de Saúde Bucal

2.1. O Programa Municipal de Saúde Bucal denominado de “Carioca Rindo à Toa”,

em desenvolvimento nesta municipalidade desde 2001, consiste no conjunto de ações

voltadas para reorganizar a assistência em saúde bucal do Município do Rio de Janeiro

com base nas diretrizes e normas instituídas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),

com vistas a garantir:

- a ampliação do acesso e extensão da cobertura, não só através do atendimento

clínico, mas pelas ações preventivas e de baixa complexidade tecnológica de inclusão;

- inclusão dos adultos na atenção à saúde bucal em toda a rede municipal,

atendendo o princípio da universalidade;

- a inclusão da saúde bucal na estratégia da saúde da família e sua expansão na

cidade;

- a implantação de serviços de média complexidade, como complemento a atenção

básica, segundo os critérios de regionalização e hierarquização;

- definir fluxos de funcionamento e protocolos de atendimento para todos os níveis

de atenção a fim de garantir a integralidade e resolubilidade da atenção;

2.1- Ações desenvolvidas pelo Programa

2.1.1. As ações desenvolvidas pelo Carioca Rindo à Toa são identificadas no

documento juntado no Anexo 1.

3. Da implementação das Oportunidades de Melhorias propostas

3.1. Do resultado da auditoria operacional realizada em 2004, esta Corte

encaminhou à SMSDC 15 propostas de melhoria, envolvendo diferentes temáticas no

âmbito da gestão do Programa Carioca Rindo à Toa, com o intuito de fortalecer e de

aprimorar as ações de controle da assistência odontológica no Município do Rio de Janeiro

na busca da consecução dos seus objetivos.

3.2. Na seqüência, serão comentados os resultados obtidos nesse monitoramento

quanto ao grau de implementação de cada item por parte da SMSDC.

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I - Que se amplie a oferta de serviços odontológico s na AP 4.0 uma vez que há déficit

da capacidade instalada da rede municipal em relaçã o à população residente nesta.

I.1. Com o intuito de analisar se a capacidade instalada de equipamentos

odontológicos da rede pública municipal estava proporcionalmente distribuída em função da

concentração populacional encontrada em cada Área Programática (AP), a auditoria,

realizada em 2004, detectou que a AP 4.0, a qual abrange a região de Jacarepaguá,

apresentava desequilíbrio desfavorável nessa relação, ou seja, a proporção de consultórios

odontológicos era menor do que aquela associada à respectiva população residente, o que

reflete uma menor oferta de serviços do que em relação às demais APs.

I.2. O resultado dessa análise foi reconhecido e corroborado pela Coordenação de

Saúde Bucal da SMSDC, que propôs, nas respostas às diligências determinadas por esta

Corte, vinculado ao processo 040/6063/2004, algumas medidas relacionadas a expansão

da capacidade instalada na referida AP, visando atenuar essa distorção encontrada.

I.3. Do monitoramento realizado, apurou-se, preliminarmente, que não houve

registro de ampliação da capacidade instalada no tocante àquelas unidades de saúde com

odontologia em funcionamento em 2004.

I.4. Segundo atuais informações prestadas pela Coordenação de Saúde Bucal da

SMSDC, o recrudescimento da capacidade instalada para odontologia na AP 4, bem como

nas demais APs, somente será viabilizada com a ampliação do Programa Saúde da Família

(PSF) à medida que novos núcleos vão sendo implantados.

I.5 No período entre 2005 a 2008, foram criadas na AP 4.0, além dos núcleos de

PSF de Curicica e Canal do Anil, já computados na época da auditoria realizada em 2004,

somente 2 (dois) novos núcleos de PSF, perfazendo um total de dois novos consultórios,

conforme indicado na tabela 1.

Tabela 1: Unidades de PSF implantadas na AP 4.0 Unidade Data de Implantação 1 Nº de Equipos

PSF Novo Palmares 18/08/2007 1

PSF Santa Maria 18/08/2007 1

Total 2

Nota: 1) Considerou-se como data de implantação a data de registro no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

I.6. Em relação às demais APs, verificou-se que a AP 4.0 teve um dos menores

crescimentos de unidades de saúde com odontologia, no período entre 2004 e 2008,

conforme mostra a tabela 2.

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Tabela 2 : Quadro comparativo do número de equipos existentes em 2004 e em 2008, com a respectiva variação ocorrida.

AP Nº de Equipos em

2004 Nº de Equipos em

2008 Variação

1.0 33 33 0,00%

2.1 20 32 60,00%

2.2 30 26 -13,33%

3.1 48 71 47,92%

3.2 36 39 8,33%

3.3 39 46 17,95%

4.0 25 27 8,00%

5.1 24 43 79,17%

5.2 23 49 113,04%

5.3 25 35 40,00%

Total 303 401 32,34% Fonte: Relatório de auditoria realizado em 2004 e CSB/SMSDC

I.7. Observou-se que os aumentos registrados estão diretamente relacionados à

implantação de novos núcleos de PSF, principalmente nas APs 2.1, 3.1, 5.1, 5.2 e 5.3.

I.8. Em nova análise comparativa entre a proporção de equipos e da população

residente, conclui-se que aumentou o desequilíbrio apontado na auditoria anterior,

conforme mostra o gráfico 1.

Gráfico 1: Análise comparativa entre a proporção de população residente na AP 4.0 e a proporção de equipos existentes na mesma AP

11,64%

13,25%

8,25%

6,73%

Proporção populacional na AP 4.0 Proporção da oferta de equipos na AP4.0

Ano 2004 Ano 2007

Fonte: Cálculos da 4ª IGE, com base nas informações da CSB

I.9. Da leitura do gráfico 1, observa-se que, em 2007, a AP 4.0 concentrava 13,25%

da população residente do Município do Rio de Janeiro e apenas 6,73% do total de equipos

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da rede pública municipal. Conclui-se que o incremento de 2 equipos não foi suficiente para

acompanhar o aumento estimativo da população local, no mesmo período, o que piorou

ainda mais o déficit de consultórios odontológicos relativamente comparado com a

concentração populacional encontrada na referida AP.

I.10. O resultado dessa análise indica que, em tese, os usuários que ali residem têm

menor acessibilidade aos serviços do que em relação às demais APs.

I.11. Ante o exposto, considera-se que a recomendação não foi implementada de

forma satisfatória.

II – Que se viabilize junto às unidades básicas a a mpliação de ofertas de horários

noturnos a fim de facilitar o acesso dos usuários c om maior faixa etária que,

normalmente, trabalham e não tem tempo disponível p ara procurar estas unidades

durante o dia.

II.1. Durante a auditoria realizada em 2004, foi informado que o Programa “Carioca

Rindo à Toa”, implantado em 2001, sucedeu ao “Riso do Rio”, tendo como um dos objetivos

principais garantir o cumprimento dos princípios da universalidade e integralidade

instituídos pela Lei nº 8.080/90, uma vez que o programa anterior se caracterizou por uma

assistência restritiva, pois oferecia atendimento somente à faixa etária de 0 a 14 anos, bem

como gestantes.

II.2. Nesse contexto, identificou-se à época, com base na análise de uma

amostragem envolvendo 20 unidades de saúde, que mais de dois terços dos usuários que

procuraram os atendimentos odontológicos, no primeiro trimestre de 2004, estavam dentro

da faixa etária de até 15 anos.

II.3. O terceiro turno ou turno noturno foi uma das alternativas identificadas para

facilitar o acesso da clientela adulta aos serviços de odontologia, e conseqüentemente

aumentar essa representatividade, principalmente, para aqueles usuários que têm

dificuldade de conseguir atendimentos durante o dia em decorrência do trabalho.

II.4. Apurou-se que não houve ações nesse sentido por parte da SMSDC no período

após à auditoria. Segundo a Coordenação de Saúde Bucal, há muitas dificuldades a serem

enfrentadas para viabilizar a implementação do terceiro turno nas unidades básicas. A

principal delas refere-se ao aspecto estrutural, pois o acréscimo de um turno alternativo

implica dispor de mais recursos humanos e alterar toda a rotina de funcionamento da

Unidade, que, em geral, encerram suas atividades no período vespertino.

II.5. Entretanto, ao analisar as unidades de saúde municipais que funcionam 24

horas, que, em tese, já dispõem de uma estrutura para oferecer o turno noturno, observa-se

que somente o Posto de Saúde Mário Rodrigues Cid, localizado na AP 5.2 oferece

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agendamento para tratamento odontológico até as 21 horas, conforme pode se observar na

tabela 3:

Tabela 3 : Relação de unidades de saúde com odontologia que oferecem serviços de 24 horas, serviços de ambulatório e agendamento para terceiro turno.

Unidades de Saúde com serviços 24 horas

Localização SPA1 Ambulatório Agendamento para Terceiro

turno UIS Villaboim 1.0 Sim Sim Não

HM Souza Aguiar 1.0 Sim Não Não

HM Miguel Couto 2.1 Sim Sim Não

HM Rocha Maia 2.1 Não Sim Não

Policlínica Rodolpho Rocco 3.2 Sim Sim Não

Policlínica Cesar Pernetta 3.2 Sim Sim Não

HM Salgado Filho 3.2 Sim Sim Não

Hospital Municipal Francisco da Silva Telles

3.3 Sim Sim Não

HM Lourenço Jorge 4.0 Sim Sim Não

PS Masao Goto 5.1 Não Sim Não

PS Mario Rodrigues Cid 5.2 Sim Sim Sim

PS João Batista 5.3 Não Sim Não Nota: 1) SPA: Serviço de Pronto Atendimento – atendimentos de urgência sem prévia marcação de consulta.

II.6. Conclui-se que, apesar da pouca disponibilidade de unidades de saúde que

funcionam em horários noturnos, praticamente não há aproveitamento da oferta do terceiro

turno para odontologia.

II.7. Tendo em vista o exposto, considera-se que a recomendação não foi

implementada.

III – Viabilizar, junto aos setores competentes, a criação de um sistema próprio de

informática voltados para a Saúde Bucal com perfil gerencial vinculado aos dados

extraídos das unidades atinentes à produção, desemp enho, controle de recursos

humanos e de insumos.

III.1. Segundo informações prestadas pela Coordenação de Saúde Bucal da

SMSDC, não há, até o momento, nenhuma previsão da criação de um sistema próprio para

o fim exposto em epígrafe.

III.2. Destarte, considera-se que a recomendação não foi implementada.

IV – Promover meios de divulgação da oferta assiste ncial odontológica da rede

municipal principalmente buscando o público-alvo na faixa etária de adultos;

IV.1. De acordo com a Coordenação de Saúde Bucal da SMSDC, os meios de

divulgação praticados com a finalidade de captar usuários na faixa etária de adultos para

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assistência odontológica em toda a rede pública municipal, se limitaram a encontros com os

integrantes dos Conselhos Distritais de Saúde, pois não houve, por parte da SMSDC, no

período após a auditoria de 2004, nenhuma outra forma específica de incentivar essa

prática.

IV.2. Em visita às unidades de saúde, pôde-se perceber que o principal meio de

estimular a captação dessa clientela ainda é por meio do acolhimento, serviço realizado na

porta de entrada das unidades de saúde, comentado na auditoria realizada em 2004, onde

são realizados procedimentos de promoção de saúde para os usuários que as freqüentam

e buscando identificar eventuais casos que necessitem de tratamento odontológico.

IV.3. Com base em consulta ao sistema Tabnet1, disponível no sítio da SMSDC na

internet, no período de 2008, apurou-se que cerca de 95% dos atendimentos odontológicos

referem-se a pacientes com até 15 anos. Muito embora se faça ressalvas à confiabilidade

desses dados, esta representatividade encontrada sugere que a CSB avalie com mais rigor

se todas as unidades estão promovendo o acesso universal da população aos serviços

odontológicos.

IV.4. Tendo em vista que não houve ações específicas para atrair a clientela adulta

e considerando a baixa representatividade comentada no parágrafo anterior, entende-se

que a recomendação não foi implementada.

V. Que se viabilize um quantitativo adequado de estagi ários para o “Dentescola”,

visando tornarem viáveis as atividades proporcionad as pelo Programa;

V.1. Nesse monitoramento, foram solicitadas à CSB informações atualizadas sobre

o tema, a qual informou que, face ao atraso no procedimento para a realização do concurso

público, o programa não conta com acadêmicos bolsistas para o ano de 2009.

V.2. Da análise da documentação fornecida pela CSB, verifica-se que entre 2005 e

2007, o número de especialidades abrangidas pelos concursos foi sendo reduzido a cada

ano, embora o número de vagas para acadêmicos de odontologia e algumas outras áreas

tenha aumentado.

V.3. No que tange a distribuição dos CDs supervisores atuantes no Dentescola por

AP em 2009 é efetuada conforme tabela 4:

1 Metodologia de consulta: Produção ambulatorial/ quantidade apresentada por idade do paciente/ Subgrupo 0307/ tratamentos odontológicos/ período 2008.

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Tabela 4 : Quantitativo de supervisores do Dentescola por AP AP Nº de supervisores dentistas

1.0 5

2.1 11

2.2 5

3.1 11

3.2 7

3.3 6

5.1 12

5.2 7

5.3 6

Total 70 Fonte: CSB

V.4. Observando a mesma e considerando-se que a AP 4.0 está excetuada pois o

respectivo quantitativo de CDs, segundo a CSB, está em definição, conclui-se que existem

mais de 70 dentistas exercendo o cargo de supervisores no Dentescola.

V.5. Ademais, embora a CSB tenha alegado que o programa está em atividade,

cumpre ressaltar que, aparentemente, a ausência de estagiários praticamente inviabiliza o

mesmo no modelo inicialmente proposto.

V.6. Isto posto, procedeu-se análise dos editais regulamentadores dos processos

seletivos para a concessão de bolsas identificados sob os nº 06 de 18/08/2005, nº 08 de

28/09/2006 e nº 25 de 29/11/2007, elaborados posteriormente à realização da inspeção

anterior e à confecção do respectivo relatório, cujos questionamentos e oportunidades de

melhoria eram de conhecimento da SMSDC.

V.7. É apresentada, em seguida, a tabela 5 relativa aos períodos de vigência das

bolsas, elaborada a partir de documentação fornecida pela CSB:

Tabela 5 : Relação quantitativa de vagas, inscritos, aprovados, lotados, desistentes e concluídos relativo aos concursos para bolsista do Dentescola nos anos de 2006 a 2008

Bolsa Vagas Inscritos Aprovados Lotados Desistentes Concluídos

2006 150 133 52 45 10 35

2007 150 310 205 144 49 95

2008 150 321 218 134 27 107

Fonte: Coordenação de Recursos Humanos da SMSDC

V.8. Constata-se que houve uma diminuição de 72% na oferta de vagas para

estagiários, considerando que nas seleções anteriores eram oferecidas 550 vagas.

V.9. Ante o exposto, considera-se que a recomendação não foi implementada.

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VI – Que se viabilizem medidas que proporcionem mel hor divulgação do

concurso para estagiários do “Dentescola” e que o m esmo seja realizado em período

fora da temporada de férias.

VI.1. Procedeu-se à análise dos editais regulamentadores dos processos seletivos

para a concessão de bolsas nº 06 de 18/08/2005, nº 08 de 28/09/2006 e nº 25 de

29/11/2007.

VI.2. Foram verificados os períodos de inscrição para os respectivos processos

seletivos, de modo que foi constatada a aderência à sugestão apresentada, com exceção

do último Edital de nº 25 e publicado em 2007, conforme mostra a tabela 6.

Tabela 6 : Indicação do período de inscrições dos últimos três concursos Edital nº Inscrições 06/2005 29/08 a 12/09/2005 08/2006 09/10 a 20/10/2006 25/2007 06/12 a 16/12/2007

VI.3. Quanto às medidas de divulgação do concurso, não foram identificadas ações

específicas nesse sentido, razão pela qual reputa-se que a recomendação não foi atendida.

VII – Que se viabilize, nos próximos concursos para estagiários, a oferta de vagas por

região administrativa (AP), a fim de atenuar as alt as taxas de desistência observadas,

principalmente na AP 5.;

VII.1. Após a análise dos editais citados no item V, verificou-se que somente no edital

de 2005, ano imediatamente posterior ao referido relatório, foi implementada a sugestão

para a realização de concursos regionalizados por AP, a fim de atenuar as altas taxas de

desistência decorrente da dificuldade histórica de lotação nas Áreas Programáticas da zona

oeste.

VII.2. Com o intuito de buscar as possíveis razões que levaram a SMSDC a alterar

esse modelo regionalizado, foi estudada a documentação fornecida pela CSB, a partir da

qual foi elaborada a tabela 7:

Tabela 7: Relação quantitativa dos índices de inscritos e lotados por vaga e concluídos por vaga em relação aos concursos de estagiários do Dentescola de 2005 a 2007.

Bolsa Inscritos/vagas Lotados/vagas Concluídos/lotados

2006 0,89 0,30 0,78

2007 2,07 0,96 0,66

2008 2,14 0,89 0,80

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VII.3. Da análise destas tabelas, pode-se verificar que:

a) o concurso do edital nº 06/2005, relativo à bolsa de 2006, teve os menores

percentuais de candidatos tanto inscritos, 89%, quanto lotados, 30%, em relação às vagas

oferecidas, as quais não foram preenchidas;

b) o concurso do edital nº 25/2007, relativo à bolsa de 2008, teve os maiores números

de candidatos inscritos e aprovados, e de acadêmicos que concluíram o estágio, neste item

alcançando também o maior percentual, 80%, concluindo-se que houve a menor

desistência.

VII.4. Isto posto, destaca-se que o concurso do edital nº 06/2005, cujo período de

inscrição permaneceu aberto no período letivo e as vagas foram ofertadas por região

administrativa (AP), aderindo, portanto, às propostas formuladas pela auditoria em 2004,

apresentou os menores percentuais de candidatos tanto inscritos quanto lotados, enquanto

o concurso do edital nº 25/2007, o qual não seguiu estas recomendações, apresentou a

maior procura pelos candidatos, apesar de ser realizado no mês de dezembro, período de

férias, e o menor índice de abandono pelos estagiários.

VII.5. Deste modo, há que se considerar que as oportunidades de melhoria sugeridas

podem não surtir os efeitos desejados e que algumas das causas apontadas no relatório

anterior para a baixa motivação dos bolsistas na participação do Programa ainda estão

presentes e são de difícil solução: pouca divulgação, distância das escolas e creches e

baixa remuneração.

VII.6. Em função do exposto, entende-se que pode ser desconsiderada essa

recomendação.

VIII – Que seja elaborado um estudo acerca das cond ições de saúde bucal da

população carioca, através de ações intersetoriais com entidades da sociedade civil,

a fim de sustentar o planejamento do Programa Munic ipal, identificar as maiores

prioridades advindas do perfil epidemiológico de ca da Área de Planejamento e,

sobretudo, tornar possível a avaliação dos impactos proporcionados pelo Programa

em todas as frentes de atenção oferecidas pelo Muni cípio;

VIII.1. No período após a auditoria de 2004, apurou-se que somente foi realizado

estudo da saúde bucal da população idosa (acima de 60 anos) moradora da cidade do Rio

de Janeiro.

VIII.2. Segundo a CSB, esse estudo foi feito em duas fases, ambas associadas a “1ª

Pesquisa sobre condições de saúde e vida dos idosos”. A primeira contemplou o

diagnóstico epidemiológico da existência de cárie, do uso e necessidade de prótese e da

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prevalência de lesões suspeitas de malignidade. Já a segunda fase, contemplou a auto-

percepção da condição de saúde bucal.

VIII.3. Esse estudo epidemiológico foi realizado durante a campanha de vacinação

de idosos em 2006, na cidade do Rio de Janeiro, com uma amostra de 2.898 idosos.

VIII.4. A média de dentes permanentes cariados, perdidos e obturados (CPO-D) do

grupo analisado foi de 25,6 dentes, sendo que o menor índice (CPO-D= 21,61) está na AP

2.1 e o maior (CPO-D= 27,18) na AP 5.3. Segundo o estudo, na composição do índice,

prevalece o componente perdido (82,8%), que corresponde em média a 22,5 dentes. Vale

lembrar que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para essa faixa

etária é de 50% com 20 ou mais dentes na boca.

VIII.5. Quanto à necessidade de prótese, o estudo revelou que 57% usam prótese

total superior e 30,7% prótese total inferior. O tempo de confecção da prótese dentária,

informado pelos idosos quando avaliado segundo o estrato de renda, mostra que usuários

de prótese com menor renda (até 01 salário mínimo) compõem o grupo portador de

próteses mais antigas (acima de 10 anos), independente do tipo de prótese. Esse

resultado, segundo o estudo, é retrato do limite econômico imposto no acesso a bens e

serviços de saúde, agravado pela ausência ou oferta residual de procedimentos de

reabilitação dentária no âmbito público.

VIII.6. O estudo concluiu que a necessidade de prótese total está mais concentrada

nas APs 5.3, 5.2, 5.1, 3.1 e 3.3, áreas mais empobrecidas da cidade. Vale ressaltar que a

rede pública municipal opera com um único laboratório de prótese dentária, localizado no

bairro de Vila Isabel (Instituto Miguel Pedro), que, atualmente, foi transferido para a

Policlínica Rodolpho Rocco.

VIII.7. Não obstante o importante estudo realizado que mostrou a necessidade de

melhorar o acesso dessa clientela aos serviços públicos da saúde, principalmente, na

confecção de próteses, considerou-se que a recomendação foi implementada parcialmente,

pois engloba uma pequena parte da população.

IX – Que seja realizado um estudo que avalie a real necessidade de dimensionamento

da capacidade instalada para a rede municipal, leva ndo-se em consideração a

população potencialmente usuária e a oferta de aten dimentos de outros prestadores

como a rede estadual, federal e a privada.

IX.1. O item em epígrafe está associado com o funcionamento do modelo de gestão

no âmbito do SUS, onde o Município do Rio de Janeiro, tem a função de organizar todos os

serviços públicos de saúde existentes nessa municipalidade.

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14

IX.2. Atualmente, a Portaria nº 648 de 28/03/2006, que regulamenta essa temática,

estabelece que cabem às Secretarias Municipais de Saúde, além de outras

responsabilidades, dentro de seu território:

• organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de

forma universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as

cedidas pelo estado e pela União;

• organizar o fluxo de usuários, visando a garantia das referências a serviços e

ações de saúde fora do âmbito da Atenção Básica;

• buscar a viabilização de parcerias com organizações governamentais, não

governamentais e com o setor privado para fortalecimento da Atenção

Básica no âmbito do seu território.

IX.3. Porém, na auditoria realizada em 2004, não foi identificado um Plano Diretor de

Regionalização abrangendo toda a capacidade instalada existente, referente aos

prestadores de SUS, e o sistema de funcionamento dessa organização, já que a CSB

atuava, somente na articulação com a rede própria.

IX.4. Nesse monitoramento, apurou-se que a CSB iniciou um processo de desenho

desse Plano Diretor para a Cidade do Rio de Janeiro, em julho de 2008, reunindo

representantes da Gerência de Saúde Bucal e dos respectivos serviços em funcionamento

na cidade, cujo teor foi juntado no anexo 2.

IX.5. São definidas nesse documento, proposições regionalizadas quanto ao fluxo

de referência dos serviços, além da expansão dos serviços nos três níveis de assistência.,

envolvendo inclusive outros prestadores não municipais.

IX.6. Em consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES),

apurou-se que existem atualmente 57 diferentes estabelecimentos de saúde não-

municipais prestadores do SUS, cujo número de equipos cadastrados somados chega a

164, ou seja, 41% em relação ao total registrado nas unidades municipais. A relação

desses estabelecimentos foi juntada no anexo 3.

IX.7. Parte desses prestadores são de natureza privada, que segundo a Portaria nº

3277 de 22/12/2006, suas participações devem ser formalizadas por contrato ou convênio.

IX.8. Ante o exposto, considerando que o documento apresentado representa uma

ação ainda incipiente sem detalhamentos das ações pretendidas, e tendo em vista a

relação de estabelecimentos apontados no anexo 3, com equipos cadastrados no SUS,

sem definição de suas atribuições no âmbito da organização da assistência odontológica

desse Município, considera-se que a recomendação foi implementada parcialmente.

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15

X- Viabilizar parcerias com a Vigilância Sanitária e com a CEDAE a fim de mapear as

áreas que não recebem água fluoretada e, posteriorm ente, identificar as pessoas que

as habitam oferecendo outros meios de reforço na pr evenção.

X.1. Segundo informações colhidas nesse monitoramento, não houve no período após

a auditoria de 2004, nenhuma ação neste sentido por parte da CSB.

X.2. Em função disso, reputa-se não implementada a recomendação em epígrafe.

XI- Providenciar padrões estimativos que indiquem a quantidade adequada de

equipes que atuam no “Dentescola”, segundo o número de alunos a serem

atendidos.

XI.1. Segundo informações prestadas pela Coordenação de Saúde Bucal, o

dimensionamento proposto em epígrafe, foi realizado e publicado como parte do protocolo

de operacionalização do Programa no Diário Oficial de 26/01/2007, sendo também

disponibilizado no sítio da SMSDC.

XI.2. Nesse protocolo, estabeleceu-se como parâmetro 1 supervisor para cada

6.000 alunos matriculados na rede pública municipal de ensino.

XI.3. Ante o exposto, considera-se implementada a recomendação proposta por esta

Corte.

XII- Que sejam revistos os indicadores criados para acompanhamento do

“Dentescola” prevendo a substituição do número de e scolas por números de alunos,

além da inserção de outros indicadores capazes de a valiar os impactos

proporcionados pelo Programa.

XII.1. A CSB informou que houve revisão dos indicadores do Dentescola. Para

demonstrar a sua efetivação, a Coordenação remeteu a documentação, juntada no anexo 4

, que se refere a relatórios de coleta de dados utilizados pelos supervisores do Programa.

XII.2. Não obstante a demonstração desses relatórios, vale ressaltar que não ficou

esclarecido como a CSB se utiliza dessas informações para avaliar os resultados das ações

do Programa, ou seja, os indicadores principais e complementares, quais metas são

esperadas para atingir a finalidade desejada. Nesse sentido, considera-se que a

recomendação foi parcialmente implementada.

XIII- Implantar unidades de referência para cada e specialidade odontológica por AP,

atendendo desta forma, um dos objetivos estabelecid os para o Programa Municipal.

XIII.1. Com a habilitação de 17 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs),

no final de 2004, em diferentes unidades de saúde municipais distribuídas nas 10 APs, com

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16

exceção da AP 5.1, que está em processo de habilitação, considera-se que a

recomendação foi implementada.

XIII.2. A análise acerca desses serviços será tratada no item 4.

XIV- Reavaliar, junto às unidades, como o quantitat ivo total da carga horária dos

dentistas está sendo consumido em confronto com a c apacidade instalada e

atividades fora da cadeira, a fim de sanar possívei s distorções identificadas pela

Comissão Inspecionante, considerando que foram enco ntrados na maioria dos casos

excessos de mão de obra e, em outros, necessidade d e recursos humanos.

XIV.1. Inicialmente, cabe corrigir o equívoco na análise realizada no relatório

anterior e no respectivo questionamento relativo à carga horária dos CDs, precipuamente,

em relação ao citado 5º turno semanal, erroneamente apontado como aquele destinado a

atividades de “aprimoramento profissional”, no qual estes profissionais não realizam

atendimentos, quando o correto seria o 6º turno.

XIV.2. Deste modo, esta carga horária compreende, segundo a CSB, uma jornada

de 24 horas semanais dividida em 20 horas (05 turnos/semana de 04 horas) destinadas à

atividade clínica realizada na cadeira e o aludido 6º turno de 04 horas/semana.

XIV.3. Isto posto, considerando-se a possibilidade de risco ao Erário, uma vez que

os CDs, apesar de não atenderem a população durante este turno, são remunerados pela

Municipalidade com recursos públicos para buscarem um aperfeiçoamento profissional que

atenda obrigatoriamente ao interesse público e, sendo tal aprimoramento realizado de

acordo com a vontade dos próprios profissionais e sem nenhum controle da SMSDC, tal

finalidade poderia não estar sendo buscada pelos mesmos, havendo por bem questionar a

real necessidade deste 6º turno semanal.

XIV.4. Em entrevista, a CSB informou entender que este período também é

necessário para o profissional realizar atividades burocráticas como elaboração de

planilhas e preenchimento de fichas, por exemplo.

XIV.5. Ademais, conforme observado nas escalas de serviço dos CEOs fornecidas,

a marcação de consultas é realizada em apenas 04 turnos por semana, de modo que não

são realizados atendimentos pelos CDs no 5º dos 05 turnos semanais de atividade clínica.

XIV.6. Destarte, em que pese documento fornecido pela CSB, onde se observam os

quantitativos de CDs lotados na Rede municipal de Saúde em 2009, inclusive a

necessidade de contratar mais 162 dentistas, a partir do qual foi obtida a tabela 8

consolidada por APs abaixo, o posicionamento anterior da equipe acerca da precisão de

mudança na forma de cálculo da necessidade de recursos humanos em relação à

capacidade instalada das unidades ainda é válido, pois os cálculos apresentados

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17

anteriormente consideram o 5º turno dos CDs, além de 05 turnos dos CDs em cargo de

chefia, e, em ambos os casos, não são efetivamente realizados atendimentos.

Tabela 8 : Quantitativo de Dentistas lotados nas unidades públicas municipais por AP, com as respectivas necessidades.

CDs AP

TOTAL PADRÃO NECESSIDADE

1.0 118 127 9

2.1 99 118 19

2.2 75 84 10

3.1 115 151 36

3.2 113 133 20

3.3 124 143 19

4.0 93 95 2

5.1 78 93 15

5.2 94 105 11

5.3 65 86 21

Total 974 1135 162

Fonte: CSB

XIV.7. Contudo, cabe ressaltar a aparente imperfeição detectada quando se

comparam estes números com o total de CDs lotados nas unidades de saúde da PCRJ

obtido a partir de documentos fornecidos relativos aos quantitativos por tipo de matrícula,

evidenciado na tabela 9 consolidada abaixo:

Tabela 9 : Quantitativo de CDs por Tipo de Matrícula

Vínculo Quantitativo

Municipais 927

Federais 94

Estaduais 0

Terceirizados 106

Total 1127 Fonte: Coordenação de Recursos Humanos da SMSDC.

XIV.8. Considerando-se todas as origens destes profissionais, verifica-se que este

total de CDs (1127) está bem próximo do número considerado necessário pela CSB (1135),

não havendo, portanto, a necessidade de mais 162 dentistas informada pela CSB.

XIV.9. No que tange o horário dos Chefes dos serviços de odontologia, deveria ser

cumprida a jornada de 40 horas semanais dos cargos de chefia em geral, ou seja, de 2ª a

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18

6ª feira, turnos da manhã e da tarde, contudo, em 06 dos 11 CEOs visitados o mesmo não

estava presente por não ser “seu turno/dia” de trabalho.

XIV.10. Ante o exposto, considera-se que a recomendação não foi implementada.

XV- Promover, junto às chefias das unidades, um aco mpanhamento mais rigoroso

sobre os horários de marcações das consultas, princ ipalmente, naquelas unidades

de referência, que têm maior demanda reprimida, uma vez que foram observadas,

através da análise das agendas, que há unidades com um considerável acúmulo de

agendamentos no turno da manhã em detrimento do tur no da tarde.

XV.1. Conforme apontado no relatório da inspeção anterior, após compulsar uma

amostragem alusiva a cinco unidades e realizar a análise do agendamento das consultas,

destacou-se a existência de unidades com:

• acúmulo considerável de agendamentos no turno da manhã em detrimento do turno

da tarde, ocasionando o não cumprimento da carga horária de 8 horas diárias (4

horas/manhã e 4 horas/tarde), pois se constatou que as últimas consultas marcadas

terminam em média 2 horas antes do período relativo aos turnos vespertinos

preconizados pelas Unidades;

• acúmulo desproporcional de dentistas em determinados turnos em relação à

capacidade instalada, configurando a ocorrência de ociosidade destes profissionais.

XV.2. Ressaltou-se que tais impropriedades possibilitavam queda na qualidade dos

serviços prestados principalmente no turno da manhã, visto que, em função de um maior

número de consultas neste período, o tempo médio de atendimento aos pacientes é inferior

aos 30 minutos recomendados pela CSB.

XV.3. Em função do apresentado, a CSB informou que tem como atribuição a

definição de padrões de lotação de acordo com a capacidade instalada e com as atividades

a serem realizadas pelas Unidades dentro da carga horária contratual da PCRJ, ficando a

cargo das gerências locais (Coordenação de Áreas, através das direções e chefias de

serviço) o acompanhamento, avaliação e medidas cabíveis no que tange o controle da

carga horária dos profissionais.

XV.4. Isto posto, foram escolhidas, aleatoriamente, amostras de agendas em cada

unidade visitada com o intuito de verificar se o anteriormente constatado acúmulo de

agendamentos no turno da manhã em detrimento do turno da tarde ainda ocorria e, de

maneira geral, não foram observadas distorções relevantes nos horários de marcações das

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19

consultas, de modo que, aparentemente, o problema foi sanado. Destarte, considera-se

que a recomendação foi implementada.

3.1 – Análise da situação das recomendações

3.1.1. Diante das informações obtidas, a situação da implementação das

recomendações desta Corte é a seguinte:

Situação das recomendações %

Implementadas 21,0

Parcialmente implementadas 21,0

Não implementadas 58,0

Total 100,0

4 – Dos Centros de Especialidades Odontológicas (CE Os)

4.1. Os Centros de Especialidades Odontológicas constituem uma das frentes de

atuação do Programa Federal Brasil Sorridente2 criados com o propósito de garantir acesso

integral às ações de saúde bucal, com a regulamentação e o fortalecimento de unidades de

saúde que oferecem atendimentos odontológicos de média complexidade.

4.2. De acordo com a Portaria GM/MS nº 1.0633 de 04/07/2005, os CEOs são

estabelecimentos de saúde cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de

Saúde (CNES), classificados como clínica especializada ou ambulatório de especialidade,

para realizar, no mínimo, as seguintes atividades:

I- diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer bucal;

II- periodontia especializada;

III- cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros;

IV- endodontia; e

V- atendimento a portadores de necessidades especiais.

4.3. Foram definidas diferentes modalidades de CEO, de acordo com a capacidade

instalada das unidades, conforme mostrada na tabela 10. Para cada modalidade, são

exigidos alguns requisitos como: quantitativo mínimo de recursos humanos, instrumentais e

equipamentos. 2 Lançado em 17 de março de 2004. 3 Define critérios, normas e requisitos para a implantação e credenciamento de CEOs e LRPDs

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20

Tabela 10 : Modalidades de CEO Modalidades Nº de equipos

CEO I 1 até 3

CEO II 4 até 6

CEO III Acima de 7

Fonte: Portaria nº 1.063/05

4.4. Além dos CEOs, a Portaria nº 1.063/05 também define as normas e os

requisitos de implantação dos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD), que são

estabelecimentos cadastrados no CNES, classificados como unidades de saúde de Serviço

de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT) para realizar, no mínimo, o serviço de prótese

dentária total.

4.5. Outra Portaria GM/MS nº 1571, de 29/07/04, institui dois incentivos financeiros

para cada CEO habilitado pelo Ministério da Saúde, destinados ao custeio dos serviços de

saúde ofertados nas referidas unidades de saúde, sendo um único de implantação e outro

referente a valores fixos transferidos regularmente e automaticamente do Fundo Nacional

de Saúde para os Fundos Municipais ou Estaduais, os quais serão apresentados na tabela

11.

4.1. Processo de implantação dos CEOs e LRPD na cid ade do Rio de Janeiro

4.1.1. No processo de implantação dos CEOs e dos LRPD, o gestor interessado

deve preliminarmente propor as unidades de saúde com condições de serem habilitadas à

Comissão Intergestores Bipartite (CIB) do respectivo Estado. No caso de aprovação, a CIB

encaminhará a proposta de credenciamento ao Departamento de Atenção Básica para

apreciação final. A formalização da habilitação é realizada por meio de Portaria específica.

4.1.2. Apurou-se que no Município do Rio de Janeiro existem atualmente 18

unidades habilitadas como CEO, sendo o Hospital da Lagoa (CEO II) o único sob gestão

federal. Todas as 17 unidades municipais credenciadas foram aprovadas por meio da

Portaria nº 2192 de 08/10/2004, conforme a tabela 11.

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Tabela 11 : Relação de unidades municipais habilitadas como CEO, segundo a modalidade, com os incentivos financeiros correspondentes.

AP Unidades de saúde municipais Modalidade Incentivo de Implantação

Incentivo mensal

CMS Oswaldo Cruz CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 1.0

Policlínica Antônio Ribeiro Netto CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00

Hospital Municipal Rocha Maia CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 2.1

Centro de Cidadania Rinaldo de Lamare CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00

2.2 Instituto Municipal de R. Oscar Clark CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00

Policlínica José Paranhos Fontenelle CEO I R$ 40.000,00 R$ 6.600,00

PAM Maria Cristina Paugarten CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 3.1

Policlínica Newton Alves Cardoso CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00

Policlínica Rodolpho Rocco CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 3.2

Centro de Reabilitação Pedro II CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00

Hospital Municipal Francisco da Silva Telles CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 3.3

Policlínica Alberto Borgeth CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00

Policlínica Newton Bethlem CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 4.0

Hospital Municipal Raphael de Paula e Souza CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00

CMS Belizário Penna CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 5.2

Policlínica Carlos Alberto Nascimento CEO I R$ 40.000,00 R$ 6.600,00

5.3 Policlínica Lincoln de Freitas CEO II R$ 50.000,00 R$ 8.800,00 Nota: Os incentivos financeiros referem-se àqueles comentados no parágrafo 4.5 do item 4

4.1.3. Apurou-se que a maioria das unidades habilitadas já desempenhava

anteriormente algum tipo de serviço odontológico especializado, o que tornou a indicação

do credenciamento mais ágil. Contudo, vale destacar os esforços empreendidos pela CSB

da SMSDC nesse processo, pois o Município do Rio de Janeiro foi uma das primeiras

capitais com credenciamento aprovado pelo Ministério da Saúde.

4.1.4. Quanto à oferta de CEOs implantados, observa-se que somente a AP 5.1

ainda não foi contemplada. Segundo a CSB, para essa AP foi indicada a Policlínica Manoel

Guilherme da Silveira, que se encontra em processo de habilitação na modalidade CEO III,

conforme processo 09/007219/2008. Essa unidade passou por obras de adequação do

espaço físico para essa finalidade, conforme será tratado no item 6.7.

4.1.5. Segundo a Portaria GM/MS nº 1063 de 14/07/05, o critério de seleção dos

CEOs deve ser orientado pelo maior percentual de cobertura das Equipes de Saúde Bucal

(ESB) do Programa Saúde da Família. Entretanto, o número de ESB no Município é ainda

muito baixo a cobrir, atualmente, cerca de 5,60% da população, consoante informações

disponibilizadas pelo Ministério da Saúde4, com base em março de 2009. Contudo,

verificou-se que 75% do total de ESB existentes estão concentradas nas APs 3.1, 5.1, 5.2,

5.3, sendo a 5.2 mais representativa. Da tabela 11, deve-se registrar que duas delas (AP

4 www.saude.gov.br

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5.1 e 5.3) têm apenas um CEO (considerando a habilitação em andamento da Policlínica

Manoel Guilherme da Silveira) enquanto a AP 2.1 (zona sul da cidade) com menor número

de ESB dispõe de 3 CEOs (incluindo o Hospital da Lagoa).

4.1.6. Do processo de expansão dos CEOs, está previsto o credenciamento de uma

instituição de ensino (Faculdade São José) como CEO III e, para até 2011, mais 10

unidades, segundo o plano de metas apresentado pela atual gestão (2009-2012) que fará

parte do Plano Plurianual.

4.1.7. No tocante aos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD), apurou-

se que não existem até a presente auditoria, unidades habilitadas com essa finalidade.

4.1.8. De acordo com a CSB, estão em processo de habilitação as unidades

relacionadas na tabela 12.

Tabela 12: Relação de unidades que estão em processo de habilitação para LRPD Unidades AP

Instituto Municipal de Reabilitação Oscar Clark 2.2

Policlínica Rodolpho Rocco 3.2

Policlínica Manoel Guilherme da Silveira 5.1

4.1.9. Da visita às três unidades, verificou-se que somente o Rodolpho Rocco já

está realizando o serviço de prótese parcial. As outras unidades dependem de realização

de adequação do espaço físico para funcionamento do serviço, conforme ilustram as fotos

1 a 4.

Foto 1 : Local onde funciona o Laboratório de Prótese do Rodolpho Rocco, com profissionais produzindo próteses parciais

Foto 2 : Local destinado ao Laboratório que irá funcionar no Instituto Oscar Clark, aguardando obras de adequação do espaço físico.

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23

Foto 3 e 4 : Local onde funcionará o Laboratório de Prótese Dentária na Policlínica Manoel Guilherme da Silveira, com obra já realizada, porém, sem funcionamento.

4.2. Da verificação das condições gerais dos CEOs

4.2.1. Com o intuito de verificar as atuais condições estruturais e operacionais

encontradas nas unidades de saúde municipais habilitadas como CEO, esta auditoria

visitou 60% desse total, a observar os seguintes pontos:

a) abastecimento de insumos odontológicos;

b) disponibilidade e condições de uso dos equipamentos e instrumentais

odontológicos;

c) adequação às normas definidas pela Portaria nº 1.063 de 04/07/05;

d) aspectos operacionais do serviço;

4.2.2. Quanto ao primeiro ponto, não foram registradas ocorrências recentes de

desabastecimentos de insumos odontológicos nas unidades visitadas. Em entrevista com

os diretores dessas unidades, os principais fatores que contribuíram para equacionar os

problemas de desabastecimentos apontados na auditoria de 2004, foram a adoção do

sistema de registro de preço e a criação das unidades orçamentárias. Apurou-se que o

último sistema de registro de preços, precedido pelo Pregão nº 04/2007, objeto do processo

09/021.997/2005, encontra-se com a vigência expirada. Essa auditoria não teve acesso

quanto à formalização do processo que irá substituí-lo.

4.2.3. Quanto ao segundo item verificado, apurou-se que as unidades visitadas

possuem consultórios com equipamentos odontológicos em boas condições de uso, sendo

que alguns receberam equipos novos. A única exceção refere-se à Policlínica Lincoln de

Freitas, localizada em Santa Cruz, onde um equipo se encontra inoperante em função de

um problema de vazamento no teto do consultório, conforme ilustram as fotos 5 e 6.

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Foto 5 : Ponto do teto do consultório do Lincoln de Freitas, onde se observou vazamento.

Foto 6 : Equipo inoperante (coberto com plástico) para não ser danificado pelo vazamento oriundo do teto.

4.2.4. Cabe também registrar que foram notadas em algumas unidades equipos,

que foram substituídos por novos5, armazenados em locais próximos aos consultórios.

Percebeu-se que alguns deles, apesar de antigos, apresentam bom estado, conforme

ilustram as fotos 7 a 9.

Foto 7 : Equipo encontrado no corredor de acesso ao consultório do PAM Alberto Borgeth.

Foto 8 : Equipo encontrado ao lado do escovário da Policlínica José Paranhos Fontenelle.

5 Objeto do Contrato nº 615/2008, com a empresa Dental Alta Mogiana Comércio de Produtos Odontológicos no valor de R$ 425.440,00, conforme processo 040/3446/2008, em tramitação nessa Corte.

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25

Foto 9 : Equipo encontrado no corredor da Policlínica Rodolpho Rocco.

4.2.5. Segundo informações prestadas pela Coordenação de Saúde Bucal, alguns

dos equipos substituídos serão realocados para outras unidades de saúde, principalmente,

as unidades de PSF a serem implantadas no Município, enquanto outras cadeiras

aguardam baixa no inventário. Com o intuito de quantificar o universo de equipos novos e

baixados, foi elaborada a tabela 13 , com base nas informações prestadas pela CSB.

Tabela 13 : Quantidade de equipos novos e aguardando baixa no inventário, por AP AP Equipos novos Equipos para baixa 1.0 8 0

2.1 9 0

2.2 9 0

3.1 16 0

3.2 11 5

3.3 18 0

4.0 15 4

5.1 32 1

5.2 31 0

5.3 14 1 Total 163 11

Fonte: CSB

4.2.6. No tocante a adequação dos CEOs à Portaria nº 1063/05, destaca-se que

todas as unidades visitadas não estão cumprindo o quantitativo mínimo de pessoal de

apoio como recepcionistas, auxiliares de serviços gerais e auxiliares administrativos lotados

em seus quadros. Segundo a CSB, apesar de constar expressamente essa exigência na

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26

citada Portaria, o Ministério da Saúde monitora somente a produção mínima pré-

estabelecida, que será objeto do item 4.3.

4.2.7. Em relação ao aspecto operacional, constatou-se, em entrevista com as

chefias e profissionais de saúde, que as unidades visitadas com CEO oferecem os

atendimentos mínimos preconizados pelo Ministério da Saúde, com exceção da Policlínica

Rodolpho Rocco, que tem restrições quanto ao procedimento de Diagnóstico Oral (DO).

Algumas oferecem outras especialidades como odontopediatria e ortodontia. Verificou-se,

outrossim, que nessas unidades ainda são realizados procedimentos de atenção básica,

entretanto, segundo orientação da CSB, os CEOs estão sendo preparados para atuarem

exclusivamente como referência para atendimentos especializados.

4.2.8. O fluxo de encaminhamento de usuários das unidades de saúde aos CEOs é

intermediado pelas Coordenações de Área de Planejamento (CAPs), que funcionam como

uma central de regulação. As CAPs, à medida que recebem os pedidos das unidades

requerentes, direcionam essas demandas aos CEOs dentro da respectiva AP. Os

agendamentos são feitos pelos CEOs de acordo as solicitações advindas pela CAPs. Cada

CEO reserva um determinado número de turnos na semana somente para atender essa

demanda oriunda de outras unidades.

4.2.9. Constatou-se, em entrevista com os profissionais de saúde lotados nas

unidades de saúde com CEO visitados, que há registros freqüentes de faltas de usuários

agendados oriundos de encaminhamentos de outras unidades, o que sugere que a CSB

adote mecanismos de avaliação (indicadores) sobre essas ocorrências, para detectar as

possíveis causas.

4.3. Da Produção

4.3.1. A Portaria GM nº 1571, de 29/07/2004, define que os CEOs devem apresentar

uma produção mínima mensal, a ser verificada por meio dos Sistemas de Informação do

SUS, com ênfase nos procedimentos especializados, levando-se em conta o perfil

esperado dessas unidades.

4.3.2. Com o intuito de aferir o desempenho de cada um dos CEOs sob gestão

municipal, procedeu-se à consulta no SIA/SUS, fonte indicada pelo Ministério da Saúde, da

produção total anual de cada grupo de procedimentos indicados pela Portaria nº 1571/04,

comparando com a quantidade mínima consolidada anual em relação às 17 unidades,

individualmente. O resultado dessa análise, está representada na tabela 14.

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Tabela 14 : Percentual de CEOs que apresentaram produção anual acima do mínimo definido pela Portaria nº 1571/04..

Ano Subgrupos da Tabela SIA/SUS

2005 2006 2007 Procedimentos individuais preventivos; Dentística básica e Odontologia cirúrgica básica 100% 100% 100%

Periodontia 64,71% 88,24% 82,35%

Endodontia 35,29% 64,71% 70,59%

Odontologia cirúrgica 0% 11,77% 5,88% Nota : 1) Foram analisadas as produções apresentadas de todas os 17 CEOs habilitados sob gestão municipal. 2) Estava disponível a produção anual até 2007.

Fonte: Tabnet/Secretaria Estadual de Saúde

4.3.3. Observa-se que há um número considerável de CEOs que não vem

apresentando a produção mínima estabelecida pelo Ministério da Saúde, principalmente,

nos procedimentos de endodontia e odontologia cirúrgica.

4.3.4. Vale ressaltar que a Portaria nº 1571/04 preceitua que o não-atendimento às

condições estabelecidas com relação à produção mínima mencionada implica desabilitação

das respectivas unidades.

5- Equipes de Saúde Bucal no Programa Saúde da Famí lia

5.1. Considerando que a expansão da oferta de serviços odontológicos está

diretamente relacionada com o crescimento da cobertura da estratégia do Programa Saúde

da Família, foram inseridas nesse monitoramento algumas considerações importantes

sobre o tema com relação ao dimensionamento das Equipes de Saúde Bucal (ESB) no

âmbito municipal.

5.2. Atualmente, segundo informações prestadas pela CSB, existe um total de 104

ESB, incluindo as modalidades I (com composição básica de CD e auxiliar de consultório

dentário) e II (com composição básica de CD, ACD e THD) que atuam conjuntamente com

Equipes de PSF no Município do Rio de Janeiro, distribuídos conforme a tabela 15:

Tabela 15 : Quantidade de ESB, segundo a modalidade, por AP AP MOD I MOD II Total por AP

1.0 3 0 3

2.1 4 1 5

2.2 2 1 3

3.1 17 1 18

3.2 1 0 1

3.3 7 3 10

4.0 2 2 4

5.1 13 2 15

5.2 23 5 28

5.3 14 3 17

Total 86 18 104

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28

5.3. Ocorre que a atuação dessas equipes deve estar integrada a uma ou duas

Equipes de Saúde da Família segundo a Portaria nº 648 de 28/03/2006, que aprova a

política nacional de atenção básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a

organização da atenção básica para o Programa de Saúde da Família e o PACS.

5.4. Entretanto, ao analisar a quantidade de ESF para cada ESB no Município do

Rio de Janeiro por AP, observa que essa proporção em algumas APs se aproxima de 1

ESB/ 3 ESF, conforme mostra a tabela 16.

Tabela 16 : Proporção de ESF para cada ESB, por AP AP Quantitativo de ESF para cada ESB

1.0 2,67

2.1 0,80

2.2 2,33

3.1 2,72

3.2 1,00

3.3 3,10

4.0 2,25

5.1 2,40

5.2 1,50

5.3 2,06

Total 2,13 Fonte: CSB/SMSDC

5.5. Apesar dessa atual proporção se encontrar em alguns casos mais próximos de

2, portanto, dentro do recomendável pelo Ministério da Saúde, apurou-se, com base no

Plano de Metas dessa nova gestão da SMSDC (2009-2012) que há uma tendência dessa

proporção de 3 ESF para cada ESB se consolidar, considerando que foi estabelecida uma

meta de ampliar, até 2012, em 463 e em 1390, o número de ESB e ESF, respectivamente.

(463/1390 = 1/3)

5.6. Em entrevista com diversos profissionais de saúde, extraiu-se que a proporção

de 3 ESF para 1 ESB pode causar perda na qualidade do atendimento à população

adstrita, além de prejudicar o acesso ao serviço, pois há uma tendência de aumentar o

tempo de espera à medida que um maior número de usuários necessitem dessa

assistência.

5.7. Apurou-se que em unidades de PSF recém-inauguradas já está prevista a

alocação adotando essa proporção, como o núcleo Dona Marta, mostrado nas fotos 10 e

11.

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29

Foto 10 :Consultório odontológico do PSF Dona Marta, em Botafogo, já inaugurado mais sem atendimento, aguardando a alocação de 3 ESF e 1 ESB.

Foto 11 : Acesso ao consultório localizado no 2º andar do prédio onde funciona o Pólo de Inclusão Social Padre Velloso.

6- Das medidas adotadas pela SMS em relação aos que stionamentos de fls.

139/140 do processo 040/ 6063/2004.

1. Serão comentadas neste item as medidas adotadas pela SMS em relação aos

questionamentos constantes às fls. 139/140, do processo 040/6063/2004, em cumprimento

ao voto nº do Exmo Sr. Conselheiro Relator Antônio Carlos Flores de Moraes. A relação

desses quesitos formulados, encontra-se no anexo 5 .

2. Contudo, cabe informar, preliminarmente, que alguns desses questionamentos já

foram respondidos em itens anteriores, conforme mostra a tabela 19.

Tabela 19 : Referência às respostas aos itens constantes dos questionamentos de fls. 139/140 do processo 40/6063/2004, juntado no anexo 5.

Item do Questionamento

(anexo 5) Referência às respostas

1 Subitem I do item 3

8 Subitem III do item 3

9 Subitem IV de item 3

10 Subitem XIV do item 3

11 Subitem XIV do item 3

12 (a) Subitem V do item 3

14 (a) Subitem XIV do item 3

14 (b) Subitem XV do item 3

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30

3. Na seqüência serão comentados os questionamentos restantes que ainda não

foram comentados.

6.1. Quanto ao item 2 (informar as adequações reali zadas no HM Rocha Maia e no

PAM Newton Bethlem, tendo em vista o repasse fundo a fundo de recursos do

Ministério da Saúde, em 15/12/2004 na conta 0000067 36-9, do Banco do Brasil,

agência 2234-9);

6.1.1. Inicialmente, cabe relembrar a situação anterior destas unidades, localizadas

em Botafogo e em Jacarepaguá, respectivamente, nas quais a equipe inspecionante

observou infiltrações no Setor de Odontologia que ocasionavam, segundo as chefias, em

dias de chuva, as goteiras provenientes do teto que impediam o atendimento nas cadeiras

próximas, causando limitações e transtornos ao atendimento aos usuários, além do risco de

danificar equipamentos, conforme ilustram as fotos 12 e 13.

Foto 12 : Infiltrações encontradas, em 2004, no consultório odontológico do Hospital Municipal Rocha Maia, que causava transtornos aos atendimentos.

Foto 13 : Teto do consultório do PAM Newton Bethlem, em 2004, com vários sinais de infiltrações, que também prejudicaram aos atendimentos

6.1.2. Isto posto, foi determinado à SMSDC informar quais providências estavam

sendo tomadas quanto aos problemas apontados, sendo, contudo, respondido apenas que

o acompanhamento dos serviços de manutenção predial é de responsabilidade das chefias

de serviço, direções de unidades e coordenações de área, cabendo à CSB, quanto às

condições para o desenvolvimento das ações, apenas emitir parecer, quando solicitada

pelas unidades.

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31

6.1.3. Foi comunicado ainda que foram repassados a estas unidades recursos

oriundos do Ministério da Saúde, em decorrência da habilitação como Centro de

Especialidades Odontológicas – CEO, já informada no item 4, sendo solicitada pela CSB a

adequação do espaço físico à S/GAB/Assessoria de Obras.

6.1.4. Após nova diligência, no que tange a necessidade de adequação física da

unidade, tendo em vista esta habilitação, a CSB informou ter solicitado aos órgãos

competentes os desdobramentos das adequações realizadas por meio de recursos de

incentivos repassados fundo a fundo, segundo esta Coordenação, em 15/12/2004, na conta

0000067369 do Banco do Brasil agência 22349. Contudo, nenhuma manifestação foi

encontrada.

6.1.5. Ante o exposto, será apresentada a seguir a situação atual destas unidades.

6.1.1. Hospital Municipal Rocha Maia

6.1.1.1. Em visita realizada pela equipe inspecionante ao HM Rocha Maia, pôde-se

constatar que os problemas de infiltrações no teto do consultório, observados na inspeção

anterior, foram sanados, em função da execução de reforma completa do setor.

6.1.1.2. As citadas obras objetivaram a adequação do espaço físico para a

habilitação como CEO II, mantendo a capacidade instalada de 07 consultórios

odontológicos completos, sendo 2 destinados à atenção básica.

6.1.1.3. A reforma, já concluída, foi objeto do Contrato nº 42/2008, (não deu entrada

nessa Corte) firmada com a empresa Rizoma

Engenharia Paisagismo e Serviços Ltda, entretanto,

nota-se que a execução da despesa contratual não está

concluída, conforme mostra a tabela 18.

6.1.1.4. Além da reforma completa das

instalações físicas, a Unidade também recebeu 4 novas

cadeiras odontológicas (equipos) e outras duas foram totalmente reformadas pela empresa

que faz a manutenção.

6.1.1.5. Segundo informações prestadas pela chefia do setor, os atendimentos não

foram suspensos neste período de obras, sendo os dentistas distribuídos entre os

consultórios disponíveis da unidade, haja vista que o setor possui dois ambientes

independentes, embora integrados.

6.1.1.6. Na avaliação da chefia do serviço, a adequação do local, mobiliário e

equipamentos estão satisfatórios, conforme ilustram as fotos 12 a 15, sendo oferecidos aos

Tabela 18 : Execução da despesa do Contrato nº 42/2008

Valor Contratual R$ 131.087,81

Empenhado 100%

Liquidado 88,52%

Pago 88,52% Fonte: Fincon

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32

usuários, além da atenção básica e das especialidades mínimas obrigatoriamente

desenvolvidas em um CEO, os serviços de radiologia e odontopediatria.

Foto 12 : Uma das salas onde estão instalados 3 equipos novos e instalações físicas totalmente reformadas

Foto 13 : Teto do consultório novo, que antes estava completamente danificado com várias infiltrações.

Foto 14 : Equipo que foi reformado em outro consultório

Foto 15 : Outra visão do consultório

6.1.2. Policlínica Newton Bethlem

6.1.2.1. Em visita realizada pela equipe inspecionante à Policlínica Newton Bethlem,

pode-se constatar que o problema de infiltrações, observados na inspeção anterior, foi

equacionado, estando o Setor de Odontologia desta unidade em fase final de obras visando

à completa reforma do mesmo.

6.1.2.2. A reforma, já concluída, foi objeto do

Contrato nº 55/2008, (processo 040/2681/2008) firmada

com a empresa Construtora Fado Lopes Ltda, porém,

constata-se que a execução da despesa contratual não foi

totalmente concluída conforme mostra a tabela 19 .

6.1.2.3. O serviço executado teve por objeto

adequar o espaço físico da unidade habilitada como CEO II.

Tabela 19 : Execução da despesa do Contrato nº 10055/08

Valor contratual

R$ 230.877,90

Empenhado 81,96%

Liquidado 45,35%

Pago 45,35% Fonte: Fincon

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33

6.1.2.4. Constatou-se, em inspeção ao local, que os 7 equipos novos fornecidos

pela empresa Dental Alta Mogiana Comércio de Produtos Odontológicos6 ainda não foram

instalados nos consultórios reformados. Segundo a Diretora Administrativa da Unidade,

como a entrega desses equipamentos foi realizada no período de obras, as caixas, onde

são acondicionados esses equipamentos, foram armazenadas no almoxarifado da

Policlínica, que se localiza em área oposta ao serviço de odontológico. Após o término da

reforma, houve um impasse quanto ao transporte dessas caixas até os consultórios, pois a

citada empresa fornecedora alegou que essa tarefa estava prevista somente no momento

de entrega. Considerando que a Unidade não autorizou a entrega próximo ao local de

instalação, em decorrência das obras, a fornecedora justificou que esse transporte

demandaria custos adicionais como guindastes e mão-de-obra, dada a pesagem excessiva

desses materiais. Como conseqüência dessa falta de planejamento, para instalar esses

equipos, a Unidade terá que contratar uma empresa transportadora, incorporando um custo

desnecessário, que seria evitado se a entrega destes equipamentos fosse programada

após a conclusão das obras.

6.1.2.5. Segundo informações prestadas pela Unidade, o atendimento não foi

suspenso nesse período de obras, sendo os CDs distribuídos entre 03 consultórios

instalados no Serviço Social da unidade e o no Programa Dentescola. As fotos a seguir

evidenciam os fatos acima narrados.

Foto 14 : Entrada do serviço totalmente reformada com rampas e corrimões.

Foto 15 : Corredor de acesso aos consultórios, com todas instalações físicas em perfeitas condições.

6 Mencionada na nota 5, contida no item 4.2 desse relatório.

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34

Foto 16 : Novo escovário da Unidade Foto 17 : Um dos consultórios ainda sem equipo instalado

Foto 18 : Caixas de diversos materiais acondicionados no corredor do consultório.

Foto 19 : Mobiliário completo instalado.

Foto 20 : Consultório instalado provisoriamente no Serviço Social da Unidade durante o período de obras.

Foto 21 : Caixas onde estão acondicionados os equipos armazenados no almoxarifado da Unidade, aguardando o seu transporte até o serviço de Odontologia para suas instalações definitivas.

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35

6.2. Quanto ao item 3 (Remeter a esta Corte cópia d o documento que dá ciência à

Vigilância Sanitária Municipal quanto ao apontado n os itens 3.3.1, 3.3.2, 3.3.3 e 3.3.4);

6.2.1. Durante a realização da auditoria operacional no Programa Carioca Rindo à

Toa em 2004, foram visitadas diversas unidades, entre elas algumas apresentavam

problemas estruturais graves sob o ponto de vista da biossegurança, o que foram objetos

desse questionamento.

6.2.2. Os itens citados em epígrafe fazem referência respectivamente às seguintes

unidades: PAM Manoel Guilherme da Silveira, Hospital Municipal Rocha Maia, PAM Newton

Bethlem e Hospital Municipal Lourenço Jorge.

6.2.3. Considerando que essa comissão não teve acesso a documentos

comprobatórios emitidos pela Vigilância Sanitária quanto à verificação das condições

estruturais encontradas à época acerca da situação de cada uma das quatro unidades,

procedeu-se a uma nova inspeção nessas unidades.

6.2.4. Duas delas (HM Rocha Maia e PAM Newton Bethlem) já foram tratadas no

item anterior (6.1) e se encontram em boas condições, pois passaram por reformas. Os

problemas encontrados no PAM Manoel Guilherme da Silveira também foram sanados,

conforme demonstrado no item 6.7.

6.2.5. Com relação ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, foram visitados os

consultórios do ambulatório e da emergência, que totalizam 5 equipos.

6.2.6. No ambulatório do Lourenço Jorge, onde são oferecidos serviços de atenção

básica e de ortodontia interceptativa, observou-se que o consultório com dois equipos,

estava em boas condições, sem sinais de infiltrações e em bom estado de conservação dos

equipamentos. Uma das cadeiras é nova (foto 22 ) e a outra (foto 23) passou por reforma

no seu estofamento. Já no corredor de acesso ao consultório, onde os usuários aguardam

o atendimento, foram notados sinais de infiltrações no teto (foto 24) que pode estar

causando transtornos em dias de chuva. Vale ressaltar que esse problema apontado atinge

a parte externa do serviço, logo, fora da área de atendimento clínico.

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36

Foto 22 : Cadeira nova instalada no Hospital Municipal Lourenço Jorge

Foto 23 : Equipo reformado em outro consultório

Foto 24 : Infiltrações no teto do corredor de acesso ao serviço odontológico de ambulatório

6.2.7. No setor de emergência, onde estão instaladas 3 cadeiras, sendo uma para

bucomaxilofacial, registrou-se que os equipos foram reformados (foto 25) e as instalações

estavam em boas condições de uso, com exceção de uma maca, localizada dentro de um

dos consultórios, cujo estofamento apresentava sinais de desgaste (foto 26).

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37

Foto 25 : Equipo reformado no setor de emergência do Lourenço Jorge

Foto 26 : Maca localizada dentro do setor de emergência com estofamento que precisa de reformas.

6.2.8. Considerando que os problemas de biossegurança apontados na auditoria

anterior foram sanados pela SMSDC, entende-se ser desnecessária a exigência de laudos

emitidos pela Vigilância Sanitária.

6.3. Quanto ao item 4 (Informar a posição oficial d a SMSDC no que tange a existência

ou não de cobertura contratual aos serviços de manu tenção de equipamentos

odontológicos desde o período da inspeção, junho de 2004, até a data da resposta

desta diligência , tendo em vista a divergência ent re as situações apontadas pela

CSB e S/CIN);

6.3.1. Na auditoria realizada em 2004, apurou-se que muitas unidades de saúde,

principalmente aquelas localizadas na AP 5.1, estavam sem cobertura contratual de

serviços de manutenção de equipamentos odontológicos, o que gerou muitos transtornos

aos atendimentos prestados aos usuários, pois muitos equipos se encontravam

inoperantes, conforme ilustram as fotos 27 e 28, e as unidades de saúde não dispunham

de recursos próprios para repará-los em tempo hábil.

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Foto 27 : Uma cadeira instalada no PAM Oswaldo Cruz inutilizada por problemas de vazamento

Foto 28 : Equipamento odontológico localizado no PAM Alberto Borgeth, inoperante em função de problemas do compressor

6.3.2. Neste monitoramento, apurou-se, com base nas informações prestadas pela

Coordenação de Infra-Estrutura, subordinada à Subsecretaria de Gestão da SMSDC, que

estão em vigor dois contratos com as empresas Delta Medmil Assistência Técnica Ltda e

TX Comércio de Produtos Médicos Ltda, conforme mostradas nas tabelas 20 e 21.

Tabela 20 : Instrumentos firmados com a Delta Medmil Assistência Técnica Ltda Processo Objeto Situação

40/1750/2006 Contrato nº 106/2006 arquivado

40/2490/2007 1º Termo Aditivo nº 187/2007 Arquivado

40/2943/2007 2º Termo Aditivo nº 188/2007 Arquivado

40/2929/2008 3º Termo Aditivo nº 414/2008 Simples arquivamento Fonte: SCP/TCMRJ Tabela 21: Instrumentos firmados com a empresa TX Comércio de produtos Médicos Ltda

Processo Objeto Situação

40/307/2007 Contrato nº 986/2006 arquivado

40/4133/2007 1º Termo Aditivo nº 915/2007 arquivado

40/4134/2007 2º Termo Aditivo nº 976/2007 arquivado

40/498/2008 4º Termo Aditivo nº 1693/2007 arquivado

40/1311/2008 5º Termo Aditivo nº 010/2008 arquivado

40/3381/2008 3º Termo Aditivo nº 1270/2007 arquivado

40/346/2009 6º Termo Aditivo nº 1595/2008 Tramitação interna Fonte: SCP/TCMRJ

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39

6.3.3. O 3º Termo Aditivo nº 414/2008 ao Contrato nº 106/2006 com a Delta prevê

apenas 12 unidades hospitalares7 beneficiadas e tem cobertura até 30/04/2009, mas que

está em processo de prorrogação da vigência por mais um período de 12 meses.

6.3.4. Já o 6º Termo Aditivo nº 1595/2008 ao Contrato nº 986/2006 com a empresa

TX, contempla 108 unidades de saúde com odontologia e tem vigência até 01/01/2010.

6.3.5. Verificou-se que os citados instrumentos juntos cobrem atualmente todas as

unidades de saúde com equipamentos odontológicos instalados na rede pública municipal,

inclusive os núcleos do PSF.

6.3.6. Quanto à execução da despesa dos referidos contratos, elaborou-se a tabela

22 que informa o resultado da consulta ao sistema Fincon, em 30/04/2009.

Tabela 22 : Execução das despesas referente aos Contratos nº 106/06 e 986/06.

Instrumento Valor contratual 1 Empenhado 2 Liquidado 2 Pago 2

Contrato nº 106/06 R$ 537.864,00 90,35% 85,74% 84,53%

Contrato nº 986/06 R$ 2.070.720,00 98,75% 67,06% 63,28%

Nota: 1) Os valores contratuais mencionados referem-se ao somatório das quantias correspondentes aos respectivos aditivos; 2) Valores percentuais em relação aos respectivos totais contratuais. Fonte: Fincon

6.3.7. Da tabela 22, convém registrar que, apesar da vigência do 3º Termo Aditivo nº

414/2008 ao Contrato nº 106/2006 expirar em 30/04/08, portanto, na mesma data da

consulta realizada, não consta o empenhamento total processado pela SMSDC.

6.3.8. Da verificação in loco nas unidades de saúde, pôde-se constatar que os

equipamentos odontológicos estavam em adequadas condições de uso, sem haver registro

de cadeiras inoperantes ou com funcionamento insatisfatório, conforme revelam as fotos 29

e 30, associadas a unidades que enfrentavam problemas na auditoria de 2004, em

referência às fotos 27 e 28.

7 H.M.Souza Aguiar, H.M. Barata Ribeiro, H.M.Salles Neto, H.M.Rocha Maia, H.M.Miguel Couto, H.M.Jesus,

H.M.Paulino Werneck, H.M.Nossa Senhora do Loreto, H.M.Reabilitação, H.M.Carmela Dutra, H.M.Raphael de Paula e Souza, H.M.Lourenço Jorge.

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40

Foto 29 : Equipamentos em adequadas condições de funcionamento no Policlínica Alberto Borgeth

Foto 30 : A mesma situação encontrada na Policlínica Oswaldo Cruz

6.3.9. Impende também informar que, por meio da execução dos referidos contratos

de manutenção, 40 equipos foram totalmente reformados, conforme mostrado na tabela 23.

Tabela 23 : Quantitativo de equipamentos reformados Localização dos Equipamentos

reformados Quantitativo

AP 1.0 5

AP 2.1 2

AP 2.2 3

AP 3.1 4

AP 3.2 3

AP 3.3 6

AP 4.0 6

AP 5.1 0

AP 5.2 4

AP 5.3 7

Total 40 Fonte: CSB

6.4. Quanto ao item 5 (justifique a não autorização de chamada de ACDs, THDs e

TPDs para atender as necessidades requisitadas pela CSB, se foram previstas vagas

para tais profissionais no último concurso realizad o);

6.4.1. Para apurar as medidas adotadas pela SMSDC quanto à matéria em epígrafe,

foi realizado, preliminarmente, um levantamento do quantitativo de Auxiliares de

Consultórios Dentário (ACD), Técnico de Higiene Dental (THD) e Técnico de Prótese

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41

Dentária (TPD), que ingressaram por meio dos concursos públicos realizados nos últimos 4

anos (2005 a 2008), cujo resultado se encontra na tabela 24.

Tabela 24 : Quantitativo de ACDs, THDs e TPDs, providos, empossados, exonerados relativos aos últimos concursos realizados entre 2005 a 2008.

Ocorrências ACD THD TPD Provimentos 39 6 5

Posse 39 5 5

Exonerações ex-oficio 0 0 0

Exonerados a pedido 2 0 0

Em atividade 37 5 5 Fonte: Coordenação de Recursos Humanos da SMSDC

6.4.2. Na busca de conhecer o atual panorama existente quanto à existência de

possíveis carências desses profissionais na rede pública municipal, foi solicitado à

Coordenação de Recursos Humanos (CRH) da SMSDC, os parâmetros vigentes para

calcular as necessidades dos referidos profissionais, conforme apresentado a seguir,

ressaltando que não foi disponibilizada aquele referente ao Técnico de Prótese Dentária:

• ACDs – 01 por 02 equipos;

• THDs – 01 por 03 equipos.

6.4.3. Considerando-se este modelo de cálculo para as duas categorias de apoio

odontológico e aplicando-o aos dados contidos em planilha fornecida pela CSB, na qual são

informados o número total e o número de equipos instalados (401), obteve-se quantitativo

necessário (padrão) e conclui-se que a necessidade de pessoal de apoio é de

aproximadamente 26 THDs e 55 ACDs, conforme a tabela 25:

Tabela 25 : Quadro comparativo entre o quantitativo padrão e existente de ACDs e THDs Categoria Total Padrão Necessidade

THD 108 134 26

ACD 146 201 55

Fonte: CSB

6.4.4. Cabe ressaltar que existem atualmente 125 ACDs e 9 THDs, incluídos na

coluna “Total” da tabela 25, que devem ser somados ao quantitativo de necessidades, pois

se referem a contratações terceirizadas que ocupam vagas acumuladas nos últimos anos.

Destarte, estima-se que a carência desses profissionais alcança 35 THDs e 180 ACDs.

6.4.5. Diante desse quadro, foram examinados os resultados dos últimos

concursos realizados pela SMSDC8, com validade até 25/06/2010, onde se verifica que

existe um banco de concursados compatível com as necessidades apuradas anteriormente,

conforme mostrado na tabela 26.

8 Editais SMA/SMS nº 13 e 14, ambos publicados em 21/01/2008.

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42

Tabela 26 : Distribuição quantitativa do número de vagas, inscritos, aprovados, convocados e aguardando provimento dos concursos vigentes da SMSDC.

VAGAS INSCRITOS APROVADOS CONVOCADOS AGUARDANDO PROVIMENTO

Categorias REG. DEF Total DEF TOTAL DEF total DEF TOTAL DEF

Atendente de Consultório

Dentário – ACD 34 2 1973 4 522 1 38 1 483 0

Técnico de Prótese Dentária-TPD

1 0 91 0 12 0 5 0 7 0

Técnico de Higiene Dental-THD

5 1 238 1 63 0 6 0 57 0

Fonte: www.rio.rj.gov.br/concursos

6.4.6. Atina-se que, apesar de já preenchidas as vagas estipuladas no concurso

vigente, a SMSDC convocou um pequeno número excedente em todas as categorias,

porém, ainda insuficiente em relação às necessidades apuradas no parágrafo 6.4.4.

6.5. Quanto aos itens 6 e 7 (informe sobre os corte s no orçamento referentes aos

Programas de Trabalho da Saúde Bucal) e (esclareça o motivo da variação entre a

Despesa Autorizada e o Valor Empenhado, conforme de monstrado na tabela 8 do

item 3.8 do relatório de inspeção);

6.5.1. Os itens em epígrafe referem-se à execução orçamentária do Programa de

Saúde Bucal que, no período analisado (2001 a 2003) na auditoria realizada em 2004, foi

constatada a ocorrência de freqüentes contingenciamentos, empenhamentos parciais e

falta de pagamentos que geraram problemas graves de desabastecimento de insumos, falta

de investimentos, bem como outros transtornos operacionais.

6.5.2. Nesse monitoramento, procurou-se acompanhar a execução orçamentária a

partir de 2005, principalmente, em função dos repasses federais para custeio das unidades

de saúde municipais habilitadas como CEOs.

6.5.3. Em consulta ao sítio9 da Fundação Nacional de Saúde (FNS) na internet,

apurou-se que foi repassado, entre 2004 a 2008, o montante de R$ 8.434.800,00, conforme

mostrado na tabela 27.

9 www.fns.gov.br

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43

Tabela 27 : Quantitativos anuais dos valores repassados pelo FNS, para custeio dos CEOs Período Valores repassados Ano 2004 R$ 1.034.000,00

Ano 2005 R$ 1.848.000,00

Ano 2006 R$ 1.848.000,00

Ano 2007 R$ 1.856.800,00

Ano 2008 R$ 1.848.000,00

Total R$ 8.434.800,00 Fonte: FNS

6.5.4. Esses recursos são transferidos mensalmente pelo Ministério da Saúde a uma

conta corrente específica10 do Banco do Brasil, gerenciada pela Coordenação de Saúde

Bucal da SMSDC.

6.5.5. Com o advento desses recursos, o Programa Carioca Rindo à Toa passou a

ter a partir de 2005, dois Programas de Trabalho11: um referente aos CEOs e outro ao

Dentescola. Com base nas informações prestadas pela Assessoria de Orçamento da

Subsecretaria de Gestão da SMSDC, elaborou-se a tabela 28, que consolida a execução

orçamentária desses dois PTs relativos à saúde bucal, no período de 2005 a 2008.

Tabela 28 : Execução orçamentária dos Programas de Trabalho relativos às ações de saúde bucal no Município do Rio de Janeiro.

Ano 2005 Programas de Trabalho Dotação Empenhado Liquidado Pago

Dentescola R$ 3.500.000,00 R$ 2.421.862,57 R$ 2.358.936,57 R$ 2.358.936,57

CEO R$ 111.945,10 R$ 111.945,10 R$ 4.070,00 R$ 0,00

Ano 2006 Programas de Trabalho

Dotação Empenhado Liquidado Pago

Dentescola R$ 576.978,57 R$ 201.021,43 R$ 201.021,43 R$ 0,00

CEO R$ 1.316.123,60 R$ 329.490,49 R$ 249.337,51 R$ 248.285,76

Ano 2007 Programas de Trabalho

Dotação Empenhado Liquidado Pago

Dentescola R$ 754.998,99 R$ 754.998,99 R$ 599.772,00 R$ 62.915,66

CEO R$ 1.501.168,20 R$ 1.501.168,20 R$ 1.202.383,04 R$ 1.150.677,04

Ano 2008 Programas de Trabalho

Dotação Empenhado Liquidado Pago

Dentescola R$ 523.632,74 R$ 523.632,74 R$ 188.750,00 R$ 188.750,00

CEO R$ 1.433.348,65 R$ 1.433.348,65 R$ 846.468,13 R$ 846.468,13 Fonte: Assessoria de Orçamento da SMSDC.

10 Agência 2234-9 Conta Corrente 6.736-9 11 PT 18011030102082435 correspondente ao CEO e PT 18011030202082089 referente ao Dentescola

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44

6.5.6. Observa-se que persistem inconsistências no processo de execução das

despesas em ambos PTs, dada a diferença de valores empenhados, liquidados e pagos,

em cada um dos anos analisados.

6.5.7. Ao examinar especificamente a alocação dos recursos repassados pelo

Ministério da Saúde no PT CEO, nota-se que, somente a partir de 2007, são registrados

investimentos mais vultosos nessa área em função dos maiores valores liquidados

observados.

6.5.8. De acordo com a CSB, esses investimentos foram aplicados em obras de

adequação de algumas unidades de saúde com CEO, aquisição de equipamentos

odontológicos, além da aquisição de insumos e instrumentais, o que foi verificado durante

as visitas realizadas, conforme apontado no item 4.2.

6.5.9. Da verificação das notas de empenhos emitidas vinculadas ao PT CEO,

referente ao ano de 2008, apurou-se que os recursos (fonte 194) são investidos também

em outras unidades de saúde, principalmente núcleos de PSF, que não tem CEO,

contrariando a Portaria nº 1571 de 29/07/04, onde se estabelece que tais recursos devem

ser destinados exclusivamente ao custeio dos serviços mínimos a serem executados pelos

CEOs.

6.5.10. Segundo a CSB, os recursos federais do CEO não alocados no PT, são

acumulados para aplicação nos exercícios seguintes, conforme mostra a tabela 29.

Tabela 29 : Controle do fluxo financeiro dos recursos federais do CEO. item Lançamentos efetuados Valores

1 Saldo em 23/03/2007 R$ 5.627.774,90

2 Repasse fev/07 a out/07 R$ 1.856.800,00

3 Repasse jan/08 a out/08 R$ 1.540.000,00

4 Repasse nov/08 e dez/08 R$ 308.000,00

5 Total recursos financeiro até dez/08 R$ 9.332.574,90

6 Total Liquidado até dez/08 R$ 2.048.851,17

7 Saldo financeiro R$ 7.283.723,73

8 Repasse previsto para 2009 (17 CEO) R$ 1.848.000,00

9 Total recursos financeiros até dez/09 R$ 9.131.723,73

10 Repasse previsto com habilitação CEO III da Policlínica Manoel Guilherme da Silveira a partir de maio/09 até dez/09

R$ 200.000,00

11 Dotação orçamentária para 2009 R$ 2.670.000,00

12 Orçado na meta informática para 2009 R$ 80.000,00

13 Orçado na meta obras para 2009 R$ 750.000,00

14 Total orçado com recursos do CEO R$ 3.500.000,00

15 Saldo financeiro CEO em dezembro de 2009 R$ 5.831.723,73 Fonte: CSB

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45

6.5.10. A CSB informou que não constam até abril de 2009, os repasses relativos a

novembro e dezembro de 2008, indicados no item 4 da tabela 29.

6.5.11. Constata-se também que a CSB considera todo o montante repassado (R$

1.848.000), informado no item 8 da tabela 29, para aplicação no custeio das unidades

públicas municipais. Entretanto, desse total estão incluídos os incentivos do CEO referente

ao Hospital Geral da Lagoa, unidade federal, correspondente a R$ 105.600,00 anuais.

6.5.12. Extrai-se da tabela 29 que, para 2009, estão previstas novas receitas com a

habilitação da Policlínica Manoel Guilherme da Silveira, em Bangu, na modalidade CEO III,

conforme já mencionado no item 4.1. Quanto à aplicação dos recursos do CEO para 2009,

está prevista uma execução orçamentária de R$ 3.500.000,00, cujas despesas estão

compostas conforme o gráfico 2.

Gráfico 2 : Distribuição percentual de despesas previstas para 2009, financiadas com recursos federais de custeio dos CEOs.

21%

2%

10%

44%

3%

9%7% 4%

Obras de Adequação

Compra de equipamentos de informática para os CEOs

Compra de instrumental

Aquisição de Equipamentos

Capacitação

Serviços

Passagens

Diárias

Fonte: CSB

6.5.13. Consoante previsão para 2009, constata-se que cerca de 65% dos recursos

do CEO serão gastos em despesas de capital, ou seja, na compra de materiais

permanentes (equipamentos odontológicos) e em obras de adequação em unidades como

Policlínica Lincoln de Freitas, CMS Belizário Penna, Hospital Francisco da Silva Telles,

Policlínica Oswaldo Cruz e Policlínica Newton Alves Cardoso.

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46

6.5.14. Cabe registrar que as despesas previstas para passagens superam os

gastos com capacitação, o que não foi esclarecido durante o monitoramento.

6.5.15. No que tange ao PT relativo ao Dentescola, verificou-se, após analisar as

notas de empenho emitidas em 2008 a ele vinculadas, que são executadas despesas na

sua grande maioria com recursos do erário municipal (fonte 100), referentes a aquisição de

materiais odontológicos, incluindo kits de higiene oral, dispensados em unidade de saúde e

nas escolas de rede pública municipal. Inclui-se, nesse contexto, o processo

09/006698/200612 que tem por objeto o fornecimento de 645.000 Kits, com valor contratual

total de R$ 943.750,00.

6.6. Quanto ao item 12b (realização de concurso púb lico para suprir a carência de 32

Cirurgiões Bucomaxilofaciais para a adequação das e quipes das grandes

emergências, ratificada pela CSB;

6.6.1. Este problema não foi resolvido, haja vista que nos últimos 04 anos, apesar

da carência de 32 cirurgiões, apenas 02 tomaram posse após aprovação no único concurso

realizado neste período, em 2008.

6.6.2. Entretanto, cabe informar que, no concurso ainda vigente, informado no item

6.4, dos 59 candidatos inscritos somente 2 foram aprovados.

6.7. Quanto ao item 13 (S/GAB/Assessoria de Obras, CAP 5.1 e Direção do PAM Dr.

Manoel Guilherme da Silveira, manifestem-se cada um individualmente com relação

às adequações realizadas nesta unidade, consideran do-se que a mesma não possui

condições sanitárias mínimas para o atendimento da população e que a CSB alega já

ter solicitado providências à CAP 5.1;

6.7.1. Inicialmente, cabe relembrar a situação anterior desta Unidade, localizada em

Bangu, a qual possuía 05 equipos, os quais não estavam dispostos de forma ergonômica,

pois as distâncias entre eles eram extremamente pequenas e dificultando a movimentação

das pessoas no interior do consultório. Além disso, foi observado que o revestimento do

piso estava descolando e os condutos e fios estavam expostos, apresentando, também,

riscos de acidentes aos usuários e profissionais, conforme ilustram as fotos 31 e 32.

12 Processo 040/000205/2007.

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47

Foto 31 : Situação encontrada em 2004, com equipos próximos um dos outros, causando transtornos aos profissionais e usuários.

Foto 32 : Piso descolando e fios expostos

6.7.4. Em visita realizada pela equipe inspecionante à Policlínica Dr. Manoel

Guilherme da Silveira, pode-se constatar que os problemas observados na inspeção

anterior foram sanados, com a realização das obras de adequação no setor de odontologia

da Unidade, que está em processo de habilitação para CEO III e para Laboratório Regional

de Prótese Dentária (LRPD).

6.7.5. A reforma, já concluída, foi objeto do Contrato nº 182/2007, (processo

040/0096/2008, em tramitação nessa Corte) firmada

com a empresa Planus Construções e

Empreendimentos Ltda, porém, constata-se que a

execução da despesa contratual não foi totalmente

concluída conforme mostra a tabela 30.

6.7.6. Verificou-se que as instalações físicas,

mobiliários e equipamentos odontológicos estão em adequadas condições de uso, com 09

consultórios odontológicos completos. Registra-se como exceção: a falta da instalação do

aparelho de raio-x e o mobiliário onde funcionará o laboratório de prótese, que, segundo a

Direção da Unidade, apesar de já montado, está inadequado para uso, pois não dispõem

de bancadas vazadas, o que não propicia ergonomia aos trabalhos executados pelos

protéticos sobre a mesma.

6.7.7. A Direção da Unidade informou que o atendimento foi suspenso neste período

de obras, sendo os profissionais distribuídos entre outras unidades e o Programa

Dentescola. Vale ressaltar que os atendimentos continuam interrompidos, pois a Unidade

está aguardando a liberação da obra para iniciá-los.

Tabela 30 : Execução da despesa do Contrato nº 182/2007

Valor Contratual R$ 176.752,61

Empenhado 100%

Liquidado 89,98%

Pago 89,98% Fonte: Fincon

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48

Foto 33 : Consultórios novos da Policlínica Manoel Guilherme da Silveira, que além de passar por reformas completas das instalações físicas recebeu novos equipamentos odontológicos e mobiliários, ainda sem funcionamento, pois aguarda liberação final da obra por parte da Assessoria de Obras da SMSDC.

Foto 34 : Detalhe de um dos equipos novos instalados.

Foto 35 : Aparelho de Raio-x novo ainda na caixa, sem instalação.

Foto 36 : Mobiliário novo instalado no futuro local onde funcionará o LRPD na Unidade, que está inadequado para o trabalho dos protéticos. Nota-se que os armários foram montados sob a bancada, o que dificulta o posicionamento apropriado desses profissionais mantendo-se sentados diante da mesma, conforme indicado na foto 1 do item 4.1.

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49

6 - Análise da evolução dos indicadores para a assi stência em saúde bucal

6.1. Antes de proceder à análise dos indicadores relacionados à saúde bucal, cabe

registrar que foram detectados no período do monitoramento problemas relacionados à

gestão dos sistemas de informações alimentados pela Secretaria Municipal de Saúde e

Defesa Civil. Em decorrência disto, declarou a CSB, que qualquer avaliação dos

indicadores disponíveis não estão adequadamente dimensionados.

6.2. De acordo com a CSB, o antigo sistema utilizado, Sistema de Gerenciamento

de Unidade Ambulatorial Básica (SIGAB), era uma versão que já previa manutenção e/ou

atualização pelo DATASUS, já que não era mais recomendado pelo Órgão. A permanência

na utilização desse gerenciador impossibilitou que as mudanças propostas na Tabela de

Procedimentos do Sistema de Informação do SUS (SIA/SUS), pela Portaria nº 95 de

14/02/2006, não fossem absorvidas pelas unidades, com exceção daquelas que

registravam o volume de produção no Boletim de Produção Ambulatorial (BPA).

6.3. Em função desses problemas, completa a CSB, importantes procedimentos

como o registro da “Primeira consulta odontológica programática” deixaram de ser

dimensionados. Da mesma forma, todo o volume correspondente às ações coletivas de

escovação e de aplicação de flúor (que receberam novos códigos, substituindo o

“procedimento coletivo”) e das restaurações de ionômero (utilizadas na rede e nas ações

coletivas do Dentescola com a Técnica de Restauração Atraumática – TRA) não foram

registradas.

6.4. Segundo a CSB, outro problema foi gerado a partir de 2008, simultaneamente à

mudança da tabela (Portaria SAS/MS nº 07 de 04/01/08), na implantação do GIL

(Gerenciador de Informações Locais) na rede municipal em substituição ao SIGAB. Entre

os problemas relacionados a esse novo gerenciador, que fazem com que os registros não

se encontrem ainda com fluxo regularizado, estão:

I. fragilidade no processo de implantação, pois foi realizado a partir de

multiplicadores em cada AP, ou seja, servidores que não foram suficientemente treinados

por um instrutor do Ministério da Saúde enfrentam dificuldades no gerenciamento do GIL,

pois o sistema exige o cadastro do paciente como condição para registrar os

procedimentos;

II. deficiência na disponibilidade de pessoal para digitar as informações do cadastro

de cada paciente;

III. insuficiência de equipamentos de informática;

6.5. Ante os esclarecimentos prestados, impende acentuar que a SMSDC deve

priorizar a regularização desses problemas que não atingem somente os indicadores de

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50

saúde bucal. Tal deficiência provoca o subdimensionamento da produção e imprecisão dos

resultados obtidos pelo Programa.

6.6. Em que pese as ressalvas quanto à gestão do processamento de dados no

nível local, vale ressaltar que o Ministério da Saúde adota os citados sistemas de

informações para avaliar o desempenho da produção e do faturamento de todos os entes

federativos, independentemente dos problemas já relatados. A alimentação dos dados nos

sistemas de informações do SUS é uma condição, por exemplo, para repasse dos recursos

federais que custeiam as ações de saúde, incluindo a assistência odontológica. Cabe

também acentuar que essas inconsistências no processo de alimentação foram objeto de

questionamentos em diversas auditorias realizadas por esse Tribunal, pois já produziram

consideráveis prejuízos ao Município, em função da perda de receita, por falta de

faturamento dos procedimentos considerados estratégicos.

6.7. Nesse sentido, após proceder a uma pesquisa no sítio do Ministério da Saúde,

identificou-se que houve revisão dos indicadores de saúde bucal em relação àqueles

analisados na auditoria de 2004. Está em vigor a Portaria nº 91, de 10/01/07, que

regulamenta a unificação do processo de pactuação de indicadores e estabelece os

indicadores do Pacto pela Saúde, a serem adotados por municípios, estados e Distrito

Federal.

6.8. Essa Portaria institui o Relatório de Indicadores de Monitoramento e Avaliação

do Pacto pela Saúde para pactuação unificada que estabelece como indicadores para

saúde bucal:

1.Cobertura da primeira consulta odontológica programática (principal)

2.Cobertura da ação coletiva "Escovação Dental Supervisionada (complementar)

3. Média de procedimentos odontológicos básicos individuais (complementar)

6.9. Além dos indicadores citados, esta auditoria procurou avaliar os resultados

obtidos exclusivamente com o Programa Dentescola, principalmente, depois de verificar o

baixo número de estagiários atuantes nos últimos anos. Todavia, a CSB não disponibilizou

tais informações solicitadas no Memorando nº 01/09, de 18/03/09, em tempo hábil, o que

inviabilizou essa análise.

6.1. Cobertura de Primeira Consulta Odontológica Pr ogramática

6.1.1. Este indicador mede a tendência de cobertura de tratamentos odontológicos a

partir da realização da primeira consulta com exame clínico visando a elaboração de um

plano de tratamento. Reflete, em percentual, a proporção de habitantes que recebeu a

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51

primeira consulta odontológica para realização do tratamento odontológico restaurador no

âmbito da atenção básica, em determinado local e período, conforme o cálculo mostrado a

seguir:

Numero total de primeiras consultas odontológicas programáticas *realizadas em determinado período ______ x 100 População no mesmo local e período

*Código do SIA/SUS: 03.021.01-7, alterada pela Portaria SAS nº 95, de 14/02/06

6.1.2. Com base nas informações extraídas do DATASUS, elaborou-se o gráfico 3,

que consolida o resultado que o Município do Rio de Janeiro obteve por meio desse

indicador, nos anos disponíveis pelo sistema (2006 até 2007). Foram agregados também os

resultados de outras quatro capitais com o intuito de comparar seus resultados.

Gráfico 3 : Série Histórica anual da cobertura de Primeira Consulta Odontológica Programática, referente ao Município do Rio de Janeiro e outras 4 capitais

1,262,310

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Ano 2006 Ano 2007

Rio de Janeiro São Paulo Curitiba

Belo Horizonte Porto Alegre

Fonte: Datasus

6.1.3. Nota-se, preliminarmente, que houve queda de cerca de 45% desse indicador,

entre os anos de 2006 e 2007, também percebida nas demais capitais analisadas, com

exceção de Curitiba, que pode ser reflexo dos problemas de alimentação dos sistemas de

informações já relatados anteriormente.

6.1.4. Considerando que esse indicador operacional avalia o acesso da população

aos serviços de saúde, conclui-se que o resultado obtido pode ser considerado

insatisfatório, pois cobre apenas 1,26% da população, enquanto que a meta estabelecida

pela Portaria nº 91/07 é de 30%.

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52

6.1.5. Em comparação com as demais capitais analisadas, o Município carioca

também obteve o pior resultado, apesar de estar próximo do desempenho de São Paulo.

6.2. Cobertura da Ação Coletiva Escovação Dental Supervi sionada

6.2.1. Esse indicador representa o percentual de pessoas que participam da ação

coletiva escovação dental supervisionada. Tal ação é dirigida, necessariamente, a um

grupo de indivíduos, e não a ação individual em que atividades educativas são realizadas

no âmbito clínico para uma única pessoa.

6.2.2 No cálculo deste indicador, deve-se obter, primeiro, a média anual de

participantes da ação. Para obter essa média soma-se o número de pessoas participantes

em cada mês, independente da freqüência com que se realizou a atividade, dividindo-se o

valor pelo número de meses em que a ação foi realizada e o resultado deve ser dividida

pelo população, conforme o cálculo a seguir:

Média anual de pessoas participantes na ação coletiva Escovação Dental Supervisionada* realizada em determinado local e período

População no mesmo local e período

X100

* Código do SIA/SUS: 03.011.02-0 (Portaria nº 95, de 14 de fevereiro de 2006)

6.2.3. Com base nas informações extraídas do DATASUS, elaborou-se o gráfico 4,

que consolida o resultado que o Município do Rio de Janeiro obteve por meio desse

indicador, nos anos disponíveis pelo sistema (2006 até 2007). Foram agregados também os

resultados de outras três capitais com o intuito de comparar seus resultados.

Gráfico 4 : Série Histórica anual da Cobertura da Ação Coletiva Escovação Dental Supervisionada, referente ao Município do Rio de Janeiro e outras 3 capitais

0,010,010

1

2

3

4

5

6

Ano 2006 Ano 2007

Rio de Janeiro São Paulo Curitiba Porto Alegre

Fonte: Datasus

SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo

53

6.2.4. Da leitura do gráfico 4, observa-se que o resultado obtido com a cobertura da

ação coletiva escovação dental supervisionada é praticamente nulo, representando uma

cobertura de 0,01% da população, aquém da meta definida pela Portaria nº 91/07 de 5%.

6.2.5. Comparando com as demais capitais analisadas, nota-se também que o

Município do Rio de Janeiro se encontra em desvantagem com menor taxa.

6.2.6. Conclui-se que a proporção de pessoas que teve acesso à escovação dental

com orientação ou supervisão de um profissional de saúde, visando à prevenção de

doenças bucais, mais especificamente cárie dentária e doença periodontal, no período

analisado, está insatisfatório. Não obstante a possível existência de subdimensionamento

da produção apresentada pelo Município do Rio de Janeiro, vale reafirmar que essa

avaliação é oriunda dos sistemas de informações do DATASUS e que, portanto, serve de

base para monitoramento dos serviços de saúde no âmbito do SUS.

6.3. Média de Procedimentos Odontológicos Básicos Indivi duais

6.3.1. Esse indicador consiste no número médio de procedimentos odontológicos

básicos, clínicos e/ou cirúrgicos, realizados por indivíduo, na população residente em

determinado local e período, conforme cálculo a seguir:

Número de procedimentos odontológicos básicos individuais* em determinado local e período

População no mesmo local e período * Códigos do SIA/SUS: procedimentos odontológicos básicos que compõem o Grupo 03, à exceção dos códigos 03.011.02-0, 03.011.03-8, 03.011.04-6, 03.011.05-4, 01.023.01-2, 01.023.03-9, 04.011.02-3, 04.011.03-1 (Ações Coletivas criados pela Portaria SAS Nº 95, de 14 de fevereiro de 2006), e 03.021.01-7(Primeira Consulta Odontológica Programática), mais os procedimentos do Grupo 10 que a partir da NOAS/01 passaram a compor o elenco de procedimentos odontológicos básicos individuais (10.041.01-0 - necropulpectomia de dente decíduo/permanente; 10.051.15-5 - glossorrafia e 10.051.36-8 - ulectomia).

6.3.2. Com base nas informações extraídas do DATASUS, elaborou-se o gráfico 5,

que consolida o resultado que o Município do Rio de Janeiro obteve por meio desse

indicador, nos anos disponíveis pelo sistema (2004 até 2007). Foram agregados também os

resultados de outras quatro capitais com o intuito de comparar seus resultados.

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54

Gráfico 5 : Série Histórica anual da Média de Procedimentos Odontológicos Básicos Individuais, referente ao Município do Rio de Janeiro e outras 4 capitais

0,280,310,320,34

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007

Rio de Janeiro São Paulo Curitiba

Belo Horizonte Porto Alegre

6.3.3. Do gráfico 5, constata-se que há um declínio gradual desse indicador entre

2004 a 2007, o que configura um resultado desfavorável, já que a meta prevista na Portaria

nº 91/07 é de 2,5.

6.3.4. Comparando-se com o desempenho das demais capitais pesquisadas, nota-

se que o resultado do Município do Rio de Janeiro está mais satisfatório do que São Paulo

e Belo Horizonte, embora atinjam quase o mesmo índice.

6.3.5. Do resultado obtido, conclui-se que a concentração de ações com

procedimentos clínico-cirúrgicos, realizados por pessoa, pelos serviços odontológicos

básicos do SUS ainda precisam ser melhorados.

7 – Oportunidades de Melhoria

7.1. Que se amplie a oferta de serviços odontológicos na AP 4.0 uma vez que há déficit da

capacidade instalada da rede municipal em relação à população residente nesta;

7.2. Viabilizar, junto aos setores competentes, a criação de um sistema próprio de

informática voltado para a Saúde Bucal com perfil gerencial vinculado aos dados extraídos

das unidades atinentes à produção, desempenho, controle de recursos humanos e de

insumos;

7.3. Promover meios de divulgação da oferta assistencial odontológica da rede municipal

principalmente buscando o público-alvo na faixa etária de adultos;

SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo

55

7.4. Que se viabilize um quantitativo adequado de estagiários para o “Dentescola”, visando

tornarem viáveis as atividades proporcionadas pelo Programa;

7.5. Que se viabilizem medidas que proporcionem melhor divulgação do concurso para

estagiários do “Dentescola”;

7.6. Que seja elaborado um estudo acerca das condições de saúde bucal da população

carioca, através de ações intersetoriais com entidades da sociedade civil, a fim de sustentar

o planejamento do Programa Municipal, identificar as maiores prioridades advindas do perfil

epidemiológico de cada Área de Planejamento e, sobretudo, tornar possível a avaliação dos

impactos proporcionados pelo Programa em todas as frentes de atenção oferecidas pelo

Município;

7.7. Que seja contemplada no Plano Diretor a organização do universo de serviços

odontológicos prestados pelos estabelecimentos de saúde cadastrados no CNES que

oferecem atendimento dessa natureza no âmbito do SUS;

7.8. Viabilizar parcerias com a Vigilância Sanitária e com a CEDAE a fim de mapear as

áreas que não recebem água fluoretada e, posteriormente, identificar as pessoas que as

habitam oferecendo outros meios de reforço na prevenção;

7.9. Que sejam apresentados os indicadores criados para acompanhamento do

“Dentescola” com o estabelecimento de metas;

7.10. Reavaliar, junto às unidades, como o quantitativo total da carga horária dos dentistas

está sendo consumido em confronto com a capacidade instalada e atividades fora da

cadeira, a fim de sanar possíveis distorções identificadas pela Comissão Inspecionante,

considerando que foram encontrados na maioria dos casos excessos de mão-de-obra e,

em outros, necessidade de recursos humanos, já apontadas anteriormente.

8 - Questionamentos

8.1. Que a SMSDC preste esclarecimentos quanto ao sistema de registro de preço que

substituirá o processo 09/021.997/2005 tendo como objeto a aquisição de insumos

odontológicos, em atenção ao parágrafo 4.2.2 do item 4.2;

SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo

56

8.2. Que a SMSDC informe quais medidas estão sendo tomadas para sanar os problemas

apontados no parágrafo 4.2.3 do item 4.2, quanto ao vazamento encontrado no consultório

da Policlínica Lincoln de Freitas;

8.3. Que a SMSDC se pronuncie quanto ao apontado no item 4.3, em relação à produção

mínima dos CEOs em face da Portaria nº 1571/2004;

8.4. Que a SMS se pronuncie quanto ao apontado no item 5, no que se refere a proporção

de Equipes de Saúde da Família para cada Equipe de Saúde Bucal no processo de

expansão previsto até 2012;

8.5. Que a SMSDC se pronuncie quanto às carências de ACDs e THDs, apontadas no item

6.4 desse relatório;

8.6. Que a SMSDC apresente justificativa quanto às inconsistências apontadas no

parágrafo 6.5.6, do item 6.5, desse relatório, referente à execução orçamentária dos

programas de trabalho vinculadas à saúde bucal;

8.7. Que a SMSDC justifique a alocação dos incentivos financeiros do CEO do Hospital

Geral da Lagoa no orçamento municipal, conforme apontado no parágrafo 6.5.11, do item

6.5 desse relatório;

8.8. Que a SMSDC preste esclarecimento quanto às despesas relativas a viagens,

previstas para 2009 com recursos do CEO, informando suas composições e finalidades, em

referência ao disposto no parágrafo 6.5.14, do item 6.5 desse relatório;

8.9. Que a SMSDC informe quais providências estão sendo tomadas para solucionar o

problema de adequação do mobiliário instalado no local onde funcionará o Laboratório

Regional de Prótese Dentária na Policlínica Manoel Guilherme da Silveira em Bangu, em

referência ao apontado no parágrafo 6.7.6, do item 6.7 desse relatório;

8.10. Que a SMSDC apresente um cronograma para regularizar definitivamente a

alimentação dos dados pelas unidades de saúde relativos aos cadastros dos

procedimentos vigentes da tabela SIA/SUS no sistema GIL (Gerenciador de Informações

Locais), em referência ao apontado no item 6 desse relatório;

SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo

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8.11. Que a SMSDC remeta a série histórica dos indicadores do Programa Dentescola,

abrangendo o período de 2005 a 2008, em atenção ao apontado no parágrafo 6.9 do item 6

desse relatório;

9 – Conclusão

9.1 – Conclui-se que o Programa Carioca Rindo à Toa, no período analisado (2005-

2008) não obteve resultados satisfatórios, principalmente, sob o ponto de vista operacional.

9.2 – Foi verificado que o Programa Dentescola sofreu consideráveis restrições, em

decorrência do número insuficiente de equipes que nela atuam nos últimos anos,

sobretudo, em função da pouca oferta de estagiários. Considerando que essa auditoria não

teve acesso aos resultados obtidos com as ações do Programa, não foi possível aferir os

impactos desses problemas.

9.3 – Foi apurado, no aspecto estrutural, que as habilitações dos Centros de

Especialidades Odontológicas (CEOs) municipais, criaram novos recursos financeiros para

o Município, que vêm possibilitando à CSB promover investimentos na melhoria da infra-

estrutura dos serviços odontológicos da rede de saúde municipal, por meio de equipos

novos, obras de adequação do espaço físico, regularização do abastecimento de insumos,

instrumentais e de serviços continuados. Entretanto, o dimensionamento do quadro de

dentistas ainda necessita de revisões, pois a carga horária contratual de 24 horas semanais

dos dentistas (CDs) está subutilizada, ou seja, são cumpridas na maioria das unidades

cerca de 67% desse total. Esse problema agrava a carência de dentistas na rede e cria

uma demanda reprimida, uma vez que várias consultas deixam de ser realizadas.

9.4 – Com relação à acessibilidade, conclui-se que a baixa representatividade da

faixa etária acima de 15 anos aos tratamentos odontológicos, mostrado no subitem IV, do

item 3, sugere que a CSB intensifique os mecanismos de controle junto ás unidades para

garantir que a clientela adulta tenha acesso aos atendimentos, de acordo com o princípio

da universalidade.

9.5 - Da análise dos indicadores vigentes para monitorar as ações de saúde bucal,

comentado no item 6, conclui-se que os resultados obtidos foram considerados

insatisfatórios, pois, além de apresentarem declínio nos períodos analisados, encontram-se

muito aquém das metas pré-estabelecidas pelo Ministério da Saúde, principalmente, em

relação ao principal indicador (cobertura de primeira consulta odontológica programática)

que afere o acesso da população aos serviços de saúde bucal.

9.6 – Desta forma, considera-se concluída a realização desse monitoramento, cujos

resultados foram prejudicados pelo baixo grau de implementação das oportunidades de

SCE/4a.Inspetoria Geral de Controle Externo

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melhoria propostas por essa Corte, pois 58% do total proposto não foram implementados e

21% de forma parcial.

Assim, diante do exposto, submete-se os autos à consideração superior propondo:

I. Que seja determinado a Jurisdicionada que justifique o apontado no item 8;

II. Que a SMS se manifeste a respeito das oportunidades de melhoria

propostas no item 7 e, caso de acordo com as sugestões, envie plano

contendo as ações que serão desenvolvidas para o seu atendimento, seus

prazos para implementação e indicadores que reflitam o progresso das

mesmas;

III. Em sendo elaborado o plano, deverá ser encaminhado semestralmente a

esta Corte relatório contendo a evolução das medidas que venham a ser

implantadas;

IV. Que a cópia desse relatório seja encaminhada à Comissão de Saúde da

Câmara Municipal do Rio de Janeiro, tendo em vista que a matéria aqui

tratada foi objeto de requerimento do referido Òrgão, conforme processo

040/2540/2008.

4ª IGE/SCE, em 11/05/2009,

Cláudio Pereira Caldeira

Secretário II

Matr. 40/901.318

Cláudio Costa Andrade

Técnico de Controle Externo

Mat. 040/901.358