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MÓDULO VI Aula III Agravo de Petição Rua Barão do Serro Azul, 199 Centro Curitiba-Paraná Fone: 41 3323-1717 www.portalciveltrabalhista.com.br

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MÓDULO VI

Aula III

Agravo de Petição

Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717

www.portalciveltrabalhista.com.br

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Sumário

1 - COMENTÁRIOS INICIAIS ....................................................................................... 3

2 – Decisão de Embargos à Execução e Impugnação à Sentença de Liquidação ............ 4

3 – Agravo de Petição ....................................................................................................... 5

4 – Quando Interpor Agravo de Petição ........................................................................... 7

5 – Porque Interpor Agravo de Petição ............................................................................ 9

6 – Como Interpor Agravo de Petição ............................................................................ 10

7 – Exemplos de Peças de Agravo de Petição ................................................................ 13

7.1. Exemplo I – Peça de Agravo de Petição ................................................................. 14

7.2. Exemplo II – Peça de Agravo de Petição ............................................................... 19

7.3. Exemplo III – Peça de Agravo de Petição .............................................................. 30

7.4. Exemplo IV – Peça de Contraminuta a Agravo de Petição .................................... 38

8. Exemplo de Parecer Técnico ..................................................................................... 44

8.1. Exemplo I - Parecer Técnico .................................................................................. 45

8.2. Exemplo II - Parecer Técnico ................................................................................. 49

9 – Considerações Finais ................................................................................................ 51

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1 - COMENTÁRIOS INICIAIS

O modulo “6” do projeto desenvolvido pela equipe de profissionais da Empresa Portal

Cível & Trabalhista, apresenta um estudo avançado para a fase de execução no processo

trabalhista, direcionado para as seguintes matérias: impugnação ao cálculo da parte,

contraminuta à impugnação, embargos à execução, contraminuta aos embargos à

execução, impugnação à sentença de liquidação, contraminuta a impugnação à sentença

de liquidação, agravo de petição e contraminuta ao agravo de petição.

Na fase de liquidação/execução são apresentados os cálculos de liquidação da sentença,

e, não raramente, os referidos cálculos podem conter incorreções ou distorções.

Após a homologação da conta, o Juiz abre prazo para que as partes (reclamante e

reclamado) verifiquem se os cálculos apresentados estão corretos ou não. Se corretos,

cabe à parte apenas concordar com os valores consignados nos referidos cálculos. Por

outro lado, se estiverem incorretos, a parte deverá apresentar suas razões, contestando,

de forma pormenorizada, cada item ou parcela incorreta contida nos cálculos, apontado

quais são as diferenças cometidas pelo perito contador ou pela parte contrária.

A impugnação ou o apontamento das diferenças é realizado por meio de uma peça

processual específica, onde as partes apontam as diferenças contidas nos cálculos

homologados. Pelo reclamante a peça processual é denominada de “Impugnação à

Sentença de Liquidação”. Pelo Reclamado a peça processual é denominada de

“Embargos à Execução”. Ambas as peças têm o mesmo objetivo, ou seja, demonstrar ao

Juiz que existem incorreções na conta homologada.

Após a prolação da decisão de embargos e impugnação, as partes têm um prazo de 08

(oito) dias para contestar a decisão por meio de outro remédio processual chamado de

“Agravo de Petição”. A manifestação é direcionada ao Tribunal Regional do Trabalho.

O presente estudo visa esclarecer os pormenores técnicos e as dúvidas que a matéria

suscita, respondendo os seguintes questionamentos:

- Quando impugnar, embargar ou agravar?

- Porque impugnar, embargar ou agravar?

- Como impugnar, embargar ou agravar?

Neste estudo serão abordadas as seguintes matérias: impugnação aos cálculos

apresentados pela parte contrária – contraminuta à impugnação - embargos à execução –

contraminuta aos embargos à execução - impugnação à sentença de liquidação –

contraminuta à impugnação à sentença de liquidação – decisão de impugnação à

sentença de liquidação - decisão de embargos à execução – agravo de petição –

contraminuta ao agravo de petição – decisão do agravo de petição (acórdão proferido

por uma das turmas do TRT).

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2 – Decisão de Embargos à Execução e Impugnação à Sentença de Liquidação

Assim que o Réu efetuar a garantia do juízo, terá 05 (cinco) dias para conferir a conta, e,

se necessário, caso constate incorreções, poderá apresentar embargos à execução

requerendo ao Juiz a retificação dos cálculos. O reclamante tem o mesmo prazo para

apresentar sua manifestação (impugnação à sentença de liquidação).

É momento oportuno para apontar as possíveis diferenças existentes nos cálculos

homologados pelo Juízo, tanto pelo Réu quanto pelo Reclamante. Uma vez vencido o

prazo para a manifestação, a conta não poderá mais ser reformada, mesmo que contenha

incorreções. Neste caso, ocorre a preclusão da manifestação, tornando o valor

apresentado definitivo nos autos.

Após a apresentação das manifestações nos autos, o Juiz fará a análise das matérias

propostas pelas partes, deferindo ou não os pedidos de reforma dos cálculos

homologados, de forma individual, ou seja, verba a verba contestada pelas partes. Em

seguida proferirá uma decisão chamada de: “Decisão de Embargos à Execução” e

“Decisão de Impugnação à Sentença de Liquidação”.

Na sequência dos trabalhos, as partes terão 08 (oito) dias para contestar a decisão

imposta pelo Juiz, através de um instrumento chamado de “Agravo de Petição”, que

deve ser direcionado ao Tribunal Regional do Trabalho.

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3 – Agravo de Petição

Após a prolação da sentença deferindo ou rejeitando o pedido das reformas propostas,

abre-se o prazo de 08 dias para que as partes, caso não concordem com a decisão

imposta pelo juízo, possam interpor “Agravo de Petição” junto ao Tribunal Regional do

Trabalho, requerendo a reforma da decisão e consequente reforma dos cálculos junto a

uma das turmas do TRT que irá julgar o caso.

O nome da peça é a mesma tanto para o Reclamante quanto para o Reclamado, ou seja,

“Agravo de Petição”. O mesmo ocorre com os requisitos de admissibilidade do recurso,

que segue o mesmo padrão para ambas as partes.

A matéria resulta disciplinada na forma do art. 897, “a”, da CLT, senão vejamos:

Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias: (Redação dada

pela Lei nº 8.432, de 1992)

a) de petição, das decisões do Juiz ou Presidente, nas execuções;

(Redação dada pela Lei nº 8.432, de 1992)

Assim que o prazo para a manifestação começar a correr, os advogados das partes

(reclamante e reclamado), devem encaminhar o caso para os seus respectivos Peritos

Assistentes.

ATENÇÃO... No momento em que o processo for remetido ao Perito Assistente, o

prazo para a protocolização do Agravo de Petição passa a ser de responsabilidade do

Perito Assistente. O prazo é preclusivo, significa dizer que, encerrado o prazo para a

contestação da conta junto ao TRT, os valores devidos tornam-se definitivos e podem

ser liberados ao reclamante, não cabendo mais nenhuma discussão sobre os cálculos,

mesmo que contenham incorreções.

A peça intitulada de “Agravo de Petição” é um recurso da fase de execução, é uma

espécie de revisão da decisão do Juiz de primeiro grau, que julgou os embargos

propostos pelo Réu e a impugnação proposta pelo reclamante. Neste caso, tecnicamente

as partes buscam a reforma da sentença, visto que, só cabe agravo de matéria julgada

pelo juiz de primeiro grau, deferindo ou indeferindo as reformas requeridas pelas partes.

O Agravo é uma peça processual de responsabilidade dos advogados do Reclamante e

do Reclamado. São os advogados das partes que assinam a manifestação. Cabe destacar,

entretanto, que a matéria relativa aos cálculos de liquidação não é da especialidade do

advogado e sim do perito assistente, visto ser matéria técnico-contábil, uma vez que

aborda as inconsistências e incorreções no cálculo das parcelas deferidas nos autos.

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Em suma, o Agravo de Petição serve para requerer um segundo parecer junto a uma das

turmas do TRT, sobre os possíveis equívocos consignados nos cálculos de liquidação

homologados pelo Juiz de primeira instância.

Não cabe agravo de petição sobre matéria não abordada nos embargos à execução

propostos pelo réu ou na impugnação proposta pelo reclamante, pois, se uma

determinada matéria não foi contestada no momento oportuno, já se tornou

incontroversa em face da preclusão do prazo definido no ordenamento jurídico.

São duas as formas de apresentação das matérias a serem agravadas para os advogados

das partes:

1. Através de parecer técnico apontando todas as diferenças na

conta, item a item, de forma pormenorizada e fundamentada;

2. Peça processual pronta, no caso - “Agravo de Petição”, com

todos os requisitos exigidos para a apresentação da

manifestação, com o apontamento das diferenças, item a item, de

forma pormenorizada e fundamentada.

Se a escolha for pelo parecer técnico, o Perito Assistente deverá informar no documento

todos os dados do caso: número do processo, vara do trabalho, nome do reclamante,

nome do reclamado, e indicar que o parecer trata de “Agravo de Petição”. Em seguida

deverá apontar de forma técnica, item a item, verba a verba, quais são as diferenças

encontradas de forma bem explícita, clara, pormenorizada, e, ainda, quantificando as

incorreções. Deverá, ainda, enviar um novo cálculo demonstrando quais são os valores

reconhecidos pelo reclamante. O cálculo contendo as correções deverá ser apresentado

junto com a impugnação.

Assim que o advogado receber o parecer técnico, deverá copiar todos os apontamentos

consignados no laudo do Perito Assistente para a peça de Agravo de Petição,

devidamente formatada, para posterior envio ao judiciário.

Se a escolha for pela peça processual pronta, há que se dar especial atenção à forma de

apresentação da peça. Neste caso, o advogado apenas deverá assinar o trabalho e

protocolizar na vara do trabalho correspondente (ou via sistema), juntamente com os

novos cálculos realizados.

A melhor técnica é realizar o trabalho já com a peça processual pronta, uma vez que as

matérias que apontam as incorreções nos cálculos homologados são de conhecimento

técnico do Perito Assistente. Se houver a necessidade de qualquer intervenção do

advogado, este poderá complementar a impugnação proposta ou efetuar correções no

texto da peça processual. Para a apresentação direta da peça processual, recomenda-se a

utilização de uma linguagem adequada, ajustada à linguagem técnica jurídica.

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4 – Quando Interpor Agravo de Petição

Essa é a primeira pergunta que se faz com relação ao agravo de petição. Assim que o

Juiz prolatar a decisão de embargos e/ou impugnação, o prazo para a manifestação de

agravo será aberto no sistema ou no processo físico.

O prazo para apresentação do Agravo de Petição deve ser controlado pelos advogados

das partes (reclamante e reclamado). O Perito Assistente deve ter em mente que, embora

o prazo seja de 08 (oito) dias, na prática esse prazo acaba sendo bem menor, 05 (cinco)

ou 04 (quatro) dias em média, apenas. Quando o Perito Assistente aceitar o trabalho,

deverá estar ciente que será o responsável pelo prazo a partir de então, respondendo por

perdas e danos, caso existam matérias passíveis de reforma no Tribunal Regional do

Trabalho.

Respondendo o questionamento com relação a “quando agravar” a matéria, alguns

passos devem ser seguidos:

1º - Data Para Apresentação do agravo de petição: é evidente que em primeiro lugar

deve ser observado o período para a apresentação da manifestação. A data deverá ser

informada pelo advogado, entretanto, o Perito Assistente deverá estar atento ao prazo,

para que não ocorra uma preclusão em face de uma informação equivocada. A

contagem deverá iniciar a partir da data da prolação da decisão de

embargos/impugnação, encerrando após 08 (oito) dias, prazo fatal.

2º - Reforma da Decisão de Primeiro Grau: após receber os autos o Perito Assistente

deverá analisar a decisão de embargos à execução e impugnação à sentença de

liquidação.

Neste ponto vamos relembrar:

Se o Perito Assistente do Réu encontrar qualquer incorreção nos

cálculos homologados pelo Juiz, deverá requerer a reforma dos

cálculos através de “Embargos à Execução”. O Perito Assistente

do Reclamante, por sua vez, através de “Impugnação à Sentença

de Liquidação”.

O Juiz, após analisar o pedido das partes, proferirá uma decisão

chamada de: Decisão de Embargos à Execução e Impugnação à

Sentença de Liquidação. Neste caso o Juiz irá deferir ou indeferir

as reformas requeridas pelas partes (reclamante ou reclamado).

Em seguida, após decorrido o prazo para que as partes apresentem

“embargos declaratórios”, abre-se o prazo de 08 (oito) dias para

que tomem ciência da sentença, e, se necessário, recorram ao TRT

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requerendo a reforma da decisão através da peça processual

denominada de “Agravo de Petição”.

Então, quando interpor Agravo de Petição?

1º quando abrir o prazo para que as partes possam analisar a decisão proferida pelo Juiz

de primeiro grau, inerente aos embargos à execução propostos pelo réu e a impugnação

à sentença de liquidação proposta pelo reclamante;

2º quando, após a análise da decisão, restar evidenciado que cabe revisão da sentença

junto ao Tribunal Regional do Trabalho.

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5 – Porque Interpor Agravo de Petição

É função do Perito Assistente contratado pelas partes, dizer se existe possibilidade de

reforma da decisão proferida pelo Juiz de primeiro grau, com relação há alguma

matéria.

Na análise o Perito Assistente deverá verificar com atenção os seguintes pontos:

- Se na sentença proferida o Juiz acatou todas as reformas requeridas na

manifestação do Perito Assistente (impugnação ou embargos), o seu

objetivo já foi atingido com relação à reforma requerida;

- Se na sentença o Juiz deixou de acatar algum item da manifestação

proposta (impugnação ou embargos), neste caso, o objetivo foi

parcialmente atingido. Com relação às matérias não reformadas pela

sentença, o Perito Assistente poderá requerer novamente a reforma

através da peça de Agravo de Petição junto ao TRT. É uma espécie de

revisão do que restou deferido pelo Juiz de primeiro grau;

- Se na sentença o Juiz de primeiro grau acatou a reforma de um

determinado item parte contrária (impugnação ou embargos), e, se

houver fundamento técnico ou jurídico para a reforma da sentença, nesse

caso, o Perito Assistente deverá requer a reforma da decisão junto ao

TRT;

- Se existir algum erro material na conta homologada.

Portanto, a resposta para o tópico é simples, ou seja, sempre que o Perito Assistente

vislumbrar a possibilidade de reformar a decisão imposta pelo Juiz de primeiro grau,

inerente aos embargos à execução ou à impugnação à sentença de liquidação, buscando

trazer vantagens ao seu cliente, deverá interpor Agravo de Petição à decisão imposta

pelo juiz de primeiro grau, de forma devidamente fundamentada.

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6 – Como Interpor Agravo de Petição

Aqui reside, também, o segredo do sucesso da manifestação de Agravo de Petição

apresentado pelas partes (autor e réu), buscando a reforma da decisão imposta pelo Juiz

de primeiro grau e consequente ajuste dos cálculos de liquidação, homologados nos

autos.

Para isso, o Perito Assistente, tanto do reclamante quanto do reclamado, deverá estar

preparado tecnicamente para expressar de forma correta, todas as diferenças, distorções,

incorreções e inconsistências contidas na decisão imposta bem como na conta

homologada.

A primeira escolha diz respeito à forma de envio da manifestação aos advogados das

partes, que serão os responsáveis pelo envio da manifestação e juntada aos autos. A

manifestação poderá ser enviada através de parecer técnico ou peça de “Agravo de

Petição” já pronta.

Destaca-se, entretanto, que o mais importante é a matéria, é a forma como o texto é

escrito e como as diferenças são descritas para que o TRT possa julgá-las. É importante

ater-se à clareza das informações, precisão nos apontamentos, quantificação das

diferenças, descrição e definição das incorreções, item a item, de forma pormenorizada.

A linguagem utilizada não pode ser pobre, mas, também não deve ser rebuscada, sob

pena de distorcer o tema ou não atingir o objetivo, que é demonstrar, de forma efetiva,

onde residem as diferenças apontadas.

Neste caso, as parcelas incorretas também devem ser separadas por título. Exemplo: 1.

Diferenças Salariais; 2. Horas Extras; 3. Adicional Noturno; 4. Adicional de

Periculosidade; e assim por diante.

O texto apontando as incorreções deve ter início, meio e fim.

Início da Manifestação: Após o título da verba agravada, o Perito Assistente deve fazer

um breve relato, chamando a atenção dos julgadores do TRT para a necessidade de

reforma das matérias.

Exemplo 1: “No item “1” da decisão de embargos à execução, o Sr. Juiz

indeferiu a reforma dos cálculos com relação às diferenças salariais,

procedimento com o qual a empresa reclamada não concorda,

requerendo, neste ato, a reforma do r. julgado, de acordo com os

fundamentos esposados abaixo:.

Não há como prosperar a conta apresentada pelo Sr. Perito sob o título

de Diferenças Salariais, em razão das incorreções a seguir apontadas”.

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Exemplo 2: “Os cálculos homologados resultam incorretos quanto ao

título em epígrafe, visto que, trazem em seu bojo algumas diferenças, as

quais serão apontadas abaixo”.

Exemplo 3: “Os cálculos apresentados nos autos merecem ser retificados

em face das diferenças ora apontadas”.

Os exemplos acima demonstram algumas formas de chamar a atenção dos julgadores

das turmas do TRT. São introduções técnicas, adotadas para informar aos Juízes que

existem possíveis diferenças nos cálculos homologados que não foram acatadas pelo

Juiz de primeiro grau. A linguagem apresentada merece um destaque especial, ou seja,

deve ser clara, objetiva, técnica e bem definida. A linguagem deve atingir o objetivo

inicial, que é o de chamar a atenção dos julgadores do TRT para a incorreção da conta,

não deixando margem para outro tipo de interpretação.

Meio da Manifestação: O meio do texto deve fazer referência à diferença propriamente

dita. O texto deve descrever exatamente onde reside a diferença na conta, de forma

pormenorizada, quantitativa e clara. Neste ponto, sempre que necessário, o Perito

Assistente deverá apresentar o cálculo correto comparando com o cálculo incorreto da

verba, demonstrando de forma incisiva onde reside a incorreção. A fundamentação da

matéria tem que ser consistente, ou seja, ela deve trazer elementos que comprovem as

diferenças apontadas e que efetivamente venham convencer os julgadores do TRT de

que o cálculo deverá ser retificado.

Exemplo: “O Sr. Perito considerou 10% de diferenças salariais a partir

do mês de junho de 2009, contrariando frontalmente o que restou

efetivamente determinado nos autos, ou seja, as diferenças são devidas a

partir do mês de junho de 2008. Tal procedimento distorceu por

completo os cálculos apresentados nos autos, visto que apontam

diferenças apenas para o período de junho de 2009 a maio de 2010,

deixando de fora o período anterior, ou seja, junho de 2008 até maio de

2009, indevidamente. Vejamos como restaram determinadas as

diferenças salariais no título executivo: “O reclamante comprovou nos

autos que as diferenças salariais na ordem de 10% não foram

corretamente quitadas. Em razão do exposto, defiro em favor da parte

autora as diferenças salariais requeridas na exordial na ordem de 10%,

devidas a partir de junho de 2008, até o final da contratualidade.

Reflexos sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS

11,2%”.

Final da Manifestação: O final do texto refere-se ao pedido de acolhimento das

diferenças apontadas e reforma dos cálculos homologados. O fechamento segue sempre

um padrão, com algumas variações e tem por objetivo o requerimento de acolhimento

das diferenças apontadas e consequente reforma dos cálculos.

Exemplo: “Em face do exposto, requer-se a retificação da conta,

devendo para tanto o Sr. Perito aplicar o adicional de 10% para efeito

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de diferenças, a partir de junho de 2008 e não junho de 2009, como

consignado na conta, restando devidas diferenças a partir de tal data.

Resultam, portanto, devidas as diferenças apontadas no período anterior

a junho de 2009. Os reflexos, por acessórios do principal, seguem a

mesma sorte. Pela reforma”.

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7 – Exemplos de Peças de Agravo de Petição

A seguir estaremos apresentando diversos modelos de peças de Agravo de Petição,

contendo alguns temas, para demonstrar como são realizadas as referidas peças

processuais.

Se futuramente você vier a realizar algum trabalho que necessite do apontamento de

diferenças sobre os cálculos homologados apresentados nos autos, poderá utilizar o

mesmo formato de qualquer das peças apresentadas a seguir, pois os exemplos foram

extraídos de casos reais. Lembre-se, apenas, que devem ser alterados os dados do

processo, as partes, advogado que irá assinar a manifestação e, por óbvio, as matérias

embargadas.

Com isso, você já tem um dos atalhos do caminho das pedras. De preferência envie a

peça pronta ao advogado, para que ele analise e assine. Ele poderá efetuar as alterações

ou incrementos que achar necessário.

Sugerimos que você leia e analise com atenção os textos que apontam as diferenças. São

textos claros e objetivos, que demonstram exatamente quais são as diferenças

apontadas.

As manifestações a seguir são divididas por itens, indicando o título da verba a ser

reformada. Os textos sempre iniciam de forma a chamar a atenção dos julgadores do

TRT para uma possível incorreção da conta apresentada nos autos. No corpo do texto

ocorre a descrição e o detalhamento das diferenças de forma que os juízes

compreendam que os cálculos estão incorretos. Por último, para cada item o réu requer a

reforma ou retificação dos cálculos.

São técnicas que devem ser adotadas para que a peça processual atinja o seu objetivo,

que, no caso, é a reforma ou retificação dos cálculos homologados, apresentados nos

autos.

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7.1. Exemplo I – Peça de Agravo de Petição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA XX VARA DO TRABALHO

DE (Cidade)-(Estado).

AUTOS.: RT – 00000-2015-000-00-00-0

XXXXXXXXXXXX (Reclamado), já qualificado nos autos

em epígrafe, em que contende contra XXXXXXXXX (Reclamante), vem respeitosamente à presença de V. Exa., por sua procuradora judicial, adiante assinada, para interpor AGRAVO DE PETIÇÃO, na forma do art. 897, “a”, da CLT.

Isto posto, requer o recebimento e a remessa ao E. Nono TRT, por presentes todos os pressupostos processuais de conhecimento e admissibilidade.

Nestes Termos, Pede Deferimento. (Cidade), XX de XXXXXX de 2015.

XXXXXXXXXXXXXXXX (Advogado)

OAB – XX.XXX

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO

AGRAVANTE: XXXXXXXXXXXX (R.

AGRAVADO : XXXXXXXXXXXX (Reclamante).

AUTOS : RT 00000-2015-000-00-00-0

Origem : XXª VARA DO TRABALHO DE (Cidade)-Estado).

RAZÕES DO AGRAVO DE PETIÇÃO

I. ADMISSIBILIDADE DO APELO

A) REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL A representação processual está regular, conforme se

pode constatar pela análise da procuração acostada aos autos. B) DELIMITAÇÃO DE VALORES De plano, ressalta-se que os valores incontroversos

redundam em: R$ 14.021,17 (líquido devido ao autor), R$ 2.327,42 (INSS empregador); R$ 1.036,23 (INSS empregado), R$ 101,54 (imposto de renda), R$ 832,74 (FGTS a Depositar) e R$ 2.398,75 (honorários advocatícios), atualizados até 31/08/2015, conforme cálculos periciais homologados pelo Juízo de fls. ... dos autos. Os valores já foram liberados à parte autora, conforme documentos colacionados aos autos.

C) GARANTIA DO JUÍZO O juízo encontra-se devidamente garantido através dos

depósitos de fls. ..., não havendo necessidade de complementação.

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D) PREPARO

As custas já foram pagas no processo, conforme comprovantes acostados aos autos.

E) TEMPESTIVIDADE

Por último, ressalta-se a tempestividade do agravo de

petição, visto que interposto dentro do octídio legal. II. MÉRITO

INDENIZAÇÃO SUBSTITUTIVA - INSS

O Juízo de primeira instância ao julgar a impugnação

proposta pela parte autora, ampliou as diferenças apresentadas pelo Perito para o período compreendido entre outubro de 2008 a 20 de maio de 2010, procedimento com o qual não concorda o reclamado.

A decisão ora agravada fere frontalmente a coisa julgada,

ao extrapolar claramente os limites impostos à lide, consignados no título executivo.

Neste sentido foi a decisão primeira, fl. 220 dos autos:

Indenização substitutiva Oficie-se ao INSS, indagando qual seria o valor

do benefício previdenciário a que a reclamante faria jus, caso os salários de contribuição do período de 01/11/2004 a 23/02/2006 fossem acrescidos da importância de R$ 454,00 por mês.

Caso haja diferenças entre o valor do benefício

que a reclamante recebe ao recebeu e o valor que lhe seria devido, fica a reclamada condenada a pagar à reclamante indenização substitutiva, correspondente à diferença mensal do valor do benefício.

Isso porque, caso haja prejuízo, é a reclamada a

responsável e, em razão disso, tem o dever de reparar o dano.

Em relação ao segundo contrato de trabalho,

considerando que todas as pretensões a ele relativas estão prescritas, não há falar em integração das comissões supostamente pagas por fora naquele período.

17

Da condenação transcrita acima, extrai-se que, em

momento algum o Juízo determinou que fossem pagas as diferenças do período vincendo, ou seja, as diferenças deferidas pelo Juízo estão limitadas ao período vencido, compreendido entre 23 de fevereiro de 2006 (marco inicial do benefício) e 30 de setembro de 2008 (data do ajuizamento da reclamatória), exatamente como consignado nos cálculos elaborados pelo auxiliar do Juízo de fls. 245/252 dos autos.

Portanto, é de se destacar, que a decisão proferida às fls.

220 dos autos encontra-se transitada em julgado, não cabendo mais discussão sobre a mesma, e, deste modo, não poderia o Juízo ampliar a condenação para data posterior àquela fixada nos autos, sob pena de violação ao instituto da “coisa julgada” (artigo 5º, XXXVI da CF/88).

Neste sentido, ainda:

“Art. 836. É vedado aos órgãos da Justiça do Trabalho conhecer de questões já decididas, excetuados os casos expressamente previstos neste título e a ação rescisória, que será admitida na forma do disposto no capítulo IV do Título IX da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, sujeita ao depósito prévio de 20% (vinte por cento) do valor da causa, salvo prova de miserabilidade jurídica do autor. (Redação dada pela Lei nº 11.495, de 2007)...” “In BONIJURIS Trabalhista – Cd-Rom 0 67648 - Verbete: AGRAVO DE PETIÇÃO – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA – Observância da COISA JULGADA – Provimento Parcial - Tribunal/Obra/Título: TRT – 3ª. Reg. - Órgão Julg./Editora/Capítulo: 3ª. T. - Relator/Autor/Seção: Irapuan de Oliveira Teixeira Lyra - EMENTA: Cálculos de liquidação – obediência à coisa julgada – Nos termos do §1º do artigo 879 da CLT, a liquidação da sentença deve obedecer estritamente aos limites definidos na decisão transitada em julgado, sendo vedada qualquer modificação, inovação ou discussão de matéria já decidida definitivamente no processo de conhecimento. Assim, superada a fase cognitiva e iniciada a fase executória, é descabida a pretensão de se alterar os direitos acertados.” Diante do exposto, requer-se a reforma da r. sentença

quanto ao elastecimento do período das diferenças, devendo estas restarem limitadas apenas ao período vencido, ou seja, 23 de fevereiro de 2006 (marco inicial do benefício) e 30 de setembro de 2008 (data do ajuizamento da

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reclamatória), exatamente como posto nos cálculos periciais de fls. 245/252 dos autos, sob pena de restarem extrapolados os limites impostos à lide, uma vez que não houve determinação expressa nos autos de diferenças para o período vincendo, posterior ao ajuizamento da presente reclamatória.

Pela reforma.

III. REQUERIMENTO FINAL

Diante do que foi exposto, o mais que dos autos consta e

de tudo que será suprido pelo ilibado saber jurídico dos pares desta E. Corte, pede e espera a agravante seja provido o presente AGRAVO DE PETIÇÃO, conforme acima postulado, por ser medida de Direito e da mais salutar Justiça!

Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade, XX de XXXXX de 2.015. XXXXXXXXXXX (Advogado) OAB / PR – XXXXX

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7.2. Exemplo II – Peça de Agravo de Petição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA XXª VARA DO TRABALHO DE Cidade-Estado.

AUTOS 0000000-00.0000.0.00.0000

XXXXXXXXX (RÉU), já qualificado nos autos em

epígrafe, em que contende contra XXXXXXXXX (RECLAMANTE), vem respeitosamente à presença de V. Exa., por sua procuradora judicial, adiante assinada, para interpor AGRAVO DE PETIÇÃO, na forma do art. 897, “a”, da CLT.

Isto posto, requer o recebimento e a remessa ao E.

nono TRT, por presentes todos os pressupostos processuais de conhecimento e admissibilidade.

Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade, XX de XXXXXX de 2015 XXXXXXXXXXXX (Advogado)

20

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XXª REGIÃO

AGRAVANTE: XXXXXXXXXXXX (RECLAMADO)

AGRAVADO : XXXXXXXXXXXX (RECLAMANTE)

AUTOS : 0000000-00-0000-0-00-00-00

Origem : XXª VARA DO TRABALHO DE (Cidade)-(Estado)

RAZÕES DO AGRAVO DE PETIÇÃO

I. ADMISSIBILIDADE DO APELO

A) REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL

A representação processual está regular, conforme se pode constatar pela análise da procuração acostada aos autos.

B) DELIMITAÇÃO DE VALORES

De plano, ressalta-se que os valores

incontroversos redundam no total de R$ 41.899,42 (quarenta e um mil oitocentos e noventa e nove reais e quarenta e dois centavos), atualizados até 31/08/2015 (mesma data dos cálculos homologados), conforme cálculos anexos, já incluídas, neste total, as contribuições previdenciárias e fiscais.

C) GARANTIA DO JUÍZO

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O juízo encontra-se devidamente garantido através dos depósitos de fls. ..., não havendo necessidade de complementação.

D) PREPARO

As custas serão pagas ao final do processo, conforme artigo 789-A da CLT.

E) TEMPESTIVIDADE

Por último, ressalta-se a tempestividade do agravo de petição, visto que interposto dentro do octídio legal.

II. MÉRITO

1. DIFERENÇAS SALARIAIS – FORMA DE CÁLCULO - DUPLICIDADE

A r. decisão resolutória de embargos à execução, entendeu correto o procedimento do Sr. Perito, mais precisamente, com relação a forma de cálculo apresentada no que se refere as diferenças salariais, com o que não concorda a agravante.

Ocorre que, está absolutamente claro nos cálculos

apresentados pelo “Expert”, fls. ... dos autos, que as diferenças salariais foram calculadas em “DUPLICIDADE”.

Cita-se, como exemplo, o mês agosto de 2003,

mesmo mês apontado pelo Sr. Perito em sua manifestação de f. ... dos autos, e transcrito pela decisão de Embargos à Execução.

De acordo com a manifestação do Sr. Perito, no que

se refere ao mês de agosto de 2003, resta devido em favor do Exequente, a título de diferenças salariais, a importância na ordem de R$ 634,95 (38,25 x R$ 16,60), sem considerar os reflexos. Entretanto, observa-se claramente que o referido foi calculado de forma dobrada pelo “Expert” na coluna “Total Devido”, do quadro apresentado as fls. ... dos autos, conforme apontado no exemplo abaixo:

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Valor apurado pelo Sr. Perito Agosto de 2003:

1. R$ 634,95 diferença devida; 2. R$ 122,11 DSR Devido; 3. R$ 757,06 diferenças devidas com DSR’s; 4. R$ 88,89 hora atividade; 5. R$ 82,97 gratificação apoio; 6. R$ 78,08 quinquênio; 7. R$ 124,45 gratificação mestre;

R$ 1.884,50 Total apurado pelo Sr. Perito Na soma acima e consignada na conta pericial, a

diferença salarial foi computado duas vezes. A primeira de forma isolada na ordem de R$ 634,95 e a segunda somada ao DSR (R$ 757,06).

O cálculo correto do valor devido deve ser: Agosto de 2003:

1. R$ 634,95 diferença devida; 2. R$ 122,11 DSR Devido; 3. R$ 88,89 hora atividade; 4. R$ 82,97 gratificação apoio; 5. R$ 78,08 quinquênio; 6. R$ 124,45 gratificação mestre;

R$ 1.131,55 Total Devido Como demonstrado no exemplo acima, o Sr. Perito

está considerado na coluna o “Total Devido” a soma das diferenças salariais na ordem de R$ 634,95, com aquela acrescida dos DSR’s, na ordem de R$ 757,06 (R$ 634,95 + 122,11 dsr’s), apurando a referida diferença em duplicidade, ou seja, o valor na ordem de R$ 634,95 foi considerado duas vezes.

O mesmo ocorre com todos os demais meses do

período, resultando majorada a conta neste sentido.

Assim sendo, a conta apresentada pelo Sr. Perito resulta incorreta, em face do mesmo ter considerado as diferenças salariais em duplicidade por todo período imprescrito, causando enriquecimento ilícito do reclamante sem justo motivo.

As demais parcelas acessórias seguem a mesma

sorte da parcela principal (reflexos).

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Acolha-se.

2. FGTS DEVIDO REINTEGRAÇÃO

Mais uma vez decisão resolutória de embargos à execução entendeu correto o procedimento do Sr. Perito com relação ao cálculo da parcela fundiária sobre os salários devidos durante o período de afastamento/reintegração, com o que não concorda a agravante.

Ocorre que o Sr. Perito, considerou, indevidamente,

os reflexos do salário devido a título de reintegração sobre o FGTS, sem que haja nos autos, determinação expressa para tal procedimento, senão vejamos (Certidão de Julgamento):

ACORDAM os Desembargadores da 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, por unanimidade de votos, CONHECER dos recursos ordinários das partes, assim como das respectivas contrarrazões. No mérito, por igual votação, NEGAR PROVIMENTO ao recurso ordinário do réu, nos termos da fundamentação; sem divergência de votos, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso ordinário do autor para, nos termos da fundamentação: a) acrescer à condenação o pagamento de reflexos dos valores pagos a título de coordenação de cursos em quinquênio e em hora atividade, e com esta, em gratificação apoio atividade de ensino e em gratificação de mestre; b) determinar que nos meses em que há apenas um cartão referente às horas laboradas no escritório modelo, as horas extras também sejam apuradas pela média, considerando-se, contudo, o cartão já juntado aos autos; c) acrescer à condenação o pagamento do tempo laborado em desrespeito ao intervalo entrejornada ser remunerado como hora extra, com os reflexos já deferidos na sentença primeira; d) declarar a nulidade da dispensa imotivada do autor e condenar a ré a reintegrá-lo no serviço, com o pagamento dos salários de todo o período de afastamento, considerando-se os reajustes legais e convencionais aplicáveis e os direitos reconhecidos nos autos, bem como considerar o tempo para concessão e pagamento de férias acrescidas do terço e 13º salário; e e) determinar o cálculo do imposto de renda mês a mês, excluindo-se de sua base de cálculo os juros de mora.”(grifo e negrito nosso).

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Como aponta o dispositivo do v. acórdão transcrito acima, em momento algum houve deferimento expresso de reflexos dos salários devidos a título de reintegração na parcela fundiária, restando totalmente prejudicados os cálculos periciais apresentados.

Neste sentido: RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO, INTERESSE EM RECORRER, O interesse no reexame de decisão advém exclusivamente do dispositivo, visto que apenas este faz coisa julgada, a teor do art,459 do CPC. Na hipótese, o Tribunal de origem, não obstante fundamentar a decisão contrariamente aos interesses da reclamada, na redação do dispositivo manteve integralmente a sentença em que vencida a reclamante. Assim à falta de sucumbência inexiste interesse recursal. (RR – 163100-65-.2005.5.15.0115, Relatora Ministra: Rosa Maria Weber, Data de julgamento: 16/12/2009, 3ª Turma, data de publicação: 05/02/2010). AGRAVO DE INSTRUMENTO. HORAS EXTRAS. INTERVALO INTRAJORNADA PARCIALMENTE CONCEDIDO. Aparente violação do art. 71, § 4º, da CLT, a ensejar o provimento do agravo de instrumento. Agravo de instrumento conhecido e provido.

Desta forma, conforme jurisprudência predominante

na Justiça do Trabalho, o dispositivo da decisão é que prevalece para efeito de concessão ou não das parcelas, não tendo a parte autora se insurgido contra os itens do dispositivo, restando preclusa a matéria ali consignada, fazendo coisa julgada nos termos do art. 469 do CPC.

Isto posto, os cálculos periciais merecerem

retificação, devendo para tanto o auxiliar do Juízo, excluir, da conta de liquidação a reflexão dos salários devidos a título de reintegração em FGTS, visto que, inexiste deferimento expresso da parte dispositiva do v. Acórdão neste sentido.

Acolha-se. 3. FÉRIAS DEVIDAS – 1/3

A r. decisão resolutória de embargos à execução entendeu correto o procedimento do Sr. Perito com relação ao cálculo das

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férias devidas durante o período de afastamento/reintegração, com o que não concorda a agravante.

Ocorre que, para apuração dos salários devidos a

título de reintegração, deveria o Sr. Perito considerar, para efeito de cálculo das férias devidas, apenas o pagamento do terço constitucional, já que o principal já está sendo calculado junto com os salários devidos no período.

Vale lembrar, ainda, que as férias são devidas pelo

seu período aquisitivo, ou seja, trabalha-se o período de 12 meses e constitui-se as férias para efeito de gozo. No presente caso não houve labor no período.

Este, entretanto, não foi o entendimento do auxiliar

do Juízo quando da elaboração da conta, visto que, apurou novamente o principal das férias acrescidas de 1/3 (quadro de fl. ...), ocasionando o “bis in idem”, ou seja, uma vez na planilha principal (salários do período) e outra junto aos reflexos (acrescida de 1/3).

Assim, para efeito de pagamento das férias do

período de afastamento, deverá o Sr. Perito observar apenas o terço constitucional, ou, se preferir, no mês de pagamento das férias “zerar” o valor devido a título de salário.

Isto posto, os cálculos periciais apresentados não

merecem prosperar, em face do “Expert” apurar indevidamente às férias devidas em duplicidade, devendo a conta ser reformada neste sentido.

Acolha-se. 4. FGTS E JUROS DE MORA EM DUPLICIDADE

Quanto aos valores apurados pelo “Expert” a título de FGTS e juros de mora, a decisão resolutória de embargos à execução entendeu correto o procedimento do Sr. Perito, com o que não concorda a agravante.

Ocorre que, ao apurar os reflexos das verbas

deferidas em FGTS e aplicar os juros de mora sobre o total da condenação, o Sr. Perito considerou os valores devidos em duplicidade, ou seja, apurou FGTS e juros de mora sobre os valores devidos mensalmente e, após, apurou novamente sobre o total geral devido (soma dos valores devidos mensalmente).

O equívoco pericial é facilmente detectado nos

quadros de fls. ... dos autos, quando no mês de junho de 2005, o auxiliar do

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Juízo considerou novamente, para efeito de reflexos sobre a parcela fundiária e aplicação dos juros de mora, os valores já apurados mensalmente na ordem de R$ 38.055,76, R$ 18.298,17, R$ 231,73, R$ 44.905,38 e R$ 14.027,45, correspondente ao total apurado em cada planilha.

Reprodução do Cálculo do Sr. Perito de fl. ...:

Reprodução do Cálculo do Sr. Perito de fl.932:

Destaca-se, entretanto, que estes valores já foram

considerados pelo auxiliar do Juízo mensalmente, para efeito de apuração da parcela fundiária e, cálculo dos juros de mora, como apontado pelo próprio “Expert” no quadro de fl. ... dos autos.

O Erro pericial é tão absurdo, que só no mês de

junho de 2005 o “Expert” está considerando como devido a título de Juros e mora e FGTS as importâncias na ordem de R$ 95.624,23 e R$ 17.218,26, respectivamente.

Como demonstrado acima, resta claro na conta

pericial apresentada, que houve um erro de vínculo ou de transporte de valores nas planilhas de cálculo do Sr. Perito. Os valores mensais não foram corretamente transportados ou vinculados nas planilhas de Juros de mora e FGTS.

Por ser um evidente “erro material”, seja em face

de equívoco de fórmula, vínculo ou transporte de valores nas planilhas relacionadas, é de se estranhar que o mesmo não foi admitido pelo “Expert” em sua manifestação de fl. ... autos.

Isto posto, os cálculos periciais merecem retificação,

devendo para tanto o auxiliar do Juízo, excluir, da base de cálculo para apuração do FGTS e juros de mora, os valores na ordem de: R$ 38.055,76, R$ 18.298,17, R$ 231,73, R$ 44.905,38 e R$ 14.027,45, já que tais valores já

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foram considerados mensalmente pelo “Expert”, para o cálculo das referidas verbas (FGTS e juros de mora).

Acolha-se. 5. BASE DE CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS

A decisão de embargos a execução deu procedência a insurgência da Executada em parte e procedência total à impugnação do reclamante no que se refere a base de cálculo das horas extras, com o que não pode concordar a agravante.

Observa-se que a referida decisão determinou,

expressamente, a exclusão das parcelas a título de: dsr’s, gratificação apoio, hora atividade e quinquênio, da base de cálculo do labor suplementar. Determinou, ainda, conforme insurgência do reclamante, a integração da parcela paga sob a rubrica permanência.

Deste modo, para efeito de base de cálculo do labor

suplementar, segundo a decisão dos Embargos a Execução e Impugnação a sentença de liquidação, deveria o Sr. Perito ter considerado as seguintes parcelas para efeito de cálculo do labor suplementar: Salário hora + salário “por fora” + gratificação de mestre + permanência (recurso do reclamante).

Ocorre que o salário mensal pago ao reclamante,

sempre foi calculado pela multiplicação do valor hora pelo número de horas trabalhadas em cada período e, deste modo, a base de cálculo para efeito de cálculo das suplementares, deve seguir no mesmo sentido, ou seja, somente o valor hora-aula pago em cada mês.

Vale ressaltar, que todas as parcelas pagas ao Exequente no período contratual são parcelas reflexas do salário mensal, ou seja, são parcelas que têm o salário hora-aula como base de cálculo, como é o caso da verba paga a título de permanência.

O valor hora para efeito de cálculo das horas extras,

está clara e expressamente definido nas CCT´s colacionadas aos autos, senão vejamos:

43 – DAS HORAS EXTRAS – Fica estabelecido o percentual de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, para o docente que laborar em horários excedente a sua jornada normal. (Grifamos...)

Deste modo, o valor a ser adotado para efeito de

cálculo das suplementares é o valor hora-aula sem qualquer acréscimo, ou

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seja, sem acrescer as parcelas gratificação de mestre, salário “por fora” e permanência.

Cabe destacar, ainda, que em momento algum dos autos houve determinação expressa para a integração ou reflexos das parcelas a título “gratificação de mestre” e salário “por fora”, nem mesmo sobre as horas suplementares, sendo indevida, portanto, tal integração, devendo para tanto o “Expert” excluir as referidas parcelas da base de cálculo das horas extras, desconsiderando-as, ainda, para efeito de reflexos.

Assim, a correta base de cálculo a ser considerada

no cálculo das horas extras e horas intervalares deve ser composta, tão-somente, pelo valor hora aula mensal. Todas às demais verbas são parcelas reflexivas, não cabendo qualquer integração das mesmas para efeito de composição ou formação da base de cálculo das suplementares.

Ademais, a própria decisão sentencial, em sede de

embargos declaratórios, se manifestou neste sentido, senão vejamos: “No que se refere à base de cálculo das horas extras, mais uma vez sem razão o Embargante, eis que claro na sentença que as horas extras devem ser calculadas com base no valor da hora-aula paga, sobre a qual incide o adicional”.

Assim, os cálculos periciais apresentados merecem

retificação, devendo para tanto o Sr. Perito, observar, no que se refere a base de cálculo das horas suplementares e intervalares, tão-somente, o salário hora-aula percebido pelo Exequente durante o período imprescrito, sem o acréscimo de qualquer parcela, por falta de previsão expressa neste sentido.

Pela reforma.

6. IMPUGNAÇÃO DO RECLAMANTE (REFORMA PELA DECISÃO DE IMPUGNAÇÃO A SENTENÇA LÍQUIDA) 6.1 GRATIFICAÇÃO DE MESTRE Os cálculos apresentados pela reclamada para

interposição do presente agravo (valores incontroversos), já estão contemplados com a decisão de Impugnação a Sentença Líquida quanto a gratificação de mestre no mês de janeiro de 2004.

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6.2 PERMANÊNCIA Matéria agravada pela Executada no item “5”, sob

título base de cálculo das horas extras.

6.3 HORAS EXTRAS – HORAS INTEVALARES – DIVISORES

Os cálculos apresentados pela reclamada para interposição do presente agravo (valores incontroversos), já estão contemplados com a decisão de Impugnação a Sentença Líquida quanto a observância da OJ EX SE 33 VIII, desse E.TRT. 6.4 SALÁRIOS DO PERÍODO DE AFASTAMENTO

Os cálculos apresentados pela reclamada para

interposição do presente agravo (valores incontroversos), já estão contemplados com a com a decisão de Impugnação a Sentença Líquida quanto a base de cálculo para apuração dos salários devidos durante o período de reintegração.

6.5 DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS Os cálculos apresentados pela reclamada para

interposição do presente agravo (valores incontroversos), já estão contemplados com a com a decisão de Impugnação a Sentença Líquida quanto a compensação dos valores já recolhidos a título de contribuições previdenciárias.

III. REQUERIMENTOS FINAIS Diante do que foi exposto, o mais que dos autos

consta e de tudo que será suprido pelo ilibado saber jurídico dos pares desta E. Corte, pede e espera a agravante seja provido o presente AGRAVO DE PETIÇÃO, conforme acima postulado, por ser medida de Direito e da mais salutar Justiça!

Nestes Termos, Pede Deferimento. Curitiba, XX de XXXXXXX de 2015. XXXXXXXXXXXX (Advogado)

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7.3. Exemplo III – Peça de Agravo de Petição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA XXª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE (Cidade)-(Estado).

AUTOS 00000-2015-0000-00-00-0

XXXXXXXXXXXXX (Reclamado), já qualificado nos

autos em epígrafe, em que contende com XXXXXXXXXX (Reclamante), vem

respeitosamente à presença de V. Exa., por sua procuradora judicial, adiante

assinada, para interpor AGRAVO DE PETIÇÃO, na forma do art. 897, “a”, da

CLT.

Isto posto, requer o recebimento e a remessa ao E.

décimo quinto TRT, por presentes todos os pressupostos processuais de

conhecimento e admissibilidade.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade ..., XX de XXXXXXX de 2015.

XXXXXXXXXXXXXXXX (Advogado)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XXª REGIÃO

AGRAVANTE: XXXXXXXXXXX (RECLAMADO)

AGRAVADO : XXXXXXXXXXX (RECLAMANTE)

AUTOS : 00000-2015-0000-00-00-0

Origem : XXª VARA DO TRABALHO DE (Cidade)-(Estado)

RAZÕES DO AGRAVO DE PETIÇÃO

I. ADMISSIBILIDADE DO APELO

A) REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL

A representação processual está regular, conforme

se pode constatar pela análise da procuração acostada aos autos.

B) DELIMITAÇÃO DE VALORES

De plano, ressalta-se que os valores

incontroversos redundam no total de R$ 413.528,62 (quatrocentos e treze mil quinhentos e vinte e oito reais e sessenta e dois centavos), atualizados até 31/08/2015 (mesma data dos cálculos homologados), conforme cálculos anexos, já incluídas, neste total, as contribuições previdenciárias e fiscais.

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C) GARANTIA DO JUÍZO

O juízo encontra-se devidamente garantido através dos depósitos de fls. ..., não havendo necessidade de complementação.

D) PREPARO

As custas serão pagas ao final do processo, conforme artigo 789-A da CLT.

E) TEMPESTIVIDADE

Por último, ressalta-se a tempestividade do agravo de petição, visto que interposto dentro do octídio legal.

II. MÉRITO

1. PENSÃO MENSAL PARCELAS VINCENDAS

A decisão resolutória de embargos à execução entendeu correto o procedimento do perito com relação a constituição de capital, com o que não concorda o agravante.

Ocorre que, de maneira equivocada o “Expert”

simplesmente multiplicou o valor da parcela pelo total de meses devidos, ou seja, 222 x R$ R$ 1.440,20 = R$ R$ 319.724,40.

Porém, é mais do que lógico que para fins de

pagamento antecipado, é necessário encontrar-se o valor presente, vale dizer, o quantum necessário para assegurar-se uma pensão mensal.

Trata-se, pois, de um cálculo financeiro,

necessitando das noções de valor presente, futuro e fluxo de caixa. Ainda assim, para fins de encontrar-se o valor

presente de uma série de pagamentos, necessitamos definir uma taxa, pois os demais dados da equação já temos, ou seja, o valor da prestação e o tempo, faltando apenas a taxa para que se possa encontrar o valor presente.

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Prescindindo-se da noção de correção monetária,

dado que se quer apenas encontrar o valor presente para o pagamento único, utilizaremos para fins de taxa, os rendimentos da poupança, que como se sabe, têm rentabilidade de 0,5% ao mês.

A fórmula para encontrar o valor presente de uma

série de pagamentos ou recebimentos é representada pela seguinte equação:

A = R/(1+i) + R/(1+i)2 + R/(1+i)3 +...+ R/(1+i)n ou

Assim, inserindo os dados fixados pela sentença em

nossa equação, tem-se que o valor presente, para pagamento único, é de R$ R$ 179.626,76, senão vejamos:

2 -Pensão Mensal (Parcelas Vincendas)..................................................................................................................................................................................................................

Base de Valor Total Fator de Total

Mês/Ano Cálculo Base Devido Atualização Atualizado

ago-08 1.444,20 179.626,76 179.626,76 1,0000000 179.626,76

Total Devido .... R$ 179.626,76

Vlr.Base Coeficientes Valor Devido Nascimento .........................................................05/10/1954

Vincendas desde..........................................................01/08/2008

1.444,20 1,644734268 179.626,76 Data Final ................................................05/10/2024

Expectativa até ..... 70 Anos

0,013223671 Qtde. Meses .......................................195

conforme fórmula abaixo:

Cálculo do Vlr. Presente

Tal valor encontra-se também devidamente

demonstrado, mês a mês, nos cálculos anexos, onde se comprova matematicamente que os R$ 179.626,76, se aplicados na poupança, durante o período de 195 meses (até que o reclamante complete 70 anos), são suficientes para assegurar uma pensão mensal de R$ 1.444,20.

Veja-se que o artigo 602 do CPC exige apenas que

se constitua um capital suficiente para assegurar o cumprimento da obrigação, de sorte que está mais do que comprovado que os R$ 179.626,76 bastam para tal finalidade, conforme acima demonstrado e cálculos anexos.

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O cálculo do “Expert” é tão absurdo, que a incorreção salta aos olhos e isso é facilmente detectável: 0,5% de R$ 319.724,40 é igual a R$ 1.598,62, ou seja, valor superior ao apontado pelo próprio auxiliar a título de parcela mensal (R$ 1.440,20). O raciocínio é simples: se retiro todo mês para custeio da pensão apenas a rentabilidade da poupança (0,5%) incidente sobre o capital constituído e ao cabo dos 222 meses tenho e o mesmo capital intacto, significa que o capital constituído foi muito além do necessário para o cabal cumprimento da obrigação, violando, às escancaras, o disposto no artigo 475-Q do CPC, pois jamais se exauriria o capital constituído ao se resgatar mensalmente a rentabilidade da poupança (0,5% ao mês), vale dizer, teríamos o mesmo capital constituído por um período ad infinitum.

Assim sendo, impõe-se a reforma dos cálculos

homologados, fixando-se o total da pensão/indenização para pagamento único em R$ 179.626,76, como acima demonstrado, e não os R$ 319.724,40, como incorretamente calculado, por se tratar de um valor futuro.

Acolha-se.

2. PENSÃO MENSAL PARCELAS VINCENDAS - DATA LIMITE – IMPUGNAÇÃO DO RECLAMANTE

A decisão resolutória de impugnação a sentença de liquidação, acatou a insatisfação do reclamante quanto a data limite do cálculo da pensão mensal parcelas vencidas, com o que não concorda o agravante.

O reclamante impugnou a conta pericial sob a

alegação de que o Sr. Perito apurou o pagamento da pensão mensal até julho/2008.

Ora, é óbvio que o Auxiliar do Juízo elaborou a conta

até o mês de julho de 2008, pois esta é a data da realizado dos cálculos. Está claro nos autos, que o Sr. Perito apurou o pagamento da pensão mensal até a data da apresentação do laudo, ou seja, até julho/2008, a partir daí efetuou a constituição de capital, exatamente como deferido pelo v. acórdão.

Assim, não há que ser reformada a conta neste

sentido. Requer-se, deste modo, que a r. sentença seja

reformada, devendo restar mantida a conta elaborada pelo Sr. Contador para julho de 2008, mantendo-se os mesmos valores, parâmetros e critérios adotados pelo Auxiliar do Juízo até a referida data.

Acolha-se.

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3. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL –

PARÂMETROS E CRITÉRIOS ADOTADOS ATÉ JULHO DE 2008

A decisão resolutória de impugnação a sentença de liquidação acatou a insatisfação do reclamante quanto a não observância pelo “Expert” com relação à expectativa de vida, e também, com relação ao salário mínimo, este vigente em julho/2012, merecendo ser reformado o r. julgado neste sentido.

Ora, como a conta pericial foi apresentada em

julho/2008, o Sr. Perito considerou, para efeito de cálculo, a expectativa de vida bem como o salário mínimo vigente na época da apresentação do laudo, não podendo o “Expert” fazer previsões futuras sobre um possível aumento na expectativa de vida ou até mesmo efetuar a projeção do salário mínimo para uma data futura.

Deste modo, os parâmetros adotados pelo Sr.

Contador foram os correspondentes ao mês de julho de 2008, não havendo justificativa para alterar os referidos parâmetros para o mês de julho de 2012, mesmo porque, se até a liquidação definitiva se passarem mais alguns meses, tais parâmetros correm o risco de serem alterados novamente, tornando impossível a conclusão da lide.

Requer-se a reforma da r. sentença, devendo

restarem fixados os parâmetros e valores adotados pelo Auxiliar do Juízo até a data de julho de 2008, para que na sequência da execução sejam feitos os ajustes que se fizerem necessários.

Acolha-se. 4. JUROS DE MORA

Merece reforma a decisão resolutória de impugnação a sentença de liquidação quanto aos juros de mora.

Ocorre que o Juízo acatou, indevidamente, a

insatisfação do reclamante com relação ao marco inicial para apuração dos juros de mora, considerando para efeito de cálculo de juros a data do ajuizamento na justiça comum, ou seja, 21/12/2001.

Os cálculos elaborados pelo Auxiliar do Juízo estão

em conformidade com a decisão proferida pelo v. acórdão, senão vejamos. “A correção monetária e os juros de mora, portanto, devem incidir, respectivamente, da época própria e

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do ajuizamento da ação, de acordo com o disposto no caput e no § 1º do artigo 39 da Lei 8177/91.” Como visto no trecho da decisão proferida pelo v.

acórdão transcrito acima, para contagem dos juros de mora deverá ser observada a data do ajuizamento da ação, segundo o parágrafo 1° do artigo 39 da Lei 8177/91, senão vejamos:

Art. 39. Os débitos trabalhistas de qualquer natureza, quando não satisfeitos pelo empregador nas épocas próprias assim definidas em lei, acordo ou convenção coletiva, sentença normativa ou cláusula contratual sofrerão juros de mora equivalentes à TRD acumulada no período compreendido entre a data de vencimento da obrigação e o seu efetivo pagamento. § 1° Aos débitos trabalhistas constantes de condenação pela Justiça do Trabalho ou decorrentes dos acordos feitos em reclamatória trabalhista, quando não cumpridos nas condições homologadas ou constantes do termo de conciliação, serão acrescidos, nos juros de mora previstos no caput juros de um por cento ao mês, contados do ajuizamento da reclamatória e aplicados pro rata die, ainda que não explicitados na sentença ou no termo de conciliação. Assim, como visto no parágrafo 1° do artigo 39 da

Lei 8177/91, os juros de mora são devidos a partir do ajuizamento da ação na Justiça do Trabalho, não sendo possível, neste caso, estender os juros ao ajuizamento em juízo de competência distinta da trabalhista.

Assim, requer-se a reforma do r. julgado, devendo

para tanto, restar mantido o cálculo pericial com relação ao marco inicial para efeito de apuração dos juros de mora, ou seja, a data da distribuição na Justiça do Trabalho.

Acolha-se. 5. IMPOSTO DE RENDA

A decisão resolutória de impugnação a sentença de liquidação, acatou a insatisfação do reclamante quanto ao critério de apuração do imposto de renda, com o que não concorda o agravante.

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A r. sentença resolutória de impugnação à sentença de liquidação merece ser reformada.

Ocorre que a r. sentença primeira, fixou os

parâmetros para a retenção do imposto de renda, não tendo o reclamante se manifestado contra a determinação imposta pelo Juízo, e, em face ao trânsito em julgado da decisão, precluiu a oportunidade da parte autora.

Os cálculos elaborados pelo Auxiliar do Juízo, estão

de acordo com os critérios e parâmetros delineados nos autos. Alterar a forma de cálculo do imposto de renda nesta

fase processual ofenderia a coisa julgada. Deste modo, requer-se a reforma da r. sentença

quanto ao cálculo do imposto de renda realizado pelo Sr. Perito, devendo prevalecer a conta elaborada de acordo com os parâmetros e critérios estabelecidos nos autos.

Acolha-se.

III. REQUERIMENTOS FINAIS

Diante do que foi exposto, o mais que dos autos

consta e de tudo que será suprido pelo ilibado saber jurídico dos pares desta E. Corte, pede e espera a agravante seja provido o presente AGRAVO DE PETIÇÃO, conforme acima postulado, por ser medida de Direito e da mais salutar Justiça!

Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade ..., XX de XXXXXXXX de 2015. XXXXXXXXXXXXX (Advogado).

38

7.4. Exemplo IV – Peça de Contraminuta a Agravo de Petição

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA XXª VARA DO TRABALHO

DE (Cidade)-(Estado).

AUTOS.: RT – 00000-0000-000-00-00-0

XXXXXXXXXXXX (Reclamante), já qualificado nos autos em epígrafe, em que contende com XXXXXXXXXXX (Reclamado)., vem respeitosamente à presença de V. Exa., por sua procuradora judicial, adiante assinada, para apresentar CONTRAMINUTA AO AGRAVO DE PETIÇÃO PROPOSTO PELO RÉU, na forma do art. 897, “a”, da CLT.

Isto posto, requer o recebimento e a remessa ao E. Nono

TRT, por presentes todos os pressupostos processuais de conhecimento e admissibilidade.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade ..., XX de XXXXXX de 2.015.

XXXXXXXXXXX (Advogado)

OAB - XXXXXX

39

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XXª REGIÃO.

CONTRAMINUTA AO AGRAVO DE PETIÇÃO PROPOSTO PELO RÉU.

AGRAVANTE: XXXXXXXXXXXX (Reclamante).

AGRAVADO : XXXXXXXXXXXX (Reclamado).

PROCESSO....: RT 00000-0000-000-00-00-0 - XXª VT de Cidade-Estado.

Eminente Juiz(a) Relator(a);

Egrégia Seção Especializada:

1 – DAS DIFERENÇAS DE SUPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA

Não merece prosperar a insurgência do Réu com relação às diferenças de suplementação de aposentadoria, conforme matéria consignada no item “1” da manifestação de fls. ... dos autos.

Cabe ressaltar que a reclamada propõe que os cálculos sejam reformados sem demonstrar de forma incisiva, clara e objetiva, onde residem as diferenças apontadas, fazendo uma manifestação de forma genérica sobre o assunto ventilado.

Quanto as horas extras, alega o Réu que a divisão deve ser 120 e não 52, como posto nos cálculos apresentados pela auxiliar do Juízo. Ocorre que a consideração dos 52/120 gera um descompasso com a média efetivamente devida, uma vez que se estaria considerando apenas 52 parcelas e efetuando a divisão por 120. Destaca-se, que não é isto que está expressamente definido no regulamento.

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Para que houvesse a divisão por 120, deveria o Réu juntar o pagamento das horas extras pagas para complementar o restante do período faltante (120 – 52 = 68 meses), para que a média fosse calculada de forma real e proporcional e não de forma fracionada como posto na manifestação patronal.

Neste Sentido:

TRT-PR-10-11-2009 BANESTADO S/A E FUNBEP - FUNDO DE PENSÃO MULTIPATROCINADO. REFLEXOS DE VERBAS DEFERIDAS EM OUTRA AÇÃO. MÉDIA A SER CONSIDERADA (120 MESES / 60 MESES) - Tendo em vista decisão proferida em outra reclamação, através da qual foram deferidas ao Reclamante parcelas salariais e considerando que o salário de benefício de complementação de aposentadoria tem por base o quanto de direito ao longo do contrato de trabalho, devida a revisão dos benefícios previdenciários. Nesse diapasão, o primeiro grau determinou que o cálculo fosse feito considerando a integração da média das verbas salariais em relação a 60 (sessenta) meses reconhecidos na sentença dos autos RT 2.855/97 (período imprescrito) e que o valor assim calculado fosse acrescido ao salário de contribuição, nas épocas próprias, ou seja, de 14.05.92 a 16.12.96, para, então, calcular-se a média dos últimos 120 (cento e vinte) meses. Referida fórmula (60/120), no entanto, representa descompasso com a média efetivamente devida, e redução de praticamente 50% da diferença a que faz jus o Autor. O cálculo correto é o que apura as verbas de 120 meses para se obter a média final tendo o mesmo fator de divisão (120 ÷ 120), nos termos do Regulamento, ainda que a apreciação dos pedidos, por imposição legal, limite-se aos cinco anos anteriores à propositura da RT nº. 2.855/97. Isto, vale registrar, somente para se obter a média do que deverá ser integrado à complementação de aposentadoria, sem acrescer verbas devidas para além do período imprescrito. Apresenta-se, hipoteticamente a diferença, considerando-se, por exemplo, os seguintes parâmetros: 120h devidas durante o período imprescrito (60 meses). Critério fixado na r. sentença: tomar o número encontrado nesses 60 (sessenta) meses (120h, no caso) para dividi-lo por 120 = 1h (60 ÷ 120). O critério correto:

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concluído que no período imprescrito (60 meses) o Reclamante tem direito a 120 horas extras. Somam-se, então, 120h do período imprescrito (60 meses) e 120h projetadas para o período anterior, a fim de se obtenha o número de horas trabalhadas nos 120 meses anteriores (120 + 120 = 240) e divide-se o número encontrado (240h) por 120, resultando 2h (240h ÷ 120 meses). Recurso do Reclamante a que se dá provimento para determinar que o cálculo das diferenças deferidas a título de complementação de aposentadoria seja feito com base na média apurada através das parcelas devidas no período imprescrito fixado na reclamatória trabalhista anterior (60 meses), projetada para os outros 60 (sessenta), para se obter a média fixada no Regulamento (de 120 meses) - 120 ÷ 120. TRT-PR-04143-2008-872-09-00-6-ACO-38218-2009 - 1A. TURMA. Relator: UBIRAJARA CARLOS MENDES. Publicado no DJPR em 10-11-2009

Com relação a integração da gratificação semestral, a referida parcela foi integrada no cálculo, uma vez que, seguiu-se os estritos critérios consignados no MEMORIAL DE CÁLCULO DE APOSENTADORIA, juntado às fls. ... dos autos. Assim, para efeito de cálculo das diferenças de suplementação, resulta correto o procedimento adotado pela Contadora, tornando infundada a manifestação patronal neste sentido.

Quanto as diferenças salariais, carece de fundamento legal a intenção do reclamado de ver as mesmas excluídas do bojo das verbas integrantes do cálculo da aposentadoria, ante o caráter das diferenças. O art. 8º do regulamento, fl. ... diz: “a – valor do último ordenado padrão, acrescido de 1 (um) nível da tabela de ordenados da Patrocinadora;”. Deste modo, como as diferenças salariais correspondem ao ordenado padrão, é evidente que as diferenças apuradas devem ser integradas na base de cálculo das diferenças de suplementação.

Com relação à correção monetária aplicada, a Perita adotou os fatores de atualização dos meses subsequentes, tornando infundada a manifestação patronal neste sentido também.

Isto posto, requer-se a rejeição da matéria.

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2 – DAS CONTRIBUIÇÕES SOBRE AS DIFERENÇAS DE SUPLEMENTAÇÃO

Não há como prosperar a manifestação patronal quanto as contribuições devidas ao FUNBEP inerentes as diferenças de suplementação.

Como posto nos cálculos elaborados pela Auxiliar do Juízo, a contribuição ao FUNBEP foi calculada na ordem de 9,9%, sobre todas as parcelas deferidas nos autos e passíveis de incidência, estando incluídas entre elas as diferenças de suplemento de aposentadoria e reflexos.

A Perita apontou como devida a contribuição na ordem de R$ 28.412,50, não tendo o Reclamado apontado de forma pormenorizada e quantitativa, qualquer incorreção no valor apontado.

A diferença foi claramente demonstrada pela Sra. Contadora à fl. ... dos autos, onde consta o rol de verbas calculadas, entre elas as diferenças salariais, e sobre o total encontrado foi aplicado o percentual na ordem de 9,9% correspondente à contribuição FUNBEP.

Pela rejeição da matéria.

3 – DAS CONTRIBUIÇÕES FUNCIONAL E PATRONAL SOBRE AS VERBAS TRABALHISTAS DEFERIDAS

O tema trazido à baila pelo reclamado é meramente protelatório.

De acordo com o artigo 44 do regulamento da FUNBEP, a contribuição patronal é devida em dobro com relação ao valor da contribuição funcional. Como a Perita apontou como devida a contribuição funcional na ordem de R$ 28.412,50, o valor inerente à contribuição patronal resulta em R$ 56.825,00, exatamente como apontado nos cálculos homologados.

Pela rejeição da matéria.

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4 – DOS REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS

Não merece prosperar a irresignação do reclamado com relação aos reflexos das horas extras.

Está expresso nos autos os reflexos das horas extras sobre os DSR´s, e com estes, sobre as demais parcelas, senão vejamos:

“Das horas extras há reflexos em DSR, inclusive os sábados. Das horas extras e DSR/extras há reflexos em férias com 1/3, 13º salário e FGTS.” (R. sentença primeira – fl. 1003 dos autos).

Agiu acertadamente o Juízo ao reformar os cálculos quanto aos reflexos das horas extras e DSR´s, visto que claramente determinados pelo título executivo.

Matéria meramente protelatória.

Pela rejeição.

5 - REQUERIMENTO

Diante do exposto, requer o acolhimento das razões contidas na presente contraminuta, para que sejam totalmente rejeitadas as matérias propostas pelo reclamante.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Cidade, XX de XXXXXX de 2.015.

XXXXXXXXXXXXX (Advogado)

44

8. Exemplo de Parecer Técnico

Vamos reproduzir na sequência alguns modelos de “pareceres técnicos”, que podem

ser encaminhados ao advogado em substituição à peça de “impugnação à sentença de

liquidação”, utilizando as mesmas matérias aplicadas nas peças de “impugnação”,

apresentadas nos itens 7.1 a 7.5 acima:

45

8.1. Exemplo I - Parecer Técnico

PARECER TÉCNICO

A/C.: Dr. XXXXXXXXXXX

Autos No ............: RT 00000-0000-000-00-0 - VT de ....

Reclamante ........: XXXXXXXXXXX.

Reclamada .........: XXXXXXXXXXX.

Ref.: Matéria para Agravo de Petição aos Cálculos Homologados nos Autos

Prezado Dr. XXXXXXXX,

Após análise da decisão de embargos e impugnação proferida pelo Juiz de primeiro grau

nos autos, concluímos pela existência de algumas distorções.

Segue abaixo matéria para interpormos “Agravo de Petição” aos cálculos apresentados

pelo Sr. Perito e homologados pelo Juiz.

Para delimitação de valores:

Total Bruto devido ao em 01/01/2010 .............. R$ 9.977,06

Líquido Devido ao Autor .................................. R$ 8.142,10

Previdência Social ............................................. R$ 1.494,10

Imposto de Renda .............................................. R$ 340,86

Att.

Curitiba, XX de XXXXXX de 2015.

XXXXXXXXXXXXXXXXX.

Portal Trabalhista.

AGRAVO DE PETIÇÃO

Base de Cálculo das HE – Integração indevida

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Não merece prosperar a conta pericial com relação à

base de cálculo adotada para efeito de cálculo das horas suplementares, em razão da integração, não determinada nos autos, dos valores calculados a título de adicional de insalubridade em tal base.

Vale ressaltar que, em momento algum o Juízo

determinou diferenças de horas extras em favor do reclamante em função de incorreção quanto à base de cálculo original da parcela.

Ora, se não houve determinação expressa para que o

adicional de insalubridade integre a composição das verbas básicas para formação do valor da hora extra, tal integração resulta indevida, como consignado no quadro de evolução salarial elaborado pelo Sr. Contador, fl. 388 dos autos.

Destaca-se, ainda, que em momento algum o juízo

deferiu reflexos do adicional de insalubridade sobre o cálculo das horas extras, e, deste modo, quer por via direta ou por via reflexa, nada restou determinado em função na alteração da base de cálculo das suplementares, devendo ser mantida a base original.

Isto posto, requer-se a retificação da conta, devendo para

tanto o Sr. Perito proceder a exclusão dos valores calculados a título de adicional de insalubridade da base de cálculo das horas extras, sob pena de restarem extrapolados os limites impostos à lide.

As diferenças apontadas geram diferenças reflexas

sobre: dsr´, aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e fgts 11,2%. Pela reforma. Horas Extras Noturnas – Abatimento de Valores

Noturnos pagos O Juízo determinou a integração do adicional noturno

para o cálculo das horas extras noturnas. Ora, uma vez integrado o adicional noturno para efeito de

cálculo das suplementares, nada mais justo que promover o abatimento dos valores pagos a igual título, mesmo porque, o período considerado como noturno para efeito de cálculo das horas extras noturnas já foi quitado sob o título de adicional noturno. Não abater os valores correspondentes à integração, resultará em duplicidade no pagamento do adicional noturno.

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O Sr. Contador deixou de abater os valores pagos a título de adicional noturno do cálculo das horas extras noturnas, em face da integração determinada.

Pela reforma dos cálculos neste sentido.

CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS A TERCEIROS Os cálculos homologados incluem contribuições sociais

devidas a terceiros (5,8%), conforme se infere nos cálculos periciais, com o que não concorda o reclamado.

Ora, o artigo 114, § 3º, da CF/88, deixou expressamente

assente que compete à Justiça do Trabalho a execução das contribuições previdenciárias previstas no artigo 195, I, “a” e II da Lex Legum. Não autoriza a execução, ex officio, das contribuições destinadas a terceiros, previstas no artigo 240 da CF/88.

Além disso, a lei 10.035/00 trata de contribuições

previdenciárias, o que obviamente exclui contribuições de terceiros. Por outro lado, a Previdência Social não executa judicialmente as contribuições devidas a terceiros nos executivos fiscais que promove perante a Justiça Federal.

Neste sentido é o magistério de Sérgio Pinto Martins, in

verbis: A contribuição do sistema “S” não pode ser executada na Justiça do Trabalho, apesar de incidir sobre a folha de pagamento e ser exigida juntamente com a contribuição da empresa e do empregado, na mesma guia. A contribuição do sistema “S” não é destinada ao custeio da Seguridade Social, embora sua exigência seja feita juntamente com a contribuição da empresa e do empregado [sic]. O INSS é que tem competência para cobrá-la. O art. 240 da Constituição autoriza a exigência da contribuição destinada às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical. O art. 62 do ADCT permite a instituição do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), nos moldes da legislação relativa ao Senai e ao Senac. Entretanto, o § 3º do artigo 114 da Constituição determina a execução de ofício das contribuições sociais previstas no artigo 195, I, a e II da Lei Magna e não as contribuições de terceiros. Assim, nem mesmo as contribuições do salário-educação e do Incra poderão ser executadas na Justiça do Trabalho, pois não servem para o custeio da Seguridade Social. (In Execução da Contribuição

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Previdenciária na Justiça do Trabalho, São Paulo, Atlas, 2001, p. 88.)

Sendo assim, impõe-se a reforma dos cálculos

apresentados pelo auxiliar do Juízo a fim de que sejam excluídas as contribuições de terceiros, ante a manifesta incompetência da Justiça do Trabalho, cabendo aos próprios interessados tomarem as medidas cabíveis.

Acolha-se.

49

8.2. Exemplo II - Parecer Técnico

PARECER TÉCNICO

A/C.: Dr. XXXXXXXXXXX

Autos No ............: RT 00000-0000-000-00-0 - VT de ....

Reclamante ........: XXXXXXXXXXX.

Reclamada .........: XXXXXXXXXXX.

Referente: Agravo de Petição

Prezado Dr. XXXXXXX,

Segue abaixo matéria para interpormos Agravo de Petição à decisão de

embargos/impugnação proferida nos cálculos pelo Juiz.

Me coloco à sua disposição para esclarecimentos que se fizerem necessários.

Att.

Portal Cível & Trabalhista.

AGRAVO DE PETIÇÃO – MATÉRIA

HORAS EXTRAS E REFLEXOS

Não concorda o reclamante com os cálculos periciais apresentados, visto que, o

“Expert” não elaborou o cálculo dos reflexos das horas extras sobre: aviso prévio, férias

+ 1/3, 13° salário e multa de 40% sobre FGTS.

De acordo com o que efetivamente restou determinado nos autos, restou deferido em

favor do reclamante os reflexos das horas suplementares, senão vejamos:

“Assim, em face de todo exposto, entendo como devidos os

reflexos das horas extras requeridos pelo autor, sobre: aviso

prévio indenizado, férias proporcionais, 13° salário e FGTS do

mês da rescisão, mais multa de 40%.”

50

Como visto no texto sentencial transcrito acima, resultam devidos os reflexos das horas

extras sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias, FGTS e multa de 40% do

FGTS.

Assim, os cálculos periciais merecem reforma, devendo para tanto, o auxiliar do Juízo

efetuar os reflexos das horas extras sobre: aviso prévio, férias, terço de férias, 13°

salário e multa de 40% do FGTS.

Pela reforma.

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9 – Considerações Finais

Como visto, os cálculos homologados pelo Juiz merecem uma atenção especial por

parte do perito assistente que atua pelo réu, pois, é muito comum encontrar os mais

diversos tipos de diferenças nos referidos cálculos, algumas em razão de erro material,

outras em função de critério adotado, e ainda, temos aquelas que são decorrentes de

interpretação distorcida das decisões contidas nos autos.

A peça de Agravo de Petição visa requerer junto ao TRT uma revisão da decisão

imposta pelo juiz de primeiro grau com relação aos embargos do réu e impugnação do

reclamante, tornando-se um instrumento essencial na fase de execução, pois tem o

objetivo de alinhar os cálculos aos objetivos do réu, que é o de ter um resultado que

atenda os seus interesses.

Cabe destacar, ainda, que a manifestação somente deverá fazer referência àquelas

matérias ventiladas nas manifestações das partes (embargos à execução e impugnação à

sentença de liquidação), e, acolhidas ou não na decisão proferida pelo juiz de primeiro

grau. Deste modo, se uma determinada matéria não foi ventilada nos embargos

propostos pelo Réu ou na Impugnação proposta pelo Reclamante, ou, ainda, não constar

na sentença, não poderá mais ser agravada nos autos, tornando-se incontroversa a

questão.

Por isso da importância de se fazer uma análise bem elaborada de todos os pontos que

se apresentem em discordância nos cálculos apresentados aos autos e homologados pelo

juízo. É de fundamental importância descrever de forma concisa e detalhada as

incorreções, demonstrando de forma quantitativa as diferenças, para que o juiz ou uma

das turmas do TRT possam decidir de forma justa a questão.

Junto à peça de Agravo de Petição devem ser juntados os cálculos (reclamado ou

reclamante) contendo todos os valores que os mesmos entendem como devidos nos

autos.

Uma vez apresentado o agravo de Petição, resta às partes esperar pela decisão da turma

do TRT que irá analisar e julgar a manifestação, acolhendo ou não as diferenças

apontadas. A decisão proferida pelo Tribunal Regional encerrará o caso.

Recomendamos que o aluno reveja os cases do Módulo II, relativos aos “Estudos de

Casos”, onde ocorre a aplicação prática da matéria ora estudada. A partir do “case IV”

os cálculos são apresentados nos autos e homologados pelo Juiz que em seguida, abre

prazo para que as partes tenham a oportunidade de verificar se a conta está correta ou

não, impugnando ou embargando os cálculos, quando constatada alguma incorreção. É a

aplicação da teoria e da técnica ao caso prático.