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MÓDULO II
ESTUDO DE CASOS
CASE IV
Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717
www.portalciveltrabalhista.com.br
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Sumário
1. COMENTÁRIOS INICIAIS ........................................................................................ 3
2 - CAPA DO PROCESSO .............................................................................................. 4
3. PETIÇÃO INICIAL ..................................................................................................... 5
4. CONTESTAÇÃO ......................................................................................................... 9
6. COMENTÁRIOS ....................................................................................................... 14
7. SENTENÇA ............................................................................................................... 15
8. COMENTÁRIOS ....................................................................................................... 19
9. ACÓRDÃO – RECURSO ORDINÁRIO - TRT ........................................................ 20
10. COMENTÁRIOS ..................................................................................................... 21
11. ACÓRDÃO – RECURSO DE REVISTA - TST ..................................................... 22
12. COMENTÁRIOS ..................................................................................................... 26
13. APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS – PERITO JUDICIAL .............................. 27
14. PRAZO PARA EMBARGOS E IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS ................... 43
15. EMBARGOS À EXECUÇÃO – MANIFESTAÇÃO DO RÉU .............................. 44
16. CÁLCULOS APRESENTADOS PELO RÉU ......................................................... 50
17. IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS APRESENTADA PELO RECLAMANTE ... 59
18. CÁLCULOS APRESENTADOS PELO RECLAMANTE ...................................... 61
19. CONTRAMINUTA AOS EMBARGOS DO RÉU .................................................. 69
20. DECISÃO DE EMBARGOS E IMPUGNAÇÃO .................................................... 71
21. AGRAVO DE PETIÇÃO APRESENTADO PELO RÉU ....................................... 74
22. CONTRAMINUTA DO AUTOR AO AGRAVO DE PETIÇÃO DO RÉU ........... 88
23. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO TRT – AGRAVO DE PETIÇÃO ...................... 91
24. APRESENTAÇÃO DE CÁLCULOS RETIFICADOS PELO PERITO ................. 93
25. COMENTÁRIOS FINAIS ..................................................................................... 103
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1. COMENTÁRIOS INICIAIS
Estudo de casos é um instrumento pedagógico, idealizado pela equipe de profissionais
da empresa Portal Cível & Trabalhista, com o propósito de fortalecer e contribuir para o
processo de aprendizagem dos alunos que participam do curso de Cálculos Trabalhistas
oferecido por nossa empresa.
Os processos são analisados em detalhes, passo a passo, desde a petição inicial até a
conclusão dos cálculos, possibilitando ao aluno ter uma visão ampla de todos os
procedimentos realizados nos autos.
Os estudos são realizados por meio de “CASES”, reproduzidos e extraídos de casos
reais, os quais são analisados através de vídeo-aulas, onde o professor faz uma série de
comentários e explicações sobre as particularidades do processo trabalhista examinado.
Estudo de casos oportuniza ao aluno observar a aplicação das matérias teóricas na
reprodução de casos reais, em todas as suas fases.
O presente caso envolve as seguintes matérias:
1. Horas Extras e Reflexos;
2. Domingos Trabalhados;
3. Adicional de Periculosidade;
4. Violação Intervalar – Art. 71 da CLT;
5. Verbas Rescisórias;
6. RSR Sobre Comissões;
7. FGTS
8. Multa do Art. 477 da CLT.
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2 - CAPA DO PROCESSO
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO
PROCESSO No.: 1.001/2001
Vara do Trabalho de XXXXXXXXX
Autor........: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Advogado.: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Réu ..........: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Advogado.: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
A U T U A Ç Ã O
Em 03 de fevereiro de 2001, na secretaria da 1ª. Vara do Trabalho de XXXXXX,
autuo a petição inicial que segue, com --- folhas de documentos.
Eu, ____________________________ , diretor de secretaria assino este termo.
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3. PETIÇÃO INICIAL
EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, casado, RG x.xxx.xxx-x, CPF
xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado à rua ..., ...., por seu advogado qualificado no
presente caso, vem à presença de V. Exa., para propor:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA contra
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, estabelecido à
Rua Marechal Deodoro, No. XXX, Centro, cep xxxxxx, Curitiba – Paraná, na pessoa do
seu representante legal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
1. CONTRATO DE TRABALHO
O autor foi admitido pelo réu em 02 de janeiro de 2000 para exercer a função de gerente
de vendas. Foi dispensado em 31 de dezembro do mesmo ano.
2. JORNADA DE TRABALHO
O autor foi contratado para laborar das 08:00 às 12:00 e das 14:00 às 18:00 horas,
entretanto, na prática o horário contratual sempre era extrapolado.
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Por todo o período contratual a real jornada diária praticada pelo reclamante era das
07h45min às 19h30min, com 15 minutos de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das
07h45min às 15h00 aos sábados, sem intervalo.
Todos os domingos das 08h00 às 15h00, sem intervalo.
As horas extras prestadas durante a contratualidade, assim consideradas as excedentes
da 8a diária e da 44a semanal, não foram corretamente quitadas.
Tampouco as horas prestadas aos domingos foram integralmente pagas.
As horas extras são devidas com o adicional constitucional de 50% para as excedentes
diárias e semanais, e de 100% para as prestadas aos domingos.
Habituais, geram diferenças reflexas sobre os repousos semanais remunerados
(domingos e feriados) e com estes, sobre: aviso prévio, 13os. Salários, férias, abono de
férias e fgts.
3. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
O reclamante sempre trabalhou em ambiente com alto grau de periculosidade, visto que
os produtos vendidos eram altamente inflamáveis, com grande risco de explosão.
Entretanto, a empresa jamais pagou o adicional de periculosidade a que tinha direito o
autor.
Desta forma, requer-se o pagamento do adicional na ordem de 30% sobre o total da
remuneração, bem como os reflexos decorrentes: horas extras, aviso prévio, 13os. S
salários, férias, abono de férias e fgts.
4. INTERVALO INTRAJORNADA
Da jornada praticada no período contratual resta claro que houve a violação prevista no
artigo 71 da CLT.
Requer-se, desta forma, o pagamento dos minutos faltantes para complementar o
intervalo mínimo de almoço (1 hora), com os mesmos reflexos requeridos para as horas
extras.
Adicional de 50%.
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5. VERBAS RESCISÓRIAS
A empresa não quitou as verbas rescisórias devidas ao reclamante:
- 30 dias de aviso prévio;
- 01/12 avos de projeção do aviso prévio para 13o salário e férias + 1/3;
- 12/12 avos de 13os. Salários e férias + 1/3;
- Multa do artigo 477 da CLT, pelo não pagamento das verbas rescisórias no prazo
legal.
6. RSR SOBRE COMISSÕES PAGAS
O réu não pagou em momento algum os repousos semanais remunerados, sobre as
comissões recebidas durante o período contratual.
Requer-se o pagamento dos repousos semanais remunerados (domingos e feriados),
bem como, os reflexos das comissões acrescidas dos repousos sobre as demais verbas
(aviso prévio, 13os. Salários, férias, abono de férias e fgts).
7. FGTS
O réu não efetuou os depósitos fundiários sobre os salários pagos ao reclamante.
Requer-se a execução direta do fgts 8%, bem como a multa de 40%, sobre todos os
salários pagos no período contratual bem como sobre as verbas ora reclamadas.
8. DIANTE DO EXPOSTO REQUER-SE
a. Adicional de periculosidade na ordem de 30% sobre o total da remuneração paga ao
autor no período contratual, com reflexos sobre as horas extras, aviso prévio, 13os.
Salários, férias e abono de férias;
b. Reflexos das comissões pagas no período contratual sobre os repousos semanais
remunerados;
c. Reflexos das comissões acrescidas dos repousos semanais remunerados sobre as
horas extras, aviso prévio, 13os. Salários, férias e abono de férias;
d. Horas extras com 50% de adicional, consideradas as excedentes da 8a diária bem
como as excedentes da 44a semanal, com reflexos sobre os repousos semanais
remunerados e, acrescidas destes em: aviso prévio, 13os. Salários, férias e abono de
férias;
8
e. Domingos trabalhados com 100% de adicional, com reflexos sobre o aviso prévio,
13os. Salários, férias e abono de férias;
f. Horas extras em face da violação ao intervalo mínimo para refeição (violação ao
artigo 71 da CLT), devendo para tanto considerar-se a diferença entre o intervalo
praticado no período contratual e o intervalo mínimo de 1 hora, com reflexos sobre os
repousos semanais remunerados, e juntamente com estes sobre o aviso prévio, 13os.
salários, férias e abono de férias;
g. Verbas Rescisórias conforme exposto no item “5” da fundamentação;
h. FGTS 8% mais a multa de 40% sobre todas as verbas pagas no período contratual,
bem como sobre todas as verbas ora reclamadas nos itens “a” a “g”;
i. Multa do artigo 477 da CLT pelo não pagamento das verbas rescisórias;
9. REQUERIMENTOS FINAIS
Requer seja a reclamada notificada na pessoa do seu procurador legal, para que, no
prazo legal, querendo, conteste a presente reclamatória, sob pena de confissão e revelia.
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, tais como, pericial,
documental, testemunhal e o depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena
de confissão.
Requer, finalmente, seja a presente reclamatória julgada procedente, condenando-se a
reclamada no pagamento dos pedidos, acrescidos de juros e correção monetária, custas
processuais e honorários profissionais na ordem de 20% sobre o total da condenação.
Dá-se à presente causa, para efeitos fiscais e de alçada, o valor de R$ 2.000,00 (dois mil
reais).
Nestes termos
Pede deferimento.
XXXXXXXX, 30 de Janeiro de 2001.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB – PR XXXXXXXX
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4. CONTESTAÇÃO
EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXXX
Autos RT XXXXX/XXXX
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (reclamado), pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPL/MF xx.xxx.xxx/xxxx-xx, com sede na rua xxxxxxxxxxx, cidade
xxxxx, estado xxxxx, neste ato representado por seu procurador, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência para apresentar CONTESTAÇÃO em resposta a
reclamatória que lhe move XXXXXXXXXXXXXXX (Reclamante), anteriormente
qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões a seguir aduzidas:
MÉRITO
1. CONTRATO DE TRABALHO
O autor prestou serviços na empresa no período de 02 de janeiro de 2000 até 31 de
dezembro do mesmo ano, na função de gerente de vendas.
2. JORNADA DE TRABALHO – CARGO DE CONFIANÇA
Como gerente de vendas o reclamante detinha na empresa cargo de confiança, tendo
procuração e poderes para admitir e demitir funcionários.
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A jornada praticada sempre esteve dentro dos padrões exigidos pela função
desempenhada pelo autor, sendo remunerado sempre que extrapolados os limites diários
ou semanais, como apontam os recibos de pagamentos ora juntados em anexo pelo
reclamado.
Todas as horas extras bem como domingos laborados foram devidamente pagos, como
comprovam os recibos de pagamentos.
A jornada informada pelo autor na inicial não é verdadeira, e resta impugnada neste ato.
Isto posto, não há como prosperar o pedido do autor.
3. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
O Material comercializado pela empresa, realmente é produto inflamável, e tem o seu
grau de risco, e isto, de fato não há como negar.
Cabe esclarecer, entretanto, que a empresa apenas agencia a venda do produto, mas não
é responsável pelo transporte, entrega ou armazenamento do produto, ou seja, não
mantém estoque do produto no local de trabalho.
Portanto, em momento algum há o contato direto ou indireto dos funcionários, pois
estes efetuam as vendas com base em catálogos e tabelas fornecidos pela fábrica.
Em razão do exposto, não merece ser acolhido o pedido autoral.
4. INTERVALO INTRAJORNADA
O reclamante sempre gozou do intervalo intrajornada de uma (01) hora, para descanso e
refeições.
O intervalo é concedido para cada departamento, encerrando o expediente nos locais em
horários fixos, no caso do reclamante das 12 às 13 horas.
Impugna-se a pretensão do autor, neste sentido.
5. VERBAS RESCISÓRIAS
O autor não apareceu para receber as verbas rescisórias na oportunidade marcada pela
empresa.
A empresa confirma o não recebimento das verbas rescisórias.
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6. RSR SOBRE COMISSÕES PAGAS
A empresa sempre pagou as comissões já com os reflexos sobre os repousos semanais
remunerados integrados em sua base de cálculo, motivo pelo qual resulta infundado o
pedido dos reflexos pretendidos pelo autor.
Impugna-se.
7. FGTS
O FGTS não foi recolhido pela empresa no período contratual em face de dificuldades
passadas pela empresa no período.
REQUERIMENTO
Nessas condições, requer seja julgado improcedente a reclamatória proposta pelo
reclamante, com exceção às verbas rescisórias e fgts, verbas reconhecidas pela
reclamada como devidas.
Requer, por derradeiro, provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, especialmente oitiva de testemunhas, juntadas de novos documentos,
depoimento pessoal do reclamante sob pena de confissão quanto à matéria de fato.
Nestes termos
Pede deferimento.
XXXXXXXX, 20 de fevereiro de 2001.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
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5. RECIBOS DE PAGAMENTOS Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento
Funcionário: XXXXXXX Mês..: jan-2000 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: fev-2000
Descontos Descontos Salário Base: 2.000,00 INSS..…….: 132,00 Salário Base.: 2.000,00 INSS......….: 132,00 Comissões..: 650,00 IRRF ……..: 353,91 Comissões....: 735,42 IRRF.……..: 382,76 Anuênio......: 20,00 Anuênio ..…..: 20,00
HE Com 50%: 182,49 Soma: 485,91 HE Com 50%: 206,47 Soma: 514,76 DSR Sobre HE 36,50 DSR Sobre HE 41,29 Adic. Noturno : 12,42 Adic. Noturno.: 14,05 DSR Sobre AN 2,48 DSR Sobre AN 2,81 Dom/Fer Trab : 13,00 Dom/Fer Trab 14,71
Soma……: 2.916,89 Líquido ..….: 2.430.98 Soma ...…: 3.034,75 Líquido……: 2.519,99 FGTS 8%....: 233,35 FGTS 8%....: 242,78
Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento
Funcionário: XXXXXXX Mês ..: mar-2000 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: abr-2000
Descontos Descontos Salário Base.: 2.000,00 INSS…….: 132,00 Salário Base.: 2.600,00 INSS…….: 132,00 Comissões .: 992,82 IRRF……..: 469,68 Comissões….: 1.167,16 IRRF……..: 676,88 Anuênio…..: 20,00 Anuênio ..…..: 26,00
HE Com 50%: 278,73 Soma: 601,68 HE Com 50%: 327,68 Soma: 808,88 DSR Sobre HE 55,75 DSR Sobre HE 65,54 Adic. Noturno: 18,97 Adic. Noturno : 22,30 DSR Sobre AN 3,79 DSR Sobre AN 4,46 Dom/Fer Trab. 19,86 Dom/Fer Trab 23,34
Soma…: 3.389,92 Líquido ….: 2.788,24 Soma …: 4.236,48 Líquido …: 3.427,60 FGTS 8%..: 271,19 FGTS 8% .: 338,92
Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento
Funcionário.: XXXXXXX Mês ..: mai-2000 Funcionário..: XXXXXXX Mês ..: jun-2000
Descontos Descontos Salário Base.: 2.600,00 INSS …….: 146,11 Salário Base..: 2.600,00 INSS …….: 146,11 Comissões ...: 1.575,66 IRRF ...…..: 814,83 Comissões ...: 1.782,73 IRRF ...…..: 884,76 Anuênio ..…..: 26,00 Anuênio ..…..: 26,00
HE Com 50%: 442,37 Soma: 960,94 HE Com 50%.: 500,50 Soma: 1.030,87 DSR Sobre HE 88,47 DSR Sobre HE 100,10 Adic. Noturno : 30,11 Adic. Noturno: 34,06 DSR Sobre AN 6,02 DSR Sobre AN 6,81 Dom/Fer Trab 31,51 Dom/Fer Trab . 35,65
Soma …: 4.800,14 Líquido ...: 3.839,20 Soma…: 5.085,86 Líquido …: 4.054,99 FGTS 8%..: 384,01 FGTS 8%...: 406,87
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Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento
Funcionário: XXXXXXX Mês..: jul-2000 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: Ago-2000
Descontos Descontos Salário Base: 2.600,00 INSS..…….: 146,11 Salário Base.: 2.600,00 INSS......….: 146,11 Comissões..: 1.444,09 IRRF ……..: 770,40 Comissões....: 1.633,87 IRRF.……..: 834,49 Anuênio......: 26,00 Anuênio ..…..: 26,00
HE Com 50%: 405,43 Soma: 916,51 HE Com 50%: 458,71 Soma: 980,60 DSR Sobre HE 81,09 DSR Sobre HE 91,74 Adic. Noturno : 27,59 Adic. Noturno.: 31,22 DSR Sobre AN 5,52 DSR Sobre AN 6,24 Dom/Fer Trab : 28,88 Dom/Fer Trab 32,68
Soma……: 4.618,60 Líquido ..….: 3.702.09 Soma ...…: 4.880,46 Líquido……: 3.899,86 FGTS 8%....: 369,49 FGTS 8%....: 390,44
Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento
Funcionário: XXXXXXX Mês ..: Set-2000 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: Out-2000
Descontos Descontos Salário Base.: 2.600,00 INSS…….: 146,11 Salário Base.: 2.600,00 INSS…….: 146,11 Comissões .: 1.813,60 IRRF……..: 895,19 Comissões….: 2.051,93 IRRF……..: 975,68 Anuênio…..: 26,00 Anuênio ..…..: 26,00
HE Com 50%: 509,16 Soma: 1.041,30 HE Com 50%: 576,08 Soma: 1.121,79 DSR Sobre HE 101,83 DSR Sobre HE 115,22 Adic. Noturno: 34,65 Adic. Noturno : 39,21 DSR Sobre AN 6,93 DSR Sobre NA 7,84 Dom/Fer Trab. 36,27 Dom/Fer Trab 41,04
Soma…: 5.128,45 Líquido ….: 4.087,15 Soma …: 5.457,31 Líquido …: 4.335,52 FGTS 8%..: 410,28 FGTS 8% .: 436,59
Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento
Funcionário.: XXXXXXX Mês ..: Nov-2000 Funcionário..: XXXXXXX Mês ..: Dez-2000
Descontos Descontos Salário Base.: 2.600,00 INSS …….: 146,11 Salário Base..: 2.600,00 INSS …….: 146,11 Comissões ...: 2.277,65 IRRF ...…..: 1.051,90 Comissões ...: 2.576,97 IRRF ...…..: 1.152,99 Anuênio ..…..: 26,00 Anuênio ..…..: 26,00
HE Com 50%: 639,45 Soma: 1.198.01 HE Com 50%.: 723,48 Soma: 1.299,10 DSR Sobre HE 127,89 DSR Sobre HE 144,70 Adic. Noturno : 43,52 Adic. Noturno: 49,24 DSR Sobre AN 8,70 DSR Sobre AN 9,85 Dom/Fer Trab 45,55 Dom/Fer Trab . 51,54
Soma …: 5.768,76 Líquido ...: 4.570,75 Soma…: 6.181,77 Líquido …: 4.882,67 FGTS 8%..: 461,50 FGTS 8%...: 494,54
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6. COMENTÁRIOS
COMENTÁRIOS SOBRE A FASE PROCESSUAL
Esta fase é chamada de fase de instrução ou conhecimento, onde o reclamante
apresentou seu pedido e o réu apresentou sua contestação/defesa.
Nesta fase são apresentadas as provas, documentos, recibos de pagamentos, recibos de
férias, recibos de 13º salários, rescisão contratual, comprovação de depósitos fundiários,
demonstrativos de diferenças salariais, horas extras e outras diferenças que se façam
necessárias.
Na audiência inaugural ou una, a reclamada deverá apresentar sua defesa/contestação, e
a carta de preposição;
Em caso de audiência una, o reclamante tem 20 minutos para manifestar-se sobre a
defesa e documentos juntados pela reclamada.
O reclamante, o representante legal da empresa bem como as testemunhas de ambas as
parte, são ouvidos pelo Juízo, podendo as testemunhas que moram em outras comarcas
serem ouvidas por carta precatória.
As partes têm prazo legal de 10 dias para impugnar documentos ou diferenças
apresentadas pela parte contrária.
Por último são apresentadas as razões finais (reclamante e reclamado):
- Por memoriais = escritas;
- Remissivas = ao contido na inicial ou na defesa;
- Orais = 20 minutos diante do Juízo.
Reunidos todos os dados e fatos, o caso será analisado pelo Juízo para a prolação da
sentença.
Encerra-se a fase de instrução e após a prolação da sentença começa a fase recursal.
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7. SENTENÇA
P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO
1a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.
PROCESSO No. RT 1.001/2001
Termo de Audiência
Aos 10 dias do mês de julho de 2001, às 14h40min, na sala de audiência desta vara do trabalho, sob a presidência do Exmo. Sr. Juiz do Trabalho Dr. XXXXXXXXX, foram apregoados os litigantes: XXXXXXXXXXXXXX, reclamante e XXXXXXXXXXXXXX, reclamada.
S E N T E N Ç A
Vistos e examinados os autos, decide-se:
1. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE:
Restou provado nos autos que efetivamente o reclamante laborava em situação de risco
permanente, em função do tipo de mercadoria vendida pela empresa reclamada.
Desta forma, não há como negar a periculosidade ao autor, a qual resta devida na ordem
de 30% sobre o salário base do mesmo (sem a integração das comissões).
Devidos, por consequência, reflexos sobre o aviso prévio, 13os. Salários, férias e abono
de férias.
2. RSR SOBRE COMISSÕES PAGAS:
O réu não comprovou o pagamento ao autor dos reflexos das comissões sobre os RSR’s,
assim como, tampouco comprovou o pagamento dos reflexos das comissões nas demais
verbas reclamadas.
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Isto posto, deferem-se os reflexos estampados na petição inicial, das comissões
acrescidas dos repousos semanais remunerados sobre: aviso prévio, 13os. Salários,
férias e abono de férias.
3. VERBAS RESCISÓRIAS:
Em razão do não pagamento das verbas rescisórias defere-se:
- 30 dias de aviso prévio;
- 12/12 avos de 13o salário;
- 12/12 avos de férias;
- 1/3 de abono de férias
4. HORAS EXTRAS:
O horário declinado pelo reclamante é incontroverso, restando diferenças de horas
extras devidas.
O horário ora fixado é o seguinte:
- das 07:45 às 19:30 horas com 1 hora de intervalo de segunda a sexta-feira; sábados
das 07:45 às 15:00 horas, com 1 hora de intervalo, e, aos domingos das 08:00 às 15:00
horas, também com 1 hora de intervalo.
Em face ao exposto, defere-se ao reclamante como horas extras as excedentes da 8a
diária e 44ª semanal, bem como as horas laboradas aos domingos.
Parâmetros para a liquidação das horas extras:
a. Adicional de 50% para as horas extras e de 100% para as horas prestadas aos
domingos;
b. Reflexos das horas extras sobre os repousos semanais remunerados.
c. Reflexos das horas extras acrescidas dos repousos semanais sobre: aviso prévio,
13os salários, férias e abono de férias;
d. Reflexos dos domingos trabalhados sobre: aviso prévio, 13os salários, férias e
abono de férias;
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5. FGTS:
O réu também não comprovou os depósitos fundiários, os quais são devidos ao
reclamante em forma de execução direta.
Defere-se o fgts (+) a multa (11,2%) sobre os salários pagos no período contratual,
assim como, sobre as verbas deferidas nos itens anteriores com exceção das férias
indenizadas mais o terço correspondente.
6. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT:
Em face do não pagamento das verbas rescisórias defere-se ao reclamante a multa do
artigo 477 da CLT, correspondente a um salário fixo acrescido do adicional de
periculosidade tão-somente.
7. ABATIMENTO DOS VALORES PAGOS:
Todos os valores pagos a iguais títulos deferidos nos itens anteriores deverão ser
compensados dos cálculos.
8. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA:
Juros de mora na forma da Lei.
Correção monetária pelos fatores de atualização do próprio mês da tabela fornecida pela
Assessoria Econômica do TRT XX região.
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CONCLUSÃO
Ante o exposto, decidiu a XX Vara do Trabalho de XXXXX, ACOLHER
TOTALMENTE os pedidos formulados por XXXXXXXXXXXX, reclamante, e, desta
forma, condenar, XXXXXXXXXXXXXXXX, reclamada, a pagar, no prazo legal,
conforme fundamentação que passa a fazer parte integrante deste dispositivo, bem como
todas as diretrizes nela traçadas, para todos os efeitos legais, as verbas e determinações
deferidas:
1. Adicional de periculosidade e reflexos;
2. Reflexos das comissões pagas;
3. Horas extras e reflexos;
4. Verbas rescisórias;
5. FGTS mais multa de 40%;
6. Multa do artigo 477 da CLT;
7. Juros de mora e correção monetária;
Liquidação por cálculos.
Custas pela reclamada no importe de R$ 50,00, calculadas sobre o valor
provisoriamente arbitrado à condenação de R$ 5.000,00, sujeitas à complementação.
INTIMEM-SE AS PARTES.
Cumpra-se no prazo legal.
Nada mais.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Juiz Presidente
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8. COMENTÁRIOS
COMENTÁRIOS SOBRE A FASE PROCESSUAL
A partir da publicação da sentença as partes podem:
1º - No prazo de 05 (cinco) dias, entrar com Embargos Declaratórios sobre a sentença.
Cabem embargos declaratórios em caso de omissão, incorreção, erro material, etc.;
Neste caso o prazo para a interposição de recurso ordinário fica interrompido até a
decisão dos embargos declaratórios;
Após a publicação da sentença de embargos declaratórios, começa a contar o prazo de
08 (oito) dias para recurso ordinário;
2º - Se não ocorrer a hipótese de embargos declaratórios, as partes tem 08 (oito) dias
para oferecerem suas razões para a reforma da sentença através de Recurso Ordinário
encaminhado ao Tribunal Regional.
Sempre é oportunizado às partes para se manifestarem sobre os recursos oferecidos.
No presente caso, apenas o Réu recorreu da decisão requerendo a reforma de todos os
itens da sentença.
O reclamante ofereceu contrarrazões ao recurso ordinário proposto pelo réu.
O Tribunal decidiu a questão da seguinte forma:
Obs.: Estamos apresentando apenas a certidão de julgamento, uma vez que foram
excluídas algumas verbas sem implicações na forma de cálculo das mesmas.
20
9. ACÓRDÃO – RECURSO ORDINÁRIO - TRT
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XX REGIÃO
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
Processo TRT-XX-RO-01.1001/2001
CERTIFICO que, em sessão realizada nesta data, sob a presidência do Exmo. Juiz
XXXXXXXXXXXXXX, presentes os senhores Juízes: XXXXXXXXXXXX,
XXXXXXXXXXX, XXXXXXXXXXXXX e o Representante do Ministério Público do
Trabalho, Dr. XXXXXXXXXXXXX, RESOLVEU a 1a Turma do Tribunal Regional
do Trabalho, por unanimidade de votos, CONHECER DO RECURSO ORDINÁRIO
PROPOSTO PELO RECLAMADO para, no mérito, sem divergência de votos, DAR
PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO DO RECLAMADO para excluir da
condenação: 1) multa do artigo 477 da CLT; 2) adicional de periculosidade e reflexos.
Certifico e dou fé.
XXXXXXXXX, 31 de março de 2004.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Secretário da 1a Turma
21
10. COMENTÁRIOS
COMENTÁRIOS SOBRE A FASE PROCESSUAL
A partir da publicação da sentença as partes têm: 08 (oito) dias para recorrer da decisão.
- Embargos declaratórios em caso de omissão, incorreção, erro material, etc.;
- Recurso de Revista onde as partes oferecem suas razões para a reforma das decisões
anteriores.
No presente caso, o Réu recorreu dos demais itens não reformados pelo recurso
ordinário, requerendo a reforma dos referidos itens.
O reclamante ofereceu resposta ao recurso interposto proposto pelo réu.
O reclamante, por sua vez, recorreu das reformas impostas pelo recurso ordinário
(exclusão da multa do art. 477 da CLT e do adicional de periculosidade).
O réu apresentou contrarrazões ao recurso do autor.
O recurso do autor subiu e foi apreciado pelo TST.
O recurso do réu foi denegado.
O réu interpõe recurso de instrumento.
O TST decidiu o recurso do autor da seguinte forma:
Obs.: Estamos apresentando apenas a certidão de julgamento, uma vez que foram
excluídas algumas verbas sem implicações na forma de cálculo das mesmas.
22
11. ACÓRDÃO – RECURSO DE REVISTA - TST
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XX REGIÃO
RECURSO DE REVISTA
Recorrentes: XXXXXXXX e XXXXXXX
Recorridos : XXXXXXXX e XXXXXXX
Processo TST-XX-RR-01.1001/2001
RECURSO DO RECLAMADO
Pretende o recorrente a reforma do V. Acórdão regional, no tocante às horas extras e
reflexos, domingos laborados e reflexos, dsr sobre comissões e reflexos, fgts do período
contratual e verbas rescisórias.
Todavia, não merece conhecimento o apelo. Não houve a ofensa alegada aos
dispositivos constitucionais apontados pelo recorrente.
Denega-se seguimento ao recurso de revista.
RECURSO DO AUTOR
Autoriza-se, de plano, o processamento do apelo, a questão atinente à multa do artigo
477 da CLT, por dissenso interpretativo.
Recebe-se o recurso de revista no seu efeito devolutivo.
Cumpridos os trâmites legais, remetam-se os autos ao C. TST.
Publique-se e intime-se.
Em 18 de setembro de 2005.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Juiz Vice-Presidente
23
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
1ª Turma
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
Processo TST-XX-RR-01.1001/2001
CERTIFICO que, em sessão realizada nesta data, sob a presidência do Exmo. Ministro
XXXXXXXXXXXXXX, Relator, presentes Exmos. Ministros XXXXXXXXXXX e
XXXXXXXXX e o Exmo. Subprocurador Geral do Trabalho, Dr. XXXXXXXXXX,
DECIDIU, por unanimidade, conhecer do Recurso de Revista do autor, apenas quanto
ao tema “multa do artigo 477 da CLT”, por divergência jurisprudencial, e, no mérito,
dar-lhe provimento para que seja restaurada a sentença de 1º grau com a referida multa.
Recorrente: XXXXXXXXXXXXXX
Recorrido : XXXXXXXXXXXXXX
Para constar, lavro a presente certidão e dou fé.
Sala de Sessões, 03 de ABRIL de 2006.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
DIRETOR DA SECRETARIA DA 1a. TURMA
24
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
Processo TST-XX-RR-01.2001/2001
CERTIFICO que, em sessão realizada nesta data, sob a presidência do Exmo. Ministro
XXXXXXXXXXXXXX, Relator, presentes Exmos. Ministros XXXXXXXXXXX e
XXXXXXXXX e o Exmo. Subprocurador_geral do Trabalho, Dr. XXXXXXXXXX,
conhecer do Agravo de Instrumento proposto pelo réu, e, por unanimidade negar
provimento ao recurso.
Recorrente: XXXXXXXXXXXXXX
Recorrido : XXXXXXXXXXXXXX
Lavro a presente certidão e dou fé.
Brasília, 08 de Maio de 2006.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
DIRETOR DA SECRETARIA DA 1a. TURMA
25
P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO
1a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.
PROCESSO No. RT 1.001/2001
Em face do trânsito em julgado do presente caso, nomeio o Perito ....., para que em
10 dias apresente os cálculos de liquidação.
Juiz do Trabalho.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
26
12. COMENTÁRIOS
COMENTÁRIOS SOBRE A FASE PROCESSUAL
Após o trânsito em julgado da sentença, finda-se a fase recursal e inicia-se a fase de
liquidação de sentença.
Esta é a fase da apresentação dos cálculos trabalhistas, fase da quantificação do valor
devido ao reclamante.
Neste momento do processo o Juiz poderá remeter o caso ao reclamante para que
apresente seus cálculos, abrindo prazo ao reclamado para conferir a conta e impugná-la,
de forma fundamentada, se considerá-la incorreta.
O Juiz poderá também enviar o caso diretamente a um perito por ele designado, abrindo
prazo para as partes efetuarem a conferência dos cálculos, podendo cada uma das partes
(reclamado e reclamante) apresentarem sua manifestação contrária aos cálculos
periciais, de forma fundamentada.
O presente caso foi enviado ao perito do Juízo para a elaboração da conta.
O cálculo foi homologado pelo Juízo que abriu prazo para as partes apresentarem
embargos ou impugnação aos cálculos.
27
13. APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS – PERITO JUDICIAL
EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXXX
AUTOS.: 1.001/2001
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Perito designado para a realização dos cálculos
de liquidação, vem à presença de V. Exa., seguindo o que restou determinado no
despacho de fls. dos autos, apresentar seus cálculos de liquidação de acordo com as
diretrizes traçadas nos autos.
Requer, ainda, sejam arbitrados os honorários por V. Excelência.
Em 30 de novembro de 2007.
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14. PRAZO PARA EMBARGOS E IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS
P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO
1a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.
PROCESSO No. RT 1.001/2001
Prazo para embargos à execução 5 dias a contar da garantia do Juízo. Após, ao
reclamante para contraminutar os embargos do réu e, se for o caso, que apresente
sua impugnação aos cálculos ofertados pelo Perito. As partes devem observar os
prazos Legais.
Juiz do Trabalho.
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15. EMBARGOS À EXECUÇÃO – MANIFESTAÇÃO DO RÉU
EXMO. SR. JUIZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE .....
Autos.: 1.001/2001
xxxxxxxxxxxxxxx (reclamado), por seu advogado adiante
firmado, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista,
promovida por xxxxxxxxxxxxxxxxx (reclamante), vem, mui respeitosamente, à
presença de V. Exa., por seu procurador judicial, infrafirmado, para opor EMBARGOS
À EXECUÇÃO, na forma do Art. 884 da CLT, combinado com todas as demais
disposições legais pertinentes à matéria, motivo pelo qual pede vênia a V. Exa. para
expor e no final requerer o que segue:
1. Do adicional de extras - comissionistas:
Notadamente o autor recebia salário fixo e salário variável, este remunerado através de
comissões pagas no período contratual. As comissões estavam diretamente ligadas às
vendas realizadas pelo reclamante no período contratual.
Segundo ensina 1José Aparecido dos SANTOS, “quando o empregado recebe salário
fixo mais comissão, para uma aplicação coerente desse entendimento, sobre o fixo deve incidir
integralmente as horas extras (hora normal + adicional) e sobre as comissões incidir apenas o
adicional. Por essa razão, as horas extras (incidentes sobre o salário-fixo) devem ser
calculadas separadamente do adicional das horas extras (incidente sobre as comissões).”
1 SANTOS, J. A. dos. Curso de Cálculos de Liquidação Trabalhista. Curitiba: Juruá, 2002, p. 134-135.
45
Desta forma, sobre os valores variáveis pagos a título de comissões, à luz do Em. 340
do TST, resta devido apenas o adicional de extras.
340 - Comissionista. Horas extras (Revisão da Súmula nº 56 - Res. 40/1995, DJ 17.02.1995.
Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003)
“O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao
adicional de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado
sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de
horas efetivamente trabalhadas”.
A OJ EX SE – 186, já pacificou a matéria neste sentido, definindo a questão desta
forma:
“Não definida a base de cálculo das horas extras no título executivo e constatando-se que o
empregado era comissionista, prevalece o disposto na Súmula nº 340 do C. TST, sendo devidas
horas extras cheias (hora normal + adicional) com base no salário fixo e só o adicional sobre
as comissões”.
Este, entretanto, não foi o entendimento do Sr. Contador, visto que considerou para
efeito de cálculo das horas extras, o valor da hora normal acrescido do adicional de
extras. Tal procedimento distorceu por completo o cálculo de todas as verbas deferidas,
que tem como base de cálculo as comissões.
Requer-se, em razão do exposto, que sobre a parte variável da remuneração
(comissões), seja aplicado tão somente o adicional de extras, para efeito de cálculo das
seguintes verbas: horas extras e domingos laborados.
Incorreto o principal, os reflexos decorrentes seguem a mesma sorte (dsr, aviso prévio,
13º salários, férias, abono de férias e fgts).
Pela reforma.
2. Divisor das horas extras – salário variável
O divisor fixo de “220” adotado pelo Sr. Perito para efeito de cálculo do valor hora
correspondente às comissões, resulta totalmente equivocado.
Cabe destacar que a r. sentença não fixou nenhum divisor para as horas extras, exatamente
pela condição em que era formada a remuneração ao autor (salário fixo / comissões).
46
Desta forma, para se encontrar o valor hora correspondente às comissões recebidas pelo
autor, o valor deve ser dividido pelo número total de horas trabalhadas no mês. Sobre as
horas extras praticadas cabe apenas o adicional de extras.
De maneira prática temos a seguinte aplicação: Se na base de cálculo para se encontrar o
valor hora for considerado somente o valor das comissões, então o divisor deve ser o
número total de horas trabalhadas no mês. Exemplo: No mês de janeiro de 2000 o
reclamante recebeu a título de comissões a importância na ordem de R$ 650,00 e realizou
um total 280,75 horas laboradas no mês sem a integração dos DSR´s sobre estas horas.
Neste caso o valor hora corresponde a: R$ 650,00 / 280,75 horas = R$ 1,16 (um real e
dezesseis centavos).
O quadro abaixo aponta mês a mês o correto valor do adicional de extras para efeito de
cálculo das horas extras inerente às comissões:
O Perito apresentou os seguintes valores:
47
Isto posto, requer-se a retificação dos cálculos apresentados pelo Sr. Contador sob os
títulos de “horas extras” e “domingos laborados”, em razão da incorreção apontada no
divisor para a parte variável da remuneração (comissões).
Os reflexos sobre as demais verbas também resultam prejudicados (dsr´s, aviso prévio, 13º
salário, férias, terço de férias e fgts).
3. Reflexos dos domingos laborados sobre dsr
Resultam indevidos os reflexos dos domingos laborados sobre os repousos semanais
remunerados, calculados pelo Sr. Contador nos quadros de fls.. dos autos.
Ocorre que não houve em momento algum dos autos, determinação específica para tal
procedimento.
A sentença primeira foi objetiva quanto aos reflexos dos domingos laborados, senão
vejamos:
“e. Reflexos dos domingos trabalhados sobre: aviso prévio, 13os. Salários, férias e abono de
férias”;
O Sr. Contador considerou para efeito de cálculo dos domingos, as horas laboradas
acrescidas dos repousos semanais.
Como exemplo aleatório do equívoco apontado, citamos o mês de janeiro de 2000. Como
aponta o demonstrativo de apuração de horas extras abaixo, o Sr. Contador considerou
37,20 horas laboradas, já computados os reflexos sobre os dsr´s, quando o correto seria
considerar apenas as horas praticadas (30 horas).
48
Em face ao exposto, requer-se a retificação do cálculo dos domingos laborados,
devendo para tanto o Sr. Contador proceder a exclusão dos repousos semanais
remunerados integrados nas horas lançadas nos cálculos homologados.
Os reflexos sofrem os efeitos da verba principal e merecem reformas também: aviso
prévio, 13º salário, férias, terço de férias e fgts (11,2%).
49
REQUERIMENTO
À vista do exposto, requer-se, assim, que essa MM. Junta, receba os presentes
Embargos à Execução, considerando subsistentes as suas razões para, julgando-as
procedentes, determinar a correção da conta homologada, em face dos critérios
constantes no bojo desta fundamentação. E assim fazendo, estar-se-á distribuindo às
partes, a mais salutar justiça.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Curitiba, 21 de janeiro de 2008.
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB XXXXX
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16. CÁLCULOS APRESENTADOS PELO RÉU
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17. IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS APRESENTADA PELO RECLAMANTE
EXMO. SR. JUIZ TITULAR DA 1ª VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.
Processo........: RT 1.001/2001
XXXXXXXXXXX (Reclamante), por seu advogado
adiante firmado, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação
trabalhista promovida contra XXXXXXXXX (Reclamado), em fase de execução de
sentença, vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa. para apresentar sua
Impugnação à Sentença de Liquidação, na forma do Art. 884 da CLT, combinado
com todas as demais disposições legais pertinentes à matéria, motivo pelo qual pede
vênia a V. Exa. para expor e no final requerer o que segue:
Base de Cálculo das HE e Domingos Laborados
O Sr. Contador deixou de considerar na base de cálculo das horas extras bem como dos
domingos laborados, os dsr´s reflexos das comissões pagas, parcela de nítido caráter
salarial.
Vale lembrar que os repousos semanais remunerados fazem parte da remuneração do
funcionário para todos os efeitos legais. O salário fixo pago ao reclamante, por exemplo,
parte dele está composto pelos repousos semanais remunerados, e, quando da composição
da base de cálculo do valor hora extra, o salário foi integrado de forma global. Assim
também deve ser como relação às comissões.
Requer-se, deste modo, a retificação da base de cálculo das horas extras e dos domingos
laborados, com a devida inclusão dos dsr´s relativos às comissões para efeito de
composição da referida base.
60
Uma vez alterada a base de cálculo das verbas epigrafadas, o cálculo resultara modificado
tanto com relação ao principal quanto aos reflexos (dsr´s, aviso prévio, 13os salários,
férias, terço de férias e fgts).
Pela reforma.
Multa do artigo 477 da CLT
O v. acórdão de fls. .. dos autos, modificou a decisão do RO, restaurando a r. sentença
primeira com relação à multa do artigo 477 da CLT.
Os cálculos apresentados pelo Sr. Contador não trazem em seu bojo a verba epigrafada,
resultando em total desacordo com a decisão do C. TST.
Desta forma, requer-se a inclusão na conta pericial do valor correspondente à multa
deferida nos autos (uma remuneração do autor).
Reforme-se.
FGTS 11,2% - Período Contratual
A r. sentença primeira determinou o pagamento ao reclamante da verba fundiária sobre os
salários pagos no período contratual.
Nada consta nos cálculos apresentados pelo Sr. Perito a tal título, motivo pelo qual restam
impugnada a conta apresentada.
Requer-se a retificação dos cálculos com a inclusão do FGTS 11,2% sobre os salários
pagos no período contratual.
REQUERIMENTO
À vista do exposto, requer-se a procedência integral do presente apelo, para que sejam
devidamente retificados os cálculos de fls. ... dos autos, de acordo com a fundamentação
retro.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Em 20 de fevereiro de 2008.
XXXXXXXXXXXXXXXX
OAB XXXXXX
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18. CÁLCULOS APRESENTADOS PELO RECLAMANTE
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19. CONTRAMINUTA AOS EMBARGOS DO RÉU EXMO. SR. JUIZ TITULAR DA 1ª VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.
Processo........: RT 1.001/2001
XXXXXXXXXXX (Reclamante), por seu advogado
adiante firmado, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação
trabalhista promovida contra XXXXXXXXX (Reclamado), em fase de execução de
sentença, vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa. para CONTRAMINUTAR
OS EMBARGOS À EXECUÇÃO propostos pelo reclamado, motivo pelo qual pede
vênia a V. Exa. para expor e no final requerer o que segue:
Do Adicional de Extras - Comissões
Não há como prosperar a irresignação patronal quanto à aplicação tão-somente do
adicional de extras para a parte do salário correspondente às comissões auferidas pelo
autor no período contratual.
Primeiro porque o autor não era comissionista puro, não cabendo dividir o salário para
efeito de cálculo das horas suplementares; Por outro lado, cabe destacar que em momento
algum a r. sentença determinou tal desmembramento, motivo pelo qual não merece ser
acatada a tese patronal.
Pela rejeição da matéria.
70
Do Divisor das HE – Comissões
Como já exposto no item anterior, não merece guarida a manifestação patronal, visto que
não houve determinação específica nos autos para que se procedesse a divisão para efeito
de cálculo das horas extras entre salário fixo e salário variável.
Improcedente, deste modo, resultam os embargos propostos pelo réu quanto ao divisor
das horas extras.
Reflexos dos Domingos Laborados Sobre DSR´s
As horas praticadas nos domingos são horas extras pagas com adicional de 100%, e,
portanto, devem refletir sobre os repousos semanais remunerados.
Corretos os cálculos periciais, neste sentido.
Pela improcedência da matéria.
REQUERIMENTO
À vista do exposto, requer-se a rejeição integral dos embargos à execução propostos pelo
réu.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Em 20 de fevereiro de 2008.
XXXXXXXXXXXXXXXX
OAB XXXXXX
71
20. DECISÃO DE EMBARGOS E IMPUGNAÇÃO
P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO
1a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.
PROCESSO No. RT 1.001/2001
SENTENÇA DE EMBARGOS À EXECUÇÃO
1. Admissibilidade.
Oportunamente apresentados, conforme preceitua o artigo 884 da CLT, estando
garantido o Juízo e presentes as demais condições da ação de Embargos à Execução,
recebo-os.
2. Adicional de Extras – Comissionista.
A sentença não determinou que para as comissões fossem aplicados somente os
adicionais de extras, restando indeferida a pretensão do réu, neste sentido.
3. Divisor das Horas Extras – Salário Variável.
Não houve determinação expressa nos autos para que o divisor fosse calculado da forma
pretendida pelo réu, pelo total de horas trabalhadas.
Prevalece o divisor adotado pelo Perito = 220.
Indefere-se.
4. Reflexos dos Domingos Laborados Sobre DSR.
Com razão o reclamado quanto aos dsr´s integrados às horas laboradas nos domingos
para efeito de cálculo da verba.
O comando sentencial especificou com clareza sobre quais verbas os domingos
laborados devem refletir, ou seja, somente sobre o aviso prévio, 13º salário, férias e
terço de férias.
72
Defere-se a reforma pretendida, devendo o Sr. Contador considerar para efeito de
cálculo somente as horas prestadas nos referidos dias, sem os reflexos nos repousos
semanais.
DECISÃO DE IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO
1. Base de Cálculo das HE e Domingos Laborados.
Com razão o reclamante.
Os repousos semanais remunerados relativos às comissões recebidas no período
contratual, integram os cálculos para todos os efeitos legais, inclusive horas extras e
domingos laborados.
Defiro a reforma requerida pelo autor.
Deverá o Sr. Contador considerar na base de cálculo das referidas verbas os repousos
semanais remunerados inerentes às comissões.
2. Multa do Artigo 477 da CLT.
O Tribunal reformou a decisão do RO, restabelecendo o que restou determinado pela r.
sentença primeira com relação à multa.
Deverá o Sr. Perito integrar nos cálculos a multa requerida pelo autor.
Procede o pleito.
3. FGTS Sobre Salários Pagos.
Correta a manifestação do autor.
Os cálculos homologados não contemplam o cálculo do FGTS sobre os salários pagos
no período contratual, deferido nos autos.
Defiro a reforma pretendida.
73
CONCLUSÃO
Ante o exposto, conheço dos embargos à execução apresentados pelo Réu bem como da
impugnação proposta pelo Autor, e, no mérito, julgo parcialmente procedentes os
embargos e totalmente procedente a impugnação autoral, nos termos da fundamentação.
INTIMEM-SE AS PARTES.
Cumpra-se no prazo legal.
Nada mais.
Em 31.03.2008
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Juiz Presidente
74
21. AGRAVO DE PETIÇÃO APRESENTADO PELO RÉU
EXMO. SR. JUIZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE .....
Autos.: 1.001/2001
XXXXXXXXXX (Reclamado), já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de
reclamação trabalhista, promovida por XXXXXXXXXXX, em fase de execução de
sentença, vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa., por sua procuradora
judicial, adiante assinado, dela interpor AGRAVO DE PETIÇÃO, nos termos do Art.
897, letra “a”, da CLT, requerendo seja o mesmo recebido e processado, pois presentes
todos os pressupostos de conhecimento e admissibilidade, devendo encaminhá-lo ao E.
Tribunal ad quem, para a demandada revisão sentencial.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
XXXXXX, 08 de Abril de 2.008.
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB XXXXXX
75
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO – PR.
RAZÕES DE AGRAVO DE PETIÇÃO.
AGRAVANTE: Reclamado.
AGRAVADO : Reclamante.
PROCESSO....: RT 1.001-2001 - 1ª Vara do Trabalho de XXXXX.
EMÉRITOS JULGADORES.
1. Do adicional de extras - comissionistas:
Notadamente o autor recebia salário fixo e salário variável, este remunerado através de
comissões pagas no período contratual. As comissões estavam diretamente ligadas às
vendas realizadas pelo reclamante no período contratual.
Segundo ensina 2José Aparecido dos SANTOS, “quando o empregado recebe salário
fixo mais comissão, para uma aplicação coerente desse entendimento, sobre o fixo deve incidir
integralmente as horas extras (hora normal + adicional) e sobre as comissões incidir apenas o
adicional. Por essa razão, as horas extras (incidentes sobre o salário-fixo) devem ser
calculadas separadamente do adicional das horas extras (incidente sobre as comissões).”
2 SANTOS, J. A. dos. Curso de Cálculos de Liquidação Trabalhista. Curitiba: Juruá, 2002, p. 134-135.
76
Desta forma, sobre os valores variáveis pagos a título de comissões, à luz do Em. 340
do TST, resta devido apenas o adicional de extras.
340 - Comissionista. Horas extras (Revisão da Súmula nº 56 - Res. 40/1995, DJ 17.02.1995.
Nova redação - Res. 121/2003, DJ 19.11.2003)
“O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao
adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado
sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de
horas efetivamente trabalhadas”.
A OJ EX SE – 186, já pacificou a matéria neste sentido, definindo a questão desta
forma:
“Não definida a base de cálculo das horas extras no título executivo e constatando-se que o
empregado era comissionista, prevalece o disposto na Súmula nº 340 do C. TST, sendo devidas
horas extras cheias (hora normal + adicional) com base no salário fixo e só o adicional sobre
as comissões”.
Este, entretanto, não foi o entendimento do Sr. Contador, visto que considerou para
efeito de cálculo das horas extras, o valor da hora normal acrescido do adicional de
extras. Tal procedimento distorceu por completo o cálculo de todas as verbas deferidas,
que tem como base de cálculo as comissões.
Requer-se, em razão do exposto, que sobre a parte variável da remuneração
(comissões), seja aplicado tão somente o adicional de extras, para efeito de cálculo das
seguintes verbas: horas extras e domingos laborados.
Incorreto o principal, os reflexos decorrentes seguem a mesma sorte (dsr, aviso prévio,
13º salários, férias, abono de férias e fgts).
Pela reforma.
2. Divisor das horas extras – salário variável
O divisor fixo de “220” adotado pelo Sr. Perito para efeito de cálculo do valor hora
correspondente às comissões, resulta totalmente equivocado.
Cabe destacar que a r. sentença não fixou nenhum divisor para as horas extras, exatamente
pela condição em que era formada a remuneração ao autor (salário fixo / comissões).
Desta forma, para se encontrar o valor hora correspondente às comissões recebidas pelo
autor, o valor deve ser dividido pelo número total de horas trabalhadas no mês. Sobre as
horas extras praticadas cabe apenas o adicional de extras.
77
De maneira prática temos a seguinte aplicação: Se na base de cálculo para se encontrar o
valor hora for considerado somente o valor das comissões, então o divisor deve ser o
número total de horas trabalhadas no mês. Exemplo: No mês de janeiro de 2000 o
reclamante recebeu a título de comissões a importância na ordem de R$ 650,00 e realizou
um total 280,75 horas laboradas no mês sem a integração dos DSR´s sobre estas horas.
Neste caso o valor hora corresponde a: R$ 650,00 / 280,75 = R$ 2,32 x 50% = R$ 1,16
(um real e dezesseis centavos).
Caso a E. Turma entenda pela inclusão dos repousos semanais na base de cálculo, sobre as
horas laboradas devem ser acrescidos os repousos semanais remunerados também, para
que seja mantida a mesma proporção. Este é o mesmo procedimento adotado para os
salários mensais, os quais são compostos em parte pelos repousos semanais, para estes o
divisor é 220 e neste há a inclusão dos repousos.
No exemplo acima, se incluídos os repousos semanais, o divisor para a ser: 280,75 + 53,99
(dsr 26/5) = 334,74. Comissões + dsr = R$ 650,00 + R$ 125,00 = R$ 775,00. Valor hora =
R$ 775,00 / 334,74 = R$ 2,32 x 50% = R$ 1,16 (um real e dezesseis centavos), o mesmo
valor hora extra encontrado acima, uma vez que restou mantida a mesma proporção
(comissão + dsr / horas trabalhadas + dsr).
O quadro abaixo aponta mês a mês o correto valor do adicional de extras para efeito de
cálculo das horas extras inerente às comissões:
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O Perito apresentou os seguintes valores:
Isto posto, requer-se a retificação dos cálculos apresentados pelo Sr. Contador sob os
títulos de “horas extras” e “domingos laborados”, em razão da incorreção apontada no
divisor para a parte variável da remuneração (comissões).
Os reflexos sobre as demais verbas também resultam prejudicados (dsr´s, aviso prévio, 13º
salário, férias, terço de férias e fgts).
REQUERIMENTO
À vista do exposto, requer-se a procedência integral do presente apelo, para que sejam
devidamente retificados os cálculos periciais, de acordo com a fundamentação retro.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
XXXXXXXX, 08 de abril de 2008.
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB XXXXX
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22. CONTRAMINUTA DO AUTOR AO AGRAVO DE PETIÇÃO DO RÉU
EXMO. SR. JUIZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE .....
Autos.: 1.001/2001
XXXXXXXXXX (Reclamante), já qualificado nos autos
do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista, em que contende contra
XXXXXXXXXXX (reclamado), em fase de execução de sentença, vem, mui
respeitosamente, à presença de V. Exa., por seu procurador judicial, adiante assinado,
para apresentar sua resposta ao AGRAVO DE PETIÇÃO proposto pelo Réu,
requerendo seja o mesmo recebido, processado e encaminhado ao E. Tribunal Regional.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
XXXXXX, 16 de Abril de 2.008.
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB XXXXXX
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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO – PR.
CONTRA-RAZÕES AO AGRAVO DE PETIÇÃO PROPOSTO PELO RÉU.
AGRAVANTE: Reclamado.
AGRAVADO : Reclamante.
PROCESSO....: RT 1.001-2001 - 1ª Vara do Trabalho de XXXXX.
EMÉRITOS JULGADORES.
Do adicional de extras - comissionistas
Não há como prosperar a irresignação patronal quanto à aplicação tão-somente do
adicional de extras para a parte do salário correspondente às comissões auferidas pelo
autor no período contratual.
Primeiro porque o autor não era comissionista puro, não cabendo dividir o salário para
efeito de cálculo das horas suplementares; Por outro lado, cabe destacar que em momento
algum a r. sentença determinou tal desmembramento, motivo pelo qual não merece ser
acatada a tese patronal.
Pela rejeição da matéria.
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Do Divisor das HE – Comissões
Como já exposto no item anterior, não merece guarida a manifestação patronal, visto que
não houve determinação específica nos autos para que se procedesse a divisão para efeito
de cálculo das horas extras entre salário fixo e salário variável.
Improcedente, deste modo, resultam o agravo proposto pelo réu quanto ao divisor das
horas extras.
REQUERIMENTO
À vista do exposto, requer-se a procedência integral do presente apelo, para que seja
totalmente rejeitada manifestação patronal.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
XXXXXXXX, 16 de abril de 2008.
XXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB XXXXX
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23. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO TRT – AGRAVO DE PETIÇÃO
PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XX REGIÃO
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
Processo TRT-XX-AP-01.1001/2001
CERTIFICO que, em sessão realizada nesta data, sob a presidência do Exmo. Juiz
XXXXXXXXXXXXXX, presentes os senhores Juízes: XXXXXXXXXXXX,
XXXXXXXXXXX, XXXXXXXXXXXXX e o Representante do Ministério Público do
Trabalho, Dr. XXXXXXXXXXXXX, RESOLVEU a 1a Turma do Tribunal Regional
do Trabalho, por unanimidade de votos, CONHECER DO AGRAVO DE PETIÇÃO
PROPOSTO PELO RECLAMADO para, no mérito, sem divergência de votos, DAR
PROVIMENTO AO AGRAVO PROPOSTO PELO RECLAMADO para que se
proceda a retificação dos cálculos homologados nos seguintes termos: 1) retificação do
cálculo das horas extras e dos domingos laborados, sendo devido apenas o adicional de
extras para a parte variável da remuneração (comissões) – os reflexos devem ser
retificados em razão da alteração concedida; 2) o divisor será constituído pelo número
de horas trabalhadas no mês acrescidas dos repousos semanais remunerados.
Certifico e dou fé.
XXXXXXXXX, 31 de agosto de 2008.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Secretário da 1a Turma
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P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO
1a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX.
PROCESSO No. RT 1.001/2001
Remetam-se os autos ao Perito para que o mesmo proceda a alteração dos cálculos
de acordo com as decisões de fls. ...
Juiz do Trabalho.
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24. APRESENTAÇÃO DE CÁLCULOS RETIFICADOS PELO PERITO
EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXX
AUTOS.: 1.001/2001
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Perito designado para a realização dos cálculos
de liquidação, vem à presença de V. Exa., seguindo o que restou determinado no
despacho de fls. dos autos, apresentar seus cálculos de liquidação devidamente
retificados de acordo com as diretrizes traçadas nos autos.
Em 15 de setembro de 2008.
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25. COMENTÁRIOS FINAIS
COMENTÁRIOS FINAIS
Após o refazimento da conta pelo Perito, o Juiz abre prazo para as partes verificarem os
cálculos readequados à decisão de embargos à execução e impugnação à sentença de
liquidação, bem como à decisão do agravo de petição.
Se não houver nenhuma manifestação contrária à readequação realizada, o dinheiro é
liberado ao reclamante e o processo é encerrado e mandado para o arquivo geral.
O valor apresentado pelo Perito é atualizado pela Vara até a data do saque, se houver
diferença o réu deverá complementar o pagamento.
Este é um caso bem comum na esfera trabalhista. Ele demonstra claramente que, se um
processo trabalhista não for acompanhado e analisado adequadamente por um
profissional especializado em cálculos, as partes podem sofrer grandes prejuízos.
Com isso queremos ressaltar a importância de se contratar um profissional experiente
para os casos mais complexos, pois, atentando para detalhes técnicos importantes, e
colocando a matéria de forma clara, objetiva e detalhada para o Juízo, a possibilidade de
êxito será muito boa.
Para os profissionais que estão ingressando na área, a sugestão é que estejam sempre se
atualizando, observando as jurisprudências que envolvem cada assunto, tendo sempre ao
lado uma CLT comentada e atualizada, ferramentas adequadas à realização dos
cálculos, sites de informações, sistemas que auxiliem e agilizem na confecção dos
cálculos. O bom profissional deve interagir sempre com a parte que o contratou, seja ele
o advogado, o reclamante, a empresa ou até mesmo o Juiz (perito).