produção do queijo minas artesanal no serro production of...
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Revista Pensar Gastronomia, v.3, n.2, Jul. 2017
Produção Do Queijo Minas Artesanal No Serro
Production Of Handmade Mills Cheese In The Serro
Fabrícia Aparecida Abdala Santos 1
Orientadora Maria Aparecida Lamounier2
Natália de Carvalho Teixeira 3
Resumo O modo artesanal de fazer o queijo na região do Serro produzido com a técnica da Serra da Estrela em Portugal ocorre há cerca de 300 anos. Essa tradição foi passada de geração a geração e representa para a cidade uma atividade econômica muito forte. Porém esta tradição foi ameaçada com a portaria de vigilância sanitária que queria proibição de fazer e comercializar o queijo artesanal. Isto levou a muitos produtores, que tem o queijo como sustento de vida, a se unirem e buscarem alternativas para manterem a tradição do modo artesanal de fazer o queijo Palavras-chave:produção ;queijo minas artesanal; tradição. Abstract The artisanal way of making cheese in the region of Serro produced with the Serra da Estrela technique in Portugal occurs about 300 years ago. This tradition was handed down from generation to generation and represents a very strong economic activity for the city. However, this tradition was threatened with the sanitary vigilance order that wanted to prohibit making and marketing artisanal cheese. This has led many producers, who have cheese as a livelihood, to come together and seek alternatives to maintain the tradition of the artisanal way of making cheese. Keywords: production ;chesse mines; tradition.
1 Aluna do curso de gastronomia da Faculdade Promove. Endereço eletrônico:
[email protected]. 2 MBA em gastronomia, chefe de cozinha e professor orientador no curso superior de Tecnologia em
Gastronomia na Faculdade Promove de Belo Horizonte. Endereço eletrônico: [email protected]. 3Nutricionista, mestre doutora em ciência de alimentos e professora do curso superior de Tecnologia em Gastronomia na Faculdade Promove de Belo Horizonte. Endereço eletrônico: [email protected].
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1 INTRODUÇÃO
O queijo é um dos alimentos mais antigos na história da humanidade.
Suaorigem remonta a cerca de 10.000 a.C., quando se teria esboçado a receita
doproduto a partir da observação do processo natural de coagulação do leite de
cabrase ovelhas, então domesticadas pelos primeiros pastores (MASUI e YAMADA,
1999).
Uma lenda atribui a sua descoberta a um nômade árabe que atravessava
odeserto carregando um cantil contendo leite como sustento em sua jornada.
Depoisde várias horas cavalgando, parou para matar a sua sede, tendo verificado
que oleite havia se separado em um líquido aquoso pálido e um amontado de
sólidosbrancos. O cantil era feito com estômago seco de um animal jovem contendo
renina,uma enzima coagulante. A combinação da renina, sol quente e os
movimentosgalopantes do cavalo foram responsáveis pela separação efetiva do leite
em soro e coalho, originando o queijo (REIS, 1998).
O Serro foi à primeira cidade do Brasil tombada como Patrimônio Histórico
Nacional em 1938, e este título proporcionou a preservação do centro histórico da
cidade, que ocupa hoje lugar de destaque entre as cidades históricas de Minas
Gerais. O ciclo do ouro trouxe em sua bagagem a cana de açúcar, a cachaça, o
gado bovino e o queijo, produzido com a técnica portuguesa da Serra da Estrela.
Com a decadência do ciclo do ouro por volta da segunda metade do século XVIII, a
Vila do Príncipe4foi adquirindo ares rurais. Esgotado o ciclo rural mais promissor, o
queijo se tornou o elemento de alavancagem da economia local e regional,
consolidando sua fama já na década de 30(MENESES, 2006).
4 Vila do príncipe: cidade do Serro MG
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Entretanto, foi por utilizar o leite cru e adotar tecnologias tradicionais
como instrumentos de madeira e outras técnicas que levaram a vigilância sanitária a
intervir neste processo e pedir a proibição de fazer e comercializar o queijo
artesanal. Sendo assim, somente o queijo pasteurizado fabricado dentro das
cooperativas poderia ser comercializado (MENESES, 2006).
Outro fator importante para esta proibição da venda do queijo artesanal foi
á falta de conhecimentos e estudos sobre a possível ameaça que o produto podia
trazer para a saúde humana. Havia muitas especulações e incertezas em torno da
técnica de produção e poucos dados concretos (MENESES, 2006).
Os modos de fazer e as técnicas e tecnologias que envolvem o processo
produtivo dos alimentos, a partir do mundo natural, da mesma forma, distinguem
identidades e formatam patrimônios regionais e grupais. Essa é uma essencial
questão para não dissociar o alimento do homem que o produz, o consome e o
transforma, dando significados especiais ao seu fazer (MENESES, 2006).
Segundo Meneses (2006) o queijo Minas artesanal é aquele elaborado
em queijarias individuais ou coletivas, a partir de leite cru, inócuo, integral e recém-
ordenhado, cujo funcionamento seja limitado ao leite da própria fazenda e possuir
cadastro no Instituto Mineiro de Agropecuária. Utiliza-se para sua fermentação o
pingo, que nada mais é do que o soro salgado e fermentado que age como um
fermento natural endógeno que contém todo o acervo bacteriano que dão sabor,
massa, cor, definindo bem cada região em que foi produzido. Este fermento natural
é obtido ao final da dessoragem dos queijos artesanais, e para a sua coagulação é
utilizado o coalho industrial. Na verdade, é o pingo o fator responsável pela
identidade específica de cada região. Ele reflete a ambiência do território, ou seja,
tem todas as características bacterianas, além de condições intrínsecas da região.
A legislação impôs medidas constatada na lei 141185 de 31 de janeiro de
2002 como o método de produção e comercialização dos queijos minas artesanais
que foram agressivas para muitos produtores que tem o queijo como sustento de
vida e levou a união de todos eles para buscarem alternativas para manterem a
tradição do modo artesanal de fazer o queijo como herança dos antepassados, bem
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como tirar o seu sustento. E foi a partir disso que o queijo do Serro foi o primeiro
produto alimentício registrado como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de
Minas em 2002 pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico, ganhando
prestígio em todo o Estado de Minas Gerais. Seis anos mais tarde juntamente com
outros queijos produzidos em Minas Gerais em outras regiões, Salitre e Canastra, o
modo de fazer o queijo foi registrado como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Entretanto, as dificuldades de comercialização não pararam por aí. Registrado como
patrimônio nacional, o queijo continuou a ser impedido de ser comercializado fora de
Minas devido a leis antigas ligada a grupos de pessoas jurídicas de grandes
laticínios. (MENESES, 2006).
Este trabalho tem como objetivo geral verificar a importância do modo
tradicional de fazer queijo artesanal do Serro para consumidores e
produtores.Visando atingir o objetivo principal, alguns objetivos específicos são
requeridos:investigar a importância do processo de produção do queijo artesanal do
Serro; observar o consumo e importância do queijo artesanal do Serro para os
consumidores.
O queijo de Serro foi considerado pelo Instituto Estadual de Patrimônio
Histórico Artístico, em 2002, Patrimônio Imaterial do Estado de Minas Gerais. Já em
2008 foi considerado Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil pelo Instituto Patrimônio
Histórico Artístico Nacional. Este registro mostra a relevância e o potencial de um
produto que agrada moradores e visitantes, especialmente em Minas Gerais,
reconhecida pela produção de queijo e valor gastronômico. Nesse contexto se
justifica a necessidade de compreender o processo de produção do Queijo do Serro
e o seu consumo, que leva o presente estudo fazendo o seguinte questionamento:
qual a importância do modo tradicional de fazer queijo artesanal do serro para os
consumidos e produtores?
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O queijo Do Serro.
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Desenvolvendo-se a partir da técnica portuguesa utilizada em Serra da
Estrela, o Queijo Minas, porém, apresenta variação no que diz respeito ao
coagulante: enquanto a receita original previa a aplicação de extrato de flores e
brotos de cardos, a de Queijo Minas incluía o uso de coagulante desenvolvido a
partir de estômago seco e salgado de bezerro ou cabrito (RIBEIRO, 1959).
Também no Serro, o queijo chega pela trilha do ouro. Sua receita vem
nabagagem do explorador do minério, mas só no momento em que os veeiros
semostram desfavoráveis à saga do minerador e depois de esgotado o ciclo rural
dacana-de-açúcar o queijo se apresenta como elemento de alavancagem da
economialocal e regional (SOUZA, 1999).
Na passagem dos setecentos para os oitocentos, a mineração na região
doSerro do Frio já estava em decadência. O ouro já não era encontrado com a
mesma facilidade das primeiras décadas do Século XVIII. As lavagens iam ficando
cada vezmais escassas e, portanto, mais dispendiosas. Vila do Príncipe ia deixando
de serum centro minerador e adquirindo ares rurais, cercada de fazendas onde
sepraticavam atividades agrícolas, mas predominavam os campos de pastagens
(FREIRE E SIMÕES, 1999).
Embora integre a cultura serrana desde os tempos coloniais, o Queijo do
Serro teve sua consagração tardiamente:
A fama desse queijo permanecia latente entre habitantes deste município
eos das cidades vizinhas, principalmente Diamantina, para onde era
exportado em lombo de burro e acondicionado às dúzias em jacas de
taquara ou em bruacas de couro cru, conduzido pelas tropas de denodados
tropeiros. Somente pelos idos de 1929 e 1930 foi-se consolidando a fama
do Queijo do Serro, com a abertura da estrada de rodagem Serro – Belo
Horizonte, via Conceição do Mato Dentro, época em que timidamente foram
se formando as empresas exportadoras do famoso queijo (SOUZA, 1999:
142-143).
Conforme Meneses (2006) havia uma ordem do Conde de Valadares,
datada de 1772, que exigia que os Registros de Passagens (postos de fiscalização)
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da região do Serro Frio, fizessem a gestão de “furarem os queijos que passassem
pelos Registros (...) a fim de evitar o contrabando de ouro e de diamantes”.
Evidenciando a produção e a circulação do produto. Certamente que o queijo, nos
descaminhos do metal e da pedra preciosa, era instrumento de tráfico e de
contrabando a ludibriar5os fiscais da Coroa.
O autor (SPERAT-CZAR,2012) afirma que os queijos de leite cru
possuem inúmeras diferenças frente aos pasteurizados devido a sua riqueza
microbiana. Não em quantidade, mas em diversidade, o que os tornam complexos e
saborosos, além de possuir inúmeros compostos aromáticos únicos, dependendo da
região onde são produzidos, provenientes das pastagens até mesmo das queijarias
onde são fabricados. Outra característica que diferencia queijos artesanais está
relacionada com a sensibilidade à sazonalidade, por ser um produto vivo
apresentam modificações, de acordo com a alimentação do gado, temperatura e
umidade ambientes.
O queijo do Serro, mais do que um produto agropecuário, é uma herança
cultural do povo serrano e representa um patrimônio nacional. A palavra patrimônio
pode assumir sentidos diversos. Originalmente esteve relacionada à herança
familiar, mais diretamente aos bens materiais. No século XVIII, quando, na França, o
poder público começou a tomar as primeiras medidas de proteção aos monumentos
de valor para a história nas nações, o uso de ’patrimônio’ estendeu-se para os bens
protegidos por lei e pela ação de órgãos especialmente constituídos, nomeando o
conjunto de bens culturais de uma nação (FUNARI E PINSK,2007)
2.2 Delimitação da área geográfica da produção do queijo minasartesanal do
serro.
Diversos estudos tomam como referência do queijo artesanal o Município
doSerro, localizado no Vale do Jequitinhonha em uma altitude de 940 metros
eabrangente de uma área de 1.244km e, reconhecendo uma base comum
deprodução, desenha o conglomerado limítrofe do principal centro produtivo com
aseguinte composição: parte dos Municípios de Conceição do Mato Dentro,
Ludibriar: Enganar
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Alvoradade Minas, Dom Joaquim, parte dos Municípios de Sabinópolis, Santo
Antônio doItambé, Serra Azul de Minas, Rio Vermelho e Materlândia (CETEC, 1983;
PEREIRA et al, 1993, e VARGAS et al, 1997).
O conglomerado apresenta cotas altimetrias que variam entre 900 e
1.400metros, sendo, na região do Serro, predominante a Serra do Espinhaço, com
sua composição rochosa.Grande porção do conglomerado encontra-se atendida
pela Cooperativa dosProdutores Rurais do Serro, que recebe e comercializa parte
da expressiva produção artesanal de queijos, especialmente do Serro, Alvorada de
Minas, Santo Antônio do Itambé e Serra Azul de Minas (CETEC, 1983; PEREIRA et
al, 1993, e VARGAS et al, 1997).
2.3 Processo de Produção do Queijo Minas Artesanal do Serro.
Com pequenas diferenças, tratadas como “segredos bem guardados”,
cada fazenda produtora de queijo Minas artesanal busca dar uma especificidade ao
seu produto (MENESES, 2006 et al RESENDE,2010). Apesar destes queijos serem
elaborados basicamente com a mesma tecnologia, cada queijo apresenta
características físicas e sensoriais distintas e peculiares conforme a tradição
histórica e cultural da região do Estado onde foi produzido.
Símbolo da identidade mineira e brasileira, em 15 de maio de 2008, o
modo artesanal de fazer o queijo Minas artesanal foi aclamado como patrimônio
imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (IPHAN, 2008).
O queijo Minas artesanal deve ser elaborado em propriedade leiteira, a
partir do leite cru, integral, recém-ordenhado de vaca, obtido de um rebanho sadio e
que atenda aos padrões de qualidade exigidos pela legislação estadual vigente. São
utilizadas, em sua produção, técnicas tradicionais, ficando proibida a utilização de
técnicas industriais, como ultra filtração do leite, prensagem mecânica, emprego de
leite concentrado ou em pó e proteínas láticas. Deve ainda ser elaborado no interior
de queijarias artesanais situadas em propriedade rural, destinadas exclusivamente à
produção deste queijo (MINAS GERAIS, 2012).
As queijarias devem possuir áreas para recepção e armazenagem do
leite, área de fabricação, de maturação e de embalagem e expedição e disporem de
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água para limpeza e higienização de suas instalações devem ainda estar localizadas
distante de pocilgas e galinheiros, possuírem impedimento, por meio de cerca, do
acesso de animais e de pessoas estranhas à produção serem construídas em
alvenaria, segundo normas técnicas a serem estabelecidas em regulamento.
Quando instalada junto ao estábulo ou local de ordenha, as queijarias devem possuir
instalações, como torneiras higiênicas, independentes das usadas nos animais
(EMPRESA, 2009; MINAS GERAIS, 2012).
No processo de elaboração do queijo, além do leite cru como ingrediente
obrigatório, são utilizados o sal e culturas láticas naturais ou fermento endógeno,
popularmente conhecido como “pingo”. O “pingo” é a fração do soro fermentado
salgado originado do descoramento de queijos produzidos no dia anterior, que é
coletada e utilizada como fermento no queijo produzido na próxima batelada. A
produção do Queijo Minas Artesanal deve ser iniciada, no máximo, noventa minutos
após o começo da ordenha e é desenvolvida com a observância das seguintes
fases: filtração do leite, adição de cultura láctica6e coalho, coagulação, corte da
coalhada, mexedura7, dessoragem8, enformagem9, prensagem10 manual, salga
seca11 e maturação12 (MINAS GERAIS 2012).
Nesse processo, o leite cru, recém obtido por ordenha mecânica ou
manual, é filtrado e encaminhado para o interior da sala de processamento da
queijaria, onde, então, é acondicionado em tanques para o início da produção. O
coalho e o pingo são adicionados ao leite e, após sua coagulação, que acontece em
cerca de 30 a 40 minutos, inicia-se, o corte da coalhada com o auxílio de uma pá,
régua ou lira rústica. A mexedura cuidadosa da massa, em seguida, acelera o
processo de dessoragem. Esta massa é, então, colocada em formas plásticas e,
com o auxílio ou não de pano, é pressionada manualmente pelo queijeiro, para
eliminação do soro residual e modelamento da forma final do queijo. A massa, ainda
6 Cultura Láctica: Pingo (soro)
7Mexedura: Mexer (coalhada) 8Dessoragem: Fazer a retirada do soro
9Enformagem: Enformar a massa do queijo.
10 Prensagem: Apertar, prensar
11 Salga seca: Salgar o queijo.
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enformada, recebe a primeira salga, de sal fino ou grosso, em uma das superfícies.
O queijo, após cerca de 12 horas, é virado e a outra superfície recebe uma camada
de sal. Nesse período, o pingo é coletado. Com 24 horas, o queijo é retirado da
forma, o excesso de sal é descartado, e o produto segue para as prateleiras, em
sala anexa, onde deve permanecer para maturação (COSTA et al, 2009; MINAS
GERAIS, 2012; MORENO, 2013; OLIVEIRA 2014).
Segundo (MENESES,2006) no processo tradicional de fabricação do
queijo Minas artesanal, esses são colocados em prateleiras de madeira, que ainda
são permitidas pela legislação, facilitando a sinérese13 e a secagem, e ainda
contribuindo de forma secular para as características típicas desses queijos, como
sabor e textura. O produto final deverá apresentar consistência firme, cor e sabor
próprios, massa uniforme, isenta de corantes e conservantes, com ou sem olhaduras
mecânicas14, conforme área demarcada da microrregião onde foi produzido.
O método de produção Introduzida pelos colonizadores portugueses
continua, eesta tradição se confunde com a história da cidade. Fabricado ao redor
da Serra do Espinhaço, o queijo Minas artesanal do Serro apresenta consistência
semidura, textura compacta, branco-amarelado, de sabor brando ao ligeiramente
ácido. De formato cilíndrico pesando até 1 kg, com altura de aproximadamente 5 cm,
passa por um processo de maturação de 7 dias, no mínimo, sem incidência de luz
solar (BARROSO et al.,2002).
Todo o processo aqui apresentado, com pequenas variações pode ser
tecnicamente descrito pelo seguinte fluxograma apresentado por Furtado (1991)
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Fonte: Adaptação segundo a Lei Estadual 14.185, de 31 de dezembro de 2002, que disciplina a
produção de Queijo Minas Artesanal e descreve as fases de elaboração do queijo.
2.4Características do queijo minas, artesanal do serro.
O autor (REIS,1998) afirma que a adição do pingo contribui para o
aumento da flora bacteriana naturalmente forte na massa láctica destinada a
produção do Queijo do Serro, razão pela qual há um certo culto ao pingo como
elemento de interferência na qualidade do queijo. O queijo artesanal do Serro,uma
das variedades do queijo minas, apresenta traços peculiares:
Não é um queijo frescal nem o curado, apresenta consistência firme e sabor
característico, com pouca acidez. O queijo possui formato cilíndrico, com
casca normalmente esbranquiçada, tendendo a se transformar numa crosta
fina e amarelada quando o queijo é curado por alguns dias. Internamente a
Curtimento em prateleira a temperatura ambiente (25° de 5 a 7 dias)
Desenformagem e grossagem com ralo
Remoção do excesso de sal
Coleta de pingo
Segunda salga
Coleta de pingo
Primeira salga
Prensagem manual
Moldagem em forma sobre a mesa dessoradora (14 cm em diâmetro interno por 6 cm
de altura)
Coleta da massa
Dessoragem de 2/3 do volume do leite em soro
Repouso e decantação por 15 minutos
Quebra manual da coalhada
Coagulação (60 minutos 25-34°)
Filtração através de tecidos
Leite integral
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massa é branca e consistente, as vezes ligeiramente
quebradiça(REIS,1998).
Segundo Reis (1998) atribui-se as bactérias lácticas presentes no pingo
destinado à fabricação de Queijo do Serro, Lactcoccus, a determinação da acidez,
do aroma e do sabor do produto. O que é consenso fora das lides acadêmicas é que
o Queijo do Serro é inconfundível,único pelo sabor, que lhe sãoatribuídos pelas
pastagens do gado leiteiro,pelo clima e especialmente pelos segredos da arte de
sua produção.
2.5 Maturação
Uma das formas de melhorar a qualidade microbiológica de um queijo é a
maturação, uma vez que ela favorece a combinação de fatores físicos, químicos e
microbiológicos considerados fundamentais para a estabilidade e segurança do
queijo (BERESFORD et al, 2001).
Essas transformações se processam tanto na periferia como no interior da
massa, sob a ação de enzimas lipolíticas e proteolíticas, a maior parte de origem
microbiana, sendo um fenômeno bastante complexo que determinará, de acordo
com a sua duração, as características sensoriais e físicas de cada tipo de queijo
(SANTOS, 2010; PERRY, 2004).
Na literatura internacional, várias são as publicações sobre queijos
artesanais e o papel da maturação na segurança desses queijos (KONGO et al.,
2009; BERTOLINO et al., 2011).
Entretanto, no Brasil, poucas são as pesquisas sobre o assunto. Estudos
em queijos frescais revelam uma alta contagem de micro-organismos
potencialmente patogênicos, principalmente Staphylococcus aureus, em valores
muito próximos dos requeridos para a produção de enterotoxinas capazes de causar
danos a saúde do consumidor (ALMEIDA FILHO E NADER FILHO, 2000;
LOUGUERCIO E ALEIXO, 2001; SALOTTI et al., 2006; SENGER e BIZANI, 2011).
Por outro lado, estudos em queijos Minas artesanais (QMA) demonstram
que esses mesmos micro-organismos, potencialmente patogênicos, como
Staphylococcusaureuse Escherichia coli, podem ser controlados pelo processo de
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maturação, apresentando contagens baixas no queijo maturado por 60 dias,
próximas a 10 UFC (MARTINS, 2006; DORES, 2007).
Uma grande variedade de micro-organismos participa do processo de
maturação dos queijos: as bactérias ácido-láticas (BAL), representantes do grupo de
micro-organismos iniciadores da fermentação do leite, e as BAL não iniciadoras,
como as espécies mesofílicasPediococcus spp. e Lactobacillus spp. e outros micro-
organismos como Micrococcus spp., Brevibacterium spp., 27 bactérias propiônicas,
corineformes, bolores e leveduras, representantes da microbiota secundária do
queijo (NOBREGA, 2007).
Durante a maturação, muitos são os fatores que limitam o crescimento de
micro-organismos indesejáveis no queijo, como temperatura, potencial redox,
atividade de água, pH e a atividade antimicrobiana de bactérias láticas
(VASCONCELOS E MELO FILHO, 2010).
Estudos demonstram uma grande importância da temperatura de
maturação no direcionamento de uma fermentação desejável no queijo Minas
artesanal. Seus resultados revelam que a maturação sob temperatura de
refrigeração não é suficiente para reduzir a microbiota patogênica a limites legais
inferiores, gerando queijos com 64 dias de maturação de baixa qualidade
microbiológica e descaracterizados sensorialmente (MARTINS, 2006; DORES,
2007).
A manutenção desses micro-organismos indesejáveis no queijo decorre,
principalmente, da inibição de bactérias ácido láticas e de suas reações enzimáticas
quando este é submetido precocemente a temperatura de refrigeração. De forma
oposta, a maturação à temperatura ambiente favorece a fermentação lática que
resulta na inibição de micro-organismos contaminantes no queijo (DORES e
FERREIRA, 2012).
É, dessa forma, decisiva para o atendimento aos aspectos
microbiológicos indicados pela legislação brasileira e indispensável para a
segurança alimentar desse queijo. O período mínimo de maturação do Queijo Minas
Artesanal capaz de torná-lo seguro ao consumidor não é bem definido. Segundo a
legislação mineira, estudos técnico-sanitários devem ser realizados em queijarias no
estado, garantida a participação de representantes de produtores de queijos
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artesanais e, então, submetidos à apreciação em câmara específica do Conselho
Estadual de Política Agrícola, CEPA (MINAS GERAIS, 2012).
Martins (2006) e Dores (2007) acompanharam o processo de maturação
dos QMA das regiões do Serro e da Serra da Canastra, respectivamente. Aos 22
dias de maturação, à temperatura ambiente, o queijo da Serra da Canastra atingiu
os limites de segurança microbiológica, ao passo que na região do Serro esses
limites foram atingidos mais precocemente, nas mesmas condições de temperatura,
aos 17 dias, sendo esta maturação decisiva para eliminação da Salmonella spp. aos
15 dias. O tempo ideal de maturação refere a prensagem manual da massa. No
Serro, essa prensagem é realizada sem auxílio de tecido o que favorece a redução
de umidade, maior concentração de lactose no queijo e, portanto, maior produção de
ácido pelas bactérias ácido-láticas, o que desfavorece o desenvolvimento de
patógenos (DORES E FERREIRA, 2012).
O período do ano é determinante na qualidade no queijo Minas artesanal.
Isto se deve, principalmente, as diferenças observadas quanto as temperaturas
médias e umidade relativa do ar entre o período chuvoso e seco. Sabe-se, por
exemplo, que o queijo produzido no período seco, por ser elaborado e maturado a
baixa temperatura e baixa umidade, desfavorece o crescimento de micro-
organismos deteriorantes e/ou patogênicos. Resultados confirmando menores
contagens em maturação no período da seca foram observados em queijo Minas
artesanal do Serro (MARTINS, 2006).
Contrariamente, queijos elaborados durante o período chuvoso, devido as
altas temperatura e umidade do ar, também elevada, apresentam maiores contagem
microbiológicas, como mostram os resultados encontrados em queijo Minas
artesanal da Serra da Canastra e de Campo das Vertentes (DORES et al ,2013;
OLIVEIRA, 2014).
A influência do período do ano na qualidade do Queijo Minas Artesanal
também advém de variações observadas na qualidade do leite e da água
empregados na elaboração do queijo, que também são comumente mais
contaminados durante o período chuvoso. Sob o ponto de vista físico-químico, a
composição do queijo é fortemente influenciada pela composição do leite, em
especial o teor de gordura, proteína, lactose e contagem de células somáticas.
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Durante a época das águas, há um aumento de casos de mastite no rebanho, com
elevação de CCS e, consequente redução de lactose no leite (BUENO, 2005).
Neste mesmo período, devido ao maior aporte forrageiro aos animais,
tem-se uma elevação nos teores de gordura e proteína no leite e,
consequentemente, no queijo (LARSEN et al., 2010).
3 METODOLOGIA
Para a coleta de dados na unidade queijeira Queijo do Gir em Serro MG,
foi realizada uma entrevista com o produtor Túlio Madureira como demostrado no
apêndice A.
Uma segunda forma de coleta de dados foi realizada através da
plataforma digital em site Google Formscom consumidores de queijo deBelo
Horizonte Minas Gerais. O instrumento de coleta de informações consisti em um
questionário com perguntas que está no apêndiceB. Essas perguntas
procuraraminvestigar o consumo de Queijo Minas Artesanal do Serro com
consumidores e moradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esse capítulo tem por objetivo detalhar e organizar os dados coletados no
transcorrer da pesquisa. A fim de responder ao objetivo proposto.
Comrelação aos questionários aplicados 64,2% eram do gênero feminino
e os outros 35,8% do gênero masculino.48,4% entre 18 a 24 anos; 21,9% entre 31 a
45 anos; 17,2% entre 25 a 30 anos; 11,9% entre 46 a 60 anos e 2% acima de 60
anos.
Quanto ao local de residência,58,7% residem na capital Belo Horizonte e
41,3% residem na região metropolitana da (grande BH).
Dos entrevistados, 96% consomem algum tipo de queijo. Este fato pode
ser considerado importante pois, segundo Inmetro (2011), ele é um produto rico em
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proteínas, lipídios, carboidratos, minerais, cálcio, fosforo, e várias vitaminas.
Portanto o autoconsumo de queijo pelos consumidores é bom, por que contribuiu
para o desenvolvimento e também para a saúde.
Gráfico 1- Consumo do queijo.
N:150 Fonte: próprios autores
Segundo o gráfico 2 o queijo mais consumido pelos respondentes da
pesquisa foi o queijo minas padrão,com 51,7%. Emsegundo lugar 22,4%
responderam que consomem outros o tipos de queijo, em terceiro lugar 18,2%
responderam que consome o queijo minas artesanal do serro, em quarto o queijo
parmesão e quinto o queijo brie.
No gráfico 3 39,7% dos consumidores disseram que consomem queijo
semanalmente;31,8% disseram diariamente; 23,2% mensalmente;2,6% disseram
que só consomem o queijo por outros meios de alimentação e 2,3% apenas
anualmente. Percebe-se, portanto, uma alta frequência de consumo de queijo pelos
respondentes.94,7% dos entrevistados consomem queijo frequentemente, porém
pelos dados do gráfico 2 identifica-se que o queijo minas artesanal do serro não é
aquele queijo mais frequente na vida desses consumidores.
A partir destes dados percebe-se que o queijo minas artesanal do Serro
não possui um consumo relevante para os respondentes.A maioria dos
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Revista Pensar Gastronomia, v.3, n.2, Jul. 2017
consumidores optam pelo queijo minas padrão, demonstrando um consumo
relativamente alto .O queijo minas artesanal do Serro possui alta relevância para o
estado de Minas gerais pois é um Patrimônio Imaterial Cultural Do Brasil desde
2008.Ao perceber um baixo consumo desse queijo pelos consumidores pode ser
evidenciado uma desvalorização do queijo minas artesanal do Serro. Na medida em
que foi um produto que demorou muitos anos para ser reconhecido e possuir um
valor cultural percebe-se que o baixo consumo demonstra uma falta de
conhecimento da historia do queijo e sua produção por parte dos consumidores.
Na entrevista realizada com o produtor Túlio Madureira questionou-se
sobre o preço do queijo minas artesanal do serro no mercado. Ele relatou que antes
das mudanças do método de produção o queijo custava de R$6,00 a R$7,00 a
unidade. Depois das mudanças do método de produção, o preço passou a ser de
R$20,00 a R$60,00 a unidade. Esta narrativa indica que o baixo consumo pode estar
relacionado ao alto preço do queijo nos dias atuais, tendo em vista que houve um
aumento considerável no preço nos últimos anos.
Gráfico 2-Tipos de queijo consumido
N 150
Fonte: próprios autores
Gráfico 3- Consumo por vezes
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N 150
Fonte: próprios autores
Segundo o gráfico 4,63,3% dos respondentes afirmaram conhecer o
queijo minas artesanal do serro e 36,7% disseram que não conhecem. Dessa
maneira, observa-se o quanto o queijo do Serro é bastante conhecido, porém pelo
gráfico 2 demonstra que não e muito consumido.O gráfico 5 demonstra se os
entrevistados já consumiram o queijo minas artesanal do serro. 57,3% já
consumiram o queijo minas artesanal do serro e 42,7 % nunca consumiram.
Segundo Souza (1999),a fama do queijo do serro se consolidou a partir
da década de 30.Pelos dados dos gráficos 4 e 5 percebe-se que essa fama ainda
se faz presente nos dias de hoje tendo em vista um alto percentual dos
entrevistados que conhecem o queijo minas artesanal do serro e 57,3% já terem
consumido esse queijo.Funari e Pinsk (2007) afirmam que o queijo do serro é uma
herança cultural representando um patrimônio nacional. Esta declaração pode ser
evidenciada pelas informações do gráfico 4 e 5.
Gráfico 4-Conhece o queijo minas artesanal do serro.
N 150
Fonte: próprios autores
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Gráfico 5-Quem já consumiu o queijo minas artesanal do serro
N 150
Fonte: próprios autores
Os dados do gráfico 6 demonstram o conhecimento dos respondentes
sobre o processo de produção do queijo minas artesanal do serro. 40,4% tem pouco
conhecimento sobre o método de produção; 39,1% tem quase nada de
conhecimento e por último 20,5% muito conhecimento.No gráfico 7 procurou-se
averiguar o interesse dos consumidores em saber mais sobre o queijo minas
artesanal do serro. 31,1% tem interesse moderado; 38,4% tem muito interesse;
17,2%pouco interesse; 13,2% interesse indiferente.
É possível perceber que 79,5 % dos respondentes tem pouco ou quase
nenhum conhecimento sobre o método de produção. Porém, pelo gráfico 7, 86,7%
dos consumidores possuem interesse em saber mais sobre o queijo minas artesanal
do serro. Tendo em vista esses dados, acredita-se que faltam informações sobre o
queijo para seus consumidores. Mesmo com o registro do queijo como Patrimônio
Imaterial do Brasil em 2008 o processo produtivo e a valorização do queijo ainda
devem ser divulgados e estudados.
Existe uma delimitação geográfica para que o queijo seja reconhecido
como o queijo minas artesanal do serro: ele deve ser produzido na região do Serro
no Vale Jequitinhonha onde as condições climáticas são indispensáveis para a
formação microbiana e qualidade do queijo (CETEC,1983). Os questionários foram
aplicados a moradores de belo Horizonte. Pelo fato da capital estar distante
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Revista Pensar Gastronomia, v.3, n.2, Jul. 2017
geograficamente da região do Serro acredita-se que tais informações tão relevantes
quanto ao queijo não estão sendo bem divulgadas aos consumidores da capital.
Na entrevista realizada com o produtor Túlio Madureira questionou-se
qual a importância do modo de fazer queijo minas artesanal do serro para ele e
consumidores. Ele relatou que o processo de produção tem toda a importância para
ele, o queijo minas artesanal é a história da sua família e para os consumidores ele
acredita ser prazeroso consumir um produto que e de suma importância para os
produtores. Esta narrativa indica que o interesse em saber mais sobre o queijo
minas artesanal do serro pode estar relacionado a herança familiar, que todo o
processo e passado de geração para geração e que deve ser compartilhado em
forma de aprendizado para os consumidores interessados em saber mais sobre o
queijo que carrega o título de Patrimônio Imaterial de Minas Gerais.
Gráfico 6- Conhecimento sobre a produção
N 150
Fonte: próprios autores
Gráfico 7-Interesse em saber mais sobre o queijo minas artesanal do serro.
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N 150
Fonte: próprios autores
5 CONCLUSÃO
O objetivo do presente trabalho foi relatar o processo do queijo minas
artesanal do Serro e analisar o consumo deste produto. Para tal fim foi aplicado um
questionário online a moradores da capital de Belo Horizonte e região Metropolitana
que consomem algum tipo de queijo.
Base nos resultados obtidos e no referencial teórico alguns apontamentos
para a historia e o a importância do processo de produção do queijo do Serro foram
realizados. A análise dos dados apontam fragilidades no conhecimento do processo
de produção. Ainda assim entende-se que para uma pesquisa aplicada online um
menor número de questões favoreceu ao alcance de maior número de respondentes
(151).Produtos como o queijo minas artesanal do Serro carregam um valor
indissociável ao território e com isso deve atingir o nível de consumo por moradores
do estado de MG
Para aumentar o conhecimento sobre o queijo minas artesanal do serro
deve-se fazer uma criação da área de visitação turística que seria agregar ao roteiro
de visitação do queijo a outros valores que os locais contemplam como, as belezas
naturais, paisagens, animais, pomares, e tudo que também possa ser interessante
além do queijo, principal foco, assim, com produtos diversificados, os visitantes
ficariam ainda mais interessados e instigados a conhecer os locais que produzem o
queijo artesanal e ainda desfrutar de outras belezas.
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ApêndiceA
Projeto De Pesquisa De Trabalho De Conclusão De Curso.
Processo De Produção Do Queijo Minas Artesanal Do Serro.
Aluna Pesquisadora: Fabrícia Aparecida Abdala Santos.
Orientadora: Maria Aparecida Lamounier, Teixeira.
Data:
Nome Completo:
Idade:
Naturalidade:
Grau de escolaridade:
1. Existe alguma instituição que ajuda os produtores da cidade do Serro ?
2. Quais são os tipos de queijo vendidos pelos produtores?
3. Sabe quais os principais produtores atuais?
4. Quem produz mais queijo hoje?
5. Quem produz o melhor queijo?
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6. Quais foram as mudanças implantadas pela legislação para o processo
de queijo minas artesanal?
7. Os queijos passam por algum controle de qualidade?
8. O processo de produção são controlados e/ou supervisionados?
9. Qual era o preço do queijo minas artesanal do serro antes das
mudanças implantadas pela legislação?
10. Qual o preço do queijo minas artesanal do serro hoje no mercado? E o
seu?
11. Como analisa a evolução do mercado para o queijo do serro?
12. Como está o mercado fora de MG?E fora do país?
13. Quais são os maiores concorrentes do queijo do serro?
14. Existem queijos do serro falsificados?
15. Qual a importância do modo de fazer queijo minas artesanal do serro
para você e para os consumidores?
16. Saberia descrever o processo de produção do queijo minas artesanal
do serro?
17. Quais os tipos de queijo que você produz?
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Apêndice B
Genêro: ( ) feminino ( ) masculino.
Idade:
Reside: ( ) Belo Horizonte –capital ( ) Região Metropolitana de BH.
1 .Você consome algum tipo que queijo?
( ) sim ( ) não.
2.Se sim marque qual.
( ) camenbert
( ) briet
( ) parmesão
( ) gorgonzola
( ) minas padrão
( ) minas artesanal do serro
( ) outros.
3 .Como é o seu consumo de queijo?
( ) diariamente
( ) semanalmente
( ) mensalmente
( ) anualmente
( ) outros meios
4.Você conhece o queijo minas artesanal do serro?
( ) sim ( ) não
5.Você já consumiuqueijo minas artesanal do serro?
( ) sim ( ) não
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6.Qual o nível de conhecimento você tem a respeito do processo de
produção do queijo minas artesanal?
( ) muito ( ) pouco ( ) quase nada
7.Você tem interesse em saber mais sobre o queijo minas artesanal do serro?
( ) muito interesse
( ) pouco interesse
( ) interessado moderadamente
( ) indiferente