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MÓDULO II ESTUDO DE CASOS CASE VIII Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717 www.portalciveltrabalhista.com.br

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MÓDULO II

ESTUDO DE CASOS

CASE VIII

Rua Barão do Serro Azul, 199 – Centro – Curitiba-Paraná – Fone: 41 3323-1717 www.portalciveltrabalhista.com.br

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Sumário 

1 - CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES .................................................................. 3 

2 - CAPA DO PROCESSO .............................................................................................. 4 

3 - PETIÇÃO INICIAL .................................................................................................... 5 

4 - Recibos de Pagamentos do Reclamante .................................................................... 10 

5 - Recibo de Pagamento do Paradigma ......................................................................... 13 

6 - CONTESTAÇÃO ..................................................................................................... 14 

7 - SENTENÇA DE 1º GRAU ....................................................................................... 17 

8 – ACÓRDÃO – DECISÃO DO RECURSO ORDINÁRIO - TRT............................. 21 

9 – DESPACHO DETERMINANDO A ELABORAÇÃO DE CÁLCULOS ............... 22 

10 - COMENTÁRIOS .................................................................................................... 23 

11 – APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS PELO PERITO JUDICIAL..................... 24 

12 – PRAZO PARA EMBARGOS/IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS ..................... 35 

13 – EMBARGOS À EXECUÇÃO PELO RÉU ........................................................... 36 

14 – CÁLCULOS – EMBARGOS À EXECUÇÃO ...................................................... 40 

15 - IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO ....................................... 48 

16 - SENTENÇA DE EMBARGOS À EXECUÇÃO E IMPUGNAÇÃO À

SENTENÇÃ DE LIQUIDAÇÃO ......................................................................... 50 

17 - DESPACHO PROFERIDO PELO JUÍZ DE PRIMEIRO GRAU ..................... 53 

18 – APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS RETIFICADOS ...................................... 54 

19 - CÁLCULOS RETIFICADOS PELO PERITO ................................................... 55 

20 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 63 

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 1   ‐   CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 

Estudo de casos é um instrumento pedagógico, idealizado pela equipe de profissionais da empresa Portal Cível & Trabalhista, com o propósito de fortalecer e contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos que participam do curso de Cálculos Trabalhistas oferecido por nossa empresa. Os processos são analisados, passo a passo, desde a petição inicial até a conclusão dos cálculos, possibilitando ao aluno ter uma visão ampla de todos os procedimentos realizados nos autos. Os estudos são realizados por meio de “CASES”, reproduzidos e extraídos de casos reais, os quais são analisados através de vídeo-aulas, onde o professor faz uma série de comentários e explicações sobre as particularidades do processo trabalhista examinado. Estudo de casos oportuniza ao aluno observar a aplicação das matérias teóricas na reprodução de casos reais, em todas as suas fases. O presente caso envolve as seguintes parcelas: 1. Equiparação Salarial e Reflexos; 2. Verbas Rescisórias; 3. Horas Extras e Reflexos; 4. Adicional Noturno e Reflexos; 5. Domingos e Feriados Trabalhados e Reflexos; 6. Violação Intervalar – Art. 71 da CLT e Reflexos; 7. FGTS 8% (exceto sobre férias indenizadas); 8. Multa de 40% Sobre Depósitos Fundiários; 9. Adicional Por Tempo de Serviço; 10. Multa do Art. 477 da CLT; 11. Multa do Art. 467 da CLT; 12. Multa Convencional; 13. Dano Moral.

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 2 ‐ CAPA DO PROCESSO 

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO

PROCESSO No.: 1.001/2013

2a Vara do Trabalho de XXXXXXXXX

Autor.........: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Advogado .: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Réu ...........: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Advogado .: XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

A U T U A Ç Ã O

Em 01 de abril de 2013, na secretaria da 2ª. Vara do Trabalho de XXXXXX, autuo a petição inicial que segue, com --- folhas de documentos. Eu, ____________________________, diretor de secretaria assino este termo.

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 3 ‐ PETIÇÃO INICIAL 

EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXX

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, casado, RG x.xxx.xxx-x, CPF xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado à rua barão do cerro azul 199, Curitiba/Pr., por seu advogado qualificado no presente caso, vem à presença de V. Exa., para interpropor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA contra XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, estabelecido à Rua ..., cidade/estado ..., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

1. DO CONTRATO DE TRABALHO O reclamante iniciou suas atividades na empresa reclamada em 01/04/2011 e foi demitido em 31/10/2012. Foi registrado na empresa para exercer a função de auxiliar administrativo. 2. Equiparação Salarial O reclamante foi contratado para exercer a função de auxiliar administrativo. No período a partir de 01/02/2012, entretanto, passou a cumprir a mesma função de seu companheiro de trabalho Sr. José, que exercia a função de coordenador de equipe, visto que o paradigma foi afastado por motivo de doença por período indeterminado. Vale ressaltar que o paradigma voltou a exercer a sua função na mesma data em que o reclamante foi demitido. O paradigma recebia remuneração superior àquela paga ao reclamante, na ordem de 50% (cinquenta por cento) a maior, todavia, a empresa não adequou o salário do reclamante ao mesmo patamar do salário pago ao paradigma, no período em que exerceu a função de coordenador de equipe, em substituição ao paradigma Sr. José.

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O autor desempenhou a função do paradigma com a mesma perfeição técnica e qualidade desempenhada pelo seu antecessor. Os préstimos prestados pelo reclamante jamais foram reconhecidos pelo réu. Isto posto, requer-se o reconhecimento e o reenquadramento da função do autor para coordenador de equipe no período de 01/02/2012 até a data da demissão. Requer-se, ainda, a equiparação salarial com o paradigma Sr. José, devendo para tanto restar deferido o pagamento das diferenças salariais decorrentes, na ordem de 50% sobre o valor salarial pago ao reclamante entre 01/02/2012 e 31/10/2012, com reflexos sobre: aviso prévio, décimo terceiro salário, férias e seu terço constitucional e fgts + multa (11,2%). 3. Horas Extras – Domingos e Feriados – Adicional Noturno - Reflexos Até 31/01/2012, quando exercia a função de auxiliar administrativo, o reclamante trabalhou das 09:00 às 12:00 e das 13:00 às 18;00 horas de segunda a sexta-feira, e das 08:00 às 12:00 aos sábados. No período posterior, quando passou a exercer as funções do paradigma, coordenador de equipe, sua jornada de trabalho aumentou substancialmente, visto que tinha que controlar as equipes de trabalho, exercendo jornada das 07:30 às 12:00 e das 12:30 às 23:30 horas de segunda a sexta-feira e das 08:00 às 12:00 aos sábados. Trabalhou, ainda, em todos os feriados do período e em pelo menos um domingo ao mês, cumprindo jornada das 08:00 às 12:00 e das 13:00 às 16:00 horas. Jamais recebeu as horas extras prestadas no período e nem mesmo os domingos e feriados trabalhados. A jornada ora informada demonstra que no período o reclamante trabalhou em horário noturno sem a devida contraprestação. Isto posto, requer-se o pagamento das horas extras, estas sendo as excedentes da 8ª diária bem como as excedentes da 44ª semana. Requer-se, ainda, o pagamento de um domingo trabalhado por mês e todos os feriados do período a partir de 01/02/2012, conforme exposto acima. As diferenças ora requeridas geram diferenças reflexas sobre: repousos semanais remunerados, aviso prévio, 13º salário, férias e terço constitucional e fgts. As horas extras são devidas com o adicional constitucional de 50%, para as prestadas durante a semana, e de 100% para as prestadas aos domingos e feriados. Divisor = 220. Adicional noturno na ordem de 20%.

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4. Violação do Intervalo Para Descanso e Refeição – Art. 71 da CLT A jornada de trabalho realizada pelo reclamante no período contratual deixa claro que houve evidente violação do intervalo mínimo para descanso e refeição, nos termos previstos no artigo 71 da CLT, ou seja, uma hora. Requer-se, desta forma, o pagamento integral do intervalo, na ordem de 01 hora diária, atendendo o entendimento esposado pelo TST. Reflexos sobre: RSR´s, aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS 11,2%. Adicional de 50% e divisor 220. 5. Adicional Por Tempo de Serviço O reclamante completou 01 ano de trabalho na empresa no dia 01/04/2012, e, de acordo com a cláusula 28ª da CCT 2011/2013, fazia jus ao adicional por tempo de serviço na ordem de R$ 120,00 por mês. A empresa não pagou o respectivo ATS em favor da parte autora, restando devidos os valores na ordem de R$ 120,00 a partir de 01/04/2012 até a demissão ocorrida em 31/10/2012. Requer-se, portanto, o pagamento da parcela com os respectivos reflexos sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS. 6. Multa Convencional Em razão das violações apontadas nos itens anteriores, requer-se o pagamento de uma multa convencional por verba violada no período, contratual, ou seja, 06 multas convencionais na ordem de R$ 180,00 cada uma. 7. Dano Moral Um dia antes da demissão o reclamante foi ofendido pelo seu superior hierárquico diante de vários integrantes de sua equipe de trabalho. Houve diversos xingamentos e o dono da empresa quase partiu para uma agressão física, chegando a empurrar o reclamante, que escorregou e caiu diante de diversas pessoas que estavam no local e que presenciaram o procedimento adotado pelo patrão, que se encontrava embriagado na ocasião. Os amigos do reclamante recomendaram que ele saísse para que a situação não piorasse, tendo ele acatado a sugestão. Quando chegou ao trabalho no dia posterior, encontrou todas as suas coisas juntadas em uma caixa, que lhe foi entregue por outro funcionário da empresa.

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O empregador rescindiu o contrato do autor por justa causa. Diante do exposto, em face dos danos causados e ofensas contra o reclamante na presença de diversas pessoas dentro das instalações da empresa, requer-se o pagamento de danos morais na ordem de 100 vezes a maior remuneração paga ao reclamante. 8. Reversão da Justa Causa – Verbas Rescisórias – Multa do Art. 477 da CLT – Multa do Art. 467 da CLT - Multa do FGTS 40% - Seguro Desemprego O dono da empresa ofendeu o reclamante com diversos xingamentos e empurrões, quando estava completamente embriagado. Não havia motivo algum para tal procedimento, pois o reclamante sempre trabalhou com afinco junto à empresa reclamada. Não faltou ao serviço em nenhum dia e tampouco chegou atrasado ao trabalho em todo o período contratual. Realizou suas atividades com grande qualificação técnica e jamais havia tido qualquer problema ou recebido qualquer advertência nas dependências do réu. Sempre manteve um nível de relacionamento excelente com todos os integrantes de sua equipe, sendo respeitado por todos. Portanto, como se pretende provar por prova testemunhal, não havia motivo algum para que fosse dispensado por justa causa. Em face do exposto, requer-se s reversão da justa causa, devendo para tanto a reclamada pagar todas as verbas rescisórias, multa do artigo 477 da CLT, multa do artigo 467 da CLT, liberação do FGTS recolhido junto a CEF, bem como a multa do FGTS na ordem de 40% sobre o total dos depósitos, sob pena de execução direta dos valores recolhidos. Deverá, ainda, a reclamada ser condenada no pagamento do seguro desemprego, na ordem de 05 parcelas, ou, alternativamente, 05 salários do autor, integrado de todas as parcelas de caráter salarial (salário, diferenças salariais e ATS). Acolha-se. 9. Honorários Assistenciais O reclamante está assistido por advogado sindical. Requer-se a verba honorária na ordem de 15% sobre o total líquido da condenação. 10. DIANTE DO EXPOSTO REQUER-SE: - Equiparação Salarial na ordem de 50%, em relação ao paradigma Sr. José, com reflexos sobre aviso prévio, 13os. Salários, férias, abono de férias e fgts;

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- Horas Extras, Domingos e Feriados, Adicional Noturno, com reflexos sobre DSR´s, aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS; - Violação do Artigo 71 da CLT com reflexos sobre aviso prévio, 13os salários, férias, abono de férias e FGTS. - Adicional Por Tempo de Serviço, nos termos da fundamentação; - Multas Convencionais; - Danos Morais na ordem de 100 vezes a remuneração do reclamante; - Reversão da Justa Causa. Verbas Rescisórias. Multa do art. 477 da CLT. Multa do art. 467 da CLT. Seguro Desemprego na ordem de 05 remunerações do reclamante. - Honorários Assistenciais, visto estar o reclamante assistido por advogado do sindicato autoral, na ordem de 15%. 11. Razões Finais Requer seja a reclamada notificada, para que, querendo, conteste a presente reclamatória, sob pena de confissão e revelia. Protesta pela produção de todas as provas admitidas em direito, sem exceção. Requer, finalmente, seja a presente reclamatória julgada procedente, condenando-se a reclamada no pagamento dos pedidos, acrescidos de juros e correção monetária, custas processuais e honorários profissionais. Dá-se à presente causa, para efeitos fiscais e de alçada, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Nestes termos Pede deferimento. Curitiba, 31 de março de 2013. XXXXXXXXXXXXXXXXXX

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 4 ‐ Recibos de Pagamentos do Reclamante 

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento Funcionário: XXXXXXX Mês..: 04-2011 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 05-2011

Descontos Descontos Salário Base: 900,00 INSS..…….: 99,00 Salário Base.: 900,00 INSS......….: 99,00

Líquido ..….: 801,00 Líquido……: 801,00

FGTS 8%....: 64,00 FGTS 8%....: 64,00

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 06-2011 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 07-2011

Descontos Descontos Salário Base.: 900,00 INSS…….: 99,00 Salário Base.: 900,00 INSS…….: 99,00

Líquido ….: 801,00 Líquido …: 801,00

FGTS 8%..: 64,00 FGTS 8% .: 64,00

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário.: XXXXXXX Mês ..: 08-2011 Funcionário..: XXXXXXX Mês ..: 09-2011

Descontos Descontos Salário Base.: 900,00 INSS …….: 99,00 Salário Base..: 1.000,00 INSS …….: 110,00

Líquido ...: 801,00 Líquido …: 890,00

FGTS 8%..: 64,00 FGTS 8%...: 80,00

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Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário: XXXXXXX Mês..: 10-2011 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 11-2011

Descontos Descontos Salário Base: 1.000,00 INSS..…….: 110,00 Salário Base.: 1.000,00 INSS......….: 110,00

Líquido ..….: 890,00 Líquido……: 890,00

FGTS 8%....: 80,00 FGTS 8%....: 80,00

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 12-2011 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 01-2012

Descontos Descontos Salário Base.: 1.000,00 INSS…….: 110,00 Salário Base.: 1.000,00 INSS…….: 110,00

Líquido ….: 890,00 Líquido …: 890,00

FGTS 8%..: 80,00 FGTS 8% .: 80,00

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário.: XXXXXXX Mês ..: 02-2012 Funcionário..: XXXXXXX Mês ..: 03-2012

Descontos Descontos Salário Base.: 1.000,00 INSS …….: 110,00 Salário Base..: 1.000,00 INSS …….: 110,00

Líquido ...: 890,00 Líquido …: 890,00

FGTS 8%..: 80,00 FGTS 8%...: 80,00

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Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário: XXXXXXX Mês..: 04-2012 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 05-2012

Descontos Descontos Salário Base: 1.000,00 INSS..…….: 110,00 Salário Base.: 1.000,00 INSS......….: 110,00

Líquido ..….: 890,00 Líquido……: 890,00

FGTS 8%....: 80,00 FGTS 8%....: 80,00

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 06-2012 Funcionário: XXXXXXX Mês ..: 07-2012

Descontos Descontos Salário Base.: 1.000,00 INSS…….: 110,00 Salário Base.: 1.000,00 INSS…….: 110,00

Líquido ….: 890,00 Líquido …: 890,00

FGTS 8%..: 80,00 FGTS 8% .: 80,00

Recibo de Pagamento Recibo de Pagamento

Funcionário.: XXXXXXX Mês ..: 08-2012 Funcionário..: XXXXXXX Mês ..: 09-2012

Descontos Descontos Salário Base.: 1.000,00 INSS …….: 110,00 Salário Base..: 1.000,00 INSS …….: 110,00

Líquido ...: 890,00 Líquido …: 890,00

FGTS 8%..: 80,00 FGTS 8%...: 80,00

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 5 ‐ Recibo de Pagamento do Paradigma 

Recibo de Pagamento

Funcionário: XXXXXXX Mês..: 10-2012

Descontos Salário Base: 1.300,00 INSS..…….: 143,00

Líquido ..….: 1.157,00

FGTS 8%....: 104,00

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 6 ‐ CONTESTAÇÃO  EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA _ VARA DO TRABALHO DE XXXXXXXXX

Autos RT XXXXX/XXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX (reclamado), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPL/MF xx.xxx.xxx/xxxx-xx, com sede na rua xxxxxxxxxxx, cidade xxxxx, estado xxxxx, neste ato representado por seu procurador, vem respeitosamente perante Vossa Excelência para apresentar CONTESTAÇÃO em resposta a reclamatória que lhe move XXXXXXXXXXXXXXX (Reclamante), anteriormente qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões a seguir aduzidas: MÉRITO

1. CONTRATO DE TRABALHO O reclamante sempre trabalhou no horário das 09:00 às 18:00 com 01:00 hora de intervalo para almoço e refeição, laborando sempre dentro do horário comercial. Foi contratado para a função de auxiliar administrativo, laborando no período de 01/04/2011 até 31/10/2012. 2. EQUIPARAÇÃO SALARIAL O reclamante sempre exerceu a função para a qual foi contratado, ou seja, auxiliar administrativo. No período de 01/02/2012, com o afastamento do Sr. José em face de problemas de saúde, que perdurou até o mês de setembro de 2012, as funções do Sr. José passaram a

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ser realizadas pelo Sócio da Empresa Sr. Abilio, que passou a coordenar as equipes que eram de responsabilidade do Sr. José. Nesse mesmo período, o reclamante sempre esteve sob o comando do Sr. Abilio, e, ao contrário do que restou informado na exordial, jamais coordenou as equipes de trabalho, mas seguiu auxiliando o Sr. Abilio na função de auxiliar administrativo. Em razão do exposto, não há como prosperar o pedido do autor com relação à equiparação salarial, visto que, em momento algum foi determinado ao reclamante que o mesmo coordenasse as equipes de trabalho, mesmo porque, não havia capacitação técnica para tal procedimento pela parte autora. Pela rejeição da matéria. 3. H. EXTRAS – DOMINGOS E FERIADOS – ADIC. NOTURNO - REFLEXOS Como informado na exordial pelo reclamante, a jornada praticada desde o início da contratação foi a seguinte: das 09:00 às 12:00 e das 13:00 às 18:00 de segunda a sexta, e das 08:00 às 12:00 aos sábados. Vale ressaltar que em momento algum a jornada praticada ou ajustada na contratação foi alterada durante o contrato de trabalho. Como já informado no item anterior, o reclamante sempre exerceu a função de auxiliar administrativo, cumprindo sempre a jornada fixada para o pessoal de escritório, ou seja, jornada comercial, sem qualquer alteração. Jamais o reclamante trabalhou em domingos e feriados. Em face do exposto, não merece guarida o pedido efetuado pelo reclamante na exordial. Pela rejeição da matéria.

4. VIOLAÇÃO INTERVALAR – ART. 71 DA CLT A jornada cumprida pelo reclamante no período contratual seguiu estritamente os ditames legais, ou seja, o reclamante sempre usufruiu do intervalo de 01 (uma) hora para descanso e refeição. Em razão do exposto, não merece ser acolhido o pedido do reclamante. 4. DANO MORAL Não é verdade quando alega na exordial que foi ofendido por seu superior hierárquico diante de vários integrantes de sua equipe. Na verdade houve uma discussão entre o reclamante e o seu superior, visto que por diversas vezes o autor desrespeitou as ordens dadas pelo Sr. Abilio. No dia anterior à

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data da efetiva demissão, o reclamante desacatou o Sr. Abilio com palavras de baixo calão quando foi perguntado sobre um trabalho que o mesmo deveria ter realizado. Estressado, o reclamante se exaltou diante de todos, provocando a ira do seu superior que lhe disse que estaria demitido em face dos acontecimentos. Portanto, se houve qualquer tipo de agressão, esta partiu do reclamante e não do seu superior hierárquico. Impugna-se a pretensão do autor, neste sentido. 5. REVERSÃO DA JUSTA CAUSA – RESCISÓRIAS – MULTA ART. 477 CLT – MULTA ART. 467 CLT – MULTA DO FGTS 40% - SEGURO DESEMPREGO O reclamante desacatou o seu superior imediato diante de vários funcionários dentro das dependências da empresa. O Sr. Abilio lhe demitiu por justa causa em face do ocorrido. Em razão do exposto, não merece ser afastada a justa causa aplicada. As demais parcelas requeridas seguem a mesma sorte, visto que estão vinculadas ao regime demissional imposto ao reclamante. Pelo indeferimento do pedido. 7. HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS Em face da improcedência requerido dos itens anteriores, os honorários devem ser rejeitados. REQUERIMENTO Nessas condições, requer seja julgado improcedente a reclamatória proposta pela reclamante. Requer, por derradeiro, provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente oitiva de testemunhas, juntadas de novos documentos, depoimento pessoal do reclamante sob pena de confissão quanto à matéria de fato.

Nestes termos Pede deferimento. XXXXXXXX, ... de ... de 2014. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

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 7 ‐ SENTENÇA DE 1º GRAU 

P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO

2a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX. PROCESSO Nº RT 1.001/2013

Termo de Audiência

Aos 10 dias do mês de ... de 2014, às 14h40min, na sala de audiência desta vara do trabalho, sob a presidência do Exmo. Sr. Juiz do Trabalho Dr. XXXXXXXXX, foram apregoados os litigantes: XXXXXXXXXXXXXX, reclamante e XXXXXXXXXXXXXX, reclamada.

S E N T E N Ç A

Vistos e examinados os autos, decide-se:

1. EQUIPARAÇÃO SALARIAL O reclamante requereu na petição inicial a equiparação salarial

com o paradigma Sr. José, sob a alegação de que a partir de 01/02/2012 até o encerramento do contrato, substituiu o paradigma passando a exercer a função de coordenador de equipe.

O Réu negou o fato, informando na defesa que tal alteração

contratual jamais aconteceu e que o reclamante jamais deixou de exercer a função de auxiliar administrativo.

Foram ouvidas algumas testemunhas que faziam parte das

equipes comandadas pelo Sr. José. Uma foi desqualificada por este juízo por ter envolvimento pessoal com os donos da empresa e seu depoimento por certo se tornou tendencioso. Os demais testemunhos chamaram a atenção pelos detalhes e porque em vários pontos são convergentes. As testemunhas alegam que receberam ordens por parte do reclamante após o afastamento do Sr. José, tendo o reclamante por diversas oportunidades se deslocado com as equipes e coordenado as mesmas. As testemunhas

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informaram, ainda, que o reclamante dispunha de uma grande capacidade de controle e coordenação das equipes, sem se indispor em momento algum com qualquer integrante da equipe, e, sempre os trabalhos foram realizados a contento com relação aos clientes, que por várias oportunidades elogiaram a aplicação e o esmero com que as equipes efetivavam os serviços. Afirmaram, ainda, que os trabalhos em domingos e feriados eram constantes, para que não houvesse atraso na entrega dos trabalhos, sempre com a presença do reclamante nos locais de trabalho. Sempre que chegavam ao trabalho, por volta das 07:45 horas, o reclamante já se encontrava trabalhando e quando saiam, por volta das 22:30 ou 23:00 horas ou mais, o reclamante permanecia no local de trabalho até o fechamento de todas as operações.

Em razão das provas testemunhais, restou efetivamente

evidenciado que o reclamante exerceu as funções do paradigma no período informado, fazendo jus à equiparação requerida na exordial.

Isto posto, resta devida a diferença salarial pleiteada pelo autor,

devendo o salário ser equiparado a partir de 01/02/2012 até a data da demissão. As diferenças serão com base nos recibos de pagamentos colacionados aos autos (reclamante e paradigma).

Reflexos sobre: horas extras, domingos e feriados, aviso prévio,

13º salários, férias, terço de férias e fgts. Defiro o pedido. 2. HORAS EXTRAS – DOMINGOS E FERIADOS –

ADICIONAL NOTURNO E REFLEXOS: A prova testemunhal comprovou que a jornada de trabalho se

estendeu bem mais do que aquele informada pelo réu em sua contestação. Em face do exposto, reconheço como cumprida a jornada

informada pelo reclamante na petição inicial, visto que, de acordo com a oitiva das testemunhas o réu faltou com a verdade com relação à jornada efetivamente praticada pelo reclamante no período a partir de 01/02/2012.

Isto posto, defere-se o pagamento das horas extras (excedentes da

8ª diária e 44ª semanal), com adicional de 50% e divisor 220. Devidos, ainda, os domingos e feriados laborados, ou seja, 01

domingo por mês e todos os feriados do período, a partir de 01/02/2012. Adicional de 100% e divisor 220.

Como prestou jornada em horário noturno, resta devido o

adicional noturno, devendo para tanto ser considerado nos cálculos a redução da hora noturna bem como o adicional na ordem de 20%. Divisor 220.

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As parcelas ora deferidas geram diferenças reflexas sobre:

RSR´s, aviso prévio, 13os salários, férias, abono de férias e FGTS. 3. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 71 DA CLT A jornada praticada pelo reclamante foi aquela informada na

petição inicial, de acordo com os depoimentos colhidos nos autos. Portanto, resta devido em favor do autor 30 minutos diários a

título de violação intervalar, visto que no período contratual usufruiu de apenas 30 minutos diários para efeito de descanso e refeição.

Defere-se, portanto, o requerido a tal título na prefacial, com

reflexos sobre: repousos semanais remunerados, aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS.

4. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO De acordo com as CCT´s trazidas aos autos, a partir de

01/04/2012, período em que o reclamante completou 01 (um) ano na empresa, resta devido o ATS na ordem de R$ 120,00 por mês.

Acolho o pedido, neste sentido. 5. DANO MORAL Embora houvesse testemunho confirmando alguns fatos da

discussão havida entre o reclamante e o seu superior hierárquico, entendo que não houve violação à integridade física ou moral do reclamante.

De acordo com exposto, parece que houve agressão mútua, não

ficando claro quem teria iniciado as ofensas. Deste modo, não há como prosperar a intenção autoral. Rejeito. 6. JUSTA CAUSA - REVERSÃO De acordo com as provas testemunhais produzidas nos autos, o

reclamante teria desrespeitado o seu superior hierárquico, com xingamentos e ameaças de agressão física.

Em face do exposto, não acolho o pedido de reversão da justa

causa.

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Consequentemente, rejeito os demais pedidos: verbas rescisórias, multa do art. 477 da CLT, multa do art. 467 da CLT, multa fundiária e seguro desemprego.

7. HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS O reclamante está assistido por advogado sindical, o qual foi

devidamente qualificado e identificado nos autos. Fixo os honorários em 15% sobre o valor da condenação. CONCLUSÃO

Ante o exposto, decidiu a XX Vara do Trabalho de XXXXX,

ACOLHER TOTALMENTE os pedidos formulados por XXXXXXXXXXXX, reclamante, e, desta forma, condenar, XXXXXXXXXXXXXXXX, reclamada, a pagar, no prazo legal, conforme fundamentação que passa a fazer parte integrante deste dispositivo, bem como todas as diretrizes nela traçadas, para todos os efeitos legais, as verbas e determinações deferidas.

LIQUIDAÇÃO POR CÁLCULOS. Custas pela reclamada no importe de R$ 100,00, calculadas sobre

o valor provisoriamente arbitrado à condenação de R$ 5.000,00, sujeitas à complementação.

INTIMEM-SE AS PARTES. Cumpra-se no prazo legal. Nada mais. XXXXXXXXXXXXXXXXXXX Juiz Presidente

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 8 – ACÓRDÃO – DECISÃO DO RECURSO ORDINÁRIO ‐ TRT 

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA XX REGIÃO

CERTIDÃO DE JULGAMENTO Processo TRT-XX-RO-1001/2013 CERTIFICO que, em sessão realizada nesta data, sob a presidência do

Exmo. Juiz XXXXXXXXXXXXXX, presentes os senhores Juízes: XXXXXXXXXXXX, XXXXXXXXXXX, XXXXXXXXXXXXX e o Representante do Ministério Público do Trabalho, Dr. XXXXXXXXXXXXX, RESOLVEU a 1a Turma do Tribunal Regional do Trabalho, por unanimidade de votos, CONHECER DO RECURSO ORDINÁRIO PROPOSTO PELO RECLAMANTE bem como DO RECURSO ORDINÁRIO PROPOSTO PELO RÉU para, no mérito, sem divergência de votos, DENEGAR O RECURSO DO RÉU e DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO DO RECLAMANTE para: a) determinar o pagamento integral de 01 hora diária a título de violação intervalar, com os reflexos já declinados pela r. sentença primeira, nos termos do entendimento do TST; b) ficou provado nos autos os maus tratos contra o reclamante, restando devido o dano moral requerido nos termos da exordial; c) resta devida a reversão da justa causa em favor do obreiro, juntamente com: verbas rescisórias; d) restam acolhidas as multas dos artigo 467 e 477 da CLT em favor do reclamante; e) em razão da reversão da justa causa, deverá o réu pagar de forma direta a multa de 40% do FGTS sobre os depósitos fundiários realizados no período contratual em favor do reclamante, mantendo-se a condenação nos demais termos e reflexos postulados.

Certifico e dou fé. Curitiba, ... de ... de 2013. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX Secretário da 1a Turma

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 9 – DESPACHO DETERMINANDO A ELABORAÇÃO DE CÁLCULOS 

P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO 2a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX. PROCESSO No. RT 1.001/2013

Em face do trânsito em julgado do presente caso, nomeio o Perito ....., para que em 10 dias apresente os cálculos de liquidação.

Juiz do Trabalho. xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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 10 ‐ COMENTÁRIOS 

Após o trânsito em julgado da sentença, finda-se a fase recursal e inicia-se a fase de liquidação de sentença. Esta é a fase da apresentação dos cálculos trabalhistas, fase da quantificação do valor devido ao reclamante. Neste momento do processo o Juiz poderá remeter o caso ao reclamante para que apresente seus cálculos, abrindo prazo ao reclamado para conferir a conta e impugná-la, de forma fundamentada, se considerá-la incorreta. O Juiz poderá também enviar o caso diretamente a um perito por ele designado, abrindo prazo para as partes efetuarem a conferência dos cálculos, podendo cada uma das partes (reclamado e reclamante) apresentarem sua manifestação contrária aos cálculos periciais, de forma fundamentada. O presente caso foi enviado ao perito do Juízo para a elaboração da conta. O cálculo foi homologado pelo Juízo que abriu prazo para as partes apresentarem embargos ou impugnação aos cálculos.

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 11 – APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS PELO PERITO JUDICIAL 

EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXX

AUTOS.: 1.001/2001

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Perito designado para a realização dos cálculos de liquidação, vem à presença de V. Exa., seguindo o que restou determinado no despacho de fls. ... dos autos, apresentar seus cálculos de liquidação de acordo com as diretrizes traçadas nos autos.

Requer, ainda, sejam arbitrados os honorários

periciais por Vossa Excelência. Em ... de ... de ... xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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 12 – PRAZO PARA EMBARGOS/IMPUGNAÇÃO AOS CÁLCULOS 

P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO

2a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX. PROCESSO No. RT 1.001/2013

Prazo para embargos à execução 5 dias a contar da garantia do Juízo. Após, ao reclamante para contraminutar os embargos do réu e, se for o caso, que apresente sua impugnação aos cálculos ofertados pelo Perito. As partes devem observar os prazos Legais.

Juiz do Trabalho. xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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 13 – EMBARGOS À EXECUÇÃO PELO RÉU 

EXMO. SR. JUIZ TITULAR DA 2ª VARA DO TRABALHO DE ..... Autos.: 1.001/2013 xxxxxxxxxxxxxxx (reclamado), por seu advogado adiante firmado, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista, promovida por xxxxxxxxxxxxxxxxx (reclamante), vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa., por seu procurador judicial, infra firmado, para opor EMBARGOS À EXECUÇÃO, na forma do Art. 884 da CLT, combinado com todas as demais disposições legais pertinentes à matéria, motivo pelo qual pede vênia a V. Exa. para expor e no final requerer o que segue:

1) – MULTA FUNDIÁRIA SOBRE

PARCELAS DEFERIDAS:

Não merecem prosperar os cálculos do Sr. Perito quanto aos reflexos das parcelas deferidas na presente reclamatória sobre a multa de 40% do FGTS.

Ocorre que o deferimento sentencial limitou os reflexos,

tão-somente ao FGTS e não sobre a multa, senão vejamos: “Reflexos sobre: horas extras, domingos e feriados, aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e fgts.” O v. acórdão, por outro lado, ao reformar a r. sentença

primeira, determinou apenas o pagamento da multa fundiária na ordem de 40%, tão-somente, sobre os recolhimentos realizados no período contratual.

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Destaca-se, ainda, que não houve reforma com relação aos

reflexos inerentes às parcelas salariais deferidas pelo Juízo de primeiro grau, mas, somente o pagamento direto da multa fundiária, calculada com base nos depósitos realizados.

Está absolutamente claro que o comando sentencial

determinou o pagamento de reflexos apenas no FGTS (8%) e não sobre FGTS acrescido da multa de 40%.

Isto posto, requer-se a retificação dos cálculos

apresentados pelo Sr. Perito, devendo para tanto o mesmo proceder a exclusão da multa fundiária, para efeito de cálculo dos reflexos inerentes a todas as parcelas salariais deferidas, permanecendo apenas o FGTS na ordem de 8% sobre as referidas diferenças.

Pela reforma. 2) REFLEXOS DOS RSR´s INERENTES

ÀS HORAS EXTRAS, DOMINGOS/FERIADOS, ADICIONAL NOTURNO E VIOLAÇÃO INTERVALAR SOBRE AS DEMAIS PARCELAS REFLEXAS:

O Sr. Perito integrou, indevidamente, os valores reflexos

inerentes aos DSR´s, para efeito de cálculo das demais parcelas reflexas. O comando sentencial determinou que somente o principal

das parcelas deferidas sob os títulos de horas extras, domingos/feriados, adicional noturno e violação intervalar é que deve gerar reflexos sobre as demais parcelas reflexas (aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS 8%). Não incluiu para efeito de cálculo os RSR´s, senão vejamos:

“As parcelas ora deferidas geram diferenças reflexas sobre: RSR´s, aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS”. Em momento algum o título executivo acresce os RSR´s

para efeito de cálculo das demais parcelas reflexas (aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS). Para isso o texto sentencial deveria conter o termo “e com estes”, senão vejamos: “reflexos sobre RSR´s, e com estes sobre: aviso prévio, 13º salário, férias, terço de férias e FGTS”.

Isto posto, requer-se a retificação da conta apresentada

pelo Sr. Contador, devendo para tanto o mesmo proceder a exclusão dos RSR´s advindos das parcelas deferidas a título de Horas Extras, Domingos/Feriados, Adicional Noturno e Violação Intervalar, para efeito de cálculo das demais parcelas reflexas: aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS%.

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Pela reforma. 3) REFLEXOS DAS DIFERENÇAS

SALARIAIS SOBRE A VIOLAÇÃO INTERVALAR E ADICIONAL NOTURNO:

Em momento algum dos autos houve determinação

expressa para que as parcelas salariais por equiparação, integrassem a base de cálculo da violação do artigo 71 da CLT bem como do adicional noturno, senão vejamos:

“Reflexos sobre: horas extras, domingos e feriados, aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e fgts”. Este, entretanto, não foi o entendimento do Sr. Contador,

quando da elaboração da conta, visto que, como demonstram os quadros de fls. ... e ..., dos autos, considerou na base de cálculo das referidas parcelas os valores deferidos a título de diferenças salariais para o período de 01/02/2012 em diante.

Isto posto, requer-se a retificação dos cálculos, neste

sentido. 4) ADICIONAL POR TEMPO DE

SERVIÇO – INTEGRAÇÕES E REFLEXOS: Em momento algum dos autos houve determinação

expressa para que o ATS integrasse a base de cálculo das parcelas deferidas nos autos (horas extras, adicional noturno, domingos/feriados e violação intervalar). Também não há determinação para o cálculo dos reflexos sobre aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS, senão vejamos:

“De acordo com as CCT´s trazidas aos autos, a partir de 01/04/2012, período em que o reclamante completou 01 (um) ano na empresa, resta devido o ATS na ordem de R$ 120,00 por mês”. De acordo com o comando sentencial transcrito acima,

somente o principal foi deferido a título de ATS, sem qualquer integração ou reflexos nas demais parcelas.

Isto posto, requer-se a retificação dos cálculos, devendo

para tanto o Sr. Contador, excluir da base de cálculo das parcelas deferidas (horas extras, adicional noturno, domingos/feriados e violação intervalar, os valores calculados a título de ATS. Os reflexos sobre aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS, também devem ser excluídos da conta.

Pela reforma.

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5) DANO MORAL O v. acórdão acolheu o pedido do reclamante com relação

ao dano moral, deferindo em favor deste nos termos requeridos na exordial. Na exordial o autor requereu o valor do dano na ordem de

100 vezes a maior remuneração paga ao reclamante, senão vejamos: “Diante do exposto, em face dos danos causados contra o reclamante na presença de diversas pessoas dentro das instalações da empresa, requer-se o pagamento de danos morais na ordem de 100 vezes a maior remuneração paga ao reclamante”. De acordo com o pedido formulado, a maior remuneração

paga ao reclamante no período contratual foi R$ 1.000,00, perfazendo o total da parcela na ordem de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e não R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais), como posto nos cálculos periciais.

Vale lembrar os efeitos da limitação imposta pelo próprio

reclamante quando da elaboração do pedido. Isto posto, requer-se a retificação dos cálculos, devendo

para tanto o Sr. Perito ater-se aos limites do pedido, ou seja, R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Pela reforma. REQUERIMENTO À vista do exposto, requer-se, assim, que essa MM.

Junta, receba os presentes Embargos à Execução, considerando subsistentes as suas razões para, julgando-as procedentes, determinar a correção da conta homologada, em face dos critérios constantes no bojo desta fundamentação. E assim fazendo, estar-se-á distribuindo às partes, a mais salutar justiça.

Nestes Termos, Pede Deferimento. Curitiba, .. de ... de .... XXXXXXXXXXXXXXXXXX OAB XXXXX

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 14 – CÁLCULOS – EMBARGOS À EXECUÇÃO  

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15   ‐   IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO 

EXMO. SR. JUIZ TITULAR DA 2ª VARA DO TRABALHO DE XXXXXXX

Processo........: RT 1.001/2013 XXXXXXXXXXX (Reclamante), por seu advogado adiante firmado, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, de reclamação trabalhista promovida contra XXXXXXXXX (Reclamado), em fase de execução de sentença, vem, mui respeitosamente, à presença de V. Exa. Para apresenta IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO, motivo pelo qual pede vênia a V. Exa. para expor e no final requerer o que segue:

HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS

A r. sentença primeira determinou o pagamento dos

honorários assistenciais na ordem de 15% sobre o total da condenação. Observa-se nos cálculos elaborados pelo Sr. Perito que tal

determinação não foi cumprida. Requer-se, deste modo, a reforma dos cálculos, devendo

para tanto o Sr. Perito acrescer aos cálculos os honorários assistenciais determinados nos autos na ordem de 15% sobre o total da condenação.

Pela reforma.

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REQUERIMENTO

À vista do exposto, requer-se a reforma dos cálculos

periciais.

Nestes Termos, Pede Deferimento. Em ... de ... de ... XXXXXXXXXXXXXXXX OAB XXXXXX

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 16 ‐ SENTENÇA DE EMBARGOS À EXECUÇÃO E IMPUGNAÇÃO À SENTENÇàDE LIQUIDAÇÃO 

P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO

2a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX. PROCESSO No. RT 1.001/2013

Termo de Audiência

Aos .. dias do mês de ... de 2013, às ..h..min, na sala de audiência desta vara do trabalho, sob a presidência do Exmo. Sr. Juiz do Trabalho Dr. XXXXXXXXX, foram apregoados os litigantes: XXXXXXXXXXXXXX, reclamante e XXXXXXXXXXXXXX, reclamada.

SENTENÇA DE EMBARGOS À EXECUÇÃO

Vistos e examinados os embargos propostos pelo Réu, decide-se:

1) Multa Fundiária Sobre Parcelas Deferidas

Com razão o Réu quanto ao cálculo elaborado pelo Sr. Perito a título de multa do FGTS 40% sobre parcelas deferidas nos autos.

Ocorre que em nenhum momento dos autos houve

determinação expressa para que a multa fundiária fosse calculada sobre as parcelas deferidas.

O v. acórdão limitou o cálculo da multa de 40% somente

sobre os depósitos fundiários. Como o reclamante não se insurgiu sobre a decisão

imposta pelo e. TRT, os cálculos elaborados pelo Sr. Perito merecem ser reformados, devendo para tanto o mesmo proceder a exclusão dos valores apresentados a título de multa de 40% do FGTS sobre os valores calculados a título de: diferenças salariais e reflexos, horas extras e reflexos, domingos/feriados e reflexos, adicional noturno e reflexos e violação intervalar e reflexos.

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Reforme-se. 2) Reflexos dos Repousos Semanais Remunerados Merece ser acolhida a manifestação patronal com relação a

matéria ventilada nos embargos à execução. Ocorre que nos cálculos apresentados, o Perito integrou,

indevidamente, os valores reflexos calculados a título de RSR´s (horas extras, adicional noturno e violação intervalar), para efeito de cálculo das demais parcelas reflexas (aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS).

Restou determinado nos autos apenas os reflexos das

parcelas principais, sem qualquer acréscimo dos RSR´s. Em face do exposto, deverá o Perito efetuar a retificação

da conta, excluindo os RSR´s (reflexos) do cálculo dos reflexos sobre as demais parcelas (aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS).

3) Integração das Diferenças Salariais Merece ser acolhida a pretensão do Réu. Ocorre que, em face da limitação imposta nos autos, as

diferenças salariais não devem integrar a base de cálculo das verbas deferidas a título de violação intervalar e adicional noturno.

Em face do exposto, deverá o Sr. Perito proceder a

exclusão dos valores inerente às diferenças salariais da base de cálculo das parcelas mencionadas acima.

Acolho. 4) ATS – Integrações e Reflexos Com razão o Réu. Não houve determinação para o cálculo das integrações ou

reflexos do ATS. Deste modo, deverá o Sr. Contador retificar a conta,

excluindo o ATS da base de todas as parcelas deferidas nos autos, bem como excluir da conta todos os reflexos apresentados a tal título sobre (aviso prévio, 13º salários, férias, terço de férias e FGTS).

Defiro.

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5) Dano Moral

Em razão da limitação imposta pelo reclamante na

exordial, o dano moral deve ser calculado com base no salário pago sem o acréscimo das diferenças salariais.

Reforme-se.

SENTENÇA DE IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO

Visto e examinada a impugnação proposta pelo Autor, decide-se:

1) HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS:

Com razão o reclamante. Observa-se nos cálculos elaborados pelo Sr. Perito que o

mesmo deixou de calcular os honorários assistenciais determinados nos autos. Isto posto, defiro o pedido do autor para reformar a conta

apresentada, devendo o Sr. Contador incluir nos cálculos os honorários na ordem de 15% sobre o total líquido da condenação.

Reforme-se.

CONCLUSÃO Ante o exposto, decida a XX Vara do Trabalho de

XXXXX, ACOLHER os embargos à execução propostos pelo Réu bem como a impugnação autoral.

INTIMEM-SE AS PARTES. Cumpra-se no prazo legal. Nada mais.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX Juiz Presidente

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 17   ‐   DESPACHO PROFERIDO PELO JUÍZ DE PRIMEIRO GRAU 

P O D E R J U D I C I Á R I O JUSTIÇA DO TRABALHO 2a VARA DO TRABALHO DE XXXXXX/XX. PROCESSO No. RT 1.001/2013

Ao Sr. Perito para adequação dos cálculos de liquidação.

Juiz do Trabalho. xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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 18 – APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS RETIFICADOS 

EXMO. SR. DR. JUÍZ TITULAR DA __ VARA DO TRABALHO DE XXXXXX

AUTOS.: 1.001/2013

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Perito designado para a apresentação dos cálculos de liquidação devidamente retificados, de acordo com as decisões e determinações contidas nos autos.

Em ... de ... de 2015. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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 19   ‐   CÁLCULOS RETIFICADOS PELO PERITO 

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 20   ‐   CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Após o refazimento dos cálculos pelo Perito, devidamente adequado às determinações contidas na sentença de embargos à execução e sentença de liquidação, o Juiz abre novo prazo para que as partes falem sobre a retificação da conta. Como no presente caso houve a concordância aos cálculos readequado, apresentados pelo Perito Judicial, ocorreu o encerrando o caso. O valor apresentado pelo Perito é atualizado pela Vara até a data do saque, se houver diferença o réu deverá complementar o pagamento. Para os profissionais que estão ingressando na área, a sugestão é que estejam sempre se reciclando, observando as jurisprudências que envolvem cada assunto, tendo sempre ao lado uma CLT comentada e atualizada, ferramentas adequadas à realização dos cálculos, sites de informações, sistemas que auxiliem e agilizem na confecção dos cálculos. O bom profissional deve interagir sempre com a parte que o contratou, seja ele o advogado, o reclamante, a empresa ou até mesmo o Juiz (perito).