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  MÓDULO PORTUGUÊS E REDAÇÃO – Português - Prof. Eduardo Sabbag - Redação MÓDULO PORTUGUÊS E REDAÇÃO Disciplina: Português Prof. Eduardo Sabbag Redação MATERIAL DE APOIO – PROFESSOR MATERIAL DE AULA CURSO DE PORTUGUÊS APLICADO (2011.1) PROF. EDUARDO SABBAG REDE LFG/ANHANGUERA TEMA 1: TEMA CRÍTICO (COM IMAGEM E T EXTOS) Questionar o que nos é i mposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si e à possível dignidade. Pensar é transgredir. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. (Adaptado de: Pensar é transgredir, Lya Luft.) A redação deverá ser dissertativa e versar sobre o tema: A TRANSGRESSÃO faz parte das ações humanas, ou ela pode ser entendida como violação às normas? Para escrevê-la, analise com atenção o tema proposto, defina seu ponto de vista e escolha argumentos consistentes que lhe deem sustentação. As referências apresentadas a seguir têm o propósito de auxiliá- lo na contextualização do assunto em que se insere o tema. Transgressão significa a ação humana de atravessar, exceder, ultrapassar , noções que pressupõe a existência de uma norma que estabelece e demarca limites. Seu significado transitou da esfera geográfica, na qual fixava o limite para as águas do mar, à concepção ético-filosófica, que abriga desde preceitos morais e religiosos até as leis do Estado. Daí, as contraposições entre bem e mal, mandamento e pecado, código e infração... Ensinar o respeito ao modus operandi  das sociedades e de seus sistemas tem sido o papel de pais e educadores ao longo da história. Mas todos também aprenderam que “adaptar-se” é conformar-se, acomodar-se. Nas ações criativas humanas, transgressor e transgredido tendem a confundir-se. Por essa razão, o ato criador não se processa em série, como uma linha de montagem predeterminada. O criador/transgressor é o agente solitário que opera a superação de si mesmo na ruptura com o mundo que o cerca. Cada um, ao buscar, ao inventar, ao tentar o “ainda-não-ousado”, o novo, incorre em transgressão, não como subversão da ordem, mas como implementação, como criação. Transgressão e antitransgressão movimentam-se igualmente quando se trata de suprir carências no atendimento das condições de bem-estar i ndividuais ou coletivas. Considere o exemplo abaixo.

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MDULO PORTUGUS E REDAO Disciplina: Portugus Prof. Eduardo Sabbag Redao

MATERIAL DE APOIO PROFESSOR

MATERIAL DE AULA CURSO DE PORTUGUS APLICADO (2011.1) PROF. EDUARDO SABBAG REDE LFG/ANHANGUERA

TEMA 1: TEMA CRTICO (COM IMAGEM E TEXTOS) Questionar o que nos imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si e possvel dignidade. Pensar transgredir. Escapar, na liberdade do pensamento, desse esprito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja l no que for. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, no escutaremos o rumor do vento nas rvores do mundo. (Adaptado de: Pensar transgredir, Lya Luft.) A redao dever ser dissertativa e versar sobre o tema: A TRANSGRESSO faz parte das aes humanas, ou ela pode ser entendida como violao s normas?

Para escrev-la, analise com ateno o tema proposto, defina seu ponto de vista e escolha argumentos consistentes que lhe deem sustentao. As referncias apresentadas a seguir tm o propsito de auxililo na contextualizao do assunto em que se insere o tema.

Transgresso significa a ao humana de atravessar, exceder, ultrapassar, noes que pressupe a existncia de uma norma que estabelece e demarca limites. Seu significado transitou da esfera geogrfica, na qual fixava o limite para as guas do mar, concepo tico-filosfica, que abriga desde preceitos morais e religiosos at as leis do Estado. Da, as contraposies entre bem e mal, mandamento e pecado, cdigo e infrao... Ensinar o respeito ao modus operandi das sociedades e de seus sistemas tem sido o papel de pais e educadores ao longo da histria. Mas todos tambm aprenderam que adaptar-se conformar-se, acomodar-se. Nas aes criativas humanas, transgressor e transgredido tendem a confundir-se. Por essa razo, o ato criador no se processa em srie, como uma linha de montagem predeterminada. O criador/transgressor o agente solitrio que opera a superao de si mesmo na ruptura com o mundo que o cerca. Cada um, ao buscar, ao inventar, ao tentar o ainda-no-ousado, o novo, incorre em transgresso, no como subverso da ordem, mas como implementao, como criao. Transgresso e antitransgresso movimentam-se igualmente quando se trata de suprir carncias no atendimento das condies de bem-estar individuais ou coletivas. Considere o exemplo abaixo.

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IOTTI. Zero Hora, 10 de set. 2004.

Atitudes como essas indicam que todos somos potencialmente transgressores, pois cada um est, enquanto defensor de seu bem estar, em rota de coliso com a comunidade. Atos como esses podem explicar, por exemplo, a sonegao de impostos, mas tambm esto na base de movimentos de indignao contra a m aplicao de recursos pblicos e nas manifestaes de defesa do meio ambiente.

Leia com ateno as instrues a seguir: sua redao dever ter extenso mnima de 30 linhas, excluindo o ttulo aqum disso, ela no ser avaliada -, e mxima de 50 linhas, considerando letra de tamanho regular. O lpis poder ser usado somente para rascunho; ao transcrever sua redao para a folha definitiva, faa-o com letra legvel, usando caneta.

GABARITO PROPOSTO PELO PROF. SABBAG TEMA 1: TEMA CRTICO (COM IMAGEM E TEXTOS) Questionar o que nos imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si e possvel dignidade. Pensar transgredir. Escapar, na liberdade do pensamento, desse esprito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja l no que for. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, no escutaremos o rumor do vento nas rvores do mundo. Adaptado de: Pensar transgredir, Lya Luft. Tema da transgresso: Quando a proposta do concurso trouxer vrios textos, devemos l-los mais de uma vez, extraindo a ideia-ncleo de cada um. Este o PRIMEIRO PASSO.

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O SEGUNDO PASSO ser organiz-las na estrutura dissertativa (introduo, desenvolvimento e concluso). O TERCEIRO PASSO ser a demarcao do tema e do objetivo (vou falar sobre/TEMA e pretendo provar que/OBJETIVO). QUARTO PASSO: fazer rascunho. QUINTO PASSO: indicar o ttulo. LTIMO PASSO: transcrever a redao para a folha original. A DISSERTAO NA PRTICA PRIMEIRO PASSO: Ideia-ncleo: pensar transgredir, entendendo-se essa transgresso como a possibilidade transgressiva que visa ao engajamento no sistema. Esta transgresso fruto da racionalidade demarcatria do real, livrando-nos do quarto escuro da alienao, o que permitir escutar, pelo vento da racionalidade as rvores do mundo. (...) Transgresso significa a ao humana de atravessar, exceder, ultrapassar, noes que pressupe a existncia de uma norma que estabelece e demarca limites. Seu significado transitou da esfera geogrfica, na qual fixava o limite para as guas do mar, concepo tico-filosfica, que abriga desde preceitos morais e religiosos at as leis do Estado. Da, as contraposies entre bem e mal, mandamento e pecado, cdigo e infrao... Ideia-ncleo: o ato de transgredir, na acepo de atravessar, ultrapassar, representa a transposio de limites predeterminados. Historicamente a transgresso serviu para indicar a transposio do bem para o mal, do mandamento para o pecado. Ensinar o respeito ao modus operandi das sociedades e de seus sistemas tem sido o papel de pais e educadores ao longo da histria. Mas todos tambm aprenderam que adaptar-se conformar-se, acomodar-se. Ideia-ncleo: o ato de transgredir, significando a transposio de limites, poder levar o possvel transgressor a refletir se sua atitude deve ser evitada. Nessa medida no se recomenda transgredir normas de conduta (ultrapassar o sinal vermelho no trnsito, agredir outrem etc.). Da se pode inferir que pensar no transgredir. Nas aes criativas humanas, transgressor e transgredido tendem a confundir-se. Por essa razo, o ato criador no se processa em srie, como uma linha de montagem predeterminada. O criador/transgressor o agente solitrio que opera a superao de si mesmo na ruptura com o mundo que o cerca. Cada um, ao buscar, ao inventar, ao tentar o ainda-no-ousado, o novo, incorre em transgresso, no como subverso da ordem, mas como implementao, como criao. Ideia-ncleo: o transgressor, quando busca superar-se a se mesmo, rompendo com o ainda-noousado, mostra que o ato de transgredir significa criar, descobrir, implementar. Transgresso e antitransgresso movimentam-se igualmente quando se trata de suprir carncias no atendimento das condies de bem-estar individuais ou coletivas.

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Ideia-ncleo: o ato de transgresso de um sonegador, por exemplo, atende a interesses individuais, contra o mandamento tico e jurdico de que todos devem pagar o tributo. Por sua vez, o ato de transgresso de um cientista atende a interesses coletivos, contra o propsito egostico de satisfao de interesses individuais. Assim, todos somos potencialmente transgressores e, enquanto homenageamos interesses particulares, entramos em rota de coliso com o interesse coletivo. Da aparecerem comportamentos como a sonegao de impostos, a desobedincia ao semforo, indicando uma presumvel primazia do interesse particular perante o interesse coletivo. A DISSERTAO NA PRTICA SEGUNDO PASSO E OUTROS: DESENHO DA REDAO: 1 Pargrafo: - Idia ncleo: mostrar que a transgresso faz parte das aes humanas, uma vez que somos potencialmente transgressores, no servindo apenas para indicar, no plano cartesiano, a transposio de limites. Pargrafos de desenvolvimento: 1. Transgresso significa pensar alienado. racionalidade engajamento no se comportar como

2. A propsito, a transgresso pensamento de criao, de inovao, quando se descobrem curas, frmulas, vacinas etc. 3. Transgresso = no pensar rota de coliso com os interesses coletivos sonegar o que desrespeita as leis de trnsito. Pargrafo de concluso: - Retomada da tese: transgredir pensar e no pensar.

TEMA 2: TEMA CRTICO (COM IMAGEM)

Considere o trabalho de Barbara Kruger, reproduzido abaixo. Identifique seu tema e, sobre ele, redija uma dissertao, na folha a ela destinada, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema. A redao deve ser feita com caneta azul ou preta. Na avaliao de sua redao, sero considerados:

a) clareza e consistncia dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto; b) coeso e coerncia do texto; c) domnio do portugus padro. Ateno: A Banca Examinadora aceitar qualquer posicionamento ideolgico do candidato.

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Sem ttulo (Compro, logo Existo), de Barbara Kruger (In: Mais! Folha de S. Paulo, 02/11/2003.)

TEMA 3: TEMA CRTICO (DE ATUALIDADE), COM FRASES (UEL) A preguia a me do progresso; se o homem no tivesse preguia de caminhar, no teria inventado a roda. (A frase do escritor Mrio Quintana. Trata-se apenas de um pensamento bem-humorado ou de uma antiga verdade, que a tecnologia moderna vem confirmando?)

REDAO GABARITADA DO PROF. SABBAG

A ideia de que a preguia a me do progresso mostra-se convincente, na medida em que o ser preguioso tende a buscar sua evoluo em recursos de facilitao, que so ofertados por inovaes tecnolgicas.

A sensao de preguia , em princpio, um empecilho tomada de decises que deflagrariam mudana do status quo. De fato, quando se tem tal sensao, sobressai o desejo de nada fazer. Curiosamente, a procura de meios que facilitem a obteno de resultados ser capaz de transformar a esttica preguia em dinmica preguia-progresso. O ato de progredir, ao propiciar a mudana de direo, ser responsvel pela evoluo do ser. semelhana da me que gera o filho, a preguia poder ser o elemento provocador do progresso. Assim, muitas rodas do futuro ainda sero descobertas por conta daquela preguiaprogresso, na busca constante do bem estar oferecido pelas inovaes tecnolgicas.

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TEMA 4: TEMA ABSTRATO (TEXTO, FRASE, POEMA E IMAGEM) Leia atentamente os textos e observe bem a foto.

I.

O olhar que capta tantas imagens, o olhar que depara com as mltiplas telas da mdia telaspainis, telas-letreiros, telas-televisores, telas-games, telas-monitores esse olhar educado pela e para a velocidade, saber ainda deter-se? Saber fechar-se, para deixar refletir? Algum antigo j disse: Os olhos so o espelho da alma. Sero ainda? Ou converteram-se em espelhos famintos das imagens velozes do mundo imagens que imaginavam devorar, mas que talvez os devorem? (Celso de Oliveira, indito)

II. Nos dias de neblina intensa muito difcil perceber se faz mau tempo. (Millr Fernandes)

III. Vem, farol tmido, dizer-nos que o mundo de fato restrito, cabe num olhar. (Carlos Drummond de Andrade)

IV.

Os textos e a foto podem ser relacionados em funo de um mesmo tema: o olhar. Redija uma dissertao na qual, considerando as ideias dos textos e a sugesto da foto, voc exponha seu ponto de vista sobre o tema indicado.

GABARITO SUGERIDO PELO PROF. SABBAG Leia atentamente os textos e observe bem a foto.

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I.

O olhar que capta tantas imagens, o olhar que depara com as mltiplas telas da mdia telaspainis, telas-letreiros, telas-televisores, telas-games, telas-monitores esse olhar educado pela e para a velocidade, saber ainda deter-se? Saber fechar-se, para deixar refletir? Algum antigo j disse: Os olhos so o espelho da alma. Sero ainda? Ou converteram-se em espelhos famintos das imagens velozes do mundo imagens que imaginavam devorar, mas que talvez os devorem? (Celso de Oliveira, indito)

Idia ncleo: a velocidade da informao se destina a olhares superficiais, famintos de cores e de imagens superpostas, como um espetculo visual. Este olhar pouco reflexivo produto da alienao imposta pelo sistema, que manipuladoramente tacha-o de devorador, sendo, na verdade, devorado. Portanto, se os olhos so o espelho da alma e com isso concordamos , dos olhares poucos reflexivos originaro almas manipulveis, com pouca racionalidade e muita alienao. II. Nos dias de neblina intensa muito difcil perceber se faz mau tempo. (Millr Fernandes) Idia ncleo: a neblina intensa da alienao impede que se enxergue o real-racional, ou seja, se h bom ou mau tempo na realidade investigvel. O olhar que olha apenas v a neblina da inconscincia, impedindo a completa observao do caminho a ser seguido. O olhar que enxerga v com reflexo, sob a irradiao de luminosidade que a racionalidade proporciona. III. Vem, farol tmido, dizer-nos que o mundo de fato restrito, cabe num olhar. (Carlos Drummond de Andrade) Idia ncleo: o farol da conscincia do ser engajado, ainda que timidamente este se mostre em menor nmero no sistema em que se insere, far com que os fatos caibam num olhar racional, dando a exata dimenso da realidade. A realidade do ser alienado grande e complexa, no sendo por ele bem compreendida. Isso o torna vtima da neblina da inconscincia na irrealidade na qual vive. IV.

Os textos e a foto podem ser relacionados em funo de um mesmo tema: o olhar. Idia ncleo: enquanto as telas mostrarem informaes velozes que fragmentam as ideias e impedem a compreenso totalizante do mundo revelado, o olhar do observador delas ser moldado semelhana do formato limitador das telas. Este olhar apenas ver o que a tela impe a quadradalizao do olhar.

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TEMA 5: TEMA DA UNICAMP 2010 (COLETNEA DE TEXTOS E IMAGEM)

O tema geral da prova da primeira fase Geraes. A redao prope trs recortes desse tema. Coletnea de textos: A coletnea nica e vlida para as trs propostas. Leia toda a coletnea e selecione o que julgar pertinente para a realizao da proposta escolhida. Articule os elementos selecionados com sua experincia de leitura e reflexo. O uso da coletnea obrigatrio. ATENO - sua redao ser anulada se voc desconsiderar a coletnea ou fugir ao recorte temtico ou no atender ao tipo de texto da proposta escolhida.

PROPOSTA A Leia a coletnea e elabore sua dissertao a partir do seguinte recorte temtico: A relao entre geraes frequentemente caracterizada pelo conflito. Entretanto, h outras formas de relacionamento que podem ganhar novos contornos em decorrncia de mudanas sociais, tecnolgicas, polticas e culturais.

Instrues: 1. Discuta formas pelas quais se estabelecem as relaes entre as geraes. 2. Argumente no sentido de mostrar que essas diferentes formas coexistem. 3. Trabalhe seus argumentos de modo a sustentar seu ponto de vista.

APRESENTAO DA COLETNEA

1) Em toda sociedade convivem geraes diversas, que se relacionam de formas distintas, exigindo de todos o exerccio contnuo de lidar com a diferena.

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2) Para o socilogo hngaro Karl Mannheim, a gerao consiste em um grupo de pessoas nascidas na mesma poca, que viveram os mesmos acontecimentos sociais durante a sua formao e crescimento e que partilham a mesma experincia histrica, sendo esta significativa para todo o grupo. Estes fatores do origem a uma conscincia comum, que permanece ao longo do respectivo curso de vida. A interao de uma gerao mais nova com as precedentes origina tenses potencializadoras de mudana social. O conceito que aqui est patente atribui gerao uma forte identidade histrica, visvel quando nos referimos, por exemplo, gerao do ps-guerra. O conceito de gerao impe a considerao da complexidade dos fatores de estratificao social e da convergncia sincrnica de todos eles; a gerao no dilui os efeitos de classe, de gnero ou de raa na caracterizao das posies sociais, mas conjugase com eles, numa relao que no meramente aditiva nem complementar, antes se exerce na sua especificidade, ativando ou desativando parcialmente esses efeitos. (Adaptado de Manuel Jacinto Sarmento, Geraes e alteridade: interrogaes a partir da sociologia da infncia. Educao e Sociedade, Campinas, vol. 26, n. 91, p. 361-378, Maio/Ago. 2005. Disponvel em http://www.cedes.unicamp.br)

3) A partir do advento do computador, as empresas se reorganizaram rapidamente nos moldes exigidos por essa nova ferramenta de gesto. As organizaes procuraram avidamente os quadros tcnicos e os encontraram na quantidade demandada. Os primeiros quadros bem formados tiveram em geral carreiras fulminantes. Suas trajetrias pessoais foram tomadas como referncia pelos executivos mais jovens. Aqueles grandes executivos foram considerados portadores de uma viso de conjunto dos problemas empresariais, que os colocava no campo superior da administrao estratgica, enquanto o principal atributo da nova gerao passa a ser a contemporaneidade tecnolgica. Os constrangimentos advindos do choque geracional encarregaram-se de fazer esses jovens encarnarem essa caracterstica, dando a esse trunfo a maior rentabilidade possvel. Assim, exacerbaram-se as diferenas entre os recmchegados e os antigos ocupantes dos cargos. No plano simblico, toda a tica construda nas carreiras autodidatas posta em xeque no conflito que ope a tcnica dos novos executivos contra a

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lealdade dos antigos funcionrios que, no mais das vezes, perdem at a capacidade de expressar o seu descontentamento, tamanha a violncia simblica posta em marcha no processo, que no se trava simplesmente em cada ambiente organizacional isolado, mas se generaliza. (Adaptado de Roberto Grn, Conflitos de gerao e competio no mundo do trabalho. Cadernos Pagu. Campinas, vol. 13, p. 63-107, 1999.)

4) Ao longo da dcada de 1990, a renda das famlias brasileiras com filhos pequenos deteriorou-se com relao das famlias de idosos. Ao mesmo tempo, h crescentes evidncias de que os idosos aumentaram sua responsabilidade pela proviso econmica de seus filhos adultos e netos. (Ana Maria Goldani, Relaes intergeracionais e reconstruo do estado de bem-estar. Por que se deve repensar essa relao para o Brasil, pp. 211. Disponvel em http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/PopPobreza/GoldaniAnaMariaCapitulo7.pdf).

5) As relaes intergeracionais permitem a transformao e a reconstruo da tradio no espao dos grupos sociais. A transmisso dos saberes no linear; ambas as geraes possuem sabedorias que podem ser desconhecidas para a outra gerao, e a troca de saberes possibilita vivenciar diversos modos de pensar, de agir e de sentir, e assim, renovar as opinies e vises acerca do mundo e das pessoas. As geraes se renovam e se transformam reciprocamente, em um movimento constante de construo e desconstruo. (Adaptado de Maria Clotilde B. N. M. de Carvalho, Dilogo intergeracional entre idosos e crianas. Rio de Janeiro. PUC-RJ, 2007, p 52.)

6)

http://humornainformatica.blogspot.com/2008/05/videogame-para-terceira-idade.html

TEMA 6: TEMA RECORRENTE EM PROVAS DE REDAO PARA CONCURSOS PBLICOS: A QUESTO DA CORRUPO (ITA-SP) Redija uma dissertao (em prosa, de aproximadamente 25 linhas) sobre o tema: A ocasio faz o ladro?

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Para elaborar sua redao, voc poder valer-se, total ou parcialmente, dos argumentos contidos nos excertos abaixo, refutando-os ou concordando com os mesmos. No os copie. (D um ttulo ao seu texto. A redao final deve ser feita com caneta azul ou preta.)

1) (...) muito se reclama no Brasil da corrupo pblica, que vai do guardinha de trnsito ao deputado federal. A corrupo privada, no entanto, igualmente difusa e danosa, embora ningum parea escandalizar-se demais com ela. Quando vou ao Brasil, frequento jornalistas, cineastas, publicitrios, e impressionante a quantidade de histrias de corrupo privada que eles tm a contar. Na maior parte dos casos, so atravessadores que faturam uma bonificao para cada transao comercial que executam. Acredito que em outros campos de trabalho se verifiquem fatos anlogos. Se, em vez de jornalistas, cineastas e publicitrios, eu frequentasse fabricantes de parafusos ou importadores de mquinas agrcolas, acho que acabaria ouvindo o mesmo nmero de histrias de corrupo. (Diogo Mainardi. Veja, 5/7/2000.)

2) No Brasil uma pessoa j considerada honesta apenas porque medocre em sua desonestidade. (Millr Fernandes. Folha de S. Paulo, 30/7/2000.)

3) No h povos mais ou menos predispostos desonestidade. H sim, sistemas mais permissivos, mais frouxos, mais corruptos, nos quais ela encontra terreno frtil para plantar suas razes profundas o que estaria ocorrendo no Brasil. (Isto, 20/5/1992.)

4) Os excertos abaixo foram extrados da matria O bloco dos honestos, publicada em Isto de 20/5/1992, e adaptados. (A moeda na poca era o Cruzeiro.)

G. B. P. Funcionria do Metr de So Paulo Salrio mensal de Cr$ 640 mil; entre suas funes recolhe roupas doadas para os pobres. Trabalhando solitariamente numa sala, encontrou US$ 400* no bolso de um casaco que lhe foi entregue. Passou o dinheiro a seu chefe, que aguarda o verdadeiro dono. (*) US$ 400 correspondia a um pouco mais que o dobro do salrio da funcionria, na poca.

C. A. Camareira de hotel Ganha mensalmente Cr$ 390 mil, trabalhando 10 horas por dia. Entrega gerncia dlares, relgios e joias esquecidos pelos hspedes. Sua receita para a honestidade no dar chance tentao.

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H. H. F. Fiscal Aduaneiro Cr$ 3 milhes de salrio mensal, fiscalizando a fronteira Brasil-Paraguai. Por suas mos passam diariamente US$ 10 milhes em guias de exportao. Irredutvel, declara: A corrupo no compensa, tampouco constri.

J. A. S. Engenheiro Salrio de Cr$ 2 milhes por ms, examinando loteamentos fora da lei. J interditou mais de 60 empreendimentos imobilirios irregulares. Diz que o menor dilogo com a pilantragem termina em corrupo.

TEMA 7: CORRELATO AO TEMA 3, COM ENFOQUE NA PRESERVAO AMBIENTAL (COLETNEA DE TEXTOS E IMAGEM)

Como reforo da tese ventilada, observe abaixo a redao comentada, que foi objeto de questionamento no ENEM 2001:

Com base na leitura dos quadrinhos e dos textos abaixo, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: Desenvolvimento e preservao ambiental: como conciliar os interesses em conflito? Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexes feitas ao longo de sua formao. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opinies para defender o seu ponto de vista, elaborando propostas para a soluo do problema discutido em seu texto. Suas propostas devem demonstrar respeito aos direitos humanos.

Observaes:

Lembre-se de que a situao de produo de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da lngua. O texto no deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narrativa.

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O texto dever ter no mnimo 15 (quinze) linhas escritas. A redao dever ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha prpria. O rascunho poder ser feito na ltima pgina deste caderno. Leia os trechos abaixo e elabore uma dissertao: TRECHO I: CHARGE E TEXTO

Conter a destruio das florestas se tornou uma prioridade mundial, e no apenas um problema brasileiro. (...) Restam hoje, em todo o planeta, apenas 22% da cobertura florestal original. A Europa Ocidental perdeu 99,7% de suas florestas primrias; a sia, 94%; a frica, 92%; a Oceania, 78%; a Amrica do Norte, 66%; e a Amrica do Sul, 54%. Cerca de 45% das florestas tropicais, que cobriam originalmente 14 milhes de km quadrados (1,4 bilho de hectares), desapareceram nas ltimas dcadas. No caso da Amaznia Brasileira, o desmatamento da regio, que at 1970 era de apenas 1%, saltou para quase 15% em 1999. Uma rea do tamanho da Frana desmatada em apenas 30 anos. Chega. (Paulo Adrio, Coordenador da Campanha da Amaznia do Greenpeace; http://greenpeace.terra.com.br)

TRECHO II: DOIS TEXTOS Embora os pases do Hemisfrio Norte possuam apenas um quinto da populao do planeta, eles detm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produo de madeira mundial.(...)

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Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da independncia, a ndia perseguiria o estilo de vida britnico, teria respondido: "(...) a Gr-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcanar sua prosperidade; quantos planetas no seriam necessrios para que um pas como a ndia alcanasse o mesmo patamar?" A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar. (O planeta um problema pessoal Desenvolvimento Sustentvel; www.wwf.org.br)

TRECHO III: UM TEXTO De uma coisa temos certeza: a terra no pertence ao homem branco; o homem branco que pertence terra. Disso temos certeza. Todas as coisas esto relacionadas como o sangue que une uma famlia. Tudo est associado. O que fere a terra, fere tambm os filhos da terra. O homem no tece a teia da vida; antes um de seus fios. O que quer que faa a essa teia, faz a si prprio. (Trecho de uma das vrias verses de carta atribuda ao chefe Seattle, da tribo Suquamish. A carta teria sido endereada ao presidente norte-americano, Franklin Pierce, em 1854, a propsito de uma oferta de compra do territrio da tribo feita pelo governo dos Estados Unidos). PINSKY, Jaime e outros (Org.). Histria da Amrica atravs de textos. 3 ed. So Paulo: Contexto, 1991.

TRECHO IV: UM TEXTO

Estou indignado com a frase do presidente dos Estados Unidos, George Bush. Somos os maiores poluidores do mundo, mas se for preciso poluiremos mais para evitar uma recesso na economia americana. R. K., Ourinhos, SP. (Carta enviada seo Correio da Revista Galileu. Ano 10, junho de 2001).

COMENTRIO - RESOLUO: A proposta para a redao muito interessante. Antes de elaborao do texto so apresentados ao aluno vrios textos de outros autores visando contextualizao e motivao para depois partir para a elaborao do texto. Escrever partindo do nada muito difcil mesmo j conhecendo sobre o assunto. A questo bem objetiva e esclarecedora quanto ao que esperado do texto produzido pelo aluno. Ela trata de um tema muito popular, a questo ambiental. Porm, a partir desse tema bastante amplo, opta-se por uma questo bastante especfica, o desenvolvimento sustentvel. Com exceo dos quadrinhos, todos os outros textos apresentam a questo ambiental a partir desse vis. So declaraes que relacionam a devastao com a questo econmica e/ou social.

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TEMA 8: TEMA RECORRENTE EM PROVAS DE REDAO PARA CONCURSOS PBLICOS: A QUESTO DA LIBERDADE A partir das ideias contidas no texto destacado abaixo, componha um texto argumentativo sobre os temas: TEMA:

1 ENFOQUE: A liberdade do cidado: utopia no mundo contemporneo? (Jornal do Brasil - Idias? - 16-09-2000)

2 ENFOQUE: Inventou-se o Estado para ser o guardio da liberdade. Mas de que liberdade, exatamente?

O conceito de liberdade to vago e subjetivo quanto o de felicidade ou propriedade, o que torna essa discusso interminvel. No vale a pena, ento, enfrent-la e podemos admitir que liberdade, felicidade e propriedade so indefinveis. Todos sabem que existem e almejam encontr-las quando sentem que lhes faltam. Portanto, ao falarmos de liberdade, propriedade e, talvez, felicidade, todos sabem do que estaremos falando. Sem discutir o conceito, portanto, vamos entrar no corao dessa liberdade e procurar saber, em primeiro lugar, da liberdade de quem esto falando a modernidade, o Estado e o Direito. Os animais que viviam livres nos pastos, nas matas ou nos prados, e as plantas que disputavam o lugar ao sol ou sombra com a liberdade que suas razes lhe proporcionam, viram com horror a chegada do machado de ferro, do arado e dos sucedneos qumicos que transformara a agricultura em espao territorial proibido s plantas e animais livres. Assim, esta liberdade humana, em detrimento da liberdade de todos os outros seres. A natureza, para a modernidade, deixou de ser livre? LEMBRETES FINAIS: - A Redao para Concursos Tcnica e Treino Eduardo de Moraes Sabbag Lanamento (2 semestre de 2011) EDITORA SARAIVA ONTATO COM O PROF. SABBAG Material de Apoio (artigos, dicas, instrues extras...) www.professorsabbag.com.br

MDULO PORTUGUS E REDAO Portugus - Prof. Eduardo Sabbag - Redao