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M ODELIZAÇÃO DAS P OLÍTICAS E DAS P RÁTICAS DE I NCLUSÃO S OCIAL DAS P ESSOAS COM D EFICIÊNCIAS EM P ORTUGAL P ROGRAMAS E M EDIDAS R ELATIVOS À D EFICIÊNCIA Realizado no âmbito do Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” promovido pelo CRPG Centro de Reabilitação Profissional de Gaia – em parceria com o ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Disponível em www.crpg.pt Apoio: Programa Operacional de Assistência Técnica ao QCA III – Eixo FSE

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Realizado no âmbito do Estudo “Modelização

das Políticas e das Práticas de Inclusão Social

das Pessoas com Deficiências em Portugal”

promovido pelo CRPG – Centro de Reabilitação Profissional de Gaia – em

parceria com o ISCTE – Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.

Disponível em www.crpg.pt

Apoio: Programa Operacional de Assistência Técnica ao QCA III – Eixo FSE

ÍNDICE

PÁGINA

INTRODUÇÃO 3

1. GUIÃO ORIENTADOR DE CONSULTA DO RELATÓRIO 4 2. LISTAGEM DE PROGRAMAS E MEDIDAS DIRIGIDOS ÀS PESSOAS

COM DEFICIÊNCIA EM PORTUGAL, POR DOMÍNIO 6

3. CARACTERIZAÇÃO SÍNTESE DOS PROGRAMAS E MEDIDAS

DIRIGIDOS ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM PORTUGAL, POR

DOMÍNIO

12

2.1. EDUCAÇÃO 12 2.2. FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EMPREGO 36 2.3. PROTECÇÃO SOCIAL 63 2.4. SAÚDE 89 2.5. ACESSIBILIDADES 99 2.6. AJUDAS TÉCNICAS 114 2.7. LAZER, CULTURA E PARTICIPAÇÃO ASSOCIATIVA 120 2.8. FISCALIDADE 124 2.9. HABITAÇÃO 138 2.10. DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS 142 4. PLANOS COM PROGRAMAS E MEDIDAS DIRECTAS E

INDIRECTAS DIRIGIDAS À POPULAÇÃO COM DEFICIÊNCIA 150

5. BIBLIOGRAFIA 183 6. ANEXOS 185

INTRODUÇÃO

Este relatório integra-se no âmbito do estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiência em Portugal”, particularmente no produto designado por Estado da Arte do Sector da Reabilitação em Portugal. É um relatório que pretende realizar o levantamento dos programas e medidas específicos para as pessoas com deficiências que se encontrem em execução e/ou em fase de aprovação, até Dezembro de 2006. Focaliza-se nos principais programas e medidas desenhados para as pessoas com deficiências, não contemplando, porém, os programas e medidas para a totalidade das pessoas com incapacidades, nomeadamente os que são especialmente desenhados para os doentes crónicos, os doentes psiquiátricos e os idosos. Pretende também descrever os diferentes programas e medidas identificados, apresentando os objectivos que prosseguem, os diplomas legais que os regulamentam, os mecanismos de financiamento que os suportam e as modalidades de prestação de serviços previstas. Deste modo, visou-se a construção de um documento que pudesse servir de base para o desenho de políticas sociais no sector da reabilitação, partindo da situação actual para a modelização das políticas futuras. Dada as consecutivas alterações legislativas que vêm ocorrendo ao longo de mais de trinta anos, as sucessivas mudanças de tutela, os desenhos de alguns dos programas e medidas, o sistema de sectorialização dos programas e medidas e a transversalidade de muitas das respostas para este público alvo, este relatório não tem a pretensão de ser exaustivo, mas suficientemente representativo do que existe e está previsto para retratar o estado da arte do sector. Constituem destinatários directos deste relatório todos os técnicos envolvidos no desenho das políticas e das práticas de inclusão das pessoas com deficiências em Portugal. Este relatório engloba os seguintes conteúdos:

Listagem de programas e medidas actualmente em execução, com aplicação directa às pessoas com deficiências e famílias, bem como às instituições que as representam, ou que intervêm directamente no desenho e implementação das respostas.

Repositório da legislação relacionada com os programas e medidas. Descrição da missão e objectivos de cada programa e medida. Descrição dos mecanismos de financiamento e modalidades de prestação de

serviços. Listagem e breve descrição dos objectivos dos programas e medidas em fase de

aprovação/operacionalização. Para além da finalidade directa e imediata que este documento visa – a de apoiar o desenho de práticas e políticas de inclusão social das pessoas com deficiências em Portugal –, considera-se que poderá ainda constituir uma base de trabalho para um futuro guia de recursos do sector da reabilitação e, nesta medida, poder vir a tornar-se um instrumento flexível, dinâmico, actualizável e interactivo, com destinatários variados, actores públicos ou privados, nomeadamente: as pessoas com deficiências e suas famílias, os técnicos e organizações de reabilitação, empregadores e outros interessados.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal”

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1. Guião orientador de consulta do relatório

Este relatório integra duas partes distintas: a primeira, inclui os programas e medidas dirigidos às pessoas com deficiências em Portugal, que se encontram em execução e/ou em fase de elaboração, e é apresentada nos pontos 2. e 3. ; a segunda, inclui planos com programas e medidas directas e indirectas dirigidos à população com deficiências e é apresentada no ponto 4. No que concerne a primeira parte, este relatório pode ser consultado de duas formas:

1) Pela identificação do conjunto de programas e medidas dirigidos às pessoas com deficiências em Portugal, por domínio – listagem apresentada no ponto 2. do relatório;

2) Pela caracterização síntese dos programa(s) ou medida(s) dirigidos às pessoas com deficiências em Portugal, por domínio, apresentada no ponto 3.

Identificaram-se, pois, programas e medidas dirigidos às pessoas com deficiências em Portugal em execução e/ou em fase de elaboração nos seguintes domínios ou áreas sectoriais: 1. EDUCAÇÃO 2. FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EMPREGO 3. PROTECÇÃO SOCIAL 4. SAÚDE 5. ACESSIBILIDADES 6. AJUDAS TÉCNICAS 7. LAZER, CULTURA E PARTICIPAÇÃO ASSOCIATIVA 8. FISCALIDADE 9. HABITAÇÃO 10. DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS No ponto 3., de caracterização, cada domínio/ área sectorial possui uma introdução, seguindo-se uma síntese descritiva dos programas e medidas que se encontram em curso. A introdução contextualiza, pois, cada domínio, quer em termos de enquadramento legislativo de suporte, quer de explicitação dos principais elementos caracterizadores dos objectivos, dos mecanismos de financiamento e das modalidades de prestação de serviços. A síntese descritiva dos programas e medidas, apresentada em formato de grelha, encontra-se organizada de acordo com os seguintes itens:

Designação do programa/medida Missão e/ou objectivos Documento(s) legal(ais) de suporte Mecanismos de financiamento, designadamente se se trata de financiamento

público, privado ou misto Modalidades de prestação de serviços – ou seja, procura responder às questões:

a) quem presta o serviço? (e.g., agentes públicos ou privados); b) Em que circunstâncias? (e.g., mediante candidatura, contrato ou acordo, etc.).

Quanto à segunda parte do relatório, apresentam-se, de forma sintética, alguns dos instrumentos que estiveram disponíveis ou que actualmente estão em curso e que possuem o conjunto de programas e medidas identificados e descritos nos pontos 2. e 3. A síntese descritiva dos planos, em formato de grelha, está organizada de acordo com os itens seguintes:

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Designação do plano Período de vigência do mesmo Entidade responsável Objectivos e Sub-objectivos Directrizes/Linhas de acção/Eixos Estratégicos/Prioridades Programas/Medidas/Projectos.

2. Listagem de programas e medidas dirigidos às pessoas com

deficiências em Portugal, por domínio

DOMÍNIOS PROGRAMAS E MEDIDAS

1. EDUCAÇÃO

Educação pré-escolar

- Intervenção precoce - Inscrição de crianças com necessidades educativas especiais (NEE) nos jardins-

de-infância pertencentes à rede pública - Necessidades educativas especiais no pré-escolar - Estabelecimentos de educação pré-escolar

Ensino não superior

- Cumprimento da escolaridade obrigatória por alunos com NEE - Gratuitidade do ensino - Regime educativo especial aplicável aos alunos com NEE (Decreto-lei n.º 319/91):

- Equipamentos especiais de compensação - Adaptações materiais - Adaptações curriculares - Condições especiais de matrícula - Condições especiais de avaliação - Adequação na organização de classes ou turmas - Apoio pedagógico acrescido - Ensino especial - Encaminhamento (Frequência de uma instituição de educação especial)

- Regime educativo especial: Normas Orientadoras – Acompanhamento da Acção Pedagógica das Equipas de Coordenação dos Apoios Educativos

- Regime aplicável à prestação de serviços de apoio educativo - Regras de Aplicação de Medidas de Apoio Educativo - Percursos escolares alternativos - Educação especial

- Educação especial em cooperativas e associações sem fins lucrativos: Escolarização, apoio a escolas do ensino regular, intervenção precoce. (PT nº 1102/97)

- Serviço de escolarização de alunos em cooperativas e associações, sem fins lucrativos

- Actividades de apoio às escolas de ensino regular por cooperativas e associações, sem fins lucrativos

- Centro de Apoio Sócio-educativo - Educação especial em estabelecimentos de ensino particular (PT nº 1103/97) - Educação especial para o ensino básico mediatizado

- Medidas especiais de educação. Reorganização curricular do Ensino Básico - Pagamento de seguro escolar a alunos com NEE - Medidas específicas para alunos NEE nos cursos do ensino recorrente - Apoio a crianças e jovens surdos - Curso específico para alunos surdos - Normas orientadoras para a organização e o funcionamento das unidades

especializadas em multideficiência

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DOMÍNIOS PROGRAMAS E MEDIDAS

Ensino superior

- Acesso ao ensino superior de pessoas com deficiências - Dispensa de exames nacionais - Contingente especial para acesso ao ensino superior - Bolsas de estudo no ensino superior para pessoas com deficiências - Regime de crédito bonificado aos estudantes do ensino superior

Outros programas e medidas educacionais

- Qualificação e colocação do pessoal docente da educação especial

- Formação especializada - Concurso de docentes incluindo os da Educação especial - Quotas de emprego - Preenchimento de lugares de educação especial - Mobilidade de docentes portadores de incapacidade

- Observatório permanente de acompanhamento - Serviços de psicologia e orientação - Programa “Escola Alerta!” - Plano Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na

Sociedade de Informação (Eixo Educação: Ensino a distância) - Novas Oportunidades

2. FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EMPREGO

- Programa Constelação - Pré-profissional - Informação, Avaliação/Orientação Profissional - Formação Profissional - Readaptação ao Trabalho - Apoio à Colocação - Acompanhamento Pós-Colocação - Apoio ao Teletrabalho e Criação de uma Bolsa de Emprego para - Teletrabalhadores - Subsídio de adaptação de postos de trabalho - Subsídio de compensação - Subsídio de eliminação de barreiras arquitectónicas - Subsídio de acolhimento personalizado - Instalação por Conta Própria - Prémio de Integração - Ajudas Técnicas Profissionais - Centros de Emprego Protegido

- Regime jurídico do emprego protegido - Enclaves - Emprego protegido no domicílio

- Estágios Profissionais - Programa de Formação-Emprego - Plano Regional de Emprego para o Alentejo - Rede Ajuda - PAIPS - PRODESCOOP - Estímulo à Oferta de Emprego

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DOMÍNIOS PROGRAMAS E MEDIDAS

- Prémio de Mérito - Mercado Social de Emprego – Empresas de inserção - Formação Profissional Especial - Prémio de igualdade de oportunidades e majorações - Formação de formadores - Formação de Técnicos de Reabilitação Profissional - Suspensão do pagamento da pensão social de invalidez - Sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiências - Incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores portadores de deficiência - Incentivos à empregabilidade através da redução das Taxas para a Segurança

Social - Criação de emprego e empresas – Programa de estímulo à oferta de emprego

- Modalidade de Apoio à Contratação - Modalidade de Apoios à contratação de contratos de trabalho a termo em

contratos de trabalho sem termo - Criação de empregos e empresas – Programa de desenvolvimento cooperativo - SIME – sistema de incentivos à mudança empresarial - Plano Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na

Sociedade da Informação - Plano Nacional de Emprego

- Programa de Formação Profissional e Emprego para Pessoas com Deficiência

- Articulação de Recursos - Espaço Internet – Condições para Utilizadores com Necessidades Especiais

- EQUAL – Apoio à Empregabilidade de Grupos Desfavorecidos no Mercado de Trabalho

- Medidas anti-discriminação - Código do Trabalho

- Proibição de discriminação - Condições especiais de trabalho para assistência a menor com deficiência - Faltas para assistência a pessoa com deficiência ou doença crónica - Licença para assistência a pessoa com deficiência ou doença crónica - Trabalho a tempo parcial ou horário flexível - Reinserção profissional - Regime das licenças, faltas e dispensas para assistência a filhos com

deficiência - Direitos do trabalhador com capacidade de trabalho reduzida - Igualdade de direitos e deveres do trabalhador com deficiência ou doença

crónica - Medidas de acção positiva do empregador em relação ao trabalhador com

deficiência ou doença crónica - Dispensa de horários de trabalho em regime de adaptabilidade - Dispensa da obrigação de trabalho suplementar - Trabalho no período nocturno - Medidas de protecção do trabalhador com deficiência ou doença crónica - Formação e reabilitação profissional - Duração média do trabalho – Ausências de pais para assistência a pessoa

com deficiência ou doença crónica - Preferência na admissão ao trabalho a tempo parcial de trabalhadores com

capacidade de trabalho reduzida - Predisposição patológica e incapacidade - Indemnização por factos que dizem respeito ao trabalhador

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DOMÍNIOS PROGRAMAS E MEDIDAS

- Ocupação e reabilitação do trabalhador – Ocupação e despedimento durante a incapacidade temporária

- Reabilitação do trabalhador com capacidade de trabalho reduzida - Contra-ordenação por violação dos direitos do trabalhador com capacidade de

trabalho reduzida - Contra-ordenação por violação dos direitos do trabalhador com deficiência ou

doença crónica - Novas oportunidades

3. PROTECÇÃO SOCIAL

- Protecção nos Encargos Familiares - Abono Familiar a Crianças e Jovens - Subsídio por Frequência de Estabelecimento de Educação Especial - Subsídio Mensal Vitalício - Subsídio por Assistência a 3.ª Pessoa - Complemento por dependência - Subsídio especial para arrendatários deficientes - Complemento Extraordinário de Solidariedade

- Protecção na invalidez - Pensão social de invalidez - Pensão por Invalidez - Complemento de Pensão por Cônjuge a Cargo

- Protecção na Maternidade, Paternidade e Adopção - Subsídio para Assistência a Deficientes Profundos e Doentes Crónicos

- Protecção na Doença - Subsídio de Doença Profissional

- Protecção no emprego/desemprego - Subsídio de adaptação de postos de trabalho - Subsídio de Compensação - Subsídio eliminação barreiras arquitectónicas - Subsídio de acolhimento personalizado - Rendimento social de inserção (majoração)

- Respostas e serviços sociais / Acção social - Acolhimento familiar para pessoas adultas com deficiência

Lar de apoio - Lar residencial - Transporte de pessoas com deficiência - Centro de Reabilitação de Pessoas com Cegueira - Centro de Produção de Material - Imprensa Braille - Centro de Estudo e Apoio à Criança e Família - Centro de Paralisia Cerebral - Apoio em regime ambulatório - Serviço de apoio domiciliário - Apoio domiciliário integrado ou Apoio Domiciliário em Saúde - Unidade de Apoio Integrado (UAI) - Programa Ser Criança - Intervenção precoce - Centro de actividades ocupacionais - Centro de atendimento/Acompanhamento e Animação para Pessoas com

deficiência - Rede SIM – PD (Serviços de informação e mediação para pessoas com

deficiência)

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DOMÍNIOS PROGRAMAS E MEDIDAS

- Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) - Programa de Apoio ao Investimento em Equipamentos Sociais (PAIES) - Regulamento das condições de organização, instalação e funcionamento das

estruturas residenciais para pessoas com deficiências - Fórum Sócio-Ocupacional - Unidade de Vida Apoiada - Unidade de Vida Autónoma - Prémio Engenheiro Jaime Filipe

4. SAÚDE - Intervenção Precoce - Programa Operacional Saúde XXI – Eixo 3 – Promover Novas Parcerias e Novos

Actores na Saúde – Medida 3.1 – Criação e Adaptação de Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde

- Rede de cuidados de saúde continuados – tratamento domiciliário - Orientações reguladoras da intervenção articulada do apoio social e dos cuidados

de saúde continuados dirigidos às pessoas em situação de dependência - Acompanhamento familiar de deficientes hospitalizados - Regime de Avaliação de Incapacidade das pessoas com deficiência - Medicina Física e de Reabilitação – Rede de Referenciação Hospitalar - Diagnóstico pré-natal - Centro de estudos e registo de malformações - Isenção de taxas moderadoras

5. ACESSIBILI-DADES

- Programa Nacional para a Participação de Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade de Informação (PNPCNESI)

- Programa Acesso do UMIC – Internet acessível - Clique solidário - Eliminação de barreiras urbanísticas e arquitectónicas no espaço público - Subsídio de eliminação de barreiras arquitectónicas - Subsídio de adaptação de postos de trabalho - Cães-guia - Atendimento nos serviços públicos - Língua gestual na TV - Magazine CONSIGO - Aquisição de automóvel - Adaptações na viatura - Aquisição de triciclo motorizado - Estacionamento na via pública de veículos ao serviço de deficientes motores, em

locais designados para o efeito - Acordo tarifário "DOIS POR UM" nas viagens de médio e longo curso - Acordo de descontos para pessoas com deficiências - Programa de apoio financeiro à renovação do sector dos transportes rodoviários

públicos colectivos regulares de passageiros - Eliminação de barreiras urbanísticas e arquitectónicas no espaço público e no

meio edificado habitacional - Condições de organização, funcionamento e fiscalização das casas-abrigo –

acessibilidades - Regulamento da Qualidade de Serviço - Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

6. AJUDAS TÉCNICAS/

- Sistema de atribuição e financiamento de ajudas técnicas – Sistema supletivo de prescrição e financiamento de ajudas técnicas

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DOMÍNIOS PROGRAMAS E MEDIDAS

TECNOLOGIAS DE APOIO

- Ajudas técnicas no ensino básico e secundário - Ajudas técnicas para adaptação do posto de trabalho

7. LAZER, CULTURA E PARTICIPAÇÃO ASSOCIATIVA

- Programa de apoio técnico-financeiro às ONG que intervêm na área da deficiência – 2006 – Sub-Programa III – Apoio Técnico-Financeiro a Projectos / Actividades de Cultura e Lazer)

- Projecto Praia acessível / Praia para todos - Medidas específicas de apoio ao desenvolvimento da alta competição - Acesso à cultura - Programa Abrir Portas à Diferença - Centro de Atendimento/ Acompanhamento e Animação para Pessoas com

Deficiência - Centro de Actividades Ocupacionais

8. FISCALIDADE

- IRS - Isenções - Deduções específicas aos rendimentos de trabalho dependente (Categoria A) - Deduções à colecta por despesas - Deduções à colecta pela composição do agregado familiar - Retenções na fonte – trabalho dependente - Isenções de tributação dos rendimentos do trabalho independente - Retenções na fonte trabalho independente - Isenções de tributação dos rendimentos de pensões de pessoas com

deficiência - Estatuto dos benefícios fiscais:

- Pessoas colectivas/Contribuição Autárquica - Contribuições para a Segurança Social

- Contribuições dos empregadores e dos trabalhadores com deficiência em pré--reforma para a Segurança Social

- Contribuições para a Segurança Social dos empregadores de trabalhadores com deficiências

- Contribuições para a Segurança Social dos trabalhadores com deficiências - Desconto na taxa de assinatura telefónica - IRC

- Incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores com deficiência - Incentivos ao emprego de trabalhadores com deficiência: Entidades

Empregadoras e Centros de Emprego Protegido - Isenções de IRC

- Isenções Fiscais para Pessoas Colectivas de Utilidade Pública - IVA

- Isenções - Restituição de IVA às IPSS - Aplicação da taxa reduzida de IVA às Ajudas Técnicas - Aplicação da taxa reduzida de IVA ao Calçado Ortopédico

- Imposto Automóvel - Isenção de pessoas colectivas - Isenção de pessoas singulares

- Estatuto do Mecenato

9. HABITAÇÃO - Regulamento dos concursos para atribuição de habitações sociais - Condições de crédito para aquisição ou construção de habitação própria - Subsídio especial para arrendatários deficientes

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DOMÍNIOS PROGRAMAS E MEDIDAS

- Adaptações a realizar na habitação - Novo regime do Arrendamento Urbano (NRAU) - Regime de determinação do rendimento anual bruto corrigido e a atribuição do

subsídio de renda

10. DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS

- Assistência médica, hospitalar e medicamentosa gratuita - Assistência económica e social aos DFA - Triciclos motorizados individuais para deficientes das forças armadas - Apoio às vítimas do stress pós-traumático de guerra - Atribuição de pensões de preço de sangue e de pensões por serviços

excepcionais e relevantes prestados ao País

3. Caracterização síntese dos programas e medidas dirigidos às

pessoas com deficiência em Portugal, por domínio

2.1. EDUCAÇÃO

Introdução

A Constituição dispõe no art.º 71.º, no que concerne os direitos e deveres sociais, que os cidadãos portadores de deficiência gozam plenamente dos direitos e estão sujeitos aos deveres, com ressalva do exercício ou do cumprimento daqueles para os quais se encontrem incapacitados.

Consagra também a obrigação do Estado de «realizar uma política nacional de prevenção e de tratamento, reabilitação e integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias, a desenvolver uma pedagogia que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o encargo da efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais ou tutores». O Estado compromete-se ainda a apoiar as organizações de cidadãos portadores de deficiências.

No que respeita ao Ensino, refere no art.º 74 que todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.

Para garantir esse direito incumbe ao Estado, entre outras obrigações: Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito; Garantir a todos os cidadãos, segundo as suas capacidades, o acesso aos graus

mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação artística; Promover e apoiar o acesso dos cidadãos portadores de deficiências ao ensino e

apoiar o ensino especial, quando necessário; Proteger e valorizar a língua gestual portuguesa, enquanto expressão cultural e

instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades.

Por sua vez, a Lei nº 38/2004 de 18 de Agosto, que contém a definição das bases gerais do regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência, estabelece como objectivos, entre outros:

a promoção da igualdade de oportunidades, permitindo plena participação na sociedade às pessoas com deficiência;

a promoção de oportunidades de educação, formação e trabalho ao longo da vida. Na mesma lei, e no que se refere ao Direito à educação e ao ensino, diz-se que compete ao Estado adoptar as medidas específicas necessárias para assegurar o acesso da pessoa com deficiência à educação e ao ensino inclusivo, mediante, nomeadamente, a afectação de recursos e instrumentos adequados à aprendizagem e à comunicação. Decorre destes considerandos que as leis fundamentais portuguesas consagram inequivocamente o direito de todos os cidadãos ao ensino e à educação, incumbindo ao Estado garantir que esse direito seja assegurado, designadamente às pessoas com deficiências, promovendo os apoios necessários e, quando necessário, o assim designado ensino especial.

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Esta designação é acolhida na Lei nº 46/86 de 14 de Outubro, conhecida como Lei de Bases do Sistema Educativo, que prevê, no Artigo 17.º, o âmbito e objectivos da educação especial, nos seguintes termos: «A educação especial visa a recuperação e integração sócio-educativas dos indivíduos com necessidades educativas específicas devidas a deficiências físicas e mentais. A educação especial integra actividades dirigidas aos educandos e acções dirigidas às famílias, aos educadores e às comunidades. No âmbito dos objectivos do sistema educativo, em geral, assumem relevo na educação especial:

a) O desenvolvimento das potencialidades físicas e intelectuais; b) A ajuda na aquisição da estabilidade emocional; c) O desenvolvimento das possibilidades de comunicação; d) A redução das limitações provocadas pela deficiência; e) O apoio na inserção familiar, escolar e social de crianças e jovens deficientes; f) O desenvolvimento da independência a todos os níveis em que se possa

processar; g) A preparação para uma adequada formação profissional e integração na vida

activa.» Finalmente, o Decreto-Lei nº 319/91, de 23 de Agosto, considera os diplomas na altura vigentes ultrapassados e de alcance limitado, apontando como razões:

“A substituição da classificação em diferentes categorias, baseada em decisões de foro médico, pelo conceito de «alunos com necessidades educativas especiais», baseado em critérios pedagógicos;

A crescente responsabilização da escola regular pelos problemas dos alunos com deficiência ou com dificuldades de aprendizagem;

A abertura da escola a alunos com necessidades educativas especiais, numa perspectiva de «escola para todos»;

Um mais explícito reconhecimento do papel dos pais na orientação educativa dos seus filhos;

A consagração, por fim, de um conjunto de medidas cuja aplicação deve ser ponderada de acordo com o princípio de que a educação dos alunos com necessidades educativas especiais deve processar-se no meio menos restritivo possível, pelo que cada uma das medidas só deve ser adoptada quando se revele indispensável para atingir os objectivos educacionais definidos”.

É de realçar que este diploma continua hoje em vigor e, por isso, é incluído na grelha de análise de programas e medidas que se segue. Tal não impede, porém, que se reconheça o quanto ele carece de revisão. De facto, um anteprojecto elaborado em 2004 propunha-se revogar o Decreto-Lei nº 319/91, o que não chegou a acontecer. Neste anteprojecto registaram-se progressos no domínio dos conceitos procurando integrar novos modelos. Assim, a caracterização das necessidades educativas especiais inspirou-se no conceito de deficiência preconizado pela Organização Mundial de Saúde, na sua Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), de 2001. À educação especial é atribuída a missão de «responder a necessidades educativas especiais, decorrentes de limitações ou incapacidades, que se manifestam de modo sistemático e com carácter prolongado, inerentes ao processo individual de aprendizagem e de participação na vivência escolar, familiar e comunitária. Essas limitações ou incapacidades são decorrentes de factores limitadores endógenos, que podem ser agravados por factores ambientais, resultantes de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, ao nível das funções ou das estruturas do corpo, nos domínios auditivo, visual, cognitivo, comunicacional, incluindo ao nível da linguagem e da fala, emocional, motor e da saúde física». Nesta abordagem preconiza-se já um novo paradigma, em que as questões da funcionalidade e da incapacidade dos indivíduos «são vistas à luz de um modelo que

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abrange diferentes dimensões, resultantes de uma contínua interacção entre a pessoa e o ambiente que a rodeia».

A actualização da legislação enquadradora continua na ordem do dia. O PAIPDI refere (no Eixo 2 - Educação, qualificação e promoção da inclusão laboral, Estratégia 2.1 - Educação para todos, Linha de acção 2.1.1 - Consolidar e desenvolver condições de acesso e frequência por parte dos alunos com necessidades especiais aos estabelecimentos de educação pré-escolar e de ensino não superior) como objectivo, a «elaboração de um novo enquadramento legislativo que contemple o regime de apoio aos alunos com NEE de carácter prolongado, através da revisão do Decreto-Lei nº 319/91, de 23 de Agosto, e de outros diplomas afins.» No que concerne os mecanismos financeiros, refira-se que, a partir dos anos setenta e com o 25 de Abril, foram publicados importantes diplomas legais que anunciavam a integração e começaram a ser criadas as condições no sentido do Ministério da Educação (ME) assumir progressivamente a responsabilidade da educação e ensino das crianças e jovens com deficiências, ao mesmo tempo que se ia reduzindo o papel da Segurança Social (SS) nesse domínio. A já referida Lei de Bases do Sistema Educativo, de 1986, atribui expressamente ao ME a responsabilidade de orientar a educação especial mas, até 1990, a actuação foi muito reduzida no que se refere às estruturas privadas. Manteve-se na SS o financiamento, com consequências muito negativas. Só nos anos 90 o ME e a SS começam a cooperar. Passando para a actualidade, verifica-se que o Estado, no seu orçamento e através do Ministério da Educação, aplicará na Educação Especial, no corrente ano de 2006, mais de 250 milhões de Euros, sendo que a maior parte da verba corresponde a despesas de funcionamento (99,5%) e a menor, a despesas de investimento. As despesas de funcionamento dirigem-se, na sua maioria (87%), para as escolas dos ensinos básico e secundário, a fim de pagar vencimentos dos professores que se encontram destacados nas associações, cooperativas e IPSS de educação especial. Do restante, releva-se uma parte (12,8%), atribuída às instituições de ensino especial e, por último, os apoios à educação especial. A prestação de serviços de educação a pessoas com deficiências está, duma forma geral, atribuída por lei ao Estado, no âmbito da escola para todos.

No âmbito da escola regular existe um regime educativo especial para as crianças e jovens com necessidades educativas especiais, que consiste na adaptação das condições em que se processa o ensino e a aprendizagem dos alunos, tendo em conta o caso concreto, e que se traduz em: equipamentos especiais de compensação; adaptações materiais; adaptações curriculares; condições especiais de matrícula; condições especiais de frequência; condições especiais de avaliação; adequação na organização de classes ou turmas; ensino especial. Exige-se ainda que a aplicação de uma ou mais destas medidas e recursos especiais de educação, esteja prevista e seja fundamentada num Plano Educativo Individual, tendo sempre em consideração a importância da participação do aluno nas actividades do grupo ou turma.

Estipula-se que somente nos casos em que a escola regular se revele comprovadamente insuficiente para atender os alunos com deficiências, os Serviços Especializados de Apoio Educativo, em colaboração com os docentes e técnicos de apoio educativo e serviços de saúde escolar, proponham o encaminhamento apropriado, nomeadamente e a titulo excepcional e transitório, a frequência de uma instituição de educação especial, depois de esgotadas todas as demais medidas e recursos especiais de educação e desde que daí resulte um claro beneficio para o aluno, colhida previamente a participação e concordância da família.

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Por sua vez, o Despacho Conjunto nº 105/SEA/SEE/97, de 1 de Julho, estabelece o regime aplicável à prestação de serviços de apoio educativo, tendo como objectivo “introduzir uma mudança significativa na situação actualmente existente no âmbito dos apoios a crianças com necessidades educativas especiais”, procurando “criar as condições que facilitem a diversificação das práticas pedagógicas e uma mais eficaz gestão dos recursos especializados disponíveis, visando a melhoria da intervenção educativa”.

O Despacho estabelece como objectivos para os apoios educativos, designadamente: a) Contribuir para a igualdade de oportunidades de sucesso educativo para todas as

crianças e jovens, promovendo a existência de respostas pedagógicas diversificadas adequadas às suas necessidades específicas e ao seu desenvolvimento global;

b) Promover a existência de condições nas escolas para a inclusão sócio-educativa das crianças e jovens com necessidades educativas especiais;

c) Colaborar na promoção da qualidade educativa, nomeadamente nos domínios relativos à orientação educativa, à interculturalidade, à saúde escolar e à melhoria do ambiente educativo;

d) Articular as respostas a necessidades educativas com os recursos existentes noutras estruturas e serviços, nomeadamente nas áreas da saúde, da segurança social, da qualificação profissional e do emprego, das autarquias e de entidades particulares e não governamentais.

Ainda uma referência à Lei-Quadro da Educação Pré-Escolar que consagra o ordenamento jurídico da educação pré-escolar e que estabelece como objectivos da educação pré-escolar, entre outros:

“Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem”;

“Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favorecem aprendizagens significativas e diversificadas;”

“Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança”.

Por fim, uma referência breve à formação de professores e aos concursos para acesso à docência na Educação Especial. Actualmente, o concurso de professores contempla um quadro próprio (grupo de recrutamento de Educação Especial que ficará abrangido por regras semelhantes às dos restantes grupos) e determina que os cursos de especialização tenham de ser acreditados pelo conselho Científico da Formação Contínua de Professores. Acresce que o tempo de serviço como professor é mais valorizado do que o tempo de serviço na educação especial. Não faz distinção de graus de ensino no que se refere à colocação de professores. Um educador de infância, no ensino especial, poderá trabalhar no ensino secundário e vice-versa.

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Síntese descritiva dos programas e medidas

Educação pré-escolar

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

Intervenção precoce

A intervenção precoce é uma medida de apoio integrado, centrado na criança e na família, mediante acções de natureza preventiva e habilitativa, designadamente do âmbito da educação, da saúde e da acção social, com vista a:

a) Assegurar condições facilitadoras do desenvolvimento da criança com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento;

b) Potenciar a melhoria das interacções familiares; c) Reforçar as competências familiares como suporte da sua progressiva capacitação e

autonomia face à problemática da deficiência.

Ver Protecção Social e Saúde

Despacho Conjunto nº 891/99 de 10 de Outubro Portaria nº 1102/97 de 3 de Novembro alínea c Despacho Conjunto nº 999/2000, de 9 de Outubro, dos Ministros da Educação, da Saúde e do Trabalho e Solidariedade

- Auto-financiamento - Financiamento pelo Estado:

Ministérios responsáveis: ME, MS, MSST

- Financiamento por outras entidades

Os encargos financeiros com a intervenção precoce são suportadas pelas entidades interventoras na base do custo criança/mês a avaliar pelas equipas de coordenação, competindo: a) Ao Ministério da Educação, através das direcções regionais de educação, os encargos com o pessoal de adoração, nomeadamente educadores e psicólogos; b) Ao Ministério da Saúde, através das administrações regionais de saúde, os encargos com o pessoal da saúde, nomeadamente médicos, enfermeiros e terapeutas; c) Ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade, através dos centros regionais da segurança social, a comparticipação às instituições respeitantes aos respectivos encargos com o pessoal, designadamente de serviço social, e com as despesas de funcionamento com esta área da intervenção precoce. Os termos e condições da

A intervenção precoce tem como destinatários crianças até aos 6 anos de idade, especialmente dos 0 aos 3 anos, que apresentem deficiência ou risco de atraso grave do desenvolvimento. Considera-se risco de atraso grave do desenvolvimento aquele que, por factores pré, peri ou pós-natal ou ainda por razões que limitem a capacidade de tirar partido de experiências importantes de aprendizagem, constitui probabilidade de que uma ou mais disfunções possam ocorrer. A intervenção precoce baseia-se numa lógica de acção local, cuja proximidade com a população permite o melhor conhecimento das necessidades, dos problemas e dos recursos comunitários, bem como das capacidades de fomentar compromissos e parcerias.

A referenciação das crianças é feita às equipas da intervenção precoce, designadamente por solicitação da família, por profissionais da saúde, da educação e da acção social, bem como por profissionais de outros serviços ou de instituições particulares de solidariedade social ou cooperativas de solidariedade social através de informação sobre a situação da criança e outra tida por conveniente.

A selecção dos casos para apoio em intervenção precoce é feita pelas equipas de intervenção directa com base na avaliação da criança efectuada nos centros de desenvolvimento, consultas de desenvolvimento ou noutras estruturas especializadas em desenvolvimento, e de acordo com os critérios de elegibilidade a definir pelas equipas de coordenação.

As equipas devem ser constituídas por profissionais de formação diversificada, nomeadamente educadores de infância, médicos, psicólogos, técnicos de serviço social, terapeutas, enfermeiros ou outros, com formação específica

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

afectação dos recursos humanas previstas no número anterior, bem como o respectivo montante da comparticipação financeira, serão estabelecidos nos acordos de cooperação.

e experiência na área do desenvolvimento da criança. Estes profissionais são designados pelos competentes serviços da educação, da saúde e da acção social e pelas instituições ou outras entidades. A composição das equipas nos termos referidos no número anterior é dimensionada em função das necessidades e dos recursos existentes.

Projectos de Parceria com o ME, na maioria, mas também com Autarquias, com o M. da Saúde, a Segurança Social e o Emprego. Às cooperativas e associações de ensino especial que desenvolvam actividades definidas são exigidos os requisitos específicos mencionados no diploma legal.

Inscrição de crianças nos jardins-de-infância pertencentes à rede pública

Estabelece as normas de ensino especial aplicáveis ás crianças que frequentam os jardins-de-infância da rede pública do ME, ao abrigo do disposto nas alíneas a) e b) do artº. 6º do DL nº319/91, de 19910823 1 – Na inscrição de crianças nos jardins-de-infância da rede pública do ME devem ser observadas as seguintes prioridades: 1.ª Crianças que frequentaram, no ano anterior, o estabelecimento de educação em que se pretendem matricular; 2.ª Crianças que se encontrem no ano anterior ao 1.º ano da escolaridade obrigatória, nos termos previstos no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 286/89, de 29 de Agosto; 3.ª Crianças com necessidades educativas especiais, de acordo com o disposto nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de Agosto; 4.ª Crianças filhas de pais estudantes menores, nos termos previstos no artigo 4.º da Lei n.º 90/2001, de 20 de Agosto; 5.ª Crianças com irmãos já matriculados no estabelecimento de educação pretendido; 6.ª Crianças cuja residência dos pais e encarregados de educação se situe na freguesia em que se localiza o estabelecimento de educação pretendido, ordenadas nos termos previstos na alínea b) do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 542/79, de 31 de Dezembro; 7.ª Crianças cuja actividade dos pais e encarregados de educação se desenvolva na freguesia em que se situa o estabelecimento de educação pretendido, ordenadas nos termos previstos na alínea b) do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 542/79, de 31 de Dezembro. 2 - A inscrição de crianças que completem três anos de idade entre 15 de Setembro e 31 de Dezembro é aceite, a título condicional, e ordenada de acordo com as prioridades definidas no número anterior, sendo a respectiva frequência garantida caso exista vaga no estabelecimento de educação pretendido à data do início das actividades deste.

Despacho N.º 8493/2004, De 27 De Abril (II Série)

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

Execução directa pelo Estado

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços

Necessidades educativas especiais no pré-escolar

Fixa as normas técnicas de execução necessárias à aplicação das medidas estabelecidas no Decreto-Lei nº 319/91, de 23 de Agosto, destinadas a crianças com necessidades educativas especiais que frequentam os jardins-de-infância da rede pública do Ministério da Educação

Portaria nº 611/93, de 29 de Junho

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

As medidas do regime educativo especial constantes das alíneas a), b), d), g), h) e, i) do n.º 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei n. º 319/91, de 23 de Agosto, aplicam-se às crianças com necessidades educativas especiais que frequentam os jardins-de-infância da rede pública do Ministério da Educação. As medidas referidas no número anterior são de aplicação indivi-dualizada, podendo a mesma criança beneficiar de uma ou mais medidas em simultâneo. A aplicação das medidas referidas no n.º 1.º da presente portaria obedece aos procedimentos seguintes: a) Ao educador de infância compete identificar as crianças com necessidades educativas especiais, informando o coordenador de núcleo, o qual promove a reunião do núcleo para análise da situação do aluno e formulação de propostas de actuação a apresentar ao órgão de administração e gestão do estabelecimento; b) Na reunião do núcleo participa, obrigatoriamente, o professor de educação especial; c) Os serviços de psicologia e orientação elaboram o plano educativo individual, submetendo-o à aprovação do órgão de administração e gestão do estabelecimento; d) O plano educativo individual contém os elementos constantes do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de Agosto, com as necessárias adaptações da educação pré-escolar; e) Sempre que do plano educativo individual deva constar um programa educativo, compete ao professor de educação especial assegurar que o mesmo seja elaborado no prazo fixado pelo coordenador dos serviços de psicologia e orientação; f) O órgão de administração e gestão do estabelecimento aprecia o plano e programa propostos e deve decidir sobre a aplicação das medidas do regime educativo especial.

O plano educativo individual das crianças que transitem para outro estabelecimento está sujeito a confirmação do órgão de administração e gestão do novo estabelecimento, mediante parecer dos serviços de psicologia e orientação.

Os alunos que beneficiem de programas de educação

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

especial durante a frequência da educação pré-escolar devem fazer-se acompanhar do plano educativo individual aquando da sua matrícula no 1.º ciclo do ensino básico.

O plano educativo individual pode ser substituído por um relatório detalhado, elaborado pelo professor de educação especial, no qual constem os elementos relevantes para a integração escolar, sempre que aquele não tenha sido elaborado ou não se encontre disponível.

Os alunos abrangidos por programas de educação especial, ainda que não tenham frequentado a educação pré-escolar, ao efectuarem a matrícula no 1.º ciclo do ensino básico, devem juntar um relatório do qual devem constar os elementos relevantes para a integração escolar.

As crianças com necessidades educativas específicas, resultantes de um atraso médio ou grave a nível do desenvolvimento global, podem ser autorizadas a ingressar no ensino básico um ano mais tarde do que é obrigatório, mediante pedido apresentado pelo respectivo encarregado de educação.

O requerimento referido no número anterior é dirigido ao director regional de educação e instruído com os seguintes documentos:

a) Declaração de frequência e de aceitação de inscrição no ano lectivo seguinte, emitida pelo director do estabelecimento de ensino; b) Programa de educação especial; c) Relatório de avaliação psicopedagógica elaborado por serviços especializados ou especialista da área de educação, credenciados pela direcção regional de educação. A requerimento do encarregado de educação, devidamente fundamentado, pode ser autorizada a

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

matrícula, no ensino básico, da criança que revele uma precocidade global que aconselhe o ingresso um ano mais cedo do que é permitido no regime educativo comum. O requerimento referido no número anterior é dirigido ao director regional de educação e instruído com o relatório de avaliação psicopedagógica, elaborado por serviços especializados ou especialistas da área de educação, credenciados pela direcção regional de educação, tendo aquele de referir a existência de precocidade excepcional do aluno, a nível do desenvolvimento global. O estabelecimento de ensino aceita o pedido, tendo sempre em atenção que a matrícula destes alunos está dependente da existência de vaga.

Em tudo o que não se encontre expressamente regulamentado pela presente portaria, aplicam-se as normas do Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de Agosto.

Estabelecimento de Educação Pré-Escolar

Resposta, desenvolvida em equipamento, vocacionada para o desenvolvimento da criança, proporcionando-lhe actividades educativas e actividades de apoio à família Objectivos: -Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança; - Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança e proporcionar-lhe condições de bem estar e segurança; --Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem e desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo; - Despertar a curiosidade e o pensamento crítico; - Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade; - Apoiar a família através de fornecimento de refeições e de prolongamentos de horários com actividades de animação sócio-educativa.

Lei n.º 5/97, de 10 de Fevereiro; Decreto-Lei n.º 147/97, de 11 de Junho; Despacho Conjunto n.º 268/97, de 21 de Agosto.

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME e MSST

Intervenção integrada da Segurança Social e da Educação.

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Educação pré-escolar

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

Cumprimento da escolaridade obrigatória por alunos com NEE

Visa garantir que os alunos com necessidades educativas especiais estejam, igualmente, sujeitos ao cumprimento da escolaridade obrigatória, a que corresponde o conceito de gratuitidade de ensino.

Decreto-Lei n.º 35/90, de 25 de Janeiro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação (ME) O ME tem vindo a assumir os encargos técnicos e financeiros decorrentes da frequência destes alunos em instituições, mediante a concessão de apoios e subsídios.

Execução pelo Estado e por privados

Gratuitidade do ensino

Visa a gratuitidade do ensino entre 6 e 18 anos para todas as crianças e jovens. O Ministério da Educação tomou a tutela das actividades de educação especial desenvolvidas em IPSS’s, regime já consagrado para os estabelecimentos de educação especial com fins lucrativos, associações e cooperativas de educação especial.

Decreto-Lei n°35/90, de 25 de Janeiro Portaria 778/99 Portaria nº 136/2005, de 2 de Fevereiro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME Estabelece os apoios financeiros a vigorar para o ano lectivo de 2004-2005 nas associações e cooperativas de ensino especial É garantida a gratuitidade de ensino aos alunos que em 15 de Setembro de 2004 tenham idades compreendidas entre os 6 e os 18 anos. São os seguintes os subsídios a conceder: a) Subsídio destinado a comparticipar nas despesas de funcionamento incluindo o seguro escolar dos alunos- (euro) 31,86 por aluno durante 11 meses; b) Subsídio de alimentação incluindo produtos lácteos - (euro) 2,52 por aluno por dia; c) Subsídio para material didáctico e escolar - (euro) 130,84 por aluno por ano.

Execução pelo Estado e por privados com financiamento do Estado O apoio financeiro a conceder às cooperativas e associações de ensino especial é formalizado através de contrato de cooperação entre o Ministério da Educação e as respectivas entidades titulares da autorização de funcionamento

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

Regime educativo especial aplicável aos alunos com necessidades educativas especiais

Destina-se a promover a educação integrada dos alunos com necessidades educativas especiais. Visa a adaptação das condições em que se processa o ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais que frequentam os estabelecimentos públicos de ensino dos níveis básico e secundário, que se podem traduzir nas seguintes medidas: a) Equipamentos especiais de compensação. b) Adaptações materiais; c) Adaptações curriculares; d) Condições especiais de matrícula; e) Condições especiais de frequência; f) Condições especiais de avaliação; g) Adequação na organização de classes ou turmas; h) Apoio pedagógico acrescido; i) Ensino especial. Ver Ajudas Técnicas no Ensino Básico e Secundário

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

A aplicação das medidas previstas tem em conta o caso concreto, procurando que as condições de frequência dos alunos objecto da sua aplicação se assemelhem às seguidas no regime educativo comum, optando-se pelas medidas mais integradoras e menos restritivas. Compete ao órgão de administração e gestão da escola decidir a aplicação do regime educativo especial, sob proposta conjunta dos professores do ensino regular e de educação especial, ou dos serviços de psicologia e orientação, consoante a complexidade das situações.

Regime educativo especial Equipamentos especiais de compensação

Visa promover a compensação de necessidades especiais através de materiais como: - Material didáctico especial: livros em Braille ou ampliados; - Material áudio-visual; - Equipamento específico para leitura, escrita e cálculo. - Dispositivos de compensação individual ou de grupo: auxiliares ópticos ou acústicos; - Equipamento informático adaptado; - Máquinas de escrever braille; - Cadeiras de rodas; - Próteses.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto Despacho Conjunto n°105/97, de 1 de Julho

Alterado e republicado pelo Despacho n.º 10856/2005, de 13 de Maio, do Gabinete do Secretário de Estado da Educação.

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas)

Regime educativo especial Adaptações materiais

Visa a adaptação das condições em que se processa o ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais através da eliminação de barreiras arquitectónicas; da adequação das instalações às exigências da acção educativa e da adaptação de mobiliário.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas)

Regime educativo especial Adaptações curriculares

Visa a adaptação das condições em que se processa o ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educativas especiais através de adaptações curriculares, que se podem traduzir em: - Redução parcial do currículo; - Dispensa da actividade que se revele impossível de executar em função da deficiência. Estas adaptações curriculares não prejudicam o cumprimento dos objectivos gerais dos

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas)

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

ciclos e níveis de ensino frequentados e só são aplicáveis quando se verifique que o recurso a equipamentos especiais de compensação não é suficiente.

Regime educativo especial Condições especiais de matrícula

Visa a facilitação da matrícula atribuindo a faculdade de a efectuar: a) na escola adequada, independentemente do local de residência do aluno; b) com dispensa dos limites etários existentes no regime educativo comum; c) por disciplinas.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto Decreto-Lei Nº301/93 Revoga Os Dl Nº301/84, de 19840907 e DL nº243/87. de 870615

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas) A matrícula efectuada ao abrigo da alínea a) efectua-se quando as condições de acesso e os recursos de apoio pedagógico existentes facilitem a integração do aluno com necessidades educativas especiais. A matrícula efectuada ao abrigo da alínea b) apenas é autorizada aos alunos que, devidamente avaliados e preenchendo condições a regulamentar por despacho do Ministro da Educação, demonstrem um atraso de desenvolvimento global que justifique o ingresso escolar um ano mais tarde do que é obrigatório ou que revelem uma precocidade global que aconselhe o ingresso um ano mais cedo do que é permitido no regime educativo comum. A matrícula efectuada ao abrigo da alínea c) do n.º 1 pode efectuar-se nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e no ensino secundário desde que se assegure a sequencialidade do regime educativo comum.

Regime educativo especial Condições especiais de avaliação

Para garantir a validade da avaliação e a igualdade de oportunidades, consideram-se as seguintes alterações ao regime educativo comum: a) tipo de prova ou instrumento de avaliação; b) forma ou meio de expressão do aluno; c) periodicidade; d) duração; e) local de execução.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas)

Regime educativo especial Adequação na organização de classes ou turmas

Visa adequar a organização de turmas à presença de alunos com NEE 1 - O número de alunos das classes ou turmas que integrem alunos com necessidades educativas especiais não pode ser superior a 20. 2 - As classes ou turmas previstas no número anterior não devem incluir mais de dois alunos com necessidades educativas especiais, salvo casos excepcionais adequadamente fundamentados. 3 - O limite previsto no n.º 1 aplica-se apenas aos casos em que, de acordo com o órgão de administração e gestão da escola ou área escolar, as necessidades especiais dos alunos requeiram atenção excepcional do professor.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas)

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

Regime educativo especial Apoio pedagógico acrescido

Consiste no apoio lectivo suplementar individualizado ou em pequenos grupos e tem carácter temporário.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas)

Regime educativo especial Ensino especial

Visa a aplicação de um conjunto de procedimentos pedagógicos que permitam o reforço da autonomia individual do aluno com necessidades educativas especiais devidas a deficiências físicas e mentais e o desenvolvimento pleno do seu projecto educativo próprio. O ensino especial inclui a possibilidade de seguimento dos seguintes tipos de currículos: a) Currículos escolares próprios; b) Currículos alternativos. Os currículos escolares próprios têm como padrão os currículos do regime educativo comum, devendo ser adaptados ao grau e tipo de deficiência. Os currículos alternativos substituem os currículos do regime educativo comum e destinam-se a proporcionar a aprendizagem de conteúdos específicos. As medidas anteriores previstas no regime educativo especial podem ser aplicadas em acumulação com as estabelecidas para o ensino especial. Este regime alarga o regime de educação especial às IPSS’s que visam ministrar a educação especial e promover a integração sócio-profissional dos alunos que não encontram condições adequadas às suas necessidades nas escolas de ensino regular.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto Portaria nº 776/99 de 30 de Agosto

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Execução directa pelo Estado (escolas públicas)

Regime educativo especial Encaminhamento

Visa a frequência de uma instituição de educação especial em determinadas circunstâncias. Nos casos em que a aplicação das medidas previstas no regime educativo especial se revele comprovadamente insuficiente em função do tipo e grau de deficiência do aluno, devem os serviços de psicologia e orientação em colaboração com os serviços de saúde escolar, propor o encaminhamento apropriado, nomeadamente a frequência de uma instituição de educação especial.

Decreto-lei nº 319/91 de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução directa pelo Estado (escolas públicas) Compete ao órgão de administração e gestão da escola decidir sobre o encaminhamento.

Regime educativo especial Normas Orientadoras do Acompanhamento da Acção Pedagógica das

As orientações pretendem servir de suporte às Direcções Regionais de Educação (DRE) no âmbito do acompanhamento da acção pedagógica das Equipas de Coordenação dos Apoios Educativos 1 Regulamenta o DL nº319/91, de 19910823, que estabelece o regime educativo especial

Despacho Nº173/Me/91 As Orientações contidas neste documento decorrem da aplicação do ponto 18 do Despacho-Conjunto n.º 105/97, de 1

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

As Direcções Regionais de Educação (DRE) acompanham a acção pedagógica das Equipas de Coordenação dos Apoios Educativos.

1 Ver anexo 4

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

Equipas de Coordenação dos Apoios Educativos

aplicável aos alunos com necessidades educativas especiais.

de Julho, na redacção que lhe foi conferida pelo Despacho 10856/2005, de 13 de Maio

Regime educativo especial

Regime aplicável à prestação de serviços de apoio educativo

Visa estabelecer as regras para a identificação das necessidades educativas: - a identificação das necessidades detectadas será acompanhada com a indicação do tipo de apoio especializado que é considerado mais adequado. - o processo de identificação dos alunos é sempre articulado com os professores que desempenham funções de apoio educativo.

Despacho 105/97 de 1 Julho - altera o Decreto- Lei n.º 139-A/90 de 28 de Abr, nos artºs 56 e 57

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

Execução directa pelo Estado A equipa de coordenação dos apoios educativos elabora por cada professor de apoio educativo uma lista dos alunos a apoiar acompanhada do relatório individual do ano anterior ou do relatório respeitante à primeira sinalização, dando conhecimento ao órgão de gestão do agrupamento ou escola onde o professor ficou colocado e a quem compete a distribuição de serviço docente. A lista referida é elaborada tomando em consideração a legislação sobre protecção de dados pessoais. Até 31 de Maio do ano lectivo, o docente do apoio* educativo apresenta um relatório detalhado, caracterizando o progresso das crianças e alunos a seu cargo e das actividades realizadas, o qual deverá ser enviado ao conselho de docentes ou conselho de turma, ao órgão de administração do estabelecimento de ensino e à equipa de coordenação dos apoios educativos. O relatório atrás referido é objecto de validação, devidamente fundamentada, pela equipa de coordenação dos apoios educativos, sendo posteriormente remetido à direcção regional de educação, através do respectivo coordenador educativo, no prazo de 30 dias. A direcção regional de educação deve proceder ao envio do relatório validado, referido no número anterior, ao Gabinete do Secretário de Estado da Educação, no prazo de oito dias.

Regime educativo especial Regras de Aplicação de Medidas de Apoio Educativo

Visa estabelecer regras de aplicação de um conjunto das estratégias e das actividades concebidas no âmbito curricular e de enriquecimento curricular, desenvolvidas na escola ou no seu exterior, que contribuam para que os alunos adquiram as competências, de forma a possibilitar o sucesso educativo de todos os alunos Sempre que um aluno revele dificuldades ou capacidades excepcionais de aprendizagem, em qualquer momento do ano lectivo, o professor do 1.o ciclo e o conselho de turma dos outros ciclos analisam a situação específica do aluno e definem a(s) medida(s) de apoio educativo a adoptar. Compete ao conselho pedagógico da escola ou agrupamento assegurar a aplicação e a

Despacho nº 1438/2005 (2.a série), de 21 de Janeiro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

Execução directa pelo Estado

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financiamento Modalidade de prestação de serviços

avaliação das medidas de apoio educativo referidas no número anterior. O apoio educativo pode apresentar, entre outras, as seguintes modalidades: a) Pedagogia diferenciada na sala de aula; b) Programas de tutoria para apoio a estratégias de estudo, orientação e aconselhamento do aluno; c) Programas de compensação em qualquer momento do ano lectivo ou no início de um novo ciclo; d) Programas de ensino específico da língua portuguesa para alunos oriundos de países estrangeiros.

Regime educativo especial Percursos escolares alternativos

Visa estabelecer medidas de apoio ao sucesso escolar, definindo percursos educativos e formativos para jovens em risco de abandono escolar, com insucesso repetido. Tem como objectivos a: - Constituição, funcionamento e avaliação de turmas com percursos curriculares alternativos - Organização de percursos alternativos adequados a públicos com necessidades educativas específicas, nomeadamente insucesso escolar repetido - Promoção da aquisição de certificações escolares A estrutura curricular pode ser acrescida de uma formação artística, vocacional ou pré-profissional

Despacho Normativo Nº1/2006 Revoga o Desp. nº22/SEEI/96, publ. II Série, nº140, de 19960619, p. 8120 Decreto-Lei nº 6/2001, de 18 de Janeiro, artº 11º (Diversificação das ofertas curriculares) Currículos alternativos Despacho nº 22/SEEI/96, de 19 de Junho (Permite a concepção de currículos alternativos no ensino básico) Despacho Conjunto nº 981/2001, de 26 de Outubro (PRODEP III)

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME PRODEP III Medida 1 Acção 1.2 Percursos diferenciados no ensino básico Ministério da Educação Departamento de Educação Básica (futura Direcção-Geral de Inovação)

A organização dos percursos curriculares alternativos pode ser da iniciativa das seguintes entidades: a) Escolas ou agrupamentos de escolas do ensino público; b) Escolas do ensino particular e cooperativo com autonomia ou paralelismo pedagógico; c) Escolas ou agrupamentos de escolas do ensino público ou escolas do ensino particular e cooperativo com autonomia ou paralelismo pedagógico, em partenariado com outras entidades públicas ou privadas que assegurem componentes de formação artística e tecnológica ou vocacional e profissional. As entidades promotoras apresentam às Direcções regionais de educação respectivas, até final do mês de Maio, as propostas de constituição de turmas com percursos curriculares alternativos referentes ao ano lectivo seguinte.

Educação especial Educação especial em cooperativas e associações sem fins lucrativos: - escolarização - apoio às escolas de ensino regular - intervenção precoce

Visa garantir as condições de educação para os alunos que frequentam as associações e cooperativas de ensino especial, estimulando também o reforço da acção destas instituições como recursos educativos ao dispor das escolas de ensino regular, em parceria com os apoios educativos aí existentes para os alunos com necessidades educativas especiais.

Portaria nº 1102/97 de 3 de Novembro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Educação

Execução por privados com financiamento do Estado

Educação especial Visa a escolarização de alunos com necessidades educativas especiais associadas a Portaria nº 1102/97 de 3 O apoio financeiro a conceder às Aos estabelecimentos de educação especial que

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços

Serviço de escolarização de alunos em cooperativas e associações, sem fins lucrativos

condições individuais de deficiência que requeiram, de acordo com a avaliação psicopedagógica, adaptações significativas e em grau extremo em área do currículo comum e que se considere que seria mínimo o nível de adaptação e de integração social numa escola regular

de Novembro, alínea a) cooperativas e associações de ensino especial destina-se a: a) Conceder, mensalmente, subsídios para os encargos com os vencimentos de docentes destacados; b) Conceder um subsídio de 5250$ por aluno*, durante 11 meses, destinado a comparticipar nas despesas de funcionamento, incluindo o seguro escolar dos alunos; c) Atribuir subsídios para alimentação, transporte e material didáctico e escolar, no âmbito da acção social escolar. A concessão de subsídios destinados aos encargos com os vencimentos, com exclusão dos encargos sociais, de psicólogos, terapeutas e pessoal auxiliar pedagógico de educação especial obedece aos parâmetros seguintes: a) Um número de horas de trabalho de um psicólogo correspondente à proporção de um horário completo para 60 alunos; b) Terapeutas em número correspondente ao quociente, arredondado por excesso, resultante da divisão do número de alunos por 20; c) Pessoal auxiliar pedagógico, ou vigilante, de educação especial em número correspondente ao quociente, arredondado por excesso, da divisão do número de alunos por 10, excepto no caso em que o número de alunos totalmente dependentes seja igual ou superior a 5, situação em que o quociente é de 1 para 5.

escolarizem alunos são exigidos requisitos específicos, entre os quais o de funcionarem de acordo com as disposições aplicáveis ao ensino particular e cooperativo, designadamente o Decreto-Lei n.º 553/80, de 21 de Novembro. O apoio técnico-pedagógico do Estado destina-se a proporcionar a existência dos meios necessários à prossecução das actividades que se propõe realizar. Consiste no seguinte: a) Destacamento de docentes, em número correspondente ao quociente, arredondado por excesso, da divisão do número total de alunos por 5; b) Criação de condições para a contratação de psicólogo, terapeutas e de pessoal auxiliar, ou vigilante, de educação especial; c) Fornecimento de documentação especializada; d)Acompanhamento técnico-pedagógico através de programas de formação contínua para pessoal docente e acções de acompanhamento no âmbito da orientação educativa.

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços

O Ministério da Educação, através dos serviços competentes, prestará apoio no âmbito da acção social escolar, mediante a atribuição de subsídios de alimentação e de transporte, sendo este último determinado com base no custo da carreira pública casa-escola-casa, e de material didáctico escolar. Ver em Gratuitidade do Ensino

Educação especial Actividades de apoio às escolas de ensino regular desenvolvidas por cooperativas e associações sem fins lucrativos

Visam: a) Rentabilizar e potencializar a experiência acumulada pelos profissionais e os materiais existentes, permitindo que esses recursos sejam conhecidos e utilizados pelos alunos com necessidades educativas especiais que frequentam as escolas de ensino regular; b) Constituir um centro de recursos aberto aos profissionais que trabalham na área das necessidades educativas especiais; c) Desenvolver experiências de educação combinada com as escolas de ensino regular sempre que as mesmas se considerem adequadas para satisfazer as necessidades educativas dos alunos que as frequentam; d) Realizar programas de transição para a vida adulta destinados a facilitar o desenvolvimento da autonomia pessoal e a integração social dos alunos com necessidades educativas especiais, os quais poderão ter uma componente de formação profissional.

Portaria nº 1102/97 de 3 de Novembro alínea b)

- Auto-financiamento - Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME - Financiamento por outras entidades O apoio financeiro a conceder mensalmente às cooperativas de educação especial em função dos projectos decorrentes das alíneas b) e c) do n.º 1.º destina-se a suportar os encargos com o pessoal técnico e auxiliar, dependendo os seus valores da análise dos projectos propostos ao serviço competente do Ministério da Educação. O Ministério da Educação, através dos serviços competentes, prestará apoio no âmbito da acção social escolar, mediante a atribuição de subsídios de alimentação e de transporte, sendo este último determinado com base no custo da carreira pública casa-escola-casa, e de material didáctico escolar.

Projectos de Parceria com o ME, na maioria, mas também com Autarquias, com o Ministério da Saúde, a Segurança Social e o Emprego. Às cooperativas e associações de ensino especial que desenvolvam actividades definidas são exigidos os seguintes requisitos específicos: a) Apresentarem ao serviço competente do Ministério da Educação, até ao final do 2.º período lectivo, um projecto de intervenção detalhado, em parceria com as equipas de coordenação dos apoios educativos e com as escolas de ensino regular envolvidas, bem como com serviços de psicologia e orientação e de saúde escolar ou com outras instituições tidas como adequadas; b) Caracterizarem devidamente o projecto, identificando, designadamente, as parcerias, o levantamento das necessidades, assente em estudos sobre a realidade, uma clara definição dos objectivos, as acções programadas adequadas aos objectivos propostos, com indicação das estratégias de intervenção e de interacção com a comunidade, os tempos em que se realizam as intervenções, os recursos humanos e materiais necessários à implementação do projecto e ainda as modalidades de avaliação do projecto; c) Apresentarem ao serviço competente do Ministério da Educação, até 30 de Julho, um relatório de avaliação da execução do projecto. O apoio técnico-pedagógico destinado aos serviços definidos será atribuído em função da análise dos projectos

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços

apresentados e tendo em conta as necessidades de recursos aí referenciadas e será prestado pelas direcções regionais de educação.

Educação especial Centro de Apoio Sócio-Educativo

Visa assegurar a prestação de apoio específico a crianças e jovens com necessidades educativas especiais, criando condições de aprendizagem que facilitem o seu desenvolvimento e apoiar as suas famílias Integra componentes de apoio educativo, terapêutico, psicológico e social a crianças e jovens dos 6 aos 16/18 anos com necessidades educativas especiais que não puderam ser integradas nas estruturas regulares de ensino. Esta medida transitou do MTS para a tutela do Ministério da Educação.

Portaria nº 776/99, de 30 de Agosto, dos Ministros da Educação e do Trabalho e Solidariedade Portaria nº 1102/97, de 3 de Novembro, do Ministro da Educação Portaria nº 145/99, de 26 de Fevereiro, do Ministro da Educação

- Instituto da segurança social, através de acordos ou protocolos de cooperação - PIDDAC – Para a criação ou remodelação dos estabelecimentos

Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social Ou - Instituições Particulares de Solidariedade Social, através de acordos ou protocolos de cooperação ou acordos de gestão Ou - Direcção Regional de ducação: . Colégios lucrativos - Estabelecimentos oficiais Beneficiários: Crianças e jovens dos 6 aos 16/18 anos com necessidades educativas especiais que não puderam ser integradas nas estruturas regulares de ensino.

Educação especial Educação especial em estabelecimentos de ensino particular

Visa garantir as condições de educação especial, em instituições particulares, para os alunos que dela necessitam e estimular a emergência, naqueles estabelecimentos, de projectos referenciais de qualidade em que se potenciem estratégias e recursos adequados. Aplica-se aos estabelecimentos que prestem atendimento a alunos com necessidades educativas especiais que exijam um atendimento específico resultante de: a) Dificuldades graves de comunicação no acesso ao currículo regular, designadamente nas áreas da motricidade, da linguagem, da visão e da audição; b) Dificuldades graves de compreensão do currículo regular; c) Problemas graves do foro emocional e comportamental; d) Outros problemas que, por razões conjunturais ou contextuais, devidamente fundamentadas, exijam um atendimento especializado não disponível no quadro do atendimento regular.

Portaria nº 1103/97 de 3 de Novembro

Financiamento pelo Estado O apoio financeiro a conceder aos alunos das escolas particulares de educação especial visa: a) Proporcionar o ensino gratuito aos alunos com idades compreendidas entre os 6 e os 15 anos; b) Comparticipar nos custos decorrentes da frequência dos alunos com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos. O apoio financeiro referido nas alíneas a) e b) só será prestado aos alunos cuja necessidade de frequência da escola de educação

Contrato de cooperação entre o ME e a entidade titular de autorização de funcionamento da escola. Aos estabelecimentos de ensino particular de ensino especial são exigidos requisitos de funcionamento, entre os quais o de ser titular de autorização de funcionamento, nos termos das disposições do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo.

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços

especial seja comprovada mediante declaração emitida pelo serviço competente do Ministério da Educação. Apoio no âmbito da acção social escolar, através de subsídios de alimentação e transporte.

Educação especial Educação especial para o ensino básico mediatizado

Estabelece as normas de educação especial aplicáveis aos alunos com necessidades educativas especiais que frequentam o ensino básico mediatizado, ao abrigo do disposto no art. 21º do DL nº319/91, de 19910823 (estabelece o regime educativo especial aplicável aos alunos com necessidades educativas especiais)

Portaria Nº613/93, de 29 de Junho

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Medidas especiais de educação

Reorganização curricular do ensino básico

Visa a reorganização curricular do ensino básico. Prevê a regulamentação das medidas especiais de educação, dirigidas a alunos com necessidades educativas especiais de carácterpermanente (artigo 10º).

Decreto-Lei 6/2001, de 18/01

Financiamento pelo Estado Ministério Responsável: ME

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Pagamento do seguro escolar a alunos com necessidades educativas especiais

Institui um seguro escolar, isentando do seu pagamento os alunos com necessidades educativas especiais.

Despacho Conjunto Nº117/Sere/Seebs/93 Revoga O Desp. Nº78/SERE/92, Publ. II Série, Nº184, De 19920811, P. 7477

Financiamento pelo Estado Ministério Responsável: ME

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Medidas específicas para alunos com NEE nos Cursos Ensino Recorrente

Cria diversos cursos do ensino recorrente de nível secundário e aprova os respectivos planos de estudos. Contempla medidas específicas relativas a alunos com necessidades educativas especiais

Portaria Nº550-E/2004 Financiamento pelo Estado Ministério Responsável: ME

O presente diploma insere-se na reforma do ensino secundário, cria diversos cursos científico-humanísticos, tecnológicos e artísticos especializados, aprova os respectivos planos de estudo e o regime de organização administrativa, pedagógica e de avaliação do ensino recorrente de nível secundário. Assim: Ao abrigo do disposto nos n.os 2 do artigo são criados o curso de Ciências e Tecnologias, o curso de Ciências Socioeconómicas, o curso de Ciências Sociais e Humanas, o curso de Línguas e Literaturas e o curso de Artes Visuais, do ensino recorrente de nível secundário de educação, e aprovados os respectivos planos de estudo, constantes dos anexos n.os 2 a 6 da presente portaria e que desta fazem

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços

parte integrante. São criados o curso Tecnológico de Construção Civil e Edificações, o curso Tecnológico de Electrotecnia e Electrónica, o curso Tecnológico de Informática, o curso Tecnológico de Design de Equipamento, o curso Tecnológico de Multimédia, o curso Tecnológico de Administração, o curso Tecnológico de Marketing, o curso Tecnológico de Ordenamento do Território e Ambiente, o curso Tecnológico de Acção Social e o curso Tecnológico de Desporto, do ensino recorrente de nível secundário de educação, e aprovados os respectivos planos de estudo, constantes dos anexos n.ºs 7 a 16 da presente portaria e que desta fazem parte integrante. São criados o curso de Comunicação Audiovisual, o curso de Design de Comunicação, o curso de Design de Produto e o curso de Produção Artística, do ensino recorrente de nível secundário de educação, e aprovados os respectivos planos de estudo, constantes dos anexos n.ºs 17 a 20 da presente portaria e que desta fazem parte integrante. 4.o É aprovado o regime de organização, funcionamento e avaliação dos cursos de ensino recorrente de nível secundário de educação. Regime de organização, funcionamento e avaliação.

Apoio a crianças e jovens surdos

Define as condições para a criação e funcionamento de unidades de apoio a educação de crianças e jovens surdos nos estabelecimentos públicos do ensino básico e secundário

Despacho Nº7520/98 Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

Executado nos estabelecimentos públicos do ensino básico e secundário.

Curso específico para alunos surdos

Aprova o plano de estudos do curso de técnico auxiliar de informática, exclusivamente para deficientes auditivos.

Despacho Normativo Nº480/94

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

Normas orientadoras para a organização e o funcionamento das unidades especializadas em multideficiência

São um instrumento de apoio, constituindo-se como um conjunto de princípios orientadores para a implementação de uma resposta educativa adequada às necessidades dos alunos com multideficiência e com surdocegueira congénita. Alargamento de unidades especializadas em escolas de referência para apoio a alunos com multideficiência e espectro do autismo

PAIPDI Resolução do Conselho de Ministros Nº. 120/2006

Ministério da Educação Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular Direcção de Serviços da Educação Especial e do Apoio Sócio-Educativo

As unidades especializadas são um recurso pedagógico especializado dos agrupamentos de escola e das escolas destinado aos alunos com multideficiência ou com surdocegueira congénita e visam a participação activa destes alunos no seu processo de aprendizagem e a vivência de experiências de sucesso.

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Ensino superior

EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços Acesso ao ensino superior de pessoas com deficiência Dispensa de exames nacionais

Determina a dispensa da realização de exames nacionais do 9º ano do ensino básico durante o ano lectivo de 2004-2005 para os alunos que se encontrem em determinadas situações. Visa salvaguardar, através de soluções flexíveis e intercalares, a situação de outros grupos específicos da população escolar do ensino básico, cujo processo de aprendizagem reclama, da parte do sistema, respostas curriculares autónomas e instrumentos de avaliação adaptados às necessidades educativas próprias, assegurando-se, em consonância com os princípios orientadores plasmados no Despacho Normativo n.º 1/2005, de 5 de Janeiro, as condições adequadas à consecução da igualdade de oportunidades no acesso e sucesso escolares.

Despacho Normativo Nº31/2005

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Acesso ao ensino superior Contingente especial para acesso ensino superior

Aprova o Regulamento do Concurso Nacional de Acesso e Ingresso no Ensino Superior Público para a Matrícula e Inscrição no Ano Lectivo de 2005-2006. Fixa um contingente especial para candidatos portadores de deficiência física ou sensorial.

Portaria Nº594/2005 de 15 de Julho

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Acesso ao ensino superior Bolsas de estudo

Bolsas de estudo no ensino superior para pessoas com deficiência Regulamento de atribuição de Bolsas de Estudo a estudante do ensino superior público Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a estudante do ensino superior particular e cooperativo e da Universidade Católica Aprova os critérios orientadores para a atribuição de bolsas de estudo a alunos do ensino superior. O art. 20º contempla os estudantes portadores de deficiência

Despacho Nº209/97 Despacho n.º 10.324-D/97 (II Série) de 31 de Outubro aprova o regulamento Despacho n.º 11.640-D/97 (II Série) de 24 de Novembro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

O estudante portador de deficiência física ou sensorial devidamente comprovada beneficia de estatuto especial de atribuição de Bolsa de Estudo, a afixar caso a caso pelo Serviço de Acção Social ou por despacho do Director do Departamento do Ensino Superior respectivo, uma vez ponderada a sua situação concreta.

Acesso ao ensino superior

Beneficiam de tratamento mais favorável, em termos de prazo do empréstimo e de taxa de bonificação, os estudantes do ensino superior que, satisfazendo as condições previstas no

Decreto-Lei n.º 512/99 de 24 de Novembro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

A Lei n.º 113/97, de 16 de Setembro - Lei de Bases do Financiamento do Ensino Superior Público - prevê, no seu

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidade de prestação de serviços Regime de crédito bonificado aos estudantes do ensino superior

artigo 2.º, à data da formulação do pedido de empréstimo, sejam deficientes, considerando-se como tal, para efeitos do disposto neste artigo, aquele que apresente um grau de incapacidade permanente, devidamente comprovado pela entidade competente, nos termos da legislação aplicável, igual ou superior a 60%.

artigo 26.º, no âmbito da relação entre o Estado e o estudante, o apoio do Estado a sistemas de empréstimos que tenham como objectivo possibilitar ao estudante a sua autonomização financeira, designadamente pela criação de taxas remuneratórias especialmente bonificadas. Tendo em conta a relevância social desta medida, o legislador da Lei n.º 113/97 teve ainda o cuidado de referir que o empréstimo deve privilegiar os estudantes economicamente carenciados e com aproveitamento escolar satisfatório, estendendo mesmo a matéria aos estudantes do ensino superior particular e cooperativo e de direito concordatário, nos termos do seu artigo 34.º

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 35

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Outros programas e medidas educacionais

EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Observatório permanente de acompanhamento

Visa o levantamento de dados sobre o modo como as escolas aplicam as medidas de apoio educativo aos alunos com NEE

Despacho 105/97 de 1 de Julho

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

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Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)

Visa desenvolver actividades de orientação vocacional e os programas de apoio psicopedagógico dirigidos aos alunos, o apoio aos órgãos de gestão e aos professores, ou o trabalho com as famílias e a comunidade. Os SPOs têm uma actividade que não se limita às necessidades educativas especiais e ao apoio sócio-educativo.

Decreto-Lei n.° 115-A/98 de 4 de Maio Revoga Serviços de psicologia e orientação - Decreto-Lei n.º 190/91, de 17 de Maio

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME

Execução directa pelo Estado

Programa “Escola Alerta!” Visa sensibilizar os jovens do Ensino Básico e do Ensino Secundário para as questões da deficiência, mobilizando-os para o combate à discriminação de que são alvo as pessoas com deficiência, através da eliminação das barreiras urbanísticas, arquitectónicas e de comunicação que dificultam ou impedem a sua acessibilidade e o pleno gozo da sua cidadania. Consiste na abordagem de temas relacionados com a problemática da deficiência e em particular com as questões das barreiras discriminatórias que impedem a plena participação e a inclusão social das pessoas com deficiência. Existe uma componente concurso que consiste na inventariação das barreiras existentes - sociais, de comunicação, urbanísticas e arquitectónicas - e na proposta de soluções para a sua eliminação. Cabe às escolas, em função dos escalões etários dos alunos e das características do meio decidirem sobre o que incidem os trabalhos. Exemplos: 1) Os mais novos poderão circunscrever o seu campo de acção à escola e espaço envolvente (o edifício, a sinalética, o material informático existente, a paragem do transporte público mais próxima, as lojas e outros estabelecimentos próximos) e apresentarem as propostas de solução que julguem adequadas para cada situação. 2) Os mais velhos, jovens com maior autonomia, poderão fazer um levantamento acerca do quarteirão, da vila ou da aldeia onde habitam (a autarquia, a biblioteca, piscinas, as lojas, o posto de saúde, etc.), dos

Programa Regulamento 2005/2006 Ministério do Trabalho e da Segurança Social Coordenado pelo SNRIPD Desenvolvimento conjunto do Programa pelo Ministério da Segurança Social e Trabalho e pelo Ministério da Educação Participação e envolvimento directo dos Governos Civis como parceiros, nomeadamente, na coordenação de acções a nível distrital, cabendo este mesmo papel às Direcções Regionais de Educação no caso das Regiões Autónomas

Financiamento pelo Estado (MTSS) e por privados Orçamento do SNRIPD e Patrocínio privado Colaboração do Grupo “José de Mello, S.A.”, nos termos definidos por Protocolo de Acordo estabelecido com o SNRIPD, enquanto entidade patrocinadora que suportou os encargos financeiros com a aquisição dos Prémios a atribuir às escolas, foi determinante para o impacto deste Concurso. Os restantes encargos com o Programa “Escola Alerta!” neste primeiro ano de lançamento, nomeadamente, os decorrentes de vencimentos, materiais de escritório/consumíveis, correios, telefones, foram suportados pelo funcionamento geral do SNRIPD, através do Orçamento da Segurança Social/Acção Social e pelo Orçamento do Estado.

É orientado por professores e/ou entidades especializadas para o efeito convidadas pela Escola, através da pesquisa e recolha de documentos, consulta de livros, Internet; visitas de estudo, entrevistas, debates, etc. Cada escola decide o número de abordagens a realizar e o seu calendário. Dirige-se a todos os alunos dos Ensinos Básico e Secundário e processa-se nos termos do seu Regulamento. Em cada turma, o professor para tal designado pela Escola acompanha os alunos.

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EDUCAÇÃO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

transportes que utilizam (o autocarro, o eléctrico, o comboio, etc.) e das formas de comunicação no caso de pessoas cegas ou surdas e apresentarem as propostas de solução que julguem adequadas para cada situação.

Plano Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação

Visa, no âmbito da Educação, apoiar iniciativas de ensino/aprendizagem à distância para situações de isolamento devido a doença ou graves incapacidades permanentes ou temporárias.

Visa também incentivar a introdução nos currículos de Ensino Superior de matérias relacionadas com acessibilidade e ajudas técnicas.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2003 UMIC Min. Educação Min. Ciência Ens. Sup. Op. Telecom. Fab. Equip (colocar talvez em modalidades de prestação de serviços)

Financiamento pelo Estado e por privados Ministérios responsável: Ministério da Ciência e do Ensino Superior

Execução por entidades públicas e privadas

Novas Oportunidades Iniciativa no âmbito do Plano Nacional de Emprego e do Plano Tecnológico

Criação de seis Centros de Reconhecimento e Validação de Competências, de âmbito de intervenção nacional, que garantam a adequação do atendimento prestado às necessidades específicas das pessoas com deficiência. Objectivos: - Promover o reforço da auto-estima individual e da justiça social, - Desenvolver a capacidade de construir trajectórias de aprendizagem individuais que valorizem as aquisições de cada pessoa, de promover modelos flexíveis de organização da formação e dar maior expressão à formação em contexto de trabalho.

2. 2. FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EMPREGO

Introdução

A Constituição Portuguesa dispõe (artº. 59.º) que “todos têm direito ao trabalho”, e o respectivo dever de trabalhar, embora salvaguardando as excepções resultantes de incapacidades por doença, idade ou invalidez. A Lei nº 38/2004 de 18 de Agosto conhecida como Lei de Bases da Reabilitação contém a definição das bases gerais do regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da pessoa com deficiência. Estabelece no Artigo 26.º “o direito ao emprego, trabalho e formação e que compete ao Estado adoptar medidas específicas necessárias para assegurar o direito de acesso ao emprego, ao trabalho, à orientação, formação, habilitação e reabilitação profissionais e a adequação das condições de trabalho da pessoa com deficiência. Acrescenta que, no cumprimento do disposto anteriormente, o Estado deve fomentar e apoiar o recurso ao auto-emprego, teletrabalho, trabalho a tempo parcial e no domicílio”. Já no Artigo 28.º estipula a fixação de quotas de emprego, especificando que “as empresas devem, tendo em conta a sua dimensão, contratar pessoas com deficiência, mediante contrato de trabalho ou de prestação de serviço, em número até 2% do total de trabalhadores. E ainda que esta disposição pode ser aplicável a outras entidades empregadoras nos termos a regulamentar. No que concerne a Administração Pública, estabelece que esta deve proceder à contratação de pessoas com deficiência em percentagem igual ou superior a 5%.” A proposta de lei da formação profissional, de 12 de Maio de 2004, prevê como objectivos: 1) Promover a reabilitação profissional dos trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida e das pessoas com deficiência ou doença crónica, nomeadamente daqueles cuja incapacidade foi adquirida em consequência de acidente de trabalho ou doença profissional; 2) Promover a integração sócio- -profissional de grupos com particulares dificuldades de inserção, através de acções de formação profissional especial ou, sempre que possível, do seu acesso a acções de formação frequentadas por outros grupos.

Por sua vez, o Código do Trabalho, Lei n.º 99/2003 de 27 de Agosto, contém inúmeras disposições que regulam a especial situação das pessoas com deficiências e que são mencionadas nas grelhas das medidas em vigor.

O financiamento das acções, programas e medidas de reabilitação profissional tem sido assegurado com recurso aos programas comunitários e ao orçamento do IEFP. No âmbito do QCA III, foram definidos programas e intervenções constituindo, praticamente, os únicos referenciais de intervenção nesta área em termos nacionais. Os programas e medidas existentes actualmente têm por finalidade assegurar o direito ao trabalho, constitucionalmente previsto, também às pessoas com deficiências. Estão organizados em três eixos:

- Desenvolvimento pessoal e profissional; - Integração no mercado normal de trabalho; - Emprego protegido, majorações e intervenções de carácter estruturante.

Em termos de financiamento há que destacar a importância dos fundos comunitários. De facto, os financiamentos provenientes do FSE representam mais de metade do orçamento de uma percentagem elevada das organizações de reabilitação. Esses

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fundos têm tido também como efeito a subida progressiva das contribuições do orçamento próprio do IEFP. A título de exemplo, refira-se que a origem dos fundos para a reabilitação distribuiu-se em 2003 por: QCA III - POEFDS Eixo 5 (47%), PORLVT (7%) e IEFP (45%). A aplicação distribuiu-se por: Funcionamento (81%), Outros Programas (16%) e Construções e equipamentos (4%).

Em 2004 o IEFP apoiou 136 centros e núcleos de reabilitação, para o funcionamento de acções de reabilitação profissional, designadamente:

- Avaliação/Orientação Profissional; - Formação Profissional; - Readaptação ao Trabalho; - Programas de Apoio à Colocação e Acompanhamento Pós-Colocação; - Teletrabalho; - Apoio à Colocação no Mercado de Trabalho - Ajudas Técnicas

No âmbito do emprego protegido, o IEFP concedeu apoio técnico e financeiro à instalação e ao funcionamento de 18 CEP e 32 Enclaves.

As candidaturas ao programa Constelação, no âmbito das acções de reabilitação profissional, reportam-se obrigatoriamente a um ano civil, independentemente da duração das acções, para as seguintes acções-tipo:

• Informação/Avaliação e Orientação Profissional • Formação Profissional • Readaptação ao Trabalho • Apoio à Colocação e Acompanhamento Pós-Colocação • Apoio ao Teletrabalho • Regime de Emprego Protegido: Centros de Emprego Protegido, Enclaves e

Emprego Protegido no Domicílio

A Formação Profissional pode ser desenvolvida através de acções especificamente destinadas às pessoas com deficiência ou integrada em cursos e acções destinadas à população em geral, podendo essas acções ser desenvolvidas em Centros de Gestão Participada, Escolas Profissionais, Centros de Formação de Empresas, etc.

Sem prejuízo da qualidade das intervenções diferenciadas, pretende-se privilegiar a utilização de estruturas de formação destinadas à população em geral, implementando-se os apoios complementares necessários.

Os Centros de Recursos podem constituir-se como parceiros técnicos de suporte ao nível didáctico-pedagógico, de soluções técnicas ou outras, à formação desenvolvida em estruturas regulares.

Quando a Formação ocorrer de forma integrada em cursos ou acções destinadas à população em geral, a entidade promotora deve assegurar, se necessário: pré-formação; reabilitação funcional/actualização de competências; acompanhamento e apoio ao processo de formação; apoio à colocação / acompanhamento pós-colocação; acompanhamento e apoio ao processo de estágio.

Síntese descritiva dos programas e medidas

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Programa Constelação

Visa habilitar as pessoas com deficiência com competências pessoais e profissionais que reforcem as suas condições de empregabilidade e promover a sua integração sócio--profissional, de modo a garantir a paridade de estatutos e uma efectiva igualdade de oportunidades na participação social.

Decreto Regulamentar nº 12-A/00, de 15 de Setembro Despacho Normativo nº 42-B/00, de 20 de Setembro Portaria nº 799-B/00, de 20 de Setembro

Instituto de Emprego e Formação Profissional

Contrato-programa, que comete ao IEFP a responsabilidade pela gestão técnica e financeira das acções de Reabilitação Profissional elegíveis no âmbito do QCA III e a serem desenvolvidas pelas entidades de reabilitação profissional, associando-o à respectiva gestão técnica, administrativa e financeira.

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos Apoios técnicos e financeiros à Reabilitação Profissional, variáveis de acordo com as modalidades de intervenção:

Desenvolvimento Pessoal e Profissional: - Informação, avaliação e orientação - Preparação pré-profissional - Formação profissional - Readaptação ao trabalho

Integração no Mercado de Trabalho: - Integração em Mercado Normal de Trabalho - Instalação por Conta Própria - Emprego Protegido -Apoio à colocação e acompanhamento pós- colocação: - Bolsa de emprego para teletrabalhadores

Intervenções de carácter estruturante e

complementar - Ajudas Técnicas - Prémio de Integração - Prémio de Mérito - Formação de Técnicos

Pré-profissional

Visa proporcionar a adolescentes com deficiências, com idade igual ou superior a 12 anos que frequentem instituições de educação especial, oficiais ou particulares, e que não sejam susceptíveis de integração nos sistemas regulares de ensino, uma iniciação numa variedade de tipos de trabalho, contribuindo para o seu despiste vocacional e futura definição do seu projecto de vida

Despacho Normativo nº 388/79, de 31-12 Desp. Regulamentar da Secretaria de Estado do Emprego de 18-08-80 Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto Despacho da Secretaria de Estado do Emprego, de 8 de Setembro de 200

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: ME, MTSS Candidatura Constelação ME, IEFP, FSE São elegíveis as despesas susceptíveis de financiamento pelo FSE, nos termos da legislação comunitária e nacional em vigor, respeitantes às acções-tipo mencionadas

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos As candidaturas processam-se nos termos da legislação nacional em vigor aplicável para as acções-tipo:

Preparação Pré-Profissional Apoios à Contratação Emprego Protegido Instalação por Conta Própria

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 39

Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 40

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Informação, Avaliação/ Orientação Profissional

Visa apoiar as pessoas com deficiência na tomada de decisões vocacionais adequadas, facultando-lhes os meios, informação e apoios considerados indispensáveis à definição do seu projecto de vida.

Dec-Lei nº 247/89, de 05-08; Dec-Reg nº 12-A/2000, de 15-09

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

Candidatura Constelação

IEFP e FSE

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos São beneficiários finais os Centros de Reabilitação Profissional de Gestão Directa e Participada, entidades privadas sem fins lucrativos e entidades públicas, devidamente credenciadas pelo IEFP como Centros de Recursos Local e Especializado. Estas acções são desenvolvidas no âmbito das actividades (entrevistas, experimentação em posto de trabalho) dos Centros de Recurso Locais e Especializados, por um período máximo de quatro meses ou 528 horas / 17 semanas, por estagiário, desde que inscritos e encaminhados pelos Centros de Emprego.

Formação Profissional

Visa dotar as pessoas com deficiência de conhecimentos e competências necessárias à obtenção de uma qualificação profissional que lhes permita alcançar e/ou manter um emprego e progredir profissionalmente no mercado de trabalho

Decreto Lei nº 247/89, de

5 de Agosto

Decreto Regulamentar nº

12-A/00, de 15 de Setembro

Despacho Normativo nº

42-B/00, de 20 de Setembro

Portaria nº 799-B/00, de

20 de Setembro

Decreto-Lei nº 18/02, de

29 de Janeiro

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

Candidatura Constelação

IEFP e FSE

Podem apresentar Planos de Formação as entidades, do sector público, privado ou cooperativo, com ou sem fins lucrativos, que desenvolvam acções de reabilitação profissional, sendo obrigatório o recurso a esta modalidade de financiamento às entidades cujo apoio financeiro solicitado, para a realização de acções elegíveis ao Fundo Social Europeu, seja igual ou superior a 498.797,90 euros ou apresentem projectos que abranjam mais do que uma acção-tipo.

Os Planos de Formação/Integração podem ser plurianuais

Apoios financeiros: Ao investimento - subsídios para aquisição ou construção de edifícios, instalação ou adaptação de edifícios e aquisição de

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos

São beneficiários finais as entidades privadas e entidades públicas da administração central e local, desde que devidamente acreditadas para o desenvolvimento de actividade formativa. As acções passíveis de apoio uma duração máxima de 4 anos - podendo excepcionalmente ser acrescidas de um ano, nas condições abaixo referidas - e estruturam-se em 3 fases: a)Pré-Formação - com a duração máxima de 1 ano - para recuperação/actualização de competências pessoais, integrando as incapacidades/ desvantagens decorrentes das deficiências e melhorando as capacidades funcionais, académicas e sociais. Nesta fase, podem ser incluídas actividades no âmbito do despiste vocacional e de orientação profissional; b)Formação-Qualificação - poderá ter a duração máxima de 2 anos ou a duração prevista para as acções destinadas à população em geral, acrescida eventualmente de 6 meses; c)Estágio em empresa - poderá ter a duração máxima de 1 ano e tem por objectivo aferir o treino de competências pessoais e técnicas em ambiente real de trabalho, bem como facilitar o processo de aproximação dos formandos ao mercado de trabalho; acrescida, eventualmente, de 6 meses.

O apoio suplementar de 6 meses, referido nas alíneas b) e c) anteriores, fica sujeito a aprovação prévia do IEFP,

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 41

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

equipamento oficinal Ao funcionamento -recrutamento e orientação dos formandos, despesas com bolsas de formação, alimentação, alojamento,deslocações e seguros dos formandos, despesas com remunerações dos formadores, pessoal técnico não docente, administrativo e auxiliar e outras despesas

mediante a apresentação de proposta fundamentada, com antecedência mínima de 3 meses.

Readaptação ao Trabalho Visa proporcionar às pessoas que tenham adquirido deficiência um apoio no exercício de uma actividade profissional, condições e processos de adaptação e compensação das suas limitações funcionais, que lhes possibilitem um mais fácil desempenho de tarefas a partir do aproveitamento da sua anterior experiência profissional. Através desta medida pretende-se, assim, proporcionar os apoios que se mostrem essenciais, em cada situação particular, para a reintegração de pessoas que tenham adquirido deficiência, promovendo de forma integrada o desenvolvimento das condições gerais de empregabilidade que potenciem e possibilitem a reintegração na vida activa e profissional, através da análise e avaliação dos casos individuais e da definição das respectivas medidas a adoptar, bem como do apoio no acesso a essas medidas

Dec-Lei nº 247/89, de 05-08; Resolução do Conselho de Ministros nº 81/00 de 10-07 Lei nº 100/97, de 13 de Setembro Decreto-Lei nº 360/97, de 17 de Dezembro Decreto Regulamentar nº 12-A/00, de 15 de Setembro Despacho Normativo nº 42-B/00, de 20 de Setembro Portaria nº 799-B/00 de, 30 de Setembro

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

Candidatura Constelação

IEFP e FSE

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos

São beneficiários finais os Centros de Reabilitação Profissional de Gestão Directa e Participada, entidades privadas sem fins lucrativos e entidades públicas, devidamente credenciadas pelo IEFP como Centros de Recursos Local e Especializado.

Estas acções são desenvolvidas no âmbito das actividades dos Centros de Recursos Local e Especializado, por um período máximo de 4 anos por beneficiário, desenvolve-se em 3 fases

Apoio à Colocação Visa apoiar a integração profissional de pessoas com deficiência que possuam condições mínimas para aceder ao mercado de trabalho.

Dec-Lei nº 247/89, de 05-08; Resolução do Conselho de Ministros nº 81/00 de 10-07

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

Candidatura Constelação

IEFP e FSE

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos

São beneficiários finais os Centros de Reabilitação Profissional de Gestão Directa e Participada, entidades privadas sem fins lucrativos e entidades públicas, devidamente credenciadas pelo IEFP como Centros de Recursos Local e Especializado O período máximo da duração do apoio é de seis meses, para cada uma das pessoas com deficiência.

Acompanhamento Pós-Colocação

Visa apoiar a manutenção e progressão profissional de trabalhadores com deficiência em mercado de trabalho, na medida em que se reconhece que o sucesso do processo de integração sócio-profissional das pessoas com deficiência depende de uma mediação técnica estruturada e contínua.

Dec-Lei nº 247/89, dfe 05-08; Resolução do Conselho de Ministros nº 81/00 de 10-07

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

Candidatura Constelação

IEFP e FSE

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos.

São beneficiários finais os seguintes: Centros de Reabilitação Profissional de Gestão Directa e Participada, entidades privadas sem fins lucrativos e entidades públicas,

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 42

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

devidamente credenciadas pelo IEFP como Centros de Recursos Local e Especializado, relativamente aos trabalhadores com deficiência encaminhados pelos Centros de Emprego; Entidades que desenvolvam acções de Formação Profissional para pessoas com deficiência que sejam seus ex-formandos contratados durante o primeiro ano de actividade.

O período máximo de duração é de 3 anos, para cada uma das pessoas com deficiência em regime de Acompanhamento Pós-Colocação. O primeiro ano de acompanhamento pode ser realizado pela entidade formadora ou pelo Centro de Recurso Local. Os dois anos seguintes serão sempre uma atribuição do Centro de Recurso Local.

No caso de pessoas ou públicos com dificuldades de manutenção do emprego - por exemplo, pessoas com deficiências psicológicas ou doença mental - poderá o Acompanhamento Pós-Colocação ser prolongado, desde que devidamente justificado.

Apoio ao Teletrabalho e criação de uma Bolsa para teletrabalhadores

Visa potenciar as TIC para a criação de novas oportunidades de emprego, apoiando técnica e financeiramente a formação para teletrabalhadores, presencial ou a distância, apoiando a instalação por conta própria, criação de centros de tele-serviços ou a contratação como teletrabalhadores. Visa ainda, em parceria e articulação com os CRP e outras entidades, a criação de um sistema de apoio aos teletrabalhadores com deficiências.

Resolução do Conselho de Ministros nº 81/00 de 10-07; Dec-Lei nº 247/89, de 05-08 Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto Decreto Regulamentar nº 12-A/00, de 15 de Setembro Despacho Normativo nº 42-B/00, de 20 de Setembro Portaria nº 799-B/00 de, 20 de Setembro

Apoios financeiros: Ao investimento na aquisição de equipamento necessário ao desenvolvimento das acções Ao funcionamento recrutamento e orientação dos beneficiários, despesas com bolsas de formação, alimentação, alojamento, deslocações e seguros dos beneficiários, despesas com remunerações do pessoal técnico, administrativo e auxiliar e outras despesas de funcionamento

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Formação Profissional e Emprego

Integração no Mercado Normal de Trabalho

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 43

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Subsídio de adaptação de postos de trabalho

Visa apoiar a adaptação dos equipamentos e postos de trabalho às características funcionais das pessoas com deficiências. Ver Protecção Social, Ajudas Técnicas e Acessibilidades

Dec-Lei 247/89 de 05-08; Desp. Norm.-99/90 de 06-09; Portaria Nº1212 / 2000 de 15-11

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP e FSE

Subsídio de adaptação de postos de

trabalho:

Prestação pecuniária, não reembolsável, concedida para adaptação dos equipamentos ou postos de trabalho, tendo em conta as dificuldades funcionais do trabalhador com deficiência

O valor de cada um destes subsídios não pode exceder 12 x o valor da RMM garantida no seu valor mais elevado

Majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Subsídio de Compensação

Visa compensar as entidades empregadoras do menor rendimento que as pessoas com deficiências possam apresentar durante o período de adaptação/readaptação ao trabalho em relação aos outros trabalhadores da mesma categoria profissional. Ver Protecção Social

Desp Norm nº 99/90 de 06-09; Portaria Nº1212 / 2000 de 15-11; Dec-Lei 401/91, de 16 de Outubro Decreto Lei nº 247/89, de 5 de Agosto Despacho Normativo nº 99/90, de 6 de Setembro Portaria nº 1212/00, de 26 de Dezembro Decreto Lei nº 18/02, de 29 de Janeiro

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

Subsídio de compensação: Prestação financeira mensal, não reembolsável, destinada a compensar a entidade empregadora de trabalhadores com deficiência pelo menor rendimento produtivo destes trabalhadores, durante a fase de adaptação/readaptação ao posto de trabalho. Subsídio mensal, não reembolsável, calculado em função da redução efectiva do rendimento do trabalho apresentada pelo trabalhador, confirmada pelos serviços do Instituto do Emprego e Formação Profissional, e do salário base dum trabalhador não deficiente e de igual categoria, segundo a CCT aplicável ao sector ou o nível de salários praticados na região.

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 44

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Subsídio de eliminação barreiras arquitectónicas

Visa a eliminação das barreiras arquitectónicas que dificultem ou impeçam a mobilidade das pessoas com deficiências no acesso ou deslocação no local de trabalho. Ver Protecção Social e Acessibilidades

Lei nº 9/89, de 02-05; Desp anual do SNRIPD; Desp Conj MiS/MTSS nº 402/01, de 03-05

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

Subsídio de Eliminação de Barreiras Arquitectónicas: Prestação pecuniária, não reembolsável, para a eliminação de obstáculos físicos que impeçam, ou dificultem, o acesso do trabalhador O valor de cada um destes subsídios não pode exceder 12 x o valor da RMM garantida no seu valor mais elevado Majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Subsídio de acolhimento personalizado

Visa compensar os custos que a entidade empregadora tenha com o acolhimento personalizado das pessoas com deficiências. Ver Protecção Social

Despacho Normativo nº 99/90, de 6 de Setembro

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

Subsídio de acolhimento personalizado: Prestação pecuniária, não reembolsável, destinada a cobrir despesas com pessoas para acompanhar e apoiar o trabalhador com deficiência durante o processo de integração sócio-profissional e de adaptação ao esquema produtivo da entidade empregadora: - calculado com base nas despesas realizadas pela entidade empregadora nas acções de acolhimento personalizado (remuneração do pessoal destacado para o efeito), não pode exceder, em cada mês, 2 x a RMM garantida, no seu valor mais elevado - majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 45

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Instalação por Conta Própria Destinado a quem, por força das suas deficiências, tenha dificuldades em obter e sustentar um emprego no mercado normal de trabalho, pretendam criar o próprio emprego e não possuam meios suficientes para suportar as despesas com a sua instalação por conta própria.

Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto Despacho Normativo nº 99/90, de 6 de Setembro Portaria nº 1212/00, de 26 de Dezembro

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

Subsídio não reembolsável, igual a 16 x a RMM, no seu valor mais elevado, para: Aquisição de equipamentos e de matérias-primas Aquisição ou construção de instalações ou pagamento de trespasse directo do local de trabalho Empréstimo, sem juros, quando o montante do subsídio for insuficiente para a concretização do projecto, nos termos seguintes: - igual a 20 x a RMM, no seu valor mais elevado, para despesas com aquisição de equipamento, matérias- primas e outros elementos necessários ao arranque - igual a 30 x a RMM, no seu valor mais elevado, para aquisição, adaptação ou construção de instalações ou pagamento de trespasse Majoração de 50% do total dos apoios para a criação de postos de trabalho em profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Prémio de Integração Destina-se a incentivar os empregadores a estabelecerem com os seus trabalhadores com deficiência vínculos contratuais duradouros.

Dec-Lei nº 247/89, de 05-08; Despacho Normativo nº 99/90, de 06-09

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP Candidatura aberta ao longo do ano Apoio financeiro: Concedido por uma só vez, sendo o seu valor igual a 12 x a RMM garantida no seu valor mais elevado, nas seguintes condições: - por cada trabalhador com deficiência admitido com contrato sem termo - pela conversão de cada contrato a termo de um trabalhador com deficiência num contrato

Execução por privados com financiamento do Estado

Atribuído às entidades empregadoras que celebrem contratos sem termo com pessoas com deficiências ou convertam um contrato a termo em contrato sem termo

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 46

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

sem termo

Ajudas técnicas profissionais Visam possibilitar às pessoas com deficiência o acesso a meios (dispositivos, produtos, equipamentos ou sistemas) que compensem as desvantagens inerentes às suas deficiências, proporcionando-lhe maiores níveis de autonomia pessoal no acesso às oportunidades de maximizar as suas competências escolares e profissionais

Lei nº 9/89, de 2 de Maio Despacho Conjunto MS/MTS nº 260/02, de 9 de Abril Despacho do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração de Pessoas com Deficiência nº 19210/01, de 13 de Setembro

IEFP Apoio na avaliação e prescrição das ajudas técnicas mais adequadas Comparticipação nos custos de aquisição das ajudas técnicas

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, que sejam centros prescritores ou financiadores)

Emprego Protegido

Centros de Emprego Protegido

Visam: - assegurar às pessoas com deficiências que, por dificuldades inerentes ao tipo e grau de deficiência, não têm possibilidade de integrar o mercado normal de trabalho, designadamente porque a respectiva produtividade é inferior à de um outro trabalhador para o mesmo posto de trabalho, proporcionar o exercício de uma actividade estável e remunerada e a sua transição, quando possível, para o mercado de trabalho - proporcionar formação a todas as pessoas com deficiências que possuam capacidade média de trabalho igual ou superior a um terço da capacidade normal exigida a um trabalhador sem deficiências no mesmo posto de trabalho, de forma a possibilitar a sua integração social e económica, a desenvolver as suas competências profissionais e a aumentar a sua capacidade de competir no mercado normal de trabalho - promover, sempre que possível, a transição dos trabalhadores em regime de emprego protegido para o mercado normal de trabalho. São unidades de produção de carácter industrial, artesanal, agrícola, comercial ou de prestação de serviços, integradas na actividade económica nacional.

Dec.-Lei 40/83, de 25 de Janeiro e 194/85, de 24 de Junho ;Dec Reg. nº 37/85, de 24 de Junho Decreto-Lei nº 194/85, de 24 de Junho Decreto Regulamentar nº 37/85, de 24 de Junho Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto Decreto Lei nº 8/98, de 15 de Janeiro Decreto Lei nº 18/02, de 29 de Janeiro

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

As candidaturas processam-se nos termos da legislação nacional em vigor aplicável para as acções-tipo: - Preparação Pré-Profissional - Apoios à Contratação - Emprego Protegido - Instalação por Conta Própria Ao trabalhador com deficiência: RMM => a 90% do SMN Subsídio suplementar de 2/3 da remuneração auferida Inscrição na Segurança Social Apoio médico, psicológico, social e educativo Às entidades: Apoio técnico à instalação Elaboração dos estudos prévios e dos projectos Apoios técnicos ao funcionamento, acompanhamento da actividade, cedência temporária de equipamento e instrumentos de trabalho, destacamento de técnicos especializados

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo. É celebrado com a pessoa com deficiências um contrato de trabalho, proporcionando-lhe um estatuto de trabalhador e uma situação de emprego estável.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 47

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Apoio financeiro à instalação subsídio a fundo perdido e/ou empréstimos sem juros para construção/adaptação de instalações e aquisição de equipamentos Apoios financeiros ao funcionamento, para manutenção de instalações e equipamentos Comparticipação na remuneração dos trabalhadores com deficiência em regime de emprego protegido e nos encargos com a Segurança Social

Enclaves Visam integrar, num meio normal de trabalho um grupo de trabalhadores com deficiências, em regime de emprego protegido. Grupo de pessoas com deficiências que exercem a sua actividade em conjunto, sob condições especiais, num meio normal de trabalho.

Dec-Lei nº299/86, de 19/09 e nº 247/89 de 05-08

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

Execução por privados com financiamento do Estado

Emprego Protegido no Domicílio

Desenvolver actividades em regime de emprego protegido, no próprio domicílio, por pessoas com deficiências que não podem deslocar-se para um meio normal de trabalho.

Dec-Lei nº299/86, de 19/09 e nº 247/89 de 05-08

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

Execução por privados com financiamento do Estado

Estágios Profissionais Visam possibilitar aos jovens desempregados qualificados um estágio profissional, em contexto real de trabalho que promova uma maior articulação entre a saída do sistema educativo/ formativo e o contacto com o mundo do trabalho, facilitando a sua inserção na vida activa.

Portaria nº 268/97, de 18 de Abril Portaria nº 1271/97, de 26 de Dezembro Portaria nº 814/98, de 24 de Setembro Portaria nº 286/02, de 15 de Março Decreto-Lei nº 8/98, de 15 de Janeiro Despacho Conjunto nº 27/98, de 28 de Novembro Despacho Conjunto nº 44/99, de 17 de Março Despacho Conjunto nº471/99, de 14 de Junho Despacho nº 8401/02, de 24 de Abril

Financiamento pelo Estado

MTSS

Aos formandos/estagiários: Bolsa de estágio igual a: 2 x SMN para Níveis IV e V 1,5 x SMN para Nível III 1 x SMN para Nível II Subsídio de alimentação Subsídio para despesas de transporte Subsídio de alojamento Seguro contra acidentes de trabalho Ajudas de custo, despesas de transporte e seguro de assistência de viagem (quando período de estágio complementar decorrer no estrangeiro) Às entidades beneficiárias: Compensação financeira ao orientador de

Centros de Emprego Candidatura aberta ao longo do ano Destina-se a: - Jovens desempregados à procura do 1º emprego - Desempregados à procura de novo emprego com idade compreendida entre os 16 e os 30 anos, inclusive, habilitados com qualificação de nível superior (IV e V) ou de nível intermédio (II e III), desde que tenham entretanto adquirido formação qualificante. As pessoas com deficiências não estão sujeitas a qualquer limite etário para frequência do Programa.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 48

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

estágio: €11/hora por estagiário com níveis de qualificação IV e V €8,5/hora por estagiário com níveis de qualificação II e III Às entidades organizadoras: 225€ por cada estágio aprovado

Programa de Formação-Emprego

Majoração de 20%, quando os postos de trabalho criados sejam preenchidos por pessoas com deficiências desempregadas.

Portaria 763/99 de 27/08

Financiamento pelo Estado

MTSS

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Plano Regional de Emprego Alentejo

O apoio financeiro à criação de postos de trabalho é equivalente a 18 X o salário mínimo nacional (SMN), quando os postos de trabalho criados forem ocupados por pessoas com deficiências.

R.C.M. 8/99, de 09/02 e Portaria 601/99, de 02/08

Financiamento pelo Estado

MTSS

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Rede Ajuda Majoração de 20% (18 X SMN + 20%), quando os postos de trabalho criados sejam preenchidos por pessoas com deficiências desempregadas.

Portaria nº 250/99 de 08/04

Financiamento pelo Estado

MTSS

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

PAIPS Majoração de 20% (18 X SMN + 20%), quando os postos de trabalho criados sejam preenchidos por pessoas com deficiências.

R.C.M. nº 91/99 de 12/08

Financiamento pelo Estado

MTSS

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

PRODESCOOP Majoração de 25% (18 X SMN + 25%), quando os postos de trabalho criados sejam preenchidos por pessoas com deficiências.

Portaria nº 1160/2000 de 07/12

Financiamento pelo Estado

MTSS

10% da totalidade dos apoios concedidos (5 postos de trabalho e pelo menos 40% sejam pessoas com deficiências). IEFP

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Estímulo à Oferta de Emprego Apoia a contratação, de 18 X o SMN por posto de trabalho mediante a celebração de contrato de trabalho sem termo com pessoas com deficiências, nos restantes grupos esse apoio é de 12X esse salário; -A instituição tem um prémio pela igualdade de oportunidades no valor de 10% da totalidade dos apoios concedidos (excluídas as majorações), quando cria no mínimo de 5 postos de trabalho tendo que ser 40% preenchidos por pessoas com deficiências.

Portaria nº 196-A/2001, de 10/03

Financiamento pelo Estado

MTSS

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 49

Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Prémio de Mérito Visa a promoção da sensibilização da comunidade e os empregadores em particular para as possibilidades de trabalho das pessoas com deficiências.

Despacho nº 12008/99 de 23 de Junho. Decreto-Lei nº 247/89, de 05-08 Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto

MTSS Atribuição anual a entidades que se distingam na contratação e a pessoas com deficiências que se destaquem na criação do próprio emprego. IEFP Diploma de Mérito, acompanhado de prestação pecuniária, nos seguintes valores: - 18 x a RMM (1ª categoria) - 14 x a RMM (2ª categoria) - 10 x a RMM

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo. Prazo de candidatura: - entre 1 de Janeiro e 30 de Junho do ano imediatamente a seguir ao ano a que se refere o prémio

Mercado Social de Emprego Empresas de Inserção

Visa combater a pobreza e a exclusão social através da inserção ou reinserção profissional. Pretende assim promover a aquisição e o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e profissionais adequadas ao exercício de uma actividade e favorecer a criação de postos de trabalho, a satisfação de necessidades sociais não satisfeitas pelo normal funcionamento do mercado e a promoção do desenvolvimento sócio-local.

Resolução Conselho Ministros nº 104/96, de 9 de Julho Portaria nº 348-A/98, de 18 de Junho Decreto-Lei nº 8/98, de 15 de Janeiro Despacho nº 87/99, de 5 de Janeiro Despacho nº 16758/99, de 27 de Agosto Portaria nº 1212/00, de 29 de Dezembro

IEFP Centros de Emprego Ao trabalhador é atribuído na fase de Formação: - bolsa de formação - seguro de acidentes pessoais Na fase de Profissionalização: - RMM - Inscrição na Segurança Social Às empresas de Inserção são atribuídos: Apoios técnicos na: - identificação das necessidades locais - formação em gestão - preparação e acompanhamento do processo de inserção Apoios financeiros ao investimento: - Subsídio não reembolsável, correspondendo a 50% do montante das despesas de investimento, por cada posto de trabalho criado, até ao limite de18 x SMN - Empréstimo sem juros, reembolsável num prazo máximo de 7 anos (incluindo 2 anos de carência), podendo atingir 20% das despesas de investimento, até ao limite de 18 x SMN, por cada posto de trabalho criado.

Pessoas colectivas sem fins lucrativos Prazo de candidatura: - anualmente, nos meses de Abril e Maio e nos meses de Setembro e Outubro, por um período mínimo de 45 dias Público-alvo - Deficientes, passíveis de ingressar no mercado de trabalho

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Formação Profissional Especial

Visa promover o acesso à qualificação e à integração sócio-profissional de pessoas que se encontrem em situações particularmente difíceis ou pertençam a grupos sociais desfavorecidos, vulneráveis ou marginalizados, bem como congregar, na solução dos problemas de emprego-formação, as entidades do próprio meio ou outras

Despacho Normativo nº 140/93, de 6 de Julho Decreto-Lei nº 8/98, de 15 de Janeiro

Financiamento pelo Estado mediante apresentação de candidatura ao IEFP. Prazo de candidatura: - a candidatura deverá ser entregue 60 dias antes da data prevista para o início da acção Aos formandos, é atribuído: Bolsa de formação Subsídio de refeição Subsídio de transporte Subsídio de acolhimento Seguro de acidentes pessoais Às entidades: Apoio ao recrutamento e selecção de candidatos; Informação e Orientação Profissional, disponibilização de materiais de informação e acompanhamento psico- -pedagógico Estabelecimento de interacções com as entidades locais e regionais Comparticipação, em 100%, nos custos, directos e indirectos, com formandos, formadores, pessoal não docente, preparação e funcionamento, rendas, alugueres e amortizações, acompanhamento e avaliação.

Entidades promotoras de formação e entidades formadoras, tais como: Instituições Particulares de Solidariedade Social Autarquias Locais Associações Cooperativas Outras organizações ou grupos de acção social Destinatários: - Pessoas que não atingiram o nível correspondente à escolaridade obrigatória e evidenciem dificuldades de aprendizagem - Pessoas em situação de carência económica e social, disfunção ou marginalização, tais como: - Desempregados de longa duração - Pessoas com deficiência - Toxicodependentes e ex- -toxicodependentes - Reclusos e ex-reclusos - Grupos étnicos e culturais minoritários - Imigrantes com autorização de residência e de trabalho

Prémio de igualdade de oportunidades e majorações

Com este diploma procura-se estimular o emprego para aqueles que têm maiores dificuldades de inserção socio-profissional, entre os quais as pessoas com deficiência.

Portaria n.º 196-A/01 de 10 de Março

MTSS No quadro dos apoios há a salientar o prémio de igualdade de oportunidades e a majoração sistemática dos apoios para deficientes

Execução por entidades públicas, privadas ou cooperativas

Formação de formadores O exercício da actividade de formador exige preparação psicossocial, que envolve, designadamente, o espírito de cooperação e a capacidade de comunicação, relacionamento e adequação às características do público alvo, por forma a prosseguir com eficácia a função cultural, social e económica da formação. Exige ainda formação científica, técnica, tecnológica e prática, que

Decreto Regulamentar nº 66/94, de 19 Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto Regulamentar nº

Financiado pelo Estado Ministério MTSS

Execução por entidades públicas, privadas ou cooperativas

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Fevereiro.2007

FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

implica a posse de qualificação de nível igual ou superior ao nível de saída dos formandos nos domínios em que se desenvolve a formação e frequência com aproveitamento de curso de formação pedagógica homologado pelo IEFP. Implica a posse do Certificado de Aptidão Profissional (CAP) de Formador - traduzida na competência pedagógica, devidamente actualizada.

26/97, de 18 de Junho)

Formação de Técnicos de Reabilitação Profissional

Visa favorecer o desenvolvimento de capacidades e a aquisição de competências didáctico-pedagógicas, técnicas, comportamentais e de gestão dos técnicos e gestores afectos aos programas de reabilitação profissional

Despacho Normativo nº 388/79, de 31 de Dezembro Despacho da Secretaria de Estado do Emprego, de 2 de Setembro de 1980 Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto Portaria nº 297/97, de 6 de Maio

Financiamento pelo Estado Instituto de Emprego e Formação Profissional Aos técnicos: Pagamento de ajudas de custo e deslocações dos formandos Bolsa de formação, sempre que se justifique Às entidades: Na caracterização e identificação das necessidades de formação Na elaboração e organização de programas e planos de formação Pagamento aos formadores

Execução por entidades públicas, privadas ou cooperativas Público-alvo são os técnicos de reabilitação profissional, designadamente: Monitores Técnicos de acompanhamento Técnicos Coordenadores, Gestores, Directores Técnicos de estruturas Psicólogos Técnicos de Emprego Conselheiros de Orientação Profissional

Suspensão do pagamento da pensão social de invalidez por motivo de formação ou integração

Consagração do princípio da suspensão do pagamento da pensão social de invalidez nas situações em que a pessoa com deficiência se integre no mercado normal de trabalho ou frequente acções de formação profissional com atribuição de bolsas ou subsídios e durante o período em que ocorram, sem que o direito à prestação seja afectado. Retira-se, por esta forma, a obrigatoriedade de nova avaliação de incapacidade para o trabalho quando ocorre cessação de actividade profissional, havendo lugar à retoma do pagamento da pensão social que se encontrava suspenso, o que se passa a verificar, igualmente, quando se atinge o termo da acção de formação profissional Ver Protecção Social

Decreto-Lei n.º 18/2002 de 16 de Maio (Rectificações)

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência

Estabelece o sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência, com um grau de incapacidade funcional igual ou superior a 60%, em todos os serviços e organismos da administração central, regional autónoma e local

Decreto-Lei n.º 29/2001 de 3 de Fevereiro

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Incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores portadores de deficiência

Benefícios fiscais aos empregadores que contratem trabalhadores com deficiência Ver Fiscalidade

Lei n. 31/98 referendada em 1 de Julho de 1998

Os encargos do imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRC), correspondentes à contratação de trabalhadores portadores de deficiência admitidos por contrato sem termo, são levados a custo em valor correspondente a 200%. A majoração referida no número anterior será de 150% no caso de estabelecimento de contratos de trabalho a termo ou de prestação de serviços com pessoas portadoras de deficiência.

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Incentivos à empregabilidade através da redução das Taxas para a Segurança Social

Benefícios aos empregadores que contratem trabalhadores com deficiência Ver Fiscalidade

Decreto-Lei nº 299/86 de 19 de Setembro

Ministério do Emprego e Segurança Social

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Criação de Emprego e Empresas - Programa de Estímulo à Oferta de Emprego Modalidade Apoios à Contratação

Estimular a criação de postos de trabalho apoiando as entidades que celebrem contratos de trabalho sem termo, a tempo inteiro, dos quais resulte um aumento do nível de emprego. Jovens à procura do 1º emprego e pessoas em situação de desvantagem social, designadamente: - Beneficiários do Rendimento Social de Inserção - Pessoas com deficiência - Desempregados de longa duração

Portaria nº 196-A/01 de 10 de Março Portaria nº 1212/00, de 26 de Dezembro Despacho nº 27278/02, de 28 de Dezembro Portaria nº 255/02, de 12 de Março

Instituto de Emprego e Formação Profissional Apoios técnicos: Selecção e recrutamento de trabalhadores desempregados Apoios financeiros: Por cada posto de trabalho a criar e a preencher: - Subsídio não reembolsável, igual a 12 x RMM mais elevada garantida por lei, desde que preenchido por desempregados de longa duração, jovens à procura do 1º emprego, ou desempregados com idade =>45 anos, ou beneficiários do RMG - Subsídio não reembolsável, igual a 18 x RMM mais elevada garantida por lei, desde que preenchido por pessoas com deficiência - Majoração de 50%

Entidades empregadoras até 50 trabalhadores inclusive Entidades empregadoras com mais de 50 trabalhadores, desde que os postos de trabalho a criar sejam preenchidos por: - Pessoas com deficiência - Beneficiários do Rendimento Social de Inserção - Desempregados com idade =>45 anos, inscritos nos CTE há mais de 18 meses

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Criação de Emprego e Empresas - Programa de Estímulo à Oferta de Emprego Modalidade Apoios à Conversão de Contratos de Trabalho a Termo em Contratos de Trabalho Sem Termo)

Visa apoiar financeiramente as entidades empregadoras que contratem, por tempo indeterminado, trabalhadores a elas já vinculados por contratos de trabalho a termo, no fim do prazo inicialmente fixado para a duração do contrato, ou seja, no momento da primeira renovação

Portaria nº 196-A /01, de 10 de Março Portaria nº 1212/00, de 26 de Dezembro Despacho nº 27278/02, de 28 de Dezembro Portaria nº255/02, de 12 de Março

IEFP Subsídio não reembolsável, por cada contrato de trabalho com termo convertido em contrato de trabalho sem termo, nos seguintes montantes: - 4 x a RMM mais elevada garantida por lei - 6 x a RMM mais elevada garantida por lei, desde que o posto de trabalho seja preenchido por pessoa com deficiência Prémios de Igualdade de Oportunidades entre sexos e para pessoas com deficiência

Entidades empregadoras até 50 trabalhadores, inclusive Entidades empregadoras com mais de 50 trabalhadores, desde que os postos de trabalho a criar sejam preenchidos por: - Pessoas com deficiência - Beneficiários do Rendimento Social de Inserção - Desempregados com idade igual ou superior a 45 anos, inscritos nos CTE há mais de 18 meses

Criação de Emprego e Empresas Programa de Desenvolvimento Cooperativo

Visa: - apoiar a criação e a consolidação de novas cooperativas; - incentivar a expansão do âmbito de actuação das cooperativas; -permitir a modernização das cooperativas já existentes; - valorizar a imagem e do potencial do sector cooperativo e reforçar o potencial concorrencial do sector cooperativo.

Portaria nº 1160/00, de 7 de Dezembro Portaria nº 1212/00, de 26 de Dezembro

Instituto de Emprego e Formação Profissional Instituto António Sérgio do Sector Cooperativo A novas organizações cooperativas de 1º grau, apoios: - À criação de postos de trabalho - Ao Investimento - Consultoria - Formação de Promotores de novas cooperativas A cooperativas existentes de 1º grau, apoios: - Ao desenvolvimento organizacional - À contratação de pessoal qualificado - A estudos de desenvolvimento e modernização Novas uniões, federações e confederações, apoios: - À constituição e início de funcionamento - À contratação de trabalhadores desempregados - À realização de estudos - À representação internacional de federações e confederações cooperativas

Novas cooperativas de 1º grau Novas uniões, federações, ou Confederações cooperativas Cooperativas, uniões, federações ou confederações cooperativas já existentes Desempregados de longa duração Pessoas com deficiência Beneficiários do Rendimento Social de Inserção Pessoas com níveis de qualificação III, IV e V

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

SIME Sistema de Incentivos à Modernização Empresarial

Para aplicação dos incentivos o novo regulamento considera como categorias de trabalhadores desfavorecidos, nomeadamente, os trabalhadores com baixo nível de qualificação, pessoas portadoras de deficiência, trabalhadores idosos e mulheres que reintegrem o mercado de trabalho.

Portaria nº 130-A/2006, de 14 de Fevereiro

Ministérios Das Finanças e Da Administração Pública, Do Ambiente, Do Ordenamento Do Território E Do Desenvolvimento Regional e Da Economia E Da Inovação.

Execução por privados com financiamento do Estado

Plano Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação - PNPCNESI

Visa promover medidas incentivadoras da actividade de teletrabalho para os Cidadãos com Necessidades Especiais Considera o emprego um dos elementos mais importantes na inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. E admite que a integração no mercado de trabalho constitui ainda uma grande barreira, erguida muitas vezes por falta de informação. Para ultrapassar essa barreira considera necessário existir informação especializada no que toca a questões jurídicas, apoios à contratação de pessoas com deficiência, benefícios fiscais, apoios a adaptações de postos de trabalho, ajudas técnicas, incentivos à instalação por conta própria, teletrabalho, etc. Em suma, informação especializada que ajude as pessoas com deficiência e os empregadores a posicionarem-se.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2003, de 12 de Agosto

Financiamento pelo Estado UMIC Min. Educação Min. Ciência Ens. Sup. Op. Telecom. Fab. Equip

Execução por privados com financiamento do Estado

Plano Nacional de Emprego – PNE (2005-2008) Programa de formação profissional e emprego para pessoas com deficiência

Visa regulamentar e reforçar as medidas de emprego e formação que visam a reabilitação profissional desta população – instalação por conta própria, prémio de integração, prémio de mérito, formação profissional especial, promovendo o seu adequado reconhecimento e certificação; apoio contínuo à inserção e à procura de emprego. Ao longo dos 3 anos de implementação do programa estima-se que serão abrangidas 46 000 pessoas

Resolução do Conselho de Ministros nº 183/2005 de 28 de Novembro

Financiamento pelo Estado MTS

Execução por entidades de reabilitação públicas e privadas

Plano Nacional de Emprego - PNE Articulação de recursos

Visa mobilizar os recursos e actores locais e com competências especializadas no quadro das Redes Sociais locais para o desenvolvimento e dinamizando, consolidando as parcerias territoriais (CLAS e CSF) no caso dos grupos desfavorecidos e reforçando a articulação dos Centros de Emprego e dos Centros de Formação Profissional com a rede de Centros de Recurso Locais e Especializados criada para apoiar a inserção de pessoas com deficiência.

Financiamento pelo Estado MTS

Execução por entidades de reabilitação públicas ou privadas

Pano Nacional de Emprego - PNE Espaços Internet - condições para utilizadores com necessidades especiais

Visa a duplicação da rede de espaços Internet para acesso público em banda larga, com acompanhamento por monitores especializados e condições para utilizadores com necessidades especiais, estimulando o seu funcionamento como centros comunitários.

Financiamento pelo Estado MTS

Execução por Câmaras Municipais

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Medidas anti-discriminação Proíbe e pune a discriminação em razão da deficiência e da existência de risco agravado de saúde. Para efeitos da aplicação deste diploma, consideram-se práticas discriminatórias contra as pessoas com deficiência as acções ou omissões, dolosas ou negligentes, que, em razão da deficiência, violem o princípio da igualdade, nomeadamente as referidas no artigo 4.º e 5.º: a) A recusa de fornecimento ou o impedimento de fruição de bens ou serviços; b) O impedimento ou a limitação ao acesso e exercício normal de uma actividade económica; c) A recusa ou o condicionamento de venda, arrendamento ou subarrendamento de imóveis, bem como o acesso ao crédito bancário para compra de habitação, assim como a recusa ou penalização na celebração de contratos de seguros; d) A recusa ou o impedimento da utilização e divulgação da língua gestual; e) A recusa ou a limitação de acesso ao meio edificado ou a locais públicos ou abertos ao público; f) A recusa ou a limitação de acesso aos transportes públicos, quer sejam aéreos, terrestres ou marítimos; g) A recusa ou a limitação de acesso aos cuidados de saúde prestados em estabelecimentos de saúde públicos ou privados; h) A recusa ou a limitação de acesso a estabelecimentos de ensino, públicos ou privados, assim como a qualquer meio de compensação/apoio adequado às necessidades específicas dos alunos com deficiência; i) A constituição de turmas ou a adopção de outras medidas de organização interna nos estabelecimentos de ensino público ou privado, segundo critérios de discriminação em razão da deficiência [...]; j) A adopção de prática ou medida por parte de qualquer empresa, entidade, órgão, serviço, funcionário ou agente da administração directa ou indirecta do Estado, das Regiões Autónomas ou das autarquias locais, que condicione ou limite a prática do exercício de qualquer direito; l) A adopção de acto em que, publicamente ou com intenção de ampla divulgação, pessoa singular ou colectiva, pública ou privada, emita uma declaração ou transmita uma informação em virtude da qual um grupo de pessoas seja ameaçado, insultado ou aviltado por motivos de discriminação em razão da deficiência; m) A adopção de medidas que limitem o acesso às novas tecnologias.

Lei nº 46/2006, de 28 de Agosto

No trabalho e no emprego consideram-se práticas discriminatórias contra pessoas com deficiência, para além do disposto no Código do Trabalho: a) A adopção de procedimento, medida ou critério, directamente pelo empregador ou através de instruções dadas aos seus trabalhadores ou a agência de emprego, que subordine a factores de natureza física, sensorial ou mental a oferta de emprego, a cessação de contrato de trabalho ou a recusa de contratação; b) A produção ou difusão de anúncios de ofertas de emprego, ou outras formas de publicidade ligada à pré-selecção ou ao recrutamento, que contenham, directa ou indirectamente, qualquer especificação ou preferência baseada em factores de discriminação em razão da deficiência; c) A adopção pelo empregador de prática ou medida que no âmbito da relação laboral discrimine um trabalhador ao seu serviço. A prática de qualquer acto discriminatório constitui contra-ordenação punível com as coimas previstas no art. 9º, podendo ainda ser aplicadas sanções acessórias, nos termos do art. 10º. A aplicação da presente lei será acompanhada pelo SNRIPD. Para além das atribuições e competências previstas no Decreto Regulamentar n.o 56/97, de 31 de Dezembro, e no n.o 4 do artigo 5.o da presente lei, compete ao SNRIPD emitir parecer obrigatório não vinculativo em todos os processos de inquérito, disciplinares e sindicâncias instaurados pela Administração Pública por actos proibidos pela presente lei e praticados por titulares de órgãos, funcionários e agentes da Administração Pública. Compete ainda ao SNRIPD apresentar ao Governo um relatório anual que incluirá obrigatoriamente uma menção à informação recolhida sobre prática de actos discriminatórios e sanções eventualmente aplicadas.

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FORMAÇÂO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Iniciativa Comunitária EQUAL 2000-2006

Visa a realização de percursos integrados de orientação-formação-inserção; a qualificação das organizações e profissionais da economia social e a modernização e inovação organizacionais

Financiamento Comunitário Execução por entidades públicas e privadas

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Código do Trabalho

FORMAÇÃO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Proibição de discriminação

O empregador não pode praticar qualquer discriminação, directa ou indirecta, baseada, nomeadamente, na ascendência, idade, sexo, orientação sexual, estado civil, situação familiar, património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência ou doença crónica, nacionalidade, origem étnica, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical. Não constitui discriminação o comportamento baseado num dos factores indicados no número anterior, sempre que, em virtude da natureza das actividades profissionais em causa ou do contexto da sua execução, esse factor constitua um requisito justificável e determinante para o exercício da actividade profissional, devendo o objectivo ser legítimo e o requisito proporcional. 3 - Cabe a quem alegar a discriminação fundamentá-la, indicando o trabalhador ou trabalhadores em relação aos quais se considera discriminado, incumbindo ao empregador provar que as diferenças de condições de trabalho não assentam em nenhum dos factores indicados no n.º 1.

Código do trabalho Artº 23º

Condições especiais de trabalho para assistência a menor com deficiência

1 - A mãe ou o pai têm direito a condições especiais de trabalho, nomeadamente a redução do período normal de trabalho, se o menor for portador de deficiência ou doença crónica. 2 - O disposto no número anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, à tutela, à confiança judicial ou administrativa e à adopção, de acordo com o respectivo regime.

Código do trabalho Artº 37º

Faltas para assistência a pessoa com deficiência ou doença crónica

O disposto no artigo 40.º aplica-se, independentemente da idade, caso o filho, adoptado ou filho do cônjuge que com este resida seja portador de deficiência ou doença crónica.

Código do trabalho Artº 42º

Licença para assistência a pessoa com deficiência ou doença crónica

1 - O pai ou a mãe têm direito a licença por período até seis meses, prorrogável com limite de quatro anos, para acompanhamento de filho, adoptado ou filho de cônjuge que com este resida, que seja portador de deficiência ou doença crónica, durante os primeiros doze anos de vida. 2 - À licença prevista no número anterior é aplicável, com as necessárias adaptações, inclusivamente quanto ao seu exercício, o estabelecido para a licença especial de assistência a filhos no artigo anterior.

Código do trabalho Artº 44º

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FORMAÇÃO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Trabalho a tempo parcial ou horário flexível

1 - O trabalhador com um ou mais filhos menores de doze anos tem direito a trabalhar a tempo parcial ou com flexibilidade de horário. 2 - O disposto no número anterior aplica-se, independentemente da idade, no caso de filho com deficiência, nos termos previstos em legislação especial.

Código do trabalho Artº 45º

Reinserção profissional A fim de garantir uma plena reinserção profissional do trabalhador, após o decurso da licença para assistência a filho ou adoptado e para assistência a pessoa com deficiência ou doença crónica o empregador deve facultar a sua participação em acções de formação e reciclagem profissional.

Código do trabalho Artº 48º

Regime das licenças, faltas e dispensas para assistência a filhos com deficiência

1 - Não determinam perda de quaisquer direitos e são consideradas, salvo quanto à retribuição, como prestação efectiva de serviço, as ausências ao trabalho resultantes: a) Do gozo das licenças por maternidade e em caso de aborto espontâneo ou nas situações previstas no artigo 142.º do Código Penal; b) Do gozo das licenças por paternidade, nos casos previstos no artigo 36.º; c) Do gozo da licença por adopção; d) Das faltas para assistência a menores; e) Das dispensas ao trabalho da trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, por motivos de protecção da sua segurança e saúde; f) Das dispensas de trabalho nocturno; g) Das faltas para assistência a filhos com deficiência ou doença crónica. 2 - As dispensas para consulta, amamentação e aleitação não determinam perda de quaisquer direitos e são consideradas como prestação efectiva de serviço. 3 - Os períodos de licença parental e especial previstos nos artigos 43.º e 44.º são tomados em consideração para a taxa de formação das pensões de invalidez e velhice dos regimes de Segurança Social.

Código do trabalho Artº 50º

Direitos do trabalhador com capacidade de trabalho reduzida

1 - O empregador deve facilitar o emprego ao trabalhador com capacidade de trabalho reduzida, proporcionando-lhe adequadas condições de trabalho, nomeadamente a adaptação do posto de trabalho, retribuição e promovendo ou auxiliando acções de formação e aperfeiçoamento profissional apropriadas. 2 - O Estado deve estimular e apoiar, pelos meios que forem tidos por convenientes, a acção das empresas na realização dos objectivos definidos no número anterior.

Código do trabalho Artº 71º

FORMAÇÃO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

3 - Independentemente do disposto nos números anteriores, podem ser estabelecidas, por lei ou instrumento de regulamentação colectiva de trabalho, especiais medidas de protecção dos trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida, particularmente no que respeita à sua admissão e condições de prestação da actividade, tendo sempre em conta os interesses desses trabalhadores e dos empregadores.

Igualdade de direitos e deveres do trabalhador com deficiência ou doença crónica

1 - O trabalhador com deficiência ou doença crónica é titular dos mesmos direitos e está adstrito aos mesmos deveres dos demais trabalhadores no acesso ao emprego, à formação e promoção profissionais e às condições de trabalho, sem prejuízo das especificidades inerentes à sua situação. 2 - O Estado deve estimular e apoiar a acção do empregador na contratação de trabalhadores com deficiência ou doença crónica. 3 - O Estado deve estimular e apoiar a acção do empregador na readaptação profissional de trabalhador com deficiência ou doença crónica superveniente.

Código do trabalho Artº 73º

Medidas de acção positiva do empregador em relação ao trabalhador com deficiência ou doença crónica

1 - O empregador deve promover a adopção de medidas adequadas para que uma pessoa com deficiência ou doença crónica tenha acesso a um emprego, o possa exercer ou nele progredir, ou para que lhe seja ministrada formaçãoprofissional, excepto se tais medidas implicarem encargos desproporcionados para o empregador. 2 - O Estado deve estimular e apoiar, pelos meios que forem tidos por convenientes, a acção do empregador na realização dos objectivos referidos no número anterior. 3 - Os encargos referidos no n.º 1 não são considerados desproporcionados quando forem, nos termos previstos em legislação especial, compensados por apoios do Estado em matéria de pessoa com deficiência ou doença crónica.

Código do trabalho Artigo 74.º

Dispensa de horários de trabalho em regime de adaptabilidade

O trabalhador com deficiência ou doença crónica tem direito a dispensa de horários de trabalho organizados de acordo com o regime de adaptabilidade do tempo de trabalho se for apresentado atestado médico do qual conste que tal prática pode prejudicar a sua saúde ou a segurança no trabalho.

Código do trabalho Artº 75º

Dispensa da obrigação de trabalho suplementar

O trabalhador com deficiência ou doença crónica não está sujeito à obrigação de prestar trabalho suplementar.

Código do trabalho Artº 76º

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FORMAÇÃO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Trabalho no período nocturno O trabalhador com deficiência ou doença crónica é dispensado de prestar trabalho entre as vinte horas e as sete horas do dia seguinte se for apresentado atestado médico do qual conste que tal prática pode prejudicar a sua saúde ou a segurança no trabalho.

Código do trabalho Artº 77º

Medidas especiais de protecção do trabalhador com deficiência ou doença crónica

Independentemente do disposto na presente subsecção podem ser estabelecidas por lei ou instrumento de regulamentação colectiva de trabalho especiais medidas de protecção do trabalhador com deficiência ou doença crónica, particularmente no que respeita à sua admissão, condições de prestação da actividade, adaptação de postos de trabalho e incentivos ao trabalhador e ao empregador tendo sempre em conta os respectivos interesses.

Código do trabalho Artº 78º

Formação e reabilitação profissional

São objectivos da formação profissional: a) Garantir uma qualificação inicial a todos os jovens que tenham ingressado ou pretendam ingressar no mercado de trabalho sem ter ainda obtido essa qualificação; b) Promover a formação contínua dos trabalhadores empregados, enquanto instrumento para a competitividade das empresas e para a valorização e actualização profissional, nomeadamente quando a mesma é promovida e desenvolvida com base na iniciativa dos empregadores; c) Garantir o direito individual à formação, criando condições objectivas para que o mesmo possa ser exercido, independentemente da situação laboral do trabalhador; d) Promover a qualificação ou a reconversão profissional de trabalhadores desempregados, com vista ao seu rápido ingresso no mercado de trabalho; e) Promover a reabilitação profissional de pessoas com deficiência, em particular daqueles cuja incapacidade foi adquirida em consequência de acidente de trabalho; f) Promover a integração sócio-profissional de grupos com particulares dificuldades de inserção, através do desenvolvimento de acções de formação profissional especial.

Código do trabalho Artº 124º e) Artº 124º f)

Duração média do trabalho Ausência de pais para assistência a pessoa para com deficiência e a doente crónico

1 - Sem prejuízo dos limites previstos nos artigos 163.º a 167.º, a duração média do trabalho semanal, incluindo trabalho suplementar, não pode exceder quarenta e oito horas, num período de referência fixado em instrumento de regulamentação colectiva de trabalho, não devendo, em caso algum, ultrapassar doze meses, ou, na falta de fixação em instrumento de regulamentação colectiva, num período de referência de quatro meses, que pode ser de seis meses nos casos previstos nos n.º s 2 e 3 do artigo 166.º.

Código do trabalho Artº 169º

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FORMAÇÃO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

2 - No cálculo da média referida no número anterior, os dias de férias são subtraídos ao período de referência em que são gozados. 3 - Os dias de ausência por doença, bem como os dias de licença por maternidade e paternidade e de licença especial do pai ou da mãe para assistência a pessoa com deficiência e a doente crónico são considerados com base no correspondente período normal de trabalho.

Preferência na admissão ao trabalho a tempo parcial de trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida

1 - Os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho devem estabelecer, para a admissão em regime de tempo parcial, preferências em favor dos trabalhadores com responsabilidades familiares, dos trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida, pessoa com deficiência ou doença crónica e dos trabalhadores que frequentem estabelecimentos de ensino médio ou superior. 2 - O trabalhador que pretenda usufruir do regime de reforma parcial beneficia, independentemente de previsão em instrumento de regulamentação colectiva de trabalho, da preferência prevista no número anterior.

Código do trabalho Artº 183º

Predisposição patológica e incapacidade

1 - A predisposição patológica do sinistrado num acidente não exclui o direito à reparação integral, salvo quando tiver sido ocultada. 2 - Quando a lesão ou doença consecutiva ao acidente for agravada por lesão ou doença anterior, ou quando esta for agravada pelo acidente, a incapacidade avaliar-se-á como se tudo dele resultasse, a não ser que pela lesão ou doença anterior o sinistrado já tenha sido indemnizado. 3 - No caso de o sinistrado estar afectado de incapacidade permanente anterior ao acidente, a reparação é apenas a correspondente à diferença entre a incapacidade anterior e a que for calculada como se tudo fosse imputado ao acidente. 4 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, quando do acidente resulte a inutilização ou danificação dos aparelhos de prótese ou ortopedia de que o sinistrado já era portador, o mesmo tem direito à sua reparação ou substituição. 5 - Confere também direito à reparação a lesão ou doença que se manifeste durante o tratamento subsequente a um acidente de trabalho e que seja consequência de tal tratamento.

Código do trabalho Artigo 287.º

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FORMAÇÃO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Indemnização por factos que dizem respeito ao trabalhador

1 - O empregador não tem de indemnizar os danos decorrentes do acidente que: a) For dolosamente provocado pelo sinistrado ou provier de seu acto ou omissão, que importe violação, sem causa justificativa, das condições de segurança estabelecidas pelo empregador ou previstas na lei; b) Provier exclusivamente de negligência grosseira do sinistrado; c) Resultar da privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado, nos termos do Código Civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, for independente da vontade do sinistrado ou se o empregador ou o seu representante, conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação. 2 - O trabalhador deve evitar o agravamento do dano, colaborando na recuperação da incapacidade, sob pena de redução ou exclusão do direito à indemnização nos termos do n.º 1 do artigo 570.º do Código Civil.

Código do trabalho Artigo 290.º

Ocupação e reabilitação do trabalhador (Ocupação e despedimento durante a incapacidade temporária)

1 - Durante o período de incapacidade temporária parcial, o empregador é obrigado a ocupar o trabalhador sinistrado em acidente de trabalho, ocorrido ao seu serviço, em funções compatíveis com o estado desse trabalhador, nos termos regulamentados em legislação especial. 2 - A retribuição devida ao trabalhador sinistrado ocupado em funções compatíveis tem por base a do dia do acidente, excepto se entretanto a retribuição da categoria correspondente tiver sido objecto de alteração, caso em que é esta a considerada. 3 - A retribuição a que alude o número anterior nunca é inferior à devida pela capacidade restante. 4 - O despedimento sem justa causa de trabalhador temporariamente incapacitado em resultado de acidente de trabalho confere àquele, sem prejuízo de outros direitos consagrados neste Código, caso não opte pela reintegração, o direito a uma indemnização igual ao dobro da que lhe competiria por despedimento ilícito.

Código do trabalho Artigo 306.º

Reabilitação do trabalhador com capacidade de trabalho reduzida

1 - Ao trabalhador afectado de lesão que lhe reduza a capacidade de trabalho ou de ganho, em consequência de acidente de trabalho, é assegurada pela empresa ao serviço da qual ocorreu o acidente a ocupação em funções compatíveis com o respectivo estado, nos termos previstos em legislação especial. 2 - Ao trabalhador referido no número anterior é assegurada, pelo empregador, a formação profissional, a adaptação do posto de trabalho, o trabalho a tempo parcial e a licença para formação ou novo emprego, nos termos previstos em legislação especial.

Código do trabalho Artigo 307.º

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FORMAÇÃO E EMPREGO Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

3 - O Governo deve criar serviços de adaptação ou readaptação profissionais e de colocação, garantindo a coordenação entre esses serviços e os já existentes, quer do Estado, quer das instituições, quer dos empregadores e seguradoras, e utilizando esses serviços tanto quanto possível.

Contra-ordenação por violação dos direitos do trabalhador com capacidade de trabalho reduzida

Constitui contra-ordenação muito grave a violação do disposto no n.º 1 do artigo 71.º.

Código do trabalho Artigo 645.º

Contra-ordenação por violação dos direitos do trabalhador com deficiência ou doença crónica

1 - Constitui contra-ordenação muito grave a violação do disposto no n.º 1 do artigo 73.º. 2 - Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto nos artigos 75.º a 77.º.

Código do trabalho Artigo 646.º

Novas Oportunidades Iniciativa no âmbito do Plano Nacional de Emprego e do Plano Tecnológico

Criação de seis Centros de Reconhecimento e Validação de Competências, de âmbito de intervenção nacional, que garantam a adequação do atendimento prestado às necessidades específicas das pessoas com deficiência Objectivos: - Promover o reforço da auto-estima individual e da justiça social - Desenvolver a capacidade de construir trajectórias de aprendizagem individuais que valorizem as aquisições de cada pessoa, de promover modelos flexíveis de organização da formação e dar maior expressão à formação em contexto de trabalho Ver Educação

Conselho de Ministros

2.3. PROTECÇÃO SOCIAL Introdução A Constituição da República Portuguesa, consagra no Artigo 63.º, respeitante à Segurança social e solidariedade, que “todos têm direito à segurança social” e o “sistema de segurança social protege os cidadãos na doença, velhice, invalidez, viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho”, como o caso das pessoas com deficiências. O mesmo artigo refere que o “Estado apoia e fiscaliza, nos termos da lei, a actividade e o funcionamento das instituições particulares de solidariedade social e de outras de reconhecido interesse público sem carácter lucrativo, com vista à prossecução de objectivos de solidariedade social”. O art. 67.º da CRP consagra ainda a “família, como elemento fundamental da sociedade” com direito à protecção da sociedade e do Estado e à efectivação de todas as condições que permitam a realização pessoal dos seus membros”. O sistema de segurança social abrange, deste modo, o sistema público de segurança social que compreende o subsistema previdencial, o subsistema de solidariedade e o subsistema de protecção familiar, o sistema de acção social (é desenvolvido por instituições públicas, designadamente pelas autarquias, e por instituições particulares sem fins lucrativos) e o sistema complementar, que compreende regimes legais, regimes contratuais e esquemas facultativos. A Lei de Bases da Segurança Social, nº. 32/2002 de 20 de Dezembro, define no Artigo 4.º que o sistema de segurança social visa prosseguir os seguintes objectivos:

a) Garantir a concretização do direito à segurança social; b) Promover a melhoria das condições e dos níveis de protecção social e o

reforço da respectiva equidade; c) Proteger os trabalhadores e as suas famílias nas situações de falta ou

diminuição de capacidade para o trabalho, de desemprego e de morte; d) Proteger as pessoas que se encontrem em situação de falta ou diminuição de

meios de subsistência; e) Proteger as famílias através da compensação de encargos familiares; f) Promover a eficácia social dos regimes prestacionais e a qualidade da sua

gestão, bem como a eficiência e sustentabilidade financeira do sistema.

A Protecção Social concretiza-se através de: i) Prestações pecuniárias com obediência a condições de atribuição estabelecidas por lei e, geralmente, com carácter mensal. Em geral, são medidas compensatórias que se destinam a proteger as famílias pelos encargos adicionais que têm ou a perda de rendimentos. Consistem em prestações atribuídas pelo Instituto da Segurança Social, de acordo com determinados critérios dos beneficiários. ii) Respostas de Acção Social - Lei de Bases da Segurança Social, nº. 32/2002 de 20 de Dezembro, artigo 85.º - que consistem em equipamentos e serviços ou apoios pecuniários, com o fim de proteger e apoiar as pessoas e as famílias, particularmente as que se encontram em situação de carência económica ou disfunção social, envolvendo para o efeito a participação e colaboração dos diferentes organismos da administração central, das autarquias locais, das instituições particulares de solidariedade social e outras instituições, públicas ou privadas, de reconhecido interesse público sem fins lucrativos. No que concerne às pessoas com deficiência,

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estes apoios traduzem-se na integração da criança, do jovem e do adulto em equipamentos e serviços específicos para este público ou dirigidos à população em geral. O acesso à rede de serviços e equipamentos pode ser comparticipado pelo Estado, quer através da cooperação com as instituições, quer através do financiamento directo às famílias. Relativamente às prestações pecuniárias, note-se que algumas podem ser recebidas em simultâneo ou outras excluem-se. A título de exemplo, os beneficiários podem receber simultaneamente o Subsídio Familiar a Crianças e Jovens, a Bonificação por Deficiência do Subsídio Familiar a Crianças e Jovens e o Subsídio de Educação Especial. Todavia, estas prestações referidas não são acumuláveis com o Subsídio Mensal Vitalício, o qual as substitui a partir dos 24 anos. O Subsídio por Assistência de Terceira Pessoa, não sendo acumulável com o Subsídio de Educação Especial, funciona como suplemento das seguintes prestações, com as quais é acumulável: Bonificação por Deficiência do Subsídio Familiar a Crianças e Jovens; subsídio Mensal Vitalício; Pensão de Sobrevivência

O Subsídio Mensal Vitalício e a Pensão Social são prestações respectivamente do regime contributivo e do não contributivo que se dirigem a situações semelhantes e nunca podem ser recebidas simultaneamente. O Subsídio Mensal Vitalício é acumulável com a Pensão de Sobrevivência. O Complemento por Dependência é acumulável com a Pensão de Invalidez e a Pensão Social de Invalidez. Segundo a Lei de Bases da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e Participação da Pessoa com Deficiência, constitui missão do Estado “adoptar medidas específicas necessárias para assegurar a protecção social da pessoa com deficiência, mediante prestações pecuniárias ou em espécie, que tenham em vista a autonomia pessoal e uma adequada integração profissional e social” (Artigo 30º. - Direito à segurança social). No que diz respeito à a acção social, ressalte-se que esta é desenvolvida pelo Estado, pelas autarquias e por instituições privadas sem fins lucrativos. O apoio à acção social pode ser desenvolvido através de subvenções, programas de cooperação e protocolos com as instituições particulares de solidariedade social ou por financiamento directo às famílias beneficiárias. O exercício da acção social rege-se pelo princípio da subsidiariedade, considerando-se prioritária a intervenção das entidades com maior relação de proximidade com as pessoas. Sempre que tal se revele ajustado aos objectivos a atingir devem ser constituídas parcerias, para a intervenção integrada das várias entidades públicas, sociais, cooperativas, mutualistas e privadas, que promovam o desenvolvimento da acção social. As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) são instituições constituídas sem finalidade lucrativa, por iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos. Caracterizam-se ainda por prosseguirem, mediante a concessão de bens e a prestação de serviços, para além de outros objectivos do âmbito da protecção na saúde, da educação e formação profissional e da promoção da habitação, os seguintes objectivos do âmbito da Segurança Social:

• Apoio a crianças e jovens; • Apoio às famílias; • Protecção dos cidadãos na velhice e invalidez e em todas as situações de falta

ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho;

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Estes objectivos são concretizados através de respostas de acção social em equipamentos e serviços bem como de parcerias em programas e projectos, dos quais se destacam um conjunto de equipamentos e serviços dirigidos para a(s): infância e juventude; reabilitação e integração das pessoas com deficiência; pessoas idosas; família e comunidade; toxicodependentes; pessoas infectadas com HIV/sida; novas problemáticas emergentes (sem abrigo, pessoas com problemas de saúde mental, entre outros). O Estado apoia e valoriza as instituições particulares de solidariedade social, designadamente através de acordos ou protocolos de cooperação institucional, prestativa, financeira e técnica celebrados para o efeito sem prejuízo da respectiva natureza, autonomia e identidade. As instituições particulares de solidariedade social podem ser diferenciadas positivamente nos apoios a conceder, em função das prioridades de política social e da qualidade comprovada do seu desempenho. Para levar a cabo os objectivos da segurança social, as IPSS podem celebrar Acordos de Cooperação com os Centros Distritais de Segurança Social, através dos quais garantem a concessão directa de prestações em equipamentos e serviços à população ou Acordos de Gestão através dos quais assumem a gestão de serviços e equipamentos pertencentes ao Estado. Além dos apoios financeiros previstos nestes acordos, que proporcionam a manutenção e funcionamento de estabelecimentos de equipamento social, são-lhe ainda concedidos apoio técnico específico e outros apoios financeiros destinados a investimentos na criação ou remodelação dos estabelecimentos, através do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), que atribui uma verba à área da rede de serviços e equipamentos sociais. Outras entidades privadas, para além das IPSS, podem exercer, com ou sem fins lucrativos, actividades de apoio social do âmbito da acção social relativas a crianças, jovens, pessoas idosas ou pessoas com deficiência, bem como as destinadas à prevenção e reparação de situações de carência, de disfunção e de marginalização social. A sua actividade está sujeita ao licenciamento, à inspecção e fiscalização dos serviços competentes do Ministério do Trabalho e da Segurança Social. Estas entidades, quando não prosseguem fins lucrativos, poderão ainda beneficiar dos apoios previstos para as IPSS em condições especiais legalmente definidas. As Casas do Povo e as Cooperativas de Solidariedade Social, que prossigam objectivos idênticos aos das IPSS podem ser equiparadas a estas instituições mediante reconhecimento expresso de que prosseguem aqueles objectivos. O Estado também estimula as empresas a desenvolver equipamentos e serviços de acção social, em especial no domínio do apoio à maternidade e à infância, e que privilegiem uma repartição mais equilibrada das responsabilidades familiares, educativas e profissionais dos pais trabalhadores. O estímulo às empresas pode ser concretizado através de incentivos ou bonificações de natureza fiscal e da utilização de recursos de fundos estruturais europeus. O exercício do apoio social prosseguido por entidades privadas com fins lucrativos carece de licenciamento prévio e está sujeito à inspecção e fiscalização do Estado, nos termos da lei. O acesso aos apoios da Acção Social está dependente da existência dos mesmos, na área geográfica onde se encontra a pessoa com deficiência e da sua capacidade de resposta à necessidade apresentada. Para além de "respostas integradas", isto é, do acolhimento de crianças, jovens e adultos com deficiência nos equipamentos

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destinados à generalidade da população, tais como Creches, Creches Familiares, Amas, Jardins de Infância, Actividades de Tempos Livres, Colónias de Férias e Centros de Dia, a Acção Social dispõe ainda de serviços e equipamentos directamente dirigidos à pessoa com deficiência.

Síntese descritiva dos programas e medidas PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços Protecção nos Encargos Familiares Abono Familiar a Crianças e Jovens

Visa proteger as famílias compensando as despesas familiares respeitantes ao sustento e educação dos descendentes dos beneficiários. O Abono Familiar a Crianças e Jovens pode ter bonificação por deficiência. Destina-se a crianças e jovens até aos 24 anos - quando portadores de deficiência em função da qual sejam devidas prestações por encargos com deficiência no âmbito do subsistema de protecção familiar, que preencham as condições de atribuição da bonificação por deficiência. Estes limites podem ser alargados até 3 anos, mediante declaração médica, no caso de doença ou de acidente que impossibilite o normal aproveitamento escolar.

Decreto-Lei nº 176/2003, de 2 de Agosto Decreto-Lei nº 208/2001, de 27 de Julho (Complemento Extraordinário de Solidariedade) Portaria nº 1514/2002, de 17 de Dezembro (Montantes das Pensões e do Complemento Extraordinário de Solidariedade para 2003) Portaria nº 33/2002, de 9 de Janeiro (Montantes do Subsídio Familiar a Crianças e Jovens/2º escalão) Portaria nº 135/2003, de 6 de Fevereiro (Montantes das Prestações Familiares/2003)

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social Apoio financeiro estabelecido em função de escalões de rendimentos, atribuído a beneficiários do Regime Geral da Segurança Social e beneficiários do Regime Não Contributivo. Observação: Nos primeiros 12 meses de vida, o montante do abono é majorado. Os titulares do direito a abono correspondente ao 1º escalão de rendimentos, de idade compreendida entre os 6 e os 16 anos durante o ano civil que estiver em curso, têm direito a receber no mês de Setembro, além do subsídio que lhes corresponde, um montante adicional de igual quantitativo que visa compensar as despesas com encargos escolares, desde que matriculados em estabelecimento de ensino.

Subsídio por Frequência de Estabelecimento de Educação Especial

Visa compensar os encargos resultantes da frequência de estabelecimentos de educação especial por parte de crianças e jovens com idade inferior a 24 anos. Destina-se assim a descendentes, portadores de deficiência, com idade inferior a 24 anos, dentro de determinadas condições.

Decreto Regulamentar nº 14/81, de 7 de Abril, com nova redacção dada pelo Decreto Regulamentar nº 19/98, de 14 de Agosto Decreto-Lei nº 133-B/97, de 30 de Maio, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 341/99, de 25 de Agosto e pelo Decreto-Lei nº 250/2001, de 21 de Setembro (Regime Jurídico das Prestações Familiares) Decreto-Lei nº 208/2001, de 27 de Julho (Complemento Extraordinário de Solidariedade) Portaria nº 1514/2002, de 17 de Dezembro (Montantes das Pensões e do CES para 2003) Portaria nº 33/2002, de 9 de Janeiro (Montantes do Subsídio Familiar a Crianças e Jovens/2º escalão)

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social Apoio financeiro estabelecido em função de escalões de rendimentos atribuídos a beneficiários do regime geral da Segurança Social: - trabalhadores por conta de outrem - trabalhadores independentes (desde que cobertos por esta eventualidade) e Beneficiários do Seguro Social Voluntário (desde que cobertos por esta eventualidade) e Beneficiários do Regime Não Contributivo: - crianças e jovens em situação de carência económica ou social que residam em território nacional ou sejam cidadãos dos países membros da União Europeia ou de outros países com os quais Portugal tenha convenções de segurança social.

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços Portaria nº 135/2003, de 6 de Fevereiro (Montantes das Prestações Familiares/2003)

Subsídio Mensal Vitalício

Visa compensar o acréscimo de encargos familiares em função de descendentes do beneficiário, maiores de 24 anos, portadores de deficiência de natureza física, orgânica, sensorial, motora ou mental. Esta medida engloba descendentes, maiores de 24 anos, portadores de deficiência de natureza física, orgânica, sensorial, motora ou mental, que os impossibilite de assegurar a sua subsistência através do exercício de uma actividade profissional.

Decreto-Lei nº 133-B/97, de 30 de Maio com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 341/99, de 25 de Agosto Decreto-Lei nº 133-C/97, de 30 de Maio Decreto Regulamentar n.º 24-A/97, de 30 de Maio, com a redacção dada pelo Decreto Regulamentar nº 15/99, de 17 de Agosto Decreto-Lei nº 250/01, de 21 de Setembro

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social Apoio financeiro estabelecido em função de escalões de rendimentos Beneficiários do Regime Geral da Segurança Social: - trabalhadores por conta de outrém - trabalhadores independentes (desde que cobertos por esta eventualidade) Beneficiários do Seguro Social Voluntário (desde que cobertos por esta eventualidade).

Subsídio por Assistência a 3.ª Pessoa

Destina-se a compensar o acréscimo de encargos familiares resultantes da situação de dependência dos descendentes dos beneficiário, titulares de abono familiar a crianças e jovens, com bonificação por deficiência, ou de subsídio mensal vitalício, que exija acompanhamento permanente de terceira pessoa. Este subsídio não é atribuído nos casos em que a assistência permanente seja prestada em estabelecimentos de saúde ou de apoio social, oficial ou particular sem fins lucrativos, financiados pelo Estado ou por outras pessoas colectivas de direito público ou de direito privado e de utilidade pública.

Decreto-Lei nº 133-B/97, de 30 de Maio, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 341/99, de 25 de Agosto Decreto-Lei nº 133-C/97, de 30 de Maio Decreto-Lei nº 24-A/97, de 30 de Maio, com a redacção dada pelo Decreto Regulamentar nº 15/99, de 17 de Agosto Decreto-Lei nº 250/01, de 21 de Setembro Portaria nº 132/2006, de 16 Fevereiro

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho O montante é de 80,10 euros (em Fev. 2006)

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social Apoio financeiro estabelecido em função de escalões de rendimentos, atribuído a beneficiários do Regime Geral da Segurança Social: - trabalhadores por conta de outrém - trabalhadores independentes (desde que cobertos por esta eventualidade) e Beneficiários do Seguro Social Voluntário (desde que cobertos por esta eventualidade) e Beneficiários do Regime Não Contributivo: - crianças e jovens em situação de carência económica ou social que residam em território nacional ou sejam cidadãos dos países membros da União Europeia ou de outros países com os quais Portugal tenha convenções de segurança social.

Complemento por dependência

Destina-se a compensar as famílias com um elemento em situação de dependência através da atribuição de uma prestação pecuniária mensal para pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência. Vem

Decreto-Lei n.º 265/99 de 14 JUL Portaria n.º 764/99 de 27 AGO Decreto-lei nº 309-A/2000, de 30 de Novembro Portaria nº1316/2005, de 22 de Dezembro

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado Beneficiários: - Pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência, em situação de dependência

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços

substituir o subsídio por assistência a 3.ª pessoa. São considerados 2 graus de dependência: 1.º - Indivíduos que não possam praticar com autonomia os actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida quotidiana; 2.º - Indivíduos que além de se encontrarem na situação anterior estejam acamados ou apresentem quadros de demência grave. Procede à criação de uma nova prestação destinada a complementar a protecção concedida aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social em situação de dependência.

(montantes)

MONTANTE -Pensionistas do regime geral: 50% da pensão social (1.º grau de dependência); 90% da pensão social (20 grau de dependência).

- Pensionistas do regime especial das actividades agrícolas, do regime não contributivo e regimes equiparados; 45% da pensão social (1º grau de dependência); 85%da pensão social (2º grau de dependência). NOTA: O valor da pensão social é 28.750$00 – 143.40€

Subsídio especial para arrendatários deficientes

Destina-se a compensar os arrendatários com deficiência, com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, através da atribuição de um subsídio de renda de montante a determinar caso a caso. Esta medida também se aplica nos casos em que seja deficiente o cônjuge do arrendatário ou a pessoa que com este viva em condições análogas às dos cônjuges. Ver Habitação

Decreto-Lei n.º 68/86 de 27 de Março

Financiamento pelo Estado Orçamento do MTSS

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social Beneficiários: Pessoas com deficiência com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, após análise do caso. O pedido de concessão do subsídio especial para arrendatários deficientes deverá ser acompanhado de documento comprovativo do grau de deficiência passado pelos serviços de saúde competentes.

Complemento Extraordinário de Solidariedade

É uma prestação pecuniária mensal concedida automaticamente, por acréscimo ao Subsídio Mensal Vitalício e às Pensões Sociais de Invalidez e Velhice.

Decreto-lei nº 208/2001, de 27 de Julho Portaria nº1316/2005, de 22 de Dezembro (montantes)

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministérios responsável pelo financiamento: Ministério da Segurança Social e do Trabalho Até aos 70 anos, o montante é de 15,89 euros (em Dez. 2005) Após os 70 anos, o montante é de 31,77 euros

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços (em Dez. 2005)

Protecção na invalidez Pensão social de invalidez

Destina-se a compensar a perda de rendimentos motivada pela Incapacidade permanente para toda e qualquer profissão, confirmada pelo Sistema de Verificação das Incapacidades.

Decreto-Lei nº 160/80, de 27 de Maio Decreto-Lei nº 464/80, de 13 de Outubro (Pensão Social) Lei nº 1/89, de 31 de Janeiro e Decreto Regulamentar nº 25/90, de 9 de Agosto (Paramiloidose) Decreto-Lei nº 265/99, de 14 de Julho, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 309- A/2000, de 30 de Novembro (Complemento por Dependência) Decreto-Lei nº 92/2000, de 19 de Maio - em vigor desde 1 de Julho de 2000 (Doenças do foro oncológico) Decreto-Lei nº 327/2000, de 22 de Dezembro (Esclerose múltipla) Decreto-Lei nº 208/2001, de 27 de Julho (Complemento Extraordinário de Solidariedade)

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado , através do Instituto da Segurança Social Apoio financeiro: O montante é actualizado periodicamente Beneficiários do Regime Não Contributivo O Complemento Extraordinário de Solidariedade é uma prestação de natureza pecuniária, mensal, concedida por acréscimo ao montante das pensões sociais de invalidez e de velhice (regime não contributivo e equiparados)

Protecção na Invalidez Pensão por Invalidez

Destina-se a compensar a perda de rendimento de trabalho motivada pela cessação ou redução do exercício da actividade profissional.

Decreto-Lei nº 329/93, de 25 de Setembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 437/99, de 29 de Outubro Decreto Regulamentar nº 7/94, de 11 de Março Portaria nº 883/94, de 17 de Setembro Decreto-Lei nº 35/2002, de 19 de Fevereiro (Novas regras de cálculo da pensão de invalidez e de velhice) Portaria nº 448-B/2003, de 25 de Junho

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social Apoio financeiro: O montante mensal da Pensão Estatutária é igual ao produto da Remuneração de Referência pela Taxa Global de Formação Constituem-se como beneficiários aqueles que tenham esgotado os dias subsidiados por incapacidade temporária para o trabalho (doença), desde que a situação de incapacidade para o trabalho tenha sido reconhecida pela Comissão de Verificação das Incapacidades Permanentes Beneficiários do Regime Geral da Segurança Social. Incluem-se nesta medida os beneficiários do Seguro Social Voluntário (desde que cobertos por esta eventualidade).

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços Complemento de Pensão por Cônjuge a Cargo

Destina-se a responder ao acréscimo dos encargos decorrentes da situação de dependência por cônjuge a cargo.

Decreto-Lei nº 329/93, de 25 de Setembro, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 9/99, de 8 de Janeiro e pelo Decreto- -Lei nº 437/99, de 29 de Outubro Decreto Regulamentar nº 7/94, de 11 de Março Portaria nº 883/94, de 17 de Setembro Decreto-Lei nº 35/2002, de 19 de Fevereiro (Novas regras de cálculo da pensão de invalidez e de velhice)

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado O montante mensal da Pensão Estatutária é igual ao produto da Remuneração de Referência pela Taxa Global de Formação Beneficiários do Regime Geral da Segurança Social: - trabalhadores por conta de outrém - trabalhadores Independentes (desde que cobertos por esta eventualidade) Beneficiários do Seguro Social Voluntário

Protecção na Maternidade, Paternidade e Adopção Subsídio para Assistência a Deficientes Profundos e Doentes Crónicos

Esta medida visa permitir acompanhar filho, adoptado ou enteado deficiente profundo ou doente crónico, com idade igual ou inferior a 12 anos, desde que resida com o beneficiário e esteja integrado no respectivo agregado familiar. Destina-se a Pais trabalhadores, que necessitem de acompanhar o filho, adoptado ou enteado deficiente profundo ou doente crónico.

Lei nº 4/84, de 5 de Abril, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 70/2000, de 4 de Maio Decreto-Lei nº 154/88, de 29 de Abril, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 333/95, de 23 de Dezembro Decreto-Lei nº 347/98, de 9 de Novembro Decreto-Lei nº 77/2000, de 9 de Maio

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministério responsável: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social Apoio financeiro: 65% da remuneração de referência, não podendo ser superior ao valor do Salário Mínimo Nacional atribuído a beneficiários do regime geral da Segurança Social: - trabalhadores por conta de outrem

Protecção na Doença Subsídio de Doença Profissional

Visa compensar a perda da remuneração do trabalho, por motivo de doença profissional, certificada pelo Centro Nacional com base no parecer dos peritos médicos competentes.

Lei nº 100/97, de 13 de Setembro (Aprova o novo regime jurídico dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais) Decreto-Lei nº 142/99, de 30 de Abril (Cria o Fundo de Acidente de Trabalho) Decreto-Lei nº 143/99, de 30 de Abril (Regulamenta a Lei nº 100/97, de 13 de Setembro, no que respeita à reparação de danos emergentes de acidentes de trabalho) Decreto-Lei nº 159/99, de 11 de Maio (Regulamenta o seguro obrigatório de acidentes de trabalho para os trabalhadores independentes)

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministérios responsável pelo financiamento: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social A reparação consiste na atribuição de prestações em espécie e em dinheiro a beneficiários do regime geral da Segurança Social: - trabalhadores por conta de outrém - trabalhadores independentes

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços Decreto-Lei nº 248/99, de 2 de Julho (Procede à reformulação e aperfeiçoamento global da regulamentação das doenças profissionais) Decreto-Lei nº 503/99, de 20 de Novembro (Aprova o novo regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais no âmbito da Administração Pública) Decreto-Lei nº 341/93, de 30 de Setembro Tabela Nacional de Incapacidade por Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais Decreto Regulamentar nº 6/2001, de 5 de Maio (Aprova a Lista das Doenças Profissionais e o respectivo índice codificado) Decreto Regulamentar Nº 5/2001, de 3 de Maio (Comissão Nacional de Revisão da Lista das Doenças Profissionais)

Protecção no emprego/desemprego Subsídio de adaptação de postos de trabalho

Visa apoiar a adaptação dos equipamentos e postos de trabalho às características funcionais das pessoas com deficiências. Ver Formação Profissional e Emprego, Ajudas Técnicas e Acessibilidades

Dec-Lei 247/89 de 05-08; Desp. Norm.-99/90 de 06-09; Portaria Nº1212 / 2000 de 15-11

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP e FSE

Subsídio de adaptação de postos de trabalho:

Prestação pecuniária, não reembolsável, concedida para adaptação dos equipamentos ou postos de trabalho, tendo em conta as dificuldades funcionais do trabalhador com deficiência

O valor de cada um destes subsídios não pode exceder 12 x o valor da RMM garantida no seu valor mais elevado

Majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos

Subsídio de Compensação

Visa compensar as entidades empregadoras do menor rendimento que as pessoas com deficiências possam apresentar durante o

Desp Norm nº 99/90 de 06-09; Portaria Nº1212 / 2000 de 15-11; Dec-Lei 401/91, de 16 de Outubro Decreto Lei nº 247/89, de 5 de Agosto

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços período de adaptação/readaptação ao trabalho em relação aos outros trabalhadores da mesma categoria profissional. Ver Formação Profissional e Emprego

Despacho Normativo nº 99/90, de 6 de Setembro Portaria nº 1212/00, de 26 de Dezembro Decreto-lei nº 18/02, de 29 de Janeiro

IEFP

Subsídio de compensação: Prestação financeira mensal, não reembolsável, destinada a compensar a entidade empregadora de trabalhadores com deficiência pelo menor rendimento produtivo destes trabalhadores, durante a fase de adaptação/readaptação ao posto de trabalho. Subsídio mensal, não reembolsável, calculado em função da redução efectiva do rendimento do trabalho apresentada pelo trabalhador, confirmada pelos serviços do Instituto do Emprego e Formação Profissional, e do salário base dum trabalhador não deficiente e de igual categoria, segundo a CCT aplicável ao sector ou o nível de salários praticados na região. Majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Subsídio de eliminação barreiras arquitectónicas

Visa a eliminação das barreiras arquitectónicas que dificultem ou impeçam a mobilidade das pessoas com deficiências no acesso ou deslocação no local de trabalho. Ver Formação Profissional e Emprego

Lei nº 9/89, de 02-05; Desp anual do SNRIPD; Desp Conj MiS/MTSS nº 402/01, de 03-05

Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

IEFP

Subsídio de Eliminação de Barreiras Arquitectónicas: Prestação pecuniária, não reembolsável, para a eliminação de obstáculos físicos que impeçam, ou dificultem, o acesso do trabalhador O valor de cada um destes subsídios não pode exceder 12 x o valor da RMM garantida no seu valor mais elevado Majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos

Subsídio de acolhimento personalizado

Visa compensar os custos que a entidade empregadora tenha com o acolhimento personalizado das pessoas com deficiências.

Despacho Normativo nº 99/90, de 6 de Setembro Financiamento pelo Estado

Ministério responsável: MTSS

Execução por entidades de reabilitação, do sector público, privado ou cooperativo, sem fins lucrativos

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços Ver Formação Profissional e Emprego

IEFP

Subsídio de acolhimento personalizado: Prestação pecuniária, não reembolsável, destinada a cobrir despesas com pessoas para acompanhar e apoiar o trabalhador com deficiência durante o processo de integração sócio-profissional e de adaptação ao esquema produtivo da entidade empregadora: - calculado com base nas despesas realizadas pela entidade empregadora nas acções de acolhimento personalizado (remuneração do pessoal destacado para o efeito), não pode exceder, em cada mês, 2 x a RMM garantida, no seu valor mais elevado - majoração de 50% do valor total dos apoios para profissões significativamente marcadas por discriminação de género

Rendimento Social de Inserção ( majoração )

O Rendimento Social de inserção consiste numa prestação incluída no subsistema de solidariedade e num programa de inserção social de forma a assegurar às pessoas e seus agregados familiares recursos que contribuam para a satisfação das suas necessidades essenciais e que favoreçam a progressiva inserção laboral, social e comunitária. Destina-se aos indivíduos e famílias em situação de grave carência económica. O montante de prestação poderá ser acrescido de um apoio especial/ majoração nos casos em que existam, no agregado familiar, pessoas com deficiência física ou mental profundas.

Lei 13/2003, de 21 de Maio alterada pela Lei 45/2005, de 29 de Agosto DL 283/2003, de 8 de Novembro Declaração Rectificação 7/2004 Declaração de Rectificação 3/2004 Despacho 15400/2004 (2ª série) Despacho 1307/2004 Portaria n.º 108/2004 de 27 de Janeiro

Financiamento pelo Estado por requisição individual Ministérios responsável pelo financiamento: Ministério da Segurança Social e do Trabalho

Execução directa pelo Estado, através do Instituto da Segurança Social

Respostas e serviços sociais | Acção social Acolhimento familiar para pessoas adultas com deficiência

Visa acolher temporária ou permanentemente, em famílias consideradas idóneas, pessoas idosas e adultas com deficiência garantindo um ambiente sócio-familiar e afectivo, tendo em vista uma alternativa ao meio familiar e ainda evitar o recurso à resposta institucional

Decreto-Lei nº 391/91, de 10 de Outubro Despacho conjunto nº 727/99, de 23 de Agosto

Financiamento pelo Estado: - Instituto da segurança social, procede ao financiamento, através de acordos ou protocolos de cooperação dos centros distritais de segurança social com as IPSS para que estas promovam e acompanhem o acolhimento por

O acolhimento familiar é promovido pelos Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social, pelas Misericórdias e pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social, através de acordos ou protocolos de cooperação ou acordos de gestão com os Centros da Segurança Social.

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços O adulto com deficiência pode também ser

acolhido, temporária ou permanentemente, em famílias consideradas idóneas, isto é, que garantam um ambiente propício à satisfação das suas necessidades básicas e ao respeito pela sua identidade, personalidade e privacidade. Para isso é necessário que se encontre em situação de dependência ou de perda de autonomia, com família ausente ou que não reúna as condições indispensáveis para assegurar o acompanhamento da pessoa com deficiência ou, ainda, na situação de inexistência ou insuficiência de respostas sociais que assegurem o apoio adequado e imprescindível à manutenção no seu domicílio da pessoa com deficiência.

famílias Os valores de retribuição pelos serviços prestados no âmbito do acolhimento familiar e as comparticipações por parte da instituição de enquadramento são fixadas por despacho ministerial e sujeitos a actualização anual. São financiados os serviços prestados à pessoa acolhida, o apoio técnico, a formação prévia, entre outros serviços. - PIDDAC – Para a criação ou remodelação dos estabelecimentos

A prestação do acolhimento familiar é assumida por particulares, no domicílio, a título oneroso.

Lar de apoio

Visa proporcionar alojamento temporário que se aproxime, tanto quanto possível do ambiente familiar das crianças/jovens entre os 6 e os 16 anos e que frequentam estruturas de apoio específico. Tem assim como objectivos proporcionar alojamento temporário a crianças e jovens para apoio às famílias; criar condições facilitadoras da integração sócio-familiar e proporcionar meios que contribuam para a valorização pessoal e autonomia das crianças/jovens. Esta medida implica a prestação de serviços de alojamento, de satisfação das necessidades básicas, apoio social e de dinamização de actividades lúdicas e sócio- -culturais

Guião Técnico da Direcção Geral de Acção Social aprovado pelo SEIS em 29 de Novembro de 1996

- Instituto da segurança social, através de acordos ou protocolos de cooperação dos centros distritais de segurança social com as IPSS - PIDDAC – Para a criação ou remodelação dos estabelecimentos

Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social ou Instituições Particulares de Solidariedade Social, através de acordos ou protocolos de cooperação ou acordos de gestão Os destinatários desta medida são crianças e jovens dos 6 aos 16/18 anos com necessidades educativas especiais, que necessitem de apoios específicos não existentes nos seus locais de residência ou que, por comprovadas necessidades dos seus familiares, necessitem de resposta substitutiva e da família

Lar residencial

Visa proporcionar alojamento a jovens e adultos com qualquer tipo de deficiência, com idade igual ou superior a 16 anos, que se encontrem impedidos temporária ou

Guião Técnico da Direcção Geral de Acção Social aprovado pelo Despacho do SEIS em 29 de Novembro de 1996

- Instituto da segurança social, através de acordos ou protocolos de cooperação com instituições sem fins lucrativos

Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social ou

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços definitivamente de residir no seu meio familiar. Tem como objectivos promover o reforço da auto-estima e condições de bem-estar e qualidade de vida; promover um ambiente próximo do modelo familiar assim como condições de normalização de vida e o exercício de autonomia e também pretende promover a participação nas actividades de vida diária e a participação dos familiares na vida de cada pessoa. Esta medida engloba serviços de alojamento, satisfação das necessidades básicas, frequência de Centro de Actividades Ocupacionais, Formação profissional, Emprego e actividades de lazer e eventual apoio na gestão dos rendimentos.

- PIDDAC – Para a criação ou remodelação dos estabelecimentos

Instituições Particulares de Solidariedade Social Organizações Não Governamentais Centros de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas, através de acordos ou protocolos de cooperação ou acordos de gestão Os destinatários desta medida são jovens e adultos com qualquer tipo de deficiência, com idade igual ou superior a 16 anos, que se encontrem impedidos temporária ou definitivamente de residir no seu meio familiar.

Transporte de pessoas com deficiência

Visa facilitar a mobilidade de crianças, jovens e adultos com deficiência, assegurando transporte e acompanhamento personalizado, em ordem à prossecução dos objectivos gerais de reabilitação e integração da pessoa com deficiência. O Transporte Adaptado pretende facilitar a acessibilidade das pessoas com problemas de mobilidade, permitindo-lhes a deslocação de e para locais de trabalho ou estudo, assim como para consultas e tratamentos ou outros. Este tipo de serviço recorre a veículos especialmente adaptados ao transporte de pessoas que se deslocam em cadeira de rodas.

Instituto da Segurança Social É, normalmente, prestado em parceria com os Centros Distritais de Segurança Social. No caso concreto do Porto está ainda estabelecida uma parceria com os Serviços de Transportes Colectivos do Porto.

Centro de Reabilitação de Pessoas com Cegueira

Visam proporcionar às pessoas com cegueira recente, uma adaptação e ajustamento físico e psicológico à cegueira, bem como a sua integração familiar e social. Engloba serviços de orientação psico-social e programas de reabilitação individualizados,

Nomenclaturas/ Conceitos da Direcção Geral de Acção Social, aprovado em 6 de Novembro de 2000

Instituto da Segurança Social (quando a resposta é desenvolvida em estabelecimentos oficiais)

Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social da área da residência ou Estabelecimentos privados

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços que integrem entre outras áreas, o treino de competências (leitura, comunicação e mobilidade).

Os beneficiários são jovens com idade igual ou superior a 16 anos e adultos com cegueira recente.

Centro de Produção de Material Visa apoiar crianças, jovens e adultos, com deficiência, através da concepção, produção, adaptação e testagem de material lúdico, didáctico e cultural, utilizado como suporte das actividades de natureza sócio-educativa, cultural e recreativa.

IPSS Misericórdias

Imprensa Braille/ Centro de Produção Documental

Visa apoiar crianças, jovens e adultos, com deficiência visual, através da produção, adaptação e edição de livros em Braille, de suporte ao processo de ensino/aprendizagem, assim como às actividades de natureza cultural e recreativa

Financiamento pelo Estado

Acordo celebrado no âmbito do Centro Distrital da Segurança Social do Porto IPSS (Ex . ACAPO) Misericórdias

Centro de Estudo e Apoio à Criança e Família

Visa actuar no âmbito da prevenção, através da detecção, avaliação e intervenção interdisciplinar de crianças e jovens entre os 0 e os 24 anos com deficiência e problemas de desenvolvimento e apoio às respectivas famílias. Inclui as seguintes respostas sociais: intervenção precoce, adopção, consultas de avaliação e orientação, programas integrados de promoção social e de natureza terapêutica dirigidas a crianças, a jovens e a famílias.

Despacho conjunto nº 891/99, de 19 Outubro dos Ministros da Educação, da Saúde e do Trabalho e Solidariedade

Instituto da Segurança Social

Centros Distritais da Segurança Social Beneficiários: Crianças e jovens entre os 0 e os 24 anos com deficiência e problemas de desenvolvimento e suas famílias

Centro de Paralisia Cerebral Visa promover o atendimento especializado de crianças, jovens e adultos com Paralisia Cerebral e deficiências neurológicas similares. A intervenção destes centros integra actividades no âmbito da prevenção, detecção, avaliação e através do desenvolvimento de programas integrados, terapêuticos e sócio-educativos, promovidos por equipas transdisciplinares. Engloba serviços de: consulta de desenvolvimento e reabilitação; intervenção precoce; intervenção terapêutica específica;

Nomenclaturas/ Conceitos da Direcção Geral de Solidariedade e Segurança Social, aprovado em 6 de Novembro de 2000

Instituto da Segurança Social (quando a resposta é desenvolvida em estabelecimentos oficiais) - Instituto da segurança social, através de acordos ou protocolos de cooperação - PIDDAC – Para a criação ou remodelação dos estabelecimentos

Estabelecimentos oficiais Núcleos Regionais da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral Os destinatários são crianças, jovens e adultos com Paralisia Cerebral ou deficiências neurológicas similares.

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços orientação psico-social às famílias; dinamização de actividades ocupacionais e de integração social e de acções de sensibilização.

Apoio em regime ambulatório Destina-se ao apoio de pessoas com deficiência, a partir dos 7 anos, suas famílias e técnicos da comunidade, que desenvolve actividades de avaliação, orientação, intervenção terapêutica e sócio-educativa, promovidas por equipas transdisciplinares a pessoas com paralisia cerebral ou deficiências neurológicas afins, como “extensão” dos centros de paralisia cerebral. Esta medida engloba serviços de apoio educativo, terapêutico, psicológico e social e destina-se ao apoio de pessoas com deficiência, a partir dos 7 anos, suas famílias e técnicos da comunidade.

Instituto da Segurança Social (quando a resposta é desenvolvida em estabelecimentos oficiais) - Instituto da segurança social, através de acordos ou protocolos de cooperação - PIDDAC – Para a criação ou remodelação dos estabelecimentos

Centros de paralisia cerebral oficiais (integrados nos Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social) Centros de Paralisia Cerebral de Instituições Particulares de Solidariedade Social Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral Os destinatários desta medida são as pessoas com deficiência muito grave neuro/motora e suas famílias.

Serviço de apoio domiciliário Visa contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e famílias e retardar ou evitar a institucionalização. Consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as actividades da vida diária. Inclui serviços de distribuição de refeições, tratamento de roupas, higiene, entretenimento e lazer e apoio psico-social.

Despacho normativo nº. 62/99, de 12 Novembro Decreto-lei nº. 141/89, de 28 de Abril Guião Técnico aprovado por despacho do SEIS de 29/11/1996

Financiamento parcial do Estado (MTS e MS) a: - Centros Distritais da Segurança Social - Misericórdias - IPSS - ONG - Cruz Vermelha - Bombeiros - Organizações de voluntários (PAII – Programa de apoio integrado a idosos e pessoas em situação de dependência – verbas do Joker – 25% dos resultados líquidos dos jogos)

Prestação dos serviços por privados, através de acordos/ protocolos com o Instituto da Segurança Social As entidades que prestam os serviços são: - Misericórdias - IPSS - ONG - Cruz Vermelha - Bombeiros - Organizações de voluntários Os destinatários são indivíduos e famílias, prioritariamente pessoas com deficiência e em situação de dependência.

Apoio domiciliário integrado ou Apoio Domiciliário em Saúde

Visa assegurar um serviço prestado no domicílio, que se concretiza através de um conjunto de acções e cuidados pluridisciplinares, flexíveis, abrangentes, acessíveis e articulados, de apoio social e de

Despacho Conjunto nº 407/98, de 15 de Maio

Financiamento do Estado através do orçamento do MTS e do MS e através do POEFDS, medida 5.1. – Apoio ao desenvolvimento social e comunitário

Prestação dos serviços pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social e pelos centros de saúde, através de protocolos de cooperação entre os centros de sáude/hospitais (Administrações Regionais de Saúde), o centro

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços saúde. Assegura, sobretudo, a prestação de

cuidados de enfermagem e médicos de natureza preventiva, curativa e outros, e a prestação de apoio social indispensável à satisfação das necessidades básicas humanas.

distrital da Segurança Social e as IPSS

Unidade de Apoio Integrado (UAI)

Consiste numa resposta integrada que visa prestar cuidados temporários a pessoas que, por motivo de dependência, não podem, de acordo com a avaliação da equipa de cuidados integrados (saúde/apoio social), manter-se apoiadas no seu domicílio, mas que não carecem de cuidados clínicos em internamento hospitalar. Estas Unidades de Apoio Integrado têm uma capacidade máxima de 30 utentes. Como permitem racionalizar a prestação dos cuidados de saúde, na medida em que possibilitam o alívio das unidades de saúde (Ex.Hospitais), são um tipo de resposta com uma acentuada tendência de aumento.

Programa Ser Criança O Programa Ser Criança tem por objectivo a prevenção e eliminação de situações de desprotecção social que atingem as crianças/jovens e suas famílias, através do apoio ao desenvolvimento de projectos de incidência na família e na comunidade, promovendo igualmente a experimentação de novas metodologias de intervenção e investigação-acção. A concepção e execução dos projectos deve obedecer aos seguintes princípios gerais: a) Participação das crianças e/ou jovens e suas famílias como agentes do seu próprio processo de mudança; b) Envolvimento comunitário mediante o estabelecimento e integração de redes de solidariedade locais;

Convenção dos Direitos da Criança e Lei 147/99, de 1 de Setembro que aprovou a Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo. - Decreto-Lei nº 314/94, de 23 de Dezembro: atribuição de financiamento ao Programa Ser Criança através da “Lotaria Instantânea” para concretização de projectos especiais de apoio a crianças carenciadas, incluindo os referentes à recuperação e educação especial de crianças com deficiência; - Despacho 26/MSSS/95, de 28 de Dezembro: criação do Programa Ser Criança para apoio a projectos especiais destinados a crianças carenciadas, incluindo os referentes à recuperação e educação especial das crianças com deficiência; - Despacho 43/MSSS/96, de 15 de Maio: estabelece

Financiamento pelo Estado a 100% dos custos elegíveis, não podendo o seu custo total ultrapassar os 250.000 Euros (no ano de 2005)

Acordo de parceria entre o Instituto da Segurança Social e uma entidade de direito privado sem fins lucrativos que actue na área da solidariedade social: - IPSS - Misericórdias - ONG - Cooperativas de solidariedade Social - Autarquias e serviços da Segurança Social – Estabelecimentos Integrados

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços c) Parceria interinstitucional e intersectorial, integrando vários saberes e perspectivas pertinentes para as áreas de actuação do projecto, garantindo o desenvolvimento de uma intervenção integrada, participada e coordenada territorialmente e a sustentabilidade pós-projecto; d) Intervenção Precoce, promovendo respostas que actuem preventivamente nos factores de risco social e ou de deficiência que afectam as crianças, evitando situações de risco, de marginalização e exclusão social; e) Flexibilidade e Inovação, motivando o desenvolvimento de capacidades criativas na acção, de modo a demarcar-se das respostas tradicionais; f) Avaliação da intervenção, enquanto processo sistemático, participado, aberto e pluridisciplinar respeitante a processos e resultados

a atribuição no ano de 1996 de uma percentagem do valor afecto ao Programa Ser Criança à Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para aplicação em projectos integráveis nos objectivos do referido Programa; - Despacho nº 3664/99, de 4 de Fevereiro: estabelece a transição do Programa Ser Criança da DGAS para o IDS, salvaguardando a necessidade de se verificar uma adequação da gestão e do desenvolvimento do Programa; - Despacho nº 3269/2000, de 10 de Fevereiro: estabelece o relançamento e regulamento do Programa Ser Criança, devidamente adequado ao actual contexto legal e às práticas de articulação inovadoras experienciadas nos últimos anos, bem como ao imperativo de actuação junto de jovens com comportamentos desviantes pelo que se verificou um alargamento da faixa etária de intervenção do Programa.

Intervenção precoce

Criar condições facilitadoras do desenvolvimento global da criança, minimizando problemas das deficiências ou do risco de atraso do desenvolvimento e prevenindo eventuais sequelas. Optimizar as condições da interacção criança/família, mediante a informação sobre a problemática em causa, o reforço das capacidades e competências, designadamente na identificação e utilização dos seus recursos e dos da comunidade e ainda da capacidade de decidir e controlar a sua dinâmica familiar. Envolver a comunidade no processo de intervenção, de forma contínua e articulada, optimizando os recursos existentes e as redes formais e informais de entreajuda. Inclui acções de natureza preventiva e habilitadora, designadamente do âmbito da

Despacho conjunto nº 891/99, de 19 Outubro dos Ministros da Educação, da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Despacho conjunto nº 999/2000, de 9 Outubro, dos Ministros da Educação, da Saúde e do Trabalho e Solidariedade

Resposta de intervenção integrada da Segurança Social, da Educação e da Saúde O financiamento é feito directamente através do Instituto da Segurança Social, quando a resposta é desenvolvida em estabelecimentos Oficiais, ou através de acordos ou protocolos de cooperação, quando os serviços são prestados por privados.

Os serviços são prestados por: Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social Instituições Particulares de Solidariedade Social Organizações Não Governamentais, vocacionadas para esta área Serviços da Educação, através das equipas de coordenação dos apoios educativos Serviços da Saúde, através dos Centros de Saúde e estruturas hospitalares, nomeadamente, os Centros de Desenvolvimento Os destinatários desta medida são quaisquer crianças até aos 6 anos, que apresentem deficiências no seu desenvolvimento, assim como a sua família, podem obter o apoio de um

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços educação, da saúde e da acção social a crianças e famílias, através da elaboração de Programas individualizados desenvolvidos no domicílio e nos ambientes em que a criança habitualmente se encontra: ama, creche, jardim-de-infância. Ver Protecção Educação e Saúde

técnico que se deslocará ao domicílio, à ama ou ao Jardim de Infância

Centro de actividades ocupacionais

Estimular e facilitar o desenvolvimento das capacidades, através de actividades ocupacionais, tendo em vista a valorização pessoal e integração social das Pessoas com deficiência grave e ou profunda de idade igual ou superior a 16 anos, cujas capacidades não permitam temporária ou permanentemente o exercício de uma actividade produtiva, não se considerando abrangidas as pessoas com deficiência do âmbito do regime do emprego protegido. Ver Lazer, cultura e participação associativa

Decreto-Lei nº 18/89, de 11 de Janeiro Despacho nº 52/SESS/90, de 27 de Junho

Financiamento pelo Estado e pelo FSE: - Instituto da Segurança Social (quando a resposta é desenvolvida em estabelecimentos oficiais) - Instituto da segurança social, através de acordos ou protocolos de cooperação com IPSS ou outras entidades privadas sem fins lucrativos - FSE (Candidatura ao POEFDS – Eixo 5)

Os serviços são prestados por: - Estabelecimentos oficiais - Instituições Particulares de Solidariedade Social - Centros de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas As IPSS’s e as outras entidades privadas sem fins lucrativos desenvolvem os serviços no âmbito de acordos de cooperação com os Centros Regionais da Segurança Social. A prestação dos serviços implica uma articulação dos centros regionais da segurança social com os serviços de saúde e do emprego para assegurar a coordenação das respostas.

Centro de Atendimento/Acompanhamento e Animação para Pessoas com Deficiência

Resposta social, desenvolvida em equipamento, organizada em espaço polivalente, destinado a informar, orientar e apoiar as pessoas com deficiência, promovendo o desenvolvimento das competências necessárias à resolução dos seus próprios problemas, bem como actividades de animação sócio-cultural. Tem como objectivos: - Informar, apoiar e orientar as pessoas com deficiência e suas famílias na resolução dos seus problemas;

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços - Contribuir para que seja reconhecido às pessoas com deficiência o direito à participação no processo de tomada de decisões; - Promover o convívio entre as pessoas através de actividades sócio-culturais, recreativas e de lazer, a fim de reforçar a auto-estima e a motivação, favorecendo a inclusão social; - Informar/sensibilizar a comunidade em geral para as problemáticas da deficiência, promovendo uma mudança de atitude. Ver Lazer, cultura e participação associativa

Rede SIM-PD

Promover localmente um atendimento e apoio qualificado às através da implementar uma Rede de Serviços de Informação e Mediação para pessoas com deficiência ou incapacidade e suas famílias. Estes Serviços baseiam-se numa cooperação entre SNRIPD e as Autarquias, devendo concretizar-se através de Protocolos de Cooperação entre estas entidades. São prioritários os Protocolos com as 18 Câmaras capitais de Distrito. Os SIM-PD visam dar uma resposta local as necessidades de informação deste grupo alvo, através de um atendimento qualificado, prestando o apoio necessário à resolução dos seus problemas. Visam ainda:

- Qualificar a função de atendimento às pessoas com deficiência, técnicos de reabilitação e instituições que desenvolvem qualquer tipo de actividade neste domínio assegurando-lhes o acesso a estruturas de informação e de apoio especializadas e promover a sua disseminação no território;

Os financiamentos são oriundos do Estado (Administração Central e Local (Autarquias).

Em 2006 já foram celebrados Protocolos com as seguintes autarquias: Braga, Trofa, Odivelas, Évora, Beja e Portalegre.

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços - Aumentar a sua acessibilidade aos serviços públicos e entidades dos vários sectores, assumindo uma função de mediação facilitadora da intervenção desses serviços e promovendo o seu empowerment;

- Desenvolver e valorizar as parcerias locais que permitam articular soluções de atendimento mais eficazes.

Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES)

Reforçar a protecção social no combate à pobreza e na protecção da família.

O investimento em equipamentos sociais representa uma dimensão estratégica do desenvolvimento de Portugal. Trata-se de investir e apoiar os equipamentos mais necessários, nas regiões e valências onde foram diagnosticadas necessidades mais prementes.

Uma forte aposta do Estado no investimento em equipamentos sociais, utilizando como recurso as verbas provenientes dos Jogos Sociais, cujos mecanismos de distribuição foram recentemente estabilizados;

Um incentivo ao investimento privado das Instituições de Solidariedade num quadro de estabilidade (4 anos), de financiamento disponível e de um conjunto estruturado de parâmetros na aplicação das verbas em causa;

Um incentivo inovador ao investimento do sector privado lucrativo, através de um processo autónomo de apoio ao investimento;

Um projecto fundamentado num conjunto de critérios que obrigam a uma avaliação rigorosa, clara e transparente das candidaturas apresentadas, num quadro, novo, de estabilidade; O planeamento territorial, por via da selecção

Portaria nº. 426/2006, 2 de Maio

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços prioritária de projectos inseridos em áreas geográficas com uma taxa de cobertura mais baixa. Este critério permitirá incentivar os parceiros do Estado a investir preferencialmente em equipamentos/valências escassos em determinadas zonas do País.

O Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) aposta e assenta numa estratégia de parceria (com as IPSS), e de incentivo ao investimento privado.

Objectivos:

- Apoiar os jovens casais e as suas crianças, aumentando em 50% o número de lugares em creches, compromisso fundamental da política de família do XVII Governo Constitucional;

- A permanência de idosos em suas casas, com maior autonomia e mais qualidade de vida (cada vez mais a resposta ideal para idosos), justifica a importância e dimensão desta área de investimento, aumentando o número de lugares em Centros de Dia e reforçando significativamente os Serviços de Apoio Domiciliário;

- Melhorar a resposta no envelhecimento e na situação de dependência dos idosos, através do aumento do número de lugares em Lares;

- Incrementar os níveis de integração, aumentando a rede de respostas residenciais e de centros de actividades ocupacionais para pessoas com deficiência;

- Criar de mais de 15 000 postos de trabalho para os mais variados profissionais

Programa de Apoio ao Investimento em Equipamentos

Este programa tem por finalidade apoiar o desenvolvimento da rede de equipamentos sociais através da concessão de incentivos

Portaria Nº. 869/2006, De 29 De Agosto

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços Socais (PAIES) ao investimento.

São projectos elegíveis no âmbito do PAIES os projectos que, através do recurso ao crédito, criem novos lugares nas respostas sociais elegíveis. O apoio ao investimento no âmbito do PAIES destina-se exclusivamente aos lugares novos a criar e para estes às seguintes tipologias de projecto: - Obras de construção de raiz - Obras de ampliação, remodelação de edifício ou fracção - Aquisição de edifício ou fracção

Regulamento das Condições de Organização, Instalação e Funcionamento das Estruturas Residenciais para Pessoas com Deficiência

Aprova o Regulamento das Condições de Organização, Instalação e Funcionamento das Estruturas Residenciais para Pessoas com Deficiência.

Despacho Normativo Nº28/2006, De 3 De Maio

Fórum Sócio Ocupacional O Programa de Reabilitação "Fórum Sócio-Ocupacional" da ARIA, resulta de um acordo de cooperação celebrado entre o Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo, a Administração Regional de Saúde de Lisboa (ARS) e a ARIA.

Consiste num Programa Sócio-Reabilitativo dirigido a pessoas com problemas de Saúde Mental, em desvantagem psicossocial, transitória ou permanente, incapazes na altura de inserção social, familiar e/ou profissional. Ou seja, pretende-se dotar os beneficiários de competências necessárias à sua progressiva autonomização, através da estimulação das suas capacidades residuais, promovendo as potencialidades de cada um, o

Despacho conjunto nº 407/98, publicado no Diário da República II Série nº 138 de 18 de Junho de 1998.

Financiamento pelo Estado Ministério responsável:MS e MTS

O Programa "Fórum Sócio-Ocupacional" oferece um leque de serviços de orientação, programas de promoção de saúde/qualidade de vida e treino de competências sociais e interpessoais.

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços relacionamento interpessoal e a ligação às famílias, como partes integrantes do plano de reabilitação.

Unidade de Vida Apoiada Resposta habitacional, destinada a pessoas que, por limitação mental crónica e factores sociais graves, alcançaram um grau de desvantagem que não lhes permite organizar, sem apoio, as actividades de vida diária, mas que não necessitam de intervenção médica frequente.

É destinada a pessoas com doença mental crónica de evolução prolongada, com um grau significativo de incapacidade, que necessitam de apoio permanente e intensivo nas actividades de vida diária (AVD’s)

Objectivos: - Facilitar o processo de desinstitucionalização. - Proporcionar um ambiente acolhedor e aumentar a qualidade de vida dos residentes. - Desenvolver a autonomia. - Implementar um plano estruturado de actividades ocupacionais. Disponibiliza estruturas residenciais para doentes com relativa autonomia, mas que carecem dos cuidados mínimos de apoio médico e de enfermagem.

Despacho conjunto n.º 407/98, de 15 de Maio

Unidade de Vida Autónoma – UVAU

Estrutura habitacional destinada a pessoas adultas com problemática psiquiátrica grave estabilizada e de evolução crónica, com boa capacidade autonómica, permitindo a sua

Despacho Conjunto n.º 407/98, de 15 de Maio

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços integração em programa de formação profissional ou de emprego normal ou protegido e sem alternativa residencial satisfatória.

Prémio Eng. Jaime Filipe Atribuição do “Prémio Engenheiro Jaime Filipe” para a melhor concepção inovadora e promotora de autonomia. O Prémio surge de um conjunto de medidas de prevenção e promoção da autonomia das pessoas em situação de Dependência, tendo como principais objectivos:

- Estimular a criatividade na área tecnológica e de design; - Criar / desenvolver concepções inovadoras.

As concepções inovadoras devem contribuir para a:

- Prevenção e promoção da autonomia; - Reparação das capacidades perdidas; - Facilitação, optimização e prolongamento das capacidades físicas, psíquicas e sociais; - Melhoria da qualidade de vida.

Objectivos Específicos A atribuição do Prémio visa: 1 - Contribuir para o aparecimento de concepções inovadoras de promoção de autonomia que facilitem a realização dos actos da vida diária das pessoas em situação de dependência e promovam a humanização da prestação de cuidados. 2 - Promover a criação e desenvolvimento de instrumentos e tecnologias que facilitem, optimizem e prolonguem as capacidades físicas, psíquicas e sociais e sejam garante de uma maior qualidade de vida.

O ISS, I.P. colaboração com o Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P, a Direcção-Geral da Saúde, a Associação Portuguesa da Criatividade, Unidade de Missão Inovação e Conhecimento (UMIC) – Agência para a Sociedade do Conhecimento e o Instituto Nacional de Propriedade Industrial

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PROTECÇÃO SOCIAL Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de

serviços 3 - Estimular a adopção de medidas que visem a prevenção e promoção da autonomia e reparação das capacidades perdidas. 4 - Sensibilizar a sociedade em geral e o sector da indústria, em particular, para a emergência de um nicho de mercado pouco explorado, bem como para a necessidade de fomentar a comercialização de meios inovadores de promoção da autonomia a preços reduzidos. 5 - Estimular a criatividade na área tecnológica e de design num domínio pouco desenvolvido. Conteúdo do Prémio O Prémio é constituído por:

1 - Uma componente pecuniária no valor de 5.000,00 €. 2 - Um troféu concebido pela CERCI de Lisboa. Ideia original de Isabel Caeiro e execução conjunta de jovens do Programa de Intervenção Comunitária.

2.4. SAÚDE

Introdução A Constituição da República Portuguesa, no seu Artigo 64.º respeitante à Saúde, consagra que “todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover”. Cabe ao Estado “garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação”. A Lei de Bases da Saúde, n.º 48/90, de 24 de Agosto, define como princípios gerais: 1 - A protecção da saúde constitui um direito dos indivíduos e da comunidade que se efectiva pela responsabilidade conjunta dos cidadãos, da sociedade e do Estado, em liberdade de procura e de prestação de cuidados, nos termos da Constituição e da lei. 2 - O Estado promove e garante o acesso de todos os cidadãos aos cuidados de saúde nos limites dos recursos humanos, técnicos e financeiros disponíveis. 3 - A promoção e a defesa da saúde pública são efectuadas através da actividade do Estado e de outros entes públicos, podendo as organizações da sociedade civil ser associadas àquela actividade. 4 - Os cuidados de saúde são prestados por serviços e estabelecimentos do Estado ou, sob fiscalização deste, por outros entes públicos ou por entidades privadas, sem ou com fins lucrativos. A política de saúde tem âmbito nacional e obedece a diferentes directrizes, entre elas, a de contemplar “medidas especiais relativamente a grupos sujeitos a maiores riscos, tais como as crianças, os adolescentes, as grávidas, os idosos, os deficientes, os toxicodependentes e os trabalhadores cuja profissão o justifique”. O Decreto-lei N.º 11/93 de 15 de Janeiro, respeitante ao estatuto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), define que as instituições ou serviços do SNS e os da segurança social devem cooperar nos programas e acções que envolvam a protecção social das populações em risco ou carência, sendo áreas preferenciais de cooperação, entre outras:

a) Programas gerais de promoção da saúde, prevenção e tratamento da doença, em especial quanto a idosos, deficientes e pessoas em situação de dependência e apoio à maternidade;

b) Programas coordenados de acção social e saúde nas grandes aglomerações urbanas;

c) Prevenção, prestação de cuidados e reabilitação das doenças da área laboral. O decreto-lei nº. 186/2006, de 12 de Setembro, estabelece o regime de atribuição de apoios financeiros pelo Estado, através dos serviços e organismos centrais do Ministério da Saúde e das administrações regionais de saúde, a pessoas colectivas privadas sem fins lucrativos. Os apoios financeiros previstos visam promover o desenvolvimento de acções e projectos nos domínios da promoção da saúde, da prevenção e tratamento da doença, da reabilitação, da redução de danos e da reinserção, incluindo acções de formação e aquisições de bens e serviços necessários à respectiva execução. Os apoios têm como objectivos, designadamente:

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a) Obter ganhos em saúde, aumentando o nível de saúde da população; b) Contribuir para a plena execução das orientações e estratégias do Plano

Nacional de Saúde; c) Promover a saúde das populações, em particular de grupos específicos e dos

grupos mais vulneráveis; d) Desenvolver a dimensão social das intervenções no domínio da saúde, através

da participação directa de entidades privadas sem fins lucrativos; e) Fomentar e disciplinar as parcerias com outras entidades públicas,

designadamente autarquias locais e instituições de ensino; f) Fomentar a participação de entidades privadas e o apoio mecenático no

âmbito da execução da política de saúde. Com a tendência crescente de aumento da prevalência de pessoas com doenças crónicas incapacitantes, resultante do aumento da esperança de vida, surgem novas necessidades de saúde e sociais, que requerem novas respostas. Tais respostas devem ser ajustadas aos diferentes grupos de pessoas em situação de dependência e aos diferentes momentos e circunstâncias da própria evolução das doenças e situações sociais e, simultaneamente, facilitadoras da autonomia e da participação dos destinatários e do reforço das capacidades e competências das famílias para lidar com essas situações, nomeadamente no que concerne à conciliação das obrigações da vida profissional com o acompanhamento familiar. Promover a funcionalidade, prevenindo, reduzindo e adiando as incapacidades, constitui uma das políticas sociais que mais pode contribuir para a qualidade de vida e para a consolidação de uma sociedade mais justa e solidária.

Neste âmbito, é criada, pelo decreto-lei n.º 101/2006, a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, no âmbito dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Solidariedade Social, designada por Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Esta Rede destina-se a todas as pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência. Constituem objectivos específicos da Rede:

a) A melhoria das condições de vida e de bem-estar das pessoas em situação de dependência, através da prestação de cuidados continuados de saúde e ou de apoio social;

b) A manutenção das pessoas com perda de funcionalidade ou em risco de a perder, no domicílio, sempre que mediante o apoio domiciliário possam ser garantidos os cuidados terapêuticos e o apoio social necessários à provisão e manutenção de conforto e qualidade de vida;

c) O apoio, o acompanhamento e o internamento tecnicamente adequados à respectiva situação;

d) A melhoria contínua da qualidade na prestação de cuidados continuados de saúde e de apoio social;

e) O apoio aos familiares ou prestadores informais, na respectiva qualificação e na prestação dos cuidados;

f) A articulação e coordenação em rede dos cuidados em diferentes serviços, sectores e níveis de diferenciação;

g) A prevenção de lacunas em serviços e equipamentos, pela progressiva cobertura a nível nacional, das necessidades das pessoas em situação de dependência em matéria de cuidados continuados integrados e de cuidados paliativos.

Os cuidados continuados integrados incluem-se no Serviço Nacional de Saúde e no sistema de segurança social, assentam nos paradigmas da recuperação global e da

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manutenção, entendidos como o processo activo e contínuo, por período que se prolonga para além do necessário para tratamento da fase aguda da doença ou da intervenção preventiva, e compreendem:

a) A reabilitação, a readaptação e a reintegração social; b) A provisão e manutenção de conforto e qualidade de vida, mesmo em

situações irrecuperáveis. A prestação de cuidados paliativos centra-se no alívio do sofrimento das pessoas, na provisão de conforto e qualidade de vida e no apoio às famílias, segundo os níveis de diferenciação consignados no Programa Nacional de Cuidados Paliativos, do Plano Nacional de Saúde.

Síntese descritiva dos programas e medidas

SAÚDE Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de prestação de

serviços Intervenção Precoce

Destina-se a criar condições facilitadoras do desenvolvimento global da criança, minimizando problemas das deficiências ou do risco de atraso do desenvolvimento e prevenindo eventuais sequelas e a optimizar as condições da interacção criança/família, mediante a informação sobre a problemática em causa, o reforço das capacidades e competências, designadamente na identificação e utilização dos seus recursos e dos da comunidade e ainda da capacidade de decidir e controlar a sua dinâmica familiar. Consiste numa medida de apoio integrado, centrada na criança e na família, mediante acções de natureza preventiva e habilitativa, designadamente do âmbito da educação, da saúde e da acção social, com vista a: a)Assegurar condições facilitadoras do desenvolvimento da criança com deficiência ou em risco de atraso grave de desenvolvimento; b) Potenciar a melhoria das interacções familiares; c) Reforçar as competências familiares como suporte da sua progressiva capacitação e autonomia face à problemática da deficiência. Ver Protecção Social e Educação

Comissão Nacional para o Diagnóstico Precoce e o Centro Coordenador Nacional – Despacho de 20 de Abril de 1981 (II Série) Despacho Conjunto do MTSS, MS e ME (n.º 891/99 de 19 de Outubro)

Financiamento pelo Estado, através de acordos de cooperação.

O desenvolvimento e o apoio à intervenção precoce envolve prioritariamente: a) Serviços da educação, através das equipas de coordenação dos apoios educativos; b) Serviços da saúde, através dos centros de saúde e estruturas hospitalares, nomeadamente das centros de desenvolvimento; c) Serviços da acção social, através dos centros regionais da segurança social/serviços sub-regionais; d) Instituições cooperativas de solidariedade social ou outras organizações não governamentais vocacionadas para esta área da intervenção precoce. A intervenção precoce pode ainda envolver outras entidades, designadamente autarquias, sempre que, no âmbito das suas atribuições, possam contribuir para o seu desenvolvimento.

Programa Operacional Saúde XXI Eixo 3 - Promover Novas Parcerias e Novos Actores na Saúde Medida 3.1 - Criação e Adaptação de Unidades de Prestação de Cuidados de Saúde

Facilitar a criação de novas parcerias com os sectores social e privado para a prestação de cuidados de saúde. Dinamizar e incentivar o desenvolvimento de pequenas empresas e cooperativas prestadoras de cuidados de saúde. Contribuir para a diminuição das desigualdades em saúde reforçando a complementaridade e alargando as possibilidades de escolha dos cidadãos com necessidades especiais, tais como toxicodependentes e idosos. Destina-se a desenvolver actividades de avaliação, orientação e intervenção terapêutica e sócio-educativa a pessoas com paralisia cerebral ou deficiências neurológicas afins, como “extensão” dos centros de paralisia cerebral.

Decreto-Lei nº 15/2001, de 27 de Janeiro Portaria nº380/2001, de 11 de Abril Portaria nº 381/2001, de 11 de Abril Despacho nº 20321/02, de 17 de Setembro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: Ministério da Saúde - Gabinete de Gestão do Saúde XXI Apoios financeiros a: - Empresas e sociedades cooperativas prestadoras de cuidados de saúde (até 50 trabalhadores) - Instituições Particulares de Solidariedade Social - Santas Casas da Misericórdia

Execução por privados com financiamento do Estado: - Empresas e sociedades cooperativas prestadoras de cuidados de saúde - Instituições Particulares de Solidariedade Social - Santas Casas da Misericórdia

Rede de cuidados de saúde continuados – tratamento domiciliário

Em regime de complementaridade e estreita articulação com as redes de cuidados de saúde nos sectores primários e hospitalares,

Decreto-Lei n.º 281/2003, de 8 de Novembro

Os estabelecimentos integrados na rede são financiadas através do pagamento dos actos

Os estabelecimentos que prestem cuidados de saúde continuados integrados na rede podem

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SAÚDE Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de prestação de

serviços Rede Nacional de Cuidados de Saúde Continuados Integrados

entendeu-se necessário quanto oportuno adequar o sector dos cuidados continuados de saúde com legislação própria. A criação de uma rede de cuidados continuados de saúde, constituída para o efeito por todas as entidades públicas, sociais e privadas, habilitadas à prestação de cuidados de saúde destinados a promover, restaurar e manter a qualidade de vida, o bem-estar e o conforto dos cidadãos necessitados dos mesmos em consequência de doença crónica ou degenerativa, ou por qualquer outra razão física ou psicológica susceptível de causar a sua limitação funcional ou dependência de outrém, incluindo o recurso a todos os meios técnicos e humanos adequados ao alívio da dor e do sofrimento, a minorar a angústia e a dignificar o período terminal da vida. A rede tem como objectivo contribuir para a melhoria de acesso da pessoa com perda de funcionalidade a cuidados técnica e humanamente adequados. Constitui objectivo geral da Rede a prestação de cuidados continuados integrados a pessoas que, independentemente da idade, se encontrem em situação de dependência. Constituem objectivos específicos da Rede: a) A melhoria das condições de vida e de bem-estar das pessoas em situação de dependência, através da prestação de cuidados continuados de saúde e ou de apoio social; b) A manutenção das pessoas com perda de funcionalidade ou em risco de a perder, no domicílio, sempre que mediante o apoio domiciliário possam ser garantidos os cuidados terapêuticos e o apoio social necessários à provisão e manutenção de conforto e qualidade de vida; c) O apoio, o acompanhamento e o internamento tecnicamente adequados à respectiva situação; d) A melhoria contínua da qualidade na prestação de cuidados continuados de saúde e de apoio social; e) O apoio aos familiares ou prestadores informais, na respectiva qualificação e na prestação dos cuidados; f) A articulação e coordenação em rede dos cuidados em diferentes serviços, sectores e níveis de diferenciação; g) A prevenção de lacunas em serviços e equipamentos, pela progressiva cobertura a nível nacional, das necessidades das pessoas em situação de dependência em matéria de cuidados continuados integrados e de cuidados paliativos.

Decreto-Lei nº 101/2006, de 6 de Junho

e serviços efectivamente prestados, segundo uma tabela de preços que consagra uma classificação dos mesmos, a aprovar por portaria conjunta dos Ministros das Finanças e da Saúde. São receitas dos estabelecimentos públicos dotados de personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira, com ou sem autonomia patrimonial, ou de natureza empresarial integrados na rede: a) O pagamento de cuidados prestados pelos estabelecimentos das redes de cuidados primários e pelos hospitais integrados na rede de prestação de cuidados de saúde, com os quais tenha sido estabelecido um contrato; b) O pagamento de cuidados por parte de terceiros responsáveis, legal ou contratualmente, nomeadamente subsistemas de saúde ou entidades seguradoras; c) O pagamento de serviços prestados, por parte de uma ARS, de acordo com um contrato-programa definido previamente; d) Outras receitas legalmente previstas.

revestir uma das seguintes figuras jurídicas: a) Estabelecimentos públicos dotados de personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira, com ou sem autonomia patrimonial, ou de natureza empresarial; b) Instituições particulares de solidariedade social, misericórdias e pessoas colectivas de utilidade pública administrativa; c) Estabelecimentos privados, com ou sem fins lucrativos. O modelo de intervenção prevê os seguintes tipos de serviços, que asseguram a continuidade da prestação de cuidados: a) Unidade de internamento; b) Unidade de recuperação global; c) Unidade móvel domiciliária. A tipologia de serviços integrados no âmbito da rede descritos no número anterior deve desenvolver-se seguindo normas emanadas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

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SAÚDE Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de prestação de

serviços A Rede baseia-se num modelo de intervenção integrada e articulada que prevê diferentes tipos de unidades e equipas para a prestação de cuidados de saúde e ou de apoio social e assenta nas seguintes bases de funcionamento: a) Intercepção com os diferentes níveis de cuidados do sistema de saúde e articulação prioritária com os diversos serviços e equipamentos do sistema de segurança social; b) Articulação em rede garantindo a flexibilidade e sequencialidade na utilização das unidades e equipas de cuidados; c) Coordenação entre os diferentes sectores e recursos locais; d) Organização mediante modelos de gestão que garantam uma prestação de cuidados efectivos, eficazes e oportunos visando a satisfação das pessoas e que favoreçam a optimização dos recursos locais; e) Intervenção baseada no plano individual de cuidados e no cumprimento de objectivos. Assenta num conjunto de serviços prestadores de cuidados de recuperação em interligação com a rede de prestação de cuidados primários e com os hospitais integrados na rede de prestação de cuidados de saúde, visando prevenir situações de dependência, mediante um plano individual de intervenção complementar de recuperação global, tradicionalmente não contemplada na oferta de cuidados de saúde.

Orientações reguladoras da intervenção articulada do apoio social e dos cuidados de saúde continuados dirigidos às pessoas em situação de dependência

As presentes orientações visam criar condições que possibilitem uma intervenção articulada da saúde e da acção social dirigida às pessoas em situação de dependência de modo a responder às necessidades que apresentam em função do tipo e amplitude de dependência e dos contextos sócio-familiares em que se inserem. Pretende-se instituir um modelo de intervenção articulada de completa interface saúde/acção social com o envolvimento de vários parceiros e o aproveitamento e racionalização dos recursos existentes, no respeito das competências institucionais regionais e locais, procurando que as acções a desenvolver: apoio social, cuidados de saúde continuados e respostas integradas, sejam graduais e flexíveis. O modelo de intervenção articulada tem como objectivo, fundamentalmente, promover a autonomia das pessoas em situação de dependência e o reforço das capacidades e competências das famílias para lidar com essas situações e, como lógica de

Despacho Conjunto N.º 407/98 de 18 De Junho (II Série)

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SAÚDE Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de prestação de

serviços intervenção, privilegiar a prestação de cuidados no domicílio, sem prejuízo da possibilidade do recurso ao internamento em unidades residenciais sempre que este se mostra necessário ao processo de reabilitação com a promoção de condições de autonomia que habilitem as pessoas a regressar ao seu domicilio. São considerados grupos alvo as pessoas em situação de dependência física, mental ou social, transitória ou permanente, resultante ou agravada nomeadamente por deficiência física ou mental.

Acompanhamento familiar de deficientes hospitalizados

Toda a pessoa deficiente internada em hospital ou unidade de saúde tem direito ao acompanhamento familiar permanente de ascendente, de descendente, do cônjuge ou equiparado. Na falta ou impedimento das pessoas referidas no número anterior, os direitos consagrados nesta lei podem ser exercidos pelos familiares ou pessoas que os substituem.

Lei n.º 109/97 de 16 de Setembro

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Regime de Avaliação de Incapacidade das pessoas com deficiência

A Lei de Bases define pessoa com deficiência «aquela que, por motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómica susceptível de provocar restrição da capacidade, pode estar considerada em situação de desvantagem para o exercício de actividades consideradas normais, tendo em conta a idade, o sexo e os factores sócio-culturais dominantes». Face à inexistência de normas específicas para a avaliação de incapacidade na perspectiva desta lei, tem sido prática corrente o recurso à Tabela Nacional de Incapacidades (TNI), perspectivada para a avaliação do dano em vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais, de forma a possibilitar alguma uniformização valorativa a nível nacional. Todavia, no âmbito da avaliação de incapacidade de pessoas com deficiência, mostra-se necessário proceder à actualização dos procedimentos adoptados, nomeadamente de forma a melhor adequar a utilização da actual TNI.

Decreto-Lei N.º 202/96 De 23 De Outubro Despacho N.º 12/94 De 26 De Março (II Série) Decreto-Lei Nº. 174/97 De 19 De Julho

Orçamento do Ministério da Saúde Juntas médicas constituídas para o efeito, nas sub-regiões de saúde, por despacho do delegado regional de saúde. Juntas de saúde dos ramos das Forças Armadas e da Polícia de Segurança Pública e juntas médicas da Guarda Nacional Republicana.

Medicina Física e de Reabilitação O crescimento e desenvolvimento tecnológico verificados nas últimas décadas, a par das alterações do ritmo e modo de vida, têm levado ao aparecimento de um elevado número de deficientes, vítimas de

Despacho N.º 15/94, De 5 De Abril (II Série)

Orçamento do Ministério da Saúde

É da responsabilidade das Unidades e dos Serviços de Medicina Física e de Reabilitação a definição e aplicação do

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SAÚDE Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de prestação de

serviços - Rede de Referenciação Hospitalar

acidentes de trânsito, de trabalho e de acidentes cardiovasculares em idades cada vez mais jovens e produtivas. A medicina física e de reabilitação pretende tratar ou atenuar as incapacidades causadas por doenças crónicas, sequelas neurológicas ou lesões derivadas da gestação e do parto, acidentes de trânsito e de trabalho. Um objectivo da Medicina Física e de Reabilitação, como área de especialização médica, é procurar contribuir, de modo científico, para a reabilitação/recuperação do indivíduo afectado funcionalmente por uma doença ou um traumatismo. A reabilitação interessa à maioria das áreas médicas, particularmente quando estão em causa situações potencialmente incapacitantes. Por outro lado, a Medicina Física e de Reabilitação tem uma abordagem própria no exame médico e na avaliação da funcionalidade. Neste contexto, a reabilitação médica exige uma formação autónoma e uma organização que lhe permita apoiar as várias especialidades de forma global ou diferenciada.

Surgem assim novas formas de articulação entre os centros de saúde e os hospitais, de modo que as necessidades sanitárias das populações, em termos de qualidade e de celeridade de resposta, sejam satisfeitas tão brevemente quanto possível. Esta medida consiste na prestação de cuidados de medicina física e de reabilitação, em regime de internamento e de ambulatório, à população da sua área de influência de acordo com o perfil assistencial definido pela Direcção Geral de Saúde (DGS). É um processo global e dinâmico orientado para a recuperação física e psicológica da pessoa portadora de deficiência, tendo em vista a sua reintegração social. Está associada a um conceito mais amplo de saúde, incorporando o bem-estar físico, psíquico e social a que todos os indivíduos têm direito. Engloba as seguintes acções: a) Diagnóstico e definição das diferentes patologias, deficiências e incapacidades existentes; b) Definição do prognóstico e avaliação do potencial de reabilitação; c) Planeamento e prescrição do tratamento; d) Coadjuvação e apoio das diferentes acções médico-cirúrgicas; e) Prevenção do descondicionamento físico e psicológico, bem como todas as sequelas decorrentes do imobilismo e isolamento dos doentes internados;

Despacho da Secretaria de Estado do Ministério da Saúde, 26 de Março de 2002 Despacho nº 25077/2005, de 6 de Dezembro

programa de MFR (diagnóstico, tratamento e eventual reintegração) dos doentes internados e em ambulatório do hospital e que careçam de cuidados especializados do foro da Medicina Física e de Reabilitação. A rede de MFR compreende quatro níveis de actuação: • Centros de Saúde e Hospitais de Nível I • Hospitais Distritais Gerais e Centrais da plataforma B • Hospitais Distritais Gerais, Centrais e Especializados da plataforma A • Centros de Reabilitação. As três primeiras distinguem-se pelo crescendo de diferenciação técnico- -profissional e da sofisticação do equipamento utilizado. A quarta, pelo tempo de intervenção subsequente. Os serviços são assim prestados: - Em alguns hospitais, nos Institutos de Oncologia e em algumas estâncias termais. - Os centros de saúde são, por excelência, os responsáveis pela prevenção da incapacidade e pela orientação adequada do utente. - Nos serviços hospitalares são assistidas, sobretudo, as situações potencialmente mais incapacitantes. - Os centros de reabilitação são centros pluri ou mono-especializados dirigidos ao apoio aos grandes deficientes.

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SAÚDE Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de prestação de

serviços f) Facilitação e estímulo dos processos de recuperação e regeneração natural; g) Estímulo, maximização e compensação das capacidades residuais; h) Promoção da integração socioprofissional.

Diagnóstico pré-natal Nos últimos anos verificaram-se mudanças significativas na área da saúde materna e infantil em Portugal, que se traduziram, entre outras, na diminuição da mortalidade infantil por doenças evitáveis, assumindo as anomalias e as doenças genéticas maior importância para os serviços de saúde e para a própria sociedade. O diagnóstico pré-natal, conjunto de procedimentos com o objectivo de avaliar se um embrião ou feto é portador de uma determinada anomalia congénita, tem vindo a constituir-se num componente essencial da prestação de cuidados de saúde pré-natais. Portugal dispõe nesta área de alguns recursos técnicos e humanos, cuja distribuição geográfica não está optimizada e que se revelam ainda insuficientes para permitir a plena satisfação das necessidades existentes. 0 desenvolvimento do Programa Nacional de Saúde Materno-Infantíl conduziu à reestruturação dos serviços materno-infantis, nomeadamente à definição de hospitais de apoio perinatal e hospitais de apoio perinatal diferenciado e à criação das unidades coordenadoras funcionais.

Despacho N.º 5411/97, De 6 De Agosto (II Série)

Orçamento do Ministério da Saúde Organização da rede de serviços - a rede de cuidados de saúde contempla os seguintes níveis de intervenção: a) Nível I «Cuidados de saúde primários»; b) Nível II «Centros de diagnóstico pré-natal» nos hospitais de apoio perinatal; c) Nível III «Centros de diagnóstico e terapêutica pré-natal» nos hospitais de apoio perinatal diferenciado.

Avaliação e diagnóstico precoce das crianças com problemas de desenvolvimento

Destina-se a avaliar e diagnosticar problemas de desenvolvimento nas crianças no âmbito das consultas de desenvolvimento.

____ Orçamento do Ministério da Saúde Este serviço é prestado nas consultas de desenvolvimento existentes nos hospitais distritais e nos centros de desenvolvimento (Lisboa/Porto e Coimbra)

Centro de estudos e registo de malformações

As malformações congénitas constituem um problema de grande importância em saúde pública. Para além de originarem uma morbilidade e uma mortalidade elevadas, afectam, em muitos casos, órgãos com funções vitais, pelo que provocam lesões graves e permanentes nos indivíduos atingidos. Estes casos poderão exigir cuidados diferenciados para toda a vida, tornando indispensável a adopção de medidas de carácter social, de apoio às famílias e às crianças, de forma a permitir a sua integração na comunidade. Assim, é importante conhecer a extensão do problema das malformações, que irão tendo cada vez mais peso em saúde pública

Portaria N.º 834/85 De 5 De Novembro

O Instituto Nacional de Saúde concederá ao Centro um subsídio de acordo com o disposto nos artigos 3.º, n.º 1, alínea a), 3), e 22.º, n.º 1, alínea a), do Decreto n.º 35/72, de 31 de Janeiro.

Este serviço é prestado pelo Centro de Estudos e Registo de Malformações, no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

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SAÚDE Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de prestação de

serviços à medida que vão sendo eliminadas muitas das causas infecciosas e vão sendo mais numerosos os factos nocivos do meio ambiente. Deste modo, torna-se necessário estabelecer, a nível nacional, o registo de malformações, fundamental para apoio a estudos epidemiológicos mais aprofundados do problema. Esta medida pretende: - Coordenar o registo das malformações congénitas e tratar a informação colhida; - Promover a realização de estudos epidemiológicos tendentes a conhecer a extensão do problema e a importância, na sua génese, de factores do ambiente, infecciosos e outros.

Isenção de taxas moderadoras

As taxas moderadoras são pagamentos a efectuar pelos utentes do Serviço Nacional de Saúde, relativamente a: 1) Consultas nos centros de saúde, hospitais e em outros serviços de saúde públicos ou privados convencionados; 2) Serviços de urgência hospitalares e nos serviços de urgência dos centros de saúde e 3) Meios complementares de diagnóstico e terapêutica por exame em regime de ambulatório. A isenção de taxas moderadoras está prevista, entre outros, para: - Os beneficiários de abono complementar a crianças e jovens deficientes; - Os beneficiários de subsídio mensal vitalício; - Os pensionistas de doença profissional com o grau de incapacidade permanente global não inferior a 50%.

Decreto-Lei n.º 54/92 de 11 ABR – estabelece o regime das taxas moderadoras para o acesso aos serviços de urgência, a consultas e a meios complementares de diagnóstico e terapêutica em regime de ambulatório, bem como as suas isenções, alterado pelo Decreto-Lei n.º 287/95 de 30 OUT; Portaria nº. 349/96 de 8 de Agosto

____

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Atribuição de apoios financeiros a pessoas colectivas privadas sem fins lucrativos

Estes apoios financeiros visam promover o desenvolvimento de acções e projectos nos domínios da promoção da saúde, da prevenção e tratamento da doença, da reabilitação, da redução de danos e da reinserção, incluindo acções de formação e aquisições de bens e serviços necessários à respectiva execução

Decreto-Lei nº. 186/2006, 12 de Novembro

Os apoios financeiros previstos no presente Decreto-lei constituem encargo de cada organismo competente em razão da matéria, designadamente o Instituto Português do Sangue, o Instituto da Droga e da Toxicodependência e as administrações regionais de saúde. No caso dos apoios atribuídos pelo Alto Comissariado da Saúde e pela Direcção-Geral da Saúde, compete ao Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde assegurar o respectivo pagamento, sendo os correspondentes encargos inscritos no orçamento do Serviço Nacional de Saúde.

A atribuição dos apoios financeiros formaliza-se através da celebração de um contrato, na sequência de um procedimento de apreciação e selecção de candidaturas.

2.5. ACESSIBILIDADES Introdução

“Acessibilidade" é um conceito lato que significa a possibilidade de acesso das pessoas com deficiência ao meio edificado público e privado, aos transportes e às tecnologias da informação e da comunicação.

Entende-se que uma pessoa com deficiência é a que, em resultado da interacção de uma anomalia ou perda das funções ou estruturas do corpo, incluindo as psicológicas, com o meio envolvente, enfrenta dificuldades específicas susceptíveis de lhe limitar a actividade ou restringir a participação na vida social, económica e cultural.

Garantir a acessibilidade ao meio envolvente, isto é, aos serviços, produtos e equipamentos, é assegurar o exercício de cidadania e de autonomia às pessoas com deficiência

A intervenção do Estado na promoção da acessibilidade decorre da Constituição da República Portuguesa, da Lei de Bases da Prevenção, da Habilitação e da Reabilitação e da Participação das Pessoas com Deficiência, e da integração nas organizações internacionais. A Constituição da República Portuguesa proclama o princípio da igualdade e consagra para todos os cidadãos o direito à qualidade de vida, à habitação, à educação, à cultura e ciência, à fruição e criação cultural, à cultura física e ao desporto. A Constituição da República Portuguesa define ainda os deveres do Estado em relação aos cidadãos com deficiência, afirmando no n.º 2 do Artigo 71º que o Estado se obriga "a realizar uma política nacional de prevenção e de tratamento, reabilitação e integração dos cidadãos portadores de deficiência e de apoio às suas famílias, a desenvolver uma pedagogia que sensibilize a sociedade quanto aos deveres de respeito e solidariedade para com eles e a assumir o encargo da efectiva realização dos seus direitos, sem prejuízo dos direitos e deveres dos pais ou tutores". A Lei de Bases da Prevenção, de Habilitação e da Reabilitação e Participação das Pessoas com Deficiência – Lei n.º 38/04, de 18 Agosto – visa a promoção e a garantia dos direitos que a Constituição da República Portuguesa consagra às pessoas com deficiência e estabelece nos Artigos 32º, 33º, 43º, e 44º que é da responsabilidade do Estado mediante a elaboração de um Plano Nacional da Promoção da Acessibilidade, a adopção de medidas que confiram o direito à habitação e urbanismo, aos transportes, à informação e à sociedade de informação. Para além destas directrizes, Portugal subscreveu e aceitou orientações para a promoção da acessibilidade emanadas por diversas organizações

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internacionais nas quais se encontra integrado, como a Organização das Nações Unidas e suas agências especializadas (Programa Mundial de Acção Relativo às Pessoas Deficientes entre 1983-1992 e Normas sobre igualdade de oportunidades para as Pessoas com Deficiência A/RES/48/96, de 4 de Maio de 1994), o Conselho da Europa (Uma Política Coerente para a Reabilitação das Pessoas com Deficiência - Recomendação nº 7 [92] 6 de 9 de Abril e Acessibilidade: Princípios e Linhas Directrizes – 1994), a Conferência Europeia dos Ministros de Transportes (Carta sobre o acesso aos serviços de transportes e infra-estruturas) e a União Europeia (Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu e ao Comité Económico Social e ao Comité das Regiões – Rumo a uma Europa sem Barreiras para as Pessoas com Deficiência – Resolução eAcessibildade para Pessoas com Deficiência, Dezembro de 2002 e Plano de Acção eEurope 2002. Junho de 2000, e ainda o relatório “Making Europe Accessible for All” da União Europeia, elaborado por um grupo de peritos em acessibilidade em 2004. Subescreveu também a resolução de Tomar - ResAP (2001), do Conselho da Europa, referente à introdução dos princípios de desenho universal nos programas de formação do conjunto das profissões relacionadas com o meio edificado, que visa a integração das pessoas com deficiência na sociedade. Esta orientação propõe o desenho universal, que é uma estratégia cujo objectivo consiste em conceber e criar, de uma forma independente e tão natural quanto possível, diferentes produtos e ambientes acessíveis, que possam ser entendidos e utilizados por todos, sem que seja necessário recorrer a adaptações ou a soluções especialmente concebidas. A noção de desenho universal tem por objectivo simplificar a vida de todos, tornando o meio edificado, os produtos e as comunicações acessíveis, utilizáveis e entendíveis com o mínimo de encargos ou sem quaisquer encargos suplementares. Contribui para uma concepção mais orientada para o utilizador de acordo com uma metodologia global que procura satisfazer as necessidades das pessoas de qualquer idade, estatura e capacidade, independentemente de novas situações que possam vir a conhecer ao longo da vida. Consequentemente, a noção de desenho universal ultrapassa as questões da mera acessibilidade aos edifícios pelas pessoas com deficiência e deve fazer parte integrante da arquitectura, da concepção e do planeamento do meio ambiente. De modo a garantir a igualdade de oportunidades no plano da participação nas actividades económicas, sociais, culturais e de lazer, é necessário que todos, qualquer que seja a sua idade, estatura e capacidades, possam ter acesso, utilizar e entender o meio envolvente e tudo aquilo que o compõe, numa base de igualdade e de total independência. O ensino e a formação dispensados a todas as profissões que trabalham no domínio do meio edificado devem inspirar-se nos princípios do desenho universal. Para que desde o início sejam tomadas as medidas que promovam uma política coerente visando melhorar a acessibilidade, é imperativo que a noção

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de desenho universal faça parte integrante do núcleo básico da formação inicial do conjunto das profissões, que exercem a sua actividade no domínio do meio edificado, a todos os níveis e em todos os sectores. Cumpre ainda referir que a política nacional respeitante à inclusão social consubstancia-se no Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI), que tem vindo a consagrar medidas relativas à criação da acessibilidade. No PNAI de 2001/2003, apontava-se como medida prioritária "incorporar ideias de acessibilidade, de desenho de utilização universal, enquanto custo natural de projectos, políticas e investimentos a todos os níveis e em todos campos de intervenção social". A segunda geração do PNAI 2003/2005, estabeleceu como instrumento fundamental para favorecer a integração social das pessoas com necessidades especiais a elaboração de um "Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade". O PNAI 2006/2008, inclui como medida prioritária 3, ‘Ultrapassar as discriminações, reforçando a integração das pessoas com deficiência e dos imigrantes, já que “garantir a efectivação dos direitos das pessoas sujeitas a discriminação constitui uma condição fundamental para a concretização de uma sociedade democrática, baseada na dignidade das pessoas. Este plano consagra medidas como a implementação da nova Lei das Acessibilidades (Decreto-lei nº. 163/2006) bem como as reduções tarifárias nos transportes ferroviários para as pessoas com deficiência. Os mecanismos de financiamento para as medidas deste domínio são diversos. Muitas medidas são financiadas pelo Estado, através do orçamento do Ministério do Trabalho e da Segurança Social e do orçamento do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Algumas medidas enquadram-se em programas operacionais co-financiados pelo Fundo Social Europeu no quadro Comunitário de Apoio III e no âmbito do FEDER. Destacam-se ainda programas específicos de financiamento, nomeadamente o Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento (POSC). São diversas as entidades que prestam serviços no âmbito das medidas de promoção das acessibilidades, nomeadamente, autarquias ou suas estruturas representativas, ONG, SNRIPD, Governos civis, Fundações, Associações, Companhias e Empresas de Transportes, diferentes Ministérios e Secretarias de Estado, Instituições particulares de solidariedade social, Instituições públicas, Universidades e outras Empresas que desenvolvam produtos e ou serviços para pessoas com necessidades especiais.

Síntese descritiva dos programas e medidas

ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Programa Nacional para a Participação de Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade de Informação (PNPCNESI)

Cada nova tecnologia traz em si um elevado poder de inclusão ou exclusão das pessoas no seu meio. Esta visão aplica-se com bastante pertinência aos Cidadãos com Necessidades Especiais, nomeadamente pessoas com deficiência, idosos e acamados.

As novas tecnologias permitem ultrapassar barreiras antigas, quer através de ajudas técnicas mais sofisticadas, quer pelas potencialidades dos novos produtos e serviços do mercado.

Mas as novas tecnologias também podem gerar novas dificuldades quando a sua utilização é vedada a pessoas com deficiência. Podem disso ser exemplos: a documentação usada em ambiente escolar e de trabalho; os conteúdos na Internet, as aplicações multimédia; as novas interfaces e características dos equipamentos de comunicações móveis e de televisão digital.

Este Programa é parte integrante do Plano de Acção para a Sociedade da Informação, principal instrumento de coordenação estratégica e operacional do Governo em matéria de Sociedade da Informação. O Plano de Acção para a Sociedade da Informação assenta em sete pilares de actuação; o primeiro pilar denomina-se “Uma Sociedade da Informação para todos”, sendo constituído por três eixos de actuação: massificação do acesso e utilização da Internet em Banda Larga, promoção da coesão digital (do qual este Programa é parte integrante) e garantia da existência de uma presença universal.

São objectivos específicos deste Programa:

1. Apoiar o desenvolvimento de novos produtos, conteúdos e serviços que possam beneficiar a qualidade de vida dos Cidadãos com Necessidades Especiais;

2. Incentivar a utilização das tecnologias da Sociedade da Informação por parte dos Cidadãos com Necessidades Especiais e das suas organizações;

3. Minimizar as barreiras digitais criadas na concepção de conteúdos digitais e de interfaces de software e hardware. São objecto de particular atenção os conteúdos disponibilizados na Internet pela Administração Pública; a documentação e o software utilizado no trabalho; as aplicações multimédia para fins educativos; as interfaces das comunicações móveis de terceira geração e da televisão digital terrestre;

4. Melhorar o sistema de informação e atribuição de ajudas técnicas;

Resolução do Conselho de Ministros nº. 110/2003 de 12 Agosto Portaria nº. 1354/2004, de 25 de Outubro

Financiamento através da Linha de Inclusão Digital. Esta linha de apoio financeiro ao Programa Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação insere-se no âmbito das medidas 1.1, «Competências básicas», 2.1, «Acessibilidades», e 2.2, «Conteúdos», dos eixos 1 e 2 do Programa Operacional Sociedade da Informação (POSI). O co-financiamento máximo a conceder pelo POSI é de 80%, devendo o restante financiamento ser assegurado pelas entidades beneficiárias. Nos casos das acções ou iniciativas de manifesto interesse público, o co-financiamento a atribuir poderá atingir os 100%. Os pedidos são apreciados em função da relevância e do mérito das acções ou iniciativas propostas e da justificação da necessidade ou oportunidade do apoio público para o cumprimento adequado dos objectivos propostos. O financiamento de cada projecto terá como limites: a) (euro) 30000 para projectos baseados em apetrechamento de equipamento, formação, redes de conhecimento ou produção de conteúdos; b) (euro) 150000 para projectos de desenvolvimento de produtos ou serviços. 5 - O financiamento insere-se no âmbito das medidas n.os 1.1, «Competências básicas», 2.1, «Acessibilidades», e 2.2, «Conteúdos», dos eixos n.os 1 e 2 do POSI. Consideram-se custos elegíveis as

Execução das acções por: - Instituições particulares de solidariedade social representativas das pessoas com necessidades especiais, nomeadamente pessoas com deficiência; - Instituições públicas cujo grupo alvo para quem trabalhem sejam as pessoas idosas e as pessoas com deficiência; - Empresas que desenvolvam produtos e ou serviços para pessoas com necessidades especiais; - Universidades, através dos seus centros de apoio e ou de investigação e desenvolvimento. Consideram-se elegíveis os projectos que visem concretizar as acções explicitamente referenciadas no Programa Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação, aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 110/2003, de 12 de Agosto, e de acordo com os regulamentos e restante normativo que rege as medidas do Programa

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços 5. Reforçar os recursos humanos e materiais de apoio, nomeadamente nos ambientes hospitalares e escolares;

6. Fomentar a partilha de conhecimento especializado e de experiências entre profissionais e pessoas com necessidades especiais;

7. Introduzir conhecimentos de acessibilidade e tecnologias de apoio na formação de profissionais de tecnologias de informação, reabilitação e educação.

Para dar resposta aos objectivos acima apresentados, foram definidas nove prioridades de actuação, constituídas por um leque de acções e projectos 2:

1. Acessibilidade 1. Ajudas Técnicas 2. Legislação, Regulamentação e Normalização 3. Redes de Ciência, Inovação e Conhecimento 4. Educação 5. Trabalho 6. Acções de Sensibilização 7. Cooperação com Empresas

9. Cooperação Internacional Pretende assim promover acções relacionadas com a acessibilidade à informação e à comunicação, nomeadamente: Acção 1.1 – RTP mais acessível Acção 1.2 – Acessibilidade dos Sítios Internet da Administração Pública Acção 1.3 – ONG na Internet Acção 1.4 – Intermediação Telefónica Acção 1.5 – Distribuição de publicação em formato acessível Acção 2.1 – Sistemas de Informação sobre Ajudas Técnicas Acção 2.2 – Programa para Pessoas com Multideficiências Acção 2.3 – Sistema de Atribuição de Ajudas Técnicas Acção 2.4 – Ajudas Técnicas nos Hospitais Acção 3.1 – Serviço Público de Televisão Acção 3.2 – Serviço Universal de Telecomunicações Acção 4.2 – Redes Nacionais Temáticas Acção 5.1 – Plano Nacional de Informática nos Apoios Educativos Acção 5.2 – Ensino à Distância Acção 5.3 – Educação para a Acessibilidade e Reabilitação no Ensino Superior Acção 5.4 – Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade

despesas susceptíveis de financiamento nos termos da legislação, comunitária e regulamentar, nomeadamente as seguintes: a) As despesas directamente ligadas ao desenvolvimento de um produto e ou serviço; b) Divulgação e publicidade relativas ao produto ou serviço final, no máximo de 5% do valor total do projecto; c) Serviços de apoio ao projecto; d) Aquisição de bibliografia especializada; e) Consumíveis. A elegibilidade das despesas depende, para além da sua natureza, da respectiva legalidade

Operacional Sociedade da Informação (POSI), em cujo âmbito se insere a linha de financiamento.

2 Ver anexo 3

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Acção 5.5 – Apoio a Estudantes do Ensino Superior Acção 5.6 – Centros de Avaliação dos Alunos com Deficiência Acção 6.1 – Informação Especializada para o Trabalho Acção 6.2 – Acessibilidade à Documentação e ao Software utilizado no Trabalho Acção 6.3 – Medidas de Incentivo ao Teletrabalho Acção 7.1 – Programa de Rádio Acção 7.2 – Sensibilização sobre utilização da Internet Acção 8.1 – Compromissos Operadores Comunicações Móveis Acção 8.2 – Fórum Permanente de Telecomunicações e Internet Acção 8.3 – Mecenato para a sociedade da informação Acção 8.4 – Sintetizadores de Fala Acção 8.5 – Manuais Escolares Acção 8.6 – Material Informático Acção 8.7 – Aplicações Cidadãos com Necessidades Especiais Acção 8.8 – Documentação em Formato Acessível Acção 8.9 – Georeferenciação Acção 8.10 – Ofertas Especiais Acção 8.11 – Serviço de Apoio Acção 8.12 – Formação e Ajuda em Linha Acção 9.1 – Planos de Acção eEurope Acção 9.2 – Governo Electrónico no espaço Ibero-Americano Acção 9.3 – Processamento Digital de Língua Gestual

Programa Acesso da UMIC Internet acessível

A sociedade da informação deve contribuir para melhorar a qualidade de vida e bem-estar de todos os cidadãos. Quer isso dizer que todos devem ter não só acesso aos seus instrumentos, designadamente às novas tecnologias de informação, mas, sobretudo, que todos devem ter a efectiva possibilidade de os utilizar. O acesso aos benefícios da sociedade da informação deve, portanto, ser assegurado, tanto quanto possível, sem discriminações ou exclusões, sendo necessário considerar-se, neste âmbito, as características e exigências próprias dos cidadãos com necessidades especiais. A consideração destes, neste contexto, não é ditada por meras razões de solidariedade, mas, sobretudo, por uma concepção de sociedade, na qual se entende que todos devem participar de acordo com as suas características próprias. O envolvimento e o acesso efectivo dos cidadãos com necessidades especiais à sociedade da informação é, de resto, tanto mais importante quanto os respectivos instrumentos são potenciais factores de inclusão social.

Resolução do Conselho de Ministros n.º 97/99, 26 de Agosto de 1999- Acessibilidade dos sítios da Administração Pública na Internet pelos Cidadãos com Necessidades Especiais Decreto-lei nº. 16/2005, de 18 de Janeiro

A UMIC - Agência para a Sociedade do Conhecimento é um instituto público, dotado de personalidade jurídica, com autonomia administrativa e financeira e património próprio.

Execução por uma entidade pública: UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Neste contexto, importa assegurar que a informação disponibilizada pela Administração Pública na Internet seja susceptível de ser compreendida e pesquisável pelos cidadãos com necessidades especiais, determinando se que sejam adoptadas as soluções técnicas adequadas a que aquele objectivo seja alcançado.

Esta medida estabelece regras relativas à acessibilidade pelos cidadãos com necessidades especiais aos conteúdos de organismos públicos na Internet

O Programa ACESSO da UMIC — Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP, oferece aos cidadãos interessados um vasto e diversificado conjunto de produtos e sugestões.

Oferece um serviço de consultoria prestado a qualquer organismo da Administração Pública, para que os sites cumpram as Directrizes de Acessibilidade Web, de forma a garantir que: a) A respectiva leitura possa ser feita sem recurso à visão, movimentos precisos, acções simultâneas ou a dispositivos apontadores, designadamente ratos; b) A obtenção da informação e a respectiva pesquisa possam ser efectuadas através de interfaces auditivos, visuais ou tácteis.”

Clique solidário O desenvolvimento da sociedade de informação e o combate à info-exclusão constituem uma prioridade nacional na modernização de Portugal, para a qual se pretende contribuir fomentando a generalização do acesso aos modernos meios de informação e de transmissão do conhecimento e a massificação das novas tecnologias. Objectivos: - preparar os formandos para as novas Tecnologias da Informação e Comunicação. - saber utilizar o computador como um utensílio de trabalho, sendo simuladas na sala diversas situações do dia-a-dia. - sensibilizar o formando para as capacidades das Tecnologias da Informação e Comunicação. - combater a info-exclusão e proporcionar o acesso à informação e comunicação.

Portaria 799-B_2000 Regulamento de acesso à Medida 1.1 - "Competências Básicas" EDITAL - Abertura de Candidaturas à Medida 1.1. Regulamento de acesso à Medida 2.1 - “Acessibilidades” do Programa Operacional Sociedade da Informação EDITAL - Abertura de Candidaturas à Medida 2.1 DL.197_99 , de 8 de Junho DL.140_2001, de 24 de Abril Portaria 1013_2001, de 21 de

Financiamento pelo POSI – Programa Operacional Da Sociedade de Informação, através do FSE (Candidaturas à medida 1.1 – Competências Básicas) e do FEDER (Candidaturas à Medida 2.1. – Acessibilidades).

Instituições sem fins lucrativos que actuem na área da Solidariedade Social Esta medida destina-se:

- a pessoas com necessidades especiais que queiram enriquecer os seus conhecimentos práticos.

- pessoas em situação de desfavorecimento e exclusão social.

- Todos os interessados em iniciar-se ou requalificar-se na utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Agosto Despacho 4632_2004 , DR n.º 56 - II Série de 6 de Março de 2004. Credenciação Decreto Regulamentar 12-A_2000 , DR 214, I-B Série, 2º Suplemento, de 2000.09.05 Despacho Normativo n.º 42-B_2000, DE 20 DE Setembro

quer na sua actividade profissional quer no seu desenvolvimento pessoal e de aprendizagem ao longo da vida.

Eliminação de barreiras urbanísticas e arquitectónicas no espaço público

Esta medida torna obrigatória a adopção de um conjunto de normas técnicas básicas de eliminação de barreiras arquitectónicas em edifícios públicos, equipamentos colectivos e via pública para melhoria da acessibilidade das pessoas com mobilidade condicionada. O imperativo da progressiva eliminação das barreiras, designadamente urbanísticas e arquitectónicas, que permita às pessoas com mobilidade reduzida o acesso a todos os sistemas e serviços da comunidade, criando condições para o exercício efectivo de uma cidadania plena, decorre de diversos preceitos da Constituição, quando proclama, designadamente, o princípio da igualdade, o direito à qualidade de vida, à educação, à cultura e ciência e à fruição e criação cultural e, em especial, quando consagra os direitos dos cidadãos com deficiência. Decorre igualmente de orientações emanadas de diversas organizações internacionais em que o nosso país se encontra integrado, nomeadamente a Organização das Nações Unidas e suas agências especializadas, o Conselho da Europa e a União Europeia. No quadro jurídico nacional importa salientar que o nº 2 do artigo 71º da Constituição comete ao Estado a obrigação de tornar efectiva a realização dos direitos dos cidadãos com deficiência, impondo, assim, acções por parte do Estado de que este não se pode eximir. As normas técnicas básicas de eliminação de barreiras arquitectónicas aplicam-se a todos os projectos de instalações e respectivos espaços circundantes da administração pública central, regional e local, bem como dos institutos públicos que revistam a natureza de serviços personalizados ou de fundos públicos, assim como aos seguintes projectos de edifícios, estabelecimentos e equipamentos de utilização pública e via pública: i) Equipamentos sociais de apoio a pessoas idosas e ou com deficiência; ii) Centros de saúde, centros de enfermagem, centros de diagnóstico,

Decreto-Lei nº. 123/97, de 22 de Maio Portaria nº. 193/2005, de 17 de Fevereiro

Orçamento do Ministérios das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

Execução pelo Estado

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços hospitais, maternidades, clínicas, postos médicos em geral, farmácias e estâncias termais;

iii) Estabelecimentos de educação pré-escolar e de ensino básico, secundário e superior, centros de formação, residenciais e cantinas;

iv) Estabelecimentos de reinserção social; v) Estações ferroviárias e de metropolitano, centrais de camionagem, gares marítimas e fluviais, aerogares de aeroportos e aeródromos, paragens dos transportes colectivos na via pública, postos de abastecimento de combustível e áreas de serviço;

vi) Passagens de peões desniveladas, aéreas ou subterrâneas, para travessia de vias férreas, vias rápidas e auto-estradas;

vii) Estações de correios, estabelecimentos de telecomunicações, bancos e respectivas caixas multibanco, companhias de seguros e estabelecimentos similares;

viii) Museus, teatros, cinemas, salas de congressos e conferências, bibliotecas públicas, bem como outros edifícios ou instalações destinados a actividades recreativas e sócio-culturais;

ix) Recintos desportivos, designadamente estádios, pavilhões gimnodesportivos e piscinas;

x) Espaços de lazer, nomeadamente parques infantis, praias e discotecas; xi) Estabelecimentos comerciais, bem como hotéis, apartotéis, motéis, residenciais, pousadas, estalagens, pensões e ainda restaurantes e cafés cuja superfície de acesso ao público ultrapasse 150 m;

xii) Igrejas e outros edifícios destinados ao exercício de cultos religiosos; xiii) Parques de estacionamento de veículos automóveis; xiv) Instalações sanitárias de acesso público;

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Subsídio de eliminação de barreiras arquitectónicas

Visa compensar as entidades empregadoras dos custos com a eliminação das barreiras arquitectónicas que dificultam ou impeçam o acesso ao local de trabalho das pessoas com deficiência que contratem ou dos trabalhadores dos seus quadros que tenham adquirido deficiência. Ver Formação Profissional e Emprego

- Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 8/98, de 15 de Janeiro. - Despacho Normativo nº 99/90, de 6 de Setembro.

Financiamento pelo Estado

Apoio técnico e financeiro para eliminação de barreiras arquitectónicas que dificultem ou impeçam o acesso ao local de trabalho das pessoas com deficiência.

Subsídio não reembolsável até doze vezes o valor da remuneração mínima mensal garantida no seu valor mais elevado.

Os serviços do I.E.F.P. apreciam, caso a caso, as soluções técnico-ergonómicas para as quais se requereu o subsídio.

Execução pelos privados com financiamento do Estado

Promotores:

Entidades dos sectores privados, cooperativas e público empresarial, autarquias e organismos públicos que não façam parte da administração central que admitam pessoas com deficiência ou mantenham nos seus quadros trabalhadores que tenham adquirido deficiência.

Os beneficiários desta medida são as Pessoas com deficiência com idade legal para o trabalho.

Subsídio de adaptação de postos de trabalho

Visa compensar as entidades empregadoras dos custos das adaptações necessárias ao exercício da actividade profissional das pessoas com deficiência que contratem ou dos trabalhadores dos seus quadros que tenham adquirido deficiência.

Ver Protecção Social

- Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 8/98, de 15 de Janeiro. - Despacho Normativo nº 99/90, de 6 de Setembro

Apoio técnico e financeiro destinado a adaptar os postos de trabalho às características funcionais das pessoas com deficiência.

- Subsídio não reembolsável até doze vezes o valor da remuneração mínima mensal garantida no seu valor mais elevado. - Os serviços do I.E.F.P. apreciam, caso a caso, as soluções técnico-ergonómicas para as quais se requereu o subsídio.

Execução pelos privados com financiamento do Estado

Promotores:

Entidades dos sectores privado, cooperativo e público empresarial, autarquias e organismos públicos que não façam parte da administração central que admitam pessoas com deficiência ou mantenham nos seus quadros trabalhadores que tenham adquirido deficiência.

Cães-guia Estabelece o direito de acessibilidade dos deficientes visuais acompanhados de "cães-guia" a locais, transportes e estabelecimentos de acesso público, bem como as condições a que estão sujeitos estes animais. O presente decreto-lei introduz no ordenamento jurídico português regras destinadas a facilitar a missão de meio auxiliar de locomoção que os "cães-guia" acompanhantes de deficientes visuais desempenham, colmatando-se assim uma lacuna legislativa que obstava, afinal, ao pleno cumprimento da

Decreto-lei n.º 118/99, 14 de Abril

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços missão que os mesmos animais são chamados a desempenhar. As portarias regulamentam o acesso dos “cães-guia” ao transporte ferroviário e em automóvel nos táxis. As escolas de cães-guia desenvolvem actividades de formação, educação e treino de cães-guia para apoio à pessoa cega. Os cães-guia destinam-se às pessoas cegas sem outra deficiência adicional, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, com capacidades para se responsabilizar pela manutenção e cuidados a ter com o cão-guia e competências de orientação.

Atendimento nos serviços públicos No âmbito das medidas de apoio aos cidadãos condicionados na mobilidade, sejam deficientes motores ou idosos, importa eliminar ou reduzir, na medida do possível, as suas limitações de movimentação e, em especial, as originadas pela concepção arquitectónica das edificações, que impedem o livre acesso aos serviços públicos. São medidas que possibilitam o acesso aos serviços públicos de cidadãos condicionados na mobilidade, tendo em vista facilitar a sua plena integração social e profissional, nomeadamente medidas que: - Visem o atendimento personalizado de utentes condicionados na mobilidade, quer sejam deficientes motores ou idosos, facilitando-lhes o acesso físico às respectivas instalações.

- Visem o acesso a serviços de urgência a cidadãos portadores de deficiência, através de, por exemplo, equipamentos que permitam a recepção de chamadas em modo de texto, assim como o serviço de mensagens escritas, disponibilização de dispositivos do toque visual e vibrátil e gratuita de amplificadores portáteis

- Definem os princípios gerais de acção a que devem obedecer os serviços e organismos da Administração Pública na sua actuação face ao cidadão, bem como reúne de uma forma sistematizada as normas vigentes no contexto da modernização administrativa

- Definem prioridades no atendimento: “Deve ser dada prioridade ao atendimento dos idosos, doentes, grávidas, pessoas com deficiência ou acompanhadas de crianças de colo e outros casos específicos com necessidades de atendimento prioritário.”

Decreto-lei n.º 135/99, de 22 de Abril Resolução do Conselho de Ministros, nº. 34/88, de 16 de Agosto Resolução da Assembleia da República nº. 82/2003, de 9 de Dezembro

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Língua gestual na TV Esta medida recomenda ao Instituto de Comunicação Social a sensibilização da concessionária de serviço público de televisão para a necessidade de tradução gestual da cobertura noticiosa dos principais acontecimentos nacionais e estrangeiros.

Resolução da Assembleia da República n. 23/98, 8 de Maio de 1998

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Magazine CONSIGO Consiste num programa televisivo, emitido semanalmente na RTP2, que visa a

promoção da acessibilidade à informação Todos os Domingos na RTP 2, às 11.20 horas, é emitido o "Consigo", magazine televisivo semanal resultante da parceria entre o Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (SNRIPD) e a Rádio e Televisão de Portugal (RTP), que apresenta o universo multifacetado das vidas dos cidadãos com deficiência, suas famílias e ONGs, os projectos inovadores de inclusão social, as histórias bem sucedidas e as experiências de referência para a mudança de atitudes, além de propostas culturais acessíveis, na perspectiva da qualidade de vida.

____ ____ Parceria entre o SNRIPD e a RTP

Aquisição de automóvel

Visa a atribuição de benefícios fiscais às pessoas com deficiência na aquisição de automóvel. Na compra de veículo automóvel os deficientes motores estão isentos de IVA na totalidade e IA até ao montante de € 6 484,37 (1.300.000$00 ). Ver Fiscalidade

Decreto-Lei n.º 103-A/90 de 22 MAR- reformula o regime de benefícios fiscais aplicável na aquisição de veículos automóveis e cadeiras de rodas por deficientes; Decreto-Lei n.º 259/93 de 22 JUL- altera o Decreto-Lei n.º 103-A/90 de 22 de MAR; Lei n.º 3-B/2000 de 4 ABR- Lei OGE- altera o valor do IA e condução de terceiros, referidos nos diplomas anteriores.

___ Beneficiários: - Deficientes motores maiores de 18 anos com 60% ou mais de incapacidade e carta de condução; - Multideficientes profundos, deficientes motores com 90% ou mais de incapacidade e deficientes visuais com 95% ou mais de incapacidade, qualquer que seja a sua idade

Adaptações na viatura Visa regulamentar as adaptações a executar na viatura própria, de modo a poder ser conduzida pela pessoa com deficiência, de modo a respeitarem as prescrições médicas. Estas adaptações terão de ser verificadas e autorizadas pelas entidades competentes (Direcção Geral de Viação) e deverão constar no livrete da viatura.

Portaria n.º 502/96 de 25 SET As adaptações podem ser feitas no País em oficinas mecânicas preparadas para o efeito à custa do próprio. No caso da pessoa com deficiência ser beneficiária da ADSE, deverá apresentar recibo das despesas das adaptações (material e montagem) e outros documentos que a ADSE exija. Também estes custos podem ser suportados pelo IEFP, desde que o veículo seja considerado imprescindível para se deslocar ao emprego ou formação profissional.

As adaptações podem ser executadas por oficinas mecânicas A verificação e autorização terá de ser prestada pela Direcção Geral de Viação.

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Aquisição de triciclo motorizado Destina-se a apoiar as pessoas com deficiência com dificuldade de locomoção

na via pública, bem como no acesso ou utilização dos transportes públicos colectivos, a partir de 16 anos de idade, através do fornecimento de um triciclo motorizado, que consiste num velocípede com cilindrada não superior a 50 cc.

Decreto-Lei n.º 100/95 de 19 MAI.

Os triciclos motorizados são fornecidos gratuitamente por entidades oficiais e outras. Ultimamente têm sido concedidas verbas para aquisição destes triciclos pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), desde que imprescindíveis para a manutenção ou acesso ao emprego ou ainda para formação profissional. NOTA: Os triciclos estão isentos de IVA.

Fornecimento por entidades oficiais e outras.

Estacionamento na via pública de veículos ao serviço de deficientes motores, em locais designados para o efeito

Esta medida destina-se a promover a acessibilidade a qualquer pessoa com deficiência na orientação ou locomoção na via pública, através da aquisição de dístico e colocação das placas com painel adicional na via pública.

A pessoa com deficiência deverá dirigir-se à Direcção de Viação da área da sua residência a fim de requerer o dístico (amovível) de estacionamento para ser colocado na sua viatura quando estacionada nos locais designados para o efeito. Poderá ainda a pessoa com deficiência solicitar à Câmara Municipal a colocação das placas nos locais que entender conveniente à porta da sua residência, do emprego ou qualquer outro local), ficando ao critério da Câmara Municipal o deferimento ou não do pedido. Poderão as Câmaras Municipais colocar as referidas placas nos locais da via pública que julguem conveniente e apropriados quer por livre iniciativa, quer por solicitações de entidades oficiais ou particulares. Tais lugares também poderão ser previstos nos parques pagos.

Portaria n.º 878/81 de 1 de OUT- cria painéis de identificação para veículos afectos ao serviço de deficientes motores; Portaria n.º 24/82 de 12 JAN – define deficiente motor; Declaração P.C.M. – DR 27 Janeiro 82 – rectifica a Portaria n.º 878/81 de 1 de OUT.

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Direcção Geral de Viação Câmaras Municipais Os beneficiários destas medidas são todas as pessoas com deficiência que por virtude de lesão, deformidade ou enfermidade congénita ou adquirida, sejam portadoras de deficiência de grau igual ou superior a 60% avaliada pela T.N.l.A.T.D.P., desde que a mesma lhes dificulte comprovadamente a orientação ou locomoção na via pública, sem auxílio de outrem ou recurso a meios de compensação, designadamente próteses, ortóteses, cadeiras de rodas, muletas e bengalas, e também lhes dificulte o acesso aos transportes públicos normais ou sua utilização. Pode estacionar na via pública, nos locais designados para o efeito, ou seja nos locais delimitados por placas com o painel adicional indicado em anexo.

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços Acordo tarifário "DOIS POR UM" nas viagens de médio e longo curso

Esta medida pretende apoiar a deslocação de pessoas com deficiência nos Caminhos-de-ferro. Toda a pessoa com deficiência com uma incapacidade igual ou superior a 80% pode fazer-se acompanhar por outrem em viagens para qualquer percurso, excepto suburbano, nos Caminhos de Ferro Portugueses (CP), tendo o acompanhante direito a ser-lhe emitido um bilhete a título gratuito, válido para o mesmo comboio e percurso, em 2ª classe.

Decreto-Lei n.º 202/96, de 23 de Outubro, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 174/97, de 9 de Julho

Financiamento pelo Estado Caminhos-de-ferro Portugueses (CP)

Acordo de Descontos para Pessoas com Deficiência

Esta medida garante um desconto no custo dos bilhetes às pessoas com incapacidade igual ou superior a 60% nas viagens nos comboios alfa, intercidades, regionais, inter-regionais, desde que se encontrem em situação comprovada de risco de exclusão social e sob condição de recursos.

____ Financiamento pelo Estado Caminhos-de-ferro Portugueses (CP)

Programa de apoio financeiro à renovação das frotas do sector dos transportes rodoviários públicos colectivos regulares de passageiros

Esta medida visa o co-financiamento das empresas que adquirem veículos categoria I adaptados ao transporte de pessoas com deficiência, e para a aquisição dos veículos da categoria II com acessibilidade, há um financiamento superior aos que não dispõem essa mesma acessibilidade.

Despacho nº. 19866/2005, de 15 de Setembro

O financiamento provém do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) da responsabilidade da DGTTF

Eliminação de barreiras urbanísticas e arquitectónicas no espaço público e no meio edificado habitacional

Este decreto-lei tem por objecto a definição das condições de acessibilidade a satisfazer no projecto e na construção de espaços públicos, equipamentos colectivos e edifícios públicos e habitacionais. Vem aprovar as normas técnicas a aplicar, revogando o DL 123/97, de 22 de Maio.

Decreto-lei nº 163/06, de 8 de Agosto

Entra em vigor em Fev. 2007

Condições de organização, funcionamento e fiscalização das casas de abrigo – acessibilidades

Regula as condições de organização, funcionamento e fiscalização das casas de abrigo, em desenvolvimento da Lei nº107/99, de 19990803 (estabelece o quadro legal da rede pública de casas de apoio às mulheres vítimas de violência), e do DL nº323/2000, de 20001219, que o regulamenta. Em termos de acessibilidade, prevê que os espaços privados existentes nas instalações das casas de abrigo devem ser concebidos de forma a garantir uma efectiva privacidade e a mobilidade de pessoas com deficiência.

Decreto Regulamentar Nº1/2006, de 25 de Janeiro

Regulamento da Qualidade de Serviço

Aprova o Regulamento da Qualidade de Serviço, a que deve obedecer o serviço prestado pelas entidades do Sistema Eléctrico Nacional (SEN) de Portugal continental. Contém regras específicas para clientes com necessidades especiais, nomeadamente, no que respeita a prazos para reparação de avarias na alimentação individual desses clientes, registo, publicações de folhetos informativos e deveres para com esses clientes.

Despacho Nº 5 255/2006, de 8 de Março

Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

Pretende disponibilizar os conteúdos culturais portugueses em formato digital e estimular o desenvolvimento de conteúdos interactivos nas bibliotecas, incluindo um número considerável de obras literárias de utilização fácil para pessoas com deficiência, sobretudo visual (2006-2013).

Em discussão pública até 31 de Outubro 2006. No dia 28 de Dezembro de 2006, o Conselho de Ministros aprovou a Proposta de Lei sobre o PNPOT a submeter à Assembleia da República.

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ACESSIBILIDADES Programas e medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidades de

prestação de serviços No dia 17 de Janeiro de 2007, a Proposta de Lei deu entrada na Assembleia da República.

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2.6. AJUDAS TÉCNICAS/ TECNOLOGIAS DE APOIO

Introdução

As Ajudas Técnicas são, segundo a ISO (Organização Internacional de Normalização - entidade internacional responsável pelo estudo e estandardização destes materiais e equipamentos), “qualquer produto, instrumento, equipamento ou sistema técnico usado por uma pessoa deficiente, especialmente produzido ou disponível que previne, compensa, atenua ou neutraliza a incapacidade”. Ou seja, são materiais, equipamentos, sistemas que servem para compensar a deficiência ou atenuar-lhe as consequências, impedir o agravamento da situação clínica da pessoa e permitir o exercício das actividades quotidianas e a participação na sua vida escolar, profissional, cultural e social.

As Ajudas Técnicas podem ser utensílios simples – Ajudas Técnicas simples, sem grande complexidade, ou ser Ajudas Técnicas complexas envolvendo alta tecnologia, nomeadamente electrónica, informática ou telemática. Exemplos de Ajudas Técnicas são cadeiras de rodas, andarilhos, canadianas, almofadas anti-escaras, colchões ortopédicos, camas articuladas, materiais e equipamentos para a alimentação (garfos, colheres, pratos, copos adaptados), para o vestuário (pinças, ganchos, luvas de protecção, vestuário apropriado), para a higiene (barras de apoio, assentos de banheira, cadeiras e bancos para o banho, banheiras, material anti-derrapante), para a comunicação (canetas adaptadas, computadores, tabelas de comunicação, dispositivos para virar folhas, amplificadores de som, telefones), as adaptações para os carros (assentos e almofadas especiais, adaptações personalizadas para entrar e sair do carro, adaptações para os comandos do carro), elevadores de transferência, próteses (sistemas que substituem partes do corpo ausentes), ortóteses (sistemas de correcção e posicionamento do corpo), etc. O termo “Tecnologias de Apoio” começa a ser utilizado em substituição de “Ajudas Técnicas”. As Ajudas Técnicas destinam-se às pessoas com deficiência, aos idosos ou pessoas que necessitam de as utilizar de forma temporária ou definitiva e são meios indispensáveis ao bem-estar, autonomia, integração e qualidade de vida destas mesmas pessoas. Servem para a pessoa: posicionar-se correctamente, estabilizar o corpo ou partes do corpo; prevenir e evitar deformidades; facilitar e desencadear o movimento e a realização de tarefas de forma segura; funcionar com menos esforço, dispêndio de energia, com menos dor e maior comodidade. São colocadas ou utilizadas pelo próprio ou com a ajuda de terceiros (técnicos, familiares) para que a pessoa se torne mais independente e autónoma. Segundo a Organização Internacional de Normalização (ISO), as Ajudas Técnicas encontram-se agrupadas da seguinte forma: Auxiliares de Tratamento e Treino – ISO 03 Próteses e Ortóteses – ISO 06 Ajudas para Cuidados Pessoais e Higiene – ISO 09 Ajudas para a Mobilidade – ISO 12 Ajudas para Cuidados Domésticos – ISO 15 Mobiliário e Adaptações para Habitação e outros Locais – ISO 18 Ajudas para Comunicação, Informação e Sinalização – ISO 21 Ajudas para Manuseamento de Produtos e Mercadorias – ISO 24 Ajudas e Equipamentos para Melhorar o Ambiente, Ferramentas e Máquinas – ISO 27

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Ajudas para Recreação – ISO 30 As Ajudas Técnicas necessárias para a pessoa são, na sua maioria, prescritas, atribuídas e financiadas no âmbito da reabilitação médico-funcional, através do Sistema Nacional de Saúde ou de outros sub-sistemas de Saúde. Os sub-sistemas de saúde – ADSE, SAMS e outros -; as seguradoras, de acordo com os contratos que estabelecem com os seus segurados; bem como os Serviços Sociais dos Ministérios, ONG e outras organizações beneméritas, também podem comparticipar, fornecer ou disponibilizar AT aos respectivos beneficiários, uns por direito, outros por mérito, segundo critérios próprios. Por exemplo, se uma pessoa é internada num Hospital e necessita de Ajudas Técnicas é o próprio Hospital que fornece esse material e equipamento. A equipa técnica prescreve a Ajuda Técnica e é realizado o ensino para que a pessoa se adapte e aprenda a utilizá-la da melhor forma.

Os cidadãos, no entanto, podem aceder a ajudas técnicas (AT) através de outros Ministérios: do Trabalho e da Solidariedade; da Educação. A partir de 1990, foi criado outro Sistema complementar, o Sistema Supletivo de Prescrição e Financiamento de Ajudas Técnicas, cuja filosofia principal assenta na dotação financeira de entidades prestadoras de serviços de saúde, reabilitação, formação profissional e emprego, e de solidariedade social. Este Sistema Supletivo abrange somente as áreas da Saúde, da Acção Social, da Formação Profissional e do Emprego. Assim, o Ministério da Saúde (MS) atribui ajudas técnicas (AT) aos cidadãos através do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pelos procedimentos do regime geral e por procedimentos do sistema supletivo. Anualmente o MS e MTS têm publicado em Diário da Republica um Despacho Conjunto que define os montantes a atribuir. Posteriormente é também publicado um Despacho Regulamentar do Secretário Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência onde são identificadas as diferentes entidades, organismos e instituições que fazem parte deste Sistema Supletivo e o respectivo montante atribuído, além de outras normas previamente estabelecidas. Na prática, neste sistema supletivo temos as seguintes entidades e serviços a actuar: os vários Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social; alguns Hospitais e Centros Especializados; algumas Entidades Privadas/Centros de Reabilitação Profissional; os vários Centros de Emprego e o Centro de Reabilitação Profissional de Alcoitão/Ranholas. É importante sublinhar que há entidades somente prescritoras, outras prescritoras e financiadoras e, finalmente, outras apenas financiadoras. Por exemplo, os Centros de Saúde só prescrevem certo tipo de Ajudas Técnicas, os Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social e os Centros de Emprego só financiam certas Ajudas Técnicas, nomeadamente, os Centros de Emprego só atribuem Ajudas Técnicas para a Formação Profissional e o Emprego. As Ajudas Técnicas para a Educação são atribuídas pelo Ministério da Educação (que não intervém neste Sistema Supletivo), através dos Apoios Educativos e Centros de Recursos das Escolas. Nas universidades, a atribuição de Ajudas Técnicas depende da forma como cada uma está organizada. Há universidades que já têm, por exemplo, centros de apoio aos estudantes com deficiência.

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Há ainda, para além do sistema supletivo, outras entidades que podem, a título excepcional ou pontual, atribuir e financiar Ajudas Técnicas, nomeadamente as Câmaras Municipais, as Juntas de Freguesia, a Cruz Vermelha e certas Associações que não constam no Despacho Regulamentar. Para desencadear qualquer processo de atribuição e financiamento de Ajudas Técnicas é sempre necessária e obrigatória a prescrição médica. É o médico e a equipa do Hospital da rede Hospitalar que consta do Despacho anual do Secretário Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência que, através de consulta externa, atendem e acompanham a pessoa. São os responsáveis, em primeira instância, pela selecção do material e equipamento, de forma a que o mesmo seja o mais adequado à pessoa e à sua situação. É importante salientar que as Ajudas Técnicas colocadas através de intervenção cirúrgica não são abrangidas pelo orçamento do Sistema Supletivo. Consoante o tipo e complexidade da Ajuda Técnica a prescrição deve ser realizada pelo médico competente para o efeito. As prescrições são, assim, de nível 1, 2 e 3. De nível 1, quer dizer que os médicos dos Centros de Saúde têm competência para as prescrever; de nível 2, são os médicos dos Hospitais Distritais e, finalmente, de nível 3, são os médicos dos Hospitais Centrais, Hospitais Distritais e Centros Especializados com Equipa de Reabilitação constituída por médico e pessoal técnico, de acordo com a especialidade da deficiência. Em qualquer dos níveis de prescrição, o médico que a realiza, ao responsabilizar-se pelo material e equipamento a fornecer, deve proceder ao controlo do material. Certos desfasamentos temporais entre o momento da prescrição e a atribuição das Ajudas Técnicas podem assim ser melhor controlados de modo a evitar os problemas da desadequação das mesmas. As Ajudas Técnicas podem ser atribuídas e financiadas, através do Sistema Supletivo, nos Hospitais, Centros Especializados, Centros de Emprego, Centros de Reabilitação e Centros Distritais de Solidariedade e Segurança Social. Estes organismos e serviços são descriminados no Despacho do Secretário Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, publicado anualmente no Diário da República.

Síntese descritiva dos programas e medidas

AJUDAS TÉCNICAS Programas e Medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços Sistema de atribuição e financiamento de ajudas técnicas- regime geral Sistema supletivo de prescrição e financiamento de ajudas técnicas

As ajudas técnicas destinam-se a compensar a deficiência ou a atenuar-lhe as consequências e a permitir o exercício das actividades quotidianas e a participação na vida escolar, profissional e social. Podem ser próteses, ortóteses e outros dispositivos de compensação. O objectivo deste programa inclui o/a: - Financiamento de ajudas técnicas até 100%, para doentes internados em estabelecimentos hospitalares - Atribuição de ajudas técnicas gratuitas e/ou comparticipadas para utentes cobertos pela ADSE e para deficientes das forças armadas - Atribuição de subsídios para aquisição de ajudas técnicas pelos hospitais, Serviços sub-regionais de segurança social e IEFP (ajudas técnicas profissionais)

Despacho de 30 de Janeiro de 1982 (II Série): Comparticipação dos aparelhos complementares terapêuticos respeitantes a especialidades diferentes da oftalmologia e da estomatologia

Despacho n.º 4/89, de 1 de Março (II Série): Princípio do prescritor-pagador

Despacho n.º 25/95, de 14 de Setembro (II Série): Comparticipação do SNS aos utentes carenciados de sacos de ostomia Portaria n.º 185/99, de 20 de Março: Calçado ortopédico

Despacho n.º 551/2000 (2ª SÉRIE): Despacho ministerial que determina o montante a atribuir.

Despacho n.º 15626/2000 (2ª SÉRIE): Despacho do secretário nacional de reabilitação que estabelece as regras de atribuição e entidades financiadoras.

Despacho n.º 26390/2004, de 22 de Dezembro (II Série): Normas reguladoras de execução do despacho conjunto relativo ao financiamento supletivo de ajudas técnicas

Despacho Conjunto n.º 479/2005, de 13 de Julho (II Série): Financiamento supletivo de ajudas técnicas

Despacho Conjunto nº 288/2006, D R 2.ª série, nº 60, de 24 de Março – Despacho que determina o reforço do financiamento de ajudas técnicas no âmbito dos sistemas da saúde, trabalho e solidariedade social (quando esgotadas as verbas destes sistemas).

Financiamento pelo Estado. Para além da verba atribuída e financiada no âmbito da reabilitação médico-funcional, através do Sistema Nacional de Saúde ou de outros sub-sistemas de Saúde é também disponibilizada anualmente uma verba pelos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade e da Saúde, através de um sistema complementar, o sistema supletivo de prescrição e financiamento de ajudas técnicas. É publicado anualmente um Despacho Conjunto que determina os montantes globais para o financiamento dessas ajudas técnicas - Subsídio supletivo para o financiamento de ajudas técnicas (MS e MTS). O financiamento é de 100% quando a ajuda técnica faz parte da lista homologada pelo Secretário Nacional de Reabilitação. O financiamento termina, esgotada a verba atribuída

Execução directa pelo Estado ou através de centros especializados. A execução do financiamento é feita através: · Serviços Sub-Regionais de Segurança Social; · Hospitais, designados pela Direcção-Geral de Saúde, cuja lista consta do anexo ao Despacho do Secretário Nacional de Reabilitação publicado anualmente; · Centros Especializados e Centros de Reabilitação Profissional cuja lista consta do anexo ao Despacho do Secretário Nacional de Reabilitação publicado anualmente; · Centros de Emprego, cuja verba, depende da publicação, anual, do Despacho Conjunto dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Solidariedade e do Despacho do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência Níveis de rescrição e entidades prescritoras das ajudas técnicas:

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AJUDAS TÉCNICAS Programas e Medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços Despacho Regulamentar nº 18.891/2006, D R 2.º série, de 18 de Setembro – Normas reguladoras de execução do despacho conjunto n.o 288/2006, nomeadamente a definição de procedimentos das entidades prescritoras e financiadoras de ajudas técnicas, após audição prévia da Direcção-Geral da Saúde, do Instituto da Segurança Social, I. P., e do Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.

a cada organismo.

· NÍVEL 1 - Centros de Saúde · NÍVEL 2 - Hospitais Distritais · NÍVEL 3 - Hospitais Centrais, Hospitais Distritais e Centros Especializados com Equipa de Reabilitação constituída por médico e pessoal técnico de acordo com a especialidade da deficiência e credenciados para este efeito pelo SNRIPD. O médico especialista de nível superior poderá delegar a prescrição nos médicos dos outros níveis, mediante relatório. Em qualquer dos níveis, o médico que efectuar a prescrição terá de proceder ao controlo do material fornecido.

Ajudas técnicas no ensino básico e secundário

Ver Educação – Equipamentos especiais de compensação Decreto-Lei nº 319/91, de 23 de Agosto

Estas ajudas técnicas são financiadas pelo Ministério da Educação (que não intervêm no sistema supletivo), através dos apoios educativos e centros de recursos.

Ajudas técnicas para adaptação do posto de trabalho

Visa a atribuição de subsídios de adaptação de postos de trabalho e de eliminação de barreiras arquitectónicas.

O subsídio para adaptação de postos de trabalho é concedido às entidades que, por admitirem pessoas deficientes ou por manterem nos seus quadros trabalhadores que se tenham tornado deficientes, necessitem de adaptar o equipamento ou postos de trabalho às dificuldades funcionais daqueles trabalhadores.

Decreto-Lei nº 247/89, de 5 de Agosto, Artigo 31.º Financiamento pelo Estado (IEFP), por candidatura da organização. Os subsídios para adaptação de postos de trabalho e para eliminação de barreiras arquitectónicas não podem exceder, cada um, doze vezes o valor da

Execução por privados com financiamento do Estado. Os serviços do Instituto de Emprego apreciam, caso a caso, as soluções técnico-ergonómicas para as quais se requereu o subsídio.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 120

Fevereiro.2007

AJUDAS TÉCNICAS Programas e Medidas Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços

remuneração mínima mensal garantida no seu valor mais elevado.

Programa Nacional para a Participação de Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade de Informação (PNPCNESI): Acção 2.1. Sistemas de Informação com Ajudas Técnicas Acção 2.2. Programa para Pessoas com Multideficiências Acção 2.3. Sistema de Atribuição de Ajudas Técnicas Acção 2.4 .Ajudas Técnicas nos Hospitais

Visa a implementação de um sistema de informação sobre ajudas técnicas, constituído por bases de dados electrónicas, catálogos em papel e um boletim bimestral. Estas acções têm ainda como objectivos:

- Implementar um sistema informático de apoio aos processos de atribuição de ajudas técnicas.

- Estabelecer um programa de apoio prioritário de ajudas técnicas para pessoas com múltiplas deficiências, nomeadamente para surdos, cegos e pessoas com síndroma de locked-in.

- Rever e optimizar os processos de avaliação e concessão de ajudas técnicas e meios informáticos a pessoas com deficiência e alunos com Necessidades Especiais.

- Promover a criação de centros de recursos e avaliação em tecnologias de apoio, diagnóstico e terapia em 15 hospitais.

Resolução do Conselho de Ministros nº. 110/2003de 12 Agosto Portaria nº. 1354/2004, de 25 de Outubro

Linha de financiamento Inclusão Digital - Linha de apoio financeiro ao Programa Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação, insere-se no âmbito das medidas 1.1, «Competências básicas», 2.1, «Acessibilidades», e 2.2, «Conteúdos», dos eixos 1 e 2 do Programa Operacional Sociedade da Informação (POSI). O co-financiamento máximo a conceder pelo POSI é de 80%, devendo o restante financiamento ser assegurado pelas entidades beneficiárias. Nos casos das acções ou iniciativas de manifesto interesse público, o co-financiamento a atribuir poderá atingir os 100%.

Execução das acções por: UMIC UTAD SNRIPD Ministério da Educação Ministério da Saúde

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” Fevereiro.2007

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2.7. LAZER, CULTURA E PARTICIPAÇÃO ASSOCIATIVA Introdução A Constituição da República Portuguesa de 1976, consagra no seu Artigo 78.º, o direito à fruição e criação cultural, cabendo ao Estado, entre outras funções, “incentivar e assegurar o acesso de todos os cidadãos aos meios e instrumentos de acção cultural, bem como corrigir as assimetrias existentes no país em tal domínio”. No Art. 79º é posto em destaque o direito à cultura física e ao desporto a todos, aspecto este reforçado pelo Artigo 1º da Lei n.º 30/2004, de 21 de Julho - Lei de Bases do Desporto - que assume o desporto como factor indispensável na formação da pessoa humana e no desenvolvimento da sociedade, não deixando de se ocupar especialmente da prática desportiva do cidadão portador de deficiência, como é visível nas determinações constantes nos artigos 5.º, 26.º, 32.º, 70.º e 82.º Segundo a Lei de Bases da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e Participação da Pessoa com Deficiência, compete ao Estado “adoptar medidas específicas necessárias para assegurar o acesso da pessoa com deficiência à prática do desporto e à fruição dos tempos livres, mediante, nomeadamente, a criação de estruturas adequadas e formas de apoio social” (Artigo 38.º - Direito à prática do desporto e de tempos livres) bem como “adoptar medidas específicas necessárias para assegurar a prática do desporto de alta competição pela pessoa com deficiência, mediante, nomeadamente, a criação de estruturas adequadas e formas de apoio social (Artigo 39.º - Alta competição). Esta Lei faz referência ao valor da prática desportiva para os cidadãos portadores de deficiência, nomeadamente no que se refere ao desporto e à recreação como medida para a habilitação e reabilitação (artigo 25º) Neste enquadramento, a organização da prática desportiva revela-se um instrumento privilegiado de intervenção com pessoas com deficiência. O universo do desporto subdivide-se em várias vertentes, nomeadamente, educativa, recreativa, terapêutica e competitiva, todas elas aplicáveis às populações especiais, e também todas elas promotoras de integração social. O desporto tem o mérito de dar visibilidade às capacidades dos indivíduos, e não às suas dificuldades, pois ninguém pratica uma actividade desportiva e recreativa em que não tenha oportunidade de colocar em evidência as suas capacidades.

O acesso das pessoas com deficiência à prática de actividades de natureza cultural, desportiva, nas suas perspectivas lúdicas, de reabilitação e de competição, bem como a todas as actividades de ocupação qualificada de tempos livres em geral, constitui, reconhecidamente, um factor de vital importância para a sua autonomia, valorização pessoal, dignidade e participação social, na medida em que viabiliza, de modo extraordinário, as suas reais aptidões e capacidades.

Síntese descritiva dos programas

LAZER - Programas e medidas

Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Programa de apoio técnico-financeiro às ONG que intervêm na área da deficiência - 2006

Apoiar técnica e financeiramente as Organizações não Governamentais da área da deficiência, visando possibilitar-lhes o exercício do direito de participação na definição da Política Nacional de Habilitação, Reabilitação, Integração e Participação das Pessoas com Deficiência, bem como o desenvolvimento de projectos susceptíveis de promover a mudança de atitudes sociais e a melhoria da qualidade de vida

1. Artigo 71º, da Constituição da República Portuguesa

2. Lei nº 38/2004, de 18 de Agosto (Lei de Bases da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e Participação das Pessoas com Deficiência)

3. Alínea i) do artigo nº 2, do Decreto Regulamentar nº 56/97, de 31/12, (Lei Orgânica do Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência)

4. N.ºs 1, 2 e 3 do artigo 7º, da Lei 127/89, de 20/8, (Lei das Associações das Pessoas Portadoras de Deficiência).

Financiamento parcial do Estado, mediante candidatura das ONG ao SNRIPD Sub-programa III – Os pedidos são analisados técnica e financeiramente, pelos serviços técnicos do SNRIPD Será concedido aos projectos/actividades um apoio financeiro até 75 % do orçamento apresentado. A percentagem a atribuir não poderá ultrapassar os montantes de: - 3 000,00 € para as actividades de Colónias de Férias - 2 500,00 € para as actividades Artístico/Culturais - 1 500,00 € para as actividades Recreativo/Desportivas

Execução por privados (ONG) com financiamento parcial do Estado por candidatura

Projecto Praia acessível / Praia para todos

a) Tornar acessíveis as praias portuguesas, marítimas e fluviais, às pessoas com mobilidade condicionada, incentivando a aplicação do Decreto-Lei n.º 123/97, de 22 de Maio;

b) Sensibilizar todas as pessoas, em especial as que intervenham como agentes e as que são utentes das praias como veraneantes, para a problemática das pessoas com mobilidade condicionada;

c) Dar a conhecer às pessoas com deficiência e, de um modo geral, a todas as pessoas com mobilidade condicionada, com especial destaque para os idosos, as praias com acessibilidade e promovê-las, a nível nacional e internacional, como destino de férias;

d) Mobilizar, através das parcerias estabelecidas, as autarquias locais e os concessionários das praias para a necessidade de:

Artigo 51º do Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto __________ Iniciativa da Comissão Nacional de Coordenação para o Ano Europeu das Pessoas com Deficiência (CNCAEPD) A promoção desta medida faz-se através da cooperação interinstitucional entre vários intervenientes, com o SNRIPD enquanto coordenador. As praias candidatas e que satisfaçam as exigências de acessibilidade serão galardoadas com a bandeira “Praia Acessível”.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 122 Fevereiro.2007

LAZER - Programas e medidas

Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

- promover a acessibilidade às praias criando ou melhorando rampas, estendendo passadeiras de acesso, instalando corrimãos, adaptando instalações sanitárias; - disponibilizar cadeiras de rodas anfíbias (tiralós), canadianas anfíbias ou outros instrumentos auxiliares, tendo em vista a possibilidade das pessoas com mobilidade condicionada acederem à água e aí se banharem.

Estas zonas serão divulgadas, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente nos postos de turismo, através da inclusão em guias e da sua promoção junto dos operadores.

Medidas específicas de apoio ao desenvolvimento da alta competição

- Apoiar a preparação e a participação de atletas com deficiência nos Jogos Paralímpicos;

- Conceder prémios em reconhecimento do mérito desportivo aos atletas com deficiência que se classifiquem num dos primeiros lugares de provas do Jogos Paralímpicos, ou dos Campeonatos do Mundo, ou da Europa e da taça do Mundo de Boccia

Decreto-Lei n.º 125/95 de 31 de Maio Portaria n.º 393/97 de 17 de Junho Decreto Regulamentar n.º 10/2001, de 7 de Junho Portaria n.º 393/97, de 17 de Junho Lei de Bases do Desporto – Lei n.º 30/2004, de 21 de Julho

Contratos Programa IDP/SNRIPD/FPDD e outros apoios e incentivos ao desporto de pessoas com deficiência, da responsabilidade total do SEJD/IDP

Execução da Federação de Desporto para Deficientes

Acesso à cultura Considerando que a fruição cultural das pessoas com deficiência é muitas vezes dificultada por barreiras externas que impedem o acesso à actividade cultural; Considerando que a vivência cultural das pessoas com deficiência nos museus tem subjacentes vários condicionalismos, entre eles os obstáculos no acesso, devido a barreiras arquitectónicas existentes; Considerando urgente sensibilizar e mobilizar a extensão cultural dos museus, nomeadamente os respectivos serviços educativos, para a natureza própria dos problemas do visitante deficiente: São objectivos desta medida: 1) A criação de condições necessárias de acesso e atendimento específico às pessoas com deficiência através da criação de infra-estruturas adequadas e de formação do pessoal dos museus para o devido atendimento do visitante deficiente; 2) A promoção de iniciativas e actividades de natureza educativa e cultural, as quais deverão incluir obrigatoriamente a definição de percursos próprios para o visitante deficiente.

Despacho N.º 122/90 De 1 De Agosto (II Série)

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Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 123 Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 124 Fevereiro.2007

LAZER - Programas e medidas

Missão e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de financiamento Modalidade de prestação de serviços

Programa Abrir Portas à diferença

O Programa Abrir as Portas à Diferença abrangerá, no ano inicial de 2006, 120 concidadãos, portadores de deficiência física permanente superior a 30%, com idades igual ou superior a 18 anos e seus acompanhantes, no total de 240 pessoas.

Despacho nº. 12789/2006, 20 de Junho O financiamento do Programa Abrir as Portas à Diferença é assegurado pelo Estado e pelos beneficiários e suas famílias, sendo os valores de comparticipação dos beneficiários e acompanhantes quase simbólicos e independentes dos respectivos rendimentos, atentos os princípios de justiça e integração social que o inspiram.

Centro de Atendimento/ Acompanhamento e Animação para Pessoas com Deficiência

Visa informar, orientar e apoiar as pessoas com deficiência, promovendo o desenvolvimento das competências necessárias à resolução dos seus próprios problemas, bem como actividades de animação sócio-cultural. Ver Protecção Social

Centro de Actividades Ocupacionais

Visa estimular e facilitar o desenvolvimento das capacidades, através de actividades ocupacionais, tendo em vista a valorização pessoal e integração social. Ver Protecção Social

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 125

Fevereiro.2007

2.8. FISCALIDADE Introdução Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes (art.º 103º da CRP). O Art.º 104º estabelece que “o imposto sobre o rendimento pessoal visa a diminuição das desigualdades sociais, sendo único e progressivo, tendo em conta as necessidades e os rendimentos do agregado familiar”. E quanto à tributação do património diz que “ deve contribuir para a igualdade entre os cidadãos”. Por sua vez, a tributação do consumo “visa adaptar a estrutura do consumo à evolução das necessidades do desenvolvimento económico e da justiça social, devendo onerar os consumos de luxo”. Verifica-se, pois, que existe na CRP uma preocupação fundamental com as desigualdades sociais, atendendo às necessidades e aos rendimentos do cidadão e visando a justiça social. Nesse sentido, estão previstos benefícios fiscais e outros. Alguns deles aplicam-se aos impostos a pagar pelas pessoas com deficiências, como é o caso do IRS, às contribuições para a Segurança Social, ao Imposto Automóvel, à taxa de assinatura do telefone. Outros benefícios aplicam-se às instituições que prestam serviços às pessoas com deficiência, como é o caso do IRC, da antiga Contribuição Autárquica (agora designada por IMI), ao imposto automóvel para meios de transporte colectivo, aos direitos de importação, ao IVA que incide sobre a prestação de serviços ou as ajudas técnicas. Outros benefícios dirigem-se ainda aos empregadores que admitem trabalhadores que sejam pessoas com deficiências, ao nível do IRC e das contribuições para a Segurança Social. Ainda segundo a Constituição (al.i do n.º 1 do artigo 165º) é da competência relativa da Assembleia da República legislar sobre a “criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das taxas e demais contribuições financeiras a favor das entidades públicas”. O Decreto-Lei nº 398/98, de 17 de Dezembro, aprova a lei geral tributária. Enuncia e define os princípios gerais que regem o direito fiscal português e os poderes da administração tributária e garantias dos contribuintes. Determina que a tributação directa tem em conta, entre outras características, a doença, a velhice ou outros casos de redução da capacidade contributiva do sujeito passivo. O Estatuto dos Benefícios Fiscais, no que respeita às pessoas singulares, está contido no Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de Junho, embora já sujeito a várias alterações, designadamente, as que constam do Decreto-Lei n.º 198/2001, de 3 de Julho, e as que resultam geralmente da Lei que aprova o Orçamento de Estado. Inclui no seu Capítulo I, benefícios de natureza social que se aplicam especialmente às pessoas com deficiências e que são referidos nas grelhas. Quanto aos benefícios aplicáveis a pessoas colectivas de utilidade pública e IPSS, eles constam igualmente do citado Decreto-Lei, referindo-se o Capítulo VII aos Benefícios Fiscais relativos a imóveis utilizados para fins sociais. Refira-se ainda a existência de benefícios específicos para os deficientes das forças armadas, que foram sendo referidos aquando da explicitação do disposto para os diversos impostos. Por fim, uma nota para as actualizações permanentes que a matéria fiscal sempre exige. Assim, por exemplo, os dados constantes das grelhas quanto ao IRS e ao IRC referem-se, em geral, aos rendimentos auferidos durante o ano de 2005. Por outro

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 126

Fevereiro.2007

lado, alguns dos impostos mencionados foram entretanto alterados ou desapareceram, como são os casos do imposto municipal de sisa, substituído pelo IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis) aprovado pelo Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro), e a contribuição autárquica, substituída pelo IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) em vigor a partir de 1 de Dezembro de 2003, e ainda o imposto sobre as sucessões e doações, que foi extinto. Estas alterações estão contidas, antes de mais, em cada ano, na respectiva Lei do Orçamento de Estado. No corrente ano, por exemplo, deverá ser consultada a Lei n.º 60-A/2005 de 30 de Dezembro.

Síntese descritiva dos programas e medidas

FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços IRS Isenções de imposto

Visa isentar de IRS até certos limites os rendimentos do trabalho dependente das pessoas com deficiência (Rendimentos da categoria A) Para efeitos de determinação do rendimento colectável e liquidação do IRS, metade dos rendimentos de trabalho dependente obtidos por Contribuintes que sejam pessoas com deficiências com um grau de invalidez entre 60 e 79% ficam isentos de imposto, até ao limite de € 13 774,86 por cada titular com deficiência. Se o grau de invalidez for superior a 80%, este limite será aumentado em 15%, ou seja, passa para € 15 841,09.

Decreto-Lei 442-A/88, de 30 de Novembro

Republicado pelo Decreto - Lei n.º 198/2001, de 3 de Julho (1) Alterado pela Lei n.º 109-B/2001 de 27

de Dezembro (2) Alterado pela Lei n.º 32-B/2002 de 30 de

Dezembro (3) Alterado pela Lei n.º 107-B/2003 de 31

de Dezembro (4) Alterado pela Lei n.º 55-B/2004 de 30 de

Dezembro (5) Alterado pela Lei n.º 60-A/2005 de 30 de

Dezembro DL nº 198/2001 de 3 de Julho

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IRS Deduções específicas aos rendimentos de trabalho dependente

Visa determinar o montante das deduções específicas de acordo com as regras seguintes: Contribuintes que sejam pessoas com deficiências, com grau de invalidez permanente igual ou superior a 60%,: - se o montante anual de rendimentos, por sujeito passivo, for até € 44 146,50, o valor da dedução específica será de € 4 856,12; - se o montante anual de rendimentos por sujeito passivo, for superior a € 44 146,50, o valor da dedução específica será igual ao valor das contribuições obrigatórias para a Segurança Social

Idem ____ ____

IRS Deduções à colecta por despesas

Atribui a possibilidade de deduzir 30% das despesas de educação e reabilitação, quando devidamente comprovadas, bem como 25% dos prémio de seguros de vida. Isto sem qualquer limite, i.e., sobre a totalidade das despesas.

DL nº 215/89 de 1 de Julho republicado pelo DL nº 198/2001 de 3 de Julho

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Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 127

Fevereiro.2007

FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços IRS Deduções à colecta pela composição do agregado familiar

Dedução por sujeito passivo deficiente não casado ou separado judicialmente - € 337,23 Dedução por sujeito passivo deficiente casado, unido ou separado de facto – € 281,03 Dedução por sujeito passivo deficiente em famílias monoparentais - €449,64 Dedução por cada filho deficiente - € 224,82

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IRS Retenções na fonte (trabalho dependente)

Existem tabelas de retenção na fonte próprias, mais baixas, para contribuintes com um grau de invalidez igual ou superior a 60%.

Circular 1/2006 de 10 de Fevereiro Retenção na fonte sobre rendimentos do trabalho dependente e pensões Tabelas de retenção - 2006 – Continente

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IRS Isenções de tributação dos rendimentos do trabalho independente

Metade dos rendimentos do trabalho independente obtidos por sujeitos passivos com um grau de invalidez permanente entre 60 e 79% inclusive, estão isentos de tributação, até ao limite de € 13 774,86 . Se o grau de invalidez for superior a 80%, este limite será aumentado em 15%, ou seja, passa para € 15 841,09.

Decreto-lei nº. 42/91, de 22 de Janeiro ____ ____

IRS Retenções na fonte (trabalho independente)

A taxa de retenção na fonte passará a incidir apenas sobre 50% dos rendimentos.

Decreto-lei nº. 42/91, de 22 de Janeiro ____ ____

IRS Isenções de tributação dos rendimentos de pensões de pessoas com deficiência

Além de uma dedução específica superior, as pessoas com deficiência têm outros benefícios. Só contam para efeitos de tributação 70% dos rendimentos obtidos, com um limite de € 7 778,74 para as pessoas com deficiência na generalidade, e de € 10 340,29 para os deficientes das forças armadas. Isto se o grau de invalidez se situar entre os 60% e os 79%. No caso de ter um grau de invalidez superior a 80%, os limites são já de € 8945,55 para as pessoas com deficiência na generalidade, e de € 11 891,33, para os das forças armadas.

Decreto-lei nº. 42/91, de 22 de Janeiro ____ ____

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 128

Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 129

Fevereiro.2007

FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços Estatuto dos Benefícios Fiscais Pessoas colectivas Contribuição autárquica

A Contribuição autárquica é actualmente designada por Imposto Municipal sobre Imóveis. Os benefícios fiscais relativos a imóveis estão previstos no Artigo 40.º (2) Isenções: 1 - Estão isentos de contribuição autárquica: (...)

As pessoas colectivas de utilidade pública administrativa e as de mera utilidade pública, em relação aos prédios ou parte dos prédios destinados directamente à realização dos seus fins;

As instituições particulares de solidariedade social e as pessoas colectivas a elas legalmente equiparadas, em relação aos prédios ou parte de prédios destinados directamente à realização dos seus fins, salvo no que respeita directamente às misericórdias, caso em que o benefício abrange quaisquer imóveis de que sejam proprietárias. (...)

Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de Julho (1) (Inclui alterações introduzidas por diplomas posteriores) (1)Republicado pelo Decreto-Lei n.º 198/2001, de 3 de Julho (2) Alterado pela Lei n.º 109-B/2001 de 27 de Dezembro

____ 2 - As isenções a que se refere o número 1 Decreto-Lei n.º 215/89, iniciam-se:

a) Relativamente às situações previstas nas alíneas a) a d) e g) a j) e m), no ano, inclusive, em que o prédio ou parte de prédio fordestinado aos fins nelas referidos;

b) Relativamente às situações previstas nas alíneas e) e f), a partir do ano, inclusive, em que se constitua o direito de propriedade;

(...)

Contribuições dos empregadores e dos trabalhadores com deficiência em pré-reforma para a Segurança Social

As taxas contributivas a aplicar nas situações em que os trabalhadores deficientes contratados ao abrigo do Dec.-Lei 299/86, de 19-9, se encontrem abrangidos pelo regime jurídico da pré-reforma é de 12,5% a cargo da entidade empregadora e de 7% a cargo dos trabalhadores, desde que estes ainda não tenham completado 37 anos de período contributivo. Quando os trabalhadores deficientes, em situação de pré-reforma, já tenham completado o período contributivo referido no número anterior são-lhes aplicáveis as taxas previstas na al. a) do n.º1 do art. 9.º do Dec.-Lei 261/91, de 25-7, de 7 % e 3 %, relativamente a cargo da entidade empregadora e do beneficiário.

Despacho n.º36/SESS/93 Publicação: 19930525 Fixa as taxas contributivas devidas à segurança social quer pela entidade empregadora, quer pelos trabalhadores deficientes abrangidos pelo regime jurídico da pré-reforma, ao abrigo do DL nº299/86, de 19860919 (estabelece incentivos às entidades patronais mediante benefícios fiscais, para facilitar a integração profissional dos deficientes) e ao abrigo da al. a) do nº1 do art. 9º do DL nº261/91, de 19910725 (aprova o regime jurídico das situações de pré-reforma).

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Contribuições para a Segurança Social dos empregadores de trabalhadores com deficiência

Estabelece a obrigatoriedade de regularização contributiva para a exoneração de contribuições à segurança social pelos empregadores de jovens em situação de primeiro emprego ou de deficientes.

Decreto-Lei nº 299/1986 de 19 de Setembro Alterado pelo DECRETO-LEI Nº125/91 de 19910321. Altera os DL nº257/86, de 19860827 e o DL nº299/86, de 19860919 O Desp. nº130/SESS/91, publ. II Série, nº290, de 19911217, p. 12933, define orientações para a sua aplicação.

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Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 130

Fevereiro.2007

FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços Contribuições para a Segurança Social dos trabalhadores com deficiência

Revê as taxas contributivas do regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, reafirmando no artigo 36º o regime mais favorável para empregadores que mantenham trabalhadores deficientes: Artigo 36.º Trabalhadores deficientes: 1 - A taxa contributiva relativa a trabalhadores deficientes é de 23,50%, sendo, respectivamente, de 12,50% e de 11,00% para as entidades empregadoras e trabalhadores. 2 - A aplicação da taxa contributiva prevista no número anterior depende da verificação do condicionalismo previsto em quadro legal próprio.

Decreto-Lei nº 199/99, de 8 de Junho ____ ____

Desconto na taxa de assinatura telefónica

Concede 50% de desconto ao preço das taxas de assinatura telefónica a reformados e pensionistas.

Despacho Setc Nº12/87 Publicação 19870220 Regulamenta o DL nº20-C/86, de 19860213, que Revoga o Desp. SETC nº28/86, de 19860517.

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IRC Incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores com deficiência

Estabelece o regime de incentivos ao emprego domiciliário de trabalhadores portadores de deficiência

Lei Nº31/98, De 19980713 _____ Os encargos do imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRC), correspondentes à contratação de trabalhadores portadores de deficiência admitidos por contrato sem termo, são levados a custo em valor correspondente a 200%. A majoração referida no número anterior será de 150% no caso de estabelecimento de contratos de trabalho a termo ou de prestação de serviços com pessoas portadoras de deficiência.

IRC Incentivos ao emprego de trabalhadores com deficiência: Entidades Empregadoras e Centros de Emprego Protegido

Estabelece incentivos às entidades patronais mediante benefícios fiscais, para facilitar a integração profissional dos deficientes.

Decreto-Lei Nº299/19860919 Alterado Pelo Dl Nº125/91, De 19910321. O Desp. Nº138/Sess/91, Publ. II Série, Nº7, De 19920109, P. 319, Aplica Este Diploma Aos Centros De Emprego Protegido, Enquanto Entidades Empregadoras

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Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 131

Fevereiro.2007

FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços IRC Isenções

Na aprovação do Código do IRC prevêem-se no nº 1 do Artigo 10.º (2) isenções para as Pessoas colectivas de utilidade pública e de solidariedade social. Assim, estão isentas de IRC: a) As pessoas colectivas de utilidade pública administrativa; b) As instituições particulares de solidariedade social e entidades anexas, bem como as pessoas colectivas àquelas legalmente equiparadas; c) As pessoas colectivas de mera utilidade pública que prossigam, exclusiva ou predominantemente, fins científicos ou culturais, de caridade, assistência, beneficência, solidariedade social ou defesa do meio ambiente.

Decreto-Lei N.º 442-B/88 De 30 De Novembro (1)

(1) Alterado E Republicado Pelo Decreto-Lei N.º 198/2001, De 3 De Julho (2) Alterado Pela Lei N.º 60-A/2005, de 30 de Dezembro.

____ 2 - A isenção prevista na alínea c) do número 1 do DECRETO-LEI N.º 442-B/88 citado nos objectivos, carece de reconhecimento pelo Ministro de Estado e das Finanças, a requerimento dos interessados, mediante despacho publicado no Diário da República, que define a respectiva amplitude, de harmonia com os fins prosseguidos e as actividades desenvolvidas para a sua realização, pelas entidades em causa e as informações dos serviços competentes da Direcção-Geral dos Impostos e outras julgadas necessárias. 3 - A isenção prevista no n.º 1 não abrange os rendimentos empresariais derivados do exercício das actividades comerciais ou industriais desenvolvidas fora do âmbito dos fins estatutários, bem como os rendimentos de títulos ao portador, não registados nem depositados, nos termos da legislação em vigor, e é condicionada à observância continuada dos seguintes requisitos: a) Exercício efectivo, a título exclusivo ou predominante, de actividades dirigidas à prossecução dos fins que justificaram o respectivo reconhecimento da qualidade de utilidade pública ou dos fins que justificaram a isenção, consoante se trate, respectivamente, de entidades previstas nas alíneas a) e b) ou na alínea c) do n.º 1; b) Afectação aos fins referidos na alínea anterior de, pelo menos, 50% do rendimento global líquido que seria sujeito a tributação nos termos gerais, até ao fim do 4º exercício posterior àquele em que tenha sido obtido, salvo

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Fevereiro.2007

FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços em caso de justo impedimento no cumprimento do prazo de afectação, notificado ao director-geral dos Impostos, acompanhado da respectiva fundamentação escrita, até ao último dia útil do 1º mês subsequente ao termo do referido prazo; c) Inexistência de qualquer interesse directo ou indirecto dos membros dos órgãos estatutários, por si mesmos ou por interposta pessoa, nos resultados da exploração das actividades económicas por elas prosseguidas. 4 - O não cumprimento dos requisitos referidos nas alíneas a) e c) do número anterior determina a perda da isenção, a partir do correspondente exercício, inclusive. 5 - Em caso de incumprimento do requisito referido na alínea b) do nº 3, fica sujeita a tributação, no 4º exercício posterior ao da obtenção do rendimento global líquido, a parte desse rendimento que deveria ter sido afecta aos respectivos fins.

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Fevereiro.2007

FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços Isenções fiscais para pessoas colectivas de utilidade pública

Sem prejuízo de outros benefícios previstos na restante legislação aplicável, podem ser concedidas às pessoas colectivas de utilidade pública as seguintes isenções: a) Imposto do selo; b) Imposto municipal de sisa (1) pela aquisição dos imóveis destinados à realização dos seus fins estatutários; c) Imposto sobre as sucessões e doações relativo à transmissão de imóveis destinados à realização dos seus fins estatutários; d) Contribuição autárquica (2) de prédios urbanos destinados à realização dos seus fins estatutários; e) Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas, a ser reconhecida nos termos e condições do respectivo Código; f) Imposto sobre veículos, imposto de circulação e imposto automóvel nos casos em que os veículos a adquirir a título oneroso sejam classificados como veículos ligeiros de mercadorias derivados de ligeiros de passageiros, todo-o-terreno e furgões ligeiros de passageiros, nos termos da legislação em vigor; g) Custas judiciais.

LEI Nº151/99 de 19990914. Revoga o DL nº260-D/81, de 19810902 Alterada pela Lei nº60-A/2005, de 20051230 (1) Código Do Imposto Municipal Sobre As Transmissões Onerosas De Imóveis ( Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro) (2) Código do Imposto Municipal sobre Imóveis

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IVA Isenções

Visa, entre outras, isenções relativas à prestação de serviços de IPSS's, estabelecimentos para crianças e jovens deficientes e serviços de formação e reabilitação profissional, e à importação de automóveis ligeiros de passageiros destinados a deficientes.

Decreto-Lei Nº394-B/84, De 19841226 Aprova o Código do IVA

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IVA Restituição de Iva às Instituições Particulares de Solidariedade Social

Conceder algumas isenções de IVA às instituições particulares de solidariedade social, através da restituição pelo Serviço de Administração do IVA do imposto suportado em algumas importações e aquisições de bens e serviços.

Decreto-Lei N.º 20/90 De 13 De Janeiro

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Aplicação da taxa reduzida de IVA às Ajudas Técnicas

Visa favorecer as pessoas com deficiência que precisam de ajudas técnicas, aplicando uma taxa menor.

Despacho Conjunto N.º 37/99,DE 15 DE JANEIRO (II Série) Lista anexa ao Código do Iva com Ajudas Técnicas com taxa reduzida

Ministérios das Finanças, da Saúde e do Trabalho e da Solidariedade

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Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços Aplicação da taxa reduzida de IVA ao calçado ortopédico

Define calçado ortopédico e delimita as situações abrangidas, no sentido de permitir que seja tributado a taxa reduzida de IVA.

Portaria Nº185/99, De 19990320 ____ ____

Imposto Automóvel (IA) Isenção / Pessoas colectivas

Isenta de imposto automóvel as pessoas colectivas de utilidade pública e as IPSS. Decreto-Lei Nº27/93, De 19930212 Revoga Os DL Nº145/81, De 19810603, Na Redacção Que Lhe Foi Dada Pelo DL Nº132/82, De 19820423, A Al. E) Do Art. 1º E Art. 4º Do DL Nº260-D/81, De 19810902 E A Al. E) Do Art. 2º Do DL Nº9/85, De 19850109. Alterado Pela Lei Nº30-C/2000, De 20001229 Decreto-Lei Nº40/93 Alterado Pelo DL Nº109-B/2001, De 20011227 E Pela Lei Nº60-A/2005, De 20051230

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Imposto Automóvel Isenção/Pessoas singulares

Da isenção do imposto Automóvel podem beneficiar: a) A pessoa com deficiência motora civil ou das Forças Armadas, maior de 18 anos, com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%; b) A pessoa com uma multideficiência profunda e a pessoa com deficiência motora com um grau de incapacidade igual ou superior a 90%, independentemente da sua idade. c) A pessoa com deficiência visual com um grau de incapacidade igual ou superior a 95%, independentemente da sua idade. Pode ser considerado pessoa com deficiência motora todo aquele que se encontre nas seguintes condições: a) Ter uma deficiência ao nível dos membros inferiores ou superiores de carácter permanente, de grau igual ou superior a 60%. b) Que essa deficiência dificulte: - A locomoção na via pública sem auxílio de outrem ou recurso a meios de compensação, nos casos de deficiência motora ao nível dos membros inferiores; - O acesso ou utilização dos transportes públicos, no caso de deficiência motora ao nível dos membros superiores. Considera se pessoa com multideficiência profunda toda aquela que tenha uma deficiência motora de carácter permanente, ao nível dos membros inferiores ou superiores, de grau igual ou superior a 60%, e possua cumulativamente, deficiência sensorial ou intelectual ou visual de carácter permanente de que resulte um grau de desvalorização superior a 90% e que, por tal facto, esteja comprovadamente impedida de conduzir veículos automóveis. São considerados Deficientes das Forças Armadas todos aqueles que estejam abrangidos pelo Decreto Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, sejam portadores de incapacidade igual ou superior a 60%. Nestes casos não é exigido que a deficiência seja motora. A deficiência motora, visual e a multideficiência profunda terão de ser comprovadas

Decreto-Lei nº103-A/90, de 22 de Março, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 259/93, de 22 de Julho Lei nº10-B/96, de 23 de Março Lei nº3-B/2000, de 4 de Abril Decreto-Lei nº43/76, de 20 de Janeiro, e Decreto-Lei nº341/93, de 30 de Setembro. Artigos 13º e 15º, do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado

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Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços através de declaração de incapacidade, emitidas por: a) Juntas médicas, nomeadas pelo Ministro da Saúde nos casos de pessoa com deficiências civis; b) Direcções dos serviços competentes de cada um dos ramos das Forças Armadas; c) Comandos Gerais da Guarda Nacional Republicana e da Policia de Segurança Pública. O veículo objecto da isenção fiscal deve ser conduzido pela própria pessoa com deficiência ou pelo seu cônjuge, se este for também um pessoa com deficiência portador de declaração de incapacidade emitida nos termos legais. A DG das Alfândegas pode autorizar a condução do veiculo objecto da isenção fiscal por terceiros, quando se trate de: a) Pessoa com deficiência motora com um grau de incapacidade igual ou superior a 90%; b) Pessoa com multideficiência profunda. c) Pessoa com deficiência visual com um grau de incapacidade igual ou superior a 95%; Os veículos objecto de isenção dos deficientes das Forças Armadas, poderão ser conduzidos por terceiros, sem dependência de autorização prévia da DG das Alfândegas. É obrigatório que a pessoa com deficiência seja um dos ocupantes do veículo, salvo em deslocações que não excedam o raio de 30 Km da residência do beneficiário. A condução do veículo por terceiros num raio superior a 30 Km da residência do beneficiário, sem que este seja um dos ocupantes, constitui infracção fiscal aduaneira e determina a imediata apreensão do veículo. Não existe limite de cilindrada. A isenção de IA é concedida até ao limite de 6484,38 euros, suportando o beneficiário, a parte restante de IA. Estão isentas de IVA as importações ou transmissões de automóveis ligeiros de passageiros ou mistos para uso próprio das pessoas com deficiência O pedido de isenção do imposto automóvel e do Imposto Sobre o Valor Acrescentado deverá ser apresentado na Alfândega da área de residência do interessado. Conjuntamente com o pedido de benefício fiscal devidamente assinado pelo beneficiário, deverão ser apresentados os seguintes documentos: a) Declaração de incapacidade; b) Carta de condução, caso não esteja legalmente dispensado da sua apresentação; c) Prova de não se encontrar em dívida perante a Fazenda Nacional, mediante certidão de rendimentos dos três últimos anos; d) Declaração de IRS ou certidão da Repartição de Finanças da área de residência no caso de o interessado não ter declarado rendimentos; e) Bilhete de Identidade ou cédula pessoal; f) Cartão de Contribuinte; g) Declaração de Veiculo Ligeiro (DVL), caso se trate de veículos já matriculados, No

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Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços caso de veículos novos, cabe ao representante da marca apresentar a DVL. Caso o interessado reúna os requisitos legais que permitam que o veículo seja conduzido por terceiros, deverá ainda solicitar a necessária autorização, junto do Director da Alfândega, onde apresentou o pedido de benefício fiscal. Os terceiros terão então que assinar uma declaração de compromisso de que só conduzirão o veículo num raio superior a 30 Km da residência do beneficiário, quando este for um dos seus ocupantes. A isenção do imposto automóvel e do Imposto Sobre o Valor Acrescentado apenas pode ser utilizada por cada beneficiário relativamente a um veículo em cada cinco anos. Durante este prazo não é permitida a venda dos veículos adquiridos com isenção fiscal, salvo se tiver sido objecto de um acidente involuntário ou outro motivo extraordinário do qual resulte a eliminação do veículo, furto, devidamente comprovado, sem que o veículo seja restituído, e em caso de falecimento do beneficiário e o veículo seja atribuído a um dos seus herdeiros. Nos casos referidos, a alienação do veículo antes do decurso do prazo de cinco anos não implicará o pagamento do imposto. Se o beneficiário pretender vender o veículo antes do decurso do prazo de cinco anos e não ocorreu nenhuma das causas justificativas anteriormente mencionadas, terá de pagar previamente ao Estado a parte do IA proporcional ao tempo que faltar para o termo do período. No entanto, se pretender beneficiar de nova isenção, esta só lhe poderá ser concedida no fim do decurso dos cinco anos. Tratando-se do IVA, se o Beneficiário vender o veículo antes do decurso do prazo de cinco anos, deverá pagar, junto das entidades competentes para a cobrança do imposto automóvel, o imposto sobre o valor acrescentado correspondente ao preço de venda, que não poderá ser inferior ao que resulta da aplicação ao preço do veículo novo à data de venda, com exclusão do IVA Sempre que o julgar conveniente a Direcção Geral das Alfândegas poderá submeter a pessoa com deficiência em nome de quem foram emitidas as declarações de incapacidade, a uma junta médica de verificação.

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Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços

Estatuto do Mecenato Mecenato social

São considerados custos ou perdas do exercício, até ao limite de 8/1000 do volume de vendas ou dos serviços prestados, os donativos atribuídos às seguintes entidades:

Instituições particulares de solidariedade social, bem como as pessoas colectivas legalmente equiparadas;

Pessoas colectivas de utilidade pública administrativa e de mera utilidade pública que prossigam fins de caridade, assistência, beneficência e solidariedade social e cooperativas de solidariedade social;

Centros de cultura e desporto organizados nos termos dos estatutos do Instituto Nacional de Aproveitamento dos Tempos Livres dos Trabalhadores (INATEL), desde que destinados ao desenvolvimento de actividades de natureza social do âmbito daquelas entidades.

Organizações não governamentais ou outras entidades promotoras de iniciativas de auxílio a populações carecidas de ajuda humanitária em consequência de catástrofes naturais ou de outras situações de calamidade, reconhecidas pelo Estado Português, mediante despacho conjunto dos Ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros.

O limite previsto no número anterior não é aplicável aos donativos atribuídos às entidades nele referidas para a realização de actividades ou programas que sejam considerados de superior interesse social.

Os donativos referidos nos números anteriores são levados a custos em valor correspondente a 130% do respectivo total ou a 140% no caso de se destinarem a custear as seguintes medidas:

Apoio à infância ou à terceira idade;

Apoio e tratamento de toxicodependentes ou de doentes com sida, com cancro ou diabéticos;

Promoção de iniciativas dirigidas à criação de oportunidades de trabalho e de reinserção social de pessoas, famílias ou grupos em situações de exclusão ou risco de exclusão social, designadamente no âmbito do rendimento mínimo garantido, de programas de luta contra a pobreza ou de programas e medidas adoptadas no contexto do mercado social de emprego.

Dec. Lei nº 74/99, de 16 de Março, com as alterações introduzidas pela Lei º 160/99, de 14 de Setembro1

Governo Ministério das Finanças Ministério da Cultura

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas Donativos ao Estado e a outras entidades São considerados custos ou perdas do exercício, na sua totalidade, os donativos concedidos às seguintes entidades: Estado, regiões autónomas e autarquias locais e qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que personalizados; Associações de municípios e de freguesias; Fundações em que o Estado, as regiões autónomas ou as autarquias locais participem no património inicial. Fundações de iniciativa exclusivamente privada que prossigam fins de natureza predominantemente social ou cultural, relativamente à sua dotação inicial. Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 1º. do presente diploma, estão sujeitos a reconhecimento, a efectuar por despacho conjunto dos Ministros das Finanças e da tutela, os donativos concedidos a fundações em que a participação do Estado, das Regiões Autónomas ou das autarquias locais seja inferior a 50% do seu património inicial e bem assim às fundações de iniciativa exclusivamente privada desde que prossigam fins de natureza predominantemente social ou cultural e os respectivos estatutos prevejam que, no caso de extinção, os bens revertam para o Estado ou, em alternativa, sejam cedidos às entidades abrangidas pelo artigo 9º. do Código do IRC. Os donativos referidos nos números

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FISCALIDADE Programas/ Medidas Missões e objectivos Documentos legais Mecanismos de

Financiamento Modalidade de Prestação

de Serviços anteriores são considerados custos em valor correspondente a 140% do respectivo total quando se destinarem exclusivamente à prossecução de fins de carácter social, a 120% se destinados exclusivamente a fins de carácter cultural, ambiental, científico ou tecnológico, desportivo e educacional ou a 130% quando atribuídos ao abrigo de contratos plurianuais celebrados para fins específicos que fixem os objectivos a prosseguir pelas entidades beneficiárias e os montantes a atribuir pelos sujeitos passivos. Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares Deduções em IRS por virtude do mecenato. Os donativos atribuídos pelas pessoas singulares residentes em território nacional, nos termos e condições previstas nos artigos anteriores, são dedutíveis à colecta do ano a que dizem respeito, com determinadas especificidades.

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2.9. HABITAÇÃO

Introdução

Segundo o Artigo 65.º da Constituição da República Portuguesa, “todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar”. O Estado compromete-se, para assegurar o direito à habitação, a “programar e executar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento geral do território e apoiada em planos de urbanização que garantam a existência de uma rede adequada de transportes e de equipamento social”. O Estado adoptará também “uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar e de acesso à habitação própria”.

A Lei de Bases da Prevenção, Habilitação, Reabilitação e Participação da Pessoa com Deficiência inclui no seu Art.º 32 o Direito à Habitação e Urbanismo, competindo “ao Estado adoptar, mediante a elaboração de um plano nacional de promoção da acessibilidade, medidas específicas necessárias para assegurar o acesso da pessoa com deficiência, nomeadamente aos espaços interiores e exteriores, mediante a eliminação de barreiras arquitectónicas na construção, ampliação e renovação.

Síntese descritiva dos programas e medidas

HABITAÇÃO Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços

Regulamento dos concursos para atribuição de habitações sociais

Este regulamento contempla a consideração de situações especiais devidamente justificadas, nomeadamente problemas de saúde com carácter permanente, como as situações de deficiência física e mental, na avaliação da adequação da habitação ao agregado familiar concorrente à atribuição do de habitação social. A pessoa com deficiência tem preferência na atribuição da habitação, em caso de igualdade nas condições de acesso em relação a outros candidatos mas consoante um mapa de classificação de diversas situações entre as quais problemas de saúde com carácter permanente ou seja, situações de deficiência física ou mental. Poderão candidatar-se à habitação social, as pessoas que se encontrem nas seguintes condições: • Falta de habitação ou condições de habitabilidade da residência actual; • Situação do agregado familiar de acordo com tempo de constituição da

família, grupo etário, filhos e ascendentes residentes; • Rendimento mensal por cabeça do agregado familiar; • Localização do emprego; • Situações especiais, nomeadamente de saúde ou de deficiência física ou

mental.

Decreto regulamentar n.º 50/77 de 1 de Agosto

___ Para o efeito, as pessoas com deficiência deverão dirigir-se ao serviço da Câmara Municipal do local da sua residência, preencher o boletim de inscrição e questionário, anexar as declarações e certidões autenticadas, nomeadamente do vencimento e rendimento do agregado familiar, bem como Atestado de Incapacidade, atestando o tipo e grau de deficiência e enviar toda a documentação pelo correio, por carta registada e com aviso de recepção

Condições de crédito para aquisição ou construção de habitação própria

Aos deficientes civis e aos deficientes das forças armadas, uns e outros com grau de incapacidade igual ou superior a 60%, são atribuídas condições especiais de crédito para a aquisição ou construção de habitação própria. Podem beneficiar assim na aquisição ou construção de habitação própria permanente, de condições especiais de crédito, com um esquema de juros de crédito idêntico ao que vigora para os trabalhadores das instituições de crédito. Considera-se habitação própria permanente aquela onde o deficiente e o seu agregado familiar irão manter estabilizado o seu centro de vida familiar.

Decreto-Lei n.º 230/80,de 16 de Julho

Decreto-Lei n.º 541/80 de 10 NOV

Decreto – Lei n.º 43/76 de 20 de Janeiro

Decreto-Lei n.º 340/81 de 11 DEZ

Decreto-Lei n.º 98/86 de 17 MAI

O Estado liquidará às instituições de crédito, mutuantes dos financiamentos realizados ao abrigo dos Decretos mencionados, a diferença entre os juros remuneratórios a cargo dos mutuários e os juros correspondentes à aplicação das taxas de juro cobradas pelas mesmas instituições em empréstimos de igual natureza.

___

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 140 Fevereiro.2007

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HABITAÇÃO Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços

Subsídio especial para arrendatários deficientes

Para além do regime geral de subsídio de renda estabelecido, o Governo pode atribuir, excepcionalmente, por períodos limitados, subsídios de renda em casos especiais, nomeadamente aos inquilinos que sejam deficientes, com grau de incapacidade igual ou superior a 60%. Para estes é atribuído um subsídio de renda de montante a determinar caso a caso. A pessoa com deficiência poderá pedir um subsídio de renda no caso de não possuir rendimentos suficientes e descontar no IRS a totalidade da renda. O subsídio varia de acordo com o seu rendimento e a renda que paga ou irá pagar.

Lei n.º 46/85 de 20 de Setembro

Decreto-Lei n.º 68/86 de 27 de Março

Decreto-Lei n.º 337/91 de 10 Setembro Portaria n.º 1557-C/2002 de 31 de Dezembro

Financiamento pelo Estado Ministério responsável: MTSS

Requerimento (modelo próprio) a apresentar no Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social da área da residência, devendo o requerimento ser feito nos meses de Junho, Julho e Agosto.

Adaptações a realizar na habitação O custo das obras de adaptação na residência poderá ser suportado integral ou parcialmente pela Câmara Municipal da área da residência, a pedido do interessado. Algumas autarquias dispõem mesmo de serviços competentes para atender a esta solicitação. Em regime de propriedade horizontal: No caso de um condómino com deficiência motora ou outra pretender a instalação de uma rampa, plataforma elevatória, elevadores ou qualquer construção para eliminar as barreiras arquitectónicas, poderá recorrer ao a seguir estabelecido:

a) As obras que modifiquem a linha arquitectónica ou o arranjo estético do edifício podem ser realizadas se para tal se obtiver prévia autorização da assembleia de condóminos, aprovada por maioria representativa de dois terços do valor total do prédio. b) As obras que constituam inovações dependem da aprovação dos condóminos, devendo essa maioria representar dois terços do valor total do prédio. As despesas com estas obras ficam a cargo do interessado, se só a ele servir. Nas partes comuns do edifício não são permitidas inovações capazes de prejudicar a utilização, por parte de algum dos condóminos, tanto das coisas próprias como das comuns. Em regime de aluguer Deverá o interessado solicitar ao senhorio autorização para as adaptações necessárias dentro da sua residência. Se essas adaptações se localizarem em espaços comuns, tal como escadas, elevadores, átrio, etc., deverá ser pedida autorização ao senhorio e também aos restantes inquilinos do prédio. No caso de recusa, poderá o deficiente recorrer aos tribunais. No caso de aprovação, poderá o interessado dirigir-se a Câmara Municipal da área da residência e pedir o financiamento total ou parcial das obras.

- Artigos 1414º a 1438º – A do Código Civil, com a redacção actual dada pelo – Decreto-Lei nº 267/94 de 25 de Outubro – Regime Jurídico da Propriedade Horizontal; - Decreto-Lei n.º 268/94 de 25 de Outubro - Decreto-Lei n.º 269/94 de 25 de Outubro

Financiamento integral ou parcial pela Câmara Municipal

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HABITAÇÃO Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços

Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU)

Aprova o, que estabelece um regime especial de actualização das rendas antigas, e altera o Código Civil, o Código de Processo Civil, o DL nº287/2003, de 12 de Novembro, o Código do Imposto Municipal sobre Imóveis e o Código do Registo Predial.

Nos termos do art. 34º deste diploma, o senhorio que deseje a actualização da renda comunica ao arrendatário o montante da renda futura, sendo que, nos termos do art. 37º o prazo para a resposta do arrendatário é de 40 dias, podendo na resposta invocar idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com grau comprovado de incapacidade superior a 60%, acompanhada do comprovativo dessa situação.

O art. 57º deste diploma estipula ainda que o arrendamento para habitação não caduca por morte do primitivo arrendatário, quando lhe sobreviva filho ou enteado maior de idade, que com ele convivesse há mais de um ano, portador de deficiência com grau comprovado de incapacidade superior a 60%.

Lei Nº6/2006, de 27 de Fevereiro

Regime de determinação do rendimento anual bruto corrigido e a atribuição do subsídio de renda

O rendimento anual bruto corrigido (RABC) apurado nos termos deste diploma releva para efeitos de determinação do período de faseamento da actualização das rendas, bem como da atribuição do subsídio de renda ao arrendatário habitacional O RABC é o quantitativo que resulta da soma dos rendimentos anuais ilíquidos auferidos por todos os elementos ao agregado familiar do arrendatário, corrigido por factores como, por exemplo, o número de pessoas do agregado familiar portadoras de deficiência, com grau comprovado de incapacidade igual ou superior a 60%. Se no agregado familiar existir pessoa portadora de deficiência com grau comprovado de incapacidade igual ou superior a 60%, é deduzido ao RABC corrigido o valor correspondente a 0,5 da retribuição mínima nacional anual (RMNA), por cada indivíduo nestas condições.

Decreto-Lei Nº158/2006, 8 de Agosto

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2.10. DEFICIENTES DAS FORÇAS ARMADAS

Introdução

O Estado português considera justo o “reconhecimento do direito à plena reparação de consequências sobrevindas no cumprimento do dever militar aos que foram chamados a servir em situação de perigo ou perigosidade e estabelece que as disposições sobre a reabilitação e assistência devidas aos deficientes das forças armadas (DFA) passem a conter o reflexo da consideração que os valores morais e patrióticos por eles representados devem merecer por parte da nação” (Decreto-lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro). Este reconhecimento foi traduzido num conjunto de medidas de assistência médica, económica, social, psicológica entre outras medidas de protecção, especialmente destinadas a este grupo específico.

Síntese descritiva dos programas e medidas

DEF. F. ARMADAS Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços Assistência médica, hospitalar e medicamentosa gratuita

Os militares beneficiários de pensão de reforma extraordinária ou de pensão de invalidez têm direito a assistência médica, hospitalar e medicamentosa gratuita, a prestar nos hospitais militares e postos de socorros das unidades, para tratamento de moléstia, ferimento ou mutilação determinantes da incapacidade para o serviço ou doença por ela provocada. Têm também direito a transportes por conta do estado na ida e regresso das consultas a que tenham de se submeter. A assistência sanitária a prestar abrangerá as seguintes modalidades:

a)Consultas e visitas domiciliárias, de clínica geral e de especialidades; b) Meios auxiliares de diagnóstico; c) Internamentos; d) Intervenções cirúrgicas; e) Instrumentos de prótese; f) Materno-infantil; g) Enfermagem; h) Medicamentosa i) Outras, quando se verifique a sua necessidade e viabilidade.

São beneficiários da assistência na doença: a) Os militares dos quadros permanentes (QP) nas situações de activo, de reserva e de reforma, com excepção dos que se encontrem nas situações de licença ilimitada e de inactividade temporária, quando tais situações não resultem de doença, bem como os militares separados do serviço; b) Os militares em regime de contrato ou voluntariado, nos termos estabelecidos para os militares dos QP; c) Os militares alunos dos estabelecimentos militares que frequentem cursos de formação para ingresso nos quadros permanentes; d) O pessoal militarizado da Marinha e do Exército, nos termos fixados em diplomas próprios; e) Os beneficiários de pensão de invalidez, ex-militares não pertencentes aos QP que ficaram diminuídos por motivo de acidente ocorrido em serviço ou doença adquirida ou agravada em serviço, ou por motivo do mesmo; f) Os grandes deficientes do serviço efectivo normal, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 250/99, de 7 de Julho; g) Os seguintes familiares ou equiparados dos beneficiários referidos nas alíneas anteriores:

Decreto-lei n.º 43/ 317 de 19 de Novembro de 1966

Decreto-Lei n.º 585/73, de 6 de Novembro Portaria n.º 67/75, de 4 de Fevereiro Decreto-Lei n.º 434-A 1/82, de 29 de Outubro

OE, através do Ministério da Defesa

Estes serviços são prestados pelos hospitais militares.

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Fevereiro.2007

DEF. F. ARMADAS Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços 1) O cônjuge ou o cônjuge sobrevivo, enquanto não contrair casamento ou viver em união de facto, reconhecida nos termos legais; 2) A pessoa que vive com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos legais, ou que com ele vivia, à data da sua morte, nas mesmas condições, enquanto não contrair casamento ou constituir nova união de facto; 3) Os descendentes ou equiparados, enquanto tiverem direito ao abono de família ou ao subsídio mensal vitalício ou, ainda, enquanto se encontrarem a exclusivo cargo do militar e reunirem as seguintes condições: i) Terem menos de 18 anos de idade; ii) Terem menos de 21 anos e estarem matriculados e a frequentar curso de nível secundário ou equiparado; iii) Terem menos de 25 anos e estarem matriculados e a frequentar curso superior ou equiparado; iv) Terem menos de 25 anos e serem crianças ou jovens portadores de deficiência, em função da qual sejam devidas prestações por encargos com deficiência no âmbito da protecção familiar; 4) Os ascendentes ou equiparados que vivam efectivamente em comunhão de habitação com o beneficiário titular e não aufiram, cada um, rendimentos superiores à pensão mínima do regime geral; h) Os beneficiários da pensão de preço de sangue

Assistência económica e social aos deficientes das Forças Armadas

O Estado português considera justo o reconhecimento do direito à plena reparação de consequências sobrevindas no cumprimento do dever militar aos que foram chamados a servir em situação de perigo ou perigosidade e estabelece que as novas disposições sobre a reabilitação e assistência devidas aos deficientes das forças armadas passem a conter o reflexo da consideração que os valores morais e patrióticos por eles representados devem merecer por parte da nação. Estado reconhece o direito à reparação que assiste aos cidadãos portugueses que, sacrificando-se pela Pátria, se deficientaram ou se deficientem no cumprimento do serviço militar e institui as medidas e os meios que, assegurando as adequadas reabilitação e assistência concorrem para a sua integração social.

Assiste aos DFA o direito à reabilitação, que constitui um processo global e contínuo; efectiva-se pela reabilitação médica e vocacional, é complementada pela educação especial e culmina com a integração nos meios familiar, profissional e social.

Decreto-lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro

OE através do Ministério da Defesa

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DEF. F. ARMADAS Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços A assistência social é da responsabilidade do estado e tem por objectivo evitar ou eliminar dificuldades de natureza familiar, social e económica em que possam vir a achar-se os DFA que, em primeira prioridade, não sejam reabilitáveis ou cuja reabilitação não tem possibilidade de vir a ser satisfatória e, em segunda prioridade, tenham restrita capacidade geral de ganho. Os DFA cuja reabilitação não é ou não tem possibilidade de vir a ser satisfatória podem ser colocados no domicílio e receber apoio assistencial especial ou ser internados em estabelecimentos apropriados, consoante o seu desejo manifesto. Os DFA gozarão de medidas de protecção, tais como facilidades no acesso aos alojamentos, aos transportes, aos locais de trabalho e a outros locais públicos.

Quando a Junta de saúde concluir sobre a diminuição permanente do DFA, e após ter-lhe atribuído a correspondente percentagem de incapacidade, pronunciar-se-á sobre a sua capacidade geral de ganho restante.

1) Se esta for julgada compatível com o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez, informá-lo-á de que poderá optar pela continuação na situação do activo em regime que dispense plena validez, ou pela passagem à situação de reforma extraordinária ou de beneficiário de pensão de invalidez.

2) Se não for julgada compatível com o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez, o DFA, caso discorde, pode prestar declaração de desejar submeter-se a reabilitação vocacional e profissional militar, a qual será objecto de reconhecimento por parte da comissão de reclassificação, cujas missão e composição serão reguladas por portaria.

Aos DFA reconhecidos nos termos deste diploma que percebam: - vencimento, após opção pelo serviço activo; ou - pensão de reforma extraordinária; ou - pensão de invalidez; é concedido um abono suplementar de invalidez, de montante independente do seu posto, como forma de compensação da diminuição da sua capacidade geral de ganho e que representa uma reparação pecuniária por parte da Nação.

Aos DFA a quem for atribuída uma percentagem de incapacidade igual ou superior a 90% e que tenham sofrido lesões profundas ou limitação de

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Fevereiro.2007

DEF. F. ARMADAS Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços movimentos que lhes impossibilitem a liberdade de acção é devido o pagamento de prestação suplementar de invalidez, de montante independente dos seus postos, que se destina a custear os encargos da utilização de serviços de acompanhante, caso a sua necessidade se reconheça.

A todos os DFA, se reconhecidos nos termos deste diploma, é concedido um conjunto de direitos de natureza social e económica, na dependência da sua percentagem de incapacidade, como suporte de condições familiares e sociais mais adequadas à sua situação, os quais, sendo pessoais e intransmissíveis, nomeadamente: - Direito ao uso de cartão de DFA - Alojamento e alimentação por conta do estado quando em deslocações justificadas por adaptação protésica ou tratamento hospitalar - Redução nos transportes dos caminhos de ferro e voos Tap de cabotagem - Tratamento e hospitalização gratuitos em estabelecimentos do Estado - Isenção de selo de propinas de frequência e exame em estabelecimento de ensino oficial e uso gratuito de livros e material escolar - Prioridade na nomeação para cargos públicos ou para cargos de empresas com participação maioritária do Estado - Concessões especiais para aquisição de habitação própria - Direito a associação nos serviços sociais das forças armadas (SSFA)) Aos DFA com percentagem de incapacidade igual ou superior a 60% é concedida a extensão de regalias, em razão da sua maior necessidade:

- Adaptação de automóvel do DFA - Isenção do imposto sobre uso e fruição de veículos - Recolhimento em estabelecimento assistencial do Estado

É considerado deficiente das forças armadas portuguesas o cidadão que: - No cumprimento do serviço militar e na defesa dos interesses da Pátria adquiriu uma diminuição na capacidade geral de ganho; quando em resultado de acidente ocorrido: - Em serviço de campanha ou em circunstâncias directamente relacionadas com o serviço de campanha, ou como prisioneiro de guerra; - Na manutenção da ordem pública; - Na prática de acto humanitário ou de dedicação à causa pública; ou - No exercício das suas funções e deveres militares e por motivo do seu desempenho, em condições de que resulte, necessariamente, risco agravado equiparável nos itens anteriores; vem a sofrer, mesmo a posteriori, uma diminuição permanente, causada por lesão ou doença, adquirida ou agravada, consistindo em:

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DEF. F. ARMADAS Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços - Perda anatómica; ou prejuízo ou perda de qualquer órgão ou função; tendo sido, em consequência, declarado, nos termos da legislação em vigor:

Apto para o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez; ou Incapaz do serviço activo; ou Incapaz de todo o serviço militar.

Triciclos motorizados individuais para deficientes das forças armadas

Poderão ser fornecidos, gratuitamente, triciclos motorizados individuais aos deficientes das Forças Armadas que deles tenham absoluta necessidade, comprovada mediante proposta fundamentada dos serviços médicos competentes do respectivo ramo.

Despacho Conjunto n.º A-103/87, de 27 de Junho

Apoio às vítimas do stress pós-traumático de guerra

Ao Estado incumbe a criação da rede nacional de apoio aos militares e ex- -militares portugueses portadores de perturbação psicológica crónica resultante da exposição a factores traumáticos de stress durante a vida militar. São objectivos da rede instituída (Rede nacional de apoio aos militares e ex-militares portugueses portadores de perturbação psicológica crónica resultante da exposição a factores traumáticos de stress durante a vida militar) a informação, identificação e encaminhamento dos casos e a necessária prestação de serviços de apoio médico, psicológico e social, em articulação com o Serviço Nacional de Saúde. Esta medida vem também instituir o regime de apoio às vítimas de stress pós-traumático de guerra, materializando o reconhecimento que a Nação confere aos que, no cumprimento dos seus deveres militares, foram expostos a situações causadoras de trauma psicológico, que se reflectem em sofrimento generalizado e que em determinados casos evolui para a cronicidade. O Decreto-Lei n.º 50/2000 possibilita que os portadores de perturbação psicológica crónica resultante da exposição a factores traumáticos de stress durante a vida militar vejam o seu caso avaliado por uma junta de saúde militar e que, em consequência da gravidade da sua situação clínica, venham a receber o tratamento necessário e, eventualmente, a ser considerados Deficientes das Forças Armadas.

Lei n.º 46/99, de 16 de Junho

Decreto-Lei n.º 50/2000, de 7 de Abril

Decreto-Lei n.º 867/2001, de 15 de Setembro (II Série) Despacho Conjunto n.º 502/2004, de 5 de Agosto (II Série)

Protocolos de cooperação entre os Ministérios da Defesa Nacional e da Saúde e as ONG

Serviços púbicos e ONG As organizações não governamentais articulam-se com os serviços públicos na prossecução dos objectivos previstos, através da elaboração de protocolos que podem incluir a utilização por cedência de instalações próprias daquelas organizações e a prestação de serviços

Atribuição de pensões de preço de sangue e de pensões por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País

Origina o direito à pensão de preço de sangue o falecimento: a) De militar ao serviço da Nação, por acidente ocorrido em ocasião de serviço e em consequência do mesmo ou resultante de doença adquirida ou agravada igualmente em ocasião de serviço e em consequência do mesmo; b) De civil incorporado em serviço nas Forças Armadas e com elas colaborando por ordem da autoridade competente, quando se verifique

Decreto-Lei n.º 466/99 de 6 de Novembro Orçamento de Estado, através do Ministério da Defesa

A concessão da pensão depende de requerimento do interessado ou de quem legalmente o represente, dirigido ao presidente do conselho de administração da

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Fevereiro.2007

DEF. F. ARMADAS Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços qualquer das circunstâncias referidas na alínea anterior; c) De deficientes das Forças Armadas portadores de incapacidade igual ou superior a 60%; d) De magistrado, oficial de justiça, autoridade ou agente de autoridade, elementos dos serviços e forças de segurança, pessoal do quadro e extraordinário dos serviços prisionais e dos serviços de reinserção social, quando tenha resultado de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho das suas funções; e) De médico, veterinário, farmacêutico, pessoal de enfermagem e sanitário, quando resulte de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho dos seus deveres profissionais, em caso de alteração da ordem ou no combate de quaisquer epidemias de moléstia infecciosa ou contagiosa contraída em serviço público de assistência sanitária, nos serviços de laboratórios oficiais de bacteriologia, nos postos públicos de desinfecção e nas estações de saúde ou lazaretos; f) De médico, engenheiro ou qualquer técnico, quando resulte de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho dos seus deveres profissionais, em caso de trabalhos com radiações ionizantes, de lesões ou moléstias contraídas, em serviços oficiais, devido a trabalhos com essas radiações ou desempenho de actividade profissional em contacto com matérias tóxicas; g) De funcionário ou agente integrado no Serviço Nacional de Protecção Civil, no Serviço Nacional de Bombeiros ou qualquer elemento pertencente a corpo de bombeiros, quando resultar de ferimentos ou acidentes ocorridos no desempenho da sua missão, bem como do pessoal da Direcção-Geral das Florestas ou seus trabalhadores eventuais, quando em resultado de acidentes na defesa da floresta contra incêndios; h) De funcionários ou agentes da administração central, regional ou local ou de outros serviços ou órgãos do Estado, quando resultar de ferimentos ou de acidentes ocorridos em missões enquadradas em acções de emergência ou de protecção civil. Origina ainda o direito à pensão de preço de sangue o falecimento ou a incapacidade absoluta e permanente para o trabalho de titulares de órgãos de soberania e de órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, de governadores civis e de presidentes de câmaras municipais ou de vereadores em regime de permanência, ocorrido no exercício e por causa das suas funções. A atribuição da pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País pressupõe que o beneficiário revele exemplar conduta moral e cívica e pode ter lugar quando se verifique: a) A prática, por cidadão português, militar ou civil, de feitos em teatro de

Caixa Geral de Aposentações, no qual se indiquem a residência, nome, número, posto, cargo e unidade ou corporação a que pertencia o falecido.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 150

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DEF. F. ARMADAS Programas /Medidas Missões e Objectivos Documentos Legais Mecanismos de

financiamento Modalidades de

prestação de serviços guerra, de actos de abnegação e coragem cívica ou de altos e assinalados serviços à Humanidade ou à Pátria; b) A prática, por qualquer cidadão, de acto humanitário ou de dedicação à causa pública de que resulte a incapacidade absoluta e permanente para o trabalho ou o falecimento do seu autor.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal”

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4. PLANOS COM PROGRAMAS E MEDIDIAS DIRECTAS E INDIRECTAS DIRIGIDAS

À POPULAÇÃO COM DEFICIÊNCIA Em Portugal encontram-se em curso um vasto conjunto de instrumentos – Planos – nas várias áreas sectoriais, os quais possuem medidas directas e indirectas para as pessoas com deficiências. Alguns dos Planos remetem para medidas de uma determinada área / sector, como por exemplo o emprego e/ou formação, outros possuem programas e medidas de vários sectores. Neste ponto, apresenta-se de forma sintética alguns dos instrumentos que estiveram disponíveis ou que actualmente estão em curso e que possuem o vasto conjunto de programas e medidas identificadas e descritas nos pontos 2 e 3 deste relatório.

Síntese dos Planos existentes em Portugal com programas e medidas dirigidas para as pessoas com deficiência

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

PNAI 2006-2008 Coordenação Nacional MTSS

a) Garantir o acesso de todos aos recursos, direitos e serviços sociais básicos, necessários à participação na sociedade, ao mesmo tempo que se encontram respostas para formas extremas de exclusão e se combatem todas as discriminações conducentes à exclusão. b) Garantir a inclusão social activa de todos, através da promoção da participação no mercado de trabalho e do combate à pobreza e à exclusão das pessoas e dos grupos mais marginalizados. c) Garantir que as políticas de inclusão social são bem coordenadas e contam com o envolvimento de todos os níveis do governo e agentes pertinentes (incluindo as pessoas que vivem na pobreza), que são eficientes e integradas em todas as políticas públicas relevantes, designadamente as políticas económicas e orçamentais, de educação e formação e os programas dos fundos

Prioridade 1- Combater a pobreza das crianças e dos idosos, através de medidas que assegurem os seus direitos básicos de cidadania Prioridade Prioridade 2- Corrigir as desvantagens na educação e formação/qualificação Prioridade Prioridade 3- Ultrapassar as discriminações, reforçando a integração das pessoas com deficiência e dos imigrantes

Rede de Serviços de informação e mediação para pessoas com deficiências - SIM-PD (MTSS)

− Criar, até 2007, uma Base de Dados com informação sobre legislação, recursos e serviços existentes dirigidos a pessoas com deficiências ou incapacidade.

− Criar e implementar nos 18 Distritos um Serviço de Informação e Mediação, até 2009.

− Assegurar o funcionamento de uma Unidade de Coordenação Nacional dos SIM-PD, até 2008.

Nova lei das acessibilidades (MTSS)

− Alargar normas técnicas sobre as acessibilidades aos edifícios habitacionais ao longo de um período de 8 anos na razão de 12,5% ano. (% de fogos adaptados por edifício)

− Incentivar o cumprimento dos normativos, através do reforço de normas sancionatórias.

Reduções Tarifárias para Pessoas com Deficiência (MTSS)

− Aumentar, até 2008, o nº de pessoas com deficiência e seus familiares abrangidos pelos Acordos Tarifários nos transportes ferroviários, nomeadamente: em 10% o nº de acompanhantes de pessoas com deficiência e em 5% o nº de pessoas com deficiência (face a 2005).

− Implementar, até 2008, o Acordo Tarifário "Dois por Um", na Rede Expressos.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 152

Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 153

Fevereiro.2007

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos

Metas globais do Plano

Metas por medida

estruturais (nomeadamente o FSE), e que têm em conta a perspectiva da igualdade entre homens e mulheres.

Inclusão digital nos transportes públicos (MOPTC)

− Construir, até 2008, uma Base de dados de transportes públicos da Região do Mondego, extensível às demais Regiões.

− Implementar na Região do Mondego, até 2008, o sistema multicanal, acessível, entre outros meios electrónicos, pela Internet , extensível às demais Regiões do País.

Produção do Livro Braille e Sonoro (MC)

− Disponibilizar anualmente títulos em Braille e audio-livros de colecções bibliográficas nacionais, até 2008.

Quadro de docência de educação especial (ME)

− Afectar aos agrupamentos de escolas professores especializados em Educação Especial, abrangendo 4 000 professores e 26 000 crianças e jovens, até 2008.

Programa de Língua Gestual Portuguesa (ME)

− Produzir programas LGP para o ensino básico e para o ensino secundário, até 2007.

− Garantir às crianças e jovens surdos o acesso à aprendizagem da língua gestual portuguesa nos estabelecimentos de educação/ensino públicos: educação pré-escolar; 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, até 2008.

Manuais escolares adaptados para pessoas com incapacidade / deficiência invisual (Braille, caracteres ampliados, falados,

− Produzir 11 682 manuais/ ano nos diversos formatos, até 2007.

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Fevereiro.2007

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

etc.) (ME) Programa de formação Profissional e Emprego de pessoas com deficiência (MTSS)

− Promover a integração de 45 864 pessoas com deficiência em acções de formação e integração profissional, até 2008.

Modelo Nacional de Intervenção Precoce (MTSS)

− Aprovar os diplomas legais, até 2007.

− Criar, até 2007, uma Base de dados nacional com informação sobre as crianças e atendimento em matéria de intervenção precoce.

− Aumentar, até 2008, em 15% o número de crianças (0 aos 3 anos) a atender no Sistema intervenção precoce, cobrindo cerca de 5 000 crianças

− Abranger 150 Concelhos com o Programa integrado de Intervenção Precoce, até 2008.

Novo Sistema de pensões e prestações familiares na eventualidade de deficiência (MTSS)

− Abranger no novo sistema de prestações na eventualidade de protecção na deficiência 140 000 pessoas, até 2009.

Sistema Descentralizado de Atribuição e Financiamento de Ajudas Técnicas e Tecnologias de Apoio (MTSS)

− Conceber o modelo novo, até 2007.

− Abranger 60 000 pessoas com Deficiências ou Incapacidade, até 2008.

Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) (MTSS)

Aumentar o n.º de lugares em equipamentos para pessoas com deficiência: 1850 em 2009

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Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida do Metas globais

Plano

PNAI 2003-2005 Coordenação Nacional MTSS

1. Promover a participação no emprego e o acesso de todos aos recursos, aos direitos, aos bens e serviços 1.1. Promover a participação no emprego

1.1. a) Favorecer o acesso a um emprego duradouro e de qualidade para todas as mulheres e todos os homens em condições de trabalhar

Promoção da Inserção Social e profissional das Pessoas com deficiência: Tipologia 1 – Apoios à integração no Mercado de Trabalho; Tipologia 2 – Acções de Carácter Estruturante/ Novas Oportunidades (Eixo 5. POEFDS Medida 5.2)

Abranger uma média anual de 7 540 pessoas com deficiência durante o período 2003-2005, procurando garantir o equilíbrio entre mulheres e homens (POEFDS/ IEFP)

− Reduzir o risco de pobreza3, que era de 21.0% em 1999, em 2 pontos percentuais até 2005;

− Reduzir fortemente a pobreza infantil até 2010;

− Até 2010, garantir que 25.0% dos desempregados de longa duração participem numa medida activa sob a forma de formação, reconversão, prática profissional ou outra medida de empregabilidade, com o objectivo de atingir a média dos três Estados- Membros mais avançados4;

− Atingir, até 2010, um nível médio de participação em acções de formação ao longo da vida de, pelo menos, 12.5% da população adulta em idade de trabalhar (25-64 anos);

− Reduzir para metade, até 2010, o número de jovens entre os 18 e os 24 anos que apenas

Revisão das medidas de emprego e formação profissional para pessoas com deficiência

Rever as medidas de emprego e formação profissional para pessoas com deficiência, até 2005 (SNRIPD)

1.1.b) Prevenir as rupturas profissionais desenvolvendo a capacidade de inserção profissional graças à gestão dos recursos humanos, à organização do trabalho e à formação ao longo da vida

1.2. Promover o acesso de todos aos recursos, aos direitos, aos bens e aos serviços

1.2. a) Organizar os sistemas de protecção social

3 Meta europeia: “reduzir significativamente, até 2010, o número de pessoas em risco de pobreza e exclusão social”, Conselho Europeu de Barcelona, Março 2002. 4 Meta europeia.

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Fevereiro.2007

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

dispõem de 9 ou menos anos de escolaridade e não participam em acções de formação complementares5;

− Fazer convergir as pensões mínimas com valores indexados ao salário mínimo nacional, até 2006;

− Criar e implementar um sistema de auditoria social às instituições de acolhimento de crianças em risco, pessoas com deficiência e idosos, tendo em vista qualificar o seu funcionamento;

− No âmbito da reorganização da rede de cuidados de saúde primários, garantir que cada cidadão tenha médico de família;

− Garantir a disponibilidade, até 2010, de estruturas de acolhimento para pelo menos 90.0% das crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade da escolaridade obrigatória e para pelo menos 33.0%

1.2.b) Criar políticas que tenham como objectivo o acesso de cada pessoa a uma habitação decente e salubre, bem como aos serviços essenciais necessários, atendendo ao contexto local e a uma existência normal nessa habitação (electricidade, água, aquecimento...)

1.2. c) Criar políticas que tenham por objectivo o acesso de todas as pessoas aos cuidados de saúde necessários, inclusivamente em caso de falta de autonomia

5 Meta europeia.

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Fevereiro.2007

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

1.2. d) Desenvolver, à atenção das pessoas em causa, prestações, serviços ou acções de acompanhamento que permitam um acesso efectivo à educação, à justiça e aos demais serviços públicos e privados, tais como a cultura, o desporto e os tempos livres

Livro Braille e Livro Sonoro Editar 450 livros entre 2003 e 2006, por forma a permitir que os cidadãos invisuais e ambliopes tenham acesso aos fundos bibliográficos da BN tal como têm os normovisuais (MC)

das crianças com menos de 3 anos6;

− Promover o desenvolvimento de 50 Planos Locais para as crianças e jovens em risco/perigo, em territórios com maior incidência desta problemática;

− Combater o abandono escolar precoce para atingir, até 2010, uma taxa média não superior a 10.0%7;

− Assegurar a contratualização para a inserção às pessoas identificadas pelos serviços de acção social como estando em situação de exclusão social e que reunam condições para assinarem um contrato de inserção social adequado à sua situação concreta.

2. Prevenir os riscos de exclusão

a) Explorar plenamente o potencial da sociedade do conhecimento e das novas tecnologias da informação e da comunicação e assegurar que ninguém seja delas excluído, dando, nomeadamente, uma atenção especial às necessidades das pessoas com deficiências.

Programa Nacional para a Inclusão dos Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade da Informação (UMIC/MinAdjPM) Serviço de Legendagem através do Sistema de Teletexto da RTP

Aumentar em 10% o número médio de horas com serviço de Legendagem (SNRIPD)

b) Criar políticas destinadas a evitar rupturas em condições de existência susceptíveis de conduzir a situações de exclusão, nomeadamente no que se refere aos casos de sobreendividamento, à exclusão escolar ou à perda de habitação

c) Desenvolver acções destinadas a preservar a solidariedade familiar sob todas as suas formas

6 Meta europeia, Conselho Europeu de Barcelona, Março 2002. 7 Meta europeia.

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Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

3. Actuar em favor dos mais vulneráveis

a)Favorecer a integração social das mulheres e dos homens susceptíveis de se confrontarem com situações de pobreza persistente, devido, nomeadamente à sua deficiência ou à sua pertença a um grupo social com dificuldades de inserção especiais, como as que afectam os imigrantes

Cultura e Lazer Aumentar em 10%/ ano, relativamente a 2002, o número de pessoas beneficiárias de actividades desportivas, recreativas e culturais a pessoas com deficiência e suas famílias (SNRIPD)

Reduções Tarifárias para pessoas com deficiência nos comboios de longo curso ou inter-cidades, excepto suburbanos: Acordo Dois por Um; Acordo de Descontos

Aumentar em 10% / ano o número de viagens nos comboios de longo curso e nos Inter-cidades de forma a garantir que a pessoa com deficiência tenha a possibilidade de viajar acompanhada Garantir às pessoas com 80% ou mais de incapacidades, a possibilidade de viajarem com acompanhante sem que o mesmo pague bilhete Garantir descontos às pessoas com 60% ou mais de incapacidades, desde que se encontrem em situação de risco de exclusão social, uma redução no custo do seu bilhete (SNRIPD)

Rede de Centros de Apoio à Deficiência

Responder às necessidades de informação, encaminhamento e acompanhamento das pessoas com deficiência, nas áreas da saúde, educação, Segurança social, emprego, habitação, transportes, tempos livres e outros sectores da Administração Pública e do tecido empresarial Apresentar, até 2003, o Modelo de Rede e em 2004/2005

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Fevereiro.2007

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

proceder à implementação da Rede 20 constituída nesta fase por Centros, um por por Distrito e Região Autónoma (SNRIPD)

Sistema de Atribuição e Financiamento de Ajudas Técnicas

Apresentar, em 2003, um Estudo do Modelo Integrado de Atribuição e Financiamento de Ajudas Técnicas (SNRIPD)

Plano Nacional para a Promoção da Acessibilidade

Apresentar, em 2003, uma proposta do Plano Nacional para a Promoção da Acessibilidade (SNRIPD)

Centros de Apoio às Pessoas com Deficiência

Criar 18 CAPD (1/distrito), distribuídos do seguinte modo: 5 CAPD até final 2003; 13 CAPD até final 2004 (ISSS)

Plano Nacional de Reabilitação Apresentar, em 2005, o Plano Nacional de Reabilitação e a Lei das ONG das Pessoas com Deficiência (SNRIPD)

b) Tender para a eliminação das situações de exclusão social que atingem as crianças, e dar-lhes todas as oportunidades de uma boa inserção social

c) Desenvolver acções globais a favor dos territórios confrontados com a exclusão

4. Mobilizar o conjunto dos intervenientes

a) Promover, de acordo com as práticas nacionais, a participação e a expressão das pessoas em situação de exclusão, nomeadamente

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 160

Fevereiro.2007

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

sobre a sua situação e sobre as políticas e acções desenvolvidas em sua intenção b) Assegurar a integração da luta contra as exclusões no conjunto das políticas c) Promover o diálogo e a parceria entre todos os intervenientes públicos e privados em causa

Plano de Acção para a Integração das pessoas c/ deficiências ou incapacidades - PAIPDI

2006-2009 1) Promover os direitos humanos e o exercício da cidadania 2) Integrar as questões da deficiência e da incapacidade nas políticas sociais 3) Acessibilidade a serviços, equipamentos e produtos 4) Qualificar, formar e empregar pessoas com deficiências ou incapacidade; 5) Qualificar os recursos humanos /formar os profissionais

Eixo 1: Acessibilidade e informação

Estratégia nº11: promover o acesso universal ao meio físico, ao edificado e aos transportes

- Elaborar um guião técnico de divulgação de largo espectro, na área das acessibilidades em edifícios habitacionais em situação de reabilitação urbana. - Uniformizar e Generalizar a aplicação do símbolo internacional de acessibilidades em equipamentos de transportes - Promover uma campanha dirigida aos operadores de transportes sobre a utilização de conceitos inovadores e não discriminatórios relativos às pessoas com necessidades especiais - Realizar um programa de informação dirigido às câmaras municipais sobre as normas técnicas de acessibilidade no meio edificado público, habitacional e via pública. - Adoptar normas que definam o acesso por parte das pessoas c/ mobilidade condicionada aos espaços e recintos desportivos

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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- Criar progressivamente serviços de apoio a passageiros com necessidades especiais nas infra-estruturas dos meios de transporte públicos. - Implementar protocolos com transportadoras visando reduções tarifárias a pessoas com deficiência. - Definir modelos de sinalética e de informação e bilhética a implementar nas estações de metro, ferroviárias e fluviais, de modo que se constitua um sistema de informação unificado e orientador para os utilizadores. Instrumentos: - Promover o aumento de 14% na quota de autocarros da Carris e da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, S. A. (STCP), totalmente acessíveis nos transportes terrestres e da sua afectação a carreiras específicas em função da procura de passageiros com necessidades especiais.

Estratégia nº 12: Promover o acesso à comunicação e à informação

- Garantir, em articulação com a UMIC, a aplicação das regras da acessibilidade às páginas web, sobretudo nos portais da Administração Pública. Ministérios responsáveis - Criar uma comissão braille com vista a promover o reconhecimento e a validação do material signográfico codificável (braille) e as suas diversas aplicações gráficas. - Criar uma comissão de língua

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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gestual, com vista a promover o reconhecimento e o bom funcionamento da língua gestual portuguesa - Criar uma comissão de língua gestual, com vista a promover o reconhecimento e o bom funcionamento da língua gestual portuguesa. - Desenvolver e aperfeiçoar a língua gestual no serviço público de televisão. Ministérios responsáveis - Aumentar o leque de emissões televisivas susceptíveis de acompanhamento pelas pessoas com deficiências através da legendagem automática, mediante sensibilização dos operadores nacionais para a celebração de protocolos neste domínio

Estratégia nº 13: Promover mais cultura, mais desporto e melhor lazer

- Certificar os equipamentos turísticos acessíveis como forma de promover a sua qualificação. Ministérios responsáveis - Integrar, nos enquadramentos legislativos e programáticos relativos ao desporto, de normas específicas relativas às pessoas com deficiências ou incapacidade que impeçam a discriminação, quer no acesso à prática do desporto em geral quer no que respeita ao desporto de alta competição. - Desenvolver o novo modelo de promoção e apoio ao desporto e actividades físicas para as pessoas com

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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deficiências ou incapacidade, que contemple o recurso a ajudas técnicas e materiais de compensação, de acordo com as suas necessidades específicas - Conceber e implementar um novo modelo de promoção e apoio à preparação e participação de atletas nos Jogos Paralímpicos de Pequim - Consolidar e desenvolver progressivamente o Projecto Praia Acessível—Praia para Todos, de forma a promover condições de acessibilidade às praias marítimas e fluviais de todo o território. - Realizar o levantamento e publicitar as estruturas e equipamentos da área do turismo que são acessíveis.

Estratégia n.º14: Promover uma sociedade mais tolerante para a deficiência

- Desenvolver campanhas nacionais a favor da não discriminação das pessoas com deficiências ou incapacidade. - Consolidar e desenvolver o projecto «Escola alerta!» para a sensibilização dos alunos dos ensinos básico e secundário. - Investir na formação dos agentes da comunicação social, promovendo a realização de acções específicas para o efeito, nomeadamente através do CENJOR. - Desenvolver um programa de divulgação/

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Objectivos e Sub-objectivos

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Estratégicos/ Prioridades

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informação sobre o Plano Nacional de Promoção das Acessibilidades - Qualificar o programa televisivo Consigo. - Criar um prémio de jornalismo no âmbito da deficiência e incapacidade, a atribuir anualmente, distinguindo a responsabilidade social dos media.

Eixo nº 2 : Educação, qualificação e promoção da inclusão laboral

Estratégia 2.1. Educação para todos

- Compatibilizar e unificar a atribuição de ajudas técnicas para alunos no âmbito das estruturas educativas com o sistema supletivo de atribuição e financiamento de ajudas técnicas - Elaborar e divulgar um manual de acolhimento sobre os apoios existentes nas instituições de ensino superior para estudantes com deficiências ou incapacidade, incluindo um código de boas práticas -Elaborar um novo enquadramento legislativo que contemple o regime de apoio aos alunos com NEE de carácter permanente, através da revisão do Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de Agosto, e de outros diplomas afins. - Alargar unidades especializadas em escolas de referência para apoio a alunos com multideficiência e espectro do autismo. -Consolidar e desenvolver o modelo de centros de recursos no processo de reconversão das

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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instituições de educação especial: implementação de 25 centros de recursos para as necessidades especiais de educação em agrupamentos de referência. - Aumentar a oferta de manuais escolares e de livros de leitura extensiva em formato digital para alunos cegos e com baixa visão. -Consagrar legal/ um regime de apoio adequado aos alunos com necessidades especiais que frequentam o ensino superior público e privado. - Elaborar um programa de língua gestual portuguesa.

Estratégia n.º 2.2, «Qualificação e emprego Linha de acção n.º 2.2.1, «Intervenção em programas que incidem no desenvolvimento pessoal e profissional»: Medidas de prevenção:

- Generalizar e melhorar o programa e as metodologias de avaliação/orientação vocacional. - Implementar uma metodologia de organização de curricula para as pessoas com deficiência sem condições de aceder a profissões completas. - Desenvolver acções de formação à distância em empreendedorismo para pessoas com deficiência, com recurso às tecnologias de informação e comunicação no sentido de estimular a sua iniciativa empresarial. - Criar condições de acessibilidade aos cursos e acções destinados à população em geral que são desenvolvidos por centros de gestão directa ou participada, centros de formação de empresas ou da

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

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responsabilidade do ME, em parceria com os centros de recursos especializados credenciados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, I. -Desenvolver uma metodologia que visa certificar as competências das pessoas com deficiências no âmbito do Sistema Nacional de Certificação Profissional - Criar 6 centros de reconhecimento, validação e certificação de competências, dando cobertura específica a determinadas deficiências e criando metodologias adaptadas. - Organizar o apoio à acessibilidade a percursos de formação contínua ao longo da vida de activos com deficiência, para a actualização de competências através do apoio dos centros de recurso locais e especializados. - Realizar a avaliação do programa de transição da escola para a vida activa em articulação com o ME - Desenvolver um programa de intervenção a nível da readaptação ao trabalho em 10 Centros de reabilitação profissional a nível nacional

Linha de acção n.º 2.2.2 Intervenção nos programas que incidem na integração no mercado de

- Reforçar o sistema de apoio à criação do próprio emprego pelas pessoas com deficiência - Estabelecer protocolos com as grandes empresas nacionais,

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

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trabalho e garantia dos direitos e das condições de trabalho dos trabalhadores c/ deficiência ou doença crónica e dos trabalhadores c/ capacidade de trabalho reduzida

definindo a sua participação ao nível da contratação de pessoas com deficiências ou incapacidade, no âmbito da responsabilidade social das empresas. - Criar pequenas empresas constituídas por várias pessoas com deficiência associadas entre si ou com outras pessoas ou entidades, podendo o apoio a conceder ser multiplicado pelo número de pessoas com deficiência. - Desenvolver formação complementar em empreendedorismo, visando a aquisição de competências e conhecimentos na área da iniciativa empresarial. - Alargar o âmbito da aplicação dos apoios à contratação a todas as medidas activas de emprego. - Generalizar os apoios ao emprego a todas as medidas activas de emprego, permitindo que as pessoas c/ deficiência possam ter acesso, e.g.,. a medida dos estágios profissionais. - Acumular os apoios ao emprego entre si, bem como a acumulação com quaisquer outros apoios. - Redefinir a regulamentação do programa de emprego protegido e respectivos apoios técnicos e financeiros. - Implementar uma nova metodologia de avaliação da capacidade produtiva, que incentive a transição para o

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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mercado de trabalho, articulando-a com o novo Programa de Postos de Trabalho Apoiado em Mercado de Trabalho, bem como, sempre que se justifique, com o Programa de Apoio à Colocação e Acompanhamento Pós-Colocação. - Regulamentar o Programa de Apoio à Colocação e Acompanhamento Pós-Colocação. - Regulamentar os direitos e as condições de trabalho dos trabalhadores com deficiência ou doença crónica e dos trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida.

Estratégia n.º2.3. Informar e formar profissionais

- Desenvolver acções de formação para os técnicos dos centros de emprego afectos à área da reabilitação profissional, dotando-os de competências e conhecimentos nesta área. – Qualificar profissionais que irão desempenhar funções de atendimento e acompanhamento social nos CDSS - Desenvolver acções de formação para os técnicos e dirigentes das entidades de reabilitação pofissional e dos formadores que realizem acções de formação no âmbito da reabilitação profissional. - Criar o enquadramento legislativo para a regularização da formação de técnicos em reeducação pelo

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

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cavalo/hipoterapia. - Implementar uma bolsa de intérpretes de língua gestual portuguesa (LGP), possibilitando às pessoas surdas o acesso aos serviços de formação e emprego e disponibilizando intérpretes qualificados às entidades e organizações.

Eixo n.º 3, «Habilitar e assegurar condições de vida dignas

Estratégia n.º 3.1, «Protecção e solidariedade social»: Linha de acção nº. 3.1.1, «Desenvolver medidas e acções específicas que favoreçam a qualidade de vida das pessoas com deficiências ou incapacidade e das suas famílias no acesso aos direitos, aos recursos, aos bens e aos serviços»

- Criar e implementar nos CDSS a figura do técnico de referência, devidamente qualificado, e como entidade mediadora, que apoie as pessoas com deficiências ou incapacidade e suas famílias e dinamize o desenvolvimento e a implementação de um plano individualizado. -Criar um serviço de atendimento para pessoas com deficiência nos 18 CDSS - Alargar a rede de serviços de informação e mediação para as pessoas com deficiências e incapacidade e suas famílias, no âmbito da Autarquias | Gabinetes Autárquicos (SIM-PD), através da celebração de acordos de parceria entre o MTSS e as autarquias. - Criar um balcão único nas estruturas físicas de atendimento do IEFP. - Rever o actual regime jurídico da interdição e inabilitação, mediante aprovação e implementação de um novo regime de representação

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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legal e matérias conexas de maiores e menores em situação de incapacidade que salvaguarde os seus legítimos interesses bem como os seus direitos e liberdades.

Linha de acção n.º 3.1.2, «Reformulação e modernização do modelo de protecção social para a deficiência e incapacidade tendo em vista uma melhor racionalização na gestão e eficácia do sistema»:

- Rever o actual sistema das prestações familiares na eventualidade de deficiência e elaboração de novo regime jurídico. - Avaliar o desenvolvimento da intervenção precoce e da aplicação do despacho conjunto n.º 891/99, de 19 de Outubro, que aprovou as orientações reguladoras da intervenção precoce para crianças com deficiência ou em risco de atraso grave do desenvolvi/ e suas famílias. - Aperfeiçoar e consolidar o modelo de intervenção precoce, procedendo a alterações e a reajustamentos do actual modelo de acordo com os produtos da avaliação e de modo a reforçar a sua qualidade e adequação às necessidades. - Rever o sistema supletivo de financiamento, prescrição e atribuição de ajudas técnicas e concepção de um novo sistema integrado. -Aplicar o novo modelo de financiamento, prescrição e atribuição de ajudas técnicas.

Linha de acção n.º 3.1.3, «Reforço da qualidade e

-Regulamentar o funcionamento dos CAO – Regulamentar o

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Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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capacidade da rede de equipamentos sociais para pessoas com deficiência, priorizando modalidades de apoio que promovam a sua permanência em meio natural de vida

funcionamento de lares residenciais e residências autónomas. - Regulamentar o Decreto-Lei n.o 18/89, de 11 de Janeiro, sobre actividades ocupacionais, de forma a compatibilizar o regime por ele consagrado, com a transição para a vida activa dos jovens com graves deficiências ou incapacidade e reconhecendo as tarefas de utilidade social. - Implementar faseada/ 20 residências autónomas, estabelecendo a sua prioridade em função das necessidades detectadas. - Aumentar a capacidade em 15% dos lares residenciais para pessoas com deficiências. - Aumentar a capacidade de 30% do serviço de apoio domiciliário (SAD) a pessoas c/ deficiências ou incapacidade, tendo em vista o incremento e qualificação da resposta, como forma de desincentivar a institucionalização. - Aumentar a capacidade de 10% dos CAO para pessoas com deficiência.

Linha de acção n.º 3.1.4, «Promover, como complemento do sistema de protecção social, a conciliação de medidas de diferenciação positiva

- Criar uma nova tabela nacional de incapacidades, em conformidade com a CIF/OMS, bem como definir um sistema de avaliação uniformizado e coerente do estatuto funcional da pessoa e das suas incapacidades e limitações

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Objectivos e Sub-objectivos

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Estratégicos/ Prioridades

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no âmbito das políticas da Administração Pública»:

- Continuar a revisão dos sistemas de seguros para a área da deficiência ou incapacidades - Realizar uma avaliação do decreto-lei n.º 103-A/90, 22 Março, referente à isenção do imposto automóvel - Comparticipar obras de adaptação de fogos para a eliminação de barreiras arquitectónicas até ao limite de 3000 por fogo. - Acréscimo de 20% da bonificação nas iniciativas de promoção de habitação a custos controlados - Acréscimo de 10% da taxa de comparticipação nas obras de reabilitação apoiadas pelo INH.

Estratégia n.º 3.2, «Imprimir melhor qualidade e mais inovação no sistema de reabilitação»:

- Aprovar a lei quadro das ONGPD -Desenvolver um projecto de serviços de consultoria para o apoio à gestão das ONGPD

Plano Nacional de Promoção das Acessibilidades

2006-2015 Fase I – 2006-2010; Fase II – 2011-2015

Constitui um instrumento estruturante das medidas que visam a melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos e, em especial, a realização dos direitos de cidadania das pessoas com necessidades especiais. Pretende estabelecer as bases para uma politica integrada e coordenada de promoção da acessibilidade em

Linha 1 – Sensibilizar, informar e formar;

- Sensibilizar a sociedade para o facto de a promoção da acessibilidade ser um benefício para todos, e que portanto dever ser valorizada e exigida pelos cidadãos como um direito básico e um critério de qualidade. - Sensibilizar a sociedade para o facto de a promoção da acessibilidade ser uma responsabilidade que cabe a todos: Estado, autarquias, organizações não governamentais, entidades empregadoras, e

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Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

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Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

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Portugal durante o período de 2006 a 2015. Pretende promover a acessibilidade de todos nas vertentes do meio urbano, das edificações e dos transportes e integra também algumas acções relacionadas com a acessibilidade à informação e à comunicação.

cidadãos em geral. - Informar os diversos intervenientes nos sectores do urbanismo, da construção e dos transportes para a vantagem, importância e a obrigação de assegurar condições de acessibilidade. - Informar as pessoas com necessidades especiais e as organizações não governamentais sobre os direitos previstos na legislação e as formas de os promover. - Formar sobre o tema da acessibilidade os diversos técnicos intervenientes nos sectores do urbanismo, da construção, dos transportes, da saúde e da segurança social.

Linha 2 – Assegurar a acessibilidade no espaço público e no meio edificado;

Espaço público - Garantir que no espaço público do meio urbano existe uma rede de percursos acessíveis que interligue todos os principais equipamentos e serviços urbanos. - Assegurar que os espaços públicos construídos de novo ou que sejam objecto de intervenções de remodelação sejam totalmente acessíveis. - Disponibilizar apoio à realização de intervenções nos espaços públicos cujas características específicas impedem a realização de soluções convencionais (ex., centros históricos).

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Objectivos e Sub-objectivos

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Estratégicos/ Prioridades

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Edifícios públicos e edifícios que recebem público - Garantir a acessibilidade aos edifícios públicos e aos edifícios que recebem público. - Dotar os edifícios com atendimento de público de sistemas de informação adequados a todos os utentes (ex., informação sonora e visual). - Dotar os edifícios públicos e que recebem público de sistemas de segurança adequados a todos os utentes (ex., sistema de alarme, visual e sonoro).

Habitação - Garantir um nível mínimo de acessibilidade em todos os novos edifícios habitacionais e fogos, que permita o acesso e a visita de pessoas com necessidades especiais, e a habitabilidade após a realização de alterações de carácter não estrutural. - Apoiar a adaptação de habitações e edifícios existentes cujos moradores tenham necessidades especiais de acessibilidade.

Locais de trabalho - Garantir um nível mínimo de acessibilidade nos novos edifícios de serviços e comércio. - Assegurar a integração das pessoas com necessidades especiais nos seus postos de

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Objectivos e Sub-objectivos

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Estratégicos/ Prioridades

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trabalho.

Acesso à informação e aos serviços electrónicos - Garantir a acessibilidade às interfaces de mobiliário urbano electrónico, nomeadamente ATMs e Telefones Públicos. - Garantir a existência de formatos alternativos, acessíveis, de informação utilizada por pessoas com necessidades especiais utilizados em Orientação e Mobilidade. - Incentivar o acesso à informação sobre produtos e serviços disponibilizados em estabelecimentos de atendimento ao público, e garantia de acesso aos meios de pagamento.

Linha 3 – Promover a acessibilidade nos transportes

Transporte individual em veículo adaptado - Reavaliar o esquema de incentivos fiscais aplicáveis à aquisição e transformação de veículos destinados ao transporte de passageiros com necessidades especiais. - Avaliar a atribuição de incentivos/comparticipações destinados a custear despesas inerentes à propriedade do veículo, como sejam, manutenção, portagens e seguros, em casos especiais devidamente fundamentados. - Proporcionar condições de estacionamento, mesmo em

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Objectivos e Sub-objectivos

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locais onde o estacionamento é restrito, atribuindo, sempre que necessário e possível, lugares reservados devidamente assinalados. - Facilitar às pessoas com deficiência a atribuição de dísticos de estacionamento, de acordo com o modelo aprovado pela União Europeia e pelo Conselho de Ministros, contendo o símbolo internacional de com deficiência motora e o nome do seu titular, contemplando nas facilidades concedidas aos cidadãos nacionais os cidadãos dos Estados Membros ou Associados, nas mesmas condições que os seus Estados de origem lhes proporcionam.

Transporte em metropolitano (Metropolitano de Lisboa) - Concluir as intervenções nas estações, de modo a conferir a toda a rede condições de boa acessibilidade a pessoas com necessidades especiais, inventariando aquelas que devem ser realizadas nas catorze estações da rede actual e não se encontram programadas. - Melhorar os sistemas de informação ao passageiro, completando a sinalética já existente e a informação sonora e textual que já hoje é facultada nas estações e nas composições, identificando a possibilidade e vantagem da introdução das

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novas tecnologias da informação electrónica. - Incluir nos planos de segurança da exploração, planos específicos de evacuação das instalações em caso de emergência que tenham em conta a utilização segura por parte das pessoas com deficiência, face às dificuldades de rápida locomoção, sem assistência, destas pessoas.

Transporte ferroviário - Concluir os estudos de adaptação das instalações fixas (estações e apeadeiros) existentes e não incluídas no processo de modernização em curso, sem definição temporal de intervenção, de modo a tornar toda a rede acessível às pessoas com necessidades especiais. - Intervir nos acessos ao interior das instalações e na circulação interna, proporcionando equipamentos acessíveis (balcões de atendimento e máquinas distribuidoras de bilhetes) e instalações sanitárias adaptadas à utilização pelas pessoas com deficiência motora. - Melhorar a sinalética de indicação e a informação sonora e textual já hoje disponibilizada nas estações e apeadeiros da rede suburbana, estendendo-a a outros itinerários segundo critérios de procura, avaliando as vantagens da introdução das novas tecnologias de informação

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electrónica. - Aplicar em todo o material circulante a transformar, ou na aquisição de novas composições.

Transporte em autocarro - Substituir progressivamente as frotas de autocarros, com especial prioridade para as que operam em meio urbano, de modo a que a totalidade dos seus veículos seja de piso rebaixado e adaptados ao transporte de pessoas em cadeira de rodas. - Desenvolver e implementar os projectos de informação de texto, sonora e electrónica sobre a oferta de serviços acessíveis. - Fomentar a elaboração pelas autarquias ou outras entidades com responsabilidade na concepção e gestão do espaço público, através de adequados incentivos financeiros, de planos de supressão de barreiras no acesso às paragens, tendo em vista proporcionar boas condições às pessoas com necessidades especiais. - Implementar boas condições de aproximação e de acesso às paragens de autocarro, generalizando a oferta de serviços acessíveis.

Transporte especial - Promover a criação em novos moldes, ao nível das autarquias de Lisboa, Porto e Coimbra e

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outras, cuja dimensão venha a justificar, de serviços de transporte especial porta a porta para pessoas com deficiência mais severa e que não podem utilizar os transportes públicos colectivos regulares, mesmo que completamente acessíveis.

Transporte em táxi - Promover o desenvolvimento de serviços especiais de transporte em táxis adaptados, com cobertura territorial alargada, através de um regime de incentivos financeiros que tornem atractiva a aquisição e manutenção de viaturas adaptadas ao transporte, sem pré-marcação, de pessoas com deficiência motora, quer em exclusividade e em regime tarifário comparticipado ao passageiro, quer funcionando em regime de exploração aberta, podendo ser utilizados por pessoas com deficiência ou pelo público em geral, em regime tarifário não comparticipado.

Transporte fluvial - Promover a adaptação dos barcos mais antigos, “cacilheiros”, ao transporte de pessoas com necessidades especiais, equiparando este modo de transporte, para efeitos de atribuição de incentivos e comparticipações do Estado, dada a sua função essencial no

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contexto das ligações suburbanas da Grande Lisboa, ao transporte em autocarro. - Introduzir os sistemas e equipamentos necessários nos barcos “catamaran” que não se encontram ainda totalmente equipados para o transporte, em segurança, de pessoas com necessidades especiais. - Desenvolver e implementar projectos integrados de informação de texto, sonora e electrónica sobre a oferta de serviços acessíveis, quer nas gares de embarque, quer nas embarcações em serviço.

Transporte aéreo - Adaptar as instalações aeroportuárias, dotando-as de boas condições de acesso e de utilização por pessoas com necessidades especiais, incluindo o acesso directo ou a obrigatoriedade de utilização de meios mecânicos que evitem o transporte a pulso pelas escadas para acesso às aeronaves. - Disponibilizar e garantir a permanente operacionalidade de equipamentos mecânicos de elevação de pessoas com necessidades especiais, nos casos em que as instalações não ofereçam acesso directo e sem barreiras às aeronaves.

Linha 4 – Apoiar a investigação e a cooperação internacional

- Desenvolver a investigação sobre a acessibilidade nos domínios da Arquitectura,

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Urbanismo, Direito, Economia, Engenharia e Ciências Sociais, nomeadamente em matéria de soluções técnicas e casos de sucesso, estratégias e metodologias de trabalho, levantamento da situação existente e compreensão das barreiras à promoção da acessibilidade, impacto social e económico da falta de acessibilidade e acesso à informação, a serviços e a conteúdos culturais e pedagógicos. - Desenvolver a nível internacional o intercâmbio de experiências, casos de sucesso e boas práticas nos domínios acima referidos.

Linha 5 – Fomentar a participação

- Criar parcerias locais estáveis que envolvam organizações não governamentais representativas das pessoas com necessidades especiais. - Enquadrar, valorizar e estimular o contributo crítico de cidadãos e instituições na sinalização de barreiras e na planificação de soluções.

Linha 6 – Assegurar a aplicação, o controlo e a coordenação

- Assegurar que as entidades licenciadoras, da administração central e local, verificam o cumprimento da legislação na fase de licenciamento, fiscalizam a construção das obras, e aplicam as coimas previstas na

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Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

lei nos casos de incumprimento. - Assegurar a aplicação rigorosa de critérios de excepção às normas de acessibilidade, nomeadamente nos espaços públicos e meio edificado cujas características específicas possam impedir a realização de soluções convencionais. - Condicionar a atribuição de financiamentos do Estado, para efeitos da promoção da acessibilidade por parte de pessoas com necessidades especiais, à existência de Programas Municipais de Promoção da Acessibilidade.

Fundo de Apoio à Investigação para a Reabilitação das Pessoas com deficiência (FAIRPD)

Criado por decisão do Conselho de Ministros de 26 de Janeiro de 2006

A gestão do Fundo é atribuída ao Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência (SNRIPD), uma vez que é esta a entidade competente para o planeamento, coordenação, desenvolvimento e execução da política nacional de prevenção, habilitação, reabilitação e participação das pessoas com deficiência.

Com este Decreto-Lei, aprovado na generalidade, pretende-se assegurar os instrumentos que permitam à comunidade científica desenvolver iniciativas de investigação e desenvolvimento tecnológico em diversas áreas ligadas à prevenção, habilitação, reabilitação e participação das pessoas com deficiência.

As receitas a consignar ao FAIRPD podem ter uma natureza pública ou privada, isto é, podem ser constituídas por financiamentos de natureza pública ou

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 183

Fevereiro.2007

Plano Vigência do Plano

Entidade responsável

Objectivos e Sub-objectivos

Directrizes/ Linhas de Acção/ Eixos

Estratégicos/ Prioridades

Programas / Medidas / Projectos Metas por medida Metas globais do

Plano

através de receitas cobradas por imposição legal, mas também por legados, doações e subsídios de iniciativa privada.

O Fundo de Apoio à Reabilitação das Pessoas com Deficiência (FAIRPD) visa proceder à concentração de recursos financeiros, destinados ao progresso científico nas mais diversas áreas ligadas à área da deficiência, visando colocar a ciência ao serviço das necessidades fundamentais dos cidadãos com deficiência, promovendo a satisfação dos seus interesses económicos, sociais e culturais.

As atribuições deste Fundo cobrem diversos sectores ligados às políticas de investigação para a promoção da integração, habilitação, reabilitação e participação das pessoas com deficiência, designadamente a saúde, a protecção social e a educação.

5. BIBLIOGRAFIA CAPUCHA, L; CABRITA, M.; SALVADO, A.; ÁLVARES, M.; PAULINO, A.L.; SANTOS, S.;

MENDES, R. (2004). Os Impactos do Fundo Social Europeu na Reabilitação Profissional de

Pessoas com Deficiência em Portugal. Vila Nova de Gaia: Centro de Reabilitação Profissional

de Gaia.

CHICHORRO, A. M. (coord.) et al. (2006). Respostas sociais – Nomenclaturas/conceitos.

Lisboa: Direcção-Geral da Segurança Social, da Família e da Criança.

CONSELHO DA EUROPA (1994). Uma política coerente para a reabilitação das pessoas com

deficiência. Caderno SNR nº. 1. Lisboa: SNRIPD.

CONSELHO DE MINISTROS (2003). Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2003-2005.

CONSELHO DE MINISTROS (2005a). Estratégia de Lisboa – Programa Nacional de Acção

para o Crescimento e o Emprego 2005-2008.

CONSELHO DE MINISTROS (2005b). Programa de Estabilidade e Crescimento 2005-2009.

Deco Proteste (2005). Guia Fiscal – Suplemento da edição nº 72 Novembro/Dezembro In Dinheiro & Direitos. Deco Proteste, Editores, Lda. Diário da República, consultado em www.dre.pt Direcção-Geral da Saúde – Direcção de Serviço do Planeamento (2003). Rede de Referenciação Hospitalar de Medicina Física e de Reabilitação. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde. I Plano de Acção para a Integração das Pessoas com Deficiências ou Incapacidades (PAIPDI) – documento de apresentação. ISS (2003). Guia de Recursos para o Desenvolvimento Social. Lisboa: ISS.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2004a). Caracterização dos Estabelecimentos de Educação

Especial – Um estudo aprofundado. ME/DGIDC.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2004b). Projectos de Parceria Desenvolvidos e Financiados ao

Abrigo das Alíneas b) e c) do nº1 da Portaria 1102/97 – Um estudo aprofundado. ME/DGIDC.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (2004c). Projectos Desenvolvidos e Financiados ao Abrigo do nº

11 da Portaria 1103/97 – Um estudo aprofundado. ME/DGIDC.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 184

Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 185

Fevereiro.2007

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE. Plano Nacional de Emprego 2005-

2009.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE. Plano Nacional de Emprego 2005-

2009.

SNRIPD (2003). Cultura, Desporto e Lazer – Benefícios para as pessoas com deficiência.

Folhetos SNR nº. 15. Lisboa: SNRIPD.

SNRIPD (2004). Saúde – Benefícios para as pessoas com deficiência. Folhetos SNR nº. 17.

Lisboa: SNRIPD.

SNRIPD (2005a). Colectânea de Legislação (CD-ROM).

SNRIPD (2005b). Protecção Social – Benefícios para as pessoas com deficiência. Folhetos

SNR nº. 16. Lisboa: SNRIPD.

Sites consultados: www.e-financas.gov.pt www.min-edu.pt www.pcm.pt www.iefp.pt www.mtss.gov.pt www.snripd.pt http://www.dgci.min-financas.pt www.ine.pt www.Lerparaver.com www.seg-social.pt

ANEXOS

Anexo 1 O Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais apresentado em Março de 2006 propõe as seguintes metas, tendo em conta o panorama actual:

Cobertura total actual em Território Nacional

Creches e Amas 23,5%Centros de Actividades Ocupacionais 16,5%Lares de Idosos 8,2%

Metas 2006-2009

Respostas Metas

Creches + 50%Centros de Actividades Ocupacionais (CAO) + 10%Lares Residenciais + 17,5%Serviços de Apoio Domiciliário a Pessoas com Deficiência + 30%Centros de Dia + 10%Lares de Idosos + 10%Serviços de Apoio Domiciliário a Idosos + 10%

Está previsto um alargamento na rede não lucrativa correspondente a 39.500 novos lugares, com a seguinte distribuição:

Áreas Rede Solidária Nº de lugares a criar

Infância e Juventude 25 400Pessoas com Deficiência 1 180Idosos 12 920 O programa considerará elegíveis as despesas com:

• Obras de construção de raiz, ampliação e remodelação;

• Aquisição de imóvel ou fracção;

• Equipamento móvel.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 186

Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 187

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Na rede privada está previsto um alargamento correspondente 6 200 novos lugares com a seguinte distribuição:

Áreas Rede privada Nº de lugares a criar

Infância e Juventude 5 750Idosos 450 Serão elegíveis as despesas com:

• Obras de construção de raiz, ampliação e remodelação;

• Aquisição de imóvel ou fracção.

Anexo 2 Plano Nacional de Promoção das Acessibilidades apresenta linhas, medidas e acções a desenvolver nos dois períodos: 2006-2010 e 2011-2015. Apresentam-se, de seguida, as acções de forma mais pormenorizada:

Período de 2006 a 2010 Para o período de 2006 a 2010 definem-se 6 linhas de intervenção:

Linha 1 – Sensibilizar, informar e formar; Linha 2 – Assegurar a acessibilidade no espaço público e no meio

edificado; Linha 3 – Promover a acessibilidade nos transportes; Linha 4 – Apoiar a investigação e a cooperação internacional; Linha 5 – Fomentar a participação; Linha 6 – Assegurar a aplicação, o controlo e a coordenação.

Cada uma das linhas de intervenção divide-se em medidas e acções que são descritas, pormenorizadamente, em seguida. LINHA 1 SENSIBILIZAR, INFORMAR E FORMAR

Medida 1.1 Sensibilização Acção 1.1.a) Acções de sensibilização Realizar acções de sensibilização utilizando os meios adequados

a cada fim e dirigidas:

à população, promovendo a ideia de que a acessibilidade é um direito e um benefício para todos e de que as adequadas condições só podem ser alcançados com o contributo de todos;

às pessoas com necessidades especiais e às organizações não governamentais representativas, no domínio dos seus direitos e das formas de participação activa;

aos decisores de organismos intervenientes no meio edificado, no meio urbano e nos transportes, tornando claras as suas obrigações e justificando porque é a promoção da acessibilidade uma prioridade;

ao pessoal técnico dos organismos intervenientes no meio edificado e urbano, nos transportes, e na saúde e segurança social;

aos proprietários privados e promotores imobiliários, evidenciando as mais valias que decorrem da garantia de condições de acessibilidade.

Responsável: SNRIPD

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 188

Fevereiro.2007

Outros intervenientes: Secretaria de Estado dos Transportes, Governos Civis, Autarquias ou suas estruturas representativas, Associações e Ordens Profissionais, ONGPD

Datas: início: Janeiro de 2006. Duração: Em contínuo

Acção 1.1.b) Prémio de acessibilidade Instituir um prémio a atribuir periodicamente aos edifícios

públicos, aos edifícios privados, aos espaços públicos e aos sistemas de transportes que se destaquem positivamente pelo nível de acessibilidade alcançado e pela inovação das soluções adoptadas.

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Secretaria de Estado dos Transportes, Governos Civis, Autarquias ou suas

estruturas representativas, Associações e Ordens Profissionais, ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; anual e em contínuo

Acção 1.1.c) Escola alerta Implementar o Programa Escola Alerta dirigido às Escolas do

Ensino Básico e Secundário, tendo em vista a sensibilização dos alunos relativamente às barreiras físicas, de transporte, de comunicação e sociais com que se confrontam as pessoas com deficiência.

A participação dos alunos far-se-á através de trabalhos submetidos a concurso distrital e nacional.

Responsável: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (SNRIPD), Ministério da Educação Outros intervenientes Governos Civis, Autarquias ou suas estruturas representativas, ONGPD Datas: início: Já em curso; anual e em contínuo

Medida 1.2 Informação Acção 1.2.a) Divulgação de informação Disponibilizar em folhetos, brochuras, publicações e num sítio na

Internet, acessíveis a pessoas com necessidades especiais, a seguinte informação:

normas técnicas e outra regulamentação sobre a acessibilidade;

linhas de financiamento que apoiem a realização de intervenções de promoção da acessibilidade;

exemplos de boas práticas de acessibilidade no meio edificado, no meio urbano, e nos transportes;

lista das entidades e empresas cujas instalações asseguram adequadas condições de acessibilidade;

condições de acessibilidade em museus, unidades hoteleiras, restauração e transportes;

iniciativas e outras notícias relevantes em matéria de promoção da acessibilidade.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 189

Fevereiro.2007

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Secretaria de Estado dos Transportes, Governos Civis, Autarquias ou suas

estruturas representativas, Associações e Ordens Profissionais, Instituto Português de Museus, IPPAR, Direcção Geral de Turismo, Direcção Geral de Transportes Terrestres, ONGPD

Datas início: Janeiro de 2005; duração: em contínuo

Acção 1.2.b) Referência às condições de acessibilidade na publicidade e divulgação de eventos

Incluir referência às condições de acessibilidade, através de processo informativo adequado, em toda a publicidade e divulgação de eventos culturais e recreativos (ex., espectáculos, congressos, exposições).

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Direcção Geral de Espectáculos Datas: início: Julho de 2006; duração: em contínuo

Medida 1.3 Formação Acção 1.3.a) Formação de novos profissionais Incluir, no curriculum dos cursos de formação das profissões

relacionadas com o meio edificado, o espaço público, os transportes, a saúde e a segurança social, módulos de formação sobre a temática da acessibilidade, garantindo a adequação aos respectivos perfis profissionais e níveis de qualificação (cursos técnico profissionais, de licenciatura e de mestrado).

Responsável: Instituto do Emprego e Formação Profissional, Universidades Outros intervenientes: Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ordens e Associações

Profissionais Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Acção 1.3.b) Formação de profissionais já em exercício Realizar acções de formação sobre acessibilidade dirigidas ao

pessoal técnico em exercício envolvido, a nível público ou privado, na promoção e gestão do meio edificado, do espaço público, dos transportes, da saúde e da segurança social.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: Secretaria de Estado da Administração Local, Ordens e Associações Profissionais,

ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: continuo

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 190

Fevereiro.2007

LINHA 2 ASSEGURAR A ACESSIBILIDADE NO ESPAÇO PÚBLICO E NO MEIO EDIFICADO

Medida 2.1 Espaço público, edifícios públicos e estabelecimentos que recebem público

Acção 2.1.a) Revisão do Decreto-Lei 123/97 Rever o Decreto-Lei 123/97, de 22 de Maio, que aprovou as

"Normas técnicas para melhoria da acessibilidade dos cidadãos com mobilidade condicionada aos edifícios, estabelecimentos que recebem público e via pública" e fazer aprovar a nova versão.

Responsável: Secretaria de Estado Adjunta e da Reabilitação Outros intervenientes: SNRIPD, Secretaria de Estado Adjunta e da Administração Local, Ordens e

Associações Profissionais, LNEC, CNRIPD Datas: início: já iniciado; duração: Janeiro de 2006

Acção 2.1.b) Acessibilidade às praias Implementar um programa nacional de acessibilidade às praias

marítimas e fluviais que inclua estacionamento adequado, instalações sanitárias adaptadas, rampas de acesso, passadeiras e apoios para banho. As praias acessíveis passarão a deter uma flâmula quanto lhes for atribuída a bandeira azul.

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Ministério da Economia e Inovação (Direcção Geral de Turismo), Autarquias ou

suas estruturas representativas, CCDR's, Instituto do Emprego e Formação Profissional, Instituto da Água, DGAM (Instituto de Socorros a Naufrágos).

Datas: início: já iniciado; duração: em contínuo

Acção 2.1.c) Implementação do modelo do balcão acessível Criar e implementar progressivamente, nos diversos serviços

públicos de atendimento aos cidadãos, um balcão especificamente adaptado a pessoas com mobilidade condicionada(ex. pessoas em cadeira de rodas).

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, Ministério da Justiça(Direcção-

Geral dos Registos e Notariado, Direcção Geral da Administração Extra-Judicial). Datas: início: já iniciado; duração: em contínuo

Medida 2.2 Habitação Acção 2.2.a) Extensão das normas técnicas sobre acessibilidades aos

edifícios habitacionais Consagrar, no projecto de revisão do Decreto-Lei 123/97, as

condições mínimas de acessibilidade a satisfazer em novos edifícios habitacionais.

Responsável: Secretaria de Estado Adjunta e da Reabilitação Outros intervenientes: SNRIPD, ONGPD, Ordens e Associações Profissionais, CNRIPD

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 191

Fevereiro.2007

Datas: início: já iniciado; duração: Janeiro de 2006

Acção 2.2. b) Programa de apoio à adaptação de habitações existentes

Estudar um programa de apoio à adaptação de habitações com vista a dotá-las de condições de acessibilidade adequadas aos moradores.

Responsável: Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações Outros intervenientes: Instituto Nacional de Habitação, SNRIPD, Autarquias ou suas estruturas

representativas, ONGPD Datas: início: Janeiro de 2007; duração: 12 meses

Acção 2.2.c) Revisão do regime jurídico da propriedade horizontal Rever e fazer aprovar as alterações necessárias ao regime

jurídico da propriedade horizontal dotando-o da flexibilidade necessária a dar cobertura legal expressa a todas as situações em que os direitos – de compropriedade – dos condóminos sobre as partes comuns do prédio tenham de ser limitados pelo direito de um condómino em aceder em condições de segurança à sua fracção e às partes comuns do prédio.

Responsável: Secretaria de Estado Adjunta e da Reabilitação, Secretaria de Estado Adjunta e da Administração Local, Gabinete de Política Legislativa do Ministério da Justiça

Outros intervenientes: Secretaria de Estado da Justiça Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 12 meses

Medida 2.3 Locais de trabalho Acção 2.3.a) Definição de condições de acessibilidade dos locais de

trabalho Elaborar e fazer aprovar legislação que defina as condições de

acessibilidade a satisfazer nos locais de trabalho, transpondo para o ordenamento jurídico português a Directiva 2000/78/CE do Conselho de 27 de Novembro de 2000, nomeadamente o disposto no seu Artigo 5.º.

Responsável: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social Outros intervenientes: SNRIPD, ONGPD, Ordens e Associações Profissionais Datas: início: Janeiro de 2006: duração 12 meses

Medida 2.4 Acessibilidade no planeamento e gestão

urbanos Acção 2.4.a) Metodologias de avaliação e planeamento para a

acessibilidade Definir metodologias e critérios para a avaliação das condições de

acessibilidade nos espaços públicos e equipamentos colectivos e para o desenvolvimento dos programas municipais de acessibilidade.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano,

Associação Nacional de Municípios Portugueses, Ordens e Associações Profissionais, ONGPD

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 192

Fevereiro.2007

Datas: início: Janeiro de 2007: duração 12 meses

Acção 2.4.b) Avaliação das condições de acessibilidade Proceder ao levantamento e avaliação dos espaços públicos e

equipamentos colectivos relativamente às condições que dificultem ou impossibilitem a utilização por parte das pessoas com necessidades especiais, de acordo com o definido na acção 2.4.a).

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas, Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: Já iniciado; duração: 12 meses

Acção 2.4.c) Programas municipais de promoção da acessibilidade Elaborar "Programas Municipais de Promoção da Acessibilidade

de pessoas com necessidades especiais ", que definam e caracterizem as acções necessárias para a eliminação das situações de incumprimento identificadas na acção 2.4.b).

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 36 meses

Medida 2.5 Acesso à informação e aos serviços

electrónicos Acção 2.5.a) Informação em suportes alternativos Promover a informação alternativa em estabelecimentos de

atendimento público, nomeadamente: existência de ementas em braille e caracteres ampliados em restaurantes seleccionados, marcação em braille/relevo nos produtos cuja ingestão ou aplicação corporal apresente perigosidade.

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Centro de Recursos da Segurança Social de Lisboa, ONGPD, Laboratórios Datas: início: Julho de 2006; duração: em contínuo

Acção 2.5.b) Acesso electrónico a serviços públicos Assegurar que os serviços públicos disponibilizados

electronicamente, no local ou em rede, possam ser acessíveis a pessoas com deficiência, nomeadamente de visão e audição.

Responsável: Ministério da Justiça, Ministério da Economia e Inovação, UMIC Outros intervenientes: SNRIPD Datas: início: Já iniciado; duração: 12 meses

Acção 2.5.c) Interfaces das ATMs e Quiosques de Informação Assegurar que as interfaces dos ATMs e Quiosques de

informação, possam ser acedidas por pessoas com deficiência, nomeadamente da visão e da audição, assim como utilizadores em cadeira de rodas.

Responsável: UMIC Outros intervenientes: Instituto Informática, SIBS

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 193

Fevereiro.2007

Datas: início: Janeiro 2006; duração: 24 meses

Acção 2.5.d) Telefones públicos de texto Assegurar a existência de telefones que permitam comunicação

texto, nomeadamente em grandes espaços públicos fechados como centros comerciais, estações ferroviárias, estações fluviais e estações rodoviárias, localizadas nas capitais de distrito.

Responsável: UMIC Outros intervenientes: PT Comunicações, GT UMTS Datas: início: Janeiro 2007; duração: 24 meses

Acção 2.5.e) Formas de pagamento electrónicos acessíveis Incentivar a introdução nos estabelecimentos comerciais de

formas de pagamento electrónicos acessíveis a públicos com necessidades especiais.

Responsável: UMIC Outros intervenientes: SIBS, ONGPD Datas: início: Janeiro 2007; duração: 12 meses

LINHA 3 PROMOVER A ACESSIBILIDADE NOS

TRANSPORTES

Medida 3.1 Transporte individual em viatura adaptada Acção 3.1.a) Revisão do enquadramento legal Rever a legislação existente, dispersa por vários diplomas legais,

reforçando a sua adequação ao objectivo de facilitar o acesso a este modo de deslocação a pessoas com necessidades especiais e que tenham dificuldade na utilização de transportes públicos.

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Ministério das Finanças, Ministério das Obras Públicas, Transportes e

Comunicações, Ministério da Justiça Datas: início: Já iniciado duração: 12 meses

Acção 3.1.b) Programas municipais de estacionamento para pessoas com deficiência

Elaborar, nos aglomerados urbanos, um plano de oferta de estacionamento dedicado a pessoas com deficiência e como tal devidamente identificado, que tenha em conta as suas necessidades mais prementes, agilizando o processo de atribuição dos respectivos dísticos de estacionamento, normalizados de acordo com o formato europeu aprovado.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas e Direcção Geral de Viação Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 36 meses

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 194

Fevereiro.2007

Medida 3.2 Transporte em metropolitano Acção 3.2.a) Sinalética Actuar ao nível da sinalética fixa de informação nas estações, de

modo a que seja um elemento esclarecedor dos serviços disponíveis.

Responsável: Empresas de metropolitano Outros intervenientes: SNRIPD, ONGPD Datas: início: em curso no Metro de Lisboa e nos restantes Metros; duração em continuo

Acção 3.2.b) Manutenção Garantir a contínua operacionalidade e vigilância dos meios

mecânicos instalados nas estações para o transporte de pessoas com necessidades especiais.

Responsável: Empresas de metropolitano Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: já iniciado; duração: em contínuo

Acção 3.2.c) Programa de intervenção Prosseguir a adaptação da totalidade das estações da rede do

metropolitano de Lisboa ao objectivo da plena acessibilidade às pessoas com necessidades especiais, estabelecendo como critério prioritário de intervenção, o número de passageiros/dia que utilizam a infra-estrutura.

Responsável: Metropolitano de Lisboa Datas: início: em curso; duração: em contínuo

Acção 3.2.d) Informação ao passageiro Elaborar sistemas de informação sobre itinerários (origem-

destino) e horários, a disponibilizar na Internet, em CD, via telefone (voz e texto) e em folheto (braille e caracteres ampliados).

Responsável: Empresas de Metropolitano Outros intervenientes: ONGPD, UMIC (GT UMTS) Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 12 meses

Acção 3.2.e) Bilhética Promover a acessibilidade aos passageiros com deficiência

visual, auditiva e que se desloquem em cadeira de rodas, aos equipamentos e interfaces de venda automática de bilhetes nas estações e via Internet.

Responsável: Empresas de Metropolitano Outros intervenientes: ONGPD, UMIC Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 24 meses

Acção 3.2.f) Manuais de segurança das instalações Introduzir no manual de segurança o plano de evacuação das

instalações em caso de sinistro. Responsável: Empresas de Metropolitano Outros intervenientes: ONGPD

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 195

Fevereiro.2007

Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 12 meses

Medida 3.3 Transporte ferroviário Acção 3.3.a) Sinalética Actuar ao nível da sinalética fixa de informação nas estações, de

modo a que seja um elemento esclarecedor dos serviços disponíveis.

Responsável: REFER Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: em curso; duração: em contínuo

Acção 3.3.b) Intervenções Intervir prioritariamente nas estações da rede suburbana e

regional de modo a perseguir o objectivo de plena acessibilidade, de acordo com critérios quantitativos da sua utilização.

Responsável: REFER Outros intervenientes: SNRIPD Datas: início: já iniciado; duração: 72 meses

Acção 3.3.c) Informação ao passageiro Elaborar sistemas de informação sobre itinerários (origem-

destino) e horários, a disponibilizar na Internet, em CD, via telefone (voz e texto) e em folheto (braille e caracteres ampliados).

Responsável: CP, Fertagus

Outros intervenientes: ONGPD, UMIC (GT UMTS) Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 12 meses

Acção 3.3.d) Bilhética Promover a acessibilidade aos passageiros com deficiência

visual, auditiva e que se desloquem em cadeira de rodas, aos equipamentos e interfaces de venda automática de bilhetes nas estações e via Internet.

Responsável: CP e Fertagus Outros intervenientes: ONGPD, UMIC Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 24 meses

Acção 3.3.e) Assistência ao passageiro Dotar a rede ferroviária de um serviço de assistência aos

passageiros com necessidades especiais. Responsável: Operadores ferroviários Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 196

Fevereiro.2007

Acção 3.3.f) Concessões especiais Reconciliar o sistema de concessão de bilhete grátis para o

acompanhante de passageiros com necessidades especiais - tarifa 2 em 1 da CP - com sistema similar existente em Espanha, permitindo assim o uso do sistema em todo o espaço da península ibérica por qualquer cidadão de nacionalidade portuguesa ou espanhola.

Responsável: CP Outros intervenientes: Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério das Finanças, Ministério do

Trabalho e da Solidariedade Social, Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, ONGPD.

Datas: início: Julho de 2006; duração: em contínuo

Medida 3.4 Transporte em autocarro Acção 3.4.a) Programas municipais de acessibilidade Adaptar progressivamente as paragens de autocarro aos

objectivos da plena acessibilidade segundo critérios de linhas e serviços com maior procura ou onde existam maior número de utilizadores com necessidades especiais.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: Empresas de transporte público colectivo Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 60 meses

Acção 3.4.b) Estudo de incentivos Rever o quadro de incentivos do Estado para a substituição de

frotas, tornando atractiva a aquisição de veículos adaptados ao transporte de pessoas com deficiência, através da introdução, no montante do subsídio adicional a conceder nestes casos, de um factor que pondere o diferencial de custo entre veículos não adaptados e adaptados e que incentive a opção por estes últimos.

Responsável: Direcção Geral de Transportes Terrestres Datas: início: Julho de 2006; duração: 6 meses

Acção 3.4.c) Frotas acessíveis Equipar progressivamente a totalidade das frotas das empresas

de transporte público colectivo de passageiros, sejam de gestão pública, autárquica ou privada, com viaturas adaptadas ao transporte de pessoas com necessidades especiais, de acordo com a Directiva 2001/85/CE.

Responsável: Empresas de transporte público colectivo Outros intervenientes: Direcção Geral de Transportes Terrestres Datas: início: já iniciado; duração: 72 meses

Acção 3.4.d) Condições de estadia nas paragens Instalar abrigos que tenham em conta a estadia de passageiros

em cadeira de rodas, nas paragens que servem linhas e serviços prioritariamente destinados a utilizadores com necessidades especiais, segundo critérios da respectiva utilização.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: Empresas de transporte público colectivo, ONGPD

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 197

Fevereiro.2007

Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Acção 3.4.e) Informação ao passageiro Implementar sistemas de informação sonora, de texto e

electrónicos em tempo real, nas paragens e interfaces, dirigidos aos utilizadores em geral e que incluam as pessoas com deficiência auditiva e visual, e ainda sistemas de informação sobre as linhas e horários, a disponibilizar na Internet, em CD, via telefone (voz e texto) e em folheto (braille e caracteres ampliados).

Responsável: Empresas de transporte público colectivo Outros intervenientes: ONGPD, UMIC (GT UMTS) Datas: início: em curso; duração: em contínuo

Acção 3.4.f) Bilhética Promover a acessibilidade aos passageiros com deficiência

visual, auditiva e que se desloquem em cadeira de rodas, aos equipamentos e interfaces de venda automática de bilhetes nas estações e via Internet.

Responsável: Empresas de transporte público colectivo Outros intervenientes: ONGPD, UMIC Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 24 meses

Acção 3.4.g) Concessões especiais Promover o alargamento do sistema concessionado de bilhete

grátis para o acompanhante de passageiros com necessidades especiais à Rede de Expressos.

Responsável: SNRIPD, Rede de Expressos Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Medida 3.5 Transporte especial Acção 3.5.a) Planos municipais de transporte especial Implementar programas municipais de transporte especial em

viaturas adaptadas, criando o necessário enquadramento legal. Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas, Direcção Geral de Transportes

Terrestres Outros intervenientes: Direcção Geral de Transportes Terrestres e ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Medida 3.6 Transporte em táxi Acção 3.6.a) Estudo de incentivos Criar incentivos que sejam suficientemente motivadores da

aquisição de veículos de aluguer ligeiros de passageiros com condutor adaptados ao transporte de pessoas em cadeira de rodas, e assegurar em todas as frotas com mais de 20 veículos, que 5% destes se encontrem adaptados ao transporte de pessoas com necessidades especiais.

Responsável: Direcção Geral de Transportes Terrestres

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 198

Fevereiro.2007

Outros intervenientes: ANTRAL, Federação de Táxis Datas: início: Janeiro de 2007; duração: 18 meses

Acção 3.6.b) Concessões especiais Avaliar a necessidade, a nível nacional, da atribuição de subsídios

directos ou indirectos que possibilitem às pessoas com necessidades especiais utilizar o transporte em táxi, quando não existam outras alternativas de acessibilidade.

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Ministério das Finanças Datas: início: Julho de 2005; duração: 18 meses

Acção 3.6.c) Alvarás para o transporte especial em táxi Condicionar a manutenção dos alvarás já concedidos nos

concelhos de Lisboa, Porto e Oeiras, para a exploração de serviços de transporte em táxi, destinados a pessoas com necessidades especiais, à efectiva exploração dessas licenças, alargando a disponibilização deste serviço a todos os concelhos do país, com a entrada em serviço de, pelo menos, uma viatura por concelho.

Responsável: Direcção Geral de Transportes Terrestres Outros intervenientes: Autarquias ou suas estruturas representativas, ANTRAL, Federação de Táxis Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 24 meses

Medida 3.7 Transporte fluvial Acção 3.7.a) Adaptação de instalações e frotas Elaborar um plano das intervenções de adaptação a introduzir nas

instalações fixas e nos barcos de transporte de passageiros não acessíveis ou parcialmente acessíveis, de modo a torná-los totalmente adaptados ao transporte de passageiros em cadeira de rodas.

Responsável: Transtejo, Soflusa Datas: início: já iniciado; duração: 12 meses

Acção 3.7.b) Adaptação da frota em serviço na ligação Lisboa-Cacilhas Intervir na adaptação para acesso e transporte de passageiros em

cadeira de rodas, nas embarcações em serviço na ligação Lisboa – Cacilhas.

Responsável: Transtejo Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 24 meses

Acção 3.7.c) Informação ao passageiro Implementar sistemas de informação sonora, de texto e

electrónicos em tempo real, nas gares de embarque e no interior das embarcações, dirigidos aos utilizadores em geral e que incluam as pessoas com deficiência auditiva e visual, e ainda sistemas de informação sobre os serviços e horários, a disponibilizar na Internet, em CD, via telefone (voz e texto) e em folheto (braille e caracteres ampliados).

Responsável: Transtejo, Soflusa

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 199

Fevereiro.2007

Outros intervenientes: ONGPD, UMIC (GT UMTS) Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Acção 3.7.d) Bilhética Promover a acessibilidade aos passageiros com deficiência visual, auditiva e

que se desloquem em cadeira de rodas, aos equipamentos e interfaces de venda automática de bilhetes nas gares de embarque e via Internet.

Responsável: Transtejo, Soflusa Outros intervenientes: ONGPD, UMIC Datas: início: Janeiro de 2006; duração: 24 meses

Medida 3.8 Transporte aéreo Acção 3.8.a) Acessibilidade e assistência Garantir que todas as instalações aeroportuárias nacionais

proporcionam adequadas condições de acesso, circulação, permanência, assistência e utilização por pessoas com necessidades especiais.

Responsável: ANA, ANAM Datas: início: já iniciado; duração: em continuo

Acção 3.8.b) Acessibilidade por meios mecânicos Assegurar a existência de meios mecânicos para acesso às

aeronaves, nos casos em que outro modo de acesso autónomo não seja oferecido.

Responsável: ANA, ANAM Outros intervenientes: Companhias de transporte aéreo Datas: início: já iniciado; duração: em continuo

Acção 3.8.c) Informação ao passageiro Garantir que todas as instalações aeroportuárias nacionais

dispõem de sinalética adequada à identificação dos serviços disponíveis pelas pessoas com necessidades especiais, qualquer que seja a sua nacionalidade, e proporcionem informação sonora, de texto ou electrónica sobre estes mesmos serviços.

Responsável: ANA, ANAM Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: Julho de 2006; duração: 30 meses

Acção 3.8.d) Segurança Fornecer informação sobre emergência, em formatos acessíveis a

pessoas com deficiência visual e auditiva. Responsável: ANA, ANAM, Companhias de Transporte aéreo Outros intervenientes: ONGPD, SNRIPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 200

Fevereiro.2007

LINHA 4 APOIAR A INVESTIGAÇÃO E A COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Medida 4.1 Investigação Acção 4.1.a) Dinamização do Centro Maria Cândida da Cunha Estimular o desenvolvimento de projectos de investigação, no

âmbito do Centro de investigação Maria Cândida da Cunha, sobre a temática da acessibilidade de pessoas com necessidades especiais e do desenho universal

Responsável: Secretaria de Estado Adjunta e da Reabilitação, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, SNRIPD

Outros intervenientes: Institutos de investigação, universidades, Ordens e Associações Profissionais, ONGPD

Datas: início: Janeiro de 2006; duração: contínua

Acção 4.1.b) Projectos de investigação Estimular o desenvolvimento de projectos de investigação,

através de protocolos com unidades de investigação, sobre a temática da acessibilidade de pessoas com necessidades especiais e do desenho universal.

Responsável: Fundação para a Ciência e a Tecnologia, SNRIPD Outros intervenientes: Institutos de investigação, universidades, Ordens e Associações Profissionais,

ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Acção 4.1.b) Guias de aplicação das normas técnicas de acessibilidade Desenvolver guias de aplicação das normas técnicas de

acessibilidade, incluindo nomeadamente exemplos de boas práticas.

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: Institutos de investigação, Universidades, Ordens e Associações Profissionais,

ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Acção 4.1.c) Estudo sobre soluções para zonas pedonais Elaborar estudo sobre soluções para zonas pedonais, abordando,

nomeadamente, sistema unificado de semáforos sonoros e modelo de superfícies tácteis.

Responsável: SNRIPD Outros intervenientes: UMIC, Associação de Municípios, Ordens e Associações Profissionais, ONGPD Datas: início: Janeiro 2006; duração: 24 meses

Medida 4.2 Cooperação internacional Acção 4.2.a) Cooperação internacional Estimular a cooperação e os programas de intercâmbio de

experiências a nível internacional.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 201

Fevereiro.2007

Responsável: Fundação para a Ciência e a Tecnologia Outros intervenientes: Institutos de investigação, universidades, Ordens e Associações Profissionais,

ONGPD Datas: início: em curso; duração: em contínuo

LINHA 5 FOMENTAR A PARTICIPAÇÃO Acção 5.1.a) Parcerias para a acessibilidade Estimular a constituição de parcerias para a acessibilidade a nível

local ou supra municipal, designadamente no âmbito de fórums municipais para as pessoas com deficiência, que envolvam autarquias, organizações não governamentais e outros parceiros.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: SNRIPD, Governos Civis, ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Acção 5.1.b) Participação nos processos de planeamento Fomentar a participação das organizações não governamentais

nos processos de planeamento no quadro da legislação em vigor. Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: SNRIPD, Governos Civis, ONGPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

LINHA 6 GARANTIR A APLICAÇÃO E O CONTROLO Medida 6.1 Aplicação Acção 6.1.a) Integração da acessibilidade nos instrumentos de

planeamento Integrar na elaboração, revisão ou alteração de Planos Directores

Municipais ou Planos de Urbanização a avaliação qualitativa sumária dos espaços públicos e equipamentos colectivos relativamente das condições que dificultem ou impossibilitem a plena utilização por parte de pessoas com necessidades especiais.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, SNRIPD Datas: início: Janeiro de 2006; duração: em contínuo

Acção 6.1.b) Condicionar apoio técnico e financeiro Condicionar o acesso a apoio técnico e financeiro, incluindo a

programas comunitários de apoio, ao cumprimento estrito das normas técnicas de acessibilidade, em primeira linha aos projectos respeitantes a equipamento social.

Responsável: Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional Datas: início: Janeiro de 2007; duração: em contínuo

Acção 6.1.c) Fiscalização do cumprimento das normas de acessibilidade Fiscalizar o cumprimento das normas de acessibilidade nos

edifícios e estabelecimentos que se enquadrem no âmbito de

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 202

Fevereiro.2007

aplicação da legislação sobre acessibilidade, como condição para atribuir ou renovar as licenças de exploração e de habitabilidade.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas, outras entidades licenciadoras Outros intervenientes: Secretaria de Estado Adjunta e da Reabilitação, ONGPD Datas: início: já iniciado; duração: em contínuo

Acção 6.1.d) Abrangência das normas de acessibilidade Promover a natural adaptação das normas de acessibilidade às

exigências e desenvolvimento das novas tecnologias e das ajudas técnicas necessárias ao processo de habilitação e integração das pessoas com necessidades especiais.

Responsável: SNRIPD, UMIC Datas: início: Julho de 2006; duração: contínuo

Medida 6.2 Controlo Acção 6.2.a) Delegados municipais para a acessibilidade Fomentar a nomeação de delegados municipais para a

acessibilidade, com a responsabilidade de promover a implementação de procedimentos que assegurem o cumprimento da legislação aplicável nesta matéria, dar seguimento às denúncias que lhe sejam apresentadas pelos cidadãos, e propor às instituições competentes a aplicação das coimas prevista na Lei.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: Julho de 2007; duração: em contínuo

Acção 6.2.b) Reclamações dos cidadãos Promover o registo e encaminhamento das reclamações dos

cidadãos sobre barreiras à acessibilidade e promover a publicação regular de relatórios que tipifiquem e quantifiquem essas reclamações.

Responsável: Autarquias ou suas estruturas representativas, SNRIPD, Direcção-Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais(DGEMN)

Outros intervenientes: ONGPD Datas: início: Julho de 2007; duração: em contínuo

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 203

Fevereiro.2007

Anexo 3

Plano Nacional para a Participação de Cidadãos com Necessidades Especiais na Sociedade de Informação

Acção Objectivos Prazo

temporal Acção 1.1. RTP mais acessível

Duplicar em três anos, de forma gradual, a acessibilidade da programação em Língua Portuguesa da RTP para pessoas com deficiência auditiva (sob a forma de legendagem ou da interpretação em Língua Gestual Portuguesa). No início de 2005 este serviço deverá garantir em média 5 horas/dia de programação adaptada pelas referidas vias.

2005

Acção 1.2. Acessibilidade dos sítios Internet da Administração Pública

Estabelecer um mecanismo para monitorização e recepção de sugestões e reclamações sobre acessibilidade dos sítios Internet e das tecnologias da informação e comunicação em geral utilizadas em serviços da Administração Pública. Pugnar pelo cumprimento do disposto na Resolução do Conselho de Ministros 97/99, de 26 de Agosto, sobre acessibilidade dos sítios Internet públicos

2004

Acção 1.3. ONG na Internet

Alargar a ligação e a presença das ONG na Internet através da Rede de Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS). Esta rede servirá também para divulgar as iniciativas nacionais e internacionais junto das ONGs e da população em geral.

Contínuo

Acção 1.4. Intermediação Telefónica

Criar condições para facilitar a correspondência e disponibilização de informação em Braille e áudio, nomeadamente através da evolução do serviço Marco Electrónico de Correio Braille (MECBraille) e de serviços de conversão para áudio de mensagens escritas.

Contínuo

Acção 1.5. Distribuição de publicações em formato acessível

Incentivar a disponibilização de um canal de distribuição de obras em suporte digital, regulado pela Biblioteca Nacional.

2004

Acção 3.1. Serviço Público de Televisão

Incluir as preocupações com Cidadãos com Necessidades Especiais na legislação e regulamentação do Serviço Público de Televisão, bem como no respectivo contrato de concessão e nas licenças dos canais de Televisão Digital Terrestre (TDT).

Contínuo

Acção 3.2. Serviço Universal de Telecomunicações

Adaptar o conceito de Serviço Universal de Telecomunicações de forma a abranger os requisitos e necessidades dos Cidadãos com Necessidades Especiais.

2005

Acção 3.3. Condições para Concessão de Apoios Estatais

Sujeitar a concessão de apoios estatais para construção de sítios Internet, requeridos por quaisquer entidades, públicas ou privadas, nomeadamente os resultantes de incentivos do Estado à Comunicação Social para a produção de conteúdos Internet e de projectos financiados pelo Programa Operacional Sociedade da Informação, à apresentação por parte destas, de medidas que garantam que os respectivos sítios são acessíveis.

Contínuo

Acção 3.4. Cadernos de Encargos de Concurso Públicos

Requerer, sempre que possível, requisitos mínimos de acessibilidade nos cadernos de encargos de concursos públicos para o fornecimento de produtos e serviços de tecnologias de informação e comunicação.

Contínuo

Acção 3.5. Normas Nacionais de Acessibilidade

Criar um grupo para elaboração das Normas Nacionais de Acessibilidade, com a participação de representantes de ONG de pessoas com deficiência, privilegiando a troca de experiências com o Brasil e a Espanha.

2003

4.1. Programa CITRA - Ciência e Inovação em Tecnologias, Reabilitação e Acessibilidade

Estabelecer o programa CITRA como sucessor do programa CITE (Ciência, Inovação e Tecnologia em Reabilitação) do SNRIPD, constituído pelos sub-programas: (1) Apoio a projectos de I&D; (2) Bolsas de estudo; (3) Mobilidade de investigadores; (4) Apoio a reuniões científicas; (5) Acções de sensibilização; (6) Conteúdos; (7) Prémios de mérito.

2003

Acção 4.2. Redes Nacionais Temáticas

Apoiar o desenvolvimento de redes nacionais temáticas para a partilha de experiência, promoção do conhecimento e disseminação de informação, nomeadamente na área da acessibilidade, ensino especial, Língua Gestual Portuguesa e comunicação aumentativa.

Contínuo

Acção 7.1. Programa de Rádio

Apoiar a criação de um programa semanal sobre deficiência numa rádio de cobertura nacional. 2004

Acção 7.2. Sensibilização sobre utilização da Internet

Incentivar acções de formação e sensibilização sobre utilização da Internet dirigida a Cidadãos com Necessidades Especiais.

2005

Acção 8.1. Compromissos Operadores Comunicações Móveis

Incentivar, apoiar e acompanhar a implementação dos compromissos assumidos pelos operadores das redes de comunicações móveis de 3ª geração relativamente a CNE.

Contínuo

Acção 8.2. Fórum Permanente de

Apoiar a criação de um Fórum Permanente de Telecomunicações e Internet que possa servir de órgão de consulta para as preocupações dos CNE.

2004

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 204

Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 205

Fevereiro.2007

Acção Objectivos Prazo temporal

Telecomunicações e Internet Acção 8.3. Mecenato para a Sociedade da Informação

Incentivar o mecenato para a Sociedade da Informação dirigido a CNE. Incentivar as empresas de TIC a criarem um programa de apoio ao desenvolvimento de soluções p/ CNE.

Contínuo

Acção 8.4. Sintetizadores de Fala

Incentivar as principais empresas de telecomunicações e de informática a patrocinar a introdução de sintetizadores de fala em português.

Contínuo

Acção 8.5. Manuais Escolares

Sensibilizar as editoras de manuais escolares para a necessidade da disponibilização dos seus conteúdos em formatos acessíveis.

Contínuo

Acção 8.6. Material Informático

Incentivar, nomeadamente através de benefícios fiscais, as empresas a doarem material informático usado para CNE e suas organizações.

Contínuo

Acção 8.7. Aplicações Cidadãos com Necessidades Especiais

Promover a criação de uma Linha de Incentivo ao Desenvolvimento de Aplicações para CNE. Contínuo

Acção 8.8. Documentação em Formato Acessível

Disponibilização de documentação de gestão dos operadores e fornecedores de equipamentos de comunicações móveis, em formato electrónico, Braille, ampliado e por voz, à população com necessidades especiais.

2005

Acção 8.9. Georeferenciação

Prestar serviços de localização que ajudem cidadãos com dificuldades de orientação e deficiências visuais, bem como as suas famílias, a saber onde estão, permitindo ao centro de apoio dar-lhes orientação para chegar ao seu destino.

2005

Acção 8.10. Ofertas Especiais

Oferecer condições particulares de acesso e subsidiação de equipamentos e tarifas aos CNE. 2005

Acção 8.11. Serviço de Apoio

Auxiliar os CNE a aceder e utilizar os serviços de telecomunicações móveis para eles orientados, fornecendo informação acessível através de diversos meios.

2005

Acção 8.12. Formação e Ajuda em Linha

Desenvolvimento de várias acções de formação nas áreas de utilização de equipamentos, aplicações, serviços UMTS e construção de páginas Internet móveis, adaptados aos vários níveis de conhecimento/deficiência.

2005

Acção 9.1. Planos de Acção eEurope

Acompanhar e cooperar com a Comissão Europeia e com os Estados Membros da UE no âmbito das medidas para pessoas com deficiência (enquadradas nos Planos de Acção eEurope).

Contínuo

Acção 9.2. Governo Electrónico no espaço Ibero-Americano

Incentivar os representantes da América Latina no Grupo Ibero-Americano de Governo Electrónico a promoverem a acessibilidade dos conteúdos Internet.

Contínuo

Acção 9.3. Processamento Digital de Língua Gestual

Lançar um programa de cooperação Luso-Brasileiro para o desenvolvimento do processamento digital de línguas gestuais, com possível extensão aos PALOP.

2004

Anexo 4

Normas Orientadoras para Acompanhamento da Acção Pedagógica das Equipas de Coordenação dos Apoios Educativos

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 206

Fevereiro.2007

I – Cooperação com as instituições e serviços da comunidade No âmbito da cooperação com as instituições e serviços da comunidade, as DRE deverão incentivar, fomentar e apoiar a criação de redes locais, assentes em protocolos de cooperação e parceria que assegurem a disponibilização, em termos integrados e sistémicos, dos recursos necessários à intervenção educativa no âmbito das necessidades especiais de educação. Para o efeito, as DRE colaborarão com as ECAE, através da disponibilização de materiais, informações, meios técnicos e orientações, no sentido de:

Proceder ao levantamento das necessidades da comunidade educativa relativamente às respostas educativas a implementar na área das necessidades especiais de educação, desde as primeiras idades até ao final da escolaridade.

Proceder a um levantamento exaustivo, preferencialmente em suporte informático, dos recursos existentes na comunidade, nomeadamente ao nível da rede escolar, das instituições de educação especial, das estruturas de saúde, dos serviços locais de acção social, dos centros de emprego e de formação profissional e as autarquias, entre outros.

Sensibilizar a comunidade local para o desenvolvimento de parcerias que permitam responder às necessidades educativas especiais.

Planear, gerir e rendibilizar os recursos existentes na comunidade em função da resposta educativa no âmbito das necessidades especiais de educação.

Promover a articulação entre diferentes escolas e agrupamentos e entre estas e outras entidades e serviços, com o objectivo de assegurar uma transição acompanhada e orientada das crianças e jovens com necessidades educativas especiais entre os diferentes níveis de educação e ensino ou para a integração na vida adulta.

Desenvolver acções em função da especificidade da intervenção ao nível da resposta educativa:

No âmbito da Intervenção Precoce na Infância (IPI) o Sensibilizar a comunidade, nomeadamente as Maternidades.

Hospitais, Centros de Saúde, Creches e Jardins de Infância, para a detecção precoce de situações de deficiência ou de risco;

o Manter actualizado o levantamento dos serviços de intervenção precoce na infância bem como o das crianças e respectivas famílias que deles necessitem;

o Criar circuitos facilitadores de articulação inter-serviços para efeitos da avaliação e intervenção nas primeiras idades, através, por exemplo, do estabelecimento de protocolo entre os diferentes serviços envolvidos;

o Promover o desenvolvimento de projectos de parceria com os estabelecimentos de educação especial no âmbito da intervenção precoce na infância;

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 207

Fevereiro.2007

o Apoiar o trabalho desenvolvido pelas equipas de intervenção precoce já existentes e colaborar na constituição de novas equipas, sempre que se justifique;

o Facilitar a acessibilidade das famílias aos recursos existentes. No âmbito da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário o Promover a constituição de equipas pluridisciplinares

responsáveis pela avaliação especializada das NEE, numa óptica de rentabilização dos recursos existentes nos agrupamentos e na comunidade;

o Promover o desenvolvimento de projectos de parceria com os estabelecimentos de educação especial no âmbito do apoio aos jardins de infância e às escolas do ensino regular;

o Promover com as instituições responsáveis, nomeadamente Autarquias, serviços da Segurança Social, da Saúde, da Educação, bem como de outros serviços existentes na comunidade, a disponibilização das ajudas técnicas e dos transportes necessários;

o Promover, em articulação com os SPO, os Centro de Emprego e os estabelecimentos de educação especial da área, entre outros, o desenvolvimento de planos de transição para a vida activa de jovens com necessidades educativas especiais, nomeadamente ao nível:

da orientação vocacional; do levantamento das eventuais empresas e serviços

empregadores, bem como de instituições que disponham de centros de apoio ocupacional e de programas de formação profissional;

do encaminhamento para estágios e programas de formação profissional em empresas e serviços locais.

II – Articulação com os órgãos de gestão e de coordenação pedagógica dos agrupamentos/escolas Relativamente à articulação com os órgãos de gestão e de coordenação pedagógica dos agrupamentos/escolas, as DRE deverão, no âmbito de um trabalho conjunto entre as estruturas dos Apoios Educativos e a dos SPO, colaborar com as ECAE, através da disponibilização de informações e orientações, no sentido de: Sensibilizar os órgãos de gestão e de coordenação pedagógica dos

agrupamentos/escolas para os diferentes tipos de resposta educativa no âmbito das necessidades especiais de educação.

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 208

Fevereiro.2007

Promover uma melhor rendibilização do trabalho desenvolvido pelos diferentes elementos dos Serviços Especializados de Apoio Educativo ao nível de cada agrupamento/escola.

Colaborar com os órgãos de gestão e coordenação pedagógica na gestão e optimização dos recursos humanos e materiais afectos aos agrupamentos/escolas.

Promover, nos casos em que se justifique, a implementação, em escolas de referência, de unidades especializadas para situações de multideficiência, surdocegueira congénita, autismo e surdez, bem como acompanhar o funcionamento das unidades especializadas já existentes.

Colaborar com os órgãos de gestão e coordenação pedagógica no processo de avaliação de crianças e jovens com NEE através da disponibilização de informação relativa aos procedimentos e critérios de elegibilidade a adoptar.

Conferir orientações relativas à elaboração e implementação do Plano Individual de Intervenção (PII), do Plano Educativo Individual (PEI), do Programa Educativo (PE) e do Plano Individual de Transição (PIT), bem como de eventuais processos de encaminhamento para estabelecimentos de educação especial.

Promover uma efectiva participação e envolvimento dos pais em todas as fases do processo educativo e dos seus educandos.

III – Gestão pedagógica dos recursos especializados afectos aos agrupamentos/escolas No que se refere à gestão pedagógica dos recursos especializados afectos aos agrupamentos/escolas, as DRE deverão colaborar com as ECAE no sentido de:

Priorizar as temáticas a abordar no âmbito das reuniões mensais com os docentes de apoio educativo, tendo por base um levantamento das necessidades de formação dos próprios docentes, bem como das necessidades de formação que advêm da organização do sistema educativo no âmbito das necessidades especiais de educação.

Incentivar e orientar a colaboração com os centros de formação de professores na oferta de módulos de formação que, progressivamente, dotem os órgãos de gestão e de coordenação pedagógica dos agrupamentos/escolas, os técnicos e os docentes de competências para o desenvolvimento de práticas inclusivas.

Promover a criação de mecanismos de supervisão e monitorização das respostas educativas no âmbito das necessidades especiais de educação desenvolvidas pelos docentes de apoio educativo nos respectivos agrupamentos/escolas.

Identificar os recursos necessários às respostas no domínio das necessidades especiais de educação, de modo a poderem gerir-se de forma adequada os recursos disponíveis, procurando assegurar em

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 209

Fevereiro.2007

Estudo “Modelização das Políticas e das Práticas de Inclusão Social das Pessoas com Deficiências em Portugal” 210

Fevereiro.2007

cada agrupamento/escola, a existência dos equipamentos, ajudas técnicas e condições de acessibilidade. Nota: O Plano de Actividades de cada ECAE poderá ser elaborado tendo por base os 3 níveis de enfoque da acção acima referenciados, seguida da descrição das actividades para cada um e respectiva calendarização (ver o exemplo de grelha apresentada em anexo).

DINÂMICAS DE TRABALHO No âmbito do acompanhamento da acção pedagógica das ECAE, deverão as DRE implementar dinâmicas de trabalho dando visibilidade e sustentabilidade ao trabalho desenvolvido pelas ECAE. Estas dinâmicas de trabalho deverão respeitar e adequar-se à especificidade dos diferentes contextos de intervenção, podendo adoptar-se, entre outras, as seguintes modalidades:

Reuniões mensais com as ECAE, planificadas no início do ano lectivo, de acordo com temáticas previamente seleccionadas, de natureza pedagógica e/ou organizacional. A título de exemplo sugerem-se as seguintes temáticas: i) elaboração do Plano de Actividades; ii) levantamento das necessidades de formação no âmbito de cada ECAE; iii) organização de respostas educativas no âmbito da intervenção precoce na infância; iv) procedimentos e critérios a utilizar no âmbito do processo de elegibilidade das crianças e jovens com NEE; v) modelos de trabalho em equipa; vi) supervisão das práticas.

“Linha aberta” de atendimento às ECAE, num determinado número de horas por dia, para responder, de forma expedita, a situações.

Visitas periódicas às ECAE, de acordo com um plano previamente definido que deverá ter em consideração as diferentes modalidades de atendimento nos diferentes níveis de educação/ensino, para melhor se equacionar o trabalho desenvolvido nos diferentes locais.

Concepção, elaboração e aplicação de instrumentos (de recolha de dados, de avaliação das práticas, de levantamento das necessidades, etc.) para efeitos do acompanhamento e da monitorização do trabalho desenvolvido pelas ECAE.