miolo tarumã.pmd

96

Upload: duongquynh

Post on 07-Jan-2017

299 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

Page 1: miolo tarumã.pmd
Page 2: miolo tarumã.pmd

2

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Copyright © 2007 by Noovha América Editora

Editor ResponsávelNelson de Aquino Azevedo

Coordenador EditorialJefferson Galdino

OrganizadoresSidinei Galli

Stelamary Aparecida Despincieri

Terezinha de Jesus Godoy de Souza

Equipe de PesquisaBárbara Soarez de Barros

Carla Janaína de Freitas Pereira

Gabriela Souza de Queiroz

Roseli Ferreira

DiagramaçãoJefferson Galdino

CapaMarcus Gil

FotosLúcio Coelho

Revisão de TextoMonalisa Neves

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Tarumã: a cidade do amanhã/(organizadores Sidinei Galli, Stelamary Aparecida Despincieri, Terezinha de Jesus

Godoy de Souza). – São Paulo: Noovha América, 2007. – (Série Conto, canto e encanto com a minha história...).

Bibliografia. ISBN 978-85-7673-102-3

1. Tarumã (SP) – História – Literatura infanto-juvenilI. Galli, Sidinei. II. Despincieri, Stelamary Aparecida. III. Souza,Terezinha de Jesus Godoy de. IV Série.

07-3034 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. : Tarumã: São Paulo: Estado: História:Literatura infanto-juvenil 028.5

2. : Tarumã: São Paulo: Estado: História:Literatura juvenil 028.5

Noovha América Editora Distribuidora de Livros Ltda.Rua Monte Alegre, 351 – PerdizesSão Paulo/SP – CEP 05014-000Telefax: (0xx11) [email protected]

Page 3: miolo tarumã.pmd

3

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Page 4: miolo tarumã.pmd

4

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

É com alegria, entusiasmo e respeito que participo deste projeto, que conta a História domunicípio de Tarumã.

Na condição de Secretária Municipal de Educação acompanho o desenvolvimento dapopulação tarumaense desde 1989, quando Tarumã era distrito de Assis. Acompanhei a lutada população em busca da emancipação, e no dia 1º de janeiro de 2002 fui convidada peloprefeito, Sr. Oscar Gozzi, eleito para a1ª Gestão Pública do município, para exercer a funçãode Secretária da Educação, Cultura e Esportes, instalada no município.

Desde então, já atuei 14 anos na Secretaria da Educação e Cultura e aprendi a admirar aforça de trabalho que é colocada para promover o crescimento da cidade, desde o cortador decana até o Prefeito Municipal.

Esta obra apresenta, com respeito, o passado histórico da cidade de forma didática paraque crianças, jovens e adultos, valorizem sua história e seu povo.

Atualmente, Tarumã conta com 11.475 habitantes e oferece boas condições para a Educa-ção, Saúde, Cultura, Esporte e Lazer, bem como novas oportunidades de trabalho.

Esta obra conta a história do povo, suas belezas, demonstrando uma situação de progressoa partir da emancipação.

Espero que as crianças, jovens e adultos encontrem nas páginas desta obra motivos paraorgulharem-se da sua “terra produtiva e inovadora”, como é cantada no hino da cidade.

Terezinha de Jesus Godoy de Souza

Secretária Municipal de Educação

Page 5: miolo tarumã.pmd

5

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Índice

Capítulo 1 – Introdução .............................................................................................................. 7

Capítulo 2 – Localização e Aspectos Geográficos ................................................................ 8

Capítulo 3 – Primeiros Habitantes .......................................................................................... 12

Capítulo 4 – Como Tudo Começou ....................................................................................... 15

Capítulo 5 – Distrito da Paz ..................................................................................................... 19

Capítulo 6 – O Café e a Cana-de-açúcar ............................................................................... 21

Capítulo 7 – Em Busca da Autonomia .................................................................................. 23

Capítulo 8 – Desenvolvimento ................................................................................................ 33

Capítulo 9 – Área Social ............................................................................................................ 43

Capítulo 10 – Religião .................................................................................................................. 45

Capítulo 11 – Cultura e Lazer .................................................................................................... 48

Capítulo 12 – Esporte .................................................................................................................. 60

Capítulo 13 – Educação .............................................................................................................. 63

Capítulo 14 – Saúde ..................................................................................................................... 70

Capítulo 15 – Pontos Turísticos ................................................................................................. 74

Capítulo 16 – Segurança ............................................................................................................... 77

Capítulo 17 – Obras ...................................................................................................................... 78

Capítulo 18 – Símbolos Municipais ........................................................................................... 81

Capítulo 19 – Os Três Poderes ................................................................................................... 83

Page 6: miolo tarumã.pmd

6

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Page 7: miolo tarumã.pmd

7

Introdução

1

T arumã começou com a formação de uma vila, que se desenvolveu graças ao empe-nho e dedicação de Gilberto Lex, que herdou uma área de terra de seu pai, o imigrante alemãoMathiae Lex.

Nos anos 1940, com a chegada da família Rezende Barbosa, que comprou a Fazenda NovaAmérica, transformando-a em usina e assim impulsionando o local pela produção de cana-de-açúcar, a região começou a conhecer um desenvolvimento maior.

A agroindústria passou a ser a principal e maior fonte de absorção de mão-de-obra locale regional, sendo um dos principais suportes para a emancipação política de Tarumã emrelação ao município de Assis, ocorrida sob a Lei Estadual no 6.645/90 de 9 de janeiro de 1990.Neste livro, vamos conhecer mais dessa história.

Entrada da cidade.

Page 8: miolo tarumã.pmd

8

Localização eAspectos Geográficos

2

arumã localiza-se a Oeste do Estado de São Paulo, na região conhecida como AltaSorocabana. Fica a 460 quilômetros da Capital, pela SP-333, corredor de exportação para oPorto de Paranaguá e acesso ao Mercosul. A locomoção geográfica e a presença de malharodoviária de interligação facilitam o acesso de todo o Norte e Oeste do Estado de São Paulo,atingindo o Setentrional de Mato Grosso do Sul e ainda importantes centros de negócios doNorte do Paraná.

A cidade pertence à Região Administrativa de Marília e Região de Governo de Assis, que temuma extensão territorial de 5.508 km2. Com seus 306 km2, Tarumã representa 5,5% da extensãototal da região, que engloba os municípios de Assis, Campos Novos Paulista, Cândido Mota,Cruzália, Florínea, Ibirarema, Lutécia, Maracaí, Palmital, Paraguaçu Paulista e Platina.

Situa-se a uma altitude de 509 m acima do nível do mar. Seu solo é constituído 70% porlatossolos roxos e 20% por latossolos vermelho-escuros. O restante está dividido entre podzólicosvermelho-amarelo, vermelho-escuro, terra roxa estruturada, solos litólicos e hidromórficos. Orelevo é plano e suavemente ondulado, e o clima, quente e úmido, de características subtropicais.Dispõe ainda de cinco vias fluviais de importância, formadas por 32 nascentes.

T

Vista aérea de Tarumã em 1989.

Page 9: miolo tarumã.pmd

9

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

MUNICÍPIO DE TARUMÃ E CIDADES LIMÍTROFES

A CIDADE EM NÚMEROSFundação: 1993População: 10.868 habitantesÁrea: 306 km²Densidade demográfica: 35,73 habitantes por km²Latitude: 22º 44’ 79" SulLongitude: 50º 34’ 71" OesteAltitude: 509 mCEP: 19820-000Temperatura média anual: 22 º CPluviometricidade média anual: 1.400 mmMunicípios limítrofes: Norte – Assis; Sul – Florínea; Leste – Cândido Mota; Oeste –

Cruzália, Maracaí e Pedrinhas Paulista.Bairros rurais: Água da Onça, Água da Aldeia, Água da Palmeira, Água Santo Antônio,

Água do Dourado, Água da Figueira, Água Tarumã, Água Bonita e Água Aguinha.Vilas Urbanas: Centro, vila dos Lagos, vila das Árvores, vila dos Estados, vila Água

Bonita, Dourados, vila das Nações, vila Brasil, vila Cristal e vila dos Pássaros.

Page 10: miolo tarumã.pmd

10

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

.

Origem do nomeNo vocabulário tupi-guarani, a pa-

lavra Tarumã designa uma árvore silves-tre medicinal que tem, em média, de 3a 10 metros de altura e existia em abun-dância no local, geralmente à margemdos córregos. Ela tem aspecto parecidocom o do ipê roxo e era comum no valedo Paranapanema, tendo, contudo, so-frido os efeitos da devastação das ma-tas naturais, promovida pela monocul-tura da cana-de-açúcar. Conta-se quea espécie não se extinguiu por completograças a um pároco local que trouxeraas mudas de Mato Grosso, plantando-as no pátio da Acruta (Associação Co-munitária do Centro Rural de Tarumã),onde elas se encontram até hoje, pre-servadas da extinção. Após a emanci-pação, muitas árvores foram plantadas.

Vista parcial de Tarumã.

Árvore Tarumã.

Page 11: miolo tarumã.pmd

11

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

SANTO PADROEIRO: SANTO ANDRÉO padroeiro da cidade é Santo André. Santo André nasceu em

Betsaida, na Galiléia. Era filho do pescador Jonas, irmão de SimãoPedro e discípulo de João Batista. Juntamente com João Evangelista,era discípulo de João Batista, que, ao ver Jesus retornando do deserto,disse-lhes: “Eis aí o cordeiro de Deus...” André e João Evangelista,muito emocionados, foram atrás de Jesus, que ao perceber que estavasendo seguido, perguntou-lhes:

“– O que buscam? André respondeu:– Senhor, onde vives? E Jesus disse-lhes:– Venham e verão...”Esse chamado mudou a vida de André para sempre. Ele reconheceu Jesus imediatamente

como sendo o Messias, e foi o seu primeiro apóstolo. Rapidamente foi ao encontro de seuirmão Pedro para dizer-lhe que havia encontrado o salvador do mundo, e levou-o ao encontrode Jesus. A princípio, André e Pedro não o seguiam continuamente, sempre retornavam parasuas casas e para a pesca, até o dia em que Jesus pediu-lhes que o acompanhassem em todosos momentos.

Segundo consta no Novo Testamento, durante os três anos em que isso ocorreu, SantoAndré esteve presente em eventos, missões e milagres de Jesus. Santo André conduziu missõesna Capadócia, Galácia, Macedônia e Grécia.

Ele escapou várias vezes da prisão e de julgamentos e em algumas dessas fugas teve aajuda de anjos. Enfrentou demônios, salvou um barco naufragado cheio de gente, trouxepessoas de volta à vida, sofreu perseguições e foi atacado por multidões enfurecidas. No anode 60 d.C., durante o reinado do imperador Nero, ele foi capturado e julgado em Achaea,sendo condenado à morte em uma cruz em forma de X, no dia 30 de novembro. Quandofoi a julgamento, André brigou porque não merecia ser crucificado como seu mestre Jesus.Não foi pregado, mas amarrado à cruz, fato que prolongou seu sofrimento por dois dias,nos quais continuou pregando o Evangelho até se esgotarem todas as suas forças. Perto devir a morrer, uma luz divina envolveu o seu corpo e aqueles que tentavam atormentá-loficaram paralisados. A esposa do governador romano, Maximila, que tinha sido batizada porAndré, foi quem o sepultou.

Santo André é representado na iconografia cristã como um missionário abraçadoa uma cruz em forma de X. Padroeiro dos açougueiros, pescadores, mineradores,fazedores de cordas e dos casamentos, é também patrono de diversos países, comoEscócia, Espanha, Rússia e Grécia. Algumas relíquias de Santo André foram levadaspara Constantinopla (moderna Istambul) e outras relíquias para Ravena, Milão, Brescia,Nola e Namur.

Page 12: miolo tarumã.pmd

12

rês tribos indígenas principais habitavam o vale do Paranapanema: os Coroados, osCayuás e os Xavantes, além da presença dos Caingangues, em menor número. Os índioscoroados dominavam as florestas espessas, enquanto as campinas e os cerrados eram ocupa-dos pelos índios xavantes.

Primeiros Habitantes

3

T

Coroados e XavantesRecebem a designação de Coroados diferentes povos indígenas brasileiros, como os Caingangues,

que vivem nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul, além dos Bororos, deMato Grosso e Goiás. Havia também um grupo com o mesmo nome que vivia entre Minas Gerais eEspírito Santo, juntamente com os Puris e Koropotó, cujas línguas seriam da mesma família.

Os Xavantes também residiam a Oeste do Estado de São Paulo, Mato Grosso e Paraná. Povoda família Jê, resistiu à ocupação de seu território pelo colonizador, principalmente no Mato Gros-so. Suas aldeias eram dispostas de forma semicircular, com a abertura voltada para um pequenorio, onde tomavam banho e abasteciam-se de água. Eram nômades, mas após serem parcialmen-te dizimados pelo homem branco, vivem hoje em pequenas aldeias baseadas na agricultura desubsistência.

Índios. Jean Baptiste Debret.

Page 13: miolo tarumã.pmd

13

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

A movimentação significativa da população branca em direção às novas áreas, a partir dadécada de 1850, obrigou os indígenas a abandonar os seus locais de origem. Seguiu-se naspróximas décadas uma relação de intensa violência entre povoadores brancos e índios. Asáreas de grande fertilidade eram o motivo do confronto entre ambos.

Em face da dificuldade de fixação do povoador na região devido à presença indígena, ogoverno provincial adotou uma política baseada na organização de aldeamentos e bandeiras.O objetivo era concentrar a população aborígine em locais próprios para a catequização,visando a retirada dos índios de áreas férteis, cobiçadas pelos colonizadores. Esse processogarantiu, para estes últimos, grandes espaços territoriais.

Os indígenasNa época em que os portugueses chegaram ao Brasil, no século XVI, havia entre 2 e 5 milhões

de índios, ou seja, um número superior ao de toda a população de Portugal. Nos primeiros conta-tos, os colonizadores imaginavam que os primeiros habitantes da região falassem, todos, a mes-ma língua. Aos poucos, perceberam a existência de uma grande variedade de nações diferentesentre si no falar e nos hábitos.

O termo “indígena” passou a ser usado para determinar um grande conjunto de povos diferen-tes entre si. Em comum tinham costumes como andar nus, não tendo vergonha do corpo, enquantoos europeus achavam a nudez em público imoral e pecaminosa.

Outra diferença em relação aos europeus era o fato de os índios não terem riquezas pessoais,pois os bens eram de uso comum de toda a tribo. As mulheres tomavam conta das crianças,preparavam a comida, faziam cestos e cuidavam da lavoura, enquanto os homens se dedicavamà guerra, caça e pesca, construindo canoas e cabanas e limpando a mata para a prática daagricultura.

As tribos eram unidas pelo parentesco, próximo ou distante, e estavam divididas em diversasaldeias, chamadas malocas ou tabas, também conhecidas como aldeamentos.

Aldeia indiígena. Jean Baptiste Debret.

Page 14: miolo tarumã.pmd

14

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

A disputa da terra não deve ser reduzida a um antagonismo étnico e cultural ou ainda auma incompatibilidade irredutível entre “brancos civilizados” e “selvagens bárbaros”. No finaldo século XIX, as terras do Oeste paulista foram definitivamente incorporadas ao capitalismoem expansão. Os indígenas eram visados por serem detentores de um espaço vital à economia,que se baseava na propriedade de terra. A penetração no sertão significava para os pioneirosa ampliação dos campos para o cultivo, enquanto para os índios significava a destruição de seumodo de vida. Isso levou à tensão entre as duas sociedades.

Os bandeirantesAs entradas e bandeiras eram expedições colonizadoras feitas pelo interior do Brasil nos sécu-

los XVI, XVII e XVIII.As entradas eram expedições de caráter oficial, visando à conquista da terra e à consolidação

do domínio português, e combatendo as tribos indígenas rebeldes.As bandeiras, por sua vez, de caráter particular, tinham objetivos nitidamente econômicos.

Foram empreendidas, sobretudo por paulistas, para capturar índios e utilizá-los no trabalho escra-vo e descobrir jazidas de pedras e metais preciosos. Bandeirantes como Fernão Dias Paes, BorbaGato e Anhangüera foram importantes para a expansão territorial do Brasil, o povoamento dointerior e o levantamento dos recursos naturais. Mas eles também dizimaram muitas populaçõesindígenas e atacaram missões jesuíticas para aprisionar nativos.

Bandeirantes. Jean Baptiste Debret.

Page 15: miolo tarumã.pmd

15

Como Tudo Começou

4

N o século XIX e princípios do sécu-lo XX, a parte Meridional do Estado de SãoPaulo, desde Sorocaba e Botucatu até o RioParaná, era designada de vale do Paranapane-ma ou Sertão do Paranapanema. Nesse perío-do, a região entre os rios Paraná, Paranapane-ma e Peixe era pouco conhecida e povoada.

O povoamento do vale processou-se emduas épocas distintas. A povoação mais antigateve início a partir das cabeceiras do Rio Para-napanema, estendendo-se, no início do século XIX, até o Rio Pardo, afluente do Rio Turvo.

O Rio Paranapanema foi o ponto de partida para a instalação de várias cidades no interiorpaulista, e continua sendo importante para o desenvolvimento, não só da região, mas de todo oBrasil, pois nele concentram-se importantes hidrelétricas que abastecem grandes cidades, comoSão Paulo. Pelas cidades de Buri e Itapetininga passavam os tropeiros, que traziam gado bovino,cavalos e mulas vindos dos territórios do Sul para Minas Gerais, onde começava o ciclo do ouro.

Origem do nome ParanapanemaTambém chamado, antigamente, de

Paranapane ou Paraná Pane, de Pabaquarioou Paraquario, o nome Paranapanema é ajunção de paraná, que significa rio em tupi,e panema, que significa imprestável ou semvalor. Talvez os índios tivessem dado essaconotação pelo fato da pouca navegabilidadeou escassez de peixes.

Tropeiros atravessando o rio.

Page 16: miolo tarumã.pmd

16

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Em Campina do Monte Alegre encontram-se estações e edifícios da antiga Estrada deFerro Sorocabana, importante para o desenvolvimento da cultura cafeeira. Em Avaré e Pirajúhá um grande patrimônio arquitetônico desenvolvido pelos arquitetos Ramos de Azevedo epelo francês Victor Dubugras, entre outros.

Passa pelos Estados de São Paulo e Paraná e tem 880 km de extensão. Nasce na Serra deParanapiacaba, em São Paulo, e deságua na margem esquerda do Rio Paraná, formando oslimites entre os dois Estados. No seu percurso estão importantes hidrelétricas como Jurumirim,Xavantes, Lucas Nogueira Garcez, Capivara, Taquaruçu, Rosana, Canoas I e Canoas II.

O traçado do Rio Paranapanema já aparece em mapa do Brasil de 1574.Historicamente, por volta de 1630 os bandeirantes paulistas desbravaram as terras locali-

zadas na região do Rio Paranapanema, caçando índios. As tribos dos Caingangues, Tupinambáse dos Guaranis foram dizimadas pouco a pouco pelos colonizadores, pela violência ou pordoenças como a malária.

Durante os séculos XVI e XVII foi utilizada, para exploração e colonização, uma rede decaminhos primitivos, trilhada pelos índios Guaranis, servindo de guia para os europeus. Apartir da metade do século XVIII surgiu o tropeirismo, que formalizou uma rota que seriausada nos 200 anos seguintes, povoando desde cidades até campos e o alto da serra.

Nessa primeira etapa, o desbravamento do sertão foi efetuado por mineiros que, após adecadência da exploração de ouro e diamantes em Minas Gerais em meados do século XVIII,foram atraídos pelas imensas extensões de terra. O período é caracterizado pela entrada degrupos familiares, com agregados e escravos domésticos. O segundo momento de povoaçãoatingiu as terras além do Rio Pardo, seguindo para o Oeste em direção ao Rio Paraná, pelo ladopaulista.

A COLONIZAÇÃOO início de Tarumã data de princípios do século XX. Com a investida de colonizadores

alcançou-se essa área, onde se encontrava instalada uma aldeia indígena, provavelmente dosXavantes. Com a fixação dos homens brancos, em um período de cinco anos os aboríginesdeixaram o local.

Até fins da década de 1920, a ocupação se deu de maneira extensiva, caracterizada inicial-mente pela presença de latifúndios. A chegada da ferrovia, em 1914, engendrou a valorizaçãodas terras e a intensificação do povoamento, permitindo o surgimento de pequenas proprieda-des (10 a 15 alqueires), adquiridas, geralmente, por ex-proprietários em zonas mais velhas oupor ex-colonos de café.

No princípio da colonização, as terras eram tidas como parte do patrimônio real. Deacordo com a política de terras vigente até 1850, a terra era domínio da Coroa, sendo adquiridaapenas por doação pessoal. As terras que hoje compreendem a região de Tarumã foramdoadas pelo imperador ao imigrante alemão Mathiae Lex, em agradecimento aos longos anosde serviços prestados à Força Pública.

Page 17: miolo tarumã.pmd

17

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

MATHIAE E GILBERTO LEXMathiae Lex veio com sua família para o Brasil em

1825, fixando residência em São Paulo. Formou-se emMedicina, na Alemanha, na Universidade de Kaiser, eem 1857 recebeu autorização para exercer a profissão noBrasil. Instalou uma clínica de atendimento à populaçãoem São Paulo, prestando serviços ao Estado. Casou-secom Belizária Pinto, filha de uma tradicional família deCampinas, com a qual teve sete filhos. Após o seu fale-cimento, já no início do século XX, sua esposa fez apartilha das terras, que se localizavam na região de Assis,entre os seus sete filhos, sendo que o único entre eles ase interessar em administrá-las foi Gilberto Lex. DonaBelizária faleceu em São Paulo, em 1921.

Gilberto Lex nasceu em 25 de maio de 1880 e fale-ceu em novembro de 1961. Exercia a profissão de far-macêutico, formado pela Escola de Farmácia de SãoPaulo. Casou-se duas vezes, sendo sua primeira esposa d. Olinda Guimarães Correa, com aqual teve cinco filhos. Com sua segunda esposa, Doroty Fischolder, de nacionalidade norte-americana, também teve cinco filhos, sendo que três deles nasceram em Tarumã. Foi vereadorriopretense de 1911 a 1912; eleito para a legislatura até 1913, renunciou ao mandato em janeirode 1912. Foi um dos fundadores, junto com João Gomyde e Agnelo Leandro Pereira, do RioPreto Football Club, em 1907, do qual foi presidente e vice-presidente; foi vice-presidente daAssociação Teatral Riopretense, em 1908; integrou a 3ª Secção Eleitoral, em 1904.

As terras herdadas por Gilberto Lex estendiam-se da cabeceira do Rio Fortuna até o iníciodo Rio Paranapanema. Lex reservou o terreno que se localizava à cabeceira do Rio Tarumãpara a instalação de sua fazenda, à qual deu o nome de Fazenda Tarumã. Além disso, loteouparte de suas terras, promovendo a instalação de pequenos proprietários no núcleo MathiaeLex. O núcleo era formado por 441 alqueires, divididos em lotes de cinco e dez alqueires,situados no veio direito da Fazenda Dourados.

Inicia-se, desta maneira, um processo efetivo de povoamento da região, que foi empreen-dido por migrantes de outras regiões, do próprio Estado de São Paulo e de outros Estadosbrasileiros. Além disso, nota-se também intensa participação de imigrantes e seus descenden-tes nesse movimento, principalmente de italianos e alemães.

VILA LEXAssim, a formação do povoado que ficaria conhecido como vila Lex começou a se con-

cretizar. A princípio, essa vila contava apenas com poucas casas, as quais eram chamadas deranchos, e três ruas: as paralelas do Comércio e da Paz, e a Rua Belizária, que se situava entreas outras duas.

Page 18: miolo tarumã.pmd

18

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Nesse momento, ainda não havia uma infra-estrutura urbana completa. Os moradoresnão dispunham de água encanada nem de energia elétrica. Utilizavam-se lamparinas e velaspara a iluminação e a água era retirada de poços e minas. O único meio de se chegar aossítios era a pé, a cavalo ou de carroça. Os meios de transporte estavam essencialmenteassentados sobre a tração animal e ligados ao estágio precário de desenvolvimento das ruase estradas.

No ano de 1895, a Estrada de Boiadeiro, construída pela Companhia de Viação São Paulo– Mato Grosso por meio de verbas concedidas pelo Governo do Estado, recebeu uma encru-zilhada partindo da cabeceira do Rio Fortuna, da qual a via direita ia em direção ao RibeirãoDourado. Já havia na margem direita do ribeirão um pequeno aglomerado de casas de serta-nejos que cultivavam milho e criavam porcos.

Com a chegada da estrada, fundou-se ali uma vila conhecida como Patrimônio Dourado.Nela, havia uma capela, quatro ou cinco quadras e casas comerciais.

Com o desenvolvimento de Tarumã nas décadas de 1920/30, o Patrimônio Douradocomeçou a declinar até que, por volta da década de 1970, desapareceu o último vestígio decomércio da então vila pioneira.

Antes da construção do cemitério na vila Lex, os sepultamentos eram realizados no Patri-mônio Dourado, que atendia também outras localidades da região, como Pedrinhas e Florínea.Após a construção do cemitério em Tarumã, o cemitério do Patrimônio foi extinto.

Em meados da década de 1920 foi construído pelos moradores um barracão de madeiraonde funcionava a escola chamada Escola de Taruman. Ela se localizava onde, atualmente,está instalado o terminal rodoviário. No início, as aulas eram administradas apenas para meni-nos, sendo as classes femininas organizadas posteriormente.

O primeiro estabelecimento comercial a ser instalado na vila foi uma farmácia de propri-edade de Gilberto Lex, em 1924. Para atender às demais necessidades da população local, Lexpromoveu a contratação de diversos profissionais por meio de anúncios publicados em jornaisda capital paulista. Em 1925, estabeleciam-se na vila o primeiro dentista e a primeira costureira.No ano seguinte, a primeira pensão da vila, de propriedade do sr. Lico, foi inaugurada.

Na ausência de médicos e postos de saúde, era a Gilberto Lex que a população recorriaquando adoecia. Anos mais tarde, na década de 1950, contava-se também com o trabalho deJosé Santana da Graça, igualmente farmacêutico. Sua esposa, Lourdes Santana, oferecia assis-tência às mulheres grávidas, auxiliando-as na hora do parto.

Uma das características marcantes de Gilberto Lex era sua paixão por futebol. O campoconstruído na vila dispunha de guaritas para acomodar os espectadores e constituía-se em umadas principais fontes de diversão da comunidade. O Lex Futebol Clube, time organizado pelopróprio Lex, freqüentemente disputava jogos com outros times da região.

Page 19: miolo tarumã.pmd

19

Distrito de Paz

5

E m 20 de outubro de 1927, a vila Lex passou a ser reconhecida como distrito de Paz,com uma área de 304 km², o que correspondia, na época, a um terço do município de Assis.Foi denominada, oficialmente, distrito de Paz de Tarumã. A partir dessa data os casamentos,os registros de nascimento etc. passaram a ser realizados no próprio distrito, pelo então escri-vão de paz, José Osório de Oliveira.

Paralelamente ao desenvolvimento da vila, crescia a demanda da população. Assim, foraminstalados diversos estabelecimentos comerciais em Tarumã. Em 1928, são inaugurados umarmazém de secos e molhados e uma padaria. Um comerciante que se destacou na localidadefoi Miguel Jubran, imigrante libanês que veio para o Brasil em 1924 e se instalou em Tarumãpor volta de 1927, onde abriu uma pequena venda que se chamou, mais tarde, Flor do Sertão.

Miguel Jubran costumava percorrer todo o povoado para vender seus produtos; este seutrabalho lhe rendeu reconhecimento, e o seu nome passou a ser a denominação da rodovia quepassa por Tarumã. Ele foi eleito vereador por Tarumã, junto à Câmara Municipal de Assis, em1955, sendo o primeiro tarumaense a chegou a Prefeitura de Assis.

Com a aquisição dos primeiros automóveis houve grande melhoria nas condições detráfego. Foram abertas novas estradas, contudo a comunidade ainda não contava com pavi-mentação. O transporte para Assis era feito por meio de uma jardineira que partia de Tarumãde manhã e retornava ao anoitecer. As jardineiras, que transportavam as pessoas para Assis,partiam do bar do Alexandre Benelli, onde se localizava um dos únicos meios de comunicaçãoda época, um telefone à manivela.

Antigo cartório de Tarumã, 1957.

Page 20: miolo tarumã.pmd

20

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

A partir de 1929, com a abertura de uma serraria, Tarumã passou a desfrutar deenergia elétrica desde o anoitecer até as 23 h. Em dias de baile, a iluminação era prolon-gada até a uma hora da madrugada. A primeira banda musical formada por membros dacomunidade data de 1928. Ao som de violões e sanfonas realizavam-se bailes nas fazen-das da região.

Na década de 1930 ocorreu a primeira eleição no distrito. Os candidatos a administradorlocal eram Gilberto Lex e José Santana da Graça, ambos farmacêuticos. Com a vitória de JoséSantana, Gilberto Lex deixou a vila, passando a morar na sede de sua fazenda. Transferiu paralá sua farmácia e várias casas de madeira que lhe pertenciam, visando a formar uma colônia.Todavia, devido aos protestos da população, a retirada das casas foi proibida por iniciativa dosr. Antônio Pereira.

Um cinema foi inaugurado em Tarumã por Antonio Piedade, em 1958. O salão queabrigava o cinema era de madeira e os bancos improvisados com tábuas apoiadas em tijolos.Também, se realizavam nesse salão alguns bailes e formaturas da escola. O aparecimento dasprimeiras televisões em Tarumã, também, significou de acordo com os moradores, mais umaopção de lazer.

Primeiro casamento na cidade.

Page 21: miolo tarumã.pmd

21

O Café e a Cana-de-Açúcar

6

O CAFÉNo campo, ao lado das plantações destinadas à subsistência, notava-se a presença marcante

da cultura de café, conseqüência de um processo que se iniciou no vale do Paraíba, desenvol-veu-se pela Mogiana Paulista e, por fim, atingiu o Norte do Paraná. Até 1940, o cultivo do caféinseria-se em um sistema primitivo de subsistência com base na pequena e média propriedade,permanecendo os latifúndios praticamente inexplorados, devido principalmente à escassez demão-de-obra.

Uma das raras exceções ao sistema familiar de trabalho se deu na área onde, atualmente,existe a Fazenda Nova América. Tal propriedade possuía 250 mil pés de café, em 1943, econtava com o trabalho de colonos nordestinos e de remanescentes de antigas áreas paulistasde cafeicultura. A vinda de diversas famílias nordestinas para a região, por volta de 1940,contribuiu significativamente para a diversificação da produção agrícola. Vindo “fazer aAmérica” em São Paulo, esses migrantes impulsionaram os sistemas de arrendamento e deparceria.

Reservava-se, geralmente, uma parte da terra cultivável para a lavoura de milho, arroz,feijão e de outros gêneros que compunham a alimentação básica daquelas famílias. Alémdisso, a criação de animais como porcos e galinhas garantia-lhes o abastecimento de carne.

Plantação de café.

Page 22: miolo tarumã.pmd

22

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

A CANA-DE-AÇÚCARA partir da década de 1930, aproxima-

damente, estabeleceu-se o cultivo da cana-de-açúcar com a instalação da destilaria deGermano Holzhausen, que na época manti-nha uma pequena produção de aguardenteno bairro Água Bonita. Com a grande geadade 1943/44 e conseqüente decadência docafé, ampliou-se a área destinada à culturade cana-de-açúcar, ganhando espaço tambémo algodão, o milho e o arroz.

Em 1944, Renato de Rezende Barbosaadquiriu, em sociedade com Ferdinando Matarazzo, a Fazenda Nova América, alterando radi-calmente a forma de exploração do solo na fazenda, com a substituição de 250 mil pés de cafépelo cultivo da cana-de-açúcar. Já em 1946, Ferdinando desligou-se da empresa.

Com a instalação da usina de álcool e açúcar em 1947, o distrito ganhou novas caracterís-ticas. A monocultura da cana-de-açúcar ganhou vastas porções de terra da região. O cresci-mento gradativo da Nova América, empresa de caráter familiar, modificou as relações socio-econômicas, culturais e tecnológicas de toda a região do médio vale Paranapanema.

Nesta fase em que se tentava uma mudança de cultura agrícola na região, foram necessá-rios grandes esforços para que realmente houvesse oferta de matéria-prima – cana-de-açúcar– e a unidade de produção pudesse esmagar e disponibilizar o produto para o mercado. Pelofato de a cana-de-açúcar ser um produto tradicionalmente pouco cultivado na região, a empre-sa precisou desenvolver técnicas de cultivo em conjunto com os seus fornecedores.

A empresa integrou as diversas etapas do processo produtivo – a pesquisa básica, o abaste-cimento de matéria-prima, a industrialização e a comercialização dos produtos finais. Na décadade 1960, devido a uma alteração no plano de regulamentação das relações entre empregado epatrão intensificou-se a atuação dos trabalhadores conhecidos, vulgarmente, como bóias-frias.

Tal conjuntura provocou um crescimen-to exagerado da área urbana de Tarumã,tendo o número total de habitantes saltadode 190 para 2.019 pessoas, no período de1954 a 1970. A usina absorveu grande par-te da mão-de-obra regional e promoveu odesenvolvimento da infra-estrutura local.Atendendo à demanda de trabalhadoresresidentes nas proximidades da empresa,esta auxiliou a construção de diversas ca-sas, expandindo, assim, o núcleo habita-cional e a estrutura urbana.

Bóias-friasOs trabalhadores rurais assalariados, em ge-

ral não registrados, que moram fora da proprie-dade agrícola em que atuam, eram chamadosde bóias-frias; hoje são conhecidos como ruraisvolantes. Eles ganham por tarefa ou por dia. Sãocontratados por fazendeiros ou intermediários esão transportados até o local de trabalho emcaminhões ou em ônibus. O nome bóia-fria vemdo fato de eles se alimentarem de comida fria,feita de madrugada, antes de eles se dirigiremao trabalho nas plantações.

Plantação de cana-de-açúcar.

Page 23: miolo tarumã.pmd

23

partir da década de 1970, Tarumã começou a buscar sua autonomia política.No entanto, nesse período, o Brasil vivenciava uma política extremamente centralizadora.Com o golpe de 1o de abril de 1964, instaurou-se uma ditadura militar que cerceava a liberdadee a democracia.

Em Busca da Autonomia

7

A

De capela a municípioDa formação de uma capela ao estabelecimento de um município, existe um percurso de

denominações. Entendam melhor quais são e o que significam:Capela: pequeno templo fundado pelos nobres ou senhores nas terras de sua propriedade,

geralmente ao lado de sua casa. Convertia-se muitas vezes em paróquia, formando uma vila.Freguesia: sede de uma igreja paroquial que servia para a administração civil. Era a catego-

ria oficial a que era elevado um povoado quando nele havia uma capela administrada por umpároco que era mantido à custa dos moradores, que lhe pagavam um valor anual para o seusustento.

Vila: unidade político-administrativa autônoma equivalente a município, trazida de Portugalpara o Brasil no início da colonização, tendo perdurado até fins do século XIX; toda vila deveriapossuir Câmara e cadeia, além de um “pelourinho” – símbolo da autonomia; termo empregadoem substituição a município, pois este não podia ser empregado na colônia, ou seja, em terras nãoemancipadas.

Termo: território da vila cujos limites são imprecisos; tinha a sua sede nas vilas ou cidadesrespectivas; era dividido em freguesias, limite, raia ou marco divisório que extrema uma áreacircunscrita.

Cidade: título honorífico concedido, até a Proclamação da República, pela Casa Imperial avilas e municípios, sem nada acrescentar à sua autonomia; a partir da Constituição de 1891, estepoder é delegado aos Estados, que podem tornar cidade toda e qualquer sede de município;nome reconhecido legalmente para as povoações de determinada importância.

Município: divisão administrativa de origem romana, levada pelos romanos para a PenínsulaIbérica, e de Portugal trazida para o Brasil; equivalente à vila; menor unidade territorial político-administrativa autônoma; entre os romanos, cidade que possuía o direito de se administrar egovernar por suas próprias leis; no Brasil substitui definitivamente o termo vila a partir da Repúbli-ca, tendo aparecido pela primeira vez na legislação através da Carta Régia de 29/10/1700.

Page 24: miolo tarumã.pmd

24

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

A vida política do regime militar era baseada na Constituição de 1967, que utilizava medi-das autoritárias e se caracterizava por decretar várias emendas, os famosos Atos Institucionais,que exerciam controle intenso sobre a organização política do País.

Regime Militar A ditadura Vargas, ou Estado Novo, durou oito anos. Começa

com o golpe de 10 de novembro de 1937 e se estende até 29 deoutubro de 1945, quando Getúlio é deposto pelos militares. Opoder é centralizado no Executivo e cresce a ação intervencionistado Estado. As Forças Armadas passam a controlar as forças públi-cas estaduais, apoiadas pela polícia política de Filinto Müller. Pri-sões arbitrárias, tortura e assassinato de presos políticos e deporta-ção de estrangeiros são constantes. Em 27 de dezembro de 1939 écriado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsávelpela censura aos meios de comunicação, pela propaganda do governo epela produção do programa “Hora do Brasil”.

O segundo período de regime militar no Brasil é instaurado pelo golpe de 1º de abril de 1964.O plano político é marcado pelo autoritarismo, supressão dos direitos constitucionais, perseguiçãopolítica, prisão e tortura dos opositores e pela imposição da censura prévia aos meios de comuni-cação. Os atos institucionais são mecanismos adotados pelos militares para legalizar ações políti-cas não previstas e mesmo contrárias à Constituição. De 1964 a 1978 serão decretados 16 atosinstitucionais e complementares que transformam a Constituição de 1946 em uma colcha de reta-lhos. O fim do regime militar se dá em 1985, com o final do governo de João Figueiredo.

Constituição de 1967A Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém um conjunto de

normas reguladoras referentes, entre outras questões, à forma de governo, à organização dospoderes públicos, à distribuição de competências e aos direitos e deveres dos cidadãos. O Brasiltem em sua História sete constituições, uma no período monárquico e seis no período republicano.

As mudanças constitucionais, em geral, ocorrem no contexto de importantes modificações soci-ais e políticas do País.

Promulgada pelo Congresso Nacional durante o governo Castello Branco, institucionaliza aditadura do Regime Militar de 1964.

Como principais medidas, mantêm o bipartidarismo criado pelo Ato Adicional nº 2 e estabele-ce eleições indiretas para presidente da República, com mandato de quatro anos. Entre suasreformas está a Emenda Constitucional no 1, de 1969, outorgada pela Junta Militar.

Incorpora nas suas Disposições Transitórias os dispositivos do Ato Institucional nº 5 (AI-5), de1968, permitindo que o presidente, entre outras coisas, feche o Congresso, casse mandatos esuspenda direitos políticos. Ele dá aos governos militares completa liberdade de legislar em maté-ria política, eleitoral, econômica e tributária. Na prática, o Executivo substitui o Legislativo e oJudiciário.

No período da abertura política, várias emendas prepararam o restabelecimento de liberdadese instituições democráticas.

Page 25: miolo tarumã.pmd

25

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Era praticamente impossível uma localidade requerer sua autonomia, pois a Constituição,renovada com suas emendas, raramente permitia. Posteriormente, com a realização de váriosmovimentos da sociedade civil organizados, principalmente, na Grande São Paulo e no Rio deJaneiro, onde as pessoas contestavam o regime militar, a situação política do Brasil foi sealterando e caminhando para a abertura política, objetivando a redemocratização do Brasil.

Nessa conjuntura política era quase impossível para Tarumã tornar-se um município autônomo.Em fins da década de 1970, com o vereador Wilson Paitl representando Tarumã na Câmara de Assis,deu-se início à busca de caminhos para conquistar a emancipação. O trabalho contou com grandecolaboração de particulares, que faziam visitas a outros distritos do Estado, também interessadas ememancipar-se, não só para verificar quais eram seus projetos como também para unir forças.

Por volta de 1979, a Usina Nova América, por iniciativa de Renato Rezende Barbosa,decidiu assumir o patrocínio de um projeto de emancipação, e, assim, os trabalhos começarama ficar mais intensos. Formou-se uma comissão encarregada de cooperar com todo o progra-ma relativo à conquista da emancipação. A comissão era composta desta forma:

Para conseguir a emancipação, era indispensável uma mobilização da população local,além do apoio das autoridades políticas regionais. E em se tratando de participação dos habi-tantes, Tarumã contou com muita gente interessada.

A SATA (Sociedade dos Amigos de Tarumã) colaborou para a campanha de emancipaçãodo distrito. Fundada em abril de 1982, compunha-se de uma sociedade civil, sem fins lucrati-vos, políticos ou religiosos; sua finalidade era estudar os problemas relativos à melhoria doambiente urbano da localidade.

Esse grupo, formado por populares tarumaenses, procurava pleitear junto aos poderespúblicos solução para as diversas necessidades do distrito e auxiliava no desenvolvimento deatividades recreativas, sociais, esportivas, assistenciais e culturais.

Tarumã não esteve sozinha na luta pela conquista da autonomia política. Para enfrentar opoder central com maior vigor, vários distritos se uniram e formaram a Frente Distrital Paulistade Emancipação. Os distritos somavam um número de 19, sendo eles: Euclides da Cunha,Rosana, Espírito Santo do Turvo, Tarumã, Bertioga, Potunduva, Alumínio, Vicente de Carva-lho, Trabiju, Araçariguama, Estiva Gerbi, Santo Antonio do Aracanguá, Ilha Solteira, IlhaComprida, Quateporã, Paulistânia, Motuca, Potim e Moreira Cezar.

Essa frente foi fundada e registrada no cartório da cidade de Teodoro Sampaio, em 20 demarço de 1987. Sua presidência localizava-se no distrito de Euclides da Cunha Paulista; sua

Presidente: Wilson Paitl; Vice – presidente: João Jaime Ribeiro Palma1ºsecretario: Ovídio Silveira Lima; 2º secretario: Vicente Benelli1º tesoureiro: Divino Morro; 2º tesoureiro: Otavio Benelli1º Conselheiro Fiscal: Divino Morro; 2º Conselheiro Fiscal: Gervásio Benelli; 3º conselheiro

Fiscal: Pedro Lopes da CruzVogais: Paschoal Moro; Adolfo Fischer; Ernesto Paitl; Alexandre Benelli; José Rodrigues dos

Santos; Osvaldo Marcelino; José Moro; Hélio Moro; Geraldo Alves da Silva; Manuel Lopes;Antonio M. Novaes; João Bonifácio; Darcy Paitl; Estevan Thomas de Aquino.

Page 26: miolo tarumã.pmd

26

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

secretaria, em Rosana, e a tesouraria em Bertioga. Seu presidente era o sr. Wilson MárioRoseiro Coutinho, residente na cidade de Euclides da Cunha Paulista.

Wilson, representando todos os distritos, freqüentemente se deslocava para Brasília paradefender os interesses relativos à emancipação. Naquela época, o que se buscava era fazer comque a criação de novos municípios ficasse sob a alçada dos Estados.

A frente sempre reunia os distritos e seus representantes para discutirem o andamento daorganização pró-autonomia política. Nessas reuniões discutiam-se vários argumentos e méto-dos para que, transmitidos a deputados da região, pudessem chegar à Assembléia Constituintee esta, por sua vez, aprovasse a indicação.

Para manter a frente era preciso que cada distrito contribuísse com um valor mensalcorrespondente a um mínimo de dois mil cruzados (moeda da época). Assim, os distritos,como Tarumã, procuravam realizar promoções periódicas, como bailes e sorteios, visando aadquirir o valor estipulado. A comunidade se encontrava, pois, continuamente envolvida comos projetos ligados à emancipação política.

O PLEBISCITOEm 1987, o sonho de conquistar a autonomia política chegou mais próximo da realidade.

Com a participação do deputado Hélio César Rosas, o projeto que buscava transferir aos Estadosa competência para legislar sobre a divisão política de seu território integrou-se na Constituiçãode 1988. Isso facilitou a conquista da emancipação. Assim, os distritos, cuja autonomia dependiade um longo e exigente processo, tinham agora que cumprir as exigências e formalidades

estabelecidas pelos Estados para alcançarem sua eman-cipação política e administrativa.

Dois anos depois, o movimento ficou mais intenso, eraépoca de decisão, no mês de novembro ocorreria o plebis-cito necessário para a emancipação, que iria avaliar oposicionamento dos habitantes sobre a autonomia, por issoera indispensável que todos os eleitores dissessem “sim”. Onúmero de eleitores perfazia o total de aproximadamente3.700, e Tarumã precisava de 50% mais um do número deinscritos e dos votos depositados nas urnas.

Houve no distrito uma admirável campanha quemobilizou todos os moradores, atingindo até as escolas.Os alunos participaram de concursos nos quais se es-colheria o melhor cartaz e a melhor redação que abor-dasse o tema: “Independência do Distrito”. A exposi-ção dos alunos ocorreu no salão de festas da paróquiade Tarumã, onde funcionava o comitê central pró-eman-cipação, o ponto de referência das atividades, cedidopelo padre Raimundo.

Comício para o plebiscito.

Cartazes para o SIM.

Page 27: miolo tarumã.pmd

27

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

A comissão pró-emancipação de Tarumãcontava com a coordenadoria do sr. SebastiãoCarlos Aizo, Oscar Gozzi e do vereador e pre-sidente da câmara de Assis na época, Demerval Pingo Alvez de Brito.Junto com eles, aproximadamente 150 a 200 pessoas colaboravam nomovimento de conscientização da população sobre a importância da eman-cipação de Tarumã.

A cidade ficou toda caracterizada, foram distribuídos, cartazes portodos os lugares, placas e outdoors; estamparam-se camisetas e até oscarros expuseram adesivos da campanha. Foram realizados comíciosnos dias 29 de outubro e 3 de novembro de 1989. Também nas come-morações do aniversário de 62 anos de Tarumã, o desfile cívico foiorganizado com a temática da emancipação e o símbolo municipal erauma corrente quebrada, ou seja, significava a liberdade administrativa de Tarumã.

Em fins da década de 1980 foi promulgada a nova Constituição. Nas constituições anteriores, omunicípio não era mencionado como parteintegrante da Federação. A Constituição pro-mulgada no dia 5 de outubro de 1988 tratouda questão inserindo expressamente no seuartigo 1o, e também no artigo 18, o municí-pio como unidade federativa.

O ponto básico de garantia de autono-mia municipal está no Artigo 29: o municí-

PlebiscitoVotação em que o povo responde sim ou não

a uma proposta que lhe é apresentada. Na His-tória do Brasil aconteceram dois plebiscitos emâmbito federal. O primeiro foi realizado no dia6 de janeiro de 1963, tinha como objetivo ouviros eleitores sobre a continuação ou não do siste-ma parlamentarista estabelecido em 1961, apósa renúncia do presidente Jânio Quadros. A Cons-tituição de 1988 determinou a realização de umplebiscito para que os eleitores escolhessem en-tre presidencialismo e parlamentarismo e tam-bém para que opinassem sobre se o País deve-ria continuar sob regime republicano ou restau-rar a monarquia, derrogada em 1889. Este se-gundo plebiscito nacional foi realizado no dia21 de abril de 1993, tendo a maioria dos eleito-res optado pela continuação do presidencialis-mo e da República.

Apuração dos votos de emancipação.Na foto: Dirceu Schenou e Oscar Gozzi.

Cartaz para emancipação da cidade.

Page 28: miolo tarumã.pmd

28

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

pio reger-se-á por Lei Orgânica própria, ditada pela câmaramunicipal que a promulgará. Como a questão da autonomiamunicipal sempre esteve atrelada às oscilações da política pra-ticada na União, em determinada época instituía-se uma cen-tralização dos poderes e, em outras, a descentralização.

Nesse embate, os municípios que antes da Constituiçãode 1988 nem eram considerados entes federativos, sofriam asconseqüências. Com a nova Constituição, o sonho da inde-pendência administrativa ficou próximo. No dia 5 de novem-bro de 1989 foi realizado em Tarumã o plebiscito por meiodo qual a população votaria a favor ou contra a emancipação.

Ocorreu que a maioria absoluta aprovou e, em 9 de janeiro de 1990, Tarumã, pela Lei nº6.645, do então governador do Estado, Orestes Quércia, conquistou sua autonomia. A cidadeem festa recebeu sua liberdade política.

A EMANCIPAÇÃOEm 3 de junho de 1992, reuniram-se, na cidade de Assis, no prédio da Câmara Municipal,

os presidentes dos partidos do município de Tarumã para decidirem o número de vereadoresda Câmara Municipal recém-instituída no muni-cípio. Ficou decidido em consenso que o novomunicípio contaria com 11 vereadores.

Também em 1992 ocorreu a primeira eleição nomunicípio. Houve três candidaturas: a de Oscar Gozzipelo PFL, em coligação com o PSDB, tendo comovice Waldemar Schwarz; pelo PMDB candidatou-se

O que é vereador?A palavra “vereador” formou-se a partir do verbo “verear”, que significa administrar, reger,

governar, segundo o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. Vereador significa “pes-soa que vereia”, isto é, pessoa que tem a incumbência de zelar pela comodidade, bem-estar esossego dos moradores das cidades. “Vereação” era o “lugar de verear”, ou conjunto dosvereadores no desempenho de sua função. A palavra permaneceu no Direito brasileiro comsentido bastante modificado, significando modernamente o membro da Câmara Municipal, olegislador municipal.

Historicamente, a figura do vereador aparece em Portugal no século XIV, quando servia comoassistente dos juízes na administração municipal. Esses assistentes, por suas atribuições, asseme-lhavam-se ao aedile, o antigo magistrado romano que cuidava da salubridade, da desobstruçãodas vias públicas, da inspeção e conservação dos edifícios públicos, do abastecimento das cida-des e que, vigiando o preço do trigo, os pesos e as medidas, protegia os compradores contra asfraudes. Para isso, o aedile podia editar os regulamentos edicilianos, depois chamados posturas e,hoje, leis municipais. Daí a equivalência de nomenclatura entre edil e vereador.

Comemoração da emancipação.

Primeira Câmara de Tarumã.

Page 29: miolo tarumã.pmd

29

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Demerval Pingo Alves de Brito, tendo como vice Celso Rodrigues dos Santos e, pelo PSD, o candi-dato foi Raimundo Correa, juntamente com o seu vice, Gervásio Foganholi.

Esses três grupos de trabalho foram os primeiros a desenvolver o processo político eleito-ral em Tarumã. Entre eles, foi eleito para prefeito Oscar Gozzi, cujo vice foi Waldemar Schwarz;juntos assumiram o poder em 1º de janeiro de 1993, permanecendo até 1996.

O sistema de administração constituiu-se inicialmente de nove órgãos municipais,sendo assim compostos: Gabinete do Prefeito, Secretaria Municipal da Fazenda, Secreta-ria Municipal de Administração e Assuntos Jurídicos, Secretaria Municipal de Planejamen-to e Obras, Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Esportes, Secretaria Municipal daSaúde, Secretaria Municipal de Ação Social e Secretaria Municipal de Agricultura, Abas-tecimento e Meio Ambiente. No ano de 2001 foi criada a Secretaria Municipal de Esportee Turismo.

INÍCIO DIFÍCILA instalação da Prefeitura em seus primórdios foi difícil. Oscar Gozzi, eleito primeiro

prefeito de Tarumã, declarou que não existia um edifício próprio para abrigar a Prefeitura,visto que, sempre sob a supervisão de Assis, não havia sido construído nenhum prédio nodistrito que pudesse ser sede da Prefeitura.

Prefeito e vereadores foram negociar com a Delegacia de Ensino de Assis, para quepudessem utilizar as dependências da escola dona Cota. Como era período de férias – janeiroe fevereiro – consentiu-se a utilização do prédio da escola.

Outra dificuldade foi com relação aos meios de comunicação, pois não havia telefone nassalas de aula e não era permitido usar o da secretaria da escola. Além do mais, eram necessáriosequipamentos, como máquinas de escrever e móveis, obtidos junto ao Banco do Brasil eBanespa.

A Câmara Municipal instalou-se na escola juntamente com a Prefeitura. Foram adapta-das duas salas para realizar as sessões da Câmara e tratar dos primeiros projetos. A Prefeiturapermaneceu instalada na escola durante o período de férias dos alunos. Depois, foi alugadoum salão de festas, antigo Paineiras, onde adaptaram a Câmara e a Prefeitura.

Câmara Municipal – População e vereadores reunidos.

Page 30: miolo tarumã.pmd

30

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Após a realização de algumasreformas no salão, os proprietáriosresolveram vendê-lo, e, assim, o pré-dio tornou-se oficialmente o PaçoMunicipal Waldemar Schwarz, de-signação que faz parte de uma ho-menagem ao primeiro vice-prefeito,que faleceu em 1995.

A Câmara, que funcionava jun-to à Prefeitura no prédio Paineiras,simplesmente com uma divisão dorecinto, ficou nesse local atéprimórdios de 1997. Em seguida,mudou-se para a Av. das Orquíde-

as, no centro de Tarumã, em um prédio alugado. A partir daí deu-se início à construção doprédio atual, que foi inaugurado em dezembro de 1998.

No início da sua administração, caracterizada pelo slogan “Tempo de Construir”, o prefeitoencontrou diversas dificuldades, visto que a cidade não possuía infra-estrutura propícia para aadministração política incipiente.

Para viabilização de diversos projetos organizados pelo corpo administrativo, visando aoprogresso do município, a Prefeitura deparou-se com a falta de verba, pois consta que oorçamento próprio possibilitaria somente a estruturação de alguns setores, quais sejam, ascontratações de servidores, a compra de máquinas e equipamentos.

Os primeiros empreendimentos buscavam atender as prioridades básicas, ou seja, a aqui-sição de veículos, de ambulâncias, de tratores, a construção de garagem e implantação deprojetos em diversas áreas, principalmente na Saúde.

Priorizou-se a montagem de um censo com a finalidade de estimar o número de habitan-tes, chegando-se a um total de 10 mil, para, assim, direcionar a atuação administrativa. Torna-ram-se evidentes, enfim, os principais problemas nas áreas da Saúde e Educação, com desta-que ao desemprego, na área social.

Dentro do programa de desenvolvimento da cidade, a Prefeitura procurou realizar coligaçõescom municípios vizinhos, dentre eles Florínea, que tinha como prefeito Valter Gervazione;Pedrinhas Paulista, com Evaldo Pacheco; Cruzália, com Vamil Cardoso e Maracaí, com JoséRoberto Brasil Machado. Buscou-se também entrosamento com vários órgãos governamentais.

A Associação dos Municípios do Centro-Oeste Paulista (AMCOP) foi uma das que teveparticipação direta nos projetos que almejavam o progresso para a região. Tinha como presi-dente, em 1993, Ubirajara Martins, e agregava 68 municípios, realizando reuniões mensais comos prefeitos para discussão e análise dos mais diferentes assuntos.

Buscava-se o apoio dos governos Estadual e Federal, recursos para a saúde, pagamento dedívidas municipais e resolução de problemas habitacionais, sendo que este último era de

Av. das Orquídeas antes de ser asfaltada.

Page 31: miolo tarumã.pmd

31

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

ANOS 1970Em fins da década de 1970, foi

realizada uma pesquisa para avali-ar como o distrito estava estruturadourbanisticamente, incluindo áreas deatividades econômicas, saúde e agri-cultura. Na área agropecuária des-tacaram-se as culturas de trigo, cana-de-açúcar, soja, café, a cultura doscereais como arroz e milho, e a pe-cuária com rebanho para corte epara a produção de leite, além daprodução de suínos.

A cidade apresentava, portanto,um significativo desenvolvimento emrelação à sua situação precedente.De acordo com dados do censo realizado, em fins da década de 1970 Tarumã possuía aproxima-damente 7.179 habitantes. Nesta época, também foi criado o Centro Rural de Tarumã, uma enti-dade filantrópica afiliada à Secretaria de Promoção Social, instituída em colaboração com o entãogovernador do Estado, Laudo Natel.

A inauguração ocorreu em 22 de agosto de 1971, e em suas dependências foram construídosuma quadra poliesportiva, um campo de futebol e um salão destinado a festas e a outros eventos.Posteriormente, este centro passou a ser reconhecido como ACRUTA (Associação ComunitáriaRural de Tarumã) e por meio dela desenvolviam-se atividades sociais como reuniões para debatese palestras sobre temas de interesse da população, com o objetivo de melhorar a cultura dacomunidade; projetos recreativos e de lazer, com destaque para as atividades esportivas.

A Acruta oferecia também atendimento a menores por meio de programas como o Pró-Nutri,proporcionando assistência a famílias carentes, providenciando alimentação básica, atendimentomédico hospitalar e educacional; eram ministrados cursos de profissionalização rápida por meiode convênios firmados com a LBA, Senac e Sesc, ou por iniciativa e recursos próprios. Comoexemplo, podemos citar os cursos de datilografia, crochê, tricô, pintura em tecido, bordado amáquina, corte e costura, arte culinária, artesanato, dentre outros.

Essa associação continua desenvolvendo seus programas sociais e, atualmente, mantém con-vênio com a Prefeitura Municipal, sendo sua atividade fundamental o oferecimento de atendimentomédico familiar por meio do PSF (Posto de Saúde da Família, nos bairros), além de manter convê-nio do idoso, do deficiente, Banco do Povo e ter vínculo com a Usina de Compostagem de Resídu-os Sólidos Urbanos.

ANOS 1980Em 1981, no dia 1o de agosto, foi inaugurada nas dependências da Acruta a Creche José Euge-

nio de Rezende Barbosa, uma instituição que visava a dar assistência a várias crianças em idade pré-

Tarumã no início.

grande importância para Tarumã, que possuía um déficit habitacional de 500 casas.Nessas reuniões, Tarumã estava sempre presente, objetivando demonstrar a importância

da Amcop na realização de melhorias para a região e do trabalho em conjunto. Em 1994, aPrefeitura priorizou a organização jurídica e legislativa do município, que seguia a de Assis.

Page 32: miolo tarumã.pmd

32

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

escolar. Pelo fato de muitos pais necessitarem trabalhar o dia todo, a creche era considerada umempreendimento significante para a comunidade. As crianças tinham a possibilidade de lá permane-cer o dia todo, contando com alimentação, higiene, educação, assistência social, juntamente comatendimento médico necessário, dentista, psicólogos, além de obterem uniformes para uso diário.

Atualmente, o centro é mantido pela Prefeitura Municipal juntamente com sua Secreta-ria de Educação. A denominação da instituição constitui uma homenagem que a doadorado terreno, Maria Angélica de Rezende Barbosa, fez ao seu filho. Recentemente, apósalgumas reformas, modificou-se também a denominação e hoje ela é conhecida comoCreche São José.

Na década de 1980, Tarumã teve um relativo progresso no âmbito urbano, sobretudo nossetores educacional e de habitação. Em 1984, a Nova América criou a imobiliária Nova Tarumã,que teve como primeira tarefa administrar a venda de 216 lotes de terra da vila Progresso (atualvila dos Pássaros), cedidos pela própria empresa para beneficiar, principalmente, seus funcionári-os. No ano de 1985, já existiam aproximadamente 47 residências construídas e ocupadas e mais30 em construção.

Também foi feita doação de uma área de terreno na parte alta de Tarumã, conhecida como vilaÁgua Bonita, para a construção de casas populares. Foram construídas 322 casas todas em alve-naria e de acordo com os projetos padronizados. No ano de 1987, as casas já construídas foramvendidas aos interessados com recursos financiados pelo BNH – Banco Nacional de Habitação.Do mesmo modo, foram construídas em 1986 mais 337 casas próximas à antiga vila Progresso,em um bairro conhecido como vila dos Lagos.

Objetivando abrigar seus funcionários próximos ao seu local de trabalho, a Nova Améri-ca contribuiu para o crescimento habitacional da cidade. Somados, os dois núcleos formamum total de 649 residências. No mês de abril de 1987, a imobiliária Nova Tarumã deu inícioao loteamento de uma área com mais de 240 terrenos, constituindo uma extensão da vilaProgresso, sendo, por isso, inicialmente conhecida como Progresso II. Hoje é denominadavila das Árvores.

Também em 1984, estabeleceu-se a criação deuma Cooperativa de Consumo dos Funcionários, aCoopcon. Por meio deste sistema, os sócios realiza-riam suas compras para serem descontadas na fo-lha de pagamento. Em novembro, no dia 11, foilançada a pedra fundamental da construção do pré-dio de 550 m2, localizado na então vila Progresso,hoje vila dos Pássaros. A inauguração ocorreu em26 de maio de 1985, quando ela já contava com653 sócios.

Tarumã foi contemplada com mais um estabeleci-mento comercial, ou seja, um supermercado, que veioatender às necessidades da população e contribuir parao desenvolvimento da cidade. Atualmente, sua sedeabriga o Clube da Usina Nova América, onde são rea-lizados diversos eventos servindo, assim, como maisum espaço de lazer e diversão para a comunidade.

Modernização das praças.

Page 33: miolo tarumã.pmd

33

Desenvolvimento

8

C om um ano de administração, Tarumã apresentou um considerável grau de desen-volvimento. Um dos fatores que favoreceu esse crescimento foi a arrecadação de mais ICMSdevido a presença da Usina Nova América, que produz açúcar e álcool. Vale ressaltar que ausina é significativa para o município, pois ao proporcionar maior arrecadação, coloca Tarumãna quadragésima posição entre as cidades da região com maior índice de verba.

Em dezembro de 1994 foram realizadas as eleições para a nova composição do legislativocorrespondente ao ano de 1995. O sr. Otávio Benelli foi nomeado presidente, o sr. Hélio Morovice-presidente, o sr. Milton da Silveira primeiro secretário, e o sr. Agamenon Messias segundosecretário.

Também em 1994, o prefeito Oscar Gozzi foi eleito presidente do Conselho deDesenvolvimento Agrícola no Médio Vale Paranapanema (CDA-MP), o que trouxegrandes benefícios para a cidade. Compete a esse órgão estabelecer diretrizes para a

Foto aérea da Usina Nova América.

Page 34: miolo tarumã.pmd

34

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

política agrícola, promover a integração dos vários segmentos nesse setor, ocupando-seda produção, comercialização, armazenamento, industrialização, transporte, abasteci-mento etc.

Em 1996, a Prefeitura implantou o Programa de Qualidade Total (PQT), projetoaplicado no Japão com a designação de 5S (cinco esses), que significam utilização, orde-nação, limpeza, saúde e autodisciplina, buscando com isso o aumento da qualidade naprestação de serviços, bem como a mudança de mentalidade e comportamento de funci-onários e cidadãos. Ao que consta, a cidade foi a primeira do Estado a implantar o PQT,tendo como coordenadora a sra. Elvira Alice Gozzi da Silva e como consultor o sr.Antônio Segreto, da Fundação Cristiano Toni.

POLÍTICAO prefeito Oscar Gozzi, almejando dar continuidade à sua administração, tentou seu

segundo mandato na cidade, porém devido à emenda realizada pelo deputado MendonçaFilho sobre a reeleição política, ele não pôde se candidatar. Conseqüentemente, o Partidoda Frente Liberal (PFL) realizou prévia para a escolha do candidato a prefeito, da qual osr. Fernando Roncada foi vitorioso, ficando como vice o sr. Marco Grassi Nelli. Houve,ainda, outra candidatura, a de Edson Schwarz.

O resultado da eleição de 3 de outubro de 1996 estabeleceu como novo prefeito o sr.Edson Schwarz, tendo Antônio Cunha como vice. Eles adotaram como slogan característico desua gestão “Do povo para o povo”.

Durante solenidades realizadas no Acruta, na manhã de 1o de janeiro de 1997, foramempossados o novo prefeito, o vice e os 11 vereadores que compunham o legislativo. Oprefeito eleito, Edson Schwarz, em sua gestão, enfrentou a oposição na Câmara Municipal, oque lhe acarretou diversos problemas que, posteriormente, desestabilizaram o seu governo.Os vereadores eleitos, em sua maioria da oposição, não aprovaram diversos projetos elabora-dos pelo prefeito, que nunca recebia aprovação do Legislativo. O mesmo ocorria por parte doExecutivo, o que gerou grandes conflitos.

Diante desses desacordos políticos, surgiram acusações por parte da Câmara Muni-cipal de que o prefeito estaria utilizando parte da verba pública de forma incorreta.Assim, vereadores criaram uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), para avaliar odestino dos recursos municipais. As intrigas contra a administração de Edson não ces-saram, sendo executado por parte do Legislativo o pedido de cassação do seu mandato,no ano de 1997, fato que acarretou o seu afastamento, sendo substituído pelo seu vice,Antônio Cunha.

As causas desse afastamento parecem ser diversas, porém como o processo não foiconcluído, Edson pôde voltar ao cargo por determinação judicial, cumprindo o seu man-dato e dando continuidade aos projetos em prol do desenvolvimento da cidade. No anode 2000 ocorreu nova eleição, saindo vitorioso Oscar Gozzi que tem como vice VicenteBenelli.

Page 35: miolo tarumã.pmd

35

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Os primeiros projetos que foram desenvolvidos no município após sua emancipaçãopolítica e com seu quadro político constituído, evidenciando, assim, o progresso e a formaçãoda localidade voltaram-se às áreas social, da educação, de obras e do setor agrário.

TRANSPORTES Partindo-se da Capital, as opções de acesso rodoviário a Tarumã são SP-280, Rodovia

Castelo Branco, SP-327 e SP-270, alcançando-se aí o município de Assis, de onde se segue pelaSP-333, e também através de linhas direta, pela SP-270, Rodovia Raposo Tavares, com omesmo final no percurso antes apresentado.

O município encontra-se em um ponto de acesso bastante fácil por importantes vias deligação, que atingem todo o Norte do Estado de São Paulo, e também o seu Oeste, chegandoaté mesmo ao Mato Grosso do Sul. Também há acessos asfaltados que podem levar, numtrajeto médio de duas a três horas, a importantes centros de negócios do Norte do Paraná,destacando-se Londrina e Maringá.

A cidade é entrecortada por aproximadamente 40 km de rodovias e, na sua estruturainterna, dispõe de uma malha viária de aproximadamente 32 km de extensão, dos quaiscerca de 20 km são pavimentados. Os trajetos intermunicipais são realizados pelasempresas Integração do Vale e Guerino Seiscentos, que atendem outros municípiosregionais, sendo que a segunda serve, ainda, o município de Cornélio Procópio, noEstado do Paraná.

SP-333 Rodovia Miguel Jubran.

Page 36: miolo tarumã.pmd

36

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

AGRICULTURA

A história do desenvolvimento de Tarumã está intimamente ligada às atividades agrícolas.Práticamente 70% do solo do município são compostos pelo tipo latossolo roxo, apresentando

uma área propícia para o cultivo de diversasplantações.

Desde o inicio de sua fundação, Tarumãvem extraindo da terra a força para o seucrescimento. No início, com o café e, poste-riormente, com o milho, a soja, o trigo e acana-de-açúcar, a qual, em meados dos anos1940, passou a ser de suma importância,acabando por favorecer as condições de de-senvolvimento do município.

A Prefeitura, voltando atenção para áreaagroindustrial, criou a Casa da Agricultura,localizada na antiga vila Progresso. Visan-do a apoiar o produtor agrícola, a Casa daAgricultura ministrou cursos e palestras naárea de formação profissional rural, proce-dendo a fiscalizações, prestando assistênciatécnica para as culturas da região, instalan-do campos de testes agrícolas, e atuandotambém no projeto de microbacias (recu-peração, preparação e conservação de so-

O ministro da agricultura, Barros Munhoz,com Oscar Gozzi e o deputado Hélio Rosas.

Mecanização do corte de cana.

Setor agrário no passadoEm meados da década de 1930, no setor

agrário, ao lado das plantações de feijão, mi-lho e arroz, voltadas para a subsistência da fa-mília do campo, nota-se a presença marcanteda cultura do café. Além dessas atividades tí-nhamos o cultivo de cana-de-açúcar, estabele-cido pela destilaria de propriedade do sr.Germano Holzhausem, que na época manti-nha uma pequena produção de aguardente numestabelecimento denominado Engenho Tarumã,no bairro Água Bonita. Atualmente a destilariaconstitui uma grande empresa e contribui parao desenvolvimento de Tarumã.

Em conseqüência do desenvolvimento da vila, o sr. Lex contratou um subdelegado para seresponsabilizar pela ordem; na época havia uma cadeia de madeira, em frente a igreja.

Page 37: miolo tarumã.pmd

37

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Estrada rural.

Agricultura diversificada.

los, recuperação de mananciais e da mataciliar). Além disso, esteve sempre prestan-do serviços à população na emissão de car-teira de trabalho ao agricultor, junto aoINCRA, e no preenchimento de declara-ção para cadastro de imóvel rural, no escla-recimento em caso de dúvidas.

Com isso, os municípios passaram adefinir os interesses locais e sua própria po-lítica agrícola. Para concretização desse pro-jeto foi criado, em 17 de março de 1993, oConselho de Desenvolvimento Rural deTarumã, que teve como objetivo orientar asdiretrizes de todo o trabalho a ser realizadopela Casa da Agricultura, determinando asprioridades e a gerência de toda a políticaagrícola tarumaense.

Os principais projetos realizados pelasecretaria foram: cadastramento rural, pararealizar um plano municipal de desenvolvi-mento rural, o qual diagnosticou que Tarumãpossuía 365 propriedades rurais, com 268proprietários; incentivo de plantio de árvores nativas, distribuindo 2.000 mudas entre árvoresfrutíferas e silvestres.

Secretaria de Agricultura.

Page 38: miolo tarumã.pmd

38

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

PECUÁRIAConforme dados oriundos da Casa da Agricultura, o atual rebanho bovino é composto de,

aproximadamente, 5.120 cabeças de gado, apresentando-se o rebanho de corte com tipologiamista, retendo deste total cerca de 1.800 cabeças. O gado leiteiro é representado por cerca de3.000 reses, das raças holandesa e mista, reservando-se ainda 320 animais de raças mistas parareprodução. Deste montante, somente 2% do abate se reserva à subsistência municipal, sendoo restante comercializado principalmente nos mercados de Assis e Presidente Prudente. Aprodução leiteira destina-se a Poços de Caldas, Assis e Gardênia, onde são processadas ebeneficiadas.

A Usina Nova América, além de estar envolvida com atividades agrícolas, tem parte de suaatuação voltada à criação pecuária, sendo o único confinador de animais, realizando a criaçãointensiva de cerca de 2.000 cabeças/ano.

O gado de leite é alvo de técnicas de inseminação artificial em 95% dos rebanhos. O grau deordenha mecanizada já atinge 90% da produção.

Quanto à produção avícola, não foram identificadas as tipologias e raças, tendo-se a indica-ção da existência de 90.000 cabeças, voltadas exclusivamente à postura.

Pecuária e cana-de-açúcar na região.

Page 39: miolo tarumã.pmd

39

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

PISCICULTURAOutra atividade desenvolvida na região é a piscicultura. Instalada em 1990 no Município, vem

proporcionando rentabilidade àqueles que investiram nessa área, os quais recebem o apoio daPrefeitura, que incentivou a criação, engorda e desova de peixes, não só distribuindo, inicialmente,100 mil alevinos para os agricultores, mas também trazendo especialistas para auxiliar tecnicamenteos produtores.

Dentro desse projeto, observou-se que Tarumã possuía em média 10 produtores obtendogrande resultado nas vendas no município e região, abastecendo também um pesque-pague queserve para lazer e compra do produto. Na safra de 1994/95, em uma área de 25 hectares de espelhosd’água, foram produzidas 86 toneladas de peixes que são comercializados nos grandes centrosconsumidores com relativo lucro.

Existem no município 80 tan-ques para a produção de peixesde várias espécies, como: Pacu,Tambaqui e Carpa. Os piscicul-tores do município, planejandomaior produtividade e outros be-nefícios, formaram uma associa-ção denominada Associação deAquicultura e Meio Ambiente deTarumã, sediada na Casa da Agri-cultura.

Piscicultura.

Page 40: miolo tarumã.pmd

40

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

INDÚSTRIAUm dos principais fatores que propiciaram a

emancipação política de Tarumã foi a presença deagroindústrias e empresas que dão suporte a essaatividade. Elas fomentaram a agricultura e sãobeneficiadas por ela.

A cana-de-açúcar é vendida, não só no pró-prio município, como também em cidades vizi-nhas. Também são comprados ferro, aço, eletro-dos e oxigênio, que servem, em conjunto, ao fabrico de portões, gradis e equipamentos de usoindustrial.

As indústrias suprem suas necessidades de com-pras nos mercados de São Paulo, Londrina, Presi-dente Prudente e Marília, principalmente, estandoainda bastante dependentes da estrutura de ofertade Assis.

As usinas de álcool e açúcar apresentam subprodutosou resíduos industriais passíveis de reaproveitamento,como o bagaço de cana, que pode ser utilizado no pro-cessamento de combustível, e também a vinhaça, quepode ser transformada em adubos agrícolas.

Usina Nova América.

Pedra Fundamental dodistrito industrial de Tarumã.

Destilaria Água Bonita.

Page 41: miolo tarumã.pmd

41

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Centro da cidade.

COMÉRCIOTarumã conta, como forma de auxílio ao meio comer-

cial do município, com a Associação Comercial e Industri-al de Tarumã (ACITA), órgão que objetiva o progresso ea modernização dos estabelecimentos comerciais, visandoa incentivar a população a investir seu dinheiro no comér-cio local.

Este setor elabora promoções e acordos com órgãoscomo o Sebrae, procurando beneficiar empresários e con-sumidores.

O comércio oferece cerca de 20 alternativasdistintas (categorias de produtos), sendo os principais aque-les ligados a necessidades básicas (vestuário, alimentação emedicamentos) e à prestação de serviços. Os principaissão aqueles voltados a consertos e reparos de eletrodo-mésticos, objetos e artefatos de um modo geral, além deserviço de uso pessoal e estética.

A atividade comercial supre suas necessi-dades não só adquirindo mercadorias com re-presentantes e distribuidores oriundos dosmais diversos pontos do Estado, e até mesmode outros Estados, como também nos merca-dos de Assis, Marília, Presidente Prudente eLondrina.

Comercialização de doces feito peloPrograma Agricultura Familiar .

Produtos artesanais,tradição do interior.

Page 42: miolo tarumã.pmd

42

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

COMUNICAÇÃO

Os serviços telefônicos em Tarumã estão sob a responsabilidade da Telefônica.O primeiro veículo de informação surgido no município foi o Jornal Tarumã, que iniciou

suas publicações e circulação semanal no ano de 1993, e teve como fundador o jornalista eadvogado Ernesto Nóbile. Além de meio informativo, o jornal contribuiu para o registro dediversos fatos ocorridos na cidade, servindo como uma das fontes sobre a história de Tarumã.Hoje o órgão informativo local, Jornal do Vale Regional, circula com edições semanais, aten-dendo toda a região.

Em 1997, a cidade pôde contar com mais um meio de comunicação, a Rádio Comunitáriada região e a primeira da cidade, denominada Nova FM Interativa. Formada por OsvaldoCosta, Helder Camilo, André Gamadão, Luciano Mendes e Fernando Martins, a nova rádiovisava a proporcionar mais um meio de comunicação para a comunidade, porém este projetoteve curta duração.

Atualmente, estão no ar a rádio educativa Escuta FM, de consignação da Igreja Católica,e a Rádio Comunitária Panamérica, administrada pela Acruta.

Correio no passadoA princípio o correio não existia; quem precisasse enviar correspondências tinha que se deslo-

car para a cidade de Assis. Posteriormente, de acordo com alguns depoimentos, foi instituída umacaixa dos correios, onde se depositavam as cartas que depois eram levadas para Assis.

Jornal Folha do Vale.

Page 43: miolo tarumã.pmd

43

Área Social

9

A Secretaria Municipal da Assistência Social de Tarumã, desde a primeira gestão,realizou vários projetos dentro dos objetivos da Lei no 8.742 – Lei Orgânica da AssistênciaSocial – LOAS.

Com aproximadamente 10 mil habitantes, avaliados na década de 1990, a cidade com-punha-se de uma parcela de famílias pertencentes à classe trabalhadora em situação pre-cária, sendo este o alvo a ser atingido por esse órgão, que se dispunha a garantir amparopara as necessidades básicas nos segmentos da família: maternidade, infância, adolescên-cia e velhice.

Nos dias atuais a Secretaria da Assistência Social continua desenvolvendo vários proje-tos, como Crescer Sempre, Vida Ativa, Juventude Cidadã, Ação Jovem, Geração de Renda,entre outros.

AÇÃO JOVEMÈ um projeto em parceria com o Go-

verno Estadual, através da SEADS – Se-cretaria Estadual de Assistência e Desen-volvimento Social.

Tem a meta de atender 110 jovens. Pre-tende beneficiar jovens, na faixa etária de 15a 24 anos, com ensino fundamental ou mé-dio incompletos e em situação devulnerabilidade social, com prioridade paraaqueles pertencentes a famílias com rendade até dois salários mínimos.

INSERÇÃO PRODUTIVAEste projeto promove ações de capacitação que possibilitem a inserção de pessoas no

mercado de trabalho formal ou informal, contribuindo para sua emancipação social. É umaparceira entre a Prefeitura Municipal de Tarumã, o Fundo Municipal dos Direitos da Criançae do Adolescente e Senai – Marilia.

Agente Jovem.

Page 44: miolo tarumã.pmd

44

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

VIVALEITEAtende 204 crianças do município, as quais,

estão na faixa etária de de 6 meses à 6 anos deidade provenientes de famílias com renda deaté 2 (dois) salários mínimos. O atendimentose faz com a entrega de 15 (quinze) litros deleite por mês.

VIDA ATIVAUm projeto em parceira entre Governo

Federal, Prefeitura Municipal de Tarumã eACRUTA – Associação Comunitária do Cen-tro Rural de Tarumã, e oferece atividadesocupacionais adaptadas para pessoas com de-ficiência e familiares.

GERAÇÃO DE RENDAPromove a autonomia das famílias atendi-

das viabilizando capacitação paragerenciamento e execução de atividades for-mais e informais de geração de renda.

JUVENTUDE CIDADÃÉ um projeto que visa Incentivar o

protagonismo juvenil com atividades educativase a preparação para o mercado de trabalho;auxiliando financeiramente as famílias com orepasse mensal de R$ 65,00.

KIT VERDURAAtende 500 famílias, viabilizando a doa-

ção de verduras e legumes produzidos nahorta municipal, além de orientação paramelhoria dos hábitos alimentares. É umaparceria entre Prefeitura Municipal deTarumã, através da Secretaria Municipal deAgricultura, Abastecimento e Meio Ambi-ente.

Kit Verdura.

Geração de Renda.

Viva Leite.

Page 45: miolo tarumã.pmd

45

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

MORAR MELHORTARUMÃ C

É um convênio de parceria entre CDHU –Companhia de Desenvolvimento HabitacionalUrbano e Prefeitura Municipal de Tarumã, atra-vés da Secretaria Municipal de Planejamento,Obras e Serviços. Tem o objetivo de realizarum trabalho educativo com grupo de famíliasparticipantes de processo de construção de casaspopulares em sistema de mutirão

PLANTÃO SOCIALPromove, por meio de suas ações, benefí-

cios e auxílios, atendimento social a famílias eindivíduos que se encontram em situação derisco pessoal e social, buscando fortalecer la-ços e vínculos sociais de pertencimento entreos membros da família e a comunidade.

CRESCER SEMPREAtende adolescentes em situação de risco

pessoal e social, com ações que visam a pre-venção à marginalização e garantam o desen-volvimento integral, através de atividades vol-tadas para o desenvolvimento da cidadania eda preparação para o mercado de trabalho.

RENASCEREste projeto atende pessoas a partir de 50

anos, sem restrição de renda, com atividadespara a estimulação global do ser humano, des-de o físico ao intelectual, buscando condiçõespara melhor qualidade de vida dos atendidos.

O projeto visa proporcionar bem estar evalorização da pessoa idosa, tendo em vistaalgumas limitações inerentes à idade e o pre-conceito presente na maioria das famílias e nasociedade, que muitas vezes leva o idoso à se-gregação social.

Projeto Morar Melhor.

Crescer Sempre.

Projeto Renascer.

Crescer Sempre.

Page 46: miolo tarumã.pmd

46

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

RENDA CIDADÃ /FORTALECENDO A FAMÍLIA

Promove a autonomia de famílias de baixa renda, através de transferência de renda, forta-lecendo os vínculos familiares, contribuindo assim para o desenvolvimento de capacidades ehabilidades no exercício da cidadania.

Renda Cidadã.

Centro de Convivência do Idoso Divino Moro.

Fortalecendo a Família.

Fica assim evidente o progresso da cidade com relação à área social, sendo observados ostrabalhos desenvolvidos que vão desde o atendimento a pessoas carentes até os aperfeiçoa-mentos profissionais, culturais dos cidadãos.

Page 47: miolo tarumã.pmd

47

o que diz respeito a religião, e neste caso falamos de religião católica, pois o Brasilé um país de ordem católica, as fontes que tratam sobre a cidade de Tarumã são raras. Aindanão há uma relação de documentos, sejam eles escritos, imagens ou outros, ordenados earmazenados em determinado local, que possam auxiliar e facilitar a pesquisa histórica. Parareunir alguns dados que dizem respeito à religião na cidade de Tarumã foi necessário realizarentrevistas com antigos moradores da localidade que, rememorando os acontecimentos, rela-taram fatos curiosos vivenciados na época, os quais formaram um breve contexto sobre oculto religioso praticado na comunidade. Outra fonte de grande valia foi o livro do padre JoséCarlos D’Angelo e do historiador Ivan A. Manoel: Diocese de Assis: Notas Históricas e Pastorais.

Neste livro os autores abordam em seu contexto um breve histórico das paróquias daregião, em que ressaltam a procedência do Cristianismo e a instalação de capelas. Os primeirosvestígios do Cristianismo se deram por volta de 1851, com a chegada de várias famílias vindasdo Estado de Minas Gerais.

Religião

10

N

Reforma da Igreja Matriz da cidade.

Page 48: miolo tarumã.pmd

48

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Liderados por José Teodoro de Souza e José Vieira Martins formou-se um povoado, hojeconhecido como município de São Pedro do Turvo, onde levantou-se uma das primeirascapelas da nossa região, “uma capela de pau-a-pique, que foi inaugurada com o nome de capela São Pedro”

Com o avanço dos povos na região Vale Paranapanema, prosseguiu-se a construção decapelas. Adotando uma ordem cronológica, a cidade de Campos Novos Paulista, foi apróxima localidade a edificar sua paróquia. Fundada em terras doadas por José Teodoro noano de 1868, o objetivo era a construção de uma capela em homenagem a São José dosCampos Novos.

Com base nos escritos dos padres, a cidade de Platina edificou sua capela já em finais dosanos 1890. Já nesta época a cidade de Assis também possuía uma capela onde o padre dePlatina atendia. Porém, com o crescimento da comunidade, a antiga capela deixou de atendero número de fiéis que crescia rapidamente. Em 1912 foi erguida uma outra capela de madeira,que também em pouco tempo não era mais suficiente por isso, em 1914, essa segunda capelade madeira também teve que ser ampliada.

E assim foi se alargando por toda a região o cristianismo juntamente com a edificação devárias capelas. Na cidade de Salto Grande os dados demonstram a criação em 1912 de umacapela. Na comunidade de Ibirarema no ano de 1913, na cidade de Candido Mota em 1919, emFlorínea em 1920, em Echaporã em 1924, em Maracaí em 1925, Palmital 1927, Cruzália 1947e em Pedrinhas 1949.

Com relação a Tarumã, de acordo com relatos de antigos moradores, desde a década de1920 já existia uma capela de madeira que se localizava no centro da Vila. A sua localização sedava próximo a casa do Sr. Valdemar Loose, na atual avenida dos Lírios.

A celebração das missas era efetuada somente uma vez por mês devido ao fato de o pároconão residir em Tarumã. O costume praticado pelos fiéis naquela época era rezar terços nascasas; os fiéis se dirigiam a capela somente em ocasiões especiais em que o pároco se encon-trava como nas celebrações de missas, batizados e casamentos.

Conforme os depoimentos dos moradores, no dia 07 de setembro do ano de 1930, ocorreuuma grande festa na localidade em virtude do lançamento da pedra fundamental da novaIgreja, a qual seria construída em alvenaria, uma novidade para a localidade. Nesta festa estevepresente o bispo da cidade de Assis, que promoveu a realização de casamentos, batizados ecrismas, num grande evento. A edificação da nova matriz se dava onde hoje se encontra a atualIgreja. Posteriormente, na década de 1970, esta foi substituída por uma outra, a qual atende oscatólicos ainda hoje. Acompanhando o crescimento da população e dos fiéis, no ano de 2003iniciou-se a edificação de uma nova Matriz, que está sendo erguida no mesmo terreno daanterior, desta maneira os cultos religiosos são realizados no salão de festas da igreja, que ficaao lado da construção.

Ampliando a pesquisa religiosa, constatou-se a presença de uma igreja Luterana. Estefato se deve principalmente por existir em Tarumã um número significativo de imigrantesalemães presentes na localidade desde a década de 1920. Esta comunidade luterana se reuniano sítio do Adolfo Fischer, onde se localizava um pequeno templo construído de madeira.

Page 49: miolo tarumã.pmd

49

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Não há registro de que o pastordesta comunidade residisse na ci-dade, os fiéis afirmaram que elevinha de outra localidade, pelo me-nos uma vez por mês onde realiza-va os cultos, batizados e casamen-tos. Esta capela já não existe mais,fato curioso é de não ter se firma-do o culto luterano nesta localida-de, sendo que o número de famíli-as alemães que se instalaram aquicomparadas as outras famílias quevieram para cá na década de 1920era expressivo.

Atualmente Tarumã possui umpopulação diversificada religiosa-mente. A cada dia cresce mais aedificação de templos protestantes,e pouco se sabe sobre os cultosluteranos, espiritistas e outros quepossam existir.

Igreja Assembléia de Deus.

Igreja Presbiteriana.

Congregação Cristã do Brasil.

Page 50: miolo tarumã.pmd

50

Cultura e Lazer

FESTASPara a realização das festas que celebravam o aniversário da cidade, Tarumã sempre contou

com patrocínios e cooperação dos moradores da localidade e região. Os trabalhos eram organi-zados por uma comissão que ficava responsávelpor levantar recursos, principalmente financei-ro, para custear a solenidade. Os patrocínios vi-nham de empresas da região e do município, e apartir de um trabalho de trocas de interessesarrecadavam-se fundos para a festa.

Foram efetuadas diversas atividades, comdestaque para a distribuição de faixas de pro-paganda das empresas colaboradoras que eramespalhadas por toda a cidade. A cada faixa con-seguia-se o dinheiro que, somado ao de outroseventos, formava o “caixa” da festa.

A escola Dona Cota promovia bailes, quer-messes e festas que envolviam toda a comuni-dade. Naquela época, como Tarumã estava con-dicionada à administração política da cidadede Assis e por vezes não era atendida em seusanseios, a escola participou como fonte de apoioao desenvolvimento do distrito.

11

Lazer no passadoUm dos principais meios de divertimento da comunidade eram as partidas de futebol, que

reuniam várias pessoas no campo para ver o time de Tarumã e outros que disputavam o jogo.Também eram realizados bailes animados, nas fazendas, por bandas de músicos que tocavamviolão, sanfona, e outros.

Desfile cívico de 62 anos de Tarumã.

Page 51: miolo tarumã.pmd

51

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Tarumã desenvolveu, na década de 1990,atividades e eventos para proporcionar à popu-lação momentos de lazer; houve a apresenta-ção de vários shows, gincanas, manhãs de re-creio, muitas vezes referentes a comemoraçõesnacionais, religiosas e municipais.

A cidade possuía uma escola de samba de-nominada Mocidade, que tinha como presiden-te Dirceu Chenou. Ela foi campeã do Carnavalde Rua de Assis, por três anos consecutivos(1987/88/89), porém em 1993, com o enredopositivista “Pra frente Brasil”, não pôde participar do desfile por falta de recursos financeirose por causa das chuvas. Ao longo dos anos a escola foi perdendo forças e atualmente ocarnaval é comemorado de variadas formas, com a presença de carros de som nas ruas, noitesdançantes e outras atividades.

CARNAVALA origem do carnaval é bastante discutida. Há indícios de que seu aparecimento remonta a

1200 a.C. Era uma festa pagã, comemorada como culto a Íris, deusa da terra. Nas festasdionisíacas, havia manifestações e representações de cenas mitológicas sobre a vida de Dionísio,celebradas na Grécia antiga.

Na Europa medieval aconteciam desfiles dos mascarados pelas ruas, e brincadeiras (entrudos),durante as quais os foliões jogavam farinha de trigo, polvilho, barro e água entre si. Trazido parao Brasil, o entrudo foi enriquecido com o ritmo e a ginga do povo africano.

Durante o período colonial, a festa do entrudo antecedia a quaresma. Os escravos iam para asruas e participavam da diversão com brincadeiras de molha-molha, mela-mela, baldes com água,farinha e limão-de-cheiro.

A elite portuguesa não participava da festa porque, às vezes, essa se tornava muito violenta,com brigas entre os participantes. Por isso, acabou sendo proibida. Em seu lugar ficou o carnaval,com diversões mais amenas.

Projeto Conhecendo Nossa Terra. Passeio Pedagógico.

Page 52: miolo tarumã.pmd

52

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Na década de 1990, realizaram-se as tradi-cionais festas juninas na Escola Dona Cota,evento que reunia um significativo número depessoas que se divertiam com apresentaçõesde quadrilhas, danças diversas, promoção debingos em benefício da escola e vendas de co-mestíveis típicos. Atualmente, esse tipo de co-memoração ainda é realizado.

Dentro do projeto Escola Aberta, realiza-do nas E.M.E.F.E.I.S, aconteciam eventos so-ciais, dentre eles as festas juninas que promo-vem a confraternização de toda a comunidadeprincipalmente entre pais e filhos que partici-pam das comemorações; a finalidade dessasatividades é manter viva uma das mais impor-tantes tradições folclóricas da região, perpetu-ando, assim, os valores populares. Atualmente,tanto as escolas da Rede Municipal quanto daRede Estadual de Ensino continuam a propor-cionar festividades de caráter cultural e folcló-rico, de maneira a manter vivas as tradições.

Festa JuninaOs jesuítas portugueses trouxeram os festejos joaninos para o Brasil. As festas de Santo Antônio

e de São Pedro só começaram a ser comemoradas mais tarde, mas como também aconteciam emjunho, passaram a ser chamadas de juninas. O curioso é que, antes da chegada dos colonizado-res, os índios realizavam festejos relacionados à agricultura no mesmo período. Os rituais tinhamcanto, dança e comida.

As mais tradicionais festas juninas do Brasil acontecem em Campina Grande, PB e Caruaru, PE.A primeira cidade é conhecida pelo Forródromo, arraial que, entre suas atrações, tem um desfilede jegue.

Já Caruaru mantém a vila do Forró, réplica de uma pequena cidade do sertão onde acontece afesta. Além disso, realiza uma viagem até Recife no Trem do Forró. Nos vagões, cantadores regio-nais, sanfoneiros e artistas divertem o público durante todo o trajeto.

Dedicando atenção às datas referentes ao aniversário do município, houve freqüentescomemorações. Desde o ano da emancipação político-administrativa de Tarumã o calendáriofestivo é preenchido com diversas atividades esportivas, passeios ciclísticos, desfiles cívicos,festival de música sertaneja e festa do peão boiadeiro, com concurso de Rainha do Rodeio deTarumã.

Festa Junina.

Atividades na semana da criança.

Page 53: miolo tarumã.pmd

53

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Origem da Festa do Peão de BoiadeiroRodeios, no estilo dos norte-americanos, tor-

naram-se cada vez mais populares nos últimosanos, em especial no interior paulista. Têm origemnas viagens de boiadeiros, que levavam gado paracorte ou para invernada.

A maior e mais antiga festa de peão deboiadeiro acontece em Barretos, SP. Em 1913, oprimeiro frigorífico da América Latina se instalouna cidade, atraindo para o abate boiadas de SãoPaulo, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. Agrande quantidade de peões reunida na região, sem nenhum tipo de lazer, originou desafios comorodeios, que se tornaram parte da rotina de Barretos. No ano de 1955, um grupo de rapazes dacidade criou o clube Os Independentes, que idealizava festividades que homenageassem as raízespopulares, artísticas e culturais da região, com a intenção de gerar recursos para obras de carida-de. No ano seguinte, nos dias 25 e 26 de agosto, eles realizaram a primeira Festa do Peão deBoiadeiro.

Concurso de Rainha de Tarumã, 1992.

Festa de Rodeio. Peão durante a Festa de Rodeio.

Rodeio em Tarumã.

FESTA DO PEÃO DEBOIADEIRO DE TARUMÃ

A festa do peão de Tarumã iniciou-se em 1991 co-ordenado por Oscar Gozzi e a Companhia do Bilinha,da cidade de Echaporã, é realizada todos os anos; tor-nou-se símbolo das comemorações dos aniversários dacidade. É o evento que atrai maior número de pessoasao município. A festa é organizada por uma comissãodesignada no início de cada ano, e é realizada por meiode patrocínios e da arrecadação de verbas de eventos.

Além das montarias, a festa também conta com shows artísticos, praça de alimentação ecavalgadas.

No ano de 2005, a Festa de Peão de Tarumã passou a fazer parte da Divisão de Acesso daAPRT (Associação dos Profissionais de Rodeio em Touro).

Page 54: miolo tarumã.pmd

54

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Folia de ReisÉ um auto popular natalino, de evocação da

visita dos reis magos ao menino Jesus com apre-sentações de danças como o Terno de Reis, o ran-cho e o bumba-meu-boi. Os foliões fazem para-das em casas previamente escolhidas paracantorias em troca de comida e bebida.

São grupos que, por devoção, por gosto oufunção social peregrinam de casa em casa dodia de Natal até 06 de janeiro, ponteando quasetodas as regiões do Estado. Em cantoria, essesgrupos fazem o uso de temas religiosos que vãoda Profecia ao Nascimento de Jesus Menino e à Visita dos Reis Magos.

Cumprem sempre, aproximadamente, os mesmos rituais de chegada e despedida, visitando osamigos e os devotos, atendendo pedidos, tirando promessas (ajudando os devotos a cumprir suaspromessas).

Bastiões, marungos, palhaços, são personagens sempre presentes nestes folguedos, com másca-ras confeccionadas nos mais diversos materiais (peles de animais, tecidos, napa, tela de arame,

cabaças, papelão, colagem de papel); com trajes visto-sos, divertem a todos com seus saltos acrobáticos, dan-çando, declamando romances tradicionais e jogando ver-sos decorados. Quando em visita a uma casa, uma foliaé motivo de festa para toda a rua. Folguedo mais expres-sivo e difuso em São Paulo, não se sabe ao certo quantasfolias existem no Estado.

A presença das Folias de Reis ao Norte e Noroestepaulista é tão expressiva que muitos dos municípios daregião realizam grandes Encontros de Folias de Reis, quechegam a mobilizar acima de 50 grupos, afluxo de devo-tos e fartura de comezainas. No calendário dos eventosos organizadores buscam, nos muitos municípios, não co-incidir datas, o que em muitos momentos torna-se inevitá-vel, estendendo-se os mesmos até o mês de maio, cominterrupções pelo período de quaresma, até mesmo pelosegundo semestre.

Na década de 1980, com projeto assinado por Oscar Niemeyer, foi construído o EstádioUebe Rezek, dentro de um parque com 1 milhão de m2. Só a arena, em formato de ferradu-ra, tem capacidade para abrigar 35 mil pessoas sentadas. É o maior estádio de rodeio domundo.

É a segunda maior festa do gênero, só perdendo para a de Las Vegas, nos Estados Unidos.Trata-se também da única competição do circuito mundial de rodeio de touros realizada fora deum país de língua inglesa.

Folia de Reis, 1957.

Foliões.

Page 55: miolo tarumã.pmd

55

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

FESTA DO TRABALHADORMais de 20 mil pessoas participam da Festa

do Trabalhador, promovida pelo Grupo NovaAmérica no primeiro final de semana de abril,em Tarumã e Maracaí. A programação contacom apresentação da banda musical da Funda-ção Nova América, uma partida de futebol eum show musical. A Festa do Trabalhador ge-ralmente é antecipada, pois, no dia 1o de maio,data oficial da comemoração, as usinas estãoem plena safra e alguns colaboradores têm di-ficuldades para participar do evento.

A atividade faz parte do Programa DolceVida – desenvolvido pela empresa –, que realizavárias ações visando contribuir para a melhoriada qualidade de vida dos colaboradores. “OGrupo investe em programas diferenciados delazer e na busca constante de iniciativas que aju-dem a manter o equilíbrio entre trabalho e qua-lidade de vida.” O evento tem, em sua programação, campeonatos de integração de futebolsuíço, futebol de salão, torneio de truco, vôlei de areia, sinuca, corrida de rua (5 km), café-da-manhã especial e sorteio de prêmios. Ainda em comemoração ao Dia do Trabalho é realizado obaile de início de safra, em Maracaí e em Tarumã.

CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E CULTURA – CIECEm 1963, a família Bolfarini instalou-se no distrito de Tarumã. De descendência italiana,

a família, desde seus ancestrais, desenvolve uma atividade peculiar – a olaria. Dando continui-dade à tradição, em 1964, o sr. José Bolfarini montou uma cerâmica em Tarumã, lugar esco-lhido por se localizar em posição estratégica para os meios de transporte.

Dessa forma, a família adquiriu terreno no distrito e criou uma olaria, e, dentro de umaconcepção eminentemente prática, edificou os galpõesem, mais de dois quarteirões de área, onde se fabricavamtelhas e tijolos.

Esse foi o primeiro empreendimento que surgiunaquela área, da parte alta de Tarumã, hoje conhecidacomo vila Água Bonita e Dourados. A cerâmica aten-dia a uma clientela que abrangia as localidades próxi-mas, como Assis, Pedrinhas, Candido Mota, Floríneae outros municípios.

Festa do Dia do Trabalhador na Usina Nova América.

Comissão de frente do coral e banda Nova América.

Olaria que foi transformadaem biblioteca.

Page 56: miolo tarumã.pmd

56

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

A casa da família ficava ao lado da olaria e nela residiram aproximada-mente oito anos, ou seja, moraram em Tarumã desde fins de 1963 a 1971.

Nos primórdios da década de 1970 a família resolveu vender a cerâmi-ca. O motivo da venda foi justificado por pertencer a três sócios: Duílio,Ercídes e José Bolfarini. A olaria foi comprada pela família Alves de Brito,que com ela permaneceu até o início da década de 1990, quando foi ven-dida para a Prefeitura. Ela adquiriu o prédio com a finalidade de preservara memória histórica do município, uma vez que o prédio da olaria é um dosúltimos edifícios remanescentes da história do desenvolvimento e criaçãoda cidade, sendo, pois, um marco arquitetônico. Um dos objetivos prelimi-nares era transformar aquele local em um centro cultural.

Ali foi realizado o projeto Biblioteca Municipal de Tarumã, criadapela Lei no 99/94, que faz parte do sistema de bibliotecas públicas do Estado de São Paulo,destinado a beneficiar a comunidade tarumaense. O prédio da olaria, adquirido pela Prefeitura,passou por uma reforma, procurando-se restaurar a construção e preservando suas formas.

Nesse espaço foi inaugurada, no dia 15 de setembro de 1996, a biblioteca pública domunicípio. Parte do material adquirido para essa instituição foi comprada e parte foi doada.Vários acordos foram firmados com outras bibliotecas, como a Biblioteca Nacional, RJ, aFundação Itaú, SP e a Unidade de Londrina, que auxiliaram na sua composição. Seu acervocorresponde a aproximadamente 6.000 obras.

A biblioteca faz parte do complexo cultural CIEC (Centro Integrado de Educação eCultura), o qual pretende abrigar um auditório, uma concha acústica, uma arquibancada,jardins e outros espaços, numa área de 6 mil m2. As chaminés e os fornos onde eram produ-zidos tijolos e telhas foram restaurados, bem como as partes que lhe dão sustentação.

Para que o empreendimento prosseguisse em sua totalidade, a administração municipalfirmou convênio com a Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, campus de Assis, que procu-

rou desenvolver um trabalho de resgate dahistória do município, por meio de estágiosaos graduandos do curso de História.

Os estagiários realizaram pesquisas comos moradores mais antigos da cidade por meiode entrevistas e antigos documentos, com oobjetivo de organizar um acervo histórico ecultural de Tarumã, trabalho esse coordena-do por Sidinei Galli. Esse projeto foi retoma-do, em 2001, e teve como resultado a aquisi-ção de novos materiais históricos e a elabora-ção de trabalho escrito que aborda a memóriahistórica do município.

Vista da biblioteca.

Parte interna da biblioteca.

Page 57: miolo tarumã.pmd

57

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Atividades culturaisNo Centro Integrado de Educação e Cultura anualmente eram desenvolvidas diversas

atividades culturais que visavam a proporcionar aos participantes o desenvolvimentosociocultural. No ano de 2001 foram promovidas oficinas de Educação Artística e dedesenho artístico, cuja finalidade era proporcionar às crianças e aos adolescentes o desper-tar de sua criatividade e imaginação ao entrar em contato com papéis, tintas, fantoches etc.

Hoje, o CIEC, além de contar com a Biblioteca Pública Municipal, também desenvol-ve vários projetos culturais para a comunidade, como Manhã de Lazer, Cinema na cidade,shows musicais, exposições, oficinas de teatro, Hora do Conto, teclado, violão e excursõesculturais.

Manhã de Lazer.

Apresentação de teatro. Projeto Biblioteca – Peça Cinderela.

Aulas de violão. Aulas de teclado.

Page 58: miolo tarumã.pmd

58

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

CoralNo Centro Integrado de Educação e Cultura (CIEC) são desenvolvidas diversas atividades

educativas e de recreação das quais participam pessoas de todas as idades, o que fortalece onível cultural dos cidadãos.

Um dos trabalhos desenvolvidos pelo CIEC com grande reconhecimento pela popula-ção é o coral, ministrado pela professora Simonia Cristina Ferreira. Ela exerce o cargo deAssistente Cultural e ingressou como professora do coral em 1996. Antes dela, duas profes-soras já haviam atuado, sendo a primeira Patrícia Mello, de Tarumã, e a segunda Adriana, dacidade de Assis.

A princípio, o coral foi constituído pela UNIAC (Unidade de Atendimento à Criança),projeto que tinha como objetivo acolher crianças que apresentavam alguma dificuldade noaprendizado, desenvolvendo-se no UNIAC um reforço escolar. Dessa forma, os integrantesdo coral denominado Coral do UNIAC eram alunos desse projeto, desenvolvido pela Secre-taria da Educação Municipal.

Os alunos – aproximadamente, 30 crianças – tinham em média de sete a treze anos de idade.O coral realizava apresentações na comunidade e na região. Como o projeto foi bem aceito

pela população e se destacava entre outros, em fins da década de 1990 surgiu a idéia de gravarum CD com o coral.

Este CD, intitulado Sou Criança Feliz, foi realizado com muito sacrifício, tanto da parteadministrativa, da coordenadoria, como também das crianças. O coral permanecia no estúdio,na cidade de Assis, em média dez horas por dia, tendo somente um pequeno intervalo para olanche, sendo que muitas vezes gravavam apenas uma música.

Foram gravadas nove músicas de estilo variado, como sertaneja, MPB, infantil, quatrodelas de autoria da professora Simonia. O CD foi lançado, no dia 25 de maio de 2000, emcerimônia realizada no espaço ao lado da praça da Igreja Matriz, com a população se fazendopresente.

O coral foi se aprimorando e começou a trabalhar de forma diferenciada; contando agoracom coreografia, o repertório passou a ser atual, ou seja, composto dos sucessos do momento,trabalhando, assim, a realidade dos próprios alunos e da comunidade. Recebeu nova denomi-

nação, passando a chamar-se Coral do CIEC,porque era desenvolvido no Centro Cultural.

Em 2003 surgiu um novo grupo, formadopor adultos, denominado Novas Vozes quepassou a se apresentar desde então com o Co-ral do CIEC e era composto por em média, 30pessoas, todas da comunidade, como estudan-tes, funcionários, enfim, pessoas de todas ascategorias.

Apresentação do coral.

Page 59: miolo tarumã.pmd

59

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Hora do ContoEspaço criado para as crianças dos cursos da Creche, 1o , 2o e 3o anos das Séries Iniciais do

Ensino Fundamental. Duas vezes por semana, as crianças podem ouvir e integrar-se às diver-sas histórias contadas com personagens, fazendo com que elas se encontrem num mundo defantasias e imaginação. O local onde se realizava essa atividade já proporcionava às criançasum desenvolvimento cultural, visto que se realizava dentro de um antigo forno de olarialocalizado no espaço do CIEC, adaptado para este fim.

José Carlos Marcos de Souza – Artista Plástico(O corte da cana em telas)

“O trabalho persistente vence tudo.” Afrase do poeta latino Virgílio (70-19 a.C.) valeduplamente para o cortador de cana e pintorJosé Carlos. Por um lado, ele sobrevive docorte da cana, uma das profissões mais difí-ceis que há. A dureza do trabalho, as intem-péries do tempo, o sofrimento, o cansaço e osganhos minguados são enfrentados numa jor-nada cotidiana de corte de cana com facão,que começa antes do amanhecer e se estendeaté o cair do dia.

Essa atividade não impede, porém, que o cortador de cana desenvolva uma atividadeartística de qualidade. Uma prova disso é o talento demonstrado por José Carlos em seustrabalhos pictóricos, caracterizados por um peculiar jogo de cores sobre a temática canavieira.

Nascido em 28 de julho de 1980, em Assis, SP, José Carlos Marcos de Souza, técnico emcontabilidade, reside em Tarumã, SP, e alia o trabalho no corte de cana-de-açúcar para umausina da região, atividade que o leva a permanecer dias fora da cidade, nos canaviais, com adedicação à criação de suas telas.

José Carlos começou a ter aulas de pintura em 2000 e, incentivado pela Secretaria de Cultura deTarumã e pelo pintor e professor de artes plásticas Sebastião Mendes, vem buscando espaço para

Projeto Recriando Sonhos.

Page 60: miolo tarumã.pmd

60

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

ter o seu talento reconhecido. Inteligência e sensibilidade não lhe faltam. Sua técnica é colocada aserviço de uma forte mensagem social de conscientização sobre as agruras do trabalho rural.

O artista, ao enfocar a atividade de corte da cana, utiliza duas armas artísticas. Por um lado,o insuperável conhecimento do tema, pois ele sabe o que significa o cansaço e o contato diáriocom o facão e o calor de uma plantação. Por outro, possui uma visão sensível de como asformas e as cores podem se combinar de maneira a retratar essas atividades diárias.

O mais interessante nas telas de José Carlos está no talento demonstrado para transformara experiência do dia-a-dia em imagens densas, mas sem pieguice. A atividade é revelada em suasingeleza e dificuldade, mas não de maneira dramática, de modo a se constituir uma arteengajada.

A combinação das cores das roupas dos trabalhadores, como azul e vermelho, associadaao verde e o amarelo do campo, gera um resultado pictórico de grande intensidade. Cada telado artista logra assim o seu propósito de encantar o observador e, simultaneamente, de fazê-lo refletir sobre a realidade dos canaviais. O que impressiona na pintura de José Carlos é asinceridade de seu trabalho. Pinta sobre aquilo que conhece e o apresenta sem crueza desme-dida. Aplica, portanto, o seu conhecimento técnico, em franca evolução, para que possamosver em cada trabalhador rural um lutador.

Assim como um escritor lida com as palavras, José Carlos estuda e domina as tintas,criando um mundo de trabalhadores rurais plenos de humanidade, extenuados pelo seu difícilserviço, mas concretizados com competência pictórica. Formas e cores compõem um universoem que cada indivíduo é retratado não apenas como mais um cortador de cana, mas como umser único, cheio de vida, embora marcado pelas agruras do canavial.

Texto de Oscar D’Ambrosio. Jornalista, integra a Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA)

e é autor de Os pincéis de Deus: vida e obra do pintor naïf Waldomiro de Deus (Editora Unesp)

e de vários livros da série “Contando a Arte de...”(Noovha América Editora).

Banda Musical de TarumãEm 2004, tem-se a inserção de outro projeto, a Banda Musical de Tarumã, que surgiu da

vontade da população tarumaense de ter no próprio município uma banda musical. Sendoassim, poder-se-ia oferecer aos participantes maior conhecimento da cultura musical instru-mental e à localidade mais uma opção de lazer e cultura quando de suas apresentações.

Page 61: miolo tarumã.pmd

61

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

DESFILE CÍVICOO desfile cívico é uma tradição do município, que desde sua emancipação comemora com

orgulho seu aniversário. Todos os anos a população aguarda ansiosa pelo evento, o qual contacom a participação da maioria das instituições municipais e de algumas da região. Temas como“História do Município”, “Ecologia”, “Filhos do Brasil”, “A Festa”, entre outros, foram repre-sentados nos desfiles dos anos anteriores e buscaram resgatar a História do Brasil e local,discutir temas mundialmente importantes, mostrar a diversidade regional e populacional doPaís, como também as representações sociais e culturais da comunidade.

Crianças durante Desfile Cívico. Desfile Cívico.

Page 62: miolo tarumã.pmd

62

Esporte

12

O Esporte no PassadoAproximadamente nas décadas de 1910 e 1920, o único meio de se chegar a essas terras era

a pé, a cavalo ou de carroça. Os meios de transporte estavam essencialmente assentados sobre atração animal e ligados ao estágio precário de desenvolvimento das ruas e estradas. Ao queparece, podemos dizer que esta localidade possuía característica de um patrimônio de fazenda;não tinha água encanada e nem energia elétrica, estes eram supridos com lamparinas e velas;quanto à água, era retirada de poços e minas.

O primeiro estabelecimento comercial instalado na vila foi uma farmácia de propriedadedo sr. Lex.

Posteriormente, o desenvolvimento da localidade contou com profissionais como costureira,padeiro, marceneiro etc. A população buscava na cidade de Assis os artigos que ainda não eramcomercializados em Tarumã.

Uma das características de Gilberto Lex denotadas pelos antigos moradores era que estetinha paixão por futebol, chegando ao ponto de construir um campo na vila, onde hoje é a áreaao lado da igreja católica, no centro da cidade. Este campo era bem organizado, tinha arqui-bancada, coretos e servia como meio de diversão a todos os habitantes. Além do campo, Lexformou um time de futebol chamado Lex Futebol Clube, o qual freqüentemente disputava jogoscom outros times da região.

Em 1993, pela primeira vez Tarumã participou dos jogos regionais realizados na cidade deLins, conseguindo classificar-se em 17o lugar. Nos anos posteriores, a cidade continuou parti-

cipando desses jogos com atletas nasmodalidades de vôlei masculino e fe-minino, futebol de campo, atletismo,malha, tênis de mesa, dama e natação.No ano de 1997, o grupo da terceiraidade participou dos jogos regionais dacategoria, ficando na 14a posição entreos 47 participantes.

Seleção Paulista defutebol na cidade.

Page 63: miolo tarumã.pmd

63

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

Outras atividades incentivadas e realizadasno município foram o campeonato amador,sendo o futebol a principal modalidade, inclu-indo também kart, dominó, truco etc. Houvetambém a participação de atletas deficientes nasolimpíadas da região.

A Secretaria Municipal de Esportes e Tu-rismo foi implantada na administração do pre-feito Oscar Gozzi, em 18 de abril de 2001,através da Lei nº. 454/2001, tendo como ob-jetivo principal proporcionar à comunidadeTarumaense a prática saudável do esporte, dan-do prioridade às nossas crianças e adolescen-tes, não esquecendo, porém, das demais fai-xas etárias, tendo como secretário o sr.Fernando Manoel da Silva. Foram implanta-das as Escolas de Base com as modalidadesde: ginástica, hidroginástica, futebol de cam-po, futebol de salão, voleibol (M/F), judô,tênis de mesa e capoeira.

Em 1993, a cidade conseguiu ganhar oitomedalhas em seis modalidades, sob a coor-denação do assessor de esporte Jair da Cos-ta e Silva. Como resultado da participaçãode deficientes, foi realizado em Marília o encontro esportivo entre os alunos das APAEse Classes Especiais da região, denominado Jogos Regionais de Esportes Amor e Liber-dade. Disputando várias modalidades, Tarumã foi representada pela Classe Especial daDona Cota.

Vôlei masculino. Vôlei feminino.

Tênis de mesa.

Judô.

Page 64: miolo tarumã.pmd

64

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Ginásio de Esportes.

Jogos de dama.Equipe de futsal.

Time de futebol.Time de futebol.

Page 65: miolo tarumã.pmd

65

m meados da década de 1920, foi construído pelos moradores um barracão demadeira onde funcionava a escola de nome Escola de Taruman; ao que consta localizava-seonde hoje está instalada a rodoviária. Inicialmente as aulas eram administradas apenas parameninos, sendo, portanto, uma escola masculina; mais tarde criou-se também uma escolafeminina.

Em 1947 foi criado o Grupo Escolar de Vila Tarumã, contendo quatro classes de 1a a 4a

séries, situado onde hoje se encontra a escola de Ensino Fundamental e Médio Dona Cota.Posteriormente, por decreto publicado, aos 27 de janeiro de 1957, foram anexadas a estaunidade três escolas mistas isoladas, também do antigo Ensino Primário, que ficaram sob adireção da professora Maria Clélia de Oliveira, filha de Maria Magdalena de Oliveira e JoséOsório de Oliveira.

Educação

13

E

Primeiro Grupo Escolar da cidade.

Page 66: miolo tarumã.pmd

66

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Em 28 de fevereiro de 1969 foi instituído o Ginásio Estadual do distrito de Tarumã,instalado nas dependências do prédio do grupo escolar. Desta forma criavam-se novas opor-tunidades de estudos para os alunos, e eles não precisariam mais se deslocar para outrascidades para concluírem os cursos de 5ª a 8ª séries. Assim, Tarumã conquistou seu primeiroginásio escolar. Em 1971, o Grupo Escolar de Vila Tarumã passou a denominar-se GrupoEscolar Maria Magdalena de Oliveira – Dona Cota.

Em 1975, foi autorizada a instalação na escola de classes do Ensino Fundamental. Destemodo, o núcleo passou a se chamar Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus MariaMagdalena de Oliveira – Dona Cota.

Esta instituição, de acordo com Oscar Gozzi, que, além de professor de Ciências desde 1969,também exerceu o cargo de diretor da escola por aproximadamente três anos e meio, tornou-sesignificativa para o distrito, uma vez que era a primeira escola de Ensino Médio de Tarumã.

Dona CotaMaria Magdalena de Oliveira nasceu em

Fartura, SP, em 27 de maio de 1906. Filha deLuiz de Oliveira Sobrinho e Adélia Teixeirade Oliveira; dedicou-se a manter asescolinhas do distrito, contribuindo com hos-pedagem em sua residência a vários profes-sores que por ali passavam. Procurava aco-lher crianças, alunos dessas pequenas insti-tuições de ensino, que residiam muito longedo distrito. Sempre voltada às questões edu-cacionais, tornou-se patrona da escola, quehoje leva o seu nome.

ESCOLA ESTADUAL DEPRIMEIRO GRAU

AGRUPADA DE TARUMÃEm 1984, foi edificado mais um núcleo

educacional, pelo Decreto no 21.922, de 31 dejaneiro de 1984, do então governador do Esta-do, André Franco Montoro. A instituição, cha-mada Escola Estadual de Primeiro Grau Agru-pada de Tarumã, contou inicialmente com qua-tro classes de primeira a quarta série, e sua lo-calização se deu na antiga vila Alta, hoje designada vila Água Bonita.

O terreno para a construção do prédio da escola foi doado pela sra. Maria Angélica deRezende Barbosa, e a obra foi realizada pela Prefeitura municipal de Assis, cidade sede dodistrito, em convênio com a CONESP – Companhia de Construção Escolar. A inauguração

Page 67: miolo tarumã.pmd

67

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

ocorreu em 2 de junho de 1984. A cerimônia contou com a presença do prefeito de Assis, sr.José Santilli Sobrinho. Neste dia, realizou-se a apresentação da Corporação Musical SantaCecília e da fanfarra da escola Dona Cota.

Em agosto de 1985 foram inauguradas mais quatro salas de aula nessa escola, amplian-do-se seu espaço para melhor atender aos alunos. O decreto no 27.405, de 24 de setembrode 1987, veio oficializar o novo nome da escola que, de E.E.P.G. de Tarumã passou aE.E.P.G. Professor David José Luz, em homenagem a um professor, que se destacou peloseu interesse educacional.

ESCOLA AGRUPADA DEPRIMEIRO GRAU DO NÚCLEO DA COHAB

Objetivando colocar todas as crianças naescola, em 1986, Tarumã contou com mais umainstituição de ensino: a Escola Agrupada dePrimeiro Grau do Núcleo da Cohab. Sua cria-ção se deu por meio do Decreto no 25.001, de16 de abril de 1986, do então governador doEstado, André Franco Montoro.

A inauguração ocorreu no dia 29 de junho de 1986, marcando presença, neste dia, oprefeito municipal de Assis, José Santilli Sobrinho. Como parte da solenidade, foi realizadauma missa campal pelo pároco de Tarumã. Houve também apresentação do palhaço PicoLino e seu grupo e da dupla sertaneja assisense Feliz e Fiel.

Dotada inicialmente de quatro salas de aula, essa escola foi instituída para atender à de-manda de alunos dos núcleos habitacionais vila Progresso e vila do Lago. Daí sua denomina-ção posterior, de Escola Vila do Lago. Dessa forma, a cidade somou três escolas estaduais.Recentemente, a escola passou por algumas reformas e, atualmente, conta com espaço amplo,várias salas de aula e quadra coberta.

Após a emancipaçãoAntes da emancipação, portanto, Tarumã possuía somente três escolas estaduais, a E.E.P.S.G.

Maria Madalena de Oliveira – Dona Cota, situada no centro da cidade, a José David Luz, locali-zada na vila Água Bonita e a Escola vila do Lago, na vila dos Lagos. A clientela dessas instituiçõesera formada por alunos pertencentes tanto à zona rural como à urbana.

Havia também a Creche José Eugênio, que atendia crianças de zero a seis anos. Instalada aPrefeitura, juntamente com sua Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte, que tevecomo primeira secretária a sra. Terezinha de Jesus Godoy de Souza; foram elaborados váriosprojetos, dentre eles a construção de quatro escolas de Ensino Fundamental e Educação Infantilpara atendimento do ensino básico.

Page 68: miolo tarumã.pmd

68

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Hoje, a Rede Municipal de Ensino conta com quatro escolas de Ensino Fundamental eEducação Infantil instaladas e em funcionamento, e uma creche. No ano de 2004, Tarumãorganizou-se como Sistema Municipal de Ensino.

Houve a reestruturação do Conselho Municipal de Educação, o qual passou a ter asfunções deliberativa, consultiva e normativa. Todo esse trabalho foi desenvolvido em cumpri-mento da política educacional adotada no município, num processo democrático e participativo.

CRECHE SÃO JOSÉNo ano de 1981, no dia 1o de

agosto, foi inaugurada nas depen-dências da Acruta a creche José Eu-genio de Rezende Barbosa, uma ins-tituição que visava a dar assistênciaa várias crianças na idade pré-esco-lar. Pelo fato de muitos pais neces-sitarem trabalhar o dia todo, a cre-che era considerada um empreen-dimento significante para a comu-nidade. As crianças tinham a possi-bilidade de lá permanecer o diatodo, contando com alimentação, hi-

giene, educação, assistência social, juntamentecom atendimento médico necessário, dentis-ta, psicólogos, além de obterem uniformespara uso diário.

Atualmente, o centro é mantido pela Pre-feitura municipal, juntamente com sua Secre-taria de Educação. A denominação da institui-ção constitui uma homenagem que a doadorado terreno, Maria Angélica de Rezende Bar-

bosa, fez ao seu filho. Recentemente, após algumas reformas, modificou-se também a deno-minação e hoje ela é conhecida como Creche São José.

Projeto IntegraçãoPor meio do Projeto Integração, os professores da rede estadual, em meio à reformulação da

Educação no Estado de São Paulo, aderiram à municipalização. O município foi um dos pioneiros aaderir à proposta do Governo Mário Covas, com Tarumã assinando integralmente o convênio demunicipalização do ensino de 1a a 4a séries. Antes mesmo de oficializar sua inclusão no convênio, aadministração já praticava a municipalização a partir da cessão de salas para a rede oficial deensino na E.M.E.F.E.I. José Ozório de Oliveira. Outra novidade proposta pela Secretaria Municipalde Educação foi a inclusão no currículo escolar do Ensino Fundamental de uma língua estrangeira.

Page 69: miolo tarumã.pmd

69

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

E.M.E.F.E.I. JOSÉ RODRIGESDOS SANTOS – ZÉ CARNEIRO

Em maio de 1995, foi inaugurada a E.M.E.I.José Rodrigues da Silva – Zé Carneiro, locali-zada na vila Água Bonita. O prédio pode con-tar com estrutura moderna e grande espaço,possuindo considerável área verde, playground esalas de aula com mobiliário adequado à faixaetária de alunos que corresponde ao EnsinoFundamental e Educação Infantil.

E.M.E.F.E.I. GILBERTO LEXTambém foi inaugurada a segunda unida-

de escolar, a E.M.E.F.E.I. Gilberto Lex, locali-zada na vila do Lago, que atende crianças doEnsino Fundamental e Educação Infantil dobairro da vila do Lago antiga Progresso I e II.

E.M.E.F.E.I. JOSÉ OSÓRIODE OLIVEIRA

A população também comemorou no anode 1996, no dia 30 de agosto, a inauguração daE.M.E.F.E.I. José Osório de Oliveira. A novaunidade escolar foi edificada junto a Acruta.Abriga crianças da pré-escola municipal, estu-dantes do 1o ao 5o ano das séries Iniciais doEnsino Fundamental. Seu nome é uma home-nagem a um dos pioneiros de Tarumã.

E.M.E.F.E.I. MARIAANTONIA BENELLI

A E.M.E.F.E.I . Mar ia AntoniaBenelli, foi inaugurada no dia 26 de ju-nho de 2004. Atende crianças da vila dosEstados.

Page 70: miolo tarumã.pmd

70

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOSA inovação no Ensino Fundamental desde o ano de 2005, foi a implantação do Ensino

Fundamental de 9 anos. Essa implantação foi precedida de reuniões com pais, ConselhoMunicipal de Educação, professores, pessoal do suporte pedagógico, idealizando propostapedagógica que atendesse as necessidades das crianças de 6 anos.

As crianças de seis anos necessitam, assim como as demais, de uma proposta curricularque atenda as suas características, potencialidades e necessidades específicas. Não se trata,porém, de restringir a aprendizagem das crianças de seis anos de idade a exclusividade e daalfabetização, mas sim de ampliar as possibilidades de aprendizagem. Sendo assim, a ludicidadeda Educação Infantil foi levada para o Ensino Fundamental.

Nesta perspectiva, a EMEFEI “José Ozório de Oliveira”, desenvolve um trabalho inova-dor e diferenciado, onde a organização do espaço pedagógico favorece a realização de ativida-des e possibilita às crianças um ambiente onde podem pesquisar e expressar os temas deinteresse que querem abordar, vivenciar experiências significativas e práticas sociais reais quepromovem a aprendizagem.

O espaço pedagógico está organizado para além da sala de aula, utilizando locais quecontemplam o desenvolvimento de capacidades e da aprendizagem por meio de situaçõeseducacionais. As atividades da rotina são desenvolvidas nos ambientes: sala pedagógica, diari-amente, sala cultura, brinquedoteca, parque infantil e espaço livre, obedecendo a um horáriode utilização semanal.

Transporte EscolarO transporte escolar coordenado pela Secretaria Municipal de Educação atende 100% da

demanda estudantil de Tarumã, transportando diariamente os alunos da zona rural para asescolas urbanas. Além do transporte obrigatório realizado para os alunos do Ensino Funda-mental, a Secretaria Municipal da Educação e Cultura realiza um trabalho de parceria com aAETA (Associação dos Estudantes de Tarumã) para transportar alunos de cursos profissiona-lizantes e de graduação para outros municípios.

PROJETO DE ASSISTÊNCIA AO EDUCANDOPrograma Bolsa Família

O programa Bolsa Família trata-se de um programa de parceria entre os municí-pios e o Governo Federal. O objetivo geral é o de incentivar, por meio de apoiofinanceiro, o progresso educacional das crianças de famílias de menor renda, estimu-lando a universalização do ensino e contribuindo para a redução da evasão escolar eda repetência.

O Programa visa a garantir em todos os municípios brasileiros, temporariamente eem dinheiro, um valor mínimo às famílias que reside no município e cuja renda mensalper capita seja de até ½ salário mínimo e que tenham filhos de 0 a 15 anos. Os alunosdo Ensino Fundamental devem ter 85% de freqüência nas aulas. O município benefici-

Page 71: miolo tarumã.pmd

71

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

ado deve desenvolver ações sócio-educativas que incentive a permanência dos alunosna Escola.

Visão e AudiçãoAs deficiências visual e auditiva são uns dos fa-

tores que comprometem o desenvolvimento das ati-vidades escolares, sendo comum detectar o proble-ma em crianças a partir de 6 ou 7 anos quando in-gressam no Ensino Fundamental. Dessa forma, osProjetos “Por uma Boa Visão” e “Por uma BoaAudição”, realizam pré-testes nos alunos da RedeMunicipal, e encaminham os casos detectados paraum exame com o médico especialista.

A avaliação oftalmológica e auditiva são necessária logo no início da escolaridade paradeterminar as dificuldades e o grau de comprometimento da visão e audição. A demora noatendimento pode significar atraso na correção da deficiência podendo comprometer o bomdesenvolvimento escolar da criança.

Projeto “Escola de Pais”Trata-se de mais uma força facilitadora implan-

tada na Rede Municipal de Ensino, com o objetivode promover o êxito dos alunos do Ensino Funda-mental.

O projeto está sendo desenvolvido pela equipemultiprofissional da Secretaria Municipal da Educa-ção e Cultura, composta por Psicopedagogo,Orientador Pedagógico e Assistente Pedagógico.

A finalidade é orientar os pais sobre o desenvolvimento das crianças nos aspectos cognitivos,emocionais e sociais, buscando o desenvolvimento dos alunos por meio do trabalho integradoentre a escola e a família.

PROJETO DE INCENTIVO À CONTINUIDADE DE ESTUDOProjeto bolsa de Estudos

Tem como objetivo a formação profissional e pessoal dos jovens tarumãenses, favorecen-do assim o exercício da cidadania. O Programa beneficia atualmente 45 alunos nos diversosCursos: Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Técnicoem Processamento de Dados, Jornalismo, Propaganda em Marketing, Química, Agronomia,Serviço Social, Pedagogia, Letras, Direito, Educação Física, Enfermagem, Psicologia, Nutri-ção, Farmácia, Fisioterapia, Biomedicina, Medicina, Designer, Matemática, Engenharia Civil,Gestão de Pessoas, Publicidade e Propaganda.

Page 72: miolo tarumã.pmd

72

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Projeto Estudantes ViajantesEsse projeto proporciona condições da locomo-

ção permitindo aos tarumãenses freqüentar cursosde graduação e cursos profissionalizantes do EnsinoMédio em cidades da região. Atualmente são atendi-dos ---383 alunos que viajam para as cidades de As-sis, Cândido Mota, Cornélio Procópio, Ourinhos eMarília.

PELT – Projeto de Ensino de LínguasEstrangeiras de Tarumã

Esse projeto, o pioneiro na região, é executadomediante convênio firmado entre a Prefeitura Muni-cipal de Tarumã, por intermédio da Secretaria Muni-cipal da Educação e Cultura, e a Unesp, Campus deAssis. São oferecidos cursos de Inglês, Espanhol,Japonês, Italiano, Francês e Alemão, atendendo atu-almente 297 alunos.

Projeto “Superação”O curso pré-vestibular “SuperAção” é fruto de uma

parceria entre a Prefeitura Municipal de Tarumã e aUniversidade Estadual Paulista (UNESP) campus deAssis e tem como principal proposta oferecer aos alunostarumaenses a oportunidade concreta de alcançar umavaga na Universidade Pública e de qualidade. Essa par-ceria, sem dúvida, é encarada pelo povo de Tarumã comouma oportunidade prática de acesso à Universidade.

PROJETOS ESPECIAIS Hora do Conto

A Secretaria Municipal da Educação e Cultura,por intermédio do centro Integrado de Educação eCultura – CIEC, criou um espaço destinados àscrianças de 6 a 8 anos. Foi assim que surgiu o “For-no Encantado”, a casa da Hora do Conto, com oobjetivo de despertar o gosto pela leitura. As crian-ças do Jardim II, do 1º, 2º e 3º anos e da Classe dePortadores de necessidades especiais podem des-

Page 73: miolo tarumã.pmd

73

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

frutar deste espaço. São encenadas histórias variadas oportunizando a integração e a inserçãodas crianças no mundo da fantasia, da qual passam a se sentir personagens.

Projeto “Conhecendo Nossa Terra”Visando conhecer novos lugares, novos costu-

mes, novas histórias que oportunizem ampliar a vi-são de mundo, surgiu o Projeto “Conhecendo a NossaTerra”, que proporciona aos alunos da Rede Munici-pal, em seus programas de Educação Infantil, Ensi-no Fundamental e Educação de Jovens e Adultos,passeios e viagens culturais que são realizados a par-tir do próprio município alcançando as grandes capi-tais dos Estados.

Esse projeto tem alcançado grande retorno cultural entre as crianças.

Inclusão digitalÉ um projeto de informatização que permite ao professor criar projetos dentro do seu

conteúdo programático utilizando recursos audiovisuais. Os trabalhos são realizados a partirda formação dos professores e após realização de pesquisa de material bibliográfico, criação deexercícios, inserção de imagens e sons, e muitos outros recursos disponíveis para tornar a aulaatrativa. Os professores, além de trabalharem o conteúdo das disciplinas passam, também,noções básicas de informática para os alunos.

Os alunos da Rede Municipal constroem projetos utilizando o software de criação VisualClass, e já participaram de concurso, nos quais foram premiados pelos trabalhos realizados.Esses alunos já apresentaram seus trabalhos na cidade de Guarujá, e no ano de 2006, alunosdo 5° ano da EMEFEI “Maria Antonia Benelli”, conquistaram o 3º lugar no Concurso Naci-onal Visual Class, realizado na cidade de Caraguatatuba.

Acessa SPO Acessa SP é mais uma parceira da Prefeitura Municipal por intermédio da Secretaria da

Educação, para implementar o Projeto de Inclusão digital da Educação de Tarumã.Trata-se de um programa de inclusão digital do Governo do Estado de São Paulo, coor-

denado pela Casa Civil, em parceria com as Prefeituras Municipais.O Programa Acessa SãoPaulo oferece para população do estado o acesso às novas tecnologias da informação e comu-nicação (TIC’s), em especial à internet, contribuindo para o desenvolvimento social, cultural,intelectual e econômico dos cidadãos paulistas.

Dessa forma, a parceria visa implantar um infocentro, ou seja, um espaço público comcomputadores para acesso gratuito e livre à Internet. O Infocentro de Tarumã, está projetadopara ser implantado no CIEC - Centro Integrado de Educação e Cultura, onde estarão dispo-níveis computadores para uso da população, com acesso livre a internet

Page 74: miolo tarumã.pmd

74

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

FORMAÇÃO CONTINUADAVários procedimentos estratégicos têm sido utilizados para o aprimoramento profissional

são oferecidos curso de capacitação para os professores, suporte pedagógico, e pessoal deapoio, como, serviços gerais, motoristas, agentes administrativos, estagiários. Esse cursso sãorealizados em Tarumã, como também, esses profissionais participam de Encontros, Seminá-rios, Simpósios, em diferentes municípios do país.

Encontros de EducaçãoO Encontro é um momento in-

tensivo de aprendizagem e reflexão quecria um espaço de convivência entreos educadores da Rede Municipal deEnsino de Tarumã e pessoal do ma-gistério da região, com o objetivo deaprofundar a reflexão sobre inovaçõesna área da educação.No ano de 2005,foi realizado o Encontro de Educaçãode Tarumã com o tema “Humanizaçãoe Relações de Poder na Educação. Em2006, comemoramos dez anos de En-

contros, realizando o X Encontro de Educação de Tarumã, com o tema”Por uma EscolaCidadã”. Contamos com a presença do Educador Rubens Alves.

Viagem CulturalEsta viagem cultural e educacional faz parte do Projeto de Capacitação continuada da

Secretaria Municipal de Educação de Tarumã. As professoras da Rede Municipal já visitaramMinas Gerais, Paraná, São Paulo, e no ano de 2006, puderam conhecer a realidade culturaleducacional de Santa Catarina. Segundo a política educacional adotada pela Secretaria Muni-cipal de Educação e Cultura de Tarumã, pensar capacitação significa concebê-la como açãocontínua, uma vez que os professores reelaboram seus saberes em confronto com suas expe-riências práticas, cotidianamente vivenciadas em suas realidades e em realidades diferentes.

Ensino SuperiorA Política Educacional adotada para o município prevê investimento para ampliação da

escolaridade da população com vistas a elevar o nível cultural do município.Dessa forma, a Prefeitura municipal de Tarumã, por meio de um convênio celebrado entre

as Prefeituras Municipais de Tarumã, Florínea, Cruzália, Palmital e Cândido Mota, a Universida-de Estadual Paulista “Júlio Mesquita Filho” – UNESP e a Fundação para o Desenvolvimento daUNESP – FUNDUNESP, efetivou o funcionamento do Projeto Institucional Unesp/Pedago-gia Cidadã. Tal projeto funcionou no município de Tarumã, no Pólo instalado em uma unidade

Encontro de educação em 2007.

Page 75: miolo tarumã.pmd

75

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

escolar da Rede Municipal de Ensino, o qual ofereceu condições plenas para o desenvolvimentodas aulas, pelo Sistema de Recepção de Teleconferência, contando com Salas de Recepção deVideoconferência e Laboratório de Informática com 26 computadores mais os equipamentosnecessários. O Curso de Pedagogia beneficiou cerca de 90 professores dos municípios consor-ciados, divididos em duas turmas. Teve início em agosto de 2003 e término em abril de 2005.

Com o objetivo de dar continuidade da oferta de cursos superiores no município, a Prefei-tura Municipal de Tarumã, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, estevedesde abril deste ano, em contato com várias Universidades Federais de todo o país, com aintenção de formar parceria para o projeto UAB. Assim, acabou por firmar parceria com aUFSCAR – Universidade Federal de São Carlos, e teve sua Proposta de Pólo de Apoio Presencialaprovada pelo Ministério da Educação. E oferecerá á partir de março de 2007 três cursos:Pedagogia, Sistemas de Informação e Tecnologia Sucro - Alcooleira.

O Sistema Universidade Aberta do Brasil é uma parceria entre consórcios públicos nos trêsníveis governamentais (federal, estadual e municipal), a participação das universidades públicase demais organizações interessadas. Assim, é que a Prefeitura Municipal de Tarumã, juntamentecom a Universidade Federal de São Carlos firmaram parceira e estão juntas nesse projeto.

Tarumã será uma extensão da UFSCar como um pólo de apoio presencial, o qual darásuporte, não somente aos alunos, mas também às atividades dos tutores, quer sejapresencialmente, quer seja a distância. Nele serão desenvolvidas as principais atividades docurso, como aulas presenciais, provas presenciais, monitorias, trabalhos, uso do ambiente deaprendizagem e teleconferências, entre outros.

III Encontro Municipal de Educação.

ENCONTROS DE EDUCAÇÃO EM TARUMÃEm 1993, deu-se a primeira gestão pública municipal em Tarumã, tendo como chefe do

executivo o sr. Oscar Gozzi, que projetou políticas públicas sociais com objetivo de promover odesenvolvimento do município.

Para atender à política educacional adotada pela administração, a Secretaria Municipal daEducação, Cultura e Esportes, coordenada pela profª. Terezinha de Jesus Godoy de Souza,acreditando que a Educação é a alavanca para a transformação social desejada e que o muni-cípio tem potencial para criar condições facilitadoras para o desenvolvimento, projetou progra-mas e projetos fundamentados nas expectativas da população e nos princípios que norteiamum trabalho educacional voltado paraa construção da cidadania.

Definidas as metas na área da Edu-cação, foram colocados em prática osmecanismos de ação, entre os quais acapacitação dos profissionais do ma-gistério envolvidos na tarefa educacio-

Page 76: miolo tarumã.pmd

76

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

nal. Vários procedimentos estratégicos têm sido utilizados para o aprimoramento profissionale o encontro é um momento intensivo de aprendizagem e reflexão que cria um espaço deconvivência entre os educadores da Rede Municipal de Ensino de Tarumã e pessoal do magis-tério da região, com o objetivo de aprofundar a reflexão sobre inovações na área da Educação.

O primeiro encontro aconteceu, em 1993, nas instalações cedidas pela Usina Nova Amé-rica, e desenvolveu quatro cursos, atendendo 180 participantes.

No ano de 2005, aconteceu o IX Encontro de Educação de Tarumã, com o tema“Humanização e relações de poder na Educação”.

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE TARUMÃ Em 1995, foi instalado o Conselho Municipal de Educação de Tarumã (CMET), que, de

acordo com a presidente do Conselho e da Secretaria da Educação, é um organismo decooperação do poder público para a prestação de serviços sem remuneração e formado porconselheiros cidadãos de Tarumã, que atuam em diversos setores da sociedade e têm comometa desenvolver a cidadania com a participação das pessoas na vida política, social, culturale econômica da cidade. No decorrer de 2004 houve a reestruturação do Conselho Municipalde Educação, como órgão consultivo, deliberativo e normativo, assim o Conselho Municipalde Educação passou a atuar como órgão responsável pela execução da política educacional nomunicípio no âmbito de Sistema de Ensino.

CENTRAL DE ALIMENTAÇÃOA alimentação escolar, anteriormente distribuída pela Secretaria de Educação de Assis,

passou a ser, com a emancipação de Tarumã, responsabilidade da administração local. Com oapoio do então governador do Estado, Luis Antônio Fleury Filho, e da Fundação Banco doBrasil, a Prefeitura conseguiu viabilizar a construção de uma Central de Alimentação na cida-de, que foi edificada na vila dos Pássaros, no ano de 1995. Beneficiando as escolas das zonasrural e urbana da rede de ensino municipal e estadual de Tarumã, a central de alimentos

prepara em média 3.500 refeiçõesdiárias. Além da confecção e entre-ga das refeições, a Central de Ali-mentação, por intermédio danutricionista, realiza avaliaçãoantropométrica dos alunos, avalia-ção da aceitação das refeições e le-vantamento dos problemas de ris-cos nutricionais entre os alunos.Oferece refeições com cardápios

Prédio da Centralde Alimentação.

Page 77: miolo tarumã.pmd

77

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

adequados para atender as patologias detectadas, tais como diabete, colesterol, fenilcetonúria,baixo peso, obesidade, intolerância à lactose, e oferece também acompanhamento e orientaçãoaos pais e professores.

CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAROutro empreendimento instituído foi o Conselho de Alimentação Escolar, criado pela Lei

municipal 139/94. Este possuía como atribuições fiscalizar e controlar a aplicação de recursosdestinados à merenda escolar, orientar e adquirir gêneros alimentícios, elaborar cardápios,sugerir medidas ao Plano Plurianual das Diretrizes Orçamentárias realizar campanhas educativasde esclarecimento. O conselho era composto de membros do magistério, pais de alunos,trabalhadores rurais, Associação Comercial e Industrial de Tarumã e Central de Alimentação.

BENEFÍCIOSComo forma de incentivo ao ensino, a Prefeitura oferecia auxílio aos estudantes de baixo

poder aquisitivo, por meio de bolsas escolares. Seu principal objetivo não era só repassar odinheiro, mas aumentar o número de universitários no município.

Em 1995, foi criada uma comissão para dar continuidade a esse projeto, que procurouregulamentar os critérios para o repasse das bolsas, sendo que esta proporcionava um valormáximo de 80% da mensalidade para os mais necessitados, e este percentual modificava-se deacordo com a situação econômica do aluno.

Além desse benefício, houve também a distribuição de uniformes para a pré-escola e paraa creche, transporte coletivo desde a zona rural às cidades vizinhas, como Assis, Cândido Motae Marília e, posteriormente, a Cornélio Procópio, pelo fato de essas cidades oferecerem ensinotécnico e universitário.

Para este fim contou-se com serviços oferecidos pela frota municipal (dois microônibus eduas peruas Kombi) e mais três ônibus terceirizados. Em 1998, a Prefeitura adquiriu mais doisônibus que também foram destinados ao transporte de alunos.

A Secretaria da Educaçãoprocurou aprimorar e capacitardocentes e profissionais atuan-tes nas escolas, por meio de vá-rios cursos, para melhor atenderàs necessidades dos alunos,viabilizando melhor qualidade deensino no município, propondoprojetos de conscientização dosestudantes, pais e funcionários.

Transporte escolar.

Page 78: miolo tarumã.pmd

78

Saúde

SAÚDE DE HOJEA estrutura de Saúde pública encontra-se formada, com quatro unidades da Saúde da

Família e uma UBS, cobrindo 100% do município. A área, que teve como primeira secretáriaCélia Laura Camillo Mucharetti Trendo, foi um dos setores que recebeu especial atenção daadministração local por apresentar um referencial insatisfatório para uso dos habitantes domunicípio. Neste setor foram aplicados investimentos em infra-estrutura e equipamentos.Desde o primeiro dia de instalação do município, o serviço de saúde passou a funcionar 24 h,e conta com o Centro de Reabilitação, CAPS, Saúde Mental e Ambulatório.

UNIDADE BÁSICADE SAÚDE

Os serviços de atendimentos médicos à po-pulação eram realizados em um pequeno recinto,denominado Centro de Saúde que, com o apoioda Prefeitura e da Secretaria de Saúde, em 1993,foi reformado, recebendo a designação de Unida-de Básica de Saúde (UBS). Em 1994, a unidadefoi ampliada, passando a ter 550 m² de área cons-

14

A Saúde no passadoEm se tratando dos recursos da Saúde, constata-se que estes eram escassos nos primórdios da

formação desta localidade. Antigos tarumaenses dizem que quando alguém ficava doente, muitasvezes recorria a benzedores e a remédios caseiros, como chás e também algumas simpatias. Alémdestes meios, a vila contava com o apoio do farmacêutico Gilberto Lex, que, na medida do possí-vel, atendia o povoado. Posterior a ele aparece a pessoa do sr. José Santana da Graça, quetambém era farmacêutico e possuía um estabelecimento na comunidade. Sua esposa, LourdesSantana, ajudava-o realizando trabalhos de parto, era a ela que as mulheres grávidas recorriam.

Ao que consta, o sr. José Santana atuou neste ramo até, aproximadamente, a década de 1960,sendo que seu filho, depois, assumiu o cargo. Nesta época, alguns depoimentos afirmam que ummédico da cidade de Assis freqüentemente se deslocava para Tarumã para atender aos pacientes.

Em novembro de 1961, Gilberto Lex faleceu, aos 81 anos.

Page 79: miolo tarumã.pmd

79

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

truída, sendo equipada com instrumentos ne-cessários, com aumento do número de lei-tos, que passaram a ser divididos entre mas-culino, feminino e infantil, o que proporcio-nou maior comodidade para a população.

Foi instalado o serviço de Pronto-Socorro24 horas, evitando-se o deslocamento das pes-soas para hospitais da região, aumentando-seassim o número de procura para atendimentomédico local para consultas simples. Viabilizou-se a instalação de uma farmácia dentro do re-cinto da unidade, podendo-se, então, distribuirremédios gratuitamente para os pacientes.

Na área médica são oferecidas especia-lidades como clínica geral, pediatria, gineco-obstetrícia, saúde mental, cardiologia e of-talmologia, psiquiatria, otorrinolaringologia,ortopedia; na área paramédica encontra-seatendimento psicológico, fisioterapia, assis-tência social, enfermagem, atendimentoodontológico preventivo e curativo e na áreade apoio diagnóstico e terapêutico obtém-se coleta de material para exames de pato-logia clínica e papanicolau, exames de ultra-sonografia, eletroencefalograma e raios X.

São efetuados em média 4.500 atendimentos por mês, com serviços de internação, sendoreservados 12 leitos à observação ambulatorial de pacientes; os casos mais graves, que reque-rem internações, são encaminhados de ambulância aos municípios de Assis, Candido Mota,Marília, Presidente Prudente, Jaú e Rubião Júnior e mesmo à Capital, São Paulo.

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIAEm 1994, Tarumã assinou convênio com

o Governo Federal para o desenvolvimento deum programa intitulado Médico da Família, como objetivo de desenvolver um trabalho maisespecífico junto à comunidade, tendo por prin-cípio básico reduzir a medicina curativa e au-mentar a saúde preventiva, atendendo o usuá-rio em sua própria casa, orientando de forma

Atendimento aos idosos.

Saúde Bucal.

Projeto Por uma Boa Visão.

Page 80: miolo tarumã.pmd

80

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

integrada todos os membros da família sobre os cuidados necessários para prevenção dedoenças e manutenção da saúde.

No entanto, o programa também dispõe de instalações para o atendimento ambulatorial,denominado consultório da família. Para tanto, foram contratados profissionais da área, remune-rados pela Prefeitura por meio de repasse de verba do Governo Federal. Para abrigar o “consul-tório”, reformou-se e adequou-se o prédio onde funcionava a Escola da Vila do Lago, que foitransformado em Unidade Básica de Saúde, que abrigou o programa Médico da Família, bene-ficiando a população da vila do Lago, e das antigas vila Progresso I e vila Progresso II.

O Ministério da Saúde, a quem cabia manter, pelo convênio, o programa, não cumpriucom sua parte que era a liberação de recursos; a Prefeitura, então, arcou sozinha com todo oorçamento destinado a executar o empreendimento.

O programa de saúde Médico da Família, somente foi realizado em 1995. Inicialmente,foram realizados treinamentos de capacitação da equipe, cadastramento das famílias residentesna vila do Lago e das antigas vilas Progresso I e II. Posteriormente, implantou-se uma segundaequipe, para atuar junto aos moradores da Vila Água Bonita. Verificou-se que com a execuçãodo programa Médico da Família houve redução de 25% no número de internações hospitalaresna especialidade de pediatria.

CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE Para que os trabalhos realizados na área da Saúde alcançassem seus objetivos, foram

realizadas algumas conferências que contaram com a participação popular, além disso, criou-se o Conselho Municipal de Saúde para fiscalizar os serviços públicos e denunciar as irregu-laridades.

SANEAMENTOA área urbana de Tarumã tem cobertura pelos serviços de água e esgoto em 100%. Os

serviços de coleta e distribuição de água e esgotos estão sob o encargo da SABESP – Com-panhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. A água, armazenada em dois reserva-tórios, que juntos perfazem 1 mil m3 de capacidade, é objeto de tratamento, onde são adicio-nados cloro e flúor para sua apropriação ao consumo, sendo distribuída a uma vazão de

aproximadamente 187 mil m3 por hora por uma malhaque percorre 29.351 metros, atendendo 100% da popu-lação urbana.

A administração municipal é a responsável pelos ser-viços de coleta de lixo, não havendo por hora programasde coleta seletiva e reciclagem do mesmo. Os detritoscaptados no município são encaminhados à Usina deCompostagem de Resíduos Sólidos Urbanos.

Sabesp.

Page 81: miolo tarumã.pmd

81

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

USINA DE COMPOSTAGEM DE RESÍDUOSSÓLIDOS URBANOS

No ano de 1995, foi realizado um consórcio intermunicipal entre as prefeituras de Pedri-nhas Paulista, Maracaí, Florínea, Cruzália e Tarumã, o que viabilizou a construção de umaUsina de Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos, no município de Tarumã. Dentrodesse processo, as cinco prefeituras adquiriram dois caminhões adequados para coleta de lixo.A usina é de suma importância para o município, porque vai acabar com o lixão a céu abertoque funciona na Água da Aguinha.

Além disso, reduz a incidência de doençasprovocadas pela ação do lixo, bem como geraentre 18 e 20 empregos diretos. Todo o mate-rial aproveitado pela usina será transformadoem material orgânico, enquanto o pó plástico eo vidro serão comercializados. Tudo isso aju-dará na preservação de matas e rios contra apoluição. A usina está localizada na Água daAldeia. No mês março de 1997, o prefeitoEdson reinaugurou-a totalmente reestruturadade acordo com o projeto original. Usina de reciclagem e compostagem

de lixo de Tarumã.

Esteira onde o lixo é separado. O material sendo prensado e já no depósito.

Material já separado e prensado para ser comercializado.

Page 82: miolo tarumã.pmd

82

Pontos Turísticos

BOSQUE TARUMÃTambém ocorreu a urbanização da mata

Gel para a construção do bosque Tarumã,visando proporcionar lazer para a popula-ção. Conta com pista de cooper de 400 metros,playground, equipamentos para ginástica, fonteluminosa, além de bancos e brinquedos parao divertimento infantil, cuja inauguração sedeu no ano de 1994.

BOSQUE DOS IPÊSNeste mesmo ano foi inaugurado o bosque dos Ipês, na vila dos Estados que conta com

parque infantil, bancos, árvores e uma quadra de vôlei de areia. Houve a execução de 12.000metros de guias e sarjetas; execução de 600 mil metros lineares de galeria de águas pluviais;reforma e adequação da rodoviária.

15

Page 83: miolo tarumã.pmd

83

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

PRAÇA DA MATRIZA praça da Matriz foi reforma-

da, retirando-se o antigo coreto,bem como os sanitários, que foramsubstituídos por um ajardinamento,com iluminação e manutenção detodo verde.

PRAÇA DAS PALMEIRASNo ano de 2003, foi

inaugurada a praça dasPalmeiras. Localizada navila dos Lagos, a praçaapresenta uma arquitetu-ra moderna, arrojada,com formas geométricasem colunas imponentes.Essas colunas margeiamum caminho sulcado naterra pelos pés dos cida-dãos que, no passado, porali passavam ao caminhopara o trabalho. Dessamaneira, a praça passa aser um marco de integração entre passado e futuro. É nessa praça que se encontra também oMemorial do Centenário de Tarumã.

MEMORIAL DO CENTENÁRIO DE TARUMÃCom o objetivo de eternizar o passado e a História da cidade de Tarumã e comemorar 100

anos de sua existência, foi criado o Memorial do Centenário de Tarumã.A idéia do memorial nasceu com a indicação feita pelo vereador sr. Milton Santos da

Silveira. Dessa maneira, foi construído na praça das Palmeiras, situado na vila dos Lagos. Omemorial é constituído por um muro de pedra onde estão os nomes dos 100 guardiões, e umapedra em forma de bloco monolítico, na qual está depositada uma urna. No interior da urna

Page 84: miolo tarumã.pmd

84

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

GINÁSIO MUNICIPAL DE ESPORTES ERNESTO PAITLInaugurado em dezembro de 1997, tem a capacidade de acomodar 2.640 espectadores

em suas arquibancadas. O ginásio sedia eventos esportivos do município e da região,como os Jogos Intermunicipais da Amizade, que acontecem todos os anos no mês dejunho.

foram depositadas mensagens,fotografias, registros em revistasou jornais, coletados da popula-ção, os quais serão entregues àsgerações futuras, na ocasião docentenário de Tarumã, no ano de2027. A urna foi lacrada e depo-sitada no monumento no dia 1o

de maio de 2005, em solenidadepública.

Os guardiões são cidadãosque participaram de um sorteio eque têm a responsabilidade dezelar pelo monumento.

A população tarumaense, por meio do Memorial do Centenário de Tarumã, poderá cons-tatar a experiência do passado de seus antecedentes e perceber a ação dos homens transfor-mando o local onde vivem.

Page 85: miolo tarumã.pmd

85

Segurança

16

E m 1993, foi instalada a Junta Militar (JSM – 91), a qual se localizou num primeiromomento nas dependências da Prefeitura e teve como responsável a sra. Antônia Lídia dosSantos. Atualmente ela funciona nas dependências da Biblioteca Municipal. Nesse mesmoano, aconteceu a inauguração da Delegacia de Polícia Municipal de Tarumã.

De acordo com essa unidade, observou-se que a cidade possui um índice de criminalidadebaixo, pois, após um ano de funcionamento da delegacia, foram registrados aproximadamente200 boletins de ocorrência, dos quais, em média, 90 se transformaram em inquéritos policiais,sendo que 21 foram indiciados por auto de prisão em flagrante, envolvendo desde a falta dehabilitação até o tráfico de entorpecentes. A delegacia, com propósito de proteger o cidadão,desenvolveu o projeto Policiamento Preventivo Especializado, o qual, após alguns meses deaplicação, pôde estabelecer um decréscimo no índice de criminalidade. Além disso, o delegadoda cidade, Luis Antonio Ramão, instalou o disk-denúncia, compondo uma nova arma paracombate à ação dos marginais em Tarumã.

Na área social, a delegacia deu respaldo a centenas de pessoas, fornecendo requisições depassagens aos carentes, principalmente para tratamento de saúde em São Paulo, e, por meio dosetor de identificação, expediram-se várias cédulas de identidade e dezenas de atestados deantecedentes criminais.

CIA da Polícia Militar.

Page 86: miolo tarumã.pmd

86

entro do programa de obras, a Prefeitura procurou desenvolver empreendimen-tos necessários para melhoria no aspecto social e urbano da cidade. A Prefeitura, por meio daSecretaria de Planejamento e Obras, representada em 1993 pelo secretário Arildo José deAlmeida, realizou vários trabalhos abrangendo desde a área rural até a urbana.

ASFALTAMENTOO processo de asfaltamento do município

deu-se gradativamente e, no ano de 1995, par-te da cidade já era contemplada. Foi tambémexecutada a implantação da rotatória na Rodo-via SP-333, com o objetivo de proporcionarmaior segurança aos usuários da via MiguelJubran, proporcionando também um contor-no que liga ao centro da cidade. O Departa-mento de Estradas e Rodagens (DER) tam-

bém promoveu nessa rodovia uma série de serviços visando a melhorar o visual e a segurançada estrada, que recebeu até nova área de acostamento.

Obras

17

D

Centro de Tarumã.

SP-333 Rodovia Miguel Jubran.

Page 87: miolo tarumã.pmd

87

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

ENERGIA ELÉTRICAA Empresa de Eletricidade Vale do Para-

napanema S/A investiu na instalação de equi-pamentos que modernizaram o sistema de abas-tecimento de energia elétrica, substituindo oantigo transformador de 5.000 KVA por umde 10.000 KVA, ocorrendo assim a duplicaçãoda capacidade de abastecimento da cidade, in-clusive aumentando 900 KVA na Usina NovaAmérica.

CENTRO INTEGRADO DE RECREAÇÃO INFANTIL ERNESTO PAITLExecutou-se também a construção de um Ginásio de Esportes denominado CIRI – Cen-

tro Integrado de Recreação Infantil, uma obra com 2.877 m2 de área construída disponibilizadaem terreno com 6.400 m2, abrigando quadra poliesportiva, arquibancada para 2.100 pessoas,sala de imprensa é palco. Essa construção, classificada como uma grande conquista da comu-nidade esportiva, que recebeu um local adequado para desenvolver suas atividades bem comooutras programações culturais de lazer.

O centro foi construído nas proximidades do Acruta, E.M.E.F.E.I. E.M.E.F.E.I. JoséOzório de Oliveira e bosque Tarumã e inaugurado pelo prefeito Edson, em 7 de dezembro de1997, recebendo a denominação de Centro Integrado de Educação Infantil Ernesto Paitl. Emsetembro de 1996, o prefeito havia firmado convênio com o Governo Federal, para a implan-tação do projeto Habitar Brasil, com a finalidade de urbanizar pequenos núcleos habitacionais;junto a esse projeto procedeu a execução de uma quadra poliesportiva iluminada na vila dosPássaros, beneficiando moradores das vilas das Árvores e Lagos.

Subestação de energia elétrica de Tarumã.

Page 88: miolo tarumã.pmd

88

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

PASSARELA SOBRE RODOVIAFoi autorizada, em dezembro de 1997, a liberação de verba para a construção de uma

passarela sobre a Rodovia Miguel Jubran, cujo principal objetivo era a redução do número deacidentes com pedestres na SP -333. O planejamento da obra previa 60 metros de extensão,uma espécie de miniponte de concreto, instalada no ponto de acesso entre a vila das árvores eÁgua Bonita.

PARQUE INDUSTRIALEm 1998, o prefeito adquiriu uma área para a instalação do parque industrial. O

terreno, situado ao lado do posto Tarumã, às margens da SP-333 custou R$ 140 mil aomunicípio.

HORTA MUNICIPALEm terreno adquirido da água do Rio Tarumã, a Prefeitura implantou, no ano de 1995,

uma Horta Municipal com 3 hectares, propondo gerenciar o fornecimento de verduras elegumes para abastecer a cen-tral de alimentação, que pre-parava a merenda para os es-tudantes. Para incrementaçãodesta atividade, contou-secom jovens e crianças interes-sadas em trabalhar na horta.Assim, os participantes apren-diam algumas técnicas de cul-tivo e se beneficiavam com osprodutos.

Page 89: miolo tarumã.pmd

89

Símbolos Municipais

18

E m 1o de setembro de 1993, a Câmara Municipal decretou e o prefeito sancionou aLei no 058/93, que dispõe sobre a instituição, a forma e apresentação dos símbolos do muni-cípio de Tarumã.

Foram instituídos como símbolos municipais o brasão, a bandeira e o hino.

BRASÃOO brasão, assim como a bandeira de

Tarumã, é de autoria do heraldista Lauro Ribei-ro Escobar, do Conselho Estadual de Honrari-as e Mérito. Ele é formado por um escudo ibé-rico vermelho com uma cruz de Santo André,de prata, carregada de duas flechas pretas. Aci-ma do escudo, há uma coroa de oito torres. Àdireita, há uma haste de cana-de-açúcar e, à es-querda, uma de milho. O nome Tarumã estáescrito na cor prata.

O escudo ibérico era usado em Portugal àépoca do descobrimento do Brasil e sua adoçãoevoca os primeiros colonizadores e desbravadores do Brasil. O vermelho representa a audáciados pioneiros colonizadores da região, que enfrentaram o sertão inóspito. A cruz de SantoAndré, emblema do santo padroeiro do município, por ser seu instrumento de martírio, repre-senta a fé cristã. A cor prata indica harmonia e compreensão.

As flechas, símbolo do amor, tradição guerreira e velocidade, lembram a presença deíndios na região no início da colonização. A cor preta representa honestidade. A coroa muralé o símbolo da emancipação política, e as oito torres, das quais apenas cinco são aparentes,indicam que o local é uma cidade. As portas abertas representam o caráter hospitaleiro dopovo de Tarumã.

As hastes de cana e milho, importantes produtos agrícolas, atestam a fertilidade da terralocal e homenageiam a agricultura, principal fonte de renda da cidade, sendo a cana responsá-vel pela industrialização. Finalmente, o nome Tarumã identifica o município.

Page 90: miolo tarumã.pmd

90

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

BANDEIRARetangular, de vermelho, com um tri-

ângulo isósceles de branco, carregado deum triângulo de preto, sobrecarregado deum triângulo de branco com o brasão. Ostriângulos superpostos formam pontas delanças a indicar o impulso do municípiode Tarumã a um futuro grandioso de de-senvolvimento e prosperidade. O simbo-lismo das cores é o mesmo do brasãomunicipal, observando-se que a cor pratado brasão corresponde ao branco da ban-deira.

HINOA Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Esporte, promoveu

no ano de 1996 um concurso nacional para escolher o Hino Oficial de Tarumã. A finalidadeera dotar o município de um hino que representasse as origens da cidade, que já contava comlegislatura e bandeira próprias. A premiação para o vencedor do concurso foi um prêmio deR$ 2 mil, em dinheiro. A autora do hino é uma munícipe, Maria Alice Fernandes.

Hino de Tarumã

Ao som de instrumentosE a banda com seu encantoVila Lex sempre lutandoAdquiriu vontade de vencerE venceu

Gerou progresso cresceuSe emancipouEm janeiro se libertouO sonho já realizouEncontrou gente que acreditou

Tarumã, és TarumãCidade de União BatalhadoraTerra produtiva inovadora (bis)

Tarumã é terra de lutadoresEm nossa Pátria está entre vencedoresVerdadeiros quinhões de encantosSeu verde se perde nos campos

És formadora de princípiosDestaques entre municípiosPedaço de Pátria BrasilDoce coração de mãe gentil

Tarumã, és TarumãCidade de União BatalhadoraTerra produtiva inovadora (bis)

Povos unindo geraçõesRemanso entre coraçõesCidade de união acolhedoraJustiça e amizade vencedora

Tarumã, és TarumãCidade de União BatalhadoraTerra produtiva inovadora (bis)

Page 91: miolo tarumã.pmd

91

Os Três Poderes

19

N a República Federativa do Brasil, o governo é formado por três poderes: execu-tivo, legislativo e judiciário. Eles são independentes entre si, têm papéis bem definidos pelaConstituição e formam um tripé, que é base da democracia.

O PODER EXECUTIVOÉ exercido pelo presidente, pelos governadores de Estado e pelos prefeitos das cidades.

Eles são eleitos diretamente pelo voto popular para um período de quatro anos, com direito àreeleição para um período de mais quatro anos. Eles têm a responsabilidade de administrar oPaís, os Estados e os municípios, criar metas de administração, investir em saúde e saneamentobásico e tudo mais que diz respeito ao bem-estar da população.

Paço Municipal de Tarumã.

Page 92: miolo tarumã.pmd

92

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

O PODER LEGISLATIVOÉ exercido pelos senadores, eleitos por um período de oito anos, e deputados federais no

âmbito federal; deputados estaduais nos Estados; e vereadores nos municípios, todos eleitospara períodos de quatro anos. Senadores e deputados federais estabelecem as leis do País efiscalizam as ações do presidente e dos ministros, enquanto o deputados estaduais criam leisno Estado e fiscalizam as ações do governador. Os vereadores, por sua vez, criam as leis dascidades e fiscalizam as ações do prefeito.

O PODER JUDICIÁRIOÉ exercido pelos juízes. Compete a eles julgar, executar as leis e zelar pela carta magna, a

Constituição.

Câmara Municipal.

Page 93: miolo tarumã.pmd

93

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

GALERIA DE PREFEITOS

Edson Shwarz

1o/1/1997 a 31/12/2000

Oscar Gozzi

1o/1/1993 a 31/12/1996,

1o/1/2001 a 31/12/2004 e

1o/1/2005 a 31/12/2008

Antônio Cunha

9/8/1999 a 9/2/2000

Administração do município através dos temposA administração dos municípios passou por diversos regimes.

• Intendência Municipal: o responsável pela administração era o intendente, que governavajunto com os membros ou conselheiros, sendo estes os que escolhiam o chefe, por tempoindeterminado.

• Regime Ditatorial: com a posse de Getúlio Vargas, os prefeitos ou ditadores passaram aser escolhidos e nomeados pelo presidente do Estado (nessa época era Presidente e não governa-dor), não tendo também tempo determinado. As nomeações também podiam ser feitas pelointerventor.

• Democracia (1): de acordo com o novo Regime, iniciado em 1946, o prefeito e os vereadorespassaram a ser escolhidos pelo povo, com voto secreto e com mandato de quatro anos de duração.

(1) Esse Regime vigora até nossos dias, variando apenas o tempo do mandato.

Page 94: miolo tarumã.pmd

94

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Jornal do Comércio – Marília. Anos: 1993, 1996.Folha do Vale – Tarumã. Anos: 1995, 1996.Oeste Notícias – Regional – Assis. Ano: 1996.Voz da Terra – Assis. Anos: 1992, 1993, 1994, 1995, 1996.Expressão Regional – Anos: 1994, 1995.C.M. Notícias – Cândido Mota. Ano: 1996.Gazeta do Vale – Assis. Anos: 1993, 1994, 1996.Jornal de Tarumã – Tarumã. Ano: 1993.Jornal d’ Oeste – Marília. Anos: 1993, 1994.Jornal do CEPAM – São Paulo. Ano: 1993.Tribuna do Interior – Ano: 1992.Integração Regional – Marília. Ano: 1993.O Tempo – Assis – Anos: 1993, 1994.Jornal da Cidade – Marília. Ano: 1994.Correio Regional – Ano: 1998.Boletim Informativo – Tarumã. Ano: 1995.Gazeta de Assis – Assis. Anos: 1957, 1987.Prevenildo – Grupo Nova América. Ano: 1981.Usicana – Grupo Nova América. Anos: 1984, 1985, 1986, 1989.Jornal de Assis – Assis. Ano: 1954.A Hora é Agora – Tarumã. Ano: 1989.DOE – Ano: 1990.Diário Oficial do Estado de São Paulo – Ano: 1982.Pontal do Paranapanema – Teodoro Sampaio. Ano: 1987.

Projeto de transformação do distrito de Tarumã em município. Tarumã, 13 de setembro de 1979.

Lei nº 2.203 – 20 de outubro de 1927.

Diário do pastor Wrede, doado ao professor José Luís, do curso de Letras da Faculdade de Ciências e Letras/ Universi-dade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP/FCL/Assis.

Livro 3 O.O. , Cartório de Registro de Imóveis de Assis.

Arquivo do Estado de São Paulo, lata Imigração e Colonização – 1836-1930. Documento 3: Comissão de discriminaçãode terras (1887-1930 – 54 livros). Comissão de Terras do Vale do Paranapanema.

Fontes OraisAQUINO, José T. e AQUINO, Maria A. Depoimento [novo 1994]. Entrevistadores: M. A. Gigante e V. Chiarinelli.Tarumã: CIEC. 199. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

BARBOSA, Renato R Depoimento [1995]. Entrevistadores: R. Ferreira Tarumã: CIEC, 1995. 1 fita cassete. Entrevistaconcedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

BARBOSA, Gerônimo. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC,2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

BENELLI, Octavio. Depoimento [1995]. Entrevistadores: R. Ferreira Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida aoProjeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

BENELLI, Maria J. S. Depoimento [maio 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R Ferreira. Tarumã: CIEC,2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 95: miolo tarumã.pmd

95

A Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do AmanhãA Cidade do Amanhã

BOLFARINI, Romeu. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida aoProjeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

CARDOSO, Nelson. Depoimento [maio 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC,2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

CORREIA, Olivério J. Depoimento [1995]. Entrevistador: M. A. Gigante. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedidaao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

DIAS, Geni P. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entre-vista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

FRIZZO, Giovana O. Depoimento [abril 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC,2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

GALLI, Sidinei. Depoimento [2003]. Entrevistadores: C. J. F. Pereira, R Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevistaconcedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

GOZZI, Oscar. Depoimento [maio 2003]. Entrevistadores: C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003. Entrevistaconcedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

GRAÇA, Lurdes S. da. Depoimento [1995]. Entrevistadores: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida aoProjeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

HOLZHAUSEN, Euridice N. Depoimento [ago. 1995]. Entrevistadores: S. Baio e V. Chiarinelli. Tarumã: CIEC, 1995.Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

HOLZHAUSEN, Geraldo. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedidaao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

JESUS, Dorotéia M. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida aoProjeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

JUBRAN, Tufi. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao ProjetoMemória Histórica do Município de Tarumã.

LABS, Luis. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao ProjetoMemória Histórica do Município de Tarumã.

LEX, Doralice V. Depoimento [abril 1995]. Entrevistadores: V.C. Chiarinelli e A.R. Hecker. Tarumã: CIEC, 1995. En-trevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

LTh1A, lida F. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao ProjetoMemória Histórica do Município de Tarumã.

LOOSE, Alfredo J. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Pro-jeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MARCELINO, Sebastião. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedidaao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MARTINS, Benedita. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003.Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MARTINS, Maria da G. Depoimento [dez. 1995]. Entrevistadores: V. Chiarinelli, S. Baio e T. de Mendonça. Tarumã:CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MAZU, José e MAZU, Emi. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedidaao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MIDENA, Maria. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003.Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MODRO, Valdemar. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003.Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MORO, Aidê L. e MORO, José. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã:CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MORO, Paschoal. Depoimento [maio 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003.

Page 96: miolo tarumã.pmd

96

TTTTTarumãarumãarumãarumãarumã

Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

MÜLLER, Gertrudes. Depoimento (2003) Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003.Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

OLIVEIRA, Cecília. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histó-rica do Município de Tarumã.

OLIVEIRA, Ilsa A. M. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003.Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

PAITL, Darci. Depoimento [maio 2004]. Entrevistadores: C. J. F. Pereira, R Ferreira. Tarumã: CIEC, 2004. Entrevistaconcedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

PAITL, Wilson. Depoimento [1995]. Entrevistadora: V. Chiarinelli. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao Pro-jeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

ROFFKAHR, Hendvig E. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC,2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

ROSA, Maria D. Depoimento [2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 2003.Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

RUFINO, José. Depoimento [1995]. Entrevistador: R. Ferreira. Tarumã: CIEC, 1995. Entrevista concedida ao ProjetoMemória Histórica do Município de Tarumã.

SCHWARZ, Edson. Depoimento [mar. 2004]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC,2004. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

TEODORO, Aparecido. Depoimento [abr. 2003]. Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã: CIEC,2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

TONI, Teolindo. Depoimento [out. 1994]. Entrevistadores: P. Alves, Marcos, Solange, Telma e Vera. Tarumã: CIEC,1994. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

V ALDOMIRO (Miro do Dourado). Depoimento (2003). Entrevistadores: B. Soares, C. J. F. Pereira, R. Ferreira. Tarumã:CIEC, 2003. Entrevista concedida ao Projeto Memória Histórica do Município de Tarumã.

LivrosDI CREDDO, Maria do C. Sampaio. A propriedade da terra no Vale do Paranapanema – A Fazenda Taquaral (1850/1910).Tese de doutorado FCH/USP. São Paulo, 1987.

FERREIRA, Daniel Paulo; GODOY, Arilda Schimidt. Grupo Nova América: uma História Empresarial. Administração OnLine, v. 3, n.1, 2002.

PASCOTTO, Orlando Aparecido. Relatório Preliminar da Realidade de Tarumã. Ginásio Estadual do Distrito de Tarumã:setembro, 1973.

SAMPAIO, Mário Arnaud. Vocabulário guarani – português. Porto Alegre: L & PM, 1986.

SQUEFF, Enio (org.). A origem dos municípios paulistas. FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA – CEPAM. ImprensaOficial do Estado de São Paulo. São Paulo, 2003.

SILVA, Leoni Ferreira da. Minha Terra Assis, pg. 13-35.

SILVA, Rogério Forastieri da. Histórico das constituições Brasileiras: Texto completo da constituição de 5 de outubro de1988. São Paulo: Editora Núcleo, 1989.

D’ANGELO. José Carlos. Diocese de Assis: Notas Históricas e Pastorais. Editora Santuário: Aparecida, 1990.