miolo minha vida estava em jogo 311018 enzo

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EDER FERNANDES SANTANA MINHA VIDA ESTAVA EM JOGO... Paisagem testemunhal de escuta e voz nua em audiência socioeducativa

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Page 1: MIOLO Minha vida estava em jogo 311018 Enzo

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O trabalho e sua escrita, desse modo, tendo em vista não se destinar a “fa-

lar de”, é um exercício de não entrar no labirinto textual jurídico espelhado, onde é fácil se perder se se entra pelas exigências de um falar de objetos apropriados como sendo “do” Direito. A por ta aber ta a esse labirinto é a imposição de sentidos, de se caminhar por um necessário vocabulário jurídico. A consequência é a autorreferên-cia e o automatismo. Não “falar de” exi-ge um esforço a mais de escrita. Não se trata, por tanto, de um recurso ornamental ao literário, ou de uso de belas palavras, mas de um exercício de elaboração que resulta da própria via investigativa adotada.

editoraISBN 978-85-60519-41-5

é mestre e doutor em Di-reito e Justiça pelo Pro-grama de Pós-graduação da Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG, graduado pela Faculdade de Direito de Teófilo Otoni (FADITO/FENORD), ser vidor pú-blico no TJMG, onde foi assessor judiciário na Vara da Infância e da Ju-ventude de Teófilo Oto-ni (2004-2009), e pes-quisador, com foco nas práticas judiciárias e nos modos de construção e transmissão do conhe-cimento jurídico acerca da violência e do ato infracional. Co-organiza-dor, com Mônica Sette Lopes e Andityas Matos, do livro “Representações da violência: direito, lite-ratura, cinema e outras artes” (D’Plácido, 2017).

E D E R F E R N A N D E S

S A N TA N A“‘Minha vida estava em jogo...’, de Eder Fernan-des Santana, não é uma obra fechada, a propor soluções dogmáticas ba-seadas na literalidade de um quadro normativo es-tanque. Esse não é o sen-tido do ECA e não é o que se deve experimen-tar de sua teleologia. Este livro é mais um cante hondo. Um canto profun-do como um gemido que acaba em explosão so-bre os modos como um costume hermenêutico invade e dirige a voz dos se emaranham na rotina das salas de audiência.”

M Ô N I C A S E T T E LO P E S

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1. Minha vida estava em jogo...Paisagem testemunhal de escuta

e voz nua em audiência socioeducat iva

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Eder Fernandes Santana

1. Minha vida estava em jogo...Paisagem testemunhal de escuta

e voz nua em audiência socioeducat iva

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Copyright © 2018, D’Plácido Editora.Copyright © 2018, Eder Fernandes Santana.

Editor ChefePlácido Arraes

Produtor EditorialTales Leon de Marco

Capa, projeto gráficoLetícia Robini (Imagem via Pixabay)

DiagramaçãoEnzo Zaqueu Prates

Editora D’PlácidoAv. Brasil, 1843, Savassi

Belo Horizonte – MGTel.: 31 3261 2801

CEP 30140-007

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,

por quaisquer meios, sem a autorização prévia do Grupo D’Plácido.

W W W . E D I T O R A D P L A C I D O . C O M . B R

Catalogação na Publicação (CIP)Ficha catalográfica

SANTANA, Eder Fernandes.Minha vida estava em jogo: Paisagem testemunhal de escuta e voz nua em

audiência socioeducativa. -- Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2018.202 p.

ISBN: 978-85-60519-41-5

1. Direito. 2. Filosofia do Direito. I. Título.

CDD340.1 CDU340.12

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PROCURA

Procurar sem notícia, nos lugaresonde nunca passou;

inquirir, gente não, porém textura,chamar à fala muros de nascença,

os que não são nem sabem, elementosde uma composição estrangulada

Não renunciar, entre possíveis,feitos de cimento do impossível,

e ao sol-menino opor a antiga busca,e de tal modo revolver a morte

que ela caia em fragmentos, devolvendoseus intactos reféns – e aquele volte.

Venha igual a si mesmo, e ao tão-mudado,que o interroga, insinue

a sigla de um armário cristalino,além do qual, pascendo beatitudes,

os seres-bois, completos, se transitem,ou mugidoramente se abençoem.

Depois, colóquios instantâneosliguem Amor, Conhecimento,

como fora de espaço e tempo hão de ligar-se,e breves despedidas

sem lenços e sem mãosrestaurem – para outros – na esplanada

o império do real, que não existe.

Carlos Drummond de Andrade

aquele que sofre a injustiça é um testemunho irrecusável dela. Mas quem testemunhará pela justiça?

Alain Badiou

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Para minha mãe.

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Agradecimentos

Meus Pais Edson, Tat’etu Nzazi, Guias, a firmeza, a voz, o lugar. Sua licença e sua benção.Mônica Sette Lopes, o acolhimento.Lúcia Catello Branco, à escuta.Ivana Bracks, pouso amizade-amor.Lídia Tarr, resistir na potência.Jonas Samudio, a mais aberta.Ludmilla Zago, fraternidade.Marcela de Castro Reis, as cartas da intuição.Nádia, Denise Soares, Kel, à “palavra clara”.Alessandra Margotti, Amanda Bastos, Isabela Corby, Lucas

Pardini, Nayara Medrado, Tatiana Badaró, Victor Costa, Júlia Valente, abolicionistas, experiências de liberdade.

Ernane Salles, Luana Magalhães, Rafael Lomax, Renato Ribeiro, Steevan Tadeu, companhias.

Luana Brasil, Renato César Jardim, Osvaldo Moreira, apoio.Anderson Fernandes Santana, Samara Tótaro, Eduardo Fer-

nandes Santana, Júlia Grateki, Hórus Tótaro Santana, Huna Tótaro Santana, Ulisses Grateki Santana, Helena Grateki Santana, morada.

Aos membros banca examinadora, professores Gláucio Maciel, Gilson Iannini, Fernanda Otoni de Barros-Brisset e Fernando Nogueira Martins Júnior, as leituras.

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Lis ta de abrev iaturas

CIA/BH Centro de Atendimento Integrado ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte

CNBB Conselho Nacional dos Bispos do Brasil

DCA Direito das Crianças e dos Adolescentes

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

MNMMR Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua

MP Ministério Público

ONU Organização das Nações Unidas

TJMG Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

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As salas de audiência, os corpos humanos e o direito 15

1. Considerações Iniciais 21

2. Trajetórias à escuta 312.1. ECA: abertura à escuta 34

2.1.1. Legislação de abertura 352.1.1.1. Os movimentos sociais e as

normas internacionais 402.1.1.2. Abordagem constitucional das

crianças e adolescentes 452.2. O adolescente como invenção 51

2.2.1. A temporalização da vida 552.2.2. A emergência da adolescência 582.2.3. “Adolescência desviante” e criação de

“tribunais de menores” 71

3. Trajetórias de escuta em audiências na justiça da infância e da juventude 81

3.1. Audiências 823.2. Oitiva Imediata e Informal 88

Sumár io

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3.3. As remissões: desvios 933.4. As representações 106

3.4.1. A representação: escuta 1073.4.2. O mecanismo da representação 1103.4.3. Uma mediação: a defesa técnica 113

4. Paisagem testemunhal 1194.1. Paisagem (voz nua) 121

4.1.1. “Estar à escuta” 1274.1.2. Escuta cativa da boa vontade 1294.1.3. Paisagem à escuta: ter-lugar do sujeito 1324.1.4. Escuta sob comando 140

4.2. Silêncios à escuta 1474.2.1. Silêncio 1484.2.2. Silêncio fundador 1524.2.3. A política do silêncio 153

4.3. Testemunhos 1554.3.1. Violência, trauma e história 1574.3.2. Experiências testemunhais 167

4.4. O testemunho e a questão da verdade 175

5. Considerações Finais 181

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em audiência

socioeducativa

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O trabalho e sua escrita, desse modo, tendo em vista não se destinar a “fa-

lar de”, é um exercício de não entrar no labirinto textual jurídico espelhado, onde é fácil se perder se se entra pelas exigências de um falar de objetos apropriados como sendo “do” Direito. A por ta aber ta a esse labirinto é a imposição de sentidos, de se caminhar por um necessário vocabulário jurídico. A consequência é a autorreferên-cia e o automatismo. Não “falar de” exi-ge um esforço a mais de escrita. Não se trata, por tanto, de um recurso ornamental ao literário, ou de uso de belas palavras, mas de um exercício de elaboração que resulta da própria via investigativa adotada.

editoraISBN 978-85-60519-41-5

é mestre e doutor em Di-reito e Justiça pelo Pro-grama de Pós-graduação da Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG, graduado pela Faculdade de Direito de Teófilo Otoni (FADITO/FENORD), ser vidor pú-blico no TJMG, onde foi assessor judiciário na Vara da Infância e da Ju-ventude de Teófilo Oto-ni (2004-2009), e pes-quisador, com foco nas práticas judiciárias e nos modos de construção e transmissão do conhe-cimento jurídico acerca da violência e do ato infracional. Co-organiza-dor, com Mônica Sette Lopes e Andityas Matos, do livro “Representações da violência: direito, lite-ratura, cinema e outras artes” (D’Plácido, 2017).

E D E R F E R N A N D E S

S A N TA N A“‘Minha vida estava em jogo...’, de Eder Fernan-des Santana, não é uma obra fechada, a propor soluções dogmáticas ba-seadas na literalidade de um quadro normativo es-tanque. Esse não é o sen-tido do ECA e não é o que se deve experimen-tar de sua teleologia. Este livro é mais um cante hondo. Um canto profun-do como um gemido que acaba em explosão so-bre os modos como um costume hermenêutico invade e dirige a voz dos se emaranham na rotina das salas de audiência.”

M Ô N I C A S E T T E LO P E S