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Sumário Aos professores ............................................................................. 9 Apresentação da coleção ......................................................... 11 Apresentação à nova edição ..................................................... 19 Apresentação das edições anteriores ................................... 22 1 a PARTE O estágio como campo de conhecimento ...... 24 CAPÍTULO I Estágio: diferentes concepções ....................... 26 1. A prática como imitação de modelos ........................ 28 2. A prática como instrumentalização técnica ................ 29 3. O que entendemos por teoria e por prática ................ 33 4. O estágio superando a separação entre teoria e prática .35 4.1. Estágio: aproximação da realidade e atividade teórica ..36 4.2. Conceito de práxis e estágio ............................... 37 4.3. O estágio como pesquisa e a pesquisa no estágio ...39 CAPÍTULO II Estágio e construção da identidade profissional docente ............................................. 50 1. Contribuições à construção da identidade docente: estudos e pesquisas ................................. 56 1.1. Endipe: espaço de consolidação das teorias e práticas de ensino ..................... 58 1.2. O estágio e a prática de ensino de disciplinas específicas nos Endipes ............ 60 1.3. Tendências investigativas no estágio e nas práticas de ensino ................................ 62 1.4 O estágino nos Endipes de 2012 (Campinas); 2014 (Fortaleza); 2016 (Cuiabá) ................... 65 2. Estágio, Didática e Prática de ensino nos cursos de graduação e pós-graduação ............ 66 2.1. Didática e Prática de Ensino na pós-graduação stricto sensu ....................... 68

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Sumário

Aos professores .............................................................................9Apresentação da coleção .........................................................11Apresentação à nova edição .....................................................19Apresentação das edições anteriores ...................................22

1a PARTE O estágio como campo de conhecimento ......24

CAPÍTULO I Estágio: diferentes concepções .......................26 1. A prática como imitação de modelos ........................28 2. A prática como instrumentalização técnica ................29 3. O que entendemos por teoria e por prática ................33 4. O estágio superando a separação entre teoria e prática .35 4.1. Estágio: aproximação da realidade e atividade teórica ..36 4.2. Conceito de práxis e estágio ...............................37 4.3. O estágio como pesquisa e a pesquisa no estágio ...39

CAPÍTULO II Estágio e construção da identidade profissional docente .............................................50 1. Contribuições à construção da identidade docente: estudos e pesquisas .................................56 1.1. Endipe: espaço de consolidação das teorias e práticas de ensino .....................58 1.2. O estágio e a prática de ensino de disciplinas específi cas nos Endipes ............60 1.3. Tendências investigativas no estágio e nas práticas de ensino ................................62 1.4 O estágino nos Endipes de 2012 (Campinas); 2014 (Fortaleza); 2016 (Cuiabá) ...................65 2. Estágio, Didática e Prática de ensino nos cursos de graduação e pós-graduação ............66 2.1. Didática e Prática de Ensino na pós-graduação stricto sensu .......................68

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CAPÍTULO III Considerações sobre a legislação de estágio no brasil ............................................72 1. Considerações sobre as legislações de estágio na formação de professores ..................72 2. O Estágio Supervisionado e o Programa de Iniciação à Docência (Pibid) ...........81 3. Considerações fi nais ............................................84

2a PARTE O estágio e a formação inicial e contínua de professores .................................92

CAPÍTULO I Por que o estágio para quem não exerce o magistério: o aprender a profissão ..............94 1. Perspectivas e difi culdades do estágio para quem não é professor ...................................97 2. Universidade, estágio e escola: um trânsito entre diferentes culturas institucionais ...............101 3. Sobre ensinar e aprender a profi ssão docente .....106 4. Para fi nalizar: sugestões, caminhos, possibilidades ....................................................109

CAPÍTULO II Por que o estágio para quem já exerce o magistério: uma proposta de formação contínua ............113 1. O estágio como oportunidade de refl exão da prática docente ............................114 2. O estágio como possibilidade de formação contínua .......................................117 2.1. Eixo conceitual: o estágio tem por base a refl exão a partir da práxis docente ...................118

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2.2. Eixo metodológico: o estágio caminha da metodologia como recurso à metodologia como postura .........................120 2.3. Eixo político: o estágio na universidade tem como referência a escola ......................124 3. Para fi nalizar: o estágio ressignifi cando saberes ..125

CAPÍTULO III O estágio nas disciplinas específicas: contribuições da didática ...............................127 1. Didática e Didáticas Específi cas: construindo saberes ...........................................128 2. Didática e formação de professores de disciplinas específi cas ....................................131 3. A sala de aula: espaço de conhecimento compartilhado ...................................................136

CAPÍTULO IV O estágio em atividade não docente: entre a sala de aula e os sistemas de educação ......140 1.Espaços de estágio nos sistemas de ensino ...........142

3 a PARTE Plano, projetos e novas demandas ao estágio ...146CAPÍTULO I Planejamento e avaliação do estágio ............148 1. Indícios do planejamento na universidade: ouvindo os alunos .............................................149 2. Planejamento de estágio: dialogando com professores ..................................................151 3. Modalidades de estágio: dialogando com professores ..................................................156 4. Experiências, saberes e práticas de professores de estágio ....................................160 5. Avaliação do estágio na universidade: dialogando com professores ...............................173 6. Sugestões para o estágio na Licenciatura ............177 7. Considerações fi nais ..........................................179

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CAPÍTULO II Planejando o estágio em forma de projetos ...181 1. Defi nindo os projetos de estágio ........................183 2. A importância do diagnóstico no estágio com projetos .....................................184 3. Por que utilizar a metodologia de projetos nos estágios .....................................188 4. Avaliando projetos de estágio ............................190 5. Projeto de pesquisa no estágio ...........................191 6. Experiências e propostas de estágio com pesquisa .....................................................196

CAPÍTULO III Estágio supervisionado e tecnologias digitais da informação e comunicação (tdic) em cursos de Licenciatura ...................207 1. O contexto ........................................................209 2. As tecnologias digitais da informação e comunicação ..................................................213 3. As relações entre educação e TDIC ...................216 4. O estágio em relação com as tecnologias nos dois últimos Endipes ...................................220 5. Apontando caminhos: experiências de Estágio Supervisionado com a utilização das TDIC .......221 5.1.Construção de vídeo documentários como estratégia investigativo-formativa nos estágios de cursos de uma universidade pública federal (Unilab) ...............................222 5.2 III Colóquio de Prática Pedagógica e Estágio – Letramento e novas tecnologias: os desafi os da formação docente – realizado pela Universidade Estadual da Bahia ............224 5.3. As TDICs no Ensino Superior: pesquisa, diálogo e análise com professores das Licenciaturas – UniSantos ...........................226 6. Considerações fi nais ............................................230

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CAPÍTULO IV Estágio: avanços teóricos e práticos – um diálogo com diferentes autores ..............233 1. Sobre estágio e concepção de professor como intelectual crítico-refl exivo .......................234 2. Qual seria a alternativa para uma formação de qualidade de professores? Como o curso de formação de professores e, nele, o estágio trabalham (ou poderiam trabalhar) a relação teoria e prática? ....................................237 2.1 O estágio como atividade teórica .................238 2.2 Estágio e pesquisa ........................................239 2.3 Das condições necessárias para a realização do estágio como pesquisa ............................242 3. Como os futuros professores estão se aproximando das escolas no contexto do estágio? Os grupos colaborativos como possibilidade .........244 3.1 Experiências de estágio com práticas colaborativas em estágios com pesquisa .......249 4. Considerações fi nais ..........................................254

ANEXOS ................................................................................256ANEXO I Resolução CNE/CP n. 2/2015 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica ....................256ANEXO II Sugestão de diagnóstico inserido no planejamento ..................................................318Anexo III Sugestões de temas para projetos com os estagiários ................................................334

REFERÊNCIAS ...............................................................................338

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AOS PROFESSORES

A Cortez Editora tem a satisfação de trazer ao público brasileiro, particularmente aos estudantes e profi ssionais da área educacional, a Coleção Docência em Formação, destinada a subsidiar a formação inicial de professores e a formação contínua daqueles que se encontram no exercício da docência.

Resultado de refl exões, pesquisas e experiências de vários professores especialistas de todo o Brasil, a coleção propõe uma integração entre a produção acadêmica e o trabalho nas escolas. Configura um projeto inédito no mercado editorial brasileiro por abarcar a formação de professores para todos os níveis de escolaridade: a Educação Básica (incluindo a Educação Infantil,o Ensino Fundamental e o Ensino Médio) e a Educação Superior;a educação de jovens e adultos e a educação profi ssional. Completa essa formação com as problemáticas transversais e com os sabe-res pedagógicos.

Com mais de 38 anos de experiência e reconhecimento, a Cortez é uma referência no Brasil, nos demais países latino--americanos e em Portugal pela coerência de sua linha editorial e atualidade dos temas que publica, especialmente na área da educação, entre outras. É com orgulho e satisfação que lançamos esta coleção, pois estamos convencidos de que representa novo e valioso impulso e colaboração ao pensamento pedagógico e à valorização do trabalho dos professores na direção de uma melhoria da qualidade social da escolaridade.

José Xavier Cortez Diretor

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APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO

A Coleção Docência em Formação tem por objetivo ofere-cer aos professores em processo de formação e aos que já atuam como profi ssionais da Educação subsídios formativos que levem em conta as novas diretrizes curriculares, buscando atender, de modo criativo e crítico, às transformações introduzidas no siste-ma nacional de ensino pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996. Sem desconhecer a importância desse documen-to como referência legal, a proposta desta Coleção identifi ca seus avanços e seus recuos e assume como compromisso maior buscar uma efetiva interferência na realidade educacional por meio do processo de ensino e de aprendizagem, núcleo básico do trabalho docente. Seu propósito é, pois, fornecer aos docentes e alunos das diversas modalidades dos cursos de formação de professores (Licenciaturas) e aos docentes em exercício, livros de referência para sua preparação científi ca, técnica e pedagógica. Os livros contêm subsídios formativos relacionados ao campo dos saberes pedagógicos, bem como ao campo dos saberes relacionados aos conhecimentos especializados das áreas de formação profi ssional.

A proposta da Coleção parte de uma concepção orgânica e intencional de educação e de formação de seus profi ssionais, e com clareza do que se pretende formar para atuar no contexto da sociedade brasileira contemporânea, marcada por determina-ções históricas específi cas.

Como bem mostram estudos e pesquisas recentes na área, os professores são profi ssionais essenciais nos processos de mudan-ças das sociedades. Se forem deixados à margem, as decisões pedagógicas e curriculares alheias, por mais interessantes que

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APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO

possam parecer, não se efetivam, não gerando efeitos sobre o social. Por isso, é preciso investir na formação e no desenvolvi-mento profissional dos professores.

Na sociedade contemporânea, as rápidas transformações no mundo do trabalho, o avanço tecnológico confi gurando a socieda-de virtual e os meios de informação e comunicação incidem com bastante força na escola, aumentando os desafi os para torná-la uma conquista democrática efetiva. Transformar as escolas em suas práticas e culturas tradicionais e burocráticas que, por inter-médio da retenção e da evasão, acentuam a exclusão social, não é tarefa simples nem para poucos. O desafi o é educar as crianças e os jovens propiciando-lhes um desenvolvimento humano, cultu-ral, científi co e tecnológico, de modo que adquiram condições para fazer frente às exigências do mundo contemporâneo. Tal objetivo exige esforço constante do coletivo da escola – diretores, professo-res, funcionários e pais de alunos – dos sindicatos, dos governantes e de outros grupos sociais organizados.

Não se ignora que esse desafi o precisa ser prioritariamente en-frentado no campo das políticas públicas. Todavia, não é menos certo que os professores são profi ssionais essenciais na construção dessa nova escola. Nas últimas décadas, diferentes países realiza-ram grandes investimentos na área da formação e desenvolvimento profi ssional de professores visando essa fi nalidade. Os professores contribuem com seus saberes, seus valores, suas experiências nessa complexa tarefa de melhorar a qualidade social da escolarização.

Entendendo que a democratização do ensino passa pelos pro-fessores, por sua formação, por sua valorização profi ssional e por suas condições de trabalho, pesquisadores têm apontado para a importância do investimento no seu desenvolvimento profi ssio-nal, que envolve formação inicial e continuada, articulada a um processo de valorização identitária e profi ssional dos professores. Identidade que é epistemológica, ou seja, que reconhece a docência

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como um campo de conhecimentos específi cos confi gurados em qua-tro grandes conjuntos, a saber:

1. conteúdos das diversas áreas do saber e do ensino, ou seja, das ciências humanas e naturais, da cultura e das artes;

2. conteúdos didático-pedagógicos, diretamente relacionados ao campo da prática profi ssional;

3. conteúdos relacionados a saberes pedagógicos mais amplos do campo teórico da educação;

4. conteúdos ligados à explicitação do sentido da existência humana individual, com sensibilidade pessoal e social.

Vale ressaltar que identidade que é profi ssional, ou seja, a do-cência, constitui um campo específi co de intervenção profi ssional na prática social. E, como tal, ele deve ser valorizado em seus salá-rios e demais condições de exercício nas escolas.

O desenvolvimento profi ssional dos professores tem-se cons-tituído em objetivo de propostas educacionais que valorizam a sua formação não mais fundamentada na racionalidade técnica, que os considera como meros executores de decisões alheias, mas em uma perspectiva que reconhece sua capacidade de decidir. Ao confron-tar suas ações cotidianas com as produções teóricas, impõe-se rever suas práticas e as teorias que as informam, pesquisando a prática e produzindo novos conhecimentos para a teoria e a prática de ensi-nar. Assim, as transformações das práticas docentes só se efetivam à medida que o professor amplia sua consciência sobre a própria prá-tica, a de sala de aula e a da escola como um todo, o que pressupõe os conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade. Tais pro-postas enfatizam que os professores colaboram para transformar as escolas em termos de gestão, currículos, organização, projetos educacionais, formas de trabalho pedagógico. Reformas gestadas nas instituições, sem tomar os professores como parceiros/autores, não transformam a escola na direção da qualidade social. Em con-sequência, valorizar o trabalho docente signifi ca dotar os professores de perspectivas de análise que os ajudem a compreender os contextos

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históricos, sociais, culturais, organizacionais nos quais se dá sua ati-vidade docente.

Na sociedade brasileira contemporânea, novas exigências estão postas ao trabalho dos professores. No colapso das antigas certezas morais, cobra-se deles que cumpram funções da família e de outras instâncias sociais; que respondam à necessidade de afeto dos alunos; que resolvam os problemas da violência, das drogas e da indisciplina; que preparem melhor os alunos nos conteúdos das matemáticas, das ciências e da tecnologia tendo em vista colocá--los em melhores condições para enfrentarem a competitivida-de; que restaurem a importância dos conhecimentos na perda de credibilidade das certezas científi cas; que sejam os regeneradores das culturas/identidades perdidas com as desigualdades/diferenças culturais; que gestionem as escolas com economia cada vez mais frugal; que trabalhem coletivamente em escolas com horários cada vez mais fragmentados. Em que pese a importância dessas demandas, não se pode exigir que os professores individualmente considerados façam frente a elas. Espera-se, sim, que coletivamente apontem cami-nhos institucionais a seu enfrentamento.

É nesse contexto complexo, contraditório, carregado de confl i-tos de valor e de interpretações, que se faz necessário ressignifi car a identidade do professor. O ensino, atividade característica do pro-fessor, é uma prática social complexa, carregada de confl itos de valor e que exige opções éticas e políticas. Ser professor requer saberes e conhecimentos científi cos, pedagógicos, educacionais, sensibilidade da experiência, indagação teórica e criatividade para fazer frente às situações únicas, ambíguas, incertas, confl itivas e, por vezes, violen-tas, das situações de ensino, nos contextos escolares e não escolares. É da natureza da atividade docente proceder à mediação refl exiva e crítica entre as transformações sociais concretas e a formação hu-mana dos alunos, questionando os modos de pensar, sentir, agir e de produzir e distribuir conhecimentos na sociedade.

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Problematizando e analisando as situações da prática social de ensinar, o professor incorpora o conhecimento elaborado, das ciências, das artes, da fi losofi a, da pedagogia e das ciências da edu-cação, como ferramentas para a compreensão e proposição do real.

A Coleção investe, pois, na perspectiva que valoriza a capaci-dade de decidir dos professores. Assim, discutir os temas que per-passam seu cotidiano nas escolas – projeto pedagógico, autonomia, identidade e profi ssionalidade dos professores, violência, cultura, religiosidade, a importância do conhecimento e da informação na sociedade contemporânea, a ação coletiva e interdisciplinar, as questões de gênero, o papel do sindicato na formação, entre outros -, articulados aos contextos institucionais, às políticas pú-blicas e confrontados com experiências de outros contextos esco-lares e com as teorias, é o caminho a que a Coleção Docência em Formação se propõe.

Os livros que a compõem apresentam um tratamento teórico--metodológico pautado em três premissas: há uma estreita vinculação entre os conteúdos científi cos e os pedagógicos; o conhecimento se produz de forma construtiva e existe uma íntima articulação entre teoria e prática.

Assim, de um lado, impõe-se considerar que a atividade profi ssional de todo professor possui uma natureza pedagógica, isto é, vincula-se a objetivos educativos de formação humana e a processos metodológicos e organizacionais de transmissão e apropriação de saberes e modos de ação. O trabalho docente está impregnado de intencionalidade, pois visa a formação humana por meio de conteúdos e habilidades de pensamento e ação, im-plicando escolhas, valores, compromissos éticos. O que signifi ca introduzir objetivos explícitos de natureza conceitual, procedi-mental e valorativa em relação aos conteúdos da matéria que se ensina; transformar o saber científi co ou tecnológico em conteú-dos formativos; selecionar e organizar conteúdos de acordo com

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critérios lógicos e psicológicos em função das características dos alunos e das fi nalidades do ensino; utilizar métodos e procedi-mentos de ensino específi cos inserindo-se em uma estrutura or-ganizacional em que participa das decisões e das ações coletivas. Por isso, para ensinar, o professor necessita de conhecimentos e práticas que ultrapassem o campo de sua especialidade.

De outro ponto de vista, é preciso levar em conta que todo conteúdo de saber é resultado de um processo de construção de conhecimento. Por isso, dominar conhecimentos não se refere apenas à apropriação de dados objetivos pré-elaborados, produtos prontos do saber acumulado. Mais do que dominar os produtos, interessa que os alunos compreendam que estes são resultantes de um processo de investigação humana. Assim, trabalhar o conheci-mento no processo formativo dos alunos signifi ca proceder à me-diação entre os signifi cados do saber no mundo atual e aqueles dos contextos nos quais foram produzidos. Signifi ca explicitar os nexos entre a atividade de pesquisa e seus resultados, portanto, instru-mentalizar os alunos no próprio processo de pesquisar.

Na formação de professores, os currículos devem confi gurar a pesquisa como princípio cognitivo, investigando com os alunos a realidade escolar, desenvolvendo neles essa atitude investigativa em suas atividades profi ssionais e assim confi gurando a pesquisa também como princípio formativo na docência.

Além disso, é no âmbito do processo educativo que mais ínti-ma se afi rma a relação entre a teoria e a prática. Em sua essência, a educação é uma prática, mas uma prática intrinsecamente inten-cionalizada pela teoria. Decorre dessa condição a atribuição de um lugar central ao estágio, no processo da formação do profes-sor. Entendendo que o estágio é constituinte de todas as discipli-nas percorrendo o processo formativo desde seu início, os livros da Coleção sugerem várias modalidades de articulação direta com as escolas e demais instâncias nas quais os professores atuarão,

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apresentando formas de estudo, análise e problematização dos saberes nelas praticados. O estágio também pode ser realizado como espaço de projetos interdisciplinares, ampliando a com-preensão e o conhecimento da realidade profi ssional de ensinar. As experiências docentes dos alunos que já atuam no Magistério, como também daqueles que participam da formação continuada, devem ser valorizadas como referências importantes para serem discutidas e refl etidas nas aulas.

Considerando que a relação entre as instituições formadoras e as escolas pode se constituir em espaço de formação contínua para os professores das escolas assim como para os formadores, os livros sugerem a realização de projetos conjuntos entre ambas. Essa relação com o campo profi ssional poderá propiciar ao aluno em formação oportunidade para rever e aprimorar sua escolha pelo Magistério.

Para subsidiar a formação inicial e continuada dos professores onde quer que se realizem: nos cursos de Licenciatura, de peda-gogia e de pós-graduação, em universidades, faculdades isoladas, centros universitários e Ensino Médio, a Coleção está estruturada nas seguintes séries:

Educação Infantil: profi ssionais de creche e pré-escola.

Ensino Fundamental: professores do 1o ao 5o ano e do 6o ao 9o ano.

Ensino Médio: professores do Ensino Médio.

Ensino Superior: professores do Ensino Superior.

Educação de Jovens e Adultos: professores de jovens e adultos em cursos especiais.

Saberes pedagógicos e formação de professores.Em síntese, a elaboração dos livros da Coleção pauta-se nas se-

guintes perspectivas: investir no conceito de desenvolvimento pro-

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APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO

fi ssional, superando a visão dicotômica de formação inicial e de for-mação continuada; investir em sólida formação teórica nos campos que constituem os saberes da docência; considerar a formação vol-tada para a profi ssionalidade docente e para a construção da iden-tidade de professor; tomar a pesquisa como componente essencial da/na formação; considerar a prática social concreta da educação como objeto de refl exão/formação ao longo do processo formativo; assumir a visão de totalidade do processo escolar/educacional em sua inserção no contexto sociocultural; valorizar a docência como atividade intelectual, crítica e refl exiva; considerar a ética como fa-tor fundamental na formação e na atuação docente.

Selma Garrido Pimenta Coordenadora

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Apresentação à nova edição

Desde sua 1a edição em 2004 até a 7a edição (3a reimpr.), de 2015, o tema de que trata – os estágios supervisionados na formação de professores nos cursos de Licenciaturas – e as posições que nele assumimos, fertilizaram

uma grande quantidade de pesquisas e estudos, dissertações e teses sobre o assunto, ocupando o prestigioso lugar de “obra de referência”.

Na presente edição, incluímos a contribuição de parte dessa produ-ção trazendo novas referências de vários autores e aprofundamos o con-ceito de práxis, conforme o materialismo histórico dialético, que orienta toda a nossa produção sobre os temas e os procedimentos que adotamos em nossa produção.

Na 1a Parte apresentamos e procedemos a uma análise crítica com-parativa entre a atual legislação que regulamenta os cursos de forma-ção de professores (Resolução CNE n. 2/2015), cujo texto inserimos no Anexo I), em comparação com a anterior (Resoluções CNE nn. 1/2002 e 2/2002), discutindo a concepção de estágio e de docência que as infor-ma. Para isso, vale destacar os avanços, recuos, ausências e problemas na formação de professores, e as suas decorrências para o Estágio Supervisio-nado como componente curricular obrigatório. E inserimos uma discus-são na qual explicitamos nosso posicionamento sobre a relação entre o Programa de Iniciação à Docência (Pibid) e os Estágios Supervisionados,

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APRESENTAÇÃO À NOVA EDIÇÃO

uma vez que ambos transitam pelos mesmos es-paços institucionais de formação docente.

Ainda na 1a Parte, intitulada “O estágio como campo de conhecimento”, foram acrescentados o subitem 4.2., “Conceito de práxis e estágio”, no capítulo I, o item 2., “Estágio, Didática e Prática de Ensino nos cursos de graduação e pós-gradua-ção”, e o subitem 2.1., “Didática e Prática de Ensi-no na pós-graduação stricto sensu”, no capítulo II.

Na 3a parte, o título foi alterado para “Plano, projetos e novas demandas ao está-gio”, com a fi nalidade de contemplar as no-vas demandas ao estágio e contribuições de vários autores, com o acréscimo de dois novos capítulos: “Estágio e tecnologias digitais da in-formação e comunicação (TDIC): em cursos de Licenciatura”, no capítulo III, que contou com a colaboração de Elizângela André da Sila Costa, e “Estágio: avanços teóricos e práticos – um diálogo com diferentes autores”, no capítulo IV, que contou com a colaboração de Erika Barroso Dauanny.

Nos Anexos, foram retirados os textos das Resoluções CNE n. 1 e 2/2002 e acrescentado o texto completo da atual Resolução CNE n. 2/2015 (que defi ne as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível su-perior e para a formação continuada dos pro-fi ssionais do Magistério).

Expressamos nossos agradecimentos a to-dos os que colaboraram com a revisão, a atua-lização e a ampliação desta nova edição deste livro. E esperamos que seu conteúdo continue

Colaboração da doutora Elizângela André da Silva Costa, professora

da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-

Brasileira (Unilab) e pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas

sobre Formação do Educador (Gepefe/Feusp), que aborda a

infl uência das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação

(TDIC) no Estágio Supervisionado nos cursos de Licenciatura, partindo

da problematização do contexto atual, em que estas se apresentam como elementos de mediação dos

princípios e dos valores da sociedade contemporânea, marcada pelo ideário neoliberal no cenário da globalização.

Colaboração da doutora Erika Barroso Dauanny, professora da Universidade do Estado de Minas

Gerais (UEMG), de Belo Horizonte, e pesquisadora do Gepefe/Feusp.

Em sua pesquisa de doutorado, intitulada O estágio no contexto dos

processos formativos dos professores deMatemática para a Educação

Básica: entre o proposto e o vivido (2015), procede a uma revisão

conceitual crítica das principais contribuições de autores nacionais

e internacionais sobre os avanços teóricos e práticos no campo do Estágio Supervisionado, tendo

como principal referência o nosso livro Estágio e docência (2009).

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APRESENTAÇÃO À NOVA EDIÇÃO

subsidiando as atividades de estágio de todos os professores envolvidos com essa questão nos cursos de formação de professores. Agradecemos, principalmente, a confi ança de cada um(a) de vocês, colegas, em nossas ideias, análises, propostas e refl exões.

Com nosso carinho.

Maria Socorro Lucena LimaSelma Garrido Pimenta

São Paulo, outono de 2017.

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Apresentação das edições anteriores

Este livro integra a Coleção Docência em Formação, na Série Saberes Pedagógicos. Apresenta o estágio como componente curricular dos cursos que formam professores e pedagogos.

A 1a Parte desenvolve o estágio como campo de conhecimento, su-perando sua tradicional redução a atividade prática instrumental. Realiza análise conceitual do estágio no contexto das demais disciplinas do curso e desenvolve a compreensão da pesquisa no estágio. Para isso, apresen-ta a concepção de práxis, conforme o materialismo histórico dialético. Também indica aspectos indispensáveis à construção do ser profi ssional docente, considerando a identidade, os saberes e as posturas específi cas. Apresenta e discute a atual legislação que o regulamenta.

A 2a Parte desenvolve o estágio como espaço de aprendizagem da profi ssão na formação inicial, para quem ainda não é docente, e na for-mação contínua, para quem já atua no Magistério. Discute o estágio nas disciplinas específi cas e a contribuição da Didática. Por entender que a atividade docente extrapola a sala de aula, analisa a realização dos es-tágios em espaços não escolares. Também apresenta a possibilidade de organizar sistematicamente o trabalho de estágio, abrangendo todo o seu processo de planejamento, execução e avaliação. Traduz os fundamentos desenvolvidos nas partes anteriores em planos e projetos e indica as pos-sibilidades de sua realização com pesquisa.

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APRESENTAÇÃO DAS EDIÇÕES ANTERIORES

Na elaboração deste livro, contamos com a colaboração de professores de Ensino Superior orientadores de estágio e com as vozes de alunos em situação de estágio das cidades de São Paulo e Fortaleza, pelo fato de que suas auto-ras aí residem e trabalham. Acrescentamos ainda a cidade de Serrinha (BA), onde se localiza o campus X da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), por termos acompanhando o trabalho do grupo de professores que ali atua. Suas atividades e suas experiências de estágio trazem valiosa contribuição na efeti-vação das ideias propostas neste livro. Somos gratas a esses colegas pelo debate pedagógico que possibilitaram e pela confi ança que em nós depositaram. E, principalmente, pela oportunidade de sermos seus interlocutores, a partir dos problemas e possibilidades que vivenciam no estágio em um mesmo tempo histórico e sob a égide de mesmas políticas educacionais.

Este livro é dirigido a educadores:

• professores orientadores de estágio e alunos nos cursos de Pedagogia e Licenciaturas;

• professores que atuam em escolas; • coordenadores e professores que atuam na gestão de cursos e programas de

formação inicial e contínua de professores nos cursos de graduação e de pós--graduação;

• pesquisadores das áreas de Didática, currículo e disciplinas específi cas e de formação de professores;

• profi ssionais de outras áreas que trabalham com ensino; • alunos de pós-graduação que realizam monitoria; • candidatos ao ingresso na docência do Ensino Superior; • orientadores e monitores de ação docente supervisionada.

A marca desta obra é a tessitura que promove entre o chão da realidade do estágio e nossas experiências, refl exões e pesquisas. Também retrata nossa crença de que é possível construir uma escola de qualidade para todos a partir da formação de qualidade de seus profi ssionais.

Selma Garrido Pimenta Maria Socorro Lucena Lima

São Paulo, 21 de fevereiro de 2004.

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1a PARTE

O ESTÁGIO COMO

CAMPO DE

CONHECIMENTO

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Considerar o estágio como campo de conhecimento signifi ca atri-buir-lhe um estatuto epistemológico que supere sua tradicional redução à atividade prática instrumental. Para fundamentar essa concepção, esta parte é dedicada a uma análise dos diferentes enfoques que o estágio tem historicamente recebido nos cursos de formação de professores. Campo de conhecimento que se produz na interação entre cursos de formação e o campo social no qual se desenvolvem as práticas educativas, o estágio pode se constituir em atividade de pesquisa. O texto contextualiza o es-tágio como componente curricular e eixo central nos cursos de formação de professores e apresenta os aspectos indispensáveis à construção do ser profi ssional docente no que se refere à construção da identidade, dos sa-beres e das posturas necessárias. Apresenta e analisa a atual legislação que regulamenta os cursos de formação de professores (Resolução CNE n. 2/2015), em comparação com a anterior (Resoluções CNE nn. 1/2002 e 2/2002), discutindo a concepção de estágio e de docência que a infor-ma. Para isso, serão destacados os avanços, os recuos, as ausências e os problemas na formação de professores, e as suas decorrências para o Está-gio Supervisionado como componente curricular obrigatório. E discute a relação entre o Programa de Iniciação à Docência (Pibid) e os Estágios Supervisionados, uma vez que ambos transitam pelos mesmos espaços institucionais de formação docente.

O texto completo da Resolução está no Anexo I.

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Estágio: diferentes concepções

Até um ano atrás eu tinha certeza de que estava tendo uma boa formação. Agora, estou chocada com a realidade daquelas crianças,

e nem sei por onde começar. Na prática a teoria é outra

O estágio sempre foi identifi cado como a parte prática dos cursos de formação de profi ssionais, em contraposição à teoria. Não é raro ou-vir, a respeito dos alunos que concluem seus cursos, referências como

“teóricos”, que a profi ssão se aprende “na prática”, que certos professores e disciplinas são por demais “teóricos”. Que “na prática a teoria é outra”. No cerne dessa afi rmação popular, está a constatação, no caso da formação de professores, de que o curso nem fun-damenta teoricamente a atuação do futuro profi ssional nem toma a práti-ca como referência para a fundamen-

tação teórica. Ou seja, carece de teoria e de prática. Na verdade, os currículos de formação têm-se constituído em um

aglomerado de disciplinas isoladas entre si, sem qualquer explicitação de seus nexos com a realidade que lhes deu origem. Assim, nem sequer se

Depoimento de Nilce Conceição da Silva à revista Sala de Aula

(1990, n. 22, p. 20).

A organização de cursos por disciplinas como conhecemos hoje marca a escola desde suas origens,

pouco antes do fi nal do século XIX, quando o conhecimento foi se ampliando e tomando forma de

especializações. Na impossibilidade de a escola difundir todo o acervo de conhecimentos, sua organização pautou-se pela seleção de partes desse acervo sob a forma de disciplinas, originando assim os saberes ou conteúdos escolares. Para saber sobre a origem

das disciplinas, consultar o livro Ensino de História: fundamentos e métodos, de Circe Bittencourt (Cortez

Editora, 2004. Docência em Formação).

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pode denominá-las teorias, pois são apenas saberes disciplinares em cursos de formação, que em geral estão completamente desvinculados do cam-po de atuação profi ssional dos futuros formandos.

Neles, as disciplinas do currículo assumem quase total autonomia em relação ao campo de atuação dos profi ssionais e, especialmente, no tocante ao signifi cado social, cultural, humano, da atuação profi ssional. O que signifi ca ser profi ssional? Que profi ssional se quer formar? Qual a contribuição da área na construção da sociedade humana, de suas rela-ções e de suas estruturas de poder e de dominação? Quais os nexos com o conhecimento científi co produzido e em produção? São questões que muitas vezes não são consideradas nos programas das disciplinas, nos conteúdos, objetivos e métodos que desenvolve.

Essa contraposição entre teoria e prática não é meramente semânti-ca, pois se traduz em espaços desiguais de poder na estrutura curricular, atribuindo-se menor importância à carga horária denominada “prática”. Nos cursos especiais de formação de professores realizados em convênios entre Secretarias de Educação e universidades, observa-se essa desvalo-rização traduzida em contenção de despesas: aí, as decisões têm sido re-duzir a carga horária destinada ao estágio ou transformá-lo em “estágio a distância”, atestado burocraticamente, dando margem a burlas. No campo da pesquisa, essa desvalorização da prática se traduz em verbas menores a projetos aplicados, como no caso da educação.

Também, com frequência, se ouve que o estágio tem de ser teórico--prático, ou seja, que a teoria é indissociável da prática. Para desenvolver essa perspectiva, é necessário explicitar os conceitos de prática e de teoria e como compreendemos a superação da fragmentação entre elas a partir do conceito de práxis, o que aponta para o desenvolvimento do estágio como uma atitude investigativa, que envolve a refl exão e a intervenção na vida da escola, dos professores, dos alunos e da sociedade.

O estágio como pesquisa já está presente em práticas de grupos iso-lados. No entanto, entendemos que precisa ser assumido como horizonte ou utopia a ser conquistada no projeto dos cursos de formação. Esta é a fi nalidade deste capítulo.

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1. A prática como imitação de modelos

O exercício de qualquer profi ssão é prático, no sentido de que se trata de aprender a fazer “algo” ou “ação”. A profi ssão de professor também é prática. E o modo de aprender a profi ssão, conforme a perspectiva da imitação, será a partir da observação, imitação, reprodução e, às vezes, reelaboração dos mo-delos existentes na prática consagrados como bons. Muitas vezes, nossos alu-nos aprendem conosco nos observando, imitando, mas também elaborando o próprio modo de ser a partir da análise crítica do nosso modo de ser. Nesse processo escolhem, separam aquilo que consideram adequado, acrescentam novos modos, adaptando-se aos contextos nos quais se encontram. Para isso, lançam mão de suas experiências e dos saberes que adquiriram.

Em que pese a importância dessa forma de aprender, ela não é sufi ciente e apresenta alguns limites. Nem sempre o aluno dispõe de elementos para essa ponderação crítica e apenas tenta transpor os modelos em situações para as quais não são adequados. Por outro lado, o conceito de bom professor é polis-sêmico, passível de interpretações diferentes e mesmo divergentes.

A prática como imitação de modelos tem sido denominada por alguns autores de “artesanal”, caracte-rizando o modo tradicional da atuação docente, ainda presente em nossos dias. O pressuposto dessa concepção é que a realidade do ensino é imutável e os alunos que frequentam a escola também o são. Idealmente concebi-dos, competiria à escola ensiná-los, segundo a tradição. Não cabe, pois, considerar as transformações históricas

e sociais decorrentes dos processos de democratização do acesso, a qual trouxe para a escola novas demandas e realidades sociais, com a inclusão de alunos até então marginalizados do processo de escolarização e dos processos de transfor-mação da sociedade, de seus valores e das características que crianças e jovens vão adquirindo. Ao valorizar as práticas e os instrumentos consagrados tradi-cionalmente como modelos efi cientes, a escola resume seu papel a ensinar; se os alunos não aprendem, o problema é deles, de suas famílias, de sua cultura diversa daquela tradicionalmente valorizada pela escola.

Veja a esse respeito o livro O bom professor e sua prática

(Papirus, 1989), em que a autora, Maria Isabel da Cunha,

apresenta resultados de pesquisa que realizou com estudantes e

professores universitários sobre o conceito de bom professor.

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A formação do professor, por sua vez, se dará pela observação e tentativa de reprodução dessa prática modelar: como um aprendiz que aprende o saber acumulado. Essa perspectiva está ligada a uma con-cepção de professor que não valoriza sua formação intelectual, reduzindo a atividade docente apenas a um fazer que será bem-sucedido quanto mais se aproximar dos modelos observados. Por isso, gera o conformismo, é conservadora de hábitos, ideias, valores, comportamentos pessoais e sociais legiti-mados pela cultura institucional dominante.

O estágio então, nessa perspectiva, reduz-se a observar os professores em aula e imitar esses mo-delos, sem proceder a uma análise crítica fundamentada teoricamente e legitimada na realidade social em que o ensino se processa. Assim, a observação se limita à sala de aula, sem análise do contexto escolar, e espera-se do estagiário a elaboração e execução de “aulas-modelo”.

2. A prática como instrumentalização técnica

O exercício de qualquer profi ssão é técnico, no sentido de que é necessária a utilização de técnicas para executar as operações e ações pró-prias. Assim, o médico e o dentista necessitam desenvolver habilidades específi cas para operar os instrumentos próprios de seu fazer. O professor também. No entanto, as habilidades não são sufi cientes para a resolução dos problemas com os quais se defrontam, uma vez que a redução às técnicas não dá conta do conhecimento científi co nem da complexida-de das situações do exercício desses profi ssionais. Nessa perspectiva, o profi ssional fi ca reduzido ao “prático”: não necessita dominar os conhe-cimentos científi cos, mas tão somente as rotinas de intervenção técnica deles derivadas.

Essa compreensão tem sido traduzida, muitas vezes, em posturas dicotômicas em que teoria e prática são tratadas isoladamente, o que gera

Sobre diferentes concepções da profi ssão de professor, consultar Pimenta e Anastasiou (Cortez, Editora 2002, p. 178-189. Docência em Formação), em que são desenvolvidos os modelos ideológicos de formação docente: tradicional (ou artesanal), técnico (ou academicista), crítico-refl exivo (ou hermenêutico). Ver também: Pimenta e Ghedin (Orgs.), Professor refl exivo no Brasil (Cortez Editora, 2002).

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equívocos graves nos processos de formação profi ssional. A prática pela prática e o emprego de técnicas sem a devida refl exão podem reforçar a ilusão de que há uma prática sem teoria ou de uma teoria desvinculada da prática. Tanto é que, frequentemente, os alunos afi rmam que “na mi-nha prática a teoria é outra”. Ou pode-se ver em painéis de propaganda: “a faculdade onde a prática não é apenas teoria”, ou ainda o adágio, que se tornou popular, de que “quem sabe faz; quem não sabe ensina”.

Nessa perspectiva, a atividade de estágio fi ca reduzida à hora da prática, ao “como fazer”, às técnicas a ser empregadas em sala de aula, ao desenvolvimento de habilidades específi cas do manejo de classe, ao preenchimento de fi chas de observação, diagramas, fl uxogramas.

As ofi cinas pedagógicas que trabalham a confecção de material di-dático e a utilização de sucata ilustram essa perspectiva. Muito utilizadas e valorizadas, têm por objetivo auxiliar os alunos no desempenho de suas atividades na sala de aula e podem ser desenvolvidas sob a forma de cursos, ministrados por estagiários, voltados para a confecção de recursos didáticos. Por isso, muitas vezes, as ofi cinas têm sido utilizadas como cursos de prestação de serviço a redes de ensino, obras sociais e eventos, o que acaba submetendo os estagiários como mão de obra gratuita e substitutos de profi ssionais formados.

Atividades de microensino, miniaula, dinâmica de grupo também ilustram a perspectiva em estudo. O entendimento de prática presente nessas atividades é o desenvolvimento de habilidades instrumentais ne-cessárias ao desenvolvimento da ação docente. Um curso de formação es-tará dando conta do aspecto prático da profi ssão à medida que possibilite o treinamento em situações experimentais de determinadas habilidades consideradas, a priori, como necessárias ao bom desempenho docente.

Embora sejam importantes, essas atividades não possibilitam que se compreenda o processo de ensino em seu todo. Assim, cabe indagar: quem defi ne as habilidades mais importantes a ser treinadas? Seriam as habilidades treinadas generalizáveis para o trabalho docente com qual-quer agrupamento de alunos?

O processo educativo é mais amplo, complexo e inclui situações es-pecífi cas de treino, mas não pode ser reduzido a este. Parece-nos que, em

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certo nível, é possível falar em domínio de determinadas técnicas, instru-mentos e recursos para o desenvolvimento de certas habilidades em situa-ção. Portanto, a habilidade que o professor deve desenvolver é saber lançar mão adequadamente das técnicas conforme as diversas e diferentes situações em que o ocorre ensino, o que necessariamente implica a criação de outras técnicas.

A perspectiva técnica no estágio gera um dis-tanciamento da vida e do trabalho concreto que ocorre nas escolas, uma vez que as disciplinas que compõem os cursos de formação não estabelecem os nexos entre os conteúdos (teorias?) que desen-volvem e a realidade nas quais ocorre o ensino. A exigência dos alunos em formação, por sua vez, reforça essa perspectiva quando solicitam novas técnicas e metodologias universais por acreditar no poder dessas para resolver as defi ciências da profi ssão e do ensino, fortalecendo assim o mito das técnicas e das metodologias. Este está presente não apenas nos anseios dos alunos, mas também entre professores e, sobretudo, em políticas gover-namentais de formação, que acabam investindo verbas em intermináveis programas de formação (des)contínua de professores, partindo do pressu-posto de que a falta de conhecimento de técnicas e métodos destes é a responsável exclusiva pelos resultados do ensino. Está assim em movimento o ciclo de uma pedagogia compensatória, realimen-tada pela ideologia do mito metodológico.

Nas disciplinas “práticas” dos cursos de formação nas universidades, a didática instru-mental aí empregada frequentemente gera a ilusão de que as situações de ensino são iguais e poderão ser resolvidas com técnicas.

Candau (1984, p. 17), em seu livro Didática em Questão, que reúne a contribuição de vários autores procedendo a um balanço crítico do ensino de didática no Brasil, propõe a superação de uma didática instrumental para uma didática fundamental. Sobre a primeira, assim se expressa: “Desde o início dos anos 1960 o desenvolvimento da tecnologia educacional e, concretamente, do Ensino Programado vinha exercendo um forte impacto na área da didática. De uma concepção da tecnologia educacional que enfatiza os meios [...] se passava a uma visão da tecnologia educacional como processo. Partia da conjugação da psicologia behaviorista, da teoria da comunicação e do enfoque sistêmico e se propunha desenvolver uma forma sistemática de planejar o processo de ensino-aprendizagem, baseando-se em conhecimentos científi cos e visando a sua produtividade, [...] efi ciência, racionalização e controle”, à semelhança do processo de produção industrial, que busca aperfeiçoar o processo e os procedimentos de sua linha de montagem, de modo a conseguir resultados homogêneos nos produtos. Assim, a didática instrumental reduz-se à dimensão técnica da prática docente, dissociada das demais dimensões do ensino: relação escola-sociedade, não neutralidade do ensino, aspectos psico pedagógico e sociopolítico.

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A crítica à didática instrumental ge-rou, em um primeiro momento, uma ne-gação da Didática, sendo substituída por uma crítica à escola, uma vez que se con-siderava esta como aparelho reprodutor das ideologias dominantes na sociedade. Tal percepção se traduziu em modalida-des de estágio que se restringiam a apenas captar os desvios e falhas da escola, dos di-retores e dos professores, confi gurando-se como um criticismo vazio, uma vez que os estagiários lá iam somente para rotular as escolas e seus profi ssionais como “tra-dicionais” e “autoritários”, entre outras qualifi cações. Essa forma de estágio gerou

confl itos e situações de distanciamento entre a universidade e a escola, que justamente passou a se recusar a receber estagiários. Isso, por vezes, acarreta situações extremas de Secretarias de Educação obrigarem suas escolas a receberem estagiários.

O repensar essa questão, assumindo a crítica da realidade existente, mas em uma perspectiva de encaminhar propostas e soluções aos proble-mas estruturais, sociais, políticos e econômicos dos sistemas de ensino e seus refl exos no espaço escolar e na ação de seus profi ssionais, constituiu o núcleo das pesquisas em várias áreas da educação, em especial no cam-po da Pedagogia e da Didática.

Também no campo da formação de professores e dos estágios, inúmeras pesquisas têm sido produzidas para denunciar essas questões, contribuindo para uma melhor compreensão da formação a partir de estudos críticos e analíticos das práticas desenvolvidas nas universidades,

mas também trazendo contribuições signifi cativas do cam-po prático dos cursos de Licenciatura e do campo teóri-co para novos encaminhamentos aos cursos de formação.

Essa denúncia signifi ca, no dizer de Pimenta e Ghedin (2002, p. 37), que

“[...] os cursos de formação de professores permanecem numa lógica curricular que nem sempre consegue tomar a profi ssão

e a profi ssionalidade docente como tema e como objetivo de formação. Muitas vezes seus professores desconhecem o

campo educacional, valendo-se do aporte das ciências da educação e mesmo das

áreas de conhecimentos específi cos como um fi m em si mesmo, desvinculadas da

problemática e da importância do ensino, campo de atuação dos professores”.

Conferir as pesquisas sobre os campos disciplinares que fundamentam essa

afi rmação: Lima (1995), Marcos (2001) e Leite (1994).

Nas universidades, ver Guimarães

(2001), Rios (2001).

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