ministério público do estado do espírito santo - mpes.mp.br · do patrimônio cultural...

84

Upload: lamdiep

Post on 29-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional

VITÓRIA2015

Editora e Gráfica Alternativo

2

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

1

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional

VITÓRIA2015

Editora e Gráfica Alternativo

2

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

3

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Copyright Copyright © 2014 by Ministério Público do Estado do Espírito Santo. MemorialQualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Equipe: Sabrina Coelho Machado – CoordenadoraPaulo José da Silva e Simone da Silva Ávila – Agentes de Apoio Administrativo Jéssica Santos Caron e Marília Pioli Storch – Estagiárias DIAGRAMAÇÃO E CAPA: Sérgio MarvilaREVISÃO: Herbert FariasFOTOGRAFIAS: MP-ES; AARQUES; UFESIMPRESSÃO: Dossi Editora Gráfica Ltda. EPPTIRAGEM: 500 exemplaresEDITOR: Dossi Editora Gráfica

Catalogação na fonte Biblioteca Pública do Estado do Espírito Santo

Rua Procurador Antônio Benedicto Amâncio Pereira, 121Edifício Edson Machado – Santa Helena – Vitória/ES – CEP. 29055-036

Telefone: (27) 3194 4500 – www.mpes.mp.br

S612A Simpósio Capixaba de Memória Institucional. (3 : 2013 : Vitória, ES).Anais do III Simpósio Capixaba de Memória Institucional / organização do

Memorial. Ministério Público do Estado do Espírito Santo / textos de Daniel Flores e outros / prefácio de Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila. – Vitória, ES: MP-ES, 2014.80 p. : il ; 15 x 22 cm

ISBN : 978-85-65245-06-7

1. Ministério Público – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. 2. UFES – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. 3. JUCCES – Simpósios. I. Memorial. Ministério Público do Estado do Espírito Santo. II. Flores, Daniel. III. Hedlund, Dhion Carlos. IV. Rodrigues, Sérgio R. da S. V. Martins, Donatila Lima Nava. VI. Cunha, Larissa Simões. VII. Costa, Rosa da Penha Ferreira da. VIII. Morais, Cássia Gisele de. IX. Silva, Luiz Carlos da. X. Ferrari, Luciana Itida. XI. Moreira, Paulo Vinícius de Souza. XII. Título.

CDD. 981.52

2015 by Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Memorial. Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Equipe:Sabrina Coelho Machado Fajardo – Coordenadora Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila – Agentes de Apoio AdministrativoMarília Pioli Storch e Sirlea Leal Francisco Gomes – Estagiárias

REVISÃO: AlternativoCAPA: AlternativoDIAGRAMAÇÃO: AlternativoFOTOGRAFIAS: Ministério Público do Estado do Espírito Santo e Tribunal Regional Federal/ESIMPRESSÃO: AlternativoTIRAGEM: 500 exemplares

Catalogação na fonte: Biblioteca Dr. Elias Faissal – MP-ES

Simpósio Capixaba de Memória Institucional (4. : 2014 : Vitória, ES) Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional : a memória institucional como possibilidade de comunicação organizacional / [organização e execução] Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo; textos de Andréia Arruda Barbosa e outros; prefácio de Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila. – Vitória, ES : MP-ES, 2015. 82 p. : il. ; 15 x 22 cm

ISBN : 978-85-60574-62-9

1. Ministério Público – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios2. Tribunal Regional Federal – seção Espírito Santo (TRF-ES) – História – Simpósios. 3. Imprensa Oficial – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. I. Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo.II. Barbosa, Andréia Arruda. III. Rodor, Ronald Krüger. IV. Oliveira, Stephanie. V. Ávila, Simone da Silva. VI. Silva, Paulo José da. VII. Storch, Marília Pioli. VIII. Gomes, Sirlea Leal Francisco. IX. Título.

CDD 981.52

S612a

Rua Procurador Antônio Benedicto Amancio Pereira, 121Edifício Edson Machado, Santa Helena, Vitória – ES. CEP. 29055-036

Telefone: (27) 3194 4500 – www.mpes.mp.br

4

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

3

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Copyright Copyright © 2014 by Ministério Público do Estado do Espírito Santo. MemorialQualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Equipe: Sabrina Coelho Machado – CoordenadoraPaulo José da Silva e Simone da Silva Ávila – Agentes de Apoio Administrativo Jéssica Santos Caron e Marília Pioli Storch – Estagiárias DIAGRAMAÇÃO E CAPA: Sérgio MarvilaREVISÃO: Herbert FariasFOTOGRAFIAS: MP-ES; AARQUES; UFESIMPRESSÃO: Dossi Editora Gráfica Ltda. EPPTIRAGEM: 500 exemplaresEDITOR: Dossi Editora Gráfica

Catalogação na fonte Biblioteca Pública do Estado do Espírito Santo

Rua Procurador Antônio Benedicto Amâncio Pereira, 121Edifício Edson Machado – Santa Helena – Vitória/ES – CEP. 29055-036

Telefone: (27) 3194 4500 – www.mpes.mp.br

S612A Simpósio Capixaba de Memória Institucional. (3 : 2013 : Vitória, ES).Anais do III Simpósio Capixaba de Memória Institucional / organização do

Memorial. Ministério Público do Estado do Espírito Santo / textos de Daniel Flores e outros / prefácio de Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila. – Vitória, ES: MP-ES, 2014.80 p. : il ; 15 x 22 cm

ISBN : 978-85-65245-06-7

1. Ministério Público – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. 2. UFES – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. 3. JUCCES – Simpósios. I. Memorial. Ministério Público do Estado do Espírito Santo. II. Flores, Daniel. III. Hedlund, Dhion Carlos. IV. Rodrigues, Sérgio R. da S. V. Martins, Donatila Lima Nava. VI. Cunha, Larissa Simões. VII. Costa, Rosa da Penha Ferreira da. VIII. Morais, Cássia Gisele de. IX. Silva, Luiz Carlos da. X. Ferrari, Luciana Itida. XI. Moreira, Paulo Vinícius de Souza. XII. Título.

CDD. 981.52

2015 by Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Memorial. Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Equipe:Sabrina Coelho Machado Fajardo – Coordenadora Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila – Agentes de Apoio AdministrativoMarília Pioli Storch e Sirlea Leal Francisco Gomes – Estagiárias

REVISÃO: AlternativoCAPA: AlternativoDIAGRAMAÇÃO: AlternativoFOTOGRAFIAS: Ministério Público do Estado do Espírito Santo e Tribunal Regional Federal/ESIMPRESSÃO: AlternativoTIRAGEM: 500 exemplares

Catalogação na fonte: Biblioteca Dr. Elias Faissal – MP-ES

Simpósio Capixaba de Memória Institucional (4. : 2014 : Vitória, ES) Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional : a memória institucional como possibilidade de comunicação organizacional / [organização e execução] Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo; textos de Andréia Arruda Barbosa e outros; prefácio de Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila. – Vitória, ES : MP-ES, 2015. 82 p. : il. ; 15 x 22 cm

ISBN : 978-85-60574-62-9

1. Ministério Público – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios2. Tribunal Regional Federal – seção Espírito Santo (TRF-ES) – História – Simpósios. 3. Imprensa Oficial – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. I. Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo.II. Barbosa, Andréia Arruda. III. Rodor, Ronald Krüger. IV. Oliveira, Stephanie. V. Ávila, Simone da Silva. VI. Silva, Paulo José da. VII. Storch, Marília Pioli. VIII. Gomes, Sirlea Leal Francisco. IX. Título.

CDD 981.52

S612a

Rua Procurador Antônio Benedicto Amancio Pereira, 121Edifício Edson Machado, Santa Helena, Vitória – ES. CEP. 29055-036

Telefone: (27) 3194 4500 – www.mpes.mp.br

4

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

5

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

MENSAGEM

Preservar a memória do Ministério Público não significa atrelá-lo ao passado e

impedir o seu desenvolvimento, mas conservar seus pilares constituintes, a fim

de não perder conhecimentos e identidades, frutos de ações sólidas de homens

e mulheres, os quais lutaram para que todos os membros adquirissem melhores

condições para cumprimento das atribuições constitucionais.

A maturidade ministerial que hoje alcançamos e que fez de nós uma das mais

respeitáveis instituições deste país teve início com esses membros desbravadores,

cujas ações sempre foram pautadas na legalidade e no respeito aos princípios

constitucionais que juramos defender.

Se outrora acometida e criticada por alguns isolados arroubos juvenis, agora é

inegável nossa feição amadurecida, mais forte e consistente.

Com os exemplos do passado, juntos conquistamos a autoridade calcada em

argumentos e no respeito à democracia, por meio do exercício dialético constante

e, acima de tudo, com equilíbrio e não no grito ou destempero.

Não há como negar que muitos de nossos atuais direitos e prerrogativas decorreram

da luta e do empenho de inúmeros membros e servidores que, ao longo dos anos,

por aqui passaram. Assim, devemos a eles um tributo o qual é concretizado quando

assumimos a responsabilidade pela guarda e conservação da história ministerial.

Nosso trabalho é coletar informações minuciosas sobre antigas sedes, membros

que por aqui passaram e fizeram história, homenagens recebidas, documentos

notáveis, dentre tantas outras recordações, visando preservar não apenas as

lembranças recentes, mas também as remotas.

Enfim, é preciso perfilharmos o firme propósito de mantermos a busca e a

efetividade de um Ministério Público cada vez mais forte e resolutivo, sem perder,

contudo, o sentimento de reminiscência em relação aos caminhos outrora trilhados.

Josemar MoreiraSubprocurador-Geral de Justiça Judicial

6

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

5

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

MENSAGEM

Preservar a memória do Ministério Público não significa atrelá-lo ao passado e

impedir o seu desenvolvimento, mas conservar seus pilares constituintes, a fim

de não perder conhecimentos e identidades, frutos de ações sólidas de homens

e mulheres, os quais lutaram para que todos os membros adquirissem melhores

condições para cumprimento das atribuições constitucionais.

A maturidade ministerial que hoje alcançamos e que fez de nós uma das mais

respeitáveis instituições deste país teve início com esses membros desbravadores,

cujas ações sempre foram pautadas na legalidade e no respeito aos princípios

constitucionais que juramos defender.

Se outrora acometida e criticada por alguns isolados arroubos juvenis, agora é

inegável nossa feição amadurecida, mais forte e consistente.

Com os exemplos do passado, juntos conquistamos a autoridade calcada em

argumentos e no respeito à democracia, por meio do exercício dialético constante

e, acima de tudo, com equilíbrio e não no grito ou destempero.

Não há como negar que muitos de nossos atuais direitos e prerrogativas decorreram

da luta e do empenho de inúmeros membros e servidores que, ao longo dos anos,

por aqui passaram. Assim, devemos a eles um tributo o qual é concretizado quando

assumimos a responsabilidade pela guarda e conservação da história ministerial.

Nosso trabalho é coletar informações minuciosas sobre antigas sedes, membros

que por aqui passaram e fizeram história, homenagens recebidas, documentos

notáveis, dentre tantas outras recordações, visando preservar não apenas as

lembranças recentes, mas também as remotas.

Enfim, é preciso perfilharmos o firme propósito de mantermos a busca e a

efetividade de um Ministério Público cada vez mais forte e resolutivo, sem perder,

contudo, o sentimento de reminiscência em relação aos caminhos outrora trilhados.

Josemar MoreiraSubprocurador-Geral de Justiça Judicial

6

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

7

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

PREFÁCIO

Há alguns anos, temos acompanhado uma preocupação com questões referentes às políticas de memória e à preservação do patrimônio cultural brasileiro. Um exemplo disso é o aumento do número de museus e de centros de pesquisa e documentação e o desenvolvimento de projetos de história oral e de histórias institucionais por parte de órgãos do governo e empresas.

Esse comportamento ficou mais visível com a Constituição Federal de 1988, cujo artigo 216 ampliou o conceito de patrimônio cultural para além do binômio pedra e cal, incorporando os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

A Carta Magna, ainda no art. 216, § 1º, aumentou o leque de sujeitos na defesa do patrimônio cultural incumbindo ao Poder Público, com a colaboração da comunidade, a promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro. Assim, preservar o patrimônio cultural tornou-se uma questão de cidadania. Todos têm direito à memória, mas é preciso lembrar-se também de que têm o dever de zelar pelos bens culturais.

A memória só faz sentido se for lembrada, narrada e compartilhada. Segundo o filósofo alemão Walter Benjamin, a verdadeira imagem do passado perpassa veloz. O passado só se deixa fixar como imagem que relampeja irreversivelmente no momento em que é reconhecido1.

Nesse sentido, cabe ressaltar a importância de se construir e preservar a memória a partir de ações dentro das próprias instituições. Há quatro anos, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) tem discutido essa questão por meio do Simpósio Capixaba de Memória Institucional.

Esse Simpósio faz parte das atividades desenvolvidas pelo Memorial do MPES com o objetivo de debater a preservação da memória institucional e os mecanismos de construção da história das instituições. É voltado para os setores acadêmico e cultural do nosso Estado, com a participação direta das instituições que também atuam, ou pretendem atuar, na construção da memória institucional. 1 BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Obras escolhidas; v. 1)

8

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A quarta edição do Simpósio foi realizada pelo Memorial do MPES em parceria com o Tribunal Regional Federal – seção Espírito Santo (TRF-ES) e a Imprensa Oficial do Espírito Santo.

Internamente contamos com a colaboração do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), notadamente a Gerência de Cursos e Eventos e a Gerência Administrativa, a Assessoria de Cerimonial (ASCE) e a Assessoria de Comunicação (ASCM).

O IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional debateu o tema “A Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional” no dia 17 de outubro de 2014, das 13 às 18 horas, no Auditório Déo Schneider, na Procuradoria-Geral de Justiça. Durante o evento, representantes da Justiça Federal – seção Espírito Santo e da Imprensa Oficial do Estado também apresentaram suas ações em prol da construção da memória institucional.

O primeiro capítulo destes anais apresenta o texto O Lugar da Memória Institucional nas Organizações Complexas, escrito pela palestrante Andréia Arruda Barbosa. A autora é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGCOM/PUCRS), com estudos voltados para a Memória Institucional, e mestre em Comunicação Social, também pela PUCRS.

No texto, a autora mostra como as implicações do mundo pós-moderno estão repercutindo no ambiente organizacional, cada vez mais (inter) dependente das variações e alterações no relacionamento com os públicos. Isso evidencia a necessidade de um (re)pensar sobre as práticas de comunicação. Apresenta ainda a Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional e como uma alternativa para a compreensão dos aspectos dialógicos da trajetória das organizações.

A segunda parte do Simpósio trouxe uma mesa de comunicações, dividida entre os representantes das instituições públicas convidadas e o Ministério Público do Espírito Santo.

Dessa forma, a comunicação A construção da história da Justiça Federal no Estado do Espírito Santo está apresentada no capítulo 2 em texto escrito pelo juiz federal titular da 2ª Vara Federal Criminal de Vitória e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo – IHGES, Ronald Krüger Rodor.

7

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

PREFÁCIO

Há alguns anos, temos acompanhado uma preocupação com questões referentes às políticas de memória e à preservação do patrimônio cultural brasileiro. Um exemplo disso é o aumento do número de museus e de centros de pesquisa e documentação e o desenvolvimento de projetos de história oral e de histórias institucionais por parte de órgãos do governo e empresas.

Esse comportamento ficou mais visível com a Constituição Federal de 1988, cujo artigo 216 ampliou o conceito de patrimônio cultural para além do binômio pedra e cal, incorporando os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.

A Carta Magna, ainda no art. 216, § 1º, aumentou o leque de sujeitos na defesa do patrimônio cultural incumbindo ao Poder Público, com a colaboração da comunidade, a promoção e proteção do patrimônio cultural brasileiro. Assim, preservar o patrimônio cultural tornou-se uma questão de cidadania. Todos têm direito à memória, mas é preciso lembrar-se também de que têm o dever de zelar pelos bens culturais.

A memória só faz sentido se for lembrada, narrada e compartilhada. Segundo o filósofo alemão Walter Benjamin, a verdadeira imagem do passado perpassa veloz. O passado só se deixa fixar como imagem que relampeja irreversivelmente no momento em que é reconhecido1.

Nesse sentido, cabe ressaltar a importância de se construir e preservar a memória a partir de ações dentro das próprias instituições. Há quatro anos, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) tem discutido essa questão por meio do Simpósio Capixaba de Memória Institucional.

Esse Simpósio faz parte das atividades desenvolvidas pelo Memorial do MPES com o objetivo de debater a preservação da memória institucional e os mecanismos de construção da história das instituições. É voltado para os setores acadêmico e cultural do nosso Estado, com a participação direta das instituições que também atuam, ou pretendem atuar, na construção da memória institucional. 1 BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Obras escolhidas; v. 1)

8

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A quarta edição do Simpósio foi realizada pelo Memorial do MPES em parceria com o Tribunal Regional Federal – seção Espírito Santo (TRF-ES) e a Imprensa Oficial do Espírito Santo.

Internamente contamos com a colaboração do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), notadamente a Gerência de Cursos e Eventos e a Gerência Administrativa, a Assessoria de Cerimonial (ASCE) e a Assessoria de Comunicação (ASCM).

O IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional debateu o tema “A Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional” no dia 17 de outubro de 2014, das 13 às 18 horas, no Auditório Déo Schneider, na Procuradoria-Geral de Justiça. Durante o evento, representantes da Justiça Federal – seção Espírito Santo e da Imprensa Oficial do Estado também apresentaram suas ações em prol da construção da memória institucional.

O primeiro capítulo destes anais apresenta o texto O Lugar da Memória Institucional nas Organizações Complexas, escrito pela palestrante Andréia Arruda Barbosa. A autora é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PPGCOM/PUCRS), com estudos voltados para a Memória Institucional, e mestre em Comunicação Social, também pela PUCRS.

No texto, a autora mostra como as implicações do mundo pós-moderno estão repercutindo no ambiente organizacional, cada vez mais (inter) dependente das variações e alterações no relacionamento com os públicos. Isso evidencia a necessidade de um (re)pensar sobre as práticas de comunicação. Apresenta ainda a Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional e como uma alternativa para a compreensão dos aspectos dialógicos da trajetória das organizações.

A segunda parte do Simpósio trouxe uma mesa de comunicações, dividida entre os representantes das instituições públicas convidadas e o Ministério Público do Espírito Santo.

Dessa forma, a comunicação A construção da história da Justiça Federal no Estado do Espírito Santo está apresentada no capítulo 2 em texto escrito pelo juiz federal titular da 2ª Vara Federal Criminal de Vitória e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo – IHGES, Ronald Krüger Rodor.

9

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

O texto faz um relato do trabalho de resgate da memória institucional da Seção Judiciária do Espírito Santo. Apresenta a história da Justiça Federal desde a época do Império até a atualidade. Mostra também as iniciativas da Justiça Federal em prol da preservação da memória institucional e os desafios encontrados ao longo do caminho até a publicação, em setembro de 2014, do livro Memória Institucional da Seção Judiciária do Espírito Santo.

No capítulo 3, a assessora de Imprensa da Imprensa Oficial do Espírito Santo Stephanie Oliveira, palestrante e autora do texto A Trajetória da Imprensa Oficial do Espírito Santo: Diário Oficial, o guardião da História Capixaba destes anais, conta um pouco da história da Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES), que há mais de 120 anos é responsável pela produção do Diário Oficial do Espírito Santo (DIO/ES). A trajetória da Imprensa Oficial do Estado segue curso semelhante ao da Imprensa Nacional e tem sua história entrelaçada aos acontecimentos históricos e políticos ocorridos no Espírito Santo.

O capítulo 4 faz uma análise da vinculação da história dos Ministérios Públicos dos Estados em suas páginas eletrônicas institucionais. A palestra Memória dos Ministérios Públicos Estaduais na web: análise da vinculação da história dos ministérios públicos dos estados em suas páginas eletrônicas institucionais, proferida pela servidora do Memorial do MPES Simone da Silva Ávila, está reproduzida nestes anais com texto elaborado em coautoria por Paulo José da Silva, Simone da Silva Ávila e as estagiárias do curso de História Marília Pioli Storch e do curso de Pedagogia Sirlea Leal Francisco Gomes.

O estudo das páginas eletrônicas dos Ministérios Públicos estaduais e do Distrito Federal foi realizado com o objetivo de identificar os mecanismos de divulgação da história institucional no ambiente virtual.

A publicação dos anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional legitima a importância da construção e preservação da memória institucional, fortalece a identidade do MPES perante a sociedade capixaba e reforça o intercâmbio de ideias entre Memorial, instituições públicas e privadas e a sociedade em geral.

Paulo José da SilvaSimone da Silva Ávila

Agentes de Apoio AdministrativoMemorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo

10

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

9

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

O texto faz um relato do trabalho de resgate da memória institucional da Seção Judiciária do Espírito Santo. Apresenta a história da Justiça Federal desde a época do Império até a atualidade. Mostra também as iniciativas da Justiça Federal em prol da preservação da memória institucional e os desafios encontrados ao longo do caminho até a publicação, em setembro de 2014, do livro Memória Institucional da Seção Judiciária do Espírito Santo.

No capítulo 3, a assessora de Imprensa da Imprensa Oficial do Espírito Santo Stephanie Oliveira, palestrante e autora do texto A Trajetória da Imprensa Oficial do Espírito Santo: Diário Oficial, o guardião da História Capixaba destes anais, conta um pouco da história da Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES), que há mais de 120 anos é responsável pela produção do Diário Oficial do Espírito Santo (DIO/ES). A trajetória da Imprensa Oficial do Estado segue curso semelhante ao da Imprensa Nacional e tem sua história entrelaçada aos acontecimentos históricos e políticos ocorridos no Espírito Santo.

O capítulo 4 faz uma análise da vinculação da história dos Ministérios Públicos dos Estados em suas páginas eletrônicas institucionais. A palestra Memória dos Ministérios Públicos Estaduais na web: análise da vinculação da história dos ministérios públicos dos estados em suas páginas eletrônicas institucionais, proferida pela servidora do Memorial do MPES Simone da Silva Ávila, está reproduzida nestes anais com texto elaborado em coautoria por Paulo José da Silva, Simone da Silva Ávila e as estagiárias do curso de História Marília Pioli Storch e do curso de Pedagogia Sirlea Leal Francisco Gomes.

O estudo das páginas eletrônicas dos Ministérios Públicos estaduais e do Distrito Federal foi realizado com o objetivo de identificar os mecanismos de divulgação da história institucional no ambiente virtual.

A publicação dos anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional legitima a importância da construção e preservação da memória institucional, fortalece a identidade do MPES perante a sociedade capixaba e reforça o intercâmbio de ideias entre Memorial, instituições públicas e privadas e a sociedade em geral.

Paulo José da SilvaSimone da Silva Ávila

Agentes de Apoio AdministrativoMemorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo

10

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

11

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

O LUGAR DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL NAS ORGANIZAÇÕES COMPLEXAS1

Andréia Arruda Barbosa2

RESUMO

As implicações do mundo pós-moderno estão repercutindo no ambiente organizacional, cada vez mais (inter) dependente das variações e alterações no relacionamento com os públicos. Esta complexa realidade de relações sociais e valores efêmeros evidenciam a necessidade de um (re) pensar sobre práticas de comunicação que ressaltem os elementos não transitórios da Identidade Organizacional, estimulando o senso de pertencimento e a partilha de significados. Este artigo busca apresentar a Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional para lugarizar os sujeitos e como uma alternativa para a compreensão dos aspectos dialógicos da trajetória das organizações.

Palavras-chave: Memória Institucional. Complexidade. Lugar. Identidade.

1 APORTES INICIAIS

Vivemos em um contexto complexo, cujos elementos mais característicos são a incerteza, o provisório e o efêmero. Este cenário imprevisível, onde as identidades estão fragmentadas e as relações sociais e valores são transitórios, tem gerado consequências nos sujeitos e nas organizações.

Os novos cenários exigem maior transparência das organizações e uma postura de comunicação diferenciada, pois, conforme pondera Freitas (2000), é perceptível a perda de confiança dos cidadãos na credibilidade das empresas, do Estado e de outras instituições consagradas3. De acordo com Oliveira 1 O presente trabalho representa um recorte da dissertação de mestrado defendida em 2010, intitulada “A Memória Institucional como Possibilidade de Comunicação Organizacional: o caso Exército Brasileiro”, sob orientação da Prof.ª Dra. Cleusa Maria Andrade Scroferneker (PPGCOM/PUCRS). Apresentado no GT Processos, Políticas e Estratégias de Comunicação Organizacional do IV Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas.2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS. Relações Públicas, Oficial do Exército Brasileiro na área de Comunicação Social e membro do Grupo de Estudos em Comunicação Organizacional e Novas Tecnologias (GECONT/PUCRS). E-mail: [email protected] Não obstante alguns autores delimitarem diferenças conceituais para as categorias Organização

12

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

(2008, p. 105), “a complexificação da sociedade e suas constantes mudanças econômicas, tecnológicas e sociais têm atingido diversas instâncias, incluindo as organizações e, consequentemente, a forma como elas se relacionam e se comunicam com os atores sociais”.

O anseio pela identificação e pelo pertencimento parece ter se tornado uma necessidade humana premente nos dias atuais. Segundo Freitas (2000, p. 57), “os indivíduos se encontram numa situação de fragilidade de identidade, de enfraquecimento de vínculos sociais diversos, de busca de sentido, de desorientação quanto ao presente e ao futuro e de carência de referenciais”. Desse modo, a busca pela identidade, coletiva ou individual, atribuída ou construída, tornou-se a fonte básica de significado social (CASTELLS, 2000).

O desafio que se coloca para a Comunicação Organizacional é, então, (re) constituir ou (re) criar vínculos que possam propiciar o senso de pertencimento e o resgate da identidade do indivíduo. Isso porque, conforme observa Nassar (2007, p. 186),

mais do que nunca, a questão do pertencimento, na sociedade atual, está posta como algo que diferencia e solidifica a relação dos públicos com a organização. Em um mundo em que é rapidamente banalizado pela massificação, pela utilização cotidiana, pelo excesso de exposição, uma diferenciação que nasce pela história de uma organização é um atributo que poucos têm.

A adoção de práticas de comunicação que valorizam a alteridade do outro e que contribuem para a criação e o reforço do senso de pertencimento dos indivíduos com uma causa, um objetivo ou a trajetória de uma organização, pode ser essencial para (re) construir relacionamentos de valor com os públicos de interesse. Conforme propõe Morin (2007, p.15), “só se pode preparar um futuro quando se salva um passado, mesmo que estejamos num século em que forças de desintegração múltiplas e potentes encontram-se em andamento”. Nessa direção é que a Memória Institucional se apresenta como uma possibilidade de Comunicação Organizacional que pode lugarizar os sujeitos em meio aos não-lugares da complexidade.

e Instituição, neste estudo as duas definições serão tomadas como sendo sinônimas para facilitar o desenvolvimento do texto.

11

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

O LUGAR DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL NAS ORGANIZAÇÕES COMPLEXAS1

Andréia Arruda Barbosa2

RESUMO

As implicações do mundo pós-moderno estão repercutindo no ambiente organizacional, cada vez mais (inter) dependente das variações e alterações no relacionamento com os públicos. Esta complexa realidade de relações sociais e valores efêmeros evidenciam a necessidade de um (re) pensar sobre práticas de comunicação que ressaltem os elementos não transitórios da Identidade Organizacional, estimulando o senso de pertencimento e a partilha de significados. Este artigo busca apresentar a Memória Institucional como possibilidade de Comunicação Organizacional para lugarizar os sujeitos e como uma alternativa para a compreensão dos aspectos dialógicos da trajetória das organizações.

Palavras-chave: Memória Institucional. Complexidade. Lugar. Identidade.

1 APORTES INICIAIS

Vivemos em um contexto complexo, cujos elementos mais característicos são a incerteza, o provisório e o efêmero. Este cenário imprevisível, onde as identidades estão fragmentadas e as relações sociais e valores são transitórios, tem gerado consequências nos sujeitos e nas organizações.

Os novos cenários exigem maior transparência das organizações e uma postura de comunicação diferenciada, pois, conforme pondera Freitas (2000), é perceptível a perda de confiança dos cidadãos na credibilidade das empresas, do Estado e de outras instituições consagradas3. De acordo com Oliveira 1 O presente trabalho representa um recorte da dissertação de mestrado defendida em 2010, intitulada “A Memória Institucional como Possibilidade de Comunicação Organizacional: o caso Exército Brasileiro”, sob orientação da Prof.ª Dra. Cleusa Maria Andrade Scroferneker (PPGCOM/PUCRS). Apresentado no GT Processos, Políticas e Estratégias de Comunicação Organizacional do IV Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas.2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS. Relações Públicas, Oficial do Exército Brasileiro na área de Comunicação Social e membro do Grupo de Estudos em Comunicação Organizacional e Novas Tecnologias (GECONT/PUCRS). E-mail: [email protected] Não obstante alguns autores delimitarem diferenças conceituais para as categorias Organização

12

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

(2008, p. 105), “a complexificação da sociedade e suas constantes mudanças econômicas, tecnológicas e sociais têm atingido diversas instâncias, incluindo as organizações e, consequentemente, a forma como elas se relacionam e se comunicam com os atores sociais”.

O anseio pela identificação e pelo pertencimento parece ter se tornado uma necessidade humana premente nos dias atuais. Segundo Freitas (2000, p. 57), “os indivíduos se encontram numa situação de fragilidade de identidade, de enfraquecimento de vínculos sociais diversos, de busca de sentido, de desorientação quanto ao presente e ao futuro e de carência de referenciais”. Desse modo, a busca pela identidade, coletiva ou individual, atribuída ou construída, tornou-se a fonte básica de significado social (CASTELLS, 2000).

O desafio que se coloca para a Comunicação Organizacional é, então, (re) constituir ou (re) criar vínculos que possam propiciar o senso de pertencimento e o resgate da identidade do indivíduo. Isso porque, conforme observa Nassar (2007, p. 186),

mais do que nunca, a questão do pertencimento, na sociedade atual, está posta como algo que diferencia e solidifica a relação dos públicos com a organização. Em um mundo em que é rapidamente banalizado pela massificação, pela utilização cotidiana, pelo excesso de exposição, uma diferenciação que nasce pela história de uma organização é um atributo que poucos têm.

A adoção de práticas de comunicação que valorizam a alteridade do outro e que contribuem para a criação e o reforço do senso de pertencimento dos indivíduos com uma causa, um objetivo ou a trajetória de uma organização, pode ser essencial para (re) construir relacionamentos de valor com os públicos de interesse. Conforme propõe Morin (2007, p.15), “só se pode preparar um futuro quando se salva um passado, mesmo que estejamos num século em que forças de desintegração múltiplas e potentes encontram-se em andamento”. Nessa direção é que a Memória Institucional se apresenta como uma possibilidade de Comunicação Organizacional que pode lugarizar os sujeitos em meio aos não-lugares da complexidade.

e Instituição, neste estudo as duas definições serão tomadas como sendo sinônimas para facilitar o desenvolvimento do texto.

13

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

2 AS ORGANIZAÇÕES COMPLEXAS

As organizações atuais desenvolvem suas atividades em um ambiente complexo, permeado por ações e interações contínuas que produzem novas ações e reações, obrigando que aquelas se (re)inventem para atingir seus objetivos globais/regionais/locais e acompanhar os processos de mudança. Uma visão isolada e fragmentada dificulta a compreensão dos fenômenos produzidos neste contexto, onde “ordem, desordem e organização devem ser pensadas juntas” (MORIN, 2007, p. 50).

A compreensão das nuances desta realidade organizacional multifacetada passa pela apreensão das características dos indivíduos que a constituem, pois, conforme observa Baldissera (2009), as organizações atuais constituem resultados provisórios da interação dos diferentes indivíduos que as compõem, ou que, de alguma forma, a ela se articulam.

Nesse sentido, compreender que o sujeito é complexo sinaliza o desafio da construção de relacionamentos que não se baseiem apenas na conquista do consenso, mas busquem o equilíbrio em um sistema que sofre ajustes continuadamente. Considerar que “cada ser tem uma multiplicidade de identidades, uma multiplicidade de personalidades em si mesmo, um mundo de fantasias e de sonhos que acompanham sua vida” (MORIN, 2006, p. 57) torna-se premente para o desenvolvimento de quaisquer atividades de Comunicação Organizacional. Principalmente porque, hoje, conforme aponta Scroferneker (2008, p.16), “as realidades mutantes, cada vez mais presentes no mundo das organizações e dos sujeitos organizacionais [...], implicam necessariamente um (re) visitar permanente das concepções de comunicação, organização e sujeito organizacional”.

Para Morin (2006), a concepção de sujeito é complexa, pois “ser sujeito é ser autônomo, sendo ao mesmo tempo dependente. É ser alguém provisório, vacilante, incerto, é ser quase tudo para si e quase nada para o universo” (MORIN, 2006, p. 66). Para ele, ser sujeito não significa apenas ser consciente ou possuir afetividade ou sentimentos, ainda que a subjetividade humana se desenvolva por meio destes. Em sua análise, considera que o sujeito se define por sua consciência, não sendo esta absolutamente fixa ou estável (MORIN, 2008). Ser sujeito, assim, consiste na possibilidade do indivíduo de colocar-se

14

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

no centro de seu próprio mundo, egocentricamente, ocupando o lugar do eu, uma posição a partir da qual ele pode lidar com o mundo e consigo próprio.

As organizações constituem agentes coletivos planejados deliberadamente para realizar um determinado objetivo — produzir bens e serviços. Assim, torna-se essencial compreendê-las hoje como produtoras de significado. Repletas de nuances simultaneamente complementares e antagônicas, as organizações constituem ambientes de pulsão e repulsão, mas podem ser também espaços para o desenvolvimento de saberes e de valorização dos indivíduos. Além disso, elas são “ecossistemicamente tensionadas” (BALDISSERA, 2009, p. 144), pois sofrem variadas influências de seu entorno. Ainda na visão deste autor, as organizações, “ao mesmo tempo em que são (re) tecidas, também são agentes na tessitura do entorno ecossistêmico, bem como dos sujeitos-força que nela/com ela interagem” (BALDISSERA, 2009, p. 144).

Reconhecer essa multiplicidade é indispensável para (re) pensar possibilidades de Comunicação Organizacional em meio à complexidade, que Morin (2006) conceitua como sendo um tecido, que possui partes heterogêneas, mas indissociáveis, que são ao mesmo tempo únicas e múltiplas. Na visão deste autor, a compreensão dos fenômenos atuais com todos os aspectos que a realidade complexa pressupõe, requer um pensar contextualizado que contribua para que os processos adquiram sentido (MORIN, 2007). Ou seja, que considere como não-excludentes os aspectos contraditórios, mas inerentes em um mundo com alto grau de incerteza. Dessa forma, ele permite “transitar com alguma segurança pelos antagonismos e contradições que marcam a comunicação das organizações e que demandam um pensar complexo” (SCROFERNEKER, 2008, p. 16).

Seus princípios permitem compreender, assim, que as contradições existentes nas organizações complexas não são excludentes, mas reforçadoras da Cultura Organizacional, pois “não se deve reduzir um ser à mínima parcela de si mesmo, nem à parcela ruim de seu passado” (MORIN, 2008, p. 50).

Nesse sentido, compreender as organizações sob a lógica recursiva, por exemplo, implica aceitar que, assim como os processos, discursos e formas de atuação organizacional repercutem entre os seus públicos de interesse e

13

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

2 AS ORGANIZAÇÕES COMPLEXAS

As organizações atuais desenvolvem suas atividades em um ambiente complexo, permeado por ações e interações contínuas que produzem novas ações e reações, obrigando que aquelas se (re)inventem para atingir seus objetivos globais/regionais/locais e acompanhar os processos de mudança. Uma visão isolada e fragmentada dificulta a compreensão dos fenômenos produzidos neste contexto, onde “ordem, desordem e organização devem ser pensadas juntas” (MORIN, 2007, p. 50).

A compreensão das nuances desta realidade organizacional multifacetada passa pela apreensão das características dos indivíduos que a constituem, pois, conforme observa Baldissera (2009), as organizações atuais constituem resultados provisórios da interação dos diferentes indivíduos que as compõem, ou que, de alguma forma, a ela se articulam.

Nesse sentido, compreender que o sujeito é complexo sinaliza o desafio da construção de relacionamentos que não se baseiem apenas na conquista do consenso, mas busquem o equilíbrio em um sistema que sofre ajustes continuadamente. Considerar que “cada ser tem uma multiplicidade de identidades, uma multiplicidade de personalidades em si mesmo, um mundo de fantasias e de sonhos que acompanham sua vida” (MORIN, 2006, p. 57) torna-se premente para o desenvolvimento de quaisquer atividades de Comunicação Organizacional. Principalmente porque, hoje, conforme aponta Scroferneker (2008, p.16), “as realidades mutantes, cada vez mais presentes no mundo das organizações e dos sujeitos organizacionais [...], implicam necessariamente um (re) visitar permanente das concepções de comunicação, organização e sujeito organizacional”.

Para Morin (2006), a concepção de sujeito é complexa, pois “ser sujeito é ser autônomo, sendo ao mesmo tempo dependente. É ser alguém provisório, vacilante, incerto, é ser quase tudo para si e quase nada para o universo” (MORIN, 2006, p. 66). Para ele, ser sujeito não significa apenas ser consciente ou possuir afetividade ou sentimentos, ainda que a subjetividade humana se desenvolva por meio destes. Em sua análise, considera que o sujeito se define por sua consciência, não sendo esta absolutamente fixa ou estável (MORIN, 2008). Ser sujeito, assim, consiste na possibilidade do indivíduo de colocar-se

14

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

no centro de seu próprio mundo, egocentricamente, ocupando o lugar do eu, uma posição a partir da qual ele pode lidar com o mundo e consigo próprio.

As organizações constituem agentes coletivos planejados deliberadamente para realizar um determinado objetivo — produzir bens e serviços. Assim, torna-se essencial compreendê-las hoje como produtoras de significado. Repletas de nuances simultaneamente complementares e antagônicas, as organizações constituem ambientes de pulsão e repulsão, mas podem ser também espaços para o desenvolvimento de saberes e de valorização dos indivíduos. Além disso, elas são “ecossistemicamente tensionadas” (BALDISSERA, 2009, p. 144), pois sofrem variadas influências de seu entorno. Ainda na visão deste autor, as organizações, “ao mesmo tempo em que são (re) tecidas, também são agentes na tessitura do entorno ecossistêmico, bem como dos sujeitos-força que nela/com ela interagem” (BALDISSERA, 2009, p. 144).

Reconhecer essa multiplicidade é indispensável para (re) pensar possibilidades de Comunicação Organizacional em meio à complexidade, que Morin (2006) conceitua como sendo um tecido, que possui partes heterogêneas, mas indissociáveis, que são ao mesmo tempo únicas e múltiplas. Na visão deste autor, a compreensão dos fenômenos atuais com todos os aspectos que a realidade complexa pressupõe, requer um pensar contextualizado que contribua para que os processos adquiram sentido (MORIN, 2007). Ou seja, que considere como não-excludentes os aspectos contraditórios, mas inerentes em um mundo com alto grau de incerteza. Dessa forma, ele permite “transitar com alguma segurança pelos antagonismos e contradições que marcam a comunicação das organizações e que demandam um pensar complexo” (SCROFERNEKER, 2008, p. 16).

Seus princípios permitem compreender, assim, que as contradições existentes nas organizações complexas não são excludentes, mas reforçadoras da Cultura Organizacional, pois “não se deve reduzir um ser à mínima parcela de si mesmo, nem à parcela ruim de seu passado” (MORIN, 2008, p. 50).

Nesse sentido, compreender as organizações sob a lógica recursiva, por exemplo, implica aceitar que, assim como os processos, discursos e formas de atuação organizacional repercutem entre os seus públicos de interesse e

15

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

os produtos gerados, sejam eles positivos ou negativos, eles retornam para as organizações. Ou seja, “uma ordem organizacional (turbilhão) pode nascer a partir de um processo que produz desordem (turbulência)” (MORIN, 2006, p. 62). A própria relação entre o passado, o presente e o futuro das organizações está inserida numa relação circular que segue uma lógica recursiva, na medida em que o passado da organização tem influência e consequências sobre seu presente e sobre o futuro (Figura 1).

passado presente futuro

Figura 1 - Relação circular que (re) liga

Fonte: Morin (2007b, p. 62).

Outrossim, compreender a dinâmica organizacional sob a perspectiva dialógica também é essencial para enxergar os processos, pois, de acordo com Morin (2006, p. 89), a relação ordem/desordem é uma necessidade nas organizações, que operam em um “universo onde os sistemas sofrem incremento da desordem e tendem a se desintegrar”. A complexidade das instituições e a multiplicidade de públicos de interesse que elas têm vai implicar na necessidade de as organizações refletirem constantemente sobre novas posturas e formas de ação frente às incertezas e à transitoriedade.

O princípio hologramático pressupõe que todas as alterações que ocorrem no todo organizacional repercutem de alguma maneira sobre as partes e, da mesma forma, o que acontece nas partes provocará reações no todo, o que favorece a percepção das práticas de memória como possibilidade de lugarizar os indivíduos dentro de um contexto maior de continuidade dentro do tempo e de sentido.

Assim, se a comunicação antes era unidirecional e não pressupunha muitos questionamentos, hoje, com a variedade de públicos e com o alto grau de informações disponíveis, demanda negociação permanente (WOLTON, 2006). Esse sentido aproxima a comunicação do campo da memória devido à relação desta última com a identidade, cujo processo de construção é tão somente possível por meio da negociação direta com outros sujeitos.

16

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Se, como vimos, a busca pela identificação e pelo senso de pertença é latente neste contexto complexo, as práticas de Memória Institucional podem propiciar um espaço de relação nas organizações atuais. Nesse lugar, que, conforme Augè (1994) é fonte de referências e de identidade, os sujeitos podem (re) encontrar o seu valor e (re) adquirir o sentido de suas existências à medida que visualizam a ampla trajetória da organização disposta na linha do tempo, e percebem que fazem parte dessa história de valores não-transitórios.

3 A PREMÊNCIA DA MEMÓRIA

As lembranças de outros tempos, de outros vividos e sentidos, fazem com que cada indivíduo seja único, pelas experiências únicas que guarda em sua memória. Daí decorre a intrínseca relação entre memória e identidade, uma vez que, de acordo com Izquierdo (2002, p. 09), “o acervo de nossas memórias faz com que cada um de nós seja o que é, com que sejamos, cada um, um indivíduo, um ser para o qual não existe outro idêntico”.

As nossas memórias possuem o potencial de nos referenciar e contextualizar dentro do tempo. Conforme observa Tedesco (2004, p. 64), se o indivíduo “perde o sentido da relação com o próprio passado perde também um elemento fundamental de sua identidade, ou seja, a capacidade de perceber sua própria continuidade, de se reconhecer como mesmo no decorrer do tempo”.

Essa referência, esse sentido de si, representa algo de valor nessa realidade complexa, criadora de infinitos não-lugares, onde reina o individualismo, a pluralidade, o provisório e o efêmero. Quando os indivíduos são cada vez mais prisioneiros do instante, a memória pode representar uma possibilidade de lugarizá-los dentro de um projeto maior de continuidade, de constância no tempo, de sentido. Nesse lugar4, os sujeitos podem (re) descobrir sua

4 Santos (1994, p. 37) compreende lugar como um “encontro entre possibilidades latentes e oportunidades preexistentes ou criadas” (SANTOS, 1994, p. 44, grifo do autor). Nesse sentido, é o lugar que permite aos indivíduos perceberem o mundo, posto que reúne características de permanência, mesmo em meio à fluidez e à competitividade presente nos tempos atuais: “é pelo lugar que revemos o Mundo e ajustamos nossa interpretação, pois, nele, o recôndito, o permanente, o real triunfam, afinal, sobre o movimento, o passageiro, o imposto de fora” (SANTOS, 1994, p. 37). Noutra perspectiva, Augè (1994) define lugar como o identitário, o relacional e o histórico, ou seja, as referências que compõem a identidade individual e que marcam as relações dos sujeitos com os

15

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

os produtos gerados, sejam eles positivos ou negativos, eles retornam para as organizações. Ou seja, “uma ordem organizacional (turbilhão) pode nascer a partir de um processo que produz desordem (turbulência)” (MORIN, 2006, p. 62). A própria relação entre o passado, o presente e o futuro das organizações está inserida numa relação circular que segue uma lógica recursiva, na medida em que o passado da organização tem influência e consequências sobre seu presente e sobre o futuro (Figura 1).

passado presente futuro

Figura 1 - Relação circular que (re) liga

Fonte: Morin (2007b, p. 62).

Outrossim, compreender a dinâmica organizacional sob a perspectiva dialógica também é essencial para enxergar os processos, pois, de acordo com Morin (2006, p. 89), a relação ordem/desordem é uma necessidade nas organizações, que operam em um “universo onde os sistemas sofrem incremento da desordem e tendem a se desintegrar”. A complexidade das instituições e a multiplicidade de públicos de interesse que elas têm vai implicar na necessidade de as organizações refletirem constantemente sobre novas posturas e formas de ação frente às incertezas e à transitoriedade.

O princípio hologramático pressupõe que todas as alterações que ocorrem no todo organizacional repercutem de alguma maneira sobre as partes e, da mesma forma, o que acontece nas partes provocará reações no todo, o que favorece a percepção das práticas de memória como possibilidade de lugarizar os indivíduos dentro de um contexto maior de continuidade dentro do tempo e de sentido.

Assim, se a comunicação antes era unidirecional e não pressupunha muitos questionamentos, hoje, com a variedade de públicos e com o alto grau de informações disponíveis, demanda negociação permanente (WOLTON, 2006). Esse sentido aproxima a comunicação do campo da memória devido à relação desta última com a identidade, cujo processo de construção é tão somente possível por meio da negociação direta com outros sujeitos.

16

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Se, como vimos, a busca pela identificação e pelo senso de pertença é latente neste contexto complexo, as práticas de Memória Institucional podem propiciar um espaço de relação nas organizações atuais. Nesse lugar, que, conforme Augè (1994) é fonte de referências e de identidade, os sujeitos podem (re) encontrar o seu valor e (re) adquirir o sentido de suas existências à medida que visualizam a ampla trajetória da organização disposta na linha do tempo, e percebem que fazem parte dessa história de valores não-transitórios.

3 A PREMÊNCIA DA MEMÓRIA

As lembranças de outros tempos, de outros vividos e sentidos, fazem com que cada indivíduo seja único, pelas experiências únicas que guarda em sua memória. Daí decorre a intrínseca relação entre memória e identidade, uma vez que, de acordo com Izquierdo (2002, p. 09), “o acervo de nossas memórias faz com que cada um de nós seja o que é, com que sejamos, cada um, um indivíduo, um ser para o qual não existe outro idêntico”.

As nossas memórias possuem o potencial de nos referenciar e contextualizar dentro do tempo. Conforme observa Tedesco (2004, p. 64), se o indivíduo “perde o sentido da relação com o próprio passado perde também um elemento fundamental de sua identidade, ou seja, a capacidade de perceber sua própria continuidade, de se reconhecer como mesmo no decorrer do tempo”.

Essa referência, esse sentido de si, representa algo de valor nessa realidade complexa, criadora de infinitos não-lugares, onde reina o individualismo, a pluralidade, o provisório e o efêmero. Quando os indivíduos são cada vez mais prisioneiros do instante, a memória pode representar uma possibilidade de lugarizá-los dentro de um projeto maior de continuidade, de constância no tempo, de sentido. Nesse lugar4, os sujeitos podem (re) descobrir sua

4 Santos (1994, p. 37) compreende lugar como um “encontro entre possibilidades latentes e oportunidades preexistentes ou criadas” (SANTOS, 1994, p. 44, grifo do autor). Nesse sentido, é o lugar que permite aos indivíduos perceberem o mundo, posto que reúne características de permanência, mesmo em meio à fluidez e à competitividade presente nos tempos atuais: “é pelo lugar que revemos o Mundo e ajustamos nossa interpretação, pois, nele, o recôndito, o permanente, o real triunfam, afinal, sobre o movimento, o passageiro, o imposto de fora” (SANTOS, 1994, p. 37). Noutra perspectiva, Augè (1994) define lugar como o identitário, o relacional e o histórico, ou seja, as referências que compõem a identidade individual e que marcam as relações dos sujeitos com os

17

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

identidade, seus pontos de referência e construir vínculos sociais.

A temática da memória vem sendo abordada em campos de investigação tão diversos quanto o das ciências biológicas, humanas e sociais. As abrangentes esferas de estudo têm posicionado tais reflexões também no campo dos imaginários e das representações. Para Huyssen (2000), tal obsessão pelo passado se justifica pela sobrecarga de informações a que temos sido submetidos.

Nosso mal-estar parece fluir de uma sobrecarga informacional e percepcional combinada com uma aceleração cultural, com as quais nem a nossa psique nem os nossos sentidos estão bem equipados para lidar. Quanto mais rápido somos empurrados para o futuro global que não nos inspira confiança, mais forte é o desejo de ir mais devagar e mais nos voltamos para a memória em busca de conforto (HUYSSEN, 2000, p. 32).

A cultura da memória busca ocupar, então, um importante papel nas transformações atuais da experiência de tempo, trazidas a reboque no impacto das novas tecnologias e mídias na percepção e na sensibilidade do ser humano (HUYSSEN, 2000). Pode representar, assim, um contraponto aos não-lugares por propiciar um sentido de continuidade em um contexto caracterizado pelo efêmero. De acordo com Tedesco (2004, p. 75),

nesse contexto de mercantilização da cultura, percebe-se a necessidade de construir uma biografia, uma história da própria vida que esteja com possibilidade de fornecer, ainda que limitadamente, um senso de continuidade do tempo num contexto de fragmentação.

Na busca pela compreensão de um conceito de Memória Institucional, recorremos a três teóricos que discorrem sobre a temática da memória, no sentido de buscar as semelhanças e as diferenças entre os pensamentos, que possam subsidiar nossa explanação sobre o conceito que propomos aqui. Desse modo, apreendemos o conceito e as características de Memória Individual a partir dos estudos de Bergson (2006), de Memória Coletiva em Halbwachs (2006) e a perspectiva social com base na análise de Pollak (1992).

Apesar das diferenças conceituais entre os três, encontramos o caráter seletivo da memória nas três abordagens. Para Bergson (2006), a memória outros. Em contrapartida, os não-lugares são espaços de passagem, do provisório, do efêmero e do transitório e representam uma nova configuração social, característica de uma época que se define pelo excesso de fatos, superabundância espacial e individualização das referências (AUGÈ, 1994).

18

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

consiste em uma força subjetiva, no domínio do espírito, que possui uma função essencial no processo psicológico ao possibilitar o conhecimento das coisas e o retorno ao passado. Para Halbwachs (2006), a seleção da memória coletiva é feita em razão dos interesses do presente, constituindo não apenas um fator de identidade do indivíduo e do grupo, mas também a expressão e manifestação do momento presente. Já Pollak (1992, p. 204) considera que “o que a memória individual grava, recalca, exclui, relembra, é evidentemente o resultado de um verdadeiro trabalho de organização”. Desse modo, a memória, tanto individual quanto coletiva, é seletiva e realiza a organização das lembranças, atuando como uma (re) construção do passado, que não foi de um indivíduo somente, mas de um indivíduo inserido dentro de um contexto social, ao qual influencia e recebe influências, como em um circuito recursivo.

A (re) construção é outro aspecto similar extraído das três reflexões. Halbwachs compreende a memória, individual ou coletiva, como um processo de (re) construção, mas, diferentemente de Bergson, não a vê como um depósito que guarda o passado da mesma forma como ocorreu, mas como “algo que comporta um aspecto social ineliminável, que conserva tanto os processos de sedimentação dos acontecimentos passados na consciência quanto os de sua conservação e de seu reconhecimento” (HALBWACHS, 2006, p. 59). Nesse sentido, o autor pondera que a memória não está no espírito, como indicou Bergson, mas na sociedade, onde se encontram os vestígios e indicações essenciais para reconstruir o passado. Porém, nem esta última fornece as indicações para que o passado se apresente por completo, consistindo sempre em uma reconstrução.

Para Pollak (1992), a memória, em todos os níveis, é um fenômeno construído social e individualmente e que, por isso, tem ligação direta com o sentimento de identidade. De acordo com Halbwachs (2006), até mesmo as lembranças individuais mais arraigadas estão impregnadas da relação com os outros sujeitos e, por analogia, com as organizações e com a sociedade. Isto remete ao princípio hologramático de Morin (2008), uma vez que demonstra a dimensão da inserção do sujeito dentro da coletividade e de uma continuidade dentro do tempo. Outrossim, a memória pode ser compreendida como sendo

17

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

identidade, seus pontos de referência e construir vínculos sociais.

A temática da memória vem sendo abordada em campos de investigação tão diversos quanto o das ciências biológicas, humanas e sociais. As abrangentes esferas de estudo têm posicionado tais reflexões também no campo dos imaginários e das representações. Para Huyssen (2000), tal obsessão pelo passado se justifica pela sobrecarga de informações a que temos sido submetidos.

Nosso mal-estar parece fluir de uma sobrecarga informacional e percepcional combinada com uma aceleração cultural, com as quais nem a nossa psique nem os nossos sentidos estão bem equipados para lidar. Quanto mais rápido somos empurrados para o futuro global que não nos inspira confiança, mais forte é o desejo de ir mais devagar e mais nos voltamos para a memória em busca de conforto (HUYSSEN, 2000, p. 32).

A cultura da memória busca ocupar, então, um importante papel nas transformações atuais da experiência de tempo, trazidas a reboque no impacto das novas tecnologias e mídias na percepção e na sensibilidade do ser humano (HUYSSEN, 2000). Pode representar, assim, um contraponto aos não-lugares por propiciar um sentido de continuidade em um contexto caracterizado pelo efêmero. De acordo com Tedesco (2004, p. 75),

nesse contexto de mercantilização da cultura, percebe-se a necessidade de construir uma biografia, uma história da própria vida que esteja com possibilidade de fornecer, ainda que limitadamente, um senso de continuidade do tempo num contexto de fragmentação.

Na busca pela compreensão de um conceito de Memória Institucional, recorremos a três teóricos que discorrem sobre a temática da memória, no sentido de buscar as semelhanças e as diferenças entre os pensamentos, que possam subsidiar nossa explanação sobre o conceito que propomos aqui. Desse modo, apreendemos o conceito e as características de Memória Individual a partir dos estudos de Bergson (2006), de Memória Coletiva em Halbwachs (2006) e a perspectiva social com base na análise de Pollak (1992).

Apesar das diferenças conceituais entre os três, encontramos o caráter seletivo da memória nas três abordagens. Para Bergson (2006), a memória outros. Em contrapartida, os não-lugares são espaços de passagem, do provisório, do efêmero e do transitório e representam uma nova configuração social, característica de uma época que se define pelo excesso de fatos, superabundância espacial e individualização das referências (AUGÈ, 1994).

18

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

consiste em uma força subjetiva, no domínio do espírito, que possui uma função essencial no processo psicológico ao possibilitar o conhecimento das coisas e o retorno ao passado. Para Halbwachs (2006), a seleção da memória coletiva é feita em razão dos interesses do presente, constituindo não apenas um fator de identidade do indivíduo e do grupo, mas também a expressão e manifestação do momento presente. Já Pollak (1992, p. 204) considera que “o que a memória individual grava, recalca, exclui, relembra, é evidentemente o resultado de um verdadeiro trabalho de organização”. Desse modo, a memória, tanto individual quanto coletiva, é seletiva e realiza a organização das lembranças, atuando como uma (re) construção do passado, que não foi de um indivíduo somente, mas de um indivíduo inserido dentro de um contexto social, ao qual influencia e recebe influências, como em um circuito recursivo.

A (re) construção é outro aspecto similar extraído das três reflexões. Halbwachs compreende a memória, individual ou coletiva, como um processo de (re) construção, mas, diferentemente de Bergson, não a vê como um depósito que guarda o passado da mesma forma como ocorreu, mas como “algo que comporta um aspecto social ineliminável, que conserva tanto os processos de sedimentação dos acontecimentos passados na consciência quanto os de sua conservação e de seu reconhecimento” (HALBWACHS, 2006, p. 59). Nesse sentido, o autor pondera que a memória não está no espírito, como indicou Bergson, mas na sociedade, onde se encontram os vestígios e indicações essenciais para reconstruir o passado. Porém, nem esta última fornece as indicações para que o passado se apresente por completo, consistindo sempre em uma reconstrução.

Para Pollak (1992), a memória, em todos os níveis, é um fenômeno construído social e individualmente e que, por isso, tem ligação direta com o sentimento de identidade. De acordo com Halbwachs (2006), até mesmo as lembranças individuais mais arraigadas estão impregnadas da relação com os outros sujeitos e, por analogia, com as organizações e com a sociedade. Isto remete ao princípio hologramático de Morin (2008), uma vez que demonstra a dimensão da inserção do sujeito dentro da coletividade e de uma continuidade dentro do tempo. Outrossim, a memória pode ser compreendida como sendo

19

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

um “conjunto dinâmico, espaço não só de relação, mas de reinterpretação/renovação de sentido” (TEDESCO, 2004, p. 59), cuja finalidade consiste em “preservar os elementos do passado que garantem aos sujeitos sua própria continuidade e afirmação identitária”. (TEDESCO, 2004, p. 59).

A estreita relação entre memória e identidade nos leva ao senso de pertença, vital para lugarizar os indivíduos neste contexto complexo. Na visão de Pollak (1992), essa profunda simbiose contribui para a criação do sentimento de pertencimento nos indivíduos, posto que a memória representa “um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução de si” (POLLAK, 1992, p.204). Para Bergson (2006), ela possui uma função essencial no processo psicológico, pois posiciona os sujeitos, contextualizando-os no tempo, nos ambientes e nas relações. Já Halbwachs (2006, p. 08) considera somente ser possível conceber o problema da recordação e da localização das lembranças quando “se toma como ponto de referência os contextos sociais reais que servem de baliza a essa reconstrução que chamamos memória”.

Diante do exposto, concluímos que a Memória Institucional consiste em uma (re) construção do passado, visto que não é possível, conforme Bergson (2006), voltar ao que não atua mais, ao tempo decorrido, se não for pela memória. Como em todo processo de escolha e de seleção, a memória da organização consistirá em uma narrativa entre as múltiplas narrativas possíveis dentro do contexto institucional. Impregnada pela Cultura Organizacional, essa (re) construção necessita ser alicerçada naquilo que foi ou é considerado relevante para cada indivíduo, para o grupo ou para a organização. Veremos a seguir a evolução da temática no contexto organizacional.

3.1 A Memória no contexto organizacional

Observamos a emergência dos estudos sobre memória de instituições e acontecimentos a partir da década de 1980, com os processos de democratização e lutas por direitos humanos e a expansão e fortalecimento das esferas públicas da sociedade civil. Esse cenário se refletiu no ambiente organizacional, que passou a sofrer maiores pressões dos públicos, mais

20

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

diversificados e conscientes de seus direitos em razão do aumento da circulação de informações5.

O cenário do Brasil dos anos 1980 era de luta pela redemocratização em razão do fim do Regime Militar. Esse processo, aliado à reestruturação das forças produtivas, à mudança de postura no perfil do Estado, que promoveu uma série de privatizações em importantes corporações na década de 1990, além das fusões e aquisições correntes nesta época, tiveram significativo impacto sobre as organizações e a sociedade. Além disso, o impulso no desenvolvimento da tecnologia, a partir da massificação dos computadores pessoais e do aumento da utilização da internet fora das universidades, a partir de 1994, colaborou para potencializar a diversificação e a articulação dos públicos (NASSAR, 2007).

Esses fatores contribuíram para provocar profundas mudanças nas empresas, desde sua estrutura até o (re) pensar sobre novas posturas de comunicação. Conforme resgata Nassar (2004, p. 15), “milhões de brasileiros, nos seus papéis de cidadãos, trabalhadores e de consumidores, perceberam que as identidades de empresas e instituições, extremamente reconhecidas em nossa sociedade mudavam”.

Numa tentativa de conquistar os novos objetivos de eficácia requeridos nesse contexto, além do engajamento dos públicos com a causa e favorecer o processo de democratização, as empresas brasileiras passaram a adotar programa de Qualidade Total a partir de 1990. Mas a adoção dessas iniciativas se mostrou demasiado negativa para a memória das organizações, uma vez que a implantação descuidada de ações que se inspiravam nos modelos japoneses e norte-americanos, focados apenas em resultados quantitativos, teve como consequência a destruição de grande parte do acervo das empresas, cujas histórias eram consideradas como mero passado, morto, destituído de valor. Nassar (2007) retratando essa situação observa que

5 Não obstante, algumas organizações já realizavam ações pioneiras com esse caráter no início do século passado. No Brasil, o registro dos primeiros trabalhos caracterizados como de memória empresarial datam de 1960, constituindo estudos acadêmicos com enfoque na relação entre aspectos econômicos, ideologia e estrutura paternalista, centrados na evolução das empresas e de seus fundadores. As reflexões acadêmicas brasileiras dos anos 1970 receberam influência da Nova História e da escola norte-americana, sendo desenvolvidas por historiadores de áreas afins como economia, administração e sociologia. Para um panorama mais abrangente, ver Totini e Gagete (2004) e Nassar (2004; 2007).

19

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

um “conjunto dinâmico, espaço não só de relação, mas de reinterpretação/renovação de sentido” (TEDESCO, 2004, p. 59), cuja finalidade consiste em “preservar os elementos do passado que garantem aos sujeitos sua própria continuidade e afirmação identitária”. (TEDESCO, 2004, p. 59).

A estreita relação entre memória e identidade nos leva ao senso de pertença, vital para lugarizar os indivíduos neste contexto complexo. Na visão de Pollak (1992), essa profunda simbiose contribui para a criação do sentimento de pertencimento nos indivíduos, posto que a memória representa “um fator extremamente importante do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa ou de um grupo em sua reconstrução de si” (POLLAK, 1992, p.204). Para Bergson (2006), ela possui uma função essencial no processo psicológico, pois posiciona os sujeitos, contextualizando-os no tempo, nos ambientes e nas relações. Já Halbwachs (2006, p. 08) considera somente ser possível conceber o problema da recordação e da localização das lembranças quando “se toma como ponto de referência os contextos sociais reais que servem de baliza a essa reconstrução que chamamos memória”.

Diante do exposto, concluímos que a Memória Institucional consiste em uma (re) construção do passado, visto que não é possível, conforme Bergson (2006), voltar ao que não atua mais, ao tempo decorrido, se não for pela memória. Como em todo processo de escolha e de seleção, a memória da organização consistirá em uma narrativa entre as múltiplas narrativas possíveis dentro do contexto institucional. Impregnada pela Cultura Organizacional, essa (re) construção necessita ser alicerçada naquilo que foi ou é considerado relevante para cada indivíduo, para o grupo ou para a organização. Veremos a seguir a evolução da temática no contexto organizacional.

3.1 A Memória no contexto organizacional

Observamos a emergência dos estudos sobre memória de instituições e acontecimentos a partir da década de 1980, com os processos de democratização e lutas por direitos humanos e a expansão e fortalecimento das esferas públicas da sociedade civil. Esse cenário se refletiu no ambiente organizacional, que passou a sofrer maiores pressões dos públicos, mais

20

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

diversificados e conscientes de seus direitos em razão do aumento da circulação de informações5.

O cenário do Brasil dos anos 1980 era de luta pela redemocratização em razão do fim do Regime Militar. Esse processo, aliado à reestruturação das forças produtivas, à mudança de postura no perfil do Estado, que promoveu uma série de privatizações em importantes corporações na década de 1990, além das fusões e aquisições correntes nesta época, tiveram significativo impacto sobre as organizações e a sociedade. Além disso, o impulso no desenvolvimento da tecnologia, a partir da massificação dos computadores pessoais e do aumento da utilização da internet fora das universidades, a partir de 1994, colaborou para potencializar a diversificação e a articulação dos públicos (NASSAR, 2007).

Esses fatores contribuíram para provocar profundas mudanças nas empresas, desde sua estrutura até o (re) pensar sobre novas posturas de comunicação. Conforme resgata Nassar (2004, p. 15), “milhões de brasileiros, nos seus papéis de cidadãos, trabalhadores e de consumidores, perceberam que as identidades de empresas e instituições, extremamente reconhecidas em nossa sociedade mudavam”.

Numa tentativa de conquistar os novos objetivos de eficácia requeridos nesse contexto, além do engajamento dos públicos com a causa e favorecer o processo de democratização, as empresas brasileiras passaram a adotar programa de Qualidade Total a partir de 1990. Mas a adoção dessas iniciativas se mostrou demasiado negativa para a memória das organizações, uma vez que a implantação descuidada de ações que se inspiravam nos modelos japoneses e norte-americanos, focados apenas em resultados quantitativos, teve como consequência a destruição de grande parte do acervo das empresas, cujas histórias eram consideradas como mero passado, morto, destituído de valor. Nassar (2007) retratando essa situação observa que

5 Não obstante, algumas organizações já realizavam ações pioneiras com esse caráter no início do século passado. No Brasil, o registro dos primeiros trabalhos caracterizados como de memória empresarial datam de 1960, constituindo estudos acadêmicos com enfoque na relação entre aspectos econômicos, ideologia e estrutura paternalista, centrados na evolução das empresas e de seus fundadores. As reflexões acadêmicas brasileiras dos anos 1970 receberam influência da Nova História e da escola norte-americana, sendo desenvolvidas por historiadores de áreas afins como economia, administração e sociologia. Para um panorama mais abrangente, ver Totini e Gagete (2004) e Nassar (2004; 2007).

21

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

[...] muitas delas se inspiravam no management japonês e norte-americano, principalmente do programa conhecido como 5S, que em seu manejo prevê, como um dos primeiros rituais, o descarte de “coisas velhas” pelos empregados das empresas que implantam esse tipo de metodologia. Assim, nos anos 1990, simplesmente se jogaram no lixo milhares de documentos, fotografias, máquinas e objetos, sem nenhuma preocupação com a preservação da memória organizacional (NASSAR, 2007, p. 20, grifo do autor).

Após o término desse movimento de descarte de documentos, fotos e outros registros importantes de suas trajetórias, as organizações passaram a compreender que a história é que traduz a sua identidade, interna e externamente, pois “é ela que constrói, a cada dia, a percepção que o consumidor e seus funcionários têm das marcas, dos produtos, dos serviços” (NASSAR, 2004, p. 21). Totini e Gagete (2004) apontam que isso se deu em virtude de as empresas terem começado a perceber que precisavam se (re) adaptar às mudanças do contexto sem perder sua identidade e os valores essenciais de sua cultura.

O enfoque das práticas de memória mudou consideravelmente desde que a temática foi inserida no ambiente empresarial. Se antes o objetivo era documentar o acervo ou realizar uma mera celebração do passado, nos últimos anos os projetos de resgate histórico têm sido pensados como ações de comunicação institucional e marketing corporativo (TOTINI; GAGETE, 2004). Porém, não obstante a aplicação de novos conceitos de memória face à necessidade de uma comunicação mais aberta e transparente, ela tem sido vislumbrada ainda como uma “ferramenta” (grifo nosso) de comunicação, perspectiva diferente da que propomos aqui por acreditar que essa visão instrumental não dá conta da complexidade das organizações atuais.

3.2 O lugar da Memória Institucional nas Organizações Complexas

Neste contexto complexo, onde a velocidade e o descarte imperam, e as referências coletivas estão enfraquecidas e o individualismo, exacerbado, a Memória Institucional se apresenta como uma possibilidade de Comunicação Organizacional que pode propiciar a relação e o resgate da identidade dos indivíduos. Isso porque promove a reflexão acerca de valores duradouros,

22

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

cada vez mais distantes da realidade fugaz que parece ter abarcado as organizações e os relacionamentos na conjuntura atual.

A solidez da trajetória de uma organização ao longo do tempo pode representar uma possibilidade de (re) construir relacionamentos de valor com seus públicos de interesse. Ela pode constituir, também, uma possibilidade de lugarizar (grifo nosso) os sujeitos organizacionais neste contexto de valores transitórios e identidades descentralizadas.

Refletir sobre a questão do lugar é indispensável atualmente, porque é ele que permite aos indivíduos perceberem o mundo, posto que reúne características de permanência, mesmo em meio à fluidez e à competitividade presente nos tempos atuais: “é pelo lugar que revemos o mundo e ajustamos nossa interpretação, pois nele, o recôndito, o permanente, o real triunfam, afinal, sobre o movimento, o passageiro, o imposto de fora” (SANTOS, 1994, p. 37). Noutra perspectiva, Augè (1994) compreende o lugar como o identitário, o relacional e o histórico, ou seja, as referências que compõe a identidade individual e que marcam as relações dos sujeitos com os outros6. As organizações complexas podem ser um lugar onde os indivíduos encontrem sentido para as suas ações.

Em nossa visão, a Memória Institucional consiste em uma (re) construção de fatos e acontecimentos significativos da trajetória e das experiências da organização, selecionados e (re) organizados com o objetivo de estimular o processo de (re) construção de uma identidade comum entre esta e seus públicos de interesse. Mas, embora essa identidade seja volátil e mutável em razão da complexidade do ambiente organizacional, é ela que, dialogicamente, pode propiciar o senso de pertencimento e a partilha de significados entre os sujeitos e a instituição. Tal aspecto parece ser relevante, porque, conforme Tedesco (2004, p. 64, grifo do autor), “um indivíduo que perde o sentido da relação com o próprio passado perde também um elemento fundante de sua identidade, ou seja, a capacidade de perceber sua própria continuidade, de se reconhecer como “mesmo” no decorrer do tempo”. O papel da Memória Institucional é, então, (re) construir o futuro por meio do passado e da 6 Augè (1994) também conceitua os não-lugares numa oposição aos lugares. Nesse sentido, constituem espaços de passagem, do provisório, do efêmero e do transitório, e representam uma nova configuração social, característica de uma época que se define pelo excesso de fatos, superabundância espacial e individualização das referências (AUGÈ, 1994).

21

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

[...] muitas delas se inspiravam no management japonês e norte-americano, principalmente do programa conhecido como 5S, que em seu manejo prevê, como um dos primeiros rituais, o descarte de “coisas velhas” pelos empregados das empresas que implantam esse tipo de metodologia. Assim, nos anos 1990, simplesmente se jogaram no lixo milhares de documentos, fotografias, máquinas e objetos, sem nenhuma preocupação com a preservação da memória organizacional (NASSAR, 2007, p. 20, grifo do autor).

Após o término desse movimento de descarte de documentos, fotos e outros registros importantes de suas trajetórias, as organizações passaram a compreender que a história é que traduz a sua identidade, interna e externamente, pois “é ela que constrói, a cada dia, a percepção que o consumidor e seus funcionários têm das marcas, dos produtos, dos serviços” (NASSAR, 2004, p. 21). Totini e Gagete (2004) apontam que isso se deu em virtude de as empresas terem começado a perceber que precisavam se (re) adaptar às mudanças do contexto sem perder sua identidade e os valores essenciais de sua cultura.

O enfoque das práticas de memória mudou consideravelmente desde que a temática foi inserida no ambiente empresarial. Se antes o objetivo era documentar o acervo ou realizar uma mera celebração do passado, nos últimos anos os projetos de resgate histórico têm sido pensados como ações de comunicação institucional e marketing corporativo (TOTINI; GAGETE, 2004). Porém, não obstante a aplicação de novos conceitos de memória face à necessidade de uma comunicação mais aberta e transparente, ela tem sido vislumbrada ainda como uma “ferramenta” (grifo nosso) de comunicação, perspectiva diferente da que propomos aqui por acreditar que essa visão instrumental não dá conta da complexidade das organizações atuais.

3.2 O lugar da Memória Institucional nas Organizações Complexas

Neste contexto complexo, onde a velocidade e o descarte imperam, e as referências coletivas estão enfraquecidas e o individualismo, exacerbado, a Memória Institucional se apresenta como uma possibilidade de Comunicação Organizacional que pode propiciar a relação e o resgate da identidade dos indivíduos. Isso porque promove a reflexão acerca de valores duradouros,

22

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

cada vez mais distantes da realidade fugaz que parece ter abarcado as organizações e os relacionamentos na conjuntura atual.

A solidez da trajetória de uma organização ao longo do tempo pode representar uma possibilidade de (re) construir relacionamentos de valor com seus públicos de interesse. Ela pode constituir, também, uma possibilidade de lugarizar (grifo nosso) os sujeitos organizacionais neste contexto de valores transitórios e identidades descentralizadas.

Refletir sobre a questão do lugar é indispensável atualmente, porque é ele que permite aos indivíduos perceberem o mundo, posto que reúne características de permanência, mesmo em meio à fluidez e à competitividade presente nos tempos atuais: “é pelo lugar que revemos o mundo e ajustamos nossa interpretação, pois nele, o recôndito, o permanente, o real triunfam, afinal, sobre o movimento, o passageiro, o imposto de fora” (SANTOS, 1994, p. 37). Noutra perspectiva, Augè (1994) compreende o lugar como o identitário, o relacional e o histórico, ou seja, as referências que compõe a identidade individual e que marcam as relações dos sujeitos com os outros6. As organizações complexas podem ser um lugar onde os indivíduos encontrem sentido para as suas ações.

Em nossa visão, a Memória Institucional consiste em uma (re) construção de fatos e acontecimentos significativos da trajetória e das experiências da organização, selecionados e (re) organizados com o objetivo de estimular o processo de (re) construção de uma identidade comum entre esta e seus públicos de interesse. Mas, embora essa identidade seja volátil e mutável em razão da complexidade do ambiente organizacional, é ela que, dialogicamente, pode propiciar o senso de pertencimento e a partilha de significados entre os sujeitos e a instituição. Tal aspecto parece ser relevante, porque, conforme Tedesco (2004, p. 64, grifo do autor), “um indivíduo que perde o sentido da relação com o próprio passado perde também um elemento fundante de sua identidade, ou seja, a capacidade de perceber sua própria continuidade, de se reconhecer como “mesmo” no decorrer do tempo”. O papel da Memória Institucional é, então, (re) construir o futuro por meio do passado e da 6 Augè (1994) também conceitua os não-lugares numa oposição aos lugares. Nesse sentido, constituem espaços de passagem, do provisório, do efêmero e do transitório, e representam uma nova configuração social, característica de uma época que se define pelo excesso de fatos, superabundância espacial e individualização das referências (AUGÈ, 1994).

23

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

atualidade, no qual a identificação dos elementos da cultura e da identidade organizacional serão fatores predominantes.

Quanto às possibilidades latentes da Memória Institucional, consideramos que as mais acentuadas são revelar e contextualizar as inúmeras facetas das organizações complexas, evidenciando que a trajetória ao longo de uma história é mais valiosa do que fatos isolados que talvez estejam presentes no imaginário coletivo. Representa, deste modo, uma alternativa para compreensão das diferenças e dos aspectos contraditórios existentes no ambiente organizacional, pois, “sem memória, sem a leitura dos restos do passado, não pode haver o reconhecimento da diferença [...] nem a tolerância das ricas complexidades e instabilidades pessoais e culturais, políticas e nacionais” (HUYSSEN, 2006, p. 72, grifo nosso).

Outrossim, tais iniciativas podem servir para a defesa de sua imagem em situações de crise (NASSAR, 2007). Igualmente, contribuem para criar valor para a organização, uma vez que o mergulho para dentro do próprio ser que essas práticas promovem favorece o autoconhecimento e representa uma maneira bastante contundente de antever o futuro (MARICATO, 2006). Esses valores intangíveis que implicitamente afetam as relações das organizações complexas – imagem, identidade e reputação - constituem ativos que representa um de seus maiores legados atualmente.

A Memória Institucional se apresenta, em nossa visão, como uma alternativa para gerar uma comunicação organizacional significativa, permanente e bidirecional, que favoreça a (re) construção de relacionamentos de valor e garanta o processo de negociação entre a organização e seus públicos de interesse. Ela se expressa como uma possibilidade de (re) ligação dos sujeitos à estrutura, pois propicia aos indivíduos se reconhecerem como elementos partícipes da trajetória organizacional. Nesse sentido, representa um contraponto aos não-lugares, na medida em que estimula o sentido de continuidade em um contexto caracterizado pela incerteza e o efêmero.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação sempre desempenhou um papel de destaque no

24

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

desenvolvimento da sociedade, mas é no ambiente marcado pela complexidade que ela se configura como imprescindível. Nesse contexto de valores efêmeros, identidades fragmentadas e contínuas mudanças, o grande desafio que se coloca para a comunicação é (re) constituir ou tentar criar vínculos que possam propiciar o senso de pertencimento e o resgate da identidade do indivíduo.

Segundo Nassar (2007), diante do enfraquecimento das formas tradicionais de comunicação com o objetivo de envolver os empregados e outros públicos, a história organizacional começou a se firmar como uma nova perspectiva para o reforço, principalmente, do sentimento de pertencimento dos empregados, como protagonistas fundamentais das realizações, dos bens, dos serviços e da própria sustentação dos empreendimentos.

O conhecimento, a preservação e a utilização estratégica da Memória Institucional se apresentam como aspectos relevantes para a Comunicação Organizacional em um tempo onde “forças de desintegração múltiplas e potentes encontram-se em andamento” (MORIN, 2007, p. 15), marcado por constantes mudanças, modismos e instantaneidade. Tais práticas evidenciam a responsabilidade histórica da organização, marcando seu legado para a sociedade, e podem representar um caminho para a questão do pertencimento. Desse modo, colaboram para fortalecer a imagem, a identidade e reputação da organização, legitimando sua ação perante a sociedade.

Esse contexto complexo, em que a reputação, on-line, exige novos e rápidos posicionamentos, requer novas possibilidades de comunicação, pois até mesmo os não-ditos se tornam, muitas vezes, mais audíveis do que projetos de comunicação vigorosamente planejados e sistematicamente executados. Contextualizar os acontecimentos, positivos ou negativos, da trajetória de uma organização é essencial, pois, de acordo com Morin (2007, p. 58), uma palavra só tem sentido no contexto, uma informação só tem sentido numa concepção ou numa teoria, e da mesma forma “um acontecimento só é inteligível se é possível restituí-lo em suas condições históricas, sociológicas ou outras”.

Destarte, ponderar sobre possibilidades de comunicação que nos permitam

23

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

atualidade, no qual a identificação dos elementos da cultura e da identidade organizacional serão fatores predominantes.

Quanto às possibilidades latentes da Memória Institucional, consideramos que as mais acentuadas são revelar e contextualizar as inúmeras facetas das organizações complexas, evidenciando que a trajetória ao longo de uma história é mais valiosa do que fatos isolados que talvez estejam presentes no imaginário coletivo. Representa, deste modo, uma alternativa para compreensão das diferenças e dos aspectos contraditórios existentes no ambiente organizacional, pois, “sem memória, sem a leitura dos restos do passado, não pode haver o reconhecimento da diferença [...] nem a tolerância das ricas complexidades e instabilidades pessoais e culturais, políticas e nacionais” (HUYSSEN, 2006, p. 72, grifo nosso).

Outrossim, tais iniciativas podem servir para a defesa de sua imagem em situações de crise (NASSAR, 2007). Igualmente, contribuem para criar valor para a organização, uma vez que o mergulho para dentro do próprio ser que essas práticas promovem favorece o autoconhecimento e representa uma maneira bastante contundente de antever o futuro (MARICATO, 2006). Esses valores intangíveis que implicitamente afetam as relações das organizações complexas – imagem, identidade e reputação - constituem ativos que representa um de seus maiores legados atualmente.

A Memória Institucional se apresenta, em nossa visão, como uma alternativa para gerar uma comunicação organizacional significativa, permanente e bidirecional, que favoreça a (re) construção de relacionamentos de valor e garanta o processo de negociação entre a organização e seus públicos de interesse. Ela se expressa como uma possibilidade de (re) ligação dos sujeitos à estrutura, pois propicia aos indivíduos se reconhecerem como elementos partícipes da trajetória organizacional. Nesse sentido, representa um contraponto aos não-lugares, na medida em que estimula o sentido de continuidade em um contexto caracterizado pela incerteza e o efêmero.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A comunicação sempre desempenhou um papel de destaque no

24

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

desenvolvimento da sociedade, mas é no ambiente marcado pela complexidade que ela se configura como imprescindível. Nesse contexto de valores efêmeros, identidades fragmentadas e contínuas mudanças, o grande desafio que se coloca para a comunicação é (re) constituir ou tentar criar vínculos que possam propiciar o senso de pertencimento e o resgate da identidade do indivíduo.

Segundo Nassar (2007), diante do enfraquecimento das formas tradicionais de comunicação com o objetivo de envolver os empregados e outros públicos, a história organizacional começou a se firmar como uma nova perspectiva para o reforço, principalmente, do sentimento de pertencimento dos empregados, como protagonistas fundamentais das realizações, dos bens, dos serviços e da própria sustentação dos empreendimentos.

O conhecimento, a preservação e a utilização estratégica da Memória Institucional se apresentam como aspectos relevantes para a Comunicação Organizacional em um tempo onde “forças de desintegração múltiplas e potentes encontram-se em andamento” (MORIN, 2007, p. 15), marcado por constantes mudanças, modismos e instantaneidade. Tais práticas evidenciam a responsabilidade histórica da organização, marcando seu legado para a sociedade, e podem representar um caminho para a questão do pertencimento. Desse modo, colaboram para fortalecer a imagem, a identidade e reputação da organização, legitimando sua ação perante a sociedade.

Esse contexto complexo, em que a reputação, on-line, exige novos e rápidos posicionamentos, requer novas possibilidades de comunicação, pois até mesmo os não-ditos se tornam, muitas vezes, mais audíveis do que projetos de comunicação vigorosamente planejados e sistematicamente executados. Contextualizar os acontecimentos, positivos ou negativos, da trajetória de uma organização é essencial, pois, de acordo com Morin (2007, p. 58), uma palavra só tem sentido no contexto, uma informação só tem sentido numa concepção ou numa teoria, e da mesma forma “um acontecimento só é inteligível se é possível restituí-lo em suas condições históricas, sociológicas ou outras”.

Destarte, ponderar sobre possibilidades de comunicação que nos permitam

25

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

evidenciar os outros lados/facetas/aspectos das organizações, que são ao mesmo tempo uma mescla de aspectos complexos/antagônicos, contraditórios, mas complementares, é premente nos dias atuais, uma vez que, conforme observa Morin (2008, p. 50), “não se deve reduzir um ser à mínima parcela de si mesmo, nem à parcela ruim de seu passado”. Assim, como o passado, o presente e o futuro das organizações estão inseridos numa relação circular que segue uma lógica recursiva. As organizações necessitam olhar para trás e identificar os aspectos de seu percurso que foram significativos, pois estes têm influências e consequências, no hoje e no amanhã.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUGÈ, Marc. Dos lugares aos não lugares. In: Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus Editora, 1994.

BALDISSERA, Rudimar. A teoria da complexidade e novas perspectivas para os estudos de comunicação organizacional. In KUNSCH, Margarida Maria Krohling (Org.). Comunicação organizacional: histórico, fundamentos e processos. São Paulo: Saraiva, 2009, v. 1.

BERGSON, Henri. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e cultura. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

FREITAS, Maria Ester de. Cultura organizacional: identidade, sedução e carisma? 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

HUYSSEN, Andréas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.

IZQUIERDO, Iván. Memória. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MARICATO, Adriano. História e memória. In MARCHIORI, Marlene (Org).

26

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Faces da cultura e da comunicação organizacional. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2006.

MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2006.

______. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

MORIN, Edgar. O método 6: ética. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007b.

______. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 15. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

NASSAR, Paulo. Relações públicas na construção da responsabilidade histórica e no resgate da memória institucional das organizações. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2007.

______. Relações públicas e história organizacional no Brasil. Organicom – Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas. São Paulo, ano 3, n. 5, p. 155-177, 2º. Semestre 2006.

______. Sem memória, o futuro fica suspenso no ar. In NASSAR, Paulo. Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.

OLIVEIRA, Ivone de Lourdes. Constituição do campo da comunicação no contexto organizacional: interfaces e construção de sentido. In: JESUS, Eduardo de. & SALOMÃO, Mohazir (org). Interações plurais: a comunicação e o contemporâneo. São Paulo: Annablume, 2008.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social: estudos históricos. Revista Estudos Históricos, CPDOC,/FGV Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.

SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994.

SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade. Comunicação organizacional: certezas e incertezas. In SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade (Org.). O diálogo possível: comunicação organizacional e paradigma da complexidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.

25

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

evidenciar os outros lados/facetas/aspectos das organizações, que são ao mesmo tempo uma mescla de aspectos complexos/antagônicos, contraditórios, mas complementares, é premente nos dias atuais, uma vez que, conforme observa Morin (2008, p. 50), “não se deve reduzir um ser à mínima parcela de si mesmo, nem à parcela ruim de seu passado”. Assim, como o passado, o presente e o futuro das organizações estão inseridos numa relação circular que segue uma lógica recursiva. As organizações necessitam olhar para trás e identificar os aspectos de seu percurso que foram significativos, pois estes têm influências e consequências, no hoje e no amanhã.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUGÈ, Marc. Dos lugares aos não lugares. In: Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus Editora, 1994.

BALDISSERA, Rudimar. A teoria da complexidade e novas perspectivas para os estudos de comunicação organizacional. In KUNSCH, Margarida Maria Krohling (Org.). Comunicação organizacional: histórico, fundamentos e processos. São Paulo: Saraiva, 2009, v. 1.

BERGSON, Henri. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e cultura. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

FREITAS, Maria Ester de. Cultura organizacional: identidade, sedução e carisma? 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

HUYSSEN, Andréas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.

IZQUIERDO, Iván. Memória. Porto Alegre: Artmed, 2002.

MARICATO, Adriano. História e memória. In MARCHIORI, Marlene (Org).

26

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Faces da cultura e da comunicação organizacional. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2006.

MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2006.

______. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

MORIN, Edgar. O método 6: ética. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007b.

______. A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 15. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.

NASSAR, Paulo. Relações públicas na construção da responsabilidade histórica e no resgate da memória institucional das organizações. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2007.

______. Relações públicas e história organizacional no Brasil. Organicom – Revista Brasileira de Comunicação Organizacional e Relações Públicas. São Paulo, ano 3, n. 5, p. 155-177, 2º. Semestre 2006.

______. Sem memória, o futuro fica suspenso no ar. In NASSAR, Paulo. Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.

OLIVEIRA, Ivone de Lourdes. Constituição do campo da comunicação no contexto organizacional: interfaces e construção de sentido. In: JESUS, Eduardo de. & SALOMÃO, Mohazir (org). Interações plurais: a comunicação e o contemporâneo. São Paulo: Annablume, 2008.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social: estudos históricos. Revista Estudos Históricos, CPDOC,/FGV Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 200-212, 1992.

SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994.

SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade. Comunicação organizacional: certezas e incertezas. In SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade (Org.). O diálogo possível: comunicação organizacional e paradigma da complexidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.

27

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

TEDESCO, João Carlos. Nas cercanias da memória: temporalidade, experiência e narração. Passo Fundo: UPF; Caxias do Sul: EDUCS, 2004.

TOTINI, Beth; GAGETE, Èlida. Memória empresarial, uma análise da sua evolução. In NASSAR, Paulo. Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.

WOLTON, Dominique. É preciso salvar a comunicação. São Paulo: Ed. Paulus, 2006.

WORCMAN, Karen; PEREIRA, Jesus Vasquez (Coord). História falada: memória, rede e mudança social. São Paulo: SESC SP, 2006.

______. Memória do futuro: um desafio. In NASSAR, Paulo (Org). Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.

28

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

27

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

TEDESCO, João Carlos. Nas cercanias da memória: temporalidade, experiência e narração. Passo Fundo: UPF; Caxias do Sul: EDUCS, 2004.

TOTINI, Beth; GAGETE, Èlida. Memória empresarial, uma análise da sua evolução. In NASSAR, Paulo. Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.

WOLTON, Dominique. É preciso salvar a comunicação. São Paulo: Ed. Paulus, 2006.

WORCMAN, Karen; PEREIRA, Jesus Vasquez (Coord). História falada: memória, rede e mudança social. São Paulo: SESC SP, 2006.

______. Memória do futuro: um desafio. In NASSAR, Paulo (Org). Memória de empresa: história e comunicação de mãos dadas, a construir o futuro das organizações. São Paulo: Aberje, 2004.

28

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

29

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DA JUSTIÇA FEDERAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Ronald Krüger Rodor 1

1 INTRODUÇÃO

Em fins de 2011 fomos convidados pelo Juiz Federal Diretor do Foro do Espírito Santo, dr. Fernando Cesar Baptista de Mattos, a elaborar trabalho voltado para o resgate da memória institucional da Seção Judiciária do Estado.

A Seção Judiciária do Espírito Santo foi recriada no ano de 19672, após a edição do Ato Institucional nº 2/1965 e da publicação da respectiva lei regulamentadora (Lei nº 5.010/1966), com a reinstalação formal, na presença de um ministro do Tribunal Federal de Recursos, nos termos do disposto no Decreto-Lei nº 253/1967 (art.12), ocorrendo em 19683.

De princípio, foram percebidas duas necessidades, a saber:

a) reconstrução da história da Seção Judiciária no período de 1890 a 1937;

b) compilação das informações mais relevantes referentes à história da Seção Judiciária no período posterior à sua reinstalação, ocorrida de fato em maio de 1967.

O objetivo inicial era mais modesto, limitava-se à elaboração de um texto, que poderia ser apenas um artigo a ser divulgado internamente na instituição ou publicado em sua página na rede mundial de computadores. Conforme o trabalho foi tomando forma, no entanto, as informações foram se avolumando, razão pela qual aprofundamos o propósito inicial e optamos por publicar um livro sobre o assunto, lançado em setembro de 2014.

Nesta oportunidade, a convite do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, vamos detalhar

1 Juiz Federal titular da 2ª Vara Federal Criminal de Vitória/ES e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo – IHGES.2 As nomeações dos respectivos juízes foram publicadas no Diário Oficial da União de 14/03/1967, com o início de atuação dos mesmos em maio do mesmo ano.3 Cerimônia realizada em 27 de setembro de 1968, com a presença do Ministro J. J. Moreira Rabello, do TFR, e do então Governador do Estado, Cristiano Dias Lopes Filho.

30

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

a dinâmica da execução do referido projeto, bem como resumir as demais iniciativas da Seção Judiciária na área voltada à Memória Institucional.

2 RESUMO HISTÓRICO DA JUSTIÇA FEDERAL

Durante o século XIX, após a independência do país (1822), uma das discussões mais comuns encontradas no meio político brasileiro, principalmente durante o segundo Império, dizia respeito à concessão de maior autonomia das províncias.

Essa discussão resultou em alguns dos trabalhos mais profundos e complexos da ciência política do período4, precedendo em muito qualquer debate sobre o republicanismo, estando, na verdade, sempre subjacente a este último, mesmo quando já amplamente em voga, o que se dá mais notadamente na década de 1870.

Observe-se que a percepção da resistência do governo imperial à concessão de maior autonomia das províncias acabou alimentando o movimento republicano, o que resultará, aliado a outros fatores mais imediatos (Guerra do Paraguai, movimento abolicionista etc.), no movimento do 15 de novembro.

Esse movimento, como não poderia deixar de ser, também consagra o federalismo, nos termos exatos do art. 2º do Decreto nº 1 do Governo Provisório5, que transformou as antigas províncias do Império em estados federados.

Consequência natural da adoção do federalismo foi a elaboração de sistemas de poder duais. Assim sendo, as antigas presidências provinciais foram transformadas em presidências estaduais (governadores). Quanto às assembleias provinciais, preferiu-se extingui-las, atribuindo-se aos governadores suas competências, até a efetiva implantação das Constituições estaduais6.

No que concerne ao Poder Judiciário, que era unitário por natureza durante o

4 Vide, em particular, A Província: estudo sobre a descentralização no Brasil, de Aureliano Tavares Bastos (1870).5 Decreto nº 1, de 15/11/1889. Art. 2º: As Províncias do Brasil, reunidas pelo laço da federação, ficam constituindo os Estados Unidos do Brasil.6 Decreto nº 7, de 20/11/1889.

29

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

A CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA DA JUSTIÇA FEDERAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Ronald Krüger Rodor 1

1 INTRODUÇÃO

Em fins de 2011 fomos convidados pelo Juiz Federal Diretor do Foro do Espírito Santo, dr. Fernando Cesar Baptista de Mattos, a elaborar trabalho voltado para o resgate da memória institucional da Seção Judiciária do Estado.

A Seção Judiciária do Espírito Santo foi recriada no ano de 19672, após a edição do Ato Institucional nº 2/1965 e da publicação da respectiva lei regulamentadora (Lei nº 5.010/1966), com a reinstalação formal, na presença de um ministro do Tribunal Federal de Recursos, nos termos do disposto no Decreto-Lei nº 253/1967 (art.12), ocorrendo em 19683.

De princípio, foram percebidas duas necessidades, a saber:

a) reconstrução da história da Seção Judiciária no período de 1890 a 1937;

b) compilação das informações mais relevantes referentes à história da Seção Judiciária no período posterior à sua reinstalação, ocorrida de fato em maio de 1967.

O objetivo inicial era mais modesto, limitava-se à elaboração de um texto, que poderia ser apenas um artigo a ser divulgado internamente na instituição ou publicado em sua página na rede mundial de computadores. Conforme o trabalho foi tomando forma, no entanto, as informações foram se avolumando, razão pela qual aprofundamos o propósito inicial e optamos por publicar um livro sobre o assunto, lançado em setembro de 2014.

Nesta oportunidade, a convite do Ministério Público do Estado do Espírito Santo, pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional, vamos detalhar

1 Juiz Federal titular da 2ª Vara Federal Criminal de Vitória/ES e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo – IHGES.2 As nomeações dos respectivos juízes foram publicadas no Diário Oficial da União de 14/03/1967, com o início de atuação dos mesmos em maio do mesmo ano.3 Cerimônia realizada em 27 de setembro de 1968, com a presença do Ministro J. J. Moreira Rabello, do TFR, e do então Governador do Estado, Cristiano Dias Lopes Filho.

30

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

a dinâmica da execução do referido projeto, bem como resumir as demais iniciativas da Seção Judiciária na área voltada à Memória Institucional.

2 RESUMO HISTÓRICO DA JUSTIÇA FEDERAL

Durante o século XIX, após a independência do país (1822), uma das discussões mais comuns encontradas no meio político brasileiro, principalmente durante o segundo Império, dizia respeito à concessão de maior autonomia das províncias.

Essa discussão resultou em alguns dos trabalhos mais profundos e complexos da ciência política do período4, precedendo em muito qualquer debate sobre o republicanismo, estando, na verdade, sempre subjacente a este último, mesmo quando já amplamente em voga, o que se dá mais notadamente na década de 1870.

Observe-se que a percepção da resistência do governo imperial à concessão de maior autonomia das províncias acabou alimentando o movimento republicano, o que resultará, aliado a outros fatores mais imediatos (Guerra do Paraguai, movimento abolicionista etc.), no movimento do 15 de novembro.

Esse movimento, como não poderia deixar de ser, também consagra o federalismo, nos termos exatos do art. 2º do Decreto nº 1 do Governo Provisório5, que transformou as antigas províncias do Império em estados federados.

Consequência natural da adoção do federalismo foi a elaboração de sistemas de poder duais. Assim sendo, as antigas presidências provinciais foram transformadas em presidências estaduais (governadores). Quanto às assembleias provinciais, preferiu-se extingui-las, atribuindo-se aos governadores suas competências, até a efetiva implantação das Constituições estaduais6.

No que concerne ao Poder Judiciário, que era unitário por natureza durante o

4 Vide, em particular, A Província: estudo sobre a descentralização no Brasil, de Aureliano Tavares Bastos (1870).5 Decreto nº 1, de 15/11/1889. Art. 2º: As Províncias do Brasil, reunidas pelo laço da federação, ficam constituindo os Estados Unidos do Brasil.6 Decreto nº 7, de 20/11/1889.

31

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Império, optou-se prioritariamente por aproveitar os antigos órgãos judiciais na estrutura do novo aparato judiciário dos Estados, de modo que as antigas Relações7 foram transformadas em tribunais da Justiça local8.

No plano federal, não obstante, criou-se uma Justiça da União, idealizada com duas instâncias: a) os juízes seccionais (de secção ou federais) e b) Supremo Tribunal Federal.

A organização da Justiça Federal se deu pelo Decreto nº 848, de 11 de outubro de 1890, que também tratou do processo judicial, civil e penal, no âmbito dessa organização judiciária.

Observe-se que o Supremo Tribunal Federal substituiu o extinto Supremo Tribunal de Justiça, existente ao tempo do Império9.

Havia, também, a figura do juiz substituto de juiz seccional, o qual cumpria mandato de seis anos.

Com a Lei nº 221/1894 foi criada, ainda, a figura do juiz suplente de substituto, que cumpria mandato de quatro anos10.

Ao longo da Primeira República (República Velha), a Justiça Federal esteve praticamente restrita à implantação de uma única vara (secção) em cada Estado, nas respectivas capitais11, não sendo diferente no Espírito Santo.7 Existiam onze Relações quando da Proclamação da República. A da Bahia foi instalada em 7/03/1609, como tribunal de apelação da Colônia, funcionando intermitentemente até 1652, quando foi restabelecida em definitivo. A do Rio de Janeiro foi criada pelo Regimento de 13/10/1751. A do Maranhão foi criada por Resolução de 23/08/1811. A de Pernambuco, com o nome de Relação da Vila de Recife, foi criada pelo Alvará de 6/02/1821. Pelo Decreto nº 2.342/1873 criaram-se as Relações de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Pará, Mato Grosso e Goiás.8 Observe-se que o Governo Transitório continuou, durante algum tempo, a legislar sobre a organização judiciária local, anteriormente à organização dos Estados. Vide, por exemplo, os Decretos nos 24-A, 24-B e 24-C, de 29/11/1889; Decreto nº 26, de 30/11/1889; Decreto nº 28, de 02/12/1889; Decreto nº 31, de 03/12/1889; Decretos nos 35 e 36, de 05/12/1889; Decreto nº 39, de 06/12/1889; Decretos nos 45, 46, 47, 48, 49 e 50, de 07/12/1889; Decreto nº 52, de 09/12/1889; Decretos nos 53 e 54, de 10/12/1889; Decretos nos 59, 60, 61, 62 e 63, de 16/12/1889; Decretos nos 71, 72 e 73, de 20/12/1889. Em especial, vide Decreto nº 40, de 06/12/1889, que declara a entrância da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim/ES; o Decreto nº 41, da mesma data, que declara a entrância da Comarca de Santa Leopoldina/ES e cria nesta o lugar de juiz municipal; Decreto nº 343, de 19/04/1890, que declara a entrância de Benevente/ES; Decreto nº 562, de 10/07/1890, que declara a entrância de Viana/ES e cria o lugar de juiz municipal e de órfãos da mesma; e Decretos nos 1.022 e 1.023, de 14/12/1890, que declara as entrâncias das Comarcas de Rio Pardo/ES e Itabapoana/ES.9 Previsto no art. 163 da Constituição Política do Império do Brasil (25/03/1824), o Supremo Tribunal de Justiça havia sido regulado pela Lei de 18 de setembro de 1828, tendo sido instalado de fato em janeiro de 1829.10 Inicialmente, os suplentes eram alocados em circunscrições fixadas por decretos do Poder Executivo. No caso do Espírito Santo, o Decreto nº 4.051/1901. A partir da Lei nº 1.269/1904 (art. 138), passou a existir três cargos de suplentes para cada município em que se dividisse o Estado.11 Exceção feita ao Distrito Federal (Rio de Janeiro), que chegou a ter três varas federais. A segunda,

32

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A Constituição da República de 1934 (16 de julho) manteve a estrutura da Justiça Federal, prevendo, no entanto, a criação de um tribunal de segunda instância (art. 79) que assumiria a função de corte de apelação desse ramo judiciário, retirando do STF tal atribuição12.

Com o Estado Novo e a extrema centralização do Poder Político, empreendida pela Carta de 10 de novembro de 1937, optou-se por extinguir a Justiça Federal (arts. 182 e 185), o que foi objeto de regulamentação pelo Decreto-Lei nº 6/193713.

Embora a centralização fosse na esfera federal, não seria possível substituir-se a estrutura das Justiças dos Estados, muito mais ampla e capilarizada do que a da Justiça da União, daí porque a lógica do Regime foi a manutenção daquelas com a especialização de varas estaduais, nas capitais, para o julgamento das demandas de interesse da União, remanescendo o STF como Corte de Apelação dessas causas.

A Constituição Federal de 1946, no entanto, criou o Tribunal Federal de Recursos (art. 94, II), havendo, ainda, a previsão da criação de outros tribunais federais (art. 105), o que não chegou a ocorrer de fato14.

No início da década de 1960, já havia vários estudos no sentido de se recriar, a Justiça Federal de primeira instância, como os anteprojetos do STF15 e

criada pelo Decreto nº 1.152/1904, e a terceira pelo Decreto nº 4.848/1924. Este último normativo também criou a 2ª Vara Federal de São Paulo e a 2ª Vara Federal de Minas Gerais. Uma das varas da Seção de Minas Gerais, no entanto, foi extinta pela Lei nº 323/1936. O Decreto nº 22.169/1932 extinguiu a 2ª Vara de São Paulo, que, no entanto, foi posteriormente restabelecida pela Lei nº 488/1937.12 O art. 22 do Decreto nº 4.381/1921 chegou a prever a criação de três tribunais federais, o que nunca foi implantado, em parte porque o próprio STF tendeu a interpretar, ao longo da vigência da Constituição de 1891, que a previsão constante do texto constitucional de “tribunais federais” equivaleria a juízes colegiados de primeiro grau e não, propriamente, a tribunais regionais.13 Os juízes seccionais que não foram aproveitados em outras estruturas judiciárias foram colocados em disponibilidade por decretos do dia 30/11/1937. O Decreto-Lei nº 327/1938 colocou em disponibilidade os juízes federais substitutos e o Decreto-Lei nº 870/1938 estendeu a disponibilidade aos oficiais de Justiça da extinta Justiça Federal.14 A implantação efetiva do TFR se deu após a edição da Lei nº 33/1947, que regulou diversos aspectos de sua instalação. Observe-se que o art. 14 do ADCT da CF/1946 previa a participação, na primeira composição da Corte, de alguns membros da extinta Justiça Federal. Foram escolhidos, para atender a essa disposição, Edmundo Macedo Ludolf (ex-juiz seccional do MT, de AL, de MG e do DF), José Thomaz da Cunha Vasconcellos (ex-juiz seccional do RJ e do RN) e Djalma Tavares da Cunha Mello (ex-juiz seccional do RJ). Também galgaram a condição de ministros do TFR, o ex-juiz seccional Arthur de Souza Marinho, que atuou no Sergipe de 1935-1937, e o ex-juiz federal substituto Caetano Estellita Cavalcanti Pessoa, que atuou da Seção da Bahia de 1921-1924.15 Entregue ao Ministro Milton Campos em junho de 1965 conforme reportagem do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 12 jun. 1965, Primeiro Caderno, p. 4.

31

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Império, optou-se prioritariamente por aproveitar os antigos órgãos judiciais na estrutura do novo aparato judiciário dos Estados, de modo que as antigas Relações7 foram transformadas em tribunais da Justiça local8.

No plano federal, não obstante, criou-se uma Justiça da União, idealizada com duas instâncias: a) os juízes seccionais (de secção ou federais) e b) Supremo Tribunal Federal.

A organização da Justiça Federal se deu pelo Decreto nº 848, de 11 de outubro de 1890, que também tratou do processo judicial, civil e penal, no âmbito dessa organização judiciária.

Observe-se que o Supremo Tribunal Federal substituiu o extinto Supremo Tribunal de Justiça, existente ao tempo do Império9.

Havia, também, a figura do juiz substituto de juiz seccional, o qual cumpria mandato de seis anos.

Com a Lei nº 221/1894 foi criada, ainda, a figura do juiz suplente de substituto, que cumpria mandato de quatro anos10.

Ao longo da Primeira República (República Velha), a Justiça Federal esteve praticamente restrita à implantação de uma única vara (secção) em cada Estado, nas respectivas capitais11, não sendo diferente no Espírito Santo.7 Existiam onze Relações quando da Proclamação da República. A da Bahia foi instalada em 7/03/1609, como tribunal de apelação da Colônia, funcionando intermitentemente até 1652, quando foi restabelecida em definitivo. A do Rio de Janeiro foi criada pelo Regimento de 13/10/1751. A do Maranhão foi criada por Resolução de 23/08/1811. A de Pernambuco, com o nome de Relação da Vila de Recife, foi criada pelo Alvará de 6/02/1821. Pelo Decreto nº 2.342/1873 criaram-se as Relações de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Pará, Mato Grosso e Goiás.8 Observe-se que o Governo Transitório continuou, durante algum tempo, a legislar sobre a organização judiciária local, anteriormente à organização dos Estados. Vide, por exemplo, os Decretos nos 24-A, 24-B e 24-C, de 29/11/1889; Decreto nº 26, de 30/11/1889; Decreto nº 28, de 02/12/1889; Decreto nº 31, de 03/12/1889; Decretos nos 35 e 36, de 05/12/1889; Decreto nº 39, de 06/12/1889; Decretos nos 45, 46, 47, 48, 49 e 50, de 07/12/1889; Decreto nº 52, de 09/12/1889; Decretos nos 53 e 54, de 10/12/1889; Decretos nos 59, 60, 61, 62 e 63, de 16/12/1889; Decretos nos 71, 72 e 73, de 20/12/1889. Em especial, vide Decreto nº 40, de 06/12/1889, que declara a entrância da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim/ES; o Decreto nº 41, da mesma data, que declara a entrância da Comarca de Santa Leopoldina/ES e cria nesta o lugar de juiz municipal; Decreto nº 343, de 19/04/1890, que declara a entrância de Benevente/ES; Decreto nº 562, de 10/07/1890, que declara a entrância de Viana/ES e cria o lugar de juiz municipal e de órfãos da mesma; e Decretos nos 1.022 e 1.023, de 14/12/1890, que declara as entrâncias das Comarcas de Rio Pardo/ES e Itabapoana/ES.9 Previsto no art. 163 da Constituição Política do Império do Brasil (25/03/1824), o Supremo Tribunal de Justiça havia sido regulado pela Lei de 18 de setembro de 1828, tendo sido instalado de fato em janeiro de 1829.10 Inicialmente, os suplentes eram alocados em circunscrições fixadas por decretos do Poder Executivo. No caso do Espírito Santo, o Decreto nº 4.051/1901. A partir da Lei nº 1.269/1904 (art. 138), passou a existir três cargos de suplentes para cada município em que se dividisse o Estado.11 Exceção feita ao Distrito Federal (Rio de Janeiro), que chegou a ter três varas federais. A segunda,

32

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A Constituição da República de 1934 (16 de julho) manteve a estrutura da Justiça Federal, prevendo, no entanto, a criação de um tribunal de segunda instância (art. 79) que assumiria a função de corte de apelação desse ramo judiciário, retirando do STF tal atribuição12.

Com o Estado Novo e a extrema centralização do Poder Político, empreendida pela Carta de 10 de novembro de 1937, optou-se por extinguir a Justiça Federal (arts. 182 e 185), o que foi objeto de regulamentação pelo Decreto-Lei nº 6/193713.

Embora a centralização fosse na esfera federal, não seria possível substituir-se a estrutura das Justiças dos Estados, muito mais ampla e capilarizada do que a da Justiça da União, daí porque a lógica do Regime foi a manutenção daquelas com a especialização de varas estaduais, nas capitais, para o julgamento das demandas de interesse da União, remanescendo o STF como Corte de Apelação dessas causas.

A Constituição Federal de 1946, no entanto, criou o Tribunal Federal de Recursos (art. 94, II), havendo, ainda, a previsão da criação de outros tribunais federais (art. 105), o que não chegou a ocorrer de fato14.

No início da década de 1960, já havia vários estudos no sentido de se recriar, a Justiça Federal de primeira instância, como os anteprojetos do STF15 e

criada pelo Decreto nº 1.152/1904, e a terceira pelo Decreto nº 4.848/1924. Este último normativo também criou a 2ª Vara Federal de São Paulo e a 2ª Vara Federal de Minas Gerais. Uma das varas da Seção de Minas Gerais, no entanto, foi extinta pela Lei nº 323/1936. O Decreto nº 22.169/1932 extinguiu a 2ª Vara de São Paulo, que, no entanto, foi posteriormente restabelecida pela Lei nº 488/1937.12 O art. 22 do Decreto nº 4.381/1921 chegou a prever a criação de três tribunais federais, o que nunca foi implantado, em parte porque o próprio STF tendeu a interpretar, ao longo da vigência da Constituição de 1891, que a previsão constante do texto constitucional de “tribunais federais” equivaleria a juízes colegiados de primeiro grau e não, propriamente, a tribunais regionais.13 Os juízes seccionais que não foram aproveitados em outras estruturas judiciárias foram colocados em disponibilidade por decretos do dia 30/11/1937. O Decreto-Lei nº 327/1938 colocou em disponibilidade os juízes federais substitutos e o Decreto-Lei nº 870/1938 estendeu a disponibilidade aos oficiais de Justiça da extinta Justiça Federal.14 A implantação efetiva do TFR se deu após a edição da Lei nº 33/1947, que regulou diversos aspectos de sua instalação. Observe-se que o art. 14 do ADCT da CF/1946 previa a participação, na primeira composição da Corte, de alguns membros da extinta Justiça Federal. Foram escolhidos, para atender a essa disposição, Edmundo Macedo Ludolf (ex-juiz seccional do MT, de AL, de MG e do DF), José Thomaz da Cunha Vasconcellos (ex-juiz seccional do RJ e do RN) e Djalma Tavares da Cunha Mello (ex-juiz seccional do RJ). Também galgaram a condição de ministros do TFR, o ex-juiz seccional Arthur de Souza Marinho, que atuou no Sergipe de 1935-1937, e o ex-juiz federal substituto Caetano Estellita Cavalcanti Pessoa, que atuou da Seção da Bahia de 1921-1924.15 Entregue ao Ministro Milton Campos em junho de 1965 conforme reportagem do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 12 jun. 1965, Primeiro Caderno, p. 4.

33

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do TFR16, entregues ao Ministério da Justiça, mas todos esses projetos restaram prejudicados pela sucessão dos acontecimentos que resultaram na modificação da Constituição de 1946, pelo Ato Institucional nº 2.

Regulamentada a recriação da Justiça Federal pela Lei nº 5.010/1966, ainda vigente em alguns aspectos, os primeiros juízes federais e federais substitutos foram nomeados pelo Executivo em março de 1967, entrando em efetivo exercício em maio do mesmo ano. Observe-se que a Lei nº 5.010/66, originalmente, criou 40 varas federais, reinstituindo as Seções Judiciárias.

A Constituição Federal de 1967 manteve a nova Justiça Federal, assim como a Emenda Constitucional nº 1/1969.

A primeira vara federal do interior foi criada pelo Decreto-Lei nº 384/1968, com sede em Santos, havendo nova ampliação da estrutura judiciária de primeiro grau com a Lei nº 5.677/1971.

Com Emenda Constitucional nº 7/1977, procedeu-se algumas importantes alterações na estrutura da Justiça Federal, como o fim do cargo de juiz federal substituto, a ampliação do TFR, a extinção da previsão constitucional de criação de outros tribunais federais e retirada da competência da Justiça Federal das questões de direito marítimo e aeronáutico.

Ao longo da década de 1980, foram muitas as leis que ampliaram a estrutura da Justiça Federal de primeiro grau17, processo extremamente aprofundado ao longo da década de 1990, inclusive com a interiorização desse ramo do Judiciário18.

A Constituição Federal de 1988 extinguiu o TFR, criando em seu lugar o Superior Tribunal de Justiça e os tribunais regionais federais19, inclusive já sendo estabelecido, no art. 27, § 6º, do ADCT, o número inicial de cinco tribunais.

Com a Emenda Constitucional nº 22, de 18 de março de 1999, foi introduzido 16 Noticiada pelo Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 19 jun. 1965, Primeiro Caderno, p.4.17 Leis nos 6.824/80, 7.007/82, 7.030/82, 7.178/83, 7.521/86, 7.583/87, 7.595/87 e 7.631/87.18 Leis nos 8.146/90, 8.235/91, 8.251/91, 8.416/92, 8.424/92, 8.495/92, 8.535/92, 9.642/98, 9.664/98 e 9.788/99.19 O STJ foi instalado após a regulamentação da matéria pela Lei nº 7.746/89. Os tribunais regionais federais, por sua vez, após a edição da Lei nº 7.727/89, que, inclusive, fixou o número inicial dos membros de cada tribunal. A jurisdição territorial dos cinco primeiros tribunais regionais foi fixada pela Resolução nº 1, de 6/10/1988, do TFR.

34

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

parágrafo único ao art. 98 da Constituição de 1988, para prever a extensão dos juizados especiais também no âmbito da Justiça Federal, o que veio a ser regulamentado pela Lei nº 10.259/2001.

A partir dos juizados especiais federais, uma nova leva de leis tratou da ampliação da Justiça Federal de primeiro grau, ante a constatação da enorme litigiosidade reprimida existente20.

3 INICIATIVAS DA JUSTIÇA FEDERAL COM RELAÇÃO À PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL

Até a edição da Lei nº 8.159/1991, que instituiu a política nacional de arquivos públicos e privados, não havia nenhuma iniciativa coordenada de preservação da Memória Institucional no âmbito da Justiça Federal, o que era feito, no mais das vezes, mediante iniciativas isoladas de cada seção judiciária.

O Conselho da Justiça Federal – CJF21, no entanto, instituiu em 1999, por meio da Resolução nº 217, o “Programa de Gestão de Documentos da Administração Judiciária” e, em 2004, pela Resolução nº 359, a política de gestão das ações judiciais transitadas em julgado e arquivadas na Justiça Federal de primeiro e segundo graus.

Em 2008, o CJF editou a Resolução nº 23, que estabeleceu a “Consolidação Normativa do Programa de Gestão Documental de primeiro e segundo graus da Justiça Federal”. Essa Resolução tem um capítulo destinado especificamente à Memória Institucional.

De acordo com o art. 8º desse normativo, os documentos classificados como de guarda permanente constituem o fundo arquivístico histórico da Justiça Federal e devem ser guardados e disponibilizados para consulta de modo a não colocar em risco sua adequada preservação.

No âmbito da 2ª Região da Justiça Federal, que congrega as Seções Judiciárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo, já havia sido criado, em 2002, o Programa de

20 Leis nos 10.772/2003, 12.011/2009 e 12.665/2012, esta última tratando especificamente das turmas recursais dos juizados especiais federais. Vide, também, Lei nº 12.762/2012.21 O CJF, criado pela Lei nº 5.010/66, funciona atualmente junto ao STJ, tendo sido regulado pela Lei nº 8.472/1992. Atualmente, é regido pela Lei nº 11.798/2011.

33

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do TFR16, entregues ao Ministério da Justiça, mas todos esses projetos restaram prejudicados pela sucessão dos acontecimentos que resultaram na modificação da Constituição de 1946, pelo Ato Institucional nº 2.

Regulamentada a recriação da Justiça Federal pela Lei nº 5.010/1966, ainda vigente em alguns aspectos, os primeiros juízes federais e federais substitutos foram nomeados pelo Executivo em março de 1967, entrando em efetivo exercício em maio do mesmo ano. Observe-se que a Lei nº 5.010/66, originalmente, criou 40 varas federais, reinstituindo as Seções Judiciárias.

A Constituição Federal de 1967 manteve a nova Justiça Federal, assim como a Emenda Constitucional nº 1/1969.

A primeira vara federal do interior foi criada pelo Decreto-Lei nº 384/1968, com sede em Santos, havendo nova ampliação da estrutura judiciária de primeiro grau com a Lei nº 5.677/1971.

Com Emenda Constitucional nº 7/1977, procedeu-se algumas importantes alterações na estrutura da Justiça Federal, como o fim do cargo de juiz federal substituto, a ampliação do TFR, a extinção da previsão constitucional de criação de outros tribunais federais e retirada da competência da Justiça Federal das questões de direito marítimo e aeronáutico.

Ao longo da década de 1980, foram muitas as leis que ampliaram a estrutura da Justiça Federal de primeiro grau17, processo extremamente aprofundado ao longo da década de 1990, inclusive com a interiorização desse ramo do Judiciário18.

A Constituição Federal de 1988 extinguiu o TFR, criando em seu lugar o Superior Tribunal de Justiça e os tribunais regionais federais19, inclusive já sendo estabelecido, no art. 27, § 6º, do ADCT, o número inicial de cinco tribunais.

Com a Emenda Constitucional nº 22, de 18 de março de 1999, foi introduzido 16 Noticiada pelo Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 19 jun. 1965, Primeiro Caderno, p.4.17 Leis nos 6.824/80, 7.007/82, 7.030/82, 7.178/83, 7.521/86, 7.583/87, 7.595/87 e 7.631/87.18 Leis nos 8.146/90, 8.235/91, 8.251/91, 8.416/92, 8.424/92, 8.495/92, 8.535/92, 9.642/98, 9.664/98 e 9.788/99.19 O STJ foi instalado após a regulamentação da matéria pela Lei nº 7.746/89. Os tribunais regionais federais, por sua vez, após a edição da Lei nº 7.727/89, que, inclusive, fixou o número inicial dos membros de cada tribunal. A jurisdição territorial dos cinco primeiros tribunais regionais foi fixada pela Resolução nº 1, de 6/10/1988, do TFR.

34

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

parágrafo único ao art. 98 da Constituição de 1988, para prever a extensão dos juizados especiais também no âmbito da Justiça Federal, o que veio a ser regulamentado pela Lei nº 10.259/2001.

A partir dos juizados especiais federais, uma nova leva de leis tratou da ampliação da Justiça Federal de primeiro grau, ante a constatação da enorme litigiosidade reprimida existente20.

3 INICIATIVAS DA JUSTIÇA FEDERAL COM RELAÇÃO À PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL

Até a edição da Lei nº 8.159/1991, que instituiu a política nacional de arquivos públicos e privados, não havia nenhuma iniciativa coordenada de preservação da Memória Institucional no âmbito da Justiça Federal, o que era feito, no mais das vezes, mediante iniciativas isoladas de cada seção judiciária.

O Conselho da Justiça Federal – CJF21, no entanto, instituiu em 1999, por meio da Resolução nº 217, o “Programa de Gestão de Documentos da Administração Judiciária” e, em 2004, pela Resolução nº 359, a política de gestão das ações judiciais transitadas em julgado e arquivadas na Justiça Federal de primeiro e segundo graus.

Em 2008, o CJF editou a Resolução nº 23, que estabeleceu a “Consolidação Normativa do Programa de Gestão Documental de primeiro e segundo graus da Justiça Federal”. Essa Resolução tem um capítulo destinado especificamente à Memória Institucional.

De acordo com o art. 8º desse normativo, os documentos classificados como de guarda permanente constituem o fundo arquivístico histórico da Justiça Federal e devem ser guardados e disponibilizados para consulta de modo a não colocar em risco sua adequada preservação.

No âmbito da 2ª Região da Justiça Federal, que congrega as Seções Judiciárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo, já havia sido criado, em 2002, o Programa de

20 Leis nos 10.772/2003, 12.011/2009 e 12.665/2012, esta última tratando especificamente das turmas recursais dos juizados especiais federais. Vide, também, Lei nº 12.762/2012.21 O CJF, criado pela Lei nº 5.010/66, funciona atualmente junto ao STJ, tendo sido regulado pela Lei nº 8.472/1992. Atualmente, é regido pela Lei nº 11.798/2011.

35

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Memória Institucional da Justiça Federal da 2ª Região22.

Posteriormente, o TRF/2 instituiu, pela Resolução nº 13, de 4 de abril de 2011, o seu Centro de Memória Institucional, que tem atribuição de atender às solicitações de acesso aos documentos de valor histórico da 2ª Região, dos setores do Tribunal e das Seções Judiciárias do Rio de Janeiro (SJRJ) e do Espírito Santo (SJES).

Já no âmbito da Seção Judiciária do Espírito Santo, as iniciativas se limitaram, até 2012, ao acompanhamento do Plano de Classificação e da Tabela de Temporalidade dos Documentos Administrativos da Justiça Federal, ao projeto-piloto de gestão de autos findos, iniciado em 2006, e à comemoração dos 40 anos de reinstalação da Seção Judiciária, evento realizado em 2008.

Urgia, portanto, que a Justiça Federal capixaba promovesse ações mais profundas para o resgate de sua Memória Institucional.

4 DESAFIOS INICIAIS DO TRABALHO E SOLUÇÕES ENCONTRADAS

No que tange ao período de 1890-1937, que nós passamos a denominar de 1º Ciclo de Existência da Justiça Federal, eram enormes as dificuldades encontradas. Primeiro, porque o acervo processual respectivo fora transferido à Justiça estadual. Segundo, porque a SJES atual, reinstalada em 1967/68, não detinha informações do período, sequer sabendo-se o nome dos magistrados que aqui tinham atuado e os locais de funcionamento da Justiça. Terceiro, porque a própria Justiça Federal de antanho não tinha um sistema de autoadministração, posto que à época, competia ao Ministério da Justiça23, por meio da Diretoria da Justiça, tal incumbência.

Mas a percepção inicial de que o período da Justiça Federal atual, que nós chamamos de 2º Ciclo de Existência, estaria muito bem municiado de informações, caso em que nos limitaríamos apenas a compilá-las, revelou-se de logo enganoso. Isto porque as informações úteis à História da SJES estavam espalhadas por diversos órgãos da Seção (Biblioteca, Direção do Foro, Núcleo 22 Resolução nº 23, da Presidência do TRF/2.23 Não somente com a expedição dos atos de nomeação, remoção e aposentadoria, como também o recebimento de dados estatísticos, produtividade dos magistrados e solicitações de material. Ao STF competia, tão-somente, a elaboração da lista de antiguidade e o recebimento das inscrições dos candidatos e elaboração da respectiva lista tríplice para escolha presidencial.

36

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

de Distribuição, Núcleo de Comunicação e Seção de Arquivo), assim como de órgãos externos (TRF/2 e CJF).

Mais do que isto, foi possível constatar que a falta de uma centralização da gestão e a ausência de um procedimento ou método voltado para a preservação estavam gerando duas consequências nefastas: 1º) a perda de informações relevantes e 2º) a divulgação e o repasse de informações errôneas com status de verdadeiras.

Os desafios concernentes ao levantamento histórico do 1º Ciclo de Existência, evidentemente, eram de maior monta, e, ante o retorno insuficiente quanto às informações solicitadas junto ao Ministério da Justiça, foi necessário nos socorrermos, principalmente, das instituições locais (capixabas), atrás de informações.

Nesse sentido, as pesquisas junto ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, ao Arquivo Público do Município de Vitória, ao Instituto Jones dos Santos Neves, ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, à Universidade Federal do Espírito Santo, setor de coleções especiais, e ao CEDOC da Rede Gazeta nos deram resultados interessantes, que puderam ser complementados pelas pesquisas no Diário Oficial da União24.

Como bibliografia de apoio, que serviu como ponto de partida para a pesquisa, valemo-nos de publicações do CJF25 e do TRF/126 que, no entanto, continham muitas lacunas, posto que se resumiam a reproduzir as informações repassadas pelas próprias seções judiciárias.

Crucial para a complementação das biografias dos magistrados foi o acesso às obras de Amâncio Pereira27 e de Joaquim Pires Amorim28.

O acesso ao acervo de jornais locais, como O Estado do Espírito Santo, Diário da Manhã, Commercio do Espírito Santo, Jornal Official e O Cachoeirano, por meio do sítio eletrônico mantido pela Fundação Biblioteca Nacional29, 24 Nesse aspecto, o sítio eletrônico www.jusbrasil.com.br foi mais útil do que o mantido pela própria Imprensa Nacional, uma vez que dispõe de boa parte dos diários oficiais, desde o ano de 1890.25 Repertório Biográfico da Justiça Federal: 1890-1990, Brasília: CJF, 2000.26 RESGATE histórico da Justiça Federal: 1890-1937. Brasília: Tribunal Regional Federal da 1ª Região, 2010.27 PEREIRA, Amâncio. Homens e Cousas Espírito Santenses. Vitória: Artes Gráficas, 1914.28 AMORIM, Joaquim Pires. Um dos Primeiros Habitantes de Cachoeiro. 2ª ed. Cachoeiro de Itapemirim (s.n.), 1966.29 http://memoria.bn.br

35

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Memória Institucional da Justiça Federal da 2ª Região22.

Posteriormente, o TRF/2 instituiu, pela Resolução nº 13, de 4 de abril de 2011, o seu Centro de Memória Institucional, que tem atribuição de atender às solicitações de acesso aos documentos de valor histórico da 2ª Região, dos setores do Tribunal e das Seções Judiciárias do Rio de Janeiro (SJRJ) e do Espírito Santo (SJES).

Já no âmbito da Seção Judiciária do Espírito Santo, as iniciativas se limitaram, até 2012, ao acompanhamento do Plano de Classificação e da Tabela de Temporalidade dos Documentos Administrativos da Justiça Federal, ao projeto-piloto de gestão de autos findos, iniciado em 2006, e à comemoração dos 40 anos de reinstalação da Seção Judiciária, evento realizado em 2008.

Urgia, portanto, que a Justiça Federal capixaba promovesse ações mais profundas para o resgate de sua Memória Institucional.

4 DESAFIOS INICIAIS DO TRABALHO E SOLUÇÕES ENCONTRADAS

No que tange ao período de 1890-1937, que nós passamos a denominar de 1º Ciclo de Existência da Justiça Federal, eram enormes as dificuldades encontradas. Primeiro, porque o acervo processual respectivo fora transferido à Justiça estadual. Segundo, porque a SJES atual, reinstalada em 1967/68, não detinha informações do período, sequer sabendo-se o nome dos magistrados que aqui tinham atuado e os locais de funcionamento da Justiça. Terceiro, porque a própria Justiça Federal de antanho não tinha um sistema de autoadministração, posto que à época, competia ao Ministério da Justiça23, por meio da Diretoria da Justiça, tal incumbência.

Mas a percepção inicial de que o período da Justiça Federal atual, que nós chamamos de 2º Ciclo de Existência, estaria muito bem municiado de informações, caso em que nos limitaríamos apenas a compilá-las, revelou-se de logo enganoso. Isto porque as informações úteis à História da SJES estavam espalhadas por diversos órgãos da Seção (Biblioteca, Direção do Foro, Núcleo 22 Resolução nº 23, da Presidência do TRF/2.23 Não somente com a expedição dos atos de nomeação, remoção e aposentadoria, como também o recebimento de dados estatísticos, produtividade dos magistrados e solicitações de material. Ao STF competia, tão-somente, a elaboração da lista de antiguidade e o recebimento das inscrições dos candidatos e elaboração da respectiva lista tríplice para escolha presidencial.

36

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

de Distribuição, Núcleo de Comunicação e Seção de Arquivo), assim como de órgãos externos (TRF/2 e CJF).

Mais do que isto, foi possível constatar que a falta de uma centralização da gestão e a ausência de um procedimento ou método voltado para a preservação estavam gerando duas consequências nefastas: 1º) a perda de informações relevantes e 2º) a divulgação e o repasse de informações errôneas com status de verdadeiras.

Os desafios concernentes ao levantamento histórico do 1º Ciclo de Existência, evidentemente, eram de maior monta, e, ante o retorno insuficiente quanto às informações solicitadas junto ao Ministério da Justiça, foi necessário nos socorrermos, principalmente, das instituições locais (capixabas), atrás de informações.

Nesse sentido, as pesquisas junto ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, ao Arquivo Público do Município de Vitória, ao Instituto Jones dos Santos Neves, ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, à Universidade Federal do Espírito Santo, setor de coleções especiais, e ao CEDOC da Rede Gazeta nos deram resultados interessantes, que puderam ser complementados pelas pesquisas no Diário Oficial da União24.

Como bibliografia de apoio, que serviu como ponto de partida para a pesquisa, valemo-nos de publicações do CJF25 e do TRF/126 que, no entanto, continham muitas lacunas, posto que se resumiam a reproduzir as informações repassadas pelas próprias seções judiciárias.

Crucial para a complementação das biografias dos magistrados foi o acesso às obras de Amâncio Pereira27 e de Joaquim Pires Amorim28.

O acesso ao acervo de jornais locais, como O Estado do Espírito Santo, Diário da Manhã, Commercio do Espírito Santo, Jornal Official e O Cachoeirano, por meio do sítio eletrônico mantido pela Fundação Biblioteca Nacional29, 24 Nesse aspecto, o sítio eletrônico www.jusbrasil.com.br foi mais útil do que o mantido pela própria Imprensa Nacional, uma vez que dispõe de boa parte dos diários oficiais, desde o ano de 1890.25 Repertório Biográfico da Justiça Federal: 1890-1990, Brasília: CJF, 2000.26 RESGATE histórico da Justiça Federal: 1890-1937. Brasília: Tribunal Regional Federal da 1ª Região, 2010.27 PEREIRA, Amâncio. Homens e Cousas Espírito Santenses. Vitória: Artes Gráficas, 1914.28 AMORIM, Joaquim Pires. Um dos Primeiros Habitantes de Cachoeiro. 2ª ed. Cachoeiro de Itapemirim (s.n.), 1966.29 http://memoria.bn.br

37

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

permitiu colhermos diversas informações sobre as biografias de magistrados, sentenças proferidas em processos de relevância e locais de funcionamento da Justiça Federal.

A par dessas iniciativas, a SJES buscou junto ao Arquivo Geral do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, em Gurigica, a localização de feitos da extinta Justiça Federal, lá tendo logrado encontrar cerca de 600 deles.

Quanto ao 2º Ciclo de Existência, foram analisados os informativos da SJES, desde quando publicados nos anos 1990, os livros de distribuição antigos, as pastas de ofícios recebidos/expedidos pelos diretores do foro, os assentamentos funcionais dos magistrados, o acervo fotográfico da Seção e de outras instituições, principalmente dos Arquivos Públicos, os livros de atas de sessões do júri federal etc., além de entrevistados magistrados e servidores antigos, inativos ou em atividade.

5 RESULTADOS PARCIAIS DO TRABALHO

O principal resultado do trabalho desenvolvido foi o término de um livro, publicado em setembro de 2014, intitulado Memória Institucional da Seção Judiciária do Espírito Santo.

Nesse trabalho conseguimos determinar:

a) Os nomes de todos os juízes federais e federais substitutos que atuaram na SJES após sua criação pelo Decreto nº 848/1890 até sua extinção em novembro de 1937 – informação antes inexistente;

b) Montar uma biografia de cada um dos juízes seccionais e alguns dos juízes substitutos – informação antes inexistente;

c) Determinar os locais de funcionamento da Justiça Federal do 1º Ciclo – informação antes inexistente;

d) Relatar alguns casos interessantes de atuação da Justiça Federal do 1º Ciclo – informação antes inexistente;

e) Com relação ao 2º Ciclo, montar a biografia de cada um dos juízes federais nomeados até 1990 – informação antes incompleta;

38

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

f) Compendiar os nomes e os juízos e períodos de atuação de todos os juízes que passaram pela SJES após 1990 – informação antes incompleta;

g) Expor os principais acontecimentos/eventos ocorridos na SJES após sua reinstalação – informação antes incompleta;

h) Determinar os períodos de atuação dos juízes federais diretores do foro e com atuação no Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo – informação antes incompleta;

i) Determinar as datas de criação, instalação e de modificação de designação e competência de todas as varas federais do Espírito Santo – informação antes incompleta.

Observe-se, por exemplo, que foi possível determinar que a Justiça Federal capixaba começou a funcionar efetivamente em fevereiro de 1891, com a chegada a Vitória do juiz de Direito Joaquim Pires de Amorim, que havia sido nomeado como juiz seccional do Espírito Santo.

A título de curiosidade, conseguimos descobrir que Sérgio Loreto, que foi procurador-geral de Justiça do Espírito Santo e, posteriormente, governador do Estado de Pernambuco, foi juiz seccional do Espírito Santo entre 1904-1905.

Da mesma forma, foi possível avaliar que as principais disputas eleitorais da República Velha tinham repercussões judiciais na Justiça Federal, a quem competia o julgamento dos crimes eleitorais e de todas as questões que envolviam eleições federais30. Nesse aspecto, logramos encontrar no Arquivo Geral do TJES o processo criminal envolvendo os desdobramentos do famoso caso do Comício do Carmo31, assim como ações judiciais referentes à Revolta do Xandoca32, todos com tramitação na extinta Justiça Federal capixaba.

30 Observe-se que a Justiça Eleitoral só foi criada em 1932, pelo Decreto nº 21.076.31 Referência ao Comício da Aliança Liberal na praça do Carmo, centro de Vitória, em 13 de fevereiro de 1930, durante o qual houve um tiroteio que resultou na morte de várias pessoas.32 Referência à sucessão presidencial do Estado, após o término do governo Marcondes de Souza em 1916.

37

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

permitiu colhermos diversas informações sobre as biografias de magistrados, sentenças proferidas em processos de relevância e locais de funcionamento da Justiça Federal.

A par dessas iniciativas, a SJES buscou junto ao Arquivo Geral do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, em Gurigica, a localização de feitos da extinta Justiça Federal, lá tendo logrado encontrar cerca de 600 deles.

Quanto ao 2º Ciclo de Existência, foram analisados os informativos da SJES, desde quando publicados nos anos 1990, os livros de distribuição antigos, as pastas de ofícios recebidos/expedidos pelos diretores do foro, os assentamentos funcionais dos magistrados, o acervo fotográfico da Seção e de outras instituições, principalmente dos Arquivos Públicos, os livros de atas de sessões do júri federal etc., além de entrevistados magistrados e servidores antigos, inativos ou em atividade.

5 RESULTADOS PARCIAIS DO TRABALHO

O principal resultado do trabalho desenvolvido foi o término de um livro, publicado em setembro de 2014, intitulado Memória Institucional da Seção Judiciária do Espírito Santo.

Nesse trabalho conseguimos determinar:

a) Os nomes de todos os juízes federais e federais substitutos que atuaram na SJES após sua criação pelo Decreto nº 848/1890 até sua extinção em novembro de 1937 – informação antes inexistente;

b) Montar uma biografia de cada um dos juízes seccionais e alguns dos juízes substitutos – informação antes inexistente;

c) Determinar os locais de funcionamento da Justiça Federal do 1º Ciclo – informação antes inexistente;

d) Relatar alguns casos interessantes de atuação da Justiça Federal do 1º Ciclo – informação antes inexistente;

e) Com relação ao 2º Ciclo, montar a biografia de cada um dos juízes federais nomeados até 1990 – informação antes incompleta;

38

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

f) Compendiar os nomes e os juízos e períodos de atuação de todos os juízes que passaram pela SJES após 1990 – informação antes incompleta;

g) Expor os principais acontecimentos/eventos ocorridos na SJES após sua reinstalação – informação antes incompleta;

h) Determinar os períodos de atuação dos juízes federais diretores do foro e com atuação no Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo – informação antes incompleta;

i) Determinar as datas de criação, instalação e de modificação de designação e competência de todas as varas federais do Espírito Santo – informação antes incompleta.

Observe-se, por exemplo, que foi possível determinar que a Justiça Federal capixaba começou a funcionar efetivamente em fevereiro de 1891, com a chegada a Vitória do juiz de Direito Joaquim Pires de Amorim, que havia sido nomeado como juiz seccional do Espírito Santo.

A título de curiosidade, conseguimos descobrir que Sérgio Loreto, que foi procurador-geral de Justiça do Espírito Santo e, posteriormente, governador do Estado de Pernambuco, foi juiz seccional do Espírito Santo entre 1904-1905.

Da mesma forma, foi possível avaliar que as principais disputas eleitorais da República Velha tinham repercussões judiciais na Justiça Federal, a quem competia o julgamento dos crimes eleitorais e de todas as questões que envolviam eleições federais30. Nesse aspecto, logramos encontrar no Arquivo Geral do TJES o processo criminal envolvendo os desdobramentos do famoso caso do Comício do Carmo31, assim como ações judiciais referentes à Revolta do Xandoca32, todos com tramitação na extinta Justiça Federal capixaba.

30 Observe-se que a Justiça Eleitoral só foi criada em 1932, pelo Decreto nº 21.076.31 Referência ao Comício da Aliança Liberal na praça do Carmo, centro de Vitória, em 13 de fevereiro de 1930, durante o qual houve um tiroteio que resultou na morte de várias pessoas.32 Referência à sucessão presidencial do Estado, após o término do governo Marcondes de Souza em 1916.

39

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Dr. Ronald Krüger Rodor fala sobre a elaboração do livro. Na primeira para fila, da esquerda para a direita, Desembargadores federais José Neves Ferreira Neves Neto e Antonio Ivan Athié; Desembargador Federal aposentado Antonio Cruz Netto; Juíza Federal aposentada Virgínia Procópio de Oliveira Silva; Desembargador Federal, Presidente do Tribunal Federal da 2ª Região, Sérgio Schwaitzer; Juiz Federal, Diretor do Foro da Seção Judiciária do Espírito Santo, Fernando Cesar Baptista de Mattos.

Quanto ao 2º Ciclo, conseguimos determinar a data exata da realização do primeiro júri federal capixaba, no ano de 1976, as dificuldades enfrentadas pelo Dr. Romário Rangel33 na instalação da Seção, bem como seu precário aparelhamento inicial, material e humano, além de pontuarmos a atuação da Justiça Federal durante o período do Regime Militar.

No que tange ao acervo de processos da extinta Justiça Federal (1º Ciclo), para darmos cumprimento efetivo ao disposto no art. 77 da Lei nº 5.010/66, a Direção do Foro entrou em contato com a presidência do TJES, obtendo de tal instituição absoluta receptividade quanto à possibilidade de transferência dos feitos que viessem a ser localizados no Arquivo Geral de Gurigica para os arquivos da SJES.

No particular, deve ser ressaltado que os processos não contam apenas a

33 Romário Rangel foi o primeiro juiz federal da Seção Judiciária do Espírito Santo após sua reinstalação, tendo atuado na mesma de 1967-1989, quando foi promovido ao cargo de desembargador federal, tendo sido o primeiro presidente do TRF/2. Aposentou-se em 1992 e faleceu em 2011.

40

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

história da instituição, mas também a história dos conflitos humanos que neles são retratados, os quais, muitas vezes, resumem o ambiente social e familiar vigente em determinada época.

É importante ressaltar que a Justiça Federal capixaba já vem empreendendo esforços de gestão documental, desde o ano de 2006, tendo já localizado diversos processos relevantes, em seu próprio acervo, de feitos que possuem relevância histórica inegável.

Dr. Ronald Krüger Rodor autografa livros para a Juíza Federal aposentada Drª Virgínia Procópio de Oliveira Silva (centro) e para a servidora aposentada da Justiça Federal do Espírito Santo Sebastiana Conceição Santana de Oliveira.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo do trabalho até aqui empreendido foi dotar a Seção Judiciária do Espírito Santo de uma política institucional voltada para a preservação de sua Memória Institucional, que não fique a reboque da iniciativa ou vontade pessoal deste ou daquele administrador.

Nesse aspecto, tanto a confecção do livro, quanto a busca do “acervo histórico”, bem como outras iniciativas a serem adotadas, como a implantação

39

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Dr. Ronald Krüger Rodor fala sobre a elaboração do livro. Na primeira para fila, da esquerda para a direita, Desembargadores federais José Neves Ferreira Neves Neto e Antonio Ivan Athié; Desembargador Federal aposentado Antonio Cruz Netto; Juíza Federal aposentada Virgínia Procópio de Oliveira Silva; Desembargador Federal, Presidente do Tribunal Federal da 2ª Região, Sérgio Schwaitzer; Juiz Federal, Diretor do Foro da Seção Judiciária do Espírito Santo, Fernando Cesar Baptista de Mattos.

Quanto ao 2º Ciclo, conseguimos determinar a data exata da realização do primeiro júri federal capixaba, no ano de 1976, as dificuldades enfrentadas pelo Dr. Romário Rangel33 na instalação da Seção, bem como seu precário aparelhamento inicial, material e humano, além de pontuarmos a atuação da Justiça Federal durante o período do Regime Militar.

No que tange ao acervo de processos da extinta Justiça Federal (1º Ciclo), para darmos cumprimento efetivo ao disposto no art. 77 da Lei nº 5.010/66, a Direção do Foro entrou em contato com a presidência do TJES, obtendo de tal instituição absoluta receptividade quanto à possibilidade de transferência dos feitos que viessem a ser localizados no Arquivo Geral de Gurigica para os arquivos da SJES.

No particular, deve ser ressaltado que os processos não contam apenas a

33 Romário Rangel foi o primeiro juiz federal da Seção Judiciária do Espírito Santo após sua reinstalação, tendo atuado na mesma de 1967-1989, quando foi promovido ao cargo de desembargador federal, tendo sido o primeiro presidente do TRF/2. Aposentou-se em 1992 e faleceu em 2011.

40

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

história da instituição, mas também a história dos conflitos humanos que neles são retratados, os quais, muitas vezes, resumem o ambiente social e familiar vigente em determinada época.

É importante ressaltar que a Justiça Federal capixaba já vem empreendendo esforços de gestão documental, desde o ano de 2006, tendo já localizado diversos processos relevantes, em seu próprio acervo, de feitos que possuem relevância histórica inegável.

Dr. Ronald Krüger Rodor autografa livros para a Juíza Federal aposentada Drª Virgínia Procópio de Oliveira Silva (centro) e para a servidora aposentada da Justiça Federal do Espírito Santo Sebastiana Conceição Santana de Oliveira.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo do trabalho até aqui empreendido foi dotar a Seção Judiciária do Espírito Santo de uma política institucional voltada para a preservação de sua Memória Institucional, que não fique a reboque da iniciativa ou vontade pessoal deste ou daquele administrador.

Nesse aspecto, tanto a confecção do livro, quanto a busca do “acervo histórico”, bem como outras iniciativas a serem adotadas, como a implantação

41

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do programa de História Oral da Seção, a criação de um Centro de Memória autônomo, ou ainda, de um espaço físico destinado especificamente à Memória Institucional, como um minimuseu Judiciário, devem estar inseridas dentro de um projeto maior, de permanente preservação, divulgação e difusão da memória da instituição, quiçá incluído nos planos de gestão estratégica da Seção Judiciária e do tribunal ao qual está vinculada.

Para buscar tal desiderato, pensamos que a estrutura orgânica da instituição também deve estar adaptada para trabalhar com tal realidade, sendo imprescindível a instituição de uma CPAD – Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, bem como criação, se possível, de uma Comissão ou setor especificamente voltado para a Memória Institucional, sendo necessário repensar, também, as atribuições e estrutura do atual setor de arquivo e depósito, em vista da realidade do processo eletrônico, já amplamente difundido no Judiciário federal.

Assim, embora com a preocupação voltada à preservação de nosso passado, não podemos ignorar o fato de que a política de gestão da Memória Institucional será tanto mais exitosa quanto for o alcance dela em incutir nas pessoas, tanto para seu público interno (magistrados e servidores) quanto para seu público externo (usuários do serviço judiciário), que a magnitude da instituição não se resume à rapidez e eficiência com que julga um processo, mas é contada também por toda a sua trajetória de conquistas e de superação de dificuldades, devendo ela estar apta a fornecer, àqueles que se interessarem pelo tema, as informações e fontes necessárias ao seu estudo.

42

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

41

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do programa de História Oral da Seção, a criação de um Centro de Memória autônomo, ou ainda, de um espaço físico destinado especificamente à Memória Institucional, como um minimuseu Judiciário, devem estar inseridas dentro de um projeto maior, de permanente preservação, divulgação e difusão da memória da instituição, quiçá incluído nos planos de gestão estratégica da Seção Judiciária e do tribunal ao qual está vinculada.

Para buscar tal desiderato, pensamos que a estrutura orgânica da instituição também deve estar adaptada para trabalhar com tal realidade, sendo imprescindível a instituição de uma CPAD – Comissão Permanente de Avaliação de Documentos, bem como criação, se possível, de uma Comissão ou setor especificamente voltado para a Memória Institucional, sendo necessário repensar, também, as atribuições e estrutura do atual setor de arquivo e depósito, em vista da realidade do processo eletrônico, já amplamente difundido no Judiciário federal.

Assim, embora com a preocupação voltada à preservação de nosso passado, não podemos ignorar o fato de que a política de gestão da Memória Institucional será tanto mais exitosa quanto for o alcance dela em incutir nas pessoas, tanto para seu público interno (magistrados e servidores) quanto para seu público externo (usuários do serviço judiciário), que a magnitude da instituição não se resume à rapidez e eficiência com que julga um processo, mas é contada também por toda a sua trajetória de conquistas e de superação de dificuldades, devendo ela estar apta a fornecer, àqueles que se interessarem pelo tema, as informações e fontes necessárias ao seu estudo.

42

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

43

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

A TRAJETÓRIA DA IMPRENSA OFICIAL DO ESPÍRITO SANTO: DIÁRIO OFICIAL, O GUARDIÃO DA HISTÓRIA

CAPIXABAStephanie Rita de Oliveira 1

RESUMO

O artigo em questão tem como objetivo traçar um breve panorama sobre a história da Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES). Com mais de 120 anos de história, o DIO/ES é a instituição responsável pela produção do Diário Oficial do Espírito Santo, publicação destinada a dar publicidade aos atos dos poderes constituídos do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como dos seus respectivos entes municipais. É por meio do Diário Oficial que tais atos se tornam efetivos para a sociedade, transformando-se em serviços, obras, atendimentos diversos etc.

Palavras-chave: Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo. Diário Oficial do Espírito Santo. Atos oficiais. Memória Institucional.

1 INTRODUÇÃO

A memória é a capacidade do ser humano de transmitir conhecimento aos seus semelhantes. E para o médico neurocirurgião Roberto Godoy (GODOY: 2014), talvez tenha sido essa capacidade que permitiu a sobrevivência da humanidade como espécie e, certamente, foi ela que lhe deu a supremacia na escala evolutiva.

Com o surgimento da escrita, por volta de 3.100 a.C., o potencial da memória humana foi expandido. Já não era mais preciso armazenar tudo de uma só vez e a escrita se tornou o principal instrumento da transmissão do saber. Com o passar do tempo surgiram os livros, jornais, revistas e uma infinidade de publicações. A imprensa se consolidou, tornando-se um dos principais instrumentos na preservação da história da humanidade.

Os Diários Oficiais, criados pelos governos para dar publicidade aos seus atos,

1 Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) / Assessora de Imprensa da Imprensa Oficial do Espírito Santo.

44

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

surgiram neste contexto e, em muitos casos, como no Brasil, até foram os precursores da imprensa nacional. Ao transferir a Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, o príncipe regente D. João criou a Impressão Régia e fez circular no mesmo ano o primeiro jornal impresso no país, a Gazeta do Rio de Janeiro (IMPRENSA NACIONAL, 2014).

Diante das mudanças políticas no país, a imprensa oficial seguiu ao sabor dos seus governantes, tendo recebido diversos nomes, como Real Officina Typographica, Tipographia Nacional, Tipographia Imperial, lmprensa Nacional, Departamento de Imprensa Nacional, e, novamente, Imprensa Nacional.

2 A IMPRENSA OFICIAL DO ESPÍRITO SANTO

A trajetória da Imprensa Oficial do Espírito Santo segue curso semelhante ao da Imprensa Nacional e, assim como a pioneira em âmbito nacional, tem sua história entrelaçada aos acontecimentos históricos e políticos ocorridos no Estado.

Para os capixabas, toda esta história começou em 23 de maio de 1890, data em que circulou a primeira edição do Diário Official do Estado Federal do Espírito-Santo. A data coincide com a Colonização do Solo Espírito Santense, que ocorreu em 1535.

Período de transição da Monarquia para a República, o Diário Official foi criado em uma época em que Vitória ainda era uma cidade sem energia elétrica e água encanada. Casas e ruas eram iluminadas à luz de lampião, velas e tochas. Já a água era proveniente das nascentes da Fonte Grande, da Capixaba, da Lapa, do Vigia e dos poços artesianos. A circulação na cidade era feita por bondes e a arrecadação do governo era por quilograma de produtos, como café, toucinho, peixe salgado, fumo etc.

Foi neste cenário que o então governador, Affonso Cláudio de Freitas Rosa, criou a publicação, a segunda mais antiga do país, ao editar o Decreto nº. 14, de 20 de fevereiro de 1890. Apesar de passado mais de um século, o objetivo da publicação é o mesmo até hoje: divulgar os atos do Governo. “A publicidade dos atos oficiais do governo, por meio da imprensa, é medida reclamada pela ordem pública”, justificou, na ocasião, o então governador.” (MATTEDI, 2005, p.20).

43

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

A TRAJETÓRIA DA IMPRENSA OFICIAL DO ESPÍRITO SANTO: DIÁRIO OFICIAL, O GUARDIÃO DA HISTÓRIA

CAPIXABAStephanie Rita de Oliveira 1

RESUMO

O artigo em questão tem como objetivo traçar um breve panorama sobre a história da Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES). Com mais de 120 anos de história, o DIO/ES é a instituição responsável pela produção do Diário Oficial do Espírito Santo, publicação destinada a dar publicidade aos atos dos poderes constituídos do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como dos seus respectivos entes municipais. É por meio do Diário Oficial que tais atos se tornam efetivos para a sociedade, transformando-se em serviços, obras, atendimentos diversos etc.

Palavras-chave: Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo. Diário Oficial do Espírito Santo. Atos oficiais. Memória Institucional.

1 INTRODUÇÃO

A memória é a capacidade do ser humano de transmitir conhecimento aos seus semelhantes. E para o médico neurocirurgião Roberto Godoy (GODOY: 2014), talvez tenha sido essa capacidade que permitiu a sobrevivência da humanidade como espécie e, certamente, foi ela que lhe deu a supremacia na escala evolutiva.

Com o surgimento da escrita, por volta de 3.100 a.C., o potencial da memória humana foi expandido. Já não era mais preciso armazenar tudo de uma só vez e a escrita se tornou o principal instrumento da transmissão do saber. Com o passar do tempo surgiram os livros, jornais, revistas e uma infinidade de publicações. A imprensa se consolidou, tornando-se um dos principais instrumentos na preservação da história da humanidade.

Os Diários Oficiais, criados pelos governos para dar publicidade aos seus atos,

1 Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) / Assessora de Imprensa da Imprensa Oficial do Espírito Santo.

44

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

surgiram neste contexto e, em muitos casos, como no Brasil, até foram os precursores da imprensa nacional. Ao transferir a Corte Portuguesa para o Brasil, em 1808, o príncipe regente D. João criou a Impressão Régia e fez circular no mesmo ano o primeiro jornal impresso no país, a Gazeta do Rio de Janeiro (IMPRENSA NACIONAL, 2014).

Diante das mudanças políticas no país, a imprensa oficial seguiu ao sabor dos seus governantes, tendo recebido diversos nomes, como Real Officina Typographica, Tipographia Nacional, Tipographia Imperial, lmprensa Nacional, Departamento de Imprensa Nacional, e, novamente, Imprensa Nacional.

2 A IMPRENSA OFICIAL DO ESPÍRITO SANTO

A trajetória da Imprensa Oficial do Espírito Santo segue curso semelhante ao da Imprensa Nacional e, assim como a pioneira em âmbito nacional, tem sua história entrelaçada aos acontecimentos históricos e políticos ocorridos no Estado.

Para os capixabas, toda esta história começou em 23 de maio de 1890, data em que circulou a primeira edição do Diário Official do Estado Federal do Espírito-Santo. A data coincide com a Colonização do Solo Espírito Santense, que ocorreu em 1535.

Período de transição da Monarquia para a República, o Diário Official foi criado em uma época em que Vitória ainda era uma cidade sem energia elétrica e água encanada. Casas e ruas eram iluminadas à luz de lampião, velas e tochas. Já a água era proveniente das nascentes da Fonte Grande, da Capixaba, da Lapa, do Vigia e dos poços artesianos. A circulação na cidade era feita por bondes e a arrecadação do governo era por quilograma de produtos, como café, toucinho, peixe salgado, fumo etc.

Foi neste cenário que o então governador, Affonso Cláudio de Freitas Rosa, criou a publicação, a segunda mais antiga do país, ao editar o Decreto nº. 14, de 20 de fevereiro de 1890. Apesar de passado mais de um século, o objetivo da publicação é o mesmo até hoje: divulgar os atos do Governo. “A publicidade dos atos oficiais do governo, por meio da imprensa, é medida reclamada pela ordem pública”, justificou, na ocasião, o então governador.” (MATTEDI, 2005, p.20).

45

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

No início, a oficina tipográfica ficava no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, e a publicação era coordenada por um diretor (o primeiro foi Antenor Pinto de Oliveira), um secretário revisor, um administrador de oficinas, seis tipógrafos, cinco aprendizes de composição e um carteiro.

Mas nem tudo foram flores. Ao longo de sua história, o Diário seguiu ao sabor das transformações políticas, tendo sido suspenso várias vezes e até mesmo arrendado para a iniciativa privada. As seguidas mudanças de sede também fizeram parte do contexto histórico do Diário, que quase foi extinto após um grande incêndio ocorrido em 20 de novembro de 1939.

Em 1948, sob o governo de Carlos Fernando Monteiro Lindenberg, a Imprensa Oficial ganhou uma nova sede, no coração da cidade, na famosa Avenida Capixaba, atual Jerônimo Monteiro. A mudança se deu a partir da compra de uma moderna máquina linotipo, modelo 32.

2.1 Recuperação

A recuperação lenta e gradual somente começou a ocorrer em 1951, quando em 28 de dezembro o governador Jones dos Santos Neves cria o Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES). Na época, o órgão funcionava como uma espécie de seção da então Secretaria do Interior e Justiça.

Em 1969, o DIO/ES passa a ter mais autonomia ao se transformar em uma autarquia, com responsabilidade de gestão de toda sua estrutura técnica, financeira e administrativa. As transformações foram promovidas com a edição da Lei nº 2.449/1969, sancionada em 21 de outubro.

A partir de 1971, o Departamento de Imprensa Oficial ganhou sede própria, no bairro Bento Ferreira, em Vitória, onde está instalado até os dias atuais. O prédio, construído especialmente para abrigar a autarquia, ganhou o nome do jornalista Orlando Bonfim Júnior, desaparecido durante o Regime Militar.

2.2 Uma nova Imprensa Oficial

Apesar da conquista da nova sede, os investimentos no órgão ainda deixavam a

46

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

desejar. Mas, a partir de 1997, a história do Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo começou a mudar. Após um grande esforço dos funcionários, houve uma verdadeira reformulação no órgão. Como resultado, em março de 2000, a instituição recebeu o prêmio “Ações Pró-qualidade”, da União Brasileira para a Qualidade, tornando-se a primeira Imprensa Oficial, de todo o Brasil, a obter tal premiação, raramente conferida ao setor público.

Em 2002, o órgão deu mais um passo rumo ao desenvolvimento, com o início da implantação do DIO Eletrônico, um sistema responsável por toda a parte de publicação dos atos oficiais.

Outro passo importante foi o restabelecimento da circulação constante e atual do Diário Oficial, seguido da implantação da filosofia de plena satisfação para o cliente. As ações envolveram ainda um grande esforço no treinamento e reciclagem dos servidores, modernização do parque gráfico, implantação de um sistema integral de fluxo digital de informações, com a informatização completa do órgão, e a nova formatação gráfica do Diário Oficial.

Além disso, o DIO/ES passa a se responsabilizar, verdadeiramente, com seus próprios recursos, pela folha de pagamento dos seus funcionários.

As mudanças também refletiram na produção do Diário Oficial, que ganhou maior atenção. A publicação, agora, é acessada pela internet (www.dio.es.gov.br) e tem, na versão em papel, moderno tratamento gráfico.

Desde 2010, a impressão da capa é em versão colorida, conferindo ainda mais beleza e definição gráfica à publicação.

A ampliação a modernização da área de produção permitiram ainda a incorporação de novos serviços, como a produção de impressos (fôlderes, livros, cartazes, cartilhas etc.) destinados aos mais diversos órgãos públicos.

Além disso, em 2010 o DIO/ES realizou o primeiro concurso público da história da autarquia para a contratação de 28 profissionais das áreas administrativa, tecnologia da informação e parque gráfico. Atualmente, o órgão conta com aproximadamente 100 servidores.

E para dar prosseguimento ao seu plano de crescimento, a Imprensa Oficial lançou em março de 2014 um novo Sistema de Publicações, o IOES. Seguindo

45

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

No início, a oficina tipográfica ficava no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória, e a publicação era coordenada por um diretor (o primeiro foi Antenor Pinto de Oliveira), um secretário revisor, um administrador de oficinas, seis tipógrafos, cinco aprendizes de composição e um carteiro.

Mas nem tudo foram flores. Ao longo de sua história, o Diário seguiu ao sabor das transformações políticas, tendo sido suspenso várias vezes e até mesmo arrendado para a iniciativa privada. As seguidas mudanças de sede também fizeram parte do contexto histórico do Diário, que quase foi extinto após um grande incêndio ocorrido em 20 de novembro de 1939.

Em 1948, sob o governo de Carlos Fernando Monteiro Lindenberg, a Imprensa Oficial ganhou uma nova sede, no coração da cidade, na famosa Avenida Capixaba, atual Jerônimo Monteiro. A mudança se deu a partir da compra de uma moderna máquina linotipo, modelo 32.

2.1 Recuperação

A recuperação lenta e gradual somente começou a ocorrer em 1951, quando em 28 de dezembro o governador Jones dos Santos Neves cria o Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES). Na época, o órgão funcionava como uma espécie de seção da então Secretaria do Interior e Justiça.

Em 1969, o DIO/ES passa a ter mais autonomia ao se transformar em uma autarquia, com responsabilidade de gestão de toda sua estrutura técnica, financeira e administrativa. As transformações foram promovidas com a edição da Lei nº 2.449/1969, sancionada em 21 de outubro.

A partir de 1971, o Departamento de Imprensa Oficial ganhou sede própria, no bairro Bento Ferreira, em Vitória, onde está instalado até os dias atuais. O prédio, construído especialmente para abrigar a autarquia, ganhou o nome do jornalista Orlando Bonfim Júnior, desaparecido durante o Regime Militar.

2.2 Uma nova Imprensa Oficial

Apesar da conquista da nova sede, os investimentos no órgão ainda deixavam a

46

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

desejar. Mas, a partir de 1997, a história do Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo começou a mudar. Após um grande esforço dos funcionários, houve uma verdadeira reformulação no órgão. Como resultado, em março de 2000, a instituição recebeu o prêmio “Ações Pró-qualidade”, da União Brasileira para a Qualidade, tornando-se a primeira Imprensa Oficial, de todo o Brasil, a obter tal premiação, raramente conferida ao setor público.

Em 2002, o órgão deu mais um passo rumo ao desenvolvimento, com o início da implantação do DIO Eletrônico, um sistema responsável por toda a parte de publicação dos atos oficiais.

Outro passo importante foi o restabelecimento da circulação constante e atual do Diário Oficial, seguido da implantação da filosofia de plena satisfação para o cliente. As ações envolveram ainda um grande esforço no treinamento e reciclagem dos servidores, modernização do parque gráfico, implantação de um sistema integral de fluxo digital de informações, com a informatização completa do órgão, e a nova formatação gráfica do Diário Oficial.

Além disso, o DIO/ES passa a se responsabilizar, verdadeiramente, com seus próprios recursos, pela folha de pagamento dos seus funcionários.

As mudanças também refletiram na produção do Diário Oficial, que ganhou maior atenção. A publicação, agora, é acessada pela internet (www.dio.es.gov.br) e tem, na versão em papel, moderno tratamento gráfico.

Desde 2010, a impressão da capa é em versão colorida, conferindo ainda mais beleza e definição gráfica à publicação.

A ampliação a modernização da área de produção permitiram ainda a incorporação de novos serviços, como a produção de impressos (fôlderes, livros, cartazes, cartilhas etc.) destinados aos mais diversos órgãos públicos.

Além disso, em 2010 o DIO/ES realizou o primeiro concurso público da história da autarquia para a contratação de 28 profissionais das áreas administrativa, tecnologia da informação e parque gráfico. Atualmente, o órgão conta com aproximadamente 100 servidores.

E para dar prosseguimento ao seu plano de crescimento, a Imprensa Oficial lançou em março de 2014 um novo Sistema de Publicações, o IOES. Seguindo

47

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

a tendência mundial de inovação, a nova ferramenta tornou todo o serviço de publicação dos atos oficiais muito mais ágil e eficiente.

Além do sistema, a partir de 2014, a autarquia também passou a contar com o aplicativo Leitor IOES, que permite a leitura do Diário Oficial em dispositivos móveis com plataformas IOS (iPhone e iPad) e Android. A novidade fez com que leitores tenham mais mobilidade e interatividade, pois o App também permite o compartilhamento das informações.

No entanto, a tecnologia não veio para apagar o passado. Ao contrário, é aliada. O objetivo é justamente preservar toda a história de uma instituição centenária que quase foi extinta por diversas vezes, mas ressurgiu literalmente das cinzas, tornando-se uma das mais modernas do país.

2.3 História preservada

A Imprensa Oficial do Espírito Santo passou por diversas mudanças de sedes, enfrentou incêndios, alagamentos, mas as ações no sentido da preservação da história da instituição ao longo dos anos conseguiram resgatar boa parte da memória do DIO/ES.

Quem visita a instituição atualmente tem à disposição uma sala especial, onde estão encadernadas as edições do Diário Oficial desde 1975. Todo esse material também foi microfilmado e, assim como os impressos, encontra-se disponível para consulta pública. Para consulta às edições mais antigas do Diário Oficial, basta procurar o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES).

A sede do DIO/ES também conta com um minimuseu, onde estão algumas máquinas centenárias e que ainda funcionam perfeitamente. A autarquia dispõe ainda de um Memorial, criado em comemoração aos 120 anos, no qual estão expostos os prêmios, honrarias e publicações antigas produzidas pela Imprensa Oficial do Espírito Santo.

2.4 Curiosidades

• Desde sua criação, o Diário Oficial também foi denominado Correio

48

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Official do Espírito Santo, Diário da Manhã, O Diário e Jornal Official. A publicação também foi impressa em jornais privados e ainda como encarte. (MATTEDI, 2005, p.11).

• Aristeu Borges de Aguiar assumiu a chefia do Diário Oficial em 1920. Em 1928, foi indicado para assumir a presidência do Estado, tendo governado de 30 de junho de 1928 a 16 de outubro de 1930.

• A partir de 1938, o Parque Gráfico do Diário Oficial nunca mais foi arrendado. (MATTEDI, 2005, p.48).

• Algumas máquinas, devido à sua importância, eram batizadas com nomes de personalidades, como foi o caso de uma rotoplana Duplex Press, que recebeu o nome de Florentino Avidos, então presidente do Estado.

• Quando a sede era na Jerônimo Monteiro (Avenida Capixaba), muitos servidores trabalhavam com água na altura dos joelhos no período das chuvas, devido às enchentes. (MATTEDI, 2005, p.60).

• O Parque Gráfico da Imprensa Oficial editou quase todas as pesquisas de Augusto Ruschi sobre os beija-flores e orquídeas. Aliás, Ruschi fazia questão de acompanhar pessoalmente as impressões.

• José Maria Athayde Guimarães foi o presidente que mais tempo esteve à frente a Imprensa Oficial: foram 16 anos no total e quatro governos.

2.5 Marcos históricos

• 1890: em 20 de fevereiro, o então governador, Affonso Claudio de Freitas Rosa, cria o Diário Official do Estado Federal do Espírito-Santo. A publicação começa a circular em 23 de maio, data da Colonização do Solo Espírito-Santense.

• 1891: a publicação passou a denominar-se Correio Official do Estado Federal do Espírito Santo.

• 1922: depois de várias compras e arrendamentos de equipamentos no governo Nestor Gomes, o Diário Oficial ganha novo maquinário e instalações no Palácio Anchieta, lugar que então abrigava a Igreja de São Tiago.

47

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

a tendência mundial de inovação, a nova ferramenta tornou todo o serviço de publicação dos atos oficiais muito mais ágil e eficiente.

Além do sistema, a partir de 2014, a autarquia também passou a contar com o aplicativo Leitor IOES, que permite a leitura do Diário Oficial em dispositivos móveis com plataformas IOS (iPhone e iPad) e Android. A novidade fez com que leitores tenham mais mobilidade e interatividade, pois o App também permite o compartilhamento das informações.

No entanto, a tecnologia não veio para apagar o passado. Ao contrário, é aliada. O objetivo é justamente preservar toda a história de uma instituição centenária que quase foi extinta por diversas vezes, mas ressurgiu literalmente das cinzas, tornando-se uma das mais modernas do país.

2.3 História preservada

A Imprensa Oficial do Espírito Santo passou por diversas mudanças de sedes, enfrentou incêndios, alagamentos, mas as ações no sentido da preservação da história da instituição ao longo dos anos conseguiram resgatar boa parte da memória do DIO/ES.

Quem visita a instituição atualmente tem à disposição uma sala especial, onde estão encadernadas as edições do Diário Oficial desde 1975. Todo esse material também foi microfilmado e, assim como os impressos, encontra-se disponível para consulta pública. Para consulta às edições mais antigas do Diário Oficial, basta procurar o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES).

A sede do DIO/ES também conta com um minimuseu, onde estão algumas máquinas centenárias e que ainda funcionam perfeitamente. A autarquia dispõe ainda de um Memorial, criado em comemoração aos 120 anos, no qual estão expostos os prêmios, honrarias e publicações antigas produzidas pela Imprensa Oficial do Espírito Santo.

2.4 Curiosidades

• Desde sua criação, o Diário Oficial também foi denominado Correio

48

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Official do Espírito Santo, Diário da Manhã, O Diário e Jornal Official. A publicação também foi impressa em jornais privados e ainda como encarte. (MATTEDI, 2005, p.11).

• Aristeu Borges de Aguiar assumiu a chefia do Diário Oficial em 1920. Em 1928, foi indicado para assumir a presidência do Estado, tendo governado de 30 de junho de 1928 a 16 de outubro de 1930.

• A partir de 1938, o Parque Gráfico do Diário Oficial nunca mais foi arrendado. (MATTEDI, 2005, p.48).

• Algumas máquinas, devido à sua importância, eram batizadas com nomes de personalidades, como foi o caso de uma rotoplana Duplex Press, que recebeu o nome de Florentino Avidos, então presidente do Estado.

• Quando a sede era na Jerônimo Monteiro (Avenida Capixaba), muitos servidores trabalhavam com água na altura dos joelhos no período das chuvas, devido às enchentes. (MATTEDI, 2005, p.60).

• O Parque Gráfico da Imprensa Oficial editou quase todas as pesquisas de Augusto Ruschi sobre os beija-flores e orquídeas. Aliás, Ruschi fazia questão de acompanhar pessoalmente as impressões.

• José Maria Athayde Guimarães foi o presidente que mais tempo esteve à frente a Imprensa Oficial: foram 16 anos no total e quatro governos.

2.5 Marcos históricos

• 1890: em 20 de fevereiro, o então governador, Affonso Claudio de Freitas Rosa, cria o Diário Official do Estado Federal do Espírito-Santo. A publicação começa a circular em 23 de maio, data da Colonização do Solo Espírito-Santense.

• 1891: a publicação passou a denominar-se Correio Official do Estado Federal do Espírito Santo.

• 1922: depois de várias compras e arrendamentos de equipamentos no governo Nestor Gomes, o Diário Oficial ganha novo maquinário e instalações no Palácio Anchieta, lugar que então abrigava a Igreja de São Tiago.

49

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

• 1936 e 1937: o interventor João Punaro Bley faz importantes investimentos à produção do Diário Oficial, tendo sido compradas cinco impressoras e a sede, remodelada.

• 1939: produzido dentro do Palácio do Governo, o Diário é vítima de um incêndio em 29 de novembro que destruiu, quase que por completo, equipamentos e documentos do órgão.

• 1948: o então governador, Carlos Lindenberg, transfere as oficinas para a Avenida capixaba, atual Jerônimo Monteiro, e compra novos equipamentos.

• 1951: em 28 de dezembro de 1951, o governador Jones dos Santos Neves cria o Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES), em uma mudança definida pela Lei nº 600/51. O órgão funciona como uma espécie de seção da então Secretaria do Interior e Justiça.

• 1969: o DIO/ES passa a ter mais autonomia ao se transformar em uma autarquia. As transformações foram promovidas com a edição da Lei nº 2.449/69, sancionada em 21 de outubro.

• 1971: o Departamento de Imprensa Oficial é transferido pelo então governador, Arthur Carlos Gerhardt Santos, da Avenida Jerônimo Monteiro para uma sede construída especialmente para o órgão na Avenida Beira-Mar, em Bento Ferreira, onde se encontra até os dias atuais. O prédio recebeu o nome do jornalista Orlando Bonfim Júnior, desaparecido durante o Regime Militar.

• 1980: a década marca um período de esvaziamento do órgão.

• 1990: o período marca a substituição do Linotipo pela implantação do sistema offset.

• 1999: o Departamento inicia seu período de reconstrução com novos equipamentos para impressão e acabamento.

• 2000: em março, o Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo recebe o Prêmio “Ações Pró-qualidade”, da União Brasileira para a Qualidade. Foi a primeira Imprensa Oficial, de todo o Brasil, a receber tal Prêmio, raramente conferido ao setor público.

• 2001: inauguração do Diário Oficial na internet.

50

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

• 2005: por meio da Lei nº 327/2005, o órgão deixa de estar vinculado à Superintendência Estadual de Comunicação (Secom) e passa a integrar a estrutura da Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger).

• 2006: em 24 de maio, o Diário passou a circular em papel offset 75g. O antigo papel jornal foi aposentado, garantindo maior qualidade de impressão, principalmente para as fotografias.

• 2007: em 22 de maio, o Diário Oficial ganha um novo projeto gráfico, com a adoção de cadernos próprios para cada categoria de publicações.

• 2008: é implantado o sistema de buscas on-line, o DIO Eletrônico, por meio do qual o cidadão pode fazer pesquisas acerca de matérias legais publicadas no site da Imprensa Oficial (www.dio.es.gov.br).

• 2010: aprovação da Lei Complementar nº 547/10 que regulamenta o plano de cargos e salários da instituição, publicada em 1º de abril. Realização do primeiro concurso público da autarquia, com a contratação de 28 novos servidores das áreas administrativa, tecnologia da informação e parque gráfico.

• 2014: o DIO/ES lança um novo sistema de publicações, o IOES, conferindo mais agilidade e eficiência ao serviço de publicação dos atos oficiais. Há ainda o investimento em projetos de mobilidade e interatividade, como o lançamento do Leitor IOES, um aplicativo que permite a leitura do Diário Oficial em dispositivos móveis com plataformas Android e IOS (iPhone e iPad).

REFERÊNCIAS

GODOY, Roberto. A Memória Humana e a Escrita. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/memoria/, acesso em 17/09/2014.

IMPRENSA NACIONAL. A História da Imprensa Nacional. Disponível em: http://portal.in.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/a-imprensa-nacional, acesso em 18/09/2014.

MATTEDI, José Carlos. História da Imprensa Oficial do Espírito Santo. Vitória: [s.n.], 2005.

49

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

• 1936 e 1937: o interventor João Punaro Bley faz importantes investimentos à produção do Diário Oficial, tendo sido compradas cinco impressoras e a sede, remodelada.

• 1939: produzido dentro do Palácio do Governo, o Diário é vítima de um incêndio em 29 de novembro que destruiu, quase que por completo, equipamentos e documentos do órgão.

• 1948: o então governador, Carlos Lindenberg, transfere as oficinas para a Avenida capixaba, atual Jerônimo Monteiro, e compra novos equipamentos.

• 1951: em 28 de dezembro de 1951, o governador Jones dos Santos Neves cria o Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES), em uma mudança definida pela Lei nº 600/51. O órgão funciona como uma espécie de seção da então Secretaria do Interior e Justiça.

• 1969: o DIO/ES passa a ter mais autonomia ao se transformar em uma autarquia. As transformações foram promovidas com a edição da Lei nº 2.449/69, sancionada em 21 de outubro.

• 1971: o Departamento de Imprensa Oficial é transferido pelo então governador, Arthur Carlos Gerhardt Santos, da Avenida Jerônimo Monteiro para uma sede construída especialmente para o órgão na Avenida Beira-Mar, em Bento Ferreira, onde se encontra até os dias atuais. O prédio recebeu o nome do jornalista Orlando Bonfim Júnior, desaparecido durante o Regime Militar.

• 1980: a década marca um período de esvaziamento do órgão.

• 1990: o período marca a substituição do Linotipo pela implantação do sistema offset.

• 1999: o Departamento inicia seu período de reconstrução com novos equipamentos para impressão e acabamento.

• 2000: em março, o Departamento de Imprensa Oficial do Espírito Santo recebe o Prêmio “Ações Pró-qualidade”, da União Brasileira para a Qualidade. Foi a primeira Imprensa Oficial, de todo o Brasil, a receber tal Prêmio, raramente conferido ao setor público.

• 2001: inauguração do Diário Oficial na internet.

50

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

• 2005: por meio da Lei nº 327/2005, o órgão deixa de estar vinculado à Superintendência Estadual de Comunicação (Secom) e passa a integrar a estrutura da Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger).

• 2006: em 24 de maio, o Diário passou a circular em papel offset 75g. O antigo papel jornal foi aposentado, garantindo maior qualidade de impressão, principalmente para as fotografias.

• 2007: em 22 de maio, o Diário Oficial ganha um novo projeto gráfico, com a adoção de cadernos próprios para cada categoria de publicações.

• 2008: é implantado o sistema de buscas on-line, o DIO Eletrônico, por meio do qual o cidadão pode fazer pesquisas acerca de matérias legais publicadas no site da Imprensa Oficial (www.dio.es.gov.br).

• 2010: aprovação da Lei Complementar nº 547/10 que regulamenta o plano de cargos e salários da instituição, publicada em 1º de abril. Realização do primeiro concurso público da autarquia, com a contratação de 28 novos servidores das áreas administrativa, tecnologia da informação e parque gráfico.

• 2014: o DIO/ES lança um novo sistema de publicações, o IOES, conferindo mais agilidade e eficiência ao serviço de publicação dos atos oficiais. Há ainda o investimento em projetos de mobilidade e interatividade, como o lançamento do Leitor IOES, um aplicativo que permite a leitura do Diário Oficial em dispositivos móveis com plataformas Android e IOS (iPhone e iPad).

REFERÊNCIAS

GODOY, Roberto. A Memória Humana e a Escrita. Disponível em: http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/memoria/, acesso em 17/09/2014.

IMPRENSA NACIONAL. A História da Imprensa Nacional. Disponível em: http://portal.in.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/a-imprensa-nacional, acesso em 18/09/2014.

MATTEDI, José Carlos. História da Imprensa Oficial do Espírito Santo. Vitória: [s.n.], 2005.

51

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

MEMÓRIA DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS ESTADUAIS NA WEB: ANÁLISE DA VINCULAÇÃO DA HISTÓRIA DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS EM SUAS PÁGINAS ELETRÔNICAS INSTITUCIONAIS

Paulo José da Silva 1

Simone da Silva Ávila2

Marília Pioli Storch3

Sirléa Leal Francisco Gomes4

RESUMO

As instituições públicas e privadas estão cientes de que a internet pode ser uma ferramenta eficiente na divulgação de seus produtos e serviços e que os sites institucionais são como um cartão de visitas. Essas páginas eletrônicas devem mostrar ao público a organização, a missão e a trajetória da instituição. Assim, o presente trabalho analisa as páginas institucionais dos Ministérios Públicos estaduais e o do Distrito Federal a fim de identificar como eles têm usado a rede mundial de computadores para divulgar a sua história e preservar sua memória institucional. Conclui que alguns Ministérios Públicos utilizam a história do parquet como ferramenta de comunicação organizacional e a divulgam na internet, mas, no geral, ainda prevalecem as publicações impressas e constata a inexistência de informações acerca da história institucional nos sites dos Ministérios Públicos do Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima e Tocantins.

Palavras-chave: História do Ministério Público. Páginas eletrônicas institucionais. Memória Institucional.

1 Agente de apoio administrativo do Memorial/MPES. Bacharel em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Especialista em História das Relações Políticas pela Ufes e em Gestão Pública Municipal pelo Ifes.2 Agente de apoio administrativo do Memorial/MPES. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Especialista em Gestão de Empresas de Mídia pela Universidade de Vila Velha (UVV) e em Direito Público pela Faculdade São Geraldo.3 Estagiária de História do Memorial/MPES.4 Estagiária de Pedagogia do Memorial/MPES.

52

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

1 INTRODUÇÃO

Se há algum tempo as pessoas recorriam ao telefone para entrar em contato com as instituições, atualmente o primeiro mecanismo de busca de informações tem sido a internet. Dessa forma, empresas e instituições já compreenderam que as páginas eletrônicas institucionais têm um papel fundamental na divulgação de seus produtos e serviços.

Sites institucionais, normalmente, contêm um número muito grande de páginas elaboradas de acordo com a estrutura organizacional. No entanto, não existem padrões ou regras que definem como o site institucional deve ser, mas é inegável a sua importância dentro de um mundo cada vez mais conectado. Nesse caso, estar fora da Internet pode significar estar fora do mundo dos negócios.

Na maioria das vezes, um site é o trabalho de um único indivíduo, empresa ou organização, dedicado a um tópico ou propósito em particular. Segundo Marchionini (1997, apud Lima, 2014), em grandes instituições, como agências governamentais, bibliotecas e universidades, é provável que exista a figura de um administrador geral do site, que muitas vezes pode ter dificuldade em manter sua estrutura, uma vez que são formadas por vários departamentos e subdivisões. O conteúdo das páginas, em geral, é responsabilidade de cada departamento. Esse fato faz com que a concepção da estrutura do site seja mais um processo social e político do que um processo de design.

Os sites institucionais possuem inúmeras páginas e, depois de estabilizados, não podem sofrer frequentes modificações, pois isso causaria inconvenientes ao usuário, gerando problemas de usabilidade e custos de manutenção.

Ao considerar o site institucional como um cartão de visitas, ele deve apresentar a organização, a missão e a trajetória da instituição. No caso do Ministério Público, particularmente, somam-se a esses assuntos um sistema de recebimento de denúncias pela Ouvidoria e o Portal da Transparência, impulsionado pela Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).

A trajetória do Ministério Público brasileiro tem sido discutida em âmbito nacional, nos últimos quatro anos, nos Encontros de Memoriais dos Ministérios Públicos. O objetivo desses encontros é debater a importância

51

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

MEMÓRIA DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS ESTADUAIS NA WEB: ANÁLISE DA VINCULAÇÃO DA HISTÓRIA DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS EM SUAS PÁGINAS ELETRÔNICAS INSTITUCIONAIS

Paulo José da Silva 1

Simone da Silva Ávila2

Marília Pioli Storch3

Sirléa Leal Francisco Gomes4

RESUMO

As instituições públicas e privadas estão cientes de que a internet pode ser uma ferramenta eficiente na divulgação de seus produtos e serviços e que os sites institucionais são como um cartão de visitas. Essas páginas eletrônicas devem mostrar ao público a organização, a missão e a trajetória da instituição. Assim, o presente trabalho analisa as páginas institucionais dos Ministérios Públicos estaduais e o do Distrito Federal a fim de identificar como eles têm usado a rede mundial de computadores para divulgar a sua história e preservar sua memória institucional. Conclui que alguns Ministérios Públicos utilizam a história do parquet como ferramenta de comunicação organizacional e a divulgam na internet, mas, no geral, ainda prevalecem as publicações impressas e constata a inexistência de informações acerca da história institucional nos sites dos Ministérios Públicos do Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima e Tocantins.

Palavras-chave: História do Ministério Público. Páginas eletrônicas institucionais. Memória Institucional.

1 Agente de apoio administrativo do Memorial/MPES. Bacharel em História pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Especialista em História das Relações Políticas pela Ufes e em Gestão Pública Municipal pelo Ifes.2 Agente de apoio administrativo do Memorial/MPES. Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Especialista em Gestão de Empresas de Mídia pela Universidade de Vila Velha (UVV) e em Direito Público pela Faculdade São Geraldo.3 Estagiária de História do Memorial/MPES.4 Estagiária de Pedagogia do Memorial/MPES.

52

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

1 INTRODUÇÃO

Se há algum tempo as pessoas recorriam ao telefone para entrar em contato com as instituições, atualmente o primeiro mecanismo de busca de informações tem sido a internet. Dessa forma, empresas e instituições já compreenderam que as páginas eletrônicas institucionais têm um papel fundamental na divulgação de seus produtos e serviços.

Sites institucionais, normalmente, contêm um número muito grande de páginas elaboradas de acordo com a estrutura organizacional. No entanto, não existem padrões ou regras que definem como o site institucional deve ser, mas é inegável a sua importância dentro de um mundo cada vez mais conectado. Nesse caso, estar fora da Internet pode significar estar fora do mundo dos negócios.

Na maioria das vezes, um site é o trabalho de um único indivíduo, empresa ou organização, dedicado a um tópico ou propósito em particular. Segundo Marchionini (1997, apud Lima, 2014), em grandes instituições, como agências governamentais, bibliotecas e universidades, é provável que exista a figura de um administrador geral do site, que muitas vezes pode ter dificuldade em manter sua estrutura, uma vez que são formadas por vários departamentos e subdivisões. O conteúdo das páginas, em geral, é responsabilidade de cada departamento. Esse fato faz com que a concepção da estrutura do site seja mais um processo social e político do que um processo de design.

Os sites institucionais possuem inúmeras páginas e, depois de estabilizados, não podem sofrer frequentes modificações, pois isso causaria inconvenientes ao usuário, gerando problemas de usabilidade e custos de manutenção.

Ao considerar o site institucional como um cartão de visitas, ele deve apresentar a organização, a missão e a trajetória da instituição. No caso do Ministério Público, particularmente, somam-se a esses assuntos um sistema de recebimento de denúncias pela Ouvidoria e o Portal da Transparência, impulsionado pela Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).

A trajetória do Ministério Público brasileiro tem sido discutida em âmbito nacional, nos últimos quatro anos, nos Encontros de Memoriais dos Ministérios Públicos. O objetivo desses encontros é debater a importância

53

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

dos setores responsáveis pela construção da história institucional e suas ações visando à aproximação com a comunidade.

Considerando esse debate e a criação dos Memoriais do Ministério Público, inclusive alguns já dotados de espaços museais como o do Rio Grande do Sul, o de Minas Gerais e o de Alagoas, cabe analisar como tem sido a divulgação da história do Ministério Público nos sites institucionais. Essas páginas foram recentemente alteradas para atender à Resolução nº 91 do Conselho Nacional do Ministério Público, de 29 de janeiro de 2013, que “dispõe sobre a utilização do domínio ‘.mp.br’ pelo Ministério Público”5. Até a emissão dessa normativa, os sites dos MPs utilizavam ‘.gov.br’, domínio usado pelos órgãos do Poder Executivo.

A metodologia utilizada neste estudo foi a de análise das páginas eletrônicas dos Ministérios Públicos estaduais e do Distrito Federal com o objetivo de identificar os mecanismos de divulgação da história institucional no ambiente virtual. Apesar de o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) integrar o Ministério Público da União (MPU), optamos por incluí-lo nesta pesquisa, pois seu campo de atuação não é na esfera federal, mas análogo ao dos Ministérios Públicos dos Estados. Os membros do MPDFT atuam perante o Poder Judiciário do Distrito Federal.

A apresentação seguirá a ordem alfabética das unidades da federação.

2 ACRE

No topo da página eletrônica do Ministério Público do Acre (MPAC), www.mpac.mp.br, destaca-se uma logomarca acompanhada dos dizeres “1963 – 2013: há 50 anos promovendo Justiça social”.

Ao pesquisar no site da instituição, encontra-se uma reportagem intitulada “MPAC: uma história de 50 anos em defesa da sociedade acreana”. Esse texto, de 26 de julho de 2013, dia da comemoração do cinquentenário do MPAC, apresenta as recentes conquistas, os investimentos e os esforços no enfrentamento à corrupção e destaca as origens da instituição naquele Estado. 5 Disponível em: <http://www.cnmp.mp.br/portal/images/Normas/Resolucoes/Resolu%C3%A7%C3%A3o_n%C2%BA_91_Alterada_pela_Res._106-2014.1.pdf > Acesso em 14 out. 2014

54

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A divulgação da história do MPAC em sua página institucional também está no menu “Publicações”, onde se encontra o livro Ministério Público do Estado do Acre — 50 anos: registros históricos: 1963-2013 e a edição nº 1 da Revista do MPAC – edição especial 50 anos.

3 ALAGOAS

O grande mérito do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) no que se refere à história institucional foi ter reinaugurado, em 2014, após sete anos sem funcionamento, o espaço museal do Memorial Desembargador Hélio Cabral.

Instituído em 7 de outubro de 1999, aberto ao público em 31 de março de 2000 e tombado como patrimônio cultural de Alagoas em 2002, teve suas atividades interrompidas em 2006. Atualmente desenvolve projetos como “A escola vai ao Ministério Público e ao Memorial” e “Promotor de Justiça Mirim”.

Na notícia sobre a reabertura do Memorial Desembargador Hélio Cabral, é atribuída a esse setor a função de “guardião da história da instituição, haja vista que, a partir de registros, documentos históricos, fotografias e peças museológicas, é narrada a história de procuradores-gerais, procuradores e promotores de Justiça que ajudaram a construir a imagem do MPAL ao longo de décadas”6.

A divulgação do Memorial do MPAL na página institucional desse Ministério Público (www.mpal.mp.br) está em destaque na parte inferior da página. Ao acessá-la, o internauta é direcionado para as notícias das atividades desenvolvidas pelo Memorial, bem como das doações ao acervo, visitas recebidas e participação em eventos. Há a biografia de Hélio Rocha Cabral de Vasconcellos, os objetivos do Memorial e a história do Ministério Público, desde a Antiguidade Clássica até a Constituição Brasileira de 1988, com destaque para a atuação de Carlos Guido Ferrario Lobo, procurador-geral de Justiça do MPAL durante 14 anos.

6 RIBEIRO, Janaína. Memorial Desembargador Hélio Cabral ganha revitalização e é reaberto ao público de Alagoas. Em: <http://www.mp.al.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=51:noticias-memorial-desemb-helio-cabral&Itemid=6> Acesso em: 22 set. 2014

53

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

dos setores responsáveis pela construção da história institucional e suas ações visando à aproximação com a comunidade.

Considerando esse debate e a criação dos Memoriais do Ministério Público, inclusive alguns já dotados de espaços museais como o do Rio Grande do Sul, o de Minas Gerais e o de Alagoas, cabe analisar como tem sido a divulgação da história do Ministério Público nos sites institucionais. Essas páginas foram recentemente alteradas para atender à Resolução nº 91 do Conselho Nacional do Ministério Público, de 29 de janeiro de 2013, que “dispõe sobre a utilização do domínio ‘.mp.br’ pelo Ministério Público”5. Até a emissão dessa normativa, os sites dos MPs utilizavam ‘.gov.br’, domínio usado pelos órgãos do Poder Executivo.

A metodologia utilizada neste estudo foi a de análise das páginas eletrônicas dos Ministérios Públicos estaduais e do Distrito Federal com o objetivo de identificar os mecanismos de divulgação da história institucional no ambiente virtual. Apesar de o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) integrar o Ministério Público da União (MPU), optamos por incluí-lo nesta pesquisa, pois seu campo de atuação não é na esfera federal, mas análogo ao dos Ministérios Públicos dos Estados. Os membros do MPDFT atuam perante o Poder Judiciário do Distrito Federal.

A apresentação seguirá a ordem alfabética das unidades da federação.

2 ACRE

No topo da página eletrônica do Ministério Público do Acre (MPAC), www.mpac.mp.br, destaca-se uma logomarca acompanhada dos dizeres “1963 – 2013: há 50 anos promovendo Justiça social”.

Ao pesquisar no site da instituição, encontra-se uma reportagem intitulada “MPAC: uma história de 50 anos em defesa da sociedade acreana”. Esse texto, de 26 de julho de 2013, dia da comemoração do cinquentenário do MPAC, apresenta as recentes conquistas, os investimentos e os esforços no enfrentamento à corrupção e destaca as origens da instituição naquele Estado. 5 Disponível em: <http://www.cnmp.mp.br/portal/images/Normas/Resolucoes/Resolu%C3%A7%C3%A3o_n%C2%BA_91_Alterada_pela_Res._106-2014.1.pdf > Acesso em 14 out. 2014

54

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

A divulgação da história do MPAC em sua página institucional também está no menu “Publicações”, onde se encontra o livro Ministério Público do Estado do Acre — 50 anos: registros históricos: 1963-2013 e a edição nº 1 da Revista do MPAC – edição especial 50 anos.

3 ALAGOAS

O grande mérito do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) no que se refere à história institucional foi ter reinaugurado, em 2014, após sete anos sem funcionamento, o espaço museal do Memorial Desembargador Hélio Cabral.

Instituído em 7 de outubro de 1999, aberto ao público em 31 de março de 2000 e tombado como patrimônio cultural de Alagoas em 2002, teve suas atividades interrompidas em 2006. Atualmente desenvolve projetos como “A escola vai ao Ministério Público e ao Memorial” e “Promotor de Justiça Mirim”.

Na notícia sobre a reabertura do Memorial Desembargador Hélio Cabral, é atribuída a esse setor a função de “guardião da história da instituição, haja vista que, a partir de registros, documentos históricos, fotografias e peças museológicas, é narrada a história de procuradores-gerais, procuradores e promotores de Justiça que ajudaram a construir a imagem do MPAL ao longo de décadas”6.

A divulgação do Memorial do MPAL na página institucional desse Ministério Público (www.mpal.mp.br) está em destaque na parte inferior da página. Ao acessá-la, o internauta é direcionado para as notícias das atividades desenvolvidas pelo Memorial, bem como das doações ao acervo, visitas recebidas e participação em eventos. Há a biografia de Hélio Rocha Cabral de Vasconcellos, os objetivos do Memorial e a história do Ministério Público, desde a Antiguidade Clássica até a Constituição Brasileira de 1988, com destaque para a atuação de Carlos Guido Ferrario Lobo, procurador-geral de Justiça do MPAL durante 14 anos.

6 RIBEIRO, Janaína. Memorial Desembargador Hélio Cabral ganha revitalização e é reaberto ao público de Alagoas. Em: <http://www.mp.al.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=51:noticias-memorial-desemb-helio-cabral&Itemid=6> Acesso em: 22 set. 2014

55

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Também é possível obter junto à página eletrônica do Memorial do MPAL informações acerca da Comenda Rodriguez de Melo, outorgada à personalidade conceituada como “Amigo do Ministério Público Alagoano”, bem como o perfil biográfico desse membro do parquet local que dá nome a essa honraria.

4 AMAPÁ

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado do Amapá (MPAP), www.mpap.mp.br, há um menu secundário denominado “História do MP”, que remete ao texto A História do Ministério Público no Brasil, de Victor Roberto Corrêa de Souza. No entanto, não há referência à criação da instituição no território amapaense.

Pesquisando no site da instituição, aparecem notícias referentes à comemoração dos 20 anos do MPAP em 2012, inclusive com a realização de uma exposição fotográfica sobre o tema, e ao 21º aniversário no ano seguinte. Essas notícias apresentam um parágrafo se referindo à criação do MP do Amapá.

Apesar de não ter divulgado em sua página institucional, a Procuradoria-Geral de Justiça do Amapá lançou, em 2007, a obra A História do Ministério Público do Estado do Amapá.

5 AMAZONAS

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) dispõe de um Memorial dotado de espaço cultural com o objetivo de conservar a história do MP a partir de documentação, instrumentos e paisagens que retratam a origem e evolução da instituição.

Essa informação, vinculada como notícia no site institucional (www.mpam.mp.br), descreve que o Memorial do MPAM

possui um acervo composto pela Galeria dos ex-procuradores-gerais e ex-corregedores-gerais do Ministério Público, Galeria dos vencedores de

56

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

concursos e eventos culturais promovidos pela instituição, vestes talares de procurador e promotor de Justiça, documentos históricos de fundamental importância para o MP, painéis alusivos a fatos importantes e a notáveis ex-membros, exemplares das condecorações outorgadas pelo Ministério Público Estadual, bem como originais ou réplicas daquelas recebidas externamente pelos seus mais destacados membros e publicações institucionais.7

Apesar de ter um setor específico para tratar de sua história, o Ministério Público do Amazonas não apresenta em sua página eletrônica espaço para divulgação dessa iniciativa. Há que se ressaltar que o MPAM já divulgou em seu site um livro sobre a história do Ministério Público no Amazonas cujo acesso era interativo. No entanto, durante esta pesquisa a obra não estava disponível. Essa ausência justifica-se pelas notícias de atualização dos registros históricos do MPAM8 e do pregão presencial para a contratação de empresa especializada para a prestação do serviço de impressão gráfica da 3ª edição, atualizada e ampliada, do livro O Ministério Público na História do Amazonas, de autoria da historiadora e professora Etelvina Norma Garcia9.

6 BAHIA

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), www.mpba.mp.br, no submenu “Institucional”, estão disponíveis informações referentes à definição do que é o Ministério Público, à legislação constitutiva do parquet baiano, ao manual da marca do MP, à construção da nova sede do MPBA e à história do Ministério Público Brasileiro.

Ao acessar “A História do Ministério Público Brasileiro”, o leitor é direcionado para o conteúdo do livro A História do Ministério Público do Estado da Bahia: 1609-2009, obra comemorativa do IV Centenário do Ministério Público Brasileiro, em 2009.

A divulgação dessa obra no site permite ao pesquisador conhecer a história do Ministério Público da Bahia. Todavia, não há evidência de que outros

7 Em: <http://www.mpam.mp.br/noticias-sp-1771083401/523-inaugurado-memorial-do-ministerio-publico-do-estado-do-amazonas#.U3EZOoFdVMg> Acesso em: 14 maio 20148 Em: <http://www.mpam.mp.br/noticias-sp-1771083401/6587-registros-historicos-do-mp-am-serao-atualizados#.U3Ef64FdVMg> Acesso em: 14 maio 20149 Em: <http://www.mpam.mp.br/attachments/article/7361/DivulgacaoQuadroAviso-PP%205010-2014%20(1).pdf> Acesso em: 22 set. 2014

55

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

Também é possível obter junto à página eletrônica do Memorial do MPAL informações acerca da Comenda Rodriguez de Melo, outorgada à personalidade conceituada como “Amigo do Ministério Público Alagoano”, bem como o perfil biográfico desse membro do parquet local que dá nome a essa honraria.

4 AMAPÁ

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado do Amapá (MPAP), www.mpap.mp.br, há um menu secundário denominado “História do MP”, que remete ao texto A História do Ministério Público no Brasil, de Victor Roberto Corrêa de Souza. No entanto, não há referência à criação da instituição no território amapaense.

Pesquisando no site da instituição, aparecem notícias referentes à comemoração dos 20 anos do MPAP em 2012, inclusive com a realização de uma exposição fotográfica sobre o tema, e ao 21º aniversário no ano seguinte. Essas notícias apresentam um parágrafo se referindo à criação do MP do Amapá.

Apesar de não ter divulgado em sua página institucional, a Procuradoria-Geral de Justiça do Amapá lançou, em 2007, a obra A História do Ministério Público do Estado do Amapá.

5 AMAZONAS

O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) dispõe de um Memorial dotado de espaço cultural com o objetivo de conservar a história do MP a partir de documentação, instrumentos e paisagens que retratam a origem e evolução da instituição.

Essa informação, vinculada como notícia no site institucional (www.mpam.mp.br), descreve que o Memorial do MPAM

possui um acervo composto pela Galeria dos ex-procuradores-gerais e ex-corregedores-gerais do Ministério Público, Galeria dos vencedores de

56

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

concursos e eventos culturais promovidos pela instituição, vestes talares de procurador e promotor de Justiça, documentos históricos de fundamental importância para o MP, painéis alusivos a fatos importantes e a notáveis ex-membros, exemplares das condecorações outorgadas pelo Ministério Público Estadual, bem como originais ou réplicas daquelas recebidas externamente pelos seus mais destacados membros e publicações institucionais.7

Apesar de ter um setor específico para tratar de sua história, o Ministério Público do Amazonas não apresenta em sua página eletrônica espaço para divulgação dessa iniciativa. Há que se ressaltar que o MPAM já divulgou em seu site um livro sobre a história do Ministério Público no Amazonas cujo acesso era interativo. No entanto, durante esta pesquisa a obra não estava disponível. Essa ausência justifica-se pelas notícias de atualização dos registros históricos do MPAM8 e do pregão presencial para a contratação de empresa especializada para a prestação do serviço de impressão gráfica da 3ª edição, atualizada e ampliada, do livro O Ministério Público na História do Amazonas, de autoria da historiadora e professora Etelvina Norma Garcia9.

6 BAHIA

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA), www.mpba.mp.br, no submenu “Institucional”, estão disponíveis informações referentes à definição do que é o Ministério Público, à legislação constitutiva do parquet baiano, ao manual da marca do MP, à construção da nova sede do MPBA e à história do Ministério Público Brasileiro.

Ao acessar “A História do Ministério Público Brasileiro”, o leitor é direcionado para o conteúdo do livro A História do Ministério Público do Estado da Bahia: 1609-2009, obra comemorativa do IV Centenário do Ministério Público Brasileiro, em 2009.

A divulgação dessa obra no site permite ao pesquisador conhecer a história do Ministério Público da Bahia. Todavia, não há evidência de que outros

7 Em: <http://www.mpam.mp.br/noticias-sp-1771083401/523-inaugurado-memorial-do-ministerio-publico-do-estado-do-amazonas#.U3EZOoFdVMg> Acesso em: 14 maio 20148 Em: <http://www.mpam.mp.br/noticias-sp-1771083401/6587-registros-historicos-do-mp-am-serao-atualizados#.U3Ef64FdVMg> Acesso em: 14 maio 20149 Em: <http://www.mpam.mp.br/attachments/article/7361/DivulgacaoQuadroAviso-PP%205010-2014%20(1).pdf> Acesso em: 22 set. 2014

57

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

trabalhos têm sido realizados acerca do tema e se há um setor responsável pela memória institucional.

7 CEARÁ

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), www.mpce.mp.br, não foram localizadas informações acerca da história da instituição nem notícias de alguma publicação referente ao tema.

8 DISTRITO FEDERAL

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) dispõe, no menu “Institucional” de sua página eletrônica, www.mpdf.mp.br, no submenu denominado “Sobre o MPDFT”, de um vídeo e notícias que esclarecem as funções desse Ministério Público. Apesar de integrar o Ministério Público da União (MPU), junto ao Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Militar (MPM), o MPDFT “não cuida de matérias da competência da Justiça Federal, mas sim das que competem às Justiças estaduais. Seus integrantes atuam perante o Poder Judiciário do Distrito Federal”.10

Ao analisar o organograma da instituição, verifica-se a existência de um Centro de Memória vinculado à Vice-Procuradoria-Geral de Justiça. Esse Centro tem por finalidade a preservação e a divulgação da história da instituição, competindo-lhe guardar e preservar o acervo documental de caráter histórico, científico e cultural; controlar o recolhimento e as consultas aos documentos; recuperar informações e franquear o acesso aos documentos; atender os usuários internos e externos; divulgar permanentemente seu acervo.

Ressalta-se ainda que no regimento, disponibilizado na seção “Legislação e Normas”, o tratamento da memória institucional do MPDFT é de competência da Coordenadoria de Documentação e Informação.

10 Em:<http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/conhea-o-mpdft-section-424/327-o-que-e-o-ministerio-publico-do-distrito-federal-e-territorios-mpdft> Acesso em: 14 maio 2014

58

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Na seção “Comunicação”, é possível localizar três edições da Revista Projeto Memória que dão um panorama da história do MPDFT. Também foi possível localizar duas notícias do ano de 2009 informando a respeito da instalação permanente do Memorial do MPDFT, inaugurado em 2004, com exposição temporária.

A instalação permanente apresenta oito painéis de imagens que resgatam a história e mostram momentos marcantes da atuação do órgão. Entre os registros expostos encontram-se fotografias dos primeiros membros e servidores do MPDFT e da construção e inauguração dos demais edifícios próprios. Também fazem parte do acervo objetos de valor histórico, como condecorações recebidas por membros da casa11.

9 ESPÍRITO SANTO

Acessando a página eletrônica do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), www.mpes.mp.br, é possível obter informações que colocam o leitor a par das atividades desenvolvidas pela instituição. Nela, encontram-se os menus: Conheça o MPES, Institucional, Centros de Apoio, Serviços, Núcleos e Grupos e área para busca e/ou pesquisa.

No menu “Institucional”, está registrada a apresentação da Procuradoria-Geral de Justiça, as funções dos procuradores e promotores de Justiça, bem como as estruturas do órgão. Destaca-se também a Ouvidoria, que é o canal aberto com o público com o objetivo de ofertar um serviço de qualidade e transparência à população, e o Memorial, cuja função primordial é preservar a memória pretérita do MPES e engajar-se na pesquisa dos acontecimentos que comporão a história da instituição. Com um clique sobre a palavra “Memorial”, abre-se uma janela, na qual é possível acessar informações que revelam ao leitor a história do MPES.

O Memorial do MPES, setor criado em 2008, apresenta em sua página o menu “Procuradores-Gerais” com uma galeria contendo as biografias daqueles que assumiram o cargo máximo da instituição.

11 Em: <http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/comunicacao-/noticias/notcias-2009-main-372/1842-memorial-resgata-historia-do-mpdft> Acesso em: 15 maio 2014

57

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

trabalhos têm sido realizados acerca do tema e se há um setor responsável pela memória institucional.

7 CEARÁ

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), www.mpce.mp.br, não foram localizadas informações acerca da história da instituição nem notícias de alguma publicação referente ao tema.

8 DISTRITO FEDERAL

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) dispõe, no menu “Institucional” de sua página eletrônica, www.mpdf.mp.br, no submenu denominado “Sobre o MPDFT”, de um vídeo e notícias que esclarecem as funções desse Ministério Público. Apesar de integrar o Ministério Público da União (MPU), junto ao Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Militar (MPM), o MPDFT “não cuida de matérias da competência da Justiça Federal, mas sim das que competem às Justiças estaduais. Seus integrantes atuam perante o Poder Judiciário do Distrito Federal”.10

Ao analisar o organograma da instituição, verifica-se a existência de um Centro de Memória vinculado à Vice-Procuradoria-Geral de Justiça. Esse Centro tem por finalidade a preservação e a divulgação da história da instituição, competindo-lhe guardar e preservar o acervo documental de caráter histórico, científico e cultural; controlar o recolhimento e as consultas aos documentos; recuperar informações e franquear o acesso aos documentos; atender os usuários internos e externos; divulgar permanentemente seu acervo.

Ressalta-se ainda que no regimento, disponibilizado na seção “Legislação e Normas”, o tratamento da memória institucional do MPDFT é de competência da Coordenadoria de Documentação e Informação.

10 Em:<http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/conhea-o-mpdft-section-424/327-o-que-e-o-ministerio-publico-do-distrito-federal-e-territorios-mpdft> Acesso em: 14 maio 2014

58

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Na seção “Comunicação”, é possível localizar três edições da Revista Projeto Memória que dão um panorama da história do MPDFT. Também foi possível localizar duas notícias do ano de 2009 informando a respeito da instalação permanente do Memorial do MPDFT, inaugurado em 2004, com exposição temporária.

A instalação permanente apresenta oito painéis de imagens que resgatam a história e mostram momentos marcantes da atuação do órgão. Entre os registros expostos encontram-se fotografias dos primeiros membros e servidores do MPDFT e da construção e inauguração dos demais edifícios próprios. Também fazem parte do acervo objetos de valor histórico, como condecorações recebidas por membros da casa11.

9 ESPÍRITO SANTO

Acessando a página eletrônica do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), www.mpes.mp.br, é possível obter informações que colocam o leitor a par das atividades desenvolvidas pela instituição. Nela, encontram-se os menus: Conheça o MPES, Institucional, Centros de Apoio, Serviços, Núcleos e Grupos e área para busca e/ou pesquisa.

No menu “Institucional”, está registrada a apresentação da Procuradoria-Geral de Justiça, as funções dos procuradores e promotores de Justiça, bem como as estruturas do órgão. Destaca-se também a Ouvidoria, que é o canal aberto com o público com o objetivo de ofertar um serviço de qualidade e transparência à população, e o Memorial, cuja função primordial é preservar a memória pretérita do MPES e engajar-se na pesquisa dos acontecimentos que comporão a história da instituição. Com um clique sobre a palavra “Memorial”, abre-se uma janela, na qual é possível acessar informações que revelam ao leitor a história do MPES.

O Memorial do MPES, setor criado em 2008, apresenta em sua página o menu “Procuradores-Gerais” com uma galeria contendo as biografias daqueles que assumiram o cargo máximo da instituição.

11 Em: <http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/comunicacao-/noticias/notcias-2009-main-372/1842-memorial-resgata-historia-do-mpdft> Acesso em: 15 maio 2014

59

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

No menu “Memória Oral”, encontram-se as entrevistas e depoimentos em vídeo concedidos por membros e servidores aposentados, contendo os fatos que marcaram suas trajetórias no Ministério Público do Espírito Santo.

Em “Publicações”, estão disponíveis para leitura e download artigos e livros produzidos pelo Memorial. Encontram-se publicados até o momento três livros: dois Anais do Simpósio Capixaba de Memória Institucional e a obra biográfica Procuradores-gerais do Ministério Público do Espírito Santo: 1909-2009.

Há que se ressaltar a relevância dos temas abordados pelos artigos produzidos pelo Memorial como “A presença feminina na carreira do Ministério Público”, “Avanços e conquistas do Ministério Público nos 25 anos da Constituição Cidadã” e um artigo referente ao Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional — CEAF, que tem como finalidade promover o aprimoramento profissional e cultural dos servidores administrativos e membros da instituição, com foco na melhoria da qualidade do atendimento e dos serviços prestados à sociedade.

10 GOIÁS

A seção “Conheça o MP-GO” disponibilizada na página eletrônica do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), www.mpgo.mp.br, apresenta um texto intitulado “O que é o Ministério Público?”. Nele há o vídeo “O que é o Ministério Público”, a versão digital da cartilha Conheça o MP-GO e o livro Memória do Ministério Público de Goiás, publicado em 2008.

No site do MP-GO, não há referências a outros trabalhos acerca da história do Ministério Público goiano nem se existe um setor responsável pela memória institucional.

11 MARANHÃO

Na página eletrônica do Ministério Público do Maranhão (MPMA), www.mpma.mp.br, há um menu que direciona o leitor para a página do seu Memorial. No entanto, ao acessá-la, nos meses de maio e setembro de

60

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

2014, apareceu a informação de que a página está em construção.

Apesar disso, é notório o tratamento dado pelo MP maranhense à sua história institucional por meio do Programa Memória, que realiza pesquisas e preservação documental, além de publicações como a revista MP Memória e a coletânea Ministério Público do Estado do Maranhão: fontes para sua História, com as correspondências ativas dos promotores públicos do Império e a edição especial Os autos do processo-crime da Baronesa de Grajaú: 1876 – 1877.

Outro aspecto a ressaltar é que o MPMA dispõe de um Memorial dotado de espaço museal. Esse espaço, criado em 2004 em um prédio na Rua do Giz, no Centro Histórico de São Luís, foi desativado em 201012 e, três anos depois, reinaugurado em novo prédio13.

12 MATO GROSSO

A página eletrônica do Ministério Público do Estado do Mato Grosso (MPMT), www.mpmt.mp.br, não apresenta informações concernentes à sua história. Ressalta-se que foi localizada apenas uma notícia referente ao lançamento, em 2009, do livro Ministério Público do Estado do Mato Grosso: trajetória histórica. Essa obra, de autoria da historiadora Elizabeth Madureira, visa rememorar a relevância do papel desempenhado pelo Ministério Público ao longo de sua atuação positiva na vida do cidadão mato-grossense14. A reportagem também se refere à Comissão Memória do MPMT, mas não foi possível localizar no site outras informações referentes às ações desenvolvidas por essa comissão em prol da memória institucional.

13 MATO GROSSO DO SUL

O Ministério Público do Estado do Sul (MPMS) não apresenta em sua página eletrônica institucional (www.mpms.mp.br) informações acerca da história 12 Em: <http://www.mpma.mp.br/index.php/lista-de-noticias-gerais/4997-programa-memoria-institucional-e-apresentado-ao-ministerio-de-minas-e-energia> Acesso em: 15 maio 201413 Em <http://www.mpma.mp.br/index.php/lista-de-noticias-gerais/7072-memorial-do-mpma-e-inaugurado-em-novo-predio> Acesso em: 15 maio 201414 Em: <https://www.mpmt.mp.br/conteudo.php?sid=58&cid=41940&parent=58> Acesso em: 2 out. 2014

59

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

No menu “Memória Oral”, encontram-se as entrevistas e depoimentos em vídeo concedidos por membros e servidores aposentados, contendo os fatos que marcaram suas trajetórias no Ministério Público do Espírito Santo.

Em “Publicações”, estão disponíveis para leitura e download artigos e livros produzidos pelo Memorial. Encontram-se publicados até o momento três livros: dois Anais do Simpósio Capixaba de Memória Institucional e a obra biográfica Procuradores-gerais do Ministério Público do Espírito Santo: 1909-2009.

Há que se ressaltar a relevância dos temas abordados pelos artigos produzidos pelo Memorial como “A presença feminina na carreira do Ministério Público”, “Avanços e conquistas do Ministério Público nos 25 anos da Constituição Cidadã” e um artigo referente ao Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional — CEAF, que tem como finalidade promover o aprimoramento profissional e cultural dos servidores administrativos e membros da instituição, com foco na melhoria da qualidade do atendimento e dos serviços prestados à sociedade.

10 GOIÁS

A seção “Conheça o MP-GO” disponibilizada na página eletrônica do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), www.mpgo.mp.br, apresenta um texto intitulado “O que é o Ministério Público?”. Nele há o vídeo “O que é o Ministério Público”, a versão digital da cartilha Conheça o MP-GO e o livro Memória do Ministério Público de Goiás, publicado em 2008.

No site do MP-GO, não há referências a outros trabalhos acerca da história do Ministério Público goiano nem se existe um setor responsável pela memória institucional.

11 MARANHÃO

Na página eletrônica do Ministério Público do Maranhão (MPMA), www.mpma.mp.br, há um menu que direciona o leitor para a página do seu Memorial. No entanto, ao acessá-la, nos meses de maio e setembro de

60

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

2014, apareceu a informação de que a página está em construção.

Apesar disso, é notório o tratamento dado pelo MP maranhense à sua história institucional por meio do Programa Memória, que realiza pesquisas e preservação documental, além de publicações como a revista MP Memória e a coletânea Ministério Público do Estado do Maranhão: fontes para sua História, com as correspondências ativas dos promotores públicos do Império e a edição especial Os autos do processo-crime da Baronesa de Grajaú: 1876 – 1877.

Outro aspecto a ressaltar é que o MPMA dispõe de um Memorial dotado de espaço museal. Esse espaço, criado em 2004 em um prédio na Rua do Giz, no Centro Histórico de São Luís, foi desativado em 201012 e, três anos depois, reinaugurado em novo prédio13.

12 MATO GROSSO

A página eletrônica do Ministério Público do Estado do Mato Grosso (MPMT), www.mpmt.mp.br, não apresenta informações concernentes à sua história. Ressalta-se que foi localizada apenas uma notícia referente ao lançamento, em 2009, do livro Ministério Público do Estado do Mato Grosso: trajetória histórica. Essa obra, de autoria da historiadora Elizabeth Madureira, visa rememorar a relevância do papel desempenhado pelo Ministério Público ao longo de sua atuação positiva na vida do cidadão mato-grossense14. A reportagem também se refere à Comissão Memória do MPMT, mas não foi possível localizar no site outras informações referentes às ações desenvolvidas por essa comissão em prol da memória institucional.

13 MATO GROSSO DO SUL

O Ministério Público do Estado do Sul (MPMS) não apresenta em sua página eletrônica institucional (www.mpms.mp.br) informações acerca da história 12 Em: <http://www.mpma.mp.br/index.php/lista-de-noticias-gerais/4997-programa-memoria-institucional-e-apresentado-ao-ministerio-de-minas-e-energia> Acesso em: 15 maio 201413 Em <http://www.mpma.mp.br/index.php/lista-de-noticias-gerais/7072-memorial-do-mpma-e-inaugurado-em-novo-predio> Acesso em: 15 maio 201414 Em: <https://www.mpmt.mp.br/conteudo.php?sid=58&cid=41940&parent=58> Acesso em: 2 out. 2014

61

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do Ministério Público naquele estado.

14 MINAS GERAIS

No site do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), www.mpmg.mp.br, no topo da página à esquerda, é possível visualizar o menu “Conheça o MPMG”. Ali o internauta consegue acessar o submenu “Memorial” e obter todas as informações referentes ao setor: a composição do seu Conselho Curador, os regulamentos, o acervo e os programas História Oral e Memória em Destaque.

O Memorial do MPMG foi criado com o objetivo de recuperar, conservar e divulgar os testemunhos materiais e imateriais representativos da trajetória e da história do parquet mineiro.

Criado por meio da Resolução do procurador-geral de Justiça nº 18, em 9 de abril de 2008, foi inaugurado em 8 de dezembro do mesmo ano. Possui espaço físico próprio, situado no pilotis do Edifício Carlos Ferreira Brandão, integrado ao conjunto arquitetônico que abriga a sede da instituição no bairro Santo Agostinho.

Existe no MPMG uma sala de exposição permanente do Memorial, onde estão peças da coleção principal representativa do patrimônio histórico do Ministério Público.

Nota-se que o MPMG realmente utiliza a história do parquet como ferramenta de comunicação. Um exemplo disso é o projeto Memória em Destaque, cujo objetivo é divulgar a história do Ministério Público de Minas Gerais por meio do acervo do Memorial da instituição. O destaque do mês de setembro de 2014 pode ser conferido na matéria “Primeiro promotor de Justiça nomeado por concurso em Minas Gerais”.15

Mensalmente, objetos, documentos, fatos ou biografias são destacados no ambiente expositivo e apresentados nos veículos de comunicação da Procuradoria-Geral de Justiça, onde são evidenciadas peculiaridades e informações técnicas, descritivas e narrativas dos itens expostos.

15 Em: <http://www.mpmg.mp.br/conheca-o-mpmg/memorial/memoria-em-destaque/> Acesso em 08 ago 2014.

62

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

15 PARÁ

Ao fazer uma busca pelo site do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), www.mppa.mp.br, encontra-se um pequeno relato acerca da história dessa instituição.

Embora o Ministério Público do Pará ainda não tenha criado um setor específico para tratar dos assuntos relativos à memória institucional, já foi instituída a Comissão de Organização e Estruturação do “Projeto Memória do Ministério Público do Estado do Pará”, por meio da Resolução nº 033, de 17 de outubro de 2011.

Ainda no site da instituição, nota-se uma preocupação com os mecanismos voltados para a construção e preservação da memória institucional a partir de matérias jornalísticas referentes ao assunto. No dia seguinte à aprovação da Resolução nº 33/2011, 18 de outubro de 2011, foi divulgada a matéria “Belém: Colégio de Procuradores aprova criação de cargos e projeto de memória do MP”.

Segundo o texto, destacou-se nesse projeto de resolução a importância do processo, considerando que o Ministério Público tem relevante papel no contexto social brasileiro, possuindo parte significativa dessa memória da sociedade. Considerou ainda a necessidade de resgatar a história do Ministério Público do Estado do Pará e de manter um trabalho sistemático de preservação do patrimônio histórico e cultural institucional16.

A primeira reunião de trabalho da Comissão “Memória do Ministério Público do Estado do Pará”, realizada no dia 13/12/2011, discutiu as estratégias e os encaminhamentos da comissão: cuidar da pesquisa, reunião, classificação, organização, administração e conservação dos papéis, documentos, arquivos digitais, objetos e bens de reconhecido valor relacionados com a história do MP do Pará.

Outra reportagem, “Belém: MP visita TCE e TRE para conhecer projetos de memória institucional”, publicada em 29 de fevereiro de 2012, confirma o interesse da instituição em construir e preservar sua história.

Em 2013, segundo informações da chefe da Divisão de Biblioteca do MPPA e 16 Em: <http://www.mp.pa.gov.br/index.php?action=.interna&id=535&class=N> Acesso em 19 set. 2014

61

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do Ministério Público naquele estado.

14 MINAS GERAIS

No site do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), www.mpmg.mp.br, no topo da página à esquerda, é possível visualizar o menu “Conheça o MPMG”. Ali o internauta consegue acessar o submenu “Memorial” e obter todas as informações referentes ao setor: a composição do seu Conselho Curador, os regulamentos, o acervo e os programas História Oral e Memória em Destaque.

O Memorial do MPMG foi criado com o objetivo de recuperar, conservar e divulgar os testemunhos materiais e imateriais representativos da trajetória e da história do parquet mineiro.

Criado por meio da Resolução do procurador-geral de Justiça nº 18, em 9 de abril de 2008, foi inaugurado em 8 de dezembro do mesmo ano. Possui espaço físico próprio, situado no pilotis do Edifício Carlos Ferreira Brandão, integrado ao conjunto arquitetônico que abriga a sede da instituição no bairro Santo Agostinho.

Existe no MPMG uma sala de exposição permanente do Memorial, onde estão peças da coleção principal representativa do patrimônio histórico do Ministério Público.

Nota-se que o MPMG realmente utiliza a história do parquet como ferramenta de comunicação. Um exemplo disso é o projeto Memória em Destaque, cujo objetivo é divulgar a história do Ministério Público de Minas Gerais por meio do acervo do Memorial da instituição. O destaque do mês de setembro de 2014 pode ser conferido na matéria “Primeiro promotor de Justiça nomeado por concurso em Minas Gerais”.15

Mensalmente, objetos, documentos, fatos ou biografias são destacados no ambiente expositivo e apresentados nos veículos de comunicação da Procuradoria-Geral de Justiça, onde são evidenciadas peculiaridades e informações técnicas, descritivas e narrativas dos itens expostos.

15 Em: <http://www.mpmg.mp.br/conheca-o-mpmg/memorial/memoria-em-destaque/> Acesso em 08 ago 2014.

62

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

15 PARÁ

Ao fazer uma busca pelo site do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), www.mppa.mp.br, encontra-se um pequeno relato acerca da história dessa instituição.

Embora o Ministério Público do Pará ainda não tenha criado um setor específico para tratar dos assuntos relativos à memória institucional, já foi instituída a Comissão de Organização e Estruturação do “Projeto Memória do Ministério Público do Estado do Pará”, por meio da Resolução nº 033, de 17 de outubro de 2011.

Ainda no site da instituição, nota-se uma preocupação com os mecanismos voltados para a construção e preservação da memória institucional a partir de matérias jornalísticas referentes ao assunto. No dia seguinte à aprovação da Resolução nº 33/2011, 18 de outubro de 2011, foi divulgada a matéria “Belém: Colégio de Procuradores aprova criação de cargos e projeto de memória do MP”.

Segundo o texto, destacou-se nesse projeto de resolução a importância do processo, considerando que o Ministério Público tem relevante papel no contexto social brasileiro, possuindo parte significativa dessa memória da sociedade. Considerou ainda a necessidade de resgatar a história do Ministério Público do Estado do Pará e de manter um trabalho sistemático de preservação do patrimônio histórico e cultural institucional16.

A primeira reunião de trabalho da Comissão “Memória do Ministério Público do Estado do Pará”, realizada no dia 13/12/2011, discutiu as estratégias e os encaminhamentos da comissão: cuidar da pesquisa, reunião, classificação, organização, administração e conservação dos papéis, documentos, arquivos digitais, objetos e bens de reconhecido valor relacionados com a história do MP do Pará.

Outra reportagem, “Belém: MP visita TCE e TRE para conhecer projetos de memória institucional”, publicada em 29 de fevereiro de 2012, confirma o interesse da instituição em construir e preservar sua história.

Em 2013, segundo informações da chefe da Divisão de Biblioteca do MPPA e 16 Em: <http://www.mp.pa.gov.br/index.php?action=.interna&id=535&class=N> Acesso em 19 set. 2014

63

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

membro da Comissão de Organização e Estruturação do Projeto “Memória do Ministério Público do Estado do Pará”, Lucilene da Silva Amaral, a Comissão finalizou o processo licitatório para contratação de um consultor que vai elaborar um livro (meio físico e digital) acerca da história da instituição. A partir da realização desse trabalho, será criada uma página virtual para tratar dos assuntos referentes à memória institucional.

16 PARAÍBA

Uma pesquisa no site do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), www.mppb.mp.br, dá a impressão de que a instituição se preocupa com a preservação da memória institucional, haja vista as matérias relacionadas com o tema. No entanto, só foi possível confirmar a informação de que o MPPB já possui um espaço reservado para o Memorial fazendo uma busca no endereço citado em uma das reportagens vinculadas no site17.

A matéria “Promotoria, Caop e Memorial do MPPB deverão ocupar prédio do Centro Histórico da capital”, publicada em 3 de junho de 2014, mostra que há interesse do Ministério Público do Estado da Paraíba, inclusive, em instalar o Memorial, atualmente localizado na Rua Alice Azevedo, 247, centro de João Pessoa, no Centro Histórico da capital, ocupando um imóvel tombado de propriedade do município ou do governo do estado.18

Também citando o Memorial, a matéria “Projetos complementares da nova sede do Ministério Público da Paraíba são assinados”, de 29 de agosto de 2014, aponta a abertura do processo de licitação para dar início aos 14 projetos complementares referentes à obra da nova sede do MPPB, que será iniciada em 201519.

De acordo com o projeto, serão três blocos, e um deles prevê espaço para atividades artístico-culturais, área de convivência e exposição permanente ligada ao Memorial do Ministério Público. Esse bloco será um novo espaço de

17 Em: <http://www.mppb.mp.br/index.php/noticias-android/99-procuradoria-geral/408-sede-das-promotorias-especializadas-da-capital-sera-recuperada> Acesso em: 22 set. 201418 Em: <http://www.mppb.mp.br/index.php/noticias-android/99-procuradoria-geral/408-sede-das-promotorias-especializadas-da-capital-sera-recuperada> Acesso em: 22 set. 201419 Em: <http://www.mppb.mp.br/index.php/noticias-android/99-procuradoria-geral/1339-projetos-complementares-da-nova-sede-do-ministerio-publico-da-paraiba-sao-assinados> Acesso em: 22 set. 2014.

64

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

convergência para a população paraibana.

17 PARANÁ

Na página principal do site do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), www.mppr.mp.br, o leitor consegue visualizar na parte superior um menu que vai direcioná-lo para as informações acerca do Memorial. Dentro dela, um pouco mais à direita, é possível encontrar dados a respeito da criação do Memorial, o local que ocupa, a equipe, a biografia dos procuradores-gerais de Justiça e o acervo (coleções, entrevistas em VHS e DVDs, documentos históricos, livros). Além disso, há algumas obras escritas por membros da instituição, a relação de procuradores-gerais a partir de 1891 e de corregedores-gerais desde 1963 e publicações de membros do MPPR.

No texto referente à criação do Memorial, ocorrida em janeiro de 1996 por meio da Resolução nº 41, é possível perceber a intenção de se valorizar a memória da instituição. Foi constituída uma comissão de procuradores e promotores, ativos e inativos, além da advogada e historiadora Maria Eunice Rodrigues da Silva, com o objetivo de promover o registro oral e visual dos membros da instituição e o resgate de sua memória, fontes e documentos de sua história.

Ao analisar as publicações contidas na página do Memorial, também se nota a grande preocupação com a memória da instituição paranaense. O procurador de Justiça aposentado Rui Cavallin Pinto, em “O Projeto Memória de Santa Catarina”20, cita que o Memorial do MPPR, na época de sua criação, foi pioneiro no país ao iniciar os projetos de recuperação da memória institucional por meio de entrevistas. No primeiro ano, foram 36 entrevistados. No entanto, esse projeto de história oral foi perdendo força e hoje já não se faz mais entrevista em função da demora na aquisição de equipamentos. O conteúdo das entrevistas não está disponível no site para visualização.

18 PERNAMBUCO

No site do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), www.mppe.20 Em: <http://www.memorial.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=109> Acesso em: 6 out. 2014.

63

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

membro da Comissão de Organização e Estruturação do Projeto “Memória do Ministério Público do Estado do Pará”, Lucilene da Silva Amaral, a Comissão finalizou o processo licitatório para contratação de um consultor que vai elaborar um livro (meio físico e digital) acerca da história da instituição. A partir da realização desse trabalho, será criada uma página virtual para tratar dos assuntos referentes à memória institucional.

16 PARAÍBA

Uma pesquisa no site do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), www.mppb.mp.br, dá a impressão de que a instituição se preocupa com a preservação da memória institucional, haja vista as matérias relacionadas com o tema. No entanto, só foi possível confirmar a informação de que o MPPB já possui um espaço reservado para o Memorial fazendo uma busca no endereço citado em uma das reportagens vinculadas no site17.

A matéria “Promotoria, Caop e Memorial do MPPB deverão ocupar prédio do Centro Histórico da capital”, publicada em 3 de junho de 2014, mostra que há interesse do Ministério Público do Estado da Paraíba, inclusive, em instalar o Memorial, atualmente localizado na Rua Alice Azevedo, 247, centro de João Pessoa, no Centro Histórico da capital, ocupando um imóvel tombado de propriedade do município ou do governo do estado.18

Também citando o Memorial, a matéria “Projetos complementares da nova sede do Ministério Público da Paraíba são assinados”, de 29 de agosto de 2014, aponta a abertura do processo de licitação para dar início aos 14 projetos complementares referentes à obra da nova sede do MPPB, que será iniciada em 201519.

De acordo com o projeto, serão três blocos, e um deles prevê espaço para atividades artístico-culturais, área de convivência e exposição permanente ligada ao Memorial do Ministério Público. Esse bloco será um novo espaço de

17 Em: <http://www.mppb.mp.br/index.php/noticias-android/99-procuradoria-geral/408-sede-das-promotorias-especializadas-da-capital-sera-recuperada> Acesso em: 22 set. 201418 Em: <http://www.mppb.mp.br/index.php/noticias-android/99-procuradoria-geral/408-sede-das-promotorias-especializadas-da-capital-sera-recuperada> Acesso em: 22 set. 201419 Em: <http://www.mppb.mp.br/index.php/noticias-android/99-procuradoria-geral/1339-projetos-complementares-da-nova-sede-do-ministerio-publico-da-paraiba-sao-assinados> Acesso em: 22 set. 2014.

64

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

convergência para a população paraibana.

17 PARANÁ

Na página principal do site do Ministério Público do Estado do Paraná (MPPR), www.mppr.mp.br, o leitor consegue visualizar na parte superior um menu que vai direcioná-lo para as informações acerca do Memorial. Dentro dela, um pouco mais à direita, é possível encontrar dados a respeito da criação do Memorial, o local que ocupa, a equipe, a biografia dos procuradores-gerais de Justiça e o acervo (coleções, entrevistas em VHS e DVDs, documentos históricos, livros). Além disso, há algumas obras escritas por membros da instituição, a relação de procuradores-gerais a partir de 1891 e de corregedores-gerais desde 1963 e publicações de membros do MPPR.

No texto referente à criação do Memorial, ocorrida em janeiro de 1996 por meio da Resolução nº 41, é possível perceber a intenção de se valorizar a memória da instituição. Foi constituída uma comissão de procuradores e promotores, ativos e inativos, além da advogada e historiadora Maria Eunice Rodrigues da Silva, com o objetivo de promover o registro oral e visual dos membros da instituição e o resgate de sua memória, fontes e documentos de sua história.

Ao analisar as publicações contidas na página do Memorial, também se nota a grande preocupação com a memória da instituição paranaense. O procurador de Justiça aposentado Rui Cavallin Pinto, em “O Projeto Memória de Santa Catarina”20, cita que o Memorial do MPPR, na época de sua criação, foi pioneiro no país ao iniciar os projetos de recuperação da memória institucional por meio de entrevistas. No primeiro ano, foram 36 entrevistados. No entanto, esse projeto de história oral foi perdendo força e hoje já não se faz mais entrevista em função da demora na aquisição de equipamentos. O conteúdo das entrevistas não está disponível no site para visualização.

18 PERNAMBUCO

No site do Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), www.mppe.20 Em: <http://www.memorial.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=109> Acesso em: 6 out. 2014.

65

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

mp.br, o internauta pode acessar dados referentes à história da instituição como um todo, desde a colonização do Brasil até as conquistas advindas com a Constituição Federal de 1988. Esse texto, disponível em “Conheça o MPPE” no menu “Institucional”, apresenta alguns parágrafos especificamente sobre o parquet pernambucano.

Ainda que o MPPE disponibilize informações institucionais no site, uma busca pela sua página virtual não nos permite saber se existe um setor de memória na instituição. No entanto, em matéria publicada no site da Universidade Federal de Pernambuco no dia 8 de janeiro de 200721, foi possível encontrar a informação de que o órgão editou o livro A face revelada dos promotores de Justiça: o Ministério Público de Pernambuco na visão dos historiadores.

A obra é uma coletânea dos relatórios produzidos pelos promotores e enviados para os presidentes das províncias, entre a segunda metade do século XIX e o início do XX. Ao mesmo tempo em que mostra a construção da cidadania pernambucana, o livro preserva a documentação, mostrando aos promotores de hoje as ações realizadas pelos membros do passado para solucionar problemas. A pesquisa e a produção foram desenvolvidas de janeiro a novembro de 2006, com organização das professoras do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco Vera Lúcia Costa Acioli e Virgínia Maria Almoedo de Assis. O material foi elaborado a partir de documentação manuscrita, pertencente ao Arquivo Público do Estado, a qual expõe a situação da época a partir de temáticas como escravidão, propriedade fundiária, igreja, política, educação, saúde e segurança pública.

19 PIAUÍ

Para tomar ciência das atividades desenvolvidas pelo Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), basta visitar a página da instituição na web, www.mppi.mp.br, na qual o leitor pode ter várias informações a respeito de assuntos diversos. Entretanto, não se observou a existência de um setor responsável pela construção da história institucional, mas apenas um texto denominado “Histórico”, que conta um pouco da história do Ministério Público no Estado do Piauí.

21 Em:<http://www.ufpe.br/agencia/index.php?option=com_content&view=article&id=28791:a&catid=19&Itemid=72> Acesso em: 8 out 2014.

66

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

20 RIO DE JANEIRO

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), www.mprj.mp.br, no menu “Institucional”, o leitor pode acessar informações acerca da definição do que é o Ministério Público, do organograma da instituição, quem é o procurador-geral de Justiça, além das atribuições do Órgão Especial, do Conselho Superior e da Corregedoria-Geral.

Ainda nesse menu, em “História” é apresentado um texto traçando uma linha do tempo acerca da história do Ministério Público dentro do contexto nacional, partindo da instalação da República Federativa, em 1889, da organização do Poder Judiciário, passando pelas transformações políticas e sociais da década de 30, o restabelecimento da democracia pós-Vargas, a mudança de endereço da capital federal, a desvinculação do MP da Secretaria de Justiça, o crescimento institucional, até as conquistas do parquet com a Constituição Federal de 1988, chamada de “Constituição Cidadã”.

Há também a relação de procuradores-gerais do antigo Distrito Federal, dos extintos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro até os dias atuais. Também estão nesse local os relatórios de atividades desenvolvidas pelos promotores públicos como fiscais da lei.

Ainda no site da instituição, percebe-se uma preocupação com o direcionamento do seu público às redes sociais. Há link para o Facebook, Twitter, You Tube e Flickr.

Apesar de os textos do site mostrarem interesse na preservação da memória institucional, só foi possível saber que o MPRJ possui um setor dedicado ao assunto na matéria publicada na página virtual do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG) no dia 30 de julho de 2012, com o título “MPRJ reinaugura o Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior”22. O local guarda um acervo, disponível apenas na intranet, composto de entrevistas com membros do parquet, fotos, áudios de cerimônias de posse, de congressos e reuniões, dentre

22 Em: <http://www.cnpg.org.br/index.php/lista-de-artigos/21-mprj/173-mprj-reinaugura-o-centro-de-memoria-procurador-de-justica-joao-marcello-de-araujo-junior> Acesso em: 8 out 2014

65

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

mp.br, o internauta pode acessar dados referentes à história da instituição como um todo, desde a colonização do Brasil até as conquistas advindas com a Constituição Federal de 1988. Esse texto, disponível em “Conheça o MPPE” no menu “Institucional”, apresenta alguns parágrafos especificamente sobre o parquet pernambucano.

Ainda que o MPPE disponibilize informações institucionais no site, uma busca pela sua página virtual não nos permite saber se existe um setor de memória na instituição. No entanto, em matéria publicada no site da Universidade Federal de Pernambuco no dia 8 de janeiro de 200721, foi possível encontrar a informação de que o órgão editou o livro A face revelada dos promotores de Justiça: o Ministério Público de Pernambuco na visão dos historiadores.

A obra é uma coletânea dos relatórios produzidos pelos promotores e enviados para os presidentes das províncias, entre a segunda metade do século XIX e o início do XX. Ao mesmo tempo em que mostra a construção da cidadania pernambucana, o livro preserva a documentação, mostrando aos promotores de hoje as ações realizadas pelos membros do passado para solucionar problemas. A pesquisa e a produção foram desenvolvidas de janeiro a novembro de 2006, com organização das professoras do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco Vera Lúcia Costa Acioli e Virgínia Maria Almoedo de Assis. O material foi elaborado a partir de documentação manuscrita, pertencente ao Arquivo Público do Estado, a qual expõe a situação da época a partir de temáticas como escravidão, propriedade fundiária, igreja, política, educação, saúde e segurança pública.

19 PIAUÍ

Para tomar ciência das atividades desenvolvidas pelo Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), basta visitar a página da instituição na web, www.mppi.mp.br, na qual o leitor pode ter várias informações a respeito de assuntos diversos. Entretanto, não se observou a existência de um setor responsável pela construção da história institucional, mas apenas um texto denominado “Histórico”, que conta um pouco da história do Ministério Público no Estado do Piauí.

21 Em:<http://www.ufpe.br/agencia/index.php?option=com_content&view=article&id=28791:a&catid=19&Itemid=72> Acesso em: 8 out 2014.

66

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

20 RIO DE JANEIRO

Na página eletrônica do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), www.mprj.mp.br, no menu “Institucional”, o leitor pode acessar informações acerca da definição do que é o Ministério Público, do organograma da instituição, quem é o procurador-geral de Justiça, além das atribuições do Órgão Especial, do Conselho Superior e da Corregedoria-Geral.

Ainda nesse menu, em “História” é apresentado um texto traçando uma linha do tempo acerca da história do Ministério Público dentro do contexto nacional, partindo da instalação da República Federativa, em 1889, da organização do Poder Judiciário, passando pelas transformações políticas e sociais da década de 30, o restabelecimento da democracia pós-Vargas, a mudança de endereço da capital federal, a desvinculação do MP da Secretaria de Justiça, o crescimento institucional, até as conquistas do parquet com a Constituição Federal de 1988, chamada de “Constituição Cidadã”.

Há também a relação de procuradores-gerais do antigo Distrito Federal, dos extintos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro até os dias atuais. Também estão nesse local os relatórios de atividades desenvolvidas pelos promotores públicos como fiscais da lei.

Ainda no site da instituição, percebe-se uma preocupação com o direcionamento do seu público às redes sociais. Há link para o Facebook, Twitter, You Tube e Flickr.

Apesar de os textos do site mostrarem interesse na preservação da memória institucional, só foi possível saber que o MPRJ possui um setor dedicado ao assunto na matéria publicada na página virtual do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG) no dia 30 de julho de 2012, com o título “MPRJ reinaugura o Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior”22. O local guarda um acervo, disponível apenas na intranet, composto de entrevistas com membros do parquet, fotos, áudios de cerimônias de posse, de congressos e reuniões, dentre

22 Em: <http://www.cnpg.org.br/index.php/lista-de-artigos/21-mprj/173-mprj-reinaugura-o-centro-de-memoria-procurador-de-justica-joao-marcello-de-araujo-junior> Acesso em: 8 out 2014

67

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

outros materiais que contam a história da instituição fluminense.

Ainda segundo informações da matéria publicada no site do CNPG, o Ministério Público do Rio de Janeiro também tem uma Comissão de Revitalização do Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior, composta por procuradores e promotores de Justiça e uma servidora.

21 RIO GRANDE DO NORTE

Para obter informações do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN), basta o leitor acessar a página eletrônica www.mprn.mp.br, que contém dados importantes a respeito das atividades desenvolvidas por essa instituição. Nela, encontram-se os menus: MPRN, Institucional, Serviços e Notícias, que atendem à área para busca e pesquisa dos leitores.

No menu “Institucional”, estão dispostas informações da Procuradoria-Geral, das Procuradorias e Promotorias de Justiça, da Ouvidoria, do CEAF e do Memorial.

O Memorial do MPRN, setor criado no ano de 2008, apresenta em sua página o menu “Procuradores-Gerais”, que conta a história e trajetória do MP no Brasil e no Rio Grande do Norte e apresenta nomes e fotos dos procuradores-gerais do parquet potiguar.

No menu “Imagens”, pode-se contemplar uma galeria de fotos antigas de membros do MPRN em eventos ocorridos em diversas épocas. Em “Memória Oral”, encontram-se entrevistas e depoimentos concedidos pelos procuradores jubilados, contendo fatos e suas trajetórias quando dos serviços prestados ao Ministério Público.

É inegável a participação ativa das mulheres na memória viva do MPRN, pois contribuíram com a prestação de serviços, transparência e justiça para a sociedade. Isso é destacado no menu “Mulheres no MP”.

Em relação à atuação do Memorial, destaca-se a função pesquisa de fatos e acontecimentos para a preservação perene da memória do MPRN. O Memorial lançou em 2007 o livro Memória e História: Ministério Público

68

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

do Estado do Rio Grande do Norte. No entanto, não foi encontrado no site nenhuma referência a essa obra.

O Projeto de Pesquisa Memorial do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte é uma parceria entre o Ministério Público e a Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Fundação Norte Riograndense de Pesquisa (Funpec) e tem como trabalho a criação do Memorial como fonte de pesquisa documental, necessário para o histórico da instituição.

22 RIO GRANDE DO SUL

Para conhecer o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), basta acessar o seu endereço virtual www.mprs.mp.br. Nele o leitor pode tomar ciência das atividades desenvolvidas pela instituição no que tange aos interesses jurídicos e sociais dos cidadãos. No menu “A Instituição”, há caminhos que fornecem ao leitor dados como Projeto Conhecendo o MP, Procuradorias, Promotorias, Ouvidoria, Memorial.

Em relação à história do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o menu secundário “Memorial” aborda, de maneira muito particular, fatos importantes da trajetória da instituição, de seus membros e das atividades que esse setor desenvolve. Para preservar a memória institucional, o MPRS criou o Memorial no ano de 2000 e, desde então, já publicou vários livros e artigos, organizou exposições e seminários acadêmicos, com a presença de historiadores do Brasil e do exterior.

O projeto “História Oral” do Memorial do MPRS já registrou cerca de cem depoimentos de membros da instituição, magistrados, servidores, esposas de procuradores e promotores, políticos, etc. Dentre as entrevistas realizadas, 76 estão disponíveis para consulta na página do Memorial. Também já foram publicados seis livros na série História de Vida.

O Programa de “Publicações e Pesquisa” é responsável pela concepção e realização de pesquisa temática e pela execução da política editorial do Memorial. Fazem parte do Programa as séries História de Vida, Memória Jurídica e Política do Rio Grande do Sul e Memória Administrativa do Rio Grande

67

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

outros materiais que contam a história da instituição fluminense.

Ainda segundo informações da matéria publicada no site do CNPG, o Ministério Público do Rio de Janeiro também tem uma Comissão de Revitalização do Centro de Memória Procurador de Justiça João Marcello de Araújo Júnior, composta por procuradores e promotores de Justiça e uma servidora.

21 RIO GRANDE DO NORTE

Para obter informações do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN), basta o leitor acessar a página eletrônica www.mprn.mp.br, que contém dados importantes a respeito das atividades desenvolvidas por essa instituição. Nela, encontram-se os menus: MPRN, Institucional, Serviços e Notícias, que atendem à área para busca e pesquisa dos leitores.

No menu “Institucional”, estão dispostas informações da Procuradoria-Geral, das Procuradorias e Promotorias de Justiça, da Ouvidoria, do CEAF e do Memorial.

O Memorial do MPRN, setor criado no ano de 2008, apresenta em sua página o menu “Procuradores-Gerais”, que conta a história e trajetória do MP no Brasil e no Rio Grande do Norte e apresenta nomes e fotos dos procuradores-gerais do parquet potiguar.

No menu “Imagens”, pode-se contemplar uma galeria de fotos antigas de membros do MPRN em eventos ocorridos em diversas épocas. Em “Memória Oral”, encontram-se entrevistas e depoimentos concedidos pelos procuradores jubilados, contendo fatos e suas trajetórias quando dos serviços prestados ao Ministério Público.

É inegável a participação ativa das mulheres na memória viva do MPRN, pois contribuíram com a prestação de serviços, transparência e justiça para a sociedade. Isso é destacado no menu “Mulheres no MP”.

Em relação à atuação do Memorial, destaca-se a função pesquisa de fatos e acontecimentos para a preservação perene da memória do MPRN. O Memorial lançou em 2007 o livro Memória e História: Ministério Público

68

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

do Estado do Rio Grande do Norte. No entanto, não foi encontrado no site nenhuma referência a essa obra.

O Projeto de Pesquisa Memorial do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte é uma parceria entre o Ministério Público e a Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio da Fundação Norte Riograndense de Pesquisa (Funpec) e tem como trabalho a criação do Memorial como fonte de pesquisa documental, necessário para o histórico da instituição.

22 RIO GRANDE DO SUL

Para conhecer o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), basta acessar o seu endereço virtual www.mprs.mp.br. Nele o leitor pode tomar ciência das atividades desenvolvidas pela instituição no que tange aos interesses jurídicos e sociais dos cidadãos. No menu “A Instituição”, há caminhos que fornecem ao leitor dados como Projeto Conhecendo o MP, Procuradorias, Promotorias, Ouvidoria, Memorial.

Em relação à história do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o menu secundário “Memorial” aborda, de maneira muito particular, fatos importantes da trajetória da instituição, de seus membros e das atividades que esse setor desenvolve. Para preservar a memória institucional, o MPRS criou o Memorial no ano de 2000 e, desde então, já publicou vários livros e artigos, organizou exposições e seminários acadêmicos, com a presença de historiadores do Brasil e do exterior.

O projeto “História Oral” do Memorial do MPRS já registrou cerca de cem depoimentos de membros da instituição, magistrados, servidores, esposas de procuradores e promotores, políticos, etc. Dentre as entrevistas realizadas, 76 estão disponíveis para consulta na página do Memorial. Também já foram publicados seis livros na série História de Vida.

O Programa de “Publicações e Pesquisa” é responsável pela concepção e realização de pesquisa temática e pela execução da política editorial do Memorial. Fazem parte do Programa as séries História de Vida, Memória Jurídica e Política do Rio Grande do Sul e Memória Administrativa do Rio Grande

69

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do Sul e a coleção Sujeito e Perspectiva.

O Memorial tem um acervo documental, fotográfico, museográfico e multimídia. Esse acervo tem sido montado desde a criação do Projeto de Memória por meio de doações, coletâneas, entrevistas, pesquisas, publicações e produções. Localizado num prédio todo restaurado, situado no Centro Histórico de Porto Alegre, o Memorial do MPRS dispõe de espaço para eventos culturais, como exposições de obras de arte e fotografia, além de desenvolver projetos junto à comunidade objetivando o exercício da cidadania. Todos os eventos são abertos ao público, o que contribui para que o indivíduo tenha acesso à cultura.

Os livros e artigos publicados pelo Memorial do MPRS estão listados na página institucional. Essas obras contam não somente a história do Ministério Público gaúcho como de personagens importantes para a história jurídica e política do Rio Grande do Sul.

23 RONDÔNIA

O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO) disponibiliza em sua página eletrônica, www.mpro.mp.br, as galerias de Procuradores-Gerais de Justiça e de Corregedores-Gerais de 1982 aos dias atuais. No menu “Sala de Imprensa”, é possível ter acesso à Revista Informativa23, cujas edições nº 17, de 2008, e nº 34, de 2012, são comemorativas, respectivamente, do 26º e 30º aniversário do MPRO.

Também é possível localizar por meio do mecanismo de busca no site do MPRO a Resolução nº 11/2011, a qual cria o Memorial do Ministério Público do Estado de Rondônia. Apesar de estarem visíveis as manchetes “Inauguração de Memorial resgata história do Ministério Público de Rondônia” e “Ministério Público de Rondônia inaugura Memorial para resgatar memória da instituição”, não foi possível acessar o conteúdo dessas notícias.

Assim, não é possível identificar na página eletrônica do MP rondoniense as ações desenvolvidas em prol de sua história institucional. Também não há referência ao livro História do Ministério Público do Estado de Rondônia, 23 Em: < http://www.mpro.mp.br/web/imprensa/revista-informativa > Acesso em: 07 out. 2014

70

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

publicado em 2005.

24 RORAIMA

No site do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), www.mprr.mp.br, é possível obter informações da instituição disponíveis nos menus “O Ministério Público”, “Institucional”, “Áreas de Atuação” “Fale com o MP” e “Concursos”. No primeiro, é possível conhecer a origem e atuação do Ministério Público no mundo, no Brasil e em Roraima. Em “Institucional”, vêm registrados os objetivos da Corregedoria-Geral, os quais incluem orientar e fiscalizar as atividades funcionais e condutas dos membros da instituição.

Em “Áreas de Atuação”, pode-se destacar o desempenho das promotorias nas áreas cível, criminal, interiores e especializadas, como Saúde, Eleitoral, Deficiente, Idoso, Educação, Meio Ambiente e Patrimônio Histórico em defesa dos interesses difusos e coletivos, relacionados com o meio ambiente e outros valores artísticos, históricos, estéticos, turísticos, paisagísticos e urbanísticos.

Não se observa, entretanto, nenhum setor específico que desenvolva algum tipo de trabalho referente à memória da instituição. Tampouco se observa na web algum setor responsável pelo teor histórico do Ministério Público do Estado de Roraima, a exemplo de outros Ministérios Públicos que citam em suas páginas o Memorial, espaço apropriado para a construção e preservação da história da instituição.

25 SANTA CATARINA

O Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC) dispõe no topo de sua página eletrônica, www.mpsc.mp.br, de três menus: “Institucional”, “Cidadão” e “Serviços”. O primeiro remete aos órgãos que compõem a estrutura organizacional do parquet catarinense, dentre os quais está o Memorial do MPSC.

Ao acessar “Memorial do MPSC”, obtêm-se informações do Projeto Memória, lançado em julho de 2010, o qual desenvolve atividades de pesquisa no campo

69

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

do Sul e a coleção Sujeito e Perspectiva.

O Memorial tem um acervo documental, fotográfico, museográfico e multimídia. Esse acervo tem sido montado desde a criação do Projeto de Memória por meio de doações, coletâneas, entrevistas, pesquisas, publicações e produções. Localizado num prédio todo restaurado, situado no Centro Histórico de Porto Alegre, o Memorial do MPRS dispõe de espaço para eventos culturais, como exposições de obras de arte e fotografia, além de desenvolver projetos junto à comunidade objetivando o exercício da cidadania. Todos os eventos são abertos ao público, o que contribui para que o indivíduo tenha acesso à cultura.

Os livros e artigos publicados pelo Memorial do MPRS estão listados na página institucional. Essas obras contam não somente a história do Ministério Público gaúcho como de personagens importantes para a história jurídica e política do Rio Grande do Sul.

23 RONDÔNIA

O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO) disponibiliza em sua página eletrônica, www.mpro.mp.br, as galerias de Procuradores-Gerais de Justiça e de Corregedores-Gerais de 1982 aos dias atuais. No menu “Sala de Imprensa”, é possível ter acesso à Revista Informativa23, cujas edições nº 17, de 2008, e nº 34, de 2012, são comemorativas, respectivamente, do 26º e 30º aniversário do MPRO.

Também é possível localizar por meio do mecanismo de busca no site do MPRO a Resolução nº 11/2011, a qual cria o Memorial do Ministério Público do Estado de Rondônia. Apesar de estarem visíveis as manchetes “Inauguração de Memorial resgata história do Ministério Público de Rondônia” e “Ministério Público de Rondônia inaugura Memorial para resgatar memória da instituição”, não foi possível acessar o conteúdo dessas notícias.

Assim, não é possível identificar na página eletrônica do MP rondoniense as ações desenvolvidas em prol de sua história institucional. Também não há referência ao livro História do Ministério Público do Estado de Rondônia, 23 Em: < http://www.mpro.mp.br/web/imprensa/revista-informativa > Acesso em: 07 out. 2014

70

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

publicado em 2005.

24 RORAIMA

No site do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), www.mprr.mp.br, é possível obter informações da instituição disponíveis nos menus “O Ministério Público”, “Institucional”, “Áreas de Atuação” “Fale com o MP” e “Concursos”. No primeiro, é possível conhecer a origem e atuação do Ministério Público no mundo, no Brasil e em Roraima. Em “Institucional”, vêm registrados os objetivos da Corregedoria-Geral, os quais incluem orientar e fiscalizar as atividades funcionais e condutas dos membros da instituição.

Em “Áreas de Atuação”, pode-se destacar o desempenho das promotorias nas áreas cível, criminal, interiores e especializadas, como Saúde, Eleitoral, Deficiente, Idoso, Educação, Meio Ambiente e Patrimônio Histórico em defesa dos interesses difusos e coletivos, relacionados com o meio ambiente e outros valores artísticos, históricos, estéticos, turísticos, paisagísticos e urbanísticos.

Não se observa, entretanto, nenhum setor específico que desenvolva algum tipo de trabalho referente à memória da instituição. Tampouco se observa na web algum setor responsável pelo teor histórico do Ministério Público do Estado de Roraima, a exemplo de outros Ministérios Públicos que citam em suas páginas o Memorial, espaço apropriado para a construção e preservação da história da instituição.

25 SANTA CATARINA

O Ministério Público do Estado de Santa Catarina (MPSC) dispõe no topo de sua página eletrônica, www.mpsc.mp.br, de três menus: “Institucional”, “Cidadão” e “Serviços”. O primeiro remete aos órgãos que compõem a estrutura organizacional do parquet catarinense, dentre os quais está o Memorial do MPSC.

Ao acessar “Memorial do MPSC”, obtêm-se informações do Projeto Memória, lançado em julho de 2010, o qual desenvolve atividades de pesquisa no campo

71

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

da História do Direito e do Ministério Público; programa de História Oral com coleta de depoimentos de pessoas cuja trajetória de vida se vinculou ao Ministério Público; Programa de Eventos e Exposições (seminários, palestras, workshops, eventos culturais, lançamentos de publicações e exposições históricas); e reunião e sistematização do acervo histórico, documental, imagético e audiovisual, coletado pelos pesquisadores.

Estão disponíveis na página do Memorial uma síntese histórica do Ministério Público de Santa Catarina e de suas sedes, a relação de todos aqueles que ocuparam o cargo de procurador-geral de Justiça e oito artigos referentes à história da instituição produzidos entre os anos de 2010 e 2012. Além disso, estão listadas três obras publicadas: Histórias de vida (volumes I e II) e Memórias do General Vieira da Rosa. Desses, está disponível para consulta e download o volume I da série Histórias de Vida. Apesar de não estar disponível para consulta na seção “Livros”, há notícia do lançamento da obra 100 anos do Contestado: memória, história e patrimônio.24

As seções “Boletim Informativo”, “Notícias” e “Clipping” apresentam inúmeros textos e reportagens sobre a atuação do Memorial do MPSC. Há ainda a informação de que está sendo realizada a identificação e digitalização de imagens que comporão um banco de imagens a ser disponibilizado on-line. Também está sendo construído um Banco de Dados dos Membros Inativos, que sistematizará informações biográficas e funcionais de centenas de membros que passaram pelo Ministério Público de Santa Catarina, da Colônia aos nossos dias. Esse banco de dados, que também estará disponível para consulta via internet, já conta com “aproximadamente 1022 nomes cadastrados no sistema, incluídos até mesmo os antigos adjuntos, leigos que no passado substituíam os promotores de Justiça nas comarcas em seus impedimentos ou afastamentos temporários”25.

Há vinculada no submenu “Futuras Instalações” a informação de que a Procuradoria-Geral de Justiça está analisando projeto das futuras instalações do CEAF e do Memorial do MPSC.

24 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/servicos/imprensa-e-multimidia/noticias/livro-estimula-a-lembranca-sobre-a-guerra-do-contestado.aspx> Acesso em: 24 set. 201425 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/instituicao/memorial-do-mpsc/membros-inativos.aspx> Acesso em: 24 set. 2014

72

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

O espaço, em idealização, funcionará, dentre outros, como centro de memória da instituição, centro cultural de integração com o entorno comunitário e centro de pesquisas e estudos para os integrantes do Ministério Público e cidadãos. Estão previstos para o prédio, em linhas gerais: área de exposições permanentes, área de exposições temporárias, ala da equipe de cultura, biblioteca, hemeroteca, videoteca, auditório e centro de documentação.26

Esse novo espaço poderá ser instalado num edifício tombado — a Casa Rosa — situado próximo à sede da Procuradoria-Geral de Justiça numa área onde está sendo construído um prédio para ampliação do Ministério Público catarinense.

A intenção do MPSC é destinar a Casa Rosa para uso da comunidade. As alternativas ainda estão em estudo, mas é provável que a casa seja destinada a eventos culturais, com a realização de exposições e mostras artísticas, além de abrigar o Memorial do MPSC. Dessa forma, o tombamento da casa servirá para cumprir o seu objetivo, que é a preservação e o incentivo à cultura27.

A restauração da Casa Rosa está sendo acompanhada pelo Memorial do MPSC e uma websérie está sendo produzida pelo Ministério Público de Santa Catarina para mostrar o processo de restauro de uma das últimas “casas de chácara” de Florianópolis28.

26 SÃO PAULO

No site do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), www.mpsp.mp.br, há uma sessão do Memorial com informações sobre a história da instituição e do acervo que está sendo reunido. O acesso se dá pelo menu “Institucional”, seguido dos menus secundários “Subprocuradorias-Gerais”, “Institucional” e “Memorial MPSP”.

O Memorial do MPSP é apresentado com a missão de salvaguardar documentos produzidos pela instituição e seus membros ao longo do tempo e divulgar tudo o que considera representativo para a reconstituição da memória e da 26 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/instituicao/memorial-do-mpsc/futuras-instalacoes.aspx> Acesso em: 24 set, 201427 Em: http://www.mpsc.mp.br/portal/servicos/imprensa-e-multimidia/noticias/restauracao-da-casa-rosa.aspx Acesso em: 24 set. 201428 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/webforms/Interna.aspx?campo=111768&secao_id=164> Acesso em: 24 set. 2014

71

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

da História do Direito e do Ministério Público; programa de História Oral com coleta de depoimentos de pessoas cuja trajetória de vida se vinculou ao Ministério Público; Programa de Eventos e Exposições (seminários, palestras, workshops, eventos culturais, lançamentos de publicações e exposições históricas); e reunião e sistematização do acervo histórico, documental, imagético e audiovisual, coletado pelos pesquisadores.

Estão disponíveis na página do Memorial uma síntese histórica do Ministério Público de Santa Catarina e de suas sedes, a relação de todos aqueles que ocuparam o cargo de procurador-geral de Justiça e oito artigos referentes à história da instituição produzidos entre os anos de 2010 e 2012. Além disso, estão listadas três obras publicadas: Histórias de vida (volumes I e II) e Memórias do General Vieira da Rosa. Desses, está disponível para consulta e download o volume I da série Histórias de Vida. Apesar de não estar disponível para consulta na seção “Livros”, há notícia do lançamento da obra 100 anos do Contestado: memória, história e patrimônio.24

As seções “Boletim Informativo”, “Notícias” e “Clipping” apresentam inúmeros textos e reportagens sobre a atuação do Memorial do MPSC. Há ainda a informação de que está sendo realizada a identificação e digitalização de imagens que comporão um banco de imagens a ser disponibilizado on-line. Também está sendo construído um Banco de Dados dos Membros Inativos, que sistematizará informações biográficas e funcionais de centenas de membros que passaram pelo Ministério Público de Santa Catarina, da Colônia aos nossos dias. Esse banco de dados, que também estará disponível para consulta via internet, já conta com “aproximadamente 1022 nomes cadastrados no sistema, incluídos até mesmo os antigos adjuntos, leigos que no passado substituíam os promotores de Justiça nas comarcas em seus impedimentos ou afastamentos temporários”25.

Há vinculada no submenu “Futuras Instalações” a informação de que a Procuradoria-Geral de Justiça está analisando projeto das futuras instalações do CEAF e do Memorial do MPSC.

24 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/servicos/imprensa-e-multimidia/noticias/livro-estimula-a-lembranca-sobre-a-guerra-do-contestado.aspx> Acesso em: 24 set. 201425 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/instituicao/memorial-do-mpsc/membros-inativos.aspx> Acesso em: 24 set. 2014

72

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

O espaço, em idealização, funcionará, dentre outros, como centro de memória da instituição, centro cultural de integração com o entorno comunitário e centro de pesquisas e estudos para os integrantes do Ministério Público e cidadãos. Estão previstos para o prédio, em linhas gerais: área de exposições permanentes, área de exposições temporárias, ala da equipe de cultura, biblioteca, hemeroteca, videoteca, auditório e centro de documentação.26

Esse novo espaço poderá ser instalado num edifício tombado — a Casa Rosa — situado próximo à sede da Procuradoria-Geral de Justiça numa área onde está sendo construído um prédio para ampliação do Ministério Público catarinense.

A intenção do MPSC é destinar a Casa Rosa para uso da comunidade. As alternativas ainda estão em estudo, mas é provável que a casa seja destinada a eventos culturais, com a realização de exposições e mostras artísticas, além de abrigar o Memorial do MPSC. Dessa forma, o tombamento da casa servirá para cumprir o seu objetivo, que é a preservação e o incentivo à cultura27.

A restauração da Casa Rosa está sendo acompanhada pelo Memorial do MPSC e uma websérie está sendo produzida pelo Ministério Público de Santa Catarina para mostrar o processo de restauro de uma das últimas “casas de chácara” de Florianópolis28.

26 SÃO PAULO

No site do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), www.mpsp.mp.br, há uma sessão do Memorial com informações sobre a história da instituição e do acervo que está sendo reunido. O acesso se dá pelo menu “Institucional”, seguido dos menus secundários “Subprocuradorias-Gerais”, “Institucional” e “Memorial MPSP”.

O Memorial do MPSP é apresentado com a missão de salvaguardar documentos produzidos pela instituição e seus membros ao longo do tempo e divulgar tudo o que considera representativo para a reconstituição da memória e da 26 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/instituicao/memorial-do-mpsc/futuras-instalacoes.aspx> Acesso em: 24 set, 201427 Em: http://www.mpsc.mp.br/portal/servicos/imprensa-e-multimidia/noticias/restauracao-da-casa-rosa.aspx Acesso em: 24 set. 201428 Em: < http://www.mpsc.mp.br/portal/webforms/Interna.aspx?campo=111768&secao_id=164> Acesso em: 24 set. 2014

73

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

história do Ministério Público do Estado de São Paulo, mantendo exposições permanentes e temporárias, desenvolvendo programas de História Oral, estimulando a pesquisa e a reflexão histórica e historiográfica29.

A partir das informações disponíveis no site, não se pode afirmar com certeza que o Memorial do Ministério Público do Estado de São Paulo dispõe de um espaço museal. Todavia, existe uma Comissão de Estruturação do Memorial MPSP formada por procuradores e promotores de Justiça e servidores.

Sobre a história institucional, o artigo Breve história do Ministério Público do Estado de São Paulo remonta ao período colonial e às influências franco-lusitanas, percorre os períodos monárquico, republicano até a Constituição de 1988 e apresenta os dispositivos legais que estruturaram o MP paulista.30 Estão disponíveis a Galeria dos Procuradores-Gerais e Justiça e a dos Corregedores-Gerais.

Na sessão “História Oral”, estão relacionadas 19 fotos de pessoas entrevistadas e um pequeno trecho da entrevista cedida por eles. No entanto, não consta informação do conteúdo nem se a entrevista é em vídeo ou escrita.

27 SERGIPE

A página eletrônica do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE), www.mpse.mp.br, não dispõe de informações da sua história. Apesar de a instituição ter publicado, em 2010, o livro O Ministério Público do Estado de Sergipe na História, não foi possível identificar nenhuma referência a essa obra no site institucional.

28 TOCANTINS

O Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) apresenta no topo de sua página eletrônica, www.mpto.mp.br, uma logomarca acompanhada dos dizeres: “Ministério Público do Tocantins. 25 anos a serviço do cidadão”.

29 Em: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/MemorialMPSP/atuacao> Acesso em: 24 set. 201430 Em: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/MemorialMPSP/historia_do_mpsp> Acesso em: 12 maio 2014

74

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Também há uma reportagem relembrando a comemoração do 25º aniversário da instituição, que coincidiu com a nomeação, em 03 de fevereiro de 2014, dos aprovados no 9º concurso para ingresso na carreira do MPTO31. Todavia, não há descrição da trajetória histórica do Ministério Público tampouco citação de alguma obra que trate do tema.

29 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ampliação do acesso à internet fez com que empresas e instituições acompanhassem esse desenvolvimento tecnológico criando páginas institucionais para divulgação de seus produtos e serviços. Essa é uma realidade de todas as unidades do Ministério Público brasileiro que dispõem de sites recentemente reformulados para adequar ao domínio ‘.mp.br’.

Nesse sentido, cabe ressaltar que a internet, assim como os demais meios de comunicação, é hoje um dos principais agentes que realizam o trabalho de enquadramento do presente e do passado em nossa sociedade. O controle da memória parte das próprias instituições, e elas, por meio de historiadores, arquivistas, jornalistas, acabam interferindo nesse processo, enquadrando os fatos e reconstruindo valores e identidades sociais.

Assim, as instituições podem ser vistas, na acepção de Le Goff, como “senhoras da memória”, pois selecionam os acontecimentos a partir da valorização de alguns elementos em detrimento de outros e, muitas vezes, utilizam esses acontecimentos para divulgar sua história por meio da internet. No caso dos Ministérios Públicos estaduais e o do Distrito Federal e Territórios, ainda que todos disponham de páginas eletrônicas, alguns divulgam a história institucional; outros sequer mencionam o assunto.

Partindo da premissa de que memória organizacional é uma seleção subjetiva daquilo que é o passado, com presença afirmada no presente e influência no futuro da empresa ou instituição (NASSAR, 2009), fica clara a pertinência dessa área como parte indissociável da comunicação nas organizações.

Nesse sentido, ao analisar os sites institucionais, foi possível perceber que

31 Em: <http://mpto.mp.br/web/portal/2014/02/03/mpe-empossa-quatro-novos-promotores-de-justica-substitutos#page> Acesso em: 12 maio 2014

73

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

história do Ministério Público do Estado de São Paulo, mantendo exposições permanentes e temporárias, desenvolvendo programas de História Oral, estimulando a pesquisa e a reflexão histórica e historiográfica29.

A partir das informações disponíveis no site, não se pode afirmar com certeza que o Memorial do Ministério Público do Estado de São Paulo dispõe de um espaço museal. Todavia, existe uma Comissão de Estruturação do Memorial MPSP formada por procuradores e promotores de Justiça e servidores.

Sobre a história institucional, o artigo Breve história do Ministério Público do Estado de São Paulo remonta ao período colonial e às influências franco-lusitanas, percorre os períodos monárquico, republicano até a Constituição de 1988 e apresenta os dispositivos legais que estruturaram o MP paulista.30 Estão disponíveis a Galeria dos Procuradores-Gerais e Justiça e a dos Corregedores-Gerais.

Na sessão “História Oral”, estão relacionadas 19 fotos de pessoas entrevistadas e um pequeno trecho da entrevista cedida por eles. No entanto, não consta informação do conteúdo nem se a entrevista é em vídeo ou escrita.

27 SERGIPE

A página eletrônica do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPSE), www.mpse.mp.br, não dispõe de informações da sua história. Apesar de a instituição ter publicado, em 2010, o livro O Ministério Público do Estado de Sergipe na História, não foi possível identificar nenhuma referência a essa obra no site institucional.

28 TOCANTINS

O Ministério Público do Estado do Tocantins (MPTO) apresenta no topo de sua página eletrônica, www.mpto.mp.br, uma logomarca acompanhada dos dizeres: “Ministério Público do Tocantins. 25 anos a serviço do cidadão”.

29 Em: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/MemorialMPSP/atuacao> Acesso em: 24 set. 201430 Em: <http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/MemorialMPSP/historia_do_mpsp> Acesso em: 12 maio 2014

74

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Também há uma reportagem relembrando a comemoração do 25º aniversário da instituição, que coincidiu com a nomeação, em 03 de fevereiro de 2014, dos aprovados no 9º concurso para ingresso na carreira do MPTO31. Todavia, não há descrição da trajetória histórica do Ministério Público tampouco citação de alguma obra que trate do tema.

29 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ampliação do acesso à internet fez com que empresas e instituições acompanhassem esse desenvolvimento tecnológico criando páginas institucionais para divulgação de seus produtos e serviços. Essa é uma realidade de todas as unidades do Ministério Público brasileiro que dispõem de sites recentemente reformulados para adequar ao domínio ‘.mp.br’.

Nesse sentido, cabe ressaltar que a internet, assim como os demais meios de comunicação, é hoje um dos principais agentes que realizam o trabalho de enquadramento do presente e do passado em nossa sociedade. O controle da memória parte das próprias instituições, e elas, por meio de historiadores, arquivistas, jornalistas, acabam interferindo nesse processo, enquadrando os fatos e reconstruindo valores e identidades sociais.

Assim, as instituições podem ser vistas, na acepção de Le Goff, como “senhoras da memória”, pois selecionam os acontecimentos a partir da valorização de alguns elementos em detrimento de outros e, muitas vezes, utilizam esses acontecimentos para divulgar sua história por meio da internet. No caso dos Ministérios Públicos estaduais e o do Distrito Federal e Territórios, ainda que todos disponham de páginas eletrônicas, alguns divulgam a história institucional; outros sequer mencionam o assunto.

Partindo da premissa de que memória organizacional é uma seleção subjetiva daquilo que é o passado, com presença afirmada no presente e influência no futuro da empresa ou instituição (NASSAR, 2009), fica clara a pertinência dessa área como parte indissociável da comunicação nas organizações.

Nesse sentido, ao analisar os sites institucionais, foi possível perceber que

31 Em: <http://mpto.mp.br/web/portal/2014/02/03/mpe-empossa-quatro-novos-promotores-de-justica-substitutos#page> Acesso em: 12 maio 2014

75

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

algumas unidades do Ministério Público utilizam a história do parquet como ferramenta de comunicação organizacional e priorizam a divulgação de seus trabalhos. É o caso dos MPs de Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outras, apesar de disporem de ações nesse sentido, não as divulgam no site institucional. Nessa categoria, encontram-se os Ministérios Públicos do Amapá, Amazonas, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rondônia.

Foi possível notar a partir dessa busca que os Ministérios Públicos dos estados do Acre, Bahia e Goiás têm livros publicados e disponíveis para visualização nos seus respectivos sites. Já os MPs do Maranhão, Mato Grosso e Sergipe têm obras publicadas que não estão disponíveis em suas páginas institucionais.

Em certos Ministérios Públicos estaduais, os sites só possuem algumas notícias indicando possíveis ações em prol da memória institucional. Essa é a situação do Mato Grosso, Pará e Paraíba.

A análise dos sites não possibilitou a identificação de atividades em prol da história institucional nos Ministérios Públicos do Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima e Tocantins.

Apesar de analisar a página do MPDFT, não abordamos todas as instituições que compõem o Ministério Público da União. Todavia, cabe ressaltar que o MPF dispõe de um Memorial cuja página pode ser acessada a partir do menu “Conheça o MPF” da página institucional www.pgr.mpf.mp.br

Neste estudo, foi possível aferir que no âmbito do Ministério Público existem várias ações em prol da construção da memória institucional. No entanto, ainda prevalecem as publicações impressas e, muitas vezes, elas sequer aparecem citadas nos sites institucionais, como é o caso do Ministério Público do Estado da Paraíba.

Esta análise não permitiu compreender o porquê da ausência ou da pouca informação a respeito da história institucional nos sites de algumas instituições ministeriais.

O grande desafio das instituições é encontrar o formato ideal para se expressar e garantir atenção e legitimidade. Os estudos de Nassar (2008) mostram que

76

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

as organizações são percebidas, lembradas e narradas de inúmeras formas pela sociedade, pelos mercados, pelos públicos e pelos indivíduos. Uma das formas mais importantes é definida pela história e pelas diferentes formas de memória dessa história que os protagonistas sociais têm das organizações e em suas expressões individuais. “Ao escavar suas memórias, na linha do tempo de sua trajetória, as instituições talvez conquistem o reconhecimento de suas responsabilidades históricas em relação ao estado atual do mundo.” (NASSAR, 2007, on-line).

A internet, por redefinir a noção de tempo e espaço, permite uma maior aproximação entre os usuários e as instituições. Portanto, cabe aos Ministérios Públicos a utilização dessa importante ferramenta, inclusive, de divulgação de sua identidade como tradicional defensora de direitos e promotora da justiça.

REFERÊNCIAS

NASSAR, Paulo. Entre a produção e o prazer, a história. Terra. 21 jul. 2007. Disponível em: <http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1774185-EI6786,00-Entre+a+producao+e+o+prazer+a+historia.html. Acesso em 20 out. 2014.

______. A mensagem como centro da rede de relacionamentos. In: FELICE, Massimo Di (Org.). Do público para as redes: a comunicação digital e as novas formas de participação social. São Caetano do Sul: Difusão, 2008a.

NASSAR, Paulo. Relações Públicas na construção da responsabilidade histórica e na atualização da memória institucional das organizações. 2.ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2008b. http://aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=433&ID_COLUNISTA=18)

______. História e memória organizacional como interfaces das relações públicas. In: KUNSCH, Margarida M. Krohling (Org.). Relações Públicas: história, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2009. p.291-306.

75

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

algumas unidades do Ministério Público utilizam a história do parquet como ferramenta de comunicação organizacional e priorizam a divulgação de seus trabalhos. É o caso dos MPs de Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Outras, apesar de disporem de ações nesse sentido, não as divulgam no site institucional. Nessa categoria, encontram-se os Ministérios Públicos do Amapá, Amazonas, Maranhão, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rondônia.

Foi possível notar a partir dessa busca que os Ministérios Públicos dos estados do Acre, Bahia e Goiás têm livros publicados e disponíveis para visualização nos seus respectivos sites. Já os MPs do Maranhão, Mato Grosso e Sergipe têm obras publicadas que não estão disponíveis em suas páginas institucionais.

Em certos Ministérios Públicos estaduais, os sites só possuem algumas notícias indicando possíveis ações em prol da memória institucional. Essa é a situação do Mato Grosso, Pará e Paraíba.

A análise dos sites não possibilitou a identificação de atividades em prol da história institucional nos Ministérios Públicos do Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima e Tocantins.

Apesar de analisar a página do MPDFT, não abordamos todas as instituições que compõem o Ministério Público da União. Todavia, cabe ressaltar que o MPF dispõe de um Memorial cuja página pode ser acessada a partir do menu “Conheça o MPF” da página institucional www.pgr.mpf.mp.br

Neste estudo, foi possível aferir que no âmbito do Ministério Público existem várias ações em prol da construção da memória institucional. No entanto, ainda prevalecem as publicações impressas e, muitas vezes, elas sequer aparecem citadas nos sites institucionais, como é o caso do Ministério Público do Estado da Paraíba.

Esta análise não permitiu compreender o porquê da ausência ou da pouca informação a respeito da história institucional nos sites de algumas instituições ministeriais.

O grande desafio das instituições é encontrar o formato ideal para se expressar e garantir atenção e legitimidade. Os estudos de Nassar (2008) mostram que

76

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

as organizações são percebidas, lembradas e narradas de inúmeras formas pela sociedade, pelos mercados, pelos públicos e pelos indivíduos. Uma das formas mais importantes é definida pela história e pelas diferentes formas de memória dessa história que os protagonistas sociais têm das organizações e em suas expressões individuais. “Ao escavar suas memórias, na linha do tempo de sua trajetória, as instituições talvez conquistem o reconhecimento de suas responsabilidades históricas em relação ao estado atual do mundo.” (NASSAR, 2007, on-line).

A internet, por redefinir a noção de tempo e espaço, permite uma maior aproximação entre os usuários e as instituições. Portanto, cabe aos Ministérios Públicos a utilização dessa importante ferramenta, inclusive, de divulgação de sua identidade como tradicional defensora de direitos e promotora da justiça.

REFERÊNCIAS

NASSAR, Paulo. Entre a produção e o prazer, a história. Terra. 21 jul. 2007. Disponível em: <http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1774185-EI6786,00-Entre+a+producao+e+o+prazer+a+historia.html. Acesso em 20 out. 2014.

______. A mensagem como centro da rede de relacionamentos. In: FELICE, Massimo Di (Org.). Do público para as redes: a comunicação digital e as novas formas de participação social. São Caetano do Sul: Difusão, 2008a.

NASSAR, Paulo. Relações Públicas na construção da responsabilidade histórica e na atualização da memória institucional das organizações. 2.ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2008b. http://aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=433&ID_COLUNISTA=18)

______. História e memória organizacional como interfaces das relações públicas. In: KUNSCH, Margarida M. Krohling (Org.). Relações Públicas: história, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2009. p.291-306.

77

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

ANEXO I

Cartaz do IV Simpósio Capixaba de Memória Insti tucional

78

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

77

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

ANEXO I

Cartaz do IV Simpósio Capixaba de Memória Insti tucional

78

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

79

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

EDER PONTES DA SILVAProcurador-Geral de Justiça

ELDA MÁRCIA MORAES SPEDO Subprocuradora de Justiça Administrativa

JOSEMAR MOREIRA Subprocurador de Justiça Judicial

FÁBIO VELLO CORRÊA Subprocurador de Justiça Institucional

JOSÉ MARIA RODRIGUES DE OLIVEIRA FILHO Corregedor-Geral do Ministério Público

SÉRGIO DÁRIO MACHADOOuvidor-Geral

MARIA BEATRIZ RENOLDI MURAD VERVLOET Chefe de Gabinete do Procurador-Geral

LUCIANA GOMES FERREIRA DE ANDRADE Secretária-Geral

LUCIANO DA COSTA BARRETOChefe de Apoio ao Gabinete

RAFAEL CALHAU BASTOSGerente-Geral

SABRINA COELHO MACHADO FAJARDOPromotora de Justiça / Dirigente do Centro de Estudos e

Aperfeiçoamento Funcional / Coordenadora do Memorial

80

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

79

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

EDER PONTES DA SILVAProcurador-Geral de Justiça

ELDA MÁRCIA MORAES SPEDO Subprocuradora de Justiça Administrativa

JOSEMAR MOREIRA Subprocurador de Justiça Judicial

FÁBIO VELLO CORRÊA Subprocurador de Justiça Institucional

JOSÉ MARIA RODRIGUES DE OLIVEIRA FILHO Corregedor-Geral do Ministério Público

SÉRGIO DÁRIO MACHADOOuvidor-Geral

MARIA BEATRIZ RENOLDI MURAD VERVLOET Chefe de Gabinete do Procurador-Geral

LUCIANA GOMES FERREIRA DE ANDRADE Secretária-Geral

LUCIANO DA COSTA BARRETOChefe de Apoio ao Gabinete

RAFAEL CALHAU BASTOSGerente-Geral

SABRINA COELHO MACHADO FAJARDOPromotora de Justiça / Dirigente do Centro de Estudos e

Aperfeiçoamento Funcional / Coordenadora do Memorial

80

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

81

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA

Eder Pontes da Silva - PresidenteCatarina Cecin GazeleSérgio Dário MachadoJosé Marçal de Ataíde AssiHeloísa Malta CarpiCélia Lúcia Vaz de AraújoAntônio Carlos Amancio PereiraDomingos Ramos FerreiraEliezer Siqueira de SousaGabriel de Souza CardosoElda Márcia Moraes SpedoJosé Maria Rodrigues de Oliveira FilhoFernando Franklin da Costa SantosValdeci de Lourdes Pinto VasconcelosMaria da Penha de Mattos SaudinoCarla Viana ColaIvanilce da Cruz RomãoAlexandre José GuimarãesMariela Santos Neves SiqueiraAdonias ZamEloiza Helena ChiabaiSócrates de SouzaLicéa Maria de Moraes CarvalhoFábio Vello CorrêaJosé Cláudio Rodrigues Pimenta Andréa Maria da Silva RochaJosemar MoreiraMaria Elizabeth de Moraes Amancio PereiraMaria Auxiliadora Freire MachadoBenedito Leonardo SenatoreMaria de Fátima Cabral de Sá

82

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Membros natosEder Pontes da Silva – PresidenteJosé Maria Rodrigues de Oliveira Filho – Corregedor-Geral

Membros EleitosElda Márcia Moraes SpedoDomingos Ramos Ferreira Josemar Moreira Célia Lucia Vaz de AraújoEliezer Siqueira de Sousa

81

Ministério Público do Estado do Espírito Santo

COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA

Eder Pontes da Silva - PresidenteCatarina Cecin GazeleSérgio Dário MachadoJosé Marçal de Ataíde AssiHeloísa Malta CarpiCélia Lúcia Vaz de AraújoAntônio Carlos Amancio PereiraDomingos Ramos FerreiraEliezer Siqueira de SousaGabriel de Souza CardosoElda Márcia Moraes SpedoJosé Maria Rodrigues de Oliveira FilhoFernando Franklin da Costa SantosValdeci de Lourdes Pinto VasconcelosMaria da Penha de Mattos SaudinoCarla Viana ColaIvanilce da Cruz RomãoAlexandre José GuimarãesMariela Santos Neves SiqueiraAdonias ZamEloiza Helena ChiabaiSócrates de SouzaLicéa Maria de Moraes CarvalhoFábio Vello CorrêaJosé Cláudio Rodrigues Pimenta Andréa Maria da Silva RochaJosemar MoreiraMaria Elizabeth de Moraes Amancio PereiraMaria Auxiliadora Freire MachadoBenedito Leonardo SenatoreMaria de Fátima Cabral de Sá

82

Anais do IV Simpósio Capixaba de Memória Institucional

CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Membros natosEder Pontes da Silva – PresidenteJosé Maria Rodrigues de Oliveira Filho – Corregedor-Geral

Membros EleitosElda Márcia Moraes SpedoDomingos Ramos Ferreira Josemar Moreira Célia Lucia Vaz de AraújoEliezer Siqueira de Sousa