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RELATÓRIO Nº 201407914 APURAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES E DEMANDAS SOCIAIS PROGRAMA 2065 - Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas AÇÃO DE GOVERNO Ação 20YP - Promoção, Proteção, Vigilância, Segurança Alimentar e Nutricional e Recuperação da Saúde Indígena no município de Redenção/PA UNIDADE EXAMINADA Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará (DSEI KPA) A ação de controle foi desenvolvida, no período de 17 a 21/10/2016, em função de situações presumidamente irregulares, ocorridas no DSEI KPA, apontadas pelo Ministério Público Federal à Controladoria-Geral da União – CGU, que deram origem ao Processo nº. 00213.000123/2014-59. A fiscalização teve como objeto a análise do Pregão Eletrônico nº. 11/2013, promovido pelo DSEI KPA. Os exames abrangeram o período de 30 de março de 2013 até 30 de setembro de 2016 e o montante de recursos financeiros fiscalizado foi de R$ 9.326.540,34. A fiscalização teve como objetivo analisar a regularidade do procedimento licitatório que resultou no Pregão Eletrônico nº. 11/2013 (Processo nº. 25055.00206/2013- 58) e seus desdobramentos. O certame foi promovido pelo DSEI KPA, para a contratação de empresa especializada no fornecimento de alimentação, visando atender as demandas das Casas de Apoio à Saúde do Indígena (CASAI) localizadas nos municípios de Redenção, Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, todas sob jurisdição do mencionado Distrito. RESULTADOS Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais. Do montante fiscalizado, foi identificado prejuízo de R$ 448.178,46, constatando-se, dessa maneira, a procedência dos fatos apontados na demanda do Ministério Público Federal. Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre a efetividade do Programa/Ação fiscalizado: a) Informações gerais sobre o Pregão Eletrônico nº. 11/2013 e contrato firmado com a empresa Arena Distribuidora e Comércio Ltda. b) Existência de falhas e irregularidades no Processo nº. 25055.000206/2013-58 (Pregão Eletrônico nº. 11/2013) comprometendo a integridade jurídica do documento. c) Classificação, adjudicação e homologação de proposta em desacordo com o instrumento convocatório. d) Assinatura de termo aditivo após o término de vigência do contrato original, com data retroativa, configurando recontratação sem licitação. e) Execução contratual em desacordo com o previsto no instrumento convocatório e no contrato, propiciando ganhos indevidos para o fornecedor, no valor de R$ 448.178,46. f) Acréscimo de despesas com o fornecimento de refeições em quantitativos de itens superiores ao previsto no instrumento contratual. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União

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RELATÓRIO Nº 201407914

APURAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES E DEMANDAS SOCIAIS PROGRAMA 2065 - Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas AÇÃO DE GOVERNO Ação 20YP - Promoção, Proteção, Vigilância, Segurança Alimentar e Nutricional e Recuperação da Saúde Indígena no município de Redenção/PA UNIDADE EXAMINADA Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará (DSEI KPA)

A ação de controle foi desenvolvida, no período de 17 a 21/10/2016, em função de situações presumidamente irregulares, ocorridas no DSEI KPA, apontadas pelo Ministério Público Federal à Controladoria-Geral da União – CGU, que deram origem ao Processo nº. 00213.000123/2014-59.

A fiscalização teve como objeto a análise do Pregão Eletrônico nº. 11/2013, promovido pelo DSEI KPA. Os exames abrangeram o período de 30 de março de 2013 até 30 de setembro de 2016 e o montante de recursos financeiros fiscalizado foi de R$ 9.326.540,34.

A fiscalização teve como objetivo analisar a regularidade

do procedimento licitatório que resultou no Pregão

Eletrônico nº. 11/2013 (Processo nº. 25055.00206/2013-

58) e seus desdobramentos. O certame foi promovido

pelo DSEI KPA, para a contratação de empresa

especializada no fornecimento de alimentação, visando

atender as demandas das Casas de Apoio à Saúde do

Indígena (CASAI) localizadas nos municípios de Redenção,

Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, todas

sob jurisdição do mencionado Distrito.

RESULTADOS Com base nos exames realizados, conclui-se que a

aplicação dos recursos federais não está adequada e

exige providências de regularização por parte dos

gestores federais. Do montante fiscalizado, foi

identificado prejuízo de R$ 448.178,46, constatando-se,

dessa maneira, a procedência dos fatos apontados na

demanda do Ministério Público Federal.

Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância

quanto aos impactos sobre a efetividade do

Programa/Ação fiscalizado:

a) Informações gerais sobre o Pregão Eletrônico nº. 11/2013 e contrato firmado com a empresa Arena Distribuidora e Comércio Ltda.

b) Existência de falhas e irregularidades no Processo nº. 25055.000206/2013-58 (Pregão Eletrônico nº. 11/2013) comprometendo a integridade jurídica do documento.

c) Classificação, adjudicação e homologação de proposta em desacordo com o instrumento convocatório.

d) Assinatura de termo aditivo após o término de vigência do contrato original, com data retroativa, configurando recontratação sem licitação.

e) Execução contratual em desacordo com o previsto no instrumento convocatório e no contrato, propiciando ganhos indevidos para o fornecedor, no valor de R$ 448.178,46.

f) Acréscimo de despesas com o fornecimento de refeições em quantitativos de itens superiores ao previsto no instrumento contratual.

Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral

da União

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Secretaria Federal de Controle Interno

Unidade Examinada: DISTRITO SANIT.ESP.INDIGENA - KAIAPO REDENCAO

Introdução

1. Introdução Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações presumidamente irregulares, ocorridas no Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará (DSEI KPA), apontadas à Controladoria-Geral da União - CGU, que deram origem ao Processo nº 00213.000123/2014-59. A fiscalização teve como objetivo atender demanda do Ministério Público Federal, por intermédio da Procuradoria da República no Município de Redenção/PA, que encaminhou o Ofício Nº. 221/2014/GABPRM1, de 5 de março de 2014, a seguir parcialmente transcrito: “Com a finalidade de instruir o Procedimento Preparatório [...], requisito que fiscalize e analise a regularidade/legalidade do procedimento licitatório nº. 11/2013, modalidade pregão eletrônico, realizado pelo DSEI Kaiapó para contratação de serviços de fornecimento de refeições aos pacientes indígenas nas CASAI dos Municípios de Redenção/PA, Ourilândia do Norte/PA, Tucumã/PA e São Félix do Xingu/PA, apontando eventuais irregularidades verificadas”. Os trabalhos de campo foram realizados no período de 17 a 21 de outubro de 2016 sobre a aplicação de recursos federais do Programa 2065 - Proteção e Promoção dos Direitos dos Povos Indígenas / Ação 20YP - Promoção, Proteção, Vigilância, Segurança Alimentar e Nutricional e Recuperação da Saúde Indígena no município de Redenção/PA.

Relatório de Demandas Externas Número do relatório: 201407914

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Os exames abrangeram o período de 30 de março de 2013 até 30 de setembro de 2016 e foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de questionários. O montante de recursos financeiros fiscalizado foi de R$ 9.326.540,34. Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados por meio do Ofício nº. 18272/2016/CGU-Regional/PA/CGU-PR, de 2 de dezembro de 2016, tendo se manifestado por meio do Ofício nº. 043/2017-COORD/DSEI/KAIAPÓ/PA/SESAI/MS, de 12 de janeiro de 2017, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. 1.1. Informações sobre a Ação de Controle

Ordem de Serviço: 201407914 Número do Processo: 00213.000123/2014-59 Município/UF: Redenção/PA Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Não se Aplica Unidade Examinada: DISTRITO SANIT.ESP.INDIGENA - KAIAPO REDENCAO Montante de Recursos Financeiros: R$ 9.326.540,34

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela existência de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria. 2.1 Parte 1 Os fatos apresentados a seguir destinam-se aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal - gestores federais dos programas de execução descentralizada. A princípio, tais fatos demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte desses gestores, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente Tomada de Contas Especial, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Informações gerais sobre o Pregão Eletrônico nº. 11/2013 e contrato firmado com a empresa Arena Distribuidora e Comércio Ltda.

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Fato O procedimento licitatório que resultou no Pregão Eletrônico nº. 11/2013 (Processo nº. 25055.00206/2013-58) e seus desdobramentos teve origem no Memorando nº. 142/2013/DIASI/KPA, de 5 de abril de 2013 (fl. 01 do processo), no qual o Chefe do DIASI/DSEI KPA solicita ao Coordenador do Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Kaiapó do Pará (DSEI KPA) autorização para abertura de processo licitatório para contratação de empresa especializada no fornecimento de alimentação, visando atender as demandas das Casas de Apoio à Saúde do Indígena (CASAI) localizadas nos municípios de Redenção, Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, todas sob jurisdição do mencionado Distrito. Após tramitar internamente em diversos setores do DSEI KPA e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), durante a fase interna do procedimento licitatório, quando diversos documentos foram juntados ao processo e, após análise da Consultoria Jurídica da União no Estado do Pará (CJU-PA/CGU/AGU), o instrumento convocatório foi publicado na edição nº. 131 do Diário Oficial da União (DOU), de 10 de julho de 2013 (fl. 201), com data de abertura marcada para o dia 23 de julho de 2013. O objetivo da licitação foi o fornecimento de alimentos a serem providos diariamente aos pacientes indígenas e seus acompanhantes, de acordo com as especificações e quantidades definidas no Termo de Referência constante às fls. 159/198, elaborado por técnicos do Distrito e devidamente aprovado pelo então Coordenador do DSEI KPA C. R. em 23 de abril de 2013. A alimentação a ser provida nas CASAI se constitui no fornecimento de cinco refeições diárias (café da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia), cujas quantidades definidas no citado Termo de Referência estão demonstradas a seguir.

Quadro: Quantidade de Refeições a Serem Fornecidas por CASAI DSEI Kaiapó/PA Local de Fornecimento Quant. Dia Quant. Mensal Quant. Anual

CASAI Redenção/PA 500 15.000 180.000 CASAI Ourilândia do Norte/PA 225 6.750 81.000 CASAI Tucumã/PA 150 4.500 54.000 CASAI São Félix do Xingu/PA 250 7.500 90.000

Fonte: Termo de Referência do PE nº. 11/2013 (fls. 159/198 - Proc. nº. 25055.000206/2013-58). O início do pregão eletrônico se deu às 10h00 do dia 23 de julho de 2013, com a abertura do sistema para lançamento das propostas e contou com a participação de onze empresas, a seguir relacionadas: - Arena Distribuidora e Comércio Ltda. - ME (CNPJ 05.836.297/0001-43); - V de Souza Restaurante – ME (CNPJ 16.717.519/0001-25); - V. S. Machado Hotel e Restaurante – ME (CNPJ 10.300.837/0001-00); - FA Alimentações Ltda. (CNPJ 15.735.582/0001-21); - IT Alimentos Ltda. – EPP (CNPJ 01.711.147/0001-52); - J Istélio de Lima – ME (CNPJ 05.748.847/0001-72); - JPR Serviços Especializados Ltda. – ME (CNPJ 08.087.568/0001-01); - FR Prestadora de Serviços Ltda. – ME (CNPJ 14.288.594/0001-92); - GM Organizações e Apoio Administrativo Ltda. – EPP (CNPJ 16.529.101/0001-94); - GS Oliveira Gráfica – ME (CNPJ 05.775.396/0001-62); - Bombom Comércio de Gêneros Alimentícios Ltda. – ME (CNPJ 10.940.979/0001-31).

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Após diversas paralisações motivadas pela apresentação e julgamento de recursos interpostos pelas empresas, a licitação foi concluída em 19 de agosto de 2013, com a adjudicação e homologação das propostas da empresa Arena Distribuidora e Comércio Ltda. – ME, nos valores demonstrados nos quadros seguintes:

Quadro: Valores da Proposta da Arena Distribuidora – CASAI Redenção/PA Item / Descrição Quant. Anual Valor Unitário Valor Total (R$)

1 – Café da Manhã (unidade) 36.000 1,66 59.760,00 2 – Almoço (unidade) 36.000 9,16 329.760,00 3 – Lanche (unidade) 36.000 1,58 56.880,00 4 – Jantar (unidade) 36.000 8,08 290.880,00 5 – Ceia (unidade) 36.000 1,94 69.840,00

Valor Total (R$) - - 807.120,00 Fonte: Processo. nº. 25055.000206/2013-58 (Propostas da Arena Distribuidora/Contrato nº. 13/2013).

Quadro: Valores da Proposta da Arena Distribuidora - CASAI Ourilândia do Norte/PA Item / Descrição Quant. Anual Valor Unitário Valor Total (R$)

1 – Café da Manhã (unidade) 16.200 4,00 64.800,00 2 – Almoço (unidade) 16.200 13,39 216.918,00 3 – Lanche (unidade) 16.200 4,44 71.928,00 4 – Jantar (unidade) 16.200 13,53 219.186,00 5 – Ceia (unidade) 16.200 4,49 72.738,00

Valor Total (R$) - - 645.570,00 Fonte: Processo. nº. 25055.000206/2013-58 (Propostas da Arena Distribuidora/Contrato nº. 13/2013).

Quadro: Valores da Proposta da Arena Distribuidora - CASAI Tucumã/PA Item / Descrição Quant. Anual Valor Unitário Valor Total (R$)

1 – Café da Manhã (unidade) 10.800 2,38 25.704,00 2 – Almoço (unidade) 10.800 10,55 113.940,00 3 – Lanche (unidade) 10.800 2,96 31.968,00 4 – Jantar (unidade) 10.800 9,25 99.900,00 5 – Ceia (unidade) 10.800 2,76 29.808,00

Valor Total (R$) - - 301.320,00 Fonte: Processo. nº. 25055.000206/2013-58 (Propostas da Arena Distribuidora/Contrato nº. 13/2013).

Quadro: Valores da Proposta da Arena Distribuidora - CASAI São Félix do Xingu/PA Item / Descrição Quant. Anual Valor Unitário Valor Total (R$)

1 – Café da Manhã (unidade) 18.000 3,05 54.900,00 2 – Almoço (unidade) 18.000 8,53 153.540,00 3 – Lanche (unidade) 18.000 2,05 36.900,00 4 – Jantar (unidade) 18.000 5,93 106.740,00 5 – Ceia (unidade) 18.000 3,80 68.400,00

Valor Total (R$) - - 420.480,00 Fonte: Processo. nº. 25055.000206/2013-58 (Propostas da Arena Distribuidora/Contrato nº. 13/2013). O Contrato nº. 13/2013 (fls. 680/700), no valor global de R$ 2.174.490,00, foi assinado pelas partes em 20 de agosto de 2013, tendo como signatários o Coordenador do DSEI KPA e o representante legal da empresa contratada, V. G. P. Em consulta ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), verificou-se que já foram pagos à empresa Arena Distribuidora, pela execução do Contrato nº. 13/2013, no período que vai de agosto de 2013 (início do contrato) até outubro de 2016, o valor de R$ 9.326.540,34, distribuídos por exercício conforme segue:

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Em 2013: R$ 585.052,10 Em 2014: R$ 2.522.933,08 Em 2015: R$ 2.708.870,57 Em 2016: R$ 3.509.684,59 Total: R$ 9.326.540,34 A empresa Arena Distribuidora e Comércio Ltda. – ME, localizada na cidade de Cacoal, no Estado de Rondônia, foi constituída em 26 de agosto de 2003, tendo como atividade principal o fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas, código 5620101 do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), segundo dados do seu cadastro de CNPJ da Receita Federal do Brasil. Como atividade secundária a empresa registrou uma profusão de atividades, que vão do ramo do comércio (comércio atacadista de artigos de armarinho, comércio a varejo de veículos automotores, comércio atacadista de próteses e artigos de ortopedia, etc.) ao ramo industrial (tecelagem de fios de algodão, confecção de roupas profissionais, fabricação de papel, etc.), abarcando ainda o setor de serviços (atividades paisagísticas, fotocópias, serviços de organização de feiras, congressos, etc.). Seu atual (e único) sócio-responsável, CPF ***.888.392-**, ingressou na sociedade em 14 de janeiro de 2009, quando se deu a exclusão dos antigos sócios. Conforme constam nos documentos de habilitação da licitante (fls. 466/500), à época do Pregão Eletrônico nº. 11/2013 a empresa se apresentou na condição jurídica de microempresa (ME), com capital social integralizado de R$ 150.000,00. No tocante ao Pregão Eletrônico nº. 11/2013, cumpre enfatizar que, em análise ao processo e seus desdobramentos, foram constatadas ocorrências de impropriedades e irregularidades, tanto no processo administrativo em si, como também na classificação e adjudicação da proposta vencedora, na formalização do contrato e aditamentos e na execução físico-financeira, conforme será demonstrado no decorrer deste relatório. ##/Fato##

2.1.2. Existência de falhas e irregularidades no Processo nº. 25055.000206/2013-58 (Pregão Eletrônico nº. 11/2013) comprometendo a integridade jurídica do documento. Fato Em análise ao Processo Administrativo nº. 25055.000206/2013-58 (Pregão Eletrônico nº. 11/2013), constatou-se a ocorrência de diversas falhas processuais, algumas tempestivamente apontadas nos pareceres emitidos pela Consultoria Jurídica da União, que recomendou à unidade examinada o saneamento das mesmas, antes de dar prosseguimento ao procedimento licitatório. Longe de esgotar todas as ocorrências, as falha e/ou irregularidades apontadas pela equipe de fiscalização estão comentadas adiante, ressalvando-se que o exame do processo administrativo do Pregão Eletrônico for realizado em cópia digitalizada disponibilizada pela unidade fiscalizada, que alegou que o processo original se encontra tramitando no órgão superior (SESAI), em Brasília/DF.

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I - Documentos ordenados e/ou autuados fora da ordem cronológica em que foram produzidos, conforme exemplos a seguir. a) o espelho da consulta ao Siafi2013 realizada no dia 26 de abril de 2013, relativamente ao pré-empenho 2013PE800005 (fl. 112), antecede no processo aos documentos produzidos no dia 24 de abril de 2013 (fls. 113/114); b) o comprovante da publicação do aviso de licitação publicado no DOU nº. 131, de 10 de julho de 2013 (fl. 201), está inserido no processo antes de documentos produzidos em datas anteriores, tais como: i) Memo. nº. 123/2013-DSEI/KPA, de 29 de abril de 2014 (fl. 252); ii) Despacho nº. 104/2013/CGASI/DGESI/SESAI/MS, de 13 de maio de 2013 (fls. 253/256); iii) Despacho do Diretor do DGSI/SESAI, de 21 de maio de 2013 (fl. 257); iv) Autorização do Secretário Especial de Saúde Indígena (SESAI), datado de 22 de maio de 2013 (fl. 258), etc.; c) o instrumento convocatório (editais e anexos, fls. 115/198), bem como o aviso da licitação (fl. 201), estão classificados no processo antes do parecer jurídico da análise do procedimento licitatório e do exame da minuta do ato convocatório, Parecer Nº. 618/2013/NW/CJU-PA/CGU/AGU, de 4 de julho de 2013 (fls. 363/370); d) a consulta ao Siafi2013 “CONRAZÃO (CONSULTA RAZÃO POR C. CONTÁBIL), emitida no dia 23 de julho de 2013 (fl. 374), foi incluída no processo antes do Despacho Nº. 09/2013/CPL/DSEI/KAIAPÓ DO PARÁ, datado de 10 de julho de 2013 (fl. 375), é outra evidência da manipulação do processo com a inserção de documentos fora da ordem cronológica de sua obtenção; e) a Ata do Pregão Eletrônico, contendo os atos realizados no dia 23 de julho de 2013, está instruída nos autos de forma descontinuada. A parte inicial está instruída às fls. 377/379; outra parte consta às fls. 384/440 e outra às fls. 507/571. II - Ausência e/ou incompletude de documentos. a) ausência de documento indicando a disponibilidade orçamentária, na forma prevista nos dispositivos legais (Lei nº. 8.666/1993, art. 7º, § 2º, III e art. 38, caput; Decreto nº. 5.450/2005, art. 30, IV). Esse fato foi apontado no Parecer nº 618/2013 da Consultoria Jurídica da União, que recomendou o seu saneamento para que o processo licitatório tivesse prosseguimento. Inicialmente, a unidade examinada indicou como comprovante do atendimento aos dispositivos legais supra o pré-empenho 2013PE800005, no valor de R$ 100,00 (fl. 112). Verifica-se de pronto que o valor indicado como disponibilidade orçamentária é simbólico face ao valor estimado da contratação, o que demonstra que os gestores iniciaram um procedimento licitatório sem que ainda houvesse a garantia da existência de recursos orçamentários que assegurassem o pagamento das obrigações decorrentes da contratação pretendida, afrontando os dispositivos legais supramencionados. b) ausência do edital definitivo. O edital definitivo, datado, rubricado e assinado pelo Pregoeiro, não foi localizado no processo. A peça que consta no processo é o edital preliminar (fls. 115/158), produzido em 15 de abril de 2013, cujo exame pela CJU/AGU ocorreu somente em 3 de julho de 2013.

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c) Anexo II do edital incompleto. O Anexo II – Local de Confecção da Alimentação e Quantitativos (fl. 202) está incompleto, pois consta no processo somente o quadro relativo à CASAI de São Félix do Xingu/PA. d) Proposta com a composição de preços por CASAI incompleta. A proposta detalhada da empresa vencedora está incompleta, pois consta no processo tão somente a proposta e respectivo detalhamento da composição dos custos relativamente à CASAI de Redenção/PA (fls. 447/465). III - Documentos inábeis, inidôneos ou instruídos intempestivamente. a) Justificativa da contratação. A peça denominada “Justificativa da Contratação e do Quantitativo” (fls. 02/04), instruída no processo com o intuito de atender as exigências legais contidas no art. 2º da Lei nº. 9.784/1999 (princípio da motivação), art. 3º, inciso I, da Lei nº. 10.520/2002 e o art. 30, inciso I, do Decreto nº. 5.450/2005, foi elaborada e assinada pela nutricionista E. P. J. Em consulta aos sistemas governamentais (SIAPE, SIAFI, Macros), constatou-se que a referida pessoa à época não possuía vínculo legal com o DSEI KPA, e, portanto, não era dotada de competência para produzir o ato previsto nos dispositivos legais acima citados. E, sendo produzido por pessoa incompetente, o documento é inepto para os fins propostos. Afinal, a Lei nº. 10520/2002, que instituiu a modalidade de licitação denominada “pregão”, em seu art. 3º, inciso I, é taxativa ao dispor que “a autoridade competente justificará a necessidade de contratação [...]. O conceito de autoridade está disposto no art. 1º, § 2º, inciso III, da Lei do Processo Administrativo (Lei nº. 9.784/1999), no qual define que autoridade é o “servidor ou agente público dotado de poder de decisão”. Constatou-se, ainda, que além não ser dotada dos requisitos previstos em lei para exercer o ato administrativo supra, a nutricionista E. P. J. é vinculada à Arena Distribuidora, conforme atesta o documento inserido à fl. 710 do processo, e foi a responsável técnica pela elaboração do Manual de Normas de Boas Práticas de Elaboração de Alimentos e Prestação de Serviços, documento cuja confecção é de responsabilidade da empresa contratada, conforme previsto no subitem 27.22 do Termo de Referência anexo ao edital (fls. 188/189). b) Consulta ao Siafi2013 “CONRAZÃO (CONSULTA RAZÃO POR C. CONTÁBIL). Emitido no dia 23 de julho de 2013 (fl. 382), o documento juntado ao processo para atender a recomendação da Consultoria Jurídica da União contida no item 51 do seu Parecer nº. 618/2013 (fl. 369), que solicita a juntada aos autos de “declaração expressa do Ordenador de Despesa, datada e assinada, atestando a existência dos recursos orçamentários e financeiros tencionados a atender o valor da despesa”. Verifica-se que o documento em comento é inábil para suprir a recomendação do órgão de assessoria jurídica, haja vista que não se trata de declaração expressa, datada e assinada pelo Ordenador de Despesa. Além disso, o documento foi emitido em data posterior à abertura do

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certame, contrariando a recomendação do parecer jurídico, no qual o procedimento licitatório não poderia prosseguir sem o saneamento das falhas. Outro problema detectado no documento é que a consulta extraída do Siafi2013 demonstra a existência de créditos orçamentários no valor de R$ 894.281,33, ainda insuficiente para suportar as despesas advindas da licitação, orçadas em R$ 4.468.770,00 (item 14.1 do Termo de Referência, fl. 171). Nesse sentido, a própria SESAI, em exame prévio do processo licitatório, efetuado pela Coordenação-Geral de Apoio à Gestão da Saúde Indígena (CGASI), exarado no Despacho Nº. 104/2013/CGASI/DGESI/SESAI/MS, de 13 de maio de 2013 (fls. 253/256), recomenda que, quando da previsão de recursos orçamentários, com indicação das respectivas rubricas, “o valor a ser empenhado deverá cobrir o valor total da contratação”. Ainda segundo o despacho do CGASI, “caso os recursos financeiros não cubram o seu período de vigência, esse procedimento representará afronta ao planejamento orçamentário”. c) Certificação orçamentária. Ainda com vistas a atender a recomendação da Consultoria Jurídica da União contida no item 51 do seu Parecer nº. 618/2013 (fl. 369), nesse caso a juntada de “certificação orçamentária para toda a contratação, nos termos do art. 16 da Lei Complementar nº. 101, de 2000”, a unidade examinada informa, por meio do Despacho 09/2013/CPL/DSEI KAIAPÓ DO PARÁ (fl. 375), que consta autorização na página 258 do processo. No entanto, o documento citado também é inábil para os fins pretendidos e se refere tão somente à autorização para prosseguimento do certame, concedida pelo Secretário Espacial de Saúde Indígena, nos termos da Portaria nº. 1.338, de 28 de junho de 2012. Neste documento, inclusive, fica consignado que “a autorização fica condicionada ao atendimento das recomendações do Despacho Nº. 104/2013/CGASI/DGESI/SESAI/MS”. d) Procurações inidôneas e juntadas intempestivamente ao processo. Foram juntadas ao processo cópias não autenticadas de quatro procurações emitidas pela empresa Arena Distribuidora (fls. 632/635), a seguir relacionadas: 1. Procuração emitida em Cacoal/RO no dia 16 de julho de 2013, indicando o Sr. T. P. M. para proceder a vistoria na CASAI de Redenção/PA e assim obter o Atestado de Vistoria Técnica (fl. 632); 2. Idem, emitida no dia 17 de julho de 2013, indicando o Sr. R. R. S. para proceder a vistoria na CASAI de Tucumã/PA (fl. 633); 3. Idem, emitida no dia 17 de julho de 2013, indicando o Sr. R. R. S. para proceder a vistoria na CASAI de Ourilândia do Norte/PA (fl. 634); e, 4. Idem, emitida no dia 15 de julho de 2013, indicando o Sr. F. C. R. para proceder a vistoria na CASAI de São Félix do Xingu/PA (fl. 635). Tais documentos foram enviados à Comissão do Pregão com o intuito de atender ao disposto no item 7.3 do Termo de Referência anexo ao edital, que dispõe que “para a vistoria, o licitante, ou o seu representante, deverá estar devidamente identificado”.

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Essa exigência do instrumento convocatório foi bastante questionada pelos participantes do certame, que alegaram que a empresa Arena Distribuidora e Comércio não comprovou que as pessoas que visitaram as CASAI em seu nome eram de fato seus representantes, face a não apresentação de procuração da empresa. As contestações das empresas foram acatadas pelo Pregoeiro, que na data de 6 de agosto de 2013 inabilitou a empresa Arena, conforme registrado no sistema do Pregão Eletrônico (fls. 629/630). Entretanto, constata-se no processo às fls. 632/635 que a empresa encaminhou cópias das referidas procurações que, a julgar pela sequência dos atos praticados no processo, foram encaminhadas após a sua inabilitação pelo Pregoeiro. Na sequência dos atos, em sede de análise da decisão do Pregoeiro, constatou-se que a inabilitação foi revogada pelo Coordenador do DSEI KPA, C. R., por meio do Despacho nº. 07/2013/GAB/DSEI KAIAPÓ DO PARÁ/SESAI/MS, datado de 9 de agosto de 2013 (fls. 636/638), que alegou basicamente em sua decisão que “não é a qualidade do documento apresentado pelo licitante ou seu representante que inabilita o concorrente, mas sim a não realização da vistoria”. Acontece que, embora assista razão – em parte – ao argumento do gestor, haja vista que o que inabilitaria a empresa era a não realização da visita, o disposto no item 7.3 determina que o representante do licitante deveria estar devidamente identificado. E a identificação a que se refere o mandamento editalício não se trata de simples documento de identificação pessoal (carteira de identidade, CNH, etc.), mas sim de identificação que comprove o vínculo do representante com a empresa representada. Nesse caso, a procuração seria um documento (porém não o único) que comprovaria esse vínculo. No entanto, além de serem apresentadas intempestivamente, ou seja, após a realização do certame, as cópias carecem de autenticidade, haja vista que não foram reconhecidas em cartório ou autenticadas por servidor do DSEI. Afinal, conforme prescreve o item 11.2 do edital (fl. 130), toda documentação exigida ou apresentada deverá ser documento original, ou cópia autenticada por servidor da Administração, devidamente qualificado, ou cópia autenticada por cartório competente. Além de tudo, verifica-se que as assinaturas do sócio administrador da Arena Distribuidora e Comércio constantes nas procurações são frontalmente divergentes de suas assinaturas constantes nos documentos de habilitação (por exemplo, contrato social, fl. 475; CNH, fl. 476; etc.) e expediente de encaminhamento da proposta (fls. 447/448). ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº. 043/2017 – COORD/DSEI/KAIAPÓ/PA/SESAI/MS, de 12 de janeiro de 2017, o Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará apresentou a seguinte manifestação: “[...] Considerando a análise do processo de alimentação realizada pela equipe da Unidade da Controladoria-Geral da União – CGU, que resultou no Relatório Preliminar, destacamos quanto à existência de falhas e irregularidades no processo nº. 25055.000206/2013-58 resultante do Pregão Eletrônico nº. 11/2013, as seguintes conclusões:

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[...] I – Acerca dos documentos ordenados e/ou autuados fora da ordem cronológica em que foram produzidos nos autos, ressaltamos que: a) os processos são confeccionados na ordem processual, muitas vezes deixando de ser seguida a ordem cronológica na qual despachos, memorandos, informes, entre outros, são impressos. Em casos que o valor estimado do processo requer envio a nível central, ficamos aguardando por longos períodos, mas os setores envolvidos podem deixar as documentações impressas aguardando retorno. Com isso ocorre a desordem na ordem cronológica. Atualmente a Coordenação tem se atentado à confecção correta, seguindo a ordem cronológica do processo e as diretrizes para a montagem do processo administrativo de acordo com a Lei 9.784/1999. II – Quanto à ausência e/ou incompletude de documentos: a) Foi reservado o 2013PE00005, como forma de reserva orçamentária que teria o reforço de empenho assim que concluísse a licitação, como foi mostrado na consulta extraída do SIAFI 2013, onde demonstra créditos orçamentários no valor de 894.281,33, ainda insuficiente para as despesas advindas da licitação. Porém o suficiente para o término do exercício de 2013, sendo reforçado no orçamento do ano subsequente. b) Informamos que quanto à ausência do edital definitivo nos autos, conforme relatos do relatório preliminar, foi feito o edital definitivo e posteriormente publicado para as empresas, tudo isso ocorreu no portal virtual, contendo todas as correções pertinentes, disponível no site www.comprasgovernamentais.gov.br/consultas/atasdepregoes. Porém o edital definitivo não foi vinculado nos autos. Os documentos que dizem respeito ao edital e seus anexos, citado no relatório preliminar, onde se identificam por estarem incompletos. Informamos que os documentos em questão estão disponíveis no Portal mencionado no site acima. E também se encontram no anexo vinculado a este documento. III – Com relação aos documentos inábeis, inidôneos ou instruídos intempestivamente: a) Quanto à Justificativa da Contratação. A peça denominada ‘Justificativa da Contratação e do Quantitativo’ (fls. 02/04), instruída no processo com o intuito de atender as exigências legais contidas no art. 2º da Lei nº. 9.784/1999 (princípio da motivação), art. 3º, I, da Lei nº. 10.520/2002 e o art. 30, inciso I, do Decreto nº 5.450/2002, foi elaborada e assinada pela Nutricionista E. P. J. [...] A justificativa registrada nas fls. 2 a 4 faz parte como anexo do memorando nº. 142/2013/DIASI/KPA, assinado pelo chefe do DIASI, folha 1. A Justificativa, por ser um documento de cunho técnico, o mesmo elaborado pela E. P. J. No ato, era a Nutricionista desse

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órgão a agente pública neste sentido, independente do regime jurídico de tutela para o funcionalismo público. Qualquer um que atue em prol da administração pública, seja por meio de cargo, emprego ou função é denominado agente público, por ser a pessoa que possui os requisitos para a elaboração dessa peça documental. [...] Considerando os fatos apontados acima, justificamos que a Nutricionista E. P. J. foi contratada através da Conveniada SPDM – ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA, para prestar serviços à Saúde Indígena Kaiapó do Pará, conforme consta nos documentos anexos. Portanto, fica constatado o vínculo da mesma com o DSEI KPA na época em que foi realizada a licitação. Tendo em vista que o período de admissão de E. P. J. pela Conveniada SPDM (Associação Paulista Para o Desenvolvimento da Medicina) foi em 26 de fevereiro de 2013, e entrou em aviso prévio em 02 de setembro de 2013, com afastamento definitivo em 01 de outubro do mesmo ano, ou seja, no período em que os trâmites do certame licitatório ocorreu (sic), às 10h00 do dia 23 de julho de 2013 e concluída em 19 de agosto de 2013, a mesma ainda tinha ligação com o DSEI KPA. Posteriormente em novembro do mesmo ano E. P. J. foi contratada pela empresa Arena Distribuidora e Comércio Ltda.-ME, ficando assim esclarecido que conforme documento atestado e inserido nos autos fl.710 do processo, E. P. J. já estava vinculada à Arena, sendo assim a responsável técnica pela elaboração do Manual de Normas de Boas Práticas de Elaboração de Alimentos e Prestação de Serviços. b) Com relação à Consulta ao Siafi2013 ‘CONRAZÃO (CONSULTA RAZÃO POR C. CONTÁBIL)’. Conforme mencionado no relatório preliminar, onde relata que na fl. 382 do referido processo há recomendação da Consultoria Jurídica da União – CJU para ser atendida, contida no item 51 do seu parecer nº 618/2013 (fl. 369). Onde solicita a juntada aos autos ‘declaração expressa do Ordenador de Despesa, datada e assinada, atestando a existência dos recursos orçamentários e financeiros tencionados a atender o valor da despesa’. A declaração foi inserida após a análise jurídica identificada no Parecer nº. 618/2013 (fl. 382), em decorrência a falhas que ocorreram na época, tendo em vista que posteriormente foi corrigido e inserido na juntada a declaração exigida acima, documento este emitido em data posterior à abertura do certame. Considerando que a continuidade do certame se deu pela autorização concedida pelo Secretário Especial de Saúde Indígena, nos termos da Portaria nº. 1.338, de 28 de junho de 2012, fl. 258 do processo. Tendo em vista que conforme detectado na consulta extraída do Siafi2013 demonstra a existência de créditos orçamentários no valor de R$ 894.281,33, ou seja, este valor foi somente para a conclusão do exercício de 2013, sendo que a certificação orçamentária para toda a contratação era de conhecimento central. (nota da equipe: este parágrafo é relativo à letra “c” do item III, que não foi citado nesta manifestação da unidade) d) Em referência às Procurações e juntadas intempestivamente ao processo.

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Conforme constatado nos autos do processo, foram juntadas cópias autenticadas de quatro procurações emitidas pela empresa Arena Distribuidora (fls. 632/635). Onde foi devidamente encaminhado à Comissão do Pregão com o intuito de atender ao disposto no item7.3 do termo de referência anexo ao edital, que dispõe ‘para a vistoria, o licitante, ou seu representante, deverá estar devidamente identificado’. Este fato foi bem questionado pelos participantes do certame, tendo como ponto de questionamento a não identificação dos representantes da empresa Arena Distribuidora e Comércio, ou seja, as pessoas que visitaram as CASAIs não apresentaram as documentações necessárias (Procuração da Empresa). Sendo assim, as contestações foram acatadas pelo Pregoeiro, que na data de 6 de agosto de 2013 inabilitou a empresa Arena, conforme consta no sistema do Pregão Eletrônico (fls. 629/630). Após a inabilitação pelo Pregoeiro, a empresa encaminhou cópias das referidas procurações. Diante disto, foi constatado que após os atos e a decisão do Pregoeiro, o Coordenador do DSEI KPA, C. R., na época responsável, apresentou por meio do despacho 07/2013/GAB/DSEI KAIAPÓ DO PARÁ/SESAI/MS, fl. 636/638, a revogação da decisão do Pregoeiro, justificado pela seguinte menção: ‘não é a qualidade do documento apresentado pelo licitante ou seu representante que inabilita o concorrente, mas sim a não realização da vistoria’. Sendo assim, o Coordenador C. R. assumiu a total responsabilidade de seus atos, quando reabilitou a empresa Arena”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Procede-se, a seguir, o exame da manifestação da unidade examinada, adotando-se a mesma sequência utilizada nas explicações enviadas pelo Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Kaiapó do Pará. Quanto ao Item I: Documentos ordenados e/ou autuados fora da ordem cronológica em que foram produzidos nos autos. A unidade argumenta que os processos são confeccionados na ordem processual, muitas vezes deixando de ser seguida a ordem cronológica na qual despachos, memorandos, informes, entre outros, são impressos. Também justificou que a desordem na ordem cronológica se deve ao fato do envio do processo ao órgão central, em Brasília/DF, onde fica tramitando por longos períodos. Enquanto isso, segundo o DSEI KPA, os setores envolvidos retêm consigo os documentos impressos aguardando o retorno do processo. Em análise ao processo, verificou-se que este tramitou no órgão central (SESAI) de 29 de abril a 22 de maio de 2013, conforme fls. 252/258. Portanto, a justificativa da unidade não procede, uma vez que todos os documentos citados nesse item foram produzidos no período em que o processo esteve tramitando nos setores do Distrito Sanitário Kaiapó do Pará. Quanto ao Item II: Ausência e/ou incompletude de documentos.

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No tocante à ausência de documento comprovando e garantindo a disponibilidade orçamentária, a unidade examinada informa que foi reservado o 2013PE00005, como forma de reserva orçamentária que teria o reforço de empenho assim que concluísse a licitação, e apresenta a consulta extraída do SIAFI 2013, onde demonstra créditos orçamentários no valor de 894.281,33. Entretanto, verifica-se que à época da abertura da licitação a dotação orçamentária para suportar as despesas advindas da licitação era insuficiente, conforme indicava o pré-empenho no valor de R$ 100,00 disponibilizado na data de 26 de abril de 2013 (fl. 112 do processo). Além do mais, a ausência de documento garantindo a disponibilidade orçamentária e financeira também foi apontada no Parecer nº 618/2013 da Consultoria Jurídica da União (fl. 369), que recomendou ao DSEI KPA o saneamento da pendência, nos seguintes termos, conforme colado a seguir: “O órgão assessorado não juntou a declaração de disponibilidade orçamentária e financeira, razão pela qual se recomenda seja trazida aos autos declaração expressa do Ordenador de Despesas, datada e assinada, atestando a existência dos recursos orçamentários e financeiros tencionados a atender o valor da despesa estimada [...]”. A declaração expressa recomendada no parecer da CJU supra visava suprir a lacuna da demonstração de existência de disponibilidade orçamentária, conforme exigência dos instrumentos legais citados, a Lei n°. 8.666/1993 e o Decreto n°. 5.540/2005, bem como atender o disposto na Lei Complementar nº. 101/2000, que em licitações de grande vulto faz essa exigência, nos termos seguintes: “Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: [...] II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. (original sem grifo) [...]

§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:

I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de obras”.

Quanto à ausência do edital definitivo nos autos, a unidade examinada comprovou a publicação da referida peça no portal governamental. Porém, reconheceu que o mesmo não foi vinculado ao processo físico, ocasionando uma lacuna no processo administrativo formal. Quanto ao Item III: Documentos inábeis, inidôneos ou instruídos intempestivamente.

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No tocante à peça denominada “Justificativa da Contratação e do Quantitativo” (fls. 02/04), verifica-se que foi instruída no processo com o intuito de atender as exigências legais contidas no art. 2º da Lei nº. 9.784/1999 (princípio da motivação), art. 3º, I, da Lei nº. 10.520/2002 e o art. 30, inciso I, do Decreto nº 5.450/2002. Esse documento foi elaborado e assinado pela Nutricionista E. P. J. A unidade examinada argumentou que a Nutricionista E. P. J. foi contratada através da Conveniada SPDM – ASSOCIAÇÃO PAULISTA PARA O DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA, para prestar serviços à Saúde Indígena Kaiapó do Pará, e que, dessa maneira, ficaria constatado o vínculo da mesma com o DSEI KPA na época em que foi realizada a licitação. Entretanto, verifica-se na própria manifestação do gestor que o vínculo da Nutricionista E. P. J. com a Administração era precário, uma vez que era servidora terceirizada. Dessa maneira, a colaborada citada não poderia ser o agente responsável pela justificativa da contratação, ato administrativo que nos termos da Lei nº. 10.520/2002 caberia à autoridade competente do órgão licitante. No que diz respeito ao documento “Consulta ao Siafi2013 “CONRAZÃO (CONSULTA RAZÃO POR C. CONTÁBIL)”, esse documento não supre a recomendação da Consultoria Jurídica da União – CJU, que em seu Parecer nº 618/2013 (fl. 369) solicita a juntada aos autos “declaração expressa do Ordenador de Despesa, datada e assinada, atestando a existência dos recursos orçamentários e financeiros tencionados a atender o valor da despesa”. Além do que, o documento foi emitido intempestivamente, na data de 23 de julho de 2013 (fl. 382), após a data de abertura do certame, contrariando a recomendação do órgão de assessoramento jurídico. Quanto à certificação orçamentária, reafirma-se que a autorização concedida pelo Secretário Especial de Saúde Indígena, nos termos da Portaria nº. 1.338/ 2012, fl. 258 do processo, é documento inábil para os fins pretendidos pela CJU em suas recomendações para o saneamento do processo. Com efeito, o próprio documento da autorização do SESAI traz a seguinte ressalva em seu conteúdo: “A presente autorização constitui ato de governança, estritamente relacionada à ciência sobre a realização da despesa pública, não envolvendo a análise técnica e jurídica do procedimento, que são de responsabilidade dos ordenadores de despesas e unidades jurídicas, nos estritos termos do §2º do art. 1º da Portaria 1.338/2012”. (original sem grifo) Em relação às procurações inidôneas e juntadas intempestivamente ao processo, reafirma-se que as mesmas foram juntadas ao processo após a realização do certame. Ademais, verifica-se que as procurações inseridas nos autos não são originais, não foram reconhecidas em cartório e nem estão reconhecidas por servidor da administração, conforme exigências do instrumento convocatório. Observa-se que as procurações inidôneas foram juntadas com o intuito de possibilitar a reabilitação da empresa Arena Distribuidora, que em ato do pregoeiro havia sido inabilitada por não comprovar a realização da vistoria, condição exigida no item 7.3 do Termo de Referência vinculado ao edital.

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Em sua manifestação, o DSEI KPA não entra no mérito do fato das procurações serem inidôneas, limitando-se a informar que a reabilitação da empresa Arena Distribuidora e Comércio foi decisão tomada pelo então Coordenador, C. R., que dessa maneira assumiu a total responsabilidade pelo ato praticado. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.3. Classificação, adjudicação e homologação de proposta em desacordo com o instrumento convocatório. Fato A classificação – e consequente adjudicação/homologação - da proposta da empresa Arena Distribuidora e Comércio foi irregular, haja vista que a mesma não cumpriu os requisitos exigidos no instrumento convocatório no tocante à quantidade de mão de obra vinculada à execução contratual. Isto porque a citada empresa adotou para cálculo dos preços das refeições uma quantidade de mão de obra inferior àquela estabelecida no edital, Anexo VII – Planilha de Custo (fls. 207/210), conforme demonstrado nos quadros abaixo:

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI Redenção/PA

Tipo de Serviço Quantidade Informada

Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a) Cozinheira(o) 6 4 -2 Auxiliar de Cozinheira(o) Não previsto 2 2 Auxiliar de Serviços Gerais 2 2 - Nutricionista 1 1 -

Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013).

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI Ourilândia/PA

Tipo de Serviço Quantidade Informada

Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a) Cozinheira(o) 6 2 -4 Auxiliar de Cozinheira(o) Não previsto 2 2 Auxiliar de Serviços Gerais 2 2 - Nutricionista 1 1 -

Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013).

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI Tucumã/PA

Tipo de Serviço Quantidade Informada

Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a) Cozinheira(o) 6 2 -4 Auxiliar de Cozinheira(o) Não previsto 2 2 Auxiliar de Serviços Gerais 2 2 - Nutricionista 1 1 -

Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013).

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI S. Félix do Xingu/PA

Tipo de Serviço Quantidade Informada

Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a) Cozinheira(o) 6 2 -4 Auxiliar de Cozinheira(o) Não previsto 2 2 Auxiliar de Serviços Gerais 2 2 -

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Tipo de Serviço Quantidade Informada

Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a) Nutricionista 1 1 -

Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013). Ao adotar um quantitativo de mão de obra inferior ao fixado no instrumento convocatório, a empresa Arena Distribuidora e Comércio auferiu vantagens no cálculo dos preços das refeições, haja vista que obteve um custo com mão de obra inferior ao que teria caso adotasse os parâmetros estabelecidos no edital e seus anexos. Isto porque, além de adotar um contingente menor de cozinheiro(a), a empresa em suas propostas substituiu parte desse contingente por auxiliares de cozinha, cujo salário normativo da categoria profissional é inferior ao salário de cozinheiro(a). Utilizando-se os dados constantes nas propostas da Arena Distribuidora (Quadro C – Resumo do Valor Mensal da Mão de Obra dos Serviços), pode-se apurar a diferença financeira entre as duas situações demonstradas (edital x proposta):

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI Redenção/PA

Tipo de Serviço Valor por Posto (1)

Comparativo dos Custos (R$) Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a)

Cozinheira(o) 1.325,20 7.951,20 (6) 5.300,80 (4) - 2.650,40 Aux. Cozinheira(o) 1.266,17 - 2.532,34 (2) 2.532,34

Custo Total Por Serviço (R$) 7.951,20 (6) 7.833,14 (6) -118,06 Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013). (1) Custo final por empregado, incluindo a remuneração, encargos sociais e trabalhistas, benefícios e insumos diversos (uniformes, materiais, equipamentos).

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI Ourilândia/PA

Tipo de Serviço Valor por Posto (1)

Comparativo dos Custos (R$) Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a)

Cozinheira(o) 1.325,20 7.951,20 (6) 2.650,40 (2) -5.300,80 Aux. Cozinheira(o) 1.266,17 - 2.532,34 (2) 2.532,34

Custo Total Por Serviço (R$) 7.951,20 (6) 5.182,74 (4) -2.768,46 Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013). (1) Custo final por empregado, incluindo a remuneração, encargos sociais e trabalhistas, benefícios e insumos diversos (uniformes, materiais, equipamentos).

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI Tucumã/PA

Tipo de Serviço Valor por Posto (1)

Comparativo dos Custos (R$) Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a)

Cozinheira(o) 1.325,20 7.951,20 (6) 2.650,40 (2) -5.300,80 Aux. Cozinheira(o) 1.266,17 - 2.532,34 (2) 2.532,34

Custo Total Por Serviço (R$) 7.951,20 (6) 5.182,74 (4) -2.768,46 Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013). (1) Custo final por empregado, incluindo a remuneração, encargos sociais e trabalhistas, benefícios e insumos diversos (uniformes, materiais, equipamentos).

Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – CASAI S. Félix do Xingu/PA

Tipo de Serviço Valor por Posto (1)

Comparativo dos Custos (R$) Edital (a) Arena (b) Diferença (b-a)

Cozinheira(o) 1.325,20 7.951,20 (6) 2.650,40 (2) -5.300,80 Aux. Cozinheira(o) 1.266,17 - 2.532,34 (2) 2.532,34

Custo Total Por Serviço (R$) 7.951,20 (6) 5.182,74 (4) -2.768,46 Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013).

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(1) Custo final por empregado, incluindo a remuneração, encargos sociais e trabalhistas, benefícios e insumos diversos (uniformes, materiais, equipamentos). Na composição final dos valores das propostas, incidem ainda sobre o custo da mão de obra os seguintes custos: Taxa de Despesas Administrativas (3%); Taxa de Lucro (15%) e 10,69% a título de Tributo Federal (Simples Nacional). Dessa maneira, é possível calcular o impacto final das diferenças apuradas nos valores das propostas da empresa Arena Distribuidora e Comércio, conforme tabela abaixo: Tabela: Impacto Financeiro das Diferenças nos Quantitativos de Mão de Obra

CASAI Dif. Mensal Dif. Anual Desp. Adm.

(3%) Lucro (15%) Subtotal

Redenção 118,06 1.416,72 42,50 212,51 1.671,73 Ourilândia 2.768,46 33.221,52 996,64 4.983,23 39.201,39 Tucumã 2.768,46 33.221,52 996,64 4.983,23 39.201,39 S. Félix 2.768,46 33.221,52 996,64 4.983,23 39.201,39

Subtotal 101.081,28 3.032,42 15.162,20 119.275,90 Tributo Federal (Simples Nacional) 10,69% 14.276,78

Valor Bruto Final (R$) 133.552,68

Convém ressaltar, ainda, que esse fato foi objeto de recurso por parte da empresa F. L. Alves de Sousa & Cia Ltda.-ME, no qual em seu item III – Planilha de Composição dos Custos (fls. 582/583) a recorrente informa que a recorrida não adotou em sua proposta o quantitativo de mão de obra requerido no edital e, dessa maneira, a proposta deveria ser desclassificada do certame. Entretanto, quanto ao item questionado pela empresa recorrente, registre-se que o pregoeiro, sem adentrar no mérito e sem a necessária motivação, acolheu a contrarrazão apresentada pela empresa recorrida. A decisão do pregoeiro contraria mandamento legal disposto no art. 48, da Lei nº. 8.666/1993, que, em seu inciso I, dispõe que serão desclassificadas “as propostas que não atendem às exigências do ato convocatório da licitação”. O ato irregular afronta também os itens 7.7 e 9.1 do edital (fl. 126), este último derivado do item 23, subitem 23.17 do Termo de Referência (fl. 180), a seguir parcialmente transcrito: “23.17. Custos com Mão de Obra: 23.17.1. Considerando os parâmetros lançados no edital e seus anexos, deverão ser observados os valores constantes da Convenção Coletiva da categoria e demais parcelas obrigatórias previstas na legislação trabalhista e tributária, conforme IN 02/2008/SLTI/MPOG”. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº. 043/2017 – COORD/DSEI/KAIAPÓ/PA/SESAI/MS, de 12 de janeiro de 2017, o Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará apresentou a seguinte manifestação: “[...] IV – Com base na classificação, adjudicação e homologação de proposta em desacordo com o instrumento convocatório.

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A empresa Arena Distribuidora e Comércio foi inabilitada pelo Pregoeiro, conforme fls. 629/630, com base nas irregularidades da sua documentação, quando a adjudicação/homologação, devido ao fato desta licitação conter recursos contra a empresa que ofertou o menor lance, o processo foi enviado ao Ordenador de Despesas para que se cumprisse o que determina o inciso V do artigo 8º do Decreto nº. 5.450/2005. No tocante ao juízo de admissibilidade das intenções de recurso deve ser avaliada tão somente a presença dos pressupostos recursais: sucumbência, tempestividade, legitimidade, interesse e motivação – TCU Ac 520/2014-Plenário, item 9.5.1; se o Pregoeiro já tinha aceito o recurso (a razão) e de norma aceita ampla defesa do contraditório, ou seja, a contrarrazão, para que o mesmo tenha embasamento para a confecção da decisão do Pregoeiro com fundamentos sólidos. A decisão do Pregoeiro à luz da Lei 10.520/2002, normatizada pelo Decreto 5.450/2005, não contraria o mandamento legal em não desclassificar a proposta, visto que o mesmo já tinha inabilitado a empresa, consequentemente a sua proposta também foi recusada. Todas as tomadas de decisão posterior ao encaminhamento do processo com as razões, contrarrazões e o parecer do Pregoeiro, são de inteira responsabilidade da autoridade superior”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A manifestação da unidade fiscalizada aborda tão somente o fato da empresa Arena Distribuidora e Comércio ter sido inabilitada pelo Pregoeiro e depois reabilitada pela autoridade superior, o Coordenador Distrital do DSEI KPA. No caso em comento, o que se questiona é o fato de que a empresa, mesmo tendo sido reabilitada em decisão tomada pelo DSEI KPA, deveria ter sua proposta desclassificada pelo não atendimento pleno de todas as exigências contidas no ato convocatório da licitação. O fato é que a empresa Arena Distribuidora e Comércio adotou quantitativos de mão de obra inferiores aos requeridos no instrumento convocatório, obtendo dessa forma vantagem sobre os demais concorrentes. Registre-se, ainda, que embora a irregularidade tenha sido objeto de recurso impetrado por concorrente, o Pregoeiro acolheu a contrarrazão apresentada pela empresa Arena, sem adentrar no mérito da decisão tomada, conforme relatado neste item no campo ‘fato’. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.4. Assinatura de termo aditivo após o término de vigência do contrato original, com data retroativa, configurando recontratação sem licitação. Fato O Contrato nº. 13/2013 (fls. 680/700) foi celebrado na data de 20 de agosto de 2013, tendo como prazo de vigência o período de 20 de agosto de 2013 a 19 de agosto de 2014, podendo ser prorrogado por interesse das partes até o limite de sessenta meses, conforme disposto na Cláusula Segunda.

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O processo de renovação contratual foi deflagrado por meio do Memo. nº. 347/2014 SELOG/DSEI KAIAPÓ/PA, de 13 de junho de 2014 (fl. 711), no qual o responsável pelo Setor de Logística do Distrito (SELOG) solicita ao Coordenador Distrital a prorrogação do Contrato por mais doze meses. Verificou-se que o processo cumpriu os trâmites internos e externos de praxe, tais como: elaboração de pesquisa de preços; verificação da disponibilidade orçamentária; obtenção da autorização da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI); análise da minuta do aditivo pela Consultoria Jurídica da União no Estado do Pará (CJU/PA); etc. Entretanto, constatou-se que o Primeiro Termo Aditivo ao Contrato nº. 13/2013 foi celebrado com data retroativa ao dia 20 de agosto de 2014, haja vista que as evidências apontam que sua assinatura ocorreu após a data de extinção do contrato original (19 de agosto de 2014), conforme atestam os documentos inseridos às fls. 758/772, dentre os quais citam-se: i) Espelho da consulta ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEI), efetuada no dia 15 de setembro de 2014 (fl. 761); ii) Despacho s/nº., do responsável (substituto) do SELOG, do dia 15 de setembro de 2014 (fl. 769); iii) Ato de Aprovação do Termo Aditivo, de 15 de setembro de 2014 (fls. 770/771); iv) Cópia do Diário Oficial da União, edição do dia 24 de setembro de 2014, contendo a publicação do extrato do Termo Aditivo (fl. 772). Esse fato afronta a Doutrina e Jurisprudência pátria, que condenam a elaboração de termos aditivos com efeitos retroativos.

Sobre o tema, assim se posicionou a obra de Hely Lopes Meirelles:

“A expiração do prazo de vigência, sem prorrogação, opera de pleno direito a extinção do ajuste, exigindo novo contrato para continuação das obras, serviços ou compras anteriormente contratados. O contrato extinto não se prorroga, nem se renova: é refeito e formalizado em novo instrumento, inteiramente desvinculado do anterior”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. 12ª. ed. São Paulo: Malheiros, 1999. p. 214)

A jurisprudência do Tribunal de Contas da União ratifica esse entendimento em seus julgados, a exemplo dos seguintes:

i) Acórdão nº 1.335/2009 - Plenário: “RELATÓRIO. [...] e) celebração de termo aditivo de prorrogação da vigência do Contrato [...], cuja vigência estava expirada, com efeitos retroativos, configurando recontratação sem licitação, infringindo a Lei 8.666/1993, art. 2º, c/c 3º; [...] [VOTO] 9. A celebração de termo aditivo de prorrogação da vigência do Contrato [...], cuja vigência

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estava expirada [...], constitui infração a norma legal, revestindo-se de gravidade suficiente para justificar a sanção dos responsáveis. [ACÓRDÃO] [...] 9.9.5. não realize serviços sem a devida cobertura contratual e não celebre contratos e aditivos com prazos de vigência retroativos, evitando situações irregulares [...]”. ii) Acórdão nº 127/2016 - Plenário: “VOTO. [...] 10. Com efeito, a jurisprudência desta Corte de Contas se consolidou ao longo do tempo no sentido de considerar irregular o aditamento feito após o término da vigência contratual, ainda que amparado em um dos motivos do art. 57, § 1º, da Lei nº 8.666, de 1993, uma vez que o contrato original estaria formalmente extinto, de sorte que não seria juridicamente cabível a sua prorrogação ou a continuidade da sua execução (v.g.: Acórdãos 66/2004, 1.717/2005, 216/2007, 1.335/2009, 1.936/2014 e 2.143/2015, todos do Plenário do TCU).” (original sem grifo) Cumpre ressaltar, ainda, que o processo de renovação contratual foi encaminhado para a análise da Consultoria Jurídica da União no Estado do Pará (CJU/PA), por meio do Ofício nº. 676/2014 COORD/DSEI KAIAPÓ/PA, de 6 de agosto de 2014 (fl. 751), sendo recebida nesse órgão no dia 13 de agosto de 2014, conforme despacho contido na fl. 752. Por meio do parecer consignado na Nota nº. 195/2014/CJU-PA/CGU/AGU, expedido no dia 18 de agosto de 2014, a Consultoria Jurídica recomenda que, face à existência de inconformidades no processo e considerando a exiguidade de tempo para saná-los, o órgão assessorado providencie outro processo licitatório ou, se entender que é imprescindível o objeto do fornecimento sob exame, fica ao “seu alvitre e inteira responsabilidade a regularidade do Aditamento aqui pretendido”. Diante dos fatos acima expostos, têm-se que a irregularidade produziu dois efeitos distintos, conforme a doutrina e a jurisprudência citadas: i) o primeiro efeito é que, no período compreendido que vai da data da extinção do contrato original, em 19 de agosto de 2014, até a data da efetiva assinatura do contrato, que deve ter ocorrido em alguma data entre 15 e 24 de setembro de 2014, conforme as peças instruídas nos autos (fls. 761/771), o Contrato nº. 13/2013 estava extinto e a execução do objeto ocorreu sem suporte contratual, configurando contratação verbal; ii) a outra consequência é que o instrumento jurídico denominado “Primeiro Termo Aditivo Nº. 27/2014”, ainda que assinado com data retroativa ao dia 20 de agosto de 2014, deixa de ser juridicamente vinculado ao Contrato nº. 13/2013, configurando recontratação sem licitação. O mesmo entendimento se aplica ao instrumento contratual denominado “Segundo Termo Aditivo Nº. 36/2015” (fls. 888/889), com prazo de vigência de 20 de agosto de 2015 a 20 de agosto de 2016 (Cláusula Segunda), que também foi assinado com data retroativa, conforme atestam diversos documentos inseridos às fls. 858/885, com destaque para o documento denominado “Despacho Gabinete nº. 400/2015”, de 8 de outubro de 2015 (fls. 869/871), no

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qual são apontadas diversas inconformidades pendentes que devem ser sanadas para prosseguimento do processo de renovação contratual. Isto significa dizer que, desde a extinção do Contrato nº. 13/2013, em 19 de agosto de 2013, o fornecimento de refeições às CASAI do Distrito vem ocorrendo de maneira irregular, pois vem sendo suportada por aditivos celebrados sem suporte jurídico legal. Registre-se que o DSEI KPA solicitou à Consultoria Jurídica da União a convalidação dos atos praticados em desconformidade no âmbito dos referidos instrumentos, sendo que o pleito foi denegado pelo órgão de assessoramento jurídico em duas oportunidades, por meio dos seguintes pareceres: i) Nota nº. 430/2015/CJU-PA/CGU/AGU, de 3 de dezembro de 2015 (fl. 894); ii) Parecer nº. 285/2016/CJU-PA/CGU/AGU, de 28 de abril de 2016 (fls. 909/910). Ressalte-se, ainda, que novo procedimento de recontratação da empresa Arena Distribuidora foi instaurado por meio do Memo. nº. 195/2016 SELOG/DSEI KAIAPÓ/PA, de 22 de abril de 2016 (fl. 962), para substituir o instrumento vigente cuja extinção ocorreria no dia 20 de agosto de 2016. Em vista disso, o processo administrativo contendo a minuta do instrumento jurídico, denominado “Terceiro Termo Aditivo Nº..../2016” (fls. 991/992), juntamente com as demais peças produzidas no procedimento de recontratação, foi encaminhado ao DGESI/SESAI/MS, por meio do Memo. 208/2016 – COORD/DSEI/KAIAPÓ/PA, de 24 de junho de 2016 (fl. 996), para obtenção da autorização desse órgão superior, em atendimento ao disposto no Decreto nº. 7.689, de 2 de março de 2012. Até a data de encerramento dos trabalhos de campo da equipe de fiscalização, o processo não havia retornado para o Distrito Kaiapó/PA, de maneira que a contratação da empresa Arena Distribuidora vem ocorrendo de forma verbal desde o término do prazo contratual do Segundo Termo Aditivo Nº. 36/2015, no dia 20 de agosto de 2016. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº. 043/2017 – COORD/DSEI/KAIAPÓ/PA/SESAI/MS, de 12 de janeiro de 2017, o Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará apresentou a seguinte manifestação: “[...] Em referência à assinatura de termo aditivo após o término de vigência do contrato original, com data retroativa, configurando recontratação sem licitação: Informo que o DSEI Kaiapó do Pará foi assessorado pela Consultoria Jurídica da Pará (conforme exemplo em anexo) a seguir o Art. 66 §3º da Lei 9.784/99 que diz o seguinte: ‘Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato’. Por exemplo, imaginemos um contrato cuja vigência tenha sido estabelecida em doze meses. Se seu termo inicial for estipulado no dia 16 de abril de um determinado ano, seu termo final deverá ocorrer também no dia 16 de abril do ano seguinte, ou seja, o termo inicial e o termo final serão contados de data a data.

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Considerando também que a REDE SERPRO, através do SIASG/SIAFI ‘rejeita’ qualquer publicação de renovação de vigência de contrato após sua vigência”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As informações prestadas pela unidade colidem com a documentação contida nos autos do processo às fls. 758/772 e não elidem a irregularidade apontada. A documentação existente nesse intervalo sequencial do processo é relativa à prorrogação contratual e foi produzida com vistas à elaboração/assinatura do referido termo aditivo, sendo que todos os documentos inseridos nessa parte processual foram obtidos e/ou produzidos em data posterior ao término da vigência contratual, que ocorreu em 19 de agosto de 2014. Dessa maneira, fica evidenciado que o contrato original firmado entre o DSEI KPA com a empresa Arena Distribuidora e Comércio estava extinto e a assinatura do termo aditivo com efeito retroativo configura recontratação sem licitação. A irregularidade aqui apontada se constitui em grave infração à norma legal, conforme assentado na jurisprudência do TCU e não encontra amparo na doutrina que versa sobre o tema. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.5. Execução contratual em desacordo com o previsto no instrumento convocatório e no contrato, propiciando ganhos indevidos para o fornecedor, no valor de R$ 448.178,46. Fato Em visita de inspeção à CASAI de Redenção/PA, contatou-se, a partir de relatos da nutricionista responsável pela cozinha local, que a empresa Arena Distribuidora e Comércio mantém apenas um técnico de apoio (nutricionista) responsável pela supervisão e orientação do preparo dos alimentos em todas as CASAI atendidas pela contratação. Esse fato indica que a empresa vem descumprindo dispositivos do ato convocatório e, por extensão, do contrato dele decorrente. Isto porque, em sua proposta apresentada no certame e que está vinculada à contratação dos serviços, a empresa Arena incluiu na formação dos seus preços a disponibilização de uma nutricionista de apoio para cada CASAI, como de fato era determinado no instrumento convocatório, conforme demonstrado no quadro seguinte: Quadro: Mão de Obra Vinculada à Execução Contratual – Nutricionista

CASAI Quantidade Prevista Quantidade

Existente Edital Proposta Redenção 1 1 1 Ourilândia do Norte 1 1 0 Tucumã 1 1 0 São Félix do Xingu 1 1 0

Fonte: Processo nº. 25055.000206/2013-58 (fls. 207/210) e Proposta da Arena (23/07/2013). Em termos financeiros, o valor total desse item de custo que está incluso no valor global da proposta de preços da empresa integrante do contrato está demonstrado na tabela seguinte.

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Tabela: Valor Financeiro do Quantitativo de Mão de Obra (Item: Nutricionista)

CASAI Valor por Posto (1)

Valor Anual Desp. Adm. (3%)

Lucro (15%) Subtotal

Redenção 2.975,53 35.706,36 1.071,19 5.355,95 42.133,50 Ourilândia 2.975,53 35.706,36 1.071,19 5.355,95 42.133,50 Tucumã 2.975,52 35.706,36 1.071,19 5.355,95 42.133,50 São Félix 2.975,53 35.706,36 1.071,19 5.355,95 42.133,50

Subtotal 142.825,44 4.284,76 21.423,80 168.534,00 Tributo Federal (Simples Nacional) 10,69% 20.172,75

Valor Bruto Final (R$) 188.706,75 Fonte: Proposta da Arena (23/07/2013). (1) Custo final por empregado, incluindo a remuneração, encargos sociais e trabalhistas, benefícios e insumos diversos (uniformes, materiais, equipamentos). Uma vez que incluiu em seus preços o custo de quatro nutricionistas, um posto para cada CASAI, e na execução contratual a empresa só vem disponibilizando uma profissional que atende as quatro unidades de atendimento ao indígena, a empresa Arena Distribuidora e Comércio vem se apropriando indevidamente do valor equivalente a três postos de nutricionista. Em termos financeiros, o valor anual de cada posto de nutricionista é R$ 47.176,68, sendo que para os três postos não atendidos essa empresa tem uma economia anual indevida de R$ 141.530,04, ou cerca de R$ 11.794,17 por mês. Tendo em vista que o contrato começou a ser executado em setembro/2013, tem-se que até outubro de 2016 são 38 meses de ganhos indevidos que a empresa vem auferindo com o descumprimento contratual, o que dá um prejuízo potencial ao erário no montante acumulado de R$ 448.178,46. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº. 043/2017 – COORD/DSEI/KAIAPÓ/PA/SESAI/MS, de 12 de janeiro de 2017, o Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará apresentou a seguinte manifestação: “[...] Ressaltamos que as devidas providências já estão sendo tomadas quanto à falta de cumprimento de contrato, na qual a empresa envolvida deverá ressarcir os prejuízos causados pelo não cumprimento do contrato”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Registre-se que o Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará não apresentou contestação quanto ao fato relatado, limitando-se a informar que deverá acionar a empresa Arena Distribuidora no sentido de obter o ressarcimento dos valores recebidos indevidamente pela prestadora do serviço. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.6. Acréscimo de despesas com o fornecimento de refeições em quantitativos de itens superiores ao previsto no instrumento contratual. Fato

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Em análise a execução do Contrato nº. 13/2013, especificamente quanto ao fornecimento de refeições para a CASAI de Redenção, verificou-se que as quantidades previstas no Termo de Referência e firmado no referido instrumento contratual foram executadas acima dos valores pactuados. Constata-se que ocorreu um incremento nas despesas realizadas a partir de julho de 2014, com percentuais acima até do permitido no art. 65 da Lei nº. 8.666/1993, de até 25%, conforme demonstrado na tabela e nos quadros seguintes: Tabela: Quantitativos/valores pactuados para a CASAI de Redenção

Fornecimento de Alimentação Pronta

Valor Unit. (RS)

Qtd. Dia Qtd. Mensal Valor Total Mensal (R$)

Café da manhã 1,66 100 3.000 4.980,00 Almoço 9,16 100 3.000 27.480,00 Lanche da tarde 1,58 100 3.000 4.740,00 Jantar 8,08 100 3.000 24.240,00 Ceia 1,94 100 3.000 5.820,00

Total 500 15.000 67.260,00 Fonte: Contrato nº. 13/2013. Quadro: Relação de pagamentos da Empresa ARENA Distribuidora e Comércio Ltda. – ME, referente a CASAI de Redenção/PA

Processo Nº. NF Mês Ref.

Discriminação dos Itens

Valor (R$) %

25055.000618/2013-98 411 Set/13 2488 desjejum 2509 almoço 2470 lanche 2504 jantar 2506 ceia

56.109,08 (16,58)

25055.000663/2013-42 431 Out/13 3128 desjejum 3040 almoço 3101 lanche 3013 jantar 3084 ceia

68.266,46 1,49

25055.000724/2013-71 201300000000027 Nov/13 2987 desjejum 2970 almoço 2716 lanche 2780 jantar 2685 ceia

64.126,20 (4,66)

25055.000024/2014-68 201400000000007 Dez/13 2542 desjejum 2464 almoço 2457 lanche 2429 jantar 2416 ceia

54.985,38 (18,25)

25055.000097/2014-50 201400000000015 Jan14 2664 desjejum 2706 almoço 2585 lanche 2578 jantar 2579 ceia

59.127,00 (12,09)

25055.000148/2014-43 201400000000021 Fev14 2852 desjejum 2839 almoço 2777 lanche 2752 jantar 2743 ceia

62.684,80 (6,81)

25055.000212/2014-96 201400000000033 Mar14 3845 desjejum 3842 almoço 3776 lanche 3783 jantar 3765 ceia

85.412,24 26,98

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Processo Nº. NF Mês Ref.

Discriminação dos Itens

Valor (R$) %

25055.000303/2014-21 201400000000048 Abr14 3844 desjejum 3842 almoço 3828 lanche 3859 jantar 3872 ceia

86.314,40 28,33

25055.000374/2014-24 201400000000058 Mai14 3372 desjejum 3372 almoço 3327 lanche 3335 jantar 3384 ceia

75.253,46 11,88

25055.000396/2014-94 201400000000083 Jun14 3271 desjejum 3237 almoço 3219 lanche 3212 jantar 3189 ceia

72.306,42 7,50

25055.000606/2014-44 201400000000078 Jul14 4685 desjejum 4656 almoço 4581 lanche 4678 jantar

4773 a

* 104.721,90 55,69

25055.000643/2014-52 201400000000088 Ago14 3342 desjejum 3477 almoço 3331 lanche 3568 jantar 3588 ceia

* 78.450,18 16,64

25055.000651/2014-07 201400000000098 Set14 3268 desjejum 3296 almoço 3317 lanche 3377 jantar 3460 ceia

* 74.855,66 11,29

25055.000699/2014-15 201400000000108 Out14 3759 desjejum 3767 almoço 3716 lanche 3728 jantar 3724 ceia

* 83.963,74 24,83

25055.000813/2014-07 201400000000116 Nov14 4225 desjejum 4179 almoço 4127 lanche 4153 jantar 4161 ceia

* 93.442,38 38,93

25055.000049/2015-42 201500000000005 Dez14 2762 desjejum 2693 almoço 2615 lanche 2663 jantar 2664 ceia

60.069,70 (10,69)

25055.000131/2015-77 201500000000015 Jan15 4278 desjejum 4227 almoço 4220 lanche 4335 jantar 4223 ceia

* 95.707,82 42,29

25055.000155/2015-26 201500000000025 Fev15 4273 desjejum 4213 almoço 4125 lanche 4172 jantar 4173 ceia

* 94.007,14 39,76

25055.000296/2015-49 201500000000035 Mar15 5732 desjejum 5698 almoço 5679 lanche

127.437,12 89,46

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Processo Nº. NF Mês Ref.

Discriminação dos Itens

Valor (R$) %

5677 jantar 5611 ceia

25055.000347/2015-32 201500000000045 Abr15 3927 desjejum 3873 almoço 3843 lanche 3892 jantar 3763 ceia

86.815,02 29,07

25055.000425/2015-07 201500000000057 Mai15 3719 desjejum 3661 almoço 3665 lanche 3763 jantar 3708 ceia

83.095,90 24,61

25055.000550/2015-17 201500000000066 Jun15 3864 desjejum 3743 almoço 3745 lanche 3879 jantar 3873 ceia

85.473,16 27,07

25055.000562/2015-33 593 Jul5 3753 desjejum 3686 almoço 3685 lanche 3714 jantar 3715 ceia

83.032,26 23,44

25055.000634/2015-42 611 Ago15 4085 desjejum 4048 almoço 4038 lanche 4073 jantar 4043 ceia

* 90.994,08 35,28

25055.000704/2015-62 627 Set15 3559 desjejum 3545 almoço 3556 lanche 3521 jantar 3519 ceia

79.275,16 17,86

25055.000771/2015-87 641 Out15 3629 desjejum 3566 almoço 3572 lanche 3598 jantar 3564 ceia

80.318,46 19,41

25055.000835/2015-40 654 Nov15 3119 desjejum 2967 almoço 2998 lanche 3032 jantar 2969 ceia

67.350,52 0,00

25055.00081/2016-17 668 Dez15 2093 desjejum 1958 almoço 2015 lanche 1983 jantar 1976 ceia

44.449,44 (33,92)

* Pagamentos que não constam justificativa para o acréscimo de refeições. Fonte: Processos de pagamentos CASAI Redenção do período de setembro/2013 a dezembro/2015. Quadro: Comparativo Edital/Termo de Referência X Execução do Contrato

Item Quantidade Prevista

(Edital/Contrato) Quantidade Executada %

Período: Setembro a dezembro/2013 Café da manhã 12.000 11.145 (7,12) Almoço 12.000 10.983 (8,47) Lanche da tarde 12.000 11.744 (2,13)

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Item Quantidade Prevista (Edital/Contrato)

Quantidade Executada %

Jantar 12.000 10.726 (10,62) Ceia 12.000 10.691 (10,91)

Período: Janeiro a dezembro/2014 Café da manhã 36.000 44.741 24,28 Almoço 36.000 41.906 16,41 Lanche da tarde 36.000 41.199 14,44 Jantar 36.000 41.638 15,66 Ceia 36.000 44.902 24,72

Período: Janeiro a dezembro/2015 Café da manhã 36.000 46.031 27,86 Almoço 36.000 45.185 25,51 Lanche da tarde 36.000 45.141 25,39 Jantar 36.000 45.639 26,77 Ceia 36.000 45.137 25,38

Fonte: Contrato nº. 13/2013 - Processos de pagamentos CASAI Redenção do período de setembro/2013 a dezembro/2015. O Termo de Referência e Minuta do Contrato que norteou a licitação, em relação aos quantitativos, especificou o assunto de quantitativo constante do primeiro quadro acima como: Quantidade Referência Dia, Mensal e Anual. Ressalte-se que no subitem 8.2, da Cláusula Oitava da referida Minuta e Contrato e no Contrato nº. 13/2013, as quantidades são informadas como média. Ressalte-se, ainda, que o Contrato nº. 13/2013, assinado em 20 de agosto de 2013, previa em sua Cláusula Décima Terceira eventuais alterações contratuais, em acordo com o art. 65 da Lei nº. 8.666, de 1993. Logo, a unidade examinada deixou de levar em consideração o acréscimo ocorrido na execução do contrato quando da solicitação de aditivo de prazo. Verifica-se, inclusive, ausência de justificativa nos processos de pagamentos para tal acréscimo nas quantidades fornecidas. Convém registrar que a equipe de fiscalização não efetuou levantamento dos quantitativos fornecidos para as demais CASAI, haja vista que o exame da execução contratual se limitou à CASAI de Redenção/PA.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício 043/2017 – COORD/DSEI/KAIAPÓ/PA/SESAI/MS, de 12 de janeiro de 2017, o Distrito Sanitário Especial Indígena Kaiapó do Pará apresentou a seguinte manifestação:

“[...]

O advento do aumento substancial do consumo da alimentação em todas as casas de apoio, coincide com as situações a seguir:

- A chegada da equipe do programa ‘mais médico’ nas comunidades indígenas, que precisam de exames complementares para a conclusão de seus diagnósticos, os pacientes necessitam ser deslocados para as cidades e consequentemente houver o aumento no consumo de alimentar (sic), junto a este fator conta-se também com a necessidade da rede SUS para realizações dos exames requisitados, pelos médicos.

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- O surgimento do programa mais médicos, trouxe uma melhora significante para a saúde indígena, porem sobrecarregou as Casas de Apoio Indígena. Lembrando que o planejamento alimentar apresentado no processo alimentar, foi realizado antes da chegada dos médicos.

Quanto as nomenclaturas que divergem entre o Termo de Referência e o contrato, onde se ler no Termo de Referência: quantidade de Referência e no Contrato se lê quantidade média, todas as duas palavras têm alusão a um valor que se aproxima da realidade, o valor referencial e um valor médio, direciona ao leitor balizar o quanto se pode aproximar do valor pretendido, não sendo este fato um impeditivo de entendimento claro do que se pretende aludir”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em cerca de dezenove processos de pagamentos, em que ocorreram acréscimo substancial de alimentação servida aos pacientes indígenas e seus acompanhantes, em oito não consta nenhuma justificativa para o fato. Quanto aos demais, as justificativas constantes, não trazem informação que o aumento decorreu com a chegada do Programa Mais Médicos, como afirma a unidade, e sim a fatores diversos, tais como:

- Impossibilidade de retornar com os pacientes devido as chuvas que caíram na região (Março/2014);

- Aumento de pacientes na CASAI devido a um surto de malária ocorrido na Aldeia Gorotire e nas comunidades próximas a esta aldeia (Abril/2014);

- Aumento de pedidos de exames laborais feitos pelos médicos (Maio/2014);

- Grandes números de exames de PCCU e outros agendados e devido a proibição de voos por parte da ANAC, para as aldeias: Kreampare, Pykato e Dedjerekrâ (Março2015);

- Agendamento de consultas em especialidades (Infectologia, endocrinologia, e outros) com a permanência dos pacientes para realização dos exames solicitados no ato médico e também da proibição de voos por parte da ANAC para as aldeias: Kreampare, Pykato e Dedjerekrâ (Junho/2015).

Ressalte-se, ainda, que o Memorando Nº 347/2014 SELOG/DESI KAIAPÓ/PA informa que no dia 13 de junho de 2014 começaram as tratativas para renovação do contrato em análise. No entanto, em nenhum documento constante no processo foi indicada a necessidade de readequação no quantitativo, face ao aumento da demanda demonstrada nos meses anteriores ou que esta demanda fosse oriunda do Programa Mais Médicos.

Quanto as nomenclaturas distintas constantes do Termo de Referência, Edital e Contratos, para os quantitativos de alimentação a ser servido pela empresa, entende-se que deve se aproximar do quantitativo médio. Contudo, o que se observa na execução do contrato são acréscimos acima dos 25% permitido na Lei 8.666/1993.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2 Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal descentralizado.

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3. Consolidação de Resultados Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais. Do montante fiscalizado de R$ 9.326.540,34, foi identificado prejuízo de R$ 448.178,46 referente ao item 2.1.5, constatando-se, dessa maneira, a procedência dos fatos apontados na demanda do Ministério Público Federal.

Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre a efetividade do Programa/Ação fiscalizado: - Existência de falhas, impropriedades e irregularidades que comprometem a integridade jurídica do processo administrativo e a lisura do certame licitatório; - Prorrogação do instrumento contratual após o término de sua vigência, mediante termo aditivo com efeito retroativo; e - Execução contratual em desacordo com o previsto no instrumento convocatório e respectivo termo contratual.