metodologia formulacao estrategia
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UNIVERSIDADE DE SO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAO - PS-GRADUAO
METODOLOGIA PARA FORMULAO DE ESTRATGIAS DE PRESENA NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO
Isabel de Meiroz Dias
Orientador: Prof. Dr. Nicolau Reinhard
So Paulo
2002
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Reitor da Universidade de So Paulo
Prof. Dr. Jos Adolfo Melfi
Diretor da Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade
Prof. Dr. Eliseu Martins
Chefe do Departamento de Administrao
Prof. Dr. Eduardo Vasconcellos
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UNIVERSIDADE DE SO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAO - PS-GRADUAO
METODOLOGIA PARA FORMULAO DE ESTRATGIAS DE PRESENA NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO
Isabel de Meiroz Dias
Dissertao apresentada ao Departamento de Administrao da Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade da Universidade de So Paulo, como requisito parcial para a obteno do ttulo de Mestre em Administrao.
Orientador: Prof. Dr. Nicolau Reinhard
So Paulo
2002
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FICHA CATALOGRFICA Dias, Isabel de Meiroz Metodologia para formulao de estratgias de presena na Internet : um estudo de caso / Isabel de Meiroz Dias. -- So Paulo : FEA/USP, 2002. p. 170 Dissertao - Mestrado Bibliografia 1. Internet (Rede de computadores) 2. Alinhamento estratgico 3. Metodologia I. Faculdade de Economia, Administrao e Contabilidade da USP. CDD 001.64404
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AGRADECIMENTOS
Aqueles que interagiram comigo neste perodo testemunharam o grande
desafio que este trabalho representou.
S consegui super-lo graas ajuda inestimvel das seguintes pessoas:
Meus pais, Etevaldo Dias e Joana Vitria de Meiroz Grilo, constantes
propiciadores e incentivadores.
Prof. Nicolau Reinhard, que de fato me orientou e apoiou durante a
(longa) gestao que este trabalho demandou.
Abel Reis e a equipe de planejamento da AgnciaClick, a quem devo
metade do material gentico deste trabalho.
Isabel de Meiroz Dias
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SUMRIO
Lista de Figuras........................................................................................ iv
Lista de Quadros ....................................................................................... v
Lista de Siglas .......................................................................................... vi
Resumo .................................................................................................... vii
Abstract ................................................................................................... viii
1 Descrio da Situao-Problema...................................................... 1
1.1 Introduo .................................................................................... 1
1.2 Formulao da Situao Problema ........................................... 2
1.3 Contextualizao ......................................................................... 2
1.4 Questes de Pesquisa ................................................................ 3
1.5 Objetivos da Pesquisa ................................................................ 4
1.6 Definio Conceitual e Operacional dos Termos Relevantes 5
1.7 Delimitao................................................................................... 6
2 Processo de formulao de estratgia............................................. 9
2.1 Definies de estratgia ............................................................. 9
2.2 Objetivos, Metas, Tticas.......................................................... 12
2.3 Critrios de avaliao da estratgia ........................................ 13
2.4 Formulao da Estratgia......................................................... 14
2.5 Anlise Estratgica ................................................................... 16
2.6 A escolha das fronteiras da firma............................................ 21 2.6.1 Teoria Neoclssica............................................................... 22 2.6.2 Economia dos Custos de Transao ................................... 22 2.6.3 Custos de coordenao hierrquica .................................... 23 2.6.4 Capacitao Dinmica ......................................................... 25 2.6.5 Redes Estratgicas .............................................................. 30
2.7 Crtica aos processos existentes ............................................ 34
3 Processo de Alinhamento Estratgico de Sistemas de Informao 36
3.1 Definies e Abordagens ......................................................... 36
3.2 Planejamento Estratgico e Planejamento do Sistema de Informaes.............................................................................................. 41
3.3 Desafios para o Planejamento de Sistemas de Informao Estratgicos.............................................................................................. 43
4 Estratgia e Internet ......................................................................... 46
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4.1 Mercados Eletrnicos ............................................................... 46
4.2 Possibilidades trazidas pela PI para as organizaes .......... 49 4.2.1 Reduo de custos de procura, coordenao, contratao e
outros custos de transao entre firmas ................................................ 50 4.2.2 Formao de redes integradas de empresas ...................... 52 4.2.3 Integrao da Rede.............................................................. 54
4.3 Implicaes para as Organizaes: Complementaridade e Reviso de Processos............................................................................. 55
4.4 Um novo modelo de anlise..................................................... 57 4.4.1 Comparao com outras teorias de criao de valor .......... 65
5 Metodologia da Pesquisa................................................................. 68
5.1 Modelo da Pesquisa .................................................................. 68
5.2 Delineamento da Pesquisa....................................................... 68
5.3 Limitaes do Mtodo............................................................... 69
5.4 Operacionalizao do Modelo de Pesquisa ........................... 69 5.4.1 Proposies.......................................................................... 70
5.5 Fontes de dados ........................................................................ 74
5.6 Mtodo de Coleta de Dados ..................................................... 74
5.7 Anlise dos Dados .................................................................... 75
5.8 Protocolo de Estudo de Caso .................................................. 76
6 Apresentao do Estudo de Caso .................................................. 78
6.1 Apresentao doFramework Metodolgico AgnciaClick.... 78
6.2 Descrio da Fase Formulao da Estratgia de Presena 80
6.2.1 Levantamento....................................................................... 81 6.2.2 Anlise.................................................................................. 86 6.2.3 Fechamento ......................................................................... 90
6.3 Aplicaes da FEP em clientes da AgnciaClick................... 92
7 Anlise do Caso................................................................................ 94
7.1 Abordagem identificao do modelo de negcios............. 94
7.2 Abordagem identificao da criao de valor..................... 95
7.3 Abordagem proposio de explorao do potencial de criao de valor dos negcios eletrnicos ........................................... 97
8 Consideraes Adicionais e Recomendaes.............................. 99
8.1 Introduo .................................................................................. 99
8.2 Anlise das Proposies.......................................................... 99
8.3 Consideraes Finais ............................................................. 102
8.4 Limitaes e Recomendaes ............................................... 104
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9 Bibliografia ...................................................................................... 106
Anexo I Resultado da Atividade de Consolidao ......................... 111
Anexo II Resultado da Atividade de Benchmark ............................ 117
Anexo III Resultado da Atividade Estudo de Mercado................... 130
Cliente 1 .............................................................................................. 130
Cliente 3 .............................................................................................. 137
Anexo IV Resultado da Atividade Aplicao de Quadro de Anlise e Tendncias ................................................................................................. 146
Cliente 1 .............................................................................................. 146
Cliente 3 .............................................................................................. 150
Anexo V Arquitetura de Presena .................................................... 156
Anexo VI Resultado da Atividade de Aprovao e Priorizao da Matriz de Escopo ....................................................................................... 163
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Metodologias Relacionadas com Estratgias na Internet 15 Figura 2. O Diamante de Porter 17 Figura 3. Cadeia de Valor de Porter 21 Figura 4. Mercados versus Hierarquias 25 Figura 5. Infraestrutura para Negcios na Era Digital 48 Figura 6. Fontes de Valor e Modelo de Negcios 72 Figura 7. Framework Metodolgico da AgnciaClick 78 Figura 8. Metodologia de Desenvolvimento de Presena da AgnciaClick 80 Figura 9. Etapas da Formulao da Estratgia de Presena 80
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Metodologias Relacionadas com Estratgias na Internet 7 Quadro 2. Diferena do contexto de elaborao de estratgias quando o foco o amanh e no o hoje 27 Quadro 3. A mudana de centro das Competncias Essenciais 32 Quadro 4. Manual para os maestros de rede 33 Quadro 5. Uma estrutura de alinhamento de necessidades de negcios e servios de informao 38 Quadro 6. Cinco abordagens sumarizadas 40 Quadro 7. Capacidades Tecnolgicas pr e ps internet 46 Quadro 8. Evoluo da utilizao da tecnologia da informao nos negcios 54 Quadro 9. Repensando a organizao tradicional 56 Quadro 10. Quadro sntese: Possibilidades da PI para as estratgias organizacionais 57 Quadro 11. Aplicaes Proeminentes da Internet na Cadeia de Valor 61 Quadro 12. Fontes de criao de valor e o conceito de modelo de negcios 64 Quadro 13. Linhas Tericas e o Conceito de Modelo de Negcios 65 Quadro 14. Roteiro para Workshop de Discovery 82 Quadro 15. Roteiro padro para o trabalho de benchmark 85 Quadro 16. O Conceito de Arquitetura de Presena 88 Quadro 17. Roteiro para Matriz de Escopo II 91
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LISTA DE SIGLAS
BI Inteligncia de Negcios (Business Intelligence) CE Comrcio Eletrnico CRM Gerenciamento do relacionamento com clientes (Customer
Relationshop Management) ECR Resposta Eficiente ao Consumidor (Efficient Consumer
Response) ECT Economia dos Custos de Transao ECT Economia dos Custos de Transao FEP Formulao da Estratgia de Presena KM Gerenciamento do Conhecimento (Knowledge Management) MDPC Metodologia de Desenvolvimento de Presena Click PESI Planejamento Estratgico de Sistemas de Informao PI Plataforma Internet PSIE Planejamento de Sistemas de Informao Estratgicos SI Sistemas de Informao TI Tecnologia de Informao
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vii
RESUMO
O propsito desta pesquisa foi identificar como uma metodologia para a
formulao da estratgia de presena de organizaes na internet aborda os
enfoques estratgicos e mtodos analticos necessrios compreenso e
explorao das arquiteturas de negcios viabilizadas pela plataforma
tecnolgica da internet (PI).
Atravs de reviso bibliogrfica identificou-se que as principais
possibilidades trazidas pela PI para as organizaes esto relacionadas
facilitao da integrao horizontal e vertical, propiciando a formao de
redes estratgicas. Uma conseqncia direta a oportunidade de gerao
de vantagem competitiva nas trs funes das organizaes: eficincia
operacional, relacionamento com clientes e desenvolvimento de produtos.
Para compreenso e explorao destas arquiteturas de negcios
viabilizadas conveniente adotar a perspectiva do modelo de negcios,
subdividido nos pblicos com os quais a organizao mantm
relacionamento. Esta unidade de anlise congrega as diferentes vises
presentes na literatura de estratgia a respeito da criao de valor. As quatro
fontes de valor possibilitadas pela PI so: novidade, aprisionamento,
complementaridade e eficincia.
O estudo de caso da metodologia de Formulao de Estratgia de
Presena, da Agncia Click, descreveu a abordagem desta metodologia
para os enfoques estratgicos e mtodos analticos identificados.
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viii
ABSTRACT
The goal of this research was to identify how a methodology o strategy
formulation for the internet approaches the strategic concepts and analytical
methods required in order to comprehend and exploit business architectures
made possible by internet technological platform (PI).
The main possibilities brought by the PI to the organizations are related to
the facilitation of vertical and horizontal integration, thus making easier the
formation of strategic networks. A direct consequence is the opportunity to
obtain competitive advantage at the three organizational functions:
operational efficiency, client relationship and product development.
To comprehend and exploit these business architectures it is convenient
to adopt the business model perspective, separated into the various publics
with which the organization maintains a relationship. This unit of analysis
integrates different perspectives on value creation found at the theory. The
model suggests that the value creation potential of e-business hinges on four
interdependent dimensions: novelty, lock-in, complementarities, and
efficiency.
The case study of the Presence Strategy Formulation methodology, from
AgnciaClick, describes the approach of this methodology to the strategic
concepts and analytical methods identified.
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
1
1 DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
1.1 Introduo
A citao a seguir visa destacar a importncia da revoluo tecnolgica
das ltimas dcadas sobre o mundo organizacional.
The digital economy defined by the changing characteristics of
information, computing, and communications is now the preeminent driver
of economic growth and social change. With a better understanding of these
fundamental transformations, we can make wiser decisions whether we are
investing in research, products, or services, or are adapting our laws and
policies to the realities of a new age. Neal Lane, Assistant to the President
for Science and Technology, April 1999 (in Brynjolfsson e Kahin, 2000, pg. 3)
Dentro do contexto da economia digital, a internet e suas tecnologias
relacionadas representam uma quebra de paradigma para as organizaes,
conforme Brynjolfsson (2000) destaca no trecho a seguir.
Although there is now a substantial body of literature on the role of
information technology in the economy, much of it is inconclusive. The
context is now changing as the success of the Internet and electronic
commerce (e-commerce) introduces new issues of influence and
measurement. Computers created a platform for the Web; the Web, in turn,
provided an enabling platform for e-commerce. The Internet and the Web
have also enabled profound changes in the organization of firms and in
processes within firms.
The Internet links information to locations, real and virtual. It links the logic
of numbers to the expressive power and authority of words and images.
Internet technology offers new forms for social and economic enterprise, new
versatility for business relationships and partnerships, and new scope and
efficiency for markets. (Brynjolfsson e Kahin, 2000, pg. 3)
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
2
1.2 Formulao da Situao Problema
Apesar do consenso quanto relevncia das novas tecnologias,
especificamente daquelas relacionadas internet, sobre as organizaes,
ainda existe muita discusso quanto s possibilidades que estas novas
tecnologias trazem para as organizaes e quanto a como as organizaes
podem se aproveitar destas tecnologias para obter vantagens competitivas.
A citao a seguir ilustra o cerne desta discusso.
The time has come to take a clearer view of the Internet. We need to
move away from the rhetoric about Internet industries, e-business
strategies, and a new economy and see the Internet for what it is: an
enabling technology a powerful set of tools that can be used, wisely or
unwisely, in almost any industry and as part of almost any strategy.
(...)
The key question is not whether to deploy Internet technology
companies have no choice if they want to stay competitive but how to
deploy it. (...) The Internet per se will rarely be a competitive advantage.
Many of the companies that succeed will be ones that use the Internet as a
complement to traditional ways of competing, not those that set their Internet
initiatives apart from their established operations. (Porter, 2001, pg. 64)
A proposta do estudo convergente com a viso de Porter. Todas as
companhias j utilizam, ou vo utilizar, de alguma forma, a tecnologia da
internet. Mas a tecnologia por si no representa vantagem competitiva. O
diferencial est em como usar esta tecnologia de forma a alavancar a
competitividade da organizao.
Espera-se que este estudo de caso contribua para o entendimento dos
processos que as organizaes podem realizar visando planejar a sua
presena na internet.
1.3 Contextualizao
Paralelamente s discusses acadmicas sobre o papel da internet no
desenvolvimento e manuteno de vantagens competitivas, o mercado vem
desenvolvendo e implementando uma srie de iniciativas na internet. O tema
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
3
central deste trabalho o processo formal de definio de iniciativas na
internet realizado pelas empresas, isto :
Como as empresas planejam quais sero suas aes na internet?
Uma das empresas que tem buscado esta resposta, no papel de
fornecedora de solues a AgnciaClick. A proposta da AgnciaClick
integrar e entregar uma soluo completa de internet para seus clientes. Isto
inclui sites institucionais, comrcio eletrnico, portais de contedo, intranets,
extranets, mdia online. Ou seja, qualquer tipo de relacionamento atravs da
internet, com qualquer um dos pblicos da organizao cliente.
Entre os clientes da AgnciaClick esto empresas de mdio e grande
porte, nacionais e multinacionais, com estratgias agressivas ou
conservadoras na internet. Alguns exemplos so C&A, Multibrs, Caixa
Econmica Federal, Globo.com.
Um dos servios oferecidos pela AgnciaClick para seus clientes a
Formulao de Estratgia de Presena (FEP). Trata-se de um trabalho de
consultoria para empresas que desejem gerar ou refinar um plano de aes
na internet. A proposta da FEP : se a empresa no sabe exatamente como
atuar na internet, a FEP propor um plano de ao que alavanque a
estratgia da organizao.
O presente estudo visa analisar a FEP, enquanto processo de formulao
da estratgia de presena de organizaes na internet, de acordo com os
critrios de anlise encontrados na reviso bibliogrfica. A inteno
identificar se a FEP, enquanto representante de um universo restrito de
metodologias formais de formulao de estratgia para a internet, incorpora
novas abordagens, se de fato contm alguma resposta s possibilidades
trazidas para as organizaes pelas tecnologias relacionadas internet.
importante ressaltar que no se intenciona analisar o resultado final
gerado por esta metodologia, mas sim o processo em si, enquanto conjunto
de atividades, mtodos, instrumentos.
1.4 Questes de Pesquisa
Diversos autores (Tapscott, 2001, Applegate, 2001, Amit e Zott, 2001,
entre outros) argumentam que a compreenso e explorao das arquiteturas
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
4
de negcios viabilizadas pela plataforma internet requer a incorporao de
novos enfoques estratgicos e mtodos analticos aos processos de
formulao de estratgia.
A partir de uma reviso das proposies destes autores, possvel
destacar enfoques estratgicos e mtodos analticos ausentes dos
processos de formulao de estratgia e dos processos de alinhamento
estratgico de sistemas de informao. Ou seja, existem lacunas nos
processos analisados.
O estudo busca analisar se a metodologia FEP preenche estas lacunas, e
qual a abordagem utilizada para as mesmas. Assim, a questo de
pesquisa :
Como a metodologia de formulao de estratgia de presena na
internet analisada (FEP) aborda os enfoques estratgicos e mtodos
analticos necessrios compreenso e explorao das arquiteturas de
negcios viabilizadas pela plataforma internet (PI)?
1.5 Objetivos da Pesquisa
Objetivo principal:
Identificar a abordagem da metodologia para a formulao da
estratgia de presena de organizaes na internet aos enfoques
estratgicos e mtodos analticos necessrios compreenso e
explorao das arquiteturas de negcios viabilizadas pela PI. Com base
na anlise desta abordagem, pretende-se verificar tendncias e projetar
alternativas, como forma de melhor-la.
Objetivos secundrios:
Identificar a abordagem da metodologia analisada para o conceito de
modelo de negcios
Identificar a abordagem da metodologia analisada para as quatro
categorias de fontes de gerao de valor (complementaridade, novidade,
eficincia e aprisionamento)
Identificar a abordagem da metodologia analisada para o
relacionamento da organizao com seus diversos pblicos
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
5
1.6 Definio Conceitual e Operacional dos Termos Relevantes
Plataforma Internet: Uma rede global (fixa ou sem fio wireless) que
conecta milhes de computadores. Ao contrrio dos servios online
tradicionais, que so controlados centralmente, a Internet descentralizada,
de modo que cada servidor, chamado de host, independente. Seus
operadores podem escolher que servios da internet usar e quais servios
locais tornar disponveis para a comunidade global. So caractersticas
desta plataforma:
Padres abertos permitem a conectividade global; qualquer um com
software e hardware que permitam o acesso internet pode participar;
A propriedade compartilhada da rede faz com que a colaborao seja
necessria para definir e gerenciar o comrcio;
Software e infraestrutura modular e flexvel d flexibilidade aos
negcios;
Custo e especializao mais baixos e prazos mais curtos para
desenvolver solues de negcios abaixam as barreiras de entrada.
Enfoques estratgicos: Modelo de anlise da estrutura da organizao e
da(s) cadeia(s) nas quais a mesma participa (Arquitetura de Negcios).
Mtodos analticos: ferramentas de identificao e avaliao das
situaes atual e desejada da organizao, tanto internamente quanto frente
a seus concorrentes atuais e potenciais.
Arquiteturas de negcios: o modelo de utilizao dos recursos relevantes
(estejam eles dentro ou fora das fronteiras da organizao) visando a
criao de valor para seus clientes/ consumidores. Grau de integrao
vertical e horizontal da organizao.
Metodologia de formulao da estratgia de presena na internet: etapas,
subdivididas em atividades, necessrias para o processo formal de
elaborao de uma estratgia de presena
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
6
Estratgia de presena: Os pontos de contato da empresa na internet, ou
seja, as iniciativas atravs das quais a empresa abordar seus pblicos,
visando atingir a situao desejada (objetivos da empresa, bem como seu
posicionamento estratgico) a partir da situao atual verificada.
Organizaes: associaes ou instituies com objetivos definidos
1.7 Delimitao
O presente estudo busca analisar uma metodologia de formulao de
estratgia de presena, sem no entanto avaliar se o resultado da estratgia
formulada atravs de tal processo eficaz para os objetivos estabelecidos
pelas empresas. Ou seja, o foco do estudo o processo de formulao de
estratgia, e no a estratgia em si.
A metodologia pressupe uma empresa j existente, portanto com uma
estratgia genrica, um ramo de atuao, linha de produtos e mercado-alvo
j definidos. Assim sendo, uma das premissas do estudo a de que
possvel realizar um trabalho de formulao de estratgia para a internet a
partir de uma estratgia j existente.
Esta premissa tambm encontrada nas metodologias de alinhamento
estratgico de sistemas de informao (SI).
Hackney (2000) diferencia as estratgias de SI e de Tecnologia de
Informao (TI). Segundo o autor, a estratgia de SI orientada demanda,
focando nos requerimentos de informao e sistemas em atingir os objetivos
de negcios. Estas necessidades so capturadas em termos de suas
aplicaes mais apropriadas. A estratgia de TI, por outro lado, orientada
oferta e preocupada com a especificao da tecnologia em como entregar
estas aplicaes (Hackney et al, 2000).
O alinhamento de estratgias SI/ TI e negcios baseado em diversas
premissas, listadas por Hackney et al (2000):
1. Existe uma estratgia de negcios
2. A estratgia de SI pode ser alinhada com a de TI
3. As estratgias de SI e de negcios so diferentes
4. TI uma fonte de vantagem competitiva
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
7
5. Existem sistemas de informaes estratgicos
6. Aplicaes estratgicas de TI so formalmente planejadas
7. O planejamento de sistemas de informaes estratgicos encoraja a
integrao organizacional
8. O planejamento de sistemas de informaes estratgicos funciona
Estas premissas no invalidam entretanto a importncia de um
procedimento formal de formulao de estratgia. Mesmo com as evidncias
empricas da freqente no implementao dos planejamentos realizados,
Mintzberg (1994) no defende a ausncia de um processo de planejamento.
A estratgia de uma empresa, quando observada a posteriori contem
diversos elementos que surgiram ao longo da prpria execuo da mesma.
Ou seja: trata-se de um processo contnuo, cclico, extremamente sensvel
ao ambiente externo e interno da organizao. Ainda assim, um processo
formal de planejamento importante no para criar estratgias, mas para
programar as estratgias que j tenham, isto , para elabor-las, refin-las,
divulg-las e operacionaliz-las.
importante tambm distinguir a metodologia de formulao de
estratgia de presena na internet de outras metodologias relacionadas com
a implementao de estratgias na internet. O quadro a seguir apresenta as
diferenas entre a FEP e algumas das principais metodologias:
Quadro 1. Metodologias Relacionadas com Estratgias na Internet Metodologia Objetivo Questes referentes
estratgia na internet Formulao da
Estratgia de Presena (FEP) (AgnciaClick, 2001)
Formular um plano de ao que defina e caracterize os pontos de contato atravs da internet com os principais pblicos da organizao
Que aes na internet iro alavancar o posicionamento estratgico estabelecido pela empresa?
Control Objectives for Information and related Technology (Cobit) management guidelines (Cobit, 2000)
Controlar e auditar os 34 processos relacionados a tecnologia da informao, atravs de Modelos de Maturidade; Fatores Crticos de Sucesso; Indicadores de Objetivos Chaves; e Indicadores de Performance Chaves
O planejamento estratgico de TI enderea os Critrios de Informao e atende os indicadores? Os Fatores Crticos de Sucesso foram abordados?
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1. DESCRIO DA SITUAO-PROBLEMA
8
Quadro 1. Metodologias Relacionadas com Estratgias na Internet Metodologia Objetivo Questes referentes
estratgia na internet Metodologia de
desenvolvimento de aplicaes para internet atravs de abordagem orientada a objeto -
Unified Modeling Language (UML) (Conallen, 2000)
Definir os fluxos de trabalho, atividades, componentes e papis da equipe em um processo de desenvolvimento de softwares para internet
A estratgia est bem delineada, permitindo que os requerimentos das aplicaes sejam claros e no ambguos?
Project Management Body of Knowledge (PMBOK) (PMI, 1996)
Identificar conhecimentos e prticas nas atividades de projetos visando balancear demandas concorrentes em termos de escopo, tempo, custo e qualidade; alm das necessidades e expectativas dos envolvidos
As atividades da FEP, enquanto processo, esto sendo cumpridas? Esto dentro do prazo? As entregas esto dentro das especificaes iniciais?
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9
2 PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
2.1 Definies de estratgia
Quinn (1996) define estratgia como um padro ou plano.
A strategy is the pattern or plan that integrates an organizations major
goals, policies, and action sequences into a cohesive whole. A well-
formulated strategy helps to marshal and allocate an organizations
resources into a unique and viable posture based on its relative internal
competencies and shortcomings, anticipated changes in the environment,
and contingent moves by intelligent opponents (Quinn, 1996. pg.3)
Uma caracterstica importante da estratgia, segundo Quinn, que ela
pode ser observada tanto como definies a priori que guiam a ao ou
como resultados a posteriori de um real comportamento de deciso.
In most complex organizations... one would be hard pressed to find a
complete a priori statement of a total strategy that actually is followed. Yet
often the existence of a strategy (or strategy change) may be clear to an
objective observer, although it is not yet apparent to the executives making
critical decisions. (Quinn, 1996. pg.4)
Desta forma, para entender a verdadeira estratgia, preciso olhar o real
padro dos objetivos, polticas e principais programas em operao na
companhia.
Mintzberg (1996) apresenta cinco definies de estratgia, e depois
discute algumas das inter-relaes entre elas.
1. Estratgia como plano (plan) algum tipo de linha de ao, ou
seqncia de atividades conscientemente intencionadas para lidar
com uma situao. Por esta definio, as estratgias tm duas
caractersticas essenciais: so feitas antes das aes para as quais
se aplicam, e so desenvolvidas conscientemente e com um
propsito definido.
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
10
2. Dentro desta definio, a estratgia pode ser uma armadilha (ploy)
tambm. Neste sentido, a estratgia seria uma manobra especfica,
visando enganar um oponente.
Por exemplo, uma empresa pode ameaar expandir a capacidade de sua
fbrica para desencorajar um competidor de construir uma nova fbrica. A
real estratgia a ameaa, no a expanso da planta.
3. Estratgia como padro (pattern) em uma seqncia de aes
consistncia no comportamento, intencional, ou no.
Thus, the definitions of strategy as plan and pattern can be quite
independent of each other: plans may go unrealized, while patterns may
appear without preconception,. (...) If we label the first definition intended
strategy and the second realized strategy (...), then we can distinguish
deliberate strategies, where intentions that existed previously were realized,
from emergent strategies, where patterns developed in the absence of
intentions, or despite them (which were unrealized) (Mintzberg, 1996. pg.
12).
Para Mintzberg, no existem estratgias puramente intencionais, nem
estratgias totalmente emergentes. As estratgias se localizam no meio:
parte planejada, parte emerge ao longo do tempo, e assim composta a
estratgia realizada, que percebida a posteriori.
4. Estratgia como posio (position) um meio de localizar uma
organizao no que, segundo Mintzberg, os tericos das
organizaes gostam de chamar um ambiente. Por esta definio, a
estratgia se configura como a fora mediadora entre a organizao e
o ambiente, isto , entre os contextos interno e externo.
Esta definio compatvel com as anteriores: uma posio pode ser
previamente selecionada e aspirada atravs de um plano (ou armadilha) e
pode ser alcanada atravs de um padro de comportamento.
5. Estratgia como perspectiva (perspective) seu contedo consiste
no apenas de uma posio escolhida, mas de uma forma arraigada
de perceber o mundo. Neste sentido, a estratgia para a
organizao o que a personalidade para o indivduo.
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
11
Esta definio sugere que acima de tudo a estratgia um conceito. Mais
que isso, um conceito compartilhado pelos membros de uma organizao,
atravs de suas intenes e aes.
In effect, when we are talking of strategy in this context, we are entering
the realm of the collective mind individuals united by common thinking
and/or behavior. A major issue in the study of strategy formation becomes,
therefore, how to read that collective mind to understand how intentions
diffuse through the system called organization to become shared and how
actions come to be exercised on a collective yet consistent basis (Mintzberg,
1996. pg. 15).
Mintzberg defende que as cinco vises de estratgia no so
incompatveis entre si. De fato, so complementares. Cada definio
adiciona elementos importantes para o entendimento de estratgia, e
encoraja a abordagem de questes fundamentais sobre as organizaes em
geral.
Como um plano, a estratgia lida com como os lderes tentam estabelecer
direo para as organizaes, para coloc-las em linhas de ao
predeterminadas. A estratgia como um plano levanta o tema da cognio
como as intenes so concebidas no crebro humano em primeiro lugar, o
que as intenes realmente significam. Ao estudar estratgia como um
plano, preciso entrar na mente do estrategista, para entender o que de
fato pretendido.
Como armadilha, a estratgia levada ao centro da competio direta,
onde ameaas e outras manobras so empregadas para ganhar vantagem.
Isto coloca o processo de formao de estratgia na situao mais dinmica,
com movimentos provocando contra movimentos e assim por diante.
Como padro, a estratgia foca na ao, lembrando que o conceito
vazio se no se leva o comportamento em conta. Estratgia como padro
tambm introduz a noo de convergncia, de consistncia no
comportamento de uma organizao. A estratgia realizada, quando
considerada ao lado da estratgia pretendida, leva a considerar a noo de
que estratgias podem emergir tanto quanto serem deliberadamente
impostas.
-
2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
12
Como posio, a estratgia leva a observar as organizaes em seu
ambiente competitivo. Como eles encontram suas posies e as protegem
de forma a enfrentar a competio. uma viso ecolgica das organizaes,
como organismos em nichos que brigam pela sobrevivncia em um mundo
de hostilidade e incerteza, assim como em simbiose.
Como perspectiva, a estratgia levanta questes sobre inteno e
comportamento em um contexto coletivo.
Mintzberg conclui:
Thus, strategy is not just a notion of how to deal with an enemy or a set of
competitors or a market, as it is treated in so much of the literature and in its
popular usage. It also draws us into some of the most fundamental issues
about organizations as instruments for collective perception and action
(Mintzberg, 1996. pg. 16).
2.2 Objetivos, Metas, Tticas
Segundo Quinn (1996), os objetivos so parte da estratgia.
Goals (or objectives) state what is to be achieved and when results are to
be accomplished, but they do not state how the results are to be achieved.
All organizations have multiple goals existing in a complex hierarchy: from
value objectives, which express the broad value premises toward which the
company is to strive; through overall organizational objectives, which
establish the intended nature of the enterprise and the directions in which it
should move; to a series of less permanent goals that define targets for each
organizational unit, its subunits, and finally all major program activities within
each subunit. Major goals those that affect the entitys overall direction and
viability are called strategic goals. (Quinn, 1996. pg. 3)
Para o autor, a diferena entre ttica e estratgia est primeiramente na
escala de ao ou na perspectiva do lder. O que parece ser uma ttica
para o presidente da empresa, pode ser uma estratgia para o diretor de
marketing se ela determina em ltima instancia o sucesso e viabilidade de
sua organizao. Tticas podem ocorrer em qualquer nvel. Elas so os
realinhamentos de curta durao, adaptativos, que resultam da interao
com foras contrrias ao longo da execuo dos objetivos. A estratgia
-
2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
13
define uma base contnua para ordenar essas adaptaes em direo a
propsitos mais amplamente concebidos.
2.3 Critrios de avaliao da estratgia
A avaliao de uma estratgia no pode ser feita pela avaliao de seu
resultado. Outros fatores, como sorte, recursos, implementao e erros dos
concorrentes tm efeito sobre os resultados finais. Alm disso, ao se
formular uma estratgia, no se pode usar o critrio de sucesso para avali-
la porque o resultado ainda no sabido.
Quinn (1996) sugere os seguintes critrios para avaliar uma estratgia:
Objetivos claros, decisivos: todos os objetivos no precisam
necessariamente ser escritos ou numericamente precisos, mas eles
devem ser compreensveis e decisivos. Isto , se eles forem atingidos eles
deveriam assegurar a contnua viabilidade e vitalidade da organizao
frente a seus oponentes.
Manuteno da iniciativa: a estratgia deve promover a ao e o
comprometimento. Deve determinar o ritmo e o curso dos eventos ao
invs de reagir a eles. Uma postura reativa prolongada abaixa a moral,
elimina as vantagens de tempo, aumenta custos, diminui o nmero de
opes disponveis e diminui a probabilidade de atingir sucesso suficiente
para assegurar independncia e continuidade.
Concentrao: a estratgia deve concentrar o poder superior no
tempo e local mais provveis de serem decisivos. A estratgia deve definir
precisamente o que far a empresa superior em dimenses crticas em
relao a seus concorrentes. Uma competncia distintiva gera maior
sucesso com menos recursos.
Flexibilidade: a estratgia deve prever espaos para manobra. Devem
ser planejadas alternativas (opes) de ao para diferentes cenrios, que
levaro ao mesmo resultado final.
Liderana coordenada e comprometida: os lderes devem ser
motivados e escolhidos de acordo com o encontro de seus prprios
valores e interesses com o papel que deles esperado.
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
14
Surpresa: a estratgia deve fazer uso de rapidez, segredo e
inteligncia para atacar concorrentes despreparados inesperadamente.
Segurana: Deve ser desenvolvido um sistema de inteligncia eficaz o
suficiente para prever surpresas de seus concorrentes.
2.4 Formulao da Estratgia
Mintzberg e Quinn (1996) destacam duas ondas de teorias prescritivas de
estratgia, ou seja como a estratgia deveria ser desenhada ou
conscientemente formulada. A primeira destas ondas, a de formulao de
estratgia, de cuja um dos principais representantes Kenneth Andrews, da
Harvard Business School.
Segundo Andrews (1996), o processo intelectual de formulao de
estratgia equivale a:
descobrir o que uma companhia pode fazer em termos de
oportunidades ambientais;
decidir o que ela capaz de fazer em termos de habilidade e poder; e
combinar estes dois lados da equao em um equilbrio timo.
O processo segundo Andrews, assume que os estrategistas so
analiticamente objetivos em estimar a capacidade relativa de sua companhia
e a oportunidade que vem ou antecipam em desenvolver mercados. O
quanto eles suportam em termos de risco depende dos seus objetivos de
lucros. Quanto mais alto forem estes objetivos, mais propensos eles devem
estar a assumir um alto risco correspondente.
A figura a seguir apresenta as principais etapas do processo de
Formulao de Estratgia segundo Andrews. Trata-se basicamente de um
processo de combinao das oportunidades e recursos, resultando em uma
estratgia econmica.
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
15
Andrews, 1996.
Figura 1. Estratgia Econmica
Outro representante importante desta linha prescritiva de estratgia Igor
Ansoff (1990). O modelo proposto por Ansoff em 1965 (data da edio
original), e revisto em 1988, para o problema da formulao da estratgia
empresarial, tem fortes referncias na teoria de anlise de investimentos.
Ansoff discute as limitaes s teorias de investimento em ativos fixos como
ferramenta de anlise estratgica. A argumentao do autor que as regras
de deciso para a busca e a avaliao de produtos e mercados no so as
mesmas para todas as empresas:
Nossa preocupao no deve se restringir avaliao de projetos por
regras fixas, que a principal preocupao da Teoria de Investimento, mas
Condies e Tendncias AmbientaisEconmicasTcnicasPolticasSociais
ComunidadeNaoMundo
Competncia Distintiva;Capacidade (Financeira, Gerencial, Funcional,
Organizacional);Reputao;Histria
Oportunidades e Riscos
IdentificaoInvestigaoAvaliao
Recursos CorporativosEstendendo ou
limitando oportunidadesIdentificao de
foras e fraquezas
Programas para aumento da capacitao
Considerao de todas as
combinaes
Escolha de Produtos e MercadosEstratgia Econmica
Avaliao para determinar melhor
combinao de oportunidades e
recursos
Estratgia Econmica
Condies e Tendncias AmbientaisEconmicasTcnicasPolticasSociais
ComunidadeNaoMundo
Competncia Distintiva;Capacidade (Financeira, Gerencial, Funcional,
Organizacional);Reputao;Histria
Oportunidades e Riscos
IdentificaoInvestigaoAvaliao
Recursos CorporativosEstendendo ou
limitando oportunidadesIdentificao de
foras e fraquezas
Programas para aumento da capacitao
Considerao de todas as
combinaes
Escolha de Produtos e MercadosEstratgia Econmica
Avaliao para determinar melhor
combinao de oportunidades e
recursos
Condies e Tendncias AmbientaisEconmicasTcnicasPolticasSociais
ComunidadeNaoMundo
Competncia Distintiva;Capacidade (Financeira, Gerencial, Funcional,
Organizacional);Reputao;Histria
Oportunidades e Riscos
IdentificaoInvestigaoAvaliao
Recursos CorporativosEstendendo ou
limitando oportunidadesIdentificao de
foras e fraquezas
Programas para aumento da capacitao
Considerao de todas as
combinaes
Escolha de Produtos e MercadosEstratgia Econmica
Avaliao para determinar melhor
combinao de oportunidades e
recursos
Estratgia Econmica
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
16
tambm com a formulao de regras para cada empresa (Ansoff, 1990. pg.
43)
A partir desta constatao, Ansoff divide a abordagem ao problema
estratgico em dois nveis e duas etapas:
1. Caractersticas da posio geral da empresa para gerar regras de
deciso para busca e avaliao de oportunidades: etapa de decidir
em que tipo de negcio a empresa est e em que tipo deveria estar.
a. Objetivos: determinao dos padres de mensurao do
desempenho da empresa. So as metas a serem alcanadas.
b. Estratgia em termos de produtos e mercados: definio das
caractersticas desejveis dos produtos e mercados. A
estratgia indica o caminho a percorrer para se chegar a essas
metas.
2. Aplicao das regras a oportunidades especficas. A abordagem
semelhante a da teoria de investimentos, porm com trs diferenas:
o Aplicao da estratgia para permitir uma triagem das
oportunidades;
o Utilizao de um vetor de objetivos;
o Emprego de medidas qualitativas adicionais para refinar a
mensurao da rentabilidade.
Ansoff classifica seu mtodo como sendo uma Busca Adaptativa. Isto
obtido atravs de um enfoque em cascata. No incio, as regras possveis
de deciso so formuladas em termos brutos, sendo posteriormente
refinadas atravs de diversos estgios, medida em que a soluo avana.
2.5 Anlise Estratgica
Mintzberg e Quinn (1996) identificam uma segunda onda prescritiva de
como a estratgia deveria ser formulada, tendo sido desenvolvida nos anos
80. Os autores consideram que a contribuio desta corrente menos um
novo modelo conceitual j que de fato aproveita a maior parte das
premissas do modelo tradicional e sim uma estruturao cuidadosa dos
tipos de anlises formais que deveriam ser realizadas para desenvolver uma
estratgia de sucesso. Um dos resultados desta abordagem mais formal a
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
17
viso das estratgias se encaixando em certas classificaes genricas. As
estratgias portanto no seriam criadas individualmente, mas sim
selecionadas de um conjunto limitado de opes com base no estudo
sistemtico da firma e das condies na indstria em que est inserida.
O principal representante desta abordagem Michael Porter. Mintzberg e
Quinn consideram que, de certa forma, as estruturas de anlise de
estratgia de Porter so paralelas quelas de Andrews. Mas uma srie de
elementos sistemticos e analticos, freqentemente criam um resultado que
menos amplo e mais focado.
Segundo Porter (1980), duas questes centrais baseiam a escolha da
estratgia competitiva:
1. atratividade das indstrias em termos de rentabilidade
2. determinantes da posio competitiva dentro de uma indstria
A primeira questo, a da atratividade das indstrias, determinada pelas
regras da concorrncia nesta indstria. As regras da concorrncia so
resumidas no diagrama conhecido como Diamante de Porter, representado
na figura a seguir:
Figura 2. O Diamante de Porter
Ameaa de benssubstitutos
Poder de barganhados compradores
Poder de barganhados fornecedores
Barreiras de Entrada
Rivalidade entre concorrentes existentes
Ameaa de benssubstitutos
Poder de barganhados compradores
Poder de barganhados fornecedores
Barreiras de Entrada
Rivalidade entre concorrentes existentes
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
18
As Barreiras de entrada se tornam mais altas quanto mais dos seguintes
elementos estiverem presentes, e quanto maior for a intensidade destes
elementos:
Economias de escala
Diferenas proprietrias de produtos
Identidade de marca
Custos de troca
Requerimentos de capital
Acesso distribuio
Vantagens de custo absolutas (curvas de aprendizagem proprietrias,
acesso a insumos necessrios, design de produto baixo custo proprietrio)
Poltica governamental
Retaliao esperada
O Poder de barganha dos fornecedores se torna mais alto quanto mais
dos seguintes elementos estiverem presentes, e quanto maior for a
intensidade destes elementos:
Diferenciao de insumos
Custos de troca dos fornecedores e empresas na indstria
Presena de insumos substitutos
Concentrao dos fornecedores
Importncia do volume para o fornecedor
Custo relativo ao total de compras na indstria
Impacto dos insumos em custo ou diferenciao
Ameaa de integrao para a frente, relativamente ameaa de
integrao para trs das empresas na indstria
O Poder de barganha dos compradores se torna mais alto quanto mais
dos seguintes elementos estiverem presentes, e quanto maior for a
intensidade destes elementos:
Alavancagem da barganha
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
19
o Concentrao do comprador versus concentrao da empresa
o Volume do comprador
o Custos de troca dos compradores relativamente aos custos de
troca da empresa
o Informao do comprador
o Habilidade de integrao para trs
Produtos substitutos
o Sensibilidade a preo
o Preo/ compras totais
o Diferenas de produtos
o Identidade de marca
o Impacto na qualidade/ performance
o Lucros do comprador
o Incentivos aos tomadores de deciso
A intensidade da rivalidade entre os competidores de uma indstria se
torna mais alta quanto mais dos seguintes elementos estiverem presentes, e
quanto maior for a intensidade destes elementos:
Crescimento da indstria
Custos fixos/ valor agregado
Capacidade ociosa intermitente
Diferenas de produtos
Identidade de marca
Custos de troca
Concentrao e equilbrio
Complexidade informacional
Diversidade de competidores
Barreiras de sada
Segundo Porter (1986), a segunda questo central em estratgia
competitiva a posio relativa de uma empresa dentro de sua indstria. O
posicionamento determina se a rentabilidade de uma empresa est abaixo
ou acima da mdia da indstria. Uma empresa que pode posicionar-se bem
-
2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
20
capaz de obter altas taxas de retornos, mesmo que a estrutura industrial
seja desfavorvel e a rentabilidade mdia da indstria seja, portanto,
modesta.
Para Porter, a importncia de qualquer ponto forte ou fraco que uma
empresa possui , em ltima instncia, uma funo de seu impacto sobre o
custo relativo ou a diferenciao.
Os dois tipos bsicos de vantagem competitiva combinados com o escopo
de atividades para quais uma empresa procura obt-los levam a trs
estratgias genricas para alcanar o desempenho acima da mdia em uma
indstria: liderana de custo, diferenciao e enfoque. A estratgia do
enfoque tem duas variantes: enfoque no custo e enfoque na diferenciao.
As estratgias de liderana no custo e de diferenciao buscam a
vantagem competitiva em um limite amplo de segmentos industriais,
enquanto a estratgia do enfoque visa a uma vantagem de custo (enfoque
no custo) ou uma diferenciao (enfoque na diferenciao) num segmento
estreito.
Para Porter, o instrumento bsico para diagnosticar a vantagem
competitiva e encontrar maneiras de intensifica-la a cadeia de valores, que
divide uma empresa nas atividades distintas que ela executa no projeto,
produo, marketing e distribuio de seu produto.
As atividades de valor podem ser divididas em dois tipos, as atividades
primrias e as atividades de suporte. As atividades primrias, listadas na
parte de baixo da figura a seguir, so as atividades envolvidas na criao
fsica do produto e sua venda e transferncia para o comprador bem como a
assistncia ps-venda. Em qualquer firma, as atividades primrias podem
ser divididas entre as cinco categorias genricas, tambm descritas na figura
a seguir. As atividades de suporte so o apoio s atividades primrias e
entre elas, para fornecer os insumos comprados, a tecnologia, os recursos
humanos e as vrias outras funes da organizao.
-
2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
21
Figura 3. Cadeia de Valor de Porter
2.6 A escolha das fronteiras da firma
Escolhas de fronteiras so decises de importncia estratgica primria.
Se a vantagem competitiva advm de recursos valiosos e difceis de imitar,
ento as escolhas de fronteiras definem a posse e composio destes
recursos.
A integrao vertical diz respeito escolha de uma forma organizacional,
como o mercado ou a firma (hierarquia), para conduzir atividades
econmicas. O grau de integrao vertical escolhido atravs do
balanceamento de dois mecanismos bsicos para coordenar o fluxo de
materiais ou servios atravs de etapas adjacentes na cadeia de valor
agregado: os mercados e as hierarquias (Malone, Yates e Benjamin, 1987).
Os mercados coordenam o fluxo atravs de foras de oferta e demanda e
as transaes externas entre diferentes indivduos e firmas.
As hierarquias coordenam o fluxo de materiais atravs de etapas
adjacentes ao controla-lo e dirigi-lo em um nvel mais alto na hierarquia
organizacional. Assim os compradores no selecionam um fornecedor de um
grupo de fornecedores potenciais. Eles simplesmente trabalham com o
fornecedor predeterminado.
Infraestrutura da firma
Administrao de Recursos Humanos
Desenvolvimento de Tecnologia
Compras
LogsticaInterna
Operaes LogsticaExterna
Marketinge Vendas
Servio
Margem
Margem
Atividadesde Suporte
Atividades Primrias
Cadeia de Valor de Porter
Infraestrutura da firma
Administrao de Recursos Humanos
Desenvolvimento de Tecnologia
Compras
LogsticaInterna
Operaes LogsticaExterna
Marketinge Vendas
Servio
Margem
Margem
Atividadesde Suporte
Atividades Primrias
Infraestrutura da firma
Administrao de Recursos Humanos
Desenvolvimento de Tecnologia
Compras
LogsticaInterna
Operaes LogsticaExterna
Marketinge Vendas
Servio
Infraestrutura da firma
Administrao de Recursos Humanos
Desenvolvimento de Tecnologia
Compras
LogsticaInterna
Operaes LogsticaExterna
Marketinge Vendas
Servio
Margem
Margem
Atividadesde Suporte
Atividades Primrias
Cadeia de Valor de Porter
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
22
A deciso de integrao vertical tambm pode ser chamada de deciso
de fazer ou comprar (make-or-buy), deciso de fornecimento (sourcing)
ou ainda deciso de subcontratao (tambm conhecida como
terceirizao).
Uma firma representa uma combinao de produo, distribuio, venda
e outros processos econmicos tecnologicamente distinto dentro de seus
limites. A existncia de uma firma ou de integrao vertical requer que seja
feito um compromisso fundamental para produzir os itens dentro da casa.
2.6.1 Teoria Neoclssica
Existem diversas proposies de teorias para investigar a escolha da
forma institucional. A teoria neoclssica tradicional da firma defende que a
firma uma funo de produo de diversos insumos. Segundo esta linha
(por exemplo, Pindyck e Rubinfeld, 1994) os custos de produo dependem
dos insumos, assim como do estado da tecnologia que converte os insumos
em produtos. A deciso de comprar fora um produto ou de fabric-lo
depende portanto nos custos de produo associados. Entretanto, a teoria
neoclssica tradicional tm sido criticada por diversos acadmicos por ver a
firma como uma caixa preta que simplesmente converte os insumos em
produtos, sem considerar as implicaes comportamentais dos seres
humanos envolvidos na produo.
2.6.2 Economia dos Custos de Transao
Nas ltimas dcadas do sculo passado, a Economia dos Custos de
Transao (ECT) emergiu como uma explicao terica predominante da
escolha de fronteira. A ECT foi sendo desenvolvida ao longo do sculo XX,
principalmente por Coase (1937), Klein, Crawford e Alchian (1978), e
Williamson (1975, 1985).
O objetivo fundamental da ECT o de estudar o custo das transaes
como o indutor dos modos alternativos de organizao da produo
(governana), dentro de um arcabouo analtico institucional. Assim, a
unidade de anlise fundamental passa a ser a transao, operao onde so
-
2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
23
negociados direitos de propriedade. Segundo Williamson (1975), uma
transao ocorre quando um bem ou servio transferido atravs de uma
interface tecnologicamente separvel. Um estgio da atividade de
processamento ou montagem termina, e outra comea.
De acordo com a ECT, a escolha de uma forma organizacional depende
dos custos associados com a transao entre o comprador e o vendedor.
Estes so chamados de custos de transao. As dimenses crticas das
transaes que influenciam a escolha da forma de governana so a
incerteza, a freqncia e a especificidade de ativos permitindo a troca.
A ECT argumenta e demonstra empiricamente que as escolhas de
fronteiras so dirigidas em larga escala pela especificidade de ativos
envolvida na troca. Ativos especficos engatilham uma ameaa de
comportamento oportunista que requer salvaguardas contratuais caras para
det-la. Assim, na presena de ativos especficos, a integrao vertical pode
oferecer uma soluo de governana preferida.
Se um produto feito por uma firma ou comprado de um fornecedor de
fora depende ento dos custos de transao associados, isto , o grau de
integrao vertical de uma firma seria funo dos custos de transao com o
mercado versus os custos de coordenao.
2.6.3 Custos de coordenao hierrquica
Milgrom e Roberts (1992) definem os custos de transao de
coordenao atravs de hierarquias sejam elas privadas ou
governamentais como sendo primariamente os custos de transmitir atravs
da hierarquia a informao inicialmente dispersa que necessria para
determinar um plano eficiente, usando a informao para determinar o plano
a ser implementado, e ento comunicar o plano queles responsveis por
implement-lo. Estes custos incluem no apenas os custos diretos de
compilar e transmitir informao, mas tambm os custos do tempo de atraso
enquanto a comunicao est acontecendo e enquanto o centro est
determinando o plano.
-
2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
24
Segundo Daveni e Ravenscraft (1994) a integrao vertical faz com que
surjam os custos relacionados ao fluxo da informao intra-organizacional.
Isto , mesmo que a internalizao das trocas reduza certos custos
relacionados transao, como publicidade (tipicamente um custo de
informao internalizado pelo vendedor) e outras despesas de vendas, a
integrao vertical necessita que uma hierarquia organizacional se torne
responsvel por transferir internamente bens que eram anteriormente
vendidos em mercados abertos. Assim, as redues nos custos de vendas
podem ser parcialmente ou totalmente negadas por aumento nos custos
gerenciais associados com a burocracia responsvel por maior coordenao
interna.
A expanso vertical aumenta o tamanho de uma organizao, implicando
em um aumento na distncia da maior parte dos subordinados de seus
superiores e, portanto, aumentando a distoro de comunicao.
Ou seja, a integrao vertical, entendida como a fixao das partes de
uma transao por um perodo pr-fixado, s reduz o saldo final de custos
de informao se:
1. os custos relacionados ao fluxo de informaes forem mais baixos
do que o eventual aumento dos preos de equilbrio (ou
diminuio, sob o ponto de vista do vendedor) gerado pela maior
assimetria informacional em relao ao mercado; e
2. a reduo dos custos de informao relacionados ao
processamento das transao, relacionada adoo de um
parceiro fixo, for maior do que o aumento dos custos relacionados
ao fluxo de informaes.
Milgrom e Roberts (1992) descrevem mais uma categoria de custos
associados integrao vertical. So os Custos de motivao.
Os custos de transao associados com o problema da motivao so de
dois tipos. O primeiro tipo de custos so aqueles associados com a
assimetria informacional e informaes incompletas situaes nas quais as
partes a uma transao potencial ou real no tm toda a informao
relevante necessria para determinar se os termos de um acordo so
mutuamente aceitveis e se estes termos esto de fato sendo atendidos.
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
25
O segundo tipo de custos de transao conectados ao problema da
motivao surge do compromisso imperfeito a inabilidade das partes de se
ligarem para seguir atravs de ameaas e promessas que eles gostariam de
fazer mas que, tendo feito, eles posteriormente gostariam de renunciar.
Portanto, seguindo a anlise dos custos de transao, coordenao e
motivao, papel da administrao assegurar-se da minimizao dos
custos de transao, ou seja, que todas as interaes que ocorrem
internamente so realizadas mais eficientemente do que seriam no mercado.
Isto , as redues em custos de transaes devem ser maiores do que o
aumento em custos administrativos e a potencial diminuio na motivao. O
grfico a seguir ilustra o ponto timo a ser alcanado na deciso de
integrao vertical (assumindo que os custos de produo em mercados e
hierarquias sejam equivalentes).
Figura 4. Mercados versus Hierarquias
2.6.4 Capacitao Dinmica
A discusso das capacidades dinmicas transcende a discusso das
fronteiras da firma e avana para explicar a sobrevivncia e a rea de
concentrao de suas atividades. A viso da capacitao dinmica surgiu a
Integrao vertical
Custos
Transao
Coordenao e Motivao
Tamanho timo da firma
Mercados versus Hierarquias
Integrao vertical
Custos
Transao
Coordenao e Motivao
Tamanho timo da firma
Mercados versus Hierarquias
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
26
partir da viso baseada em recursos (por exemplo, Barney, 1991). A viso
baseada em recursos enxerga a vantagem competitiva da firma como
relacionada posse de recursos e capacidades nicos e inimitveis, e aos
processos de acumulao e desenvolvimento de recursos.
O principal interesse da viso das capacidades entender o que
distintivo nas firmas como organizaes nicas e histricas de indivduos em
cooperao (Langlois e Foss, 1999).
Nelson (1997) apresenta as capacidades essenciais como uma das trs
principais caractersticas da firma, juntamente com a estratgia e a estrutura.
Nelson (1997, pg. 263) define as competncias essenciais como the
things that a firm is capable of doing confidently. De acordo com esta
definio, um bloco importante do conceito das competncias a hierarquia
de rotinas organizacionais praticadas, que definem habilidades
organizacionais de baixo nvel e como estas so coordenadas, e o
procedimento de deciso de alto nvel para escolher o que deve ser feito nos
nveis mais baixos.
A abordagem da capacitao dinmica (Teece, Pisano e Shuen, 1997)
explora como posies valiosas de recursos so construdas e adquiridas ao
longo do tempo. A nfase est no processo, ou seja, no mecanismo pelo
qual as firmas acumulam e disseminam novas habilidades e capacidades
para responder prontamente a mudanas no ambiente competitivo apesar de
condies de dependncia de caminhos (path dependencies) e de rigidez
nos processos tecnolgicos e organizacionais.
Teece, et al. (1997) consideram quatro pontos de vista representativos
para a questo da abordagem estratgica das capacidades dinmicas:
Dierickx e Cool: a formao da estratgia pode ser identificada
como a tarefa de fazer escolhas apropriadas sobre despesas
estratgicas com a viso de acumular recursos e habilidades.
Hayes, Wheelwright e Clark: o propsito da administrao
estratgica focar a firma no desenvolvimento de competncias
organizacionais especficas que sejam difceis para os concorrentes
alcanarem no longo prazo.
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
27
Prahalad e Hamel: no longo prazo, a competitividade deriva de
uma habilidade para construir, com menor custo e mais
rapidamente que os concorrentes, as competncias essenciais que
geram produtos no antecipados.
Chandler: questo crtica da manuteno, atualizao,
integrao e difuso de capacidades organizacionais crticas
atravs da organizao.
A viso de Hamel e Prahalad (1995), de que, partindo do princpio de
que a competio pelo futuro uma competio pela participao nas
oportunidades, e no pela participao no mercado, j que o mercado de
hoje, no passado era apenas uma oportunidade, os autores sugerem que as
empresas precisam buscar dentro delas mesmas as habilidades ou
competncias que possam gerar uma participao nas oportunidades
futuras. Analisando o portflio especfico de competncias de uma empresa,
possvel identificar que oportunidades ela est singularmente posicionada
para explorar.
Seguindo esse princpio, as empresas devem tentar identificar que novas
competncias tero que desenvolver e que modificaes tero que
incorporar sua definio de mercados servidos para poder aumentar sua
participao nas oportunidades futuras.
O quadro a seguir apresenta as principais diferenas, na viso de Hamel
e Prahalad entre a elaborao de estratgias com foco no futuro que,
segundo os autores, a viso das competncias essenciais, e com foco no
presente, que so as outras vises de estratgia.
Quadro 2. Diferena do contexto de elaborao de estratgias quando o foco o amanh e no o hoje
Hoje Amanh Razo
Unidade de Negcios
Competncias da Corporao
A competio pelo futuro uma competio inter-empresas. A competio pelo futuro tem que ser uma responsabilidade da corporao e no apenas uma responsabilidade de cada unidade de negcios. As competncias necessrias para ter acesso arena de novas oportunidades podem estar espalhadas por inmeras unidades de negcios e cabe corporao reunir essas competncias no momento apropriado dentro da organizao.
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
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Quadro 2. Diferena do contexto de elaborao de estratgias quando o foco o amanh e no o hoje
Hoje Amanh Razo
Sistemas Isolados
Sistemas Integrados
Muitas das novas oportunidades mais interessantes exigem a integrao de sistemas complexos, e no a inovao em torno de um produto isolado. A necessidade de reunir e harmonizar tecnologias altamente dspares entre si, administrar um processo detalhado de definio de padres, estabelecer alianas com fornecedores de produtos complementares, cooptar rivais em potencial e ter acesso mais ampla variedade possvel de canais de distribuio mostra que a competio tanto uma batalha entre coalizes concorrentes e freqentemente sobrepostas quanto uma batalha entre empresas isoladas.
Velocidade Perseverana A liderana em setores fundamentalmente novos raramente construda em menos de dez ou quinze anos, sugerindo que a perseverana pode ser to importante quanto a velocidade na batalha pelo futuro.
Arenas Estruturadas
Arenas No Estruturadas
A desregulamentao, a globalizao, as revolues fundamentais na cincia e a importncia estratgica da tecnologia da informao esto tornando indistintas as fronteiras de uma grande variedade de setores.
Competio em Um Estgio
Competio em Vrios Estgios
Seja qual for a corrida, ela ocorre em trs estgios distintos e sobrepostos: competio pela previso do futuro do setor e liderana intelectual, competio pelo encurtamento dos caminhos de migrao e competio pela posio e participao no mercado.
Os trs estgios da competio pelo futuro seriam:
A competio pela previso do futuro do setor e liderana intelectual
se trata da competio pela compreenso mais aprofundada do que a dos
concorrentes das tendncias e descontinuidades (tecnolgicas,
demogrficas, de regulamentao ou de estilo de vida) que poderiam ser
usadas para transformar as fronteiras do setor e criar um novo espao
competitivo.
A competio pelo encurtamento dos caminhos de migrao est
entre a batalha pela liderana intelectual e a batalha pela participao no
mercado, e representa a batalha pela influncia no direcionamento do
desenvolvimento do setor (a batalha pelo controle e encurtamento dos
caminhos de migrao). Se no primeiro estgio, a competio visa
imaginar uma nova arena de oportunidades, no segundo estgio, visa
moldar ativamente o surgimento dessa futura estrutura do setor em
benefcio prprio.
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A competio pela posio e participao no mercado j se d dentro
de parmetros extremamente bem definidos de valor, custo, preo e
servio.
Na viso de Hamel e Prahalad, s atravs do desenvolvimento e estmulo
de competncias essenciais que a alta gerncia pode garantir a
continuidade do empreendimento.
Uma competncia um conjunto de habilidades e tecnologias, e no uma
nica habilidade ou tecnologia isolada.
Uma competncia especfica de uma organizao representa a soma do
aprendizado de todos os conjuntos de habilidades tanto em nvel pessoal
quanto de unidade organizacional.
Portanto, o objetivo concentrar a ateno da gerncia nas competncias
localizadas no centro, e no na periferia, do sucesso competitivo a longo
prazo. Para ser considerada uma competncia especfica da organizao,
uma habilidade precisa passar em trs testes:
Valor percebido pelo cliente: Uma competncia essencial precisa dar uma
contribuio desproporcional para o valor percebido pelo cliente. As
competncias essenciais so as habilidades que permitem empresa
oferecer um benefcio fundamental ao cliente.
O fato de uma competncia essencial dar uma contribuio importante
para o valor percebido pelo cliente no implica que ser visvel aos seus
olhos ou facilmente compreendida pelo cliente.
Portanto, qualquer conjunto de habilidades que gere uma vantagem
significativa em termos de custos para o fornecimento de um determinado
benefcio ao cliente tambm pode ser denominado competncia essencial.
Diferenciao entre concorrentes: para ser qualificada como uma
competncia essencial, uma capacidade precisa ser competitivamente nica.
Em suma, h uma diferena entre competncias necessrias e
competncias diferenciais. No faz muito sentido definir uma competncia
como essencial se ela for onipresente ou puder ser facilmente copiada pelos
concorrentes.
Capacidade de expanso: ao definir as competncias essenciais, os
gerentes precisam empenhar-se arduamente para abstrair a configurao de
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
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um produto especfico ao qual a competncia est associada no momento e
imaginar como a competncia poderia ser aplicada em novas arenas de
produtos.
Apesar da clareza com que Hamel e Prahalad defendem o conceito das
competncias essenciais, no oferecem uma esquematizao que possibilite
a sua aplicao prtica. Uma forma de aplicao dessas idias seria
combinar o conceito das competncias essenciais ao planejamento
estratgico da empresa, mais especificamente etapa da anlise interna.
Assim, juntamente com a identificao dos pontos fortes, pontos fracos e
fatores crticos de sucesso, que seriam focos de anlise mais voltados para
o presente, seriam identificadas as competncias essenciais, em um foco de
anlise mais voltado para o futuro. exatamente assim que Mintzberg e
Quinn (1996) enxergam o conceito das competncias essenciais dentro de
um processo de formulao de estratgia: como um complemento ao
processo tradicional de planejamento estratgico.
2.6.5 Redes Estratgicas
Redes estratgicas so laos interorganizacionais estveis que so
estrategicamente importante para as firmas envolvidas. Elas podem tomar a
forma de alianas estratgicas, joint ventures, parcerias cliente-fornecedor
de longo prazo, entre outras (Gulati, Nohria e Zaheer, 2000).
Nas redes estratgicas os mecanismos de governana de mercado e de
hierarquias coexistem, aumentando significativamente o leque de arranjos
organizacionais possveis para a criao de valor.
Segundo Lorenzoni e Lipparini (1999), as parcerias so motivadas, entre
outras coisas, pela necessidade de atingir a eficincia de produo,
compartilhar riscos de pesquisa e desenvolvimento, ganhar acesso a novos
mercados e habilidades, e atingir compresso de tempo no desenvolvimento
de novos produtos e na pesquisa por novas oportunidades tecnolgicas.
Gulati et al. (2000) enumeram as seguintes vantagens de uma rede
estratgica:
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Provm firma o acesso a informao, recursos, mercados e
tecnologias;
Geram economias de aprendizagem, escala e escopo;
Permitem que as firmas atinjam objetivos estratgicos, tais como o
compartilhamento de risco e a terceirizao de estgios na cadeia de valor
e de funes organizacionais.
Atravs de estudo emprico, Lorenzoni e Lipparini (1999) formularam duas
proposies a respeito das redes estratgicas:
As firmas lderes da rede podem potencialmente reduzir os custos
gerais de coordenao e produo de uma rede atravs de
relacionamentos mltiplos, repetitivos e baseados na confiana com seus
principais fornecedores.
Estes relacionamentos favorecem o acesso firma lder da rede a
capacidades complementares e conhecimento especializado com efeitos
positivos na rede como um todo.
Hcki e Lighton (2001) apresentam uma pesquisa emprica cujos
resultados demonstram que as empresas que lideram uma rede de negcios
(os network orchestrators) tm resultados superiores aos concorrentes:
Charles Schwab, Cisco Systems, CNET Networks, eBay, E*Trade, Palm,
and other members of the first generation of network orchestrators have
outperformed their peers leaders in their industries in most key measures
of revenue growth and the creation of shareholder value. More impressive,
they achieved such growth and value creation with smaller asset bases and
higher employee productivity (pg. 2).
Uma possvel implicao da crescente colaborao entre os agentes da
rede seria a concentrao de cada um deles na manuteno e
desenvolvimento de suas competncias essenciais. O estudo de Lorenzoni e
Lipparini (1999) mostrou que ao longo do tempo os lderes da rede focaram-
se no que consideravam ser suas competncias estratgicas.
Prahalad e Ramaswamy (2000) tambm compartilham da viso da rede
de negcios (cuja os autores nomeiam extended enterpise), e a
complementam acrescentando a importncia do papel do consumidor ou
cliente nesta rede. Os autores defendem que a competncia hoje uma
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funo do conhecimento coletivo disponvel para todo o sistema, uma rede
avanada de fornecedores tradicionais, manufaturas, parceiros, investidores
e consumidores/ clientes. O quadro a seguir sintetiza a viso dos autores:
Quadro 3. A mudana de centro das Competncias Essenciais A empresa Famlia/ rede de
empresas Enhanced Network
Unidade de Anlise A empresa O empreendimento estendido: a empresa, seus fornecedores e seus clientes
Todo o sistema: a empresa, seus fornecedores, parceiros, e consumidores
Recursos O que estiver disponvel dentro da empresa
Acesso a competncias e investimentos de outras empresas
Alm dos anteriores, acesso s competncias dos consumidores e seus investimentos de tempo e esforo
Base de acesso competncia
Processos internos, especficos da empresa
Acesso privilegiado a empresas dentro da rede
Infraestrutura para dilogo ativo e contnuo com diversos consumidores
Valor agregado dos administradores
Alimentar e construir competncias
Administrar parcerias colaborativas
Aproveitar a competncia do consumidor, administrar experincias personalizadas e formar as expectativas do consumidor
Criao de valor Autnoma Colaborada com parceiros
Colaborada com parceiros e com consumidores ativos
Fontes de tenso gerencial
Autonomia da unidade de negcios vs. Alavancagem de competncias essenciais
O parceiro tanto colaborador quanto competidor pelo valor
O consumidor tanto colaborador quanto competidor pelo valor
Prahalad e Ramaswamy, 2000
A complexidade da coordenao dos relacionamentos em uma rede
estratgica destacar o papel de um dos participantes da rede como
maestro, o fornecedor do contexto em que a rede atua. Hcki e Lighton
(2001) descrevem o conceito de network orchestrators, os maestros da
rede, similar ao que Tapscott (2001) chama de context provider. Os autores
descrevem o papel destes maestros como sendo aqueles participantes da
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rede que tem um relacionamento forte e prximo com o consumidor final dos
produtos da rede.
The sheer weight of the market preference for the platform rather than
any alliance, agreement, or inducement offered by the platforms proprietor
is the source of its influence over the economic webs existing members and
of its ability to attract new ones (pg. 6).
Segundo Hck e Lighton, as razes pelas quais outras empresas decidem
participar da rede depende das suas chances de conseguir trs coisas:
1. ganhar acesso para o conhecimento e expertise que o maestro deriva
de sua perspectiva nica nas internaes com os outros membros da
rede;
2. realizar as eficincias que advm do compartilhamento de ativos dos
membros da rede;
3. no caso de um negcio de servios, obter acesso privilegiado aos
consumidores do prprio maestro.
A tabela a seguir, retirada de Hcki e Lighton descreve os principais tipos
de rede e suas caractersticas:
Quadro 4. Manual para os maestros de rede Foco da rede Papel do maestro Estrutura da rede Relacionamento
com os parceiros Comunidade (ex.: eBay)
Promover ampla troca de produtos e informaes atravs de grande comunidade de consumidores
Permitir que a estrutura seja formada pela comunidade de consumidores que pode mesmo escolher fornecedores de servio de fora da rede
Co-gerenciar com a comunidade: reforar as regras bsicas, mas permitir que os consumidores dirijam a maior parte das atividades
Cadeia de Valor (ex.: Cisco e Palm)
Assegurar desenho eficaz de produto bem como a sua entrega, com base nos requerimentos do consumidor
Integrar e alinhar a cadeia de valor tradicional em torno das necessidades dos consumidores
Gerenciar em conjunto com parceiros: o maestro altamente dependente da cooperao com parceiros
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
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Servios de conhecimento (ex.: Charles Schwab, E*Trade
Desempenhar papel dominante ao fornecer o portfolio de servios; acrescentar parceiros para completar a oferta ao consumidor
Criar servios modulares e desenhar um mix de fornecedores de servios que permita ao maestro responder eficientemente a novas oportunidades
Forar uma rgida estrutura de gerenciamento aos parceiros que tambm podem ser concorrentes para atingir relacionamento prximo sem se tornar dependente Hcki e Lighton, 2001.
Gulati et al. (2000) chamam a ateno tambm para os possveis efeitos
perversos de uma rede. As firmas participantes podem ficar presas em
relacionamentos no produtivos ou deixar de formar parcerias com outras
firmas viveis. Assim sendo, a rede de relacionamentos de uma firma fonte
tanto de oportunidades quanto de restries. medida em que o ambiente
econmico se torna mais competitivo, a rede de uma firma cresce em
importncia estratgica.
2.7 Crtica aos processos existentes
O foco deste estudo so os processos de formulao de estratgia. Ou
seja, um processo formal de planejamento, que visa a composio algum
tipo de linha de ao, ou seqncia de atividades conscientemente
intencionadas para lidar com uma situao.
Segundo Mintzberg e Quinn (1996), diversas premissas esto embutidas
na teoria de Andrews para o processo de estratgia, que tambm podem ser
encontradas em outras teorias prescritivas de estratgia:
Clara distino entre a formulao e a implementao de estratgia
(de fato, entre pensar e fazer);
A crena de que a estratgia (ou ao menos a estratgia pretendida)
deveria ser explcita;
A noo de que a estrutura deveria seguir a estratgia (em outras
palavras, ser desenhada de acordo com ela);
A estratgia emana da liderana formal da organizao.
Mintzberg (1994) critica os processos de formulao de estratgia por
acreditar que estes no so representativos da forma como a estratgia
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2. PROCESSO DE FORMULAO DE ESTRATGIA
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criada nas organizaes. Cita inclusive diversas evidncias empricas da
freqente no implementao dos planejamentos realizados.
Apesar disso, o autor no defende a ausncia de um processo de
planejamento. A estratgia de uma empresa, quando observada a posteriori
contm diversos elementos que surgiram ao longo da prpria execuo da
mesma. Ou seja: trata-se de um processo contnuo, cclico, extremamente
sensvel ao ambiente externo e interno da organizao. Ainda assim, um
processo formal de planejamento importante no para criar estratgias,
mas para programar as estratgias que j tenham, isto , para elabor-las,
refin-las, divulg-las e operacionaliz-las.
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3 PROCESSO DE ALINHAMENTO ESTRATGICO DE SISTEMAS DE INFORMAO
3.1 Definies e Abordagens
Sannes (1994) entende a problemtica do alinhamento entre a Estratgia
e os Sistemas de Informao e Tecnologia de Informao (SI/TI) como
sendo uma questo de alinhamento entre necessidades de negcios e
servios de informao.
Necessidades de negcios seriam as necessidades de informao das
pessoas, em termos de acesso, processamento e troca de informaes
durante seu trabalho.
Servios de informao seriam os servios que um pessoa pode utilizar
para satisfazer suas necessidades de informao. Os servios incluem
tecnologia (a infraestrutura tcnica), funes (ferramentas e aplicativos para
o usurio final), informao (bancos de dados), e apoio em como utilizar os
servios de informao.
Earl (1993) utiliza a definio de Planejamento Estratgico de Sistemas
de Informao como sendo o processo de decidir os objetivos para
computao organizacional e identificar potenciais aplicaes de
computador que a organizao deveria implementar.
Sannes (1994) enxerga na literatura diferentes abordagens para o
alinhamento de servios de informao e necessidades do negcio:
Estratgias ligadas ou integradas e planejamento estratgico:
argumenta que o propsito do plano ou da estratgia de sistemas de
informao identificar sistemas de informao que atendam s
necessidades do negcio. A pesquisa emprica indica que esta abordagem
de valor limitado. O planejamento integrado, uma abordagem na qual o
planejamento do negcio e o planejamento dos sistemas de informao
so realizados simultaneamente e os processos so indistinguveis, teve
alguns mritos empricos. Este tipo de abordagem geralmente visa apoiar
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3. PROCESSO DE ALINHAMENTO ESTRATGICO DE SISTEMAS DE INFORMAO
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o alinhamento no nvel estratgico. A falta de mritos empricos indica que
alinhamento no nvel estratgico insuficiente para o alinhamento nos
nveis mais baixos.
Alinhamento da funo de servios de informao com a organizao
do negcio: enfatiza mecanismos que integram ou ligam mais fortemente
as duas organizaes. A parceria entre a organizao dos servios de
informao e os gerentes de linha pode ser descrita em termos do
contexto e aes da relao: Parceria em contexto refere-se ao grau de
benefcios mtuos, compromisso, e predisposio que determinam a
durabilidade esperada da relao; Parceria em ao reflete a habilidade
de influenciar os fatores que afetam a relao diria de trabalho. Estes
fatores so a quantidade de conhecimento compartilhado, o grau de
dependncia mtua em competncias distintas e recursos, e a
necessidade de ligao dos processos organizacionais.
Integrao dos processos de negcios e dos servios de informao:
os sistemas de informao podem ser construdos nos pilares que
suportam ou formam a estratgia competitiva do negcio. Analisa o
impacto na tecnologia de informao nas realidades de negcios e forma
direes para o uso dos sistemas de informao. Uma outra abordagem
nesta categoria o redesenho dos processos de negcios, que enxerga a
tecnologia da informao como a base para a inovao nos processos de
negcios. So abordagens mais voltadas para o nvel gerencial.