mestre da cultura popular dona branca, tradição na modelagem do

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1546 Setembro/2014 Mestre da Cultura Popular Dona Branca, Tradição na Modelagem do Barro de Geração para Geração IPU - CE A Mestre de Cultura Tradicional Popular Maria Alves de Paiva Conhecida como Dona Branca, vive na comunidade de Alegre no município de Ipu do Estado do Ceará. Casou-se aos 16 anos com Raimundo Alves de Paiva com quem teve 12 filhos/as, já tendo hoje 42 netos/as e 14 bisnetos/as. Hoje com 73 anos lembra que iniciou a arte de modelar o barro com 10 anos, aprendeu com sua avó paterna e ensinou filhas e netas como diz a tradição da região. Do oficio aprendido com a avó fez sua vida. No inicio seu pai não queria , trabalhava escondido quando voltava do trabalho da roça, mas quando pela primeira vez foi a uma feira e vendeu 20 de suas peças e trouxe renda para casa, seu pai viu e aceitou seu dom, sua arte. Nos conta que através de suas peças de barro, principalmente louças e panelas teve seu sustento e de sua família. A matéria prima para seu trabalho é retirada da região onde mora. ‘’ o Melhor barro é o barro de Ipu, um próprio para louças e panelas e outro para peças como jarros e decorativas’’ diz ela. O trabalho é todo artesanal e enquanto conversávamos ela ia fazer uma panela com simplicidade e experiência de toda uma vida, ao terminarmos a prosa a panela esta pronta para ir ao forno.

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A Mestre de Cultura Tradicional Popular Maria Alves de Paiva, conhecida como Dona Branca, vive na comunidade de Alegre no município de Ipu do Estado do Ceará. Casou-se aos 16 anos com Raimundo Alves de Paiva com quem teve 12 filhos/as, já tendo hoje 42 netos/as e 14 bisnetos/as. Hoje com 73 anos lembra que iniciou a arte de modelar o barro com 10 anos, aprendeu com sua avó paterna e ensinou filhas e netas como diz a tradição da região.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1546

Setembro/2014

Mestre da Cultura Popular Dona Branca, Tradição na Modelagem

do Barro de Geração para Geração

IPU - CE

A Mestre de Cultura Tradicional Popular Maria Alves de Paiva Conhecida como Dona Branca, vive na comunidade de Alegre no município de Ipu do Estado do Ceará. Casou-se aos 16 anos com Raimundo Alves de Paiva com quem teve 12 filhos/as, já t endo ho je 42 ne tos /as e 14 bisnetos/as. Hoje c o m 7 3 a n o s

lembra que iniciou a arte de modelar o barro com 10 anos, aprendeu com sua avó paterna e ensinou filhas e netas como diz a tradição da região.

Do oficio aprendido com a avó fez sua vida. No inicio seu pai não queria , trabalhava escondido quando voltava do trabalho da roça, mas quando pela primeira vez foi a uma feira e vendeu 20 de suas peças e trouxe renda para casa, seu pai viu e aceitou seu dom, sua arte. Nos conta que através de suas peças de barro, principalmente louças e panelas teve seu sustento e de sua família.

A m a t é r i a prima para seu trabalho é retirada da região onde mora. ‘’ o Melhor barro é o barro de Ipu, um próprio para louças e panelas e outro para peças como jarros e decorativas’’ diz ela. O trabalho é todo artesanal e enquanto conversávamos ela ia fazer uma panela com simplicidade e experiência de toda uma vida, ao terminarmos a prosa a panela esta pronta para ir ao forno.

Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará

Nos conta como se tornou Mestre da Cultura. No inicio dos anos 90 foi indicada por um amigo da família a um jornalista que buscava talentos de cultura popular para o projeto Mestres da Cultura do governo do Estado. a partir dai começou o processo de reconhecimento para se tornar mestre da cultura tradicional popular do Estado de Ceará. ‘’O jornalista Gilmar me achou aqui dentro deste mato’’ diz Dona Branca.

O título de Mestre da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará veio merecidamente em 2005 garantindo o repasse de seu oficio para as novas gerações mantendo assim a tradição do lugar e fortalecendo a cultura popular no Estado.

Hoje além do Governo conta com apoio da associação de moradores do Alegre e do Sindicato de Trabalhadores/as Rurais e segue fazer suas louças de barro e participando de feiras, exposições e encontros por esse mundo afora divulgando e repassando sua arte popular, além de garantir a renda familiar.

Suas peças, panelas, alguidares, travessas, fogareiros, cuscuzeiras, potes, jarros e peças de decoração são feitas com instrumentos simples e rudimentares, e sua perfeição vem da exper iência e dedicação na

modelagem. As peças são forneadas em fornos comunitários na associação de moradores do Alegre. O aprimoramento das peças de Dona Branca acontece pelo largo tempo de oficio e por cursos que vez ou outra são oferecidos por parceiros governamentais e não governamentais. São peças muito bem aceitas. Já participou de feiras no Crato, Crateús, Fortaleza e sempre ta presente em feiras do município de Ipu e região. Diz que ja foi em tantos lugares com seu barro que nem pode contar.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

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