mensageiro luterano - março 2012

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Mensageiro Luterano do mês de março de 2012

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Page 1: Mensageiro Luterano - março 2012
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Mensageiro | Março 2012 3

Março 2012 Leia nesta ediçãoMens aGeiRo LUteRano | ano 95 | nº 1.167

HOMENAGEM

Serva recebe medalha Servus Domini

26

EducAçãO cristã

O Pequeno Luterano em tese

05 MENsAGEM dO PrEsidENtE

06 VidA cOM dEus

07 AdOrAçãO E LOuVOr

08 rEFLEXãO

09 EM FOcO

10 QuArEsMA

12 cAPA

18 EducAçãO tEOLÓGicA

19 tEstEMuNHO

20 rEAçãO dO LEitOr

21 uMAs E OutrAs

28 LidErANçA

34 VirANdO A PáGiNA

22iGrEJAs PELO MuNdO

Igreja Luterana do Canadá

30

24

Biblioteca José Vieira _ um projeto missionário, educacional e cultural que faz a diferença na vida dos moradores de Sítio Aruca, Ibicatu, Várzea-Alegre, CE

cONGrEssO dA LsLB

Mulheres luteranas na cidade da uva e do vinho 31

Missão e ação social

Page 4: Mensageiro Luterano - março 2012

Mensageiro Luterano

Filiada a associação de editores cristãos (asec) EndErEço av. são Pedro, 633, Bairro são Geraldo, ceP 90230-120, Porto alegre, rsFonE/Fax (51) 3272 3456SitE www.editoraconcordia.com.brtwittEr twitter.com/edconcordiaEmail [email protected] [email protected]

dirEtoria ExECutiva Henry J. rheinheimer (presidente), clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Nilson Krick e rubens José ogg GErEntE Nilson Krick - [email protected] FinanCEiro Joel Weber - [email protected] Editor Nilo Wachholz - [email protected] ComiSSão Editorial adilson schünke, Beatriz raymann, clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Nilson Krick e rubens José ogg

4 Mensageiro | Março 2012

ConcórdiaE d i t o r a

EndErEço rua cel. lucas de oliveira, 894Bairro Mont’serrat, ceP 90440-010 Porto alegre, rs, BrasilFonE (51) 3332 2111 / Fax: (51) 3332 8145SitE www.ielb.org.brtwittEr twitter.com/ielB_BrasilE-mail [email protected]

dirEtoria naCional 2010/2014 prESidEntE egon Kopereck 1º viCE-prESidEntE arnildo schneider 2º viCE-prESidEntE Geraldo Walmir schüler SECrEtário rubens José ogg tESourEiro renato Bauermann A IELB crê, confessa e ensina que os livros canônicos das Escrituras Sagradas, do Antigo e do Novo Testamento, são a Palavra infalível revelada por Deus e aceita, como exposição correta dessa Palavra, os livros simbólicos da Igreja Evangélica Luterana, reunidos no Livro de Concórdia do ano 1580.

IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL

| AO LEitOr |

Nilo WachholzEditor-Redator | [email protected]

Nilo WachholzEditor-Redator | [email protected]

iSSn 1679-0243

Órgão oficial da igreja evangélica luterana do Brasil (ielB) de periodicidade mensal (exceto janeiro e fevereiro - edição única). registrado sob nº 249, livro M, nº 1, em dezembro de 1935, no registro de títulos e documentos do rio de Janeiro, conforme o decreto-lei de imprensa nº 24776 de 14/07/1934.

projEto E produção GráFiCa editora concórdia ltda.rEdação [email protected] Nilo Wachholz - Mtb 42140/sP aSSiStEntE Editorial Bettina schünke - Mtb 15047/rs rEviSão aline lorentz sabka jornaliSta-diaGramador leandro da rosa camaratta dESiGnEr christian schünke e raquel amsberg de almeidaColaboradorES FixoS Bruno ries, carlos W. Winterle, luisivan V. strelow, Marcos schmidt, Mona liza Fuhrmann, rosemarie K. lange, Vitor radünz, Waldyr HoffmannaSSinaturaS - dEpto ComErCial Gilberto ellwanger, lianete schneider de souza, Marcelo de azambuja loGíStiCa simone dutra Paiva, claupe onofre, Jorge de oliveira

aSSinatura no braSil anual r$ 52,00; Bianual r$ 100,00 aSSinatura para outroS paíSES anual Us$ 52,00; Bianual Us$ 100,00

tiraGEm dESta Edição 9 mil exemplares

a redação reserva-se o direito de publicar ou não o material enviado, bem como editá-lo para fins de publicação. Matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da redação ou da administração Nacional da ielB. o conteúdo do Mensageiro pode ser reproduzido, mencionados o autor e a fonte.

montagem sobre fotos de gilmar gomes e leandro r. camaratta

As mulheres fazem a diferença também na Igreja

O mês de março contempla em seus dias, entre outras datas e eventos especiais, o Dia Internacional da Mulher. Nesta edição do Men-sageiro Luterano, não trazemos uma matéria específica sobre o assunto, já tão debatido em outras mídias, porém, nossa homenagem e o nosso reconhecimento às mulheres está nas diversas matérias desta edição que mostram elas na linha de frente, em múltiplas ações e eventos na Igreja, na família e na sociedade.

Começamos com a Reflexão sobre “A mis-são da mulher”. Seguimos com a matéria de capa, onde trazemos a palestra sobre o lema do último congresso nacional das mulheres luteranas, aqui, em forma de entrevista, ilustrada com diversas imagens deste grande evento. Depois, apresentamos um projeto de Missão e Ação Social no interior do Ceará, um belo trabalho também liderado por mulheres voluntárias. Na sequência, destacamos a tese de Doutorado em Educação da serva professora Patrícia Weiduschadt, Canguçu,

RS, cuja pesquisa tomou por base o “O Pe-queno Luterano”, periódico da IELB dirigido às crianças (não mais publicado). Além disso, na área da Liderança, trazemos orientações práticas da serva Edeltraut Lüdtke Knies, Itajaí, SC, de como proceder no trabalho na secretaria da Igreja. Fechamos os destaques da participação das mulheres, na linha de frente como mencionamos acima, com a homenagem recebida pela serva professora Naomi Warth, agraciada pelo Seminário Concórdia com a medalha Servus Domini. E ainda, com a matéria sobre o 26º Congresso Nacional da LSLB, um evento histórico, ines-quecível, com cerca de 1.500 participantes. Vale a pena conferir tudo isso com especial atenção, pois certamente confirmaremos o que já sabemos: as mulheres fazem a dife-rença também na Igreja.

Importantíssimo evento no Calendário da Igreja é o período da Quaresma, que inicia na Quarta-feira de Cinzas e vai até o final de mar-

ço. Para medi-tarmos sobre tempo na his-tória da Sal-vação, temos a temática: Provações e t e n t a ç õ e s – quais os propósitos delas em nossa vida?

E s t a edição traz vários outros textos, me-ditações, informações e atividades da IELB, das congregações, dos distritos, dos depar-tamentos, todos igualmente importantes na vida da Igreja e no trabalho do Reino de Deus!

Fundamentados em Cristo, movidos pela fé e amor recebidos de Deus, sintam-se todos acolhidos e abraçados até a próxima edição.

Page 5: Mensageiro Luterano - março 2012

Mensageiro | Março 2012 5

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Egon KopereckPastor Presidente da IELB| [email protected]

| MENsAGEM dO PrEsidENtE |

montagem sobre fotos de gilmar gomes e leandro r. camaratta

Pastor Presidente da IELB| [email protected]

foto: arQUiVo editora concÓrdia

Quaresma - tempo de meditação, reflexão

e gratidão

E is que já chega-mos à Quaresma – tempo de me-ditação, reflexão

e gratidão. Como é grande o amor de Deus por nós! Afastamo-nos de Deus, a cada dia o entristecemos com os nossos pecados, mas ele está sempre pronto a nos receber de volta, acolher, perdoar e agraciar.

Que neste período de Quaresma, aproveitemos os cultos, os estudos bíblicos e as devoções domésticas para relembrarmos o que Jesus fez em nosso lugar. Que os passos do Salvador rumo ao Calvário (decepções, frustrações, tristezas e sofrimentos que ele enfrentou em nosso lugar, sem vacilar, para nos dar graciosa-mente perdão, paz, vida e salvação eterna) nos encham de gratidão e amor.

Bendita época de Quaresma! Obrigado, meu Jesus querido, por teres me amado assim.

OS vaLOreS reaISQueridos irmãos! Enquanto escrevo esta

mensagem, acontece mais um BBB (Big Bro-ther Brasil). É uma lástima que um programa assim, um atentado aos bons princípios, à mo-ral, à ética, à fé cristã, tenha a audiência que tem. Muitas vezes, somos culpados pela perda dos bons valores, dos bons princípios, quando avalizamos, damos ibope a um programa desses, que é um atentado à sociedade e que prejudica nossas crianças, nossos adolescen-tes, nossos jovens e nossa família inteira.

Um texto que está circulando na inter-net relata o seguinte: “...esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade”. E con-clui: “Assistir ao BBB é ajudar a televisão a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade”.

Irmãos! Cuidemos em que, onde e como usamos nosso tempo. Cuidemos em não po-luir nossas mentes com programas que são um atentado à moral e à vida cristã. Cuide-mos dos nossos filhos e familiares enquanto é tempo, para que, quando adultos, possam seguir nos princípios e caminhos nos quais, com amor, carinho e preocupação, nós os conduzimos e ensinamos.

eM MarChaNa verdade, todo ano é assim, com a

chegada da Quaresma, terminam as férias e a vida volta ao normal: volta às aulas, as

atividades normais da igreja retornam, a instrução de confirmandos é reiniciada; enfim, essa é a realidade na maioria dos lares e das comunidades. Alguém disse: “Ainda bem que Deus não tira férias”. E outro acrescen-tou: “Pelo contrário, penso que é nessa época que os anjinhos de Deus, têm mais trabalho: viagens, estrada, mar, serra, as festas do mun-do, tentações...”. Diz o Salmo 121.4-5: “O protetor do povo de Israel nunca dorme, nem

cochila. O Senhor guardará você; ele está sempre ao seu lado para protegê-lo”.

Nesta certeza, olhemos para frente e nos coloquemos nas mãos de Deus. O ano de 2012 se descortina diante de nós. Mãos ao trabalho todos! As oportunidades de testemunhar, falar e agir se apresentam a cada passo. Falemos e vivamos no amor de Deus em nosso lar, no trabalho, na rua, na sociedade, na igreja, sem-pre. Não esqueçamos do tempo para a devoção em família. Participemos dos estudos bíblicos em grupo ou Departamento. Que os cultos sejam motivo de alegria, e um programa, uma atividade, um momento imperdível para toda a família – aquele banquete espiritual com Palavra e sacramentos. Assim, bem fun-damentados na verdade, vamos para a rua e brilhemos, reflitamos o amor de Jesus a todos.

No Senhor e para o Senhor, o nosso trabalho não será em vão (1Co 15.58), mas haveremos de fazer proezas (Sl 60.12).

A todos, um feliz e abençoado 2012!

Participemos dos estudos bíblicos em grupo ou Departamento. Que os cultos sejam motivo de alegria

Page 6: Mensageiro Luterano - março 2012

Enraizados e edificados em Cristo“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças” (Cl 2.6,7)

O s membros da igreja de Co-lossos estavam trocando o Evangelho simples que ha-viam aprendido dos apóstolos

por um ensino aparentemente superior de doutrina cristã.

Nesse sentido, o problema das igrejas da região de Colossos era praticamente o mesmo já enfrentado por Paulo nas igrejas da região da Galácia: “Admira-me que es-tejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o Evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7).

Aos cristãos de Colossos, Paulo admo-esta: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

Nos dois casos, o falso evangelho não se apresentava como uma doutrina estranha às Escrituras. Os gálatas estavam aban-donando a liberdade do Evangelho pela escravidão da Lei.

A doutrina que ameaçava destruir a igreja dos gálatas era a de que os cristãos, para se salvarem, estariam obrigados a obe-decer, exteriormente, à Lei do Antigo Testa-

mento. Paulo denuncia essa doutrina como escravidão exterior contrária à liberdade do Evangelho: “somos filhos, não da escrava [= lei], e sim da livre [= graça]” (Gl 4.31).

A igreja em Colossos, por sua vez, estava ameaçada por uma forma diferente de dou-trina especulativa sobre a obediência exte-rior às do Antigo Testamento. Segundo essa doutrina, a privação extrema de alimentos ligada à observância rigorosa do calendário libertaria a mente para o conhecimento de mistérios somente acessíveis aos anjos e potestades espirituais que governariam os astros e o destino dos homens.

advertênCIa COntra dOutrInaS faLSaS

Paulo denuncia essa doutrina, igual-mente, como escravidão exterior contrária ao pleno conhecimento da graça de Deus revelada em Cristo. O apóstolo lembra os cristãos de que, no Evangelho em que fo-ram instruídos, eles já têm conhecimento superior ao dos anjos sobre a graça de Deus revelada em Cristo: “em quem todos os te-souros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2.3).

Os gálatas haviam sido enganados por mestres que diziam ha-ver algo mais importan-te do que a fé em Cristo, e que isso seria a circuncisão e a obediência à Lei do Antigo Testamento. Buscando trazer os gálatas de volta ao Evangelho, Paulo dá um testemunho pessoal comovente: “vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a

si mesmo se entregou por mim. Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a Lei, segue-se que Cristo morreu em vão” (Gl 2.20-21).

Aos colossenses, Paulo escreveu que Deus, nosso Pai, “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor [= do seu Filho Amado]; no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13).

O únICO fundaMentO – O aMOr de deuS eM CrIStO

O Evangelho é a boa notícia de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna” (Jo 3.16).

Este é o fundamento, esta é a raiz: “nin-guém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1 Co 3.11)

Não é raro ouvir-mos novidades apre-sentadas como um co-nhecimento especial do Evangelho. Nessas horas, precisamos nos perguntar se, em vez de crescimento na Pala-vra de Deus, não possa-mos estar, na verdade, sendo tentados a tro-car o Evangelho sim-ples e claro do amor de Deus, por preceitos e doutrinas de homens (Cl 2.22).

Estudando as doutrinas fundamentais, no Catecismo, aprendemos a confiar em Jesus Cristo como nosso Salvador. Sobre esta raiz e fundamento, devemos andar e crescer.

O Evangelho simples é, também, o conhecimento

mais elevado que há. Nada é mais sublime, nem mais

fundamental, do que a pedra sobre a qual está

construída a Igreja: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus

vivo” (Mt 16.16).

| VidA cOM dEus |

6 Mensageiro | Março 2012

Luisivan Vellar StrelowPastor | [email protected]

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Page 7: Mensageiro Luterano - março 2012

encher os seus bancos? Vamos responder isso usando o exemplo do diamante bruto do garimpo, que ainda não foi lapidado. Quem não o conhece pensará que é uma pedra comum; inclusive, por desconhecê--la, poderá rejeitar uma pedra de grande valor. Somente depois de lapidado é que o brilho, a beleza e o valor dele se destacam e o tornam inconfundível.

Na verdade, em cada culto, é oferecido a riqueza do amor de Deus em Palavra e sa-cramentos. E Deus não deixa por menos; ele oferece o que tem de melhor. Em Jesus Cris-to, tomou sobre si nosso pecado, cumpriu a Lei por nós e providenciou nossa salvação. Mas por que então muitos dos nossos cultos atraem tão poucos? Repostas não faltam. Pelo menos duas podem ser destacadas. Pri-meiro, porque talvez pastor e congregação tenham apresentado os meios de Deus de forma “bruta”, ou seja, não deram o melhor de si: muitos dons ficaram escondidos, a casa foi mal arrumada, os sermões foram mal preparados, o culto foi superficial. No dizer do profeta Jeremias: “Maldito aquele que é relaxado no serviço de Deus” (Jr 48.10).

Depois, talvez porque as pessoas não estejam valorizando o tesouro que tem no culto. Recusam a oferta de perdão e salva-ção, cujo valor é inestimável.

Tem ainda outra pergunta. As igrejas que crescem de forma impressionante es-

tariam, então, apresentando os meios de Deus assim como ele os instituiu? Engana--se quem pensa assim. uma igreja re-pleta de gente não significa que o evangelho esteja sendo anunciado em toda sua pureza. Muitas igrejas lotam suas poltronas porque fazem de tudo para oferecer o que as pes-soas querem. assim, a base de seus cultos é a solução de problemas, curas e prosperidades. Suas músi-cas também são mais para exaltar a emoção humana do que o louvor a deus e o anúncio do evangelho. esquecem que o culto é essencial-mente divino.

Não é errado ir ao encontro dos sofri-mentos humanos – Jesus também se mos-trou compassivo para com os sofredores. O problema começa quando esses aspectos se tornam o centro do culto, aí Cristo perde o seu lugar. Além disso, um culto pode ser alegre e dinâmico, ter orações vibrantes e pregações contundentes, e ter comunhão bonita de irmãos. Mas nada disso terá valor se não estiver fundamentado em Cristo e no seu sacrifício por nós.

Para atrair pessoas aos nossos cultos, Deus tem seus meios. Eles são perfeitos por si só. O empenho do pastor e da congrega-ção fará com eles sejam apresentados de forma brilhante.

M uitos luteranos, quando vão ao culto, passam em frente de outras igrejas e se impressionam com a

quantidade de pessoas que veem nos seus templos. Ao chegarem em nossa igreja, sen-tem certa decepção ao verem pouca gente ocupando seus bancos.

Esta é uma situação que leva a várias indagações:

Por que muitos dos nossos cultos têm parti-cipação tão baixa? Por que nosso crescimento é quase anulado por aqueles que abandonam a Igreja? Será falta de interesse das pessoas ou é a Igreja que não está sabendo atrair? Além disso, para atrair mais pessoas, não poderí-amos usar as estratégias que outras igrejas usam, como promessas de cura, libertação e prosperidade? Nossos cultos não poderiam se acercar de mais louvor, de emoções, de músicas mais vibrantes?

Há os que alegam que a nossa forma de culto e a maneira de conduzi-lo não são atrativas para os dias de hoje. Dizem que deveríamos oferecer aquilo que as pessoas esperam de uma Igreja, nem que com isso tenhamos de mudar toda nossa estrutura de culto.

Afinal, o que deve atrair as pessoas ao culto? Se olhada do lado humano, é im-possível responder esta pergunta, porque não é possível agradar a todos os gostos. Além disso, o ser humano, impulsionado pela onda consumista, sempre quer mais novidades.

Felizmente, a resposta certa vem de Deus. É ele quem nos atrai ao culto. E os meios que ele usa são sempre os mesmos: Palavra, Batismo e Santa Ceia. Talvez não seja exatamente o que as pessoas querem, mas é aquilo que elas precisam.

É aí que entra outra pergunta: E a IELB, por acaso, não oferece a Pa-

lavra, o Batismo e a Santa Ceia em seus cultos? O que falta, então, para nossa Igreja

| VidA cOM dEus |

Mensageiro | Março 2012 7

| AdOrAçãO E LOuVOr |

david karnoppMembro da Comissão de Culto da IELBPastor em Vacaria, RS

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Cultos vazios

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Page 8: Mensageiro Luterano - março 2012

| rEFLEXãO |

S erá que a missão da mulher cristã é ajudar em obras sociais? Fazer trabalhos voluntários? Ajudar os pobres? Educar os filhos? Cuidar

da casa e da família? Tudo isso é muito bo-nito e necessário, mas nada disso, por si só, define a missão da mulher cristã – mesmo porque muitos ateus e membros de outras seitas e religiões fazem esses trabalhos tam-bém e, às vezes, mais e melhor do que nós.

Uma das mais belas missões da mulher é a de ser mãe. A Bíblia fala que a mulher “será preservada através de sua missão de mãe, se ela permanecer em fé, e amor, e san-tificação, com bom senso” (1 Tm 2.15). Ou seja, serão bem sucedidas em sua missão se tiverem fé e amor, e se viverem vidas santas.

Se a mulher cristã cumprir bem esse pa-pel, já estará cumprindo uma grande missão deixada por Deus. Porém, além desse grande papel deixado por Deus para a mulher, lembra-mos que, no Evangelho de Marcos 16.15, Jesus nos deu uma tarefa: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”.

Essa tarefa não é só para leigos e pas-tores, mas também para nós mulheres. Portanto, nossa missão também é levar a boa nova. Mas como?

Levamos a boa nova através de nos-so testemunho em todos os papéis que

desempenhamos, em casa, na igreja e na comunidade. Contudo, esse testemunho é muito mais do que realizar simples atos; implica em termos de frutos da fé, ou seja, evangelizar através das nossas ações, das nossas atitudes, dos nossos gestos, da nos-sa paciência, da nossa doação aos irmãos. Além disso, essa atitude deve se refletir em tudo o que fazemos: nos nossos estudos, no nosso trabalho, nas nossas amizades. Enfim, temos que nos esforçar diariamente para sermos cada vez mais reflexos de Deus, para que as pessoas possam enxergar em nós o Deus que muitas vezes não conhecem ou em quem não acreditam – e até desmerecem.

Em Colossenses 3.17, 23-24 Paulo nos diz: “E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai [...] Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para ho-mens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo”.

Missão é doação, e muitas vezes essa doação significa deixar completamente o nosso querer para fazer aquilo que é o melhor, ou seja, é servir ao irmão quando realmente ele precisa, e não apenas quando estamos com vontade. Se nossas vidas são

Luciana de Moraes GaMba HuttenLocHer e Luís cLaudio viana

da siLva, pastor em Goiânia, GO. (Devoção apresentada no 26º Congresso Nacional da LSLB por representantes da

Região Metropolitana).

vividas para o Senhor, nosso trabalho para os outros em casa, na igreja e na comunida-de será um privilégio, e não um sacrifício.

E para termos o “combustível” para essa missão, além da preparação “intelectual”, precisamos estar preparadas espiritualmente para não começarmos super empolgadas, com milhões de planos, e, depois das primeiras barreiras e dificuldades, deixarmos tudo para trás. Precisamos nos abastecer diariamente na Palavra e na Santa Ceia, e também estar unidas ao Senhor em oração para levar Jesus e seu perdão, comunicando Vida para Todos.

Oremos: Bondoso e amoroso Pai Celestial, damos-te graças pela boa nova da Salvação em Cristo Jesus, que chegou até nós. Faze-nos, Senhor, despertar para nossa missão de levar a boa nova a tantos outros que ainda precisam ouvir. Que possamos refletir a ti em tudo o que fizermos, seja em casa, no trabalho ou na igreja. Que nossas palavras, pensamentos e ações se-jam para honra de teu nome. Por Jesus, nosso único e suficiente Salvador. Amém.

A missão da mulher

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8 Mensageiro | Março 2012

fotos: eQUipe editorial concÓrdia

Page 9: Mensageiro Luterano - março 2012

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A gente é o que vê...

S e antes as críticas de certa parcela da sociedade sempre denuncia-vam a qualidade cultural do Big Brother Brasil, agora a reação

surgiu pela indecência e imoralidade, tudo por conta de um suposto estupro que virou caso de polícia e gerou ampla polêmica. Em todo o caso, falar deste tipo de entretenimento televisivo numa revista cristã é “chover no molhado”, pois as evi-dências falam por si próprias. No entanto, cabe sempre refletir, sobretudo à luz da Palavra de Deus, para que as consciências não fiquem entorpecidas.

Eu até aproveitei o assunto no culto do 2º Domingo após Epifania (15 de janeiro), quando preguei que Jesus invadiu a priva-cidade de Filipe e Natanael de forma agra-dável e benéfica (Jo 1.43-51), assim como o próprio Senhor deixou que a privacidade dele fosse revelada a todos para mostrar--se Salvador. Também o intróito deste culto foi oportuno: “Ó SenhOr deus, tu me examinas e me conheces. Sabes tudo o que eu faço e, de longe, conheces todos os meus pensa-mentos. tu me vês quando estou trabalhando ou quando estou des-cansando; tu sabes tudo o que eu faço” (Sl 139.1-3). Porém, o que acontece na maioria dos programas na televisão não é interessante que Deus fique sabendo – o que é impossível. Melhor, então, é controlar o controle remoto.

Em um tempo sem televisão e internet, o apóstolo já alertava que podemos fazer qualquer coisa, desde que seja proveitoso e não escravize (1Co 6.12). Também admoestou para não imitar a vida dos descrentes, mas permitir que Deus nos transforme por meio de uma completa mudança da nossa mente (Rm 12.2). Isso porque é através da mente que somos tentados para o bem ou para o mal.

O rei Davi, autor do Salmo 139, aprendeu isso de forma amarga, quando expiou o que não devia. Do terraço, assistiu a exibição atraente de Bate-Seba, que tomava banho. A visão deu lugar a um ardente desejo, e o desejo virou adultério. Envolvido nas gra-ças e desgraças da paixão, o olho divino o perseguiu insistentemente (Sl 32.4). Mais tarde, Salomão, filho do caso extraconjugal, recomendou: “Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos” (Pv 4.23). Ele também poderia dizer que “a sua vida é dirigida pelos seus olhares”.

“Todo mundo, sem exceção, é um pouco voyeur”, comenta o psicólogo Jacob Gold-berg ao tratar sobre os reality shows, mas adverte que pode virar doença quando a pessoa deixa de almoçar para ver o outro almoçando, ou de trabalhar para não perder um lance da vida do vizinho.

Para o psicanalista Jurandir Freire, existe também o perigo das más influências nestes programas. Ele lembra que “as pessoas, de uma maneira geral, querem encontrar na

vida dos outros, exemplos para entender e resolver questões de suas próprias vidas. O erro é que essas pessoas que se expõem são as menos indicadas para servir como parâmetro, como exemplo de vida”. Algo que precisamos considerar quando o apóstolo recomenda que devemos olhar com atenção àqueles que podem dar bons exemplos (Fp 3.17).

Qual a influência dos péssimos exemplos que a televisão tem sobre nós, sobre nossos filhos? Referindo-se ao Big Brother do ano passado, lembro que o diretor do progra-ma deixou escapar na internet: “Liberei a porrada entre eles! Será que vai rolar?”. Todos querem ver o circo pegar fogo; por isso, quanto mais brigas, cenas íntimas e questões polêmicas – iguais ao caso desse estupro – maior é a audiência e o retorno financeiro. E é isso o que interessa, mesmo que os programas sejam de baixa qualidade cultural e moral.

“Venha ver”, disse Filipe para Natanael a respeito de Jesus. Este foi, viu, e a sua vida mudou para melhor. Jesus já tinha dito para André e Pedro “venham ver”, e o resultado foi o mesmo.

O convite ainda hoje permanece para ir e ver aquilo que pode encher a mente com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente (Fp 4.8). Até porque de nada adianta uma tela grande, limpa e colorida quando o que se enxerga é pequeno, sujo e obscuro.

Mensageiro | Março 2012 9

Marcos SchmidtPastor em Novo Hamburgo, RS| [email protected]

| EM FOcO |

Page 10: Mensageiro Luterano - março 2012

| QuArEsMA |

Provações e tentaçõesDe onde vêm? Qual a diferença entre elas? Qual o propósito delas em nossa vida?

N o período de Quaresma, somos convidados a refletir sobre a trajetória final de Jesus em sua obra redentora. Pensamos

especialmente nos sofrimentos de Jesus em nosso lugar, que culminaram na sua morte de cruz. Pelo fato de Jesus estar carregan-do nossas culpas e pagando por nossos pecados, a tônica está no arrependimento. Para tanto, vamos basear a nossa reflexão em Tiago 1.12-18. Como textos paralelos e complementares, usaremos os textos de Gênesis 22.1-8 e Marcos 1.9-25, os quais, juntamente com o Salmo 25.1-10, formam o conjunto das leituras indicadas na Série Trienal B para o primeiro domingo no Calen-dário da Igreja, conhecido como Quaresma.

dIferença entre prOvaçãO e tentaçãO

O apóstolo Paulo diz que a pregação do Cristo crucificado é escândalo para os judeus e loucura para os gentios. Para nossa lógica humana, ela também é escândalo e loucura. Para ter benefício desta pregação, é preciso desligar nossa razão e permanecer na fé. Por isso, é necessário ficar vigilante para não cair da fé.

O texto do apóstolo Tiago nos escla-

É importante que entendamos que as provações não são atos de hostilidade ou de

abandono de Deus; ao contrário, através delas Deus quer nos conservar perto e ligados a ele.

Werner norberto sonntaG Pastor em Santo Antônio da Patrulha, RS

rece sobre a diferença de dois temas, cuja confusão pode colocar em risco a nossa fé: Provação e Tentação. Muitas vezes, esses dois temas são confundidos ou considera-dos como sendo a mesma coisa. Com base no texto, podemos compreender a diferença de provação e tentação. O texto também nos esclarece sobre a origem, a maneira de enfrentar e as consequências de ambas.

Aqui no mundo, o cristão passa por sofrimentos diversos. Em situações difíceis, perguntamos com frequência pela razão do sofrimento. Afinal, se somos filhos amados de Deus e temos tantas promessas dizendo que este nos protege e defende, por que temos que sofrer tanto? Deus não nos pro-meteu “invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei” (Sl 50.15)? Por que, então, por mais que peçamos por livramento, os sofrimentos são tão prolongados e profundos?

Ao ser visitada pelo pastor, uma senho-ra idosa que se encontrava hospitalizada disse: “Jesus não gosta mais de mim”. O pastor perguntou pela razão de sua afir-mação. Ela respondeu: “Se Deus gostasse de mim, não deixaria que eu sofresse tan-to”. Somos tentados a tirar conclusões semelhantes quando

nos encontramos em situações difíceis.É importante que entendamos que as

provações não são atos de hostilidade ou de abandono de Deus; ao contrário, através de-las Deus quer nos conservar perto e ligados a ele. Por isso, Tiago, em nosso texto, diz que é bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação. Saber que tudo que procede de Deus é para o nosso bem nos aju-da a suportar as provações. A conclusão não deve ser que a provação é a comprovação de que Deus nos abandonou ou que não gosta mais de nós. Ao contrário, por nos amar, com o amor que excede a compreensão humana, é que passamos por provações.

a prOvaçãO de abraãO – uMa LOuCura para a razãO huMana

No texto do Antigo Testamento é rela-tada uma prova que Deus fez com Abraão. Difícil seria para um de nós ser aprovado em prova semelhante. Abraão passou pelo teste, e seu exemplo foi exaltado como símbolo de uma fé inabalável. Para a razão humana, o pedido de Deus a Abraão era absurdo, uma verdadeira loucura (matar o

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Se somos filhos amados de Deus e temos tantas promessas dizendo que este nos protege e

defende, por que temos que sofrer tanto? Deus não nos prometeu “invoca-me no dia da angústia;

eu te livrarei”?

Perdoar é próprio de Deus, porque “toda boa dádiva e todo o dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”. Foi essaa finalidade do sofrimento de Jesus, que acompanhamos neste período de Quaresma.

seu próprio filho, que tanto esperou e que tanto amava). Este filho seria da linhagem da qual a própria promessa deveria se cum-prir, isto é, a vinda do Messias, do Salvador. De forma milagrosa, Isaque nasceu, contra toda a lógica humana. Agora, Deus diz que Abraão deve sacrificá-lo. Imaginemos os pensamentos que passaram na cabeça de Abraão nesses três dias de peregrinação ao local indicado para o sacrifício. Prova-velmente, muitos de nós teriam desistido durante a caminhada. Abraão, porém, ficou firme na confiança de que Deus não queria seu mal e que a finalidade era de firmá-lo na confiança e na fé.

Por mais sofrida e incompreensível que seja a prova à qual Deus nos submete, po-demos ter a certeza de que sempre é para o nosso bem. O trono da graça de Deus só gera coisas boas.

Nos versículos anteriores ao nosso texto, Tiago afirma: “Meus irmãos, tende por mo-tivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseveran-ça” (v.2,3). E, no nosso texto: “porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam”. Ser aprovado significa permanecer na fé. Os que o amam são os que estão na fé, pois, o amor a Deus é a manifestação da fé.

Se a provação é para o bem, o contrário

acontece com a tentação. A tentação visa nos levar ao pecado e, em consequência, a nos afastar ou cair da fé.

Somos tentados constantemente. Mui-tas vezes cedemos às tentações. Procura-mos, então, desculpas para nossas fraque-zas. Atribuímos a outros a culpa de termos cedido às tentações e ao pecado. Não raro, culpamos o próprio Deus.

Tiago conhece muito bem o ser humano e suas manhas; por isso, ele adverte: “Nin-guém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus”. Já na primeira queda, Adão procura se desculpar: “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3.12). Afinal, não foi Deus que criou Eva para Adão? Adão não fez a mulher para si!

Há diversas maneiras pelas quais tenta-mos atribuir a responsabilidade a Deus. Não foi ele que nos fez com apetites carnais? Não foi ele, por acaso, que, por exemplo, criou o desejo sexual? Não foi ele que colocou em nós o desejo de progredir e de ter as coisas a qualquer custo? Não foi ele que fez tantas coisas tão atrativas para nós? E não foi ele que colocou estas coisas tão perigosamente perto de nós? Como essas, há tantas outras falaciosas argumentações que usamos.

As tentações para o mal não procedem nem podem proceder de Deus. Nada que induz ao mal pode proceder de Deus. No texto, Tiago diz: “porque Deus não pode ser

tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”.

de Onde veM a tentaçãO? QueM é O Seu autOr?

No Evangelho de Marcos, é relatada a tentação de Jesus: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás”. O Diabo, que é o príncipe do mal, este sim, é autor de tentações. Ele nos induz ao pecado, tenta nos afastar de Deus fazendo--nos cair da fé. Ele quer nos ter com ele na eternidade.

Todavia, Tiago não diz que cada um é tentado pelo Diabo ou por pessoas más, que agem como instrumentos do Diabo. Isso seria apenas meio caminho na tentativa de refutar a responsabilidade de Deus pelas nossas tentações. Tiago coloca a responsabi-lidade onde ela está, a saber, em nós: “Cada um é tentado pela sua própria cobiça”, ou pelo seu próprio desejo. Logo, ele acrescenta como esta tentação, que vem de dentro de nós, leva à ação, isto é, à prática do pecado. Como pecadores, os desejos pecaminosos estão alojados dentro de nós. É a nossa natureza corrompida que tenta nos impelir ao pecado.

A consequência do pecado é a morte temporal e eterna. No texto é dito: “o peca-do, uma vez consumado, gera a morte”. Por isso, é preciso resistir à tentação. Quando, porém, fraquejamos, e isso acontece com frequência, é preciso que nos arrependa-mos e busquemos o perdão de Deus, que tem prazer em nos perdoar. m

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fotos: arQUiVo editora concÓrdia

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O texto de João 15.5 foi o lema do 26º Congresso Nacional da Liga de Servas Luteranas do Brasil, realizado em Bento Gonçalves, RS, em janeiro de 2012. O mesmo texto foi o tema da palestra proferida no evento pelo dr. Vilson Scholz, professor de Teologia Exegética no Seminário Concórdia, na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e consultor de traduções da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), residente em São Leopoldo, RS.

“Eu sou a videira, vós, os ramos”

MenSageIrO LuteranO (ML) – QueM é O Que faLa eM JOãO 15.1-10, textO Que fundaMenta a teMátICa aCIMa?

vilson Scholz – Imagine-se entrando num parreiral ou numa vinha, e ouvir uma voz que diz: “Eu sou a videira, e vocês são os ramos”. Ficaríamos surpresos: “Ué, um pé de uva que fala!”. Claro, os pés de uva não falam; são as pessoas que falam. E o que essa pessoa diz não pode ser tomado ao pé da letra, embora seja muito verdadeiro e tenha muito a ensi-nar. Trata-se de uma figura, uma metáfora. Não se trata de uma aula de botânica, mas de uma lição teológica ou espiritual. Logo de saída, as palavras deste texto nos marcam. Não se diz, “eu sou uma videira”, mas “eu sou a videira”. Também não se diz, “você é meu ramo”, mas “vocês são os ramos”. Isso mostra que não estamos sozinhos neste passeio ou nesta caminhada.

Quem fala isso é Jesus. Ele se apresenta como “eu”. Mas quem é ele? Na verdade, o nome “Jesus” não aparece nas proximidades deste “Eu sou a videira”. A gente sabe que Jesus está falando porque ele começa a falar lá no capítulo 13 do Evangelho de João. E ele menciona o Pai, que é o “agricultor”, aquele que trata da vinha. Logo, quem fala é o Filho. E isso poderia nos levar a um exame de tudo que se diz do Filho, em João, e de tudo mais que esse Filho diz de si, neste Evangelho. O Filho é, a partir de João 1.14, o nome dado ao Verbo (a Palavra) que se fez gente e morou en-tre nós. Aliás, é só quando lembramos isso (ou seja, quem ele é) que conseguimos entender o que Jesus diz e faz.

Mas Jesus não diz, simplesmente, “eu”; ele diz “eu sou”. Em si, isso não é uma forma indireta de dizer “eu sou aquele que sempre existiu, ou seja, sou Deus”, pois a frase só termina quando Jesus diz: “eu sou a videira”. Mas não deixa de ser um fato que este é o sétimo e último dos famosos “eu sou” de

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Jesus em João. A lista completa do “eu sou” é esta: Jesus é (I) “o pão da vida” (Jo 6.35,51); (II) “a luz do mundo” (Jo 8.12); (III) “a porta” (Jo 10.7,9); (IV) “o bom pastor” (Jo 10.11,14); (V) “a ressurreição e a vida” (Jo 11.25); (VI) “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6); (VII) “a videira verdadeira” (Jo 15.1,5).

ML – pOr Que O textO faLa eM “vIdeIra verdadeIra”. exISteM vIdeIraS faLSaS?

Scholz – Jesus diz que ele é a videira. Não uma videira, mas a videira. Ele também não se compara com uma videira, dizendo, quem sabe, um simples “eu sou como uma videira”. Não, ele é a videira. Logo, existe isso que se chama de “a videira”. Na verdade, Jesus diz, no início de João 15, que ele é “a videira ver-dadeira”. Será que isso significa que existe uma videira falsa? Parece que sim. Poderia também ser uma videira que não deu conta do recado. O que parece certo é que, a partir daquele momento, quem quisesse falar nessa “videira” precisaria apontar para o lugar certo: a videira agora é Jesus!

Essa linguagem da videira nos soa estra-nha. Uma videira é um pé de uvas. Falar de videira quando estamos cercados de vinhedos é algo bem natural. E não menos natural era falar disso no mundo bíblico. A primeira “vinha” (no sentido de “vinhedo”) da Bíblia aparece logo depois do dilúvio. Depois de construir a arca, na qual sobreviveu com mais sete pessoas da família, Noé passou a ser agricultor. Segundo a Nova Tradução na Linguagem de Hoje, “ele foi a primeira pessoa que fez uma plantação de uvas” (Gn 9.1). E parece que a primeira plantação foi, também, um vinhedo. O novo mundo, depois do dilúvio, começa com uma roça ou um pomar? Não, começa com um vinhedo. E não deu outra: o “vovô” Noé bebeu um copo a mais e ficou mal. O resultado se encontra no relato de Gênesis 9.

Mais tarde, já na terra de Israel, ter

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“Eu sou a videira, vós, os ramos”

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Nesta e nas próximas páginas, temos fotos do Congresso Nacional de Servas. Em todos os momentos, queremos lembrar que somos ramos da Videira Verdadeira.

foto: www.markol.com.br

fotos: tatiana sodré/ ielb

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uma parreira e uma figueira era símbolo de paz e tranquilidade, como se pode ver em passagens como 1 Reis 4.25 (que trata da época do rei Salomão), Isaías 36.16 e Miqueias 4.4. Eram outros tempos aqueles. Que mais se poderia ambicionar, 2.500 anos atrás, sem luz elétrica e telecomunicações, do que “descansar calmamente debaixo da figueira e da parreira” (Mq 4.4)? Claro,

junto com isso vem o vinho. E o primeiro vinho que aparece na Bíblia, depois daquele que Noé tomou em excesso, foi o vinho que Melquisedeque, rei de Salem e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe a Abraão (Gn 14.18), numa prefiguração da Santa Ceia, sendo que, depois, Abraão deu os dízimos a Melquisedeque. (Em tempo: na época da Páscoa, lá por abril, o único fruto da videira que poderia existir naquela parte do mundo, naquele tempo, era o vinho. Eles não tinham como preservar suco de uva por tanto tem-po depois da colheita – no máximo dois dias –, pois não conheciam o processo de pasteurização. Isso tem implicações para a instituição da Santa Ceia. Mas é assunto para outra oportunidade).

ML – QuaL é a Inter-reLaçãO da vI-nha/vIdeIra COM O pOvO de deuS?

Scholz – A vinha ganhou importância teológica ou religiosa no momento em que Israel, o povo de Deus, é apresentado como uma vinha que foi trazida do Egito e plantada na terra de Canaã. O viticultor, Deus, tinha as maiores expectativas em relação a ela, mas a vinha produziu uvas azedas. Os textos estão em Isaías 5.1-7, Salmo 80.8-16, Jeremias 2.21, Ezequiel 15.1-8 e Ezequiel 19.10-14. No Novo Testamento, quando Jesus contava histórias (ou parábolas) que envolviam uma vinha, as pessoas sabiam logo a que isso se referia.

E quando Jesus diz que é a “videira verdadeira”, ele está, no fundo, dizendo: Eu sou o verdadeiro Israel. Mas como ele pode ser Israel, se Israel é um povo? Ele é Israel reduzido a uma pessoa. Ele cumpre o papel

É fundamental que a reunião do

departamento seja, em primeiro lugar, um

momento de estudo da Palavra de Deus.

Mas uma reunião de departamento não pode

tomar o lugar do culto. Nada pode substituir o culto. O ideal de todo cristão é participar dos cultos regulares e, na

medida do possível, comprometer-se com as atividades da igreja, em

particular através dos departamentos.

que se esperava que Israel cumprisse: ser luz e salvação do mundo. (Ele foi, entre outros aspectos, o último sacrifício que Israel [e Israel pelo mundo] ofereceu.) É claro que Jesus nunca está sem a sua Igreja. Neste ponto, entram os ramos. Aqui nós começamos a fazer parte da história, e aí a coisa fica interessante.

Para começo de conversa, existem ramos, no plural. Vocês são os ramos. A videira é uma só. Existe apenas a videira, mas os ramos são muitos. Jesus não dá o número. Cada ramo é individual, e cada ramo produz (ou não) uvas. Não tem como dois ramos ao mesmo tempo produzir um cacho de uvas, ou, então, um ramo produzir um cacho de uvas em lugar do outro. Mas, em tempos de tanto individualis-mo, é bom saber que Jesus fala de ramos (no plural). É claro que isso tem a sua importância quando pensamos nos nossos departamentos ou nossa congregação como parte de um dis-trito, de uma LSLB, da LLLB, da JELB, da IELB e da Igreja como um todo.

ML - QuaL a reLaçãO Que há entre OS raMOS da vIdeIra (MenCIOnadOS pOr JeSuS) e OS MeMbrOS dO COrpO (referIdOS peLO apÓStOLO pauLO)?

Scholz – A imagem que Jesus usa, neste caso, é parecida com aquela da cabeça e dos membros que o apóstolo Paulo usa em 1 Coríntios 12. Só que, no caso do corpo, é possível fazer o contraste entre membro mais honroso ou mais forte e membro menos honroso ou mais fraco. No caso da videira, os ramos são muitos, e não existe esse tipo de diferença entre eles. A diferença não é entre ramo maior e ramo menor, ramo mais forte e ramo mais fraco: é diferença entre ramo conectado e ramo cortado e entre ramo co-nectado que dá uvas e ramo conectado que não dá uvas.

Os ramos não vêm antes ou na frente do tronco da videira. Os ramos sempre depen-dem do tronco. O tronco até poderia ficar sem os ramos, mas não seria uma videira ou um pé de uva; seria apenas um tronco. Agora, os ramos não são nada sem o tronco. Sem mim, vocês não podem fazer nada, diz Jesus.

Só que Jesus não explica, neste texto de João 15, como os ramos passam a fazer parte da videira. Parece que sempre estiveram lá, sempre fizeram parte. E quem já teve ou ainda tem um pé de uva (ou pé de maracujá que seja), sabe que o pé e os ramos são

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Ouvir um culto ou ver um culto pela televisão é uma

bênção, especialmente se temos dificuldade de locomoção. Entretanto,

nada é tão completo quanto estar fisicamente

no culto, especialmente se pensarmos em termos de celebração da Santa Ceia.

uma coisa só desde o início. Fica até difícil

dizer onde termina o tronco e começam os ramos. Mas, em ter-

mos espirituais, sabemos que somos de uma variedade brava, uva do mato, uva venenosa. Pela enxertia (o ato de enxertar), passamos a fazer parte da videira verdadeira. Paulo fala disso em Romanos 11. Só que ele usa outra planta, a oliveira, ou o pé de azeitonas, outra árvore bem típica daquela região do mundo. Ali, ele mostra que somos ramos enxertados, ramos gentios que foram colocados no lugar de ramos judeus que, naquele momento, foram quebrados. E Paulo lembra: Não são vocês que sustentam a raiz – é a raiz que sustenta vocês (Rm 11.18). Sim, somos, a rigor, ramos enxertados. Nunca vi fazer, a gente não fazia, mas hoje existe, e muito, esse processo de enxertia, nos vinhedos. (Jesus não fala disso aqui, mas a gente pode expandir o pensamento, a partir do que o apóstolo Paulo escreve.)

Jesus apenas diz que os ramos que estão na videira são ramos limpos. Ele diz que o que nos limpa é a sua Palavra. O que nos limpou foi a Palavra na água (Ef 5.26). Isso é linguagem de Batismo. O Batismo nos limpou, não tanto porque nós cremos (por-que isso nem estava ao nosso alcance), mas porque Deus prometeu, como muito bem explica Lutero, no Catecismo. E a palavra do perdão de Deus nos mantém limpos. Cada “em nome e por ordem de Jesus Cris-to, perdoo todos os vossos pecados” é um banho purificador.

ML - COMO OS raMOS Que SãO COneCta-dOS (Ou naSCIdOS) pOr deuS perManeCeM na vIdeIra?

Scholz – O que Jesus diz muitas vezes (ao todo, umas doze vezes) é que a gente precisa permanecer nele, isto é, continuar unido com ele. Jesus não explica como isso acontece, mas dá uma pista. Ele diz: “Quem está unido comigo e eu com ele”. Um pouco mais adian-te, no v. 7, ele apresenta isso de uma forma um pouco diferente (e complementar): “Se vocês ficarem unidos comigo, e as minhas palavras continuarem em vocês”. Mais uma vez, o tronco vem antes dos ramos. Ele se conecta com a gente muito antes de a gente pensar em se conectar com ele. Aqui, cabe perguntar: Como Jesus fica conectado com a gente para que a gente possa continuar

ligado a ele? Como o departamento entra nessa história? E o culto?

Jesus fala da possibilidade de ser cortado. Isso, sim. Quem corta é o Pai. O que dá para fazer com um sarmento de videira separado da videira? Nada. A Bíblia fala disso em Ezequiel 15 (vs. 2-5). Deus pergunta ao pro-feta Ezequiel: “O que vale uma parreira em comparação com as árvores da floresta? Você pode usá-la para fazer dela algum objeto? Será que a sua madeira serve para fazer um cabide para pendurar coisas? Não. Só presta para fazer fogo. E, quando as pontas viraram cinzas, e o meio está queimado, será que ela serve para alguma coisa? Não! Antes de ser queimada, essa madeira não prestava para nada. Agora que o fogo a queimou comple-tamente, é mais inútil ainda”. Não temos chance nenhuma se quisermos tentar uma carreira solo. Desconectados da videira, não produzimos nada. Cortados dele, não temos nenhuma serventia.

Jesus diz que o ramo que permanece na videira produz muito fruto. Não apenas fruto, mas muito fruto. Uma videira produz uvas. Agora, o que produz um ramo da Videira ver-dadeira Jesus não explica. Mas dá uma pista quando, mais adiante no texto, faz menção do amor e dos mandamentos.

E tem, é claro, ramo que permanece na videira, mas que não produz fruto. O viticul-tor se contenta com ramo que dá sombra? Não. (A rigor, ele, o Pai, que está acima, não precisaria dessa sombra que fica abaixo...) Ramo conectado, mas sem produtividade é peso morto; acaba cortado. Este é um quadro sombrio, um cenário assustador, mas é bem possível – Judas Iscariotes que o diga!

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ML – O Que SIgnIfICa a “pOda” dOS raMOS na vIda dO CrIStãO?

Scholz – Existe outro aspecto relaciona-do com o ramo produtivo. A gente esperaria que o ramo produtivo fosse elogiado, “adu-bado”, preservado (e hoje já colocam telas protetoras por cima dos parreirais), etc. Para nossa surpresa, “os ramos que dão uvas ele [o viticultor, Deus] poda a fim de que fiquem limpos e deem mais uvas ainda” (v.2). A gente sabe que é assim que funciona num parreiral. Tem o tempo certo de fazer a poda, e, se não se fizer a poda (o corte das pontas dos ramos), a produção diminuirá. No Brasil, em regiões tropicais (mais ao Norte), é preci-so fazer duas podas por ano, porque a planta não hiberna (não “morre” no inverno). Jesus poderia ter passado essa parte por cima. Afinal, existem outros detalhes relacionados com a videira que ele não menciona. Mas ele menciona este detalhe porque é importante. A Igreja de Cristo nunca está sem a cruz, mas quem gosta de estar sob a cruz? Por isso a nossa surpresa.

Produzir muito fruto inclui o pedir em oração. Não tanto o pedido individual ou, quem sabe, egoísta, mas o pedido como Igreja. Este fruto – e outros tantos, muitos frutos – glorificam o Pai, além de caracterizarem os discípulos e as discípulas.

Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Es-tas palavras de Jesus são tão verdadeiras e tão importantes hoje quanto elas sempre foram. Elas foram ditas num momento bem especí-fico. Trata-se do contexto em que, num longo discurso (que inclui João 15), Jesus se despede de sua Igreja (representada pelos apóstolos, na última ceia). Mais do que despedida, as pala-vras de Jesus são o seu testamento, o legado que ele deixou para a sua Igreja. Entre outras coisas, ele nos deixou uma bela descrição da Igreja: Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Ele disse quem ele é. E nos disse também quem nós somos. Não por nós mesmos, mas sempre nele.

ML – exISte aLguMa reLaçãO entre aS “pOdaS” nOS raMOS da vIdeIra Men-CIOnadaS nO textO bíbLICO e aS “pOdaS” feItaS nOS fIChárIOS/CadaStrOS daS COngregaçõeS?

Scholz – Jesus fala sobre a “poda”, mas não entra em detalhes quanto a como isso é feito. Num primeiro momento, poderíamos pensar que podar é eliminar o ramo, mas este não

é o caso. Há uma eliminação de ramos, sim, mas tratam-se dos ramos improdutivos. E o que nos surpreende é que Jesus diz que são ramos que “estão nele” (Jo 15.2), mas não pro-duzem frutos. A gente esperaria que, estando na Videira, Jesus, eles deveriam produzir frutos! Seja como for, “podar” não é eliminar da videira; podar é intervir para que aumente a produção de frutos. Como se dá essa poda? Jesus não explica. A gente poderia pensar que as situações do dia a dia, as dificuldades da vida cristã “podam” os ramos produtivos. Isso faz sentido. Agora, Jesus explica que os ramos são limpos por meio da sua Palavra. A Palavra de Deus é Palavra de Lei e Palavra de Evangelho. Se pensarmos nesses termos, podemos dizer que somos podados nessa dinâmica em que Deus nos mata (pela Lei) e dá vida (pelo Evangelho).

Como isso se relaciona com as “podas” fei-tas em cadastros de congregações? Apesar de se usar o mesmo termo, são coisas diferentes. Seria mais natural relacionar essas revisões no cadastro de membros com o corte dos ramos

improdutivos. Seja, porém, a poda ou o corte de ramos, isso não poderia jamais ser feito de forma automática, como que num decurso de prazo. A passagem do tempo não é a solução deste problema, mas o cuidado pastoral feito pela aplicação de Lei e Evangelho.

ML – neSte COntextO de vIdeIra, ra-MOS e frutOS, QuaL O papeL dOS departa-MentOS na vIda da IgreJa? é SufICIente O CrIStãO partICIpar dOS departaMentOS Ou é IMpOrtante/neCeSSárIO taMbéM par-tICIpar dOS CuLtOS reguLareS? pOr Quê?

Scholz – O ensino de Jesus sobre a videira e os ramos destaca de modo todo especial a importância de permanecer em Cristo. (O verbo “permanecer” é o termo que mais vezes se repete neste trecho de João 15.) Os departamentos foram, inicialmente talvez, concebidos como agências de serviço (o an-tigo termo em alemão, “Frauenhilfe” [“ajuda das mulheres”], apontava nessa direção), mas são também oportunidades para que se firme ou solidifique esse vínculo com a videira por

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foto: leandro r. camaratta

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Mais do que despedida, as palavras de Jesus são o seu testamento, o legado que ele deixou para a sua Igreja. Entre outras coisas, ele nos deixou uma bela

descrição da Igreja: Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Ele disse quem

ele é. E nos disse também quem nós somos. Não por nós mesmos, mas

sempre nele.

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meio da fé. Para tanto, é fundamental que a reunião do departamento seja, em primeiro lugar, um momento de estudo da Palavra de Deus. Mas, é claro, uma reunião de departa-mento não pode tomar o lugar do culto. Nada pode substituir o culto. Até porque o culto é mais completo do que qualquer outra reunião na igreja. Onde mais temos, num mesmo momento, absolvição de pecados, louvor, con-fissão do nome de Deus, meditação em sua Palavra, oração, celebração dos sacramentos e comunhão fraterna? Portanto, o ideal de todo cristão é participar dos cultos regulares e, na medida do possível, comprometer-se com as atividades da igreja, em particular através dos departamentos.

ML – O SenhOr faLOu Que nãO teM COMO ter IgreJa SeM ter reunIãO (dO pOvO de deuS). COMO pOdeMOS entender ISSO eM teMpOS de MúLtIpLOS fOrMatOS dIgItaIS de COMunICaçãO e InteraçãO?

Scholz – De fato, quem é de igreja não pode reclamar do fato de haver reuniões na igreja, em particular a grande reunião festiva do culto. Afinal, “igreja” é um termo que designa “assembleia”, “reunião” (mesmo que muitos queiram, numa exegese forçada, derivar o termo do verbo grego que significa “chamar para fora”). A igreja é Igreja no senti-do pleno da palavra quando se reúne. Ela exis-te, é bem verdade, dispersa no mundo, mas, quando se reúne ou pode se reunir (o que, em muitos lugares, não ocorre sem riscos, como podemos ver, por exemplo, na Nigéria), des-fruta de uma grande bênção. Existem, hoje, formas de interagirmos e nos comunicarmos à distância. Na verdade, podemos ouvir algo que vem de longe (“tele-fonia”) e podemos ver algo que está distante (“tele-visão”), mas não podemos (até hoje ao menos não) transmitir o toque (pelo tato), o odor e o paladar. Em outras palavras, não temos como abraçar à distância ou transmitir um cheiro através de canais

eletrônicos. Assim, para termos o abraço dos irmãos, precisamos da reunião presencial. E, acima de tudo, para sentirmos o cheiro e o gosto da Palavra de Deus visível, precisamos nos reunir. Essa Palavra de Deus visível é a Santa Ceia. A celebração da Santa Ceia é, no culto, uma experiência multissensorial, pois envolve todos os sentidos: vemos o que se passa, ouvimos (em especial as palavras com que Cristo instituiu a ceia), cheiramos (no caso, o vinho), sentimos o gosto (do pão e do vinho) e somos tocados pelos elementos (que recebemos em nossa boca). Poderíamos também ser abraçados pelos irmãos – o que envolve o tato, embora isso em geral fique para o momento da saída da igreja. Assim, ouvir um culto ou ver um culto pela televi-são é uma bênção, especialmente se temos dificuldade de locomoção. Entretanto, nada é tão completo quanto estar fisicamente no culto, especialmente se pensarmos em termos de celebração da Santa Ceia.

foto: www.markol.com.br

Mesa diretora na abertura do Congresso Nacional da LSLB. Da esquerda para a direita (ao centro) estão: pastor Egon Kopereck (presidente da IELB), Roberto Lunelli (prefeito de Bento Gonçalves) e Juliana Lindenmeyer (presidente da LSLB).

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Vem aí:SimpóSio internacional de miSSão

“testemunho, misericórdia e vida em comunhão: o futuro da missão do cristianismo” (Gálatas 2.9-10).

de 4 a 6 de julho de 2012, no Seminário concórdia, São leopoldo, rS.

www.seminarioconcordia.com.br

centro internacional de treinamento missionário (citm)

A vida no Seminário

N ossa Igreja está distribuindo um cartaz com o convite: “VEM PARA O SEMINÁRIO” e “VEM SER PASTOR”. É um

convite de Deus através da IELB.Muitas entidades têm seminários ou

instituições semelhantes – nossa Igreja tem o Seminário Concórdia. Muitos pergun-tam por que ter este Seminário; outros vêm conhecê-lo, se emocionam, fazem fotos do campus que está localizado às margens da BR 116, num espaço de 10,5 hectares, pró-ximo à cidade de São Leopoldo, RS. Neste ano, em 27 de outubro, nosso Seminário completará 109 anos de existência.

a vIda nO SeMInárIOUm dos significados da palavra seminá-

rio é viveiro. Viveiro é um lugar onde se vive, mas também tem como objetivo a criação de animais ou plantas.

A vida no Seminário é muito especial. Aqui não tem pai nem mãe, mas é uma gran-de família de irmãos. Todos se conhecem e cuidam uns dos outros. É uma vida simples, porém muito bonita e cheia de coisas que vêm de Deus. Temos alunos solteiros, que vêm logo após terem concluído o Ensino Médio – Deus os traz mais cedo para o Se-minário. Hoje também temos muitos alunos já casados, e alguns casais com um ou mais filhos. Todos são bem-vindos e Deus os traz na hora certa. São preciosas vocações.

Uma atenção especial que o Seminário dispensa aos alunos é com respeito a sua alimentação e outras necessidades básicas. A Associação de Senhoras Amigas do Semi-nário (ASAS) é uma verdadeira “mãe” para os alunos, pois as mulheres desta associação estão sempre prontas para ajudar. A PROVE-DORIA cuida especialmente da alimentação. Além disso, os Distritos da IELB têm parti-cipado com grande bênção; é impossível descrever aqui a sua importância.

a IMpOrtânCIa dO SeMInárIOA grande importância do Seminário está

na Teologia, nas aulas, no ensino da Palavra de Deus. Afinal, o Seminário forma todos os

pastores de nossa Igreja – os que cuidam de nossa vida espiritual, da nossa jornada para o Céu; os que nos pregam o Evangelho, a Palavra de Deus.

Não há parâmetros humanos que possam medir o que o Seminário faz, pois ele trabalha na formação de pregadores da Palavra, o que dinheiro nenhum consegue pagar. Quando Deus fala deles, ele mesmo diz: “Que formo-sos são os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a salvação” (Is 52.7).

“VEM SER PASTOR! VEM PARA O SE-MINÁRIO!”

benJaMin Jandt | Provedoria do Seminário Concórdia

| EducAçãO tEOLÓGicA |foto: dieter j. jagnow/ arQUiVo editora concÓrdia

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18 Mensageiro | Março 2012

Page 19: Mensageiro Luterano - março 2012

Providências divinas

P or exatos 3.960 dias, Deus nos deu o privilégio de cuidar do sr. Ricardo Iurk. Foi um caminho longo e de muito aprendizado.

Aprendemos o valor da união, dos prin-cípios cristãos, a amar verdadeiramente e a ser resignados e pacientes. Aprendemos que temos muito a dar, e mesmo nas dificul-dades, podemos rir e nos divertir com elas. Aprendemos que sozinhos não somos nada, mas que com Deus somos tudo. Aprendemos a conhecer um ao outro pelo simples olhar. Aprendemos a fazer um pouco de tudo, e que ninguém poderia mudar (aumentar ou diminuir, antecipar ou atrasar) a bela histó-ria que o Ricardo tinha para viver.

A cada manhã, Deus renovava nossas forças e nossa paciência, especialmente de nossa mãe, que dedicava 100% de seu tempo a ele. Quanto mais Deus o deixou conosco, mais conseguimos amá-lo. O seu quarto virou sala de estar, de receber visitas; enfim, ele nos fazia companhia sempre.

Nos últimos 45 dias de vida, as dificul-dades ficaram ainda maiores, mas fomos vencendo... Ele sempre lutou com toda a sua força para viver.

Quis o bondoso Deus, que o rigoroso inver-no de 2011, no dia 6 de julho, terminasse para que ele fosse internado na UTI do hospital de São José dos Pinhais, PR, lugar mais próximo de casa, onde conseguimos vaga. Perguntamo--nos: Mas porque tão longe de casa? Todavia,

depois percebemos que também aí estava a mão bondosa de Deus. Pois, como ele faleceu neste dia à tarde, toda a logística do serviço funeral foi muito bem encaminhada.

Na capela do velório, recebemos os abra-ços calorosos e o encorajamento dos familiares e de muitos amigos. Reencontramos muitas pessoas solidárias e consternadas que iam e

“Nós cremos que Jesus morreu e ressuscitou; e assim cremos também

que, depois que Jesus vier, Deus o levará de volta e, junto com ele, levará os

que morreram crendo nele” (1Ts 4.14).

voltavam para dar o seu apoio com depoi-mentos maravilhosos, mensagens, flores, etc. Os que não puderam comparecer, ligaram ou passaram e-mails; outros nos abraçavam em silêncio porque palavras eram desnecessárias.

Em todas estas providências divinas, as lágrimas insistiram em rolar dos nossos olhos por vários momentos, mas eram lágrimas que vinham do fundo da alma em agradecimento a Deus pelo acolhimento que recebemos de todos e pela certeza do acolhimento do nosso pai Ricardo lá no Céu. Lágrimas de agradecimento pelo pai, esposo, tio, padrinho, avô, amigo e ser-vo de Deus durante toda a sua vida. Lágrimas de agradecimento pela maneira como tudo aconteceu, cada detalhe que Deus planejou para este dia. Agradecemos a mensagem e as orações deixadas, pelo pastor Nelson Lautert e Elvis Nerich, pela presença dos demais pastores.

Na hora final, seu corpo foi baixado à sepultura com chuva de pétalas de rosas, ao som de fortes vozes cantando “Mais perto quero estar, meu Deus, de ti” (HL 422). Um cenário inesquecível... Deus havia pintado ao fundo um por do sol deslumbrante, um céu azul anil com o horizonte deslumbrante e um joão de barro cantando na despedida de alguém que gostava muito da natureza.

Por tudo, louvor, honra e glórias a Deus, saudades do Ricardo e gratidão a todos!

adir, ricardo Jr, Mirian e família | Curitiba, PR

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Mensageiro | Março 2012 19

| tEstEMuNHO |

Page 20: Mensageiro Luterano - março 2012

20 Mensageiro | Março 2012

| rEAçãO dO LEitOr |

Virando a página

“Sou aluno do 6º ano do Curso de Te-ologia do Seminário Concórdia e gostaria de parabenizar o sr. Daltro Kautzmann, membro da IELB em Pelotas, RS, pela bela reflexão que nos trouxe no Virando a pági-na da edição de janeiro/fevereiro de 2012.

É grande verdade que a correria do dia a dia e também as prioridades “desreguladas” impulsionam o ser humano – o cristão tam-bém – a olhar tão somente para o amanhã. Com isso, não vive o hoje e esquece como Deus esteve ao seu lado no ontem.

Como pastores ou estagiários, ouvimos muito as palavras que o Daltro mencionou: “todas as religiões são boas; nenhuma pode ser contestada; Deus é um só...”. No entanto, sabemos que isso não é verdade.

Daltro trouxe citações bíblicas e do Livro de Concórdia, que motivam e forta-lecem o membro da IELB que ama a sua Igreja e, certamente, é compromissado com o trabalho no Reino de Deus “saben-do que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58).

Quão melhor seria para a nossa Igreja, o mundo e o cristianismo se TODOS as-sumissem fielmente o lema geral da IELB (Cristo Para Todos) e se cada um fizesse a sua parte como uma parte do corpo de Cristo – o que, deveras, somos!

edeniLson Gass | Seminário Concórdia, São Leopoldo, RS

Dados estatísticos da IELB

No Mensageiro Luterano de janeiro/fevereiro 2012, o pastor Rony Marquardt apresenta alguns dados estatísticos de nossa IELB que gostaria de comentar.

No Planejamento 2010, estavam pre-vistos o aumento de nossa membresia para 300 mil pessoas, participação nos cultos de 60%, a IELB iria sustentar in-tegralmente o Seminário, o Mensageiro Luterano teria 15 mil assinantes, entre outras metas. Como não foram alcança-das, foi feito um planejamento com me-tas mais modestas para 2014. Aumento de 10% no número de membros, de 10% na participação dos cultos e teríamos 11 mil assinaturas do Mensageiro, para ficarmos nestes três itens.

Qual a nossa situação, conforme o relatório do pastor Rony?

De 2006 a 2010, tivemos um aumen-to acumulado de 3,5% no número de membros, cerca de 8 mil pessoas, sendo que no período 2009/2010 aumentamos 220 pessoas. Neste mesmo tempo, a população brasileira aumentou 7,82%, índice que é considerado baixo para a manutenção de uma raça e de uma cultura. Estamos diminuindo nossa participação na distribuição religiosa da população brasileira. Neste mesmo perí-odo, a membresia das chamadas igrejas

evangélicas (tradicionais, pentecostais e neopentecostais) aumentou em 27%. A nossa participação nos cultos diminuiu em vez de aumentar. Temos 33% dos membros frequentando regularmente os cultos. E quem frequenta os cultos em comunidades de cidades maiores e capitais constata que em muitos luga-res este índice é bem menor, em torno de 10/15%. E o número de assinantes do Mensageiro, a revista que além de matérias de orientação espiritual traz notícias e é o porta-voz oficial da IELB, continua a patinar nos 8 mil assinantes.

Em minha opinião, nestes planeja-mentos falta um ponto que consta em todo planejamento: falta indicar quem vai ser responsável pelo acompanhamento da implantação das metas planejadas. Seja a Direção Nacional, ou os Conselheiros Distritais, ou os Líderes Leigos, alguém deveria ser indicado para acompanhar e cobrar a execução das metas propostas para atingir os resultados pretendidos.

ricardo GoerL | Pomerode, [email protected]

REDAçãO: O sr. Ricardo ainda escreveu sobre outros assuntos de interesse da

IELB. Pelo tamanho do texto, ficarão para uma próxima oportunidade.

| IELB EM NÚMEROS |

A IELB em números

A IELB finalizou o ano de 2010 com 238.281 membros filiados a 519 paróquias, atendidas por 601 pastores, distribuídos nas

seguintes regiões, conforme tabela 1.Em termos percentuais, vemos que quase

a metade dos membros está no Rio Grande do Sul (48,7%), e ¾ deles estão na Região Sul (74,5%). Mas as regiões que mais têm crescido nos últimos dez anos são a Região Norte (39,4%) e a Nordeste (21,4%). Entre 2001 e 2010, a IELB cresceu 8,4% (gráfico 1).

O gráfico 2 apresenta a história da IELB em números, desde a sua fundação em 1904, quando tinha 2.926 membros, 14 paróquias, 14 locais e 14 pastores. Ao final do ano de 2010, a IELB contava com 238.281 membros, 519 paróquias, estando presente em 2.097 locais (congregações e pontos de pregação e missão) e somando 848 pastores, 601 deles atuando em congregações.

No ano de 2010, a IELB ganhou 220 novos membros, uma taxa de crescimento de 0,09%, bem abaixo da média dos últimos anos. Foram realizados 2.884 batismos de filhos de luteranos, 2.997 adolescentes foram confirmados e 1.088 casamentos foram celebrados. Aconteceram 3.812 pro-fissões de fé e 3.609 pessoas deixaram de ser membros da IELB.

ATIVIDADESAconteceram 57.694 cultos, com uma

frequência de 3.063.005 pessoas, uma média de 53 pessoas por culto. Cerca de um terço (33,1%) dos membros participou dos cultos.

Foram realizadas 46.641 celebrações da Santa Ceia, com uma participação total de 1.722.565 comungantes, uma média de 37 pessoas por celebração. A média de partici-pação à Santa Ceia é de pouco mais de 26,9%. O número de cultos normais, com celebração da Santa Ceia, aumentou consideravelmente. Em 1998, 59% dos cultos eram realizados

com celebração da Santa Ceia. Em 2010, este percentual chegou a 80,8%.

Foram realizados 25.483 estudos bí-blicos, com uma participação de 390.382 pessoas. Houve 145.378 visitas, das quais 125.738 foram realizadas por pastores. Tam-bém foi relatada a existência de 7.265 depar-tamentos nas congregações, que realizaram 122.884 reuniões, com uma frequência total de 1.350.916 pessoas.

Em relação ao movimento financeiro, houve uma entrada média de R$ 93.303,00 por paróquia, e de R$ 70.141,00 como ofer-tas próprias, o que representa 75,2% da receita. Cada membro da IELB ofertou R$ 143,06 em 2010. A contribuição para a IELB ficou em 6,7%.

PLANEJAMENTO IELB 2014Desde 1998, a IELB procura concentrar

seus esforços escolhendo buscar os alvos estabelecidos no planejamento da Igreja como sínodo. Assim, os planejamentos da

IELB para 2004 e 2010 foram elaborados em cada paróquia e pelo Conselho Diretor da IELB, e atualmente unimos forças com o Planejamento IELB 2014.

NOVOS LOCAIS PARA PASTORES

Com certeza, a maior de todas as van-tagens do Planejamento é a possibilidade de, cada vez mais, levar a Palavra de Deus a mais pessoas. Assim, dentro do período do Planejamento IELB 2004 (1998 a 2003), foram abertos 122 novos locais para colo-cação de pastores. No período do Planeja-mento IELB 2010 (2004 a 2010), foram 176 novos locais. E, dentro do Planejamento IELB 2014, já contabilizamos 24 novos lo-cais neste ano de 2011. A tabela 2 mostra estes locais por região.

PERSPECTIVAS E DESAFIOSCom a análise anual dos dados esta-

tísticos da IELB, verificamos problemas e

RONY RICARDO MARQUARDTResponsável Cadastro e Estatística IELB

48,7%12,2%

13,6%

2,6%

12,4%

0,5%

1,1%

8,7%

Membros por Região

RS

SC

PR

SP/RJ

ES/MG

Nordeste

Norte

Oeste

GRÁFICO 1

40 MENSAGEIRO | JAN E FEV 2012

dificuldades da IELB, bem como as bênçãos e alegrias que Deus proporciona, apontan-do também para os desafios que precisam ser vencidos. Gostaríamos de fazer três destaques:

1 Somos uma Igreja que cresce rica-mente abençoada por Deus. Nos

últimos cinco anos, foram 15.000 batismos. Além disso, 22.328 pessoas ingressaram na IELB por profissão de fé, o que representa 9,4% do número atual de membros.

2 Porém, um dos problemas recor-rentes da IELB é o alto número de

membros que se perdem a cada ano, pois além de abandonos, perdem-se muitos também no processo de transferência de

A IELB NAS REGIÕES

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1. Rio Grande do Sul 20 195 535 254 233 134 116.1232. Santa Catarina 5 55 196 51 66 23 29.1113. Paraná 9 78 220 53 84 23 32.4514. São Paulo e Rio de Janeiro 3 31 43 18 36 18 6.2875. Espírito Santo e Minas Gerais 6 59 190 52 78 14 29.4406. Nordeste 2 9 19 12 10 1 1.2987. Norte 3 20 41 39 21 12 2.7258. Oeste 7 72 226 148 73 23 20.846

TOTAIS 2010 55 519 1.470 627 601 248 238.281Dados de 2009 55 513 1.458 656 588 250 238.061

Diferença 2009 / 2010 0 6 12 -29 13 -2 220

Região 2004 2010 2014RS 53 64 9SC 12 11 2PR 11 20 1SP/RJ 5 15 3ES/MG 22 24 4Nordeste 3Norte 5 9 2Oeste 14 30 3

TOTAL 122 176 24

Planejamento IELB

uma congregação para outra e na limpeza de cadastro de membros das congregações. Nos últimos cinco anos, este número che-gou a 19.429 pessoas que saíram da IELB, nada menos do que 8,2% do número de membros atual. O que fazer para estancar esta ferida aberta que temos na IELB? Será que podemos deixar que estas pes-soas continuem saindo sem fazer nada? Ou podemos oferecer a elas o Evangelho da salvação e uma proposta de trabalho conjunto no Reino de Deus? Com certeza, muitos abandonam a sua congregação por não se sentirem úteis, por não serem acolhidos na comunhão e integrados no trabalho. Somos uma Igreja fundamen-

tada sobre a rocha firme, Jesus Cristo, e assim podemos compartilhar o seu amor e capacitar as pessoas para a vida cristã. Muitas são as oportunidades de serviço na Igreja, e é na participação nesta obra que as pessoas reconhecem sua importância e continuam na IELB.

3 Mesmo após a entrada de 14 novos pastores ao final de 2011, a IELB

continua com 24 paróquias vacantes, sem contar diversos desafios missionários e a necessidade de mais pastores em muitas paróquias. A reposição destes pastores somente acontece em médio prazo, pois o período de formação de um pastor leva, no mínimo, seis anos. Com uma necessidade média de 40 novos pastores a cada ano, e com a perspectiva de formatura de uma média de 17 pastores por ano nos próximos cinco anos, como atender a crescente de-manda? Fica aqui um incentivo bem espe-cial para o recrutamento de novos alunos

para o Seminário.A Igreja comunica

a Vida é o lema que dirige a IELB neste quadriênio 2011-2014. A comunicação da Vida é a vida de uma Igreja que está unida na missão de Deus. Nesta certeza, avan-çamos ano após ano, analisando a história da IELB que nos é con-tada a partir dos seus números. Eles nos re-velam como Deus está em ação entre nós pela sua Palavra e pelos sa-cramentos, tornando real e efetivo o Cristo para todos.

TABELA 1 TABELA 2

GRÁFICO 2

M

MENSAGEIRO | JAN E FEV 2012 41

Q uando viajamos e fi xamos o nosso olhar pela janela de um ônibus para admirar a paisagem, vivemos um

momento enganoso. A impressão é a de que os postes de luz, as placas de trânsito, as casas, os animais nos campos, os lagos e as pessoas passam por nós. No entanto, somos nós que passamos por eles.

Vivemos o “hoje” e não viveremos mais o “ontem”. Quando passamos por mais uma página, é importante verifi car como passamos pela anterior. Se nos desviamos, podemos voltar para o caminho certo. E a Palavra de Deus está aí para os que a buscam. Ela é a luz, o caminho... E é eterna. Ela não passará.

Um dos desvios foi provocado pelo individualismo. Ele nos tentou sugerindo que não ouvíssemos tanto o clamor dos que vivem na miséria, espiritual e material. O egoísmo fez com que não sentíssemos a falta dos idosos em nossos lares, que foram colocados em asilos sem qualquer justifi cativa plausível para não serem ampa-rados no seio da família. Além disso, nem sempre trabalhamos para a sobrevivência; trabalhamos também para acumular ri-quezas, deixando fi lhos crescerem reféns da televisão e da internet, sem a disciplina e o acompanhamento para mantê-los no caminho do Senhor.

Contudo, a graça de Deus é inesgo-tável. Deus não nos abandonou em sua

Palavra e em seu sacramento. Podemos viver momentos de alegria e felicidade ple-nas com as nossas famílias e irmãos na fé. A liberdade de culto e adoração, o direito de expressão e de testemunho, o direito de ir e vir e o voto permitem que exerçamos uma cidadania cristã. Recebemos muitas bênçãos e as compartilhamos com os mais próximos e os que não conhecemos. Lute-ro fornece um texto consolador: “Assim a fé é obra divina em nós, que nos transforma e novamente nos gera de Deus, e mata o velho homem, torna os homens comple-tamente diferentes no coração, no ânimo, na mente... É impossível, assim, separar as obras da fé, tão impossível como separar do fogo o queimar e o iluminar” (FC _SD IV,10-12_LC pg. 592). Portanto, afi rmar que os cristãos não fazem nada não é verdade.

Quando viramos a página de mais um ano, deparamo-nos com uma página em branco. Nesta página em branco, as palavras “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” não são meras expectativas, mas, sim, a verdade selada para mais uma caminhada com Deus em sua Palavra, que não passará.

O simples fato do que está por vir e ainda não veio gera angústias, ansieda-des e toda a sorte de inseguranças. Isso não deve nos assustar, pois existe a promessa: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confi a nele, e o mais

ele fará” ( Sl 37.5). O alimento espiritual deve ser buscado

com regularidade. As tentações não vão cessar; pelo contrário, se apresentarão de forma mais sutil, usando a própria Palavra de Deus para enganar: “Todas as religiões são boas. Nenhuma pode ser contestada. Deus é um só...”. Aumentará a pressão para implantar na educação valores com prin-cípios de ordem ética e morais pagãs. Os cristãos serão os mais perseguidos – hoje, já o são. Não é em vão que, no mesmo texto de Jesus em Lucas, ele admoesta: “Vigiai, pois, a todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas coisas [...] e estar em pé diante do Filho do homem” (Lc 21.36).

Que o consolo, a esperança e a paz de espírito habite em todos nós, pela promessa de Jesus: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consu-mação do século” (Mt.28.20).

“Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão”(Lc 21.33)

50 MENSAGEIRO | JAN E FEV 2012

DALTRO KAUTZMANNPelotas, RS

| VIRANDO A PÁGINA |

M

“O meu viver é Cristo

e lucro o meu morrer;

estou bem certo disto:

a glória eu hei de ver”

(Hino 520 - Hinário Luterano)

Tudo passa, menos a Palavra

Page 21: Mensageiro Luterano - março 2012

Mensageiro | Março 2012 21

Editado por aLine G. koLLer aLbrecHt, jornalista, e tiaGo José aLbrecHt, pastor em Curitiba, PR. Contatos para

esta seção: [email protected].

| uMAs E OutrAs |

Vaga para pastor em classificados

O jornal Gazeta do Povo de Curitiba, PR, do dia 27 de janeiro publicou nos classificados um anúncio de emprego para pastores. No texto, o dono da denominação pede para que os interessados pela vaga tenham sido pastores das igrejas Universal do Reino de Deus ou Mundial do Poder de Deus. O bispo Antônio José explica que precisa de um pastor para uma nova igreja que está sendo aberta na cidade de São José dos Pinhais, SP. A vaga é para trabalhar na Igreja Global do Poder de Deus, um ministério novo com sede em Ponta Grossa, PR.

Fonte: www.noticias.gospelprime.com.br

Pesquisa com pastores americanos

O Instituto Francis Schaeffer de Desenvolvimento de Liderança Eclesiástica (FASICLD – Francis A. Schaeffer Institute of Church Leadership Development), juntamente com o Instituto Fuller, iniciou em 1989 uma pesquisa com pastores americanos, e o resultado foi preocupante. Segundo a pesquisa, 1.500 pastores abandonam o ministério todo mês nos Estados Unidos por conta de desvios morais, esgotamento espiritual ou brigas na igreja. Além disso, 80% dos pastores se sentem desqualificados para o exercício do ministério; 50% deles afirmaram que se pudessem deixariam o ministério; 70% dos pastores americanos lutam com a depressão e 70% afirmaram que só leem a Bíblia quando preparam seus sermões.

Fonte: www.creio.com.br

Luterano no Cirque du Soleil

O jovem Eliézer Vander Brock, Congregação Santíssima Trindade de Curitiba, PR, foi selecionado para fazer parte do casting do Cirque du Soleil, um dos maiores do mundo. Sob a alcunha de Wilson, Eliézer é integrante da Cia dos Palhaços, um grupo teatral que estuda e desenvolve a arte do palhaço em Curitiba.

Fonte: www.gazetadopovo.com.br

Frequentar a igreja diminui a pressão arterial

Um estudo norueguês, publicado no International Journal of Psychiatry, mostrou que quanto mais tempo uma pessoa passa na igreja, menor é a sua pressão arterial. As informações são do Huffington Post. Os pesquisadores analisaram os dados de aproximadamente 41 mil noruegueses sobre a frequência das idas à igreja e a pressão arterial. Mesmo após a exclusão de fatores como idade, doença cardíaca, depressão e nível de escolaridade, os pesquisadores ainda encontraram uma associação entre ir à igreja com frequência e um menor nível de pressão arterial.

Fonte: www.saude.terra.com.br

Pastor luterano recebe prêmio

o pastor Marco antonio Jacobsen (d), congregação são Paulo de canoas, rs, ganhou o Prêmio Betinho atitude cidadã, equivalente ao rio Grande do sul. ele foi premiado por desenvolver iniciativas de inclusão social em galpões e cooperativas de reciclagem de lixo na cidade. esta é a segunda vez que um pastor da ielB recebe o prêmio. em 2010, quem recebeu foi o pastor irmo Wagner.

Fonte: www.toquedevida.blogspot.com

fotos: arQUiVo editora concÓrdia

Page 22: Mensageiro Luterano - março 2012

| iGrEJAs PELO MuNdO |

22 Mensageiro | Março 2012

Pastores da IELB no contexto da igreja global

N a Escritura Sagrada, aprende-mos que a Igreja de Jesus Cristo é para todos os povos. É da vontade de Deus que todos os

povos o louvem (Sl 67). Jesus mesmo instituiu o santo ministério pastoral e comissionou pas-tores e leigos – toda a sua Igreja – a proclamar o seu Evangelho para todas as nações.

Através da proclamação do Evangelho, o Es-pírito Santo chama e congrega a Igreja, dentre todas as nações, em um só Salvador e Senhor Jesus Cristo, em uma só fé e em um só Batismo, como o rebanho que segue a voz do Bom Pastor. Sob esse mesmo Espírito Santo, a IELB tem tra-balhado em colaboração com a Igreja Luterana Mundial. Existem vários pastores luteranos, em diferentes países, servindo no ministério e nas missões de nossas igrejas irmãs.

faMíLIa dO paStOr LeOnardO neItzeL

Acompanhado de minha esposa, Maria, estou servindo a Lutheran Church - Canada (LCC) desde 2003; primeiro como pastor da Bethlehem Lutheran Church em Vancouver,

British Columbia, e atualmente como diretor das Missões e Serviço Social da LCC no Canadá e em diversas partes do mundo, como Camboja, Tailândia, Ucrânia, Nicaragua, Costa Rica e Hon-duras. Além da direção e coordenação nessas regiões, atuo também como consultante na área de missões, educação teológica e serviço social junto a diversas organizações nacionais e internacionais.

Eu e minha esposa residimos atualmente em Winnipeg, Manitoba, onde está localizado o escritório central da LCC. Participamos de diversas atividades na congregação onde somos membros e coordenamos uma missão de iniciativa pessoal da família em uma região remota no Cariri, próximo à Várzea Alegre, CE.

Um dos nossos filhos, Otto Neitzel Neto, é pastor da Congregação Cruz de Petrópolis, Porto Alegre, RS, e é casado com Scheila Lüdke, filha do pastor Reinaldo e Daise Lüdke. O pastor Otto tem formação em Letras-Alemão/Português pela Unisinos e Letras-Inglês pela Ulbra; exerce parte de seu ministério na Escola Internacional Panamericana de Porto Alegre, onde leciona Língua Inglesa. Scheila é formada

em Pedagogia, trabalha como professora de Educação Infantil e está cursando mestrado na área de educação infantil na UFRGS.

Nosso segundo filho, Leonardo Filho, é formado em Biologia e Ciências Ambientais pela Concordia University Wisconsin, EUA. Reside em Montreal e trabalha atualmente no Leste Canadense como auditor de operações na indústria de minérios.

Nossa sobrinha e filha adotiva, Ana Paula Schreiber, é casada com o pastor Iromar Schrei-ber e tem dois filhos, Tales (5 anos) e Johannes (2 anos). Residem atualmente em Springfield, MO, Estados Unidos, onde o pastor Schreiber exerce seu ministério com uma equipe de pastores da Redeemer Lutheran Church.

Tenho expressado constantemente minha gratidão a Deus pelo privilégio de ter sido chamado por ele para servir sua Igreja e sua missão em conjunto com minha família no Brasil e no exterior. Servos do Salvador Jesus Cristo é tudo e somente o que queremos ser, pois ele entregou sua vida ao sofrimento e à morte, derramando seu precioso sangue, na cruz do Calvário, por nós e em nosso lugar, para

Família Neitzel reunida no Canadá. Nas fotos menores, o casal Otto e Sheila e a sede da LCC

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Page 23: Mensageiro Luterano - março 2012

Mensageiro | Março 2012 23

Pastores da IELB no contexto da igreja global

plano estratégico trienal de ação que abrange oito temas principais: 1) cultivo de congrega-ções que vivem a fé ativa em amor ao próximo; 2) engajamento de crianças, jovens e adultos em frentes de missão; 3) Fortalecimento da educação e ensino da fé Luterana; 4) aumento e viabilização de recursos para a missão da Igreja; 5) reafirmação e articulação de nossa confissão de fé num mundo em constantes e rápidas mudanças; 6) desenvolvimento de missões inovadoras e promoção de congregações inter-culturais; 7) fortalecimento da administração da Igreja; e 8) fortalecimento da comunicação na Igreja e para com o público.

Em sua mais recente convenção nacional, a LCC propôs sua atual temática baseada no Salmo 36.9: “Pois em ti está o manancial da vida; na tua luz, vemos a luz”. Está trabalhando e incentivando as congregações e organizações a promoverem entre seus membros o estudo regular e continuado da Palavra de Deus. Temos testemunhado em muitos setores as bênçãos desta iniciativa.

Membros individualmente, pastores, fa-mílias e grupos têm se proposto ao convívio diário com a Palavra pela leitura e meditação na mesma, começando por Gênesis indo até Apo-calipse, num período de dois anos. O incentivo não é para servir como uma meta temporária para uma tarefa que termina em dois anos, e pela qual talvez se receba uma condecoração; é antes um chamado para o qual o próprio Senhor e a própria Escritura nos apontam (Sl 119.110; Jo 8.47; Cl 3.16, etc.), bem como um começo ou recomeço de uma jornada de vida para muitos. “Habite, ricamente, em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espiritu-ais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).

A LCC enfrenta muitos desafios, entre eles citamos o declínio de sua membresia (especial-mente da geração mais jovem), as dificuldades financeiras de congregações, instituições teoló-gicas e das missões, a secularização e perversão de nossa sociedade, a influência das religiões pagãs, a apatia em geral quanto à Escritura Sagrada, Igreja e às coisas de Deus. Mesmo sob tais desafios, a LCC, embora pequena em nú-mero, tem sido sustentada pela graça de Deus e alcançado vitórias. Temos mantido nossa con-fissão pública inabalável da fé Luterana num contexto de mudanças constantes dos valores espirituais, éticos e morais. Temos procurado ardentemente expandir o testemunho de Cristo

no Canadá. Temos mantido nosso compromisso de continuar apoiando nossas missões no Ca-nadá e nos países onde a LCC atua, treinando e subsidiando pastores, diáconos, diaconisas, professores, evangelistas e outros obreiros. Te-mos levantado recursos financeiros e assistido populações afetadas por tragédias naturais no Haiti, Chile, Nicaragua, Paquistão, Japão, Etió-pia, Eritréia, Sudão, Camboja e outros países.

A LCC está ciente e alerta de que os campos de missão mundial estão se transferindo para o Canadá. Ela tem estabelecido estratégias para testemunhar o Evangelho para diversas etnias, recebendo indivíduos e grupos étnicos como membros da LCC. Em tudo, dizemos com o salmista: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua mise-ricórdia e da tua fidelidade” (Sl 115.1).

COnCLuSãOSomos gratos a Deus pelo privilégio que

a IELB tem em ceder pastores para servirem nossas igrejas irmãs no mundo em diversas frentes do trabalho ministerial e missionário. Da mesma forma, lembramos com gratidão os pastores de outras igrejas irmãs no mundo que imigraram para o Brasil e por muitos anos serviram ao Senhor da Igreja em nossa Pátria. É maravilhoso poder retribuir um pouco, com gratidão, aos que muito nos ajudaram quando a IELB se estabeleceu em solo brasileiro, tanto em bens materiais quanto espirituais.

Espera-se da IELB hoje, centenária, adulta e treinada, que continue dando de si para a proclamação do Evangelho no Brasil e no mundo, através do testemunho de Cristo por palavras e ações. Como diz o Apóstolo Paulo: “E isto afirmo: aquele que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará” (2Co 9.6). Deus tem dado a IELB um lugar muito privilegiado na sua missão para proclamar o Evangelho no Brasil, em outros países de fala portuguesa, no contexto latino-americano e norte-americano. Que o desejo e o objetivo da IELB continue sempre o mesmo do Salmo 67: “Que todos os povos te louvem, ó Deus, que todos os povos te louvem”.

que sejamos salvos e pertençamos somente a ele aqui e na eternidade. Não existe outro pri-vilégio do que este: sermos servos chamados pela graça de Deus.

a IgreJa Luterana dO Canadá

A LCC é razoavelmen-te jovem e pequena em números. Foi estabelecida como sínodo independen-te da Lutheran Church Missouri Synod em 1988. Hoje, conta com 312 con-gregações e cerca de 70 mil membros entre as costas do oceano Pacífico e do Atlântico. Possui dois seminários teológicos, um localizado na cidade de

Edmonton, Alberta, e outro em St. Catherines, Ontário. A LCC também desenvolve um progra-ma de formação teológica pastoral chamado Pastors With Alternate Training, atualmente sob minha coordenação. Esse programa prepara pastores para exercerem o ministério pastoral e missões em comunidades étnicas, frentes avançadas e em regiões remotas do Canadá.

Administrativamente a LCC é organizada por congregações, circuits (o que na IELB são chamados distritos), distritos e a administra-ção nacional. A LCC possui três distritos, que são: Alberta & British Columbia District, cujo escritório central está localizado na cidade de Edmonton, capital da província chamada Alber-ta; Central District, com escritório localizado na cidade de Regina, capital da província chamada Saskechewan; e o East District, com escritório localizado na cidade de Kitchener, Ontário.

A LCC exerce suas atividades baseada na sua afirmação teológico-missionária ou no lema que diz: “Pela graça de Deus, queremos efetivamente proclamar o Deus Triuno para que cresçamos na fé e no testemunho, e para que pessoas sejam incorporadas ao corpo de Cristo, a Igreja”. A LCC possui também um

Leonardo [email protected] Coordenação deste espaço: Carlos Walter Winterle Pastor em Cape Town, África do Sul [email protected]

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24 Mensageiro | Março 2012

Fazendo diferença na vida de uma comunidade

Biblioteca José Vieira _ Projeto missionário, educacional e cultural de Sítio Aruca, Ibicatu, Várzea-Alegre, Ceará

O Sítio Aruca está localizado a 36 km da cidade de Várzea-Ale-gre, município com distância de 467 km de Fortaleza, capital

do Estado do Ceará. Os moradores do Sítio Aruca viveram

isolados e sem assistência de governantes por muitos anos. Ainda hoje, é comum ou-vir pessoas dizerem que o Sítio Aruca fica onde tem uma plaquinha escrita “FIM”, significando fim do mundo – impressão que realmente se tem quando se visita este lugar pela primeira vez.

Em Dezembro de 2000, três fatores desencadearam mudanças positivas na maneira de viver dos habitantes do Sítio Aruca e adjacentes:

• Dia 25 – os moradores destas comu-nidades tiveram a oportunidade de, pela primeira vez, ouvir e assistir suas crianças encenando a história do verdadeiro Natal.

• Dia 26 – a energia elétrica chegou ao Aruca depois de dez anos de muita luta e espera.

• Neste mesmo período, é concebida a ideia da criação de uma mini-biblioteca

com a chegada de dez caixas de livros do-ados pelo Instituto Concórdia de São Paulo (IELB) e amigos da Ciranda Cultural Ed. e Distr. Ltda/SP.

Pela graça de Deus, após 11 anos de tra-balho voluntário e persistência, as dificul-dades foram superadas. Hoje, os moradores do Sítio Aruca e adjacentes contam com a Biblioteca José Vieira (BJV), com sede própria e estrutura básica na qual desenvolvem os seguintes projetos e atividades:

• Programa de Natal (anualmente desde 2000);

• Empréstimos de livros (desde 2001);• Pesquisas escolares pelos professores

e alunos (desde 2001);• Escola Bíblica semanal para crianças

(desde 2005);• Mini videoteca;• Mini brinquedoteca;• Clube de leitura (encontros semanais

desde 2008);• Projeto Brincando, Cantando e Apren-

dendo Inglês (desde 2009);• Reuniões mensais da Associação de Mo-

radores dos Alves e Adjacências (desde 2009);

• Projeto A Biblioteca José Vieira Vai às Escolas, iníciado em 2010, que consiste na visita mensal da coodenadora a duas esco-las dos sítios vizinhos - Fortuna e Guarani, levando livros infantis para empréstimo aos alunos de outras localidades que, de-vido à distância, não frequentam a sede da biblioteca;

• Escola Bíblica de Férias (Julho/2010 e Julho/2011).

prOpOStaS para 2012• Inclusão de algumas atividades

esportivas;• Maior integração entre a coordenado-

ra da biblioteca e os professores no acom-panhamento sistemático do rendimento es-colar dos participantes do Clube de Leitura;

• Continuar a ênfase no estudo da Bíblia (Leitura do Evangelho de Marcos, Credo Apos-tólico e memorização das orações de Lutero).

Como qualquer criança, as do Sítio Aru-ca gostam de brincar, correr, sorrir, cantar, aprender, são curiosas, amam, desejam ser amadas e sonham com um mundo melhor e mais justo. Neste contexto, a BJV, além

| MissãO E AçãO sOciAL |

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de ensinar sobre o amor Deus revelado em Cristo, oferece espaço e oportunidade para as crianças do sertão do Ceará revelarem suas habilidades, seus talentos, seus dons e serem capazes de ressignificar e reconstruir uma história diferente para sua comunidade.

A partir desta exposição, convidamos crianças e demais interessados de outras partes do Brasil a participarem deste projeto

educacional, missionário e social: • Orando pelas crianças e seus familiares;• Compartilhando cartinhas com as crian-

ças do Sítio Aruca para troca de experiências;• Doando literatura infantil de conteúdo

com valores positivos, educacionais, cris-tãos, sociais e humanitários, como amor, perdão, união, cooperação, honestidade, famíla, aceitação das diferenças, respeito para consigo mesmo, com o próximo e com o meio em que vivem.

Para mais informações e participação, contatar:

- Maria Alves Neitzel – [email protected].

- Maria Edilânia Vieira da Silva, residente do Sítio Aruca e Coordenadora da Biblioteca, [email protected].

“Ensina a criança no caminho em que deve

andar, e, ainda quando for velho, não se desviará

dele.” (Pv 22.6)

nota da redação: Este projeto é uma iniciativa, e tem o apoio e a coordenação da família Neitzel, mesmo morando longe do local. O pastor Leonardo e sua esposa, Maria Alves, servem a Igreja de Cristo através da Igreja Luterana do Canadá, onde residem na cidade de Winnipeg. Mais detalhes sobre a família Neitzel, você encontra nas páginas 22 e 23 desta edição.

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O Pequeno LuteranoA Educação Cristã em Tese

L ivros e revistas sempre fizeram parte do ensino das pessoas em todo o mundo. Na educação cristã, não é diferente. Eles são

ferramentas essenciais usadas como guia para ensinar a Palavra de Deus a crianças, jovens e adultos.

Um dos principais veículos pedagógicos produzidos pela Igreja Luterana no Brasil foi a revista O Pequeno Luterano, lançado com objetivos educacionais definidos e explíci-ta perspectiva doutrinária que se valeu o Sínodo de Missouri (atual Igreja Evangélica Luterana do Brasil) entre as décadas de 1930 e 1960.

Foi pensando nesta publicação, em sua importância e contribuição para a educação daquela época, que a professora Patrícia Weiduschadt, 41 anos, moradora de Cangu-çu, RS, elaborou sua tese e recebeu o título de doutora em educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Patrícia já vinha trabalhando com a temática educação e religião desde os estu-dos do mestrado. “Ao concluir o mestrado, percebi que ainda havia muitas questões educacionais a serem pesquisadas relacio-nadas ao Sínodo de Missouri, em especial no recorte temporal a partir da década de 1930. Assim, resolvi dar continuidade no

período de doutoramento a esta temática, sob o título: A revista O Pequeno Luterano e a formação educativa religiosa luterana no contexto pomerano em Pelotas, RS (1930-1960).”

ObJetIvO e abrangênCIa da peSQuISa

O objetivo da tese desenvolvida por Pa-trícia era analisar as estratégias de edição, produção e circulação, e sua rede de leitores, dirigida a alunos, professores e pastores da escola paroquial.

O estudo abrangeu a circulação do pe-riódico na região meridional do Estado do

Rio Grande do Sul e utilizou documentos impressos, em especial o conjunto de pe-riódicos disponibilizados para leitura em diferentes acervos, perfazendo um total de 277 periódicos, totalizando 2.339 páginas. Além de referenciais teóricos, a pesquisa se vale da memória de pessoas envolvidas com o periódico, coletando significativos depoimentos que ajudaram a responder as inúmeras questões que surgiram ao longo do processo investigativo.

a revISta – prOduçãO, CIrCuLaçãO e tIrageM

O referido impresso infantil era destina-do às crianças luteranas e foi produzido e editado pelo Sínodo de Missouri nas décadas de 1930 a 1960.

O periódico começou a ser editado em 1931 na língua alemã gótica com o nome de Kinderblatt, e circulou até julho de 1939 na língua germânica. Em setembro de 1939, a revista passa a ser editada em português e a ser chamada de O Pequeno Luterano.

O impresso circulou entre os luteranos principalmente na região Sul e Sudeste, tendo maior destaque no Estado do Rio Grande do Sul.

A revista foi planejada para educar e doutrinar, buscando formar a criança lute-

A revista foi planejada para educar e doutrinar,

buscando formar a criança luterana, além de subsidiar didaticamente a escola, tendo em vista também a formação do leitor, futuro membro

adulto da igreja.

| EducAçãO cristã |

Patrícia Weiduschadt fez uma pesquisa sobre a revista O Pequeno Luterano para sua tese de doutorado

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rana, além de subsidiar didaticamente a escola, tendo em vista também a formação do leitor, futuro membro adulto da igreja.

A publicação era mensal, embora algu-mas edições fossem bimestrais, em especial nos meses de janeiro e fevereiro, época das férias escolares. Em momentos de crise, apresentava pouca circulação. Na década de 1940, por exemplo, especificamente em 1945 e 1946, foram editados em torno de quatro e cinco periódicos por ano, de-monstrando as dificuldades encontradas no período de nacionalização do ensino.

É relevante o número de páginas pu-blicadas no período de 1931 e 1966, em 35 anos de circulação. De 1931 até 1948, a edição somava 48 páginas anualmente; a partir de 1949, passou para 50 a 136 páginas por ano.

Na década de 1950, os dados apontam 1.200 assinantes. Em 1962, aparece a ti-ragem de 1.400 exemplares, mas a média das assinaturas dos leitores fixos girava em torno de 1.162. Em 1964, o aumento da tiragem é visível, aparece com o número de 1.600 exemplares. Essa diferença entre a

tiragem e o número de assinantes na déca-da de 1960 se deve em parte ao patrocínio recebido pela revista e à maior circulação fora dos assinantes.

A produção editorial era feita pela Casa Publicadora Concórdia, atual, Edi-tora Concórdia. A redação era feita por professores e pastores que se dispunham a redigir, traduzir ou adaptar os textos de forma voluntária – não eram remunerados para esta função. Em 1966, a revista para de circular, permanecendo apenas como encarte de uma página no periódico Men-sageiro Luterano.

eStudO MOStra fInaLIdade da revISta

Com o intuito de melhor compreender a revista e seus propósitos, a pesquisa buscou a complementaridade entre fontes escritas e fontes orais. Segundo a pesquisadora, o trabalho mostrou que o impresso conseguiu

criar uma rede de leitores coesa, sustentada e divulgada pelos pastores e professores. A projeção “leitor no futuro” foi pensada a partir das práticas de leitura na formação da criança naquele momento. “As escolas (paroquiais) já haviam sido constituídas anteriormente à revista. Esta, portanto, não foi pensada como material didático usado diretamente no espaço escolar, mas o seu uso nas escolas ligadas ao Sínodo motivou muitos professores a usaram a revista como auxílio nas atividades de sala de aula. Tudo leva a afirmar que o seu uso correspondeu à principal função: legitimá-la como uma leitura a ser seguida pelos fiéis luteranos”, afirma Patrícia.

*Para conhecer o trabalho completo de Patrícia Weiduschadt, entre em contato através do e-mail [email protected].

como a revista circulou por três décadas, a sua influência na educação formal (escola), religiosa (igreja) e informal (espaço doméstico) foi significa-tiva na orientação e formação dos leitores mirins, assim como nos professores de escolas dominicais e paroquiais. o periódico orientava didaticamente o espaço escolar e religioso.

a partir da análise minuciosa da revista e dos depoimentos, o estudo percebeu a publicação de textos e mensagens de acordo com as comemora-ções cívicas e eclesiásticas, respeitando o calen-dário escolar. em grande parte das suas histórias, ela tentou orientar a conduta moral das crianças, preparando-as para ser no futuro o cidadão, o fiel e o aluno cristão num mesmo projeto.

os conteúdos religiosos e doutrinários ocupa-ram grande parte das páginas analisadas, seguidos de conteúdos ideológicos (nacionalismo, higienis-mo), assim como conteúdos lúdicos (em forma de charadas, brincadeiras) e publicitários (anúncios, propagandas). “Num período em que o acesso a materiais impressos pela maioria das crianças

das escolas paroquiais era restrito, a revista era uma das poucas opções de leitura, possi-bilitando grande interlocução com a escola e as crianças, através das práticas de envio de cartas, nas trocas de correspondências entre as crianças, na participação das campanhas de doações ao orfanato e ao seminário concórdia. a revista não ficou limitada somente ao estímu-lo da leitura, mas possibilitou a preparação da formação da criança em ser um futuro membro participante da igreja, não se esquecendo da formação geral e secular”, destaca Patrícia.

a importância do movimento educacional da igreja fortaleceu a formação das crianças, sendo ainda preservado, em certa medida, através das escolas dominicais. “enfim, a valorização da educação das crianças sem-pre esteve presente na ielB (como princípio luterano); por isso, investigar a história da educação faz pensar sobre o caminho que estamos trilhando hoje e por que o estamos trilhando”, finaliza.

Influência e marcas deixadas pela revista

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28 Mensageiro | Março 2012

| LidErANçA |

pedir ajuda do pastor conselheiro Claudir Böetcher. Sua esposa, Bertha, foi quem redi-giu a primeira ata do livro para mim com as informações que lhe repassei. Ufa! A partir daí, tinha um bom exemplo para seguir.

Redação de atas, organização de corres-pondências e registros históricos (um apren-dizado muito interessante)... Desde então não parei mais. Tive muitas outras oportu-nidades de lapidar este talento recebido de Deus, tanto na Igreja (em diretorias de ser-vas, distrital de servas, paróquia) como em atividades profissionais. No Curso Superior de Tecnologia em Secretariado Executivo, estudei Documentação e Arquivística, onde

Ata 001/2012

L embro-me de meu primeiro cargo de liderança na Igreja, quando as-sumi como secretária da Diretoria Distrital de Jovens (Distrito Gaúcho

Central, RS), na época, participava da Juventu-de Betel, Cerro Branco, RS. Senti um desespero inicial, pois nunca havia escrito uma ata na minha vida. Pensamentos como estes vieram a minha cabeça: “Por que eu? Por que não consegui dizer não e aceitei este cargo?”.

Naquela época, inicialmente, eu fiquei muito braba comigo pela situação, só fui entender o quanto esta experiência foi boa para mim algum tempo depois. Como tudo sempre tem uma primeira vez, lá fui eu

Sou secretária, e agora?

edeLtraut Lüdtke knies Designer de Interiores Home e Office Organizer, Itajaí, [email protected]

Nos primeiros meses do ano, muitas congregações e departamentos têm novos membros em suas respectivas diretorias. A minha intenção com este artigo é abordar algumas questões referentes à atribuição do(a) secretário(a) dentro de uma diretoria. Talvez não seja novidade para alguns, mas pode ser encorajador para outros que acham que é algo tão difícil e complicado, e que acreditam não ter o dom de escrever e/ou organizar informações e registros.

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pude conhecer sobre as muitas formas de organizar registros e documentos em geral.

COMO OrganIzar uMa SeCretarIa?

É muito comum continuarmos a prática da secretária que vinha sendo realizada até o momento de assumirmos a função. Só que nem sempre temos uma diretriz clara para seguir, ou seja, um bom exemplo anterior. Podemos ter a melhor das intenções, fazer e dar o nosso melhor, mas a dificuldade é que nem sempre temos muito conhecimento so-bre o assunto. Vamos abordar então alguns tópicos principais.

O Que é uMa ata?Ata é o registro em que se relata o que

se passou durante uma reunião, assembleia ou congresso. Recomenda-se utilizar uma linguagem simples, clara e objetiva, e o texto sem parágrafos para que não sejam incluídas informações após a ata ter sido aprovada. Nela, devem constar os nomes completos dos participantes, inclusive cada vez que relatarmos algo que um participan-te falou ou propôs, pois é um registro que ficará para a história da comunidade e/ou paróquia – como saberemos quem era o tal presidente Fulano de Tal depois de uns 30 anos? Vale a dica: nomes próprios, ou referências, quanto mais completo, melhor.

Em geral, as partes de uma ata são:

1 título: a identificação da reunião que está sendo relatada. No caso de

atas lavradas em folhas soltas, é importante que conste a numeração para assegurar a ordem dos documentos gerados.

2 abertura: onde deve constar data, horário, local, participantes e suas

respectivas funções.

3 detalhamento: nesta parte, os assuntos discutidos e as decisões

tomadas devem ser descritos. Depois de avaliar e discutir os assuntos, é recomen-dável deixar registrado na forma de ações (o que foi planejado), prazos (até quando a ação será realizada) e responsáveis (quem irá coordenar/executar a ação). Sim, pois de-cisões tomadas implicam em ações, prazos e pessoas responsáveis para serem acompa-nhados e não ficar somente no papel.

4 encerramento: onde registramos quem redigiu a ata, e as assinatu-

ras do(a) presidente e do(a) secretário(a). É m

importante que a leitura da ata seja feita no dia da reunião (principalmente em assem-bleias), a fim de que os presentes possam fazer as observações necessárias. No caso de reuniões periódicas (mais frequentes), a ata deve ser lida e lavrada pelo(a) secretário(a) no máximo na reunião seguinte, pois essa só terá validade se for aprovada pelos par-ticipantes.

LIStaS de preSençaSNo caso de reuniões de diretorias, como

são poucas pessoas, os nomes das pessoas presentes podem constar na redação da própria ata. Para assembleias, que geral-mente temos mais presenças, é importante que todos assinem no dia da mesma, para ser coerente com as decisões que foram tomadas e apresentadas pelos membros presentes e votantes.

Assinar as presenças no livro de atas depois da ata lida e lavrada não é coerente, pois fica inviável colher assinaturas retroa-tivas ou assinar quem não esteve presente no dia da reunião, por exemplo.

COnvOCaçõeS para aSSeMbLeIaS

É uma prática importante, pois todos os membros precisam ser comunicados e convocados para as assembleias, sejam de comunidade ou paróquia. Assim, os as-suntos também são definidos previamente e a pauta da reunião não é elaborada no dia, a fim de dar um caráter de decência e ordem – podem ser redigidos, colocados no mural, lidos depois de um culto, publicados no blog; enfim, o importante é levar a infor-mação aos interessados!

COrreSpOndênCIa reCebIda e expedIda

Existe uma ferramenta importante na Gestão de Documentos que é a Tabela de Temporalidade, que define o período de guarda de registros. Algumas empresas e organizações se baseiam nela para realizar o descarte de registros, pois nem tudo é necessário à guarda permanente. Como na IELB não temos nada semelhante, vamos se-guir pela regra geral, a mesma que usamos em nossos arquivos domésticos. Vai do bom senso a guarda de cartas antigas – podemos manter o que for de valor histórico e mais significativo.

regIStrOS dIgItaIS Ou ManuSCrItOS?

Existe a maneira tradicional que é man-ter o registro manuscrito em livros de atas e presenças. Porém, eu sugiro, e acho mais in-teressante, criar uma organização eletrônica desses registros, digitar as atas, imprimi-las e, depois de terminada a Gestão da Diretoria (geralmente de 2 anos), encaderná-las na forma de livro (como aqueles de trabalhos de TCC, com capa preta).

O mesmo pode ser feito com as listas de presenças. Cria-se um formulário eletrôni-co, imprime-se, coleta-se as assinaturas no dia da assembleia e, depois de terminada a gestão, encaderna-se da mesma forma que o livro de atas. Os registros podem ser organizados em pastas com plásticos até finalizar o período de gestão da diretoria – é mais prático do que a forma tradicional. Além disso, as atas podem ser salvas em PDF, ficando assim em duas mídias diferentes: digital e impressa.

No caso de reuniões de departamentos, podemos utilizar também um roteiro de ata pré-determinado para organizar as informações, com os assuntos e presenças no mesmo formulário (neste caso, também serão impressos e encadernados).

O Que nãO fazer...É triste encontrarmos livros de atas ou

presenças com folhas coladas, pois as pes-soas argumentam dizendo “esquecemos de trazer o livro no dia e fizemos a ata ou assi-namos a lista de presenças em outro papel”. Isso não é recomendado de forma alguma, assim como colar relatórios financeiros em livros de atas. Devemos referenciar os va-lores gerais, ou o período contábil apresen-tado, e manter os relatórios organizados na tesouraria (tópico para outro momento). Na ata, vai apenas uma referência ao relatório.

fInaLIzandOPara conhecer os modelos de formulá-

rios citados neste artigo, acesse http://edel-trautlk.blogspot.com/2011/05/organizando--secretaria.html.

Que Deus vos abençoe e capacite a ser-virem com alegria em seus corações, dando sempre o seu melhor, pois “O que vocês fizerem façam de todo o coração, como se estivessem fazendo para o Senhor e não para as pessoas” (Cl 3.23).

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30 Mensageiro | Março 2012

| HOMENAGEM |

Naomi Warth recebe medalha Servus Domini

O dia 10 de dezembro de 2011 ficará marcado na memória do Seminário Concórdia e da Igreja Evangélica Luterana do

Brasil. Além da formatura de 15 novos pas-tores, foi prestada uma homenagem à serva Naomi Horlle Warth, onde lhe foi entregada a medalha chamada Servus Domini.

Outorgada pelo Seminário Concórdia, a medalha Servus Domini – que significa “Servo do Senhor” – tem sua designação extraída de textos bíblicos como o de Êxodo 14.31, 2 Samuel 3.18, Lucas 2.48 e Romanos 1.1.

“Recebi esta medalha com alegria e muita emoção por vários motivos. Em primeiro lugar, porque sei que ao receber esta medalha a recebo em nome de tantas pessoas que se dedicaram e se dedicam à missão e educação de pessoas surdas. Em segundo lugar, porque a recebo de meu que-rido Seminário, onde meu pai, meu sogro, meu marido, meus irmãos, meu cunhado, meu genro, meus sobrinhos e meus tios estudaram, e onde hoje tenho o privilégio de morar. Fiquei também muito feliz porque o Seminário Concórdia concedeu esta honra a uma pessoa leiga, e a uma mulher”, disse Naomi. A medalha tem por objetivo home-nagear membros da IELB e igrejas irmãs que por seu amor, sua dedicação e sua vida consagrada têm prestado serviços relevan-tes à missão de Deus no mundo.

Naomi é reconhecida por seu trabalho pioneiro com os surdos. Em 1966, fundou juntamente com seu esposo, o pastor Mar-tim Carlos Warth (in memoriam), a Escola Especial Concórdia para alunos surdos em Porto Alegre, RS. Naomi trabalhou como professora de educação religiosa para alu-nos surdos até 2000.

vIda COnSagradaA professora Naomi Hoerlle Warth

nasceu no dia 23 de outubro de 1926 em Jaguari, RS.

No início de sua carreira, trabalhou como professora em escolas paroquiais em Arroio do Meio e em Novo Hamburgo, RS. Organizou o trabalho da Legião Brasileira de Assistência (LBA) em Arroio do Meio, RS. Foi professora de religião e música no Colégio Concórdia de Porto Alegre, RS, e cofundadora da Associação de Senhoras Amigas do Seminário Concórdia (ASAS) em 1978. Atuou como membro de diretorias da Liga de Servas e foi professora de Escola Dominical por muitos anos.

Estudou no Central Institute for the Deaf em Saint Louis, Missouri, nos EUA. Entre os livros que escreveu estão Manual de Confirmação para alunos surdos; o livreto Estou no Hospital; Amigos do Rei. Tradu-ziu a série John of Beverly de educação religiosa para alunos surdos; traduziu e adaptou quatro livros da série “Histórias da Bíblia” para aulas de ensino religioso. Foi coautora de capítulos de livros, entre eles Linguagem de Sinais do Brasil (1983). Colaborou com vários artigos para o Men-sageiro Luterano.

A professora Naomi é reconhecida in-ternacionalmente por sua extraordinária capacidade de falar de Jesus para as pessoas surdas. Foi homenageada em 1991 pela As-sembleia Legislativa/RS; recebeu a medalha “Educador Emérito” do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (1992); recebeu o Prêmio “Mulher Destaque” do Clube Sorop-timista (1988); recebeu a medalha “John of Beverly” da ILDA/Fundação Mill Neck, Nova Iorque, EUA (1977).

faMíLIaFilha do pastor Edvino Hoerlle e de Elma

Rott, tem 85 anos e foi casada por 54 anos com o pastor e professor Martim Carlos Warth, falecido em 2000. Tem uma filha, Beatriz, casada com o professor do Seminário Acir Rayman, duas netas e três bisnetos. Participa na Congregação Concórdia, Porto Alegre, RS, e atualmente colabora com a revista Servas do Senhor. Frequenta as reuniões da ASAS e ajuda nos bastidores da Escola Dominical. “Que Deus abençoe a todos, e que continuem a orar pelo trabalho missionário da Igreja, especialmente pela missão entre as pessoas surdas e pelo Seminário Concórdia”, finaliza.

“Sei que ao receber esta medalha a recebo em nome de tantas pessoas que se dedicaram e se dedicam à missão e educação de

pessoas surdas”

foto: www.markol.com.br

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Mulheres luteranas na cidade da uva e do vinho

Entre os dias 18 e 22 de janeiro, a cidade de Bento Gonçalves, RS, foi o lar de mais de 1.400 mulheres que participaram do 26º Congresso Nacional da Liga de Servas Luteranas do Brasil. O evento, que é realizado a cada dois anos, reuniu não só mulheres, mas também homens e crianças vindos de todos os cantos do país.

| cONGrEssO dA LsLB |

Mensageiro | Março 2012 31

fotos: bettina schünke

Placa comemorativa foi instalada em praça no centro da cidade.O motorhome que trouxe Ilze e Egon Lupchinski (2ª e 3ª pessoas à esquerda) virou atração do evento.As crianças tiveram um espaço reservado só para elas, com recreação e aulas de escola dominical.

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Segundo a presidente da Liga de Servas Lu-teranas do Brasil (LSLB), Juliana Lindenmeyer, a cidade foi escolhida para sediar o evento não apenas por sua beleza, mas por suas inúmeras opções de passeios e lazer. “Bento Gonçalves foi a cidade que nos proporcionou praticidade, centralidade, um amplo lugar para as sessões plenárias e as refeições, uma hotelaria que oferece conforto, além de possibilidades de passeios inesquecíveis”, afirma.

Toda a programação ocorreu na Fundação Parque de Eventos e Desenvolvimento (Funda-parque) do município. A abertura contou com a presença do prefeito de Bento Gonçalves, Roberto Lunelli, e da secretária de Turismo, Ivane Fávero.

Sob o tema “Unidos a Cristo amamos o próximo”, a agenda dos quatro dias foi intensa. Palestras, oficinas, plenárias, apresentações, noite de talentos e passeios pela região mar-caram a passagem das luteranas na capital brasileira da uva e do vinho.

O primeiro palestrante a se apresentar foi o pastor Vilson Scholz, professor do Seminário Concórdia, São Leopoldo, RS. O tema de sua fala foi baseado no lema do evento – “Eu sou a videira, vós os ramos” – registrado no texto de João 15.5. Na sexta-feira, foi a vez do pastor Klaus Kuchenbecker da Congregação Martinho Lutero, Planaltina, DF, que dirigiu sua palestra baseada no tema do congresso. E no sábado,

Sandra Becker, executiva da área financeira do Sicredi, explanou sobre “Mulher consagrada age com alegria”.

partICIpaçõeS

Alisia Käfer Jann Viana, 31 anos, participou pela primeira vez de um congresso nacional. Moradora de Rolim de Moura, RO, e membro na Congregação Concórdia, ela conta que resolveu ir ao encontro por curiosidade, pois as amigas que foram sempre falavam muito bem. “Gostei muito do que vi. Talvez o que chamou mais a atenção foi a abertura e as palestras com ótimos temas. Foi bom encontrar amigos e fazer novos”, disse. Segundo Alisia, a escolha pela cidade de Bento Gonsalves foi excelente. “O calor humano das servas reunidas e os mo-mentos de crescimento espiritual que tivemos tornaram este congresso uma experiência mais que maravilhosa. Depois deste, pretendo não faltar mais”, confessa. Durante o congresso, Alisia foi eleita presidente da Região Noroeste.

Enquanto que para algumas mulheres participar do congresso foi uma experiência nova, para outras já virou tradição. Vali Maria Tomm da Congregação Sião, Santo Ângelo, RS, completou suas Bodas de Prata participando de congressos nacionais _ este foi o seu 25º congresso. A recordista da LSLB só não foi no primeiro congresso nacional organizado pela liga, em 1957, pois estava prestes a ganhar seu

filho. Aos 77 anos, a filha de pastor começou a frequentar as reuniões de servas junto com sua mãe, na cidade de Esquina Gaúcha, RS, onde moravam. Sua primeira participa-ção em congressos nacionais foi em 1960, em Porto Alegre, RS, quando tinha 22 anos de idade. E a partir daí não parou mais. “Sempre lutei para ir nos congressos. Foi a graça de Deus que me fez ir em todos”. O que Vali mais gosta é poder reencontrar as amigas de longa data e de aprender mais sobre a Palavra de Deus através das palestras e devoções. “Já fui a tantos congressos, mas grandioso e bem organizado como este nunca tinha visto. E se a saúde permitir, nos encontraremos no 27º congresso nacional”, promete Vali.

O evento contou ainda com a presença de representantes da Damas Evangélicas Lute-ranas do Paraguai (DELPA), da Liga Missional de Damas da Argentina (LMDL) e de servas do Uruguai e do Chile.

preSença regIStrada

As servas também deixaram a sua marca no município. Isso porque no sábado à tarde, dia 22, mesmo abaixo de chuva, foi instalada uma placa comemorativa na Praça Dr. Vico Barbieri, área central da cidade, indicando que as mulheres luteranas estiveram por lá – o ato ocorre em todas as cidades onde o

| cONGrEssO dA LsLB |

32 Mensageiro | Março 2012

fotos: leandro r. camaratta

Os novos integrantes da Diretoria Nacional da LSLB e as presidentes regionais foram instalados no culto de encerramento.

Page 33: Mensageiro Luterano - março 2012

congresso é realizado. Após, as servas cami-

nharam pelas ruas do centro do município entregando livretes

da Hora Luterana, preparado especialmente para o congresso.

O culto de encerramento, realizado no domingo, contou com a presença de visitantes de várias cidades da região, lotando o auditó-rio com mais de 2.000 pessoas. A mensagem do culto foi pregada pelo presidente da IELB, pastor Egon Kopereck. Os liturgistas foram os pastores Sérgio Patzer (Congregação Cristo, Bento Gonçalves), Arno Goerl (conselheiro das Servas do Distrito Videiras), Alessandro Souto (conselheiro do Distrito Videiras), Luís Weirich (conselheiro das Servas Região Sul) e Guilherme Becker (conselheiro da LSLB). Os demais pastores presentes no culto auxiliaram na Santa Ceia. A Banda “C” e Coral “Cruz” da Congregação Petrópolis, Porto Alegre, foram responsáveis pela música.

ELEIçãOA plenária do congresso elegeu os nomes

que ocuparão os cargos de presidente, 2ª vice-presidente, 1ª secretária, 2ª tesoureira, conselheiro espiritual, conselho fiscal e as presidentes regionais para os próximos quatro anos. Veja no quadro como a diretoria ficou constituída.

| cONGrEssO dA LsLB |

saiba++ Fotos em www.markol.com.br+ Revista Servas 1º trimestre 2012+ Site www.lslb.org.br

Diretoria 2012-2016Presidente: Juliana Rosmeri Blauth Lindenmeyer1ª Vice-presidente: Edeltraud Hegele Dauernheimer2ª Vice-presidente: Erica Elvina Rupentthal1ª Secretária: Jaqueline Inês Mauer Capitâneo2ª Secretária: Grudun Amsberg de Almeida1ª Tesoureira: Iris Scholz2ª Tesoureira: Márcia Silveira WiltgenConselheiro espiritual: pastor Volmar HerbertzCoordenadora da Comissão de Crescimento Espiritual: Ursula Ana NeumannConselho Fiscal: Eulália Herzog, Leonilva Schmitt Mittmann, Norma Helwig VossSuplentes: Neusa Ivone Dietrich Hoffmann, Gládis Klein, Irani Corrêa Ross

Presidentes RegionaisRegião Sul: Marli Pooch WiedmannRegião Paranamasul: Lídia Agnes Glitz SanderRegião Catarinense: Dorvalina LangeRegião Metroplolitana: Luciana de Moraes Gamba HuttenlocherRegião Espírito Santo-Minas: Edilene VorpagelRegião Missioneira: Dionei Erlacher RaimannRegião Oeste: Hilda SontagRegião Noroeste: Alísia Jann Viana

Irmãos, queremos agradecer pelo apoio que recebemos da Editora Con-córdia em nossa Feira do Livro de Ijuí, RS, que ocorreu entre os dias 9 a 13 de novembro de 2011.

Nossa missão nesta feira é divulgar a Palavra de Deus para todo o público, especialmente para as crianças com suas caravanas escolares. Por isso, o material didático da Editora Concórdia, com as Bíblias e os livros para crianças, foi um grande sucesso na feira. Todas as Bíblias ilustradas e com linguagem simples, que facilitam a leitura e com-preensão da Palavra de Deus, estavam expostas e foram o diferencial na Feira do Livro de Ijuí. Muito obrigado pelo apoio!

Nota: A Feira do Livro em Ijuí, RS, acontece todos os anos no mês de novembro. Esta foi a sexta oportuni-dade em que a Congregação Emanuel participou.

aiLton José MüLLer | Pastor da Congregação Emanuel, Ijuí, RS.

Feira do Livro em Ijuí

Mensageiro | Março 2012 33

| AGrAdEciMENtO |

foto: arQUiVo editora concÓrdia

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As flores são raras, as pessoas são únicas

34 Mensageiro | Março 2012

niLo WacHHoLzEditor da IELB

| VirANdO A PáGiNA |

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C onta-se que uma jovem tinha tudo o que desejava: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego com

ótimo salário e uma família unida e fe-liz. O problema é que ela não conseguia conciliar tudo. O trabalho e os afazeres lhe ocupavam quase todo o tempo e ela estava sempre em débito em alguma área da sua relação familiar. Se o trabalho lhe consumia tempo demais, ela diminuía o tempo com os filhos; se surgiam impre-vistos, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela tanto amava ficavam para depois...

Um dia, seu pai, um homem simples, mas cheio de sabedoria, lhe deu um pre-sente: uma flor muito rara, da qual ele só encontrara um exemplar. O pai lhe entregou o vaso com a flor e disse:

– Filha, esta flor vai ajudá-la muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la, podá-la de vez em quando e, às vezes, conversar um pouqui-nho com ela. Se assim fizer, ela enfeitará sua casa e lhe dará em troca esse perfume maravilhoso.

A jovem senhora ficou emocionada e feliz com o belo presente, afinal a flor era de uma beleza sem igual. O tempo foi passando, os problemas foram surgindo, o trabalho profissional consumia quase todo o seu tempo, a sua vida continu-ava agitada e cansativa, o que não lhe permitia cuidar da flor, como o pai lhe

recomendara. Ela chegava em casa e as flores ainda estavam lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas esta-vam lá, lindas e perfumadas. Então, ela passava direto por elas sem lhes dar a devida atenção.

Um dia, ao chegar em casa, olhou para aquela flor que o pai lhe dera e levou um susto. A planta, antes exuberante, estava completamente debilitada, suas raízes estavam ressecadas, suas flores murchas e as folhas amareladas. Imediatamente, colocou água, tentou conversar com ela e acariciá-la, mas nada adiantou. A flor morreu. Ela chorou muito, pois lembrou de tudo o que o seu pai lhe recomendara sobre os cuidados que a flor precisava... Com muita tristeza foi falar com o seu pai sobre o que acontecera...

O pai, após ouvi-la com toda a aten-ção, comentou:

– Eu já imaginava que isso aconte-ceria, e, infelizmente, não posso lhe dar outra flor, porque não tenho outra igual. Ela era a única que eu tinha, assim como seus filhos, seu marido e sua família tam-bém são únicos. Todos são bênçãos que o Senhor lhe deu, mas você precisa regá-los, podá-los, sempre que necessário lhes dar a atenção que precisam, pois, assim como a flor, os sentimentos também esfriam e, por fim, morrem. Você se acostumou a ver a flor lá, sempre viçosa, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.

Então, o pai amoroso e sábio concluiu:

– Filha! Cuide bem das pessoas que você ama!

Com certeza, isto não aconteceu só com esta jovem senhora, mas acontece e é um desafio permanente para todas as pessoas e famílias. Não só para a mulher, a esposa, a mãe, mas para o homem, o marido, os filhos, as crianças, os jovens, os adultos, as pessoas idosas – todos têm diante de si a oportunidade de cuidar das pessoas com as quais convivem. Seja em casa, no trabalho, na escola, sejam familiares ou amigos próximos, todos precisam da nossa atenção, do nosso cui-dado, do nosso amor, da nossa amizade, do nosso carinho, do nosso tempo...

Se cada um fizer a sua parte na rede dos seus relacionamentos, todos serão beneficiados, irão se sentir acolhidos, valorizados, felizes, alegres, encoraja-dos e motivados a seguirem a grande caminhada da vida! Cuidemos bem das pessoas do nosso relacionamento, espe-cialmente as mais próximas de nós, pois temos apenas um exemplar de cada uma delas.

As flores são raras, as pessoas são únicas

acaso, pode uma mulher esquecer-se do

filho que ainda mama...? Mas ainda que esta

viesse a se esquecer dele, eu, to

davia, não me

esquecerei de ti. Eis q

ue nas palmas das

minhas mãos te

gravei.

Is 49.15,16

Page 35: Mensageiro Luterano - março 2012

MC Historia

Mensageiro das CriançasEncarte do Mensageiro Luterano de marco de 2012

Acolhendo e Integrando

Quaresma? O que é isso?

Durante este mês comemoramos na Igreja um tempo especial chamado QUARESMA. Vocês sabem o que é isso? Vocês sabem por que nós comemo-ramos a Quaresma?

O nome Quaresma vem do fato deste tempo ser de QUARENTA dias. Este período começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Sábado antes do Domingo de Páscoa. Os domingos não são con-tados nestes quarenta dias.

Na Bíblia, o número 40 está relacionado com muitos acontecimentos importantes: o dilúvio du-rou 40 dias; Moisés passou 40 dias no alto do mon-te Sinai, quando Deus lhe entregou os Dez Manda-mentos; o povo de Israel permaneceu 40 anos no deserto antes de entrar na terra que Deus lhes prometeu; Jesus passou 40 dias no deserto em oração e jejum, quando foi, então, tentado pelo diabo. Especialmente estes 40 dias de Jesus no deserto têm muito a ver com a Quaresma.

Para nos salvar, Jesus teve que suportar muitos sofrimentos e, finalmente, a morte pregado numa cruz. A Quaresma, então, é um tempo para RE-

LEMBRAR os sofrimentos e a morte de Jesus Cristo em nosso lugar. Lembramos também que foram os nossos pecados que fizeram Jesus sofrer e morrer. Assim, também a Quaresma é um tempo de PURI-FICAÇÃO, onde somos levados, em arrependimen-to, a buscar o perdão pelos nossos pecados que levaram Cristo à cruz.

Além disso, os 40 dias de Jesus no deserto foram dias de PREPARAÇÃO: Jesus, guiado pelo Espírito Santo, foi buscar forças, junto ao Pai do Céu, para começar a sua obra de salvação. As-sim como Jesus se preparou para o seu ministé-rio, nós buscamos forças na Palavra de Deus e nos preparamos para o nosso viver e testemunho cristão.

Embora a Quaresma lembre os sofrimentos de Jesus, ela é para nós um tempo de alegria, pois sabemos que, através de sua vida e obra terrena, Jesus conquistou o Céu para nós, dando-nos uma nova e maravilhosa vida. E isto é a primeira coisa que comemoramos depois da Quaresma ao cele-brarmos a PÁSCOA: a ressurreição de Jesus!

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Após seu preparo no deserto, Jesus começou sua obra: chamou seus primeiros seguidores, os apósto-los, e fez seus primeiros milagres... Alguns dias de-pois, Jesus foi para Jerusalém com os seus discípulos, pois estava próxima a Páscoa dos judeus. Quando chegou diante do templo, a grande Casa de Deus que lá existia, Jesus ficou muito triste. Mas por quê? Por-que as pessoas estavam fazendo da Casa de Deus um mercado! Vendiam bois, ovelhas e pombas, trocavam seus dinheiros...

Ah, não! A casa de Deus não pode ser um mer-cado! É Casa de Oração, para adorar a Deus e ouvir sua Palavra! Então Jesus fez um chicote de cordas e expulsou aquela gente dali, derrubou as mesas, e as moedas se espalharam pelo chão. E disse aos que vendiam pombas: “Tirem tudo isso daqui! Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!”. Fazendo isso, Jesus mostrou o quanto ele amava a Casa de Deus.

Claro que os lideres religiosos não gostaram do que Jesus fez, pois eles lucravam com aquele comér-cio. E perguntaram para Jesus: “Que milagre você pode fazer para nos provar que tem autoridade para fazer isso?”. Então Jesus respondeu: “Derrubem este

templo, e eu em três dias o reconstruirei”. Como? Em três dias? Mas haviam levado 46 anos para construí--lo! Eles não acreditaram que Jesus tinha poder para fazer isso. Na verdade, Jesus estava falando de outro “templo”, o seu corpo, que seria “derrubado”, isto é, morto, mas “levantado” de novo, quando ressuscita-ria, três dia depois.

Assim como Jesus, devemos ter muito amor pela Casa de Deus: gostar de ir aos cultos, à Escola bíbli-ca, gostar de cantar, de ouvir a Palavra de Deus... E, da mesma maneira como Jesus purificou o templo, expulsando aqueles comerciantes, devemos cuidar da nossa igreja: não devemos usar ou fazer na igreja coisas que Deus não gosta...

Além disso, Jesus falou que seu corpo era como um templo. Vocês sabiam, crianças, que o nosso cor-po, assim como o de Jesus, também é um “templo”? Nosso corpo é o “templo do Espírito Santo”, que vem morar em nós quando cremos em Jesus. E nós tam-bém precisamos purificar nosso corpo e nossa vida, tirando de nós toda a sujeira do pecado. Devemos todos os dias pedir perdão pelos nossos pecados para que Deus nos deixe limpinhos!

MC Atividades

Uma lição de Quaresma A Purificação do Templo (João 2.13-21)

1 Usando as dicas abaixo, complete a cruzadinha.

a) Como amigos de Jesus, devemos sempre ___ ___ ___ ___ ___ ___ de ir à Igreja.

b) Nosso melhor amigo, ___ ___ ___ ___ ___ , também gostava de ira ao templo.

c) Ao expulsar os comerciantes, Jesus mostrou o seu ___ ___ ___ ___ pela Casa de Deus.

d) Jesus disse: “Parem de fazer da casa do meu ___ ___ ___ um mercado!”

e) Com um chicote de cordas, Jesus ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ os vendedores.

f) A nossa igreja ou templo também é chamada de “Casa de ___ ___ ___ ___ ___ ___”.

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TEMPLO

a)

b)

c)

d)

e)

f)

Egomar e Rosangela Scheffler - Tupãssi, PR

2 Procure dentro da igreja palavras que mostrem como podemos adorar a Deus e escreva-as abaixo:

Page 38: Mensageiro Luterano - março 2012

3 Faça um desenho de Jesus expulsando os mercadores do templo:

Desafiodo mês

Logo, logo, chegará o Dia das Mães, em maio. Você tem fotos bem bonitas com a sua mãe? Então, escolha uma e envie até o dia

31 de março para:

Mensageiro das CriançasAv. São Pedro, 633 - Bairro São Geraldo

CEP: 90230-120 - Porto Alegre, RS

Participo da Escola Domi-nical da Igreja Evangélica Luterana de Novo Machado.Jesus, eu te amo. Para mim você é minha vida.

Renata – 10 anosLaura – 7 anos

Guilherme – 3 anos

Tanise – 8 anos; Thiago – 5 anos;Jaqueline – 10 anosDesejamos a bênção de Deus para todos. / Deus é a nossa rocha, nosso abrigo e nossa força. / Deus nos deu Jesus para ser o nosso Salvador... / Deus nos deu a Vida e a Salva-ção através da ressurreição de Jesus.

Thiago – 9 anos

Suani – 3 anosSuelin – 8 anos

Renan - 6 anos

Oi, amiguinhos.Nós somos da Escola Dominical da Congregação Evangélica Luterana Trindade de Novo Machado. É a segunda vez que enviamos nossos trabalhos para o Mensageiro das Crianças.

Page 39: Mensageiro Luterano - março 2012

No dia 4 de dezembro de 2011, a Congregação Cristo Redentor, Boa Vis-ta, RR, comemorou seu 30º aniversário. O culto especial contou com a presença do presidente da IELB, pastor Egon Ko-pereck, e do vice-conselheiro do Distrito Amazônico, pastor Jaime Kuck. Mais de 140 pessoas participaram do culto. “Foi um momento muito importante para esta congregação que, com grandes dificul-dades, vem caminhando nesta região de diferentes culturas, muitas influências, poucos recursos e que mesmo assim con-

tinua atuante no extremo Norte do Brasil”, disse o pastor Marcel Scheidt.

A comemoração já começou antes com os esforços dos membros para pintar e reformar o templo. No sábado, dia 3, os luteranos se uniram em uma carreata pela cidade, anunciando que a Igreja Luterana está presente na cidade. A carreata fina-lizou com distribuição de panfletos sobre a IELB.

No dia 5, o pastor Marcel e o presiden-te da IELB foram ao Sul do Estado para conhecer o trabalho do pastor Cleberson

Sippe em São João da Baliza, RR (350 km da capital). Foram visitadas as famílias que iniciaram o trabalho na cidade e as famílias atendidas no ponto de missão de Caroebe. À noite, ocorreu ainda um encontro com os membros da Vicinal 28, onde há uma congregação com cerca de 70 membros. “Agradecemos a Deus pela oportunidade que temos de trabalhar neste Estado. Somos gratos pelos pastores que passa-ram por aqui e que, com muito sacrifício e dificuldades, iniciaram este maravilhoso trabalho”, disse o pastor Sippe.

Igreja Luterana comemora 30 anos em Roraima

IELBnotíciasENCARTE DO MENSAGEIRO LUTERANO - MARÇO/2012

+DESTAQUES

Centenário de imigração da família Lüdke

A Igreja cresce em Salvador

Programações no Espírito Santo Sul

Boa Vista, RRfo

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notíciasIELB

2 Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias

A Igreja cresce em Salvador

Durante a festa da Reforma, no dia 30 de outubro de 2011, a Congregação Cristo, Salvador, BA, recebeu mais cinco mem-bros. Três foram recebidos pelo Batismo (os irmãos Victor e Raphael Knidel e sua prima Amanda Knidel) e dois através da Profissão de Fé (Luciana Knidel, mãe de Amanda, e Felipe Sobrinho). Mais de 170 pessoas estiveram presentes.

Já no dia de Natal ocorreu o Batismo de Laila Sousa Reis e

Luna Walber. No mesmo dia, a vó de Laila, Marluce de Matos Sousa, foi recebida por Profissão de Fé.

A Congregação Cristo é formada por 105 membros. “A nos-sa maior alegria é quando, em meio a todas as dificuldades, Deus acrescenta a nossa comunhão mais irmãos como esses que foram recebidos por profissão de Fé e Batismo”, disse o pastor Walter Daniel.

Batizado dos irmãos Victor e Raphael, recepção de Luciana e Felipe, e Laila com a avó Marluce

No dia 17 de dezembro de 2011, foi realizado um culto especial na Congregação Castelo Forte, Nova Venécia, ES. Na ocasião, 14 pessoas foram recebidas como membros da congregação. Entre eles, sete receberam o Batismo: uma criança, filha de membros, e outras seis pessoas que, vindo de outra Igreja, ainda não tinham sido batizadas.

Segundo o pastor Jarbas Hoffimann, o motivo que culminou na recepção de tantas pessoas foi o testemunho dos jovens da igreja. “Estes convidaram seus amigos à igreja, e os jovens con-vidados convidaram suas famílias. Todos logo se tornaram ativos na congregação e desejosos de serem membros”, explica. Nesse ano, o crescimento da congregação foi de mais de 17%.

A congregação também vive um momento especial, no qual se prepara para se despedir de seu pastor e fundador, Roberto Kunzendorff, que pretende se aposentar.

Sete Batismos

O culto do dia 10 de dezembro de 2011 foi especial para a Congregação São Mateus, Boa Vista do Incra, RS. Nesse dia, a comunidade recebeu nove membros através da Profissão de Fé e do Batismo. O momento marcante do culto foi o batizado dos irmãos Maicon Junior C. de Borba, 13 anos, e Shaiane, 15 anos. O culto foi celebrado pelo pastor Ederli L. Berle.

A congregação São Mateus é filiada à Paróquia São Pedro, Quinze de Novembro, RS, e teve início em 1972 como ponto de pregação na localidade de “fazenda Boa Vista”. Os cultos eram celebrados nas residências de famílias luteranas. Com a construção de uma capela ecumênica, junto com a IECLB, no ano de 2000, fundou-se a Congregação São Mateus que, atualmente, tem 41 membros e utiliza a capela ecumênica para a realização dos cultos.

Novos membros

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Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias 3

Dia das Crianças em Linhares

No dia 12 de outubro de 2011, as crianças da Paró-quia da Graça, Linhares, ES, passaram o dia na Reserva da Vale, no município de Soore-tama. Brincadeiras, lanches, atividades, palhaços, muita alegria e diversão marcaram o dia das 52 crianças presentes. A animação foi tão grande que as crianças deram até entrevista para a TV local.

Construção de casa pastoral

Uma casa de madeira foi o primeiro local de culto na Con-gregação Paz, São Miguel do Oeste, SC. A construção vinha sendo a moradia pastoral desde a década de 60. O sonho da nova residência da Paróquia Emanuel começou a ser realizado no segun-do semestre de 2011, com a construção da nova casa pastoral.

Ocorreu, no dia 11 de dezembro de 2011, a última reunião do ano do Departamento de Servas de Nova Boa Vista, Paróquia de Prudentópolis, PR. Após a devoção e o estudo bíblico, as presen-tes se divertiram com um amigo secreto e um saboroso lanche. As mulheres deste local só têm a agradecer a Deus pelas inúmeras bênçãos derramadas e pelas oportunidades de confraternização junto às irmãs na fé.

Servas em atividadesOrdenações e instalação em Sapucaia do Sul

No dia 8 de janeiro, na Congregação da Paz, Sapucaia do Sul, RS, foram realizadas as ordenações dos pastores René Gehm e Jonas Feil Pause. A ordenação do pastor René Gehm foi oficiada pelo pastor Benjamin Jandt, que também foi o pregador do culto. O pastor Jonas Feil Pause foi ordenado pelo pastor Cezar Schuquel.

No mesmo culto, ocorreu a instalação do pastor Gehm na Congregação da Paz. A cerimônia foi oficiada pelo conselheiro do Distrito Concórdia (DICO), pastor Cezar Schuquel.

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notíciasIELB

4 Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias

Em maio de 1911, Germano Francisco Alexandre Lüdke e sua esposa, Maria Pauli-na Busch Duske Lüdke, chegaram em Paiol Grande, RS, hoje Erechim, acompanhados dos sete filhos e demais familiares. A família saiu de Minsk, Bielorrússia, em março de 1911, chegando ao Rio de Janeiro, RJ, no dia 7 de maio, de onde seguiram até Erechim.

Exatamente 100 anos depois, nos dias 21 e 22 de maio de 2011, os des-cendentes de Germano e Maria Lüdke se reuniram em Erechim para celebrar o centenário da imigração no 4º Encontro da Família Lüdke.

Além dos descendentes de cada um dos sete filhos do casal, também estava presente Guilherme Lüdke, único imigrante presente. Guilherme, que chegou ao Brasil com 1 ano de idade, é o pastor mais idoso

da IELB e encantou a todos contando deta-lhes da vinda dos Lüdke ao Brasil e como se estabeleceram na cidade.

Entre descendentes da família Lüdke e convidados, mais de 150 pessoas confrater-nizaram nas dependências da Congregação São João. Os familiares agradeceram a Deus, no culto da congregação, por todas as bên-çãos derramadas e por ter guiado esta família através do século. A pregação do culto esteve a cargo do pastor Reinaldo Lüdke.

Quando os Lüdke chegaram ao Brasil, trouxeram consigo a Bíblia, o Catecismo e um hinário. Isso foi determinante na vida cristã desta família. No encontro, foram listados 19 pastores que, por nascimento ou casamento, estão ligados à família de Germano e Maria Lüdke e que atuam em igrejas luteranas no Brasil e no exterior.

Jubileu de PastorA Congregação Cristo, Três Coroas,

RS, no dia 4 de dezembro de 2011, home-nageou o pastor Airton R. Schünke pelos seus 25 anos de Ministério Pastoral. Para marcar a data, foi entregue ao pastor uma placa comemorativa. Airton se formou no dia 6 de dezembro de 1986, no Seminário Concórdia, São Leopoldo, RS.

Família Lüdke comemora centenário da imigração

A Paróquia Ebenézer, Ituporanga, SC, esclarece informação publicada no encar-te IELB Notícias do Mensageiro Luterano de dezembro de 2011, onde consta que “a Paróquia Ebenézer de Ituporanga, SC, ‘decretou’ a divisão e a formação de uma nova paróquia na região”. A informação correta é: “as congregações da nova Paró-quia Trindade, em carta ao Presidente da IELB, pediram o desligamento da Paróquia Ebenézer”.

PAuLO HENRIquE VOLTz | pastor da Paróquia Ebenézer

AvisoFotos para publicação no Mensageiro

Luterano devem ter tamanho mínimo de 1024 x 768 pixels ou 1M de resolução.

ErratasCorreções no encarte IELB Notícias,

edição janeiro/fevereiro 2012* Página 8: Quem atendia a congrega-

ção Sião no ano de inauguração do templo era o então estagiário Elmer Flor.

* Página 11: a data correta do faleci-mento de Rosália Zilki é 18 de setembro de 2011.

Esclarecimento

On lineO Mensageiro Luterano está na internet.

Confira esta edição do Mensageiro Luterano on line

www.mensageiroluterano.com.br

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Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias 5

CONFIRMAÇÕES

1) PRIMAVERA dO LESTE, MT – Teste-munharam sua fé publicamente três jovens. A celebração foi realizada pelo pastor Julian Ditchum. No dia 11 de dezembro de 2011, na Congregação Concórdia.

2) PICAdA dA CRuz, RS – Seis jovens da Congregação São Mateus, de Tapes, e quatro jovens da Congregação Trindade, de Barão do Triunfo, ambas pertencentes à Paróquia São João de Picada da Cruz, renovaram o voto Ba-tismal em novembro de 2011. As cerimônias foram oficiadas pelo pastor Emerson Tyski.

3) ERECHIM, RS – Em um culto festivo, 13 jovens confirmaram a sua fé perante o Senhor. O momento teve a participação de 500 pessoas e o culto foi oficiado pelo pastor Remi Lauri Honze. Em 27 de novembro de 2011, na Congregação São Lucas.

4) LINHARES, ES – Com muita alegria, 13 jovens foram confirmados. O culto foi realizado pelo pastor Saymon Gonçalves, perante o olhar de 183 pessoas. No dia 20 de novembro de 2011, na Paróquia da Graça.

5) FORquETINHA, RS – Confessaram sua fé publicamente seis jovens. A cerimônia foi dirigida pelo pastor Silvio Souza, com base no versículo “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida” Ap 2.10. No dia 19 de novembro de 2011, na Congregação Concórdia.

6) CuRITIBA, PR – Dez jovens renovaram a sua fé batismal. O texto usado pelo pastor Valdir K. Mansk foi Hebreus 10.23 – “Guar-demos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem faz a promessa é fiel”. Em 9 de outubro de 2011, na Congregação Unidos em Cristo.

7) SãO PAuLO, SP – Oito jovens renova-ram seu ato Batismal. Quase 200 pessoas estiveram presentes no culto. Os jovens foram confirmados pelo pastor Alaor G. dos Santos. No dia 11 de dezembro de 2011, na Congregação Concórdia de Moema.

8) SANTA MARIA dE JETIBá, ES – Fo-ram confirmados 12 jovens. O pastor Avelino Vorpagel dirigiu o culto e a mensagem, sob

o tema “Cuidemos dos confirmandos” Mt 18.20. Estiveram presentes 631 pessoas. Em 4 de setembro de 2011, na Congregação São Paulo, de Alto Rio Lamego.

9) BARREIRAS, BA – Oito jovens reafir-maram sua fé em Deus. Confirmaram-se di-zendo as palavras do Salmo 119.73: “As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; ensina-me para que aprenda os teus mandamentos”. Em 30 de outubro de 2011, na Congregação Cristo Salvador.

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Programações no Espírito Santo Sul Cd dO CORAL TRINdAdE

No dia 28 de maio de 2011, aconteceu o lança-mento do primeiro CD do Coral Trindade de Alto Criciú-ma, Sobreiro, Laranja da Terra, ES. O grupo é composto por três corais da Paróquia, somando 53 componentes. A regência é do pastor Heder F.P. Gumz. Cerca de 750 pessoas estiveram presentes no evento de lançamento que contou com a participação do Grupo Nova Vida, de Domingos Martins, e do pastor Erildo Mayer e sua esposa, Raquel. Na ocasião, foi gravado um DVD ao vivo.

CuLTO REúNE MIL PESSOASNo dia 6 de novembro de 2011, foi

celebrado culto em homenagem aos 80 anos da IELB em Laranja da Terra e no interior de Baixo Guandu. Com a participação de 1.550 pessoas, o culto foi liderado pelo conselheiro distrital, pastor Heder Gumz, e a mensagem foi proferida pelo presidente da IELB, pastor Egon Kopereck. Num momento especial, foi lembrado o pastor Emílio Schimidt, que iniciou o trabalho na região em 1931. Destaca-se também a presença de todos os pastores do Diessul, a participação do Coral Esperança, de Campo Grande, sob a regência do maestro Axel Bergsted, e a união do coral do distrito com o Coral Espe-rança, onde 230 vozes entoaram hinos a Deus.

CONGRESSO dE CRIANçASNo dia 12 de outubro de 2011, aconteceu o 2º Congresso

Distrital de Crianças do Distrito Espírito Santo Sul (Diessul), na Congregação Advento de Jequetibá, Laranja da Terra, ES. Estiveram presentes cerca de 380 crianças.

fotos: arquivo editora concórdia

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Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias 7

BODAS DE CASAMENTO

No dia 10 de dezembro de 2011, o ca-sal Teobaldo e Neusa Borth comemorou suas Bodas de Prata. A celebração ocorreu na Congregação Paz de Iguiporã, Marechal Cândido Rondon, PR, pelo pastor Elmer Teodoro Jagnow; a mensagem foi proferida pelo pastor Alçamar Prando, com base em Josué 24.15 – “Eu e a minha casa servire-mos ao Senhor”. O casal agradeceu pelas bênçãos, especialmente pelos três filhos, nora e neto.

Martinho Groner Bullerjahn e Ida Krause Bullerjahn completaram 50 anos de matrimônio no dia 3 de agosto de 2011 com um culto festivo na Congregação Cristo, São Gabriel da Palha, ES. O momento con-tou com a presença dos pastores Selmirio Delmar Bullerjahn, filho do casal, e Agenor Berger, ambos de Santa Maria de Jetibá, ES, além dos pastores locais, Natalino Pieper e Airton Glitz. Seus cinco filhos, genro, noras e sete netos louvam e agradecem a Deus pelas bênçãos derramadas na família.

No dia 29 de dezembro de 2011, o casal Fredolino e Nilza Hardt comple-tou 55 anos de abençoado matrimônio. Celebraram a data reunindo a família e os amigos, e agradeceram pelas bênçãos recebidas durante todos esses anos refle-tindo sobre as palavras do Salmo 128.4: “Quem teme ao Senhor certamente será abençoado assim”. O casal é membro da Congregação Ressurreição, Nova Santa Rita, RS. A cerimônia foi conduzida pelo pastor Eliseu Krummenauer.

Notícias da CelspA Congregação São Paulo, Canoas, RS,

mantenedora da Ulbra, instalou no dia 18 de dezembro sua nova diretoria, o conselho fiscal, o capelão-geral da Celsp/Ulbra, pastor Lucas Albrecht, e o reitor da universidade, pastor Marcos Fernando Ziemer. Todos foram eleitos para o período 2012-2015.

A instalação foi realizada pelos pastores da congregação, e o culto contou com a participa-ção de diretores e pró-reitores da instituição. Ao final do culto, o pastor Gerhard Grasel foi homenageado pelos 16 anos à frente da capelania-geral da universidade. Grasel inicia um novo desafio como capelão da Ulbra/Ca-noas e pastor auxiliar da comunidade.

No mesmo dia, a Assembleia Geral elegeu os novos membros gestores (Assembleia de Gestão) bem como homologou o pastor Paulo Brum como Capelão de música da Ulbra e pastor de música da Congregação.

Atualmente, a Celsp possui 2.300 mem-bros distribuídos em seis capelas (Centro, Igara, Ulbra, Guajuviras, Berto Círio e Porto Garibaldi), e oito pastores atuam diretamente

na Paróquia. Cinco têm como primeira respon-sabilidade as atividades congregacionais nas ca-pelas: Angelo Elicker, Luiz dos Santos, André Müller, Marco A. Jacobsen e Eli-seu Krummenauer. Além disso, dezenas de outros pastores atuam em ca-pelanias, reitoria, aulas de cultura religiosa e outras variadas funções dentro do complexo Celsp/Ulbra.

“Após passar por um período difícil, a comunidade quer cada vez mais se fortalecer na Palavra de Deus, servindo com amor e qua-lidade. Queremos também resgatar a imagem confessional cristã, fortalecendo a conexão emocional da Celsp com a Ulbra como grande braço de ação evangelizadora, social e posi-cionamento confessional diante da sociedade brasileira”, diz o pastor Angelo Elicker.

Conheça mais em www.celspcanoas.blogspot.com.

CANTATA “uM NATAL INESquECíVEL”A capela no centro de Canoas lotou para

a Cantata da Natal 2011, apresentada nos dias 17 e 22 de dezembro. O coro adulto e o infanto-juvenil da Celsp apresentaram a cantata “Um Natal Inesquecível”, sob a regência do pastor e maestro Paulo Brum. Foram quatro meses de preparo para um resultado final de louvor e adoração que en-cheu os olhos e os corações dos presentes. Festa de música, imagem e mensagem que trouxe muitas pessoas não apenas uma vez, mas duas vezes à capela.

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Emoção e gratidão na despedida de pastor

Cerca de 430 pessoas lotaram o templo da Congregação São Paulo, Porto Alegre, RS, para agradecer, homenagear e abraçar o pastor Klaus Kuchenbecker no dia de sua desinstalação, 17 de dezembro de 2011.

O culto teve como pregador o 2º vice-presidente da IELB, pastor Geraldo Schüler, e contou com a participação de diversos pastores do Distrito Porto-alegrense. O pastor Klaus e sua esposa, Liège, visivelmente emocionados, rece-beram homenagens de todos os departamentos da congregação e também uma placa especial, onde estava gravado o versículo de Josué 1.9: “Não te mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu

Deus, é contigo por onde quer que andares”.Klaus trabalhou na Congregação São Paulo por 12 anos. Aceitou o

chamado para a Congregação Martinho Lutero, Planaltina, Brasília, DF.

Natal em Francisco Beltrão

Mais de 200 pessoas prestigiaram o programa de Natal da Congregação Cristo Rei, Francisco Beltrão, PR. A celebração foi realizada na noite do dia 24 de dezembro de 2011 e contou com a participação dos jovens, que encenaram a peça de teatro com o tema “Os colaboradores do Natal”. As crianças participaram declamando um jogral falando sobre os símbolos do Natal. Cerca de 30 pessoas estiveram envolvidas no programa.

Cultos ao vivo na internet“Usar os meios disponíveis e as

oportunidades para evangelizar.” Com esse pensamento, foi iniciado, em março de 2011, na Congregação Concórdia, Moema, São Paulo, SP, o projeto de transmissão dos cultos ao vivo através da internet.

A iniciativa foi do estagiário Marcos Augusto dos Santos (foto), que recebeu apoio de toda a comunidade. Até o mês de dezembro de 2011, o blog, onde está o link para assistir tanto os cultos ao vivo como os arquivados, registrava mais de 1.600 acessos. “Na realidade de uma grande metrópole como São Paulo, é imprescindível disponibilizar alternativas aos membros que estão em viagem ou impossibilitados de virem ao culto. Mas também serve como

testemunho de fé aos que ainda não conhecem a Cristo ou não co-nhecem a IELB. Claro que desde o início do projeto enfatizamos que é importante as pessoas estarem presentes nos cultos, especialmente nos cultos com Santa Ceia, pois não há como ter comunhão de altar de forma virtual”, enfatiza o estagiário Marcos.

Para continuar este projeto, a congregação investiu financeiramen-te adquirindo todos os equipamentos necessários para a transmissão. As transmissões acontecem nos domingos a partir das 9h no blog www.celconcordiasp.blogspot.com.

Gerações

Da esquerda para direita: Janiara Stübbe de Souza, 40 anos, Congregação da Cruz, Goiânia, GO; Stephany Stübbe Pedrosa, 6 anos, Congregação da Cruz, Goiânia; Katherine Stübbe de Souza, 24 anos, Congregação da Cruz, Goiânia; Neuza Stübbe, 59 anos, Porto dos Gaúchos, MT, e Holdine Wengrat, 86 anos, Campo Grande, MT.

fotos: arquivo editora concórdia

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Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias 9

Bênçãos em Guriri

No dia 9 de outubro de 2011, a Congregação da Ilha de Guriri, São Mateus, ES, que está em formação, celebrou o primeiro ano de atividades em seu novo templo recebendo oito novos membros, dois por Batismo. Foi realizada também a Fes-ta da Colheita e houve a primeira celebração da Santa Ceia na congregação.

O culto contou com a participação de 60 pessoas, entre elas, membros da Congregação de São Mateus. O pastor Itamar Cardoso dirigiu a mensagem com base no Salmo 100: “Servi ao Senhor com alegria”.

Atividades em Ijuí

O dia 11 de dezembro de 2011 foi um dia para agradecer a Deus. Dezoito jovens estiveram reunidos diante de Deus e da Congregação Emanuel, Ijuí, RS, para a confirmação. Com a igreja lotada de mem-bros e visitantes, eles confessaram sua fé no Senhor.

A temática da IELB (A Igreja Comunica a Vida – Acolher e Integrar) foi abordada durante o ano de 2011, através dos departamentos e das comissões de serviços, com os seguintes trabalhos: recepcionando os visitantes nos cultos e nos estudos bíblicos, visitando os membros da congregação e divulgando a Palavra de Deus através da Revista Emanuel (periódico semestral da congregação).

“Louvamos a Deus por um ano muito abençoado, onde tivemos a oportunidade de instruir adultos pela Profissão de Fé. Foram mais de 20 adultos recebidos em 2011, e, em dezembro, iniciamos mais uma turma com 14 alunos”, disse o pastor Ailton José Müller.

Projeto da ReformaDesde julho de 2011, a Congregação Cristo para Todos,

Simões Filho, BA, está vivendo o projeto “É tempo... de alegria, gratidão, louvor e empolgação”. O alvo do projeto é a vida e a obra de Martinho Lutero e como ambas são decisivas em nossa vida congregacional.

Cada família recebeu uma pasta com o projeto e as tarefas que deveriam ser realizadas. A cada domingo, uma atividade é apresentada. “Foi gratificante ver as criativas Rosas de Lutero, as poesias, os slogans, a disputa entre homens e mulheres sobre a vida de Lutero, o sermão em forma de discussão de uma tese, o estudo das 95 Teses e sobre Lutero, o cantar das músicas, a análise das fotos mostrando os principais lugares onde Lutero atuou, os ensaios e preparos para culto da Reforma, a análise dominical do grande painel de cinco metros (chamada pelo Gabriel, de 10 anos, de Cordel de Lutero) e muitas outras atividades que resultaram numa linda integração dos congregados”, destaca o pastor Paulo Klaudat.

O ponto culminante aconteceu no culto da Reforma, 30 de outubro de 2011, juntamente com os irmãos das congregações Cristo de Salvador e Trindade de Paripe. Houve batismos, profissões de fé, coral, grupo musical, e a mensagem foi apresentada em forma de teatro e poesia.

O slogan escolhido e repetido todo domingo pelos membros é: “Cante, exulte, viva: Castelo forte é nosso Deus! Não cale, fale, diga: Também pode ser teu e dos seus”.

Quer conhecer o projeto? Acesse: ielbsimoesfilho.blogspot.com.

RELEITuRA dA ROSA dE LuTERO PASTOR PAuLO RICARdO KLAudAT FILHOSe, no meu pequeno mundo chamado coração, tiver a fé no

senhor Jesus Cristo...... Criarei ao meu redor um mundo de paz...... E também um mundo de esperança...... E terei a certeza de um Novo Céu e uma Nova Terra...... Onde viverei eternamente feliz... Para Sempre.

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10 Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias

LLLB - Liga de Leigos Luteranos do BrasiL

Família LLLB faz confraternização

No dia 6 de dezembro de 2011, a Diretoria Nacional da LLLB se reuniu na residência do presidente, Oldemar Rohloff, para a última reunião ordinária de 2011. Em sua avaliação, o grupo observou um grande crescimento da parte de cada integrante da diretoria. Todos estão animados para o próximo ano, no desafio de organizar mais um grande Congresso Nacional de Leigos, cujo local será definido no início de 2012. Após os trabalhos, houve um momento de confraternização entre a diretoria e seus familiares.

Encerramento na Congregação Trindade

A Diretoria Nacional da LLLB esteve, no dia 9 de dezembro de 2011, na Congregação Trindade, Maripá, PR, para a confraterni-zação de encerramento das atividades da comunidade. Na ocasião, houve um devocional, dirigido pelo pastor Gerson Luiz Uhlmann, enfatizando o clima natalino, e foram entoados vários cânticos.

O presidente da LLLB, Oldemar Rohloff, acompanhado por sua esposa, Leonir, o vice-presdente, Ildo Hoffmann, e o conselheiro fiscal, Sandro Zastrow, agradeceram pela oportunidade de estarem presentes, enfatizando que as contribuições das congregações de-vem estar focadas na formação de novos pastores, para que dessa forma a Palavra do Senhor tenha continuidade. A diretoria aproveitou para convidar os membros de Maripá a participarem do culto festivo dos 108 anos da Igreja Evangélica Luterana do Brasil no dia 24 de junho de 2012, em Marechal Cândido Rondon.

Encontro esportivo

No dia 6 de novembro de 2011, os leigos do Distrito Vale do Itajaí (DIVALI) realizaram o seu Encontro Esportivo na cidade de Pomerode, SC. O momento devocional foi realizado na Congre-gação São João. No ginásio de esportes foram realizados os jogos de futsal, vôlei e jogos de mesa. Ao final da tarde, novamente na congregação, aconteceu um devocional de encerramento e o café de despedida. Inscreveram-se 155 leigos que junto com senhoras e jovens totalizaram mais de 200 participantes.

Leigos no Congresso Nacional da LSLB

O presidente da Liga de Leigos Luteranos do Brasil (LLLB), Oldemar Rohloff, e o pastor conselheiro da LLLB, Emerson Oditer Zielke, estiveram presentes no 26º Congresso Nacional da Liga de Servas Luteranas do Brasil, realizado no mês de janeiro, em Bento Gonçalves, RS. O presidente saudou as congressistas e falou da extraordinária movimentação e do trabalho das Ligas. Destacou o quanto já foi realizado, ressaltando o quanto ainda precisa ser feito por todos no que diz respeito à família.

O pastor Zielke disse que a participação de todos nos congressos da LSLB é importante porque é uma oportunidade de crescimento na fé. Lembrou ainda que a IELB possui um grande potencial, mas é preciso que levemos cada vez mais nossa doutrina e nosso testemu-nho para um mundo muito carente da Palavra de Deus.

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Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias 11

Encerramento na Congregação Trindade

www.jelb.org.br

JeLB - Juventude evangéLica Luterana do BrasiL

SAIBA TuDO SOBRE A JELB NO SITE www.jelb.org.br

Muitas partes, um só corpo“É ele quem faz com que o corpo todo fique bem ajustado e todas as partes fiquem ligadas entre si por meio da união de todas elas. E, assim, cada parte funciona bem, e o corpo todo cresce e se desenvolve por meio do amor”. Efésios 4.16

Você tem dificuldade em esco-lher onde vai trabalhar dentro da Igreja? Não sabe onde melhor pode servir a Jesus na sua congregação? O Conselho Geral da JELB pode ajuda-lo a resolver este problema. Durante o ano de 2011, foi desen-volvido o projeto Muitas Partes, Um Só Corpo. Essa é uma forma cria-tiva de descobrir onde você pode servir melhor ao nosso Senhor.

O Muitas Partes, Um Só Corpo foi desenvolvido em forma de gin-cana, como orientação para que os jovens possam ter experiências de trabalho dentro das cinco áreas de atuação da igreja: comunhão, testemunho, ensino, adoração e serviço. Esta é uma maneira de

refletir sobre os dons do Espírito Santo e de vivenciar o trabalho na igreja a partir da oferta desses dons.

Entre no site da JELB, baixe a apostila, converse com o seu pastor e inicie agora mesmo a atividade em sua União Juvenil.

ENL 2012Você pode ser líder

de uma União Juvenil ou estar na Diretoria Distrital. Você pode so-nhar em ser um líder ou simplesmente ser um jovem que se preocupa com a sua UJ e quer melhorá-la. No entan-to, você não pode, de jeito nenhum, perder o Encontro Nacional de Líderes (ENL) da JELB!

E por que você deve ir ao ENL? Dá uma espiada no que disse a Vivian Kohn de Canoas, RS: “Porque a Palavra de Deus nos diz em Provérbios 15.22: ‘Sem conselhos os planos fracassam, mas com muitos conselheiros há sucesso’. Quer lugar com maior concentra-ção de conselheiros do que o ENL da JELB? Não tem. Uma gale-ra bacana, reunida, pronta para trocar um monte de experiências. Além de ser um grande encontro de comunhão, oração, crescimento, aprendizado e de mo-mentos inesquecíveis”.

O ENL vai acontecer de 7 a 10 de junho no Seminário Concórdia em São Leopoldo, RS. Venha participar deste momento. Você é nos-so convidado especial. Acompanhe novas infor-mações sobre valores, inscrições, condições de pagamento e auxí-lios através do nosso site.

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12 Mensageiro | Março 2012 | encarte ieLB notícias

Rony RicaRdo MaRquaRdtResponsável pelo Cadastro e Estatística da IELB

ORDENAÇÕES E INSTALAÇÕES

INDICADORES DA IELB

Renato baueRMann Tesoureiro da IELB

CONTATOS DA IELB

PRESIDENTE - Egon [email protected]

1º VICE-PRES. - Arnildo [email protected]

2º VICE-PRES. - Geraldo Schü[email protected]

SECRETÁRIO - Rubens [email protected]

TESOUREIRO - Renato [email protected]

PEM - Adilson Schü[email protected]

PROJETOS - Mario [email protected]

[email protected]

TELEFONE(51) 3332-2111

CONTRIBUIÇÕES DAS CONgREgAÇÕES

Valores válidos para fevereiro/2012

IEG=1,6011 POUP=2,6474 IFAPAI=3,5109 IFPP=3,6343

Rentab. [Líquida] (mensal atual) FPP/FAPAI = 0,7399% Poupança = 0,5868

Política de Subsistência Pastoral: Básico: R$ 2.017,00

(válido a partir de abril/2011)

Anuênios (cada ano pós formatura) 1° ao 20° = R$ 72,61

(a partir de dez/2011, CD-RES 26/2011)

www.ielb.org.br

ELy PRIETO – no dia 13 de novembro de 2011, instalado como pastor cedido à LCMS, responsável pela missão urbana do Texas District na Lutheran Inter-City Network Coalition de San Antonio, Texas, EUA, pelo conselheiro do Circuito 29, pastor Carlos Boerger. Era pastor em San Antonio, Texas, EUA.

NESTOR duEMES – no dia 3 de dezembro de 2011, instalado como pastor na CEL da Paz, Cuiabá, MT, pelo conselheiro do Distrito Mato Grosso, pastor Aramis Hoffmann Jacoby. Era pastor em Esteio, RS.

GRASILIANO GALARSA SILVEIRA – no dia 4 de dezembro de 2011, instalado como pastor na CEL Castelo Forte do Jardim Leopoldina, Porto Alegre, RS, pelo pastor Klaus Ernesto Kuchenbe-cker. Estava sem chamado.

CLáudIO RENATO BüNdCHEN – no dia 11 de dezembro de 2011, instalado como pastor na CEL Cruz, Cruz Alta, RS, pelo conselheiro do Distrito Vale do Rio Ijuí, pastor Ailton José Müller. Era pastor em Pérola d’Oeste, SC.

LuCAS ANdRé ALBRECHT – no dia 18 de dezembro de 2011, instalado como capelão geral da ULBRA na CEL São Paulo, Canoas, RS, pelo pastor Gerhard Grasel. Era capelão univer-sitário em Canoas, RS.

ELTON AMéRICO – no dia 15 de janeiro de 2012, ordenado na CEL Bom Pastor do bairro Boa Vista, Limeira, SP, pelo pastor Gilson Persike.

dARCI KLEIN GRETSCHMANN – no dia 18 de dezembro de 2011, instalado como pastor na CEL São João, Pérola d’Oeste, PR, pelo conse-lheiro do Distrito Vale do Iguaçu, pastor Selvino Langner. Era pastor em Linha Patos, Alecrim, RS.

GEOMAR MARTINS – no dia 31 de de-zembro de 2011, ordenado na CEL Concórdia, Cacoal, RO, pelo 2º vice-presidente da IELB, pastor Geraldo Walmir Schüler.

MIquéIAS ELLER – no dia 31 de dezembro de 2011, ordenado na CEL Concórdia, Cacoal, RO, pelo 2º vice-presidente da IELB, pastor Ge-raldo Walmir Schüler.

JOSé ANdRé SCHWANKE – no dia 8 de janeiro de 2012, instalado como pastor na PEL da Paz, Riqueza, SC, pelo conselheiro do Distrito Oeste Catarinense, pastor Rudi Sjlender. Era pastor emérito

éMERSON RICARdO MELLO – no dia 11 de janeiro de 2012, ordenado na CEL São Miguel, Dois Irmãos, RS, pelo pastor Oscar Martinho Zimmermann.

ELTON RICARdO LuITHARdT – no dia 29 de janeiro de 2012, instalado como pastor cedido à Igreja Evangélica Reformada para atuar como capelão do Colégio Colônia Holandesa em Ara-poti, PR, pelo pastor Paulo Roberto Verdin. Era pastor na Vila Hauer, Curitiba, PR.

Confira as notícias e informações da Igreja em

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