mensageiro luterano - março 2011

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Crescimento da Igreja. Pesquisa aponta quatro fatores: - Grupos e programas de estudo bíblico - Liderança Leiga ativa - Pastores servindo na mesma congregação por mais tempo - Culto tradicional e culto contemporâneo

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Mensageiro | Março 2011 3

Março2011

LIDERANÇA

É hora de elegera diretoria na Igreja.E agora?06

VIDA COM DEUSIgreja - família que acolhe os perdidos

05 MENSAGEM DO PRESIDENTE

07 EM FOCO

08 ADORAÇÃO E LOUVOR

09 MÚSICA NA IGREJA

18 CAPA

22 VIDA E CIÊNCIA

24 UMAS E OUTRAS

26 IGREJAS PELO MUNDO

30 AÇÃO SOCIAL

31 COMPORTAMENTO

36 ECUMENISMO

37 REAÇÃO DO LEITOR

40 DIVULGAÇÃO

46 ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA

48 MISSÃO E TESTEMUNHO

49 MEMÓRIA

50 VIRANDO A PÁGINA

28VIDA NO SEMINÁRIO

Música e esportes movimentam o Seminário

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Leia nesta ediçãoMens aGeiRo LUteRano | ano 94 | nº 1.156

Fim da vida na perspectiva pastoral

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Num contexto de sofrimento, dor e desespero, o melhor parece ser procurar aliviar o sofrimento. Afinal, como dizem, temos direito de morrer, e precisamos morrer com dignidade.

CONGRESSO DA JELB

Foz do Iguaçu recebejovens luteranos 42

Page 4: Mensageiro Luterano - Março 2011

Mensageiro Luterano

Filiada a associação de editores cristãos (asec) EndErEço av. são Pedro, 633, Bairro são Geraldo, ceP 90230-120, Porto alegre, rsFonE/Fax (51) 3272 3456SitE www.editoraconcordia.com.brtwittEr twitter.com/edconcordiaEmail [email protected] [email protected]

dirEtoria ExECutiva Henry J. rheinheimer (presidente), clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Nilson Krick e rubens José ogg GErEntE Nilson Krick - [email protected] FinanCEiro Joel Weber Editor Nilo Wachholz - [email protected] ComiSSão Editorial adilson schünke, célia M. Bündchen, clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Nilson Krick e rubens José ogg

4 Mensageiro | Março 2011

ConcórdiaE d i t o r a

EndErEço rua cel. lucas de oliveira, 894Bairro Mont’serrat, ceP 90440-010 Porto alegre, rs, BrasilFonE (51) 3332 2111 / Fax: (51) 3332 8145SitE www.ielb.org.brtwittEr twitter.com/ielB_BrasilE-mail [email protected]

dirEtoria naCional 2010/2014 prESidEntE egon Kopereck 1º viCE-prESidEntE arnildo schneider 2º viCE-prESidEntE Geraldo Walmir schüler SECrEtário rubens José ogg tESourEiro renato Bauermann a ielB crê, confessa e ensina que os livros canônicos das escrituras sagradas, do antigo e do Novo testamento, são a Palavra infalível revelada por deus e aceita, como exposição correta dessa Palavra, os livros simbólicos da igreja evangélica luterana, reunidos no livro de concórdia do ano 1580.

IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL

| AO LEITOR |

Nilo WachholzEditor-Redator | [email protected]

Quaresma, tempo de preparação

Nilo WachholzEditor-Redator | [email protected]

iSSn 1679-0243

Órgão oficial da igreja evangélica luterana do Brasil (ielB) de periodicidade mensal (exceto janeiro e fevereiro - edição única). registrado sob nº 249, livro M, nº 1, em dezembro de 1935, no registro de títulos e documentos do rio de Janeiro, conforme o decreto-lei de imprensa nº 24776 de 14/07/1934.

projEto E produção GráFiCa editora concórdia ltda.rEdação [email protected] Nilo Wachholz - Mtb 42140/sP aSSiStEntE Editorial daiene Bauer Kühl - Mtb 14623/rs rEviSão aline lorentz sabka jornaliSta-diaGramador leandro da rosa camaratta dESiGnEr christian schünkeColaboradorES FixoS Bruno ries, carlos W. Winterle, luisivan V. strelow, Marcos schmidt, Mona liza Fuhrmann, rosemarie K. lange, Vitor radünz, Waldyr HoffmannaSSinaturaS lianete schneider de souzaloGíStiCa Marcelo azambuja

aSSinatura no braSil anual r$ 49,00; Bianual r$ 92,00 aSSinatura para outroS paíSES anual Us$ 52,00; Bianual Us$ 100,00

tiraGEm dESta Edição 9 mil exemplares

a redação reserva-se o direito de publicar ou não o material enviado, bem como editá-lo para fins de publicação. Matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da redação ou da administração Nacional da ielB. o conteúdo do Mensageiro pode ser reproduzido, mencionados o autor e a fonte.

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Esta edição do Mensageiro Luterano traz assuntos bem diversificados. Isso mostra que cada vez mais os leitores reagem, inte-ragem e sentem-se motivados a participar, compartilhando conhecimentos, convicções, testemunhos e experiências. Isso enriquece a nossa revista e atende a um número maior de pessoas e interesses.

Nessa diversidade, abordamos em nossa matéria de capa o assunto que sempre deve estar na pauta da Igreja: o seu crescimento! E avaliamos que o autor nos conduz a uma reflexão muito próxima da nossa realidade. Afinal, a pesquisa que fundamenta as suas considerações e avaliações foi feita em igrejas históricas, como a IELB, com dados da pró-pria IELB. Portanto, penso que temos muito a considerar sobre o assunto, ao trazermos esta discussão para dentro das nossas con-gregações, paróquias e sínodo.

Neste mês, entramos em um período do Ano da Igreja chamado Quaresma. É tempo

de meditação, de preparação para os grandes e decisivos eventos da Semana Santa – o so-frimento, a morte e a ressurreição de Jesus. Como os eventos históricos da salvação já aconteceram, há quase 2.000 anos, hoje, ainda mais do que naquela época, estamos nos preparando, não só, mas, também na Quaresma, para a nossa morte e ressurreição. Por isso, trazemos nesta edição do Mensagei-ro Luterano uma reflexão e uma abordagem de preparação da “nossa quaresma”, ou de um ente querido nosso a caminho da morte física, da ressurreição e da vida eterna.

Convidamos o leitor a folhear, olhar, ler cada página desta revista e comentar sobre ela com os familiares, amigos e colegas de trabalho. Além disso, todos os que quiserem estão convidados a nos dar conhecimento (por e-mail, telefone, carta) da sua avaliação e da sua maneira de pensar sobre o que aqui apresentamos.

Mesmo com mais páginas, ainda faltou es-

paço nesta edição. Enquanto agradecemos a todos, queremos deixar algumas orientações:

1) Prazo: Não deixem passar mais de 30 dias de um evento para mandarem as informações.

2) Dados: As informações/notas devem sempre ser as mais completas possíveis.

3) Fotos: Em resolução acima de 1 megabyte e encaminhem como anexos, não no corpo do e-mail ou do texto.

Em Cristo, aguardamos um novo encon-tro, na próxima edição!

Page 5: Mensageiro Luterano - Março 2011

Mensageiro | Março 2011 5

Egon KopereckPastor Presidente da IELB| [email protected]

| MENSAGEM DO PRESIDENTE |

Deus faz sua Igreja crescer, através de nós

FOTO: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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N esses primeiros meses do ano, é comum ouvirmos relatórios de empresas, instituições, do pró-prio governo, avaliando o ano

que passou e destacando, especialmente, os setores onde houve crescimento. A pergunta que se impõe, e esta edição nos traz uma bela reflexão sobre esse tema, é: e a nossa IELB, está crescendo? Acompanhando os últimos anos, vemos que o crescimento de membros da IELB tem sido um pouco acima do crescimento de-mográfico do país. Isso é bom? É suficiente? Talvez devêssemos dizer que pelo menos não é negativo, mas poderia ser melhor.

Já estamos em 2011. Onde queremos chegar? Qual é nosso objetivo como Igreja, como Distrito, como Comunidade, como cristãos para esse ano? Queremos apenas participar, de vez em quando, nos cultos, dar a nossa oferta e esperar sermos atendidos quando necessário? Ou estamos dispostos a nos envolver, agir, dar o nosso melhor, falarmos aos nossos vizinhos, colegas de trabalho e amigos sobre a nossa fé, a nossa esperança e a grande alegria que sentimos por sermos pessoas amadas, perdoadas e acolhidas pelo Salvador Jesus? Queremos, de fato, viver a nossa fé, dar nosso testemunho, na vida e no serviço do Reino de Deus?

Queridos irmãos! Olhando para trás, quan-tas bênçãos temos recebido. A maior delas, a fé no Senhor e Salvador Jesus. Quanta graça, quanta misericórdia da parte de Deus para conosco. Ele nos amou, mandou seu Filho para nos salvar, nos perdoou e perdoa diariamente. Como podemos responder a esse amor?

Deus queira que cada um de nós possa dizer: “Senhor! Muito obrigado por me amares tanto. Eu quero te servir com ale-gria e fidelidade, dedicando e consagrando minha vida, meus dons, meu tempo e meus bens para o teu serviço. Quero dar o melhor de mim, pois tu me deste o melhor e mais precioso de ti. Quero ajudar minha família, meus irmãos a te buscarem, servirem e ama-rem mais. Quero ser um vaso de bênçãos. Usa-me, molda-me, modifica-me, pelo poder do teu santo Espírito”.

QuarESMaTemos diante de nós um período de re-

flexão e meditação. Não permitamos que a festa do mundo turve ou obstrua a reflexão e a gratidão ao Salvador Jesus, pelo que ele fez e significa em nossa vida.

Que o nosso canto, o nosso pedido seja: “Oh! Não seja em vão, Senhor, teu martírio expiador” (Hinário Luterano, nº 81). Assim

como o nosso louvor e a nossa gratidão dizendo: “Grato sou por tanto amor, meu bendito Redentor!” (HL 91).

OpOrtunIdadES E dESaFIOSMuito especialmente em 2011 e 2012, o

coordenador nacional do PEM, juntamente com um membro da Diretoria Nacional, estarão visitando os distritos da nossa IELB pelo Brasil. O grande destaque é, atendendo o clamor da Igreja, incentivar, despertar e preparar novos e mais líderes. Quando a oportunidade chegar ao seu Distrito, não deixe de aproveitá-la. Participe!

Neste mês de março, as lideranças, as Diretorias das Ligas Auxiliares e das Orga-nizações Auxiliares da IELB, juntamente com a Diretoria Nacional da Igreja, estarão reunidas, com o objetivo de estarmos to-dos focados no mesmo alvo, nos mesmos objetivos, visando sempre um trabalho in-tegrado, preparado para “Anunciar a Vida”, acolhendo e integrando a todos na sublime obra do nosso Deus.

Deus nos abençoe em nossos desafios, projetos e objetivos; e que ao final do ano, na avaliação do que passou, possamos, com alegria, ver dados que alegrem aquele que nos deu a vida.

Page 6: Mensageiro Luterano - Março 2011

Igreja - família que acolhe os perdidosO acolhimento cristão traz a marca do amor que recebe, perdoa e redime o pecador

FOTO: iSTOCk_AlexMAx

| VIDA COM DEUS |

6 Mensageiro | Março 2011

Luisivan Vellar StrelowTeólogo (STM) | [email protected]

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Quando Jesus disse para os fariseus do seu tempo que atirasse a pri-meira pedra sobre

a mulher acusada de adultério aquele que estivesse sem pe-cado (Jo 8.7), todos os acusa-dores foram embora. Jesus, então, disse à mulher: “Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais” (v. 11). Jesus estava sem pecado e poderia ter atirado a primei-ra pedra. Quando ainda hoje mulheres são apedrejadas sob acusação de adultério, em lugares distantes, ou assassinadas por seus maridos e companheiros, em nossas cidades, continua surpreendendo a atitude acolhedora de Jesus para com as mulheres.

O acolhimento cristão não é marcado pela indiferença, mas pelo amor que acolhe, perdoa e redime o pecador. Os perdidos aco-lhidos por Cristo não permanecem perdidos, mas são acolhidos na família de Deus: “esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lc 15.32). Jesus não atirou pedras, nem condenou, mas acolheu aquela que seria apedrejada na família de Deus: “vai e não peques mais” (Jo 8.11). É estranha essa forma de perdoar e acolher, porque Jesus envia a mulher de volta a sua casa, a sua família, ao seu marido, com uma recomendação tão simples quanto descon-certante: “vai e não peques mais”.

A indiferença diz: eu não te condeno, vai e volta para o teu pecado. O amor diz: eu não te condeno, vai e não peques mais. O mundo prega e pratica a indiferença que abandona. Porém, Jesus prega o amor que acolhe e redime.

Os perdidos de hoje necessitam de acolhimento e redenção. A pergunta

de Tiago continua atual: que pro-veito há em recomendações de-

sacompanhadas de ação? Que benefício há em recomendar ao faminto que se alimente ou ao que passa frio que busque se agasalhar se não lhe damos comida nem roupa com que possa se alimentar e vestir? (Tg 2.15,16).

O Evangelho de Cristo anuncia que não somos órfãos

neste mundo, mas temos um Pai que nos ama. Essa é a mensagem

que faz da Igreja de Cristo uma família acolhedora. A Igreja traz ao mundo a

boa notícia do acolhimento redentor. Deus é um Pai que espera o retorno de seus filhos e filhas perdidos, pronto a recebê-los com amor e perdão. Jesus anunciou as boas no-vas do Pai misericordioso: “Vinha ele [o filho perdido] ainda longe, quando seu pai [Deus] o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou” (Lc 15.20).

O Evangelho acolhedor faz sentido aos perdidos, abandonados e desajustados de hoje quando é anunciado por uma Igreja acolhedora. O Evangelho redentor é mais ouvido quando anunciado por uma igreja que, a exemplo do Bom Pastor, vai em busca das ovelhas perdidas deste mundo e alegra-se com cada pecador que se arrepende (Lc 15.1-7).

A Igreja deve demonstrar, na prática, o Evangelho que prega. Para o visitante, uma pregação acolhedora só faz sentido se esta for acompanhada de uma atitude acolhedora. Por outro lado, o acolhimento que redime vem sempre da graça de Deus. Na graça, fomos acolhidos; na graça, também acolhemos.

“Jesus, primeiro, acolheu e perdoou, e então

recomendou uma vida nova. Nós, muitas vezes, primeiro, recomendamos

uma vida nova para depois, talvez, acolher com o perdão. Acolher

na igreja vem antes, recomendar a volta para

casa vem depois. Sem acolhimento, não há

redenção; sem perdão, não há vida nova.”

Page 7: Mensageiro Luterano - Março 2011

Prazo espichado

Estou de férias na praia enquanto escrevo este artigo. Fui ver os meus e-mails e levei um susto: o pastor Nilo me perguntando se

o artigo já estava pronto. Tinha esquecido. Respondi pedindo um prazo maior de en-trega. Conversamos pelo celular e tudo foi ajeitado. Com o meu computador a tiracolo, posso trabalhar relaxadamente na cadeira de praia e me inspirar com o chiado do mar.

Minhas férias seriam mais sossega-das se isto fosse há alguns anos, porém, o editor da IELB estaria apavorado. Com celular e internet é impossível escapar dos compromissos – uma reclamação também do Nilo e da maioria. E mesmo aqueles que conseguem aliviar a cabeça durante as férias ainda correm sério risco. Um estudo comprova que 75% dos que se livraram do estresse nas férias voltam a ter esta doença já na primeira semana de trabalho.

O problema não é o trabalho – são os pra-zos “para ontem” no competitivo mercado profissional. Nem o lavrador serve mais de exemplo para a paciência (Tiago 5.7). Neste mundo conectado on line, para “cada mi-nuto” bastam as suas próprias dificuldades – e não para “cada dia” como disse Je-sus. Por isso, toda a ansiedade. Mas não deveria ser diferente com os cristãos? Ou terminou o prazo de validade da promes-sa que tudo nos será acrescentado se buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus e aquilo que o Senhor quer? Nós sabemos a resposta. Ela está aqui mesmo nestas palavras de Jesus, no capítulo 6 de Mateus. Com a falta de tempo, no en-tanto, pulamos as três primeiras petições do Pai Nosso e vamos logo para o que nos interessa, ou seja, o “pão”.

Assim, o problema nem são os prazos – é a compreensão e o uso racional do tempo. Os minutos, as horas, os dias são mais que marca de relógio, folhinha de calendário. A própria Bíblia faz a diferença quando usa os termos kairos e chronos na língua original grega. Por exemplo, quando Jesus lamenta a descrença do seu povo, ele diz: “Você não reconheceu o tempo – kairos – em que Deus veio para salvá-la” (Lucas 19.44). Já na parábola dos lavradores maus, lemos que certo homem “foi viajar, ficando fora por muito tempo – chronos” (Lucas 20.9). O tempo pode ser oportunidade como simples pontuação cronológica. Viver esta diferença pode explicar a sensação de que os dias estão mais curtos e o ano passa correndo. O aviso apostólico é oportuno: “Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as oportunidades (kairos) que vocês têm” (Efésios 5.16).

O proveito do tempo, no entanto, depende do sentido que se dá para a vida. No livro Uma Vida com Propósitos, o autor afirma que “se concen-trarmo-nos em nós mes-mos, jamais desvendará o propósito de nossa vida”. Ele sugere que há propósitos de vida diri-gidos por sentimentos de culpa, ou pelo rancor

e pela raiva, pelo medo, pelo materialismo, ou pela necessidade de aprovação. Ressalva que fomos feitos por Deus e para Deus – e, enquanto não compreendermos isso, a vida jamais terá sentido.

Qual o propósito da minha vida? Qual o sentido das minhas férias, do meu trabalho, deste artigo que escrevo? Nesta sociedade

“Qual o propósito da minha vida? Qual o sentido das minhas férias, do meu trabalho, deste artigo que escrevo? Nesta sociedade

cada vez mais sem sentido, precisamos da resposta.”

cada vez mais sem sentido, precisamos da resposta. Ou então vamos correr atrás dos prazos e, no final do dia, lamentaremos com o Sábio: “Quando pensei em todas as coisas que havia feito e no trabalho que tinha tido para conseguir fazê-las, compreendi que tudo aquilo era ilusão, não tinha nenhum proveito. Era como se eu tivesse correndo atrás do vento” (Eclesiastes 2.11).

Como disse, estou de férias (estava quando isto for lido) e esqueci o artigo. Mas no final, o “prazo espichado” rendeu assunto. E me ajudou na reflexão sobre as oportunidades nestes dias de descanso, e a retornar mais preparado para enfrentar a concorrida agenda de março.

Marcos SchmidtPastor em Novo Hamburgo, RS| [email protected]

| EM FOCO |

Mensageiro | Março 2011 7

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Page 8: Mensageiro Luterano - Março 2011

| ADORAÇÃO E LOUVOR |

DaviD KarnoppMembro da Comissão de Culto da IELBPastor em Vacaria, RS

8 Mensageiro | Março 2011

Os púlpitos da igrejaeles deveriam nos servir de fonte de alegria e consolo

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A maioria das igrejas cristãs utiliza um púlpito para leituras, prega-ções e preleções. O significado dele, porém, não é o mesmo em

todas as igrejas. Em igrejas pentecostais e algumas evangélicas, ele é mais importan-te do que o altar – em muitas delas, nem existe altar. No lugar do altar, bem à frente, encontra-se o púlpito. Assim, tem-se a co-notação de que o culto está centralizado na pregação. Como em tais igrejas a Santa Ceia é considerada um mero símbolo e não um meio da graça de Deus, o altar não recebe a mesma importância que em nosso meio.

Entre os luteranos, o púlpito também adquiriu significados diferentes ao longo da história. Houve épocas em que a pregação foi considerada a parte mais importante do culto, onde a Santa Ceia perdeu muito do seu valor e chegou a ser celebrada apenas quatro vezes ao ano. Em função disso, foram construídas muitas igrejas cujo púlpito es-tava colocado bem acima do nível do altar e com vários degraus. Alguns, para favorecer a acústica, mas muitos deles com o objetivo

de mostrar que o culto estava centralizado na pregação. Isso levou a uma certa desva-lorização do altar como “Mesa do Senhor”.

Também houve tempos em que o púl-pito causava mais medo do que consolo, pois de cima dele pregava-se mais Lei do que Evangelho.

Qual É O SIgnIFIcadO E a IMpOrtâncIa dO púlpItO

na IElB? Normalmente, usamos dois púlpitos no

templo, o de leituras e o de pregação. Ambos estão geralmente localizados na linha que divide o presbitério da nave, um de cada lado do templo. O presbitério é a parte do templo onde fica o altar, geralmente um ou dois degraus mais alto. A nave é o local onde está a congregação.

O púlpito da pregação deveria estar um pouco para dentro da nave e um pouco à frente do altar, indicando que é pela Palavra que temos acesso a Cristo, presente na Santa Ceia. O ideal é que ele esteja colocado no mesmo nível do altar, para mostrar que o culto está igualmente centralizado na Palavra e nos sacramentos. A pregação deve estar em equilíbrio com o restante do culto para preparar e conduzir a congregação à Santa Ceia. O púlpito de pregação deve ser utilizado somente pelo pregador, e a sua finalidade deveria ser tão somente de pregação da Palavra. Além disso, ele deveria estar fixo ao piso para demonstrar a firmeza da pregação.

O púlpito de leituras, também chamado de “ambão”, é próprio para as leituras da Palavra. Ele pode ser no mesmo estilo do púlpito da pregação, porém, um pouco me-nor. Por essa razão, ele deveria ser fixo ao piso para denotar a firmeza da Palavra. Ele pode ser utilizado tanto pelo pastor como por leigos para leituras – os leigos também podem utilizá-lo para cultos de leitura. Às vezes, ele é usado como recurso para profe-

rir palestras e estudos, e até como estante para o maestro dirigir o coral, mas, para estas finalidades, existem estantes próprias, inclusive desmontáveis.

Em capelas mais antigas, alguns púl-pitos foram construídos de forma circular, muito fechados e até estreitos, dificultando a expressão corporal do pregador e, como consequência, a comunicação. A estética deles também nem sempre é condizente com a grandeza da pregação e a beleza do templo. Por isso, quando ocorrem reformas de capelas e novas construções, é bom ter em mente os púlpitos mais abertos, que fa-voreçam a comunicação verbal e a expressão corporal. Uma consulta a um profissional da área pode unir beleza com praticidade.

É verdade que de cima dos nossos púlpi-tos tem que ser pregada a Lei em toda sua dureza. No entanto, de forma especial, eles deveriam nos servir de fonte de alegria e consolo. Pois deles deveria nos ser anunciado, com toda clareza e profundidade, a grandeza do amor de Deus, que em Cristo Jesus amou o pecador e deu a vida por ele.

Page 9: Mensageiro Luterano - Março 2011

| MÚSICA NA IGREJA |

Mensageiro | Março 2011 9

Confessionalidade na música IIpaULo BrUMMembro da Comissão de Culto da IELB Pastor e capelão de música da ULBRA

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Dentro da diversidade de opiniões, compartilho o estudo do pastor Horst R. Kuchenbecker, trazendo reflexões dos pais da Igreja Luterana (parte II).

dIFIculdadESLutero e seus colaboradores insistiram

dizendo que a música na igreja precisa ser olhada com critério, com julgamento teo-lógico, pois há uma íntima ligação entre a teologia e a música. Por isso, em relação à música na igreja, dois princípios precisam ser observados: a) a música na igreja precisa ser ajustada à mensagem; b) a congregação, coros e solistas precisam selecionar músicas cujo tom esteja subordinado ao texto e não sobrepor-se a ele chamando atenção a si. Agostinho afirma em suas Confissões: eu estou inclinado a aprovar o costume de cantar na igreja. No entanto, quando sou

movido mais pelos sons do que pelo texto, sinto que estou pecando e mereço punição.

O assunto, no entanto, permanece po-lêmico. Daniel Reuning afirma que Lutero tinha clara concepção de que a música age de forma independente do seu texto ou outra influência. Ela tem sua própria dinâmica pela qual reforça ou solapa o conteúdo da letra. Hoje, a teoria de Lutero é cientificamente comprovada pela análise dos sentics. Lutero usou também as palavras dionysiana e apollo-niana para esclarecer e definir sua tese de que a música comunica com força própria.

Há dois tipos de emoções que provocam em nós dois tipos diferentes de reações emo-cionais, a reação dionysiana ou apolloniana. Hoje, muitos ao introduzirem música Pop, Rock, Jazz e outras músicas populares e do folclore querem se justificar com Lutero, dizendo: Lutero usou hinos populares e fol-clóricos e os trouxe para a igreja. É verdade, mas, onde necessário, Lutero mudou os sentics. Além disso, há uma grande distância entre os poucos hinos do folclore que Lutero tomou devido sua linha musical harmoniosa e os hinos populares de hoje.

A música que comunica emoções com a força dionysiana é subjetiva e excita a alegrias ou emoções que dominam a pes-

soa, arrasta a pessoa, requer movimentos e expressões físicas. É a música para festas, danças e divertimentos. Ela é profundamen-te antropocêntrica.

A música apolloniana também estimula as emoções à alegria, mas é uma alegria diferente, na qual a pessoa permanece no controle de sua mente e de suas emoções. A Escritura e, firmados nela, nossos refor-madores ensinam buscar a certeza de nossa salvação não em nós mesmos, em nossas obras, nossos sentimentos, mas no que está fora de nós, na graça de Cristo, a saber ,na justificação objetiva e não subjetiva. A Reforma Luterana se afastou de tudo o que possa ser fonte, esperança ou segurança dentro da pessoa para a salvação, para depositar sua fé unicamente na graça de Cristo. Isto é uma completa objetividade. Somente nessa gloriosa objetividade temos certeza do perdão e paz com Deus. Por isso, a música na Igreja Cristã é mais apolloniana e do que dionysiana.

Portanto, é importante não perder a nossa herança, para compreendê-la e praticá-la. Para ensiná-la à nossas con-gregações e jovens, os hinos precisam ser ensinados e cantados nos departamentos, igrejas, escolas e lares.

Page 10: Mensageiro Luterano - Março 2011

10 Mensageiro | Março 2011

| MÚSICA NA IGREJA |

Horst R. Kuchenbecker, adaptação do texto de M.J. Grieger. Queensland, Austrália, ano 1982.

| MEDITAÇÃO |

Djenane poMMerening | Schoroeder, SC

“Portanto, é importante não perder a nossa

herança, para compreendê-la e praticá-la. Para ensiná-la a nossas congregações e jovens, os hinos precisam ser ensinados e cantados

nos departamentos, igrejas, escolas e lares. “

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O professor dr. Kurt Marquart afirma: “As Confissões Luteranas nos lembram que o verdadeiro e agradável culto a Deus consiste em espírito humilde, arrependido e confiante na graça de Cristo, conforme revelado na Escritura. É crucificar a carne com seus desejos pecaminosos e apego à graça de Cristo, pela grata aceitação da promessa do Evangelho. Essa é a essência da vida espiritual. Dela fluem os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansi-dão, domínio próprio” (Gl 2.22,23).

Mas o que vemos hoje em nossa igreja? Vemos que a música dionysiana penetra por todos os lados. Os cultos, especialmente em congressos, são verdadeiros shows. E dos congressos, essas músicas e exemplos seguem para as congregações. Não é de admirar que estejamos perdendo membros para a ala dos carismáticos. Alguns acham que com cultos alternativos conseguirão atrair mais pessoas e especialmente os jo-vens – isso é uma ilusão. A novidade chama um pouco de atenção, depois, notando o vazio, são abandonados, porque lhes faltou o

verdadeiro fundamento. Um pastor de nossa Igreja nos USA disse que implantou cultos alternativos. Constituiu um conjunto musi-cal com bateria, mas após 3 anos não tinha mais nada. Seus jovens haviam aprendido a tocar na bateria, mas como o pastor pedia mais moderação na execução dos hinos, eles se foram para onde pudessem extravasar de fato. Não nos enganemos, importa voltar para nossa música tradicional e ensinar nossos jovens e congregações a cantarem nossos hinos.

O QuE O FuturO pOdE nOS trazEr?

Será que nossa Igreja permanecerá em sua herança teológica e musical? As rápidas mu-danças em nossos dias causam muita confusão: o povo, sem um conhecimento mais profundo sobre a relação entre música e teologia; o es-tímulo para que as congregações criem suas próprias comissões de culto e liturgia, sem terem um manual para a correta orientação; a falta de investimento da IELB no setor da música e liturgia. Nosso Hinário Luterano é de 1986 e nossa liturgia de 1972. Enquanto isso nossa Igreja Mãe, a LCMS, já está no seu terceiro Hinário. Não é de admirar que hinos e melodias de outras igrejas sejam introduzidos em nossa IELB. Hinos luteranos, tanto antigos como mais atuais, cantados em todo o mundo luterano não estão sendo traduzidos ao português. Ca-recemos de tradutores e compositores de hinos. Estes são alguns dos problemas no campo da música e da hinologia. Queira Deus, em sua graça, conceder dons para suprir esta lacuna.

Todos sabem que para ter uma boa saú-de é preciso se alimentar adequadamente com alimentos saudáveis. E mais do que isso, para sobreviver, o alimento se faz extremamente necessário. Caso contrário, morreríamos, pois é assim que mantemos nosso organismo funcionando.

E da mesma forma que precisamos nos alimentar para estarmos vivos, precisamos alimentar nossa espiritualidade para que ela também esteja viva. Precisamos manter viva a aliança que Deus fez conosco desde o nosso Batismo.

O alimento para essa espiritualidade

é a Palavra de Deus. É meditando nela, dia e noite, que teremos uma vida feliz de verdade, porque a Palavra de Deus é o que realmente importa e dá sentido à vida.

Um dia chegará o momento de prestar contas a Deus, e todas as coisas terrenas terão passado e não terão nenhum valor. O que vai valer é a nossa comunhão com Deus, a nossa vida espiritual, por isso, é nela que devemos investir. Ler e pôr em prática no dia a dia tudo o que aprendemos com Deus através da Bíblia deve ser a nossa meta diária.

Se deixarmos dessa verdade, se não

Uma palavra que sustenta"Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome,

e aquele que crê em mim não terá sede" (Jo 6.3).

lermos a bíblia e não buscarmos a Deus, não poderemos dizer que temos fé.

A nossa fé só será forte e se sustentará se conhecermos e confiarmos nas promes-sas de Deus; se percebermos como é grande o amor de Deus por nós; se crermos que Je-sus deu sua vida para que, além de amigos, possamos ser chamados de filhos de Deus.

Estudar a bíblia nos dá paz, tranquili-dade, e nos leva a uma experiência mara-vilhosa que é a de se sentir acolhido (a) e na presença de Deus.

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| MEDITAÇÃO |

Mensageiro | Março 2011 11

isMaeL isaqUe verDin,Pastor em Porto Ferreira, SP

Acorda! A hora é agora. Levanta e canta.

FOTO: DreAMSTiMe

Como pastor conselheiro das Servas do Distrito Bandeiran-tes, participei da reunião para escolher o tema do congresso

distrital. Percebi uma grande preocupação das servas sobre o assunto “acordar para as coisas de Deus”, que parece ser também a preocupação de toda a IELB.

Desta forma, o tema do congresso ficou: “Acorda! A hora é agora!”. Nesse congresso, as servas puderam refletir sobre esse tema de extrema importância. Parece-me pertinente refletirmos sobre ele com toda a Igreja.

Assisti a uma palestra do Daniel Godri falando sobre o galo que, por muito tempo, serviu de despertador para o mundo. O galo canta ainda no escuro da madrugada, na certeza que o sol está vindo e o dia vai clarear.

continua dizendo que o rico pediu que fosse permitido que o mendigo molhasse a ponta do dedo na água do céu e fosse refrescar a língua dele, e a resposta foi: “Entre nós e vós há um grande abismo” (Lc. 16). Sim, realmente, a hora de crer que o sol raiará é agora.

O rico, então, diante do reconhecimento de todo o seu sofrimento no inferno, pede em prantos que permitisse que o men-digo ressuscitasse e fosse falar com seus familiares, pois assim acreditariam e não chegariam àquele lugar onde ele estava. A resposta que recebe é: “Se não creem em Moisés e nos profetas, nem se alguém ressuscitar dos mortos eles acreditarão”. Em outras palavras, Jesus está afirmando: “Se não creem nos galos de Deus que estão cantando que O Dia virá, então, nem que aconteça algo sobrenatural, acordarão do sono profundo em que vivem”. Assim, Jesus fala aos galos da sua época: Acorda! A hora é agora! Levanta e canta!

“Galos da IELB”, Deus falou ao profeta Habacuque: “se tardar, espera-o; porque,

certamente, virá, não tar-dará” (Hc 2.3). Esperem! Mas esperem acordados, vigilantes, alegres, sentin-do o cheiro agradável da manhã, certos de que O Dia da Salvação virá, e nós sairemos para sempre da escuridão do pecado.

Sim, Jesus Cristo é o Sol da Justiça e a luz que brilha em meio à escuridão

da nossa vida, que chama todos os dias: Ei! Acorda! A hora é agora! Levanta e canta!

Convido a todos para juntos cantarmos e “apressarmos” a vinda do Senhor, dizendo: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos exércitos. Os céus e a terra estão cheios de sua glória. Hosana! Hosana! Hosana nas alturas. Bendito aquele que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas”.

Isso é importantíssimo para nós. Haverá dias em que a nossa vida, fa-

mília e o mundo estarão na escuridão, contudo, precisamos ter certeza que dias

melhores virão, precisamos ter certeza que o sol está nascendo.

O galo, além de anunciar a chegada de um novo amanhecer, motiva outros

galos da vizinhança a cantarem tam-bém. Ele “acredita” que se mais galos

acordarem e cantarem, o sol vem mais rápido.

Na Igreja, muitos “galos” es-tão dormindo. Eles não acredi-tam mais que O Dia virá. Isso é um problema gravíssimo, pois, sem o “canto do galo”, o mundo não vai acordar. O “sol” vai aparecer igual, mas as por-tas e janelas das casas estarão fechadas e não vão perceber os

sinais da sua chegada.Jesus alertou os “galos gar-

nisés” da Igreja da sua época – os fariseus – sobre o perigo de estarem “dormindo” um sono pesado. Certa vez, con-tou a história de um rico e um mendigo que morreram, indo o rico para o inferno e o pobre para o céu. Jesus não quis dizer que quem for rico vai para o inferno e quem for pobre vai para o céu, mas, sim, quis alertar os fariseus, “galos” da Igreja, que pensavam que o rico é amado por Deus e o pobre não. Jesus mostra que Deus ama todos os pecadores, ricos ou pobres, e que a salvação vem tão somente pela graça de Deus, e não pelos bens que alguém possui.

Além disso, colocando diante deles a imagem da morte, Jesus os chama a refletir sobre o tema: Acorda! A hora é agora! E

“Na Igreja, muitos “galos” estão dormindo.

Eles não acreditam mais que O Dia virá. Isso é um problema

gravíssimo.”

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12 Mensageiro | Março 2011

| QUARESMA |

eDson ronaLDo TressMannPastor em Querência do Norte, PR

Fim da vida na perspectiva pastoral

Em situações de sofrimentos, humanamente imutáveis, o que fazer?No sofrimento, a pessoa que sofre não tem direito de optar por morrer?

Sendo compassivos, muitos passam a aceitar a eutanásia, que significa boa morte, ou o suicídio como algo natural da escolha humana – afinal de contas, ninguém merece sofrer tanto. Claro que há casos de

depressão e enfermidades emocionais onde não houve decisão racional, nesses casos, o sui-cídio recebe outra análise. Mas, como vem acontecendo, aceitar a eutanásia ou suicído assistido só por estar sofrendo demais é ne-gar a nossa condição de criaturas e querer ocupar o lugar do Criador.

Num contexto de sofrimento, dor e de-sespero, o melhor parece ser procurar aliviar o sofrimento. Afinal, como dizem, temos direito de morrer, e precisamos morrer com dignidade.

uM pOucO dE hIStórIaNo auge do Império Romano, os

cristãos foram duramente perseguidos. Passaram a necessitar de uma Apologia, um discurso de defesa das verdades bíblicas, um artigo de fé. E muitos, na defesa da sua fé, acabaram sendo mor-tos – mesmo em meio a essas situações de sofrimento, mantiveram-se firmes na fé em Cristo.

Se no auge os cristãos foram per-seguidos, e muitos foram mortos, em plena decadência do Império Romano, o cristianismo foi oficializado por meio de Constantino. Agora, precisavam se explicar. Com isso, iniciou-se o método de raciocínio e exposição dos argumentos. Vale lembrar que Agostinho considerou que a fé é a única fonte de verdade.

Com o renascimento comercial e urbano, a bur-

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Mensageiro | Março 2011 13

“O Senhor é quem tira a vida e a dá... O Senhor é dono, o doador da vida, ele deu ao homem o fôlego da vida, e ele é

quem tira esse fôlego, quando, como e onde lhe apraz.”

“Se a nossa consciência nos acusar, se os incidentes da vida nos assustarem a ponto de nos levarem ao desespero de

pecados passados, olhemos apenas para Cristo, voltemos ao nosso Batismo e saibamos que lá recebemos o perdão e esse

perdão é nosso, por meio de Jesus Cristo.”

guesia crescia e junto a esse crescimento surgiram as universidades. Com esse novo surgimento, iniciou-se a discussão sobre o papel da razão. Só pela fé se chega à ver-dade? Será que a razão não pode ser um critério da verdade?

Durante as cruzadas, os cristãos co-nheceram as ideias filosóficas de Averróes, que dizia que há duas verdades: a fé e a razão. E assim, a Igreja da época, a partir de Tomás de Aquino, adotou como posição oficial a Escolástica, ou seja, a conciliação entre razão e fé.

cOncIlIaçãO Ou SEparaçãO?Até os dias de hoje, vemos uma nítida

luta entre a razão e a fé. Isso é nítido diante das questões: Por que Deus permite que essa pessoa sofra tanto? No sofrimento, a pessoa que sofre não tem direito de optar por morrer?

Uma boa resposta depende dos olhos com os quais estamos enxergando – olhos da fé ou da razão. Entretanto, ao tentar responder, observaremos que somos míopes tanto espiritualmente como racionalmente.

MIOpIa ESpIrItual E racIOnal

Na questão racional, vemos que quanto maiores são os indícios, mais provas quere-mos ter. No campo espiritual, precisamos primeiro responder a questão: o que é fé? Ora, “a fé é a certeza de coisas que se espe-ram, a convicção de fatos que não se veem” (Hb 11.1). Essas palavras, minha razão não compreende. Pela razão, eu ouço as palavras de Jesus a Tomé: “Porque me vistes, creste?

Bem aventurado os que não viram e creram” (Jo 20.29). Pela razão, quero ver para crer; pela fé, creio naquilo que não vejo e que não entendo.

Pela razão, não se aceita o sofrimen-to. A razão não compreende o porquê, nem o para quê. Somos seres humanos vivendo em meio a um conflito racional e existencial.

A Palavra de Deus diz: “resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irman-dade espalhada pelo mundo” (1 Pe 5.9). Pelo mundo todo há pessoas com problemas idênticos aos que estamos passando, e até piores. Não somos os únicos com problemas ou sofrimentos. O próprio Jesus disse: “No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).

O que agora cabe a nós, filhos e filhas de Deus, é aceitar todas as coisas como Paulo nos apresenta: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo seu propósito” (Rm 8.28).

QuEStõES IntrIgantESCerta vez, Jesus estava com seus discí-

pulos, e eles encontraram um cego. Nisso, “os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9.2). Diante de um deficiente visual, os discípulos ficaram intrigados.

A pergunta dos discípulos, natural-mente se transformou em uma afirmação: “Está sofrendo para pagar pelos seus pecados... aqui se faz, aqui se paga”. Um

apego racional a questões espirituais. É como se a pessoa estivesse se purificando nesse mundo, e esse ensino não é cristão – precisamos tomar cuidado. O apóstolo Pedro disse: “carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1 Pe 2.24). Se a nossa consciência nos acusar, se os incidentes da vida nos assustarem a ponto de nos levarem ao desespero de pecados passados, olhemos apenas para Cristo, voltemos ao nosso Batismo e saibamos que lá recebe-mos o perdão e esse perdão é nosso, por meio de Jesus.

Aos discípulos, Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus” (Jo 9.3). No sofrimento, o poder de Deus se manifesta em nós, é como foi dito a Paulo: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9).

Outra questão, e essa por parte de Jesus: “E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém?” (Lc 13.4). Se o outro sofre, pelo nosso egoísmo e soberba logo, com o dedo em riste, afirmamos que a tragédia ocorrida na vida do próximo foi merecida.

Jesus responde: “De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram” (Lc 13.5). No sofri-mento de outros, nós somos convidados a nos olhar como criaturas pecaminosas e

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14 Mensageiro | Março 2011

| QUARESMA |

“Nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse (…) nem é lícito sequer quando o doente já não estivesse em condições de sobreviver”

(Agostinho).

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FOTOS: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

nos arrepender de nossos erros.Em meio à dor e ao sofrimento, pre-

cisamos entender pelos olhos da fé que Deus nos livra no sofrimento. Mesmo no sofrimento, é certa a presença e o cuidado do Criador, Salvador e Santificador. Pela razão, estamos nos perdendo espiritual-mente entre os porquês e para quês. Não podemos esquecer que somos criaturas e que somos limitados.

lIMItE huManO “Porque o salário do pecado é a morte.”

A morte é o limite humano. E esse limite está sendo considerado por muitos como alivio, válvula de escape. Precisamos olhar para a morte como a Bíblia nos diz: “o último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Co 15.26). Sendo assim, precisamos es-tar firmes em Cristo, pois mesmo a morte sendo o salário do pecado, “o presente gratuito de Deus é a vida eterna, que te-mos em união com Cristo Jesus, o nosso Senhor” (Rm 6.23b). Diante do último inimigo vencido por Cristo, nós cristãos seremos atacados pelo nosso inimigo chamado diabo para que abandonemos ao nosso Salvador.

Não aceitamos o sofrimento e não queremos que as pessoas morram. Deus também não quer a morte, por isso, enviou seu Filho para nos salvar, e ele disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente. Crês isto?” (Jo 11.25-26).

Pensar em Eutanásia, baseado na ar-gumentação de que a pessoa diante do sofrimento tem o direito de decidir morrer, que é uma questão de dignidade humana, é querer decidir o que a nós não foi permi-tido. Em muitos países, esse assunto está sendo debatido, e me chamou a atenção o fato de que, na Grã-Bretanha, o editor de uma página de comentário da internet, Brendan O’Neill, ateu e humanista radical,

afirmou que é um mistério como o direito de morrer tenha começado a ser visto como causa progressiva. Numa perspectiva huma-nista, Brendan declara que a eutanásia é o contrário do que deveríamos fazer por um doente terminal.

a autOrIdadE dIvIna“O Senhor é o que tira a vida e a dá”

(1Sm 2.6). O Senhor é dono, o doador da vida, ele deu ao homem o fôlego da vida, e

ele é quem tira esse fôlego, quando, como e onde lhe apraz. Devido a nossa natureza pecaminosa, somos tentados a não valorizar a vida. Se Deus não quisesse que lutássemos pela vida até o fim, até quando ele o deseja tirá-la, não permitiria o avanço da medicina, assim como não permitiu o avanço da torre de Babel. Não podemos ser indiferentes à vida humana.

A partir da fé, compreendemos que o sofrimento faz parte da vida. Todo sofrimento tem um significado e um pro-pósito. Jesus, diante daquelas questões, respondeu: para que se manifestem nele as obras de Deus e se, porém, não vos ar-rependerdes, todos igualmente perecereis. O profeta Jeremias, nas suas lamentações, disse: “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande?” (Lm 3.37).

O grande teólogo Santo Agostinho disse: “Nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse (…) nem é lícito sequer quando o doente já não estivesse em condições de sobreviver”. Nós somos chamados a viver a nossa vida até ao ponto que Deus nos permitir e como ele o permitir – somos atores, o autor é Deus, e é a ele que cabe o desígnio final de nossos dias.

a vOntadE dIvIna dEvE prEvalEcEr

Jesus orou no Getsêmani: “Meu Pai, se possível for, passe de mim este cálice”. Não há problema em pedirmos a Deus que livre alguém do sofrimento, mas ouçamos o final do pedido: “Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26.39).

Eis a resposta da fé – Espere a e na vontade de Deus.

Vivamos e morramos com dignidade, sabendo que tudo está nas mãos de Deus.

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7).

Page 15: Mensageiro Luterano - Março 2011

| ESTUDO BÍBLICO |

Acolhendo e Integrando na IELBaDaLBerTo josé grossPastor, capelão da ULBRA, Ji-Paraná, RO

“Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou” (Mt 10. 40).

Jesus é o melhor exemplo, é o Mestre em acolhimento.

Esse gesto, encontramos no acolhimen-to de Jesus ao centurião de Cafarnaum (Mt 8.5-13). O centurião suplica por um dos seus servos, e, ao perceber a atenção de Jesus e sua decisão em ir a sua casa, ele faz aquela confissão que todos conhecemos: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; dize uma só palavra e meu servo será curado” (v.8). Foi uma troca de acolhida. Ges-tos alternados de quem acolhe e de quem foi acolhido e se sente infinitamente satisfeito.

A Bíblia nos mostra o sentido mais amplo e profundo de acolher nos gestos de visita, hospitalidade e acolhida.

1. vISItaNa Palavra de Deus, encontramos a

prática e o sentido da visita. Deus visita seu povo: “Quando olho para

o céu, que tu criaste [...] que é um simples ser humano para que penses nele? que o visites?” (Sl 8.3,4). O cântico de Zacarias lembra a visita de Deus: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou o seu povo e redimiu o seu povo” (Lc 1.68).

Jesus se refere à visita aos enfermos e diz que os mesmos devem ser acolhidos como a ele (Mt 25.36).

2. hOSpItalIdadEA hospitalidade é uma vir-

tude que vemos em Abraão (Gn 18.1-8); um mandamento de amor (Dt 10.18s; Is 58.7; Mt 10.40-42).

Jesus foi acolhido e rejeitado. Cristo experimentou a hospitali-dade na casa de Simão (Lc 4.38), em Caná (Jo 2.2), na casa de Zaqueu (Lc 19.1-10), na casa de Lázaro, Marta e Maria (Jo 12.2,3), na casa de Simão (Mt 26.6,7) e na casa dos discípulos de Emaús (Lc 24.29,30).

Foi, no entanto, rejeitado pelo seu povo (Jo 1.11), pelos moradores de Nazaré (Lc 4.16-30; Mt 13.57,58) e pelos samaritanos (Lc 9.53-56).

A hospitalidade é um gesto de amor cristão (Rm 12.13; 1 Pe 4.9; 3 Jo 5-8). Não se deve negligenciar a hospitalidade (Hb 13.2).

3. acOlhIdaA Bíblia nos leva a refletir sobre essa

atitude.Isaías 58.1-12. O que conta para Deus

não são os ritos externos, mas um coração disposto ao acolhimento (v.7).

Há necessidade de agir de forma a não desprezar ninguém. Um exemplo dessa

atitude é o encontro de Jesus com Zaqueu (Lc 19.1-10). A acolhida que Zaqueu pro-porciona a Jesus não é apenas formal – en-volve toda a sua pessoa. Zaqueu faz a sua confissão a Jesus, que agora se torna o seu “Senhor” no lugar de todos os “senhores” aos quais tinha servido.

O MundO atual E OS rElacIOnaMEntOS huManOSNo mundo atual, temos visto relações

humanas que são muito “desumanas”,

Mensageiro | Março 2011 15

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m

estando “contaminadas”, marcadas por um sentido “comercial” fundamentado no “interesse”: te dou isto e tu me dás aquilo, ou o que vou receber em troca deste rela-cionamento?

Os empresários investem muito dinheiro e tempo capacitando seus funcionários para que sejam eficientes no tratar bem a cliente-la, pensando sempre na maior lucratividade, no “vender mais” e “ganhar mais”.

Esse é o perigo que corremos dentro de nossas congregações ao entrarmos na onda da modernidade que torna as relações humanas frágeis, líquidas, des-cartáveis, passageiras.

O acOlhIMEntO na cOMunIdadE

Há, portanto, muitos malefícios ron-dando as comunidades, que são exemplo de como a ausência de acolhimento é algo prejudicial na Igreja Cristã:

a) divisões entre os cristãos;b) Igreja fria, onde cada um “fica na sua”.

Diante dessa realidade, é de suma im-portância o modo como fazemos pastoral-mente na Comunidade Cristã. É um objetivo “diferente” no relacionamento humano, pois está baseado no “amor” que vem da fé no Salvador Jesus.

Estar em comunhão é também carregar “os fardos uns dos outros” (Gl 6.2) para cumprir com a Lei do Amor.

Por isso, o que acolhe: • ama como deus o ama; • reconhece-se como servo de deus

e, portanto, como construtor do reino de deus;

• dá testemunho da própria espe-rança e da própria fé;

• tem profunda compaixão para com os irmãos;

• pratica a tolerância e o respeito; • alegra-se com quem se alegra,

sofre com quem sofre; • valoriza as pessoas em sua indi-

vidualidade;

• é cordial e hospitaleiro; • não faz distinção de pessoas

(tg 2.1-4), pois todos somos iguais e irmãos em cristo (gl 3.28);

• recebe cada irmão e irmã como se recebesse o próprio Jesus (Mt 25.35);

• acolhe como se fosse o próprio Jesus que estivesse acolhendo alguém (Mc 1.29-34; lc 19.1-10; Jo 4; rm 15.7);

• imita Maria que recebeu Jesus em sua casa (lc 10.38);

• vai em busca da ovelha desgar-rada, da moeda perdida e do filho pródigo (lc 15.1-32).

para rEFlEXãOI. Como estamos Acolhendo e Integran-

do na IELB?II. Que ações podemos promover, como

Comunidade, para melhorar o “acolher e o integrar”?

III. Como você, como cidadão do Reino de Deus, pode colaborar na sua Comunidade?

16 Mensageiro | Março 2011

QuandO? Dias 14 e 15 de maio de 2011.

OndE? Na Comunidade Evangélica Luterana

Cristo (CELC), Porto Alegre, RS.

InScrIçõESAs inscrições poderão ser feitas através

dos telefones: (51) 3342-1408, com Edgar (Secretaria CELC), ou (51) 3344-8210, com Augusto.

O valor total do Evento é de R$ 50,00 e deve ser pago na Secretaria da CELC ou

depositado na conta da Caixa Econômica Federal; Ag. 0449; Conta: 003 00000651-0.

Observação: quem pagar a inscrição pela Caixa Econômica Federal precisa co-municar ao Edgar ou Augusto o número do depósito feito.

hOSpEdagEMContatamos o Hotel Porto Alegre - (51)

3337-8448 (www.hotelportoalegre.com.br) que oferece as seguintes diárias, com café da manhã, para quartos: individuais (R$ 105,00); duplos (R$ 130,00); triplos (R$ 165,00); e quá-druplos (R$ 180,00). Informe que é participan-

3º Encontro de SingularesTema: Singular, acolhendo e integrando

Lema: O Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas (Jo 10.11)

| DIVULGAÇÃO |

te do “Evento dos Singulares na Comunidade Cristo”, para ganhar 10% de desconto.

EvEntOInício: 14h do dia 14.05.2011Término: 16h30 do dia 15.05.2011Palestra: psicóloga Mona Lisa Fuhrmann Programa: devoção, cânticos, conví-

vio, brincadeiras, noite especial, culto... e muito mais!

Inscrições abertas até o dia 06.05.2011.

Vagas limitadas!

| ESTUDO BÍBLICO |

Page 17: Mensageiro Luterano - Março 2011

Mensageiro | Março 2011 17

Page 18: Mensageiro Luterano - Março 2011

Q uem teve o privilégio de participar da 60ª Conven-ção Nacional da IELB, realizada em Foz de

Iguaçu, PR, em abril 2010, certamen-te, percebeu que uma das preocu-pações da administração nacional, bem como de pastores e líderes lei-gos que lá estavam, é o crescimento da nossa Igreja. Se examinarmos os dados estatísticos da IELB, des-de a sua fundação em 1904, veremos que houve crescimento1, mas se com-pararmos esses

números com o cres-

cimento da po-pulação brasilei-

ra em geral, vere-mos que os nossos

números estatísticos são pouco animadores.

Sabemos que a ques-tão números, apenas,

não é a melhor forma de se avaliar o crescimento de

uma Igreja, todavia, não po-demos negar que eles ajudam a

ver como anda o nosso desempe-nho através dos anos e se houve um aumento ou declínio de membros. Aliás, aqui cabe lembrar, que essa preocupação com o crescimento (ou declínio) de membros não é algo ex-clusivo dos círculos Luteranos. Na ver-dade, outras denominações protestan-

tes, como Presbiteria-

nos, Episcopais e Metodistas, também

têm acompanhado de perto os seus dados estatísticos.

A Igreja Metodista Unida, a tercei-ra maior denominação nos Estados Unidos, preocupada com o declínio de seus membros nos últimos anos, recentemente fez uma ampla pesquisa

18 Mensageiro | Março 2011

| CAPA |

A IELB estácrescendo?Nesta avaliação, precisamos considerar mais do que números e dados estatísticos, embora estes nos ajudem a visualizar problemas e oportunidades, planejar e redirecionar ações e estratégias que são da nossa responsabilidade e não do Espírito Santo.

eLy prieToMestre em Teologia e Doutor em Ministério Pastor da IELB no Texas, USA

Page 19: Mensageiro Luterano - Março 2011

entre as suas 33 mil congregações, a fim de descobrir quais são as congregações que estão crescendo em seu meio e o que elas estão fazendo para que isso aconteça. Pastores e lideranças leigas foram entrevistados e, após a coleta de dados, 5.500 congregações revelaram crescimento não só em número de membros, mas também na participa-ção e envolvimento desses membros na vida da congregação. Entre as dife-rentes caracteristicas e peculiaridades dessas congregações, os pesquisadores descobriram quatro fatores comuns en-tre todas elas, considerados como vitais para o seu crescimento:

• Grupos e programas de estudos bíblicos;

• Liderança leiga ativa;• Pastores servindo na mesma con-

gregação por um longo período;• Culto tradicional (litúrgico) e culto

contemporâneo.2 Entendo que essa pesquisa foi feita

entre metodistas americanos, e nós somos luteranos, vivendo numa

realidade brasilei-ra. Entretanto, creio que esses quatro fatores encontrados pelos pesquisa-dores podem ajudar na nossa reflexão sobre o crescimento da nossa IELB.

grupOS E prOgraMaS dE EStudOS BíBlIcOS

O Programa de Evangelização e Mordomia – PEM – foi implantado na IELB em 1991, com o objetivo de for-talecer as programações existentes nas congregações e dar ênfase especial na mordomia cristã e na evangelização3. Não podemos negar os benefícios do PEM: o número de estudos bíblicos cresceu na IELB, e mais pessoas se envolveram com o estudo e o apren-dizado da Palavra de Deus.

Das 508 paróquias existentes na IELB, 409 realizaram estudos bíblicos em 2008. A primeira vista, esses núme-ros parecem ser muito bons, já que ape-nas 99 paróquias não tiveram estudos bíblicos (pelo menos na estatística), o que equivale a 19.5%. No entanto, ou-tro dado estatístico nos informa que a IELB tem 2.107 congregações e pontos de missão, mas em apenas 1.104 locais houve estudos

bíblicos em 2008, o que equivale a 52.4%4.

A pesquisa mencionada anterior-mente aponta para a importância do estudo bíblico como um dos fatores vitais para o crescimento de uma con-gregação, mas não apenas isso, a pes-quisa também revela que grupos me-nores favorecem a comunhão e a troca de experiência entre os irmãos na fé. As congregações que estão crescendo não oferecem apenas estudos bíblicos, mas também uma variedade de outros programas e atividades voltadas para diferentes faixas etárias e grupos de interesses, como crianças e jovens, por exemplo5. Como se pode ver, o estudo bíblico é fundamental, mas, além dele, é preciso usar a criatividade, oferecer diferentes tópicos e temas, e, principalmente, lembrar das crianças e dos jovens, afinal, eles não são – como muitos afirmam – a Igreja do futuro, mas, sim, a Igreja do presente!

“A pesquisa aponta para a importância do

estudo bíblico como um dos fatores vitais para o crescimento de uma congregação, mas não apenas isso, a pesquisa

também revela que grupos menores favorecem a

comunhão e a troca de experiência entre os

irmãos na fé”.

“As congregações ativas, e que apresentam

crescimento, são aquelas que têm uma liderança

leiga envolvida no trabalho da congregação.

Estes líderes leigos são pessoas comprometidas

com a fé e a vida da congregação, que

constantemente motivam os demais membros a participarem das

atividades e eventos da congregação”.

Mensageiro | Março 2011 19

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lIdErança lEIga atIvaDe acordo com a pesquisa, as con-

gregações ativas, e que apresentam crescimento, são aquelas que têm uma liderança leiga envolvida no trabalho da congregação. Estes líderes leigos são pessoas comprometidas com a fé e a vida da congregação, que constante-mente motivam os demais membros a participarem das atividades e eventos da congregação. A pesquisa revela também que esta liderança leiga é heterogênea, formada por médicos, advogados, pro-fissionais liberais, donos de comércio, professores, funcionários públicos, co-merciários e pessoas que atuam em ser-viços gerais6. É essa mistura de diferen-tes dons e talentos que faz com que esse grupo seja efetivo e atinja os diferentes níveis da congregação.

Outro aspecto interessante apon-tado pela pesquisa é que há uma rota-tividade na liderança7, onde pessoas servem por um tempo e depois dão lugar a novos líderes. Obviamente, isso não apenas mantém o entusiasmo e a energia da liderança, mas também oferece oportunidade de treinamento para novos lideres.

Como anda a liderança leiga da nossa IELB? De acordo com o plane-jamento IELB 2014, ela não anda nada bem. Na verdade, o que se constata é uma falta de liderança em nosso meio. Muitas congregações e distritos sentem a falta de pessoas para assumirem car-gos de liderança! O que fazer então? A comissão de planejamento sabiamente sugere cursos de formação de líderes em todos os distritos da IELB8. Essa é sem dúvida uma boa iniciativa, mas não deveria ser a única.

Algo pode ser feito imediatamente na congregação local, com o seu pastor (ou pastores) que ali está não apenas para pastorear a igreja e ser despenseiro dos mistérios de Deus, mas também para ensinar e preparar o povo de Deus

para o serviço cristão na Igreja e no mundo (cf. Atos 20.28; 1 Coríntios 4.1; 1 Timóteo 3.2; 4.6,9-11,13,16 e 2 Timóteo 3.16-17). Iniciando com a própria dire-toria da congregação, se estendendo aos demais departamentos, o pastor pode fomentar o estudo e a reflexão da importância do envolvimento da liderança leiga na vida da congrega-ção. A pesquisa destaca o papel do pastor na formação e treinamento da liderança local – liderança leiga ativa na congregação é sinal de que o pastor dedicou tempo para ensinar e treinar os leigos, sendo um mentor para eles9.

paStOrES: MaIS tEMpO nO MESMO lOcal

Quanto tempo um pastor deveria

ficar em uma congre-gação? Essa é sem dúvida uma pergun-ta difícil de responder. De forma geral, espera-se que haja bom senso, todavia, sabemos que cada realidade e situação irá determinar o tempo que um pastor irá servir em uma congregação. Além do mais, não podemos esquecer a vontade de Deus e a ação do Espírito Santo neste processo.

De acordo com o estudo, a partir do terceiro ano de trabalho desen-volvido pelo pastor, a congregação passa a manifestar maior vitalidade e dinamismo. Já a partir do décimo ano, a contribuição do pastor para a vitalidade da congregação se manifesta em termos de frequência aos cultos, envolvimento dos membros e cresci-mento da congregação10.

Como foi dito antes, esses dados não devem ser tomados como regra, mas certamente deveriam ser levados em consideração tanto pelo pastor como pela congregação, no momento de se avaliar o trabalho desenvolvido na congregação. Uma verdade que não pode ser ignorada aqui é o fato de que uma relação mais longa e estável entre pastor e congregação é certamente

“Independente do estilo – tradicional ou

contemporâneo – o objetivo dos nossos

cultos é sempre o mesmo: primeiramente ser servido por Deus na Palavra e nos Sacramentos e então sim; em resposta, glorificar e servir a Deus com nossas

ofertas e dons. Num contexto assim, não há

lugar para ‘shows’”

20 Mensageiro | Março 2011 MOnTAGeM SOBre FOTO ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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benéfica e produz seus frutos na vida da congregação.

cultO tradIcIOnal E cultO cOntEMpOrânEO

Este é um tema que vem sendo discutido por muitos anos nas igrejas históricas e que têm uma herança litur-gica, como é o caso da Igreja Luterana. O objetivo deste artigo, não é defender um estilo de culto e criticar o outro, mas apenas comentar o resultado da pesquisa em questão.

A pesquisa revela que as igrejas que oferecem mais do que um estilo de cul-to, ou seja, culto tradicional (litúrgico) e culto contemporâneo – são igrejas

que têm uma melhor frequência em seus cultos11. Portanto, o ponto aqui não é determinar qual estilo de culto seria o ideal e mais cor-reto, mas, sim, de oferecer ambos para a congregação.

A congregação que sirvo no momen-to oferece esses dois estilos de culto, em vários horários e diferentes dias da semana. De forma geral, os comentá-rios dos membros são extremamente positivos, e a frequência nos cultos de-monstra isso. Logicamente, há pessoas que preferem o culto mais litúrgico e o tipo de hinos cantados nesses cultos; já outros apreciam mais o culto contempo-râneo, com músicas de melodias fáceis, geralmente acompanhadas por teclado, guitarra/violão e bateria. Aqui, seria importante ressaltar que, independente do estilo de culto oferecido em nossa congregação, há uma equipe de pasto-res, organistas e músicos preparando todos os detalhes dos cultos, ou seja, a coisa é feita com muita seriedade e profissionalismo. Independente do estilo – tradicional ou contemporâneo – o objetivo dos nossos cultos é sempre o mesmo: primeiramente ser servido por Deus na Palavra e nos Sacramentos e então sim; em resposta, glorificar e servir a Deus com nossas ofertas e dons.

Nesse contexto, não há lugar para “shows” e glorificação humana, pois Cristo é o centro e a razão do nosso culto a Deus.

Mas qual é a realidade em nossa IELB? Como os cultos são celebrados em nossas congregações?

A IELB é uma Igreja histórica e que vem de longa tradição litúrgica, portanto, o culto litúrgico faz parte do nosso DNA e sempre estará conosco. Todavia, cada vez mais e mais, temos visto congregações oferecendo cultos alternativos ou contemporâneos aos seus membros. De forma geral, os mes-mos têm sido bem recebidos por nossas congregações.

Fundamentada numa correta teolo-gia do culto e com bom senso, creio que a nossa IELB tem um futuro promissor pela frente. Deus tem nos abençoado nos últimos anos com grandes talentos na área da música; o nosso Hinário Lu-terano, e os nossos cancioneiros Louvai ao Senhor e Todos os Povos o Louvem são uma prova disso – sem falar em nossos grupos corais e bandas que por aí estão. A Comissão de Culto da IELB, por sua vez, não tem medido esforços para oferecer à Igreja farto material litúrgico e variados recursos para enriquecer o culto em nossas congregações.

Não gostaria de terminar esta re-flexão sem antes mencionar um outro

“Esses dados não devem ser tomados como

regra, mas certamente deveriam ser levados

em consideração tanto pelo pastor como

pela congregação, no momento de se avaliar o

trabalho desenvolvido na congregação...”

aspecto apontado na pequisa: igrejas motivadas e ativas são encontradas em todos os tamanhos (pequenas e grandes), e em todos os lugares (na zona rural e urbana)12. Portanto, não temos desculpas, temos a Palavra (e os sacramentos), pastores fiéis e bem pre-parados, leigos ansiosos para aprender e servir, e um lugar para cultuar – a nossa igreja. Que Deus nos faça crescer mais e mais (1 Corintios 3.6-7).

1 Revista do Planejamento da IELB, 2014, p.7.

2 UMC Call to Action Vital Congrega-tions Research Project, June 28, 2010, p.3.

3 Revista Cristo Para Todos – Igreja Evangélica Luterana do Brasil, 1904 – 2004, p.16.

4 Revista do Planejamento IELB, 2014, p.19.

5 UMC Call to Action..., p.29-33.6 Methodist Survey Takes Aim at De-

cline in Membership, San Antonio Express News, 4 de setembro, 2010, p.7B.

7 UMC Call to Action..., p.35-37.8 UMC Call to Action..., p.48-49.9 UMC Call to Action..., p.38.10 UMC Call to Action..., p.34.11 Revista do Planejamento IELB, 2014,

p.19.12 UMC Call to Action..., p.2. m

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| VIDA E CIÊNCIA |

Vida extraterrestre?CarLos F. LangeCientista, professor de engenharia no Canadá

Por tudo o que já conhecemos hoje, sabemos que não vamos encontrar uma forma de vida diferente aqui na terra. Por essa razão, os cientistas estão procurando uma

forma vivente de outro tipo fora do nosso planeta

FOTOS: iSTOCkPhOTOS.COM

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“Nada impede que Deus tenha criado vida de um tipo diferente no mundo físico... e que tenha colocado esta outra forma vivente

em outro planeta. Tudo o que sabemos é que ele completou toda a

criação, na terra e nos céus, em seis dias”.

FOTOS: iSTOCkPhOTOS.COM

N o dia 30 de novembro de 2010, a NASA causou alvoroço no mundo científico com a possi-bilidade de existir vida em ou-

tros planetas, avisando que em dois dias ia anunciar “uma descoberta em Astrobiolo-gia de impacto na busca por evidências de vida extraterrestre”. Os rumores e exageros se espalharam na Internet como fogo em capim seco, mas para decepção de todos, o anúncio se revelou muito mais banal: cientistas da NASA, chefiados pela bióloga Dra. Felisa Wolfe-Simon, descobriram que uma bactéria encontrada no Lago Mono, nos EUA, é capaz de substituir o elemento fósforo em suas moléculas por arsênio. Além disso, os resultados do experimento foram imediatamente contestados por outros biólogos que veem problemas no método utilizado.

Qual a IMpOrtâncIa dESta dEScOBErta?

Se a descoberta for confirmada, ela significa que um dos requisitos, que se pensava necessário para a vida, pode ser flexibilizado. Todas as formas vivas que conhecemos na terra são formadas por apenas seis elementos químicos: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Se um ser vivo pode sobreviver e até se desenvolver utilizando arsênio, que é do mesmo grupo que o fósforo na tabela periódica, mas normalmente é tó-xico, então a vida pode existir em outros planetas, ou luas, em condições que antes todos achavam impossíveis (com exceção de certos autores de ficção científica). Essa conclusão se adiciona a inúmeras descobertas recentes de seres, chamados extremófilos, que vivem em condições extremas, antes consideradas incapazes de suportar vida, como por exemplo, a altíssima salinidade e alcalinidade do Lago Mono, ou temperaturas de mais de 100°C e ausência de oxigênio em fontes termais abissais (lugares mais profundos e adver-sos para a existência da vida).

Essa cadeia de descobertas, sem dúvi-da, nos faz admirar cada vez mais a criação de Deus, por sua riqueza e complexidade.

Mas o assunto que quero brevemente tratar aqui é a razão e a importância da busca de vida extraterrestre, que é parte

da Astrobiologia. Essas não devem ser confundidas com a motivação dos cien-tistas. Perguntar aos cientistas o que os motiva a passar noites em claro, repetir incansavelmente um experimento ou cál-culo no computador, ser absolutamente minuciosos (alguns diriam “chatos”) em cada detalhe de sua pesquisa, é o mesmo que perguntar ao montanhista por que ele escala a montanha. A resposta certa é: porque ela está lá.

pOr QuE a BuSca pEla vIda EM OutrOS planEtaS?

A razão pela qual buscamos vida fora da terra é exatamente porque a vida na terra é tão uniforme. Características, como os seis elementos acima e o fato que todos os aminoácidos encontrados em seres

que podemos explorar com potencial para vida.

“Isso é tudo muito interessante”, você pode dizer, “mas qual a importância dessa busca? Por que investir talento, esforço e recursos (na sua maioria públicos) nessa pesquisa, quando existem outras priori-dades?” Essa é a clássica pergunta, com a qual todo cientista se defronta, a menos que sua pesquisa busque a cura de uma do-ença. Às vezes, é difícil explicar, mas toda a pesquisa, desde que respeite princípios éticos, acaba beneficiando a humanidade, ainda que muito tempo depois.

Um exemplo de pesquisa fundamental que parecia exótica e sem uso prático, há 100 anos, é a física quântica (ainda parece exótica para mim hoje...). Quando os primeiros lasers foram montados em laboratório, nos anos 1960, baseados nessa teoria física, eles foram chamados de “uma solução em busca de um problema”. Hoje, não resta nenhuma dúvida quanto aos be-nefícios do laser, tanto na medicina como na comunicação e no dia a dia. Mas não os teríamos se não tivéssemos investido em física pura 100 anos atrás. Assim também, a eventual descoberta de outras formas de vida pode nos ajudar a entender nosso próprio sistema biológico e possivelmente ajudar a curar certas doenças, por exemplo.

ESSa dEScOBErta cOntradIz a BíBlIa?

E, finalmente, como deve um(a) cientis-ta ou aspirante de cientista cristã(o) enca-rar a possibilidade de vida extraterrestre? Pode-se argumentar que a uniformidade de vida na terra aponta para uma origem co-mum. Porém, esse mesmo argumento pode ser usado, tanto em favor da criação divina (Hb 11.3) como pelos que não acreditam em Deus e advogam uma origem puramente física e material da vida. No entanto, nada impede que Deus tenha criado vida de um tipo diferente no mundo físico (afinal, ele também criou anjos) e que tenha colocado esta outra forma vivente em outro planeta. Tudo o que sabemos é que ele completou toda a criação, na terra e nos céus, em seis dias (Ex 20.11). Daí, concluímos que, em princípio, não há nenhuma contradição entre a Palavra de Deus e a existência de vida extraterrestre.

vivos serem exclusivamente de uma cate-goria, dão a impressão de que toda a vida que encontramos até agora é do mesmo tipo. Por tudo o que já conhecemos hoje, sabemos que não vamos encontrar uma forma de vida diferente aqui na terra. Por essa razão, os cientistas estão procurando uma forma vivente de outro tipo fora do nosso planeta. Descobertas, como a da Dra. Wolfe-Simon, ajudam a alargar essa busca, aumentando o número de lugares

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Índia FardadaA primeira índia brasileira a servir

as Forças Armadas do Brasil é Silvia Waiãpi, da etnia que lhe dá o sobrenome. Silvia nasceu no Amapá, tem 33 anos e é formada em artes e fisioterapia. Seu ingresso na carreira militar ocorreu por concurso, do qual participaram 5.000 candidatos. A Wycliffe Bible Translators, através do casal luterano Cheryl e Arthur Jensen, apresentou recentemente trechos da Bíblia traduzidos para a língua waiãpi. Arthur e Cheryl trabalham há mais de 30 anos no Brasil com a tradução da Bíblia para os povos indígenas. (ISTOÉ)

Kaká fora da RenascerNo início de dezembro passado, o pentacampeão

Kaká anunciou oficialmente sua saída da igreja renascer, liderada pelo casal estavam e sonia Hernandez. o desagrado do jogador e de sua esposa, carol celico, já vinha de tempos, principalmente com a forma de administração da denominação. o casal, que reside em Madrid, já vinha distanciando-se gradativamente da igreja dos Hernandez, que tentaram apaziguar os ânimos com a ordenação de carol ao ministério pastoral da igreja renascer em 2010. segundo fontes próximas ao casal, Kaká e carol podem filiar-se a uma das dissidências da renascer mais conhecidas: a Bola de Neve church e a recém-criada casa da rocha. (alMaNaQUe GeNiZaH)

O novo astroda fé

Valdemiro Santiago, bispo e líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, é o mais novo “astro” da mídia neopentecostal brasileira. Sua Igreja, que conta com cerca de 4,5 milhões de membros, possui 22 horas diárias na emissora Rede 21 (do grupo Bandeirantes), ao custo de 6 milhões de reais por mês. A estimativa é que Santigo chegue a 25 milhões de lares brasileiros, apenas citando os que têm antena parabólica. Além disso, Valdemiro tem um jornal mensal – o Fé Mundial –, com tiragem de 500 mil exemplares. A Igreja já tem o seu programa exibido em países africanos como Angola, Moçambique e Zimbábue. Vale lembrar que a Igreja tem apenas 13 anos de fundação, quando o “bispo” Valdemiro saiu da Universal, de Edir Macedo. (ISTOÉ)

Divórcio em baixa

O número de divórcios caiu na Alemanha. Segundo relatório do Departamento Federal de Estatísticas – Destatis – em 2009 cerca 185 mil casais se divorciaram no país. A estatística é 3,2% menor que a de 2008, quando foram registrados mais de 191 mil pedidos de divórcio. (EMBAIXADA DA ALEMANHA)

Adoção BrancaTrinta e sete por cento dos casais

que integram o cadastro de adoções do Conselho Nacional de Justiça registraram por escrito que só aceitam crianças da etnia branca. Isso corresponde a 11.316 casais de um total de 30.378 interessados. (ISTOÉ)

Refrigerante de maconha é lançado nos EUA

Com cerca de 50 miligramas de tetrahidrocanabinol (componente psicoativo da maconha), o refrigerante de maconha está chegando ao mercado americano. A bebida chama-se “Canna Cola” e, além do sabor cola, virá nos sabores limão, uva e laranja. Cada garrafa custará cerca de 15 dólares. (ISTOÉ)

Villa-Lobosem alta

Nem Roberto Carlos, nem Ivete Sangalo. O brasileiro cujas músicas mais tocaram no exterior, em 2010, foi Heitor Villa-Lobos. O fato aconteceu pelo segundo ano consecutivo. (VEJA)

| UMAS E OUTRAS |

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FOTOS: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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o filme “tropa de elite 2”, de José Padilha, tendo Wagner Moura como o personagem principal, foi o filme nacional mais visto em todos os tempos. o longa superou “dona Falor e seus dois maridos”, de 1976. tropa de elite 2 teve uma bilheteria total próxima dos 11 milhões de expectadores.(GloBo.coM)

Chamamos de ÉTICA o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas

que as pessoas fazem quando ninguém está olhando, chamamos CARÁTER.

Autor desconhecIdo ”“ FrAse do mês

90 minutosde ouro

A operadora de cartões VISA e a das máquinas de compras com cartão CIELO pagaram ao Flamengo cerca de 900 mil reais para estampar suas marcas na camisa do clube na partida de estreia de Ronaldinho Gaúcho contra o Nova Iguaçu, pela Taça Guanabara 2011. O rubro-negro carioca estima que o aumento do patrocínio master em sua camisa deverá elevar-se de 28 milhões para, no mínimo, 35 milhões em 2011, devido à contratação do pentacampeão. Especula-se que o salário mensal de Ronaldinho é de 1,7 milhões de reais. (GLOBO.COM)

Sacolas de plástico X sacolas de papel

Um dado intrigante na batalha entre o uso de sacolas de supermercado feitas de plástico ou de papel é o fato de que, para fabricar-se papel, emite-se 70% mais poluentes e consome-se o dobro de energia do que na fabricação do plástico. (BLOG DO REINALDO AZEVEDO)

“Tropa de Elite” é o mais visto

aLine g. KoLLer aLBreChT, jornalistaTiago josé aLBreChT, pastor

Macapá, AP

O amor na WebAumentou o acesso de jovens com idade entre

18 e 24 anos a sites de namoro on line. Só no portal Par Pefeito, o maior do Brasil, o aumento desta faixa etária foi de 50% entre 2007 e 2009. Hoje, esses jovens correspondem a 34% dos mais de 30 milhões de usuários destes sites. O que era sucesso basicamente entre pessoas mais velhas, agora faz sucesso também entre a geração que cresceu acostumada a resolver todas as questões cotidianas pela web. Não seria diferente com o amor. (VEJA)

FOTO: DivulGAçãO/ BeleMCOM

Mensageiro | Março 2011 25

FOTOS: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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FOTOS: ArquivO álBuM De FAMíliA

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Pastor brasileiro nos estados unidos

| IGREJAS PELO MUNDO |

Família pastoral. Da esquerda para a direita: Christof, Martinho,

Emily, Joan e Magdalena

“Vim para os Estados Unidos da América em dezembro de 1983, logo após a minha formatura no Seminário Concórdia, de Porto

Alegre, RS. A intenção original era de servir como pastor trilíngue (alemão, inglês e por-tuguês) em uma congregação em Sandbury, Ontário, Canadá. Dois meses antes de deixar Porto Alegre, recebi uma notificação do Consulado Canadense, dizendo que minha licença de trabalho para servir nesta con-gregação fora revogada devido a problemas diplomáticos entre Canadá e Brasil. Nossos pertences já haviam sido enviados ao porto de Chicago, EUA – os pais da minha esposa moravam perto de Chicago e esperávamos retirar nossos pertences lá, e mudar-nos para o Canadá, que fica a 870 km ao nor-deste de Chicago.

O pastor dr. Johannes Gedrat, então pre-sidente da IELB, recomendou meu nome aos seus colegas dos Distritos do Centro-Oeste Americano da Lutheran Church Missouri Synod (LCMS). No dia de minha chegada, 22 de dezembro de 1983, encontrei uma carta de uma congregação local, buscando candidatos a pastor auxiliar. Eu respondi que consideraria – sob a orientação do Espírito Santo – tal cargo. Em fevereiro de 1984, fui eleito pastor assistente da Igreja Evangélica Luterana Monte Calvário, de Milwaukee, Wisconsin, EUA. Mais tarde, tornei-me pas-tor titular da congregação. A Monte Calvário fora fundada em 1925 pelo pastor Ewald Martin Plass, autor da enciclopédia de três volumes What Luther Says (O que Lutero Diz), que foi professor do Seminário Concórdia, de Porto Alegre, RS, de 1922 a 1925.

Depois de 13 anos de abençoado trabalho

na Monte Calvário, de minha esposa, Joan, e eu termos sido abençoados com três filhos maravilhosos (Magdalena, Christof e Emily), recebi e aceitei o chamado da Congregação Evangélica Luterana Bom Pastor, de Sheboy-gan, Wisconsin, que fica a 85 km ao Norte de Milwaukee. Essa congregação foi fundada em 1960 e seu segundo pastor a servira por 32 anos. Era uma congregação reclusa, sem uma visão missionária da Seara do Senhor. Lá, fun-damos a “Sociedade Mundial de Missões Bom Pastor”, onde membros se comprometeram a doar certa quantia em dinheiro com o propó-sito especifico de nutrir missões pelo mundo inteiro. Durante seus primeiros 6 anos de existência, esta sociedade missionária doou mais de 25 mil dólares para a missão. Um dos projetos foi a reforma de uma velha igreja em Mochau, Alemanha, que havia sido erguida no ano de 960 A.D., e que foi convertida em um centro de ministério aos jovens da cidade.

Após cumprir 7 anos de trabalho em Sheboygan, recebi uma ligação da Con-gregação Blessed Savior, de New Berlim, Wisconsin. Neste contato, o presidente da congregação me disse que eu fora chamado como seu pastor. Aceitei este chamado e aqui estou.

A Igreja Evangélica Luterana Abençoado Salvador (Blessed Savior) foi fundada em 1960. Nos primeiros 2 anos, a congregação que começou com 13 famílias se reunia num bar ao estilo do Centro-Oeste. Os con-gregados chegavam cedo no domingo para preparar o local para os cultos. Varriam os restos dos cigarros jogados pelo chão, lavavam os copos de cerveja, esvaziavam os cinzeiros e abriam as janelas – mesmo durante nosso inverno rigoroso – para arejar o lugar. Em 1962, compraram um terreno de dois hectares e meio, e construíram sua sede própria. Há 15 anos, a igreja foi ampliada, bem como o espaço para os escritórios do

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Dia de culto na congregação Blessed Savior, em New Berlim, estado do Wisconsin, EUA

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pastor, do diretor de música, da diretora de educação cristã e da secretária.

Hoje, temos 950 membros; a frequ-ência média nos cultos é de cerca de 400 pessoas por final de semana, em três cul-tos. Temos também um site na internet, onde nossos sermões estão disponíveis – www.blessedsaviorwi.org. Mais de 500 pessoas acessam este site a cada semana.

Vejo-me como uma ferramenta de Deus para habilitar a ação em seu Reino em diversas áreas de ação paralelas ao ministério local, como proporcionar bolsas de estudo a estudantes que se preparam para o ministério (já temos sete pastores formados na IELB); e o apoio financeiro a estudantes nos cursos de pós-graduação. Assim, me vejo como um instrumento de Deus na habilitação de seus servos para a seara. Um grande pesar é não poder estar ao lado dos meus amados do Brasil. Um dia me queixei sobre isso à minha mãe, que foi chamada para seu lar celestial em 2008. Ela me disse: “Ach, Martinho, die Amerikaner muessen auch das klare Evangelium hoeren” (Ah, Martinho, os americanos também precisam ouvir o Evangelho puramente pregado).

Sinto-me como se estivesse vivendo um sonho. Isto é certamente verdade! Aprendi que Deus usa nossos esforços, por menores que sejam, e os transformam em grandes obras para seu Reino.

Fundamental nisso tudo é minha vida de-vocional. A cada manhã, ajoelho-me no meu gabinete após uma leitura bíblica e passo um bom tempo falando com meu Pai celeste sobre sua vontade para comigo naquele dia, e também um bom tempo escutando o que Ele tem a dizer. A paz interna é palpável. Sem

isso, não poderia ser pastor de sua Igreja. Vejo-me como uma sentinela na fronteira do Reino de Deus. Como sentinela, não posso lutar e eliminar o inimigo, mas meu Senhor Jesus pode, e o faz! Acima de tudo, não me esqueço de que o servo de Cristo deve ser fiel a sua Palavra. O resto se encaixa auto-maticamente nos devidos eixos…

Um cordial abraço a todos os leitores do Mensageiro Luterano!”

obSErvação: além do pastor Martinho sander, outros pastores da ielB atuam nos estados Unidos: ely Prieto, san antonio, tX; christopher Natan sperb, Baltimore, Md; donaldo sonntag, lowell, ar; elbert Walter erbert, sunland, ca (emérito); eugênio Walter Flor, Kennesaw, Ga; evandro Kopper, Memphis, tN; iromar schreiber, springfield, Mo; laerte tardeli Hellwig Voss, lowell, ar; Miguel Ângelo torneire Neto, st. charles, Mo (calMs, central america lutheran Mission society); Neldo schmidt, eagan, MN; Nilo lutero Figur, st. louis, Mo (Hora luterana).

MarTinho qUirino [email protected]ção: pastor Carlos Walter WinterleContatos sobre este assunto:[email protected]

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| VIDA NO SEMINÁRIO |

Quem vive no Seminário Concór-dia, ou mesmo quem o visita, sempre ouve música em algum canto. São as aulas de música,

que envolvem teoria e prática de instrumen-tos diversos; o canto dos coros masculino e misto; os cânticos que ecoam das devoções na capela; a roda de violão no gramado; o som ligado nos apartamentos e até a cantoria no banheiro. Aqui se respira música. Sem preconceitos – ouve-se do erudito ao popular. Às vezes, é possível ouvir até o repique de um berrante.

Os seminaristas, na maioria jovens que vêm de diversos cantos do Brasil, trazem sua contribuição e gosto pelos diversos estilos de música. Estão sintonizados com o que acontece musicalmente dentro e fora das congregações e uniões juvenis de nossa Igreja. Aqui, encontram a oportunidade de aperfeiçoar o conhecimento musical e ex-plorar novas possibilidades. Nesse aspecto de formação, os alunos do Seminário são pri-vilegiados com a presença do Professor Raul Blum que, além de conduzi-los no ensino da música, é responsável pelo Curso de Diaconia

música e esportes movimentam o seminário concórdia

em Música, Coros Misto e Masculino, Culto Cantate e Encontro de Músicos.

E foi exatamente no dia subsequente ao 5º Encontro de Músicos no Seminário, realizado em 2 de novembro de 2010, que o Diretório Acadêmico Martinho Lutero (DAMAL) promoveu o Encontro de Bandas Luteranas no Seminário (ENBALUS), com o propósito de divulgar os grupos musicais e as músicas produzidas na Igreja. Na ocasião, apresentaram-se as bandas Bem Aventurados (Pelotas), Maranata (Gravataí), Getsêmani (Novo Hamburgo), Dns8 e Dínamys (Canoas). Também se apresentaram as bandas Só Jesus e The Fuchs, que a exemplo de muitas outras, é formada por estudantes que se encontra-ram aqui no Seminário. Mesmo sendo dia de eleição, muitos, após cumprirem a obrigação do voto, compareceram no ENBALUS. Cen-tenas de pessoas passaram pelo encontro que, devido ao sucesso, passa a constar na programação dos próximos anos.

ESpOrtESA máxima latina “mens sana in corpore

sano” (mente sã em corpo são) também acompanha a vida de boa parte dos semi-

naristas. Desde os tempos imemoriais que a humanidade conhece os benefícios que exercitar o corpo trazem para a saúde física e psíquica. Sendo também o esporte um fator de interação social, participação, coletividade e tantos outros ingredientes que oportuni-zam o desenvolvimento pessoal, o Diretório Acadêmico também tem a incumbência de promover a integração dos alunos através dos esportes. Por isso, aqui no Seminário, temos os

Calendário damal 2011março13 – integração com sorteio dos cordõesmaio14 e 15 – encontrão 2011junho23 - interséries outubro02 – eNBalUs13 a 16 – encontro dos seminários da américa latina na argentinanovembro19 e 20 – azul & Branco 2011

DaMaL *Diretório Acadêmico Martinho Lutero

FOTOS: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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Torneios Interséries e Clausura, além do con-corrido Jogos Azul e Branco – o nome se deve as cores do Seminário Concórdia, e, durante uma semana de jogos, música e teatro, os dois cordões, o Azul e o Branco, defendem as cores de nossa casa. Em novembro de 2010, o cordão Branco foi o grande campeão dos Jogos, feito já conquistado pelo cordão Azul em 2009.

* O DaMaL é o órgão representativo dos alunos da Faculdade de Teologia do Semi-nário Concórdia.

É desta forma que, além do estudo, o esporte e a música também fazem parte de uma preparação completa que proporciona bem-estar físico e mental aos futuros pasto-res da Igreja. Jovens que queiram juntar-se à “Família Concordiana” para tornar-se um pastor da IELB, venham estudar conosco. Venham unir sua voz ao nosso canto. Venham

juntar-se ao cordão Azul ou Branco. Acesse o site do Seminário e obtenha informações para ingresso em 2012 e se inscreva até dia 31 de março para o curso preparatório.

É de novo tempo de aulas. Muitas aulas – as aulas são absolutamente necessárias – e de todas as matérias, sejam elas de portu-guês, matemática, história, geografia... To-das as crianças começam um novo ciclo em sua vida quando começam a ir à escola. Por isso, fazem festa e vibram. E quem já deixou de ir às aulas, normalmente sente saudades.

aulaS na EScOla da vIdaDiz-se que a vida é uma escola. E ela é!

Uma grande escola com muitas e muitas lições. Deus mesmo usa a vida para nos ensinar. Na escola da vida, cada dia é uma nova aula. Nas aulas da vida, aprendemos na teoria o que nossos pais nos contam, mas aprendemos também na prática. Aprendemos a ser humildes diante das dificuldades e desafios da vida. Aprende-mos também a aceitar ajuda quando nós mesmos não podemos mais. Aprendemos a respeitar os perigos porque a “dor nos

Aulas com Jesusensina a gemer”. Aprendemos a necessidade de trabalhar porque sem trabalho não há pão. As aulas da vida são como a própria vida: iguais para todos. E Deus seja louvado porque nos faz aprender na escola da vida.

aulaS cOM JESuSPodemos bem falar de aulas com Jesus.

São as melhores. Todos os que creem as co-nhecem. As aulas com Jesus começaram no nosso Batismo. Foi uma aula prática, de pura graça, que gerou em nós a fé em Jesus. Estas aulas continuam para o cristão por toda a sua vida. Nelas, nunca teremos diploma. Continuaremos sempre a ser alunos. São aulas nas quais aprendemos com a mente e o coração. Cada escola dominical, cada instrução de confirmandos, cada estudo bíblico, cada culto, cada devoção, cada vez que lemos a Bíblia, estamos sempre em aula com Jesus. O que lemos e ouvimos, o Espírito Santo usa para mexer conosco,

nos amar, perdoar, repreender, instruir, corrigir e fazer crescer na fé. O que mais nós poderíamos almejar? Isto: não faltar às aulas com Jesus e sermos bons alunos.

Aulas muito especiais com Jesus acon-tecem especialmente aqui no Seminário Concórdia. São aulas pelas quais Jesus prepara (através dos nossos professores) os que vão pregar seu Evangelho. São aulas maravilhosas. Quem esteve nas aulas com Jesus no Seminário nunca mais esquece. A Bíblia nos conta de muitos que Jesus ensi-nou assim como João, Pedro, Mateus, Tiago e outros. E um teve uma aula particular com Jesus – foi Nicodemos. E ele virou um discípulo de Jesus.

Quem sabe o teu nome um dia vai estar na lista de chamada destas aulas no Seminário?

bEnjamin jandt | Provedor do semniário concórdia

| EDUCAÇÃO TEOLÓGICA |

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30 Mensageiro | Março 2011

| AÇÃO SOCIAL |

Luteranos também usam drogas?

V ivemos numa época onde as drogas têm espaço cada vez maior, e vemos mais famílias sendo afetadas por este mal

que destrói o ser humano como um todo, física e espiritualmente, seja nas pequenas ou grandes cidades e mesmo no interior. Não podemos simplesmente cruzar os braços e vermos os nossos irmãos se des-truindo, temos que fazer algo, e temos como fazer.

Um exemplo prático disso é o trabalho que está sendo desenvolvido pela Congrega-ção São Lucas, de Canoas, RS, sempre objeti-vando o envolvimento em projetos sociais, onde pudesse, além de levar a Palavra de Deus, também se ocupar com o bem-estar das pessoas. Em outubro de 2008, deu um grande passo em direção ao cumprimento deste objetivo.

Um dos membros da nossa congrega-ção foi internado em uma Comunidade Terapêutica (Recuperação de Dependentes Químicos), e através disto iniciou-se um trabalho junto à Comunidade Terapêutica Recomeçar. Desde então este trabalho vem sendo desenvolvido semanalmente com a presença do pastor da congregação, fazendo Estudos Bíblicos dirigidos aos residentes e um culto mensal, com a presença dos fami-

liares destes – aproximadamente 90 pessoas não luteranas tem a oportunidade de ouvir a Palavra de Deus. Além deste trabalho espiritual, temos a participação de voluntá-rios da congregação, os quais desenvolvem trabalhos pedagógicos e motivacionais, bem como atividades artesanais.

Estamos em uma realidade da qual não temos como fugir. A cada novo dia, a mídia mostra em grande parte de suas matérias as consequências diretas e indiretas do uso de drogas, sobre os dependentes e seus fa-miliares. Muito se discute sobre o assunto, meios de recuperarmos os já envolvidos e especialmente formas de prevenção.

Em meio às congregações luteranas, ainda não temos dados específicos sobre o percentual de jovens que são usuários de drogas, mas não tenho dúvidas de que se fi-zermos uma pesquisa, ficaremos alarmados com o resultado. A Congregação São Lucas, com todas as suas dificuldades, tem desen-volvido este trabalho que vem ao encontro das necessidades atuais da nossa sociedade.

Nós podemos nos envolver neste tipo de trabalho. Como cristãos, temos o dever de nos ocupar com estas pessoas que necessi-tam ser tratadas como ser humano integral – corpo e alma.

O uso de drogas lícitas e ilícitas aumenta maiquEl HEllwiG | Pastor da

cel são lucas, canoas, rs

catastroficamente a cada dia. E com toda a certeza, pessoas do nosso meio estão sendo levadas por este caminho. Logo, não podemos simplesmente cruzar os braços e esperar que algo fantástico aconteça ou que alguém tome uma providência. É nossa res-ponsabilidade como filhos e instrumentos na mão de Deus nos dedicarmos àqueles que ele coloca sob o nosso cuidado.

Nós, IELB, temos uma grande tarefa neste país. Temos a proclamação pura e fiel da Palavra de Deus. Trazendo isto para a re-alidade do ser humano dependente químico, cumprimos nossa função, testemunhando e proclamando a Boa Notícia da salvação através de Jesus Cristo.

Antes de uma responsabilidade, é um privilégio para todos nós levarmos esse mesmo Cristo para todos, entre os quais estão os dependentes químicos, pecadores como eu e você, que necessitam muito deste conforto que só Deus pode e quer dar a eles através de nós.

maiS inFormaçõ[email protected]

Dois momentos do trabalho com dependentes. Pastor Maiquel durante palestra e encenação da Páscoa no ano passado

FOTOS: ArquivO PeSSOAl

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FOTO: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

Mensageiro | Março 2011 31

| COMPORTAMENTO |

“Persona” – a máscara da autenticidade

Dia desses, fui ao incrível MAC, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, uma majestosa obra de Niemeyer, que se alteia sobre

o mar e parece alçar voo sobre a Baía de Guanabara. Nela, uma estranha exposição de obras duvidaveis. Minha amiga correu para ver aquilo, tomando um ar fascinado. Foi quando eu perguntei a ela se gostava do que via. Ela disse que sim, claro, muito. Então eu perguntei o porquê daquele entusiasmo, e ela respondeu que a artista era famosa.

À aspiração do homem em ser ele mes-mo, sem hipocrisia e sem sofisticação, sem medo de parecer ridículo ou de não poder pertencer a determinado grupo, chamamos autenticidade. O temeroso, nesse caso, vai sempre se subjugar ao que lhe parece maior e melhor que ele. Vai querer imitá-lo. Essa espécie de mímico da sociedade está por aí, hoje, mais do que nunca. Há de todos os tipos. Os que, ao atender a um telefonema,

repetem palavras ou frases feitas do tipo: “estamos disponibilizando”, “quem deseja?”. Ou, neste mesmo telefonema, os que dizem o “não se encontra”, os que fazem crescerem seus músculos parcos nas academias (com total exagero), os que se embebedam, os que cheiram pó, os que são adeptos da homosse-xualidade, os que só gostam de filmes “cult”, porque tudo isso é moderno, avançado.

O que faz uma pessoa chamar um jovem de “aborrescente” é, sem dúvida, o mesmo espírito que a todos quer imitar, por total falta de confiança em si mesmo. O que faz uma sogra ser “chata” senão a possibilidade que tem em sê-lo, devido a esta mesma fama de que os chefes são arrogantes e maus, e de que os ricos não podem ser altruístas e que, invariavelmente egoístas, desprezam os pobres? Esse mesmo espírito da época faz crescer o número de “budistas” nos países cristãos, e o de “evangélicos” sem o devido conhecimento teológico pelo mundo inteiro.

Ao que distingue um indivíduo do outro, tornando-o único, chamamos de autentici-dade. Não é por menos que no teatro grego a palavra “persona”, que derivou “pessoa”, definia a máscara usada pelos artistas nos palcos. A sede de luzir, muitas vezes, faz com que alguém mascare seu eu em busca de uma familiaridade com algo que lhe é absolutamente dessemelhante. Todos amam os pores-do-sol, mas será que todos vão lá vê-lo? Ou será que não o fazem pelo mesmo motivo que não tomo sorvete de menta com chocolate sempre por gostar demais e deixar para apreciá-lo, vez em quando, quando en-tão ele terá mais sabor?

Não. Não é bem assim. Algumas pessoas amam os pores-de-sol porque é legal amar o belo e porque todo mundo fala nisso. Já eu prefiro o alvorecer. É quando o cor-de-rosa se exalta até alcançar o dourado; o céu é mais límpido, as gaivotas inauguram seus voos, o mar é brando e suave, a atmosfera leve, o

A autenticidade está associada à verdade, à honestidade. Mas ao indivíduo que

procede com alguma diferença, chamamos prontamente de “louco”,

mesmo sem entendermos nada de psiquiatria.

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| DISCRIMINAÇÃO RACIAL |

silêncio, absoluto. Às cores da alba, nada se compara. Quanto à arte, o que dizer dos que, em alguns países, ainda são conservadores a ponto de tentar apreciar o contemporâneo abstrato sem entender nada e sem saber que esse mesmo abstracionismo pertence ao século passado, que a vanguarda é o rea-lismo contemporâneo, essa mescla fabulosa do que foram as escolas anteriores? Marcel Duchamp que fez sucesso no Brasil, em uma exposição em São Paulo tempos atrás, já era.

A autenticidade está associada à verdade, à honestidade. Mas ao indivíduo que procede com alguma diferença, chamamos pronta-mente de “louco”, mesmo sem entendermos nada de psiquiatria. Na maioria das vezes no Brasil, quando um jovem apresenta vo-cações artísticas, os pais ficam preocupados de que possa parecer um esquizofrênico aos olhos dos outros e tratam de lhe dar uma educação mais rígida. Em Chicago, cidade do meio-oeste norte-americano, onde tive a oportunidade de estudar Belas Artes, verifi-quei que quando um pai percebe que o filho é um pouco diferente do “normal”, meio “desajustado”, “excêntrico” ao vestir-se, por exemplo, coloca-o numa escola de arte para ver se dali sai um artista. Não é à toa que as faculdades de arte por lá estão cheias de pseudo-artistas, gente tatuada demais, de cabelos vermelhos, com “piercings” nos narizes, e sem nenhum charme.

“A personalidade, eis o que nos salvará”, há muito já disse o crítico francês. Uma visão mais fervente e ampla, e uma individualidade mais íntima e mais fecunda agora se fundem fazendo emergir o real. Um novo sopro na confusão das artes plásticas é o que nos chega nesta época em que todos parecem iguais. A avalanche dos associados à mes-mice, deixemos passar como tudo o que é efêmero. O verdadeiro amor nunca morre e é exatamente este o que nos interessa.

Tentaram destruir a poesia e não con-seguiram, tentaram destruir a arte e não conseguiram. Para ser autêntico, é neces-sário apenas ser honesto, corajoso e sim-ples. A simplicidade é o que tece em nós a personalidade, fazendo-nos cada vez mais semelhantes a nós mesmos e, sobretudo, verdadeiros, assim como nosso Pai Celestial quer que sejamos.

aurEa domEnECH | escritora e artista plástica, rio de Janeiro, rJ

O dia 21 de março é o Dia Inter-nacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data lembra o Massacre de Shaperville, em Johannesburg, África do Sul, em 1960. Uma multidão que se mani-festava, de forma pacífica, contra leis segregacionistas do Apartheid foi dispersa com uso de violência. Morreram 69 manifestantes e de-zenas ficaram feridos. Desde o fim do Apartheid, na década de 1990, a luta internacional contra o racis-mo tem enfatizado a promoção da igualdade racial em todos os países membros da ONU. No Brasil, há um esforço crescente na valorização da população afrodescendente e de promoção da igualdade racial.

Na história da IELB, devemos manter a memória do pastor Augusto Drews que lutou contra

Luta contra a discriminação racial

o preconceito racial no início do século XX, acolhendo membros da comunidade afrodescendente local na igreja e na escola a partir de 1919. Diante da intolerância racial crescente, fundou uma congrega-ção para os negros, em Manoel dos Regos, em 1927. Graças à visão do pastor Drews, formou-se em 1930 o primeiro pastor afrodescendente da IELB, Rev. João José Alves. Em 1934, o pastor Alves fundou a con-gregação do centro de Pelotas, com o sugestivo nome de “Da Reden-ção” (palavra com forte associação com a abolição da escravatura no Brasil). A congregação “Da Reden-ção” foi a primeira comunidade racialmente mista da IELB.

luiSivan vElar StrElow | Montevideo, Uruguay

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FOTOS: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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Mensageiro | Março 2011 33

soldados do Exército em missão de paz no HaitiIELB doa 750 devocionários Castelo Forte 2011 ao Exército Brasileiro

A lgo especial chamou minha atenção quando fui produzir esta matéria no 19º Batalhão de Infantaria de Força de Paz, em

São Leopoldo, RS – próximo ao Seminário Concórdia. E foi um simples movimento. Eram muitos homens uniformizados e de-vidamente posicionados em seus lugares. Havia a necessidade, pela posição do sol, que eles trocassem de direção, para que eu pudesse fazer uma foto. Todos marcha-ram, distanciando-se de mim e viraram meia volta. Este foi o movimento! Ouvi um único barulho, alto, forte e com uma

representação incrível. Quando me dei conta, estava estática, olhando todos eles – muitos meninos ainda – prontos para uma grande mudança. Não aquela de dar apenas meia volta. Eles estavam prontos para servir. Estava nos olhos deles. Me emocionei e agradeci a Deus por estar ali e poder presenciar aquele ato tão singelo, mas carregado de significados.

prOntOS para SErvIrA profissão deles tem faces diferentes, li-

teralmente, bem diferentes. Seja na guerra ou na paz, eles estão lá, prontos para lutar pela

sua nação ou para ajudar o necessitado. Estes são os profissionais do Exército que em feve-reiro, após meses de treinamento, partiram para uma missão de paz no Haiti, devastado pelo terremoto em janeiro de 2010.

Assim como já aconteceu com outros batalhões brasileiros, este ficará seis meses em terra haitiana para auxiliar aquele país a reorganizar sua vida. “Na época, logo após o terremoto, o país estava muito instável. Tinha muita violência e depois passou à reconstrução e estabilidade. Agora, é dife-rente, pois a tropa vai para reorganizar o país”, comentou o coronel comandante do

daiEnE bauEr KÜHl

equipe editorial concórdia

Soldados da missão de paz no Haiti receberam exemplares do Castelo Forte

| CAPELANIA MILITAR |

FOTO: DAiene BAuer kühl

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2º Batalhão de Infantaria de Força de Paz, Henrique Martins Nolasco Sobrinho.

De acordo com o Coronel Nolasco, esta é mais uma oportunidade que o Brasil tem de ajudar o Haiti, de estreitar as relações com países de particular interesse para a política externa brasileira, de poder praticar o que treinaram, interagir com militares de outros países e trazer experiência. O Batalhão está trabalhando com ações no Campo Operacio-nal (patrulhamento, segurança e escolta de autoridades, controle de trânsito, segurança das instalações da missão) e na Assistência Humanitária (distribuição de alimentos, água, medicamentos, campanha de escla-recimento à população, apoio a entidades assistenciais, recuperação de locais).

Nolasco explica ainda que todos fazem uma preparação de seis meses, já nas fun-ções que irão exercer. Os militares estiveram reunidos em Pelotas, RS, por três semanas, em janeiro, para uma preparação nas mes-mas condições de trabalho do Haiti.

É uma chance única que estamos tendo. É a oportunidade de colocarmos em prática o que estamos aprendendo aqui. A família está apoiando muito.

héric Cardoso Balduino, 22 anos, Torres, rs

É um grande aprendizado de vida. Ver que o país está sofrendo e poder ajudar é incrível.

ivo Diogo da silva, 21 anos, porto alegre, rs

46 viaturas da unidade de São Leopoldo foram para o Haiti em outras oportunidades e não

voltaram mais.

vOluntárIOSConforme o tenente coronel Israel Gui-

marães de Souza Martins – coordenador de preparo na Guarnição de São Leopoldo, RS, alguns militares ficaram frustrados, pois gostariam de ir e não puderam. “Sinto-me or-gulhosamente feliz, pois todos estavam pron-tos. Eles precisavam ser voluntários. Como é missão de paz, ninguém vai obrigado.”

O tenente, que é membro da Igreja Pres-biteriana, considera que Deus está sendo misericordioso com todos pela oportunidade. “Missão de paz é uma coisa grandiosa para este batalhão, para o meu comando. Deus é muito bom. Sempre digo que ele é o Senhor dos exércitos. Eu sou o comandante, mas é Deus quem está na direção desta barca”, afirma.

IElB nO haItIA IELB também está, de

certa forma, representada no Haiti. O capitão e pas-tor capelão Ronaldo Hasse

Capacetes azuis, como são conhecidos os soldados da ONU em missão de paz, em dia de treinamento em São Leopoldo

acompanha a tropa do Segundo Batalhão de Infantaria de Força de Paz do Décimo Quarto Contingente Brasileiro no Haiti, o BRABATT 2/14 (BRABATT= sigla de brazi-lian battalion). Intermediado pelo pastor Ronaldo, a IELB doou 750 devocionários Castelo Forte para os militares em missão. O coronel Nolasco reflete: “eles ficarão seis meses num internato, ligados totalmente à missão. Eles têm contato com a família apenas via internet e telefone. Não tem término de trabalho. Termina e eles vão para a barraca. Tudo o que pudermos fazer para minorar a pressão é fundamental. E o aspecto religioso é primordial”.

Para esclarecer como é o trabalho do capelão no Haiti, conversamos com o pastor Ronaldo. Na página ao lado seguem trechos da entrevista.

| CAPELANIA MILITAR |

FOTOS: DAiene BAuer kühl

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MEnSagEIrO lutEranO – COMO Vê ESTA EXPERIêNCIA PESSOALMENTE, PROFISSIONAL-MENTE COMO CAPITãO E TAMBÉM COMO PASTOR (SE É QUE É POSSíVEL SEPARAR)?

capitão e capelão ronaldo hasse – Para um militar, integrar uma Missão de Paz como a MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) é um prêmio que vem acompanhado de uma grande responsabilidade. Requer muita preparação e concentração no que necessita ser realizado. A realidade local, a rotina de atividades e o distanciamento da família são fatores que podem gerar a perda do foco central da missão. Isto serve também para o capelão. Este tem a função de prestar apoio espiritual, emocional e moral para a tropa. Para que possa realizar isso, necessita estar sempre convicto da sua missão e em espírito de oração.

Ml – QUANTOS DEVOCIONÁRIOS CASTELo ForTE FORAM OU AINDA SERãO ENTREGUES?

ronaldo – O BRABATT 2/14, do qual sou capelão, é composto por 809 militares (homens e mulheres) do Exército Brasileiro e um da Força Aérea. Solicitei à Direção da IELB a doação de 700 devocionários com a intenção de distribuir apenas aos que dese-jassem tê-lo. A aceitação me surpreendeu. Terminou muito rápido. Solicitei mais 50, que também esgotaram rapidamente. Se

tivesse solicitado 900 devocionários creio que não supririam toda a demanda. Muitos desejavam deixar um devocionário com os entes queridos. Infelizmente, isso não é possível. A entrega foi feita apenas para os militares que estão na Missão. Para aqueles militares que, infelizmente, não receberam seu Castelo Forte, estregamos outro mate-rial, como o Novo Testamento dos Gideões Internacionais.

Ml – QUAL A IMPORTâNCIA DISSO PARA AQUELES QUE ESTãO NA MISSãO? DE QUE FORMA O TRABALHO ESPIRITUAL PODE AUXILIAR?

ronaldo – O militar brasileiro foi para a Missão para contribuir com o estabeleci-mento da paz no Haiti. Para bem realizar isso, primeiramente é necessário que ele esteja em paz consigo mesmo. E a paz, o ser humano só encontra na sua plenitude junto ao Salvador Jesus. O Castelo Forte tem uma importância vital para isso, porque

representa a oportunidade de leitura e me-ditação sobre a Palavra de Deus. É, ainda, uma ferramenta que auxilia o trabalho do capelão por oferecer uma facilitação do contato e da aproximação com a tropa.

Ml – QUAL A IMPORTâNCIA DA IELB NISSO?

ronaldo – Grande. Além da doação do Castelo Forte, a IELB formou, preparou e ce-deu o capelão que acompanha a tropa. Sou pastor e capelão porque a minha Igreja me possibilitou uma formação teológica de ex-celência e me deu uma orientação espiritual que me permite agora colocar em prática o que aprendi nos seis anos de estudos no Seminário Concórdia e em 15 anos de atua-ção como pastor. Se um pastor luterano está indo para realizar este trabalho, é porque toda a IELB sabe que a sua responsabilidade neste mundo é anunciar Cristo Para Todos, como Igreja que comunica vida, acolhendo e integrando.

Mensageiro | Março 2011 35

Ronaldo Hasse (E) com o coordenador de preparo da Guarnição de São Leopoldo, tenente coronel Israel, e demais comandantes da missão

ENTREVISTARonaldo Hasse

Todos os militares foram treinados para falar alguma

coisa em creole – língua mais falada do país.

O Haiti foi o primeiro país de maioria negra a conquistar

a libertação dos escravos, em 1794.

O catolicismo é religião oficial do país, mas a influência

religiosa africana é marcante em práticas como o vodu.

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36 Mensageiro | Março 2011

Congresso Ecumênico de Assistência Espiritual

| ECUMENISMO |

Realizou-se entre os dias 25 e 27 de outubro de 2010, no Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em São Leopoldo, RS, o XI Congresso Bra-

sileiro Ecumênico de Assistência Espiritual Hospitalar. O tema geral foi: “A Comunica-ção na Assistência Espiritual Hospitalar: paciente, família, instituição”. Participaram 157 pessoas, entre padres, pastores, irmãs, assistentes espirituais em hospitais e outras instituições, além de estudantes de teolo-gia, oriundos de nove Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná , São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás) – foi o maior número em um congresso anual.

A temática proposta foi desenvolvida através de três palestras e painéis, apre-sentados por professores de teologia, médicos, irmãs (freiras), capelães hospi-talares, padres e pastores. Houve também quatro oficinas (sobre Curas e Milagres, Música na Visitação, Assistência a Crian-ças, e Assistência a Pacientes Terminais), além de um treinamento prático na visi-tação hospitalar.

As palestras, as celebrações e o con-vívio dos participantes guardaram o seu caráter ecumênico, dentro de um clima alegre e fraterno.

Os congressistas receberam com satis-fação o texto (preparado de longa data) de um Manual de Assistência Espiritual Hospitalar destinado para orientação dos próprios assistentes como para informação à administração de hospitais.

O próximo Congresso da ACAEHB, foi marcado para os dias 24 a 26 de outubro de 2011, em Florianópolis, SC.

Da mensagem do XI Congresso, cita-mos: “Este congresso trouxe momentos fortes de aprendizado para os presentes, enriquecendo a assistência espiritual, que não está centrada apenas na religiosida-de devocional, mas na humanização do paciente, de familiares e profissionais, motivando o fortalecimento de uma espi-ritualidade sadia. Saímos animados para o trabalho junto ao nosso povo, convictos de que uma boa comunicação favorece em muito a evangelização”, conclui Heinz Ehlert de Curitiba, PR.

Participantes do XI Congresso Brasileiro Ecumênico de Assistência Espiritual Hospitalar

FOTOS: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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Mensageiro | Março 2011 37

| REAÇÃO DO LEITOR |

sUzanny FLegLer | Santa Maria de Jetibá, ES

N a edição de janeiro/fevereiro 2010, na seção Do leitor do Mensageiro Luterano me surpre-endeu com o artigo publicado a

respeito da dança e da música na Igreja. Res-peito a opinião da irmã que escreveu, mas, como dirijo um grupo de danças litúrgicas na congregação da qual participo, não pude me calar diante do que li.

Quando eu tinha 8 anos, meu pai voltou da Convenção Nacional da IELB ‘mudado’ depois de ver um vídeo gravado, pelo pastor Raul Blum, dos luteranos da África tocando tambores e dançando ao levarem suas ofertas ao altar[...]

Ao estudarmos a história da dança, ob-servamos que a mesma surgiu como forma de adoração na Igreja primitiva. A dança [...] é mencionada na Bíblia como parte da vida social e da adoração do povo de Deus. A profetisa Miriã, no texto de êxodo 15.20-21, “tomou um tamborim e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com dan-ças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou e precipitou

Todo ser que respira louve ao Senhor

no mar o cavalo e o seu cavaleiro” quando louvavam ao Senhor [...]

Assim também, 2 Samuel 6.14 traz que “Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor” quando a arca do Senhor era levada para Jerusalém. Também a expressão ‘saltar de júbilo e alegria’ citada em Eclesiastes 3.4 (tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria) pode ser traduzida como ‘dançar’.

A dança foi um ato puramente de louvor até chegar a Roma, onde os etruscos passaram a utilizá-la em

seus rituais mágicos. A dança, que a prin-cípio era sinônimo de vida, passou a ser usada contra a própria vida. No período da Idade Média, foi definitivamente ex-

cluída das liturgias religiosas, passando a ser considerada apenas um movimento artístico.

No século XX, as pessoas voltaram a per-ceber que não há como separar a mente das expressões corporais quando se comunica com Deus. E a dança, então, voltou a fazer parte das liturgias e cultos [...]

Sou fisioterapeuta, e vejo em meu co-tidiano a beleza e a minimalidade de cada movimento que Deus nos concedeu quando nos deu o fôlego da vida, os quais algumas pessoas são privadas de realizar. É maravi-lhoso ver e ouvir um ‘obrigado, Senhor’ por qualquer que seja o movimento recuperado. Sinto que tenho que agradecer ao meu Jesus com meus movimentos por tantas bênçãos que derrama todos os dias sobre a minha vida, e mais, agradecer pelo perdão dos pe-cados, vida e salvação dia após dia.

Três anos atrás, quando começamos o trabalho, algumas pessoas relutaram e até criticaram, mas, com o tempo, foram tocadas pela semente que lançamos com a dança, e hoje a mesma faz parte dos cultos. Além disso, me emociona falar das meninas que

participam do grupo, que se tornaram jovens mais dedicadas a Deus e, principalmente, hoje estão evangelizando na vizinhança ou na escola em que estudam.

O Salmo 150 é o mais conhecido texto que remete à dança, quando diz no versículo 4, louvai-o com adufes e danças, e finaliza dizendo, no versículo 6, “Todo ser que respira louve ao Senhor”. Devemos louvar com ale-gria, com hinos alegres, com fervor. Aquecer nossos corações com palmas e, porque não com danças e ritmos alegres? [...]

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Capa ML novembro 6.ps

\\Editorial\e\Concordia\Mensageiro\2010 - 11 - Novembro\Capa + Anúncios\Corel\Capa ML novembro 6.cdr

sexta-feira, 15 de outubro de 2010 17:00:09

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| REAÇÃO DO LEITOR |

jonas gonÇaLvesFoi pastor da IELB, líder leigo em Itaguaçu, ES

rEdação: Para entender melhor este texto, recomendamos ter em mãos o Mensageiro Luterano de novembro de 2010.

“Acabo de receber o Mensageiro Lute-rano de novembro. Chegou depois do exemplar de dezembro. Não sei o que aconteceu. Só sei, que virou o

meu “presentaço” de Natal. Ler esta edição foi emoção pura, efervescente, borbulhante.

Você reparou na capa desta edição? Capa bonita. Despertando um sabor irresistível – A vida e o pote. Você leu o artigo? Percebeu como “O amor faz a diferença do conteúdo”? E a pergunta reflexiva? “Qual o conteúdo do nosso pote?” Parei e pensei na vida. Que seria deste pobre ser se não fosse a graça transbordante do Salvador?

– Ser um pote com o sabor da graça

Mensageiro provoca emoções e lágrimas

de Deus. Esta é a missão.Missão que também tem momentos de

lágrimas. Lágrimas que brotam do choro da Família Concordiana. Choro chorado pela partida inesperada e precoce de um dos nos-sos: Jone Carlos Shultz. Eu também chorei. Chorei porque sou desta família. Família que me adotou por muitos anos de minha vida.

Dou uma pausa na leitura. Fico pensati-vo... Sinto meu rosto úmido. Molhado. São elas: as lágrimas. Tiro os óculos. Fecho os olhos. Solto a caneta. Debruço a cabeça sobre a mesa. O túnel do tempo me suga. Novembro, 1973. Estou em Belém, PA. O noticiário da TV anuncia: “Acidente trági-co com caminhão de jovens luteranos no Mato Grosso. Morre o estagiário Carlos Holdorf”. Era ele. O meu colega. O com-panheiro, o amigo confidencial. O irmão

da Família Concordiana. E lá estavam elas: as lágrimas. Aqui, agora estão elas: as lágrimas.

Estou sufocado. Levanto. Lavo os olhos. Fixo o olhar no espelho. Surpreendo-me, fa-zendo um pedido ao velho Jó: Jó, me ensina a dizer, mesmo com o rosto encharcado com as lágrimas do choro da dor, “Bendito seja o nome do Senhor”.

Depois de um bom copo d’água, retomo a caneta, reabro o Mensageiro e descubro que as lágrimas, nos caminhos de Deus, são sementes de bênçãos, de fé, de perdão, de salvação. Portanto, de alegria. Parece contraditório, mas é o que revela a história dos missionários Pioneiros na África. Depois de muita dor, choro e lágrimas, surge uma igreja que congrega 110 mil cristãos batiza-dos. Entendeu?... Nós somos frágeis, mas a Palavra de Deus é poderosa. É como a chuva, por onde passa, faz brotar um exuberante jardim. Jamais volta vazia.

Anunciar é a ordem, mesmo que para

tanto, seja necessário usar um modesto banquinho. êta, pastor Zenkner! Continua o mesmo: profundo na sua simplicidade. Lem-bro dele no Seminário... O pastor Zenkner, aquele meu amigo cordial, com mais uma de suas atitudes simples, porém profun-das: presentear o amigo, com um modesto banquinho. E não um simples banquinho, daqueles que ficam esquecidos, lá fora, na varanda da casa, ou imóvel e calado, na roda de chimarrão. Não. Este banquinho é diferente, vem carregado de uma doce men-sagem. Mensagem que traz vida e esperan-ça. Mensagem que mexeu com a estrutura do experiente pastor Bruno Rieth (que fez as visitas aos eméritos e escreveu aquela matéria no Mensageiro de novembro/2010). Mensagem que está mexendo com a minha estrutura. Me desarmou, me desmontou. Sou levado a dizer com o pastor Rieth: “este banquinho do Edemar, me lembra um mundo de bênçãos, que o Pai gracioso me dá, todos os dias...”.

Pastor Zenkner, não sei se todos os ser-mões que você pregou de viva voz chegaram tão fundo nos corações de seus membros como a mensagem deste banquinho chegou no meu. Sabe, me lembrei da Entrada Triun-fal de Jesus em Jerusalém: “Se eles calarem, as pedras clamarão”.

Amigo, a sua voz calou. Não liga não. É coisa de Deus. Se ele quer assim, ele vai dar a força necessária. Só fique certo de uma coisa: o seu banquinho clama! Fala alto prá daná! Que voz!

Uma voz... Eu a ouvia atentamente, no Instituto Concórdia, de São Paulo, nos cultos administrados aos estudantes, professores, familiares e funcionários. Era a voz do pas-tor Ernesto Heine. A firmeza e a convicção de suas pregações me marcaram.

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Mensageiro | Março 2011 39

Quando termino de ler sua entrevista, onde são sintetizados 70 anos de amor, de Ministério, sustentados pela fé, só tenho a exclamar: é baluarte! Exemplo de vida! Muitas bênçãos e alegrias!

Agora, quando me lembro, que eu o co-nheci lá, no meu primeiro lar Concordiano, eu fico triste. Esta lembrança faz sangrar uma ferida que eu trago, aqui, no meu coração. Ela dói, lateja. Procuro entender. Não consigo.

Instituto Concórdia o que fizeram con-tigo? Uma escola de profetas? Um celeiro de obreiros? Concórdia, tenho esperança, você vai sair deste estado terminal. Eu ain-da vou ver você saudável, forte, vigoroso, cumprindo a missão, para a qual foi criado.

Ufa! Como o pensamento voa...Agora, quero ver as Notícias da minha

querida IELB. Gosto desta seção. Poderia ser maior. É aqui que eu sinto o dedo de Deus agindo dentro da minha Igreja. Leio a

primeira notícia: “Nasce uma congregação Luterana” em Viçosa, MG. Portador da no-tícia? O estagiário em teologia Ondiekson Lenke. Agora, o meu coração não sangra. Agora, ele toma uma atitude maluca, hora acelera, hora se acalma. Aguenta aí, meu...

Amigos do Mensageiro, me acompanhem num pedaço da trajetória deste futuro pastor da IELB. Era 2005. Uma caravana de leigos capixabas, a caminho do 17º Con-gresso Nacional da LLLB, em Piratuba, SC. Entre os integrantes, um falante, cantador, voz de trovão, com seu violão inseparável. Líder na sua Congregação e no seu Distrito. Sua animação descontraiu a longa viagem...

Para mim, o Congresso reservou um mo-mento ímpar. Após a palestra do Prof. Gérson Linden, Diretor do Seminário Concórdia, Ondiekson e um amigo seu me perguntaram: “o que fazer para estudar no Seminário?”. Apresentei os dois ao pastor Linden: estes líderes leigos querem ser pastores na IELB.

Hoje, vendo a foto do Ondiekson, co-larinho clerical, ao lado de membros sor-ridentes, vem-me a mente o texto bíblico: “...concedeu uns para apóstolos,... e outros para pastores e mestres...” (Ef 4.11). É isto que me apaixona no trabalho com os leigos: prepará-los para o trabalho na Igreja, e de “bandeja”, perceber que Deus tem opção de escolha, para os seus futuros pastores.

Ondiekson, funde muitas ligas de leigos por onde você passar como pastor. Instrua estes irmãos. Quem sabe um ou outro não trilhará o seu caminho? É assim que a Igreja anda.

Andar? Releio os rabiscos que fiz até agora, e, assustado, concluo: esta prosa está ficando espichada demais. Então... Deixe-me virar a página. E não é que Virando a página achei a mensagem que quero mandar para todo o mundo em 2011: “eIrENE para vocês”.

O Mensageiro de novembro está supimpa! Que Natal! Valeu demais!”

riCarDo goerL | Reside em Pomerode, SC

Sobre o artigo, com parte da história do Mensageiro Luterano, publicado no número de dezembro 2010, gostaria de complemen-tá-lo com mais algumas informações.

Durante muitos anos, creio que até o pastor Leopoldo Hei-mann assumir como editor-chefe, os conteúdos do Mensageiro e de outras revistas publicadas pela nossa IELB eram submeti-dos à “censura teológica”, feita por professores do Seminário Concórdia, que, se julgassem necessário, efetuavam correções nos artigos a serem publicados. Como na época era tudo dati-lografado, a maioria das correções dos textos era feita à mão, por mais extensa que fosse. Na época, trabalhava na então Casa Publicadora Concórdia S/A, o pastor aposentado, Luis Kaminski, que coordenava a impressão das diversas publicações da IELB.

Algumas vezes, os censores rabiscavam muito algum ar-tigo, o que causava dificuldades para o linotipista entendê-lo. O pastor Kaminski então datilografava o artigo, todo ou em parte, como ele interpretava as correções e o texto original. Como resultado, muitas vezes, o artigo era impresso de forma diferente do original e da censura, o que causava protestos e reclamações. Mas, ao que me lembro, nunca houve caso de ser publicado alguma heresia.

censura teológica e outros

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Aliás, este caso de censura eclesiástica, teológica, ou seja lá o que for, nunca consegui entender. Se os artigos eram escritos por pastores forma-dos, por que censurá-los? Por acaso não pregavam e ensinavam as doutrinas com base no que escreviam seus artigos? E ia alguém verifi-car isto em suas comunidades? Deve ser acrescentado que muitas vezes, devido à outras tarefas que exerciam, a censura demorava, causando atrasos nas publicações...

Na época, a então Casa Publicadora Concórdia S/A era uma das maiores gráficas de Porto Alegre e do RS, além da loja ser uma livraria/papelaria/bazar de grande porte. O lucro disto tudo permitia e subsidiava os prejuízos das revistas e do “encalhe” de outros livros editados para a nossa IELB.

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uLBrA: 6º lugar na avaliação do MEC

A ULBRA é a sexta melhor univer-sidade particular do Brasil, segundo o índice Geral de Cursos (IGC) 2009, divul-gado pelo Ministério da Educação (MEC) em janeiro último. A ULBRA obteve o conceito 4, igual ao das cinco que a ante-cedem, e ficou com apenas 79 pontos de diferença para a primeira colocada entre as universidades particulares. O ranking nacional avaliou 2.137 instituições de ensino superior do país, sendo 2.069 particulares. O crescimento da ULBRA também se confirmou no ranking geral.

O avanço na posição do ranking é avaliado pela Reitoria da Universidade como resultado de todo o movimento realizado por seus gestores, professores e colaboradores focado no ensino. “Os alunos já sentem a determinação da atual gestão em retomarmos a nossa posição como instituição de ensino de qualidade. Nós estamos consolidando o rumo do crescimento da ULBRA e vamos nos superar ainda mais”, afirma o reitor Marcos Fernando Ziemer.

assessoria De CoMUniCaÇÃo Da ULBra

www.ulbra.br

40 Mensageiro | Março 2011

IELB na cidade universitária

de Viçosa

| DIVULGAÇÃO |

FLc elege nova coordenação

A Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) precisam sair da zona de conforto e capacitar-se para o exercício estraté-gico da missão, propôs o professor Gustavo Becker ao apresentar palestra, no Fórum Luterano de Comunicadores (FLC), reunido em novembro de 2010, em São Leopoldo, RS.

Como a comunicação pode ser usa-da para a Igreja cumprir a sua missão? – indagou o professor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). “Temos que usar canais que não são apenas do contexto das igrejas, como as redes sociais”, propôs.

Mesmo contando com a ação es-piritual no processo, ela não isenta as igrejas de investir em planejamento, estabelecendo objetivos, metas e estratégias para alcançá-las, enfati-zou. O FLC entendeu a proposta e vai sugerir à direção das duas igrejas que procurem realizar um planejamento

conjunto para suas ações missionárias em território brasileiro, evitando assim duplicidades de presença.

A assembleia do FLC decidiu in-centivar projetos de leitura crítica da comunicação e de programas de capacitação de leigos e obreiros. Além disso, agendou para 1º de outubro de 2011 a realização do Encontro Anual de Comunicadores, em local ainda a ser definido.

Para o biênio 2011-2012, a assem-bleia elegeu o pastor Rony Ricardo Marquardt (coordenador), Artur S. Nunes (vice-coordenador), Tatiana Sodré (secretária) e Heitor Meurer (tesoureiro). Rony é o representante do FLC no consórcio mantenedor da Agência Latino-Americana de Comu-nicação (ALC), que tem sede e foro em Buenos Aires.

FOTO: elOy TeCkeMeier

agênCia LaTino-aMeriCana De CoMUniCaÇÃo (ALC)

Page 41: Mensageiro Luterano - Março 2011

Mensageiro | Março 2011 41

“Somos membros da Comunidade Concórdia, da cidade de Viçosa, MG. Viçosa é uma cidade universitária, o que faz com que a nossa congregação seja composta, em sua maioria, por estudantes de outras localidades do país. Como estamos em processo de formação, ainda somos poucos membros e o nosso pastor reside em Juiz de Fora, que fica a 180 km de Viçosa.

Mesmo assim, estamos engajados e comprometidos em trabalhar para honra e glória do Senhor e para o crescimento da sua obra. Por isso, vimos, por meio desta nota, pedir a ajuda de cada um de vocês. Como? Primeiro, pedimos vossas ora-ções para que o nosso trabalho aqui possa ser realizado com amor, perseverança, paciência, e para que, a seu tempo, possa dar bons frutos. Segundo, pedimos que entrem em contato conosco ou com a IELB caso souberem de membros de vossas congregações que vieram para Viçosa ou arredores (Juiz de Fora, Ipiranga, Ubá), para estudar ou para residirem. Terceiro, aceitamos outras formas de ajuda, inclusive financeira. Tanto pessoas físicas como congregações que queiram nos adotar como frente missionária, basta entrar em contato conosco ou com o Departamento de Expansão Missionária da IELB...

Queremos trabalhar, nos envolver com a IELB e fazer tudo com ordem e decência. Porém, precisamos muito do auxílio de cada um de vocês. Cada um dos membros tem as suas limitações, e, por isso, necessitam de apoio e fortalecimento, para que não venham a desanimar...

Você pode entrar em contato conosco através do e-mail [email protected] ou acesse nosso blog na internet, www.luteranavicosa.blogspot.com.

Caso conheçam pessoas que estejam vindo para cá ou já estejam morando aqui, nos infor-mem. Auxiliem-nos a encontrá-las, para que pos-samos acolhê-las e amá-las em nosso meio, assim como foram entre vocês... Que Deus nos abençoe, hoje e sempre!”

eliane eller – Presidente (31) 9194-3543; natália Berger – Tesoureira (31) 3891-0323; Thaís B. rigolon – Secretária (31) 8689-0754;

Larissa eler – Vice de todos; andré de Freitas – Pastor (32) 3221-9201

[email protected]

IELB na cidade universitária

de ViçosaA Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) deu início a uma nova

campanha de donativos às vítimas das enchentes, desta vez para as pessoas atingidas em Santa Catarina. Intitulada SoS Esperança, a campanha terá duração de três meses e tem como meta arrecadar Bíblias usadas em bom estado, água potável e produtos de higiene pessoal e limpeza.

A SBB também receberá doações em dinheiro que serão usadas estritamente para a distribuição de literatura bíblica entre a população vitimada pelas catástrofes. O banco é o Bra-desco – Agência 3390-1, e conta corrente: 15512-4.

Todavia, nossa principal ação só terá êxito com sua ajuda. Estamos à disposição de qualquer cidade, instituição social e igreja que queira planejar uma ação de auxílio imediato às vítimas das chuvas. Nossa intenção é semear a Palavra de es-perança que transforma vidas. Sabemos que além do alimento físico, as pessoas precisam, neste momento, do alimento espi-ritual que só Deus, por meio de sua Bíblia Sagrada, pode dar.

Conte conosco. Repasse essas informações a líderes que você conheça em toda Santa Catarina. Estamos à disposição para servir no que for necessário.

Contribua! Receberemos donativos em nossos escritórios de Curitiba (Av. Marechal Floriano Peixoto, 2952 - Parolin - 80220-000) e Porto Alegre (Rua Ernesto Alves, 91 - Floresta - 90220-190).

hélio Dias da Costa Assistente Regional de Ação Social0800 727 8888 - (41) 3021-8371

[email protected] - www.sbb.org.br

SBB lança campanhasos esperança

Em 26 de novembro de 2010, em sua última reunião regular, a Comissão Interluterana de Literatura (CIL) escolheu a sua nova equipe diretiva, que ficou assim constituída:

Presidente - pastor João Artur Müller da Silva (IECLB); Secretário - pastor Nilo Wachholz (IELB); Tesoureiro - pastor Rony Ricardo Marquardt (IELB).

CIL elege nova diretoria

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42 Mensageiro | Março 2011

| CONGRESSO DA JELB |

Logo na chegada ao Gramadão da Vila “A”, em Foz do Iguaçu, PR, no dia 16 de janeiro, os jovens luteranos perceberam o que lhes

aguardava: muita alegria, louvor, Palavra de Deus, mas também muito calor. Porém, o calor não desanimou os quase 1500 jovens que foram à cidade do oeste para-naense para participar do 42º Congresso Nacional da JELB, que foi até o dia 21 de janeiro, nas dependências da maior usina hidrelétrica em produção de energia do mundo, a Itaipu Binacional.

O tema o começo de uma mudança, foi baseado no texto de Eclesiastes 3.11: “Deus marcou o tempo certo para cada coisa”. Os jovens ficaram alojados no Par-que Tecnológico de Itaipu, com refeições e uma estrutura adaptada para o evento.

A abertura, na noite do dia 16, contou com a colaboração de jovens de diversas regiões, que encenaram desde a criação do mundo até os dias de hoje, mostrando

como Deus criou tudo lindo e perfeito, como o homem conseguiu estragar a obra dele e o caminho para o começo de uma mudança.

atIvIdadES dIvErSaSNa segunda-feira, o destaque foi para

a palestra do pastor Gerson Linden, dire-tor do Seminário Concórdia, que abordou o tema do Congresso, o começo de uma mudança. Durante a tarde, uma Mesa Redonda, comandada pelo jovem Josué Sander, discutiu Sustentabilidade e Meio Ambiente. À noite, as bandas Criados por Cristo, juntamente com o grupo de dança da CEL Paz, de Vila Velha, ES, e Sãos e Salvos comandaram o louvor e a agitação.

Já no dia 18, terça-feira, os jovens apre-ciaram a palestra “CAB - Cultivando Água Boa” com Dr. Nelton Friedrich, diretor de Coordenação e Meio Ambiente, da Itaipu. Os participantes ainda plantaram 200 mu-das de palmito em um bosque localizado na Usina.

Neste dia aconteceu o lançamento do ArteJELB4, com apresentação da peça Mane-quim 36, pelo Grupo de teatro do Distrito

Paraná Leste. Abrilhantaram a noite ainda, os Grupos de teatro da CEL Paz, de Vila Velha, ES e de dança das Congregações São Lucas e Rei Jesus, de Novo Hamburgo, RS e Redentor, de Seara, SC.

A quarta-feira foi de passeio para os jovens, que puderam escolher entre diver-sas opções de roteiro. À noite, todos foram deslocados novamente ao Gramadão da Vila “A” para assistir ao show do cantor Carlos Magrão.

Visão Cristã Meio-Ambiente/Sustentabili-dade, foi o tema da palestra de quinta-feira, ministrada pelo pastor Sérgio Maurício Rei-nholz. Durante a tarde, a plenária elegeu o novo CG da JELB composto por jovens de todas as regiões do país. Mais tarde, os jovens caminharam até o Mirante Central da Usina para prestigiarem o acender das luzes. Na volta, os jovens pularam e dan-çaram muito ao som da banda De Todas as Tribos.

Às 10 horas de sexta-feira, aconteceu o culto de encerramento do Congresso e instalação da nova diretoria da JELB. O al-moço de despedida foi marcado por muitos abraços e lágrimas dos congressistas, que diziam emocionados: Até 2013!

Quase 1500 jovens reunidos para marcarem o começo de uma mudança

Foz do Iguaçu recebe jovens luteranos

daiEnE bauEr KÜHl

equipe editorial concórdia

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Page 43: Mensageiro Luterano - Março 2011

Mensageiro | Março 2011 43

agradEcIMEntO“Foram dois anos de atividades como CG com os

jelbianos de todo o Brasil e podemos dizer que realizar o Congressão dentro da Itaipu foi um grande desafio.

Sabíamos das restrições de segurança da Usina e ou-tros fatores, mas mesmo assim insistimos. Diante de um tema tão exposto na atualidade, que é a sustentabilidade, fazer num local diferente da Itaipu, que tem uma preo-cupação sócio-ambiental tão grande, não faria sentido.

Vários foram os desafios para que este Congressão fosse possível. Reuniões online aos fins de semana, tele-fonemas, e-mails, e nem a distância física dos membros do CG atrapalhou este grupo de 11 pessoas que se tornou uma família nos dois anos que trabalhou junto.

Sabemos que tivemos muitas falhas durante a nossa gestão e também agora, no Congressão, mas demos o nosso melhor. Tratamos tudo da maneira mais carinhosa possível para que todos os jovens presentes pudessem testemunhar juntos “O começo de uma mudança”.

Esperamos que tenhamos contribuído ao menos um pouco para que de fato esta mudança possa ter se ini-ciado no coração de cada jovem. Esperamos que daqui em diante possamos reciclar nossos atos como cristãos e continuar todos juntos, também com o atual CG para o real começo de uma mudança.

Obrigado por confiarem no nosso trabalho e por todo o carinho recebido.

Abraços em Cristo.”Cg jeLB 2009/2010

Quase 1500 jovens reunidos para marcarem o começo de uma mudança

Foz do Iguaçu recebe jovens luteranos

nOva lIdErança“O Conselho Geral da JELB, eleito no Congressão 2011 (1ª foto da direita

para esquerda), inicia suas atividades com uma proposta diferente. Formado por integrantes de todas as regiões do Brasil, o CG quer aproximar ainda mais as UJ’s do país, principalmente, através da troca de experiências.

O texto escolhido como base é de 2 Coríntios 10.15: “Esperamos que a fé que vocês têm possa crescer e que nós possamos fazer um trabalho ainda maior entre vocês, sempre dentro dos limites que Deus tem posto para nós”. Com isso, a JELB reconhece o desafio de que as UJ’s devem estar conectadas a Deus, fortalecendo os jovens na fé em Jesus Cristo, e também quer conectá-las cada vez mais entre si, considerando os dons que Deus concedeu a cada uma delas.

traBalhO pOr prOJEtOSPara cumprir este desafio, o novo CG propõe que os trabalhos sejam

realizados por meio de projetos, em vez de comissões. Por isso, o incentivo para que sejam mantidos os projetos que já estão sendo realizados, como por exemplo o ArteJELB, o InterpretaJELB e o Fome 29. Além disso outros projetos já estão em planejamento e serão iniciados em breve, como o In-tercâmbio de Ideias, Passo-a-passo, Calendário JELB, Gincana envolvendo as áreas de ação da Igreja e Garagem da JELB.

Para envolver jovens de todo o país na elaboração dos projetos, será cria-do um Banco de Dados de Talentos, no site da JELB, que permitirá identificar pessoas com os mais diversos dons necessários para executar os projetos.

O site da JELB também irá passar por uma reformulação, para torná-lo mais dinâmico e facilitar a conexão dos jovens luteranos com os assuntos da JELB. Por enquanto, acesse www.jelb.org.br e conheça um pouco mais dos projetos e do novo CG-JELB.

O CG também quer conhecer as novas ideias que surgem dentro de cada UJ. Envie suas ideias e sugestões para o e-mail [email protected].”

Cg jeLB 2011/2012

FOTOS: jACkelini kil

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44 Mensageiro | Março 2011

É hora de eleger diretoria na Igreja.

| LIDERANÇA |

Você sabe o que é e o que faz a Diretoria de uma congregação? Para entendermos isso, é preciso primeiro saber o que é Igreja.

L utero nos ensina que há basi-camente dois significados para Igreja: Igreja em sentido estrito que significa assembleia, ou seja,

a reunião dos cristãos EM Igreja (Atos 5.14) (João 10.14-16), e igreja em sentido amplo que significa o templo, onde os cristãos se reúnem NA igreja (êxodo 26). Fora isso, culturalmente há um terceiro significado quando queremos identificar uma deter-minada religião quando dizemos “sou DA Igreja Luterana”, por exemplo.

Para nós, importam os significados ensinados por Lutero: quando estamos EM Igreja NA igreja.

Estar EM Igreja é uma missão ministe-rial, instituída por nosso Senhor Jesus Cris-to, cabendo ao Ministro da Palavra a tarefa de manter as reuniões, ministrando os sa-cramentos. De regra, estamos EM Igreja NA igreja, que é uma construção física, terrena.

Para manter essa igreja terrena, Deus, no Antigo Testamento, determinou fun-ções para as pessoas, cada função obedecendo a um dom (êxodo 29 e 31). Estas funções que visam “man-ter” o templo, não são ministeriais, mas do próprio povo de Deus.

Assim, há de se precisar de al-guém para limpar o templo, abrir as portas, receber as pessoas, pagar as contas de água, luz, o salário do pastor, responder às obriga-ções impostas pelo Governo, comprar o vinho da santa ceia, as hóstias, comprar as velas para o altar, conser-tar o telhado, pintar as paredes, recolher o lixo, administrar as

ofertas. São inúmeras as tarefas que não são incumbências do pastor, mas dos membros.

Se deixarmos todas estas tarefas para o pastor, estaremos nos condenando, pois não haverá quem espalhe a Palavra. Por outro lado, se todos os membros tomarem parte, sem uma liderança para coordenar os afaze-res, estaremos criando uma Babel, pois um irmão não fará sua parte pensando que outro já fez ou fará, e outro virá fazer e encontrará a tarefa pronta, realizada por outro irmão.

É preciso que se faça tudo com “decência e ordem”, conforme recomenda o apóstolo Paulo em 1 Co 14.40. Por essa razão, pelo menos nós luteranos, nos organizamos em diretoria, onde, normalmente por um mandato de dois anos, os eleitos se res-ponsabilizam por estas tarefas, com o aval da assembleia que é a reunião de toda a congregação. Ao menos deveria ser.

Estes eleitos se apresentam voluntaria-mente a Deus para ofertarem seu tempo e

seus dons. E eis aqui, o que acre-dito, seja o temor da maioria dos

crentes que procuram “fugir” destas elei-ções, acreditar que tais tarefas lhe tomarão muito tempo. E assim as assembleias para eleição de diretoria ficam vazias.

Acredito que seja simplesmente falta de informação e de conhecimento, razão que pretendo, humildemente, tentar explicar neste breve artigo. Então vejamos:

dO tEMpOEm regra, a diretoria da Congregação

se reúne uma vez por mês. As reuniões duram em média duas horas, dependendo do tamanho da Congregação.

A cada dois meses, acontece uma reunião do Conselho Distrital, em que as diretorias das Congregações também par-ticipam ao menos por representação. Essas reuniões duram em média três horas. Sendo assim, o integrante de uma diretoria estaria ofertando a Deus cerca de 40 horas de seu tempo durante um ano inteiro.

Considerando que o ano tem 8.640 horas, o integrante de uma diretoria estará ofertando

à Igreja menos de 1% de seu tempo. Se con-siderarmos ofertar a Deus 10% de nos-so tempo, veremos que ainda faltaria 9% para tal.

e agora?

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Mensageiro | Março 2011 45

daS OBrIgaçõESA diretoria tem a obri-

gação de administrar o pa-trimônio de sua congrega-ção; zelar pela manutenção, não deixando depreciar o Templo; “fiscalizar” o servi-ço pastoral, verificando se Lei e Evangelho estão sendo corretamente ensinados (1 João 4.1), (Mateus 7.15); auxiliar o serviço pastoral, permitindo que não falte ao pastor subsídios para a sua própria mantença e bem-estar de sua família (1 Timóteo 5.17); além de garantir meios para que o trabalho seja bem realizado (1 Tessalonicenses 5.12). Deve também obser-var para que não haja desperdícios das ofertas; organizar atividades visando a aproximação, o convívio entre os irmãos (1 Timóteo 3.8-10); e representar sua congregação em eventos dentro e fora da IELB.

daS FunçõESA diretoria da congregação é dividida ba-

sicamente da seguinte forma: presidência, secretaria, tesouraria e conselho.

A presidência é composta por um pre-sidente e um vice-presidente que devem orientar e administrar a comunidade; convocar oficialmente as reuniões e as-sembleias; presidir as reuniões; observar

FaBio LeanDro roDs Ferreira |Advogado, presidente da CEL São Lucas de

Porto Alegre, RS

para que as decisões tomadas pela direto-ria ou pela assembleia sejam cumpridas; representar a congregação nos distritos e na Convenção Nacional, e representar a comunidade judicialmente.

A secretaria é composta por um se-cretário e um vice-secretário que devem confeccionar as atas das reuniões e manter em arquivo os documentos da comunidade; além de administrar as correspondências.

A tesouraria é composta por um te-soureiro e um vice-tesoureiro que devem receber e administrar o dinheiro da congre-gação; movimentar os fundos financeiros; organizar, controlar, zelar pelas ofertas; cui-dar para que os compromissos financeiros sejam cumpridos; e apresentar relatórios nas reuniões e para a assembleia geral.

O Conselho é composto por um conselho fiscal e pelos pastores. O conselho fiscal,

integrado normalmente por pessoas mais experientes, deve orientar nas decisões difíceis, examinar os relató-rios e fiscalizar para que as decisões sejam cumpridas. Os pastores dirigem o início das reuniões com uma de-voção ou estudo, orientam e participam das decisões com conselhos que visam zelar pela paz de espírito,

pelo respeito à doutrina luterana e a obe-diência às sagradas escrituras.

Como se vê, não é nada muito difícil. São tarefas simples que dizem respeito ao nosso dia a dia. Administrar a igreja é como administrar a nossa própria casa. O mesmo cuidado que temos com nosso lar, devemos ter com a igreja. Não é nada sobre-humano.

Tem muito trabalho? Sim, tem. Mas, feito com amor e carinho, não é difícil. O que se espera de um membro da diretoria é boa vontade e empenho em ajudar a retirar as pedras do caminho. Afinal, ser chamado para servir a Deus e ao próximo, através da Igreja, é algo incomparável a qualquer outra atividade humana.

Inscrições para ingresso no seminário concórdia em 2012

“Se alguém aspira ao episcopado, ex-celente obra almeja” (1 Tm 3.1), diz Deus através do apóstolo Paulo. Aqueles que desejam servir a Deus e ao seu povo como pastores estão colocando diante de si um belo propósito. o Seminário Concórdia é a escola oficial da IELB para a preparação de pastores qualificados à proclamação do Evangelho e administração dos sacramen-tos. o aluno do Seminário Concórdia tam-bém é aluno de Teologia na Universidade Luterana do Brasil, através do convênio

IELB/Ulbra, e, na conclusão do curso, recebe da Universidade o diploma de Bacharel em Teologia, reconhecido pelo MEC.

os pré-requisitos para ingressar no Semi-nário são: ser membro da IELB há pelo menos três anos; ter o ensino médio concluído; ser aprovado no curso preparatório, nos testes finais do Seminário e no vestibular da Ulbra.

Para iniciar seus estudos no Seminário em 2012, os candidatos deverão participar do curso preparatório durante o ano de 2011. Esses estudos são realizados pelo candidato em sua

própria casa, com apoio do pastor local e com material fornecido pelo Seminário. As inscrições estarão abertas até 31 de março de 2011.

Para fazer sua inscrição, escreva para:Seminário Concórdia – Inscrições 2012Caixa Postal 20293.001-970 - São Leopoldo, [email protected](51) 3037-8000 (horário comercial)

| DIVULGAÇÃO |

CANDIDATO

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FOTOS: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

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46 Mensageiro | Março 2011

| ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA |

Líderes fazem a diferença

C ento e dez servas, líderes dis-tritais, regionais e nacionais, estiveram reunidas em São Leopoldo, RS, de 10 a 14 de fe-

vereiro 2011, no Seminário Concórdia, com o objetivo de capacitar-se para o trabalho na igreja. Tive a oportunidade de dirigir uma palavra para estas servas. Apresentei o Caderno do PEM 2011, e convidei as servas envolvidas em liderar Grupos de Estudos em sua Congregação para que viessem à frente – dez servas se apresentaram. São servas da LSLB que apoiam e incentivam este trabalho de Igreja em Grupos.

Quero compartilhar com a Igreja o testemunho de uma delas: “Em nossa Con-gregação, não havia trabalho de grupos. Foi iniciado no ano passado e o resultado apareceu logo: o aumento de frequência nos cultos e também nas ofertas”.

E agora? Esta é a realidade que temos presenciado, por isso, precisamos investir na “Igreja em Grupos”. Que tal ser este o testemunho em sua congregação ao final de 2011? Muitas congregações e pastores têm valorizado este trabalho e colhido belos frutos. Fica o incentivo para todas as congregações: as que já têm seus grupos devem aumentar esse número, envolvendo mais pessoas; e as que ainda não tiveram essa experiência deveriam tentar.

Outro testemunho, que deixo como in-centivo para as congregações no entorno do nosso Seminário, vem do pastor Guilherme, conselheiro da LSLB: “Vou até o Seminário, encho o carro de estudantes (3º ano) e os levo para a minha congregação, onde dirigem estudos em grupos. Tem sido uma experiência fantástica. Estes estudantes se tornam apaixonados pelo trabalho do PEM”. Que tal a sua congregação, próxima do Seminário, abrir também esta porta?

O caderno de estudos do PEM deste ano não está bonito apenas na apresentação, mas qualificado no seu conteúdo. Dois estudos sobre a temática “Acolhendo e

Integrando”; nove estudos sobre Frutos do Espírito; três sobre a Santa Ceia na IELB; e um estudo de Mordomia de Oferta Cristã. Os estudos também são úteis para outros momentos da vida da congregação.

Destaco o preço com a parceria da Edi-tora Concórdia. Temos no Caderno do PEM 2011 o material mais barato da IELB: menos de R$ 2,00, um caderno de 88 páginas e capa colorida.

A Igreja, para crescer, precisa sair das quatro paredes. Precisa fazer uso de estra-tégias que viabilizem o crescimento. A ex-periência das igrejas que mais crescem nos tem demonstrado que não se pode falar de crescimento de Igreja sem que se fale tam-bém de Igreja em Grupos, Grupos do PEM ou Grupos Familiares, a designação não é o mais importante. A Igreja não pode se reunir somente no templo, mas também nas casas. Esta estratégia é muito boa e edificante, especialmente por conduzir à construção de vínculos de relacionamento e amizade, fomentando a comu-nhão, a unidade e a missão pela participação de outras pessoas não ligadas à congregação.

Christian Schwarz, um pes-quisador sobre o crescimento da Igreja, em seu livro, o Desenvolvi-mento Natural da Igreja, conclui que “a multiplicação constante dos grupos familiares é um prin-cípio universal de crescimento da Igreja” (Schwarz, p. 32). E diz ainda, que “uma das caracterís-ticas marcantes destes grupos é a produção frequente de novos líderes”. Nos grupos familiares, os cristãos podem exercitar e desenvolver seus dons, e aprender através do serviço aos demais participantes do grupo. Vamos investir neste trabalho! Vale a pena!

“A experiência das igrejas que

mais crescem tem demonstrado de que

não se pode falar de crescimento da

Igreja sem que se fale também da “Igreja em Grupos”, sejam

eles do PEM, casais, famílias ou outros”

aDiLson DerLy sChünKe | Coordenador Nacional do PEM

Paróquia organizada em grupos (Cachoeirinha, RS - pastor Guilherme H. Becker) cada casinha representa uma família, cada conjunto de casinhas, um grupo.

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Mensageiro | Março 2011 47

| NOTA ECUMÊNICA |

Nova presidência da IECLB é investida

C omunhão e celebração marca-ram o Culto de Investidura da Presidência da IECLB (gestão 2011-2014), realizado na noite de

19 de dezembro de 2010. Em ato solene, o pastor dr. Walter Altmann investiu o pastor

dr. Nestor Paulo Friedrich no cargo de pastor presidente, o pastor sinodal Carlos Augusto Möller no cargo de 1º vice-presidente e a pastora Silvia Beatrice Genz no cargo de 2ª vice-presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

A Igreja da Reconciliação, Pa-róquia Matriz, em Porto Alegre, RS, acolheu ministros, ministras, membros e lideranças locais, si-nodais e nacionais da IECLB, que prestigiaram o evento juntamente com autoridades ecumênicas, civis e governamentais.

O novo presidente da IECLB, o pastor dr. Nestor Paulo Friedrich, nasceu no dia 26 de outubro de 1957, em Agudo, RS. Casado com Sofia Grau Friedrich, professora, é pai de Paula e Laura. Estudou no Instituto Pré-Teológico, em São Leopoldo, RS, graduou-se em Te-ologia na Faculdades EST, em São Leopoldo, e realizou o Doutorado em Teologia: Bíblia, no Instituto Ecumênico de Pós-Graduação, tam-bém em São Leopoldo. Atuou nas

Paróquias de Canguçu/Piratini, RS (1983-1989), Dr. Maurício Cardoso, RS (1989-1995) e Nova Hartz, RS (1999-2003). Entre outras funções, desde 2003, ocupava o cargo de secretário geral da IECLB.

FOTO: DivulGAçãO ieClB

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48 Mensageiro | Março 2011

| MISSÃO E TESTEMUNHO |

Hora Luterana na Parada das Rosas

Pastor da IELB representa Jesus como o Grande Amigo e Salvador

O pastor dr. Elroi Reimnitz, da redeemer Lutheran Church (Igreja Luterana “Redentor”), de Lynn Ranch, EUA, come-

çou o ano de 2011 com uma experiência inusitada e de grande responsabilidade: representar Jesus Cristo no tradicional des-file da Parada das Rosas, a rose Parade, em Pasadena, California, nos Estados Unidos. Mais de um milhão de pessoas assistem o desfile e o mesmo é visto ao vivo por mais de 40 milhões de espectadores das redes ABC, NBC e HGTV.

A tradicional Parada das Rosas acontece no dia 1º de janeiro, com o intuito de cele-brar a chegada do novo ano com muitas flores, música e esportes. A cada ano, um tema é escolhido para servir de inspiração para a decoração das belíssimas frotas re-pletas de flores. Em 2011, a 122ª edição da festa teve como tema: “Construindo Sonhos, Amizades e Boas Lembranças”. Toda a deco-ração dos 90 carros alegóricos é feita com flores vegetais – nada é artificial.

A Lutheran Hour Ministries (LHM), que vê no evento uma grande oportunidade evangelística, participa do desfile há 61

anos. Possui um grupo de voluntários do Southern California District da Liga interna-cional de Leigos (Hora Luterana), que criou uma organização chamada Petal Pushers (www.petalpushers.org), que congrega mais de 4.000 voluntários de 13 a 96 anos de idade, que vem de todas as partes dos Estados Unidos para ajudar na decoração do carro alegórico. Neste ano, a Petal Pushers decorou outros quatro carros do desfile.

O tema deste ano foi “Em Jesus Amigo Temos”, texto do conhecido hino, mostran-do a Jesus como o Salvador. Para representar o Filho de Deus, os organizadores buscaram alguém com aparência similar àquela com que Jesus ficou mais conhecido. O pastor Reimnitz, de 62 anos, foi o escolhido. Ele conta que a experiência de ter participado do desfile foi fantástica, e foi um marco em seu ministério. Sentiu-se honrado em ter sido escolhido, mas, ao mesmo tempo, demonstrou grande humildade pela simples tentativa de retratar o Senhor e Salvador Jesus Cristo como o Bom Pastor. A fim de caracterizá-lo, não foi necessário muito além de uma veste branca e vermelha.

Além do pastor Reimnitz, outros oito

membros da Igreja Luterana (LCMS) fi-zeram parte do carro alegórico (float) da Hora Luterana, ace-nando e desejando a todos o amor e o convite ao perdão de Jesus. “O principal não era nós no carro ale-

górico, mas a mensagem que o mesmo levou a milhões de pessoas em nosso país e através do mundo, de que Jesus Cristo é a única esperança que temos de sermos per-doados pelos nossos pecados e recebermos o presente da vida eterna através da fé e da confiança nele como nosso Salvador”, afirmou Reimnitz.

De acordo com o pastor Reimnitz, a de-coração da frota de 2011 foi uma das mais bonitas dentre todas as frotas já planejadas para o desfile da Hora Luterana no evento. “A mensagem foi simples, e ao mesmo tempo amistosa, para encorajar aqueles que estavam no desfile e aqueles que o assistiam pela televisão a ter Jesus não apenas como o seu melhor amigo, mas, especialmente, como seu único Salvador”, destacou.

O pastor dr. Elroi Reimnitz nasceu no Brasil, é filho do missionário pastor Elmer Reimnitz, ex-presidente da IELB (falecido em 2007) e de Córdula Reimnitz, ex-presidente da Liga Nacional de Servas Luteranas do Brasil. Atualmente, Reimnitz mora em Thousand Oaks, California, EUA. É casado com Ruth e tem três filhos: Patrick, Kristeen e Nicholas.

Mirna Larissa WaChhoLz | Pequim, China. Com colaboração dos pastores

Elroi Reimnitz e Nilo Lutero Figur, ambos residem nos Estados Unidos.

FOTOS: DiAne CArey

Page 49: Mensageiro Luterano - Março 2011

Mensageiro | Março 2011 49

| MEMÓRIA |

Arno carlos Gueths deixa exemplo de dedicação

A IELB perdeu, no final de 2010, um grande colaborador. Alguém que fez muito por ela e que está no co-ração de cada um que o conheceu

e também daqueles que apenas ouviram falar. O pastor e professor Arno Carlos Gueths foi chamado por Deus à morada eterna no dia 10 de dezembro de 2010. Havia completado 90 anos apenas um mês antes de seu falecimento.

O exemplo de fé e dedicação, sempre ci-tado por quem o conheceu, fica gravado nas mentes dos ielbianos e na história da Igreja no Brasil. Filho do pastor Reinoldo Fernando Gueths, o pastor Arno nasceu no dia 7 de novembro de 1920 e se formou no Seminário Concórdia de Porto Alegre, RS, no dia 2 de dezembro de 1942.

Foi pastor de 1943 até 1951; professor do

Pré-Seminário, a partir de 1952; diretor do Pré-Teológico em Porto Alegre, por 11 anos e mais tarde do Instituto Concórdia, na época o Pré-Seminário da IELB em São Leopoldo, RS, por mais 11 anos. Lecionando diversas disciplinas e na direção do curso, com muito amor e dedicação, foi servindo na importante tarefa de formar, habilitar e instrumentalizar os futuros pastores da IELB. Até o ano de 1979 – portanto num total de 21 anos – esteve à frente do curso como diretor, continuando por mais dez anos só lecionando.

Em São Leopoldo, o pastor Arno acom-panhou todo o planejamento e construção do novo campus, onde enfrentou enormes dificuldades, mas que com calma, paciência e determinação foram superadas. Tinha especial apreço e dedicação com a jardinagem – plan-

tas, flores, árvo-res e gramados do Seminário de São Leopoldo.

O p a s t o r Arno foi sepultado no cemitério ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo. A cerimônia foi realizada pelo pastor Wilmar Meister, que utilizou o texto de 2 Tm 4.7, “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.

Ele era casado com Edith Elicker, e há mais de 20 anos era pastor emérito pela igreja. Toda a IELB, assim como sua esposa e filhos, Ari (pas-tor), Marlene, Neusa e Lídia, sentem saudades do esposo, pai, pastor e professor Gueths.

o professor Gueths ensinava etiqueta (ou “boas maneiras”), doutrina e Bíblia (“dificuldades bíblicas”), estava presente em alguma refeição do dia, e passava os finais de tarde orientando os alunos nos trabalhos de manutenção das áreas externas do Instituto Concórdia. Com ele, aprendíamos a amar o “Instituto”, cuidando de seus gramados e jardins. Maior, porém, era o seu exemplo de fé – a certeza das coisas que se esperam e a convicção dos fatos que não se veem. No ano de seu 90º aniversário, a principal homenagem que lhe podemos prestar é esta: imitar a sua fé.

LUisivan veLLar sTreLoW, Mensageiro Luterano de julho de 2010, pág 6.

Conheci o prof. Arno quando ele veio ao Seminário Concórdia, no qual eu havia ingressado em 1950. Lembro que ele foi sempre calmo e comedido, e que nós gostávamos dele como professor.

Em 1969, o Pré-Seminário de Porto Alegre foi transferido para São Leopoldo. o Instituo ainda não estava em condições de abrigar os estudantes. Havia muitos problemas nas instalações, o que exigia paciência tanto por parte dos alunos como dos professores. o professor e diretor Arno, além de ser muito estimado, revelou-se como um grande administrador, economista e paisagista. o dinheiro era escasso. Por isso, ele organizou a horta no terreno baldio dos fundos, mandou plantar aipim, e construir um chiqueiro para criar porcos, aproveitando as sobras de comida.

Seu momento de desconcentração era ir com um grupo de estudantes, duas vezes por semana, trabalhar no ajardinamento, construção das quadras de esportes, etc. Nunca o vi alterado. Ele recebia boas e más notícias com a mesma serenidade. Dirigia a reunião de professores com calma.

Eu fui professor e diretor do internado de 1971 a 1973, quando recebi o chamado para o Instituo SS. Trindade e a comunidade de Moreira, rS. A decisão foi muito difícil. Eu gostava do trabalho, a amizade entre os colegas era boa e sobre tudo a amizade com o pastor Arno. Ele foi um excelente Diretor e colega.

horsT r. KUChenBeCKer, São Leopoldo, RS

Daiene BaUer KühL Colaborou Paulo Udo Kunstmann

“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a Palavra de Deus... imitai a fé que tiveram” (Hb 13.7)

FOTO: ArquivO eDiTOrA COnCórDiA

Page 50: Mensageiro Luterano - Março 2011

geraLDo WaLMir sChüLerVice-presidente da IELB Expansão Missionária e Ação Social

E m janeiro de 2010, um terre-moto devastou o Haiti, ma-tando milhares de pessoas. Em janeiro de 2011, fomos

surpreendidos com a notícia da tragédia na região serrana do Rio de Janeiro, na qual centenas de pessoas morreram arrastadas e soterradas pelas enchentes. Iniciamos os últimos anos nos deparando com notícias de tragédias climáticas no Brasil e pelo mundo afora, as quais deixaram rastros de destruição, desespero, tristeza, morte. E diante dessas tragédias é inevitável que surjam perguntas como: Por que Deus permite tragédias como estas? Isto é um sinal da ira de Deus? Do amor de Deus? Ou ele não tem nada a ver com isso? O que podemos aprender com esses eventos chamados naturais?

Tragédias climáticas sempre ocorreram na história da humanidade, inclusive em áreas não habitadas pelo ser humano, mas os estudos mostram que elas ultimamente estão ocorrendo com maior frequência e com maior poder de destruição.

Certamente, todas elas têm sua origem na maior de todas as tragédias já registradas – a queda em pecado de nossos pais, Adão e Eva, registrada em Gênesis 3. O dilúvio, relatado nos capítulos 6 a 8 do livro de Gênesis, no qual apenas oito pessoas da família de Noé sobreviveram, mostra o tamanho do estrago que a pecaminosidade humana causou no mundo criado por Deus (Rm 8.18-25).

No Evangelho de Lucas, capítulo 13, versículos 1-5, nosso Senhor Jesus Cristo foi questionado a respeito de duas tragédias que tinham ocorrido naqueles

dias. Na primeira, vários galileus foram brutalmente mortos à espada, por ordem de Pilatos, enquanto ofereciam seus sa-crifícios a Deus. Na segunda, uma torre desabou em Siloé, matando 18 pessoas. O que Jesus deixa muito claro na sua ex-planação a respeito desses dois episódios é que as pessoas que pereceram naquelas tragédias de modo nenhum eram mais pecadoras que as demais. Por outro lado, lembra a necessidade do arrependimento,

a necessidade de todos passarem por uma mudança de mentalidade.

A postura de Jesus diante das tragédias citadas em Lucas 13 nos leva a algumas conclusões a respeito das tragédias que cada vez mais nos ameaçam.

a) Deus não é o causador das tragédias; elas não são castigo divino, são consequências do estado pecaminoso do ser

humano que se manifesta na ganância, na avareza, no egoísmo, na vaidade, e destrói a criação divina.

b) As pessoas que são vítimas das tra-gédias não são mais pecadoras que as de-mais; as pessoas cristãs e tementes a Deus também estão sujeitas às consequências das tragédias.

c) Deus permite que as tragédias ocor-ram porque quer nos ensinar que há neces-sidade de uma mudança de mentalidade no que diz respeito ao nosso relacionamento com o nosso Criador e ao cuidado que devemos ter com a sua criação.

d) As tragédias são manifestações do grande amor de Deus, que deseja “que todos sejam salvos e venham a conhecer a verdade” (1 Tm 2.4).

e) Aprendemos com essas tragédias que há necessidade urgente da humanidade voltar-se para Deus, o seu Criador, per-mitindo que ele, movido pelo seu grande amor, ensine-a a viver de acordo com a sua santa vontade neste mundo, e depois desfrute, pela fé em Cristo, da vida plena e perfeita na eternidade.

50 Mensageiro | Março 2011

| VIRANDO A PÁGINA |

Por que Deus permite?

Quem (ou o que) poderá nos separar do amor de Deus?...

Os sofrimentos, as dificuldades...,

os perigos, a morte?...

Em Cristo, nada pode nos separar do amor de Deus

(Rm 8.31-39)

“Diante das tragédias, é inevitável que surjam

perguntas como: Por que Deus permite tragédias como estas? Isto é um

sinal da ira de Deus? Do amor de Deus? Ou ele não tem nada a ver com isso? O que podemos aprender

com esses eventos chamados naturais?”

m

Page 51: Mensageiro Luterano - Março 2011

Ji-Paraná, RO

IELBnotíciasENCARTE DO MENSAGEIRO LUTERANO - MARÇO/2011

+DESTAQUES

Culto ecumênico de Ação de Graças

Caranguejada no Maranhão

Solidariedade em escola de Pelotas

FOTO: ARQUIVO EDITORA CONCÓRDIA

Campanhas solidárias

ULBRA e a Associação dos Moradores do Bairro. O montante arrecadado na feira foi revertido em projetos e ações para a própria comunidade.

O projeto Biblioteca Solidária arrecadou mais de 1000 livros destinados para a Bi-blioteca da Escola Estadual Edilce Freitas.

O projeto Criança Feliz oportunizou a integração de alunos do CEDUSP com as crianças da Creche Grilo Falante. No Dia das Crianças, os alunos do CEDUSP ULBRA foram à creche, e, no Natal, a cre-che retribuiu a visita. Nas duas ocasiões, as crianças receberam presentes doados pelos alunos da escola. Fazendo parte da

solidariedade cristã, as crianças do Abrigo Municipal, receberam também brinquedos doados pelos alunos.

Conforme o capelão da escola, pastor Adalberto Gross, “a filosofia luterana de educação tem como motivação central para as suas atividades solidárias os en-sinamentos e os exemplos de Cristo, que foram pautados pelo amor e compaixão para com todas as pessoas. O objetivo é que os alunos aprendam e comecem desde cedo na prática deste amor cristão, visando a formação de um cidadão íntegro que colabore para o benefício de toda a sociedade”.

O CEDUSP (Centro Educacional São Paulo) ULBRA de Ji-Paraná, RO, ao longo de 2010, fez várias campanhas solidárias, sempre tendo como motivação o amor de Cristo. No IV Arraial Solidário, foram arrecadados 3000 unidades de doações, abrangendo alimentos, roupas, calçados e brinquedos – os alimentos foram en-tregues na Secretaria Municipal de Ação Social pelos alunos. A responsável pela Secretaria, Sonia Reigota, que também é luterana, agradeceu pela solidariedade que ajuda a atender as famílias necessi-tadas do município. As roupas, calçados e brinquedos foram disponibilizados na Feira da Pechincha, realizada no bairro Novo Ji-Paraná, numa parceira da escola com o curso de Serviço Social do CEULJI (Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná)

Page 52: Mensageiro Luterano - Março 2011

notíciasIELB

2 Mensageiro | Março 2011 | encarte ieLB notícias

Aniversário solidário

Ida Strelow de Castro é natural de São Lourenço, RS, mora em Pelotas, RS, há muitos anos e faz parte da Paróquia Emanuel do bairro Fragata. No dia 11 de dezembro de 2010, ela completou 84 anos. Nesse ano, teve problemas sérios de saúde e ficou hospitalizada, onde o pastor Adelar Munieweg – Capelão Hospitalar da IELB em Pelotas – teve a oportunidade de visitá-la. “No dia 6 de dezembro, ela me ligou convidando para o seu aniversário. Disse que eu não poderia faltar! Chegando lá, uma surpresa: muitas pessoas na festa e todos os presentes que ela ganhou, doou para os doentes dos hospi-tais, principalmente às crianças. Não é um exemplo maravilhoso para as novas gerações? Chorei de emoção e alegria”, relatou o pastor Munieweg.

No dia 10 de dezembro de 2010, a Es-cola Luterana da Redenção, de Pelotas, RS, realizou o tradicional momento de en-cerramento das atividades do ano letivo. Os alunos foram até o templo da comunidade e levaram também seus familiares. Além de cânticos e da palavra do pastor Dari Knewitz, que relembrou em detalhes a história do nascimento de Jesus, as crianças fizeram um excelente Programa de Natal. De uma forma linda, moderna e clara, as crianças anunciaram a seus familiares o Verdadeiro sentido do Natal. Para finalizar, cada aluno levou um presente para Jesus: um brinque-do! Um presente para as crianças hospitali-zadas nesta época de Natal. “Eu recebi estes presentes que serão um testemunho valioso de uma Igreja Luterana acolhedora, que se preocupa em demonstrar todo o amor de Cristo, também nos hospitais de Pelotas, através da Capelania Hospitalar”, comentou o pastor Adelar Munieweg.

Solidariedade em escola de Pelotas

Inauguração em Mamborê

O dia 7 de novembro de 2010 foi his-tórico para a CEL Trindade, de Mamborê, PR, pois nesse dia foi inaugurado seu novo templo. O pastor Alcione Eidam foi prega-dor. Pastores e membros do Distrito Paraná Norte prestigiaram o evento.

FOTOS: ARQUIVO EDITORA CONCÓRDIA

Page 53: Mensageiro Luterano - Março 2011

Mensageiro | Março 2011 | encarte ieLB notícias 3

FALECIMEnToSCaranguejada e Reforma Luterana no Maranhão

A PEL Trindade, de São Luís, MA, festejou os 493 anos da Reforma de uma maneira diferente. O culto realizado no dia 14 de novembro contou com a participação especial dos jovens que encenaram uma reflexão sobre o ‘Deus Desconhecido’ encontrado por Paulo em Atenas, o ‘Deus Desconhecido’ da época de Lutero e o ‘Deus Desconhecido’ dos dias atuais. Após o culto, foi servida uma caranguejada, prato típico da região. O momento serviu também para marcar a conclusão de uma série de estudos bíblicos sobre a Reforma e as Confissões Luteranas, iniciado em agosto nas congregações Da Paz e Trindade.

“Conhecer um pouco mais sobre nossa confessionalidade cristã para nos firmarmos mais em Deus e na salvação em Cristo, mas sem esquecer o contexto em que vivemos. Este é o desafio de nossa Igreja no mundo, e aqui não poderia ser diferente”, comenta o pastor Élvio Figur.

Culto Ecumênico em Blumenau

Tem funcionado, por muitos anos em Blumenau, SC, o Núcleo Ecumênico de Blu-menau (NEB), integrado pela IECLB (Sínodo Vale do Itajaí), Igreja Católica (Diocese de Blumenau) e a PEL Bom Pastor, da IELB. É uma associação religiosa cristã, de âmbito regional, com fins de estudos e diálogos, visando o aprofundamento bíblico, educativos, filantrópicos e culturais, ressalvando-se o espírito ecumênico – motivo de sua existência.

Uma de suas realizações é o Culto de Ação de Graças, realizado no dia 24 de novembro, na igreja Martin Luther, da IECLB, com a presença de 250 pessoas. O culto foi realizado com base nas leituras bíblicas do Sl 100, Ef 4.1-6 e Lc 17.11-19, que serviu de base para o sermão.

Durante o culto, foi instalada a nova diretoria do NEB, para o biênio 2011/2012, composta por integrantes das três igrejas. Os membros da IELB que fazem parte da diretoria são: pastor Everson Gass (vice-presidente), Ricardo Goerl (secretário) e o pastor Adriano Littig (conselheiro).

Faleceu, aos 88 anos, no dia 6 de junho de 2010 em Santa Lúcia, PR, Wilma Kanitz, filha de Ricardo e Berta Garmatz. Wilma

era viúva de Lindolfo Kanitz, com quem teve nove filhos, sendo também aben-çoada por Deus com 29 netos e 18 bisnetos. Foi sepultada em Medianeira, PR. A família foi confortada pelo pastor Elvio Bender, com as palavras do Sl 46.1: “Deus é o nosso refúgio e a nossa força, socorro que não falta em tempos de aflição”.

Faleceu no dia 15 de dezembro de 2010, Glaudia Josephina Goerl, vítima de infarto. Nascida em 18 de maio de 1923 em Porto Alegre, nos

anos 40, foi diretora da Escola Luterana São Paulo, de Canoas, RS, origem da atual Ulbra, cargo que deixou de exercer ao casar-se com Waldemar João Goerl, que por mais de 20 anos foi diretor da Casa Publicadora Concórdia, atual Editora Concórdia. Seu casamento foi abençoado com sete filhos, dos quais dois, bem como o esposo a precederam na morte. Pertencia à CEL Cristo, de Porto Alegre, RS, e, apesar da idade avançada e das dificuldades de locomoção, frequentava ativamente os cultos e as reuniões de senhoras, inclusive em visitas regulares a doentes em hospitais e lares de idosos.

Glaudia deixa enlutados os filhos, genros, netos, irmã, cunhadas, sobrinhos e demais parentes e amigos. A família agra-dece a assistência prestada pelos pastores Martin Doege, Reinaldo Lüdke, Eliseu Tei-chmann e Willy Redel, bem como a todos os que compareceram ao sepultamento e aos que enviaram manifestações de pesar.

Page 54: Mensageiro Luterano - Março 2011

Ordenação em Cerro Branco

Foi ordenado, no dia 31 de dezembro de 2010, em um culto na Congregação Betel de Cerro Branco, RS, o recém for-mado pastor Josué Skolaude. A cerimônia foi realizada pelo pastor Claudir Böttcher.

Pastor centenário prega em culto da Reforma

A Paróquia Emanuel de Porto Men-des, Marechal Cândido Rondon, PR, realizou uma intensa atividade durante a semana que antecedeu Reforma da Igreja. Foram dadas entrevistas nas emissoras de Rádio locais, divulgando o culto no dia 31 de outubro de 2010 na CEL Concórdia de Bom Jardim, Marechal Cândido Rondon. No Culto da Reforma, o pregador foi o pas-tor centenário Guilherme Lüdke. No Jornal local, O Presente, saiu o artigo: “O pastor centenário ministrará Culto da Reforma”; e também uma entrevista do pastor Elmer Teodoro Jagnow com a manchete: “É preci-so difundir mais as ideias de Lutero no Bra-sil”. Nessa entrevista, foi abordado além das causas da Reforma, o pensamento de Lutero sobre usura e educação, mostrando a atualidade dos princípios defendidos há 500 anos para os dias atuais e inclusive a realidade brasileira.

notíciasIELB

4 Mensageiro | Março 2011 | encarte ieLB notícias

BoDAS DE CASAMEnTo

No dia 15 de outubro de 2010, Selmiro e Lourdes Theves celebraram Bodas de Ouro. A cerimônia foi realizada na Congregação São Paulo, de Arroio do Meio, RS, e oficiada pelo pastor local, Jair Erstling, e pelo pastor Augusto Grün, de Roca Sales, RS. Na presença dos três filhos, seis netos, familiares e amigos, louvaram a Deus pelos 50 anos de matrimônio.

O casal Alcídio e Frida Schneider com-pletou, no dia 12 de novembro de 2010, 61 anos de casamento. A comemoração no culto da Congregação Paz, de Capitão Leônidas Marques, PR, teve a presença dos cinco filhos, genros e alguns dos 11 netos e dos sete bisne-tos. A meditação foi realizada, pelo pastor local Elvio Bender, com base no hino 445 e Sl 128.

No dia 9 de setembro de 2010, o casal Helmuth e Erna Reimann completou 60 anos de feliz vida matrimonial. Alegres e agradecidos pelas bênçãos de Deus, reuniram familiares e amigos para celebrar as bodas sob o lema: “Grandes coisas fez o Senhor Deus por nós, por isso estamos alegres”, Sl 126.3. A ceri-mônia foi oficiada pelo pastor Jairo Schroeder na Congregação Cristo, de Coronel Barros, RS.

FOTOS: ARQUIVO EDITORA CONCÓRDIA

Page 55: Mensageiro Luterano - Março 2011

Tarde de louvor em Guaíba

A Congregação São João Batista, de Guaíba, RS, no mês de dezembro, completou 50 anos de missão e louvor. Em agradecimento ao Senhor, foi organizada, no dia 28 de novembro, uma Grande Tarde de Louvor, na qual os irmãos se reuniram para cantar belos louvores a Deus. Lotaram o Salão Paroquial membros de congregações luteranas, pessoas da comunidade e músicos que prestigiaram o evento.

A tarde foi abrilhantada pela banda De Todas as Tribos (Porto Alegre, RS), Dinamys (Canoas, RS), The Luthers (Guaíba), pela Associação de Canto Coral (Guaíba), pelo Coral da CEL Bom Pastor, vocal da CEL Jesus Salvador (Butiá, RS), pela Dança Litúrgica da CEL São Paulo – Maias (Porto Alegre, RS), pelo Coro Infantil da Escola Martinho Lutero, Coral da Igreja Batista Filadélfia e grupo Laço de Vidas, Trio pastoral, Coral do Cinquentenário e pelo autor da música Caminhando com Jesus, Anildo Lamaison de Moraes, que a compôs em homenagem aos 50 anos da Congregação.

Servas de Quinze de Novembro celebram 50 anosNo dia 6 de junho de 2010, o Depar-

tamento de Servas da Congregação São Pedro, de Santa Clara do Ingaí, Quinze de Novembro, RS, comemorou 50 anos de fundação. As primeiras reuniões foram realizadas pelo pastor Harry Milton Kelm e sua esposa, que fundaram o mesmo. Estiveram presentes no culto, 180 pes-soas, entre elas estavam representantes da Diretoria das Servas do Displanalto, o Conselheiro pastor João Hall e sua esposa, Sandra. O ex-pastor da Paróquia José A. Schwanke foi pregador, e o liturgista foi o pastor local, Valdomiro Hartwig. Foram feitas homenagens às servas fundadoras, bem como apresentado o histórico e a primeira ata do departamento.

Mensageiro | Março 2011 | encarte ieLB notícias 5

Clak em Canto

O Grupo Vocal Clak em Canto do Colé-gio Luterano Arthur Konrath, tendo como mantenedora a CEL Cristo Salvador, de Estância Velha, RS, que tem como pas-tor responsável, Irineu Buss, participa de eventos em congregações, sociedades e momentos especiais. No fim de 2010, o grupo realizou um passeio de fim de ano e aproveitou a oportunidade para participar do culto na CEL Cristo Redentor, em Terra de Areia, RS.

Contatos pela Escola: (51) 3561-2754.

Page 56: Mensageiro Luterano - Março 2011

Videira comemora 70 anos

No dia 4 de novembro de 2010, a Congregação Cristo, de Vi-deira, SC, completou 70 anos de fundação. A data foi comemorada no dia 24 de outubro, com um culto de louvor e gratidão a Deus, onde o pastor Sérgio A. Mundstock destacou o tema: “Cantai ao Senhor um cântico novo, Ele tem feito maravilhas” (Salmo 98.1). Também

A CEL São Lucas, Harmonia, Canoas, RS, ao longo de todo o ano de 2010 teve atividades voltadas às comemorações dos seus 40 anos de atividades. Iniciou-se com um culto em março, onde o pastor Arnildo Schneider esteve presente. O momento final destas comemorações ocorreu no dia 5 de dezembro com um culto seguido de almoço festivo. O pregador foi o pastor El-mer Linck, que falou sobre as bênçãos que esta congregação recebeu ao longo destes 40 anos, e a bênção que foi para muitos. Neste dia, também houve a participação especial da banda Divina Essência.

A congregação segue a sua missão, dizendo assim como o Salmista, “que posso eu oferecer ao Senhor, por tudo de bom que ele me tem dado?”.

40 anos de bênçãos em Canoas

foi apresentado um vídeo, destacando os principais fatos históricos ao longo dos 70 anos, relacionando os pastores e estagiários que serviram a CELC; canto e música, que são marca registradas da congregação; e outros destaques gerais. O Coral da CELC participou do louvor. Ao meio-dia, foi servido um almoço de confraternização.

Batismo e Profissão de Fé em Colatina

Adulto é batizado na Bahia

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6 Mensageiro | Março 2011 | encarte ieLB notícias

A Congregação Jesus Senhor, de Colatina, ES, se alegra muito em receber o jovem Josimar Martins de Souza. No dia 12 de dezembro de 2010, Josimar foi batizado e, em seguida, recebido por Profissão de Fé. O momento foi conduzido pelo pastor Joênio José Huwer.

O Culto do dia 31 de dezembro de 2010, na Congregação São Lucas, de Luís Eduardo Magalhães, BA, foi marca-do com o Batismo de Cleber Medeiros de Assis, 21 anos, filho de Maria da Glória S. Medeiros e Gildário R. de Assis. A cerimônia foi oficiada pelo pastor Martiniano Silva.

FOTOS: ARQUIVO EDITORA CONCÓRDIA

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ConFIRMAÇÕES

1. PORTO ALEGRE, RS – Cinco jovens tiveram a oportunidade de confirmarem a sua fé no Deus Triúno, Pai, Filho e Espírito Santo. Estes jovens e seus familiares agra-decem a Deus por essa grande bênção. Foram oficiantes do culto o pastor Iderval Strelhow e o teologando Adevair Schulz. Em 7 de novembro de 2010, na CEL São Lucas.

2. NãO-ME-TOQUE, RS – Foram confir-mados 11 jovens, pelo pastor Alex Ziemann. Em 24 de outubro de 2010, na CEL da Paz.

3. LUíS EDUARDO MAGALHãES, BA – Foram confirmadas duas jovens. O oficiante foi o pastor Martiniano Silva e o pregador, o pastor Jaime P. Link. Os textos utilizados

foram Sl 27.1 e Ec 12.1. Em 5 de dezembro de 2010, na CEL São Lucas.

4. MARECHAL CANDIDO RONDON, PR – Professaram publicamente sua fé no Deus Triúno, nove jovens, em cerimônia realizada pelo pastor João Neri Fazioni. Em 28 de novembro, na CEL São Paulo.

5. LAJEADO, RS – Foi realizado o culto de confirmação de 11 jovens, pelo pastor Leandro Élio Figur. “Um destaque especial para esta turma foi o desafio de ler toda a Bíblia em um ano, sendo que três destes já

concluíram a leitura: Davi Scheibe, Muriel Blau e Willian Bald”, comenta o pastor. Em 5 de dezembro de 2010, na CEL São Paulo.

6, 7. FARROUPILHA E BENTO GONçAL-VES, RS – “Que Deus ilumine seus passos e os preserve na fé salvadora em Cristo Jesus até o fim de suas vidas.” Esse foi o voto das famílias dos cinco jovens confirmados pelo pastor Sergio Lauri Patzer. Em novembro de 2010, nas congregações São Lucas, de Farroupilha, e Cristo, de Bento Gonçalves.

8. SANTO ANTôNIO DO SUDOESTE, PR – O pastor Claudio Bündchen confirmou quatro jovens. Esta foi a primeira Confir-mação na congregação. Em 17 de dezembro de 2010, na CEL Emanuel.1

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FOTO: MARKOL.COM.BR

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FOTOS: ARQUIVO EDITORA CONCÓRDIA

50 anos de bênçãos

Foi realizado, no dia 7 de novembro de 2010, um culto de gratidão a Deus pelos 50 anos de fundação da Congregação São Paulo, de Novo Três Passos, PR, que ocorreu no dia 9 de novembro. Este culto foi oficiado com a participação do

grupo de louvor Athus, Coral Masculino e Coral Misto, todos da Congregação São Mateus. Ambas as congregações perten-cem a Paróquia Paz, de Nova Santa Rosa, PR. A pregação foi realizada pelo pastor Nerci Hanke sobre o texto de fundação da

Acolhimento e integração em Vista Alegre do Abunã

Nos dias 13 e 14 de novembro de 2010, pas-tores e líderes do Distrito Alto Rio Madeira realiza-ram a reunião do conselho distrital em Vista Alegre do Abunã, RO. A Congre-gação Bom Samaritano, que recepcionou o distrito, conta com 55 membros que estavam muito alegres pela confraternização, bem

como pela presença para a inauguração do barracão concluído para o encontro. Conforme o pastor Wendell Naitzel Siring, o galpão foi constru-ído com o trabalho de muitas mãos solidárias e com a participação das ofertas tanto dos membros como de pessoas da localidade. O objetivo é aproveitar as oportunidades para a realização de cultos, escola bíblica, confraternização dos departamentos como também realizar aniversários e eventos paroquiais e distritais e, assim, buscar a integração com a comunidade através de projetos sociais. Já estão em andamento aulas de canto, violão e teclado com a formação de quatro turmas. A fundação da Congregação Bom Samaritano é de 2009, mas o trabalho vem sendo realizado desde 1986, inicialmente, pela Paróquia de Porto Velho, e, mais tarde, pela Paróquia de Rio Branco, AC.

Servas unidas para a missão

O recém cria-do Departamen-to de Servas da Congregação Cristo Redentor, de Curitibanos, SC, não fica pa-rado. Fundado em abril de 2010, o departamento já desenvolve inú-meras atividades. A principal delas é na área da missão.

Com recursos oriundos da venda de pizzas, produzidas pelas próprias servas, elas mantêm um curso de crochê e tricô, ministrado pela serva Terezinha Catschor. O curso gratuito é realizado todas as quartas-feiras na igreja. Cada participante recebe inicialmente seis novelos de lã como incentivo. Antes das aulas, é realizada uma devoção e ora-ção, oportunidade na qual a Palavra de Deus é levada às participantes. O curso conta com 13 alunas, sendo que 10 não são luteranas. Esse número deve crescer em 2011, e mais pessoas poderão usar seus talentos e ouvir a Palavra de Deus.

congregação – Lucas 11.28: “bem-aven-turados os que ouvem a Palavra de Deus e a guardam” – e o pastor Marcos Rafael Glass proferiu a liturgia. No final do culto, foram feitas homenagens aos fundadores e houve a leitura do histórico.

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FALECIMEnToS

Encontro Paroquial de Escola Dominical

No dia 30 de janeiro de 2011, a Paróquia São Paulo, de Itarana, ES, promoveu o primeiro encontro Paroquial de Escola Bíblica. Foi um dia cheio de atividades para crianças e jovens. Tam-bém estiveram presentes alguns pais que auxiliaram a equipe que coordena a Escola Dominical. É pastor no local Wilmuth Engelmann.

Retiro da Terceira Idade em Cidreira

Nos dias 23, 24 e 25 de novembro de 2010, o grupo da 3ª idade da Congregação São Mateus, de Sapiranga, RS, esteve em retiro no município de Cidreira, RS. Foram dias de comunhão, crescimento e diversão. O tema do retiro foi: As Mulheres na Bíblia. O pastor Paulo Krebs acompanhou o grupo.

Novo templo em Carlos Barbosa

A CEL São Lucas, de Carlos Barbosa, RS, pertencente à paróquia de Barão, iniciou a reali-zação de seus cultos em março de 1986, na Escola São Roque. Mais tarde, a congregação adquiriu um terreno e iniciou a construção da primeira parte da futura igreja. No ano de 2008, foi recomeçada a

construção e no dia 21 de março de 2010, foi inaugurada a segunda parte. Estiveram presentes muitos visitantes, autoridades, o pastor conselheiro do Distrito Videiras Ismael Rediske, representantes da LSLB, da Congregação Martinho Lutero, de Barão, o prefeito de Carlos Barbosa, Fernando Xavier da Silva, que agradeceu o convite e ressaltou mais um progresso para o município. O presidente da congregação, Irineu Habeck, observou: “Queremos agradecer a todos que colaboraram com ofertas e doações, também ofertas da Liga de Servas do Distrito Videiras e da LSLB nacional. Agradecemos em especial ao nosso pastor Adolfo Neumann que muito nos ajudou na construção”. Logo após o culto, foi servido um almoço de confrater-nização. A congregação conta com cerca de 120 membros.

Com diferença de 7 horas, faleceram Adolfo e Emília Knaesel Vorpa-gel, respectivamente 85 e 84 anos de idade, no dia 20 de maio de 2010. No dia 17 de maio, o casal havia completado 63 anos de matrimônio. Deixam

com saudade filhos, genros, netos e bisnetos. O pastor Aldo Zilke conduziu a cerimônia de sepultamento em Pato Bragado, PR. Adolfo e Emília são pais do pastor Osvino Vorpagel, de Indaial, SC. A família agradece a Deus pela bênção de convívio com o casal e pelos exemplos que deixaram.

Faleceu, no dia 4 de junho de 2010, em Linha Lageado das Flores, Bom Jesus do Oeste, SC, aos 71 anos, Verônica Hilda Krebs. Nascida no dia 11 de maio de 1939, em Getúlio Vargas, RS, era filha de Adolfo e Erna Ollmann, e esposa de Gerhard Krebs. Deixa enlutados o marido, os filhos, genros, netos e irmãos. Verônica estava em cadeira

de rodas há mais de 5 anos e foi vítima de septicemia. Ela era leitora assídua do Mensageiro Luterano há mais de 30 anos. A cerimônia de sepultamento foi dirigida pelo pastor Nestor Hübner.

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10 Mensageiro | Março 2011 | encarte ieLB notícias

No dia 7 de novembro, na Congrega-ção Santa Cruz, de Mato Branco, pró-ximo a Imbituva, PR, realizou-se mais um Congresso Distrital dos Leigos do DIPAR-SUL – Distrito Paraná Sul. A diretoria da LLLB, representada pelo presidente Olde-mar Rohloff, pelo tesoureiro Winfried Arno Hubner, por Sandro Zastrow do Conselho Fiscal e pelo pastor Emerson Zielke, con-selheiro, teve oportunidade de fazer uma visita aos irmãos da Comunidade de Mato Branco no dia anterior ao Congresso. O pastor Orivaldo Bündchen e sua liderança receberam com alegria os representantes da Liga que puderam conhecer o trabalho e a dedicação empregada pelos irmãos que estavam organizando aquele Congres-so. O pastor Emerson repassou o material

Congresso distrital de leigos Paraná Sulpara divulgação dos trabalhos da Liga ao pastor Bündchen (atual conselheiro dos Leigos do Distrito) para que este repas-sasse no Congresso. O presidente Oldemar também congratulou o pastor Bündchen com o boton da Liga, simbolizando o comprometimento com a LLLB. Da mesma forma, o pastor Emerson congratulou o atual presidente dos leigos distrital com a tarefa de que eles repetissem o mesmo gesto aos futuros presidente e conselheiro daquele distrito. A programação do Con-gresso foi iniciada com um culto, seguido da premiação dos vencedores da Gincana Bíblica. Após o almoço, houve esportes e encerramento com devocional, dirigido pelos leigos de Imbituva sob o tema: Creio na ressurreição.

No dia 14 de novembro de 2010, em Turvo, PR, os leigos do Distrito Paraná Centro estiveram reunidos para o 13º Congresso Distrital. A LLLB foi represen-tada por Valdir Weirich, vice-tesoureiro, e pelo pastor conselheiro, Cleydes Kloss, que também foi o palestrante do Congres-so. O tema da palestra foi o mesmo lema da LLLB, gestão 2010-2013 – Leigos: um só coração com Cristo e a Igreja, baseado no texto bíblico de Ef 3.14-18.

Presidido por Artur Kühl, presidente da LLLB/DPC, o Congresso contou com a participação de 70 leigos e dos pastores Elvis Girardi Nerich, Osmar Hartwig, Luci-mar Velmer, Vandeley Discher, pastor da Congregação Cristo, de Turvo, comunida-de anfitriã, e o pastor Jaime Grieleitow – Conselheiro da LLLB, Distrito Paraná Centro. Também esteve presente o Sr. Dalcido Grieleitow, presidente da Liga de Leigos Luteranos, Distrito Lago Itaipu, PR.

À tarde, os pastores Jaime e Elvis também palestraram sobre o tema: Um só

Congresso distrital de leigos em Turvo

coração com Cristo na função de chefe da família (tomando o texto 1 Pe 3.1-9 como base). O Congresso foi encerrado com um culto, que contou com a participação

dos membros da Congregação Cristo, de Turvo, tendo o pastor Vanderlei como liturgista, e o pastor Jaime como pregador.

FOTOS: ARQUIVO EDITORA CONCÓRDIA

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LLLB no Congressão da JELB

A Diretoria Nacional da LLLB, se fez representar pelo presidente Oldemar Ro-hlof e pastor conselheiro Emerson Zielke no Congresso Nacional da JELB realizado na Itaipu Binacional. Na segunda-feira, 17 de janeiro, em espaço concedido para apresentação das Ligas, o presidente da LLLB, deixou sua saudação aos 1500 jovens, falando da importância das ligas e departamentos dentro da Igreja bem como do trabalho sempre em conjunto com seus pastores. Oldemar ressaltou que os leigos, jovens e servas precisam dos seus pastores como também os pastores precisam dos leigos, jovens e servas no trabalho do reino de Deus. O pastor Emerson Zielke lembrou aos jovens de que eles serão os leigos e as servas de amanhã. Também ressaltou a importância do jovem cristão viver e testemunhar sua fé no Salvador Jesus. O momento foi finalizado com a entrega do boton ao presidente da JELB, Mychael Wilson Züge, e ao pastor conselheiro Elvis Girardi Nerich simbolizando o comprometi-mento da JELB com a LLLB. Mychael e o pastor Elvis ficaram incumbidos de repetirem este mesmo gesto com a nova gestão da JELB que seria eleita ao final do Congressão para que a corrente continue. Assim como foi reforçada inúmeras vezes no Congresso da JELB sobre a importância de cuidarmos da natureza que Deus nos deixou, a LLLB também reforça este compromisso cristão incentivando o plantio de árvores por parte das congregações, marcando assim os 40 anos de fundação da LLLB.

Há muito, tenho ouvido sobre a im-portância de uma liga (departamento) de leigos em uma congregação. Também, tenho assistido o anseio de colegas pas-tores em formar ligas nas congregações onde atuam e, por vezes, até frustrações de alguns que tentaram, mas não foram bem sucedidos. “Infelizmente, apesar do empenho e motivação, nossos leigos não valorizam e não participam da liga”, afirmam. Por outro lado, também ouço colegas afirmando que não tem tempo para mais um compromisso...

Qual a importância de uma liga de leigos? Quantos leigos são ne-cessários para que uma liga seja formada? Vale a pena investir tempo se é só um pequeno grupo que se reúne? O que é melhor: uma liga de leigos ou encontro de casais? São questiona-mentos feitos na igreja e que me motivaram a compartilhar uma pe-quena experiência.

Na CEL Cristo é Vida, de Marechal Cândido Ron-don, PR, foi fundada uma liga de leigos em 2009. Desde, então, um grupo de 15 leigos tem se reunido quinzenalmente. Às vezes mais, outras menos. A reunião se desenvolve como acontece tradicional-mente na IELB: canto, oração, estudo, assuntos gerais e atividades esportivas. Até aqui, nada de mais. Mas, a importân-cia se apresenta nos frutos que colhemos a partir dessas reuniões.

Da liga participa uma boa parte da liderança da congregação. São pessoas que se envolvem, agem e “pensam” a igreja. Assim, durante a sessão, e mesmo depois, muitas questões do dia a dia da igreja são discutidas e, com isso, vão surgindo ideias e propostas que acabam

sendo apresentadas e aproveitadas nos momentos de reuniões e assembleias da congregação. E os frutos surgem. Nossa última assembleia, por exemplo, durou 1h 30min, com culto, e contou com a participação de 120 pessoas – número próximo aos 50% do total de membros da congregação.

Esse é apenas um aspecto. Talvez, sem muito significado para algumas realidades. Mesmo assim, sinto-me a vontade de compartilhar esse fato e quero incentivar meus colegas pastores e leigos “da minha

Igreja” a valorizarem a liga de leigos em sua congregação e aproveitarem as reu-niões para também “pensar” a Igreja: sua vida, sua missão e seus projetos.

Não importa se é um grande ou pe-queno grupo. Tam-bém não importa se é uma reunião só de homens ou só de casais. O fato é que aqueles leigos que

participam da liga têm a oportunidade de crescer no conhecimento da palavra de Deus e tornarem-se uma forte liderança na congregação.

Que Deus abençoe nossos pastores e leigos. A motivação do pastor é peça chave para a existência de uma liga de leigos; a motivação e participação dos leigos são fundamentais para a existência de uma liga de leigos. Sem o leigo, a liga não existe.

Que, despertados pelo Amor de Deus, pastores e leigos estejam sempre motiva-dos a manter as ligas de leigos existentes e/ou criar novas. Eu creio que os leigos podem ser o “Braço Forte da Igreja”.

Um grande abraço a todos.Pastor Cleydes KlossConselheiro da LLLB

Quero incentivar meus colegas pastores e leigos “da minha Igreja” a valorizarem a liga de

leigos em sua congregação e aproveitarem as reuniões

para também “pensar” a igreja: sua vida, sua missão

e seus projetos.

Uma Liga de Leigos em minha Igreja

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12 Mensageiro | Março 2011 | encarte ieLB notícias

InDICADoRES DA IELB

Rony RicaRdo MaRquaRdtPastor, Assessor da IELB

oRDEnAÇÕES E InSTALAÇÕES

Valores válidos para março/2011IEG= 1,5825 POUP= 2,4772 IFAPAI=

3,1861 IFPP= 3,2980Rentab. [Líquida] (mensal atual) FPP/FA-PAI = 0,7048 % Poupança = 0,5527

Política de Subsistência Pastoral: Básico: R$ 1.867,00 (retroativo a

abril/2010)

Anuênios (cada ano pós formatura) => (1º ao 15º)=R$ 67,21 e (16º ao 20º)=R$ 33,61

Obs1: Lembramos a ênfase da livre negociação entre congregações

e pastores. (Não deveria ser menor que os valo-

res acima indicados)

REnato BauERMannTesoureiro da IELB

JOSé CARLOS PAULINO DOS SANTOS – instalado, no dia 16 de outubro de 2010, como pastor na CEL Cristo Para Todos de Vár-zea Grande, MT, pelo pastor Horst Siegfried Musskopf. Era pastor em Amambaí, MS.

DAVI SCHMIDT – no dia 19 de dezem-bro de 2010, ordenado pelo pastor Arnildo Adair Schmidt e instalado como pastor assis-tente na CEL São Miguel de Dois Irmãos, RS, pelo pastor Arnildo Arthur Figur. Formando do Seminário Concórdia de São Leopoldo, RS.

MILTON FERNANDES DOS SANTOS – instalado, no dia 19 de dezembro de 2010, como pastor na CEL Cristo de Caldas Novas, GO, da PEL da Cruz de Goiânia, GO, pelo pastor Luís Cláudio Viana da Silva. Era pastor em Interlagos, São Paulo, SP.

FLáVIO GUITES – instalado, no dia 27 de novembro de 2010, como pastor na CEL Martinho Lutero de Canarana, MT, pelo pastor Horst Siegfried Musskopf. Era pastor no Bairro Três Vendas, Erechim, RS.

VALDIR LOPES JúNIOR – instalado, no dia 5 de dezembro de 2010, como pastor

na CEL de Bom Jesus, RS, pelo pastor Ales-sandro Gustavo Souto. Era pastor em Nova Santa Rita, RS.

DARCy SCHREIBER – instalado, no dia 19 de dezembro de 2010, como pastor na CEL Concórdia do Sítio Floresta, Pelotas, RS, pelo pastor Ismar Lambrecht Pinz. Era pastor em Humaitá, AM.

ROBERVAL RIBET – instalado, no dia 19 de dezembro de 2010, como pastor na CEL Emanuel de Novo Horizonte do Oeste, RO, pelo pastor Walter Adolf Baminger. Era pastor em Rolim de Moura, RO.

LEANDRO NILMAR KONFLANz – instala-do, no dia 19 de dezembro de 2010, na CEL Bom Pastor de Campo Erê, SC, pelo pastor Haroldo Kinas. Estava sem chamado.

WALTER RIBAK – instalado, no dia 12 de dezembro de 2010, como pastor assistente na CEL Cristo de Ouro Preto do Oeste, RO, pelo pastor Adalberto José Gross. Estava sem chamado.

ConTAToS DA IELB

PRESIDENTE - Egon [email protected]

1º VICE-PRES. - Arnildo [email protected]

2º VICE-PRES. - Geraldo Schü[email protected]

SECRETÁRIO - Rubens [email protected]

TESOUREIRO - Renato [email protected]

PEM - Adilson Schü[email protected]

PROJETOS - Mario [email protected]

[email protected]

TELEFONE(51) 3332-2111

Aniversário de confirmação

Em 2010 uma turma da CEL Sião, de Linha 26, Ajuricaba, RS, completou 60 anos de confirmação. Da esquerda para a direita, pastor Curt Rascher. 2ª fileira: Erni Bayer, Ilga Michelsohn, Ida Wengrat, Ida Pull, Eleanora Hanusch, Wilmuth Krebs, Alfredo Tomm, Willi Fridrich, Frederico Tomm, Ricardo Lutzer. 1ª fileira: Ernesto Guze, Herbert Maron, Helmut Winter, Edith Witzke, Wilma Hanusch, Gerhardt Krebs, Alvino Bayer, Edvino Tomm.

FOTOS: ARQUIVO EDITORA CONCÓRDIA

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Mensageiro das CriançasEncarte do Mensageiro Luterano de marco de 2011

Acolhendo e Integrando

Dibbs- Olá, Keite!Keiti- Olá, tudo bem com você? E como fo-ram as suas férias? Dibbs- Viajei muito. Acompanhei Jesus, Ma-ria e José em sua via-gem até o Egito. Keiti- Até o Egito? Dibbs – Sim, pois o rei Herodes, depois da visi-ta dos magos, mandou matar todos os meninos de 2 anos para baixo, para ver se matava Je-sus, porque ele pensava que Jesus ia tomar seu lugar de rei. Então, os pais de Jesus fugiram a mando de Deus. Ficaram no Egito, sendo sus-tentados com os presentes que receberam dos magos. Quando o rei deixou de existir, voltaram a morar em Nazaré. Jesus cresceu como todas as crianças. Keiti- Isto eu já li na Bíblia, o livro que Deus mandou escrever. Li também que quando Jesus tinha 12 anos, foi junto com sua família para Jerusalém na festa da Páscoa. E a Páscoa nesta época lembrava a libertação do povo do Egito. O povo de Deus estava sendo castigado e Deus o libertou com a liderança de Moisés. Se quiser saber mais sobre esta Páscoa, leia Êxodo ca-pítulo 12. O que chama a atenção neste texto é a figura do cordeiro que eles deviam comer

e que não podia ter defei-tos. Também tinham que comer ervas amargas e pão sem fermento. Dibbs- Isto mesmo. Je-sus também celebrava esta Páscoa com os seus familiares. E depois que cresceu, ele escolheu dis-cípulos para ensiná-los a serem testemunhas da obra redentora que veio realizar. Jesus acolheu muitas pessoas, curando as suas doenças, mas es-pecialmente perdoando os pecados. Hoje, ele acolhe

e perdoa, eu e você. Keiti- Isto é maravilhoso! Ser acolhido e perdo-ado por Jesus. Ser abraçado por ele. Dibbs- Mas você sabe o que aconteceu quando Jesus cresceu e se tornou homem? Keiti- Sei, pois o livro de Deus me conta todas estas maravilhas. Jesus sofreu em nosso lugar para nos dar a salvação. Ele foi julgado e teve morte na cruz. Dibbs- Será que nossos leitores sabem o que aconteceu depois que ele foi julgado e sofreu a morte na cruz? Keiti- É, mais isto nós vamos falar na próxima revista.

Célia Marize Bündchen

MC HistoriaA duplinha está de volta! Desta vez, Dibbs é quem foi viajar. Sabem para onde ele foi? Dibbs foi até o Egito, acompanhando o menino recém nascido.

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Vimos que o povo celebrava a Páscoa, a libertação do povo de Israel do jugo egípcio. A palavra Páscoa significa “passagem”. Jesus morreu para nos dar a vida eterna! Ele nos acolhe e dá a vida por nós, como lemos em João 10.11: “O bom pastor dá a vida pelas ovelhas”.

2 Mensageiro | Mar 2011 | encarte Mensageiro das crianças

2 Numere as ilustrações de acordo com a ordem dos acontecimentos na vida de Jesus antes de sua ressurreição. Para isto, leia Lucas 22.14- 53 e Lucas 23. 13-55.

3 Para aumentar seus conhecimentos, pesquise sobre os Símbolos da Páscoa e sua importância para os cristãos nos dias atuais. Você pode perguntar a

seus pais, professores de Escola Dominical e ao pastor.

1 Utilize a Técnica do Pontilhismo, para colorir os elementos da Páscoa do Antigo e do Novo Testamento.

MC Atividades

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Olá, amiguinhos do MC!Sou Jéssica Gu-zen Sperb, fi-lha de Vinicius Sperb e Mara Guzen, meu ir-mão se chama Felipe G. Sperb. Esta é a segun-da vez que man-do um desenho, a primeira foi lá na minha igreja, no Acampamirim. Frequento a Igreja Santíssima Trindade em Ji-Paraná, RO, e o nosso pastor é o Mauro Sérgio Hoffmann. Te-nho 11 anos e terminei o catecismo em novembro de 2010, agora só falta a confirmação. Comecei o cate-cismo em março de 2009. Bom, estudo no Gonçalves Dias, Escola Estadual, estou no 7º ano, ainda não, mas já passei de ano. Já contei um pouco sobre mim, então, beijos e abraços para todos vocês.

Olá, pessoal do MC!É a segunda vez que escrevo. Meu nome é Ellen Mara Kie-per Eler e tenho 8 anos. Tenho uma irmã de 3 anos de idade, ela se chama Elaine Kieper Eler. Gostamos muito de ir a Escola Dominical para ouvir as histórias bíblicas e cantar. Minha mãe é umas das professoras da escolinha. Nosso pastor se chama Síryo Wendt. Quero que a paz e a luz de Jesus reine em todos os lares. Tchau.

Olá, amiguinhos!Eu sou a Luiza, tenho uma irmã chamada Lívia, os meus pais são o pastor Aroldo e a Denize. Eu tenho 7 anos e estou mandando um desenho bem bonito que fiz, pois gosto muito

de desenhar. Um abraço a todos os amiguinhos do Mensageiro das Crianças.

Olá! Sou Maria Rejane, moro em Riozinho. Nossa Comunidade é Bom pastor, de Riozinho. O nome do nosso pastor é Jorge Roberto Ramison, sua esposa é a Vânia Ramison e seus filhos são: Gabriel, Guilherme e Natália. Meu filho Cícero pediu para escrever ao Mensageiro Luterano e enviar o desenho do mês. Ele gosta de completar todas as atividades do MC, é claro que conta com a ajuda da mãe, ou dos manos, Cassio e Cristiane. Desde já, agradeço a todos, e que Deus continue abençoando este lindo trabalho de vocês. Com carinho, Maria Rejane

Mensageiro | Mar 2011 | encarte Mensageiro das crianças 3

4 Jesus foi crucificado e de-pois sepultado. A ilustra-

ção ao lado representa o se-pulcro, onde o corpo de Jesus foi colocado. Qual o primeiro personagem que aparece nes-ta parte da história?

Débora A. Duarte Drefs

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Desafio do mêsAmiguinho, as férias acabaram e você já pode rever todos os seus coleguinhas!

Que tal fazer um desenho sobre a criação de Deus pronta? Como você enxerga o mundo que Deus criou para todos nós? Faça um desenho bem bonito e colorido, e mande-o até o dia 20 de abril para:

Mensageiro das criançasAv. São Pedro, 633 - Bairro São Geraldo

CEP: 90230-120 - Porto Alegre, RS ou pelo e-mail [email protected]

Olá, amigos!Meu nome é Maria Lúcia, tenho 6 anos. Frequento a Escola Dominical da Con-gregação São João, de Rolante. Fiz meu desenho do quarto dia da Criação. Es-pero que gostem. Abraços.

Olá, amiguinhos!Meu nome é Mateus Stelle, tenho 9 anos e moro em Palmeira, PR. Estudo na es-cola Municipal de Colônia Maciel. Meu pai se chama Celso Stelle e minha mãe se chama Catarina Stelle. Minha professora se cha-ma Silvana, já estou na 3ª série. Vou mandar um bei-jo para minha família toda. Deus abençoe vocês todos.

Laís Blum - 6 anos

Olá, amiguinhos do MC. O meu nome é Michele Neumann, tenho 10 anos, meus pais se chamam Carlos e Vania. Eu sempre quis enviar o meu desenho o para o Mensageiro das Crianças.

Este é o desafio do mês, desenhar sobre o quinto dia da criação, Gn 1.20-23. Eu adoro a história da criação, o que eu mais gosto é o quinto dia, que Deus criou os animais: os peixes, as aves, e os animais terrestres. Eu moro em São Miguel do Oeste, SC. Um beijo a todos, que Deus abençoe todas as famílias.

Bíblias para todas as idades!

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4 Mensageiro | Mar 2011 | encarte Mensageiro das crianças

MC março.indd 4 17/2/2011 12:07:11

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