mensageiro luterano agosoto 2010

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Alienação Parental o Agosto 2010 | N 8 | Ano 93 ISSN 1679-0243 Exemplar avulso R$ 4,90 9 771679 024000 Comportamento Cuidado! Os valores estão sendo invertidos. Estudo Bíblico Falsas interpretações do livro de Apocalipse Fé e tecnologia Meu "novo altar" de orações: o computador! pág. 16 pág. 14 pág. 20 Alienação Parental Lei aprovada na Câmara e Senado, combate a síndrome que separa pais e filhos. Mas antes, Deus tem uma solução melhor.

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Alienação Parental

oAgosto 2010 | N 8 | Ano 93

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Exemplar avulso

R$ 4,90

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Comportamento

Cuidado! Os valores estão sendo invertidos.

Estudo Bíblico

Falsas interpretações do livro de Apocalipse

Fé e tecnologia

Meu "novo altar" de orações: o computador!

pág. 16 pág. 14 pág. 20

Alienação Parental

Lei aprovada na Câmara e Senado, combate a síndrome que separa pais e filhos. Mas antes, Deus tem uma solução melhor.

Orientação cristã para indivíduos e grupos

O toque doMESTRE

Série

ConcórdiaE d i t o r a (51) 3272.3456

[email protected]

Mês de aniversário da editora promoção da

Promoção especial para assinantes do Mensageiro Luterano.

Coleção completa por , sem custo de frete.apenas R$ 29,00

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 3

33

Nilo Wachholz

[email protected]

Mensagem do presidente 05

Vida com Deus 06

Em foco 07

Meditação 08

Capa 10

Estudo bíblico 14

Comportamento 16

Reflexão 19

Fé e tecnologia 20

Testemunho 22

Compartilhando experiências 31

IELB 106 anos 34

Ação social 38

Memória cultural 40

Notícias 42

Virando a página 50

Testemunho“Eu não conhecia Deus”

Ação socialVoluntariado sem fronteiras

Em focoPai presente no lugar de presente ao pai

Pense comigo...Nomes das igrejas

Ao leitor

Nesta edição

07

22

38

A família é o focoEsta edição do Mensageiro Luterano, direta ou indiretamente,

está focada na família. Seja no relacionamento eventual ou diário dos seus membros, seja na sua importância como célula-mãe da sociedade, seja na sua herança de valores morais e éticos, seja pela vivência e experiência religiosa, seja na convivência das gerações e dos pais morando ou não sob o mesmo teto.

O Dia dos Pais, assim como o Dia das Mães, sempre oportu-niza uma nova reflexão sobre a família. E na sociedade de hoje, o primeiro desafio é entender a concepção da família. Hoje, a constituição familiar que os pais e avós atuais conheciam não é mais a regra. A autoridade dos adultos, baseada no respeito e limites demarcados, está em extinção. A responsabilidade pela educação integral dos filhos, muitos pais já terceirizaram... Os valores éticos, morais e religiosos, para muitas famílias de hoje têm outros referenciais, diferentes das que as gerações de pais

anteriores a nossa praticavam.Contudo, mesmo com a mudança

de modelo da constituição fami-liar, o ser humano continua tendo as mesmas necessidades (físicas, emocionais, afetivas e espirituais) que tinha outrora, no seu contexto familiar. Ele continua sendo na vida um reflexo daquilo que vivencia na intimidade das relações, seja através das palavras, das ações e dos posicionamentos dos adultos, com os quais convive desde a sua concepção.

Com esse cenário em mente, apresentamos uma pauta diversificada nesta edição para falarmos com todos, sejam: crianças, jovens, adultos, idosos, casados, pais, mães, filhos, avós, singulares. Temos estudos, reflexões, testemunhos, experiências de vida e de fé para repartir com todos. Seja para a vida pessoal, para a vida na família, na igreja e na sociedade. Cada um de nós tem uma parcela de participação maior ou menor naquilo que somos como família. Não podemos mudar o passado, mas, com ajuda e bênção de Deus, podemos mudar o presente, para que o futuro seja melhor para nós e para todos os nossos.

Feliz Dia dos Pais!

Feliz a família, na qual o nosso Pai do Céu é o convidado especial de todos os dias!

ANELO 11º Encontro de Diretores, Mantenedores e capelães das Escolas da Rede Luterana

de Educação 2010 acontece entre os dias 24 e 26 de agosto, em Curitiba, PR. Com início previsto para às 12h, a programação engloba Governança Corporativa, Aspec-tos legais da Administração Escolar, Projeto de Capelania (atualização) e Programa de Ensino Religioso para o Ensino Médio. Mais informações e inscrições pelo e-mail: [email protected] ou (48) 3024-1371.

9º Fórum ULBRA de TeologiaO 9º Fórum ULBRA de Teologia acontecerá de 6 a 7 de outubro de 2010, na ULBRA

Canoas, no prédio da Odontologia.

Temática geral: EM QUE LUGAR PASSAREMOS A ETERNIDADE?

Estudos: A Ressurreição dos Mortos nos Ensinos de Paulo | O Fim dos Tempos e a Criação dos Novos Céus e Nova Terra | Quem Crê tem a Vida Eterna | Os Preparati-

vos para a Celebração dos 500 anos da Reforma (2017)

Conferências: A Visão de Lutero sobre a Eternidade e Imortalidade | Em que lugar passaremos a Eternidade: * No Nirvana? * No Purgatório? * No Inferno? * No Céu?

Informações: Secretaria de Teologia (51) 3477-9229 (Rita)

Lançamento de livroO luterano Wilson Werner Koller, congregado da CEL

Santo Estevão, de Campo Grande, MS, fez o lançamento do seu livro, Diário de um Tempo, no dia 21 de maio. A obra registra os 33 anos da EMBRAPA Gado de Corte – Unidade Campo Grande, onde ele é funcionário. Foi uma celebração emocionante, que contou com a participação do pastor Carlos Wilhelms. O livro será distribuído para os funcioná-rios da EMBRAPA e as bibliotecas da EMBRAPA. Contato: [email protected]

Um sonho realizadoEm 28 de fevereiro de 2010, aconteceu, na CEL Redentor

de Vitória, ES, um culto especial em gratidão a Deus por um sonho realizado – Waldir Hackbart, 68 anos de idade, pedreiro de profissão, gravou um CD com letras cristãs e em ritmo sertanejo. Seu Waldir, ou Tio Waldir, como ele chamou o seu CD, é pai de Paulo Roberto Hackbart, pastor na Paróquia Redentor, de Vitória. Os custos da produção do CD foram todos pagos pelo seu Waldir.

Em suas palavras de agradecimento, no CD, seu Waldir, destaca: “Que Deus abençoe a todos, e que este CD possa

alcançar muitas vidas para o Reino de Deus”.Contato: [email protected]

4 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Divulgação

ConcórdiaE d i t o r a

ISSN 1679-0243Órgão Oficial da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) de periodicidade mensal (exceto janeiro e fevereiro - edição

única). Registrado sob nº 249, livro M, nº 1, em dezembro de 1935, no Registro de Títulos e Documentos do Rio de Janeiro, conforme o Decreto-Lei de Imprensa nº 24776 de 14/07/1934.

Projeto e Produção GráficaEditora Concórdia Ltda.

Redação: [email protected]

EditorNilo Wachholz - Reg. Prof. MTb: 42140/SP

Assistente Editorial Daiene Bauer Kühl - Reg. Prof. MTb: 14623/RS

RevisãoAline Lorentz Sabka

DiagramaçãoLeandro da Rosa Camaratta

EstagiárioChristian Schünke

Colaboradores fixosBruno Ries, Luisivan Vellar Strelow

Marcos Schmidt, Mona Liza Fuhrmann, Rosemarie K. Lange, Vitor Radünz, Waldyr Hoffmann

AssinaturasLianete Schneider de Souza

LogísticaMarcelo Azambuja

Tiragem desta edição: 9 mil exemplares

A Redação reserva-se o direito de publicar ou não o material a enviado, bem como editá-lo para fins de publicação. Matérias

assinadas não expressam necessariamente a opinião da Redação ou da Administração Nacional da IELB. O conteúdo do Mensa-

geiro pode ser reproduzido, mencionados o autor e a fonte.

Av. São Pedro, 633 – Bairro São GeraldoCEP 90230-120 – Porto Alegre – RS

Fone/Fax: (51) 3272 3456www.editoraconcordia.com.br

twitter.com/edconcordiaEditora: [email protected]

Livraria: [email protected]

Diretoria ExecutivaHenry J. Rheinheimer (presidente), Clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Nilson Krick e Rubens José Ogg

GerenteNilson Krick

[email protected] Financeiro

Joel Weber Editor

Nilo [email protected]

Comissão EditorialRubens José Ogg, Célia M. Bündchen,

Clóvis J. Prunzel, Nilo Wachholz, Adilson Schünke e Nilson Krick

Rua Cel. Lucas de Oliveira, 894Bairro Mont’Serrat - CEP 90440-010

Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3332 2111 / Fax: (51) 3332 8145

e-mail: [email protected]

Diretoria Nacional 2010/2014 Presidente

Egon Kopereck 1º Vice-presidente

Arnildo Schneider 2º Vice-presidente

Geraldo Walmir Schüler Secretário

Rubens José Ogg Tesoureiro

Renato Bauermann

A IELB crê, confessa e ensina que os livros canônicos das Escrituras Sagradas, do Antigo e do Novo Testamento, são a Palavra infalível revelada por Deus e aceita, como exposição

correta dessa Palavra, os livros simbólicos da Igreja Evangélica Luterana, reunidos no Livro de Concórdia do ano 1580.

IGREJA EVANGÉLICA LUTERANA DO BRASIL

Assinatura no Brasil Semestral R$ 29,00; Anual R$ 46,00; Bianual R$ 86,00

Assinatura para outros países Anual US$ 52,00; Bianual US$ 100,00

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 5

Egon KopereckPastor, presidente da IELB

[email protected]

Mensagem do presidente

Compartilhando experiências da vida com Deus

Q ueridos irmãos e irmãs no Se-nhor e Salvador Jesus!

Neste pouco tempo, desde o dia 15 de maio último, quando oficial-mente assumi como presidente da nossa querida IELB, já pude conhecer um pouco do que é a nossa Igreja no Brasil - um país continental e, por isso, também de cultu-ras, costumes e desafios tão diferentes: grandes centros, cidades de porte médio, cidades pequenas, colônias, trabalhos en-tre índios, sem terra e assentados; lugares de difícil acesso, de distâncias enormes, como também missão em meio a selva de pedras, igualmente de difícil acesso, apesar de a distância, muitas vezes, não ser mais de 10 metros. Mas em todos os lugares, interior ou cidade grande, comu-nidades antigas e tradicionais, ou frentes de missão, todas, anunciando o mesmo Evangelho, a mesma notícia, o mesmo “Cristo Para Todos”.

Nossa IELBJá tive a oportunidade de realizar a ins-

talação de diversos pastores, o que sempre

é um motivo de alegria e gratidão. Parti-cipei de um belo culto Cantate, no Centro Educacional Concórdia em São Leopoldo, RS, onde está o nosso Seminário. Tive participação especial em um dos cultos festivos, alusivos aos 106 anos da nossa IELB, em Passo Fundo RS. Fiz também uma viagem um pouco mais longa, para o Oeste do Paraná. Experiências diferentes, mas todas elas gratificantes e edificantes.

Da viagem ao Paraná, quero destacar que em apenas dois dias, de sábado de manhã até domingo à noite, passei pelas cidades de Toledo, Marechal Cândido Rondon e Maripá (esta do Distrito Paraná Norte). Lá, encontrei um povo consagra-do, belas igrejas (bem cuidadas), belas instituições de Ensino e Ação Social, muitos desafios e lideranças servindo com alegria.

Neste ano de 2010, onde a terceira idade é o enfoque especial, e, dentro do lema de levar “Cristo Para Todos”, sob a temática “Compartilhando Experiências da Vida com Deus”, tive o privilégio e a felicidade de me encontrar com o pa-

triarca da nossa Igreja, pastor Guilherme Lüdke. Com seus 101 anos, lá estava, num culto festivo. Ao perguntar como estava, respondeu: “Fisicamente estou assim (apontando para o seu corpo), mas espiritualmente estou muito bem.” E, acrescentou: “Todos os domingos, ve-nho aos cultos. Eu ouço muito mal e não entendo quase nada, mas sei que estou na igreja, na casa do meu Deus”.

Eu poderia deixar de compartilhar um exemplo assim?

Estar na casa de DeusEstimados irmãos, Davi disse: “Alegrei-

me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1). Em outro momento manifestou: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: Que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo” (Sl 27.4).

Quem ama a Deus tem prazer em estar na casa dele, mesmo entendendo pouco. Pois ele sabe que Deus, em sua miseri-córdia, nos recebe de volta, sempre que chegamos a Ele humildes e arrependidos, em busca do perdão.

Neste mês de agosto, quero estender a todos os pais um abraço carinhoso, e desejo que Deus os abençoe. Aos leigos que tem o seu Congresso Nacional, que exemplos assim sirvam de estímulo, ânimo e força, e que o Congresso possa ser uma benção para toda a IELB. É muito bom viver debaixo da graça e do amor do nos-so Deus. É feliz quem vive assim, e, sem dúvida, mais feliz ainda é quem pode, um dia, partir assim.

Foto: Arquivo Assessoria de Comunicação IELB

6 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Vida com DeusVida com Deus

Envelhecimento, fé e felicidade

“Pela fé, José, próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos” Hebreus 11.22

A vida de José está entre as mais lindas histórias já contadas. Em um enredo que gira entre favoritismo

paterno e ciúme entre irmãos, a história de José mostra que a família escolhida por Deus para trazer a salvação ao mundo precisava urgentemente, ela mesma, de salvação. A história de José é a história da fidelidade de Deus à promessa de salvação, onde Deus é o Autor da salvação, e José, rejeitado pelos seus irmãos, é o instrumento da salvação.

Filho amado, ciúme dos irmãos, amor sincero e fiel até o fim, prontidão para perdoar e esperança em Deus – essa é a história de José. Ela antecipa, em milênios, a história de Jesus.

Para compreender o homem, é preciso conhecer o menino. Esse princípio da sabe-doria popular tornou-se método acadêmico na virada do século XIX para o século XX, e grandes personalidades tiveram suas vidas divididas em duas, como, por exemplo, o Lutero “jovem” e o Lutero “velho”. No caso de José, contudo, dá-se o contrário. Conhecemos muito a respeito da infância e juventude de José, apresentado, como exemplo de pureza e castidade em um mundo impuro, adúltero e pecaminoso.

Para compreender o jovem José, temos que conhecer o José idoso. Esse é o método do autor de Hebreus, que não menciona ne-nhum episódio da juventude de José, mas um fato da velhice de José: “Pela fé, José,

próximo do seu fim, fez menção do êxodo dos filhos de Israel, bem como deu ordens quanto aos seus próprios ossos (v. 22).”

O José idoso, movido pela esperança da ressurreição, não quis que seus ossos fossem depositados nos sepulcros do Egito, mas no sepulcro de Abraão, de Isaque e de Jacó, porque os deuses do Egito são deuses mortos, mas o Deus de Abraão, Isaque e Jacó é o Deus vivo.

O José “velho” explica o José “jovem”, assim como a fé de José explica o seu envelhecimento e atitude frente à vida. O segundo homem mais poderoso do Egito era um peregrino movido pela fé, como havia sido Abraão, Isaque e Jacó, em busca da cidade permanente.

A fé nos dá um programa de envelhecimento, com esperança que vai além desta vida. Se nos-sa esperança fosse apenas para esta vida, diz o apóstolo Paulo, seríamos as mais infelizes de todas as pessoas.

O José velho que perdoa os seus ir-mãos. O José velho que honra o seu pai. O José velho que é exemplo para os seus filhos. O José velho que não tem os olhos fitos na morte, mas na ressurreição para a vida eterna. O José velho que não se deixa aprisionar pela aparência do mundo, nem deixa que o poder lhe esfrie o coração. O José velho que crê no Deus do Gênesis, o

Deus que muda o mal em bem, que muda a morte em vida.

Quando lemos a história de José, fi-camos impressionados com o jovem que não perde a fé, nem se deixa abater pelas injustiças sofridas. Só entendemos esse José “bom-moço” ou José da juventude quando conhecemos o José da velhice.

Paulo dedica um capítulo da carta aos Romanos para José: “todas as coisas coo-peram para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8.28).

A fé de José, de que Deus usa todas as coisas, até mesmo o erro dos seus irmãos, para fazer o bem, isto é, de que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, é essa a fé que determina (1 Co 15) se somos os mais felizes ou os mais infelizes de todos os homens.

Para o cristão, a felicidade não está na quantidade de bons e maus momentos na vida, nem na ordem em que os vivencia, mas em viver com fé em Deus, em viver com fé na promessa de ressurreição e de vida eterna. Nenhum bem terreno supera o bem celestial, como nenhum mal terreno nos separa do amor de Deus.

Viver com Deus, envelhecer com Deus, é o caminho da felicidade, nesta vida e na eternidade.

Luisivan Vellar Strelow, colaborador do ML e Mestre em Teologia (STM)

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

Em foco

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 7

Pastor da IELB em Novo Hamburgo, RSColaborador do ML

[email protected]

Marcos Schmidt

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Pai presente

no lugar de presente ao paiN o primeiro Congresso Inter-

nacional – Crack e outras Drogas, realizado dias atrás

em Porto Alegre, o ministro Gilmar Mendes declarou na abertura: “Não espe-rem tudo das instituições. Só a Justiça não conseguirá vencer a guerra. Cada família, cada cidadão – somos todos responsáveis”. Isso todos sabem, que se a família não aju-dar, pouca coisa o estado resolve. A solução contra as drogas está na família, sem dúvida. Mas, e a solução para salvar a família? Onde está? O psicanalista francês Charles Melman, tempos atrás, já afirmava: “Pela primeira vez na história, a instituição familiar está desaparecendo, e as consequências são imprevisíveis”. Mas isso também se sabe. O que muitos desconhecem é aquilo que ele aponta como principal causa da falência do lar: a ausência paterna. Segundo ele, devido o declínio do referencial masculino na família, os jovens têm dificuldades para estabelecer um ideal de vida. Situação que evoca um desabafo deste homem: “Impres-siona que antropólogos e sociólogos não se interessem por isso".

O descaso com o tema também é abor-dado pelo psicanalista brasileiro Rubens de Aguiar Maciel, quando afirma que há escasso conhecimento científico sobre o tema “paternidade”. Especialista no assunto, sustenta que o pai é uma figura fundamental na estruturação da personalidade da criança e seu papel. “É função do pai estabelecer limites à criança, passar a ideia de que exis-tem limites na vida (...) de estabelecer essa noção de que a criança não é o centro do Universo”. Ao tratar do papel e da função,

estabelece a seguinte distinção: “O papel de pai é mais normativo, tem a ver com as obrigações morais que ele deve ter diante de sua família. A função é algo mais profundo, diz respeito ao mundo interno da criança, à sua personalidade, seu lado emocional.”

O assunto é oportuno neste mês dos pais, sobretudo quando vivemos a desgraça da família com relação às drogas. Se os fatos comprovam que o jovem de uma família es-truturada está menos propenso aos perigos dos entorpecentes, então só falta agora a comprovação e divulgação da ciência que os filhos precisam da presença paterna. Neste sentido, nós cristãos temos nas páginas da Bíblia não só o caminho para livrar nossos filhos da droga do pecado, mas também do crack e outras porcarias. Por isso, o único

mandamento com promessa: “Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe (...). Faça isto a fim de que tudo corra bem para

você, e você viva muito tempo na terra” (Efésios 6).

Por isso também a pergunta de Jesus: - Qual é o pai capaz de dar uma cobra ao seu filho quando ele pede um peixe? (Lucas 11.11) Ou, qual é o pai capaz de dar uma pedra de crack ao seu filho quando ele pede atenção? O Salvador usa os símbolos “cobra e peixe” para dizer que, neste mundo cheio de venenos, pais e mães têm obrigação de cuidar de seus filhos. Diz isso depois de ensi-nar a oração do Pai Nosso e tranquilizar: “Vo-cês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai, que está no céu, dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem” (Lucas 11.13). Receber o Espírito é compreender também o desempenho da paternidade, e ter os dons do Consolador: amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio (Gálatas 5.22,23).

“Há várias dimensões de ausências”, ressalta o psicanalista Rubens. “O pai pode, inclusive, estar junto e ser ausente. Pode ser presente fisicamente e ausente emocional-mente”. Este é um assunto que merece mais atenção, pois, caso não seja resolvido, nem a justiça humana, nem a família conseguirão vencer a guerra...

“A solução contra as drogas está na família, sem dúvida. Mas, e a solução para salvar a família?

Onde está?”

“Qual é o pai capaz de dar uma cobra ao seu filho quando ele pede um

peixe? (Lucas 11.11) Ou, qual é o pai capaz de dar uma pedra de crack ao seu filho quando ele pede atenção?

O Salvador usa os símbolos “cobra e peixe” para dizer que, neste mundo cheio de venenos, pais e mães têm obrigação de cuidar de seus filhos.”

8 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Ano Novo

Edson Ronaldo Tressmann

Meditação

Edson Ronaldo Tressmann, pastor da IELB Alto Alegre dos Parecis, RO

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

Apito final

N ão se trata de um programa es-portivo, na verdade, é um fato curioso, ocorrido durante os

jogos da Copa do Mundo na África do Sul, em 2010.

No dia 23 de junho, a Inglaterra ganha-va a partida de 1 x 0 da Eslovênia. Mesmo com a derrota, a Eslovênia se classificava, pois os Estados Unidos empatava em 0 x 0 com a Argélia. A Eslovênia foi jogando sua partida sem esforço e dedicação, pois, mesmo na derrota, seria classificada.

Porém, no apito final desta partida, veio a surpresa. No outro jogo, no finalzinho do segundo tempo, o time americano marcava um gol e assim se classificava para a pró-xima etapa. Enquanto isso, a Eslovênia, o time que até antes do apito final, estava classificado, foi desclassificado. Um apito final dramático para a Eslovênia, de ven-cedora, mesmo na derrota, passou para desclassificada por esperar pelo outro.

Em uma partida de futebol, tudo pode acontecer, pois a partida só termina no apito final do árbitro. Antes do apito final, os jogadores deixaram de fazer sua parte, deixaram de correr atrás da vitória, preferi-ram esperar pela outra equipe, e o resultado foi desastroso para eles.

Esse fato me remete a outro aconteci-mento futuro. Não sei quando será, mas também haverá o apito final do juiz. Jesus Cristo voltará, e desta vez, para julgar os vivos e os mortos, assim diz Paulo na sua primeira carta aos Tessalonicenses: “Nós cremos que Jesus morreu e ressuscitou; e assim cremos também que, depois que

Jesus vier, Deus o levará de volta e, junto com ele, levará os que morreram crendo nele... E assim ficaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.14 -17).

Nossa vida pode ser comparada a uma partida de futebol – atacamos e somos atacados, defendemos e somos defendidos. No entanto, para sairmos vencedores nesta partida que estamos jogando, no apito final do juiz, o permanecer em Cristo, agora, é fundamental. E permanecendo em Cristo, nosso ataque será de amor a Deus e ao próximo. E nossa defesa estará nas verda-des divinas, assim como diz Judas: “Meus queridos amigos, eu estava fazendo todo o possível para escrever a vocês a respeito da salvação que temos em comum. Então senti que era necessário escrever agora para animá-los a combater a favor da fé que, uma vez por todas, Deus deu ao seu povo” (Jd 3), e em favor do próximo, “... sempre que pudermos, devemos fazer o bem a todos, especialmente aos que fazem parte da nossa família na fé” (Gl 5.10).

Durante a partida que estamos jogando neste mundo, muitos atletas acabam se cansando e desistindo. Para esses, Jesus diz: “se o mundo odeia vocês, lembrem que ele me odiou primeiro” (Jo 15.18), e ainda, através de Pedro, anunciou: “vo-cês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo, porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês. Se algum de vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter na vida dos outros, mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas agradeça a Deus o fato de ser chamado

por esse nome” (1 Pe 4.14-16). Aos seus jogadores que estão ainda atuando na par-tida, Jesus, o treinador, dá uma bela dica da beira do campo: “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus...” (Hb 12.2). E o apóstolo Paulo conclui: “em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37).

Que no apito final de Jesus, estejamos nós entre aqueles que estarão em festa; per-maneçamos em Cristo e em Cristo atuemos todos os dias na partida sem desanimar, pois “com a força que Cristo me dá posso enfrentar qualquer situação” (Fp 4.13).

“Se algum de vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter na vida dos outros, mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas agradeça a Deus o fato de ser chamado por esse nome” (1Pe 4.14-16). Pois, “em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37).

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 9

Adoração e louvor

Raul Blum, professor do Seminário Concórdia, membro da Comissão de Culto da IELB

IELB edita livro Culto Luterano – Liturgias

A Comissão de Culto da IELB, após muitos anos de trabalho, edita neste ano de 2010 o livro Culto

Luterano – Liturgias. No ano passado já foi editado o livro Culto Luterano – Lecionários. O que significa isto para o culto nas congre-gações da IELB? Significa que o conteúdo e a linguagem dos cultos receberam uma atualização para as necessidades de co-municação da Palavra de Deus nos ofícios regulares de culto e nas cerimônias cultuais para as diversas ocasiões em que o povo de Deus se reúne. A atualização do conteúdo não significa mudança de conteúdo, mas modernização da comunicação da eterna palavra de Deus que precisa ser aplicada em momentos de cultos regulares nas con-gregações e em cerimônias de casamentos, confirmações, instalações de pastores ou diretorias, acolhidas e despedidas de esta-giários de teologia, dedicações de templos. Fora do templo o povo de Deus também se reúne em momentos especiais para dedi-cações de salas da congregação, para dedi-cações de residências e estabelecimentos, e para diversas outras oportunidades nas quais se quer agradecer a Deus por alguma bênção recebida.

Quando o apóstolo Paulo conclamou a congregação de Corinto para a necessidade de ordem no culto, escreveu-lhes: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz

revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação” (1 Coríntios 14.26). Também lhes advertiu que “Deus não é de confusão, e sim de paz” (1 Co 14.33). E conclui suas orientações recomendando-lhes: “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (1 Co 14.40).

Culto Luterano – Liturgias quer auxi-liar as congregações da IELB a ter cultos e momentos devocionais “com decência e ordem”. Quando estamos alegres pela dedicação de um novo templo, precisamos organizar nossa alegria numa ordem de

dedicação para que o momento não vire em confusão. Quando estamos tristes e pensati-vos sobre a vida, diante de um ente querido que se despede deste mundo, precisamos de uma ordem de culto que vá dirigir nossos pensamentos para a Palavra de Deus que nos vai confortar diante da certeza da vida eterna e da presença constante de Deus em todos os momentos de nossa vida.

Culto Luterano – Liturgias vem para nos auxiliar a testemunharmos nossa fé diante das diversas situações nas quais a Palavra de Deus pode e precisa ser aplicada. A palavra de Deus traz conforto, alegria e paz para to-dos os que em torno dela se reúnem. Porém, a palavra de Deus também pode trazer as mesmas bênçãos para aquelas pessoas de fora da Igreja que, ouvindo a Palavra que reúne os cristãos, são atingidos em suas mentes e corações e são transformados, pela graça de Deus, de filhos amados por Deus em filhos que também amam a Deus.

10 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Capa

Síndrome de Alienação Parental

O que é a Síndrome de Alienação Parental?

A Síndrome de Alienação Parental (SAP), também conhecida pela sigla em inglês PAS, é o termo proposto por Richard Gardner (1985) para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor.

Os casos mais frequentes da Síndrome da Alienação Parental estão associados às situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente “o luto” da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e des-crédito do ex-cônjuge. Neste processo vinga-tivo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro.

Dados estatísticosHá carência de estatísticas sobre o tema.

O que se sabe, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é que, em 90% dos casos, as mães detêm a guarda dos filhos e, por isso, é delas o maior índice de afastar o filho do genitor que não tem a guarda. “Em países em que há maior equilíbrio na atribuição da guarda, há, igualmente, maior equilíbrio na incidência de homens e mulheres alienadores”, diz o Dr. Elizio Perez, juiz do trabalho no TRT da 2ª Região, São Paulo, responsável pelo anteprojeto.

Apesar dos números apontarem uma propensão maior das mães darem o pontapé inicial na alienação, o pai dá sua contri-buição, nesse processo, quando manipula afetivamente a criança nos momentos das visitas, influenciando-a a pedir para ir morar com ele. Juntando pais e mães, estima-se que 80% dos filhos de pais divorciados já tenham

sofrido algum tipo de alienação parental e que cerca de 20 milhões de crianças passam por esse tipo de violência.

Prevenção, proteção e puniçãoO Projeto de Lei nº 4053/08, de autoria

do deputado Regis Oliveira (SP), aprovado em julho último, tanto na Câmara quanto no Senado Federal, regulamenta a chamada síndrome de alienação parental e pune com advertência, multa e até perda da guarda para os pais que difamam ou tentam afastar o filho do ex-parceiro.

O projeto detalha ainda as formas de alienação parental, que podem ser: dificultar o contato da criança com o ex-companheiro,

desqualificar a conduta, omitir informações da vida do filho ou apresentar falsa denúncia contra o ex-parceiro.

A Lei cria um instrumento para inibir a alienação parental ou contribuir para atenuar seus efeitos. “Com o projeto, está criada uma ferramenta mais adequada para viabilizar a intervenção do Judiciário e também do Ministério Público e dos Con-selhos Tutelares”, explica o Dr. Elizio. A lei dá retaguarda ao juiz, para que interrompa processos de alienação parental, o que, em estágio inicial, pode ser obtido por inter-médio de medidas simples. “Estudos em Psicologia demonstram a eficácia de meras advertências judiciais ou apoio psicológico para interromper o processo de alienação, em seu início”, destaca.

1 – Informações geraIs

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 11

Síndrome de Alienação Parentala alienação Parental não é um problema apenas dos pais separados. É um problema de toda a sociedade, pois traz consequências desastrosas para as gerações futuras. Pai e mãe, os filhos precisam de ambos!

2 - refletIndo sobre o assunto*

A voz da experiência“A gente se escondia no quintal para ele

não levar a gente.” “Mamãe dizia assim: - Mariana, diz pra

ele que você não quer ir.” “Eu me lembro que só de pensar como

seria estar com meu pai, passeando num “shopping” e tomando sorvete, me sentia traidor de minha mãe. Por isso, eu disse ao oficial de justiça que ele havia tentado fazer coisa feia comigo.”

“Aos vinte anos, encontrei nas coisas da minha mãe dezenas de cartas que ele me escrevera e descobri que muito do que eu sabia (e pensava) sobre meu pai era mentira. Mas como uma criança pode desconfiar da própria mãe?”

“Como eu gostaria de ter tido um pai; mas minha mãe matou meu pai dentro de mim. E sinto uma imensa culpa porque acho que colaborei com ela.”

Síndrome reconhecidaA síndrome da alienação parental tem

sido reconhecida por juízes e psicólogos, e já mereceu um projeto de lei, em tramitação na Câmara Federal (Redação: agora já aprovado na Câmara e no Senado).

É comum um genitor se vingar do outro, matando-o no coração do filho. Para isso, vale-se de silêncios, de palavras depreciati-vas, de reações sem palavras quando o nome do outro é mencionado, etc.

Ouvi um homem dizer que esperara o pai para o seu primeiro jogo de futebol. Porém, ele não veio. Sua mãe lhe disse:

“Não fique triste, Zé, você sabe que seu pai é muito ocupado. Quem sabe ele vem num próximo jogo? Mas ele gosta muito de você, pode acreditar”. Anos mais tarde, descobriu que sua mãe não havia comunicado seu pai nem sobre aquele jogo, nem sobre muitos outros eventos. Questionada, ela disse que havia se esquecido de dar os recados.

Morte em vidaMuitos pais (e mães) influenciam a per-

cepção que a criança tem do outro genitor no sentido de produzir ódio, desprezo, repulsa ou indiferença; repetem conceitos deprecia-tivos, avaliações caluniosas, relatos de fatos inexistentes e interpretações unilaterais de ocorrências e experiências vividas com aque-le outro genitor. O resultado é a implantação de memórias falsas, que se afirmarão como verdadeiras. Em alguns casos, até como lembranças pessoais da criança. Estudiosos tentam avaliar os danos dessa “morte em vida” do pai ou da mãe e começam a desco-brir que eles são imensos.

Neste ponto, penso se não temos agido dessa maneira no tocante à relação de nossos filhos (de sangue ou de alma) com seu Pai Celestial. Por meio de atitudes, comentá-rios desairosos (muitas vezes, habilmente dirigidos ao pastor da igreja), desleixos, questionamentos, “orações” difamatórias, etc. O fato é que, se quisermos matar o Pai dessas crianças, saberemos como fazê-lo, mesmo que não haja “separação formal”. O mundo nos tem ensinado essa arte.

Meu medo é estar fazendo isso sem perceber. Quero estar atento, em temor. Que eu ame o “Pai de meus filhos” a ponto de jamais precisar ouvi-lo dizer: “Tens feito estas coisas, e eu me calei; pensavas que eu era teu igual; mas eu te arguirei e porei tudo à tua vista” (Salmo 50.21).

* Rubem Amorese é consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbite-riana do Planalto, em Brasília. Texto publicado na Revista Ultimato - Edição 321 - Novembro-Dezembro 2009.

12 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Capa

3 - Conselhos da Palavra de deus

Quantas situações poderiam ser diferen-tes, se as ordens e os conselhos da Palavra de Deus, fossem mais lembrados e vividos na relação homem e mulher, marido e esposa, pais e filhos, filhos e pais... Com certeza, não teríamos, ou teríamos bem menos, pessoas so-frendo com os relacionamentos familiares.

Moisés e os mandamentos“São esses os mandamentos e as leis que

o SENHOR, nosso Deus, mandou que eu ensinasse a vocês...

Temam o SENHOR, nosso Deus, vocês, os seus filhos e os seus netos, e cumpram sempre todos os mandamentos e leis que eu lhes estou dando e assim vocês viverão muitos anos.

Povo de Israel, tenha o cuidado de cum-prir a lei de Deus. Então, conforme disse o SENHOR, o Deus dos nossos antepassados, tudo correrá bem para vocês...

Escute, povo de Israel! O SENHOR, e somente o SENHOR, é o nosso Deus.

...amem o SENHOR, nosso Deus, com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças.

Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje e não deixem de ensiná-las aos seus filhos. Repitam essas leis em casa e fora de casa, quando se deitarem e quando se levantarem.

Amarrem essas leis nos braços e na testa, para não as esquecerem; e as escrevam nos batentes das portas das suas casas e nos seus portões” (Deuteronômio 6.1-9).

Josué e sua família “Mas, se vocês não querem ser servos do

SENHOR, decidam hoje a quem vão servir. Resolvam se vão servir os deuses que os seus antepassados adoravam na terra da Mesopo-tâmia ou os deuses dos amorreus, na terra de quem vocês estão morando agora. Porém, eu e a minha família serviremos a Deus, o SENHOR” (Josué 24.15).

4 - maIs Informações sobre a saP

Pai LegaL

www.pailegal.net

aPaSe www.apase.org.br

aLienação ParentaL alienacaoparental.blogspot.com

SoS PaPai e MaMãe www.sos-papai.org

obServatório da infância www.observatoriodainfancia.com.br

NoTA DA REDAçãoEste assunto foi colocado nesta edição do Mensageiro Luterano, no mês em homenagem aos pais, por entendermos que, neste período, ele se manifesta de forma mais contundente. No entanto, ele deve ser lembrado, debatido e combatido sempre. Por isso, fica o desafio para os leitores que queiram se manifestar sobre o assunto em edições futuras.

Nilo WachholzEditor da IELB

Um lar abençoado“Se o SENHOR Deus

não edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la. Se o SE-NHOR não proteger a ci-dade, não adianta nada os guardas ficarem vigiando.

Não adianta traba-lhar demais para ganhar o pão, levantando cedo e deitando tarde, pois é Deus quem dá o sustento aos que ele ama, mesmo quando estão dormindo.

Os filhos são um presente do SENHOR; eles são uma verdadeira bênção. Feliz aquele que teme a Deus, o SENHOR, e vive de acordo com a sua vontade!” (Salmos 127.1-3; 128.1).

Pais educadores“Eduque a criança no caminho em que

deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele” (Provérbios 22.6).

Marido e esposa “Sejam obedientes uns aos outros,

pelo respeito que têm por Cristo. Esposa, obedeça ao seu marido, como você obedece ao Senhor...

Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo amou a Igreja e deu a sua vida por ela...

O homem deve amar a sua esposa assim como ama o seu próprio corpo. O homem que ama a sua esposa ama a si mesmo...

...cada marido deve amar a sua esposa como ama a si mesmo, e cada esposa deve respeitar o seu marido” (Efésios 5.21-33).

Pais e filhos“Filhos, o dever cristão de vocês é obede-

cer ao seu pai e à sua mãe, pois isso é certo.Como dizem as Escrituras: “Respeite o

seu pai e a sua mãe.” E esse é o primeiro mandamento que tem uma promessa, a qual é: “Faça isso a fim de que tudo corra bem para

“Quantas situações poderiam ser diferentes, se as ordens e os conselhos da Palavra de deus, fossem mais lembrados e vividos na relação homem e mulher, marido e esposa, pais e filhos, filhos e pais...”

você, e você viva muito tempo na terra.”Pais, não tratem os seus filhos de um

jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos” (Efé-sios 6.1-4).

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 13

Música na igreja

Por detrás dos textos

A capacidade de ouvir e de apre-ciar a música é uma ferramenta importante dentro da cultura de

um povo. Apreciar não é apenas ser capaz de dizer “gostei” ou “não gostei” de uma obra musical, mas, sim, de entender o que os sons estão dizendo – a linguagem sono-ra, os discursos musicais e as mensagens inconscientes que estão se passando. Se existe alguém que quer transmitir uma ideia (emissor), deve codificá-la em sinais que possam atingir o outro (receptor) atra-vés de um de seus cinco sentidos.

Este receptor também deve conhecer o código para que possa decodificar os sinais e então entender a mensagem. Na música, o emissor é o compositor que escreve uma partitura ou o intérprete que a executa. O ouvinte é o receptor. Quando o ouvinte apenas escuta passivamente, a música não lhe significa muito mais do que um passa-tempo superficial.

A obra tem vida própria, e o ouvinte está fora dela, incapaz de perceber toda a profundidade do que está sendo transmi-tido através dela. Quando, por outro lado, o ouvinte conhece o código e é capaz de compreender a mensagem, então, sim, che-ga ao seu significado real e mais profundo. Conhecer o código é conhecer os elementos teóricos da música e sua evolução no tem-po. Isso é apreciar, no verdadeiro sentido da palavra, e, para isso, não é necessário ser um músico, basta ser um bom apreciador.

Podemos ouvir música em três níveis distintos, quais sejam: o Plano Sensível, o Expressivo e o Plano puramente Musical. A diferença básica entre eles é o grau de apre-ciação musical resultante para o ouvinte.

O Plano Sensível é o plano primário de audição. Consiste no ato biológico de escu-tar o som e suas múltiplas possibilidades de combinações. Esse nível não envolve maio-res preocupações ou envolvimento com a obra, e é manifestado por todas as pessoas dotadas de audição. Mesmo as crianças, e

até os animais, são capazes de perceber o apelo senso-rial do som e apresentar reações de agrado ou de de-sagrado. É a reação humana natural do "algo não está combinando, mas não sei o que é". O apelo sensorial do som está relacionado com a afetividade e, sem dúvida, o nível sensível é de relevân-cia para a formação de um bom apreciador musical. O erro frequente é o de se per-manecer nesse plano como o único e definitivo: nem sempre uma peça musical de bom apelo auditivo e de sonoridades atraentes é de boa qualidade. O Plano Sensível é importante, mas é bastante limitado.

O outro plano está mais ligado à cognição - o Plano Expressivo. Nele, o importante é o significado que está por trás das notas. Embora alguns composi-tores tenham pretendido negá-lo em suas obras, a prática tem demonstrado que ele tem im-portância fundamental para os ouvintes. Na realidade, não é possível afirmar que ao ouvir uma peça musical não tenhamos sentimentos e sensações relacionados a alguma experiência anterior a que tal obra parece nos ligar. Dessa forma, apesar de o Plano Expressivo já apresentar elementos de conhecimento, ainda é basicamente do domínio afetivo. O erro mais comum, nesse caso, é a tendência de atribuir signi-ficado concreto a tudo o que se ouve. Isso também é limitador das possibilidades da música. Aqui entra a cultura e as prefe-rências pessoais que poderão influir, sem a parcialidade técnica, do que é adequado para tal situação, ambiente e público.

A música é um material concreto ca-paz de ser posto a serviço da comunicação

humana. Conhecer e se utilizar de tais possibilidades, nas formas musicais, é que vai nos levar à percepção mais exata e à apreciação mais apurada. Isso ocorre no Plano puramente Musical.

Por detrás dos textos, temos códi-gos, discursos, ideias e conteúdos sendo transmitidos sonoramente, consciente ou inconscientemente. Necessitamos identi-ficá-los, desmistificá-los, compreendê-los, aprende-los e usá-los, adequada e respeito-samente, a serviço do ensino e propagação da Palavra de Deus.

Paulo Brum, capelão de Música na ULBRA e pastor da Congregação São Paulo, Canoas, RS.

Integrante da Comissão de Culto da IELB

Paulo BrumFoto: Rodrigo Abreu

14 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

4+36Estudo bíblico

Falsas interpretações do livro de ApocalipseA Bíblia é uma unidade; e não pode haver contradição – ela se interpreta a si mesma. Passagens mais difíceis devem ser entendidas à luz de passagens mais claras. Especialmente, ao se tratar de livros proféticos, deve-se tomar muito cuidado, pois usam uma linguagem figurada, cheia de símbolos.

666 4+376

64+3 666 666

77

Interpretação linearMuitos acham que o livro de Apocalip-

se segue uma linha cronológica, que cada acontecimento representa uma época. Se assim fosse, teríamos cinco fins do mundo, três juízos finais, três grupos de salvos, três babilônias, três armagedons e três novos céus e nova terra.

Os que assim pensam desconhecem algumas características da profecia, que são: repetir o mesmo assunto sob outro ângulo (recapitulação), usar imagens fortes para impressionar a mente (dra-matização) e usar, como pano de fundo, um acontecimento para falar de outro que com ele se assemelha (background).

Marca da bestaMuitos acham que é um número literal,

que um dia muitos vão aparecer com uma marca na testa, e quem não a tiver não poderá comprar, nem vender.

Quem acha que essa marca é literal deve também acreditar que o selo de Deus na testa é também uma coisa literal, visível aos olhos humanos (Ap 9.4).

O número 666 é simbólico, representa a absoluta imperfeição. É sete menos um. Como sete é o número da perfeição, do eleito de Deus (4 + 3), seis é o número da imperfeição. É alguém que não conseguiu chegar a sete, por faltar-lhe Cristo no co-ração. O selo de Deus é o Espírito Santo que a pessoa recebe no momento da fé (Ef 1.13,14; 4.30; 2 Co 1.22; Ap 9.4).

As duas testemunhasMuitos acham que Moisés e Elias vão

voltar a terra para pregar o Evangelho, o que pressupõe que eles vão passar pela morte uma segunda vez e que os mortos vão pregar o Evangelho, o que contraria aquilo que Cristo diz em Hb 9.27; Lc 16.31; Rm 10.17. Eles cometem o mesmo erro dos judeus, que esperavam a vinda de Elias novamente em carne; e Jesus lhes mostra o erro, dizendo-lhes que Elias já tinha vindo e estava entre eles (Mt 17.10-13).

ArmagedomArmagedom é para muitos um aconteci-

mento que terá lugar no monte Megido, em que os cristãos de todo mundo, liderados por Cristo, vão lutar contra os inimigos do Evangelho, comandados pela besta e o falso profeta, que ficam cuspindo sapos de sua boca a fim de amedrontar os homens.

Nesta batalha, os inimigos serão mortos pelo exército de Cristo, cujo sangue escorre

Lindolfo Pieper

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 15

4+3

Lindolfo Pieper, pastor emérito da IELB, reside em Jaru, RO

até o freio dos cavalos, numa extensão de 300 quilômetros. Estes corpos ficarão esti-rados no chão, servindo de comida para as aves dos céus.

Esta ideia, porém, tem alguns incon-venientes: 1) Deus vai ter que fabricar este monte, pois tal lugar não existe; 2) O povo de Deus vai ter que se deslocar para a Palestina e pegar em armas para defender o Evangelho, o que contraria as Sagradas Escrituras (Ef 6.11-13,17; Mt 26.52).

Armagedom é uma guerra espiritual, em que os inimigos de Cristo, comandados pela besta e o falso profeta, vão se unir para destruir a Igreja. Porém, antes que isso aconteça, Deus intervém, colocando fim no atual sistema de coisas. É a mesma batalha que encontramos no capítulo 9 (Sexta Trombeta), no capítulo 19 (Cristus Victor) e no capítulo 20 (Gogue e Magogue).

Esta é uma maneira simbólica para se falar do Juízo Final, que, para os inimigos de Cristo, será um dia de vingança (Ap 6.12-17). É a vindima de Ap 14.17-21, onde fala do lagar da cólera de Deus, em que o sangue dos inimigos de Cristo corre até o freio dos cavalos, numa extensão de 300 quilômetros.

Os reis da terra, liderados pela besta, são os governos do mundo (dez chifres, dez dedos), que perseguem a Igreja ou adotam filosofias anticristãs, como o marxismo, o comunismo, o islamismo, o budismo, o xintoísmo e o espiritismo.

Os sapos expelidos pela boca do dragão, da besta e do falso profeta (Ap 16.13,14) representam os falsos profetas que vão sair pelo mundo afora para enganar o povo com os seus falsos ensinamentos, operando grandes sinais e prodígios. A sua atuação será tão intensa que obrigará Deus a apres-sar a vinda de Cristo, para que os próprios eleitos não se percam (Mt 24.22-24).

Nesta batalha, não haverá derrama-mento de sangue. A espada que sai da boca de Cristo é a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, também chamada de o sopro da sua boca (2 Ts 2.8). As aves, comendo a carne das vítimas, representam os demônios, simbolicamente, devorando os condenados no inferno (Ap 19.17,18). No livro do profeta Isaías, numa linguagem figurada, esses corpos ficam estirados no chão, queimando no fogo, numa alusão

clara ao fogo do inferno (Is 66.24; Mc 9.42-48).

O anticristo é a personificação dos falsos profetas e falsos cristos, que enganam o mundo com falsos ensinamentos, obrigan-do Cristo a abreviar a sua volta. Nota-se que Cristo e os apóstolos ao falarem da besta e do falso profeta, o fazem no plural, como os reis da terra e falsos cristos, o que sugere uma união de forças, sendo as duas bestas apenas os seus representantes.

MilênioSegundo alguns, o milênio é um pe-

ríodo de paz que vai anteceder a vinda de Cristo, em que o lobo vai morar com o cordeiro e todo o Israel será salvo.

O milênio é um ensino materialista, que pressupõe que os israelitas mortos vão ressuscitar e ter uma segunda chance, o que contraria as Escrituras (Hb 9.27). Pressupõe também que Cristo virá um dia governar pessoalmente este mundo, o que contraria o que o próprio Cristo disse: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18.36).

O milênio material não tem lugar nas Escrituras. Milênio é o tempo da graça, da Igreja de Deus aqui na terra. Com a vinda de Cristo, o mundo acaba, dando lugar ao novo céu e a nova terra (Is 11.4-9; 2 Ts 1.7-9; 2 Pe 3.10-13).

O acorrentamento de Satanás é uma maneira simbólica de se falar que o poder de Satanás foi limitado. Começou com o ministério público de Cristo (Lc 11.20-22), culminando com a sua morte na cruz (Cl 2.14,15; Ap 12.7-9; Jo 12.31-33; Hb 2.14,15; 1 Pe 3.18,19).

A primeira ressurreição é a ressur-reição espiritual, que ocorre na con-versão (Cl 2.12,13; 3.1-4; Ef 2.1,5,6; Jo 5.24,25). A segunda ressurreição é a ressurreição do corpo para a vida eterna, que ocorre na volta de Cristo (Jo 5.28,29). A segunda morte é a condena-ção eterna (Ap 20.10,14). Assim: Quem não fizer parte da primeira ressurreição (conversão), também não fará parte da segunda (vida eterna).

Você quer saber quando? Foi nos dias 29 e 30 de maio na Congregação Cristo, de Porto Alegre, RS. Participaram do evento 96 pessoas, vindas dos três Estados do Sul, o que demonstra o grande interesse que este 2º Encontro de Singulares despertou.

“O 2º Encontro de Singulares foi um sucesso”, comentavam as pessoas que compareceram ao evento. No sábado, a pro-gramação contou com atividades diversas: palestras, brincadeiras, jogos, bate-papo, concurso de música no karaokê, sorteio de brindes e coquetel. Durante o coquetel foram sorteados dois fins de semana para um singular com acompanhante, sendo um fim de semana na serra e o outro no litoral. O auge do coquetel foi o brinde “à vida que Deus nos deu e que precisa ser bem vivida”.

No domingo cerca de 70% dos partici-pantes estavam no culto, o que fechou com chave de ouro o Encontro.

As palestras foram ministradas pela Dra. Scheyla Borowski sobre o tema “Compar-tilhar...”, e pela Dra. Rita Hamerski, sobre “Cuidando das emoções”.

Este Encontro só foi possível porque pessoas queridas compreenderam a impor-tância desse trabalho e colaboraram com apoio logístico e financeiro.

Há uma expectativa grande para o pas-seio que será realizado no dia 9 de outubro deste ano para o parque ECOLAND em Igrejinha, RS.

É a Igreja cuidando das suas ovelhas, também das ovelhas Singulares. Agregue-se a este grupo, você vai gostar!

Informações: (51) [email protected]

Pela Comissão Organizadora: Pastor Eliseu Teichmann e Rosemarie K. Lange

E os Singulares se encontraram...

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 15

16 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Comportamento

Cuidado! invertidosos valores estão sendo invertidos

Q ueridos, tomem cuidado! Al-gumas ideias e teorias atuais têm passado ensinamentos tão

enganadores de um jeito tão dócil e, aparentemente, verdadeiro que é muito fácil ficarmos confusos.

Vejam isto, a mais brilhante psicóloga francesa da atualidade, Maryse Vaillant, lançou recentemente seu livro Os ho-mens, o amor, a fidelidade, onde afirma que a maioria dos homens precisa de “seu próprio espaço” e que, para eles, “a infidelidade é quase inevitável”. Segundo esta autora, as mulheres podem ter uma experiência “libertadora” ao aceitarem que “os pactos de fidelidade não são naturais, mas culturais”, que a infideli-dade é “essencial para o funcionamento psíquico” de muitos homens e que não deixam, por causa disso, de amar suas mulheres.

Ainda, Arnaldo Jabor, reconhecido cineasta e comentarista, fala com seu jeito entusiasta que “não existe homem fiel. Você já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade. Não é desabafo. É palavra de homem que co-nhece muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens”.

Artimanhas do malignoÉ incrível como o diabo tem usado

pessoas influentes na sua tentativa de denegrir e destruir as promessas para aqueles que são fiéis. A impressão que passam é que a vida cristã é um martírio e, por conseguinte, muito sem graça.

Amados, as leis do Senhor têm um único objetivo, que é o bem-estar e felicidade do ser humano. Tudo o que

desagrada a Deus também desagrada ao próximo, e até mesmo as mais sérias linhas de pensamento sobre o compor-tamento humano comprovam isso. A psicanálise, por exemplo, afirma que nossos impulsos primitivos querem apenas a satisfação de desejos e quem não consegue controlá-los, também não consegue manter relacionamentos pro-fundos e duradouros.

Somente quando seguimos os limites de Deus é que podemos sentir a verdadei-ra felicidade. Somos livres para assumir ou não nossas responsabilidades, para viver bem com o ou-tro e para o outro. “A lei do Senhor é perfeita, e refrige-ra a alma...”, diz o salmista.

G o s t o m u i t o do verbo discernir, seu significado é a ação de considerar todos os lados de uma situação. Tudo o que fazemos ou deixamos de fazer tem consequência na vida de nosso se-melhante. Sem dis-cernimento, somos impelidos a prote-ger apenas nossos próprios interesses, somos consumidos pelo calor do mo-mento e deixamos de perceber as con-sequências dos nos-sos atos.

Ora , se t ra i r passa a ser um ato

aceitável, como ficam nossos relacio-namentos? Como podemos ser felizes sozinhos ou fazendo infelizes aos que estão ao nosso redor? Que incongruência vive o ser humano. A felicidade não é o outro que me dá, ela só existe na própria relação com o outro.

Relativismo moralNão bastando dizer que a traição é

normal, Maryse vai ainda mais longe. Ela afirma que: “Os homens que não têm casos extraconjugais podem ter uma fra-queza de caráter. Eles são normalmente

“A felicidade não é o outro que me dá, ela só existe na própria relação com

o outro.”

Lea Fuhr Weber

Foto: Arquivo Editora Concórdia

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 17

Lea Fuhr Weber, PsicólogaMestre em Psicopatologias do Desamparo

[email protected]

homens cujo pai era fisicamente ou mo-ralmente ausente”.

Este conceito é um grande engano, e a verdade é justamente o contrário. Todas as linhas de estudo também concordam que a traição e a insatisfação são atitudes de pessoas que tiveram faltas severas de um cuidado afetuoso e profundo. Sem dúvida, o conceito concebido por ela tem clara-mente o objetivo de relativismo moral.

Até mesmo pessoas que não confes-sam a fé cristã percebem estes desvios dos valores morais. Silvio de Abreu, por exemplo, autor de várias novelas da rede Globo, ficou indignado ao conhecer os resultados de uma pesquisa sobre a ques-tão moral de seus personagens. Segundo ele, “grande parte já não valoriza tanto a retidão de caráter. Se cada um fizer apenas o que acha certo para sua própria realização, realmente a moral está em frangalhos”.

Outras pesquisas mostram ainda que as pessoas têm muito mais interesse nos personagens negativos do que nos

moralmente corretos. As pessoas estão perdendo o seu discernimento, querem é subir na vida, ter e ganhar dinheiro, e dane-se o resto.

Aliás, muitas igrejas fundamentam-se na ideia de que uma crença, para ser acei-ta, necessita invariavelmente ser prática, útil e que atenda às expectativas do ser humano, ou seja, que agrade aos anseios sociais. É isso exatamente o que mundo quer: que os verdadeiros valores e leis de Deus sejam banalizados. Estamos no mundo, mas não somos do mundo, e faz parte de nossa missão, como seus filhos, lutarmos pela reafirmação das verdades que a Escritura nos ensina.

Resgate dos valoresExiste um pensamento muito conhe-

cido que diz: “O que derrubou Satanás foi um ato de traição; Jesus foi levado à cruz por um ato de traição, o pecado se instala pela traição”. Ora, e justamente com este valor negativo querem propor uma forma de relacionamento.

A traição magoa, destrói, afasta, opri-me. Ninguém pode ser feliz ao lado de um traidor, nin-guém quer ser tra-ído, portanto, essa atitude não pode ser aceita sob ne-nhum aspecto.

Não é utopia so-nhar com o resgate de valores verda-deiros e conforme a vontade do Pai. Basta apenas que cada um faça a sua parte, vivendo a fé, distribuindo o amor que vem de Deus, brilhando com sua luz, compromissa-dos com o Autor da vida.

Então, esteja-mos atentos, porque valores não podem ser ensinados com palavras; eles são

marcados pelo exemplo porque têm que ser vividos. É por isso que os imorais que-rem corrigir os mandamentos de Deus, pois eles precisam de um deus que facilite a satisfação de seus desejos e eles jamais dedicarão sua vida a Deus.

Bem, precisamos deixar bem claro para o mundo o que Lutero define muito bem: “Aos empedernidos, a Lei; aos angustiados, a Graça”. Digo isso porque aqueles que não veem no mau uso dos valores, assim como de outras bênçãos dadas por Deus, a pecaminosidade e o erro estão totalmente empedernidos, endurecidos. Portanto, para estes é toda a Lei.

Mas, nenhum de nós está isento de co-meter esses erros e, por isso, devemos es-tar sempre fortalecidos pela Palavra, para evitar a queda nas armadilhas do maior de todos os traidores. É uma bênção ter-mos consciência de nossos pecados, pois é a chamada para o arrependimento e o encontro com o perdão. Se ocorrer, não precisamos nos desesperar, podemos nos erguer outra vez, porque sabemos que so-mente para aqueles que reconhecem seu pecado e verdadeiramente se arrependem é toda a Graça.

“Valores não podem ser ensinados com palavras, eles são marcados pelo exemplo porque têm que ser vividos.”

Não é utopia sonhar com o resgate de

valores verdadeiros e conforme a vontade

do Pai. Basta apenas que cada um faça a sua parte, vivendo a

fé, distribuindo o amor que vem de Deus,

brilhando com sua luz, compromissados com

o Autor da vida.

T odos somos de uma geração – primeiro estamos na que vem e, depois, na que vai. O evangelista

Mateus conta que as gerações desde Abraão até Jesus são quarenta e duas. E Lucas apresenta, no capítulo três de seu Evangelho, todas as gerações desde Adão até Jesus. Este assunto tem a ver com o Dia dos Pais, que é a história entre duas gerações. Em geral, se conhecem entre si, três gerações: avós, pais e filhos. A ligação mais estreita é entre pais e filhos. Que pai pode partir em paz?

Tragédia ou bênçãoCerta vez, um estudioso das gerações

disse que a geração que vem está sempre a um passo da tragédia ou da bênção. Essa

é a distância entre um pai e seu filho, en-tre uma geração e outra. De uma geração para a outra pode haver a continuação de grande bênção e felicidade, mas pode haver também a maldição e a tragédia.

A Bíblia nos conta exemplos. De Abraão para Isaque havia bênção e feli-cidade. Assim também a Bíblia fala que o rei de Judá, chamado Josafá, foi muito feliz porque andou em todos os caminhos de seu pai, Asa, não se desviou deles e fez o que era reto perante o Senhor.

O contrário, também é verdadeiro. Basta uma geração seguinte e a tragé-dia está presente. Na história de Israel bastou uma geração morrer, e a seguinte não seguindo ao Senhor e o caminho de seus pais, e estava instalada a tragédia.

Educação teológica

18 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Benjamim [email protected]

Geração vai geração vem

E a história se repete. Conhecemos esses fatos e exemplos hoje. O que fazer?

Ensinar e ensinarNão bastar lamentar, xingar e cobrar

só do governo, da escola e até da igreja. Os filhos são nossos e nós os queríamos. Também nós haveremos de prestar con-tas deles. Em Isaías 8.18, lemos: “Eis-me aqui e os filhos que o Senhor me deu”.

Todo o segredo da geração que vai para a geração que vem é ensinar e ensinar. Ensinar a Palavra de Deus por exemplos e por palavras. Não há força maior na educação cristã do que um pai servir de exemplo de vida e falar claramente de Jesus. Apenas dizer que o mundo está difícil para a educação é uma meia verdade. Também num mundo difícil é perfeitamente possí-vel ter um filho cristão e uma família

cristã. Quando um pai é sacerdote do lar, reúne sua família em devoção diária, ora com sua família, vai com sua família ao culto, vive submisso à Palavra de Deus e serve de exemplo de uma vida reta, a promessa de Deus não falha. Este é o mais poderoso instrumento de educação. Mesmo filhos rebeldes não resistem por muito tempo a pais crentes. E ainda que pais não vejam isto em vida, depois da morte, Deus se encarregará de regar o coração dos filhos com o exemplo que ficou. Deus é o primeiro interessado em salvar e não descansará.

Felizes são os pais que preparam a geração seguinte como missão dada por Deus.

Todo o segredo da geração que vai

para a geração que vem é ensinar e

ensinar.

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

Ainda o Dia do Pastor“Quão formosos são... os pés do que anuncia as Boas Novas... da Salvação” (Is 52.7)

H oje, enquanto escrevo este relato, é o Dia do Pastor. Este dia me faz lembrar a minha infância, o meu

lar. E de passagem digo, um lar feliz.Meu pai, Emilio Frederico Augusto

Krieser, era pastor, formado em 1919, e faleceu em 6 de novembro de 1990. Dedi-cou-se, quase meio século em apascentar as ovelhas do Supremo Pastor. Ah! Meu pai! Homem bondoso, generoso, austero. Os seus filhos ele “criou na disciplina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Sempre serei grata a Deus, por ter tido um pai que queria o bem de seus filhos.

E, é claro, não posso só falar do pai sem mencionar e exaltar minha mãe. Ela era autêntica, auxiliadora e batalhadora ao seu lado. Compartilhavam juntos os proble-mas e dificuldades, que, naquela ocasião, não foram poucos – principalmente os financeiros. Os membros das comunidades eram quase todos de poucas posses, porém, muito dedicados. Nunca passamos fome, e “a quem em Deus confia, Ele sempre Edith Francisca Krieser Arndt

Santa Rosa, RS

providencia”, na hora certa, havia o que comer e vestir.

E, quantas vezes, mamãe, com os pe-quenos, esperava a volta do marido, que com sua mula havia se embrenhado nas matas, por trilhas abertas a facão, em busca de almas, sedentas da Palavra de Deus. A região que meu pai percorria, ia além do que é hoje a Região da Grande Santa Rosa, RS. Muitas vezes, ele dormia ao relento, impedido de ir adiante por causa do rio cheio pelas fortes chuvas. Meu pai era homem de coragem e grande fé em Deus. Não temia os perigos, que naquelas para-gens eram muitos, como animais selvagens e também elementos foragidos da lei, que se refugiavam no mato.

Contudo, aos poucos, a situação me-lhorava. Conseguiu um velho automóvel, as estradas foram abertas. Tudo vinha melhorando.

Mamãe era muito hospitaleira. Quase que diariamente algum membro do inte-rior vinha à cidade para resolver os seus

negócios, e dava uma passadinha na casa do pastor para um almoço e colocar os assuntos em dia. Já, cedinho, papai levan-tava, acendia o fogo no fogão à lenha para esquentar a água e tomar o seu chimarrão. Esta hora para ele era sagrada, pois era nestes momentos que se concentrava me-lhor para meditar e preparar o seu sermão. Enquanto sua família ainda dormia.

Para finalizar, jovem pastor, receba o conselho de uma anciã, que teve um pai pastor e conhece o trabalho do ministério: o versículo que encabeça esta reflexão deve ser a norma para o seu trabalho. Quão gratificante, no fim da vida, poder dizer salvei almas, confortei muitos tristes, visitei e consolei enfermos, encaminhei crianças e jovens no caminho que conduz aos céus.

Quão maravilhoso e sublime é o ofício do pastor! Que formosos são os pés...!

Que Deus abençoe a cada pastor e sua família!

Quão gratificante, no fim da vida, poder dizer salvei almas, confortei muitos tristes, visitei e consolei enfermos, encaminhei crianças e jovens no caminho que conduz

aos céus.

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 19

Reflexão

Foto: Paulo Winterle

20 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

o computador!

Fé e tecnologia

Meu “novo altar” de orações: o computador!

M eu primeiro “altar de orações” foi o travesseiro. Antes mesmo de saber balbuciar alguma

palavra, minha mãe orava comigo ao me colocar no berço. E a primeira oração que me foi ensinada diz: Abba, Lieber Vater. Amen (Pai, querido Pai. Amém). É a batida na porta dos céus chamando o Pai para conversas (orações) que seguem. Até hoje o meu travesseiro é testemunha de ações de graças, de confissão de peca-dos, de intercessões, de louvor. O Salmo 4 diz: “Consultai no travesseiro o coração e sossegai. Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro”.

Ouvi de um professor que o hábito de

orar antes de dormir é muito salutar não apenas na ligação do cristão com Deus, mas também para a saúde física e mental; pois descarregamos todas as nossas angús-tias, aflições, sonhos e planos nas mãos de Deus, descansando, assim, tranquilos. Quem não ora antes de dormir leva para o seu sono toda a carga do dia, o que pode vir a prejudicar o descanso necessário. O conselho do apóstolo continua válido até hoje: “Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5.7). E assim, como vou dormir conversando com Deus, do mesmo modo, acordo conversando com ele brevemente, pedindo sua ajuda e proteção, e agrade-cendo por mais um dia.

Meu “altar de orações” é também a Bíblia. Junto com a leitura particular e meditativa da Escritura, breves orações

são levadas ao trono de Deus, estimuladas pelo texto bíblico. Este é um momento de reflexão e comunhão, no qual Deus fala ao meu coração e à minha vida através da Sua Palavra; e o seu filho responde em oração ao Pai celeste, em nome de Jesus.

A mesa de refeições é outro “altar de orações”. A devoção em família (Castelo Forte, Cinco Minutos com Jesus, etc.) me acompanha desde a tenra infância. Antes e após cada refeição, uma breve oração de gratidão, pedindo a bênção sobre os ali-mentos; e, geralmente após a janta, a lei-tura da devoção do dia, seguida da oração que o próprio devocionário sugere, ou uma oração espontânea, lembrando situações específicas da família e de amigos.

Porém, de uns tempos para cá me deparei com um novo “altar de orações”. É o meu computador! Sim, pode parecer

Carlos Walter Winterle

20 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Foto: Arquivo Editora Concórdia

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 21

estranho orar diante de uma máquina, mas é através do computador que recebo os pedidos de oração, publicados no bole-tim do PEM (Programa de Evangelização e Mordomia da IELB), incluindo igrejas irmãs espalhadas pelo mundo, atividades especiais da Igreja, colegas doentes e enlutados e seus familiares. Esta lista é complementada pelo Informativo da IELB, incluindo situações das mais diversas.

O Departamento de Missão de nossa igreja irmã LCMS (The Lutheran Church - Missouri Synod - USA) envia regularmente um boletim eletrônico com pedidos de ora-ções em favor dos muitos missionários es-palhados pelo mundo, com suas situações

específicas: aniversários, luto, doenças, perseguições, desafios... Recebo também um informativo das Igrejas Cristãs da Índia, reportando semanalmente as perseguições e mortes sofridas por cristãos indianos e solicitando intercessões. E, da mesma ma-neira, recebo e-mails de colegas, familiares e amigos reportando situações específicas e pedindo orações. Impossível ficar insen-sível diante destes pedidos de intercessão, e na mesma hora sobem orações ao trono celeste, às vezes breves, às vezes mais demorada. A Bíblia está sempre do lado, e, vez por outra, respondo os e-mails ime-diatamente, assegurando nossas orações e citando alguma passagem bíblica.

“Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade” (1 Timóteo 2.8). “Orai sem cessar” (1 Tessalonicen-ses 5.17). Jesus nos ensinou o Pai Nos-so e a orar “em nome de Jesus”. Nesta confiança, cremos que Deus nos ouve e atende de acordo com a sua vontade, concedendo muito mais do que pedimos ou pensamos. Obrigado, “Abba, Lieber Vater. Amen”.

Carlos Walter Winterle é pastor da Igreja Luterana em Nairóbi, Quênia. Aceitou

chamado para a Congregação Luterana St. Thomas, Cidade do Cabo, África do Sul

Eu tinha 87 anos quando meu filho Nathan me trouxe um computador usado. Meu marido perguntou: “O que vais fazer com isto?” Eu respondi: “Vou aprender a usá-lo!” Eu precisava de algo para continuar minhas pesquisas sobre a árvore genealógica de nossa família. Eu já tinha aprendido a usar o forno de microondas... por que não usar o computador?

Comecei escrevendo emails para os meus filhos e netos no Brasil, e depois para os meus amigos e familiares na Alemanha, na Rússia e no Alaska. Mandar uma carta sem usar envelope, selo, e receber a resposta quase imediatamente… parecia algo impos-sível! O mais incrível é que ficava sabendo do falecimento de parentes na Alemanha, no dia anterior a que tinham falecido (devido à diferença de horário nos EUA).

Toda a pessoa de idade deveria ter um computador e usá-lo. Por quê? Ele mantém você ocupado. Meus amigos me mandam não apenas e-mails, mas fotos de tudo que é lugar. Quando suas mãos não conseguem mais escrever com uma caneta, as teclas do computador são a solução. E quando recebo e-mails com letra muito pequena, difícil de ler, o meu computador lê o e-mail para mim! Eu recebo também as devoções da Hora Lu-terana. Eu digo aos amigos da minha idade: você precisa ter um computador!

Há dois anos, mesmo eu, na minha

idade, me dei conta que eu deveria ter um computador mais atualizado. Tudo muda tão rapidamente; devemos nos manter atualizados! Eu comprei um computador novo! De começo, por que uma pessoa de 94 deveria ter um computador novo? Eu tinha muitos planos do que eu iria fazer! Eu precisava continuar a escrever a história da nossa família. O novo computador é muito mais confiável e seguro. Quando escrevo um e-mail, basta escrever a primeira letra do nome que ele já aparece. Posso mandar fotografias com muito mais facilidade, escre-ver muito mais, receber muito mais e-mails, sem a preocupação de que o computador vá “pifar”. Temos que seguir o fluxo. Cada dia eu aprendo algo novo. E tem tanta coisa que eu ainda quero aprender…

Escrevi um livro sobre a minha famí-lia, não apenas com os dados técnicos, de nomes e datas, mas também sobre quem eram, o que faziam, como era a vida deles. Pesquisei a genealogia da minha família e da família do meu marido. Na linhagem do meu pai, cheguei em 1550, e descobri que, em 1776, alguns da família foram à Rússia. Sem o computador, teria sido muito difícil escrever este livro. Quando você escreve no computador, o texto automaticamente está salvo, você pode voltar ao texto quantas vezes quiser, fazer acréscimos, correções, e enviar para quem quiser cópia.

ConselhosNão se sinta como um velho. Você nunca •é um velho, a não ser que você pense que é um.Continue trabalhando enquanto você •pode, não importa qual a sua atividade.Mantenha sua mente ativa. Leia.•Tenha um projeto em andamento, algo •que você goste; por exemplo, organizar um álbum de fotografias. As fotografias são muito importantes, pois uma foto conta um milhão de histórias. Certifique-se de que você tem fotos de sua família para deixar para os seus descendentes. Escreva a história de sua família para que seus filhos conheçam alguns dos antepas-sados deles – você nunca saberá quando estas fotos serão a única lembrança dos queridos que já se foram. Vá à igreja enquanto você pode. Agarre-se •à Palavra de Deus, ore pelos seus queri-dos, pelos seus amigos idosos que estão doentes e fracos. Fique morando em sua própria casa tanto •tempo quanto for possível.Telefone para seus amigos e converse •bastante com eles.Mantenha sua aparência. Vista-se bem e •cuide de seus cabelos.

A terceira idade e o computador

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 21

Ella Wadewitz, 96 anos, Fort Wayne, USACom a colaboração de Carlos Walter Winterle

“Eu não conhecia Deus...”

O testemunho que escrevo abaixo me foi confiado por uma pessoa que viveu um período de sua vida nas trevas do pecado, das drogas... e hoje, é uma nova criatura em Cristo.

Numa terça-feira, recebi o seguinte tele-fonema: “Dona Rose, bom dia! A senhora não me conhece, mas conhece a minha mãe. Eu preciso vê-la e dar para a senhora o testemunho da minha vida. Eu quero fazer isso para que a senhora o use para a glória de Jesus e ajude, com ele, outras pessoas”. Eis o relato corajoso de quem se sente livre, perdoada por Jesus e com novas forças para viver com alegria.

“Eu quero contar a minha vida para a senhora e para os que lerem o seu texto.

Aos 14 anos, por causa de um namora-do que eu tinha, não fui mais recebida em casa. A frase ainda soa em meus ouvidos: ‘Aqui tu não entras mais...’

Minha família não conhecia Jesus,

apenas seguia rituais e tradições – cultiva-va valores morais sem explicações e sem amor. Eu não sabia o que significava o sacrifício de Jesus. Eu me perguntava qual era a diferença entre a morte de Tiradentes e a de Jesus. Ambas foram horríveis! Por que falam tanto de Jesus?

Fui acolhida por uma tia, pois de meus pais só recebi uma mala com roupas, algu-mas rasgadas... Depois, morei um tempo com a minha avó.

Passaram-se sete anos, durante os quais cursei a Faculdade de Nutrição e fazia ‘fios de ovos’ para uma Pizzaria a fim de me sus-tentar. Nesse período, pouco vi meus pais.

Aos 21 anos, voltei para casa sendo aceita por meus pais, mas não por meus irmãos. Meu pai defendia as atitudes errô-neas de meus irmãos, mas não me apoiava em nada. A situação ficou insustentável e eu fui morar num quarto alugado, de um Convento, a fim

de terminar a Faculdade.Eu tinha o meu coração muito quebra-

do, triste e sem rumo. Eu não gostava do trabalho, da vida que eu levava. Eu indaga-va: ‘Por que Deus me colocou no mundo? Será que é só para sorrir e dançar... e fazer outros sorrirem?’

Eu não conhecia Deus, mas ele já me conhecia muito bem. Pensei em recomeçar a vida em outro lugar, onde ninguém me conhecia... E fui para os Estados Unidos da América (USA). Ali, sim, eu conheci as trevas: eu era clandestina, sem sobrenome, sem família e não tinha a malícia das ruas. Parei de sorrir, só queria sobreviver. Esqueci o que era valor moral, aliás, eu não sabia o que era ‘moral’. Eu apenas tinha medo de morrer sozinha.

Eu fiz muita coisa errada, mas eu não tinha consciência disso. Eu tinha uma falsa alegria, falsa esperança, só me deixava levar. Não parava para pensar. Lá se foram mais sete anos vazios e eu não encontrava o sentido para a minha vida.

Uma noite, deitada no chão do aparta-mento de um amigo, e com viagem mar-cada para o Brasil, eu desafiei Deus: ‘se tu me deres uma família, eu vou ler a Bíblia’. Eu não tive resposta logo, mas cinco anos depois eu conheci uma pessoa especial, me apaixonei e me casei com ela – é o meu marido. Assim como eu, ele não conhecia Jesus. E foi após o casamento que eu, pela primeira vez, quis ter o bebê que estava gerando, mesmo com medo, sem a com-preensão e o apoio dele, com abstinência de bebidas alcoólicas e drogas sociais.

Foi muito difícil! Mas Deus estava começando a trabalhar na minha vida. Durante a gravidez, eu perdi amigas e, depois do parto, tive depressão e muita

fraqueza, mas Deus estava me amparando. Um ano depois, eu en-trei em uma igreja, orei com as pessoas que lá estavam e ganhei uma linda Bíblia. Esta Bíblia

Uma noite, deitada no chão do apartamento de

um amigo, e com viagem marcada para o Brasil, eu

desafiei Deus: ‘se tu me deres uma família, eu vou

ler a Bíblia’.

Eu me perguntava qual era a diferença entre a morte de

Tiradentes e a de Jesus. Ambas foram horríveis! Por que falam

tanto de Jesus?

22 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Testemunho

Rosemarie Kunstmann Lange

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

enfeitou a prateleira por alguns anos, sem ser lida e coberta de poeira. Deus teve muita paciência comigo!

Ao chegar a época de escola da minha filha, eu me perguntei: ‘o que eu quero para ela?’ Eu quero fazer diferente dos meus pais. E procurei uma escola pro-testante.

Através da escola, de reuniões com pessoas que estudavam a Bíblia, eu compreendi o que era pecado e suas con-sequências. Compreendi que Deus não ama a violência, mas recebe o pecador arrependido. Cada noite era uma reve-lação. Eu havia me deixado levar pela vida e não sabia que Jesus estava ao meu lado, acompanhando a minha trajetória. Eu frequentara lugares horrorosos, podia ter morrido, só ele é que me manteve viva para aprender a ser humilde e a me colocar debaixo da sua orientação.

Minha vida em casa ainda foi de luta. O diabo não queria que a paz reinasse ali. Meu marido e eu procuramos, juntos, orientação com o pastor, e hoje posso di-zer, com grande alegria no coração, que nós três somos de Jesus, vivemos sob a sua graça e orientação. Nossa filha frequenta o grupo de jovens, canta, estuda a Bíblia e, o principal, ela sabe o propósito que Deus tem para a sua vida.

Eu oro para que Deus abra o coração e a mente da minha família do Brasil. Tam-bém oro pelas pessoas para que, através do meu testemunho, sejam tocadas pela Palavra de Deus e se sintam encorajadas a mudar de rumo, e seguir a Jesus que é a fonte de vida e de alegria verdadeira.”

Eu fiquei muitos dias pensando... É pre-ciso muita coragem, amor e confiança em Jesus para fazer este depoimento, analisar as faltas sem nada esconder, e ter plena certeza do perdão concedido por ele.

Que Deus abençoe cada pessoa que for ler este testemunho, e que possa viver, a cada dia, a alegria do perdão e da esperança da vida eterna.

“Mas se confessarmos os nossos pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é correto: ele perdoará os nossos pecados e nos limpará de toda a maldade. (1 João 1.9)”

Rosemarie Kunstmann LangeColaboradora do ML, Porto Alegre, RS

Pai quatro vezes!

Ernesto Olindo Kich nasceu no interior de São Sebastião do Caí, RS, em agosto de 1910. Ainda muito jo-vem, perdeu a mãe e não demorou para sair pelo mundo com a certeza de conquistar seu espaço e construir sua família. Acabou chegando ao interior de Ijui, RS, localidade que passou a ser conhecida como Alto da União. Logo, conheceu Lina Achtert com quem se casou em 1929. Tiveram um casal de filhos. Com muita coragem e em meio a muitas dificuldades, comemoraram Bodas de Ouro e também Bodas de Diamante. Durante este período, os filhos casaram, vieram os nove netos, depois, os treze bisnetos e, por último, em 2005, chegou o tão esperado tata-raneto. Após 61 de casados, a “Bisa”, como era carinhosamente chamada, faleceu. Com o seu falecimento em 1995, o seu Ernesto foi morar com a filha, que também já era viúva.

Ele era membro da IECLB, mas também “ielbiano” de coração. Sempre disposto, ele acompanhava a família aos cultos, festas, aniversários, ou em qualquer comemoração. Sempre tinha uma palavra de consolo e encoraja-mento para os desanimados. Contava

incansavelmente suas experiências de vida para todos os que lhe davam atenção. Aos aniversariantes, dizia: capricha que você chega lá!

Em janeiro deste ano, ainda dançou a valsa de 15 anos com a bisneta mais nova. Na ocasião, a família começou o programar a festa dos seus 100 anos. Porém, no dia 9 de abril, o Senhor Deus quis levá-lo para o descanso eterno. Quando já estava na sala da CTI, ainda lúcido, comentou com as enfermeiras que completaria 100 anos em agosto. Disse que mesmo que não estivesse neste mundo, as netas fariam a festa, tão esperada por todos e completou: caprichem que vocês também chegarão lá! E assim ele adormeceu sem dor nem sofrimento nos braços do Pai Celeste.

Agosto é o mês dos Pais. Quatro gerações estarão órfãs de um pai muito especial, e, no dia 26 de agosto, nos reuniremos para comemorar os 100 anos daquele que foi, é e sempre será, o maior exemplo de nossas vidas e que temos absoluta certeza que nos reen-contraremos quando Jesus voltar.

Norma Wurfel (neta), Congregação Bom Pastor, Ijuí, RS

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 23

24 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Testemunho

Deus nos ama, também na provação Em 12 de fevereiro de 2009, eu e mi-

nha família fomos submetidos a uma dura prova pelo nosso Deus. Nesse dia, a minha querida esposa, Dalma Linhaus Schreiber, se submeteu a uma cirurgia cardíaca no Hospital Evangélico de Vila Velha, ES. Ela sabia dos riscos dessa cirurgia, mas era a alternativa médica que lhe restava na busca de melhora para a sua saúde. Com toda a confiança em Deus e nos médicos, ela foi para a cirurgia e, de lá, não retornou mais com vida para a família.

Foi e está sendo terrível para mim, pois foram 31 anos de vida conjugal feliz e aben-çoada. Talvez, a saudade e a solidão tenham ajudado para que, em 20 de julho de 2009, eu enfartasse – fiquei 28 dias na CTI.

Muitas orações foram feitas ao nosso Paulo Schreiber, líder leigo Distrito Verdes

Marechal Floriano, ES

Palavras de consolo

No dia 23 de dezembro de 2009, cele-bramos o aniversário de 90 anos de Alcedina Velten Schneider, onde se reuniram todos os familiares para agradecer e louvar a Deus. Também estavam presentes o pastor Hilário Linhaus e o grupo Ebenézer.

No dia 9 de abril, faleceu, aos 84 anos, José Schneider, deixando enlutada a esposa Alcedina, os filhos, Vanilho, Vanilda, Val-

demiro, Valceira, Valtin (pastor) e Vera, 22 netos, 28 bisnetos, irmãos e muitos amigos. Foi sepultado em Três Pontões, ES,e a cerimônia foi feita pelo pastor Hilário.

As palavras que seguem fo-ram escritas pelo pastor Valtin e li-das no velório:

Nesta hora, é difícil dizer pala-

vras que confortam, eu nem consigo falar, mas quero que seja dito a todos o que penso, isso me conforta e pode confortar a todos, principalmente todos os que correram mui-to, que oraram muito para que o pai fizesse a cirurgia, ficasse bom e vivesse mais alguns anos entre nós. Só que esquecemos que é o nosso Criador quem determina nosso tempo de vida e jornada, aqui, no mundo.

Valtin Schneider Pastor emérito

Deus nas igrejas, por amigos e por mim mesmo no hospital. Até que, no dia 19 de agosto, me transferiram para o hospital Evangélico, onde há pouco tempo a minha querida esposa falecera. Imaginem!...

Quando me levaram para a mesma sala cirúrgica, com a mesma equipe medica que havia operado a minha esposa, em oração, entreguei tudo ao nosso bom Deus. Pedi que ele guiasse as mãos daqueles profis-sionais naquele momento delicado. Mesmo com alguma ansiedade, a confiança que eu sentia, só poderia vir do Alto, para quem eu estava orando, a cura. Quando um dos médicos me sacudiu e perguntou: Seu Paulo, o senhor está bem? Respondi “sim”. E só acordei na tarde do outro dia.

Graças a Deus e a equipe médica, es-

tou bem. Quem confia em Deus, vivendo ou morrendo, sempre estará com aquele que tudo faz melhor. Com toda certeza, podemos sempre cantar o hino 322 do Hi-nário Luterano: “Guia-nos Jesus, pois teu caminho é luz. Vacilar nós não queremos, sempre a ti fiéis seremos. Tomo a mão dos teus, leva-os para os Céus.”

Supliquemos: Cria em mim ó Deus um puro coração e renova dentro de mim um espírito inabalável, para que possamos sempre testemunhar e viver uma vida agradável a ti, e que, outras pessoas, que ainda estão longe de ti, possam se espelhar em nós. Amém.

A gente fica triste com a negligência dos hospitais e médicos, mas se chegou nossa hora permitida por Deus, podemos estar rodeados dos melhores médicos do mundo que não resolveria.

Choramos, sim, de tristeza e saudade, porque era bom ter o pai conosco, mas não precisamos chorar de desespero, pois temos certeza absoluta de que ele está com Jesus, o que é incomparavelmente melhor (como diz o apóstolo Paulo).

A hora do senhor José chegou, quem diria, no hospital São José, de Colatina, ES.

A nossa hora também vai chegar, não sabemos quando, por isso, é preciso estarmos preparados a cada dia, como se fosse o últi-mo. E a forma de estarmos bem preparados é manter-nos firmes na fé em Jesus Cristo, nosso Salvador. O vovô Zé sempre teve esta fé. Isso me dá muito conforto.

Que Deus Espírito Santo, que é o Conso-lador, console e conforte a todos nós, paren-tes e amigos do vovô Zé. Amém.

Vanilho, Vanilda, Valdemiro, José, Alcedina, Valceira, Valtin e Vera

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

24 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Religião e mídia

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 29

Congresso aborda desafios das novas mídias

A prender mais sobre como comu-nicar a fé no mundo de hoje foi a proposta do 10° Congresso de

Comunicação Religiosa (RCCongress), realizado em Chicago, EUA, de 7 a 10 de abril deste ano. Entre os 600 congressis-tas, estavam 10 Global Partners – jovens profissionais da área da comunicação vindos de diversas partes do mundo e que ganharam de presente a oportunidade de participar do evento. Eu era um destes. Graças ao meu trabalho como jornalista na Igreja Evagélica Luterana do Brasil e minha participação no Fórum Luterano de Comunicadores, que reúne profissionais das duas igrejas luteranas, ganhei a bolsa para representar o Brasil.

A comunicação móvel e as mídias so-ciais ocuparam a maior parte das palestras e workshops do Congresso, que destacou o tema “Agregando Mudanças”. Os co-municadores religiosos já se deram conta de que ninguém pode ficar distante das novas ferramentas. O mundo está cheio de mensagens e o grande desafio para esse segmento é como comunicar histórias de fé e de religião que se destaquem e cha-

mem a atenção no emaranhado de ofertas midiáticas na era digital.

Com a velocidade das mudanças, os comunicadores presentes falaram sobre a importância de aprender, o máximo possível, sobre esses novos meios e en-tender como as pessoas estão usando-os. No painel “Examinando o futuro digital”, o especialista Jeffrey Cole foi ousado ao anunciar o fim dos jornais impressos em cinco anos. “O mundo continuará se comunicando, mas em tempo real”, enfa-tizou Cole. Além de jornalistas, qualquer cidadão será produtor de notícias e de informações, disse.

Porém, ao mesmo tempo em que, nos EUA e até mesmo no Brasil o desafio é aprender como compartilhar a fé através do Twitter, Facebook ou Orkut, em outros lugares existem barreiras anteriores a serem ultrapassadas. “Em alguns países o acesso à internet é muito difícil, então o trabalho com as novas mídias ainda não é realidade”, destacou o Secretário Geral da WACC (Associação Mundial para a Comunicação Cristã), Rev. Randy Naylor. Para o Global Partner Wang Rong-Wei,

Aline Gehm Koller Albrecht, é jornalista e reside em Macapá, AP

editor da revista das Igrejas Protestantes da China, o trabalho mais efetivo com a internet em seu país ainda vai demorar devido à censura. Até mesmo a mídia religiosa impressa sofre controle, sendo permitido que cada uma das cinco igrejas da China tenha apenas uma revista oficial. O Congresso trouxe esperança a Wang de que, no futuro, ele possa ajudar a Igreja Protestante na China a espalhar o Evan-gelho de Jesus de outras formas.

O RCCongress, que se reúne a cada dez anos, depara-se, a cada encontro, com novos desafios na comunicação, tamanha a velocidade com que as transformações, mudanças e novidades acontecem na área. Para o próximo evento, cogita-se até a pos-sibilidade de que o congresso seja virtual, reduzindo-se, assim, custos e o tempo com deslocamentos.

Para mais informações e materiais sobre o Congresso de Comunicação Religiosa acesse: www.rccongress2010.org.

1 2

3

4

1. Secretário Geral da WACC durante painel com Global Partners; 2. Global Partners; 3. Aline entre o editor Wang e sua esposa; 4. Imagem da Revista Protestante chinesa

Missão

30 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Programa de missão transcultural

A preocupação com a missão de Deus e a formação de missioná-rios para continuar realizando a

mesma levaram o Departamento de Mis-são da Lutheran Church – Missouri Synod (LCMS World Mission) a buscar uma par-ceria com as igrejas luteranas do Conesul, para tornar realidade um projeto piloto de treinamento missionário.

Este evento foi realizado em Ciudad del Este, Paraguai, entre os dias 17 e 28 de maio de 2010, com a participação aproximada de 45 adultos e 20 crianças participantes, missionários e suas famílias, oriundos do Paraguai, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Panamá, Peru, Estados Unidos da América, China, Taiwan, Eslováquia, Quênia, África do Sul e Alemanha. Algumas dessas pes-soas são missionárias da LCMS e da IELB, atuando em diferentes países, mas alguns são naturais dessas nações. Participei deste encontro como representante da Diretoria Nacional da IELB, que também convidou o pastor Celso Wottrich, de Foz do Iguaçu, PR, para estar presente.

Os preparativos deste programa inicia-ram na visita do Departamento de Missão da LCMS à Diretoria Nacional da IELB, em dezembro de 2008, quando foi com-partilhada a preocupação com o recruta-mento e a formação de missionários. Esta preocupação também foi partilhada com as demais igrejas luteranas do Conesul –

Rony Ricardo Marquardt, pastor e diretor interino do Colégio Concórdia, São Leopoldo, RS

Assessor da Diretoria Nacional da IELB

Argentina, Chile e Paraguai –, de tal forma que foi resolvido iniciar com este projeto piloto de três anos para treinar missioná-rios em um ambiente multicultural.

De acordo com o Rev. Dr. David Birner, diretor executivo de missão internacional da LCMS World Mission, “o evento superou as expectativas, pois, pela primeira vez, foi possível ter missionários de diferentes partes do mundo, estudando em conjunto sobre sua herança comum e sobre o que está sendo feito em diversas partes do mundo, definindo quem somos, como membros do corpo de Cristo, e qual a nossa função específica como luteranos no mundo de hoje”.

Dois cursos, de aproximadamente uma semana cada, foram dados por professo-

res da Argentina, Chile, Brasil e Estados Unidos. Uma disciplina enfatizou a Missão de Deus e a outra a contextualização do Evangelho em situações transculturais. Tive a oportunidade de apresentar uma visão geral da cultura e da religião no Brasil, bem como relatar como ocorreu e está ocorrendo o processo de contex-tualização da IELB em solo brasileiro. É muito importante destacar ainda que, na parte da tarde, as aulas da manhã eram complementadas com trabalho de campo para aprender técnicas de observação da cultura local, que envolveu contatos com pessoas, visitas a trabalhos missionários, a uma aldeia indígena e a uma mesquita.

Porém, a experiência mais importante deste treinamento, com certeza, foi o con-tato com outros missionários. Comparti-lhar as experiências da missão de Deus que acontece em diferentes locais do globo, aprender a vencer os desafios e a agra-decer pelas bênçãos recebidas do Senhor foram os momentos de maior importância deste programa de missão transcultural. Afinal, a missão de Deus não é algo que se faz em determinados momentos, mas que se vive a cada novo dia que a graça de Deus nos proporciona.

“Pela primeira vez, foi possível ter missionários de diferentes partes do mundo,

estudando em conjunto sobre sua herança comum e sobre o que está sendo feito em diversas partes do mundo,

definindo quem somos, como membros do corpo de Cristo, e qual a nossa função específica como luteranos no

mundo de hoje”.

Foto: Arquivo Editora Concórdia

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 31

Compartilhando experiências

Confins da terra, onde fica?“... e sereis minhas testemunhas... até os confins da terra” (At 1.8)

E sta é uma conhecida frase de Jesus, de quando ele foi elevado às alturas. Muitas vezes, nos

preocupamos, e também nos pergunta-mos: “onde são os confins da terra?” Na mentalidade de muitos, para cumprir essa ordem de Jesus, é necessário ir para outros países – de preferência países distantes e pobres. Mas não é apenas assim que devemos entender esta célebre frase de Jesus. Os confins da terra também podem estar perto de nós; nas pessoas carentes e necessitadas onde há pouco recurso, mas que necessariamente precisam e anseiam ouvir a Palavra de Deus.

Esta ordem de Jesus não foi dada ape-nas para os discípulos, tampouco apenas para mim ou você, mas para toda a Igreja militante. De certa forma, esta ordem foi dada para cada cristão, onde ele está ou até onde pode ir. Se cada cristão fizer a sua parte, logo a terra estará cheia do conhecimento do Senhor (Is 11.9). Assim como aprendemos pela Sagrada Escritura que ninguém pode ofertar além de suas posses, de igual modo, ninguém pode ir até ‘os confins mais distantes’ se a sua capacidade financeira, intelectual ou psicológica não o permitir.

Como Igreja de Cristo, primeiro pre-

cisamos saber onde ficam os confins da terra. Talvez estejam até mais perto do que podemos imaginar. Certamente, co-meça ao nosso lado, e vai até os lugares mais remotos. Para nós, Igreja de Cristo aqui em Cláudia, MT, que também temos o dever de pregar o Evangelho salvador a todos, o começo (do confim) não está muito longe, mas na nossa vizinhança. E seguindo para outros lugares distantes, especialmente as regiões de Marcelândia e Santa Rita, que ficam distantes 75 e 110 km – confim este, onde muitas pessoas estavam privadas de ouvir o Evangelho de Jesus, por não haver igreja naquele local. O povo por não ter transporte nos finais de semana para ir até a cidade, não podia ouvir a Boa Nova. A verdade é que Deus tem mostrado este “confim” bem perto de nós, e, o mais importante, muito acolhedor, onde as pessoas estão gostan-do de ouvir falar de Cristo, e ingressando conosco na sua Igreja. Um confim que em breve procurará outro para levar a Palavra salvadora e cumprir a ordem do Mestre; o ide (Mt 28.19).

Numa dessas idas e vindas, ouvindo o ide de Jesus, deparei-me com algo fantástico, extremamente maravilhoso – uma bela e grande onça pintada no meio

da estrada, que sentou-se às margens do caminho e ficou fazendo pose (nesse dia eu estava de carro).

Quando Deus mostra o local, ele também indica o caminho, foi assim com Abraão. Assim também é e será conosco. Neste período chuvoso que passou, che-guei a andar solitariamente os 110 km de puro barro numa moto e debaixo de chuva. Agora, os mesmo 110 km de pura poeira. Realmente um caminho árduo, mas que traz felicidade. Felicidade porque Deus tem estado conosco e tem abençoa-do ricamente este trabalho.

Ricas recompensas tem aquele que ouve as ordens de Jesus. Pois, com as bênçãos dele, todos estão reunidos não apenas para ouvir a mensagem do Evan-gelho, mas também por uma outra causa justa e nobre: a construção de um templo em Marcelândia. Acreditamos que, sob a bênção de Deus e os esforços dos irmãos na fé, este templo ficará pronto em pouco tempo.

Oremos sempre ao Espírito Santo, pedindo que nos mostre o confim mais perto de nós.

Marco Antônio Clemente, pastor da IELB em Cláudia, MT

Fotos: Arquivo Pessoal

32 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Igrejas pelo mundo

Trabalhando por justiça, orando pela paz, vivendo com esperança!

E sta é a mensagem que encontramos ao entrar na Igreja Evangélica Lute-rana Redentor (IELR), no coração

da cidade antiga de Jerusalém, a apenas alguns metros do lugar onde se acredita que Cristo foi crucificado e sepultado.

A construção impressiona pelo ta-manho e também pela simplicidade. Em contraste com os tradicionais pontos de peregrinação que a cercam, todos exage-radamente ornamentados, a IELR recebe o visitante com um altar simples e elegante, acompanhado de um órgão especialmente projetado para seu interior. Os vitrais, mostrando o Redentor, completam uma atmosfera de paz, e, para os mais corajo-sos, há uma torre que pode ser escalada através de 128 degraus, de onde se pode apreciar uma vista privilegiada dos prin-cipais pontos de Jerusalém.

Como quase tudo naquela região, a história do terreno se perdeu entre tantas invasões, demolições e reconstruções. Sabemos apenas que, na Idade Média, ali funcionava o con-vento de Santa Maria, a Latina. O convento foi completamente destruído, dando lugar a um grande hospital e um albergue para peregrinos. Apenas a partir do século XII temos um registro mais preciso de sua história. Quando o governante turco Saladin conquistou Jerusalém, em 1187, o hospital continuou a funcionar, desta vez como uma instituição árabe. O prédio foi novamente destruído no século XVI e, assim como o resto da cidade, voltou a ser o centro das atenções do mundo ocidental apenas no início do século XIX.

A igreja que vemos hoje foi inaugurada em 31 de agosto de 1898, por Wilhelm II, rei da Prússia, com o intuito de representar o luteranismo na terra santa.

Fundada inicialmente como um braço da Igreja Luterana da Alemanha, atual-mente a congregação é filiada à Igreja Evangélica Luterana na Jordânia e Terra Santa, Igreja irmã à Evangelical Luthe-ran Church in America (o equivalente à Igreja de Confissão Luterana no Brasil). Realizam-se em suas dependências cultos em alemão, inglês, árabe e dinamarquês. A participação luterana em uma comunidade tão diversificada é intensa, principalmente devido à postura ecumênica adotada pela congregação. Junto ao prédio principal funciona um centro para idosos e atual-mente está sendo adaptado um espaço dedicado ao ensino de informática para

terceira idade. A congregação conta com 420 membros batizados, representando aproximadamente 80 famílias.

A participação efetiva nos cultos e atividades é bastante influenciada pelos acontecimentos políticos da região. A IELR fornece apoio às famílias de cristãos pales-tinos que têm dificuldade em viver legal-mente em Israel, e assim proporciona uma experiência gratificante de tolerância. Em uma região com tantos conflitos, o papel da Igreja, demonstrado em suas atividades (e em seu website), é confortador. Como cristãos luteranos, a postura de tolerância e não violência adotada pela IELR na terra santa nos enche de orgulho e esperança. Esperança de que, através do Evangelho e do exemplo dos cristãos, a atmosfera de paz que nos recepciona ao entrarmos neste templo possa um dia se estender a toda terra santa.

Para conhecer mais sobre a IELR, aces-se: www.elcjhl.org/cong/jerusalem.

O relato é da Emille Ishida, doutora em físi-ca, ela esteve em Israel para uma conferen-cia na Universidade Hebraica de Jerusalém.Colaborações para este espaço enviar para: Aline Gehm Koller Albrecht [email protected]

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

Pense comigo...

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 33

Nomes das igrejasI greja Evangélica Luterana São Pau-

lo, Igreja Evangélica Luterana São Lucas, São João, São Pedro, São

Mateus, São Marcos, Martinho Lutero...Tantos nomes lembrados, tantos per-

sonagens que fazem parte da história do cristianismo. As coisas boas que fizeram, sendo que a mais importante foi ter se-guido o Mestre, deixaram suas marcas de fé, amor, obediência. Com nenhum apego por bens materiais, mas com força e vigor, obedeceram o ide de Jesus. Não faltou coragem, perseguições, fome, prisão, morte – foram realmente heróis!

Josué, com sua afirmação de fé eter-nizada: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor”;

Daniel, que pela sua fé, fez com que leões ficassem de boca fechada;

Sadraque, Mesaque, Abede-Nego preferiram morrer numa fornalha do que adorar outro Deus;

O rei Davi que chorou amargamente seu erro;

José que foi preso por ter se recusado a cometer adultério;

Elias que, num carro de fogo, subiu ao céu;

O grande homem, Abraão, que é testemunho universal da fé em Deus;

Débora, a profetisa, que chamou a atenção de Baraque para obedecer a Deus e subir o monte Tabor, e ainda subiu também, pois era nas mãos de uma mulher que o Senhor entregaria a Sísera;

Lóide e Eunice, as que ensi-naram desde criança o menino Timóteo a adorar e conhecer o Deus verdadeiro;

Isabel que conheceu Jesus ainda no ventre de uma jovem. Aquela que sabia com certeza que estava na presença do Salvador.

Rute e Noemi. A frase de Rute ainda hoje é lembrada como uma doce poesia. “Onde quer que fores, irei eu e onde pousares, ali pousarei eu; o teu Deus é também o meu Deus.”

Ester com a coragem que teve, o amor por seu povo e obediência total;

Ana, a profetisa, a que adorava Deus, no templo, dia e noite jejuando e oran-do. E, logo que viu o Menino começou a adorar, glorificar a Deus e a falar a respeito dele.

E mesmo Eva, a primeira mulher, a mãe da humanidade, modelada nas mãos do Criador! Ela pecou, mas poderia ter sido um de nós. Ela recebeu seu castigo e ele foi anunciado ao mundo todo... ela deve ter se arrependido tremendamente! Nós nos arrependemos assim? Podemos julgá-la a ponto de só lembrar do seu erro? Será que Jesus não morreu por ela também? Deus não deixou de amá-la, pois foi ela, juntamente com Adão, a primeira a ouvir a promessa da vinda do Salvador;

E Maria, aquela que foi escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador. Aquela que tão jovem disse o sim mais importan-te de toda a história da humanidade. A que recebeu a saudação do anjo “Salve agraciada, abençoada, Deus está conti-go.” Ela, conhecendo a grandiosidade do estava lhe acontecendo, pode cantar: “todas as nações, gerações me considera-rão bem-aventurada, o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome”.

Contudo, por que não vemos estes nomes em nossas congregações? Por que

não vemos nome das mulheres cristãs nas nossas igrejas? Será que Jesus, como Homem, não se alegraria em ver o nome de sua mãe numa delas? É falta de segurança de sermos confundi-dos com outras denominações? Por que estas servas não são lembradas?

Maria logo que recebeu a visita do anjo respondeu: “Eu sou uma serva de Deus”.

Não merecem ser lembra-dos? Preconceito?

Como seria prazeroso ver uma Igreja Evangélica Luterana Santa Maria, Santa Isabel, Santa Ana, Santa Eunice...

Seria bom refletirmos sobre isso!

Ieda Clarisse Lang, Porto Alegre, RS

Por que não vemos nome das mulheres cristãs nas nossas

igrejas? Será que Jesus, como Homem, não se alegraria em ver o nome de sua mãe numa delas? É falta de segurança de

sermos confundidos com outras denominações?

Montagem sobre fotos de Rodrigo Abreu

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 33

Passo Fundo acolhe a IELB nos 106 anosDiversos cultos especiais foram realizados Brasil afora pelos 106 anos de atividades da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB), completados em 24 de junho último. Em Passo Fundo, RS, o culto de aniversário teve a participação da Diretoria Nacional e de diversas caravanas do RS, SC e PR, bem como luteranos de SP e RJ, além dos pastores e membros do distrito Rio Uruguai, que organizou o evento, sob a liderança dos pastores Günther Pfluck, Mário Fukue e congregações locais. O evento aconteceu, no dia 20 de junho, nas dependências da Universidade de Passo Fundo. Cerca de 2.000 pessoas participaram desse culto especial.

34 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

IELB 106 anos

Cidade de Passo FundoPasso Fundo, ou GOYOEN (muita água

ou rio fundo), como foi batizada pelos índios, fundada em 1857, é hoje a maior cidade do norte do Estado do Rio Grande do Sul. Tem uma população de 187.507 habitantes, dados de 2009, e é conhecida nacionalmente como a “Capital Nacional da Literatura”. Possui um Produto Interno Bruto de 3.065.273 mil reais (2007). Uma renda per capita de R$ 16.723 (2007). Distante 280 km de Porto Alegre, a capital do Estado.

Saiba mais: www.pmpf.rs.gov.br.

A IELB em Passo Fundo e região

Em 1909, o governo do Rio Grande do Sul, iniciou a colonização da região de Erechim (na época, fazia parte de Getúlio Vargas). Muitos colonos imigraram para a região, entre eles luteranos. Isso fez com que os pastores H. Gruell e F. W. Brandt (que atendia Não Me Toque) realizassem visitas aos luteranos desta nova colonização.

O missionário John Brusch, formado em 1908, em Saint Louis, EUA, aceitou o cha-mado para trabalhar na região. No dia 21 de maio, Brusch foi instalado por Brandt.

Em 28 de maio, realizou o primeiro culto em Rio do Peixe. No domingo se-guinte, celebrou o culto de Pentecostes em Erechim, com a presença de 70 pessoas. Em Carazinho, celebrou o primeiro culto em 8 de junho de 1910. Em Passo Fundo, celebrou o primeiro culto no dia 9 de junho do mesmo ano.

Inicialmente, os luteranos de Passo Fundo eram atendidos pelo pastor da Pa-róquia Sião de Getúlio Vargas. Já em 1949, foi fundada a Congregação Evangélica Luterana São João. Após 35 anos, esse trabalho se dividiu para crescer, nascendo em 1967, uma nova congregação luterana em Passo Fundo, a Congregação Evangéli-ca Luterana ‘Da Paz’.

O primeiro pastor a trabalhar na CEL Da Paz foi o Rev. Eugen Fuhrmann (que atendia Carazinho). A CEL São João con-tinuou a ser atendida pelo pastor Daltro Kuntzmann de Getúlio Vargas.

A IELB hojeA CEL São João, sob a liderança do pas-

tor Günter Martinho Pfluck atende tam-bém, além da sede, Marau e Lángaro.

A CEL Da Paz, sob a liderança dos pastores Mário Rafael Yudi Fukue e Car-los Humberto Hasse (emérito), além da

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 35

Antes de começar o culto, seguindo o protocolo, aliás muito bem preparado e conduzido, todos foram convidados a can-tarem o Hino Nacional e, na sequência, as autoridades civis e eclesiásticas presentes foram apresentadas. O presidente da IELB, Egon Kopereck, fez a sua saudação, falan-do das bênçãos que a Igreja recebeu nestes 106 anos de existência e dos desafios que estão pela frente, tanto na cidade local e arredores como em todo o Brasil.

O prefeito de Passo Fundo, Airton Lângaro Dipp, em sua saudação, falou da importância da IELB na região. O Ar-cebispo da Diocese Católica Romana de Passo Fundo, Dom Pedro Ercílio Simom, desejou muitas bênçãos no trabalho de evangelização da IELB em todo o Brasil. O deputado estadual, Luciano Azevedo, enfatizou o sentido da cristandade na vida de todos, e destacou o trabalho feito em Passo Fundo pelos pastores da IELB. Entre os convidados, também estavam o pastor da Igreja Assembléia de Deus, de Passo Fundo, João Maria da S. Hermel; o Vice-Reitor Administrativo da UPF, Nelson Germano Beck; o vice-prefeito de Passo Fundo, René Cecconello; e o bispo emérito Dom Urbano Algayer.

Após a parte protocolar, teve início o

sede, atende as localidades de Entre Rios, Parque Farroupilha, Parque Recreio, Pu-lador, Petrópolis e Valinhos. Desde 2008, também atende a CEL Esperança, quando unificaram suas forças para a evangeliza-ção de Passo Fundo. A CEL Esperança é localizada no bairro Vila Jardim.

Programação 106 anosNa fria manhã do domingo, enquanto

as caravanas chegavam ao Centro de La-zer e Cultura Popular da UPF, todos eram recepcionados pelos membros locais, com muito carinho e um saboroso café, acom-panhado de bolachas, cucas, água, etc.

Antes da abertura oficial, a celebração contou com apresentações de grupos mu-sicais, coral, grupo de jovens e também do cantor Carlos Magrão e do tecladista Chiquinho, que cantaram e animaram as pessoas que chegavam ao local. Um grande coral, com cerca de 120 coralistas, fez a sua preparação final e houve ainda a apre-sentação de mais dois grupos musicais.

Também estava à disposição dos pre-sentes materiais de edificação cristã da Editora Concórdia e da Hora Luterana. Muitos aproveitaram a oportunidade e compraram livros, livretos, Bíblias, hiná-rios, CDs, DVDs, etc.

culto que foi oficiado pelos pastores locais e distritais, com participação de pastores visitantes. A mensagem foi proferida pelo pastor Egon Kopereck, presidente da IELB. Houve participação especial da União Coral do Distrito Rio Uruguai, sob a regência de Andréia Zenker, dos jovens das congregações de Passo Fun-do com encenações e danças, da banda “Louvor em Canto” de Erechim, além do conhecido cantor de música regionalista e gospel Carlos Magrão, acompanhado do tecladista Chiquinho.

Carreata pela cidade e campanha contra as dorgas

Depois do culto, guiados pela Carreta Missionária, uma carreata seguiu pelas principais ruas da cidade, como um teste-munho da presença e do trabalho da Igreja Luterana na cidade.

Aliás, esta carreta já é bem conhecida da população local, pois existe um traba-lho regular de evangelização e cidadania, com a presença desta carreta, em vários bairros e escolas da cidade.

São apresentadas peças teatrais com enfoque cultural, social e religioso. Atu-almente, o projeto evangelístico Carreta Missionária está engajado na campanha

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IELB 106 anos

Texto e fotos: Nilo WachholzEditor da IELB

contra as drogas, sob o lema Luteranos pela vida: crack nem pensar.

O projeto já foi apresentado em sete bairros de Passo Fundo, em Santa Maria e Santiago, e cidades próximas. Segundo ao pastor Mário Fukue, que lidera este projeto, com o apoio das lideranças da sua congregação/paróquia, como Carlos Salomão e o cantor Carlos Magrão, “es-

tamos firmando parceria com o SESC e a Secretaria de Cultura de Passo Fundo. Nosso objetivo é realizar, ao menos, uma apresentação, de Luteranos Pela Vida: CRACK nem Pensar, ao mês”.

Este projeto da Carreta Missionária também tem o apoio de várias instituições da IELB, como é possível ver na foto da carreta. Você também pode participar e

apoiar esta iniciativa. E se você quiser saber mais sobre este projeto ou tê-lo em eventos da sua escola, igreja e paróquia, especialmente as cidades mais próximas, entre em contato com o pastor Mário Fukue - [email protected].

Veja também reportagens sobre a participação deste projeto na campanha liderada pelo Grupo de Comunicação RBS (rádios, TVs e jornais), do Rio Grande do Sul:

http://wp.clicrbs.com.br/redecontraocrack/2009/11/25/jovens-da-igreja-luterana-na-luta-contra-o-crack/?topo=77,1,1

http://wp.clicrbs.com.br/redecontraocrack/page/7/?topo=77%2C1%2C1

O primeiro pastor a atender a cidade de Passo Fundo foi o pastor John Busch, que celebrou o primeiro culto em 9 de junho de 1911, na casa da família Pauli. O pastor Rodolpho Hasse, de Lagoa Ver-melha, mensalmente, trazia a Palavra de

Primeira congregação da IELB em Passo FundoDeus aos lute-ranos de Passo Fundo, quando estes estavam sem pastor. Re-latos contam que os meios de transporte para percorrer as grandes dis-tâncias eram

trem e cavalo.A seguir, quem passou a atender Pas-

so Fundo foi o pastor Guilherme Doege, residente em Getúlio Vargas. Inicialmen-te, celebrava os cultos nas dependên-cias da Sociedade Alemã, hoje, Clube

Juvenil. Devido a problemas de ordem política na época, foi-lhe proibido de ce-lebrar cultos naquele recinto. A partir de então, o Sr. Guilherme Leyser ofereceu sua residência para tal fim. Os cultos iniciaram neste novo local (em frente a atual igreja), no dia 26 de julho de 1927, e eram realizados mensalmente.

Após 24 anos de cultos celebrados na residência do Sr. Guilherme Leyser, no dia 2 de outubro de 1949, foi eleita a primeira diretoria, assim composta: Presidente: Luiz A. Roos; Secretário: Nestor Closs; Tesoureiro: Guilherme Leyser. Esta diretoria liderou a cons-trução do primeiro templo da IELB em Passo Fundo.

Foto: Arquivo Editora Concórdia

Templo atual da CEL São João, em Passo Fundo

Família

Três gerações sob um mesmo teto

À s vezes, as mudanças aceleradas dos dias de hoje, neste novo sécu-lo, nos assustam. Parece que, nem

bem estamos adaptados a uma mudança, já outra se impõe, nas ciências, nas artes e, em consequência, no comportamento humano.

É difícil conciliar três gerações, num convívio diário, num mesmo ambiente. Os jovens e as crianças que nasceram nestas duas últimas décadas “já pegaram o trem andando, acelerado”, desconhecem o ritmo moderado e até lento do tempo em que seus pais e avós foram educados. Os métodos e as técnicas de ensino, na educação de hoje, se distanciaram enormemente dos vivencia-dos pelos avós e pelos pais; são dinâmicos, abrem o universo dos educandos; sem falar na mídia que informa e motiva, embora, nem sempre, com conteúdos aceitáveis pelas famílias cristãs. Todavia, é o momento em que nossas crianças e jovens vivem e precisamos “correr” para acompanhá-los, se quisermos entendê-los. Eles não podem retroagir, sob pena de prejudicarem seu processo evolutivo, não acompanhando as mudanças, não se adaptando ao seu tempo, que é o tempo atual. O tempo não caminha para trás.

Os pais, “impressionados”, entre os padrões de maior moderação, das mudan-ças mais lentas do tempo em que foram educados e a aceleração da “modernidade” atual, são os que mais “sofrem”, porque ora estão de um lado (dos filhos), ora de outro (dos pais), na preocupação de con-ciliar, fazendo o “meio de campo”.

Os avós, que nem sempre têm interesse de acompanhar as mudanças, seja por negá-las, seja por se terem acomodado e ser difícil acompanhar a evolução, sentem-se incomodados com o “agito” das crianças e dos jovens. Não aceitam seu linguajar, suas preferências; criticam seus gostos pela música, pelo vestuário.

Como resolver este problema?

A psicologia, que se propõe a entender

o comportamento humano, diz que quanto maior for a capacidade do indivíduo adulto de lidar com as diferenças, com as dificul-dades, mais sadio é seu psiquismo, mais maduro, ele é, emocionalmente.

Entretanto, o período de formação da criança e do adolescente, que vai até os 21 anos, exige o estabelecimento de limites para que o futuro adulto não se torne um egoísta, um onipotente.

A tarefa de dar limites pertence aos pais; não é tarefa dos avós (quando vivem sob o mesmo teto). Os avós complicarão a situação se interferirem diretamente na educação dos netos. O educando fica confuso com orientações desencontradas.

Os pais podem ter opiniões diferentes dos avós, no que diz respeito aos métodos de educar. Os tempos mudaram e exigem reformulações, para as quais os avós nem sempre estão preparados.

Para que os netos respeitem seus avós, o que é digno, é necessário que os avós se esforcem em entendê-los.

Os netos, amando e respeitando seus avós, poderão copiar deles alguns padrões de comportamento, na vivência harmoniosa.

A sabedoria está em harmonizar, e, para isso, o diálogo desenvolve o exercício da compreensão e da tolerância, o que é recomendável, tanto para os avós como para os pais e educandos.

As crianças não nascem com padrões de comportamento preestabelecidos; in-ternalizam os modelos dos avós, dos pais e dos irmãos mais velhos, que, moderando os seus ímpetos, estarão colaborando para harmonização do grande grupo...

Pelo exposto, podemos perceber que “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”, a sabedoria reside no meio termo: avós com-preensivos e netos, com os devidos limites, acharão o equilíbrio, sem estressar os pais.

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 37

“Os métodos e as técnicas de ensino, na educação de hoje, se distanciaram enormemente

dos vivenciados pelos avós e pelos pais; são dinâmicos,

abrem o universo dos educandos; sem falar na

mídia que informa e motiva, embora, nem sempre, com conteúdos aceitáveis pelas

famílias cristãs.”

Ilda Dorothea BaumhardtPsicóloga e professora aposentada,

autora do livro Da Sombra a Luz

Foto: Arquivo Álbum de Família

Primeira congregação da IELB em Passo Fundo

38 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Ação Social

S atisfação! Sim… esta é a palavra. Era possível ver satisfação no rosto de cada um – por estar ajudando,

auxiliando; por estar se sentindo útil; e, principalmente, por saber que tudo é obra de Deus e que estão, neste local, movidos pelo amor dele.

Este é um grupo de americanos, do estado do Kansas, que estiveram no Brasil entre os dias 18 e 27 de julho para conferir de perto um projeto que ajudaram a via-bilizar. E, literalmente, “colocaram a mão na massa” enquanto estiveram no país: luvas, pincéis, espátulas e muita disposição foram utilizados no trabalho.

Há anos, estava sendo pensada e sonha-da, pelos membros e pastor da Paróquia São Lucas, do Parque Mauá, de São Leopoldo, RS, uma creche que pudesse abrigar crian-ças da Vila Santa Marta, onde a Congrega-ção Bom Pastor conta com cerca de 140 membros. Os americanos doaram US$ 34 mil para a construção do espaço. “Muitas pessoas que moram aqui trabalham no lixão ou recolhendo lixo. O objetivo é atender os filhos destes trabalhadores que ficam sozi-nhos em casa ou na rua”, afirma o pastor Mário Lehenbauer, assessor de Ação Social e Coordenador de Projetos da IELB.

Voluntariado sem fronteiras

Um sonho para a comunidadeA Escola de Educação Infantil que

ganhou o nome de Abrasse (Associação Beneficente de Resgate e Assistência Edu-cacional) deve beneficiar, num primeiro momento, 30 crianças, e já tem planos de expandir os atendimentos. Uma segunda etapa está sendo pensada e planejada com o objetivo de atender o dobro. “Será feita uma parceria com o município para a contratação de profissionais. O objetivo é terminar a obra até o fim deste ano e

colocar em funcionamento já no início de 2011”, lembra o pastor Lehenbauer. A 1ª etapa conta com quatro salas, três banhei-ros, cozinha e áreas abertas.

Um grupo de 10 americanos, da Con-gregação Ascension Lutheran Church, veio para o Brasil acompanhado pelo pastor Dr. William Thompson, Diretor Executivo da Brazil Mission Society (BMS), que faz a intermediação entre a Igreja Luterana do Brasil e os voluntários dos Estados Unidos. A ideia de auxiliar a congregação da Vila Santa Marta surgiu quando, em 2007, o pastor americano Scott Goltl, acompanhando o grupo do PLI (Pastoral Leadership Institute – Instituto de Lideran-ça Pastoral), se sensibilizou com o sonho da comunidade quando visitavam o bairro, onde já havia sido iniciada a construção da escola. “Nós temos, em nossa congre-gação, uma creche com um nome parecido – Braços Abertos”, comenta Goltl. Quando voltou ao seu país, contou o que tinha visto e lançou o desafio, perguntando se gostariam de ajudar. “Eles responderam rapidamente e generosamente”, lembra.

Quando perguntado sobre o que o motivara, ele responde claramente: “O pastor, naquela época, falava das pessoas

“Eu, pessoalmente, sinto como um chamado de Deus

para ser intermediário entre os Estados Unidos e o Brasil. E

uma das maneiras mais efetivas de se fazer isso é através

das crianças. Os pais estão desiludidos, e crianças nas

ruas é um grande problema no Brasil. Este projeto vai dar a eles

a possibilidade de terem um futuro.”

William Thompson

Voluntários americanos (direita e acima) vieram a São Leopoldo ajudar na construção de creche (foto na página seguinte)

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 39

da comunidade com o coração, tratava as pessoas com muito amor, e isso moveu o meu coração a falar do projeto para a minha congregação”.

Trabalho missionárioSegundo o novo Dicionário Aurélio,

2ª edição, Revista e Ampliada, a pala-vra Voluntário vem do latim voluntariu, “que age espontaneamente. Derivado da vontade própria; em que não há coação, espontâneo”. Isso, aliado a ação de Deus no coração de cada um, traduz o que o grupo fez, utilizando parte de suas férias para este trabalho – sem esperar nada em troca, abriram mão do descanso para ajudar o próximo.

De acordo com Lehenbauer, este é um exemplo para a congregação, pois ela deve ir ao encontro das pessoas. “Tem bastan-te trabalho a ser feito. Há necessidade de um envolvimento da comunidade. A Igreja quer andar junto com eles. Além de anunciar o Evangelho, ajudá-los a se autonomizarem”, reflete. A congregação Bom Pastor teve um culto juntamente com o grupo de americanos no domingo do dia 20 de junho. Cerca de 50 pessoas estiveram presentes.

O Dr. William Thompson comenta como se sente em relação a projetos como este. “Eu, pessoalmente, sinto como um chamado de Deus para ser intermediário entre os Estados Unidos e o Brasil. E uma das maneiras mais efetivas de se fazer isso é através das crianças. Os pais estão desi-ludidos, e crianças nas ruas é um grande problema no Brasil. Este projeto vai dar a eles a possibilidade de terem um futuro. Serão crianças alimentadas física e espiri-tualmente”, declara.

O estudante do curso Christian Outre-ach (Divulgação cristão – missão), Daniel Herbert, 18 anos, diz que a experiência de conhecer o Brasil e trabalhar neste projeto foi muito válida. “É uma possibilidade de abrir os olhos, de ver outra realidade. Aqui é definitivamente diferente de lá. É o opos-to”, completa. O término da universidade o possibilitará a ser um diretor de missão. Ele ainda estudará por cinco anos para, mais tarde, atuar, em uma igreja luterana, nesta área. “Eu senti que Deus estava me chamando para isso. Eu tenho uma paixão

especial por missão”, finaliza.O estudante do 6º ano do Seminário

Concórdia, Jones Rubira, que atende a Paróquia São Lucas, fala sobre as expec-tativas do trabalho.

Mensageiro Luterano - Qual a importância deste auxílio para a comunidade?

Jones Rubira - A creche, ou me-lhor, a Escola de Educação Infantil é fundamental para aquela comunidade extremamente carente e desprovida de escolas infantis. A prefeitura não dá conta da demanda da faixa etária de 0 a 5 anos, embora num primeiro momento iremos atender crianças em idade de 3 a 5 anos, de acordo com a necessidade da prefei-tura e o convênio que será feito.

ML - Como foi o contato entre a congregação, comunidade e os americanos?

Jones - Este contato foi realizado ainda no trabalho do pastor Claudio Sa-muel Schewinski do Santos. Um grupo de americanos veio duas vezes na Paróquia Santíssima Trindade realizar o trabalho de Feira de Rua em diferentes locais. A antiga paróquia já tinha sua congregação naquele local e queria contribuir para o trabalho social, além do espiritual, visto as necessidades. Então, junto com o pastor Thompson foi se criando pos-sibilidades e parcerias para o trabalho. Hoje, é a paróquia São Lucas que tem o trabalho diretamente, pois, em julho de 2009, a paróquia Santíssima Trindade foi dividida.

ML - A princípio, como será o trabalho da congregação depois que a creche estiver em funciona-mento?

Jones - Estamos estudando as possi-bilidades da congregação se envolver de maneira efetiva neste trabalho. A escola será atendida espiritualmente pelo pastor da Paróquia São Lucas, possibilitando um trabalho de missão também com os pais.

Texto e fotos: Daiene Bauer KühlEquipe Editorial Concórdia

LCMS tem novo presidente

Rev. Matthew C. Harrison, 48 anos, é o novo presidente eleito da Igreja Lute-rana - Sínodo de Missouri. Ele foi eleito no dia 13 de julho, na 64ª.

Convenção Nacional da LCMS do Estados Unidos, reunida em Houston. Recebeu 643 votos, ou 54%. O atual presidente do Sínodo é o Dr. Gerald B. Kieschnick, que concorreu a reeleição e recebeu 45% dos votos.

Ele agradeceu a Kieschnick “pelo seu coração para o evangelismo e seu profundo desejo de fazer o Sínodo avançar”, e disse que haveria “tempos difíceis” pela frente.

Os eleitos serão instalados dia 11 de setembro, em St. Louis.

Memória cultural

Nos 60 anos da oSPA, O Messias, de Haendel é reimpresso

Orquestras brasileiras As principais cidades do mundo oci-

dental sempre apresentaram sua pujança cultural com uma orquestra. No Brasil, a orquestra sinfônica mais antiga, de ativi-dade ininterrupta, é a de Recife, PE, que foi fundada em 1930, e, até 1949, tinha o nome de Orquestra Sinfônica de Concertos Populares. A segunda mais antiga é a de Ribeirão Preto, SP, criada em 1938. Só em 1940 foi fundada uma das mais importantes do Brasil, a Orquestra Sinfônica Brasileira - OSB, com sede no Rio de Janeiro. E em 1954, foi criada a OSESP – Orquestra Sin-fônica do Estado de São Paulo. O primeiro grande movimento orquestral ocorreu de 1930 em diante, com apoio da iniciativa privada e algumas prefeituras. Nas últimas décadas do século passado, houve um se-gundo grande movimento, só possível com o apoio da iniciativa privada unida aos governos federais, estaduais e municipais, na maioria das vezes, por incentivos fiscais à cultura.

Mas afinal, qual vínculo das orquestras, ou de uma específica em nosso meio para que o Mensageiro Luterano esteja veiculando esta matéria?

A OSPA – Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, RS, tem essa relação, nos seus pri-mórdios. Logo no começo do ano da sua fundação (1950), o Maestro Komlós foi à procura de boas vozes masculinas para suas

obras a serem preparadas e apresentadas ainda no primeiro ano – O Messias, de Haendel, e, Nona Sinfonia, de Beetho-ven – entre outras. Komlós encontrou as vozes (dos estudantes do Seminário

Concórdia) e um maestro, na pessoa do Prof. Rev. Werner K. Wadewitz, da mesma instituição. O pastor ensaiava a “grande massa coral”, como era chamado, e traduziu e comentou vários dos libretos (textos das óperas) das obras para o português.

O coral do Seminário“O Coral da Faculdade de Teologia do

Seminário Concórdia foi fundado no ano de 1943, pelo saudoso Professor Werner Karl Wadewitz, em Porto Alegre, RS. O objetivo primeiro do grupo era cantar ao vivo em um programa religioso da Igreja Evangélica Luterana do Brasil, em uma rádio da capital gaúcha, por isso foi inicialmente denomi-nado de Coro Radiofônico do Seminário Concórdia.”

O texto acima foi extraído do site da Pastoral da ULBRA, e demonstra as aptidões musicais deste missionário, pastor e profes-sor luterano, que chegou ao Brasil em 1937, recém-formado nos Estados Unidos.

A fundação do Coral dos teologandos aconteceu no mesmo período em que o Ma-estro Komlós já frequentava Porto Alegre, vez que outra, vindo do Uruguai, para ati-vidades de regência. Tão logo confirmada a vinda definitiva do Maestro Komlós a Porto Alegre, para organizar a OSPA, em 1950, foi elaborado o programa de apresentações de obras, necessitando as duas últimas do que chamavam de “grande massa coral”.

Foram cinco os coros que formavam a “grande massa coral” para O Messias, sendo que a escolha do “ensaiador” e das cerca de 120 vozes foi feita pelo próprio Maestro Komlós. Ele escolheu para essa função, o

pastor Werner Karl Wadewitz. Ele já havia demonstrado grandes conhecimentos mu-sicais de regência, e também domínio total nos idiomas inglês, alemão, latim e portu-guês, o que o qualificava, também, para as traduções e comentários dos libretos.

Estava assim selada a parceria Komlós-Wadewitz no período da primeira metade da década de 1950. Haendel, Bach, Haydn e Beethoven os autores preferidos, tinham seus textos traduzidos para o português, que cantados pelo grande coral, e renomados solistas, alguns internacionais, abrilhanta-vam mais ainda a competente execução da orquestra.

E o libreto de O Messias? Segundo de-poimento da viúva do professor Wadewitz, dona Ella, o Maestro Komlós sempre fazia questão de compreender o conteúdo dos textos das composições que regia. E assim não foi diferente com O Messias. Por mais de duas horas ouviu os esclarecimentos do pastor Wadewitz, e ao final concluiu: “eu entendi, mas... e o povo?” Foi nesse ponto que pediu ao pastor Wadewitz que escreves-se breves ex-plicações a cada um dos textos bíbli-cos canta-dos, em suas 36 partes. E assim surgiu o l ibre to , editado de forma prá-tica, com os textos bíbli-cos na face e s q u e r d a do impresso aberto, e no lado direito

40 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

a respectiva explicação de cunho cristão.

A OSPA, a Grande Massa Coral e os estudantes de Teologia

O coral masculino do Seminário Con-córdia, formado em 1943, foi muito ativo, crescendo técnica e musicalmente. Muitas vezes não se conseguia diferenciar o que vinha a ser o grupo de vozes que participava diretamente nas obras desenvolvidas pela OSPA, do coral do Seminário mesmo. Até o retorno definitivo do Prof. Wadewitz aos Estados Unidos, em 1958, ambos corriam paralelamente: o coral atuando em ativida-

des ligadas diretamente à Igreja (Seminário, congregações, excursões pelo país, etc), e as vozes comprometidas com o Maestro Kom-lós e OSPA, através do Prof. Wadewitz.

A formação de futuros pastores e profes-sores paroquiais, o Seminário Concórdia, e a IELB lembram com carinho e reconheci-mento o Prof. Wadewitz, por esta sua ação na área musical, em seu mais alto nível. Buscava em primeiro lugar servir ao Senhor da Igreja, também, a formação artístico-cultural e musical dos estudantes, e, sem dúvida, a elevação do nível cultural de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, como ele

mesmo se expressou.O início de tudo eram, cer-

tamente, as aulas de música que dona Ella, esposa do pro-fessor, lecionava no Seminário. O “harmônio”, muito temido no começo da instrução mu-sical, acabava sendo a base de

tudo. Depois os alunos participavam de quartetos, octetos, e finalmente, o coral. Enquanto as aulas de harmônio eram obrigatórias, a participação no coral era voluntária, mas era preciso ter um

bom controle no acerto das tonalidades e também nos volumes ou potência da voz. Havia privilégios, sim, para aqueles do co-ral: ensaios e apresentações fora dos muros do Seminário, horários extraordinários aos internos, e, contato social diferenciado. Também os idiomas estrangeiros (alemão, inglês e francês) nas mais diferentes peças musicais ou cantatas, ajudavam de manei-ra sutil o gosto e o aprendizado da nova língua, ou então, aprimoramento, no caso do alemão.

Paulo Udo KunstmannCoordenador do Instituto Histórico da IELB

O pastor Martin Carlos Warth (no centro da foto maior) faz a apresentação da peça da Orquestra da Ospa regida pelo maestro Komlós (no detalhe)

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Fotos: Arquivo Editora Concórdia

Notícias

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Encontrão. É assim que muitos deno-minam o Encontro de Jovens Luteranos que, tradicionalmente, é realizado no Seminário Concórdia, em São Leopoldo, RS. E isso se deve não apenas pelas ati-vidades culturais e esportivas ou pelo

Damal realiza Encontro de Jovens Luteranos

grande número de jovens envolvidos, mas, sobretudo, por ser um encontro com Cristo em sua Palavra e Sacramento.

Organizado anualmente pelo Dire-tório Acadêmico Martinho Lutero (DA-MAL), órgão que representa os estudantes

do Seminário Concórdia, a edição de 2010 reuniu quase 400 jovens nos dias 17 e 18 de abril. A palestra do pastor Clóvis Gedrat, no sábado, dia 17, versou sobre o tema do Encontrão “Ser ou não ser: Eis o Cristão!”, abordando a vida justificada e santificada do jovem cristão.

Ainda neste dia, teve o louvor dirigido pelas bandas Sem Eu Merecer (Santa Maria, RS) e Herdeiros (Porto Alegre, RS). A animação e descontra-ção da noite de sábado ficou por conta do Luau, com o som da banda Getsêmani, de Novo Hamburgo, RS.

O domingo iniciou com um culto que contou com a banda DNS8, de Canoas, no louvor, e participação dos grupos de dança litúrgica Rei Jesus, de Novo Hamburgo, e da JELPA, de Campo Bom, RS.

Quem compareceu gostou. A jovem Júlia Carolina Ziel-ke, de Santa Rosa, escreveu

que “as nove horas de viagem valeram a pena!” Encontros assim ficam na lem-brança e com gosto de quero mais. “Foi inesquecível! A juventude Betel não perde mais nenhum. Todo ano estaremos aí”, escreve Amanda Born, de Cerro Branco.

O dia 15 de maio foi de muita alegria para a família de Carlos e Hermínia Lyneburger, de 86 e 87 anos respectivamente. Neste dia, toda a família se reuniu para celebrar as Bodas de Diamante do casal, com cerimônia realizada na CEL Redentor, de Maravilha, SC, pelo pastor Rudi Sjlender. Na oportunidade, Carlos aproveitou para registrar a presença de quatro gerações da família, fato que o orgulhou muito, (Carlos Germano - 86, Air - 54, Joanã - 25 e Otávio - 1). Infelizmente, Carlos faleceu dias após as festividades, em 1º de junho. Ele participou ativamente das atividades da Igreja Luterana por onde passou.

Bodas de Diamante e Quatro Gerações

No dia 10 de junho, a CEL Cristo Rei, de Bela Vista, MS, realizou seu sexto encontro de casais. No evento, foi realizada uma palestra pelo pastor Rogério Behling, sob o tema As cinco Linguagens do Amor. Depois, os participantes se reuniram para uma confraternização, onde o pastor foi homenageado pelo seu dia com uma lembrança da Comu-nidade. Participaram 12 casais, entre membros e convidados.

Missão em São Miguel do Iguaçu

No dia 17 de junho foi dado início oficialmente ao ponto de pregação na cidade de São Miguel do Iguaçu, pertencente a Paróquia Santíssima Trindade de Medianeira, PR. A paróquia de Medianeira tem 500 membros, e nesta localidade contam com 18 pessoas. A perspectiva de crescimento é grande já que a cidade é próspera. “Em breve esperamos que de ponto de pregação, possamos passar para o status de congregação”, comenta o pastor Claudio Schreiber. Os cultos ainda são celebrados em casa de família, mas eles esperam em breve poder ter um local próprio.

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Juventude Concórdia completa 70 anos

O grupo de jovens da CEL Concórdia, de Porto Alegre, RS, está de aniversário! A Juventude foi fundada no dia 17 de junho de 1940, sobre os olhares do pastor Gustavo Scholze. A primeira reunião contou com a presença de 34 jovens e aconteceu na ga-ragem da casa do pastor Jorge Miller.

Completando 70 anos, o grupo, que inicialmente era frequen-tado por seminaristas do antigo Seminário Concórdia, hoje centro administrativo da IELB, cresce a cada encontro e está feliz e agra-decido por todas as bênçãos concedidas durante todos esses anos. Sob o lema baseado no texto de Filipenses 1.9-11, os jovens se reúnem até hoje com o mesmo intuito: adorar a Deus e viver em comunhão com os irmãos. Para celebrar esta data tão importante, foi realizado um culto festivo no dia 20 de junho.

Encontro de casais em Bela Vista

Foi instalado, no dia 6 de junho, na CEL Salvador, de Santa Vitória do Palmar, RS, o pastor Paulo Luiz Vaz. A instalação foi dirigida pelo pastor conselheiro do Distrito Sul 1, Ismar Lambrecht Pinz. O evento contou com a presença de sete pastores e cerca de 100 pessoas.

Santa Vitória do Palmar

Bodas de Ouro

No dia 5 de junho, o casal Ar-mindo e Irma Zimpel festejou, juntamente com seus filhos, genros e netos, as suas Bodas de Ouro, em Colônia Vergueira, paróquia de Pato Bragado, PR.

Agradecendo a Deus por tantas bênçãos recebidas, foi realizado um culto de ação de graças, oficiado pe-los pastores Aldo J. Zilki e Naação da Silva, sendo a mensagem proferida pelo genro, Prof. Vilson Scholz, com base em 1 Samuel 7.12.

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Ator global participa de oficina de teatro em Guaíba

O ator Paulo Leal de Melo, o Raulzão da novela da Rede Globo, Tempos Modernos, participou, no dia 27 de junho, de um en-contro com crianças do bairro Nova Guaíba, em Guaíba, RS.

As crianças fazem parte do projeto de oficinas de teatro realizado pela CEL Bom Pastor, com apoio da ULBRA, Prefeitura de Guaíba, através do Programa Vida, Eu Quero e Banco de Alimentos de Guaíba. Junto com

o ator, as crianças aprenderam a dinâmica de uma gravação de novela e puderam demons-trar seu talento teatral através de encenação baseada no filme Saneamento Básico.

As crianças participam do projeto de ofi-cina teatral, realizado na CEL Bom Pastor, há cerca de quatro anos. “O teatro é uma forma de manter as crianças afastadas da violência das ruas e do uso de drogas”, comenta o pastor capelão, Irmo Wagner.

ERPED realizado em PalotinaNos dias 5 e 6 de junho, aconteceu o

Encontro Regional de Professores de Escola Dominical (ERPED) em Palotina, PR. Partici-param deste encontro 130 pessoas.

As palestrantes foram Eliane Sabka e Christiane Stern Lehenbauer. As Congrega-ções do Distrito Sete Quedas colaboraram doando e preparando as refeições para tornar a inscrição mais acessível aos participantes.

“Foi um Encontro muito abençoado por Deus, onde os participantes saíram fortaleci-dos e animados para trabalhar com os peque-ninos”, comentou a presidente da Comissão Distrital de Escola Dominical - Sete Quedas, Ester Lilian Jagnow Schneider.

Confirmação e Batismo

A CEL Bom Pastor, de Blumenau, SC, celebrou culto de Confirmação no dia 23 de maio, no qual 13 jovens confessaram publicamente sua fé. A cerimônia foi oficiada pelo pastor Everson Gass que pregou sobre o tema Oh, SENHOR, em ti me refugio, Sl 143.9. No mesmo culto, realizou-se também o Batismo de Leonardo Lini Froehlich. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes.

Aniversário de Confirmação

No dia 10 de abril, Norma Saike Kepp comple-tou 50 anos de Confirmação, juntamente com ou-tros 16 confirmandos. Quem realizou a cerimônia foi o pastor Arthur Schmidt, da Igreja de Confissão Luterana de Lagoa 1, Afonso Claudio, ES.

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 45

Confirmações

São Lourenço e Canguçu

Aconteceu, no dia 28 de março, na CEL Cristo Salvador, de Campos Quevedos, São Lourenço do Sul, RS, a Confirmação de qua-tro jovens. E no dia 4 de abril, oito jovens foram confirmados, na CEL São João, do Herval, Canguçu, RS. As cerimônias foram oficiadas pelo pastor Nilson Walder.

Campinas

A Paróquia Redentor, de Campinas, SP, celebrou um momento especial na Missão Luz do Mundo, de Indaiatuba, SP – o seu primeiro culto especial de Confirmação. No dia 6 de junho,aconteceu o culto de Confir-mação de três jovens, oficiado pelo pastor Fabiano Brusch Müller.

Camboriú

No dia 23 de maio, Domingo de Pente-costes, foi realizado o culto de Confirmação de quatro jovens da CEL Esperança, de Bal-neário Camboriú, SC. O culto foi oficiado pelo pastor Ezequiel Blum e pelo estagiário Everaldo Teixeira.

Pato Bragado No dia 30 de maio, seis jovens pro-

fessaram publicamente sua fé no Deus Triúno. A cerimônia foi realizada nas dependências da Congregação São João, de Pato Bragado, PR, pelo pastor Aldo J. Zilki.

Verê inaugura temploNotícias

46 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

No dia 20 de março, a CEL Cristo, de Verê, PR, realizou Culto de Ação de Graças pela inauguração de seu Templo. Os corações presentes puderam ser aquecidos pela Palavra e Sacramento e também através dos belos cantos do Coral Municipal. Participaram do culto os pastores do Distrito Vale do Iguaçu e o pastor local, José Isael F. da Silva.

Novo templo

No dia 21 de março, A CEL São Pedro, de Varanal, Ipumirim, SC, composta por 17 famílias, inaugurou um novo templo com recursos próprios. O projeto e execução foram doados por Erik Engenharia, de Arabutã. A Congregação é atendida pelo pastor Helmut Willy Knoblauch desde agosto de 1984. No ato inaugural, sua mensagem foi baseada em 1 Rs 9.3. Na ocasião, estiveram presentes o prefeito de Ipumirim, Valdir Zanella, membros da congregação e visitantes.

Missão no Amazonas

O pastor Darcy Schreiber realiza um trabalho missionário nas localidades de Matupi e Apuí, AM. Os cultos são realizados a 400 km da sede da paróquia, onde o pastor encara estrada de chão, várias balsas e muitos carapanãs.

Os irmãos destas localidades estão radiantes, pois estão con-seguindo construir seu templo com ajuda de outros irmãos, mas principalmente com recursos e dedicação próprios.

As enormes distâncias e as dificuldades são superadas pelo amor a Deus e à Igreja. “Necessitamos das orações, do apoio e de recursos de todos os irmãos luteranos mais agraciados financeira-mente, conforme Deus nos recomenda em 2 Co 8. 13 e14”, comenta o pastor Darcy Schreiber.

Gerações

Ralida Belling Zarnott, 87 anosAnilda Z. Reichow, 66 anosVani R. Rutz, 44 anosLiziane R. Leitzke, 25 anosRhaiana R. Leitzke, 6 anosFabiane R. Rutz, 13 anos

Ralida e Anilda são membros da CEL Farroupilha, de Piratini, RS. As demais são membros da CEL Trindade, do Posto Branco, interior de Canguçu, RS.

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Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 47

Falecimentos

Faleceu, aos 69 anos de idade , no dia 28 d e m a i o , Henrique Hammer,

em consequência de um aci-dente de trânsito enquanto voltava de bicicleta do traba-lho, atropelado por um carro. O sepultamento aconteceu no dia 30 de maio, na igreja e cemitério da CEL Cristo, de Serra Pelada, Afonso Cláudio, ES. Henrique deixou enlutada a esposa, Bendina Lauwers Ham-mer, 10 filhos, genros, netos e bisnetos. Os familiares e amigos foram consolados pelo pastor Edgar Buss Leitzke, que baseou a sua mensagem nas palavras de Apocalipse 14.13. No dia 6 de setembro deste ano, Henrique e Bendina completariam 50 anos de matrimônio.

No dia 6 de março, faleceu, aos 29 anos, Ju-cielli Kari-ni Möller M o r a i s

que, há seis anos, lutava contra o câncer. O alento para todos os que choram sua saudade é a certeza, ilustrada na pregação do pastor Elton Luithardt, de que foi uma vida curta, mas de marcantes feitos, e o descanso é merecido ao lado do Pai. “A medi-da de uma vida, afinal, não é sua duração, mas sim sua doação.”

Faleceu n o d i a 7 de abril de 2009, Odal-to Dreifke aos 70 anos. Nascido no

dia 24 de maio de 1938, deixou enlutados a esposa: Nira Vagner Dreifke, filhos, genros, netos e irmãos. Foi sepultado no dia 7 de abril de 2009, no cemitério da CEL São Paulo, de Toropi, RS.

O t t o S c h e r e r faleceu no dia 30 de a b r i l d e 2009, aos 8 7 a n o s .

Nasceu no dia 6 de maio de 1921, deixou enlutados a esposa Elvira Bayer Scherer, os filhos, genros, netos, bisnetos e irmãos. Foi sepultado no dia 1º de maio de 2009, no cemitério da CEL São Paulo, de Toropi, RS.

No dia 3 de agos-to de 2009, faleceu, aos 6 4 a n o s Neri Ede-mar Kurz.

Nascido no dia 18 de setembro de 1944, deixou enlutados a esposa, Malda Scherer Kurz, fi-lhos, genros, netos e irmãos. Foi sepultado no dia 3 de agosto de 2009, no cemitério da CEL São Paulo, de Toropi, RS.

A l z i -ra Müller Steinhau-zen faleceu no dia 12 de novembro d e 2 0 0 9 ,

aos 87 anos. Nasceu no dia 3 de dezembro de 1922. Deixou en-lutados os filhos, genros, netos, bisnetos e um tataraneto. Foi se-pultada no dia 13 de novembro de 2009, no cemitério da CEL São João de Linha Bonita, RS.

Em um espaço de pouco mais de três semanas, faleceram Henrique Wolfgram e sua esposa, Maria Wolfgram. Seus familiares foram consolados com mensagens de fé e esperança em Cristo pelos pastores Natalino Pie-per e Airton Jair Glitz. Henrique faleceu no dia 11 de maio, aos 86 anos, e Maria no dia 4 de junho, aos 81 anos. Ambos foram fundadores da CEL Cristo, de São Gabriel da Palha, ES, em 1965, onde permaneceram fiéis até a morte. Deus abençoou o casal com sete filhos. Eram avós dos pastores Luiz Hen-rique Wolfgram e Luciano Henrique Wolfgram.

E l i a s G a r c i a , nascido em 11 de abril de 1938 em Três Pon-t õ e s , E S ,

faleceu no dia 23 de março de 2009 e o seu sepultamento foi no dia 24 de março. Casado com Erica Schneider Garcia, tiveram oito filhos. Foi para Cacoal, RO, em 1979 e depois mudou para Alta Floresta do Oeste, RO em 1982, onde foi um dos funda-dores da atual Congregação e Paróquia Cristo Rei.

Faleceu no dia 13 de agosto d e 2 0 0 9 , aos 83 anos, A r n a l d o Fleck. Ele

nasceu no dia 7 de agosto de 1926 em Santo Antônio da Pa-trulha, RS. Passou pelo Orfanato de Moreira. Era casado com Ana Fleck que o precedeu na morte. Deixa enlutados os filhos, genros, netos e bisnetos, irmãos e toda a congregação Concórdia, de São Clemente, Santa Helena, PR. O pastor Aldo J. Zilki realizou a cerimônia fúnebre consolando os familiares e demais participantes

com as palavras do Sl 116.15: Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos. Seu Fleck, como era conhecido, foi um líder da IELB e da Igreja Luterana do Paraguai.

W i l l y Z e p p e n -feld faleceu no dia 19 de fevere i ro , aos 84 anos. Nascido no

dia 5 de janeiro de 1926, dei-xou enlutados a esposa, Ella Spitzmacher Zeppenfeld, filhos, genros, netos, dois bisnetos, e três irmãos. Foi sepultado no dia 20 de fevereiro, no cemitério da CEL São Paulo de Toropi, RS.

F a l e -ceu, aos 49 a n o s , n o dia 11 de março, Ivo-ni Koglin Herbertz.

Nasceu no dia 24 de setembro de 1960. Deixou enlutados o esposo Olavo Herbertz, dois filhos, irmãos, o sogro, cunhados, sobrinhos e so-brinhas. Foi sepultada no dia 12 de março, no cemitério da CEL São Paulo de Toropi, RS.

Congregação completa 90 anosNo dia 4 de fevereiro de 1920 foi realizado

o primeiro culto em Bom Jesus, RS. E, 90 anos se passaram com muitas outras oportunidades de culto, estudos, reuniões. A celebração acon-teceu no dia 14 de março, para agradecer ao Deus Eterno por tantas bênçãos.

No primeiro culto, em 1920, três crianças foram batizadas. Destas, duas participaram do culto dos 90 anos. São as irmãs Lucia Tietböhl Rodrigues (91) e Hilma Tietböhl Ditadi (93).

A mensagem do culto de aniversário teve como tema Em Deus faremos proezas, e foi dirigida pelo pastor Dari Trisch Knevitz, que foi o primeiro pastor residente.

“Outros pastores que já trabalharam em Bom Jesus participaram deste momento e, com os membros da comunidade e visitantes, celebraram com gratidão a Deus esta data especial. Foi um grande encontro”, relata o pastor local, Libório Frederico Kissmann.

Notícias

48 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Bênçãos em Campo Bom

No dia 12 de junho, foram recebidos 15 novos membros na CEL Da Paz, de Campo Bom, RS. Motivo de grande alegria para a congregação, principalmente neste mês onde celebrou seus 74 anos de fundação, com um culto especial no dia 20 de junho. Os novos membros foram instruídos pelos pastores André Kurz e Aurélio Dall’Onder.

Novos membros

A Congregação Santo Estêvão, de Campo Grande, MS, viveu uma grande alegria, no dia 13 de junho, quando novos membros foram recebidos. Neste mesmo dia, aconteceram dois batizados, e depois, para completar, um almoço de comunhão. As cerimônias foram oficiadas pelo pastor Carlos Wilhelms.

80 anos

No dia 19 de maio, Gisela Kunzendorff Krause comemorou, em sua residência, seus 80 anos de vida, em companhia de todos os seus filhos, genros, noras, netos e bisnetos e muitos outros amigos e vizinhos. A mensagem de agradecimento e louvor foi dirigida pelo pastor Hilário Linhaus, da CEL São Miguel, de Três Pontões, Afonso Cláudio, ES.

Festa na Con-gregação Cristo, da cidade de Baianó-polis, BA. No dia 27 de junho, foi batizada Kayllane Ferreira Antunes. Filha de Edimário e Adriana Antunes de Santana, ela nasceu no dia 5 de feverei-ro de 2005.

Batismo no oeste da Bahia

Fotos: Arquivo Editora Concórdia

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 49

Ordenações e InstalaçõesIndicadores da IELB

Valores válidos para AGOSTO/2010IEG= 1,5747 POUP= 2,3801 IFAPAI= 3,0082 IFPP= 3,1140

Rentab. [Líquida] (mensal atual) FPP/FAPAI = 0,6472% Poupança = 0,6157

Política de Subsistência Pastoral: Básico:R$ 1.867,00 (retroativo a abril/2010)

Anuênios (cada ano pós formatura)(1º ao 15º)=R$ 67,21 e (16º ao 20º)=R$ 33,61

Obs1: Lembramos a ênfase da livre negociação entre congregações e pastores. (Não deveria ser menor que os valores acima indicados)

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Realizado 2009 156.009 115.123 180.806 160.123 178.152 164.392 171.101 172.864 246.347 186.097 168.335 263.048Meta/10 179.765 128.692 189.639 168.287 189.937 181.387 195.542 179.720 205.767 199.803 184.584 260.899Realiz.2010 145.659 132.608 224.557 170.274 158.006 204.763

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Rafael Wilske – instalado, no dia 18 de abril de 2010, como pastor na CEL Cristo Rei, de Santa Tereza do Oeste, paróquia do Jardim Guarujá, Cascavel, PR, pelo pastor Elvio Bender. Era pastor em Dois Irmãos, RS.

Juarez Borcarte – instalado, no dia 13 de junho de 2010, como pastor na CEL do Recife, PE, pelo pastor Airton Scheunemann Schroeder. Era pastor em Itarana, ES.

Martim Brehm – instalado, no dia 13 de junho de 2010, como pastor na CEL Paz de Taió, SC, pelo pastor Hil-mar Duarte Stern. Era pastor no Bairro Canudos, Novo Hamburgo, RS.

Paulo Moisés Nerbas – instala-do, no dia 13 de junho de 2010, como professor de Teologia Sistemática do Seminário Concórdia, de São Leopoldo, RS, pelo pastor Egon Kopereck. Era Pre-sidente da IELB.

Rony Ricardo Marquardt – ins-talado, no dia 13 de junho de 2010, como Diretor Interino do Colégio Lute-rano Concórdia, de São Leopoldo, RS, e Assessor da Diretoria Nacional em Porto Alegre, RS, pelo pastor Egon Kopereck. Era Secretário da IELB.

Cristiano Alexandre Huf – insta-lado, no dia 26 de junho de 2010, como pastor na CEL Paz de Coxim, MS, pelo pastor Gilberto Emílio Eidam. Era pastor em Porto dos Gaúchos, MT.

Carlos André Krebs – instalado, no dia 27 de junho de 2010, como pastor da PEL Ebenézer de Seringueiras, na CEL Cristo Para Todos, de São Miguel do Guaporé, RO, pelo pastor Walter Adolf Baminger. Era pastor em Feliz Natal, MT.

Informações do Assessor da IELBPastor Rony Ricardo Marquardt

Atenção!Fique atento às mudanças de endereços e contas para Sacolinhas,

Multiplicação de Talentos e Assinaturas da revista Servas.

Sacolinhas e Multiplicação de Talentos Caixa Econômica Federal | Ag 1761 | Op. 003 | Conta 1130-0

Enviar comprovante:Tesoureira Iris Scholz

Travessa Arvoredo, 67 | Bairro São João Batista93022-320 | São Leopoldo, RS

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AssinaturasVice-Tesoureira Edeltraud Senger

Banco do Brasil | Ag 0661-0 | Conta 48871-2

R. Fernando Strehlau 196 | Jardim Itu91220-230 | Porto Alegre, RS

[email protected] Celular: 9244 9162

Contribuições das Congregações

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na

50 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Paulo Ricardo Klaudat

Paulo Ricardo KlaudatSimões Filho, BA

“...será que uma gravata, um cinto, um pijama... um par de meias, um chaveiro...

uma camisa... podem resolver os problemas de relacionamento e gerar a paz, o respeito e o amor?

Será que apenas um dia por ano deveria ser o dia do pai na vida dos seus filhos?”

“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filho à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6.1-4).

Novamente, estamos diante de uma festa de sentimentos profundos: O Dia dos Pais. O que o seu pai representa para você em sua vida? Quem é ele para você? Ou você, pai, que está lendo este texto, o que você significa para os seus filhos?

Há alguns anos, li uma reportagem que apresentava uma estatística sobre a impor-tância do pai na vida dos filhos. Esta pesquisa foi feita nos Estados Unidos, e, pasmem, o pai ocupava o 6º lugar na escala de importância. No mínimo, é uma situação desastrosa para a família e para a sociedade, pois, como alguém pode me educar e ser exemplo se ele quase não significa nada para mim? A mãe, ser a 1ª colocada até é lógico, já que, como diz o ditado, “mãe é mãe”. Porém, o pai, ao menos, deveria ser o 2º colocado.

Nesta época, nossos olhos e ouvidos são invadidos por propagandas que tem o propó-sito de vender mais, e que apresentam o pai como um verdadeiro super homem. Contudo, será que uma gravata, um cinto, um pijama, algumas cuecas, um par de meias, um cha-veiro, uma caneca, uma camisa etc., podem resolver os problemas de relacionamento e gerar a paz, o respeito e o amor? Será que apenas um dia por ano deveria ser o dia do pai na vida dos seus filhos?

É tEmPO... DE SEr Um

bom pai e filho (a)!

O texto citado acima nos coloca diante de uma solução maravilhosa e duradoura. Deus nos deu dez mandamentos para vivermos e praticarmos. três se referem à nossa relação com Deus e sete à nossa relação com os nossos semelhantes. Porém, apenas um, o 4º mandamento, recebeu uma promessa: “Honre a teu pai e tua mãe”... e o que você vai receber? Uma longa e boa vida. Isto é promessa de Deus, não é invenção de homens. E quando Deus promete, ele cumpre. Observe, entre as suas relações familiares ou de amizade, como andam as relações entre pais e filhos, e qual o seu resultado? Ou então, vá a um presídio e pergunte aos detentos se eles obedeceram, respeitaram e amaram seus pais, ou se estão lá por acaso?

Numa relação entre pessoas, também entre pais e filhos, sempre existe os dois lados.

E o lado dos pais recebeu ordem expressa: não irritem os vossos filhos; eduquem-nos com disciplina; criem-nos na admoestação do Senhor!

Os filhos se irritam com que? Acredito que seja porque os pais proíbem tudo, sem explicar, justificar e orientar. Ou, proíbem sem serem exemplos: “...eu quero assim e acabou!” Que exemplo e autoridade tem um pai que fuma, bebe e trai a esposa para proibir os filhos de usarem drogas e de fazerem as coisas erradas que ele faz?

Disciplina não é cacetada, é equilíbrio: conceder e proibir na medida certa, com justiça e carinho. Educar na admoestação do Senhor é usar como base o amor, a gratidão e o respeito ensinados por Deus, por meio de seu filho Jesus Cristo, nosso Salvador.

É tempo... ainda, pais e filhos, de se amarem, se respeitarem, se entenderem, se abraçarem, se beijarem, de brincarem, de jogarem e se divertirem, de vibrarem juntos, de chorarem com o sucesso, de sonharem juntos, de se darem tempo um ao outro, de serem felizes...

Não deixem de praticar o gesto mais bo-nito que a Bahia inventou: “A bênção painho. – Deus te abençoe, meu filho(a)”.

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 25

MC Atividades

Mensageiro das CriançasEncarte do Mensageiro Luterano de agosto de 2010

Compartilhando Experiências da Vida com Deus

Lembrando as suas repreensões ao pecado!

Deus ama a todas as pessoas. Ele não quer que nenhum dos seus filhos se perca e ande por caminhos errados. Por isso, cada vez que cometemos algum pecado, ou seja, quando fazemos coisas feias e erradas, ele se entristece. Na Bíblia, que é a Palavra de Deus, encontramos muitos conselhos dele, dizendo para deixarmos as coisas feias de lado e fazermos o que é correto. É muito importante que, a cada novo dia, peçamos perdão a Deus pelos nossos erros e procuremos fazer as coisas de acordo com a sua vontade.

1 Deus chama a nossa atenção quando erramos, e ele quer, através do seu grande amor por nós, que vivamos servindo a ele e ao nosso próximo com alegria. Observe, comple-

te (escolhendo as palavras abaixo que melhor se encaixam) e pinte os desenhos:

Deus não quer que sintamos __________ uns pelos outros, mas, sim, _____________.

26 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Brincar com os colegas sem brigar. Orar.

Riscar o quadro na escola. Gritar com os outros.

Ajudar os pais em casa. Visitar um amigo doente.

Pegar coisas que não são suas. Respeitar as pessoas.

D I E J U S T N L O S S A M A Q E Q M U E

R B A N O H S F S A S O A L V G A Ç V Ã O

____________________________________________________________________

___________________________________________________________

Deus não quer que sejamos __________ deixando alguém de lado, mas que

tratemos a todos com _____________.

(egoístas – amor – ódio – bondade)

2 Deus nos fala, através da sua Palavra, que devemos fazer coisas agradáveis e corretas. Pinte de vermelho o que está errado e de verde o que está certo:

3 Deus quer ver os seus filhos felizes! Descubra a linda mensagem que está es-condida nesta atividade! Risque as letras que estão debaixo das carinhas tris-

tes e, depois, copie as letras das carinhas alegres na linha abaixo:

Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93 27

louvarão - vocês - eu - se - aflição - livrarei - me - 14 12 8 1 7 10 2

e - dia - chamarem - no - da - os - me 11 5 3 4 6 9 13

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5 No espaço abaixo, escreva uma oração agradecendo a Deus por nos ter dado a salvação e por nos livrar de aflições.

4 Uma das leituras bíblicas deste mês é a do Salmo 50.1-15. Neste texto, Deus fala ao seu povo sobre a adoração e a vida, e alerta

para o povo o escutar, mas ele também dá uma promessa de consolo. Coloque em ordem crescente as palavras, copiando-as e descubra a promessa. Lembre-se que em todos os tempos Deus sempre cumpriu as suas promessas. Conte isto aos seus amigos.

Atividades 1, 2 e 3, deTânia Eloisa Voigt KopereckAtividades 4 e 5, de Célia Marize Bündchen

28 Mensageiro Luterano | Agosto 2010 | Nº 8 | Ano 93

Desafio do mêsComo você imagina o que Deus criou no primeiro dia, de acordo com Gn 1.1-5? Faça um

desenho bem bonito e mande-o até o dia 20 de setembro para:

Mensageiro das criançasAv. São Pedro, 633 - Bairro São Geraldo - CEP: 90230-120 - Porto Alegre, RS

Conversando

com os pais...

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O REIZINHO DA FAMÍLIAMaria Tereza Maldonado*

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“O filho cresce pensando que os outros são seus súditos”

“Não aguento mais meu filho! Agora, me arre-pendo de tê-lo criado tão cheio de vontades. Pri-meiro filho, primeiro neto dos dois lados, as famílias achando tudo o que ele fazia uma gracinha. Parei de trabalhar para ficar totalmente disponível. Moral da história: o reizinho é um tirano. Faz cenas horríveis quando é contrariado. Brigo com ele, grito, até bato, mas não adianta.”

Essa é a queixa de pais que criaram os filhos na base da “lei do desejo”, e não na “lei do consenso”. O filho cresce se achando no direito de sempre ocupar o primeiro lugar e pensando que os outros são seus súditos, que existem para satisfazer seus desejos. Não desenvolve a capacidade de perceber as neces-sidades dos outros e de respeitá-los; não suporta a frustração e não consegue esperar. Por isso, não consegue construir um bom convívio, regido pela “lei do consenso”: um pouco do que cada um quer, para que todos fiquem razoavelmente satisfeitos.

A crescente exigência do reizinho torna os fami-liares frustrados e enraivecidos; passam a brigar e a reclamar da criança solicitadora, insistente, insu-portável. O clima do convívio fica difícil e a criança acaba se sentindo rejeitada e infeliz.

A melhor maneira de prevenir essa situação é dar à criança, desde pequena, a noção de que ela é im-portante, mas não é a única pessoa no mundo que tem o direito de ser atendida. Os outros também têm o mesmo direito. É a base da relação de troca, do dar e receber, que permite o desenvolvimento da bondade, da gentileza e da tolerância. Ouvir “agora não, a mamãe já leu essa história três vezes, agora chega” são frustrações necessárias, dentro da reali-dade de que nem tudo acontece na hora em que a gente quer ou do jeito que a gente deseja. Desen-volver a consideração pelos outros e por si mesmo conduz ao equilíbrio e a maiores possibilidades de satisfação. A capacidade de esperar é a base do bom planejamento; a capacidade de tolerar frustrações é a base da aprendizagem, pois é preciso persistir e

suportar os erros até adquirir o conhecimento ou a habilidade de fazer o que nos propomos.

O que leva os parentes a tratar a criança como reizinho? Comumente, os sentimentos de pena e de culpa (porque a criança é adotada, ou nasceu do-ente, ou os pais se separaram, ou a mãe trabalha o dia inteiro etc.) criam a necessidade de compensá-la realizando a maioria dos seus desejos. No entanto, é bom lembrar que essa conduta é prejudicial para o filho. O amor envolve não somente a atenção e o atendimento às necessidades da criança, mas tam-bém o preparo para que ela viva no mundo com os outros.

* Psicóloga e autora de vários livros, entre os quais As Se-mentes do Amor (ed. Planeta). Site: www.mtmaldonado.com.br

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