memorial descritivo: projeto de sistema de...
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Projeto de Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
(SPDA)
O presente memorial refere-se à elaboração de Projeto de Sistema de Proteção
Contra Descargas Atmosféricas (SPDA) e tem por objetivo estabelecer condições e
características técnicas para execução dos serviços relativos à obra da Consorcio Dos
Municípios Alagados e Atingidos pelos Efeitos Construção Hidrelétrica Rio Xingu, em
Altamira – PA.
Instalação de Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), de
acordo com a norma NBR 5419/2005.
Dados do Cliente
Empreendimento: EDIFICAÇÃO PREDIAL
Proprietário: CONSORCIO DOS MUNICIPIOS ALAGADOS E
ATINGIDOS PELOS EFEITOS CONSTRUÇÃO HIDRELETRICA RIO
XINGU
Unidades Consumidoras: (93) 3515-2556/3515-7741
CNPJ: 04.917.265/0001-00
Atual sede: TRAVESSA PEDRO GOMES N.526, CEP. 68.371-150
Local da obra: RUA OTÁVIO NERI, S/N, CEP.68.372-710
Localização: 3º13’13.0” S, 52º13’26,1” W
Município: ALTAMIRA – PA
E-mail: [email protected]
Telefones: (93) 3515-2556/3515-7741
Dados do Projetista
Responsável Técnico: David Everton Urel
Registro Nacional: 1214547362
Registro CREA-MT: MT034093
Visto CREA-PA: 105443/2015
Endereço: Rua Itaituba, 3033, Independente I, cep: 68.372-630
Município: Altamira – PA
E-mail: [email protected]
Telefone: (93) 9 9240-4142
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MEMORIAL DESCRITIVO
Descrição do Projeto
Este projeto que apresentamos tem por finalidade prever as especificações
técnicas para a execução do projeto de SPDA.
Normas
O presente projeto foi elaborado observando-se as seguintes normas técnicas:
• NBR 5419/2015
Condições Gerais
A fim de se evitar falsas expectativas sobre o sistema de proteção, gostaríamos de
fazer os seguintes esclarecimentos:
1 - A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza absolutamente
imprevisível e aleatório, tanto em relação às suas características elétricas (intensidade de
corrente, tempo de duração, etc), como em relação aos efeitos destruidores decorrentes
de sua incidência sobre as edificações.
2 - Nada em termos práticos pode ser feito para se impedir a "queda" de uma descarga em
determinada região. Não existe "atração" a longas distâncias, sendo os sistemas
prioritariamente receptores. Assim sendo, as soluções internacionalmente aplicadas
buscam tão somente minimizar os efeitos destruidores a partir da colocação de pontos
preferenciais de captação e condução segura da descarga para a terra.
3 - A implantação e manutenção de sistemas de proteção (para-raios) é normalizada
internacionalmente pela IEC (International Eletrotecnical Comission) e em cada país por
entidades próprias como a ABNT (Brasil), NFPA (Estados Unidos) e BSI (Inglaterra).
4 - Somente os projetos elaborados com base em disposições destas normas podem
assegurar uma instalação dita eficiente e confiável. Entretanto, esta eficiência nunca
atingirá os 100 % estando, mesmo estas instalações, sujeitas a falhas de proteção. As mais
comuns são a destruição de pequenos trechos do revestimento das fachadas de edifícios
ou de quinas da edificação ou ainda de trechos de telhados.
5 - Não é função do sistema de para-raios proteger equipamentos eletroeletrônicos
(comando de elevadores, interfones, portões eletrônicos, centrais telefônicas,
subestações, etc), pois mesmo uma descarga captada e conduzida a terra com segurança,
produz forte interferência eletromagnética, capaz de danificar estes equipamentos. Para
sua proteção, deverão ser instalados supressores de surto individuais (protetores de linha).
6 - Os sistemas implantados de acordo com a Norma visam à proteção da estrutura das
edificações contra as descargas que a atinjam de forma direta, tendo a NBR-5419 da
ABNT como norma básica.
7 - É de fundamental importância que após a instalação haja uma manutenção periódica
anual a fim de se garantir a confiabilidade do sistema. São também recomendadas
vistorias preventivas após reformas que possam alterar o sistema e toda vez que a
edificação for atingida por descarga direta.
8 – A execução deste projeto deverá ser feito por pessoal especializado.
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Metodologia
Será adotado o método de proteção tipo “Gaiola de Faraday” e captor para raio
tipo Franklin, por ser aquele que permite a distribuição da proteção por toda a estrutura,
e ainda um ponto mais elevado, aumentando a eficiência do SPDA. Ou seja, será usado
sistema misto: Gaiola de Faraday e Franklin.
O Método de Faraday apresenta níveis de proteção elevados, consiste no
envolvimento da parte superior da construção com uma malha de condutores elétricos
nus, denominada de Malha Captora, essa malha tem seu fechamento em anel onde todos
os pontos da captação estão no mesmo diferencial de potencial (ddp), a malha captora é
interligada a malha de aterramento por meios de descidas utilizando condutores de cobre,
alumínio ou aço, e estão espaçadas de acordo com o grau do nível de proteção a ser
adotado. O captador "Franklin" é constituído por uma haste metálica, sendo a extremidade
superior é pontiaguda pois tem um maior poder de acúmulo de cargas.
Características da Edificação
Finalidade: Edificação predial com escritórios, auditório, hall, banheiros, etc.
Estrutura: Pilares, vigas em concreto armado
Paredes: Em alvenaria
Cobertura: Telha fibrocimento
Dimensionamento do SPDA
Para os diversos tipos de estruturas existentes se dá um nível de proteção adequado
para cada uma delas, para estas estruturas deve ser inicialmente determinado se um SPDA
é exigido ou não, conforme demonstrado no memorial de cálculo.
Para a presente edificação optou-se pela utilização do sistema de Gaiola de
Faraday e Franklin que apresente um nível de proteção mais elevado, nível I.
Malha Captora
A continuidade elétrica entre as diversas partes deve ser executa de modo que
assegure durabilidade.
Os elementos não-metálicos acima ou sobre o elemento metálico podem ser
excluídos do volume a proteger (em telhas de fibrocimento o impacto do raio ocorre
habitualmente sobre os elementos metálicos de fixação).
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Descidas
As decidas serão feitas pela estrutura de ferragens das vigas. Portanto, a equipe de
instalação deve ficar atento para conectar a malha na parte baixa quanto aérea antes de
concretar as vigas. Deixar um pedaço de aproximadamente 1,5m metro e posteriormente
conectar à malha de aterramento quanto aérea sobre a platibanda. O cabo de cobre que
for conectado às ferragens, deverá ser amarrada em todas as quatro ferragens de uma viga.
Acima na platibanda mesma repetir ação.
Malha De Aterramento
A malha de aterramento será confeccionada com cabos de cobre nu 50 mm²,
enterrados a 50 cm de profundidade e interligadas com haste de aterramento circular de
alta camada de 5/8” x 2.400 mm através de solda exotérmica ou conector de pressão
adequado, sendo as mesmas distribuídas conforme projeto.
Foram projetados caixas de inspeção de solo em alguns pontos da malha de
aterramento para que possam ser feitas medições periódicas da resistência da malha de
aterramento mais preciso.
É obrigatório o uso de solda exotérmica em conexão de haste-cabo ou cabo-cabo
que estiverem diretamente enterrados.
Em conexão de haste-cabo ou cabo-cabo que estiverem sendo executado dentro
de caixas de inspeção tipo solo, este poderá ser feito com o uso de conectores de pressão
adequados (tipo grampo terra duplo com parafuso tipo “U”).
Não será permitido o uso de conector de pressão simples comumente adotado em
aterramento residencial.
Todos os conceitos e especificações aqui requeridas estão de acordo com o que
determina a norma em questão.
A malha de aterramento deverá se desviar de todas as caixas de passagens, que
eventualmente possa seguir seu caminho especificado pelo desenho técnico.
Recomendações
• Todas as conexões do SPDA devem ser feitas preferencialmente através de conectores
de pressão adequado.
• O sistema de aterramento deverá ser feito com cabo de cobre nu com seção de 50 mm².
• A resistência de aterramento não deve ser superior a 10 Ohms em qualquer época do
ano. Caso a resistência de terra seja superior a este valor, terá que ser feito tratamento
químico do solo através de substância “Gel”, aumentar o número de haste ou outro
método que se mostre eficaz e torne a resistência de terra inferior a 10 Ohms em qualquer
época do ano.
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• Além das normas constantes neste memorial, serão seguidas as normas da ABNT,
ANEEL, códigos e regulamentos da concessionária de energia Celpa, em tudo o que
disser respeito às presentes instalações.
• As hastes de aterramento deverão ser instaladas no interior da caixa para inspeção do
aterramento, de preferência, em solo úmido, não sendo permitida a sua colocação sob
revestimento asfáltico, argamassa ou concreto, e em poços de abastecimento de água e
fossas sépticas;
• Periodicamente, de preferência a cada semestre, deverá ser feita uma inspeção criteriosa
nas instalações dos para-raios, principalmente, quando as mesmas forem solicitadas por
uma descarga atmosférica;
• Caso a resistência do solo não atinja o valor ideal R<10Ω, o aterramento deverá ser
melhorado através dos seguintes processos: hastes mais profundas; Tratamento químico
com gel; tratamento com betonita; aberturas de cisternas de apoio. Porem NÃO é
indicado o aumento indiscriminado do número de hastes de aterramento, pois este
processo poderá comprometer outras variáveis consideradas no cálculo de um
sistema de aterramento;
• Recomenda-se também, vistorias preventivas após qualquer reforma, a qual possa,
porventura, alterar o sistema proposto, comunicando o fato ao projetista para que o
mesmo faça uma análise das referidas mudanças, no sentido de verificar a confiabilidade
do sistema e, se for o caso, sugerir alterações e/ ou complementações no mesmo;
• Todos os serviços a serem executados para este sistema deverão obedecer a melhor
técnica vigente, enquadrando-se rigorosamente, dentro dos preceitos normativos da NBR-
5419 da ABNT;
• A malha aérea deverá ser fixada a cada 1,5 m com conector tipo parafuso fendido. Essa
observação não consta no desenho. Por isso se reforça, a cada 1,5 m deve ser fixado a
malha aérea. Deve ficar o mais esticado possível. A malha será de seção 35 mm².
• Deverá ser instalado supressor de surto no quadro de distribuição da edificação predial.
Modelo: 3xDPS classe II, monobloco, 275 Vca, 40 kA.
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Memorial de Cálculo
Principais Fatores
1.1 Tipo de ocupação da estrutura (fator A): 1,2
1.2 Tipo de construção da estrutura (fator B): 1,0
1.3 Conteúdo da estrutura e efeito indireto da descarga atmosférica (fator C): 0,3
1.4 Localização da estrutura (fator D): 1,0
1.5 Topografia da região (fator E): 1,0
1.6 Classificação da estrutura: nível de proteção II
Verificação de Necessidade
1) Parâmetros da edificação
Comprimento= 16,7 m Largura= 11,86 m Altura= 8 m
Td (número de dias com trovoadas por ano)= 100
2) Avaliação do Risco de Exposição (Ae)
Ae= CxL + 2xCxA + 2xLxA + 3,14 x(AxA)
Ae= 16,7x11,86 + 2x16,7x8 + 2x11,86x8 + 3,14x8x8
Ae= 855,98 m²
3) Densidade de Descargas à Terra por Km² ao ano (Ng)
Ng= Número de raios para a terra por Km² por ano
Ng= 0,04 x Td ^ 1,25
Td= 100 (número de dias com trovoadas por ano) (O Td varia em função da cidade
onde está localizada a edificação)
Ng= 0,04 x 100 ^ 1,25
Ng= 12,64
Observação: na página 98 da NBR 5419-2015, consta que o Ng de Altamira é 11. Para
fins de dimensionamento, consideraremos o valor apresentado pela norma, 11.
Portanto Ng de Altamira: 11
4) Frequencia Média Anual Previsível de Descargas (Nd)
N= Ng x Ae x 10 ^-6
N= 11 x 855,98 x 10^-6
N= 0,0094158
5) Fatores de Ponderação
A) Tipo de Ocupação da Estrutura
Edifício de escritórios= 1,2
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B) Tipo de Construção da estrutura
Estrutura de alvenaria, com cobertura telha tipo fibrocimento= 1,0
C) Conteúdo da estrutura e efeitos indiretos das descargas atmosféricas
Edifício de escritórios= 0,3
D) Localização da estrutura
Estrutura localizada numa área com poucas árvores ou edifícios da mesma altura= 1,0
E) Topografia da região
Planície= 0,3
A= 1,2 (tipo de ocupação da estrutura)
B= 1,0 (tipo de construção da estrutura)
C= 0,3 (conteúdo da estrutura)
D= 1,0 (localização da estrutura)
E= 0,3 (topografia)
6) Resultado do Cáculo do (Np):
Np= N x A x B x C x D x E
Np= 0,0094158 x 1,2 x 1,0 x 0,3 x 1,0 x 0,3
Np= 0,0010169
Np= 1,0169 x 10⁻³
7) Conclusão do Cálculo
É NECESSÁRIO A INSTALAÇÃO DE PÁRA-RAIOS.
Referência: Norma NBR 5419 da ABNT
Fonte: Anexo B da norma.
Parâmetros conforme Norma:
Proteção Necessária Np ≥ 1 x 10⁻³;
Proteção Desnecessária Np ≤ 1 x 10⁻⁵;
Verificar com Proprietário 1 x 10⁻³ > Np > 10⁻⁵;
Aquisição das Materiais
O projeto de SPDA apresenta modelos específicos para serem instalados.
Reconhece-se que no mercado local de Altamira não há todos esses modelos. Portanto,
recomenda-se a pesquisa pelo item que seja tecnicamente semelhante. Se houver, poderá
haver a substituição sem necessidade de autorização por escrito. Caso não haja, deverá
ser feito a aquisição dos materiais fora do município. O que se trata aqui é ter os
equipamentos e materiais corretos, e não o modo o técnica de instalação ou projeção do
SPDA.
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Sugestões de Fabricantes
• Captor tipo terminal aéreo em aço galvanizado com base de fixação h=30cm conforme
indicado no projeto (TERMOTÉCNICA, AMERION, GAMATEC ou equivalente do
mesmo padrão de qualidade);
• Conector tipo parafuso fendido, adequado ao cabo (BURDY, MAGNET, INTELLI ou
equivalente de mesmo padrão de qualidade); conectar o cabo à alvenaria.
• Cabo de cobre nu nº 35 mm², para ser utilizado sobre a platibanda (PIRELLI, ITAIPU,
POWER, INTELLI ou equivalente do mesmo padrão de qualidade);
• Cabo de cobre nu nº 50 mm², para ser utilizado no subsistema de aterramento (PIRELLI,
ITAIPU, POWER, INTELLI ou equivalente do mesmo padrão de qualidade);
• Haste de cobre tipo Copperweld, Ø16mmx3000mm, 254 micras.
• As descidas serão feitas aproveitando a estrutura de ferragens das vigas.
Lista de Materiais
Item Descrição Quantidade
1.1 Captor tipo terminal aéreo em aço galvanizado com base de fixação,
h=30 cm 24 un
1.2 Conector tipo parafuso fendido 120 un
1.3 Cabo de cobre nú Ø35 mm² 185 m
1.4 Cabo de cobre nú Ø50 mm² 70 m
1.5 Haste de cobre tipo Copperweld, Ø16mmx3000mm 4 un
1.6 Para raio tipo Franklin 1
1.7 Mastro Ø2” aço galvanizado 4 m 1
1.8 Suporte para fixação de Mastro Ø2” aço galvanizado 6
1.9 Caixa de Inspeção PVC com tampa de aço 4
2.0 Solda exotérmica 15
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ASSINATURA
De acordo com o memorial apresentado acima, assumo todas as responsabilidades
inerentes ao trabalho realizado.
Altamira – PA, 28 de Junho de 2017
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DAVID UREL
Engenheiro Eletricista
RNP: 1214547362
CREA-MT: MT034093
Visto CREA-PA: 105443/2015