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4ª Aula Homologação Acordo Extrajudicial – art. 855-B da CLT; PDV/PDI – art. 477-B da CLT); Mediação; Conciliação e Arbitragem. Concluindo Acordo Extrajudicial - art. 855-B da CLT: 10º - A Sentença de Homologação do Acordo, conterá: valor do acordo; tempo e modo de pagamento; cláusula penal (multa); Discriminação das Verbas; Extensão da Quitação (apenas das parcelas ou do CT); Recolhimentos fiscais e previdenciários; Custas e a necessidade de intimar a União, e A sentença NÃO LIBERARÁ FGTS E SD.

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Page 1: Mediação; Conciliação e Arbitragem. · O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão plenária do dia 30/4/2015, que, nos planos de dispensa incentivada (PDI)

4ª Aula Homologação Acordo Extrajudicial – art. 855-B da CLT; PDV/PDI – art. 477-B da CLT); Mediação; Conciliação e Arbitragem. Concluindo Acordo Extrajudicial - art. 855-B da CLT:

10º - A Sentença de Homologação do Acordo, conterá:

valor do acordo;

tempo e modo de pagamento;

cláusula penal (multa);

Discriminação das Verbas;

Extensão da Quitação (apenas das parcelas ou do CT);

Recolhimentos fiscais e previdenciários;

Custas e a necessidade de intimar a União, e

A sentença NÃO LIBERARÁ FGTS E SD.

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11º - Indeferimento do pedido de acordo, cabe R.O. ou RT (contencioso) - PRESCRIÇÃO

Súmula nº 418 do TST MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO À HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado de segurança.

12º - Não cumprido o Acordo a execução deve ser direcionada para a Vara do Trabalho e não para o CEJUSC. E os efeitos do Acordo face a extinção do contrato de trabalho, ou seja, o acordo da quitação nos titulos apresentados na petição do acordo ou confere quitação no contrato de trabalho de trabalho. Jurisprudência:

ACORDO EXTRAJUDICIAL. NÃO HOMOLOGAÇÃO. No caso dos autos, extrai-se da petição de acordo de Id 979e1b2 que este foi proposto por petição conjunta e que as partes foram representadas por diferentes procuradores, restando atendidos os requisitos formais ditados pelo art. 855-B §1º/CLT. Ainda, os valores fixados na petição do acordo, conforme o entendimento adotado d. juízo de origem (Id 4b0102e - Pág. 2), são compatíveis com o tempo do contrato de trabalho e com as verbas rescisórias nele discriminadas. Para esta relatora, entretanto, não há parâmetros para tal análise relativamente a qualquer das verbas discriminadas, notadamente no que tange às horas extras, pela ausência de documentos, tais como cartões de ponto e recibos de pagamento, que permitissem um exame, ainda, que não exauriente, da pertinência dos valores ajustados entre as partes. Contudo, o d. juízo decidiu não homologar o acordo aos seguintes fundamentos (Id 4b0102e - Pág. 2):

[...] especificamente quanto aos efeitos do ato homologatório, ao meu sentir, o instituto não se coaduna com a eficácia liberatória geral com relação a todas as obrigações do contrato, consoante pretendido pelas partes. Conclusão diversa implicaria em renúncia pura e simples ao direito constitucional de ação (artigo 7º, XXXV, da CRFB), o que não ocorreria, por óbvio, se já houvesse demanda ajuizada e na qual, presume-se, o obreiro já teria tido a oportunidade de deduzir as pretensões referentes ao período de vigência do contrato de trabalho.

E, no aspecto, coaduno com o entendimento adotado pelo d. juízo de origem, no sentido de que a quitação total outorgada pelo empregado até aquele momento do contrato é incompatível com as normas que regem o Direito do Trabalho , citando, como exemplo o disposto no § 2º do art. 477/CLT, segundo o qual:

O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente às mesmas parcelas.

Ou seja, o acordo extrajudicial também deve especificar a natureza de cada parcela paga ao empregado, discriminando o respectivo valor, com quitação restrita às parcelas e valores quitados. Admitir-se que o acordo extrajudicial previsto pelo 855-B/CLT assuma essa

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característica de liberação geral do empregador relativamente a toda e qualquer parcela anterior à sua celebração, quitada ou não, implica em permitir que o trabalhador seja submetido ao poderio patronal, em detrimento do princípio da proteção. Ainda que o autor alegue não haver outros pleitos a serem formulados em face da empresa Saga Transportes, pode ser que ele só venha a perceber algum inadimplemento contratual no futuro, não podendo a Justiça do Trabalho chancelar renúncia antecipada a direitos, que sequer foram discriminados, o que envolve inclusive possível adoecimento do trabalhador por causa do trabalho, com consolidação posterior ao da celebração do acordo. Ressalte-se que nos acordos realizados em procedimento contencioso é vislumbrada a possibilidade de quitação ampla e geral das parcelas, porém naquele procedimento o contraditório já foi instalado e é possibilitado que o juízo verifique, a partir da prova carreada aos autos ao longo da instrução probatória a pertinência do acordo, caso em que, inclusive, será verificada claramente a existência de concessões recíprocas, característica essencial das transações. Nessa linha de pensamento, não há obrigatoriedade de homologação dos acordos extrajudiciais entabulados entre empregados e empregadores pela Justiça do Trabalho, quando verificada a desobediência a quaisquer dos requisitos previstos nos artigos 855-B e seguintes da CLT, bem como aos arts. 840 a 850 do CC, tal como previsto na Súmula 418/TST. No caso, a transação é inteiramente dissociada da legislação de regência, pois versou sobre verbas rescisórias, apresentados valores sem a correspondente planilha de cálculos, concedendo prazo extraordinário à reclamada para a sua quitação, fora dos parâmetros ditados pelo § 6º do art. 477/CLT. Não foram, ademais, apresentadas as folhas de ponto, com apuração das horas extras devidas e respectivos reflexos, sendo lançado valor aleatório sob tal rubrica, sem qualquer possibilidade de conferência do que foi quitado e de qual seria o litígio havido entre as partes (controvérsia na exigibilidade ou não das parcelas). Como acima anotado, diversamente do entendimento adotado na origem, nem mesmo quanto aos valores ajustados na avença pode-se dizer, com segurança, que são compatíveis com o tempo do contrato de trabalho e com as parcelas discriminadas, d.m.v.do entendimento do julgador de origem, neste particular. O acordo apresentado pelas partes envolveu também quitação ampla e geral de verbas incertas, o que não pode ser acolhido, pois ausente o cumprimento da condição atinente à verificação de concessões recíprocas. Coaduno, ainda, com o entendimento do d. juízo a quo quanto à ofensa ao princípio da boa-fé objetiva, o que é observado pela ausência de explicitação, na petição de acordo, acerca das concessões mútuas realizadas por cada parte. Isto posto, uma vez que não observados todos os requisitos essenciais a transação, deve ser mantida a r. sentença que deixou de homologar o acordo extrajudicial entabulado entre as partes. 0012161-73.2017.5.03.0087

Leitura complementar: http://www.csjt.jus.br/web/csjt/conciliacao-artigos/-/asset_publisher/K9ip/content/formas-extrajudiciais-de-solucao-de-conflitos-trabalhistas-homologacao-de-acordos-extrajudiciais?inheritRedirect=false

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PDV – PDI – Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada CRFB:

Art. 7º, CRFB - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (…) VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

CLT:

Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

Requisitos:

Previsão em CCT ou ACT com clausula de quitação plena e irrevogável do CT;

A mesma cláusula deverá constar também do PDV ou PDI;

A questão da Ressalva, e

Extensão da quitação pela e irrevogável do CT!

OJ 270 SDI-1 - PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. TRANSAÇÃO EXTRAJUDICIAL. PARCELAS ORIUNDAS DO EXTINTO CONTRATO DE TRABALHO. EFEITOS (inserida em 27.09.2002) A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho ante a adesão do empregado a plano de demissão voluntária implica quitação exclusivamente das parcelas e valores constantes do recibo.

Há, entretanto, decisão do STF em sentido contrário no RE 590415:

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão plenária do dia 30/4/2015, que, nos planos de dispensa incentivada (PDI) ou voluntária (PDV), é válida a cláusula que dá quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas decorrentes do contrato de emprego, desde que este item conste de Acordo Coletivo de Trabalho e dos demais instrumentos assinados pelo empregado. A decisão reforma entendimento do TST, consolidado na Orientação Jurisprudencial 270 da Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), no sentido de que os direitos trabalhistas são indisponíveis e irrenunciáveis e, assim, a quitação somente libera o empregador das parcelas especificadas no recibo, como prevê o artigo 477, parágrafo 2º, da CLT. O posicionamento foi adotado no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 590415, com repercussão geral reconhecida, e, segundo informado na sessão, deverá ser aplicado em mais de 2 mil processos

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sobre o mesmo tema que estavam sobrestados aguardando o posicionamento do STF.

Repercussão Geral aprovada no RE 590415:

7. Provimento do recurso extraordinário. Afirmação, EM REPERCUSSÃO GERAL, da seguinte tese: “A transação extrajudicial que importa rescisão do contrato de trabalho, em razão de adesão voluntária do empregado a plano de dispensa incentivada, enseja quitação ampla e irrestrita de todas as parcelas objeto do contrato de emprego, caso essa condição tenha constado expressamente do acordo coletivo que aprovou o plano, bem como dos demais instrumentos celebrados com o empregado”.

Exemplo no ACT: Volkswagen X Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

9.13.1 - Os empregados que tiverem o contrato de trabalho encerrado com o recebimento de incentivo financeiro, ao receberem os pagamentos decorrentes do mesmo, darão plena, geral e irrevogável quitação do contrato de trabalho até então mantido com a Empresa, incluindo a renúncia expressa e desde logo de qualquer estabilidade previstas em acordos coletivos, Leis e demais normas regulamentadoras do trabalho, não podendo além disso, em razão da transação de direitos ora ocorrida, pleitear no juízo cível e/ou trabalhista qualquer questão.

Continua estudo do v.acórdão no RE 590415:

V. A AUTONOMIA COLETIVA DA VONTADE E OS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 20. Diferentemente do que ocorre com o direito individual do trabalho, o direito coletivo do trabalho, que emerge com nova força após a Constituição de 1988, tem nas relações grupais a sua categoria básica. O empregador, ente coletivo provido de poder econômico, contrapõe-se à categoria dos empregados, ente também coletivo, representado pelo respectivo sindicato e munido de considerável poder de barganha, assegurado, exemplificativamente, pelas prerrogativas de atuação sindical, pelo direito de mobilização, pelo poder social de pressão e de greve. No âmbito do direito coletivo, não se verifica, portanto, a mesma assimetria de poder presente nas relações individuais de trabalho. Por consequência, a autonomia coletiva da vontade não se encontra sujeita aos mesmos limites que a autonomia individual. 21. Ao contrário, o direito coletivo do trabalho, em virtude de suas particularidades, é regido por princípios próprios, entre os quais se destaca o princípio da equivalência dos contratantes coletivos, que impõe o tratamento semelhante a ambos os sujeitos coletivos – empregador e categoria de empregados.

Limites de Validade do PDI/PDV – ainda no Julgado acima:

25. Por fim, de acordo com o princípio da adequação setorial negociada, as regras autônomas juscoletivas podem prevalecer sobre o padrão geral heterônomo, mesmo que sejam restritivas dos direitos dos trabalhadores, desde que não transacionem setorialmente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade absoluta. Embora, o critério definidor de quais sejam as

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parcelas de indisponibilidade absoluta seja vago, afirma-se que estão protegidos contra a negociação in pejus os direitos que correspondam a um “patamar civilizatório mínimo”, como a anotação da CTPS, o pagamento do salário mínimo, o repouso semanal remunerado, as normas de saúde e segurança do trabalho, dispositivos antidiscriminatórios, a liberdade de trabalho etc. Enquanto tal patamar civilizatório mínimo deveria ser preservado pela legislação heterônoma, os direitos que o excedem sujeitar-se-iam à negociação coletiva, que, justamente por isso, constituiria um valioso mecanismo de adequação das normas trabalhistas aos diferentes setores da economia e a diferenciadas conjunturas econômicas.

Portanto, o PDV/PDI previsto em CCT ou ACT será válido, salvo, os direitos que correspondam a um ‘patamar civilizatório mínimo’. Orientação Anamatra: Outro entendimento.

EFEITOS DE PAGAMENTOS EFETUADOS FORA DA ESFERA JUDICIAL. INDECLINABILIDADE DE JURISDIÇÃO. ART. 5º, XXXV DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARBITRAGEM INDIVIDUAL. QUITAÇÃO PERIÓDICA, DISTRATO. PROGRAMA DE DEMISSÃO INCENTIVADA. ARTS. DA CLT 507-A, 507-B, 484-A E 477-B. EFEITOS LIMITADOS AOS VALORES PAGOS. AUSÊNCIA DE QUITAÇÃO GERAL. QUITAÇÃO LIMITADA A VALORES. DIREITO DE ACIONAMENTO DO JUDICIÁRIO TRABALHISTA PARA RESGUARDO DE LESÕES. Os pagamentos efetuados por conta de termo de compromisso arbitral, quitação anual de obrigações trabalhistas, extinção do contrato por mútuo acordo e plano de demissão voluntária ou incentivada podem produzir eficácia liberatória limitada aos valores efetivamente adimplidos. Em aplicação à garantia constitucional de acesso à jurisdição (art. 5º, XXXV), mantém-se pleno direito de acesso ao Judiciário para solucionar situações conflituosas, inclusive para satisfação de diferenças sobre rubricas parcialmente pagas.

MEDIAÇÃO – Quando as partes perderam o diálogo. Na mediação, busca-se recuperar o diálogo entre as partes. Por isso mesmo, são elas que decidem. As técnicas de abordagem do mediador tentam primeiramente restaurar o diálogo para que posteriormente o conflito em si possa ser tratado. Só depois pode se chegar à solução. Na mediação não é necessário interferência, ambas partes chegam à um acordo sozinhas, se mantém autoras de suas próprias soluções.

• Terceiro aproxima as partes para alcançar a conciliação que não foi possível sem sua participação. Não impõe a solução da lide.

• A mediação pode ser voluntária ou legal.

• Para conflitos Coletivos: Ministério do Trabalho (“mesa redonda”) – TAC.

Art. 7º, CRFB - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de

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outros que visem à melhoria de sua condição social: (…) XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

Art. 93 da Lei 8.213/91 - A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados.........................................................................2%; II - de 201 a 500.....................................................................................3%; III - de 501 a 1.000.................................................................................4%; IV - de 1.001 em diante. ........................................................................5%.

Jurisprudência:

EMPRESAS DE VIGILÂNCIA PRIVADA. VAGAS DESTINADAS A DEFICIENTES FÍSICOS. ART. 93, DA LEI 8.213/91. CÁLCULO DO PERCENTUAL. INCIDÊNCIA SOBRE O EFETIVO DAS EMPRESAS, EXCLUÍDOS OS EMPREGOS DE VIGILANTES. A empresa que contar com 100 ou mais trabalhadores deverá obedecer a um percentual mínimo de empregados portadores de necessidades especiais segundo estabelece o caput do art. 93 da Lei 8.213/91. Contudo, tal dispositivo de lei deve ser interpretado levando-se em consideração as peculiaridades materializadas no caso concreto. As empresas de vigilância privada são regidas pela Lei 7102/83 que traz normas específicas para o exercício da profissão de vigilante, sendo obrigatória à aprovação em curso de formação de vigilante, envolvendo matérias relativas à defesa pessoal, armamento e tiro, entre outras, além de aprovação em exames de saúde física, mental e psicotécnico. É de se notar que as habilidades exigidas no curso de qualificação para vigilantes revelam-se incompatíveis com as restrições de uma pessoa portadora de necessidades especiais devendo o cálculo do percentual a que alude o referido dispositivo de lei incidir sobre o efetivo das empresas de vigilância, excluídos os empregos de vigilante. TRT – 10ª Região – Processo n.º 00437-2007-018-10-00-1

CONCILIAÇÃO Quando as partes perderam MAIS que o diálogo. A conciliação é indicada quando há uma identificação evidente do problema, quando este problema é verdadeiramente a razão do conflito - não é a falta de comunicação que impede o resultado positivo (mediação). Diferentemente do mediador, o conciliador tem a prerrogativa de sugerir uma solução.

• São diametralmente opostas as orientações no que tange à conciliação de conflitos trabalhistas, consoante sua natureza (coletiva ou individual).

CONCILIAÇÃO DE CONFLITO INDIVIDUAL

• Nos conflitos individuais, há enorme resistência quanto à conciliação, principalmente em face à hipossuficiência do empregado e ao Princípio da Irrenunciabilidade de Direitos.

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É exemplo:

CCP – Comissão de Conciliação Prévia – art. 625-A da CLT; CONCILIAÇÃO DE CONFLITOS COLETIVOS

• A exaustiva tentativa de conciliação tem sido considerada pelo TST como condição da ação para os dissídios coletivos.

• Se frutífera gera convenção coletiva ou acordo coletivo. • Convenção Coletiva: Entre sindicatos. Aplicabilidade para toda categoria

profissional e patronal. • Acordo Coletivo: Entre sindicato e uma ou mais empresas. Aplicabilidade restrita.

NOVIDADE REFORMA TRABALHISTA

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; II – banco de horas anual; III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas; IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de 2015; V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; VI – regulamento empresarial; VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho; VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; X – modalidade de registro de jornada de trabalho; XI – troca do dia de feriado; XII – enquadramento do grau de insalubridade; XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; XV – participação nos lucros ou resultados da empresa. § 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação. § 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. § 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.

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§ 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. § 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Art. 611-B. CONSTITUEM OBJETO ILÍCITO de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: I – normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III – valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); IV – salário mínimo; V – valor nominal do décimo terceiro salário; VI – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; VII – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; VIII – salário-família; IX – repouso semanal remunerado; X – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal; XI – número de dias de férias devidas ao empregado; XII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XIII – licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias; XIV – licença-paternidade nos termos fixados em lei; XV – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XVI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XVII – normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; XVIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; XIX – aposentadoria; XX – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; XXI – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXII – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência; XXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXIV – medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; XXV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; XXVI – liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou

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desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVII – direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; XXVIII – definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; XXIX – tributos e outros créditos de terceiros; XXX – as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação. Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas.

COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA – CCP - CONCILIAÇÃO CCP

• Sua instituição é facultativa. • Pode ser no âmbito empresarial ou entre sindicatos. • Só pode conciliar conflitos envolvendo empregados da respectiva categoria e

desde que não envolva apenas verbas rescisórias. (Portaria 329/2002).

TÍTULO VI-A DA COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Art. 625-A. As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Art. 625-B § 1º É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de ConciliaçãoPrévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometeremfalta grave, nostermos da lei. Art. 625-E Parágrafo único. O termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Art. 625-G. O prazo prescricional será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustada de conciliação ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, nalocalidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.

HETEROCOMPOSIÇÃO

• Heterocomposição implica na solução do conflito imposta por um terceiro. • Pode ser Privada (Arbitragem) ou Pública (Jurisdição).

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ARBITRAGEM A arbitragem surge no momento em que as partes não resolveram de modo amigável a questão. As partes permitem que um terceiro, o árbitro, especialista na matéria discutida, decida a controvérsia. Sua decisão tem a força de uma sentença judicial e não admite recurso. ARBITRAGEM EM CONFLITOS COLETIVOS

• Nos conflitos coletivos, tem preferência à solução jurisdicional (art. 114, §2º, CF).

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.

• Pode ser instituída com fundamento no art. 613, V, CLT.

Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por motivos da aplicação de seus dispositivos;

• Embora a Lei 9.307/96 não preveja a aplicação para conflitos trabalhistas, há expressa previsão constitucional.

ARBITRAGEM EM CONFLITOS INDIVIDUAL

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.

Cláusula Compromissória:

Art. 4º, Lei nº 9.307/96 - A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. § 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. § 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em

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documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.

• Requisitos: Agente capaz e direito disponível. • Árbitro: um ou mais (sempre ímpar), “ad hoc” ou institucional. • Critérios: “de direito” ou “de eqüidade”. • Instituição: cláusula compromissória (extrajudicial) ou compromissória arbitral

(judicial). • Prazo: Fixado pelas partes. No silêncio – 6 meses. • Resultado: • Sentença arbitral. • Não sujeita a recurso. • Vale como título executivo judicial. • Sujeita-se a ação anulatória e não rescisória.

Ministério Público do Trabalho:

• O MPT pode atuar como árbitro (Art. 83, XI, Lei Complementar 75/93), inclusive de propostas finais.

Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho;

VANTAGENS:

• Pressupõe alguma convergência de vontade (escolha do árbitro, critérios da arbitragem, etc.).

• Maior celeridade na solução dos conflitos, já que a decisão não está sujeita a recursos.

Direitos Disponíveis:

Art. 1º, Lei nº 9.307/96 - As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

Jurisprudência:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. DIREITOS DIFUSOS. ARBITRAGEM. DISSÍDIO INDIVIDUAL DO TRABALHO. VALIDADE Os Agravantes insistem no processamento do recurso de revista, para declarar a validade da arbitragem em dissídio individual do trabalho. Alegam inexistência de prejuízo aos substituídos, inversão indevida do ônus da prova e ausência de proporcionalidade e razoabilidade da declaração de ilicitude da prática da arbitragem no caso em exame. Apontam violação dos arts. 5º, XXV, da Constituição Federal, 1º, 13 a 18 e 23 a 31 da Lei nº 9.307/1996, 818 da CLT e 333, I, do CPC de 1973.

Page 13: Mediação; Conciliação e Arbitragem. · O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na sessão plenária do dia 30/4/2015, que, nos planos de dispensa incentivada (PDI)

É firme a jurisprudência do TST no sentido de que há incompatibilidade na aplicação da arbitragem aos dissídios individuais do trabalho, porquanto os direitos que daí decorrem estão sob o manto do princípio da proteção. Ressalte-se que, mesmo à luz do novel art. 507-A da CLT, não se afastou por completo a incompatibilidade da arbitragem nos dissídios individuais, que somente será válida por iniciativa ou com a anuência expressa do empregado, mediante cláusula compromissória, e para os contratos de emprego cuja remuneração supere o dobro do valor máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social. PROCESSO Nº TST-Ag-AIRR-504-97.2010.5.02.0317

JURISDIÇÃO

• Jurisdição é forma heterônoma estatal de solução dos conflitos. • Provém da expressão latina juris dictio que significa “dizer o direito”. • É definida como o Poder/dever do Estado de dizer o direito no caso concreto,

solucionando o conflito. • É um poder eis que, uma vez instaurada, a sua solução vincula as partes

envolvidas no conflito, apresentando-se, assim, como uma das faces da jurisdição. • É um dever porque o Estado impede a autotutela e, ao faze-lo, assume para si o

ônus de solucionar todo conflito que lhe for apresentado • A todo dever corresponde um direito. • Qual o direito que corresponde ao dever de jurisdição? • É o direito de ação, que se define como a faculdade geral e abstrata de provocar a

jurisdição.