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3º Enescap-Sul Programação técnica é destaque em Porto Alegre FENACON em Ano IX Edição 99 Março 2004 Publicação Mensal da Federação Nacional das Empr esas de Serviços Contábeis e das Empr esas de Assessoramento, Perícias, Infor mações e Pesquisas dirigida a empr esários de prestação de serviços - Valor Unitário - R$ 3,00 Tipos societários Ltda. ou S/A?: saiba qual a melhor opção para a sua empresa Matriz de arrecadação Matriz de arrecadação Para resolver ‘problemas de caixa’, governo cria enxurrada de leis que, além do contínuo aumento de carga tributária, imerge empresas brasileiras em um complexo e sufocante redemoinho burocrático Para resolver ‘problemas de caixa’, governo cria enxurrada de leis que, além do contínuo aumento de carga tributária, imerge empresas brasileiras em um complexo e sufocante redemoinho burocrático

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Page 1: Matriz de arrecadação - Fenacon · 3º Enescap-Sul Programação técnica é destaque em Porto Alegre FENACON em Ano IX Edição 99 Março 2004 Publicação Mensal da Federação

3º Enescap-Sul

Programação técnica édestaque em Porto Alegre

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Tipos societários

Ltda. ou S/A?: saibaqual a melhor opção para

a sua empresa

Matriz dearrecadaçãoMatriz dearrecadaçãoPara resolver ‘problemas de caixa’,governo cria enxurrada de leis que,além do contínuo aumento de cargatributária, imerge empresasbrasileiras em um complexo esufocante redemoinho burocrático

Para resolver ‘problemas de caixa’,governo cria enxurrada de leis que,além do contínuo aumento de cargatributária, imerge empresasbrasileiras em um complexo esufocante redemoinho burocrático

Page 2: Matriz de arrecadação - Fenacon · 3º Enescap-Sul Programação técnica é destaque em Porto Alegre FENACON em Ano IX Edição 99 Março 2004 Publicação Mensal da Federação

SESCAP - AcrePres.: Sergio CastagnaAv. Getúlio Vargas, 130, sala 205 - Centro69900-660 - Rio Branco/ACTel.: (68) 223-8177/[email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - AlagoasPres.: Anastácio Costa MotaR. Dr.Albino Magalhães, 18557050-080 - Maceió/ALTelefax: (82) 336-6038 / [email protected]/sescon-alCód. Sindical: 002.365.89638-8

SESCAP - AmapáPres.: Aluisio Pires de OliveiraR. Hamilton Silva, 2200, Bairro Trem68906-480 - Macapá/APTelefax: (96) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - AmazonasPres.: Wilson Américo da SilvaR. Monsenhor Coutinho, 477 - sala 5 - Centro69010-110 - Manaus/AMTelefax: (92) 3087-6089 / [email protected]/sescon-amCód. Sindical: 002.365.91072-0

SESCAP - ApucaranaPres.: Alicindo Carlos MorotiR. Osvaldo Cruz, 359 - Centro86800-720 - Apucarana/PRTelefax: (43) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCAP - BahiaPres.: Fernando César Passos LopoAv. Antonio Carlos Magalhães, 257312° andar, salas 1205/1206Candeal de Brotas40289.900 - Salvador/BATel.: (71) 452-4082 / Fax: (71) [email protected]ód. Sindical: 002.365.90858-0

SESCON - BlumenauPres.: Carlos Roberto VictorinoR.15 de novembro, 550 - 10º andarsalas 1009/101089010-901 - Blumenau/SCTel.: (47) 326-0236 / Fax: (47) [email protected]ód. Sindical: 002.365.89502-0

SESCON - CampinasPres.: Carlos José TozziR. Dona Éster Nogueira, 283 - Vila Nova13073-040 - Campinas/SPTelefax: (19) [email protected]

SESCON - Caxias do SulPres.: Celestino Oscar LoroR. Ítalo Victor Bersani, 1134 - Jd. América95050-520 - Caxias do Sul/RSTel.: (54) 222-7831 / 228-2425Fax: (54) [email protected]ód. Sindical: 002.365.87490-2

SESCON - CearáPres.: Urubatam Augusto RibeiroAv. Washington Soares, 1.400 - sala 401,Edson Queiróz60811-341 - Fortaleza/CETel.: (85) 273-2255 / Telefax: (85) [email protected]

[email protected]ód. Sindical: 002.365.88157-7

SESCON - Distrito FederalPres.: Elizer Soares de PaulaSHC CR Quadra 504, Bloco C, Subsolo -loja 64, Asa Sul - Entrada W270331-535 - Brasília/DFTel.: (61) 226-2456 / 226-1485 / 226-1269Fax: (61) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04303-2

SESCON - Espírito SantoPres.: Rider Rodrigues PontesR. Quintino Bocaiuva, 16, sala 90329010-903 - Vitória/ESTel.: (27) 3223-3547 / Fax: (27) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04904-9

SESCON - GoiásPres. Edson Cândido PintoAv. Goiás, 400 - 6º andar - sala 67 - Centro74010-010 - Goiânia/GOTelefax: (62) [email protected]/sescon-goCód. Sindical: 002.365.05474-3

SESCON - Grande FlorianópolisPres.: Maurício MeloR. Felipe Schmidt, 303, 9º andar, Centro88010-903 - Florianópolis/SCTelefax: (48) [email protected]ód. Sindical: 002.365.88511-4

SESCON - LondrinaPres.: Paulo BentoR. Senador Souza Naves, 289 - sobreloja86010-914 - Londrina/PRTelefax: (43) [email protected]ód. Sindical: 002.365.90169-1

SESCON - MaranhãoPres. Gilberto Alves RibeiroAv. Gerônimo de Albuquerque, s/n° - sala 201Retorno do Calhau - Casa do Trabalhador65051-200 - São Luís/MATel.: (98) [email protected]/sesconCód. Sindical: 002.365.90023-7

SESCON - Mato GrossoPres.: João dos SantosR. São Benedito, 851 - 1º andar - Lixeira78010-800 - Cuiabá/MTTel.: (65) 623-1603 / Fax: [email protected]ód. Sindical: 002.365.86025-1

SESCON - Mato Grosso do SulPres.: Laércio José JacomélliR. Elvira Pacheco Sampaio, 681 - JardimMonumento79071- 030 - Campo Grande/MSTelefax: (67) 387.6094 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.87924-6

SESCON - Minas GeraisPres.: João Batista de AlmeidaAv.Afonso Pena, 748 - 24º andar - Centro30130-003 - Belo Horizonte/MGTelefax: (31) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04937-5

SESCON - ParáPres.: Carlos Alberto do Rego CorreaAv. Presidente Vargas, 640 - 5° andarSala 01 - Campina66017-000 - Belém/PATelefax: (91) [email protected]ód. Sindical: 002.365.90145-4

SESCON - ParaíbaPres.Aderaldo Gonçalves do Nascimento Jr.R. Rodrigues de Aquino, 267 - 3º andar - Centro58013-030 - João Pessoa/PBTel.: (83) 222-9106Fax: (83) [email protected]/sescon-pbCód. Sindical: 002.365.90755-0

SESCAP - ParanáPres.: Valdir PietrobonR. Marechal Deodoro, 500 - 11º andar - Centro80010-911- Curitiba/PRTelefax (41) [email protected]ód. Sindical: 002.365.88248-4

SESCAP - PernambucoPres.: Almir Dias de SouzaR. José Aderval Chaves, 78, salas 407/408,Boa Viagem51111-030 - Recife/PETelefax: (81) [email protected]ód. Sindical: 002.365. 88145-3

SESCON - PiauíPres.: Tertulino Ribeiro PassosAv. José dos Santos e Silva, 2090sala 201 - Centro64001-300 - Teresina/PITelefax: (86) 221-9557 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.90801-7

SESCON - Ponta GrossaPres. Luiz Fernando SaffraiderR. XV de Novembro, 301 - 6° andar - salas67 e 68 - Centro84010-020 - Ponta Grossa/PRTelefax: (42) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - Rio de JaneiroPres.: José Augusto de CarvalhoAv. Presidente Vargas, 542 - sala 1906 - Centro20071-000 - Rio de Janeiro/RJTel.: (21) 2233-8868Telefax: (21) [email protected]/sescon-rjCód. Sindical: 002.365.86767-1

SESCON - Rio Grande do NortePres.: Edson Oliveira da SilvaR. Segundo Wanderley, 855-B, sala 122,Barro Vermelho59030-050 - Natal/RNTel.: (84) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON/ Rio Grande do SulPres.: Tadeu Saldanha SteimerR. Augusto Severo, 168 - São João90240-480 - Porto Alegre/RSTel.: (51) 3343-2090Fax: (51) [email protected]

SESCAP - RondôniaPres.: João Aramayo da SilvaAv. Carlos Gomes, 2292 - sala 04 -São Cristóvão

78901-200 - Porto Velho - ROTel.: (69) 3026-2531Fax: (69) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - RoraimaPres.: Auxiliadora Oliveira AraújoR. Coronel Mota, 1848, Centro69301-120 - Boa Vista/RRTelefax: (95) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04959-6

SESCON - Santa CatarinaPres.: Luiz Antonio MartelloAv. Juscelino Kubitschek, 410 - bloco B -salas 306/30889201-906 - Joinville/SCTelefax: (47) 433-9849 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.02808-4

SESCON - SantosPres.: Orival da CruzAv. Conselheiro Nébias, 592 - Centro11045-002 - Santos/SPTel.: (13) 3222-4839Fax: (13) [email protected]

SESCON - São PauloPres.: Antônio MarangonAv. Tiradentes, 960 - Luz01102-000 - São Paulo/SPTelefax: (11) 3328-4900Fax: (11) [email protected]ód. Sindical: 002.365.86257-2

SESCON - SergipePres.: Wladimir Alves TorresR. Siriri, 496 - sala 3 - 1º andar - Centro49010-450 - Aracaju/SETelefax: (79) [email protected]ód. Sindical: 002.365.04999-5

SESCON - Sul FluminensePres. Fulvio Abrami StagiR. Orozimbo Leite, 14, 2º andar, Centro27330-420 - Barra Mansa/RJTelefax: (24) 3322-5627 / [email protected]ód. Sindical: 002.365.05022-5

SESCON - TocantinsPres.: Antônio Luiz Amorim AraújoQuadra 104 Norte, Rua NE-11, Lote 20,sala 04 - Centro77006-030 - Palmas/TOTel.: (63) [email protected]ód. Sindical: 002.365.00000-7

SESCON - TupãPres.: Hamilton D. Ramos FernandezR. Potiguaras, 414 - Centro17601-080 - Tupã/SPTelefax: (14) [email protected]

Sindicatos das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,Perícias, Informações e Pesquisas filiados à FENACON

Atualizado em 09.03.2004

Empresário de Serviços, entre emcontato com seu sindicato

através de e-mail. É mais fácil,rápido e econômico.

Critique, reivindique, opine, façasugestões aos seus dirigentes.Eles querem trabalhar por você,

em defesa de sua empresa.

Page 3: Matriz de arrecadação - Fenacon · 3º Enescap-Sul Programação técnica é destaque em Porto Alegre FENACON em Ano IX Edição 99 Março 2004 Publicação Mensal da Federação

■ espaço do leitor .......................................................................04■ palavra do presidente ..............................................................05

. Burocracia: um tributo insuportável

■ brasil político ..........................................................................05■ entrevista .................................................................................06

. ‘O Estado é um sócio majoritário das empresas. Todo mês ele tira um lucro líquido’

■ estudo .....................................................................................08. A economia que encolheu

■ perspectiva ..............................................................................10. Burocracia e multas elevadas ampliam a carga tributária e estimulam a corrupção

■ tributação ................................................................................12. Decifrando o ‘código-fonte da Cofins’

. Webconferência bate recorde de acessos

■ opinião ....................................................................................16. Bom senso não cumulativo

■ tipos societários .......................................................................18. Ltda. ou S/A?

■ educação ................................................................................21. Qualificação continuada: compromisso com o futuro

■ cfc ...........................................................................................22. Conselho diretor do CFC toma posse em Brasília

. ‘Não podemos confundir fraudes corporativas com fraudes contábeis’

■ tecnologia da informação ........................................................26. Guerra digital: prepare-se!

■ regionais .................................................................................28. Novo presidente do Sescon/ES critica ‘parafernália de obrigações’ tributárias. Loro define perseguição ao setor de serviços como ‘um filme de terror’. Posse em Santa Catarina. Empresas de contabilidade recebem Selo Catarinense da Qualidade

■ eventos ....................................................................................30. Programação técnica é o destaque do 1° encontro regional do Sistema Fenacon

. Povos de todo o mundo moldam a riqueza cultural do RS

■ sistema fenacon .......................................................................33. Conquista sindical

■ go around ................................................................................34. Paradoxo do poder

Diretoria da Fenacon 2001/2004

Presidente: Pedro Coelho Neto

Vice-Presidente - Região Sudeste: Nivaldo Cleto

Vice-Presidente - Região Sul: Mário Elmir Berti

Vice-Presidente - Região Nordeste: José Geraldo Lins de Queirós

Vice-Presidente - Região Centro-Oeste/Norte: Antônio Gutenberg Moraes de Anchieta

Diretor Administrativo: Roberto Wuthstrack

Diretor Financeiro: Horizon Donizett Faria de Almeida

Diretor Institucional: Haroldo Santos Filho

Diretor de Assuntos Legislativos e do Trabalho:Sauro Henrique de Almeida

Diretor de Eventos: José Rosenvaldo Evangelista Rios

Diretor de Tecnologia e Negócios: José Eustáquio da Fonseca

Suplentes: Luiz Valdir Slompo de LaraAnastácio Costa MotaMaciel Breno SchifflerOrival da CruzCleodon de Brito SaraivaIzabel Rodrigues LiipkeCarlos Alberto do Rego CorreaLeomir Antonio MinozzoWilliam de Paiva Motta

Conselho Fiscal

Efetivos: Jodoval Luiz dos SantosJosé Carmelo FariasAntonio José Papior

Suplentes: Irany Barroso de Oliveira FilhoAluísio Beserra de MendonçaLuis Carlos Freitas

Representação na CNC

Efetivos: Pedro Coelho NetoEliel Soares de Paula

Suplentes: José Augusto de CarvalhoMaria Elzira da Costa

Secretaria de redação

Setor Comercial Norte, Quadra 1, Bloco F, salas 602 e 603CEP 70711-905 - Brasília - DF • Telefax: (61) 327-0002E-mail: [email protected]

AnúnciosPedro A. De Jesus • Tel.: (11) 3875-0308E-mail: [email protected]

FENACONSetor Comercial Norte, Quadra 1,Bloco F, salas 602 e 603CEP 70711-905 - Brasília - DFTelefax: (61) 327-0002E-mail: [email protected]

ExpedienteA REVISTA FENACON EM SERVIÇOS é uma publicação mensal daFederação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e dasEmpresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas.

Circulação: nacional - empresas de setores de serviços ligadas aoSistema Fenacon, instituições de ensino superior, órgãosgovernamentais, representantes dos poderes legislativos eentidades empresariais.

Auditoria de Circulação: Itecon - Instituto Técnicode Consultoria e Auditoria S/C

Impressão: Prol Gráfica Editora Ltda.

Editor Responsável: André Luiz de Andrade

Direção de Arte e Diagramação: Marcelo Ventura

Conselho Editorial: Pedro Coelho NetoNivaldo CletoHaroldo Santos FilhoMário Elmir BertiAntônio MarangonGerson Lopes FontelesSérgio Approbato MachadoJosé Antonio de Godoy

Tiragem: 50 mil exemplares

A Revista Fenacon em Serviços não se responsabiliza pelosconceitos emitidos nas matérias ou artigos assinados

índice

FENACON em Ano IX - Edição 99

Março de 2004

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4 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

espaço do leitor

Fale com o editor: [email protected] mensagens, para esta seção, somente serão publicadas com a devida identificação do leitor: Nome, Endereço Completo e Telefone.

Por motivos de espaço, a redação se reserva o direito de publicar de modo resumido o conteúdo das cartas e e-mails dos leitores.

Lodo burocráticoCaro Sr. presidente da Fenacon, Pedro

Coelho Neto, o empresariado nacionalprecisa se organizar para impedir o queme parece um suicídio tributário. Desdea década de 60, a carga tributária puloude 20% para quase 40% do PIB e talaumento afronta, de cara, o princípio dacapacidade contributiva. Infelizmente,burlando aquilo que se chama conceitofundamental do Direito, têm sido criadascontribuições e impostos os mais diversos,nas mais diversas esferas tributantes, semque se atente ao fato de que a situação dopaís é de redução de consumo e aumentode custos empresariais.

O resultado é um número cada vezmaior de empresas falidas, com graveconseqüência social e vários discursosque não combinam com a situação atual.Assim, enquanto candidato, inde-pendentemente do partido que tenham,os ‘presidenciáveis’ atacam o ‘governo’ou aquele que está no poder, com umquadro que chega ao terrorismo e, logoapós, quando assumem o poder, passama demonstrar que “tudo está sob con-trole”, o “Brasil agora vai dar certo” e“estamos trilhando o caminho do desen-volvimento sustentável”.

Ao contrário disto, vê-se, desde o PlanoReal, um aumento excessivo das tarifaspúblicas (que, na verdade, fizeram ainflação ser positiva, para esconder arecessão que existe, claramente) e umacorrosão do poder aquisitivo de todos ossetores (empresarial e obreiro), com aoposição do aumento de carga tributária.É preciso que o empresariado nacional seuna, pois, afinal, são as empresas quepagam a enorme estrutura ‘burrocrática’ epermitem a fluência da atividade pública.

Em contrapartida, o que tem fornecidoo setor público? Segurança não existe,educação pior ainda, com seguidas grevesnos setores correspondentes, inclusiveuniversidades federais; sobre a saúde nãoé preciso nem entrar no mérito. Basta vera situação dos hospitais públicos do país.

Até mesmo as aposentadorias federaisvêm sendo diminuídas com seguidasmedidas que resultam na retirada dedireitos adquiridos. É o caos. Enquantoisso, vemos presidentes cada vez mais‘viajantes’ e uma inflação inercial fo-mentada por tarifas púbicas, com taxas dejuros que privilegiam apenas um setor daeconomia nacional. Parabenizo vossasenhoria pela opinião exposta (Palavra doPresidente - RFS - edição 98).Noemar Seydel LyrioAdvogado e mestre em Direito

Enfrentando a burocraciaSr. Pedro Coelho Neto, é com grande

satisfação que acuso a leitura de cartaresposta da Fenacon, publicada na‘Revista Fenacon em Serviços’, edição 97,janeiro/2004, em manifesto contra matéria‘Enfrentando a burocracia’, da revista‘Você S/A’. Como profissional dacontabilidade dou testemunho da lutaconstante dos membros dessa federação,bem como de outras entidades repre-sentantes da classe, pela valorização docontabilista e destaque de seu importantepapel na defesa do desenvolvimento denosso País.Pamela Lagazzi AlonsoContadoraAraras - [email protected]

WebconferênciaGostaria de parabenizá-los pelo

Seminário via TV Fenacon exibido em 16/02/2004 (ver matéria nesta edição). Asinformações e conteúdo muito bemdisponibilizados através do Press Clippinge da Revista Fenacon em Serviços são desuma importância para a valorização equalidade da profissão contábil. Parabénsa todos que colaboram direta e indi-retamente para essa maravilhosa fontepara nossa categoria.Marcelo [email protected] - SP

RFSSou professor de Ciências Contábeis

em Recife/PE e utilizo algumas matériasda revista para preparação de minhasaulas, por achar artigos atuais e im-portantes para a classe contábil. Gos-taria de saber qual o procedimento parafazer a assinatura.João BoscoRecife - [email protected]

Da redação: Prezado prof. João Bosco,muito nos honra saber que a revista estásendo utilizada como material comple-mentar para o desenvolvimento de suasaulas. Uma observação: a RFS não possuimais a modalidade assinatura. Solicito queo Sr. entre em contato com o sindicatofiliado local (ver relação na página 2) paraas orientações necessárias.

Conectividade SocialPrimeiramente, quero cumprimentá-los

pelas edições da ‘Revista Fenacon emServiços’. Elas em muito me trazem apren-dizado. Gostaria também de solicitar algumainformação/matéria especial sobre o‘Conectividade Social’ da Caixa EconômicaFederal, cuja utilização tornou-se obrigatóriacom a publicação da Portaria Inter-ministerial n.º 116, de 9 de fevereiro de 2004.Manoel Pinho FilhoBauru - [email protected]

Da redação: Caro Manoel, obrigado pe-la participação. Sua sugestão está anotada.

Portal FenaconParabéns a toda diretoria em especial

ao Nivaldo Cleto (vice-presidente daFenacon para a Região Sudeste) pelo novoportal. Mais uma vez a Fenacon a serviçodos empresários da contabilidade.Pedro Ernesto FabriSão Paulo - [email protected]

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 5

Pedro Coelho Neto

palavra do presidente

Burocracia:um tributo insuportável

Certamente, muito já se escreveusobre a inutilidade burocrática, sobre asrelações da burocracia com a corrupção,da burocracia com o subdesenvolvi-mento, e por aí vai. Mas, entendemosque muito ainda deverá ser escrito, atéque os viciados em criar obrigações aserem cumpridas por outros venham areconhecer que estão totalmente errados.

Prestar informações aos fiscos fe-deral, estadual e municipal e a outrasrepartições do governo é dever doscontribuintes, sejam eles pessoas físicasou pessoas jurídicas. Os profissionaisque preparam essas informações são oscontabilistas - cerca de 335.000 regis-trados nos Conselhos de Contabilidade-, sendo que mais de 200.000 contadorese/ou técnicos de contabilidade, além dosprofissionais de outras formações, estãoagregados nas 63.000 empresasprestadoras de serviços contábeis.

Esse batalhão de trabalhadores édiretamente afetado quando o Governopassa a exigir mais uma Inscrição, umaGuia, um Demonstrativo, uma Relaçãoe, principalmente, quando estabelece,a seu bel prazer, prazos curtos para oatendimento e multas exorbitantes peloseu não cumprimento. É uma ver-

“Tantas e tão descabidasexigências seriam somente

ridículas, não fossemtambém catastróficas para a

economia do nosso País”

dadeira injeção de estresse, aplicada emmilhares de profissionais, que há muitovêm sendo ignorados ou tratados sem omínimo respeito.

No momento, assistimos à implantaçãoda Lei 10.833 que, entre outras mazelas,trouxe no seu bojo a obrigatoriedade deretenção da Cofins, do PIS e da CSLL porparte das empresas em geral, sempre queefetuarem o pagamento de serviços adeterminados fornecedores - definidos nafamigerada lei. O recolhimento das referidasretenções deverá ser efetivado se-manalmente, implicando a utilização detoneladas de papel. Acarretará, ainda, aprodução e o processamento de milhões deinformações que, certamente, irão piorar ojá péssimo serviço que atualmente vemsendo prestado pela Receita Federal aoscontribuintes. Serão desperdiçados:trabalho, dinheiro e muito tempo em

infindáveis filas na tentativa de solucionarproblemas - muitos deles decorrentes daprópria ineficácia do órgão.

Por incrível que pareça, o contri-buinte estará obrigado a reter qualquerque seja o valor e só poderá recolhê-loquando ultrapassar a R$ 10. Istosignifica dizer que, se o serviço con-tratado for esporádico e de pequenovalor, o pagante estará obrigado amanter o controle individualizado decada insignificância retida indefi-nidamente até que o Governo descubraque fez uma exigência maluca e autorizea baixa do valor.

Essa teia de obrigações acessórias aser cumprida em prazos exíguos erespaldadas por multas impagáveis,acompanhadas de uma carga tributáriacrescente, beirando o insuportável, é umforte estímulo para que os contribuintesevitem a legalidade. Tantas e tão des-cabidas exigências seriam somenteridículas, não fossem também catas-tróficas para a economia do nosso País.

Mais uma vez, fica no ar a pergunta:por que os criadores de obrigaçõesacessórias não pedem a colaboração dosprofissionais que têm a responsabilidadede prestar informações ao Estado,antecipando, assim, a eliminação deproblemas para os contribuintes? Seráque os burocratas de plantão têm interes-se em ver o circo pegar fogo? Serãoalienados os mentores dessas sandices ousimplesmente sádicos?

Suportar a carga tributária escan-dalosamente desproporcional ao retornodos serviços públicos já é prova de umapaciência beatífica do cidadão.Entretanto, tolerar a burrice burocráticaque impõe uma infinidade de obri-gações, trabalheira e custos adicionaisdestituídos de qualquer sentido é detodo insuportável.

Pedro Coelho Netoé presidente da Fenacon

[email protected]

brasil político

Mar

celo

Ven

tura

Page 6: Matriz de arrecadação - Fenacon · 3º Enescap-Sul Programação técnica é destaque em Porto Alegre FENACON em Ano IX Edição 99 Março 2004 Publicação Mensal da Federação

6 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

entrevista

RFS: Qual o balanço que o Sr. faz desseprimeiro ano à frente do NPECT?Gabrielli: Esse ano que passou foimuito intenso no Congresso em relação,principalmente, às reformas estruturaisno Brasil. Nós estivemos avaliandoalguns projetos do Governo. Na época,a perspectiva de alterações na lei daReforma Tributária e do novo Refis.Falamos sobre asalterações no Sim-ples e outras me-didas que estavamna pauta do Con-gresso e que eramdo interesse não sóda classe contábilcomo também dasociedade. Os par-lamentares do Nú-cleo estiveram mui-to firmes, com avisão absorvidapelos nossos en-contros com a clas-se contábil, atuando, seja no Plenário daCâmara como também nas comissões.Há, hoje, um compromisso de iden-tificação com o propósito da Fenacon edo Conselho Federal de Contabilidade.

RFS: Quais foram as principaisconquistas do NPECT no ano passado?Gabrielli: A grande conquista foi o despertar

“Normalmente, essas pessoasque dominam o poder no

Brasil assumem uma forçamuito grande de comando,

domínio e impõem regras que,em muitos casos, não

cumprem, não assimilam e,na maioria das vezes, não têmautoridade moral para cobrar”

‘O Estado é um sócio majoritário das empresas.Todo mês ele tira um lucro líquido’

Presidente do Núcleo Parlamentar de Estudos Contábeis e Tributários e emsegundo mandato como deputado pelo PFL/BA, Gerson Gabrielli é um dosprincipais parlamentares na articulação de discussões e projetos voltados às mi-cro e pequenas empresas e da área tributária na Câmara Federal. O parlamentartambém foi titular de comissões de estudos para o Sistema Tributário Nacional ereeleito recentemente para a vice-presidência da Comissão de Reforma Tributária.

Nesta entrevista concedida à RFS, em seu gabinete, em Brasília, Gabrielliavalia os trabalhos em seu primeiro ano como presidente do NPECT, da parceriacom a Fenacon em busca da justiça tributária para o setor de serviços, critica avoracidade arrecadatória do governo, o excesso de leis ‘burocratizantes’ econclama as entidades a lutarem juntas pela modernização e aprimoramento doSistema Tributário Brasileiro.

da consciência da classe contábile da sua importância na qua-lificação do que é construído aquina Câmara Federal. A classe éformada por pessoas preparadas,com experiência e que detêm oconhecimento de tudo o queacontece nas empresas. O con-tador é um estuário de infor-

mações esaiu da-quela posição pas-siva de simples-mente organizar asinformações e pas-sou a estar à frente,como um braço dacidadania empre-sarial e tambémcomo instrumentode transformação eaperfeiçoamentodas instituiçõesbrasileiras, seja nocampo técnico ou

político. Hoje, a classe contábil, atravésde seu Conselho e da Fenacon, é ouvida,tem locução com o Governo Federal eoutros organismos. Sou testemunhadessa participação.

RFS: No ano de 2003, quais foram asprincipais dificuldades encontradaspelo NPECT?

Gabrielli: A visão obtusa do GovernoFederal. É impressionante o que nóschamamos aqui em Brasília de ‘bur-rocracia estatal’. Soluções simples que sãosugeridas de todos os setores da sociedadenão são assimiladas. Há uma visão equi-vocada, forjada até por uma parte daimprensa brasileira, de que o Congressofunciona quando está aprovando leis.Ele não pode ficar todos os diasaprovando leis. Nos chamados países dePrimeiro Mundo existem poucas leis,em vigência há 100, 200 anos. NoBrasil, talvez um dos grandes problemasseja essa geração desenfreada, con-fundindo a aprovação de leis, com tra-balho. É mais uma satisfação externa denecessidade de produção. O trabalho doCongresso é feito através das comissõestemáticas que são muito intensas, ondeos temas são discutidos de maneiraacalorada e aprofundada e muitas vezesnão há uma visibilidade e divulgação.

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Por Fernando Olivan

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“Quando o governo com asua cabeça pequena e seuestômago grande percebeuque esse setor (de serviços)estava muito bem, taxou-ode uma maneira violenta”

Por isso mesmo, o grau de dificuldadeque temos, exatamente, é esse excesso deleis que engessam, burocratizam,dificultam a vida das empresas e doscidadãos e não permite que tenhamosregras claras e duradouras em relação àgestão econômica, social ou política.Hoje, você não consegue saber comocomeça e termina o ano. Como aconteceucom o Refis, você não sabe se a cargatributária vai até o final do ano ou seteremos alterações. São sugeridas leisprovisórias que viram permanentes,aumento de impostos que seriamtemporários viram permanentes. Tivemosuma carga no começo dos anos 90 de 27%.Hoje, com quase 40, estamos todosperplexos sem saber como sobreviver aessa violência burocrática e tributária.

RFS: Por que as empresas de serviçostêm sido sempre penalizadas com acarga de impostos mais alta?Gabrielli: Isso poderá ser minimizadoporque, agora, mais recentemente, essesetor foi apenado com um dragão de

impostos extraordinários. Mas, nasúltimas décadas, era um setor que vinhacrescendo à margem do processo, quaseque como uma alternativa para fugir dasaltas cargas tributárias que, além deperversas são terríveis para as empresas.Quando o governo com a sua cabeçapequena e seu estômago grande percebeuque esse setor estava muito bem, taxou-ode uma maneiramuito violenta.Isso vai desesta-bilizar as margensdo setor. Por maisrecordes que ogoverno brasileirobata em arreca-dação, não conse-gue superar suasdificuldades decaixa, nem de en-dividamento e nem de investimento. Oque foi colocado para o setor de serviçofoi um equívoco, um erro de calibragem.Todo o remédio que eles acham que podeser benéfico para a estrutura tributária e

fiscal do país acaba sendo um veneno quesacrifica a única fonte de receita possívelpara um país que precisa crescer, atravésdo setor produtivo.

RFS: Durante a solenidade de posse donovo Conselho Diretor do CFC, o vice-presidente da República, José Alencar,citou uma proposta de lei para que a

contabilidade nosetor público tenhaas mesmas regrasda contabilidade nosetor privado. Quala opinião do Sr.sobre esse projeto?Gabrielli: Há umaonda no Brasil muitopositiva de trans-parência. O Execu-tivo brasileiro, atra-

vés de seus instrumentos legais, exige queo setor produtivo, cada vez mais, se tornetransparente na sua relação com o Estado,que acaba virando sócio das empresas. OEstado é um sócio majoritário das

Folhamatic

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entrevista

“O Estado não tem umacontabilidade transparente

em relação à gestão. É muitoobscuro, muito difuso,

é um orçamento virtual”

empresas. Todo mês ele tira um lucrolíquido. Muitas vezes, as empresas têmque dar, mesmo com prejuízos, ao seusócio majoritário, a sua contribuição.Apesar da Lei de Responsabilidade Fis-cal, o Estado não tem uma contabilidadetransparente em relação à gestão. Émuito obscuro, muito difuso, é um or-çamento virtual. São prioridades que,muitas vezes, não são obedecidas e nãohá por parte da opinião pública umavisão mais clara exatamente dessebalanço que o Brasil precisaria conhecerem relação ao seu potencial.

RFS: Não será medo do própriogoverno em dar transparência àssuas contas e haver uma cobrança deque os recursos não estejam sendobem aplicados?Gabrielli: Nós vivemos sobre umaditadura do Executivo no Brasil háalgumas décadas. Alteram-se governos,mas não se alteram praxes de um rigor,de uma força sobre o LegislativoNacional. Normalmente, essas pessoasque dominam o poder no Brasil, na formade regime que nós temos, presiden-cialista, assumem uma força muitogrande de comando, domínio e impõemregras que, em muitos casos, nãocumprem, não assimilam e, na maioriadas vezes, não têm autoridade moral paracobrar. Haja vista o que acontece emrelação à receita e à despesa. O governoimpõe ao setor produtivo nacional queseja eficaz na gestão. Gaste menos do quearrecade. O Governo não faz isso. Osgovernos têm sido perdulários,gastadores, não têm projetos em curto,médio e longo prazo, não têm prioridadese não têm tido autoridade moral paraimpor nenhum tipo de regra ao país.

RFS: No último dia 9 de dezembro, aFenacon entregou aos principaisrepresentantes do governo federalcerca de 15.600 assinaturas a favor dainclusão das empresas prestadoras deserviços no Simples. Já há algumamanifestação por parte do governosobre esse documento?Gabrielli: Eu estive em um evento emSão Paulo com o presidente da Fenacon,Pedro Coelho Neto, junto com diretores

do Sescon/SP e de outras regiões e coma presença do José Dirceu (ministro-chefe da Casa Civil). O ministro se com-prometeu a dar uma solução a esseproblema dos con-tadores na parti-cipação do Sim-ples. Isso está gra-vado, foi uma coi-sa pública. Eu, oPedro e o Marto-nio (José MartonioAlves Coelho, pre-sidente do CFC), jáestamos com umaaudiência marcadanos próximos diascom o governobrasileiro paracontinuar traba-lhando nessa dire-ção e creio que acurto e médio pra-zo conseguiremosreverter isso.

RFS: Nem todocontribuinte epequeno empre-sário têm condi-ções de recorrerao Judiciário paracontestar estesaumentos abusi-vos de impostos.Qual seria então omelhor caminho?Gabrielli: Há uma conscientização dasentidades para que elas se instrumen-talizem com um contingente de asses-sores nas áreas tributária, fiscal etrabalhista e disponibilizem para os seusassociados um conjunto de assessoriasque lhes permitam lutar pelos seusdireitos. Há uma máxima de Rui Barbosaque diz o seguinte: “Só é digno de seusdireitos quem luta por eles”. As entidadestêm que superar exatamente as limitaçõesindividuais dos seus filiados, criandomecanismos para que eles possamexercer na plenitude a sua cidadania. Eurecomendo que os empresários do setorcontábil e das micro e pequenas empresasnão deixem passar em branco nenhumachance de lutar pelos seus direitos em

qualquer instância, pois o Estado énormalmente perverso, impessoal,materialista e ganancioso, com essa coisaburocrática, que quer controlar nossas

vidas e nossas em-presas. Eu gostariamuito de ver, comoeu tenho visto aFenacon e o CFC,as entidades lutandode maneira corajosae independente pe-los direitos dos querepresentam. Oslíderes só serão res-peitados e seguidosse derem o exemplode coragem, coe-rência e de conso-nância com o anseiode suas bases.

RFS: Como o Sr.avalia a atuação po-lítica da Fenaconem busca de umsistema tributáriomais justo?Gabrielli: A Fena-con é um órgãomuito respeitado.Seus líderes sãopessoas extrema-mente corretas, pre-paradas e de doutosaber na atividadeque têm. É um órgão

que vem crescendo, se consolidando comorepresentante no setor, com apoioestratégico e fundamental do CFC. Eu creioque, nos próximos anos, a Fenacon seráum dos órgãos mais importantes erepresentativos do Brasil em relação aossegmentos de empresas que representa.Acompanho o crescimento, a mobilização,a preocupação de alguns sindicatos nosEstados, como é o caso de São Paulo, quetem uma atuação muito vigorosa, muitointensa na defesa de bandeiras estaduais emunicipais. Participei de algumasmanifestações públicas em defesa de leismunicipais mal concebidas e malcompreendidas e eu quero me congratularpor essa classe que tem os líderes maisexpressivos e respeitados do Brasil.

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estudo

Os principais itens que medem aeconomia brasileira apresentaramvariações negativas, conforme acom-panhamento feito pelo IBGE - InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística.O Produto InternoBruto apresentou,em 2003, variaçãonegativa de 0,2%em relação a 2002,o PIB per capita, emvolume, apresentouqueda de 1,5% e oConsumo das Fa-mílias caiu 3,3%.

De maneira in-versa, a carga tri-butária sobre o PIBapresentou cresci-mento de 0,23 pontopercentual, a cargatributária média so-bre os salários avan-çou 0,44 ponto percentual (para os tra-balhadores o impacto foi 1,13 pontopercentual), o somatório das arre-cadações federal, estaduais e municipaisteve aumento nominal de 13,40% eaumento real (variação IPCA) de 3,75%.

Essa foi a conclusão da pesquisarealizada pelo Instituto Brasileiro dePlanejamento Tributário - IBPT (http://www.ibpt.com.br), divulgado no início demarço. O estudo foi coordenado porGilberto Luiz do Amaral, advogadotributarista, auditor, consultor deempresas, professor de pós-graduação emdireito e planejamento tributário; e porJoão Eloi Olenike, tributarista, contador,auditor, professor de contabilidade eplanejamento tributário.

Aumento da arrecadaçãoA partir de levantamento da arre-

cadação dos tributos federais, estaduaise municipais e comparação da variação

A economia que encolheuEstudo do IBPT, a partir de números dos principais institutoseconômicos e de dados oficiais mostra que PIB diminui, mas cargatributária aumenta no Brasil, em 2003

em relação ao ano anterior, o trabalhoconstatou que houve crescimento daarrecadação em 2003 da ordem de R$64,62 bilhões, gerando um aumentonominal de 13,40% em relação ao to-

tal arreca-dado noano ime-diatamenteanterior. Ocrescimen-to real daar recada-ção é daordem de3,75%, uti-lizando-secomo pa-râmetro oIPCA.

Verifica-se que oICMS foi o

tributo que teve o maior aumento dearrecadação, ou seja, R$ 13,56 bilhões(12,84% de aumento nominal e 3,23%de aumento real). A seguir o INSS queteve aumento de R$ 10,51 bilhões(13,81% de aumento nominal e 4,13%de aumento real), e a Cofins com R$7,29 bilhões (variação nominal de13,96% e 4,26% de crescimento real).

Individualmente, o tributo que teveo maior crescimento nominal (34,73%)e real (23,27%) foi o PIS/PASEP,devido principalmente à mudança nasistemática de incidência e re-colhimento para não-cumulativo.Também a CSLL teve um aumentoacima da média (25,37% crescimentonominal e 14,71% de crescimento real),devido, provavelmente, ao aumento debase de cálculo para as empresasprestadoras de serviços optantes pelolucro presumido e também pelocrescimento da arrecadação das em-presas não-financeiras.

Arrecadação per capita“Demonstramos, ainda, a arrecadação

dos principais tributos em relação ao PIB,nos anos de 2002 e 2003. Conforme osnúmeros divulgados pelo IBGE, o PIBbrasileiro teve variação negativa de 0,2%no ano de 2003. A Carga TributáriaBrasileira em relação ao PIB apresentoucrescimento de 0,23 ponto percentual”,destaca Amaral.

“Verifica-se que o brasileiro vemaumentando o valor individual de tributosque paga ao governo. Em 1993 cadabrasileiro pagou o equivalente a R$700,51. Em 1999 este valor representavaR$ 1.815,13, passando para R$ 2.361,08em 2001, R$ 2.723,26 em 2002 eatingindo R$ 3.092,47 em 2003. Ou seja,houve um aumento nominal de 341,46%da arrecadação per capita entre 1993 e2003. O crescimento real neste períodofoi de 56,74%”, acrescentou.

O crescimento real da arrecadação percapita em 2003 foi de 3,89% (e ocrescimento nominal foi de 15,34%),enquanto que o PIB per capita caiu 1,5%em 2003, segundo o IBGE.

O IBPT considera todos os valoresarrecadados pelas três esferas degoverno (tributos mais multas, juros ecorreção); para o levantamento dasarrecadações estaduais e do DistritoFederal utiliza como base de dados,além do Confaz, os valores divulgadospelas Secretarias Estaduais de Fazendae Secretaria do Tesouro Nacional doMinistério da Fazenda, pois algunsestados demoram a entregar seus rela-tórios ao Confaz; quanto às arreca-dações municipais, faz um acom-panhamento dos números divulgadospor 759 municípios que divulgam seusnúmeros em atenção à Lei deResponsabilidade Fiscal, e tambématravés dos números divulgados pelaSecretaria do Tesouro Nacional e dosTribunais de Contas dos Estados.

MetodologiaGilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT

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Burocracia e multas elevadasampliam a carga tributária eestimulam a corrupção

“O contribuinte brasileirosobrevive numa selva de leis,

regulamentos, atos normativose interpretações divergentes,até mesmo entre os próprios

agentes do fisco”

Recente estudo do Banco Mundialrevelou o ambiente em que atuam osempreendedores de 133 países, em relaçãoaos aspectos econômicos, institucionais,legais e burocráticos. O Brasil ficou emposição bastante desfavorável, em relaçãoà burocracia, qualidade das leis tra-balhistas e funcionamento da Justiça.

Quanto à tributação, não houvenenhuma menção no relatório do BancoMundial, mas já sabemos, por dados daprópria Secretaria da Receita Federal, quea carga fiscal do Brasil é uma das maioresdo mundo, e vai ultrapassar 41% do PIB,em 2004, por conta da recente reformatributária e dos aumentos da Cofins, daCide, do ISS, do IPI e de tantos outrosimpostos e contribuições.

Apesar disso, outras medidas, quevisam aumentar a arrecadação ainda esteano, estão sendo anunciadas, como acriação da Contribuição Previdenciáriasobre o Faturamento, que substituiráapenas uma parte da contribuição patronalsobre a folha de salários.

É importante ressaltar que a carga fiscaldo contribuinte não é representada, apenas,pela soma dos impostos, taxas e con-tribuições devidas. Épreciso considerartambém o alto custoda burocracia fiscalexigida para o re-colhimento dos tri-butos e o atendi-mento das obriga-ções acessórias.

Ao editar novasleis e ao fiscalizar oseu cumprimento, ocontribuinte brasileiro, ainda que bemassessorado pelo seu contabilista,sobrevive numa selva de leis, regu-lamentos, atos normativos e interpretaçõesdivergentes, até mesmo entre os própriosagentes do fisco.

O contribuinte e o contabilista en-frentam todo tipo de dificuldades paraapurar e recolher os tributos devidos.Além disso, devem cumprir inúmeras

obrigações acessórias exigidas por diversosórgãos, em curtíssimos prazos fixados nalegislação e cujas penalidades pelo

descumprimentosão elevadas.

Para piorar estequadro, a legislaçãofiscal brasileiravem aumentandocada vez mais asmultas e penali-dades, aplicáveisaos contribuintesque descumpremalgum prazo ou

cometem qualquer tipo de infração. Nãoé oferecida ao contribuinte qualquerpossibilidade de que, ao reparar a omissãoou erro cometido, seja relevada oureduzida a punição.

Por exemplo: a falta ou atraso naentrega de uma declaração mensal,contendo as informações exigidas pelofisco para operações imobiliárias, créditopresumido do IPI, ou de um determinadotributo, como a Cide, o Dapis, jásubstituído pelo Dacon, acarreta umamulta de R$ 5 mil. A falta ou atraso naentrega da DCTF trimestral, da Dirf e daDIPJ anuais é punida com multa mínimade R$ 500 ou de 2% e, no máximo, 20%do valor dos débitos fiscais apurados ounão informados no prazo, ainda que ostributos tenham sido recolhidos cor-retamente. No caso da Rais anual, que éexigida mesmo que a empresa não tenhaempregados, a multa é de R$ 425, pelafalta ou atraso na entrega.

Este procedimento punitivo, commultas tão radicais e onerosas, em muitassituações, também se aplica às micro epequenas empresas, que já têm di-ficuldade de pagar os tributos e cumpriras imensas exigências burocráticas.

Muitas vezes, já exaurido emocionale financeiramente, pelo insucesso de seu

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Por Marta Arakaki

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 11

“O Brasil precisa criar umambiente de verdadeira justiça

fiscal, onde o contribuintenão seja mais tratado como ummarginal ou sonegador, mas,

efetivamente, como umparceiro da sociedade”

negócio, o empresário não consegueprocessar a baixa nos cadastros fiscais,por causa dos elevados custos bu-rocráticos e da impossibilidade de pagaras pesadas multas e penalidades exigidasantes de sua efetivação.

Por conta disso, os dados constantesdesses cadastros es-tão totalmente desa-tualizados e têmacarretado muitosproblemas para osempresários quedesistiram de seusnegócios. Uma mi-cro ou pequena em-presa, por exemplo,pode se enquadrarem um regime depagamento do ICMSsimplificado, porestimativa, para recolher um reduzidovalor fixo mensal. No entanto, se o fiscoverifica em seus controles, em deter-minada data, que existem pendências norecolhimento por estimativa, poderá lavrarum auto de infração cobrando o ICMScom os acréscimos legais devidos atéaquele momento.

Para limpeza e atualização dos ca-dastros fiscais federais, estaduais emunicipais, deveria haver um estímulo,facilitando a regularização dos débitos daspessoas jurídicas em atividade e a baixadas empresas paralisadas ou extintas.

Em relação às multas e penalidades, asolução seria reduzir os seus valores para

adequá-las à realidade dos contribuintesbrasileiros, inclusive estabelecendo umagraduação, de acordo com o porte daempresa. Para os casos de reparaçãoespontânea dos erros e omissões,deveriam ser fixadas punições emvalores bem menores, visando estimular

a regularizaçãodas pendências,evitando o acú-mulo de débitos eo agravamento dasituação do con-tribuinte.

As exigênciastributárias e a bu-rocracia fiscal re-presentam um cus-to elevado e aspenalidades peloseu descumpri-

mento são excessivas, ficando ocontribuinte impossibilitado deregularizar suas pendências fiscais.Assim, ele acaba optando pela sonegação,solução que não traz qualquer benefíciopara si ou para o fisco.

Neste momento em que a economiabrasileira está estagnada e recessiva e asempresas em geral, especialmente as demicro e pequeno porte, estão lutando comimensas dificuldades para sobreviver, épreciso que o Governo resolva fazer umaampla Reforma Fiscal, que passa nãosomente pela questão da redução da cargatributária, mas, principalmente, pelareorganização do Estado brasileiro.

É preciso tomar medidas corajosas parareduzir as despesas e os gastos públicos,eliminar os entraves burocráticos e legaispara a criação e o funcionamento dosnovos e antigos negócios, reduzindo atributação e as penalidades fiscais apatamares compatíveis com a capacidadeeconômica dos contribuintes. Esses sãopré-requisitos imprescindíveis à retomadado desenvolvimento econômico que,somente poderá ser alcançado peloaumento das atividades empresariais epela oferta de novos empregos formais.

O Brasil precisa criar um ambientede verdadeira justiça fiscal, onde o con-tribuinte não seja mais tratado como ummarginal ou sonegador, mas, efetiva-mente, como um parceiro da sociedade,pois assume riscos para desenvolversuas atividades, oferece empregos epaga seus tributos que custeiam asatividades do Estado.

O alerta do relatório do Banco Mundialé que a redução drástica da burocracia fis-cal e da carga tributária, a edição de leistrabalhistas mais modernas e flexíveis e areorganização do sistema judiciáriobrasileiro são os principais pontos quedevem ser perseguidos pelo Governo e asociedade brasileira.

Marta Arakaki é contabilista,advogada especializada em

Direito Empresarial, assessora tributária da Fenacon e coordena o

Grupo de Estudos sobre Assuntos Tributários do CFC

[email protected]

Domínio

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12 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

tributação

Durante a transmissão da TV Fenacon,realizada no último dia 16 de fevereiro,foi possível notar a grande confusãoimposta pela Lei 10.833, em vigor desde1º de fevereiro. Entre as mudanças, estãoa Cofins não cumulativa, e sua elevaçãode 3% para 7,6%, e o recolhimentoantecipado do PIS/Pasep, CSLL e tambémda Cofins. A lei, publicada em 30 dedezembro de 2003, gerada pela conversãoda Medida Provisória n.º 135 propostapelo Governo, traz uma série deexigências com relação a procedimentoscontábeis e de controle.

Mais uma vez a complicada legislaçãoe a voracidade de arrecadação foramduramente criticadas durante oseminário, transmitido via Internet. Odiretor Institucional da Fenacon, HaroldoSantos Filho, que integrou a mesa comodebatedor, não escondeu sua per-plexidade diante da Lei 10.833. “Essedispositivo legal não tem precedente pelomenos nos últimos 15 anos. Tãoimpactante, revolucionário e massacrantesob o ponto de vista de arrecadação - emnotório benefício para aumento da receita

Decifrando o‘código-fonte’ da CofinsLeis, como a que criou a nova sistemática de apuração da Cofins,aumentam a burocracia e complicam a vida dos contribuintes. Seminário,via web, promovido pela Fenacon, em parceria com a IOB Thomson e aProsoft Tecnologia, tenta ‘decifrar’ o novo emaranhado tributário

da União -,vem diminuira empregabi-lidade e arentabilidadedas empre-sas, princi-palmente asde serviços”,lamentou odiretor Ha-roldo Santos.

O vice-pre-sidente da Fe-nacon para aRegião Su-deste, NivaldoCleto, mediouo debate e também não poupou críticas ànova lei. “Essa legislação precisa seratualizada. Eles precisam se adequar à nossarealidade, do mundo moderno e das novasempresas prestadoras de serviços, porqueesse mercado está mudando muito rápido eo governo não acompanha”.

Cleto ressaltou ainda a dificuldadeencontrada pelos profissionais contábeisem traduzir toda a complicada legislação.“ N e s s a sú l t i m a strês sema-nas nuncat i v e m o suma de-manda det r a b a l h otão grandepara es-c l a r e c e ressa me-dida sobrea retençãona fonte.

Edino Garcia: “Ela (SRF) émuito passiva, ou seja, lançaa norma, fica quieta, vaifiscalizar as empresas e fala:‘isso daqui você não pode’ equem tem que provar que nãopode não é a Receita é você”

Nivaldo Cleto: apresentador e mediador doevento, confere os e-mails com asperguntas sobre o tema

Haroldo Santos Filho: críticas epreocupação com mais umemaranhado tributário criadopelo governo

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 13

Ainda há uma confusão tributáriageneralizada nos departamentos decontas a pagar e receber das empresas.As dúvidas são muitas”.

‘Cada um que se vire’O consultor da IOB Thomson e

especialista em Imposto de Renda, EdinoG a r c i a ,que escla-receu asprincipaisd ú v i d a sdo públi-co duran-te o even-to, não sec o n t e v ediante dam o r o s i -dade daR e c e i t aF e d e r a lem defi-nir comclareza asmedidasque adota.“Ela é

muito passiva, ou seja, lança a norma, ficaquieta, vai fiscalizar as empresas e fala:‘isso daqui você não pode’ e quem tem queprovar que não pode não é a Receita é você.Então fica difícil para o contribuintequando ele tem que provar tudo”.

Nivaldo Cleto lamentou que, diante doacréscimo desenfreado da burocracia eda falta de clareza da SRF, reste aos

profissionais contábeis se adaptarem àsregras na prática e arcar com os custos,pela dificuldade de repassá-los aosclientes. “Peço mais uma vez queautoridades fiscais nos dêem me-canismos e informações para quepossamos esclarecer os contribuintes.Isso está travando uma guerra fiscal nasempresas. Eu peço que escutem em nomeda Fenacon e de todos os seus 37sindicatos filiados”.

Cemitério de empresas“O Governo Federal precisa de mais

contadores, assessores com conhe-cimentos contábeis, porque os disparateslegais produzidos naquela fábrica de fazerleis, com o intuito de arrecadar, são umabsurdo. Pelo menos eles tinham querespeitar princípios contábeis univer-salmente aceitos como é o princípio dacompetência”, disse Haroldo Santos,reclamando da falta de critérios técnicosna criação de leis, que acaba por trazerreflexos desastrosos para a gestão e ocaixa do setor produtivo.

“A gente sabe que o problema hojedo nosso país não é de receita e sim dedespesa. É por isso que a Receita Fe-deral bate recordes de arrecadação acada ano. Eu nunca vi, nos últimos dezanos, a Receita ter diminuído a suaarrecadação e sim aumentado. Por que?Porque corre atrás de tapar deter-minados buracos e necessidades, pois asdespesas são altíssimas. É sempre apremissa de que a capacidade contri-butiva do empresário brasileiro éinfinita, o que é um engano e a gentesabe que contribuinte morto não paga”.

O gerente de E-Learning da IOBThomson, Moisés Zylbersztajn,acompanha com atenção o seminário

O ex-presidente do Sescon/SP, CarlosCastro, presente ao evento

O diretor da Prosoft, Carlos Meni, aocentro, e equipe técnica

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14 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 9914 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

A terceira webcon-ferência promovidaem parceria entre aFenacon, a empresade informações fiscaise tributárias IOBThomson e a ProsoftTecnologia consolidaa TV Fenacon comouma ferramenta es-sencial na qualifica-ção, treinamento eorientações para osprincipais temas queenvolvem o setor em-presarial de serviços.

No programa do dia16 foram discutidas asprincipais mudançasadvindas da Lei nº10.833/2003 e da Ins-trução Normativa n.º381/04 da Secretaria daReceita Federal quetratam das alteraçõesdo PIS, Nova Cofins,CSLL e suas retençõesna fonte.

Mais de 1000 perguntas foramrecebidas de todo o Brasil, via telefone,fax e e-mail. Segundo a empresa Prosoft,

foram consumidos 30 gigabytes deinformação. Pouco antes do início doseminário, devido ao grande número deacessos e temendo um ataque de vírus, aempresa DIVEO, responsável pelatransmissão, decidiu liberar o sinal 40minutos após o horário determinado.

O site da Fenacon registrava, até ofechamento desta edição, no início demarço, um total de 4.886 acessos paraassistir o vídeo e 4.101 downloads parabaixar o arquivo. Devido ao grande inte-resse que o assunto gerou entre os pro-fissionais contábeis e contribuintes, entreos dias 16 e 20 de fevereiro, o site daFenacon conquistou outro recorde his-tórico: foram computados mais de 70 milacessos ao Portal da entidade.

O seminário foi transmitido dire-tamente dos estúdios da Prosoft, na capi-tal paulista, onde estiveram presentes oex-presidente do Sescon/SP, Carlos Joséde Lima Castro, o gerente de E-Learningda IOB Thomson, Moisés Zylbersztajn,entre outros convidados. Todo o conteúdotransmitido ao vivo pela web foi gravadoe está disponibilizado para download nosite www.fenacon.org.br. As perguntasnão respondidas no ar podem serconsultadas nos sites www.prosoft.com.bre www.iob.com.br.

tributação

Webconferência baterecorde de acessos

Bastidores: de cima p/ baixo,componentes da mesa do eventominutos antes do início do seminário;técnicos comandam a transmissão; epúblico acompanha o debate dosestúdios da Prosoft, em São Paulo

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institucional

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 15

Prosoft

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opinião

Excelentíssimos senhores deputados esenadores, estamos apelando para aminoria da Câmara e Senado, sendo quea maioria já votou a Lei 10.833, de 29/12/03. Apesar de serem alertados que essalei seria um verdadeiro monstro deburocracia e iria prejudicar a todos demaneira injusta e desumana, vejamos:

Art. 2 - Criação da Cofins não cumulativa,aumentando a alíquota de 3% para 7,6%.Esse valor deverá ser apurado através decomplexos cálculos, com prazo derecolhimento até o último dia da primeiraquinzena do mês subsequente.

Art. 30 - Os pagamentos efetuados entrepessoas jurídicas estarão sujeitos a retençãona fonte da CSLL, Cofins e PIS/Pasep.

Art. 31 - O valor da retenção será de:• 1% para a CSLL - código para reco-

lhimento 5987• 3% para a Cofins - idem 5960• 0,65% para o PIS/PASEP - idem 5979• 4,65% total - idem 5952

Art. 35 - Deverá ser recolhido no 3° diaútil da semana subsequente.

Art. 82 - ‘Escondidinho’, aumentaram aalíquota das prestadoras de serviços do‘Simples’ em 50%.

Agora, pasmem os senhores que apenasvotam as leis sem se preocupar com o queo poder paralelo pode fazer com asinstruções e regulamentações. Vejamosabaixo a Instrução Normativa SRF 381/2003, que regulamentou a referida lei. Ossenhores criam o monstro e a burocraciao desenvolve a seu bel-prazer.

Bom senso não cumulativo

“Como iremos dizer aosnossos mecânicos ‘Tião’,‘Miltão’, ‘Zezão’ e tantos

outros ‘ão’, que, a partir deagora, não poderão maisparticipar do Simples”

Por Miguel Cármino Andreoli

Art. 4 - Parágrafo Único - se o valor for infe-rior a R$ 10, o seu recolhimento só será efe-tuado quando adicionado a retenções subse-quentes, totalizando valor igual ou superiora R$ 10. Vejamos um exemplo prático e real.

Uma empresa, com apenas um funcio-nário, é obrigada por força de dissídio a pagarassistência médica. O valor é de R$ 16,23.Porém, a empresa que oferece os serviçosmédicos tem mandado de segurança e nãoefetua o pagamento da Cofins. Fica sujeita aretenção somente do seguinte: 1% de CSLL= R$ 0,16 e 0,65% de PIS = R$ 0,11.

Agora, vem o pior da burocracia. Aempresa prestadora do serviço deveráinformar na DCTF todos esses valores e,de acordo com o art. 11 da IN, forneceraos tomadores comprovante anual deretenção, relacionando-a, mês a mês, deacordo com o modelo do anexo II.

Para o conhecimento dos senhores, estaempresa que reteve levará 91 meses, ou sepreferirem, sete anos e cinco meses, para efe-tuar esse recolhimento do PIS e 63 mesespara recolher a CSLL. Como poderemos con-trolar todo esse tempo? Como a Receita Fe-deral manterá em seus registros esse absurdo?

Essa retenção deveria ser da seguinteforma: ficaria livre da obrigação os serviçosprestados nos valores abaixo de R$ 1.540.Isso daria os seguintes valores: para o PIS- 0,65% sobre R$ 1.540 = R$ 10,01; para aCofins - 3,00% sobre R$ 1.540 = R$ 46,20e para a CSLL - 1,00% sobre R$ 1.540 =R$ 15,40. Os valores poderiam serrecolhidos no prazo estipulado e, dequalquer forma, o governo não perderia,pois o que não foi retido será recolhidodiretamente no mês seguinte.

Além disso, não satisfeitos com oaumento da alíquota do Simples em 50%,obrigaram essas empresas a fornecer umadeclaração, de acordo com o anexo I dessaIN 381/03, a cada emissão de nota fiscal.Isso dificultará os recebimentos, poistrata-se de uma declaração de folha inteirae a maioria das empresas que está noSimples é de pessoas humildes. Afinal, aparticipação no Simples só é permitido apessoas sem qualificação.

Apesar dos burocratas acharem ocontrário, é só verificar a solução deconsulta 11, de 16/01/04, da 8ª RegiãoFiscal. “A atividade de manutençãomecânica de veículos, por caracterizar aprestação de serviços de engenheiro ou aeste assemelhado está impedida de optarou permanecer no Simples”.

Como iremos dizer aos nossosmecânicos ‘Tião’, ‘Miltão’, ‘Zezão’ e tan-tos outros ‘ão’, que vivem embaixo dosveículos, com as mãos calejadas e a caracheia de graxa, cheirando a gasolina, quemal podem assinar o nome, que, a partirde agora, não poderão mais participar doSimples, pois os burocratas somente

institucional

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 17Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 17

chegaram a essa conclusão após sete anosde legislação? E que seus impostos serãoelevados em torno de mais 15% de seufaturamento. O motivo: seus serviçosdependem de habilitação profissionallegalmente exigida. Seria cômico se nãofosse trágico.

Segundo dados do IBGE/Sebrae, asmicroempresas representam 98% do to-tal de empresas do país, respondem por60% da mão-de-obra ocupada e produzem20% do PIB nacional. Enquanto temos 5,6milhões de empresas formais, há entre 11a 13 milhões de empreendimentosinformais, gerando trabalho para 50milhões de brasileiros.

A prova disso é que não existetratamento diferenciado para todos essesempreendimentos. Vejamos o exemplo:uma empresa prestadora de serviços deempresários qualificados de qualquer tipoque, por infelicidade, perderam o empregoe estão prestes a se aposentar.

Nos tempos atuais, as empresas nãoestão mais se servindo de empregados eprofissionais autônomos, pois o custotrabalhista é muito alto. Então, sóaceitam fornecer os serviços, caso aspessoas constituam uma empresa.Quando essas pessoas procuraminformação sobre a abertura do negócio,deparam-se com o seguinte:

a)Ter um local, com todos os requisitospedidos pela prefeitura;

b)O imóvel deverá ter toda a documentaçãoregular. Para a abertura, pelo menos emSão Paulo, é preciso solicitar a licença,através de um termo de consulta;

c)Pagar o aluguel durante pelo menos seismeses, sem funcionar, pois esse é otempo médio que se leva para abrir umaempresa, devido ao acúmulo de serviçosda Junta Comercial e dos cartórios.

Agora vem o pior: como estão prestesa se aposentar, são obrigados a ter um prolabore no limite do INSS, ou seja, R$2.400 para cada sócio, totalizando R$4.800. Com isso, os impostos a seremrecolhidos pela empresa e empresário -sendo que esses valores irão sair de ummesmo bolso -, são os seguintes:

a)Pro labore até R$ 1.058 - INSS 31% =R$ 327,98 + isento de IR + 15% de ISS,PIS, Cofins, CSLL e IRPJ = R$ 158,70,

totalizando, nessa faixa, 46%, ou seja,R$ 486,68 x 2 sócios = R$ 973,36;

b)Pro labore entre R$ 1.058 e R$ 2.115 -INSS 31% = R$ 327,67 + 15% de IRfonte = R$ 158,55 + 15% dos outrosimpostos = R$158.55, tota-lizando, nessafaixa, 61%, ouseja, R$ 644,77x 2 sócios = R$1.289.54;

c)Pro labore entreR$ 2.115 e R$2.400 - INSS31% = R$ 88.35+ 27,5% de IRfonte = R$ 78.38+ 15% dosoutros impostos = R$ 42,75,totalizando, nessa faixa, 73,5%, ou seja,R$ 209,48 x 2 sócios = 418,96.

Para um faturamento de R$ 4.800,teriam que pagar de impostos R$ 2.681,86,correspondente a 55,87%. Terão ainda quepagar um seguro saúde, seguros de vida ede bens de valor alto, devido aos riscos, e,além disso, pagar escola para os filhos, sequiserem garantir para eles uma formaçãode nível superior, pois o governo não nosdá saúde, segurança e educação.

Precisamos de mais alguma explicaçãopara justificar todos esses milhões deempreendimentos informais? Só ogoverno ainda não percebeu! Senhores,permitam que as empresas que tenhamfaturamento abaixo de R$ 10.000 façamparte do Simples, independentemente desuas atividades! Eliminem essa burocraciaque levará, cada vez mais, pessoas acaírem na clandestinidade! Diminuam osimpostos! O povo não quer esmolas, comocesta básica, Renda Mínima e Fome Zero.

Com a pressão dos senhores parla-mentares, mesmo como minoria, a ajudados contribuintes, das entidades de classee sindicatos, eliminaremos esse monstroque é a burocracia. Não matemos o queresta de nossas empresas produtivas.Vamos dar-lhes força. São elas que pagamos impostos (com dificuldade), geramempregos e riquezas para o País.

Miguel Cármino Andreolié empresário contábil

[email protected]

“Eliminem essa burocraciaque levará, cada vez mais,

pessoas a caírem naclandestinidade! O povonão quer esmolas, como

cesta básica, RendaMínima e Fome Zero”

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18 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

tipos societários

No momento de constituir uma empresa, o fu-turo empreendedor pode encontrar uma certadificuldade em decidir qual tipo societário deveser adotado e que melhor se adapta às neces-sidades, tanto do mercado como em sua futuraadministração. Há, ainda, controvérsia entre osadvogados sobre a melhor opção de sociedade,pois, com a entrada em vigor do Novo CódigoCivil, as sociedades limitadas sofreram algumasmodificações importantes, tornando-se mais

rígidas em relação às disposiçõescontidas na legislação anterior,restringindo ainda mais as di-ferenças existentes perante as S/As(Sociedades Anônimas).

Para o advogado João InácioCorreia, do escritório AdvocaciaCorreia e Associados, a sociedadeanônima sempre foi melhor do quea limitada e com o Novo CódigoCivil isso ficou mais claro. “O NovoCódigo criou para as limitadas umasérie de obrigações, tais comoreuniões de sócios, atas, entreoutras. Ele aproximou mais aslimitadas das sociedades anônimas.Mas, ao mesmo tempo que apro-ximou, ele amarrou os seus sócios.Por exem-plo: antes

do NCC, quem tinha 50%mais 1 do capital decidia tudo,agora, não decide mais. Amaior parte das decisõesdepende de 75% do capitalsocial. Hoje, nós temos naslimitadas uma ‘amarração’muito grande”, afirma.

“Uma vantagem da S/Asobre a limitada é o fato de,na primeira, a admissão ousaída de sócio poder ser feitacom a simples transferênciano Livro de Transferência deAções, sem necessidade de

Ltda. ou S/A?Com o Novo Código Civil, as diferenças entre os dois tipossocietários diminuíram sensivelmente, mas ainda há algumasregras que podem influir na hora da adoção. Saiba qual amelhor opção para o seu negócio

alteração contratual, agilizando a administração dasociedade e reduzindo custos e burocracia. Na li-mitada, a operação somente pode ser formalizada pormeio de alteração contratual arquivada na JuntaComercial”, explica o advogado do escritório TeliniAdvogados Associados e consultor jurídico do Sescon/Grande Florianópolis, Fernando Telini.

Já para o assessor jurídico da Associação Comerciale ex-presidente da Junta Comercial de São Paulo, JoãoBaptista Morello Neto, a grande vantagem dasociedade limitada é quanto à limitação de res-ponsabilidade dos sócios. “Ela é limitada à in-tegralização do capital social. Depois de integralizado,ele não tem mais responsabilidade”. Entretanto,segundo Morello, o grande problema advindo do NCCfoi também a rigidez imposta às sociedades limitadasno que se refere ao quorum.

“Na lei 3.708 de 1919, ela era mais flexível, hoje,não. Para defender as mi-norias ela estabelece normasrígidas, o que para mim éuma balela. Se nós verificar-mos na prática, por exemplo,eu preciso de um aporte decapital para desenvolveruma sociedade e tenho umaminoria que não possuidinheiro ou interesse e nãopõe nada na sociedade; amaioria fica presa. Enquantona lei anterior era diferente,prevalecia sempre o critériomajoritário de 51% ou doquorum de 3/4 para vocêalterar o contrato”.

João Inácio Correia: “Até recentementenós tínhamos um motivo para não adotar aS/A pela necessidade de apurar o IR peloLucro Real, levando a um pagamentomaior do imposto. Mas, agora, não hámais essa limitação”

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João Baptista Morello Neto: “Nalei 3.708 de 1919, ela (limitada)era mais flexível, hoje, não. Paradefender as minorias elaestabelece normas rígidas, o quepara mim é uma balela”

Por Fernando Olivan

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Carga tributáriaNo aspecto tributário praticamente não há

diferenças entre as sociedades. “Até recentementenós tínhamos um motivo para não adotar a S/Apela necessidade de apurar o IR pelo Lucro Real,levando a um pagamento maior do imposto. Mas,agora, não há mais essa limitação. Hoje, é possívelapurar na S/A também pelo lucro presumido,portanto isso não é mais impeditivo”, explica JoãoInácio, que completa: “uma S/A fechada, commenos de 30 sócios, é uma sociedade que tem umcusto muito semelhante da limitada na ma-nutenção do dia-a-dia”.

A desvantagem das sociedades anônimas fica porconta da impossibilidade de enquadramento no re-gime tributário do Simples. “O art. 9º, inciso III, daLei n.º 9.317/96, veda expressamente a entrada depessoa jurídica constituída sob a forma de sociedadespor ações”, lembra Telini.

Em nenhum dos dois tipos societários há anecessidade de se manter um Conselho Fiscal, excetonas Sociedades Anônimas de capital aberto, que têmsuas ações negociadas na Bolsa de Valores, onde aCVM exige a auditoria. Nas S/As fechadas e naslimitadas não há essa obrigatoriedade. “Pode ocontrato social estipular o conselho fiscal, mas eleserá acionado na Assembléia Geral por deliberaçãode uma proposta de sócios”, diz Morello.

Como regra, a S/A é muito mais clara, avalia JoãoInácio. “As demonstrações financeiras são mais clarase a participação dos sócios também em termos dedecisões. Há uma necessidade de quorum menor paradecidir as questões. Além do que, nas S/As nós temosainda vantagens de tipos de ações diferentes”.

Na sucessão por morte na S/A, por exemplo, osherdeiros recebem ações e não precisam dirigir a

empresa, onde comparecem somente em dia deassembléia. Já na limitada, os herdeiros viram sócios.“A sucessão por morte é muito mais fácil de tratar nasociedade anônima, causa menos problemas naempresa”, afirma João Inácio.

Sociedadesniveladas

Com o Novo CódigoCivil, portanto, a diferençade obrigações de uma so-ciedade para outra dimi-nuiu substancialmente. “Eudiria que a limitada hoje équase tão burocrática; adiferença é tão pouca e ocusto tão pequeno que nãojustifica não ter uma so-ciedade anônima”, defendeJoão Inácio.

“Ambos os tipos so-cietários apresentam umgrau próximo de com-plexidade, com leve van-tagem para as sociedadeslimitadas, vez que nestanão existe a obrigato-riedade de publicação debalanço e os livros e documentos exigidos e de controlesão em menor quantidade”, afirma Fernando Telini.

Porém, avalia o advogado, a mobilização dos sóciosnas S/As é facilitada devido à desnecessidade dearquivo na Junta Comercial das alterações do quadrosocietário, o que limita a publicidade do nome dossócios no registro público.

Fernando Telini: “A opção por uma dessasformas societárias só é possível levando-seem consideração a pretensão dos sóciosque a constituírem, numa restrita margemde escolha, dada a semelhança entre elas”

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20 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

tipos societários

ASPECTO S/A LTDA

Limite da Responsabilidade Limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas Limitada ao valor das cotas subscritas e integralizadas

Denominação A sociedade será designada por denominação acompanhada das A sociedade terá nome empresarial seguido da expressões ‘companhia’ ou sociedade anônima’ expressão ‘Ltda.’

Tipos Aberta ou fechada (valores mobiliários de sua emissão nãoadmitidos à negociação no mercado de valores mobiliários) -

Forma de Constituição Estatuto (1) Contrato Social

Registro Junta Comercial Junta Comercial

Entrada e Saída de Sócio Simples transferência nas ações em livro próprio Alteração Contratual arquivada na Junta Comercialpara isso, sem necessidade de alteração contratual

Forma de Divisão do Capital Ações (2) Cotas

Indivisibilidade A ação é indivisível em relação à companhia A cota é indivisível em relação à sociedade,salvo para efeito de transferência

Ingresso de novos sócios O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à A entrada pode se dar se não houver oposição decirculação das ações representativas de seu capital, 75% (setenta e cinco por cento) do capital socialestabelecendo, por exemplo, um direito de preferênciapara os demais acionistas na aquisição

Emissão de títulos Partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição Não há possibilidade

Livros Obrigatórios Além dos regulares da prática comercial, deverá ter o livro de Além dos regulares da prática comercial, deverá ter oRegistro de Ações Nominativas; o livro de ‘Transferência de Ações Livro de Atas da Administração; Livro de Atas eNominativas’; o livro de Atas das Assembléias Gerais; o livro de Pareceres do Conselho Fiscal e o Livro de Atas daPresença dos Acionistas; os livros de Atas das Reuniões do AssembléiaConselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniõesde Diretoria e o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal

Administração Acionista Controlador - Conselho de Administração e Diretoria Sócio Administrador

Responsabilidade da Administração O acionista controlador responde pelos danos causados O sócio administrador responde da mesma forma.por atos praticados com abuso de poder Violação dos deveres de diligência

Órgão deliberativo máximo Assembléia Geral Menos de 10 sócios - Reunião; 10 sócios ou mais - Assembléia

Dispensa da assembléia Não há possibilidade Podem ser dispensadas se todos os sócios decidirem, por escrito,sobre a matéria que seria seu objeto. Desnecessidade de deslocamento

Diretoria (3) Mínimo de 2 acionistas. Uma ou mais pessoas

Conselho de Administração Mínimo de 3 acionistas. Obrigatória apenas nas de capital aberto Não há previsão. Desnecessário

Conselho Fiscal Obrigatório. Mínimo de 3 e máximo de 5 membros, Facultativo. Mínimo de 3 membros, mais suplentesmais suplentes em igual n.º (4) em igual número

Auditoria nos balanços Obrigatória apenas nas companhias abertas Não há previsão. Desnecessário

1)A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia-geral ou por escritura pública,considerando-se fundadores todos os subscritores.

2)As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função da conversibilidade em ações preferenciais; da exigência de nacionalidadebrasileira do acionista ou do direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos.

3)Os membros do Conselho de Administração precisam ser acionistas e os diretores pessoas domiciliadas no País, acionistas ou não.

4)Não necessariamente permanente.Fonte: Fernando Telini, advogado do escritório Telini Advogados Associados, consultor jurídico do

Sescon/Grande Florianópolis e conselheiro do Conselho Estadual de Contribuintes de Santa Catarina

Falta de informaçãoPor que no Brasil praticamente mais de 90% das

empresas constituídas são sociedades limitadas?Segundo João Inácio, a falta de informação é o prin-cipal obstáculo do empresário na hora de escolher otipo societário de sua empresa.

“Falou em S/A já se imagina uma coisa grande e não éo caso. Todo mundo diz que é complicado, tem quearquivar tudo e é um custo enorme e o empresário comer-cial e de serviços acaba se assustando um pouco, mas é só

impressão errada. Quando ele consegue olhar para frente,quando consulta um profissional antes de abrir a empresapara saber o tipo societário que vai utilizar, aí ele vaienxergar as vantagens da sociedade anônima”, defende.

“A opção por uma dessas formas societárias só épossível levando-se em consideração a pretensão dossócios que a constituírem, numa restrita margem deescolha, dada a semelhança entre elas”, completaFernando Telini. Afinal, tratando-se de negócios,qualquer decisão cuidadosa e acertada que resulte emvantagens na gestão dos negócios sempre será bem vinda.

Estudo comparativo - sistema legal

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 21

educação

Certa vez, um amigo me dissera que aformação profissional do contador deveriatambém compreender algumas disciplinasnormalmente voltadas à formação desacerdotes e pastores. Forcei uma reaçãode espanto diante de sua colocação, de-monstrando não ter entendido, de formanatural, aquela metáfora. Continuou ele,entretanto, justificando que seu ponto devista baseava-se na factível condição de‘fiel confidente’ e de ‘iluminado guia’econômico-financeiro, que alguns pro-fissionais da atividade contábil exercemno cotidiano de suas funções.

Antes que eu lhe perguntasse, tratou deenfatizar que não foi meditar no longínquoNepal e nem procurou um sábio mestrehindu para obter a ‘iluminação’ para a suavida terrena. Contudo, antes que este meuamigo sugerisse ao CFC a emissão de umaresolução, dando poderes ao contador emperdoar pecados, resolvi mudar o assuntode nossa conversa.

Esta situação de ‘fiel confidente’ e‘iluminado guia’, vivenciada por diversosprofissionais, deve remeter a classe con-tábil brasileira para uma revisão do valorque pretende associar à profissão. Refiro-me aqui ao fato de que orientações econsultorias devem estar respaldadas pelaética e garantidas por intrínseco conhe-cimento especializado. Neste aspecto, odiferencial que agregará valor ao cliente(e por conseguinte ao valor contratadopara a prestação de serviços) consiste emnão esquecer dos desdobramentos geradospor tais posicionamentos, já que estesinfluem invariavelmente na gestão dosnegócios de um cliente.

Anos atrás, houve uma desordenadacorrida para se estabelecerem empresasdo tipo on-line. Sob os olhos e aspromessas de empresas de venture capi-tal, a internet foi ‘invadida’ por idéias eidealizadores. Recebeu recursos, ama-dureceu e hoje acentua-se em um processode seleção natural dos bons empreen-dimentos. Daquele boom que agitou os

Qualificação continuada:compromisso com o futuro

“Sob a égide de uma seleçãonatural, ouso profetizar um

futuro nada otimista aosprofissionais da contabilidade,

incapazes ou indispostos aquebrarem paradigmas

relativos à sua condição nomercado brasileiro”

Marcos Aurélio Custódio

primórdios da Internet, permaneceu on-line quem foi competente.

Ao pretender ensaiar uma analogia como que ocorrera com a Internet em temposidos, é fato que o setor de prestação deserviços contábeis mais e mais seencaminha para um processo onde aqualificação profissional é questão desobrevivência para o exercício da profissãocontábil. Definitivamente, não há maislugar para condutas ou práticas amadoras,quais sejam, éticas, técnicas ou tec-nológicas. Sob aégide de uma sele-ção natural, ousoprofetizar um futuronada otimista aosprofissionais da con-tabilidade incapazesou indispostos aquebrarem paradig-mas relativos à suacondição no mer-cado brasileiro.

No entanto, sehouver uma posiçãopró-ativa de com-prometimento com a profissão contábil,crescimento ético, qualificação contínuae abstração dos fatos e tendências mun-diais, entendo que ao colocarem em provaa extensão e a profundidade de suascompetências, habilidades e atitudes,poderão em maior ou menor dimensão,‘permanecer on-line’, quero dizer, terlugar e reconhecimento profissional.

Tal qual um ‘confessor’ orienta seu ‘fiel’,deve-se corrigir - com educação continuada- a miopia que impede alguns profissionaisde enxergar além das questões de impactotributário e fiscal (indiscutivelmenteimportantes). A longevidade dos negóciosde milhares de empresas brasileirasdependem também da preparação e de umavisão de controladoria neopatrimonialista docontador contemporâneo.

Dos bancos escolares já ecoa anecessidade de formação qualitativa

moderna: criativa nos métodos e na ação.Nossos alunos de hoje, estão sendopreparados para o nobre exercício daprofissão contábil, em uma realidade deacesso livre à informação. A Internet vemcontribuindo para acelerar o processo deaprendizagem, sendo parceira do profes-sor ao pretender formar líderes sin-tonizados com questões globais e atuantesnas discussões locais.

As empresas de serviços contábeis vêmtornando-se para muitos acadêmicos de

Ciências Contábeisa oportunidade deingressar efetiva-mente na profissão.Afora sua impor-tância para o de-senvolvimento daeconomia, atravésde seu papel de‘guia espiritual’ dagrande massa deempresas do país,estas empresas deserviços contábeis -há muito deixaram

de ser ‘escritórios de contabilidade’ -possibilitam o surgimento de brilhantescarreiras (que talvez aquele meu amigocitado no início deste artigo, chamaria de‘gurus’) além de inúmeros outros postosde trabalho diretos e indiretos.

Este quadro, por si, já justificaria ummaior reconhecimento dos governantespara com a classe contábil. Aliás, se éverdade que a elevada carga tributáriaimposta às empresas brasileiras é geradorade negócios com enfermidades crônicas,aniquilando empregos e intimidandoempreendedores potenciais, a passividadede um contador nas discussões é, nomínimo, inconseqüente.

Marcos Aurélio Custódio écontador, professor e mestrando

em Ciências Contábeis pela [email protected]

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22 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

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Conselho diretor do CFCtoma posse em BrasíliaDurante a solenidade, o vice-presidente da República, José Alencar,sugere a criação de uma lei para dar maior transparência à contabilidadepública e mais uma vez critica as altas taxas de juros praticadas no país

Em uma cerimônia concorrida, cercade 500 pessoas, entre autoridades dogoverno, contabilistas, representantes deentidades contábeis e outros convidadoslotaram o auditório do Memorial JK, emBrasília, no dia 11 de fevereiro, para aposse do novo presidente do ConselhoFederal de Contabilidade (CFC), JoséMartonio Alves Coelho, juntamente coma nova diretoria e conselheiros.

O ex-presidente Alcedino GomesBarbosa, durante seu discurso, fez umbalanço de sua gestão (2002/2003) edestacou a participação efetiva docontabil ista nas esferas social epolítica. “Dois anos que representaramaos profissionais de contabilidade umaaproximação muito grande com asociedade. Desenvolvemos umtrabalho com todos os conselhosregionais de contabilidade para darmais visibilidade ao trabalho social docontabilista”, afirmou.

Alcedino destacou ainda os inves-timentos em educação profissionalcontinuada na formação de mestres edoutores na área da contabilidade eenfatizou o papel social da profissão.

“Buscamos todas as entidades con-tábeis, não só os conselhos regionais; omeio acadêmico, os estudantes eprofessores para fortalecer ainda maisa consciênciade que a con-tabilidade, co-mo ciência, ésocial”.

O novo pre-sidente do Con-selho, MartonioCoelho, em seudiscurso de pos-se, também de-monstrou preo-cupação com acontinuidade daformação edu-cacional. “Écrucial a aten-ção do conselhono que tange àqualidade doscursos de graduação em CiênciasContábeis. Há uma grande onda de aberturade novos cursos. É importante a formaçãoda população, é certo, mas, por outro lado,

pode redundar na falta decompromisso com a qua-lidade. O CFC e os Con-selhos Regionais não podemarredar do compromisso deinvestir em formação con-tinuada do profissional dacontabilidade”, alertou.

Martonio Coelho lem-brou ainda da importânciado papel político do con-tabilista. “É nosso dever de-fender os interesse do país,solidificando nossa basecientífica, fortalecendonossas entidades de classe

no respeito à ética e na convicção de quesonhos e realizações são convergentes”.

Contabilidade públicaO vice-presidente da República, José

Alencar, que ocupou a mesa do evento,explicitou grande apreço pela classecontábil e relatou sua experiência econhecimento da contabilidade adquiridadurante sua vida como empresário.Alencar também reforçou a idéia de umprojeto de lei para dar maior transparênciaà contabilidade pública, nascida duranteencontro, no dia 27 de janeiro, no Palácio

do Planalto, com o presidente do CFC,José Martonio Alves Coelho, a presidenteda Fundação Brasileira de Contabilidade(FBC), Maria Clara Cavalcante Bugarim,e o presidente do CRC/MG, Nourival deSouza Resende Filho.

“A contabilidade pública não ofereceas mesmas condições de informação queoferece a contabilidade empresarial”,atestou Alencar, que acrescentou: “nósnão conhecemos as contas públicasporque não temos uma contabilidade aexemplo do que existe no setor privado.Claro que há contabilidade pública que éexercida corretamente, mas ela não possuio instrumento informativo que possui acontabilidade empresarial”.

O vice-presidente salientou ainda anecessidade de maior transparência nascontas públicas em todos os níveis de

Mesa principal do evento: da dir. p/ esq.: o pres. da Fenacon, PedroCoelho Neto, o reitor da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), CarlosAlberto Mendes de Sousa; o deputado federal (PSDB-CE), AntônioCambraia; o ex-presidente do CFC, Alcedino Gomes Barbosa; o vice-presidente da República, José Alencar; o presidente do CFC, JoséMartonio Alves Coelho; a senadora (PT-MT) Serys Slhessarenko; oministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bento José Bugarim eo ex-presidente do CFC, José Maria Martins Mendes

Auditório do Memorial JK, em Brasília, lotado para asolenidade de posse do novo Conselho Diretor do CFC

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 23

governo com o objetivo de mostrar aosbrasileiros o quanto se paga em cada itemde imposto. “Nós precisamos administrarcom transparência e não temos comooferecer transparência da situaçãonacional, sem contabilidade”.

Durante seu discurso, José Alencarvoltou mais uma vez a criticar as altastaxas de juros praticadas no país. “Àsvezes eu faço um compromisso comigomesmo: ‘hoje eu não falo de juros’. Masme lembrei que ia estar com contabilistas,então não precisava falar sobre juros, massim em custo de capital”, disse. “Enquantoas atividades produtivas, qualquer quesejam elas, não puderem remunerar oscustos de capital, com vantagem, não podehaver investimentos ao grau que o Brasilprecisa e exige”, completou.

PresençasCompuseram a mesa, além do vice-

presidente da República, o presidente doCFC, José Martonio Alves Coelho; o ex-presidente do Conselho, Alcedino

Gomes Barbosa; os presidentes daFenacon, Pedro Coelho Neto; da FBC,Maria Clara Bugarim e do Instituto dosAuditores Independentes do Brasil(Ibracon), Guy Almeida Andrade; asenadora Serys Slhessarenko (PT-MT);o deputado federal, Antônio Cambraia(PSDB-CE); o reitor da Universidade deFortaleza (Unifor), Carlos Alberto

Mendes de Sousa e o ministrodo Tribunal de Contas daUnião (TCU), Bento JoséBugarim.

Também participaram damesa os detentores da medalha‘Mérito Contábil João Lyra’,concedida aos profissionais quese dedicaram ao aprimoramentodas atividades contábeis do país,os contadores Ynel AlvesCamargo, Olívio Koliver,Antônio Lopes de Sá e AntonioCarlos Nasi.

Estiveram ainda presentes nacerimônia representantes dos 27Conselhos Regionais de Con-

tabilidade. A Fenacon foi representadapelos vice-presidentes para a RegiãoSudeste, Nivaldo Cleto e Regiões Centro-Oeste/Norte, Antônio Gutenberg Moraesde Anchieta, e pelos diretores Ins-titucional, Haroldo Santos Filho; Fi-nanceiro, Horizon Donizett Faria deAlmeida, e de Assuntos Legislativos e doTrabalho, Sauro Henrique de Almeida.

Ao centro, o vice-presidente, José Alencar, entre,José Martonio Alves Coelho, à esq., e AlcedinoGomes Barbosa, ressalta a importância dacontabilidade para o setor público: “Nósprecisamos administrar com transparência e nãotemos como oferecer transparência da situaçãonacional, sem contabilidade”.

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RFS: Quais as principais metas do seumandato?Alves Coelho: Unir os nossos esforçospara solidificar todas as demandas daprofissão. Vamos desenvolver umagestão compartilhada junto aos CRCspara que possamos aprovar algunsprojetos de lei que estão em tramitaçãono Congresso Na-cional e outros queserão apresentados,p r i n c i p a l m e n t eaqueles que dizemrespeito às altera-ções na nossa Leide Regência, trans-formando-a numalegislação maismoderna.

RFS: Quais as parcerias que serãoadotadas pelo CFC durante este ano?Alves Coelho: Umas das grandesparcerias que serão adotadas, semdúvida, é com o Congresso Nacional.Pretendemos desenvolver um trabalhode aproximação, por meio dosConselhos Regionais e de outrasentidades, com os parlamentares,promovendo, sempre que possível,visitas ao Congresso, no intuito debuscar maior eficácia e agilidade naaprovação de projetos de interesse daclasse contábil.

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‘Não podemos confundir fraudescorporativas com fraudes contábeis’

“As reformas não foram

implementadas como deseja

a sociedade. Na verdade,

ouvimos muita retórica e

poucas ações concretas”

O cearense José Martonio Alves Coelho foi eleito, no último dia 06 de janeiro de 2004,para presidir, no biênio 2004/2005, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), entidadeque representa os interesses profissionais de mais de 330 mil contabilistas em todo oterritório nacional. Com formação em Ciências Contábeis e Direito e pós-graduação nasáreas de Educação e Processo Civil, Martonio ocupou durante os anos de 2002 e 2003 avice-presidência de Desenvolvimento Profissional do CFC.

Também foi presidente da Comissão que instituiu o Exame de Suficiência para a profissãocontábil e é Mestre em Administração. Atualmente é diretor do Centro de CiênciasAdministrativas da Universidade de Fortaleza. Nesta entrevista à RFS, Alves Coelho falasobre suas metas como presidente do Conselho, parcerias a serem adotadas, avalia omercado contábil brasileiro e critica as ações do Governo Federal.

RFS: Como o Sr. analisa, hoje, omercado contábil brasileiro?Alves Coelho: O mercado contábilbrasileiro teve uma evolução magníficanesses últimos anos considerando que,com a estabilidade econômica, osprofissionais puderam desenvolver umtrabalho com muito mais eficácia,

possibilitando umnível de infor-mações geren-ciais que agre-gasse mais valoraos investidores,o que veio a valo-rizar ainda mais onosso trabalho.

RFS: O perfil dop r o f i s s i o n a l

contábil mudou diante da res-ponsabilidade maior advinda dosrecentes escândalos de empresasamericanas e européias?Alves Coelho: O perfil do profissionalcontábil brasileiro não mudou devidoa esses escândalos, visto que nossaRegulamentação Profissional ébastante clara e define as diretrizespara o exercício profissional. Cabe aocontabilista seguir os parâmetros éticose técnicos que regem a profissão, e, anós do Sistema CFC/CRCs, fiscalizaro seu trabalho.

RFS: O Sr. acha que as empresasbrasi le iras também estão vul-neráveis aos tipos de fraudes queocorrem na contabilidade e audito-ria de seus balanços?Alves Coelho: Todas as empresas, emqualquer lugar do mundo, estão sujeitasà fraude, mas nós não podemosconfundir fraudes corporativas comfraudes contábeis. Na verdade, asfraudes são frutos de desviosindividuais, nos quais alguns dirigentesde corporações se envolvem emtransações fraudulentas. Certamente,não podemos negar que algumasempresas de auditoria se envolveramnas fraudes, no entanto, não podemostransferir toda a responsabilidade aosprofissionais, cuja maioria tem condutaética das mais elogiáveis.

RFS: Como o Sr. avalia a ReformaTributária aprovada recentemente peloCongresso?Alves Coelho: O Governo terminou oano não concluindo a tão esperadareforma. Foram muitas as discussões eos desentendimentos. O CFC acom-panhou todos os passos da reforma,

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 25

“O crescimento econômico

ainda terá que esperar, já que

a política monetária e fiscal

continuam levando o

País à recessão”

sugerindo mudanças ao texto daproposta apresentada. Acredito que,neste ano, com mais cautela, o Congres-so Nacional possa concluir a reforma,seguindo a premissa de que o bene-ficiário maior será o contribuinte.

RFS: Como o Sr. avalia o atual governo?Alves Coelho: O governo, de um modogeral, tem tido muitas dificuldades naorganização do Estado como um todo.As reformas não foram implementadascomo deseja a sociedade. Na verdade,ouvimos muita retórica e poucas açõesconcretas. O crescimento econômicoainda terá que esperar, já que a políticamonetária e fiscal continuam levando oPaís à recessão, sem que tenhamosperspectivas a curto prazo de qualquerretomada de crescimento.

RFS: O que é o Cadastro de Res-ponsabilidade Técnica/ART? Qual ointuito de sua adoção?Alves Coelho: A necessidade de fazer

prova da contratação de responsáveltécnico, prevista no art. 15 do Decreto-Lei nº 9.295/46, obriga as entidadestomadoras deserviços con-tábeis a infor-mar aos CRCs onome dos res-ponsáveis téc-nicos por taisserviços. Sendoassim, torna-seindispensávelevidenciar aquem é impu-tada a responsabilidade técnica porserviços contábeis. A Anotação daResponsabilidade Técnica (ART) e oCadastro são viabilizados a partir deinformações fornecidas peloscontabilistas, por meio do contratocelebrado com cada cl iente ouempregador. Desta forma, intensifica-se o controle do exercício da profissãoem todo o País.

RFS: Por fim, gostaria que o Sr. falassesobre a função do profissional contábilno cenário atual do País.

Alves Coelho: Oprofissional da conta-bilidade tem um papelda maior importânciano contexto social danossa nação, prin-cipalmente se levar-mos em conta quesomos os responsáveispela transparência nasinformações da ge-ração da riqueza na-

cional. Diante dessa imensa res-ponsabilidade, ele precisa estar atua-lizado sobre todos os procedimentosadotados no Brasil, além de seguir asNormas Brasileiras de Contabilidade(NBCs) e as determinações das Reso-luções do CFC. Também é imprescindívela educação continuada nesse processo, afim de atingimos um nível cada vez maiorde profissionalismo.

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palavra do presidente

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tecnologia da informação

Por Nivaldo Cleto

Guerra digital: prepare-se!E-mails indesejados, Spams, Scams, vírus - acabem com estaspestes antes que elas acabem com o seus arquivos digitais

No mundo empresarial e profis-sional, todas as informações e aplica-tivos utilizados para gerir nosso dia-a-dia estão diretamente relacionados coma Internet e Intranets. Mas, se, por umlado, essas ferramentas tornam-se, cadavez mais, imprescindíveis no mundodos negócios, por outro, nos trazemtambém um grande desafio: enfrentar averdadeira guerra digital travada naainda obscurar estrada da troca demensagens e arquivos via Rede.

Além das mensagens indesejadas(Spams) que chegam nos nossoscorreios eletrônicos, representando,segundo a revista InfoExame, mais de50% do tráfego na web, estamos en-frentando mais uma epidemia, re-centemente batizada de ‘Scam’. O me-canismo eletrônico rouba as infor-mações de nossa lista de contatos,senhas, arquivos e demais dadospessoais armazenadas em nossoscomputadores, com a finalidade defazer uso criminoso desse conteúdo.

Os provedores e programadores dascorporações gastam muitas horas de tra-balho para criar meios que impeçam que

os Spams cheguem àsnossas caixas

postais. Aprincípio,

eu odiava quandotinha que autorizaruma mensagem enviadapara um contato, porque eleutilizava anti-spams. Com o passar dotempo, eu compreendi o quanto esses

mecanismos são importantes. O númerode mensagens indesejadas caisensivelmente, sobrando mais tempo paraproduzir, em vez de ficar lendo edeletando bobagens.

Na prática, conheço muito bem os meca-nismos anti-spams fornecidos pelos prove-dores Universo Online, Terra e Mandic. Vouexplicar rapidamente como funcionam:

Pegue sua lista de contatos e coloqueos nomes e e-mails numa lista branca,isto é, todas as mensagens que vieremdessas pessoas, ao invés de ficarem naquarentena estarão sempre liberadas;

Não esqueça de liberar também todos osdomínios, por exemplo, dos principaisclientes, instituições financeiras, newsletters, Press Clipping da Fenacon;

Recomendo que não bloqueiem os reme-tentes nos seus gerenciadores de emails esim diretamente no site do seu provedor;

Procurem provedores que disponi-bilizem filtros antivírus, pois dessamaneira o risco de você receber umamensagem contaminada diminuisensivelmente. Inclusive, o sistemaoferece uma grande vantagem,avisando quando mensagens com vírus

são enviadas em seu nome. Nessecaso, cabe uma observação:

quando você recebe um avisode vírus, com endereço

conhecido, não acre-dite mais na con-

ta de correioindicada, poisos hackersdescobriramum método depegar a suaconta aleato-riamente de

dentro dos provedores e enviar parauma lista também desconhecida;

Não deixem de verificar pelo menosuma vez por semana os emails queficam na quarentena, senão podemosperder mensagens importantes e atégrandes negócios.

Considerando que esses filtros aindanão possuem uma inteligência apri-morada, recomendo que vocês tomemmais algumas providências:

Nunca responda um e-mail so-licitando os seus dados pessoais,mesmo que envolva instituições derenome. Vejam este exemplo: recebi,no dia 02 de março, um email([email protected]) do “Banco doBrasil”, com o seguinte conteúdo:

Mensagem Importante do Banco doBrasil, leia com atenção:

1 - Por determinação do grupo voltadoà segurança de transações online doBrasil, é expresso que todos osclientes do Banco do Brasil deverãorepassar seus dados bancáriosimediatamente para que sua contaentre no mais novo sistema anti-fraude de internet banking.

2 - Com o novo sistema o BB poderáverificar a autenticidade dos dadosfornecidos, a fim de verificar averacidade dos mesmos. É im-portante ressaltar que só entrarápara esse novo sistema anti-fraudeas contas de clientes que forem aces-sadas a partir de 30/08/2003.

Para isso acesse agora: http://www.bb.com.br

3 - Visando ainda aumentar a sua se-gurança, o novo sistema já está in-corporado ao sistema anti-fraude eseguindo leis internacionais, massua conta só entrará no novo sistema

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 27

após você repassar seus dados,portanto acesse agora, clicando noendereço: http://www.bb.com.br

Banco do Brasil, sempre preocupadocom você.

Esse tipo de e-mail, apesar das evi-dências de seriedade, rouba todas as suasinformações pessoais, senhas de acessoa bancos, dentre outros dados. Nãoconfie jamais! Delete imediatamentemensagens com esse teor.

Evite mandar mensagens para seusamigos, deixando expostos os e-mails na linha Cc (com cópia), poisdessa forma os caçadores de e-mailsdescobrem quem são seus contatos;isso não é ético;

Se você quiser criar um grupo deamigos para o envio de mensagens,utilize os serviços de grupos dediscussão do tipo ‘YahooGrupos’,pois, assim, você não expõe os e-mails dos seus contatos;

Não responda o Spam, pois o pedidode exclusão da lista pode ser umaarmadilha para roubar seus dados.

Quando estiver fazendo umaoperação bancária, principalmenteem computadores públicos, nunca

digite suas senhas com os tecladosnormais, utilize os teclados virtuais jáexistentes na maioria dos bancos queoperam na Web.

Coloque um firewall e um programaantivírus que se atualizem automa-ticamente. Os melhores existentes sãoos da Norton e da McAfee.

Segundo a NIC BR Security Office([email protected]) - Grupo de Resposta aIncidentes para a Internet Brasileira -,existem, basicamente, dois tipos desoftwares que podem ser utilizados parabarrar Spams: os que são colocados nosservidores e filtram os e-mails antes quecheguem até o usuário e aqueles que sãoinstalados nos computadores dos usuários,que filtram os e-mails com base em regrasindividuais de cada usuário.

Podem ser encontradas referências paradiversas ferramentas de filtragem de e-mails nas páginas abaixo:

Spam Filters - http://www.paulgraham.com/filters.html

Free Spam Filters - http://wecanstopspam.org/jsp/Wiki?FreeSpamFilters

OpenSource Spam Filters - http://wecans topspam.org / j sp /Wiki?OpenSourceSpamFilters

Commercial Spam Filters - http://wecanstopspam.org/jsp/Wiki?CommercialSpamFilters

É recomendável também consultar seuprovedor de acesso ou o administrador desua rede para verificar se existe algumfiltro de e-mail instalado nos servidoresque você utiliza. Para trabalhar comtranquilidade, somos obrigados, infeliz-mente, a permanecer vigilantes e tomaruma série de medidas visando a proteçãodas nossas informações e equipamentos.Nossa esperança é que o Poder Legis-lativo crie com urgência regras e pena-lidades severas para as pessoas que fazemo mau uso dos correios eletrônicos.

Convém lembrar que os outros, comonós, também têm os seus problemas. Acada dia que passa, as pessoas dispõemde menos tempo e/ou interesse para ler‘mensagens sem importância’. Cabe,portanto, a todo aquele que ganha a vida,honestamente, utilizando os recursos eespaços digitais, colaborar para aconfiabilidade do meio eletrônico. Evitaro envio de mensagens ou repassar e-mails desnecessários é um bom começo.

Nivaldo Cleto é vice-presidente(Região Sudeste) da Fenacon

[email protected]

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Dirigentes empresariais exibem os certificadoda qualidade

regionais

Espírito Santo

Novo presidente do Sescon/ES critica‘parafernália de obrigações’ tributárias

No último dia 13 de fevereiro ocorreu,no Cerimonial Cimarrom, a solenidade deposse da nova diretoria doSescon Espírito Santo. Cercade 100 convidados estiverampresentes no evento. O novopresidente do sindicato, RiderRodrigues Pontes, destacou,em seu discurso, a impor-tância de parcerias com outrasentidades representativas daregião e citou como exemploa recente melhoria do sistematributário estadual, onde cercade 6.000 novas microem-presas foram beneficiadas.

“Este trabalho, além doempenho das entidades repre-

sentativas do segmento, contou com impor-tante participação do profissional contábil”.

Rider chamou atençãotambém para a importânciadas ações do profissionalcontábil no combate àburocracia no país.

“Os profissionais en-contram-se aprisionadosem suas salas para ocumprimento da para-fernália de obrigações, asmais mirabolantes possí-veis, acompanhadas deelevadas multas por fatosquase sempre de poucarelevância, como a simplesretificação de um dado.

Impedidos, por assim dizer, de dedicarmelhor tempo para diagnosticar e reduzir ogrande número de mortalidade das pequenase médias empresas”, criticou.

Estiveram presentes na cerimônia, odiretor Institucional da Fenacon, HaroldoSantos Filho, os presidentes do Sescon/SP, Antônio Marangon; do CRC/ES, JoãoAlfredo; e do Sindcontábil, Pedro CelsoPereira; o diretor da Câmara de DirigentesLogistas, Ilson Bozi e representantes daDelegacia Regional do Trabalho, FazendaMunicipal de Vitória, da empresa Prosofte demais consultorias e parceiros.

Blumenau

Empresas de contabilidade recebemSelo Catarinense da Qualidade

O Sescon/Blumenau, a Federação dosContabilistas do Estado de Santa Catarina -Fecontesc e a Diretiva Consultoria entre-garam, no dia 18 de fevereiro, em um jantarno Clube Bela Vista Country Club, o SeloCatarinense da Qualidade para a segundaturma composta por oito empresas de Con-tabilidade de Blumenau, uma de Pomerode,uma de Gaspar e uma de Rio dos Cedros.

A conquista é resultado do PQN -Projeto Qualidade Necessária - ProgramaCTC Comprometimento Total com oCliente. O PQN-CTC vem sendo desen-

volvido desde o ano 2000, com oobjetivo de orientar as organizaçõesdo setor na adoção de posturascriativas para a solução de pro-blemas, execução de tarefas e aten-dimento ao cliente interno e externo.

O PQN prevê um trabalho de sensi-bilização dirigido a diretores, adminis-tradores e funcionários das empresas deserviços contábeis. Recomenda investimen-tos na qualidade do ambiente de trabalhoem equipamentos e no manuseio do mate-rial, indicando pontos que são observados,analisados e aperfeiçoados em cada etapado processo de realização de uma tarefa. Dáênfase para a postura profissional e de equi-pe, buscando aumento de produtividade,redução de custos e retrabalhos.

Gestão“O projeto contribui de forma signi-

ficativa para a verdadeira revolução dosserviços contábeis, com destaque para amodernização da gestão. No estado de San-ta Catarina temos hoje 210 empresas cer-

tificadas”, enfatiza Geraldo Kalkmann, daDiretiva Consultoria.

O presidente do Sescon/Blumenau,Carlos Roberto Victorino, confirma que osresultados obtidos pelas empresas par-ticipantes do programa vêm gerandomudanças de atitudes e postura empresariale reforça que o PQN-CTC visa motivar,não só o corpo gerencial, mas princi-palmente todos os colaboradores. “Todossão estimulados a trabalhar e a participardo programa de qualidade e quem ganhano final é o nosso cliente”.

Diversas autoridades oficiais e contábeisestiveram presentes à cerimônia, quereuniu 120 pessoas. Entre elas, o vice-presidente da Fenacon para a Região Sul,Mário Elmir Berti, e os presidentes doSescon/SC, Luiz Martello, e do CRC/SC,Nilson Goedert.

Rider Rodrigues Pontes:“Os profissionaisencontram-seaprisionados em suassalas para ocumprimento daparafernália deobrigações, as maismirabolantes possíveis”

Parte da mesa do evento: esq. p/ a dir.,o diretor Institucional da Fenacon,Haroldo Santos Filho, o pres. doSescon/SP, Antonio Marangon, e opresidente da gestão anterior doSescon/ES, Luiz Carlos de Amorim

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O vice-pres. da Fenacon, Mário Berti, àesq., e o pres. do Sescon/Blumenau,Carlos Victorino, congratulam asempresas certificadas

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 29

Caxias do Sul

Loro define perseguição ao setor deserviços como ‘um filme de terror’

Santa Catarina

Posse em Santa Catarina

Sescon/Caxias do SulDiretoria efetivaPresidente: Celestino Oscar Loro

Vice-presidente:Marco Antonio Dal Pai

Secretário:Pedro Clênio Pereira de Freitas

Tesoureiro: Joacir Luis Reolon

Diretores de Eventos:Magda Regina WormannPedro José Viezzer

Cerca de 280 pessoas estiverampresentes, no último dia 3 de março, noauditório da Câmara de Indústria eComércio e Serviços de Caxias do Sul/RS, para a cerimônia de posse da novadiretoria do Sescon regional. CelestinoOscar Loro é o novo presidente dosindicato. Seu discurso foi marcado porduras críticas ao aumento da cargatributária imposta às empresas prestadorasde serviços.

“Um verdadeiro ‘filme de terror’ paracom o setor que mais cresce e gera empregosatualmente no Brasil. Sei que esta será umadas mais importantes tarefas que teremosque cumprir”, disse Loro. Ele tambémdestacou projetos locais para o crescimentodo segmento contábil. “Pretendemosavançar no processo de extensão de base denosso sindicato, tarefa esta que necessita doenvolvimento estreito da Fenacon, Sescon/RS e empresas da base abrangida, o que nos

propiciará uma melhor representatividadena região”, completou Celestino.

Estiveram presentes no evento os pre-sidentes da Fenacon, Pedro Coelho Neto; daFederação dos Contabilistas do Rio Grandedo Sul - Federacon, Deomar Luis Bruxel; doCRC/RS, Enory Luiz Spinelli; da JuntaComercial do Estado, José João Appel deMattos; da Câmara de Indústria e Comércio,David Abramo Randon; além do SecretárioMunicipal da Fazenda, Paulo FernandoSilveira de Castro; do Chefe da Casa Civil,Alberto Walter de Oliveira, representando ogoverno do Estado do Rio Grande do Sul edemais representantes da classe contábil e deinstituições de ensino.

Diretoria efetiva

Presidente:Luiz Antonio Martello

1º Vice-presidente:Udélcio Demczuk

2º Vice-presidente:Vilson Holz

Secretário: Eugênio Vicenzi

Tesoureiro: Acyr Leye

Diretor de Eventos:José Lourival Klein

Diretor Administrativo:Elias Nicoletti Barth

Diretoria suplente:Rogério MaldanerFernão S. de OliveiraJandival RossGustavo Luiz Santana

Diretor de Relações do Trabalho:Ernani de Napoli Velho

Diretores de Relações Empresariais:Nestor Dal CornoRaimundo Nora Neto

Diretoria suplente:Nadia Emer GrasselliNadmir Pedro ColbachiniJoão Carlos Lautert

Conselho fiscal efetivo:Valter Grazziotin

Agostinho CagliariRonaldo Tomazzoni

Conselho fiscal suplente:Nadir TonusLuciano Mansueto BossardiSergio Jesuíno Rodrigues

Coordenação Técnica da CâmaraSetorial de Perícias e Auditoria:Arcenildo Valderes da Silva Nunes

Delegados representantes efetivos:Celestino Oscar Loro

Moacir Carbonera

Delegados representantes suplentes:Flavio Jair ZanchinRenato Francisco Toigo

Conselho deliberativo:Moacir CarboneraFlavio Jair ZanchinRenato Francisco ToigoMoacir CorsoNestor Dal CornoMário Antonio Dal Pai

A nova diretoria do Sescon/SC tomou posse, no dia 23 dejaneiro de 2004, em Joinville/SC. Estiveram presentes opresidente da Fenacon, PedroCoelho Neto, assim como do

CRC/SC, Nilson Goedert, e daFecontesc, Vilso Isidoro, além deautoridades locais.

Representantes dos Sesconsde São Paulo, Blumenau, GrandeFlorianópolis e do Sescap do

Paraná, e de Sindicontsdo Estado de Santa Ca-tarina também prestigia-ram a cerimônia.

O novo presidente doSescon/SC, para o triênio2003/2006, é Luiz An-tonio Martello. Simulta-neamente ao evento,houve a solenidade deposse da nova diretoriado Sindicont Joinville,cujo presidente é Ro-dolfo Grosskopf.

Os presidentes do Sescon/SC, LuizAntonio Martello, e da Fenacon, PedroCoelho Neto, discursam durante asolenidade de posse

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Ilário BruchWilson MeisterBenvindo Girardi

Conselho fiscal efetivo:Cléia Mara Coelho PoffoRaul Bergson de OliveiraCleomir Haroldo Portes

Conselho fiscalsuplente:Atilano SalaiJoão Valmir de AmorimAnderson Trapp

Delegados representantesefetivos:Luiz Antônio MartelloJosé Lourival Klein

Delegados representantessuplentes:Vilson WegenerRoberto Wuthstrack

Sescon/Santa Catarina

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30 - Revista Fenacon em Serviços - Edição 99

eventos

Programação técnica é o destaque do1º encontro regional do Sistema FenaconTemas abrangentes e palestrantes consagrados fazem do 3º Enescap-Sul a oportunidade para as empresascomeçarem o ano com reflexões e idéias que podem ser um diferencial na gestão dos negócios em 2004

Palestras epalestrantes do3º Enescap/Sul

Paulo Nogueira Batista Jr.

‘Presente e Perspectivas daEconomia Brasileira’

O economista, professor e pesquisadorda FGV/SP, Paulo Nogueira Batista Jr., seráo primeiro palestrante, falando sobre otema ‘Presente e Perspectivas da EconomiaBrasileira’. Batista Jr. é autor de diversoslivros, tais como ‘A Economia Como ElaÉ’, ‘A Alca e o Brasil’, ‘Argentina: UmaCrise Paradigmática’, ‘VulnerabilidadeExterna da Economia Brasileira’, ‘Mitosda Globalização’, ‘Da Crise Internacionalà Moratória Brasileira’ e ‘Mito e Realidadena Dívida Externa Brasileira’.

Paulo Nogueira Batista Jr. também écolunista do jornal ‘Folha de São Paulo’.Em um de seus trabalhos, intitulado ‘AlmaPartida’, o economista salienta que o Brasilestá caminhando parauma terceira décadaconsecutiva de estag-nação ou crescimentomodesto. ConformePaulo Nogueira Ba-tista Jr., até os anos 80do século XX, a eco-nomia brasileira foiuma das mais dinâ-

Perspectiva da economia brasileira, altaperformance, publicidade e propagandanas empresas de serviços... Temas tãodiversificados quanto abrangentes eimportantes serão a marca do 3° Enescap/Sul - Encontro das Empresas de ServiçosContábeis, Assessoramento, Perícias,Informações e Pesquisas do Sul do Brasil.O evento acontece nos dias 24, 25 e 26 demarço, no Hotel Plaza São Rafael, emPorto Alegre - RS.

Além da grade de palestras, diversospainéis, sobre temas como: ‘ValorizaçãoProfissional’, ‘Tributação nas Socieda-des de Advogados’, ‘Perícia Jurídica,

Informações turísticas e reserva de hotéis: Official Agência de Viagens e TurismoTel.: 51 3268-2220/ 3268-1585/ 3311-9576 Telefax: 51 3268-2220

E-mail: [email protected]

Local: Auditório CambaráCoordenador: Cláudio Pimentel (RS)4 - Recursos humanosLocal: Auditório PaineiraCoordenadora: ABRH-RS

17h30 ... Encerramento dos trabalhos20h30 ... Jantar dançante

Local: Associação Leopoldina JuvenilAnimação: Conjunto Impacto

Sexta-feira - 26 de março09h00 ... Palestra: ‘Qualidade nas empresas

de serviços’Palestrante: Claus Jorge Süffert (RS)

10h30 ... Intervalo10h45 ... Painel: ‘Publicidade e propaganda de

empresas prestadoras de serviços’Painelistas: Afonso Antunes daMotta (RS) e Alfredo Fedrizzi (RS)

12h15 ... Almoço livre15h00 ... Palestra: ‘Uma lição de vida e

Marketing’Palestrante: David Portes (RJ)

17h00 ... Encerramento dos trabalhos comsorteio de brindes

Quarta-feira - 24 de março15hs às 19hs...Credenciamento20hs ..... Solenidade de abertura

Local: Salão de Eventos21h30 ... Coquetel - Show: Neto Fagundes e

Orquestra da UlbraLocal: Hotel Plaza São Rafael

Quinta-feira - 25 de março08h30 ... Palestra: ‘Presente e perspectivas

da economia brasileira’Palestrante: Paulo Nogueira (SP)

10hs ..... Intervalo10h20 ... Palestra: ‘Construindo empresas de

alta performance’Palestrante: Pedro Mandelli (SP)

12h10 ... Almoço Livre14hs ..... Atividades específicas

1 - Contabilidade: valorização profissionalLocal: Salão de EventosCoordenadora: Nadia Maria Vieira (RS)2 - Perícias jurídicas: Trabalhista, Cível e FederalLocal: Auditório ItapemaCoordenador: Sérgio Dienstmann (RS)3 - Tributação na sociedade de advogados

Programação do 3º Enescap-Sul

Trabalhista, Cível e Federal’ e ‘Quali-dade nas Empresas de Serviços’permitirão o debate e a troca de expe-riências e informações, seguindo o temacentral ‘Atualização, perspectivas eestratégias rumo aos desafios atuais dasempresas de serviços’.

O evento é uma realização dossindicatos do Rio Grande do Sul, Caxiasdo Sul-RS, Santa Catarina, GrandeFlorianópolis-SC, Blumenau-SC, Paraná,Londrina-PR, Ponta Grossa-PR eApucarana-PR e tem o apoio da Fenacon.Em link específico do evento, no site doSescon/RS (ww.sescon-rs.com.br) é

possível acessar a ficha de inscriçãoonline. No site, também há lista de hotéis,com valores de diárias, além de in-formações sobre passeios opcionais. Veja,abaixo, um pouco sobre palestras epalestrantes do 3° Enescap/Sul.

Inscrições e informações: Plenarium Organização de CongressosTelefax: 51 3311-2578/3311-8969/3311-9456 • E-mail: [email protected]

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 31

micas do planeta, mas esse rápido cres-cimento coexistia com uma vergonhosadistribuição de renda, a qual, segundoele, ainda permanece.

Marcos Souza Aranha

‘Valorização Profissional’Marcos Souza Aranha, economista,

publicitário e consultor, é sócio diretor daOW4Y Consulting - empresa de De-senvolvimento Humano e Treinamento deRH. Também foi fundador e presidente doportal de Internet ‘O Site’ e se tornou o únicobrasileiro cuja empresa conseguiu abrir ocapital na bolsa de Nova Iorque - Nasdaq.

Também foi vice-presidente das agênciasde publicidade LeoBurnett, Ogilvy & Mat-ter e DenisonBrasil etrabalhou em seis paísesdas Américas Latina edo Norte e Europa.

Marcos Souza Aranha, que abordará a‘Valorização Profissional’, destaca:

“acredito que, para conseguirmosaprender algo, é necessário trabalharmoso pensar, o sentir e o agir”. Com isso, elepromete, a partir de uma palestraparticipativa, “desenvolver o ser humanoque está por trás de cada profissional”. “Oser humano é o fator chave para toda equalquer mudança”.

Pedro Mandelli

‘Construindo Empresas deAlta Performance’

O consultor na área de mudança orga-nizacional, Pedro Mandelli, irá expor otema ‘Construindo Empresas de Alta Per-formance”. É sócio-diretor da MandelliConsultores Associados, de São Paulo,

empresa de consultoria que se dedica aodesenho e condução de processos demudança em organizações.

Pedro Man-delli é professorda FundaçãoDom Cabral nasáreas de mode-los de organi-zação, proces-sos de mudança,liderança e de-senvolvimentode pessoas, tanto nos programas nacionaisquanto nos internacionais, junto ao Inseadna França e Fundação Kellogg nosEstados Unidos.

Também é professor do Instituto Mauáde Tecnologia no Centro de Desenvol-

Da esq. p/ a dir.: águas calmas em campos abertos, do Banhado do Taim; Carreta:transporte rústico utilizado, ainda hoje, em todo interior do estado; Chimarrão: típica etradicional bebida do gaúcho; e os famosos doces caseiros, principalmente osproduzidos em Pelotas, na Zona Sul do estado

Fotos: Leonid Streliaev/Acervo SETUR - Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do Estado do Rio Grande do Sul

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vimento Executivo nas áreas de gestão depessoas/performance e convidado da FGVpara os programas de educação continuada.É autor do livro ‘Muito Além da Hierarquia’e articulista da revista ‘Você S/A’.

Alfredo Fedrizzi

‘Publicidade e Propagandade Empresas Prestadoras

de Serviços’O gaúcho Alfredo Fedrizzi, um dos

painelistas, vai falar sobre ‘Publicidadee Propaganda de Empresas Prestadorasde Serviços’. O jornalista épós-graduado em Market-ing pela Libera Universitádella Tuscia - Itália, possuiespecialização em Tele-visão pela NHK de Tóquio- Japão; em ComunicaçãoEmpresarial, pela ESPM, eGBA - Global Business Ad-ministration, pela Unisinos.

Fedrizzi atua há 33 anos no mercadode comunicação, tendo trabalhado nasempresas: Rádio Gaúcha, como chefede Jornalismo; RBS TV, como gerentede Produção e Programação e RedeGlobo de Televisão, como diretor-assistente de seriados e diretor demusicais. Foi presidente da TVEducativa do estado.

Escreve artigos sobre comunicaçãoe marketing para Zero Hora, GazetaMercantil e Jornal do Comércio. Entreoutros prêmios, recebeu o ‘ARI deJornalismo’ e o de ‘Melhor Campanhade Comunicação Política’, no Salão da

Propaganda Gaúcha. Éconselheiro da FundaçãoProjeto Pescar, CDI - Conselhopara Democratização daInformática e HPS - Hospital dePronto Socorro. Atualmente évice-presidente da Federasul,coordenando a Divisão de Mar-keting e participando daDivisão de Economia.

eventos

A origem do gaúcho é predominan-temente luso-brasileira e açoriana.Completando o arcabouço cultural doRio Grande com seu legado estão osíndios, primitivos habitantes do país, eos negros que entraram maciçamente noRS como mão-de-obra escrava para aprodução industrial da carne salgada, ascharqueadas, iniciada em 1780. Sãotambém etnias integrantes do períodoinicial, embora menores, os judeus e oshispânicos, sendo a influência dosúltimos mais restrita à região fronteiriçacom seu natural intercâmbio.

Posteriormente chegaram os alemães(1824) e os italianos (1875) que aden-traram em território gaúcho em ondasmigratórias incentivadas pelo governobrasileiro. Estes imigrantes, trazendo emantendo suas tradições e costumes,enriqueceram o panorama cultural rio-grandense enormemente, constituindo empoderosas atrações turísticas as regiõesem que se estabeleceram.

Povos de todo o mundo moldam ariqueza cultural do RS

Novas migrações continuaram aintegrar o mosaico cultural do Rio Grandedo Sul. Os poloneses, no fim do séculoXIX, chegaram com forte contingente eos japoneses, após a 2ª Guerra Mundial.Imigrantes árabes, de marcante presença -logo atrás de poloneses - já estavam emtodo o Estado por volta de 1880. Em menornúmero, mas digna de nota, é a presençade holandeses, chineses, franceses,ucranianos, russos, letonianos, ingleses,americanos, suíços, belgas, húngaros,gregos e suecos que, mais recentemente,aportaram em solo gaúcho.

Hoje pode-se afirmar que há pessoas detodas as partes do mundo vivendo no RioGrande do Sul, todos trazendo sua cultura eabsorvendo tradições, tornando-se autên-ticos gaúchos. Há, também, gaúchos espa-lhados pelo Brasil e o mundo, levando ondequer que se estabeleçam, um pedaço do RioGrande do Sul e a beleza de sua rica tradição.Fonte: Site da Secretaria de Esporte, Turismo e

Lazer do Estado do Rio Grande do Sul

David Portes

‘Uma lição de vidae marketing

David, o camelô consultor de Market-ing! É assim que costumam definir Davidde Mendonça Portes, considerado um dosprincipais consultores e palestrantes doBrasil na área de Marketing, citado nosEUA pelo papa do Marketing PhillipKotler. A palestra de David Portes abor-dará ‘Uma lição de vida e marketing’,encerrando o 3º Enescap/Sul.

“Minha história não é diferente dasdemais. De repente me vi sem emprego,sem dinheiro para comer, para pagar oaluguel e com minha esposa grávida. Fuià luta! Hoje, a minha banca é a maisvisitada do Centro do Rio de Janeiro.Tenho mais de 12 mil clientes cadas-trados em meu site. As pessoas me cha-mam de o segundo camelô mais famosodo Brasil, só perdendo para o meu ídoloSilvio Santos”.

O segredo da‘banca do David’é sempre estar sedestacando dosconco r r en t e s .“Muitas empre-sas já compraramos meus sloganspara suas cam-panhas e algumasme convidarampara trabalhar como diretor de Vendas eMarketing, mas recusei, pois, como con-sultor, palestrante de Vendas e Marketingconsigo mais ‘moedinhas’ para o ‘co-frinho’ do camelô”.

De cima para baixo:gaúcho:

personagem típicodo Rio Grande do

Sul; o ParqueNacional da Lagoa

do Peixe, emTavares; litoral

gaúcho: Praia daGuarita, maior

atrativo de Torres,na divisa com Santa

Catarina; e umpouco de História:

antigas edificaçõescaracterizam a

cidade de Jaguarão

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Revista Fenacon em Serviços - Edição 99 - 33

sistema fenacon

Três sindicatos do Sistema Fenaconconseguiram recentemente seus registrossindicais junto ao Ministério do Trabalho

e Emprego,todos das re-giões Nortee Nordestedo país. Sãoeles os Ses-cons do RioGrande doNorte, Ron-dônia e A-mazonas. Aconqu i s t asignifica af o r m a l i -zação dase n t i d a d e scomo repre-s e n t a n t e slegí t imas,em suas res-

pectivas bases territoriais, de um total de90 segmentos econômicos, nas áreas decontabilidade, assessoramento, perícias,informações e pesquisa.

O registro sindical deRondônia, por exemplo,estava com seu processo‘parado’ no Ministério doTrabalho e Emprego (MTE)há mais de 10 anos. “Odeferimento é motivo dealegria e comemoração.Podemos riscar mais um‘entrave’ de nossa lista demetas”, destaca o diretorInstitucional da Fenacon,Haroldo Santos Filho.

“O registro foi fundamen-tal para as nossas bases.Concretizou todo o trabalhoque vem sendo feito durantecerca de 12 anos e o apoio dagestão do presidente daFenacon, Pedro Coelho Neto,

Conquista sindicalApós intenso acompanhamento por parte da Fenacon, sindicatosfiliados conseguem o deferimento dos registros sindicais. No caso dosindicato do Estado de Rondônia, a espera foi de 10 anos

foi fundamental para que isso fosseefetuado”, ressalta o presidente do Sescon/RO. João Aramayo da Silva destacouainda a mudança da sede da Fenacon paraBrasília como estratégica para de-fender e alcançar os objetivos deseus filiados.

Educação continuadaPara o presidente do Sescon/

AM, Wilson Américo da Silva, oregistro foi importante, prin-cipalmente para avançar em pro-jetos, tais como programas deeducação continuada no Estado.“Nós já realizamos no ano passadocerca de 12 eventos para os pro-fissionais contábeis da região”, diz.No dia 21 de setembro, dia do con-tabilista, o Sescon/AM já programaa realização, em Manaus, do ‘1ºEncontro de Profissionais e Estu-dantes Contábeis do Amazonas’.

O tema do evento será ‘Con-tabilidade e Compromisso Social’

e será feito em par-ceria com o CRC lo-cal , faculdades euniversidades daregião. “Todas asquartas-feiras rea-l izamos cafés damanhã no auditóriodo Sescon/AM ondediscutimos as prin-cipais obrigaçõesacessórias, impos-tos, normas da Re-ceita Federal entreoutros temas”, in-forma Wilson Amé-rico. A região é re-presentada por cercade 500 empresas decontabil idade e4.000 profissionais.

Os registros sindicais trouxeramtambém uma motivação extra para osdirigentes. O presidente do Sescon/ROfaz planos para ampliar o leque deserviços oferecidos às empresas da basede representação. “Já temos projetos decriar cooperativas e firmar convêniosmédicos para atender nossos filiados”,confirmou João Aramayo. O estado deRondônia conta com cerca de 2.800profissionais contábeis e 500 empresasde contabilidade.

Controlesindical

O presidentedo Sescon/RN,Edson Oliveira daSilva, salienta queo maior ganhocom a obtençãodo registro sin-dical foi o controleorganizacional dosindicato e a otimi-zação do Controleda ArrecadaçãoSindical, o queconfere aos sindi-catos maior cre-dibilidade peran-te as empresasabrangidas.

“Podemos estabelecer convençõescoletivas de trabalho e criar Câmaras deConciliação Prévia, tornando o sindicatomais atuante e representativo na defesados interesses das empresas repre-sentadas”, afirma. No Rio Grande doNorte há, aproximadamente, 900 em-presas de contabilidade e 3.000 pro-fissionais contábeis.

Todos os sindicatos que conseguiramseu registro sindical destacaram eagradeceram o empenho e a deter-minação da Fenacon, na pessoa dodiretor Institucional Haroldo SantosFilho e do representante do Sescap/BA,Carlos Silveira, responsáveis poracompanhar de perto os processos juntoao Ministério do Trabalho e Emprego, oque foi decisivo para a liberação dascartas sindicais dos três sindicatos dasregiões Norte e Nordeste.

Haroldo Santos Filho:acompanhamento dosprocessos junto ao MTEfoi decisivo para aliberação das cartassindicais

Edson Oliveira da Silva:“Podemos estabelecerconvenções coletivas detrabalho e criar Câmaras deConciliação Prévia,tornando o sindicato maisatuante e representativo nadefesa dos interesses dasempresas representadas”

Wilson Américo daSilva: mais motivaçãopara avançar emprojetos, comoprogramas deeducação continuadano Estado

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go around

Por Haroldo Santos Filho

Paradoxo do poderCerta vez, após uma caminhada

matinal, presenciei um cena inusitada:mendigos organizadamente reunidos,tratando de seus interesses. A novidademe fez, imediatamente, parar na bancade jornal ao lado para acompanhar deperto aquela cena, sob o pretexto deestar lendo uma revista.

Observei que havia, ao centro, umsujeito que falava e ouvia na dose certae que sempre que possível colocava ointeresse do grupo acima de seuspróprios interesses. Percebi logo queaquele, que presidia a ‘assembléia’,tratava-se do líder. Toda vez que eleabria mão de seu ‘poder’ e ouvia atodos, ganhava ainda mais credibilidadee força junto aos liderados.

Apesar de preocupante sob o aspectosocial, a situação descrita nos mostraque a fascinante arte de liderarnada tem a ver com po-sição financeira ousocial, nemtampou-

“A fascinante arte deliderar nada tem a ver compreparo acadêmico, mascom ações simples quedenotam bom senso e

sensibilidade às necessidadescomuns do grupo”

co com preparo acadêmico, mas comações simples que denotam bom senso esensibilidade às necessidades comuns dogrupo. É claro que a liderança pode serconsiderada uma técnica e, como tal,sujeita a aprimoramentos, embora nãotenha sido este o caso que presenciei.

E x a t a m e n t epor estar infil-trado em todosos meios so-ciais é que oe x e r c í c i opessoal deliderançatem sido

alvo de di-versas publi-

cações e es-tudos, dada a

sua complexidade e importânciano desenvolvimento da sociedade.

Nas empresas, em especial, o quetemos percebido é que o antigo modelode chefe todo-poderoso tem abertoespaço a um ambiente menos hie-rárquico e a equipes com autonomiasuficiente para responder pelosobjetivos traçados para seu setor. Ochefe tirano tem conseguido mesmo éatrair a má vontade e rancor para si,sem contar que deturpa o conceito derespeito, formando uma plêiade de

seguidores, guiados somente pelo medodo que pode lhes acontecer. A partirdeste momento, a empresa ficou emsegundo plano.

Tem se firmado, a cada dia, umfenômeno que considero o ‘paradoxo dopoder’. O poder de um líder acabaaumentando na proporção direta em queele o renuncia. A divisão de poder numatomada de decisão, por exemplo, antespoderia causar uma idéia de fraqueza.Hoje, demonstra a real condição delíder. Em resumo: para um líder, odesapego ao poder parece ser uma boasolução para adquiri-lo cada vez mais.

Um exemplo emblemático destateoria se deu há alguns anos no mundocorporativo, envolvendo duas grandesempresas: a Apple e a Microsoft. AApple foi a primeira a introduzir nomercado o conceito de computadorpessoal com interface gráfica, mouse,tela colorida e impressora como itensde série. Mas, Steve Jobs (líder da Ap-ple) resolveu manter controle total sobreo sistema operacional embutido noscomputadores Macintosh.

Resultado: sua política de manu-tenção do poder o isolou no mercado.Já a Microsoft, de Bill Gates, chegoudepois, mas fez o inverso. Distribuiu aoutros fabricantes de PCs o seu sistemaoperacional, além de ter feito, noinício, proposital ‘vista grossa’ para ascópias não autorizadas. Resultado:conquistou o mercado internacional,“distribuindo poder”.

Alguns líderes querem guardar opoder dentro de si, como se isso pudessetorná-lo super-poderoso pelo seuacúmulo, como se ‘poder’ fosse umacomodity. Vê-se que não é bem assim,como disse, certa vez, Harry EmersonFosdick, precursor do liberalismo norte-americano, “o poder não está dentro denós; ele flui através de nós”.

Haroldo Santos Filho é diretorInstitucional da [email protected]

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Fiscosoft