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MATÉRIA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA SETEAD - SEMINÁRIO DE EDUCACÃO TEOLÓGICA KERIGMA DIDACHE 1 Centro Educacional Interdenominacional de Formação Teológica

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MATÉRIA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

SETEAD - SEMINÁRIO DE EDUCACÃO TEOLÓGICA KERIGMA DIDACHE

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ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

SUMÁRIO

Os aspectos administrativos da vida da igreja

SSUUMMÁÁRRIIOO

Parte I CONCEITUAÇÃO 1) DEFINIÇÃO 2) OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO.

3) A ADMINISTRAÇÃO SECULAR. 4) O QUE É ADMINISTRAR?

Parte II A IGREJA 1) GOVERNO ECLESIÁSTICO. 2) A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO 3) A BASE DA COMUNHÃO NA IGREJA LOCAL

4) O QUE FAZ A IGREJA

5) O CORPO ECLESIAL 6) FILIAÇÃO

Parte III A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA 1) O ESTATUTO. 2) INSCRIÇÃO DA IGREJA NO CGC 3) CARIMBO PADRONIZADO 4) ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

5) ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS

Parte IV A ESCRITURÍSTICA 1) LIVROS 1.1) O livro de Atas

1.9) O Livro de Presença 1.9.4) O livro de Registro de Matrimônio

Parte V REGRAS PARLAMENTARES 1) INTRODUÇÃO 2) ORDEM 3) PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES

3.3) FUNÇÕES DO PRESIDENTE

4) ATRIBUIÇÕES DO VICE-PRESIDENTE 5) ATRIBUIÇÕES DO SECRETÁRIO 6) DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS

7) PROPOSTAS

BIBLIOGRAFIA

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II PPAARRTTEE

CCOONNCCEEIITTUUAAÇÇÃÃOO

1) DEFINIÇÃO ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

I. CONCEITO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO

Introdução:

O termo “administração” vem do latim ad (direção, tendência para) e minister

(subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos

assuntos de um grupo. O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas

as definições existem duas palavras-chave: gerenciamento e organização. Isso pode

ser comprovado nas palavras dos estudiosos Stoner e Feeman, os quais ensinam que

Administração é o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos

membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para

alcançar os objetivos definidos”. A administração é uma ciência social que está

relacionada a todas as atividades que envolvem planejamento, organização, direção e

controle. [...] a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela

organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento,

organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e

em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais

adequada à situação. A administração já foi chamada de “a arte de fazer as coisas

através de pessoas”. Esta definição foi dada por Mary Parker Follet. A administração

é essencial em toda a cooperação organizada (e a igreja se enquadra), é a ação de

dirigir o bom andamento dos propósitos estabelecidos. Em nosso caso, como igreja.

O pastor, presbítero, tem que acompanhar os objetivos propostos pela igreja e

transformá-los em ação através de planejamento, organização, direção e controle de

todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis a fim de atingir

tais objetivos. é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor

no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que serve.

Lembremo-nos de que a igreja é, simultaneamente, ORGANISMO e

ORGANIZAÇÃO. É o povo de Deus organizado num tríplice aspecto: espiritual,

social e econômico, para atender à missão para a qual Deus a constituiu.

Administração eclesiástica pode ser definida como “o estudo dos diversos assuntos

ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador

principal da igreja a que serve”.1Com base na definição acima e diante dos desafios

de conduzir a Igreja do Senhor, com seus diversos ramos e departamentos,

mentalidades e desafios, metas e um mundo em constante mudança, o assunto em

pauta torna-se de suma relevância e primordial para o sucesso no desempenho

ministerial. O desafio é grande, pois “solenes são as responsabilidades que repousam

sobre os que são chamados a agir como dirigentes na igreja de Deus na

1 Nemuel Kessler e Samuel Câmara, Administração Eclesiástica, p. 13.

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Terra”.2Princípios de administração eclesiástica podem ser encontrados nas

Escrituras Sagradas e não existe uma fonte melhor para sua análise.

Administração Eclesiástica e a Bíblia:

Em toda a Palavra de Deus percebe-se a ordem e a organização, de fato, tanto no

Antigo Testamento como no Novo, percebe-se uma estrutura organizacional e

administrativa regendo e conduzindo Seu povo e Sua Igreja.

II. ORIGEM

Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos,

criou se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja função seria

dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga se de passagem, que a Igreja é um

agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a ser atingido,

um alvo para cumprir.A administração é necessária, pois desde muito cedo se

verificou que é impossível ao homem realizar a maioria das atividades que a própria

sobrevivência lhe exigia, sem o auxílio de outras pessoas. Mas esse auxílio só

poderia ser eficaz em determinadas circunstâncias, que pouco a pouco passou a

conhecer. Como resultado imediato, surgiu um conjunto de atividades e de atitudes

que tomaria o nome de administração e que, com o decorrer do tempo, se

transformou num campo definido de conhecimentos científicos.Muitos autores têm

negado que a administração constitua uma ciência na exata expressão da palavra. Na

verdade, toda ciência se caracteriza pelo conhecimento metodizado da verdade em

relação a um conjunto definido de fenômenos ou fatos. Se bem que, como todas as

ciências sociais, a administração apresente uma grande complexidade, devido aos

inúmeros fatores integrantes de seus fenômenos.

A administração apareceu como ciência independente no fim do século XIX. “Todo

homem procura obter o máximo com o mínimo de esforço”. Este princípio

determinou a procura do rendimento máximo para qualquer atividade humana e,

conseqüentemente, o estudo de como obter esse rendimento. Frederick W. Taylor nos

estados Unidos já no século XVIII comprovou que a baixa produção em qualquer

atividade se deve à falta de uma metodologia da produção. A realização de um

objetivo, porém, se faz por meio de um processo divisível em partes ou etapas que,

na sua continuação, levam ao resultado final. Essas etapas podem ser definidas e

caracterizadas por funções específicas, marcadas por um grau maior ou menor de

dificuldades que exigirão um grau maior ou menor de especialização. Assim o

processo de realização de um objetivo pode ser estudado como uma série de funções

especializadas; funções que devem ser reunidas para se obter, da forma mais

eficiente, o resultado almejado.

2 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 92.

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Veja abaixo as diversas teorias da administração.

III. A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, não obstante, a

Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em virtude de sua natureza, a Igreja

não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua corporalidade,

organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam‐se e se

perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos santos.A

missão da igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à

Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade às

Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão evangelizadora entre

todos os povos; pelo incansável testemunho cristão.

1) O Termo Bíblico para Administração

A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo Testamento.

Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 12.42) ou “administrador” (Lc

16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) ou “curador” (Gl 4.2). A

responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo

traduzida por “administração” (Lc 16.2), “dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm

1.4). O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e

“lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a

gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é

oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a

ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa

grande (Cf. Isaias 22:19, 21; Lc 16:1-17).No Novo Testamento, despenseiro

(oikonomos) refere se ao administrador da casa e das propriedades de um Senhor.

No Evangelho de Lucas, o termo se emprega alternadamente com “escravo” (Gr.

doulos). O despenseiro ou mordomo tinha direito legal de agir em nome do seu

senhor, e deveria ser fiel e prudente (Lc 12.42, 1Co 4.2). Um período de tempo

determinado era concedido ao despenseiro, embora ele não soubesse por quanto

tempo haveria de durar a sua administração. Deus permite aos homens, enquanto suas

criaturas, serem despenseiros. Somos despenseiros sobre a criação de Deus. Ao criar

o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, Deus os fez responsáveis. Na

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qualidade de criatura de Deus, o homem deveria cuidar da criação que Deus colocou

diante dele e à sua disposição, e desenvolve-la. Isso fez o primeiro casal responsável

diante do Criador no exercício de domínio e sujeição da natureza, assim como no

relacionamento com outros homens e também no seu relacionamento com Deus. “E

Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai‐vos, enchei a terra e

sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo

animal que rasteja pela terra”. Isso mostra o papel central que Deus havia reservado

para o ser humano, dentro de sua criação. Obedecendo ao Criador o ser humano

estaria desenvolvendo seu relacionamento com ele e sendo fiel. O homem estaria

cumprindo o seu mandato (Gn 1.26, 28, 2.15). O homem deveria tomar tempo para

cultivar o solo, exercer o domínio e, conseqüentemente, desfrutar do trabalho de suas

mãos. Fazendo assim, também estaria obedecendo ao Criador que o havia criado e

equipado para tais coisas. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus,

deveria, em certo sentido, representar o Criador e fazer cumprir a sua soberana

vontade. Assim, exerceria uma espécie de papel de “gerência” ou de “mordomo”. Um

dos mais proeminentes ensinos da Bíblia é que o homem responde perante Deus. É

responsabilidade inescapável do homem que algum dia ele deve prestar contas ao

Criador. Na sua inaudita graça, Deus permite aos seus filhos serem despenseiros.

Somos mordomos sobre a Casa de Deus. “Servi uns aos outros, cada um conforme o

dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10).

O povo de Deus, a comunidade de Deus, é sua casa (1Tm 3.15). Assim, o Novo

Testamento, a partir dos ensinos de Jesus Cristo, adverte-nos que a mordomia sábia e

diligente, a serviço do Mestre, é importante. Os despenseiros não devem considerar

as questões da casa como sendo assuntos particulares deles; são meramente

despenseiros dos dons que lhes foram confiados, e devem prestar contas de sua

administração. E a fiel administração determina que Deus confiará ao despenseiro as

riquezas maiores, verdadeiras.O pastor possui funções privativas e atribuições, que

quando desenvolvidas, demonstram que está sendo um bom administrador, um bom

mordomo dos bens que pertencem ao Senhor:

2) Funções privativas.

a) Administrar os sacramentos (cerimônias).

b) Invocar a Benção Apostólica sobre o povo de Deus.

c) Celebrar casamento religioso com efeito civil.

d) Orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que é pastor.

3) Atribuições.

a) Orar com o rebanho e por ele.

b) Apascentá‐lo na doutrina Cristã.

c) Exercer as suas funções com zelo.

d) Orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de tornar eficiente a vida

espiritual do povo de Deus.

e) Prestar assistência pastoral.

f) Instruir os neófitos, dedicar atenção à infância, à adolescência, à mocidade, bem

como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados.

g) Exercer, juntamente com outros presbíteros, o poder coletivo de governo.

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INTRODUÇÃO

Este estudo apresenta os princípios de administração revelados na Palavra escrita de

Deus, a Bíblia. “Administração” é outra palavra para “mordomia”.“Mordomos” ou

“administradores” são responsáveis sobre algo confiado a eles por outra pessoa.

Como crentes que somos, cada um de nós é um administrador dos recursos espirituais

que Deus nos tem confiado.Um problema sério com muitos líderes cristãos é a

organização e administração destes recursos espirituais. Se os obreiros para a colheita

espiritual devem ser como a Bíblia indica, então eles devem ser organizados e

mobilizados adequadamente.O crescimento ocorre através da multiplicação de

células vivas e do desenvolvimento de um esqueleto para apoiá-lo. Para o corpo de

Cristo crescer, a estrutura também é importante. A vida espiritual traz um

crescimento que nós devemos estar preparados para suportar.Este curso é o primeiro

de uma série de três no módulo denominado de “Organização” do treinamento

oferecido pela Rede Internacional Tempo de Colheita. Este estudo, junto com os

outros cursos (‘Análise Ambiental’ e ‘Administração por Objetivos’) que seguem,

lhe ajudará a tornar-se um bom mordomo dos recursos espirituais. Nós

recomendamos que estes três cursos sejam estudados para o entendimento apropriado

da administração, planejamento e organização necessárias ao ministério cristão

eficaz.Este curso introduz o assunto da administração, identifica as posições de

liderança e enfatiza a importância da unção para liderar. Os princípios bíblicos de

liderar como um servo e pastor e as qualificações para os líderes também são

discutidas. As principais tarefas dos líderes são repassadas, com ênfase na tomada de

decisões e o tratar com os conflitos. Diretrizes são dadas para treinar os líderes e

discípulos, os princípios do êxito e as razões para fracasso são examinados. O

Apêndice deste curso proporciona a oportunidade para aprender os princípios

adicionais estudando exemplos de grandes líderes da Bíblia.

OBJETIVOS DO CURSO

Ao concluir este curso você será capaz de:

1. Definir administração.

2. Identificar os recursos espirituais sobre os quais os crentes são

administradores.

3. Identificar o principal requisito para os mordomos.

4. Identificar o maior exemplo de liderança espiritual.

5. Resumir o que o ministério de administração inclui.

6. Identificar as posições bíblicas de liderança.

7. Explicar como se usam os dons espirituais no ministério.

8. Explicar como os líderes trabalham juntos no ministério.

9. Reconhecer a importância da unção na liderança espiritual.

10. Listar as qualificações para os líderes espirituais.

11. Explicar como liderar como um servo.

12. Explicar como liderar como um pastor.

13. Resumir as tarefas dos líderes.

14. Usar as diretrizes bíblicas para tomar decisões.

15. Usar as diretrizes bíblicas para tratar com os conflitos e a disciplina.

16. Treinar líderes e discípulos.

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17. Converter os fracassos em êxito.

18. Aplicar os princípios bíblicos do êxito.

19. Identificar os custos da liderança.

20. Explicar a verdadeira prova da liderança espiritual.

O MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO

OBJETIVOS:

Ao concluir este capítulo, você será capaz de:

1. Escrever o versículo-chave de memória.

2. Definir administração.

3. Identificar os recursos espirituais sobre os quais os crentes são

administradores.

4. Identificar o requisito principal para mordomos.

5. Identificar o maior exemplo de liderança.

6. Resumir o que está incluído no ministério de administração.

VERSÍCULO-CHAVE:

“... Se alguém aspira a administração, deseja uma excelente obra” (1 Timóteo 3.1,

Tradução do original da Nova Bíblia Inglesa).

INTRODUÇÃO

Este capítulo introduz o ministério de administração na igreja. Quando nós falamos

de administração nós não estamos falando sobre a administração secular como ela

acontece no mundo comercial. Nós estamos falando de recursos espirituais

administrados para a obra do ministério.Se você aprende o ministério de

administração, você se tornará um bom mordomo do Evangelho e do ministério que

Deus lhe deu. Você poderá trabalhar com Deus para alcançar Seus propósitos.

A DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO

“Administração” é outra palavra para “mordomia” ou “direção”. “Mordomos” ou

“administradores” são responsáveis sobre algo confiado a eles por alguém mais. A

direção é o processo de alcançar os propósitos de planos de Deus através do uso

apropriado dos recursos humanos, materiais e espirituais. A administração é avaliada

por estes planos e propósitos, se eles são cumpridos ou não. A Bíblia declara:

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo

caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos” (Isaías

53.6).Como as ovelhas devem ser guiadas para seguir um só caminho, assim

também as pessoas necessitam de direção para que seus esforços e energias

alcancem os propósitos e planos de Deus.

OS RECURSOS ESPIRITUAIS

Todos os crentes são mordomos de certos recursos dados por Deus. Estes são listados

na seção “Para Estudo Adicional” desta lição. Além destes recursos, os líderes são

mordomos sobre os recursos especiais que incluem:

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O EVANGELHO: Nós devemos compartilhar sua mensagem com outros.

DINHEIRO:

Cada crente é um mordomo de suas finanças pessoais, porém os líderes que

controlam o dinheiro de uma igreja ou organização cristão também são mordomos

destes fundos.

RECURSOS MATERIAIS DO MINISTÉRIO: Estes incluem coisas como os edifícios da igreja, propriedades e equipamentos.

DONS ESPIRITUAIS: Cada crente tem pelo menos um dom espiritual pelo qual ele é responsável como um

mordomo. Um líder também é responsável para ajudar a outros a desenvolverem seus

dons espirituais.

OUTROS CRENTES: Se você é um líder, você é responsável por outras pessoas. Você deve ajudá-las a

amadurecer espiritualmente e a envolver-se na obra do ministério. Deus usa as

pessoas, não os programas, para construir o Seu Reino. A administração envolve

fazer com que as coisas sejam feitas para Deus através das pessoas.

A PRIMEIRA MENSAGEM SOBRE ADMINISTRAÇÃO

A primeira mensagem de Deus ao homem foi sobre o assunto da administração. Deus

disse a Adão e Eva:

“E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e

sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo

animal que rasteja pela terra” (Gênesis 1.28).

Três tarefas importantes para os administradores se encontram neste versículo:

1. Aumentar ao máximo os recursos por meio de “multiplicar”, para alcançar o

propósito e os planos de Deus.

2. Minimizar a desordem por “subjugar”.

3. Manter a ordem por “ter domínio” (governar).

O MAIOR EXEMPLO

O maior exemplo de administração é o Senhor Jesus Cristo. Ele é o modelo para

todos os líderes cristãos. Você aprenderá depois neste curso sobre o exemplo que Ele

estabeleceu liderando como um servo e um pastor. Todos princípios ensinados neste

curso são demonstrados no que Jesus fez e ensinou. Cada tarefa que um líder deve

realizar foi ilustrada por Ele. Ele estabeleceu um exemplo para treinar líderes e

discípulos.

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O REQUISITO PRINCIPAL

Deus não considera os mordomos vitoriosos devido a sua educação, habilidade

natural ou personalidade. Eles têm êxito devido a sua fidelidade. O requisito principal

aos mordomos é que eles devem ser fiéis: “Ora, além disso, o que se requer dos

despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Coríntios 4.2). Jesus deu

uma parábola em Mateus 25.14-30 sobre os servos cujo amo lhes deu recursos

chamados “talentos”, que neste caso era dinheiro. Eles receberam instruções para ser

bons mordomos e usar os fundos sabiamente. Aqueles que fizeram isto foram

chamados de “fiéis” e foram premiados. Aqueles que falharam foram julgados e

responsabilizados.

O MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO

O ministério de administração ou liderança envolve levar outros a alcançar grandes

coisas para Deus.

A direção inclui as seguintes áreas que você estudará neste curso:

RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA UNÇÃO PARA LIDERAR: Unção de Deus para administrar é mais importante que educação, talentos e

experiência.

CUMPRIR AS QUALIFICAÇÕES BÍBLICAS PARA A LIDERANÇA: A administração do ministério começa com a administração de si mesmo.

APRENDER A LIDERAR COMO UM SERVO:

A administração bíblica não é relações públicas vistosas ou uma personalidade

carismática no púlpito. É serviço humilde àqueles a quem você lidera. Servir é que

separa a direção cristã da direção mundana.

APRENDER A LIDERAR COMO UM PASTOR: As qualidades de um pastor no mundo natural eram o que Jesus usava para descrever

a direção espiritual.

ENTENDER AS TAREFAS BÁSICAS DOS LÍDERES: Estas incluem as áreas difíceis de tomar decisões e resolver conflitos e problemas de

disciplina.

TREINAR LÍDERES E DISCÍPULOS: Todos nós lideramos em certas situações, porém todos somos seguidores em outras

situações. Os líderes devem ter seguidores ou discípulos. Tanto os líderes quanto os

seguidores (ou discípulos) devem ser treinados.

APLICAR OS PRINCÍPIOS DO ÊXITO ENSINADOS NA PALAVRA DE

DEUS: Estes princípios asseguram uma direção vitoriosa dos recursos espirituais.

EVITAR AS VIOLAÇÕES QUE CAUSAM O FRACASSO NA

ADMINISTRAÇÃO: Fracassar em liderar e seguir resulta das violações aos princípios bíblicos.

COMPREENDER OS PRINCÍPIOS BÍBLICOS DE ADMINISTRAÇÃO OU

ORGANIZAÇÃO: Estes incluem as posições de liderança estabelecidas por Deus e aquelas

desenvolvidas devido às necessidades práticas da igreja.

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A BASE DA ORGANIZAÇÃO BÍBLICA

A organização ministerial não é fixa, rígida, ou baseada nos modelos mundanos. A

organização é flexível para acomodar a direção do Espírito Santo. A direção do

ministério existe com o propósito de alcançar os propósitos e planos dados por Deus,

não para criar uma sociedade rígida, uma estrutura institucional. A organização na

Igreja está muito mais para um organismo vivo. A Bíblia compara a Igreja ao corpo

humano, com cada parte funcionando conjuntamente.Você não pode ser eleito para

liderar na organização de Deus. Você pode ser eleito ou estabelecido pelo homem

para um cargo, porém nenhum líder nunca é feito por intimação ou voto. Você deve

ser chamado e equipado por Deus para a obra do Reino.A liderança envolve posições,

por exemplo, posições como apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre. A

liderança também envolve função. Sua função principal é equipar outros para a obra

do ministério. A liderança também diz respeito às relações dos líderes com seus

liderados.A seleção e promoção de um líder vêm de Deus:“Porque não é do Oriente,

não é do Ocidente, nem do deserto que vem o auxílio. Deus é o juiz; a um abate, a

outro exalta” (Salmos 75.6-7).

OUTRAS ÁREAS DE ADMINISTRAÇÃO

A direção também envolve analisar seu ministério para estabelecer propósitos e

planos. Você pode aprender a realizar semelhante estudo no curso do Instituto

Internacional Tempo de Colheita, “Análise Ambiental”.A administração também

envolve as seguintes áreas sobre as quais você aprenderá no curso do Instituto

Internacional Tempo de Colheita, “Administração

Por Objetivos”:

FORMULAR UM PROPÓSITO PARA O MINISTÉRIO EM HARMONIA

COM O DE DEUS: Se você não conhece seu propósito ou não tem uma visão, você não pode liderar

outros.

FAZER PLANOS PARA ALCANÇAR O PROPÓSITO: Você nunca alcançará o propósito se você não planeja fazer isso.

ORGANIZAR AS PESSOAS E PROCEDIMENTOS PARA LEVAR À CABO

O PLANO: Administração envolve motivar e liderar as pessoas quando elas realizam tarefas que

são parte do propósito e plano de Deus.

APERFEIÇOAR O PLANO ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO: A Obra do Senhor deve ser feita com excelência.

A IMPORTÂNCIA DA BOA ADMINISTRAÇÃO

Aqui estão algumas razões pelas quais a administração apropriada do ministério é

importante:

PROPORCIONA PROPÓSITO E DIREÇÃO:

Se você deseja ter êxito no ministério, então você deve ter um propósito e planos em

harmonia com os de Deus e deve poder comunicá-los aos outros. Quando você

conhece seu propósito, então você pode liderar outros. Os líderes devem saber aonde

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eles vão para poder guiar os outros. A orientação e unidade no ministério envolvem

propósito e direção comuns.

ELIMINA A CONFUSÃO:

Quando há direção apropriada, a confusão é eliminada:“Porque Deus não é de

confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos” (1 Coríntios

14.33).“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5.1).Se as

atividades de Deus não se caracterizam pela confusão, os ministérios de Seus servos

não devem caracterizar-se por ela de maneira alguma.

PERMITE DECISÕES APROPRIADAS:

As decisões determinam seu destino. Isto, inclusive, é verdade sobre a salvação.

Você faz uma decisão de aceitar ou rejeitar o evangelho e seu destino eterno é

determinado por sua decisão.Sua vida e ministério atual são determinados pelas

decisões anteriores que você tem tomado. Você tomou as decisões através do

planejamento pensativo ou no impulso do momento. A boa direção lhe permite tomar

as decisões apropriadas com a direção do Senhor.

ESTABELECE AS PRIORIDADES PARA O MINISTÉRIO:

Prioridades são aquelas coisas que são mais importantes do que outras. Elas são as

coisas que possuem o primeiro lugar em seu tempo e atenção. Você terá prioridades

na vida, não importa se você as determina conscientemente ou não. Você

estabelecerá as prioridades deixando-se levar por hábitos que se tornam um estilo de

vida ou devido à pressão das circunstâncias ou pelas pessoas ao seu redor, ou por

uma decisão definida baseada nos propósitos de Deus.

PERMITE A AÇÃO EM LUGAR DA REAÇÃO:

Muitos ministérios estão ocupados em reagir aos assuntos urgentes no presente em

lugar de planejar para o futuro. Isto leva os líderes a reagir em lugar de agir com

sabedoria e propósito.Sem uma estratégia ou plano você não sabe o que está fazendo

no ministério, por que você está fazendo-o, ou como será feito. Por que você não tem

nenhuma organização e direção, você não tem nada com que se comprometer,

nenhuma maneira de avaliar sua efetividade para Deus, e você é facilmente

persuadido a reagir e abandonar as coisas em tempos de crise.A boa administração

transforma o desejo de demonstração e visões em realidade. Ajuda-lhe a determinar o

que você deve fazer e como fazê-lo para cumprir os propósitos de Deus.

ESTABELECE A RESPONSABILIDADE:

Na parábola dos talentos em Mateus 25.14-30, os servos eram responsáveis por tudo

o que foi confiado a seu cuidado. Seu amo tinha um plano, o comunicou a eles e eles

deveriam cumpri-lo investindo os fundos que eles receberam. Você não somente é

responsável por conhecer a vontade de Deus para sua vida e ministério, porém

também por cumpri-la: “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor

e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites”

(Lucas 12.47). Se você não administra sabiamente o ministério que lhe foi confiado,

você será considerado culpado.

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PERMITE AVALIAÇÃO:

A administração inclui a avaliação para ver se você está cumprindo o propósito e o

plano de Deus. Compreender os princípios bíblicos do êxito e as razões para o

fracasso permite tal avaliação.

PERMITE O USO SÁBIO DOS RECURSOS ESPIRITUAIS:

A boa administração ajuda-lhe a manejar os recursos espirituais adequadamente e

permite-lhe que seja um mordomo apropriado dos fundos, possessões materiais,

pessoas, e dons espirituais para a obra do Reino de Deus.

PREPARA-LHE PARA ENTRAR EM PORTAS ABERTAS:

“Porque uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu; e há muitos

adversários” (1 Coríntios 16.9). Quando Deus abre as portas, você deve estar pronto

para atravessar e enfrentar os novos desafios. Isto não é possível sem a preparação

apropriada. Leia a parábola das virgens sábias e néscias em Mateus 25.1-13. Deus

abre as portas, porém elas não ficam fechadas para sempre. Elas se abrem e esperam

que você entre. Depois elas se fecham, às vezes para nunca mais abrir de novo.

HARMONIZA O MINISTÉRIO COM A VONTADE DE DEUS:

A primeira pergunta do apóstolo Paulo depois de sua conversão foi, “que queres que

eu faça?” Ele estava pergunta a Deus, “qual é o Seu plano para minha vida e

ministério”. A mordomia sábia coloca sua vida e ministério em harmonia com o

propósito e planos de Deus.

DEUS BUSCA LÍDERES

Deus disse ao Rei Saul:“Já agora não subsistirá o teu reino. O SENHOR buscou para

si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o seu povo,

porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou” (1 Samuel 13.14). Deus

ainda busca homens a quem Ele possa usar como líderes: “Busquei entre eles um

homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra,

para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ezequiel 22.30).“Porque, quanto

ao SENHOR, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com

aqueles cujo coração é totalmente dele; nisto procedeste loucamente; por isso, desde

agora, haverá guerras contra ti” (2 Crônicas 16.9). Tornar-se um bom

administrador leva tempo e esforço: “Manifesta se tornará a obra de cada um; pois

o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada

um o próprio fogo o provará” (1 Coríntios 3.13). Madeira, feno ou palha, todos

crescem sobre a terra. Eles são produzidos facilmente e podem ser vistos facilmente

pelos homens, porém também são facilmente destruídos. Ouro e prata e pedras

preciosas são produzidas sob a terra. Eles não são vistos facilmente pelos homens,

porém são mais duradouros.Liderança reluzente, popular, secular é como madeira,

feno e palha. Ela é vista pelos homens e facilmente produzida através dos talentos e

habilidades naturais. A liderança piedosa é como ouro e prata. É produzido pelo

poder do Espírito Santo no homem interior, oculto. Porém, é infinitamente precioso e

durável.

PARA ESTUDO ADICIONAL

1. Jesus ensinou mais sobre a mordomia das possessões do que sobre o céu, inferno,

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ou salvação. Das 40 parábolas, 19 trataram das possessões.

2. Liderança é uma grande responsabilidade porque você influi sobre os outros. Por

exemplo, quando Pedro disse “eu vou pescar”, aqueles que estavam com ele disseram

imediatamente, “nós também vamos com você”. A liderança também é importante

porque um líder é mensageiro de Deus. Veja Malaquias 2.7.

3. Estude estas comparações de administração mundana e espiritual:

Na administração mundana, o poder é determinado pela habilidade, capacidade e

conhecimento. Na administração espiritual, o poder é determinado pela unção e

autoridade de Deus.

Na administração mundana, a seleção de líderes é feita baseando-se em fatores

como habilidade e educação. Na administração espiritual, a seleção de líderes é feita

baseando-se na unção, chamado e revelação da vontade de Deus.

Na administração mundana, o treinamento é dado nas áreas de habilidades e

conhecimento. Na administração espiritual, o treinamento deve ser dado em um estilo

de vida baseado na Palavra de Deus, à qual as habilidades devem se encaixar.

3. Deus coopera com aqueles que administram o ministério. Paulo disse:

“Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme

o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de

Deus” (1 Coríntios 3.5-6).

4. A administração mundana dá ênfase a: A administração espiritual a:

POSIÇÕES DE LIDERANÇA

OBJETIVOS:

Ao concluir este capítulo você será capaz de:

Escrever o versículo-chave de memória.

Identificar a posição especial de liderança estabelecida por Deus na Igreja.

Dinheiro Ministério

Produção Oração

Informações Fé

Profissionalismo Unção

Regras Amor

Habilidades Palavra de Deus

Personalidade Caráter

Intelecto Condição Espiritual

Manipulação Orientação

Tarefas Relações

Vontade Própria Obediência

Competição Cooperação

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Explicar como estes líderes trabalham juntos no ministério.

Explicar como os dons espirituais são usados na liderança.

Identificar outras posições bíblicas de liderança.

VERSÍCULO-CHAVE:

“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para

evangelistas e outros para pastores e mestres” (Efésios 4.11).

INTRODUÇÃO

A igreja é o instrumento através do qual Deus está trabalhando presentemente para

revelar-se ao mundo. Nesta lição você aprenderá sobre os líderes colocados por Deus

na igreja. Você também aprenderá sobre outras posições de liderança que tem surgido

devido às necessidades práticas na igreja local.A Bíblia dá qualificações específicas

que devem ser alcançadas por aqueles preenchendo as posições de liderança

discutidas nesta lição. Você estudará sobre estas qualificações no Capítulo Quatro.

POSIÇÕES ESPECIAIS DE LIDERANÇA

A Bíblia identifica que cinco posições especiais de liderança foram colocadas na

igreja por Deus: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,

outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Efésios 4.11). Estas

posições de liderança foram estabelecidas por Deus na igreja. Elas envolvem um

chamado especial de Deus e dons especiais. Você não deve simplesmente servir

nestas posições porque você pede ou porque você quer fazer isso. Você deve ser

chamado por Deus e capacitado com os dons espirituais apropriados.

SUAS FUNÇÕES:

Aqui está um breve resumo das funções destas cinco posições especiais de

liderança:

Apóstolo: Um apóstolo é alguém que tem uma habilidade especial para desenvolver novas

igrejas em lugares diferentes e supervisionar várias igrejas como um supervisor.

Apóstolo significa “delegado, um enviado com pleno poder e autoridade para atuar

em lugar de outro”. O apóstolo tem uma autoridade ou habilidade especial para

estender o evangelho através do mundo desenvolvendo grupos organizados de

crentes. As palavras atuais que são usadas para os apóstolos são: “missionário” e

“plantador de igrejas”. O apóstolo Paulo é um dos melhores exemplos bíblicos de um

apóstolo.

Profeta: Um profeta é alguém que fala sob a inspiração direta de Deus e tem uma posição de

autoridade na igreja. Um profeta tem a habilidade para receber e comunicar uma

mensagem imediata de Deus a Seu povo através de um pronunciamento divinamente

ungido. Ágabo é um bom exemplo de um projeto do Novo Testamento. Veja Atos

21.11.

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Evangelista: Um evangelista tem uma habilidade especial de compartilhar o evangelho de um

certo modo com os incrédulos que os homens e mulheres respondem e se tornam

membros responsáveis do corpo de Cristo. O significado da palavra “evangelista” é

“aquele que traz boas notícias”. Filipe é um bom exemplo de um evangelista. Veja

Atos 21.8 e o capítulo 8.

Pastor: A palavra “pastor” realmente significa um “pastor de ovelhas”. Pastores são líderes

que assumem a responsabilidade pessoal em longo prazo pelo bem-estar espiritual de

um grupo de crentes.

Mestre:

Mestres são crentes que possuem uma habilidade especial de comunicar a Palavra de

Deus eficazmente de tal maneira que outros aprendem e aplicam o que é ensinado.

SEU PROPÓSITO:

Estas posições especiais foram estabelecidas para alcançar os seguintes propósitos:

“Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a

edificação do corpo de Cristo, Até que todos cheguem à unidade da fé e do pleno

conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da

plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado

para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens,

pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos

em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Efésios 4.12-15).

O seguinte diagrama na página seguinte ilustra estes propósitos:

DEUS

APÓSTOLOS PROFETAS EVANGELISTAS PASTORES MESTRES

PARA

CAPACITAR - EQUIPAR AOS SANTOS

QUE

MINISTRAM EDIFICAM

RESULTANDO EM

UNIDADE CONHECIMENTO APERFEIÇOAMENTO

PARA QUE O CORPO DE CRISTO POSSA SER

NÃO MAIS COMO CRIANÇAS CRESCER NELE

(doutrina falsa) (verdade)

RESULTADO FINAL:

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EFICAZ FUNCIONAMENTO DE TODAS AS PARTES DO CORPO EM

AMOR COMO ELES TRABALHAM JUNTOS:

As Cinco posições especiais de liderança trabalham juntas no ministério da

igreja.

O Apóstolo estende o evangelho às novas regiões para levantar novas igrejas.

O Evangelista comunica o evangelho de tal maneira que os incrédulos respondem e

são adicionados à igreja.

O Profeta dá mensagens especiais de Deus à Igreja pela inspiração do Espírito

Santo.

Os Mestres proporcionam instrução que vai além da apresentação do Evangelho feita

pelo evangelista. Eles levam os novos convertidos à maturidade espiritual e treinam

pessoas fiéis que são capazes de ensinar a outros.

Os Pastores assumem a direção em longo prazo e cuidam da igreja.

OS DONS ESPIRITUAIS NA LIDERANÇA

Os cinco dons especiais de liderança não são as únicas posições de liderança na

igreja. Cada crente tem uma função na igreja:

“Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe

aprouve” (1 Coríntios 12.18). Cada crente tem pelo menos um dom espiritual. Seu

dom espiritual o equipa a cumprir sua função no corpo: “Mas um só e o mesmo

Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um,

individualmente” (1 Coríntios 12.11). Nós já temos mencionado os dons espirituais

de liderança do apóstolo, profeta, evangelista, pastor e mestre.

Aqui está uma lista dos outros dons que o Espírito Santo dá aos crentes:

Dons de Falar: Profecia, ensino, exortação, palavra de sabedoria, e palavra de

conhecimento.

Dons de Servir: Ministério, auxílio, presidir (liderança), administração,

contribuição, misericórdia, discernimento de espíritos, fé e hospitalidade.

Dons de Sinais: Línguas, interpretação de línguas, milagres e curas.

As referências da Bíblia que identificam estes dons são:

Romanos 12.1-8

1 Coríntios 12.1-31

Efésios 4.1-16

1 Pedro 4.7-11

“O Ministério do Espírito Santo”, discute cada um destes dons espirituais em detalhe.

Também proporciona diretrizes para descobrir seu dom espiritual).

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DONS IMPORTANTES PARA ADMINISTRADORES

Dois destes dons espirituais, liderança (presidir) e administração (governos) são

especialmente importantes aos administradores. O dom de liderança é identificado

em Romanos 12.8 como alguém que “preside” ou lidera. Uma pessoa com o dom de

liderança tem a habilidade de estabelecer planos em harmonia com o propósito de

Deus e comunicar estas metas a outros. Ele motiva outros para alcançar estas metas

para a glória de Deus.Em algumas versões bíblicas de 1 Coríntios 12.28, o dom de

administração se chama “governos”. Uma pessoa que tem este dom tem a habilidade

de dar direção, organizar, e tomar decisões no nome de outros. O significado da

palavra “governos” ou “administração” é semelhante aquela de um piloto dirigindo

uma nave. Uma pessoa que tem este dom é responsável pela direção e decisões.

Como o piloto de um barco, ele pode não ser o dono do barco, porém a ele foi

confiada a responsabilidade de dirigi-la em sua viagem.Tito é um exemplo bíblico de

uma pessoa com o dom de administração. O apóstolo Paulo começou uma igreja em

Creta. Tito foi quem organizou e dirigiu a igreja para ele: “Por esta causa, te deixei

em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada

cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi” (Tito 1.5). Os dons de

liderança e a função de administração estão bem juntos. Uma pessoa que tem o dom

de administração tem a habilidade de dirigir, organizar e tomar as decisões. A pessoa

que tem o dom de liderança tem a habilidade para motivar e trabalhar com as pessoas

para alcançar estas metas.

TODOS PODEMOS SERVIR

A liderança não se limita aos crentes com estes dons ou às cinco posições especiais

de liderança. Os crentes com outros dons espirituais podem ser solicitados pelos

líderes da igreja para servirem em várias posições de liderança. Por exemplo, uma

pessoa que tem o dom de contribuir pode ser solicitada para liderar um comitê sobre

as finanças da igreja. Uma pessoa que tem dons de curar por liderar um crente de

crentes ministrando aos enfermos nos hospitais locais. A obra do ministério para a

qual os dons espirituais foram dados envolve muitas oportunidades para a liderança.

Ainda quando um crente não tem um dos dons de liderança ele tem o potencial de

tornar-se um líder através do desenvolvimento apropriado de seu próprio dom

espiritual.

OUTRAS POSIÇÕES BÍBLICAS

Há outras posições de liderança mencionadas na Bíblia que não são dons espirituais.

Eles são “ofícios” estabelecidos devido às necessidades práticas da igreja.No Novo

Testamento se mencionam os ofícios de diácono, ancião ou presbítero ou bispo.

(Algumas pessoas consideram que um bispo é semelhante a um pastor. Outros o

consideram um ofício separado3). O registro da igreja primitiva foi preservado por

Deus como um exemplo para nós seguirmos sobre a estrutura da igreja. Estes ofícios

também devem funcionar na igreja hoje.O propósito destes ofícios é ajudar aqueles

que tem dons espirituais de liderança como os apóstolos, profetas, evangelistas,

pastores, mestres, e aqueles com os dons de liderança e administração.

3 Nós consideramos que anciãos, presbíteros, bispos e pastores são o mesmo ofício na igreja.

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Use o seguinte esboço para estudar estas posições:

Título Referências Deveres

Bispo ou

presbítero ou

pastor.

Atos 20.17, 28-32;

14.23; 15; 16.4;

11.30; 1 Timóteo

3.1-7; 5.17;

Filipenses 1.1; Tito

1.5-9; Tiago 5.14; 1

Pedro 5.1-3.

Estes versículos parecem indicar

que ele deve ter um cuidado em

longo prazo sobre um grupo local

de crentes.

Também proporcionam a direção

nas decisões da igreja, ministram às

necessidades dos crentes e ajudam

no desenvolvimento e cuidado dos

grupos locais de cristãos.

Diácono,

Diaconisa.

1 Timóteo 3.8-13;

Filipenses 1.1; Atos

6.1-7; Romanos

16.1-2.

Estes versículos indicam que os

diáconos têm um ministério de

serviço e ajuda. A Bíblia não usa o

termo “diaconisa”, mas alguns

estudiosos têm usado esta

designação para as esposas dos

diáconos ou outras mulheres que

ministram em serviços gerais e

ajuda.

Nota: O vocábulo “ancião" é usado pela primeira vez na Bíblia em Êxodo 3.16 em

referência aos líderes de Israel. Há muitas referências aos anciãos de Israel por toda a

Bíblia. Estes anciãos são diferentes da posição de liderança conhecida como um

ancião na igreja primitiva. Todos os versículos que nós temos listado aqui se referem

aos anciãos na igreja em lugar dos anciãos de Israel.Os presbíteros e diáconos não

devem liderar a igreja independentemente dos líderes especiais (profetas, apóstolos,

evangelistas, pastores e mestres). O homem seleciona os presbíteros e diáconos,

porém aqueles que tem dons especiais de liderança são estabelecidos na igreja por

Deus.

POSIÇÕES PRÁTICAS DE LIDERANÇA

No decorrer dos anos surgiram muitas outras posições de liderança para satisfazer as

necessidades práticas e orgânicas na igreja. Estas posições não são mencionadas na

Bíblia, porém elas são importantes no ministério da comunidade da igreja local. Na

seção, “Para Estudo Adicional” desta lição, algumas destas posições são listadas.

NA ESTRUTURA DA IGREJA

O seguinte diagrama mostra como os dons de liderança que você estudou se

encaixam na estrutura da igreja:

A IGREJA

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Dons Especiais de Liderança

Apóstolos

Profetas

Evangelistas

Pastores

Mestres

(Efésios 2:20-22)

(ajudados pelos ofícios especiais de presbíteros, diáconos

e cada membro no lugar estabelecido por Deus).

O Fundamento colocado pelos apóstolos e profetas

(Efésios 2.20)

CONSTRUÍDA SOBRE A ROCHA JESUS CRISTO

Mateus 16.18; 1 Coríntios 3.11; Efésios 2.20.

2. Veja a lista de posições na Lista Um. Leia as definições na Lista Dois. Escreva o

número da definição que melhor descreve a posição de liderança no espaço em

branco proporcionado. O primeiro foi feito como um exemplo para você.

PARA ESTUDO ADICIONAL

Aqui está uma lista de algumas outras posições de liderança na Igreja local:

Capítulo Três

A UNÇÃO PARA LIDERAR

OBJETIVOS:

Ao concluir este capítulo você será capaz de:

Escrever o versículo-chave de memória.

Definir “unção”.

Identificar três tipos de unção.

Explicar o propósito de cada tipo.

Identificar a fonte da unção espiritual.

Discutir os propósitos da unção.

Identificar a base para a unção de Deus.

Discutir a força que se opõe àqueles que são ungidos por Deus.

Explicar porque é importante ministrar somente na posição na qual você foi

ungido.

Explicar como manter sempre fresca a unção de Deus.

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VERSÍCULO-CHAVE:

“Porém tu exaltas o meu poder como o do boi selvagem; derramas sobre mim o

óleo fresco” (Salmos 92.10).

INTRODUÇÃO

O Senhor quer que os líderes sejam vitoriosos e causem impacto no mundo para o

Reino de Deus. Como você pode ser esse tipo de líder? Ter conhecimento de áreas

práticas e tarefas gerais de líderes lhe ajudará a tornar-se um líder vitorioso. Há

qualificações bíblicas para líderes que também são necessários. Os dons espirituais,

habilidades, educação e experiência também são importantes. Você estudará sobre

estes mais tarde.Porém, a coisa mais importante para os líderes será a unção do

Espírito Santo. Sem a unção de Deus você não pode liderar, organizar, mobilizar ou

evangelizar eficazmente. Este capítulo enfoca na unção do Espírito Santo que é

necessária para aqueles chamados e escolhidos por Deus para a liderança.

UNÇÃO

“Unção” significa dedicar ou consagrar alguém ou algo lhe aplicando azeite. O azeite

é um símbolo do Espírito Santo.

O UNGIDO

O nome “Cristo” no idioma grego significa “o ungido”. Jesus introduziu Seu

ministério terreno proclamando: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me

ungiu para...” (Lucas 4.18).Jesus deixou claro que era pela unção do Espírito que Ele

era capaz de...“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para

evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração

da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do

Senhor” (Lucas 4.18-19).Se foi necessário a Jesus ser ungido para ministrar, então

também é necessário para nós.

AS TRÊS UNÇÕES

Há três unções diferentes mencionadas no Antigo Testamento. Eles são exemplos

naturais ou “tipos” de experiências espirituais que Deus quer que os líderes tenham:

A UNÇÃO DO LEPROSO – RELACIONAMENTO:

A lepra é uma enfermidade mortal que consume a carne de sua vítima. Os dedos dos

pés, os dedos das mãos, e outras partes do corpo apodrecem e caem.Nos tempos do

Antigo Testamento uma pessoa que tinha lepra era chamada de “leproso”. O leproso

era proibido de viver em sua comunidade porque a enfermidade era contagiosa. Para

impedir que outros entrassem em contato com o leproso, ele tinha que gritar

“impuro” aonde quer que fosse. A lepra comeria lentamente seu corpo físico e ele

morreria uma morte dolorosa.Na Bíblia, Deus usa exemplos naturais para ilustrar as

verdades espirituais. A lepra é usada como um exemplo do pecado. Assim como a

lepra destrói o corpo físico, o pecado o destruirá espiritualmente e destruirá seu

ministério.Na lei do Antigo Testamento, Deus deu instruções específicas para a

limpeza de uma pessoa com lepra. Leia sobre isto em Levítico 14 em sua Bíblia antes

de proceder com esta lição. Cada uma das instruções que você leu é simbólica da

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limpeza que você deve experimentar espiritualmente:

Um Pássaro Que Leva A Culpa do Pecado: Isto é simbólico do derramamento de

Seu sangue para tirar nossos pecados.

Arrependimento e Confissão: Isto é o que você deve fazer para nascer de novo e ser

limpo do pecado.

A Água Corrente: Isto é simbólico do batismo nas águas.

A Unção de Azeite: Isto é simbólico da obra do Espírito Santo em sua vida. Note

que o azeite seria colocado na orelha, no dedo polegar, e no dedo do pé do leproso.

Aplicando isto à liderança, nós devemos experimentar uma unção espiritual similar

que unge...

O Ouvido: Para poder ouvir a voz de Deus.

A Mão: Para poder servir a Deus.

O Dedo do Pé: Para caminhar na relação apropriada com Ele.

A unção mais importante para os líderes é a unção do “leproso” porque ela é

simbólica da relação pessoal. Sua própria relação com Deus deve ser correta se você

deseja liderar outros. Você deve ser renascido, deve poder ouvir a voz de Deus, servi-

lo e caminhar na relação apropriada com Ele.

A UNÇÃO DO SACERDOTE – SANTIDADE:

Os líderes também devem experimentar a unção sacerdotal. Leia sobre isto em Êxodo

29 e 30 e em Levítico 8 antes de proceder com esta lição. A unção sacerdotal era uma

unção para a santidade, para ser consagrado a Deus para Seu serviço por viver e

conduzir-se devidamente.Nos tempos do Antigo Testamento, havia muitas coisas que

um sacerdote não poderia fazer devido à santidade de seu ofício. Devido a sua unção

especial para liderar, algumas coisas manchariam a um sacerdote que não poderiam

manchar a outros membros da congregação de Israel.Como um líder, você deve

experimentar a unção sacerdotal de santidade e deve consagrar-se para o serviço de

Deus. Você deve viver em harmonia com a Palavra de Deus. Pode haver coisas que

você não pode fazê-lo devido à santidade de seu ofício. Devido a sua unção especial

para liderar outros, há coisas que o mancharão, porém não mancharão a outros.

A UNÇÃO DO LÍDER – POSIÇÃO E PODER:

O terceiro tipo de unção no Antigo Testamento é a unção do líder. Era uma unção

para aqueles que guiariam o povo de Deus como líderes, como reis, profetas,

capitães, etc. A unção do líder era que ele estabeleceria um líder de Deus – dando

posição e poder para cumprir essa posição.Por exemplo, a unção de Saul era a

posição de capitão sobre o povo de Deus: “Tomou Samuel um vaso de azeite, e lho

derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Não te ungiu, porventura, o SENHOR

por príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel?” (1 Samuel 10.1). A unção de

Davi está registrada em 1 Samuel 16. Esta passagem deixa claro que o poder do

Senhor veio sobre Davi devido à unção: “Então, mandou chamá-lo e fê-lo entrar. Era

ele ruivo, de belos olhos e boa aparência. Disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o,

pois este é ele. Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e,

daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi. Então, Samuel se

levantou e foi para Rama” (1 Samuel 16.12-13). A unção do líder era para liberar a

posição, poder e autoridade do ofício. Com esta unção, o Espírito de Deus vinha

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sobre uma pessoa para que ela pudesse lidera o povo apropriadamente. A promessa

do Novo Testamento sobre esta unção de poder se encontra em Atos 1.8.“Mas

recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas

tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”

(Atos 1.8). O cumprimento desta promessa está registrada em Atos 2. O batismo no

Espírito Santo do Novo Testamento é o cumprimento da unção do líder.A unção da

posição no Novo Testamento se descreve em Efésios: “Aquele que desceu é também

o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas” (Efésios

4.10). Deus tem escolhido certas pessoas em posições de liderança na Igreja e tem

proporcionado a unção de poder para equipá-las a cumprir seus chamados.

A UNÇÃO É DE DEUS

Estas três unções, que são simbólicas do que os líderes devem experimentar, todas

vêm de Deus. Quando Samuel ungiu Saul, ele disse, “Não te ungiu, porventura, o

SENHOR por príncipe sobre a sua herança, o povo de Israel?” (1 Samuel 10.1;

15.17). Quando Jesus proclamou Sua unção, Ele disse “Ele me ungiu para...” (Lucas

4.18; também veja Atos 10.38). É deus quem levanta aos ungidos. Deus disse a

Samuel:“Então, suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o que

tenho no coração e na mente; edificar-lhe-ei uma casa estável, e andará ele diante do

meu ungido para sempre” (1 Samuel 2.35). Você não experimenta a unção sendo

ordenado por uma organização ou denominação (ainda que não haja nada de mal em

fazer isso). A unção para a liderança vem de Deus:“...a unção que dele recebestes

permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine” (1 João

2.27).Estevão foi ordenado pelos homens como um diácono. Ele foi ungido por Deus

como um evangelista (Atos 6). É a unção de Deus, não a do homem que é o mais

importante.

1.1) A Administração Eclesiástica sob o ponto de Vista Bíblico.

Em muitos casos, a Bíblia tem sido citada por sua demonstração de

princípios administrativos. Um dos exemplos mais notórios é a linha de autoridade

estabelecida por Moisés em atenção ao conselho de Jetro, seu sogro, cerca de mil e

quinhentos anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Veja : Êx 18.13-27! Outros

exemplos são vistos como no sacerdócio a arônico, que foi instituído com um

sumo sacerdote e ordens de sacerdotes sob sua direção, numa variação de

categorias. Davi dividiu os sacerdotes em vinte e quatro turnos - maiorais do

santuário e maiorais da casa de Deus- 1 Cr 24. Segundo o plano de Deus, a

autoridade vem dos níveis mais altos para os inferiores. Ela traz consigo

grande responsabilidade, e as pessoas investidas de autoridade são divinamente

ordenadas a usá-la responsavelmente, para os propósitos celestiais. Assim, a

organização é bíblica, é universal; é tão antiga quanto a própria

humanidade. A Arqueologia o tem comprovado. Desde o princípio, os homens

sentiram necessidade de se organizarem em sociedades ou grupos, a fim de

proverem os meios de subsistência e sobrevivência. Deus orientou Noé a

construir a Arca, para salvar-se do Dilúvio. Instruiu detalhadamente Moisés

a conduzir o povo através do deserto. Deu dados completos para a

construção do tabernáculo, da Arca do Testemunho, e sobre os altares para o

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cerimonial, etc. No A.T., há ainda muitos outros exemplos de organização e técnica

administrativa, como a administração de José, do Egito, a reconstrução de

Jerusalém por Esdras e Neemias, etc. Salomão recebeu do Senhor todos os

dados necessários para a construção do primeiro templo e para a organização do

seu reinado (2 Cr 3). No período neotestamentário, encontramos Jesus, ao

iniciar o seu ministério terreno, convocando os seus discípulos e auxiliares. Após

instruí-los cuidadosamente, outorgou-lhes autoridade e poder, e os enviou ao

campo. Primeiramente, os doze, "às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10.1).

Depois, mais setenta, "de dois em dois", a todas as cidades e lugares aonde Ele

havia de ir (Lc 10.1). Antes de multiplicar os cinco pães, ordenou a seus

discípulos que mandassem a multidão assentar-se em grupos de cem e de

cinquenta, naturalmente para lhes facilitar o trabalho. Na igreja apostólica, os

líderes propuseram à "multidão dos discípulos" a instituição dos diáconos,

para "servirem às mesas", a fim de que os apóstolos tivessem tempo para se

dedicarem “à oração e ao ministério da Palavra” (At 6.1-4). Em certa ocasião, Jesus

censurou um homem que iniciou a construção de uma torre sem verificar se possuía

recursos para concluí-la (Lc 14.30). Isto é falta de planejamento. Outro fez

grandes planos para encher os seus celeiros (obras seculares) e esqueceu-se da

salvação de sua alma (trabalho espiritual). É importante realizar aquelas, mas

sem esquecer esta - a principal. O apóstolo Paulo, por onde passava, em suas

viagens missionárias, organizava novas igrejas e a cada uma enviava um obreiro

capaz e cheio do Espírito Santo. O mesmo apóstolo, escrevendo aos coríntios, disse

que "o nosso Deus não é Deus de confusão", ou de desorganização (1 Co

14.33), e recomendou: "Faça-se tudo decentemente e com ordem" (1 Co 14.40).

Assim deve ser em todos os tempos e em qualquer lugar, para que em todas as

igrejas dos santos haja muita paz e prosperidade. Uma boa administração não

impede a necessária operação do Espírito Santo. Pelo contrário, o Executivo

divino deve ser consultado em primeiro lugar, antes de qualquer planejamento ou

deliberação, pois Ele é o maior interessado no progresso do reino de Deus na terra.

Não esqueçamos de que somos mordomos de Deus e devemos administrar bem a

nossa mordomia, porque um dia seremos chamados a prestar contas dela.

ASPECTOS PRINCIPAIS ABORDAGENS PRESCRITIVAS E

NORMATIVAS DE ADMINISTRAÇÃO

TEORIA CLÁSSICA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

I. TEORIA NEOCLÁSSICA

Ênfase Nas tarefas e na estrutura organizacional

Nas pessoas No ecleticismo: tarefas, pessoas e estrutura

Abordagem da Organização Organização formal exclusivamente

Organização Informal exclusivamente

Organização formal e informal

Conceito de Organização Estrutura formal como conjunto de órgãos, cargos e

tarefas

Sistema social como conjunto de papéis sociais

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Sistema social com objetivos a serem alcançados racionalmente

Principais Representantes: Taylor, Fayol, Gilbreth, Gantt, Gulick, Urwick,Mooney,

Emerson Mayo, Follet, Roethlisberger, Dublin, Cartwright, French, Zalesnick,

Tannenbaum, Lewin. Drucker, Koontz, Jucius, Newman, Odiorne, Humble, Gelinier,

Schleh, Dale.

Característica Básica da Administração

Engenharia Humana e Engenharia de Produção

Ciência Social Aplicada Técnica social básica e administração por objetivos

Concepção do Homem Homo Economicus Homo Social Homem Organizacional

e administrativo

Comportamento Organizacional do Indivíduo

Ser isolado que reage como indivíduo (atomismo tayloriano)

Ser social que reage como membro de grupo social

Ser racional e social voltado para o alcance de objetivos individuais e

organizacionais.

Sistema de Incentivos Incentivos materiais e salariais Incentivos sociais e

simbólicos Incentivos mistos, tanto materiais como sociais.

Relação entre Objetivos Organizacionais e Objetivos Individuais

Identidade de interesses. Não há conflito perceptível.

Identidade de interesses. Todo conflito é indesejável e deve ser evitado.

Integração entre objetivos organizacionais e objetivos individuais.

Resultados Almejados Máxima eficiência Satisfação do operário Eficiência e

eficácia.

III. FUNÇÕES PRECÍPUAS DOS ADMINISTRADORES

Podemos identificar alguns deveres em nossa responsabilidade como despenseiros de

Deus? Tomamos como referência os nossos (já assumidos) compromissos

confessionais, para identificar sete compromissos nos quais o administrador,

individualmente, e a Igreja, corporativamente, devem estar envolvidos. São deveres

do crente e de sua igreja, que aqui selecionamos, numa lista que não pretende ser

exaustiva. Para isto, vamos inicialmente oferecer citações da Confissão de Fé,

identificando a referência de capítulo e seção; a seguir, destacamos alguns textos

bíblicos relacionados ao compromisso em questão.

Como despenseiro da multiforme graça de Deus, você deve:

1. PROMOVER A PREGAÇÃO DO EVANGELHO AOS INDIVÍDUOS E ÀS

NAÇÕES

A revelação do evangelho a pecadores – para nações e indivíduos... Em todas as eras,

a pregação do evangelho tem sido feita em grande variedade de extensão ou

limitação, a indivíduos e a nações, de acordo com o conselho da vontade de Deus

(20.3). O evangelho é o único meio externo de revelação de Cristo e da graça

salvadora, e, como tal, é abundantemente suficiente para isso (20.4). No exercício

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desse poder de que está investido, o Senhor Jesus chama a si aqueles que deste

mundo lhe foram dados pelo pai, através do ministério da Palavra, e por seu Espírito,

a fim de que possam caminhar diante d'Ele, em todos os caminhos que Ele lhes

prescreve na Palavra (26.5).

O que você tem feito em prol da pregação do evangelho aos indivíduos e nações?

Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito?

Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?

2. BATALHAR PELA PRESERVAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS, E

TAMBÉM PARA QUE ELA SEJA TRADUZIDA E DISSEMINADA NA

LÍNGUA DE CADA NAÇÃO

Visto que as Línguas Originais não são conhecidas de todo o povo de Deus – que tem

direito e interesse nas Escrituras, e que é ordenado a ler e examinar as Escrituras no

temor de Deus – os Testamentos devem ser traduzidos para a língua de cada nação, a

fim de que, permanecendo a Palavra no povo de Deus, abundantemente, todos

adorem a Deus de maneira aceitável, e pela paciência e consolação das Escrituras

possam ter esperança (1.18).

O que você tem feito a fim de que a Palavra de Deus seja traduzida e disseminada na

língua de cada nação? Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua

igreja, o que tem feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?

3. PROMOVER A ADORAÇÃO A DEUS, DO MODO PRESCRITO NAS

SAGRADAS ESCRITURAS, O QUE INCLUI O CULTO PÚBLICO E A

CELEBRAÇÃO DAS ORDENANÇAS

[O Senhor Jesus] manda que as pessoas assim chamadas caminhem juntas,

formando sociedades locais, as igrejas, para a edificação mútua e a devida

performance do culto público que Ele requer dos seus neste mundo (26.5).

Todos os crentes têm a obrigação de congregar-se em igrejas locais, no lugar que lhes

seja possível, e quando lhes seja possível (26.12). A adoração religiosa deve ser dada

a Deus (22.2), com a “oração com ações de graças” (22.3), “a leitura das Escrituras;

a pregação e o ouvir da Palavra de Deus; o ensino e a advertência mútua; o louvor,

com salmos, hinos e cânticos espirituais... a administração do batismo, e a Ceia do

Senhor: todos são partes da adoração religiosa, que devem ser cumpridos em

obediência a Deus, com entendimento, fé, reverência e temor piedoso. Além disso,

em ocasiões especiais devem ser usados a humilhação solene, com jejuns, e as ações

de graças, de uma maneira santa e reverente” (22.5). Deus deve ser adorado... muito

mais solenemente nos cultos públicos, os quais não devem ser intencional ou

inconsequentemente negligenciados ou esquecidos, pois Deus mediante sua Palavra e

providência, nos conclama a prestá-lo (22.6). O Batismo e a Ceia do Senhor são

ordenanças que foram instituídas de maneira explícita e soberana, pelo próprio

Senhor Jesus – o único que é legislador. Ele determinou que sejam continuadas em

sua igreja estas ordenanças, até o fim do mundo (28.1).

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No cumprimento da ordenança [da Ceia do Senhor], o Senhor Jesus determinou que

seus ministros orem e abençoem os elementos, pão e vinho, separando-os de seu uso

comum para um uso sagrado. Os ministros devem tomar e partir o pão; tomar o cálice

e, participando eles mesmos desses elementos, dá-los também, ambos, aos demais

comungantes (30.3).

O que você tem feito no sentido de promover a adoração a Deus, do modo prescrito

nas Sagradas Escrituras? O que você tem feito pela manutenção do culto público e

das Ordenanças de Cristo? Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E

sua igreja, o que tem feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?

4. PRESTAR ASSISTÊNCIA MATERIAL AOS MINISTROS DA IGREJA

Uma Igreja local, reunida e completamente organizada de acordo com a mente de

Cristo, consiste de membros e oficiais. Os oficiais designados por Cristo serão

escolhidos e consagrados pela igreja congregada. São eles os anciãos (ou bispos) e os

diáconos (26.8). A incumbência dos pastores é atender constantemente à obra de

Cristo nas igrejas, no ministério da Palavra e da oração, zelando pelo bem espiritual

das almas que lhes foram confiadas, e das quais terão de prestar contas a Cristo. As

igrejas têm a incumbência de prestar todo o respeito que é devido aos seus ministros;

e fazê-los participantes de todas as boas coisas materiais, de acordo com as

possibilidades de cada igreja, para que os ministros possam viver confortavelmente e

não tenham que emaranhar-se em ocupações seculares, podendo também exercer

hospitalidade para com os outros. Isto é requerido pela própria lei da natureza, e pelo

mandato expresso de nosso Senhor Jesus, que ordenou “aos que pregam o evangelho,

que vivam do evangelho” (26.10). Embora a tarefa de serem diligentes na pregação

da Palavra seja, por definição de ofício, uma incumbência dos bispos (os pastores)

das igrejas, a pregação da Palavra não está confinada exclusivamente a eles. Outras

pessoas, que tenham sido dotadas e preparadas pelo Espírito Santo, e que também

tenham sido convocadas pela igreja, podem e devem ocupar-se com a obra da

pregação (26.11).

O que você tem feito no sentido de assistir materialmente os ministros da Igreja? Em

termos práticos, qual a importância atribuída por você ao Ministério da Palavra?

Você tem contribuído para a manutenção de um Ministério fiel da Palavra em sua

Igreja? Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que

tem feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?

5. EXPRESSAR A COMUNHÃO DOS SANTOS, INCLUINDO A

ASSISTÊNCIA AOS “DOMÉSTICOS DA FÉ”

Estando unidos uns aos outros no amor, [todos os santos] têm comunhão nos dons e

nas graças de cada um; e têm a obrigação de cumprir os deveres públicos ou

particulares que, de uma maneira ordeira, conduzam ao bem-estar comum, tanto em

questões espirituais quanto materiais (27.1). Os santos, ao fazerem sua profissão de

fé, comprometem-se a manter uma santa associação e comunhão para adorar a Deus e

prestar outros serviços espirituais, que tendam à sua mútua edificação; também têm

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compromisso de socorrer uns aos outros em coisas materiais, de acordo com as

habilidades e as necessidades de cada um. Esta comunhão, segundo a norma do

evangelho, deve especialmente ser exercida no âmbito familiar e nas igrejas; mas,

conforme Deus ofereça oportunidade para isso, também deve ser estendida a toda a

família da fé, a todos os que, em todo lugar, invocam o nome do Senhor Jesus.

Entretanto, a comunhão de uns com os outros, como santos, não destrói nem infringe

o direito ou a propriedade de cada pessoa, seus bens e possessões (27.2).

O que você tem feito no sentido de expressar a comunhão dos santos, com a

beneficência aos “domésticos da fé”? Em sua prática, isto é algo regular e freqüente?

Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito?

Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?

6. BATALHAR PELA PROSPERIDADE E EXPANSÃO DE TODAS AS

IGREJAS DE CRISTO, EM TODO LUGAR E EM TODAS AS OCASIÕES

Os membros de cada igreja local devem orar continuamente pelo bem e pela

prosperidade de todas as igrejas de Cristo, em todo lugar. E devem trabalhar para a

expansão da Igreja, em todas as ocasiões, exercendo cada um os seus dons e graças,

na sua área de atuação, e de acordo com o seu chamamento (26.14). As igrejas –

quando dispostas pela providência de Deus de uma maneira em que isto seja possível

– devem desfrutar da oportunidade e vantagens de manterem comunhão entre si, a

fim de promoverem a paz, o amor, e a edificação mútua (26.14).

(...) Segundo a mente de Cristo, muitas igrejas devem reunir-se em comunhão,

mediante representantes, para considerar e opinar sobre o assunto de divergência; e o

seu parecer deve ser comunicado a todas as igrejas envolvidas (26.15).

O que você tem feito em prol da prosperidade e expansão das igrejas de Cristo, em

todo lugar? Tem batalhado sempre, e em todas as ocasiões? Você crê que tem

responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como você tem

se colocado na igreja diante deste dever?

7. EXERCER OS “DEVERES DE NECESSIDADE E DE MISERICÓRDIA”

O dia de descanso é santificado ao Senhor quando os homens... ocupam o tempo

em... deveres de necessidade e de misericórdia (22.8). As boas obras, feitas em

obediência aos mandamentos de Deus, são os frutos e a evidência de uma fé

verdadeira e viva (16.2).

O que você tem feito no sentido de cumprir seus deveres “de necessidade e de

misericórdia”? Isto se constitui algo regular, um estilo de vida? Você crê que tem

responsabilidades pessoais com isto? Você crê que deveria canalizar este esforço,

tanto quanto possível, por meio do Corpo de Cristo, que é a Igreja? E sua igreja, o

que tem feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?

Ao nos referirmos a crentes e igrejas confessionais, devemos nos lembrar que a

questão, em rigor, não é: Cremos que temos tais deveres? Tais deveres já estão

pressupostos quando fizemos a confissão pública de nossa fé naqueles termos, tanto

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como membros individualmente, quanto também na comunhão do Corpo. Mas uma

questão é certamente pertinente: Quão importantes tais deveres têm sido para você e

sua igreja? Você tem dado de si mesmo, na proporção do dom de Deus, ou ainda

acima das suas posses, a fim de que, para a glória de Deus, tais propósitos sejam

atingidos? Em termos práticos, o quanto lhe tem custado regularmente, de tudo

quanto Deus lhe tem colocado para administrar?

Ao recolher os frutos do sustento que Deus lhe tem dado regularmente, você se

reconhece despenseiro da graça de Deus?

No que diz respeito à contribuição financeira, o princípio bíblico de uma participação

regular, sistemática, deveria ser assumido. Por que deveríamos pressupor que

podemos receber o sustento do Senhor e não contribuir regularmente, na mesma

frequência e regularidade, para a obra do Senhor? Precisamos patentear o

compromisso do discípulo com seu Mestre, do membro com o Corpo, das ovelhas

com os pastores, da comunidade pactual com os pobres (especialmente os da família

da fé), da igreja local diante do mundo sem Cristo. Não deveríamos simplesmente

negligenciar nossos compromissos. E o seu compromisso com a Casa de Deus

também passa pelo fator financeiro. E neste caso, o desafio básico tem sido o mesmo

em toda a Bíblia: a sua renúncia e generosidade, e a priorização do reino de Deus e

sua justiça. E a expressão deste compromisso do crente, individualmente, e de nossas

famílias, coletivamente, deveria ser tão regular quanto o dom recebido, e tanto quanto

a medida de graça e generosidade que Deus coloca em nosso coração. Esse nos

parece um bom princípio. O Senhor e Mestre disse: “Porque onde está o teu tesouro,

aí estará também o teu coração” (Mt 6.21). Onde está o seu tesouro?

Devemos reconhecer a suprema verdade de que somos despenseiros, e procurar

exercer sabiamente a nossa administração, com o auxílio do Pai. No reconhecimento

desta verdade o crente deve entregar-se ao Mestre e pôr tudo à sua disposição para o

crescimento do seu Reino. Assuma um compromisso de ser um melhor despenseiro,

achado fiel e prudente pelo Senhor.

IV. FUNÇÕES PRECÍPUAS DA ADMINISTRAÇÃO

Como já afirmamos anteriormente, Stoner e Feeman, ensinam que Administração é o

"processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da

organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os

objetivos definidos”. Veremos agora, quatro aspectos do processo da administração

secular e que são também importantes na vida da igreja:

1) Planejar: Significa estabelecer os objetivos da igreja, especificando a forma como

eles serão alcançados. Parte de uma sondagem do presente, passado e futuro,

desenvolvendo um plano de ações para atingir os objetivos traçados. É a primeira das

funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções. Ao

fazer o planejamento perguntamos: o que queremos, quais são os nossos objetivos,

qual nossa missão; que recursos dispomos e quais deveremos buscar; quem nos irá

ajudar nesta tarefa, etc.

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2) Organizar: É a forma de coordenar todos os recursos da igreja, sejam humanos,

financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento

estabelecido.

3) Dirigir ou liderar: Contrate e forme líderes que administrem a igreja. Guardada

as devidas proporções, é como um jogo de futebol, que em cada jogo (obstáculo)

tenha que ser vencido para que se ganhe o campeonato (planejamento). Motivar e

incentivar a equipe.

Delegue autoridade e responsabilidade e cobre resultados. Elogie, premie, e

comemore. Lidere a equipe motivada e satisfeita para que o time alcance os

objetivos. O trabalho em equipe é que leva a igreja a ter sucesso pois acabou a era do

“eu sozinho”. Não acredito na administração democrática, mas sim na participativa,

onde as equipes envolvidas nos processos eleitos para se atingir os objetivos do

planejamento buscam juntas as soluções.

4) Controle ou Coordenação: O que não é medido é difícil de ser avaliado. O que

não é cobrado não é feito. Esta atividade é que nos permite dirigir e corrigir os

trabalhos que não estão sendo feitos dentro do nosso planejamento. Com o controle o

líder pode premiar as equipes que atingem os objetivos.

A ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

“Ponha as primeiras coisas em primeiro lugar e teremos as segundas a seguir; ponha

as segundas coisas em primeiro lugar e perderemos ambas” C.S. Lewis “Que

insensatez temer o pensamento de desperdiçar a vida de uma só vez, mas por outro

lado, não ter nenhuma preocupação em jogá-la fora aos poucos” John Howe Nada

caracteriza melhor a vida moderna do que o lamento, “Se eu tivesse tempo...” Esta é

uma frase muito comum em nosso dia a dia. Aqueles que estão sempre reclamando

de falta de tempo geralmente não têm métodos para utilizá-lo e, somente, comprovam

que a problemática do tempo é não saber o que fazer com ele. Uma análise das

tarefas realizadas pelo pastor nos leva a fazermos a seguinte lista: as inúmeras e

cobradas visitas pastorais nos lares, reuniões com os presbíteros, reuniões para

discussões sobre os planos de trabalho, quatro ou cinco sermões semanais, estudos

bíblicos, cada um com uma média de duas a três horas de preparação, o boletim

semanal, compromissos para falar em outras igrejas, casamentos, funerais, colocar

em dia a leitura, visitas aos hospitais, algumas prioritárias (especialmente os idosos)

etc. Normalmente, o resultado desta correria para atender a tantos compromissos da

agenda é a constante tirania do urgente. Uma coisa é planejar nosso trabalho; outra é

trabalhar nosso plano.

Perguntas para reflexão:

1) Quais tarefas inacabadas são motivo de grande preocupação para você neste

instante?

2) Faça uma lista de dois ou três objetivos mais importantes em sua vida para as duas

próximas semanas.

3) Quando foi a última vez que você separou ao menos uma hora para analisar a

direção em que você está indo?

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31 Centro Educacional Interdenominacional de Formação Teológica

Há uma grande diferença entre estar muito ocupado e ser produtivo. Claramente,

podemos observar que existem pessoas que se esgotam trabalhando e não conseguem

progresso algum, enquanto outras, com menor esforço, atingem objetivos e são bem

sucedidas. Não podemos esquecer também aqueles que vencem na vida trabalhando

tanto que chegam a sacrificar alguns valores extremamente importantes como o lazer,

a família e, às vezes, até a saúde. Há também aqueles que estão sempre girando em

torno de tudo, como verdadeiros furacões, em grande movimento. Contudo, quando

analisados com profundidade, pouca coisa apresentam de produtivo. É provável que

você já tenha ouvido o termo "work a holic".É uma expressão americana que teve

origem na palavra alcoholic (alcoólatra). Serve para denotar uma pessoa viciada, não

em álcool, mas em trabalho. As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no

entanto, esta última década acentuou sua existência motivada pela alta competição,

necessidade (talvez mais adequado seria dizer obsessão) por dinheiro, vaidade,

sobrevivência ou ainda alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si

mesmo. Podemos encontrar esta figura também no Ministério pastoral.

Veja como podemos caracterizar o "work a holic":

1. Trabalha mais que onze horas

2. Almoça trabalhando

3. Não tira férias de vinte dias há três anos

4. Eternamente insatisfeito

5. Acha que trabalha mais que os outros

6. Fala ao telefone mais de uma hora por dia (13% do dia)

7. Avalia as pessoas pelo seu aspecto profissional e, depois, pelo pessoal

Em corolário das características acima, podemos antever alguns sintomas

geralmente diagnosticados:

1. Ambiente tenso no lar;

2. Sensação de fracasso pessoal;

3. Dificuldades financeiras;

4. Exigência de um padrão de vida sempre superior, ou melhor.

Para não recebermos o rótulo de "work a holic", primeiramente, necessitamos nos

organizar melhor em relação ao tempo e, dessa forma, conhecer os tipos de "ladrões

ou desperdiçadores de tempo", e como podemos resolvê-los. Mas antes, precisamos

entender que o tempo é: uma estrutura teológica O Salmo 118:24 não deveria ser

apenas um fato, mas nosso alvo em nosso uso do tempo: este é o dia que o Senhor

fez. Nosso alvo é que nosso uso do tempo deste dia reflita uma genuína autoria de

Deus.

O puritano Jeremiah Burroughs estabeleceu um excelente princípio:

Esteja certo de seu chamado para todo empreendimento que você tiver à frente.

Mesmo que seja o menor empreendimento, esteja certo de seu chamado para o

mesmo. Então, com o que for que se encontrar, você pode aquietar seu coração com

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32 Centro Educacional Interdenominacional de Formação Teológica

isto: eu sei que estou onde Deus gostaria que eu estivesse. Nada no mundo aquietará

o coração tanto quanto isto. Quando me encontro com alguma cruz, eu sei que estou

onde Deus gostaria que eu estivesse, em meu lugar e em meu chamado. Estou no

trabalho que Deus estabeleceu para mim. Claramente isto envolve considerar

antecipadamente o que Deus nos tem chamado a fazer, confiante de que este será o

mais feliz e satisfatório uso de nosso tempo. Um princípio semelhante chega até nós

através de Efésios 5:16, traduzido como ‘remindo o tempo’ e ‘fazendo o melhor de

cada oportunidade’. O verbo é exagorazo. O agora era o mercado onde se comprava

mercadorias e escravos. Exagorazo é fazer sua seleção a partir das opções

disponíveis. Em Efésios 5:16 o que está disponível é ton kairon: o tempo, mas tempo

de um certo tipo (pois existem duas palavras para tempo em grego): o tempo de hoje

visto como oportunidade, cheio de possibilidades de realizações ou perdas

ressentidas. Se combinarmos as palavras chegamos a este pensamento. Procuramos

assegurar, como visto tão extraordinariamente na vida de nosso Senhor, a autoria de

Deus de nosso tempo de tal forma que possamos dizer com confiança, ‘Este dia, o

modo como está rendendo, é o dia que o Senhor fez; alegro-me e regozijo-me nele.’

É para esta tarefa que nos voltamos. O gerenciamento do tempo é tanto uma arte

quanto uma ciência, e tem uma literatura profusa. Uma grande quantidade de cursos

sobre isto está disponível tanto nas organizações seculares como nas cristãs.

Nas páginas a seguir daremos algumas dicas que serão úteis para que possamos

gerenciar melhor o nosso tempo:

1. Mitos sobre a administração do tempo.

2. Razões para administrar o tempo:

3. Desperdiçadores e economizadores de tempo;

4. Dicas para se economizar tempo;

5. Soluções práticas para economizar tempo;

6. Como fazer reuniões criativas.

ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA OS FATORES NEGATIVOS DE UMA LIDERANÇA Uma das coisas mais interessantes que algumas vezes se observa nas lideranças

das igrejas é a Síndrome de Não-Errar. Geralmente a preocupação é tanta que leva

os líderes a não ter disposição de fazer ou ainda de arriscar tanto líderes como

liderados quebram relacionamentos por falta duma leal relação de ambos. Muitas

vezes o líder e/ou liderado devem ceder em beneficio da comunidade. É necessário

ter um propósito em mente e comum para poder definir o que é melhor. A seguir

alguns erros que embora estão relacionados a gerência de negócios podem acontecer

na liderança ministerial. • 01. Recusa de aceitar responsabilidade pessoal

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• 02. Falhar em promover o desenvolvimento do pessoal

• 03. Tentar controlar os resultados em vez de influenciar o pensamento

• 04. Juntar-se ao grupo impróprio

• 05. Dirigir todas as pessoas da mesma maneira

• 06. Esquecer a importância dos lucros

• 07. Concentrar-se nos problemas e não nos objetivos

• 08. Agir como companheiro e não como chefe.

• 09. Deixar de estabelecer regras

• 10. Falhar no treinamento de seu pessoal

• 11. Tolerar a incompetência

• 12. Reconhecer os méritos somente aos máximos realizadores

• 13. Tentar manipular o pessoal

COMO LOCALIZAR A CAUSA DE UM PROBLEMA Descrição do Problema: Descreva primeiramente os sinais objetivos ou os sintomas que estão indicando para

você que existe um problema. Em segundo lugar, pense e descreva, segundo você, o

que deveria estar acontecendo em vez disso e em terceiro lugar o que você acha que

seja o melhor.

Primeiro, o que está acontecendo que leva você a pensar que alguma coisa está

errada, ou seja necessária, ou é desejada. Você deve descrever o que você está

experimentando, lembre-se você deve estar auscultando a sua igreja. Seja o mais

objetivo possível indicando números onde for possível ( se a questão é financeira ou

freqüência a determinadas atividades). Por exemplo o número de batismo caiu

neste semestre em 10% ou foram batizados 15 pessoas a menos em determinado

período ou a freqüência a Escola Bíblica ou cultos, dízimos, ofertas missionárias,

etc.Também está descrição pode se usada em termos de falta de liderança,

ausência de solidez doutrinária, Tc Segundo: o que deveria ser? Usando linguagem objetiva e número onde for

necessário, descreva a situação que deveria estar acontecendo com as informações

anteriores. Aqui deve ser incluídas metas, objetivos ou a realidade esperada. Se

isto não existir agora é o momento de você pensar sobre o assunto, relacione o que

você gostaria de ver. Você não pode esquecer que você está na direção, você é o

líder. O pastor ou líder deve enxergar além do que os membros da comunidade

enxergam. Por exemplo pense em batizar um número x de pessoas em

determinado tempo, as ofertas e/ou dízimos devem alcançar determinado

patamar em determinado tempo Terceiro, o que poderia ser? Usando linguagem objetiva e números onde for

necessários, descreva os planos ideais nas áreas que estão os problemas e compare-

os com as experiências que foram relacionadas anteriormente

O que foi feito até agora é a tentativa de identificar o que o faz pensar que alguma

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coisa é necessária, desejada ou está errada. Quais são os sinais objetivos ou

sintomas que você tem experimentado? Dizer simplesmente "eu não gosto da

igreja "ou "eu não gosto do que está acontecendo" não é resposta o suficiente

para um ministério pastoral bem sucedido. Até aqui você estará procurando

os tipos de informações necessárias. Estará descobrindo como deveriam ser as

coisas e realmente não o são. Se nós pensarmos em termos bíblicos, isto podem ser

relacionados nas epístolas que os apóstolos escrevem as igrejas. Eles escrevem

descrevendo o problema ou os problemas, apontando idéias aos leitores como as

coisas deveriam e poderiam ser. Eles usavam uma linguagem objetiva, embora

para nós na atualidade pode parecer até desconhecida, mas não se pode esquecer que

os autores bíblicos, tanto no AT e no NT usaram o seu contexto cultural.

Tome uma Decisão Você agora já descobriu que tem um problema na sua comunidade? Você consegue localizá-lo? Pode defini-lo especificamente isto é, pode circunscrevê-lo? Você deveria ou poderia fazer alguma coisa em relação a isto? Pense, em primeiro lugar, o que aconteceria se você não fizesse coisa alguma? Descreve o cenário e as consequências: Por exemplo, as finanças continuarão incólume. Continuaremos a perder novos convertidos e continuarão haver poucos batismos ou a freqüência se estabilizará Em segundo lugar, medite nesta questão, por que fazer alguma coisa a respeito? Descreva o cenário e as conseqüências: Objetivo ministerial: talvez pense na sua vocação ou chamado para o ministério. Talvez pensar que uma ação corretiva desenvolverá um espírito de saúde no corpo de Cristo e haverá um crescimento integral, dinâmico e saudável. Em terceiro lugar, pense quem será o prejudicado ou ficará incomodado se você ficar quieto sem fazer coisa alguma. Possivelmente toda a comunidade e acima de tudo, Deus que o chamou para o ministério ou para a liderança em determinado serviço Em quarto lugar, as diferenças entre aquilo que você está planejando ou desejando e a sua experiência constituem um problema. Verifique que o você sabe dentro do seu plano, pense e verifique a seguir, Em quinto lugar, se as atitudes que serão tomadas e que terão o aspecto corretivo estão realmente sob o seu controle. Neste ponto você estará visualizando o que vai acontecer em diferentes situações e você estará prevendo e verificando a sua atuação.

ANÁLISE DOS INDICADORES E PLANEJAMENTO Analise os indicadores:: a partir de todas as informações que você recolheu por

diferentes meios forme um quadro amplo e abrangente quanto puder. Responda as

seguintes questões: Quando? Quando os indicadores começaram aparecer? Em quais circunstâncias?

Quando atingiram ou atingem o seu pico? Com que freqüência ocorrem? Quando

ocorrem mais freqüentemente? Quando ocorre menos freqüentemente? Use dados

históricos voltando atrás quanto possível. Não resuma informações, pelo

contrário seja o mais específico e detalhado possível na sua análise-descritiva.

Por exemplo, fazem 3 anos que o número de batismos está caindo ou se pensar em

termos de crescimento, há crescimento quando enfatizamos determinada área no

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ministério da igreja. Se pensar em termos financeiros poderá ser indicado alguma

relação com a situação econômica do pais ou as datas em que se levantam

determinadas ofertas ou se levantam os dízimos Quem? Que membros, famílias ou líderes estavam envolvidos antes do

aparecimento dos indicadores? Que membros, famílias ou líderes estavam

envolvidos durante o aparecimento dos indicadores? Que pessoas foram afetadas

pelos indicadores? Por exemplo aqui poderá se descoberto que determinadas

pessoas já não convidam outros para virem aos cultos como o faziam antes? ou os

novos convertidos "deixaram o primeiro amor". Foram afetados os professores de

classes de novos membros ou indivíduos com ministérios específicos voltados para

os novos convertidos.

Onde? Onde os indicadores aparecem mais freqüentemente? Menos

freqüentemente? Poucas mulheres estão se convertendo. Os jovens aumentaram o

número de freqüentadores em determinadas atividades Perguntas Mistas Que materiais estão envolvidos? Tipos de literatura ou

atividades. Quem está usando bem um tipo de literatura? ou quais atividades estão

faltando e deviam estar? Quem devia estar e não está presente? Uma vez descoberto o problema e com condições de identificá-lo, cabe a decisão: deve-se procurar a solução ou podemos manter a situação do jeito que está? Sem lugar a dúvidas que para o ministro de Deus, a opção é buscar uma ou mais soluções. O líder não pode se limitar a ouvir e conhecer os problemas da sua comunidade e não atuar em busca de solução. Sabemos que isto é desgastante e muitas vezes nos encontraremos lutando contra o "status quo", conflitando interesses, questionando prioridades que não são aquelas indicadas pelo Senhor da Igreja na sua palavra, contra determinado "poder" que determina a vida da igreja. Qualquer que seja o tipo de problemas sempre haverá oposição à solução apresentada pelo líder. Dificilmente a unanimidade. Por trás dos problemas sempre haverá um determinado "poder" que se opõe as mudanças. Aqui é sem dúvidas um momento de reflexão e de uma comunhão mais profunda com Deus através da oração. É o momento de se perguntar: tenho condições emocionais para enfrentar esta luta? Sinto-me em condições físicas e emocionais para sofrer um desgaste? Devemos ser honestos e não podemos fechar os olhos ou espiritualizar por demais esta batalha. Assim que devemos fazer uma auto- avaliação para ver se estamos em condições de enfrentar esta batalha. Um jovem pastor após um determinado tempo de ministério começou a descobrir as "forças e fraquezas" da igreja a qual pastoreava. E assim deu inicio busca e localização dos problemas através de pesquisas e entrevistas na sua congregação e ao mesmo tempo iniciou o seu planejamento para ir em busca da solução, o que daria uma nova igreja. Uma das soluções era dobrar o número de membros para assim ter uma nova igreja com uma nova mentalidade e ao mesmo tempo através do púlpito, ensino da palavra e do aconselhamento orientava o rebanho no seu propósito. Isto trouxe canseira, stress, produzindo nele um distúrbio de pânico (síndrome do medo). Antes de continuar com o seu plano de "renovação" da visão da igreja e "quebra de poder" verificou que emocionalmente, fisicamente não iria resistir, este enfrentamento aprofundaria a

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sua situação de saúde. Mesmo tendo a maioria dos membros da sua igreja em seu favor ele pediu a sua exoneração e mais tarde comentava: "foi bom ter verificado a minhas energias e assim não ficaria na metade do caminho ao atravessar o deserto" Muitas vezes os pastores, líderes de igrejas nos sentimos super-pastores e quase nunca verificamos as nossas energias ao assumir igrejas, ou iniciar alguns planos de ministério ou ainda planos em busca da solução dos problemas. Perguntemo-nos: realmente eu quero ver a solução destes problemas? estou disposto a gastar o preço? tenho as energias suficientes para dispensar na consecução deste plano?

Decisões de Planejamento: Deve haver uma decisão sobre os tipos de problemas com os quais se é confrontado.

Verificar onde o problema está localizado:

Pessoas: Verificar se a questão está relacionada com pessoas. Isto significa que o

problema é uma questão de "centralização pessoal" ou seja, se entende que o

problema está relacionado com pessoas (problemáticas, "donas" do cargo ou

ministério, não desejam crescer ou mudar; etc.). Geralmente este tipo de problema

envolve valores, atitudes, percepções, suposições ou significados. Estes não são

um tipo de problema padronizado. Este tipo de problema dá a sensação de que

aparentemente tudo está bem, alguma coisa pode ser melhorada. É um tipo de

problema-desafiador. Aqui podem ser encontrados os conflitos interpessoais entre

líderes, pessoas influentes. Pode ser dito que tanto o problema como a solução está

na pessoa que geralmente é aquele que tem as maiores responsabilidade, pode ser

o pastor ou o líder de determinado ministério ou área de serviço. Cabe a eles então

encararem esta situação. Nesta situação um tanto difusa ( na administração

executiva este tipo de problema é chamado de"problema difuso") será exigida

uma grande dose de criatividade, trazer à existência novas idéias, elementos,

produzir, ter criatividade, fazer acontecer coisas novas, etc. Enfim, na busca de

soluções a este tipo de problemas sem dúvidas que será requerida muita perspicácia

Organização: Verificar se a questão é um problema organizacional. Isto nos

leva a pensar em questões como: equipamentos, treinamentos necessários, falta de

comunicação ou intercâmbio nas partes da organização, a estrutura da igreja é

"pesada" em relação ao tamanho da congregação, falta ou descontextualizarão

de diversos materiais. Aqui a questão não é ambígua pois é mais uma questão de

lógica, de causa e efeito. Pode ser observado que neste tipo de problemas as coisas

não acontecem pois a "máquina "possui uma engrenagem que falha. É um

problema de linha reta, ou seja, não acontece determinadas coisas porque na

metade do caminho surgem imprevistos na estrutura, algo interferiu na estrutura

que desviou o projeto do caminho da vitória. Aqui é possível partilhar a

responsabilidades com outros líderes da comunidade. Neste caso serão

desenvolvidas reuniões com o grupo o qual cada indivíduo passará informações

importantes em busca da solução. Os conhecimentos e habilidades necessárias

para este tipo de problemas geralmente são encontrados no grupo Para haver uma

maior eficácia em busca da solução dos problemas organizacionais se o grupo possuir

as seguintes características: Primeiro, serem indicados para fazer este serviço.

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Ninguém se responsabilizará por os problemas de um ditador. Desta forma o grupo

"precisa de respaldo" para sair em busca da solução. Segundo, possuir o número

suficiente de informações. É necessário que se obtenham todos os dados e

informações possíveis. Ninguém está no topo do saber. Assim que todos os

componentes do grupo precisam compartilhar as informações. Terceiro, trabalhar

com sinergia e não com energia. A sinergia significa o trabalho conjunto de dois ou

mais músculos. É uma ação simultânea, em comum. Trabalhar com energia seria

despender esforço sem essa simultaneidade. Assim que na sinergia há a

conversão de diferentes elementos num único conjunto. Quarto, os líderes ou o

líder deve ser facilitador na solução de problemas para atender às necessidades do

grupo ou no alcançar das metas do grupo. Quinto, no grupo deve haver a

prevenção de que as pessoas do mesmo estão sendo usadas ou abusadas. Pelo

contrário os componentes do grupo devem sentir-se que as suas habilidades,

atitudes, desejos estão sendo contribuições apropriadas em busca da solução dos

problemas. Sexto, deve existir um líder do qual se requere o controle e

funcionamento do grupo, mas que isto ocorra com respeito mútuo. Ele deve criar

o clima no qual a criatividade e a solução produtiva são estimuladas. Isto acontece

quando há partilhas de honras e culpas do grupo. A repartição tanto da dor como da

glória.

CAMINHOS PARA A SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

Pensamento divergente: Neste método a pessoa observa o problema de todas as

maneiras possíveis que puder sem tentar resolvê-lo Procura-se ter algum idéia do que

ele é. Neste caminhão procura-se sentir e estudar os sintomas. Hipoteticamente se

fará uma ligação desses sintomas uns com os outros de tal modo que se veja um

quadro de uma só vez. Neste processo a pessoa tenta montar um quebra-cabeças sem

ter um modelo a seguir. A pessoa de e ser capaz de definir o problema. O

observador do problema o descompõe, observando-o quanto possível montando

assim uma imagem. A seguir faz as ligações que existem ou foram as causas da

situação problemática. É bem possível que você intuirá a sua solução. Pensamento

convergente: Este é um método oposto ao anterior. Aquele que está na busca da

solução do problema começa dissecando o problema por partes, solucionando

alguma parte dele. Em primeiro lugar, a pessoa disseca o problema em partes de

menor tamanho possível. Logo após, se estuda cada parte e se aplica o melhor

julgamento para tomar a decisão que parece ser importante para ser trabalhada.

Neste tipo de pensamento se trabalha com a possibilidade "o que aconteceria se...".

Pensa-se em um mundo que não existe mas que poderia vir a existir se você

colocasse a sua mente e recursos para concretizá-lo. Brain-storming: esta técnica

popularmente pode ser chamada de "agitação mental" ou "tempestade de idéias".

Este método foi inventado em 1938 por Alex Osborn. Aqui se deixa à imaginação

livre de rédeas para que a mente tenha pensamento criativo que pode se aplicado ao

problema. Qualquer idéia que emerja durante este processo deve ser ouvida e aceita.

Este caminho em busca da solução dos problemas, embora seja usada mais em

termos de equipe nada impede que um indivíduo sozinho utilize esta técnica. No uso

deste método use papel ou louça e relacione indiscriminadamente, todas as suas

idéias ou do grupo relativas ao que poderia ser o problema. Não rejeite nem

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pense ao respeito de tais idéias, simplesmente deixe que elas venham a sua mente

ou o grupo apresente os seus pensamentos. Não deve ser esquecido que esta é uma

técnica em que se encoraja a criação de novas idéias e promove pensamentos

criativos não convencionais.

Algumas regras básicas para um bom uso do Brain-storming** : 1. Gerar idéias sem interrupção até que elas se esgotem. Instrua os membros do grupo para se esforçarem na criação de maior número possível de idéias num curto espaço de tempo. 2. Não parar para avaliar, analisar ou criticar até que todos já tenham oferecido as suas opiniões. Não comente ou discuta até o término da sessão. 3. Os pensamentos devem ser não-convencionais, imaginativos e até audaciosos. Não exerça nenhum tipo de julgamento. 4. Os participantes devem aproveitar outras idéias, expandindo-as, modificando-as ou criando novas idéias por associação. 5. Analise as idéias 6. Escolha a solução alternativa para testar, por consenso. Logo depois de ser terminada a sessão analise as idéias apresentadas, em primeiro

lugar procure repetições e redundâncias. Depois procure ligações entre estas idéias.

Se possível ofereça uma sintetização de todos estes pensamentos. A ligação de

idéias e a sintetização vai ajudar você a suprimir itens irrelevantes porque

tendem a ficar isolados.

Decidindo-se pelo Plano

O objetivo é que sob a sua direção ou liderança o grupo chegue a um consenso.

Consenso e votação não tem nada em comum. Quando há votação temos perdedores

e vencedores. Quando se pensa em termos de consenso, todos são considerados

vencedores. quando se alcança o consenso na aplicação de determinado plano

não significa que todos concordam com qualquer resposta, senão que ao precisar

uma correção em busca da solução do problema, o consenso permite implementar

aquele plano que parece mais benéfico no momento. Na procura do consenso o líder

do grupo que nesta oportunidade deve ser mais facilitador, tentará diversas maneira

para chegar a um final feliz. Para isto ele lançará idéias tipo "balão de ensaio";

resolverá discrepâncias; dando prioridade a determinadas alternativas e não pode ser

esquecido que no fim deve ser tomada uma decisão. Neste caminho do Brain-

storming você poderá perceber que é possível descobrir mais do que uma possível

solução do problema. Isto lhe dará a oportunidade de criar alguns planos

alternativos. Sempre tenha ao seu dispor um plano alternativo, não é bom apegar-

se exclusivamente numa única direção. Isto mostrará a sua maturidade na liderança.

Lembre-se que o plano pode falhar por diferentes razões, por isto é de bom alvitre

possuir um alternativa. Para se escolher o melhor plano entre vários na aplicação

da busca de soluções para determinados problemas, bom é que eles sejam

colocados sob uma severa avaliação relacionando para cada um deles os seguintes

aspectos: benefícios ou as possíveis conseqüências positivas. Em segundo lugar as

desvantagens ou as conseqüências negativas que você pode esperar e em terceiro

lugar o custo, se neste caso houver envolvimento financeiro. Isto pode ser feito da

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seguinte maneira:. em primeiro lugar revise os planos e enumere cada um deles

(exemplo: plano 1 ou A, plano 2 ou B, etc.) em segundo lugar use uma escala de 1 a

10 para valores positivos e de -1 a -10 para valores negativos, não esqueça de

fazer que sua equipe ou líderes toda participem desta avaliação. Em terceiro lugar

some os valores de cada coluna e finalmente acrescente uma última coluna

chamada custo-benefício, ali registre a soma das colunas. Esse número identifica

o valor do plano. O plano com o valor positivos mais alto deve ser aquele que você

implementará primeiro. É importante não esquecer em colocar uma data fatal para

que este plano seja implementado e se possível com datas para avaliações do plano

em andamento e possíveis mudanças ou retoques necessários ao plano

MODELO PARA TOMADA DE DECISÕES

P

l

a

n

o

Vanta

gens

Valor Desvant

agens

Valor Custo Valor Custo

/Bene

fícios 1 +5 -10 R$ 1000 -5 -10

2 +10 -5 R$ +10 +10

UM FRUTO DO EVANGELISMO QUE MUITAS VEZES NÃO

PERCEBEMOS. Ele está ali, quase que dominicalmente ou mesmo até todos os domingos. Participa

dos cultos, oferta, ouve o sermão atentamente, até mais do que muito

membro de igreja. Sai do templo...como entrou...desconhecido.. Este é o visitante

de muitas igrejas.Temos enfatizado a evangelização e criamos estratégias

grandiosas, investimos muito dinheiro em compra de materiais evangelísticos e

muito mais. Invadimos as ruas com folhetos e pessoas. Porém, não percebemos que

o nosso campo missionário ou de evangelização está bem mais próximo do que

podemos pensar. Ele está ao nosso lado. Muitas pessoas que entram nas nossas

igrejas saem sem serem atendidas entram e saem como tais simples visitantes. Não

tiramos o valor das estratégias acima indicadas, porém as vezes não somente

esquecemos de compartilhar nossa fé, mas somos indelicados com eles.

Simplesmente por serem visitantes eles precisam da nossa atenção. A partir de hoje

gostaria de compartilhar algumas estratégias que podem nos ajudar a alcançar estes

visitantes e que tentamos colocar em práticas nas igreja que temos pastoreado Primeiro, precisamos saber: por que eles vem a nossa igreja? Isto seria aquilo

que eu chamo de ATRAÇÃO. Há muitas razões do por que os visitantes

freqüentam as nossas igrejas: música, convite, louvor, pregação, procura de Deus,

religiosidade, oração, etc. Seria interessante verificar com os visitante o que foi o

que atraiu para sua igreja. Talvez seja descoberta uma força de atração que

precisa ser aperfeiçoada e cuidada para que ela continue a trazer novas pessoas. E

até é possível descobrir que temos atividades que não atraem. Até os próprios

membros da igreja não participam. Elas devem ser eliminadas para priorizar e

cuidar daquilo que atrai. Aqui vale a pena parafrasear Jesus "programações,

atividades, departamentos, cargos que não dão frutos precisam ser cortados..."

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40 Centro Educacional Interdenominacional de Formação Teológica

Segundo, precisam ser criadas estratégias para começar um ENVOLVIMENTO

com estas pessoas. Elas precisam ser em primeiro lugar ACOMPANHADAS.

Gostaríamos a seguir dar algumas sugestões como iniciar o acompanhamento: RECEPÇÃO: Sempre devem existir pessoas que identifiquem os visitantes que

chegam pela primeira vez. Uma equipe de recepção bem treinada, precisa existir. O

treinamento deve ser orientado em todos os aspectos: cumprimentos, apresentação

da igreja ou pessoal. Fichas para anotar os nomes, telefones e se houve ou não

decisão por Cristo. Oferecer uma Bíblia e hinário para que participe do culto. As

igrejas esquecem muitas vezes de comprar várias bíblias e hinários para

emprestar aos visitante. As vezes o visitante fica somente "olhando" tornando-se

um " estranho no ninho". Os dirigentes do culto devem prestar atenção aos hinos,

salmos, leituras, etc, pois os termos do "evangeliquês" é incompreensível para os

visitantes. Estes termos precisam ser "interpretados" Dizer que "Jesus é o Leão da

tribo de Judá" é uma verdade bíblica, porém o que está comunicando aos

visitantes. Ou ainda cantar " Se da vida as vagas procelosas são..."(!!?) será que

isto é inteligível. Não quero afirmar que cantar isto é errado mas o que precisamos

é explicar o que cantamos quando necessário. Isto vale para as nossas pregações

cheias de termos teológicos incompreensíveis até muitas vezes para os próprios

membros da igreja. Creio que se colocamos em prática algo disto poderemos não

somente dizer, mas provar que o " visitante é importante" e o consideramos nos

nossos cultos. Antes de terminar esta parte do artigo deixei- me informar porque

perdemos os nossos visitantes:

Por falecimento(1%); por mudança de endereço(5%); por amizades com outras

pessoas ou religiões(5%); por vantagens em outras igrejas ou organizações (próximo

ou facilidade de acesso, nível socio-economico, etc) (10%); e, por falta de atenção e

indiferença das pessoas da igreja(79%) Sei que não é fácil mudar atitudes arraigada

na vida da igreja. Porém o esforço é compensador. Temos vivido esta experiência

nos 15 anos de ministérios. Tanto a nível como pastor como de visitante. Como

pastor precisa-se de um grande esforço para criar uma "disposição de mudança" que

não se consegue da noite para o dia. Não é fácil tirar o membro da igreja da sua

cadeira ou banco para ceder o seu lugar, pois ele está ali por mais de 10 anos e é o

seu lugar "cativo". E como visitante, tenho entrado e saído, nos períodos de férias ou

viagens, de várias igrejas sem nem sequer ser cumprimentado. Isto é mau.

TENDÊNCIAS QUE MARCARÃO O FUTURO

1. Encasulamento. tendência de ficar em casa e construir ninho confortáveis.

2. Formação de clãs. inclinação de pertencer grupos afins

3. Revanche do prazer. libertar-se de regras e regulamentos 4. Ancoragem. voltar as raízes espirituais. Apreender o que era segura no passado para estar firmemente ancorado no futuro 5. Volta ao passado. Uma vida mais leve. A saudade da infância despreocupada 6. Consumido vigilante. Fazer pressão no mercado, protesto e política

7. Egonomia.Criar um ponto de vista pessoal

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8. Femininamente. Um marketing mais afetivo e solidário 9. Homencipação. Quebrar os limites de ser apenas homens de negócios e ter a

liberdade de exercer a individualidade

10. Aventura da fantasia. Prazer com segurança. Turismo, lazer, alimentação sadia. 11. Queda de ícones. Rejeição dos tradicionais pilares. Rejeição aos monumentos constituídos 12. Pequenas indulgências. Os luxos acessíveis

13. 99 vidas. Assumir vários papéis

14. Sair fora. Opção para uma vida mais simples

15. Viver. Uma vida mais saudável. Um novo conceito de bem estar

16. S.O.S. Social. Uma nova consciência social. Desejos de salvar o planeta. Compaixão, ética.

I. Mitos sobre Administração do Tempo

Comecemos por analisar alguns mitos acerca da administração do tempo.

1) O primeiro é que quem administra o tempo torna-se escravo do relógio. A verdade

é bem o contrário. Quem administra o tempo coloca-o sob controle, torna-se senhor

dele. Quem não o administra é por ele dominado, pois acaba fazendo as coisas ao

sabor das pressões do momento, não na ordem e no momento em que desejaria. A

verdade é que administrar o tempo não é programar a vida nos mínimos detalhes: é

adquirir controle sobre ela. É necessário planejar, sem dúvida. Mas é preciso ser

flexível, saber fazer correções de curso. Se você está fazendo algum trabalho e está

inspirado, produzindo bem, não há razão para parar, simplesmente porque o tempo

alocado àquela tarefa expirou. Se a tarefa que viria a seguir, em seu planejamento,

puder ser reagendada, sem maiores problemas, não interrompa o que você vem

fazendo bem. Administrar o tempo é fazer o que você considera importante e

prioritário, é ser senhor do próprio tempo, não é programá-lo nos mínimos detalhes e

depois tornar-se escravo dele.

2) O segundo mito é que a gente só produz mesmo, ou então só trabalha melhor, sob

pressão. Esse é um mito criado para racionalizar a preguiça, a indecisão, a tendência

à procrastinação. Não há evidência que o justifique, até porque os que assim agem

poucas vezes tentam trabalhar sem pressão para comparar os resultados sobre si

mesmos e sobre os que os circundam. A evidência, na verdade, justifica o contrário

daquilo que expressa o mito. Em contextos escolares, por exemplo, quem estuda ao

longo do ano, com calma e sem pressões, sai-se, geralmente, muito melhor do que

quem deixa para estudar nas vésperas das provas e, por isso, vê-se obrigado a passar

noites em claro para fazer aquilo que deveria vir fazendo durante o tempo todo. Nada

nos permite concluir que o que vale no contexto escolar, a esse respeito, não valha

em outros contextos.

3) O terceiro mito é que administrar o tempo é algo que se aplica apenas à vida

profissional. Falso. Certamente há muitas coisas em sua vida pessoal e familiar que

você reconhece que deve e deseja fazer mas não faz "por falta de tempo". Você pode

estar querendo, há anos, reformar algumas coisas em sua casa, escrever um livro ou

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42 Centro Educacional Interdenominacional de Formação Teológica

um artigo, aprender uma outra língua, desenvolver algum hobby, tirar duas semanas

sem perturbações para descansar, curtir os filhos que estão crescendo, tudo isso sem

conseguir. A culpa vai sempre na falta de tempo. A administração do tempo poderá

permitir que você faça essas coisas em sua vida pessoal e familiar.

4) O quarto mito é que ter tempo é questão de querer ter tempo. Você certamente já

ouviu muita gente dizer isso. De certo modo essa afirmação é verdadeira até onde ela

vai. Normalmente damos um jeito de arrumar tempo para fazer aquilo que realmente

queremos fazer. Mas a afirmação não diz tudo. Não basta simplesmente querer ter

tempo para ter tempo. É preciso também querer o meio indispensável de obter mais

tempo e esse meio é a administração do tempo. Contrária a esses mitos, a verdade é

que administrar o tempo é saber usá-lo para fazer aquelas coisas que você considera

importantes e prioritárias, tanto no ministério pastoral, quanto na vida pessoal.

Administrar o tempo é organizar a sua vida de tal maneira que você obtenha tempo

para fazer as coisas que realmente gostaria de fazer, e que possivelmente não vem

fazendo porque anda tão ocupado com tarefas urgentes e de rotina (muitas delas não

tão urgentes nem tão prioritárias) que não sobra tempo. Quem tem tempo não é quem

não faz nada, e sim quem consegue administrar o tempo que tem. Todos nós

conhecemos pessoas (um tio idoso, uma prima) que (pelos nossos padrões) não

fazem nada o dia inteiro e, no entanto, constantemente se dizem sem tempo. Por

outro lado, quem administra o tempo não é quem está todo o tempo ocupadíssimo,

pelo contrário, se você vir algum que trabalha o tempo todo, fica até mais tarde no

serviço, traz trabalho para casa à noite e no fim de semana, pode concluir, com

certeza, que essa pessoa não sabe administrar o tempo. Quem administra o tempo

geralmente não vive numa corrida perpétua contra o tempo, não precisa trabalhar

horas extras e, geralmente, produz muito mais. Mas não se engane: o processo de

administrar o tempo não é fácil. É preciso realmente querer tornar-se senhor de seu

tempo para conseguir administrá-lo.

II. Razões para administrar o tempo

1) Tempo é Vida: o tempo é o recurso fundamental da nossa vida, a matéria prima

básica de nossa atividade. Quando o nosso tempo termina, acaba a nossa vida. Não

há maneiras de obter mais. Por isso, tempo é vida. Quem administra o tempo ganha

vida, mesmo vivendo o mesmo tempo. Prolongar a duração de nossa vida não é algo

sobre o qual tenhamos muito controle. Aumentar a nossa vida ganhando tempo

dentro da duração que ela tem é algo, porém, que está ao alcance de todos. O tempo é

um recurso não renovável e perecível. Quando o tempo acaba, ele acaba mesmo. E o

tempo não usado não pode ser estocado para ser usado no futuro. O tempo não é

como riquezas, que podem ser acumuladas para uso posterior. Quem não administra

o seu tempo joga sua vida fora, porque um dia só pode ser vivido uma vez. Se o

tempo de um dia não for usado sabiamente, não há como aproveitá-lo no dia

seguinte. Amanhã será sempre um novo dia e o hoje perdido terá sido perdido para

sempre. Mas o tempo, embora não renovável e perecível, é um recurso

democraticamente distribuído. A capacidade mental, a habilidade, a inteligência, as

características físicas são muito desigualmente distribuídas entre as pessoas. O

tempo, porém, enquanto estamos vivos, é distribuído igualmente para todos. O dia

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tem 24 horas tanto para o mais alto executivo como para o mais pobre desempregado.

Todos recebemos 24 horas de tempo por dia. Na verdade, temos todo o tempo que

existe. Não existe tempo que alguém possa guardar para si, em detrimento dos outros.

Alguém pode roubar meu dinheiro, os objetos que possuo, mas ninguém consegue

roubar meu tempo. Outra pessoa só conseguirá determinar como eu vou usar meu

tempo se eu o consentir. Se é assim, devemos nos perguntar por que alguns produzem

tanto com o tempo de que dispõem e outros não conseguem produzir nada no mesmo

tempo. Não é que os últimos não façam nada (não são daqueles que se levantam mais

cedo apenas para ter mais tempo para não fazer nada), às vezes são ocupadíssimos, e,

no entanto, pouco ou mesmo nada produzem. A explicação está no seguinte: o

importante é o que fazemos com nosso tempo.

2) Tempo é Dinheiro: É importante se compenetrar do fato de que nosso tempo é

valioso. Há pessoas e instituições que estão dispostas a pagar dinheiro pelo nosso

tempo. Por isso é que se diz que tempo é dinheiro. Quem administra o tempo, na

verdade, ganha não apenas vida, mas pode também transformar esse ganho de vida

em ganho de dinheiro. Para alcançar um determinado resultado ou produzir alguma

coisa, com determinado nível de qualidade, precisamos investir fundamentalmente

tempo e/ou dinheiro. Imaginemos exemplos corriqueiros. Seu carro está precisando

de uma limpeza. Ou é preciso consertar a instalação elétrica de sua casa. Suponhamos

que você saiba lavar um carro e fazer um conserto elétrico com um nível de

qualidade aceitável, e que em ambos os casos o serviço vai levar cerca de uma hora

de seu tempo. Independentemente de quanto valha a hora de seu tempo, se você não

tem mais nada que realmente queira fazer (como dormir, assistir a um jogo de futebol

na TV, etc.), provavelmente vai concluir que vale mais a pena você mesmo lavar o

carro, ou consertar a instalação elétrica, do que pagar um lava-carro ou um eletricista

para fazer o serviço. O uso de seu tempo economiza dinheiro, nesse caso. Se, porém,

você pode empregar seu tempo ganhando mais dinheiro do que você vai economizar,

ou, então, se há coisas que você queira fazer que são mais importantes para você do

que o dinheiro que irá gastar, provavelmente vai concluir que vale mais a pena pagar

um lava-carro ou um eletricista para fazer o serviço. Por outro lado, mesmo que você

tenha tempo, se você deseja um trabalho de melhor nível de qualidade do que aquele

que é capaz de produzir, pode valer mais a pena pagar um bom profissional para

fazer o serviço. A questão a manter em mente é que o tempo tem um valor monetário

para quem tem objetivos: a decisão de empregá-lo ou não em determinada tarefa deve

levar em consideração esse valor. Se lavar o carro leva uma hora e você economiza

dez reais fazendo você mesmo a tarefa, então seu tempo naquela situação vale dez

reais por hora. Por outro lado, se você não tem nada mais a fazer, além da tarefa que

está contemplando realizar, então o fator tempo deixa de ser uma variável relevante.

Um outro exemplo pode ajudar. Suponhamos que você não possua nem bicicleta,

nem carro, nem helicóptero e queira ir a uma certa cidade. Você pode ir a pé e levar

três dias, alugar uma bicicleta e levar várias horas, ir de ônibus e levar cerca de três

horas, ponto a ponto, tomar um táxi e levar um hora, ou fretar um helicóptero e levar

quinze minutos. Cada uma dessas opções envolve um certo uso de tempo e um

determinado dispêndio de dinheiro. Se você tem pouco tempo e bastante dinheiro,

pode decidir gastar mais dinheiro e fretar o helicóptero. Se você tem pouco dinheiro e

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bastante tempo, pode decidir ir a pé. Dependendo da "mistura", você pode escolher

uma das opções intermediárias. A qualidade do resultado, porém, também precisa ser

levada em consideração. Indo a pé, você vai chegar à cidade cansado, sujo,

estropiado. Indo de helicóptero, você vai chegar como saiu. Isso pode eventualmente

pesar na decisão. Digamos, portanto, que um investimento de tempo T e de dinheiro

$ produz um resultado com um determinado nível de qualidade Q. Se continuarmos a

investir a mesma quantidade de tempo e de dinheiro, é de esperar que a qualidade vai

se manter a mesma. Se aumentarmos o investimento de tempo, podemos manter a

qualidade diminuindo o investimento de dinheiro, ou vice versa. Se aumentarmos o

investimento de tempo, mantendo o investimento de dinheiro estacionário, ou vice-

versa, podemos melhorar a qualidade, que pode ser mais melhorada ainda se

aumentarmos ambos os investimentos. Se diminuirmos o investimento de tempo,

mantendo o investimento de dinheiro estacionário, ou vice-versa, iremos piorar a

qualidade, que pode ser pior ainda se reduzirmos ambos os investimentos. Por aí

você vê que pode trocar seu tempo por dinheiro. Na verdade, o trabalho é uma

permuta de tempo por dinheiro: alguém me paga pelo meu tempo (isto é, pelo meu

tempo produtivo). E isso nos traz à questão da produtividade.

3) Administração do Tempo e Produtividade

Quem administra o tempo, aumenta sua produtividade. Produtividade é o produto da

eficácia pela eficiência. Ser eficaz é fazer as coisas certas, isto é, fazer aquilo que

consideramos importante e prioritário. Ser eficiente é fazer as coisas certas, isto é,

com a menor quantidade de recursos possível. Ser produtivo é fazer certo as coisas

certas, isto é, fazer aquilo que consideramos importante e prioritário com a menor

quantidade de recursos possível. E tempo é um recurso fundamental: nada pode ser

feito sem tempo. Por isso ele é frequentemente escasso e caro. É possível ser eficaz,

isto é, fazer o que precisa ser feito, sem ser eficiente. Todos conhecemos pessoas que

fazem o que devem fazer, mas levam tempo demasiado, ou gastam muito dinheiro,

para fazê-lo. Essas pessoas são eficazes mas ineficientes. Por outro lado, todos

conhecemos pessoas que fazem, de maneira extremamente eficiente, coisas que não

são essenciais, que não têm a menor importância. Quem consegue colocar cem mil

pedras de dominó em pé‚ sem derrubar nenhuma, possivelmente seja muito eficiente

nessa tarefa, mas extremamente ineficaz. Vemos, talvez até mais frequentemente,

pessoas que são ineficazes e ineficientes. Todos já vimos o balconista de loja ou o

caixa de banco que tenta atender a mais de um freguês ou cliente ao mesmo tempo,

que simultaneamente tenta responder às perguntas de outro, conversar com colegas

que vêm pedir informações ou jogar conversa fora, etc. Esse indivíduo parece

ocupado, na verdade está ocupado, mas é improdutivo: no mais das vezes não

consegue fazer as coisas que devem ser feitas nem fazer o que faz de maneira correta.

Tornar mais eficiente quem é ineficaz (por exemplo, dando-lhe um computador) às

vezes até piora a situação. Um exemplo exagerado pode ajudar. Um bêbado a pé é

ineficaz e (felizmente) ineficiente. Se o colocarmos ao volante de um automóvel,

poderá tornar-se muito mais eficiente em sua ineficácia (isto é, fazer muito mais

rapidamente o que não deveria fazer, causando um dano muito maior). Ser produtivo,

portanto, não é a mesma coisa que ser ocupado. Está errado o ditado americano que

diz: "Se você quer algo feito, dê isso para uma pessoa ocupada". A pessoa pode ser

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ocupada e não produtiva, em cujo caso não fará a tarefa adicional que lhe está sendo

pedida.

4) Administração do Tempo e Redução de Stress

Quem administra o tempo reduz o stress causado pelo mau uso do tempo. Aqui

também a idéia de mau uso ou desperdício do tempo pressupõe a noção de objetivos.

Se não tenho nenhum objetivo, seja profissional, seja pessoal, então provavelmente

vou deixar o tempo fluir, despreocupadamente, como um rio que passa por debaixo

de uma ponte. Não há como avaliar meu uso do tempo nesse caso. A única coisa que

posso querer fazer é "matar o tempo". Numa situação como essa, provavelmente não

vou ter stress. O tempo aparece como bem ou mal usado apenas para a pessoa que

tem objetivos, que quer realizar alguma coisa. O bom ou mau uso do tempo depende

do que se pretende alcançar. O mau uso do tempo causa stress porque tempo mal

usado é tempo usado para fazer aquilo que não consideramos importante e prioritário.

Usar o tempo de forma não planejada, não equivale, necessariamente a fazer mau uso

do tempo (como já se indicou). Frequentemente temos que alterar nosso

planejamento, fazer coisas que não estavam na nossa agenda. Nosso tempo só terá

sido desperdiçado se essas alterações nos levarem a fazer coisas que não

consideramos importantes. Mau uso do tempo não é ficar sem fazer nada, gastar

tempo no lazer, dedicar tempo a hobbies ou à família, se é isso que julgamos

importante e queremos, e todos nós desejamos isso em determinados momentos. Se,

entretanto, num dado momento, você realmente quer estar lendo um livro, ou

trabalhando num relatório, e se vê obrigado a fazer um passeio com as crianças, ou a

entreter familiares, você se sente tenso, porque o tempo não estará sendo utilizado

para aquilo que você considera importante e prioritário naquele momento, e portanto,

não estará sendo bem usado. É sempre bom lembrar que da mesma forma que o mau

uso do tempo causa stress, o bom uso do tempo normalmente traz satisfação, sentido

de realização e felicidade.

III. LADRÕES E ECONOMIZADORES DE TEMPO

Entendemos por "desperdiçadores de tempo" disfunções que provocam o uso

inadequado ou insatisfatório do tempo na perspectiva do pastor e líder ou da igreja.

Uma pesquisa feita em vinte e um países, com aproximadamente dois mil executivos

de várias organizações, apresentou como desperdiçadores de tempo mais comuns,

trinta e sete itens.

Vamos detalhar abaixo os principais desperdiçadores de tempo que tenho visto

no meu pastorado:

1. Falta de Planejamento;

2. Telefonemas;

3. Distrações;

4. Visitas inesperadas;

5. Tarefas inacabadas ou falta de disciplina no cumprimento da agenda;

6. Definição clara de objetivos na execução das tarefas;

7. Falta de delegação ou Centralização de poder.

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8. Excesso de compromissos. O excesso de tarefas frequentemente paralisa: a

pessoa não sabe por onde começar e acaba ficando imobilizada

9. Incapacidade de dizer "não"

10. Menosprezo ou ênfase inadequada em certas atividades;

11. Indefinição de prioridades e cobrança incompleta e descontínua;

12. Fragmentação e superficialidade;

13. Excesso de reuniões (algumas desnecessárias) e burocracia interna;

14. Indefinição de prioridades;

15. Má utilização dos recursos (telefone, fax, computador, Internet,);

16. Mesa entulhada ou desorganização pessoal;

17. Arquivamento ineficiente

18. Procrastinação: É preciso distinguir a tendência à procrastinação do bom senso

que recomenda não tomar uma decisão no calor de uma discussão, ou quando não há

informações suficientes, ou coisa equivalente.

Por outro lado, você poderá utilizar-se dos “economizadores de tempo.”

IV. DICAS PARA SE ECONOMIZAR TEMPO

A seguir, apresentamos sete técnicas eficazes, atitudes e comportamentos que podem

economizar seu tempo:

Planejamento: Toda hora aplicada em planejamento eficiente poupa três ou

quatro na execução e produz melhores resultados.

Organização: A organização é um outro fator facilitador na execução das tarefas;

é uma aliada do tempo e deve existir principalmente nas informações.

Delegação: atribuição de tarefas para outras pessoas a fim de liberar o tempo para

tarefas mais importantes. É a chave da administração eficaz.

Benefícios da delegação:

A delegação facilita o trabalho do pastor;

A delegação aumenta a produtividade;

A delegação dá oportunidade a outros de desenvolver a capacidade de liderança;

A delegação dá ao líder mais tempo de desenvolver sua vida espiritual;

Telefone: use-o para evitar deslocamento desnecessário para obter informações.

Comunicação: a linguagem simples, concisa e isenta de ambiguidades assegura a

compreensão e poupa o tempo com mal-entendidos.

Tomada de decisões: a análise de decisão tem que ser precisa e baseada em

informações seguras para que o problema possa ser atacado de forma imediata.

Concentração: tempo mínimo (anterior a ação) que se julgar necessário para

conseguir progresso em menos tempo.

Enumeramos abaixo soluções práticas que o ajudarão a economizar tempo:

01. Estabeleça metas: anuais, mensais, semanais e diárias;

02. Programe suas tarefas e atividades da semana e do dia, em função dessas metas;

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03. Faça as coisas em ordem de prioridade;

04. Saiba onde seu tempo é realmente empregado;

05. Estabeleça data e hora para início e fim de cada atividade;

06. Elimine desperdiçadores de tempo;

07. Utilize uma agenda ou um calendário de reuniões;

08. Crie uma lista de afazeres;

09. Organize as tarefas;

10. Organize seu acesso com rapidez de informações usadas com frequência.

COMO FAZER REUNIÕES CRIATIVAS

Vamos a algumas dicas que tornarão suas reuniões mais criativas e geradora de

resultados:

1. Só convoque uma reunião quando totalmente indispensável;

2. Estabeleça os objetivos;

3. Elabore uma pauta, fixando tempo para cada assunto;

4. Coloque só as pessoas às quais o assunto interessa;

5. Mantenha o rumo da discussão;

6. Sintetize as conclusões;

7. Faça o acompanhamento de todas as decisões tomadas.

CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS TAREFAS E COMPROMISSOS

Os critérios de classificação das tarefas e compromissos são pontos fundamentais

para corrigirmos nossos desperdiçadores de tempo. Quantas vezes não nos

deparamos com situações em que determinado compromisso era considerado como

urgente? Geralmente os critérios são distorcidos, algumas tarefas são importantes e

não urgentes; outras são importantes e urgentes; algumas, não são nem importantes

nem urgentes, de acordo com o quadro abaixo . Tendo em vista a otimização do

tempo, a idéia principal não é conseguir corrigir todos os itens que nos levam ao

desperdício de tempo. Até porque isso é impossível, visto que muitos destes itens

decorrem de fatores que não correspondem apenas ao lado pessoal, como o ambiente

de trabalho, por exemplo. Se focarmos em tentar resolver quatro ou cinco pontos que

consideramos críticos na nossa rotina cotidiana, teremos uma considerável melhoria

nos resultados, aumentando, assim, a produtividade. Ratificando as citações acima

relatadas, denota-se que o tempo é distribuído democraticamente para todos, sem

distinção alguma. Percebemos vinte e quatro horas, igualitárias, a fim de utilizarmos

da maneira mais apropriada e conveniente. Infelizmente, não temos muito controle

para prolongarmos a nossa vida. O que podemos fazer, é aumentarmos a vida,

ganhando tempo dentro dela. E isso está ao alcance de todos, basta um pouco de

esforço e determinação.

Tabela 01:

Esquema Comparativo das Teorias da Administração Fonte: CHIAVENATO,1993,

627

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II. A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, não obstante, a

Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em virtude de sua natureza, a Igreja

não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua corporalidade,

organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se

perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos santos. A

missão da igreja é ser serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à

Trindade; pelo amor interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade às

Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão evangelizadora entre

todos os povos; pelo incansável testemunho cristão.

1) O Termo Bíblico para Administração

A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo Testamento.

Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 12.42) ou “administrador” (Lc

16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) ou “curador” (Gl 4.2). A

responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo

traduzida por “administração” (Lc 16.2), “dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm

1.4). O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e

“lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a

gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é

oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a

ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa

grande (Cf. Isaias 22:19, 21; Lc 16:1-17). No Novo Testamento, despenseiro

(oikonomos) refere-se ao administrador da casa e das propriedades de um Senhor. No

Evangelho de Lucas, o termo se emprega alternadamente com “escravo” (Gr.

doulos). O despenseiro ou mordomo tinha direito legal de agir em nome do seu

senhor, e deveria ser fiel e prudente (Lc 12.42, 1Co 4.2). Um período de tempo

determinado era concedido ao despenseiro, embora ele não soubesse por quanto

tempo haveria de durar a sua administração. Deus permite aos homens, enquanto suas

criaturas, serem despenseiros. Somos despenseiros sobre a criação de Deus. Ao criar

o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, Deus os fez responsáveis. Na

qualidade de criatura de Deus, o homem deveria cuidar da criação que Deus colocou

diante dele e à sua disposição, e desenvolvê-la. Isso fez o primeiro casal responsável

diante do Criador no exercício de domínio e sujeição da natureza, assim como no

relacionamento com outros homens e também no seu relacionamento com Deus. “E

Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e

sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo

animal que rasteja pela terra”. Isso mostra o papel central que Deus havia reservado

para o ser humano, dentro de sua criação. Obedecendo ao Criador o ser humano

estaria desenvolvendo seu relacionamento com ele e sendo fiel. O homem estaria

cumprindo o seu mandato (Gn 1.26, 28, 2.15). O homem deveria tomar tempo para

cultivar o solo, exercer o domínio e, consequentemente, desfrutar do trabalho de suas

mãos. Fazendo assim, também estaria obedecendo ao Criador que o havia criado e

equipado para tais coisas. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus,

deveria, em certo sentido, representar o Criador e fazer cumprir a sua soberana

vontade. Assim, exerceria uma espécie de papel de “gerência” ou de “mordomo”. Um

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dos mais proeminentes ensinos da Bíblia é que o homem responde perante Deus. É

responsabilidade inescapável do homem que algum dia ele deve prestar contas ao

Criador. Na sua inaudita graça, Deus permite aos seus filhos serem despenseiros.

Somos mordomos sobre a Casa de Deus. “Servi uns aos outros, cada um conforme o

dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10).

O povo de Deus, a comunidade de Deus, é sua casa (1Tm 3.15). Assim, o Novo

Testamento, a partir dos ensinos de Jesus Cristo, adverte-nos que a mordomia sábia e

diligente, a serviço do Mestre, é importante. Os despenseiros não devem considerar

as questões da casa como sendo assuntos particulares deles; são meramente

despenseiros dos dons que lhes foram confiados, e devem prestar contas de sua

administração. E a fiel administração determina que Deus confiará ao despenseiro as

riquezas maiores, verdadeiras. O pastor possui funções privativas e atribuições, que

quando desenvolvidas, demonstram que está sendo um bom administrador, um bom

mordomo dos bens que pertencem ao Senhor:

2) Funções privativas.

a) Administrar os sacramentos (cerimônias).

b) Invocar a Benção Apostólica sobre o povo de Deus.

c) Celebrar casamento religioso com efeito civil.

d) Orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que é pastor.

3) Atribuições.

a) Orar com o rebanho e por ele.

b) Apascentá-lo na doutrina Cristã.

c) Exercer as suas funções com zelo.

d) Orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de tornar eficiente a vida

espiritual do povo de Deus.

e) Prestar assistência pastoral.

f) Instruir os neófitos, dedicar atenção à infância, à adolescência, à juventude, bem

como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados.

g) Exercer, juntamente com outros presbíteros, o poder coletivo de governo.

2) OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO. 2.1) Simplificar o trabalho. Há muitas maneiras de se fazer uma coisa. Porém devemos procurar aquela que

seja mais prática e eficiente, que melhor corresponda à realidade.

2.2) Facilitar a produção.

Através da simplificação do trabalho, conseguimos facilitar a sua produção e,

conseqüentemente, produzir mais e melhor.

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3) A ADMINISTRAÇÃO SECULAR.

3.1) Origem

ORIGEM

Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos,

criou-se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja função seria

dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a Igreja é um

agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado, um propósito a ser atingido,

um alvo para cumprir. A administração é necessária, pois desde muito cedo se

verificou que é impossível ao homem realizar a maioria das atividades que a própria

sobrevivência lhe exigia, sem o auxílio de outras pessoas. Mas esse auxílio só

poderia ser eficaz em determinadas circunstâncias, que pouco a pouco passou a

conhecer. Como resultado imediato, surgiu um conjunto de atividades e de atitudes

que tomaria o nome de administração e que, com o decorrer do tempo, se

transformou num campo definido de conhecimentos científicos. Muitos autores têm

negado que a administração constitua uma ciência na exata expressão da palavra. Na

verdade, toda ciência se caracteriza pelo conhecimento metodizado da verdade em

relação a um conjunto definido de fenômenos ou fatos. Se bem que, como todas as

ciências sociais, a administração apresente uma grande complexidade, devido aos

inúmeros fatores integrantes de seus fenômenos. A administração apareceu como

ciência independente no fim do século XIX. “Todo homem procura obter o máximo

com o mínimo de esforço”. Este princípio determinou a procura do rendimento

máximo para qualquer atividade humana e, consequentemente, o estudo de como

obter esse rendimento. Frederick W. Taylor nos estados Unidos já no século XVIII

comprovou que a baixa produção em qualquer atividade se deve à falta de uma

metodologia da produção. A realização de um objetivo, porém, se faz por meio de

um processo divisível em partes ou etapas que, na sua continuação, levam ao

resultado final. Essas etapas podem ser definidas e caracterizadas por funções

específicas, marcadas por um grau maior ou menor de dificuldades que exigirão um

grau maior ou menor de especialização. Assim o processo de realização de um

objetivo pode ser estudado como uma série de funções especializadas; funções que

devem ser reunidas para se obter, da forma mais eficiente, o resultado almejado. Veja

abaixo as diversas teorias da administração. A administração apareceu como

ciência independente no fim do século XIX. “Todo homem procura obter o

máximo com o mínimo de esforço”. Este princípio determinou a procura do

rendimento máximo para qualquer atividade humana e, consequentemente, o estudo

de como obter este rendimento. Fredericke W. Taylor nos Estados Unidos já no

século XVIII comprovou que a baixa produção em qualquer atividade se deve à

falta de uma metodologia de produção.Embora possamos adotar alguns princípios

da administração secular, não obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros

princípios. Em virtude de sua natureza, a Igreja não se confunde com nenhuma

sociedade ou grupos étnicos.A sua corporalidade, organicidade, fraternidade,

unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se perpetuam na regeneração

em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos Santos.A missão da Igreja é ser serva

de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à Trindade; pelo amor

interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade às Escrituras; pela

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MATÉRIA ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

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51 Centro Educacional Interdenominacional de Formação Teológica

igualdade de seus componentes; pela missão evangelizadora entre todos os povos;

pelo incansável testemunho cristão.

A administração secular possui três grandes ramos: 1. Pessoal

2. Financeiro 3. O&M Em geral, a empresa é organizada formalmente com estes departamentos. Qual deve

ser a responsabilidade de cada um deles?

3.1.1) Pessoal.

Cuida das pessoas de que se compõe a firma, preocupando-se com a situação

disciplinar, a integração, o treinamento, a produtividade, a administração, a

demissão, as férias, a substituição, etc. 3.1.2) Financeiro. Analisa a receita e programa as despesas. 3.1.3) O & M – Organização & Métodos.

Estuda e pesquisa a maneira de a empresa operar, estabelecendo as seqüências

mais lógicas e o tempo preciso. 1 Gildásio Jesus B. dos Reis. Apostila do Seminário Teológico Presbiteriano –

Reverendo José Manoel da Conceição (JMC). Endereço eletrônico:

http://www.seminariojmc.br/home.asp.

4) O QUE É ADMINISTRAR? Administrar não e fazer "mil coisas". E a "ciência de gerar um organismo retirando-o

da inércia, levando-o a melhor funcionalização dos recursos que justificaram sua

criação, com o menor dispêndio (gasto) e sem lhe comprometer o futuro". É

distribuir as responsabilidades e não "executar todas as tarefas". E fazer com que

todos participem do trabalho. Não se deve confundir isso com exploração dos outros.

O bom administrador leva as pessoas a realizar suas tarefas cada vez melhor e

a se realizarem no trabalho. Muitos pretendem tratar pessoalmente dos detalhes

mínimos da organização da igreja, e, diante do total insucesso, passam a expressar

sua frustração dizendo: "Esta não é a minha missão, meu trabalho é ganhar

almas. Abandonarei tudo e me dedicarei inteiramente às coisas espirituais". Jesus

sempre procurou obter a ajuda de outras pessoas. Quando as talhas estavam

vazias, Ele disse: "Enchei as talhas" (Jo 2.7). Quando a pedra cobria o túmulo de

Lázaro, disse: "Tirai a pedra" (Lc 11.39). Quando alimentou as cinco mil pessoas,

pediu aos discípulos: "Recolhei os pedaços que sobejaram" (Jo 6.12). A realidade do

trabalho do administrador é ajudar as pessoas a crescer, ajudá-las a fazer o trabalho,

em vez de executá-lo ele mesmo. Muitas vezes pensamos que o

administrador trabalha muito, mas a sua missão principal e motivar outras pessoas

para o trabalho.

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Administrar é, a um só tempo: 1. Prever 2. Organizar 3. Comandar

4. Coordenar 5. Controlar 4.1) Prever

É preparar-se para o futuro, com a necessária antecedência, através de programas

de ação. É predeterminar um curso de ação.

Jesus ensinou que é melhor construir sobre uma rocha que sobre a areia (Mt 7.24-

27). Dentro do planejamento, temos as seguintes atividades: 4.1.1) Previsão: Estimativa do futuro. 4.1.2) Estabelecimento de objetivos: Determinar, os resultados finais a serem

alcançados.

4.1.3) Programação: Estabelecimento de seqüência e prioridade dos passos a se-

guir para atingir os objetivos. 4.1.4) Cronograma: Determinar uma seqüência de prazos para os passos do pro-

grama.

4.1.5) Orçamento: Distribuição dos recursos necessários para atingir os objetivos. 4.1.6) Determinação dos procedimentos: Desenvolver e aplicar métodos

padronizados na execução do trabalho especificado. 4.1.7) Elaboração de políticas: Elaborar e interpretar decisões duradouras que se

aplicam as perguntas e problemas repetitivos que tem significado para a

organização como um todo. 4.2) Organizar É reunir meios e recursos materiais e humanos, distribuídos racionalmente e de

tal forma harmonizados que possam funcionar como um todo, e sem

solução de continuidade. Atividades: 4.2.1) Desenvolvimento da estrutura da organização: Identificar e agrupar o

trabalho a ser executado nos diversos cargos. 4.2.2) Delegação: Confiar responsabilidade e autoridade a outros e exigir

prestação de contas pelos resultados. 4.2.3) Estabelecimento de relações: Criar condições necessárias para os esforços

mutuamente cooperativos do povo. 4.3) Comandar É determinar as providências, a fim de que toda a organização funcione de acordo

com as normas vigentes. Atividades:

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4.3.1) Tomada de decisão: Chegar às conclusões e julgamentos. 4.3.2) Comunicação: Criar compreensão. 4.3.3) Motivação: Inspirar, estimular e impelir as pessoas a tomarem as medidas

necessárias. 4.3.4) Seleção de material: Envolver pessoas para os cargos existentes na

organização. 4.3.5) Desenvolvimento do pessoal: Ajudar as pessoas a melhorar seus

conhecimentos, suas atitudes e habilidades. 4.4) Coordenar

É manter o organismo em funcionamento homogêneo e integrado em suas

diversas atividades. É proporcionar o desenvolvimento de cada órgão, procurando

manter o equilíbrio do sistema operacional. Dessa forma, evitar-se-ão atritos, perda

de tempo e complicações indesejáveis. 4.5) Organizar Avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado. Atividades:

4.5.1) Estabelecer padrões de execução: Estabelecer os critérios pelos quais se

avaliarão os métodos e os resultados. 4.5.2) Medição do desempenho: Registrar e relatar o trabalho em andamento e o

acabado. 4.5.3) Avaliação do Desempenho: Avaliar o trabalho em andamento e os

resultados obtidos. Depois de executado o “plano”, ele deve ser avaliado.

Pergunte-se: O nosso método foi bom? Em que falhamos?

Por que não alcançamos melhores resultados? Onde falhou o nosso planejamento?

4.5.4) Correção do desempenho: Regular e aperfeiçoar os métodos e os

resultados. O administrador é um especialista na arte de trabalhar com pessoas. Sente-se

vitorioso quando ajudam outros a fazer bem o seu trabalho. A administração perfeita

esta nos céus. O próprio Deus estabeleceu regras fixas para o Universo. O Universo

teve o seu planejamento (Pv 8.22). Seis foram os dias da criação. Nenhuma igreja

vive sem administração. Assim como nenhuma empresa sobrevive desorganizada.

Muitos exemplos bíblicos têm de homens que foram verdadeiros administradores,

quer na condução dos assuntos relacionados com a obra de Deus, quanto na

sobrevivência de seu povo: Jetro, José do Egito, Daniel, etc.

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IIII PPAARRTTEE AA IIGGRREEJJAA 1) GOVERNO ECLESIÁSTICO.

Uma igreja cristã e uma sociedade com vida coletiva, organizada de conformidade

com algum plano definido, adaptado a algum propósito definido, que ela se propõe

realizar. Por conseguinte, conta com seus oficiais e ordenanças, suas leis e

regulamentos, apropriados para a administração de seu governo e para

cumprimento de seus propósitos. Existem três formas especiais e largamente

diferentes de governo eclesiástico, que tem obtido prevalência nas comunidades

cristãs através dos séculos passados, e que continuam sendo mantidas com

diferentes graus de sucesso, cada uma das quais reivindicando ser a forma

original e primitiva:

1.1) A Episcopal ou Prelática: Forma em que o poder de governar descansa nas mãos de prelados ou

bispos diocesanos, e no clero mais alto; tal como sucede nas igrejas romana, grega,

anglicana, e na maior parte das igrejas orientais. 1.2) A Presbiteriana ou Oligárquica:

Forma em que o poder de governar reside nas assembléias, sínodos, presbitérios

e sessões; é o que sucede na igreja escocesa, luterana, e nas varias igrejas

presbiterianas. 1.3) A Congregacional ou Independente: Forma em que a entidade pratica o autogoverno, pois cada igreja individual e

local administra seu próprio governo mediante a voz da maioria de seus membros;

e o que acontece entre os batistas, os congregacionais, os independentes, e alguns

outros grupos evangélicos. Neander, destacado historiador, diz a respeito do período primitivo: "As igrejas

eram ensinadas a se governarem por si mesmas". "Os irmãos escolhiam seus

próprios oficiais dentre seu próprio número". "No tocante á eleição de oficiais

eclesiásticos, o principio antigo continuou sendo seguido: o consentimento da

comunidade era necessário para a validade de qualquer eleição semelhante, e cada

membro tinha a liberdade de oferecer razões por sua oposição”. Moshiem diz a respeito do primeiro século: "Naqueles tempos primitivos, cada

igreja cristã era composta do povo, dos oficiais presidentes, e dos assistentes ou

diáconos. Essas devem ser as partes componentes de cada sociedade. A voz principal

pertencia ao povo, ou seja, a todo o grupo de cristãos". "O povo reunido, por

conseguinte, elegia seus próprios governantes e mestres". A respeito do segundo

século, ele acrescenta: "Um presidente, ou bispo, preside sobre cada igreja. Ele era

criado pelo sufrágio comum do

povo". "Durante uma grande parte desse século, todas as igrejas continuaram

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sendo, como no principio, independentes umas das outras. Cada igreja era uma

espécie de pequena republica independente, governando-se por suas próprias leis,

baixadas, ou pelo menos sancionadas pelo povo".

2) A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO. 2.1) Métodos de evangelismo 2.1.1) Pregava-se o Evangelho nos paises onde não era conhecido. Deixaram

Jerusalém e Antioquia e saíram à Ásia e à Europa, pregando aos judeus e gentios (2

Co 8.1; 1 Ts 2.14),

2.1.2) Pregava-se ao publico em geral. 2.1.3) Serviam-se da casa de um novo crente. 2.1.4) Usavam uma sinagoga ou escola (At 17.1). Com o decorrer do tempo

escolhiam-se anciãos ou presbíteros, e diáconos para a direção, assim como os

ministérios necessários ao rebanho, para levar a cabo a obra de evangelização (1Ts

5.12; At. 20.18-85). 2.2) Governo próprio Desenvolvimento de ministros dentre os membros capacitados para dirigir a

igreja. Homens cheios do Espírito Santo eram chamados. 2.3) A igreja evangelizava por si mesma. Uma igreja local é o meio divino de evangelizar o território ao seu redor. 2.4) A igreja tinha seu sustento próprio. 3) A BASE DA COMUNHÃO NA IGREJA LOCAL. Para formar uma igreja, é preciso que haja como base: 3.1) Comunhão

Acordo entre os membros quanto às doutrinas, propósitos e métodos de que

se utilizarão para alcançar suas finalidades. 3.2) Cooperação Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo (Am 3.3)? Ao formar uma

igreja, os convertidos devem ser instruídos na Palavra de Deus e na vida cristã, de

maneira a poderem chegar a um acordo e declarar com certeza: "Isto é o que

cremos, o que somos e pregamos ”. Deve haver um acordo completo quanto às

doutrinas fundamentais (l Co1.10). 3.2.1) Têm de ser unidos em um mesmo parecer com respeito:

a) A atividades cristãs

b) Ao vício do álcool

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c) Ao vício do fumo

d) Às diversões populares: bailes, teatros, jogos, etc.

3. 2.2) Também devem ter um só entendimento com respeito:

a) A exigência da lei civil quanto ao matrimônio, capaz de afetar a admissão de

membros novos. b) À maneira de tratar com membros que caem em pecado e desonram o nome de

Cristo e da igreja (M t 28.19,20). Vemos, pois, que se principia a edificação e a organização duma igreja tendo por

base o ensinamento bíblico.

4) O QUE FAZ A IGREJA

1) A Igreja ajuda o homem a conhecer a grandeza, a majestade, a gloria, o poder e o

amor de Deus.

2) Ajuda o homem a conhecer a pureza, a beleza, a magnificência, o poder e o

amor de Cristo, o Filho de Deus.

3) Ajuda o homem a conhecer o caminho da redenção do pecado por

intermédio de Cristo, o Salvador. 4) Instrui e orienta os homens na adoração de Deus.

5) Dá forças e coragem para adorar porque lembra ao homem que milhões de

outras pessoas com o mesmo pensamento estão reunidas para adorarem a Deus ao

mesmo tempo.

6) Ajuda o homem a conhecer seus deveres e responsabilidades como filho de

Deus – o primeiro ser do qual Deus recebeu honra.

7) Ajuda a pessoa a conhecer a Bíblia - que é a luz da qual todo homem

necessitam para viver retamente. 8) Ajuda o homem a adquirir uma perspectiva adequada, para ver sua vida como o

início de uma existência eterna.

9) Contribui para o crescimento no caráter, tendo uma vida altruísta, útil e

radiante.

10) Ensina a honestidade, a cortesia, a verdade no falar, a diligência no trabalho e a

amabilidade no trato.

11) Gera a boa vontade que torna possível haver bancos, governos e outras

instituições que exigem confiança mútua.

12) Ministra aos doentes, aos tristes, aos aflitos, trazendo a quem sofre novas

forças, vitória e alegria.

13) Ajuda a pessoa a não se sentir isolada e sozinha, pois, através do espírito

sociável e do entusiasmo da comunidade, ela sente o amor de Deus.

14) Ajuda as pessoas menos capazes, menos bem-informadas, e menos corajosas a

serem melhores do que poderiam ser sozinhas. 15) Ajuda o homem a vencer o sentimento de medo e frustração, por intermédio de

Cristo, o amigo sempre presente.

16) Torna possíveis as amizades que resultam em casamento na elevação de

ideais e em lares felizes.

17) Dá aos pais altos ideais de vida e de amor que tornam o lar um centro do viver

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firme e nobre.

18) Ajuda a destruir as causas de toda miséria e infortúnio: o pecado e a

ignorância. 19) Coopera para que haja melhores escolas, política mais sadia, vida social mais

pura, e mais justiça naciona1.

20) Está do lado da lei e do direito, e gera respeito pelas coisas que fazem grande

uma nação. 21) Convida todos os homens a uma vida de fé, adoração, e serviço cristão à

humanidade. E este é o modo de servir a Deus. "Ele é a Cabeça do corpo da Igreja" (CI 1.18).

"Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela" (Ef 5.25). 5) O CORPO ECLESIAL Constitui-se, biblicamente, de dois ofícios: 1. Pastor, Ministro, Ancião, Presbítero, Bispo 2. Diácono Algumas considerações a respeito: 5.1) Pastor, Ministro, Ancião, Presbítero, Bispo No Novo Testamento, os vocábulos BISPO, PRESBÍTERO e ANCIÃO são

empregados para designar oficiais eclesiásticos. Todos, entretanto. Designam o

mesmo oficio, por isso significam oficialmente o mesmo; de fato, são

frequentemente aplicados à mesma pessoa. O bispo, também chamado presbítero ou

ancião, era o pastor ou superintendente do rebanho espiritual, que cuidava, vigiava,

guiava e alimentava o rebanho, tal como os pastores de ovelhas fazem com seus

rebanhos (At. 20.18,28: 1 Tm 8.1; Tt 1.5-7).

Neander escreve: "O vocábulo presbítero ou ancião, indica antes a dignidade do

oficio, visto que entre os judeus os presbíteros eram usualmente homens idosos e

veneráveis; enquanto que o vocábulo "episcopos", ou bispo designava a natureza

de seu trabalho como supervisores, ou pastores das igrejas. Os p r i m e i r o s

t i t u l a m era empregado pelos judeus cristãos como nome conhecido nas

sinagogas; enquanto que o ultimo titulo era usado principalmente pelos convertidos

gregos ou gentios, por ser termo mais familiar e expressivo para eles". "Não eram

designados para exercer autoridade absoluta, mas antes, para agirem como oficiais

presidentes e guias de uma republica eclesiástica: para conduzirem todas as coisas,

com a cooperação das comunidades, como seus ministros, e não como seus

senhores". Mosheim disse: "Os lideres das igrejas eram algumas vezes denominados

presbíteros ou anciãos, designação essa tomada dos judeus e que indicava mais a

sabedoria que a idade das pessoas, e algumas vezes também eram chamados bispos;

porém, é mais que evidente que ambos os termos são empregados indiferentemente

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no Novo Testamento para uma só e mesma classe de pessoas". "Naqueles tempos

primitivos, cada igreja cristã se compunha do povo, dos oficiais presidentes, e dos

assistentes ou diáconos. Esses haviam de ser os componentes de cada sociedade". O Doutor Coleman diz: “E geralmente admitido pelos escritores episcopais sobre

esse assunto, que, no Novo Testamento bem com nos primeiros escritos

eclesiásticos, os termos bispos e presbíteros ou anciãos, são sinônimos, e denotam

um e o mesmo ofício. O oficio de presbitério era inegavelmente idêntico ao oficio de

bispo, conforme tem sido demonstrado acima". Somente duas ordens de oficiais são

conhecidas na Igreja até o fim do segundo século. 5.2) Diáconos Os diáconos eram escolhidos para atender aos interesses temporais da igreja,

conforme fica evidente pela escolha dos sete, registrada no capítulo sexto do livro de

Atos. Isso foi feito a fim de que os apóstolos pudessem estar livres dos cuidados

temporais, e, assim, dedicar sua atenção mais exclusivamente ao bem-estar

espiritual do povo. A palavra diácono significa ministro ou servo. Algumas vezes e

aplicada aos apóstolos, e até ao próprio Cristo, no sentido geral de um que "não veio

para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". Alguns

dos primeiros diáconos foram também eficientes pregadores do Evangelho, porém,

sua obra, como diáconos, pertencia a outros serviços nas igrejas. Por outro lado,

apesar de ser o diácono um oficial eclesiástico, seu ofício não constitui uma

ordem ministerial de forma alguma, pois suas funções específicas pertencem

aos interesses temporais, e não ao serviço espiritual. O serviço usualmente

realizado por secretários, e outros semelhantes, segundo podemos supor, tanto

quanto era necessário na administração das primeiras igrejas, recaia sobre os

diáconos. A função principal do diácono deve ficar clara.

6) FILIAÇÃO

6.1) Os Membros da Igreja Local Sabemos que as pessoas se tornam membros da Igreja Universal pela experiência

de salvação e não pelo batismo em água. Todavia, tornam-se membros da

organização, da igreja local, através do batismo em água, que nada mais é do que o

testemunho público e externo da decisão de continuar seguindo a Jesus,

identificando-se com Ele e com o seu povo na terra. 6.1.1) Formas de tornar-se membro É muito provável que, na era apostólica, quando havia apenas "um Senhor, uma fé,

um batismo", e não existiam denominações com suas divergências, o batismo do

convertido por si o constituía membro da igreja, outorgando-lhe, imediatamente,

todos os direitos e privilégios de membro em plena comunhão. Nesse sentido, "O

batismo era a porta de entrada na igreja local". Atualmente, a situação é diferente:

e ainda que as igrejas desejem receber novos membros, são precavidas e

cautelosas para não receberem pessoas indignas. As igrejas, portanto, fazem com

que os candidatos se apresentem a elas, façam sua declaração, testifiquem da sua

"experiência" e então sua recepção é decidida pelo voto dos membros: embora

ninguém possa tornar-se membro sem ser batizado, contudo é o voto da coletividade

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que os admite á sua comunhão, ao receberem o batismo. Assim, aceita-se um membro na igreja: a) Pelo batismo (Mt 28.19; At 2.38).

E necessário que seja devidamente casado (1 Co 1.2,10,11; Hb 18.4) ou solteiro, e

que tenha experimentado a salvação pela fé em Jesus. b) Por Carta de Transferência Quando expedida para igreja da mesma fé e ordem. c) Por Aclamação Aplica-se a várias situações. Todas, porém, exigem que a igreja que receberá o

membro já o tenha observado e considerado positivo o seu modo de viver. Pessoas

recebidas de outros grupos devem ser observadas cuidadosamente, a fim de se

descobrir se defendem doutrinas contrarias as doutrinas bíblicas que

esposamos. Deve haver entendimento bem definido acerca do sustento da

igreja, pelo membro a ser recebido, pois é possível que não se sinta responsável,

quanto aos dízimos e ache que outros é que devem levar a carga financeira da obra. O

candidato deve estar ciente das normas de santidade. Deve o pastor instruir aos

novos membros nas verdades essenciais para o desenvolvimento da igreja; e

somente os que estão plenamente doutrinados poderão ser admitidos como

membros.

A igreja poderá receber, também, por aclamação:

a) Membros de organizações genuinamente evangélicas. b) Membros de igrejas que desapareceram. c) Membros de igrejas que não dão carta de transferência.

d) Membros cujos documentos foram extraviados.

Além do que prescreve o estatuto, deve o membro:

a) Consagrar-se.

b) Aprender a levar as almas a Cristo.

c) Honrar, respeitar, sustentar a obra com dízimos. d) Assistir aos cultos.

e) Votar nas várias reuniões. f) Participar da Ceia. g) Visitar e ser visitado. h) Tomar parte nas atividades da igreja.

i) Ser separado, eventualmente, para obreiro local. 6.2) Perigos a Serem Evitados a) Pensar o pastor somente no número de membros.

b) Pensar demais em apoio financeiro ou social.

c) Ter na igreja, como membros, pessoas que não querem se comprometer com o

bom exemplo.

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d) Ter a igreja, como membros, pessoas que crêem em doutrinas diferentes:

Não só falharão como induzirão outros ao erro.

Em pouco tempo, serão mais prejudiciais que úteis.

e) Aceitar como membros pessoas que se separaram bruscamente de suas igrejas

originais. Às vezes são contenciosos por natureza.

Não se conformam por não serem agraciados com cargos.Pessoas excluídas de outras

igrejas não devem ser recebidas como membros, exceto após a mais cuidadosa

investigação de todos os fatos do caso, e, mesmo assim, só quando se tornar

manifesto que a exclusão era injustificável e que a igreja que a determinou se

recusa, tenazmente a fazer justiça para com o membro excluído. Em qualquer que

seja o caso, a novo ou futuro membro deverá ter uma conversa com o pastor, para

estar bem-informado do ritmo do trabalho, evitando, assim, problemas futuros.

Isso se aplica mesmo a pessoas vindas da Assembléia de Deus ou de outras

regiões. É um direito da nova igreja explicar tudo para que não haja mal-entendido.

No trabalho de Deus, mais vale a qualidade que a quantidade. Claro que tudo deve ser

feito com humildade, respeito e mansidão. Notas:

a) Caso algum membro faça objeção à recepção do candidato, esta deve ser

adiada, a fim de que sejam estudados os motivos da objeção. As objeções que

forem julgadas infundadas ou despropositadas não devem impedir a recepção

de um candidato qualificado; no entanto, ninguém deve ser recebido, a não ser

por voto unânime, ou quase unânime;

b) É usual em algumas igrejas que os candidatos, após terem apresentado sua

experiência ou suas cartas, se retirem enquanto a igreja delibera e resolve seu caso. 6.3) Cartas 6.3.1) Recomendação

Deve ser expedida apenas para membros em comunhão com a igreja e que farão

uma viagem temporária a um ou mais lugares. A validade para a primeira

apresentação é de 30 dias. Caso o membro vá permanecer em lugar fixo, por mais

de 3 meses, o ideal é levar carta de mudança. 6.3.2) Mudança

A carta de mudança é legada a membros em comunhão com a igreja e que

estejam transferindo residência para outra localidade onde exista igreja da mesma

organização.

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6.3.3) Declaração No caso de um membro querer transferir-se para uma igreja aceita como

evangélica, mas que não seja da mesma fé e ordem, podemos dar-lhe uma

Declaração dizendo que foi membro da igreja de tanto a tanto, sendo, agora,

desligado do rol de membros a pedido. Todavia, não temos obrigação de fornecer

esse documento. 6.3.4) Apresentação

Entre congregações de um mesmo campo ou município pode-se dar uma carta

de apresentação. Pode ainda ser usada para pessoas que, de passagem ou mudança,

são apenas congregados e não membros. Em todos os casos ver também questão de

prazo, destino e portador. Antes de receber qualquer pessoa de outra igreja, é

bom consultar o pastor ou responsável de sua igreja, procurando saber, se, na

verdade, não expede qualquer documento para pessoas que mudam de

organização, ou se a pessoa não esta documentada porque não o merece. O

tratamento de qualquer destes casos deve ser feito com sabedoria. As cartas de

mudança ou recomendação podem ser revogadas em qualquer ocasião, antes de

serem usadas, se, no entender da igreja, houver motivo suficiente para tal ação.

6.4) Casos de Rebatismo

a) Se não foi feito o batismo conforme o modelo bíblico.

b) Se foi batizado antes da convicção de salvação. c) Se a pessoa pede por motivo justo.

6.5) Disciplina na Igreja A disciplina é uma bênção e uma necessidade na igreja (At I 8.6-14; Rm 16.17,18;

1 Co5). Jesus falou sobre a disciplina (Mt 18.15-17). Deus é um Deus de Ordem.

Como um pai disciplina seus filhos na família (Hb 12.5-1l), assim deve haver

disciplina na igreja. Apesar da igreja não ter condições de obrigar a consciência

do membro, ela tem de julgar sobre a observação dos ensinos bíblicos e

cristãos por parte dos que a ela pertencem.

6.5.1) Propósito da disciplina Não se deve considerar a disciplina com caráter negativo, castigo por parte da Igreja.

A disciplina tem caráter positivo: a) Corrigir uma má situação (2 Co 7.9).

b) Restaurar o caído (Gl 6.1; Mt 6.14,15). c) Manter o bom testemunho da igreja (1 Tm 8.7; 2 Tm 1.11).

d) Advertir os demais membros para que não se descuidem (1 Co 5.6,7).

e) Apelar à consciência do ofensor para que pense sobre sua conduta. 6.5.2) Motivos para disciplina a) Conduta desordenada ou desaprovada pela igreja (2 Ts 8.11-15).

b) Imoralidade (1 Co 5).

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c) Contenciosidade - espírito divisionista - (Rm 16.17,18; 2 Co 18.1; 1 Tm 3.15,20).

d) Propagação de falsas doutrinas (Tt 8.10,11). e) Filiação a organizações ou igrejas incompatíveis com o cristianismo.

f) Outros. 6.5.3) Categorias de Ofensas a) Particulares.

b) Públicas. 6.5.4) Método ou procedimento na disciplina (Jesus ensinou: Mt 18.15-18) a) Na medida do possível, deve-se tratar o problema entre as pessoas afetadas.

b) Duas ou três testemunhas. c) Não se arrependendo o ofensor, ou se o caso, tomar proporções e chegar ao conhecimento de muitos, deve ser levado à igreja. d) Caso se recuse humildemente a reconhecer sua falta, e a pedir perdão, deve o

ofensor ser excluído do rol de membros (Mt 18.18: 2 Ts 1,14: 1 Co 5.11.)

Arrependendo-se, que seja perdoado, se a falta não for tal que exija exclusão

imediata.

e) Se o caso for de flagrante escândalo para a igreja, ao ser comprovado, deve ser

imediatamente excluído, tudo, porém, com justiça.

6. 5.5. Como tratar a pessoa sob disciplina a) Não trata-lo como inimigo (2 Ts 1.15).

b) Em vez disso devemos ganha-lo de novo (Tg 5.19,20).

c) Esta é uma tarefa para pessoas espirituais (GI 6.1).

d) O disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que se revele

realmente arrependido. 6.5.6) Casos especiais de disciplina aplicada por muitos

Casos de perdão para pessoas que exercem cargos na igreja ou liderança. a) É preciso limitar os direitos destas pessoas, para dar tempo a que o publico e as

igrejas vejam o arrependimento e restabeleçam a confiança de antes.

b) É necessário um tempo de prova, no qual a pessoa tem de demonstrar o

arrependimento. c) Há igrejas que dão logo a reconciliação, mas suspendem da Ceia

por determinado tempo. d) É preciso estar seguro da medida tomada e também nunca se deve facilitar tanto a ponto de se pensar que o pecado é coisa tão simples que a igreja nem sequer se

incomoda. 6.5.7) Casos de defesa extra-bíblica a) Advogado.

b) Justiça comum.

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6.5.8) Publicidade na disciplina

a) Não deve ser aplicada em secreto

b) Toda a igreja deve decidir c) Sendo publico, o culpado sentirá melhor a desaprovação da sua conduta.

d) Ao voltar, tudo deve ficar sanado; ninguém tem o direito de trazer a memória os

fatos perdoados.

6.5.9) Atitude do pastor frente ao procedimento de disciplina do membro: a) Deve ministrá-la com espírito de humildade e de amor (GI 6.1).

b) A disciplina não é um castigo, ela visa redimir e restaurar.

c) Tudo o que tem espírito de represália ou revanche é carnal e dificulta a

submissão da pessoa.

d) “O bom pastor dá a vida pela ovelha” e deve estar ansioso pela volta da ovelha

que se perdeu, mesmo que seja em outra igreja. e) A disciplina deve ser aplicada imparcialmente.

f) A disciplina nunca deve se transformar em arma nas mãos do pastor ou do

dirigente, como meio de impor a sua própria vontade. Nada há mais reprovável que

amedrontar membros com disciplina para colocá-los na linha. Além do mais, pastor

não e ditador. É, sim, um guia e exemplo do redil (1 Pe 5.1-3).

IIIIII PPAARRTTEE AA IIGGRREEJJAA CCOOMMOO PPEESSSSOOAA JJUURRÍÍDDIICCAA 11)) OO EESSTTAATTUUTTOO.. “O estatuto é o documento fundamental constitutivo do grupo, isto é, o conjunto

de normas que estabelecem a estrutura e a organização da sociedade ou do grupo”.

Diz-nos o doutor Miguel Gonçalves que "desde o momento em que o homem é

levado ao desejo de se associar, com os mais variados objetivos, tem ele

necessidade de que, num documento hábil, fiquem estabelecidas as normas

concretas das restrições que o seu direito individual sofrerá em benefício do direito

do grupo, a par das obrigações que, em contrapartida, lhe caberão e aos seus

companheiros”. O próprio Código Civil Brasileiro, em seus artigos 16 a 22,

estabeleceu que "nenhuma sociedade pode existir ou funcionar no território

nacional sem ser juridicamente constituída", e prescreve as condições para a

constituição jurídica de qualquer sociedade de natureza religiosa, cultural, etc.

1.1) Por que uma igreja deve ter um estatuto?

São vários os motivos. O pastor J.F. Sobrinho apresenta estas quatro razões: Primeira Uma igreja sem estatuto é como uma igreja-fantasma, não existe juridicamente e

está sujeita a muitos perigos. Uma das conseqüências mais graves da

inexistência de estatuto será o conceito que os próprios membros farão da sua

igreja e o tipo de comprometimento de que se julgarão devedores. Uma

igreja sem forma jurídica afigura-se, aos olhos dos seus membros, como uma

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entidade abstrata, inobjetiva, com a qual eles deverão manter também compromissos

mais ou menos abstratos e inobjetivos. Quando a igreja se torna pessoa jurídica,

pelo registro do seu estatuto, adquire uma conceituação mais concreta, sem nenhum

prejuízo para os seus fins espirituais. Segunda Uma igreja sem estatuto não pode ser representada juridicamente. Não pode

ser proprietária de nada, nem reclamar quaisquer direitos. Ficará sempre

dependendo de outras entidades para representar-se juridicamente, o que traz

inúmeros inconvenientes, além de uma conceituação de tutela que, ao menos

indiretamente, interfere no princípio de autonomia eclesiástica. Terceira Se não bastassem as razões acima, há ainda uma razão mais forte e atual para que

cada igreja tenha seu estatuto registrado. Trata-se da necessidade de inscrever-se a

igreja no CGC ( CNPJ- Cadastros Nacional de Pessoa Jurídica) - Cadastro Geral

de Contribuintes, para efeito de inscrição como contribuinte do

INPS (INSS ).

Há uma ideia errada por aí de que, se a igreja não for inscrita no INPS, estará a salvo

de fiscalização. Respondemos: A falta de inscrição não isenta a igreja de obrigações

sociais. A legalização de qualquer obra que a igreja faça dependera da certidão

negativa do INPS. Os empregados da igreja, como seres humanos que são,

precisam ser amparados pela previdência social. E mais: No caso de acidente,

doença ou invalidez, qualquer empregado da igreja poderá procurar os seus

direitos, e a falta de inscrição no INPS será agravante e não atenuante. Por ultimo,

qual e o testemunho que uma igreja deve dar na sociedade, no que toca ao amparo

ao trabalhador?

Quarta

Um estatuto bem elaborado é uma segurança para a igreja. Sem estatuto, a igreja

corre perigo de desvios doutrinários e patrimoniais e fica mais sujeita aos

caprichos de lideranças mal-informadas ou mal-intencionadas. Assim é que a primeira coisa que uma igreja deve fazer é aprovar o seu

estatuto, passando a existir também como pessoa jurídica. 1.2) Denominações usuais em estatutos

Citaremos, a seguir, algumas denominações usuais em estatutos, podendo divergir

em certos casos: 1. Nome - com a finalidade de defini-lo.

2. Sede e Foro - onde terá sua atividade em caráter principal, onde serão exercidos os seus direitos.

3. Finalidade - caracterizando as razões de sua existência, o que ira fazer, o que

pretende, até que ponto terá penetração na vida social. 4. Duração - desde os prazos ilimitados aos determinados.

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5. Membros - suas finalidades, direitos, deveres perante o grupo, condições para

admissão e exclusão. 6. Diretoria - o órgão que vai gerir os interesses e negócios do grupo, ou que o

representará.

7. Assembleias Gerais - poderão ser ordinárias (aquelas realizadas em datas

fixadas previamente pelo estatuto), ou extraordinárias (em datas diversas).

Modo de convocação, competência e meios.

8. Quorum - número de membros necessariamente presentes nas sessões para

deliberar.

9. Eleições - processo, período, duração dos mandatos e maioria exigida para a

eleição.

10. Patrimônio - O seu capital.

11. Modificações Estatutárias - regras para se evitarem modificações constantes -

exigência de dois terços. 12. Disposições Gerais - o que não foi explicitado anteriormente.

Note-se que o estatuto é de natureza constitutiva, estática, sem se deter em

estudos minuciosos, pois no momento em que os participantes de determinado

grupo se reúnem para deliberar, as suas normas de trabalho estão estabelecidas no

Regimento Interno. 1.3) Complementos do estatuto Outros elementos necessários devem constar no estatuto, para facilitar as atividades

da igreja: 1º - Administração.

2º - Responsabilidade. 3º - Declaração formal de que a igreja não visa a lucros. 4º - Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de contas. 5° - Destinação da sociedade em caso de cisão/dissolução.

6º - Definição genérica de tarefas da Diretoria. 7º - Previsão de um Regimento Interno. 8º - Declaração de que cabe ao pastor a presidência da igreja. 9º - Quorum para decisões vitais, como compra e venda de imóveis, eleição e demissão do pastor, reforma do estatuto, etc. O que não deve constar no estatuto pode fazer parte de um regimento interno, que

não precisa ser registrado, mas que terá valor jurídico se for previsto no estatuto e

aprovado pela igreja,

Constando das atas:

1º - Particularidades sobre cultos.

2º - Organizações internas da igreja.

3º - Métodos de trabalho, inclusive de contribuição. 4º - Afirmações de caráter doutrinário. 5° - Especificação sobre uso de propriedades, com exceção do templo.

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6° - Especificações sobre entidades filiadas à igreja (estas, se necessário, poderão

reger-se por estatuto próprio).

7° - Especificação sobre modo de recebimento ou exclusão de membros. 1.4) Modelo de Estatuto

Entre as muitas variadas formas de composição de estatuto, apresentarmos, a seguir

um modelo:

ESTATUTO DA IGREJA EVANGÉLICA... CAPÍTULO I DA

DENOMINAÇÃO, SEDE E FINS.

Art.1º - Constitui-se na cidade... , na data de... , a IGREJA EVANGÉLICA... neste

estatuto doravante designada simplesmente por "Igreja".

Art. 2º - Trata-se de uma entidade religiosa, sem fins lucrativos, constituída por

tempo indeterminado e número ilimitado de membros.

* Parágrafo único. São membros fundadores todos aqueles que assinam a ata de

fundação da Igreja.

Art. 3º - Tem sua sede na...

Art. 4º - A Igreja tem seu foro na cidade de... Art. 5º - São objetivos da Igreja:

a) Promover cultos de adoração a Deus. b) Divulgar o Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo em todo o

território nacional e no exterior.

c) Fomentar o estudo da Bíblia Sagrada e da educação em todos os graus. d)

Cooperar com outras igrejas e instituições que tenham as mesmas finalidades.

e) Cuidar dos pobres, enfermos necessitados, dos órfãos, das viúvas e da velhice

desamparada. CAPÍTULO II DOS MEMBROS

Art. 6º - São membros da Igreja pessoas de qualquer nacionalidade, sexo, ou cor,

que aceitem voluntariamente as suas doutrinas e disciplina e que, em reunião

ordinária, forem aceitas como membros.

CAPÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA Art. 7º - A Igreja é composta de Sede e Congregações, que tomarão o nome

de lugar onde se encontrarem, exceto a congregação em que funcionar a Sede da

Igreja que denominar-se-á "Sede".

Art. 8º - São órgãos dirigentes da Igreja:

a) Diretoria

b) Assembléia Geral Art. 9º - A Diretoria da Igreja será composta de 8 (oito) membros:

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a) Presidente

b) 1º Vice-Presidente c) 2º Vice-presidente

d) 1ºSecretário

e) 2º Secretário

f) 3º Secretário

g) 1º Tesoureiro

h) 2º Tesoureiro

Art. 10º - Nenhuma remuneração será concedida a qualquer dos membros da Diretoria pelo exercício de suas funções.

Art. 11º - Só poderão ser membros da Diretoria os membros em comunhão com a

Igreja.

Art. 12º - No caso de vacância de um ou mais cargos da Diretoria, esta,

juntamente com o presbitério, reunir-se-á extraordinariamente para a escolha e

preenchimento do cargo ou dos cargos.

Art. 13º - A Diretoria reunir-se-á, quando necessário, por convocação do

Presidente no púlpito da Igreja e em edital afixado no local de avisos, num prazo

não inferior a 8 (oito) dias.

Art. 14º - O quorum para as sessões da Diretoria será de 5 (cinco) membros e as

decisões far-se-ão por maioria simples e por escrutínio e, em caso de empate,

caberá ao Presidente o voto de desempate. Art. 15º - A Assembléia que eleger a Diretoria elegerá a Comissão de Contas, que

será composta de 3 (três) membros, cujas atribuições acham-se contidas no

Regimento Interno.

CAPÍTULO IV DA COMPETÊNCIA Art. 16º - O pastor da igreja deverá ser o seu presidente, e servirá por tempo

indeterminado, a critério da igreja, e os demais membros da Diretoria terão mandato

de 1 (um) ano, podendo ser reeleitos.

§ 1ª - O pastorado da Igreja será exercido pelo Pastor, bem como a orientação da

Igreja e a direção dos atos de culto e das reuniões solenes, por tempo

indeterminado e enquanto bem servir, a critério da própria igreja;

§ 2ª - O Pastor da Igreja deverá receber o seu sustento pelo exercício deste

Ministério.

Art. 17º - São deveres e atribuições do Presidente: a) Convocar e presidir as Assembléias, bem como as reuniões da Diretoria.

b) Decidir, nas Assembléias e reuniões da Diretoria, com voto de Minerva. c) Assinar com o secretário, as atas das Assembléias depois de devidamente

aprovadas. d) Assinar cheques e demais documentos de crédito com o

1º Tesoureiro, em conta conjunta. e) Assinar, com o 1º Secretário, as notas e documentos da Igreja.

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f) Assinar escrituras de compra e venda, de hipotecas, de compromisso;

bem como quaisquer outros documentos, sempre mediante prévia autorização da

Igreja, em Assembléia. g) Autorizar, com o 1º Tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando

os recibos e demais documentos da Tesouraria, de acordo com o resolvido pela

Diretoria.

h) Dirigir e manter a ordem nas discussões.

i) Velar pelo bom desempenho da Igreja, observar e fazer cumprir o estatuto, o

Regimento Interno e as Resoluções da Assembléia.

j) Representar, de fato, a Igreja perante as suas co-irmãs, e

Convenções sendo que, a sua atuação nesse sentido será sujeita a "referendum" da

Assembléia.

k) Representar a Igreja ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente.

Art. 18º - O 1º Vice-Presidente assumirá as atribuições e deveres do

Presidente, por ausência ou impedimento legal deste. Art. 19º - Compete ao 2º Vice-presidente auxiliar o Presidente e o 1º Vice-

presidente e substituí-los em caso de ausência ou impedimento legal.

Art. 20º - São deveres e atribuições do 1º Secretário:

a) Assistir às Assembleias Ordinárias e Extraordinárias e as Reuniões da Diretoria

e outras, redigindo as atas respectivas, em livros próprios, para aprovação da

Igreja, assinando-as com o Presidente.

b) Assinar, com o Presidente, a correspondência e documentos da Igreja.

c) Cuidar do Livro de Presença das Assembléias Ordinárias. d) Encarregar-se do registro de membros, expedição de cartões, fazendo os

devidos assentamentos individuais, em arquivos próprios. e) Preparar o relatório anual e submetê-lo à Assembléia em reunião administrativa

realizada na primeira quinzena de janeiro de cada ano, de acordo com as instruções

do Presidente.

Art. 21º - Compete ao 2º Secretário auxiliar o 1º Secretário em suas funções

e substituí-Io em sua ausência ou em seu impedimento.

Art. 22º - O 3º Secretário assumirá as atribuições e deveres do 1º Secretário

por impedimento deste e dos 2º Secretário.

Art. 23º - São atribuições do 1º Tesoureiro: a) Assistir às reuniões da Diretoria e Assembléias.

b) Contabilizar todas as entradas e saídas, na forma da lei e em livros

próprios, das contribuições recebidas dos membros da Igreja, ou não, e

subvenções governamentais para os fins a que se destinam. c) Abrir e manter as contas correntes em bancos autorizados, e, em

nome da Igreja, depositar somas, títulos e valores diversos; liquidar os

gastos inerentes à Igreja, cujos pagamentos e retiradas serão feitos através de

cheques assinados em conta conjunta com o Presidente.

d) Apresentar o balanço mensal à Assembléia Geral Ordinária, bem como assim

a prestação de contas de sua gestão em balanço anual, em reunião

administrativa, realizada na primeira quinzena de janeiro.

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Art. 24º - Compete ao 2º Tesoureiro auxiliar o 1º Tesoureiro em suas funções e

substituí-lo em seus impedimentos.

CAPITULO V DAS ASSEMBLÉIAS

Art. 25º - As Assembléias podem ser Ordinárias e Extraordinárias, lideradas

pelo Presidente. * Parágrafo único. Integram a Mesa da Assembléia os demais membros da

Diretoria.

Art. 26º - A Assembléia Ordinária reunir-se-á mensalmente na Sede, em datas e

condições previstas no Regimento Interno, para tratar de assuntos da vida

administrativa da Igreja, sendo a Assembléia o poder máximo da Igreja. Art. 27º - A eleição da Diretoria realizar-se-á na Sede da Igreja, na primeira

quinzena do mês de janeiro de cada ano, quando a Diretoria será

imediatamente empossada.

Art. 28º - As Assembléias Extraordinárias serão convocadas pelo Presidente, do

púlpito da Igreja, com, pelo menos, 8 (oito) dias de antecedência, e com a menção

dos assuntos a serem tratados.

Art. 29º - O quorum para as Assembléias Extraordinárias será metade mais um

dos membros da Igreja, em primeira convocação, e de uma quinta parte dos

membros, em segunda convocação 30 (trinta) minutos depois, sendo as decisões

tomadas pelo voto da maioria de 2/3 (dois terços) dos membros presentes.

Art. 30º - A Assembléia Extraordinária reunir-se-á para considerar

Os seguintes assuntos:

a) Eleição posse, e demissão do pastor.

b) Aquisição, oneração e alienação de imóveis.

c) Eleição e posse da Diretoria da Igreja, pelo período correspondente. d) Reforma deste estatuto e aprovação e reforma do Regimento Interno.

e) Discutir, aprovar, modificar ou rejeitar o Balanço Anual.

Art. 31º - As resoluções da Assembléia Ordinária são tomadas por maioria simples

de votos, salvo nos casos em que o estatuto preveja maioria especial. CAPITULO VI DA RECEITA, DESPESA E PATRIMÔNIO Art. 32º - A receita da Igreja será constituída das contribuições, dos dízimos e

ofertas voluntárias de seus membros ou não, incluindo-se subvenção ou auxílio

dos Poderes Públicos ou entidades privadas,

* Parágrafo único. Toda a receita será aplicada exclusivamente na consecução das

finalidades a que a Igreja se destina. Art. 33º - O patrimônio da Igreja será constituído de doações, legados, bens

móveis, imóveis ou semoventes que possua ou venha a possuir, e que serão

registrados em seu nome e utilizados tão-somente para a consecução dos seus fins

dentro do território nacional e no exterior.

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Art. 34º - Os membros da Igreja não responderão individual e subsidiariamente

pelas obrigações que seus administradores porventura contraírem, porém,

responderá a Igreja com seus bens, por intermédio da Diretoria. * Parágrafo único - A Igreja não responderá por dívidas contraídas por

qualquer de seus membros, sem que para isso tenha dado a prévia

autorização por escrito.

CAPÍTULO VII DA REFORMA DO ESTATUTO Art. 35º - A reforma do estatuto só poderá ser feita por proposta da Diretoria ou por

iniciativa de 1/3 (um terço) dos membros da Igreja. A convocação da Assembléia

Extraordinária para esse fim será feita nos termos gerais dos Artigos 31º, 32º e

33º deste estatuto.

Art. 36º - Para o disposto no Artigo anterior, serão exigidos 2/3 dos membros

presentes, para cada artigo, separadamente, que deva ser modificado,

suprimido ou acrescentado. CAPITULO VIII DISPOSIÇÚES GERAIS Art. 37º - Os casos omissos neste estatuto serão resolvidos em Assembléia Geral.

Art. 38º - A Igreja, para facilitar a consecução de suas finalidades, deverá criar

interna e externamente, tantas comissões, organizações e congregações quantas

forem necessárias, de acordo com o presente Estatuto. Art. 39º - A Igreja deverá ter um regimento interno aprovado em Assembléia Extraordinária e de acordo com o presente estatuto. Art. 40º - Todo movimento de reforma doutrinária, ainda que surja por 1 (um) ou

por maioria dos membros, e que fuja aos preceitos bíblicos ou aos costumes da

igreja, será considerado ilegal, dando este estatuto amparo legal aos que

permanecerem fiéis aos princípios e à tradição da Igreja bem como a todos os

direitos sobre os bens móveis a seu cargo.

Art. 41º - A Assembléia Geral que porventura resolver a dissolução da Igreja

resolverá também quanto ao destino de seus bens, depois de solvidos seus

compromissos.

O presente estatuto foi aprovado em sua íntegra pela Igreja em Assembléia

Extraordinária de... (data).

Assinam: Presidente

1º Vice-Presidente

2º Vice-Presidente 1º Secretário 2º Secretário 3º Secretário 1º Tesoureiro 2º Tesoureiro

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1.5) Registro do Estatuto Vamos ver agora os procedimentos para o registro de um Estatuto em Cartório. 1.5.1) Uma vez elaborado o estatuto, por Comissão competente, o pastor da

Igreja convocará uma Assembléia Geral Extraordinária para a sua aprovação. 1.5.2) Havendo quorum (metade mais um) suficiente para a abertura da sessão,

o secretário fará a leitura do estatuto, capítulo por capítulo, e o presidente

pedirá a aprovação. Caso haja emendas, estas serão registradas, seguindo-se a leitura

até o final.

1.5.3) Aprovado na sua íntegra, deve o secretário transcrevê-lo no livro de atas da

igreja, não incluindo as discussões sobre o assunto, somente o preâmbulo e o texto do

estatuto. “Ata nº... Aos... dias do mês de..., do ano de..., a Igreja..., reunida em sessão

convocada especificamente para esse fim, aprovou o seguinte estatuto: ‘Estatuto da

Igreja... Art. 19 - com o nome de Igreja..., (transcrever todo o texto do estatuto,

sem espaço, nem linhas em branco)’. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a

reunião com orações e graças a Deus, lavrando-se, para constar, a presente ata,

que vai subscrita por mim, secretário, e por todos os membros da Diretoria”.

O modelo da Ata para a aprovação do estatuto pode ser o seguinte: Toda a diretoria da Igreja deve assinar essa ata, que pode ser aprovada na

mesma sessão. Deixar, ao final, 12/15 linhas para os carimbos do Cartório. 1.5.4) Para o competente registro em cartório, deve-se:

1.5.4.1) Datilografar/digitar a ata que contém a transcrição do estatuto, em 3 vias

de preferência em papel timbrado da Igreja devendo ser assinada por toda a Diretoria.

1.5.4.2) Ofício ao Cartório Deve ser redigido (datilografado/digitado) um ofício,

nos seguintes termos: Ilustríssimo Senhor Oficial de Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas. A Igreja... , com sede na rua... , nesta cidade, vem mui respeitosamente solicitar a V.S. que se digne mandar registrar a ata da Igreja... nesse cartório. Local. Data Presidente 1.5.4.3) Datilografar/digitar uma relação com os nomes dos membros da

diretoria conforme abaixo: Relações dos Membros da Diretoria da Igreja. A) Presidente

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* Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº. B) 1º Vice Presidente * Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº. C) 2º Vice-Presidente * Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº. d) 1º Secretário * Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº.

E) 2º Secretário * Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº. F) 3º Secretário * Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº. G) 1º Tesoureiro * Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº. H) 2º Tesoureiro * Nome, nacionalidade, estado civil, filiação, data de nascimento, residência

completa, identidade nº e origem e CIC (CPF) nº. 1.5.4.4) Datilografar/digitar, num formulário especial da Imprensa Nacional

um resumo do estatuto, com as seguintes indicações: nome, sede, finalidade,

composição da diretoria, representação em juízo, administração e destinação do

patrimônio em caso de dissolução. Exemplo do resumo: A Igreja..., fundada em..., tendo sua sede na..., é uma sociedade civil, sem fins

lucrativos, cuja finalidade é,... é composta de número ilimitado de membros que

aceitam suas doutrinas e disciplinas. Será administrada por uma diretoria eleita

anualmente e representada pelo seu presidente, tendo a Assembléia como órgão

máximo, em que todos os membros têm voto e voz. Em caso de dissolução, os bens

remanescentes serão entregues à...

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1.5.4.5) Juntar todos esses documentos e dar entrada no Cartório de Registro

das Pessoas Jurídicas. Em poucos dias, o Cartório registrará o estatuto em livro

próprio e fornecerá quantas certidões forem solicitadas. Recomenda-se pedir ao

Cartório mais de 3 vias do Estatuto autenticadas, para registrar no CGC e outros órgãos. 1.6) Reforma do Estatuto 1.6.1) Justificativa A reforma do estatuto de uma igreja pode ser imposta por vários motivos.

Mencionamos os mais comuns. 1.6.1.1) Mudança de nome A própria igreja pode mudar seu nome, conforme a conveniência. O município

onde ela se localiza, mencionado no estatuto, pode mudar seu nome ou condição,

como aconteceu recentemente com Estado da Guanabara, que passou a ser

Município do Rio de Janeiro. A Convenção, que obrigatoriamente deve

ser mencionada como destinatária do patrimônio em caso de dissolução, também

pode alterar seu nome. 1.6.1.2) Atualização da metodologia Estatutos antigos continham normas de trabalho que se tornaram obsoletas ou

então eram omissos em setores importantes para a vida da igreja. 1.6.1.3) Imposições legais Muitos estatutos de igrejas não se enquadram nos dispositivos legais, especialmente

no que se refere à imunidade tributária, que é um direito constitucional. Para gozar

de imunidade tributária, a igreja precisa ser caracterizada como uma entidade que: a) Não tem fins lucrativos; b) Não remunera os membros da diretoria; c) Não distribui rendas ou dividendos;

d) Aplica no território nacional a sua receita e patrimônio. Se essas cláusulas não

constarem do estatuto, a igreja terá de fazer anualmente uma declaração por escrito

sobre cada item. 1.6.2) Procedimento Como reformar o estatuto de uma igreja? 1.6.2.1) A primeira medida é convocar uma assembléia geral da igreja nos termos

do estatuto em vigor, tendo como finalidade específica a reforma do estatuto. 1.6.2.2) Pode-se nomear uma comissão de estatuto em uma sessão mensal. Essa

comissão facilitará o trabalho da assembléia geral se já tiver um projeto pronto para

que a Igreja possa discutir e votar. 1.6.2.3) A igreja, reunida em assembléia geral, aprova a reforma. É lavrada uma ata

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contendo apenas os artigos reformados, mesmo que a numeração seja toda alterada.

Neste caso, basta inserir no apêndice após o último artigo, onde se diz

"Este estatuto foi aprovado, registrado no cartório, etc.", uma declaração de que,

em face dessa reforma, a numeração dos artigos foi alterada. Dessa ata não deve

constar o processo de votação nem as emendas não aprovadas, mas

exclusivamente o novo texto aprovado. 1.6.3) Registro Após a aprovação da reforma e da respectiva ata, deve ser providenciado o seu

registro, o mais breve possível. 1.6.3.1) Datilografar/digitar em 3 vias a ata da Assembléia que reformou o estatuto. 1.6.3.2) Anexar um requerimento solicitando que seja registrada a reforma do

estatuto no referido cartório. Este fará a publicação no Diário Oficial. 1.6.3.3) O cartório dará certidão da reforma. O novo texto do estatuto entra em

vigor em seus próprios termos. Se o texto diz que "esta reforma entra em vigor na

data de sua aprovação, ou de sua publicação" - será conforme constar.

1.6.4) Divulgação Efetivada a reforma, e só depois disso, deve ser providenciada a divulgação entre

os membros da igreja. 1.6.4.1) Se não for possível a impressão/fotocópia do estatuto reformado em

número suficiente para todos os membros, uma cópia datilografada/digitada deve

ser afixada em local visível. 16.4.2) A divulgação para a igreja deve ser do inteiro teor do novo estatuto e não

apenas dos artigos reformados. 1.6.4.3) Caso tenha sido alterado o nome da igreja, é recomendável publicar

a mudança na imprensa denominacional para conhecimento das demais

igrejas. Informações detalhadas quanto ao custo da publicação oficial e do registro,

número de cópias da ata, prazos, etc..., poderão ser obtidas diretamente no

Cartório do Registro de Pessoas Jurídicas. Segui-se abaixo o Modelo de Ata de Reforma do Estatuto: Ata número... da Assembléia Plenária de reforma do estatuto. Aos dezenove dias

do mês de..., a Igreja... reuniu-se em sua sede em Assembléia Geral, nos termos

do estatuto em vigor. Para tratar da reforma do estatuto. Foi aprovada a

reforma dos artigos abaixo mencionados, que passam a ter a seguinte redação:

(Segue-se a nova redação dos artigos reformados.) Tendo sido convocada para

esse fim, concluída a matéria, foi a sessão encerrada após a aprovação desta

ata que vai assinada pelos membros da Diretoria.

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Modelo de Extrato de Estatuto para Publicação no Diário Oficial: "Reforma de estatuto. A igreja..., com sede na Rua..., reunida em sua sede nos

termos do estatuto em vigor, aprovou a reforma dos artigos abaixo mencionados

de seu estatuto, que passaram a ter a seguinte redação: ...” (Segue-se o novo texto

dos artigos reformados.) A seguir, a data e as assinaturas.

2) INSCRIÇÃO DA IGREJA NO CGC - CNPJ As entidades religiosas que têm personalidade jurídica são obrigadas por lei a se

inscreverem no CGC - Cadastro Geral de Contribuintes. A inscrição no CGC é

de suma importância. 2.1) A igreja não inscrita: a) Estará impedida de inscrever-se no INPS, FGTS, PIS, e conseqüentemente,

não poderá fazer nenhum recolhimento destas obrigações sociais.

b) Não poderá apresentar Declaração de Rendimentos ao Imposto de Renda.

c) Não poderá ter zelador ou outro qualquer empregado registrado. d) Não poderá efetuar transações comerciais a prazo.

e) Não poderá levantar empréstimos, nem mesmo na Junta Patrimonial, pois que essa Junta, sendo regida pelas mesmas normas, exige o número de

inscrição da Igreja, para imprimi-lo nas notas promissórias e outros

documentos do empréstimo. A inscrição no CGC, como declara o citado manual, é pré-requisito obrigatório

para inscrição em qualquer outro órgão de registro, e deve, por isso, ser feita antes

de qualquer outra inscrição. Como já vimos, a igreja que não se inscrever no CGC,

estará grandemente limitada em suas transações para com terceiros. 2.1.1) Como inscrever-se no CGC (Documentos):

2.1.2) Ficha de inscrição, devidamente preenchida em 3 vias. São encontradas em

papelaria. 2.1.3) Estatuto registrado no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.

2.1.4) Cópia da ata de eleição da Diretoria.

2.1.5) Relação dos membros da Diretoria (Veja item 4º do Registro do Estatuto!).

Seguindo as instruções da SRF, a igreja deve inscrever-se junto ao órgão

da Secretaria da Receita Federal do município em que está localizada. São órgãos

locais da Secretaria da Receita Federal:

a) Delegacia da Receita Federal (exceto nas cidades de São Paulo e Rio de

Janeiro) b) Inspetoria da Receita Federal (nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro) c) Agência da Receita Federal d) Postos da Receita Federal 3) CARIMBO PADRONIZADO Uma vez inscrita no CGC, a igreja deverá mandar confeccionar o Carimbo

Padronizado, que deverá constar em todas as guias de recolhimento de obrigações

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sociais e em outros documentos de importância que tragam explicitamente sua

exigência. Os dados desse carimbo são tirados da Ficha de Cadastramento,após

devidamente autenticada pelo órgão da SRF. As casas especializadas em carimbos

saberão como proceder na sua confecção, bastando para isto que se entregue ao

profissional uma cópia xerográfica da ficha. Veja como é indispensável a inscrição da Igreja no CGC-MF: 3.1) Na apresentação de documentos perante o Ministério da Fazenda.

3.2) Na abertura de contas bancárias, quando, juntamente, deve-se apresentar ao

banco cópia da ata da eleição da Diretoria; cópia do estatuto e xérox do CGC.

3.3) Na lavratura de atos em cartórios, no licenciamento de veículos

automotores, sempre que solicitado pela fiscalização e nas relações com

terceiros, sempre que o terceiro o exigir e tiver legítimo interesse em comprovar o

número declarado (IN SRF nº. 24/73). 3.4) Cheque 4) ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA

Documentos exigidos:

4.1) Requerimento ao Delegado da Receita Federal, solicitando reconhecimento

da isenção. 4.2) Cópia do Estatuto atualizado, autenticada.

4.3) Balanços Contábeis e Demonstrativos da Receita e Despesas dos últimos cinco

anos, assinados por Contador ou Técnico de Contabilidade registrado. 4.4) Número e ano de sua inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes - Ministério

da Fazenda.

4.5) Prova do reconhecimento de Utilidade Pública da União e dos Estados (hoje

não exigida). * Observação: A isenção poderá ser concedida sem as provas mencionadas no

item acima, mas as doações feitas não serão abatidas na renda bruta se as

instituições não fizerem prova da Utilidade Pública. 4.6) Prova de que publica semestralmente a documentação da Receita obtida e

da Despesa realizada no período anterior, sem o que as doações recebidas não

serão abatidas na renda bruta. 4.7) Declaração a) De que aplica todos os recursos no atendimento de suas finalidades sociais. b) De

que mantém escrita em livros revestidos das formalidades legais.

c) De que não remunera os membros da Diretoria, não distribui lucros ou

dividendos, sob nenhuma forma. 4.8) Relação da Diretoria nos últimos cinco anos.

4.9) Prova de que prestou as informações dos rendimentos pagos no último

qüinqüênio e recolheu o Imposto de Renda na fonte dos rendimentos pagos a

terceiros.

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5) ISENÇÃO DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS Documentos exigidos: 5.1) Requerimento ao Prefeito Municipal.

5.2) Estatutos registrados em Cartório de Registro Público das Pessoas

Jurídicas (fotocópia autenticada ou impresso do Diário Oficial).

5.3) Atestado da Diretoria em exercício, semelhante ao da Entidade Filantrópica.

5.4) Número do CGC e número do INPS.

PPaarrttee IIVV AA EESSCCRRIITTUURRÍÍSSTTIICCAA

11)) LLIIVVRROOSS

11..11)) OO lliivvrroo ddee AAttaass É nas atas que se farão os registros das ocorrências verificadas durante as reuniões,

e, por terem valor legal, devem ser redigidas em livros próprios e jamais em

folhas avulsas. São, para o futuro, a base supletiva da organização do grupo, pois

irão conter a jurisprudência das decisões adotadas pela presidência e pelo

grupo, em grau de recurso, nos casos em que os Estatutos e o Regimento

Interno sejam lacunosos ou omissos. As atas servem, nestes casos, como suplemento

do Regimento Interno.

1.1.1) Aspectos do livro de Atas: a) Deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas.

b) Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas (geralmente vêm numeradas). c) Deve conter o Termo de Abertura e Termo de Encerramento. Ex.: Igreja

Evangélica... d) O livro de atas deve ser no tamanho 22x33cm, sendo os textos manuscritos. e) Nos cultos, faz-se somente um rascunho dos acontecimentos para, mais tarde,

consigná-los no livro de Atas. Consideremos os pontos: 1.2) Termo de Abertura Contem este livro (50 ou 100 ou mais) folhas tipograficamente numeradas e por

mim rubricadas com a rubrica (constar neste parêntese a rubrica) que uso como 1º

secretario, as quais servirão para o registro das atas das sessões ordinárias (ou

extraordinárias) da Igreja Evangélica..., tomando este o nº. 01 (etc.). Local e data.

Assinatura e carimbo da Igreja. 1.3) Termo de Encerramento (última página) Repetir o mesmo, alterando somente a expressão “servirão” para “serviram”. 1.4) Devem as atas conter o seguinte roteiro: a) Cabeçalho

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b) Corpo

c) Fecho (encerramento) 1.4.a) Cabeçalho Constar o numero da ata, obrigatoriamente o nome da associação, o local, data e

hora da reunião, com a indicação de seu inicio e seu término, bem como a

finalidade da reunião. Se a reunião é ordinária ou extraordinária e, neste caso,

quem a convocou, esclarecendo-se o indispensável para a sua validade. O numero

de membros presentes para que se constate a verificação do "quorum".

1.4.b) Corpo É o registro dos assuntos, à medida que vão sendo tratados; devem ser numerados

estes assuntos. As deliberações tomadas em relação a cada um dos itens do temário, a

autoria e as propostas devem ser registradas para reconhecimento futuro. Em casos

especiais, as propostas são transcritas na integra. 1.4.c) Encerramento ou Fecho A ata deve ser assinada apenas pelo Secretario, que a lavrou, e pelo Presidente

da reunião na qual a ata é aprovada, e o seu fecho habitual é: “Nada mais havendo a

tratar, foi encerrada a sessão com orações e graças a Deus, lavrando-se, para

constar, a presente ata, que vai assinada por mim (primeiro, segundo ou “ad hoc”

2) secretario, e pelo presidente desta igreja”. 1.5) Devido à sua importância entre as muitas recomendações existentes,

registremos as que se seguem: a) A ata deve ser resumida, sem que sua elaboração tenha caráter literário;

opiniões ou comentários do Secretário sobre os registros são dispensáveis. Em

casos especiais, o Presidente pode autorizar transcrições fundamentais para que

fiquem registrados pontos importantes sobre propostas de grande valor.

b) A ata é impessoal. Expressões como: “O irmão Fulano apresentou brilhante

proposta...” devem ser suprimidas. O correto é: "O irmão Fulano apresentou

proposta...”.

c) Números e datas devem ser escritos por extenso, o mesmo ocorrendo com

nomes com siglas. Deve-se grafar, por extenso, os números considerados

fundamentais, e repeti-los em algarismos para facilidade da leitura, entre

parênteses.

d) A ata não deve conter espaços vagos, linhas em branco, rasuras ou

entrelinhas. Ocorrendo rasuras ou entrelinhas, estas devem ser ressalvadas no fim

da ata, com a assinatura do presidente. e) Quando ocorrer algum erro, deve o Secretário usar a expressão "digo" e

prosseguir a redação. Exemplo: “O senhor presidente chamou, digo, falou sobre o

novo plano...”. Quando, após o fecho da ata, for notado erro de redação, usa-se

o resumo: "em tempo", seguindo-se o que se deseja acrescentar ou

retificar. f) A aprovação da ata é dada na reunião seguinte, devendo os membros

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2 Secretário nomeado/indicado para assumir temporariamente a secretaria da

reunião. prestarem atenção à sua leitura. Cabendo correções admitidas, devem

constar na ata seguinte. Ex.: "Cedida a palavra ao 1º Secretário, foi lida a ata no

dia... , sem emendas (ou com a seguinte emenda: onde se lê... , leia-se... ). Após a

leitura da ata, o senhor presidente pergunta se há alguma emenda a fazer. Não

havendo, ele mesmo a declara aprovada. g) Devem constar das atas relatórios dos conselhos e comissões, em resumo, com

as respectivas deliberações. Há exceções, quando os relatórios constam na íntegra. h) Deve haver dois livros distintos: um para a lavratura das atas, outro para o

registro da presença (conforme determinar o Estatuto).

i) As propostas não aprovadas não necessitam ser registradas em ata, a não ser

em casos especiais. Assim, das atas constarão necessariamente: 1º) A natureza da reunião.

2º) A hora, dia, mês, ano e local da sua realização. 3º) O nome de quem a presidiu. 4º) Os membros presentes e ausentes, com justificativa (em Assembléias Gerais,

não). 5º) O expediente recebido e remetido. 6º) A síntese das resoluções tomadas. 7º) O resultado das votações.

8º) Se solicitado, declaração de voto. 9º) Qualquer outro fato tratado na reunião.

1.6) A Linguagem da Ata

Ata é, pois, o registro de decisões. “O registro no qual se relata o que se passou

numa sessão, convenção, congresso, etc...”. É necessário que haja fidelidade no

resumo dos assuntos, pois apesar de em alguns casos muito se falar, realmente

os fatos e decisões são poucos. O professor Gilberto Maia, falando sobre a

linguagem da ata, diz: “O cuidado com a linguagem, se não constitui o ponto

principal, é, em ordem decrescente de importância, o segundo colocado”.

"Palavras há que escapam ao controle do defensor de uma causa justa ou injusta,

as quais nunca teriam sido pronunciadas se o tempo fosse suficiente para a

contagem de um a dez. No dia seguinte, tudo serenará, a cabeça esfriará e o

ímpeto de ontem cederá lugar ao bom-senso de hoje"."Além de deixar do lado de

fora a aspereza de linguagem, o secretário, se não for taquígrafo, abandonará os

adjetivos, os advérbios, que não sejam essenciais; as preposições e as locuções

prepositivas, à semelhança do que se faz nos termos dos telegramas". Essa medida

em muito ajudará o secretário a anotar mais rapidamente o que estiver sendo dito

para, mais tarde, em sua linguagem concluir a ata. Geralmente, as igrejas têm

seus cultos de membros às terças-feiras e, algumas delas, fazem atas em todos

eles. Todavia, este processo pode ser mudado, lendo-se a ata, apenas, uma vez por

mês, em dia estabelecido no Estatuto (primeiro dia do mês ou outro), condensando-

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se todos os assuntos das quatro semanas. Não são todos os cultos ou reuniões em

que se registra uma ata. Apenas nos de membros, nas Assembléias Gerais

Extraordinárias, na Ordenação de Ministros, na Jubilação de pastor, nas reuniões

do ministério (ou presbitério) ou diretoria. 1.7) Modelo de Ata de Igreja Ata nº... Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e setenta e nove, reuniram-

se os membros da Igreja Evangélica... , em sua sede, na Rua..., nesta cidade; às

vinte horas, o irmão presidente, pastor..., declarou aberta a sessão, a fim de tratar

de assuntos gerais de competência da igreja e de seus membros. Após os hinos... e

a leitura da Palavra de Deus, feita pelo irmão ... , foi cedida a palavra ao irmão

Secretário... , que leu a ata do dia... , aprovada sem emendas (ou com a

emenda...) Em seguida, (seguem-se os assuntos enumerados). Nada mais

havendo a tratar, foi encerrada a sessão com orações e graças a Deus, lavrando-

se, para constar, a presente ata, que vai assinada por mim (primeiro, se- gundo

"ad hoc") secretário, e pelo presidente desta Igreja. 1.8) Atas com implicações legais Há estatutos cujos artigos exigem uma categoria de atas que são de implicações

legais, como: eleição, posse, jubilação e demissão de pastor; aquisição, oneração e

alienação de imóveis; eleição e posse da diretoria da Igreja; reforma de estatuto;

balanço anual. Registre-se que são atas normais, numeradas na mesma seqüência

em que entram as demais. O pastor Falcão Sobrinho observa o seguinte em relação a

elas: 1.8.1) Se forem realizadas dentro do curso de uma sessão regular deve-se:

a) Anotar na ata da sessão regular a interrupção dos trabalhos para a sessão

especial e depois seu reinício.

b) Registrar a ata da sessão especial em separado, em seqüência à regular, e com

seu próprio número. 1.8.2) Depois, no final da ata da sessão especial, deixar doze linhas em branco para

uso do cartório (visto que tais atas deverão ser registradas em cartório, logo depois

de sua aprovação). Exemplo

Ata nº. 02 Aos seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e oitenta e cinco,

reuniram-se os membros da Igreja Evangélica... , em sua sede, na... , nesta

cidade. Às dezenove horas e trinta minutos são interrompidos os trabalhos da

sessão regular da igreja e o presidente, pastor... , declara aberta a sessão para

a... (citar o fim para o qual foi convocada: eleição, posse, reforma de estatuto,

etc.). Não esquecer de citar a aprovação. Tendo sido a presente sessão convocada

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exclusivamente para esse fim, o senhor presidente declara o encerramento desta

sessão, seguindo-se a sessão regular da igreja. Para que esta tenha validade em

todos os seus termos, eu, 1º secretário, lavrei a presente ata, que vai subscrita por

mim e pelo presidente da igreja. (NB - Deixar 12 linhas em branco para uso do

cartório). 1.9) O Livro de Presença De acordo com o disposto no Estatuto sobre as Assembléias, que podem ser

Ordinárias ou Extraordinárias, deve o secretário observar: 1.9.1) Assembléias Gerais Ordinárias Em geral, são realizadas uma vez por mês, para tratar dos assuntos administrativos

da igreja. Para que as decisões tomadas produzam seus efeitos legais, nas atas, a

maioria estatutária será comprovada pelas assinaturas no LIVRO DE

PRESENÇA DAS ASSEMBLÉIAS GERAIS ORDINÁRIAS. A cada mês, o

secretário colocará uma mesa, no “hall” de entrada da igreja, ou outro local

apropriado, para que os membros possam assinar o livro de presença. Na folha

respectiva, deverá constar um cabeçalho: Assembléia Geral Ordinária do dia / /

,... horas, realizada na... (igreja ou outro local). * Nota: Se, porém, o Estatuto dispuser que a maioria, para funcionamento, é a

dos presentes, dispensa-se o Livro de Presença. 1.9.2) Assembléias Gerais Extraordinárias

As Assembleias Gerais Extraordinárias reúnem-se, comumente, para tratar de

assuntos como:

a) Eleição, posse e demissão do pastor. b) Aquisição de imóveis. c) Reforma de Estatuto e Regimento Interno. d) Discursão do Balanço Anual. São reuniões, portanto, de convocação específica com seu “quorum” próprio.

Estes assuntos são, em geral, da mais alta importância com implicações que

envolvem a justiça em geral. Nas Assembléias Ordinárias ou Extraordinárias, deve

o presidente ter a pauta dos trabalhos (Ordem do Dia) para a sua orientação. a) Convocação (citar motivo).

b) Instalação dos trabalhos, ou abertura da sessão. c) Leitura, discussão e aprovação da ata da sessão anterior. d) Leitura do

expediente. e) Ordem do dia (agenda, roteiro, isto é, contém a disposição dos assuntos a serem

tratados na reunião). f) Encerramento da sessão. O livro de Presença não pode ser esquecido, procedendo-se da mesma forma como

o das Assembléias Gerais Ordinárias.

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1.9.3) Outras Reuniões

É comum o registro de assinaturas em livros de presença para reuniões de: a) Diretoria da Igreja

b) Ministério ou Presbitério

c) Obreiros em Geral d) Sociedade de Senhoras e) Diretoria de Mocidade, etc... 1.9.4) O livro de Registro de Matrimônio A igreja pode dispor de dois livros para o registro dos matrimônios que efetua: a) Um livro onde apenas constar a cerimônia de realização do matrimônio, com o

número de ordem, data, nome dos noivos, quem efetuou o casamento e o local.

Estes registros auxiliam as informações prestadas ao IBGE, anualmente, bem

como para o relatório da Secretaria no fim de cada gestão. b) O livro Especial para transcrição de termo de casamento com efeito civil. Cabe à

Secretaria providenciar um livro de atas para assentar os termos de casamentos

realizados na igreja ou sob sua responsabilidade, com efeitos civis. Este livro pode

ter suas páginas impressas, da seguinte forma: IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS TERMO DE CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITO CIVIL (Lei 1110 de 23-05-1950) Aos...................................................... dias

de.......................................................................de dois mil

e...................................................., às...........................horas, nesta cidade do Rio de

Janeiro – RJ, perante

mim........................................................................................................, celebrante e

as

testemunhas...................................................................................

....., nacionalidade...........................estado

civil..................................................,

idade...................,

profissão....................................................,residente...................................................

....................................e...................................................................................................

.......................,

nacionalidade................................................................................................................

, estado

civil.......................................................................................................,idade...............

.............,

profissão...............................................................,residente........................................

....................................................................após habilitação na forma da lei civil e

segundo os cânones da igreja Evangélica Assembléia de Deus, sob regime da

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.........................................................................................................................................

........................................................................................................receberam-se em matrimônio os

nubentes.......................................................................................................................

e................................................................................................, que passa a adotar o

nome de .............................................................................................. O

noivo, nascido aos........... de......................................de................................,

estado civil..................................................

profissão.......................................................................................................................,

natural de........................................, filho

de.......................................................................................e

de...............................................,

residente............................................................................. A noiva, nascida

aos................ de..........................de.........................................................., estado

civil........................................,

profissão......................................................................., natural

de..........................................., filha de........................................................................

e

de...............................................................,

residente...........................................................Os nubentes apresentaram Certidão

de Habilitação Civil

nº..........................................................

da................................................................................. ..... Circunscrição deste Estado,

datada de.......................................................... para constar foi lavrado o presente

termo, que será registrado em livro próprio e servirá de prova para a inscrição do

casamento no Registro Civil e vai assinado por mim, celebrante, nubentes e

testemunhas. Celebrante: .................................................................................................... Noivo:

............................................................................................................ Noiva:

............................................................................................................ Testemunhas:

................................................................................................

................................................................................................. A igreja que não desejar imprimir um livro especial poderá transcrever num livro

de atas os dados indicados no modelo e com suas respectivas assinaturas.

VV PPAARRTTEE RREEGGRRAASS PPAARRLLAAMMEENNTTAARREESS 11)) IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

Apesar de tomarmos nossas decisões livremente, somos compelidos a integrar

grupos e neles deliberar. Segundo Homero, "A civilização progride em razão de

um sistema de organização social fundado em assembléias, com o poder de

decidir, depois de discutir". O direito que o homem tem de participar, debater,

deliberar, e intocável. Todavia a falta de ordem dentro dos grupos pode gerar a

desunião. O emprego de normas adequadas ao grupo deliberativo, e a observância

de normas técnicas objetivas, antes de mais nada, resulta no melhor aproveitamento

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do tempo gasto numa reunião. A inobservância dos horários, as discussões e

apartes simultâneos, que impedem tomadas de decisão, desgastam os participantes

que tem que duplicar a paciência até o final da reunião em clima tumultuado. Vimos,

então, que Regras Parlamentares "são certas regras ou leis que regem a palestra em

conjunto".

Apresentamos aqui, três regras fundamentais para se obter a ordem nas

discussões em grupo: 1ª) falar um de cada vez; 2ª) ir diretamente ao assunto; 3ª) decidir, tão logo haja opinião formada. Claro está que o entendimento deve vir quando cada elemento do grupo, por sua

vez, expõe o assunto, abordando-o diretamente sem delongas ou tergiversações.

Após o assunto amadurecido, vota-se, ganhando a maioria. Apresentamos a seguir algumas regras para serem utilizadas em reuniões

deliberativas. 2) ORDEM

A ordem é que possibilita a coordenação técnica dos trabalhos no período da

reunião. “É a aplicação constante, invariável, das normas, durante todo o tempo

que durar a reunião”. Cabe à direção cuidar, para que os participantes que estão

e uma reunião tomem conhecimento prévio das matérias a fim de estudá-las e

preparar sugestões a respeito. E o sucesso da orientação dos trabalhos está no

perfeito conhecimento das normas técnicas, pelo presidente, que não deve

permitir o desvio da discussão dos assuntos tratados, devendo a seu tempo,

conceder a palavra ao orador que a solicitar, assegurando, assim, a ordem dos

debates. Deve cada participante observar como se pede a palavra, uma vez que é este

o primeiro principio essencial para a ordem. Pedir a palavra não significa gritar ao

presidente: "QUERO FALAR...”, ou um "PSIU". O procedimento ideal é: Pede-

se a palavra levantando-se e, com a voz clara, dizendo: “Senhor Presidente...” (até

notar que o presidente o ouviu)... “Peço a palavra” e de- clinando o seu nome.

Uma vez o orador com a palavra, deverá se dirigir não aos outros, mas, sim,

ao Presidente, dando ao debate uma constante de impessoalidade. "Quando se

discordar da proposta de um companheiro do grupo, não se deve fazer referenda ao

autor e sim a sua idéia contida na proposta." E, cerimoniosamente, quando fizer

referencia ao nome do companheiro, este deve ser precedido do tratamento "senhor".

Durante as discussões, surgem situações não previstas no Regimento Interno.

Cabe, então, ao Presidente decidir estas questões de ordem.

2.1) Questão de Ordem É toda duvida ou erro na observância das normas regimentais, levantadas por

qualquer membro do grupo e resolvidos pelo presidente, não sendo discutida,

emendada, nem votada. Na maioria dos casos, pode haver recurso dessas decisões

para o próprio grupo deliberativo, que será o órgão que irá decidir a respeito. E bom

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notar que, para se levantar uma questão de ordem, observa-se a mesma regra para

pedir a palavra: "Senhor Presidente..., para uma (1) questão de ordem”... (citar o

seu nome). 3) PARTICIPAÇÃO NAS REUNIÕES 3.1) Ordem dos Trabalhos

Toda reunião deve ter um horário de inicio e de término. Porém, no transcorrer

dos fatos, estes devem obedecer a uma sucessão de partes programadas, que vem a

ser o que denominamos "ordem dos trabalhos". 3.1.1) Constituição da Mesa Havendo uma diretoria e em exercício de suas funções, o inicio da reunião é

imediato. Se, ao contrário a diretoria não esta constituída, através de consultas

informais aos participantes, deve-se saber quem ira presidir os trabalhos. Não

existindo um critério preestabelecido, o mais idoso presidirá a reunião. 3.1.2) Quorum

Uma vez constituída a mesa, verifica-se a presença (pelo nome, quando o grupo

é pequeno, ou pelo livro de presença, quando é grande) para saber se há

quorum indispensável à abertura dos trabalhos.

3.2) Ordem da Reunião 3.2.1) Verificação de quorum

3.2.2) Declaração da abertura da sessão pelo senhor Presidente, da seguinte

forma: "Havendo numero legal, declaro aberta a sessão de... (segue-se a

especificação da reunião).

3.2.3) Leitura da ata O secretario, por ordem do senhor Presidente, lê a ata da sessão anterior.

3.2.4) Leitura do expediente recebido

a) Avisos

b) Relatórios das comissões c) pedidos 3.2.5) Ordem do Dia a) Questões pendentes. Começa-se a deliberar pelo que ficou pendente da ultima

reunião. As questões não terminadas têm preferência sobre as novas. b) Novos assuntos. Podem surgir estes dos próprios despachos da mesa ou de

comissões especiais a serviço do grupo. c) Pauta do Dia. Constitui-se do temário predeterminado, do conhecimento de todos (pelo aviso recebido ou pela leitura, do expediente, após a ata). 3.2.6) Anúncios

Após a hora fixada para o término da reunião, o senhor Presidente, antes de

encerrá-la faz os anuncio cabíveis e relacionados com o período de recesso 3 e

com a próxima reunião.

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3.2.7) Encerramento

Esgotadas as matérias da Ordem do Dia ou a hora aprazada para a reunião, e, feitos

os avisos e anúncios, encerra-se a sessão. (Prorrogação só se justifica

em casos excepcionais). * Observações:

1ª) "Usa-se entre nós incluir um item denominado 'Assuntos Gerais' na Ordem do

Dia. Aí entram as demais propostas que não puderam ser relacionadas com um

dos pontos de Ordem do Dia. Isto dá margem a abusos, arriscando-se o membro

que não compareceu a reunião, a saber, depois, que nos 'assuntos gerais' foram

aprovadas matérias que não tinham relação com a Ordem do Dia e com as quais não

estava de acordo, nem delas teve prévio conhecimento." Cabe ao Presidente a

vigilância na manutenção das normas realmente democráticas, impedindo que se

delibere matéria estranha à Ordem do Dia. 2ª) Existe o procedimento de se investir na ordem, conforme foi constituída, a

pauta da Ordem do Dia. Cabe então, "pedir a Ordem do Dia": 3 Recesso – É o período que medeia entre duas reuniões.

a) Quando se está considerando algum assunto fora da sua vez na Ordem do Dia;

b) Quando há chegado à hora marcada numa Ordem Especial 4 para

consideração de determinado assunto. 3.3) FUNÇÕES DO PRESIDENTE O presidente é aquele que ocupa a posição mais difícil dentro do grupo, devendo

ser imparcial não deixando transparecer seus pontos de vista com relação às

matérias em debate. Ele é o servidor da entidade Requer-se do presidente paciência

nas discussões demoradas nas Assembléias. Em casos raríssimos, permite-se ao

Presidente participar dos debates e das deliberações. Não tem como missão impor

normas; faz-se respeitá-las sem que ninguém sinta, de tal modo que todos tenham

seus direitos respeitados e cumpram seus deveres. Será licito ao presidente debater

um assunto, porém passará a presidência ao seu substituto legal e só poderá

voltar à presidência após a votação da matéria que entendeu discutir. O

"ganhar" e o "perder" são circunstâncias do momento e mutáveis. Uma proposta

hoje aceita pela maioria, e vencedora; amanhã, defendendo o membro outro ponto

de vista, poderá ser sua proposta perdedora. O que ocupa a presidência hoje voltará

amanhã ao plenário para participar com os demais dos debates e deliberações

ordenados por outro Presidente. Dessa forma, deve o Presidente se curvar sempre à

vontade da maioria. Entre outras, as funções do Presidente são as seguintes: 3.3.1) Abrir e encerrar as reuniões, nos termos regimentais. 3.3.2) Conceder a palavra.

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3.3.3) Manter a ordem e aplicar as normas.

3.3.4) Interromper o orador, quando necessário. 3.3.5) Advertir o orador e quando este infringir o regimento (em casos extremos,

cassar-lhe a palavra).

3.3.6) Decidir quanto a Questões de Ordem.

3.3.7) Anunciar ao plenário as matérias, de acordo com a ordem regimental dos

trabalhos e de seu temário. 3.3.8) Limitar o debate ao assunto em consideração. 3.3.9) Organizar a Ordem do Dia da sessão imediata, anunciando-a no final da

reunião.

3.3.10) Esclarecer os pontos duvidosos de uma proposta, a fim de que o grupo possa

votar com exatidão; poderá recorrer ao autor.

3.3.11) Submeter à votação as proposta em discussões. 3.3.12. Anunciar o resultado da votação. 4 Faz-se uma Ordem Especial (com a maioria de 2/3) quando se deseja fixar uma

hora determinada para algum negócio, dentro do expediente da Ordem do Dia. Isto

suspende automaticamente todas as regras incompatíveis com este procedimento,

exceto as que suspendem a sessão ou outras Ordens Especiais feitas com

antecipação. Para se propor uma Ordem Especial, pede-se a palavra e se diz:

“Proponho que a proposta que se segue seja feita Ordem Especial para as...” (indicar

a hora e a sessão).

3.3.13. Assinar as atas e documentos da instituição.

3.3.14. Designar Comissões.

3.3.15. Votar:

a) Em caso de empate (vota duas vezes); b) Quando a votação é secreta;

c) Quando a votação for nos corpos constitutivos e o presidente levar a representação

de um deles. d) Nos casos previstos no Regimento. Deve ainda, o Presidente.

a) Conhecer bem os estatutos e o regimento da instituição que dirige.

b) Estar familiarizado com as regras parlamentares;

c) Mostrar-se amável e cortes com os participantes, assegurando-lhes seus direitos

individuais; d) Respeitar a minoria, que também tem o direito de ser ouvida;

e) Manter a discussão livre, alternando-a, a fim de mostrar os dois lados da

questão. 4) ATRIBUIÇÕES DO VICE-PRESIDENTE

A este, ou por sua ordem, se houver mais de um, cabe substituir o Presidente, nas

suas faltas ou impedimentos. Na falta do(s) vice-presidente(s), o(s) secretario(s)

assumirá (ão) a presidência. Em estando ausentes, um membro chamará à ordem

a assembléia para a eleição de um presidente "ad hoc", que assumira a presidência

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até a chegada do presidente. 5) ATRIBUIÇÕES DO SECRETÁRIO

Entre outras, compete ao secretario: a) Fazer o registro em ata de todas as ocorrências da reunião, e rubricar todas as

suas folhas para dar-lhes autenticidade.

b) Executar as instruções da Assembléia. c) Conhecer os estatutos, regimento e regras parlamentares, a fim de aconselhar o

presidente. d) Ter a lista nominal dos membros e delegados para verificação de quorum. 6) DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS 6.1. Receber as convocações das reuniões e o seu temário.

No caso de o membro não comparecer à reunião, será obrigado a acatar e cumprir

as decisões tomadas em assembléia. 6.2. Participar das assembléias, condição esta que deve ficar estatutariamente clara.

6.3. Discutir as matérias e votá-las. Há entidades que restringem a votação, que,

assim, se constitui direitos de alguns.

6.4. Apresentar proposta, a qual deverá ter o apoio de outro membro do grupo.

6.5. Direito de candidatar-se aos postos de direção, aos conselhos, as comissões

(quando preenchidas por eleição). 6.6. Direito de exigir o cumprimento das normas estatutárias e regimento.

Postura do membro em assembléia

a) Aguardar a sua vez para falar, não interrompendo o orador indevidamente.

Levante-se e diga: Peço a palavra, senhor Presidente. b) Não monopolizar a discussão, pois todos têm o direito de participação. c) Não causar embaraços parlamentares ao presidente, antes, mostrar-se respeitoso

no proceder. d) Sempre que desejar propor, dizer: “Proponho que...”. e) Não ser “esperto” ou “sábio”, atitudes estas que não dignificam. f) Não se

aparteia o Presidente, enquanto este usa a palavra. 7) PROPOSTAS As propostas são o ponto básico das reuniões, e delas surgem a adoção das

resoluções adotadas pelo grupo. Recebidas pela mesa, são classificadas para

que se possa assegurar a ordem de preferência. 7.1) Classificação das Propostas 7.1.1) Proposta Principal É a que traduz a idéia sobre matéria constante dos itens da Ordem do Dia da reunião

do grupo.

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7.1.2) Proposta Acessória É a que se prende a uma proposta principal. 7.1.3) Proposta Eventual

E aquela que, podendo ou não se referir a outras, tem características próprias que

lhe permitem existir isoladamente, dando-lhe caráter preferencial. Quadro Geral de Classificação das Propostas 7.2) Exame das Propostas 7.2.1) Eventuais a) Emergência A apresentada pelos meios mais rápidos, prendendo as demais. b) Questão de Ordem E resolvida pelo presidente, não sendo discutida, emendada ou votada.

c) Intervalo ou Recesso

É o período de descanso, dentro de uma mesma reunião, em que os trabalhos são suspensos para continuarem pouco depois, sem o esgotamento físico de seus integrantes. 7.3) Encerramento da Reunião

É aquela que um membro, propõe verificando que não há polarização das opiniões,

e que num intervalo os grupos podem chegar a um entendimento. 7.4) Recurso Visa submeter a outro grupo ou a outra autoridade uma matéria já decidida,

conforme estabelecer o Regimento. 7.5) Reconsideração Trata-se do pedido de reexame do caso, pelo mesmo órgão deliberativo. 7.6) Esclarecimento

O pedido e feito ao Presidente, que poderá recorrer ao autor para esclarecimento

do assunto. 7.7) Verificação de votação

É feita através de solicitação imediatamente após a proclamação do resultado

da votação sobre o qual se tem dúvida.

7.8) Método ou Processo de Votação É a proposta que é votada antes da proposta ou do assunto que se vai decidir. 7.9) Inclusão ou volta à Ordem do Dia Pode ser incluída, se proposta por algum membro, matéria adiada em reunião

anterior ou que ainda não tenha sido objeto de discussão pelo grupo nem inclusa na

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Ordem do Dia. Essa deliberação só produzirá efeito na reunião seguinte, pois

as matérias consideradas em determinada reunião são aquelas constantes da

Ordem do Dia respectiva e preparada anteriormente. 8) Acessórias

8.1). Objeção à consideração da proposta Esta proposta destina-se a evitar a perda de tempo com proposta descabida. Há

casos em que a Questão de Ordem resolve. Caso contrário, dois terços tem de aprová-

la. 8.2) Divisão ou destaque de parte da proposta

Trata-se de proposta que contem várias idéias em diferentes partes e se deseja

aprovar umas e rejeitar outras, em separado. 8.3) Retirada da Ordem do Dia

Destina-se a evitar o exame da proposta na reunião em que é apresentada,

devendo haver um prazo para o adiamento. 8.4) Audiência de Comissão ou pedido de informações que impute em consulta posterior. Quando o Presidente não tem condição de prestar as informações requeridas e,

pela grande complexidade do assunto, resolve o plenário ouvir um órgão

técnico para deliberar sobre a matéria abalizada. 8.5) Retirada da proposta pelo autor. Quando o próprio autor reconhece que sua proposta não tem utilidade para o grupo. 8.6) Encerramento da Discussão para votação imediata Visa passar a votação imediata de matéria de discussão prolongada. Visto cercear

a liberdade que todos têm de discutir os assuntos enquanto houver dúvidas,

exige-se maioria de 2/3. 8.7) Subemenda É a emenda a uma emenda. Podem ser: a) Supressiva

b) Substitutiva

c) Modificativa

d) Aditiva 8.8) Emendas São as que aparecem depois das propostas principais. "Quando uma emenda

visa substituir no seu todo a proposta principal, tem o nome de Substitutivo

e tem preferência na votação sobre aquela".

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Podem ser a) Supressiva - retira-se apenas parte da proposta;

b) Substitutiva - substituir parte da proposta por outra',

c) Modificativa - e a alteração da redação da proposta principal sem substituição.

d) Aditiva - quando há acréscimo a proposta principal.

Votação das emendas

a) Subemenda

b) Emendas c) Principal 9) Principais

Em sua essência, é a proposta pura. As emendas só devem ser aceitas e

apresentadas durante o período da discussão. 10) Apresentação, discussão e votação de propostas 10.1) Apresentação Vejamos como as propostas podem ser apresentadas. 10.1.1) Pedir a palavra ao presidente: Senhor Presidente... Peço a palavra... fulano

de tal... Sendo concedida, discorrer sobre o assunto e, após a justificação,

terminar por dizer: - Proponho o seguinte... (como se segue).

10.1.2) Segue o Presidente enunciando a proposta, dizendo: O Senhor... apresenta

à consideração da assembléia a seguinte proposta... Com isto, irá

classificando as propostas para submetê-las de acordo com sua ordem de

preferência. 10.1.3) Em muitos casos, o membro do grupo apresenta a proposta de

maneira incorreta, fazendo com que o Presidente habilidosamente possa enunciá-la

de forma sucinta, para imediata discussão. 10.1.4) Só dessa forma deve o secretario registrar a proposta para discussão e

Votação.

10.1.5) Recomendam-se propostas escritas, a fim de se evitarem duvidas em

sua formulação, possibilitando estarem sobre a mesa enquanto durarem as

deliberações.

10.1.6) Apoio O Senhor Presidente indagará se alguém apóia a proposta.

a) Se não faz isto, permite que se inicie uma discussão sem que a proposta seja

devidamente apoiada. Cabe aqui Questão de Ordem. b) O presidente, após perguntar: “Alguém deseja apoiá-la?”... ou “Ninguém lhe dá

o seu apoiamento?”... , esperará um pouco, e, se ninguém se manifestar, dirá: - A

proposta não foi apoiada, logo não poderá ser discutida. E passa a matéria

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seguinte. 10.2) Discussão

Apoiada a proposta, o Presidente a lerá e anunciará a discussão, dizendo:

“Em discussão a proposta do senhor... ”. Nos grupos maiores, deve-se estabelecer a

inscrição de oradores e limitar o tempo de que poderá dispor. O Presidente

fiscalizará os oradores para que a discussão se mantenha impessoal, e o assunto

gire em torno da idéia contida na proposta. A discussão tem por fim examinar a

proposta sob todos os ângulos, para que todos votem sabendo exatamente o que

estão votando. O encerramento da discussão se dá quando não há mais oradores

inscritos, ocasião em que todos estão com suas opiniões formadas sobre o assunto da

deliberação.

10.3) Votação É a fase da deliberação. Os tipos de maioria são muito variados, e, ao se passar a

votação, deve saber-se qual a estabelecida no Regimento Interno. 10.3.1) Os tipos mais comuns de maioria são: a) Maioria de Membros: Metade mais um dos membros efetivos do grupo

b) Totalidade: Para que a matéria seja considerada aprovada, é preciso

unanimidade de votos. c) Maioria dos presentes: Calcula-se em relação aos presentes, votando ou não. d) Maioria dos votantes: Não importando o número de membros presentes que

votam, a maioria será calculada sobre o número de votantes.

e) Maioria dos votos válidos: Em havendo votos nulos, após a computação dos

votos, a maioria será dos votos válidos. 10.3.2) Modos de votação 1º) Nominal

Chamada dos membros pela lista de presença ou pela lista de votação. Os

Presentes, atendendo a chamada, respondem "SIM" ou "NÃO", segundo desejem

aprovar ou rejeitar a proposta. 2º) Secreta Determina-se o número de votantes e o número necessário para a eleição. Repartem-

se as cédulas entre os presentes.Cada membro manifesta a sua vontade na cédula,

dobrando-a e depositando-a na urna. As cédulas em branco não são contadas como

votos. O presidente designará os escrutinados. Após a contagem, os fiscais devem

apresentar o seguinte relatório. a) Nº de votantes b) N° de votos necessários para a eleição c) N° de votos do candidato A (ou chapa A)

d) Nº de votos do candidato B (ou chapa B)

e) Nº de votos nulos

f) N° de votos em branco

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3º) Mecânica Processo moderno de toque de botões. Por correspondência ou por procuração.

4º) Simbólica É feita através de um sinal ou da voz. O Presidente dirá: "Os que são a favor,

levantem o braço", ou pelo enunciado de um "SIM", dito em voz alta; pelo

levantar-se; pela permanência na posição em que se encontram os membros do

grupo, sem manifestar sinal de desaprovação. 10.3.3) Encaminhamento da votação

É uma fala rápida, que se faz antes da votação, mesmo depois de encerrada a

discussão, levando os companheiros a determinado sentido: votar a favor ou contra a

proposta. 10.3.4) Verificação de votação É o pedido feito imediatamente após a proclamação do resultado. A verificação

de votação só cabe na votação simbólica. Nos demais casos, quando houver

duvidas, podem-se pedir recontagem dos votos. Depois de iniciada uma votação, não

poderá esta ser adiada.

11) GLOSSÁRIO

a) Aparte Breve interrupção solicitada e obtida do orador para lhe dirigir indagação ou

solicitar esclarecimento relativo à matéria em debate. b) Assembléia Geral (AG) É a reunião de todos os membros que integram a organização. c) Cair a Sessão É a constatação de que não há mais quorum para o funcionamento de uma sessão,

procedida a uma verificação de votação. d) Encaminhar à mesa É fazer a entrega de determinada matéria ao presidente ou ao secretário. e) Item As propostas com varias idéias ou sucessão ordenada destas, precisam tê-las

divididas de modo que possam ser objeto de emendas e da apreciação dos membros.

Desta forma, são divididas sucessivamente em: artigos, parágrafos, itens e letras. Art. 1º ••• (artigo)

§ 1º ••• (parágrafo) 1º ••• (item)

a) (letras)

b)

c)

f) Quorum

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E o número legal mínimo para que a assembléia possa se reunir e deliberar. g) Redação Final

É a forma definitiva do resultado de deliberação, fruto de fusão das propostas

principal e acessória. h) Sobre a Mesa

Significa que a proposta está com o Presidente, no local de onde este dirige os

trabalhos. i) Súmula Resenha resumida do que será deliberado numa reunião. Temário ou Ordem do Dia. j) Voto de Minerva

Num órgão técnico em que o Presidente já deu seu voto, verifica-se empate na

votação. O presidente votara outra vez, desempatando. Vota duas vezes, sendo o

segundo chamado voto de qualidade ou "voto de Minerva". 12) Como estar preparado para liderar uma reunião 12.1) Faça um resumo

a) Prepare um resumo detalhado dos tópicos a serem discutidos.

b) Determine os objetivos a serem alcançados. Faça uma lista dos pontos a

serem salientados. 10.2) Planeje a direção da reunião

a) Determine qual a aproximação a ser usada:

O que dizer Como dizer

Como introduzir tópicos e idéias

Como controlar a discussão b) Estabeleça um horário: qual a duração da discussão de cada tópico e de cada

problema. 12.3) Tenha pronto todo o material

a) Os panfletos, as folhas de informação, os materiais de referência que deverão ser

usados.

b) Cartões, diagramas, gráficos, cartazes, suficiente espaço de quadro-negro (lousa

branca), giz (pincel), apagador e todo o material necessário às demonstrações. 12.4) Mantenha o local de reunião convenientemente arrumado a) Certifique-se de que todos se sentem confortavelmente: mesa, cadeiras em

número suficiente, temperatura ambiente, luz e ventilação adequadas, ausência de

ruídos, etc.

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13) Como liderar uma Reunião 13.1) Inicie a reunião a) Cumprimente o grupo b) Faça observações de introdução c) Coloque o grupo à vontade

d) Mostre qual o objetivo da reunião, qual o problema a ser discutido e quais os

objetivos que se deseja alcançar. 13.2) Oriente a discussão

13.2.1) Inicie a discussão

a) Exponha os fatos

b) Faça perguntas diretas ou gerais c) Dê uma opinião d) Use demonstrações, filmes ou auxílios visuais de qualquer espécie.

13.2.2) Encoraje a participação a) Troca de idéias e de experiências: faça com que todos sejam participantes.

b) Controle a discussão - evite os ressentimentos que possam surgir dos

argumentos apresentados; evite que um membro do grupo monopolize a

discussão utilizando por muito tempo a fala.

c) Mantenha a discussão dentro do assunto - resuma com freqüência, analise o

desenvolvimento da discussão. 13.3) Consiga aceitação dos resultados a) Reajuste as idéias e as opiniões de modo que a maior parte do grupo as

aceite.

b) Peça constantemente com que as opiniões e as idéias apresentadas sejam

expressas novamente.

c) Faça muitas tentativas até que as conclusões sejam aceitas pela maioria do

grupo. 13.4) Resuma a discussão a) Mostre os pontos altos da reunião

b) Faça uma avaliação das idéias, das opiniões, das sugestões e das experiências

apresentadas.

c) Chegue a conclusões ou a soluções - indique o que foi conseguido com a reunião.

d) Determine um plano de ação a ser tomado. Seguindo estas normas, cremos que você terá uma reunião produtiva e edificante.

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BBiibblliiooggrraaffiiaa 11.. KKEESSSSLLEERR,, NNeemmuueell.. AAddmmiinniissttrraaççããoo EEcclleessiiáássttiiccaa.. RRiioo ddee JJaanneeiirroo:: CCaassaa

PPuubblliiccaaddoorraa ddaass AAsssseemmbbllééiiaass ddee DDeeuuss,, 11998877..

22.. RREEIISS,, GGiillddáássiioo JJ..BB.. AAppoossttiillaa ddee AAddmmiinniissttrraaççããoo EEcclleessiiáássttiiccaa.. SSeemmiinnáárriioo

PPrreessbbiitteerriiaannoo

RReevv.. JJoosséé MMaannooeell ddaa CCoonncceeiiççããoo ((JJMMCC)).. DDiissppoonníívveell eemm::

<<hhttttpp::////wwwwww..sseemmiinnaarriioojjmmcc..bbrr//nnoottiicciiaa..aasspp??ccooddiiggoo==440000&&CCOODD__MMEENNUU==116655>>..

Sugestão Bibliográfica: 1. FARIA, A. Nogueira de. A Secretária Executiva. São Paulo, SP: LTCE S/A,

1986. 2. SEITZ, Bruno Teodoro. Secretária Eficiente. Rio de Janeiro, RJ.

Administração

Eclesiástica V9N3 (24): Juerp, 1982.

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Registro da Profissão

TEÓLOGO

A conclusão do curso dá ao aluno o direito de registrar-se como TEÓLOGO.

Pedindo sua filiação ao Conselho Regional de Teologia e Conselho Federal de

Teologia. De acordo com o Ministério do Trabalho, Portaria Mtb 1.334/94 e Decreto

Lei nº 76.900/75 – Teólogo – CBO Cód. 2631-15 – Profissional de Nível Superior.

CONTATOS:

SETEAD –

SEMINÁRIO DE EDUCACÃO TEOLÓGICA KERIGMA DIDACHE

SECRETÁRIA DE COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

FONE: CELULAR: 61 8423 4299

NOSSOS CURSOS E INFORMAÇÕES :

EMAIL: [email protected]

SITE : www.setead.com