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JORNAL DA APAFERJ 1MARÇO 2010

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JORNAL DA APAFERJ2 MARÇO 2010

Márcio AlemanyPresidente

MENSAGEM DO PRESIDENTE

O discurso do Dr. João Car-los Souto, Presidente do ForumNacional, foi contundente, nosentido de levar todos à batalhapara a conquista da aprovação daPEC nº 443, da autoria do De-putado Federal José Bonifáciode Andrada, que já teve inícioexitoso com sua aprovação naComissão de Constituição eJustiça da Câmara. Começamoscom o pé direito. Em ano elei-toral, com suas inúmeras limi-tações em face dos prazos paraseu andamento, visto que tere-mos que percorrer as demaiscomissões da própria Câmarae, também, do Senado, essaPEC, que podemos chamá-la da“Igualdade”, está em curso cé-lere, que nos une e anima a cadadia e pondo toda fé em seu su-cesso. Continuamos realizandoa nossa história de fortaleci-mento da Advocacia Pública e,neste episódio de suma impor-tância, lutaremos para que, emnossos quadros, permaneçamtodos aqueles que chegaram,por dificílimo concurso de pro-vas e títulos, tão quanto impor-tante ao que tem sido estabele-cido para os Magistrados e paraos integrantes do MinistérioPúblico e que tem somado con-tinuados esforços para que oEstado Brasileiro seja defendi-do em seus magnos interesses.A permanente perda de contin-gentes de profissionais do Di-reito preparados e que se inte-graram aos serviços da Advoca-cia Pública, fragiliza a defesa daUnião Federal e torna compli-cada sua recuperação até que seconquiste nova leva de Advoga-dos Públicos advindos de novosconcursos, trazendo ou repe-

tindo um círculo vicioso cons-tante, que, por vezes, não se reparafacilmente em razão das inúmerasespecialidades que são exigidas notrabalho que é realizado. Temosdito, nós da APAFERJ e os das de-mais Associações que compõemo Forum Nacional da AdvocaciaPública Federal - “chega de per-das” - e os anos vão passando e pe-lo Poder Público não é percebidoesse prejuízo constante, com o ris-co sempre acarretado com o des-fazimento da qualidade indispen-sável ao que produzimos. Nãopodemos levar a culpa por impro-priedade ou por imprecauções dacegueira de alguns gestores pú-blicos, que repetem que a nossaremuneração é justa e o que nospagam está nos limites orçamen-tários. Temos plena consciência esegurança do que fazemos. Nãogarantimos apenas a defesa dosinteresses do Poder Executivo,mas sim, também, os dos PoderesLegislativo e Judiciário. Não rea-lizamos simples tarefas ou nadatão fácil que possa ser assim con-siderado e eles devem muito bemsaber disso, até porque são sempremuito bem defendidos por nós osAdvogados Públicos. Ademais, onosso parâmetro salarial é aqueleestabelecido, na Constituição Fe-deral para todos os que exercemfunções essenciais à Justiça. Que-rem fazer “economia de palitos”com quem produz e bem produz, afavor do erário? Sabem que paga-mos com descomunal sobra osnossos próprios subsídios e per-manecem cegos e insensíveisquando põem o Estado a periclitarcom a nossa frequente perda dequadros. Quando perdemos dez, ouvinte que sejam, Advogados Públi-cos, abre-se uma lacuna que temsido preenchida com muito vagare os que chegam, por toda compe-

tência demonstrada, sempre irãoprecisar passar pela fase de enga-jamento com o recebimento dacultura própria das carreiras queenvolvem estratégias de ação, or-denamentos da prática do trabalhoa ser realizado, observância e dis-cussão das novas idéias que che-gam para o melhor e mais ade-quado rendimento etc... Ocorrerásempre um hiato de tempo pre-cioso em desfavor dos interessesdo Estado. Chegam a ser afronto-sos o descaso, o desapreço e odesrespeito. Será que o ForumNacional vai precisar editar umacartilha ou um demonstrativo comtodas essas razões para esclarecer,sugerindo leitura atenta, para quetodos saibam da importância fun-damental de nosso trabalho a favordo Estado, da Cidadania e mesmopara mantermos o fogo sagrado doEstado Democrático de Direito?Já que a nossa Advocacia, tambémcom seu trabalho, realiza essemister. Quanto mais for o Direitoaclamado e disposto para toda aCidadania, mais força terão osprincípios democráticos. Precisa-mos, de vez por todas, acabar comesse crônico descaso que tem le-vado nosso trabalho que é rele-vante e sério à desconsideração eao desapreço. Temos dito commuito orgulho e toda honra que anossa Advocacia Pública tem sidoo “cartão postal” de todo e qual-quer governo por todos esses anosde devotamento na defesa dos in-teresses do Estado e da Cidadania.Somos sempre repetitivos nestetema e é nosso dever estar cons-tantes! É a nossa luta e até mu-darmos o que nos tem sido adver-so continuaremos! A PEC nº 443do Deputado José Bonifácio deAndrada, após longos anos demuita luta e espera, resgatará, seaprovada, a dignidade remunera-

tória de todos os AdvogadosPúblicos Brasileiros e, por certo,fortalecerá suas carreiras, inviabi-lizando o esvaziamento de nossosquadros, moldando de formadefinitiva o único serviço dedefesa do Estado, de seu Patri-mônio Público e de toda a Ci-dadania. A Reunião de Trabalhoprogramada no Minas Tênis Clube,de Belo Horizonte, foi muitoconcorrida e contou com a pre-sença de mais de duzentos Ad-vogados Públicos de todo o País,e teve ainda a inestimável colabo-ração da ANPAF mineira, na pessoade sua Representante, Dra. Eliza-beth Moreira Leite de Souza. Es-tivemos, também, presentes acom-panhados dos nossos Diretores,Drs. Rosemiro Robinson SilvaJunior, Vice-Presidente e HélioArruda, Diretor Jurídico. Estão,pois, de parabéns, o nobre De-putado Federal José Bonifácio deAndrada, que fez importantepronunciamento, dizendo dasrazões de sua propositura, a direçãodo Forum Nacional da AdvocaciaPública Federal, na pessoa de seuPresidente, Dr. João Carlos Souto,que também se pronunciou cla-mando pela participação de todosos Advogados Públicos para aconquista da PEC nº 443, de seuSecretário-Geral Dr. Jorge Mes-sias, sempre disposto e diligenteem toda a colaboração a seremprestada e dos Presidentes dasAssociações que integram o Fo-rum Nacional que, com esperança,lutam para o sucesso de suaaprovação. O Forum Nacional daAdvocacia Pública Federal me-rece nosso aplauso! E mais, comtoda alegria e entusiasmo, RobertoGiffoni está de volta junto comRicardo Franco Neto, em plenorestabelecimento, reassumindo aANPAF.

A PEC nº 443 deve ser aprovada

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JORNAL DA APAFERJ 3MARÇO 2010

Milton PinheiroProcurador Federal

A realização da Copa de2014 no Brasil tem sido degrande polêmica na so-ciedade. E o profissional daárea também terá oportu-nidade de consultorias, comelaboração de pareceresjurídicos, principalmentesobre as maneiras de le-vantamento de verbas. Háainda uma grande demandatrabalhista, pois onde hágrandes obras, há uma e-norme quantidade de con-tratações, tanto de mão-de-obra para a efetiva cons-trução e reformas, comotambém para todo o mercadofornecedor de matéria primae serviços.

A demanda jurídica cres-cerá, ainda, na área interna-cional, com a assessoria naobtenção de vistos e de in-vestimentos estrangeiros. OBrasil, em geral, só tem aganhar com a vinda de umgrande evento mundialcomo a Copa.

Ainda temos a lembrançada Copa de 2006, na Alema-nha, evento de maior ampli-tude, em todos os ramos fi-nanceiros e sociais.

Como todo grande evento,há os que são a favor do em-preendimento, apostandoem grandes investimentosem infra-estrutura e desen-volvimento interno. Já ou-tros desacreditam dos pro-jetos, sob o argumento deque o evento na opinião de-les trará apenas grandes

públicos.Certo é que a economia do

país passará por um efeito-alavanca, em que todas asáreas auferirão ganhos. Ascidades que sediarão os jogosserão as primeiras a serembeneficiadas com grandes pro-jetos de infraestrutura com apreparação dos estádios, sejarecuperando os já existentes,seja pela construção de novosprédios, além da reformulaçãodo sistema de transporte,melhoria no sistema de se-gurança e até mesmo namovimentação da iniciativaprivada para incentivar oturismo, com a construção de

novos hotéis e restaurantes, oque, inevitavelmente, acarre-tará a geração de empregos nosdiversos setores da economia.Uma pesquisa realizada pelaFundação Getúlio Vargas(FGV), a pedido da Confe-deração Brasileira de Futebol,revelou que a Copa do Mundode 2014 deverá gerar 3,6milhões de empregos no Brasil.

Já se percebe o aumento devagas para a área da Cons-trução Civil, desde a mão deobra menos qualificada até osadministradores. Há ainda umademanda na crescente área de“mernchandising”, onde asempresas já começam a

estampar sua marca emtodos os lugares de patroci-nadores nesse evento mun-dial, que não poderia sermenos importante, já queestamos no país do futebol.Mesmo após a Copa doMundo, com bom atendi-mento e uma boa compa-nhia durante os jogos, te-remos força para atrairnovos investidores estran-geiros que, encantados,trarão suas novas empresaspara o Brasil, gerando em-pregos diretos e também ne-gócios com nossas empresas.Tudo isso sem mencionar ocampo turístico, que poderáser potencializado, com umaimpecável organização,quando da execução dosjogos.

Vale ressaltar que, comtodas estas mudanças pre-vistas para os próximos a-nos, nasce a importância dese ter um acompanhamentojurídico, tanto para o traba-lhador, que deve ter ciênciade seus direitos, como parao empresário, para que estenão venha a ter gastos fu-turos, com ações trabalhis-tas, que poderiam ter sidoevitados com uma boaorientação.

Alias, a preparação domercado pode ser vista noSebrae que, criou um Comi-tê técnico para incentivar aparticipação das micro e pe-quenas empresas para o-rientar as firmas. A Confe-deração Nacional de Tu-rismo também atende aosinteressados. A meta dessainstituição é para atender500 mil pessoas para tra-balhar na Copa do Mundode 2014.

� Poucos conheciam da política como o mineiro Tancredo Neves.Lembrado em sessão no Congresso, o centenário do presidente quenão chegou à presidência, pela morte, ressalta a trajetória do“catalisador” da esperança, como era chamado, na visão dos grandespolíticos da época. Cientista Políticos exaltam sua habilidade, quandoturbulenta transição da ditadura para a democracia no Brasil. Tancredonasceu em 1910 e foi homenageado em 2010.

� Apesar das desigualdades entre as regiões brasileiras, é nas maiorespraças bancárias do país que os cidadãos parecem sentir mais falta debancos. O Rio é um dos 5 estados com bancos em todos os municípios.Segundo o Banco Central, não tem município desatendidos.

� Uma ferida aberta. Apesar de duas décadas após o confisco de Collor,o país tem 900 mil ações na Justiça para resgatar R$ 50 bilhões. Tudoa conferir.

� Justiça ecológica. A devastação da natureza e o atual aquecimentoglobal afetam todos os países do mundo. As exceções são mínimas. AAmazonas então é um drama sem fim.

� O desafio abaixo da camada do sal é grande. Todo o mundo “está”com fome. Vem a lembrança da “cultura” atual...

� O metrô do Rio parece a ópera do “Fantasma de Obra”. É sempreassunto. O usuário é “vítima” permanente...

� A luz do J-10 tem energia para um Brasil do “seu tamanho”. Façamfilas...

� E o projeto financeiro das Olimpíadas, no Brasil vai ou não vai fazer oque prometeu perante o mundo? Lembra aquela marchinha de carnaval.O “gafanhoto roeu a minha horta”... Obrigado Braguinha... Você estásalvo...

A Área Jurídica na Copa de 2014

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JORNAL DA APAFERJ4 MARÇO 2010

Por maioria de votos, o Ple-nário do Supremo TribunalFederal (STF) manteve decisãoda Presidência do STF quesuspendeu ato do Tribunal Re-gional Federal da 1ª Região queresponsabilizava a União porsupostos prejuízos ao fundo depensão Aerus, de funcionáriosda Varig e Transbrasil, entreoutros. O entendimento ocorreudurante o julgamento de re-curso (agravo regimental) emSuspensão de Liminar (SL 127)de autoria do Sindicato Na-cional dos Aeronautas.

A decisão do TRF-1 ocorreuem caráter provisório (liminar)e obrigava o governo federal apagar as perdas a aposentados,pensionistas e beneficiários deauxílio-doença das empresasaéreas. Segundo aquele tri-bunal, teria havido omissão nagestão do fundo por parte daUnião, o que teria provocadoinúmeros prejuízos aos par-ticipantes.

O julgamento no Supremo foiretomado hoje com o voto-vistado ministro Eros Grau. Eleafirmou que pôde refletirmelhor sobre a decisão do TRF-1 e concluiu que o sindicato temrazão.

“Nesse ponto, creio que lesãomaior seria aquela infringidapelos pensionistas do Aerus,pessoas menos afortunadas quese veem privadas da com-plementação de aposentadoriapara a qual contribuíram anosa fio. Verba de caráter emi-nentemente alimentar”, des-

tacou Eros Grau. Para ele, aUnião não acompanhou sim-plesmente, mas, na verdade,exerceu a administração pro-priamente dita do fundo. Nomesmo sentido votaram osministros Marco Aurélio, AyresBritto e Celso de Mello.

No entanto, a maioria for-mada pelos ministros GilmarMendes, Ellen Gracie, JoaquimBarbosa, Cármen Lúcia, CezarPeluso e Ricardo Lewandowskidecidiu que uma decisão limi-nar não pode responsabilizar aUnião pelo pagamento mensalde cerca de R$ 13 milhões e 500mil, quantia que em um anochegaria a R$ 150 milhões atéque houvesse uma decisão.Também concordou com essatese no julgamento anterior oministro Menezes Direito(falecido) e por isso o ministroDias Toffoli fica impedido de semanifestar sobre o caso.

O ministro Gilmar Mendes éo relator do caso e, na ocasiãodo seu voto, afirmou que aliminar do TRF-1 impôs àUnião obrigação constitu-cionalmente vedada pelo artigo202, parágrafo 3º, além deviolação ao do artigo 100, daConstituição Federal.

Ao final, o presidente do STFdisse que vai comunicar aoTRF-1 para que se esforce nosentido de acelerar o julga-mento definitivo da ação emprimeira instância, “senão nãoteremos base sequer paraqualquer juízo seguro sobre aexistência ou não da dívida”.

Plenário mantém suspensa

liminar do TRF-1 que

garantia indenização da

União a pensionistas do Aerus

O Plenário do SupremoTribunal Federal indeferiunove recursos interpostos peloPoder Público contra decisõesjudiciais que determinaram aoSistema Único de Saúde (SUS)o fornecimento de remédios dealto custo ou tratamentos nãooferecidos pelo sistema a pa-cientes de doenças graves querecorreram à Justiça. Com esseresultado, essas pessoas ganha-ram o direito de receber os medi-camentos ou tratamentos pe-didos pela via judicial.

O ministro Gilmar Mendesfoi o relator das Suspensões deTutela (STA) 175, 211 e 278;das Suspensões de Segurança3724, 2944, 2361, 3345 e 3355;e da Suspensão de Liminar (SL)47. No seu voto (leia a

íntegra), ele disse que se temconstatado a crescente contro-vérsia jurídica sobre a pos-sibilidade de decisões judiciaisdeterminarem ao Poder Públicoo fornecimento de medi-camentos e tratamentos – de-cisões nas quais se discute,inclusive, os critérios para ofornecimento.

Gilmar Mendes afirmou queno âmbito do Supremo érecorrente a tentativa do PoderPúblico de suspender decisõesjudiciais nesse sentido. “NaPresidência do Tribunalexistem diversos pedidos desuspensão de segurança, de

suspensão de tutela antecipadae de suspensão de liminar comvistas a suspender a execuçãode medidas cautelares quecondenam a Fazenda Públicaao fornecimento das maisvariadas prestações de saúde –como fornecimento de medi-camentos, suplementos ali-mentares, órteses e próteses,criação de vagas de UTIs e deleitos hospitalares, contrataçãode servidores da Saúde, rea-lização de cirurgias e exames,custeio de tratamento fora dodomicílio e inclusive no ex-terior, entre outros”, exem-plificou.

O ministro contou que ouviudiversos segmentos ligados aotema na audiência públicasobre a saúde, ocorrida em abrilde 2009. “Após ouvir osdepoimentos prestados porrepresentantes dos diversossetores envolvidos, ficouconstatada a necessidade de seredimensionar a questão dajudicialização do direito àsaúde no Brasil, isso porque namaioria dos casos a intervençãojudicial não ocorre em razão deuma omissão absoluta emmatéria de políticas públicasvoltadas à produção do direitoà saúde, mas tendo em vistauma necessária determinaçãojudicial para o cumprimento depolíticas já estabelecidas”,sublinhou.

Poder Público deve custearmedicamentos e tratamentosde alto custo a portadores de

doenças graves, decide oPlenário do STF

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JORNAL DA APAFERJ 5MARÇO 2010

Allan SoaresP r o c u r a d o rFederal

O Silêncio dos Intelectuais (II)

Em abril de 2003, foi publi-cado no Jornal da APAFERJmeu artigo “O Silêncio dosIntelectuais”. Nele dizia terconsiderado, por muitos anos,intelectuais e artistas como osal da terra, já que formu-lavam teorias ou explicita-vam projetos que nós, simplesmortais, sem eles, jamaisconheceríamos.

No passado, muitas dessasmentes poderosas tinhamgrande atividade, não sóteoricamente, mas modifi-cando para melhor a reali-dade que nos cercava.

Já há algum tempo, gran-de parte dessa elite parecepreferir ocupar cargos dedestaque, receber aplausosou prêmios dos poderes cons-tituídos e, às vezes, teorizarsobre um “futuro radioso” ou,como o avesso de MarcelProust, prolongar um tempoperdido.

Sócrates foi um modelo deintelectual, pois criticou a“polis” em que vivia, enfren-tando as consequências dessaatitude, que findou com suamorte.

Ao que saiba, apenasEduardo Galeano e JoséSaramago, com desgosto, mascom firmeza, puseram fim aosilêncio que mantinham apropósito das prisões e con-denações à morte em Cuba.

Ao contrário, em vários

momentos, no Século XX, umgrande número de intelectuaise políticos reviram seus con-ceitos e posições, criticando,explicitamente e com argu-mentações próprias, os graveserros cometidos em nome dosocialismo, sem que, algunsdeles, renunciassem às suasconvicções pessoais, que não seestavam coadunando comlamentáveis práticas políticas.Entre eles estão figuras doporte de Albert Camus, JeanPaul Sartre, Howard Fast eRosa Luxemburg.

Há alguns anos, LauraPoltán entregou ao GovernoCubano, o livro “EnterradosVivos”, escrito por seu marido,Hector Maseda, condenado pelachamada Primavera Negra de2003, sem que disso decorressealgum resultado positivo paraos presos. Este fato ensejou acriação das Damas de Branco,grupo constituído pelos fa-miliares dos presos políticos.Agora, essa mesma Lauracarregou uma alça do caixão deOrlando Zapata Tamayo,abraçando a mãe do presopolítico morto (O Globo, 04/03/10, p.7), sem que se conheça,neste Continente, até agora,declarações ou abaixo-assi-

nados de protesto desses inte-lectuais que elogiam esse re-gime, mas que, contradito-riamente, preferem os ares deRoma ou de Paris.

Ao falar dos intelectuais doséculo passado, nominei RosaLuxemburg – conhecida como aRosa Vermelha –, que, apósanos de prisão, morreu assassi-nada, sendo seu corpo encontra-do flutuando no Canal Landwehr.Nenhum anarquista, liberal ousocialista conceituou melhor doque ela a razão pela qual, emtodas as épocas, tantos sãopresos ou mortos:

“Liberdade apenas paraos que apoiaram o Governo,só para os membros do par-tido – por muito numerososque possam ser – não é ab-solutamente liberdade. Aliberdade consiste sempre eexclusivamente em liber-dade para quem pensa demaneira diferente. Isto não éuma virtude de qualquerconceito fanático de “justiça”,mas porque tudo o que há deinstrutivo, de amplo e depurificador na liberdadepolítica depende desta ca-racterística essencial e suaeficiência se desvanece quan-do a “liberdade” se torna um

privilégio especial.” (em ARevolução Russa)Os que repetem, à boca

pequena, que é um país es-trangeiro o responsável pelasituação que levou à morte dodissidente, ecoam, não a-penas o insólito discursooficial, mas desconsideram osacrifício de um preso deconsciência e evidenciam odesprezo que têm pela vida epela Liberdade – “essapalavra que o sonho humanoalimenta, que não há quemexplique e ninguém que nãoentenda.” (Cecília Meirelles,em Antologia Poética, p.720)

PS: Há duas leiturasrelevantes de intelectuaisque não silenciaram:

“O Livro dos Insultos”, deHenry Louis Mencken,aborda a justiça, a coragem,a vida, entre outros temas damesma importância. É dele afrase tão atual: “Mas, quandoos fanáticos tomam o poder,não há limites para aopressão.” (p.234)

O outro livro, que acaba desair, é da admirável AzarNafise, “O que não contei”.Ela tentou romper a or-todoxia iraniana, dandoconhecimento aos univer-sitários de Teerã das obras deScott Fitzgerald, Nabokov,Flaubert etc. É dela a frase:“Viver no Irã, para umamulher, é comparável a fazersexo com quem ela maisodeia: é um estupro dis-simulado”.

“Se tivesse conhecido Jesus Cristo, antes que

Ele pronunciasse o Sermão da Montanha, não

tenho dúvidas de que teria pedido ao Cristo

para não abrir a boca, a fim de não prejudicar

a sua posição em Nazaré.” (Bertrand Russel)

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JORNAL DA APAFERJ6 MARÇO 2010

Por unanimidade, a PrimeiraTurma do Supremo TribunalFederal (STF) deu parcial pro-vimento ao Recurso Ordinárioem Mandado de Segurança(RMS) 28032 interposto porIgor Abdalla Medina de Souza,Ele pretendia ser promovido aocargo de segundo-secretário dacarreira diplomática com efeitosretroativos.

A Turma afastou o impedi-mento quanto à ausência departicipação e aprovação dorecorrente no Programa deFormação e Aperfeiçoamento daCarreira de Diplomata – 1ª fase(PROFA-I), como fundamentopara impedir a inclusão do seunome na lista para promoção decargo. Os ministros considera-ram que o programa não estárelacionado à estabilidade, masà progressão na carreira, de-vendo a análise de cumpri-mento ou não de tempo e demaisexigências serem feitas noâmbito administrativo.

Igor Abdalla foi aprovado em2006, para a carreira diplo-mática, tendo sido nomeado ao

cargo inicial da carreira, ter-ceiro-secretário. Em julho de2006, ele requereu seu afas-tamento para estudo no ex-terior e retornou em fevereirode 2008. Tal período de afas-tamento foi considerado comode efetivo exercício, motivo quemanteve a posição de anti-guidade do recorrente, quepossui dois títulos de mestrereconhecidos pelo Ministério daEducação.

O RMS foi interposto contradecisão do Superior Tribunal deJustiça (STJ) que negou man-dado de segurança impetradocontra ato do ministro deEstado das Relações Exteriores,em razão de Igor Abdalla nãoter sido incluído na lista depromoção por antiguidade, em2008, para o cargo de segundo-secretário. O recorrente nãoteria sido promovido por nãohaver concluído curso prepara-tório à carreira diplomática(Programa de Formação e Aper-feiçoamento da Carreira deDiplomata - PROFA-I), coorde-nado pelo Instituo Rio Branco.

1ª Turma garante promoção a diplomataque não concluiu curso de formação

O ministro Ayres Britto, doSupremo Tribunal Federal(STF), é o relator da Ação Diretade Inconstitucionalidade (ADI4400) ajuizada pela AssociaçãoNacional dos Magistrados daJustiça do Trabalho (Anamatra),que questiona dispositivos daEmenda Constitucional nº 62.A norma dispõe sobre o regimeespecial de pagamento de preca-tórios de estados, municípios edo Distrito Federal.

A Anamatra sustenta ainconstitucionalidade do art. 97do Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias (ADCT)por entender que, ao instituiruma nova moratória (parce-lamento em 15 anos de pre-catórios devidos e não pagos), odispositivo “configura hipótesede abuso de poder de legislar,violando o princípio da pro-porcionalidade, contido no prin-cípio do devido processo legalmaterial”.

A entidade ressalta ainda ainconstitucionalidade do parce-lamento por ofender o direito deacesso ao Poder Judiciário e daprestação jurisdicional efetiva,conforme garante o art. 5º daConstituição Federal. No to-cante ao art. 97 do ADCT, é res-saltado pela associação o ca-ráter inconstitucional, especial-mente, do parágrafo 4º. Essedispositivo determina que ascontas especiais serão admi-nistradas pelo Tribunal de Jus-tiça local para pagamento deprecatórios expedidos pelostribunais.

Para a Anamatra, esse i-tem viola o conjunto de cláusu-las pétreas por atribuir atribunal diverso daquele noqual tramitou a ação a admi-

nistração das contas parapagamento de precatórios. Nocaso da Justiça do Trabalho,ressalta a previsão consti-tucional (art. 114), que es-tabelece a competência tra-balhista para processar e julgaras ações.

A possibilidade do paga-mento fora da ordem crono-lógica, por meio de leilão, emrazão do valor menor ou deacordo feito entre as partes(parágrafos 6º, 7º, 8º e 9º do art.º 97 ADCT), também foi temada ADI. “Os dispositivos violamos princípios ético-jurídicos damoralidade, impessoalidade eda igualdade, que configurammodalidade de direitos e ga-rantias individuais.”

Além do art. 97 do ADCT, aAnamatra alega também emseu pedido a inconstitucio-nalidade de quatro parágrafosdo art. 100 da ConstituiçãoFederal. Os dispositivos pos-sibilitam, respectivamente, asubtração do exame do PoderJudiciário a eventual pre-tensão executória do entepúblico contra o seu credor(parágrafos 9º e 10º); a atua-lização dos precatórios pelavariação da caderneta depoupança (parágrafo 12º); e apermissão ao legislador paraestabelecer o regime especial decrédito de precatórios (pará-grafo 15º).

Por fim, a entidade solicitaque os Tribunais do Trabalhopossam realizar suas compe-tências e atribuições de formaintegral, mesmo na vigência damoratór ia /parce lamentoinstituída pela EC 62 e asuspensão do parágrafo 4º doartigo 97 do ADCT.

Chega ao Supremo ADI daAnamatra contra regimeespecial de pagamento

dos precatórios

O ministro aposentado do STJ JoséArnaldo da Fonseca não conseguiu odireito de receber os quintos incor-porados aos proventos de membro deMinistério Público quando de suanomeação para a magistratura. Adecisão foi do Plenário do SupremoTribunal Federal (STF), dada pormaioria de votos, tendo como relatoraa ministra Ellen Gracie.

Consta dos autos que o minis-tro ingressou com ação contra a Uniãoobjetivando que fosse mantida em suaremuneração de magistrado o valordos quintos incorporados à época emque exercia cargo de subprocurador-geral da República. Na primeirainstância o julgamento foi favorável aoministro, porém a decisão foi refor-mada, por maioria, pelo TribunalRegional Federal da 1ª Região.

No STJ, a decisão foi no sentidode que, se os quintos já foram incor-porados aos vencimentos do autor,quando membro do Ministério Públi-co, não deve tal parcela ser negadaquando da nomeação para a magistra-tura, por ser vantagem de caráterpessoal, cuja supressão implica emofensa ao direito adquirido.

Para a ministra Ellen Gracie,relatora do caso, o entendimento é di-vergente do STJ. A decisão dada peloPlenário, que acompanhou em maioriaa ministra-relatora, é de que JoséArnaldo da Fonseca não tem direito ater os quintos incorporados, da épocade membro do Ministério Públicoapós a sua nomeação como magistra-do, uma vez que os juízes são remune-rados por subsídio, composto por umaparcela única, ou seja, sem adicionais.

Plenário não permite incorporação de quintosa subsídio de ministro aposentado do STJ

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JORNAL DA APAFERJ 7MARÇO 2010

Cruel e injusto o conceitoque se baseia em parâmetrosdados por célebre frase atri-buída ao pensador Michel deMontaigne: “A mais útil e

honrosa ciência e ocupação da

mulher é a ciência dos cuidados

domésticos”. Há muito, porém,esta ciência deu espaço ao e-xercício de habilidades femi-ninas peculiares em searas di-ferentes, nas quais o Poder erauma prerrogativa masculina.

Ainda que temessem o caosreinando em suas casas, asmulheres assumiram papéisque “não lhes cabiam” em umasociedade patriarcal, sem ab-dicar de antigas funções fa-miliares, elas seguem no co-mando de lares, empresas, pro-fissões das mais diversas como:médicas, engenheiras, espor-tistas e magistradas, comovemos, na chamada de capadesta edição, e até no comandode países, com sucesso, apro-vação e jeito particular de lidarcom as mais variadas situações.

Em se tratando do poder con-solidado, quase 80 mulheresforam eleitas chefes de Estado,a maioria no ocidente, desde1945, com destaque para umgrande número de posiçõesassumidas nos anos 80, sobreflexo da revolução feminista(e à sombra de MargarethTratcher), uma prova de que, naausência de questões biológicas,qualquer pessoa, independen-temente do sexo, tem condiçõesde conquistar o poder.

Numa visão macro, vemos asmulheres em todos os paísesassumindo postos de comandonas universidades, fábricas,governos e até numa área que eraum verdadeiro tabu, o militar, amulher já exerce o comando.

Numa visão micro da in-fluência feminina, vemos, nanossa APAFERJ, em umadiretoria majoritariamente

A Hora e a Vez das MulheresMulheres Famosas

masculina, a presença de umamulher que se destaca pelasimpatia e competência – Dra.Maria Auxiliadora Calixto.

Esta edição, dedicada àsmulheres, traz exemplosnotáveis dos mais influentesnos últimos 50 anos. Nachamada de capa desta matéria

destacamos as seguintesMinistras: STF – Ellen Graciee Carmem Lúcia; STJ – ElianaCalmon, Nancy Andrighi,Laurita Vaz e Maria TeresaMoura; STM – Maria ElizabethRocha; TST – Maria CristinaPeduzzi e Rosa Maria Weber. Ecomo réplica ao pensamento de

Michelle BacheletAutodidata e ateístadeclarada, ela não sesentiu impedida detentar a Presidênciado Chile. Indício doquanto os tradicionaispaíses católicos daAmérica Latina estãomudando.

Indira GandhiEntre 1966 e1984, ela é porduas vezes primei-ra-ministra, até serassassinada porsikhs fanáticos.

S i r i m a v oBandaranaikeTendo ocupado ocargo por três vezes,ela levou o país áindependência.

Isabel PerónEm outubro de 1973,Juan Domingo Peróné eleito pela terceiravez presidente daArgentina e nomeiasua mulher, nascidaMaria Estela Martí-nez, como vice-presidente.

Golda MeirPrimeira mulher aocupar o cargo deprimeira-ministra deIsrael (1969-1974).

M a r g a r e tThatcherEm 1979 ela setorna primeira-mi-nistra da Grã-Breta-nha, e enaltece asvantagens de sua li-derança feminina:“Se precisarem dealguém que profiradiscursos, peguemum homem. Se hou-ver um problema pa-ra ser resolvido, émelhor que pergun-tem a uma mulher”.

Kim CampbellEla só governa o Canadádurante um verão e atéhoje foi a única chefe deEstado na América doNorte. Em 1993, aconservadora renunciaapós cinco meses, poisseu partido sofre umgrande revés naseleições para a Câmarados Comuns.

Benazir BhuttoEla herda a tarefa de seupai: conduzir o Paquistãoà modernidade. “Pinkie”se transforma em umachefe de governo segurade seu poder (1988 e1999). Foi assassinadaem 2007.

Corazón AquinoUma dona de casafilipina faz o mundoprestar atenção. Emnome de seu maridoassassinado, elaconcorre contraFerdinando Marcose prova que umamulher podecolocar um ditadorcorrupto paracorrer, sem secorromper no ofício(1986-1992).

Cristina KirchnerSeu marido foi seuantecessor, e tambémquer ser seu sucessor,é o que os Kirchnerentendem por divisãode poder. Porém, emconseqüência dascríticas generalizadas,também NestorKirchner aponta oserros de suaadministração, iniciadaem 2007, o que nãoproduz mudanças noestágio atual de misériaeconômica argentina.

Montaigne, no início destamatéria, o genial Victor Hugovai em defesa da mulher comeste poema:“O homem é a tribuna, a mulher

é o altar. A tribuna corrige, o

altar santifica”.

Carlos Alberto Pereira de

Araújo - Jornalista

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JORNAL DA APAFERJ8 MARÇO 2010

FESTAS DOS ANIVERSARIANTESFoi mais uma noite de festa. Os Drs. Fernando Mello, Carlos

Damas, Carlos Alberto Mambrini, Miguel Paschoal, MariaAuxiliadora, Emygdio Bezerra, Petrônio Cordeiro e FernandoCarneiro, dentre outros, formaram um “comitê” para recepcionaros aniversariantes do mês presentes à festa, que são os seguintes:Drs. Fernando Veronese Aguiar, Tomaz José de Souza, SolangeLara Siqueira, Paulo José Candido de Souza e João Dioclecio T.Willington, este representado por sua esposa Sra. Marilza C.Willington.

Na oportunidade os três últimos da lista foram agraciados coma medalha de MÉRITO da APAFERJ.

Neste ambiente de coleguismo e cordialidade, foi servido umcoquetel, ao som de “Parabéns pra você”.

Dr. Fernando Veronese Aguiar, Sra Marilze Corrêa Willington (esposa

do aniversariante Dr. João Dioclesio T. Willington), Dra Solange Lara

Siqueira, Dr. José de Souza e Dr. Paulo Candido de Souza

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JORNAL DA APAFERJ 9MARÇO 2010

Antonio C. Calmon N. da GamaDiretor de Divulgação da APAFERJ

Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .

PENSAMENTO

Flash

MomentoLiterário

MAIS UMA VITÓRIAA AGU conseguiu, no STJ,

mais uma vitória, que culmi-nou com a devolução da im-portância de R$ 75 milhões

para União. O dinheiro haviasido depositado em juízo peloINCRA, e sacado indevida-mente pela empresa Rio dasCobras Florestal Ltda, pro-dutora de celulose. Está deparabéns a ação conjunta daAdjuntoria de Contencioso daProcuradoria-Geral Federal eda Procuradoria Federal Espe-cializada junto ao INCRA, queconseguiram, com a interpo-sição de embargos de decla-ração no Recurso Especial queimpetraram, fosse efetivada acitada devolução aos cofrespúblicos.

SEMINÁRIOA Escola da AGU promoveu

entre os dias 22 a 24 de março,na cidade de Vitória–ES, o IIISeminário Regional da Advoca-cia Pública Federal - 2ª Região.O conclave marcou mais umtento a para direção da Escolaque vem mantendo sua progra-mação anual, destinada a aten-der os reclamos dos Advogadosda União, Procuradores Fe-derais, Assistentes Jurídicos,ocupantes de cargos de direçãoe assessoramento, servidores daAGU e Procuradores da Fa-zenda Nacional.

CURSO DE DIREITOPREVIDENCIÁRIO

Lançado pela editora LTR anova edição do livro “Curso deDireito Previdenciário”, deautoria do Procurador Federal,João Ernesto Aragonés, quetraz a legislação previdenciáriaatualizada e destaca em suaabordagem as Leis nºs. 8.212 e8213 de 1991, que tratam daorganização previdenciária e deseu Plano de Benefícios. Se-

gundo o Autor, a nova ediçãoirar facilitar a compreensão damatéria, além de permitir ime-diata consulta à legislação per-tinente. Aliás, o livro já entraem sua 3ª edição.

PROCURADORIAFEDERAL/CEFET/RJEstá de parabéns o Dr.

Eduardo Henrique AnghyoneCosta de Moraes, que vemconduzindo com qualidade ostrabalhos desenvolvidos naProcuradoria Federal, no Cen-tro Federal de Educação Tecno-lógica Celso Suckow da Fon-seca, apesar do aumento deCampus avançados nas cidadesde Nova Iguaçu, Friburgo eperspectiva de abertura denovos cursos em Angra dos Reis

e Valença, todos no Estado doRio, o que requer maior aten-ção nas matérias jurídicas.

LISTA SÊXTUPLAO Conselho da OAB/RJ

definiu a lista sextûpla queserá enviada ao TJ do Riopara vaga do Quinto Cons-titucional. A vaga foi abertaem decorrência da apo-sentadoria do desembar-gador Celso Muniz GuedesPinto: são eles: André EmílioRibeiro Von Melentovytch,João Alberto Romeiro,Claudia Telles de Menezes,Luiz Octavio Rocha MirandaCosta Neves, LucianoSabóia, Rinaldi Carvalho eMaria Regina Fonseca NovaAlves.

Quem está feliz da vida é o casal Marcio e Leonar Araújo deAlemany pela colação de grau de sua filha Daniela da Costa Araújode Alemany Dias. A solenidade aconteceu no dia 10 de março noClube Monte Líbano. Daniela formou-se em Direito. Desejamos àbacharelanda votos de felicidade na nobre carreira que abraçou.

“Qualquer criança me desperta dois sentimentos: ternura

pelo que ela é e respeito pelo que poderá vir a ser.”

Louis Pasteur

SALMO TERCEIRO

No teu altar queimei o

último incenso

e desfolhei minhas

olentes rosas.

Dos templos das deusas

milagrosas

hoje só resta este areal

imenso.

Quis entrar na tua alma

— o medo venço,

mas, que andar entre

ruínas pedregosas.

Ao pensar em mil coisas

tenebrosas

o pensamento doe-me,

quando penso.

Passou. Que resta já de

tanto e tanto

delíquio? Em ti nem a

moral dolência,

desejo impuro ou o sabor

do pranto.

Em mim, que vivo a

divagar a esmo,

que sombra pavorosa na

consciência,

que horrível desgosto de

mim mesmo.

Marilia Ruas

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JORNAL DA APAFERJ10 MARÇO 2010

REFERÊNCIA:Legislação: Código Tributário

Nacional (ARTS. 205 E 206), ELEI N° 8.212, DE 24.7.1991 (ART.47) Jurisprudência: SuperiorTribunal de Justiça: RESP95.889/SP, AGREESP, 247.402/PR E 328.804/SC (PRIMEIRATURMA); RESP 227.306/SC,AGA 211.251/PR, 310.429/MG E333.133/SP (SEGUNDATURMA).

(*)Redação alterada peloAto de 6 de fevereiro de 2007.

SÚMULA Nº 18, DE 19 DEJUNHO DE 2002

Publicada no DOU, Seção I, de28/06, 1º/07 E 02/07/2002 “Dadecisão judicial que determinara concessão de CertidãoNegativa de Débito (CND), emface da inexistência de créditotributário constituído, não seinterporá recurso.”

REFERÊNCIA:Jurisprudência: Superior

Tribunal de Justiça: EREsp’s nºs180.771/PR e 202.830/RS(Primeira Seção); AGREesp nº303.357/RS (Primeira Turma);AGREsp nº 255.749/RS (SegundaTurma).

SÚMULA Nº 19, DE 05 DEDEZEMBRO DE 2002*

(*)Revogada pelo Ato de 1º deagosto de 2006, publicado noDOU de 02, 03 e 04 de agosto de2006. Sobre a matéria, em vigora Instrução Normativa nº 5, de 1º/08/2006.

SÚMULA Nº 20, DE 27 DEDEZEMBRO DE 2002*

(*) Alterada pela Súmula nº42, de 31 de outubro de 2008

SÚMULA Nº 21, DE 19 DEJULHO DE 2004

Publicada no DOU, Seção I, de

20/07; 21/07 e 22/07/2004 “Osintegrantes da Carreira PolicialCivil do extintos TerritóriosFederais têm direito àsgratificações previstas no art. 4ºda Lei nº 9.266, de 15 de marçode 1996, concedidas igualmenteaos Policiais Federais.”

REFERÊNCIA:Jurisprudência: Supremo

Tribunal Federal: RE 236.089/DFe AI nº 222.118/ DF. SuperiorTribunal de Justiça - Mandadosde Segurança nºs 6.722/DF;7.494/DF; 6.415/DF; e 6.046/DF -(Terceira Seção).

SÚMULA Nº 22, DE 05 DEMAIO DE 2006

Publicada no DOU, Seção I, de10/05; 11/05 e 12/05/2006 “Não seexigirá prova de escolaridade ouhabilitação legal para inscriçãoem concurso público destinadoao provimento de cargo público,salvo se a exigência decorrer dedisposição legal ou, quando for ocaso, na segunda etapa deconcurso que se realize em duasetapas”.

REFERÊNCIAS:Legislação pertinente:

Constituição Federal: arts. 5º,XIII, e 37, I e II; - Lei nº 8.112, de11 de dezembro de 1990: arts. 5º,IV, 7º e 11.

Jurisprudência: SupremoTribunal Federal: MS nº 20.637/DF (DJ de 12.12.1986), ADI nº1.188/DF (DJ de 20.04.1995) eADI nº 1.040 (DJ de 1º.04.2005) -Tribunal Pleno; RE nº 184.425/RS(DJ de 12.06.1998) - SegundaTurma; RMS nº 22.790/RJ (DJ de12.09.1997), RE(s) nos 423.752/MG (DJ de 10.09.2004) e 392.976/MG (DJ de 08.10.2004) - PrimeiraTurma; e as Decisõesmonocráticas nos AI(s) nos194.768/DF (DJ de 29.02.2000),471.917/SP (DJ de 11.05.2004),

481.243/SP (DJ de 21.06.2004),462.883/SP (DJ de 30.06.2004),

474.254/SP (DJ de 26.08.2004)e 485.888/SP (DJ de 08.09.2004).- Superior Tribunal de Justiça:Enunciado 266 da Súmula doSTJ;

REsp(s) nos 131.340/MG (DJde 02.02.1998) e 173.699/RJ (DJde 19.04.1999), AgRg no Ag nº110.559-DF (DJ de 13.09.1999),RMS

nº 10.764/MG (DJ de04.10.1999), EDcl no AgRg no AInº 397.762/DF (DJ de 04.02.2002),RMS nº 12.763/TO (DJ de07.10.2002), REsp(s) nos 532.497/SP (DJ de 19.12.2003) e 527.560(DJ de 14.06.2004) -QuintaTurma; RMS(s) nos 9.647/MG (DJde 14.06.1999), 15.221/RR (DJ de17.02.2003) e 11.861/TO (DJ de17.05.2004) - Sexta Turma; MS(s)nos 6.200/DF (DJ de 28.06.1999),

6.559/DF (DJ de 26.06.2000),6.855 (DJ de 18.09.2000), 6.867/DF (DJ de 18.09.2000), 6.742/DF(DJ de 26.03.2001) e 6.479/DF (DJde 28.06.2001); Terceira Seção.

SÚMULA Nº 23, DE 06 DEOUTUBRO DE 2006

Publicada no DOU, Seção I, de09/10; 10/10 e 11/10/2006 Éfacultado a autor domiciliado emcidade do interior o aforamentode ação contra a União tambémna sede da respectiva SeçãoJudiciária (capital do Estado-membro).”

REFERÊNCIAS:Legislação pertinente: -

Constituição Federal: arts. 109, §2º, e 110. Jurisprudência: -Supremo Tribunal Federal: RE233.990/RS (DJ de 1.3.2002), AgRgnº RE 364.465/RS (DJ de15.8.2003), RE 451.907/PR (DJ de28.4.2006) e Decisão monocráticano RE 453.967/RS (DJ de 8.9.2005).

continua na próxima edição

Continuação

SÚMULA Nº 16, DE 19 DEJUNHO DE 2002*

Republicada no DOU, Seção I,de 26/07, 27/07 e 28/07/2004 “Oservidor estável investido emcargo público federal, em virtudede habilitação em concursopúblico, poderá desistir doestágio probatório a que ésubmetido com apoio no art. 20da Lei nº 8.112, de 11 dedezembro de 1990, e serreconduzido ao cargoinacumulável de que foiexonerado, a pedido.”

REFERÊNCIAS:Legislação: Lei n° 8.112, de

20.12.1990 (arts. 20 e 29) Outros:Informações n° AGU/WM-11/2002, adotadas pelo Advogado-Geral da União e encaminhadasao Supremo Tribunal Federalcom a Mensagem n° 471, de13.6.2002, do Presidente daRepública.

Jurisprudência: SupremoTribunal Federal - Mandados deSegurança nos 22933/DF, 23577/DF e 24271/DF (Tribunal Pleno).Superior Tribunal de Justiça:Mandado de Segurança nº 8339/DF (Terceira Seção)

(*)Redação alterada peloAto de 19 de julho de 2004.

SÚMULA Nº 17, DE 19 DEJUNHO DE 2002*

Republicada no DOU de 08/02,09/02 e 12/02/2007 “Suspensa aexigibilidade do crédito peloparcelamento concedido, sem aexigência de garantia, esta nãopode ser imposta como condiçãopara o fornecimento da certidãopositiva de débito com efeito denegativa, estando regular oparcelamento da dívida, com ocumprimento, no prazo, dasobrigações assumidas pelocontribuinte.”

SÚMULAS DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃOCONSOLIDAÇÃO DE 29 DE JANEIRO DE 2010(DOU – Seca 01 de 17,18,19 de fevereiro de 2010)

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JORNAL DA APAFERJ 11MARÇO 2010

CarmenLucia VieiraRamos LimaProcuradoraFederal

Reflexões:

Calendário não tem férias,nem recesso. O ano de 2010vai de vento em popa. Muitascoisas que já vinham ocor-rendo no mundo, continuam:as decorrentes da crisefinanceira que se iniciou háquase 2 (dois) anos, asguerras no Oriente Médioque, segundo documen-tários, filmes, romances,mídia, dificilmente chegarãoa termo; os desastres natu-rais, recentemente o horrorno Haiti; os tremores geo-lógicos por todo o mundo; afome na África e no resto doglobo terrestre. A chuvaconstante, mesmo com o sol:“chuva com sol, casamento deespanhol”, assim se dizia. Asreuniões não assumidaspelos chamados “países do 1ºmundo”, em Copenhague eem Davos (princípio de 2010)etc.

Ora, tudo indica que oBrasil foi agraciado por Deuse por seu povo criativo ecresceu, não importando asadversidades: positivo nacrise financeira, ainda teve asorte de ter um “águia” naAdministração Nacional, oPresidente da República,Luis Inacio Lula da Silva,que, internacional e na-cionalmente, com equipeforte, vem fazendo e CONS-TRUINDO patrimônio econsciência política e socialque, em verdade, é a grandeherança que faz um povo agire reagir aos acontecimentos.Criar o que for preciso emudar o que é necessário eainda não foi mudado.

Uma pessoa é indispen-

sável como mola propulsorapara que outras se levantem e,em grupo, em coletividades,realizem os atos substantivos demovimento e crescimento de umpovo. Porém, todas, um dia, sevão. Daí que, o “ego” é pas-sageiro e dispensável. A ação, otrabalho realizado, marcarão atrajetória daqueles que deramo seu coração, o seu destino porseus povos. Fácil lembrar deGandhi, de Mandela. Todostinham vários apelidos carinho-sos e assim eram conhecidos. Oafeto está ligado à gratidão, àconfiança, ao Amor. Os títulosque realmente vigoram sãoaqueles dados espontanea-mente pelo povo, porque impli-cam em reconhecimento.

A propósito, é saudável o re-conhecimento recíproco: daAutoridade para com seussubordinados. O PresidenteLula, em discurso de posse doatual Ministro-Chefe da AGU,Dr. Luis Inacio Adams, conformeconsta do Jornal da APAFERJ,reconheceu e fez “mea culpa”com relação a Advogados e Ad-vogadas Públicos, quanto à suadedicação ao trabalho e res-ponsabilidade no desempenhodas ações que, constatou, têmnotável repercussão no de-senvolvimento da ação estatal.Isto é muito bom.

Continuar e dar a fina-lização legislativa a esses sa-murais é mais do que justo. Éreferendar esse reconheci-mento. É fazer o que deve serfeito, não deixando sofrersolução de continuidade aspoucas ações que faltam paradar total dignidade ao trabalhodesses servidores públicos, quetanto fazem para garantir aordem pública e poderem trabalham perfeitamenteengajados e estruturados, “paripassu”, com as demais cate-

gorias funcionais federais..........................................................................Liberdade, Democracia,

Igualdade. Essas não sãopalavras vãs. A República astem como seu significado.

Assim é que, ao falar de cida-dania, não se pode falar de le-gislação que deve funcionar,sem deixar de falar no mês doAno Internacional da Mulher,da ineficaz Lei Maria da Penha.

Muitos são os depoimentos demulheres que trabalham e nãopodem ser livres, que se se-param e têm que se esconder,que não têm direito à escolha denovos parceiros, quando sedivorciam, porque são amea-çadas, sequestradas, assas-sinadas por ex-companheirosetc. A Lei Maria da Penha temfuncionado no sentido de de-volver a mulher ao antigo lar,pois não há lugar estabelecidopor lei, onde ela possa se re-colher, ou mesmo, penalizar ohomem que, muitas vezes nãoquer sair do lado daquelamulher, que trabalha e o sus-tenta, na maioria dos casos.Ora, s.m.j., crimes tais quecárcere privado, trabalho es-cravo, agressões as mais di-versas etc, são gerados, im-pedindo que mulheres que,hoje, são significativa mão-de-obra no cenário nacional, até naconstrução civil (o que já ocorreem tantos países) e aqui,também no PAC etc, são vistase usadas por aqueles que sejulgam cidadãos. Cidadãos semeira e nem beira (e até semtribeira). A lei tem que gerarestratégias para cumprir osseus ditames. É fazer o que temque ser feito.

Tudo indica que muitasoportunidades para boasrealizações serão aproveitadasem 2010.

Fé em Deus.

- “A lei submete a todos” - MinistroMarco Aurélio Mello, do STF(fonte:Mídia)- “É importante que se perceba noBrasil que a lesão ao Erário e aobstrução à Justiça são crimesgraves” - Dr.Cezar Britto, ex-presidente nacional da OAB.- Atos são importantes face aos fatos.Muito discurso só confunde.- A atuação eficaz do Ministro-Chefeda AGU, Dr. Luis Inácio Adams,“enquadrando” ações dos promotorespúblicos que ameaçam paralisar asobras da usina Belo Monte. Defesa doespaço de atuação de classe.- Autoritarismo é diferente desinalização de correção de área deatuação. Cada um no seu mister; assimé somatório e não confusão.- Servidores públicos de carreira,comprometidos com as suas escolhasfuncionais. Eis um item importantecontra a corrupção.- Sociedade civil organizada, cansadade “pseudo-funcionários”, corruptose agregados, que aparecem de caralimpa na mídia, enchendo meias eoutras peças de vestuário com odinheiro suado do povo, aprende aescolher melhor seus representantes.- Brasil forte: brasileiros quereivindicam, contestam e trabalhampara o bem-estar geral.- Fazer valer a Constituição FederalCidadã.- Legislar o que falta ser legislado, pois,Lei clara esclarece ao povo que nãoestá sendo enganado com “trens daalegria”.- Tirar processos judiciais doesquecimento, terminando pendências judiciais que só prejudicamos entes estatais, os órgãosadministrativos e, em última instância,o cidadão.- Transparência.- Fazer o que tiver que ser feito,produz efeitos. Deixar de falar o quenada acrescenta, evita perda de tempoe mantém os rumos do planejamentoadministrativo.- Lembrar sempre que o povo precisasuprir os níveis de carência, senão..

O amadurecimento político-institucional de um povo.

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JORNAL DA APAFERJ12 MARÇO 2010

O Direito é conhecido, deforma simplificada, como oconjunto de normas capaz dereger a sociedade, de estabe-lecer e manter a convivênciapacífica de seus integrantes.Não obstante, como é próprio doser humano, são muitas asdivergências interpessoais. E oDireito, como entidade incum-bida de preservar a paz social,deve resolver tais conflitos.Surge então o processo, ramo doDireito responsável pela ga-rantia dos direitos individuaise coletivos, instruído funda-mentalmente pelo contradi-tório. Nesse contexto, e até deforma incoerente, o processovem, ao longo do tempo, carac-terizando-se como instrumentomoroso e inábil à prestação deuma justiça célere e eficaz, aponto de não mais exercer suafunção de modo satisfatório,causando, muitas vezes, injus-tiças irreparáveis.

Atuando de maneira impres-cindível na seara do processo,mais especificamente do con-traditório, os recursos são ins-titutos cujo objetivo é a reapre-ciação da questão, seja porinsatisfação da parte, porobscuridade da declaração dojuízo, etc, O Recurso de Agravo,cabível contra as decisões in-terlocutórias, tem o objetivo deoferecer às partes a oportuni-dade de terem os seus direitosrevistos pelo juízo ad quem.Porém, de maneira manifesta-mente desvirtuada, o Agravovinha sendo utilizado comoforma de retardamento doprovimento jurisdicional. E issoocasionava, de forma imediata,o aumento de recursos inter-postos contra decisões inter-locutórias. Dessa forma, a pres-tação jurisdicional ficava ainda

mais comprometida, abarrotadade recursos interpostos comintuito protelatório.

Dois princípios de funda-mental importância para o bomdesenvolvimento do processosão: a segurança jurídica e a ce-leridade. O primeiro, nos termosdo Agravo, é melhor Visua-lizado a partir do princípio daautonomia: confere ao juízo aquo mais independência noexercício de sua função e,indiretamente, à parte a quemaproveita a decisão proferida, oresguardo de seus interessesindividuais. A celeridade, porsua vez, e como a própria no-menclatura sugere, prega deforma contundente a neces-sidade da eficiência do processo,do seu desenvolvimento semmorosidade. Com o escopo dereduzir a quantidade excessivade agravos, essa forma recursalveio evoluindo, desde as maisremotas épocas, até alcançar oSistema atual, a Lei n° 11 .187/05, cuja vigência iniciou-se em19 de janeiro do ano de 2006. Osistema recursal vigente, alémdo que já se foi dito, reuniu tam-bém em sua estrutura os prin-cípios da oralidade e da efeti-vidade.

O princípio da oralidade, re-lativamente ao agravo, atua deforma incisiva ao exigir que osatos recursais sejam praticadosoralmente quando se derem emaudiência de instrução e julga-mento. Porém, não ocorre acompleta oralidade: tais atos sãotomados a termo, para efeito deregistro e de garantia do juízo.Propiciando a autonomia dojuízo de 1º grau, estabelecendouma maior celeridade do pro-cesso e determinando a orali-dade dos atos, o novel sistemarecursal atinge um importante

princípio e alcança o mais nobrede seus objetivos: a efetividadeda prestação jurisdicional.Consegue, deste modo, proveruma justiça sem morosidade,eficiente, que consegue, sobre-tudo, preservar a segurançajurídica de seus tutelados.

Na busca pela digna presta-ção jurisdicional, a Lei do Agra-vo foi obrigada a reformular aestrutura do sistema recursal,chegando até a inverter valores.No passado recente, a formaregular de se impetrar agravoera através do Agravo de Ins-trumento. Atualmente, após areforma do texto legal, a regrapassou a ser a interposição deAgravo Retido. E a razão prin-cipal é a economia processual,o que influi diretamente naceleridade: o juízo ad quem, aquem cabe a apreciação doagravo, economizará tempo eesforço, uma vez que a análisese dará em conjunto com aapelação, ou seja, o agravo seráconhecido e julgado quandohouver apelação contra asentença do juízo originário.

O Agravo de Instrumento, noentanto, ficou restrito aos casosde recurso contra “decisão sus-cetível de causar à parte lesãograve e de difícil reparação, bemcomo nos casos de inadmissãoda apelação e nos relativos aosefeitos em que a apelação érecebida, quando será admitidaa sua interposição por instru-mento”. Ressalte-se ainda que,confirmando o acima disposto ereforçando o Agravo Retidocomo regra geral, o juiz relatordo processo deverá converter oAgravo de Instrumento em Re-tido, salvo nos casos excepcio-nais em que a lei permite a suaexistência.

Não obstante a nova legis-

lação tenha imposto as regrasacima exemplificadas, questõescontroversas surgem a partir deinusitadas situações jurídicas.Assim, embora se tenha pri-mado pela elaboração de umalei clara e que preserve a má-xima eficiência do sistemarecursal, ainda subsistem la-cunas normativas, quais sejam:a possibilidade ou não de inter-posição de agravo em audiênciaque não seja de instrução ejulgamento; a prevalência doAgravo Retido ou do Agravo deInstrumento perante as deci-sões interlocutórias proferidasapós a sentença; a possibilidadede agravar das decisões in-terlocutórias proferidas emMandado de Segurança; e, porfim, o cabimento do agravo deinstrumento contra decisão quedetermina a retenção de recursoextraordinário ou especial.

Considerando as inovaçõestrazidas pela Lei n° 11.187/2005 e entendendo e legiti-mando o seu objetivo de ga-rantir uma prestação juris-dicional com a máxima efetivi-dade, cabe agora aos operadoresdo direito, utilizando-se do no-vel instrumento legal, favore-cendo-se de suas lacunas nor-mativas e aproveitando racio-nalmente as questões polêmicaspresentes no mundo jurídico,realizar um trabalho incólumee, conseqüentemente, alcançaro objetivo mais notável doDireito: a JUSTIÇA.

Camila Peixoto do Amaral

Botelho

Advogada

Pós-graduada em “As grandes

Transformações do Direito

Processual” e em Direito

Tributário, na Rede LFG.

NOTAS SOBRE A LEI Nº. 11187 de 2005Instrumento para prestação de justiça célere e eficaz

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JORNAL DA APAFERJ 13MARÇO 2010

Paulo César Régis de Souza

A Previdência social públicaem seus 86 anos foi alvo de múl-tiplas ações de desmonte, tendoos vários governos utilizadoseus recursos, que são dos tra-balhadores para várias obras,como CSN (Companhia Side-rúrgica Nacional), Brasília,Belém-Brasília, Itaipu, Tran-samazônica, Ponte Rio Niteróietc, etc, etc. nenhuma como sevê com a finalidade de melhoraros benefícios pelos quais ostrabalhadores pagaram por 35anos para uma aposentadoriadecente.

O RGPS (Regime Geral dePrevidência Social) brasileiro,por não ser de capitalização,mas de repartição simples, foimal interpretado pelos gover-nos que sacaram a fundo per-dido sobre o patrimônio dotrabalhador, dilapidando-o.

Além disso, governo e parla-mentares, com a omissão daslideranças dos trabalhadores,criaram ao longo dos anosvários benefícios, sem a devidafonte de custeio, entre elasaposentadoria para índio, pai desanto, prostituta, mãe solteira...

Hoje o INSS, paga em dia 26,9 milhões de beneficiários, em2008 teve uma arrecadaçãolíquida de R$ 163,3 bilhões,efetuou pagamentos de R$199,5 bilhões, e contabilizou umdéficit nominal de R$ 36,2bilhões. As contas porem fecha-ram em azul com as transfe-rências da Seguridade Social deR$ 62,3 bilhões que tambémcobriram os pagamentos com osbenefícios assistenciais.

Lamenta-se porem que aPrevidência tenha mais de R$300 bilhões de créditos públicose privados a receber, créditos

administrativos e judiciais,decorrentes de uma gestão te-merária de sua receita, em máhora transferida à ReceitaFederal e à PGF (ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional).Mais do que isso: tem umasonegação de 30% a 40% e vemsendo desequilibrada pelos sub-sídios dados aos aposentadosrurais e autônomos, e pelasrenuncias contributivas de R$17,0 bilhões projetadas para2009, com benefícios concedidosàs filantrópicas, microem-presários, exportadores rurais,exportadores de produtos deinformática.

Tudo criado por quem?Bem, agora esta na hora da

retribuição, por parte dosgovernantes, está na hora dereajustar com a justiça devidaas aposentadorias e pensões,está na hora de acabar com ofator previdenciário, está nahora de devolver a dignidadeaos nossos aposentados, está nahora de devolver a esperançaaos atuais 36,4 milhões decontribuintes (futuros aposen-tados), está na hora de acabarcom o falso déficit, amplamenteatenuado pelos recursos daSeguridade Social (COFINS -Contribuição para o Financia-mento da Seguridade Social eCLSS - Contribuição Socialsobre Lucro Líquido) e que po-derá desaparecer de vez atravésda criação de um fundo pre-videnciário com parte dosrecursos do pré-sal.

O ministro da PrevidênciaSocial, deputado José Pimentel,está propondo ao PresidenteLula que uma parcela dos re-cursos gerados pelo petróleoextraído no pré-sal sejam des-tinados ao financiamento dainclusão previdenciária aos

trabalhadores rurais, autôno-mos e microempresários. A idéiafoi lançada em outubro de 2008pelo ministro quando reivin-dicou que recursos do pré-sal sedestinassem ao custeio da pre-vidência rural, altamente de-ficitária e que impacta e travaa previdência urbana. Hoje, ocusteio de tal previdência, aexemplo do que acontece com osbenefícios assistenciais, já éfeito com recursos da Seguri-dade Social.

A proposta do ministro Pi-mentel teve acolhida do Pre-sidente Lula e da ministraDilma Roussef que inicialmentepensaram direcionar os recur-sos do pré-sal para a educação.Lula e Dilma admitiramtodavia que seria possível acriação de um fundo previden-ciário com parte dos recursos dopré-sal.

A abertura do debate sobrea destinação dos recursos dopré-sal que ficarão com a União,não se sabendo ainda o per-centual, fez com que váriosministérios se interessassem ementrar no rateio. Não há afórmula jurídica definitiva enem se sabe se a comissãointerministerial do pré-sal estátrabalhando numa propostalegislativa sobre tal destinação.Também não há decisão dogoverno sobre a gestão do pré-sal, havendo os que defendemque a Petrobrás assuma tudo eoutros que seja criada umanova estatal de finalidadeespecífica.

Para a ANASPS a idéia dofundo previdenciário é a melhoralternativa, lembrando que nopassado existiu uma cota deprevidência cobrada sobre avenda de derivados de petróleopara custeio da Previdência

Social urbana.Hoje, a previdência urbana

pode ter condições de seequilibrar e de ser supera-vitária se o governo adotarprovidências gerenciais naarrecadação, mas a previdênciarural continua deficitária. Ar-recada um pouco mais 10% doque necessita. Em 2008, neces-sita de R$ 39,9 bilhões/ano, earrecadou apenas R$ 4,9bilhões/ano”.

Por outro lado, o vigorosoprograma de inclusão previ-denciária deflagrado pelo go-verno do Presidente Lula, ten-tando a universalização da Pre-vidência Social pública, estádemandando recursos adicio-nais. O Tesouro, com recursosda Seguridade Social, já pagatodos os 3,3 milhões de bene-fícios assistenciais e os 7,7 mi-lhões de benefícios rurais. Ossubsídios de contribuição ofere-cidos aos autônomos e aosmicro-empreendedores terãoque ter cobertura para o fe-chamento de contas. No mo-mento, o Tesouro já paga os au-tônomos e poderá assumir comos recursos do pré-sal o custeiodos micro-empreendedores.

Dados do DatANASPS in-dicam que parte dos bene-ficiários urbanos, na faixa deum salário mínimo, quase 7,0milhões, são autônomos.

Onde há vida inteligente háesperança, me parece que oMinistro Pimentel de bancáriopassou a ser previdenciário decarteirinha, preocupado queestá em encontrar uma soluçãopara equacionar o financia-mento do RGPS.

Os atuais e os futuros segu-rados da previdência socialagradecem.

Fonte: Jornal ANASPS

A Previdência no Pré-Sal

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JORNAL DA APAFERJ14 MARÇO 2010

Discordâncias

= III =

Há um relato bíblico queconta a história de homensque construíram uma grandetorre que deveria alcançar oscéus. Pelo excesso de orgulho,Deus confundiu as línguasdos que buscavam construira Torre de Babel, provo-cando o desentendimento e,assim, o insucesso.

Utiliza-se esse mito comosímbolo do fracasso diante depropósitos equívocos, frutosde ambição excessiva. Gos-taria que esta história seaplicasse ao desejo recor-rente de setores governa-mentais que parecem visar ocontrole, dito social, dosmeios de comunicação.

Ora, o Governo assinou a

E R R A T A Na edição de Fevereiro de 2010 na página 5, por uma falha nadiagramação, deixou de ser publicado, na íntegra, o artigoDISCORDÂNCIAS, da lavra do nosso brilhante e assíduo colaborador,Dr. Allam Soares.

Assim, publicamos, a seguir, a parte final do aludido artigo, pedindosinceras desculpas ao Dr. Allam pelo lapso ocorrido.

Declaração de Chapultepec, queé uma carta de princípios quedefende a liberdade deimprensa. Prevê a aludida De-claração que “não deve existirnenhuma lei ou ato de poderque limite a liberdade de ex-pressão ou de imprensa, inde-pendente de qual seja o meio decomunicação.”

Acontece que já houve trêstentativas de medidas que vio-lariam esse compromisso. O pri-meiro deu-se por meio de projeto delei que criava o Conselho Federalde Jornalismo – ente autárquicoque poderia levar a censura aosjornais, além de punir os jornalistas.Essa tentativa malogrou pela firmeoposição da sociedade. Outrainvestida – igualmente sem sucesso– foi a pretendida criação da

Agência Nacional de Cinema eAudio-visual.

Agora, já há novas propostas,sendo que o PNDH-3, que prevêcontroles e penalidades à mídia,já comentei em meu artigo an-terior. Registre-se que o Exce-lentíssimo Presidente da Repú-blica não ter tido pleno conheci-mento do Projeto, tendo, poste-riormente, nele feito alterações.

A outra decorre da 2ª Con-ferência Nacional de Cultura,que, por igual, poderia interferirna produção cultural.

Essa insistência não se har-moniza com a Declaração acimacitada, cujo lançamento deu-seno Palácio de Chapultepec, poriniciativa de jornalistas e in-telectuais das Américas e subs-crita, até esta data, por 45Chefes de Estado.

Todos – entidades liberais,jornalísticas, culturais e os cida-dãos que prezam os princípiosdemocráticos devem-se posi-cionar contra propostas comoessas, que, espero, tenham omesmo fim da Torre de Babel.

= IV =

Após 82 dias de greve defome, morreu Orlando ZapataTamayo, um pedreiro negro de42 anos, preso em 2003, junta-mente com jornalistas, repre-sentantes sindicais e outros quepediam reformas sociais e res-peito aos direitos humanos emCuba. Tamayo teve reco-nhecido pela Anistia Inter-nacional seu “status” de presode consciência. Não se ouviuantes, nem até agora, reaçõesde defesa ou protesto de gover-nos latinos, que se dizem repre-sentantes do povo e defensoresde direitos humanos.

Rolf Hochhut, na peça “OVigário”, explicitou que, sem osilêncio do Papa Pio XII, nãoteria havido o holocausto, assim:

“– Meu Deus, tu és capaz decrer que o Papa fique impassíveldiante da fome e do sofrimentode uma só pessoa? O coração deleestá com as vítimas.

– E a voz? Onde está a vozdele? O coração não tem omenor interesse.”

Em decisão liminar, o minis-tro do Supremo Tribunal Fe-deral (STF) Cezar Peluso sus-pendeu decisão do Tribunal deJustiça de São Paulo (TJ-SP)que punia com a perda dos diasremidos, regressão de regime einterrupção da contagem dedias trabalhados o presoE.M.R., acusado de cometer fal-ta grave. A decisão ocorreu naReclamação (RCL) 9143.

De acordo com a DefensoriaPública, o preso teria prestadodepoimento, bem como as tes-temunhas teriam sido ouvidas

no procedimento disciplinarsem a presença de um defensor.

Para o ministro Peluso, é ocaso de se conceder a liminar,pois “não foi, portanto, garan-tida a oportunidade de defesatécnica na sindicância ins-taurada para apurar supostafalta cometida pelo recla-mante”. O ministro destacou oartigo 59 da Lei 7.210/84,segundo o qual “praticada afalta grave disciplinar, deveráser instaurado o procedimentopara sua apuração, conformeregulamento, assegurando o

direito de defesa”.Por fim, o ministro salienta

que os casos que fundamen-taram a edição da SúmulaVinculante 5 “cuidavam deprocedimentos administrativossem interferência direta naeficácia de decisões judiciais”,diferentemente deste caso, quetrata de decretação de perda dosdias remidos no cumprimentode pena de prisão determinadapor sentença judicial. CezarPeluso transcreve ainda trechode uma decisão do ministroMarco Aurélio que revelou “não

constar pronunciamento judi-cial do Supremo sobre o pro-cesso disciplinar estabelecidona Lei de Execução Penal”,entre os precedentes que ori-ginaram a Súmula Vinculante5, por isso sua aplicação, paratais situações, não seria cabível.

Assim, o relator concedeu aliminar para suspender a pu-nição do TJ-SP. No mérito, adefesa pede que a mesma sejacassada. Esse ponto ainda seráanalisado na ocasião do julga-mento definitivo do habeascorpus.

Ministro garante manutenção de benefícioa preso sem assistência de advogado

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JORNAL DA APAFERJ 15MARÇO 2010

ANIVERSARIANTES abril

D I R E T O R I APRESIDENTE - José MarcioAraujo de AlemanyVICE-PRESIDENTE - RosemiroRobinson Silva JuniorDIRETOR ADMINISTRATIVO -Miguel Carlos Melgaço PaschoalDIRETOR ADMINISTRATIVOADJUNTO - Maria AuxiliadoraCalixtoDIRETOR FINANCEIRO -Fernando Ferreira de MelloDIRETOR FINANCEIRO ADJUNTO- Dudley de Barros Barreto FilhoDIRETOR JURÍDICO - Hélio ArrudaDIRETOR CULTURAL - CarlosAlberto MambriniDIRETOR DE COMUNICAÇÃO -Antonio Carlos Calmon N. da GamaDIRETOR DE PATRIMÔNIO -Celina de Souza LiraDIRETOR SOCIAL - GracemilAntonio dos Santos

CONSELHO DELIBERATIVONATOS:1. WAGNER CALVALCANTI DEALBUQUERQUE2. ROSEMIRO ROBINSON SILVAJUNIOR3. HUGO FERNANDES

TITULARES:1. FRANCISCO PEDALINOCOSTA2. LUIZ CARLOS DE ARAUJO

A P A F E R JRua Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP: 20031-010

Centro - Rio de Janeiro - Sede Própriae-mail: [email protected]

portal: www.apaferj.org.brTel/Fax: (21)2532-0747 / 2240-2420 / 2524-6729

Jornal da APAFERJEditor Responsável: Milton Pinheiro - Reg. Prof. 5485Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini,Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal,RosemiroRobinson Silva Junior.Supervisão Geral: José Márcio Araújo de AlemanySupervisão Gráfica: Carlos Alberto Pereira de AraújoReg. Prof.: 16.783Editoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected]ão: Gráfica MECTiragem: 2.000 exemplares

Distribuição mensal gratuita.Os artigos assinados

são de exclusiva responsabilidade dos autores

3. ALLAM CHERÉM SOARES4. FERNANDO CARNEIRO5. EMYGDIO LOPES BEZERRANETTO6. EDSON DE PAULA E SILVA7.SYLVIO MAURICIOFERNANDES8. TOMAZ JOSÉ DE SOUZA9. SYLVIO TAVARES FERREIRA10. PEDRO PAULO PEREIRADOS ANJOS11.MARIA DE LOURDESCALDEIRA12. MARILIA RUAS13. IVONE SÁ CHAVES14. NEWTON JANOTE FILHO15. JOSÉ PIRES DE SÁ

SUPLENTES:1. ROSA MARIA RODRIGUESMOTTA2. MARIA LUCIA DOS SANTOS DESOUZA3. PETRÓNIO LIMA CORDEIRO

CONSELHO FISCALTITULARES:1. JOSÉ CARLOS DAMAS2. JOSÉ SALVADOR IÓRIO3. WALDYR TAVARES FERREIRA

SUPLENTES:1. JOSÉ RUBENS RAYOL LOPES2. EUNICE RUBIM DE MOURA3. MARIA CONCEIÇÃO FERREIRADE MEDEIROS

As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas,desde que citadas as fontes.

Com a sua presença haverámais alegria e confraternização.

COMPAREÇA.

No próximo dia 27 de abrilvamos fazer uma festa

para comemorar o seu aniversário

01 VERA LUCIA SANTOS DE S.DIAS - INCRA02 HERCY RODRIGUES DASILVEIRA - MPAS02 LEVI SANTOS DE AVELLAR -MPAS03 NINON MACHADO DE F. L.FRANCO - CNEN06 HELIO DE OLIVEIRA - INSS07 IOLANDA BECHARA ALMEIDA- UFF07 JAIRO FERNANDES GARCIAFILHO - INSS07 JULIA MARIA DE AFONSOFERREIRA - INPI07 VANIA LINS DEALBUQUERQUE - AGU07 WALLACE WILSON - M.SAÚDE08 ADILSON VASCONCELLOS -UFF08 ADONIS BARBOSA ESCOREL- INSS08 MARIA DE LIMA COSTA - UFRRJ09 BRANCA MARIA DE MELLOFRANCO - AGU09 JOSÉ DOMINGOS TEIXEIRANETO - MOG10 HERTA CURTINHAS - AGU10 MARIA VALQUIRIA TEIXEIRAMENDES - M.SAÚDE11 JOSÉ RUBENS RAYOL LOPES- UFRJ11 MARCUS VINICIUS PAIVAPEREIRA - AGU12 EUNICE ALVIM BRAGA -M.SAÚDE12 LEILA ANDRADEOGASSAVARA - INSS13 JOSÉ MARCIO ARAÚJO DEALEMANY - MPAS13 MIGUEL JOSE DE SOUZALOBATO - FUNARTE14 ILMA RIBEIRO BORRÉ - INSS14 MANOEL RODRIGUES LESSA- MPAS15 ANA MARIA DE CARVALHO -INSS15 EUNICE AZEVEDO - MPAS15 GILBERTO FERNANDES

ALVES - AGU16 CYRO MARCOS COUTINHO J.SILVA - AGU16 HELIO HENRIQUES DUTRA -INSS17 ALOYSIO TADEU DE O.NEVES - AGU17 DIVA DE CARVALHOMARINHO - M.FAZ17 LUCIO DE SOUZA ASFORA -INCRA17 LUIZ AUGUSTO G. DE M.FRANCO - AGU19 LUIZ FERNANDO DE ALMEIDALOPES - M.FAZ.19 LYDIA CASTELO B. M. de S.BARROS - IBGE20 GERSON DE MAGALHÃESMONTEIRO - INSS20 LUCILIA CURVELLO BAPTISTA- INMETRO21 DECIO MENDES DOSSANTOS - INSS21 FRANCISCO CORDOVILPESSOA - INSS21 VICTOR HUGO DA SILVAPINHÃO - INPI22 ANTONIO ROBERTO DOS S.MACEDO - UFRRJ24 ARTHUR EMILIANO DE L.COSTA - AGU24 MARIO ALBERTO BRANDÃO -INSS24 RENATO JOSÉ B.MAGALHÃES - CEFET26 MARIA RITA BUENO NUNES -INSS28 GRACIRENE PESSÔA LEVY -M.SAÚDE28 ILDECONDO LEÔNCIOCORNÉLIO - AGU28 REJANE LAGO DE CASTRO -AGU28 ZALBA GUILHERME CHASTINET- INSS29 FERNANDO HUGO DA CUNHA -M.TRANP29 HUGO FERNANDES - M. FAZ29 TIANE BRASIL CORRÊA DASILVA - AGU

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JORNAL DA APAFERJ16 MARÇO 2010

PEÇO A PALAVRA

RosemiroRobinson S.JuniorVice-Presidente

Meus caros e fiéis leitores: con-soante escrevi, alhures, o caput doartigo 6º, do Capítulo II, Dos Direitosdos Advogados, da Lei nº 8906, de 4 dejulho de 1994, assim dispõe in verbis:

“Art. 6º Não há hierarquianem subordinação entre advo-gados, magistrados e membros doMinistério Público, devendo to-dos tratar-se com consideração erespeito recíprocos”.Ocorre que, inobstante os rele-

vantes aspectos constitucionais, infra-constitucionais, lógicos e históricos, osAdvogados Públicos Federais sofrem,secularmente, injustificável tratamentodiscriminatório, principalmente notocante à remuneração, oceanicamenteinferior à dos Magistrados e dosmembros do Ministério Público Federal,situação que poderá e deverá seralterada, mercê da Proposta deEmenda Constitucional – PEC nº 443/2009, da autoria do ínclito DeputadoFederal José Bonifácio de Andrada.

A APAFERJ, que integra o ForumNacional da Advocacia Pública Federal,vem, de há muito, lutando pela obtençãodo tratamento remuneratório isonômicodos Advogados Públicos Federais emrelação aos membros do MinistérioPúblico Federal, participando, agora, decorpo e alma, da campanha para apro-vação da supracitada PEC, havendoencaminhado, recentemente, aos as-sociados, uma edição extraordináriadeste jornal, homenageando o ilustreautor da PEC nº 443/2009 e alinhandoargumentos que podem ser aditados ásrelevantes razões insertas na Justi-ficativa da PEC ora focalizada.

No intuito de que a voz daAPAFERJ ecoe mais longe e mais alto,sensibilizando as autoridades quepodem fazer prevalecer o império da

perene trindade: Lei, Direito e Justiça,serão listados, a seguir, os principaisargumentos que sedimentam a pro-cedência da tese do referido tratamentoremuneratório isonômico:

ELENCO DE ARGUMENTOS

a) A Lei nº. 2.123/53, que criou aCarreira de Procurador Autár-quico, estabeleceu para os seusintegrantes a mesma remuneraçãopaga aos membros do MinistérioPúblico Federal, bem como asmesmas prerrogativas funcionais.

b) A Lei nº. 4.439/64, complemen-tadapela Lei nº. 4.531/64, fixouremunerações idênticas para Pro-curadores da República, Procu-radores Autárquicos e Procura-dores da Fazenda Nacional.

c) O artigo 29 do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias daConstituição Federal de 1988 outor-gou aos membros do MinistérioPúblico Federal o direito de opta-rem pelas Carreiras da Advocacia-Geral da União.

d) O aludido direito de opção foirepetido, ipsis litteris, na MedidaProvisória nº. 2048/2000, que crioua Carreira de Procurador Federale restabeleceu as três Categoriasanteriormente existentes.

e) O artigo 131 da Constituição Fe-deral, que criou a Advocacia-Geralda União, deslocou para esta oContencioso, que antes era dacompetência do Ministério PúblicoFederal.

f) Conforme dispõe o Capítulo IV doTítulo IV da Constituição Federal,os membros do Ministério Público,os integrantes da Advocacia-Geralda União e os componentes da De-fensoria Pública exercem FunçõesEssenciais à Justiça.

g) O artigo 135 da Constituição Fe-deral estabelece que os AdvogadosPúblicos Federais e os DefensoresPúblicos da União serão remune-rados por Subsídio, previsto no §4º do artigo 39 da Carta Magna,com a redação dada pela EmendaConstitucional nº. 19/98.

h) O inciso XI do artigo 37 da Cons-tituição Federal fixa o mesmo tetoremuneratório para o Ministério

Público, Procuradores e De-fensores Públicos.

i) A implantação do Subsídio, emrelação aos Advogados PúblicosFederais, ocorreu mediante aedição da Medida Provisória nº.305/2006, transformada na Lei nº.11.358/2006.

j) É princípio universalmente consa-grado que a Lei não contém pa-lavras inúteis. Assim, o direito deopção assinalado nas letras c e dnão teria sido concedido se osprováveis optantes viessem a re-ceber remuneração inferior àquelaque vinham percebendo, ou seja, anova remuneração seria, no mí-nimo, idêntica àquela que vinhasendo paga aos prováveis optantes.

k) A transferência do Contencioso doMinistério Público Federal, ex vi doartigo 131 da Constituição Federal(v. letra e), para a Advocacia-Geralda União, além de pôr um fim ainjustificável dicotomia, aliviou acarga de trabalho do primeiro e,obviamente, veio a pesar nosombros da segunda.

l) Decreto-Lei nº 1.045/69. Assegu-ra aos membros do Serviço Jurí-dico da União e das suas autar-quias, e os do Ministério Público doDistrito Federal, que exerçamcargo de Procurador da República,o direito de opção pela permanênciadefinitiva no referido cargo ou o a-proveitamento, no MinistérioPúblico Federal, a juízo exclusivodo Presidente da República, da-queles que não estejam exercendoo cargo de Procurador da Re-pública.

m) Manifestação do Ministro Fran-cisco Rezek e do Dr. Ives Gandrada Silva Martins, datada de 25 defevereiro de 2008, prestando infor-mações ao Egrégio Supremo Tri-bunal Federal, na Suspensão daTutela Antecipada número 207,cabendo a transcrição do item 10da Petição:

“10. Quanto ao mérito da greve,tanto a Senhora Ministra Presidente doSupremo quanto alguns outros ilustresmembros do pretório maior, e ainda oeminente Procurador-Geral da Re-pública, e ainda o primeiro signatáriodestas linhas, recordamos todos aquilo

que foi, nas décadas de 70 e 80, odemorado debate que precedeu a bifur-cação do que havia sido outrora nossacarreira única. Todos nós, procuradoresda República das primeiras geraçõesconcursivas, lembramo-nos do momen-to em que, contra a opinião de parte denossa comunidade, dividimo-nos, e oque era tradicionalmente uma só ins-tituição, votada à fiscalização da lei soba toga do Mi-nistério Público e, ao mes-mo tempo, à defesa, em juízo, do Esta-do brasileiro, transformou-se em duasinstituições diversas, a exemplo do quejá ocorria nos estados federados. O quenenhum de nós imaginava é que, como passar do tempo, fosse alcançada estasituação iníqua e mal explicada em queem uma das duas unidades resultantesdo desdobramento desceria a um pata-mar retributivo correspondente, grossomodo, à metade do padrão da outraunidade.”n) Trecho da Exposição de Motivos

nº 11/2006-AGU, de 15 de de-zembro de 2006,, endereçada peloDr. Álvaro Augusto Ribeiro Costa,então Advogado-Geral da União, aoExcelentíssimo Senhor Presidenteda República:

“4. Reconhecimento do valor dotrabalho de nossos profissionais jurí-dicos: subsídios.

4.1. Apesar da expressa determi-nação de Vossa Excelência, não foipossível, em 2006, que o Ministério doPlanejamento, Orçamento e Gestãoimplementasse, tal como previamenteacertado comigo, a isonomia entremembros da AGU, do MP e do PoderJudiciário. Isso pôs em risco a qualida-de da representação judicial e extra-judicial da União, responsabilidade daAGU: em primeiro lugar, pela cargapsicológica negativa sentida por advo-gados da União e Procuradores Fe-derais, ante o fato evidente de seremos profissionais que tipicamentedefendem a União menos valorizadospor esta, do que aqueles que podempropor ações contra ela; em segundolugar, pela motivação que nossosprofissionais jurídicos sentem paraingressar nos quadros do MinistérioPúblico, do Poder Judiciário e atémesmo de ministérios públicosestaduais, o que gera indesejável perdade talentos para a AGU.”

Novas Notas Sobre Isonomia

Legum omnes servi

sumus ut liberi esse

possimus (Cícero)

“Somos todos servos das

leis para que possamos ser

livres”