jornal da apaferj 1 setembro 2010

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JORNAL DA APAFERJ 1SETEMBRO 2010

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JORNAL DA APAFERJ2 SETEMBRO 2010

Márcio AlemanyPresidente

MENSAGEM DO PRESIDENTE

Se o FHC voltasse ou se o

Lula ficasse o que importa

para nós os Advogados Públi-

cos que é ambos cumpriram

seus papéis para com a Ad-

vocacia Pública. Falhas ou

erros podem ter havido, afinal,

errar é humano, mas que muito

fizeram não se pode negar.

FHC, com Marco Maciel, que

assinou a MP 2.048 de 29 de

junho de 2.000, data histórica

para sempre comemorarmos,

ouviu Gilmar Mendes e se

convenceu de nossa importân-

cia. Lula marcou outro gol

com a colocação de Toffoli na

AGU. Fomos bem exibidos

em nosso importante trabalho

e ainda tivemos um pequeno

reajuste em nossos subsídios,

sem ingratidão com Álvaro Au-

gusto que tentou de tudo por uma

melhor tabela e ainda por ter

assinado um manifesto na defesa

da Advocacia Pública. Mas

quem virá? Dilma, Serra ou Ma-

rina? As pesquisas indicam a

possibilidade de um segundo

turno, o que pode favorecer uma

certa divisão de poder de mando

e inviabilizar sempre nego-

ciação sofreando os ímpetos das

vitórias acachapantes. Devemos

estar preparados para tudo o que

der e vier, somos sempre os que

ajudam a carregar o andor ju-

rídico para que tudo se dê na me-

lhor forma da Lei e, por que não

dizer, dos costumes. Temos

consciência de que somos pri-

vilegiados neste mister exclu-

sivo que o Estado nos conferiu,

mas não podemos nos esquecer

de que é um máximo ônus con-

cedido com todas as precauções.

No debate promovido pela TV

Globo, pelo visto o último “de-

bate”, a única que teve opor-

tunidade de dizer sobre a manu-

tenção das regras democráticas

vigentes foi a Dilma. Clara e pre-

cisa, inclusive, em manter os

contratos logo após ter dito, em

face de colocação feita por Plí-

nio, de que não ia admitir ocupar

ou favorecer alguém com casa

de quem quer que fosse, ou algo

nesse sentido, evidenciando sua

discordância em entendimento

de natureza que viesse a mexer

com o direito de propriedade. Foi

muito enfática e positiva, acla-

rando possíveis dúvidas, de-

monstrando cabalmente que irá

respeitar e defender as Leis vi-

Dilma, Serra, Marina Ou Plínio?gentes. Disse, ainda, que iria

continuar o atual programa

para construir mais casas para

aumentar o mercado de traba-

lho e a construção civil, via-

bilizando o atendimento da

população sem moradia. De-

sejamos que este exemplo de

cunho essencialmante demo-

crático paire sobre as cabeças

dos demais candidatos. Nós, os

Advogados Públicos Bra-

sileiros, com muita obstinação

e orgulho, defendemos tam-

bém a coisa julgada, o ato ju-

rídico perfeito, o direito adqui-

rido e o Estado Democrático de

Direito. Esperamos que o can-

didato que vier a ser eleito man-

tenha essa mesma chama, cuja

conquista persiste até hoje, e,

esperamos sempre, nos inflame

e acalente o nosso viver!

Servidores, pensionistas e o redutor salarialO Tribunal de Justiça do Es-

tado de São Paulo (TJ/SP) tementendido de forma majoritáriapela não aplicação do teto cons-titucional – estabelecido peloDecreto nº 48.407, publicado em7 de janeiro de 2004, e fixadoatravés do artigo 8º da EmendaConstitucional nº 41/2003 – nosproventos dos servidores e pen-sionistas do Estado, em razão dainclusão das verbas de vanta-gens pessoais no limite esta-belecido.

São vários os mandados de se-gurança ajuizados no Poder Ju-diciário contra a autoridaderesponsável pelo ato coator daincidência do redutor salarial,

com a finalidade de demonstrara afronta ao direito adquirido eirredutibilidade de proventos e,consectário disso, impedir essesdescontos.

Recentemente, a 11ª Câmara deDireito Público do TJ/SP julgouprocedente o Agravo de Instru-mento de nº 991.533.5/3 paradeterminar, liminarmente, que osuperintendente da SPPREV (SãoPaulo Previdência) cessasse odesconto que vinha adotando emvirtude da incidência do redutorconstitucional.

Na decisão, a 11ª Câmara deDi-reito Público deixa expressoque: “As vantagens percebidaspelo falecido servidor incorpora-

ram-se a seu patrimônio pessoale, uma vez incorporadas, nãopodem ser suprimidas por legis-lação posterior, a qual não podiareduzir o valor nominal dosproventos”.

Outra decisão recente profe-rida pelo Tribunal de Justiça deSão Paulo (TJ/SP) manteveinalterada a sentença, em man-dado de segurança, dando pro-vimento ao recurso de Apelaçãode nº 726.620.5/1, interposto porpen-sionista de ex-servidorpúblico, por entender pela ad-missibilidade da aplicação daEmenda Constitucional 41/2003,desde que não incida sobre verbasde caráter pessoal “(...) a fim de

impossibilitar qualquer desres-peito aos direitos adquiridos dosservidores públicos, no caso, aorecebimento das vantagens pes-soais incorporadas definitiva-mente em seus patrimônios, pormotivo de desempenho efetivo dafunção ou transcurso do tempo”.

Esses entendimentos presti-giam o direito adquirido ao con-siderar que as vantagens pes-soais já incorporadas ao patri-mônio do servidor aposentadodevem ser excluídas da base decálculo para aplicação doredutor.

Priscila AurelianoAdvogada da área de Direito

Público

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JORNAL DA APAFERJ 3SETEMBRO 2010

Antonio C. Calmon N. da GamaDiretor de Divulgação da APAFERJ

Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .Fatos . Fatos . Fatos . Fatos . Fatos .

PENSAMENTPENSAMENTPENSAMENTPENSAMENTPENSAMENTOOOOO

Flash MomentoLiterário

CONGRESSOO XI Congresso Nacional dos

Procuradores Federais, promo-vido pela Associação Nacional dosProcuradores Federais - ANPAF,com o Apoio Institucional da Escolada Advocacia-Geral da União, con-forme noticiamos, será realizado nacidade de Vitória –Espírito Santo,nos dias 18 a 22 de outubro. Opúblico alvo são os ProcuradoresFederais e demais advogados pú-blicos. O temário, segundo infor-mações da Comissão Organiza-dora, irá tratar da Reforma do Có-digo de Processo Civil; A parti-cipação da AGU no Marco Regu-latório do Pré-Sal; Lei Comple-mentar da AGU e MovimentoNacional da Advocacia Pública.Colega , não deixe de prestigiarnosso Encontro Nacional. Suapresença é muito importante.

DIA DO ADVOGADOMais uma vez a OAB e a

CAARJ lembraram a instituiçãodos cursos jurídicos no Brasil, destafeita com congraçamento em Co-pacabana e show de Martinho daVila. O evento aconteceu no Ca-necão completamente lotado, coma presença dos Presidentes daOAB/RJ, Dr. Wadith Damous, e daCAARJ, Felipe Santa Cruz, quecompartilharam com a alegria dosprofissionais da área jurídica donosso Estado. Está de parabéns aequipe organizadora.

NOSSA HOMENAGEMNão poderíamos deixar de

prestar a nossa homenagem à Dra.Dyrce Drach, grande advogadados direitos humanos que com-

pletou 80 anos de idade no mês deagosto. A Dra. Dyrce trabalhou no Mi-nistério da Educação, tendo sido trans-ferida para Brasília com toda a famílianos anos sessenta. Sempre atuou emvárias frentes na área de direitos hu-manos, tendo integrado, a partir de1975, a fundação da Comissão Pas-toral da Terra. Aqui ficam nossos votosde plena felicidade.

IV SEMINÁRIO DAADVOCACIA PÚBLICA

Aconteceu em Brasília, nos dia 20a 22 de setembro, em Brasília, o IVSeminário Brasileiro da AdvocaciaPública Federal. O local escolhidopelos organizadores foi o Teatro doGolden Tulip Alvorada, situado noSHTN, Trecho 1, Lote 1B, Bloco C– Brasília/DF. O Conclave foi or-ganizado pela Escola da AGU etransmitido pela TV Escola, tendo sidoofertada 150 vagas para os servidorese membros da advocacia pública.

PALESTRAA palestra proferida no IV

Seminário da Advocacia Pública sobre“Advocacia Pública nos Países doMercosul” trouxe relato de repre-sentantes dos três países participantes:Brasil, Uruguai e Argentina. Entre ospalestrantes citamos a Dra. CecíliaBlanco, Diretora de Assuntos Cons-titucionais, Legais e de Registro doUruguai, que teceu considerações so-bre a necessidade da discussão de umregimento interno para categoria noUruguai. O Procurador do Tesouro daNação da Argentina, Dr. JoaquimPedro Rocha, discorreu sobre aestrutura do órgão, informando que osadvogados das Estatais são os res-ponsáveis pela representação judicialdos ministérios, secretarias e empresasestatais.

PALESTRA IO Advogado-Geral da União,

Ministro Luís Inácio Lucena Adams,

falou sobre a evolução da advocaciapública no Brasil até a promulgaçãoda Constituição Federal de 1988, quea considerou como sendo função es-sencial à Justiça. O Ministro ressaltouque, na ocasião que o Estado Bra-sileiro lida com questões como in-dígena e ambiental, para cada umdesses temas existe uma autarquiafederal com a presença da AGU.

LANÇAMENTOO livro “ERRO MÉDICO e suas

conseqüências jurídicas”, da autoriado advogado Décio Policastro,publicado pela editora Del Rey,aborda questões de alta inquietaçãocomo o conceito de erro médico e aresponsabilidade dos hospitais e dasentidades públicas e privadas deassistência à saúde. A obra trazdecisões e acórdãos recentes quetratam da matéria. Vale a pena conferir.Maiores informações pelo sitewww.livrariadelrey.com.br.

Nossa homenagem ao Dr.José Salvador Iorio, ilustreConselheiro da APAFERJ,que trouxe da ex-LBA,onde militou por muitosanos, a bondade, a alegriade viver e a solidariedade.

Solidão DesmanchadaAndar desolado – sigosozinha.A alma angustiada – arrasto-a.Marcha vagarosa –melancolia.Tive muitos namorados –arderam-se.Nasci em berço de ouro – jáencontrei pronto.Tive um cãozinho – morreu.Meu gavião fugiu – como osnamorados.Os cofres, quebrei-os,Os tostões – gastei-os –nunca fiquei pobre.As lembranças belas – arrastona tela mental.Tornando a vida – uma grandefesta.

Agora andando com a almatoda plena –plena de ilusões desgarradas.A lembrançase perde em meio ao cansaço,ao fastio dapena de não poder voltar notempo.

Matava a morte para viver avida.Os amigos estão sumindo aospoucos,ora morre um, ora some outro.Aos poucos vou medesfazendo dos pertences,preciso fazer meu próprioinventário.

Marília RuasProcuradora Federal

“A palavra é para o ouvido oque a luz é para os olhos”

Madame Lambert

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JORNAL DA APAFERJ4 SETEMBRO 2010

Tramita na Câmara dos De-putados uma proposta que au-menta os salários dos advogadospúblicos em todo o Brasil. Aproposta vincula a remuneraçãode advogados e defensores pú-blicos ao subsídio dos ministrosdo Supremo Tribunal Federal(STF). O substitutivo do relatorda proposta seria votado pelaComissão Especial que analisao assunto, mas não houve acordoe a sessão acabou adiada, semnova data marcada para acon-tecer. Assim, o texto só deve servotado após as eleições deoutubro.

Instalada em junho, a comis-são analisa as Propostas de E-menda à Constituição 443/09, dodeputado Bonifácio Andrada(PSDB-MG) e 465/10, do de-putado Wilson Santiago(PMDB-PB). Como ambastratam de tema parecido, tra-mitam em conjunto. O deputadoMauro Benevides (PMDB-CE)elaborou um texto substitutivoque uniu as propostas e apre-sentou o novo projeto aos par-lamentare. O relatório deveriaser votado, mas os deputadosainda divergem sobre a inclusãode outras categorias no reajuste.

O texto prevê que a remu-neração do topo das categoriasde advogados e defensorespúblicos será de 90,25% dosubsídio dos ministros do STF,o teto do funcionalismo. Em va-lores atuais, o salário do final decarreira passaria de R$ 19.451para R$ 24.117. A proposta be-neficia defensores públicosestaduais e federais, advogadosda União, procuradores daFazenda da União e do BancoCentral, e procuradores federaise estaduais. Estima-se que aomenos 12 mil advogados pú-blicos sejam beneficiados pelo

reajuste.O que emperra a votação do

substitutivo é a abrangência doprojeto. Ao elaborar o texto, orelator rejeitou duas emendasque pretendiam definir o mesmopadrão salarial para delegadosde polícia, policiais civis e mi-litares. Mauro Benevides ar-gumentou que essas categoriasjá são objetos de outras PECs.No entanto, os demais parla-mentares tentaram estender aproposta mais uma vez. Odeputado João Dado (PDT-SP)defende a inclusão dos auditoresfiscais da Receita Federal e doTrabalho. Já o deputado Fran-cisco Tenório (PMN-AL) querincluir os delegados da políciaFederal e Civil, enquanto odeputado Paes Landim (PTB-PI)defende que todos eles (audi-tores fiscais e delegados) sejamacrescentados ao texto.

As mudanças foram nego-ciadas com o relator, mas nãohouve acordo. O deputado Mau-ro considera a proposta justa,mas reconhece que sua apro-vação em plenário é um “grandedesafio”. “Em cada estado, osadvogados e defensores devemempreender uma jornada deesclarecimento junto aosparlamentares”, disse.

Representantes de defensorespúblicos destacam que a Cons-tituição prevê o mesmo trata-mento às funções essenciais daJustiça. No entanto, defensoresnão têm remuneração similar àde integrantes do MinistérioPúblico, por exemplo. Ao par-ticipar de audiência públicasobre o tema na Câmara emjunho o presidente da Associa-ção Nacional dos DefensoresPúblicos Federais, LucianoSantos, afirmou que a situaçãodificulta a permanência de

servidores nas defensorias, queprestam serviços à populaçãomais carente. Segundo ele,quase metade dos defensoresquerem mudar de carreira. “Pormais que tenham optado pelaDefensoria pelo espírito al-truísta, acabam indo para amagistratura, para o MinistérioPúblico, em prejuízo de toda acoletividade”, disse.

Para o presidente da Asso-ciação Nacional dos DefensoresPúblicos (Anadep), André Luis deCastro, que acompanhou a reu-nião da comissão de ontem, maisdo que reajuste o salário dos de-fensores e aproximá-lo ao dospromotores, a proposta é impor-tante para unificar os rendimentosdos defensores públicos no País.Atualmente, cada estado tem umapolítica remuneratória, o que fazcom que o salário de alguns es-tados, como Pernambuco, Paraíbae Espírito Santo, sejam muitoinferior ao de outros, com Rorai-ma, Rio de Janeiro, Mato Grossodo Sul e Rio Grande do Sul.

“O que acontece hoje é umaenorme evasão. Existem estadosonde os defensores públicosficam muito pouco tempo nacarreira. Ou buscam o MP ou amagistratura, ou até se mudampara outro estado, o que é ruimpara todo mundo, até para aprestação do serviço”, contou,Segundo do ele, a média na-cional de salário dos defensoresé de R$ 11 mil, mas o valor éinferior a isso em vários locais.“O que queremos é uma políticasalarial unificada, para que odefensor da Paraíba não ganhequatro vezes menos que o deRoraima”, explicou. Castroespera que o impasse em relaçãoà votação da proposta sejaresolvido até o fim do ano.

Os defensores também cri-

ticam a falta de estrutura das de-fensorias. Segundo eles, há ape-nas 350 defensores públicosfederais para atender 130 mi-lhões de brasileiros que não temcondições de pagar advogado.Além disso, de cada R$ 100investidos no sistema judiciário,apenas R$ 5 vão para as defen-sorias – serviço até hoje nãooferecido à população em Goiás,Santa Catarina e Paraná.

Depois do STF propor au-mento de 14,79% para os mi-nistros da corte, o procurador-geral da República, RobertoGurgel, também enviou Projetode Lei ao Congresso Nacionalestabelecendo a revisão dosubsídio mensal do chefe doMinistério Público. Pelo Projetode Lei, enviado recebeu onúmero 7.753/2010, o saláriomensal do procurador-geral daRepública para a ser, a partir de1º de janeiro de 2011, de R$ 30,6mil.

A proposta é idêntica à doSTF e também prevê índice dereajuste de 14,79%. Segundo aProcuradoria Geral da Repú-blica, o objetivo é recompor asperdas decorrentes do processoinflacionário, com base noIPCA. A proposta determinaainda que, de 2012 em diante, ovalor do subsídio será revisto em1º de janeiro de cada ano, deacordo com a autorização es-pecífica prevista na Lei de Di-retrizes Orçamentárias e noslimites da Lei OrçamentáriaAnual. Ainda de acordo com oProjeto de Lei, a partir de 2015,a cada quatro anos, o vencimentomensal do procurador-geral daRepública será revisado por leide iniciativa da ProcuradoriaGeral da República, segundocritérios prévios.

Gizella Rodrigues

Pela vinculação ao STF

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JORNAL DA APAFERJ 5SETEMBRO 2010

Allan SoaresP r o c u r a d o rFederal

Possivelmente, foi o filósofogrego Platão (séc. IVaC) quemprimeiro projetou uma sociedadeutópica em “A República”, se-guindo-se a ele Tomas Campanela,em “Cidade do Sol”. Foi, porém,Tomas Morus, em “Utopia” (trad:Nenhum Lugar), quem imaginou umpaís, em que uma população físicae intelectualmente bem desenvolvidacriaria um Estado com visão hu-manista. Esse ensaísta políticodescreve um povo feliz, pacífico,com o destino em suas mãos, ondenão existe disputa econômica oureligiosa, excluídos aqueles quequestionam a imortalidade da almae a existência Divina, porque nãomerecem viver num Estado perfeito.

Essas concepções ideais fin-caram sólidas raízes na civilizaçãoocidental, tendo influenciado osfilósofos do Iluminismo e os pen-sadores socialistas Saint Simon eFourier (séc. XVIII e XIX).

A partir da 1ª Guerra Mundial

(1914-1918), a esperança que existiaaté então foi abalada, aos poucos, pelabarbárie guerreira ocidental e peladestruição progressiva da crença nossistemas socialistas. As primeirasmanifestações anti-utópicas surgiram,porém, depois da 2ª Guerra Mundial(1939-1945), através de “AdmirávelMundo Novo”, de Aldous Huxley e,principalmente, de “1984”, do escritore ativista político George Orwell. Estepoderia ser chamado, dentro da es-querda, na terminologia do historiadorIsaac Deustcher, um herético:satirizava e distinguia, com precisão,um socialista ou um anti-fascistaverdadeiro do falso.

Desde a guerra contra o fascismofranquista, Orwell considerava quecada trabalho que fazia era, de algummodo, a favor de uma democraciasocialista, mas fortemente crítica aqualquer totalitarismo.

O personagem principal de “1984”é Winston Smith que trabalha emOceania, no Ministério da Verdade,responsável pelas notícias, educaçãoe entretenimento, mas que, de fato, éum Ministério da Mentira. Ele é umfalsificador de registros e, mesmopressionado, reage contra o Sistema.O Partido tem três slogans: Guerra éPaz, Liberdade é Escravidão e Igno-rância é Força. Um de seus objetivosé extinguir a possibilidade de pen-samento independente. Há cartazes,nas paredes, com um enorme rostocolocado de modo que os olhos acom-panhem sempre alguém que se move,trazendo escrito: O GRANDE IR-MÃO (Big Brother) ESTÁ DE O-LHO EM VOCÊ. Este é o guardião eo líder da Revolução desde o seucomeço, nesse país chamado Oceania.O texto abaixo é esclarecedor:

“O Grande Irmão é infalível e todopoderoso. Todos os sucessos e todasas realizações, todas a s vitórias, todasas experiências, todo o conhecimento,toda a sabedoria, toda a felicidade,toda a virtude seriam um produto desua liderança e aspiração... Ele é umrosto nos cartazes, uma voz na te-letela.” (p.245)

Winston é reconhecido como umespírito afim pela oficial secundária Júliae, impulsionados pelo amor, pedem aO’Brien – um importante dirigente –que a conecte com um grupo dissidentedenominado Confraria, cujo líder éEmmanuel Goldstein, principal opositorao BIG BROTHER. Ao contrário doque esperavam, são enganados, du-ramente inquiridos, terminando portraírem um ao outro. Eles se encontramnovamente: o amor e o condiciona-mento a que foram submetidos faz Júliapartir e Winston segui-la, sem con-vicção, até que se afastam de vez. Numfinal lúgubre e revelador, Winston cessaa luta contra si mesmo e conclui amaro Grande Irmão.

Esse é o resumo mínimo de um ro-mance complexo, talvez o que melhorrevelou a essência do totalitarismo.Mais que um romance é um ensaioficcional sobre os aspectos perversosdo poder. Nunca o quadro de umasociedade burocratizada, com seuscontroles, aparelhos e slogans,caracterizou tão claramente a deses-perança no futuro humano.

Desde o final do século XX, partedo mundo contemporâneo vai-seaproximando dessa ficção, já quegrandes e pequenos países não fizerammais do que suscitar enormes es-peranças para sepultá-las depois. Issoquando não geram ódio, medo eterror.

Outros Estados pretendem,cada um a seu jeito, ser a novidadedo cenário mundial. Para isso,refugiam-se em práticas retró-gradas, mas eficazes, para o con-trole de suas respectivas popu-lações. Essas práticas, que visamassegurar um perigoso poderduradouro, têm um viés místico, oque torna ainda mais difícil o seuquestionamento. Acrescente-se quese apresentam como representantesde inúmeros movimentos sócio-corporativos e formam coalizõescom certas forças políticas, há muitoenquistadas no aparelho estatal.

Tais países, ainda, não estão pertode Oceania, mas, por certo, cami-nham para estabelecer o que, lamen-tavelmente, pode ser chamado de areacionária COMUNIDADE DOPENSAMENTO ÚNICO.

..............Em tempo: Com referência ao

meu artigo de agosto/2010, explicitoque, no que tange ao PNDH-3,minhas objeções foram dirigidas àvalorização da questão plebiscitáriae, em especial, no que se refere àcriação de um marco legal relativo aosServiços de Radiodifusão (rádio,TV), que poderia levar a penalidadescomo advertência, multa, suspensãode programação e cassações. Por-tanto, seu conteúdo não tem a ver como elaborado pelo ilustre ProfessorIves Gandra da Silva Martins, princi-palmente quanto à questão da Anistiae criação da Comissão da Verdade,artigo este publicado, também, emagosto/2010. A APAFERJ, comoentidade democrática, convive comdiferentes entendimentos jurídicos.

Utopias e Populismo

“Dietas, injeções, injunçõescombinar-se-ão desde a tenraidade para produzir o tipo decaráter e de ideias que asautoridades consideram de-sejáveis, e qualquer críticaséria dos poderes estabe-lecidos tornar-se-á psico-logicamente impossível. Aindaque miseráveis, todos seconsi-derarão felizes porque ogoverno lhes dirá que sim.”(em O Impacto da Ciência na

Sociedade, de BertrandRussell, Zahar, 1976)

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JORNAL DA APAFERJ6 SETEMBRO 2010

Nos últimos anos, o boom eco-nômico vivenciado pelo Brasil tevecomo reflexo uma série de opera-ções noticiadas nos jornais, propor-cionado uma internacionalizaçãodas atividades empresariais no país,seja pela compra de empresas na-cionais por empresas estrangeirasou vice-versa, seja, pela celebraçãoe contratos de colaboração entreempresas. Essas operações colo-cam o país em um cenário de me-canismos jurídicos conhecidosinternacionalmente, principalmentenos países desenvolvidos, massomente vistos no país em escritó-rios de grande porte. Muitas vezesas terminologias e os conceitos utili-zados causam confusão, até mesmopelo anglicismo característico des-sas operações contratuais ou so-cietárias. O presente artigo temcomo objetivo esclarecer deter-minados conceitos jurídicos comunsàs estratégias de crescimento em-presarial, mais objetivamente comrelação às alianças estratégicas.

João Carlos BackheuserMambrini

Como se sabe, para que as em-presas consigam atingir seus ob-jetivos de forma cada vez maiseficiente, e imprescindível o de-senho e a implementação de umaestratégia de crescimento empre-sarial. Ocorre que, na maioria dasvezes, chega um momento em queo crescimento da companhia só épossível com a ajuda ou o controlede outra sociedade.

Essa cooperação neces-sária entre as empresas para a rea-lização de um empreendimentocomum recebeu, pela jurisprudêncianorte-americana, nos idos de 1808,a denominação de “Joint-Venture”.

Entretanto, já nas primeiras décadasdo século XX, na Inglaterra, a figuradas “quasi-quartnership” era utilizadapara centralizar projetos muitoparecidos com os das “Joint-Venture”.

Dentre as formas de crescimentoempresarial direto, ou genericamente“Joint Ventures,” podemos distinguir:i) a integração de sociedades (fusãopor absorção ou incorporação), ii) aparticipação em sociedades sem aperda da personalidade jurídica e iii)os acordos de cooperação ou aliançasestratégicas. Como se percebe, as“JointVentures” podem assumir umaforma societária (“corporate joint-venture”) ou uma feição meramentecontratual (“contractual joint-venture”).

Muitas das vezes não é econo-micamente interessante adquirir ocontrole ou constituir uma determinadasociedade para atingir um objetivoespecífico, mas apenas aproveitar umacaracterística específica da outrasociedade e firmar um contrato quepossa otimizar ou beneficiar de algumaforma as duas empresas. Desseinteresse mútuo nascem os acordos decolaboração ou alianças estratégicas,que podemos facilmente comparar aum namoro, que pode ou não ca-minhar para um casamento.

Os acordos de cooperação oualianças estratégicas devem ser inter-pretados como procedimentos in-termediários entre o crescimentointerno (investimento realizado pelaprópria empresa em sua estrutura, sejaatravés de aumento de capital, fusãopor absorção ou incorporação) e ocrescimento externo (investimento emnovos projetos, criação de sinergia),através do qual duas empresas es-tabelecem uma série de acordos oucompromissos de colaboração entreelas, mantendo cada uma a suapersonalidade jurídica.

As alianças estratégicas às vezessequer geram benefícios econômicosdiretos, mas certamente propiciam um“algo mais”, muitas vezes relacionado

ao marketing, que a empresa não iriaobter sem a realização daquelaparceria. Uma cadela de hotéis e umacompanhia aérea, por exemplo, podemampliar a sua gama de clientes epassageiros através de uma parceriafornecendo descontos significativos empacotes turísticos e realizandomarketing conjunto nos aviões e hotéis.Portanto, sem formar nenhum vínculosocietário, ambas as empresas têmpossibilidade de aumentar seus res-pectivos lucros.

Na indústria petroleira, por exem-plo, há uma clara preferência pelamodalidade de associação contratualque não crie uma pessoa jurídicadistinta das de seus membros, pri-vilegiando a modalidade associativacontratual. Também no setor aéreo asalianças entre companhias são ex-tremamente comuns, vide os grupos:“Star Alliance”, “Oneworld” e “SkyTeam”. Essas alianças nada mais sãodo que acordos de colaboração atra-vés dos quais se estabelece uma formade divisão dos recursos decorrentes davenda de bilhetes aéreos para as com-panhias que de alguma forma es-tiveram envolvidas naquela operação,seja pela venda do bilhete aéreo, sejapela efetiva prestação do serviço.

Neste caso, os acordos de cola-boração firmados entre as companhiasaéreas para constituir ditas alianças sãocontratuais, ou seja, mantêm aspersonalidades jurídicas das com-panhias e possibilitam um incrementodo número de passageiros com arealização dos vôos “code-share” ouem parceria.

Outros exemplos clássicos dealianças estratégicas podem ser vistosno meio de telecomunicações, ondegeralmente uma só empresa não se vêcapaz de alcançar o êxito necessárioem seu setor de atividade. Em buscada cooperação ideal para tentar moldaras características e acompanhar atrajetória tecnológica do crescimentodo mercado de celulares 3G e dainternet móvel, a Siemens e a Toshiba

firmaram um acordo para o de-senvolvimento de tecnologia emaparelhos 3G, assim como a NECe a Panasonic.

Mais além foram Sony eEricson, a primeira líder mundial emtecnologia de produtos eletrônicose a segunda, líder em telefonia. Noano de 2001, foi constituída aempresa Sony Ericsson MobileCommunications Ltd., com cadacompanhia possuindo 50% docapital social da nova firma. A SonyEricsson Mobile CommunicationsLtd. é a responsável pelos trabalhosde pesquisa e desenvolvimento dosseus produtos, que serão comer-cializados sob sua própria marca,assim como rnarketing, vendas,distribuição e serviços ao con-sumidor. Cabe à Sony e a Ericssondar suporte e cooperar com a novaempresa por elas controlada.

À parte dos objetivos que al-cançam as empresas com a rea-lização de uma aliança estratégica,a própria análise do mundo em-presarial nos leva a concluir que asditas alianças estreitam os vínculose facilitam uma futura fusão,incorporação ou constituição denova companhia. Isto porque asempresas passam a conhecermutuamente seus defeitos e suasvantagens competitivas, propiciandouma maior segurança na horanegociação de compra e venda deações. De qualquer forma, nomomento da operação societária, arealização da “due diligence” eindispensável, por mais que sesuponha conhecer a empresaparceira.

No Direito Brasileiro, a“contactual joint-venture” écelebrada através de um contratoque regule essa colaboração, muitasvezes chamado de consórcio. Ematenção ao Princípio da Autonomiada Vontade, esse contrato é pos-sível sempre e quando se atendam

As Alianças Estratégicas no contexto das “Joint-Ventures”João CarlosBackheuser

Mambrini

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JORNAL DA APAFERJ 7SETEMBRO 2010

aos bons costumes e à ordem pú-blica, perfilando o grau de vínculodesejado.

Considerando que comumenteas alianças são celebradas entreempresas de diferentes países, alegislação aplicável ao contrato éescolhida pelas partes após anegociação das cláusulas queregerão as penalidades e interessesenvolvidos. Isto porque a leiutilizada deverá ser a mais ajustadaaos objetivos estabelecidos nocontrato.

A terminologia que se dá aos quegenericamente chamamos decontratos de cooperação ou acor-dos de colaboração, instrumentosjurídicos que viabilizam as aliançasestratégicas é extremamente vasta,apesar de o conteúdo ser o que ver-dadeiramente importa. São de-nominados acordos provisórios,por exemplo, aqueles contratos emque as empresas disponibilizam umapequena quantidade de recursos,em um determinado período tem-poral, para atingir um fim específico,recuperando posteriormente aquantia investida. Já os consórciosconfeririam um caráter mais sólidoà aliança, onde se decide disponi-bilizar mais recursos do que o ante-riormente combinado e onde osvalores gerados pela aliança são

distribuídos entre os parceiros.A Lei de Sociedades Anônimas

Brasileira permite a existência doconsórcio sem personificação jurídica(art. 278). Isto porque se diversassociedades conjugarem seus objetivos,para formar uma entidade com per-sonalidade jurídica, o consórcio ficariadescaracterizado, constituindo-se nadamais que uma nova sociedade. Por-tanto, a redação dada ao mencionadoartigo é de extrema perfeição, uma vezque estabelece que “as consorciadassomente se obrigam nas condiçõesprevistas no respectivo contrato”.Com relação às obrigações tributárias,a Lei estipula que cada membroresponderá por suas obrigações, sempresunção de solidariedade. Semsombra de dúvidas tal concessãolegislativa fomenta a economia, tendoem vista os enormes gastos com aconstituição de uma empresa no Brasil,ainda por cima se e necessário oaporte de capital estrangeiro.

Os chamados consórcios no Brasiltambém existem na maioria dos países.No Direito Espanhol, por exemplo, oinstituto das “Uniones Temporales deEmpresa”, regulados pela Lei 18/1982 de 26 de maio, em seu artigosétimo, inciso 1° definem esse tipo deparceria da seguinte maneira: “Terãoa consideração de União Temporal deEmpresa o sistema de colaboração

entre empresários por certo tempo,determinado ou indeterminado para odesenvolvimento ou execução de umaobra ou serviço”. Ao contrário dalegislação pátria, a lei espanholadetermina que os membros do con-sórcio serão solidariamente responsá-veis perante a administração tributárialocal.

É muito comum, não só na consti-tuição das “Joint Ventures” contratuais,como também nas que adquirem aforma societária, a assinatura de algunsdocumentos, antes mesmo que as par-tes iniciem qualquer conversação acer-ca da negociação. Os Acordos deConfidencialidade (Non-DisclousureAgreements-NDA), que pode ser umdocumento a parte ou uma cláusula daCarta de Intenções, tem como fina-lidade o comprometimento das partesem manter determinada informaçãocomo confidencial durante a nego-ciação, principalmente quando a in-formação revelada envolve “know-how” ou tecnologia. Muitas vezes aspartes inclusive se comprometem amanter sigilo quanto à própria ne-gociação.

Outro documento corriqueiro nestetipo de operação é a Carta de In-tenções (“Letters of Intent- LOI”,“Memorandun of Understanding-MOU”, “Heads of Agreement-HOA”). Através desse documento,

como bem define a professoraMaria Del Pilar Galeote Muñóz, aspartes irão “esboçar o futuro con-trato que vinculará às partes, emnosso caso a relação da sociedadeconjunta”. E mais adiante: “se tratade delimitar as linhas gerais dessecontrato posterior já que as partesainda não concretizaram todos ostermos de sua relação”.

A fronteira entre o “namoro”meramente contratual das duas em-presas parceiras e o “casamento”,através da constituição, incorpora-ção ou fusão das sociedades é ex-tremamente tênue e a análise sobrequal deve ser o liame estabelecidoentre elas deve atentar para o bi-nômio jurídico-econômico. Poroutro lado, o mais importante emuma aliança estratégica é que cadauma das partes entenda perfeita-mente quais são os seus objetivos eos objetivos do parceiro com aconstituição daquela aliança.

João Carlos BackheuserMambrini

Formado em Direito pelaUniversidade Cândido Mendes

Pós Graduado em DireitoEmpresarial pela Fundação

Getúlio VargasMaster em Assessoria Jurídica de

Empresas (L.L.M) IE BusinesSchool-Madrid, Espanha

A Advocacia-Geral da União(AGU) evitou, na Justiça, a con-denação do Instituto Nacionaldo Seguro Nacional (PFE/INSS)ao pagamento de honorários ad-vocatícios sobre verbas repas-sadas administrativamente

O INSS foi condenado a rea-justar os valores dos benefíciosprevidenciários dos autores daação, bem como a pagar hono-rários de sucumbência em 10%sobre o valor da liquidação desentença. Discordando da con-denação quanto aos honorários,a Procuradoria-Federal Especia-

lizada no INSS entrou comrecurso de embargos obtendo daJustiça a determinação de pa-gamento somente das diferençasnão pagas administrativamente.

Retificando os cálculos apre-sentados pelos autores da ação,a contadoria judicial apresentounova planilha alegando excessonos valores executados, a qualfoi homologada pelo JuízoFederal da 28ª Vara da SeçãoJudiciária de Minas Gerais.

Mas autores recorreram nova-mente pretendendo que fosseexpedida requisição de pequeno

valor para pagamento de ho-norários de sucumbência, consi-derando inclusive os valores pagosadministrativamente pelo INSS.

Entretanto, a Segunda Turmado TRF da 1ª Região negouprovimento ao agravo de instru-mento por considerar que os va-lores pagos administrativamentepodem ser abatidos em liquida-ção do julgado, quando compro-vado o efetivo pagamento.

De acordo com a Turma, “de-terminando o título judicial emexecução a incidência dos ho-norários advocatícios sobre o va-

lor que atingir a liquidação e,essa, obviamente, importa nodesconto dos valores pagos ad-ministrativamente do quantumdevido pela autarquia previ-denciária, configura excesso deexecução a utilização de base decálculo diversa da determinadapelo título para apuração de umadas condenações”.

A PRF 1ª Região e a PFE/INSSsão unidades da Procuradoria-Geral Federal órgão da AGU.

Ref.: Agravo de Instrumentonº 2005.01.00.060926-4/MGTRF-1ª Região

Procuradoria evita que INSS arque com honorários advocatícioscobrados sobre pagamento de verbas administrativas

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JORNAL DA APAFERJ8 SETEMBRO 2010

Noite dos AniversariantesAs festas dos aniversariantes sempre nos reservam muitas alegrias, desta vez também

houve um pouco de nostalgia, pois, dentre os agraciados com a medalha do Mérito daAPAFERJ, estava o nome do Dr. Luiz Victor Resse de Gouveia (já falecido) representadona cerimônia por sua esposa, a Sra. Laurinda Mendes Fernandes de Oliveira.

Outros que receberam a medalha foram os Drs. Amaury de Souza, que, impedido decomparecer, foi representado por Dr. Gracemil Antonio dos Santos, e também o ConselheiroDr. Fernando Carneiro. Participando da homenagem estavam os Drs. Emydgio L. Bezerra,Carlos Alberto Mambrini, Miguel Paschoal, Antonio L. Cavalcanti e sua filha GabrielaCavalcanti, Allam C. Soares, Napoleão Pereira Guimarães e Cesar Suypeene, além docasal convidado Fernando e Fabíola.

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JORNAL DA APAFERJ 9SETEMBRO 2010

Uma Viagem a Vila VelhaNa segunda quinzena de

outubro, Vila Velha no Es-tado do Espírito Santo, esta-rá sediando o XI CONPAF.

É uma cidade hospitaleiracom um grande acervo depontos turísticos, belezasnaturais e muitas histórias.

Vila Velha é o maisantigo município do estadodo Espírito Santo. Foi fun-dada em 23 de Maio de1535 com o nome de Vila doEspírito Santo pelo portuguêsVasco Fernandes Coutinho,donatário da Capitania doEspírito Santo, e foi sede da capitaniaaté 1549, quando esta foi transferidapara Vitória e o município passou a tero nome atual. O Gentílico é vila-velhense ou canela-verde.

É o município mais populoso doestado (inclusive superando a capital)sendo a grande maioria da populaçãoresidente na área urbana. Tem umgrande porte Industrial e o maiorcentro comercial do Estado. Está a5 km da capital do estado e possui 32quilômetros de litoral, sendo pra-ticamente todo recortado por praias,as quais constituem importantes íconesturísticos e paisagísticos, como a Praiada Costa, de Itapoã e de Itaparica.

Por ser a cidade mais antiga doestado, possui construções do séculoXVI, como o Convento da Penha e aIgreja do Rosário; do século XVII, oForte de São Francisco Xavier e doséculo XIX, o Farol de Santa Luzia.

No início da colonização ca-pixaba os moradores da cidade fi-caram conhecidos por canela-verde.A versão mais aceita é de que o a-pelido foi criado pelos índios paraos primeiros colonizadores, porqueexistia uma grande quantidade dealgas marinhas na costa capixabaque manchava as calças e a canelados portugueses quando desembar-cavam. Há quem diga também queo apelido pode ter origem pelo cos-tume português de se usar meiaslongas verdes.

A Praia da Costa é muito mo-vimentada dia e noite, fica a apenas 3quilômetros do centro da cidade. É apraia mais freqüentada por turistas epelos canelas-verdes. É uma praiacalma e possui ondas fracas.

A Praia de Itapoã a preferida dospescadores de arremesso. A 3 qui-lômetros do centro. É a continuaçãoda Praia da Costa e também repletade bares em sua orla, para satisfaçãodos freqüentadores dia e noite. Éaberta e inclinada, com ondasmoderadas, água clara e areia fofa.

A Praia de Itaparica cercada porquiosques, concentra inúmeras pro-moções de fim de semana de dia e denoite. É reta e propícia para a práticado surf. Um recanto encantador, depequena extensão. Dista 5 quilômetrosdo centro. É a praia mais freqüentadae movimentada do Espiríto Santo.

O Balneário Barra do Jucu épequeno, ainda tranqüilo, localizado a15 quilômetros do centro. Antiga vilade pescadores, guarda até hoje ascaracterísticas de vila. Fica próxima àfoz do Rio Jucu, onde nos fins de tardea atração é a revoada das garçasboiadeiras.

Na época do carnaval a regiãoperde sua característica tranqüila etorna-se um dos lugares mais pro-curados pelos foliões do estado. Suasestreitas ruas ainda sem calçamentoencantam os visitantes e à noite o lugarse torna um ponto de encontro de

boêmios.A Praia das Garças está localizada

no bairro Itaparica, é composta porilhas, conhecidas como Recanto dasGarças.

O Balneário Ponta da Fruta écomposto de boas praias, lagoas deágua doce e restaurantes. É um lugartranqüilo, com belos recantos, praiascom águas agitadas e areia grossa. Naprimeira lua cheia do mês de setembroé comemorada a Prima-Fruta. Possuiexcelentes pousadas, áreas decamping e de lazer.

A Praia do Meio está próxima dePonta da Fruta, praia com águastranqüilas e rasas, ideal para crianças.Areia fina e ventos moderados.

O Porto de Vila Velha até 1995,chamava-se Cais de Capuaba. O por-to recebe embarcações de vários paí-ses e atrai um fluxo de comercializaçãopara o Espírito Santo.

A Fábrica de Chocolates Garotofundada em agosto de 1929, é umadas maiores do país. No local, existeuma lojinha, onde podem ser compra-dos os famosos chocolates. Fica nobairro da Glória.

O Museu Homero Massenafunciona na casa onde morou por 23anos o pintor mineiro que se fixou emterra capixaba. Um dos mais ilustrespintores do Estado. Este museu foitombado pelo patrimônio histórico doEspírito Santo. Em seu acervo, váriosobjetos pessoais do artista. Na avenida

Beira Mar, 273, Prainha deVila Velha.

O Teatro Municipal ElioVianna antiga Sede da Pre-feitura, projetada em 1960pelo Arquiteto Elio Vianna,foi transformada em teatroem 1992, com capacidadepara 322 pessoas, inclu-indo 10 camarotes.

A Gruta do Frei PedroPalácios é um vão formadopela natureza no monteonde fica o Convento daPenha. Segundo algunshistoriadores, foi a primeira

residência do frei Pedro Palácios. Aolado da gruta, sobre uma pequenapedra, há uma imagem de NossaSenhora da Penha.

O Santuário Divino Espiríto Santoconstruído em 1956, por Dom JoséJoaquim Gonçalves, ganhou este nomeapós Dom José receber uma inspi-ração para construir um santuário emhonra ao Espírito Santo.

A antiga Estação Pedro Nolasco,construída em 1927, reúne um ricoacervo no qual sobressaem a velhaMaria-Fumaça, o vagão de madeira,o trólei, o telégrafo, o quepe do agente,fotografias, entre outros.

O Morro do Moreno tem 274metros de altura, conta com local parapesca, rampa para voo livre, fonte comágua mineral, mirantes naturais, comespessa mata virgem à volta; possuitrês vias de escalada: duas de frentepara a Terceira Ponte e uma de frentepara a Praia da Costa. Orlado por umavegetação remanescente de MataAtlântica, onde muitas pessoas vãopara tirar fotos, fazer piqueniques oucaminhadas.

O Farol de Santa Luzia construídoem 1870, fica no final da Praia daCosta. Mede 12 metros de altura, com9 m² de base. Sua luz, produzida porlâmpada de 3000 watts, atinge 17milhas marítimas. é necessário agendarpara visitá-lo.Carlos Alberto Pereira de Araujo

Jornalista

Bandeira e Brasão do Município de Vila Velha - Fundação 23 de maio de 1535

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JORNAL DA APAFERJ10 SETEMBRO 2010

d) a nomeação ou contrataçãonecessária à instalação ou aofuncionamento inadiável de serviçospúblicos essenciais, com prévia eexpressa autorização do Chefe doPoder Executivo;e) a transferência ou remoção exofficio de militares, policiais civis ede agentes penitenciários.A referida legislação é bem con-

tundente e determina que, se qualquerconcurso for homologado até trêsmeses antes das eleições, o referidoprocedimento é lícito, do contrário ascontratações são ilegais e podem serquestionadas e anuladas, sendo que oagente que o fez está sujeito a diversaspenalidades, tanto de ordem eleitoralquanto relacionadas à improbidadeadministrativa, entre outras.

Contudo, se a homologação forefetuada depois desse prazo, asreferidas nomeações só poderão serefetivadas após as eleições.

Em ano de eleições, também éimportante verificar sob qual âmbito opleito está sendo efetuado, pois se forrelacionado a cargos de âmbito federal,não ocorre empecilho para abertura deconcurso e respectivas nomeações nas

Inicialmente, frisa-se que este artigonão possui a pretensão de esgotar otema concurso público em ano eleitoral,mas traçar algumas idéias, tanto paraos “concurseiros” quanto para oscandidatos a cargos de provimentoeleitoral.

Diante disso, impende destacarque, sempre que o País encontra-seem período próximo das eleições,ocorrem diversas indagações relativasà proibição de realização de concursopúblico.

Ocorre que a respectiva inter-pretação é efetuada de forma errônea,uma vez que, logicamente, o que sebusca é coibir o uso da máquina pú-blica como fonte de captação de votosem prol de candidatos a qualquer es-fera do governo, o que é geralmenteefetuado por meio de nomeações,admissões e contratações ilegais pelosconhecidos apadrinhamentos políticos.

Para evitar tais condutas, o Brasil possuialgumas legislações que regulamentam aespécie. Como exemplo, pode ser citada aLei Geral das Eleições nº. 9.504/1997, queno seu artigo 73 estabelece as seguintescondutas:

Art. 73. São proibidas aos agentes

públicos, servidores ou não, asseguintes condutas tendentes aafetar a igualdade de oportunidadesentre candidatos nos pleitoseleitorais:(...)V – nomear, contratar ou dequalquer forma admitir, demitir semjusta causa, suprimir ou readaptarvantagens ou por outros meios di-ficultar ou impedir o exercício fun-cional e, ainda, ex officio, remover,transferir ou exonerar servidorpúblico, na circunscrição do pleito,nos três meses que o antecedem eaté a posse dos eleitos, sob penade nulidade de pleno direito,ressalvados:a) a nomeação ou exoneração decargos em comissão e designaçãoou dispensa de funções deconfiança;b) a nomeação para cargos doPoder Judiciário, do MinistérioPúblico, dos Tribunais ou Conse-lhos de Contas e dos órgãos daPresidência da República;c) a nomeação dos aprovadosem concursos públicos homolo-gados até o início daquele prazo;

circunscrições estaduais ou municipais.Como nosso sistema trabalha com

dois tipos de eleições, ou seja, a cadadois anos o pleito eleitoral é municipale o próximo é federal e estadual,portanto, essa questão deve ser ob-servada no que se refere às limitações.

Também importante destacar que aLei Federal nº 6.091/1974, por meio doseu art. 13, delimitou não ocorrerrestrição para nomeação de cargos doPoder Judiciário, do Ministério Público,dos Tribunais ou Conselhos de Contase órgãos da Presidência da República,para nomeação ou contratações quevisem ao funcionamento inadiável deserviços públicos essenciais.

Portanto, o tabu de proibição darealização de concurso público em anoeleitoral não é em sua totalidade con-dizente com a realidade da legislação,até porque, conforme explanado, oagente público, de acordo com oscritérios de oportunidade e conve-niência, poderá realizar o referidocertame observando as restriçõesimpostas pela legislação a cada caso.

Gislaine Barbosa Toledo eKauita Ribeiro Mofatto

Advogadas

CONCURSO PÚBLICO em ano eleitoral

O servidor federal podepedir a conversão da licença-prêmio em dinheiro – pecúnia– até cinco anos depois de seaposentar. O benefício deveser concedido ainda em ativi-

dade ou contará em dobro pa-ra a aposentadoria. A opera-ção é resultado da alteração daredação do Artigo 88 daResolução 48/2009, efetuadapelo Conselho da Justiça Fe-

deral (CJF), após julgamentodo processo administrativoproposto por três servidorasaposentadas do Tribunal

Regional Federal da 5ª Região,em Recife (PE), que pediram opagamento da licença-prêmionão gozada.

O CJF acrescentou à regra oprazo de cinco anos, a contar da

aposentadoria, para se pleitear odireito. No processo em questão,as funcionárias tiveram o direitoprescrito, porque se aposenta-ram há mais de 15 anos.

O relator do processo, desem-

bargador federal Paulo Espí-ritoSanto (presidente do Tri-bunalRegional Federal da 2ª Região),justificou o indeferimento do

pedido com base em amplajurisprudência do SuperiorTribunal de Justiça (STJ).Ainda segundo o voto, orelator deixou claro que adata de aposentadoria cons-

titui o tempo inicial para acontagem do prazo prescri-cional para requerer o direitode conversão. “O registro daaposentadoria no Tribunal deContas da União (TCU), tem

natureza jurídica meramentedeclaratória, e não consti-tutiva”, acrescenta o desem-bargador federal.

Prazo para Licença-prêmio

A Advocacia-Geral da União(AGU) conseguiu impedir, naJustiça, o pagamento abusivo dehonorários periciais, pelo Ins-tituto Nacional do Seguro Social(INSS). O valor de R$ 1.000,00,estabelecido pelo Juízo de Di-reito da Comarca de Bocaíuva(MG), estava 400% acima dopreço tabelado em caso de assis-

Procuradoria evitapagamento abusivo

de honoráriospericiais em açãoque contou com

assistência gratuita

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JORNAL DA APAFERJ 11SETEMBRO 2010

CarmenLucia VieiraRamos LimaProcuradoraFederal

Reflexões:

CONQUISTANDO: A cadaconquista é recomendável sefazer uma avaliação do que foiconquistado. O objetivo bus-cado abrangeu a todos? O quese pretendia era destinado asomente determinado seg-mento da Associação? Emqualquer situação, geral ousegmentada, foi obtido oobjetivo cogitado?

AGRADECENDO: Agra-decer é vital. A gratidão abreportas, corações. Grande oupequeno, o empenho de cadaum traz força ao trabalho deconsolidar os resultados decada Associação.

CONSOLIDANDO: Avisibilidade da Advocacia deEstado não deixa de ser umadecorrência do seu reconhe-cimento, necessidade e valorno universo institucional doEstado Brasileiro. A progres-são passou a ser geométrica. Acriação da AGU, tão esperadapelas Associações, foi impul-sionada por eminentes juristasdo cenário jurídico nacional –

Ministros do STF, Dr. GilmarMendes e Dr. José Antonio DiasToffoli – e fortalecida com apresença vigorosa do AdvogadoGeral da União, Ministro LuísInácio Adams. Ressalte-se oincansável apoio da ANPAF, napresença de seu Presidente, Dr.Roberto Giffoni, ora candidatoa deputado federal. A APAFERJ,juntamente com as demais As-sociações, batalharam e con-tinuam empenhadas na con-quista da Lei Orgânica da Advo-

cacia Pública e demais itensdevidos.

Tudo indica que as veredasabertas ajudarão a superar asadversidades para a legitimaçãodos direitos constitucionais ain-da não alcançados e já razoa-velmente mencionados nesteJornal da APAFERJ. Importantedizer que este Jornal vem as-sumindo grande importância noque tange à informação doquotidiano da Advocacia Pú-blica, divulgando mais áreas de

A prudência como GPS

-A grande arte do ser humano é dirigir-se a si mesmo.Examinar-se antes de tudo.

-Será que tudo a que temos direito está acessível?

-Tempos difíceis: medidas prudentes para continuaravançando.

-Ações concretas estimulam a confiança e cooptam parcerias.

-Quem não deve não teme. Trabalha-se pelo que é devido.

-Prudência não é sinônimo de medo. O medo pode paralisar ohomem. A prudência leva-o a pensar e agir, em contínuocaminhar.

-Os propósitos de uma Associação abrangem a todos. Oempenho é em prol de todos os associados. A legitimidade dochamamento à participação está baseada, principalmente, nesseato de congregação.

expansão e de atuação, con-forme se ampliam as neces-sidades e a projeção interna-cional do país. A cada momen-to delineiam-se novas áreas,onde os Advogados Públicospoderão demonstrar o quantosão essenciais para o equilíbrioinstitucional do Brasil.

VIGILÂNCIA: Enquantoisso, outros temas constitucio-nais vêm à tona, embutidos nocaldeirão de mudanças po-lítico-institucionais, ondecaos e progresso se misturam, evidenciando a urgência daLei Orgânica da AdvocaciaPública como elemento vitali-zador de conexão da plura-lidade regional brasileira, nor-teando a atividade desses Ad-vogados, garantindo a sua efe-tiva atuação, observada alegislação nacional.

Toda carreira de Estado, de-vidamente construída no quelhe couber, sempre será mais uminstrumento para a segurançajurídica do Estado Brasileiro,como Unidade Federada. Aatuação conjunta institucional,a conjugação de esforços, osinteresses compartilhados sãoprincípios ativos para manterfuncionando os diferentesmembros do corpo estatal.

tência judicial gratuita. Os hono-rários foram fixados em açãoque solicitava a concessão debenefício previdenciário.

A Procuradoria-RegionalFederal da 1ª Região (PRF1) e aProcuradoria Federal Especia-lizada junto ao Instituto Na-cional do Seguro Social (PFE/

INSS) entraram com recurso noTribunal Regional Federal da 1ªRegião, alegando que o valorrequerido era excessivo. Se-gundo os procuradores, como acausa contou com assistênciajudiciária gratuita, os honoráriosdeveriam observar os valores fi-xados por Resolução do Con-

selho da Justiça Federal (CJF).Além disso, a perícia médica

efetuada não era de altacomplexidade e se limitou a umexame clínico, o que não exigiugrande esforço intelectual doperito.

A Segunda Turma do TribunalRegional Federal da 1ª Região

concordou com os argumentosda AGU e fixou os honoráriosem R$ 234,80, conformeparâmetros estabelecidos pelaResolução nº 281/02, do CJF.

A PRF 1ª Região e a PFE/INSS são unidades da Procura-doria-Geral Federal, órgão daAGU.

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JORNAL DA APAFERJ12 SETEMBRO 2010

O Conselho Nacional de Justiça(CNJ) arquivou, por maioria de votos,a reclamação disciplinar apresentadapela Advocacia Geral da União (AGU)contra a juíza da 6ª Vara Federal dePorto Alegre (RS), Ana Inês AlgortaLatorre. Em março de 2009, amagistrada determinou a prisão doprocurador regional da União no RioGrande do Sul por crime dedesobediência.

A prisão foi determinada em razãodo descumprimento da decisão na quala magistrada determinou a entrega dosuplemento alimentar (MSUD2) a umbebê, em 48 horas. A decisão só foicumprida 48 dias depois da concessãoda tutela antecipada, mais precisa-mente duas hora após a prisão daautoridade federal, que foi solto apósconcessão de liminar em habeascorpus. Na reclamação ao CNJ, àqual foi apensada pedido similar doFórum Nacional da AdvocaciaPública, a AGU sustentou que houveexcesso e que a prisão foi ilegal.

Em seu voto, o corregedor nacionalde Justiça, ministro Gilson Dipp,reconheceu que a decretação daprisão foi imprópria e que a inde-pendência funcional do magistrado nãopode servir de abrigo à ilegalidade ouao arbítrio, mas afirmou que, no casoem questão, “a falta não decorreu deconduta indevida ou comportamento

impróprio da magistrada, mas sim deum conflito de emoções e valores”.Segundo Dipp, a magistrada se viu “naúltima fronteira entre as instituiçõespúblicas e o direito à vida”.

O ministro-corregedor sugeriu queos juízes ajam com cautela nessascircunstâncias, até mesmo porque écontroversa, na jurisprudência, apossibilidade de decretação de prisãode funcionários públicos nesses casos.“Não se mostra adequada a instau-ração de reclamação disciplinar porquenem toda transgressão resulta emconduta indevida ou comportamentoimpróprio. Por economia processual,sugiro que a eventual reprimenda sejao próprio teor do meu voto”, sugeriuDipp.

Apenas os conselheiros Jorge HélioChaves, Jefferson Kravchychyn,Marcelo Nobre e Marcelo Nevesvotaram pelo recebimento da recla-mação do processo disciplinar. Os de-mais conselheiros acompanharam ovoto de Dipp. A análise do processoconsumiu duas horas e meia de sessãorealizada de manhã. O presidente daAjufe, Gabriel Wedy, acompanhoutodo o julgamento, ao lado dos juízesfederais José Francisco Spizzirri eRoberto Veloso. A defesa da juíza foiconduzida pelo escritório Bottini &Tamasauskas Advogados Associadose coube à Advogada Danyelle Galvão

fazer a sustentação oral.Ao acompanhar o relator, o ex-

presidente da Ajufe juiz Walter Nunesenfatizou que os juízes federais são osque mais se deparam com situaçõesdeste tipo, nas quais o Poder Público,em muitos casos, só cumpre a decisãojudicial quando quer. “O litigante-mordo Brasil é o Estado, tanto que osjuizados especiais federais estão setransformando em balcão de aten-dimento do INSS. A ordem de prisãonão foi somente mal endereçada, foiilegal. Não estamos passando a mãona cabeça da juíza, mas há casos ecasos. Nesse caso, a abertura de re-visão disciplinar contra a juíza seriauma injustiça”, disse o juiz federal, queatua como conselheiro do CNJ.

No mesmo sentido foi a interven-ção do conselheiro Leomar Amorim.“A eficácia das decisões judiciais nãopode ser relativizada quando a partecontrária é a Fazenda Pública. Nocaso em questão, a juíza ficou no fronte a vidada criança estava em risco.Além disso, o argumento de que aaquisição do suplemento alimentardependia de licitação ao se sustenta.Era coso de vida ou morte e, em casourgentes, a lei prevê dispensa delicitação”, sustentou Amorim.

Último a votar, o presidente doCNJ e do STF, ministro Cezar Peluso,fez a observações consideradas

relevantes para os juízes federaispresentes. Peloso afirmou que, nocaso em questão, estavam em jogotrês valores fundamentais: a in-dependência dos magistrados, aliberdade de ir e vir da autoridadefederal contra a qual a ordem de prisãofoi expedida e a vida humana. O mi-nistro esclareceu que a Lei Orgânicada Magistratura Nacional (Loman) eo Código de Processo Civil (CPC),ao contrário do que sustentou a cor-rente contrária, não prevêem sançõesao magistrado que erra ao aplicar alei.

Ele lembrou que a responsabi-lização do juiz só ocorre quando esteage com dolo ou fraude, ou quandocomete impropriedade da linguagemem suas sentenças. “A impropriedadede que trata o artigo 44 da Loman é aimpropriedade da linguagem. Os errosin judicando ou in procedendo não sãofaltas disciplinares. Os juízes erram.Erramos todos os dias, e se os nossoserros de interpretação e de aplicaçãode leis pudessem ser punidos pelas viasdisciplinares, não trabalharíamostranqüilos. Na prática isso inviabilizarianosso trabalho e uma sociedadecivilizada não pode viver sem juízesindependentes. O ato em questão foiilegal, sim, mas não foi motivado pordolo ou fraude, o que justificaria apunição disciplinar, ressaltou.

Arquivada reclamação da AGU contra juíza

A Coordenação-Geral deCobrança e Recuperação de Créditos(CGCOB), da Procuradoria-GeralFederal, realizou a apresentação etreinamento da primeira versão doSistema Único de Dívida Ativa daProcuradoria-Geral Federal(SISDAT).

Os trabalhos foram coordenadospelo procurador Federal MarceloKokke, com a presença da Coorde-nadora-Geral de Cobrança e Recu-peração de Créditos, Carina BelliniCancella, e do Chefe da Divisão de

Dívida Ativa da CGCOB, FábioMunhoz. Participaram representantesdas procuradorias federais nos estadose das procuradorias regionais federais.

A finalização dos módulos de pré-inscrição, análise de inscrições, con-trole de inscrições, inscrição em dívidaativa, geração de TDAs, geração deCDAs, geração de petição inicial eajuizamento, além de saneamento decréditos, registros de pendência eatualizações de valores representam omarco definidor para a efetiva dispo-nibilização do SISDAT para atuação

futura de todas as unidades daProcuradoria-Geral Federal.

O Sistema, que foi construído emcerca de oito meses, permitirá de formapaulatina e concatenada a centralizaçãoplena dos créditos de autarquias e fun-dações públicas federais. O acesso sedará por meio da intranet da AGU

A Coordenação-Geral de Co-brança e Recuperação de Créditos ea GTI (Gerência de Tecnologia daInformação) anunciaram que já estãoa desenvolvendo a estrutura de ge-ração de GRUs e arquivos-retorno

para registros de pagamento, con-tando com a colaboração do Bancodo Brasil e da Secretaria do TesouroNacional.

“A partir das assinaturas dosnovos convênios de autarquias efundações para fixar as entradasfiscais das receitas públicas, serádado início aos programas-pilotoque permitirão o início efetivo dasatividades do SISDAT”, explicou aCoordenadora-Geral de Cobrança eRecuperação de Créditos, CarinaBellini.

Coordenação de Cobrança e Recuperação de Créditos realizatreinamento sobre o Sistema Único de Dívida Ativa da PGF

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JORNAL DA APAFERJ 13SETEMBRO 2010

desempenho, que leva aosganhos mais elevados, e não ocontrário.

É comum os anos se pas-sarem, e o profissional que, nopassado, orgulhava-se em “nãotrabalhar além dos limites”,mostrar-se frustrado e insatis-feito, autodefinindo-se comoalguém “sem sorte”, que nãoconseguiu se firmar no mercado,progredir, brilhar, ter sucesso.

Sempre que ouço esse tipo decoisa, fico um pouco incomo-dado. Afinal, um profissional desucesso certamente sacrificoumuitas horas de lazer para poderse sobressair e empenhou-se decorpo e alma no exercício dacarreira. Reduzir seu brilho amera questão de sorte é, nomínimo, uma injustiça!

O segredo para conquistar osucesso não é sorte. Esse segredoreside em colocar toda energiano cumprimento de seus afa-zeres, e em saber atuar junto coma equipe. Compartilhar com as

Advogados pedem sucumbênciaAdvogados do Rio de Janeiro

iniciaram uma mobilização em favorda aprovação de um projeto de leique estabelece a obrigatoriedadedo acompanhamento do advogadoem ações trabalhistas e o paga-mento de honorários de su-cumbência na Justiça do Trabalho.Em três dias, integrantes da Ordemdos Advogados do Brasil (OAB),seccional Rio de Janeiro, re-colheram mais de 1,5 mil assinaturasem apoio à proposta em tramitaçãono Congresso Nacional. Agora,eles vão levar a campanha para ointerior do estado e, depois, paraas seccionais da Ordem de todosos estados brasileiros. A ideia érecolher entre 30 mil e 50 mil as-sinaturas com o objetivo de pres-

sionar os deputados federais aapreciarem a proposta.

O Projeto de Lei nº 5.452 foielaborado pela Comissão Especial deEstudos de Honorários de Sucum-bência na Justiça do Trabalho daOAB-RJ - presidida pelo advogadoNicola Piraino e composta pelosjuristas Benedito Calheiros Bomfim eArnaldo Lopes Süssekind - e levadoà Câmara dos Deputados em junho de2009. Os deputados Antônio CarlosBiscaia (PT-RJ), Chico Alencar(PSol-RJ), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Flávio Dino (PcdoB-MA), OtavioLeite (PSDB-RJ) e Rogério Lisboa(DEM-RJ) apresentaram a propostapara a apreciação dos demais par-lamentares. Em julho de 2009, ela foienviada para a Comissão de Trabalho,

de Administração e Serviço Público eestá parada desde então.

A proposta altera a Consolidaçãodas Leis de Trabalho (CLT) exigindoque a reclamação perante a Justiça doTrabalho seja apresentada poradvogada legalmente habilitado, quetambém poderá atuar em causaprópria, pelo Ministério Público doTrabalho ou pela Defensoria Pública.Além disso, estabelece que o ad-vogado ganhador da causa deveráreceber honorários fixados entre 10%e 20% do valor da causa, a seremestipulados pelo juiz. Os valoresdeverão ser pagos pelo perdedor dacausa, exceto se ele for beneficiário degratuidade de Justiça.

O projeto também altera a atuallegislação que determina que os

honorários de sucumbência devemser pagos a enti-ade sindical, nocaso de a assistência jurídica serfeita por advogado de entidades dotipo. Pela proposta, o dinheiro seriarevertido ao profissional que atuouna causa. De acordo com NicolaPiraino, o projeto de lei visa areparar uma injustiça histórica. “Aadvocacia trabalhista é única quenão recebe honorários de su-cumbência. A única exceção équando o advogado integra umsindicato e o autor da ação recebemenos de dois salários mínimos.Nesse caso, no entanto, o dinheironem fica com o advogado, mas vaipara o sindicato”, diz. “O projetotambém corrige isso”, ressalta.

A Carreira além do DinheiroNão tenho dúvida de que

muitos de nós já ouvimos doistipos de conselho no que se refereàs escolhas profissionais. Oprimeiro diz que temos de fazeraquilo que “dá dinheiro”; osegundo, de que o certo mesmo éfazermos aquilo de que gostamos.Diante dessas duas orientações,aparentemente antagônicas,ficamos num dilema: o que devo,afinal, fazer? Ser pobre e feliz ourico e amargurado?

O fato, porém, é que as opçõesnão são mutuamente excludentes.Se uma pessoa pensar somente emdinheiro, e em nome da ambiçãoabraçar uma carreira que nada tenhaa ver com sua personalidade, é muitoprovável que ela sequer consiga tri-lhar o caminho do sucesso. Aocontrário: ela viverá angustiada, efacilmente dará ouvidos aos amigosque lhe dirão que aquele trabalho épura perda de tempo, que ela estádesperdiçando seu talento em umlugar que não reconhecer seu valor,que está sendo explorada pela

empresa etc.E, ao dar atenção a essas vozes

de desalento e pessimismo, oprofissional de fato começa a sesentir injustiçado, prejudicado.Sua reação, então, é colocar o “péno freio” para não produzir tanto,para gerar menos resultados paraa empresa – e nem se dará contade que, na prática, está blo-queando seu próprio desenvol-vimento profissional.

Por isso, é muito importantenós entendermos que não traba-lhamos para a empresa, mas, sim,na empresa. Trabalhamos paraganhar experiência, para evo-luirmos como profissional, parafazer cada vez mais e melhor.

Além disso, uma remune-ração mais alta está neces-sariamente vinculada à con-quista de resultados melhores.Na frase “se eu ganhasse o quevocê ganha, trabalharia tantoquanto você”, temos, implícito,um problema de lógica. Afinal,o que surge primeiro é o bom

pessoas os desafios, as expe-riências e os bons resultados faztoda diferença.

Ao dedicarmos nosso tempoa pessoas que precisam do nossosuporte, também estaremossujeitos às críticas. Ouviremosque X ou Z “não fariam isso pordinheiro nenhum do mundo” eque você erra por deixar os ou-tros se aproveitarem de sua boavontade. Bobagem. Se você estáganhando experiência, inclusiveem relacionamento interpessoal,tanto melhor!

Por tudo isso, trabalhe comose o dinheiro que recebe hojenão fosse importante. Estudecomo se dependesse do conhe-cimento para sobreviver, cultivea empatia com as pessoas e ajudecada um à sua volta a se desen-volver. Com essas atitudes, vocêlogo vai notar que a ondavirtuosa criada à sua volta teráreflexos diretos sobre a sua vida– e sobre o seu sucesso, é claro!

Marcelo Gonçalves

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JORNAL DA APAFERJ14 SETEMBRO 2010

O poema queMaiakovski não escreveu

No caminho,com Maiakovski

Na primeira noiteeles se aproximam,eles se aproximam,e colhem uma florde nosso jardim.E não dizemos nada,na segunda noite, já não se escondem:pisam as flores,matam nosso cão,e não dizemos nada.Até que um diao mais frágil delesentra sozinhoem nossa casa,rouba-nos a luz e,conhecendo onosso medo,arranca-nosa voz da garganta.E porquenão dissemos nada,já não podemosdizer mais nada.

Um poeta brasileiro, autor destesversos, tem sido confundido, comfreqüência, nas quatro últimas décadas,com o poeta russo WladimirMaiakovski. Os equívocos cometidos,as leituras apressadas, uma prováveldesatenção e, até mesmo, certo descasocom a produção poética brasileiracontemporânea, já produziraminterpretações impensadas e in-formações à beira de um ataque desandice no meio cultural brasileiro.Comentários e artigos de algumaspersonalidades, de gente ilustrada e lida,têm reanimado a confusão e perpetuadoum erro, no mínimo, culpado por umaséria injustiça que desvaloriza um dosgrandes nomes da poesia brasileiraparticularmente criada na segundametade do século 20. O poeta emquestão o fluminense Eduardo Alves daCosta, nascido em Niterói (RJ) e,paulistanizado desde os anos 60,reconhecidamente um dos maisexpressivos poetas de São Paulo, cidadecuja produção poética é rica também porcontar em sua geração, com nomes dagrandeza de um Álvaro Alves de Faria,Alberto Beuttenmuller, Eunice Arruda,

Renata Pallotini, Cláudio Willer, JaaTorrano, Érico Max Muller, RobertoPiva, entre outros. Confundem o seunome com o de Maiakovski por causada pu-blicação do seu poema,justamente intitulado “No caminho,com Maiakovski”, incluídooriginalmente no seu livro O TOCADORDE ATABAQUE, lançado em SãoPaulo no ano de 1969.

A Advocacia-Geral da União(AGU) garantiu, na Justiça,aplicação de multas à WyethIndústria Farmacêutica Ltda. porveicular propagandas irregularesde medicamentos de venda livre.A Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa) haviamultado a empresa pelos folderspublicados nas edições 55, 56 e57 da revista Uma e na edição600 da Revista Caras, todas noano de 2005.

As peças publicitárias eramdos medicamentos Caltrate,Caltrate 600+D e Caltrate600+M. A Anvisa considerou aspropagandas irregulares porquenão constava a contraindicaçãoprincipal dos medicamentos,além de sugerir que a saúde daspessoas poderia ser afetada casonão utilizassem os medica-mentos.

De acordo com a Anvisa,frases como “as mulheres são asgrandes vítimas da osteo-porose...”; “Sua alimentaçãopode não ser suficiente paraprevenir esta doença...” e “Deque adianta ser linda, se aosteoporose pode impedir vocêde sair de casa?”; usadas nosanúncios, poderiam provocartemor e angústia nos leitores.

A Wyeth ajuizou açõesordinárias para anular as multas.A empresa alegou que as in-formações eram atestadas porestudos científicos consagrados,além de que as publicações nãocausavam receio no público.

A Procuradoria Federal (PF)junto à Anvisa defendeu queconfere a autarquia as atribui-ções de estabelecer normas deregulamentação, controle efiscalização dos produtos eserviços que envolvam risco àsaúde pública. Os procuradorestambém argumentam que cabe àAnvisa estabelecer restrições ao

uso e à propaganda de produtosfumígeros, bebidas alcoólicas,medicamentos, terapias e de-fensivos agrícolas.

A PF/Anvisa sustentou queestá devidamente comprovadano processo a materialidade daconduta irregular da empresaconforme periódicos e folderanexados, o que afastaria aalegação de ausência de mo-tivação do ato. Os procuradossustentaram, também, que a Leinº 9.294/96 proíbe propagandade medicamentos que conte-nham informações não passíveisde comprovação científica. Poreste motivo, a empresa nãopoderia apresentar informaçõesque comprovem que “uma emcada três mulheres terá osteo-porose”, haja vista que os estudoscientíficos apresentados, reali-zados com mulheres americanas,não podem ser adotados para asmulheres brasileiras.

A Procuradoria alertou tam-bém que, além de conter forteapelo emocional, os anúnciosestimulavam o uso indiscri-minado dos medicamentos, umavez que transmitia ao consu-midor a informação duvidosa deque os hábitos alimentares daspessoas não seriam suficientespara prevenir a doença e queseria necessária a utilização dosmedicamentos.

A Justiça Federal de Brasíliaacolheu os argumentos e man-teve a aplicação das multas.Juntas, as penalidades aplicadasà Wyeth Indústria Farmacêuticasomam R$ 75 mil.

A PRF PF/Anvisa é umaunidade da Procuradoria-GeralFederal, órgão da AGU.

Ref.: Ações Ordinárias nº2007.34.00.038932-0/DF e2008.34.00.002305-2/DF -Seção Judiciária do DistritoFederal

Garantida aplicação demultas da Anvisa a laboratórioque fez propaganda irregular

de medicamentos

Nota de FalecimentoFoi com consternação que recebemos o e-mail da Sra. Gisele de Oliveira,comunicando o falecimento do Dr. DILTON BARRETO DE OLIVEIRA,seu genitor.O Dr. Dilton Barreto de Oliveira foi nosso colega na luta em defesa dos interessesda classe. Militou durante vários anos na Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz,onde se destacou pela grande competência e o respeito dos colegas.O Dr. Dilton Barreto de Oliveira nasceu no Estado da Bahia, onde se diplomou,e fez uma sólida carreira no Estado do Rio de Janeiro.

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JORNAL DA APAFERJ 15SETEMBRO 2010

ANIVERSARIANTES outubro

D I R E T O R I APRESIDENTE - José MarcioAraujo de AlemanyVICE-PRESIDENTE - RosemiroRobinson Silva JuniorDIRETOR ADMINISTRATIVO -Miguel Carlos Melgaço PaschoalDIRETOR ADMINISTRATIVOADJUNTO - Maria AuxiliadoraCalixtoDIRETOR FINANCEIRO -Fernando Ferreira de MelloDIRETOR FINANCEIRO ADJUNTO- Dudley de Barros Barreto FilhoDIRETOR JURÍDICO - Hélio ArrudaDIRETOR CULTURAL - CarlosAlberto MambriniDIRETOR DE COMUNICAÇÃO -Antonio Carlos Calmon N. da GamaDIRETOR DE PATRIMÔNIO -Celina de Souza LiraDIRETOR SOCIAL - GracemilAntonio dos Santos

CONSELHO DELIBERATIVONATOS:1. WAGNER CALVALCANTI DEALBUQUERQUE2. ROSEMIRO ROBINSON SILVAJUNIOR3. HUGO FERNANDES

TITULARES:1. FRANCISCO PEDALINOCOSTA2. LUIZ CARLOS DE ARAUJO

A P A F E R JRua Álvaro Alvim, 21/2º andar CEP: 20031-010

Centro - Rio de Janeiro - Sede Própriae-mail: [email protected]

portal: www.apaferj.org.brTel/Fax: (21)2532-0747 / 2240-2420 / 2524-6729

Jornal da APAFERJEditor Responsável: Carlos Alberto Pereira de AraújoReg. Prof.: 16.783Corpo Editorial: Antonio Calmon da Gama, Carlos Alberto Mambrini,Fernando Ferreira de Mello, Miguel Carlos Paschoal, RosemiroRobinson Silva Junior.Supervisão Geral: José Márcio Araújo de AlemanyEditoração e Arte: Jane Fonseca - [email protected]ão: Monitor MercantilTiragem: 2.000 exemplares

Distribuição mensal gratuita.Os artigos assinados

são de exclusiva responsabilidade dos autores

3. ALLAM CHERÉM SOARES4. FERNANDO CARNEIRO5. EMYGDIO LOPES BEZERRANETTO6. EDSON DE PAULA E SILVA7.SYLVIO MAURICIOFERNANDES8. TOMAZ JOSÉ DE SOUZA9. SYLVIO TAVARES FERREIRA10. PEDRO PAULO PEREIRADOS ANJOS11.MARIA DE LOURDESCALDEIRA12. MARILIA RUAS13. IVONE SÁ CHAVES14. NEWTON JANOTE FILHO15. JOSÉ PIRES DE SÁ

SUPLENTES:1. ROSA MARIA RODRIGUESMOTTA2. MARIA LUCIA DOS SANTOS DESOUZA3. PETRÓNIO LIMA CORDEIRO

CONSELHO FISCALTITULARES:1. JOSÉ CARLOS DAMAS2. JOSÉ SALVADOR IÓRIO3. WALDYR TAVARES FERREIRA

SUPLENTES:1. JOSÉ RUBENS RAYOL LOPES2. EUNICE RUBIM DE MOURA3. MARIA CONCEIÇÃO FERREIRADE MEDEIROS

As matérias contidas neste jornal poderão ser publicadas,desde que citadas as fontes.

Com a sua presença haverámais alegria e confraternização.

COMPAREÇA.

No próximo dia 26 de utubro vamos fazeruma festa para comemorar o seu aniversário

01 FRANCISCA SILVA ROSASGOMES - UFRJ01 MAURO CABRAL TEIXEIRA -AGU02 ANTONIO TRAJANO L. R. DASILVA - M. FAZ03 HERVAL DA SILVA FRANÇA -INSS03 JOSÉ TORRES DEMEDEIROS - INSS03 VALÉRIO NUNES VIEIRA - AGU04 DORIS AMORIM DIAS- INSS04 ONILO DA SILVA - INSS04 RICARDO DE GODOYJAGUARIBE - EMBRATUR05 JOANA D’ARC TENÓRIO -INSS06 JOSÉ CARLOS MACHADO -INSS08 PERLA KUPFER - INSS11 GUILHERME BALDAN C. DOSSANTOS - AGU12 SUELY COTTA C. DEOLIVEIRA - CNEN13 FREDERICO TEIXEIRABARBOSA - AGU15 LUZIMAR THEREZINHA B. DENEIVA - INPI15 REYNALDO FRANCISCOMÔRA - AGU16 JONATHAS JESUINO DA SILVA- UFRJ16 MARLY DE FIGUEIREDO T.PARANHOS - INSS17 TERESA ANGÉLICAFOLLADOR - INCRA18 ARINALDO DOS SANTOS -INSS18 OTTO VICTOR DE BRITO -INSS20 MANOEL FORTUNATO R.DEAZEVEDO - INCRA20 PEDRO PEREIRA DOSSANTOS - M. TRANSP21 JESY BARBOSA RANGEL - M.SAÚDE21 MARCELLO TEIXEIRABITTENCOURT - AGU21 NATAN ANTONIO DE SOUZA -AGU21 SERGIO RUBENS W.MARANHÃO - MPAS21 VICENTE SERGIO

MANNARINO - M. FAZ22 DALMO CRUZ SILVA - INSS22 FRANCISCO CARLOS C.N.DA GAMA - INSS22 GERSON PAULOSAMMARTINO - FNS22 SOLANGE SANTIAGO REIS -SUSEP23 ABIGAIL DE CASTROCARVALHO ROSA - INCRA23 LUCI ROMANO VILLELATEIXEIRA - MPAS24 ANTONIO CARLOS C.CARVALHO SÁ - M. SAÚDE24 FRANCISCO PEDALINOCOSTA - M. FAZ24 LILIAN DE PAULA DA SILVA -AGU24 MANUEL DE JESUS SOARES- CBIA24 ROSA VIRGINIA C. DECARVALHO - AGU25 ANA LUCIA DA ROCHA- AGU25 LUCY DA COSTA ARAUJO -INSS26 FRANCISCO AUGUSTORAMOS - EMBRATUR26 LEILA ROCANCOURT B.MARTINS - INSS26 ROBERTO OSMAN GOMESAGUIAR - AGU27 LÉA PONTES CASTELLOBRANCO - AGU27 LUIZ CARLOS DE ARAUJO -Dep. P. Fed.27 NEY MADEIRA - INSS28 WALKIRIA CORDEIRO GERK- MPAS29 AUGUSTO GONÇALVES DAS. NETO - AGU29 HELOISA FERNANDESLONDON - INSS29 JOÃO RODRIGUESITABORAY - M. JUSTIÇA29 MARIA HELENA WOISKYFALCÃO - EMBRATUR30 FABIO MARCELO DE R.DUARTE - AGU30 MARIA AUXILIADORACALIXTO - MPAS30 VILMA FREITAS DE M.MARCONDES - AGU

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JORNAL DA APAFERJ16 SETEMBRO 2010

PEÇO A PALAVRA

RosemiroRobinson S.JuniorVice-Presidente

Meus caros e fiéis leitores:conforme amplamente noticia-do, o XI CONPAF – CongressoNacional dos ProcuradoresFederais e XII Curso Especial deAdvocacia do Estado serãorealizados no período de 18 a 22de outubro vindouro, na cidadede Vila Velha, no Estado doEspírito Santo, ocasião em quea Associação Nacional dosProcuradores Federais – ANPAFcomemorará 20 anos de sua fun-dação, duas décadas de grandesconquistas e memoráveis con-claves.

A APAFERJ, sediada noEstado do Rio de Janeiro, égentilmente citada no Convitecomo entidade mater dosProcuradores Federais, homena-gem justamente formalizada,porquanto participamos ati-vamente dos trabalhos prepara-tórios para a criação da ANPAFe, durante algum tempo, a aju-damos a dar os primeiros passos,até que essa Entidade se agi-gantou e se afirmou no universodas Associações de Classe, a-tuando, de maneira efetiva e de-cisiva, na obtenção de relevantese abrangentes objetivos.

Relembro aqui, com imensasaudade, a figura dinâmica eobstinada do Dr. Mauro Mon-teiro de Paiva, segundo Presi-

dente da APAFERJ, o qual, a-companhado pelo Dr. GracemilAntonio dos Santos e por estemodesto escriba, esteve naassembléia que deu origem àANPAF, oportunidade em quetivemos o privilégio de parti-cipar dos debates e das decisõesque forjaram a nova organi-zação.

A APAFERJ e a ANPAF, emrazão desse vínculo afetivo ehistórico, sempre caminharamlado a lado, na busca incessantepor melhores dias para os Procu-radores Federais, especifica-mente, e para os demais Advo-gados Públicos Federais, gene-ricamente, sedimentando copio-sa e rica produção de estudosjurídico-legais que lastrearam,em grande parte, os dispositivosconstitucionais e intraconstitu-cionais que disciplinam o fun-cionamento da Advocacia-Geralda União, idealizada, pioneira-mente, pelo Dr. Saulo Ramos,então Consultor-Geral da Repú-blica.

O tema central do oceânicoevento será: “OS CAMINHOSDA RIQUEZA COM JUSTIÇASOCIAL”, consagrando os so-nhos e as idéias de velhos e des-temidos samurais, não se de-vendo fazer abstração dos bri-lhantes Procuradores Autárqui-cos Federais que, há mais demeio século, lutaram com de-nodo e determinação pelo for-talecimento e valorização daCarreira, até que veio a lume aLei nº 2123, de 1º de dezembrode 1953, promulgada pelo Se-nador Café Filho, então Presi-dente do Senado Federal e rela-tada pelo Senador KerginaldoCavalcanti, dois expoentes dabela e acolhedora terra potiguar.

Como é notório, o referido di-ploma legal assegurou aos Pro-curadores das Autarquias Fe-

derais as prerrogativas e a re-muneração atribuídas aos mem-bros do Ministério Público da U-nião. Lamentavelmente, na dé-cada de 1970 os referidos Pro-curadores foram lançados na va-la comum do Plano de Classi-ficação de Cargos e Salários,situação que somente foi mo-dificada quando o Dr. Saulo Ra-mos obteve a edição do Decretonº 93.327/86, que criou a Ad-vocacia Consultiva da União,embrião da Advocacia-Geral daUnião, e, ainda, a edição doDecreto-lei nº 2.333, de 11 dejunho de 1987, alterado pelo De-creto-lei nº 2.344, de 23 de julhode 1987, que estabeleceu inéditosistema de reajuste remunera-tório para os integrantes daAdvocacia Consultiva da União.

Somente no ano 2000, mercêda edição da Medida Provisórianº 2048, elaborada pelo Dr.Gilmar Ferreira Mendes, entãoAdvogado-Geral da União e, ho-diernamente, Ministro do Egré-gio Supremo Tribunal Federal,os Advogados Públicos Federaispassaram a receber um trata-mento compatível com as ele-vadas e complexas funções queexerciam e permanecem exer-cendo, conseguindo notável va-lorização em termos de im-portância e remuneração, res-

tando, no entanto, obtermos orestabelecimento remuneratórioisonômico em relação ao Mi-nistério Público da União, pre-tensão que está inserta na Pro-posta de Emenda Consti-tucional – PEC, nº 443/2009, dalavra do Deputado Federal JoséBonifácio de Andrada, em tra-mitação no Congresso Nacional.

Cabe registrar, também, aatuação dos ex-Advogados-Gerais da União, Dr. GeraldoMagela da Cruz Quintão, quelutou pela concessão de gra-tificações melhorando a remu-neração, Dr. Álvaro AugustoRibeiro Costa, o instituidor donosso Subsídio e, por fim, do Dr.José Antonio Dias Toffoli, atual-mente Ministro do Egrégio Su-premo Tribunal Federal, cujaatuação projetou a Advocacia-Geral da União, de modo for-midável e irreversível, no uni-verso jurídico brasileiro.

Talvez alguns leitores recla-mem e estranhem que nada es-crevi sobre Vila Velha, a terceiramais antiga cidade do Brasil eque, por alguns dias, nos aco-lherá afetuosamente. Contudo,pondero que não desejei serrepetitivo, porquanto, nestaedição, será publicado deta-lhado e interessante texto, ho-menageando a bela e históricacidade capixaba, digna de nossorespeito e admiração e, certa-mente, quando partirmos de vol-ta aos nossos rincões de origem,levaremos na nossa memória enos nossos corações os felizes eproveitosos momentos que nelateremos vivido, mercê das mag-níficas lições que nos serão mi-nistradas e dos instantes de con-fraternização com velhos e no-vos amigos, fortalecendo o nos-so corpo e o nosso espírito paracontinuarmos na longa e áspera,mas gratificante jornada.

Rumo à Histórica VILA VELHA

Nil perfectum est dum

aliquid restat agendum

“Nada é perfeito

enquanto resta algo a

fazer”