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M M M A A A N N NU U U A A AL L L  D D DE E E  I I I N N N S S S P P P E E E Ç Ç Ç Ã Ã O O O  D D DE E E  O O OB B BR R R A A A S S S- - - D D DE E E - - - A A A R R R T T T E E E  E E E S S S P P P E E E C C C I I I A A A I I I S S S 1 11 9 9 99 9 94 4 4 MT - MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIÁRIAS 1 - INTRODUÇÃO. 2 - OBJETIVO. 3 - ASPECTOS IMPORTAN TES DA PATOLOGIA DAS ESTRUTUR AS. 4 - EQUIPAMENTOS NECE SSÁRIOS À REALIZAÇÃO D A INSPEÇÃO. 5 - ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS E ENSAIOS ESPECIAIS. 6 - ASPECTOS IMPORTAN TES À SEREM OBSERVADOS NA IN SPEÇÃO DE PONTES E VIADUTOS. 7 - REGISTRO FOTOGRÁFICO. 8 - INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES.  © Copyright 1994 by DNER

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    MT - MINISTRIO DOS TRANSPORTESDEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM

    INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS

    1 - INTRODUO.2 - OBJETIVO.3 - ASPECTOS IMPORTANTES DA PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS.4 - EQUIPAMENTOS NECESSRIOS REALIZAO DA INSPEO.5 - ENSAIOS NO DESTRUTIVOS E ENSAIOS ESPECIAIS.6 - ASPECTOS IMPORTANTES SEREM OBSERVADOS NA INSPEO DE

    PONTES E VIADUTOS.7 - REGISTRO FOTOGRFICO.8 - INFORMAES COMPLEMENTARES.

    CONVIDADO

  • 1NDICE:

    1 - INTRODUO.

    2 - OBJETIVO.

    3 - ASPECTOS IMPORTANTES DA PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS.

    4 - EQUIPAMENTOS NECESSRIOS REALIZAO DA INSPEO.

    5 - ENSAIOS NO DESTRUTIVOS E ENSAIOS ESPECIAIS.

    6 - ASPECTOS IMPORTANTES SEREM OBSERVADOS NA INSPEO DE PONTES EVIADUTOS.

    7 - REGISTRO FOTOGRFICO.

    8 - INFORMAES COMPLEMENTARES.

  • 21 - INTRODUO

    Este manual de inspeo rotineira foi desenvolvido pelo consrcio MM/LOGIT emcumprimento ao contrato PG - 156/93-00 de 01/nov./93. Este manual aprofunda e complementa omanual de Inspeo de Pontes Rodovirias do DNER/IPR de 1980. Ficam portanto valendo todas asdefinies referentes aos captulos 2 (Elementos das pontes rodovirias) e 3 (Estruturas das PontesRodovirias) do citado manual.

    2 - OBJETIVO

    O manual objetiva a formao bsica e orientao dos inspetores e engenheiros do DNER quevenham a se responsabilizar pela alimentao, com dados de campo, do Sistema Gerencial de Obras deArte Especiais (SGO). Procurou-se durante a elaborao deste manual reunir o conjunto de aspectosque devem fazer parte de uma minuciosa inspeo de obras de arte especial, visando principalmente apadronizao dos procedimentos de inspeo e a impessoalidade na atribuio de notas a cada obra.Fez parte tambm do objetivo a divulgao das principais patologias presentes nas pontes e viadutosde nossa malha rodoviria. Buscou-se conscientizar os rgos pblicos responsveis, os engenheirosprojetistas e os construtores, da importncia da correta aplicao das tcnicas de projeto,especificaes, execuo e controle de qualidade para se assegurar a durabilidade das estruturas.

    3 - ASPECTOS IMPORTANTES DA PATOLOGIA DAS ESTRUTURAS

    A patologia das estruturas j se constitui em um novo ramo do conhecimento estrutural eencontra-se em grande desenvolvimento pela conscientizao da importncia da durabilidade dasconstrues. A patologia das estruturas engloba o estudo das formas de manifestao, das causas e dosefeitos das doenas ou defeitos estruturais.

    Os problemas patolgicos que ocorrem nas estruturas de concreto e afetam sua segurana edurabilidade, so originrios de diversos fatores que esto associados as fases de produo, uso emanuteno de uma obra. Cada um destes problemas apresenta normalmente uma sintomatologiaprpria que permite sua identificao.

  • 3Os principais efeitos dos problemas patolgicos que conduzem a deteriorao das estruturasso:

    - Degradao da aparncia da estrutura

    Em funo das manchas, efluorscencias, estalactites e fissuras no concreto, alm dedeformaes excessivas na estrutura;

    - Perda de rigidez e resistncia da estrutura

    Em funo da presena de fissuras, do destacamento ou desagregao do concreto ou decorroso das armaduras ;

    - Diminuio da vida til da estrutura

    Quando os efeitos anteriormente citados atingem um nvel de comprometimento que impede acontinuao do uso da estrutura.

    As causas que comprovam a deteriorao das estruturas podem ser humanas, naturais ouacidentais. Apresenta-se a seguir os principais fatores, por tipo de causa, que contribuem para adeteriorao das estruturas:

    CAUSAS HUMANAS:

    Na fase de projeto:

    - inadequao do projeto ao ambiente;- m concepo estrutural do projeto;- projeto incompleto;- erros de clculo e ou detalhamento.- modelo de anlise inadequado.- especificao de materiais inadequados.

  • 4 Na fase de execuo:

    - adoo de materiais inadequados ou de baixa qualidade;- despreparo tcnico para a execuo;- execuo em desacordo com o projeto;- negligncia na execuo.

    Na fase de utilizao:

    - sobrecargas excessivas, como por exemplo passagem de cargas excepcionais em pontes ouviadutos;

    - falta de programa de manuteno.

    CAUSAS NATURAIS:

    Degradao fsica dos materiais

    - Pela ao da temperatura, do vento, da chuva, do gelo, da abraso, da vibrao, etc.

    Degradao qumica dos materiais.

    - Pela presena de guas agressivas e puras, sulfatos, sais, oxignio e pelo processo decarbonatao do concreto.

    Degradao biolgica dos materiais.

    - por agentes vegetais: ao de fungos e razes;- por agentes animais: ao de esgotos e dejetos animais.

    CAUSAS ACIDENTAIS

    Maremotos, enchentes, terremotos, choques, incndios, recalques, deslizamentos de terras,exploses, etc.

  • 5Apresenta-se a seguir as principais formas de manifestao dos problemas patolgicos queocorrem nas estruturas de concreto armado e protendido. Procurou-se tambm, embora de formasinttica associar a estes problemas os principais agentes causadores.

    A - MANCHAS SUPERFICIAIS NO CONCRETO

    As manchas na superfcie do concreto alteram a sua textura e uniformidade de coloraocausando prejuzos estticos e podendo denotar a instalao de problemas patolgicos mais srios. Osprincipais fatores que provocam as manchas superficiais so:

    - deficincia dos dispositivos de drenagem;- deficincia de vedao nas juntas;- degradao qumica do concreto.

    As eflorescncias so manchas de colorao normalmente branca que surgem freqentementeno concreto e ocorrem devido ao transporte da cal, liberada na hidratao do cimento, atravs dosporos do concreto em direo a superfcie da pea.

    Esta cal dissolvida, ao chegar a superfcie da pea reage com o anidrido carbnico do ar etransforma-se em carbonato de clcio.

    As efluorescncias podem ser eliminadas por simples escovao se executada antes dacarbonatao, caso contrrio s podero ser removidas com gua cida, seguida de profunda lavagem.

    Foto 3.1

  • 6B - NINHOS DE CONCRETAGEM

    Os ninhos de concretagem so constitudos por regies de grande concentrao do agregadogrado (brita) e com ausncia da pasta de cimento e areia que assegure a coeso entre os agregadosgrados. Os ninhos de concreto provocam a reduo da seo resistente efetiva da pea, eliminam aaderncia entre o concreto e a armadura e expem as armaduras ao processo de corroso.

    Os principais fatores que provocam os ninhos de concretagem so:- lanamento inadequado do concreto;- adensamento deficiente;- densidade elevada de armao.

    Foto 3.2

    C - FISSURAO DO CONCRETO

    A fissurao das estruturas de concreto armado inevitvel e inerente a prpria tcnica dedimensionamento preconizada pelas normas e regulamentos. O que a boa tcnica de projetorecomenda que se limite a abertura das fissuras a valores que se situam entre 0,10 e 0,30 mm, emfuno da agressividade do meio ambiente, de modo a impedir a penetrao de agentes agressivos quevenham provocar a corroso das armaduras. As fissuras entretanto passam a se constituir em problemapatolgico quando apresentam abertura superior aos valores admissveis ou quando no so originriasdo funcionamento estrutural normal de pea. As fissuras podem surgir antes ou aps o endurecimentodo concreto. As fissuras possuem ainda uma classificao muito importante que diz respeito a suamovimentao: fissuras ativas, que apresentam movimentao (de abertura e fechamento) e fissuras

  • 7passivas, que no apresentam movimento e encontram-se estabilizadas. Apresenta-se a seguir osprincipais tipos de fissuras encontradas nas estruturas de concreto armado.

    FISSURAS QUE SURGEM ANTES DO ENDURECIMENTO DO CONCRETO

    - Fissuras de retrao plstica

    Este tipo de fissura surge logo aps o adensamento e acabamento da superfciehorizontal do concreto. Ela provocada pela rpida perda da gua de amassamento, que ocorre porabsoro excessiva das formas ou principalmente pela evaporao. A concretagem em dias deintenso calor faz com que a velocidade da evaporao seja superior a velocidade da gua que exudae atinge a superfcie, provocando este tipo de fissurao. Este tipo de fissurao ocorre principal-mente em peas estruturais que apresentam grande rea de exposio, tais como lajes e pavimentos.

    - Fissuras de assentamento plstico

    Este tipo de fissura ocorre quando a presena de armaduras ou da forma impede oassentamento do concreto. Estas fissuras se desenvolvem ao longo do comprimento das barras daarmadura e por isto comprometem gravemente a proteo das mesmas. A figura que se segue ilustraeste tipo de fissura.

    Figura 3.1

    - Fissuras de movimentao de formas e escoamentos.

    Estas fissuras ocorrem durante a concretagem e so provocadas por planos deconcretagem inadequados, escoamentos muito flexveis ou painis de formas mal travados.

  • 8- Fissuras que surgem aps o endurecimento do concreto.

    So muitos os fatores que podem provocar a fissurao aps o endurecimento doconcreto. Em certas situaes as caractersticas de localizao, angulao, desenvolvimento eabertura das fissuras permite a identificao do agente causador da mesma. Em outras situaes emque mais de um agente causador responsvel pelo estado fissuratrio, esta identificao torna-semuito complexa. Apresenta-se a seguir os principais tipos de fissuras que ocorrem aps oendurecimento do concreto.

    Foto 3.3

    - Fissuras de retrao hidrulica

    A perda da gua de amassamento durante o processo de endurecimento do concretoprovoca o reduo do volume da pea. Quando este movimento de contrao impedido porvnculos externos a pea (pilares, escoramentos, outras partes da estrutura j endurecida) surgem aschamadas fissuras de retrao hidrulica. As fissuras de retrao hidrulica caracterizam-seprincipal-mente por serem fissuras de separao, isto , seccionam inteiramente a seo transversalda pea.

    Os principais fatores que contribuem para o aparecimento deste tipo de fissura so acura inadequada, a falta de armadura de costela e o elevado fator gua / cimento no trao doconcreto. Este tipo de fissura aparece freqentemente nas almas das vigas contnuas de pontes e

  • 9viadutos de grande extenso. Nas almas das vigas de pontes estas fissuras so verticais eapresentam espaamento aproximadamente constante conforme ilustra a figura seguir.

    Figura 3.2

    - Fissuras de retrao trmica

    As fissuras de retrao trmica podem ter origem interna ou externa.

    Fissuras de retrao trmica de origem interna.

    Este tipo de fissura, conhecida tambm como fissuras devido a aes trmicasautgenas, esta associado a liberao de calor das reaes de hidratao do cimento que soexotrmicas. Estas fissuras ocorrem nas primeiras idades do concreto (entre um dia e trssemanas aps a concretagem), durante o processo de resfriamento do mesmo. O resfriamentoprovoca a contrao da pea, que quando impedida leva a fissurao. Este fenmeno que ocorrecom freqncia em obras que envolvem grande volume de concreto como as barragens, temsido tambm detectado em obras de pontes.

    Os fatores que influenciam no fenmeno so o elevado calor de hidratao, o empregode formas muito isolantes e a concretagem por camadas de grande altura.

  • 10

    Fissuras de retrao trmica de origem externa.

    A variao da temperatura ambiente provoca movimentao de contrao e dilataonas peas das estruturas, que se impedidos geram fissuras. Este tipo de fissura costuma ocorrerem pontes e viadutos longos constitudos por grande seguimentos sem juntas de dilatao. Oquadro fissuratrio apresenta o mesmo aspecto que o produzido por retrao hidrulica.

    - Fissuras devidas a erros de detalhamento das armaes na fase de projeto.

    So inmeros os tipos de fissuras que podem surgir por erros ou deficincias dodetalhamento das armaduras. A correta tcnica de detalhamento est atualmente bem consolidada edivulgada, no havendo portanto justificativa para a reincidncia, por parte dos engenheirosprojetistas, nestes erros. O relacionamento e descrio de todos os erros e deficincias passveis deocorrer no detalhamento das armaes tornaria este trabalho bastante extenso e cansativo.Recomenda-se o estudo das bibliografias [11], [18], que tratam o assunto de forma profunda ebastante extensiva.

    - Fissuras devidas ao dos carregamentos.

    A atuao dos carregamentos gera solicitaes seccionais internas nas peas das estru-turas. A cada tipo de solicitao seccional interna est associado um quadro fissuratrio prpriocom caractersticas bem definidas. Assim, tem-se um quadro fissuratrio para solicitaes detrao, de flexo, de cisalhamento, de toro e de puno. Quando estas fissuras se apresentam comaberturas superiores aos limites permitidos, normalmente est-se diante de uma das seguintessituaes:

    erro de dimensionamento da quantidade de armao; carregamentos superiores aos previstos em projeto; funcionamento da estrutura em desacordo com o modelo que serviu para anlise da mesma.

    As figuras que se seguem ilustram o aspecto do quadro fissuratrio associado a cada umdestes tipos de solicitao.

  • 11

    FISSURAO DEVIDA A ESFORO TRATIVO.

    Figura 3.3

    FISSURAO DEVIDA A FLEXO

    Figura 3.4

  • 12

    FISSURAO DEVIDA AO CISALHAMENTO.

    Figura 3.5

    FISSURAO DEVIDA TORO.

    Figura 3.6

  • 13

    FISSURAO DEVIDA DA PUNO.

    Figura 3.7

    - Fissuras devidas a corroso das armaduras.

    O processo de corroso das armaduras, que ser exposto em item especfico, provoca aproduo de xido de ferro, cujo volume cerca de oito vezes maior do que o volume da barra deao sujeita a corroso. Este aumento de volume gera tenses internas na capa de cobrimento dasarmaes e provoca a fissurao. As fissuras seguem portanto o caminhamento das armaes maisexternas. O prosseguimento do processo de corroso leva a expulso total da camada de cobrimentodo concreto.

    D - DEFORMAES EXCESSIVAS DA ESTRUTURA

    As deformaes excessivas de uma estrutura comprometem a sua esttica e geram inseguranaaos usurios. Os principais fatores que levam ao surgimento de deformaes excessivas so:

    - excesso de esbeltez da estrutura;

  • 14

    - falha ou retirada precoce do escoramento;- excesso ou falta de protenso;- contra-flechas insuficientes;- avaliao inadequada do efeito de fluncia;- fissurao excessiva provocando reduo da rigidez da estrutura;

    E - DEGRADAO FSICA DO CONCRETO.

    Os principais tipos de degradao fsica do concreto so:

    - eroso por abraso devida ao desgaste das camadas superficiais;- eroso por cavitao em peas sujeitas ao escoamento de guas correntes;- fraturamento por congelamento da gua intersticial (em regies sujeitas a baixas

    temperaturas).

    F - DEGRADAO QUMICA DO CONCRETO.

    Os principais tipos de degradao qumica do concreto so:

    - solubilidade do concreto por guas cidas, principalmente quando h percolao das mesmasatravs do concreto;

    - ao de guas sulfatadas, tendo em vista o enorme poder expansivo da reao dos sulfatadoscom o aluminato triclcio dos cimentos;

    - reao lcali/agregados, quando existem agregados reativos com os lcalis do cimento.

    G - DEGRADAO QUMICA DO CONCRETO E DO AO.

    Os principais tipos de degradao qumica que agem simultaneamente no concreto e no ao so:

    - Ao do gs carbnico atmosfrico na carbonatao das camadas de cobrimento dasarmaduras, resultando na despassivao do ao no interior do concreto e sua conseqentecorroso. A reao qumica que descreve o fenmeno :

    Ca(OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O

  • 15

    - Ao de cloretos, principalmente os provenientes da gua do mar, e de outros poluentesambientais presentes em ambientes urbanos.

    - Corroso sob tenso.

    H - CORROSO DAS ARMADURAS.

    A corroso das armaduras embutidas no concreto pode ocorrer de 3 formas distintas: corrosoeletroqumica, corroso por penetrao de cloretos e corroso por fragilizao pelo hidrognio. Aseguir apresenta-se os mecanismos bsicos de cada uma destas formas.

    - Corroso eletroqumica.

    A elevada alcalinidade do concreto, assegurada pelo PH 12,5 da gua retida em seusporos, garante a passivao das armaduras em relao a corroso eletroqumica das mesmas.Quando o PH se reduz e atinge valor igual ou inferior a 9 a pelcula passiva de xido de ferro destruda e o processo de corroso se instala.

    A corroso eletroqumica ocorre pela formao de pilhas de corroso devido a presena deumidade, gua ou uma soluo aquosa na superfcie das barras ou no concreto que as envolve.

    As reaes eletroqumicas so reaes qumicas onde ocorrem transferencia de eltrons,com conseqente produo de corrente eltrica. Para que ocorra a corroso eletroqumica necessrio um circuito eltrico constitudo por:

    - nodo: onde os ons metlicos entram no eletrlito.(oxidao).- ctodo: onde os ons metlicos recebem os eltrons.(reduo).- eletrlito: condutor para os ons metlicos.- circuito metlico: condutor ligando o nodo com o catodo onde escoam os eltrons.

    A regio catdica formada pelas partes das barras da armadura situadas em zonas de maiorporosidade do concreto onde ocorre a penetrao do oxignio. A regio andica corresponde aspartes das barras da armadura envoltas por concreto mais compacto onde a penetrao do oxignio menor. O eletrlito composto pela gua retida nos poros do concreto e o condutor eltrico constitudo pela prpria barra de ao da armadura. A figura que se segue ilustra o modelosimplificado do processo de corroso eletroqumica do ao embutido no concreto.

  • 16

    Figura 3.8

    A seqncia do processo de corroso eletroqumica portanto:

    1- A diferena de potencial entre o anodo e o catodo provoca a transferencia de eltrons da regioandica para a regio catdica.

    2- O restabelecimento do equilbrio entre as partculas negativas e positivas, perdido na trans-ferncia de eltrons, conseguido pela dissoluo do metal na parte andica na forma dections:

    Fe Fe++ + 2e-

    3- Os eltrons livres que saem do metal passam para o catodo. Para que processo no seinterrompa esses eltrons tm que ser absorvidos. Assim, como ocorre geralmente, os eltronsso absorvidos pelo oxignio segundo a expresso:

    2e- + H2O + O2 2 (OH)-

    4- Os ons com carga negativa (hidroxilas) voltam ao anodo e se combinam com os ons positivosdo ferro:

    anodo Fe Fe++ + 2e-

  • 17

    catodo H O + O + 2e- 2 (OH)-Fe++ + 2 (OH)-2 Fe(OH)- hidrxido ferroso

    5- Pela ao do oxignio do ar o hidrxido ferroso se transforma em hidrxido frrico e finalmenteem ferrugem.

    4 Fe + 3 O2 2 Fe2O3 (ferrugem)

    - Corroso por penetrao de cloretos. (pitting)

    Este tipo de corroso especialmente perigosa pois conduz a rpida perda de seo deao em pontos localizados, o que leva a concentrao de tenses na armadura com o conseqenteincio de fratura da mesma. Neste tipo de corroso o cloreto atua como catalisador. Com adissoluo da pelcula passiva em zonas muito pequenas, forma-se uma regio andica tambmmuito pequena e uma regio catdica grande, o que ocasiona redues locais da seo daarmadura.

    - Corroso por fragilizao por hidrognio.

    Quando por alguma razo, sulfetos reagem com o ferro produz-se hidrognio atmico(hidrognio nascente) que penetra na estrutura do ao alojando-se nos vazios ou entre os gros queconstituem a sua estrutura. Estes tomos recombinam-se criando hidrognio molecular, gasoso,que j no tem possibilidade de sair. Com a difuso de novos tomos de hidrognio vai-seacumulando hidrognio molecular progressivamente no ao, que ir fazer uma presso elevada naestrutura das bases.

    Fe + H2S Fe S + 2 H gs sulfrico sulfato

    A presso deste gs pode exceder a tenso de escoamento do ao provocando fissuraslocais e diminuindo consideravelmente a resistncia do ao, ou seja, promovendo a suafragilizao. As principais causas do aparecimento de hidrognio nos metais so:

    - utilizao de processos de decapagem cida na fabricao;- reaes catdicas em estruturas protegidas catodicamente;- ao de gases ricos em hidrognio;- reaes de corroso que liberam hidrognio;

  • 18

    - de composio da umidade e gua de cristalizao contida em alguns tipos derevestimento de eletrodo que gera hidrognio atmico no processo de soldagem poreletrodo revestido.

    4 - EQUIPAMENTOS NECESSRIOS A REALIZAO DA INSPEO.

    Para que a inspeo das pontes e viadutos seja realizada de forma completa, reunindo profun-didade tcnica e segurana do pessoal envolvido, necessrio um conjunto de equipamentos prprios.

    Estes equipamentos sero reunidos em quatro grupos de acordo com a finalidade dos mesmos.

    - Equipamentos para acesso.- Equipamentos de medida.- Equipamentos de segurana.- Equipamentos diversos.

    4.1 - Equipamentos de acesso.

    Estes equipamentos so de importncia fundamental para a garantia de execuo completa dainspeo. Relaciona-se a seguir o equipamento mnimo que se deve prever para a inspeo de pontes eviadutos.

    - escada metlica desmontvel, com 6,0 m;- escada de marinheiro, de corda, com 6,0 m;- corda com 20,0 m;- luneta de preciso, binculos;- faco, picareta, p.

    Em casos especiais de obra com pilares de grande altura torna-se necessrio a utilizao deequipamentos especiais tais como:

    - andaimes metlicos;- escada metlica para acoplar aos guarda-rodas ou guarda-corpos;- veculo provido de brao mecnico com caamba.

    4.2 - Equipamentos de medidas.

  • 19

    Estes equipamentos so utilizados quando se faz necessrio o levantamento da geometria daobra por ausncia de projeto. So tambm utilizados para a mensurao de fissuras e defeitos noconcreto. So os seguintes os principais equipamentos de medida:

    - rgua milimetrada com 660 mm;- trena metlica com 3,0 m;- trena metlica com 20,0 m;- paqumetro com sensibilidade de 0,10 mm.- fissurmetro com sensibilidade de 0,10 mm.

    4.3 - Equipamentos de segurana.

    Estes equipamentos so utilizados para garantir a integridade fsica dos inspetores. So osseguintes os principais equipamentos de segurana:

    - capacete de plstico;- botas de borracha;- cinto de segurana;- bandeiras vermelhas para sinalizao.

    4.4 - Equipamentos e materiais diversos.

    - mquina fotogrfica com flash;- filmes preto e branco e coloridos;- tintas para identificao de fissuras e falhas de concretagem;- gravador porttil para registro oral das observaes;- material de escritrio: lpis, borracha, papel, prancheta, grampos, esquadro, rgua, etc;

    Nas vistorias extensivas e especiais so necessrios equipamentos adicionais paracaracterizao dos materiais (concreto e ao) tais como:

    - esclermetro de Schmidt;- aparelho de ultra-som;- extratora de testemunhas de concreto;- govermeter, digicover;

  • 20

    - equipamentos para medio de potencial de eletrodo.

    5 - ENSAIOS NO DESTRUTIVOS.

    Quando a inspeo visual realizada em uma estrutura de concreto armado ou protendido,levanta dvidas sobre a resistncia do concreto da mesma, deve-se realizar em programa deinvestigao desta resistncia, atravs da execuo de ensaios no destrutivos. Apresenta-se a seguir,de forma resumida, os principais ensaios no destrutivos usualmente utilizados para inferir aresistncia do concreto.

    5.1 - Ensaios de Esclerometria.

    "O ensaio por esclerometro de reflexo consiste fundamentalmente de uma massa martelo queimpulsionada por mola se choca atravs de uma haste com ponta em forma esfrica, com a rea deensaio. A energia do impacto , em parte utilizada na deformao permanente provocada na rea deensaio e, em parte, conservada elasticamente, propiciando ao fim do impacto, retorno do martelo.Quando maior a dureza da superfcie ensaiada, tanto menor a parcela de energia que se converte emdeformao permanente, por conseguinte tanto maior ser o recuo ou reflexo do martelo."

    Esta definio consta da norma brasileira "CONCRETO ENDURECIDO - Avaliao da durezasuperficial pelo esclermetro de reflexo" NBR-7584 de 1982.

    Como este mtodo de ensaio se aplica mais na avaliao da dureza superficial do concreto, no recomendvel a sua utilizao isolada para a determinao da resistncia do concreto. O programa deinvestigao ideal combina a utilizao de pelo menos dois tipos de ensaios no destrutivos paraavaliao de resistncia de forma mais precisa. Cabe ainda alertar que os resultados dos ensaios poresclerometria so influenciados pelos seguintes fatores:

    - Tipo de cimento utilizado.- Tipo de agregados utilizados.- Estado da superfcie ensaiada.- Grau de umidade da superfcie.- Profundidade de carbonatao da superfcie.- Idade da estrutura ensaiada.- Uniformidade da presso de utilizao.

  • 21

    Para a obteno de resultados confiveis muito importante que o esclermetro esteja aferido.A aferio do aparelho feita atravs da sua aplicao em bigorna especial de ao, que, na superfciedestinada ao impacto, apresente dureza Brinell de 5000 Mpa e fornea ndices escleromtricos de80%.

    Existem vrios tipos de esclermetros, porm para a utilizao em estruturas de Pontes eViadutos o mais indicado o que possua energia de percusso de 2,25 N.m.

    As reas de ensaios, devem ser preparadas por meio de polimento enrgico com prisma oudisco de carborudum atravs de movimentos circulares. Toda a poeira e p superficial deve serremovida a seco, preferencialmente. Dever ser evitada a aplicao do esclermetro em superfciesmidas ou carbonatadas como tambm sobre agregados, armaduras, bolhas, etc.

    As vantagens do ensaio de esclerometria so o baixo custo, a simplicidade de execuo e arapidez do ensaio. Uma outra vantagem, que por ser um ensaio j bastante antigo e difundido, existeuma experincia consolidada e curvas de correlaondice escleromtrio x resistncia do concreto, bastante confiveis. Maiores informaes sobre esteensaio devero ser obtidas diretamente da NBR-7584 de 1982.

    5.2 - Ensaios de velocidade de propagao pelo pulso ultra-snico.

    O ensaio por pulso ultra-snico tem por finalidade medir o tempo de durao que um pulsoultra-snico leva para atravessar inteiramente uma seo de concreto. A velocidade de propagao dopulso obtida dividindo-se a distncia geomtrica entre os transdutores do aparelho pelo tempo depercurso. No existe uma relao simples entre a velocidade de propagao do pulso ultra-snico e aresistncia compresso do concreto, porm um fator comum s duas grandezas a massa especficado concreto. Tanto a velocidade do pulso ultra-snico quanto a resistncia do concreto variamdiretamente com a massa especfica. A velocidade do pulso tanto maior quanto mais denso for omeio, por isto, concretos com elevado fator gua/cimento, que implica em maior nmero de vazios emenor resistncia, apresentam reduo da velocidade de pulso ultra-snico.

    As prescries para a execuo do ensaio pelo pulso ultra-snico esto contidas na normabrasileira "CONCRETO ENDURECIDO - Determinao da velocidade de propagao de onda ultra-snica" NBR-8802 de 1985. Esta norma descreve sucintamente o ensaio e estabelece as condies depreparao da superfcie do concreto a ser ensaiada.

  • 22

    O ensaio consiste basicamente, na introduo de ondas ultra-snicas na pea de concretoatravs de um emissor, e na captao das mesmas, em outro ponto da pea ensaiada, por meio de umreceptor. Os pulsos ultra-snicos so gerados por um excitador num cristal piezeltrico e suafreqncia depende do material usado.

    A aparelhagem de ensaio, que portvel e permite leitura digital, composta das seguintespartes:

    - circuito gerador de pulsos eltricos;- transdutor emissor;- transdutor receptor;- circuito medidor de tempo;- cabos coaxiais;- barra de referncia.

    A barra de referncia utilizada para aferio do aparelho de ultra-som. A seqncia dasoperaes de ensaio consiste de:

    1 - Calibrao do aparelho.

    Atravs da barra de referncia que possui velocidade conhecida para a propagao da ondaultra-snica.

    2 - Preparo da superfcie ser ensaiada.

    A superfcie deve ser plana, lisa e isenta de sujeira. Quando estas condies no soatendidas a superfcie pode ser regularizada por processos mecnicos ou por meio decamada de pasta de cimento, gesso ou resina epxi, com espessura mnima de modo apermitir o bom acoplamento com os transdutores. O grau de umidade da superfcie no afetao resultado do ensaio.

    3 - Acoplamento dos transdutores.

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    Para a perfeita transmisso das ondas ultra-snicas necessria a aplicao de uma finacamada de acoplante entre as superfcies da pea e dos transdutores. Usa-se como acoplantevaselina, creme de barbear ou graxa para rolamento.

    4 - Posicionamento dos transdutores.

    Os transdutores devem ser posicionados sobre a superfcie do concreto ser ensaiado, sobpresso e de acordo com um dos seguintes arranjos:

    Figura 5.1

    5 - Medida das distncias.

    A medida entre os eixos dos transdutores deve ser feita com o mximo de rigor.

    Os principais fatores que influenciam no resultado do ensaio so:

    - Tipo de cimento.- Tipo de agregado.

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    - Fator gua / cimento.- Relao agregado / cimento.- Presena de barras de armadura.- Idade do concreto.

    Maiores informaes sobre este ensaio devero ser obtidas diretamente da NBR-8802.5.3 - Ensaios em testemunhos.

    Os testemunhos so corpos de prova cilndricos retirados da estrutura sob investigao, pormeio de mquina extratora contendo coroa diamantada rotativa e com refrigerao gua. O ensaioem testemunhos utilizado na determinao da resistncia local do concreto endurecido. Osprocedimentos se seguir nos ensaios por testemunhos regulamentado pela norma brasileira"EXTRAO, PREPARO, ENSAIO E ANLISE DE TESTEMUNHOS DE ESTRUTURAS DECONCRETO", NBR-7680 da ABNT de JANEIRO DE 1983. Relaciona-se a seguir os principaisaspectos que devem ser observados em cada uma das etapas do ensaio por testemunhos:

    AMOSTRAGEM:

    - A tcnica de amostragem conduz a diviso da estrutura examinado em lotes, seguindo a mesmaorientao preconizada para a produo de obras novas.

    - Cada amostra deve ser composta de no mnimo seis testemunhos, com dimetro igual ou superior a10 cm, e no mnimo de dez para testemunhos com dimetro inferior.No caso de anlise de pequeno volume de concreto homogneo, este nmero pode ser reduzido.

    - Nas peas estruturais sujeitas fortemente ao fenmeno da exsudao, tais como pilares e paredescortina, os testemunhos devem ser extrados de sees 50 cm abaixo da superfcie-tpo deconcretagem da pea. Quando isto no for possvel deve-se aumentar os resultados de resistnciaem at 10%.

    - De modo a se evitar danos no testemunho, desejvel que a resistncia do concreto na data daextrao seja superior a 5 Mpa (= 50 kgf/cm).

    EXTRAO:

    - A extrao dos testemunhos, para avaliao de sua resistncia compresso, deve ser feitapreferencialmente na direo ortogonal de lanamento do concreto, e distanciadas das juntas deconcretagem, de no mnimo um dimetro do testemunho.

    - A distncia mnima entre bordas dos furos (faces dos testemunhos) no deve ser inferior a umdimetro do testemunho.

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    - O dimetro do testemunho de ser de 15 cm, exceto quando isto no for exeqvel, porm nuncamenor do que trs vezes a dimenso mxima caracterstica do agregado grado.

    - A relao altura (h) / dimetro (d) do testemunho capeado deve ser igual a dois, nunca maior.Quando isto no for possvel, a NBR-7680 indica uma tabela (tabela 1) para correo relativa relao h/d. Esta tabela s se aplica aos casos preconizados no item 4.7.1 da referida norma.

    - Os testemunhos devem ser ntegros e no conter materiais estranhos ao concreto tais como pedaosde madeira, barras de ao, etc. So admitidos testemunhos que contenham barras de ao em direoortogonal ao eixo do cilindro, porm a rea da seo de ao no deve ser superior a 4% da rea daseo transversal do testemunho.

    ENSAIO DE RESISTNCIA COMPRESSO.

    - O ensaio compresso dos testemunhos deve atender metodologia preconizada pela NBR-5739.- Os testemunhos devero ser preparados para o ensaio atravs do corte de seus topos por meio de

    disco diamantado e do remate de suas extremidades com misturas base de enxofre.- Os testemunhos que apresentam brocas ou outras falhas de concretagem no devero ser ensaiados

    compresso.- A NBR-7680 fornece ainda uma tabela (tabela 2) para correo da resistncia dos testemunhos em

    funo da idade do concreto na ocasio da extrao do testemunho.- Os resultados dos ensaios, aps as correes pelas tabelas 1 e 2, devero sofrer tratamento

    estatstico preconizado pela NBR-12655 com vistas determinao da resistncia caracterstica doconcreto da estrutura.

    5.4 - Ensaio por penetrao de pinos.

    Este ensaio consiste na cravao de pinos metlicos no concreto da estrutura investigada, pormeio de pistola prpria, e da medio do comprimento exposto do pino aps a cravao. O ensaiorelaciona inversamente a penetrao do pino com a resistncia compresso do concreto.

    O equipamento do ensaio composto de:

    - pistola para cravao de pinos de ao em concreto;- pinos de ao lisos com 55 mm de comprimento, inclusive cabea, e 6,3 mm de bitola. Para a

    obteno da resistncia recomendvel a cravao de pelo menos trs pinos para que se utilize amdia aritmtica dos resultados isolados. Este ensaio rene baixo custo, simplicidade de operao e

  • 26

    rapidez de execuo. Da mesma forma que no ensaio de esclerometria, exige experincia dooperador e curvas de correlao adequadas.

    5.5 - Ensaio de aderncia. (pull-off tests)

    O ensaio de aderncia ou pull-off tests considerado um ensaio do tipo parcialmente destrutivopois produz o arrancamento de uma pequena parte do concreto junto a superfcie da estrutura. Esteensaio consiste no arrancamento de um disco metlico com 30 mm de dimetro, previamente coladona superfcie do concreto.

    A colagem do disco metlico feita por meio de adesivo de resina epoxi, e requer o adequadopreparo da superfcie. Este preparo da superfcie consiste no seu lixamento e aplicao de carborudumde modo a uniformiza-la.

    O equipamento que promove o arrancamento do disco metlico colado ao concreto reage sobrea superfcie adjacente ao disco e implanta a fora trativa de forma gradual.

    A resitncia compresso do concreto estimada por meio de correlaes entre a fora trativacorrespondente ao ensaio de aderncia com a tenso de ruptura compresso obtida de ensaios decorpos de prova cilndricos moldados.

    A superfcie de ruptura restringe-se a rea do disco metlico. Pode-se optar pela execuo deum corte parcial, de forma circular e dimetro igual ao do disco metlico, para melhor definir asuperfcie de ruptura. O desenho que se segue ilustra o ensaio de aderncia para as situaes deexecuo sem corte parcial e com corte parcial do concreto.

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    Figura 5.2

    5.6 - Outros ensaios parcialmente destrutivos.

    Existem ainda outros ensaios parcialmente destrutivos tais como: Ensaio ESCOT, Ensaio detrao por flexo (Break-off Test), etc.

    Todos estes ensaios procuram correlacionar a fora necessria a ruptura de um pequeno trechoda superfcie do concreto com a resistncia compresso obtida da ruptura de corpos deprovacilndricas moldados.

    5.7 - Avaliao das armaduras

    Quando no se dispe dos desenhos de armao da estrutura, ou se desconfia da obedincia doprojeto executivo quando da execuo, pode-se realizar alguns tipos de ensaios no destrutivos paraavaliao destas armaes.

    5.7.1 - Ensaios Eletromagnticos .

    Os ensaios eletromagnticos de inspeo objetivam a deteco e localizao das armaduras, adeterminao do dimetro das barras de ao e espessura do cobrimento de concreto. Estes ensaios sso recomendados em peas estruturais que no possuam elevada concentrao de armaduras. Osaparelhos mais difundidos comercialmente para execuo deste tipo de ensaio so o DIGICOVER e oCOVER MITER. Estes aparelhos so digitais, portteis e funcionam atravs de baterias internas.

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    O DIGICOVER s deve ser usado para medir barras de at 300 mm de dimetro, quando ocobrimento de concreto de no mnimo 20mm. Para cobrimentos inferiores, deve-se utilizarespaadores de madeira. Os ensaios eletromagnticos conduzem a grandes erros quando executadosem peas de concreto cujo cimento e ou agregados possuam propriedades magnticas. Maioresinformaes sobre os procedimentos de realizao destes ensaios devem ser obtidas diretamente dosmanuais que acompanham os aparelhos.

    5.7.2 - Ensaios para avaliao do grau de corroso de armaduras embutidas no concreto.

    A monitorao das condies das armaduras embutidas no concreto permite uma avaliaosegura do grau de corroso das mesmas. Descreve-se sucintamente a seguir as principais tcnicaseletroqumicas utilizadas neste monitoramento.

    5.7.2.1- Resistncia Eltrica.

    Esta tcnica utiliza uma sonda embutida no concreto, adjacente a armadura, conformeilustra a figura a seguir:

    Figura 5.3

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    A tcnica se baseia na lei de conduo de corrente eltrica que demonstra que a seotransversal de um condutor eltrico inversamente proporcional a sua resistncia eltrica.

    A sonda constituda basicamente por dois componentes de uma ponte de correntealternada, onde um componente encontra-se exposto ao concreto (elemento de medida ) e ooutro protegido da corroso por meio de revestimento ( elemento de referncia ). A medioda intensidade de corrente nos componentes da sonda, permite a quantificao da variao darelao de resistncia destes componentes ( exposto e protegido ). Pr sua vez esta variao derelao de resistncia indica a diminuio da seo transversal do componente de medida dasonda.

    Apresenta-se a seguir as vantagens e desvantagens da tcnica de monitoramento porresistncia eltrica.

    Vantagens da tcnica :

    a) a evoluo do processo de corroso com o tempo pode se obtida, tendo em vista quea taxa de corroso medida quase instantaneamente, permitindo a execuo de umasrie de medidas dentro de um intervalo de tempo;

    b) a tcnica no requer mo de obra especializada e a interpretao dos resultados bastante simples.

    Desvantagens da tcnica :

    a) a avaliao da corroso se restringe ao local de instalao da sonda;b) como a sonda instalada na estrutura j executada, as condies ambientais a que a

    mesma estar sujeita ( permeabilidade, resistividade, condies qumicas, etc. )diferem das condies de exposio da armadura.

    5.7.2.2- Medidas de Potenciais de Eletrodo.

    As medidas de potenciais eletroqumicos ( potenciais de eletrodo) indicam o balanoentre a reao andica e catdica presentes no processo de corroso das armaduras embutidasno concreto. O levantamento destes potenciais de eletrodo um procedimento de campoamplamente utilizado para monitorar o processo de corroso nas estruturas de concreto armado.A menos que se proceda a um monitoramento ao longo do tempo, as medidas de potencial deeletrodo so apenas qualitativas, e indicam simplesmente a probabilidade da armadura

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    apresentar xido em sua superfcie. A tcnica porm bastante til na delimitao de reas daestrutura comprometidas pelo processo de corroso.

    O processo utiliza basicamente um eletrodo de referncia ( cobre/ sulfato de cobre,calomelano saturado ou prata/ cloreto de prata ), um voltmetro de alta impedncia e fiaoadequada. A montagem do sistema de monitorao exige a conexo do terminal negativo dovoltmetro ao eletrodo de referncia enquanto o terminal positivo conectado armadura. Ocircuito se fecha ionicamente atravs da placa porosa do eletrodo de referncia, que est emcontato com a superfcie do concreto. Normalmente utilizam-se esponjas saturadas em soluocontendo detergente na interface concreto/ eletrodo de referncia de modo a garantir acondutividade.

    O resultado do ensaio normalmente apresentado sob forma de mapas de contornoequipotencial do ao no concreto. Estes mapas permitem identificar as zonas mais corrodas (andicas ) e menos corrodas ( catdicas ).

    Os principais fatores que conduzem a interpretaes incorretas dos resultados dasmedidas de potencial de eletrodo so :

    a) espessura de cobrimento varivel;b) corroso devida carbonatao do concreto;c) corroso devida contaminao por cloretos;d) elevada resistividade eltrica da camada superficial.

    6 - ASPECTOS IMPORTANTES SEREM OBSERVADOS NA INSPEO DE PONTES EVIADUTOS.

    Apresenta-se a seguir um conjunto de aspectos que devem ser obrigatoriamente observadosquando da realizao das vistorias em pontes e viadutos.

    A lista, por ser de carter geral, procurou abranger o maior nmero possvel de itens, pormdificilmente sero reunidos grande parte destes aspectos em uma s obra.

    Por questes de organizao estes aspectos foram reunidos nos seis seguintes grupos:

    6.1 - Aspectos relativos ao traado em planta e perfil.

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    6.2 - Aspectos relativos infra-estrutura.6.3 - Aspectos relativos mesoestrutura.6.4 - Aspectos relativos superestrutura.6.5 - Aspectos relativos aos acabamentos.6.6 - Aspectos relativos obras metlicas.

    6.1 - Aspectos relativos ao traado em planta e perfil.

    - Verificar, em caso de obras em curva, se a superelevao compatvel com o raio da curva.

    - Verificar, em caso de obras com forte curvatura, se existe superlargura e se a mesma adequada.

    - Verificar se existem pilares muito prximos as vias, sem proteo, e com conseqente riscode choques de veculos.

    - Verificar, no caso de ponte sobre rios navegveis, se existem estruturas de proteo para ospilares e fundaes implantados na caixa do rio.

    - Verificar se a largura das pistas de rolamento suficiente.

    - Verificar se existem acostamentos.

    - Verificar, em obras perto de centros urbanos, se existe ou necessita de passeio.

    - Verificar se a distncia de visibilidade adequada.

    - Verificar, no caso de viadutos, se o gabarito vertical suficiente..

    - Verificar, no caso de pontes, se a altura do tirante de ar (distncia entre o nvel d'gua e ofundo da viga) suficiente para navegao.

  • 32

    6.2 - Aspectos relativos a infra-estrutura.

    - Verificar a ocorrncia de processo de eroso pela ao do rio ou de gua pluviais nosencontros, nas fundaes ou nas saias dos aterros de acesso.

    - Levantar informaes sobre o regime do rio, tais como: velocidade da gua, variao donvel dgua, material slido transportado, etc.

    - Verificar se o comprimento e os vos da ponte so compatveis com a seo de vazonecessria.

    - Verificar se existe processo de assoreamento prximo a ponte.

    - Verificar se existem outras pontes prximas influenciando o regime do rio.

    - Verificar a localizao da ponte em relao ao traado em planta do rio e observe se a caixado mesmo no sofre deslocamento.

    - Identificar e confronte com o projeto o tipo das fundaes existentes.

    - Em casos de fundaes diretas assentes sobre afloramento de rocha Verificar a condio deapoio.

    - Verificar o comprimento livre e a influncia da eroso em estacas implantadas na caixa dorio.

    - Verificar a ocorrncia de abatimentos nos aterros de acesso.

    - Classificar o tipo de terreno sobre o qual se assentam as fundaes (rocha s, rocha alterada,areia, argila, etc.).

    - Verificar a ocorrncia de empuxos imprevistos nos encontros ou fundaes.

    - Verificar a existncia de galhos de rvores e material slido preso em fundaes provocandoobstruo ao curso dgua.

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    - Verificar se existe deteriorao do concreto das fundaes (estalactites, lixiviao, etc.)

    - Verificar se existem sinais de corroso nas armaduras por deficincia de cobrimento.

    - Nos casos de fundaes em estacas metlicas (perfis, trilhos, tubos, etc.) Verificar se existeprocesso de corroso instalado e em que nvel compromete a seo transversal da estaca.

    - Verificar a ocorrncia de recalques nas fundaes observando a geometria da estrutura e aposio relativa fundao / terreno circundante.

    - Verificar se existem inclinaes imprevistas nas estacas ou tubules.

    - Verificar se existem fissuras nas estruturas de fundao, e em caso afirmativo mapea-las emea abertura com fissurmetro.

    - Verificar a atividade das fissuras por meio de sensores de gesso, vidro, etc.

    - Verificar se foram realizadas obras de reforo nas fundaes.

    - Em caso de recalque de fundao Verificar se j foi feito algum controle do mesmo.

    - Verificar se existem sinais de choques de embarcaes ou veculos.

    - Verificar, em fundaes constitudas por estacas de madeira, o comprimento das mesmas porataque de microorganismos.

    6.3 - Aspectos relativos a mesoestrutura

    - Identificar e confronte com o projeto o tipo de aparelho de apoio.

    - Verificar o estado de conservao dos aparelhos de apoio.

    - Verificar se j houve troca dos aparelhos de apoio.

    - Nos aparelhos de apoio em borracha neoprene fretada, Verificar se existem fissuras naborracha, distores excessivas, corroso nas placas de fretagem, esmagamento da borrachae rotao excessiva do aparelho.

  • 34

    - Verificar se foram previstas nas obras em rampa ou curvas, cunhas de regularizao paragarantir o paralelismo das faces superior e inferior dos aparelhos de apoio.

    - Nas articulaes de concreto (Freyssinet) Verificar a existncia de fissuras, esmagamento oudeteriorao do concreto.

    - Nos aparelhos de deslizamento ou rolamento (neoflon, rolos metlicos) Verificar se existereteno.

    - Nos aparelhos de apoio metlicos Verificar se existe corroso.

    - Nos aparelhos de apoio em placas de chumbo Verificar se est havendo expulso do mesmopela movimentao da estrutura.

    - Nos aparelhos em pndulo de concreto Verificar a inclinao dos mesmos e se existem sinaisde esmagamento do concreto.

    - Verificar o posicionamento dos aparelhos de apoio de modo a certificar-se que no existemexcentricidades imprevistas impostas aos pilares.

    - Verificar se existem fissuras no concreto em contato com o aparelho de apoio por deficinciade armadura de fretagem.

    - Verificar, no caso de obras curvas ou esconsas providas de apoios de deslizamentounidirecionais (rolos metlicos), se a movimentao dos mesmos se deu segundo direoimprevista.

    - Verificar se a transmisso da carga vertical pelo aparelho de apoio est sendo feita demaneira uniforme em toda a sua superfcie.

    - Verificar se existe infiltrao de gua atingindo os aparelhos de apoio.

    - Identificar e confronte com o projeto o tipo dos pilares existentes.

    - Verificar a integridade do concreto dos pilares, assinale quando for o caso a presena debrocas, ninhos, esfolhamentos e esmagamentos.

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    - Verificar se o cobrimento das armaes suficiente para a proteo das mesmas.

    - Verificar se existem desaprumos nos pilares.

    - Verificar a existncia de fissuras horizontais na base dos pilares, e em caso afirmativomapea-las.

    - Verificar se existem armaduras expostas e avalie o grau de comprometimento das mesmaspor efeito da corroso.

    - Verificar o risco de flambagem dos ferros longitudinais por ao da corroso nos estribos.

    - Verificar se houve rompimento das quinas da face superior dos pilares por proximidadeexcessiva dos aparelhos de apoio das bordas da seo.

    - Verificar a existncia de fissuras verticais nos pilares.

    - Em obras providas de travessas de apoio sobre os pilares, Verificar a integridade do concretoe a existncia de fissuras.

    - Verificar a atividade das fissuras existentes por meio de sensores.

    6.4 - Aspectos relativos a superestrutura

    - Verificar se existem fissuras nas peas componentes da superestrutura (vigas, lajes,transversinas, etc.), e em caso afirmativo mapea-las rigorosamente.

    - O mapeamento e identificao da fissura dever abranger cada um dos planos estruturais,em que a mesma se desenvolve (ex. faces laterais e fundo). No mapa de fissuras deverconstar o posicionamento, intensidade, dimenso de abertura, desenvolvimento, angulao eextenso das mesmas.

    - Em estruturas providas de revestimento ( emboco, reboco, etc.), a retirada do mesmo recomendvel, de modo a permitir a perfeita observao. A retirada do revestimento obrigatria quando o mesmo apresenta fissuras. importante tambm a retirada dorevestimento nas regies de maiores solicitaes (centro dos vos e junto aos apoio).

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    - Identificar as principais fissuras por meio de tinta e coloque sensores de gesso paraacompanhamento da atividade das mesmas.

    - Verificar a integridade do concreto, assinalando quando for o caso a presena de brocas,ninhos, esfolheamentos e esmagamentos.

    - Verificar se o cobrimento das armaes suficiente para a proteo das mesmas.

    - Verificar se existem deformaes excessivas, procurando quando possvel determinar se asmesmas foram provenientes de defeitos da execuo (escoramento ou formas) ou daaplicao dos carregamentos.

    - Verificar se existem armaduras expostas e avalie o grau de comprometimento das mesmaspor efeito da corroso.

    - Verificar a existncia de fissuras e esmagamento do concreto nas regies de contato dasvigas ou transversinas com os aparelhos de apoio.(Especialmente os apoios extremos).

    - Verificar a existncia de fissuras nas ligaes das peas estruturais (laje/viga;viga/transversina; transversina/laje).

    - Nas obras com superestrutura protendida examinar rigorosamente as regies de implantaoda protenso para verificar se existem fissuras, esmagamento de concreto ou infiltraes.

    - Nas obras com superestrutura protendida que possuam cabos ancorados em pontosintermedirios, Verificar se existem fissuras na parte anterior a estas ancoragens.

    - Nas obras com superestrutura protendida Verificar se existe uma nica fissura de flexo comgrande abertura no meio do vo. Este fato denota grande deficincia ou falta total de injeodos cabos.

    - Verificar se existe fluxo de gua nas fissuras da laje provocando estalactites e manchas nasmesmas.

    - Verificar se existem infiltrao de gua pelas juntas de dilatao.

  • 37

    - Verificar se j houve reforo nas peas da superestrutura,e em caso afirmativo caracteriza-lo.

    - Verificar se existem sinais de choques na parte inferior do vigamento provocado porveculos altos, no caso de viadutos, ou embarcaes, no caso de pontes.

    6.5 - Aspectos relativos aos acabamentos

    - Verificar se existem drenos no tabuleiro, e em caso afirmativo certifique-se se os mesmosso suficientes, encontram-se desobstrudos e apresentam funcionamento adequado.

    - Verificar se existem pingadeiras na parte inferior das bordas das lajes em balano, e avaliese as mesmas apresentam funcionamento adequado evitando manchas de unidade na parteinferior da laje e face lateral da viga.

    - Verificar se existe declividade transversal no pavimento de modo a permitir a conduo dagua para os drenos e evitar represamentos sobre a pista.

    - Inspecionar as tubulaes de drenagem alojadas no interior de vigas caixo de modo adetectar possveis vazamentos principalmente nas conexes. O acesso a estas tubulaes sed pelas janelas de inspeo situadas na laje inferior do caixo.

    - Verificar se existem drenos na laje inferior das vigas caixo e se os mesmos encontram-selocalizados nos pontos mais baixos.

    - Verificar se os espaos destinados ao alojamento de redes de servios pblicos (eletricidade,gua, esgoto, telefone, etc.) encontram-se convenientemente drenados. No caso de tubulaode gua e esgoto certifique-se que no h vazamento.

    - Verificar se a trajetria da projeo da gua dos drenos no atinge a estrutura.

    - Verificar, no caso de pontes situadas em greide inclinado, se existe sistema de capitao dasguas na cabeceira mais elevada, de modo a impedir que os drenos da obra sejamsobrecarregados pela gua retida na pista fora da ponte.

    - Identificar o tipo de junta de dilatao utilizada (cantoneiras metlicas, tipo JEENE, tipoTRANSFLEX, etc.).

  • 38

    - Verificar se existem fissuras ou ruptura do concreto nas quinas da junta.

    - Verificar se as juntas esto garantindo a estanqueidade.

    - Verificar se os dispositivos de fixao das juntas (chumbadores, cola, parafusos, etc.)encontram-se perfeitos.

    - Verificar se no existe abertura excessiva das juntas.

    - Verificar se existem sinais de rasgamento ou deteriorao da borracha sinttica das juntas.

    - No caso de obras antigas providas de juntas com lmina de vedao, Verificar se existeacmulo de terra ou qualquer outro material slido sobre a mesma.

    - Verificar se as juntas encontram-se alinhadas e possibilitando a liberdade de movimento daestrutura.

    - Verificar se as placas de base (e respectivos chumbadores) de fixao de postes ou prticosde sinalizao encontram-se em perfeito estado e no apresentam corroso.

    - Verificar se as defensas (guarda-rodas e guarda-corpos) so adequados e encontram-se emperfeito estado.

    - Verificar se existem fissuras verticais nos guarda-rodas, em caso afirmativo certifique-se seforam previstas juntas de dilatao para os mesmos e com que espaamento.

    - Verificar se existem guarda-corpos destrudos por choque de veculos, e em caso afirmativoquantifique.

    - Verificar se o sistema de iluminao (quando existente) encontra-se perfeito. Registrarlmpadas queimadas, clulas fotoeltricas defeituosas, etc.

    - Verificar se existe placa de sinalizao com indicao do nome, comprimento e classe daobra.

    - Verificar, no caso de pavimentao asfltica, a sua regularidade, a existncia de ondulaes edesgastes.

  • 39

    - Verificar e registre o posicionamento e dimenses de buracos na pavimentao que produzinfiltraes e impactos indesejveis na estrutura.

    - Verificar, no caso de pavimentao de concreto, a existncia de fissuras, desagregao doconcreto e rupturas localizadas.

    - Verificar, no caso de pavimentao de concreto, se foram previstas juntas de dilataoregularmente espaadas, e se as mesmas encontram-se preenchidas com material elsticopara impedir a infiltrao de gua

    6.6 - Aspectos relativos obras metlicas.

    Apresenta-se a seguir os principais aspectos que devem ser observados nas inspees de pontesou viadutos com superestrutura metlica (viga, transversinas e laje) ou mista (laje de concreto/vigas etransversinas metlicas).

    - Verificar se existem fissuras nas diversas peas do tabuleiro (vigas, transversinas, etc.) e emcaso afirmativo mapea-las.

    - Verificar se existe processo de corroso instalado, procurando avaliar o grau decomprometimento das peas afetadas.

    - Verificar se existem imperfeies geomtricas nas peas estruturais tais como: dobramentos,empenamentos, flambagem, amassamentos, etc.

    - Verificar se existem deformaes excessivas na estrutura.

    - Verificar se os contraventamentos esto funcionando adequadamente, impedindoinstabilidade e deformaes nas peas por eles contraventadas.

    - Verificar, nas ligaes soldadas, a uniformidade do cordo de solda e a presena de fissurasno mesmo ou prximo a ele.

    - Caso haja suspeio sobre a qualidade das ligaes soldadas, executar teste do lquidopenetrante nas mesmas. Em situaes especiais outros testes mais sofisticados devero serrequeridos.

  • 40

    - Verificar, no caso de ligaes aparafusadas, se existe processo de corroso instalado nosparafusos, porcas, contra-porcas, arruelas, etc.

    - Verificar, no caso de ligaes aparafusadas, se o aperto dos parafusos esta conferindo rigidezsuficiente para evitar vibraes excessivas quando da passagem de veculos.

    7 - REGISTRO FOTOGRFICO.

    Durante a vistoria devero sempre ser realizadas fotografias de modo a caracterizarperfeitamente as patologias apresentadas pela estrutura. Em muitos casos reais um bom relatriofotogrfico evita o retorno do engenheiro ao campo para dirimir dvidas que venham a surgir nasetapas de confeco de relatrio de vistoria ou elaborao de projeto de recuperao e/ou reforo. Sse dispensa o relatrio fotogrfico em vistorias rotineiras, quando no se verifica modificao noquadro observado em relao a ltima vistoria realizada. Nas vistorias preliminares com finalidade deCadastramento de pontes e viadutos exigvel um mnimo de duas fotografias por obra. Nas vistoriasextensivas ou especiais o relatrio fotogrfico deve possuir tantas fotografias quanto sejam necessriaspara a perfeita caracterizao dos problemas observados. Nas fotografias onde se pretende registrarocorrncias localidades (fissuras, brocas e ninhos de concretagem, aparelhos de apoio, etc.) deveroser utilizados objetos de referncia (lapiseiras, canetas, rgua graduada, etc.) junto ao ponto a serfotografado de modo a permitir a avaliao dimensional do mesmo.

    No caso especfico de fotografias de fissuras, deve-se ressaltar o caminhamento da mesma napea estrutural atravs de tinta ou giz para facilitar a identificao e evitar interpretaes errneas nafase de diagnstico do problema. Em situaes especiais tambm interessante anotar sobre a pea, naposio correspondente, a abertura da fissura obtida com auxlio do fissurmetro. Sempre quenecessrio as fotografias sero feitas com auxlio do flash para evitar que a falta de iluminaoadequada prejudique a nitidez da foto. Junto a cada fotografia do relatrio deve constar um textoexplicativo da observao, conciso, porm esclarecedor.

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    8 - INFORMAES COMPLEMENTARES.

    Em complementao a todos os dados levantados pela equipe de vistoria, nos casos deocorrncia de recalques de fundao e fissuras, devero ser feitas indagaes ao proprietrio,usurio ou vizinho da construo afetada com vistas a esclarecer os seguintes aspectos:

    - Houve alguma modificao no carregamento normal da estrutura?- Foi executada alguma reforma que tenha levado a acrscimo ou supresso de

    peas estruturais?- A modificao realizada obedeceu a projeto estrutural?- Foi executada alguma obra recente, prxima a alguma das divisas?- Qual o tipo de fundao utilizada na obra executa recentemente prxima a

    divisa?- A quanto tempo o problema se originou?

    - O problema encontra-se estabilizada ou apresenta progresso?

    Em obras de pontes importante levantar junto a populao ribeirinha informaessobre possveis cargas excepcionais que tenham trafegado por sobre a obra (natureza efreqncia) bem como sobre a ocorrncia de cheias no rio (nvel dgua mximo, velocidadeda correnteza, material transportado).

    Em situaes de ataque do concreto ou do ao devem ser levantadas informaes sobrea presena de industrias a montante do rio, para verificao da natureza qumica dos despejosdas mesmas.

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