manual mec para projeto de escolas
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8/8/2019 Manual MEC para projeto de escolas
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subsdios para elaborao de projetose adequao de edificaes escolares
espaos educativos ensino fundamental
MINISTRIO DA EDUCAO FUNDO DEFORTALECIMENTO DA ESCOLA FUNDESCOLA
BRASLIA, 2002
cadernos tcnicos 4 volume1
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2002 Fundescola
Tiragem: 1.000 exemplaresQualquer parte desta obra pode ser reproduzida desde que citada a fonteSrie Cadernos Tcnicos I no 4, v. 1
Autor
Arq. Rogrio Vieira CortezConsultor
Arq. Mrio Braga SilvaCoordenao-geral
Arq. Jos Maria de Arajo Souza
Colaborao
Arq. Denise Medeiros AcciolyEng. Flvia Tavares Homem de CarvalhoEng. Eltrico Hector Alfredo Chum KuffoDesigner Maria Beatriz Affalo BrandoSociloga Maria Luiza Faraone Silveira
Estagirio de arquiteturaFelipe de Carvalho MachadoEstagirio de pesquisa
Jlio Cesar Banalcazar ChumProjeto grfico e diagramao
G+ design
Projeto FundescolaCoordenao de Instalaes EscolaresVia N1 Leste Pavilho das Metas70150-900 Braslia DFFone (61) 3035 2980 Fax (61) 3035 2910www.fundescola.org.brE-mail [email protected]
Impresso no Brasil
Esta obra foi editada e publicada para atender aos objetivos do Projeto Fundescola, em conformi-dade com o Acordo de Emprstimo Nmero 4487 BR com o Banco Mundial no mbito do Projeto
BRA-00/027 do PNUD, Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento.
Espaos educativos. Ensino fundamental. Subsdios para elaborao deprojetos e Adequao de edificaes escolares/Elaborao RogrioVieira Cortez e Mrio Braga Silva, Coordenao-geral Jos Maria deArajo Souza. Braslia : FUNDESCOLA/ MEC, 2002
2 v. (Cadernos Tcnicos I, no 4)
1.Edificao escolar 2. Projetos arquitetnicos3. Ensino fundamental I. Souza, Jos Maria de ArajoII. Cortez, Rogrio Vieira III. Silva, Mrio BragaIV. Fundescola V. MEC
CDD 371.62
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Sumrio
5 Apresentao
7 Parte 1 Informaes tcnicas e recomendaes9 Captulo 1 Planejamento do prdio escolar
17 Captulo 2 Condicionantes ambientais da regio19 Captulo 3 Consideraes sobre o clima31 Captulo 4 Implantao do edifcio escolar
37 Captulo 5 Condicionantes ambientais67 Captulo 6 Topografia69 Captulo 7 Mecnica dos solos
71 Captulo 8 Acessos e circulaes77 Captulo 9 Estruturas, telhados e fundaes85 Captulo 10 Infra-estrutura para saneamento89 Captulo 11 Materiais e tcnicas construtivas99 Captulo 12 Instalaes especiais
109 Captulo 13 Iluminao artificial
113 Captulo 14 Cor e comunicao visual119 Captulo 15 Projeto de arquitetura
129 Captulo 16 Levantamentos preliminares131 Captulo 17 Projetos complementares
137 Parte 2 Desenhos e relaes ergonmicas
139 Apresentao141 Captulo 1 Parmetros para dimensionamento143 Captulo 2 Informaes gerais para o projeto147 Captulo 3 O usurio: dimenses e espaos necessrios em
diversas situaes181 Captulo 4 Ergonomia nos ambientes simulados
203 Referncias bibliogrficas
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O FUNDESCOLA pretende, com este documento, oferecer subsdios
tcnicos s equipes de profissionais dos rgos estaduais e munici-pais envolvidas na elaborao, no acompanhamento de projetosarquitetnicos e na construo de escolas de Ensino Fundamental.
O documento divide-se em trs partes: a primeira contm informa-es que devem ser observadas nas tomadas de deciso durante a
elaborao, desenvolvimento ou acompanhamento do projeto deuma escola; a segunda contm informaes, em forma de desenhos,de relaes ergonmicas significativas a serem utilizadas pelosprojetistas nos espaos educativos e a terceira constituda por umconjunto de fichas dos ambientes mais freqentes na composio doprograma arquitetnico de escolas de Ensino Fundamental.
O objetivo das Fichas Tcnicas reunir e sistematizar as informa-es relativas a cada ambiente, como: funes ou atividades desen-volvidas; condicionantes ambientais constantes de normas eorientaes, determinando parmetros recomendados e mnimos;informaes tcnicas especiais para o projeto do ambiente; simula-
o em planta baixa, procurando exemplificar uma ou mais alternati-vas de arranjo, de forma a gerar ambientes confortveis e adequadosao processo de trabalho nos edifcios escolares.
O FUNDESCOLA espera, com mais esta iniciativa, colaborar para amelhoria qualitativa do sistema educacional, com a obteno deprojetos e espaos educativos mais adequados s necessidades doprocesso de ensino/aprendizagem e procurando contribuir, at
mesmo, na formao dos estudantes das reas de Arquitetura,Engenharia e Educao que podero, em futuro prximo, se juntar satuais equipes de especialistas que atuam nas secretarias estaduais emunicipais de educao.
Apresentao
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Parte 1 Informaes tcnicas
e recomendaes
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Captulo 1 Planejamento doprdio escolar
Ao se elaborar o projeto do prdio escolar, faz-se necessria sua
adequao s exigncias dos programas de ensino, dos usurios eda comunidade em geral. A avaliao de prdios escolares deveabranger:
Programa arquitetnico: questes e sugestes relativas a fluxogra-mas, organogramas, funes a serem desenvolvidas e
dimensionamento dos ambientes. Conforto ambiental: adequaes com relao iluminao e
ventilao, eficincia das circulaes, dimensionamento dos compar-timentos, qualidade dos espaos, observando-se as especificidadesda edificao.
Segurana: interna e/ou externa.
Obras civis e de instalaes prediais: usando materiais adequados etcnicas construtivas modernas, pois a intensidade no uso dasinstalaes fsicas das escolas exige o emprego de materiais durveise de boa qualidade na estrutura, nas vedaes, nos acabamentos enas instalaes.
Paisagismo. Mobilirio especfico. Comunicao visual.
Caracterizao do edifcio escolar
O espao fsico que servir s funes e s atividades previstas noprograma (formas, propores e articulaes) e as tcnicas utilizadaspara a construo desses espaos fsicos (estrutura, instalaes e
detalhes construtivos) so definidos de modo simultneo, pois a decisosobre um influencia as diversas alternativas possveis para o outro.
A escola um dos equipamentos pblicos mais
abertos e interativos com o cotidiano da cidade,onde o espao fsico parte integrante do
processo pedaggico.
No h ordem de preferncia rgida nasdecises sobre espao e tcnica. Em geral, as
necessidades de espao influenciam a tcnica;porm, em alguns casos, a disponibilidade e o
domnio de uma tcnica local podem influenciara organizao dos espaos.
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Captulo 1 Planejamento do prdio escolar10
O conhecimento das condicionantes fsicas locais topografia,acessos, geotecnia, clima, entre outros d-se por meio de levanta-mentos e anlises e deve, tambm, levar em conta o custo da terra,as facilidades construtivas, a infra-estrutura urbana existente ou em
implantao, tudo concorrendo para o diagnstico da rea.
O projeto
A construo de um edifcio escolar exige projetos adequados queofeream facilidade e rapidez de execuo e resultem em um edifciocom mnimas exigncias de conservao, materiais bons e adequa-dos, sem prejuzo da qualidade e da economia. Deve-se levar emconsiderao questes relativas a isolamentos, nvel de rudosexternos, clima, insolao, ventilao, iluminao, natureza do
subsolo, topografia, dimenses dos espaos internos, rea dispon-vel, entre outros aspectos que se insiram na realidade local.
O terreno
A escolha do terreno deve levar em conta, entre outros aspectos: Topografia regular. Boa drenagem superficial. Salubridade.
Insolao. Local paisagisticamente agradvel (evitar reas pantanosas e com
esgoto a cu aberto). Vegetao existente ou a criar. Facilidade e segurana na acessibilidade.
Ausncia de agentes poluidores: rudos, fumaas, poeiras. Viabilidade econmica.
atribuio de quem projeta o prdio escolar
criar um espao tcnico, funcional e comprome-tido com a eficcia pedaggica, buscando
ajustar o edifcio escolar s necessidades
educativas de uma dada regio e ao espao noqual se insere.
Recomendaes da UIA (Unio Internacional de Arquitetos) para projeto econstruo da escola.
A sua construo deve ser realizada utilizando-se a escala do aluno (a criana).
O arranjo dos locais deve ser flexvel e diferenciado.
Devem-se evitar salas sistematicamente uniformes, dispostas em alinhamento rgido.
Conforto de espaos em correlao com a forma do habitatdo aluno (criana) eseu grau de evoluo.
A insuficincia de espao to condenvel quanto o excesso.
A iluminao deve ser homognea.
Ventilao constante, evitando o confinamento e as correntes de ar.
A iluminao e a ventilao devem ser multilaterais, de preferncia em faces opostas.
A ao do sol deve ser controlada.
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11 Espaos educativos
Tambm necessrio observar as seguintes condies: Evitar terrenos situados sob redes de transmisso de energia eltrica. Evitar terrenos situados sobre adutoras, oleodutos e gasodutos. Evitar terrenos situados prximos de encostas ou barrancos perigosos.
Localizao
A localizao do prdio escolar se d em funo do que foi estabe-lecido no microplanejamento da rede de escolas pblicas, observan-do-se, entre outras, as seguintes questes:
Densidade demogrfica e perfil da populao: crianas na faixa etria
que necessitam ou vo necessitar atendimento. Dimenses do terreno disponvel. Distncia casa-escola, que condicionar o espaamento entre escolas. Vias de acesso (pavimentao, disponibilidade de transporte coletivo). Abastecimento de gua, coleta de esgoto e guas pluviais. Rede eltrica, telefonia e iluminao pblica.
Coleta de lixo e limpeza urbana.
Ausncia de agentes poluidoresAusncia de riscos
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Captulo 1 Planejamento do prdio escolar12
Relaes de vizinhana
Equipamento urbano Relao devizinhana
Conseqncias
Creche Mais ou menosrecomendado
Utilizao conjunta de mobilirios eambientes
Pr-escolar Mais ou menosrecomendado
Utilizao conjunta de mobilirios eambientes
Escola de 2o grau Recomendado
Centro de ao social Indiferente Risco de rudos e trnsito intensode pessoas e veculos
Equipamentos de sade Pouco recomendado Efeitos psicolgicos negativos
Praas e reas verdes Recomendado
Parques Mais ou menosrecomendado
Riscos de acidentes, trnsitointenso de pessoas e veculos
Reserva florestal Indiferente Evitar reas de riscos com animais
Cemitrio No recomendado Poluio do solo, efeitospsicolgicos negativos
Mercado Indiferente Risco de rudos e trnsito intenso,infestao de insetos e roedores
Matadouro No recomendado Poluio do ar, poluio do solo,infestao de insetos e roedores
Corpo de Bombeiros No recomendado Risco de pnico
Posto policial, delegacias epenitencirias
No recomendado Risco de pnico
Posto telefnico Pouco recomendado Trnsito intenso de pessoas eveculos
Posto de correios etelgrafos
Pouco recomendado Trnsito intenso de pessoas eveculos
Templos Indiferente Risco de rudos e trnsito intensode pessoas e veculos
Clubes Indiferente Risco de rudos e trnsito intensode pessoas e veculos
Bibliotecas Recomendado
Terminais de transportescoletivos
No recomendado Poluio sonora, poluio do ar,risco de acidentes
Aeroportos No recomendado Poluio sonora, risco de acidentes
reas militares No recomendado Risco de pnico
Edifcios pblicosadministrativos
Indiferente Evitar rudos e trnsito intenso
Instalao de infra-estrutura No recomendado Adutoras de gua: rompimento,
inundao.Dutos de inflamveis: incndio,explosoEstao de esgotos: odoresnocivosEstaes de fora e luz: acidentesna operao,Redes de alta tenso: acidentes naoperao
Indstria de produtostxicos
No recomendado Poluio do ar, acidentes naoperao, poluio do solo
Pedreiras em explorao No recomendado Poluio sonora, poluio do ar,risco de acidentes
Vazadouro de lixo No recomendado Poluio do ar, poluio do solo,
infestao de insetos e roedores
Habitaes Recomendado
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13 Espaos educativos
A forma
Evitar solues monumentais.A forma ideal do prdio escolar aquela que atende s caractersti-
cas de cada regio climtica, criando condies para o conforto fsico
dos usurios, adaptando-se topografia e integrando o ambienteescolar com a paisagem local.
Os espaos
O dimensionamento dos ambientes d-se em funo do mobilirioe do equipamento, dos usurios, das atividades a serem desenvolvi-das: estudar, recrear, trabalhar, cozinhar, comer, armazenar e circular.
Planejamento
O desenvolvimento das vrias etapas de planejamento, projeto e
construo escolar pode se dar de acordo com o demonstrado nosanexos 1, 2 e 3, a seguir.
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Captulo 1 Planejamento do prdio escolar14
Identificao denecessidades
Seleode reas
Pr-dimensio-namento
Mobilirio eequipamento
Recursoshumanos
Exigncias
funcionais
Programa
arquitetnico
Escolha
do terreno
Consulta
prvia
TopografiaGeotecnia
Condiesclimticas
Materiaise processos
Projetode arquitetura
Projetoscomplementares
Recursosfinanceiros
Licitao
Obras
Recebimento
Inaugurao
Anexos
1. Fluxo geral de atividades para implantao deum edifcio escolar
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15 Espaos educativos
2. Exemplo de fluxograma de blocos para projetode edificao. Arquitetura
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3. Exemplo de cronograma de barras fsico e finan-ceiro para projeto de edificao Arquitetura
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Cada lugar diferente do outro pela paisagem e pelo clima. Uma
mesma regio pode possuir caractersticas climticas diferentes emfuno da cobertura vegetal, do relevo, das superfcies de gua e devrios outros elementos da paisagem, fazendo com que as regiessejam heterogneas, embora possam ter o mesmo tipo de clima.
importante pensar uma arquitetura prpria, adequada a uma
determinada regio. A forma e os tipos de espaos do prdio escolarno devem ser generalizados. Antes de qualquer procedimentoquanto construo, necessrio que se conhea o lugar onde serconstruda a nova escola.
Captulo 2 Condicionantesambientais da regio
Observar Por que
Qualidade do subsolo Define o tipo de estrutura e sua proteo
Materiais naturais quecobrem os solos
Dependendo da regio, podem amenizar as temperaturas,acumulando e refletindo menos calor
Relevo Influencia no movimento dos ventos, na moderao datemperatura e na formao de sombras
Cota de soleira Considera os nveis que as guas atingem (pluviais, margensde rios e lagos ou beira-mar)
Vegetao Proteo contra o sol, a poeira e a eroso. No deveprejudicar a ventilao nem atrapalhar a recreao dosalunos
Quantidade e perodode chuvas
Determina a escolha de elementos para escoamento edrenagem das guas, dos materiais de construo e seleode vegetao para o entorno
Ventos Podem ser utilizados de maneira a aproveitar seus efeitos namoderao da temperatura
Movimento aparente doSol atravs de grficosprprios
Permite orientar adequadamente o prdio escolar eestabelecer protees quanto insolao de seus elementose componentes
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Captulo 2 Condicionantes ambientais da regio18
Tambm os diversos fenmenos fsico-climticos que agem sobreo prdio escolar trazem aspectos positivos e negativos que devemser levados em considerao:
Materiais e tcnicas construtivas
A definio dos materiais e das tcnicas construtivas deve obede-
cer algumas recomendaes importantes, dependendo das caracte-rsticas climticas e econmicas de cada regio.
A escolha dos materiais e das tcnicas de construo deve serguiada pelos recursos que cada lugar oferece. Deve-se explorar aomximo as potencialidades que os materiais nativos oferecem,visando um melhor aproveitamento econmico quanto a sua
interao ao local. Novos materiais, caso sejam utilizados, devem serespecificados visando no criar desconforto na edificao.
Adequar a aplicao dos diversos materiais e componentes, tantono aspecto de harmonia quanto no de conservao e manuteno.
As solues construtivas, sob o aspecto climtico, podem variar
dependendo das condies ambientais.
Fenmeno Aspectos positivos
SOL Combate a umidade, o mofo eos fungosEfeitos benficos sadeAquecimentoIluminao
Calor excessivoOfuscamento visual por excesso deluminosidade sobre superfcies clarase brilhantesAes deterioradoras sobre alimentose papis
CHUVA Limpeza e resfriamento do arIrrigao da vegetaoAbastecimento de gua paralavagem e higiene de sanitrios
Deteriorao da edificaoDificuldades circulaoRudos sobre a cobertura
VENTO Resfriamento ou aquecimento erenovao do ar, conforme anecessidade local
Incmodo s atividades didticasAmeaa segurana da edificao
RUDOS Nenhum Rudos acima de limites suportveisprovocados por diversas fontesInterferncia nas atividades didticas
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Conceituao de clima
Conceitua-se aqui clima como a condio geral meteorolgica, ouseja, o efeito combinado dos fatores que afetam a vida humana emuma determinada regio, tais como:
Fatores estticos posio geogrfica e relevo.
Fatores dinmicos temperatura, umidade, radiao e movimento do ar.
Os efeitos do clima sobre o edifcio
So os fatores dinmicos do clima que afetam no homem a sua
perda de calor. Eles no atuam isolados, mas conjuntamente. Essesfatores tambm afetam o desempenho trmico do edifcio.
A otimizao do desempenho trmico do edifcio, por meio da taxade ganhos e perdas de calor, depende da correta resoluo de umconjunto de fatores, a saber:
Diferena entre a temperatura exterior e interior. Caractersticas do material e da cor das superfcies que constituem a
envolvente do edifcio (calor radiante). Localizao, orientao (ao sol e aos ventos), forma e altura do
edifcio. A orientao do edifcio influi sensivelmente na quantidade decalor por ele recebido. Uma adequada orientao proporciona menorconsumo de energia.
Caractersticas do entorno natural e construdo. Ao da radiao solar e trmica e, conseqentemente, das caractersti-
cas isolantes trmicas da envolvente do edifcio (paredes e coberturas). Ao do vento sobre as superfcies interiores.
Desenho e proteo das aberturas para iluminao e ventilao,assim como sua adequada proteo.
Captulo 3 Consideraessobre o clima
O tempo varivel. o estado atmosfrico emcerto momento, considerado em relao a todos os
fenmenos meteorolgicos: temperatura, vento,
umidade, etc. J o clima, algo de constante, deprevisvel. a feio caracterstica e permanente do
tempo, num lugar, em meio a suas infinitas variaes.MORIZE, H. Contribuio ao estudo do clima do
Brasil. Rio de Janeiro, Ministrio da Agricultura,Indstria e Comrcio, 1927, p.1.
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Captulo 3 Consideraes sobre o clima20
Localizao estratgica dos equipamentos de climatizao artificial,tanto dentro como fora do edifcio, assim como dos principaisaparelhos eletrodomsticos.
O desempenho trmico do edifcio pode ser melhorado:
Por meio do aproveitamento das caractersticas favorveis do entorno,controlando ou amenizando, a distncia, os fatores climticos adversos.
Por meio da amenizao do clima, protegendo a edificao contra osaspectos desfavorveis, procurando resolver o desenho adequadoda sua envolvente.
Com o objetivo de minimizar o consumo de energia na edificao,quando da escolha do terreno para a construo da escola, devemser observados, entre outros, os seguintes itens:
Uso da escala macroclimtica para determinar a demanda de energiapara a regio considerada (dados obtidos na estao meteorolgicamais prxima).
Aplicao da informao climtica aos efeitos topogrficos e urbanos,para se obter uma estimativa da demanda das potencialidadescorretas do entorno para a implantao do edifcio.
Localizar e orientar o edifcio, no seu entorno, de maneira a minimizaro ganho trmico natural e maximizar a ventilao cruzada nas regies
sem estao fria (Norte, Nordeste e parte do Centro-oeste).
Lembretes
A altitude influencia as variveis do clima. De maneira geral, a tempe-ratura diminui quando aumenta a altitude.
Nas regies de montanha ou vale, as edificaes devero ser localiza-das de maneira a aproveitar as caractersticas topogrficas e a vegeta-o, para se proteger ou se expor, criando um microclima adequado.
Quanto mais prximo da costa, maiores sero as modificaes das
temperaturas mximas e mnimas. As florestas e os bosques tm um efeito microclimtico em relao ao
clima das reas vizinhas. Nas regies urbanizadas e adensadas, alguns fatores contribuem
para a modificao do clima:
As grandes superfcies de pavimento e de concreto. A presena de edifcios altos prximos entre si. A emisso de calor de condicionadores de ar e outras fontes de
calor domstico, comercial e industrial. A concentrao de fontes de poluio.
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Captulo 3 Consideraes sobre o clima22
Classificao dos climas
O clima equatorial midopredomina no Norte do territrio brasileiro.O equatorial semi-midoocorre em pequeno trecho no Extremo
Norte. O clima tropical, um pouco mais ao Sul, caracteriza-se por uma
estao seca de 4 a 5 meses (abril a setembro), sendo que, nostrechos mais elevados, apresenta temperaturas mdias mais baixas.No serto nordestino o clima semi-rido, com baixa pluviosidade,temperaturas elevadas e grandes estiagens (mais de 8 meses). Naparte meridional, ao sul do Trpico de Capricrnio, a latitude respon-svel pelo clima subtropical, cujas caractersticas trmicas epluviomtricas se aproximam do clima temperado, com temperaturasmdias baixas e chuvas bem distribudas ao longo do ano.
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Condicionantes climticas
Vegetao
O territrio brasileiro apresenta-se, em sua maior parte, coberto de
florestas, embora os desmatamentos descontrolados e as queimadasvenham alterando significativamente esse quadro. Contudo, existemainda grandes superfcies abrangidas por cerrados, campos, caatin-gas e formaes complexas, como a vegetao pantaneira e alitornea, em parte transformadas pela ao do homem.
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Captulo 3 Consideraes sobre o clima24
Temperaturas mdias anuais
Situado em sua maior totalidade entre o Equador e o Trpico deCapricrnio e com predominncia de altitudes inferiores a 500 metros
acima do nvel do mar, o territrio brasileiro apresenta pequenas
variaes trmicas. A Regio Amaznica e o serto semi-rido doNordeste so as reas mais quentes, com temperaturas mdiasacima de 25C, em conseqncia da ao das massas equatoriais etropicais. Na rea Central e Oriental, as temperaturas oscilam entre 20e 25C. O Sul do territrio e os trechos montanhosos do Sudestecaracterizam-se por temperaturas mdias inferiores a 20C, sendoque no Sul, pela ao das massas polares, acontecem as menorestemperaturas.
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Pluviosidade totais anuais
A elevada pluviosidade na Regio Amaznica ocorre em conse-qncia da atuao de massa de ar Equatorial e da convergncia
intertropical. Na rea Central e Oriental, a pluviosidade menos
elevada pela alternncia entre massas Tropical Martima e Continental,salvo na faixa costeira, onde a presena de elevaes o principalfator do aumento das chuvas. Na Regio Nordeste, diversos fatoresclimticos e locais que atuam em conjunto acentuam a estabilidadeatmosfrica, inibindo a formao de chuvas, criando um enclave desemi-aridez. Na parte meridional do pas, os totais de chuva apresen-tam-se expressivos em funo do relevo planaltino e da atuao daFrente Polar Atlntica na maior parte do ano.
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Captulo 3 Consideraes sobre o clima26
Caracterizao do clima nas vrias regiesdo Brasil
Clima equatorial mido e semi-mido
Caractersticas gerais Clima quente e mido, com chuvas permanentes durante todo o ano. Temperaturas mdias anuais acima de 25C. A vegetao original predominante a floresta amaznica. Pluviosidade anual entre 2.500 e 1.500 mm, na maior parte da regio,
com algumas reas acima de 2.500 mm. Nas regies de florestastropicais, a precipitao pluviomtrica maior no sop das montanhas,em decorrncia da grande concentrao de umidade a existente.Quanto maior a altitude, menor o ndice de precipitao pluviomtrica.
Observaes para projeto
O projeto do edifcio escolar deve otimizar o uso da energia, manten-do condies adequadas de temperatura, ventilao e umidaderelativa do ar necessrias para o conforto humano. Portanto, funda-mental reduzir ao mnimo a energia ganha durante o vero.
No clima quente mido, as precipitaes sero intensas, requeren-
do cuidados na drenagem de gua e na proteo contra o cresci-mento de fungos e contra insetos. Em geral, o terreno bemcoberto de vegetao, o que, na maioria das vezes, proporcionapoucas perturbaes provenientes de p e reflexo de luz e calorpelo terreno.
Nessas regies so fundamentais a distribuio, a orientao e a
forma dos edifcios e suas aberturas, com maior exposio aosventos e menor exposio ao sol, com menor ganho de calor. Osombreamento um elemento-chave para o projeto.
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes, aproveitan-do-se os efeitos positivos dos ventos.
Evitar a reteno de umidade.
Maiores superfcies devem estar voltadas para a direo dos ventosfreqentes ou brisas.
Quando a orientao das faces com aberturas exteriores for Norte ouSul, prever grandes aberturas protegidas, no nvel do corpo humano.
As paredes exteriores e as coberturas devem ser finas e isoladas.
As superfcies exteriores devem ser refletoras. Adotar precaues especiais contra chuvas torrenciais, insetos, cupins. Varandas externas cobertas, circulaes pelo exterior com sombra e
grandes beirais. Edificaes separadas entre si aproveitando melhor as correntes de ar
e fazendo uso da vegetao para se protegerem da radiao solar.
Clima semi-rido
Caractersticas gerais
Clima quente e seco, semi-rido, com ausncia de chuvas. Temperaturas mdias anuais acima de 25C.
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A vegetao original predominante a caatinga. Pluviosidade anual abaixo de 750 mm.
Observaes para projeto
O projeto do edifcio escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condies adequadas de temperaturas, ventilao e umidaderelativa do ar necessrias ao conforto humano. fundamental reduzirao mnimo a absoro de energia durante o vero.
Edificaes prximas, de formas e tamanhos variados e compactos,constituem barreiras efetivas contra o vento e, por favorecer oarmazenamento trmico, evitam as perdas de calor.
Nessas regies, a sombra um elemento valioso de proteo contrao calor acumulado. Os ptios, as varandas e as circulaes cobertas,os beirais, as prgulas e os conjuntos de rvores e arbustos devemser usados porque cortam os raios diretos do sol e os raios refletidospelas superfcies, criando uma penumbra agradvel. So mais
indicadas as circulaes que circundam ptios internos, alpendres oureas sombreadas.
Nessas regies, uma vez que grande a disponibilidade de luznatural, as edificaes tero menor exposio ao sol com menorganho de calor. As aberturas devem ser apenas o suficiente paraventilao e iluminao, sendo conveniente o uso da luz refletida (por
meio de ptio sombreado, por exemplo), para que se obtenha no so nvel de iluminao requerido.
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes evitando-seos ventos.
Facilitar a reteno de umidade.
As paredes exteriores devem ser grossas e macias. As superfcies exteriores devem ser refletoras. As paredes interiores devem ser macias. A cobertura deve utilizar, preferencialmente, telhas cermicas, possuir
entreforro ventilado colcho de ar.
Clima tropical
Caractersticas gerais
Clima de temperado para quente, seco na regio Central e semi-
mido nas regies litorneas, com perodos de seca (4 a 5 meses, deabril a setembro) e perodos de chuva bem definidos.
Temperaturas mdias anuais entre 20C e 25C. Vegetao original predominante: cerrado, na regio Central e Nor-
deste; floresta atlntica de planalto e encosta, no litoral Nordeste;vegetao litornea, do litoral Norte e Nordeste; vegetao pantaneira,no Centro-Oeste.
Pluviosidade anual entre 1.500 mm e 750 mm.
Observaes para projeto
O projeto do edifcio escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condies adequadas de temperatura, ventilao e umidaderelativa do ar necessrias ao conforto humano.
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Captulo 3 Consideraes sobre o clima28
A orientao do edifcio, quanto radiao solar, deve ser de forma aminimizar a carga trmica recebida durante o vero.
Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes aproveitan-do-se os efeitos positivos dos ventos.
Maiores superfcies devem estar voltadas para a direo dos ventos
freqentes ou brisas. Somente nas regies quentes secas (tpicas do Centro-Oeste) facilitar
a reteno de umidade.
Clima tropical de altitude
Caractersticas gerais
Clima de temperado para frio, em conseqncia da altitude, comperodos de chuva e de seca bem definidos.
Temperaturas mdias anuais abaixo de 20C.
A vegetao original predominante a floresta atlntica de planaltoe encosta.
Pluviosidade anual entre 1.500 mm e 750 mm;
Observaes para projeto
O projeto do edifcio escolar deve otimizar o uso da energia, manten-do condies adequadas de temperatura, ventilao e umidaderelativa do ar necessrias ao conforto humano.
A orientao do edifcio, quanto radiao solar, deve ser de forma a
minimizar a radiao trmica recebida. Facilitar a troca, sob controle, do ar interno dos ambientes aproveitan-
do-se os ventos. Maiores superfcies devem estar voltadas para a direo dos ventos
freqentes ou brisas. Evitar a reteno de umidade. Localizar e orientar o edifcio de forma a otimizar o ganho trmico
natural no inverno, protegendo-o dos ventos desfavorveis daestao, minimizando o consumo de energia durante o ano.
Clima subtropical
Caractersticas gerais Estaes definidas com veres curtos e invernos prolongados.
Microclimas importantes nos vales. Ventos predominantes: sudoeste no litoral e pampeiro no interior. Temperatura baixa no inverno; amena nas outras estaes. Tempera-
turas mdias abaixo de 20C. Precaues com solo e ambientes midos (frio e mido). A vegetao original predominante a floresta de araucria e os campos.
Chuvas bem distribudas ao longo do ano. Pluviosidade anual entre2.500 mm e 1.500 mm, nas reas elevadas e entre 1.500 mm e 750 mmnas reas baixas. Nas regies com altitude elevada, comum a
ocorrncia de geadas curtas e precipitaes de neve nas pocas
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29 Espaos educativos
frias. A precipitao tende a aumentar com a altura e a maior percen-tagem cai como neve e no como chuva.
Observaes para projeto
O projeto do edifcio escolar deve otimizar o uso da energia, manten-
do condies adequadas de temperatura, ventilao e umidaderelativa do ar necessrias para o conforto humano. Portanto, funda-mental reduzir a um mnimo a energia perdida no inverno.
Nas regies mais frias, as edificaes devem estar prximas, deformas e tamanhos variados e compactos, com espaos reduzidos ep-direito baixo, constituindo barreiras efetivas contra o vento, favore-cendo o armazenamento trmico e evitando as perdas de calor.
Integrar sistema de calefao (se necessrio), isolamento trmico e
ventilao, evitando-se perda de energia, criando volumes compac-tos (climatizao interior dos ambientes).
Nas regies mais frias, como as serras gachas, observar a necessi-
dade de proteo do frio e da chuva. Pelo rigor do clima, de carterchuvoso e frio no inverno, a maior parte das atividades so realizadasem ambientes fechados.
Nessas regies fundamental a preocupao com a distribuio, aorientao e a forma dos edifcios e suas aberturas, com menorexposio aos ventos e maior exposio ao sol, com maior ganhode calor.
Prever o aproveitamento total dos ventos somente na estao quente. Ventilao natural e/ou artificial somente para garantir a renovao do ar.
Orientao solar do edifcio favorvel, de forma a otimizar os ganhostrmicos no inverno e reduzi-los no vero. Encostas orientadas para o
Sul recebem pouca radiao solar (somente no comeo e no fim dosdias de vero), sendo mais frias e com maior umidade no solo.
As aberturas devem estar voltadas para Norte, Leste e Oeste. Afachada Norte recebe mais sol que a fachada Sul, fato de grandesignificado para o desenho interno e externo do edifcio. reas deacesso e circulaes cobertas, protegidas e fechadas orientadaspara Norte e Oeste.
Nas coberturas, prever isolamento trmico apropriado e forro. Nas paredes externas, prever estanqueidade a chuvas e ventos.
Evitar a reteno de umidade. Usar materiais prprios do local.
Prever materiais resistentes umidade e corroso.
Ventos de inverno
Massas de ar no vero
Os ventos so fatores climticos dinmicos.Os dados mais particulares de direes de
ventos para cada cidade do pas sero
estudados de acordo com as caractersticasde cada local.
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A implantao do edifcio escolar est condicionada a trs fatores: o
programa arquitetnico, a viabilidade econmica e financeira e ascaractersticas fsicas locais.
Uma boa implantao deve respeitar e manter as caractersticaspeculiares de clima e paisagem de cada lugar, por meio da conserva-o da natureza do solo, da forma do relevo e da manuteno da
vegetao nativa. Nos grandes centros urbanos fundamentalminimizar os efeitos negativos do microclima.
recomendvel que o terreno selecionado para a construo doprdio escolar permita a implantao deste em um nico pavimento,pelas seguintes vantagens:
Economia da construo.
Inexistncia de escadas ou rampas. Maior facilidade para soluo dos problemas de iluminao e ventilao. Ligao harmoniosa sala de aula X jardim e possibilidade de ensino
ao ar livre. Intimidade da escola.
Na hiptese de construes de escolas com dois pavimentos, equando no se conseguir colocar no trreo todas as salas de aula,localizar no trreo as salas e os ambientes destinados a crianas defaixa etria mais baixa e utilizar rampas ou PDV (Plataforma de Deslo-camento Vertical).
Tambm importante evitar o fracionamento excessivo de reas
livres entre os prdios, procurando agrupar essas reas de forma acriar reas livres contnuas.
Captulo 4 Implantao doedifcio escolar
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Captulo 4 Implantao do edifcio escolar32
O que observar na implantao
Quanto ao tipo de solo e paisagem
Na floresta, nas regies de clima quente-mido e semi-mido
A estrutura de solo geralmente firme: Deve-se proteger a fundao, para evitar os efeitos da umidade. necessria a conservao da camada de matria orgnica e criar
protees para no ser carreado o solo frtil.
No cerrado, nas regies de clima tropical
Solos mais firmes no cerrado, na rea de transio com a floresta enos divisores de gua:
Evitar a descaracterizao da vegetao nativa, mesmo que sejamplantadas novas espcies.
Solo de cascalho de natureza porosa, nos campos sujos, comarbustos tortuosos e canelas-de-ema:
Evitar a descaracterizao da vegetao nativa, mesmo que sejamplantadas novas espcies.
Evitar o derrocamento e a conseqente exposio dos baldrames.
Solos argilosos, cobertos por campo limpo e encharcado: Aconselhvel aterro e impermeabilizao das fundaes e das
estruturas do piso. No-descaracterizao da vegetao nativa, mesmo que sejam
plantadas novas espcies.
Na vrzea
Solo alagadio, onde a vegetao se fixa mediante razes areas,escoras ou mesmo flutuantes:
Problemtico para a construo de escolas, pois as mesmas teriamde ser flutuantes, sobre escoras ou sobre pequenos aterros.
Conservao dos solos, evitando-se aterros e prevenindo contra aeroso.
Na caatinga, nas regies de clima semi-rido
Solo seco e rido, com pouca vegetao:
Evitar a descaracterizao da vegetao nativa mesmo que sejamplantadas novas espcies.
Quanto forma do relevo
Cumes e encostas
Melhor escoamento da gua.Maior captao do vento.
Implantao guiada pelas curvas de nvel, criando-se patamares paraevitar a lixiviao e a eroso do solo.
Evitar grandes desmatamentos. Se necessrio,proceder a abertura de pequenas clareiras.
Na vrzea
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33 Espaos educativos
Nas regies de clima semi-rido, se possvel, soterrar parcialmente aconstruo, principalmente a Leste e a Oeste, aproveitando desnveisdo terreno.
Paisagem plana ou com pequenas ondulaes
O vento sopra rente ao solo: Nas reas de clima quente e seco ou semi-rido, proteger dos ventos
que sopram rente ao solo, trazendo calor e poeira.
Plancies e vales
Onde as guas so permanentes: Observar a possibilidade de elevao do nvel da gua. Na beira dos
rios, observar o regime de cheias. Observar a ocorrncia de guas temporrias ou intermitentes e os
nveis que atingem. A implantao nas reas altas, acima dos nveis das cheias ou de
mars altas. Na ocorrncia de cheias ou mars altas, a implantao deve se dar
acima dos nveis mais altos historicamente observados.
Quanto ao sol
Orientao voltada para Norte ou Sul
Menor insolao, nas latitudes baixas, permitindo maiores superfciesposicionadas segundo essa orientao.
Possibilidade de colocao de grandes aberturas, nas regies de
clima quente e mido ou semi-mido. Menor comprimento de beirais. A transmisso da radiao solar atravs das janelas um benefcio
nos climas subtropicais durante a estao fria, se o ganho trmico noinverno atravs das janelas for superior s perdas trmicas (noinverno) e aos ganhos trmicos (no vero).
Na regio tropical, necessrio o controle permanente de radiao
solar incidente na janela, escolhendo-se sua orientao em funodos ventos favorveis.
Utilizar quebra-sol horizontal.
Orientao voltada para Leste ou Oeste Maior insolao.
As faces Leste e Oeste devem ter menor dimenso possvel nasregies de clima quente-mido ou semi-mido.
Nas reas de clima com caractersticas de semi-rido, utilizar vegeta-o abundante (copa alta, baixa, arbustos, rasteira e trepadeira).
Menos adequada para aberturas, sem o uso de proteo da insola-o direta nessas faces.
Devem ser protegidas tambm as faces externas, da radiao direta. Beirais devem ser muito grandes. Menor altura do sol nas horas mais quentes.
A transmisso da radiao solar atravs das janelas um benefcionos climas subtropicais na estao fria, se o ganho trmico no inverno
Regime de cheia dos rios
Nvel baixo Nvel alto
Vento nas
encostas
Na regio Norte a altura do sol nas horas maisquentes 60 ou relao de 5 por 3 entre o p-
direito e o comprimento do beiral.
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Captulo 4 Implantao do edifcio escolar34
atravs das janelas for superior s perdas trmicas (no inverno) e aosganhos trmicos (no vero);
Na regio tropical, necessrio o controle permanente de radiaosolar incidente na janela, escolhendo-se sua orientao em funo
dos ventos favorveis.
Utilizar quebra-sol vertical.
Quanto ao vento
Regies tropicais em geral
Apresentam constncia de direo dos ventos sudoeste (SW) eNordeste (NE).
Maiores superfcies de aberturas devero estar voltadas para adireo das brisas e dos ventos freqentes.
Regies de clima semi-rido Facilitar a troca, sob controle, do ar interno das construes evitando-
se os ventos. Aberturas de pequenas dimenses, o suficiente para ventilao e
iluminao.
Preferveis as aberturas para ptios internos, alpendres ou reassombreadas.
Evitar que o vento atinja superfcies aquecidas e seja conduzido parao interior da edificao. Neste caso, usar plantas ou outros elementossombreadores.
Fatores que influenciam a mudana de direo e velocidade dovento
Vegetao nativa ou plantada. Relevo existente. Massas dgua existentes. Concentrao de prdios em reas urbanas.
Observaes para implantao
Mais favorvel, de uma forma geral, aos movimentos de ar (brisas ouventos predominantes), quando no h coincidncia com a melhororientao do sol.
Nas regies de clima quente mido e semi-mido, se for o caso,dispor o conjunto dos blocos do edifcio, de modo a permitir maiorcirculao de ar entre eles.
As janelas devem estar localizadas na direo do vento dominantefavorvel (condio de estao quente) e protegidas do ventodesfavorvel (condio de estao fria).
Plantas
Varandas
Prgolas
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35 Espaos educativos
Quanto s chuvas
As chuvas acompanham o sentido dos ventos
Usar grandes beirais e varandas para permitir a livre penetrao do
vento, sem a entrada da chuva.
Proteger as paredes do desgaste diante da constante umidade. As aberturas dos telhados devem ser contrrias ao sentido das
chuvas, sem prejudicar o efeito chamin. Definir o sentido de colocao das telhas e a inclinao dos telhados,
de modo a evitar o refluxo das guas da chuva, pela ao do vento.
Elementos da cobertura
Proporcionar proteo contra a chuva sempre. Permitir a satisfatria penetrao do vento, quando necessrio. Proporcionar a mnima reduo da velocidade do ar nos climas
quente-mido e semi-mido.
Quanto intensidade das chuvas
Determinar adequada inclinao do telhado. Dimensionar adequadamente dutos e calhas para escoamento das
guas pluviais.
Utilizar vegetao para minimizar a ao das chuvas de ventos,quando necessrio.
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Ventilao e aerao
Ventilao a ao do vento causada pelo movimento do ar. Aerao a renovao do ar, seja por efeito natural do vento, seja por outra causa.
Condicionamento natural do ar
necessrio ter dados sobre as condies do ar exterior, ou seja,dados sobre sua pureza, temperatura, umidade e movimento. Adiferena de temperatura entre interior e exterior influi sobre o movimen-to do ar e nas relaes de presso interior e exterior. A umidade relativa,
pelo fato de introduzir mais ou menos quantidade de gua no interiordos ambientes, influi na condensao e nas sensaes bioclimticas.
Em ambientes sem ventilao natural, o ar aquecido sobe, por sermais leve que o ar frio e no ter sada. Forma-se, ento, uma camadade ar quente, viciado, que no se renova, cada dia mais poludo.
Uma boa soluo de ventilao natural controlada permite reduzir aenergia gasta em refrigerao ou ventilao mecnica forada. Porisso, conhecer e aplicar corretamente as tcnicas de ventilaonatural (atravs de projeto e clculo), favorece ao conforto e trazeconomia de energia.
Captulo 5 Condicionantesambientais
Fontes de aquecimento que no faltam: ocalor do corpo humano, o sol sobre o telhadoe as paredes ou penetrando atravs de portas
e janelas, aparelhos eletrodomsticos em
geral, o ar aquecido que vem de uma reaensolarada, a lmpada eltrica etc.
Nos climas quentes-mido, quanto maisrapidamente o ar passa pelo usurio, mais
rapidamente ocorrer a evaporao.
Condies para a ventilao natural permanente do edifcio escolar
Fatores fixos Fatores variveis
FormaCaractersticas construtivasLocalizaoOrientao local em relao ao solPosio, tamanho e tipo das aberturasObstculos existentes
Direo, velocidade e freqncia dos ventosDiferena de temperatura exterior e interior
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Captulo 5 Condicionantes ambientais38
Sada de ar
No haver renovao de ar se no forem previstas aberturas de sadapara o ar quente na parte mais alta do ambiente. A sada no mesmo nvel
do forro evita a formao da camada de ar quente, viciado.
Aberturas pequenas numa parede contribuem muito pouco para aboa ventilao. A sada de ar tanto menor quanto menores e maisafastadas esto as aberturas umas das outras. prefervel concentraras sadas de ar em uma ou duas aberturas de maiores dimenses.
Entrada de ar
A entrada de ar to importante quanto a sada. As aberturas deentrada do ar mais frio devem ser previstas em altura inferior abertu-ra de sada.
O rosto a parte do corpo mais sensvel ao calor e, por conseguin-te, menor a necessidade de circulao de ar nas reas maisprximas aos pisos.
Circulao do ar
Entrada e sada em alturas apropriadas so as duas condiesbsicas para a circulao do ar. A entrada de ar frio (ou menosquente) pela parte inferior, oposta sada de ar quente pela parte
superior, o que se chama de ventilao cruzada.
O corpo humano perde calor pela evaporao de seu prprio suor.Portanto, necessrio que a ventilao contribua para que isso ocorra.
Aerao natural
A ventilao natural permanente depende de valores fixos, tais como
as caractersticas construtivas do edifcio, a orientao local, os obst-culos existentes, alm da posio e das dimenses das aberturas.
O ideal que aberturas inferiores e superioresestejam em lados opostos, para que, no caso
de inverso do sentido da ventilao, aventilao cruzada continue funcionando.
Ventilao natural
Clarabia para ventilaocruzada transversalsobre a circulao
Ventilao cruzada
Ventilao transversalsobre a circulao
Nos espaos fechados, por insuficincia de aberturas que liguem o ambiente com o
exterior, h concentrao de CO2. Esta concentrao depende do nmero de ocupantes,
de seu peso e de sua idade, do tempo de ocupao e do volume do local:
Em repouso, libera-se cerca de 12 litros de CO2 / pessoa / h.
Em atividade moderada, 15 a 18 litros / pessoa / h.
Em atividade acentuada, chega a 23 litros / pessoa / h.
A umidade do ar tambm aumenta:
Cada ocupante elimina 14 g de gua estando em repouso.
Em atividades fsicas moderadas cerca de 60 a 100 g.
Com atividades fsicas acentuadas elimina 200 g.
Obstculos passagem da ventiliao
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39 Espaos educativos
Influncia da vegetao na ventilaoMovimentao dentro do bosque
Vegetao com barreira
Brisa suave Sente-se o vento no rosto;O cata-vento gira;As folhas se movem.
7 km/h
Vento moderado Levanta a poeira e os papis soltos;Agita os arbustos e os galhos finos.
18 km/h
Vento forte Movimenta os galhos grandes;
Assobia nos fios.
27 km/h
Rajadas fortes Galhos finos so arrancados; impraticvel caminhar.
40 km/h
Rajadas violentas Capazes de derrubar rvores. Mais de 40 km/h
So fatores variveis a direo e a velocidade do vento e a diferen-a de temperatura entre interior e exterior.
Ambiente externo
A ventilao das edificaes baseia-se na entrada do ar e em suasada imediata. As velocidades de entrada e sada so proporcionais,mas os obstculos circulao do ar reduzem tais velocidades.
Geralmente, a velocidade do vento menor nas reas maisadensadas do que nas reas rurais. Edificaes prximas, de formase tamanhos variados e compactos, constituem barreiras efetivascontra o vento e, por favorecer o armazenamento trmico, evitam asperdas de calor. Edificaes separadas entre si aproveitam melhor as
correntes de ar e fazem uso da vegetao para se protegerem daradiao solar. A forma dos edifcios, a distncia entre eles e aposio em relao direo do vento dominante so os elementosque definem a eficincia da ventilao em nvel urbano.
Tambm o ar perde velocidade nas camadas mais prximas dosolo diante da existncia de obstculos naturais. O efeito da vegeta-
o nas condies de ventilao depende muito do tipo de vegeta-o utilizada e das caractersticas urbansticas do local.
Efeito dos ventos
O planejamento da ventilao de uma edificao escolar deveconsiderar o aproveitamento mximo dos ventos dominantes no local.O ar move-se naturalmente por dois motivos: diferenas de presso,isto , zonas de compresso e zonas de subpresso, e diferenas detemperatura. Como as edificaes escolares so baixas, o fator
diferena de temperatura pouco importante, principalmente nasreas rurais e pouco adensadas. Mas em reas urbanas muitoadensadas, a diferena de temperatura se faz bem presente.
Muitos fatores alteram o regime dos ventos dominantes: montanhas,florestas, rios, lagos, e o mar. A influncia da massa de gua nos ventos
depende da hora do dia. A inverso do sentido dos ventos (dia-noite)no pode ser esquecida nos projetos para regies costeiras:
Aclive semvegetao
Zona de alta presso
ou compresso
Zona de baixa presso
ou supresso
Aclive comvegetao
Relao de velocidades dos ventos
Influncia da massa de gua nos ventosInfluncia da massa de gua nos ventos
Sentido dia
mar-terra
Sentido noite
terra-mar
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Captulo 5 Condicionantes ambientais40
No vero, o vento tende a se direcionar da costa para o interior,quando o ar que sobe da terra aquecida substitudo pelo ar frescoque vem da gua, provocando as brisas locais.
Os ventos tendem a se dirigir da terra para a gua, quando a gua
est mais quente que a terra.
Em toda mudana de direo do fluxo de ar existe perda de energiae de velocidade. Este um princpio geral: se no ambiente externo oar circula com pouca velocidade, a abertura de entrada deve sermenor do que o vo de sada.
Ao encontrar obstculos, o vento muda de direo e perde veloci-dade. Os obstculos podem ser usados para dirigir a ventilao.Tambm a circulao do ar pode ser alterada em funo das abertu-ras feitas nas paredes. Beirais e venezianas podem ser usados paradirigir a ventilao. O beiral curto desvia a ventilao para o alto. Obeiral longo canaliza a ventilao para o interior.
Se o ambiente externo quente, a eficincia daventilao fica diminuda com relao ao
conforto. Alm das reas de sombra criadas pormeio de rvores, arbustos e beirais, os gramados
so recurso simples e eficiente, seja de que tipofor. Constituem superfcies lisas que aumentam a
velocidade do vento no nvel do solo, retm apoeira, reduzem o aquecimento do solo e
permitem circular um vento menos quente doque em terreno sem recobrimento vegetal.
Comportamento dos fluxos de vento
A disposio das aberturase paredes internas
Obstculos anteriores eposteriores s aberturas
Quebra-sis Persianas
Marquises Prgulas
Obstculos usados para dirigir a ventilao
Beiral curto desvia aventilao para o alto
Beiral longo canalizaa ventilao para o
interior
Existncia de muros, arbustos ervores direcionando o fluxo de vento
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41 Espaos educativos
Controle da ventilao
aconselhvel que o sistema de entrada-sada de ar (ventilaocruzada) seja controlvel, de modo a evitar os excessos de vento oude frio. Deve-se prever que, em algumas ocasies, poder existirventilao excessiva. Por isso, o projeto deve considerar sempre aregulagem das entradas de ar e, eventualmente, a das sadas. Um
ptio interno funciona como um bom regulador trmico.
Lembretes sobre ventilao e aerao
Nos ambientes de ensino, o dimensionamento recomendado deveproporcionar volume de ar equivalente a 4,00m3/aluno, no mnimo.
Aproveitar os ventos dominantes: estudar a melhor orientao para o
projeto, depois de conhecer o grfico dos ventos dominantes naregio.
As janelas devem estar localizadas na direo do vento dominantefavorvel (condio de estao quente) e protegidas do ventodesfavorvel (condio de estao fria).
Evitar perda de velocidade do vento, isto , mudar a direo somente
depois de um percurso to longo quanto possvel. Uma abertura pequena para a entrada de ar aumenta a velocidade: o
ar se concentra. Uma abertura de sada muito grande provoca perdade velocidade do ar: o ar se dispersa.
Aberturas de entrada de ar devem ser baixas e as sadas na parte alta
das paredes. Colocar as aberturas de entradas nas zonas de presso em que os
ventos dominantes sopram em mais de uma direo, distribuindo asaberturas proporcionalmente.
O dimensionamento das reas de ventilao depende das condiesclimticas locais. Recomenda-se, no mnimo, 60% das aberturas
previstas para iluminao e ventilao. Prever ventilao cruzada em todos os ambientes: evita o efeito de
estufa. Tirar partido do efeito chamin, quando a altura for apropriada. No esquecer a vegetao. Examinar os obstculos existentes ou a serem colocados na passa-
gem dos ventos. As aberturas de entrada no devem ser obstrudascom rvores ou edifcios.
Ao dos vos nas paredes
influenciando a direo do vento
Criao de aberturas de sada nas partes mais elevadas dos telhados
Efeito chamin
medida que a profundidade do edifcioaumenta, a profundidade da zona de baixapresso diminui at que a primeira atinja aprofundidade de 2A. A partir da, qualquer
aumento na profundidade do edifcio no alteramuito o tamanho da zona de suco.
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Captulo 5 Condicionantes ambientais42
Muita ateno com os materiais delgados: em geral deixam passar ocalor. Aplicar isolao trmica, se necessrio.
A umidificao pode ser necessria nos climas secos.
Insolao e iluminao naturais
Luz solar e insolao
A insolao o fenmeno resultante da ao dos raios solaresirradiados. A insolao diria resulta da exposio do prdio ao sol emdois perodos de igual durao, porm distintos: o perodo da manh,ou nascente, e o perodo da tarde, ou poente.
O desempenho da viso depende diretamente das condies deiluminao. A m iluminao provoca uma queda de produtividade eaumenta o nmero de erros em qualquer atividade. A carncia de luz, por
mascaramento, produz sombra, prejudicial viso humana. O excessode luz natural ou artificial produz, para a viso humana, o fenmenode deslumbramento e ofuscamento, prejudiciais ao olho humano.
A luz natural tambm desempenha outras funes importantes paraos homens alm dos aspectos iluminantes. Mudanas de direo e
alterao da cor da fonte (o sol) e das condies atmosfricasajustam-se alternncia dos dias e das noites no controle de determi-nados crculos vitais, que so completamente desorganizados se oindivduo se submeter exclusivamente iluminao artificial.
Radiao solar refletida pelo entorno (terreno)
A radiao solar incidente refletida difusamente pelo entorno. Nasregies de clima quente-seco ocorre alta refletividade do entorno, en-quanto nas regies midas e quentes tanto a incidncia da radiao comoa refletividade do entorno so reduzidas conforme a tabela a seguir.
O fator de reflexo (medida de relao entre a radiao refletida e aradiao total recebida por um objeto) do entorno e das superfciesexteriores do edifcio pode aumentar ou diminuir a demanda deenergia do edifcio. Cor, material e textura so elementos importantespara a reflexo. Diferentes radiaes refletidas podem ser originrias
de uma mesma radiao emitida.
Para iluminar um ambiente, utilizando-se os
recursos naturais, artificiais ou ambos, deve-se atender a vrios requisitos quantitativos ouqualitativos. Quando podemos optar poriluminao natural ou artificial, a natural deve
ser escolhida.
Fator de reflexo
Ilhota trmica
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43 Espaos educativos
Percentagem de radiao solar incidente refletida difusamente por diferentes tipos de cores
Tipo de superfcie Reflexo estimada(expresso em %)
Tipo de superfcie Reflexo estimada(expresso em %)
Amarelo limo70
Cores claras50 a 70
Amarelo ouro (puro) 60 Cores muito claras 50 a 70
Amarelo palha60
Creme60 a 68
Amarelo de cromo (puro)50
Cromo60 a 65
Azul em geral 5 a 55 Escarlate 16
Azul claro 40 a 50 Laranja (puro) 25 a 30
Azul celeste30
Marfim71 a 77
Azul turquesa 15 Ocre claro 60
Bege 25 a 65 Prola 72
Branco85 a 95
Prateado35
Carmim10
Preto4 a 8
Castanho claro 25 Rosa 35 a 70
Castanho mdio 15 Salmo 40
Cinzento25 a 60
Verde em geral12 a 60
Cor de casca de ovo81
Verde amarelo50
Cor parda 8 a 50 Verde mdio 20
Cores amarelas em geral30 a 70
Vermelho20
Cores muito escuras0 a 15
Vermelho10 a 35
Cores escuras 15 a 30 Violeta ou roxo 5
Cores mdias30 a 50
Nota: valores entre o branco terico (100%) e o negro absoluto (0%)(fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
O controle da radiao solar
A iluminao natural nos interiores dos ambientes obtida medianteas aberturas nos planos verticais (janelas) e horizontais (domuseclarabias).
Nas aberturas verticais (janelas), torna-se mais fcil o controle dosraios diretos, com utilizao de quebra-sis ou outros dispositivos. As
aberturas zenitais no dispem, em geral, de elementos de controleda radiao direta.
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Captulo 5 Condicionantes ambientais44
Percentagem de radiao solar incidente refletida difusamente por diferentes tipos de superfcies
Tipo de superfcie Reflexo estimada(expresso em %)
Tipo de superfcie Reflexo estimada(expresso em %)
Ao inox 55 a 65 Grama escura 6
Alumnio polido 60 a 70 Granito 40
rea urbana 10 Granilite 17
Areia seca 18 a 30 Lajeado branco 50
Areia mida 9 a 18 Livros em estantes 10 a 20
Asfalto seco 20 Madeira clara 13
Asfalto molhado 5 Madeira escura 7 a 13
Bosque escuro 5 Mrmore branco 45
Cal branca 85 a 88 Nogueira 18
Campo verde 3 a 15 Nuvens 80
Cantaria 25 a 60 Papel branco 80 a 85
Carvalho escuro 18 Pedra de tonalidade mdia 35
Carvalho claro 33 Pinho claro 50
Cermica vermelha 30 Rocha escura 12 a 15
Chapa de alumnio 83 Salitres 42
Chapa galvanizada 16 Terra negra mida 14
Cinzento de reboco 42 Terreno ermo seco 10 a 25
Concreto aparente 55 Terreno ermo mido 8 a 9
Contraplacado de madeira 38 Tecido escuro 2
Deserto 24 a 28 Tijolo amarelo 32
Erva seca 32 Tijolo vermelho 18
Esmalte 60 a 90 Tijolo escuro 10
Espelhos 80 a 90 Troncos de rvores 3 a 5
Folhas verdes 25 a 32 Vegetao (mdia) 25
Gesso (branco) 90 a 95 Veludo preto 0,2 a 1
Nota: valores entre o branco terico (100%) e o negro absoluto (0%)(fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
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Quando esses dispositivos de controle de radiao solar soprojetados corretamente, ainda se pode admitir uma rea de aberturamaior. Porm, quando isso no ocorre, os resultados so desastro-sos, pois a radiao direta, alm dos efeitos trmicos, produzir
manchas de iluminao altssimas, conseqentes da radiao difusa.
Influncia da latitude
A latitude exerce uma influncia importante sobre a insolao porque asituao geogrfica de uma regio determina a durao do dia etambm a distncia que os raios oblquos do sol atravessam a atmosfera.
A disponibilidade de luz natural para qualquer regio determinadapela quantidade de radiao solar (luminosa) incidente nas diferentesestaes do ano. As regies que recebem, durante a maior parte doano, raios solares com ngulo de incidncia prximo a uma perpendi-
cular superfcie so as mais quentes e luminosas.
Geometria da insolao
O conhecimento da incidncia dos raios solares diretos permitesolucionar o projeto da edificao de forma mais correta, por meiodos conhecimentos bsicos da geometria da insolao (porintermdio do grfico de insolao), onde se observa o movimentodirio aparente do sol na rbita celeste, conseqente do movimentoreal de rotao da Terra e do movimento anual do sol na abbada
celeste, conseqente do movimento de translao da Terra. Repre-sentando graficamente estes dois fenmenos, temos a regio do cupercorrida pelo sol nos seus movimentos aparentes.
Conforme a latitude da localidade considerada, a inclinao do arcoaparente que o sol descreve no cu varia com relao ao plano dohorizonte. Por isso, para cada localidade com diferentes latitudes,
existe um grfico de insolao diferente. A maneira prtica de setrabalhar na geometria da insolao a utilizao dos grficos deinsolao, que vm a ser projees das trajetrias aparentes do solsobre o plano do horizonte.
Nos climas quentes h uma maior disponibilida-de de energia luminosa. Se dimensionarmos as
aberturas, considerando como condies externas
aquelas correspondentes a um dia nublado ouchuvoso, as aberturas resultaro fatalmente
grandes, expondo o ambiente a uma excessivarecepo de calor nos dias quentes e claros.
Uso correto da sombra
Diferenas de ngulos e alturas
no percurso aparente do sol
Grfico solar
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Captulo 5 Condicionantes ambientais46
Obstculos que rodeiam a cobertura
A cobertura projetada pode ter em sua volta construes vizinhas,ou outros obstculos, de maneira a mascarar (encobrir) parte daabbada celeste. Deve-se computar o efeito das obstrues, a fim de
conhecermos qual regio do cu visvel ou no, desde a cobertura.Utilizando-se um grfico auxiliar, pode-se representar as regies do
cu que so visveis ou que so mascaradas pelos obstculos.
Exemplos de grficos de insolao
Esquema de projees estereogrficas
Exemplos de grficos de insolao auxiliar
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Lembretes
As aberturas devem proporcionar luz natural uniforme sobre o planode trabalho em todos os pontos do ambiente, sem incidncia diretados raios solares.
O aproveitamento dos raios solares por algumas horas, no perodo da
manh ou da tarde, em alguns ambientes do prdio escolar, comovestirios, sanitrios e rea de servios, funciona como um fatorimportante na salubridade e na higiene.
Prever uma faixa contnua de janelas, a fim de evitar sombreamentosindesejveis nas salas de aula e nos demais ambientes pedaggicos.
A transmisso da radiao solar atravs das janelas ser um benefcionos climas subtropicais na estao fria, se o ganho trmico no invernoatravs das janelas for superior s perdas trmicas (no inverno) e aos
ganhos trmicos (no vero). Na regio tropical, ser necessrio o controle permanente de radiao
solar incidente na janela, escolhendo-se sua orientao em funodos ventos favorveis.
Na disposio do mobilirio dos ambientes pedaggicos ou daque-les com algumas atividades de escrita e leitura preferir a luz incidente
pela esquerda. Pintura de cor branca (ou clara) reflete a luz. A pintura de cor preta (ou
escura) absorve o calor. O vidro transparente permite a passagem da luz e de imagens. O
vidro translcido somente permite a passagem da luz.
O vidro um material de baixa inrcia, ou seja, deixa o calor passarrapidamente por ele.
Uma regra na colocao das aberturas: as janelas colocadas no centro da parede
Reflexos indesejveis no quadro de gizSombreamentos indesejveis na sala da aula ou
em outros ambientes pedaggicos
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Captulo 5 Condicionantes ambientais48
A localizao correta da vegetao permite a absoro da radiaosolar e o esfriamento do ar que penetra no edifcio.
Nos ambientes situados em clima quente-mido, a incidncia daradiao solar intermitente em razo da presena das nuvens. A
radiao difusa das nuvens pode ser considervel. No existe
reflexo do solo. Nos ambientes situados em clima quente-seco, a radiao solar
direta atinge o corpo de vrias formas: diretamente, depois de serefletir no terreno e depois de se refletir nas nuvens e na atmosfera.
Quanto mais nuvem tenha o cu tpico da regio, menor ser aincidncia de radiao solar na superfcie da terra (a quantidade dechuvas na regio um indcio provvel de nebulosidade).
Os brises permitem reflexes da luz, evitando insolao direta e, porconseguinte, a luz difusa, no direta. Eles s devem ser utilizadospelo lado exterior s esquadrias, para que a radiao difusa sofraaerao, perdendo o calor, antes de penetrar no ambiente. Para isso,
entre o brise e a esquadria, prever um espao mnimo de 30 cm.
O correto ajuste das esquadrias permite melhor iluminao, sem
ofuscamentos ou reflexes prejudiciais.Para garantir melhor condio de iluminao natural, recomend-
vel que paredes e tetos recebam pintura de cor clara.
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A dupla funo das janelas
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Captulo 5 Condicionantes ambientais50
Porcentagem de radiao luminosa obstruda por diferentestipos de fatores de sombra (FS)
A iluminncia excessiva causa desconforto. Elementos fixos ou mveis, exteriores ouinteriores, proporcionam o controle dos efeitos negativos da iluminncia excessiva e sochamados de fatores de sombra (FS)
Tipo de fator de sombra Radiao luminosaobstruda (FS)
Persiana Cor clara 60%
Cor escura 80%
Cortina de tecido comtrama aberta
Cor clara 30%
Cor escura 50%
Cortina de tecido com
trama fechada
Cor clara 70%
Cor escura 85%
Persiana de enrolar fechada,deixando 5% de abertura
Cor clara 80%
Cor escura 90%
Toldo Cor clara 60%
Cor escura 80%
Brises horizontais (N-S) Cor clara 50%
Cor mdia 60%
Brises verticais (E-W) Cor clara 40%
Cor mdia 50%
Nota: a tabela acima tomou como referncia a latitude 30 S (fonte: Energia naedificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
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51 Espaos educativos
Eficincia do fator de sombra da radiao solar
Proteo da janela Fator de sombra da radiaosolar
Vidro comum com persiana interna, cor clara 55%
Vidro comum com persiana interna, cor escura 68%
Vidro absorvedor de calor com persiana 40%
Vidro comum com cortina de tecido (trama aberta), cor clara 60%
Vidro comum com cortina de tecido (trama cerrada), cor clara 45%
Vidro comum com cortina de tecido (trama cerrada), cor escura 63%
Vidro comum com cortina de enrolar (interna) de tecido, cor clara 30%
Vidro comum com cortina de enrolar (interna) de tecido, cor mdia 45%
Vidro comum com cortina de enrolar (interna) de tecido, cor escura 60%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, cor clara 08%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, deixando 10% da janela descoberta, cor clara 16%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, deixando 10% da janela descoberta, cor escura 26%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, com vidro aberto para ventilao, cor clara 18%
Vidro comum com persiana (externa) de enrolar de madeira, com vidro aberto para ventilao, cor escura 40%
Vidro comum com persiana (externa) de plstico, cor clara 10%
Brises mveis exteriores em posio normal *10%
Brises fixos exteriores em posio horizontal (N) *20%
Brises fixos exteriores em posio horizontal (E-O) *35%
Brises fixos exteriores em posio vertical (E-O) *25%
Brises mveis exteriores em posio vertical (E-O) *10%
Toldo de cor mdia ou escura e vidro aberto 20%
Toldo de cor clara e vidro aberto 12%
Nota: (*) Latitude 30 S (fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
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Captulo 5 Condicionantes ambientais52
Nebulosidade e insolao total para as capitais do Brasil
No clculo de desempenho trmico de paredes, coberturas e iluminao natural dos edifcios escolares, considerar a nebulosidade mdiadas principais cidades brasileiras. Outras cidades, consultar o anurio estatstico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica) e o
Departamento de Meteorologia local.
Regio Municpio dascapitais
Estado ou territrio Latitude Nebulosidade (0 a10%)
Insolao (horas edcimos)
Norte Porto Velho Rondnia 0845'48" S 7,7 1.891,3
Rio Branco Acre 0958'22" S 8,0 1.639,8
Manaus Amaznia 0308'07" S 7,3 1.552,9
Boa Vista Roraima 0249'17" N 7,1 2.132,9
Belm Par 0128'03" S 6,6 1.854,7
Nordeste Macap Amap 0002'25" N 7,3 2.148,0
So Lus Maranho 0233'00" S 6,5 2.377,1
Teresina Piau 0505'13" S 6,0 2.606,9
Fortaleza Cear 0345'47" S 5,4 2.794,5
Natal Rio Grande do Norte 0545'54' S 6,2 2.184,8
Joo Pessoa Paraba 0706'57" S 5,9 2.927,8
Recife Pernambuco 0810'52" S 5,9 2.473,3
Macei Alagoas 0940'00' S 6,2 2.736,7
Fernando de Noronha Fernando de Noronha 0351'00" S 4,6 2.459,4
Aracaju Sergipe 1055'00" S 6,7 2.644,9
Salvador Bahia 1255'34" S 5,1 2.436,9
Sudeste Palmas Tocantins 1012'46" S 6,1 2.325,0
Belo Horizonte Minas Gerais 1955'57" S 4,9 2.586,2
Vitria Esprito Santo 2018'52" S 4,6 2.021,6
Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2254'24" S 4,9 2.303,9
Sul So Paulo So Paulo 2332'36" S 6,7 1.878,2
Curitiba Paran 2525'48" S 7,0 1.961,3
Florianpolis Santa Catarina 2735'36" S 6,3 2.122,1
Centro-oeste Porto Alegre Rio Grande do Sul 3002'15" S 6,0 2.167,9
Cuiab Mato Grosso 1535'36" S 6,5 2.287,0
Goinia Gois 1640'21" S 5,3 1.037,0
Braslia Distrito Federal 1547'03" S 5,7 2.363,0
Campo Grande Mato Grosso do Sul 2026'24" S 5,9 1.662,0
(fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
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Nvel de iluminamento externo no plano horizontal, considerando a nebulosidade mdia da regiopoca do ano: vero horrio: 9:15h
Local Latitude Nebulosidade mdia Valores de iluminao externa
Cu claro Considerando anebulosidade
Boa Vista 249'17" N 6,4 66.800 24.050 lux
Equador 000'00" 8,2 64.700 11.650 lux
Fortaleza 345'47" S 4,9 68.800 35.900 lux
Recife 810'52" S 5,8 70.500 29.600 lux
Salvador 1255'34" S 5,3 75.000 35.250 lux
Goinia 1640'21" S 7,0 76.100 22.850 lux
Belo Horizonte 1955'57" S 6,6 77.700 26.400 lux
Rio de Janeiro 2254'24" S 6,8 78.400 25.900 lux
So Paulo 2332'36" S 7,7 78.700 18.100 lux
Curitiba 2525'48" S 7,9 79.000 16.600 lux
Porto Alegre 3002'15" S 5,1 78.400 38.400 lux
Extremo Sul 3340'00" S 5,7 79.500 34.200 lux
(fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
Nvel de iluminamento externo no plano horizontal considerando a nebulosidade mdia da regiopoca do ano: inverno horrio: 9:15h
Local Latitude Nebulosidade mdia Valores de iluminao externa
Cu claro Considerando anebulosidade
Boa Vista 249'17" N 7,6 61.800 14.850 lux
Equador 000'00" 8,6 64.700 7.750 lux
Fortaleza 345'47" S 3,7 61.700 38.900 lux
Recife 810'52" S 6,8 56.300 18.000 lux
Salvador 1255'34" S 6,1 51.300 20.000 lux
Goinia 1640'21" S 4,1 47.100 27.800 lux
Belo Horizonte 1955'57" S 3,5 50.500 32.800 lux
Rio de Janeiro 2254'24" S 5,1 48.800 23.900 lux
So Paulo 2332'36" S 6,6 47.100 16.000 lux
Curitiba 2525'48" S 6,2 46.200 17.550 lux
Porto Alegre 3002'15" S 5,5 24.800 11.150 lux
Extremo Sul 3340'00" S 6,1 23.800 9.300 lux
(fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
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Captulo 5 Condicionantes ambientais54
Nvel de iluminamento externo no plano horizontal considerando a nebulosidade mdia da regiopoca do ano: equincio horrio: 9:15h
Local Latitude Nebulosidade mdia Valores de iluminao externa
Cu claro Considerando anebulosidade
Boa Vista 249'17" N 6,0 63.400 25.350 lux
Equador 000'00" 8,5 72.500 10.900 lux
Fortaleza 345'47" S 4,7 72.500 38.400 lux
Recife 810'52" S 6,1 71.600 27.900 lux
Salvador 1255'34" S 5,5 69.500 31.300 lux
Goinia 1640'21" S 6,3 68.200 25.250 lux
Belo Horizonte 1955'57" S 5,3 66.400 31.200 lux
Rio de Janeiro 2254'24" S 6,4 64.700 23.300 lux
So Paulo 2332'36" S 7,6 59.500 14.300 lux
Curitiba 2525'48" S 7,5 63.500 15.900 lux
Porto Alegre 3002'15" S 5,5 58.700 26.400 lux
Extremo Sul 3340'00" S 6,1 56.100 21.900 lux
(fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
Conforto trmico
Conforto do ambienteTanto o corpo humano quanto a edificao so regidos por leis
fsicas prprias. O homem produz, perde ou ganha calor para sesentir melhor; assim tambm, a edificao, que ganha calor doambiente, deve perd-lo por meio do adequado uso de seus compo-nentes: telhados, paredes, aberturas, pisos, ambientes. Enfim, aedificao deve ser pensada como um conjunto formado por compo-
nentes escolhidos e utilizados levando em conta princpios fsicos quemelhorem a condio de bem-estar de seus usurios.
A metodologia de projeto deve estar baseada na excluso da
radiao solar dos ambientes internos e na minimizao da radiaosolar direta e difusa das fachadas e da cobertura do edifcio.A soluo desses problemas, tanto para as condies de vero ou
de inverno, est na adequao do projeto e da envolvente do edifcio(paredes, cobertura e aberturas).
Muitas formas de isolar o calor e o frio servem tambm, s vezes,para o isolamento acstico.
Formas de transmisso de calor
O fluxo de calor transmite-se de trs formas: conduo, convecoe radiao.
Isolamento trmico
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55 Espaos educativos
Lembretes
No vero, o corpo das pessoas que ocupam os ambientes daedificao recebe a radiao proveniente das paredes, do forro ou dopiso. J no inverno, na regio Sul, o corpo das pessoas perde calor,por radiao, para superfcies frias.
Num ambiente, onde as paredes no so especificadas adequada-mente para isolamento trmico, o ar em contato com a paredeexterior ganha calor na estao quente e perde na estao fria.
No inverno, pode-se perder calor por conveco, quando o ar quentede um ambiente interior sobe (causando circulao do ar) e encontrafrestas e infiltra-se para ganhar o exterior.
Em climas quentes, o p-direito alto permite maior volume de ar,funcionando como isolante, mantendo o ar mais quente acima do
corpo das pessoas. P-direito baixo exige aberturas at a linha doforro, retirando todo o ar quente e mido existente.
Nos climas quentes e midos, so recomendadas varandas, paraproteo contra a radiao difusa, reforando a funo dos beirais eprotegendo as paredes do sol e da chuva.
Nos ambientes situados em clima quente-mido, no existe troca
trmica por conduo. A perda de calor por evaporao difcil, mas acelerada pelo movimento de ar (brisas ou ventos leves).
Existem situaes nas quais o problema conservar o calor, comodurante o inverno, na regio Sul, ou em regies situadas a certa alturasobre o nvel do mar, no frio.
Latitudes entre 30N e S: a soluo adequada da cobertura, do ponto
de vista trmico, fundamental no s para o conforto trmico, mastambm para a minimizao do consumo de energia.
Latitudes 15N e S: o uso de todos os recursos possveis nas diferen-tes escalas de projeto desde o tratamento do entorno at odetalhamento e o clculo da camada isolante trmica das
envolventes importante para amenizar o efeito da intensa e perma-nente radiao solar, evitando-se exagerado consumo de energia.
Conduo Diretamente, de uma parte de um objeto para outra.
Conveco Por um fluido, em movimento, como o ar.
Radiao Visvel e infravermelha de onda curta, chamada de radiao solar,decorrente do calor solar. Infravermelha de onda longa, chamada de
radiao trmica, resultante da diferena de temperatura entre asuperfcie da pessoa e a dos objetos que a rodeiam (terra, edifcios,etc.).
Formas de transmisso de calor
Influncia davegetao
Exemplos de ventilao de cmaras de ar em telhados para clima quente-mido.
Clima quente-mido: a cmara de ar entre o forro e o telhado deve ser ventilada.
Climas compostos, com estao fria: a cmara de ar entre o forro e o telhado no deve serventilada no inverno.
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Captulo 5 Condicionantes ambientais56
Quantidade de ar necessria para ventilar locais, com objetivo de conforto em diferentes condies de uso
Quantidade de ventilao Quantidades de ar por pessoa (m3/h) Incrementos na ventilao
Sedentrio No-sedentrio Em edifcios mal isolados(m3/m2xh)
Por trabalhar com luzartificial (m3/m2xh)
Excelente 400 670 90 45
Boa 200 330 44 23
Regular 130 220 30 16
Nota: para calcular o fluxo total de ar, preciso examinar a quantidade de pessoas e o tipo de atividade que desenvolvem, definindo a quantidadede ar por pessoa que, multiplicado pela quantidade de pessoas, fornecer o volume de ar necessrio. A esse volume devem agregar-se osincrementos que correspondam. (Fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
Equilbrio trmico do corpo
Formas diferentes de ganho e perda trmica permitem manter, ou no, o equilbrio trmico do corpo humano.Compreender esses fenmenos primordial para a elaborao de um projeto que gere co
Absoro Perda
Produo de calor por: Processos metablicos. Atividade.Processos digestivos, etc. Tenso dosmsculos e tremer por frio.
Radiao para fora: Para o "cu". Para objetos prximos maisfrios.
Absoro de energia radiante: Direta do sol. Refletida do sol. Deradiaes incandescentes. De objetosquentes no-incandescentes.
Condensao de calor docorpo para fora:
Para o ar que est mais frio que a pele.Por contato com objetos mais frios.
Condensao de calor para ocorpo:
Do ar mais quente que a pele.Porcontatos com objetos mais quentes.
Evaporao: Do sistema respiratrio. Da pele(acelerada pelo movimento do ar,chamado conveco), por meio datranspirao, suor e gua aplicada.
Condensao da umidade: Umidade atmosfrica (ocasional)
(Fonte: Energia na edificao estratgias para minimizar seu consumo, Lcia R. de Mascaro)
Coeficientes de absoro e emisso trmica
Acabamento superficial Absoro (? ) Emisso (?)
Superfcies muito escuras 0,85 a 0,98 0,90 a 0,98
Superfcies escuras (cermica vermelha, ao ou ferro com ferrugem) 0,64 a 0,80 0,85 a 0,95
Superfcies claras (branco, creme) 0,30 a 0,50 0,85 a 0,95
Concreto aparente 0,65 a 0,70 0,90
Pinturas betuminosas 0,85 a 0,98 0,95
Pinturas de alumnio ou bronze 0,30 a 0,50 0,40 a 0,60
Chapa de ferro galvanizado ou alumnio nova 0,40 a 0,65 0,20 a 0,30
Chapa de fibrocimento ou fibra vegetal novas 0,45 a 0,60 0,95
Chapa de ferro galvanizado suja 0,70 a 0,90 0,20 a 0,30
Chapa de fibrocimento ou fibra vegetal sujas 0,70 a 0,40 0,95
Alumnio, cromo e cobre polido 0,10 a 0,40 0,20 a 0,40
? = coeficiente de absoro diante da radiao solar??= coeficiente de emissividade para a energia irradiada por um corpo baixa temperarua (fonte: Energia na edificao estratgias para minimizarseu consumo, Lcia R. de Mascaro)
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57 Espaos educativos
Conforto acstico
Consideraes gerais
As atividades desenvolvidas nas escolas exigem silncio e concen-trao, e, por conseguinte, o conforto acstico condio de sadee tranqilidade. O controle e o tratamento acstico nunca podem serconsiderados suprfluos. A boa acstica torna mais eficiente o ensino
e a aprendizagem.
O projeto da edificao escolar, desde o seu incio, deve levar emconta os agentes produtores de rudos que circundam o terreno. Nastomadas de deciso quanto ao uso de materiais, observar sempre as
caractersticas dos mesmos e o seu papel no desempenho acsticodos ambientes.
A localizao correta da vegetao permite a absoro da radiaosolar e o resfriamento do ar que penetra no edifcio.
Ecos e reflexes
Qualquer anteparo rgido situado a mais de 11m de distncia deuma fonte sonora reflete as ondas que nele incidem, reforando afrente de onda primria existente. Isso se d em razo do fato de que
o nosso ouvido s comea a distinguir, separadamente, dois sonsbreves, quando o seu intervalo (t) for maior que 1/15 de segundo. A
Procedimentos para melhorar a evaporao nasregies de clima quente-mido:
Escolher locais altos ou em encostas, para
melhor aproveitamento dos ventos. Orientar a declividade da cobertura para os
ventos dominantes.
Evitar barreiras contra os ventos dominantes,
que so favorveis. Evitar zonas de calmaria entre edificaes prximas. Preservar os canais de ventilao entre o
conjunto de edificaes prximas. Verificar a influncia da forma e da altura do
entorno em relao direo dos ventosdominantes.
Conveco sobre superfcies expostas radiaonas regies de clima quente-mido (onde assuperfcies esto freqentemente midas).
O efeito da conveco nestas superfcies recomendada, pois o movimento do ar tende aesfri-las por evaporao.
Aproveitar qualquer mecanismo que facilite o
movimento do ar sobre estas superfcies ouaproveitar plenamente os ventos da regio.
Volume de ar disponvel / aluno Entrada de ar / aluno / minuto
3,00 m3 0,80 m3
6,00 m3 0,60 m3
9,00 m3 0,48 m3
15,00 m3 0,31 m3
No s o rudo que vem de fora pode comprometer a tranqilidade no dia-a-diada escola. O barulho interno tambm precisa ser levado em conta. A acstica no
prdio escolar deve considerar as diversas fontes de rudo: Rudos provenientes do exterior do prdio escolar. Rudos provenientes das reas vizinhas escola. Rudos provenientes do interior do prprio ambiente.
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Captulo 5 Condicionantes ambientais58
uma velocidade de 340m/seg, esse tempo corresponder a umadistncia percorrida de 22m, isto , duas vezes 11m.
Esse fenmeno de reflexo sonora, no qual um observador, coloca-do em um determinado local, torna a ouvir um som a emitido, aps
mais de 1/15 de segundo, chama-se eco.
Quando a distncia ao anteparo atinge 17m, o eco fica to definidoque dois sons breves, consecutivos, so ouvidos distintamente umdo outro. Nesse caso, o percurso total foi de 34m e o tempo corres-pondente de 1/10 de segundo.
Para se evitar o eco, necessria a eliminao de qualquersuperfcie lisa e rgida, a partir da distncia crtica de 11m, emrelao fonte sonora.
Lembretes
Evitar reflexes excessivas do som pelo teto, paredes e piso por meiodo tratamento acstico das superfcies refletoras, revestindo-as com
materiais que tenham caractersticas de absorventes acsticos. Alm disso, deve-se evitar as superfcies cncavas refletoras, que
concentram ou focalizam energia sonora e causam ecos mltiplos, etambm as superfcies rgidas, polidas e paralelas, que conduzem aofenmeno das reflexes mltiplas.
Principalmente nas salas de aula, os materiais absorventes acsticosno podem causar exagerada absoro que prejudique aaudibilidade no interior do ambiente.
Alguns ambientes necessitam tratamento acstico em relao aosambientes vizinhos: salas de aula, salas de uso mltiplo, refeitrio,circulaes, ptios, recreios cobertos e quadras.
Tratamento paisagstico
Requisitos gerais
O objetivo do tratamento paisagstico o de proporcionar qualidadevisual e ambiental nas reas externas do prdio escolar.
(Fonte: apud Caudill)
(*)Decibel: unidade de intensidade sonora ou nvel acstico.
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8/8/2019 Manual MEC para projeto de escolas
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59 Espaos educativos
O tratamento paisagstico requer um projeto que priorize os aspec-tos educativos, estticos, ecolgicos e prticos do espao escolar.Quando planejada, a vegetao purifica o ar, regula a temperatura e aumidade, produz barreira reduzindo ventos, rudos, poeira e
luminosidade, gerando conforto ambiental na escola. Para isso,
necessrio elaborar alguns estudos preliminares bsicos como: Levantamento de necessidades e anseios, quando devemos identificar
espcies de vegetao que se adaptem s necessidades do projeto,levando sempre em conta, alm da adequao, o baixo custo e a fcilmanuteno. Sempre que possvel, deve-se manter as espciesnativas que se encontram no terreno onde ser implantada a escola.
Anlise do clima, de vital importncia, certificando-se das suascondies locais. Para o projeto paisagstico, os parmetros climti-cos mais importantes so: a temperatura, o regime de chuvas, aumidade relativa do ar e a insolao. Escolher as plantas adequadasao clima da regio melhor do que fazer adaptaes.
Anlise superficial do solo, tambm de vital importncia, certificando-se das suas condies locais, identificando e classificando oselementos que compem cada tipo de solo para uma boa drenagem.Atravs das razes, as plantas absorvem gua e fixam o solo, evitandodesmoronamento de taludes.
Levantamento planialtimtrico e cadastral, analisando o formato e adeclividade do terreno, bem como o tamanho e o partido do prdioescolar; fatores que vo influenciar decisivamente no resultado final.
Mapeamento do movimento das sombras provocadas pela edificao eseus componentes, alm dos eventuais muros, anotados no projeto,para descobrir onde cada tipo de vegetao pode ser plantado. Produzir
sombras densas, mdias e ralas, dependendo da necessidade.
Antes de fazer um diagnstico, preciso ter estes dados nas mos.S assim um projeto de tratamento paisagstico pode ser confivel.
Requisitos de segurana
Em reas escolares devemos evitar plantas txicas, com espinhos eque atraem animais nocivos (ratos, cobras, morcegos e outros).
Utilizar, na