manual - introdução à saúde e segurança no trabalho

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  • 7/31/2019 Manual - Introduo sade e segurana no trabalho

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    BUREAU PARA AS ACTIVIDADES DOS TRABALHADORES

    BUREAU INTERNACIONAL DO TRABALHO

    A SUA SADE E SEGURANA NO TRABALHO:UMA COLECO DE MDULOS

    INTRODUO SADE E SEGURANANO TRABALHO

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    A suA sAde e segurAnA no trAbAlho:uMA ColeCo de Mdulos

    I a aa aa

    Bureaupaa a Acivia taaa

    Bureau Internacional do Trabalho, Genebra

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    INTRODUO SADEA sua sade e segurana no trabaho E SEGURANA NO TRABALHO

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    A edio original desta obra foi publicada pelo Bureau Internacional do Trabalho, Genebra, sob o

    ttulo Introduction to Occupational Health and SafetyCopyright 1996 Organizao Internacional do Trabalho.

    Traduo portuguesa Copyright 2009 Gabinete de Estratgia e Planeamento, GEP/MTSS.

    Traduzido e publicado mediante autorizao

    A sua sade e segurana no trabalho: uma coleco de mdulos

    ISBN: 978-972-704-357-6 (coleco)

    ISBN da edio original: 92-2-109440-5 (edio impressa);ISBN: 92-2-108014-5 (coleco)

    Traduo: AP

    Impresso: Etigrafe

    As designaes constantes das publicaes da OIT, que esto em conformidade com as normas dasNaes Unidas, bem como a forma sob a qual guram nas obras, no reectem necessariamenteo ponto de vista da Organizao Internacional do Trabalho ou da Organizao Mundial da Sade,relativamente condio jurdica de qualquer pas, rea ou territrio ou respectivas autoridades, ouainda relativamente delimitao das respectivas fronteiras.

    As opinies expressas em estudos, artigos e outros documentos so da exclusiva responsabilidade dosseus autores, e a publicao dos mesmos no vincula a Organizao Internacional do Trabalho sopinies neles expressas.

    A referncia a nomes de empresas e produtos comerciais e a processos ou a sua omisso no implicada parte da Organizao Internacional do Trabalho qualquer apreciao favorvel ou desfavorvel.

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    Prefcio

    Imperfeito como o mundo onde vivemos, alguns acidentes so indubitavelmenteinevitveis, mas muitos outros no teriam necessidade de ocorrer. Particularmente, no

    local de trabalho, no deveriam ocorrer quaisquer acidentes de trabalho. Se esta visopertence a um mundo ideal, como alguns podero referir, um objectivo mais realistaseria, pelo menos, a reduo drstica do nmero de acidentes de trabalho. Essa , pelomenos, a inteno do Gabinete para as Actividades dos Trabalhadores, ao propor estacoleco de mdulos, especialmente concebida para ser utilizada pelos sindicatosnas suas actividades formativas e educativas, organizadas sobre o tema da sadee segurana no trabalho.

    Durante os anos de gestao que precederam a implementao da OIT em 1919, foramadoptadas as duas primeiras convenes internacionais pela Associao Internacionalpara a Legislao Laboral, em Berna, em 1905: uma proibindo a utilizao do fsforobranco na produo de fsforos, e outra, que regulamentava o trabalho nocturnopara as mulheres. Desde a sua criao em 1919, a OIT adoptou 32 Convenese 35 Recomendaes exclusivamente relacionadas com a sade e a segurana dostrabalhadores, todas elas determinando normas mnimas de execuo. Os imensos esforose propostas elaboradas por parte dos constituintes da OIT, no sentido de proteger a sadee a segurana dos trabalhadores, deram os seus frutos na forma destas normas, prevalecendo,no entanto, grandes diculdades entre, em primeiro lugar, a sua adopo e raticao, e, emsegundo lugar, entre a sua raticao e implementao. Espera-se que a presente colecode 12 mdulos sobre sade e segurana encontre o seu lugar no impulso internacional globalde travar a elevada incidncia de acidentes e doenas prossionais . Devem ser denidosobjectivos, prticas de sade e segurana sistematicamente controladas, e as inspecesde trabalho devero ser realizada de forma mais ecaz. Se esta coleco contribuir para

    o alcance desses objectivos, estes mdulos cumpriram em grande escala o seu objectivo.Em termos pedaggicos, todos os doze mdulos so igualmente importantes. No existeuma sequncia estabelecida a seguir: um curso poder ser organizado utilizando apenas um,vrios ou todos os mdulos. Esta abordagem obedece ao princpio bsico do ensino modular,segundo o qual os materiais podem ser adaptados ao tempo disponvel e s circunstncias.

    Gostaria de agradecer particularmente autora da coleco, a nossa colega EllenRosskan, bem como a Alan Le Serve, ex-membro do Gabinete para as Actividades dosTrabalhadores, cuja orientao tcnica constituiu a base da produo dos mdulos.Quero igualmente estender os meus agradecimentos a todas as organizaes sindicaisinternacionais e aos centros nacionais que analisaram a edio provisria e que

    a testaram em campo. Tenho o prazer de anunciar que as edies em Francs e Espanholsero publicadas brevemente. meu desejo que este humilde esforo ajude a aliviara angstia e o sofrimento humanos provocados pelos acidentes imprudentes e hbitosnegligentes no local de trabalho. Acima de tudo, estes mdulos devero chamara ateno de todos os responsveis para a extenso do problema dos perigos laborais,fornecendo orientaes prticas que podero aplicar.

    Guiseppe QuerenghiDirectorBureau da OIT para as Actividades dos Trabalhadores

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    Objectivo do Mdulo

    O presente Mdulo fornece aos formandos informaes gerais sobre a sadee segurana no trabalho, a dimenso, importncia e variedade dos problemas de

    sade e de segurana a nvel mundial, explicando o papel do representante dostrabalhadores no mbito da sade e segurana.

    ObjectivosNo nal deste Mdulo, os formandos devero ser capazes de:

    (1) Explicar que a sade e a segurana no trabalho vo para alm da prevenode acidentes englobando todos os aspectos das condies de trabalho.;

    (2) Explicar os motivos pelos quais o empenho dos rgos de gesto para com

    a sade e a segurana fundamental;(3) Explicar porque que a formao constitui um componente fundamental

    de qualquer programa de sade e segurana;

    (4) Identicar alguns riscos prossionais, bem como alguns tipos de tarefasou funes geralmente associadas aos mesmos;

    (5) Analisar e avaliar os mltiplos riscos existente no seu prprio localde trabalho.

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    Contedo deste Mdulo

    I. Introduo .....................................................................................................1

    II. Dimenso do problema a nvel mundial ........................................................5

    A. Acidentes .................................................................................................5

    B. Doenas ...................................................................................................6

    III. A gama de riscos ...........................................................................................8

    IV. A importncia do empenho dos rgos de gesto................................. 10

    V. A importncia da formao ................................................................... 12

    VI. O papel do representante de sade e segurana ................................... 13

    VII. Resumo ............................................................................................... 15

    Exerccio. Identicar os perigos no local de trabalho........................................ 16

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    I. IntroduoEm que consistem a sade e a segurana no trabalho?

    A sade e a segurana no trabalho consistem numa disciplina de mbito alargado,que envolve muitas reas de especializao. Num sentido mais abrangente, deverter os seguintes objectivos:

    A promoo e a manuteno dos mais elevados nveis de bem-estar fsico,mental e social dos trabalhadores de todos os sectores de actividade.;

    A preveno para os trabalhadores de efeitos adversos para a sade decorrentesdas suas condies de trabalho;

    A proteco dos trabalhadores no seu emprego perante os riscos resultantes decondies prejudiciais sade;

    A colocao e a manuteno de trabalhadores num ambiente de trabalhoajustado s suas necessidades fsicas e mentais;

    A adaptao do trabalho ao homem .

    Por outras palavras, a sade e a segurana no trabalho englobam o bem-estarsocial,mental e fsico dos trabalhadores, ou seja, da pessoa no seu todo.

    Para serem bem sucedidas, as medidas de sade e de segurana no trabalho,exigema colaborao e a participao tanto de empregadores como dos trabalhadores nosprogramas de sade e segurana, obrigando a equacionar questes relacionadas coma medicina do trabalho, a higiene no trabalho, a toxicologia, a educao,a formao,a engenharia de segurana, a ergonomia, a psicologia, etc.

    As questes relacionadas com a sade no trabalho tm sido objecto de menor atenodo que as questes relacionadas com a segurana no trabalho, porque as primeirasso geralmente mais difceis quer na sua identicao,, na diculdade da elaboraodo seu diagnstico, e no estabelecimento da relao de causa a efeito . No entanto,quando abordamos o tema da sade, abordamos igualmente o da segurana, pois umambiente saudvel , por denio, tambm um local de trabalho seguro. No entanto,o inverso pode no ser verdade um local de trabalho considerado seguro no necessariamente um local de trabalho saudvel. O importante frisar que as questesda sade e da segurana devem ser identicadas em todos os locais de trabalho. Demodo geral, a denio de sade e de segurana no trabalho engloba quer a sade,quer a segurana, nos seus contextos mais alargados.

    Condies de trabalho decientes afectam a sade e a segurana do trabalhador

    Qualquer tipo de condio de trabalho deciente tem como consequncia opoder afectar a sade e a segurana de um trabalhador.

    As condies de trabalho perigosas ou prejudiciais sade no se limitam sfbricas podem ser encontradas em qualquer local, quer o local de trabalho se situeno interior ou no exterior. Para muitos trabalhadores, como ostrabalhadores agrcolasou mineiros, o local de trabalho situa-se no exterior, podendo representar diversosperigos para a sade e segurana.

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    As condies decientes podem igualmente afectar o ambiente onde ostrabalhadores vivem, uma vez que o ambiente de trabalho e de vida so muitas vezeso mesmo para diversos trabalhadores. Tal signica que os perigos consequncia decondies de trabalho no seguras e sadaveis, podem ter consequncias graves para

    os trabalhadores, para as suas famlias e para outras pessoas da comunidade, bem comopara o ambiente fsico que envolve o local de trabalho. Um exemplo clssico consistena utilizao de pesticidas no trabalho agrcola. Os trabalhadores podem ser expostosa produtos qumicos txicos atravs das diversas formas incorrectas de aplicaodos pesticidas:, podem inalar os produtos qumicos durante e aps a sua aplicao,esses produtos podem ser absorvidos atravs da pele, e os trabalhadores podeminclusivamente ingeri-los,,caso comam, bebam ou fumem, sem lavar previamente asmos, ou caso ingiram gua contaminada . As famlias dos trabalhadores podem,tambm, ser expostas por diversas formas: inalar os pesticidas que se mantenham noar, podem ingerir gua contaminada, ou ser expostas a resduos existentes no vesturiodo trabalhador. Para alm dos trabalhadores e das suas famlias os que residem nacomunidade podero ser igualmente expostos pela mesma via . Quando os produtos

    qumicos so absorvidos pelo solo ou ltrados para os lenis de gua subterrneos,os efeitos nocivos provocados no ambiente natural podem tornar-se permanentes.

    Generalizando: os esforos na sade e segurana no trabalho devem ter como objectivoprevenir os acidentes e as doenas prossionais e, ao mesmo tempo, reconhecer aligao entre a sade e a segurana do trabalhador, o local de trabalho, e o seuambiente exterior.

    Por que razo a sade e a segurana no trabalho so importantes?

    O trabalho desempenha um papel fulcral nas vidas das pessoas, considerandoque a maioria dos trabalhadores passa pelo menos oito horas por dia no local de

    trabalho, quer seja numa plantao, num escritrio, numa fbrica, etc. Desta forma,os ambientes laborais devem ser seguros e saudveis. Mas na verdade, no essa asituao para muitos trabalhadores. Todos os dias, trabalhadores de todo o mundoexpostos a mltiplos riscos para a sade, tais como:

    poeiras;

    gases;

    rudo;

    vibraes;

    temperaturas extremas.

    Infelizmente, alguns empregadores assumem poucas responsabilidades relativamente proteco da sade e da segurana dos seus trabalhadores. De facto, os empregadores,em algumas situaes nem sequer tm conhecimento de que tm responsabilidades,muitas vezes, legal, de proteger os trabalhadores. Como resultado dos perigos e dafalta dessa responsabilizao com a sade e segurana dos trabalhadores,( que deverser entendida como uma prioridade), os acidentes e as doenas prossionais sofrequentes em todo o mundo.

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    Custos dos acidentes/doenas ocupacionais

    Quanto

    custa umadoena ou umacidente detrabalho?

    Os acidentes ou as doenas prossionais acarretam custos muito elevados, podendoprovocar mltiplos efeitos graves, directos ou indirectos, nas vidas dos trabalhadorese das suas famlias. Para os trabalhadores, alguns dos custos directos de um acidenteou de uma doena, so:

    a dor e o sofrimento provocado pelo acidente ou doena;

    a perda de rendimentos;

    a possvel perda de um emprego;

    os custos com os cuidados de sade.

    Foram feitas estimativas no sentido de calcular os custos indirectos de um acidenteou de uma doena, concluindo-se que podem ser quatro a dez vezes superiores emrelao aos custos directos, ou at mais. Uma doena ou um acidente de trabalhopodem representar grandes custos indirectos aos trabalhadores, que so muitas vezesdifceis de quanticar. Um dos custos indirectos mais bvios consiste no sofrimentohumano provocado ao prprio, s famlias dos trabalhadores, que no pode sercompensado com dinheiro.

    Os custos relacionados com doenas ou acidentes de trabalho para os empregadoresestimam-se igualmente como sendo avultados. Para uma pequena empresa, o custo deum acidente poder constituir um desastre nanceiro. Para os empregadores, algunsdos custos directos so:

    remuneraes de trabalho no realizado;

    despesas mdicas e indemnizaes ;

    reparao ou substituio de mquinas ou de equipamento danicado;

    reduo ou paragem temporria de produo;

    acrscimo de despesas de formao e de custos administrativos;

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    possvel reduo na qualidade de trabalho;

    efeitos negativos na motivao dos outros trabalhadores.

    Para os empregadores, alguns dos custos indirectos so:

    a necessidade de substituio do trabalhador acidentado/doente;

    a formao e o tempo de adaptao necessrios para um novo trabalhador;

    o perodo de tempo at que um novo trabalhador tenha o mesmo nvelde produo do trabalhador anterior;

    o tempo dedicado s investigaes necessrias, execuo de relatrios e aopreenchimento de formulrios;

    o facto de os acidentes afectarem muitas vezes os colegas de trabalho,preocupando-os, inuenciando negativamente as relaes de trabalho;

    o possvel enfraquecimento e deteriorao das relaes com os fornecedores,clientes e entidades pblicas face s decientes condies de sade e segurana nolocal de trabalho.

    A nvel geral, os custos da maioria dos acidentes ou das doenas prossionais para ostrabalhadores, para as suas famlias e empregadores, so extremamente elevados.

    Numa escala nacional, os custos aproximados dos acidentes e das doenasprossionais podem ser to elevados como trs a quatro por cento do produtointerno bruto de um pas. Na realidade, ningum sabe realmente quais os custostotais dos acidentes ou das doenas prossionais, porque estes representamuma multiplicidade de custos indirectos, que so muitas vezes difceis dequanticar, para alm dos custos directos mais evidentes e quanticveis.

    Programas de sade e de segurana

    Por todos os motivos acima referidos, vital que os empregadores, os trabalhadores eos sindicatos ponham um forte investimento e envolvimento nas questes de sade ena segurana, e que:

    os riscos no local de trabalho sejam controlados sempre que possvel, naorigem;

    sejam mantidos todos os registos de qualquer exposio, durante muitos anos;

    os trabalhadores e os empregadores estejam informados sobre os riscos de sade

    e de segurana no local de trabalho; exista uma comisso para a sade e segurana, activo e ecaz, que inclua ostrabalhadores e os rgos de gesto;

    os esforos para a melhoria da sade e a segurana do trabalhador sejamcontnuos.

    Programas ecazes de sade e segurana no local de trabalho podem ajudar a salvaras vidas dos trabalhadores, atravs da eliminao ou reduo dos riscos e das suasconsequncias. Os programas de sade e segurana tm igualmente efeitos positivos,quer no estado de esprito, quer na produtividade do trabalhador, constituindobenefcios importantes. Ao mesmo tempo, um programa ecaz poder poupar imenso

    dinheiro aos empregadores.

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    Pontos a recordar

    1. A sade e a segurana no trabalho englobam o bem-estar social, mental e fsicodos trabalhadores de todas as prosses.

    2. As condies de trabalho decientes tm o potencial de afectar a sade e asegurana de um trabalhador.

    3. Podem existir condies laborais insalubres ou perigosas em qualquer local,quer este se situe no interior ou no exterior.

    4. Condies de trabalho decientes podem afectar o ambiente onde ostrabalhadores vivem. Tal signica que os trabalhadores, as suas famlias, asoutras pessoas da comunidade e o ambiente fsico circundante ao local detrabalho podero estar em risco de exposio aos perigos do local de trabalho.

    5. Os empregadores tm a responsabilidade moral, e muitas vezes legal, deproteger os trabalhadores.

    6. Os acidentes e as doenas prossionais so frequentes a nvel mundial, tendoinevitvelmente consequncias negativas muito graves, directas e indirectas, paraos trabalhadores e para as suas famlias. Um simples acidente ou uma doenapode representar uma enorme perda nanceira, tanto para os trabalhadorescomo para os empregadores.

    7. Programas ecazes de sade e segurana no local de trabalho podem ajudar asalvar as vidas dos trabalhadores, atravs da eliminao ou reduo dos riscose das suas consequncias. Podem igualmente produzir resultados positivos,quer na motivao, quer na produtividade do trabalhador, traduzindo-se nadiminuio de despesas para os empregadores.

    II. Dimenso do problema a nvel mundial

    A. Acidentes

    De forma geral, a sade e a segurana no local de trabalho melhoraram na maioriados pases industrializados durante os ltimos 20 ou 30 anos. No entanto a situaonos pases em vias de desenvolvimento menos clara, em grande parte devido identicao e informao inadequada dos acidentes e doenas, assim como faltade actualizao de registos e de mecanismos informativos.

    Estima-se que, anualmente, ocorram pelo menos 250 milhes de acidentes de trabalhoa nvel mundial. 335.000 destes acidentes so fatais (resultam na morte). (Tendo emconta que muitos pases no possuem uma manuteno rigorosa dos registos e dos

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    mecanismos informativos, pode presumir-se que os dados reais so bastante maiselevados do que aqueles aqui apresentados.) O nmero de acidentes mortais muitomais elevado nos pases em vias de desenvolvimento do que nos pases industrializados.A diferena deve-se sobretudo a programas mais ecazes de preveno em matria de

    segurana e sade no trabalho, melhoria dos primeiros-socorros e aos servios demedicina do trabalho existentes nos pases industrializados, bem como participaoactiva dos trabalhadores no processo de tomada de deciso sobre questes de sadee de segurana. Algumas das sectores de actividade com riscos mais elevados deacidentes,a nvel mundial, so as seguintes: industria extractiva, sector, agrcola,incluindo a silvicultura e a explorao orestal, e sector da construo.

    Identicar a causa de um acidente

    Em alguns casos, a causa de um acidente de trabalho fcil de identicar. No entanto,muitas vezes existe uma srie de factores no evidentes, por trs do acidente, que o

    provocou. Por exemplo, frequentemente, os acidentes so provocados indirectamentepor negligncia,por parte do empregador, por no ter fornecido a formao adequada,ou por um fornecedor, ter prestado informaes erradas sobre um produto, etc. As taxasconsistentemente elevadas de acidentes mortais nos pases em vias de desenvolvimentoevidenciam a necessidade de programas de formao sobre as questes de sadee segurana no trabalho que se focalizem numa preveno ecaz . igualmenteimportante promover o desenvolvimento de servios de sade ocupacional, incluindoa formao de mdicos para a identicao de doenas prossionais nas suas fasesiniciais.

    B. Doenas

    A exposio ariscos no localde trabalhopode provocardoenas graves.

    Algumas doenas prossionais tm sido reconhecidas ao longo dos anos, e afectamos trabalhadores de diferentes formas, dependendo da natureza do perigo, da via deexposio, da dose, etc. Algumas doenas prossionais conhecidas incluem:

    a asbestose (provocada por partculas de amianto,muito comuns em diversasutilizaes de muitos equipamentos,quer industriais quer domsticos,como porexemplo, no isolamento, nos revestimentos para traves de automveis, etc.);

    a silicose (provocada pela slica, comum na actividade mineira, jactos de areia,etc.);

    Ocina

    Mdico

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    o envenenamento por chumbo (provocado por chumbo, comum nas fbricas debaterias, fbricas de tintas, etc.);

    e a perda auditiva, induzida pelo rudo (provocada pelo rudo, comum em diversoslocais de trabalho, incluindo os aeroportos e os locais de trabalho onde so utilizadas

    mquinas ruidosas, como prensas ou brocas, etc.).Existem tambm alguns problemas de sade potencialmente incapacitantesque podem ser associados a condies de trabalho decientes, incluindo:

    doenas cardacas;

    distrbios msculo-esquelticos, tais como as leses lombares permanentesou distrbios musculares;

    alergias;

    problemas do aparelho reprodutor;

    distrbios relacionados com o stress.

    Muitos pases em vias de desenvolvimento, identicam um pequeno nmero detrabalhadores afectados por doenas prossionais. Estes dados podem parecerdiminutos por diversas razes, incluindo:

    mecanismos informativos inadequados ou inexistentes;

    falta de instalaes de servios mdicos adequados;

    falta de prossionais de cuidados de sade com formao para identicardoenas prossionais.

    Por estes e por outros motivos, importante assumir que, na realidade, o nmero detrabalhadores afectados pelas doenas prossionais muito mais elevado do que orevelado. De facto, na generalidade, o nmero de casos e tipos de doenas prossionaisest a aumentar, e no a diminuir, quer nos pases em vias de desenvolvimento, quernos pases industrializados.

    Identicar a causa da doena prossional

    A causa das doenas prossionais muitas vezes difcil de determinar. Um dos factoresdessa diculdade, consiste no perodo de latncia (o facto de poder demorar anos atque a doena produza um efeito perceptvel ou visvel na sade do trabalhador). Nomomento em que a doena identicada, pode ser demasiado tarde para qualquer

    interveno em relao mesma, ou para descobrir os perigos perante os quais otrabalhador esteve exposto no passado. Outros factores, como a mudana de empregoou os comportamentos pessoais (como o consumo de tabaco e de lcool), aumentamainda mais a diculdade de interligar as exposies do local de trabalho a umamanifestao de doena.Apesar dos riscos prossionais serem actualmente mais bem compreendidos do queacontecia no passado, todos os anos so introduzidos novos produtos qumicos etecnologias que, por sua vez, representam novos perigos, muitas vezes desconhecidospara os trabalhadores e para a comunidade. Estes novos e desconhecidos perigosrepresentam grandes desaos para os trabalhadores, empregadores, educadores ecientistas, ou seja, para todos os que esto envolvidos nas questes da sade dostrabalhadores e dos efeitos que os agentes perigosos produzem no ambiente.

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    Pontos a recordar sobre a

    dimenso mundial do problema

    1. Existem anualmente em todo o mundo pelo menos 250 milhes de acidentes detrabalho, dos quais pelo menos 335.000 resultam na morte. dos trabalhadores

    2. Os pases em vias de desenvolvimento tm mais acidentes mortais do que asnaes industrializadas, evidenciando a necessidade de programas de formaosobre sade e de segurana que se concentrem prioritariamente na prevenodos riscos prossionais

    3. Algumas doenas prossionais tm sido identicadas ao longo dos anos, e estasafectam os trabalhadores de diferentes formas. Actualmente, essas doenasainda constituem um problema em todo o mundo.

    4. Os nmeros das doenas prossionais dos pases em vias de desenvolvimentoso, na realidade, muito mais elevados do que os que so aqui apresentados.

    5. O nmero de casos e tipos de doenas prossionais est a aumentar, quer nospases em vias de desenvolvimento, quer nos pases industrializados.

    6. Muitas vezes, difcil identicar as causas, tanto dos acidentes como dasdoenas prossionais.

    III. A multiplicidade de perigosH um nmero ilimitado de perigos que podem ser encontrados em quase todosos locais de trabalho. Existem condies de trabalho obviamente perigosas, comoacontece quando as mquinas no esto protegidas, os pisos esto escorregadios, oua preveno de incndios inexistente ou inadequada. Existem igualmente algumascategorias de perigos no visveis ou no identicados (ou seja, aqueles riscos que soperigosos, mas que podem no estar evidentes, incluindo:

    riscos qumicos, resultantes de lquidos, slidos, poeiras, fumos, vapores e gases;

    riscos fsicos, tais como o rudo, a vibrao, a luminosidade insucienteou inadequada, a radiao e as temperaturas extremas;

    riscos biolgicos, como as bactrias, os vrus, os desperdcios spticose as infestaes;

    riscos psicolgicos, resultantes do stress e da presso;

    riscos associados no-aplicao dos princpios ergonmicos, como porexemplo, a m concepo das mquinas, dispositivos mecnicos e ferramentasutilizadas pelos trabalhadores, assentos desajustados, local de trabalho malconcebido, ou prticas de trabalho decientemente organizadas .

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    A maioria dos trabalhadores enfrenta um conjunto destes riscos no seu local de trabalho.Por exemplo, no difcil imaginar um local de trabalho onde se possam encontrarexpostos a qumicos, a mquinas que produzem demasiado rudo e sem proteco,a temperaturas quentes, a pisos escorregadios, etc., ao mesmo tempo. Pense no seuprprio local de trabalho. Consegue pensar em alguns perigos a considerar?

    Os perigo fazemmuitas vezes partedo prprio local detrabalho.

    Os processos detrabalho devemser concebidos no

    sentido de preveniracidentes edoenas. Os riscosexistentes devemser removidos dolocal de trabalho.

    Os trabalhadores no criam os riscos : na maioria dos casos, os perigos so parte

    integrante do local de trabalho. A atitude do sindicato perante a sade e seguranano trabalho consiste em garantir que o trabalho seja realizado de forma mais segura,atravs da modicao do local de trabalho e de qualquer processo de trabalhoperigoso. O que signica que a soluo consiste em eliminar os riscos, e no tentarfazer com que os colaboradores se adaptem s condies perigosas. Exigir que ostrabalhadores utilizem vesturio protector, que possa no ser o adequado ou estarmal concebido para o clima da sua regio, um exemplo de uma tentativa de foraros trabalhadores a adaptarem-se a condies perigosas, transferindo igualmente aresponsabilidade dos rgos de gesto para o trabalhador.

    importante que os sindicatos defendam esta posio, porque muitos empregadoresculpam os trabalhadores em caso de acidente, armando que estes no tiveram os

    cuidados necessrios. Esta atitude pressupe que o trabalho poder ser realizadode forma mais segura, se os trabalhadores modicarem o seu comportamento, ouse os empregadores s contratarem funcionrios que nunca cometam erros. Todoscometemos erros da natureza humana,_ mas os trabalhadores no devem pagar oserros com as suas vidas. Os acidentes no cessam simplesmente se os trabalhadoresse tornarem mais conscienciosos da questo da segurana. A consciencializao paraa segurana poder ajudar, mas esta atitude no vai alterar,s por si os processos eas condies de trabalho perigosos. A preveno mais ecaz dos acidentes e dasdoenas inicia-se quando os processos de trabalho ainda se encontram, na suafase de concepo fase essa em que condies seguras podem e devem ser aindaintroduzidas em tais processos.

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    Pontos a recordar

    sobre a gama de perigos

    1. Existe um nmero ilimitado de riscos que podem ser encontrados em quasetodos os locais de trabalho. Estes incluem obviamente as condies de trabalhoperigosas e as no so visiveise no no esto identicadas, constituindo perigosmenos evidentes.

    2. Os riscos fazem, muitas vezes, parte do local de trabalho. Por esse motivo, ossindicatos devem assegurar a sua eliminao, em vez de tentar fazer com que ostrabalhadores se adaptem a essas condies perigosas.

    3. A preveno mais ecaz dos acidentes e das doenas inicia-se quando os

    processos de trabalho ainda se encontram numa, fase de concepo ou projecto,devendo ser introduzidas condies seguras em tais processos.

    IV. Importncia do empenho dos rgos de gesto

    Um programa de sadee segurana bem sucedidoexige um forte empenhopor parte dos rgos degesto e a participaodo trabalhador.

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    Para desenvolver um programa de sade e de segurana bem sucedido, essencialque exista um forte empenho por parte dos rgos de gesto, bem como, uma forteparticipao do trabalhador no sentido de criar e manter um local de trabalho seguroe saudvel. Uma gesto ecaz implementa uma poltica de preveno de todos os

    riscos no local de trabalho,procedendo sua identicao e avaliao e no s os queso abrangidos pelas normas governamentais existentes.

    Todos os nveis de gesto devem ter a sade e a segurana como prioridade. Devemimplementar uma comunicao ecaz, visitando o local de trabalho, conversandocom os trabalhadores sobre as suas preocupaes, e observando os procedimentos eo equipamento de trabalho. Em cada local de trabalho, devem ser estabelecidas linhasde responsabilidade, do topo at ao nvel da base, e os trabalhadores devem saberquem o responsvel pelas diferentes questes de sade e segurana.

    Pontos a recordar sobre a importnciado empenho dos rgos de gesto

    1. Um forte empenho por parte dos rgos de gesto e um forte envolvimento dotrabalhador constituem os elementos necessrios para um programa de sadee segurana do local de trabalho bem sucedido.

    2. Uma gesto ecaz identica e estabelece uma poltica de preveno de todos osriscos no local de trabalho, e no s aqueles que so abrangidos pelas normasgovernamentais, estabelecendo uma comunicao permanentemente com ostrabalhadores.

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    V. A importncia da formao

    A formao adequada

    e ecaz uma componentechave de qualquer polticade sade e segurana.

    Muitas vezes, os trabalhadores vivenciam problemas de sade relacionados com asua actividade prossional, no tendo efectivamente conscincia que os mesmos

    esto relacionados com a sua prosso, particularmente quando a doena prossionalse encontra ainda numa fase inicial, por exemplo. Alm dos benefcios mais bviosda formao, tais como o desenvolvimento de competncias, o reconhecimento dosriscos do local de trabalho etc., um programa de formao abrangente em cada localde trabalho ajudar os trabalhadores a:

    reconhecer os sinais/sintomas iniciais de quaisquer potenciais doenas prossionais,antes que estas se tornem uma situao crnica ou permanente;

    avaliar o seu ambiente de trabalho;

    insistir para que os rgos de gesto realizem mudanas, antes do desenvolvimentodas condies perigosas.

    Pontos a recordarsobre a importncia da formao

    Um programa de sade e de segurana abrangente em cada local de trabalho ir,entre outros benefcios mais evidentes, ajudar os trabalhadores a identicaremquaisquer sinais/ou sintomas iniciais de possveis doenas prossionais, antes queestas se tornem crnicas, permanente, a avaliar o seu ambiente de trabalho, e ainsistir para que os rgos de gesto realizem mudanas, antes que as condiesperigosas se desenvolvam.

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    VI. O papel do representante dos trabalhadores em matriade sade e segurana

    Representantede sade esegurana

    Como representante dos trabalhadores em matria de sade e segurana,o seu papel consiste em colaborar de forma pr-activa (o que signica actuar antes queo perigo se transforme num problema), para impedir a exposio dos trabalhadoresaos perigos existentes no local de trabalho. Pode faz-lo assegurando-se de que agesto elimina esses riscos na fonte, ou que os mantm sob controlo, quando estes

    no possam ser totalmente eliminados.Os passos que o ajudaro a alcanar os seus objectivos so:

    1. Estar bem informado acerca dos diversos perigos no seu local de trabalhoe das possveis solues para os controlar.

    2. Trabalhar conjuntamente com o seu sindicato e entidade empregadora,no sentidode identicar e de controlar os riscos .

    3. Apesar de estes Mdulos terem sido desenvolvidos tendo em vista a proteco dostrabalhadores, poder necessitar ocasionalmente de partilhar alguma desta informaocom os seus supervisores e entidade empregadora na implementao de medidas paratornar o local de trabalho seguro e saudvel.

    Nem sempre fcil ser um delegado ou representante de sade e segurana,mas ajudar a proteger as vidas dos seus colegas de trabalho sempre graticante.

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    Utilize umavariedadede fontesinformativasacerca dosperigospotenciais,ou dos riscosexistentes noseu local de

    trabalho.

    OBSERVE O SEU

    LOCAL DETRABALHO

    ANALISE OS

    REGISTOS

    OIA ASRECLAMAES

    SOLICITE AS OPINIESDOS COLEGAS

    INFORME-SE SOBREO ASSUNTO

    VERIFIQUEO SEU LOCAL

    DE TRABALHO

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    VII. ResumoOs trabalhadores de qualquer prosso podem ser confrontados com umamultiplicidade de perigos no local de trabalho. A sade e a seguranano trabalho identicam e avaliam uma vasta gama de potenciais riscosno local de trabalho, exigindo intervenes,desde a preveno de acidentes,bem como dos riscos mais graves, incluindo os fumos txicos, as poeiras,os rudos, o calor, o stress, etc. A preveno de doenas e de acidentesde trabalho deve ser o objectivo de programas de sade e segurana notrabalho, em detrimento da tentativa de resoluo dos acidentes, depois deestes j terem acontecido .

    Os riscos no local de trabalho podem ser encontrados sob diversas formas,incluindo,a qumica, fsica, biolgica, psicolgicas, a no aplicao dasregras ergonmicas, etc. Tendo em conta a multiplicidade dos perigos

    na maioria dos locais de trabalho e a global falta de ateno prestada sade e segurana por parte de muitos empregadores, os acidentese as doenas prossionais continuam a ser um grave problema em todoo mundo. Assim, os sindicatos devem insistir para que os empregadorescontrolem os riscos na fonte, e que no tentem forar os trabalhadoresa adaptarem-se a condies perigosas.

    O empenho dos rgos de gesto na sade e segurana, bem como a forteparticipao do trabalhador, so dois elementos essenciais de qualquerprograma de sade e segurana no local de trabalho bem sucedido.A preveno mais ecaz dos acidentes e das doenas comea quando os

    processos de trabalho ainda se encontram em fase de projecto.

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    Exerccio. Identicar os riscos no local de trabalhoNota para o formador

    Para este exerccio, solicite aos formandos que trabalhem em pequenos grupos

    de duas ou trs pessoas. D a cada grupo diversas imagens do seu texto.Ir tambm necessitar de um fipchart(ou de prender parede algumas folhas depapel grandes) e de marcadores, ou de um quadro preto e giz.

    Instrues

    As imagens abaixo ilustram diferentes locais de trabalho, nos quais poderoencontrar diversos perigos. Solicite aos formandos que visualizem as imagense que imaginem que tipos de problemas podero existir em cada local de trabalho.Registe as respostas dos formandos relativamente a cada local de trabalho nofipchartou no quadro preto. Alguns dos principais perigos associados a cada

    uma destas prosses esto representados abaixo.

    Quando terminar de identicar as prosses reveladas nas imagens, discutaos riscos nos locais de trabalho dos prprios formandos. Os formandos devemdebater as questes apresentadas na seco No seu prprio local de trabalho.

    Discuta os riscos que possam estar associados a estas prosses

    1. Soldador Um soldador pode sofrer queimaduras provocadas pelas fascas,e h sempre o risco permanente de o processo de trabalho poder iniciar umincndio. Nesta situao, evidente tambm o problema da luz intensa, quepode provocar danos oculares permanentes, bem como os fumos produzidospelo processo, que podero provocar leses pulmonares.

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    2. Mecnico Dependendo da natureza exacta das funes de um mecnico:pode haver problemas de segurana, desde riscos de cortes e de quedas, exposio a riscos qumicos: leos, solventes, amianto e fumos deescape. Os mecnicos podem igualmente sofrer de problemas lombares

    e msculo-esquelticos provocados pelo levantamento de peas pesadas,ou por permanecerem curvados durante longos perodos de tempo.

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    3. Trabalhador porturio Os riscos dependem signicativamente da naturezada prosso e, em particular, da carga manuseada. Frequentemente, ostrabalhadores porturios no tm conhecimento da natureza perigosa da carga.Pode existir um aviso na parte lateral da caixa ou do contentor, mas a informao

    poder no estar na sua lngua materna ou em linguagem compreensvel parao trabalhador mdio. A condio da carga tambm importante, uma vez quecontentores vazantes ou sacos fendidos podem ser extremamente perigosos paraaqueles que executam estas tarefas. Os outros riscos incluem quedas, cortes,problemas nas costas e msculo-esquelticos, bem como colises com veculosem rpido movimento, como as empilhadoras ou os camies de entregas.

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    4. Trabalhador txtil O trabalhador txtil enfrenta diversos problemas.Em primeiro lugar, existe o problema da segurana, com diversas mquinas emseu redor, e muitas vezes sem qualquer proteco, bem como o risco de incndio,dada a existncia de material combustvel no local de trabalho. Depois, existem

    os riscos do rudo e da vibrao. H tambm a possibilidade da exposioao p do material, que pode afectar gravemente os pulmes. A exposio ao pdo algodo pode conduzir doena prossional conhecida como bissinose.

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    5. Condutor de tractores Um dos problemas mais graves dos tractores que,muitas vezes, podem virar-se, e, caso no possuam uma cabine de segurana,o condutor pode ser facilmente esmagado. Outros riscos incluem o rudo,a vibrao, a exposio a herbicidas e pesticidas qumicos, medida que estes

    so pulverizados pelo tractor.

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    6. Trabalhador agrcola Quando pulveriza as colheitas, o trabalhador pode serexposto aos qumicos perigosos contidos nos recipientes Muitos dos pesticidase herbicidas que foram banidos em alguns pases, devido aos seus efeitostxicos, so ainda utilizados em muitos pases em vias de desenvolvimento. Se

    a pulverizao ocorrer num dia ventoso, o produto pode ser inspirado para ospulmes e espalhado na pele, provocando leses. Pode ser igualmente absorvidopelo corpo, atravs da pele.

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    7. Trabalhador de montagem electrnica Um trabalhador de montagemelectrnica pode vir a sofrer de problemas visuais, por realizar um trabalhominucioso de proximidade, muitas vezes com luminosidade reduzida.Como estes trabalhadores permanecem sentados por longos perodos de tempo

    em assentos inadequados, podem igualmente vir a padecer de problemaslombares e msculo-esquelticos. Para alguns trabalhadores existe tambmo perigo dos fumos ou das gotas de solda nos olhos, quando o excesso cortadocom alicates.

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    8. Trabalhador de escritrio Muitos pensam que os trabalhadores de escritriono tm problemas de sade e segurana. Esta premissa est longe de serverdadeira. O stress uma das queixas mais comuns, assim como a exposioaos riscos qumicos das mquinas do escritrio, como as fotocopiadoras.

    A iluminao deciente, o rudo e as cadeiras e bancos ergonomicamente malconcebidos podem igualmente representar perigos.

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    9. Trabalhador da construo civil Os trabalhadores da construo civilenfrentam uma diversidade de riscos, particularmente problemas de segurana,tais como quedas, deslizamentos de terras, desequilbrios, cortes, podendoser atingidos por objectos em queda. Existem tambm os perigos resultantes

    das actividades realizadas a uma altura elevada (perigos de queda em altura),muitas vezes sem o equipamento de segurana adequado, problemas msculo-esquelticos em consequncia do levantamento de objectos pesados, bem comoos riscos associados exposio a mquinas ruidosas.

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    10. Mineiro Os perigos da industria extractiva so bem conhecidos, e incluemo risco permanente das poeiras, do fogo, da exploso e da electrocusso, bemcomo os perigos associados s vibraes, s temperaturas extremas, aos rudos,aos deslizamentos de terras e materiais, s quedas, aos cortes, etc.

    No seu prprioambiente de trabalho

    Nota para o formador

    Agora que os formandos comearam a ter conhecimento dos riscos possveisnos diferentes locais de trabalho, solicite-lhes que considerem e discutamos perigos nos seus prprios locais de trabalho. Os formandos devem responders seguintes questes sobre os seus locais de trabalho.

    (1) Descreva o seu trabalho.

    (2) Quais os perigos que sabe existirem no seu local de trabalho?

    (3) Existem outras condies de trabalho que suspeite serem passveisde constituir um risco, mas sobre as quais no tem a certeza?