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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Técnico em Segurança do Trabalho

SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

SUMÁRIO

Introdução ...................................................................................................................... 02

Disposições Gerais – Riscos no Trabalho Rural ........................................................... 04

Tratores Agrícolas .......................................................................................................... 06

Ferramentas Agrícolas Manuais ..................................................................................... 14

Medidas de Segurança ................................................................................................... 15

Transporte de Operários – Medidas Preventivas para o Campo .................................... 16

Manual de Equipamentos de Proteção Individua - EPI na Indústria Rural ..................... 19

Manual de Armazenamento e Transporte de Agrotóxicos e Afins .................................. 53

Prevenção de Acidentes com Tratores Agrícolas ........................................................... 65

NR -31 Comentada ....................................................................................................... 109

Referências Bibliográficas ............................................................................................ 129

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Técnico em Segurança do Trabalho

SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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INTRODUÇÃO

Como sabemos, segurança e saúde do trabalho podem ser entendidas como

o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de

trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade

laboral dos trabalhadores.

Algumas pessoas imaginam que o trabalho rural é sempre mais seguro que o

industrial porque é mais perto da natureza.

Isso já foi mais verdadeiro no tempo em que os lavradores não utilizavam

produtos químicos, máquinas perigosas e nem ficavam sujeitos à insolação e

radiação solar tão forte como acontece em nossos dias.

As políticas de modernização da agricultura, devem se preocupar com a

capacitação e treinamento do trabalhador rural. Pois, os prejuízos causados pelo uso

inadequados de agrotóxicos, ganharam dimensão social, uma vez que, ao prejudicar

a saúde humana, demandam verbas públicas e privadas para o atendimento

médico-hospitalar.

Para afastar os riscos de contaminação com produtos perigosos em contato

com a pele e outros órgãos, o que se necessita é de cobertura isolante como luvas,

botas, aventais, máscaras ou de instrumentos como pinças, pás, etc.

Ainda cumpre observar que sendo o trabalho rural a céu aberto é obrigatório o

oferecimento de abrigos contra as intempéries e até proteções especiais contra

insolação excessiva (protetor solar), calor, frio, umidade, quando se trabalha também

em terrenos encharcados, ventos, prevenção contra doenças endêmicas, condições

sanitárias e outras tantas medidas, como proteção contra ruídos, gases em excesso

(comuns nas criações de animais).

Todo trabalhador rural, assim como o urbano, tem direito ao EPI

(Equipamento Proteção Individual) que devem ser fornecidos de graça pelo seu

empregador.

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Deixar de fornecer o EPI gera responsabilidade civil e criminal conforme a

natureza das consequências, ou seja, dos danos sofridos pelos empregados.

Segundo Pesquisa da Agência Brasileira de Defesa Vegetal (ANDEF), as

medidas mais importantes que aumentam a probabilidade de intoxicação são, os

indivíduos que admitiram não usar equipamento de proteção individual; lavar os

equipamentos em tanque de uso doméstico.

As reclamações mais comuns que levam trabalhadores rurais a não usarem

equipamentos de proteção individual são o desconforto e ferimentos causados pelo

uso inadequado, falta de capacitação e esclarecimentos, e, os empregadores não

disponibilizarem adequadamente os equipamentos de proteção.

O produtor tem um papel importante e deve educar o trabalhador,

demonstrando o perigo que a exposição aos agentes nocivos pode causar, por falta

do uso correto das medidas protetivas e ações preventivas.

Consequentemente, essas ações preventivas podem diminuir a exposição a

riscos e aos problemas de saúde, melhorando o trabalho e reduzindo futuras ações

judiciais.

A saúde e segurança do trabalho é a área responsável pela garantia de um

ambiente saudável e seguro para o trabalhador rural. A preocupação, não só com

questões trabalhistas e fiscalizações a que o empregador estaria suscetível, têm

levado a uma procura, por parte dos produtores, às adequações de suas

propriedades rurais. Dentre os vários benefícios que estas melhorias trazem para o

ambiente de trabalho, podemos destacar o aumento da produtividade dos

funcionários, como também a redução de custos de produção.

O Brasil é o campeão mundial de acidentes fatais no meio rural, segundo a

Organização Internacional do Trabalho - OIT, onde muitas vidas são ceifadas, além

dos prejuízos econômicos e ambientais.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

DISPOSIÇÕES GERAIS

Os profissionais de Segurança do Trabalho

e os profissionais das Ciências Agrárias, em

especial os Engenheiros Agrônomos, Engenheiros

Florestais e Engenheiros Agrícolas, têm

atribuições profissionais legais para atuarem na

segurança de todas as atividades no meio rural,

assim como o Técnico em saúde e Segurança no Trabalho também contribui para

manter e formar tecnicamente esta prevenções e atuações nos meios urbanos e

rurais, porém a maioria dos cursos de graduação dessas profissões ainda não

contempla devidamente os ensinamentos nessa área!

RISCOS NO TRABALHO RURAL

Durante o desempenho de suas atividades, os

trabalhadores rurais, assim como os urbanos, se expõem a

riscos, pois, a terra, a água, o sol e o vento, se constituem em

armas em potencial, contra à sua segurança e saúde.

Desenvolvendo o seu trabalho, em geral, longe da comunidade, o

trabalhador do campo necessita frequentemente de transporte,

utilizando, quase sempre, estradas mal conservadas e veículos

que, em grande parte das vezes, não se encontram em bom estado.

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Constituem também risco, os animais peçonhentos (cobras, aranhas,

escorpiões, etc.), bastante comuns nas diferentes regiões. Os próprios animais

domésticos que se fazem presentes na exploração agrícola, podem ser

transmissores biológicos e podem atacar diretamente o homem.

A manipulação, armazenamento e emprego de defensivos agrícolas,

corretivos, produtos veterinários e outras substâncias químicas utilizadas nas

diversas fases produtivas, aqui se acrescentam os combustíveis usados na

movimentação de máquinas, motores de veículos, são objetos de preocupação, face

ao perigo que representam.

Destacam-se, ainda, os riscos apresentados pela utilização de ferramentas

manuais (enxadas, podões, foices, facões, etc.), implementos (arados, grades, etc.),

máquinas (colhedeiras, beneficiadoras, etc.) e veículos (tratores, caminhões, etc.).

Como já foi dito, os princípios gerais relativos à segurança e higiene do

trabalho se aplicam a toda atividade econômica, inclusive ao trabalho agrícola. A

prevenção dos fatores de riscos profissionais deve ser uma preocupação de todos:

empregadores, empregados, governantes, fabricantes e revendedores de produtos

destinados à produção agrícola.

O empregador deve promover e manter a segurança e higiene do trabalho,

instruindo os empregados sobre os perigos que representam as tarefas a serem

executadas e as precauções que devem ser adotadas para execução de um

trabalho seguro.

Os empregados devem utilizar corretamente os dispositivos de segurança

destinados a proteger a si mesmos e demais trabalhadores: não retirar, modificar ou

inutilizar tais equipamentos de segurança, como também ajustar-se às instruções de

segurança e higiene relativas a seu trabalho, abstendo-se de todo comportamento

que possa resultar em perigo. A ignorância ao perigo tem sido responsável por

inúmeros acidentes graves. Um trabalhador que não sabe cumprir seu trabalho de

forma segura e prudente, constitui-se em perigo para todos os demais. A educação e

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o treinamento são de capital importância para eliminação destes e de outros fatores

inerente a atos inseguros praticados pelo trabalhador.

Os fabricantes e revendedores de insumos destinados à agricultura

(defensivos, máquinas, implementos, etc.), também cabe responsabilidade no que

toca à segurança e higiene. Devem encaminhar manuais de instruções e etiquetas

que contenham todas as precauções a serem tomadas no manejo e aplicação de

seus produtos. É de suma importância que tais regras sejam do conhecimento do

empregador, a quem caberá transmiti-las aos trabalhadores. Além disto, cabe aos

fabricantes zelar para que chegue ao meio rural um produto seguro e protegido

(máquinas, veículos, etc.), de baixa toxidade (defensivos) e que não ofereça

condições inseguras ao trabalhador que deles se utiliza.

TRATORES AGRÍCOLAS

O trator agrícola é, sem dúvida, uma

das máquinas mais importantes na agricultura

moderna. Mais é, também, uma das mais

perigosas quando não utilizadas de forma

conveniente e segura.

Hoje, já se sabe, que dos acidentes fatais ocorridos com tratoristas, 80% se

devem à falhas humanas (atos inseguros) e 20% a problemas mecânicos (condições

inseguras).

São estes:

Incapacidade ou ignorância ao perigo..........................40%

Velocidade excessiva....................................................22%

Falta de atenção do tratorista........................................21%

Inexperiência ou falta de treinamento do tratorista.......13%

Outras causas.................................................................4%

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Ao se analisar o tipo de acidente mais comum devido ao uso de tratores

agrícolas, veremos que:

Queda lateral do veículo.........................................70%

Queda para trás (empinamento).............................15%

Queda do tratorista.................................................5,5%

Choque com outro veículo.........................................3%

Acidentes com o próprio trator................................5,5%

Implementos de arrasto ou reboque........................0,5%

Acidentes com implementos levantados..................0,5%

É importante frisar, baseado nos dados acima, que nas quedas, tanto laterais

como para trás do veículo (que são responsáveis por 85% dos acidentes fatais), são

causadas por falhas humanas dos tratoristas: excesso de velocidade, uso incorreto

dos freios, acoplamento incorreto de implementos e carretas, etc.

Como já foi dito, as falhas

humanas ou os atos inseguros são

responsáveis pela grande maioria dos

acidentes com envolvimento de tratores.

Assim, estas falhas põem em perigo não

só a vida dos operadores mais também a

dos trabalhadores que se encontram

próximos deles.

Causas de Acidentes

As causas de acidentes com envolvimento de tratores são condições

inseguras e atos inseguros, que agindo isoladamente ou em conjunto, podem

comprometer a integridade física e o bem-estar dos operadores e outros

empregados.

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a) Condições inseguras:

FALTA DE PROTEÇÃO NAS TRANSMISSÕES DE FORÇA FALTA DISPOSITIVO S DE TRAVA NOS ENGATES

FALTA DE PÁRALAMAS, LUZES E OUTROS DISPOSITIVOS PEDAIS PERFURADOS PARA EVITAR ACÚMULO DE LAMA

DEVEM SER PROVIDOS DE CABINE OU ARMAÇÃO DE SEGURANÇA

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b) Atos Inseguros

ROLDANAS POLIAS E CORREIAS DEVEM SER PROTEGIDOS O ASSENTO DEVE SER BEM FIXADO E REGULÁVEL

USO INCORRETO DAS MARCHAS ATOLAMENTO

EXCESSO DE VELOCIDADE EXCESSO DE CARGA OU ACELERAÇÃO

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FALTA DE MANUTENÇÃO BRICADEIRAS DURANTE O TRABALHO

TRABALHOS INADEQUADOS FUMANDO DURANTE O ABASTECIMENTO

OBSTÁCULOS OCULTOS MANOBRA INADEQUADA

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c) Medidas de Segurança

UTILIZAR CONTRA-PESO FRONTAL PARA EVITAR EMPINAMENTO ATENÇÃO COM A CARGA, ENGATES E MANOBRAS

VERIFICAR ITENS DE SEGURANÇA E MANUTENÇÃO ATENÇÃO NA OPERAÇÃO E TROCA DE MARCHAS

EVITAR DESGOVERNAMENTO AO ESTACIONAR OBSERVAR OS LIMITES DE VELOCIDADE

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d) Máquinas e Implementos Agrícolas

ARADOS DE ARRASTO

GRADES DE DISCO

GRADES DE MOLAS

GRADES DE DENTES

ARADOS DE LEVANTE HIDRÁULICO

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Aparelhos Aplicadores de Defensivos Agrícolas e Roçadeira

Aplicadores de Defensivos na Agricultura Moderna

Aplicador de Defensivos Agrícolas Portátil e Aeroplano

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Ferramentas Agrícolas Manuais

Apesar da introdução da mecanização

no campo, as ferramentas e instrumentos

manuais são ainda largamente utilizadas.

Entre elas, as facas, facões, enxadas,

enxadões, ancinhos, foice, machados e

martelos. As suas formas e desenho, de um

modo geral, continuam praticamente os

mesmos no decorrer dos anos.

Embora provoquem lesões com incapacidade temporária estas ferramentas

não são de um modo geral causadoras de infortúnio graves se apenas empregadas

para trabalhar. Algumas em função de seu emprego constituem-se em fonte

permanente de acidentes.

É o caso do facão utilizado no corte da cana que

pode ser responsável pela incapacidade parcial e/ou

permanente causada por amputações traumáticas.

Estimam-se em 10% os acidentes do trabalho provocados por ferramentas

manuais, sendo importante considerar que esta estimativa é feita em função dos

casos comunicados oficialmente. Não são arrolados àqueles que não tratados

devidamente degeneram em infecções acarretando em muitos casos a amputação

de órgãos ou provocando o tétano.

Os riscos mais comuns provocados por essas ferramentas,

são: cortes, contusões, dilacerações, etc. impostos por suas

bordas cortantes. Dada a não existência de primeiros socorros

adequados e a quase inexistência de serviços médicos no meio

rural, existe o risco de que feridas leves se convertam em graves.

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Medidas de Segurança

Seus riscos poderiam ser minimizados, se medidas de segurança no

manuseio, transportes e utilização de locais adequados para sua guarda fossem

adotados, além das providências, a seguir:

a) A ferramenta deve ser utilizada somente para seu fim específico;

b) Ferramentas defeituosas devem ser reparadas ou substituídas;

c) No caso de algum defeito devem ser imediatamente recusadas;

d) Utilizar bainhas e outros dispositivos para transporte;

e) Conservá-las bem afiadas e em plenas condições de uso;

f) Manter os cabos firmes, bem conservados e acunhados;

g) Utilizar EPI (bainhas, botas, luvas, toucas, mangas, perneiras,

roupas especiais, etc.), conforme a necessidade;

h) Não jogar cigarros, sem antes apagá-los, na plantação;

i) Nunca jogar a ferramenta (entregá-la na mão).

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TRANSPORTE DE OPERÁRIOS

Ao transportar em veiculo

trabalhadores com suas ferramentas, deve-

se ter um cuidado especial para que as

ferramentas sejam colocadas de nodo a

não comprometerem a segurança. Após o

trabalho, as ferramentas e ou instrumentos

deverão ser guardados em local

especialmente reservado para este fim.

Para maior segurança, este lugar deve ser de fácil acesso, ao alcance das

mãos e que não ofereça risco as pessoas e animais em eventual contato com eles.

MEDIDAS PREVENTIVAS PARA O CAMPO

Como o acidente, do ponto de vista prevencionista é previsível, portanto, é

dever de todos a sua prevenção, podemos executar os trabalhos de maneira a

minimizar ou eliminar as causas que contribuem para sua ocorrência. Entre outras,

estas:

a) Construção de cercas de divisas

Quando uma linha elétrica passar sobre uma cerca cruzando-a, esta

deverá ser seccionada a cada 15 metros, de modo que, no caso de

algum condutor se romper e cair sobre a cerca esta não ficará

energizada em toda a sua extensão.

b) Fazer queimadas e desmates com segurança

Sempre que necessário esses procedimentos, tomar as devidas

cautelas, informando à concessionária de energia elétrica com

antecedência e evitar o contato com a mesma.

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c) Manter Faixas de Servidão

Preservar limpas as áreas próximas às redes de alimentação.

d) Manutenção da Rede Elétrica e Equipamentos

Evitar improvisações e gambiarras e quando necessário isolar a área

onde, eventualmente esteja sendo realizado alguma manutenção,

cercando-a e sinalizando-a, aterrando máquinas e equipamentos e

utilizando os EPI conforme as especificações e necessidades.

e) Defensivos Agrícolas

Os defensivos agrícolas podem ser

definidos como sendo todas as

substâncias químicas destinadas a

destruir os insetos, animais, doenças e

ervas daninhas que prejudicam as

culturas agropecuárias.

Estas substâncias em função do agente que combatem (insetos, ervas,

doenças, etc.) são divididas em: inseticidas (combate insetos e pragas), fungicidas

(combate as diferentes doenças que atacam as plantações), formicidas (combate as

formigas), herbicidas (combate as ervas daninhas), acaricidas (combate os ácaros),

nematicidas (combate os nematóides), raticidas (combate os ratos e outros

roedores).

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Essas substâncias atacam o ser humano pelas diferentes vias de penetração ,

conforme já estudado e seus efeitos variam conforme a substância, tempo de

exposição e condição física individual do aplicador.

As principais medidas de segurança são:

Seleção, organização e armazenagem dos defensivos em local seguro,

adequado e longe de crianças e animais;

Utilizar o defensivo apropriado ao uso que se destina;

Ler atentamente e seguir as recomendações do fabricante;

Manter o defensivo no seu recipiente original até a sua utilização e não

reutilizar as embalagens, dando-lhes destino correto;

Evitar fumar, beber ou alimentar-se quando manusear ou aplicar

defensivos agrícolas e lavar bem as mãos imediatamente após o seu

manuseio e/ou aplicação;

Utilizar equipamentos de proteção de modo a evitar, o máximo

possível, o contato do defensivo com qualquer das vias de

contaminação do nosso organismo;

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MANUAL DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NA INDÚSTRIA RURAL

Introdução

O uso seguro de produtos fitossanitários exige o uso correto dos

Equipamentos de Proteção Individual (EPI). As recomendações hoje existentes

para o uso de EPI são bastante genéricas e padronizadas, não considerando

variáveis importantes como o tipo de equipamento utilizado na operação, os níveis

reais de exposição e, até mesmo, as características ambientais e da cultura onde o

produto será aplicado. Estas variáveis acarretam muitas vezes gastos

desnecessários, recomendações inadequadas e podem aumentar o risco do

trabalhador, ao invés de diminuí-lo.

Este material foi desenvolvido com os seguintes objetivos:

aprofundar a discussão sobre o uso adequado dos EPI;

otimizar os investimentos em segurança;

aumentar o conforto do aplicador;

combater o uso incorreto, que vai desde o não uso até o uso

exagerado de EPI;

melhorar a qualidade dos EPI no mercado;

incentivar o uso da receita agronômica para recomendar de forma

criteriosa os EPI necessários para cada aplicação;

acabar com alguns mitos.

Ao final, esperamos ajudá-lo a identificar e avaliar de forma mais criteriosa o

risco, em função dos níveis de exposição ao produto fitossanitário e da operação a

ser executada na lavoura, assim como a maneira pela qual você recomenda,

adquire, usa (veste, tira, lava, guarda) e descarta os EPI.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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Por que usar EPI?

EPI são ferramentas de trabalho que visam proteger a saúde do trabalhador

rural, que utiliza os Produtos Fitossanitários, reduzindo os riscos de intoxicações

decorrentes da exposição.

As vias de exposição são:

O uso de EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasileira através de

suas Normas Regulamentadoras*.

O não cumprimento poderá acarretar em ações de responsabilidade cível e

penal, além de multas aos infratores.

* NR 6

Risco

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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O risco de intoxicação é definido como a probabilidade estatística de uma

substância química causar efeito tóxico. O Risco é uma função da toxicidade do

produto e da exposição.

Risco = f (toxicidade; exposição)

A toxicidade é a capacidade potencial de uma substância causar efeito

adverso à saúde. Em tese, todas as substâncias são tóxicas, e a toxicidade

depende basicamente da dose e da sensibilidade do organismo exposto. (Quanto

mais tóxico um produto, menor é a dose necessária para causar efeitos adversos).

Sabendo-se que não é possível ao usuário alterar a toxicidade do produto, a

única maneira concreta de reduzir o risco é através da diminuição da exposição.

Para reduzir a exposição o trabalhador deve manusear os produtos com cuidado,

usar equipamentos de aplicação bem calibrados e em bom estado de conservação,

além de vestir os EPI adequados.

RISCO TOXICIDADE EXPOSIÇÃO

ALTO ALTA ALTA

ALTO BAIXA ALTA

BAIXO ALTA BAIXA

BAIXO BAIXA BAIXA

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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Responsabilidades

A legislação trabalhista prevê que:

É obrigação do empregador:

fornecer os EPI adequados ao

trabalho

instruir e treinar quanto ao uso dos

EPI

fiscalizar e exigir o uso dos EPI

repor os EPI danificados

É obrigação do trabalhador:

usar e conservar os EPI

Quem falhar nestas obrigações poderá ser responsabilizado

O empregador poderá responder na área

criminal ou cível, além de ser multado

pelo Ministério do Trabalho.

O funcionário está sujeito a sanções

trabalhistas podendo até ser demitido por

justa causa.

É recomendado que o fornecimento de

EPI, bem como treinamentos ministrados,

sejam registrados através de

documentação apropriada para eventuais

esclarecimentos em causas trabalhistas.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

23

Os responsáveis pela aplicação devem ler e seguir as informações contidas

nos rótulos, bulas e nas Fichas de Informação de Segurança de Produto (FISPQ)

fornecidas pelas indústrias, sobre os EPI que devem ser utilizados para cada

produto.

O papel do Engenheiro

Agrônomo durante a emissão da receita

é fundamental para indicar os EPI

adequados pois, além das

características do produto, como a

toxicidade, a formulação e a

embalagem, o profissional deve

considerar os equipamentos disponíveis

para a aplicação (costal, trator de

cabina aberta ou fechada, tipo de

pulverizadores e bicos), as etapas da

manipulação e as condições da lavoura,

como o porte, a topografia do terreno, etc.

Aquisição dos EPI

Os EPI existem para proteger a saúde do trabalhador e devem ser testados e

aprovados pela autoridade competente para comprovar sua eficácia.

O Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos EPI disponíveis no mercado

através da emissão do Certificado de Aprovação (C.A.). O fornecimento e a

comercialização de EPI sem o C.A. é considerado crime e tanto o comerciante

quanto o empregador ficam sujeitos às penalidades previstas em lei.

A indústria de produtos fitossanitários incentiva seus canais de distribuição a

comercializarem EPI de qualidade e a custos compatíveis.

Principais equipamentos de proteção individual

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Abaixo, estão listados os principais itens de EPI disponíveis no mercado, além

de informações e descrições importantes para assegurar a sua identificação e o uso:

Luvas

Um dos equipamentos de proteção mais importantes, pois protege as partes

do corpo com maior risco de exposição: as mãos.

Existem vários tipos de luvas no mercado e a utilização deve ser de acordo

com o tipo de formulação do produto a ser manuseado.

A luva deve ser impermeável ao produto

químico. Produtos que contêm solventes orgânicos,

como por exemplo os concentrados emulsionáveis,

devem ser manipulados com luvas de BORRACHA

NITRÍLICA ou NEOPRENE, pois estes materiais são

impermeáveis aos solventes orgânicos. Luvas de

LÁTEX ou de PVC podem ser usadas para produtos

sólidos ou formulações que não contenham

solventes orgânicos.

De modo geral, recomenda-se a aquisição

das luvas de "borracha NITRILICA ou NEOPRENE",

materiais que podem ser utilizados com qualquer

tipo de formulação.

Existem vários tamanhos e especificações de luvas no mercado. O usuário

deve certificar-se sobre o tamanho ideal para a sua mão, utilizando as tabelas

existentes na embalagem.

Respiradores

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Geralmente chamados de máscaras, os respiradores têm o objetivo de evitar

a inalação de vapores orgânicos, névoas ou finas partículas tóxicas através das vias

respiratórias. Existem basicamente dois tipos de respiradores: sem manutenção

(chamados de descartáveis) que possuem uma vida útil relativamente curta e

recebem a sigla PFF (Peça Facial Filtrante), e os de baixa manutenção que

possuem filtros especiais para reposição, normalmente mais duráveis.

Os respiradores mais utilizados nas aplicações de

produtos fitossanitários são os que possuem filtros P2 ou P3.

Para maiores informações consulte o fabricante. Os

respiradores são equipamentos importantes mas que podem

ser dispensados em algumas situações, quando não há

presença de névoas, vapores ou partículas no ar, por

exemplo:

a) aplicação tratorizada de produtos granulados incorporados ao solo;

b) pulverização com tratores equipados com cabines climatizadas.

Devem estar sempre limpos, higienizados e os

seus filtros jamais devem estar saturados.

Antes do uso de qualquer tipo de respirador, o

usuário deve estar barbeado, além de realizar um

teste de ajuste de vedação, para evitar falha na

selagem.

Quando estiverem saturados, os filtros devem

ser substituídos ou descartados.

É importante notar que, se utilizados de forma inadequada, os respiradores

tornam-se desconfortáveis e podem transformar-se numa verdadeira fonte de

contaminação.

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O armazenamento deve ser em local seco e limpo, de preferência dentro de

um saco plástico.

Viseira facial

Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o manuseio e a

aplicação.

A viseira deve ter a maior transparência possível e

não distorcer as imagens. Deve ser revestida com viés

para evitar corte. O suporte deve permitir que a viseira

não fique em contato com o rosto do trabalhador e

embace. A viseira deve proporcionar conforto ao usuário e

permitir o uso simultâneo do respirador, quando for

necessário.

Quando não houver a presença ou emissão de vapores ou partículas no ar o

uso da viseira com o boné árabe pode dispensar o uso do respirador, aumentando o

conforto do trabalhador.

Existem algumas recomendações de uso de óculos de segurança para

proteção dos olhos. A substituição dos óculos pela viseira protege não somente os

olhos do aplicador mas também o rosto.

Jaleco e calça hidro-repelentes:

São confeccionados em tecido de algodão tratado para se tornarem hidro-

repelentes, são apropriados para proteger o corpo dos respingos do produto

formulado e não para conter exposições extremamente acentuadas ou jatos

dirigidos. É fundamental que jatos não sejam dirigidos propositadamente à

vestimenta e que o trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicação.

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Os tecidos de algodão com tratamento hidro-repelente ajudam a

evitar o molhamento e a passagem do produto tóxico para o interior da

roupa, sem impedir a transpiração, tornando o equipamento

confortável.

Estes podem resistir até 30 lavagens, se manuseados de forma

correta. Os tecidos devem ser preferencialmente claros, para reduzir a

absorção de calor e ser de fácil lavagem, para permitir a sua

reutilização.

Há calças com reforço adicional nas pernas, que podem ser usadas nas

aplicações onde exista alta exposição do aplicador à calda do produto (pulverização

com equipamento manual, por exemplo).

Jaleco e calça em não tecido

São vestimentas de segurança confeccionados em não

tecido (tipo Tyvek/Tychem QC). Existem vários tipos de não

tecidos e a diferença entre eles se dá pelo nível de proteção que

oferecem.

Além da hidro-repelência, oferecem impermeabilidade e

maior resistência mecânica à névoas e às partículas sólidas.

O uso de roupas de algodão por baixo da vestimenta

melhoram sua performance, com maior absorção do suor,

melhorando o conforto ao trabalhador com relação ao calor.

As vestimentas confeccionadas em não tecido têm durabilidade limitada e não

devem ser utilizadas quando danificadas.

As vestimentas de não tecido não devem ser passadas a ferro, não são a

prova ou retardantes de chamas, podem criar eletricidade estática e não devem ser

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usadas próximo ao calor, fogo, faíscas ou em ambiente potencialmente inflamável ou

explosivo, pois se auto-consumirão.

As vestimentas em não tecido devem ser destruídas em incineradores

profissionais para não causarem danos ao ambiente.

Boné árabe

Confeccionado em tecido de algodão tratado para tornar-se

hidro-repelente.

Protege o couro cabeludo e o pescoço de respingos e do sol.

Capuz ou touca

Peça integrante de jalecos ou macacões, podendo ser

em tecidos de algodão tratado para tornar-se hidro-repelente ou em

não tecido.

Substituem o boné árabe na proteção do couro cabeludo e pescoço.

Avental

Produzido com material resistente a solventes

orgânicos (PVC, bagum, tecido emborrachado aluminizado,

nylon resinado ou não tecidos), aumenta a proteção

do aplicador contra respingos de produtos

concentrados durante a preparação da calda ou de

eventuais vazamentos de equipamentos de aplicação costal.

Botas

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Devem ser impermeáveis, preferencialmente de

cano alto e resistentes aos solventes orgânicos, por

exemplo, PVC.

Sua função é a proteção dos pés. É o único

equipamento que não possui C.A.

Risco X exposição x operação

Os EPI não foram desenvolvidos para substituir os demais cuidados na

aplicação e sim para complementá-los, evitando-se a exposição. Para reduzir os

riscos de contaminação, as operações de manuseio e aplicação devem ser

realizadas com cuidado, para evitar ao máximo a exposição.

Atenção: Esta tabela não deve ser considerada como único critério para utilização dos EPI. As condições do ambiente de trabalho poderão exigir o uso de mais itens ou dispensar outros para aumentar a segurança e o conforto do aplicador. Leia as recomendações do rótulo e bula. Observe a legislação pertinente.

Uso dos EPI

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30

Para proteger adequadamente, os EPI deverão ser vestidos e retirados de

forma correta.

Veja como vestir os EPI:

Calça e Jaleco

A calça e o jaleco devem ser vestidos

sobre a roupa comum, fato que permitirá a

retirada da vestimenta em locais abertos. Os

EPI podem ser usados sobre uma bermuda e

camiseta de algodão, para aumentar o conforto.

O aplicador deve vestir primeiro a calça do EPI,

em seguida o jaleco, certificando-se este fique

sobre a calça e perfeitamente ajustado.

O velcro deve ser fechado com os cordões para dentro da roupa. Caso o

jaleco de seu EPI possua capuz, assegure-se que este estará devidamente vestido

pois, caso contrário, facilitará o acúmulo e retenção de produto, servindo como um

compartimento. Vale ressaltar que o EPI deve ser compatível com o tamanho do

aplicador.

Botas

Impermeáveis, devem ser calçadas sobre

meias de algodão de cano longo, para evitar atrito

com os pés, tornozelos e canela. As bocas da calça

do EPI sempre devem estar para fora do cano das

botas, a fim de impedir o escorrimento do produto

tóxico para o interior do calçado.

Avental Impermeável

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Deve ser utilizado na parte da frente do jaleco durante o preparo da calda e

pode ser usado na parte de traz do jaleco durante as aplicações com equipamento

costal.

Para aplicações com equipamento costal é fundamental que o pulverizador

esteja funcionando bem e sem apresentar vazamentos.

Respirador

Deve ser colocado de forma que os dois elásticos fiquem fixados

corretamente e sem dobras, um fixado na parte superior da cabeça e outro na parte

inferior, na altura do pescoço, sem apertar as orelhas.

O respirador deve encaixar perfeitamente na face do trabalhador, não

permitindo que haja abertura para a entrada de partículas, névoas ou vapores.

Para usar o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem barbeado.

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Viseira facial

Deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a

cabeça do trabalhador. A viseira deve ficar um pouco afastada do

rosto para não embaçar.

Boné árabe

Deve ser colocado na cabeça sobre a viseira. O velcro do

boné árabe deve ser ajustado sobre a viseira facial, assegurando

que toda a face estará protegida, assim como o pescoço e a

cabeça.

Luvas

Último equipamento a ser vestido, devem ser usadas de forma a evitar o contato do

produto tóxico com as mãos.

As luvas devem ser compradas de acordo com o tamanho

das mãos do usuário, (não podendo ser muito justas, para facilitar a

colocação e a retirada, e nem muito grandes, para não atrapalhar o

tato e causar acidentes).

As luvas devem ser colocadas normalmente para dentro das

mangas do jaleco, com exceção de quando o trabalhador pulveriza

dirigindo o jato para alvos que estão acima da linha do seu ombro

(para o alto).

Nesse caso, as luvas devem ser usadas para fora das

mangas do jaleco. O objetivo é evitar que o produto aplicado

escorra para dentro das luvas e atinja as mãos.

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Como retirar os EPI

Após a aplicação, normalmente a superfície

externa dos EPI está contaminada. Portanto, na

retirada dos EPI, é importante evitar o contato das

áreas mais atingidas com o corpo do usuário.

Antes de começar retirar os EPI, recomenda-se

que o aplicador lave as luvas vestidas.

Isto ajudará a reduzir os riscos de exposição acidental.

Veja agora a maneira correta para a retirada dos EPI:

Boné árabe

Deve-se desprender o velcro e retirá-lo com cuidado.

Viseira facial

Deve-se desprender o velcro e colocá-la em um local de

forma a evitar arranhões

Avental

Deve ser retirado desatando-se o laço e puxando-se o

velcro em seguida.

Jaleco

Deve-se desamarrar o cordão, em

seguida curvar o tronco para baixo e puxar a parte superior (os

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ombros) simultaneamente, de maneira que o jaleco não seja virado do avesso e a parte

contaminada atinja o rosto.

Botas

Durante a pulverização, principalmente com

equipamento costal, as botas são as partes mais atingidas

pela calda.

Devem ser retiradas em local limpo, onde o

aplicador não suje os pés.

Calça

]

Deve-se desamarrar o cordão e deslizar pelas pernas do

aplicador sem serem viradas do avesso.

Luvas

Deve-se puxar a ponta dos dedos das duas luvas aos

poucos, de forma que elas possam ir se desprendendo

simultaneamente.

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Não devem ser viradas ao avesso, o que dificultaria o próximo uso e contaminaria a

parte interna.

Respirador

Deve ser o último EPI a ser retirado, sendo guardado

separado dos demais equipamentos para evitar contaminações das

partes internas e dos filtros.

Importante: após a aplicação, o trabalhador deve tomar

banho com bastante água e sabonete, vestindo roupas LIMPAS

a seguir.

Lavagem e manutenção

Os EPI devem ser lavados e guardados corretamente,

para assegurar maior vida útil. Os EPI devem ser mantidos separados das roupas da

família.

Lavagem

A pessoa que for lavar os EPI, deve usar luvas a base de Nitrila ou Neoprene.

As vestimentas de proteção devem ser abundantemente enxaguadas com água

corrente para diluir e remover os resíduos da calda de pulverização.

A lavagem deve ser feita de forma

cuidadosa, preferencialmente com sabão neutro

(sabão de coco). As vestimentas não devem

ficar de molho. Em seguida, as peças devem ser

bem enxaguadas para remover todo o sabão.

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O uso de alvejantes não é recomendado, pois vai danificar o tratamento do tecido.

As vestimentas devem ser secas à sombra. Atenção: somente use máquinas de

lavar ou secar, quando houver recomendações do fabricante.

As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas com água abundante após

cada uso. É importante que a VISEIRA NÃO SEJA ESFREGADA, pois isto poderá

arranhá-la, diminuindo a transparência.

Os respiradores devem ser mantidos conforme instruções específicas que

acompanham cada modelo. Respiradores com manutenção (com filtros especiais para

reposição) devem ser higienizados e armazenados em local limpo. Filtros não saturados

devem ser envolvidos em uma embalagem limpa para diminuir o contato com o ar.

Testes comprovam que, quando as calças e jalecos

confeccionados em tecido de algodão tratado, para tornarem-se

hidro-repelentes, são passados a ferro (150 a 180°C), a vida útil é

maior. Somente as vestimentas de algodão podem ser passadas

a ferro.

Descarte

A durabilidade das vestimentas deve ser informada pelos fabricantes e checada

rotineiramente pelo usuário. Os EPI devem ser descartados quando não oferecem os

níveis de proteção exigidos. Antes de ser descartadas, as vestimentas devem ser lavadas

para que os resíduos do produto fitossanitário sejam removidos, permitindo-se o descarte

comum.

Atenção: antes do descarte, as vestimentas de proteção devem ser rasgadas para

evitar a reutilização.

Mitos:

Existem alguns mitos que não servem mais como desculpa para não usar EPI:

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EPI são desconfortáveis

Realmente os EPI eram muito desconfortáveis no passado, mas, atualmente,

existem EPI confeccionados com materiais leves e confortáveis. A sensação de

desconforto está associada a fatores como a falta de treinamento e ao uso incorreto.

O Aplicador não usa EPI

O trabalhador recusa-se a usar os EPI somente quando não foi conscientizado do

risco e da importância de proteger sua saúde. O aplicador profissional exige os EPI para

trabalhar. Na década de 80, quase ninguém usava cinto de segurança nos automóveis.

Hoje, a maioria dos motoristas usam e reconhecem a importância.

EPI são caros

Estudos comprovam que os gastos com EPI

representam, em média, menos de 0,05% dos

investimentos necessários para uma lavoura. Alguns casos

como a soja e milho, o custo cai para menos de 0,01%.

Insumos, fertilizantes, sementes, produtos fitossanitários,

mão-de-obra, custos administrativos e outros materiais

somam mais de 99,95%. O uso dos EPI é obrigatório e não

cumprimento da legislação poderá acarretar em multas e ações trabalhistas. Precisamos

considerar os EPI como insumos agrícolas obrigatórios.

Consideracões Finais

O simples fornecimento dos equipamentos de proteção individual não garante a

proteção da saúde do trabalhador e nem evita contaminações. Incorretamente utilizados,

os EPI podem comprometer ainda mais a segurança do trabalhador.

Acreditamos que o desenvolvimento da percepção do risco aliado a um conjunto de

informações e regras básicas de segurança são as ferramentas mais importantes para

evitar a exposição e assegurar o sucesso das medidas individuais de proteção a saúde do

trabalhador.

O uso correto dos EPI é um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a

reciclagem contínua dos profissionais que atuam na área de ciências agrárias através de

treinamentos e do acesso a informações atualizadas. Bem informado, o profissional de

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ciências agrárias poderá adotar medidas cada vez mais econômicas e eficazes para

proteger a saúde dos trabalhadores, além de evitar problemas trabalhistas.

AGROTÓXICOS

*Extraído da 2ª edição revista e atualizada da “Vigilância do Câncer relacionado ao Trabalho e ao

Meio Ambiente, do Ministério da Saúde, INCA – Instituto Nacional do Câncer, Rio de janeiro, 2010.

Definição

No Brasil, o Decreto Federal nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que

regulamenta a Lei Federal nº 7.802, de 11 de julho de 1989, em seu Artigo 1º, Inciso

IV, define o termo agrotóxico como:

Agrotóxicos e afins - produtos e agentes de processos físicos,

químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no

armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na

proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de

ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a

composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de

seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos

empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de

crescimento.

Ou seja: são substâncias utilizadas para combate de pragas (como insetos,

larvas, fungos, carrapatos) e para controle do crescimento de vegetação, entre

outras funções.

O termo agrotóxico, ao invés de defensivo agrícola, passou a ser utilizado no

Brasil a partir da Constituição Federal de 1988, sendo esta modificação fruto de

grande mobilização da sociedade civil organizada. Mais do que uma simples mu-

dança de terminologia, este termo coloca em evidência a toxicidade desses produtos

para o meio ambiente e para a saúde humana (FUNASA, 1998).

Popularmente, os agrotóxicos são também chamados de venenos, remédios,

defensivos ou pesticidas.

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Usos mais frequentes

A maior utilização dos agrotóxicos é na agricultura. São também utilizados na

saúde pública (controle de vetores), no tratamento de madeira, no armazenamento

de grãos e sementes, na produção de flores, no combate a piolhos e outros

parasitas no homem e na pecuária (SVS, 1997).

O Brasil está entre os principais consumi- dores mundiais de agrotóxicos.

Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa

Agrícola (SINDAG), em 2007 o país consumiu cerca de 5,4 bilhões de dólares em

agro- tóxicos. Dessa forma, o Brasil aparece em 2º lugar no ranking dos dez

principais países consumi- dores, que representam 70% do mercado mundial de

agrotóxicos (ANVISA, 2008).

Exposição ocupacional

Uma das principais vias de exposição a essas substâncias ocorre através do

trabalho. Entre os grupos de profissionais que têm contato com os

agrotóxicos, destacam-se (FUNASA, 1998):

Trabalhadores da agricultura e pecuária. Trabalhadores de saúde

pública. Trabalhadores de firmas desinsetizadoras.

Trabalhadores de transporte e comércio dos agrotóxicos.

Trabalhadores de indústrias de formulação de agrotóxicos.

Entre os agricultores, a exposição aos agrotóxicos pode ocorrer de diversas

formas, desde a manipulação direta (preparo das “caldas”, aplicação dos produtos)

até através de armazenamento inadequado, do reaproveitamento das embalagens,

da contaminação da água e do contato com roupas contaminadas (MEYER et al.,

2003; BRITO et al., 2006).

Além da exposição ocupacional, outros grupos populacionais têm risco

aumentado de intoxicação. Merecem destaque os familiares dos agricultores e os

vizinhos de locais nos quais o agrotóxico é aplicado. Além disso, toda a população

tem a possibilidade de sofrer intoxicação, seja através da ingestão de água e

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alimentos contaminados ou da utilização de inseticidas em sua residência etc.

Assim, os efeitos nocivos dos agrotóxicos sobre a saúde não dizem respeito

somente aos trabalhadores, mas à população em geral.

Toxicidade dos agrotóxicos

A exposição aos agrotóxicos pode ocorrer pelas vias digestiva, respiratória,

dérmica ou por contato ocular (THUNDIYIL et al., 2008), podendo determinar

quadros de intoxicação aguda, subaguda e crônica.

Na intoxicação aguda os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após

a exposição excessiva e por curto período aos produtos tóxicos. Os sinais e

sintomas clínico-laboratoriais são mais facilmente reconhecidos, o diagnóstico é

mais simples de ser estabelecido e o tratamento melhor definido.

Na intoxicação crônica o surgimento dos sintomas é tardio, podendo levar

meses ou anos, e caracterizam-se por pequenas ou moderadas exposições a um

produto ou a múltiplos produtos, acarretando por vezes danos irreversíveis, como

distúrbios neurológicos e câncer (FUNASA, 1998; ECOBICHON, 2001).

Importante: a intoxicação por agrotóxico pode ser confundida com

outras intoxicações. Para a realização do diagnóstico deve-

se considerar um histórico ocupacional e de exposição ambiental de

todos os pacientes que apresentarem sinais e sintomas sugestivos,

principalmente em áreas rurais.

Registro das intoxicações no país

Atualmente, dois sistemas de informação registram intoxicação por

agrotóxicos no Brasil: (1) Sistema Nacional de Informações Tóxico-

Farmacológicas (Sinitox) e (2) Sistema de Informação de Agravos de Notificação

(Sinan).

O Sinitox, criado em 1980 e vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é

responsável pela compilação, análise e divulgação de casos de intoxicação e

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envenenamento registrados pela Rede Nacional de Centros de Informação e

Assistência Toxicológica (Renaciat).

No ano de 2007, foram notificados no Brasil 9.670 casos de intoxicação por

agro- tóxicos (de uso agrícola ou doméstico), respondendo por aproximadamente

8,7% dos casos de intoxicação notificados.

A intoxicação por agrotóxico, embora não seja um agravo de notificação

compulsória em todo o país, é considerada agravo de interesse nacional e notificada

pelas unidades de saúde no Sinan (Portaria nº 777/ GM, de 28 de abril de 2004).

No ano de 2007, foram registrados 4.524 casos de intoxicação por

agrotóxicos no Sinan (MS, 2008).

Subnotificação: o Ministério da Saúde estima que, para cada evento de

intoxicação por agrotóxico notificado, há outros 50 não notificados.

Agrotóxicos e câncer

A exposição aos agrotóxicos pode ser

considerada como uma das condições

potencialmente associadas ao desenvolvimento

do câncer por sua possível atuação como

iniciadores – substâncias capazes de alterar o

DNA de uma célula, podendo originar o tumor –

e/ou como promotores tumorais – substâncias

que estimulam a célula alterada a se dividir de forma desorganizada (KOIFMAN;

HATAGIMA, 2003).

O longo tempo entre a exposição a cancerígenos e o início dos sintomas

clínicos dificulta o estabelecimento do nexo causal entre a exposição aos

agrotóxicos e o desenvolvimento de câncer. Isso se deve à etiologia multifatorial do

câncer (genéticos, ambientais e modos de vida); à utilização de muitos princípios

ativos de agro- tóxicos alternados ou concomitante ao longo do período de

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exposição; a diferentes frequências de exposição a fatores protetores (como frutas e

ver- duras) e agravantes, como o tabaco (INCA, 2006).

Classificação dos agrotóxicos

Agrotóxicos podem ser agrupados de di- versas maneiras e uma das mais

utilizadas é a classificação segundo o grupo químico ao qual pertencem e o tipo de

ação (natureza da praga controlada). De acordo com a Fundação Nacional de Saúde

(FUNASA, 1998), esta forma de classificar os agrotóxicos é importante e pode ser

útil para o diagnóstico das intoxicações e para a adoção de tratamento específico,

como mostra o Quadro 1.

Quadro 1 – Principais categorias de agrotóxicos quanto à sua ação e ao grupo químico ao qual pertencem

Tipo de ação (Classe) Principais grupos químicos Exemplos (produtos/substâncias)

Inseticidas Organofosforados Azodrin, Malathion, Parathion, Nuvacron, Tamaron, Hostation, Lorsban

(controle de insetos, Carbamatos Carbaryl, Furadan, Lannate, Marshal

larvas e formigas)

Organoclorados1 Aldrin, Endrin, DDT, BHC, Lindane

Piretroides (sintéticos) Decis, Piredam, Karate, Cipermetrina

Fungicidas Ditiocarbamatos Maneb, Mancozeb, Dithane, Thiram, Manzate

(combate aos fungos) Organoestânicos Brestan, Hokko Suzu

Dicarboximidas Orthocide, Captan

Herbicidas Bipiridílios Gramoxone, Paraquat, Reglone, Diquat

(combate às

Glicina substituída Roundup, Glifosato, Direct ervas daninhas)

Derivados do ácido fenoxiacético Tordon, 2,4-D, 2,4,5-T 2

Dinitrofenóis Bromofenoxim, Dinoseb, DNOC

Triazina Stopper, Sinerge, Ametron

1Seu uso tem sido progressivamente restringido ou mesmo proibido em vários países, inclusive no Brasil.

2A mistura de 2,4-D com 2,4,5-T representa o principal componente do agente laranja, utilizado como

desfolhante na Guerra do Vietnã. Fonte: Funasa, 1998; Peres, 1999; Anvisa, 2005.

INSETICIDAS

Organoclorados

São agrotóxicos de lenta degradação, com capacidade de acumulação nos

seres vivos e no meio ambiente, podendo persistir por até 30 anos no solo. São

altamente lipossolúveis e o homem pode ser contaminado não só por contato direto,

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mas também através da cadeia alimentar – ingestão de água e alimentos

contaminados (VERDES et al., 1990; REIGART; ROBERTS, 1999).

Esses inseticidas foram utilizados por várias décadas na saúde pública para o

controle de vetores de doenças endêmicas, como a malária (MATOS et al., 2002),

assim como na agricultura. O DDT (inseticida organoclorado) foi banido em vários

países a partir da década de 1970.

No Brasil, a maioria dos organoclorados de uso na agricultura teve a

comercialização, uso e distribuição proibidos pela Portaria nº 329, de 2 de setembro

de 1985. As restrições quanto à sua utilização originam-se da sua grande

capacidade residual e de uma possível ação carcinogênica (NUNES; TAJARA,

1998).

Entretanto, algumas substâncias, como o endossulfam e o dicofol, foram

liberadas em caráter emergencial para comercialização, distribuição e uso em

algumas culturas (Portaria nº 95, de 21 de novembro de 1985).

Efeitos sobre a saúde humana:

Intoxicação aguda: irritabilidade, sensação de dormência na língua, nos

lábios e nos membros inferiores, desorientação, dor de cabeça

persistente (que não cede aos analgésicos comuns), fraqueza,

vertigem, náuseas, vômitos, contrações musculares involuntárias,

tremores, convulsões, coma e morte. Em caso de inalação, podem

ocorrer sintomas como tosse, rouquidão, edema pulmonar,

broncopneumonia e taquicardia (SVS, 1997; MATOS et al, 2002).

Intoxicação crônica: alterações no sistema nervoso, alterações

sanguíneas diversas, como aplasia medular, lesões no fígado, arritmias

cardíacas e lesões na pele (SVS, 1997).

Carcinogênese: a IARC classifica alguns organoclorados como

pertencentes ao grupo “2B” (possivelmente cancerígeno para a espécie

humana). O DDT, por exemplo, pertence a este grupo por estar

associado ao desenvolvimento de câncer de fígado, de pulmão e linfo-

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mas em animais de laboratório. Outros organoclorados pertencentes ao

grupo 2B são Clordane, Heptacloro, Hexaclo- robenzeno, Mirex (IARC,

2009). O endossulfam é um inseticida e acaricida do grupo dos

organoclorados que ainda é comercializado no Brasil. A Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (An- visa) vêm propondo a reavaliação

deste químico, visando à sua proibição no país, por se mostrar como

risco à saúde humana, incluindo potencial carcinogênico (ANVISA,

2009a).

Organofosforados e Carbamatos

São agrotóxicos amplamente utilizados na agricultura e podem ser absorvidos

por inalação, ingestão ou exposição dérmica (FELDMAN, 1999).

Após absorvidos, são distribuídos nos te- cidos do organismo pela corrente

sanguínea e sofrem biotransformação, principalmente no fígado. A principal via de

eliminação é a renal (MATOS et al., 2002).

A principal ação dos organofosforados (OF) e carbamatos no organismo

humano é a inibição da acetilcolinesterase (ACE) nas terminações nervosas. Sendo

a ACE responsável pelo fim da atividade biológica do neurotransmissor acetilcolina

(AC), sua inibição leva a um acúmulo de AC nas sinapses. A AC atua na mediação

do impulso nervoso e este acúmulo desencadeia uma série de efeitos: sinais e

sintomas que mimetizam ações muscarínicas, nicotínicas e ações do SNC da

acetilcolina (ECOBICHON, 2001).

Efeitos sobre a saúde humana:

Intoxicação aguda: as intoxicações agudas por carbamatos podem

levar a sinais e sintomas que incluem diarreia, náusea, vômito, dor

abdominal, salivação e sudorese excessivos, visão borrada, dificuldade

respiratória, dor de cabeça, fasciculações musculares (ELLENHORN,

1997). Para os OF, os sinais e sintomas de intoxicação aguda podem

ser divididos em três estágios (ELLENHORN, 1997):

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Leve: fadiga, dor de cabeça, visão borrada, dormência de

extremidades, náusea, vômitos, salivação e sudorese

excessivos.

Moderada: fraqueza, dificuldade para falar, fasciculação

muscular, miose.

Severa: inconsciência, paralisia flácida, dificuldade respiratória,

cianose.

Síndrome intermediária e neurotoxidade retardada por OF.

Além desses sintomas clássicos, recentemente sinais de neurotoxidade

persistente vêm sendo relacionados aos organofosforados (ECOBICHON, 2001). O

segundo estágio de intoxicação por OF é a síndrome intermediária, que pode ocorrer

24 a 96 horas após a crise aguda, tendo duração aproximada de 6 semanas

e apresenta-se como uma sequência de sinais neurológicos e fraqueza muscular. O

terceiro estágio clínico descrito é a neurotoxidade retardada induzida por

organofosforados (OPIDN). Os sintomas da OPIDN podem surgir de 2 a 5 semanas

após a exposição aguda, apresentando um quadro clínico que inclui fraqueza

progressiva, paralisia distal flácida de membros inferiores e superiores e paralisia de

músculos respiratórios. A recuperação pode ser demorada (de meses a anos),

podendo não ocorrer total reversão do quadro. Assim, é importante que pacientes

intoxicados agudamente por OF sejam acompanhados por semanas durante a

recuperação de uma intoxicação aguda, para que se observe se ocorrerá a evolução

do quadro para algum dos estágios citados.

Carcinogênese: alguns organofosforados e carbamatos estão

presentes na revisão da IARC (2009):

Diclorvós (organofosforado): Grupo 2B (possivelmente

cancerígeno para o homem).

Malation, Paration (organofosforados); Aldicarb, Carbaril, Maneb

(carbamatos): Grupo 3 (não classificado como carcinogênico

para o homem).

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Apesar de não incluído na lista da IARC, o agrotóxico Acefato é classificado

como Possível Carcinógeno Humano, ou classe C pela Agência de Proteção

Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency – EPA).

A EPA inclui nessa classe as substâncias para as quais há evidências de

carcinogenicidade obtidas em estudos experimentais, mas que não foram

adequadamente avaliadas em estudos com seres humanos.

Não existem, até o momento, estudos epidemiológicos que tenham

investigado a associação entre exposição ao acefato e a ocorrência de câncer em

seres humanos (ANVISA, 2009b).

Piretroides

Tiveram seu uso crescente nos últimos 20 anos e, além da agropecuária, são

também muito utilizados em ambientes domésticos (MATOS et al., 2002; TRAPÉ,

2005), nos quais seu uso abusivo vem causando au- mento nos casos de alergia em

crianças e adultos (FUNASA, 1998).

São facilmente absorvidos pelas vias digestiva, respiratória e cutânea. Os

sintomas de intoxicação aguda ocorrem principal- mente quando sua absorção se dá

por via respiratória. São compostos estimulantes do sistema nervoso central e, em

doses altas, podem produzir lesões no sistema nervoso periférico (MATOS et al.,

2002; SVS, 1997).

Efeitos sobre a saúde humana:

Intoxicação aguda: os principais sinais e sintomas incluem dormência

nas pálpebras e nos lábios, irritação das conjuntivas e mucosas,

espirros, coceira intensa, manchas na pele, edema nas conjuntivas e

nas pálpebras, excitação e convulsões.

Intoxicação crônica: segundo MATOS et al. (2002), não estão descritas

evidências de toxicidade crônica com o uso de piretroides. Outros

autores, como Trapé (2005), citam alguns efeitos de exposições de

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longo prazo: neurites periféricas e alterações hematológicas do tipo

leucopenias.

Carcinogênese: os piretroides parecem não estarem associados ao

desenvolvi- mento de câncer. A IARC classifica os agrotóxicos

deltametrina e permetrina no grupo 3 (não carcinogênicos para o

homem).

Herbicidas

São usados no controle de espécies não desejadas no campo e para

realização de “capina química”. Nas últimas duas décadas, esse grupo tem tido sua

utilização crescente na agricultura. Alguns herbicidas comercia- lizados no Brasil:

Paraquat.

Glifosato.

Triazinas.

Derivados do ácido fenoxiacético.

Existem várias suspeitas de mutagenicidade, teratogenicidade e

carcinogenicidade relacionadas a esses produtos. Dentre os herbicidas, alguns

grupos químicos merecem atenção especial pelos efeitos adversos à saúde,

descritos a seguir.

Efeitos sobre a saúde humana:

Bipiridílios (Paraquat) – este produto é considerado como um dos

agentes de maior toxicidade específica para os pul- mões. Pode ser

absorvido por ingestão, inalação ou contato com a pele. Pro- voca

lesões hepáticas, renais e fibrose pulmonar irreversível, podendo levar

à morte por insuficiência respiratória em até duas semanas após a

exposição, em casos graves (FUNASA, 1998; MATOS et al., 2002).

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Glicina substituída (glifosato) – co-mercializado principalmente com os

nomes Glifosato ou Roundup, é o herbicida mais utilizado nos Esta-

dos Unidos e no mundo (COX, 2004). Seu uso se dá na agricultura de

grande porte, mas também na agri- cultura familiar, sendo considerado

por muitos agricultores e agrônomos como um produto quase

“inofensivo” ao homem (SILVA, 2007).

Sintomas de exposição ao glifosato incluem irritação dos olhos, visão borrada,

erupções cutâneas, náusea, inflamação ou dor de garganta, asma, dificuldade para

respirar, dor de cabeça e vertigens.

Estudos recentes demonstram existir relação entre a exposição ao glifosato e

o desenvolvimento de Linfoma não Hodgkin e mieloma múltiplo (COX, 2004; CLAPP,

2007). Além disso, pesquisadores sugerem que o glifosato formulado provoca as

primeiras etapas de cancerização de células, pois ativa o que se chama de

checkpoint, ou seja, as proteínas de controle (Eco- Portal.net, 2007).

Triazinas – as triazinas são herbicidas muito persistentes no ambiente

e consideradas contaminantes ambientais importantes, principalmente

poluente de ambientes aquáticos (PestNews).

Pesquisas que investigam a associação desses compostos com o desenvolvi-

mento de câncer ainda são controversas, tanto em animais quanto em seres

humanos. Alguns artigos de revisão sugerem uma associação das triazinas e o

câncer de ovário (CLAPP, 2007; MILLIGI, 2006). Entretanto, outros estudos e

publicações não encontraram associação entre atrazinas e câncer. Mais estudos

sobre o tema precisam ser desenvolvidos para que se chegue a resultados

conclusivos (Pan-UK; EPA, 2009; RUSIECKI et al., 2004).

Derivados do ácido fenoxiacético – um dos principais produtos é o 2,4

D, muito usado no país em pastagens e plantações de cana-de-açúcar.

O quadro de intoxicação aguda dos derivados do ácido fenoxiacético inclui:

cefaleia, tontura, fraqueza, náuseas, vômitos, dor abdominal, lesões hepáticas e

renais. Casos graves podem apresentar convulsões, coma e podem evoluir para

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óbito em 24 horas. Os efeitos crônicos incluem neuropatia periférica, disfunção

hepática e maior risco de desenvolver linfomas tipo Hodgkin e não Hodgkin, sarcoma

de partes moles e mieloma múltiplo (MATOSet al., 2002; MILIGI et al., 2006).

Medidas de controle

Considerando seu potencial cancerígeno a longo prazo e intoxicante a curto

prazo, a atitude mais adequada é não utilizar agro- tóxicos. Proteções individuais ou

barreiras locais não impedem que a substância atinja lençóis freáticos e atue em

áreas muito distantes da original.

Outros veículos importantes são o solo e

o ar contaminado. Dessa forma, as medidas de

controle são paliativos que devem ser adotados

num período de- terminado, tendo em conta

que uma política maior de proibição do uso e

estímulo a culturas livres de agrotóxico

precisam ser implantadas nas regiões.

Medidas paliativas que não podem ser desprezadas:

Não comer, beber ou fumar durante o manuseio e aplicação do(s)

produto(s).

Não desentupir bicos, orifícios e válvulas dos equipamentos com a

boca.

Quando aplicar os agrotóxicos, observar a direção dos ventos (aplicar

contra o vento). Não aplicar os produtos na presença de ventos fortes.

Não aplicar os produtos nas horas mais quentes do dia.

Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), conforme indicação

do produto a ser utilizado.

Indispensável o uso de luvas impermeáveis e botas de borracha.

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50

Trocar e lavar as roupas de proteção separadamente de outras roupas

não contaminadas.

Tomar banho imediatamente após o contato com os agrotóxicos.

Manter os equipamentos individuais e as embalagens de agrotóxicos

adequadamente fechadas, em local tranca- do, fora da casa e longe do

alcance de crianças e animais.

Não reutilizar as embalagens vazias.

Não queimar, enterrar ou jogar nos rios as embalagens vazias de

agrotóxicos. Informe-se sobre como devolvê-las em sua comunidade

ou município.

Legislação

A Constituição Federal Brasileira atribuiu ao Poder Público a obrigação de

controlar as substâncias que comportem risco à vida, à qualidade de vida e ao meio

ambiente, no que se inclui o controle dos pro- dutos fitossanitários.

A Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989, relativa a produtos fitossanitários e

outros produtos, instituiu a exigência de que os mesmos sejam previamente

registrados para fins de produção, importação, exportação, comercialização e

utilização, atendidas as diretrizes e exigência dos órgãos federais responsáveis

pelos setores da saúde, da agri- cultura e do meio ambiente. Por este instituto legal,

os setores da saúde e do meio ambiente possuem a prerrogativa legal de avaliarem

se suas diretrizes e exigências estão satis- fatoriamente atendidas para a concessão

de determinado registro, avaliando inte- gralmente as possíveis repercussões que o

produto agrotóxico possa ter e assegurando à autoridade pública um nível adequado

de informação sobre as características e nível tóxico de cada produto comercializado

no país, de modo a garantir a sua qualidade e minimizar seus riscos para a saúde

humana e para o meio ambiente.

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51

De acordo com os termos da Lei, especialmente no que se refere às situações

dentro das quais fica proibida a concessão do registro, e que dizem respeito a

aspectos relativos à periculosidade do produto à saúde humana e/ou ao meio

ambiente, verifica-se que o registro constitui um procedimento básico de controle,

destinado a impedir que produtos dotados de riscos inaceitáveis sejam produzidos,

importados, exportados, comercializados ou utilizados.

Dentre estas previsões constitucionais encontra-se o Artigo 225,

§ 1o, inciso V estabelecendo que: “Todos têm direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à

sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o

de- ver de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações.

§1o incumbe ao Poder Público: [....] V- controlar a produção, a

comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que

comportem risco para a vida, a qualidade de vida e meio ambiente”. e o

Artigo 196, que determina: “A saúde é Direito de todos e dever do

Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a

redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal

igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação”.

Para efeito de verificação e avaliação das características toxicológicas,

ecotoxicológicas e agronômicas dos produtos, e dos possíveis riscos ao ser humano

e ao meio ambiente, as autoridades governamentais competentes baseiam-se em

dados e estudos apresentados pelas empresas, de acordo com normas e

procedimentos estabelecidos, que foram fixados visando a assegurar a qualidade e

a confiabilidade dessas informações e, consequentemente, a própria qualidade e

confiabilidade da avaliação.

O estabelecimento de determinados padrões para os produtos é garantia de

proteção à saúde pública, ao consumidor e ao meio ambiente. A adoção do método

de menor rendimento ou menor qualidade pode acarretar a perda de competitividade

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52

do pro- duto. Assim como pode elevar a toxicidade do agrotóxico, caso não haja um

controle das impurezas presentes.

A Portaria Interministerial no 17, de 16 de março de 2000, assinada pelos

ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde, do Meio Ambiente e

pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República, constituiu uma Comissão

Interministerial com a incumbência de, entre outros propósitos.

I. Harmonizar e racionalizar procedimentos no sentido de tornar ágeis e

eficientes os processos de registro, reavaliação e adaptação de registro

de produtos agrotóxicos.

II. Apresentar proposta de procedimentos a adotar com relação ao

registro de produtos agrotóxicos similares.

III. Sugerir ajustes no Decreto no 98.816, de 11 de janeiro de 1990, que

regulamenta a Lei dos Agrotóxicos - no 7.802, de 11 de julho de 1989.

O Decreto no 4.074, de 4 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei nº 7.802,

de 2002, introduziu uma série de modificações no atual sistema de registro vigente

no Brasil, com vista a adequar a legislação nacional à normativa Mercosul,

consagrando o princípio do registro por equivalência, modificando substancialmente

o próprio modelo de registro vigente até o momento, no que se refere à tramitação

dos processos e à intervenção dos órgãos envolvidos.

No seu inciso VI, vê-se a criação do Comitê Técnico de Assessoramento para

Agrotóxicos (CTA), composto por representantes dos órgãos federais responsáveis

pelos setores de Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, com o qual se visa à

harmonização do inter-relacionamento desses órgãos no que se refere aos

procedimentos técnico- -científicos e administrativos concernentes a agrotóxicos,

seus componentes e afins. Sendo de sua competência:

A sistemática proposição de incorporação de tecnologias de ponta nos

processos de análise, controle e fiscalização, bem como quando

relaciona- das a outras atividades cometidas aos Ministérios da

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53

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde e do Meio Ambiente

pela Lei no7.802, de 1989.

A análise de propostas de edição e de alteração de atos normativos e a

sugestão de ajustes e adequações considera- das cabíveis.

A elaboração de critérios para a diferenciação desses produtos em

classes, em função de sua toxicidade, periculosidade, utilização e

modo de ação.

O assessoramento aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, da Saúde e do Meio Ambiente, incluí- da a

manifestação sobre concessão de registro para uso emergencial,

pedidos de terceiros para cancelamento ou impugnação de registro e a

reavaliação de registro frente a novos dados indicativos de existência

de riscos.

O estabelecimento das diretrizes a se- rem observadas no Sistema de

Informações sobre Agrotóxicos (SIA), o acompanhamento e a

supervisão das suas atividades.

Manual de Armazenamento e Transporte de Embalagens de

Agrotóxicos e Produtos Veterinários

*Extraído do trabalho original: Dra. Roberta Mara Züge, Coordenadoria e Edição João Carlos da Rosa Sobrinho com edição Dra. Carmen Cortada e revisão Diego Cabral Ilustrações, Curitiba, 2009.

Objetivo

O Manual de Armazenamento e Transporte de Embalagens de Agrotóxicos e

Produtos Veterinários tem como objetivo orientar produtores e cooperativas quanto

ao correto armazenamento e transporte de embalagens dos agrotóxicos e produtos de

ordem veterinária que possuam pesticidas em seu princípio ativo, de acordo com a

legislação vigente.

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54

A Lei Federal n.º 9.974 de 06/06/00 e o Decreto n.º 4.074 de 08/01/02 estabelecem

exigências para o armazenamento e destinação segura de embalagens de agrotóxicos.

Tendo em vista a recente aprovação do Projeto de Lei 134 de 2007pela Comissão de

Agricultura e Reforma Agrária, que responsabiliza os fabricantes e importadores pela

destruição ou reciclagem das embalagens de produtos veterinários que possuem pesticidas

em seu princípio ativo, faz-se necessário uma nova ênfase aos produtores e cooperativas

quanto aos procedimentos mínimos necessários aplicados no destino dessas embalagens,

desde o armazenamento na própria propriedade até o transporte aos pontos de coleta.

Seguindo as recomendações apresentadas no manual, os usuários dos produtos

supracitados estarão contribuindo com a preservação do meio ambiente e da saúde

humana. A destinação final correta das embalagens possibilita a economia de produto

resultante da lavagem e, se lavadas adequadamente, as embalagens vazias podem ser

recicladas, contribuindo para o Desenvolvimento Sustentável.

Definições

Agrotóxicos e afins: produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos,

destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de

produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de

outros ecossistemas de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar

a composição da flora ou fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos

considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como

desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.

Armazenamento: guarda, manuseio e conservação segura de produtos

farmacêuticos.

Embalagem: invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento,

removível ou não, destinado a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter

especificamente ou não os produtos.

Pesticidas: substâncias químicas, de origem natural ou sintética, usadas para

prevenção, controle ou combate de pragas, sejam elas insetos, fungos, ervas

daninhas, ácaros, bactérias, nematóides, roedores, entre outras formas de

vida animal ou vegetal, indesejáveis ou prejudiciais à agricultura e à pecuária

(FEPA –Food and Environmenal Protection Act).

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55

Prazo validade do produto: data limite para utilização de um produto.

Produtos de uso veterinário: todos os preparados de fórmula simples ou

complexa, de natureza química, farmacêutica, biológica ou mista, com

propriedades definidas e destinados a prevenir, diagnosticar ou curar doenças

dos animais, ou que possam contribuir para a manutenção da higiene animal.

Sanitização: conjunto de procedimentos que visam à manutenção das

condições de higiene. Inclue desratização e desinsetização.

Receita: prescrição escrita de medicamento, contendo orientação de uso,

efetuada por profissional legalmente habilitado.

Medidas Aplicáveis e Responsabilidades

Medidas aplicáveis aos fabricantes

Os fabricantes devem providenciar o recolhimento e destruir ou reciclar

adequadamente as embalagens vazias devolvidas às unidades de recebimento.

Nos modelos de rótulos e bulas devem constar informações sobre os procedimentos

de lavagem, armazenamento, transporte, devolução e destinação final das embalagens

vazias.

É de responsabilidade do fabricante a implementação de programas educativos e

mecanismos de controle e estímulo à lavagem e à devolução das embalagens vazias por

usuários.

Medidas aplicáveis aos Revendedores/Comerciantes

As partes envolvidas no sistema de comercialização, como revendedores e

comerciantes, têm a responsabilidade de informar aos usuários sobre os procedimentos de

lavagem, acondicionamento, armazenamento, transporte e devolução das embalagens

vazias no ato da venda do produto.

Também devem informar o endereço da sua unidade de recebimento de embalagens

vazias para o usuário, fazendo constar esta informação no corpo da Nota Fiscal de venda do

produto.

Medidas aplicáveis aos usuários

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56

Os usuários devem fazer uso correto do produto, seguir as normas de

armazenamento e transporte, preparar as embalagens vazias para devolvê-las nas unidades

de recebimento e armazenar na propriedade, em local apropriado, as embalagens vazias até

a sua devolução.

Também devem transportar e devolver as embalagens vazias, com suas respectivas

tampas e rótulos, para a unidade de recebimento indicada na Nota Fiscal emitida pelos

revendedores/comerciantes, no prazo de até um ano, contado da data de sua compra. Se,

após esse prazo, remanescer produto na embalagem, é facultado sua devolução em até

seis meses após o término do prazo de validade.

É importante que o usuário mantenha os comprovantes de entrega das embalagens,

a receita agronômica ou veterinária e a nota fiscal de compra do produto para fins de

fiscalização e rastreabilidade.

Procedimentos para Armazenamento e Transporte

Os cuidados necessários para o uso correto e seguro do fitossanitário ou produto

veterinário se iniciam no momento da aquisição do produto:

Não adquira produtos que não possuam receita agronômica, veterinária ou de

um profissional habilitado;

Faça a exigência da nota fiscal, pois ela é uma garantia perante o código de

defesa do consumidor;

Evite a compra de produto em excesso;

Adquira os EPI (Equipamento de Proteção Individual) necessários para o

manuseio do produto;

Observe se as embalagens dos produtos estão em bom estado de

conservação e com rótulo e bula em condições legíveis;

Certifique-se de que o local de devolução das embalagens foi devidamente

informado pelo comerciante.

Os procedimentos para armazenamento e transporte serão especificados a seguir.

Transporte após aquisição

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57

Previna os riscos de acidentes e cumpra a legislação de transporte de

produtos perigosos quando necessário

Verifique as condições do veículo (freios, pneus, luzes, amortecedores,

extintores, etc.). É recomendado o transporte em veículo do tipo “camionete”,

em perfeitas condições de uso.

Organize as embalagens de forma segura no veículo. Cubra a carroceria com

uma lona impermeável, lembrando que esta deve estar bem presa à

carroceria.

É proibido o transporte de produtos fitossanitários/veterinários dentro das

cabines ou na carroceria, quando esta transportar pessoas, animais,

alimentos, rações ou medicamentos.

O transporte de produtos fitossanitários/veterinários deve ser feito sempre

com a nota fiscal do produto e o envelope de transporte.

Para o transporte de produtos perigosos (ficha de emergência com tarja

vermelha), a nota fiscal deve ter informações como o número da ONU, nome

próprio para embarque, classe ou subclasse do produto, além do grupo de

embalagens.

Dependendo da classificação, cada grupo de embalagem pode apresentar

uma quantidade isenta (limite de isenção) para o transporte, de acordo com o

quadro abaixo:

O transporte de produtos perigosos em quantidades acima dos limites de

isenção requer algumas exigências como: motorista com habilitação especial,

veículo com rótulos de riscos e painéis de segurança, kit de emergência

contendo EPI, cones e placas de sinalização, lanterna, pá, ferramentas, etc.

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58

Recomendações para o armazenamento

Embalagens cheias

O estabelecimento de depósito deve ficar em local livre de inundações e

separado de residências e instalações para os animais;

As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação

O piso deve ser cimentado e o telhado deve estar isento de goteiras para

permitir que o local permaneça sempre seco

Os produtos devem estar armazenados de forma organizada, separados

de alimentos, rações animais e sementes

O acesso ao local deve ser restrito, evitando a entrada de pessoas não

autorizadas, animais e crianças.

Mantenha sempre os produtos ou restos em suas embalagens de origem.

Nunca armazene restos de produtos cujas embalagens apresentarem

vazamentos ou não estiverem com tampa.

Sinalize o depósito com placas que evidenciem os riscos, por exemplo:

“CUIDADO VENENO”

Embalagens vazias

O preparo das embalagens está diretamente ligado aos diversos tipos

existentes. Para feito de classificação e preparo, as embalagens podem ser

divididas em não laváveis e laváveis.

Laváveis: embalagens rígidas (plásticas, metálicas

e de vidro) que acondicionam formulações líquidas

de agrotóxicos para serem diluídas em água (de

acordo com a norma técnica NBR-13.968).

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59

Não laváveis: todas as embalagens flexíveis e embalagens

rígidas que não utilizam água como veículo de

pulverização/aplicação. Incluem-se as embalagens secundárias

não contaminadas rígidas ou flexíveis.

flexíveis: Sacos ou saquinhos plásticos, de papel, metalizadas,

mistos ou de outro material flexível.

rígidas que não utilizam água como veículo de aplicação do

produto: embalagens de produtos de formulações oleosas e afins.

secundárias: embalagens rígidas ou flexíveis que acondicionam

embalagens primárias, aquelas que

não entram em contato direto com as

formulações de fitossanitários, sendo

consideradas embalagens não

contaminadas e não perigosas, tais

como caixas coletivas de papelão,

cartuchos de cartolina e fibrolatas,

entre outras.

Imediatamente após o uso, as embalagens devem ser preparadas para a devolução

de acordo com o seu tipo: não lavável ou lavável. Todos os tipos de embalagens devem ser

devolvidos, inclusive o papelão.

As embalagens devem ser armazenadas com suas respectivas tampas, rótulos e de

preferência na caixa de papelão original ou em embalagens de resgate.

Embalagens flexíveis primárias (que entram em contato direto com o produto), como

sacos ou saquinhos plásticos, de papel, metalizados ou mistos, devem ser acondicionadas

em embalagens padronizadas (sacos plásticos transparentes) todas devidamente fechadas

e identificadas.

Estes podem ser adquiridos no local de comercialização de agrotóxico.

Embalagens flexíveis secundárias, não contaminadas, como caixas coletivas de

papelão, cartuchos de cartolina e fibrolatas, devem ser armazenados separadamente das

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embalagens contaminadas e podem ser utilizados para o acondicionamento das

embalagens lavadas que serão encaminhadas para as unidades de recebimento.

As embalagens rígidas primárias (cujos produtos não utilizam água como de

pulverização) devem ser acondicionadas em caixas coletivas de papelão, devidamente

fechadas e identificadas. Precisam estar completamente esgotadas, adequadamente

tampadas e sem sinais visíveis de contaminação externa.

O local de depósito deve estar coberto e trancado, ao abrigo de chuva e com boa

ventilação, podendo ser o próprio depósito das embalagens cheias.

As embalagens vazias podem permanecer armazenadas temporariamente na

propriedade até que haja uma quantidade suficiente para o transporte a uma unidade de

recebimento.

As embalagens laváveis devem estar devidamente lavadas e com o fundo perfurado,

evitando assim a sua reutilização.

Preparo da embalagem

Embalagens flexíveis: devem

ser esvaziadas completamente na

ocasião do uso e guardadas dentro de

uma embalagem de resgate fechada,

adquirida no revendedor, e identificada

Embalagens rígidas: devem ser

tampadas e acondicionadas de

preferência na própria caixa de

embarque. Este tipo de embalagem

(não-lavável) não deve ser perfurada.

Embalagens secundárias: devem ser armazenadas separadamente das embalagens

contaminadas e podem ser utilizadas para acondicionar as embalagens rígidas.

Embalagens rígidas laváveis: realizar a lavagem, seguindo as operações de tríplice

lavagem ou lavagem sob pressão na ocasião do preparo de calda, imediatamente após o

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esvaziamento da embalagem, para evitar que o produto resseque e fique aderido à parede

interna da embalagem, dificultando assim a sua remoção.

O procedimento para a tríplice lavagem e a lavagem sob pressão está descrito a

seguir.

Tríplice Lavagem

Esvaziar completamente o conteúdo da embalagem no tanque do

pulverizador/aplicador.

Adicionar água limpa à embalagem até ¼ do seu volume.

Tampar bem a embalagem e agitar por 30 segundos.

Despejara água de lavagem no tanque do pulverizador/aplicador.

Fazer esta operação 3 vezes.

Inutilizar a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo.

Lavagem sob pressão

O procedimento somente pode ser realizado em pulverizadores com acessórios

adaptados para esta finalidade.

Encaixar a embalagem vazia no local apropriado do funil, instalado no

pulverizador.

Acionar o mecanismo para liberar o jato de água.

Direcionar o jato de água para todas as paredes internas da embalagem, por

30 segundos.

A água de lavagem deve ser transferida para o interior do tanque do

pulverizador.

Inutilizar a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo.

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62

Transporte das embalagens ao posto de recebimento

Os usuários devem tentar acumular (observando sempre o prazo máximo de um ano

da data da compra para a devolução ou de seis meses após o vencimento) uma quantidade

de embalagens que justifique seu transporte (carga de 01 veículo) à unidade de

recebimento, verificando anteriormente os horários de funcionamento da unidade. Em caso

de dúvida, o usuário pode entrar em contato com o distribuidor.

Não transporte as embalagens junto com pessoas, animais, alimentos,

medicamentos ou ração animal.

Também não se deve transportar embalagens dentro das cabines dos veículos

automotores.

Embalagens vazias lavadas estão isentas das exigências legais e técnicas para o

transporte de produtos perigosos. O veículo recomendado é do tipo caminhonete, onde as

embalagens devem estar preferencialmente, presas à carroceria do veículo e cobertas.

As embalagens de vidro deverão ser acondicionadas, preferencialmente, nas caixas

de papelão originais, evitando-se assim, eventuais acidentes durante o transporte e

descarga do material.

Embalagens vazias não lavadas devem ser transportadas em separado obedecendo

às normas da legislação de transporte de produtos perigosos.

Diretrizes específicas para Produtos Veterinários (Adaptado da RDC - ANVISA

n°306/04, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de

serviços de saúde)

Um local adequado para o armazenamento deve possuir:

A área interna e externa em boas condições físico-estruturais.

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63

O acesso ao estabelecimento restrito, impedido de comunicação com

residências e acesso de pessoas não autorizadas, crianças e animais.

Superfícies (piso, paredes e teto) lisas e impermeáveis, sem rachaduras,

resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis. Estes também

devem se apresentar em boas condições de conservação e higiene.

As instalações elétricas devem se apresentar em bom estado de

conservação, segurança e uso.

Os produtos devem ser armazenados protegidos da ação direta de luz solar,

umidade e temperatura.

Proteção contra entrada de insetos e roedores.

Equipamentos de combate a incêndio em quantidade suficiente, conforme

legislação específica. Deve haver livre acesso a extintores e mangueiras.

Quanto ao armazenamento do produto cheio:

Armazenar em armário resistente e/ou sala própria fechada com chave.

Recomenda-se um programa de sanitização, com registro de sua execução.

Para o estoque de embalagem cheia, deve-se manter uma distância mínima

de 1 (um) metro das paredes para facilitar a limpeza e a circulação de

pessoas.

Materiais passíveis de quebra (frascos, ampolas) devem ser guardados em

local menos exposto a acidentes, preferencialmente em armário fechado.

Não armazenar juntamente com produtos de outra natureza (por exemplo,

material de limpeza).

No caso de produtos veterinários que exijam refrigeração, deverão possuir

equipamentos adequados para sua correta conservação e aferição da

temperatura.

Os produtos com prazo de validade expirados devem ser devolvidos em até 6

(seis) meses ao posto de recolhimento.

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64

Armazenamento dos resíduos sólidos

Os resíduos sólidos devem ser acondicionados em saco constituído de

material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, respeitando os

limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou

reaproveitamento.

Agulhas descartáveis devem ser

desprezadas juntamente com as seringas,

quando descartáveis, sendo proibido

reencapá-las ou proceder a sua retirada

manualmente.

Os sacos devem estar contidos

em recipientes de material lavável,

resistente à punctura, ruptura e

vazamento, com tampa provida de

sistema de abertura sem contato

manual, com cantos arredondados

e ser resistente ao tombamento.

Também se deve identificar o saco com rótulo de fundo branco, desenho e

contornos pretos conforme a figura acima:

Resíduos resultantes de atividades de vacinação com microorganismos vivos

ou atenuados, incluindo frascos de vacinas com

expiração do prazo de validade, com conteúdo

inutilizado, vazios ou com restos do produto, agulhas

e seringas também devem ser armazenados em saco

branco leitoso, este deve ser substituído quando

atingir 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1(uma)

vez a cada 24 horas e identificados como “infectante”

conforme demonstrado acima.

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65

As embalagens laváveis devem passar pela tríplice

lavagem ou lavagem sob pressão e estocadas

separadamente das não laváveis. Na impossibilidade

de lavagem, acondicionarem saco constituído de

material resistente a ruptura e vazamento e

impermeável.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM TRATORES AGRÍCOLAS

*Extraído do livro “Segurança na Operação com Máquinas Agrícolas, organizado pelo

prof. Leonardo de Almeida Monteiro e Daniel Albiero, Fortaleza, Imprensa Universitária, 2013.

O trator agrícola é a fonte de potência mais importante do meio rural, contribuindo

para o desenvolvimento e avanço tecnológico dos sistemas agrícolas de produção de

alimentos e também de fontes alternativas de energias renováveis, tais como o álcool e o

biodiesel.

A utilização correta do conjunto moto-mecanizado, trator-equipamento, pode gerar

uma significativa economia de consumo de energia e, portanto, menor custo operacional e

maior lucro para a empresa.

Hoje em dia existe uma grande variedade de

modelos de tratores com diferentes sistemas de

rodados, diversos órgãos com funções bastante

específicas, além de acessórios para fornecer maior

conforto para o operador, que pode usufruir de

banco com assento estofado e amortecedores

pneumáticos, cabines com ar condicionado, som

ambiente e computadores de bordo e, mais importante que isso, dispondo de sistemas de

segurança tais como: estrutura de proteção contra o capotamento (EPCC), cinto de

segurança, proteção das partes móveis, alarmes, bloqueadores eletrônicos, dispositivos de

segurança para partida do motor, sinalizadores de direção e de emergência.

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66

O antigo conceito de tratorista, aquele operário que somente dirigia o trator, está

totalmente ultrapassado. Alguns anos atrás essa filosofia foi substituída pelo operador de

máquinas, atribuindo a esse profissional não somente a função de movimentar o trator, mas

também fazê-lo de forma correta, consciente e segura.

Embora haja pouca informação e raros trabalhos de pesquisa nesta área, não é difícil

se verificar na prática a importância dos acidentes de trabalho envolvendo tratores agrícolas,

o que pode ser comprovado pela elevada frequência e gravidade dos mesmos.

A importância dos acidentes de trabalho, que

envolvem tratores agrícolas, pode ser expressa em

função de seu risco. Não é difícil comprovar, na

prática, que a frequência de acidentes com conjuntos

tratorizados é bastante elevada, sendo que os

prejuízos abrangem os operadores (geralmente estão

na condução da máquina), produtores agrícolas e a

sociedade em geral.

Esta obra traz conhecimentos básicos necessários aos operadores, técnicos e todos

os profissionais envolvidos no processo de mecanização agrícola e florestal, para a

prevenção de acidentes no campo.

PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DO TRATOR

O operador deve estar familiarizado com todos os comandos

e controles da máquina antes de operá-la e, para isso, ler

atentamente o manual de operação do trator e observar as

informações escritas nos adesivos de segurança colados em

várias partes da máquina, principalmente aqueles com a

indicação de perigo, aviso e cuidado.

Antes de trabalhar com os equipamentos

agrícolas, faça uma leitura do manual de

operação, fornecido pelo fabricante. Certos

equipamentos requerem técnicas especiais de

operação.

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67

Se o trator estiver equipado com Arco de Segurança ou estrutura de proteção

contra capotamento (EPC), utilize o cinto de segurança.

Nunca use o cinto de segurança se o trator não

possuir arco de segurança ou EPC, pois no

tombamento da máquina o operador poder· ser

esmagado.

Para o trator equipado com EPC e considerando que o operador esteja

utilizando o cinto de segurança, caso ocorra o tombamento do mesmo,

recomenda-se que o operador segure firme no volante e somente tente sair

após a parada total do trator; jamais tente pular da máquina.

Ao realizar a manutenção na estrutura de

proteção ao capotamento (EPC), utilize somente

peças originais e JAMAIS FAÇA FUROS OU

SOLDAS NA ESTRUTURA, este procedimento

reduz a resistência do material, perdendo a sua

eficiência.

A maioria dos tratores só permite o acesso

dos operadores à plataforma de operação

pelo lado esquerdo, neste lado, estão

dispostos os apoios para as mãos e as

escadas para apoio dos pés, permitindo ao

operador subir no trator de forma segura.

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68

Desça do trator sempre de costas

colocando as mãos nos apoios e os pés

nos degraus, JAMAIS DESÇAA DE

FRENTE OU PULE DO TRATOR, muitos

acidentes graves acontecem quando o

operador não adota este procedimento.

Mantenha a plataforma de operação e os

degraus livres de graxa, lama, sujeira e

objetos que atrapalhem o aceso do

operador, isto evitar· possíveis

escorregões e quedas de cima do trator.

Havendo necessidade de transportar pessoas, utilize carretas ou plataformas

para o transporte, jamais transporte pessoas nos pára-lamas do trator, em pé

na barra de tração ou apoiado nos braços do sistema hidráulico do trator.

Antes de funcionar o trator e iniciar sua

movimentação, verifique se não há pessoas

ou animais ao seu redor. Este procedimento

pode evitar possíveis atropelamentos.

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69

Não sobrecarregue o trator ou opere com equipamentos fora das condições

de segurança ou sem manutenção adequada.

Mantenha sempre os decalques de segurança limpos, legíveis e troque-os

quando se danificarem.

Somente coloque o motor em funcionamento quando estiver devidamente

acomodado no assento do operador.

Ao parar o trator desligue o motor e aplique o freio de estacionamento antes

de descer do mesmo.

Jamais permaneça com o motor em funcionamento em locais fechados, os

gases do escapamento podem causar sérios riscos à saúde de quem estiver

neste local, podendo levá-la a morte.

Utilize somente a barra de

tração para os serviços de

reboque e nunca a viga C

do terceiro ponto, assim,

evita-se que o trator

empine e tombe para trás.

PRECAUÇÕES AO CONDUZIR O TRATOR

Não desloque com o trator em

velocidades excessivas, utilize

sempre velocidades que permitam

um deslocamento seguro.

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70

Ao conduzir o trator em

estradas, utilize os dois

pedais de freios unidos e

travados.

Ao descer ladeiras utilize

o freio motor e os freios

do trator; jamais pise na

embreagem ou desça em

ponto morto, evitando

assim perder o controle

do trator.

Não faça trocas de marcha no

meio de subidas e/ou descidas,

evitando perder o controle do

trator.

Nas manobras de cabeceira,

recomenda-se reduzir a rotação

do motor e utilizar os freios como

auxiliar nas manobras; porém,

sem exageros, evitando a perda

de controle do trator.

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71

Recomenda-se manter uma distância segura,

quando estiver trabalhando próximo a

barrancos e/ou valas. Este procedimento

evita que haja desmoronamento e,

consequentemente, o tombamento da

máquina.

A RESOLUÇÃO Nº 281, DE

26 DE JUNHO DE 2008,

que entraria em vigor em 1

de julho de 2010,

estabelece critérios para

registro de tratores

destinados a puxar ou

arrastar máquinas. Evite

sempre que possível deslocar-se com o trator sobre essas vias, utilize

caminhões para o transporte seguro do trator na carroceria.

OPERANDO A TDP ou PTO

A tomada de potência é responsável pelo acionamento de equipamentos que

necessitam da potência do trator para girar seus órgãos ativos, como exemplo pode-se citar

as roçadoras, pulverizadores, distribuidores de fertilizantes, etc. Ao trabalhar com

equipamentos ligados na tomada de potência (TDP ou PTO), o operador deve ter sua

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72

atenção redobrada, pois um pequeno descuido pode se tornar fatal. Apesar de ser

responsável pelo maior n úmero de mutilações e óbitos, é um mecanismo seguro se for

operado de forma correta e consciente.

Sempre que estiver trabalhando com a TDP e necessitar verificar ou ajustar o

equipamento, desligue-a e espere que o seu eixo pare de girar, antes de proceder a

verificação ou acoplar e desacoplar o equipamento por ela acionado. Somente este

procedimento eliminaria a possibilidade do operador sofrer qualquer tipo de lesão

manuseando a mesma.

Não se aproxime da TDP utilizando

roupas largas ou folgadas que possam se

prender em qualquer uma das partes

rotativas.

Desligue sempre a tomada de

potência quando esta não

estiver sendo utilizada.

Sempre utilize as capas

protetoras da tomada de

potência e, em caso de avaria,

providencie a sua reposição.

As improvisações chamadas de gambiarras, muitas vezes acabam

contribuindo para o aumento da ocorrência de acidentes com tratores. Na

operação com a tomada de potência, não

improvise pinos para unir o cardã, tais como

pregos, vergalhões, etc; utilize sempre os

pinos fusíveis originais, pois além de serem

apropriados para este tipo de aplicação não

apresentam rebarbas ou sobras.

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73

Os acidentes envolvendo a tomada de

potência poderiam ser evitados se os operadores

seguissem essas poucas recomendações. As

estatísticas mostram que a falta de conhecimento e

atenção, além da conscientização dos operadores,

contribuem para a ocorrência do acidente e, como

consequência, muitos operadores são mutilados ou

acabam vindo a óbito.

PRECAUÇÕES DURANTE A MANUTENÇÃO

Muitos acidentes ocorrem durante a manutenção da máquina e algumas

recomendações estão apresentadas a seguir, com o intuito de tentar minimizar essas

ocorrências:

Durante as operações de manutenção do trator, desligue o motor, evitando os

riscos de acidente com as partes móveis, tais como, as polias e correias.

Havendo necessidade de erguer

o trator para trabalhar em baixo

do mesmo, utilize equipamentos

hidráulicos e use cavaletes

reforçados para suportar o peso

da máquina, evitando assim que

o trator caia sobre o mecânico,

caso o cilindro hidráulico

(“macaco”) não sustente o peso

do trator.

Nunca faça reparos nas mangueiras ou

conexões do sistema hidráulico quando

estiverem sob pressão ou com o motor

do trator funcionando (um jato com

pressão pode perfurar a pele, provocar

irritações ou graves infecções).

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74

Cuidado ao remover a tampa do radiador com

o motor quente. Espere que o motor esfrie para

abri-la, cubra com um pano e gire-a até o

primeiro estágio para aliviar a pressão, em

seguida gire-a para o segundo estágio e retire

a tampa. Este procedimento evita que o líquido

jorre e cause queimaduras no operador.

Nunca fume quando estiver abastecendo

o trator ou trabalhando no circuito de

combustível.

Desligue sempre o motor do trator ao

abastecer o tanque de combustível.

Mantenha a tampa do tanque firmemente

apertada e, em caso de perda, substitua-a

por outra tampa original, não improvise.

Ao manusear a bateria, não provoque chamas

ou faíscas por perto, pois a reação química

dentro da bateria libera gases que são

inflamáveis e podem entrar em combustão.

Evite o contato da solução com roupas e a

pele, pode haver risco de queimaduras graves.

Ao remover os cabos da bateria retire

primeiro o cabo negativo e depois o positivo

e, ao conectar, proceda de forma inversa,

evitando curto-circuito e faíscas.

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75

IMPROVISAÇÕES

Durante o trabalho o trator está sujeito a quebras ou pequenas avarias, que muitas

vezes prejudicam o seu funcionamento eficiente, necessitando sua parada para realização

de reparos. Na maioria dos casos em que isto acontece para não atrasar o trabalho os

operadores acabam improvisando peças, fazendo ajustes inadequados ”gambiarras”;

muitas dessas improvisações acabam contribuindo diretamente para a ocorrência dos

acidentes.

Citamos aqui alguns exemplos de adaptações

que vemos no dia a dia no campo.

Utilização de pneus com tamanhos diferentes na

carreta tracionada pelo trator, ocasionando o

tombamento da mesma.

Adaptações no tanque de combustível, risco

iminente de vazamentos e incêndios.

Muitas improvisações acabam se tornando

permanentes, pois os operadores após solucionar o

problema jamais substituem as peças defeituosas.

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PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA NAS OPERAÇÕES COM

EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

Apresentados a seguir as principais causas de acidentes e avarias nos tratores e

equipamentos agrícolas.

Operação em condições inadequadas: Refere-se ao uso do trator e

implementos em situações além dos limites para os quais foi projetado.

Operação com tratores não dimensionados para o trabalho: Quando os

tratores têm potência no motor menor do que a requerida para tracionar

determinado equipamento.

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Operação em aclives e declives: Podem ocorrer acidentes devido à mudança

da marcha com o trator em movimento, bem como na tração de carretas

agrícolas, com excesso de peso e em declives acentuados com o trator em

ponto morto.

Operador alcoolizado: A ingestão de bebida alcoólica tanto no trabalho quanto

no deslocamento do trator é um grande fator de risco na segurança de

máquinas agrícolas.

Operação com falta de proteção das partes móveis do trator: Devido a alta

rotação dos órgãos ativos do trator e do equipamento a ele conectado,

ocorrem muitos acidentes, entre os quais, se destacam o eixo da TDP e

dispositivos do tipo rosca sem-fim, muito comum em carretas graneleiras.

Operação com equipamentos acoplados inadequadamente: Refere-se ao

acoplamento do equipamento em local inadequado ou de forma errada, como

por exemplo, quando os equipamentos, que deveriam ser acoplados na barra

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de tração, são acoplados no terceiro ponto do sistema hidráulico do trator.

Pode haver capotamento do trator para trás.

PRECAUÇÕES NA HORA DE OPERAR O TRATOR

Como já vimos, nas atividades rurais são utilizadas ferramentas, máquinas, veículos

e equipamentos que, se não forem utilizados de maneira correta, comprometem a saúde e a

segurança do trabalhador. O trator, por exemplo, é a máquina mais importante na agricultura

moderna, é também uma das que maior n úmero de riscos de operação oferece. Por isso, é

de responsabilidade do empregador a capacitação dos operadores de máquinas e

equipamentos, visando a sua operação e manuseio seguros.

Cuidados durante a operação do trator são fundamentais para prevenir acidentes,

entretanto, o trator é uma máquina naturalmente perigosa e, para minimizar estes riscos, h·

diversas recomendações a serem seguidas.

A seguir são listadas algumas medidas de segurança na operação de tratores

agrícolas, divididas em relação aos pontos que devem ser analisados.

PRECAUÇÕES ANTES DE INICIAR O TRABALHO

O operador deve planejar o seu trabalho, determinando quais são as condições para

realização do mesmo. Agindo assim estará economizando:

a) Tempo

b) Esforço

c) E prevenindo acidentes, o que é mais importante.

Sinalize com estacas, os lugares considerados perigosos e que poderão causar

acidentes.

Leia e releia atentamente o Manual de Instruções do Trator e do Equipamento que

vai ser acoplado ao mesmo.

Saiba quais as operações o seu trator poder· ou não realizar, aprenda a usar de

maneira correta todos os controles e comandos do trator e, caso não saiba, consulte o

manual.

Leia as instruções contidas nas etiquetas adesivas do trator e siga-as corretamente.

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ASSENTO DO OPERADOR

Antes de dar a partida, o operador deve ajustar o assento de maneira a realizar o

trabalho de forma confortável e colocar todos os controles de marcha e alavancas do

hidráulico no ponto neutro.

Quando se trata da comodidade em se trabalhar, o assento tem sido muito utilizado

como palavra-chave. Constatado o surgimento de doenças e enfermidades vinculadas ao

trabalho sedentário, passou-se a considerar o fator ergonomia como essencial nos projetos

de assentos, em conjunto com o ambiente de trabalho.

Quanto às características que o assento do operador deve possuir, (De Biasi et al.,

2004), a ISO 4253 (ISO, 1993) padronizou as dimensões para o projeto de assento do

operador de tratores agrícolas, tais como a altura em relação à plataforma de apoio para os

pés, o comprimento do assento em relação ao ponto de indexação do assento (SIP), as

larguras da almofada e do encosto lombar e o comprimento do encosto do assento.

Schlosser et al. (2002) destacaram a importância da possibilidade de o operador alcançar e

acionar, com o mínimo esforço e de forma a manter postura corporal correta, todos os

comandos, o volante, os pedais dos freios e da embreagem, o acelerador, as chaves de

comandos, entre outros, que devem estar dispostos e montados em torno do posto de

operação do trator agrícola, de maneira a permitir o controle, com manuseio fácil e seguro

pelo operador, na sua posição normal de trabalho.

PRECAUÇÕES NA UTILIZAÇÃO DOS FREIOS

Sempre que possível, ao trafegar com o trator nas estradas, os pedais de freio

devem ficar unidos para que, quando acionados, freiem as duas rodas traseiras por igual.

Para o trabalho no campo, é preciso destravar os freios para facilitar as manobras,

permitindo a ação somente em uma das rodas. Nas manobras em campo de terra solta, os

freios devem ser utilizados para auxiliar a direção, porém sem exageros.

Ao final do trabalho, o trator deve ser estacionado com os pedais unidos e travados e

com o estrangulador puxado.

Além disso, é preciso calçar o veículo, tanto em descidas como em subidas.

PRECAUÇÕES COM A TRANSMISSÃO

Em tratores que possuem transmissão do tipo não sincronizada, nunca faça trocas

de marchas com o trator em movimento sob pena de danificar a transmissão.

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Nunca force a alavanca do câmbio batendo ou dando solavancos para completar um

engate de marcha.

Fique atento quanto à folga do pedal de embreagem. Essa folga tende a diminuir

com o desgaste do eixo. É recomendável utilizar a mesma marcha no declive a que seria

empregada no aclive. Mantenha o trator engrenado ao descer rampas ou colinas e não

acione a embreagem.

Utilize a embreagem com suavidade, especialmente ao transpor uma elevação, ou

sair de uma vala.

Empregue a marcha à ré ao sair de valas profundas, para evitar o capotamento do

trator.

Desloque o trator em velocidades reduzidas quando trafegar em terrenos

acidentados ou nas proximidades de valas.

Reduza a velocidade antes de fazer curvas ou quando for aplicar o freio em apenas

em uma das rodas.

PRECAUÇÕES NO ACESSO AO POSTO DO OPERADOR

O acesso à determinada máquina, bem como o conforto térmico, o campo visual, o

esforço para acionamento dos comandos e as dimensões do posto do operador são

aspectos importantes a serem observados, em uma avaliação ergonômica de máquinas,

com vistas ao maior conforto, segurança e produtividade, durante a realização da jornada de

trabalho.

Os degraus devem ser projetados e posicionados de forma a não serem atingidos e

danificados, durante a operação da máquina.

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PRECAUÇÕES NA UTILIZAÇÃO DA TRAÇÃO DO TRATOR

Evite engatar a tração dianteira com o trator em movimento, devido à diferença entre

a relação de transmissão dianteira e traseira (poderão ocorrer danos no sistema).

Use a tração dianteira somente em serviços de campo. Quando estiver trafegando

em estradas e rebocando cargas elevadas, use-as somente se for indispensável.

Nunca use a tração dianteira auxiliar em velocidades acima de 15 km/h.

BLOQUEIO DE DIFERENCIAL

Evite manobras ou curvas com o bloqueio acionado.

PRECAUÇÕES NA UTILIZAÇÃO DA BARRA DE TRAÇÃO

Durante a operação com grades, nunca trave a barra de tração, a não ser durante o

transporte.

Quando tracionar carretas, o cabeçalho deve estar engatado na barra de tração do

trator, nivelado e o pino travado.

Nunca permaneça entre o trator e o equipamento durante o acoplamento, sem que

todos os comandos estejam em neutro e os freios aplicados.

Não permita que pessoas fiquem sobre a barra de tração ou sobre o equipamento,

quando o trator estiver em movimento.

PRECAUÇÕES NA UTILIZAÇÃO DO SISTEMA HIDRÁULICO

As conexões de engate rápido devem ser limpas com pano umedecido em óleo antes

de fazer o acoplamento no trator.

Manter sempre protegidas as saídas de engate rápido com os respectivos tampões

para evitar a entrada de sujeiras.

Alivie a pressão do comando antes de desconectar os engates rápidos.

Para o acoplamento escolha um local plano, inicie a aproximação com o trator em

marcha-a-ré reduzida, ao se aproximar utilize a alavanca de controle de posição do

hidráulico, deixando o braço inferior esquerdo no nível do pino de engate.

(1º) Engate o braço inferior esquerdo e coloque o pino de trava.

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(2º) Engate o braço do terceiro ponto do trator na torre do equipamento e coloque as

presilhas.

(3º) Engate agora o braço inferior direito que possui movimentos de subida e descida

através da manivela niveladora. Neste momento a rosca extensível do terceiro ponto do

trator pode ser utilizada para aproximar ou afastar o equipamento; facilitando o engate do

mesmo.

Nunca deixe o equipamento

no sistema de três pontos suspenso

quando o trator estiver parado.

PRECAUÇÕES NA OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTO

A utilização de equipamentos e ferramentas requer cuidados especiais.

Um equipamento regulado e conservado sempre estar· apto para realizar as tarefas

diárias com pleno êxito e de forma segura.

Por isso, não é adequado que

pessoas subam no equipamento para

servir de contrapeso. Quando se

trabalha com equipamentos pesados,

devem-se utilizar pesos na parte

dianteira do trator, nas rodas ou no

chassi, para evitar o empinamento e o

galope.

O equipamento poderá danificar o pneu traseiro se o operador fizer curvas muito

fechadas. Ao parar o trator acompanhado de equipamentos acoplados ao sistema de

levante hidráulico, o operador deve abaixar o hidráulico. E, ao serem desengatados do

trator, máquinas e equipamentos deverão estar calçados, principalmente em terreno em

aclive.

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Havendo necessidade de fazer qualquer serviço no equipamento acoplado ao engate

de 3 pontos, colocar cavaletes para apoiá-los, jamais confie no macaco para sustentar o

peso do trator.

No caso de se utilizar implementos movidos pela tomada de potência do trator, o

operador precisa colocar a tampa de proteção adequada. Antes de ligar a tomada de

potência, é preciso verificar, com as mãos, se a proteção gira livremente.

Quando não for mais utilizar a tomada de potência, o operador dever· recolocar a sua

tampa de proteção. Deve-se desligar o eixo da tomada de potência quando este tiver de ser

inspecionado, principalmente quando os implementos estiverem acoplados ao trator.

As ferramentas também podem ocasionar acidentes, como cortes, contusões e

doenças, como as Lesões por Esforço Repetitivo (LER), se utilizadas de maneira

inadequada. É importante que as ferramentas sejam utilizadas apenas para os fins a que se

destinam e estejam sempre em perfeito estado de uso e, por isso, guarda-las de maneira

organizada facilita sua localização, reduz a perda de tempo e acidentes com quedas de

outras ferramentas próximas. A organização das ferramentas e seu correto

acondicionamento acarretam também aumento do tempo de sua vida til, reduzindo os custos

com a manutenção e com as substituições de peças e partes.

OPERAÇÃO SEGURA COM O ARADOS

Os arados mais modernos, principalmente os de aivecas, apresentam dispositivos de

segurança que permitem ultrapassar obstáculos que encontram durante o trabalho. Nos

arados de discos estes dispositivos têm importância relativa, pois o movimento de rotação

dos discos faz com que estes girem por cima de algum obstáculo que apareça na operação

de campo, como por exemplo, pedras, tocos, raízes, etc.

Deve-se salientar que os pinos fusíveis são projetados para romper com determinada

carga empregada, portanto, não devem ser substituídos por outros de material diferente

(vergalhão de ferro, por exemplo), pois pode ocasionar acidentes mais graves pelo não

rompimento do pino, inclusive danificando o trator e o próprio equipamento.

Depois de rompido, para se iniciar novamente o trabalho é necessário parar o

equipamento e repor um novo pino fusível.

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Existem alguns modelos com a presença de molas que ao serem distendidas

permitem a rotação das colunas voltando as aivecas à posição de trabalho logo que as

forças de compressão das molas deixem de se fazer sentir.

Existem alguns cuidados com a segurança que devem ser efetuados antes de se

iniciar o trabalho, durante esse trabalho e quando o arado estiver parado.

Assim, antes de se iniciar o trabalho deve-se verificar o aperto de todas as porcas e,

se necessário, reapertá-las. Caso o equipamento seja novo, deve-se reapertar todas as

porcas logo no fim do 1º dia de utilização, e fazer esta operação semanalmente ou a cada

50 horas de trabalho.

Observar o desgaste dos órgãos ativos e de proteção procedendo, sempre que

necessário, a sua substituição. Deve-se guardar o equipamento sobre uma superfície dura e

seca e lavá-lo com água sob pressão, procedendo-se depois a limpeza das peças polidas e

sua proteção com um produto anticorrosivo.

A marcha do trator ser· determinada pelas condições do solo e pelas regulagens do

arado; devendo sempre manter uma reserva de torque, para não sobrecarregar o trator ao

ocorrerem esforços além do normal.

A profundidade de aração é controlada normalmente pelo sistema hidráulico de três

pontos do trator; porém, podendo variar com as diferentes regulagens do arado e o tipo de

solo que esteja trabalhando, Deve-se caminhar com a roda dianteira direita sempre no meio

do sulco deixado pela passada anterior, não devendo caminhar encostado na parede do

sulco e nem muito próximo a terra arada. Esta variação altera a largura de corte do primeiro

disco, devendo, portanto, ser bem observada.

OPERAÇÃO SEGURA COM A GRADE

Durante o trabalho ou transporte é permitida somente a permanência do operador no

trator. Não se permite que crianças brinquem próximo ou sobre a grade, estando a mesma

em operação, em transporte ou armazenada.

Utilize equipamentos de proteção individual, principalmente o protetor auricular.

Verifique se todas as peças estão apertadas, principalmente das seções dos discos.

Use luvas de proteção para trabalhar próximo aos discos. Utilize roupas e calçados

adequados. Evite roupas largas, que podem se enroscar nas partes móveis.

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Tenha o completo conhecimento do terreno antes de iniciar o gradagem, faça a

demarcação de locais perigosos ou de obstáculos.

Utilize velocidade adequada com as condições do terreno ou dos caminhos a

percorrer.

Para o acoplamento correto da grade no trator, utilize o macaco que vem junto com a

grade. O macaco possui regulagem para subir ou descer a barra de tração, facilitando o

acoplamento.

Ao colocar a grade em posição de transporte observe se não há pessoas ou animais

próximos. Nunca tente alterar as regulagens, limpar ou lubrificar a grade em movimento.

As manobras com a grade devem ser feitas sempre para a esquerda para evitar

sobrecarga no equipamento. Com esta medida evita-se ainda a formação de grandes sulcos

no solo nos locais de manobra.

Antes de deixar o assento, desligue sempre o motor do trator. Tracione a grade

somente com trator de potência adequada, verifique com atenção a largura de transporte em

locais estreitos.

Toda vez que desengatar a grade, na lavoura ou galpão, faça-o em local plano e

firme, certifique-se que a mesma esteja devidamente apoiada, retire paus, pedras e outros

objetos que estiverem presos aos discos.

A barra de tração deve normalmente trabalhar oscilante, somente em casos de baixa

profundidade de penetração pode-se trabalhar com a mesma travada, sem mobilidade

lateral.

O acionamento da grade para abrir e fechar as seções deve ser feito gradativamente

com o trator em movimento.

A grade é projetada para trabalhar com o peso que sai de fábrica, portanto, não é

recomendado colocar sobrepesos.

OPERAÇÃO SEGURA COM O SUBSOLADOR

Tenha conhecimento do terreno antes de iniciar a subsolagem, faça a demarcação

de locais que contenham obstáculos que possam danificar o equipamento.

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Não opere o equipamento com pessoas sobre o subsolador ou sobre o trator, nunca

permaneça entre o trator e o equipamento a ser acoplado, sem que todos os comandos do

trator estejam em neutro e com os freios acionados.

Nunca faça regulagens ou ajustes com o equipamento suspenso no levante

hidráulico do trator, se necessário, apoie o equipamento sobre cavaletes. Utilize luvas

durante qualquer serviço de montagem ou desmontagem do equipamento.

No caso de parada temporária ou no final do trabalho, o equipamento dever· ser

desacoplado e devidamente apoiado no solo em terreno nivelado.

A profundidade das hastes é controlada pelo acionamento dos cilindros hidráulicos

que atuam sobre os pneus. Para manter a profundidade de trabalho constante; utilize os

anéis que limitam o curso das hastes dos cilindros. Ao efetuar manobras acione o cilindro

hidráulico, levantando totalmente o subsolador para evitar grande esforço no mesmo e

sobrecarregar principalmente os componentes de tração.

Em operação mantenha a barra de tração do trator fixa e o chassi nivelado em

relação à superfície do solo.

Cuidado ao retirar os anéis de controle de profundidade do subsolador. O pistão

pode prender a mão do operador descuidado.

Ao perceber um desgaste acentuado nas ponteiras das hastes, dificultando a

penetração; faça a reversão ou substitua as mesmas. Não retire o material aderido nas

hastes com os pés ou mãos. Os mesmos podem ficar presos ou o hidráulico abaixar

repentinamente. Prefira uma lança ou pedaço de ferro para fazer esta limpeza.

OPERAÇÃO SEGURA DA SEMEADORA

Antes de iniciar o plantio faça uma inspeção geral na máquina, reapertando todos os

parafusos e porcas, verificando também as condições de todos os pinos e contra pinos, para

evitar danos futuros. Repita esta operação após o primeiro dia de trabalho.

Não transite com excesso de carga sobre a semeadora. Verifique também se não há

qualquer objeto no interior dos depósitos, que possam danificar os conjuntos distribuidores.

Caso a semeadora necessite ser elevada enquanto estiver trabalhando nela ou

próximo a ela, certifique-se de que as travas de segurança dos cilindros hidráulicos estejam

colocadas e coloque cavaletes de madeira ou ferro.

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Tome cuidado quando movimentar ou operar a semeadora próxima a redes elétricas,

para evitar contato com os fios.

Certifique-se de que os cilindros hidráulicos e mangueiras estão completamente

cheias de óleo antes de operar o sistema.

Tome cuidado quando operar

em ladeiras. O trator pode inclinar

para os lados se passar sobre um

buraco ou outra irregularidade, risco

de tombamento.

Permita somente uma pessoa

no trator enquanto estiver em

operação.

Evite colocar as mãos nos depósitos de sementes e adubo quando a semeadora

estiver em movimento, bem como nas partes móveis da semeadora.

Ao manusear sementes tratadas use sempre luvas para evitar o contato direto com a

pele.

Evite ficar andando de um lado a outro

na plataforma da semeadora, quando esta

estiver em movimento. Utilize o banco

apropriado e as barras de segurança para se

apoiar.

Antes de acionar o marcador de linhas

da semeadora observe se não há pessoas ou

animais na área de ação do mesmo.

Ao detectar algum funcionamento incorreto da semeadora, pare o trator

imediatamente e solucione o problema.

Abaixe completamente a semeadora ao solo antes de desacoplá-la do trator.

Mantenha a semeadora devidamente apoiada e evite o contato dos discos diretamente com

o solo, certifique-se que a semeadora est· em uma superfície nivelada e firme.

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RECOMENDAÇÕES FINAIS

Pelo que foi visto, as máquinas e equipamentos, devem atender aos seguintes

requisitos:

a) Serem utilizados unicamente para os fins concebidos, segundo as especificações

técnicas do fabricante;

b) Serem operados somente por trabalhadores capacitados e qualificados para tais

funções;

c) Serem utilizados dentro dos limites operacionais e restrições indicadas pelos

fabricantes.

Os manuais das máquinas e equipamentos devem ser mantidos no estabelecimento,

devendo o empregador dar conhecimento aos operadores do seu conte do e disponibilizá-

los sempre que necessário.

As máquinas e equipamentos que ofereçam risco de ruptura de suas partes, projeção

de peças ou de material em processamento só devem ser utilizadas se dispuserem de

proteções efetivas.

Os protetores removíveis só podem ser retirados para execução de limpeza,

lubrificação, reparo e ajuste, ao fim devem ser, obrigatoriamente, recolocados.

Só devem ser utilizadas máquinas que tenham estrutura de proteção do operador em

caso de tombamento e dispor de cinto de segurança.

É vedada a execução de serviços de limpeza, de lubrificação, de abastecimento e de

manutenção com as máquinas e equipamentos em funcionamento, salvo se o movimento for

indispensável à realização dessas operações, quando deverão ser tomadas medidas

especiais de proteção e sinalização contra acidentes de trabalho.

As máquinas e equipamentos, estacionários ou não, que possuem plataformas de

trabalho, só devem ser utilizadas quando dotadas de escadas de acesso e dispositivos de

proteção contra quedas.

Em qualquer circunstância, não deve ser feito o transporte de pessoas em máquinas

e equipamentos acoplados.

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As aberturas para alimentação de máquinas, que estiverem situadas ao nível do solo

ou abaixo deste, devem ter proteção que impeça a queda de pessoas no interior das

mesmas.

O empregador rural deve substituir ou reparar equipamentos sempre que apresentem

defeitos que impeçam a operação de forma segura.

O empregador rural se responsabilizar· pela capacitação dos operadores de

máquinas e equipamentos, visando o manuseio e a operação seguros.

As máquinas e equipamentos devem possuir faróis, luzes e sinais sonoros de ré

acoplados ao sistema de câmbio de marchas, buzina e espelho retrovisor, sinalizadores de

direção.

Só devem ser utilizados máquinas e equipamentos que apresentem dispositivos de

acionamento e parada localizados de modo que:

a) possam ser acionados ou desligados pelo operador na sua posição de trabalho;

b) possam ser acionados ou desligados, em caso de emergência, por outra pessoa

que não seja o operador;

c) não possam ser acionados ou desligados involuntariamente pelo operador ou de

qualquer outra forma acidental;

d) não acarretem riscos adicionais.

Nas paradas temporárias ou prolongadas o operador deve colocar os controles em

posição neutra, acionar o freio de estacionamento e adotar todas as medidas necessárias

para eliminar riscos provenientes de deslocamento ou movimentação de implementos.

Nos locais de movimentação de máquinas, equipamentos e veículos, o empregador

rural deve estabelecer medidas que complementem:

a) regras de preferência de movimentação;

b) distância mínima entre máquinas, equipamentos e veículos;

c) velocidades máximas permitidas de acordo com as condições das pistas de

rolamento.

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É necessário que sejam oferecidos com maior frequência cursos de treinamento na

operação de tratores agrícolas, que abordem também o tema segurança, dando ênfase, sob

este aspecto, à conscientização do operador.

Outro aspecto de fundamental importância é a melhoria dos projetos dos tratores no

que se refere às condições de ergonomia e segurança, juntamente com a continuidade de

programas que incentivem a renovação da frota, que no Brasil se encontra ultrapassada.

Por fim, aplicação imediata de legislação específica sobre o assunto, que cobre,

tanto dos fabricantes quanto dos proprietários e operadores, a observação de medidas que

visem a redução da frequência e gravidade dos acidentes.

ERGONOMIA APLICADA EM TRATORES AGRÕCOLAS E FLORESTAIS

CONCEITOS BÁSICOS

Na Inglaterra em 1949, a Ergonomics Research Society (Sociedade de Pesquisa em

Ergonomia) definiu Ergonomia, como o “estudo do relacionamento entre o homem e seu

trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de

anatomia, fisiologia e psicologia na solução de problemas surgidos desse relacionamento”.

Em 1961, a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), que representa uma

associação de 40 países diferentes com 19 mil sócios, definiu Ergonomia como uma

“disciplina científica que estuda as interações do homem com elementos do sistema,

fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos de projeto, com o objetivo de melhorar o

bem-estar humano e o desempenho global do sistema”.

Couto (1996), afirma que a ergonomia é capaz de dar sustentação positiva às formas

de administrar a produção e diminuir a incidência de acidentes e traumas oriundos do

trabalho.

Ergonomia pode ser definida como a ciência que estuda as relações entre o homem,

o seu trabalho e o ambiente que os circunda. Segundo Murrel (1965), a ergonomia consiste

no estudo da adaptação do trabalho ao homem, em concordância com diversos

pesquisadores (WISNER, 1987; IIDA, 1990; PANERO & ZELNILK, 1991; GRANDJEAN,

1998).

O pesquisador Wisner (1987) separou a Ergonomia em três grandes áreas. A

“Ergonomia de Concepção” que permite agir na fase inicial da implantação de um produto ou

de uma organização. J· a “Ergonomia de Correção” é aplicada em situações reais já

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existentes, para resolver problemas ligados à segurança, fadiga, doenças relacionadas ao

trabalho, acidentes ou na produtividade, implicando em correções ergonômicas. Quando os

problemas não podem ser resolvidos pelas intervenções ergonômicas acima citadas, aplica-

se a “Ergonomia de Conscientização”, que se resume na capacitação dos recursos humanos

frente às imposições ergonômicas presentes, se beneficiando das vantagens obtidas pelas

outras intervenções ergonômicas.

No século XVIII, época da Revolução Industrial, as fábricas eram sujas, barulhentas,

perigosas e escuras, as jornadas de trabalho chegavam até dezesseis horas diárias, sendo

o regime de trabalho de semi-escravidão e sem direito a férias.

Como ocorreu em muitas áreas científicas, a Ergonomia obteve um grande

desenvolvimento no decorrer da Segunda Grande Guerra. A interdisciplinaridade desta ·rea

permitiu que diversos pesquisadores se interagissem para obtenção de melhores condições,

em termos de conforto e segurança, nos campos de batalha. Foram utilizados

conhecimentos científicos e tecnológicos disponíveis, para construir instrumentos bélicos

complexos (submarinos, tanques, aviões, etc.). O objetivo era adaptar os instrumentos

bélicos às características e capacidades do operador, melhorando o desempenho e

reduzindo a fadiga e os acidentes.

Para Santos & Fialho (2007), o trabalho interdisciplinar de profissionais na Segunda

Guerra Mundial visava melhorar a eficiência dos armamentos e, com isso, diminuir erros

humanos nos campos de batalha.

Em 16 de fevereiro de 1950, foi proposto o nome ERGONOMIA por estes mesmos

pesquisadores, que na ocasião fundaram a Ergonomics Research Society, na Inglaterra. A

partir de então a ergonomia se expandiu no mundo industrializado.

Em 1961 foi fundada, na Europa, a “Associação Internacional de Ergonomia – IEA”.

A Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO (www.abergo.org.br) foi fundada

em 1983, sendo filiada a IEA.

No Brasil existe a Norma Regulamentadora NR 17 - Ergonomia, Portaria nº. 3.214 de

08.06.1978 do Ministério do Trabalho, modificada pela Portaria nº. 3.751 de 23.08.1990 do

Ministério do Trabalho.

Hoje a ergonomia difundiu-se em praticamente todos os países do mundo.

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Estudos epidemiológicos demonstram que a atividade agrícola tem relação com

muitos riscos ocupacionais, podendo ser considerada uma das profissões mais perigosas.

Muitos são os acidentes fatais ou que deixam sequelas nos trabalhadores. Este

quadro se torna mais agravante quando o trabalhador é o operador de uma máquina

(FARIA, 2005).

Quando se trata de trabalho agrícola as tarefas diárias exigem muito esforço físico do

trabalhador em condições de trabalho muitas vezes não adequadas.

Para Iida (1990) operar um trator agrícola pode ser uma tarefa árdua. O ambiente de

trabalho de um operador agrícola sofre a interferência de vários fatores oriundos da própria

máquina e do ambiente, como ruídos, vibrações, poeiras, temperatura, umidade, iluminação,

dentre outros.

A mecanização do trabalho aliviou a sobrecarga física, porém em condições onde o

trabalho é descontínuo, como nas indústrias, criaram-se duas consequências para a saúde

dos trabalhadores, sobrecarga dinâmica na musculatura das mãos braços e sobrecarga

estática na musculatura das regiões da nuca, ombro e pescoço, por submeter os

trabalhadores a uma situação monótona e repetitiva de trabalho; a outra consequência é de

fator psicológico, como o estresse que ocorre devido ao ritmo intenso, a pressão pela

produção e a perda de controle sobre o próprio processo de trabalho (ASSUNÇÃO &

ROCHA, 1994).

Em relação ao trabalho manual, o uso do trator agrícola reduziu de forma significativa

a carga física a qual o trabalhador encontrava-se submetido.

Entretanto, os operadores de tratores agrícolas continuam expostos a uma

determinada carga física e, neste caso, também mental, pois a operação de um trator exige

o controle simultâneo de diversas variáveis referentes ao trabalho, conforme explica

(M¡RQUEZ, 1990).

Segundo Márquez (1990), a segurança na operação de tratores agrícolas deve ser

uma das principais preocupações dos administradores rurais. Todos os tratores devem ser

equipados com dispositivos de segurança, assim como freio de estacionamento, cinto de

segurança, estrutura de proteção contra capotamento, isolamento de peças móveis, cujo

funcionamento pode causar acidentes.

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Devido ao fato dos trabalhadores rurais terem pouco poder de organização e

reivindicação, a ergonomia, não é tão frequente na agricultura. Os tratores tem sido o

principal objeto de estudo e pesquisa por empresas que produzem máquinas agrícolas

devido a sua larga utilização.

Segundo Márquez (1986), na Espanha e nos demais países europeus,

aproximadamente 40% do total de acidentes ocorridos no setor agrário envolvem máquinas

agrícolas e destes, metade são devidos ao mau uso do trator agrícola.

Em uma pesquisa de caracterização dos acidentes graves no trabalho rural,

realizada no Estado de São Paulo, Silva & Furlani Neto (1999) concluíram que o trator, a

motosserra, as máquinas e os equipamentos agrícolas, encontram-se, envolvidos na maior

parte dos acidentes graves ocorridos.

A gravidade dos acidentes com tratores agrícolas é confirmada por Field (2000), que,

em trabalho realizado no Estado de Indiana, nos Estados Unidos da América, coletou dados

que demonstram que, entre 500 e 600 pessoas morrem a cada ano naquele país em função

de acidentes com tratores agrícolas e que a cada pessoa morta, outras 40, no mínimo, são

feridas.

A caracterização dos acidentes com tratores agrícolas reveste-se de grande

importância, porque diferentes tipos de acidentes (capotamento, quedas, atropelamentos,

entre outros) possuem causas e consequências específicas (MÁRQUEZ, 1986).

Segundo Zócchio (1971), Alonso (1999) e Cardella (1999) existem dois grandes

grupos de causas de acidentes de trabalho: atitudes inseguras e condições inseguras. O

primeiro grupo relaciona-se diretamente às falhas humanas, enquanto o segundo engloba as

limitações inerentes a máquina. Em pesquisa desenvolvida na Espanha, Márquez (1990)

indica que, 84% dos acidentes com tratores agrícolas são causados por atitudes inseguras.

O esforço físico e mental leva à fadiga, o que diminui a capacidade de concentração

do operador, aumentando, em consequência, a ocorrência de acidentes de trabalho, que

podem resultar em erros (MÁRQUEZ, 1990).

O operador trabalha num ambiente que pode ser afetado por uma série de fatores

oriundos da própria máquina e do meio ambiente, como os ruídos, as vibrações, as poeiras,

a temperatura, a umidade, a iluminação, dentre outros, conforme (IIDA, 1990; MARQUEZ,

1990; SCHLOSSER et al, 2002).

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A preocupação com o conforto e a segurança do operador tem chamado a atenção

de profissionais de diversas áreas no sentido de considerar os fatores humanos (ergonomia)

na concepção do projeto de tratores agrícolas, em razão das adversidades impostas pela

natureza no meio agrícola e também, à periculosidade que essas máquinas apresentam e

aos acidentes envolvidos nesse contexto. Operar um trator agrícola pode ser uma tarefa

árdua, se forem consideradas todas as limitações e adversidades presentes no ambiente de

trabalho no meio agrícola (ROZIN, 2004).

Silveira (2001) relata que o trator agrícola deve se adaptar às mais diversas

condições oferecidas pelas múltiplas funções que exerce. Também, deve possuir boa

manobrabilidade, proporcionar comodidade e segurança ao operador, visibilidade em todas

as direções, acoplamento simples e rápido de equipamentos, além de uma fácil

manutenção.

Debiasi et al. (2002) relatam que a presença de itens relacionados ao conforto e

ergonomia È menor quanto mais antigos forem os tratores agrícolas, implicando numa maior

severidade dos efeitos dos fatores ambientais sobre operador, nessas condições.

Segundo Liljedahl et al. (1996), quando os fatores humanos são corretamente

incorporados ao projeto, permitem que o operador faça uma grande quantidade de tarefas

complexas com eficiência, segurança e um mínimo de fadiga.

Para que o posto de operação dos tratores agrícolas possa ser dimensionado

corretamente, é necessária a intervenção de outra ciência, a antropometria que segundo

Minette (1996), é a parte da antropologia física que estuda as dimensões do corpo humano.

As dimensões que caracterizam o posto de operação dos tratores agrícolas

encontram-se normatizadas. Entre essas normas, destacam-se a norma ISO 3462 ñ 1979

(Tratores e Máquinas Agrícolas - Ponto de Referência do Assento - Método de

Determinação), a ISO 4253 - 1977 (Tratores Agrícolas - Banco do operador - dimensões) e a

UNE 68 ñ 046 ñ 83 (Tratores Agrícolas - Acessos, Saídas e Posto do Condutor - Medidas).

VIBRAÇÃO EM TRATORES

Fernandes (2003) explica que os níveis de vibração excessivos, em tratores

agrícolas são bastante desconfortáveis para o operador, que consequentemente aumenta

sua fadiga física e mental. Para verificar o conforto do operador, pode- se fazer análises

subjetivas ou objetivas. A análise subjetiva é feita através de um ou mais trabalhadores que

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tenham experiência na área. A análise objetiva é feita pela determinação das amplitudes,

direções, frequências e duração das vibrações.

A coluna vertebral dos operadores de maquinas é um dos órgãos mais afetados

pelas doenças ocupacionais (SCHLOSSER & DEBIASI, 2002).

Porém, os efeitos da vibração dependem da frequência do movimento em que o

trabalhador é exposto. Frequências abaixo de 1 Hz causam enjoos, frequências entre 3 e 8

Hz afetam os intestinos e a coluna vertebral e frequências na faixa de 15 a 24 Hz tem

interferência na visão (BERASATEGUI, 2000), ou seja, o tipo de dano que é causado no

operador depende diretamente da frequência e do tempo de exposição à vibração.

Fernandes (2003) em seu trabalho demonstra que um trator de 75 cv, acoplado a

uma grade destorradora-niveladora, apresentou os maiores picos de vibração vertical na

faixa de 2 a 4 Hz e com níveis de aceleração ponderal em uma jornada de 4 horas de

trabalho acima dos níveis estipulados pelas normas (ISO 2631, 1978). Resultados

semelhantes também foram encontrados por (SANTOS FILHOS, 2003).

Segundo a norma ISO 2631 (1978), os equipamentos necessários para a medida de

vibrações são: um transdutor ou “pick-up”, um dispositivo amplificador (elétrico, mecânico ou

óptico) e um indicador de nível ou registrador. E os principais fatores que devem ser

determinados para uma resposta da vibração são: Intensidade, frequência, direção e

duração (tempo de exposição) da vibração.

Para que a vibração cause fadiga no operador, depender· do tempo de exposição do

operador a vibração, da aceleração e da frequência da vibração.

RUÍDO EM TRATORES AGRÍCOLAS

Segundo Silveira (2008), o ruído produzido nas operações agrícolas pode prejudicar

a sensibilidade da audição não só do operador, mas também de pessoas que estejam ao

alcance do ruído.

Tibiriçá· (1997) define ruído como uma onda sonora, ou um complexo de ondas

sonoras, que causa sensação de desconforto e a perda gradual da sensibilidade auditiva.

Ruídos que estejam no intervalo de 65 a 85 dB (A), surte efeitos psíquicos e físicos

no trabalhador por intermédio do sistema nervoso, que se deve ao aumento da pressão

sanguínea e de batimentos cardíacos (DELGADO, 1991).

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A norma brasileira que trata de ruídos em máquinas está descrita na ABNT, dentre

elas as que dizem respeito ao meio agrícola são: NBR - 9999 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE NORMAS TÉCNICAS, 1987) – “Medição do Nível de Ruído no posto de Operação de

Tratores e Máquinas Agrícolas” e a NBR - 10400, NBR (1988) – “Tratores Agrícolas –

Determinação das Características Técnicas e Desempenho”. Além desses a NR 15 –

“Atividades e Operações Insalubres”.

Altos índices de ruído, excedendo as normas, são bastante comuns quando se trata

de máquinas agrícolas. Santos (2004) realizou um trabalho onde se mediu os níveis de

ruídos em um trator agrícola acoplado a um equipamento, em seus resultados obteve níveis

de ruído acima do permitido na NR 15 para uma jornada de oito horas de trabalho.

Em outro trabalho realizado por Souza (2004) foram quantificados os níveis de ruído

de uma recolhedora de feijão, assim como no trabalho anterior os níveis de ruído também

estavam em desconformidade com a NR 15 para uma jornada de oito horas de trabalho, ou

seja, acima dos 85 dB (A).

MOVIMENTOS REPETITIVOS

Durante as operações agrícolas, diversos movimentos repetitivos são observados no

operador de máquinas agrícolas, como em tratores agrícolas, onde o operador olha diversas

vezes para trás, para observar o desempenho do equipamento acoplado ao trator ou em

diversas operações no campo como exemplo, o corte manual de cana-de-açúcar.

Existem ações ou um conjunto de movimentos repetitivos que causam “esgotamento

e desgaste” nas articulações, atrito e desgaste nos tendões e ligamentos e aumento da

fadiga muscular (SMITH, 1996).

Ainda segundo Smith (1996), o risco de distúrbios acumulativos são maiores quanto

mais um indivíduo é exposto a um esforço físico dividido em ações diárias de exposição

como: longos períodos de ações semelhantes durante semanas, meses ou anos;

exposições devidas à profissão; exposições contínuas, diárias, sem pausas. Se a exposição

for prolongada durante semanas ou meses pode levar a fadiga dos tecidos causando lesões

nos mesmos.

Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social ñ INSS, a principal consequência da

L.E.R. é a perda da capacidade de realizar movimentos podendo esta perda ser temporária

ou permanente da capacidade de trabalho.

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Segundo Oliveira (2003), atualmente há uma grande preocupação com a LER/DORT,

pois já são consideradas doenças “epidêmicas” no Brasil, que tem registrado a média de

30.000 casos por ano.

Segundo Oliveira (2003), a sigla D.O.R.T. significa Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho, que se constituem em doenças ocupacionais que estão

relacionadas à lesão por traumas repetitivos, enquanto a L.E.R. (Lesão por Esforços

Repetitivos) é o nome dado por especialistas a sintomas dolorosos que atingem tendões,

músculos, nervos, ligamentos e outras estruturas responsáveis pelos movimentos de

membros superiores e inferiores.

Os casos mais comuns de L.E.R. são encontrados no pescoço, ombros, cotovelos,

punhos e mãos. A conduta mais efetiva em relação a L.E.R., continua sendo a prevenção,

incluindo nessa prevenção mudanças ergonômicas, organizacionais e comportamentais.

SOBRECARGA DE TRABALHO

Comumente trabalhadores rurais são expostos a uma carga excessiva de trabalho,

na qual passam mais de 8 horas por dia trabalhando, excesso abusivo de horas extras em

um só dia. Também encontram-se crianças realizando trabalhos de adultos e trabalhos que

ultrapassam os limites humanos.

A diminuição da capacidade funcional dos trabalhadores em se manterem ou

permanecerem com o rendimento esperado, pode surgir em função da sobrecarga física

imposta pela própria atividade, realizada de forma contínua (SILVA, 1984).

Segundo Burgess (1995), as lesões decorrentes de sobrecarga física ocorrem mais

frequentemente quando se tem uso de cargas máximas, má projeção de equipamentos e m·

orientação quanto ao treinamento.

Para proporcionar ao trabalhador rural um ambiente de trabalho seguro e prazeroso,

é de extrema importância o conhecimento dos limites humanos além de sua correta

aplicação no trabalho diário.

Ainda Burgess (1995), o trabalho nas atividades agrícolas depende da compreensão

dos limites humanos, sendo eles, físico, fisiológico e mental, e da sua correta aplicação nas

situações reais encontradas.

LIMITES FÍSICOS DO OPERADOR

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São aqueles que envolvem características do trabalhador, por exemplo: biotipo,

idade, altura, peso, sexo etc. Quando o indivíduo não consegue realizar determinada tarefa

por causa de suas características corporais ele pode estar se expondo além de seus limites

físicos.

LIMITES FISIOLÓGICOS DO OPERADOR

Estes limites referem-se a: aptidão física, descanso, boa saúde, correta nutrição e

também o efeito de drogas no organismo. Esses limites podem variar diariamente, por

exemplo, se o indivíduo não descansou adequadamente ou não teve uma alimentação

correta, pode apresentar problemas na execução de alguma tarefa que exija força ou

concentração.

LIMITES MENTAIS E EMOCIONAIS DO OPERADOR

Os limites mentais e emocionais também como os limites fisiológicos podem variar

diariamente, de acordo com o estresse mental do indivíduo. O indivíduo pode perder a

capacidade de entender ou executar tarefas com a segurança necessária.

A empresa contratante dos serviços é essencial a observação e identificação de

condições e fatores que possam causar sobrecarga nos funcionários, visando proporcionar

ao colaborador um ambiente de trabalho em que este possa executá-lo de modo feliz,

satisfeito e confortável.

ILUMINAÇÃO DO AMBINETE DE TRABALHO

A iluminação correta do ambiente de trabalho infere diretamente nos resultados, no

conforto e na produtividade do trabalho realizado. Um local de trabalho bem iluminado

oferece ao indivíduo um ambiente agradável e amigável, visto que, a falta de iluminação,

assim como seu excesso pode ser prejudicial.

Nas máquinas agrícolas, em período diurno, quando o equipamento não possui

cabine, a nica maneira de se controlar o excesso de iluminação, é através da utilização de

algum E.P.I. (Equipamento de Proteção Individual), contudo quando a máquina possui

cabine, o excesso de iluminação, pode ser controlado, através do tipo de vidro utilizado na

composição física da cabine, podendo este absorver mais ou menos a luz do ambiente,

proporcionando maior conforto para o operador durante o trabalho.

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Durante a noite, para a iluminação no campo são utilizadas as próprias iluminações

contidas em cada máquina, visando à realização de um trabalho noturno com rendimento

semelhante ao período diurno independentemente da máquina possuir cabine ou não.

Para a correta iluminação do ambiente de trabalho existe a NBR-5413 (Norma de

Iluminação) NR-9 (Norma de Prevenção de Riscos Ambientais), que normatiza a iluminação

necessária do ambiente de trabalho levando em conta a tarefa que ser· nele executada. Na

Tabela 4, podem-se observar os níveis de luminância para interiores necessários há alguns

ambientes e tarefas segundo a norma NBR 5413 expressados em LUX (unidade de medida

de luz).

CAMPO DE VISÃO DO OPERADOR

Aliado a boa iluminação é essencial que o operador possua um campo de visão

limpo, ou seja, sem nenhuma obstrução para atrapalhá-lo durante a realização de sua

atividade no campo. Comumente nos tratores agrícolas é observado a posição do

escapamento do trator no campo de visão do operador.

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O escapamento do trator não atrapalha significativamente a operação do trator,

contudo este é um fator que pode ser melhorado renovando-se o projeto do trator,

projetando o escapamento em outro lugar que não comprometa o campo de visão do

operador.

POSTURA INADEQUADA DO OPERADOR

A postura inadequada em qualquer tarefa é a principal causa de lombalgia, dor nas

costas ou dor na coluna, sendo esta uma das morbidades que mais causa incapacidade

para o trabalho.

A preocupação com a postura se estende aos operadores de máquinas agrícolas,

que passam horas sentadas na operação do trator. É necessária a atenção à posição da

coluna, das pernas, a altura dos olhos, entre outros. Como exemplo após certo tempo de

operação se as pernas do operador não estiverem bem apoiadas, pode causar cãimbras e

outras morbidades em longo prazo, assim como o dimensionamento ergonômico correto do

banco.

Trabalhos de pesquisa desenvolvidos por Bonvezi & Betta (1996), Yadav & Tewari

(1998) e Mehta & Tewari (2000) mostram que o trabalho estático gera fadiga muscular, o

que aumenta o risco de ocorrência de acidentes de trabalho, além de potencializar a

ocorrência de determinadas doenças ocupacionais no operador, como lombalgias e

surgimento de hérnia de disco.

Segundo Iida (1990), o operador de

trator gasta de 40% a 60% do seu tempo

olhando para trás, o qual gera um grande

n mero de movimentos rotacionais da cabeça

do operador, chegando de 15 a 20 rotações

por minuto.

Esse fato faz com que o operador mantenha o pescoço torcido para trás, com o

intuito de diminuir a quantidade de rotações, porém aumenta a tensão dos músculos do

pescoço, provocando fadiga prematura dos músculos do pescoço e da coluna vertebral.

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101

Iida (2000) propõe um redesenho dos assentos, de modo a absorver as vibrações e

facilitar as rotações do tronco e da cabeça, uma vez que a coluna vertebral do operador

sofre o impacto das vibrações e das torções do corpo. O operador deve manter-se em numa

postura estável apesar de vibrar e sacolejar o tempo todo.

Em seu estudo da análise de conforto do assento do trator Mehta & Tewari (2000),

concluíram que para a realização de um estudo completo sobre o conforto, é necessário

levar em conta informações específicas como distribuições de peso no assento, níveis de

vibração, biomecânica, postura do operador e material do coxim.

TRATORES COM CABINES

A cabine do trator tem a função de

proporcionar ao operador, proteção do sol, chuva,

frio, poeira, fumaça do escapamento, ruídos, além

de tentar minimizar as vibrações que chegam ao

operador e proporcionar conforto térmico ao

mesmo. Pela cabine já fazer parte de seu projeto,

os tratores cabinados de fábrica, oferecem maior

conforto e maior proteção ao operador.

Como podemos observar na Figura, o operador tem maior espaço para a

movimentação no interior da cabine, os comandos são projetados de maneira mais eficiente

para seu conforto e existe uma vedação eficaz para a proteção do operador contra ruído,

poeira e partículas de defensivos agrícolas.

O trator com cabine de fábrica, contudo não indica que o operador está totalmente

seguro, pois mesmo com a presença da cabine os níveis de ruído, vibração e de

contaminação por partículas mesmo que menores, ainda podem estar acima dos

recomendáveis para a segurança do operador.

Schlosser e Debiasi (2002) realizaram uma avaliação dos níveis de ruído, próximos

ao ouvido do operador, considerando o mesmo trator com cabine e sem cabine. Na

ausência de cabines, os ruídos obtidos foram os que causaram maior dano ao operador.

Ao avaliar os níveis de ruído causado por um trator, sem cabine, em diferentes

velocidades de trabalho, concluiu-se que os valores indicaram uma condição de trabalho

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102

extremamente desconfortável para o operador, acarretando grande risco de perda de

audição (SANTOS FILHO, 2002).

Santos et al. (2004) avaliaram o conforto térmico em tratores agrícolas sem cabine, e

concluíram que as atividades realizadas pelos operadores agrícolas sem cabine, é insalubre

em função do calor sofrido e de serem executadas a céu aberto.

A saída para os tratores que não vem equipado com cabine pode ser a adaptá-lo de

uma cabine ao trator, contudo esta adaptação deve ser estudada e avaliada, em relação ao

nível de proteção e conforto que oferecem ao operador.

Uma cabine mal adaptada ao invés de oferecer conforto e proteção ao operador

pode piorar as condições de trabalho e aumentar o risco de saída para o operador. Cabines

mal planejadas podem aumentar o desconforto térmico, a intensidade dos ruídos, assim

como das vibrações e também a concentração de partículas a que o operador é exposto no

caso da aplicação de defensivos agrícolas na cultura.

Na figura abaixo, observa-se um exemplo de cabine mal adaptada, a adaptação

desta cabine confinou o operador a um posto de operação muito limitado, tanto no acesso

para a cabine quanto para a operação do trator.

A cabine estreitou o posto de trabalho diminuindo a distância entre os comandos

gerando um ambiente desconfortável para a operação do trator.

Observa-se que os pedais dos freios do

trator entram na cabine, através de um orifício no

chão, sem qualquer tipo de vedação. Este

detalhe gera diversas condições inseguras para

o operador, sendo que pela falta de vedação

adequada, a cabine perde sua eficiência em

proteger o operador de ruídos, poeira, calor e de

partículas de defensivos agrícolas.

ESTRUTURA DE PROTEÇÃO AO CAPOTAMENTO (E.P.C.)

Segundo Correia & Yamashita (2009), estrutura de proteção contra capotamento,

(EPC) é uma estrutura montada sobre o trator com a finalidade de proteger o condutor em

caso de capotamento do trator durante a sua utilização normal, garantindo um espaço

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103

seguro para o operador. Assim, ela deve ser construída de maneira que resista ao impacto

do tombamento sem sofrer deformações que atinjam a zona de segurança destinada ao

operador.

Existem três tipos de EPC: EPC de dois pontos, EPC de quatro pontos e cabine de

segurança.

EPC de dois pontos de fixação ou dois pilares

Também chamado de arco de segurança e constitui-se de um elemento estrutural

fixo ao trator em dois pontos resistentes nos chassi, à frente ou á trás do operador (CORR

EIA & YAMASHITA, 2009).

EPC de quatro pontos de fixação ou quatro pilares

Constitui-se de um conjunto de barras resistentes que

se fixam à frente e à trás do operador em quatro pontos de

apoio no trator (CORR A & YAMASHITA, 2009).

Cabine de segurança

Conjunto de elementos resistentes semelhantes ao

EPC de 4 pontos, sobre os quais são feitos recobrimentos

para proteger o operador do sol, poeira, chuva, calor e frio

(CORREIA & YAMASHITA, 2009).

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

104

FALHAS DE PROJETO

A EPC deve fornecer um abrigo seguro ao operador em caso de capotamento ou

tombamento do trator, contudo conforme abordado anteriormente a fixação dos pilares deve

ser feita em pontos sólidos do trator, caso contrário perde-se a resistência da EPC

colocando em risco a vida do operador em caso de acidente.

A Figura ao lado, apresenta um trator

que possui o arco de segurança, que

deveriam ser fixados em dois pontos

resistentes no chassi, contudo como se pode

observar, a fixação do arco foi feita

erroneamente nos pára-lamas do trator, sendo

que este não tem resistência suficiente para

suportar o peso do trator em caso de

capotamento, podendo levar o operador a

morte ou a se ferir gravemente.

A Figura abaixo exibe uma EPC de quatro pontos de fixação, cujos pilares traseiros,

foram fixados no pára-lamas do trator comprometendo a eficácia da segurança da EPC.

DIMENSÕES DO POSTO DE OPERAÇÃO

Os tratores em circulação no País, na sua grande maioria, apresentam problemas de

conforto e segurança para os operadores, uma vez que estes ficam expostos a níveis de

insalubridade acima do permitido pelas normas de segurança no trabalho.

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105

A utilização de tratores agrícolas ergonomicamente bem projetados reduz a

probabilidade de acidentes, doenças ocupacionais no operador além de aumentar sua

produtividade no trabalho (ROZIN, 2004).

As normas ISO (International Organization

for Standardization), ABNT (Associação Brasileira

de Normas Técnicas) e ASAE (American Society of

Agricultural Engineers) determinam parâmetros

recomendados no projeto de máquinas,

principalmente para tratores agrícolas.

Apresentamos, ao lado, os postos de

operações de tratores de diferentes marcas e anos

de fabricação.

LESÕES OCASIONADAS POR ACIDENTES COM TRATORES

No Brasil, estudos sobre acidentes rurais ainda são bastante limitados.

Debiasi (2004) cita que ainda existem poucos trabalhos sobre acidentes com

conjuntos tratorizados, o que dificulta o estudo das causas específicas do acidente e,

também restringe as bases de dados que poderiam auxiliar no controle da frequência e

gravidade dos acidentes. Schlosser (2004) também comenta que apesar da importância dos

acidentes com tratores agrícolas, ainda existe pouca pesquisa sobre o assunto. O autor, em

trabalho sobre os tipos de acidentes na Região da Depressão Central do Rio Grande do Sul,

ressalta as principais causas dos acidentes, como por exemplo, desconhecimento de

medidas de segurança, falta de atenção, etc. Além disso, identifica que o capotamento da

máquina é uma causa muito importante das lesões, pois correspondeu a 51,7% do total de

acidentes graves na região. Ainda segundo o autor os dispositivos de segurança e

treinamento dos operadores dos tratores são fundamentais na prevenção de acidentes.

Em estudos realizados sobre acidentes com tratores na zona rural da região de

Botucatu - SP, atendidos no Serviço de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de

Medicina de Botucatu - UNESP, no período de junho de 2007 a dezembro de 2009.

Analisando-se algumas características desse tipo de acidente, tais como, tipo e mecanismo

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106

da lesão, causa do acidente, orientação técnica sobre atividade, função do acidentado, com

intuito de obter dados que possam auxiliar estudos relacionados à prevenção desses graves

acidentes.

Observou-se que dentre os acidentes com máquinas agrícolas em nossa região, que

estão incluídas, picadora de cana, misturador de ração, moto-serra, roçadora e trator, sendo

que, os mais frequentes foram com tratores (16 casos), representando 65% de todos esses

acidentes.

Quanto ao sexo dos acidentados, observamos que todos eram do sexo masculino.

Supomos que o fato da totalidade dos acidentados da nossa região ser do sexo

masculino esteja relacionado ao hábito (costume-cultura) de no Brasil, trabalhos

relacionados aos tratores e máquinas agrícolas em geral, serem realizados praticamente só

por homens. J· Carlson et AL (2005) em estudos sobre acidentes com tratores em zona rural

de 5 estados norte- americanos, relatam menor porcentagem de envolvimento do sexo

masculino, isto é, 77% dos acidentados eram homens. Isso demonstra que naquele país, as

mulheres também estão envolvidas em atividades relacionadas às máquinas agrícolas. No

entanto, o autor supõe que a porcentagem mais elevada de acidentes no sexo masculino

nos Estados Unidos esteja relacionada ao fato dos homens, dedicarem maior parte do

tempo a este tipo de trabalho e executar as tarefas de maior risco. Gassend et AL (2009) em

trabalho sobre acidentes com tratores em Zagreb (Croácia), observaram que 91% dos

acidentados em zona rural eram do sexo masculino e somente 9% do sexo feminino. Os

autores atribuem o fato de que naquele país, a grande maioria dos operadores de máquinas

agrícolas serem homens.

Quanto à cor, houve predominância de brancos e a idade variou de 17 a 58 anos

com uma média de 29 anos, sendo que dois acidentados tinham 17 anos.

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107

Quanto á função que os acidentados exerciam no local, observamos que a maioria

(56,2%) atuavam como ajudante do tratorista e 46,6% eram tratoristas.

Além disso, de todos os ajudantes de tratorista (9 indivíduos), somente 2

trabalhavam constantemente na função, isto é, os outros 7, eram lavradores ou executavam

serviços gerais na propriedade rural e, esporadicamente atuavam como tal.

A execução esporádica da atividade e a falta de experiência podem ter influenciado

no elevado índice de acidentes com os ajudantes de tratorista. No entanto, como veremos

adiante, de maneira geral a falta de experiência não foi considerada um fator relevante pelos

próprios acidentados.

Com relação ao mecanismo da lesão (como ocorreu o acidente), nota-se que o mais

frequente foi relacionado ao cardã do trator (37,5%). Nesses casos, o acidentado foi

tracionado para a tomada de força através da vestimenta que se enroscou no cardã, ou o

indivíduo escorregou e caiu sobre o mesmo. A segunda causa mais frequente dos acidentes

foi capotamento, isto é, o trator tombou sobre o operador (25%).

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108

Quanto à formação técnica do acidentado, isto é, instruções sobre atividades de

operação do trator constatamos que a grande maioria (87,5%) não havia feito nenhum curso

ou recebido qualquer orientação. Os que responderam afirmativamente afirmaram que

apenas receberam orientação de outros trabalhadores no próprio local.

Na opinião dos acidentados

e/ou acompanhantes as causas

mais frequentes dos acidentes

foram a falta de atenção do próprio

acidentado (25%), a falta de

atenção do companheiro (25%) e o

cansaço ou excesso de trabalho

(25%).

PONTOS IMPORTANTES

Dentre as máquinas agrícolas, os tratores foram os maiores causadores dos

acidentes (65%); sendo que, a idade média dos acidentados foi 29 anos.

A maioria dos acidentados (56,2%) atuavam como ajudante do tratorista e a grande

maioria dos acidentados (87,5%) não haviam feito cursos e nem recebido instruções sobre

atividade relacionada com o trator.

O eixo Cardã foi responsável por 37,5% dos acidentes com o trator e a maioria dos

acidentados (75%) afirmou não existir qualquer proteção no trator ou no local de trabalho.

81,2% dos acidentados afirmaram que não usavam qualquer proteção no momento do

acidente, também na opinião deles as causas mais frequentes dos acidentes foram ‡ falta

de atenção deles ou do companheiro além do cansaço ou excesso de trabalho.

As lesões ocorreram mais frequentemente nos membros superiores, inferiores e

bacia; a grande maioria dos pacientes (81,2%) necessitaram internação pela gravidade das

lesões, sendo, o período médio de internação de 19 dias e o período médio de afastamento

do trabalho de 90 dias.

A grande maioria dos pacientes (80%) apresentou algum tipo de deformidade ou

limitação de movimento em decorrência do acidente e um paciente foi a óbito.

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109

NR 31 - COMENTADA

*A seguir, veremos a NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na

Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e

Aquicultura – Comentada, extraída do site: www.riscorural.com.br;

Os comentários são bastantes elucidativos e enriquecedores,

porém, não dispensam o acompanhamento da referida norma.

Os campos de aplicação da NR 31, conforme item 31.2, seguem a interpretação

dada pelo Art.3º, § 1º da Lei nº 5.889/73, descrito abaixo:

“Art. 3º - Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física

ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agroeconômica, em caráter

permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de

empregados.

§ 1º Inclui-se na atividade econômica, referida no "caput" deste artigo, a exploração

industrial em estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis

do Trabalho”.

Este conceito é reforçado pelo Art. 2º do Decreto 73.626/74, que estabelece o

seguinte:

“Art 2º Considera-se empregador rural, para os efeitos deste Regulamento, a pessoa

física ou jurídica, proprietária ou não, que explore atividade agroeconômica, em

caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com

auxílio de empregados.

§ 3º Inclui-se na atividade econômica referida no caput , deste artigo, a exploração

industrial em estabelecimento agrária..]

§ 4º Consideram-se como exploração industrial em estabelecimento agrário, para os

fins do parágrafo anterior, as atividades que compreendem o primeiro tratamento dos

produtos agrários in natura sem transformá-los em sua natureza, tais como:

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110

I - o beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos produtos agropecuários

e hortigranjeiros e das matérias-primas de origem animal ou vegetal para posterior

venda ou industrialização;

II - o aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e

modificação dos produtos in natura , referidas no item anterior.

§ 5º Para os fins previstos no § 3º não será considerada indústria rural aquela que,

operando a primeira transformação do produto agrário, altere a sua natureza,

retirando-lhe a condição de matéria-prima”.

Diante disto, podemos afirmar que se a atividade preponderante é caracterizada pela

atividade rural e existem dentro da área do empreendimento atividades de

transformação primária não compreendidas na CLT, as exigências da NR 31 são

aplicáveis.

Esta interpretação resulta que “não são aplicáveis” nestes casos a maioria das

Normas Regulamentadoras utilizadas em atividades “urbanas”, salvo algumas

exceções.

Porém, a afirmação acima não assegura, que não haverá divergência de opinião por

parte do órgão fiscalizador do Ministério do Trabalho e Emprego.

A Lei nº 5.889/73encontra-se na íntegra e comentada, disponível para consulta e

download através do site: www.riscorural.com.br

Para comprovar que são cumpridas as exigências do item 31.3.3 por parte do

empregador ou equiparado, deve-se:

Estar com o P.P.R.A. – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR 9)

e o P.C.M.S.O. – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR7)

atualizado;

Possuir Ordem de Serviço – OS (NR1), assinado pelos empregados, onde

estão claramente descritos todos os procedimentos de segurança e saúde

ocupacional para as atividades desenvolvidas;

Possuir ficha de entrega de EPI assinadas pelos empregados, comprovando a

entrega dos equipamentos de segurança individual necessários às atividades

desenvolvidas (NR6);

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111

Possuir fichas de controle e lista de presença de treinamentos ministrados

aos trabalhadores, quanto ao uso de EPI, procedimentos seguros,

desenvolvimento do trabalho, contendo além do nome e RG do trabalhador, a

data do treinamento, carga horária e assunto abordado;

Possuir quaisquer outros documentos e programas que comprovem a

implantação das medidas de prevenção de risco das atividades

desenvolvidas.

Os riscos classificam-se em cinco grupos:

Mecânicos – Riscos que possam causar contusão, fratura, perfuração, corte,

escoriação, abrasão, queimaduras térmicas e químicas e choque elétrico;

Ergonômicos – Agentes e condições de trabalho capazes de causar lesões

musculoesqueléticas crônicas, dores na coluna, esforços visual e intelectual;

Químicos – Agentes ambientais que podem ser inalados, ingeridos ou

absorvidos pela pele e que causam danos ou doenças degenerativas;

Físicos – Agentes ambientais como ruídos, temperaturas extremas, radiações

e umidade, que ao longo do tempo de exposição, causam doenças e outros

problemas como estafa e mal súbito;

Biológicos – Agentes infecto contagiantes como vírus, bactérias, protozoários,

capazes de gerar doenças.

As avaliações qualitativas e quantitativas dos riscos existentes no desenvolvimento

dos trabalhos, bem como as medidas de controle, devem estar descritas no P.P.R.A.

– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, conforme NR 9.

O cumprimento do subitem “l” pode ser demonstrado através de relatórios de

avaliação da conformidade legal, de agentes ambientais e P.P.R.A. , onde devem ser

priorizadas as medidas corretivas e preventivas e, somente como complemento, a

indicação de EPI.

No caso do não cumprimento das regras estabelecidas ou acidentes de trabalho

envolvendo terceiros em atividade “intra muro” ou em empresas do mesmo grupo

econômico, responderão solidariamente o infrator e o contratante, ou líder do grupo.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

112

Prestadores de Serviço devem adotar em favor de seus empregados as mesmas

medidas de segurança praticadas em benefício dos trabalhadores do

estabelecimento do tomador de serviço, mediante prática de intercâmbio de

informação, por exemplo.

Quanto ao subitem “d”, podem surgir divergências sobre o grau de compreensão que

as partes envolvidas terão sobre as questões. Vale o “bom senso”. Importante

destacar que, se ocorrer uma situação de impasse, antes da tomada de medidas

drásticas, como caracterização de falta grave, seja feita uma análise criteriosa,

incluindo consultas a especialistas nas áreas jurídica e de segurança e medicina do

trabalho.

A CPRR deve ser entendida como a instância mais próxima dos atingidos pela NR

31. Assim, sempre que os Empregadores ou os Trabalhadores entenderem ser

oportuno opinar, sugerir ajustes ou mudanças necessárias à correção de problemas

decorrentes da aplicação da Norma, deverão encaminhar suas reivindicações à

CPRR através de suas representações de classe.

O cumprimento dos subitens “a” a “c” pode ser demonstrado através de relatórios de

avaliação da conformidade legal, de agentes ambientais e P.P.R.A., onde devem ser

priorizadas as medidas corretivas e preventivas e, somente como complemento, a

indicação de EPI.

As avaliações qualitativas e quantitativas dos riscos existentes no desenvolvimento

dos trabalhos, bem como as medidas de controle, devem estar descritas no P.P.R.A.

– Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, conforme NR 9. Os riscos

classificam-se em cinco grupos:

Mecânicos – Riscos que possam causar contusão, fratura, perfuração, corte,

escoriação, abrasão, queimaduras térmicas e químicas e choque elétrico;

Ergonômicos – Agentes e condições de trabalho capazes de causar lesões

musculoesqueléticas crônicas, dores na coluna, esforços visual e intelectual;

Químicos – Agentes ambientais que podem ser inalados, ingeridos ou

absorvidos pela pele e que causam danos ou doenças degenerativas;

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

113

Físicos – Agentes ambientais como ruídos, temperaturas extremas, radiações

e umidade, que ao longo do tempo de exposição, causam doenças e outros

problemas como estafa e mal súbito;

Biológicos – Agentes infecto contagiantes como vírus, bactérias, protozoários,

capazes de gerar doenças.

Todo o controle da saúde dos trabalhadores deve ser feito pelo empregador, sem

ônus para os trabalhadores.

Embora a NR 31 não faça mais menção à NR 7 P.C.M.S.O., é consenso do próprio

Conselho Federal de Medicina brasileiro que o controle médico ocupacional deve

obedecer ao seguinte:

Que o médico seja credenciado como Médico do Trabalho;

Que os tipos, frequência e parâmetros de “normalidade” dos exames clínico e

complementares sejam estabelecidos pelo próprio Médico, com base em

similaridade com a NR 7 “urbana”, ou por decisão pessoal, assumindo as

responsabilidades e respondendo pelo ato profissional.

Com relação ao Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, é aceito pelo Conselho

Federal de Medicina (CFM) e já está em uso corrente pelos médicos o modelo

estabelecido na NR 7 “urbana” que contém exatamente os campos previstos no item

31.5.1.3.3 – “a” a “e”, acima, e que devem estar todos preenchidos.

Com relação a via do ASO que permanece no estabelecimento, é importante que

tenha a assinatura do trabalhador examinado e do médico e que seja guardada e

preservada por tempo indeterminado.

Todo estabelecimento deve manter em suas dependências equipamentos e materiais

de primeiros socorros, de acordo com os riscos de acidentes provenientes das

atividades desenvolvidas no trabalho.

Deve-se realizar treinamento de Primeiros Socorros aos empregados, ou pessoa

responsável, para que, no caso de acidente, prestar o primeiro atendimento, visando

a manutenção da vida e redução de tempo de reabilitação da vítima, fazendo para

tal, o bom uso dos equipamentos de primeiros socorros existentes no

estabelecimento.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

114

A comprovação deste treinamento pode ser feita através de lista de presença

contendo nomes e assinaturas dos treinados, datas de realização, carga horária,

conteúdo do curso e nome e assinatura do instrutor, bem como do certificado de

treinamento.

Em caso de necessidade de remoção da vítima ao recurso hospitalar, este deve ser

feito sem ônus para o empregado.

Em caso de acidentes com Animais Peçonhentos, o tratamento definitivo é a

soroterapia específica, sendo assim, mesmo prestados os procedimentos de

primeiros socorros, a vítima deve ser encaminhada imediatamente ao hospital.

Quanto menos tempo se passar do momento da picada até o tratamento intra-

hospitalar, menores serão as sequelas do envenenamento.

Em casos de doenças ocupacionais, por ser obrigatório o parecer ou atestado

médico, é necessária a participação do Médico no processo. Uma vez atestada a

hipótese de doença ocupacional, é obrigatória a emissão da Comunicação de

Acidente do Trabalho – CAT.

O SESTR é o órgão da empresa, responsável pela implantação, manutenção e

supervisão das medidas de segurança e saúde do trabalho. Cabe ao SESTR analisar

os riscos existentes nos processos produtivos e ambientes de trabalho, e encontrar

as maneiras de minimizá-los ou eliminá-los .

É responsável pela conscientização dos empregados quanto ao uso de EPI's,

prevenção de acidentes e execução das normas de segurança. Assessorar a

CIPATR quando solicitado, garantir que as medidas preventivas descritas no

P.P.R.A. estão sendo cumpridas e, em caso de situação de risco iminente à vida e à

saúde do trabalhador, agir imediatamente não permitindo a exposição ao risco.

Não é permitido que o profissional pertencente ao SESTR desenvolva quaisquer tipo

de função que não seja diretamente envolvida com prevenção de acidentes. Ou seja,

o profissional do SESTR deve desempenhar suas funções de prevenção de

acidentes durante toda sua jornada de trabalho.

Para que o SESTR desenvolva satisfatoriamente suas atribuições, é de extrema

importância que receba o apoio do empregador ou equiparado.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

115

O número de profissionais do SESTR é determinado pelo número de empregados

existente no estabelecimento, independente de o contrato ser por tempo determinado

ou indeterminado.

Assim, para as atividades em que a propriedade mantém um certo número de

empregados contratados por tempo indeterminado e aumenta o contingente na

época de safra contratando mais trabalhadores por prazo determinado, o

dimensionamento do SESTR pode ser feito de três formas diferentes:

1. Dimensionamento feito pelo número máximo esperado de empregados.

Neste caso, para os períodos de entressafra o número de profissionais

excederá o mínimo exigido, ou;

2. Dimensionamento feito pelo número de empregados contratados por prazo

indeterminado e contratação de SESTR Externo somente para o período de

safra, na proporção do aumento do número de empregados contratados por

prazo determinado, ou;

3. Contratação de SESTR Externo ou Coletivo, com o número de profissionais

flutuando de acordo com a flutuação do número de empregados no

estabelecimento.

Apesar do conflito entre os itens 31.6.6 e 31.6.6.1 e o Quadro I, o entendimento deve

ser:

Até 9 trabalhadores = Dispensada a obrigatoriedade de constituir o SESTR;

De 10 a 50 trabalhadores = Dispensada a obrigatoriedade de constituir o

SESTR, porém exigida uma das duas alternativas; a) O Empregador ou

preposto tem a formação exigida, ou;

b) O empregador contrata 1 Técnico de Segurança ou SESTR Externo;

De 51 trabalhadores em diante = Obrigatória a constituição do SESTR, na

proporção do Quadro I, se Próprio, ou Quadro II, se Externo ou Coletivo.

Como o número de profissionais exigido para o caso de SESTR Externo ou

Coletivo é fixo até 500 trabalhadores, está claro que para o caso de um

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

116

estabelecimento com até 50 trabalhadores é mais vantajosa a contratação de

um Técnico de Segurança.

O item 31.7.20.1 referenciado é, na verdade, o conteúdo do treinamento dos

membros da CIPATR. Para o empregador que comprovar a participação efetiva

neste tipo de curso, através de certificado de conclusão, e possuir até 50

trabalhadores, é dispensada a constituição do SESTR.

O número de profissionais exigido está detalhado nos Quadros I e II

Como a regra para constituição do SESMT estabelecida na NR 4 é diferente da NR

31, é interessante que sempre se opte pelo regar de maior número de membros do

SESMT entre as duas normas, sendo isto objeto de negociação coletiva, visando

chegar em consenso conveniente para ambas as partes.

Comparando-se o número de profissionais exigido para as duas opções - SESTR

PRÓPRIO ou EXTERNO E COLETIVO, temas a seguinte tabela.

O

dimensionamento da CIPATR definido no Quadro do item 31.7.3 é feito com base no

número de empregados contratados por prazo indeterminado.

O entendimento do item 31.7.2.1, acima é similar ao 31.6.6 e 31.6.6.1, ou seja:

Até 10 trabalhadores = Dispensada a obrigatoriedade de constituir CIPATR;

De 11 a 19 trabalhadores = Dispensada a obrigatoriedade de constituir a

CIPATR, porém exigida uma das duas alternativas; a) O Empregador ou

preposto tem a formação exigida, ou;

b) O empregador contrata 1 Técnico de Segurança ou SESTR Externo;

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

117

De 20 trabalhadores em diante = Obrigatória a constituição da CIPATR, de

acordo com a tabela do item 31.7.3.

A escolha do coordenador é feita no dia da posse, em votação aberta, pelo grupo

que estiver representando o mandato do período para o qual foram eleitos ou

escolhidos.

Permanece a regra de elegibilidade apenas para os trabalhadores com contrato de

trabalho por tempo indeterminado.

A porcentagem a ser considerada é somente sobre os trabalhadores com contrato

por tempo indeterminado.

Devem ser incluídos no treinamento os “membros titulares” mais um número

equivalente que corresponderia ao de “suplentes”. Para os representantes dos

empregados, devem ser escolhidos como “suplentes” os mais votados e não eleitos,

por ordem decrescente de votos.

O treinamento deve ser ministrado por profissional qualificado, Engenheiro ou

Técnico de Segurança do Trabalho. Devem ser gerados e guardados documentos

que comprovem a participação dos membros, contendo datas, conteúdo ministrado,

carga horária, nomes e assinaturas dos participantes e do instrutor.

O treinamento da CIPATR deve conter o mesmo conteúdo do treinamento de CIPA,

descrito na NR 5,“urbana”, porém os temas devem ser voltados às atividades rurais,

focando principalmente os riscos dos trabalhos desenvolvidos no estabelecimento.

Para maiores informações quanto ao registro e uso autorizado do produto, pode ser

consultada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

Apesar da ANVISA ser o órgão onde estão os registros dos produtos que já foram

aprovados no Ministério da Agricultura, alguns Estados podem ter legislação mais

restritiva e proibirem produtos que são liberados nacionalmente para uso. Em função

disso, é recomendável uma consulta à Unidade Regional da Secretaria de Estado da

Agricultura mais próxima.

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118

Informações detalhadas sobre responsabilidades e cuidados no uso de agrotóxicos

podem ser obtidas na Lei Federal Nº 7.802, de 11 de julho de 1.989 e Decreto

Federal Nº 4.074, de 04 de janeiro de 2.002 no próprio site da ANVISA.

Para a admissão, o controle de idade pode ser feito através de documentos. Para os

já em atividade a preocupação maior deve ser com os que completarem 60 anos,

que devem ser retirados do trabalho com “exposição direta” ou “indireta”.

Para a gestante, para evitar a caracterização de discriminação no momento da

admissão, a pessoa deve ser informada sobre as exigências da NR 31 e a proibição

do trabalho de mulheres grávidas com agrotóxicos. Deve ser evitada qualquer

solicitação de declaração escrita sobre estado de gravidez. A Lei nº 9.029, de 13 de

abril de 1.995 estabelece em seu artigo 2º o seguinte: “Constituem crime as

seguintes práticas discriminatórias: I – a exigência de teste, exame, perícia, laudo,

atestado, declaração ou qualquer outro procedimento relativo à esterilização ou a

estado de gravidez” . Em razão disso, se uma candidata ao emprego mentir na

admissão sob o estado de gravidez, somente poderá ser afastada do trabalho com

agrotóxicos quando for visível seu estado ou quando informar voluntariamente que

está grávida.

O afastamento da atividade dependerá da informação prévia, a cargo da própria

gestante. Devem ser guardados todos os documentos relativos ao assunto –

atestados, laudos de exames, comunicação do afastamento etc.

É obrigatória a posse de “Receita Agronômica” emitida por Engenheiro Agrônomo,

cuja cópia deve ficar arquivada, de preferência, junto com a nota fiscal de compra do

produto.

O empregador deve possuir também a Ficha de Informação de Segurança de

Produto Químico (FISPQ), pois a mesma possui informações importantes como,

identificação de perigos no manuseio e aplicação, medidas de primeiros socorros,

armazenamento seguro, informações toxicológicas, regulamentações entre outras

informações.

A FISPQ atualizada do produto químico deve ser fornecida gratuitamente pelos

fornecedores, pois as informações contidas não são confidenciai, e deve ser

elaborada e escrita conforme NBR 14.725 e ter como base a ISO11.014.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

119

Em muitos procedimentos de pulverização aérea, são usadas pessoas no solo para

indicar a faixa em que a aeronave deve pulverizar.

Mesmo utilizando-se de EPI, esta prática deve ser proibida, usando para tal

finalidade ferramentas adequadas como GPS, cones, hastes e etc.

Deve-se ministrar treinamento específico sobre segurança e saúde no manuseio de

agrotóxicos aos empregados expostos direta ou indiretamente a esses produtos,

bem como informações sobre a utilização dos EPI, sendo também entregue aos

participantes um manual de procedimentos em forma escrita e ilustrado, para que se

lembrem sempre das medidas preventivas explanadas durante os treinamentos.

A comprovação de que as informações foram transmitidas pelo empregador pode ser

feita através de ficha de frequência de treinamento, contendo datas, conteúdo, carga

horária, nomes e assinaturas dos participantes e instrutores.

A comprovação de que as informações foram transmitidas pelo empregador pode ser

feita através de ficha de frequência de treinamento, contendo datas, conteúdo, carga

horária, nomes e assinaturas dos participantes e instrutores.

É recomendável, quando possível, que sejam aplicados testes de verificação escrita

com exigência de acerto de 100% das respostas. Os testes devem ser guardados

por tempo indeterminado.

Além do fornecimento gratuito dos EPI adequados e do treinamento sobre uso,

cuidados e manutenção, devem ser guardados recibos com discriminação detalhada

dos equipamentos, datas de entrega e assinaturas dos usuários.

É obrigatória a descontaminação diária da vestimenta (lavagem) por conta do

empregador. Parece inevitável que o empregador, de forma isolada, ou em grupo,

deverá dispor de lavanderia adequada e estruturada, com pessoal treinado, para

lavar e secar toda a roupa utilizada diariamente. Devem ser gerados e guardados

documentos de controle do “movimento” de lavagem.

A comprovação de que as informações foram transmitidas pelo empregador pode ser

feita através de ficha de frequência de treinamento, contendo datas, conteúdo, carga

horária, nomes e assinaturas dos participantes e instrutores.

As embalagens retornáveis, devem receber o tratamento especificado pelo fabricante

ou fornecedor. As não-retornáveis devem ser lavadas imediatamente depois de

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120

esvaziadas, para evitar o ressecamento do produto. Após a lavagem, as embalagens

devem ser inutilizadas e guardadas.

Quando o número de embalagens lavadas e inutilizadas atingir volume significativo,

deve ser feita a remessa para uma das entidades credenciadas para o recebimento

na região. A entrega das embalagens na unidade credenciada deve ser

acompanhada de uma nota fiscal de simples remessa com discriminação do material

e peso, na qual o recebedor colocará carimbo com data e assinatura acusando o

recebimento. A nota fiscal assinada ou outro documento emitido pela unidade

recebedora deve ser guardado junto com a documentação de compra e receita

agronômica.

Para o transporte das embalagens vazias descontaminadas não é necessário o

cumprimento das exigências para o transporte de cargas perigosas.

O subitem “f”, acima, deve ser entendido como piso impermeável e sistema de

contenção que impeça a penetração do produto no solo e o escoamento para locais

não desejados e, além disso, permita recolher líquidos ou sólidos em caso de

vazamentos.

A altura das pilhas deve obedecer ao especificado nas embalagens e os produtos

devem ser agrupados por classe de compatibilidade. Os reativos e os inflamáveis

devem ficar em blocos separados.

O transporte de agrotóxicos deve obedecer as regras aplicáveis ao transporte de

produtos perigosos contidas no Decreto Federal Nº 96.044, de 18 de maio de 1.988 e

Resolução Nº 420/04 da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT.

Cada resíduo deve ter a destinação estabelecida em legislações e regras próprias de

meio ambiente em níveis federal e estadual.

No caso de emissões de queimadas, cada região possui regras próprias que devem

ser observadas e tomadas as medidas preliminares.

Para o caso dos resíduos orgânicos, como alimentos, palha, dejetos de animais etc,

onde é comum a formação de gases combustíveis e/ou asfixiantes, devem ser

tomados cuidados especiais contra incêndio, explosão e asfixia de pessoas.

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121

Deve ser exigido do médico que realiza os exames admissional e periódicos que

ateste a aptidão do trabalhador para levantamento e transporte manual de cargas,

nos pesos especificados.

A comprovação de que as informações foram transmitidas pelo empregador pode ser

feita através de ficha de frequência de treinamento, contendo datas, conteúdo, carga

horária, nomes e assinaturas dos participantes e instrutores.

A comprovação de que o empregador cumpre as exigências acima, podem ser feitas

através:

Da apresentação do P.P.R.A, P.C.M.S.O.. e LTCAT;

Realização dos exames admissional e periódicos dos trabalhadores e

indicação da aptidão para atividades que exijam sobrecarga muscular estática

ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores.

Esta aptidão deve constar do Atestado de Saúde Ocupacional – ASO, emitido

pelo Médico, cuja cópia assinada deve ser mantida arquivada.

Embora não sendo mandatório para o meio rural, o roteiro do “Manual de Aplicação

da Norma Regulamentadora Nº 17”, é um bom guia.

Além do fornecimento, devem ser gerados documentos contendo a descrição do

material fornecido, datas e assinaturas dos usuários, similar ao sistema de controle

de EPI.

Todas as ferramentas devem ser guardadas de maneira organizada quando não

estiverem sendo utilizadas.

A organização das ferramentas, e seu correto acondicionamento, acarretam na

redução de acidentes, aumento da “vida útil” da ferramenta, e reduz a perda de

tempo quando da necessidade de utilizá-las.

A ferramenta quando utilizada para outro fim que não o que se destina, ou por

pessoa que não souber manuseá-la corretamente, gera grandes riscos de acidentes.

A bainha deve proteger o fio da lâmina durante o transporte.

Mais detalhes desta exigência podem ser obtidos na Norma da Associação Brasileira

de Normas Técnicas – ABNT - NBR 10.001 – Estrutura de proteção contra

capotagem de tratores agrícolas de roda.

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122

A comprovação de que a cabine atende as especificações da norma é a existência

de declaração no manual da máquina e/ou a presença de etiqueta metálica ou outro

tipo de gravação indelével na estrutura atestando que atende as exigências.

Este tipo de estrutura pode aparecer identificada pela denominação abreviada em

inglês como cabine “ROPS” ou “Roll-Over Protective Structures” e, na ABNT, “EPCC”

ou “Estruturas de Proteção contra Capotagem”.

Para o caso de máquinas importadas, a referência normalmente utilizada é a das

normas ISSO Nº 3.463/89 - “Wheeled Tractors for Agriculture and Forestry -

Protective Structure – Dynamic Test Method and Acceptance Condition” e 5.700/89 -

“Wheeled Tractors for Agriculture and Forestry - Protective Structure - Static Test

Method and Acceptance Condition”;

Estão incluídas na proibição as carretas tracionadas por tratores.

As exigências do item 31.12.15 estão contidas no artigo 150 e parágrafo único da Lei

nº 9.503/97 – Código de Trânsito Brasileiro. O treinamento mínimo exigido é o de

direção defensiva e primeiros socorros. Para casos específicos devem ser incluídos

nos treinamentos aspectos relativos à atividade do trabalhador. A comprovação do

cumprimento desta exigência pode ser feita através de ficha de controle de

treinamento contendo datas, conteúdo e nomes e assinaturas do treinando e do

instrutor. Para os cursos realizados por entidades reconhecidas e credenciadas, o

certificado de conclusão atende a exigência.

A comprovação de que as informações foram transmitidas pelo empregador pode ser

feita através de ficha de frequência de treinamento, contendo datas, conteúdo, carga

horária, nomes e assinaturas dos participantes e instrutores.

Por serem espaços fechados, não destinados a ocupação humana permanente, o

interior de silos e armazéns apresentam uma série de riscos aos trabalhadores

como, falta de oxigênio, atmosfera explosiva, sedimentação de grãos, entre outros.

Todos os trabalhos realizados nestes locais devem seguir procedimentos

previamente estabelecidos e divulgados entre os envolvidos.

A Norma Regulamentadora 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em espaços

confinados, estabelece os requisitos a serem seguidos para garantir a segurança dos

trabalhadores no caso de trabalhos em silos e armazéns.

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123

As provas dos cumprimentos destas exigências são a existência de documento

escritos estabelecendo as regras mínimas, fichas de controle de treinamento

contendo datas, conteúdo, nomes e assinaturas dos treinados e dos instrutores,

permissão de trabalhos entre outras previstas na NR 33.

Além das condições de projeto e conservação das vias de circulação, especial

atenção deve ser dada às frentes de trabalho, onde é maior o fluxo de veículos e

máquinas. Nestes locais devem ser estabelecidas e sinalizadas as mãos e fluxos

preferenciais de trânsito.

As exigências básicas estão relacionadas ao tipo e estado do veículo, existência de

registrador instantâneo de velocidade, bancos, porta e escada de acesso,

compartimento separado para ferramentas e a habilitação do motorista. Mais

detalhes podem ser verificados principalmente na Lei nº 9.503/97 – Código de

Trânsito Brasileiro.

A Portaria SUP/DER nº 17, do Estado de São Paulo estabelece que todo veículo

utilizado no transporte rural de passageiros, para obter a licença, deve ser submetido

a pelo menos uma inspeção anual. A inspeção deve ser transcrita em documento

próprio que deve ser acompanhado de “Anotação de Responsabilidade Técnica” –

ART, emitida por Engenheiro.

Para a demonstração de que o empregador atende as exigências, deve existir

veículos comas as seguintes características e acessórios.

Compartimento de passageiros coberto, com porta e escada de acesso,

assentos para todos os ocupantes e iluminação;

ferramentas sendo transportadas em compartimento separado dos

passageiros;

registrador instantâneo de velocidade;

bom estado físico e de funcionamento dos pneus, freios, sistema de

iluminação e sinalização e direção.

Os motorista devem possuir habilitação categoria “D” e curso de capacitação de

condutor de veículo de transporte coletivo de passageiros;

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124

O empregador deve possuir ainda:

Licença de transporte emitida pelo órgão competente, dentro do período de

validade;

Documentação que demonstre o controle de inspeção e manutenção

periódica dos itens de verificação obrigatória;

Relatório periódico com resumo de verificações dos equipamentos de registro

instantâneo de velocidade (tacógrafo ou computador de bordo);

Registro no prontuário de motoristas que infringiram as regras, comprovando

a tomada de medidas administrativas.

Como o transporte de cargas pressupõe o uso de veículos e o emprego de

motoristas, as exigências básicas a serem observadas estão relacionadas ao tipo e

estado do veículo, existência de registrador instantâneo de velocidade e habilitação

do motorista, que estão contidas na lei nº 9.503/97 – Código de Trânsito Brasileiro.

Para o transporte de cargas perigosas, como é caso de combustíveis e inflamáveis e

agrotóxicos, devem ser atendidas as exigências do Decreto Federal nº 96.044 e

Resolução nº 420/04 da Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT.

Na Resolução nº 420 estão listados todos os produtos por ordem de número da ONU

e alfabética, acompanhados de todas as exigências e recomendações especiais,

quantidades isentas etc.

Além destas, pode ser consultada a Resolução CONTRAN nº 91/99, que dispõe

sobre “Cursos de Treinamento Específico e Complementar para Condutores de

Veículos Rodoviários Transportadores de Produtos Perigosos”.

As exigências básicas para o transporte de produtos perigosos constituem-se no

seguinte:

Certificado de Capacitação do veículo utilizado para transporte a granel,

emitido pelo Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO) ou seus

credenciados;

Estado do veículo e da carga;

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125

Sinalização do veículo;

Existência de Kit e equipamentos de proteção para emergências;

Envelope e ficha de emergência, contendo a descrição das características de

risco do produto e procedimentos em emergências;

Habilitação do motorista.

Para o atendimento das exigências do item 31.17.2, podem ser adotados os critérios

da NR 11 “urbana”, abaixo reproduzidos:

Quando não for possível o emprego de processo mecanizado, admite-se o processo

manual, mediante a utilização de escada removível de madeira, com as seguintes

características:

a) lance único de degraus com acesso a um patamar final;

b) largura mínima de 1,00m (um metro), apresentando o patamar as dimensões

mínimas de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro) e a altura máxima, em relação ao

solo, de 2,25m (dois metros e vinte e cinco centímetros);

c) ser guardada proporção conveniente entre o piso e o espelho dos degraus, não

podendo o espelho ter altura superior a 0,15m (quinze centímetros), nem o piso

largura inferior a 0,25m (vinte e cinco centímetros);

d) ser reforçada, lateral e verticalmente, por meio de estrutura metálica ou de

madeira que assegure sua estabilidade;

e) possuir, lateralmente, um corrimão ou guarda-corpo na altura de 1,00m (um metro)

em toda a extensão;

f) perfeitas condições de estabilidade e segurança, sendo substituída imediatamente

a que apresente qualquer defeito.

O termo “escada” empregado acima deve ser entendido como “plataforma”. No

subitem “c”, o termo “largura” atribuído ao degrau deve ser entendido como

“profundidade” do degrau.

Para os casos em que é necessária a permanência do trabalhador sobre a

carroceria, no momento da carga, colocação e retirada de lona de cobertura ou

descarregamento, cuja proibição aparece no item 31.17.3, acima, deve ser adotado o

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126

uso de cinturão de segurança com cabo preso a um dispositivo trava-quedas

ancorado em estrutura resistente.

A demonstração de que o empregador atende todas as exigências são:

Veículo com as características e acessórios exigidos;

Certificado de capacitação para transporte de produtos perigosos a granel

dentro do prazo de

validade, quando for o caso;

Kit, EPI, envelope e ficha de emergência, para o caso de transporte de

produtos perigosos;

Motorista com as habilitações exigidas – categorias “C”, “D” ou “E”,

dependendo da capacidade de carga e tipo do veículo, e curso de

capacitação de condutor de veículo de transporte de produtos perigosos;

Documentação que demonstre o controle de inspeção e manutenção

periódica dos itens de verificação obrigatória;

Relatório periódico com resumo de verificações dos equipamentos de registro

instantâneo de velocidade (tacógrafo ou computador de bordo);

Registro no prontuário de motoristas que infringiram as regras, comprovando

a tomada de medidas administrativas;

Existência de plataforma para acesso à carroceria com resistência, nas

dimensões e em estado de conservação compatíveis;

Existência e utilização de estrutura resistente, com sistema de trava-quedas e

cinturão de segurança, para proteção do trabalhador sobre a carroceria de

veículos.

As doenças mais comumente transmitidas por animais e seus fluidos corpóreos ou

insetos comuns nos locais de trato destes animais são a brucelose, tuberculose,

histoplasmose, leishmaniose, toxoplasmose e raiva. Para as doenças para as quais

existem vacinas para humanos, o empregador deve encaminhar os trabalhadores

para vacinação e manter documentação de comprovação.

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Para o atendimento do item 31.18.1 “b” e 31.18.2 “a” a “c” devem ser elaborados

procedimentos ou ordens de serviço contendo as regras mínimas. A comprovação do

cumprimento das exigências pode ser feita através de:

Condições higiênicas dos locais de trato com animais;

Existência e divulgação do conteúdo das instruções, procedimentos e/ou

ordens de serviço em reuniões e treinamentos realizados antes do início da

atividade e repetidos periodicamente;

Ficha de controle de treinamento contendo datas, carga horária, conteúdo

abordado e nomes e assinaturas dos participantes e dos instrutores;

Ficha de controle de entrega de EPI.

Existe o curso de “doma racional” promovido pelo SENAR, onde instrutores são

capacitados para adestrar animais. A comprovação de que o empregador cumpre a

exigência do item 31.18.4 é a existência de pessoas capacitadas para tal fim e a

prova de que os animais foram domados.

Para o atendimento do item 31.19.1 “a” a “c” devem ser elaborados procedimentos

ou ordens de serviço contendo as regras mínimas. A comprovação do cumprimento

das exigências pode ser feita através de:

Existência e divulgação do conteúdo das instruções, procedimentos e/ou

ordens de serviço em reuniões e treinamentos realizados antes do início da

atividade e repetidos periodicamente;

Ficha de controle de treinamento contendo datas, carga horária, conteúdo

abordado e nomes e assinaturas dos participantes e dos instrutores.

O cumprimento do item 31.20.1 - “a” a “c” pode ser demonstrado através de

documento com “Indicação Técnica de EPI”, feito pela área especializada de

segurança do trabalho, onde é apresentado um breve relato dos riscos, resumidas as

medidas de ordem técnica e administrativa e especificados os EPI indicados. Devem

fazer parte deste documento a descrição das características técnicas e limitações do

EPI, nome dos fabricantes e número e validade de Certificados de Aprovação – CA

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128

(pode ser anexado ou utilizado o próprio conteúdo do laudo que acompanha o CA e

que é fornecido pelo fabricante ou revendedor do EPI).

A demonstração principal de que o empregador exige o uso dos EPI é a constatação

no campo de que a maioria os utiliza. Como prova documental, devem ser gerados e

mantidos registros contendo as avaliações dos riscos e a indicação dos

equipamentos corretos e as sanções eventualmente aplicadas aos trabalhadores que

descumpriram as obrigações – advertências verbal e escrita, suspensão e demissão.

Outra prova importante de que os EPI são adquiridos, fornecidos e utilizados

regularmente é a “Ficha Individual de Controle de EPI”, documento de controle

interno onde devem ser descritos todos os equipamentos retirados e a data de cada

fornecimento. Todo fornecimento de EPI deve ser acompanhado da assinatura do

usuário.

Finalmente, como prova de consumo regular, podem ser utilizadas as notas fiscais

de compra dos EPI.

O cumprimento do item 31.20.1.3 pode ser demonstrado através de fichas de

controle de treinamento contendo datas, carga horária, assuntos abordados e nomes

e assinaturas dos treinados e dos instrutores.

A Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – NBR 5.419 –

“Proteção de edificações contra descargas atmosféricas” é a referência nacional para

este tipo de proteção.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

129

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manuseio de defensivos agrícolas: procedimento. jul. 1982. 2 p.

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perigosas: terminologia. dez. 1983. 7 p.

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para o transporte de produto perigoso: características e dimensões. dez. 1996. 5 p.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7504: Envelope para

transporte de produtos perigosos: características e dimensões. maio 1993. 5 p.

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ficha de emergência para o transporte de produto perigoso. dez. 1996. 5 p.

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sinalização nas unidades de transporte e de rótulos nas embalagens de produtos

perigosos. out. 1994. 11 p.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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acordo de alcance parcial para a facilitação do transporte de produtos perigosos

BRASIL. LEI Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o

armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a

importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a

classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da Agricultura. Decreto n.º 98.816, de 11 de janeiro de 1990, que

regulamenta a Lei n.º 7802 de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre a pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o

armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a

importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a

classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus

componentes e afins, e dá outras providências. D.O.U., 12 jan. 1990.

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2009b). Nota Técnica Reavaliação Toxicológica do Ingrediente Ativo Acefato.

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SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

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produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a

comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o

destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a

inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras

providências.

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Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Técnico em Segurança do Trabalho

SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL

133

Departamento Técnico-Normativo. Portaria n.º 03, de 16 de janeiro de 1992. Proíbe

a comercialização, o uso e a distribuição dos produtos agrotóxicos organoclorados.

D.O.U., 03 set. 1985. Proteção contra incêndio por extintores no transporte

rodoviário de produtos perigosos. mar.1998. 2 p.

INPEV. Apresentação Educativa (Armazenamento, transporte, tríplice lavagem e

lavagem sob pressão). Brasil, 2009. Disponível em:

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24 de outubro de 2009.

Manual de armazenamento e transporte de embalagens de agrotóxicos e M294

produtos de uso veterinário / [coordenador], Roberta Mara Züge... [et al.]. – 2009

Curitiba : TECPAR, 2009.17f.

MONTEIRO, Leonardo de Almeida. Segurança na operação com máquinas agrícolas

/ Leonardo de Almeida Monteiro e Daniel Albiero. – Fortaleza: Imprensa

Universitária, 2013, 124 p.

RIBEIRO, M. L. et al. Pesticidas: Usos e Riscos Para o Meio Ambiente. HOLOS

Environment, v.8 n.1, pág. 53, 2008. Disponível em:

<http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/holos/article/viewFile/2539/2236> Acesso

em: 27 de outubro de 2009.

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Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!

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