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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Emerson Fernando Boeira Rodrigo Ruckhaber de Morais TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Manual de Importação para Aplicação ao Despacho Aduaneiro no Modal Marítimo Organização, Sistemas e Métodos ITAJAÍ (SC) 2010

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  • UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

    Emerson Fernando Boeira

    Rodrigo Ruckhaber de Morais

    TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

    Manual de Importação para Aplicação ao

    Despacho Aduaneiro no Modal Marítimo

    Organização, Sistemas e Métodos

    ITAJAÍ (SC)

    2010

  • 2

    EMERSON FERNANDO BOEIRA

    RODRIGO RUCKHABER DE MORAIS

    TRABALHO DE CONCLUSÃO

    DE ESTÁGIO Manual de Importação para Aplicação

    ao Despacho Aduaneiro no Modal Marítimo

    Trabalho desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

    ITAJAÍ - SC, 2010

  • 3

    Agradecemos aos nossos familiares, as nossas

    esposas pela compreensão nos momentos de

    profundo estudo. À nossa orientadora Bárbara

    Silvana Sabino pelo incentivo e apoio nessa

    caminhada. A Hansa Logística Global Ltda. pela

    acolhida e na oportunidade em estagiar e a crescer

    profissionalmente.

  • 4

    “O único lugar onde o sucesso vem

    antes do trabalho é no dicionário”.

    Albert Einstein

  • 5

    EQUIPE TÉCNICA

    a) Nome dos estagiários

    Emerson Fernando Boeira

    Rodrigo Ruckhaber de Morais

    b) Área de estágio

    Organização, Sistemas e Métodos

    c) Supervisor de campo

    Rodrigo Ruckhaber de Morais

    d) Orientadora de estágio

    Profª. Bárbara Silvana Sabino, M. Sc.

    e) Responsável pelos Estágios em Administração

    Prof. Eduardo Krieger da Silva, M. Sc.

  • 6

    DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

    a) Razão social

    Hansa Logística Global Ltda

    b) Endereço

    Rua Uruguai, 45, Sala 02, Centro – Itajaí – SC

    c) Setor de desenvolvimento do estágio

    Importação

    d) Duração do estágio

    240 horas

    e) Nome do cargo do supervisor de campo

    Rodrigo Ruckhaber de Morais

    f) Carimbo e visto da empresa

  • 7

    AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

    ITAJAÍ, 25 DE OUTUBRO DE 2010.

    A Empresa HANSA LOGÍSTICA GLOBAL LTDA, pelo

    presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí -

    UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão

    de Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pelos

    acadêmicos EMERSON FERNANDO BOEIRA E RODRIGO

    RUCKHABER DE MORAIS.

    __________________________________

    Rodrigo Ruckhaber de Morais

  • 8

    RESUMO

    Em função da competitividade na prestação de serviço, é crescente a preocupação das organizações com a capacitação dos seus profissionais. Atualmente, tornou-se de vital importância para as organizações terem profissionais qualificados e comprometidos com os seus objetivos. Com o Brasil em crescente desenvolvimento do comércio exterior, o volume das importações sobrepõe às exportações. A Hansa Logística Global Ltda. se depara dentro deste negócio acompanhando o crescimento do país. Em virtude disso, o objetivo geral do trabalho foi desenvolver um manual para padronização dos processos aduaneiros no setor de importação, no registro de declarações de importações do tipo consumo, com intuito de reduzir erros de registro. Tendo como objetivos específicos: identificar o perfil dos colaboradores; levantar o tipo de DI predominante, emitidas na Hansa; levantar os valores de multas recolhidas pela Hansa e RFB em Itajaí (SC); apresentar a legislação pertinente; reunir os documentos de importação; Levantar os padrões de trabalho; e descrever as etapas do despacho aduaneiro de importação do tipo para consumo. A pesquisa caracterizou-se inicialmente pela coleta de referencial teórico que fundamentou o trabalho, em segunda instância coletaram-se os valores das multas aplicadas pelo setor aduaneiro na RFB de Itajaí, sem e com redução. Foi exposto detalhadamente o padrão de trabalho no setor de importação, por meio do fluxograma de processos. Desenvolveu-se o manual de importação, uma ferramenta importante para o desenvolvimento das atividades do despacho aduaneiro da empresa estudada. Conclui-se que o manual permite a compreensão de todas as atividades, objetivando a administração do setor de importação.

    PALAVRAS-CHAVE: Comércio Exterior. Importação. DI Consumo. Manual.

  • 9

    LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    Quadro 1 – Indicadores para tratamento e análise dos dados....................... 26

    Quadro 2 – Resumo das teorias da administração ....................................... 33

    Quadro 3 – As principais etapas no desenvolvimento da qualidade.............. 40

    Quadro 4 – Simbologia geral para representação do fluxograma.................. 49

    Quadro 5 – Quadro de multas ....................................................................... 68

    Figura 1 – Logo da Hansa ............................................................................. 71

    Quadro 6 – Quadro de clientes ...................................................................... 75

    Quadro 7 – Quadro de concorrentes ............................................................. 75

    Figura 2 – Organograma da filial de Itajaí (SC) ........................................... 77

    Figura 3 – Primeira tela do SISCOMEX ....................................................... 85

    Figura 4 – Tela nova declaração .................................................................. 86

    Figura 5 – Tela tipo de declaração ................................................................ 87

    Figura 6 – Tela guia importador .................................................................... 88

    Figura 7 – Tela guia básicas ......................................................................... 89

    Figura 8 – Tela guia transporte ..................................................................... 91

    Figura 9 – Tela guia carga, subguia 1 ........................................................... 93

    Figura 10 – Tela guia carga, subguia 2 ......................................................... 95

    Figura 11 – Tela guia carga, subguia 3 ......................................................... 96

    Figura 12 – Tela guia pagamento .................................................................. 97

    Figura 13 – Tela guia informações complementares ..................................... 98

    Figura 14 – Tela inserir adição ...................................................................... 99

    Figura 15 – Tela fornecedor/exportador ........................................................ 100

    Figura 16 – Tela guia fornecedor/fabricante/produto ..................................... 101

    Figura 17 – Tela guia mercadoria, subguia 1 ................................................ 102

    Figura 18 – Tela guia mercadoria, subguia 2 ................................................ 103

    Figura 19 – Tela guia mercadoria, subguia 3 ................................................ 105

    Figura 20 – Tela guia mercadoria, subguia 4 ................................................ 106

    Figura 21 – Tela guia valor aduaneiro ........................................................... 107

    Figura 22 – Tela guia tributos, subguia I.I. .................................................... 108

    Figura 23 – Tela guia tributos, subguia I.P.I. ................................................. 109

  • 10

    Figura 24 – Tela guia tributos, subguia PIS/COFINS (PIS/PASEP) .............. 110

    Figura 25 – Tela guia tributos, subguia PIS/COFINS (COFINS) .................... 111

    Figura 26 – Tela guia tributos, antidumping .................................................. 112

    Figura 27 – Tela guia tributos/subguia cálculos ............................................. 113

    Figura 28 – Tela guia câmbio ......................................................................... 114

    Figura 29 – Tela declaração de importação ................................................... 115

    Figura 30 – Tela transmissão para análise .................................................... 116

    Figura 31 – Tela diagnóstico por nº de transmissão ...................................... 117

  • 11

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 – Dados pessoais ........................................................................... 79

    Tabela 2 – Dados profissionais ..................................................................... 79

    Tabela 3 – Tipos de DI’s emitidas ................................................................. 81

    Tabela 4 – Valores das multas recolhidas .................................................... 81

    Tabela 5 – Valores das multas recolhidas Receita Federal do Brasil ........... 82

    Tabela 6 – Percentual das multas recolhidas RFB X Hansa ........................ 83

    Tabela 7 – Percentual das multas recolhidas RFB X PM Despachos Aduaneiros ....................................................................................................

    83

  • 12

    LISTA DE SIGLAS

    ALADI – Associação Latino-Americana de Integração.

    ANVISA – Agência Nacional da Vigilância Sanitária.

    APO – Administração por Objetivos.

    Art. – Artigo.

    AVA – Acordo de Valoração Aduaneira.

    BACEN – Banco Central do Brasil.

    B/L – Bill of lading (Conhecimento de carga marítimo).

    CCO – Comprovante de Compra.

    CE – Ceará.

    CE – Comprovante de Exportação.

    CI – Comprovante de Importação.

    CIDE – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico.

    CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica.

    CNTR – Container (Contêiner).

    CFR – Cost and Freight (Custo de Frete).

    COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.

    COMEX – Comércio Exterior.

    CPF – Cadastro de Pessoa Física.

    DAD – Depósito Aduaneiro de Distribuição.

    DARF – Documento de Arrecadação de Receitas Federais.

    DCR-E – Demonstrativo do Coeficiente de Redução Eletrônico.

    DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior.

    DDE – Declaração para Despacho de Exportação.

    DEA – Depósito Especial Alfandegado.

    DI – Declaração de Importação.

    DO – Desenvolvimento Organizacional.

    DRF – Delegacia da Receita Federal.

    DSIC – Departamento de Segurança da Informação e Comunicações.

    EADI – Estação Aduaneira Interior (Hoje Porto Seco).

    EDA – Equipe de Despacho Aduaneiro.

  • 13

    EIZOF – Entreposto Internacional da Zona Franca de Manaus.

    ES – Espírito Santo.

    FOB – Free on Board (Carga a Bordo).

    FUNDAP – Fundo para Desenvolvimento das Atividades Portuárias.

    GATT – General Agreement on Tariffs and Trade (Acordo Geral sobre Tarifas

    Aduaneiras e Comércio).

    IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

    ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços.

    II – Imposto de Importação.

    IN – Instrução Normativa.

    INCOTERMS – International Commercial Terms (Termos Internacionais do

    Comércio).

    IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados.

    LI – Licença de Importação.

    Ltda. – Limitada.

    MA – Ministério da Agricultura e Abastecimento.

    MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

    MF – Ministério da Fazenda.

    NALADI – Nomenclatura da Associação Latino-Americana de Integração.

    NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias.

    NC – Nota Complementar.

    NCCA – Nomenclatura do Conselho de Cooperação Aduaneira.

    NCM – Nomenclatura Comum do MERCOSUL.

    NVE – Nomenclatura de Valor e Estatística.

    OMC – Organização Mundial do Comércio.

    PDF – Portable document format (Formato de documento portátil).

    PE – Pernambuco.

    PIS/PASEP – Programa de Integração Social.

    POP – Procedimentos Operacionais Padrão.

    POC3 – Planejar; Organizar; Coordenar; Comandar; e Controlar.

    PR – Paraná.

    RA – Regulamento Aduaneiro.

    RADAR – Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes

    Aduaneiros.

  • 14

    RC – Registro de Operação de Crédito.

    RE – Registro de Exportação.

    REI – Registro de Exportadores e Importadores.

    RES – Registro de Exportação Simplificado.

    RF – Receita Federal.

    RFB – Receita Federal do Brasil.

    ROF – Registro de Operações Financeiras.

    RS – Rio Grande do Sul.

    RV – Registro de Venda.

    SC – Santa Catarina.

    SECEX – Secretaria de Comércio Exterior.

    SGPC – Sistema Global de Preferências Comerciais.

    SH – Sistema Harmonizado de Codificação e Designação de Mercadorias.

    SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior.

    SN – Sem Número.

    SRF – Secretaria da Receita Federal (Hoje RFB).

    SP – São Paulo.

    URF – Unidade da Receita Federal.

    TCE – Trabalho de Conclusão de Estágio.

    TEC – Tarifa Externa Comum.

    THC – Terminal Handling Charge (Capatazia).

    TIPI – Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados.

    VA – Valor Aduaneiro.

    VMCV – Valor da Mercadoria na Condição de Venda.

    VMLD – Valor da Mercadoria no Local de Descarga.

    VMLE – Valor da Mercadoria no Local de Embarque.

    VUCV – Valor unitário na condição de venda.

    VTMLE – Valor Total das Mercadorias no Local de Embarque.

    ZFM – Zona Franca de Manaus.

    ZFM-PE – Zona Franca de Manaus (Produtos Estrangeiros).

    ZFM-PI – Zona Franca de Manaus (Produtos Industrializados).

  • 15

    SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 18 1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa ....................................................... 19 1.2 Objetivos do trabalho .............................................................................. 20 1.3 Aspectos metodológicos ........................................................................ 21 1.3.1 Caracterização da pesquisa ...................................................................... 22 1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa ........................................................ 23 1.3.3 Procedimentos de coleta de dados............................................................ 24 1.3.4 Tratamento e análise de dados.................................................................. 25 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................. 29 2.1 Administração.......................................................................................... 29 2.1.1 Administração como ciência ...................................................................... 30 2.1.2 Funções administrativas ............................................................................ 35 2.1.3 Administração na prestação de serviço ..................................................... 37 2.1.4 Padronização ........................................................................................... 38 2.1.5 Qualidade ................................................................................................. 39 2.2 Organização, sistemas e métodos ......................................................... 41 2.2.1 Evolução .................................................................................................... 42 2.2.2 O Profissional............................................................................................. 43 2.2.3 Formulário de levantamento ...................................................................... 44 2.2.4 Manualização ............................................................................................ 45 2.2.4.1 Elaboração do manual............................................................................ 47 2.2.4.2 Fluxograma ............................................................................................ 48 2.3 Globalização............................................................................................. 50 2.3.1 Comércio exterior....................................................................................... 51 2.3.2 Importação................................................................................................. 54 2.3.3 Modal marítimo .......................................................................................... 56 2.4 Despacho aduaneiro................................................................................ 57 2.4.1 Despachantes aduaneiros ......................................................................... 58 2.4.2 Início do despacho aduaneiro de importação ............................................ 58 2.4.3 Declaração de importação ......................................................................... 60 2.4.4 Documentos que instruem a declaração de importação ............................ 61 2.4.5 Fatura comercial ........................................................................................ 61 2.4.6 Packing List (romaneio de carga) .............................................................. 62 2.4.7 Conhecimento de carga marítimo (B/L) ..................................................... 63 2.4.8 Certificados especiais/ certificados de origem ........................................... 64 2.4.9 Preenchimento da declaração de importação ........................................... 64 2.4.10 Valor Aduaneiro....................................................................................... 65 2.4.11 Sistema integrado de comércio exterior (SISCOMEX)............................ 66 2.4.12 Multas aplicadas ao despacho aduaneiro ............................................... 68 3. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ................................. 70 3.1 Caracterização da Empresa .................................................................... 70 3.1.1 Histórico..................................................................................................... 70 3.1.2 Principais serviços ..................................................................................... 72 3.1.3 Instalações................................................................................................. 74 3.1.4 Principais clientes ...................................................................................... 74

  • 16

    3.1.5 Principais concorrentes.............................................................................. 75 3.1.6 Estrutura organizacional ........................................................................... 76 3.1.7 Missão, visão e valores.............................................................................. 77 3.2 Resultado da pesquisa .............................................................................. 78 3.2.1 Perfil dos colaboradores............................................................................ 79 3.2.2 Tipo de DI predominante ........................................................................... 81 3.2.3 Valores das multas Receita Federal do Brasil na DRF de Itajaí (SC) ...... 82 3.3 Manual de importação para o modal marítimo ........................................ 84 3.3.1 Orientações iniciais ................................................................................... 84 3.3.2 Tela inicial da declaração de importação (DI) no SISCOMEX .................. 84 3.3.3 Tela principal da declaração de importação no SISCOMEX importação .. 85 3.3.4 Inserindo uma nova declaração de importação ........................................ 86 3.3.5 Guia importador......................................................................................... 87 3.3.6 Guia básicas ............................................................................................. 89 3.3.7 Guia transporte ......................................................................................... 90 3.3.8 Guia carga ................................................................................................ 92 3.3.9 Subguia 2 ................................................................................................. 94 3.3.10 Subguia 3 ............................................................................................... 96 3.3.11 Guia pagamento ..................................................................................... 96 3.3.12 Guia informações complementares ........................................................ 98 3.3.13 Adição ..................................................................................................... 99 3.3.14 Guia fornecedor/importador.....................................................................100 3.3.15 Guia fornecedor/fabricante/produtor .......................................................101 3.3.16 Guia mercadoria/subguia 1 ....................................................................102 3.3.17 Guia mercadoria/subguia 2 ....................................................................103 3.3.18 Guia mercadoria/subguia 3 ....................................................................104 3.3.19 Guia mercadoria/subguia 4 ....................................................................105 3.3.20 Valor aduaneiro ......................................................................................106 3.3.21 Guia tributos/subguia I.I. .........................................................................108 3.3.22 Guia tributos/subguia I.P.I. .....................................................................109 3.3.23 Guia tributos/subguia PIS/COFINS (PIS/PASEP) ..................................110 3.3.24 Guia tributos/subguia PIS/COFINS (COFINS) .......................................111 3.3.25 Guia tributos/subguia antidumping .........................................................111 3.3.26 Guia tributos/subguia cálculos ................................................................112 3.3.27 Guia câmbio ...........................................................................................113 3.3.28 Transmissão para análise 1º passo ........................................................115 3.3.28.1 Transmissão para análise 2º passo .....................................................116 3.3.29 Transmissão para diagnóstico ................................................................116 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................118 4.1 Considerações sobre as questões teóricas envolvidas ......................119 4.2 Considerações sobre os resultados .....................................................120 4.3 Limitações, contribuições e recomendações .......................................122 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................123 ANEXOS ............................................................................................................127 APÊNDICES ......................................................................................................145

  • 17

    ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS..............................................................161

  • 18

    1 INTRODUÇÃO

    As organizações no Brasil vivem fases de crescimento no comércio exterior.

    Novos conceitos de serviços fazem parte da mudança incessante das empresas que

    buscam a qualidade na prestação de serviços, e tornam-se constante no mercado.

    No cenário do comércio exterior, a importação consiste na entrada de

    mercadorias provenientes do exterior, em um país, desempenhando um papel

    importante no desenvolvimento social e econômico. As atividades de importação

    avançaram seu crescimento em relação aos últimos anos, principalmente pelos

    portos, aeroportos e pontos de fronteiras no Estado de Santa Catarina, o que

    fortalece a economia local e do Brasil.

    As relações comerciais internacionais exigem a adoção de procedimentos

    que propõe controlar e fiscalizar o mercado interno, por meio de medidas vinculadas

    ao Despacho Aduaneiro. Este consiste num procedimento fiscal com o objetivo de

    assegurar regularidade na operação bem como o cumprimento dos aspectos

    tributários.

    O ambiente organizacional vem sendo marcado por inúmeras

    transformações, que buscam a competitividade, com o objetivo da sobrevivência e

    do crescimento no mercado. Essas transformações resultam em mudanças internas

    fazendo com que as organizações necessitem de colaboradores qualificados.

    As empresas têm conhecimento que uma equipe de colaboradores

    preparados, motivados e comprometidos são diferenciais e itens fundamentais para

    a busca de seu sucesso empresarial. Nesse cenário, a Hansa Logística Global Ltda

    tem sua sede administrativa na cidade de Joinville (SC), a organização conta com

    filiais em Vitória (ES) e Itajaí (SC). A filial em que foi desenvolvido o trabalho de

    pesquisa situa-se em Itajaí (SC).

    Essa unidade atua no mercado como prestadora de serviço no despacho

    aduaneiro. E está vivenciando dificuldades na realização dos processos de

    importação, sem que ocorra pagamento de multas em decorrência de imperícia por

    falta de treinamento externo, interno e qualificação profissional e para tais

    afirmações se apresenta o problema de pesquisa. Quais são as informações que

  • 19

    obrigatoriamente devem ser levantadas para a eficaz elaboração de um manual de

    processos do despacho aduaneiro do tipo consumo?

    Com base nessas informações, esse trabalho busca desenvolver um manual

    para padronização dos processos aduaneiros no setor de importação, no registro de

    declarações de importações do tipo consumo, com intuito de reduzir erros de

    registro. Sendo que os colaboradores poderão adquirir conhecimento e esclarecer

    suas dúvidas nesse manual de processos.

    O que vem a comprovar, tomando como base, Manzoli (2009) relata que, a

    descrição incorreta ou incompleta pode acarretar atrasos no desembaraço e multas

    significativas, portanto, a busca da minimização nas ocorrências de multas no

    despacho aduaneiro é constante entre as partes envolvidas.

    1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa

    Nesse item apresenta-se o problema de pesquisa e a justificativa de

    elaboração desse estudo. Na opinião de Roesch (2007, p. 90), o problema de

    pesquisa.

    Pode ser definido tanto a partir da observação, como da teoria, ou ainda de um método que se queira testar. No contexto de um projeto de prática profissional, um problema é uma situação não resolvida, mas também pode ser a identificação de oportunidades até então não percebidas pela organização.

    Os acadêmicos propõem para a empresa Hansa Logística Global Ltda a

    pergunta de pesquisa que está relacionada com o seu ambiente de trabalho. Quais

    são as informações que obrigatoriamente devem ser levantadas para a eficaz

    elaboração de um manual de processos do despacho aduaneiro do tipo

    consumo?

    A padronização no interior das organizações é vista como instrumento

    expressivo de gerenciamento nas rotinas, desde o chão de fábrica até o pós-venda.

    Seguindo a mesma lógica, Campos (1999) relata que a padronização sob a ótica

    empresarial, traz melhorias na qualidade do produto ou serviço, na redução dos

    custos fixos e variáveis, nos cumprimentos dos prazos, etc.

  • 20

    E para se atingir uma padronização nas operações de forma homogenia, a

    área de Organização, Sistemas e Métodos contribui com a manualização. Este é um

    importante caminho que deve ser percorrido, pois Cury (2005) denomina que os

    manuais são documentos predispostos pela organização com o propósito de

    padronizar os métodos em que se apresentam nas diversas áreas em atividade.

    Em relação à originalidade os acadêmicos elaboraram junto ao coordenador

    da unidade de Itajaí (SC) uma entrevista (APÊNDICE G) e pode-se observar que não

    há trabalho de estágio relacionado ao tema que está sendo pesquisado, conforme a

    pergunta de número 6.

    Nessa Universidade há um trabalho de conclusão de curso elaborado pela

    acadêmica Indianara Nayra Heusi Leal Nunes denominado Manual do importador

    para empresa Full Comex importação e exportação Ltda que foi desenvolvido no

    curso de Comércio Exterior, porém nesse trabalho foi apresentado os detalhes do

    despacho aduaneiro no modal marítimo.

    Quanto à viabilidade, a elaboração não envolveu custos significativos como

    também houve a disponibilidade de informações e dados sobre a organização e fácil

    acesso das pessoas que participaram dessa pesquisa, até pelo fato de um

    componente da dupla ser Coordenador da empresa na unidade de Itajaí (SC).

    Em suma, esse trabalho vem ao encontro de interesses acadêmicos e

    empresariais, pois:

    • o aporte teórico reunido nesse trabalho auxiliará na execução do

    despacho aduaneiro;

    • padroniza as atividades ao realizar o despacho aduaneiro e

    • traz as legislações vigentes na área de importação, sendo útil para

    constante consulta e

    • servirá de base para futuros trabalhos.

    1.2 Objetivos do trabalho

    Esse item apresenta os objetivos do estudo, os quais Roesch (2007, p. 94)

    apresenta como sendo o “definido como alvo ou desígnio que se pretende atingir”.

  • 21

    Ressaltando que há duas implicações importantes, sendo que a autora estabelece

    padrões de sucesso por meio da qual o trabalho foi avaliado e pela formulação de

    objetivos que ajudaram a perceber etapas de seu estudo. Cabe ressaltar que tais

    objetivos orientaram a revisão da literatura e da metodologia da pesquisa.

    Nesses termos, o objetivo geral do presente trabalho é desenvolver um

    manual para padronização dos processos aduaneiros no setor de importação,

    no registro de declarações de importações do tipo consumo, com intuito de

    reduzir erros de registro.

    Quanto aos objetivos específicos, a formulação de um objetivo geral não é

    suficiente para dar uma ideia como o trabalho foi desenvolvido. Com isso, Richardson

    (2007, p. 63) define que “os objetivos específicos definem etapas que devem ser

    cumpridas para alcançar o objetivo geral”. Assim, para atender o objetivo do trabalho

    foram definidos os seguintes objetivos específicos:

    • Identificar o perfil dos colaboradores;

    • Levantar o tipo de Declaração de Importação predominante, emitidas na

    Hansa;

    • Levantar os valores das multas recolhidas pela Hansa;

    • Levantar os valores das multas recolhidas pela Receita Federal do Brasil em

    Itajaí (SC);

    • Apresentar a legislação pertinente;

    • Reunir os documentos de importação;

    • Levantar os padrões de trabalho e

    • Descrever as etapas da realização de um despacho aduaneiro de importação

    do tipo para consumo.

    1.3 Aspectos metodológicos

    Neste item apresentam-se os aspectos metodológicos utilizados no presente

    trabalho, enfatizando as questões ligadas ao tipo de pesquisa, área de abrangência,

  • 22

    bem como apresentação e análise das informações. Cruz e Ribeiro (2003) comentam

    que a metodologia é um elemento constitutivo de um estudo científico que apresenta

    as técnicas a serem adotadas para a realização da pesquisa (entrevista, questionário

    e outros). Corroborando, Roesch (2007) menciona que a finalidade da metodologia é

    desenvolver no aluno familiaridade com a prática da pesquisa científica, sob a

    supervisão de um pesquisador qualificado.

    Destaca-se que a metodologia desse trabalho é composta por: (1) a

    caracterização da pesquisa; (2) a tipologia de estágio; (3) os participantes da

    empresa no presente estudo e (4) a coleta e tratamento dos dados. Vale ressaltar

    que os aspectos metodológicos são essenciais para efetuar o trabalho, e os seus

    itens devem ser determinados com exatidão conforme o tema escolhido, levando em

    conta o trabalho a ser realizado para que se encontre o objetivo proposto.

    1.3.1 Caracterização da pesquisa

    Em suma, esse estudo tem como propósito o método proposição de planos,

    pois se destina a desenvolver um manual para padronização dos processos

    aduaneiros no setor de importação, reduzindo erros no registro de Declarações de

    Importação. Pois, a proposição de planos tem como característica expressar

    soluções para problemas já diagnosticados.

    Dessa forma, mesmo sendo predominantemente qualitativo (pesquisa

    bibliográfica, legislação pertinente (ANEXO A) e entrevista com o Coordenador da

    empresa Apêndice G), beneficiou-se de métodos e técnicas da pesquisa quantitativa

    (levantamentos da Receita Federal do Brasil (APÊNDICE C), dos concorrentes

    (APÊNDICE D), do perfil dos colaboradores (APÊNDICE F), e documentos da

    empresa, com cunho descritivo.

    O método adotado para o estudo foi o método qualitativo com aporte

    quantitativo. O autor Richardson (2007, p. 79) menciona que “o método qualitativo

    difere em princípios do quantitativo à medida que não se emprega um instrumento

    estatístico com base do processo de análise de um problema”. Quanto ao método

    quantitativo, Richardson (2007, p. 70) descreve que ao contrário, “caracteriza-se

  • 23

    pelo emprego da quantificação tanto das modalidades de coleta de informações,

    quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas”.

    Na pesquisa descritiva, “os fatos são observados, registrados, analisados,

    classificados e interpretados sem que o pesquisador interfira neles”. (ANDRADE,

    1997, p. 104). Esse tipo de pesquisa, geralmente é utilizado para obter informações

    relacionadas às atitudes dentro da organização, em que Gil (2007, p. 44) destaca

    que “a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das

    características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de

    relação entre variáveis”.

    Em síntese, esse trabalho descreve uma pesquisa, prevalecendo o método

    qualitativo com aporte quantitativo que em suma é uma proposição de plano que se

    concretizou por meio do desenvolvimento do manual para padronização dos

    processos aduaneiros no setor de importação isso foi possível por intermédio de

    dados coletados conforme: (1) buscar pesquisas bibliográficas; (2) reunir documentos

    da Hansa; (3) identificar o perfil dos colaboradores; (4) levantar o tipo de DI

    predominante, emitidas na Hansa; (5) levantar os valores das multas recolhidas pela

    Hansa; (6) levantar os valores das multas recolhidas pela Delegacia da Receita

    Federal em Itajaí (SC); (7) aplicar entrevista com Coordenador; (8) apresentar a

    legislação vigente na área; (9) reunir os documentos de importação; (10) levantar os

    padrões de trabalho e (11) descrever as etapas da realização de um despacho

    aduaneiro de importação.

    1.3.2 Contexto e participantes da pesquisa

    Essa seção destina-se a determinação da população envolvida no estudo,

    bem como da amostragem a ser adotada. Seguindo essa linha, Richardson (2007, p.

    158) define que “população pode ser um conjunto de indivíduos que trabalham em

    um mesmo lugar”. E amostra utilizada foi por conveniência, que na visão de

    Malhotra (2001), busca obter uma amostra de elementos convenientes, em que na

    maioria dos casos, o entrevistador escolhe as pessoas que farão parte da pesquisa,

    porque elas estavam no lugar e no momento certo.

  • 24

    Como a população restringe-se a apenas 4 pessoas, é possível adotar o

    sistema de amostragem censo formada por conveniência por abranger a todos os

    elementos da população.

    Na pesquisa qualitativa, a coleta de dados foi realizada por meio de

    pesquisa em livros, sites na internet, leis e decretos, publicações de revistas, artigos

    para análise e entendimento do assunto. Já na pesquisa quantitativa foram

    coletados dados da Receita Federal do Brasil em Itajaí (SC) por meio da solicitação

    de dados (APÊNDICE C) e dados de outras organizações do mesmo ramo

    demonstrado no Quadro 7.

    1.3.3 Procedimentos de coleta de dados

    Compete ressaltar que Richardson (2007) comenta que esta seção existe

    numa pesquisa com a intenção de apontar os instrumentos de coleta de

    informações, as quais podem ser por intermédio de questionários, entrevistas,

    fichas, por exemplo. Esse estudo contou com pesquisas bibliográfica e documental,

    e ainda levantamentos por meio da aplicação de questionários e entrevistas.

    Os questionários foram aplicados na Receita Federal do Brasil (APÊNDICE

    C), com concorrentes (APÊNDICE D), com colaboradores (APÊNDICE F). Já a

    entrevista com o Coordenador de Despacho Aduaneiro (APÊNDICE G) que também

    cedeu documentos da empresa para respaldar a veracidade das informações, bem

    como completa-las. E por fim vale registrar que a pesquisa bibliográfica ocorreu

    sobre as temáticas envolvidas e sobre as legislações vigentes (ANEXO A).

    Em relação às temáticas pertinentes para esse estudo foram pesquisados

    livros, artigos, legislações pertinentes, sites da internet sobre as temáticas: (1)

    Administração; (2) Organização, Sistemas e Métodos; (3) Comércio Exterior; (4)

    Importação e (5) Despacho Aduaneiro. A biblioteca comunitária central da UNIVALI –

    Itajaí (SC) foi a que deu suporte a toda essa pesquisa que ocorreu de agosto de 2009

    a julho de 2010 quando os acadêmicos dedicaram-se aos Estágios I e II.

    Marconi e Lakatos (2006, p. 167) relatam que “a etapa de coleta de dados é a

    aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas a fim de se

    efetuar a coleta dos dados previstos”. Seguindo esse preceito, Richardson (2007, p.

  • 25

    207) explica que a “entrevista é uma técnica importante em que o investigador se

    apresenta frente ao investigado e lhe formulam perguntas, com o objetivo de

    obtenção dos dados que interessam à investigação”.

    A entrevista com o Coordenador ocorreu no dia 03 de agosto de 2010

    conforme (APÊNDICE G), esta sondou sobre questões específicas referentes ao

    despacho aduaneiro de importação da filial de Itajaí (SC) e para tal contou com 9

    questões fechadas.

    Mas, para dar suporte quantitativo ao trabalho realizou-se levantamento com

    os colaboradores (APÊNDICE F). Este questionário aplicado com os colaboradores

    foca no perfil demográfico dos mesmos. Assim foi formulado com 9 questões

    fechadas que abordam sobre: (1) nome completo; (2) gênero; (3) idade; (4) estado

    civil; (5) experiência anterior na área; (6) escolaridade; (7) se fala outro idioma; (8) se

    possui conhecimentos em informática e no pacote Office; e (9) se tem familiaridade

    com legislações vigentes na área. Foi aplicado pelos acadêmicos no dia 14 de

    setembro de 2010.

    Já os questionários enviados à Receita Federal do Brasil (APÊNDICE C) e

    concorrentes (APÊNDICE D), foram para levantar o volume ou percentual das multas

    recolhidas nos códigos (2185 e 5149). Como enfatiza Richardson (2007, p. 189) “os

    questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e

    medir determinadas variáveis de um grupo social”. Trabalharam-se questões

    fechadas referentes à solicitação de coleta de dados.

    1.3.4 Tratamento e análise de dados

    Este item mostra como os pesquisadores tratam e analisam os resultados

    obtidos. Nos estudos de caráter qualitativo, nos quais se obtêm uma quantidade de

    dados em forma de textos podem ser tratadas pela análise de conteúdo. Já para a

    pesquisa de caráter quantitativo, habitualmente os dados coletados são tratados de

    maneira estatística. Marconi e Lakatos (2006) relatam que na análise dos dados, o

    pesquisador encontra os mínimos detalhes sobre o trabalho, procurando conseguir

  • 26

    respostas as suas perguntas e institui as descrições necessárias entre dados

    adquiridos e as suposições determinadas.

    Falando-se de dados quantitativos, foram coletados de instituições públicas

    e empresas privadas e foram tabulados por meios estatísticos, que como ressalta

    Oppenheim (1992, p. 157 apud Roesch, 2007, p. 150), “essas técnicas são bastante

    poderosas, incluindo a média, desvio-padrão, variância, análise de variância e a

    maioria dos métodos multivariados”, para visualização eficaz dos resultados.

    Já os dados qualitativos foram tratados tendo com base os conceitos da

    análise de conteúdo, conforme agrupadas as respostas de acordo com as categorias

    de referencial teórico. O método da análise de conteúdo na opinião de Roesch

    (2007, p. 170), “busca classificar palavras, frases, ou mesmos parágrafos em

    categorias de conteúdo. Utiliza desde técnicas simples até outras mais complexas,

    que se apóiam em métodos estatísticos”.

    Ressalta-se que as devidas análises dos dados, os resultados foram

    transcritos e apresentados em quadros tabelas e textos descritivos. Os indicadores

    para o tratamento e análise de dados coletados podem ser mais bem visualizados

    no Quadro 1.

    Categoria da informação

    Informação Coleta Autores

    Manual Um conjunto ou coleção sistemática de regras, premissas, políticas, metas que determinam para todos os colaboradores da empresa o que deve ser feito, como, onde, quando, quem deve fazer e por que é feito.

    Pesquisa bibliográfica

    D’Ascenção (2007)

    Comércio Exterior

    “É a relação direta do comércio entre dois países ou blocos. São as normatizações com que cada país administra seu comércio com os demais, regulando as formas, métodos e deliberações para viabilizar este comércio”.

    Pesquisa bibliográfica

    Maluf (2003, p. 23)

    Importação “É a entrada da mercadoria estrangeira no território nacional, por prazo limitado (admissão temporária) ou definitivo (importação de consumo)”.

    Pesquisa bibliográfica

    Werneck (2010, p. 22).

    Tipos de DI Consumo; Admissão em entreposto aduaneiro; Admissão em EIZOF – entreposto internacional da ZFM; Admissão em entreposto industrial; Admissão temporária; Admissão na ZFM; Admissão em loja franca; Admissão em ALC; Admissão em DAD; Admissão em DEA; Consumo e Admissão temporária.

    Figura 5, p. 87

    Programa SISCOMEX

    Legislação 1 - Tipo de declaração ANEXO A Receita Federal do

  • 27

    Categoria da informação

    Informação Coleta Autores

    ANEXO ÚNICO IN SRF 680

    Até 55 – Internação de ZFM-PI

    Brasil (2010)

    Perfil dos colaborado-res

    gênero; idade; estado civil; experiência anterior na área; escolaridade; outro idioma; conhecimentos de informática e o pacote office; e familiaridade com as legislações vigentes na área.

    APÊNDICE F Elaborado pelos acadêmicos (2010)

    Levantamen-to das multas da Hansa

    Valores em Reais (R$) nos anos de 2008, 2009 até julho de 2010 nos códigos (2185) e (5149).

    APÊNDICE H

    Documentos Hansa (2010)

    Levantar tipo de DI predominan-te na Hansa

    A predominância das declarações emitidas que nesse caso servem de exemplo para o presente trabalho que é a de consumo.

    Pesquisa Documental.

    Relatório Hansa (2010)

    Reunir documentos de importação

    Fatura comercial; Packing List; B/L; e outros documentos exigidos em decorrência de acordos internacionais ou por força da lei, de regulamento ou de outro ato normativo.

    ANEXOS B, C e D respectiva-mente.

    Exemplos tem caráter meramente ilustrativos, qualquer semelhança é pura coincidência.

    Levantar os padrões de trabalho

    Documentos de entrada; fluxo de informações; fluxos de documentos; e atividades rotineiras.

    Coleta de dados.

    Livros de: Organização, Sistemas e Métodos Araujo (2001); Cury (2005); D’Ascenção (2007); Manganote (2001). Comércio Exterior: Dias; Rodrigues (2004); Hartung (2002); Ludovico (2002); Magnoli; Serapião (2006); Maluf (2003); Marinho; Pires (2002); Soares (2004); Vazquez (2009). E Despacho Aduaneiro: Bizelli; Barbosa (1997); Keedi (2008); Maluf (2003); Martins (2005); Sosa (1995); Werneck (2010).

    Descrever etapas do despacho aduaneiro

    Fluxograma no (APÊNDICE B) demonstra fielmente como acontece às etapas do desembaraço aduaneiro, desde a entrega da documentação até a finalização do processo, assim é a base do manual.

    APÊNDICE B

    Livros de: Comércio Exterior Dias; Rodrigues (2004); Hartung (2002); Ludovico (2002); Magnoli; Serapião (2006); Maluf (2003); Marinho; Pires (2002); Soares (2004); Vazquez (2009). Despacho Aduaneiro: Bizelli; Barbosa (1997);

  • 28

    Categoria da informação

    Informação Coleta Autores

    Keedi (2008); Maluf (2003); Martins (2005); Sosa (1995); Werneck (2010). E Instrução Normativa 680. (ANEXO A).

    Quadro 1 - Indicadores para tratamento e análise dos dados. Fonte: Elaborado pelos acadêmicos (2010).

    Dessa maneira, acredita-se ter abordado os pontos indispensáveis para o

    encaminhamento eficaz da coleta, tratamento e análise dos dados. Iniciando com o

    referencial teórico, constatando o prisma de cada autor e entrando especificamente

    no despacho aduaneiro de importação.

  • 29

    2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

    Para a realização deste trabalho, fez-se um levantamento bibliográfico com a

    finalidade de aprofundar os conhecimentos na fundamentação teórica. Assim, traz

    assuntos pertinentes a: (1) Administração; (2) Padronização; (3) Qualidade; (4)

    Organização, Sistemas e Métodos; (5) Manualização; (6) Fluxograma; (7)

    Globalização; (8) Comércio Exterior; (9) Importação e (10) Despacho Aduaneiro.

    2.1 Administração

    A administração revela-se como uma das áreas do conhecimento humano

    complexa e de inúmeros desafios. O profissional que escolhe a administração como

    o seu trabalho pode atuar em diversos e variados níveis de uma organização, seja

    na área de recursos humanos, financeiro, produção, mercadológica e administração

    geral.

    Conforme Daft (2005, p. 5), “administração é o alcance de metas

    organizacionais de maneira eficaz e eficiente por meio de planejamento, organização,

    liderança e controle dos recursos organizacionais”. O mesmo autor (2005, p. 7) ainda

    afirma que:

    A administração é tão importante porque as organizações são igualmente muito importantes. Em uma sociedade industrializada, na qual as tecnologias complexas dominam, as organizações reúnem conhecimento, pessoas e matérias-primas para realizar tarefas que um indivíduo sozinho não conseguiria.

    A maioria dos homens crê que os interesses fundamentais dos

    empregadores e empregados sejam necessariamente antagônicos. Pelo contrário, a

    administração tem por seus fundamentos a certeza do qual o verdadeiro interesse de

    ambos são um, único e mesmo, em que a prosperidade do empregador não pode

    existir por vários anos, se não acompanhada da prosperidade do empregado e vice-

    versa, e de que é preciso proporcionar ao trabalhador aquilo desejado, motivação e

    um bom ambiente de trabalho, e ao empregador o qual ele realmente almeja o baixo

    custo de produção e o lucro. (DAFT, 2005).

  • 30

    A principal razão para o estudo da administração é o seu impacto sobre o

    desempenho das organizações e é a forma como são administradas que tornam as

    empresas capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir os objetivos.

    (MAXIMIANO, 2000).

    Neste sentido, o mesmo autor (2000, p. 25) refere que “é a função do

    profissional de administração tornar isto por instrumento de trabalho e sempre ter em

    mente estas colocações”.

    Além disso, o autor ainda relata que os processos administrativos são

    chamados também de funções administrativas ou funções gerenciais, como

    coordenação, direção, comunicação e participação, que contribuem para a realização

    dos quatros processos principais (MAXIMIANO, 2000).

    Atualmente, a realidade das organizações é diferente das administrações do

    passado, pois com o surgimento de várias inovações tecnológicas e com o próprio

    desenvolvimento intelectual do homem é necessário mais do que intuição e

    percepção das oportunidades. A administração necessita de um amplo conhecimento

    e a aplicação correta dos princípios técnicos até agora formulados, a necessidade de

    combinar os meios e objetivos com eficiência e eficácia.

    2.1.1 Administração como ciência

    Em função do crescimento das empresas e consequentemente da

    necessidade de um administrador profissional é que surgiu a preocupação de se

    estudar a administração de forma científica. Era necessário ter alguém para planejar,

    coordenar, dirigir e controlar as pessoas e os recursos materiais utilizados, a fim de

    buscar ganhos expressivos de produtividade.

    A administração nasceu como corpo independente de conhecimentos na

    Europa no século XVIII, durante a Revolução Industrial. As primeiras fábricas

    modernas naquela época começaram a colocar em prática diversos conceitos, como

    a divisão do trabalho. (MAXIMIANO, 2000).

    A administração científica é “um subcampo da perspectiva administrativa

    clássica que enfatiza as mudanças cientificamente determinadas nas práticas

  • 31

    administrativas como a solução para melhorar a produtividade da mão-de-obra”.

    (DAFT, 2005, p. 31).

    Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915) via a necessidade premente de

    aplicar métodos científicos, para garantir a consecução de seus objetivos de máxima

    produção a mínimo custo. (FERREIRA, 1997).

    A primeira teoria administrativa foi nomeada Escola da Administração

    Científica, oriunda com as novas necessidades industriais na virada do século XIX,

    na qual Frederick W. Taylor produziu estudos a respeito de técnicas da

    racionalização do trabalho do operário. Suas opiniões preconizavam a prática da

    divisão do trabalho. (FERREIRA, 1997).

    Para Taylor (1995), era imperativo desenvolver um método de trabalho para

    todas as atividades industriais. Foi necessário analisar cada tarefa minuciosamente

    e buscar a melhor maneira de executá-la. O método por excelência a ser seguido

    pelo trabalhador deveria conter a descrição da tarefa, meios e prazos para

    execução.

    Observar, calcular, definir, deduzir seguro contra sofismas e erros de lógica,

    para projetar situações e estruturar a ação com vistas a objetivos claros e

    hierarquizados, isso é a forma científica de saber e trabalhar, assim Taylor procedeu

    com sucesso. (MATTOS, 2008)

    Embora tenha sido conhecido como o “pai da administração científica”,

    Taylor não estava só nessa área. Henry Laurence Gantt (1861 – 1919) desenvolveu

    o gráfico de Gantt – um gráfico de barras que mede o trabalho planejado e trabalho

    concluído ao longo de cada estágio de produção por tempo decorrido. (DAFT, 2005).

    Daft (2005, p. 31), conclui que:

    Dois outros importantes pioneiros nessa área foram o casal Frank B. e Lillian M. Gilbreth. Frank B. Gilbreth (1868-1924) foi pioneiro no estudo de tempos e movimentos e chegou a muitas de suas técnicas administrativas independentemente de Taylor. [...] Lillian M. Gilbreth (1878-1972) estava mais interessada no aspecto humano do trabalho. [...] A destemida “primeira-dama da administração” [...] foi pioneira no campo da psicologia industrial e fez contribuições substanciais para a administração dos recursos humanos.

    Em essência, os princípios e as técnicas criadas pelo movimento de Taylor,

    procuravam aumentar a eficiência dos trabalhadores por meio da racionalização do

    trabalho. (MAXIMIANO, 2000). Além dele, Jules Henri Fayol (1841 – 1925), diretor de

    grandes minas e usinas siderúrgicas, contribuiu também para o movimento da

  • 32

    Administração Científica, formulando a doutrina administrativa que passou a ser

    conhecida como fayolrismo.

    Essa doutrina atribuiu aos subordinados uma capacidade técnica, que se

    exprime nos princípios: conhecer; prever; organizar; comandar; coordenar e controlar.

    (GIL, 2007).

    Henry Ford (1863 – 1947) foi também um contribuinte da Administração

    Científica, o pioneiro da indústria automobilística americana. Ford afirmava que:

    Para diminuir os custos, a produção deveria ser em massa, em grande quantidade e aparelhada com tecnologia capaz de desenvolver ao máximo a produtividade dos funcionários [...] e o trabalho deveria ser altamente especializado, realizando cada operário uma única tarefa. E propunha boa remuneração e jornada de trabalho menor para aumentar a produtividade dos operários. (GIL, 2007, p. 19).

    A escola do pensamento sobre as relações humanas considera que o

    controle verdadeiramente eficaz vem de dentro do indivíduo, em vez de ser o controle

    restrito e autoritário. (DAFT, 2005).

    “O movimento de valorização das relações humanas no trabalho surgiu da

    constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores psicológicos e

    sociais na produtividade”. (GIL, 2007, p. 19).

    As relações humanas compõem um processo de adaptação de indivíduos

    numa situação de trabalho, de maneira a fazer com que os trabalhadores colaborem

    com a organização e até encontrem satisfação de suas necessidades sociais e

    psicológicas. (GIL, 2007).

    Elton George Mayo (1880 – 1949) comenta que o desempenho das pessoas

    era determinado não apenas pelo método de trabalho, mas também pelo

    comportamento. (MAXIMIANO, 2000).

    No prisma do mesmo autor, (2000) as organizações são conjuntos sociais

    deliberadamente norteados para a realização de objetivos e finalidades, uma

    organização em especial pode produzir diferentes produtos e ao mesmo tempo

    prestar diferentes serviços.

    Um dos principais recursos das organizações é os colaboradores que

    realizam suas metas pré-estabelecidas, e por isso precisam ser motivadas no

    trabalho para desempenhar suas tarefas com realização e satisfação. Em tempos

    atuais, a tarefa da administração é de interpretar os objetivos propostos pela empresa

    e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização,

  • 33

    direção e controle de todos os esforços realizados na organização, com o intuito de

    alcançar tais objetivos de maneira adequada à situação presente. (DAFT, 2005).

    Complementando o que os autores citaram sobre o processo evolutivo das

    organizações, Sabino (2009) apresenta uma visão geral da evolução dos

    procedimentos administrativos que podem ser visualizados no Quadro 2:

    Teorias Época

    aproxi-mada

    Idéias Centrais Visão da organiza-ção

    Visão do homem

    Visão Crítica

    Mecanicista 1890 a 1925

    Economias, produção em série, subordinação funcional.

    Formal Homem Econômico

    Supervalorização do operário, vi-são microscópica do homem.

    Clássica 1890 a 1925

    Centralização, unidade de comando, normas, divisão do trabalho, economias.

    Formal Homem Econômico

    Excesso de normas, centralismo exagerado.

    Humanas 1927 Pessoas têm qualidades que precisam ser esti-muladas, fatores emo-cionais interferem na eficiência do trabalho, o comportamento humano é complexo.

    Informal Homem Social Visão parcial do problema, conclusões óbvias.

    Comportamen-tal

    1932 a 1940

    Os indivíduos participam, tomam decisões e resolvem problemas.

    Informal Homem Social Parte da ótica dos proprietários da empresa.

    Burocrática 1940 Padronização, definir a racionalidade burocrática, administração impessoal, responsabilidades do cargo definidas.

    Informal Administrativo Rotina inflexível. A insensibilidade das pessoas que vem de uma aderência infle-xível a procedi-mentos e regras.

    Estruturalista 1950 A pessoa vive em conflito com a organização, mas precisa adaptar-se a ela, a organização exerce enérgica influ-ência no indivíduo.

    Formal e Informal

    Homem Organizacional

    Fatalismo. Os Homens aprisio-nados pela organização. Provocam o conflito, mas não o resolvem.

    Sistêmica 1951 Os sistemas existem dentro dos sistemas, são abertos, as funções de um sistema dependem de sua estrutura.

    Organiza-ção como um sistema

    Funcional Trouxe uma fantástica ampliação na visão dos pro-blemas organiza-cionais em con-tra posição à antiga aborda-gem do sistema fechado, mas ainda carece de melhor sistematização e detalhamento,

  • 34

    Teorias Época aproxi-mada

    Idéias Centrais Visão da organiza-ção

    Visão do homem

    Visão Crítica

    pois a sua aplicação prática é ainda Incipiente.

    Administração por objetivos (APO)

    1954 Planejamento, formulação De políticas e Relações com os Clientes.

    Formal e Informal

    Homem Econômico

    A APO não é uma fórmula mágica mas um meio de desenvolver um trabalho ordenado e consciente para conhecer, com razoável probabilidade, o resultado futuro das decisões.

    Desenvolvimen-to organizacional (DO)

    1962 Clara percepção do que está ocorrendo nos ambientes interno e externo da organização, análise e decisão do que precisa ser mudado e a intervenção necessária para provocar mudança, tomando a organização mais eficaz.

    Formal e Informal

    Administrativo Existe uma convicção de que o DO é um rótulo utilizado para a embala-gem de desco-bertas e princí-pios da teoria das relações hu-manas e da teo-ria comporta-mental, dentro de novas formulações.

    Contingencial 1972 São as características ambientais que condicionam as características organizacionais. Identificação das variáveis que produzem maior impacto sobre a organização, como o ambiente e a tecnologia.

    Sistema Aberto e Sistema Fechado

    Complexo Eminentemente eclética e interativa, mas ao mesmo tempo relativista e si-tuacional. Em alguns aspectos parece mais uma maneira relativa de encarar o mundo do que propriamente uma teoria administrativa.

    Quadro 2 – Resumo das teorias da administração. Fonte: Sabino (2009, p. 32).

    O Quadro 2 de resumo das teorias mostra a evolução das Escolas da

    Administração desde a Científica de Taylor em que exibe a ênfase nas tarefas,

  • 35

    passando pela Clássica de Fayol na qual ele regulamentou a hierarquia e descreveu

    as funções básicas do administrador em planejar, organizar, comandar e controlar.

    A partir dessas teorias originaram: Humanas; Comportamental; Burocrática;

    Estruturalista; Sistêmica; APO; DO; e a Contingencial que veio para associar-se as

    demais Escolas e por ser eclética e interativa aglutinando as ideias anteriores para

    um novo patamar, considerando que tudo é relativo e que não existe um modelo

    absoluto, sempre vai depender das variáveis do ambiente.

    E um dos vestígios notáveis das sociedades modernas é o seu cunho

    burocrático e limitado, desse modo, Ribeiro (2010, p. 95) afirma que “a burocracia

    surge da necessidade de criar um modelo organizacional que considerasse todos os

    aspectos organizacionais, fossem humanos ou estruturais”.

    Maximillian Weber (1864 – 1920) é considerado o pai da teoria da

    burocracia, não como a maioria pejorativamente denomina, mas efetivamente

    atender às organizações formais no âmbito da racionalidade e eficiência. (RIBEIRO,

    2010). A finalidade real da Escola Burocrática foi beneficiar a administração de um

    modo gerencial racional e sistematizado, salientando as características de

    formalidade, impessoalidade e profissionalismo.

    2.1.2 Funções administrativas

    POC3 (Planejar, Organizar, Coordenar, Comandar e Controlar) é uma

    importante ferramenta e é por meio dela que o gestor pode exercer sua função de

    obter e maximizar seus resultados pela utilização dos recursos disponíveis. Planejar

    (definir tarefas); Organizar (munir-se de recursos necessários); Coordenar (inter-

    relacionar tarefas); Comandar (instruir as pessoas envolvidas no processo) e

    Controle (monitorar e corrigir).

    Um conceito usual para organização é “duas ou mais pessoas trabalhando

    juntas e de modo estruturado para alcançar um objetivo específico ou um conjunto

    de objetivos” (STONER; FREEMAN, 1995, p. 4). Os mesmos autores relatam que as

    organizações são importantes elementos à vida civilizada por servirem à sociedade,

    permitindo que realizemos coisas que, como indivíduos jamais poderiam fazer tão

    bem ou talvez não as fizéssemos de modo algum.

  • 36

    Stoner e Freeman (1995) declaram que as organizações não devem ser

    confundidas apenas como empresas, uma vez que, ao pensarem nos valores e

    necessidades culturalmente aceitas, servem à sociedade, organizando a vida e

    transformando o globo em um lugar seguro e ainda agradável de viver.

    Nas organizações, a realização das metas é um fator primordial. Dessa

    forma, torna-se claro que as pessoas que as administram realizam função essencial,

    ou seja, coordenando os esforços de diferentes indivíduos. As organizações nos

    permitem alcançar metas que, de outra forma, seriam difíceis ou até mesmo

    impossíveis de serem alcançadas.

    Cabe ressaltar que Barnard (1979) define que uma organização é um campo

    de forças pessoais, composto das atividades dos seres humanos nas quais podem

    ser coordenadas. As organizações estão presentes em nosso dia-a-dia e tem um

    papel fundamental na nossa vida.

    Alguns teóricos em administração identificam funções administrativas

    adicionais, como o preenchimento do quadro dos funcionários. Essas funções são

    subconjuntos das funções primárias que são: Planejar, Organizar, Liderar e Controlar.

    Das quatro funções administrativas elencadas, o planejamento é considerado

    item fundamental, sendo que as demais se derivam dele, o planejamento também é

    uma função controversa, pois não se consegue ler um futuro incerto tampouco

    controlar um ambiente turbulento.

    “Planejamento significa a definição de metas para o desempenho

    organizacional futuro e a decisão sobre as tarefas e o uso dos recursos necessários

    para alcançá-las”. (DAFT, 2005, p. 5). Refere que o propósito do planejamento e do

    estabelecimento das metas é de ajudar a organização a alcançar um desempenho

    organizacional satisfatório.

    A função de organizar segue o planejamento e reflete como a organização

    põe em prática seu plano, a organização envolve a atribuição e agrupamentos das

    tarefas em departamentos e a concessão de autoridade e alocação de recursos pela

    organização. Desta maneira Daft (2005, p. 346) conceitua:

    Três habilidades básicas de liderança estão no centro da identificação e da solução dos problemas envolvendo pessoas: (1) diagnosticar ou ganhar discernimento na situação que um gerente está tentando influenciar; (2) adaptar o comportamento individual e os recursos para satisfazer as necessidades da situação; (3) comunicar de forma que os outros consigam compreender e aceitar.

  • 37

    Para lidar com essa responsabilidade os líderes precisam compreender o

    comportamento organizacional, a maneira como os indivíduos e grupos tendem a

    agirem nas organizações. “A liderança é recíproca, ocorrendo entre as pessoas. É

    uma atividade das pessoas, distintas das atividades com a papelada administrativa

    ou da resolução de problemas [...] a liderança é dinâmica e envolve o uso de poder”.

    (DAFT, 2005, p. 373).

    Daft (2005, p. 476) define “o controle organizacional é o processo sistemático

    de regular as atividades organizacionais para torná-las consistentes com as

    expectativas estabelecidas nos planos, metas e padrões de desempenho”.

    Para os gerentes terem controle de uma organização precisam estar

    informados dos padrões de desempenho e compartilhar as informações com os

    colaboradores da empresa. Percebe-se por meio das ideias dos autores, que o

    sucesso de uma organização depende do esforço coordenado de seus membros e tal

    esforço implica na compreensão das características organizacionais, as quais

    identificam como estrutura, processo de coleta de informação e mensuração, de

    comunicação e tomada de decisões, recursos para a execução, além de processos

    de influenciação, conjunto de atitudes e motivações.

    2.1.3 Administração na prestação de serviço

    Compreende-se como prestação de serviço a realização de trabalho

    oferecido ou contratado por terceiros, tanto na comunidade ou empresa, incluindo

    consultorias e assessorias. Caracteriza-se pela intangibilidade, inseparabilidade e

    não resulta na posse de um bem.

    Drucker (2006) relata que as entidades prestadoras de serviços são

    essenciais às sociedades modernas e precisam apresentar bom desempenho à

    organização e constituem pilares sustentadores também à mesma. Para que a

    organização possa dar ênfase a sua atividade fim, ela terceiriza às prestadoras de

    serviços as suas atividades meio, sem prejudicar o andamento das atividades e sem

    perder a qualidade das suas funções.

    De acordo com as ideias de Johnston e Clark (2002, p. 23), “administração

    das operações de serviço é uma atividade que diz respeito a que serviço prestamos

  • 38

    e como ele é fornecido a nossos clientes”. Com isso estamos suscetíveis a

    compreender as necessidades dos clientes, gerenciar os processos do serviço e

    simultaneamente devem-se ficar atentos à melhoria contínua dos serviços

    prestados.

    Apesar disso, Drucker (2006, p. 154) descreve que “a entidade prestadora

    de serviços não difere muito da empresa em qualquer área, exceto na sua missão

    especifica”. Com essa citação pode-se afirmar que as empresas prestadoras de

    serviços e as empresas tradicionais tendem a trabalhar juntas para que obtenham

    sucesso e procurem se desenvolver a fim de maximizar seus lucros, aperfeiçoar os

    processos e tornar melhor o ambiente de trabalho.

    Dentre os aspectos pode-se afirmar que quem presta o serviço deve estar

    atento: (1) a gerenciar os processos; (2) a gerenciar a capacidade produtiva; (3)

    gerenciar pessoas a todo o momento; (4) gerenciar as diferentes estruturas e (5)

    explorar oportunidades e problemas. (JOHNSTON; CLARK, 2002).

    A gestão da prestação de serviço está associada ao ponto de entrega ao

    cliente, seja fornecendo o trabalho que satisfaça o contratante, mas também existe a

    parte de que a prestadora de serviço cumpra o orçamento e gere lucro, tanto para si

    própria quanto à empresa que contratou seus serviços.

    2.1.4 Padronização

    Contemporaneamente, a padronização nas organizações compõe uma das

    poderosas ferramentas para o gerenciamento das rotinas do cotidiano. Os benefícios

    da padronização são práticos e proporcionam um superior desempenho a cada

    processo e, consequentemente, o aumento da produtividade e competitividade

    empresarial.

    Diante desse fato, Campos (1999, p. 2) conceitua que “a padronização deve

    ser vista dentro das empresas, desta mesma forma, como algo que trará melhorias

    em qualidade, custo, cumprimento de prazo, segurança, etc.”

  • 39

    Na organização objeto de estudo, a padronização é importante para o

    desenvolvimento das atividades de desembaraço aduaneiro, contudo, os

    colaboradores deverão estar engajados à missão da empresa.

    Padronização é o processo sistemático de uma organização para estabelecer

    e se utilizar de padrões de trabalho/processo, preservando seu histórico e

    documentando os resultados alcançados. No entanto, a maioria dos casos em que se

    dá pela obrigatoriedade, definido por normas, projetos, plantas e que devem ser

    cumpridas. (CAMPOS, 1999).

    Uma ferramenta importantíssima para o gerenciamento dos processos é a

    padronização na qual os autores Juran e Gryna (1993) mencionam que sem

    padronização não há o devido controle sobre as operações e que ela exerce um

    papel importante no desenvolvimento de um país.

    E com estas colocações pode-se afirmar que o processo padronizado pode

    ser considerado como um método efetivo e organizado de produzir bens e serviços

    sem que haja desperdício de tempo e matéria-prima, a fim de maximizar os

    resultados da organização, garantindo qualidade naquilo que faz, a meta crucial da

    padronização é a garantia da qualidade.

    2.1.5 Qualidade

    A qualidade é um assunto amplo, com inúmeras literaturas e diversos

    trabalhos acadêmicos desenvolvidos, em diferentes níveis de profundidade. Pode ser

    vista em todos os níveis das organizações desde o chão de fábrica até o pós venda.

    Diante desses fatos, Miguel (2006) relata o desenvolvimento histórico da era

    moderna da qualidade e que se divide em quatro situações diferentes, as quais são:

    (1) inspeção; (2) controle estatístico da qualidade; (3) qualidade assegurada ou

    garantia da qualidade e (4) gestão da qualidade.

    Detalhando as ideias de Crosby (1994) descreve que a qualidade é utilizada

    no sentido de valor relativo dos fatos, também se pode definir que nada mais é do

    que a conformidade com os requisitos propostos. No atual ambiente competitivo, há o

    cliente mais exigente em relação à qualidade do produto e serviço.

  • 40

    Em resumo, a qualidade passa a ser o principal diferencial não só dos

    produtos em si, mas, especialmente dos serviços prestados pelas empresas.

    (HARGREAVES; ZUANETTI, 2001). Para o entendimento dessas dimensões,

    apresenta-se o Quadro 3 traçando-se a evolução da qualidade como instrução,

    desde a inspeção até a gestão da qualidade.

    Etapas do movimento da qualidade Identificação das Características

    Inspeção Controle da Qualidade

    Qualidade Assegurada

    Gerenciamento da Qualidade

    Preocupação básica-visão de qualidade

    verificação de um problema a ser resolvido

    controle de um problema a ser resolvido

    coordenação de um problema a ser resolvido, mas enfrentando proativamente

    impacto estratégico como uma oportunidade de concorrência

    Ênfase uniformidade do produto

    uniformidade do produto com menos inspeção

    toda a cadeia de produção desde o projeto até vendas

    as necessidades do mercado e do consumidor

    Métodos instrumento de medição

    instrumentos e técnicas estatísticas

    programas e sistemas

    planejamento estratégico, estabelecimento de objetivos

    Papel dos profissionais da qualidade

    inspeção, classificação e avaliação

    solução de problemas e a aplicação de métodos estatísticos

    mensuração e planejamento da qualidade

    estabelecimento de objetivos, educação, e treinamento

    Responsável pela qualidade

    departamento de inspeção

    departamento de controle da qualidade

    todos os departamentos, embora a alta gerência só se envolva perifericamente

    todos na empresa, com alta gerência exercendo intensa liderança

    Orientação e abordagem

    “inspeciona” a qualidade

    “controla” a qualidade

    “constrói” a qualidade

    “gerencia” a qualidade

    Quadro 3 – As principais etapas no desenvolvimento da qualidade. Fonte: Garvin apud Miguel (2006, p. 40).

    O Quadro 3 demonstra cronologicamente desde 1920 no qual os grupos

    relacionados à qualidade nas organizações eram integrantes dos departamentos de

    “inspeção”. Evoluindo gradativamente até 1968 quando o gerenciamento da

    qualidade total passou a ser utilizado pelo ocidente, principalmente na Europa.

    Na qualidade existem pontos de vista diferentes de seu significado. Para a

    compreensão do que vem a ser qualidade, deve-se recordar que não existe um

    conceito incontestável, mas sim, referente a alguma coisa e frequentemente, técnicas

    e metodologias se misturam a sua definição. (MIGUEL, 2006).

  • 41

    Finalmente, programas de qualidade buscam produzir um ambiente no qual

    as pessoas possam crescer e se desenvolver, estender sua capacidade criativa, esse

    objetivo concretiza-se na medida em que as necessidades pessoais, de ampliar e

    transformar em realidade seus potenciais e que possam ser atingidas,

    significativamente, no seu espaço de trabalho, assegurando, dessa forma, a

    sobrevivência da organização.

    A gestão da qualidade tem sido amplamente utilizada, na atualidade, por

    organizações públicas e privadas, de todos os portes, em materiais, produtos,

    processos ou serviços. A conscientização e a busca da qualidade e do

    reconhecimento da sua importância, tornou a certificação dos sistemas de

    gerenciamento da qualidade indispensável uma vez que:

    • aumenta a satisfação e a confiança dos clientes internos, externos e

    stakeholders;

    • aumenta a produtividade por meio da padronização;

    • reduz os custos fixos e variáveis;

    • melhora a imagem e os processos contínuamente e

    • torna o acesso fácil a novos mercados.

    Crosby (1994) define que qualidade significa o cumprimento dos padrões e o

    fazê-lo bem desde a primeira vez. E uma maneira de assegurar a perpetuação de

    uma organização é por meio da qualidade, ou seja, não pode ser entendida que a

    mesma não tenha defeitos, mas sim como um recente modo de valores que

    conduzem a gestão para o sucesso da organização.

    2.2 Organização, sistemas e métodos

    Organização, Sistemas e Métodos é uma das atividades administrativas que

    são voltadas para a obtenção de uma melhor produtividade dos recursos humanos e

    de material, por meio dessa técnica que abrangem os pontos de vista

    comportamentais e instrumentais no macro e micro ambiente da empresa.

  • 42

    “Para alguns teóricos, qualquer estudo tem de levar em consideração o fato

    de que as organizações diferem uma das outras. As pessoas, a tecnologia e as

    situações são pano de fundo da organização” (ARAUJO, 2001, p. 19). Com essas

    palavras o autor coloca que em diferentes campos de atuação, mesmo em negócios

    semelhantes, são diferentes por causa de seu capital intelectual.

    Dentro desse panorama de OSM são colocados em xeque a questão dos

    clientes e processos de suma importância para sobrevivência das organizações. Os

    processos existem para dar rotatividade às operações da empresa e precisam de

    total atenção para a sua consecução.

    Com isso, Manganote (2001), afirma que os processos utilizam auxílios da

    empresa para propor resultados objetivos aos seus clientes. Dessa maneira os

    processos são importantes na vivência das organizações.

    Do mesmo modo, Cury (2005, p. 122) declara que “OSM é uma das funções

    especializadas de Administração e uma das principais responsáveis pela modelagem

    da empresa”. Envolvendo e verificando as partes de infra-estrutura compatíveis com

    os projetos do empreendimento e complementando com a definição e redefinição de

    processos e maneiras sistemáticas de trabalho, sendo absolutamente necessário à

    efetividade organizacional (CURY, 2005).

    Para que a área de OSM seja efetiva dentro das empresas, é necessário

    que seja regulamentada de forma que tenha condições de atuar em todos os níveis

    da organização.

    2.2.1 Evolução

    Um novo paradigma toma forma nos dias atuais em que se caminha para um

    novo estilo de empresa, aquela na qual aparenta ser o fim dos empregos como

    existia no século XX, a tecnologia que aproxima quem está longe eliminando a

    distância e tempo e o aumento progressivo dos níveis de exigência dos clientes.

    Com isso a área de OSM está nos dias de hoje se moldando às novas formas

    organizacionais e se apresenta com destaque dentro das empresas.

  • 43

    Anteriormente, OSM apoiavam seus esforços de obtenção à finalidade de

    racionalizar e estruturar, sendo assim iniciava-se a mudança organizacional na

    análise estrutural e seu objetivo era a transformação. (ARAUJO, 2001). Dessa forma,

    a área de OSM atuava nas empresas, que aplicava importância ao componente

    estrutural e mínimo envolvimento aos componentes tecnológicos.

    Como afirma D’Ascenção (2007), de 1968 a 1980 foi o auge da profissão de

    analista de OSM, pois tinha share de mercado amplo, todavia exercia a atividade de

    simplificação das rotinas, tornando as estruturas organizacionais ágeis e também

    desenvolvendo a implantação de sistemas de informação em computadores.

    É presente em diversos autores a concordância em que se apresenta e

    justifica-se a contribuição da área de OSM à gestão das organizações nos dias de

    hoje. Mesmo assim, Cury (2005, p. 122) relata que é “indispensável um enfoque da

    empresa em seu todo e não em suas partes – considerando que o todo representa

    mais do que a soma de suas partes”, isso quer dizer que se espera no futuro um

    entendimento da empresa satisfatório, dos seus sistemas, dos ambientes e da inter-

    relação entre eles.

    A interdependência resultada da especialização da Administração, OSM

    derivam da circunstância de que a organização procura estruturar e desenvolver

    sistemas para realizar suas atividades com eficiência, com o auxilio da racionalização

    de trabalho para alargar a produtividade e reduzir os custos.

    2.2.2 O Profissional

    Uma questão que deve ser levada em consideração no quesito localização

    da estrutura das organizações é que o profissional de OSM deve estar alocado ao

    staff da mesma, pois atua em diversos ambientes e se relaciona com os demais

    órgãos da empresa. O profissional de OSM impreterivelmente deve conhecer os

    avanços tecnológicos ligados ao sistema de informação da empresa, não que ele

    tenha que ser um expert em computadores, mas deve estar credenciado a dialogar e

    interagir com pessoas e máquinas.

    Na percepção de Cury (2005), o profissional de OSM não pode ser

    compreendido como aqueles que são subordinados da informática ou os criadores

  • 44

    de extravagantes profissões hibridas como aquela pessoa que simplesmente exerce

    seu ofício por meio dos formulários.

    Ele deve dominar um método próprio de trabalho, aprendida e aprimorada

    ao longo da carreira, tendo sensibilidade que permita diagnosticar situações,

    identificando problemas e causas, envolvendo os usuários, podendo assim planejar

    soluções cabíveis à organização. (CURY, 2005).

    A meta desse profissional perante a empresa é:

    • Integrar as atividades, dentre as unidades organizacionais por meio de um

    inter-relacionamento consistente e padronizado;

    • Qualidade na solução de problemas, evitando a aplicação de simples

    métodos ou modelos, porém empregá-los e adaptá-los sempre que possível

    sem esquecer as peculiaridades das culturas, linguagem e

    produtos/mercados e

    • Equilibrar os recursos organizacionais, sinergicamente promover as forças em

    direção aos objetivos num movimento crescente e constante.

    2.2.3 Formulário de levantamento

    Formulários podem ser definidos como excelente veículo de transmissão de

    informações de uma pessoa para outra. Além disso, Araujo (2001, p. 96) aponta que

    formulário “é a materialização do dado, da informação, armazenada ou disseminada,

    veiculada por pouco período de tempo ou não”.

    Consequentemente, Cury (2005) conceitua o formulário como um

    documento padronizado, estruturado de acordo com sua finalidade específica,

    podendo ter características e campos apropriados, destinado a receber, reter e

    propagar informações, definindo seu fluxo de trabalho do início da atividade até a

    conclusão.

    Assim, as organizações contemporâneas, necessitam de processos

    otimizados como condição indispensável para a sobrevivência e desenvolvimento. E

    o levantamento das tarefas executadas no setor de importação da empresa em

    estudo se dará por meio do quadro de distribuição do trabalho. Essa é uma técnica

  • 45

    especializada utilizada pelo profissional de OSM, com o intuito de avaliar a

    distribuição das atividades entre os diversos órgãos e nesse aspecto, demonstrar as

    atividades individuais dos colaboradores.

    Desta forma, Cury (2005, p. 403) comenta que

    O QDT é o instrumento utilizado como objetivo de se analisar as diversas atividades atribuídas a cada uma das unidades orgânicas existentes numa dada empresa, por meio do diagnóstico das tarefas executadas por seus empregados, visando aferir a carga de trabalho e a nacionalidade de sua distribuição.

    Com isso, a Hansa Logística Global Ltda. por intermédio de seu

    Coordenador, colaboradores, acadêmicos e mediante pesquisa bibliográfica criaram

    o quadro de distribuição do trabalho para o setor de importação, como pode ser mais

    bem visualizado no Apêndice A. Ficam explícitas as atividades pertinentes ao

    despacho aduaneiro de importação. Desde o início de uma declaração até o fim do

    processo, ou seja, desembaraçado.

    2.2.4 Manualização

    A manualização é o primeiro passo para atingir a padronização de seus

    serviços. A elaboração de manuais técnicos de procedimentos operacionais padrão,

    mais conhecidos como POP, têm por finalidade padronizar um processo de

    produção, fazendo com que os colaboradores que executam as tarefas o façam de

    maneira uniforme.

    Detalhando as ideias de Cury (2005), assegura-se que manuais são

    documentos preparados na empresa com o intuito de padronizar os procedimentos

    que merecem atenção e são observados nas diversas áreas de atuação, tornando-se

    excelente aparato de racionalização de métodos e de aperfeiçoamento, integrando

    diversos subsistemas organizacionais.

    Além disso, Araujo (2001) aponta que a finalidade da manualização é permitir

    que o agrupamento de informações dispostas de forma sistematizada, criteriosa e

    segmentada atue como meio facilitador do desempenho de uma organização.

    Atualmente os manuais podem ser vistos eletronicamente, dado ao nível de

    tecnologia da informação que se tem nas empresas. Conforme a colocação de

  • 46

    D’Ascenção (2007) que conceitua o manual como um conjunto ou coleção

    sistemática de regras, premissas, políticas, metas que determinam para todos os

    colaboradores da empresa: (1) o que deve ser feito; (2) como; (3) onde; (4) quando;

    (5) quem deve fazer e (6) por que é feito.

    As vantagens para a implantação de um manual são inúmeras, pois auxilia

    nos critérios e padrões adotados pela organização, permite uniformização dos

    processos, poderá ser consultado a qualquer momento, aumenta a eficiência e a

    eficácia, melhora o gerenciamento, inibe a improvisação, evita conflitos entre pares e

    representa a evolução detalhada dos processos dentro da organização.

    (D’ASCENÇÃO, 2007).

    “O manual vale como instrumento de permanente consulta, sem ser o único

    no qual os executivos e executantes devem pautar seu trabalho. Por isso, deve ser

    bem elaborado, claro, lógico, sem ser limitador da criatividade humana”. (ARAUJO,

    2001, p. 108). Para dar rapidez ao funcionamento das atividades é importante que os

    usuários do manual sempre o tenham disponível e acessível (fisicamente ou on-line)

    para verificações das rotinas de trabalho a serem executadas.

    Para a execução desse estudo, trabalhou-se a forma de manual de

    procedimentos que tem “como objetivo descrever as atividades que interessam aos

    diversos órgãos da empresa e explicitar como elas devem ser desenvolvidas”.

    (CURY, 2005, p. 430). E para Araujo (2001) relata que a descrição desse manual na

    ordem, objetivo do mes