decreto 5-06 -código aduaneiro

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Página 1/246 27-01-2009/18:02:13/decreto_5-06.doc/PPG Secretariado do Conselho de Ministros Decreto Executivo n.º 5/06 de 4 de Outubro A legislação aduaneira em vigor no País remonta, em muitos casos, ao período anterior à independência nacional. Assim, por exemplo, o Contencioso Aduaneiro Colonial, em vigor, foi aprovado pelo Decreto n.º 33 531, de 21 de Fevereiro de 1944, e o Estatuto Orgânico das Alfândegas do Ultramar, foi aprovado pelo Decreto n.º 43 199, de 29 de Setembro de 1960. O País sofreu, desde então, profundas modificações a vários níveis, designadamente no que toca à actividade aduaneira. A República de Angola aderiu à Organização Mundial do Comércio (O.M.C.) através da Resolução n.º 4/96, de 15 de Março, da Assembleia Nacional; ao Conselho de Cooperação Aduaneira (actual Organização Mundial das Alfândegas) através da Resolução n.º 9/89, de 8 de Abril, da então Comissão Permanente da Assembleia do Povo; e à Southern African Development Community (S.A.D.C.), sendo, deste modo, membro de pleno direito das três organizações. As profundas modificações que o País sofreu e a adesão à Organização Mundial do Comércio, à Organização Mundial das Alfândegas e à S.A.D.C. determinam, inelutavelmente, a necessidade de se proceder a uma completa revisão dos preceitos que até agora têm regido a actividade Com o Código Aduaneiro, aprovado pelo presente decreto-lei, pretende o Governo definir a disciplina jurídica fundamental do sistema aduaneiro do País, designadamente, os seus fundamentos legais, a sua organização, as respectivas competências e o seu regime funcional. Definindo uma disciplina jurídica sistemática e integrada dos regimes da actividade aduaneira e das diversas entidades e instituições que nela intervêm, garan- te-se às alfândegas e aos utentes dos seus serviços um instrumento legal baseado em práticas aduaneiras modernas promulgadas pela Organização Mundial das Alfândegas e gradualmente influenciadas pela internacionalização do comércio, pela globalização da economia e pela ponderação da necessidade de um controlo aduaneiro eficaz com a facilitação do comércio legítimo.

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    27-01-2009/18:02:13/decreto_5-06.doc/PPG

    Secretariado do Conselho de Ministros

    Decreto Executivo n. 5/06de 4 de Outubro

    A legislao aduaneira em vigor no Pas remonta, em muitos casos, ao perodoanterior independncia nacional.

    Assim, por exemplo, o Contencioso Aduaneiro Colonial, em vigor, foi aprovadopelo Decreto n. 33 531, de 21 de Fevereiro de 1944, e o Estatuto Orgnico dasAlfndegas do Ultramar, foi aprovado pelo Decreto n. 43 199, de 29 de Setembro de1960.

    O Pas sofreu, desde ento, profundas modificaes a vrios nveis,designadamente no que toca actividade aduaneira.

    A Repblica de Angola aderiu Organizao Mundial do Comrcio (O.M.C.)atravs da Resoluo n. 4/96, de 15 de Maro, da Assembleia Nacional; ao Conselhode Cooperao Aduaneira (actual Organizao Mundial das Alfndegas) atravs daResoluo n. 9/89, de 8 de Abril, da ento Comisso Permanente da Assembleia doPovo; e Southern African Development Community (S.A.D.C.), sendo, deste modo,membro de pleno direito das trs organizaes.

    As profundas modificaes que o Pas sofreu e a adeso Organizao Mundialdo Comrcio, Organizao Mundial das Alfndegas e S.A.D.C. determinam,inelutavelmente, a necessidade de se proceder a uma completa reviso dos preceitosque at agora tm regido a actividade

    Com o Cdigo Aduaneiro, aprovado pelo presente decreto-lei, pretende oGoverno definir a disciplina jurdica fundamental do sistema aduaneiro do Pas,designadamente, os seus fundamentos legais, a sua organizao, as respectivascompetncias e o seu regime funcional.

    Definindo uma disciplina jurdica sistemtica e integrada dos regimes daactividade aduaneira e das diversas entidades e instituies que nela intervm, garan-te-se s alfndegas e aos utentes dos seus servios um instrumento legal baseado emprticas aduaneiras modernas promulgadas pela Organizao Mundial das Alfndegase gradualmente influenciadas pela internacionalizao do comrcio, pela globalizaoda economia e pela ponderao da necessidade de um controlo aduaneiro eficaz coma facilitao do comrcio legtimo.

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    A implementao do Acordo Relativo Aplicao do artigo VII do Acordo GeralSobre Pautas Aduaneiras e Comrcio GATT, em substituio da desactualizadaDefinio de Valor de Bruxelas, determinou a introduo de um conceito de valoraduaneiro das mercadorias baseado no preo pago ou a pagar.

    Com o objectivo de garantir maior transparncia e eficcia na aplicao ecumprimento do regime jurdico aduaneiro agora definido, o respectivo regulamentoser aprovado e publicado no mais curto espao de tempo, o que permitir aimplementao efectiva de uma nova e integrada disciplina jurdica do sistemaaduaneiro.

    A opo sistemtica essencial subjacente ao presente diploma e ao respectivoregulamento simples: o regime jurdico fundamental do sistema aduaneiro e dasactividades que no seu seio tm lugar passa a estar contido no Cdigo e respectivoregulamento, ao invs de continuar disperso por uma multiplicidade fragmentria deinstrumentos legislativos cujo conhecimento se tem revelado difcil.

    A reviso legislativa agora empreendida introduz significativas melhorias najustia fiscal, fixando-se normas claras que, facultando aos arguidos os meiosnecessrios para se defenderem, garantem, ao mesmo tempo, a defesa dos legtimosinteresses do Estado.

    As normas relativas aos trs ramos do contencioso aduaneiro, quer as normas dedireito substantivo, quer as normas de direito adjectivo, passam a estar integradas noCdigo Aduaneiro.

    O aumento do nmero de processos fiscais aduaneiros e a sua crescentecomplexidade tcnico-jurdica aconselham a criao de um quadro de magistradospara julgar exclusivamente as questes de carcter muito especial que dizem respeitoao contencioso fiscal aduaneiro. Deste modo, o julgamento dos processos fiscaisaduaneiros cometido a uma magistratura especializada que integrar a Sala doContencioso Fiscal e Aduaneiro.

    O Cdigo Aduaneiro integra igualmente as normas reguladoras dos processosadministrativos referentes venda de mercadorias demoradas, abandonadas ouperdidas a favor do Estado, salvadas de naufrgio, achadas ou arrojadas.

    Trata-se de uma matria distinta do contencioso aduaneiro, apesar da analogiaque, sob o aspecto formal, tem com a matria relativa aos processos de contenciosofiscal e tcnico.

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    O Cdigo constitudo por oito partes:

    a) a Parte I integrada por disposies gerais;

    b) a Parte II define a natureza, a composio e a organizao do sistemaaduaneiro, nomeadamente, a natureza, as atribuies e a composio do sistemaaduaneiro em geral, as competncias, as atribuies, o mbito de jurisdio, aorganizao e o funcionamento dos rgos que integram o sistema aduaneiro e asdisposies relativas elaborao dos regulamentos que disciplinam a estruturaorgnica, a organizao interna e o funcionamento de alguns desses rgos;

    c) a Parte III relativa actividade aduaneira, define os princpios e as normasrelativos aos direitos e obrigaes das pessoas que actuam perante as alfndegas, apresentao das declaraes aduaneiras e ao controlo aduaneiro, ao destinoaduaneiro, aos regimes aduaneiros e aos cdigos de procedimentos, s garantiasaduaneiras, ao regime da tributao aduaneira e ao controlo ps-desalfandegamento, ao reembolso e dispensa de pagamento de direitos edemais imposies aduaneiras;

    d) a Parte IV contm o regime de determinao do valor aduaneiro dasmercadorias, incluindo os critrios gerais e os mtodos para a determinao dovalor aduaneiro;

    e) a Parte V relativa ao contencioso fiscal aduaneiro, inclui a enumerao doscrimes fiscais aduaneiros e das transgresses fiscais aduaneiras, a indicao dasrespectivas sanes, nomeadamente das penas de priso e das multas aplicveise as normas relativas ao processo fiscal aduaneiro, nomeadamente as quedisciplinam a investigao das infraces fiscais aduaneiras, a aplicao dascorrespondentes sanes e a interposio de recursos;

    f) a Parte VI contm o regime do contencioso tcnico aduaneiro, incluindo asnormas relativas instruo e julgamento dos processos tcnicos pelos directoresRegionais das Alfndegas e aos recursos dos acrdos por estes proferidos;

    g) a Parte VII regula o contencioso administrativo aduaneiro;

    h) a Parte VIII disciplina o abandono, o confisco, a apreenso e o arresto demercadorias e de meios de transporte.

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    Com o regime jurdico definido no Cdigo, pretende-se:

    a) garantir, na sua mxima extenso, o cumprimento integral das normas jurdicasaduaneiras;

    b) garantir a arrecadao dos direitos, das demais imposies aduaneiras e dasmultas que sejam devidas;

    c) combater as infraces fiscais aduaneiras de natureza e gravidade diversasatravs da aplicao de sanes, mormente multas e aprisionamento;

    d) tratar, de modo eficiente, as infraces fiscais aduaneiras menos graves, oserros administrativos e a negligncia;

    e) evitar, na medida do possvel, a prtica, no futuro, de novas infraces fiscaisaduaneiras;

    f) disciplinar, pormenorizadamente, o exerccio do direito representao;

    g) conferir aos utentes dos servios aduaneiros as necessrias garantias, como,por exemplo, a possibilidade de interposio de recurso contra as decises denatureza tcnica e administrativa que hajam sido proferidas por aqueles servios.

    Nestes termos, no uso da autorizao legislativa concedida pela Resoluo n.25/06, de 5 de Julho da Assembleia Nacional, o Governo, ao abrigo da alnea b) do n.1 do artigo 111. da Lei Constitucional, decreta o seguinte:

    Artigo 1.(Aprovao)

    aprovado, em anexo ao presente decreto-lei e dele fazendo parte integrante, oCdigo Aduaneiro, adiante designado por Cdigo.

    Artigo 2.(Aplicao no tempo)

    1. At entrada em vigor do presente decreto-lei e do Cdigo, as alfndegas e osutentes dos respectivos servios devem realizar todas as diligncias necessrias quegarantam o efectivo e integral cumprimento do que naqueles se dispe.

    2. O Ministrio das Finanas, atravs da Direco Nacional das Alfndegas,disponibilizar aos respectivos servios e aos seus utentes todas as informaesnecessrias ao efectivo cumprimento do disposto no nmero anterior.

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    3. Aos factos ilcitos previstos na Parte V do Cdigo, praticados antes da suaentrada em vigor e j punveis nos termos da legislao agora revogada, aplicvel odisposto naquela Parte, sem prejuzo da aplicao da lei mais favorvel.

    4. Aos processos pendentes data da entrada em vigor do Cdigo continua aaplicar-se a legislao substantiva e processual anterior, sem prejuzo da aplicao dalei mais favorvel.

    Artigo 3.(Direito subsidirio)

    So subsidiariamente aplicveis, na medida em que sejam conformes com odisposto no Cdigo:

    a) quanto aos crimes fiscais aduaneiros e seu processamento, as disposies doCdigo Penal, do Cdigo de Processo Penal e respectiva legislaocomplementar;

    b) quanto s transgresses fiscais aduaneiras e seu processamento, asdisposies da Lei-Quadro das Transgresses Administrativas;

    c) quanto responsabilidade civil, as disposies do Cdigo Civil.

    Artigo 4.(Dvidas e omisses)

    As dvidas e omisses que se suscitem na interpretao e aplicao do presentediploma e do Cdigo que dele faz parte integrante sero resolvidas por decretoexecutivo do Ministro das Finanas.

    Artigo 5.(Alteraes posteriores do Cdigo Aduaneiro)

    Todas as alteraes que de futuro vierem a introduzir-se na matria contida noCdigo sero consideradas como fazendo parte dele e inseridas no lugar prprio, querseja por meio de substituio de artigos alterados, quer pela supresso de artigosinteis ou pelo adicionamento dos que forem necessrios.

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    Artigo 6.(Regulamentao)

    1. O Governo deve aprovar o regulamento que garanta a efectiva aplicao doCdigo, no prazo de seis meses a contar da data de entrada em vigor deste diploma.

    2. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, o Director Nacional das Alfndegasdeve definir, de forma pormenorizada, as normas que garantam a efectivaimplementao dos procedimentos relevantes.

    Artigo 7.(Descaminho)

    Aos delitos fiscais de descaminho previstos em legislao avulsa aplicvel oregime relativo ao contra-bando, contanto que se verifiquem os respectivospressupostos legalmente exigidos.

    Artigo 8.(Revogao do direito anterior)

    revogada, a partir da data da entrada em vigor do presente decreto-lei e doCdigo nele contido, a legislao relativa s matrias neles reguladas, bem comoaquela que contrarie o que neles se dispe, nomeadamente:

    a) os artigos 279. a 281. do Cdigo Penal;

    b) o Decreto n. 33 531, de 21 de Fevereiro de 1944 e o Contencioso AduaneiroColonial nele contido;

    c) o artigo 15. do Decreto n. 41 024, de 28 de Fevereiro de 1957, na parte quese refere ao prazo de 10 anos;

    d) o artigo 2. do Decreto executivo conjunto n. 111/83, de 9 de Dezembro;

    e) os artigos 1. a 8. do regulamento de aplicao, cobrana e distribuio demultas nas Alfndegas de Angola, aprovado pelo artigo 1. do Decretoexecutivo n. 21/84, de 10 de Abril;

    f) o Decreto executivo n. 6/90, de 29 de Janeiro;

    g) o artigo 2. do Decreto n. 9/00, de 10 de Maro;

    h) a alnea b) do artigo 1. da Lei n. 13/03, de 10 de Junho, quanto aodescaminho e contrabando.

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    Artigo 9.(Remisses)

    As remisses feitas para os preceitos revogados consideram-se efectuadas paraas correspondentes normas do Cdigo.

    Artigo 10.(Locais designados)

    O Ministro das Finanas deve conceder um prazo razovel aos operadores doslocais actualmente utilizados para o exerccio da actividade aduaneira para que elespossam adaptar esses locais e as respectivas instalaes s condies previstas noCdigo e no regulamento.

    Artigo 11.(Operaes em curso)

    As operaes de comrcio internacional que, data da entrada em vigor doCdigo, j estejam em curso, com apresentao de mercadorias e ou de meios detransporte s alfndegas, chegada ou sada do Pas, ficam sujeitas ao disposto nalegislao que estava em vigor na data em que foram iniciadas as formalidadesaduaneiras.

    Artigo 12.(Entrada em vigor)

    O presente decreto-lei e o Cdigo que dele faz parte integrante entram em vigor90 dias aps a sua publicao.

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    CDIGO ADUANEIRO

    PARTE IDisposies Gerais

    Artigo 1.(Objecto e fim)

    O Cdigo define os princpios e as normas jurdicas fundamentais da actividadeaduaneira no Pas e visa garantir, de forma eficaz e transparente, a satisfao dasnecessidades de um sistema aduaneiro moderno.

    Artigo 2.(mbito de aplicao)

    1. Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte, o Cdigo aplica-se de modouniforme em todo o territrio nacional.

    2. So admitidas as prticas decorrentes dos usos e costumes vigentes em zonasgeogrficas circunscritas, contanto que tais prticas no sejam contrrias lei nem aoprincpio da boa-f.

    Artigo 3.(Definies)

    Para efeitos do disposto no presente Cdigo e no regulamento, entende-se por:

    a) Abandono: a renncia da propriedade de quaisquer mercadorias ou meiosde transporte sob aco fiscal por parte do seu legtimo dono ou consignatrio;

    b) Acordo: o Acordo Relativo Aplicao do artigo 7. do Acordo Geral SobrePautas Aduaneiras e Comrcio, da Organizao Mundial do ComrcioGATT, a que Angola aderiu atravs da Resoluo n 4/96, de 15 de Maro,da Assembleia Nacional;

    c) Alfndega ou Alfndegas: consoante o contexto em que so utilizados,estes termos designam:

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    i. os servios administrativos responsveis pela cobrana de direitos e demaisimposies aduaneiras e pela aplicao da legislao aduaneira,nomeadamente das normas relativas importao, exportao, circulao earmazenagem de mercadorias e meios de transporte importados, exportadosou em trnsito; ou

    ii. as estncias aduaneiras, os caminhos que directamente conduzem a estas,os depsitos aduaneiros e, em geral, os locais sujeitos a fiscalizaopermanente onde se efectuem o embarque e desembarque de passageiros ouoperaes de carga e descarga de mercadorias cativas de direitos ou outrosimpostos cuja cobrana esteja cometida s Alfndegas;

    d) Apresentao de mercadorias e ou de meios de transporte sAlfndegas: comunicao autoridade aduaneira da chegada demercadorias e ou de meios de transporte estncia aduaneira ou a outro localdesignado ou aprovado por aquela autoridade, de acordo com as modalidadesprevistas neste Cdigo;

    e) Assistncia administrativa mtua: as medidas que, nos termos dosdiversos acordos ou convenes internacionais de cooperao administrativaaduaneira, uma administrao aduaneira tome, em nome de ou emcolaborao com outra administrao aduaneira, para efeitos da efectiva ecorrecta aplicao do ordenamento jurdico aduaneiro e da preveno,investigao e represso de infraces fiscais aduaneiras;

    f) Auditoria: o conjunto de medidas atravs das quais a autoridade aduaneiracompetente se certifica da exactido e da autenticidade das declaraes,mediante, nomeadamente, o exame dos livros, dos registos dos sistemascontabilsticos e dos dados comerciais relevantes em poder dos declarantes,dos seus representantes, de outras entidades e ou de outros interessados que,directa ou indirectamente, estejam envolvidos em operaes aduaneiras;

    g) Auto de notcia: o instrumento destinado a fazer f, levantado oumandado levantar pela autoridade instrutora, autoridade judiciria, rgo depolcia criminal ou outra entidade policial sempre que estes presenciaremqualquer infraco;

    h) Autoridade aduaneira: a autoridade competente para a aplicao dalegislao aduaneira, nos termos e com os limites nesta definidos;

    i) Autorizao de sada: o acto pelo qual a autoridade aduaneira coloca disposio do declarante uma mercadoria declarada para um determinadoregime, nos termos da declarao por aquele efectuada;

    j) Autuante: a autoridade, rgo ou entidade que levanta ou manda levantar oauto de notcia;

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    k) Avaliao das mercadorias: processo de determinao do valor aduaneirodas mercadorias;

    l) Bagagem: os objectos transportados pelo viajante e destinados ao seu usopessoal, nas quantidades e segundo os critrios fixados na legislaoaduaneira;

    m) Cdigo: o Cdigo Aduaneiro;

    n) Condio ou estatuto das mercadorias: para estes efeitos, asmercadorias so classificadas em mercadorias nacionais, mercadoriasnacionalizadas ou em mercadorias estrangeiras;

    o) Confisco das mercadorias: acto pelo qual as mercadorias so declaradasperdidas a favor do Estado, sem direito a qualquer indemnizao por parte doseu titular;

    p) Contrabando: toda a aco ou omisso fraudulenta que tenha por fim fazerentrar no territrio aduaneiro ou dele fazer sair quaisquer mercadorias e oumeios de transporte sem passarem pelas alfndegas ou sem serem sujeitosaos trmites legais aduaneiros de desalfandegamento ou devida autorizao;

    q) Controlo pelas autoridades aduaneiras ou Controlo Aduaneiro: todasas medidas tomadas pela autoridade aduaneira competente, de forma isoladaou combinada, de modo a garantir a efectiva aplicao e observncia dodisposto na legislao aduaneira;

    r) Declarao aduaneira, Declarao de mercadorias ou Despachoaduaneiro: o acto pelo qual o declarante manifesta a vontade de sujeitarcerta mercadoria e ou meio de transporte a determinado regime aduaneiro eindica os elementos cuja meno legalmente exigida para a aplicao desseregime, utilizando para o efeito a forma e a modalidade previstas neste Cdigoe na demais legislao aduaneira;

    s) Declarao sumria dos meios de transporte: documento que deve serapresentado s alfndegas no momento da chegada ou antes da partida dequaisquer meios de transporte e que deve conter:

    i. os dados exigidos pelas alfndegas relativamente a esses meios,nomeadamente, a sua natureza, matrcula e tonelagem, a identificao datripulao e as provises existentes a bordo e, em anexo,

    ii. o manifesto de carga;

    t) Declarante: a pessoa que faz a declarao aduaneira em seu nome ou apessoa em nome da qual esta declarao feita;

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    u) Demais imposies aduaneiras ou Demais imposies: impostos,encargos, taxas e outras imposies aduaneiras, com excluso dos direitos,que recaem sobre o valor das mercadorias a importar ou a exportar e cujaarrecadao esteja legalmente cometida s alfndegas;

    v) Denncia: a transmisso s autoridades judicirias ou aduaneiras ou aosrgos de polcia criminal do conhecimento da prtica de uma infraco fiscaladuaneira para efeitos de procedimento;

    w) Denunciante: aquele que procede denncia;

    x) Depositante: pessoa em nome da qual se apresenta a declarao desujeio das mercadorias ao regime de armazenagem aduaneira;

    y) Depsito temporrio: a armazenagem de mercadorias e ou de meios detransporte sob controlo aduaneiro em prdios ou em outros espaos vedadosou no, e aprovados pelas alfndegas (doravante designados por locais dedepsito temporrio), estando pendente a apresentao da declarao demercadorias e meios de transporte e ou o seu desalfandegamento;

    z) Desalfandegamento: o cumprimento das formalidades aduaneirasnecessrias para introduzir em livre circulao mercadorias e ou meios detransporte importados ou para permitir a sua exportao ou a sua sujeio aoutro regime aduaneiro;

    aa) Destino aduaneiro das mercadorias: a sujeio das mercadorias a umregime aduaneiro, ou o seu confisco a favor do Estado, ou ainda a suainutilizao sob controlo aduaneiro;

    bb) Desvio do controlo aduaneiro: entre outros actos, a retirada demercadorias de depsito temporrio ou de armazm aduaneiro ou a mudanade um regime aduaneiro para um outro sem autorizao das alfndegas;

    cc) Direitos ou Direitos aduaneiros: os impostos indirectos que incidemsobre o valor da mercadoria importada ou exportada no territrio aduaneiro,isto , o produto das taxas pautais pelas unidades tributveis, em conformidadecom o disposto na Pauta Aduaneira;

    dd) Direitos anti-dumping: direitos aplicados a certas mercadorias importadascom o objectivo de dirimir a margem de dumping;

    ee) Direitos compensatrios: direitos aplicados a certas mercadoriasimportadas com o objectivo de dirimir o montante do subsdio concedido para aproduo e ou exportao dessas mercadorias;

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    ff) Estncia aduaneira: a unidade administrativa competente para a realizaodas formalidades aduaneiras, assim como as instalaes ou outros locaisaprovados para o efeito pelas autoridades competentes;

    gg) Exportao: a sada de mercadoria do territrio aduaneiro;

    hh) Formalidades aduaneiras: o conjunto das operaes que, no cumprimentoda legislao aduaneira, devem ser executadas pelos interessados e pelaautoridade aduaneira no que respeita apresentao e desalfandegamento demercadorias e ou de meios de transporte;

    ii) Fronteira ou Fronteira aduaneira: os limites do territrio aduaneiro;

    jj) Garantia: os bens ou meios que asseguram, a contento da alfndega, ocumprimento de uma obrigao para com ela;

    kk) Importao: a entrada de mercadoria no territrio aduaneiro, a eledestinada e procedente de outro territrio aduaneiro;

    ll) Imposto: prestao, em regra pecuniria, mas sempre coactiva e unilateral,sem o carcter de sano, exigida pelo Estado ou por outro ente pblico emrepresentao do Estado, com vista realizao de fins pblicos;

    mm) Infraco fiscal aduaneira: o facto tpico, ilcito e culposo declaradopunvel por lei aduaneira anterior;

    nn) Iseno ou dispensa do pagamento de direitos e de demais imposiesaduaneiras: a no cobrana, decidida pelas alfndegas com base nalegislao em vigor, de parte ou de todos os direitos e demais imposiesaduaneiras devidos;

    oo) Legislao aduaneira ou Leis e Regulamentos aduaneiros: osdiplomas legislativos e regulamentares, emitidos pela Repblica de Angola,relativos actividade aduaneira, s receitas tributrias aduaneiras, importao, exportao, a outros regimes aduaneiros, bem como circulao, armazenagem, apreenso, arresto e leiles de mercadorias e ou demeios de transporte importados, exportados ou em trnsito, s infracesfiscais aduaneiras, a outras matrias conexas com estas ou com odesempenho de atribuies da administrao aduaneira;

    pp) Liquidao dos direitos e das demais imposies aduaneiras: adeterminao ou o clculo do montante dos direitos e das demais imposiesaduaneiras a cobrar;

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    qq) Locais designados: as estncias aduaneiras e os locais ou instalaescompostos por um ou mais edifcios, contguos ou separados, devidamenteisolados por vedao, contanto que sujeitos ao controlo e superviso dasalfndegas e indicados e aprovados por estas para a realizao de operaesaduaneiras, nomeadamente, para a entrada e sada de pessoas, demercadorias e de meios de transporte, para a apresentao e desembaraodos viajantes e dos seus haveres e viaturas pessoais, para a apresentao demercadorias e de meios de transporte s alfndegas, para a carga, descarga,aceitao, manuseamento, depsito, armazenagem, envio ou aperfeioamentode quaisquer mercadorias sob a alada das alfndegas e para a inspecofsica e desembarao das mercadorias;

    rr) Manifesto ou Manifesto de carga: relao de toda a carga que vem abordo de um meio de transporte, assinada pelo capito, mestre ou arrais denavio, pelo patro de qualquer embarcao, pelo comandante de aeronave,pelo maquinista, pelo condutor de camio ou de autocarro, ou pelo condutor deoutros meios de transporte, incluindo o transporte ferrovirio, onde vemdescrita, de maneira genrica, no s o nmero de volumes, como tambm asua qualidade, as marcas, os nmeros, o peso, e todas as demais indicaesnecessrias para a identificao da mercadoria, assim como a descrio dessamercadoria por ordem dos portos ou locais de destino, conforme o meio detransporte utilizado;

    ss) Medidas anti-dumping: medidas adoptadas depois de uma investigaorealizada pela entidade competente do pas importador ter demonstrado aprtica de dumping e a existncia de prejuzos da resultantes;

    tt) Medidas compensatrias: medidas adoptadas depois de uma investigaorealizada pela entidade competente do pas importador ter demonstrado que asmercadorias importadas beneficiaram de subsdios e que desse benefcioresultaram prejuzos para a indstria ou comrcio nacionais;

    uu) Meios de transporte: quaisquer meios utilizados para o transporte depessoas, mercadorias ou bagagens, designadamente, os navios, barcas,barcaas e outras embarcaes, as aeronaves, os veculos rodovirios,incluindo os reboques e os semi-reboques, as carruagens e os vages doscaminhos-de-ferro, os contentores com uma capacidade de carga igual ousuperior a um metro cbico, incluindo partes desmontveis, os oleodutos e osgasodutos;

    vv) Mercadoria ou Mercadorias: todos os produtos naturais, matrias-primas, artigos manufacturados, produtos semi-acabados, produtos acabados(obras), animais, moedas, substncias ou outras coisas, incluindo,nomeadamente, meios de transporte, equipamentos, peas e acessrios, salvose do contexto resultar outro sentido;

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    ww) Mercadorias da mesma natureza ou da mesma espcie: mercadoriasclassificadas num grupo ou numa gama de mercadorias produzidas por umramo de determinada produo, ou por um sector particular de um ramo deproduo, e compreende as mercadorias idnticas ou similares;

    xx) Mercadorias demoradas: quaisquer mercadorias mantidas em local dedepsito temporrio por no ter sido cumprida, nos termos e prazosestabelecidos na lei, a obrigao de apresentao de uma declaraoaduaneira, ou a obrigao de pagamento de direitos e demais imposiesaduaneiras devidos, ou, ainda, a obrigao de remoo das mercadoriasdesalfandegadas do local de desalfandegamento;

    yy) Mercadorias: mercadorias de que se pode dispor sem restriesaduaneiras;

    zz) Mercadorias estrangeiras: as mercadorias que no se integrem nem noconceito de mercadorias nacionais nem no mbito das mercadoriasnacionalizadas;

    aaa) Mercadorias idnticas: mercadorias que so as mesmas sob todos osaspectos, possuindo as mesmas caractersticas fsicas, a mesma qualidade e omesmo prestgio comercial, no obstando a que sejam qualificadas comoidnticas as pequenas diferenas de aspecto que as mercadoriaseventualmente apresentem;

    bbb) Mercadorias nacionais: as mercadorias produzidas no territrionacional;

    ccc) Mercadorias nacionalizadas: as mercadorias disponveis no Pas apsdesalfandegamento, destinadas a entrada em livre circulao e que tenhamsido importadas mediante o pagamento de direitos e demais imposiesaduaneiras devidos ou que deles estejam isentas por disposio legal;

    ddd) Mercadorias produzidas: as mercadorias cultivadas, fabricadas ouextradas;

    eee) Mercadorias proibidas: mercadorias cujo trnsito, importao ouexportao proibido nos termos da legislao aplicvel;

    fff) Mercadorias similares: mercadorias que, apesar de no serem iguais sobtodos os aspectos, apresentam caractersticas semelhantes, como, porexemplo, qualidade, prestgio comercial e existncia de uma marca, sendocompostas de matrias semelhantes, o que lhes permite preencher as mesmasfunes e ser comercialmente permutveis;

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    ggg) Mercadorias sujeitas a restries ou Mercadorias de importao oude exportao restrita: mercadorias cuja importao ou exportao estsujeita, nos termos da legislao aplicvel, a condies ou restries especiais;

    hhh) Operador de comrcio internacional: importador, exportador ouqualquer pessoa que age em nome ou no interesse e por conta destes, desdeque registados no Pas para a realizao de operaes de importao ou deexportao de mercadorias, com excluso da bagagem e dos haveres pessoaisdos viajantes;

    iii) Origem das mercadorias: pas em que as mercadorias foram totalmenteproduzidas ou manufacturadas, ou em que sofreram a sua ltimatransformao industrial relevante, o que implica que, pelo menos, 25% docusto de produo dessas mercadorias corresponde a materiais produzidos oua trabalho prestado no territrio desse pas;

    jjj) Pas: o territrio da Repblica de Angola;

    kkk) Pauta Aduaneira: o diploma legal constitudo por quadros ou tabelas emque esto designadas as diversas mercadorias, distribudas sistematicamentee codificadas por posies, sub posies e artigos pautais, e em que estoconsignadas as taxas a que esto sujeitas as mercadorias no seu movimentode entrada e sada numa jurisdio aduaneira;

    lll) Pessoa: tanto as pessoas singulares, como as pessoas colectivas e outrosentes a que a lei reconhea capacidade para praticar actos jurdicos denatureza aduaneira, incluindo, nomeadamente, sociedades comerciais,comerciantes em nome individual, sociedades civis sob forma comercial,associaes e empresas pblicas, salvo se do contexto resultar outro sentido;

    mmm) Prestao tributria aduaneira: os direitos aduaneiros e demaisimposies, incluindo impostos, taxas e outras receitas fiscais cuja cobranacompete s alfndegas;

    nnn) Procedimentos aduaneiros especiais: meios para identificar, dentrode um mesmo regime, os diferentes tratamentos aduaneiros que podem seraplicados s mercadorias;

    ooo) Processamento de despacho: a execuo do conjunto dasformalidades necessrias para realizar o desalfandegamento de mercadorias eou de meios de transporte;

    ppp) Recurso: pedido de reapreciao de certa deciso aduaneira oujudicial, apresentado a um rgo aduaneiro ou judicirio superior por pessoadirectamente interessada e que se considere lesada por aquela deciso;

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    qqq) Reembolso: a restituio, total ou parcial, dos direitos e das demaisimposies aduaneiras de importao ou de exportao que tenham sidopagos sobre as mercadorias;

    rrr) Regime aduaneiro: modalidade de tratamento que o declarante atribuis mercadorias e ou aos meios de transporte no momento da apresentao dadeclarao aduaneira s alfndegas, de acordo com o uso ou destino que lhespretenda dar no cumprimento das normas e procedimentos prescritos na leiaduaneira, devendo esse regime assumir uma das modalidades tipificadasneste Cdigo (importao definitiva, importao temporria, reimportao,exportao definitiva, exportao temporria, reexportao, armazenagemaduaneira e trnsito aduaneiro);

    sss) Regime suspensivo: qualquer dos regimes aduaneiros mencionadosno Cdigo, sob o qual as alfndegas podem autorizar, nos termos do Cdigo edo regulamento, a libertao condicional das mercadorias e ou dos meios detransporte importados ou exportados com suspenso de pagamento de direitose ou demais imposies devidos;

    ttt) Regulamento: o Regulamento do Cdigo Aduaneiro, salvo indicaoem sentido diverso;

    uuu) Suspeito ou Pessoa suspeita: toda a pessoa relativamente qualexista indcio de que cometeu ou se prepara para cometer um crime ou umatransgresso fiscal aduaneira ou que neles participou ou se prepara paraparticipar;

    vvv) Taxa: montante a pagar pelos servios prestados pelas alfndegas ouque sejam cobrados por estas em nome de outra autoridade nacional, salvo sedo contexto resultar sentido diverso;

    www) Terceiro: qualquer pessoa que, em nome ou no interesse e por contade outrem, trate directamente com a alfndega de qualquer assunto comrelevncia aduaneira, designadamente da importao, exportao, circulaoou armazenagem de mercadorias e ou de meios de transporte;

    xxx) Territrio aduaneiro: toda a extenso geogrfica sobre a qual aRepblica de Angola exerce a sua soberania;

    yyy) Ttulo de crdito: documento que, em sentido estrito, incorpora o direitoa uma prestao pecuniria, e que legitima o titular ao seu exerccio etransmisso;

    zzz) Ttulo de encontro: ttulo de crdito que incorpora o direito aoreembolso de uma quantia pecuniria correspondente ao encontro de direitos eou das demais imposies aduaneiras cobrados em excesso pelas alfndegas,e que legitima o titular ao seu exerccio e transmisso;

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    aaaa) Transportador: a pessoa singular ou colectiva ou entidade fiscalmenteequiparada que exerce a actividade de explorao de transportesinternacionais, nacionais ou combinados, incluindo a pessoa que efectivamentetransporta e a pessoa que responsvel pelo transporte;

    bbbb) Transporte internacional: tipo de transporte que implica oatravessamento de fronteiras e se desenvolve parcialmente em territrionacional;

    cccc) Transporte nacional: tipo de transporte que se efectua totalmente emterritrio nacional;

    dddd) Transporte combinado: tipo de transporte em que, na parte inicial oufinal do trajecto, se utiliza o modo rodovirio e na outra parte o modoferrovirio, o modo areo, a via fluvial ou a via martima;

    eeee) Valor aduaneiro: o valor das mercadorias estabelecido nos termos doartigo 89. e seguintes do Cdigo para a apresentao de uma declaraoaduaneira e, sempre que aplicvel, para o clculo e percepo do montantedos direitos e das demais imposies aduaneiras devidos;

    ffff) Veculo: qualquer viatura ou meio de transporte, como, por exemplo,veculo automvel, carroa, carreta de bagagens, aeronave, comboio, incluindoas suas coisas acessrias ou pertenas, as ferramentas, os mobilirios, osequipamentos, as bestas de carga, os aparelhos e os cordames;

    gggg) Verificao: salvo se do contexto resultar sentido diverso, este termoabrange quer a verificao das mercadorias e ou dos meios de transporte, quera verificao documental;

    hhhh) Verificao das mercadorias ou Inspeco das mercadorias: asoperaes pelas quais as alfndegas procedem ao exame fsico dasmercadorias a fim de se certificarem de que a sua natureza, origem, estado,quantidade, valor, especificaes pautais, incluindo as respectivas taxas e oregime a que possam estar sujeitas, esto em conformidade com os dados dadeclarao aduaneira;

    iiii) Verificao documental, Verificao dos documentos ouConferncia da declarao de mercadorias: as operaes pelas quais asalfndegas procedem ao exame da documentao apresentada, incluindo asoperaes pelas quais as alfndegas se certificam de que a declarao demercadorias est feita correctamente e os documentos justificativosnecessrios satisfazem as condies exigidas;

    jjjj) Viajante: qualquer pessoa singular que entra ou sai do territrioaduaneiro, para efeitos de aplicao da legislao aduaneira, no que toca aoconceito de bagagem.

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    Artigo 4.(Direitos dos interessados informao)

    1. Os particulares tm o direito a ser informados pelas alfndegas, sempre que orequeiram, sobre:

    a) o andamento dos processos em que sejam directamente interessados e asdecises definitivas que sobre eles forem tomadas;

    b) a aplicao geral ou especfica da legislao aduaneira, nomeadamente doCdigo, do regulamento, das instrues, das resolues definitivas e dasdecises da Organizao Mundial das Alfndegas.

    2. As informaes referidas na alnea a) do nmero anterior abrangem,nomeadamente, a indicao do servio onde o processo se encontra, os actos ediligncias praticados e as deficincias a suprir pelos interessados.

    3. As alfndegas devem notificar os interessados, por escrito, no prazo de 15 diasteis, das decises que profiram sobre os requerimentos pelos quais lhes sejasolicitada a informao referida no n. 1.

    4. As alfndegas devem fundamentar a deciso pela qual indefiram os referidosrequerimentos e qualquer outra deciso susceptvel de causar consequncias adversasaos requerentes.

    5. Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, os requerentes podem, nos termosdo disposto neste Cdigo, deduzir reclamao e interpor recurso administrativo dasreferidas decises.

    Artigo 5.(Formulrios, modelos e formatos dos documentos aduaneiros)

    1. Sem prejuzo do disposto no n. 2, os formulrios, modelos e formatos dosdocumentos relativos s declaraes aduaneiras, cobrana de receitas fiscaisaduaneiras, aplicao do regime de determinao do valor aduaneiro dasmercadorias ou ao cumprimento dos deveres previstos neste Cdigo, no respectivoregulamento ou em outra legislao aduaneira em vigor, devem ser aprovados oualterados, sempre que necessrio e sob proposta do Director Nacional das Alfndegas,pelo Ministro das Finanas.

    2. Os formulrios, modelos e formatos dos documentos relativos ao controloaduaneiro de pessoas, mercadorias e meios de transporte, devem ser aprovados oualterados, sempre que necessrio, pelo Director Nacional das Alfndegas.

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    3. Deve ser publicada, anualmente, no Boletim Informativo da Direco Nacional dasAlfndegas, uma lista actualizada de todos os formulrios, modelos e formatos emvigor e dos locais onde estes podem ser adquiridos.

    Artigo 6.(Prazos)

    1. Os prazos marcados pelo Cdigo so improrrogveis, com excepo dos casosnele previstos.

    2. Salvo disposio legal em contrrio, de 10 dias teis o prazo para a interposiodos recursos previstos no Cdigo.

    3. O prazo referido no nmero anterior conta-se a partir da data em que a decisopassvel de impugnao haja sido notificada ao interessado.

    PARTE IISistema Aduaneiro

    TTULO IDo Sistema Aduaneiro em Geral

    Artigo 7.(Natureza e atribuies)

    1. O sistema aduaneiro integrado por uma organizao, que se traduz no conjuntodos preceitos legais disciplinadores das caractersticas e do funcionamento do sistemae na existncia de rgos, isto , de centros institucionalizados de poderes funcionais.

    2. So as seguintes as atribuies dos rgos que integram o sistema aduaneiro:

    a) propor medidas de poltica fiscal aduaneira relativas entrada e sada demercadorias e de meios de transporte e ao fluxo interno do comrciointernacional, tendo em conta a orientao, os padres, as instrues e asrecomendaes estabelecidas nas convenes internacionais relativas aassuntos aduaneiros, designadamente no que toca:

    i. simplificao e harmonizao dos procedimentos aduaneiros;

    ii. adopo da Nomenclatura do Sistema Harmonizado para a Classificaodas Mercadorias;

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    iii. introduo do sistema de valor aduaneiro de mercadorias estabelecidopelo Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comrcio (GATT) daOrganizao Mundial do Comrcio;

    iv. Ao desenvolvimento e utilizao de mecanismos electrnicos parasimplificar o processo de desalfandegamento aduaneiro e fortalecer ocontrolo aduaneiro, nomeadamente scanners ou outros dispositivos quepermitam captar imagens em papel ou fotografias; e

    v. aplicao de controlos aduaneiros com base na anlise de risco;

    b) coordenar a implementao das decises do Governo relativas a assuntosaduaneiros;

    c) investigar e punir as infraces fiscais aduaneiras;

    d) propor medidas em matria de poltica fiscal e aduaneira, tendo em vistapromover o desenvolvimento econmico e social do Pas;

    e) designar os locais de entrada e de sada de mercadorias que sejam objecto decomrcio internacional, bem como os locais para o depsito temporrio edesalfandegamento destas mercadorias;

    f) realizar a cobrana dos direitos e demais imposies aduaneiras que recaemsobre o fluxo do comrcio internacional, bem como de outros impostos ou taxasque, por fora da legislao aplicvel, hajam de ser cobrados pelas alfndegas;

    g) efectuar a fiscalizao e controlo aduaneiro de mercadorias, meios detransporte e pessoas, nomeadamente dos:

    i. que entram ou saem do territrio aduaneiro;

    ii. que se movimentam pelo territrio aduaneiro em trnsito, quer para um outro pas,quer para um destino aduaneiro;

    iii. que se encontrem em qualquer rea designada pelas alfndegas para o depsitotemporrio e desalfandegamento das mercadorias e ou dos meios detransporte, incluindo qualquer rea designada para a implementao de umregime aduaneiro;

    h) prevenir, combater e reprimir a prtica de fraude cambial na rea de operaodas alfndegas, de comrcio internacional no autorizado e de trfico ilcito desubstncias estupefacientes ou psicotrpicas, armas, objectos de arte,antiguidades e outras mercadorias proibidas ou sujeitas a restries;

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    i) orientar as actividades da Polcia Fiscal, devendo esta prestar o apoionecessrio gesto operacional das alfndegas e execuo do seuprograma de modernizao;

    j) permitir que os agentes econmicos internacionais, que tenham capacidadepara operar por conta prpria, actuem directamente junto das alfndegas;

    k) permitir que terceiros, que ajam em nome de agentes econmicosinternacionais, actuem directamente junto das alfndegas, contanto que essesterceiros assegurem um nvel aceitvel de servio prestado e que possam serresponsabilizados, em conformidade com o disposto na legislao aduaneira,pela exactido e legalidade dos despachos aduaneiros que apresentem;

    l) proteger, no cumprimento do disposto na legislao aplicvel aos fluxos docomrcio externo, os direitos de autor, o patrimnio artstico e cultural, a faunae flora selvagens, a sade e moral pblicas, o ambiente e a indstria nacional;

    m) emitir pareceres e propostas sobre os tratados e convenes internacionaisrelativos ao comrcio internacional e garantir o efectivo cumprimento dos quehajam sido aprovados ou ratificados pelo Estado;

    n) agir com transparncia no processo de tomada de decises sobre os recursosinterpostos pelos operadores de comrcio internacional em matria deaplicao de legislao tcnica aduaneira, procedimentos aduaneiros,avaliao ou classificao pautal das mercadorias ou nos casos omissos naPauta Aduaneira; e

    o) exercer outras atribuies que legalmente possam ser conferidas salfndegas.

    Artigo 8.(Composio)

    Do sistema aduaneiro fazem parte:

    a) as alfndegas;

    b) outras entidades, nomeadamente a Polcia Fiscal e outras autoridadespblicas, que, nos termos da legislao em vigor, devem apoiar a aco dasalfndegas, bem como as empresas especializadas que prestem servios deapoio s alfndegas;

    c) o Conselho Superior Tcnico Aduaneiro; e

    d) a Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro e, nos termos da legislao em vigore nos limites da respectiva competncia, os tribunais cveis e criminais.

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    TTULO IIAlfndegas

    CAPTULO IPrincpios Gerais

    Artigo 9.(Princpios)

    No exerccio das suas atribuies e no cumprimento dos seus deveres, asalfndegas regem-se pelos princpios enunciados no presente captulo.

    Artigo 10.(Princpio da legalidade e da simplificao)

    As formalidades, as condies e os requisitos aduaneiros a serem observados emmatria de procedimentos devem ser os que a legislao estabelece e sempre quepossvel, os mais simples.

    Artigo 11.(Princpio da discricionariedade tcnica)

    A interveno aduaneira pode ter por objecto a recolha de amostras, devendo arespectiva seleco, sempre que possvel, ser efectuada com base na anlise de riscode perda de receitas para o Estado ou com base em outras atribuies estatutrias.

    Artigo 12.(Princpio da proporcionalidade)

    O controlo aduaneiro limitar-se- ao estritamente necessrio para garantir ocumprimento da legislao aduaneira em vigor.

    Artigo 13.(Princpio da livre fixao do nvel de interveno)

    Os operadores que, de forma consistente e regular, cumpram os preceitos dalegislao aduaneira e que, como tal, sejam reconhecidos, podem vir a ser sujeitos aum reduzido nvel de interveno no que toca aos princpios de gesto de risco.

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    Artigo 14.(Princpio do controlo aduaneiro baseado em auditorias)

    O controlo aduaneiro deve incluir auditorias a todas as entidades que, directa ouindirectamente, esto ou estiveram envolvidas em operaes aduaneiras e ou emoperaes de comrcio internacional, podendo as referidas auditorias ser realizadasantes e ou depois do desalfandegamento das mercadorias e ou dos meios detransporte.

    Artigo 15.(Princpio da assistncia administrativa mtua)

    As alfndegas devem propor ao Governo a celebrao de acordos internacionaisde assistncia administrativa mtua em matria aduaneira e cooperar com outrasadministraes aduaneiras no sentido de fortalecer o controlo aduaneiro.

    Artigo 16.(Princpio da cooperao institucional)

    As alfndegas devem cooperar com outras entidades pblicas e com osoperadores de comrcio internacional, designadamente atravs da celebrao deacordos com aquelas entidades e estes operadores, no sentido de fortalecer o controloaduaneiro e promover o comrcio internacional legtimo.

    CAPTULO IIDas Alfndegas em Geral

    Artigo 17.(Natureza)

    1. As alfndegas so um servio executivo pblico que exerce a sua aco em todoo territrio nacional.

    2. As alfndegas so tuteladas pelo Ministrio das Finanas.

    Artigo 18.(Competncia)

    s alfndegas compete, sob orientao do Ministrio das Finanas, propormedidas em matria de poltica, legislao e procedimentos aduaneiros, garantir a suaefectiva implementao, e realizar as actividades de controlo e de supervisonecessrias ao cumprimento dos seus deveres.

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    Artigo 19.(Atribuies)

    1. So, nomeadamente, atribuies das alfndegas:

    a) propor medidas ou alteraes relativas legislao respeitante polticaaduaneira, em coordenao com outras entidades interessadas;

    b) garantir o efectivo cumprimento da legislao aduaneira e salvaguardar osinteresses do Estado;

    c) consultar, em matria de aplicao ou melhoria da legislao e polticaaduaneiras, as entidades que intervenham na actividade aduaneira de formamais relevante;

    d) garantir o acesso, por parte de qualquer interessado, informao necessria aplicao da legislao aduaneira;

    e) definir normas e instrues sobre questes aduaneiras, em conformidade coma legislao vigente;

    f) propor a criao, alterao, extino ou delimitao da respectiva rea dejurisdio de departamentos integrados nas direces, de direces regionaisou de estncias aduaneiras;

    g) designar, em coordenao com outras entidades pblicas e com os operadoresde comrcio internacional, os locais, no Pas, para a entrada e sada decomrcio internacional e para o depsito temporrio e desalfandegamento demercadorias e ou de meios de transporte;

    h) controlar a entrada, trnsito e exportao de mercadorias, meios de transporte,quantias em dinheiro, viajantes e tripulao, de harmonia com a legislao emvigor;

    i) apor, sempre que necessrio ou conveniente, selos, estampilhas, marcas ouquaisquer outros sinais prescritos nas leis aduaneiras, designadamentemecanismos de natureza electrnica, com o objectivo de identificar, segurar oumanter inviolveis mercadorias ou meios de transporte sujeitos fiscalizao,ou para certificar que sobre aquelas mercadorias ou estes meios recaiuconfisco, arresto, apreenso ou outra providncia;

    j) superintender todo o servio de despacho de mercadorias, procedendo aorespectivo registo, controlo, arrecadao e contabilizao dos direitosaduaneiros e de quaisquer impostos ou taxas cuja cobrana lhe seja cometida;

    k) prever as receitas que sero arrecadadas no exerccio das suas actividades;

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    l) autorizar e controlar, nos termos da legislao em vigor, os regimes eprocedimentos especiais de iseno, reembolso e suspenso de direitos edemais imposies por pagar;

    m) executar, controlando o cumprimento das exigncias legais, o programa deauditoria e inspeco das actividades inerentes s operaes comerciaisinternacionais e das entidades envolvidas no processo de importao,exportao e despachos alfandegrios;

    n) superintender a actividade dos despachos aduaneiros e habilitar as pessoascom competncia para os realizar;

    o) prever e detectar a prtica de infraces fiscais aduaneiras, de fraudes contraas receitas do Estado, de fraudes cambiais, de comrcio internacional noautorizado e de trfico ilcito de substncias estupefacientes ou psicotrpicas,armas de fogo, objectos de arte, antiguidades e outras mercadorias proibidasou sujeitas a restries, punindo ou participando aos tribunais competentes,consoante os casos, aquelas infraces, fraudes ou trfico;

    p) proteger os direitos de autor e outros direitos de propriedade intelectual, opatrimnio cultural, a fauna e a flora selvagens, a sade e a moral pblica, oambiente e a indstria nacional;

    q) compilar os dados estatsticos relativos actividade aduaneira, especialmenteos que se refiram s importaes, exportaes, trnsito, armazenagem eisenes;

    r) fazer propostas em matria de clusulas aduaneiras includas ou a incluir emacordos internacionais, contratos comerciais e de transporte ou em outros tiposde acordos em que seja parte o Estado Angolano ou pessoas quedesenvolvam qualquer actividade no Pas, controlando o seu efectivocumprimento;

    s) participar em organismos, organizaes, convnios e acordos de naturezaaduaneira, a que o Pas tenha aderido ou em que participe com o estatuto deobservador;

    t) implementar os termos dos convnios e acordos referidos na alnea anterior, nombito das suas atribuies;

    u) intervir, em coordenao com as autoridades martimas, nos casos denaufrgio;

    v) agir, nos termos da lei, em todos os casos de arrojos e achados do mar;

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    w) atribuir, nos termos da lei, outro destino s mercadorias e ou aos meios detransporte apreendidos ou abandonados em reas sob controlo aduaneiro esuperintender, nos termos da legislao respectiva, a venda judicial ouextrajudicial dessas mesmas mercadorias e ou meios de transporte,designadamente a venda em hasta pblica, por meio de propostas em cartafechada ou em estabelecimento de leiles;

    x) gerir os recursos humanos a elas afectados e garantir a sua adequadaformao profissional;

    y) administrar os recursos materiais e financeiros que lhes sejam afectados;

    z) apoiar, mediante prvia solicitao e com o acordo do Ministrio das Finanas,outros organismos do Governo na tarefa de fazer cumprir a legislao nacional,designadamente no que respeita aplicao dos controlos de imigrao, desade e fito-sanitrios, sempre que tal tarefa no possa ser levada a cabopelos organismos competentes;

    aa) realizar quaisquer outras funes que lhes sejam cometidas por lei ou que lhessejam confiadas pelo Ministro das Finanas.

    2. Para os efeitos do disposto na alnea i) do n. 1, as alfndegas podem apor,sempre que necessrio ou conveniente, selos, marcas ou quaisquer outros sinais,nomeadamente electrnicos, em edifcios utilizados para a armazenagem demercadorias ou de meios de transporte sujeitos fiscalizao, com o objectivo desegurar ou manter inviolveis essas mercadorias ou meios de transporte.

    Artigo 20.(mbito e rea de jurisdio)

    1. A jurisdio das alfndegas garante o controlo, preveno, deteco einvestigao das infraces fiscais aduaneiras em todo o territrio aduaneiro,abrangendo a zona primria e a zona secundria.

    2. A zona primria, sob controlo e superviso permanentes das alfndegas, nelaexistindo mercadorias que aguardam um destino aduaneiro ou mercadorias que,embora tenham j um destino aduaneiro, estejam sob regime suspensivo, abrange:

    a) as reas terrestres e aquticas, contnuas ou no, ocupadas por portos,enseadas, rios e ancoradouros;

    b) as guas territoriais e a zona contgua segundo a definio da legislao emvigor;

    c) as zonas terrestres numa extenso de 50 quilmetros a partir do litoral;

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    d) as zonas terrestres numa extenso de 50 quilmetros a partir da fronteiraterrestre;

    e) as reas ocupadas por linhas frreas, compreendendo as respectivas estaese oficinas, numa extenso de 10 quilmetros para cada um dos lados dasmesmas linhas;

    f) as reas terrestres ocupadas pelos aeroportos e aerdromos numa extensode 10 quilmetros em sua volta;

    g) postos aduaneiros e fronteirios e todas as zonas adjacentes numa extensode 10 quilmetros em sua volta;

    h) todos os locais onde se encontrem mercadorias que aguardem um destinoaduaneiro;

    i) toda a zona terrestre e instalaes aprovadas ou designadas pelas alfndegaspara a carga, descarga, recebimento, depsito temporrio, manuseamento,armazenagem, entrega, processamento de beneficiao ou fabrico dequaisquer mercadorias sujeitas a um regime aduaneiro nos termos do presenteCdigo.

    3. A zona secundria engloba a parte restante do territrio aduaneiro, incluindo asguas territoriais e o seu espao areo.

    Artigo 21.(Organizao, gesto e funcionamento)

    1. O Cdigo estabelece os princpios e as normas aplicveis ao desempenho dasatribuies e ao exerccio das competncias das alfndegas, nomeadamente:

    a) o nvel de competncias delegadas s alfndegas para a tomada de decises;

    b) a gesto da execuo dos procedimentos aduaneiros, formalidades e requisitosnecessrios para que as alfndegas desempenhem as suas atribuies no querespeita ao controlo do movimento de meios de transporte, mercadorias epessoas, quer entrada, quer sada do Pas e ou dos locais designados, e arrecadao dos direitos e demais imposies, nos termos da legislao emvigor.

    2. O Conselho de Ministros deve aprovar as normas relativas estrutura orgnica,organizao interna e funcionamento das alfndegas, bem como aprovar o oramentodas alfndegas.

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    3. Compete ao Ministro das Finanas, sob proposta do Director Nacional dasAlfndegas, nomear e demitir os directores e os chefes de departamentos, degabinetes e de delegaes aduaneiras.

    CAPTULO IIIDo Director Nacional das Alfndegas e dos Funcionrios Aduaneiros em Especial

    Artigo 22.(Competncia do Director Nacional das Alfndegas)

    1. Sem prejuzo do disposto em outras normas, as decises que, nos termos doCdigo e do regulamento, sejam da competncia das alfndegas, sero tomadas pelorespectivo director nacional ou pela pessoa em que este haja delegado por escrito,mediante prvia ratificao do Ministro das Finanas.

    2. Compete ao Director Nacional das Alfndegas, no mbito das suas competnciaslegais, nomeadamente:

    a) definir a classificao e distribuio geogrficas dos diversos postosaduaneiros, bem como adaptar as respectivas responsabilidades funcionais deacordo com as necessidades;

    b) nomear os chefes de postos aduaneiros e os restantes funcionriosaduaneiros, sem prejuzo do disposto no n. 3 do artigo anterior;

    c) orientar a implementao dos procedimentos aduaneiros;

    d) representar as alfndegas em juzo e fora dele, podendo, para o efeito,constituir advogado;

    e) decidir outras questes relativas ao funcionamento e administrao dasalfndegas que no sejam da competncia legal de outra entidade.

    Artigo 23.(Prerrogativas especficas dos funcionrios aduaneiros)

    1. Para o eficaz desempenho das suas funes respeitantes administrao dosistema aduaneiro e aplicao da legislao aduaneira nas zonas primria esecundria, os funcionrios das alfndegas, de acordo com a natureza das suasfunes e com a estrutura orgnica das alfndegas definida em diploma especfico,gozam das seguintes prerrogativas especficas, podendo:

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    a) ter uso e porte de arma, no sendo responsveis pelas consequncias queresultem do seu uso legtimo, na defesa dos interesses do Estado ou emdefesa pessoal, no exerccio legal e regular das suas funes, masrespondendo civil e criminalmente pelo seu uso indevido;

    b) requisitar o auxlio das autoridades militares, policiais e civis, sempre que oconsiderem necessrio para o exerccio das suas funes ou sempre que a suasegurana pessoal seja ameaada;

    c) mandar parar e revistar meios de transporte, inspeccionar as mercadoriastransportadas, usando, nomeadamente, scanners ou outros dispositivos quepermitam captar imagens em papel ou fotografias, e examinar a documentaocomercial e de trnsito relativa queles meios e mercadorias;

    d) interpelar e exigir a qualquer pessoa que entre, saia ou permanea na zonafiscal primria, que declare quaisquer mercadorias transportadas por si ou emseu nome, revistar qualquer pessoa sempre que haja suspeita, assente emfundamentos plausveis, da prtica de violao da legislao aduaneira, e, nodecurso dessa interpelao e revista, examinar os documentos deidentificao, nomeadamente bilhete de identidade, passaporte, cdula ououtros certificados ou atestados a que a lei atribui fora de identificao daspessoas, e, atentas s circunstncias do caso, os documentos de viagem;

    e) ordenar, se necessrio, para efeitos de interrogatrio ou de prestao dedeclaraes, a comparncia, perante s alfndegas, das pessoas que, naszonas fiscais, se tornem suspeitas da prtica de qualquer infraco fiscaladuaneira, e interrog-las;

    f) entrar e realizar buscas, durante o perodo normal de funcionamento, emquaisquer instalaes, edifcios, estabelecimentos, lojas, armazns, depsitostemporrios e recintos fechados utilizados para o exerccio do comrciointernacional, processamento ou armazenagem de mercadorias importadas,em trnsito ou preparadas para exportao, com excepo dos espaosexclusivamente destinados habitao;

    g) proceder inspeco e auditoria dos registos, contas, correspondncia esistemas electrnicos ou informticos respeitantes s actividades de comrciointernacional, processamento ou armazenagem de mercadorias provenientesou destinadas a esta actividade;

    h) elaborar extractos e fazer cpias de todos ou alguns dos referidos registos,documentos ou arquivos electrnicos ou informticos para fins de inspeco ouauditoria nos termos da alnea precedente;

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    i) inspeccionar e verificar a quantidade, a qualidade, a origem, o valor, o estadoaduaneiro, a finalidade e o destino de quaisquer mercadorias e ou meios detransporte encontrados na zona fiscal primria ou encontrados em outro lugarem resultado do exerccio das suas competncias previstas no presenteCdigo;

    j) extrair, para os efeitos do disposto na alnea anterior, sempre que necessrio,amostras para anlise, considerando-se, para o efeito de determinao dosdireitos e demais imposies devidos, que as mercadorias includas numa sconsignao, recipiente ou meio de transporte tm a mesma natureza ecaractersticas das amostras extradas pelo funcionrio aduaneiro competente;

    k) solicitar auxlio e informaes a qualquer pessoa que se encontre na zonafiscal primria, ou em qualquer local, edifcio ou instalao nos quais asalfndegas possam entrar para exercer as prerrogativas que o presente Cdigolhes reconhece;

    l) solicitar aos rgos da administrao do Estado, a quaisquer pessoassingulares e colectivas, os elementos e esclarecimentos necessrios aocumprimento da sua funo;

    m) exigir, por meio de aviso emitido nos termos do regulamento, com base nosdespachos aduaneiros apresentados, o pagamento de direitos e demaisimposies legalmente devidos, sem prejuzo do recurso subsidirio sdisposies do Cdigo Civil e da demais legislao relevante para assegurar opagamento dos direitos e demais imposies em dvida, sempre que, antes oudepois do desalfandegamento, se verificar que aqueles no foram pagos nasua totalidade;

    n) realizar, na zona fiscal secundria, buscas em quaisquer instalaes e revistarquaisquer pessoas que a se encontrem, contanto que sejam observados oslimites previstos no n. 7 do presente artigo;

    o) deter, em flagrante delito, qualquer pessoa suspeita da prtica de crime fiscaladuaneiro ou da prtica de infraco punvel com pena de priso, mormentenos casos em que haja perigo de fuga da pessoa suspeita para rea nosujeita jurisdio da Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro, entregando-as autoridades competentes mais prximas;

    p) apreender e remover para armazm sob controlo aduaneiro quaisquermercadorias relativamente as quais as alfndegas, no exerccio das suasfunes, hajam detectado a prtica de acto que constitua violao da legislaoaduaneira, independentemente de essas mercadorias terem sido ou nodesalfandegadas;

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    q) apreender os meios de transporte efectivamente utilizados na prtica deinfraco fiscal aduaneira e quaisquer meios de transporte concebidos ouadaptados para ocultar mercadorias que sejam objecto de comrciointernacional;

    r) determinar a apreenso dos elementos probatrios de infraces fiscaisaduaneiras por si detectadas;

    s) determinar a apreenso do corpo de delito, nomeadamente, mercadorias,meios de transportes, livros de escriturao, registos e demais elementos deprova da prtica de infraces fiscais aduaneiras por si detectadas;

    t) gozar de garantia administrativa, pelo que no podem ser demandadoscriminalmente por actos relativos ao exerccio legal e regular das suas funes,mesmo que estas hajam cessado, sem autorizao expressa do Ministro dasFinanas.

    2. O Director Nacional das Alfndegas, o seu delegado, os directores regionais dasalfndegas, os chefes de departamentos, de reparties, de seces, de delegaes ede estncias aduaneiras, os funcionrios dos quadros tcnico e auxiliar das alfndegase os funcionrios encarregados da fiscalizao aduaneira e quaisquer funcionriosaduaneiros com funes de inspeco e fiscalizao, consideram-se, pela naturezaespecial das suas funes, em servio permanente, pelo que lhes permitido entrarlivremente nas gares martimas e ferrovirias, aeroportos, aerdromos, portos, navios,comboios, aeronaves, veculos e recintos sujeitos ao controlo fiscal aduaneiro.

    3. Para efeitos de identificao no momento do exerccio das suas prerrogativasespecficas, as pessoas referidas no nmero anterior, sempre que iniciem umadiligncia ou nos casos em que algum solicite a sua identificao, devem exibir ocarto de identificao profissional de modelo aprovado nos termos da legislaovigente.

    4. Sempre que alguma das diligncias anteriormente referidas for iniciada antes docair da noite, pode ela prosseguir durante a noite pelo tempo necessrio para a suaconcluso.

    5. No que respeita a meios de transporte, as diligncias previstas na alnea c) do n.1 podem ser realizadas a qualquer momento, quer esses meios se encontrem acircular, a entrar ou a sair do Pas, quer estejam estacionados, parados, ancorados oufundeados em qualquer local sob controlo aduaneiro.

    6. As diligncias referidas nas alneas e) f) e g) do n. 1 esto sujeitas autorizaohierrquica prevista no regulamento, podendo ser realizadas a qualquer momentodurante o perodo normal de funcionamento da respectiva instalao, loja, armazm,depsito temporrio, ou recinto fechado, incluindo o perodo da noite, os fins-de-semana e os feriados nacionais.

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    7. As buscas em edifcios ou instalaes e a revista e deteno de pessoas devemser realizadas nos termos da Lei n. 22/92, de 4 de Setembro, da Lei n. 18-A/92, de 17de Julho, do Cdigo de Processo Penal e da legislao complementar, com asseguintes adaptaes:

    a) aquelas medidas devem ser aplicadas apenas nos casos em que haja suspeitafundada da prtica de infraco fiscal aduaneira;

    b) a deteno de indivduos em qualquer local e as revistas que tenham lugar forado mbito da zona fiscal primria s podem ser realizadas nos casos em quehaja suspeita fundada da prtica de algum dos crimes fiscais aduaneirosprevistos na Parte V do presente Cdigo;

    c) salvo nos casos de urgncia comprovada ou de flagrante delito, todas asrevistas e detenes previstas neste artigo devem, nos termos do regulamento,ser precedidas de prvia e superior autorizao das alfndegas;

    d) as buscas em imveis destinados a fins habitacionais s podem ter lugarmediante prvio mandado do Juiz da Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneirocompetente, nos casos e segundo as formas previstas na lei, no sendopermitida a entrada durante a noite no domiclio de qualquer pessoa sem o seuconsentimento.

    8. Em tudo o que no esteja especialmente previsto no Cdigo, aplicvel srevistas, buscas e apreenses, com as necessrias adaptaes, o disposto na Lei n.22/92, de 4 de Setembro.

    9. Os funcionrios aduaneiros s podero exercer as prerrogativas referidas nasalneas e), n) e o) do n. 1 quando elas constem das prerrogativas exaradas norespectivo carto de identificao profissional.

    10. O averbamento das prerrogativas de que trata o nmero anterior ser efectuadopela Direco Nacional das Alfndegas, devendo os cartes de identificaoprofissional onde forem efectuados esses averbamentos ser registadosseparadamente, em livro prprio, naquela Direco.

    11. Os funcionrios aduaneiros e os funcionrios encarregados da fiscalizaoaduaneira que no usufruam as prerrogativas mencionadas nos nmeros anterioresdevem dar imediato conhecimento aos seus superiores hierrquicos de quaisquerfactos constitutivos de infraces fiscais aduaneiras.

    12. Os funcionrios aduaneiros e os funcionrios encarregados da fiscalizaoaduaneira podem recorrer, sempre que necessrio e dentro dos limites permitidos porlei, ao uso de fora razovel.

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    13. No exerccio das suas funes, os funcionrios das alfndegas, sob pena deprocedimento disciplinar ou criminal, devem tratar com urbanidade todas as pessoas,nomeadamente as que sejam objecto de interveno aduaneira, respeitando os seusdireitos e a sua dignidade.

    14. Para efeitos do disposto no presente artigo, considera-se noite o perodocompreendido entre s 19 e s 5 horas.

    Artigo 24.(Dever geral dos funcionrios aduaneiros)

    Os funcionrios aduaneiros devem cumprir e fazer cumprir as leis e regulamentosaduaneiros, salvaguardando sempre os interesses legtimos do Estado.

    TTULO IIIOutras Entidades

    Artigo 25.(Apoio da Polcia Fiscal)

    1. A Polcia Fiscal deve apoiar as alfndegas no desempenho das suas funes, emparticular, das que digam respeito ao controlo, preveno e deteco de infracesfiscais aduaneiras.

    2. A Polcia Fiscal exerce as suas funes de apoio sob orientao metodolgicadas alfndegas e recebe destas apoio tcnico, orientao e formao.

    3. No desempenho das suas funes de apoio, os efectivos da Polcia Fiscal, numadeterminada circunscrio, subordinam-se s instrues do Director Nacional dasAlfndegas, do chefe da respectiva estncia aduaneira, ou, na ausncia ouimpedimento deste, do funcionrio aduaneiro com a categoria mais elevada que seencontre a prestar servio.

    Artigo 26.(Apoio de outras autoridades pblicas)

    1. Sempre que o considerem necessrio para garantir o cumprimento dos deveresque a lei lhes impe, ou sempre que a segurana pessoal dos seus funcionrios eagentes seja ameaada, as alfndegas podem requisitar o auxlio das autoridadespoliciais, civis ou militares, nomeadamente, dos rgos de inspeco e fiscalizao dasactividades econmicas, da Polcia Nacional e da Marinha de Guerra.

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    2. aplicvel, com as necessrias adaptaes, o disposto nos n.s 2 e 3 do artigoanterior.

    Artigo 27.(Apoio de empresas especializadas e de peritos externos)

    Sempre que seja necessrio, para garantir o cumprimento do disposto nalegislao aduaneira, o Ministro das Finanas pode autorizar que as alfndegascontratem os servios de empresas especializadas ou de peritos externos para aprestao de servios que requerem a aplicao de conhecimentos ou o uso detecnologias de que as alfndegas no disponham, nomeadamente, em matria deavaliao e de classificao pautal de mercadorias e de anlises laboratoriais e ou paratornar mais expedito o desembarao aduaneiro.

    Artigo 28.(Dever geral dos agentes e das pessoas vinculados actividade aduaneira)

    Os agentes e as pessoas vinculados actividade aduaneira, designadamenteaqueles que esto integrados nos organismos a que se referem os artigos 25., 26. e27., devem cumprir e fazer cumprir as leis e regulamentos aduaneiros,salvaguardando sempre os interesses legtimos do Estado.

    Artigo 29.(Remisso)

    Sem prejuzo do disposto no Cdigo e no regulamento, o apoio da Polcia Fiscal ede outras entidades s alfndegas, a que se refere o presente ttulo, objecto dedisciplina prpria includa em legislao especfica.

    TTULO IVConselho Superior Tcnico Aduaneiro

    Artigo 30.(Competncia, composio e funcionamento)

    1. Cabe ao Conselho Superior Tcnico Aduaneiro o julgamento, em ltima instnciaadministrativa de recurso, dos processos tcnicos suscitados nas alfndegas.

    2. A competncia, composio e funcionamento do Conselho Superior TcnicoAduaneiro so definidos na Parte VI.

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    TTULO VSala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro

    Artigo 31.(Constituio, funcionamento e competncia)

    1. Cabe ao Ministro da Justia garantir a implementao da Sala do ContenciosoFiscal e Aduaneiro e providenciar as infra-estruturas e os equipamentos necessrios aoseu funcionamento.

    2. A Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro est integrada nos TribunaisProvinciais, como Sala Especial, competindo-lhe o julgamento das matrias denatureza fiscal e aduaneira.

    3. A Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro conhece das causas que o artigo 219.submete sua jurisdio.

    PARTE IIIActividade Aduaneira

    TTULO IDisposies Gerais

    Artigo 32.(mbito)

    1. As disposies integradas nesta parte definem os princpios e as normas quedevem ser aplicados relativamente:

    a) chegada e sada do territrio aduaneiro de pessoas, mercadorias e meiosde transporte;

    b) apresentao e declarao de mercadorias s alfndegas e ao regimeaduaneiro aplicvel;

    c) ao processamento dos despachos pelas alfndegas e ao desalfandegamento;

    d) avaliao e cobrana das receitas do Estado devidas por fora daimportao, exportao ou trnsito de mercadorias; e

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    e) aplicao dos controlos aduaneiros para salvaguardar a cobrana earrecadao das referidas receitas e para proteger o Pas contra a entrada ousada ilegal de mercadorias proibidas ou sujeitas a restries.

    2. Os procedimentos que garantem a aplicao destes princpios e normas seroestabelecidos, em pormenor, pelo regulamento.

    Artigo 33.(Designao dos locais de operao das alfndegas)

    1. Os viajantes, as mercadorias e os meios de transporte podem entrar ou sair doPas apenas pelos locais designados pelas alfndegas, sem prejuzo de, havendomotivos justificados, o Director Nacional das Alfndegas, ou o seu delegado, autorizarque partidas e chegadas especficas ocorram em outros locais.

    2. Cabe s alfndegas, oficiosamente ou a pedido, designar os locais para:

    a) a apresentao das mercadorias e dos meios de transporte s alfndegas;

    b) a carga, descarga, aceitao, manuseamento, depsito temporrio,armazenagem, expedio, processamento, beneficiao ou fabrico dequaisquer mercadorias que sejam objecto de comrcio internacional e queestejam sob a alada das alfndegas;

    c) a apresentao dos despachos aduaneiros e para o desembarao aduaneirodas mercadorias, incluindo a sua inspeco fsica;

    d) a apresentao e o desembarao dos viajantes e dos seus haveres e viaturaspessoais.

    3. S os operadores que tenham sido previamente autorizados pelas alfndegaspodem exercer as respectivas actividades nos locais a que se refere o presente artigo,devendo, em todo o caso, cumprir as obrigaes e preencher as condies exigidasneste Cdigo e no regulamento e agir dentro dos limites definidos pela correspondenteautorizao.

    4. Se, nos locais anteriormente referidos, o principal operador for um organismo doEstado ou vrios organismos do Estado actuando em conjunto, devem as alfndegascelebrar acordos com esses organismos, por escrito, sobre os procedimentos a adoptarem matria de formalidades e de aplicao de controlos aduaneiros.

    5. Cabe ao Ministro das Finanas decidir as divergncias relativas a qualquerdesignao proposta ou infra-estrutura necessria para a aplicao dos controlosaduaneiros.

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    6. As designaes a que se refere o presente artigo incluem as respectivasestncias aduaneiras de controlo, de apresentao de declaraes e dedesalfandegamento de mercadorias e ou de meios de transporte, devendo ter-se emconta, na determinao das competncias e na definio da localizao e do perodode funcionamento das referidas estncias, as exigncias do comrcio internacional.

    7. Mediante solicitao dos interessados, e contanto que se verifiquem razesjustificativas, podem as alfndegas afectar recursos disponveis para a realizao deprocedimentos aduaneiros fora do perodo normal de funcionamento e da rea delocalizao das estncias aduaneiras, tendo, neste caso, as alfndegas o direito deexigir o reembolso das despesas originadas pela prestao de servios nessascondies.

    8. Pelos servios prestados devem as alfndegas cobrar os montantes relativos:

    a) s taxas de licenas anuais respeitantes aos locais designados, variando o seumontante de acordo com o tipo de instalao e o nvel de servio aduaneiroprestado;

    b) s taxas de licenas de pessoas autorizadas a submeterem despachosaduaneiros em nome de terceiros;

    c) s taxas devidas pelo processamento de despachos aduaneiros e de outrosdocumentos; e

    d) s taxas devidas por outras actividades aduaneiras, mediante aprovao doConselho de Ministros.

    9. As alfndegas podem tambm determinar o encerramento dos locais aprovadosnos termos do Cdigo e do regulamento, cancelando as respectivas licenas, nosseguintes casos:

    a) quando termine o uso das instalaes autorizadas para o fim a que sedestinavam;

    b) quando o operador autorizado se revele incapaz de gerir o funcionamentodaqueles locais segundo os critrios estabelecidos no regulamento;

    c) quando o encerramento for solicitado pelo operador;

    d) quando se verifique qualquer outra situao prevista no regulamento.

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    10. Compete ao Ministro das Finanas regular:

    a) as condies, os critrios e os procedimentos para a designao dos locaisdestinados ao exerccio da actividade aduaneira, a autorizao dos operadorese, ainda, consoante os casos, o cancelamento das licenas e ou dasaprovaes; e

    b) a fixao do valor das taxas dos servios e de outros encargos, a que se refereo n. 8 do presente artigo, e a sua actualizao.

    TTULO IIDireitos e Obrigaes das Pessoas que Actuam Perante as Alfndegas

    Artigo 34.(Direito de agir directamente perante as alfndegas)

    1. Qualquer pessoa que tenha o direito de dispor das mercadorias tem o direito deagir como declarante.

    2. O declarante responsvel perante as alfndegas pela veracidade e exactidodas informaes constantes da declarao de mercadorias e pelo pagamento dosdireitos e demais imposies aduaneiras devidos.

    3. Se o declarante for um organismo pblico ou uma pessoa colectiva, age em seunome a pessoa que, por fora da lei ou dos estatutos, tenha poderes de representaolegal ou voluntria ou poderes delegados, podendo as alfndegas exigir, nesse caso, aapresentao do documento pelo qual hajam sido outorgados ou delegados taispoderes.

    4. Tendo havido delegao de poderes ou outorga de poderes de representao, aentidade que os tenha delegado ou outorgado solidariamente responsvel com odelegado ou representante pelos actos que estes hajam praticado.

    Artigo 35.(Direito representao)

    1. O cumprimento, perante as alfndegas, dos procedimentos aduaneiroslegalmente estabelecidos, pode ser feito pelo interessado ou por um seu representantenos termos do regulamento.

    2. A representao directa quando o representante age em nome e por conta dapessoa representada.

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    3. A representao indirecta quando o representante age em nome prprio e porconta da pessoa representada.

    4. Considera-se como agindo em seu prprio nome aquele que, actuando perante asalfndegas, no declare que age em nome de outrem.

    5. S havido como representante de outrem aquele que for titular de poderes derepresentao outorgados por instrumento prprio, podendo as alfndegas exigir aapresentao deste ltimo.

    6. Havendo representao, solidria a responsabilidade do representado e dorepresentante pelos actos que este haja praticado.

    7. O representante do importador, do exportador ou do proprietrio das mercadorias responsvel perante o Estado pelo cumprimento das obrigaes aduaneiraslegalmente previstas, incluindo o pagamento dos direitos e demais imposiesaduaneiras devidos, devendo ainda, em caso de incumprimento, pagar ascorrespondentes multas.

    8. Cessa a responsabilidade do representante que prove:

    a) que no teve conhecimento do incumprimento pelo representado ou porterceiro, nem nele participou de algum modo;

    b) que, tendo tido conhecimento daquele incumprimento e nele no tenhaparticipado, comunicou tempestivamente s alfndegas tal facto;

    c) que realizou todas as diligncias necessrias para impedir a verificao doincumprimento.

    Artigo 36.(Representantes de terceiros)

    Actuam como representantes de terceiros, nos termos do Cdigo e da demaislegislao aplicvel, as seguintes entidades:

    a) os despachantes e os caixeiros despachantes, no acto de apresentao dadeclarao das mercadorias e em todas as demais actividades e formalidadesrelativas ao desalfandegamento de mercadorias importadas, exportadas ou sobqualquer outro regime aduaneiro;

    b) os agentes de navegao ou expedidores que, no acto de apresentao dadeclarao sumria dos meios de transporte respeitante a embarcaes chegada ou sada do Pas, actuem perante as alfndegas como responsveispor todas as mercadorias manifestadas; e

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    c) os transitrios, no que toca s declaraes de trnsito aduaneiro demercadorias internacionais e no que respeita s demais actividades quegarantam a reexportao segura dessas mercadorias, bem como no que serefere s demais actividades que, no mbito aduaneiro, estejam legalmenteautorizados a exercer.

    2. A profisso de despachante exercida, em todos os postos aduaneiros, emregime de profisso liberal e de livre concorrncia, no havendo limitaes quanto aonmero mnimo ou mximo de despachantes, podendo os despachantes licenciadospela Direco Nacional das Alfndegas exercer a sua actividade em todo o territrionacional.

    3. Os caixeiros despachantes podem exercer a sua actividade em todos os postosaduaneiros, contanto que o faam ao servio da empresa para que trabalham.

    4. A actividade das entidades referidas no n. 1 deste artigo rege-se pelasdisposies constantes do regulamento.

    Artigo 37.(Dever de cooperar com as alfndegas)

    1. Todas as entidades pblicas e privadas devem cooperar, nos limites da suacompetncia, com as alfndegas, sempre que estas solicitem essa cooperao.

    2. Sobre os rgos da administrao do Estado, institutos pblicos e empresaspblicas recai um dever especial de cooperao com as alfndegas, devendo aquelesprestar todas as informaes e esclarecimentos necessrios ao integral desempenhodas funes destas.

    Artigo 38.(Obrigao de pagamento dos direitos e demais imposies aduaneiras)

    Sem prejuzo do preceituado em outras disposies legais, todas as pessoassingulares ou colectivas esto sujeitas ao pagamento de direitos e demais imposiesaduaneiras devidos ao Estado nos termos da legislao aduaneira.

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    Artigo 39.(Despesas de estiva, de inspeco, de pesagem e de verificao e outras

    despesas)

    1. As pessoas autorizadas a operar nos locais designados, mediante solicitao dasalfndegas, devem executar todas as operaes necessrias para a realizao dainspeco aduaneira de mercadorias, nomeadamente estiva e manuseamento, edevem, ainda, disponibilizar instalaes, equipamentos e recursos que permitam aexecuo dessas operaes.

    2. Os operadores dos locais designados devem pagar as despesas resultantes daexecuo das operaes de inspeco aduaneira das mercadorias, nomeadamente asdespesas de estiva, de inspeco, de pesagem e de verificao.

    3. As alfndegas, sempre que considerem necessrio para o cumprimento das suasobrigaes previstas neste Cdigo, podem proceder anlise das amostras extradasdas mercadorias, suportando o respectivo custo, excepto nos casos em que, por forada peritagem realizada, se verifique que a declarao contm incorreces quanto classificao, quantidade, qualidade ou quanto ao valor das mercadorias, devendo,neste ltimo caso, o declarante suportar o custo da peritagem.

    4. As alfndegas no so responsveis por quaisquer factos que ocorram durante arealizao da inspeco aduaneira das mercadorias ou durante o perodo queantecede a concluso das formalidades de desalfandegamento, excepto no casoreferido na primeira parte do nmero anterior ou nos casos em que tenha havido culpapor parte de qualquer funcionrio aduaneiro.

    Artigo 40.(Documentao relativa actividade aduaneira)

    1. Quem, no Pas, exercer actividade ligada ao comrcio internacional ou outraactividade sujeita jurisdio das alfndegas, deve conservar, de forma organizada emtermos de escriturao comercial, todos os documentos e registos relativos soperaes aduaneiras efectuadas, durante o perodo de cinco anos a contar da data darealizao daquelas operaes.

    2. Mediante solicitao das alfndegas, as pessoas mencionadas no nmeroanterior devem:

    a) pr disposio das alfndegas todos os documentos e registos relativos soperaes aduaneiras efectuadas;

    b) fornecer s alfndegas, de acordo com os termos por estas fixados, cpiasdaqueles documentos e registos;

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    c) responder a qualquer questo relativa s inspeces aduaneiras e aosrespectivos documentos e registos.

    3. Sempre que a informao relativa s operaes aduaneiras efectuadas conste deregisto electrnico ou de qualquer outro suporte, as pessoas mencionadas no n. 1, ouos seus representantes, a pedido das alfndegas, devem pr em funcionamento orespectivo mecanismo electrnico ou suporte, ou permitir que os mesmos sejam postosem funcionamento, de modo a que seja facultada s alfndegas toda a informaonecessria.

    TTULO IIIControlo Aduaneiro

    CAPTULO IDisposies Gerais

    Artigo 41.(Objectivo e mbito do controlo aduaneiro)

    1. O controlo aduaneiro engloba todas as medidas que visam garantir ocumprimento da legislao aduaneira e a preveno da prtica de infraces fiscaisaduaneiras.

    2. Esto sujeitas a desalfandegamento e ao controlo aduaneiro as mercadorias e ouos meios de transporte que, sendo objecto de comrcio internacional, tenham origemno Pas ou a este se destinem, bem como o movimento dos viajantes e da bagagempor si transportada.

    3. A cabotagem ou transporte de mercadorias entre portos costeiros est sujeita acontrolo aduaneiro, nos termos definidos no regulamento.

    4. As embarcaes de pesca, outras embarcaes que entrem ou saiam de portoscosteiros ou que transitem nos rios fronteirios, portos, enseadas e ancoradouros, e asaeronaves que operem em voos domsticos, podem igualmente ser sujeitos a controloe inspeco aduaneiros, nos termos definidos no regulamento.

    5. O controlo aduaneiro realizado, de forma selectiva ou permanente, pelasalfndegas ou pelos seus agentes delegados, nos termos da Parte II deste Cdigo.

    6. As alfndegas, na realizao do controlo aduaneiro, devem, sempre quenecessrio, fazer uso das suas prerrogativas, quer na zona primria, quer na zonasecundria, de acordo com o disposto na Parte II do Cdigo.

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    Artigo 42.(Controlo de chegadas e sadas)

    1. As entidades autorizadas a operar nos locais designados para a chegada e sadade pessoas, meios de transporte e mercadorias devem, como condio da respectivaconcesso, proceder ao registo de todas as chegadas e sadas de meios de transportee informar periodicamente as alfndegas.

    2. Nos casos em que no haja concesso, o Director Nacional das Alfndegas deverealizar as diligncias necessrias para a efectivao do registo.

    3. Todos os meios de transporte martimo, areo, ferrovirio, rodovirio ou de outranatureza, bem como os passageiros e mercadorias neles transportados, esto sujeitos,quer entrada, quer sada do territrio nacional, a controlo aduaneiro no local deentrada ou de sada ou, se o desalfandegamento no tiver sido realizado em nenhumdesses locais, durante todo o trajecto da viagem em direco a um posto aduaneiro; talcontrolo prevalecer at que os meios de transporte e ou as mercadorias estejamlibertos da aco aduaneira ou sejam isentos de quaisquer condies legalmenteexigidas pelas alfndegas.

    4. obrigatria uma declarao sumria dos meios de transporte relativa mercadoria transportada com recurso a meios de transporte de qualquer tipo queentram ou saem do Pas, com excepo da bagagem acompanhada ou recebida porpassageiros e do correio.

    5. Relativamente s mercadorias por si transportadas, os transportadores soobrigados a:

    a) impedir a introduo em livre circulao de quaisquer mercadorias que sejamobjecto de transporte internacional ou que circulem sob controlo aduaneiro, noscasos em que essa introduo no seja permitida ou no tenha sidoautorizada; e

    b) mencionar todas as mercadorias na declarao sumria dos meios detransporte ou garantir, por outra forma autorizada, que as alfndegas tenhamconhecimento da sua existncia.

    6. Os transportadores e os operadores dos locais designados para as chegadas edescargas devem registar todas as descargas e verificar se estas esto ou no emconformidade com o manifesto; no caso de detectarem alguma divergncia, devemainda comunicar a sua existncia e extenso s alfndegas nos prazos e nos termos adefinir pelo Director Nacional das Alfndegas.

    7. Os transportadores e os operadores dos locais designados para as sadas ecarregamentos devem registar todas as mercadorias; os transportadores devem aindaelaborar o manifesto de exportao que faz parte integrante da declarao sumria dosmeios de transporte.

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    8. Os operadores dos locais designados, nomeadamente dos locais de chegada,descarga, carga, sada, depsito temporrio, armazenamento e desalfandegamento demercadorias devem impedir a introduo em livre circulao de quaisquer mercadoriasmantidas nas suas instalaes, nos casos em que essa introduo no seja permitidaou no tenha sido autorizada.

    9. O regulamento fixa a forma e os procedimentos de controlo que devem seraplicados, e, ainda, os requisitos para:

    a) o registo de chegada e de sada de todos os meios de transporte;

    b) a apresentao s alfndegas de todos os passageiros, mercadorias e meiosde transporte;

    c) a apresentao da declarao sumria dos meios de transporte e dosdocumentos comerciais que atestem a propriedade das mercadoriastransportadas nos meios de transporte;

    d) a visita aduaneira aos meios de transporte e a inspeco no local de chegada eou de sada;

    e) o controlo e registo de cargas e descargas dos meios de transporte; e

    f) quaisquer movimentos afins dos meios de transporte.

    10. Quando, devido a acidente ocorrido no territrio nacional, se verifique dano,naufrgio ou destruio de navio, embarcao ou aeronave, o respectivo capito,mestre, arrais, patro ou piloto deve, com a brevidade possvel, relatar a ocorrncia sautoridades competentes e depositar os destroos na estncia aduaneira ou emqualquer outro local sob aco aduaneira mais prximos.

    11. Os destroos abandonados esto sujeitos a confisco, excepto se o capito,mestre, arrais, patro ou piloto do navio, embarcao ou aeronave provem, perante asalfndegas, que cumpriram o disposto no presente diploma e demais legislaoaplicvel no que diz respeito a esses destroos.

    12. organizao, instruo e deciso dos processos relativos aos destroos, a quese referem os n.s 10 e 11, aplica-se o disposto na Parte VII do presente diploma.

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    CAPTULO IIDas Mercadorias em Especial

    Artigo 43.(Mercadorias em depsito temporrio)

    1. As mercadorias, relativamente s quais se encontre pendente a designao deregime ou de destino aduaneiro, so consideradas como mercadorias em depsitotemporrio, suspendendo-se, neste caso, todos os direitos e demais imposiesaduaneiras devidos e aplicando-se o disposto no artigo seguinte.

    2. As mercadorias em depsito temporrio s podem ser guardadas em depsitosaduaneiros ou em locais autorizados pela autoridade aduaneira nas condies por estafixadas com base na legislao vigente.

    3. O depositrio e a pessoa que tenha o direito de dispor das mercadorias emdepsito temporrio so solidariamente responsveis por qualquer prestao tributriaaduaneira a que as mesmas mercadorias dem origem.