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6820- Suinicultura Higiene e Sade

1- Higiene dos animais e instalaes

Dentro

de

um

sistema

de

produo

de

sunos,os

procedimentos de limpeza das instalaes devem ser entendidos em dois momentos: a limpeza de rotina diria e a limpeza em instalaes vazias, no intervalo entre lotes ou perodo de vazio das instalaes (especialmente criaes que adotam o sistema todos dentro todos fora). Os procedimentos de limpeza em instalaes vazias podem ser divididos em duas etapas: A limpeza seca, na qual se usam p e vassoura para remoo das fezes, restos de rao, etc., sem humedecer as superfcies das instalaes; A limpeza hmida, na qual se humedece as superfcies das instalaes com gua e, muitas vezes, utilizam-se detergentes para facilitar a remoo de matria orgnica incrustada. Cabe destacar que num programa de limpeza e desinfeo, a fase de limpeza sempre precede a desinfeo propriamente dita e a qualidade da limpeza, neste caso, limitante para o sucesso do processo de desinfeo.

Um programa de limpeza e desinfeo em um sistema de produo de sunos o conjunto de atividades que tem como objetivo eliminar todos os organismos capazes de causar doenas. A limpeza consiste na remoo de resduos orgnicos brutos que se acumulam nas instalaes dos sunos, visando reduzir carga microbiana no ambiente de criao e minimizar a exposio dos sunos com o excesso de matria orgnica que pode, potencialmente, veicular patgenos aos animais.

1.1 - Limpeza diria Na limpeza de rotina diria, para atender ao objetivo de minimizar a carga microbiana das instalaes e reduzir a exposio dos sunos alojados aos patgenos veiculados pela matria orgnica ou lixo, devem-se atender os seguintes aspetos: Fluxo: quando a rotina de limpeza da explorao feita pela mesma pessoa, esta deve obedecer ao fluxo para iniciar a limpeza, no sentido da fase menos contaminada para a mais contaminada: maternidade - creche - crescimento e terminao - gestao; A limpeza seca diria deve ser feita duas a trs vezes ao dia em todas as instalaes, especialmente nas fases iniciais da criao como maternidade e creche, pois estas fases requerem mais cuidados higinicos por serem mais susceptveis s doenas;

Esvaziar e limpar com gua sob presso as calhas e fossas existentes; Retirar das instalaes qualquer material remanescente de atividades diversas como sacos de rao, seringas, frascos de produtos, restos de cordo usados para amarrar umbigo, papel toalha, etc.; Lavar e desinfetar as botas ou calado quando for passar de uma instalao (fase da criao) para outra, ou utilizar botas descartveis; Utilizar utenslios como vassoura, p e escova exclusivas para cada fase da criao; Limpar as baias, piso, paredes e divisrias, com p, vassoura e/ou escova, removendo ao mximo o acmulo de fezes e urina; Limpar os comedouros, retirando os restos de rao antes de arraoar novamente; Retirar fezes dos comedouros sempre que for detetado pelo operador; Manter os bebedouros limpos, especialmente modelos tipo cocho ou concha, que favorecem o acmulo gua e de restos de rao favorecendo a manuteno de microrganismos; O material das camas deve ser substituido regularmente para que se matenham as camas secas e limpas;

Limpar diariamente os corredores e, em caso de ocorrncia de doenas, deve ser feita a desinfeo.

1.2 - Limpeza em instales vazias Limpeza seca Iniciar a limpeza seca imediatamente aps a sada dos animais; Desmontar e retirar os equipamentos mveis e desmontveis como comedouros e lmpadas de aquecimento (escamoteador) para um local onde possam ser lavadas, desinfetadas e guardadas em local apropriado para que no haja contaminao at ao momento de instal-los novamente; Limpar piso, paredes e divisrias, conforme orientao acima, para remover o mximo de esterco incrustado nas instalaes.

Limpeza Hmida Esta fase da limpeza deve ser feita logo aps a limpeza seca, no mesmo dia da sada dos animais; Molhar todas as superfcies internas das instalaes para amolecer e soltar os detritos, utilizando cerca de 1,5 L por m. Aps amolecer os detritos, lavar as instalaes com gua e vassoura ou com gua sob presso;

Na fase de limpeza hmida pode-se adicionar um detergente gua. O uso de detergente facilita limpeza de superfcies com grande quantidade de matria orgnica, permite maior penetrao da soluo detergente em superfcies rugosas e mantm o lixo em suspenso, otimizando o processo pela reduo de gua e tempo; Na escolha do detergente o produtor deve considerar a compatibilidade deste com o desinfetante a ser aplicado na fase posterior, pois alguns desinfetantes no so compatveis com detergentes (ex. fenis e cresis no so compatveis com detergentes no aniacos); O uso de detergente tambm se aplica lavagem dos equipamentos mveis, que pode ser realizada durante o perodo de impregnao; Aps a limpeza com detergente, enxaguar as instalaes com gua e deixar secar.

Limpeza dos equipamentos Esta etapa pode ser realizada junto com a limpeza hmida da sala, momento em que as instalaes esto molhadas e com isso vai facilitar os trabalhos. Desmontar os equipamentos coloc-los em local limpo e com bom escoamento de gua;

Molhar os equipamentos ou coloc-los em um tanque com gua e detergente; Deixar um tempo em repouso para soltar o lixo incrustado; Escovar e/ou usar gua sob presso at remover todos os detritos residuais; Enxaguar os equipamentos com gua abundante; Deixar escorrer e secar em local limpo, protegido de poeira; Montar os equipamentos nas salas aps a limpeza e desinfeo das instalaes.

Uso de gua sob presso Muitas vezes, quando se faz uso de lavagem a jato (gua sob presso), a fase de limpeza seca no realizada. Neste caso, o processo de limpeza tem incio com o uso de gua sob presso fazendo a remoo dos detritos pelo impacto da presso da gua exercida sobre as superfcies e objetos. Quanto presso da gua devem-se levar em considerao os seguintes fatores: a) A presso do aparelho de lavagem a jato: Para lavar pisos e paredes recomenda-se presso de impacto de 1 a dez bares, e para equipamentos recomenda-se de 0,6 a 1 bar;

b) ngulo de abertura do jato: Recomenda-se um ngulo de 25 para limpeza de instalaes. Quando aumenta o ngulo do jato a presso de impacto diminui, por isso recomenda-se ngulo de 50 a 80 para instalaes com animais; c) Distncia entre o bico de sada do jato e a superfcie ou objeto a ser lavado: Recomenda-se distncia entre 10 a 30 cm. Quanto maior a distncia menor ser a presso de impacto; d) Dbito (volume da gua/tempo): Para uma boa limpeza, o dbito mnimo recomendado de 400 litros/hora e o mximo de 3000 litros/hora. Quando o dbito inferior a 400L/h o jato apresenta pouca fora mecnica e quando superior a 3000L/h a fora de recuo dificilmente suportada pelo operador e gera acmulo de gua nas instalaes e grande desperdcio. Neste aspeto deve-se observar a capacidade de escoamento da gua nas instalaes; e) Temperatura da gua: A gua quente aumenta a eficincia da limpeza, pois eliminam pelculas de gordura que ficam aderidas s superfcies como pisos e paredes, reduzindo o tempo gasto na limpeza em cerca de 50%, quando comparada ao processo com gua fria. A gua atinge no mximo 100C, mas em forma de vapor e sob presso (jato de vapor) pode atingir 140C aumentando o poder de penetrao, principalmente em rachaduras e rugosidades.

1.3- Desinfeo 1.3.1 O uso de desinfetantes Desinfetante: substncia qumica que mata as formas vegetativas de microrganismos patognicos,mas no necessariamente suas formas esporuladas. Referem-se normalmente as substncias utilizadas em objetos inanimados. Um bom desinfetante deve apresentar as seguintes caractersticas: - Possuir amplo espectro de ao frente a diversos grupos de microrganismos; - Apresentar ao rpida e irreversvel nas concentraes usuais; - No apresentar ou apresentar pouca perda de potncia por influencias ambientais como presena de matria orgnica, variaes de temperatura, alteraes de pH; - Ter constncia e estabilidade em sua composio qumica, isto , capacidade de ser armazenado sob a forma concentrada, apresentar estabilidade nas solues, ser solvel e estvel em gua; - Ser atxico para o homem e animais, no provocar danos durante e aps sua aplicao; - Ser tolerado por materiais, no ser corrosivo, no danificar roupas e materiais de uso corrente na explorao; - No manchar nem deixar odor ofensivo; - Ser compatvel com outros detergentes; - Ser biodegradvel;

- Apresentar elevado poder de penetrao nas superfcies dos diferentes materiais; - Ser fcil de transportar; - Ser econmico (calcular o custo por metro quadrado).

1.3.2

Cuidados pessoais no uso de desinfetantes

Independente do desinfetante a ser usado, a pessoa responsvel pela aplicao do produto deve utilizar Equipamentos de Proteo Individual (EPIs) para evitar possveis efeitos adversos pela exposio aos produtos qumicos. Entre os cuidados e EPIs mais importantes a serem observados no processo de desinfeo, esto: Macaco ou roupa destinada ao trabalho; Luvas; Botas de borracha; Mscara, especialmente no caso de usar desinfetantes txicos; Evitar o contato de desinfetantes com pele e mucosas; Lavar as mos e todas as partes que tiveram algum contato com desinfetante utilizando sabo neutro e gua em abundncia; No caso de contato acidental com os produtos e quando for identificado qualquer sintoma como enjo, dor de cabea, irritao dos olhos, pele ou mucosas, procurar um mdico imediatamente.

1.3.3

1 desinfeo

Efetuar a primeira desinfeo, logo aps a lavagem das instalaes e equipamentos quando estes estiverem secos; A desinfeco deve ser realizada nas horas mais quentes do dia; A quantidade de soluo desinfetante a ser aplicada deve ser de 0,4 L/m; Aplicar a soluo desinfetante no piso, paredes, cortinas, teto, divisrias, equipamentos e atentar para cantos e frestas, rachaduras ou quaisquer locais onde a sujeira possa ficar acumulada; Deixar a instalao secar, por um perodo mnimo de 12 horas; Montar os equipamentos e manter a instalao fechada por pelo menos 5 dias (vazio das instalaes).

1.3.4

2 desinfeo

A prtica de uma segunda desinfeo antes do alojamento dos animais trata-se de um reforo ao programa de limpeza e desinfeo. Nesta etapa pode-se optar por mais uma desinfeo qumica, seguindo as mesmas recomendaes mencionadas na primeira desinfeo, principalmente quanto diluio da soluo desinfetante e volume de soluo a ser aplicado. Se a opo for pela desinfeo qumica, pode-se aplicar um desinfetante de princpio ativo distinto da primeira, ampliando o espectro de patgenos que deseja eliminar. Na segunda desinfeo devem-se seguir as seguintes recomendaes:

Aplicar a soluo desinfetante cerca de 24 horas antes do alojamento dos animais; Escolher princpio ativo do desinfetante de acordo com os patgenos que se deseja atingir. Podem-se usar princpios ativos diferentes na primeira e segunda desinfeo; Observar diluio do produto, volume de soluo, horrio de aplicao conforme recomendado na primeira desinfeo. Outra opo seria a desinfeco fsica, com lana-chamas, que deve ser aplicado logo aps a lavagem antes da primeira desinfeo (vassoura-de-fogo), a qual requer cuidados especiais.

1.3.5- O lana-chamas

O lana-chamas um equipamento comercial que produz uma chama de fogo sob presso, utilizando gs de cozinha como combustvel. A utilizao do lana-chamas permite uma efetiva eliminao de bactrias produtoras de esporos, tais como Clostridium perfringens, Clostridium tetani e parasitas como Isospora suis, que produz oocistos esporulados e, ainda ectoparasitos como Sarcoptes scabiei var. suis, que o agente da sarna suna. O uso do lana-chamas especialmente recomendvel quando, na primeira desinfeo, tenha sido usado um desinfetante que no atuam bem sobre esporos e oocistos de parasitas. Entretanto, deve-se ter em conta que esta prtica de desinfeo requer cuidados na aplicao. Os cuidados relativos ao uso do lana-chamas so os seguintes: As instalaes devem estar totalmente limpas e secas;

A chama de fogo deve ser aplicada lentamente sobre as superfcies de pisos e paredes para que a temperatura aplicada seja suficientemente elevada atingindo o objetivo de desinfeo no local; A chama deve ser aplicada a uma distncia de aproximadamente 30 cm entre o equipamento e a superfcie de aplicao. As desvantagens ou limitaes do uso do lana-chamas so as seguintes: um processo demorado, pois necessita que a temperatura atingida nas superfcies seja bastante elevada para que ocorra desinfeo efetiva; O equipamento e sua manipulao representam risco potencial ao operador, requerendo treinamento e habilidade; Requer utilizao obrigatria de Equipamentos de Proteo Individual (EPIs).

1.3.6- Vazio das instalaes

Considera-se o perodo vazio das instalaes (vazio sanitrio) o intervalo de tempo em que s instalaes ficam vazias aps a limpeza e desinfeo. Nesta fase as instalaes devem ficar fechadas, impedindo o acesso de pessoas e animais. Esta uma prtica importante, cujo objetivo eliminar microrganismos no atingidos pela desinfeo, mas que se tornam sensveis ao de agentes fsicos naturais. O tempo de vazio das instalaes varia de acordo com as fases da criao:

Maternidade e creche: Recomenda-se, no mnimo, 5 dias de vazio; Crescimento e terminao: Nestas fases recomendam-se, sempre que possvel vazio mais longo do que 5 dias (instalaes mais contaminadas, maior tempo de vazio); As instalaes devem ser mantidas fechadas, impedindo o acesso de pessoas e animais.

1.3.7- Para equipamentos e produtos

Produtos recomenda-se:

qumicos

como

desinfetantes

e

detergentes

Manter como registro o rtulo do produto (nome comercial, frmula, diluio recomendada pelo fabricante, etc...), prazo de validade e perodo de utilizao na explorao; Os registros devem ser arquivados e guardados em local apropriado, escritrio; Os produtos devem ser armazenados em local prprio, fechado, seco e limpo, longe do acesso de crianas e animais; Para equipamentos o produtor deve guardar o manual de descrio e funcionamento e registrar as datas de aquisio e de manuteno, quando for o caso.

1.4

Higiene e Bem-estar dos animais

Castrao

O Anexo, do Decreto-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, determina que: Os criadores devem ponderar cuidadosamente a necessidade da castrao. A castrao uma mutilao e, como tal, deve ser evitada sempre que possvel. Os machos podem ser castrados desde que os tecidos no sejam rasgados. Se no puder ser evitada deve ser levada a cabo em conformidade com a lei, por um operador treinado e competente ou um mdico veterinrio. Se a castrao for levada a cabo aps o stimo dia de vida s pode ser feita por um mdico veterinrio. Corte de cauda O Anexo, do Decreto-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, determina que: Antes da adoo do procedimento anterior, devem ser tomadas outras medidas para melhorar as condies ambientais deficientes ou os sistemas de maneio inadequados, e evitar mordeduras de caudas ou outros vcios;

Se o corte de cauda for feito depois do stimo dia de vida s pode ser levado a cabo por um mdico veterinrio, e sob o efeito de anestesia e analgsicos de efeito prolongado. O morder de cauda (caudofagia) e outros vcios, como o morder das orelhas e do flanco, esto associados com alguma forma de stress. Podem ser despoletados por um variadssimo nmero ou combinao de fatores, incluindo grupos com um nmero demasiado elevado de animais, deficincias na alimentao, nveis de temperatura incorretos ou flutuantes, ventilao inadequada, correntes de ar, nveis altos de poeira e gases nocivos (i.e. amonaco) e a falta de enriquecimento ambiental. Por vezes, as condies meteorolgicas exteriores tambm podem despoletar vcios. Num grupo, a ocorrncia de caudofagia pode espalhar-se rapidamente e o grau de ferimentos aumenta de forma assustadora. Deve garantir-se que os animais afetados sejam transferidos para uma enfermaria e tratados sem demora. Se possvel, deve tentar encontrar-se o animal que provocou o surto e isol-lo num parque separado. O corte de cauda no deve ser efetuado por rotina. Este corte s deve ser utilizado como ltimo recurso, depois das melhorias do ambiente e de maneio terem sido ineficazes. Quando necessrio, deve ser feito de acordo com a lei, por pessoal treinado e competente, ou por um mdico veterinrio, antes do stimo dia de vida. Todo o equipamento usado deve ser limpo e desinfetado. Como parte do plano sanitrio e de bem-estar, deve haver uma estratgia para lidar com surtos de vcios, como a caudofagia. Apesar de j se ter aprendido muito com a pesquisa e com a

experincia prtica nas exploraes, ainda no possvel produzir uma soluo que seja adequada a todos os casos. Para identificar a causa especfica de um surto na unidade e para encontrar a soluo adequada recomenda-se uma avaliao completa e uma abordagem planeada do problema: Quantificar o problema registar o posicionamento dos parques e o nmero de porcos afectados e verificar registos de problemas anteriores. Enumerar as causas possveis interrupes ou fornecimento inadequado de comida e gua, falta de enriquecimento ambiental, ventilao inadequada, correntes de ar, nveis de temperatura incorrectos, varas sobrecarregadas, competio na altura da alimentao, nveis de iluminao excessivos, nveis elevados de poeira/gases nocivos. Causas diferentes podem ser encontradas em diferentes parques da mesma unidade. Modificar o plano sanitrio e de bem-estar tendo identificado reas de melhoria, em conjunto com o veterinrio responsvel da explorao, deve modificar-se o plano de sade e bem-estar para implementar as mudanas necessrias com vista a prevenir futuros surtos destes vcios. Corte/Limagem dos comilhos dos leites O Anexo, do Decreto-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, determina que: O corte ou limagem dos comilhos, no devem ser efetuados de forma rotineira, mas sim quando existem provas de que foram

causados ferimentos s tetas das porcas e s orelhas e caudas de outros animais. A reduo uniforme dos dentes caninos dos leites, pode ser feita, at aos sete dias de vida, atravs do corte e limagem deixando uma superfcie intacta e lisa. Antes de serem adaptados estes procedimentos devem ser tomadas outras medidas para melhorar as condies ambientais deficientes ou sistemas de maneio inadequadas, por forma a evitar o morder das caudas ou outros vcios. O corte ou limagem dos dentes no devem ser efetuados de forma rotineira. A reduo dos dentes caninos superiores e inferiores dos leites s deve ser usada como ltimo recurso. O plano sanitrio e de bem-estar deve identificar as circunstncias onde a reduo dos dentes possa ser necessria. Estas podem incluir ninhadas grandes, troca de ninhadas, marrs e aleitamento reduzido, e patologias vrias, como mamites. Quando tiver de ser efectuada reduo de dentes, pode no haver necessidade de ser aplicada a toda a ninhada. Se for necessria deve ser levada a cabo por um operador treinado e competente ou por um mdico veterinrio, antes do stimo dia de vida e de acordo com a lei. Devem ser usadas pinas adequadas, limpas e afiadas, ou uma lima apropriada. Todo o equipamento deve ser limpo e desinfetado entre animais.

Dos dois procedimentos em questo, recomenda-se a limagem de dentes, pois o risco de os dentes se partirem reduzido, e o stress provocado aos animais bastante menor.

Reproduo natural O Decreto-Lei n. 64/2000, de 22 de Abril, no seu Anexo A, estabelece que: So proibidos todos os processos de reproduo que causem ou sejam susceptveis de causar sofrimento ou leses nos animais, exceptuando-se os mtodos ou processos passveis de causar sofrimento ou ferimentos mnimos ou momentneos ou de exigir uma interveno que no cause leses permanentes. Os animais s podem ser mantidos em exploraes pecurias se, com base no respetivo gentipo ou fentipo, tal no vier a ter efeitos prejudiciais para a sade e bem-estar dos mesmos. Todos os varrascos devem ter condies boas e seguras de acasalamento. Superfcies ripadas e escorregadias no so adequadas para animais nesta situao. Como parte do plano de sade e bem-estar, deve ser discutida com o mdico veterinrio responsvel, uma maneira de evitar ferimentos a varrascos e porcas devido a uma atividade de acasalamento excessiva.

Inseminao artificial, Vasectomia e Electro-ejaculao Existem algumas excepes aos requisitos de liberdade para um porco se virar sem dificuldade a qualquer altura, incluindo no acasalamento, inseminao artificial ou recolha de smen, desde

que o perodo em que seja mantido preso no exceda o necessrio para que a operao seja feita. As porcas devem ser mantidas nos seus grupos at inseminao, altura em que podem ser transferidas para um estbulo ou cercado adequado e inseminadas. As porcas devem ter tempo para se habituar ao parque e depois devem ser expostas a um varrasco para encorajar o reflexo lombar antes de inseminao artificial ser feita. At 30 minutos aps a inseminao artificial (ou acasalamento natural) as porcas no devem ser incomodadas para permitir as contraces uterinas, mas depois devem voltar ao grupo para evitar lutas hierrquicas. Quando a inseminao dupla utilizada, as porcas podem ficar num parque separado at trinta minutos depois da segunda inseminao, mas devem ter espao suficiente para que se virarem facilmente. A recolha de smen e a inseminao artificial s deve ser feita por um operador treinado, competente e experiente. A vasectomia e a electro-ejaculao s podem ser feitas por um mdico veterinrio.

Recomendaes especficas

Reprodutoras e leites O captulo II, do D.L n. 135/2003, de 28 de Junho, estabelece que: Quando for necessrio as porcas e marrs grvidas devem ser tratadas contra os parasitas externos e internos.

Se forem colocadas em celas de pario as porcas e marrs grvidas, estas devem ser completamente limpas. Na semana antes da data esperada para o parto, as porcas e marrs devem ter sua disposio material de nidificao adequado, em quantidade suficiente, a menos que seja tecnicamente invivel, tendo em conta o sistema de chorumes no pavilho. Durante o parto deve estar disponvel uma rea desobstruda, atrs da porca ou marr, para ajudar na pario natural ou assistida. As celas de pario, onde as porcas esto soltas, devem ter meios para proteger os leites, nomeadamente grades. Na semana antes da data prevista da pario e durante a pario as porcas e marrs podem ser mantidas fora da vista dos outros animais. A alimentao das porcas e marrs deve ser administrada de maneira a que tenham a condio fsica adequada na altura da pario. Deve ser estabelecido um objectivo de Condio Corporal, de 4 ou 5, antes da pario. O regime alimentar deve ento ser feito de maneira a minimizar qualquer perda de condio fsica durante a lactao. Sempre que possvel deve estar disponvel material de nidificao, para satisfazer a necessidade que as porcas tm de nidificar, minimizando assim o stress, especialmente nas 24 horas que antecedem a pario. Os requisitos ambientais da consideravelmente diferentes. porca e da ninhada so

Numa maternidade com ambiente controlado, os leites devem ter disponvel uma rea de repouso aquecida at 32C. Esta fonte de calor e luz pode ser artificial, como por exemplo, candeeiros de infravermelhos, almofadas de aquecimento, aquecimento por baixo do cho ou, como alternativa, uma rea de descanso bem coberta. Contudo, a porca tem requisitos ambientais diferentes. A temperatura geral da sala de pario deve manter-se entre 18C e 20C. As temperaturas altas podem limitar a ingesto de comida e a capacidade de amamentao. Quando so usados aquecedores ou candeeiros de tecto, estes devem estar bem presos e devem ser protegidos da interferncia das porcas ou dos leites. As acomodaes de pario devem ser construdas e ser de um tamanho que permita que a porca se levante e deite sem dificuldades. Especialmente na pario assistida, o operador deve ser experiente e competente nas tcnicas de pario e dar particular ateno higiene. As ajudas mecnicas de pario s devem ser utilizadas por pessoal treinado, competente e responsvel. O captulo II, do Decreto-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, no seu Anexo, estabelece que: Quando necessrio, os leites devem ter sua disposio uma fonte de calor e uma rea de descanso slida, seca, confortvel e longe da porca onde possam descansar todos ao mesmo tempo.

Uma parte da rea total onde os leites esto, e que tem que ser suficientemente grande para que os animais possam descansar todos ao mesmo tempo, deve ser slida ou coberta com um colcho, palha ou qualquer outro material adequado. Quando usada uma cela de parto, os leites devem ter espao suficiente para serem amamentados sem dificuldades. Os leites no devem ser desmamados antes dos 28 dias de vida, a menos que o bem-estar ou a sade da me e dos leites possam ser negativamente afectados. Os leites podem ser desmamados at sete dias antes desde que sejam transferidos para instalaes especializadas, que tenham sido esvaziadas e completamente limpas antes que seja introduzido um novo grupo, e que sejam separadas de outros alojamentos onde outras porcas sejam mantidas. Os problemas do desmame esto relacionados com a idade em que os leites so desmamados. Quanto mais cedo for o desmame, melhor dever ser o sistema de administrao e nutrio para que possam ser evitados problemas de bem-estar. Os leites com menos de 28 dias de vida no devem ser desmamados, existindo contudo excepes bvias, como leites rfos, doentes ou em excedente. O sistema de gesto de alojamento tudo-dentro-tudo-fora, possibilita a preveno do aparecimento de doenas numa unidade. Quando estas condies so cumpridas o desmame pode acontecer at sete dias mais cedo.

No desmame, os leites devem ser transferidos para uma instalao especializada que tenha sido previamente esvaziada, limpa e desinfetada. especialmente importante vigiar cuidadosamente os leites, para verificar o aparecimento de sinais de diarreia ou doenas respiratrias, como tosse ou respirao ofegante, que podem espalhar-se rapidamente. Se os leites no reagirem ao tratamento de maneira rpida e correcta, deve procurar-se aconselhamento veterinrio.

Leites desmamados e Sunos de engorda

O Decreto-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, no seu Anexo, estabelece que: A superfcie desobstruda disponvel para sunos de criao ou leites desmamados criados em grupo, deve ser de pelo menos: - 0.15 m2 por suno com um peso mdio igual ou inferior a 10 Kg; - 0.20 m2 por suno com um peso mdio compreendido entre 10 Kg e 20 kg; - 0.30 m2 por suno com um peso mdio compreendido entre 20 Kg e 30 kg; - 0.40 m2 por suno com um peso mdio compreendido entre 30 Kg e 50 kg; - 0.55 m2 por suno com um peso mdio compreendido entre 50 Kg e 85 kg;

- 0.65 m2 por suno com um peso mdio compreendido entre 85 Kg e 110 kg; - 1.00 m2 por suno com um peso mdio superior a 110 Kg. Os nmeros acima descritos so requisitos mnimos; o tipo de alojamento e a sua administrao podem fazer com que seja necessrio mais espao. A superfcie total deve ser adequada para dormir, comer e fazer exerccio. A rea de descanso, excluindo a fossa de dejeces e a zona de exerccios, deve ter um tamanho que permita a todos os porcos deitar-se de lado ao mesmo tempo. O Anexo, do Captulo II, do Decreto-Lei n. 135/2003, de 23 de Junho, define que: Os sunos devem ser colocados em grupos o mais rapidamente possvel depois do desmame. Devem ser mantidos em grupos estveis com o mnimo de miscigenao possvel. Se tiverem de misturar-se animais que no se conheam, esta operao deve ser feita na idade mais jovem possvel, de preferncia antes do desmame, ou uma semana depois. Quando so miscigenados, os animais devem ter oportunidade de fugir e esconder-se dos outros. O uso de medicamentos tranquilizantes para facilitar a miscigenao deve ser limitado a excepes, e s pode ser feito segundo prescrio mdico veterinria.

Quando aparecem sinais de luta agressiva, as causas devem ser imediatamente investigadas e devem ser tomadas as medidas adequadas. O plano de sade e bem-estar da vara deve incluir uma estratgia para realizar o cruzamento de animais (miscigenao) e estabelecer os grupos de animais. Muito espao, enriquecimento ambiental suficiente e o uso de aspersores de gua podem ajudar a minimizar a agresso na miscigenao. Sempre que possvel os sunos para engorda devem estar em grupos do mesmo sexo para evitar atividade sexual desnecessria quando as marrs entram no cio.

Porcas e marrs O Decreto-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, no seu Anexo, estabelece que: As porcas e marrs devem ser mantidas em grupo durante o perodo que vai do fim da 4. semana aps a cobrio at uma semana antes da data prevista de pario, devendo, ainda, o comprimento dos lados do parque, em que seja mantido o grupo, obedecer aos seguintes requisitos: a) ser superior a 2,8m; b) ser superior a 2,4m, se o grupo tiver menos de seis animais. A totalidade da superfcie desobstruda disponvel para cada marr aps a cobrio, e para cada porca, quando as marrs, aps cobrio, e/ou porcas so mantidas em grupos, deve ser de pelo menos 1.64 m2 e 2.25 m2 respectivamente.

Para as marrs aps cobrio, da rea livre acima especificada dever existir uma zona nunca inferior a 0,95 m2, por animal, de pavimento slido contnuo, do qual no mais de 15% seja reservado a aberturas de drenagem. Relativamente s porcas, da rea livre especificada, dever existir uma zona cuja rea nunca deve ser inferior a 1,30 m2, por animal, de pavimento slido contnuo, do qual no mais de 15% seja reservado a aberturas de drenagem. Quando estes animais so mantidos em grupos de menos de 6 indivduos a superfcie desobstruda deve ser aumentada em 10%. Quando estes animais so mantidos em grupos de 40 ou mais indivduos a superfcie desobstruda pode ser diminuda em 10%. As porcas e marrs criadas em exploraes com menos de 10 porcas, podem ser mantidas individualmente desde que possam rodar facilmente na cela. As porcas e marrs devem ser alimentadas atravs de um sistema que garanta que, cada animal obtem uma quantidade de alimentos suficiente, mesmo quando h outros porcos a competir pelos mesmos. Todas as porcas secas e marrs grvidas devem ter uma quantidade suficiente de alimentos volumosos ou alto teor em fibras, bem como quantidade suficiente de alimentos com alto valor energtico, para satisfazer a fome dos animais e a sua necessidade de mastigar. A agressividade inata pode ser um grande problema quando as porcas e marrs so mantidas em grupos. Muitas situaes so dependentes da temperatura de cada animal.

O espao adequado para que as porcas possam fugir dos agressores especialmente importante na altura de mistur-las. As marrs e porcas, que tenham perdido a condio fsica, devem ser tratadas em grupos separados. Os criadores devem garantir que as lutas persistentes no aconteam, pois podem levar a ferimentos graves e a privao de comida. Qualquer animal, que seja persistentemente agredido, deve ser transferido paraoutro local. As instalaes de alimentao mais recomendadas so aquelas, em que os animais comam individualmente e sejam depois libertados. Contudo, se as porcas no forem alimentadas por um sistema que lhes fornea alguma forma de proteo durante a alimentao, como por exemplo no cho, o alimento deve ser distribudo de forma abrangente e de maneira a garantir que todos os membros do grupo possam receber a sua quantidade. Sempre que possvel, as porcas e marrs devem receber a sua alimentao ao mesmo tempo para evitar estmulos desnecessrios. Alguns sistemas de alimentao foram projectados de maneira a alimentar os animais sequencialmente sem interferncia de outros animais. Deve ser prestada uma ateno especial ao bom funcionamento destes equipamentos e tambm garantir que todos os membros do grupo recebam a sua quantidade de alimento. O fornecimento de camas em sistemas de estabulao livre muito importante e recomendado.

Varrascos O Decreto-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, no seu Anexo, estabelece que: Os parques para varrascos devem ser localizados e construdos de maneira a que o varrasco possa virar-se para ouvir, ver e cheirar outros sunos, e deve ter reas de descanso limpas. A rea de descanso deve ser seca e confortvel. A superfcie mnima desobstruda para varrascos adultos deve ser de 6 m2. Quando os cercados dos varrascos tambm so utilizados para o acasalamento natural, a superfcie deve ser de pelo menos 10 m2 e no deve ter obstculos. As paredes dos parques devem ser suficientemente altas para evitar que os varrascos subam e/ou saltem para cercados adjacentes. Os parques devem ser localizados de maneira a que os varrascos possam ver outros sunos. No se deve entrar em qualquer alojamento de varrascos sem uma prancha e deve ser possvel sair do cercado facilmente se o varrasco se tornar agressivo. Normalmente, os varrascos so alojados individualmente e precisam de muito material de cama ou de uma temperatura ambiente bem controlada. Picos de temperatura podem levar a infertilidade temporria e podem afectar a vontade ou capacidade do varrasco de trabalhar satisfatoriamente.

A acomodao individual para um varrasco deve ter uma superfcie de pelo menos 6 m2, se for usada apenas para o varrasco viver. A zona de descanso deve ser coberta. Num parque que tambm se destine a cobrio natural, a superfcie deve ser mantida limpa ou deve ser fornecida cama suficiente para que os porcos estejam seguros durante o acasalamento. As dimenses deste alojamento devem ser de, pelo menos, 10 m2, e no possuir quaisquer obstculos. O Decreto-Lei 135/2003, de 28 de Junho, no seu Anexo, determina que: Se for necessrio, o comprimento das defesas dos varrascos pode ser reduzido, para evitar ferimentos a outros animais ou por razes de segurana.

Mtodos de captura e conteno

Lao contensor

Conteno para castrao

Mtodo Haake conteno cirrgica

2- Morfologia, fisiologia e comportamento dos suinos

Origem e evoluo Evoluo acentuada da conformao corporal: * Porco selvagem: metade anterior muito desenvolvida (caa e luta) (70%-30%) * Aps a domesticao, o porco foi perdendo massa corporal na zona anterior; a metade posterior desenvolveu-se (50% - 50%) * Em anos mais recentes, o porco foi seleccionado para ter menos gordura e mais msculo. As peas mais nobres de talho localizamse na metade posterior (30% - 70%)

Actualmente, os principais objectivos dos trabalhos de melhoramento e seleco do porco so: - Prolificidade (tamanho das ninhadas) ndice de converso (eficincia de converso alimentar) Velocidade de crescimento (precocidade) Espessura do toucinho (% de carne magra) Qualidade da carne (carnes PSE e carnes cidas)

Caractersticas Gerais

Anatomo-fisiologicamente prximo do Homem Monogstrico

Extremidades com 4 dedos (dois rudimentares) Cabea pequena, com tromba (abertura da boca e nariz) Pescoo curto Espdua difcil de apreciar, unida ao tronco Membros curtos

Variabilidade do n. de vrtebras torcicas, lombares e caudais Duas cadeias mamrias (trax-regio inguinal) 5-9 Cauda curta, fina e espiralada, coberta por plos raros Glndulas sudorparas no carpo responsveis pelo odor

Pele grossa e cerdas mais ou menos abundantes.

3- Aspectos relacionados com a sade e cuidados veterinrios

O produtor deve criar um plano sanitrio e de bem-estar animal, com o mdico veterinrio, responsvel da explorao e, quando necessrio, com outros consultores tcnicos. Este plano deve ser revisto e actualizado pelo menos uma vez por ano. O plano deve especificar as actividades de sanidade e produo, que abrangem o ciclo produtivo e incluir as estratgias de preveno, tratamento ou limitao dos problemas de doenas existentes. O plano deve incluir registos suficientes para que se possa avaliar o rendimento bsico da explorao e monitorizar o bem-estar dos animais. Os responsveis pela explorao devem garantir que os animais so tratados por pessoal motivado e competente. Antes que lhes seja acometida qualquer responsabilidade, o pessoal deve estar consciente das necessidades de bem-estar dos sunos e ser capaz de proteg-los da maioria dos problemas previsveis. Isto significa que os tratadores necessitam de conhecimentos e competncia profissional adequados, que devem ser desenvolvidos na explorao trabalhando com um profissional que tenha experincia neste tipo de produes.

Sempre que possvel, o pessoal deve frequentar cursos ministrados por entidades formadoras devidamente credenciadas. O ideal ser que a prtica diria conduza ao reconhecimento formal de competncia. Qualquer pessoa contratada ou eventual que trabalhe na explorao deve ser treinada e competente na actividade produtiva. Os produtores devem ter conhecimentos, experincia e competncia, no que respeita sanidade e bem-estar dos animais, nomeadamente: - capacidades de maneio; - preveno e tratamento da claudicao / coxeira; - administrao de medicamentos; - tratamento apropriado a animais doentes e feridos; - conhecimentos no tratamento de reprodutoras e respectivas ninhadas; - gesto correcta dos lotes de animais para minimizar as agresses. Se o tratador tiver de efectuar determinadas operaes na explorao (por exemplo, inseminao artificial ou corte/limagem dos dentes), deve ter experincia nessas matrias. Inspeo O Anexo, do Decreto-Lei 135/2003, de 28 de Junho, determina que: Todos os sunos devem ser inspeccionados pelo proprietrio ou tratador, pelo menos uma vez por dia, para que se possa verificar o seu estado de bem-estar. A sade e bem-estar dos animais dependem da sua inspeco regular.

A iluminao dever ser adequada e estar disponvel para permitir uma verificao adequada dos animais. Todos os produtores devem reconhecer o comportamento normal dos sunos. Animais mal tratados ou doentes no iro sobreviver e essencial que o produtor esteja atento a sinais de sofrimento, doena ou agresso entre os animais do grupo. Para faz-lo importante que os produtores tenham tempo suficiente para: inspeccionar os animais; verificar o equipamento; tomar medidas para lidar com qualquer problema. O produtor deve procurar sinais de doena nos animais, nomeadamente: afastamento dos animais do restante grupo; apatia; inchaos no umbigo, tetos e articulaes; respirao rpida ou irregular; tosse ou falta de ar persistente; arrepios; pele descolorada ou com bolhas; perda de condio fsica; espirros;

claudicao (a inspeco das patas e pernas especialmente importante); falta de coordenao; priso de ventre; diarreia; falta de apetite; vmitos. O produtor deve ser capaz de antecipar problemas, ou reconheclos na sua fase inicial e, em muitos casos, deve ser capaz de identificar a causa e resolver o problema imediatamente. Deve ser sempre tida em conta a hiptese de os sunos serem afectados por uma doena. Se a causa no for bvia, ou as medidas imediatas no forem eficazes, deve ser chamado um mdico veterinrio, pois, caso contrrio, pode existir o risco de sofrimento desnecessrio para os animais.

Sanidade animal

Aspectos gerais O requisito mais bsico que afecta o bem-estar dos animais prendese com a manuteno de uma correcta sanidade. As medidas para proteger a sade incluem higiene, boas condies de produo e ventilao eficaz. A vacinao deve ser apropriada contra certas doenas.

Informaes teis sobre a sade da vara podem ser obtidas atravs dos relatrios da inspeco sanitria das carcaas no matadouro. O plano sanitrio e de bem-estar deve contemplar, no mnimo: os cuidados de Bio-segurana na explorao e durante o transporte; os procedimentos na compra de animais; quaisquer programas especficos de controlo de doenas, como salmonelas, erisipela, E.coli, micoplasma e parvovrus; poltica e calendrio de vacinao; procedimentos de isolamento; cruzamentos e miscigenao e agrupamento de animais; controlo de parasitas externos e internos; monitorizao e resoluo das patologias das patas; procedimentos de rotina, como aposio de marcas auriculares; preveno e controlo de vcios como caudofagia, mordedura de barras, etc. O plano sanitrio e de bem-estar deve garantir que os animais tenham o tratamento mdico-veterinrio necessrio, na altura e com doses corretas. Bio-segurana A Bio-segurana significa a reduo do risco de doena ou contgio entre animais. Uma boa Bio-segurana pode ser obtida atravs de: - uma eficiente gesto/produo;

- uma eficiente higiene; - reduo do stress na vara; - sistemas eficazes de controlo da doena como programas de vacinao e desparasitao. Da Bio-segurana resulta: - unidades mais seguras contra a introduo de novas doenas infecciosas; - minimizao de doenas que possam espalhar-se na prpria unidade de produo. Os animais que chegam explorao apresentam um maior risco para a sade da vara, no que diz respeito a doenas infecciosas. Deve solicitar-se ao comerciante/vendedor que fornea informao actualizada e objetiva, sobre a sade, rotina de vacinao e outros tratamentos (p.ex.desparasitao) ou medidas de preveno de doenas dos animais transaccionados. Deve possuir-se instalaes de quarentena, para que os animais que entram na explorao possam ser isolados e observados/testados por um perodo adequado, antes que se juntem aos restantes. S visitas de carcter excepcional devero entrar dentro da explorao, devendo seguir os procedimentos de desinfeco e usar roupa e calado da unidade. As instalaes de carga e, quando possvel, os silos de matrias primas, devem estar localizados no permetro da explorao. Os veculos que tenham visitado outras exploraes de sunos, devem manter-se fora da unidade sempre que possvel; mas

quando a entrada essencial, as rodas e o calado devem ser completamente limpos e desinfectados. Deve existir um programa de tratamento anti-parasitrio e um de controlo de roedores. Devem ser feitos todos os esforos para que os alojamentos estejam protegidos de aves. Animais domsticos e outros animais devem ser impedidos de entrarem e circularem pela explorao. No possvel impedir todas as infeces aergenas de entrar numa unidade, mas quando se projectam novas unidades, estas devem ficar o mais longe possvel de outras, reduzindo assim o risco de disseminao de doenas infecciosas. Registo da condio corporal Este registo pode contribuir muito positivamente para um bom nvel de produo e ajudar a evitar problemas, algo dispendiosos, relacionados com o bem-estar. O registo da condio corporal uma tcnica fcil de aprender e utilizar. Basicamente, significa, que se pode avaliar rapidamente as reservas corporais (i.e.gordura) de cada animal. A rotina benfica se for utilizada como um instrumento de gesto para verificar se as porcas atingem a condio fsica necessria para as vrias fases do ciclo de produo. Este processo particularmente til: a meio da gravidez; na pario/princpio da lactao;

no desmame. A alimentao deve ser ajustada ao estado corporal e fisiolgico dos animais.

Claudicao/Coxeira Normalmente, a claudicao num animal um sinal evidente de que este est a sofrer. A coxeira nos sunos um sinal de doena e desconforto. Afecta claramente o bem-estar dos animais, bem como a sua performance e produo, se uma percentagem significativa dos animais apresentar claudicao severa, isto um sinal de doena e de baixos nveis de bem-estar no grupo. Nestas circunstncias veterinrio urgente. deve ser procurado aconselhamento

Se um animal com claudicao/coxeira no reagir ao tratamento, deve chamar-se, imediatamente, um mdico veterinrio. A claudicao pode ter inmeras causas e um diagnstico antecipado e exato do tipo especfico que afecta o grupo permite que sejam rapidamente tomadas as medidas necessrias. Se um animal no reagir ao tratamento do mdico veterinrio, deve ser eliminado/abatido em vez de continuar a sofrer. Se os animais com este problema no puderem ser transportados sem que lhes seja causado mais sofrimento, devem ser abatidos na explorao, de acordo com a legislao em vigor sobre o bem-estar no abate Decreto-Lei n. 28/96.

Tambm no devem ser transportados sunos, que no consigam levantar-se sem ajuda, ou que no consigam aguentar o seu peso nas quatro patas, quando levantados ou a andar.

Parasitas externos As doenas causadas por parasitas externos, devem ser controladas, com os antiparasitrios apropriados especialmente quando a pele do animal est irritada e ele esfrega a zona. Os animais devem ser tratados contra os parasitas de acordo com o aconselhamento veterinrio, e deve garantir-se que os regimes de controlo e tratamento faam parte do plano sanitrio e de bemestar. Parasitas internos Os parasitas internos devem ser controlados atravs do uso de vermfugos (medicamentos para o tratamento de parasitas) ou vacinas eficazes.Como parte do plano sanitrio e de bem-estar do grupo de animais, deve garantir-se que o tratamento seja baseado no ciclo de vida dos parasitas que esto a ser combatidos. O tratamento a parasitas deve ser feito de acordo com o aconselhamento veterinrio, quer quando se trate de produtos convencionais, quer no mbito de produtos biolgicos.

Equipamento de vacinao e tratamento Deve garantir-se que todo o equipamento utilizado na vacinao e no tratamento dos animais funciona correctamente.

Para evitar infeces e abcessos o equipamento utilizado nas injeces deve ser limpo e esterilizado regularmente e, idealmente, devem ser utilizadas agulhas descartveis. Quaisquer objectos perigosos devem ser eliminados de maneira segura. Doenas de declarao obrigatria Se houver suspeita de que um animal sofre de uma doena de declarao obrigatria, existe uma obrigao legal de notificar as autoridades veterinrias competentes, o mais rapidamente possvel. As principais doenas de declarao obrigatria, que afectam os sunos, so as seguintes: Peste suna africana Anthrax - Carbnculo Sintomtico Doena de Aujeszky Peste suna clssica Febre aftosa Raiva Doena vesiculosa do suno Doena de Teschen Estomatite vesicular Equinococose / Hidatidose, Encefalomielites Tuberculose Brucelose Mal Rubro

Pasteureloses Salmoneses Triquinoses Sainas e Tinhas Influenza suna Para mais informaes sobre estas doenas, devero ser contactados ou o mdico veterinrio responsvel pela explorao, ou os Servios Veterinrios da Direco Regional de Agricultura, a que pertencer a explorao em causa.

Animais doentes e feridos O Anexo, do Dec.-Lei n. 135/2003, de 28 de Junho, estabelece que: O plano sanitrio e de bem-estar deve especificar procedimentos para o isolamento e tratamento de animais doentes ou feridos: Quando necessrio, os sunos doentes ou feridos devem ser temporariamente isolados em enfermarias, com camas secas e confortveis. Devem estar disponveis enfermarias para cada categoria de animal da explorao, estas acomodaes, devem ser de alcance fcil para que se possa verificar regularmente o animal. Quaisquer animais que paream estar doentes, feridos ou em sofrimento, devem ter, imediatamente, tratamento apropriado e, se no reagirem a esse tratamento, deve ser obtido aconselhamento veterinrio o mais rapidamente possvel.

importante excluir ou despistar a hiptese de doenas de declarao obrigatria. Se existirem dvidas sobre a causa da doena ou o tratamento mais eficaz, deve, rapidamente, ser consultado um especialista. Da mesma maneira, se deve actuar, se um animal for tratado na explorao e no reagir ao tratamento. Quando se transportam os animais para as enfermarias deve garantir-se, que no causado sofrimento desnecessrio. Deve garantir-se que haja gua potvel fresca nestes recintos e que existam equipamentos de alimentao e sejam fornecidas camas. necessrio cuidado especial, quando os animais em recuperao so isolados, por forma a garantir que haja acesso livre a gua e alimento. Numa emergncia, pode ser necessrio abater um animal imediatamente para evitar que sofra. Se um animal da unidade no reagir ao tratamento ou sofra de condies dolorosas e incurveis deve ser abatido humanamente na explorao, seguindo as orientaes da legislao em vigor para o bem-estar animal no abate Decreto-Lei n. 28/96, de 2 de Abril. Nestes casos, o animal deve ser abatido humanamente e, quando possvel, esta operao deve ser feita por algum que seja competente e treinado, tanto nos mtodos de abate, como no uso do equipamento. No dever ser transportado qualquer animal de forma a causar ferimentos ou dor desnecessrios. Nenhuma pessoa deve transportar um animal a menos que este esteja apto para a respetiva viagem e tenham sido tomadas

medidas para assegurar o bem-estar do animal, durante o percurso e chegada ao local. Para estes fins, um animal no deve ser considerado apto para ser transportado se estiver doente, ferido, dbil ou cansado, a menos que estas condies sejam apenas ligeiras e se no for provvel que a viagem lhe cause sofrimento desnecessrio, se no houver a hiptese de parir durante o transporte, se no tiver parido durante as 48 horas anteriores ou se no for um animal recm-nascido em que o umbigo ainda no tenha sarado. S se pode transportar um animal em ms condies se for levado a um mdico veterinrio para tratamento ou diagnstico, ou para o matadouro mais prximo e a s se no for provvel que seja causado sofrimento desnecessrio durante a viagem. Registos O Anexo A, do Dec.-Lei n. 64/2000, de 22 de Abril, estabelece que o proprietrio ou detentor dos animais deve manter registos: Dos tratamentos ministrados e do nmero de casos de mortalidade verificados em cada inspeco, podendo para tal fim ser utilizado um registo j existente para outros efeitos. Aqueles registos sero mantidos por um perodo de, pelo menos, trs anos, devendo estar disposio das autoridades competentes durante as inspeces e sempre que solicitados. Devem ser mantidos registos completos de todos os medicamentos utilizados, incluindo o local de compra. Durante pelo menos trs anos tambm devem ser mantidos registos de: - a data em que os animais foram tratados; - a identificao e quantidade de medicamentos utilizados;

- que animal ou grupo de animais receberam tratamento; - nome e a morada do fornecedor dos medicamentos veterinrios; S podem ser utilizados medicamentos veterinrios autorizados. Em termos de gesto individual dos animais, pode ser til, como parte do plano sanitrio e de bem-estar, registar os casos especficos de mamites, coxeira e outras doenas e, quando necessrio, o tratamento ministrado.

3.1- Principais doenas