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CURSO: TÉCNICO DE SECRETARIADO TURMA: 1º C DISCIPLINA: Organização Industrial MÓDULO I : Higiene,Segurança e Ambiente no Trabalho MANUAL DE FORMAÇÃO HIGIENE SEGURANÇA E AMBIENTE Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade ". 2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 1/81

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Higiene Segurança e Ambiente

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CURSO: TÉCNICO DE SECRETARIADOTURMA: 1º C

DISCIPLINA: Organização Industrial

MÓDULO I : Higiene,Segurança e Ambiente no Trabalho

MANUAL DE FORMAÇÃO

HIGIENE SEGURANÇA E AMBIENTE

Higiene e Segurança consiste "num estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença e enfermidade ".

2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 1/81

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Índice

1. CONCEITOS DE HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO …..............................................................5

2. LEGISLAÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO..............................................................7

2.1.ORGANIZAÇÃO DA HIGIENE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO...............................................9

INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................9

FUNÇÃO E OBJECTIVOS, (DES) VANTAGENS ......................................................................................................9

Vantagens dos SGSST:..............................................................................................................................................9

Desvantagens dos SGSST:......................................................................................................................................10

Necessidade de Prevenção:.....................................................................................................................................10

RESPONSABILIDADE PELA ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO...................................................................11

2.2. ANÁLISE DOS RISCOS.......................................................................................................................................13

2.2.1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................................13

2.2.2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS................................................................................................................14

2.2.3. Métodos de análise de riscos.........................................................................................................................15

2.2.4. CAUSALIDADE DOS ACIDENTES .........................................................................................................16

2.2.5. FONTES DE RISCO E O SEU CONTROLO..............................................................................................20

2.3. PROTECÇÃO INDIVIDUAL E COLECTIVA.....................................................................................................23

2.3.1. EPI´s – Noções Essenciais............................................................................................................................23

2.3.2. EPI´s – Selecção e Formação........................................................................................................................24

2.3.3. Principais tipos de EPI´s...............................................................................................................................25

2.4.PREVENÇÃO E PROTECÇÃO CONTRA INCÊNDIO.......................................................................................28

2.4.1. Conceitos Gerais...........................................................................................................................................29

2.4.2. Locais e equipamentos mais vulneráveis a incêndios:..................................................................................30

2.4.3. Classificação dos Incêndios..........................................................................................................................31

2.4.4. Processos de Extinção de Incêndios..............................................................................................................33

2.4.5. NORMAS PORTUGUESAS .......................................................................................................................36

3. RISCOS ELÉCTRICOS.................................................................................................................................................38

3.1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................................38

3.2. A CORRENTE ELECTRICA E O CONTACTO COM O CORPO HUMANO..................................................39

3.2.1.Conceitos Gerais ...........................................................................................................................................39

3.2.2. Causas e consequências dos riscos eléctricos...............................................................................................39

3.2.3. Consequências dos riscos eléctricos..............................................................................................................40

4. PREVENÇÃO CONTRA RISCOS OPERACIONAI …..............................................................................................42

4.1. Movimento Manual de Cargas...............................................................................................................................42

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4.2.Enquadramento Legal.............................................................................................................................................43

4.3.Riscos e Lesões.......................................................................................................................................................44

4.4. Medidas de Prevenção...........................................................................................................................................45

4.5. Equipamentos Auxiliares de carga.........................................................................................................................46

4.6. Boas Práticas..........................................................................................................................................................47

4.7. Máquinas e transportadores...................................................................................................................................48

4.7.1. Introdução......................................................................................................................................................48

4.7.2. Classificação dos equipamentos de movimentação mecânica de carga........................................................48

5. Organização e dimensionamento do posto de trabalho..................................................................................................50

5.1. Introdução..............................................................................................................................................................50

5.2. Objectivos principais ............................................................................................................................................51

5.3. Ergonomia..............................................................................................................................................................55

5.4. INTERACÇÃO HOMEM-MÁQUINA.................................................................................................................58

6. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA ….........................................................................................................................59

7.Prevenção contra Riscos Ambientais...............................................................................................................................62

7.1. RISCOS FÍSICOS..................................................................................................................................................62

8. DOENÇAS PROFISSIONAIS …..................................................................................................................................67

9. PRIMEIROS SOCORROS …........................................................................................................................................68

9.1. PRINCIPIOS GERAIS DE SOCORRISMO.........................................................................................................69

9.2. PLANO DE ACÇÃO DO SOCORRISTA.............................................................................................................69

9.3. EXAME DO SINISTRADO..................................................................................................................................69

9.4. QUEIMADURAS..................................................................................................................................................70

9.4.1. O que é uma queimadura?.............................................................................................................................70

9.4.2. Tipo de queimadura.......................................................................................................................................70

9.4.3. O que se deve fazer?......................................................................................................................................71

9.4.4. O que não deve fazer?...................................................................................................................................71

9.5. PARAGEM RESPIRATORIA...............................................................................................................................72

9.5.1. Os principais factores que podem causar a obstrução das vias respiratórias são:.........................................72

9.5.2. Sinais de Obstrução Parcial...........................................................................................................................72

9.5.3. Desobstrução das Vias Respiratórias.............................................................................................................72

9.6. RESSUSCITAÇÃO PULMONAR........................................................................................................................73

9.6.1.Método de ventilação Boca – Boca................................................................................................................73

9.7. RCP - RESSUSCITAÇÃO CARDIO-PULMONAR.............................................................................................74

9.7.1. A Técnica da RCP..........................................................................................................................................75

9.7.2. RESUMINDO...............................................................................................................................................77

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9.7. FRACTURAS........................................................................................................................................................79

9.7.1. PRIMEIRO SOCORRO................................................................................................................................79

9.8. HEMORRAGIAS..................................................................................................................................................79

9.8.1. PRIMEIRO SOCORRO...............................................................................................................................80

BIBLIOGRAFIA …...........................................................................................................................................................81

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INTRODUÇÃOAté meados do século 20, as condições de trabalho nunca foram levadas em conta, sendo sim importante a produtividade, mesmo que tal implicasse riscos de doença ou mesmo à morte dos trabalhadores. Para tal contribuíam dois factores, uma mentalidade em que o valor da vida humana era pouco mais que desprezível e uma total ausência por parte dos Estados de leis que protegessem o trabalhador.

Apenas a partir da década de 50 / 60, surgem as primeiras tentativas sérias de integrar os trabalhadores em actividades devidamente adequadas às suas capacidades.

Actualmente, em Portugal existe legislação que permite uma protecção eficaz de quem integra actividades industriais, ou outras, devendo a sua aplicação ser entendida como o melhor meio de beneficiar simultaneamente as Empresas e os Trabalhadores na salvaguarda dos aspectos relacionados com as condições ambientais e de segurança de cada posto de trabalho.

O objectivo principal deste módulo, o de SENSIBILIZAR para as questões da Higiene e Segurança no Trabalho.

1. CONCEITOS DE HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

A higiene e a segurança são duas actividades que estão intimamente relacionadas com o objectivo, de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma Empresa.

A higiene do trabalho propõe-se combater, as doenças profissionais, identificando os factores que podem afectar o ambiente do trabalho e o trabalhador, visando eliminar ou reduzir os riscos profissionais (condições inseguras de trabalho que podem afectar a saúde, segurança e bem estar do trabalhador).A segurança do trabalho propõe-se combater, os acidentes de trabalho, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer educando os trabalhadores a utilizarem medidas preventivas.Para além disso, as condições de segurança, higiene e saúde no trabalho, contribuem, na empresa, para o aumento da competitividade com diminuição da sinistralidade .

- Segurança; Estudo, avaliação e controlo dos riscos de operação - Higiene; Identificar e controlar as condições de trabalho que possam prejudicar a saúde do trabalhador - Doença Profissional; Doença em que o trabalho é determinante para o seu aparecimento.

Segurança do trabalhoIntegra um conjunto de metodologias adequadas à prevenção de acidentes de trabalho, tendo como principal campo de acção o controlo dos riscos associados ao local de trabalho e ao processo produtivo (materiais, equipamentos, e modos operatórios).

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Higiene do trabalhoIntegra um conjunto de metodologias necessárias à prevenção das doenças profissionais, tendo como principal campo de acção o controlo dos agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos componentes materiais do trabalho.

Risco/Fenómeno perigoso; agentes geradores de riscoCausa/Fenómeno capaz de provocar uma lesão ou dano para a saúde. É, normalmente, medido em função da probabilidade e das consequências da ocorrência de um acidente.

Situação perigosaToda a situação em que a pessoa é exposta a um ou mais riscos fenómenos perigosos.

Acidente/DanoAcontecimento não planeado que provoque a morte, um dano para a saúde, um ferimento, um prejuízo ou outras perdas.

Acidente de trabalhoO que é ACIDENTE?. Se procurarmos num dicionário poderemos encontrar “Acontecimento imprevisto , casual , que resulta em ferimento , dano , estrago , prejuízo , avaria , ruína , etc ..

O que diz a lei ?Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ouredução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária...”

Os acidentes, em geral, são o resultado de uma combinação de factores, entre os quais se destacam as falhas humanas e falhas materiais..Quanto aos acidentes do trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

Dano para a saúde (provocado pelo trabalho)Perda de saúde comprovadamente causada ou agravada pela actividade ou pelo ambiente de trabalho de uma pessoa.

Evento desencadeadorEvento que despoleta a sequência de acontecimentos que resultam num dano.

PrevençãoAcção de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de medidas adoptadas em todas as fases da vida das empresas.

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2. LEGISLAÇÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

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2.1.ORGANIZAÇÃO DA HIGIENE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

INTRODUÇÃO

A SHT surgiu como forma de balizar e promover a prevenção de riscos profissionais e a protecção da segurança e saúde dos trabalhadores.Com as directivas que surgiram, pretendeu-se estabelecer um conjunto de princípios gerais de prevenção com o intuito de definir metodologias de materialização da actividade de prevenção da empresa e assegurar o bem-estar dos trabalhadores.

A SHT aplica-se a todos os ramos de actividade, no sector público, privado, cooperativo ou social.

FUNÇÃO E OBJECTIVOS, (DES) VANTAGENS A função Higiene e Segurança, é essencialmente uma função consultiva.O seu objectivo reside na informação, no aconselhamento na motivação e na coordenação, remetendo para a hierarquia a direcção e execução das soluções que propõe.As medidas de segurança devem ser programadas e integradas na gestão da empresa. Esta integração exige um elevado grau de organização da Segurança e Higiene da empresa.A entidade empregadora é obrigada a assegurar a segurança e saúde dos trabalhadores em todos os aspectos relacionados com o trabalho. Tendo em vista este objectivo, tomará as medidas necessárias com base nos seguintes princípios:

a) Evitar riscos;b) Avaliar riscos que não possam ser evitados;c) Combater os riscos na origem;d) Adaptar o trabalho ao homem;e) Ter em conta o estádio de evolução da técnica;f) Substituir o que é perigoso pelo isento de perigo ou menos perigoso;g) Dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção

individual;h) Dar instruções adequadas aos trabalhadores;

Vantagens dos SGSST:

- Definição de prioridades; - Ajuda na integração dos sistemas; - Melhoria continua;

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- Sustentabilidade; - Preparação de emergência; - Gestão sistemática dos riscos;

Desvantagens dos SGSST:

- Burocracia; - Integração; - Tempo para implementar; - Elevadas necessidades de recursos; - Sub estimação do comportamento humano;

Os serviços de prevenção nas Empresas justificam-se, na óptica da gestão por antecipação (prevenção).

Deve conceber-se programas de informação e de formação sobre a prevenção de riscos:

Necessidade de Prevenção:

− Em todos os locais de trabalho;− Em função de todos os riscos existentes;− Tendo em conta todos os intervenientes;− Privilegiar as medidas que eliminem os riscos.

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RESPONSABILIDADE PELA ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃOA responsabilidade pela segurança, higiene e saúde dos trabalhadores é sempre da entidade patronal, qualquer que seja a modalidade adoptada.

O serviço de Segurança, e Higiene do Trabalho, deve situar-se no centro da organização da Empresa, na dependência do órgão executivo de mais elevado grau de decisão.

A sua chefia deverá estar a cargo de um Técnico de Segurança qualificado.

Tarefas de um Serviço de Segurança e Higiene do Trabalho:

- Identificação dos perigos, análise do controlo periódico dos riscos ocupacionais; - Informação técnica aos trabalhadores, quadros e empregadores; - Verificar e ensaiar materiais e sistemas de protecção; - Promoção da adaptação do trabalhador às diferentes tarefas e do trabalho; - Elaborar um programa de prevenção dos riscos; - Fixar objectivos de protecção e controlo de resultados;

Modalidades de organização dos serviços:Decreto-Lei nº 26/94 e Decreto-Lei nº109/2000 de 30 de Junho

- Serviços Internos – criados pela própria empresa (1 médico e 2 técnicosSuperiores de HST);

- Serviços Inter empresas – criados por várias empresas ou estabelecimentos,tendo em vista o uso comum;

- Serviços Externos – Contratados a outras entidades;

Associativos – Personalidade jurídica sem fins lucrativosPrivados – Sociedade que se dedica à actividade de SHST

Legislação aplicável:

- Artigo 276º do Código do Trabalho

Estabelece que o empregador deve garantir a organização, funcionamento dos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho, nos termos previstos em legislação especial.

- Lei n.º 35/2004 de 29 de Julho

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>> Artigo 219º nº 1 do, estabelece 3 modalidades:

- Serviços Internos (criados pela pp empresa); - Serviços inter empresas (criados por várias empresas ou estabelecimentos, tendo em vista a utilização comum); - Serviços externos (contratados pela empresa a outras entidades)

Tendo em atenção estas modalidades todas as empresas devem ter uma organização interna de primeiros socorros, combate a incêndios e de evacuação de trabalhadores em situação de perigo grave e eminente, devendo estar identificados os trabalhadores responsáveis por essas actividades.

>> Artigo 224º estabelece:

-Empresas:Pelo menos 400 trabalhadores obrigação de serviços internos qualquer que seja

actividade exercida; Com menos de 30 trabalhadores obrigação de serviços internos desde que

exerçam actividades de risco elevado;Com no máximo 10 trabalhadores cuja actividade não seja de risco elevado as

actividades podem ser exercidas pelo empregador ou pelo trabalhador por ele designado desde que tenha preparação adequada;

Este diploma refere que podem exercer as actividades de segurança e higiene no trabalho:- Técnicos superiores habilitados com curso superior e formação específica nele integrada ou

complementar, legalmente reconhecida ou,- Técnicos com o mínimo, uma qualificação técnico - profissional de nível 3, equivalente ao

12º ano, específica para a área de segurança e higiene do trabalho.

Afectação dos técnicos às actividades de SHT por empresa:

a) Estabelecimento industrial: Até 50 trabalhadores – 1 técnico

> 50 Trabalhadores - 2 técnicos, por cada 1500 trabalhadores abrangidos ou fracção, sendo pelo menos um deles técnico superior;

b) Restantes estabelecimentos:Até 50 trabalhadores – 1 técnico> 50 Trabalhadores - 2 técnicos, por cada 3000 trabalhadores abrangidos

ou fracção, sendo pelo menos um deles técnico superior;

Por sua vez o médico no trabalho desenvolve a actividade, nos seguintes termos:

a) Estabelecimento industrial, pelo menos uma hora por mês por cada grupo de 10 2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 12/81

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trabalhadores;b) Restantes estabelecimentos, pelo menos uma hora por mês por cada grupo de 20

trabalhadores;

Numa grande empresa, o médico do trabalho deve ser coadjuvado por um enfermeiro com experiência adequada.

A responsabilidade pela segurança, higiene e saúde dos trabalhadores é sempre da entidade patronal, qualquer que seja a modalidade adoptada.

2.2. ANÁLISE DOS RISCOS

2.2.1. INTRODUÇÃO

A Análise de riscos constitui a primeira abordagem de um problema de segurança no trabalho, e tem como objectivo o levantamento de todos os factores do sistema de trabalho Homem/Máquina/Ambiente que podem causar acidentes.

Agora, é altura de aprofundarmos um pouco mais o que implica a análise de riscos, quais os seus principais objectivos e algumas técnicas para colocá-la em prática.Para iniciar um programa efectivo de análise de riscos, temos de colocar as seguintes questões:

- Que nível garante a segurança?- Que garantia temos para considerar segura determinada actividade?- Que processos garantem a nossa segurança?- Que investimentos temos que fazer?

O processo de análise de riscos permite obter as respostas a todas essas interrogações identificando os riscos potenciais (ou perigos), determinando a probabilidade de estes acontecerem (a sua frequência) e quantificando as suas consequências (no fundo, determinando qual a sua gravidade).

Assim, é correcto afirmarmos que um risco é igual à multiplicação da frequência de um perigo pela sua gravidade, entendendo-se frequência como a previsão do número de acidentes a ocorrer e gravidade como os danos causados por cada acidente.

Em resumo, Risco = Frequência x Gravidade.

A grande vantagem da análise de riscos é permitir fornecer elementos básicos para tomarmos decisões que envolvam questões relacionadas com a fiabilidade e segurança, o que possibilita apresentar alternativas às entidades detentoras do poder de decisão, para que estas actuem de forma clara, conscienciosa e objectiva.

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2.2.2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Para entrarmos nesta temática é necessário abordar alguns dos conceitos dos quais saliento os conceitos de PERIGO e RISCO introduzidos nesta temática pela NP 4397:2001.

Perigo: fonte ou situação com um potencial para o dano em termos de lesões ou ferimentos para o corpo humano ou de danos para a saúde, ou de danos para o ambiente do local de trabalho, ou combinação destes;

Risco: Combinação da probabilidade e das consequências da ocorrência de um determinado acontecimento perigoso.

A análise de riscos, além de ser uma obrigação legal, é um dos mais poderosos processos de promover uma atitude positiva relativamente à H.S.T. no seio das organizações, porque:• Contribui decisivamente para reduzir a probabilidade de acidente ou doença profissional;• Envolve várias pessoas na discussão sobre a segurança do local de trabalho;• Contribui significativamente para a mudança de comportamentos;• Coloca-nos do lado correcto da lei.

O processo é simples e, esquematicamente, pode ser assim resumido:

Antes de lançar mãos à tarefa, não se esqueça que “4 olhos vêm mais que dois”. Este é um trabalho de equipa.

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Vejamos com mais detalhe cada uma destas etapas:

1 - Observar/Identificar riscos: Para facilitar os registos e, posteriormente, a definição das medidas a adoptar, classifique os riscos de acordo com a sua natureza Física, Química, Biológica ou Natural (ex.: riscos de origem biológica).

2 - Identifique quem e quantas são as pessoas expostas ao risco:Operador, trabalhadores que permaneçam ou circulem na zona em análise, visitantes, etc..E, para cada risco identificado, defina/descreva as situações perigosas: P. ex. Mãos do operador da prensa na zona perigosa, fontes de ignição na zona de armazenamento de combustíveis, etc..

3 - Avaliar o risco: Nesta fase é útil quantificar o risco. Uma forma simplificada de o fazer, é considerar o risco como uma função da probabilidade de ocorrência da situação perigosa/frequência da exposição ao risco (P) e da severidade (S) dos danos que daí possam resultar em caso de acidente. Define-se então um índice de risco (R), como sendo o produto daqueles dois factores: R = P x R.

4 - Medidas para combater o risco: Para cada risco defina as medidas Construtivas e/ou Organizacionais adequadas, tendo em conta:• A hierarquia e os processos;• A análise custo/benefício associada a cada medida preconizada;• O grau de urgência para a adopção de cada medida, o qual deve ser determinado pelo índice de risco (R) calculado (quadro “3”, utilizando, por exemplo, o seguinte critério:

5 - Registos: A informação recolhida durante o processo, é preciosa para apoio à decisão noutros projectos. Constitua um dossier do projecto com todos os documentos e registos com ele relacionados. Incluindo aquelas “notinhas” manuscritas em pedaços de papel.

2.2.3. Métodos de análise de riscos

Directos – apreciação feita aprioristicamente, estabelecendo factores de risco antes da ocorrência do acidente.

Indirectos – são os acidentes que fornecem indicações relativamente aos factores de risco.

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2.2.4. CAUSALIDADE DOS ACIDENTES

Há muito tempo, que especialistas se vêm a dedicar ao estudo dos acidentes e de suas causas e um dos factos já comprovados é que, quando um acidente acontece, vários factores entraram em acção anteriormente por forma a permitir o acidente.

- Teoria da causalidade de HEINRICH, (Teoria do DOMINÓ)

Segundo está teoria, o acidente é um dos 5 factores de uma sequência de acidentes que resulta num dano pessoal.

Os factores na série de ocorrência do acidente desenvolvem-se segundo uma determinada ordem: Ascendência e ambiente Falha humana Acto inseguro Acidente Dano Pessoal

Factores:- Ambiente social- Causa pessoal- Causa mecânica- Acidente- Lesão (ferimentos contusões, etc...)

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O Ambiente Social do trabalhador relaciona-se com dois factores principais: Hereditariedade e Influencia Social .As características físicas e psicológicas do individuo são determinadas pela hereditariedade transmitida pelos Pais . Por outro lado o comportamento de cada um é muitas vezes influenciado pelo ambiente social em que cada um vive (a moda tanto é usar cabelos longos, como usar a cabeça rapada).

A causa pessoal está relacionada com o conjunto de conhecimentos e habilidades que cada um possui para desempenhar uma tarefa num dado momento. A probabilidade de envolvimento em acidentes aumenta quando as condições psicológicas não são as melhores (depressão), ou quando não existe preparação e treino suficiente.

A causa mecânica diz respeito às falhas materiais existentes no ambiente de trabalho, por exemplo:- Quando o equipamento não apresenta protecção para o trabalhador;- Quando a iluminação do ambiente de trabalho é deficiente;- Quando não há boa manutenção do equipamento, os riscos de acidente aumentam consideravelmente;2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 17/81

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- Quando um ou mais dos factores anteriores se manifestam, ocorre o acidente que pode provocar ou não lesão no trabalhador.

A chave para a Prevenção de Acidentes é, de acordo com Heinrich, a supressão (eliminar) do factor central, acto inseguro. Na prática, a eliminação do acto inseguro pode ser conseguida através de uma politica de formação (a longo prazo) ou através do controlo directo da actividade humana e do ambiente (a curto prazo). Em qualquer técnica de prevenção é fundamental:- Observar e caracterizar as condições de trabalho;- Identificar as fontes de perigo;- Definir as medidas preventivas a adoptar;- Agir no sentido da rapidez de execução;- Controlar a eficácia das medidas implementadas;

- Erro de Gestão

Mais recentemente, introduziu-se o erro de gestão como um factor determinante na ocorrência de um acidente, ou seja, um acidente pode ter como causa as práticas de gestão, tais como o estabelecimento de prioridades, a organização, o controlo, etc..Os factores causais podem ser humanos, materiais e fortuitos. Os factores causais humanos devem-se a omissões e a acções das pessoas que resultam em situações de risco podendo daqui advir o acidente; os factores causais materiais são também conhecidos por falhas técnicas e por último, os factores causais fortuitos resultam de situações imprevisíveis.

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Principais índices para o tratamento estatístico dos acidentes de trabalho

Os índices mais frequentemente usados para o tratamento estatístico da informação relativa a acidentes de trabalho são os índices de frequência, de incidência, de gravidade e de avaliação da gravidade. Estes índices, reportados a um determinado período de tempo, permitem estabelecer prioridades relativamente às acções de controlo a implementar/reforçar na empresa.

O índice de frequência, If, representa o número de acidentes com baixa por milhão de horas-

Homem trabalhadas e é dado pela seguinte expressão:

O índice de incidência, Ii, traduz o número de acidentes com baixa por cada 1000 trabalhadores epode ser calculado da seguinte forma:

O índice de gravidade, Ig, representa o número de dias úteis perdidos por mil horas-Homemtrabalhadas e é determinado de acordo com a expressão:

O índice de avaliação da gravidade, Iag, indica o número de dias úteis perdidos por acidente édeterminado em função dos índices de gravidade,Ig , e frequência, If, da seguinte forma:

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2.2.5. FONTES DE RISCO E O SEU CONTROLO

Riscos Ambientais

Riscos de Operação:

- Quedas e escorregadelas de pessoas;- Manuseamento de ferramentas de trabalho;- Movimentação manual de cargas;2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 20/81

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- Contacto com substâncias e/ou matérias quentes;- Choques, golpes; impactos; pancadas; cortes;- Acidentes de trajecto e viação

Actividades de risco elevado:

- Trabalhadores da Construção Civil;- Actividades de Indústrias Extractivas;- Uso de Produtos Químicos Perigosos;- Actividades com uso de Explosivos e Pirotecnia;- Indústria Siderúrgica e Construção Naval;- Contacto com Correntes Eléctricas;- Actividades com Exposição a Radiações;- Produção e Transporte de Gases Comprimidos, Liquefeitos ou Dissolvidos

Gestão dos Riscos

Princípios gerais de prevenção dos Riscos:

− Eliminar s perigos – evitar os riscos;− Avaliar os riscos não eliminados

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− Combater os riscos na origem;− Adaptar o trabalho ao homem;− Ter em conta o estado da evolução da técnica;− Substituir o perigoso pelo que é isento de perigoso− Dar prioridade à protecção colectiva face à individual− Informar e formar todos os trabalhadores.

Hierarquia das acções de prevenção e controlo

Processos de controlo dos riscos:

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Medidas construtivas ou medidas de engenharia:Devem ser adoptadas na fase de concepção e projecto. Actuam sobre os meios de trabalho (equipamentos, máquinas, edifícios). Incluem-se aqui as medidas de protecção colectiva.

Medidas organizacionais:Dirigem-se ao sistema Homem - Equipamento - Ambiente. Visam afastar o Homem dos riscos.

Protecção individual:Actuam exclusivamente sobre o Homem, obrigando-o ao uso de Equipamentos de Protecção Individual (EPI). Devem ser tomadas como último recurso.

2.3. PROTECÇÃO INDIVIDUAL E COLECTIVA

As medidas de protecção colectiva, através dos equipamentos de protecção colectiva (EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação , uma vez que beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente.

Essas medidas são de carácter:● Construtivo.

Consistem em:- Eliminar o risco na origem;- Envolver o risco, isolando-o.

● Organizativo.Consistem em afastar o homem da exposição ao risco.

● Individual.Consistem na envolvência singular de cada trabalhador.

Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência.

2.3.1. EPI´s – Noções Essenciais

Equipamento de Protecção Individual (EPI) É um equipamento utilizado com a finalidade de proteger o trabalhador contra um ou mais riscos susceptíveis de ameaçar a sua segurança ou saúde no trabalho.

A entidade patronal, é obrigada a fornecer gratuitamente aos trabalhadores EPI's em bom estado e devidamente certificados.

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Do mesmo modo, a entidade patronal, terá igualmente que fornecer todas as informações necessárias à utilização dos EPI's disponíveis na empresa, de uma forma que estas sejam compreendidas em absoluto por todos os seus funcionários.

Devem também ser organizadas sessões de formação e de treino, com o intuito de que sejam garantidas uma utilização dos Equipamentos de Protecção Individual em conformidade com as instruções dos fabricantes.Os pontos principais a observar na formação do utilizador são os seguintes:

● A razão da utilização de um determinado EPI;● Qual o tipo de protecão que ele garante;● Qual o tipo de protecção que ele não garante;

Todos os EPI´s terão que ser:● Adequados relativamente aos riscos a prevenir;● Protectores e não geradores de novos riscos;● Utilizados de acordo com as características pessoais do trabalhador e às características do seu trabalho.

Os Equipamentos de Protecção Individual devem ser empregues pelos trabalhadores exclusivamente nas circunstâncias para as quais são recomendados, e depois da entidade patronal tê-los informado das características dos riscos contra os quais o dito equipamento os protege.

2.3.2. EPI´s – Selecção e Formação

A selecção dos Equipamentos de Protecção Individual deverá ter em conta:

● O tipo de agente agressor;● A parte do corpo que se pretende proteger;

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● O tipo de risco a evitar;

A decisão final sobre a utilização de um qualquer EPI deve ser tomada com base numa análise cuidada do posto de trabalho, em que devem participar tanto as chefias como os trabalhadores.

Para muitos EPI´S, é preciso uma acção de demonstração antes de serem usados pela primeira vez.

2.3.3. Principais tipos de EPI´s

Protecção da cabeça

A cabeça deve ser adequadamente protegida do risco de queda de objectos pesados, de pancadas violentas ou da projecção de partículas.A protecção do cabelo obtém-se mediante o uso de capacete de protecção, o qual deve apresentar elevada resistência ao impacto e à penetração de objectos estranhos.

Protecção dos olhos e do rosto

Os olhos constituem uma das partes mais sensíveis do corpo, uma zona, pois, onde os acidentes podem atingir a maior gravidade. Os olhos e também o rosto protegem-se com óculos e viseiras apropriados, cujos vidros deverão resistir ao choque, à corrosão e às radiações, de acordo com os casos.

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Protecção das vias respiratórias

A atmosfera dos locais de trabalho encontra-se muitas vezes contaminada, devido à existência de agentes químicos agressivos, como são os gases, os vapores, as neblinas, as fibras ou as poeiras.A protecção das vias respiratórias é feita mediante a utilização dos denominados dispositivos de protecção respiratória – aparelhos filtrantes (máscaras).Segurança

Protecção dos ouvidos

Neste campo, existem fundamentalmente dois tipos de protecção a utilizar: os auriculares (ou tampões) e os auscultadores (ou protectores tipo abafadores).

Protecção do tronco

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O tronco é protegido através do vestuário, que pode ser confeccionado em vários tipos de tecidos.O vestuário de trabalho deve limitar-se ao corpo para se evitar a sua prisão pelos órgãos em movimento. Por exemplo, a utilização de gravata ou de cachecol constituem um risco.

Protecção das mãos e dos membros superiores

Os ferimentos nas mãos constituem o tipo de lesão mais frequente que ocorre na indústria.O braço e o antebraço estão, normalmente, menos expostos que as mãos. Não se deve, contudo, subestimar a sua protecção.

Protecção dos pés e dos membros inferiores.

Quando há a possibilidade de queda de materiais, deverão ser usados sapatos ou botas revestidos interiormente com biqueiras de aço. Nas situações em que existe o risco de perfurado da planta dos pés (como só a generalidade dos trabalhos da construção civil) deve ser incorporada uma palmilha de aço no calçado a utilizar.

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Protecção contra quedas

Em todos os trabalhos que apresentam risco de queda livre, deve ser usado o cinto de segurança, que poderá ser reforçado com suspensórios fortes e, em algumas situações, associado a dispositivos mecânicos amortecedores de quedas.O cinto deve ser ligado a um cabo de boa resistência, que pela outra extremidade se fixaráo num ponto conveniente. O comprimento desse cabo deve ser regulado segundo as circunstâncias.

2.4.PREVENÇÃO E PROTECÇÃO CONTRA INCÊNDIO

O que é um incêndio?

É todo o fogo não controlado pelo homem que tenha a tendência de se alastras e de destruir. É uma reacção química rápida, entre uma substância combustível e o oxigénio, acompanhada de libertação de calor, fumo e/ou chamas que se desenvolve de forma descontrolada no tempo e no espaço.Para a eclosão de um incêndio é necessária a interacção dos três elementos que constituem o que se costuma designar como triângulo do fogo:

Triângulos de fogo – Para que exista fogo são necessários três elementos:

• Combustível - É todo corpo capaz de alimentar o fogo. Ex.: madeira, papel, tinta, algodão, etc.

• Comburente - É o elemento químico existente na atmosfera que alimenta o processo de combustão (alimenta a reação química de oxidação). Ex.: oxigênio

• Calor - É a condição favorável causadora da combustão.2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 28/81

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2.4.1. Conceitos Gerais

Fogo - É uma reação química de oxidação com desprendimento de luz e calor, esta reação é denominada de combustão z.Quando falamos de fogo, é normal falarmos dele enquanto um fenómeno provocado por um triângulo, composto pelos seguintes elementos:

Comburente – É o oxigénio, um dos constituintes do ar;

Combustível – Pode ser líquido (gasolina, álcoois, dissolventes, etc...), gás (natural, butano, propano, etc...) ou sólido (madeira, papel, plástico, etc...);

Fonte de Ignição – Quantidade de energia, normalmente sobre a forma de calor, que é necessário fornecer ao combustível para elevar a sua temperatura até ao ponto em que a reacção de combustão se pode iniciar e continuar até que todas as moléculas tenham reagido.

Actualmente, também já se pode encarar o fogo como um tetraedro, acrescentando a Reacção em Cadeia aos três anteriores elementos.

O incêndio desenvolve-se normalmente nas seguintes fases:

-Início: caracteriza-se por baixa temperatura, fumos incipientes e chamas pouco visíveis;- Desenvolvimento: caracteriza-se pelo incremento de temperatura, com desenvolvimento de fumos e chamas;- Ignição total: caracteriza-se pela inflamação dos materiais combustíveis;- Propagação do fogo: caracteriza-se por ser uma Situação incontrolável;- Extinção do incêndio: ocorre após o consumo total do combustível.

O que é a Combustão?A combustão é um fenómeno que envolve reacções químicas de oxidação fortemente exotérmicas, frequentemente acompanhadas pela emissão de luz e que ocorre entre duas substâncias, o Combustível e o Comburente.

A combustão pode ser de três tipos:Reacção LentaReacção RápidaReacção Instantânea (Explosão)

Produtos da CombustãoCalorFumosGases

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Temperaturas de ReferênciaPonto de InflamaçãoPonto de CombustãoPonto de Ignição

Riscos de Incêndio

O risco de incêndio num determinado local depende da quantidade e da qualidade do combustível aí existente.Está directamente relacionado com três factores:

- Poder Calorífico (quantidade de calor libertada pela combustão completa de uma unidade de massa combustível);- Potencial Calorífico (quantidade de calor susceptível de ser libertada pela combustão completa de um corpo);- Carga de Incêndio (potencial calorífico da totalidade dos materiais combustíveis contidos num espaço, compreendendo o revestimento das paredes, divisórias, soalhos e tectos).

2.4.2. Locais e equipamentos mais vulneráveis a incêndios:

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a) Em Equipamentos e Sistemas Industriais:

Armazenagem de Matéria-prima;Caldeiras;Condutas a pressão isobárica;Cogeração;Corte, plasma e soldadura;Depósitos a pressão e isobárica;Equipamentos laboratoriais;Geradores de energia;Máquinas Eléctricas;Produção de vapor;Sala de máquinas;Sistemas de electrólise;Transformadores.

b)Em Equipamentos e Sistemas Eléctricos:

Grupos Geradores:Fugas de óleo;Manómetros e pressostatos descalibrados;Deficiência no controle e regulação dos sistemas;Falta de manutenção.

c) Cablagens Eléctricas:

Estado de conservação;Dimensionamento;Ligação a extensões;Tomadas, disjuntores e interruptores envelhecidos.

d) Em Equipamentos e Sistemas AVAC:

Caldeiras (eléctricas, gás ou a diesel)Derrames ou fugas;Excesso de temperatura;Manutenção.

2.4.3. Classificação dos Incêndios

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Classificação dos incêndios pode ser feita segundo a natureza do seu combustível ou o modo como se manifestam.

De acordo com a natureza do seu combustível, os fogos podem ser:

Classe A – Sólidos São os incêndios que ocorrem em combustíveis comuns e que queimam em superfície e em profundidade. Ex.: madeiras, fardos de algodão, etc. Classe B – Líquidos e Sólidos Liquidificáveis - São os incêndios que ocorrem em todos os líquidos inflamáveis e que queimam apenas em superfície. Ex.: gasolina, óleo diesel, tinta, etc. Classe C – Gases - São os incêndios em material elétrico em carga (energizado). Ex.: motores elétricos, computadores, etc. Classe D – Metais - São os incêndios especiais. Ex.: magnésio, zinco, potássio, etc.

Em função da forma como se manifestam, podemos encontrar três subclassificações:

- Segundo o foco em que se produzem;- Segundo o seu tamanho;- Segundo o local onde se desenrolam.

Segundo o foco em que se produzem, os fogos podem ser:- planos,- verticais ou alimentados (neste caso, um fogo vertical ou horizontal é alimentado por um combustível procedente de depósitos que não estão em contacto directo com o incêndio).

Segundo o seu tamanho, os fogos podem ser: - pequenos - área da superfície activa das chamas menor que 4 m2,− médios - área entre 4 e 102,− grandes - área entre 10 e 1002,− envergadura - área maior que 1002.Segundo o local onde se desenvolvem, os incêndios

podem ser interiores ou exteriores.eClassificação dos incêndios quanto a proporção:

• Princípio de incêndio - É o incêndio de mínimas proporções, embrionário, e que pode ser facilmente extinto pela utilização de um ou mais aparelhos extintores portáteis. Ex.: fogo em aparelho de ar condicionado.

• Pequeno incêndio - É o incêndio de pequenas proporções, que queima, normalmente, os objectos existentes dentro de um compartimento, porém, sem apresentar perigo iminente de propagação e necessitando, na sua extinção, de material e pessoal especializado. Ex.: queima dos móveis de uma sala.

• Médio incêndio - É o incêndio de proporções relativas que queima na parte interna e externa de uma construção, destruindo as instalações e com grande risco de propagação, necessitando, para sua extinção do Corpo de Bombeiros. Ex.: queima de

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um ou mais apartamentos de um andar. • Grande incêndio - É o incêndio de propagação crescente, causador de grande

devastação, destruidor de construções e muito resistente. Ex.: incêndio de um prédio. • Extraordinário - São os incêndios catastróficos, abrangendo quarteirões, oriundos de

bombardeios, terramotos e outros, necessitando para o seu combate, do emprego de todos os meios disponíveis em uma cidade.

um

2.4.4. Processos de Extinção de Incêndios

Existem quatro processos de extinção de incêndios, como iremos ver de seguida.

Arrefecimento

O abaixamento da temperatura de um incêndio provoca o desaparecimento da energia da activação do tetraedro do fogo.Este processo implica o uso de um agente extintor com grande capacidade de absorção de energia, sendo que aqui a desenfumagem tem um papel importante.

Asfixia / AbafamentoTem por objectivo isolar o oxigénio do processo de combustão. É apenas eficaz em fogos de pequenas dimensões, sendo um processo obtido através da projecção de gases inertes.

InibiçãoVisa desagregar do processo de combustão o elemento combustível

Este processo implica a utilização de extintores à base de compostos químicos que reagem com os diferentes componentes dos vapores combustíveis, neutralizando-os.

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Agentes extintores São substâncias empregadas para extinguir a combustão. Existem inúmeros agentes extintores, sendo os mais empregados os de mais baixo custo, facilidade de obtenção e bom rendimento operacional.

• Água - É o agente extintor universal, sendo o de mais fácil obtenção, mais baixo custo e de maior rendimento operacional.

• Espuma - É um aglomerado de partículas de solução aquosa de baixa densidade. Atua por abafamento e é indicada para líquidos inflamáveis.

• Pó Químico Seco (PQS) - É uma mistura de pós micropulverizados constituídos basicamente, de bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio.

• Gás Carbónico (CO2) - É um gás incolor, inodoro (sem cheiro), não tóxico e não condutor de electricidade.

• Extintores de incêndio - São aparelhos portáteis ou carregáveis que servem para extinguir princípios de incêndios. De um modo geral os extintores são constituídos por um recipiente de metal contendo um agente extintor. Os extintores portáteis mais comuns são os seguintes:

• Espuma Química • Espuma Mecânica • Água Pressurizada • Água a Pressurizar • Gás Carbónico

Procedimentos de Utilização de Extintores de Vários Tipos:

ÁGUA PRESSURIZADA (pressão permanente)

- Retirar o pino de segurança.

- Empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o jacto para a base do fogo.

- Só usar em Fogos de Classe A.

- Não usar em equipamento eléctrico.

ÁGUA PRESSURIZADA (pressão não permanente) - Abrir a válvula do cilindro de gás.

- Atacar o fogo, dirigindo o jacto para a base das chamas.

- Só usar em Fogos de Classe A.

- Não usar em equipamento eléctrico.

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ESPUMA (Espuma Química) - Inverter o aparelho. O jacto disparará automaticamente, e só cessará quando a carga estiver esgotada.

- Não usar em equipamentos eléctrico.

DIÓXIDO DE CARBONO (CO2)

- Retirar o pino de segurança quebrando o selo.

- Accionar a válvula dirigindo o jacto para a base do fogo.

- Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.

PÓ QUIMICO SECO (pressão permanente) - Retirar o pino de segurança.

- Empunhar a pistola difusora.

- Atacar o fogo accionando o gatilho.

- Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.

- Utilizar o pó químico em materiais electrónico apenas em último caso.

PÓ QUÍMICO SECO (pressão não permanente) - Abrir a ampola de gás.

- Apertar o gatilho e dirigir a nuvem de pó à base do fogo.

- Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.

- Utilizar o pó químico em materiais electrónico apenas em último caso.

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2.4.5. NORMAS PORTUGUESAS

Número Descrição

NP EN 2: 1993 Classes de fogos Substitui a NP 1553:1984

NP EN 3-1: 1997 Extintores de incêndio portáteis. Parte 1: Designação, duração de funcionamento, fogos-tipo das classes A e B Substitui a NP

NP EN 3-2: 1997 Extintores de incêndio portáteis. Parte 2: Estanquidade, ensaio dieléctrico, ensaio de compactação, disposições especiais

NP EN 3-3: 1994 Extintores de incêndio portáteis. Parte 3: Construção, resistência à pressão, ensaios mecânicos

NP EN 3-4: 1997 Extintores de incêndio portáteis. Parte 4: Cargas, fogos tipo mínimos exigíveis Substitui a NP 1553:1984

NP EN 3-5: 1997 Extintores de incêndio portáteis. Parte 5: Especificações e ensaios complementares Substitui a NP 1553:1984

NP EN 3-6: 1997 Extintores de incêndio portáteis. Parte 6: Modalidades visando a avaliação da conformidade dos extintores portáteis de

NP EN 615: 1995 Segurança Contra Incêndio. Agentes extintores. Especificações para os pós (distintos dos pós da Classe "D")

NP 1800: 1981 Agentes extintores. Selecção segundo as classes de fogos

NP 3064: 1988 Segurança contra incêndio. Utilização dos extintores de incêndio portáteis

NP 3874-1: 1994 Segurança contra incêndio. Terminologia. Parte 1: Termos gerais. Fenómenos do fogo Substitui a NP 3038 (ISO 8421-1)

NP 3874-4: 1994 Segurança contra incêndio. Parte 4: Equipamentos e meios de extinção de incêndios (ISO 8421-4)

NP EN 25923: 1996 Agentes extintores. Dióxido de carbono (ISO 5923)

NP EN 27201-1: 1994 Agentes extintores. Hidrocarbonetos halogenados - Parte 1: Especificações para os halons 1211 e 1301 (ISO 7201-1)

NP EN 27201-2: 1994 Agentes extintores. Hidrocarbonetos halogenados - Parte 2: Especificações para a manipulação de segurança e métodos de

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3. RISCOS ELÉCTRICOS

3.1. INTRODUÇÃO

Electricidade! Um Bem essencial, que há muito nos habituamos a tomar como garantido. Já não sabemos viver sem ela, mas será que temos consciência dos riscos que a sua utilização indevida pode acarretar?Esses riscos colocam-se ao nível do utilizador comum e principalmente, ao nível dos profissionais que trabalham com a electricidade. Não vivemos em perigo permanente ao estarmos a usar equipamentos eléctricos, é claro: temos, porém, de tomar uma consciência global do que pode suceder se algo de errado corre:

− a nível humano (consequências físicas que, em última instância, podem culminar na morte);

− a nível material (destruição de equipamentos, por exemplo).

É por isso que, de seguida, iremos escalpelizar os riscos que um trabalhador corre ao laborar com material eléctrico, as suas causas e consequências, bem como propor algumas medidas essenciais de protecção e segurança.

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3.2. A CORRENTE ELECTRICA E O CONTACTO COM O CORPO HUMANO

3.2.1.Conceitos Gerais

Ao falarmos em riscos eléctricos para as pessoas, temos de ter muito presentes dois conceitos fundamentais:

- Electrocussão -um choque eléctrico que origina um acidente mortal

- Electrização - um choque eléctrico que não causa um acidente mortal, mas que pode originar outro tipo de acidentes, com consequências que podem ser mais ou menos graves.

A distância que vai entre a electrocussão e electrização depende de muitos factores. Assim, os efeitos da corrente eléctrica variam de acordo com:

− O tempo de passagem;− A intensidade− A frequência;− O percurso através do corpo;− A capacidade de reacção da pessoa.

Deste modo, em baixa tensão, a morte é sobretudo condicionada pela acção local da quantidade de electricidade que atinge o coração. Em alta tensão, por sua vez, a morte surge devido à extensão das queimaduras.

Por conseguinte, a perigosidade da corrente diminui com o aumento da frequência. As frequências industriais (50/60hz) são as mais perigosas. Acima dos 10.000hz, os principais perigos são as queimaduras, se as correntes forem muito intensas.Segurança

3.2.2. Causas e consequências dos riscos eléctricos

Directas:- Defeito de isolamento da instalação eléctrica;- Contacto acidental com uma peça do cabo condutor sob tensão.

Indirectas:- Ligação súbita à rede de alimentação- Falta inesperada de electricidade.2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 39/81

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Passando para situações mais específicas, podemos identificar as causas mais comuns de acidentes eléctricos com condutores e ligações eléctricas:

- Cabos arrastados, dobrados, entalados, queimados, etc.- Puxar pelo cabo de alimentação;- Mover equipamentos ou aparelhos com cabos em tensão;- Fichas e/ou tomadas pisadas ou atiradas ao chão.- Utilizar fita adesiva para fazer isolamentos;- Aquecer os cabos dos equipamentos eléctricos de aquecimento;- Utilizar equipamentos com cabos de ligação deteriorados.

Por seu turno, os acidentes domésticos envolvendo a electricidade devem-se muitas vezes a:

- Sobrecarga das instalações;- Candeeiros metálicos sem ligação à terra;- Trabalhos sob tensão;- Falta de corrente;- Restabelecimento da corrente.

3.2.3. Consequências dos riscos eléctricos

O perigo varia consoante a intensidade da corrente: quanto maior, maiores efeitos fisiológicos terá para o ser humano.Normalmente, a corrente circula das mãos para os pés ou de uma mão para a outra, situação esta que configura o maior perigo.

O acidente é ainda mais grave quando a trajectória da corrente atravessa o coração, sendo que o percurso mão direita-pé esquerdo é o que provoca maiores riscos de fibrilação ventricular.Os estados fisiológicos e patológicos da pessoa influem na receptividade à corrente eléctrica.

Consequentemente, a gravidade do acidente depende:- Da fadiga;- Da idade:- Da saúde;- Da sede

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Assim, em qualquer instalação eléctrica com uma determinada tensão, a intensidade da corrente que atravessará o corpo humano depende da resistência que este oferece à passagemda corrente eléctrica. Essa resistência resulta do seguinte somatório:

Medidas de protecção e segurança

- Medidas informativas; Perigo de electrocussão - Medidas de protecção activas; - Medidas de protecção passivas; - Medidas de protecção gerais;

Medidas informativas, Têm como objectivo avisar e dar a conhecer a existência dos riscos de electricidade. Alguns casos deste tipo de medidas são:

- Sinais;- Instruções;- Normas de Segurança.

Protecção obrigatória das mãos

Se se quiser actuar contra a possibilidade de contactos directos, as medidas de protecção activas são as mais adequadas. Por exemplo:

- Recobrimento das partes activas da instalação;- Uso da tensão reduzida de segurança;- Afastamento das partes activas;- Interposição de obstáculos.

Por outro lado, se o objectivo for proteger as pessoas de contactos indirectos, existem alguns tipos de medidas de protecção passivas que podem ser empregados:

- Emprego de tensão reduzida de segurança;- Separação dos circuitos.

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Medidas de protecção gerais:

- Isolamento dos elementos condutores estranhos à instalação;- Inacessibilidade simultânea de massas e elementos condutores estranhos à instalação; - Estabelecimento de ligações equipotenciais;- Dispositivos diferenciais a corrente residual de alta sensibilidade (menor ou igual a 30 mA).

Assim, os trabalhos em instalações eléctricas devem:

- Ser realizados por técnicos qualificados;- Ter, por regra, a instalação fora de tensão;- Ser devidamente identificados e sinalizados.

Podemos resumir o que foi discutido neste capítulo com a utilização das Cinco Regras de Ouro no que toca a trabalhos em instalações eléctricas, e aos riscos daí adjacentes:

- Separar (ou isolar) a instalação das fontes de alimentação;- Bloquear os aparelhos de separação na posição de aberto;- Comprovar a ausência de tensão;- Ligar à terra e em curto-circuito;- Delimitar a zona de trabalhos e proteger as peças em tensão na vizinhança, colocando dispositivos isolantes ou ecrãs.

4. PREVENÇÃO CONTRA RISCOS OPERACIONAIS

4.1. Movimento Manual de Cargas

Introdução

A Movimentação Manual de Cargas pode ser definida como qualquer operação de movimentação ou deslocamento voluntário de cargas, incluindo as operações fundamentais de elevação, transporte e descarga.2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 42/81

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A ocorrência de acidentes neste tipo de movimentações é consequência de movimentos incorrectos ou esforços físicos exagerados, de grandes distâncias de elevação, do Abaixamento e transporte, bem como de períodos insuficientes de repouso, especialmente quando se tratam de cargas volumosas.

O transporte manual configura-se, assim, como muitas vezes uma tarefa pesada, mesmo quando a carga a transportar não seja pesada ou volumosa: basta que seja preciso proceder-se à elevação e/ou transporte para plataformas ou de subir escadas.O desgaste físico e o trabalho pesado são noções relativas, dado que a capacidade de trabalho individual varia de indivíduo para indivíduo. Uma determinada tarefa facilmente executadapor um jovem pode conduzir a um elevado desgaste num homem mais idoso ou de mais fraca compleição física.

4.2.Enquadramento Legal

A nível europeu, os dois diplomas base sobre a Movimentação Manual de Cargas são a Directiva 89/391/EEC e a Directiva 90/269/EEC.

Em Portugal, destaque para o Decreto-Lei 330/93, de 25 de Setembro, que transpõe para o nosso país a Directiva 90/269/EEC. Este diploma impõe as prescrições mínimas de segurança e saúde na Movimentação Manual de Cargas, definindo esta actividade como “qualquer operação de transporte e sustentação de uma carga que, devido às suas características ou condições ergonómicas desfavoráveis, comporte riscos para os trabalhadores, nomeadamente na região dorso-lombar”.

De acordo com o Decreto-Lei 330/93, o empregador deve:

- “adoptar medidas de organização do trabalho adequadas ou utilizar os meios apropriados, nomeadamente equipamentos mecânicos, para evitar a movimentação manual de cargas.”

- “adoptar as medidas apropriadas de organização do trabalho, utilizar ou fornecer aos trabalhadores os meios adequados, a fim de que essa movimentação seja o mais segura possível.”

− “proceder à avaliação dos elementos de referência do risco da movimentação manual das cargas e das condições de segurança e de saúde daquele tipo de trabalho”.

Essa avaliação deverá ter em conta os seguintes aspectos fundamentais:

- Características da carga;- Esforço físico exigido;- Características do local de trabalho;

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- Exigências da actividade a desempenharem;- Os factores individuais.

O Decreto-Lei 330/93 declara igualmente que “ o empregador deve facultar aos trabalhadores expostos, assim como aos seus representantes na empresa ou no estabelecimento, informação sobre:

a) Os riscos potenciais para a saúde derivados da incorrecta movimentação manual de cargas;b) O peso máximo e outras características da carga;c) O centro de gravidade da carga e o lado mais pesado da mesma, quando o conteúdo de uma embalagem tiver uma distribuição não uniforme de peso.”

A entidade empregadora deve também “providenciar no sentido de os trabalhadores receberem formação adequada e informações precisas sobre a movimentação correcta decargas”.

Segurança

4.3.Riscos e Lesões

A Movimentação Manual de Cargas pesadas implica o desenvolvimento de esforço muscular. Esse esforço traduz-se numa compressão dos vasos sanguíneos e do tecido muscular, originando uma diminuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, uma diminuição do fornecimento de oxigénio e de açúcar. Toda este quadro conduz à fadiga.

A fadiga pode provocar uma redução da eficiência do trabalho, redução essa que, em casos extremos, leva à ocorrência de acidentes de trabalho.

Simultaneamente, o transporte de objectos pesados e/ou volumosos pode causar outro tipo de efeitos sobre o corpo humano: as doenças.Condições como a ciática, deslocações da hérnia discal, roturas de ligamentos, lesões musculares ou das articulações acarretam incómodos para trabalhadores e empregadores, implicando, além do óbvio sofrimento, deslocações a médicos, pedidos de baixas e custos com recuperações, substituições de funcionários, etc...

Além destas situações, há a considerar os riscos extraordinários na Movimentação Manual de 2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 44/81

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Cargas, como sejam, por exemplo:- Quedas de objectos sobre os pés:- Ferimentos causados por objectos penetrantes;- Choque com objectos;- Entalamentos.Segurança

4.4. Medidas de Prevenção

De forma a minimizar os riscos e, consequentemente, as lesões, nas actividades de transporte de cargas, existem várias medidas de prevenção que se deverão tomar:

- A redução das cargas (os valores - limite da carga variam consoante idade, sexo, duração da tarefa, frequência do movimento de elevação e transporte e capacidade física do trabalhador);- A correcta escolha do pessoal que desempenha essas actividades;- A formação sobre técnicas correctas de movimentação de cargas;- A utilização de Equipamentos de Protecção Individual adequado (vestuário, luvas e calçado);- A utilização de meios mecânicos auxiliares (carros de mão, rolos, patins, ventosas, pinças ou garras, ou imans);- A readequação do espaço de trabalho.

Em termos mais específicos, no levantamento de cargas do solo, o trabalhador deve seguir as seguintes regras de prevenção:

- Posicionar-se o mais perto possível da carga, em posição estável.- Afastar os pés com o objectivo de equilibrar a distribuição do peso;- Agarrar a carga firmemente, sempre que possível com a mão completa;- Flectir os joelhos mantendo as costas direitas, de forma a evitar um esforço incorrecto da coluna, prevenindo o aparecimento de lesões e/ou doenças;- Elevar a carga sem puxões bruscos, mediante a extensão das pernas;- Manter os braços e a carga o mais próximo possível do corpo.

Por seu turno, os princípios de prevenção a observar quanto ao transporte de cargas são os seguintes:- Transportar as cargas mantendo as costas direitas;- Transportar as cargas simetricamente;- Suportar a carga com o esqueleto corporal;- Manter a carga próxima do corpo;2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 45/81

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- Colocar os dedos afastados de locais onde possamficar entalados durante a descida da carga;- Baixar a carga suavemente.

4.5. Equipamentos Auxiliares de carga

Como mencionámos no capítulo anterior, uma forma eficaz de prevenir os riscos na movimentação manual de cargas é a utilização de equipamentos auxiliares de carga, que podem ser de vários tipos, de acordo com o tipo de carga a transportar.

Carrinhos de Mão

Existem vários tipos, podendo ser de um ou dois eixos, com uma, duas, três ou quatro rodas. Os de dois eixos são os mais empregues na actividade industrial.São utilizados no transporte de materiais e objectos mais ou menos volumosos ou pesados em curtos trajectos.A carga deve ser distribuída uniformemente e de modo a manter o seu centro de gravidade o mais baixo possível. A visibilidade do percurso é uma condição de segurança importante.Os carros de mão de um eixo apresentam, em alguns tipos, riscos semelhantes ao de levantamento de cargas.

Rolos

Muito utilizados para o transporte de cargas com superfície interior plana. A carga é normalmente deslocada removendo um rolo da parte posterior da carga e colocando-o na parte anterior.Devido ao potencial aparecimento de lesões, é preferível a utilização de um tapete de rolos, embora apenas para cargas reduzidas.

Ventosas

As ventosas funcionam por vácuo, criando uma depressão no espaço existente entre o objecto a segurar e o corpo da ventosa.Exigem, deste modo, que o objecto a transportar tenha uma superfície muito lisa e regular, pelo que a sua capacidade de carga é reduzida.A sua utilização mais comum é na movimentação de vidros.

Pinças ou Garras

Empregues na movimentação de transporte de material resistente e, muitas vezes, com arestas cortantes e/ou de elevado peso.É fundamental que o transporte seja efectuado por dois operários de estatura semelhante, de modo a evitar desequilíbrios.2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 46/81

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Convém igualmente salientar que os objectos transportados por pinças ou garras também estão sujeitos a quedas quando estes equipamentos não são devidamente aplicados, ou sãoinadequados ao seu transporte.

Imans

Empregues essencialmente na movimentação de materiais ferrosos, em virtude da atracção magnética que exercem sobre eles.Segu

4.6. Boas Práticaslizar este volue, deixámo-lo com um exemplo deExemplo de boa prática no levantamento e colocação de uma carga

1- Planeie o que pretende fazer e, se necessário, vá buscar ajuda.

2 - Afaste os seus pés, de modo a equilibrar a distribuição do peso.

3- Flicta os joelhos e agarre firmemente a carga com as duas mãos.Segurança e Higiene no Trabalho: Movimentação Manual de Cargas

4- Levante a cabeça e mantenha as costas direitas enquantolevanta a carga.

5- Levante a carga até à sua cintura devagar, enquanto endireita as suas pernas, ao mesmo tempo que mantém os seus cotovelos junto ao seu tronco.

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6- Para colocar a carga no chão, dobre os joelhos e mantenha sempre as costas direitas.

4.7. Máquinas e transportadores

4.7.1. Introdução

O transporte de cargas volumosas e/ou pesadas pode ser realizado manual (como vimos no tema anterior) ou mecanicamente.A movimentação mecânica de cargas é uma actividade que compreende o transporte de cargas de um determinado ponto para outro, de forma planeada e segura, e com recurso a um determinado conjunto de meios e materiais.

Esta operação compreende as seguintes fases:

• Elevação (ou carga);• Manobra livre (ou movimentação);• Assentamento (ou descarga).

4.7.2. Classificação dos equipamentos de movimentação mecânica de carga

-Quanto ao seu tipo de funcionamento e mobilidade:

a) Equipamentos de funcionamento contínuo em percurso preestabelecido;b) Equipamentos de funcionamento descontínuo de movimentação limitada;c) Equipamentos móveis de funcionamento descontínuo.

De seguida, vamos analisar alguns dos principais tipos de máquinas de transporte de cargas, os maiores riscos associados e o que fazer para os prevenir.

a) Equipamentos de funcionamento contínuo em percurso pré estabelecido

- Transportadores de rolos:

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Riscos Conexos:• embate de carros automáticos;• embate de cargas.

- Transportadores de telas ou de correias

Riscos Conexos:• Riscos mecânicos;• Riscos eléctricos;• Queda de materiais, relacionados com a manutenção

- Transportadores por gravidade (ou de plano inclinado)

Riscos Conexos:• Lesões por esmagamento dos operadores.

- Transportadores de parafusos sem fim

Riscos Conexos:• Já que estes parafusos são normalmente blindados, habitualmente não apresentam riscos de maior, desde que se cumpram as regras básicas de segurança, aquando da sua manipulação.Segurança

b) Equipamentos de funcionamento descontínuo de movimentação Limitada

- Gruas

Caso o trabalho da grua seja realizado na via pública, o local deve estar sinalizado de acordo com a legislação em vigor.

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- Acessórios de elevação e ligação

.Os ganchos e os cabos de suspensão devem ser inspeccionados periodicamente. Os ganchos devem igualmente estar equipados com fechos de segurança com mola, ser forjados numa só peça e estar de acordo com as normas em vigor.

c) Equipamentos móveis de funcionamento descontínuo

Este grupo inclui as máquinas que, embora também funcionem por ciclos, têm capacidade de manobra quase ilimitada e propulsão própria. São os casos, por exemplo, dos Empilhadores, dos porta-paletes, das pás carregadoras e dos dumpers.

- Empilhadores

- Porta - Paletes

5. Organização e dimensionamento do posto de trabalho

5.1. Introdução

As recomendações ergonómicas para o dimensionamento dos locais de trabalho são fundamentadas, em parte, nas medidas antropométricas, mas também nos modelos de comportamento dos operadores em situação de trabalho, nas exigências específicas do trabalho e finalmente, tendo sempre presente as considerações de custo-beneficío que são de importânciadecisiva.

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5.2. Objectivos principais

· Oferecer melhores condições de segurança;· Evitar esforços, posturas desfavoráveis e reduzir a fadiga;· Evitar causas e efeitos nocivos a longo prazo;· Incrementar a qualidade do posto de trabalho;· Proporcionar mais satisfação aos operadores;· melhorar o controlo e a definição do processo;· facilitar o processo de design de novos equipamentos;· Aumentar a eficácia e rendimento;

A. Postos de trabalho em pé

A.1. Alturas de trabalho para actividades de pé

Para a configuração dos locais de trabalho, a escolha da altura correcta de trabalho é de capital importância.

Se a área de trabalho é muito alta, frequentemente os ombros são erguidos para compensar, o que leva a contracções musculares dolorosas ao nível das omoplatas, nuca e costas. e a área de trabalho é muito baixa, as costas são sobrecarregadas pelo excesso de curvatura do tronco, o que dá frequentemente margem a queixas de dores nas costas.

Por isso a altura das bancadas de trabalho deve estar de acordo com as medidas antropométricas tanto para o trabalho de pé como para o trabalho sentado.Em trabalhos essencialmente manuais de pé, as alturas recomendadas são de 50 a 100 mm abaixo da altura dos cotovelosAs alturas recomendadas para o trabalho em pé estão ilustradas na figura 1. As medidas recomendadas nesta figura só têm o valor de medidas de orientação geral, já que se baseiam nos valores médios antropómetricos e não levam em consideração desvios individuais.

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Figura 1 – Limites entre os quais deve variar a altura do plano de trabalho em função da altura do cotovelo e do tipo de trabalho a ser realizado.

A.2. Áreas de alcance no trabalho em pé

Para alcances onde é utilizado apenas um membro, é possível fazer alcances relativamente mais longe do que em situações em que seja necessário utilizar as duas mãos, o que é nitidamente representado nas figuras 3 e 4 respectivamente.

Para alcances, apenas feitos com um membro, não deverão ser ultrapassados os 46 cm tendo como limite, 46 cm à direita ou à esquerda, em função do membro que seja utilizado, no entanto, em situações esporádicas, pode haver alcances superiores (devem-se apesar disso considerar como aceitáveis alcances até aos 55 cm).

Para tarefas onde as duas mãos são usadas, os alcances devem ser feitos até aos 36 cm, e neste caso atingindo um desvio máximo em relação ao centro do corpo de 30 cm. Os alcances máximos nesta situação deverão ser até aos 50 cm.

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Para a disposição de prateleiras, o conhecimento da altura de alcance máximo é significativo.Entre a altura máxima de alcance e a altura do corpo estabelece-se a relação:

Altura máxima de alcance = 1,24 * estatura

Figura 5 – Altura que uma pessoa de pé pode alcançar e apoiar uma mão sobre uma prateleira em dependência da estatura

Percentil Altura de alcance (cm)Mulheres 95 206

50 1935 180

Homens 95 21850 2065 195

Tabela 1 – Alturas máximas de alcance para homens e mulheres. Com base nas medidas da população alemã.

B. Postos de trabalho sentado

A velocidade máxima de um trabalho manual, executado em frente ao corpo, pode ser alcançada quando se trabalha com o cotovelo baixo e o braço dobrado em ângulo recto. Esta é uma base geral válida para a determinação da altura de trabalho também para actividades sentadas

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B.1. Altura do posto de trabalho sentadoA altura correcta do posto de trabalho sentado depende da natureza das tarefas que estão a ser executadas. Na maioria das tarefas como escrever ou executar tarefas simples numa linha de montagem facilmente se encontra a altura dos planos de trabalho através da altura do cotovelo. Se o trabalho requer movimentos minuciosos e elevada precisão, é também de extrema importância contar com a zona de visão e as inclinações da cabeça.Espaços de trabalho sentados devem providenciar cadeiras e apoio para os pés ajustáveis, por forma a que estes sejam o mais adaptados possível, não só a toda a população utilizadora, como às diferentes tarefas que lá poderão ser executadas.Em trabalhos de maior precisão deve-se providenciar um suporte para os cotovelos. Na figura 7 são apresentadas as alturas do posto trabalho que deverão ser tidas como base.

B.2. Áreas de alcance no trabalho sentado

A zona de alcance óptima situa-se a cerca de 25 cm podendo atingir os 36 cm. Para movimentos mais eficientes todos os componentes, manípulos ou ferramentas deverão estar situados dentro de 41 cm para a direita e para a esquerda do centro do posto de trabalho. Para evitar a fadiga é recomendável que os alcances não sejam superiores a 25 cm acima do plano de trabalho. Qualquer objecto que esteja a ser frequentemente agarrado deverá estar localizado dentro de 15 a 36 cm em frente do espaço de trabalho.Na figura 6 são representadas as zonas de alcance na posição sentada para o percentil 5 do sexo feminino

Figura 6 – Capacidade de alcance de umaoperadora sentada. As curvas descrevem osalcances na posição sentada para o percentil 5do sexo feminino

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A. Espaço livre vertical para os membros inferiores: Pelo menos 720 mm (tendo emconta o valor mínimo de G se este existir)B. Espaço livre transversal para os membros inferiores: 1094 mmC. Espaço livre longitudinal para os membros inferiores ao nível do joelho: 547 mmD. Espaço livre longitudinal para os membros inferiores ao nível dos pés: 882 mmE. Espaço livre para o movimento dos membros inferiores 285 mmF. Altura do assento: Ajustável de 905 mm a 745 mmG. Altura do apoio de pés: Ajustável de 535 mm a 210 mmH. Altura total desde o solo ao bordo inferior da bancada: 1030 mmK. Espessura da bancada: cerca de 30 mm e não deverá exceder os 50 mmW. Altura total desde o solo ao bordo superior da bancada: 1060 mm (pode variar265 mm)

Distância mínima entre a superfície do assento e a base inferior do plano de trabalho deve ser de 200 mm.

5.3. Ergonomia

Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu ambiente de trabalho.

Segundo um conceito Ergonómico. A execução de tarefas deve ser feita com o mínimo de consumo energético de modo a sobrar "atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos , assim como para a protecção do próprio trabalhador .

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Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes ergonómicos que causam doenças e lesões no trabalhador.

Os agentes ergonómicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados com:

� exigência de esforço físico intenso,� levantamento e transporte manual de pesos,� postura inadequada no exercício das actividades,� exigências rigorosas de produtividade,� períodos de trabalho prolongadas ou em turnos,� actividades monótonas ou repetitivas

Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos.As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há séculos.

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Hoje afectam diversas categorias de profissionais como funcionários bancários, metalúrgicos, costureiras, pianistas, telefonistas, operadores informáticos, empacotadores, enfim, todos os profissionais que realizam movimentos automáticos e repetitivos. Contra os males provocados pelos agentes ergonómicos, a melhor arma, como sempre, é a prevenção, o que pode ser conseguido a partir de:

� Rotação do Pessoal� Intervalos mais frequentes� Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;� Exames médicos periódicos� Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres� Postura correcta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos

Outros factores de risco ergonómico podem ser encontrados em circunstâncias aparentemente impensáveis , como :

� falhas de projecto de máquinas,� equipamentos, ferramentas, veículos e prédios;� deficiências de layout ;� iluminação excessiva ou deficiente;� uso inadequado de cores;

A ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio envolvente ás dimensões e capacidades humanas onde máquinas, dispositivos, utensílios e o ambiente físico sejam utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.

A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:

� Melhores condições de trabalho� Menores riscos de incidente e acidente� Menores custos humanos� Formação com o objectivo de prevenir� Maior produtividade� Optimizar o sistema homem / máquina2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 57/81

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Algumas medidas da Ergonomia

� Corpo em Movimento – Tornar os movimentos compatíveis com a acção. Reduzir o esforço de músculos e Tendões.

Precisão de movimentos – Ter em atenção a sua amplitude, posição e quais os membros a utilizar.

Rapidez dos movimentos – Salientar sinais visuais ou auditivos.

Esforço estático – Uma cadeira deve fornecer vários pontos de apoio no corpo humano. Altura do assento regulável. A cadeira deve ter 5 apoios no chão. Deve ter apoio para os pés sempre que necessário, etc...

Rampas e Escadas – Para rampas a inclinação deve ser entre 0 e 20 º. Para escadas a inclinação deve ser entre 20 e 50º. Altura mínima do degrau entre 13 e 20 Cm. Largura mínima do degrau é de 51 Cm. Etc...

Portas e Tectos – Altura mínima de uma porta é de 200 Cm.Altura mínima de um tecto é de 200 Cm. Corredor com passagem para 3 pessoas deve ter largura mínima de 152 Cm.

5.4. INTERACÇÃO HOMEM-MÁQUINA

O homem recebe informações através de mostradores da máquina, processa essas informações, toma uma decisão e executa-a sobre os comandos da máquina. Esta irá efectuar a operação decidida, cujo resultado final é o output.

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Características da Interacção Homem/máquina (visores e comandos):− Compatibilidade− Suficiência− Localização− Identificação legibilidade− Distinguibilidade− Facilidade de operação− Confiança− Significado− Feedbak

Partindo do conceito informação-decisão deve procurar saber-se se o operador recebe toda a informação necessária para a tomada de decisão e se aquela é apresentada adequadamente pelos mostradores, se as suas decisões podem ser fácil e eficientemente captadas ou se são necessários melhores comandos e se os mostradores e os comandos são compatíveis entre si e bem localizados num painel adequado.

6. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

No interior e exterior das instalações da Empresa , devem existir formas de aviso e informação rápida , que possam auxiliar os elementos da Empresa aactuar em conformidade com os procedimentos de segurança .

Com este objectivo , existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma empresa ou em lugares públicos .Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de sinalização existente e a ser aplicada nas Empresas .

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Sinais de Perigo

Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc..Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o fundo amarelo.

Sinais de Proibição

Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos , aparelhos, instruções e procedimentos, etc.. Têm forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo branco.

Sinais de Obrigação

Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e procedimentos, etc.. Têm forma circular, fundo azul e pictograma a branco2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 60/81

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Sinais de Emergência

Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no sinal. São utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc.. Têm forma rectangular, fundo verde e pictograma a branco.

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7.Prevenção contra Riscos Ambientais

Os principais tipos de risco ambiental que afectam os trabalhadores de um modo geral, estão separados em :

7.1. Riscos físicos7.2. Riscos químicos7.3. Riscos Biológicos7.4. Riscos Ergonómicos

Neste manual vamos abordar apenas os Rscos físicos e Quimicos.

7.1. RISCOS FÍSICOS

Todos nós, ao desenvolvermos o nosso trabalho, gastamos uma certa quantidade de energia para produzir um determinado resultado. Em geral, quando dispomos de boas as condições físicas do ambiente, como, por exemplo, o nível de ruído e a temperatura são aceitáveis, produzimos mais com menor esforço.

Mas, quando essas condições fogem muito aos nossos limites de tolerância, atinge-se facilmente o incómodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento de cansaço, a queda de produção, falta de motivação e desconcentração..Por outras palavras, os factores físicos do ambiente de trabalho interferem directamente no desempenho de cada trabalhador e na produção obtida, pelo que se justifica a sua análise com o maior cuidado.

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RUÍDO

Quando um de nós se encontra num ambiente de trabalho e não consegue ouvir perfeitamente a fala das pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira indicação de que o local é demasiado ruidoso.Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa sensação desagradável ao homem.As perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do ruído. A fadiga evidencia-se por uma menor acuidade auditiva. As ondas sonoras transmitem-se tanto pelo ar como por materiais sólidos. Quanto maior for a densidade do meio condutor, menor será a velocidade de propagação doRuído.

O ruído é pois um agente físico que pode afectar de modo significativo a qualidade de vida. Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado medidor de pressão sonora, e a unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB.

Sem medidas de controlo ou protecção , o excesso de intensidade do ruído, acaba por afectar o cérebro e o sistema nervoso .

Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo, os efeitos podem resultar na surdez profissional cuja cura é impossível, deixando o trabalhador com dificuldades para se relacionar com os colegas e família , assim como dificuldades acrescidas em se aperceber damovimentação de veículos ou máquinas , agravando as suas condições de risco por acidente físico.

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CURSO: TÉCNICO DE SECRETARIADOTURMA: 1º C

DISCIPLINA: Organização Industrial

MÓDULO I : Higiene,Segurança e Ambiente no Trabalho

Problemas causados pelo ruído

- Perda de audição - Efeitos fisiológicos - Stress associado ao trabalho - Maior risco de acidentes

Medidas Preventivas para Reduzir o ruído

Proceder a uma análise de riscos

Fundamental na análise de riscos sâo os seguintes passos:● Identificar os diferentes riscos relacionados com ruído;● Analisar quais trabalhadores poderão estar mais expostos, incluindo trabalhadores temporários e em regime de part - time, bem como grupos de risco, como as grávidas, por exemplo;● Considerar quais medidas para controlar os níveis de ruído já estão a ser tomadas e decidir que novas serão necessárias tomar.

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- Controlo dos Riscos

Tendo em conta os resultados da análise de riscos, executar uma série de medidas com vista a:● Sempre que possível, e preferencialmente, eliminar as fontes de ruído. É a forma mais eficaz para evitar riscos para os trabalhadores e deve ser sempre considerada quando vai ser comprado novo equipamento ou quando vão ser construídas novas instalações ou remodeladas antigas.● Controlar o ruído na sua fonte. Deve ser dado muito ênfase a este aspecto, quer no que toca ao equipamento, quer no que concerne ao design e manutenção do espaço de trabalho.● Reduzir a exposição do trabalhador, através de uma reorganização das actividades e, se for caso disso, de uma reconfiguração do espaço de trabalho, que deverá incluir a restrição do acesso a áreas onde os trabalhadores poderáo estar expostos a níveis de ruídos acima dos 85 decibéis.● Fornecer equipamento de protecção individual (EPI) aos trabalhadores (apenas em última instâcia e quando todas as outras alternativas já estiverem esgotadas).

- Informação e formação aos trabalhadores

Os trabalhadores devem receber informação e formação para ajudá-los a compreender e lidar com os riscos relacionados com o ruído. Essa informação e formação deve incluir:- os riscos que podem enfrentar, bem como as medidas tomadas para eliminá-los e/ou reduzi-los;- os resultados da análise de riscos e de eventuais medições de ruído efectuadas, incluindo uma explicação do seu significado medidas para controlo de ruído, incluindo os equipamentos de protecção individual;- Porquê e como detectar e reportar indícios de perda de audição;

− quando é que os trabalhadores têm direito a vigilância médica, e o seu objectivo;

- Monitorizar os riscos e rever as medidas de prevenção

Os empregadores devem confirmar regularmente se as medidas tomadas para prevenir e/ou controlar o ruído ainda estão a funcionar correctamente.Dependendo da sua exposição ao ruído, e dos danos causados, como já aqui referimos, os trabalhadores têm o direito a vigilância médica. Se isso acontecer, a informação obtida dessa vigilância deve ser usada para rever os riscos e as medidas de controlo.

- Envolver os trabalhadores

Consultar os trabalhadores contribui para que estes se sintam envolvidos e empenhados no processos de segurança e higiene da sua empresa, e respectivos melhoramentos.Os representantes dos trabalhadores têm um papel importante neste processo. Os trabalhadores devem ser consultados no que toca a medidas de segurança e higiene, antes da introdução de novas tecnologias e produtos.2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 65/81

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VIBRAÇÕES

As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e frequência. Apresentam geralmente baixas frequências e conduzem-se por materiais sólidos (Exprimem-se em m/s 2 ou em dB.Consoante a posição do corpo humano, (de pé, sentado ou deitado), a sua resposta às vibrações será diferente sendo igualmente Importante o ponto de aplicação da força vibratória.Os efeitos no homem das forças vibratórias podem ser resumidos nos seguintes casos:

Exemplos práticos:

Automóvel que passa lomba no asfalto; Alta Amplitude; Baixa Frequência Automóvel em piso de paralelo; Baixa Amplitude; Alta Frequência Barco à deriva; Alta Amplitude; Baixa FrequênciaBarco a motor; Baixa Amplitude; Alta Frequência. Em geral, as massas pequenas estão mais sujeitas a altas-frequências. As massas grandes, às baixas frequências

AMPLITUDES TÉRMICAS

Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou pelo tipo de material utilizado e características das construções (insuficiência de janelas, portas ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação pode gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante existente no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho.

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A temperatura resultante é função dos seguintes factores:

- Humidade relativa do ar- Velocidade e temperatura do ar- Calor radiante (produzido por fontes de calor do ambiente, como fornos e maçaricos.

A unidade de medida da temperatura adoptada é o grau Celsius, abreviadamente ºC. De um modo geral, a temperatura ideal situa-se entre 21ºC e 26 ºC enquanto a humidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser cerca de 0,12 m/s.

Os ambientes térmicos podem ser classificados como :

- Quentes (Fundições, Cerâmicas , Padarias),- Frios (armazéns frigoríficos, actividades piscatórias)- Neutros (escritórios).

Logicamente que as situações mais preocupantes ocorrem em ambientes térmicos frios e quentes ou sobretudo quando as duas possibilidades existem na mesma empresa ou no mesmo posto de trabalho .

8. DOENÇAS PROFISSIONAIS

Doença Profissional - É toda a lesão resultante da exposição prolongada e repetida a riscos profissionais, habitualmente só perceptíveis ao fim de algum tempo. Por exemplo:

* Doenças pulmonares graves, da pele, tumores ou outras intoxicações provocadas por poeiras, por fumos, pela utilização inadequada de certos produtos: diluentes, colas, vernizes, pesticidas.

* Doenças resultantes da exposição ao ruído para além de certos limitem, da transmissão de vibrações ou exposição a radiações (ex: ultravioleta - soldadura).

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* Doenças osteo-articulares, se o trabalhador estiver por tempo prolongado em posições incómodas, fizerem movimentos repetitivos e fizer movimentação manual de cargas pesadas em posição incorrecta.

Consideram-se doenças profissionais: 1 – As que constam da lista organizada e publicada no Diário da República, sob parecer da Comissão Nacional de Revisão da Lista de Doenças Profissionais.

2 – A lesão corporal, perturbação funcional ou doença não incluída na lista a que se refere o n.º 1, desde que se prove ser consequência, necessária e directa, da actividade exercida e não represente normal desgaste do organismo.

Em que é que as doenças profissionais diferem das outras doenças?

As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo pelo facto de terem a sua origem em factores de risco existentes no local de trabalho.

A quem compete fazer o diagnóstico de doença profissional

Qualquer médico, perante uma suspeita fundamentada de doença profissional – diagnóstico de presunção –, tem obrigação de notificar o Centro Nacional de Protecção contra Riscos Profissionais (CNPRP), mediante o envio da Participação Obrigatória devidamente preenchida.

9. PRIMEIROS SOCORROS

O que é?

É o atendimento imediato e provisório prestado em caso de acidente ou enfermidade imprevista. Geralmente é prestado no local, até que se possa utilizar recursos para o tratamento definitivo.Objectivos dos Primeiros Socorros:

-Preservar a vida;-Reduzir o sofrimento;-Prevenir complicações;-Proporcionar transporte adequado, possibilitando melhores condições para receber o tratamento definitivo.

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9.1. PRINCIPIOS GERAIS DE SOCORRISMO

PREVENIR: evitar o acidente

ALERTAR: O alerta, tem como finalidade providenciar pela chegada de socorros especializados

SOCORRER: Os primeiros minutos são de especial importância.

9.2. PLANO DE ACÇÃO DO SOCORRISTAQuando da ocorrência de um acidente o socorrista deve estabelecer um plano de acção que constará dos seguintes passos:- Afastar a vítima do perigo ou o perigo da vítima.- Proceder ao exame da vítima (s) e do local do acidente.- Efectuar os primeiros socorros dando prioridade aos ESSENCIAIS (Asfixia, Choque, Hemorragias, Envenenamentos), sobre os secundários (Feridas, Fracturas, Queimaduras, etc.).- Promover ou efectuar a EVACUAÇÃO da vítima.

9.3. EXAME DO SINISTRADOO exame objectivo de uma vítima começa com a procura dos sinais e sintomas:

- Sintomas - No caso da vítima estar consciente o que ela nos explica que sente.- Sinais - O que nós conseguimos observar através dum exame á vítima.

- Sinais Vitais - Os sinais vitais são:

Grau de ConsciênciaRespiraçãoPressão SanguíneaTemperaturaCor da Pele

Antes de observar os sinais vitais, FAÇA UMA BOA OBSERVAÇÃO DA VITIMA. Observe tudo o que seja óbvio acerca do seu estado.

Passe então á observação dos Sinais Vitais começando por determinar o grau de consciência, seguidamente se respira, se tem pressão sanguínea, a temperatura e a cor da pele

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9.4. QUEIMADURAS

9.4.1. O que é uma queimadura?

Doença caracterizada por uma lesão na pele ou até tecidos mais profundos, causada por agentes diversos como calor, o frio, agentes químicos, electricidade e radiação ionizante.

Uma queimadura pode ter vários graus de gravidade e esta pode ser considerada grave quando as suas características fazem com que seja necessária uma consulta médica ou a hospitalização. A gravidade da queimadura depende de vários factores:

- Zona atingida pela queimadura (localização);

- Extensão da queimadura;

- Profundidade;

- Natureza ou causa da queimadura;

- Fragilidade do indivíduo.

9.4.2. Tipo de queimadura

1. Primeiro GrauDoença caracterizada por uma lesão na pele ou até tecidos mais profundos, causada por agentes diversos como calor, o frio, agentes químicos, eletricidade e radiação ionizante.

2, Segundo GrauAtinge a epiderme estendendo-se até a derme. Caracteriza-se pela presença de Flictemas ( bolhas ) e liberação de líquidos corporais.A vítima também apresenta dor local intensa, hiperemia e pele edemaciada.

3. Terceiro Grau:Atinge todas as camadas da pele e hipoderme. È considerada grave pois pode provocar lesões que vão desde músculos até ossos. Caracteriza-se por apresentar coloração escura ou esbranquiçada,uma lesão seca, dura e incolor.Ocorre perda da elasticidade e a superfície fica anestesiada.ExtensãoExtensãoQuanto maior a extensão da queimadura, maior risco de vida a vítima estará correndo.

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““REGRA DOS NOVEREGRA DOS NOVE “ “

cabeça 9%

pescoço 1%

membro superior 9%

membro inferior 18%

tórax e abdomen 18%

órgão genitais 1%

9.4.3. O que se deve fazer?

1. Se a roupa estiver a arder, envolva a vítima numa toalha molhada ou se não existir por perto a toalha, faça-a rolar pelo chão ou envolva-a num cobertor (cuidado com os tecidos sintéticos);

2. Se a vitima se queimou com água ou outro líquido a ferver, dispa-a imediatamente.,

3. Dê água a beber frequentemente.

9.4.4. O que não deve fazer?

1. Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado agarrado à queimadura;

2. Rebentar as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas que rebentaram;

3. Aplicar sobre a queimadura cubos de gelo;4. Aplicar sobre a queimadura outros produtos para além dos referidos.

As queimaduras podem ser classificadas em três graus:

• Queimaduras de 1º grau • Queimaduras de 2º grau • Queimaduras de 3º grau

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9.5. PARAGEM RESPIRATORIA

Quando a respiração pára considera-se que existe Paragem Respiratória.

Sinais de Dificuldade Respiratória- Falta de movimentos do peito.- Não se consegue ouvir ou sentir a entrada de ar no nariz ou na boca ou essa entrada é feita de com um ritmo muito fraco.- Respiração barulhenta.- A velocidade é ou muito rápida ou muito fraca.- A respiração é muito superficial ou muito funda e trabalhada.- O sinistrado fica azulado ou arrocheado (cianosado).

9.5.1. Os principais factores que podem causar a obstrução das vias respiratórias são:

- Obstrução pela LínguaEsta situação ocorre muito quando a vitíma fica inconsciente e caida em posição de decúbito dorsal (isto é deitada de "barriga para o ar "), pois a lingua cai para trás bloqueando a Faringe.

- Obstrução por Objectos EstranhosRestos de comer, brinquedos, dentaduras, vómitos, etc

9.5.2. Sinais de Obstrução Parcial

- Ronco (tipo ressonar)A causa mais provável é a obstrução pela língua da faringe.- Gorgolejo (gluglu)Causas prováveis, objecto estranho, sangue ou outro liquído na traqueia.- Descoloração da pele

O sinistrado respira mas apresenta um tom azulado ou arrocheado na pele, lábios, língua ou lóbolos os ouvidos

9.5.3. Desobstrução das Vias Respiratórias

Muitos dos problemas de obstrução parcial das vias respiratórias, particularmente os causados pela queda da língua, podem ser corrigidos pela abertura das vias respiratórias.

Existem vários métodos, todos muito simples, recomendados para fazer a abertura das vias respiratórias.2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 72/81

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9.6. RESSUSCITAÇÃO PULMONAR

9.6.1.Método de ventilação Boca – Boca

Este método pode ser utilizado por uma só pessoa sem qualquer tipo de equipamento adicional.

Esta técnica é a mais eficiente de todas as técnicas básicas de resuscitação, e permite ao socorrista verificar fácilmente se os seus esforços estão a ser compensados.

Esta técnica só deve ser aplicada se o sinistrado estiver em Paragem Respiratória.

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Antes de ministrar respiração boca-boca deve:- Verificar se o sinistrado está inconsciente- Abrir-lhe as vias respiratórias- Determinar se está a respirar e se o grau de respiração é o adequado

VERIFIQUE movimentos do peitoOIÇA fluxo de arSINTA a permuta de ar (contra a sua face)NOTE se algo está errado, tal como coloração da pele.

Leve CINCO SEGUNDOS a determinar se o sinistrado está a respirar.

Caso a resposta seja negativa, actue rapidamente.

- Coloque o sinistrado em posição de decúbito dorsal e coloque-se ao seu lado junto á cabeça.- Coloque então uma mão sob o seu pescoço. Com a outra, pinçe o nariz do sinistrado, usando o polegar e o indicador, enquanto que com a região palmar exerça pressão sobre a fronte, a fim de manter a extensão da cabeça.- Abra bem a sua boca e faça uma inspiração profunda.- Coloque a sua boca colada á boca do sinistrado e expire, enquanto vir o seu peito elevar-se e sentir a resistência oferecida pelos seus pulmões ao expandirem-se.- Retire então a sua boca e permita que o sinistrado exale passivamente, virando ligeiramente a sua cabeça para verificar se o tórax do sinistrado baixa.

As primeiras quatro respirações devem ser feitas em sucessão rápida, sem esperar que os pulmões do sinistrado desinsuflem completamente entre respirações. Esta série de respirações cria o chamado "efeito de escada".

9.7. RCP - RESSUSCITAÇÃO CARDIO-PULMONAR

Esta técnica de suporte básico da vida só deve ser aplicada quando os movimentos cárdio-pulmonares da vítima tenham parado.

Durante uma RCP deverá:

- Manter as vias respiratórias desimpedidas- Ventilar o sinistrado- Forçar a circulação sanguínea

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9.7.1. A Técnica da RCP

- Posicionando o sinistradoO sinistrado com paragem cardíaca deve ser deitado numa superfície rija (de preferência no chão) em posição de decúbito dorsal.

- Local de Compressão

Para que se façam compressões com bom rendimento sem contudo magoar o sinistrado, devem estas ser executadas no local próprio, que se encontra da seguinte forma.

Coloque-se ajoelhado ao lado do sinistrado, com um joelho ao nível da cabeça e o outro ao nível da parte superior do tórax.

Com os dedos médio e indicador da mão mais próxima dos pés do sinistrado, encontre a margem inferior da caixa tóraxica (bordadura das costelas), do lado que fica mais perto dos seus joelhos.Mova os seus dedos ao longo da caixa tóraxica até ao local onde as costelas encontram o esterno (parte central inferior do peito). Esta área é chamada nó subesternal.

Mantendo o seu dedo médio neste nó e o indicador na ponta inferior do esterno, coloque a outra mão no meio do esterno com o polegar encostado ao dedo apontador, ficará directamente colocado no local de compressão.A parte anterior da sua mão deverá apoiar no meio do esterno na posição de compressão.

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PROCURANDO A PONTA DO EXTERNO

O LOCAL DE COMPRESSÃO SITUA-SE DOIS DEDOS ACIMA DA PONTA DO EXTERNO

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- Como fazer as Compressões

Lembre-se que o sinistrado se encontra deitado de costas numa superfície rija, e consigo ajoelhado a seu lado.Depois de ter encontrado o local de compressão, deve:1 - Colocar a parte anterior da mão que está mais perto da cabeça do sinistrado no local de compressão

2 - Colocar a mão usada para a localização do nó subesternal sobre a outra mão. As partes anteriores de ambas devem estar paralelas e com os dedos inter laçados sem tocarem no sinistrado.3 - Estique os seus braços com força e durante as compressões e descompressões não dobre os cotovelos.4 - Certifique-se que ao fazer as compressões os seus ombros se encontram na vertical das suas mãos. Isto ajuda-o a provocar uma compressão forte no local de compressão.5 - As compressões deverão ser suficientemente fortes para que possam provocar um abaixamento do esterno de cerca de 4 a 5 cm.

Durante a ressuscitação cardíaca poderá ter de fazer ressuscitação respiratória, pelo que deverá usar as técnicas aprendidas para este tipo de ressuscitação e combiná-las com as primeiras.

As combinações ideais de insuflações e compressões cardíacas são as que passamos a indicar:Ressuscitação feita por um Socorrista.

Depois de ter preparado o sinistrado o socorrista faz, 4 insuflações iniciais, verifica o pulso da vítima, se este está ausente faz 15 compressões cardíacas, seguidamente 2 insuflações, volta a fazer 15 compressões cardíacas, mais 2 insuflações, etc.

9.7.2. RESUMINDO

4 Insuflações iniciais ver pulso15 Compressões cardíacas2 Insuflações15 Compressões cardíacas2 InsuflaçõesEtc …

Ressuscitação feita por dois Socorristas

Depois de terem preparado a vítima, definido quem faz a massagem cardíaca e a reanimação pulmonar e de se terem colocado nas respectivas posições, começam com 4 insuflações iniciais, verificam o pulso da vítima, se este está ausente faz 5 compressões cardíacas, seguidamente 1 insuflação, volta a fazer 5 compressões cardíacas, mais 1 insuflação, etc.

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Depois de ter começado uma Reanimação Cardio - Pulmonar os socorristas só a devem parar quando chegarem ao hospital ou alguém devidamente habilitado e credenciado com o curso de medicina considerar o sinistrado morto.

Como verificar se a reanimação está a ser bem sucedida?Se a reanimação estiver a ser feita em boas condições deverão ocorrer os seguintes sinais:

As pupilas começam a contraírem-se; A cor da pele começa a modificar-se; O pulso carotídeo nota-se por cada compressão feita; Pode ocorrer um regresso espontâneo do ritmo cardíaco e respiratório; Movimentação das pernas e dos braços; Retorno da consciênciaAs três últimas hipóteses só muito dificilmente ocorrerão pelo que geralmente os sinistrados terão de receber cuidados especiais num hospital.

QUADRO RESUMO DA TÉCNICA DE RCP

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9.7. FRACTURAS

Fractura é toda a falta de continuidade no tecido ósseo. Estamos perante uma fractura sempre que um osso está partido ou simplesmente rachado, fendido ou estalado.Numa fractura temos:

Foco - Zona onde o osso se encontra fracturado.Traço - Linha segundo a qual o osso fracturou.Topos ósseos - As novas extremidades surgidas em consequência da fracturaEsquírolas - Pequenos fragmentos de osso que podem surgir após a fractura.

Quanto á comunicação do foco de fractura com o exterior as fracturas podem ser classificadas da seguinte forma:- Fechadas - Sempre que não haja comunicação com o exterior.- Abertas - Quando existe comunicação do foco de fractura com o exterior por existir uma ferida ao nível do local da fractura.- Expostas - Quando há comunicação do foco da fractura com o exterior por projecção de qualquer topo ósseo.

- SINAIS E SINTOMAS

Os sinais e sintomas mais frequentes e que podem não aparecer todos são:- Dor;- Inchaço;- Deformação;- Encurtamento;- Impotência funcional.

9.7.1. PRIMEIRO SOCORRO

- Colocar a vítima na posição em que esta se sinta mais confortável;- Expor a zona da fractura procurando não fazer movimentos á zona fracturada;- Antes de imobilizar devem-se combater outras complicações que possam existir(Hemorragias, Estado de Choque, etc);- Se a fractura for aberta o foco da fractura deve ser tratado como se tratasse de um objecto estranho encravado;- Finalmente imobilizar a fractura, e fazer o transporte da vítima para um hospital.

9.8. HEMORRAGIAS

Hemorragia é toda a perda de sangue por saída deste do seu circuito normal(coração, artérias, veias e vasos capilares).2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 79/81

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9.8.1. PRIMEIRO SOCORRO

- Hemorragias internas invisíveis (Incontroláveis por um socorrista)

Para este tipo de hemorragias o socorrista deve:

- Desapertar as roupas da vítima;- Arejar o local para a vítima poder respirar ar mais puro;- Evitar o arrefecimento da vítima;- Manter a vítima em repouso absoluto com um número mínimo de movimentos;- Não dar de beber;- Tratar de proceder a um rápido transporte para o hospital.

- Hemorragias internas visíveis

O primeiro socorro é o mesmo das hemorragias internas invisíveis.

No caso de uma hemorragia pelo nariz e ouvidos há ainda que suspeitar de possível TraumatismoCraniano, pelo que deveremos aumentar os cuidados.

- Hemorragias externas

Existem três técnicas que podem ser facilmente usadas para se fazer o controle da perda de sangue quando estamos perante hemorragias externas.

- Compressão manual directa

Consiste na aplicação directa na ferida que sangra de um penso, que pode ser improvisado ou não, procedendo á compressão imediatamente.Se este penso se ensopar de sangue não o deve retirar pois vai atrasar o processo de coagulação, deve sim colocar outro por cima.

Caso o segundo se ensope este sim pode ser substituído por um terceiro, e deverá começar imediatamente com a técnica de compressão manual indirecta para além do rápido transporte da vítima para o hospital pois não vai conseguir estancar a hemorragia.

A compressão manual directa como é obvio não deverá ser aplicada quando no local existir um corpo estranho encravado ou uma fractura.

- Compressão manual indirectaConsiste em se fazer a compressão do vaso sanguíneo (artéria)responsável pela irrigação da ferida que se encontra a sangrar, de encontro o osso que lhe esteja próximo, num local entre o coração e o ponto de rotura.2009/2010 Formador:Ricardo Vilela 80/81

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BIBLIOGRAFIA

Braga, J. (s.d.), Guia do Ambiente, Lisboa: Monitor.

Castro, A.M. Terrinho, A. (s.d.) Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Porto: Porto Editora.

Miguel, Alberto Sérgio S. R. Manual de Higiene e Segurança no Trabalho, 10ª edição: Porto Editora.

Sitio na Internet:

http:// www. Idict.gov.pt – ISHST

http://www.portaldaconstrução.pt

http://www.dgcc.pt - DGERT

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