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Introdução

1 | Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho.1.1| Acidente de trabalho1.2 | Doença profissional1.3 | Medicina do trabalho1.3.1 | Objectivos1.3.2 | Exames médicos1.3.2.1 | Exames médicos de admissão1.3.2.2 | Exames médicos periódicos1.4 | Agentes agressores e principais efeitos causados no organismo1.5 | Saúde do trabalho1.6 | Segurança do trabalho1.7 | Higiene do trabalho1.7.1 | Definição:1.7.2 | Onde intervém a higiene do trabalho ?1.8 | Trabalhador1.9 | Trabalhador independente1.10 | Representante dos trabalhadores1.11 | Empregador ou entidade empregadora1.12 | Local de trabalho1.13 | Componentes materiais do trabalho1.14 | Perigo1.15 | Risco profissional

2 | Fundamentos da segurança do trabalho2.1 | Principios gerais da prevenção.2.2 | Objectivos da prevenção.

3 | Aspectos fundamentais e organizacionais da função higiene e segurança3.1 | Representantes dos trabalhadores e comissão de higiene e segurança dotrabalho3.1.1 | Representantes dos trabalhadores3.2 | Comissões de higiene e segurança do trabalho3.3 | Obrigações do trabalhador3.4 | Tipos de serviços de higiene, segurança e saúde do trabalho3.5 | Objectivos dos serviços de higiene e segurança do trabalho

4 | Acidentes em serviço e doenças profissionais4.1 | Reparação dos acidentes de trabalho4.2 | Descaracterização de um acidente como acidente de trabalho4.3 | Incapacidade4.4 | Causas dos acidentes de trabalho4.5 | Participação dos acidentes de trabalho4.6 | Os custos dos acidentes de trabalho4.7 | Consequências dos acidentes

Bibliografia

Ficha técnica

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Este manual de formação inicial em Higiene e Segurança do trabalho paratrabalhadores das empresas do projecto Inforadapt persegue os seguintes objectivos:

- Sensibilizar os participantes para o desenvolvimento de uma cultura de segurançado trabalho;- Dotar os participantes com os conhecimentos gerais sobre factores inerentes àHigiene, Saúde e Segurança, permitindo-lhes detectar anomalias existentes no seulocal de trabalho propondo, soluções de melhoria;- Dar a conhecer aos participantes aspectos fundamentais sobre Higiene e Segurançado Trabalho e habilitá-los a utilizar os conceitos apreendidos de uma forma construtivae preventiva em situações reais do quotidiano profissional.

O presente trabalho foi elaborado pela Parceria de Desenvolvimento do ProjectoInforadapt (Epralima- Escola Profissional do Alto Lima, ACIAB - Associação Comerciale Industrial de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, IEFP - Instituto de empregoe Formação Prossional de Arcos de Valdevez e IDICT - Instituto de Desenvolvimentoe Inspecção das Condições de Trabalho).

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Introdução

Todo o indivíduo procura sempre satisfazer necessidades de variada ordem, através,por exemplo, da alimentação, ou mesmo necessidades secundárias como, porexemplo, o reconhecimento social. Para atingir estes objectivos, cada indivíduoorganiza o seu tempo do modo que lhe parece mais adequado, tendo para issonecessidade de exercer uma actividade profissional. Cerca de metade do tempototal da vida activa de um indivíduo é passado no exercício da sua actividadeprofissional. Normalmente uma pessoa dorme em média oito horas por dia, trabalhaem média outras oito horas e as restantes são utilizadas na alimentação, nasdiversões, nos transportes, etc.É, por isso, de grande importância a análise das várias actividades profissionais,nomeadamente das situações que podem potenciar risco e afectar a segurança eo bem estar de todos os indivíduos.É no exercício destas actividades profissionais que o indivíduo está, por vezes,mais exposto ao risco e ao perigo e consequentemente à probabilidade de ocorrênciade acidentes, os quais podem ocasionar nas vítimas lesões, uma invalidez temporáriaou permanente, ou em casos limite,a morte.

Consequentemente, reveste-se de grande importância a formação de activos, naárea de Higiene e Segurança do trabalho.Este manual tem como objectivo apoiar uma acção de formação com carácter deiniciação à Higiene e Segurança do trabalho, a 20% dos trabalhadores das empresasparceiras da Iniciativa Comunitária Equal; Inforadapt_Informar, Formar e Adaptaras empresas para a Higiene e Segurança do trabalho.

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Definições relacionadas com ahigiene e segurança do trabalho

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

1.1 | Acidente de trabalho

Podemos definir acidente de trabalho como uma quebra brusca e violenta dorendimento e satisfação do trabalho.

Segundo o Artigo 6º do Decreto-Lei n.o 143/99, de 30 de Abril, é consideradoacidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho,produzindo, directa ou indirectamente, lesão corporal, perturbação funcional oudoença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte.

Ou, ainda, como:“Qualquer lesão que o trabalhador sofra durante ou como consequência do trabalhoque executa por conta de outrem”. Esta definição refere-se tanto às lesões que seproduzem no local de trabalho, como às que se produzem no trajecto habitual entreeste e o domicílio do trabalhador.Estes últimos são os acidentes denominados “in intinere”.

Do ponto de vista técnico, entende-se por acidente de trabalho “qualquer ocorrênciainesperada e indesejada que origina a perda da saúde ou lesões nos trabalhadores”.

Em Portugal diz-se que aconteceu um acidente de trabalho quando este ocorrer:

• No local e tempo de trabalho, provocando ou não lesão corporal, doença,redução da capacidade de trabalho ou morte;

• Fora do local e tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviçosdeterminados pela entidade patronal ou por ela consentidos;

• Na ida para o local de trabalho e regresso deste, quando for utilizado meio detransporte fornecido pela empresa ou quando houver circunstâncias que agravemo risco do percurso habitual;

• Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultarefeito económico para a entidade patronal.

Quanto melhor conhecermos as características de cada actividade profissional,melhor estiverem identificados os riscos que cada um corre em cada momento emaior cuidado houver na sua eliminação ou prevenção, menor será a probabilidadede ocorrerem acidentes. Nenhum acidente ocorre por acaso; mas sim porque seestá a exercer actividade num local onde há riscos ou falta de higiene e de condiçõessanitárias.Num local limpo, arrumado, isento de riscos não há o mesmo número de acidentese de doenças profissionais que noutro em que as condições são de desarrumação,imundice e risco permanente.

Existem, ainda, as doenças profissionais, que são a consequência do efeitoprolongado e repetido de determinado risco.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

1.2 | Doença profissional

Podemos dizer que a exposição ao risco ou a factores nocivos a que os trabalhadoresmuitas vezes se sujeitam, resulta frequentemente em acidente ou doença profissional.

É necessário distinguir os vários tipos de doenças profissionais segundo omodo como foram ocasionadas:

• Doenças directamente ocasionadas pela actividade profissional, constante da listadas doenças profissionais;

• Doença decorrente de uma situação de acidente de trabalho, que é definido comoum acontecimento lesivo da capacidade produtiva do trabalhador, que ocorre nodesempenho da actividade profissional e se manifesta de modo súbito e violento;

• Doenças ligadas ao trabalho, ou seja, doenças que se agravam com o trabalho,ou que não estando directamente ligadas ao trabalho são por este influenciadaspor este.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), distingue os dois tipos de doençarelacionada com o trabalho:

• Doença ocupacional | situação para a qual existe uma relação bem estabelecidaentre a alteração de saúde e um ou mais factores do trabalho que podem ser bemidentificados, quantificados e eventualmente controlados;

• Doença relacionada com o trabalho | situação onde a relação entre a alteraçãode saúde e o trabalho é fraca, não é clara e é variável. Neste caso estão incluídasas situações em que as condições de trabalho podem agravar, acelerar ou exacerbarsintomatologias já existentes, prejudicando a capacidade de trabalho. Ascaracterísticas pessoais, a envolvente ambiental (exterior) e os factores socioculturaisconstituem um importante factor de risco acrescido para estas doenças, que sãocada vez mais frequentes no meio laboral.

No exercício de uma actividade profissional os trabalhadores estão muitas vezessujeitos a agressões à sua saúde. Estas agressões podem ser provocadas porvários factores de risco, nomeadamente:

• Risco de acidente;• Riscos ambientais;• Sintomas associados a factores climatéricos;• Iluminação do local;• Sobrecarga física, mental e nervosa associada ao trabalho.

Na maior parte dos locais de trabalho verifica-se uma mistura de todos estesfactores.As doenças profissionais constam da lista organizada e publicada no Diário daRepública, sob parecer da Comissão Nacional de Revisão da Lista de DoençasProfissionais.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

A lesão corporal, perturbação funcional ou doença não incluída na lista é indemnizáveldesde que se prove ser consequência, necessária e directa, da actividade exercidae não represente normal desgaste do organismo.A lista actualmente vigente foi aprovada pelo Decreto Regulamentar n.º 6/2001, de5 de Maio.

1.3 | Medicina do trabalho

Definição:O American College of Occupational and Environmental Medicine (ACOEM) definea Medicina do Trabalho da seguinte forma:

«Medicina do Trabalho é a especialidade médica que se dedica à prevençãoe controlo da doença e incomodidade do trabalho, da promoção da saúde eprodutividade dos trabalhadores.»

Pode ainda ser definida como:

«A ciência que partindo do conhecimento do corpo humano e do meio emque este desenvolve a sua actividade, neste caso o laboral, tem comoobjectivos a promoção da saúde (ou Prevenção da perda da saúde), o tratamentodas doenças e a reabilitação.»

A Medicina do Trabalho é reconhecida no nosso país desde 1962, com a publicaçãodo Decreto-lei n.º 44308/62 que obriga à criação de serviços nas empresas comrisco de silicose.Mais tarde, em 1967, esta obrigação estende-se também às empresas com maisde 200 trabalhadores, ou empresas com riscos de doença profissional.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

1.3.1 | Objectivos

A vigilância da saúde dos trabalhadores tem como objectivo a prevenção daocorrência de alterações na saúde que sejam causadas ou agravadas pelo exercíciode uma actividade profissional.

Inicialmente, a Medicina do Trabalho tinha como principal função curar as doençasdesenvolvidas nos locais de trabalho; no entanto, esta função foi se alterando etomou um carácter preventivo.Foram desenvolvidas, em 1959, pelo International Labour Office (ILO), no seudocumento Occupational Health Services Recommendation (n.º 112), as actividadesda Medicina do Trabalho, das quais se destacam as seguintes:

• Conhecer os postos de trabalho, estabelecendo, para cada um, os factores derisco a ter em conta, e adequar os exames médicos dos trabalhadores aos factoresde risco caracterizados no seu posto de trabalho;

• Realizar os exames médicos de admissão, periódicos e de regresso ao trabalho,e analisar os exames complementares de diagnóstico necessários à avaliação doestado de saúde do trabalhador, tendo em atenção as características do posto detrabalho;

• Colaborar na análise dos postos de trabalho, procurando adequar o trabalho aotrabalhador e o trabalhador ao trabalho;

• Colaborar na escolha dos meios de protecção individual mais adequados aotrabalhador;

• Incentivar os trabalhadores a adoptarem boas práticas de trabalho;

• Coordenar as estratégias de emergência em caso de acidente ou indisposição;

• Coordenar a formação na área de primeiros socorros e colaborar nas acções deformação na área da segurança, higiene e saúde no local de trabalho;

• Controlar as condições de higiene e salubridade das instalações sociais;

• Estabelecer medidas gerais de prevenção da saúde, nomeadamente, vacinação,educação para a saúde, nutrição e reabilitação.

Pode realçar-se a grande importância da vigilância da saúde do trabalhador paraa manutenção de postos de trabalho saudáveis, sendo assim possível, casonecessário, uma intervenção atempada, através de meios de prevenção ou mudandode postos de trabalho os trabalhadores mais sensíveis.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

1.3.2 | Exames Médicos

Servem para determinar se um trabalhador está apto para trabalhar em determinadoposto de trabalho e para detectar precocemente qualquer alteração de saúde queocorra no trabalhador.

Destacam-se os exames de admissão, os periódicos e os de regresso ao trabalho,sempre com o objectivo de avaliar a aptidão para o posto de trabalho.

1.3.2.1 | Exames Médicos de Admissão

Sempre que a empresa contrata um novo funcionário, tem de solicitar ao médicode trabalho que efectue exames médicos de admissão a este trabalhador, elaborandoa ficha médica onde deve constar todas as informações de interesse médico,nomeadamente, o registo dos dados pessoais, demográficos, história clínica familiare do próprio, dados de anamnese, análises clínicas de referência e, ainda, a históriaprofissional, discriminando:

• Empresas onde trabalhou anteriormente;• Postos de trabalho ocupados e métodos de trabalho utilizados pelo trabalhador;• Para cada posto de trabalho, registo dos potenciais riscos e, se possível, dosdados da avaliação da exposição;• Meios de prevenção existentes nos postos de trabalho e se este os utilizava;• Aparecimento de sintomatologia (registo no tempo e relação com tarefas executadas);• Dados sobre o aparecimento de sintomas análogos ou de doença nos colegasde trabalho;• Factores de risco acrescido: hábitos sociais do trabalhador (tabaco, álcool, etc.),outra profissão em tempo parcial e actividades de tempos livres.

Para elaborar o parecer de aptidão para um posto de trabalho, o médico de trabalhotem a maior parte das vezes de recorrer a exames complementares de diagnóstico,como, por exemplo, análises, radiografias, estudo da função respiratória, exameoftalmológico, estudo da audição, estudo da condução motora e electroencefalograma,etc.

1.3.2.2 | Exames Médicos Periódicos

Estes são realizados em intervalos de tempo regulares, de acordo com a naturezae importância dos riscos a que o trabalhador pode estar exposto.Caso haja ausência de patologias, não será necessário efectuar exames tãocompletos como os de admissão. No entanto, é importante orientar atenções paraos factores de risco presentes no posto de trabalho ocupado, verificar se existemalterações do estado de saúde do trabalhador e analisar se este mudou de postode trabalho ou se o posto de trabalho sofreu alterações.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

Poeiras inertes e fibrinogéneas (sílica, amianto)Substâncias químicas irritantes

Alergéneos (poeiras orgânicas, químicos, etc.)Microrganismos

Carga físicaPosturas

Trabalho repetitivo

Monóxido de carbonoBenzeno, compostos aromáticos aminados

Chumbo, cobalto, manganêsRadiações ionizantes

Solventes orgânicos cloradosÁlcoois (metanol, etc.)

Compostos nitroaromáticosHidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAH)

Cloreto de viniloMicrorganismos (vírus)

Metais (chumbo, mercúrio, cádmio, arsénio)Hidrocarbonetos alifáticos clorados

Compostos orgânicos – Aminas

Solventes halogenadosSulfureto de carbono

Compostos aromáticos nitradosMetais (chumbo, cádmio arsénio)

Monóxido de carbonoRuído e Vibrações

Metais (chumbo, mercúrio, cádmio, etc.)Solventes orgânicos

CitostáticosGases anestésicos

Radiações ionizantes

Solventes orgânicosMetais pesados (chumbo, mercúrio, arsénio,

etc.)Monóxido de carbonoSulfureto de carbono

Preparações ácidas e alcalinasSolventes orgânicos

Óleos mineraisMicrorganismos

Detergentes

Alterações respiratórias

Alterações músculoesqueléticas

Alterações hematológicas

Alterações hepáticas

Alterações renais/tracto urinário

Alterações cardiovasculares

Alterações do aparelhoreprodutor

Alterações neurológicase do comportamento

Alterações cutâneas

agentes responsáveis pelos efeitos efeitos

1.4 | Agentes agressores e principais efeitos causados no organismo

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Em postos de trabalho em que existe uma exposição a substâncias químicas deveser feita uma monitorização biológica, a qual permite analisar a dose de contaminantequímico que entrou no organismo do indivíduo e assim, desta forma, permitir aprevenção de doenças profissionais.

1.5 | Saúde do trabalho

O conceito de saúde do trabalho vai mais além da medicina do trabalho, pois nãose limita ao domínio da vigilância médica com exames da avaliação do estado desaúde dos trabalhadores; estende-se, ao controlo dos elementos físicos, químicose psicológicos ou mentais que possam afectar a saúde dos trabalhadores.Constitui uma oportunidade de influenciar os trabalhadores no sentido de melhoraremos seus comportamentos em relação à sua saúde. Por outro lado, esta influênciachega ao agregado familiar e, consequentemente, reflecte-se num estilo de vidacom mais qualidade da comunidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “o estado de bemestar físico, mental e social completo e não somente a ausência de dano oudoença”.

Define ainda a promoção da saúde como o processo de capacitar as pessoas nosentido de aumentar o controlo e melhorar a sua própria saúde.

1.6 | Segurança do trabalho

Os seres humanos são limitados do ponto de vista psíquico, físico e biológico,sendo necessários dispositivos de segurança para garantir que as falhas humanaspossam ocorrer sem que gerem lesões aos trabalhadores. É o princípio denominadode falha segura.

Podemos dizer que uma máquina segura é aquela à prova de erros e falhashumanas.

Os acidentes de trabalho são influenciados por factores relacionados com a situaçãoimediata de trabalho, como o maquinaria, a tarefa, o meio ambiente de trabalho,e também pela organização do trabalho, pelas relações de trabalho e pela correlaçãode forças existentes numa determinada sociedade.Desta forma, a ameaça do desemprego, a pressão da chefia exigindo mais produção,as condições da maquinaria, as condições do ambiente (como presença de ruído,calor), a redução das equipas com aumento da sobrecarga dos trabalhadores, arealização de horas extras são todos componentes importantes que devem seranalisados quando se pretende entender e prevenir a ocorrência dos acidentes.Pode-se dizer, então, que os acidentes são fenómenos que podem provir de váriascausas, socialmente determinadas, previsíveis e que podem ser prevenidas.

Na prevenção de acidentes com máquinas, não são suficientes as acções tradicionaisde engenharia, como a simples instalação de dispositivos de segurança. A prevençãode acidentes só será efectiva se for acompanhada do aumento dos espaços deactuação dos trabalhadores e seus representantes no interior das empresas.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

Organização no Local de Trabalho é o melhor remédio contra os acidentese doenças!

A segurança do trabalho está ligada ao homem na sua actividade laboral e temvindo a evoluir ao longo do tempo, à medida que a actividade laboral tambémevolui.A actividade laboral comporta sempre riscos. Estes riscos associados a falhas,faltas ou erros dão origem aos acidentes.

Pode-se definir segurança do trabalho como:"A técnica da prevenção e controle dos riscos das operações, riscos essescapazes de afectar a segurança, a saúde e o bem estar dos trabalhadores".

Ou seja: um conjunto de metodologias cuja finalidade é a prevenção de acidentesde trabalho pela eliminação ou minimização dos riscos associados aos processosprodutivos.

Nunca devem ser os acidentes de trabalho e as doenças profissionais a imporema tomada de medidas de segurança; estas devem ser previamente estabelecidas,sempre numa perspectiva de prevenção.

Os empregadores devem estar conscientes de que o aumento da segurança e adiminuição das doenças profissionais nas suas empresas se traduz em ganhos deprodutividade, de qualidade, de imagem da empresa e de competitividade.

A segurança deve ser uma preocupação constante, isto é: "trabalhar bemdeve ser sempre trabalhar seguro".

1.7 | Higiene do trabalho

A higiene do Trabalho tem como objectivo a eliminação, nos locais de trabalho, detodos os factores de risco ambientais.A sua eliminação total não é, no entanto,muitas vezes possível. Assim, a Higiene do Trabalho tem de gerir a contaminaçãodo ambiente dos locais de trabalho de modo a que não sejam comprometidas ascondições mínimas de saúde.

1.7.1 | Definição:

A Higiene do Trabalho é definida pela American Industrial Hygiene Associationcomo sendo «a ciência e a arte dedicadas ao reconhecimento, avaliação econtrolo dos factores ambientais gerados no, ou pelo trabalho, e que podemcausar doença, alteração na saúde e bem-estar ou desconforto significativoe ineficiência entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da comunidadeenvolvente».

É necessário não confundir o termo higiene com o significado de limpeza aque vulgarmente está associado.

Pode-se dizer que é uma limpeza, não da sujidade, mas de todo o ambiente detrabalho.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

A higiene do trabalho trata dos riscos do ambiente, das condições inseguras relativasao ambiente de trabalho e que podem causar acidentes e doenças profissionais,dedicando-se ao estudo da exposição dos trabalhadores aos diferentes factoresambientais gerados no seu local de trabalho e que podem ser agentes físicos (porexemplo: ruído, vibrações, factores térmicos e radiações), substâncias químicasou microorganismos (por exemplo: bactérias, vírus, poeiras).

É também designada por Higiene Ocupacional, pois estuda a relação do indivíduocom o ambiente do seu local de trabalho. A abordagem da Higiene do Trabalho é,fundamentalmente, preventiva e de controle dos factores ambientais para níveisque não apresentem risco de alteração do estado de saúde do trabalhador. Assimsendo, é importante que o seu parecer seja emitido na fase de projecto e concepçãodos locais de trabalho, antecipando os eventuais factores de risco ambientaisdecorrentes da futura laboração e propondo as respectivas medidas correctoras.

1.7.2 | Onde intervém a higiene do trabalho?

• Planificação dos locais de trabalho;• Identificação dos possíveis factores de risco ambientais (químicos, biológicos efísicos) inerentes a determinada actividade laboral;• Ao eliminar e/ou manter dentro de níveis aceitáveis a exposição dos trabalhadoresaos factores ambientais gerados nos locais de trabalho;• Propõe medidas de prevenção e procede, periodicamente, ao controlo da eficáciados sistemas de prevenção implantados;• Participa nas acções de informação e formação em segurança, higiene e saúde;• Colabora na identificação das causas das doenças profissionais;• Verifica as condições de emissão dos efluentes líquidos e gasosos e de remoçãodos resíduos sólidos.

1.8 | Trabalhador

Pessoa singular que, mediante retribuição, se obriga a prestar serviço a umempregador, incluindo a Administração Pública, os institutos públicos e demaispessoas colectivas de direito público, e, bem assim, o tirocinante, o estagiário e oaprendiz e os que estejam na dependência económica do empregador em razãodos meios de trabalho e do resultado da sua actividade, embora não titulares deuma relação jurídica de emprego, pública ou privada.

1.9 | Trabalhador independente

Pessoa singular que exerce uma actividade por conta própria.

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Definições relacionadas com a higiene e segurança do trabalho

1.10 | Representante dos trabalhadores

Pessoa eleita nos termos definidos na lei para exercer funções de representaçãodos trabalhadores nos domínios da segurança, higiene e saúde do trabalho.

1.11 | Empregador ou entidade empregadora

Pessoa singular ou colectiva com um ou mais trabalhadores ao seu serviço eresponsável pela empresa ou pelo estabelecimento ou, quando se trate de organismossem fins lucrativos, que detenha competência para contratação de trabalhadores.

1.12 | Local de trabalho

Todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou donde ou para onde deve dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja, directa ou indirectamente, sujeitoao controlo do empregador.

1.13 | Componentes materiais do trabalho

Os locais de trabalho, o ambiente de trabalho, as ferramentas, as máquinas emateriais, as substâncias e agentes químicos, físicos e biológicos, os processosde trabalho e a organização do trabalho.

1.14 | PERIGO

Perigo é a propriedade intrínseca de um componente de trabalho passível decausar dano.

1.15 | Risco profissional

Risco profissional consiste na possibilidade de um trabalhador sofrer um danoprovocado pelo trabalho. Para qualificar um risco devem valorizar-se conjuntamentea probabilidade de ocorrência do dano e a sua gravidade.

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Fundamentos da segurança dotrabalho

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Fundamentos da segurança do trabalho

2.1 | Princípios gerais da prevenção

Denomina-se prevenção a acção de evitar ou diminuir os riscos profissionais, atravésde um conjunto do medidas tomadas em todas as fases do processo produtivo, istoé, um conjunto de técnicas e/ou procedimentos contra os acidentes.

Diz-se vulgarmente que não há actividades seguras, todas têm os seus riscos.Estes são potenciais fontes de acidentes.

É sabido que cerca de 80% dos acidentes têm origem humana; por isso, é importantesalientar que a primeira preocupação da prevenção são os trabalhadores.

2.2 | Objectivos da prevenção

• Contribuir para dar resposta aos direitos fundamentais do homem, na medidaem que estes englobam o direito à vida, o direito à segurança e o direito àvigilância da saúde;• Agir como factor de modernização e de competitividade das organizações, melhorando a sua produtividade, a qualidade, a rentabilidade e o seuposicionamento tanto no mercado interno como no externo.

Para que este processo seja possível é necessário definir um número sequencialde acções preventivas a tomar, passando pelas seguintes etapas:

1 | Identificar os perigos existentes em qualquer componente do trabalho e proceder à sua eliminação;2 | Avaliar os riscos;3 | Combater os riscos na origem;4 | Adaptar o trabalho ao homem;5 | Atender ao estado de evolução da técnica;6 | Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;7 | Integrar a prevenção num todo coerente;8 | Dar prioridade à protecção colectiva face à protecção individual;9 | Formação e informação.

Estas etapas têm como finalidade a limitação ou anulação dos efeitos dos riscosprofissionais e a adaptação do trabalho ao homem.

A ideia principal a retirar será a de que a prevenção deve perseguir os riscos e nãoos acidentes.

1. Identificar os perigos existentes em qualquer componente do trabalho eproceder à sua eliminação

A identificação dos perigos existentes em todas as componentes do trabalho e suaeliminação ou redução, caso não seja possível a eliminação, deve ser a primeiraatitude preventiva.

Esta eliminação deve começar logo na fase de concepção e projecto, passandotambém pela fase de laboração.

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Fundamentos da segurança do trabalho

2. Avaliar os riscos

Quando os perigos não são eliminados, transformam-se em riscos, logo é derelevante importância a sua avaliação no local de trabalho. Esta avaliação é feitaquanto à sua origem (trabalhador, componentes materiais do trabalho, etc.), à formacomo ocorrem, à sua grandeza, frequência e tipo de consequências para o homem.

3. Combater os riscos na origem

A prevenção é tanto mais eficaz quanto mais a montante se exercer. A acção decontrolo do risco na sua fonte de origem evita não só a sua propagação, como,também, a potenciação de outros riscos, eliminando ou reduzindo toda a acçãosubsequente de controlo dos seus efeitos.Este principio está incluído na essência da prevenção e opõe-se à prevençãocorrectiva que se limita a agir sobre os efeitos do risco.

4. Adaptar o trabalho ao homem

Este principio respeita não só aos componentes físicos do trabalho (domínio daergonomia), mas também aos seus componentes organizacionais e humanos.

Podem-se designar grandes domínios de aplicação deste princípio:

• Concepção dos locais e dos postos de trabalho;• Escolha das ferramentas e dos equipamentos de trabalho;• Definição dos métodos e processos de trabalho;• Adequação dos ritmos de trabalho;• Análise dos tempos de trabalho (pausas, trabalho nocturno, trabalho por turnos,etc.).

5. Atender ao estado de evolução da técnica

A permanente e profunda inovação tecnológica que caracteriza a modernidadeproduz efeitos em todos os domínios da actividade produtiva, logo deve ser feitauma escolha de modo a que somente se utilizem componentes do processo produtivo ( equipamentos, materiais e produtos) sem perigo ou com perigo reduzido.

A prevenção deverá equacionar constantemente o impacte da inovação aos seguintesníveis:• Componentes físicos do trabalho;• Componentes organizacionais e humanos do trabalho;• Técnicas de avaliação e controlo de riscos;• Metodologias de gestão da segurança e saúde do trabalho.

6. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso

A evolução tecnológica apresenta, simultaneamente, melhores soluções preventivase novos riscos, de que resulta a necessidade de manter sempre em permanênciao funcionamento dos mecanismos de avaliação e de controlo dos riscos e de revisãodas actuações, num esforço permanente de conhecimento dos riscos e de melhoriadas condições de trabalho.

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Fundamentos da segurança do trabalho

7. Integrar a prevenção num todo coerente

O sistema de prevenção deve ser enquadrado num sistema de gestão de segurançae saúde do trabalho que adopte a implementação de medidas preventivas, desdea concepção à produção, passando pela organização do trabalho e pelas condiçõesde trabalho e relações sociais da empresa.

8. Dar prioridade à protecção colectiva face à protecção individual

A protecção individual só deve ser usada quando nada mais é possível fazer atravésda protecção colectiva, para anular ou minimizar os riscos. É portanto o últimorecurso da protecção do trabalhador, sendo por isso colocado em ultimo lugar nalista dos princípios gerais da prevenção. Só deve ser usada quando a protecçãocolectiva não for tecnicamente possível ou insuficiente.A protecção individual deve sempre visar estes princípios:

• Ser adaptada ao trabalhador;• Ser adequada ao risco;• Ser adequada ao trabalho.

9. Formação e informação

O princípio da formação e informação dos trabalhadores tem como objectivosproporcionar conhecimentos e criar competências, prevenir os riscos associadosàs suas tarefas, interiorizar comportamentos adequados e possibilitar um melhorconhecimento do processo produtivo.

Quanto à informação a lei prevê que todos os trabalhadores sejam informadossobre:

• Os riscos para a sua segurança e saúde;• Medidas de prevenção e de protecção relativas não só ao seu posto de trabalhoou função, mas, também, relativas à empresa ou estabelecimento em que se situam;• A forma de aplicação dessas medidas;• Medidas e instruções a adoptar em caso de perigo grave e iminente;• Medidas de primeiros socorros e o sistema organizativo de combate a incêndiose de evacuação de trabalhadores em caso de sinistro;• As alterações associadas a mudança de posto de trabalho ou função ou astecnologias introduzidas ou substituídas;• A avaliação de riscos;• O programa e a organização da formação;• A designação de responsáveis para as actividades de prevenção e protecção eo recurso a consultoria externa;• Equipamentos de protecção;• Os acidentes de trabalho ocorridos.

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Fundamentos da segurança do trabalho

Entende-se por formação um processo de transmissão de conhecimentos relativosa estratégias e metodologias de organização e de acções preventivas, tendo emvista o desenvolvimento por parte dos trabalhadores da capacidade de cooperaçãona segurança e saúde do trabalho. Assim sendo, o empregador deve:

• Assegurar a formação geral de todos os trabalhadores;• Assegurar a formação dos trabalhadores que estejam destacados para as acçõesde emergência e dos que possam ter acesso a zonas de risco grave;• Favorecer a formação de técnicos de segurança e saúde do trabalho e dosrepresentantes dos trabalhadores para este domínio específico.

A formação é um direito dos trabalhadores e como consta da lei, deve ser gratuitapara estes e para os seus representantes e ser realizada no horário de trabalho.Quer as acções realizadas internamente quer as realizadas exteriormente.

Assim sendo, a formação e a informação devem ser entendidas ainda como:

• Factor de valorização e desenvolvimento pessoal e profissional;• Factor de acréscimo de segurança;• Factor de aumento de eficácia, eficiência e de qualidade global do trabalho.

Todos os trabalhadores deverão por esta razão receber formação e informação nãosomente em relação ao seu posto de trabalho e à sua função, como, também, emrelação às matérias de Higiene e Segurança do Trabalho.

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Aspectos fundamentais eorganizacionais da função higiene esegurança

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Aspectos fundamentais e organizacionais da função higiene e segurança

3.1 | Representantes dos trabalhadores e comissão de higiene e segurança3.1.1 | Representantes dos trabalhadores

Segundo o artº 10 do Decreto-Lei n.º 441/91 de 14 de Novembro os representantesdos trabalhadores para a segurança higiene e saúde do trabalho:

• São eleitos pelos trabalhadores por voto directo e secreto, segundo o princípioda representação pelo método de Hondt;• Só podem concorrer listas apresentadas pelas organizações sindicais que tenhamtrabalhadores representados na empresa ou listas que se apresentem subscritas,no mínimo, por 20% dos trabalhadores da empresa, não podendo nenhum trabalhadorsubscrever ou fazer parte de mais de uma lista;• Cada lista deverá indicar um número de candidatos efectivos igual ao dos lugareselegíveis e igual número de candidatos suplentes;• Os representantes dos trabalhadores não poderão exceder:• Empresas com menos de 61 trabalhadores - um representante;• Empresas de 61 a 150 trabalhadores - dois representantes;• Empresas de 151 a 300 trabalhadores - três representantes;• Empresas de 301 a 500 trabalhadores - quatro representantes;• Empresas de 501 a 1000 trabalhadores - cinco representantes;• Empresas de 1001 a 1500 trabalhadores - seis representantes;• Empresas com mais de 1500 trabalhadores - sete representantes;• O mandato dos representantes dos trabalhadores é de três anos;• A substituição dos representantes só é admitida no caso de renúncia ou impedimentodefinitivo, cabendo a mesma aos candidatos efectivos e suplentes pela ordemindicada na respectiva lista;• Os representantes dos trabalhadores a que se referem os números anterioresdispõem, para o exercício das suas funções, de um crédito de cinco horas por mês;• O crédito de horas referido no número anterior não é acumulável com créditos dehoras de que o trabalhador beneficie por integrar outras estruturas representativasdos trabalhadores.

3.2 | Comissões de higiene e segurança do trabalho

Segundo o artº 11 do Decreto-Lei n.º 441/91, de 14 de Novembro, e por ConvençãoColectiva de trabalho:

• Podem ser criadas comissões de higiene e segurança do trabalho de composiçãoparitária;• Os representantes dos trabalhadores previstos no artigo anterior escolherão deentre si, com respeito pelo princípio da proporcionalidade, os respectivos membrosda comissão de higiene e segurança do trabalho.

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Aspectos fundamentais e organizacionais da função higiene e segurança

3.3 | Obrigações dos trabalhadores

Constituem obrigação dos trabalhadores segundo o art.15º do mesmo Decreto Lei:

• Cumprir as prescrições de segurança, higiene e saúde do trabalho estabelecidasnas disposições legais ou convencionais aplicáveis e as instruções determinadascom esse fim pelo empregador;• Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde das outraspessoas que possam ser afectadas pelas suas acções ou omissões do trabalho;• Utilizar correctamente, e segundo as instruções transmitidas pelo empregador,máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros equipamentose meios postos à sua disposição, designadamente os equipamentos de protecçãocolectiva e individual, bem como cumprir os procedimentos de trabalho estabelecidos;• Cooperar, na empresa, estabelecimento ou serviço, para a melhoria do sistemade segurança, higiene e saúde do trabalho;• Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou, não sendo possível, aostrabalhadores a que se refere o artigo 13.º, as avarias e deficiências por si detectadasque se lhe afigurem susceptíveis de originarem perigo grave e iminente, assimcomo qualquer defeito verificado nos sistemas de protecção;• Em caso de perigo grave e iminente, não sendo possível estabelecer contactoimediato com o superior hierárquico ou com os trabalhadores que esempenhamfunções específicas nos domínios da segurança, higiene e saúde no local detrabalho, adoptar as medidas e instruções estabelecidas para tal situação.

Os trabalhadores não podem ser prejudicados em virtude de se terem afastado doseu posto de trabalho ou de uma área perigosa em caso de perigo grave e imediatoque não possa ser evitado, nem por terem adoptado medidas para a sua própriasegurança ou de outrem, a não ser que tenham agido com dolo ou negligênciagrave.

As medidas e actividades relativas à segurança, higiene e saúde do trabalho nãoimplicam encargos financeiros para os trabalhadores, sem prejuízo daresponsabilidade disciplinar e civil emergente do incumprimento culposo dasrespectivas obrigações.

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Aspectos fundamentais e organizacionais da função higiene e segurança

3.4 | Tipos de serviços de higiene segurança e saúde do trabalho

• Na organização dos serviços de segurança, higiene e saúde do trabalho a entidadeempregadora pode adoptar uma das seguintes modalidades:a) Serviços internos;b) Serviços interempresas;c) Serviços externos.• Havendo vários estabelecimentos, a empresa pode adoptar modalidade diferentepara cada um deles.• As actividades de saúde podem ser organizadas separadamente das de segurançae higiene, observando-se, relativamente a cada uma, o disposto no número anteriore o respectivo regime aplicável à modalidade adoptada.• Quando se verifique ser inviável a adopção de outra forma de organização dasactividades de segurança e higiene, estas podem ser exercidas directamente pelopróprio empregador, se tiver preparação adequada, tendo em conta a dimensãoda empresa, estabelecimento ou serviço, a natureza das suas actividades e o tipode riscos profissionais e respectiva prevenção.• O exercício das funções previstas no número anterior depende de autorização aconceder pelo Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho.

a) Serviços internos• Os serviços internos são criados pela própria empresa, abrangendo exclusivamenteos trabalhadores que nela prestam serviço.• Os serviços internos fazem parte da estrutura da empresa e funcionam sob o seuenquadramento hierárquico.

b) Serviços interempresas• Os serviços interempresas são criados por uma pluralidade de empresas ouestabelecimentos para utilização comum dos trabalhadores que nelas prestamserviço.• O acordo pelo qual são criados os serviços interempresas deve constar dedocumento escrito.

c) Serviços externos• Serviços externos são os contratados pela empresa a outras entidades.• A contratação dos serviços externos não isenta o empregador das responsabilidadesque lhe são atribuídas pela legislação relativa à segurança, higiene e saúde noslocais de trabalho.• Os serviços externos podem revestir uma das seguintes modalidades:

• Associativos, quando prestados por associações com personalidade jurídica e sem fins lucrativos;• Cooperativos, quando prestados por cooperativas cujo objecto estatutário compreenda, exclusivamente, a actividade nos domínios da segurança, higiene e saúde do trabalho;• Privados, quando prestados por uma sociedade, quando do pacto social conste o exercício de actividade de segurança, higiene e saúde do trabalho, ou por pessoa individual com habilitação e formação legais adequadas;• Convencionados, quando prestados por qualquer entidade da administração pública central, regional ou local, instituto público ou instituição integrada na rede do Serviço Nacional de Saúde.

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Aspectos fundamentais e organizacionais da função higiene e segurança

• A entidade empregadora pode adoptar modalidade de organização dos serviçosexternos diferente da prevista no número anterior, desde que se encontrempreviamente autorizados, nos termos do artigo 10.°

d) Serviço Nacional de Saúde1 | Sem prejuízo do disposto no artigo 3.°, as actividades de promoção e vigilânciada saúde podem ser asseguradas através das instituições e serviços integradosno Serviço Nacional de Saúde nos seguintes casos:• Trabalhadores independentes;• Vendedores ambulantes;• Trabalhadores agrícolas sazonais e eventuais;• Artesãos e respectivos aprendizes;• Trabalhadores no domicílio;• Trabalhadores do serviço doméstico.

2 | Podem ser ainda asseguradas através das instituições e serviços integrados noServiço Nacional de Saúde as actividades de saúde nos casos em que sejapraticamente impossível a organização dessas actividades, designadamente:• Explorações agrícolas familiares;• Pesca de companha;• Situações previstas no n.° 4 do artigo 4.° do Decreto-Lei n.º 26/94 de 1 de Fevereiro

3 | A impossibilidade prevista no número anterior carece de reconhecimento porparte do Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho.

4 | Os trabalhadores abrangidos pelas situações previstas nos nºs 1 e 2 devemfazer prova da situação que lhes confere o direito a ser assistidos através dasinstituições e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde, no âmbito dopresente artigo.

3.5 | Objectivos dos serviços de higiene e segurança do trabalho

Os serviços de segurança, higiene e saúde do trabalho devem orientar a sua acçãopara os seguintes objectivos:• Estabelecimento e manutenção de condições de trabalho que assegurem aintegridade física e mental dos trabalhadores;• Desenvolvimento de condições técnicas que assegurem a aplicação das medidasde prevenção definidas no artigo 8.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro;• Desenvolvimento de condições e meios que assegurem a informação e a formaçãodos trabalhadores, bem como permitam a sua participação, previstas nos artigos9.° e 12.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro.

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Acidentes em serviço e doençasprofissionais

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Acidentes em serviço e doenças profissionais

Tendo já apontado, anteriormente, a temática relativa aos Acidentes de trabalho,passamos de emediato à abordagem da relação do Acidente de trabalho .

4.1 | Reparação do acidente de trabalho

Para que possa ser considerada a possibilidade de reparação do acidente detrabalho este deve reunir as seguintes características:• Acidente ocorrido no local de trabalho;• Acidente ocorrido no tempo de trabalho;• Acidente em que se verifique um nexo de causalidade (directa ou indirecta) entreo acto do trabalho e a lesão corporal, perturbação funcional ou doença de queresulte a morte ou a redução na capacidade de trabalho ou de ganho.

A lei estabelece as seguintes definições:

Local de trabalhoTodo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seutrabalho e em que esteja, directa ou indirectamente, sujeito ao controlo do empregador.

Tempo de trabalhoNão só o período normal de trabalho, mas, também, o tempo dispendido antes edepois desse período em actos de preparação e conclusão do trabalho, actos essesde alguma forma relacionados com a execução do trabalho, bem como as pausasnormais do trabalho e as interrupções forçosas que tenham lugar no desenvolvimentodo trabalho.

A legislação considera incluídas ainda no conceito de acidente de trabalhoas situações seguintes:• 0 acidente ocorrido no trajecto (acidente in itinere) de ida para o local de trabalhoe de regresso do local de trabalho;• 0 acidente ocorrido na execução de qualquer serviço de que possa resultar proveitoeconómico para o empregador, incluindo ser viços prestados fora do local ou dotempo de trabalho;• 0 acidente de trabalhadores e de representantes dos trabalhadores no exercíciode actividades de participação (reuniões, por exemplo) desde que ocorridos nolocal de trabalho;• 0 acidente ocorrido no contexto da frequência de acções de formação profissionalou de formação prática que vise a preparação ou a promoção profissional dotrabalhador (mesmo que estas ocorram fora do local de trabalho, desde que afrequência tenha sido autorizada pelo empregador);• 0 acidente ocorrido em actividades de procura de emprego, durante o crédito dehoras previsto pela lei para tal efeito, dos trabalhadores atingidos por processosde cessação do contrato de trabalho.

Por trajecto nos acidentes in itinere devem considerar-se as situaçõesseguintes:• Entre a residência habitual ou ocasional do trabalhador e as instalações do seulocal de trabalho;• Entre a residência (habitual ou ocasional) ou o local de trabalho e o local do

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Acidentes em serviço e doenças profissionais

pagamento da retribuição;• Entre a residência (habitual ou ocasional) ou o local de trabalho e os locais ondeao trabalhador deva ser prestado qualquer tipo de assistência ou tratamento poranterior acidente;• Entre o local de trabalho e o local de refeição;• Entre o local de trabalho habitual e qualquer outro onde o trabalhador tenha deprestar serviço por incumbência do empregador.

Serão, ainda, de considerar abrangidos os acidentes ocorridos no trajecto, mesmoque este tenha sofrido interrupções ou desvios determinados por necessidadesatendíveis do trabalhador, por motivo de força maior ou por caso fortuito.

4.2 | Descaracterização de um acidente como acidente de trabalho

Neste caso não é considerado o direito a reparação.

1| Não dá direito a reparação o acidente:• Que for dolosamente provocado pelo sinistrado ou a consequência do seu actoou omissão, que importe violação, sem causa justificativa, das condições desegurança estabelecidas pela entidade empregadora ou previstas na lei;• Que resultar exclusivamente de negligência grosseira do sinistrado;• Que resultar da privação permanente ou acidental do uso da razão do sinistrado,nos termos da lei civil, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho,for independente da vontade do sinistrado ou se a entidade empregadora ou o seurepresentante, conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação;• Que resultar de caso de força maior.

2 | Só se considera caso de força maior o que, sendo devido a forças inevitáveisda natureza, independentes de intervenção humana, não constitua risco criadopelas condições de trabalho nem se produza ao executar serviço expressamenteordenado pela entidade empregadora em condições de perigo evidente.

3 | A verificação das circunstâncias previstas neste artigo não dispensa as entidadesempregadoras da prestação dos primeiros socorros aos trabalhadores e do seutransporte ao local onde possam ser clinicamente socorridos.

Exclusões:1 | São excluídos do âmbito da presente lei:a) Os acidentes ocorridos na prestação de serviços eventuais ou ocasionais, decurta duração, a pessoas singulares em actividades que não tenham por objectoexploração lucrativa;b) Os acidentes ocorridos na execução de trabalhos de curta duração se a entidadea quem for prestado o serviço trabalhar habitualmente só ou com membros da suafamília e chamar para o auxiliar, acidentalmente, um ou mais trabalhadores.

2 | As exclusões previstas no número anterior não abrangem os acidentes queresultem da utilização de máquinas e de outros equipamentos de especialperigosidade.

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Acidentes em serviço e doenças profissionais

4.3 | Incapacidade

Natureza da incapacidade

Quanto à natureza da incapacidade os acidentes de trabalho podem ser consideradosde várias formas:

a) Os acidentes de trabalho podem determinar incapacidades temporárias oupermanentes para o trabalho;b) As incapacidades temporárias podem ser parciais ou absolutas;c) As incapacidades permanentes podem ser parciais, absolutas para o trabalhohabitual e absolutas para todo e qualquer trabalho.

A incapacidade temporária converte-se em permanente decorridos 18 mesesconsecutivos, devendo, então, ser fixado o respectivo grau de incapacidade.Para a determinação da natureza e do Índice da incapacidade, bem como dascorrespondentes prestações devidas, recorre-se à intervenção do Tribunal deTrabalho, no caso dos acidentes de trabalho e ao Centro Nacional de Protecçãocontra os Riscos Profissionais, no caso das doenças profissionais.Os valores a atribuir têm como referencial a Tabela Nacional de Incapacidade porAcidente de Trabalho e Doenças Profissionais.

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Acidentes em serviço e doenças profissionais

4.4 | Causas dos acidentes de trabalho

Os acidentes de trabalho podem ter dois tipos distintos de causas:

• maus hábitos de trabalho;• falta de experiência;• falta ou deficiente formação profissional;• cansaço;• stresse.

• materiais defeituosos;• equipamentos em más condições;• ambiente físico ou químico não adequado.

• humanos

• materiais

tipo de causas de acidentes exemplos mais comuns

Está provado estatisticamente que mais de 80% dos acidentes de trabalho têmcausas humanas. Daí a importância de agir sobre o homem, através da formaçãoe informação, tendo em vista diminuir o número de acidentes.

4.5 | Participação dos acidentes de trabalho

Modalidades de participação de um acidente de trabalho:• por parte da vítima ou familiares à entidade patronal;• pela entidade patronal à seguradora;• pela entidade patronal à respectiva instituição de previdência;• pelo médico do trabalho ao delegado de saúde e ao IDICT.

Esta participação é feita através do preenchimento e envio para a entidadecompetente de um documento que descreve o acidente da forma mais completapossível.

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Acidentes em serviço e doenças profissionais

4.6 | Os custos dos acidentes de trabalho

Os custos dos acidentes de trabalho estão subdivididos em dois tipos; directos eindirectos. Os directos são os mais evidentes, são aqueles que podem serdirectamente imputados a dado acidente e por norma podem ser quantificáveiscom facilidade e por isso estão segurados, os indirectos passam mais despercebidos,mas podem ter um custo de três ou quatro vezes maior que os primeiros.

custos directos custos indirectos

• Salários;• Indemnizações;• Assistência médica;• Medicamentos;• Aumento do prémio do seguro.

• Tempo perdido pelo acidentado e pelosoutros trabalhadores em:• Socorrer o acidentado e investigar as causas do acidente;• Retomar o ritmo normal de trabalho;• Reparar equipamentos avariados;• Perdas de produtos;• Reintegração do acidentado;• Prejuízo para a imagem da empresa;• Sofrimento do acidentado;• Sofrimento da família do acidentado;• Tempo e gastos com o recrutamento;selecção e formação do um substitutoquando necessário;• Perdas de produção motivadas pelainfluência causada nos outrostrabalhadores.

H. Heinrich, depois de ter realizado muitos estudos sobre acidentes, chegou àconclusão que havia uma proporção de 1:4 entre os custos directos e os custosindirectos. A partir de uma analogia com um Iceberg, a parte visível (1/5 dovolume) representa os custos directos e a parte submersa (os restantes 4/5)representa os custos indirectos, como podemos observar na figura.

Todos perdem com os acidentes de trabalho

Perde o trabalhador que vê diminuídas as suas potencialidades como pessoae como profissional, perde também a sua família, a seguradora que paga aindemnização mas não a totalidade dos prejuízos (os custos indirectos), perdea empresa cuja competitividade diminui, perde a sociedade em geral, que temque cobrar mais impostos para compensar os prejuízos resultantes da diminuiçãoda qualificação da mão-de-obra e da diminuição da riqueza criada, etc..

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Acidentes em serviço e doenças profissionais

4.7 | Consequências dos acidentes

Qualquer acidente de trabalho tem consequências que afectam não só o sinistradocomo a sociedade no geral.

Possíveis consequências das vítimas dos acidentes de trabalho:

Sinistrado família colegas empresa país

Danos humanos

• Sofrimento físico e moral.• Diminuição do potencialhumano.

Danos materiais

• Diminuição de salário.• Diminuição do potencialprofissional.

Danos humanos

• Sofrimento;• Preocupações.

Danos materiais

• Dificuldades económicas.

Danos humanos

• Mau ambiente de trabalho.• Inquietação e receio.• Medo.

Danos materiais

• Perdas de tempo;• Baixa do produtividade;• Acumulação de tarefas.

Danos humanos

• Imagem afectada.• Consternação

Danos materiais

• Perda de produção;• Falta no cumprimento deprazos de entrega;• Contratação e formaçãode substituto;• Aumento dos custos;• Aumento dos seguros.

Danos humanos

• Baixa do potencialhumano.

Danos materiais

• Diminuição do produção;• Aumento dos encargossocais;• Diminuição do poder decompra.

Podemos tirar as seguintes conclusões:

1 | Qualquer tipo de actividade implica níveis de risco variáveis;

2 | É possível e desejável diminuir os riscos ligados às diversas actividades laborais;

3 | Diminuir os riscos atenuará as consequências respectivas.

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Bibliografia

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Bibliografia

CABRAL, Fernando; Veiga, Rui; Higiene, Segurança, Sáude e Prevenção deAcidentes de Trabalho, Verlag Dashofer, Edições Profissionais

IDICT (Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho) ,Serviços de Prevenção nas Empresas. Livro Verde, Lisboa, IDICT, 1997.

IDICT (Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho) ,Serviços de Prevenção nas Empresas. Livro Branco, Lisboa, IDICT, 1999.

MIGUEL, A. Sérgio. Manual de Higiene e Segurança do Trabalho. Porto, PortoEditora, 1989.

MIGUEL, A. Sérgio, Segurança e Higiene do Trabalho. Lisboa, UniversidadeAberta, 1998.

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Ficha técnica

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Ficha técnica

Coordenação do projectoRui Manuel da Torre Vieito

Autoria do projectoRui Manuel da Torre VieitoSandra Maria Fonseca Veloso

Revisão do textoArnaldo Varela de SousaRui Manuel da Torre Vieito

Design gráfico | multimédiaCláudio Gabriel Inácio Ferreira

ProgramaçãoJorge Miguel Pereira de Sousa Sequeiros

Centro técnico de H.S.T. | EPRALIMARua D. Joaquim Carlos Cunha Cerqueiraapartado 1024970-909 Arcos de Valdevez

Telef | 258 523 112 | 258 520 320Fax | 258 523 112 | 258 520 329

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Arcos de valdevez | Maio 2004

Revisão nº1Dezembro 2005

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