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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL Autorização nº 47 da DN PSP MANUAL DE FORMAÇÃO UFCD: BAS04 PRINCÍPIOS DEONTOLÓGICOS E PERFIL PROFISSIONAL Edição: Abril 2020

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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Autorização nº 47 da DN PSP

MANUAL DE FORMAÇÃO

UFCD: BAS04

PRINCÍPIOS DEONTOLÓGICOS E PERFIL PROFISSIONAL

Edição: Abril 2020

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Nota de Direitos de Autor

• O presente manual encontra-se protegido por direitos de autor pela PSG – Serviços Integrados, Lda.

• Destina-se a uso exclusivo dos formandos da PSG – Serviços Integrados, Lda, não sendo permitido a sua reprodução e/ou difusão sem autorização expressa do autor.

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Índice 1. OBJETIVOS GERAIS: ............................................................................................................... 3

2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ...................................................................................................... 3

3. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4

4. A DEONTOLOGIA ................................................................................................................... 4

5. A ÉTICA .................................................................................................................................. 5

6. A ÉTICA PROFISSIONAL ......................................................................................................... 5

7. A ÉTICA E A MORAL ............................................................................................................... 6

8. A ÉTICA, A DEONTOLOGIA E A SEGURANÇA PRIVADA ........................................................ 7

9. A APRESENTAÇÃO PESSOAL ................................................................................................. 8

a) Os gestos ........................................................................................................................... 8

b) A voz .................................................................................................................................. 8

c) O discurso ......................................................................................................................... 8

d) As apresentações .............................................................................................................. 9

e) A aparência pessoal .......................................................................................................... 9

f) A postura ......................................................................................................................... 10

10. PONTOS IMPORTANTES A OBSERVAR E A MELHORAR ..................................................... 10

11. AS RELAÇÕES HUMANAS .................................................................................................... 10

12. A COMUNICAÇÃO ............................................................................................................... 11

13. NORMAS DE CONDUTA A ADOTAR PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PRIVADA ... 12

14. NORMAS DE FARDAMENTO A ADOTAR PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PRIVADA

............................................................................................................................................. 14

15. NORMAS DE UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES A ADOTAR

PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PRIVADA ............................................................. 17

16. SIGILO PROFISSIONAL A RESPEITAR PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PRIVADA .. 18

17. NORMAS DE COLABORAÇÃO COM AS AUTORIDADES POLICIAIS ..................................... 19

Bibliografia: ................................................................................................................................. 21

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1. OBJETIVOS GERAIS:

Promover a aquisição de competências quanto aos direitos e deveres do pessoal de

segurança privada, bem como o conhecimento e identificação das condutas proibidas;

2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

No final da sessão os formandos deverão conseguir:

• Estabelecer as diferenças entre ética e deontologia;

• Identificar os requisitos profissionais do elemento da Segurança Privada,

relativamente aos conceitos de ética, ética profissional e moral.

• Conhecer as regras de apresentação pessoal e os princípios básicos de relações

humanas.

• Conhecer as condutas a adotar pelo pessoal da segurança privada;

• Conhecer as regras legais sobre o fardamento do pessoal da segurança privada;

• Identificar as regras deontológicas e legais na utilização de materiais e

equipamentos;

• Observar as regras deontológicas e legais do sigilo profissional;

• Conhecer as regras de colaboração com as autoridades policiais.

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3. INTRODUÇÃO

A sociedade necessita de sistemas de valores que orientem a vida dos homens

em relação às ideias de Bem e de Mal, as quais têm repercussões a nível individual e a

nível da coesão social.

Hoje é reconhecido por todos que qualquer sociedade necessita de regas para

subsistir, sejam essas regras escritas ou não escritas, legais ou morais. Não há sociedade

que possa resistir à erosão dos tempos sem ter um conjunto de regras que orientem as

suas ações, estabeleçam e mantenham a ligação entre os seus membros e que

regulamentem os seus comportamentos, sejam esses comportamentos sociais,

familiares, morais ou profissionais. Com efeito, o homem necessita criar regras que lhe

permitam interagir entre si. Estas servirão de base para estabelecer a diferença entre o

que é certo e o que é errado, o que é permitido e o que não é permitido. Só assim

poderemos criar normas de conduta.

Estes padrões culturais ou de conduta, socialmente criados, são vinculativos para

os membros do grupo. Isto permite que a sociedade se possa desenvolver num contexto

de ordem e tranquilidade e permite, desta forma, a sua evolução e a sua estabilidade.

Estas normas têm como função básica assegurar a estabilidade, garantindo que os

valores que lhe estão subjacentes são conhecidos dos indivíduos, para que estes se

conformem e sejam motivados por eles. Para além disso, ao proporcionar uma vida

social ordenada e ao atribuir-lhe um papel ou vários papéis nessa vida, as normas

contribuem ainda para oferecer aos indivíduos uma identidade socialmente

reconhecida (Carapeto e Fonseca 2012).

4. A DEONTOLOGIA

O termo Deontologia surge das palavras gregas “déon, déontos” que significa dever e

“lógos” que se traduz por discurso ou tratado.

Assim, deontologia surge como uma filosofia que faz parte da filosofia moral

contemporânea e que significa ciência do dever e da obrigação. Surge como o tratado

do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas adotadas por um determinado

grupo profissional. É a ciência dos deveres. Ocupa-se do estudo empírico dos diferentes

deveres. É uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário

e serve para nortear o que realmente deve ser feito e como deve ser feito.

Dito de outra forma, a deontologia é um termo que vem associada ao dever e obrigação.

É um conjunto de regras e princípios que assentam num agir por dever, dando à ação o

seu valor moral, cuja perfeição só pode ser atingida por uma livre vontade.

O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham

para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e

das normas.

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A deontologia é também conhecida como a "Teoria do Dever".

Concluindo, também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres

de uma determinada profissão. Desta forma, cada profissional deve ter uma deontologia

própria, que permita regular o exercício da sua profissão. Para os profissionais, a

deontologia são normas estabelecidas pela sociedade para corrigir as suas intenções,

ações, direitos, deveres e princípios.

5. A ÉTICA

É uma ciência normativa das ações humanas e das leis que as devem reger, de acordo

com as regras morais em vigor.

É um termo que deriva do grego “ethiké” ou do latim “ethica” e que significa ciência

relativa aos costumes. Há autores que traduzem o termo por caráter e comportamento.

A ética é o domínio da filosofia que tem por objetivo o juízo de apreciação que distingue

o bem e o mal, o comportamento correto do comportamento incorreto. Os princípios

éticos constituem-se, enquanto diretrizes, pelas quais o homem rege o seu

comportamento, tendo em vista uma filosofia moral dignificante.

Assim, o estudo da ética é centrado na sociedade e no comportamento humano. As

reflexões sobre este tema começaram na antiguidade e foram estudados por filósofos

como Demócrito e Aristóteles, que abordaram a ética como um meio de alcançar a

felicidade.

O pensamento ético procura julgar o comportamento humano, procurando dizer o que

está certo e o que está errado, o que é justo e o que é injusto.

A função do pensamento ético, portanto, é manter a ordem social. A ética é construída

e alicerçada nos valores e princípios morais de uma determinada sociedade. Os códigos

éticos procuram proteger a sociedade das injustiças e dos abusos, em qualquer

ambiente ou nível social, seja a nível familiar ou a nível profissional.

Desta forma, a ética é um modo de regulação dos comportamentos que provém do

indivíduo e que assenta no estabelecimento, por si próprio, de valores, que partilha com

outros, para dar sentido às suas decisões e ações. Faz um grande apelo à autonomia, ao

juízo pessoal do indivíduo e também à sua responsabilidade.

Os princípios éticos são diretrizes pelas quais o homem, enquanto ser racional e livre,

rege o seu comportamento. O que significa que a ética apresenta, em simultâneo, uma

dimensão teórica (estuda o "bem" e o "mal") e uma dimensão prática (diz respeito ao

que se deve fazer). Ajuda o indivíduo a explicar as razões das suas ações e a assumir as

respetivas consequências (Carapeto e Fonseca 2012).

6. A ÉTICA PROFISSIONAL

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Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do

profissional e representam as exigências da sua conduta.

Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o

próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive.

Desta forma, a ética profissional são os padrões de conduta a aplicar no exercício de

uma profissão. Uns são comuns a várias profissões e outros são específicos da profissão

em causa. No entanto, todos eles ajudam a tomar decisões profissionais que sejam

acertadas do ponto de vista ético. E a boa reputação que o grupo profissional consiga

alcançar com a sua conduta ética ajudará os seus membros a poder exercer as suas

funções na sua área de especialização.

O indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as atividades da sua profissão,

seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho.

Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que como já foi dito, pode variar

ligeiramente, devido às diferentes áreas de atuação.

No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e por isso aplicáveis a

qualquer atividade profissional, como a honestidade, a responsabilidade, a

competência, etc.

7. A ÉTICA E A MORAL

Do ponto de vista etimológico os termos são diferentes. Têm origem distinta. A palavra

ética vem do grego “ethiké” ou do latim “ethica” e há autores que o traduzem por

caráter, comportamento ou modo de ser.

Já a palavra “moral” tem a sua origem no termo latino “morales” que significa “relativo

aos costumes”.

No campo da filosofia, a ética e a moral também têm significados diferentes.

A ética, como já vimos, está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que

orientam o comportamento humano em sociedade.

Por sua vez, a moral são os costumes, as regras, os tabus e as convenções estabelecidas

por cada sociedade.

Assim, temos que:

A ética é um conjunto de conhecimentos obtidos através da investigação do

comportamento humano, ao tentar explicar as regras morais de forma racional,

fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.

A moral é o conjunto de regras aplicadas e usadas diariamente, continuamente por cada

pessoa, por cada cidadão. Estas regras orientam o comportamento de cada indivíduo,

estabelecendo e dirigindo as suas atitudes e os seus julgamentos sobre o que é moral

ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

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Desta forma, a moral é fruto do padrão cultural em vigor e engloba as regras tidas como

necessárias para o bom convívio entre os membros que fazem parte de uma

determinada sociedade.

A moral é, assim, formada pelos valores previamente estabelecidos pela própria

sociedade e pelos comportamentos socialmente aceitos e passíveis de serem

questionados pela ética.

Se considerarmos o sentido prático da situação, a finalidade da ética e da moral é muito

semelhante. Ambos os conceitos são responsáveis por construir as bases da conduta

humana e vão determinar o seu caráter, as suas virtudes e ensinar a melhor forma de

agir e de se comportar em sociedade.

8. A ÉTICA, A DEONTOLOGIA E A SEGURANÇA PRIVADA

Cada vez mais o mercado de trabalho exige melhores qualificações dos profissionais e

enumera uma lista de exigências que esses profissionais devem possuir para ocupar um

cargo. Além da experiência, do currículo e de uma boa formação académica, existem

outros fatores que têm influencia na escolha de um profissional. Ele precisa de

demonstrar, acima de tudo, vontade para desenvolver o trabalho de forma empenhada,

ética e disposição para se comprometer com a empresa.

A importância e a especificidade da ética deontológica numa profissão são

especialmente relevantes quando essa mesma profissão pode interferir com os direitos

fundamentais do cidadão, como no caso das revistas pessoais de prevenção e segurança

ou no caso das detenções em situação de flagrante delito. Mas também em situações

de direito à intimidade e reserva da vida privada, direito a integridade física e moral,

direito à honra e dignidade pessoais, direito à livre circulação, entre outras, como é o

caso da segurança privada.

Assim, é exigido aos vigilantes uma conduta especial, uma conduta pessoal. É necessário

que tenha um bom conhecimento das leis gerais e especiais, um bom conhecimento das

técnicas de intervenção e um bom procedimento ético, moral e profissional.

Estes são alguns dos fatores que mais contribuem para o êxito no desempenho das suas

funções e para a boa imagem que ajudam a criar da empresa de segurança que

representam.

O profissional de segurança privada tem que assumir uma postura pró-ativa,

responsável e respeitável para com todas as pessoas com quem priva. Além disso, tem

que demostrar simpatia, bom-senso, responsabilidade, zelo, isenção, humanismo,

honestidade, conhecimento, competência, disponibilidade, prontidão, sigilo,

solidariedade, ponderação, serenidade, tolerância, firmeza, aprumo, correção, cortesia,

dignidade e exigência no desempenho das suas funções.

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Este profissional não se pode esquecer que a sua profissão é uma profissão regulada

pela Lei 46/2019, de 8 de Julho e regulamentada por um conjunto de decretos-lei e

portarias de que tem que ser profundamente conhecedor.

9. A APRESENTAÇÃO PESSOAL

A apresentação pessoal diz muito da nossa personalidade. Por isso é muito importante

vestir-se bem. As pessoas que nos observam e com quem convivemos, quer no trabalho,

quer no ambiente social, quer na família ou noutra situação qualquer, julgam-nos em

cada momento e em cada ação que praticamos. Julgam-nos por aquilo que fazemos,

pela forma como o fazemos, pela forma como nos movimentamos, como gesticulamos,

por aquilo que vestimos e pela forma como vestimos. Desta forma se não nos

apresentamos conforme a situação exige, podemos ser mal interpretados e mal

avaliados.

Desta forma devemos ter cuidado com a nossa apresentação pessoal e em especial

devemos ter cuidado com:

a) Os gestos

Os gestos são um complemento discreto para ilustrar um pensamento e não uma forma

de impor a palavra. Gesticular em excesso não tornará o nosso interlocutor mais atento

ao que nós estamos a dizer. Qualquer gesto que se utilize para complementar um

pensamento deve ser sobrio e harmonioso. Deve evitar-se a mímica e o excesso de

gesticulação.

É considerado deselegante e falta de educação, ao conversar:

• Roer as unhas ou morder os lábios;

• Torcer as mãos ou gesticular nervosamente;

• Segurar o rosto, o queixo ou mexer no cabelo;

• Colocar as mãos na cabeça, nos bolsos ou brincar com joias (anel, brinco,

colar, etc.).

O gesto mostra muito daquilo que a pessoa é, na realidade. Quanto maior for o grau de

educação da pessoa que fala, menor será o uso que ela faz da gesticulação. O excesso

de gesticulação pode traduzir nervosismo, insegurança, falta de conhecimento, etc.

b) A voz

A voz deve ser clara e mostrar simpatia. Deve utilizar-se um tom normal. Não deve ser

muito baixo, porque isso cansa os ouvintes e leva-os a desinteressarem-se do que

estamos a dizer. Também não deve ser muito alto, porque isso incomoda as pessoas e

assim vão desistir de nos ouvir.

c) O discurso

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Devemos refletir sobre aquilo de que vamos falar. Devemos adaptar o discurso à

audiência que temos. Devemos escolher as palavras certas para os momentos certos. Se

estivermos a falar para uma audiência onde estejam estrangeiros ou pessoas de outra

região devemos redobrar os cuidados. As palavras não significam o mesmo em todo o

lado. Por vezes têm significados diferentes conforme a proveniência das pessoas que

compõem a audiência.

Se estabelecermos um diálogo devemos escolher os momentos certos para falar ou para

estar calado. Devemos intervir no momento certo. Devemos dizer a palavra certa no

momento certo e devemos fazer silêncio no momento oportuno.

Quando conversamos é considerado falta de ética:

• Elogiar persistentemente;

• Usar gíria ou calão;

• Empregar sempre a primeira pessoa do singular (Eu);

• Usar chavões tal como: “entendem”, “compreendem”, “eu não vos disse”.

• A difamação e a calúnia: falar mal das pessoas revela falta de assunto e falta

de cultura. Não deve ser tema de conversa.

• Num diálogo não interrompa as pessoas. Quando interromper alguém volte

atrás e peça desculpa. É importante deixar que as pessoas concluam os seus

raciocínios.

d) As apresentações

Quando nos apresentamos a alguém é fundamental que o façamos com um sorriso. Se

o fizermos com ar sério ou a cara fechada estamos a diminuir as nossas hipóteses de

sucesso. Se nos mostrarmos bem-humorados e a sorrir, o nosso relacionamento com as

pessoas que nos escutam melhora substancialmente. No entanto, devemos ter cuidado

com as piadas, porque podem não ser bem aceites.

O cumprimento também é muito importante. O aperto de mão é um gesto simbólico de

amizade e satisfação. Quando apertamos a mão a alguém devemos fazê-lo com energia

e sinceridade. Apertar a mão de outra pessoa sem energia ou com a ponta dos dedos

significa pouco interesse na situação.

e) A aparência pessoal

A aparência pessoal é de grande importância para o sucesso social e profissional.

Depende da forma como:

• Se cuida dos cabelos, da pele, das mãos, da limpeza das unhas, dos sapatos,

do fato e dos acessórios;

• Se veste (meias, sapatos, bolsa, pasta, fato, etc.). No entanto, não tem a ver

com roupas caras ou na moda, mas sim com higiene e bom gosto;

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• Se senta, anda, come, fala ou como se comporta no geral. Cada gesto ou

movimento pode revelar os sentimentos que determinada pessoa tenta

disfarçar ou esconder.

• A linguagem corporal é muito difícil de disfarçar, mas pode ser controlada.

f) A postura

O mais importante para obtermos uma boa postura é mantermos o tronco direito. Para

o conseguir devemos:

• Manter a cabeça levantada e o queixo paralelo ao chão.

• Levantar o tórax sem forçar os ombros. Estes devem ficar naturalmente

relaxados.

• Levantar os quadris, projetando-os um pouco para frente, evitando assim

descansar o corpo sobre as pernas.

• Os braços devem ser deixados relaxados e caídos ao lado do corpo, com os

cotovelos esticados e as mãos em perfil. Quando andamos devemos mover

os braços de forma natural.

• Não cruzar as pernas ao andar. Deve-se adotar uma posição esticada, mas

sem as deixar rígidas. Não as deixar fletidas no final do passo.

• Os pés devem pisar no chão por inteiro, a ponta e o calcanhar. Não lançar as

pontas nem para fora e nem para dentro.

10. PONTOS IMPORTANTES A OBSERVAR E A MELHORAR

a) Comunicação pessoal (oral e escrita);

b) Linguagem corporal, postural, gestual e voz;

c) Comunicação em público;

d) Capacidade de influência e persuasão (negociação);

e) Trabalho em equipa;

f) Protocolo e etiqueta básicos;

g) Imagem pessoal (roupas, adereços, etc.);

h) Timidez, inibição e desinibição;

i) Comportamento, disciplina, autocontrolo e equilíbrio emocional;

j) Organização pessoal e gestão do tempo;

k) Estar atento às regras da boa educação;

l) Orientar-se segundo princípios éticos e corretos. Atuar com inteligência e

honestidade.

11. AS RELAÇÕES HUMANAS

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Relações humanas é o conjunto de interações, de relacionamentos, que as pessoas

estabelecem, entre si, no seio de uma organização. Têm por base, muitas vezes, os

vínculos hierárquicos que existem entre as pessoas.

Estas relações humanas acontecem por meio da comunicação que se estabelece entre

as diferentes pessoas da organização e pode ser visual, linguística, etc.

As relações humanas são de extrema importância para o desenvolvimento individual e

intelectual de cada ser humano. É com base nestes laços que, frequentemente, se

constituem as sociedades, quer as mais pequenas, por exemplo, nas aldeias, quer as

maiores, nas cidades.

As relações humanas implicam, necessariamente, pelo menos, dois indivíduos.

Não haja dúvida de que este conjunto de interações permite que as pessoas convivam

de forma cordial e amistosa, ao basearem-se em certas regras que são aceites por todos

os que fazem parte dessa sociedade e em respeito pelos direitos individuais.

As relações humanas são vinculações entre pessoas. Este campo das relações humanas

é muito importante no mundo do trabalho, tendo em conta que se não decorrerem com

cordialidade, acabam por prejudicar a produtividade e a eficiência das empresas. Pode-

se afirmar que, sem boas relações humanas, não pode haver uma boa qualidade de vida.

12. A COMUNICAÇÃO

A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações e utiliza

sistemas simbólicos como suporte para este fim.

Tanto na vida pessoal como na vida empresarial a comunicação é um fator de extrema

importância, porque nos permite transmitir informações, factos, ideias, desejos, etc.

No mundo empresarial este processo assume um papel de extrema importância, porque

estas informações produzidas e transmitidas causam um forte impacto na vida dos

funcionários. Posteriormente as suas consequências vão refletir-se também nas suas

vidas privadas e familiares de diversas formas: umas positivas e outras negativas.

Desta forma é muito importante conseguir estabelecer uma comunicação eficiente e

eficaz.

Para o desenvolvimento de uma boa comunicação é imprescindível:

• Falar de forma simples e objetiva. Só assim permitirá a transmissão de

informações claras;

• Verificar se o interlocutor compreendeu aquilo que lhe está a transmitir;

• Ser espontâneo;

• Ser direto. Se for direto, calmo, pausado e rápido é mais fácil captar a atenção dos

interlocutores;

• Preparar-se com antecedência para dizer aquilo que quer comunicar;

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• Prestar atenção à sua linguagem não-verbal, bem como à do seu interlocutor. Ela

pode ser importante para saber como está a ser recebido;

• Ter vocabulário e ser compreensivo com o seu interlocutor caso seja

interrompido;

• Procurar colocar-se no lugar do outro, pois ao fazê-lo irá conseguir compreender

qual é o enquadramento mental do seu interlocutor;

• Adequar o seu discurso ao do seu recetor;

• Aceitar os feedbacks da sua comunicação provenientes dos mais variados

interlocutores.

13. NORMAS DE CONDUTA A ADOTAR PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA

PRIVADA

O empregador tem o direito de exigir que os seus vigilantes estejam em conformidade

com um determinado padrão de conduta. Elementos da segurança privada cujas ações

não são adequadas ou são desmedidas podem prejudicar a imagem da sua empresa,

prejudicar os clientes, colocar em perigo a sua vida ou a dos seus companheiros,

cometer ilegalidades que se podem traduzir em sanções pecuniárias, sanções penais ou

até sanções criminais, para si ou para a empresa que representam.

Assim, uma das melhores formas de evitar estas situações é tornar clara a conduta que

se espera dos elementos da segurança privada, estabelecendo uma série de normas de

conduta escritas. Estas regras de conduta ajudam na transmissão, aos vigilantes, daquilo

que se espera deles e das consequências se não atenderem às expectativas. Um vigilante

que tenha sido avisada sobre certo tipo de conduta considerada inaceitável, não poderá

alegar desconhecimento quando adotar uma conduta proibida. Regras de conduta

escritas servem, ainda, para lembrar aos vigilantes de que têm de atuar de forma séria

para apresentar a empresa ao público e com o melhor especto possível.

Assim, têm os vigilantes que cumprir, rigorosamente, todas as disposições da empresa

relativas ao serviço, bem como as ordens legítimas transmitidas pelos seus superiores

hierárquicos. Desta forma, deve o vigilante:

• Apresentar-se ao serviço sóbrio e em boas condições, quer físicas, quer psicológicas.

• Nunca faltar sem motivo justificado. Caso tenha de o fazer, avisar os seus superiores

com a maior antecedência possível.

• Apresentar-se ao serviço com 15 minutos de antecedência em relação ao início do

turno. Abandonar o local de serviço somente depois de ser rendido.

• Mostrar atitudes de cooperação e simpatia relativamente às pessoas que o

contactam.

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• Manter uma posição aprumada e correta. Não estar de mãos nos bolsos. Não fumar,

comer, beber, mascar pastilhas elásticas.

• Não adotar posições nem atitudes de abandono ou desleixo, como por exemplo

encostar-se à parede ou colocar o pé na parede ou apoiar-se apenas numa perna.

• Manter bom relacionamento com os funcionários do local onde presta serviço. No

entanto, deve manter um distanciamento que evite demasiada familiaridade,

situação que pode colocar causa a sua atividade de segurança numa altura de crise

ou quando for necessário mostrar isenção.

• Ser educado, quer nas atitudes, quer na linguagem a usar, de modo a criar bom

ambiente no local de trabalho. Evitar a gíria, o calão e os coloquialismos.

• Quando fardado, ter atitudes e comportamentos que não ofendam a decência e a

moral pública e coloquem em risco o bom nome da empresa que representa.

• Cumprir com profissionalismo as tarefas que lhe forem atribuídas.

• Estar consciente da importância e da responsabilidade que representa a sua missão,

quer na sua segurança, quer na segurança de terceiros. Não esquecer que em caso

de desatenção, poderá ser a primeira vítima.

• Manter-se atento ao movimento de pessoas e mercadorias, comunicando

superiormente qualquer suspeita.

• Auxiliar outros elementos sempre que necessário.

• Quando verificar a presença de alguém suspeito, informar o responsável e iniciar

uma vigilância preventiva de modo a que o suspeito se sinta observado e abandone

o local. Evitar sempre o confronto direto.

• Após o fecho laboral da empresa efetuar uma ronda de verificação. Verificar

presenças de pessoas fora de horário, portas, janelas, documentos classificados

abandonados, luzes, torneiras, equipamentos ligados. Antes de desligar os

aparelhos verificar se não têm que permanecer ligados.

• Quando for rendido informar o substituto de ocorrências extraordinárias que

sucederam durante o turno e alertar para determinações que tenham sido

implementadas fora do habitual.

• Elaborar o relatório de fim de turno com todas as ocorrências e respetivos anexos.

• Restringir o uso de telemóvel durante o turno de serviço.

• Coordenar, sempre que possível, as idas ao quarto de banho com outro funcionário

de vigilância para que aquele posto/área não fique desguarnecido.

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• Quando numa posição de observação não concentrar a sua atenção na observação

de um só local ou de uma só pessoa. Pode ser aproveitada pelos delinquentes.

• Evitar deslocar-se ao local de trabalho quando estiver de folga. Isso contribui para

distrair os colegas de trabalho das suas tarefas e dá aspeto de pouco

profissionalismo.

• Garantir um atendimento personalizado e atencioso, antecipando-se às expetativas

ou necessidades do público e tratar com correção e cortesia todas as pessoas.

• Praticar uma autoridade serena, mas rigorosa, fazendo com que o respeito do

público seja uma consequência do seu conhecimento e profissionalismo.

• Respeitar todas as pessoas que o abordam e fazer-se respeitar por elas. Ser

compreensivo, educado, sensato e profissional.

14. NORMAS DE FARDAMENTO A ADOTAR PELOS PROFISSIONAIS DE

SEGURANÇA PRIVADA

Os uniformes da segurança privada e as regras de utilização estão previstas nos art.º

34.º e 35.º da Lei 46/2019, de 8 de Julho.

Artigo 28.º

Uniformes, distintivos, símbolos e marcas

1. Os modelos de uniforme, distintivos, símbolos e marcas a utilizar pelas entidades

ou pessoal de vigilância no exercício das atividades previstas nas alíneas a), c) e d)

a f) do n.º 1 do artigo 3.º, bem como as respetivas alterações, são aprovados por

despacho do membro do Governo responsável pela área da administração interna.

2. Os modelos de uniformes aprovados para as entidades titulares de alvará ou licença

são de uso exclusivo do pessoal de vigilância.

3. Os modelos de uniformes aprovados são parte integrante do alvará ou da licença,

como anexo.

4. Os requisitos de aprovação do modelo de uniforme, distintivos, símbolos e marcas

a que se refere o n.º 1, são definidos por portaria do membro do Governo

responsável pela área da administração interna.

Artigo 29.º

Elementos de uso obrigatório

1. O pessoal de vigilância, quando no exercício das funções previstas nas alíneas a), c)

e d) a f) do n.º 1 do artigo 3.º, deve obrigatoriamente usar:

a) Uniforme;

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b) Cartão profissional aposto visivelmente.

2. O uso de uniforme não é obrigatório para o pessoal de vigilância a exercer a

especialidade de operador de central de alarmes.

3. O pessoal de vigilância, quando exerça funções de assistente de recinto desportivo

e assistente de recinto de espetáculos, deve obrigatoriamente usar sobreveste de

identificação onde conste de forma perfeitamente visível a palavra «Assistente»,

com as caraterísticas fixadas em portaria do membro do Governo responsável pela

área da administração interna.

4. A entidade patronal desenvolve todos os esforços para que os seus trabalhadores

cumpram integralmente os requisitos previstos nos números anteriores.

Depois a Portaria 273/2013, de 20 de Agosto vem regulamentar o art.º 28.º da Lei

46/2019, de 8 de Julho, nos artigos 33.º, 34.º e 35º.

Artigo 33.º

Modelos de uniformes, distintivos, símbolos, marcas ou viaturas

1. As entidades autorizadas a desenvolver os serviços de segurança privada previstos

no n.º 1 do artigo 3.º da Lei n.º 34/2013, de 16 de maio, para as quais seja

obrigatório o uso de uniforme devem solicitar a aprovação dos modelos de

uniformes, distintivos, símbolos e marcas que pretendam utilizar.

2. Os uniformes, distintivos, símbolos e outras marcas utilizadas pelas entidades de

segurança privada não podem ser confundíveis, atendendo à conjugação das

respetivas caraterísticas, incluindo cor, modelo, forma ou padrão, com os usados

pelas Forças Armadas, forças e serviços de segurança, serviços de emergência e

proteção civil.

Artigo 34.º

Elementos essenciais do modelo de uniformes

1. O modelo de uniforme deve conter, no mínimo, os artigos de uniforme de uso

obrigatório adequados às funções e condições climatéricas de utilização.

2. Para efeitos do número anterior consideram-se artigos e peças de uniforme de uso

obrigatório as calças ou saias, camisas ou polos, casacos, blusões ou anorak e

calçado.

3. O modelo de uniforme pode contemplar artigos complementares de uso não

obrigatório, sendo nesse caso obrigatória a menção das condições do seu uso.

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4. Se prevista a diferenciação de uniformes em resultado das funções a serem

exercidas pelo pessoal de segurança privada, devem as mesmas ser identificadas no

pedido, bem como os artigos e peças de uniforme de uso obrigatório e

complementar destinadas a cada função.

5. O modelo de uniforme deve conter os distintivos, símbolos ou marcas que

identifiquem inequivocamente a entidade de segurança privada à qual o

trabalhador se encontra vinculado.

Artigo 35.º

Aprovação de modelos de uniformes, distintivos, símbolos e marcas

1. O pedido de aprovação ou alteração a modelos de uniformes, distintivos, símbolos

e marcas é feito através da apresentação de requerimento de modelo próprio junto

da Direção Nacional da PSP, dirigido ao membro do Governo responsável pela área

da administração interna, devidamente instruído com os seguintes elementos:

a) Memória descritiva e desenho do talhe dos modelos e peças de homem e

mulher, com indicação das cores e amostras dos tecidos utilizados e condições

de utilização;

b) Memória descritiva dos distintivos, símbolos, siglas e emblemas a utilizar nos

uniformes, bem como a sua colocação, acompanhada de exemplar ou

protótipo;

c) Memória descritiva das marcas e símbolos a usar em veículos e outros

equipamentos, acompanhado de fotografia ou desenho;

d) Memória descritiva em suporte digital que inclua os elementos descritos nas

alíneas anteriores, com exceção das amostras e exemplares, devendo ser

utilizada a referência PANTONE das cores correspondentes;

e) Plano em suporte digital das diferentes combinações de uniformes previstos,

em fotografia ou desenho artístico;

f) Registo ou certificado de admissibilidade de marcas e símbolos.

2. Os pedidos apresentados são sujeitos a parecer prévio das Forças Armadas, das

forças de segurança e da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), devendo as

entidades consultadas pronunciar-se no prazo máximo de 20 dias úteis,

presumindo-se o parecer favorável findo o referido prazo.

3. Os pareceres prévios não favoráveis devem ser fundamentados.

4. Concluída a instrução o requerente é notificado do sentido provável da decisão

final.

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5. O despacho de aprovação do modelo de uniforme é notificado ao requerente.

6. Os modelos de uniformes aprovados são publicitados na página oficial da PSP.

Para além destas disposições legais que acabamos de ver, os vigilantes devem:

▪ Apresentar-se sempre impecavelmente fardados, nomeadamente:

• O colarinho da camisa abotoado;

• A gravata com o nó bem ajustado ao botão do colarinho;

• O fecho do blusão corrido até 2/3, de modo a deixar ver a gravata;

• O cartão de identificação aposto ao peito, à altura do bolso;

• As meias, o cinto e os sapatos pretos e estes bem engraxados.

▪ Utilizar o fardamento distribuído pela empresa apenas nos locais de trabalho e só

durante as horas de serviço.

• Manter todo o fardamento rigorosamente como lhe foi distribuído, dentro do

modelo, podendo, no entanto, ajustá-lo à sua medida.

15. NORMAS DE UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES A

ADOTAR PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PRIVADA

O pessoal de segurança privada deverá utilizar todo o material que lhe é distribuído,

quer temporariamente, quer a longo prazo, com o cuidado necessário para não o

danificar. A partir do momento em que o material lhe está entregue, o vigilante passa a

ser o responsável pela custódia desse material. Se o danificar será responsabilizado

pelos danos causados e terá que o repor, indemnizando a empresa.

Por material e equipamento entende-se o emissor/recetor, viaturas, relógio de ponto,

computadores, lanternas, centrais de alarme, câmaras de videovigilância, cofres,

chaveiros, coletes balísticos, sobreveste de identificação, etc.

Outro aspeto que o vigilante deverá ter em atenção, tem a ver com a entrega do

material. Não o poderá entregar a pessoas estranhas à empresa. Só o poderá fazer a

outro funcionário da mesma empresa.

O material que lhe está distribuído só pode ser utilizado em serviço. A sua utilização fora

do âmbito do serviço pode ser objeto de processo disciplinar e despedimento por justa

causa. Assim, deve:

• Manejar corretamente e com o devido cuidado, todo o equipamento que lhe é

atribuído, sendo responsável pelos danos causados nos mesmos;

• Não utilizar o equipamento de serviço, fora do mesmo;

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• O material de segurança da empresa só pode ser entregue, mesmo que

temporariamente, a outros funcionários de segurança da empresa.

• Conferir toda a documentação e equipamento, pelo qual é responsável,

mencionando as anomalias em relatório.

• Conferir e controlar todas as chaves à sua responsabilidade.

• Possuir uma relação de números de telefone dos serviços e entidades que deva

contactar em caso de emergência.

• Efetuar uma ronda de reconhecimento às instalações à sua guarda, por forma a

identificar possíveis vulnerabilidades, nomeadamente nos locais de fácil intrusão

(Portas, janelas, terraços, muros e outros que confinem com o exterior).

• Verificar a localização dos quadros gerais e parciais de controlo de eletricidade,

água, gás e conhecer o seu manuseamento.

• Verificar a localização, o tipo e o estado de conservação dos extintores distribuídos

pelas instalações.

• Ao detetar qualquer situação irregular nas instalações ou equipamentos, alertar o

responsável direto pela segurança.

• Atuar de imediato em situações de furto, incêndio, inundação, explosão ou outros

de modo a minimizar os danos e solicitar a intervenção de meios de apoio próprios.

• Ter atenção a questões relativas à manutenção das instalações e que podem ter

implicações na segurança dos clientes, bem como na imagem do local onde

trabalha. São escadas rolantes, locais de carga e descarga, sinais de sujidade,

possíveis danos em material exposto, ruídos incomodativos, cheiros anormais,

zonas com ausência ou escassez de iluminação, falta de sinalética de segurança,

falta de informação ao cliente. É a teoria dos vidros partidos.

• Zelar para que as instalações de atendimento estejam limpas, arrumadas e

funcionais fazendo com que todo o material e documentação permaneçam

organizados.

16. SIGILO PROFISSIONAL A RESPEITAR PELOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA

PRIVADA

Sobre o segredo profissional vem a Lei 46/2019, de 8 de Julho, no art.º 6.º, dizer que:

Artigo 6.º

Segredo profissional

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1. As entidades e o pessoal de segurança privada ficam obrigados a segredo

profissional.

2. A quebra do segredo profissional apenas pode ser determinada nos termos da

legislação penal e processual civil e penal, bem como nos casos expressamente

previstos na presente lei.

Depois o nº 3 e o nº 4, do art.º 31.º, relativamente às imagens de videovigilância,

também referem que:

Artigo 31.º

Sistemas de videovigilância

1. As entidades titulares de alvará ou de licença para o exercício dos serviços previstos

nas alíneas a), c) e d) do n.º 1 do artigo 3.º podem utilizar sistemas de vigilância por

câmaras de vídeo para captação e gravação de imagem com o objetivo de proteger

pessoas e bens, desde que sejam ressalvados os direitos e interesses

constitucionalmente protegidos, sendo obrigatório o seu registo na Direção

Nacional da PSP, nos termos definidos por portaria do membro do Governo

responsável pela área da administração interna.

2. As gravações de imagem obtidas pelos sistemas videovigilância são conservadas,

em registo codificado, pelo prazo de 30 dias contados desde a respetiva captação,

findo o qual são destruídas.

3. Todas as pessoas que tenham acesso às gravações realizadas nos termos da

presente lei, em razão das suas funções, devem sobre as mesmas guardar sigilo, sob

pena de procedimento criminal.

4. É proibida a cessão ou cópia das gravações obtidas de acordo com a presente lei, só

podendo ser utilizadas nos termos da legislação processual penal.

Assim, devem as entidades e o pessoal de segurança:

• Prestar informações aos utentes, quando solicitadas, mas apenas e só sobre o

funcionamento ao público das instalações;

• Nunca comentar assuntos de serviço, fora do serviço;

• Manter em segredo absoluto todas as informações relativas ao serviço,

nomeadamente horários de rondas, trajetos, modos de fazer, instalações,

instruções de serviço, informações do cliente, relativamente a todas as pessoas que

não façam parte do serviço, incluindo familiares e amigos.

17. NORMAS DE COLABORAÇÃO COM AS AUTORIDADES POLICIAIS

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A Lei 46/2019, de 8 de Julho, no nº 2, do art.º 1.º prevê que:

Artigo 1.º

Objeto e âmbito

1. A presente lei estabelece o regime do exercício da atividade de segurança privada

e as medidas de segurança a adotar por entidades públicas ou privadas com vista a

prevenir a prática de crimes.

2. A atividade de segurança privada só pode ser exercida nos termos da presente lei e

de regulamentação complementar e tem uma função subsidiária e complementar

da atividade das forças e serviços de segurança pública do Estado.

Depois o art.º 35.º relativamente ao dever de colaboração das entidades titulares de

alvará ou licença ou do seu respetivo pessoal prevê que:

Artigo 35.º

Dever de colaboração

1. As entidades titulares de alvará ou de licença, bem como o respetivo pessoal,

devem prestar às autoridades públicas toda a colaboração que lhes for solicitada.

2. Em caso de intervenção das forças ou serviços de segurança em locais onde também

atuem entidades de segurança privada, estas devem colocar os seus meios

humanos e materiais à disposição e sob a direção do comando daqueles.

Assim, devem as entidades titulares de alvará ou de licença, assim como o respetivo

pessoal de segurança privada afetos a essas empresas:

• Manter um bom relacionamento com as autoridades;

• Mostrar total disponibilidade em colaborar com as autoridades policiais colocando

à sua disposição todos os meios materiais e humanos da empresa. Respeitar, no

entanto, a alínea a), do nº 1. do art.º 5.º, que refere que é proibida a prática de

atividades que tenham por objeto a prossecução de objetivos ou o desempenho de

funções correspondentes a competências exclusivas das autoridades judiciárias ou

policiais;

• Informar com verdade todos os factos em que tenha intervido, por motivos de

serviço ou que tenha presenciado;

• Utilizar a força física apenas como último recurso e como medida de legítima defesa,

não provocando maior risco que aquele que tenta afastar. Cuidado com o excesso

de legítima defesa.

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Bibliografia:

• Lei 46/2019, de 8 de Julho, estabelece o regime jurídico do exercício da

atividade de segurança privada;

• Portaria 273/2013, de 20 de Agosto, regulamenta vários aspectos essenciais da

Lei 46/2019, de 8 de Julho;

• CARAPETO, Carlos; FONSECA, Fátima. (2012). Ética e Deontologia – Manual de

Formação. Ordem dos Engenheiros Técnicos.

• https://pt.wikipedia.org/wiki/Deontologia.

• https://www.significados.com.br/deontologia/

• https://www.oet.pt/downloads/informacao/Etica_Deontologia-

Manual_Formacao.pdf

• https://pt.slideshare.net/splrocha/tica-e-deontologia-profissional

• https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica

• https://www.significados.com.br/etica/