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Manual de Estudos Londrina – Paraná 2008 Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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Manual de Estudos

Londrina – Paraná

2008

Estratégias Favorecedoras

de Envolvimento da Família

na Vida Escolar do Educando

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

Governo do Estado do Paraná

Secretaria de Estado da Educação

Núcleo Regional de Londrina

Universidade Estadual de Londrina

Programa de Desenvolvimento Educacional

Professora PDE

Margareth Faria

Orientador

Prof. Juarez Gomes

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

sumário

1 Importância da participação efetiva da família no contexto escolar 6

2 Afetividade e adolescência 11

A presentação 4

3 Competências da escola, da família e do aluno 15

4 Valores morais e éticos e limites de comportamento na família e na escola 19

6 Relacionamento Interpessoal: pais e filhos; professores e alunos 26

5 Auto-estima e motivação para os estudos 22

8 Reflexão sobre os resultados da avaliação das práticas educativas familiares 33

7 Co-responsabilidade e qualidade na educação pública 29

C onsiderações Finais 36

Anexos 37

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

Apresentação

Programa de Desenvolvimento do Paraná (PDE), caracteriza-se por um Plano

Integrado de Formação Continuada oferecido pela Secretaria Estadual de

Educação, que contempla os professores paranaenses com estudos e rica troca de

experiências com os docentes do Ensino Superior, bem como entre os colegas professores.

A estrutura organizacional desse programa constitui-se de atividades de integração teórico-

práticas, de aprofundamento teórico e didático-pedagógicas com utilização de suporte tecnológico.

Dentre essas atividades desenvolvidas, compreende a elaboração de uma produção didático-

pedagógica, orientada por Professores Orientadores das IES, fundamentada no Projeto de Pesquisa.

A escolha do tema “Interação Família Escola” vem ao encontro do que declara a Constituição

Federal, em seu artigo 205, ao expressar que a educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho.

Ainda na Constituição Federal, no artigo 206, complementa que o ensino será ministrado com

base em alguns princípios, entre eles a gestão democrática do ensino público, na forma da lei.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu Cap. IV Art. 53 também afirma o

direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição

das propostas educacionais. São deveres dos pais: matricular seus filhos na escola; acompanhar a

freqüência e aproveitamento escolar de suas crianças e adolescentes na escola.

Portanto, a intenção com a escolha desse tema de trabalho é de que essa participação não

fique na superficialidade, mas sim que seja efetivada de forma consciente, ativa e responsável aos

propósitos educacionais, conforme as intenções dessas leis.

Estudar e analisar as interações “Família e Escola” numa perspectiva sistêmica, na qual se

percebe o indivíduo como um todo, e estimular a atuação em rede mobilizando a família e a

comunidade escolar, faz parte de um desejo que se fortalece a cada dia diante das necessidades

encontradas na prática profissional enquanto pedagoga.

Desenvolver estratégias que levem a escola a acolher os pais, a participarem mais ativamente

do processo de desenvolvimento educacional e formação integral do educando, é uma solicitação de

grande parte do corpo docente da instituição escolar. A necessidade aliada à uma visão de educação

mais ampla é o motivo pelo qual se justifica esse trabalho, com um recorte específico, ao atendimento

de alunos repetentes.

O

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

Este “Manual de Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida do

Educando”, encontra-se organizado em formato de grupos de estudos, destinado a pais, alunos,

professores e comunidade escolar. Foi planejado para oito encontros, nos quais serão desenvolvidos

estudos de temas pertinentes à formação do educando. A maioria deles constitui-se de referencial

teórico, mediado por pesquisas científicas, outros, por práxis vivenciadas.

Todos os temas serão apresentados através da técnica de exposição dialogada, para que os

participantes possam estar interagindo, tirando dúvidas ou trocando experiências. Também estarão

presentes alguns profissionais convidados para melhor aprofundamento de alguns temas.

O trabalho aqui apresentado tem o firme propósito de ser mais um recurso utilizado para

desenvolver o raciocínio crítico, a compreensão da realidade e a construção de ações integradas que

venham a contribuir para a diminuição do índice de evasão e repetência, bem como para a melhoria da

qualidade da educação pública desta escola do Estado do Paraná.

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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Importância da Participação Efetiva da Família no Contexto Escolar

Objetivo Específico

- Oferecer momentos de reflexão sobre a necessidade do envolvimento da família aos propósitos

educacionais, especialmente no acompanhamento dos adolescentes em virtude da repetência.

Duração dos Encontros: Aproximadamente duas horas.

Recursos Materiais Data show, aparelhagem de som, Cd de música instrumental, fichas de freqüência e avaliação.

Reflexão escrita da mensagem apresentada.

Recepção dos Participantes - Música instrumental ambiente e cadeiras dispostas em U para que todos vejam o rosto uns dos

outros;

- Entrega de crachás aos participantes (numerado por ordem de chegada) e assinatura da lista de

presença (Anexo A) e preenchimento da ficha de inscrição (Anexo B).

Abertura do Evento - Boas vindas aos participantes;

- Apresentação do Diretor, Equipe Pedagógica, Professores, Representantes da APMF e Conselho

Escolar.

- Momento musical: “Oração pela família” (Padre Zezinho) realizada por alunos do colégio.

Dinâmica de Grupo: Apresentando o Vizinho

Objetivo: Conhecer o participante do grupo que está a seu lado

Desenvolvimento: Solicitar para que os participantes sejam acomodados de modo que não conheça

a pessoa que está sentada à sua direita. Num primeiro momento, formam-se pares que terão cinco

minutos para se conhecerem mutuamente. A seguir passa-se para o segundo momento, no qual cada

um apresentará o seu par ao grupo.

Mensagem em data-show: Filhos são como navios

Estudo 1

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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O texto compara os filhos com os navios. Relata a segurança dos navios estarem no porto,

porém lançam-se ao mar para terem novas experiências. Os filhos têm os pais como porto seguro. Um

dia eles tornam-se independentes e saem do lar, mas levam consigo o exemplo e tudo que aprenderam

com a família e a escola. Conclui deixando a responsabilidade em prepará-los para encontrarem o

próprio lugar e serem o porto seguro para outras pessoas.

Reflexão: Os filhos precisam de alguém que funcione como um porto seguro para onde recorrer, quando

surgem os problemas e não sabem o que fazer, mas precisam que esse porto seguro seja

suficientemente firme e forte para orientá-los quando não sabem como proceder, para repreendê-

los quando estiverem errados e para ensiná-los a respeitar a si mesmos, e aos outros, preparando-

os para a vida em comunidade. (OLIVEIRA, 2008)

Exposição dialogada do tema pela pedagoga do Estabelecimento de Ensino

(Duração aproximada de 45 minutos)

Por que e para quê a família participação da família?

Este estudo inicia-se com uma reflexão de alguns aspectos legais que regem o Estatuto da

Criança e do Adolescente e em seguida procura justificar os benefícios da participação dos pais na

escola, através de estudos realizados.

Em 1990, com a regulamentalização do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a

criança e o adolescente passam a ser melhor protegidos legalmente no âmbito educacional.

No artigo 1º do ECA está disposto o seguinte: “Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à

criança e ao adolescente”. Vejamos...

Proteção Integral - Características

- Reconhece que a criança e o adolescente são pessoas em desenvolvimento e merecem direitos

especiais e específicos;

- Constitui garantia da satisfação dos direitos fundamentais até os 18 anos de idade,

independentemente da situação da criança e do adolescente;

- Define o que é criança e adolescente e fixa o início da adolescência;

- Reconhece que criança e adolescente são vulneráveis e merecem proteção integral e especial pela

família, sociedade e estado;

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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- Atribui ao Estado a responsabilidade pela criação das políticas públicas específicas e básicas para

garantia dos direitos fundamentais da criança e do adolescente;

Ao mesmo tempo, à família fica determinada a participação no processo de aprendizagem...

É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. São deveres dos pais: matricular seus filhos na escola; acompanhar a freqüência e aproveitamento escolar de suas crianças e adolescentes na escola. ( ECA Cap. IV Art.53 )

Deseja-se que essa participação não fique na superficialidade, mas sim, que seja efetivada de

forma consciente, ativa e responsável aos propósitos educacionais, reforçando a intencionalidade dessa

importante Lei.

Diversos estudos têm sido realizados nessa área e os resultados apontam para necessidade

de um trabalho em conjunto em busca de superação de dificuldades enfrentadas e melhorias para a

formação do educando como um todo. Um deles, realizado a capacitar educadores da escola pública,

afirma ...

O estabelecimento de parcerias entre a escola e as famílias, permitirá aprofundar o diálogo entre pais e professores para enfrentar problemas que cada um, isoladamente, não conseguiria resolver. É preciso destruir a idéia de que o problema ou a culpa é da escola, da família ou do aluno para uma compreensão sistêmica na qual a participação de cada segmento é reconhecida, ou seja, sabe-se o potencial de ação de cada um no enfrentamento das dificuldades que se apresentam no cotidiano e no ambiente escolar. (Livro-texto Curso de prevenção ao uso de drogas para educadores de Escolas Públicas, 2006. p.187)

Sendo a escola a segunda instituição de referência social no desenvolvimento da criança e

do adolescente, deve fazer parte dos propósitos educativos da família. Observemos a opinião abaixo...

Se a parceria entre família e escola for formada desde os primeiros passos da criança, todos terão muito a lucrar. A criança que estiver bem vai melhorar e aquela que tiver problemas receberá tanto da escola quanto dos pais para superá-los. Quando a escola, o pai e a mãe falam a mesma língua e têm valores semelhantes, a criança aprende sem grandes conflitos e não quer jogar a escola contra os pais e vice-versa. Quando há conflito, os adolescentes tendem a tirar vantagens pessoais e as crianças a acompanhar quem mais lhe agradar. Assim, quando os pais não concordam com a escola é com ela que devem resolver as discordâncias. Desse modo a criança não se apoiará para se insurgir contra a escola. (TIBA,2002.p.183)

Outro estudo motivador realizado com grupo de pais numa escola de São Paulo, indica

resultados animadores para todos quantos pretendem implementar uma parceria de fato; como o

seguinte...

[...] o que se acredita é que a permanência desse clima e a concretização positiva da experiência com os pais e os servidores da escola criem uma cultura de participação

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que seja favorável a um processo escolar de maior qualidade e de proveito para os objetivos do ensino. Uma dimensão importante da participação dos pais na escola, seja integrando o conselho de escola ou a APM, seja tomando parte de outras atividades, como o grupo de formação de pais, é a da atenção que se deveria ter para com os motivos dessa participação, procurando saber qual o ponto de vista dos usuários a respeito. Uma das possíveis questões a serem levantadas diz respeito ao custo dessa participação e às recompensas que ela traz para quem participa. (PARO, 2000. p.119-120)

O autor complementa suas idéias, justificando a importância da escola estar aberta para

receber os pais, reforçando um trabalho coletivo entre família e escola nas questões educacionais...

É aqui que entra a questão da participação da população na escola, pois dificilmente será conseguida alguma mudança se não se partir de uma postura positiva da instituição com relação aos usuários, em especial com os pais e responsáveis pelos estudantes, oferecendo ocasiões de diálogo, de convivência verdadeiramente humana, em suma, de participação na vida da escola. Levar o aluno a querer aprender implica um acordo tanto com educandos, fazendo-os sujeitos, quanto com seus pais, trazendo-os para o convívio da escola, mostrando-lhes quão importante é sua participação e fazendo uma escola pública de acordo com seus interesses de cidadãos. (PARO, www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/paro_2.htm)

Os estudos citados, além de outros colocados nas referências desses autores, apontam para a

necessidade da construção coletiva de estratégias que priorizem o sucesso escolar do aluno e não o seu

fracasso.

Avaliação do estudo: Ficha de Avaliação (Anexo C)

Encerramento para os Encontros:

- Sorteio de um livro sobre o tema estudado ou um vaso de flores;

- Agradecimentos pela presença enfatizando a importância da participação de todos nos próximos

encontros;

- Confraternização: Momento no qual serão servidos cafezinho e biscoitos.

REFERÊNCIAS

BERKENBROCK, J.V. Dinâmicas para Encontros de Grupo. Petrópolis: Vozes, 2004, p.19 BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei n.º 8069, de julho de 1990. Filhos são como navios (http://www.powerpointportugal.com/ficheiro/filhos-sao-como-navios/) OLIVEIRA, Ana Claudia F. A Delicada Relação entre Pais e Filhos: http://www.psicologia.com.pt/artigos/ver_opiniao.php?codigo=AOP0092

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PARO, Vítor H. Qualidade de Ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000. p.119-120 PARO, Vitor. H.; Administração Escolar e Qualidade do Ensino: O que os Pais ou Responsáveis Têm a Ver Com Isso? Universidade de São Paulo - Faculdade de Educação http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/paro_2.htm SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Livro-texto Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas, Universidade de Brasília; Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006. TIBA, Içami. Quem ama educa. São Paulo: Editora Gente, 2002.

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Afetividade e Adolescência

Objetivo Específico

- Reconhecer a necessidade que o aluno/filho tem de sentir-se pertencente a um grupo familiar e valorizado pela escola;

- Identificar as características do desenvolvimento na fase da adolescência. Recursos Materiais

- Questões escritas direcionadas à reflexão do tema. Abertura do Evento: Apresentação de um número musical por um professor do colégio;

Mensagem em data-show: Educação: podemos fazer a diferença

Trata-se do relato de uma professora que diferenciava um aluno pela falta de higiene e notas insuficientes, até que leu o histórico do ano anterior, onde ele era elogiado até o momento em que perdeu a mãe. Ao se dar conta da situação lembrou-se que havia ganhado do aluno uma pulseira sem uma pedra e um vidro de perfume que eram da mãe. Desse dia em diante mudou sua postura em relação a ele que voltou a tornar-se o primeiro da turma. Passados anos ela recebeu um convite de casamento do ex-aluno que se tornara médico. A professora compareceu à cerimônia, com o presente que havia ganhado há tantos anos... O doutor agradeceu por ela ter acreditado nele. Então a professora conclui que, ele é quem havia lhe ensinado a educar com amor. Exposição dialogada do tema pela psicóloga convidada.

Conhecendo a adolescência...

O conceito de adolescência evolui de acordo com os aspectos históricos e culturais em que a sociedade está inserida. Vejamos a citação:

A adolescência, além de fazer parte de uma construção histórica e de uma produção cultural, também expressa as formas singulares de como cada pessoa é, vive e sente a transição da infância para a vida adulta. Essa transição pode ser compreendida pelo estudo do desenvolvimento psicológico. (Livro-texto Curso de Prevenção do uso de drogas para educadores de Escolas Públicas, 2006, p.23)

Algumas outras características da adolescência são mencionadas abaixo para melhor

compreensão dessa fase:

- Reconstrução da auto-imagem e senso de identidade: marcado por

transformações corporais e alterações hormonais com o surgimento dos pêlos e mudanças de odores, formas, peso, características do cabelo e da pele. Há um crescimento desproporcional do nariz, mãos, orelhas e pés. Começam a experimentar novas sensações diante do sexo oposto. Essas mudanças causam estranheza e desconforto, porém faz parte desse processo a aceitação do novo corpo e sua incorporação à auto-estima;

Estudo 2

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- Mudança da significação da relação com os pais: a busca pela independência dos pais, compreendida aqui não pela separação física e sim “simbólica”, necessária para fornecer meios para assumir posições próprias, desejos e projetos.

- Novo significado da relação com o grupo de pares: Identificação com o grupo que ele próprio se identifica de acordo com seus critérios e valores. Compartilha segredos e adere à imagem visual do grupo. (Livro-texto Curso de Prevenção do uso de drogas para educadores de Escolas Públicas, 2006, p.23)

Segundo Chapman, a adolescência, além de ser caracterizada como um processo de

mudanças e transformações pode ser compreendida no seguinte aspecto...

[...] é também a idade da razão, o jovem consegue pensar de maneira lógica e ver as conseqüências para cada atitude diferente que adotar. Ele aplica essa lógica não apenas no próprio raciocínio, mas também na argumentação com os pais. Por isso é visto como um “questionador”. Na verdade, só está desenvolvendo habilidades mentais. Se os pais entenderem isso, podem ter conversas interessantes e significativas com os filhos (CHAPMAN, 2006, p.20).

Os estudos do autor acima citado indicam que os pais são as pessoas que exercem a

influência mais significativa na vida do adolescente. Quando o adolescente sente-se seguro do amor

dos pais, também se sente seguro para enfrentar as influências negativas de nossa cultura. Na falta

desse amor, o adolescente pode ceder mais facilmente à influência maligna das drogas, das perversões

sexuais e da violência. Complementa que no fundo da alma do adolescente está o desejo de sentir-se

ligado aos pais, aceito e recebendo o cuidado deles. Portanto, esse “amor emocional” precisa ser

demonstrado através: da presença dos pais, isto é, passar tempo juntos, aceitar o filho como é e

corrigi-lo nas ações negativas, cuidar do filho, encorajando-o e elogiando-o; enfim, aprendendo a

comunicar esse amor ao filho.

O autor ainda orienta os pais a suprir a necessidade afetiva do filho, através de cinco

linguagens básicas de amor. O desafio é a descoberta de qual das citadas abaixo, seria sua primeira

linguagem de amor:

1. Palavras de afirmação: elogiá-lo na frente de outras pessoas, dizer frases positivas e motivá-lo a

cumprir regras, sem utilizar-se de gritos ou condenação;

2. Toque físico: abraçá-lo, beijá-lo no rosto e o toque de pele na hora, da maneira e no lugar

apropriado. Ressalvo em lugares públicos e na presença de amigos que poderia deixá-lo

envergonhado. Porém, podem-se massagear os ombros do filho quando volta para casa, por

exemplo. Demonstrar afeto quando tira boas notas na escola, quando ganha um jogo, enfim, em

ocasiões que estará aberto ao contato físico carinhoso dos pais. Cada adolescente tem um modo

especial de receber esse tipo de afeto. Cabe aos pais conhecerem profundamente o filho para saber

como deixá-lo feliz. Também pode ser utilizado no momento da correção de um comportamento

inadequado. Por exemplo: tocar no braço ou segurar sua mão quando conversa e expressa seus

sentimentos em relação à atitude do adolescente;

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3. Tempo de qualidade: significa atenção exclusiva naquele momento, em casa ou escolhendo uma

atividade que o adolescente gosta de fazer. Proporcionar conversas amigáveis e de qualidade

(olhando nos olhos quando ele disser algo, não fazendo outra coisa enquanto ouve o que ele está

dizendo, escutando o sentimento do filho, observando sua linguagem corporal, evitando

interrupções, fazendo perguntas reflexivas, demonstrando compreensão, pedindo permissão a ele

para compartilhar o seu ponto de vista, dizendo frases usando “eu” em vez de “você”, ensinando

em vez de dar um sermão, expondo os motivos, isto é, explicando o porque).

4. Atos de serviço: o serviço realizado com amor, livremente é um ato de prazer, não uma coação.

Nunca fazer um ato de serviço para não ser mais incomodado pelo filho, ou exigir que o filho faça

algo em troca, isto é manipulação. Orientar o adolescente e lhe servir de modelo até que saiba

tomar atitudes independentes e maduras também é uma expressão de ato de serviço;

5. Presentes: indica as evidências do amor emocional. É dado ao filho porque o pai deseja e não

obrigatoriamente porque ele mereça. O presente neste enfoque não pode ser considerado troca por

um desejo ou pagamento pelo trabalho do filho. O presente oferecido deve levar em conta os

interesses do adolescente, coisas que lhe agrade. Também requer um clima de cerimônia:

embalagem, acompanhada de palavras ou outra expressão de amor, é o desejo manifesto da

importância que a pessoa tem em sua vida. Cuidar para que esse ato não se torne reforço ao

materialismo deve ser uma preocupação constante. Há um tipo de presente falso que nenhum

adolescente precisa. São os que os ofertados por pais ocupados ou ausentes, para substituir o

amor.

Questões escritas reflexivas sobre a convivência familiar (Anexo D)

Avaliação do Estudo

Dinâmica de Grupo: Que bom! Que pena! Que tal?

Objetivo: Avaliar o estudo em breves palavras compartilhando com o grupo.

Desenvolvimento: Cada participante recebe uma folha onde está escrito na parte superior: “Que

Bom!”; “Que Pena!” e “Que tal?”. Em seguida, o participante deve escrever o que lhe vem à mente ao

ler essas expressões, associando-as com o encontro. Ao término, incentiva-se para que cada um leia

para o grupo sua avaliação.

REFERÊNCIAS

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BERKENBROCK, Volney J. Dinâmicas para Encontros de Grupo. Ed. Vozes. Petrópolis: 2004, p.1. CHAPMAN, Gary. As cinco linguagens do amor (dos adolescentes). São Paulo: Mundo Cristão, 2006. Educação: podemos fazer a diferença (http://www.mensagens.org/power-point/informacao/educacao-podemos-fazer-a-diferenca/mensagem/) PARO, Vitor. H.; Administração Escolar e Qualidade do Ensino: O que os Pais ou Responsáveis Têm a Ver Com Isso? Universidade de São Paulo - Faculdade de Educação http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/paro_2.htm SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Livro-texto Curso de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas, Universidade de Brasília; Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006.

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Competências da Escola, da Família e do Aluno

Objetivo Específico: - Identificar as competências da escola, da família e do aluno e sua importância no processo da

aprendizagem.

Recursos Materiais

- Material impresso para a dinâmica de grupo.

Abertura do Evento - Apresentação da música “Depende de nós” (Ivan Lins / Victor Martins), realizado por alunos do

colégio.

Vídeoclipe: O problema não é meu

Trata-se de uma situação no trabalho onde acontece um pequeno incêndio ao redor do local.

Cada servidor fica a procura de um responsável para apagá-lo. Até que o fogo transforma-se em

incêndio (situação de risco) então todos se conscientizam da gravidade e decidem colaborar para

contê-lo.

Reflexão: O que podemos fazer juntos para alcançar o sucesso escolar?

Exposição dialogada do tema pela pedagoga da escola

O que compete a nós?

Este estudo procura definir alguns papéis atribuídos aos pais, alunos e a escola, onde todos

se tornam co-responsáveis pelo processo de formação do aluno.

Na definição do que é “educar”, verifica-se que o conceito é bastante amplo, e que ninguém

se educa sozinho. Precisamos uns dos outros como se observa na citação abaixo...

Espera-se que a família seja capaz de proporcionar o ambiente adequado para a aprendizagem do ser humano facilitando o intercâmbio de informações com o universo... Educar significa, na acepção da palavra, colocar para fora o potencial do indivíduo e ensiná-lo a colocar signos para dentro de si. Pensar no processo educacional desejável, ‘leva em consideração três principais aspectos: os institucionais, os vínculos familiares e o ambiente escola’.(TEIXEIRA, 2002, p.15)

Estudo 3

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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Diante dessa análise do que é educação, percebe-se a necessidade da escola promover ações

de aproximação com a família de seus alunos. Isso possibilitará ao professor conhecer mais de perto o

aluno e seu contexto familiar. Desta forma, ter uma visão mais ampla e significativa para subsidiar a

organização de seu trabalho como um todo. Observemos o seguinte comentário...

Assim, a escola que toma como objeto de preocupação levar o aluno a querer aprender precisa ter presente a continuidade entre a educação familiar e a escolar, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas e duradouras com relação ao aprender e ao estudar. Grande parte do trabalho do professor é facilitada quando o estudante já vem para a escola predisposto para o estudo e quando, em casa, ele dispõe da companhia de quem, convencido da importância da escolaridade, o estimule a esforçar-se ao máximo para aprender. (PARO http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/paro_2.htm)

Verifica-se então que uma das funções da escola no mundo moderno, é a de aproximar a

família do contexto escolar, haja vista que a educação que acontece na escola é a continuidade da

familiar. À família é atribuída a função de estimular e enfatizar a importância do conhecimento que a

escola desenvolve, bem como acompanhar o desempenho e a freqüência escolar dos filhos.

Além das funções já citadas, é importante ressaltar atribuições mais generalizadas que

também competem à família, visando o bem-estar dos filhos nos seguintes aspectos...

Além do provimento de bens, sustento dos filhos, educação informal e preparo à educação formal, a família também transmite valores culturais de diversas naturezas (religiosos, morais, tradicionais, acadêmicos) e tem a missão de dividir afazeres e controlar rotinas, as quais são assimiladas pela prole no desenvolvimento de sua personalidade. (ZAMBERLAN, 2008, p.7)

Observa-se a abrangência da responsabilidade da família no desenvolvimento integral dos

filhos; como também da escola, que deve ser identificada como instituição que venha a reforçar esses

valores, mas que acima de tudo permita ao educando se apropriar de conteúdos sistematizados

historicamente. Nesse sentido, Gasparin complementa:

[...] conteúdos que sejam integrados e aplicados teórica e praticamente no dia-a-dia do aluno... Isso implica que seja apropriado teoricamente como um elemento fundamental na compreensão e na transformação da sociedade... os conteúdos reúnem dimensões conceituais, científicas, históricas, econômicas, ideológicas, políticas, culturais, educacionais que devem ser explicitadas e apreendidas no processo ensino-aprendizagem. (GASPARIN, 2007, p.2).

Referindo-se ao aluno, pode-se dizer que sua principal função, é a sua predisposição ou

motivação para aprender, ou até mesmo seu “esforço” por querer aprender. Sua participação ativa,

diante das interações que se dão na escola, propicia-lhe novas experiências como afirma o texto

abaixo...

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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[...] faz com que ele experimente papéis e ações que podem promover uma construção de conhecimentos compartilhada e coletiva. (Livro-texto Curso de Prevenção do uso de drogas de Escolas Públicas, 2006).

Segundo Gasparin, estudioso da pedagogia histórico-critica, é importante que o professor

conheça a realidade dos alunos, para que os conteúdos sejam trabalhados e aplicados na prática do

dia-a-dia. Nesse enfoque, a aprendizagem se dará pelo domínio da teoria aliado à utilização que o

aluno fará em função de suas necessidades sociais. Ainda diz que:

Uma das formas para motivar os alunos é conhecer sua prática social imediata a respeito do conteúdo curricular proposto. Como também ouvi-los sobre a prática social mediata, isto é, aquela prática que não depende diretamente do indivíduo, e sim das relações sociais como um todo. (GASPARIN, 2007, p.15).

Nessa perspectiva, a “atitude” de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem é

que dará o significado ao conhecimento adquirido e, possibilitará conceber ações que gerem uma

futura transformação social.

Dinâmica de Grupo: O Segredo do Sucesso

Objetivo: Reconhecer a importância da presença das pessoas para atingirmos nossos objetivos.

Desenvolvimento: Formar grupos de aproximadamente seis integrantes. Entregar a cada grupo uma

cópia da seguinte experiência-vivência:

O grupo irá atravessar um deserto no tempo determinado de seis dias. A cada dois dias, encontrarão

um pequeno Oásis onde poderão descansar, alimentar-se e dormir oito horas. A cada vinte metros,

encontrarão um pé de cactos com uma fita vermelha amarrada indicando a direção certa a ser

seguida. Relacionar o que o grupo decide ser fundamental para levar nesta viagem e o que deverão

fazer para tornar o trajeto mais ameno. Após determinado tempo, cada representante de grupo,

apresenta em plenário.

REFERÊNCIAS

BORGES, G. L. Dinâmicas de Grupo – Redescobrindo Valores - O Segredo do Sucesso. Editora

Vozes, Petrópolis, RJ: 2004. p.41.

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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GASPARIN, J. L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Editora Autores Associados,

Campinas, SP: 2007.

O problema não é meu - http://www.youtube.com/watch?v=ORr3uyzz_Z8

PARO, V. H.; Administração Escolar e Qualidade do Ensino: O que os Pais ou Responsáveis

Têm a Ver Com Isso? Universidade de São Paulo - Faculdade de Educação

http://www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/paro_2.htm

SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Livro-texto Curso

de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas, Universidade de Brasília;

Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006.

TEIXEIRA, C. M. S.. A família na educação. Inter-Ação: Ver. Fac. Educ. UFG. 2002

ZAMBERLAN, M. A. T. Interações Familiares – Teoria, Pesquisa e Subsídios à Intervenção

(organizadora), Zélia Maria Biasoli Alces, Londrina: EDUEL, 2008

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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Valores Morais e Éticos e

Limites de Comportamento na Família e na Escola

Objetivo Específico

- Relacionar a função da família e da escola com a formação de valores morais e éticos no

desenvolvimento do educando.

Abertura do Evento: Apresentação de um momento musical por pais de alunos do colégio.

Apresentação do vídeo: Família - O resgate

O filme relata uma experiência de reunião de pais promovida pela escola, onde pais e

professores compartilham suas dificuldades. Trata-se do resgate da autoridade dos pais sobre os filhos

e da necessidade da construção de ações conjuntas para melhoria da convivência social.

Exposição dialogada do tema por representante do “Amor Exigente”.

Amor-Exigente por quê?

Os valores são construídos no decorrer do desenvolvimento humano, inicialmente na

convivência no âmbito familiar seguidos de outras relações sociais, como a escola, igreja, trabalho,

etc.

Conhecê-los, compreendê-los e praticá-los é uma questão fundamental da sociedade atual, imersa numa rede complexa de situações e fenômenos que exige, a cada dia, atitudes éticas como a honestidade, a bondade e a virtude, consideradas, em todas as civilizações modernas, como norteadores das relações sociais e da conduta dos homens. (MARTINS, 2008).

Ao reconhecer a importância da transmissão e da conservação desses valores, reconhecemos

também a necessidade da família e a escola enquanto instituições sociais, estarem unidas. Quando

houver predisposição das partes envolvidas em refletir e conversar sobre essas questões, mais fácil se

tornará traçar estratégias comuns que assegurem a formação para a cidadania. Nesse sentido, Martins

complementa sua visão da realidade social...

Na atualidade vive-se um paradoxo, onde os jovens e adolescentes enfrentam situações em que se negam e desrespeitam os direitos dos seres humanos, em que dominam os preconceitos e a violência. Mas, nesse mesmo contexto, as diferenças podem ser usadas para a formação de um ser integral que não recebe passivamente

Estudo 4

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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as regras do grupo, mas as aceita ou recusa livre e conscientemente. É bom lembrar que esta autonomia não pode se confundir com individualismo, porque ser moral e ético significa ser responsável, ou seja, responder por seus atos e capaz de reciprocidade. (http://www.moodle.ufba.br/file.php/175/Valores_morais_e_eticos.doc)

Ainda referindo-se a importância do desenvolvimento de valores como a ética, é possível se

refletir sobre a seguinte observação...

A ética é um eterno pensar, refletir, reconstruir. E na escola, sua presença deve contribuir para que os estudantes possam tomar parte nessa construção, serem livres e autônomos para pensar e julgar, para problematizar constantemente o viver pessoal e coletivo, fazendo o exercício da cidadania. (http://www.moodle.ufba.br/file.php/175/Valores_morais_e_eticos.doc)

Numa sociedade capitalista em que paira a depreciação dos valores, constata tão grande é a

função dos pais, como primeiros responsáveis pelos códigos de conduta, pelas regras e pelos limites

que regem a convivência familiar. O exemplo dos pais com orientações claras e firmes do que é certo

e errado, são condições favorecedoras para que o filho possa vir a fazer escolhas coerentes com a

educação recebida no lar.

Com a afirmação abaixo fica lançado o desafio para os pais e educadores se empenharem em

construir um mundo melhor...

Pais saudáveis, competentes, coerentes e companheiros conversam com respeito, mostram direitos e deveres, permitem autonomia, mas também exigem respeito, participação e disciplina. Impõem limites e os justificam, não fazem ameaças vazias, especialmente não ameaçam a retirada do amor, não usam de violência, não destroem a auto-estima dos filhos. (MENEZES, 2005. p.62)

Dinâmica de Grupo: Cultivando Valores

Objetivo: Refletir sobre os valores que precisam ser cultivados.

Desenvolvimento: O orientador distribui uma flor de cinco pétalas feita de papel a cada

participante, na qual deve ser escrito seu nome e alguns valores que julga importante. Logo após

dobra-se as pétalas uma a uma sobre o miolo de modo que a parte escrita fique oculta. Colocam-se as

flores dobradas sobre uma assadeira com água. As flores irão se abrindo e todos os valores poderão ser

lidos pelo grupo.

Reflexão: Quantos valores temos e queremos preservar!

Avaliação do estudo

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Dinâmica de avaliação: Em três palavras...

Objetivo: Avaliar o encontro dizendo apenas três palavras que caracterizaram o estudo.

Desenvolvimento: Dizer apenas três palavras que caracterizaram o encontro. As palavras repetidas

ou com significados próximos formam a tônica do encontro.

REFERÊNCIAS

BERKENBROCK, Volney J. Dinâmicas para Encontros de Grupo. Editora Vozes Petrópolis: 2004.

p.137.

BORGES, Giovanna Leal. Dinâmicas de Grupo – Redescobrindo Valores. Editora Vozes,

Petrópolis: 2004. p.19.

MARTINS, Vicente. Educação em Valores.

(http://palavrastodaspalavras.wordpress.com/2008/08/21/educacao-em-valores-por-vicente-martins/)

MENEZES, M. S. C. Prevenção com Amor Exigente – Antes que Coisas Ruins Aconteçam.

Edições Loyola. São Paulo: 2005. p.62.

SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Curso de Prevenção

do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas/Secretaria Nacional Antidrogas, Ministério

da Educação, Filme “Família – O Resgate”, Universidade de Brasília; Brasília: Editora Universidade

de Brasília, 2006.

Valores Morais e Éticos. (http://www.moodle.ufba.br/file.php/175/Valores_morais_e_eticos.doc)

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Auto-Estima e Motivação para os Estudos

Objetivo Específico

Reconhecer a importância da motivação e da auto-estima como alguns dos fatores capazes de facilitar

a aprendizagem do aluno.

Recursos Materiais

Texto: “Doze Maneiras de Aumentar a Auto-Estima de Seu Filho” (Anexo E).

Abertura do Evento: Apresentação de um momento musical por alunos do colégio.

Mensagem do vídeo: Amor de pai, acima de tudo e de todos... meu filho!

O vídeo mostra a realização de um sonho de um rapaz que queria participar do triathlon

"IronMan" (3,8 Km de natação, 180 Km de ciclismo e 42 km de corrida) competição mais difícil do

mundo. Porém, ele foi acometido por uma doença degenerativa, inviabilizando a sua realização. Até

que seu pai, não hesitou em realizar o sonho do filho ao superar todas as dificuldades. A verdadeira

demonstração do que é o amor incondicional, motivação e força de vontade em busca de um sonho.

Reflexão: Atitudes como estas mostram o quanto é importante valorizarmos o viver e exercitarmos,

diariamente, a expressão SER HUMANO!

Exposição dialogada do tema pela pedagoga do Estabelecimento de Ensino

É possível melhorar a auto-estima e a motivação?

Não resta dúvida de que a auto-estima e a motivação são condições fundamentais para

facilitar o relacionamento e o sucesso educacional ou profissional do ser humano. Portanto vale a pena

dispor-se de algum tempo para se refletir sobre esses conceitos. Vejamos a definição de auto-estima,

segundo Marinho...

[...] é maneira pela qual uma pessoa se sente em relação a si mesma; é o juízo geral que faz de si mesma, o quanto gosta de sua própria pessoa. (Marinho apud ZAMBERLAN, 2008, p.63)

A auto-estima começa a se desenvolver na pessoa a partir dos seus primeiros dias de vida. Os

cuidados iniciais e as manifestações de amor e carinho que recebe, vai lhe mostrando o quanto ela é

querida. Nesse começo de vida, Içami Tiba explica...

Estudo 5

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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[...] ela está aprendendo como é o mundo a sua volta e, conforme se desenvolve, vai descobrindo seu valor a partir do valor que os outros lhe dão. (TIBA, 2002, p.54)

O autor acima citado enfatiza ainda a necessidade dos filhos sentirem-se amados

incondicionalmente, e que para isso precisam ser respeitados. Respeitá-los significa:

- Dar espaço para que tenham seus próprios sentimentos, sem por isso ser julgados,

ajudando a expressá-los de maneira socialmente aceitável. Não é errado nem feio sentir raiva. O que pode ser reprovado é a expressão inadequada da raiva, como bater em alguém;

- Aceitá-los como são, mesmo que não correspondam às expectativas dos pais. Precisam ter os próprios sonhos, pois não nasceram para realizar os sonhos dos pais;

- Quando o filho é aprovado na escola porque estudou e se empenhou, sua auto-estima cresce. Ele adquire responsabilidade;

- O processo educacional se desenvolve quando desde cedo lhe é ensinado a assumir responsabilidades pelo que se faz;

- Esclarecer ao adolescente que aprender é como comer. Estudar e comer não são caprichos, mas obrigações. A comida alimenta a saúde física e o estudo alimenta a saúde social;

- Incentivar a falar a verdade e reforçar o que o filho faz de positivo em seu dia também contribuem para a formação de uma boa auto-estima. (TIBA, 2002, p. 55-77)

Outro fator também importante para a formação do ser humano é a motivação. O termo

“motivação” tem origem no latim: motivus = movimento + ation = processo ou condição. Pode ser

assim definido...

Conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo. (FERREIRA, 1999)

De uma forma mais detalhada, a motivação pode surgir:

- Como uma força que predispõe um indivíduo a agir de uma determinada maneira

tendo em vista atingir um objetivo; - Como um comportamento que tem por base um motivo ou uma pulsão: ou seja, é

um comportamento que tende a satisfazer uma necessidade, um querer, um interesse, ou desejo e que impulsiona alguém numa dada direção. (http://educom.pt/~pr1327/psy_antigo/85_licao_motivacao_definicao.pdf)

A motivação pode ser considerada como “intrínseca”, quando vem de dentro da pessoa para

sua própria realização, sem necessidade de recompensas, ou “extrínseca” quando a razão vem de fora,

é condicionada a premiação ou para evitar punições.

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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No processo de aprendizagens ambas são necessárias e devem ser estimuladas. Vejamos a

justificativa...

É vital criar motivação intrínseca nos alunos, estimulando a sua curiosidade, embora não se deva desprezar a necessidade que as recompensas têm em determinadas situações. Os elementos que compõem a motivação para aprender são o planejamento, a concentração no objetivo, a consciência do que se quer aprender e como fazê-lo (metacognição), orgulho, satisfação, ausência de ansiedade ou medo do fracasso, a busca ativa de novas informações e o discernimento eficaz do feedback. (http://alunos.di.ubi.pt/~a14676/psicologia/motivacao.pdf)

Portanto, na condução do trabalho docente, é interessante propiciar situações em que os

alunos se envolvam, criando assim um estado de motivação e de reflexão para que a aprendizagem

aconteça de forma significativa.

Por outro lado, para que ela se efetive, é pertinente se lembrar da importância do desejo do

aluno de aprender, seu esforço mental e sua persistência.

Dinâmica de Grupo: Para quem você tira o chapéu?

Objetivo: Estimular a auto-estima dos participantes.

Materiais: Um chapéu e um espelho. O espelho deve estar colado no fundo do chapéu.

Desenvolvimento: A coordenadora escolhe uma pessoa do grupo e pergunta se ela tira o chapéu

para a pessoa que ver e o porquê, sem dizer o nome da pessoa. Em seguida, pega novamente o chapéu

e fingi que trocou a foto do chapéu antes de chamar o próximo participante.

REFERÊNCIAS

Amor de pai, acima de tudo e de todos... meu filho!

((http://videolog.uol.com.br/video.php?id=238629)

FERREIRA, Aurélio B. H. Dicionário Aurélio Eletrônico. Editora Nova Fronteira, 1999.

Motivação - (http://educom.pt/~pr1327/psy_antigo/85_licao_motivacao_definicao.pdf)

Para quem você tira o chapéu? - (http://www.cdof.com.br/recrea18.htm)

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TIBA, Içami. Quem ama educa. São Paulo: Editora Gente, 2002.

ZAMBERLAN, Maria Aparecida Trevisan Interações Familiares – Teoria, Pesquisa e Subsídios à

Intervenção (organizadora), Zélia Maria Biasoli Alces, Londrina: EDUEL, 2008

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Relacionamento Interpessoal: pais e filhos; professores e alunos

Objetivo Específico

Reconhecer a necessidade de uma relação de diálogo entre pais e professores com o adolescente.

Abertura do evento: Apresentação de um momento musical por professores do colégio.

Apresentação em data-show: Entrevista com o Pedagogo Roberto Carlos Ramos – Programa do

Jô Soares.

Um ex-menino de rua que teve sua vida transformada pela “Pedagogia do amor”, após

conhecer uma pedagoga francesa que o adotou.

Exposição dialogada do tema por uma psicóloga

É preciso aprimorar o relacionamento...

Desde o nascimento a pessoa desenvolve inúmeras habilidades, tais como: balbuciar, falar,

andar, ler, cantar, dançar, escrever...

Para que ela tenha facilidades em manter relacionamentos afetivos na fase adulta, necessita

que tenha tido condições favoráveis para a aquisição dessas aprendizagens. Caso contrário, a pessoa

pode encontrar dificuldades. Vejamos a explicação:

Algumas condições podem dificultar o desenvolvimento de um repertório adequado como, por exemplo, a ausência de um ambiente rico em manifestações de carinho, de respeito, compreensão, diálogo, podendo resultar, inclusive em déficit de repertórios sociais satisfatórios. (ZAMBERLAN, 2003, p.223)

Segundo a referida autora, além da importância do desenvolvimento da afetividade, outros

aspectos relevantes também devem ser desenvolvidos:

- Autocontrole: Quanto mais fortalecido maior será a possibilidade de apresentar

equilíbrio e consistência de respostas, facilitando o enfrentamento de situações sociais;

- Assertividade: Diminui a probabilidade da pessoa se deparar com situações que envolvam conseqüências aversivas, sobre as quais não se pode exercer nenhum controle. É necessário aprender a expressar emoções de maneira adequada e analisar as situações que provocam sentimentos desagradáveis, tentando minimizar os efeitos;

Estudo 6

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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- Autoconhecimento: Segundo Skinner (1974), o autoconhecimento é uma prática exclusivamente humana e salienta a importância do comportamento verbal na aquisição desse tipo especial de conhecimento. Skinner(1974) coloca que diferentes comunidades geram diferentes maneiras de uma pessoa explicar-se a si mesma e aos outros [...] O autonhecimento é a discriminação dos próprios comportamentos em função de suas conseqüências.( Skinner apud ZAMBERLAN, 2003, p.223)

A partir da valorização desses conceitos e considerando a importância da família estar

desenvolvendo essas práticas e a escola, dando-lhe continuidade, veremos alguns benefícios que o

aprendizado dessas habilidades pode trazer:

- Aprendizagem: aprendemos fazendo. Fazendo juntos, aprendemos com alegria; - Diálogo: enquanto trabalhamos, podemos conversar; assim, a conversa se torna

fácil e natural; - Percepção: quando ficamos juntos, nos percebemos, nos conhecemos e podemos

nos apreciar melhor; - Sentir-se útil: quando sabemos que alguém precisa de nós, nos sentimos

efetivamente valorizados; - Participação: somos parte integrante do contexto sociocultural em que estamos

inseridos. Por isso devemos interferir nas decisões que são tomadas, para seu funcionamento adequado;

- Responsabilidade compartilhada: ajuda-nos a crescer, por ser responsabilidade nossa também;

- Liberdade: tornamo-nos mais livres, porque paramos de olhar para nós mesmos e passamos a ver também o outro e a enxergar o mundo para aprender a fazer boas escolhas.

Sobretudo aprendemos que nossa liberdade tem limites, ou seja, faz fronteira com a liberdade do outro. (MENEZES, 2005. p.107-108)

Outro aspecto relevante que se deseja enfatizar, diz respeito às relações educativas, que

acontecem no desenvolvimento da confiança entre professor e aluno...

[...]essa relação deve ser entendida como uma qualidade do relacionamento entre as pessoas, que vai sendo trabalhada e construída para que elas conquistem um objetivo comum. Esse tipo de relação pode ser o ponto de partida para o sucesso dos processos de ensino e aprendizagem. (Livro-texto Curso de Prevenção do uso de drogas para educadores de Escolas Públicas, 2006, p.52)

Nessa concepção mais ampla de educação, que valoriza também a relação professor e aluno

como parte do princípio educativo, sugerem-se exemplos de atitudes que o professor pode ter no

cotidiano escolar:

- Expressar seu interesse pelas iniciativas e comportamentos do aluno; - Atendê-lo de forma atenciosa, reconhecendo e validando seu esforço; - Acompanhar seu processo de aprendizagem quando perceber suas dificuldades

em realizar alguma tarefa, sem desqualificar suas dúvidas; - Mostrar-se disponível para acolher suas inquietações; - Valorizar os progressos do aluno e animá-lo nas suas dificuldades;

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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- Incentivar os trabalhos em grupos e valorizar as iniciativas coletivas. (Livro-texto Curso de Prevenção do uso de drogas para educadores de Escolas Públicas, 2006, p.52)

Portanto, deve-se considerar que a qualidade das relações que acontecem no contexto familiar

e na escola, são variáveis relevantes que podem contribuir para o êxito ou não da aprendizagem.

Dinâmica de Grupo: Olhos vendados

Objetivo: Motivar a confiança uns nos outros

Desenvolvimento: O coordenador solicita que se formem duplas (de preferência pai e filho). Em

seguida, um venda os olhos do outro com uma tira de tecido. O participante que está com vendas nos

olhos deve ser guiado pelo outro, que está com os olhos abertos. Depois o papel se inverte. Pode ser

colocada uma música de fundo.

REFERÊNCIAS

Entrevista com o Pedagogo Roberto Carlos Ramos – Programa do Jô Soares.

(http://www.youtube.com/watch?v=UCWS5Qm9pYw)

MENEZES, Mara Silvia C. Prevenção com amor exigente. São Paulo: Loyola, 2005.

Olhos vendados (http://www.cdof.com.br/recrea18.htm)

SECRETARIA NACIONAL ANTIDROGAS, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Livro-texto Curso

de Prevenção do Uso de Drogas para Educadores de Escolas Públicas, Universidade de Brasília;

Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006.

ZAMBERLAN, Maria Aparecida Trevisan Interações Familiares – Teoria, Pesquisa e Subsídios à

Intervenção (organizadora), Zélia Maria Biasoli Alces, Londrina: EDUEL, 2008

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Co-responsabilidade e Qualidade na Educação Pública

Objetivo Específico

Reconhecer a importância da parceria entre escola e família para resgatar a qualidade da educação

pública.

Abertura do Evento: Apresentação de uma coreografia realizada com alunas do colégio (Música:

“Dias melhores” de Jota Quest).

Apresentação do vídeo: Educação e vida

Trata-se de uma mensagem que valoriza a aprendizagem que acontece através da troca de

experiências. Incentiva as pessoas a desenvolverem a afetividade e a terem esperança de dias

melhores, que virão quando se permitirem ampliar o conhecimento.

Dinâmica de Grupo: Formulando Conceitos

Objetivo: Despertar a atenção dos participantes para a temática do encontro.

Material: Cartazes com frases que podem ser completas com apenas uma palavra. Ex: “O mais

importante numa família é...”; “Uma comunidade só progride quando... ”; “Estar comprometido com

a escola é...”; “Sou responsável pela educação dos meus filhos quando...”.

Desenvolvimento: O coordenador reúne os participantes em círculo. Pega uma bola pequena, diz

uma frase e joga a bola para um dos participantes. A pessoa que pegar a bola deve repetir a frase,

completando-a com um conceito à sua escolha. O coordenador diz outra frase e a pessoa que estiver

com a bola na mão repassa para outra e assim por diante. As frases incompletas, ditas pelo

coordenador podem ser repetidas, pois cada qual deverá ter a liberdade e a criatividade de completar a

frase de forma diferente.

O que devemos fazer?

Em abril de 2007, para comemorar o dia da Educação (28 de abril), foi realizado um Painel

da Educação Brasileira, promovido pela Agência de Notícias Todos Pela Educação. O evento

Estudo 7

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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aconteceu através de entrevistas com o objetivo de traçar um panorama da realidade educacional do

país e mostrar caminhos e alternativas para o futuro. Na ocasião participaram especialistas de diversas

áreas, entre pesquisadores, técnicos e gestores de Educação, que trabalham pela qualidade da educação

no Brasil. Dentre os temas explicitados, há um consenso entre os especialistas no que se refere ao

combate à repetência e à evasão; priorização da alfabetização; financiamento aliado à boa gestão;

participação das famílias e da comunidade na vida escolar; formação de professores; autonomia das

escolas; e aperfeiçoamento dos sistemas de avaliação.

Selecionamos a seguir, partes de duas dessas entrevistas que compartilham conceitos sobre a

repetência e a valorização da participação da família no processo de melhoria da qualidade da

educação.

Quando perguntado sobre as principais causas da repetência no Brasil, Ristoff diz que:

[..]em geral a explicação para a repetência, a evasão e o fracasso escolar é buscada nos atores envolvidos (administradores, professores, alunos, pais); nos currículos que definem os conteúdos a ser ministrados; nas metodologias e técnicas utilizadas; nas políticas para cada estado, município e para o país; e nas valorações sociais que a comunidade faz da escola. Todas essas questões, em seu conjunto, e nenhuma dela isoladamente, escondem algum aspecto da explicação que buscamos. [...] o impacto da família é grande e primordial, mas é claro que a família também não vive isoladamente. Grupos externos à família, na relação de vizinhança, nas suas expressões públicas, nas suas interações e valorações, na sua capacidade de incentivar, frustrar ou desestimular, têm impacto importante sobre o bom e o mau desenvolvimento dos indivíduos. Bons hábitos de estudo e o gosto pelo desafio de aprender não devem ser encarados como algo inato, mas como segunda natureza. Precisam ser, pois, aprendido como tudo mais no convívio diário. [...] os pais precisam perceber que a escola, financiada pelo poder público, é pública, é deles, e que eles precisam ter voz sobre o seu destino. Aos governos cabe estimular, por meio de programas estruturados, essa participação de todos nos Conselhos Escolares. Com isso, os reflexos sobre a aprendizagem se farão sentir. (RISTOFF1, 2007, p.7)

Outra entrevistada, a socióloga (Castro, 2007) quando questionada sobre o que deveria ser

feito para reduzir a repetência, faz a seguinte afirmação:

A primeira coisa é fazer um bom trabalho com os professores, com as equipes das escolas e também, com as famílias no sentido de mostrar os efeitos perversos da repetência sobre a aprendizagem, seus efeitos disso na auto-estima dos alunos. (CASTRO2, 2007, p. 18)

1 Dilvo Ristoff - Diretor de Avaliação e Estatísticas da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC); Doutor em Licenciatura pela Universidade do Sul da Califórnia, Estados Unidos. Foi diretor do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina. Há 10 anos trabalha com avaliação.

2 Maria Helena Guimarães Castro - Socióloga formada pela Universidade de Campinas, doutora em Ciência

Política pela Universidade de São Paulo. Foi secretária–executiva do MEC, presidiu por sete anos, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), trabalhou como pesquisadora no Núcleo de Políticas Públicas da Unicamp, atualmente, é Secretária Estadual de Educação do Distrito Federal.

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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Segundo dados do MEC, a taxa de conclusão do ensino médio dez anos atrás era melhor do

que atualmente. Hoje, de cada 100 alunos que ingressam no ensino fundamental, apenas 64 concluem

a 8ª série e 45 concluem o ensino médio. Pesquisas relacionadas por vários especialistas mostram que

70% do aprendizado relacionam-se à vida familiar, ao aceso à cultura de modo geral, devido a

dificuldade de acesso ao aluno de baixa renda.

Questionada sobre a atuação do governo e da escola em relação à participação da família no

processo de aprendizado, faz a seguinte análise...

O papel do governo deve ser, principalmente, chamar as famílias, promover

programas de educação das famílias, especialmente em sociedades muito desiguais

como a nossa. Esse trabalho é fundamental para que as famílias comecem a

acompanhar a vida escolar de seus filhos, a cobrar resultados, comecem a participar

das reuniões realizadas pelas escolas. (CASTRO, 2007, p.19-20)

As entrevistas demonstram a necessidade de empenho de todos os envolvidos no processo de

aprendizagem (governo, gestores, equipe pedagógica, professores, pais e comunidade) a fim de que

cada um dê a sua contribuição, tornando-se assim também responsáveis na construção de uma

educação que permita uma boa formação a todos os alunos, independente da classe social em que se

encontram.

Há concordância entre os especialistas entrevistados, que é preciso “colocar o foco no aluno

e na aprendizagem”. Ristoff tem a seguinte definição de “boa escola”...

Uma boa escola é a que consegue ajudar todos os estudantes a fazer a caminhada

rumo à aprendizagem e à boa formação, sejam eles fracos ou não, sejam eles ricos

ou pobres. (RISTOFF, 2007, p.7)

De um modo geral os entrevistados percebem alguns avanços da educação brasileira em

programas implantados, mas todos concordam com a necessidade de medidas eficazes para a

superação da situação atual.

Numa perspectiva crítica de política educacional, em seu livro “Estado, Políticas Educacionais

e Gestão Compartilhada”, o autor abaixo citado destaca...

Só se constrói regime democrático com processos e instrumentalizadores democráticos, ou seja, através da participação popular, de regras claras, de transparência nas ações do governo, instituindo-se um poder visível. Só há consciência democrática com o advento da democratização do poder, quando os sujeitos históricos possam determinar as condições, possam decidir, tornarem-se participativos, democratas. Porém, o que tem ocorrido históricamente é que as

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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pessoas fogem da participação. Esta parece ser um entojo, configurando-se em situações fantasiosas. Na escola, esta modalidade de participação é cotidiana, por isso “catam-se os pais a laço”, obrigando-os a participar. Participar exige predisposição cultural, social e econômica. Participar exige predisposição emocional. Exige envolvimento e... poder de decisão. (LIMA3, 2004, p.37)

O pensamento do referido autor, explicita a finalidade da educação numa expectativa de

sociedade verdadeiramente democrática. Em sua análise, os programas e projetos apresentados pelo

governo até o momento para superar as dificuldades educacionais, como por exemplo, a correção de

fluxo e aceleração não melhorou a qualidade da educação, haja vista os baixos índices de

escolarização. Propõe então, a necessidade de esforços coletivos, de capacitação crítica das pessoas

para que busquem a transformação da sociedade.

REFERÊNCIAS

BERKENBROCK, Volney J. Dinâmicas para Encontros de Grupo. Petrópolis: Vozes: 2004.

p.119).

CASTRO, Maria H. G. Anais do Painel da Educação Brasileira. Edição: Agência de Notícias Todos

pela Educação, 2007.

Educação e vida (http://www.youtube.com/watch?v=mNlgV5i7um4)

LIMA, Antonio M. (org) Estados, Políticas Educacionais e Gestão Compartilhada. São Paulo:

Xamã, 2004.

RISTOFF, Dilvo. Anais do Painel da Educação Brasileira. Edição: Agência de Notícias Todos pela

Educação, 2007.

3 Antonio Bosco de Lima - Professor do Colegiado de Pedagogia da Unioeste, Mestre e doutor em Educação

pela UNICAMP e PUC-SP. Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Gestão Escolar (GPGE).

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33

Reflexão Sobre os Resultados da Avaliação das Práticas Educativas Familiares

Objetivo Específico

Identificar as práticas educativas utilizadas nos cuidados dos filhos através da avaliação do Inventário

de Estilos Parentais.

Abertura do Evento: Momento de apresentação de música instrumental por pais e alunos do

colégio.

Apresentação da mensagem: Casa e Lar

A mensagem procura fazer uma distinção entre os conceitos de casa e lar. A “casa” é vista

aqui como sendo apenas uma construção para abrigar as pessoas de fenômenos provocados pela

natureza com relacionamentos interpessoais descompromissados. Enquanto o “lar” caracteriza-se por

um lugar de aconchego, afeto, diálogo e aprimoramentos das relações humanas. Conclui, deixando o

questionamento para que o leitor reflita em que situação ele se encontra.

Apresentação da Pauta: “I Conferência Ibero-Americana sobre Família” realizada em Valparaíso,

no Chile no ano de 1994. (Anexo F)

Objetivo: Divulgar a iniciativa que pesquisadores dessas nações estão realizando em estudos

científicos sobre a família.

Exposição dialogada do tema pela pedagoga da Instituição Escolar

Práticas Educativas: Reflexão Sobre o Contexto Familiar

Após o preenchimento de instrumentos para verificar como se dão as práticas educativas no

lar, previamente realizado pelos alunos e pais, inicia-se o estudo a fim de conhecer um pouco mais

sobre o assunto. Deseja-se com isso, dar uma importância significativa às atitudes que os pais têm em

relação ao filho e vice-versa e o grau de comprometimento para com sua educação.

Estudo 8

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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Um dos instrumentos interessantes voltados ao estudo das relações familiares, é o “Estilo

Parental”, que pode ser assim definido...

Conjunto das práticas educativas parentais ou atitudes parentais utilizadas pelos cuidadores com o objetivo de educar, socializar e controlar o comportamento de seus filhos. As práticas educativas são definidas como estratégias específicas utilizadas pelos pais em diferentes contextos (Repplod, Pacheco, Bardagi&Hutz, apud GOMIDE, 2006, p.7)

Em seu livro ”Inventário de Estilos Parentais”, Gomide (2006) também registra um estudo

sobre a influência que as práticas educativas podem vir a ter na formação do indivíduo. Em um Estilo

Parental Positivo as práticas educativas positivas...

- São prevalentes às negativas e, por outro lado, se o Estilo Parental for negativo,

as práticas negativas se sobrepõem às positivas; - Estão vinculadas ao desenvolvimento do comportamento anti-social:

negligência, abuso físico, disciplina relaxada, punição inconsistente e monitoria negativa ou ao comportamento social: monitoria positiva e comportamento moral;

- Envolve o uso adequado da atenção e distribuição de privilégios, o adequado estabelecimento de regras, a distribuição contínua e segura do afeto, o acompanhamento e supervisão das atividades escolares e de lazer. (GOMIDE, 2006. p. 7-8)

Ainda referindo-se ao estudo acima citado, os autores alertam que...

[...] a falta de disciplinamento por parte dos pais na educação de seus filhos ou a falta de monitoramento podem ser um meio de se encorajar os filhos a perceberem a agressão e a violência como aceitáveis. Sendo assim, os altos índices de monitoramento parental podem reduzir o risco de desenvolvimento futuro de comportamentos violentos em situações de delinqüência e relacionamentos íntimos. (Dodge, Pettit e Battes apud GOMIDE, 2006, p.22-23)

Na mesma perspectiva de práticas educativas, a autora abaixo, relaciona quatro aspectos

relevantes que deveriam estar presentes na dinâmica familiar:

- A comunicação, qualquer comportamento verbal ou não-verbal manifestado por seus membros;

- As regras familiares: a introdução da disciplina na vida da criança envolve um contexto de interação entre pais e filhos, em que a criança começa a ser confrontada com as regras das práticas educativas parentais;

- Os papéis familiares em que cada elemento assume comportamentos definidos e adequados, contribuindo para o ajustamento total da família;

- A liderança que os pais devem exercer no grupo familiar, mas compartilhada com os filhos de modo diferenciado e democrático, buscando o crescimento emocional de todos. (Ingberman apud ZAMBERLAN, 2008, p.66)

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Estratégias Favorecedoras de Envolvimento da Família na Vida Escolar do Educando

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Vários estudos referentes à relação da dinâmica familiar com o processo de aprendizagem da

criança e do adolescente, têm indicado para caminhos que respaldam a percepção sistêmica dessas

relações.

Num enfoque mais abrangente, torna-se então possível tratar o assunto de maneira mais

reflexiva. Isso demonstra que o modo como os pais e professores analisam a dificuldade do

adolescente na escola e definem ações construtivas e responsáveis de superação, constitui um passo

muito importante para o sucesso da aprendizagem.

Dinâmica de Grupo: Em Sintonia

Objetivo: Promover a confraternização do grupo.

Material: Bilhetes com diferentes trechos de letras de uma determinada música conhecida. Estes

bilhetes devem ser duplos.

Desenvolvimento: Explica-se a dinâmica e distribui-se os bilhetes a todos os participantes. Em

seguida, o coordenador pede para andarem pela sala cantarolando o seu trecho da música até encontrar

o seu parceiro. À medida que vão se encontrando, formam-se duplas e continuam cantando. A

dinâmica termina quando todos estiverem em sintonia com seu parceiro. Pede-se então para que unam

suas vozes, cantando a música inteira juntos.

Encerramento: Leitura e entrega do poema “Família” (Anexo G)

REFERÊNCIAS

BERKENBROCK, Volney J. Dinâmicas para Encontros de Grupo. Petrópolis: Vozes, 2004. p.61).

Casa e Lar - (http://www.scribd.com/doc/6382670/CASA-E-LAR?)

GOMIDE, Paula I.C. Inventário de Estilos Parentais. Rio de Janeiro: Vozes, 2006.

ZAMBERLAN, Maria A. T. Interações Familiares – Teoria, Pesquisa e Subsídios à Intervenção

(organizadora), Zélia Maria Biasoli Alces, Londrina: EDUEL,2008

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Considerações Finais

A intenção deste trabalho foi iniciar uma reflexão sobre a importância da participação e da

co-responsabilidade da comunidade escolar para a formação integral do educando e a melhoria da

qualidade do ensino público em especial, focando alunos repetentes do Ensino Médio.

Procurou-se também resgatar o significado da afetividade e dos valores morais e éticos

presentes nas relações humanas, tanto na família quanto na escola. Fatores esses, imprescindíveis para

um desenvolvimento emocional saudável.

Verificamos que muitos estudos estão sendo desenvolvidos por conceituados educadores

nessa área. Isso vem justificar a necessidade da escola dar continuidade a trabalhos que promovam a

aproximação da família no contexto escolar. Nesse processo de maior interação, um dos desafios é

criar uma estrutura não aversiva e ou desestimuladora para os familiares.

Há também a possibilidade de expansão do projeto para outras séries do Ensino

Fundamental, na perspectiva de uma ação educativa de prevenção.

Esse trabalho não tem a pretensão de ser conclusivo; continua aberto para aprimoramento

com as contribuições advindas dos participantes no decorrer dos grupos de estudos, como também dos

cursistas do GTR (Grupo de Trabalho em Rede).

Convém ressaltar que os estudos realizados para a elaboração desse material contribuíram

imensamente para a formação profissional da autora, com a pretensão de compartilhar com todos que

acreditam que o “nunca” não existe, quando se acredita que unidos, é possível construir um mundo

melhor a partir de pequenas ações na comunidade escolar.

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ANEXOS

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ANEXO A

PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional / Projeto de Intervenção na Escola

Lista de presença nos Grupos de Estudo

Professora Pedagoga PDE: Margareth Faria Professor Orientador da Universidade Estadual de Londrina: Juarez Gomes

RUBRICA DOS PARTICIPANTES Nº RESPONSÁVEL ALUNO

SÉRIE TURM

A 1º 2º 3º 4º 5º 7º 8º

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ANEXO B

FICHA DE INSCRIÇÃO (Modelo)

Grupo de Estudos Interação Família Escola

Nome do pai: _________________________________________________________________

Nome da mãe:_________________________________________________________________

Nome do responsável: __________________________________________________________

Endereço:_Rua _____________________________________________________nº _________

Bairro: ___________________________________________________Cep: _______________

Telefone residencial: ______________________ Tel. celular: ___________________________

Email:

_____________________________________________________________________________

Nome dos filhos:

__________________________________________________________Idade: _____Série: ___

__________________________________________________________Idade: _____Série: ___

__________________________________________________________Idade: _____Série: ___

__________________________________________________________Idade: _____Série: ___

Participarão dos encontros:

Pai ( ) Mãe ( ) Casal ( ) Filho ( )

Outro responsável ( ) __________________________________________________________

Os filhos menores irão participar das atividades recreativas?

Sim ( ) Não ( ) Quantos filhos? ( )

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ANEXO C

PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional

Projeto de Intervenção na Escola

Prezados pais, professores e alunos

O Colégio Estadual Vicente Rijo agradece sua presença neste Grupo de Estudos.

Esperamos que seja o início de um processo que contribuirá para o crescimento de todos,

principalmente para o nosso aluno que é a razão desta iniciativa.

Ficha de Avaliação

Sua opinião é muito importante para o aperfeiçoamento do nosso trabalho. Portanto, assinale

com X o quadro que indique o seu conceito sobre o estudo de hoje.

CONCEITO ☺

1. O atendimento individual foi satisfatório 2. A programação foi adequada em relação à duração do

estudo

3. O tema apresentado correspondeu às minhas expectativas 4. O palestrante foi claro na apresentação do tema 5. O palestrante permitiu espaço para questionamentos 6. As dúvidas foram respondidas com clareza 7. Houve participação do grupo 8. Senti-me à vontade para fazer perguntas 9. A coordenação do encontro foi eficiente

Comentários e sugestões: ____________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

Margareth Faria

Pedagoga

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ANEXO D

Questões para se refletir...

Assinale a resposta que mais se aproxima da situação apresentada na coluna apropriada:

verdadeiro, falso, ou habitualmente:

V F H Tive sempre liberdade em abraçar e beijar meu filho, falando do meu amor por ele. Acho que meu filho sente-se razoavelmente seguro. Aceito meu filho pelo que é e não pelo seu desempenho. Encorajo meu filho mais do que lhe faço críticas. Evito a tentação de comparar meu filho com outros. Fito meu filho nos olhos quando falo com ele. Admito meus erros e atitudes incorretas em relação a meu filho. Meu filho tem liberdade para contar-me suas experiências quando está fora de casa. O ambiente em nosso lar transpira (manifesta) amor. Quando meu filho fala comigo, dou-lhe tanta atenção como a um adulto. Sinto que meu filho me respeita como pessoa. Temos horários regulares em casa para as refeições, tarefas domésticas e hora de

dormir.

Passo algum tempo com meu filho sempre que estou em casa.

Extraído do livro Sete necessidades básicas da criança de John M. Drescher. São Paulo:

Mundo Cristão, 1999.

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ANEXO E

Doze Maneiras de Aumentar a Auto-Estima de Seu Filho

Por Yaacov Lieder

Como pais, não podemos controlar tudo que nosso filho vê, ouve ou pensa, e que

contribuirá para sua auto-imagem. Porém há muito que podemos fazer.

Temos a criança nos primeiros anos de vida; Deus nos deu um presente especial – um

novo ser humano com uma "lousa em branco". Durante os primeiros anos, aquilo que passa pela

cabeça da criança a deixa muito impressionada. Os pais, portanto, têm uma oportunidade de

estabelecer uma "conta bancária de auto-estima" na qual a criança armazena muitas coisas

positivas sobre si mesma. Nos anos e décadas que virão, esta "conta bancária" compensará as

experiências negativas, que são inevitáveis.

Como então fazemos depósitos na conta de nosso filho? Como podemos nós, os pais,

construir para a auto-estima de nosso filho? Aqui estão algumas sugestões:

1. Demonstre amor e afeição. Tudo que fazemos com nossos filhos, desde a mais tenra

infância, deve ser com afeição e amor. Um bebê tratado com carinho terá um sentimento

subconsciente de que é valioso e importante o suficiente para ser amado.

2. Elogie seu filho. Faça elogios ao seu filho sempre que possível, toda vez que ele fizer algo

bem feito. Diga: "Estou orgulhoso de você. Você é muito especial. Gostei da sua maneira de

fazer isto."

3. Torne seus elogios críveis. É importante, no entanto, que ele acredite nos elogios. Frases

exageradas como "Você é o melhor do mundo. Você é a pessoa melhor que já existiu" podem na

verdade ser contra-produtivos. A criança desenvolverá um ego inflado, e isso pode afetar seu

relacionamento com os amigos, o que a longo prazo terá um efeito negativo sobre sua auto-

estima.

4. Estabeleça metas para seu filho. A meta deve ser algo passível de atingir vestir-se sozinho,

conseguir uma determinada nota na próxima prova escolar. Estabeleça metas que sejam

apropriadas para a idade e capacidade da criança (estabelecer um objetivo inatingível terá um

efeito negativo). À medida que a criança se aproxima da meta, estimule-a e elogie cada sucesso

ao longo do caminho. Quando a criança atinge a meta, cumprimente-a e reforce sua auto-

imagem como realizadora.

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5. Critique a ação, não a pessoa. Quando a criança faz algo negativo, diga: "Você é uma

criança especial e muito boa, não deveria estar fazendo isso", em vez de dizer "Você é mau".

6. Confirme os sentimentos do seu filho. Quando seu filho recebe um golpe na sua auto-

estima, é importante validar seus sentimentos. Por exemplo, se a criança se ofendeu com um

comentário maldoso de um amigo ou professor, diga a ela: "Sim, você ficou ofendida por aquilo

que a pessoa disse" ou "Você se ofendeu com o fato de que a outra pessoa não gosta de você".

Somente depois que a criança sentir que seus sentimentos foram validados, ela se abrirá,

permitindo que você lhe aumente a auto-estima, apontando pessoas que gostam dela, e as coisas

positivas que outros disseram a respeito dela.

7. Tenha orgulho do seu filho. De maneira regular, você deve lembrar-se de dizer ao seu filho

como você se sente feliz e orgulhoso por ser pai/mãe dele.

8. Fale positivamente sobre seu filho na presença de pessoas importantes na vida dele, como

avós, professores, amigos, etc.

9. Nunca compare seu filho com outras crianças, dizendo: "Por que você não é como

Carlinhos?" Quando esse tipo de comparação for feita por outras pessoas, diga ao seu filho que

ele é especial e único à sua maneira.

10. Assegure que outras pessoas que lidam com seu filho conheçam seus pontos positivos.

No início do ano escolar, fale com os professores de seu filho e diga-lhes quais são seus pontos

fortes, assim a professora terá uma atitude positiva neste aspecto e continuará a reforçar aqueles

pontos fortes.

11. Diga ao seu filho, sempre, que o ama incondicionalmente. Quando eles falham, ou fazem

algo errado, lembre-se de dizer: "Você é especial para mim, e sempre o amarei, não importa o

que aconteça!"

12. Cuide de sua própria auto-estima. Você precisa enxergar-se sob uma luz positiva. Pais

que não têm auto-estima terão dificuldades em criar um filho com uma elevada auto-estima. Um

pai positivo é aquele que sabe que não é perfeito, mas se valoriza, e está sempre tentando

crescer e melhorar.

Fonte: http://www.chabad.org.br/biblioteca/artigos/auto_estima/home.html

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ANEXO F

Pauta da I Conferência Ibero-Americana sobre Família

(Valparaíso, Chile, 1994)

Reunidos na cidade de Valparaíso, no Chile, aos 14 dias do mês de janeiro, os participantes da

recém criada Rede Ibero Americana sobre a Família acordam os seguintes propósitos para

fundamentar os trabalhos dessa Organização:

a) manter comunicação permanente entre as pessoas que trabalham em favor das famílias,

criando laços de amizade e mútua cooperação;

b) criar, manter e incrementar, na medida do possível, uma corrente de opinião em favor da

integração de trabalhos para o desenvolvimento das famílias;

c) compilar, organizar e difundir o conhecimento rigoroso acerca das famílias no mundo;

d) promover projetos cooperativos de estudos, apoio, orientação e promoção das famílias em

nível de instituições nacionais e internacionais, governamentais e não governamentais;

e) apoiar programas que visam impulsionar os movimentos da organização familiar, sua

integração e desenvolvimento.

ZAMBERLAN, Maria A. T. Interações Familiares – Teoria, Pesquisa e Subsídios à

Intervenção (organizadora), Zélia Maria Biasoli Alces, Londrina: EDUEL,2008

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ANEXO G

FAMÍLIA

Noélio Duarte

Família. Família... Todos temos, Dela viemos. Nela nascemos... Então crescemos. Para uns, a família é só o pai, para outros, só a mãe, muitos só têm o avô... Mas é família: sinônimo de calor! Tem família que é completa, repleta, discreta, seleta, aberta... Outra, é engraçada, atiçada, afinada, engrenada, esforçada, empenhada... Mas tem família complicada, indelicada, desajustada, desacertada, debilitada... Família... Família é assim: lá não temos capa - nada nos escapa! Máscaras, como usar? Não, não dá prá enganar!

Às vezes queremos fingir, mas isto é apenas mentir... E, é lá dentro de casa que surge, cresce, aparece, o lobo voraz, o urso mordaz, elefantes ferozes, (com trombas e tudo) leões velozes com unhas e dentes inclementes... Família... Família é lugar onde convivem os diferentes: um é risonho, outro tristonho; um é exibido, outro inibido; um é calado, outro exagerado; um é cabeludo, outro testudo; um é penteado, outro descabelado... Família... Família é assim: nunca é possível contentar, pois onde há diferenças, haverá desavenças. como a todos agradar? Mas entre todos os valores Cultivados entre nós Há algo como uma voz Muito enfática a dizer: “Cultive a educação, faça lazer, haja afeição; dê carinho, tudo aos seus! Mas o maior valor – maior até que o amor – é cultivar Deus!”

Fonte: http://www.pensador.info/p/texto_sobre_familia/1/

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