manual de escrita criativa
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Sofia Bragança Buchholz Academia das EmoçõesTRANSCRIPT
MANUAL
DE
ESCRITA CRIATIVA
Formadora: Sofia Bragança Buchholz
Porto – 10 de Abril 2013
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Índice
I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 1. O QUE É A ESCRITA CRIATIVA........................................................................ 3
II. O PROCESSO CRIATIVO .................................................................................... 4 1. A IDEIA............................................................................................................... 4 2. A ESTRUTURAÇÃO DA IDEIA........................................................................... 4 3. O DESENVOLVIMENTO DA IDEIA .................................................................... 4
III. EXERCÍCIOS ........................................................................................................ 5
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I. INTRODUÇÃO
1. O QUE É A ESCRITA CRIATIVA
Escrita Criativa é um termo usado para distinguir diferentes tipos de escrita –
particularmente os que usam o domínio da imaginação – da escrita em geral.
“O escritor criativo faz a mesma coisa que uma criança quando brinca e reorganiza o
mundo ao seu gosto usando a imaginação e a fantasia como matéria-prima.” Sigmund
Freud.
A Escrita Criativa inclui (mas não se limita): Ficção, Drama, Poesia, Guiões, Escrita auto-
exploratória, Slogans, Autobiográfica, Géneros Híbridos, etc.
Embora haja quem argumente que o talento não pode ser ensinado, é possível partilhar
técnicas e motivações que ajudam as pessoas a ter acesso à sua própria criatividade
(técnicas como o Brainstorming, Escrita Automática, etc).
• A imaginação deve ser treinada, atiçada, para que surjam as ideias, e, por detrás
dessas ideias, apareça uma história.
• Os menos “inspirados” podem ir ao “baú” da memória buscar material (vivências
passadas, histórias que ouvimos, notícias de jornais, etc)
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II. O PROCESSO CRIATIVO
1. A IDEIA
A ideia pode surgir da:
• Descontrução e Construção
• Escrita Automática
• Imaginação
• Influência dos sentidos: observando; “absorvendo” tudo à nossa volta (a
importância dos sentidos). Reciclando o que se observou
• Anotando ideias que possam vir a ser aproveitadas
• A possibilidade de poder viver outras vidas através da criação de personagens
2. A ESTRUTURAÇÃO DA IDEIA
• O Esqueleto da Narrativa: a narrativa tem de ter um esqueleto
• A Narrativa
• A escrita não é um processo anárquico. Tem de haver coerência.
• À medida que a narrativa evolui, tornamo-nos vítimas da nossa própria
criatividade (cada vez temos menos autonomia para a mudarmos)
3. O DESENVOLVIMENTO DA IDEIA
• A Construção da Narrativa
• Os Diálogos
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III. EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO 1: (Des)construção
Sofia Bragança
Aifos Ganbraça
Fosai Çaganbra
Fiaso Braçagan
Asofi Gançabra…
EXERCÍCIO 2: A Construção
� Uma palavra com 6, 7 ou 8 letras
� Escrita na vertical
� Uma palavra na horizontal começada por cada uma das letras, de forma a compor
uma frase que lida de cima para baixo faça sentido (ex: PEDRADA: Pássaros;
Esvoaçantes; Deixam; Rastos; Azuis; De, Água
EXERCÍCIO 3:
Escrever uma frase em que cada palavra tenha uma letra a mais do que a anterior:
Exemplo: O Tó foi voar justo frente polícia tentando modificar estratégia inutilmente…
EXERCÍCIO 4: Duplicar
Desenvolva o seguinte texto até ficar, sensivelmente, com o dobro de palavras:
“Havia outro pecado que a torturava: quando rezava, às vezes, sentia vir a expectoração;
e tendo ainda o nome de Deus ou da Virgem na boca, tinha de escarrar; ultimamente
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engolia o escarro, mas estivera pensando que o nome de Deus ou da Virgem lhe descia
de embrulhada para o estômago e se ia misturar com as fezes! Que havia de fazer?”
[O Crime do Padre Amaro, Eça de Queiroz]
EXERCÍCIO 5: Resumir
Resumir o texto anterior até ficar com metade das palavras.
EXERCÍCIO 6: Os Sentidos – A Observação
Na fotografia pode ver-se uma parede com um graffiti.
Imagine a(s) frase(s) que gostaria de escrever numa parede.
EXERCÍCIO 7: A Observação
Faça um retrato robot de cada uma das personagens da foto. Deverá apenas descrevê-
las fisicamente, como se tratasse de um reconhecimento, junto da polícia, das três
pessoas, àquela hora, naquela esquina.
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© Imagem: Coolbooks
EXERCÍCIO 8: Os Diálogos
Vai pôr as 2 mulheres mais velhas em diálogo. Como vizinhas que se prezem, estão a
comentar a falta de virtude da jovem do 3ºA e a reclamar do merceeiro que anda a roubar
no peso.
EXERCÍCIO 9:
“A sua sensibilidade era tão perfeita que até na própria madeira da mesa a sua mão
pousava com ternura. Enquanto falava, abria espantosamente os seus olhos, que eram
azuis como o azul de uma chama de álcool. E o seu olhar era desmedido e impessoal,
como se para além de nós ele olhasse outra coisa.”
[Sophia de Melo Breyner Andresen]
Neste texto tem uma descrição muito profunda e visual de um homem, devido à utilização
correcta de metáforas.
Volte à imagem anterior e descreva a senhora do meio desta forma.
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EXERCÍCIO 10: A Cor
Olhe para a imagem. Escreva 5 palavras começadas por M que esta imagem lhe sugira.
© Imagem: Coolbooks
EXERCÍCIO 11: Título
Dê um título ao quadro.
EXERCÍCIO 12:
Escolha uma das cores deste quadro. Escreva 10 a 20 palavras (de objectos,
sentimentos, locais) que lhe ocorram relacionados com a cor que escolheu e visualizou.
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EXERCÍCIO 13: Palavras e Cores
Com as palavras encontradas no exercício anterior, construa um pequeno texto.
EXERCÍCIO 14:
Leia o texto. Feche os olhos e imagine o divã/ sofá. Descreva-o, não esquecendo as
texturas.
“Ergueu-se, foi à sala devagar, sentou-se no divã; e, como se o contacto daquele largo
sofá e o ardor das recordações que ele lhe trazia da véspera lhe tivessem dado a
coragem das acções amorosas e culpadas, voltou muito decidida ao escritório, escreveu
rapidamente:”
[O Primo Basílio, de Eça de Queiroz]
EXERCÍCIO 15: Recordações
Agora é você o largo sofá que trouxe recordações à protagonista deste breve trecho.
Recorde, enquanto sofá, aquilo a que assistiu na véspera.
© Sofia Bragança Buchholz