manipulador da falsa fatalidade

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Ernesto Bono MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE SEGUNDA EDIÇÃO Porto Alegre - 2011

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Ernesto Bono

MM AANNII PPUULL AADDOORREESS DDAA FFAALL SSAA

FFAATTAALL II DDAADDEE SSEEGGUUNNDDAA EEDDII ÇÇÃÃOO

Porto Alegre - 2011

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FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP Bibliotecária Responsável: Dinorá Nuyt – CRB 10/1074

TODOS DIREITOS RESERVADOS –é proibida a reprodução, salvo pequenos trechos, mencionando-se a fonte. A violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/98) é crime (art.184 do Código Penal). Depósito legal no escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional, sob o número de registro 535.153 livro 1017 folha 294 Eventual Correspondência para o Autor: [email protected] www.blogdoernestobono.blogspot.com

B712m Bono, Ernesto Manipuladores da falsa fatalidade. / Ernesto Bono. – 2 ed. – Porto Alegre, 2011. 174 p 14,8 cm x 21 cm

1. Relações entre a vida e a morte. 2. Fatalismo. Destino. Predestinação. 3. Demônios. Espíritos maus. 4. Crítica cien- tífica. I. Título. CDU 577.24 214 291.216 001.85

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OOBBRRAASS DDOO AAUUTTOORR

• É A CIÊNCIA UMA NOVA RELIGIÃO? (Ou Os Perigos do Dogma Científico - 197l - Editora Civilização Brasileira S/A - RIO - (esgotado) Reescrito para nova Edição

• NÓS A LOUCURA E A ANTIPSIQUIATRIA - Editora Pallas S/A – Rio – EDITORA AFRONTAMENTO, Porto, Portugal - 1975 e 1976, respectivamente, (esgotados)

• CRISTO, ESSE DESCONHECIDO - 3ª Edição - Editora Record S/A - 1979 - RIO (esgotado) – Editora Renascença 2000 – Quarta Edição – Porto Alegre

• SENHOR DO YOGA E DA MENTE - Editora Record S/A - 1981 - (esgotado)

• ECOLOGIA E POLÍTICA À LUZ DO TAO - Editora Record S/A - 1982 - RIO - (esgotado)

• ANTIPSIQUIATRIA E SEXO - (A Grande Revelação) - Editora Record S/A - 1983 - RIO - (esgotado)

• OS MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE - Fundação Educacional e Editorial Universalista FEEU - 1994 - Cx. Postal 2931 - P. Alegre CEP 90.001-970 – Esgotado

• A GRANDE CONSPIRAÇÃO UNIVERSAL, - Bonopel Edições - 1994 - Porto Alegre (edição restrita e esgotada) - ZENDA EDITORA LTDA - 1995 - São Paulo (esgotado) – ZENDA EDITORIAL - 1999 terceira edição São Paulo

• O APOCALIPSE DESMASCARADO (Nem Anjos nem Demônios, Apenas ETs) – Editora Renascença – 1997 (edição restrita de 500 volumes) – Editora Renascença – 1999 – Segunda Edição – Porto Alegre

• AIDS, UMA HISTÓRIA MAL CONTADA (Quem Perde e quem Ganha ou ASIDS, Uma História Mal Contada) – Editora Rigel 1999 Porto Alegre –.

• UMA REVOLUÇÃO QUÂNTICA – CONSCIÊNCIA OU MATÉRIA? – Clube de Autores – 2010 - São Paulo

• SABEDORIA E FILOSOFIA DE JESUS – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

• CIÊNCIA, UMA NOVA RELIGIÃO - versão nova, ampliada e corrigida, desdobrada em quatro volumes, conforme abaixo

• A CIÊNCIA NOS ENGANA - (Ciência, a Nova Religião, Primeiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

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• CIÊNCIA, MAGIA LOGIFICADA – (Ciência, a Nova Religião, segundo tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

• UMA CRÍTICA CONTRA O MÉTODO OU A ANTIDIALÉTICA – (Ciência, a Nova Religião, Terceiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

• AS BASES INCONSISTENTES DA MEDICINA CIENTÍFICA – (Ciência, a Nova Religião, Quarto Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo

• PARAR ESTE FALSO MUNDO - desdobrado abaixo em quatro volumes (livros nº 1, 2, 3, 4)

• O LADRÃO E SALTEADOR DA MENTE HUMANA - primeira parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 1) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

• TRANSMUTAR ESTE FALSO MUNDO - segunda parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 2) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

• O FOGO FÍSICO E O FOGO ESPIRITUAL - terceira parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 3) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

• A FARSA DOS MEIOS DO CONHECIMENTO - quarta parte do inédito Parar Este Falso Mundo – (livro 4) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo

• PRISÃO DO TEMPO – Clube de Autores – 2011 – São Paulo • MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE – Clube de Autores –

2011 – Segunda Edição – São Paulo • O DESAPARECIMENTO DE NOSSOS FILHOS - Clube de Autores –

2011 – Segunda Edição – São Paulo • (Tradução) PERCEPÇÃO INTERPESSOAL - Dr. Ronald D. Laing,

Phillipson, Cooper - Editora Eldorado - 1974 - RIO • (Tradução) KUNDALINI, A ENERGIA EVOLUTIVA DO HOMEM -

Gopi Krishna - 1980 - Editora Record S/A - RIO

OOBBRRAASS PPRROONNTTAASS EE II NNÉÉDDII TTAASS

• PARAR ESTE FALSO MUNDO - desdobrado acima em quatro volumes (livros nº 1, 2, 3, 4)

• CIÊNCIA, UMA NOVA RELIGIÃO - versão nova, ampliada e corrigida, desdobrada em quatro volumes, conforme acima

• UM INSTANTE DE TERNURA - Poesias

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• TRÊS JÓIAS DO BUDISMO • JESUS SEM CRUZ • JESUS CRISTO, MESSIAS OU FILHO DO HOMEM? • OS HERDEIROS DO FILHO DO HOMEM • BÍBLIA SEM VÉUS • QUANDO O PERCEBER NOS ENGANA • VIVENDO COM O ZENBUDISMO • O TAOÍSMO E SUA FILOSOFIA • O BUDISMO, SUA SABEDORIA E FILOSOFIA.

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SUMÁRIO

• Apresentação do Livro • Primeira Parte • Introdução • Rios de Sangue, Oceanos de Sangue • As Duas Fontes do Conhecimento • O Reconhecimento mata a Magia do Saber-Sentir-Intuir • É-se Homem, Agindo, ou a Magia do Ato Puro • A “Função” da Coisa no Passado, Presente e Futuro • As Sutilezas do Tempo e que são só Memória-Raciocínio-

Imaginação • Aquilo que se Pensa sobre o Mundo, Isso sempre Engana o

Homem • As Quatro Denúncias de Nagarjuna • Condicionamentos e Fatores Psicofísicos • Ver e Enxergar • Ver, Olhos e Função • Breve Resumo • Nada Começa nem se Origina, Nada Dura, Nada Termina • Extinção Temporal das Coisas e Seres • O Pensamento e as Provas que ele Forja • Segunda Parte • A Ignorância Primordial e a Ação que Ela Desvirtua • A Vida é Magia Branca, Graças ao Ato Puro • A Ação e as Suas Conseqüências (Carma) • A Morte e o que se Faz Erroneamente para Impedi-la • A Descrição Científica das Coisas • Os Corpos nem se Chocam nem Caem em Queda Livre • Magia Negra ou o Choque das Forças Vivas? • A Magia do Corpo e as Ilusões da Objetividade • Os Prodígios Mágicos da Mente Ego-Personificada • Nada do que Aparece, se Objetiva Têm Essência Própria • Das Trevas para a Luz • Os Enganadores Átomos Constituintes da Matéria de um Corpo

Vivo

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• Magia Negra e os Átomos, ou o Pensamento e o Ato Intencional • Para que Tanta Região Escura e Lamentos? • Terceira Parte • Dilema da Ação e do Agente • As Possibilidades Mágicas do Ato Intencional • As Três Velocidades Enganadoras e o Aqui e Agora • Quanto Maior a Velocidade Física Enganadora, Maior a Queda • Nem o Ovo Materno é a Causa, nem o Filho é o Efeito • Os Inconscientes Freudiano e Junguiano • A Magia de um Corpo que nem se Move nem Está Inerte • Nada Dura, Nada se Estende, Tudo é um Faz-de-Conta • Memória-Raciocínio-Imaginação é Duração • A Coisa Objetiva é uma Série e os Últimos Momentos da Coisa-

Série • Mundo Mágico do Além e do Aquém • A Parte Igual a um Todo é Plausível, mas o Pressuposto Grande

Todo Engana • As Mentiras da Visão de Laboratório num Experimento • Insubstancialidades que se Chocam e que Sofrem • Quarta Parte • Nem Deslocamentos nem Acidentes de Trânsito • O Agente-Ego não Vai a Parte Alguma • Movimentos dentro de Movimentos ou Mentiras dentro de

Mentiras? • O que é Finalmente o Trágico Palco da Vida? • No Espaço Nada se Move e Nada Está Parado • O Espírito-EU e o Fazer em Si • A Morte não é tão Insuplantável Quanto Parece • As Não-Pernas Saltando Magicamente para o Infinito • Nada Está Parado, Nada se Desloca e Cai • Confissão • Mil São as Faces de uma Mesma Realidade • Luz E Vida • A Verdade Está Livre do Pensar • A Morte não Anula Ninguém • Nunca se Matou Tanto! • O que Acontece com quem Morre? • Todos os Homens Condicionados são Homicidas Tríplices

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• Reforços Religiosos • Deus é Deus de Vivos, e Nunca de Mortos ou Falecidos • Nossos Queridos Desaparecidos ou Desencarnados • Um Deus da Vida ou o deus da Morte? • Os Sentimentos se Repetindo • Epílogo

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APRESENTAÇÃO DO LIVRO Como espírito em agonia e o coração em frangalhos, sinto-me

impelido a escrever a presente confissão, malgrado alguns talvez não me levem a sério. Este livro está ligado a vivências revolucionárias prévias, já registradas em outros trabalhos, e também a uma tragédia que atingiu minha filha, Adriana Bono.

A modo de dizer, esta obra foi escrita com lágrimas, angústia e sangue. Mas será que esses três fatores poderão levar alguém a escrever algo que preste? É só ver!...

Numa determinada manhã de um dia qualquer, A.B., jovem de 21 anos, minha primeira filha (ou "primogênito") foi lamentavelmente atropelada por um microônibus que trafegava velozmente por uma avenida da cidade em que atualmente resido (Porto Alegre), isto que a capital do Rio Grande do Sul não tem o pior dos tráfegos.

Numa agonia espantosa, dela mesma e de seus próprios familiares, A.B. pôde sobreviver semi-inconsciente e inconsciente mais seis dias, em dois hospitais, falecendo no sétimo, como se tal sétimo dia equivalesse à execução de um ritual de magia negra.

Para minha surpresa, descobri, depois, que falecer atropelado equivalia a morrer apedrejado ou a ser lapidado. "A lapidação do primogênito" – é claro que nem sempre era um primogênito – correspondia, pois, a um castigo e até mesmo a um terrível ritual que alguns homens antigamente praticavam. Ao matarem a pedradas, alguém, eles obsequiavam vitalidade humana (sangue) ao seu diabo (falso deus).

E mais, na falta dos antigos campos de batalha, a céu aberto, onde o sangue rolava abundante, atualmente quantos jovens desavisados e inocentes não morrem acidentados, sangrando até o fim, saciando assim, sabe lá o quê e a quem?

Claro que a fatalidade que matou a filha que Deus me deu, e que me afetou sobremaneira, poderia ser vista apenas como um mero acidente em que, por puro acaso — maldito acaso, velhaco acaso, enganadora fatalidade! — corpos ou forças físicas contrárias se chocaram, resultando no que resultou. Hoje, contudo, tenho certeza ter descoberto que não foi bem assim.

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Mas bem antes desse doloroso evento me ferir profundamente, "eu" já pressentia tragédias no ar. E sem qualquer razão aparente caía em prantos, numa depressão e desalento que não conseguia explicar. Tinha a nítida impressão de que algo ruim iria me acontecer, mas não sabia exatamente o que era. Estava escrevendo um grande livro, (Parar com Este Falso Mundo) e que depois desdobrei em quatro tomos. Vozes me ameaçavam de morte se eu insistisse em terminar a obra. A lógica-0razão me fez crer que estava inventando vozes ou estava tendo alucinações. Mas não era, porque primeiro me ameaçaram a mim e depois começaram a dizer que alguém de minha família ia morrer.

Mentalmente fizera um levantamento da minha maneira de ser e de atuar, no passado e presente, e nada encontrei de ruim ou de errado que, como uma reação negativa, me pudesse atingir e castigar.

Em momentos me desculpava, dizendo quê tais pressentimentos eram invencionices mórbidas de uma mente um tanto quanto temerosa e, por isso mesmo, em agonia infundada. Mas o fato é que essas apreensões atormentadoras, na ocasião, se levantaram em mim sem que eu pudesse afastá-las do meu entendimento e lucidez. E para meu próprio desespero, os terríveis vaticínios ou pressentimentos acabaram cumprindo-se em alguém que eu muito amava e amo.

Antes do trágico acontecimento, algo ou alguém me fez entender que, falando e escrevendo, "eu" havia me tornado inconveniente aos interesses de certas forças malignas e seres perversos. E que, à revelia dos homens comuns, sempre se sobressaem e prevalecem. Esses, então, talvez quisessem me atingir e me castigar de algum modo, por “eu” SABER o que eles não querem que o homem comum saiba.

Aliás, fazia trinta anos que eu vinha tentando escrever tal obra e sempre que tentava não conseguia seguir em frente... Depois de muito insistir, consegui terminá-la. Essa minha filha, inclusive a leu, e ficou pasma.

Antes que a dor e o desespero me dilacerassem intimamente, a única heresia que "eu" havia praticado era ter escrito alguns livros especiais. E estes sequer haviam vindo a público. Quase ninguém sabe que tais obras existem. E aqueles que as conhecem nenhum mal podem praticar. Nem tais obras eram e são manuais para isso. A pretensa crise econômica que eternamente avassala os países do Terceiro Mundo, como o Brasil, aparentemente fecha as portas das editoras para os não

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privilegiados do "Marketing" tele dirigido. Por meio desses livros (1º, "Ciência, a Nova Religião" — 2º,

"Prisão do Tempo" — 3º, "Parar Este Falso Mundo" — 4) "Jesus sem Cruz" — 5º) "Os Herdeiros do Filho do Homem" — 6), "A Grande Conspiração Universal"), "eu" levantei as minhas habituais denúncias contra o "Establishment", como havia feito em obras anteriores, já publicadas. E mesmo que meus dizeres, em momentos, abalassem e comprometessem o consagrado, ou denunciassem as intolerâncias dos controladores do saber, ou denunciassem também os dogmas das religiões, as leis da ciência, a colonização do paciente por parte da medicina, as petulâncias de alguns teólogos e filósofos, mesmo assim nunca achei que denunciar por denunciar, sem querer parecer um JUSTO, fosse uma coisa tão grave, a ponto de constituir-se numa ameaça para minha própria vida ou para a vida de seres queridos de minha família.

É verdade, sim, que de certo modo, em minha busca e investigações externas, em minhas reflexões, meditações e interiorizações espirituais, havia me deparado com uma espécie de Conspiração Cósmica, afetando os homens e a vida do plano Terra. É verdade também que descobri que todos nós, finalmente, por nossa própria culpa, falta de atenção e desaviso, éramos iguais a marionetes, manipuladas por outros seres humanos nefastos, pela anti-humana raça, e éramos inclusive vampirizados por intra e extraterrestres (ou extra-situacionais). Essas coisas (humanos?) e os autômatos do além infelizmente se mancomunaram entre si. E para bem breve pretendem alcançar a hegemonia mundial absoluta (se já não a alcançaram), à custa dos homens e da Vida em geral. Não estou forjando ficções. Eles têm muito a ver com aquilo que as profecias costumam chamar de a presença do Anticristo, malgrado sejam muito mais do que uma única entidade. Passei a saber de todas essas coisas há três ou quatro anos atrás. E com esse saber, vieram as ameaças, daí a minha angústia e dor.

Por outro lado, interesso-me pelo mistério OVNI há quase 50 anos. E cavouca aqui, cavouca ali, a Luz se fez presente. Apercebi-me que a tal conspiração cósmica recuava para muito além daquilo que a História Oficial (lamentavelmente manipulada e adaptada) estabeleceu como começo da Civilização.

E desde esse tempo remoto, humanos corrompidos e com eles extra-situacionais (ou ETs nefastos) vêm tentando alcançar a

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supremacia na superfície terrestre, sem nunca ter conseguido tal intento. O que os obstaculiza são os supercivilizados habitantes da Terra Oca, e também a proteção que nós, humanos, recebemos de Seres Superiores (Sábios, Mestres e Santos) o de alienígenas justos e bons (ETs esclarecidos e benevolentes).

Tais Seres Superiores, contudo, são poucos; em contrapartida, a humanidade ignorante, igual àquilo que costuma fazer com seus pró-prios rebanhos, é induzida a se reproduzir de modo exagerado, por causa do desespero vigente, e que os nefastos de todas as latitudes introduziram e sustentam.

Por meio do gozo sexual, os homens desesperados buscam se compensar das agruras e impedimentos da vida. Parece que para o homem comum não sobra um INSTANTE para pensar em Deus, buscá-Lo e amá-Lo! E aí as barreiras que os Seres da Luz têm que suplantar são quase infinitas. Por isso, amiúde e só nas aparências, um eventual confronto poderia favorecer mais as trevas do que a Luz.

Por outro lado, uma guerra punitiva, corretiva ou uma pretensa guerra justa nunca fez parte da Luz! Os sinais do mal, portanto, são muitíssimo mais abundantes que os do bem... Mas tudo isso está para mudar. Afinal, não há treva que sempre dure!

Assim que, pesquisando o Incomum, o Insólito, flagrei-me que o conflito entre Deuses (ou ETs dentro da LEI), Titãs (ETs ou deuses fora da LEI) e humanos, sugerido pela Mitologia Grega e outras tradições mais, continuava e continua, e que nisso tudo, os humanos estavam levando a pior, por causa da impressão e convicção de tempo, por causa da dor, da decadência e morte (enganadora), que subjugam a todos.

Devido a tal Conspiração Cósmica, não poucos homens, arrancados do mundo de modo misterioso e violentamente, ou senão falecendo em guerras sanguinárias e acidentes, serviam de cobaias de experimentação e inclusive serviam de PASTO para alguns ETs velhacos e certos autômatos do além! (Para tal, ver meu livro "A Grande Conspiração Universal!", que é a segunda parte deste tomo. A terceira parte é “O Apocalipse Desmascarado”).

Por outro lado, percebi também que todos os valores humanos haviam sido invertidos propositadamente. Por exemplo, nós, homens mal pensantes, costumamos adorar a um "Ele-Deus", criado por nossa mente ou pensamento, e que, em verdade, corresponde a um Moloch ou

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a um Demiurgo ou a um terrível ET, a um. "Golem" do além. E contrariamente, rotulamos de demônios a Seres justos e

piedosos, que tentaram e tentam nos ajudar, e que são verdadeiros Deuses.

Diante dessa confusão, o DEUS VIVO em "nós", a Consciência-EU, o ABSOLUTO (tudo a mesma Verdade), por causa do nosso mal pensar, raciocínio exagerado, não pode transformar-se em Vivência e em Percepção Correta, Aqui e Agora!

E mais, criamos e sustentamos religiões que, não poucas vezes, são apenas entidades que administram a morte. Que Vergonha para elas e para nós! Sim, pois, são organizações interesseiras e condicionadoras, idealizadas por seres safados, daqui e do além, e que nada têm a ver com os verdadeiros Mestres, Santos, Messias e Profetas. Ao contrário, o nome destes poucos foi utilizado por elas.

. Ou senão, tomamos a mentira como se fosse a Verdade; confundimos o AGORA em renovação com o tempo contínuo; o AQUI, com um espaço físico enganador, a estender-se infinitamente. Tomamos o aparente ou também Maya como se fosse o REAL; a manipulação mental e a conseqüente subjugação física como se fossem liberdade, fraternidade e igualdade existenciais; as relativíssimas colocações e conquistas científicas como se fosse a Verdade Cristalina, o Absoluto intraduzível. Confundimos “o ficar cônscio de” alguma coisa, e que é só reconhecimento, aparentemente cerebral, pela Consciência-EU.

Ou ainda, confundimos a tenebrosa interferência de velhacos manipuladores de uma falsa fatalidade absurda com o cumprimento de leis científicas, leis divinas, lei do Carma e leis da Vida.

Fomos levados a reinventar uma ciência onde o logro e o engano são repetidos e são tomados com muita seriedade, como se fossem um enriquecimento do conhecimento intelectual.

No domínio científico a constante Renovação Vital é confundida com falsas evoluções e progressos. Ou senão o inconveniente (ou até mesmo o impossível) concretiza-se graças a magias negras, levadas a cabo pela simples execução do ato intencional humano. E os frutos desse ato representariam, então, as provas que se alcançariam numa experimentação laboratorial.

Bem, mas se essas são as pequeninas coisas com as quais me deparei, meu crime, inegavelmente, deve ter sido muito grande!

Quem é que conhece todos esses logros? (Pergunto isso não por

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vaidade, mas por empenho e amor ao próximo!). Pouquíssimas pessoas, evidentemente, malgrado a ficção científica, certas revistas em quadrinhos, certos filmes, desenhos de cinema e TV já tenham denunciado algo parecido ou até mesmo salientem certos vampirismo levados a cabo, sem que ninguém entenda nada.

Somente num livro meu, editado "Antipsiquiatria e Sexo ou A Grande Revelação," permiti-me falar um pouco sobre ETs, ufologia. E mesmo assim, em tal obra, minha visão sobre o tema era ainda um tanto quanto simplória e otimista.

Escrever sobre ciência, história, religiões, filosofias, psicologia, medicina, psiquiatria sempre foi a minha tendência. E nunca pensei que o que aí estava apresentando e denunciando, um dia se constituísse num crime e em algo se voltasse contra mim!

Mas se sou criminoso só por Saber ou só por escrever e denunciar, que crime cometeu minha filha? Nenhum, que "eu" saiba. Talvez seu único pecado fosse ter lido todas as minhas obras editadas e inclusive as inéditas.

A.B. freqüentava a Faculdade de Farmácia quando foi, digamos, lamentavelmente atropelada. Embora recebesse ensinos científicos, sabia muito bem o que o conhecimento científico representava. Mas até certo ponto o respeitava porque era preciso.

Aliás, a ciência moderna é a nova religião que precisa ser respeitada e temida.

A.B. também gostava muito de me ouvir discorrer sobre assuntos diferentes e em momentos proibidos, já que até aí eu nada havia escrito a respeito. Assim que, de certo modo, ela era uma espécie de confidente e cúmplice de minhas vivências e trabalhos. E é numa honrosa memorização dela que estou escrevendo o livro que o amigo leitor tem em mão.

Para tal, vali-me de não poucas passagens do meu trabalho PARAR ESTE FALSO MUNDO, inédito, passagens que aqui reproduzo de outro modo. Por favor, me compreendam! Não estou me repetindo; simplesmente resolvi aplicar, para o caso “do acidente” de minha filha, o criticismo que naquele inédito esbocei.

E por favor, não pensem que sou tão insensível e robotizado assim, a ponto de ficar fazendo torpe filosofia e metafísica fútil em cima de uma dolorosa ocorrência que quase me anulou! Penso nos filhos e filhas de outros pais lesados... E para tal tenho outra obra inconclusa

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“Filhos e Filhas, não morram!”, e que poderia ser vista como a continuação desta.

Ao fazer este confronto da Boa Sabedoria com os tristes eventos da vida cotidiana, e que no caso muito me dizem respeito, estou, por assim dizer, me desmanchando em pedaços. Sangro por dentro. O coração bate descompassado e a tormentosa angústia da ausência de A.B. oprime meu peito. Enquanto escrevo, choro de tristeza.

Não faço literatura; misturo os estilos e por meio deles conto e denuncio o que sei. Qualquer um poderia confundir isso com delírios.

O que me empurrou a escrever o presente trabalho não foi só o desenlace de A.B., mas também a morte prematura de todos aqueles jovens, eles e elas, que, muito amiúde, têm falecido em circunstâncias semelhantes. E também falo pela boca dos pais de todos esses seres jovens...

Os nefastos de todos os tempos, os tenebrosos do aquém e do além, sequiosos de sangue e de vitalidade iguais a vampiros, antigamente se valiam de sacrifícios, de rituais sanguinolentos, de pestes, de condenações e execuções cruéis, injustas, miseráveis, de ensanguentados campos de batalha, para sugar a energia do sangue dos jovens, e que, de certo modo, representa a Vitalidade Solar coagulada nos seres humanos.

Hoje, esses mesmos nefastos, para melhor se alimentarem, se valem de acidentes de trânsito, das auto-agressões e suicídios inconscientes, dos assassinatos descabidos de gente jovem, das malditas drogas, do delírio sexual sem nexo, da música ou do barulho sonoro enlouquecedor que chamaram de rock etc.; com isso alcançam os mesmos fins. E dizer que não incluo aqui as enganadoras doenças fatais, a triste sorte de certas crianças e jovens, dos humanos mais maduros e idosos, cujo desenlace nem sempre se desculpa por meio de decadências, epidemias males incuráveis.

Oh Deus, o que esses pestilentos daqui e do além, o que os da anti-humana raça estão fazendo para acabar com tudo o que é belo, jovem e sadio! Como sabem organizar e incrementar a venda da droga, o veneno social. E dizer que essa incrementação e empuxe utiliza pequenos miseráveis e mortos de fome – os chefões e grandes cabeças se escondem bem – e tem o apoio principal dos governos estabelecidos e consagrados de seja qual for o país. Diz-se que até algumas religiões estão metidas nisso.

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Perguntará alguém: "Mas será que não existem um Deus ou forças do bem para impedirem isso tudo?" Existem sim, e se não fossem elas, e mais certas práticas religiosas, a situação estaria muito pior. Os "omni" isto, "omni" aquilo (ou onipotentes, onisapientis, todo-poderoso, todo-sabedoria etc.) que alguns atribuíram ao ele, o deus-persona objetivado – em verdade um demiurgo, um usurpador e intruso – isso não nos defende dos malefícios temporais da Grande Conspiração Universal, e esta só se desdobra e se perpetua nas trevas exteriores ou nas superposições que o homem, mal pensando, acrescenta à Vida, à Terra. Já veremos que trevas são essas.

O homem em seu íntimo abriga a Consciência-EU (Deus Vivo que também pode ser externo), mas também traz o ego-diabo. Fora dele, ou na objetividade mundana ou na Terra, contudo, prevalecem mais os "nefastos e tenebrosos" que a Consciência-EU ou Deus Vivo. Nas páginas a seguir, me farei entender melhor.

Ernesto Bono

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PRIMEIRA PARTE INTRODUÇÃO

Depois do que esbocei em minha "Apresentação", tentarei agora

cruzar trechos do livro "Parar Este Falso Mundo" com detalhes mais explícitos do que aconteceu com A.B. (ou teria acontecido já veremos o motivo do teria). Esse livro “Parar Este Falso Mundo, como ficou muito grande, tive que desdobrá-lo em quatro tomos menores, e que possivelmente serão editados pelo Clube de Autores da Internet, como, aliás, tem acontecido com todos os meus últimos livros editados, e isso porque no Brasil não existem editoras (sic)... Os nomes dos livros inéditos são: - 1)Ladrão e Salteador da Mente Humana – 2) Transmutar Este Falso Mundo – 3) Kundalini, o Fogo Espiritual e o Fogo Físico – 4) A Farsa dos Meios do Conhecimento

Filha querida, embora em meus trabalhos e em ocasiões "eu"

condene a memória psicológica — reconstrutora de falsas objetividades ou forjadora de mundos aparentes —, em verdade e em sentimentos não posso te esquecer. Aliás, nunca te esquecerei! O mesmo peço a ti, Espírito adorado! Não te esqueças de "mim", porque esta vida que "eu", continuo vivendo nas trevas exteriores, ligada a ti está.

Te amo cada vez mais, e nos meus sonhos, que é outro modo de viver, tu ressurges sempre! Perdoa-me, pois, se ouso misturar a tua adorável imagem e doces lembranças com denúncias, filosofia, reflexões idiotas e criticismo. De qualquer modo, sempre existe um lugar para ti em meus sentimentos e coração, como também deve existir um lugar para ti no Grande Coração de Deus-Pai (Deus Vivo)!...

Vida de minha vida não te esqueças de mim, como todos os que te amam não se esquecem de ti!

Assim me exprimo porque, indubitavelmente, os sentimentos são a maior riqueza que o homem possui.

A ternura e as lágrimas humanas suplantam os deuses, os ETs positivos e ele, o falso deus-persona, um ET negativo!

Os sentimentos nobres não são memória-imaginação, interferindo e distorcendo tudo, tampouco é sentimentalismo piegas de

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"novelachos" fúteis. Identificando-me com Todos os pais de jovens vitimados

precocemente, escrevo o que abaixo aparece. Por causa disso, alguém me excomungou amargamente, passando a me ignorar como um maldito. Finalmente o que exprimo é só poesia, ou assim suponho. Não é uma evocação ou um clamor satânico. Ao contrário.

Move-te, Adriana! (Ou também, movei-vos todos vós que morrestes jovens!) Estremece-te, ó laje mortuária! Filha adorada, refaz o Caminho Que a morte escondeu Nos falsos limites de um caixão fúnebre! Não continues dormindo nessa tua negra eternidade Que não existe! Vem, vem ao meu encontro e vamos lutar! Retira forças de mim, Pois ainda posso ser uma fonte de Vitalidade um sustento para ti! Minhas lágrimas cansaram de rolar, inutilmente, Lamentando um sonho mau que só me enganou! E enquanto tu dormias, tragada por um vazio sem fim, Eu sonhava e deixava Que o tempo nos distanciasse cada vez mais, essa mentira já se prolonga há mais de três anos! Basta!... Filha, o eco de tua voz continua chegando a mim, Triste como esta chuva e este vento de inverno. O teu lamento não pode continuar e não deve! Algo tem que ser feito para que te tranqüilizes! Quero te arrebatar desses braços gélidos que roubaram o teu alento! Estás louco, exclamam todos! E por que não, responde "EU SOU"! Repúdio os manipuladores da falsa fatalidade, que se alimentam de nossas dores e ansiedades! Amor (ternura) e "A-mor" (não-morte) exigem teu retorno, o teu ressurgir. A vontade pura do Sábio, do Herói

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Resgatar-te-á desse absurdo desenlace, que nas aparências é um poço sem fim! De sua parte, o Santo e a prece nada podem Contra a morte, a rainha das sombras! Só a reforçam e a fundamentam! A morte desarma qualquer tipo de ato humano, ou a ação reconhecível de quem fica. Nada eficaz o homem pode fazer contra a morte. Daí ela ter-se tornado tão poderosa, só nas aparências. Mas eu, sempre te amando como te amo, não sei o que digo, nem sei o que faço, por isso, por Amor, Faço! E em nome da "A-mor" (não-morte), Faço também!... Feito um Sol negro que suplanta a morte, anularei a distância que nos separa E iluminarei a estrada que a união de nossas vontades voltar a construir. Tu, então, como Caminho e eu como Sol, suplantaremos a horrenda lembrança em que a tua morte pareceu caber. Refaremos um veículo denso para ti (corpo), graças ao qual poderás aconchegar-te em meus braços, sentindo-me de perto. E aí, filha querida, sussurrar-te-ei coisas lindas, cheias de amor e carinho, que só um pai agoniado e ferido sabe dizer a filhos e filhas que se foram sem saber para onde iam! Amigos, ao poeta e à poesia tudo é permitido dizer, até delirar!...

RIOS DE SANGUE, OCEANOS DE SANGUE!

No livro canônico "Samyutta Nikaya", lI, 178 e segs., do

Budismo Theravada, existe uma importantíssima passagem que me pareceu de bom alvitre incluí-Ia neste começo de livro.

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Não pude limitar-me a transcrevê-la, simplesmente. Tive que remontá-la ou reescrevê-la a fim de que se tornasse mais inteligível para o entendimento atual. Ela, em parte, inclusive fundamenta as denúncias que pretendo efetuar.

Esta é a minha tradução e adaptação do texto antigo, de mais ou menos 2.400 anos:

"Disse Buda um dia: Ó irmãos, sem começo nem fim é este 'Sambara'!" (Ou esta dolorosa ronda existencial do vaivém, à qual o ego-pensamento humanizado fica preso. Essa ronda também é chamada "Trevas Exteriores”, como denunciava Cristo, ou senão é o pretenso mundo material que a ciência moderna descreve à sua maneira e nos impõe como uma verdade absoluta, quando ele em realidade é só 'Maya ou aparência. Ou ainda são os paraísos insossos, os purgatórios e infernos de que falam as religiões ocidentais. E finalmente é o mais além ou astrais inferiores, como dizem certos espiritualistas loquazes). "Sim, irmãos, impossível é conhecer como o ego no homem aparece e como se sobrepõe, porque pretender decifrá-lo ou querer conhecê-lo intelectualmente equivale a originar o próprio ego. Os egos-(pensamento) que se introduzem no Homem Primordial, sepultados em sua própria cegueira e vítimas constantes das paixões e dos desejos, estão sempre sujeitos a nascer e morrer, e os egos são impelidos assim a um longo período de sofridos renascimentos inúteis (ou 'Sambara'). "Ó irmãos, que achais que seja maior? Os rios de lágrimas que vós entristecidos e chorando derramastes no curso desse longo Samsara', sempre correndo apressados atrás de novos empreendimentos – novos renascimentos e novas mortes, ou sempre apegados a tudo aquilo que não se deveria desejar, ou senão separados daquilo que gostaríeis de possuir – o que é maior, pois, ó Irmãos, tudo isso ou as águas dos quatro grandes mares? "Meus iguais, meus irmãos, durante longas eras sofrestes atrozmente pela morte de uma mãe, de um pai, de uma filha, de um filho, de um irmão, de uma irmã, de um avô, de uma avó etc. O quanto também sofrestes com a perda de vossas posses e riquezas! Durante longas eras padecestes enfermidades sem fim, durante muito tempo sofrestes atrozmente pela morte de um ente querido, de um familiar, de um amigo ou conhecido. Quantas angústias, dores e — mal-estar, doenças e decrepitude apareceram em todos vós!, apegados a coisas que não deveríeis desejar, separados daquilo que gostaríeis de amar e possuir! Sim, tendes derramado mais lágrimas ao longo desse caminho ('Samsara') — e que se alterna de um renascimento até a morte e do desencarne até o

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renascimento — do que todas as águas que os quatro grandes mares contêm! "Ó irmãos, que achais que tenha sido maior? O sangue que por vossos crimes fizestes correr sobre este longo caminho ('Samsara'), enquanto vós mesmos, exatamente por causa disso, fostes empurrados a novos e dolorosos nascimentos e novas mortes (Carma), ou as águas dos quatro grandes mares? "Durante longas eras, ó irmãos, condenados como assassinos em razão de vossos crimes (Carma), derramastes, em verdade, maior quantidade de sangue do que toda a água contida nos quatro grandes mares! "Durante longas eras, ó irmãos, aprisionados como ladrões, haveis em verdade, por causa de vossos antigos crimes (Carma), derramado maior quantidade de sangue do que todas as águas dos quatro grandes mares! "Durante longas eras, ó irmãos, por causa de vossa maldade, calúnias, mesquinhez, hipocrisia, cuja resposta cármica em vossa cabeça caiu, derramastes mais sangue do que toda a água contida nos quatro grandes mares! "Mas, ó irmãos, como é isso possível? Sem começo nem fim é essa grande ilusão sobreposta do 'Sambara' e do ego-pensamento no homem. E pretender conhecer o Sambara e o ego, de modo intelectual e racional, equivale a originar e a sobrepor esses infernos subjetivos e objetivos. O ego-pensamento, e que no Homem Primordial se intromete, ofusca-se e confunde-se por causa de sua própria cegueira e fica assim sujeito a novas decadências, doenças e mortes e a novos renascimentos, sem descanso e sem paz! "Ó irmãos, durante longas eras (falso espaço, falso tempo, falsos mundos-prisões) experimentastes a dor, a desgraça, o tormento, a angústia, espalhando ossos, tumbas e sepulturas por toda a parte! "Ó irmãos, já passou muito tempo, em verdade muito tempo mesmo, e chegou o momento de vos dardes conta, de vos aperceberdes da agonia e insatisfação que qualquer existência condicionada (ou trevas exteriores) propicia!... Já passou muito, mas muito tempo mesmo! Chegou o momento (AQUI e AGORA) de Despertar e de vos desapegardes da ilusão e da dor! "Ó irmãos, o começo dessa dolorosa viagem ('Samsara', trevas exteriores, pretenso mundo material ou até mesmo qualquer outro mundo falsamente anímico) é impossível de se conhecer ou decifrar racionalmente, porque o aparecimento do ego-intelecto-mente, astuto e sagaz, incutido por Mara (ou pelo Demiurgo) é exatamente o começo do próprio Samsara. E o começo dele se perde na noite dos tempos. Em verdade, quando o ego se intromete no íntimo de todos vós, o Samsara aparece ou se sobrepõe fora de vós. Assim que tais trevas exteriores objetivadas também são o próprio intelecto ou ego-pensamento. Aliás, são a sua contraparte. Só quando

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voltar a prevalecer a Reta Compreensão, a Reta Visão, o Saber-e-Sentir ou Intuição ("Prajña", "Jñana" ou Conhecimento Direto) é que o Homem lúcido constatará que essa viagem, que esse caminho sempre foram uma quimera, uma superposição sofrida e sofrível, e que seu começo e fim são somente discurso interior. A primeira fase deste Samsara, deste caminho, desta viagem dos seres condicionados, viagem que a ignorância primordial prolonga, e que os apetites e desejos dificultam, é extremamente sutil. Só o Saber-e-Sentir e o Reto Perceber enfocam isso corretamente e o anulam; nunca o conhecimento intelectual e racional, que é conhecimento indireto. É dessa maneira, ó irmãos, que haveis padecido males sem conta, dor, miséria, lutas e morte! E isso, ó irmãos, não pode continuar!..."

Pelo que acima se entende, os rios de sangue, os oceanos de

sangue parecem ficar fundamentados quando o "Samsara" (ou as "Trevas Exteriores") se sobrepõe à Vida Primordialmente Sentida. Aliás, tal Sambara ou treva é regido pela Lei da Geração Condicionada e pela Lei do Carma (Retribuição). Adiante veremos melhor o que é isso.

O próprio Buda, Budismo e Hinduísmo parecem restringir o aparecimento do mal, da angústia, dor e morte à retribuição cármica, somente. Entretanto, a Verdade mais pura não parece ser bem assim.

O matar e morrer ABUNDAM EM DEMASIA para tudo ficar restrito às respostas cármicas, somente. O homem (mal) pensante não apenas recolhe as conseqüências de seus próprios atos intencionais (Carma) – ou também é vítima inconsciente da Lei da Geração Condicionada – como também é vítima de algo mais.

Aliás, ele não é bem uma vítima; o ladrão e salteador ou o pensamento que no homem se levanta é o próprio Carma. E inclusive é a própria Lei da Geração Condicionada.

Basta “um reflexo” do SER ou "Eu"-Ele dar uma volta de 180 graus no parafuso mental-existencial, sacrificando o Sentir-Saber-Intuir Primevo por um simples pensar exacerbado, que todo mal começa a aparecer e a acontecer.

O Filho ou a Filha da Terra (homem) não só padece as respostas de seu próprio carma, como outros mais (Demiurgos, ETs nefastos, espíritos trevosos, Molochs, Golens, larvas, etc.) também deflagram carmas gratuitos contra esse ele-(EU), mormente se o homem se escraviza ao ego. Aí, então, tais sombras podem muito bem manipular a Lei da Geração Condicionada e a Lei do Carma.

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Esses intrusos e usurpadores seriam, portanto, os verdadeiros Manipuladores da Falsa Fatalidade. E fazem isso porque precisam dos "Rios de Sangue, dos Oceanos de Sangue", humano e animal, para subsistirem. De preferência precisam de sangue jovem. Eles não só se deleitam com o sangue humano (vampirismo), como inclusive simplesmente roubam (abduzem) os corpos de certos seres humanos jovens, para depois utilizá-los como lhes apraz. Digamos como cascões para futuros entrantes (aliens), ou como robôs, como meros zumbis. (Ver meu livro "A Grande Conspiração Universal").

E já que falamos de Demiurgos, de ETs nefastos (extrater-restres, extra-situacionais), é bom que se saiba – mas que se saiba de modo livre, sem dogmas – que certos Deuses ou Filhos da Luz, ao serem Manifestos pelo ABSOLUTO, por Deus-Pai-Mãe, têm que descer ou “involuir” e seguir o Caminho da Lei — ou o Caminho de Brahma; ou também aquilo que Cristo sugeria em seus ensinos, dizendo: "Vem após MIM — EU SOU — e segue-me!" — até alcançarem a Mãe-Terra ou Gaia (Gaia essa que é exatamente a mulher grávida sugerida no Apocalipse).

Mas, ao invés de descer e subir (involuir e evoluir), conforme manda a LEI, alguns desses Deuses preferem estacionar no meio do caminho, abdicando do AMOR, e passam a exercer o PODER sobre aqueles seres que aparecem tardiamente na superfície dos planos ou mundos, abaixo do quinto céu ou do quinto "chakras" (vórtice).

Esses deuses, que deveriam virar homens e depois voltar a ser deuses, sacrificam, portanto, o AMOR, visando o PODER.

Ao assim se decidirem, transmutam-se em Demiurgos e tornam-se usurpadores, falsos deuses. Esses violadores da LEI, nem quentes nem frios, nem deuses nem homens, ficam então bloqueados.

Tais deuses ficam inclusive feridos em uma de suas sete cabeças (ou em um de seus sete "chakras", vórtices), conforme sugere o Apocalipse. Por causa disso, acabam impedidos de subir e descer.

Tais usurpadores, então, não podem voltar à Fonte, ao Pai-Mãe e tampouco conseguem descer ao plano Terra (Gaia), para levarem a cabo a missão que lhes cabia. Todavia, e mesmo assim, no começo de sua trajetória, eles estão dotados de muita força, poderes mágicos e, por conta própria, recriam Golens, Molochs, ETs trevosos, clones, ciborgs, autômatos, larvas e até andróides que irão, sugar a vitalidade do sangue humano para se alimentarem e para alimentarem principalmente a esses

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Demiurgos, ou a esses deuses decaídos, manipuladores da falsa fatalidade, também conhecidos como dragões, serpentes malignas, conforme ensina o Apocalipse.

De tempos em tempos, Deuses dentro da Lei ou ETs be-nevolentes, não traidores, confrontam-se com esses usurpadores e intrusos (ETs trevosos) e aí dá-se mais uma guerra cósmica que fatalmente se reflete na Terra. Em tais guerras — e que antigamente ocorriam sempre em campo aberto, propiciando sangue às aves de mau agouro — quem mais sai perdendo é o homem, principalmente o homem jovem, já que fica entre dois fogos: ou luta ou morre; ou então desobedece e é morto, salvo se fugir. Nessa luta quem efetivamente morre é só o ser humano e não os Deuses imortais, que tentam nos ajudar, nem os Titãs semi-imortais (demiurgos usurpadores, ETs nefastos etc.).

Foi o demiurgo (dragão ou serpente) — e que nada tem a ver com os satanás, belzebus e diabos teológicos — quem transmutando-se também em Príncipe deste Mundo, introduziu entre os seres vivos da Terra a morte fatal. E entre os homens a noção e convicção de "eu" ou ego-pensante, com seus falsos começos, duração, fim, e também a ânsia pelo “meu” (posse). .

Como dizia, pois, não é só por causa do carma próprio que os seres humanos sofrem, decaem, adoecem e morrem, derramando rios de sangue. Usurpadores nefastos também suscitam mortes gratuitas e infundadas, para se alimentarem, porque precisam do sangue humano que, a modo de dizer, é Vitalidade Solar Coagulada – que eles não conseguem mais usufruir – além de ser também Espírito Primordial.

Os ladrões da Vida quase perdem esse Espírito ou neles quase sempre se esgota. Daí estarem sempre necessitando de holocaustos, onde se sacrificam inúmeros animais e seres humanos. Aí está o verdadeiro motivo do porque se dá tanto derramamento de sangue no mundo. Aí está também porque ocorrem tantos desastres, acidentes, conflitos, assassinatos, mortes, martírios, torturas, dores e crueldades. Na falta de guerras em campo aberto, como as brigas antigas, apela-se para os acidentes de trânsito e para as intoxicações mortais de nossa juventude com drogas. Atrás desse envenenamento generalizado, existe uma Grande Conspiração Universal. Sabe-se que famosos serviços secretos (espionagem) dirigem o tráfico de qualquer tipo de droga, para ganharem milhões ou bilhões e com isso ter recursos para construir

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bases secretas ou senão subterrâneas para ETs nefastos. São mais de 4.000 e isso é terrível. Os principais dos governos não fazem nada porque os que neles mandam são os “illuminati”, são os da anti-humana raça. .

Por outro lado, esses demiurgos e ETs nefastos também não gostam de nossos sentimentos e emoções. Têm horror de que possamos ser felizes ("Ananda"). Não querem nos ver contentes, porque eles não conhecem o AMOR, já que o rechaçaram.

Sintetizando, a interminável matança de jovens, eles e elas, não esquecendo obviamente das crianças, dos maduros e idosos, que amiúde morrem injustamente ou sem razões cármicas, matança milenar que – (continuamente alimenta tanto os vampiros do além, como reforça também os ladrões e a anti-raça humana do aquém) – infelizmente não terminará tão cedo. A não ser que o ser humano se aperceba e se rebele, e inclusive tente lutar de outro modo. O rapto de seres humanos vivos em termos quantitativos é simplesmente espantoso.Ninguém desconfia do que eles fazem com as multidões raptadas.

Por isso, nada mais trágico e patético que o grito do jovem Romeu Montecchio, grito que ele dá e que aparece na peça teatral "Romeu e Julieta", de Shakespeare. Em certo momento, Romeu exclama: "EU SOU O BOBO DA FORTUNA!" (ou "Eu sou o bobo do destino! Eu sou o bobo da sorte!"...). Ele assim grita porque, tentando vingar a morte do jovem Mercutio, seu parente, a contragosto vê-se obrigado a lutar e a matar o jovem Teobaldo Capuletto, primo da jovem Julieta Capuletto, que ele tanto amava e idolatrava, e que o havia tornado imensamente feliz (AMOR, Ananda). Os nefastos manipuladores da falsa fatalidade tiveram ciúme dos dois jovens amantes... Daí a tragédia.

Por outro lado, eu, escrevendo o que escrevo e tendo feito a poesia que fiz, só porque sugere uma inversão da fatalidade mentirosa, não estou violentando o "Dharma" (ou a pretensa Lei Divina, Lei da Vida, Lei Cósmica), conforme os pareceres dos hindus e budistas. Se, em teoria e em poesia, eu reivindico o retorno de A.B., a filha querida que o Pai Celestial me emprestou, e que os nefastos daqui e do além simplesmente "mataram" ou ABDUZIRAM, RAPTARAM, não estou cometendo crime algum.

Como disse antes, ao poeta e à poesia tudo é permitido dizer! Até delirar um poeta pode!...

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Se todos os pais sacrificados clamassem e delirassem como eu, quem sabe alguma coisa boa não acontecesse? Quem sabe não se abrissem as portas do além-prisão, ou não se invertesse uma fatalidade absurda (morte) e que aparentemente não cabe em parte alguma.

A morte só cabe num mundo despoticamente dominado por de-miurgos e asseclas nefastos, tanto os do além como os do aquém, que, tendo perdido o AMOR (Ananda), tentam nos esmagar pelo PODER, pela prepotência, pelo medo, pavor, pela maldade infinita. .

Armo-me AGORA de garra e inteligência para dizer o que tem de ser dito, para denunciar o que tem que ser denunciado, nem que com isso fira interesses e suscite melindres. AS DUAS FONTES DO CONHECIMENTO

Amigo leitor, por favor, acompanha-me devagarzinho e verás

que o que escrevo e denuncio não é tão difícil assim de entender. E a propósito, nós todos temos certeza de CONHECER bem ou

mal, quando em verdade apenas mal pensamos e reconhecemos. E mais, todos temos a absoluta certeza de estar vivendo num

meio, num mundo (ou no pretenso planeta Terra), separado e diferente do bicho-homem, quando tal separação e diferenciação nunca prevale-cem em termos absolutos e definitivos.

A propósito desse dilema (e para desgraça nossa), o filósofo e cientista francês Renê Descartes, para o conhecimento humano, inclusive estabeleceu DUAS REALIDADES, uma pretensamente material e estendendo-se diante de nós, que ele chamou de "RES EXTENSA", e outra, a Realidade Pensante que ele chamou "RES COGITANS". Esta última, então, traduzir-se-ia como sendo uma alma pensante, uma mente lógico-racional, ou até mesmo um cérebro (ou um órgão-recipiente, mero cadinho de reações químicas e bioquímicas) que no homem conseguiria conhecer o mundo externo, corretamente.

O "Res Cogitais" (ou o homem pensante) teria então a possibili-dade de captar estímulos, de apreender formas externas com seus respectivos nomes e de tornar-se cônscio de tal objetividade, que é o mundo ou o universo ("Res Extensa").

Tornar-se cônscio ou Conscientizar eis aí um milagre, um mistério que nenhum saber humano consegue explicar, e muito menos a

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ciência moderna. Entrementes, que o "Res Cogitais" em nós (ou o pensamento, a

lógica, a razão, o raciocínio, a memória, a imaginação) tenha a possibilidade de conhecer o mundo, fielmente e satisfatoriamente, sem acomodações, escamoteies e subterfúgios, isso é muito pouco provável.

A honestidade da pessoa-ego que conhece, a veracidade do próprio ato de conhecer ou pensamento (memória-raciocínio-imaginação) e a autenticidade do dado conhecido (mundo, universo) são muito relativas. A fidelidade e a validez do "res cogitans" longe está da Verdade em Si. É só uma conclusão de filósofo ou também uma imposição de seus seguidores, mormente os da escola científica. Em suma, é apenas um dogma.

E mais, que haja de modo irrefutável um mundo, uma realidade material à nossa frente, que se estende infinitamente por si mesmo, totalmente livre das influências do conhecimento humano (ou científico) e das opiniões do pensamento, essa é outra mentira, outra imposição gratuita. Nunca nada ficou definitivamente provado. Tal realidade tampouco poderá ser provada sem o provador pensante (ego). E este último, geralmente, mais do que um provador, é um opiniático que dificilmente conhece que "eu" (ou ego) é esse que nele próprio opina. Sequer SABE o que vem a ser o pensamento em si, o qual tão facilmente resulta em opinião, em lei, em dogma, e raramente em Verdade!

Tudo o que se afirma e se impõe a respeito do meio ou do mundo sempre depende daquilo que se pensa; porquanto, se não se percebesse mal o mundo, primeiro, e depois não se pensasse pior, não existiria uma assim chamada realidade extensível à nossa frente.

Digo que não existiria a pretensa "Res Extensa" que Descartes estabeleceu e que as filosofias e ciência modernas aceitaram apressadamente, mas subsistiria, de qualquer modo, um AQUI e AGORA, livre de confusões, de falsas extensões, durações e durezas.

Toda objetividade (res extensa) que sempre depender do perceber errôneo e do raciocínio enganador (conhecimento indireto), e todo e qualquer pensamento que sempre depender do objeto para ficar achando isto ou aquilo, ambos (objeto e pensamento) não são nada em si, porque um depende do outro. Portanto, ambos são vazios e interdependem. Tudo o que depende de algo mais, isso não existe em si mesmo. "Res extensa" e "res cogitais" são só interdependência que,

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tomados isoladamente não são nada E quando esses dois nada se cruzam resultam em sobreposição. Já veremos melhor o que é isso.

É sempre na assim dita realidade extensível (res extensa) que o corpo e o mundo parecem caber. E é sempre na objetividade que o nascimento, crescimento, amadurecimento, decadência e morte de tudo também, parecem ocorrer. No mundo ou na objetividade, tudo nasce, tudo dura, tudo termina ou morre. Todavia, a morte, como adiante também veremos, não afeta a Subjetividade verdadeira, ou a Consciência-EU, presente em todo Homem e presente como Deus Vivo.

A morte só afeta o objeto, ou aparentemente anula o corpo objetivo, e inclusive, quem sabe, afete o próprio ego pensante e outras projeções pensadas deste mesmo ego. Mas nunca afeta ALGO ou ALGUÉM que está livre do mal pensar e, conseqüentemente, está livre da falsa continuidade, está livre do nascer e morrer, do durar e não durar, do estender-se e não estender-se, do materializar-se (corpo) ou desmaterializar-se (falsa alma).

E é sempre nessa aparente objetividade que também parecem caber o "tu", o "ele", o "nós", o "vós", o "eles". Mas todas essas pluralidades, multiplicidades são apenas complicações do próprio “eu” ou pensamento enganador (ego).

São interdependências de pouca importância ou valor. São desvirtuamentos ou complicações do ego-pensamento que, distorcendo o SENTIR Primordial, e depois percebendo erroneamente inventa primeiramente a si mesmo (o falso ente-ego), e depois o "tu", o "ele", o "deus-persona", e assim por diante.

Este falso deus ou demiurgo, mais o "nós", o "vós", o "eles" são somente aumentativos enganadores do "tu" e distorções que o grande "EU" (Deus Vivo) sofre.

A multiplicidade externa corresponde apenas a raios que o Sol Interior ou a Consciência-EU libera. Mas estes raios nunca são diferentes do Sol Primordial, nem são multiplicidade. São o próprio Sol ou Consciência-EU. Tudo seria, pois, apenas uma questão de o homem se exteriorizar e se interiorizar corretamente. Mas só a Consciência-EU faz isso com correção; o ego-pensamento faz exatamente o contrário.

O Verbo ou o lado Manifestado da Consciência-EU (Sentir-Sa-ber-Intuir-Amar-Atuar) não é superior nem é melhor do que o.aspecto Manifestado ("ISTO").

Sempre que bem equilibrados, Saber-Sentir e "Isto" comungam

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entre si. Por sua vez, o ABSOLUTO, a Mente Primordial ou a Consciência Pura está acima dessa Manifestação Primordial.

Todavia, para desgraça nossa (ou humana), por sobre dessa bipolaridade em equilíbrio (Yin Yang, Autonatureza ou SENTIR-ISTO, ISTO-SENTIR) se assenta (e não se assenta) uma ressonância caduca, um conjunto de reverberações que resultam num trapalhão. Ou mais do que isso, num ladrão e salteador ou ego-pensamento, que confunde ain-da mais as coisas.

E é exatamente esse mentiroso e enganador, que só a Reta Sabedoria consegue surpreender e denunciar. E é este quem depois fica falando em realidade que se estende (ou mundo) e em realidade que pensa (alma pensante, cérebro-pensamento).

A falsa vida e a (falsa) morte que o homem comum tem que suportar, como começo e fim, são a pior desgraça de sua existência. E é por meio dessa ruptura brutal da morte que os pusilânimes, cruéis e nefastos, daqui e do além, aumentam seu poder e influência.

Por meio da ignorância, do terror e da morte tentam dominar o próximo e geralmente o subjugam. Eles transformam a morte num instrumento infalível, e valendo-se dela, eliminam os que nesta nossa realidade material incomoda.

E pelo jeito, a morte é o Critério Máximo da realidade cartesiana que se estende. Tal realidade (ou REAL deturpado), então, é a maior mentira que o conscientizar humano (manipulado por nefastos) tem que suportar. Não é por nada que os Sábios antigos da Índia chama-vam a toda objetividade (ou falso Real) de aparência, de ilusão ou "Maya", e chamavam a pretensão humana de conhecer isso (bem mal, por sinal) de "Avidya" (ou Ignorância Primeva, que é o pai-mãe do pensamento).

Lástima que Descartes, antes de estabelecer sua dupla realidade, a que se estende e a que conhece essa extensão, não consultou a Sabedoria Milenar de outras latitudes!

Mas em seu tempo isso era impossível. De qualquer maneira, se o tivesse feito, hoje não teríamos essa ciência orgulhosa hipertrofiada de dados enganadores e inúteis, ciência, aliás, paupérrima de riquezas REAIS e VIVENCIÁVEIS, como uma boa Magia Branca poderia propiciar, a qual parece que está ressuscitando.

Como adiante veremos, a realidade cartesiana que apa-rentemente se estende (ou o mundo) nunca foi enjambrada por ninguém.

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A vida ou o mundo não foi criado previamente por um "ele, deus-pessoa", de seja qual for a religião, e muito menos foi criado pelo deus acaso da ciência, a partir de um estúpido big-bang, buracos negros etc. .

Essa realidade inevitavelmente reconhecível, sempre e de modo irremediável depende do ego-pensamento do homem. Não só depende, como também tanto o ego como o mundo interdependem entre si, e são apenas uma superposição da cabeça humana.

Um sem o outro e tomados isoladamente não são absolutamente nada. Eu (ego) dependo de ti e tu dependes de mim. Eis aqui outra realidade mais plausível e bem melhor que a cartesiana. Cuidado, porém, que essa última ainda não é a Realidade Absoluta, livre de pensamento e de interdependências.

A modo de dizer, sugira-se que a Realidade Absoluta (subjetiva ou objetiva, tanto faz; ou, melhor dito, a Consciência-EU ou o Deus Vivo) Manifesta-se como ISTO e como SENTIR, uma Não-Dualidade perfeita. (Nem somente UM, nem muitos). Por causa da Ignorância Primeva e devido a um cochilo da Consciência-EU, reflexos ou reverberações do Sentir Primordial se aglutinam e resultam no enganador ego-pensar. Diante disso, reflexos ou reverberações do ISTO Primordial também se transformam em falsa realidade material que se estende no espaço, que dura no tempo e ainda por cima acaba parecendo concreta, impenetrável e múltipla.

Por conseguinte, malgrado a Manifestação Verdadeira ocorrer na Intemporalidade do Aqui e Agora, a ignorância-desejo primeva, na espreita (e que primordialmente é inocência transformada, se apossa de reverberações ou reflexos do Saber e Isto, e transforma tais reflexos em pensamentos estruturantes. Estes dão origem à falsa consciência-ego. Daqui saltam fora as seis esferas dos sentidos com suas pretensas contrapartes objetivadas (olho e coisa vista etc.) e depois se dá o contato, o apego ou o rechaço, e assim por diante.

Assim que, para encarar ou enfocar o que parece situar-se à nossa frente só existem duas formas de conhecimento:

1) Ou prevalece o SENTIR PURO de modo Direto, e este resulta no Real,

2) Ou prevalece o mal pensar que sempre resulta em conhecimento indireto e em conhecimento indiretíssimo. Das pretensões cognoscitivas destas duas “manobras” salta fora a objetividade enganadora e sempre dependente, ou também o mundo ou Maya.

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E toda boa Filosofia-Ciência-Religião SABE que só esses dois modos de conhecer podem vingar no homem: SENTIR OU PENSAR. Conforme conhecermos, bem ou mal, assim se nos apresentará o mundo ou a pretensa realidade objetiva. Numa total interdependência.

A Primeva Autonatureza ou o REAL Vivenciável passa despercebida, porque esta pulsa e se renova, e a reconstrução da ignorância-ego-pensamento sempre pretende durar (tempo) e se, pré-pretende se estender (espaço), tudo fisicamente.

Como um modo de sugestão livre, sem qualquer imposição, teríamos, portanto:

a) Conhecimento Direto ou Sentir Puro E este é um conhecimento não degradado. É um Saber-Sentir-

Intuir não fisiológico que também pode ser chamado 'Prajña' ou "Jñana' , conforme os budistas e hinduístas, respectivamente.

Este modo de VER ou PERCEBER (sinônimos) comunga com aquilo que estaria à sua frente ou com o "ISTO" Primordial, (o objeto verdadeiro, isto se objeto pudesse ser chamado).

Tal Conhecimento, no homem, também é Vivência, Realização. A objetividade ou o mundo, finalmente, é só "ISTO", mal visto e mal percebido. `ISTO' também são as dez mil coisas numa só; ou uma só nas dez mil". Pode-se sugerir, sem impor nada, que ISTO é SENTIR e que SENTIR é ISTO, na sua primordialidade e permutação mais perfeita!

b) Pensar, Intelecção comum, dois tipos de

conhecimento. A intelecção vulgar implica sempre um pretenso ego ou "eu"

que conhece, de um lado, e um mundo ou objetividade conhecida (ou reconhecível), do outro.

Essa intelecção é puramente mental, mas aparentemente se faz passar por fisiológica ou cerebral.

Essa enganadora bipolaridade sobreposta, (sujeito pensante e coisa pensada), é apenas uma espécie de desvio ou bifurcação dos reflexos, das reverberações da Mente Pura ou Consciência-EU Primordial.

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O "cogito cartesiano" ("Penso, logo sou!") não seria uma faculdade da alma teológica ou senão da Mente Primordial, nem seria uma conquista de um cérebro pretensamente amadurecido, graças a uma mentirosa evolução das espécies.

Não há um cérebro, de cujas atividades físico-químicas-bioquímicas possam resultar em agir, sentir e pensar.

Essa dedução e convicção são sempre frutos do conhecimento indireto e conhecimento indiretíssimo. São estes dois tipos de conhecimento ou reconhecimentos os que inventam estória a respeito das possibilidades do cérebro.

Sem impor coisa alguma, denuncie-se que é a "ignorância-pensamento" a que, sobrepondo-se à Manifestação Primordial "ISTO-SENTIR", recria o ego-pensante, de um lado e a objetividade pensada ou mundo, do outro. Essas duas “coisas” acabam se confrontando numa total interdependência.

Das trevas exteriores ou do mundo que o ego-pensamento a todo momento refaz, e com ele o corpo reconhecível, minha filha aparentemente morreu ou se ausentou.

Feita a Primordial Consciência-EU, igual ao SABER-SENTIR-INTUIR-ATUAR-AMAR (ou Verbo em Manifestação), ela, contudo, nunca se objetivou (nascimento vulgar), nunca só apareceu e continuou, nem só desapareceu ou morreu.

E mais, neste nosso mundo refeito pela ignorância-ego-pensamento, o EXISTIR ou mesmo "ISTO-SENTIR " se confunde com a objetividade mundana, e que sempre se apresenta separada do sujeito.

Mas VIDA é só EXISTIR, e não objetividades ou subjetividades pensadas e separadas.

O REAL ou Existir pode então confundir-se com o simples APARECER objetivado e com as enganadoras funções do reconhecer humano. Todavia, como todas a sobreposições são forjadas pelo pensamento, no caso, aparecer ou objetivar-se é só pensamento ou acréscimo em interdependências.

EXISTIR, de sua parte, é só VER-SENTIR-ISTO... Na enganadora objetividade mundana em que eu fiquei, algo desse Ver-Sentir-Isto (Adriana) se ausentou. A comunhão que Aqui travávamos foi rompida. Eu fiquei só e em desespero e ela foi transferida, ausentada à força. O que ela sentiu com essa brutal violência? O que poderá diluir

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esse horror e aliviar a dor dela, e minha também? Que suprema canalhada é a morte! E quão monstruosos são esses (daqui e do além) que a “administram e manipulam o desencarne!”.

Mas voltando a um esboço da razão do viver. Pode-se sugerir que O ABSOLUTO ou a Consciência-EU em Manifestação (ou Manifestando-se) EXISTE!

Aliás, minto. O ABSOLUTO é EXISTIR, AQUI E AGORA, e EXISTIR é Consciência-EU!

O que a ignorância-ego pensa, já feita tempo, já feita extravio, isso geralmente se sobrepõe, aparece, se objetiva, em conformidade com o funcionamento da Lei da Geração Condicionada. Mas isso não EXISTE!

Os Mestres antigos que surpreenderam tal Lei assim a enunciaram: "Isto sendo, em pensamento, aquilo se sobrepõe, aparece, se objetiva, se para tal se fizer alguma coisa ou se ATUAR propositadamente. Isto não sendo pensado, aquilo não se sobrepõe, não aparece, não se objetiva. E por nada aparecer de modo sobreposto, depois sequer se executa o ato intencional..."

Por outro lado, todas as Coisas em Si ("ISTO" Primordial), até o limite em que possam nos afetar ("SENTIR" Primordial), são só EXISTIR ou Sentir Existencial, livre da impressão pensada de tempo...

A aparente duração ou a persistência dos objetos do mundo apenas corresponde a uma extensão indevida, a um alongar-se capcioso de um SENTIR ego-humanizado, e que, mesmo assim, é sempre um Sentir Momentâneo e, por isso mesmo, é REAL.

O objeto reconstruído pelo pensamento, presente no mundo e sobreposto a "ISTO", também é Sentir, não importa se um sentir precário e contaminado.

A objetividade falsamente durável que se nos faz presente e que parece durar, já não corresponderá então a uma Sensação Pura ou a um Conhecimento Direto, Aqui e Agora.

Tal mentira persistente traduzirá uma reconstrução da memória-raciocínio-imaginação, um engendramento da ignorância-pensamento, e que substitui o "Sentir-Isto" Primordial, Não-Dual e Intemporal.

O Sentir em Si, Aqui e Agora, nunca deturpa ou distorce o "ISTO" (Objeto Primordial, acrescentando-lhe coisas ou escondendo algo mais. O Sentir Só comunga com Ele.

Quem distorce, deturpa e bifurca tudo é a ignorância-ego-

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pensamento. Nenhum objeto reconstruído, nenhuma coisa refeita e tampouco

o "ISTO-SENTIR" Primordial são constantes ou duradouros. Só o conhecimento indireto e indiretíssimo, ou o discurso

interior ou o raciocínio pretendem ser duradouros, constantes ou constância. E tal persistência enganadora sempre acaba suscitando impedimentos, limitações, dor e morte.

Foi dessa persistência enganadora que a filha que Deus me emprestou foi arrebatada, ausentada. Mas o que houve com ela? Foi transferida para outro plano de Vida Descontínua, Instantânea? Sim se o arrebatamento tivesse sido efetuado pelo Ser Superior do Aqui e Agora (Deus Vivo). Mas como aparentemente ocorreu um desenlace, uma morte terrível e dolorosa (atropelamento), antes que isso acontecesse (tempo), ela deve ter sido abduzida e transferida para outro plano vital, mas ainda inserido na prisão espaço-temporal. No lugar da verdadeira, deixaram um boneco, um clone.

Esses espaços e tempos em que parecem se ocorrer os raptos, as abduções sempre são outros, e não coincidem com o tempo e espaço cotidiano, onde ela estava e eu estou, daí a impossibilidade de eu ela reencontrarmo-nos e cruzar um com o outro, como fazíamos antes. Não convivemos mais o mesmo momento reconstruído. Agora ela está muito na frente e eu atrás, e vice versa, ou eu estou muito na frente e ela atrás, e vive-versa. O desencontro chamado morte é uma canalhada dos ETs nefastos. Sem falar o que eles fazem nesses outros espaços e tempos, onde conduzem os raptados.

Mas voltando ao que dizia, bom seria que todos soubessem que tudo aquilo que não muda, ou que parece permanecer sempre igual, isso é ineficaz ou isso não é nada. E tudo o que é ineficaz, simplesmente inexiste, malgrado possa aparecer, como as reconstruções e os engendramentos do pensamento.

O que dura, o que continua ou persiste (coisas refeitas e reconhecíveis) só aparenta objetivar-se, só aparece para aquele enxergar viciado de uma pessoa ego-pensante.

Aí, porém, nem a pessoa-ego nem o que ela diz durar EXISTEM! Tal enxergar enganador e supostamente fisiológico constitui exatamente o conhecimento indireto ou o perceber lógico-racional, a testemunhar mundos e dados reconstruídos (multiplicidade).

O ego no homem, mais certos nefastos externos, opressores da

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humanidade, manipulam esse enxergar ou perceber enganador, fruto de uma bifurcação mental lamentável.

Leitor amigo, confronta-te agora com outro dilema fundamental: ou o "ISTO" Primordial muda mal surge, ou "ISTO" não muda nunca, durando eternamente, continuamente, porém inalterável, a modo de dizer.

As coisas relativas e dependentes que o pensamento reconstrói parecem persistir irregularmente e não se renovam tão facilmente. Um Absoluto que durasse inalterado eternamente seria como se não existisse. Esse é o engodo em que os eternistas caem.

O objeto falsamente durável, e apreendido por um conheci-mento indireto, é um dado sempre dependente, gerado pelo ego-pensamento. Sem o Homem se flagrar, e de modo bem sutil, o ego-pensamento em todos nós aciona então a LEI DA GERAÇÃO CONDICIONADA, que já apresentei.

Graças ao ativar dos mecanismos dessa Lei, a ignorância-ego-pensamento, malgrado já estar se dando a MANIFESTAÇAO PRIMEVA, ou o "Isto-Sentir-Saber-Intuir-Atuar-Amar", Aqui e Agora, o danado num falso espaço-tempo pensado consegue acrescentar ou sobrepor tanto o falso objeto pensado, como a falsa pessoa pensante, fazendo-os aparecer de modo contínuo, persistente.

A partir dessa superposição, origina-se toda a enganadora multiplicidade externa (objetividade, mundo, universo, trevas exteriores), e que também se apresentarão persistentes.

Só quem está escravizado à ignorância-ego-pensamento é que faz funcionar a Lei da Geração Condicionada ou Dependente. Geralmente, por meio dessa Lei, só conseguimos desencadear magias nefastas, raramente construtoras ou não-poluidoras, porque o ego-bruxo em todos nós e certos safados externos (tudo ressonâncias trabalhadas), a partir do tempo que eles são, nada valem.

Por outro lado e como em parte já se salientou, uma eternidade mal interpretada, mal conhecida, só significa imobilidade, inércia, inatividade, imutabilidade, objetividades e subjetividades estáticas.

Todavia, a Vida não é assim, nem mesmo quando se nos apresenta contínua ou desvirtuada como trevas exteriores ou também como ronda existencial.

EU SOU, Deus Vivo ou até mesmo a Consciência-EU é a Eterna Novidade não a eterna imutabilidade.

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Como está se sugerindo uma INTEMPORALIDADE para tudo, é bom que se acrescente também que a origem, a duração (ontem-falso-hoje de 24 horas-amanhã) e a cessação (morte) de seja lá o que for são totalmente impossíveis, como adiante será visto melhor.

Nesse trio capcioso nada persiste sempre igual. A origem, a duração e a cessação de tudo são como um objeto de sonho ou como um castelo encantado. Tudo o que se mal conhece e se reconhece no mundo objetivo dito físico é só "Magia" ou aparência objetivada (Maya), e quem isso conhece (ego) é só "avidya" ou ignorância-pensamento!

A grande Verdade, a boa Verdade seria então a BENIGNA CESSAÇÃO DA IMPRESSÃO DE MUNDO PERSISTENTE!

Cuidado, cessam os pensamentos, as teses, as antíteses, as sínteses hegelianas, as opiniões a respeito do mundo, desaparecem as falsas impressões de fisicalidade, o mentiroso fisiologismo cerebral, as superposições pensadas, não que vá a desaparecer o REAL ou ISTO-(mundo real) ou a VERDADE.

E mais, tudo o que ao se originar, ao aparecer, ao se objetivar depende de algo mais, isso não é nada em si mesmo, isso não tem essência própria (nem atômica nem anímica), isso é insubstancial, isso não existe!

Nesse caso, a Lei da Geração Condicionada ou Dependente ressalta a dependência recíproca de tudo o que é sobreposto; como se disse tudo isso é só interdependência. Tal Lei fundamenta inclusive a impossibilidade da separação absoluta entre o sujeito e o objeto, como a filosofia cartesiana e a ciência pretendem.

Em termos absolutamente reais, não existem realidades objetivas que se estendem (mundo), malgrado apareçam, e não existe uma realidade anímica que pensa, que persiste e que conhece o que se estende.

A Lei da Geração Condicionada é verdadeira e eficaz porque lida com coisas e seres vazios que interdependem, coisas e seres sem essência própria (nem atômico-material nem anímica).

Por tudo ser um Vazio-Pleno é que tal Lei funciona a contento. Portanto, tudo o que a Lei da Geração Condicionada superpõe e determina é insubstancial e impermanente. São simples maneiras de agir e de ser (ou egos pessoais), sem se permitirem qualquer descanso e paz no tempo.

Ou seja, são só dor e angústia. Por isso que abusar do

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pensamento ou do barulho interior não é nada bom, e os intelectuais exacerbados são uns monstros perfeitos, e têm a frieza dos com-putadores que criaram.

Em termos absolutos, a Consciência-EU é a Realidade mais profunda de toda aparência objetivada, Realidade só vivenciável pelo Conhecimento Direto, assim como, conversivamente, a ronda existencial (trevas exteriores) é a falsidade do REAL ou é a colaboração do próprio conhecimento indireto e indiretíssimo.

Amigo leitor, por favor, não te assustes com minhas exposições aparentemente filosóficas e epistemológicas. Não estou enganando ninguém, nem tento impor coisa nenhuma, sequer busco aplausos e prosélitos. Afinal, a narrativa ficcional tão sobejamente utilizada em literatura nem sempre é a melhor exposição literária que existe.

Ela é extremamente dispersiva. Em momentos, as palavras fúteis ocupam mais lugar que as poucas Verdades ditas ou escritas. Ademais, um pouco de Filosofia ou ser amigo do Saber não faz mal nenhum!

Bem, mas com esta primeira denúncia já dá para suspeitar que o Homem ou a Consciência-EU, Manifesta como um ser que se chamou A.B., não se anulou, não se aniquilou. Só deixou de aparecer, de ser reconhecida pelos familiares, mas talvez não cessado de se renovar como EXISTIR ou como Existência-EU em outro plano de vida. .

Filha querida, perdoa-me se estou te envolvendo com raciocínios ásperos e palavras fúteis. Não é minha intenção transformar-te em objeto de discussão, de controvérsias de filósofos bobos.

Não me leves a mal se agora me VÊS escrevendo e chorando, como uma criança. Não posso evitar. A dor tua e minha é muito grande.

De qualquer modo compreendi que, abandonando-te ao azar e à fatalidade que os nefastos manipulam, sofrerás ainda mais. Não sei se estou te ajudando em alguma coisa.

Agora sei que ninguém enterra ninguém. Por que, pois, considerar os queridos ausentes como anulados, só porque parece haver canalhas do além – alienígenas desgraçados e infames, mais desencarnados safados e obedientes ao mal – que manipulam o aparecer e o desaparecer e não permitem qualquer contato/?

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O RECONHECIMENTO MATA A MAGIA DO SABER-SENTIR-INTUIR

Diz um refrão antigo: Quem Sabe-e-Sente não pensa; ‘quem

pensa ao redor de' não Sabe ou não Percebe corretamente/... Assim é porque todo Reto Perceber está livre da continuidade

temporal, e também porque o tempo em si é só pensamento astuto, aliás, como tudo o mais que ele sobrepõe.

E visto que todos nós somos subjugados pelo enganador ficar cônscio disto ou daquilo, cotidiano (dualidade, multiplicidade) em verdade não vivemos, não sentimos, não amamos, não compreendemos a Autonatureza Intemporal, o Absoluto, o Real (Deus Vivo).

Não vivemos e não deixamos viver. Lamentavelmente, somos escravos de um ego ladrão e salteador (a falsa entidade mental,) e somos afetados por certos nefastos externos, porque nunca compreendemos, discernimos e bem pensamos (Saber-Sentir-Intuir).

Como estás vendo, caro amigo, volto ao criticismo e à filosofia aparentemente descabida. Só que, por meio dessa limpeza episte-mológica, apenas se pretende rasgar os véus ofuscadores que a ignorância milenar e organizada foi levantando ao redor do homem, aprisionando-o e enfraquecendo-o.

Tu e eu (e que temos como base o grande EU) precisamos entender melhor o que vem a ser a impotência, a decadência, o sofrimento e a morte.

É só por meio de um Saber-Sentir-Intuir (ou Reto Entendimento) que o Agir ou atuar humano poderá reconquistar as suas incríveis possibilidades (Magia Branca).

Graças a isso, o Homem deixará de ser vítima de falsos deuses (ETs) e de nefastos daqui mesmo (mundo).

Por favor, amigo, tem um pouco de paciência e não te apresses na leitura. Vai devagar, e se possível, se há algum fundamento no que está sendo dito, transforma-te...

Sabe então que Perceber Sensorial e Emotivamente (Co-nhecimento Direto, livre do mal pensar) é igual a Sentir, a Intuir, a Dar-se Conta, a Compreender, a Criar, Inovar, Manifestar o Gênio etc.

Tal Reto Perceber também corresponde a Atuar espontânea e corretamente, sem prejudicar nada e ninguém.

Todas essas são faculdades mentais autênticas, altamente di-

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nâmicas e surpreendentes. Tudo isso também é igual à Consciência-EU em Manifestação.

Contrariamente, pensar de modo puramente intelectual e discursivo é igual a ligar reflexos caducos da Manifestação Primordial, é igual a engendrar coisas mortas, a dar vida a fantasmas, é igual a reconhecer discursivamente ou a ficar falsamente cônscio de algo.

A Vida também é Consciência-EU e Ela não precisa ficar cônscia de nada, pela segunda vez.

O ego-pensamento ou a falsa consciência bipolar do nome-forma obsequia continuidade, persistência, impenetrabilidade, resistência, prisão. E estes são verdadeiros fantasmas ou acréscimos subjetivos e objetivos. A verdadeira Vida, aparentemente, morre com a superposição de tais mentiras, que nunca nascem de fato, que não duram e que já são mortas.

E é bom que se saiba que o reconhecimento em si é tão-somente uma ardilosa faculdade da mente-ego decaída e condicionada. Tal reconhecimento primeiramente nos incute a impressão subjetiva de "eu" (ego) sou o tal. E depois, a convicção persistente das coisas, dos corpos e dos seres objetivados virem do ontem, durar hoje e continuarem amanhã, quando nada disso é verdade, Além de incutir também impressão-convicção do total separatismo entre sujeito e o objeto.

Em todo reconhecimento, o raciocínio presume que "ISTO"-objeto atual é igual àquilo (ou o objeto passado ou dado da memória). Esta evocação do passado seria então idêntica, à presença do objeto presente, o que não é verdade.

De sua parte, a memória puramente discursiva é aquela que não possui nada concreto em sua frente, com o que possa fazer comparações. Tal memória corresponde apenas ao "Aquilo puramente mental ou subjetivo".

A ardilosa faculdade de reconhecer do ego em nós tenta ligar —mas nem sempre consegue — o "ISTO" REAL (ou também o SENTIR PURO, Aqui e Agora) ao aquilo-memória.

Graças a isso, depois afirma: "Isto que agora vejo é igual ao que vi ontem, ao que já vi!"

Com essa acomodação mental salta fora a falsa duração dos seres, dos corpos e das coisas.

O reconhecimento ladino também tenta ligar o "ISTO" REAL (ou o SENTIR PURO, Aqui e Agora) ao aquilo-imaginação,

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argumentando depois: "Isto que agora vejo de modo contínuo certamente será igual ao que amanhã enxergarei de novo!"

Eis aí outro motivo para que a falsa duração das coisas e seres prevaleça.

Todavia, o SENTIR, pleno e eficaz, igual ao "ISTO", é totalmente diferente da lembrança que escraviza e da imaginação que reconstrói e induz. Estas duas, mais o raciocínio, se unem (memória-raciocínio-imaginação ou tempo-espaço) e recriam fantasmas perpétuos que se sobrepõem.

O verdadeiro Sentir-Ver (VER autêntico não deturpado, não fisiológico) é comunhão presente, sempre outra; é Conhecimento Direto que comunga com o REAL, totalmente eficaz e Existente.

A AÇÃO PURA (AGIR), por sua vez, também é eficaz porque só pode cumprir-se Aqui e Agora. Senão isso, parecerá cumprir-se depois, num atraso mental que vira tempo hipotético. E aí será semi-eficaz, mormente se tal ação se transformar em ato pensado, em ato intencional e que qualquer ego, explora, usufrui feito um ladrão, ou senão louva ou condena, hipocritamente.

Com o INTUIR ou com a Inteligência, com a Criatividade Ideal, com a Inovação transformadora etc. ocorre o mesmo; isto é, só eclodem ou se cumprem Aqui e Agora, portanto são eficácia ou existência.

A lembrança psicológica (não a fatual), a memória discursiva, o raciocínio, a imaginação são tempo; são atividades mentais úteis, sim, mas nem sempre favorecem e ajudam o Homem. Muito amiúde, são manobras interesseiras, são pragmatismos mentais ladinos e são a falsa eficácia mundana que se expande (espaço) e que persiste (tempo) feito uma praga.

Desculpa-me, amigo leitor, se estou recitando o papel de psicólogo, psiquiatra e filósofo sabe-tudo.

Não sou o chato que pareço ser. Confesso que me agradaria muito mais tecer ficções, forjar novelas, enredos agradáveis e digeríveis. Mas a tua distração pura e simples, somada à dos demais, às vezes também pode traduzir a destruição e a subjugação humana. É por meio da ficção astutamente dirigida (TV, cinema, jornais, revistas etc.) que os nefastos daqui mesmo encantam e dominam toda a humanidade.

Não faz mal, pois, que se entendam melhor as atividades válidas da mente e, principalmente, que nos flagremos das atividades defasadas, que não prestam e só enganam. Por conseguinte, posso acrescentar que

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o reconhecimento não prova nem a continuidade da pessoa pensante nem a do objeto pensado. E os triunfos da ciência moderna se devem principalmente ao enxergar contaminado e condicionado e ao prevalecimento da memória-raciocínio-imaginação. Ciência acadêmica é só e praticamente um ver-pensar viciado e bifurcador que resulta em pessoa-ego-pensante e em objeto pensado ou multiplicidade.

Nesse enxergar enganador (ou reconhecimento) só prevalecem pensamentos que estruturam fantasmas e que se sobrepõem, mais pensamentos que discorrem intimamente, enchendo nossa cabeça de barulho, de matemáticas ladinas, de execuções de atos propositados ou intencionais.

Fiz-se que tais atos não prejudicam, mas em verdade são calamitosos em si, porque que resultam em falsas provas laboratoriais, etc. A execução do ato intencional não prova determinada tese, mas tendo sido tal tese previamente engendrada, a execução do ato a consubstancia, a materializa, saltando daí a falsa prova.

Bem, mas deixando de momento a ciência de lado, sugira-se que se alguém anelar adotar uma disciplina verdadeiramente sábia, esse tem que cultivar uma incessante atitude de alerta crítica no que diz respeito a toda objetividade e seres coisificados.

E o que vem a ser esse alerta? Ora, é a aplicação do Conhecimento Direto que resulta em Percepção Correta de todas as coisas e seres em sua autenticidade existencial.

E qual é a natureza da Percepção absolutamente válida, livre de discursos e intromissões do reconhecimento? Bem, a propósito disso, Buda, o grande Mestre, teria exclamado um dia:

"Que as coisas sejam imutáveis, isso, Kasyapa, é um dogma ou é uma base (para que algum ego palrador se assente). Que as coisas sejam só modos ou mudanças (idealismo), isso, Kasyapa, é outro dogma, outra base... Que a realidade seja substancial ou material, esse é um dos piores dogmas, e é outra base... Que a realidade corresponda apenas a modos, a qualidades abstratas, inventadas pelo pensamento, esse é outro dogma ou base. Mas livre dessas bases (onde o ego-pensamento ou a ignorância se assenta sempre), ó Kasyapa, se encontra o MEIO TERMO entre os dois extremos do ser (falsamente permanente) e do não-ser (dos niilistas-materialistas), MEIO TERMO esse que é intangível, incomparável, não-aparente, impensável, inabordável, livre e sem qualquer posição fixa... Esse é realmente o Caminho do Meio, a Visão do Real em sua forma mais

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verdadeira, ó Kasyapa!... ." (Dizemos nós, o Caminho do Meio sim que é a verdadeira e Insustentável Leveza de Ser!).

Repetindo, porque necessário, face à Verdade Maior, pode-se

alertar que nada foi criado e que, portanto, nada começa, nada persiste ou continua e nada termina.

Pecando com as palavras, mal se pode sugerir que há sim um Manifestar sempre Novo, que há Transformação, Permutação, que numa coisa ("ISTO") estão também as dez mil e que as dez mil coisas se escondem numa só!

A extinção temporal das coisas e dos seres (morte absoluta) também não se dá, porque simplesmente inexiste um espaço-tempo receptáculo, onde coisas e seres se concretizam e persistem de fato e depois desaparecem.

As coisas e os seres ditos materiais só aparecem ou se objetivam para um ego-observador-pensante, geralmente mentiroso como a própria impressão de espaço-tempo.

A Vida ou a Existência talvez simplesmente fulgure; jamais se origina, dura e depois acaba ou se extingue ou morre.

Nas trevas exteriores ou no mundo aparente tampouco nada se extingue em termos absolutos e definitivos.

Mas é aí que a ignorância-pensamento sobreporá dados e, graças ao discurso interior, recitará a farsa espaço-temporal do começo, meio e fim. Com isso roubará Vitalidade do Ato Puro (Homem Primordial), quando de sua eclosão-execução, não importa se ao ATO se grudou um falso ego-agente.

Filha querida, quão aborrecíveis devem te soar estes meus dizeres! Confesso-te, porém, que, "pensando" nos demais jovens expulsos de suas-famílias como tu, vejo-me obrigado a escrever o que escrevo com o Espírito em agonia. Nelas não há contradição. E en-quanto pareço assumir ares de um anti-intelectual, anti-racional, em verdade clamo, grito, choro por dentro e não me submeto, não me conformo! Talvez, agora tu sabes que Deus é Vida e Novidade e "EU-Ele" não SABE da morte dos humanos, nem SABE daquilo que os humanos fazem com os animais ou os seres que consideram inferiores. Tampouco SABE daquilo que certos nefastos daqui mesmo, falsos deuses, demiurgos (ETs) fazem com os homens. Aparentemente Deus Pai-Mãe suporta tudo por não mal conhecer e não reconhecer como os

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homens comuns. . O reconhecimento garantiu a todos nós, familiares, que

efetivamente Adriana se acidentou, foi ferida gravemente, ficou hospitalizada certo tempo e depois morreu. Mas mesmo que A.B., de momento e aparentemente, tenha-se tornado uma ausência permanente e cruel, o reconhecimento em si não prova coisa alguma de sua Existência, nem antes, nem durante, nem depois, nem provou que seu SER fosse um Ente ininterruptamente contínuo, como dizem as religiões. A ausência permanente dela é pois irreal, pois não há nada permanente.

Vida do meu Coração, quando "eu" te reconhecia ao meu lado todo tempo, acho que algo em meu próprio perceber estava me enganando. Nesse ficar consciente enganador, do qual todos os homens participam, a tua constante presença me era confortadora, sim. E agora que te ausentaste, o reconhecimento cruel de tua ausência permanente me faz sofrer de saudade, e também deve estar me enganando. Só que com a tua presença "eu" não sofria; com tua ausência, sim. E como a dor e a saudade me são reais, oh Deus! A saudade e a dor não equivalerão a um ego transmutando-se em "EU"?

E Se nem presença nem ausência constantes são possíveis, o que é isso que nos separa um do outro?

No mínimo algum logro, alguma armadilha, ardil que usurpadores e intermediários nefastos (demiurgo, ETs negativos) inventaram para proveito próprio, pois se alimentam com a agonia e o sofrimento do homem. .

Meu anjo, "os manipuladores da falsa fatalidade", os nefastos que se escondem num plausível além, com seu falso deus usurpador (Demiurgo Jeová-Molokron), cavaram entre nós um abismo absurdo e impossível, não deixando que "eu" te sinta numa comunhão renovada de calor humano! Este é o preço que pago por ter acreditado na presença constante da tua querida figura, em tempos passados. O preço imposto é a saudade, a agonia e a dor que sinto, ligadas à mentirosa impressão reconhecível da tua ausência constante.

O que se passa contigo? Estás bem e aliviada ou sofres também? Será que continuas escravizada dos teus nefastos raptores? E que peço a Deus que esses sejam delírio ou ilusão minha...

Tanto "eu" como tu, ser querido, fomos vítimas da memória-raciocínio-imaginação, e continuamos sendo. Essas atividades mentais

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excêntricas, quando aparentemente te foste, provavelmente criaram para ti, na condição de ego-alma, um pretenso além, um astral ou mundo dos mortos, desde o qual, desesperadamente, buscas te reencontrar comigo, ou senão com tua mãe, namorado, demais amigos e familiares.

E o reconhecimento insuplantável e velhaco do teu desenlace – maldito pensamento, maldita lógica-razão, maldita memória-raciocínio-imaginação! – também criou em mim uma impressão de vazio, de separação definitiva, e uma convicção de fraqueza humana, de impotência e de impedimentos insuperáveis. E com este falso abismo a nos separar à força, ambos fomos assassinados, cada qual jazendo em sua própria tumba ou plano, sem intercomunicação.

Certos nefastos do aquém e do além nos roubaram a chave que abre a porta que dá passagem a outros planos da Vida, e eles inventaram esse fantástico impedimento chamado morte, impedimento que eles e certos homens canalhas daqui mesmo (com seus horrorosos rituais) o tornam cava vez mais forte, poderoso.

Disse Jesus um dia: ("Ai de vós, sacerdotes e escribas hipócritas que escondestes a chave da gnose ou da ciência correta, e também estais escondendo aos homens o Reino de Deus — ou Autonatureza —; nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando ou poderiam entrar!", dizia Cristo).

Agora, filha querida, tu sabes que não há anjos nem demônios, e sim apenas seres de outras situações (ou extra-situacionais, alienígenas), benevolentes e nefastos, conforme pensam e agem. Os malvados então parecem fortes porque roubam poderes vitais do homem! Aliás, a incomunicabilidade quase insuperável a que os desencarnados ficam sujeitos — e o Espiritismo não consegue amenizar essa patifaria — prova que a morte é uma terrível safadeza acrescentada, e que é manipulada por entidades nefastas, mais do que Espíritos benevolentes e de Luz.

Deus Pai-Mãe jamais permitiria ou provocaria uma ruptura tão abrupta como a morte, porque é Pai-Mãe e é Amor!

Ora, quem sabe ler nas entrelinhas a verdadeira Revelação ou Apocalipse escrita por Cristo – e não João, o evangelista, que nunca escreveu nada; e a propósito leiam meu livro “Apocalipse Desmascarado” – se dá conta que lá consta a descrição de um antigo conflito ocorrido nas alturas (Céu), em que um Enviado da Luz, com seus irmãos, se confrontam com o Dragão Vermelho (Demiurgo) e que

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esse desgraçado ganha a guerra, não por força e méritos, mas por astúcia e sagacidade. Sim, pois nesse confronto celestial, quem morria de fato eram os humanos da Terra e não os participantes do encontro e desafio. O enviado celestial se penaliza com o sofrimento do homem, suspende a guerra e dá-se por derrotado por certo tempo. Com isso o Dragão vencedor torna-se senhor do céu e da terra. Daí porque as nossas “trevas exteriores” – o aquém, mundo-cão e o além – são tão terríveis quanto parecem.

Ai, Adriana querida, "eu" aqui me encontro com um corpo denso ou veículo aparente, com o qual não sei o que fazer para te reencontrar; e tu aí, com o teu, que parece ser sutil, mas que também não te conduz a parte alguma! Tudo o que agora pensas, como alma-ego que provavelmente és, à tua frente se te apresenta, se consubstancia, de modo fugaz e não satisfatório. E se a tua permanência neste mundo era impossível, era só reconhecimento, a tua ausência constante também é impossível! O que está acontecendo? Não estarão nos enganando? Pelo teu ser e pela tua boca o Espiritismo não diz nada. E aí eles viriam com milhões de desculpas que conheço bem. Querido amor, que fazer de modo espontâneo? O que deixar de fazer para que a intencionalidade não se reforce?

Anjo querido, façamos de conta que somos como o Sol que sempre ressurge. Sim, somos como a primavera que infalivelmente se repete. E certamente, outra vez, juntos voltaremos a viver, porque a Vida feita este (AQUI) ou aquele Plano (outro Aqui), enquanto formos Espírito-Luz, sempre haverá de se renovar e ressurgir!...

É-SE HOMEM, AGINDO, OU A MAGIA DO ATO PURO Como é, amigo leitor, vamos filosofar mais um pouco?

Concentremo-nos, agora, nesse dilema chamado Ação, Verbo, Ato Puro, só para ver se o Verbo ou o Ato Puro precisa necessariamente de um agente (tipo um ego cerebral ou de um Ele, falso deus-persona), ou se o ATO é só Espírito ou Espiritualidade, e até mesmo Magia Branca!

Bem que se poderia começar desconfiando de que o Deus externo (o grande agente das religiões organizadas), com suas ações criadoras e criativas, e que resultaram em pequenos agentes cegos e mundos, é apenas um mal-entendido.

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Em páginas anteriores também ficou evidente que um ego-pensamento incrustado na Mente Pura era apenas uma presença espúria, anômala e não uma condição que a própria Mente Pura Manifestava como Si mesma ou como o REAL.

De sua parte, a Forma Pura do artista verdadeiro ou o "ISTO", que só o Sentir-Saber-Intuir capta, de certo modo também é Ação.

O Verbo ou o Ato Puro, no caso, é Espírito. E esta Espiritualidade altamente Dinâmica pode permutar-se num Ente, pode permutar-se até no Grande Ente (Deus Vivo), mas não como se isso fosse necessário. O Ato Puro ou o Espírito é um Vento ou um Sopro Sensível e Inteligente.

Por outro lado, o reconhecimento – sempre reconhecimento – que temos de seres e coisas no mundo, desempenhando ações próprias ou executando atos, é, como se pode desconfiar e pressupor, um mero ardil que a ignorância-ego-pensamento astuto levanta para "nos" (Vida) convencer de que o ego (o grande ladrão) é o Senhor do Ato, e que não há ação sem agente. Em verdade o Ato Puro é Senhor Absoluto de si mesmo, sem agente, sem ator.

Antes se sugeriu também que a Consciência-EU ou o Absoluto em Manifestação também equivalia ao surgimento da Ação-Sensação-Intuição feita Mente Pura.

Se isso é plausível, por incrível que pareça, o ATO PURO, eclodindo, Aqui e Agora, torna-se Deus, torna-se Vida e inclusive torna-se HOMEM! O Homem verdadeiro, por sua vez, reverte à condição Espiritual de ATO PURO, e vice-versa!

Tal HOMEM-ATO Primevo não precisa do falso ente-ego (mal pensante), nem precisa de corpos-alavancas e de máquinas para executar atos!

É-SE HOMEM ATUANDO! E é exatamente por não sabermos disso que os nefastos do próprio mundo e do além, já transformados em demiurgos, em aliens nefastos, em andróides, em robôs, em clones etc., nos roubam, nos vampirizam, nos desvitalizam, nos matam e nos oprimem ao longo do tempo deles (ou quase eternamente).

Por outro lado, se na Mente Pura, se na Realidade Absoluta e Não-Dual, em Manifestação dão-se pulsações, palpitações que ressoam ou reverberam, estas reverberações deveriam naturalmente se diluir, desaparecer.

Mas nessa Manifestação Inocente e Pura (ou Sol e Raios),

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alguma coisa no Manifestado (ou no Saber-Intuir-Atuar-Amar-Sentir-Isto) vira ignorância.

Essa Ignorância Primeva (e não mais Inocência), para proveito próprio aglutina as ressonâncias ou reverberações – liberadas pelas Pulsações Vitais ou Vida – e forja um feixe estranho, uma mancha anômala que chamarei ignorância-ego-pensamento e que, a modo de dizer, se incrustará (e não se incrustará) na Mente Pura.

A partir daí, essa mancha anômala ou outra vida já estará fora do Aqui e Agora. E esse é o famoso segundo momento falsamente existencial, ou o começo do falso tempo contínuo e do falso espaço que se estende.

Por conseguinte, essa ignorância e pensamento recriarão uma falsa consciência na qual inserida ficará a forma-nome, ou melhor dito o ego mal pensante e o objeto ou corpo-mundo pensado.

Depois serão recriadas as seis esferas dos sentidos com respectivas contrapartes pensadas e mal sentidas. A seguir dá-se o contato. Depois o apego (“meu”) ou o rechaço, e assim por diante.

Bem, implantado o falso ente-ego no terceiro engate de uma dodécupla cadeia, a denunciar como uma segunda vida reconstruída e enganadora se sobrepõe, o ego-pensamento, no caso, só pensando, jurará estar executando atos, e jurará também estar vendo (isto é, enxergando e reconhecendo) seres e coisas diante de si, desempenhando funções por si mesmos. Em verdade aí quem se agita é só a sua decaída ego-personificação, que tudo passa a extrojetar e sobrepor. Esse centro mental anômalo chamado ego, astutamente gerado pela ignorância primordial, atribuir-se-á o papel de ator ou agente, quando a AÇÃO EM SI, que eclode Aqui e Agora, livre do tempo, não precisa desse ator falastrão ou falso agente, e muito menos precisa de um falso vedor e perceptor. .

E se isso tem algum fundamento, é bom que se saiba que os astutos e eternos ladrões do aquém e do além fazem tudo para que os HOMENS-ATO (ou os Deuses primordialmente andróginos, ELE-ELA, ELA-ELE) decaiam à condição de ego-agentes, eles e elas separados, para torná-los impotentes, limitados, para explorá-los, exauri-los, vampirizá-los e submetê-los à falsa decadência e morte. Os escravos da ignorância-ego-pensamento só podem vampirizar a ação, só podem roubar o trabalho alheio se em suas vítimas fizerem aparecer o ego-explorado, o ego-vítima.

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Os Homens-EU-Ato são seres ricos de caráter e, estando aten-tos, não se deixam explorar nem subjugar. Desaparecem se podem, ou senão se deixam morrer, aparentemente.

Os egos-carrascos e os egos-vítimas, de sua parte, são as duas faces da mesma moeda, e essa moeda é viciada e não presta. O grande crime do demiurgo com seus nefastos é o de suscitar egos onde não cabem, manipulando para tal a ignorância primordial (ou inocência da Mente Primeva), ignorância que sempre se levanta e fica à espreita, a caça das "ressonâncias vitais".

E a propósito de demiurgo, sem impor nada e num perfeito faz-de-conta, saibam que ele é apenas um USURPADOR e um traidor que se faz passar por um Deus externo.

No fundo, porém, é tão-somente um "ele", pretenso deus-persona. É também um farsante que, vampirizando e roubando vitalidade alheia, orienta e, sustenta as reconstruções sobrepostas e que, para seu próprio proveito, passam a apresentar durezas e durações fictí-cias, além de se estenderem de modo contraditório.

É inclusive uma espécie de ser autônomo, mas em termos de sentimentos, é mais um autômato do além que um ser digno e autônomo. Só persiste ou sobrevive porque os homens constantemente estão obsequiando sangue para ele, graças à execução do ato intencional ou personificado em sacrifícios estúpidos. Os judeus antigos eram pródigos nisso, para tal ver o Antigo Testamento. Ou senão, outros sacerdotes mais praticam rituais cruéis. E se não lhe obsequiam energia sanguínea, a vitalidade solar densificada ou a presença espiritual do Cosmo no homem, ele simplesmente a rouba.

Tal demiurgo seria também um Golem, senhor dos exércitos e das matanças, ou um Moloch, ávido de sangue e sacrifícios humanos. É também conhecido como príncipe deste mundo.

Este príncipe, contudo, se identifica melhor com uma coletividade de egos perversos, com entes corruptos e vendidos deste mundo, e com todos os possíveis nefastos que o acompanham.

Esse demiurgo nada tem a ver com o diabo chifrudo das religiões oficiais. Com este último fantoche do mal, certas religiões só escondem ou disfarçam a inegável interferência do demiurgo, e, transformando-o em Ele, Deus, o confrontam com um falso diabo, transformando o demiurgo num deus imprevisível, todo-poderoso, digno de submissão e suscitador de medo ou temor hipócrita!).

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Mas voltando ao que se estava dizendo, diante de um homem condicionado, malgrado ele esteja absolutamente convencido do que enxerga (ou mera superposição), não há coisas e seres que, Aqui e Agora, desempenhem atos e funções. No lugar disso, sugira-se, sem nada impor, que há um Todo feito Vida, jamais separado ou diferente de tal HOMEM... Nesse caso, haveria então um "ISTO"-Agindo que se confundiria com um "ISTO"-Sentindo. Estes "dois Isto", comungando entre si, em verdade formam uma Não-Dualidade.

A “FUNÇÃO ” DA COISA, NO PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Quanto à função que determinada coisa poderia desempenhar no

tempo enganador, convém salientar que a coisa passada, e que já teria desempenhado alguma função, ela, AGORA, não persiste nem como objeto nem como matéria inativa, por incrível que pareça. Tal coisa passada, Agora, é sempre uma quimera que a memória sustenta e que busca reintroduzir num Contexto Único e Intemporal (ou Autonatureza, "Isto-Sentir", Aqui e Agora).

Se por desatenção tal reintrodução der certo, sobrepõe-se então outro contexto cotidiano e psicofísico, feito um falso hoje de 24 horas.

O objeto passado e sua matéria são só e sempre memória pura, que se apóia numa presença presente inexplicável ou "ISTO". Os tais de átomos e moléculas, de pretensos subníveis atômicos e moleculares, e que sustentariam a falsa continuidade da coisa nos três tempos, são uma mentira. Eles também não existem; só aparecem de modo excepcional.

A pretensa coisa futura (que ainda não desempenhou de-terminada função) também não é uma coisa em estado potencial e que irá revelar-se material só no momento presente, quando se atuar. Nem é uma mera função também em estado potencial que irá desencadear-se no momento presente.

A pretensa coisa futura é só fantasia, que a imaginação superpõe, como se estivesse lá e como se estivesse separada de um Todo. E tal fantasia poderá sobressair-se se a imaginação conseguir "nos" convencer de que o que acontece Aqui e Agora é igual àquilo que irá (ou iria) acontecer amanhã, se "nós" (ou Vida) permitíssemos. E mais, essa pretensa coisa futura também é quase igual àquilo que já teria

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acontecido no passado, mas que não acontece Aqui e Agora. A coisa Presente e pretensamente separada do observador-ego,

por sua vez, e que poderia desempenhar uma função, Aqui e Agora, é outra mentira maior. Não há uma coisa presente, aqui, ou até mesmo um agente-ego presente lá, que, de fato e em termos absolutos, desempenhem funções isoladas (o homem atua e faz atuar a máquina) e, por isso mesmo, ambos seriam eficazes e existiriam de per si.

A modo de dizer, há apenas um Fulgurar Vital que é Eficácia e Existência. Há um eclodir feito um Todo Não-Dual, e que é só Isto-Sentir-Atuar-Intuir-Amar. E isso já é Vida, Movimento em si!

A propósito do agente e do ato há mais coisas para dizer; mais adiante voltaremos a discorrer com argumentos mais precisos e contundentes.

Até aqui já é possível suspeitar então que o fruto do co-nhecimento indireto e indiretíssimo são sempre um logro ou uma superposição. E que, quando se abusa do pensar ou do reconhecer (raciocínio), este só reforça a substancialidade e continuidade das coisas e seres, e essas são as habituais mentiras lógico-racionais ou até mesmo mágicas.

E, finalmente, convém saber que um ator verdadeiro, que um agente que pratica o bem e o mal, o certo e o errado, é, até certo ponto, um engodo – Para o bem e justiça se dão exceções, mas é muito difícil, os bandidos não deixam – No lugar de tudo o que se conheceu e se reconheceu, do que se fez ou foi feito, sempre prevaleceu um doloroso faz-de-conta. E bota doloroso nisso!

Mas mesmo que a vida aparente e sobreposta (empirismo) seja apenas um doloroso faz-de-conta, "eu" não queria que uma fatalidade aparente tivesse atingido a filha que Deus me deu!

E tenho certeza de que não foi Deus Pai-Mãe (Deus Vivo) quem quis assim!

Fora a retribuição cámica (Lei do Carma), que talvez no caso dela não coubesse, algo mais terrível deve ter interferido e acontecido! Se ela tivesse sido uma devedora do Carma , “eu” teria pressentido isso. Mas não, ela era sempre jovial, serena e sorridente. Tudo corria mais ou menos bem para ela.

Por isso me pergunto, como todos os pais costumam fazer: Por que "eu" não me sumi primeiro, no lugar dela, e ela não ficou!?

Ela era jovem, e eu não mais!

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Sofro ao evocar o modo injusto pelo qual ela foi arrebatada deste plano ou mundo. E quiçá inclusive ela padeça por ter sido excluída violentamente da comunhão/comunicação que mantínhamos e mantinha com os demais.

Sofro também por todos os jovens, eles e elas, que padeceram o mesmo fim! Sofro pelas crianças que nem vivem e já morrem muito estranhamente nas mãos de uma medicina nem sempre eficaz e humana.

Em verdade, ninguém nem coisa alguma poderia ter feito nada de mal contra ti, pobre garota, nem tu fazeres algo prejudicial contra alguém, pois diante de uma Verdade Maior não haveria um agente-ego que tal fizesse.

E se no reconhecimento do desastre que te envolveu nunca houve um ator-vítima (tu, no caso), nem um agente-carrasco — o motorista do microônibus (ou seja lá o que for) que te atropelou — que traição foi essa de te arrebatarem da presença dos que amas, sem mais nem menos?

Por que esses malditos manipuladores da falsa fatalidade foram tão terríveis e velhacos que conseguiram praticar tamanha maldade contra mim e ti, assim por nada?

E de onde retiraram a permissão e o poder de executar um crime que em princípio não poderia ter acontecido, já que nenhum ego é senhor do Ato? Mas, e o crime aconteceu? O que foi que aconteceu?

Mergulhado na tristeza e na saudade, pois no momento esta parece ser a minha realidade, peço licença à extraordinária e inesquecível poetisa e cantora Dolores Duran — que também morreu estranhamente jovem — e ao notável e talentoso Antônio C. Jobim para reproduzir a adaptação do poema e da belíssima canção que eles compuseram, intitulada "Por causa de você":

"Ah (Adriana), você está vendo só Do jeito que eu fiquei E tudo ficou!? Uma tristeza tão grande Nas coisas mais simples Que você tocou! A nossa casa (meu anjo) Já estava acostumada — guardando você. As flores na janela

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Sorriam e cantavam — por causa de você. Olhe (meu anjo) nunca mais Nos deixe por favor Somos a vida e o sonho — nós somos o amor! Entre (menina), por favor, Não deixe o mundo mau Te levar outra vez, Me abrace simplesmente Não fale, não lembre Não chore, meu bem!"...

AS SUTILEZAS DO TEMPO QUE SÃO SÓ MEMÓRIA-RACIOCÍNIO-IMAGINAÇÃO

Amigo leitor, ainda me estás suportando? Se sim, muito

obrigado! Estou te transformando em meu confidente, não é? E que mal há nisso?

Como viste, em minhas denúncias já neguei a validade de muitos aspectos espirituais, subjetivos, psicológicos e epistemológicos. Agora convém que comece a negar também a validez das cinco vacas sagradas da ciência e filosofia, vistas como as cinco deusas da objetividade, e que são: o espaço, o tempo, a matéria, a energia e o plasma.

Diante disso, começo então por perguntar: o pretenso tempo presente, o hoje de 24 horas, é estável ou não é estável?

Se é estável, não é tempo e sim eternidade; e se o tempo presente é instável, ele é dependente, e dependendo de algo mais, ele é totalmente irreal ou inexistente. E bom que se saiba que o tempo, feito dado físico, é apenas uma artimanha do pensamento.

As palavras dia, mês, ano, hora, minuto, segundo não provam a realidade inquestionável do tempo, tal como as palavras direita, esquerda, acima e embaixo não provam a realidade do espaço.

E a mediação pretensamente perceptual dos assim chamados órgãos sensoriais e cérebro tampouco prova a eficácia de tal tempo, assim como o conhecimento supostamente racional (ou indireto) que de um objeto se alcança não prova a sua Realidade Natural, igual ao

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"ISTO"-(Sentir) ou Autonatureza. Alguns poderiam me retrucar com argumentos aparentemente

válidos: "Mas se o tempo não existisse de verdade, não seria possível a percepção que fica determinada pelo contato do objeto com o órgão sensorial correspondente.

Tal contato e percepção exigem uma anterioridade de um deles com relação ao outro; e além de uma co-presença ou simultaneidade, exigem também uma posterioridade...

A anterioridade (a priori) está representada pelos estímulos organolépticos que, de fora para dentro, ou a partir do (hipotético) mundo externo, afetariam os órgãos sensoriais.

A co-presença traduz o órgão sensorial e o objeto, frente a frente, e a posterioridade (a posteriori) corresponde à conscientização cerebral – aliás, falsa percepção, ou reconhecimento, dizemos nós.

Eis como se afirmam as noções perfeitamente lógicas que traduzem os três momentos da percepção, ou seja, o antes, o durante e o depois."

"Refutação perfeita", não é mesmo? Só que, na argumentação acima, o ego-pensamento ladino não deixou transparecer que ele próprio é o tempo (ou a anterioridade, a co-presença e a posterioridade), e inclusive é a falsa coisa reconstruída, que julgamos externa, real e absolutamente separada de nós.

A ignorância-ego-pensamento, portanto, é quem engendra o ór-gão sensorial, aqui, o objeto determinante da sensação, lá, e a falsa percepção cerebral intermediária.

Em verdade, esse trio apenas constitui um contexto sobreposto, um fundo mental, um Campo de Consciência Sensorial, peculiar a algum homem, e que a grande Consciência-EU Primordial suporta.

Tal (esfera dos sentidos ou) contexto constitui até mesmo o campo de consciência sensorial próprio de uma coletividade, de um povo. – Um. Campo de Consciência Sensorial é constituído de hábitos irremovíveis e poderosos condicionamentos que nos fazem ver e conhecer nosso mundo ou meio sempre do mesmo modo. Quando aprendo a ler, nunca mais desaprendo e a capacidade e o hábito de ler se tornam uma atitude mecânica. Tal possibilidade é imaginação. O raciocínio, por sua vez, também é completamente dependente (ou é a falsa testemunha), quer se apresente como discurso interior empafiado, quer se exteriorize feito um hoje mundano e instável. Sem ego-

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pensamento não há raciocínio e sem ignorância não há nem ego nem pensamento.

Filha querida, outra vez devo estar te aborrecendo com esta minha antilógica denunciatória. Mas te juro que a mim, mais do que a ninguém, também aborrece a aridez das palavras excessivamente sérias, como as que utilizo em meu criticismo necessário, ou como as que, amiúde, são utilizadas em ciência, filosofia, medicina, direito, economia, política, teologia etc., palavras que, geralmente, só sacramenta a mentira e a oficializam.

Meu tesouro, com os argumentos que acabei de esboçar apenas tentei ressaltar que em termos verazes e absolutos nunca houve um tempo físico em que o teu desenlace pudesse ocorrer. A morte não se dá no tempo. Parece dar-se num INSTANTE, que é falso e que não é o Verdadeiro Instante Intemporal. Aqui e Agora, ninguém nasce, ninguém morre. Só se é, de Momento a Momento, não importa o quanto este Momento possa durar ou não durar.

Do ontem nada sobra, nada resta para que "alguém-ego", durando, AGORA venha a ser atropelado ou sofra pancadas mortais; o que no hoje de 24 horas parece durar e parece ser duro, impenetrável, são apenas as artimanhas subjetivas e objetivadas do ego-memória-raciocínio-imaginação. E essas artimanhas, em ocasiões, são até mesmo úteis e boas, como certas criações da Arte e da Ciência.

Só que, por causa delas, pagamos um preço muito caro... Do amanhã — ou futuro — nada se sabe ao certo e sequer já

Existe ou nasceu. . Em verdade o futuro é só imaginação que quase nunca nasce, porque os interesses e as manipulações do hoje de 24 horas e superposto não deixam. São interesses tanto do ego como de demiurgos.

Portanto, meu anjo querido, aquilo que em ti ainda não havia nascido (futuro), impossível era ser destruído devido a uma pancada louca. E o teu passado já não mais existia para ser atingido.

No Aqui e Agora, nada persiste para poder ferir terceiros ou ser ferido. O ponto vulnerável que, aparentemente, "te engoliu" e te fez desaparecer de modo cruel, velhaco e permanente do nosso meio só pode situar-se nessa mentira chamada memória-raciocínio-ímaginação, minha e tua, ou também no falso hoje 24 horas. E foi nessa vulnerabilidade enganadora, que todos aceitamos como real, que os "nefastos manipuladores da falsa fatalidade" arrebataram o teu

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Espírito ou a tua querida presença de mim! Te enfiaram no vazio verdadeiro entre duas Fulgurações Vitais ou Instantes Primevos. Esse vazio verdadeiro é o que Jesus chamava de Trevas Exteriores e Buda de Samsara. E é exatamente aí que o ego e os demiurgos miseráveis com suas equipes de canalhas têm o poder absoluto.

Mas AGORA, o que "eu" poderia fazer para te trazer de volta? AGORA "eu" não sei, ninguém sabe. Como Conhecer e Fazer, se todos ficamos bloqueados! “Eu” como ego, provavelmente só posso te prejudicar ainda mais!... Mas como Consciência-EU, AGORA, não poderia "EU" arrebatar-te? Porém, como a Consciência-EU vai arrebatar ALGO de Si Mesma?

Mal o dia começa e "eu" penso em ti. O dia termina e "eu" penso em ti, filha querida! Não te esqueço um momento sequer, e sigo sempre pensando em ti, malgrado saiba que o meu maquinar mental (raciocínio) só alarga o precipício que os nefastos cavaram entre mim e ti. Filha adorada, depois que tu te foste, meu mundo, que já era cinzento e adverso, ficou pior. Ajuda-me a não mal pensar! Mas com tanta tristeza no coração, tristeza minha e tua, não há como evitar!...

Para me aliviar de não sei o que, todas as noites saio à procura de alguém, saio à tua procura, e o pensamento em mim, fantasiado de realidade, só me oferece a tua ausência cruel e contínua, ou seja, o nada que ele exatamente é. AQUILO QUE SE PENSA SOBRE O MUNDO, ISSO SEMPRE ENGANA O HOMEM!

Pois é, amigo leitor, até aqui se salientou que o tempo físico é

uma mentira, que o espaço físico que com tal tempo se relaciona e se transforma em recipiente, é outra mentira: Que a duração e dureza das coisas materiais e seres é apenas um impedimento, que a lógica-razão tenta explicar com forjações ligadas às moléculas e átomos. Que o conhecimento indireto e indiretíssimo nunca foram aquele instrumento fiel na percepção e que os dois, geralmente, mais nos enganam do que ajudam O conhecimento indiretíssimo da ciência, então, é o que mais engana, porque se o primeiro parece servir-se dos cinco sentidos, o segundo só se vale do mal pensar, enxergar e reconhecer.

Vimos também que o reconhecimento não serve nem para

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provar a realidade de um mundo pretensamente material, e muito menos prova o mundo ideal ou mental, nem serve para provar a infalibilidade da pessoa conhecedora pensante, a qual fica falando a respeito das coisas e do mundo, pretensamente material.

E, finalmente, vimos que o "ficar cônscio disto ou daquilo" é fruto de condicionamentos culturais prévios.

E acrescentando mais algumas denúncias a respeito do mundo ou da objetividade (meio que nos envolve e onde parece ocorrer a morte), uma Boa Doutrina filosófico-científico-religiosa (Budismo) costuma enfatizar, quatro princípios ou alertas, dizendo que:

a) Tudo é Impermanente

Isto é, nas superposições psicofísicas (pessoa pensante, de um lado, e meio ambiente, do outro), ou na extrojeção que chamamos mundo, nunca existiu uma pasta atômico-material que dure, e no pretenso começo dos tempos, nada foi criado nem pelo Ele, deus-persona, de certas religiões, nem pelo deus acaso científico. Por isso nada dura, nada continua do ontem para o hoje e do hoje para o amanhã. Nada persiste, nada é duro em si mesmo, nem o que é absolutamente REAL, nem o que é ladinamente sobreposto e que, exteriorizando-se, parece constituir a "realidade material e espaço-temporal".

b) Tudo é Insubstancial

Não existe uma natureza que encerre em seu íntimo espaço, tempo, matéria, energia e plasma. Por sua vez, numa Autonatureza mal se pode falar de energia ou Vitalidade densificada. Einstein, em sua fórmula, portanto, não tinha razão. Não existe também qualquer ego anímico ou até mesmo cerebral, absolutamente verdadeiro. Na mente personificada, por descuido, só prevalece uma atividade epístemo-psicológica anômala (ignorância-ego-pensamento) que resultaria num faz-de-conta externo, numa reconstrução psicofísico. Não Existe tampouco uma alma personificada e contínua. E esta nada tem a ver com o Espírito em Renovação. As pretensas criações dos Eloín e de Jeová (primeiro e segundo capítulo do "Gênesis") são outra estória, são metáforas que precisam ser entendidas melhor.

c) Tudo é Vazio

Isto é, a modo de dizer, tudo seria um Vazio-Pleno. Ou

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explicando melhor, todos "NOS" — Vida — teríamos que nos esvaziar dos conceitos, das idéias, elucubrações a respeito do mundo, dos seres e das coisas. Não que "ISTO" (ou a verdadeira objetividade, e que comunga com a verdadeira subjetividade, "SENTIR") desapareça, se anule. O que deve desaparecer são os pensamentos ou as idéias que se tem a respeito do meio ou do mundo. Ou, pelo menos, não deveriam prevalecer tanto. Já vimos que estas idéias e conceitos só servem para acrescentar fantasmagorias ou para forjar sobreposições.

d) Tudo é Angústia e Dor

Isto é, tudo aquilo que o pensamento reconstrói, engendra, tudo o que toca e transforma, tudo o que depois se reconhece é só dor, angústia e agonia.

Quando toda atividade conceitual da lógica-razão fica abolida por um criticismo sadio e imparcial, ou quando o discurso interior se silencia, a Mente no Homem transforma-se no próprio Ápice da Sabedoria, que também é o REAL central e periférico (ou interno e externo)... Em conformidade com esses quatro alertas, eu fiquei com a angústia e dor.

E a propósito da primazia do pensamento, não há absolutamente

nada na Existência em Si que justifique a escolha inicial de um pensamento, de uma idéia, de uma tese ou antítese, de uma síntese, nem nada há que justifique que uma noção especulativa qualquer forçosamente tem que vir na frente ou antes de tudo ou a priori, esclarecendo e explicando, para, depois, a VIDA ou o REAL acomodar-se a esses "esclarecimentos e explicações enganadores". O exemplo cartesiano do "Penso, logo sou" é o pior dos absurdos!

É-SE mesmo sem pensar! Não porque eu o digo, mas porque se é. O idealismo hegeliano não fica atrás das teses de Descartes.

Percebe-se o REAL ou a VERDADE tal e qual quando não se o encobrem com pensamentos fúteis; ou quando se O compreende pelo esvaziamento dos discursos, que são sempre "dogmas de príncipe ou de papa".

O pensamento e seu falso perceber – tornar-se cônscio disto ou daquilo ou a memória-raciocínio-imaginação – só escondem o REAL, Sentido-e-Sabido Aqui e Agora, e em seu lugar colocam uma aparência irreal que se bifurca em sujeito e objeto.

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A ignorância-ego-pensamento, com seu falso perceber, só pode tornar-se cônscia de um objeto irreal que ela mesma engendrou e extrojetou. Aí então ela reconhece e não percebe.

E ligadas à ignorância-pensamento sempre existem duas ativi-dades epísterno-psicológicas extremamente sutis:

• a primeira obscurece e encobre a Verdadeira Natureza das Coisas; e

• a segunda reconstrói ou engendra aparências no lugar da Verdade, do Real.

A ignorância-ego-pensamento, portanto, esconde, recria, extrojeta e reconhece, e nada mais.

Da ignorância-ego-pensamento saltam fora a lógica-razão, a memória-raciocínio-imaginação, a distinção etc. essas ferramentas precárias do conhecimento indireto e indiretíssimo enganadores.

Por outro lado, o barulho interior ou o maquinar com a cabeça ou o pensamento, ele pode ser ou estruturante (engendrador) ou discursivo (ou sempre explicando e fundamentando), como já se sugeriu.

Quando no discurso interior, uma tese, um parecer, uma opinião se levantam, estes sempre acabam negando o REAL (ou "ISTO-SENTIR"), que é essencialmente indeterminado ou Desconhecido.

E a propósito disso, Nagarjuna, um Sábio indiano e budista do II século d.C. alerta :

A) "Todo ponto de vista sempre gera um parecer contrário e, no entanto, nenhum dos dois é válido em si mesmo (nem como descrição nem como enfoque). Na esfera do cotidiano ou vida prática, sustentar ideologias e pareceres só resulta em apego ou aversão. Um ponto de vista é normalmente exclusivo e quando se levanta, suscita o surgimento de um parecer oposto (num confronto perfeito). Jamais poderemos evitar o conflito e a controvérsia ao sustentarmos qualquer parecer, seja um arrazoado afirmativo ou negativo, pouco importa!" A tese, a antítese e a síntese ou dialética hegeliana, neste caso, não valem nada... São mais um modo de o pensamento enganar o próximo).

E Nagarjuna diz mais:

B) “Quando um pretenso ser fica assentado, outro ser forçosamente tem que se confrontar com ele. Com tal divisão (ser e não-ser, meu ego e o teu ego), surgem o apego e a aversão. No encalço do apego e da aversão, saltam

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fora todos os vícios. O apego ativa a sede do prazer. Tal cobiça então encobrirá todas as imperfeições (da objetividade cotidiana e da subjetividade discursiva). Cegados por isso, os homens, escravos dos desejos, imaginarão qualidades nas coisas, e recorrerão a qualquer subterfúgio para alcançar o prazer fictício. A ronda da escravidão (“Samsara, "trevas exteriores") estará assim presente e persistirá enquanto houver apego ao ego ou ao 'eu"' —

Aqui e Agora, o REAL (Autonatureza, "Isto-Sentir") é sempre

não-refeito, não-construído, não-enjambrado, não-imaginado, não-evocável. O REAL de nada depende e nunca trava relações vitais com uma pessoa pensante, pretensamente isolada, e que é só ego ou ignorância-pensamento. Coisa pensada e pessoa pensante (dualidade) são sempre acréscimos sobrepostos e aparentemente necessários; mas em suma, são interdependentes.

Filha querida, como as verdades acima esboçadas, quando te acidentaste tu eras naturalmente insubstancial, tu eras e és um Espírito, um Vazio-Pleno altamente surpreendente, ou eras apenas uma forma-nome, uma Vitalidade Densificada, mas mesmo assim, uma presença indubitavelmente Real, muito amorosa e significativa. Como foi que um veículo enganador e vazio, como tudo, aliás, e que sequer podia se deslocar – porque na Autonatureza não prevalece nem o movimento físico nem a inércia – pôde te atingir, anulando-te para este nosso plano de Vida ou meio cotidiano?

Se nem TU mesma, como Espírito-EU, e se nem tu, como corpo (ou forma-nome) podias persistir, continuar, de que modo uma máquina estúpida que também não durava, e que por isso mesmo não se deslocava, pôde te alcançar, bater, chocar-se contra ti e fazer-te sofrer como sofreste (e nós inclusive? O movimento o deslocamento físico é impossível, como adiante veremos (e como já deixei evidente em muitos livros que escrevi. Ver meu livro: Transmutar Este Falso Mundo – Um Abalo na Física) ).

Por que, nesse triste acontecimento, o "Vazio-Pleno" do "ISTO-SENTIR" não prevaleceu sobre o falso materialismo e concretismo do empirismo externo, tanto para o teu corpo como para o maldito mi-croônibus?

Se tivesse vingado, certamente o terrível choque que, aparentemente, te estraçalhou e depois (tempo) te fez falecer, não teria surtido efeito, e tu tampouco te terias transferido para outro plano vital.

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Ou quem sabe te transferiram à força? Meu tesouro, como é estúpido e doloroso ficar especulando a

respeito do teu triste desenlace aparente! Mas há outros mais que, à custa de nossa dor, também precisam

compreender. Inclusive acho que nós mesmos (tu e todos nós), mais entes

nefastos e velhacos do aquém e do além (ou os manipuladores da falsa fatalidade) não deixamos que a primeira alternativa ou a insubstancialidade das coisas prevalecesse.

Deliro ou pressinto que aquilo que foi atropelado não era a tua densificação corporal verdadeira. Não sei como, mas suspeito que primeiro te abduziram, e no espaço deles – nave? – eles já tinham um clone teu, prontinho. Rapidamente te despiram e vestiram tal clone com tuas roupas e logo a seguir o baixaram e o soltaram em pé num canteiro central que cortava uma avenida perigosa e super movimentada. Tal boneco quase dormido empreendeu a travessia do outro lado da avenida com o sinal verde ou vermelho e foi atingido pelo veículo. O motorista alegou que não viu de onde “tu” tinhas saído e como tinhas aparecido. E disse até que parecia que estavas dormindo ou que estavas drogada. E o terrível choque se deu. Só sei que tu eras extremamente cautelosa com essa maldita avenida, e a atravessaste por quase19 anos.

Bem, delírios ou loucuras de um pai idiota e traumatizado. Suspeito, porém, que isso te aconteceu, porque depois ocorreram muitas outras coisas mais. E acontece com todos os jovens atropelados mortalmente. Amigos, vamos estar mais atentos, vamos abrir os olhos!

Meu anjo, a mente personificada em mim e em ti lamentavelmente trabalhou contra "nós mesmos" (ou contra a Vida) e labutou a favor deles, os trevosos infames. Graças a logros e enganos como esses, eles mantêm os homens submissos pelo temor, pelo desespero, pela dor, agonia e morte descabida!

Ser querido, nesse momento habilmente manipulado, de fato vingavam os três alertas budistas antes transcritos.

Ou seja, malgrado o desastre que te afetou, realmente tudo era impermanente, insubstancial e vazio. E, no entanto, para ti e para nós, familiares, prevaleceu a quarta denúncia ou alerta ("tudo é dor"), e que experimentamos como agonia, angústia e desespero!

Fomos nós que, pensando, ignorante e desavisadamente recriamos um faz-de-conta ou falso mundo concreto – onde, só nas

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aparências, a tua forma-nome transformou-se num corpo persistente , durável – tempo – e objetivamente extensível – espaço-matéria – ficando assim mentirosamente concreto e vulnerável.

E aí todos os achaques e males tornaram-se possíveis, tanto para ti como para aqueles que te amavam e amam. No falso concretismo da Vida, as coisas assumem um sentido único e fatal. Por isso que a religião científica, como tantas outras religiões, é mais uma mentira.

Meu pequeno tesouro, assim como nós, pensando, inserimos na Autonatureza ("Isto-Sentir") ou sobrepomos à mesma um falso mundo, do mesmo modo entes nefastos do além e do aquém inseriram no nosso mundo cotidiano um fantasmagórico microônibus material que, movendo-se absurdamente e com boa velocidade, acabou chocando-se contra a tua pessoa. Ao cumprir-se tão lamentável desígnio, ficaste mortalmente ferida naquilo que todos consideravam real (teu corpo), e que em verdade era apenas uma forma-nome ou uma simples aparência, escondendo a Consciência-EU, e outros corpos mais. A esse trágico evento se acrescentaram o teu e o nosso desespero e a dor.

Desgraçadamente, filha querida, se tudo é impermanente, insubstancial e vazio-pleno, o mundo fez questão de mostrar-te exatamente o contrário. E, enquanto viva, "eu" tentei te avisar como pude, mas, curiosamente, nunca levei meus próprios alertas muito a sério. Só agora me apercebo de quão importantes eram eles! Ou seja, se para o raciocínio tudo dura. E aí o pensamento estruturante cria o falso tempo e o falso espaço, fora, e os transforma num receptáculo, no qual encaixa todas as suas mentiras refeitas (engendramentos), os quais se tornam quase verdades naturais.

Se para o mal pensar do ego-mente tudo dura e também tudo fica duro, concreto, o pensamento cria o falso espaço extensível. Com a duração temporal e a dureza espacial, o pensamento estruturamente cria a terceira mentira que é a matéria física. Com a criação pensada de um espaço, tempo e matéria, o mesmo pensamento teve que forjar também um ente criador ou um falso grande agente externo, um ele, deus-persona a reger esse trio por meio de uma vontade ou energia divina. Por conseguinte, assentado um pretenso criador para o espaço, para o tempo, para a matéria, para a energia e o plasma, ninguém então — nenhum humano nem extra-situacional (ETs) — poderia, daí em diante, alterar as pretensas leis divinas que regeriam tudo isso, leis que em ver-dade haviam sido criadas pelo pensamento. Os nefastos em seus

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recantos escuros debocham ou riem dessas tolas forjações do homem. Posteriormente vieram os niilistas-materialistas da escola

científica que, raciocinando, inventaram o ACASO. Daí em diante, disseram que havia sido ele e não o deus-persona

quem criou o espaço, o tempo, a matéria, a energia e o plasma. Concluíram depois que só o ACASO poderia ter suscitado uma perfeita combinação desses cinco fatores, combinação que resultou em leis físicoquímico-biológico-evolutivas a dirigirem o universo, válidas em todas as partes. Neste caso, e outra vez, nenhum humano nem "extra" (ET) poderia manipular tais leis, que a própria cabeça humana havia inventado. E outra vez os ETs perversos riram dessa pretensão, com justiça, aliás.

Aceitando a falsa criação divina temporal (religiosidade obtusa) e a falsa criação do ACASO niilista, o determinismo científico e teológico ficou assentado como um dogma de papa e de príncipe.

Todavia, para escândalo de muitos, nada foi criado nem pelo deus-persona nem pelo acaso, e sim tudo se Manifesta, Aqui e Agora, de modo espontâneo, insubstancial, impermanente, harmônico, inteligente, feito um Vazio-Pleno grandissimamente significativo (Autonatureza ou Consciência-EU).

Graças à Lei da Geração-Condicionada (ou "Pratityasamutpada") não somente os homens pensantes recriam um falso universo e mundo e tentam sobrepô-lo à Autonatureza, como também o Demiurgo e os nefastos que o acompanham recriam "coisas e seres" a seu modo, e inserem seus terríveis frutos por entre as forfações humanas, como eles bem entendem.

Sim, filha adora, tudo é insubstancial, impermanente e Vazio-Pleno, mas eles, e muitos homens (mal) pensantes, seus súditos sagazes e escravos (ou a anti-humana raça), nos fazem crer que tudo é material ou substancial, que tudo persiste ou é permanente no tempo, e que tudo é um universo pleno, com alguns espaços vazios, aqui ,ali e acolá.

Num Vazio-Pleno, saturado de Vida e livre de leis, a Magia é tudo, e no caso, tudo é possível. Num falso universo pleno, e que não é Autonatureza, tudo também é possível, como os engendramentos científicos provaram (magia negra), mas aí só aparece e prevalece o que convém e interessa aos poderosos e prepotentes usurpadores da Vida (Poder) sejam eles deste mundo ou de outros.

Mais uma pequena denúncia. O Acaso tornou-se único e todo

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poderoso no mundo, na ciência, principalmente, porque o cientista se meteu a esmiuçar e a decompor todas as coisas conforme ensinava Descartes. E aí se depararam com tamanha complexidade, complicação e multiplicidade – inventadas pela cabeça deles – que concluíram que seria totalmente impossível que existisse um Deus ou um Ser Superior, externo, que pudesse dirigir a orquestra universal, tanto da matéria bruta como da matéria impregnada de vida ou organizada. E aí então, o Deus Acaso, com suas estúpidas leis científicas, passou a explicar tudo, a dirigir tudo e a coordenar tudo! . Isto é nada.... AS QUATRO DENÚNCIAS DE NAGARJUNA

1) Nenhum ser permanente, nenhuma coisa contínua e reconhecível, em nenhuma circunstância e em parte alguma, se origina ou se produz a partir de si mesmo, na condição de um "ego estou aqui e o meio, lá". Portanto, nada nasce de si mesmo, nem coisa alguma informa nada por si mesma.

Assim é porque o "Si Mesmo" aí equivaleria a um AGENTE, a

um ator que além de SUBSTANCIAL (matéria permanente ou alma contínua) seria ETERNO. Mas um agente como esse nunca Existiu.

E se não Existe, nada se produz nem nada se origina a partir desse fantasmagórico Si Mesmo; e mais, tampouco pode nascer algo desse Si Mesmo. (Cuidado, não confundir esse pretenso "si mesmo" com o "EU SOU"-Consciência ou com a Consciência-EU, a Mente Pura!).

Nada informa nada e tudo o que se costuma dizer sobre a objetividade mundana e universal, e inclusive sobre a Vida, foi o homem que, pensando, o inventou e disse. A informação faz parte do silogismo e da multiplicidade sobreposta. Contrariamente, a comunhão discreta, Sentida-e-Sabida, é própria do REAL!

Na denúncia supra, tanto o Ele, deus-persona, separado do homem (e que pode ser até mesmo um demiurgo), como o deus acaso da ciência são rechaçados como totalmente ineficazes e contraditórios. Conviria esquecê-los, pois são apenas criações de mentes tagarelas, teológicas e científicas.

Os pretensos átomos constituintes da matéria e a energia que

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deles parece surgir, de sua parte, não se autoforjaram a partir de si mesmos, ou graças a mecanismos físico-químicos que a cabeça do homem inventou, nem foram se formando graças ao nebuloso ACASO científico.

O mesmo se diga a respeito das moléculas, macromoléculas, cristais, organelas, núcleos celulares, genes, cromossomas, células, tecidos, órgãos etc.

Os assim chamados átomos e moléculas, as redes cristalinas, as células, os tecidos, apenas tornados cônscios graças a um conhecimento indiretíssimo, ou seja, só e sempre mal percebidos pelos cientistas, sempre exteriorizam uma conduta completamente humana ou lógico-científico-racional. Isto é, manifestam um modo de aparecer objetivamente e de atuar que só cabe na cabeça do homem exageradamente racional. Tal conduta, finalmente, apenas fundamenta as manias e idiossincrasias de um cérebro-mente ou de um ser humano observador-pensante, geralmente pertencente à escola científica, modos e manias que acabam se extrojetando feito o objeto de estudo ou feito o objeto pensado, o átomo, a molécula, no caso.. Que a física quântico-ondulatória o diga!

Se para um corpo humano não há qualquer ego-agente verdadeiro, desde quando podem EXISTIR de fato e naturalmente ultramicroagentes que conseguem executar ações? Se um corpo humano, que equivaleria a um todo super-organizado e perfeito, e que seria um agente vivo, não tem como agir por si mesmo, como é que um átomo, uma célula, uma coisa bruta conseguem atuar?

Por outro lado, os tão decantados espaço e tempo, pretensos receptáculos universais, nunca foram Reais para que, ao mesmo tempo e num mesmo lugar, ou num mesmo corpo, possam caber ou conter quatrilhões ou infinitos átomos, quinquilhões ou infinitas moléculas, além de bilhões e bilhões de macromoléculas, de organelas, de núcleos celulares, de células, sem esquecer as pretensas vascularizações, os tecidos, os órgãos etc., cada qual hipoteticamente ocupando níveis diferentes de um mesmo e suposto lugar e agindo por conta própria. Pois sim... .

Em verdade, o lugar já é a coisa-plena momentânea – ou seja já é o ser aparente – E nunca o lugar seria um espaço-receptáculo que conteria a coisa-plena, coisa que encerraria ainda inumeráveis níveis e subníveis, onde se situariam os átomos, moléculas e o escambau (ou o

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diabo que os carregue) etc. Se isso é plausível, aquela filha que eu chamei Adriana não

nasceu nem morreu feito um corpo material. Tal corpo objetivado e permanente — ele lá e eu, ego, aqui — e que tanta alegria me propiciava, tampouco surgiu a partir de um "si mesmo" prévio.

Se para o caso dela, esse "si mesmo" tivesse sido previamente real, tal "si mesmo" ou teria provocado tal acidente ou o teria evitado, porquanto poderia ter manobrado tanto a matéria como a alma substancial. Um "si mesmo" (alma?) prévio e corpo absolutamente material inexistem. Mal se pode dizer que há uma Forma-Nome!

A Adriana-corpo, graças ao ativar da Lei da Geração Con-dicionada (Isto sendo, aquilo é, aquilo aparece etc.) e graças à convergência de causas e condições psicofísicas, apenas se fez presente, se objetivou, ocorrência momentânea em renovação essa que "eu", pensando, transformei em constância ou em continuidade. E foi nessa falsa permanência que o desencarne pensante-pensado aconteceu, e que tanto me fez e faz sofrer.

A dor humana incrementada, lamentavelmente, é fruto da ignorância e do apego, meu e de todos.

Sei bem que isso não consola ninguém, a mim, tampouco. Que fazer, oh Deus!?

2) Nenhum ser nasce ou surge a partir de outra existência ou ser.

Esta denúncia exclui uma geração que dependa exclusivamente

tanto do "Ele, deus-persona", como alegam certas religiões, falso deus que elas nos impingem, como exclui também uma geração que dependa somente dos óvulos e espermatozóides paternos, movidos por forças puramente casuais.

Com a segunda denúncia de Nagarjuna, nenhuma lei científica como também nenhum dogma religioso subsistem válidos. Tampouco uma célula proviria de outra célula, e muito menos este clamoroso fantasma chamado célula apareceu por puro acaso.

Ciência e certas religiões aí só mentem e enganam! Mas os Santos e Sábios das religiões ainda têm riquezas escondidas!

A prática sexual pura e simples, ou o Atuar-e-Sentir sexual, é que resulta em aparências objetivadas ou em filhos. Tal prática não libera pretensos espermatozóides e óvulos, nem os impele a que se

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fundam e acabem gerando um ovo e um filho. A comunhão ou o amplexo sexual é Vida pura, é um FAZER e

SENTIR especialíssimos, em que, momentaneamente, o ego humano e o pensamento são anulados. É um Instante em que Vitalidades poderosíssimas são liberadas (orgônio, "prana", ectoplasma, "Vitalidade Kundalínica", humores), e que resultam em Manifestação Primordial e descontínua.

Essa coabitação sexual, com um clímax transmutado, também poderia redundar em Nirvana, Reino de Deus ou em Não-Dualidade perfeita, em Religação, Religião, Retorno às Origens ("EU SOU", ABSOLUTO), mas como os "ele" e "ela" envolvidos não Sabem disso, ou não querem saber, ambos acabam tendo um espasmo passageiramente gostoso e que resultará em filho (outro "ele"), ou não

3) Nenhum ser nasce ou surge a partir de si mesmo e a partir de outro ser.

Esta denúncia anula a validez da combinação de certas

proposições religiosas (geralmente falsas) com proposições científicas. Se assim é, convém alertar outra vez que os átomos, as

moléculas, macromoléculas que atuariam obedecendo à influência de leis físico-químicas casuais são apenas dependências ou engendramentos humanos. E muito menos existem células que, para se organizarem, obedeceriam, quiçá, às influências inteligentes de uma alma-persona, alma essa que teria sido introduzida no corpo humano, graças à mediação do Ele, deus-persona à parte... (Cuidado, não confundir essa alma-ego inventada com o REAL, com o "EU SOU"-Consciência ou Espírito, a Eterna Novidade!)

E mais, não existe uma alma permanente e separada que possa atuar no corpo, nem há espermatozóides, óvulos e células, absolutamente reais, que consigam agir, se deslocar, resultando em filho.

Se não há nada nem qualquer agente que possa executar atos e se também não há nada nem ninguém que possa gerar alguém, pelo menos, alguém mais perguntaria: "Como se justifica a presença reconhecível das coisas e dos seres, num (suposto) tempo presente de 24 horas?" — "Ora, diria outro alguém mais avisado, sem nada impor — se é só para satisfazer o intelecto, isso pode ser explicado por meio da Lei

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da Geração condicionada ou Dependente. Em verdade, nada precisaria ser criado ou recriado. TUDO JÁ

EXISTE, Aqui e Agora, em Total Renovação, livre de espaço, de tempo, de matéria, de energia, de átomo, de célula, de alma pensada etc.

Não obstante isso, a ignorância-pensamento, em cada um de "nós", servindo-se de ressonâncias ou de restos e caducidades da Manifestação Primordial, e ativando a Lei da Geração Dependente, reconstrói um perfeito e doloroso faz-de-conta, onde todas as mentiras passam a caber ou aparecem.

As religiões organizadas geralmente são eternistas no que diz respeito à alma ("ela é") e são niilistas no que se refere à matéria ou corpo (ele não é, ou não vale nada). Esses eternismos e niilismos que elas aceitam e rechaçam, contudo, são contradição.

A ciência moderna, por sua vez, é eternista quanto à matéria ou energia (ela é) e é niilista quanto à alma ("ela não é", "não foi provada", "não existe"). E esses seus "é" e "não é" são outra vez contradição.

Com aquilo que acima se denunciou, fica evidente que nem "eu" nem minha filha A.B., nem ninguém nasce, surge ou começa a partir de seu próprio corpo.

Em termos absolutos, tampouco ninguém surge a partir do corpo paterno e materno. E se ninguém começa assim — porque ninguém é só e necessariamente forma-corpo permanente — ninguém também termi-na com a morte ou com o desencarne.

O que começa é uma mentira e o que se acaba também. Só um ATUAR-SENTIR-ISTO do Absoluto em Manifestação é que resulta em Vida Renovada. Só a modo de dizer, restos e caducidades desse "SENTIR-ISTO" em Renovação poderão redundar num faz-de-conta, mais doloroso que agradável, mais aparente que fatual, onde parecerão caber todas as demais coisas reconhecíveis.

4) Nenhuma coisa ou nenhum ser pode nascer por puro acaso, ou pode tornar-se aparentemente presente sem causa.

A mentira que só aparece, ou que diante de nossa ignorância-

pensamento se objetiva, é sempre fruto de uma convergência de causas e condições psicofísicas. O termo psicofísico somente traduz a dualidade aparente: ego-psíquico, pensante, aqui, e corpo ou mundo ,pensado, aí, lá; mas que nunca é um mundo absolutamente material ou físico. Esta

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convergência de mentiras e faz-de-conta é regida pela Lei da Geração Condicionada e pela Lei do Carma.

Os frutos destas leis só surgem, se intrometem e passam a prevalecer quando "algo" (ou “mancha”) da Mente Pura ou Consciência-EU, a modo de dizer, decai à condição de mente-ego-personificada.

Com as quatro denúncias de Nagarjuna acima apresentadas, não está se negando a Vida (Autonatureza, Consciência-EU, ABSOLUTO); apenas denunciam-se as reconstruções que o pensamento sobrepõe à Vida ao REAL, e tenta-se desmanchá-las. Conseqüentemente, só estamos refutando a absoluta validez das causas e condições materiais (e inclusive as falsamente espirituais), e que colaborariam para a superposição e o aparecimento de seja lá o que for.

Causas e Condições nunca foram anímicas nem materiais; atuam em outro nível... Sim, e daí?, perguntaria alguém. Bem, daí, tudo e nada..., responderia outro mais.

Depois de ter levantado críticas como levantei, ou até mesmo, depois de ter lucubrado como lucubrei, em que ficamos, Adriana querida!? Me Conheces bem e sabes que nunca pretendi ser o senhor único da Verdade, a qual, como é notório, nunca teve senhor algum.

Mas a quem "eu" beneficiei com os meus alertas e refutações? Terei, por acaso, conseguido aliviar a minha própria dor e saudade e a tua também, filha querida? Acho que não...

Por mais que lute, clame, grite e chore, creio que a tragédia que nos envolveu, aparentemente, em nada mudará, porque, no teu caso, o aparente aí está sendo manipulado por alguns desonestos mais fortes, ou mais astutos?

Temos que nos resignar com este afastamento recíproco, engolir o choro por dentro e ranger os dentes com raiva e desespero. Não é por nada que Cristo falava do mundo, dizendo: São trevas exteriores onde há choro e ranger de dentes!... E essa derrota aparente traduzirá Algo Fatual, Verdadeiro e absolutamente inevitável? Duvido! Todos nós, homens, os lesados e desesperados, estamos sendo enganados!

Ser querido, em momentos eu quisera escrever não como um crítico, um cientista, filósofo, erudito, mas como um poeta para poder assim manifestar minhas "idéias" (ou anti-pensamentos) e sentimentos de outro modo. Com ternura e carinho falaria da tua querida presença, da tua dolorosa ausência, que de tanto doer já não sei mais o que fazer, nem a quem apelar! Mas se eu morresse também, a tua situação e

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extravio, provavelmente, em nada melhorariam. Os safados que introduziram a morte e a manipulam, sequer nos

propiciariam um reencontro no além, tantas são as maldades que eles praticam e provocam...

Não sabendo mais o que dizer, outra vez recorro à lírica de terceiros, à sensibilidade e gênio de Dolores Duran que, em sua letra e música ("Ternura Antiga"), resume tudo aquilo que "eu", fora do Aqui e Agora e em meu abatimento, queria te sussurrar:

"Ai, a rua escura, o vento frio Esta saudade, este vazio, Esta vontade de chorar!... Ai, tua distância tão amiga, Esta ternura tão antiga e o desencanto de esperar!... Sim, eu não te amo porque quero, Ai, se eu pudesse esqueceria!... Vivo, e vivo só porque te espero, Aí, esta amargura, esta agonia!...

CONDICIONAMENTOS E FATORES PSICOFÍSICOS

Nagarjuna, o Sábio oriental antigo, ainda alerta que há quatro

fatores psicofísicos que resultam em condicionamentos mentais e que são:

a) A pretensa causa primordial ou causa principal (que fundamentaria)

b) os objetos do conhecimento (de cuja suposta constatação saltaria fora)

c) a sucessão dos fenômenos psíquicos (onde entrariam também as pretensas)

d) condições auxiliares. Não há, porém, um quinto fator que ocasione condicionamentos. a) Como já se viu, em verdade nunca existiu uma causa

principal ou primordial (teológica ou científico-casual) que teria criado coisas e seres no espaço e no tempo. Num Absoluto (em Fulguração Renovada) (ou Autonatureza, malgrado seja Vida) não prevalece

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qualquer causa e respectivo efeito. Nem Ele, Deus-persona (ou até mesmo Demiurgo) nem nós, os

pais carnais, originamos a psicofisicalidade (ou corpo denso) de A.B. Tanto "ele" como nós juntos nunca fomos a causa real de coisa

alguma. E a Adriana-corpo, não a Adriana-Espírito-EU, só traduziu a conjugação de um modo de pensar, agir intencionalmente e (mal ou bem) sentir. Isso se constituiu no efeito aparente ou no corpo dela. Meu espermatozóide e o óvulo da mãe, isso é outra história, talvez inverídica, porque as células, não obstante apareçam para os técnicos, elas não existem em si.

Graças às atividades mentais reconstrutoras (ego), e que suscitam causas e condições aparentes, Adriana-corpo se me apresentou como um objeto adorável, só testemunhado pelo reconhecimento em mim (ego). Aquele seu querido corpo, pensante-pensado, foi por nós pais sutilmente forjado e sobreposto. De qualquer modo, como era bonito!

Obedecendo à Lei da Geração Condicionada e à Lei do Carma, tal corpo tinha que durar um tempo "X", que em verdade não existe. Com sua morte aparente ou transferência abrupta, "eu" não sei se tal “tempo” foi preenchido.

Adriana-Espírito-EU, contudo, para alguém-(pai), nunca se transformou num querido objeto do conhecimento indireto, (ela lá e eu aqui).

Para mim, Adriana-Espírito-EU ou "SENTIR-ISTO"-é sempre uma Renovação Constante, e Aqui e Agora ela sempre está. Assim sendo, nunca veio-a-ser algo mais, superposto. As minhas próprias forjações mentais relacionadas a Adriana-Espírito-EU (e depois as dela mesma, como ego-pensante) é que se superpuseram como um corpo que aparecia permanentemente.

b) Os assim chamados objetos do conhecimento, em verdade do

reconhecimento, as coisas e seres sempre pensados, são só superposições da ignorância-pensamento. Só o ego-ignorância em "nós" é que se considera capaz de relacionar-se com os enganadores objetos permanentes do (re)conhecimento, supostamente contínuos e separados dele. Em realidade, os objetos do (re) conhecimento e a falsa pessoa que só reconhece são apenas interdependências sobrepostas.

Nem ego-pensante (sujeito) nem coisa pensada (objeto) são

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nada em si mesmos. Tomados separadamente são igual a zero. Para qual mundo A.B. então veio e para que outro mundo mais

se foi, se tanto um como o outro são simples engendramentos, superposições?

Bem, mas enquanto um ego-pensamento prevalecer e persistir, qualquer objetividade pensada, do aquém e do além, também haverá de prevalecer ou se fará presente. "Eu" ser pensante aqui, e ela, alma pensante-pensada, lá. AGORA, “eu” e “ela” só nos encontramos defasados, ou atrasados ou adiantados um do outro, cada qual prisioneiro de seus falsos espaços e falsos tempos.

c) Para que uma sucessão dos fenômenos psíquicos ocorra

realmente, é preciso que haja de fato sujeito e objeto reais (como reais são "SENTIR-ISTO", “ISTO-SENTIR”, se fossem tomados isoladamente).

Mas um "Isto-Sentir", simultâneo à aparência, escapa das garras do reconhecimento. E em seu lugar só aparecem os frutos do mal pensar, e que são a falsa pessoa-pensante-ego e o objeto pensado. Num caso assim, a sucessão dos fenômenos psíquicos, e que seria a própria psicologia cerebral, só ocorre nas aparências. A COMUNHAO do "Isto" com o "Sentir", essa sim se dá de Fato, sem resultar em dualidade e em defasagem. A pessoa pensante E. Bono, no caso, é apenas um fluir de ilusões, e suas faculdades psíquicas, a captar fenômenos externos em sucessão (ou a Adriana-corpo e o resto) são uma ilusão maior. Mas "eu" à "minha" filha me havia apegado e habituado. E é por causa de tal apego que agora sofro e me angustio.

d) Os fatores auxiliares, por sua vez, (como os olhos e a luz, os

sons e os ouvidos, os cheiros e o nariz, o sabor e a boca, o tato e a pele etc.) são a própria mentira elevada ao cubo. Isto é, uma mentira extremamente sutil e reforçada. No lugar desses fatores auxiliares só há de fato um Sentir-Saber-Isto em Renovação.

E se nunca houve uma criação prévia, no espaço e no tempo, a partir de ninguém (nem a partir do falso deus nem a partir do acaso), constituindo-se numa causa, conviria saber também que o pensamento em si nunca foi um efeito, uma conseqüência ou um epifenômeno a depender sempre desses quatro fatores citados (a, b, c, d). O pensamento intrometido tampouco é um epifenômeno cerebral (algo que surge

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acidentalmente, por puro acaso), e que dependeria da preexistência do sistema nervoso ou de fantasmagóricos corpúsculos sensitivos, de nervos aferentes (ou sensitivos), de nervos motores, de células nervosas inter-relacionadas.

A ignorância-pensamento é exatamente o único e verdadeiro fator interferente e obscurecedor (tempo), e que, fora ou ao redor do Aqui e Agora, fica falando de: causa primordial e de objetos do conhecimento — de sucessão dos fenômenos psíquicos ou mentais — e de condições auxiliares. Senão isso, recria formas reconhecíveis e inventa nomes. Depois se mete a falar de corpúsculos da sensorialidade, de nervos, de células (comuns e nervosas), de cérebro, de pensamento cerebral etc.

Sem o discurso interior (ego-tempo), ofuscando a Existência, a Consciência-EU, Aqui e Agora, nada se recriaria, se forjaria, nada se extrojetaria, nem nada se reconheceria. Mas nem por isso a Verdadeira Vida deixaria de Existir!

Com minha áspera crítica, outra vez ofendi a tua Memória, Adriana querida; outra vez te machuquei e me machuquei! Não me leves a mal! Mas tudo o que ofuscou e ofusca o EXISTIR em ti e em mim tem que vir à Luz, tem que ser denunciado! Eu amo o Deus Vivo ou o "EU SOU"-Consciência, como amo a TI-(EU), meu Coração!

Milton Nascimento e Fernando Brandt, com a vossa poesia e música ("Travessia"), por favor, vinde em meu auxílio, para não deixar que os mal-entendidos prevaleçam:

"Quando você (Adriana) foi embora, Fez-se noite em meu viver. Forte eu sou, mas não tem jeito, Hoje eu tenho que chorar. Minha casa não é minha E nem é meu este lugar. Estou só e não resisto, Muito tenho pra falar. Solto a voz nas estradas, Já não quero parar, Meu caminho é de pedra, Como posso sonhar?/ Sonho feito de brisa,

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Vento vem terminar. Vou fechar o meu pranto, Vou querer me matar! Vou seguindo pela vida, Me esquecendo de você. Eu não quero mais a morte, Tenho muito que viver. Vou querer amar de novo, E se não der não vou sofrer. Já não sonho, hoje faço Com meu braço o meu viver!..."

VER E ENXERGAR

Não sei se o amigo leitor reparou, mas todas as minhas

denúncias e negações das realidades consagradas visam apenas desintegrar a morte e desarmar os bandidos do além, seus asseclas e manipuladores da falsa fatalidade.

A morte tornou-se insuplantável porque o pensamento endeusou a matéria, a energia, o espaço, o tempo, o plasma e que constituiriam o real objetivado, traduzido pela ciência e tradição.

O raciocínio jura e prova que esse quinteto constitui a essência própria de tudo o que é “externo”, de tudo o que parece se estender e se coloca na nossa frente, a começar pelo corpo orgânico dito material, quando nenhum participante do quinteto tem essência própria, nem atômica nem anímica..

O corpo ou a forma-nome tem seus méritos, suas graças e virtudes, mas fora os faz-de-conta milenares, e que a ciência e a lógica-razão sacramentaram como verdades irretorquíveis, o corpo vivo, denso ou sutil, deste mundo ou de qualquer outro plano de vida, é apenas ISTO-LUZ. E o Conhecimento Direto, que experiência ou vivencia os dois, por sua vez, e que nunca proclama coisa alguma nem impõe nada, é só SENTIR-VER.

E já que o enxergar fisiológico (falso Ver) e a pretensa luz física (ou "ISTO" distorcido) seriam fatores auxiliares que fundamentariam a sucessão dos fenômenos psíquicos — sucessão que, como antes se salientou, não ocorre — vejamos que mais se tem a dizer a respeito do

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VER Verdadeiro e que pode decair feito um enxergar pretensamente fisiológico.

Suplantando o Conhecimento Direto (ou o Reto Perceber Sensorial), a atividade interferente da ignorância-ego-pensamento (ou memória-raciocínio-imaginação) distorce e bifurca os reflexos do Ver Verdadeiro, Não-Dual, e nos obriga não a VER-SENTIR-ISTO, mas a enxergar isto refeito, aquilo também refeito, ou a reconhecer sempre o que o ego-ignorância quer.

Em suma, presos ao ego, começamos a enxergar falsas objetividades persistentes separadas e diferentes de nós, aparências enganadoras, forjações pensantes-pensadas que se superpõem.

O enxergar cotidiano, condicionante e condicionado, e que parece fazer parte do vedor (ego), mais a coisa vista ou pensada são idênticos à ignorância-ego-pensamento, encobrindo e adaptando tudo.

A memória visual e que não se transforma em coisa objetiva, de sua parte, só se faz presente por meio de imagens íntimas ou formas mentais que equivalem a eventos passados.

A imaginação, baseada na memória, por sua vez, elabora hipotéticos acontecimentos futuros, abstrações figuradas, que dificilmente ocorreram objetivamente, mas que encerram muito da experiência passada.

Atrás do enxergar condicionado ou atrás desse lembrar raciocinar esconde-se o pai da mentira, o grande farsante ou ego-pensamento, com pretensões de persistência, continuidade e sabe-tudo. E reforça tanto as aparências íntimas, do lado subjetivo, como reforça também as do lado objetivo ou mundo.

Pecando com as palavras, sugira-se que a MENTE PURA, a Consciência-EU ou o ABSOLUTO, Aqui e Agora é igual ao VER VERDADEIRO não bifurcado...

Todavia, e contrastando, o ego e que aparece bem depois (tempo) só reforça e justifica os falsos meios do conhecimento e o próprio enxergar (fisiológico?) que, geralmente, só recolhem mentiras e complicações inúteis, “vindas de fora “ (ou trevas exteriores).

Quando esse falso ego-ver ou enxergar condicionado pressente que determinada extrojeção sua e reconhecível corre perigo ou pode desaparecer — como é o caso da suposta necessidade de termos de enfocar outros níveis vitais, os assim ditos níveis microscópicos (células, vírus, bactérias, moléculas, cristais, átomos etc.), ou a

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necessidade de termos de enfocar hipotéticos níveis astronômicos (planetas, sóis, sistemas estelares, galáxias, nebulosas etc.) —, ele (ego) abandona as formas que reconstrói ou reconstruiu – geralmente não circulares – e apela para as forjações persistentemente circulares ou aproximadas. Com isso nos confunde em nossas pretensiosas observações científicas, sempre dependentes, sempre condicionadas. Mistura assim o plausível, que são as formas nem sempre circulares do viver cotidiano, com o absolutamente impossível e contraditório (formas circulares permanentes, tanto do nível microscópico como do nível astronômico). O círculo supostamente infinito, dividido pelo diâmetro pretensamente finito = contradição e não “pi”.

Na assim chamada visão microscópica e macroscópica (ou astronômica) da vida, os aparentes avanços e triunfos (ou in-vencionices?) da ciência foram enormes. No enxergar comum ou no ver cotidiano ou ainda na vida "normoscópica" do povo em geral – enxergar esse do qual todos os demais sentidos têm que participar também – os avanços científicos não foram tão portentosos ou grandiloqüentes.

Admitindo essa distinção, além do enxergar contaminado, outro VER há, Aqui e Agora, e em todos "Nós", do qual o ego-pensamento não participa.

Quando esses "ISTO"-Luz e "SENTIR"-Ver prevalecem – sempre Não-Dualidade – Instantes de explosões criativas saltam fora. Vingam momentos de Vivência, de compreensão, de aclaramento interior, de pacificação mental, de ausência de barulho interior.

E isso acontece exatamente quando o Gênio no Homem explode, se revela. Esse é o VER puro e natural do Sábio Autêntico. É a visão simples da criança que ainda não especula, e de outros mais que se mantiveram íntegros.

Cuidado, não se diga que há seres excepcionais que vêem desse modo, não: Eles são o próprio VER. E mais, tal VER não é metafísica de cabeças especulativas, mas sim é Existência Pura! É muito mais que simples clarividência.

Na Luz-Ver verdadeira e imediata só cabem só prevalece a Não-Dualidade perfeita e a Paz de Espírito!

A intromissão da ignorância-ego-pensamento, com seus antes, durante e depois, bifurca aparentemente os "reflexos" desse VER-LUZ Primordial. Essa bifurcação de reflexos se transforma então num enxergar viciado (dualidade), onde parecem caber o corpo orgânico com

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olhos vendo ou não vendo e a coisa vista; aí o homem se julga uma pessoas vedoras frente a um mundo visto etc. Tal enxergar maculado, finalmente, acabará constituindo uma parcela da mente, que se condiciona a (mal) perceber, sempre do mesmo modo; ou constituirá também um Campo de Consciência Sensorial personificado e até mesmo coletivo.

E esse campo, cujo conteúdo se extrojeta e constitui o que está fora, é sempre regido pela Lei da Geração Condicionada que acrescenta engendramentos novos e velhos, superpondo-os.

Nesse Campo, as forjações dependentes dessa Lei vingarão ou persistirão conforme os prejuízos e preconceitos gerais vigentes.

Outras enjambrações poderão ser aí acrescentadas, se suplantarem os velhos dogmas e as velhas acomodações, substituindo-as, e se tais enjambrações vierem acompanhadas pela execução de um ato intencional diferente, original.

Meus hábitos de ler, de conhecer línguas, de atuar sempre do mesmo modo, de conhecer matemática, física, química, medicina, direito, filosofia, teologia etc., mais a propensão de enxergar o universo, o mundo, a vida, a natureza, o próximo de modo errôneo, ou também sempre do mesmo modo, resultando tudo isso em repetições, em ritmos, ciclos, constâncias, inalterabilidades, isso exatamente constitui o Campo de Consciência Sensorial de um homem qualquer ou de um grupo de seres humanos que pensam e agem do mesmo modo.

O que monta esse Campo de Consciência Sensorial é o enxergar viciado — não o Sentir-Ver Primordial —, é o discurso pensante, lógico ou mágico, é o ato personificado praticado sempre do mesmo modo. As escolas, as igrejas, as agremiações políticas e esportivas, os centros culturais do mundo se encarregam de saturar tal campo de preconceitos, prejuízos e condicionamentos perceptuais.

E mais, sempre que o ego em "Nós" pretende explicar em termos científicos como o enxergar condicionado funciona, ele se esquece muito a propósito da CONSCIÊNCIA-EU já VENDO, Aqui e Agora, ou simplesmente esconde o VER-SENTIR-LUZ Primordial, porque lhe convém.

Transforma as ressonâncias da Manifestação do Espírito-EU ou do VER numa dualidade (sujeito e objeto), onde parecem caber outras pessoas e animais, enxergando todos do mesmo modo.

(No país dos cegos ou dos condicionados, quem vê de modo um

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pouco diferente tem que ser morto ou eliminado, dizia determinado escritor).

É desse modo, pois, que a ignorância-ego-pensamento sempre interfere. E se essa denúncia é plausível ou até mesmo verdadeira, que adiantará depois (tempo) colocar microscópios ou telescópios diante desse enxergar viciado e enganador?

Que adiantará ampliar as aparências e as mentiras que se supõem pequena demais ou muito distante?

Alerta: se depois (tempo), o olho fisiológico se nos faz presente em termos objetivos, é porque, Aqui e Agora, está vingando um VER-LUZ Primordial, livre do tempo, do espaço e da enganadora matéria organizada ou orgânica. Esse VER-LUZ também pode se nos apresentar como olhos existindo e vendo. Mas em última instância, não são os olhos que vêem e muito menos os nervos sensitivos e a zona occipital do cérebro.

LUZ-VER (ou "Isto-Sentir"), portanto, não traduz a hipotética eficácia dos olhos pretensamente materiais e fisiológicos. Vê-se mesmo sem olhos ou com outros "órgãos" que não os olhos, com, aliás, sugerem os fenômenos da psicometria, da telepatia, da clarividência, precognição, retrocognição etc., estudados pela parapsicologia, es-piritualismo científico, metapsiquica etc.

Adriana querida com toda certeza continuas presente no VER-LUZ ou LUZ-VER, mas, grosso modo, te ausentaste do meu enxergar cotidiano de modo permanente. E essa ausência permanente é uma mentira velhaca e impossível, porque nada se ausenta assim, nada dura sempre do mesmo modo, como mentiroso também deve ser meu enxergar cotidiano, que não te reconhece mais constantemente presente. VER, OLHOS E FUNÇÃO

Sempre dentro do mesmo tema e de outro modo, pergunta-se

quando é que o olho é eficaz ou existe, quando já viu (passado), quando ainda não viu (futuro), ou quando o homem acredita estar vendo no hoje de 24 horas? No primeiro caso, é que não é, no segundo tampouco; e no terceiro caso, também não, por mais absurdo que isso pareça.

Se essa enganadora presença ou impressão chamada olho transformou-se em agente vendo — e isso é impossível — sim, pois,

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como pretenso agente-olho já cumpre a função de estar vendo AGORA, mas então, ele não poderá cumprir outra pretensa "ação fisiológica de ver, no tempo", exatamente porque “já estaria vendo agora”!

E se sempre viu, vê e verá ao longo dos três tempos, em qual tempo ele pôde começar a falsa ação do enxergar fisiológico?

No passado-memória que já não existe? No futuro-imaginação que ainda não veio-a-ser? Ou quem sabe se no hoje de 24 horas, que parece durar, só

porque se pensa, e por isso inexiste? Ora!... E mais, o que veio primeiro no mentiroso tempo, a função ou o

órgão? Nem este nem aquela, evidentemente. A ciência, contudo, e porque lhe convém jurará que o órgão

veio primeiro, quando não é verdade. Em face a uma Auto-natureza, Aqui e Agora, o antes, o durante

e o depois não têm ,valor algum. Portanto, nem o órgão (olhos) nem a função (enxergar fisiológico) vieram antes ou depois.

Aqui e Agora o VER-LUZ fulgura harmonicamente, livre de tempo, de órgãos e funções. Aqui e Agora o HOMEM-EU (ou Luz-Ver) é Fulguração também.

Simplesmente VER (ou Consciência-EU) não depende dos olhos fisiológicos vendo, nem da ação de enxergar.

Sem a LUZ-VER (ou "Isto-Sentir"), em constante renovação e por trás de tudo, nenhum olho fisiológico, dependente e sempre reconhecível, poderia — a modo de dizer e no tempo — ou já ter visto, ou estar vendo num hoje de 24 horas, ou ver depois, no futuro.

E se o enxergar fisiológico parece ocorrer, e em momentos se apresenta até muito prático e útil, assim é porque sua semi-eficácia primeiro é emprestada pelo VER PURO. E, em segundo lugar, porque quem "agita e justifica os reflexos" de tal VER, resultando num precário enxergar dualista, dando lugar ao separatismo e à multiplicidade, são os movimentos da mente, com seus discursos mentais e imagens mortas da memória-imaginação, mas reavivadas.

Exatamente porque a LUZ-VER (ou "Isto-Sentir"), Aqui e Agora, é verdadeira, é que depois (tempo), pensando, eu (ego) consigo alegar que "enxergo ou não enxergo, isto ou aquilo". E sempre depois (tempo), pela segunda vez, também posso alegar que os olhos fisiológicos Existem ou não Existem, quando em verdade só aparecem, se objetivam.

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Se Aqui e Agora não vingasse o VER-(Luz), depois (tempo), "eu-ego" jamais poderia dizer "estou ou não estou vendo o mundo!"... E graças a esse "estar ou não estar vendo", ou afirmação e negação mágico-intelectual, que os discursos íntimos e as imagens caducas do pensamento se intrometem e se sobressaem.

E essas imagens caducas inclusive nos obrigam a que executemos o ato propositado sempre do mesmo modo, a favor de tal enxergar. Depois disso, dando uma de erudito, começaremos então a opinar: o mundo material é ou não é verdadeiro; os olhos fisiológicos existem e são sadios; os olhos não vêem e estão doentes; os olhos enxergam o mundo na sua frente; os olhos de alguns não enxergam, são defeituosos etc.

E dizer que a própria ignorância-ego-pensamento, tudo distor-cendo e tudo deturpando, valendo-se do ATO humanizado, ainda inventou aparelhos para enxergar mais, em pretensos níveis microscópicos e astronômicos, quando o certo é só VER-(Luz), de modo claro e correto, sem ego, artimanhas e artefatos.

Se os olhos fisiológicos e objetivados já são uma artimanha do pensamento, o que não serão todas aquelas fantasias enxergadas pelo microscópio e telescópio?

BREVE RESUMO Conforme vimos até esta altura, nós, humanos, somos

enganados pelo conhecimento indireto (ou pelo pensamento mágico do inculto ou pela lógica-razão), depois voltamos a ser enganados pelo reconhecer, que sobrepuja o Saber-e-Sentir, reconhecer que introduz as impressões e falsas convicções de duração temporal e extensão espacial.

Ademais, sacrificamos o ATO PURO, que já Somos, pela condição de falso agente-ego a executar atos no espaço e no tempo.

Ao invés de permitir que prevaleça o Saber-Sentir-Atuar-Intuir-Amar que já somos, deixamos que a memória-raciocínio-imaginação se sobressaia, superpondo a dualidade ou multiplicidade enganadora na nossa frente.

Além disso, nos deixamos subjugar pela toda-poderosa impressão e convicção de materialismo, de impenetrabilidade e continuidade das coisas e seres, e com tal impressão e convicção

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construímos nosso próprio cárcere. Como se não bastasse e desconhecendo por completo a

Consciência-EU, o Absoluto, o Deus Vivo, Manifestando-se Aqui e Agora, ainda inventamos lá, no espaço-tempo, um capcioso ele, deus-persona ou um muitíssimo mais mentiroso deus acaso da ciência, e os transformamos em causa primária.

A esse causador primeiro (falso deus-persona, demiurgo, acaso), ainda acrescentamos os enganadores objetos do conhecimento, a enganadora sucessão dos fenômenos psíquicos e os fatores auxiliares (cérebro e órgãos sensoriais).

Pois é, filha querida, deixando de lado todos esses percalços, acho que tu também foste trágica e dolorosamente enganada naquilo que acreditavas ser a tua possibilidade de VER, e que, aparentemente e num momento crucial, falhou, e esse era o teu falso enxergar fisiológico.

Por meio de esse enxergar, tu te julgavas tu. E todos os deste mundo te inculcaram que, para evitar o pior, bastava enxergar com clareza, atenção e concentração de "espírito" (cérebro).

Alguns boçais acham que terias evitado a fatalidade cega do acaso, ou até mesmo uma resposta cármica (ação- e reação) – ou os caprichos divinos etc., que sobre ti se abateram como um furacão – se tivesses enxergado bem e distinguido com precisão a segurança do perigo... Pois sim!

Meu anjo querido, se no fundo, no fundo eras e és só VER, quando é que o VER em ti e fora de ti poderia te agredir e pretender te anular?

Na ocasião do doloroso evento, o Verdadeiro Meio (ou até mesmo mundo) fora de ti era só "ISTO" ou LUZ!

O SENTIR em ti, por sua vez, era e é só VER. E o que julgavas teu corpo material, igual ao meio, também era

só LUZ. Num caso assim, a LUZ, então, é VER e VER é LUZI Como pôde então a Luz agredir e matar a Luz? Ou como pôde o VER-Vida anular o VER, mesmo que este se te

apresentasse como um corpo aparente que nós tanto amávamos e tu também?

Não, meu anjo, nem a Luz te feriu nem o VER em ti foi afetado e anulado.

Infelizmente, como acontece com todos, te encontravas sob o jugo do falso enxergar fisiológico, safada recriação dualista da

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ignorância-ego-pensamento. E por causa de tal enxergar, fez-se presente para ti (e para todos)

um falso mundo, bom e mau, favorável e perigoso. Não somente o ego-pensamento em ti manipulou aparentemente

"restos e caducidades" da LUZ-VER e os bifurcou, transformando-os em ego vendo e em mundo visto. Como também nefastos do além (ETs) devem ter se intrometido aí, ofuscando e alterando inclusive o teu enxergar cotidiano. Ou senão, muito possivelmente, pode até mesmo ter acontecido que eles te abduziram e rapidamente (tempo) e substituíram teu corpo habitual e pensado por ti por um clone idêntico e precário, agora só pensado por eles (tempo), colocando o mesmo no canteiro central da movimentada avenida, sem que ninguém se desse conta dessa vergonhosa e horrendo troca, que alienígenas nefastos devem efetuar amiúde em busca de corpos jovens, sadios e bem apessoados, como tu eras.

E por causa disso, quando tu resolveste (ou aquele boneco) atravessar a tal avenida perigosa, num primeiro relance nada reco-nheceste que pudesse “te” causar algum dano. Só que o destino do boneco era exatamente o de ser mortalmente atingindo, sobrevivendo mais 6 dias.

Ou senão, ainda, (sem abdução), querendo te ferir e me afetar de alguma maneira, os nefastos, para te confundir, simplesmente apagaram o que deverias ter visto — isto é, um veículo faz-de-conta que vinha vindo a toda velocidade, graças a um deslocamento impossível — e no lugar disso te fizeram enxergar um caminho livre, onde não havia perigo algum, quando, a modo de dizer, havia. Tranqüilamente, esses nefastos devem ter manipulado a objetividade do teu enxergar e a subjetividade da tua possibilidade de avaliar, de intencionar e te decidir. E ISSO E POSSÍVEL, MINHA GENTE! Houve um atraso ou um adiantamento em tua trágica decisão de avançar! E a coisa te acertou em cheio. Os tenebrosos, quando querem, manipulam tudo, tanto fora como dentro de ti, pois quem faz as leis do pode e do não pode (ou do Poder) são os prepotentes e velhacos usurpadores de sempre, tanto os deste plano de vida ou mundo como os de qualquer outro plano...

Por outro lado, todo bom ufólogo atualmente sabe que ETs safados, em questão de segundos, minutos, podem abduzir, raptar um corpo, sem que ninguém se flagre, se aperceba, e, quando querem, devolvem uma cópia semi-viva de tal corpo (ou simplesmente um

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clone), colocando-a no lugar onde se efetuou o rapto. Ou também podem raptar alguém, sem devolver nada, nunca mais.

No teu caso, quem sabe, (não ouso afirmar) podem muito bem ter te raptado e em seguida largado uma cópia tua em plena avenida congestionada... Aliás, o motorista que te atropelou alegou, a título de defesa, que tu surgiste de repente, do nada, e que parecias bêbada ou drogada, quando sei bem que nunca fizeste uso dessas porcarias.

Suspeito que essa monstruosa trapaça acontece com não poucos jovens acidentados.

Os ETs nefastos precisam de corpos jovens e sadios, dos quais expulsam o proprietário (a alma-ego ou até mesmo o Espírito-EU Primordial) e introduzem outro, um ENTRANTE qualquer, um ET safado que vai utilizar o cascão ou o arcabouço aparentemente material e vazio como quer e onde quer, bem longe dos que possam reconhecer aquele corpo raptado e utilizado por um intruso.

Filha querida, não acredito que o desastre fatal que apa-rentemente te atingiu tenha acontecido só porque estavas desatenta, ou porque foste imprudentemente precipitada, ou porque o motorista do micro-ônibus estava distraído, ou ainda, porque tu tinhas carma a pagar, ou senão um Deus, lá adiante, havia decidido que o teu destino assim tinha que se encerrar.

Quero crer que o horror e a fatalidade só nos atingem com tanta insistência porque nós, humanos, somos demasiado ignorantes, indefesos, complacentes e condescendentes, complexados e, por isso mesmo, vulneráveis.

Qualquer monstrinho do além e do aquém faz do homem gato e sapato!

A nossa conduta em relação aos seres que consideramos inferiores (e que por falta de astúcia maior ou raciocínio — esse velhaco raciocínio — não se defendem) é idêntica à de certos humanóides do além! E isso não pode continuar!

Essa estupidez humana e essa horrenda conduta dos ETs malévolos têm que acabar! Ninguém imagina a quantidade de seres humanos que são raptados e transformados em rebanhos de gado, com um mesmo destino final. Isso não pode continuar. E, se não me engano, o fim desses abusos já vai se dar!...

Outra coisa, meu tesouro, o que também deve ter contribuído para o teu aparente desenlace foi o agir científico-intencional dos

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médicos, nos dois hospitais em que estiveste, agir esse que nem sempre ajuda; geralmente atrapalha e mata...

Não que alguém no hospital quisesse ser inconscientemente injusto e malvado para contigo. Mas é que os médicos levaram a cabo exames laboratoriais e microbiológicos que resultaram fatais para ti, porque, em não poucos momentos, tudo aquilo que o especialista pensa, isso aparece em seu labor diário.

E tal é possível, já que pessoa pensante e objeto pensado interdependem e eles em si não são nada.

Todavia, o fantasma pensador prevalece sobre a sua objetividade pensada. O enganador enxergar fisiológico que o homem deixa prevalecer, só e sempre resulta em algo positivo ou negativo, em algo perigoso ou não perigoso, em dados malignos ou benignos, em gravidade ou em neutralidade, em normalidade ou anormalidade (bipolaridade lógica e racional).

Essa constante dualidade sobreposta é um ardil próprio da nossa memória-raciocínio-imaginação. E se o enxergar praticado em nível cotidiano possivelmente te enganou, porque ele, talvez, tenha sido manipulado por extra-situacionais nefastos, podes imaginar o que não acontece quando o homem se mete a enxergar em falsos níveis microscópicos?

Tais níveis só parecem verdadeiros porque o homem-cientista raciocina ou lucubra em excesso, além de a todo o momento executar o ato intencional, pretensamente provador, mas em verdade consubs-tanciador de mentiras reconhecíveis.

Aqueles quadros que iam se revelando cada vez mais dramáticos, conforme o aporte de novos exames microscópicos efetuados em "material" que retiravam de “teu corpo”, não estavam des-crevendo uma situação orgânica tua, em gravidade crescente, mas, quem sabe, estavam suscitando contra ti uma piora de estado que não coubesse, impressão negativa essa que, de algum modo, deve ter contribuído para a aceleração do teu desenlace aparente.

Se a matéria em si não existe, se nada dura ou persiste, se o conhecer, reconhecer, raciocinar, enxergar só nos enganam, se a pessoa pensante e o objeto pensado interdependem, se os dois tomados isoladamente não são nada, que certeza a lógica-razão pode nos obsequiar para que não nos enganemos em nossa maneira de (mal) co-nhecer e de agir?

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E os médicos, só raciocinando e agindo intencionalmente em relação à tua pessoa, que bem podem ter feito para ti? Mas não são todos os médicos os que só raciocinam e agem como máquinas. Há também os que Sentem-e-Sabem, e têm sentimentos...

Meu tesouro, não te aborreças por “eu” estar raciocinando em cima da tua doce memória! Em verdade acho que não estou lucubrando, mas tentando rasgar véus, superar barreiras e, quem sabe, por que não!? Resgatar-te das sombras que te envolvem!

Que loucura, não é? Talvez nada seja assim! ... SINTO-e-SEI que não é loucura!... Só que o ATO em mim se exterioriza de modo precário ou pobre para poder modificar situações... E minha precariedade no agir a devo à ignorância-ego-pensamento e à falsa cultura que acumulei, ou campo de consciência sensorial...

NADA COMEÇA NEM SE ORIGINA, NADA DURA, NADA TERMINA

Amigo leitor, se reparares bem no que escrevo poderás achar

que estou me repetindo. Mas não é verdade. Volto, sim, ao mesmo tema, à mesma denúncia, mas com outras palavras. Em realidade, nunca viste alguém dessacralizando tanto "as vacas sagradas" como estou fazendo. Um repetir o tema então vale. A finalidade do desendeusamento e da repetição é tentar pulverizar os restos de resistência (ou resíduos) que a ignorância-ego em ti levanta contra tudo aquilo que possa perturbar o domínio dela: as trevas exteriores, internas e externas.

Permite-me então que, “cometendo heresias”, te sugira que a Verdade (A.B.) não nasceu ou não começou no dia 9 de março de 1968, às 12,30 horas.

Naquele AGORA (ou até mesmo no tempo sobreposto) ALGO em Renovação apenas Surgiu. Não que aí algo reconhecível (corpo biológico) tenha forçosamente começado e tenha durado até as 11,45 horas do dia 8 de agosto de 1989.

O Desconhecido (ou até mesmo o Espírito-EU-Adriana), Aqui e Agora, é sempre o próprio REAL, fulgurando outro.

Se assim é, o que foi que se acidentou no dia primeiro de agosto de 1989, às 9,30 horas da manhã?

Provavelmente um fruto ou algo que a minha memória-

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raciocínio-imaginação sobrepôs, e aí se inclui aquilo que a memória-raciocínio-imaginação dela também sobrepôs.

Sim, porque "eu" — ego — extrojeto o meu objeto e extrojeto a ti também, como corpo. E "tu" — ego — extrojetas também o teu objeto ou mundo e me extrojetas a mim, como corpo.

"Eu" — ego — extrojeto o meu corpo reconhecível e "tu" — ego — o extrojetas também.

"Tu" — ego — extrojetas teu corpo, e "eu" — ego — o extrojeto também, numa perfeita convergência de causas e condições superpostas... Nesse caso, tudo é só interdependência...

Repetindo-me, AGORA, Adriana-corpo — em verdade "ISTO" mal percebido — tampouco nasceu ou começou por causa do pretenso cruzamento do espermatozóide do pai-Ernesto com o óvulo da mãe-Dinorá.

A Adriana-Espírito-EU sequer foi pré-criada por um Ele, deus-persona (falso deus, demiurgo etc.).

A conjunção corporal dos pais, naquele Aqui e Agora, – (Espíritos acasalados num Sexo Verdadeiro e tântrico (ou “Maithuna”), ou senão somente numa comunhão amorosa própria de um Momento especial) –só equivaleu a um Acontecer diferente (maithuna) – primeiro caso – ou a um surgir Vital (futuro bebê, tempo), segundo caso

Tal conjunção amorosa não precisava necessariamente resultar num feto, num corpo de carne, e que um ser especial chamado Adriana ativaria.

Sendo o Espírito-EU-(Adriana) uma Novidade constante, qual Deus, separado dela, poderia tê-la criado ou recriado? E se existe uma mônada, uma alma-Adriana em evolução e aperfeiçoamento temporal, como alegam o espiritismo e certas religiões orientais, então teve que existir previamente um espaço-tempo-matéria real – (como alega Kant com o seu apriori) – feito um recipiente, onde tal alma evolui. Só que isso não é verdade.

REAL (ou Espírito-Adriana), Aqui e Agora, é só Consciência-EU ou Deus Vivo, pulsando, livre de espaço, de tempo, de corpo só material ou só anímico (coisas essas, aliás, que nem Existem em si), REAL esse sem qualquer começo, meio e fim.

O Dia 8 de agosto de 1989, horas 11,45 (FIM), e o dia 9 de março de 1968, horas 12,30 (COMEÇO), a caro custo traduzem um acréscimo superposto, onde pareceu dar-se a convergência de falsas

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causas e falsos efeitos, próprios da memória-raciocínio-imaginação; e essa convergência nada tem a ver com o REAL ou Desconhecido, Aqui e Agora.

Amigos, se nasce, se cresce, se amadurece, se decai, se envelhece e se morre num domínio que é próprio da memória-raciocínio-imaginação. Que digo! Não num domínio que é próprio, mas isso tudo é a própria memória-raciocínio-imaginação interferindo.

É só o ego-persona quem, em pensamento (memória-raciocínio-imaginação), fica falando da origem, do crescimento, da persistência evolutiva, da continuidade, da decadência e morte DAQUILO (Real) que está livre disso.

A origem, a persistência, a evolução e a decadência das coisas e seres são sempre imaginadas e inferidas (raciocínio) pelos não esclarecidos e mal informados. E é por causa dessas tolas imaginações, comparações, inferências e falsas conclusões que, depois, as doenças, decadência, velhice e morte passam a prevalecer no homem ou na forma-corpo, com um poder incrível e de modo superposto.

Verdadeiramente REAL só pode ser Percebido (ou Realizado) por um VER-SENTIR-INTUIR perfeito. E este último, livre do mal pensar, também é a Verdade, nem subjetiva nem objetiva.

A Adriana-corpo denso, e que só pareceu ter tido um começo, que teve uma continuação e um fim no tempo, desapareceu, foi escondida, sumiu. Mas ela também era Espírito-EU, Aqui e Agora, livre dessas mentiras.

No pretenso hoje de 24 horas (raciocínio), nós, seus próprios pais, a víamos e a sentíamos de modo errôneo.

Não a Realizávamos ou não a Percebíamos Aqui e Agora com perfeição.

O que se sumiu, então, foi esse engano, e não o REAL-(Adriana ou seja qual for o nome).

O Espírito-EU, Aqui e Agora, não pode sumir-se, anular-se, desaparecer permanentemente.

Seguirá renovando-se como sempre. (EU)-ELA abandonou então a falsa continuidade de um corpo aparente.

E, como ego-pensamento, passou para outra condição existencial, que talvez se encontre defasada (adiantada ou atrasada) em relação à nossa.

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Ou quiçá, também, pode ter se transferido para o ABSOLUTO em Manifestação, transformando-se na Eterna Novidade.

Mas aí a tragédia que se abateu sobre ela não podia ter prevalecido.

O VER-SENTIR-INTUIR em "mim" é Novidade, é Renovação, é o REAL, que se permutava (ou se permuta) também na Adriana.

A questão toda é "eu" deixar que esse VER-SENTIR-INTUIR volte a prevalecer. Isso me levaria a sintonizar-me com a Verdadeira Vida, de outro modo e corretamente.

No verdadeiro Momento de Eficácia, ou Aqui e Agora, não pode caber ou Existir um corpo contínuo para Adriana-Espírito-EU.

Esse outro corpo permanente era algo anômalo que se estendia além (amanhã, imaginação) e aquém (ontem, memória) do AQUI e AGORA.

Esse algo anômalo só podia traduzir superposições pensadas, minhas e dela, é claro, graças à memória-raciocínio (ou falso hoje)-imaginação.

O que Existe ou Surge no Momento (Adriana-Espírito-EU ou Adriana-Liberdade), exatamente porque Surge, não se origina, não começa. Daquilo que Surge AGORA ou do que Existe no Momento, nada se pode pensar e muito menos se pode explicar, mas se pode SENTIR-SABER-INTUIR..

Atrás da Adriana-corpo (corpo denso que no tempo aparen-temente desapareceu, ou ele já não é reconhecimento) houve uma Verdade, sim, mas o que dela sempre se reconheceu, se explicou, se "provou nos hospitais", isso era aparência convincente, mais dolorosa que convincente. O "corpo dela cotidiano", e que nós, familiares, enxergávamos, muito provavelmente era um fruto da Lei da Geração Condicionada, Lei que rege faz-de-conta sobrepostos. E mesmo assim, muito provavelmente esse corpo faz-de-conta foi raptado, abduzido e substituído por um boneco ou clone, para que este fosse atropelado e morresse no hospital.

Em termos absolutamente reais e definitivos, o que era esse pretenso organismo vivo, permanente, contínuo (A.-corpo), que a ciência médica tentou esmiuçar, decifrar e compreender?

E se nada começa, como puderam os fantasmagóricos e sempre pensados gametos sexuais resultarem num corpo ou num amontoado de células, impossíveis e enganadoras?

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A que se reduziria a aparência externa de um corpo e a função intrínseca dos órgãos internos e externos desse mesmo corpo, se o começo celular, se sua continuidade e fim não passassem de um logro, como de fato o são?

Que ego-pensamento é esse em "todos nós" que diz tudo conhecer, tudo perceber, tudo explicar, quando em verdade só engendra fantasmagorias, as extrojeta e as reconhece, depois de executar o ato intencional?

Se “nós” alguma coisa acreditamos captar e sentir, de fora para dentro (ou do mundo, do meio ambiente até os sentidos), e se depois alguma coisa acreditamos perceber intimamente e explicar (pretenso cérebro raciocinando), tudo isso e de qualquer maneira é sempre pensamento. Isso nunca fica livre de ser simples reconstruções e forjações da ignorância-ego-pensamento, as quais, sobrepondo-se ao que, Aqui e Agora, é REAL, sempre tentam imiti-LO e suplantai-LO.

Ah, filha querida, como me dói incluir-te nestes meus "mo-nólogos chatos" e inclusive para certos intransigentes infundados e delirantes!

Anjo querido, a tua doce imagem Não merecia sorte tão triste! Mas se "eu" só te exaltasse em poesia e ternuras, Quem acabaria compreendendo a tua tragédia, Que é minha e que, finalmente, é de todos os pais Que perderam filhos da mesma maneira? Tu sempre foste um arco-íris em minha vida, E, em momentos, resplandecias mais que o Sol. E agora, para desgraça minha, Foste brilhar em outras dimensões, Em outros planos. Isso não é justo para quem havia se habituado A gostar tanto da luz e do calor Que irradiavas, e que contigo se confundiam. Minha adorável presença! A sombra permanente que "eu" sou, E por que não?, Confessa que estava embevecida de ti, E sequer chegou a te conhecer direito.

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Mas que mal existe se um pai humano Enamora-se pela presença dos próprios filhos? O que não acontecerá com o Pai-Mãe Primordial (Absoluto), E que, provavelmente, Se apaixona pela sua própria Manifestação. E, de tão enamorado, Deixa inclusive que ela escorregue, Que cochile, que pense tolices, Que Se separe e pratique maldades! Meu tesouro, esquece as velhas dores. Deixa para lá as angústias e os lamentos. Alguém que te ame, E que goste de ti, nesse outro lado da Vida, Certamente há de existir e há de aparecer. E esse te amará e te amparará mais do que "eu". Filha querida, sinto que nem tudo É só maldade e sombras no mais além! Certamente, a LUZ prevalece também por lá. Ora, a tua tristeza e a minha têm que ter um fim, sim. Os maravilhosos Tom Jobim e Vinícius de Morais devem ter se

enganado quando declamaram que: "Tristeza não tem fim... Felicidade sim! A felicidade é como a pluma Que o vento vai levando pelo ar, Voa tão leve, Mas tem a vida breve, Precisa que haja vento sem parar! A felicidade é como a gota De orvalho numa pétala de flor: Brilha tranquila, depois de leve oscila, E cai como uma lágrima de amor!...” Adriana, onde tu te encontras, agora, Creio que não haverá de ser assim!

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A EXTINÇÃO TEMPORAL DAS COISAS E SERES

Outra repetição que se faz necessária, pois pouquíssimos ousam

denunciar o radicalismo e a enganadora infalibilidade da morte, mesmo que, aparentemente, minha denúncia não resolva nada...

A morte é poderosa por causa da ignorância extremamente incrementada no seio da coletividade humana. Alguns HOMENS em especial, contudo, escapam do laço da Morte pela Auto-Realização, pelo Autoconhecimento ou pela religiosidade e fé corretas, sem es-quecer o verdadeiro Herói que suplanta a morte de outro modo!

Para um ego-pensamento intrometido e enganador, e totalmente desconhecedor da Verdadeira Sabedoria, a extinção definitiva das coisas, dos corpos e dos seres (ou a morte) é um fato inevitável e insuplantável.

O mundo refeito pelo mal pensar, a natureza manipulável e reconhecível, engendrada e sustentada pelo barulho interior (raciocínio), e o falso tempo-espaço contínuo e extensível, visto se apresentarem de modo persistente e objetivado, lá pelas tantas, algo deles, terá que desaparecer de diante de "nós", forçosamente, para nunca mais voltar.

Em face de esses logros quase insuplantáveis, o conhecimento indireto em nós sempre fala em extinção e em anulação absoluta das coisas e seres vivos. E alega inclusive que a vida é mais morte do que VIDA!

A maioria de nossos atos intencionais são executados visando a nos preservar da aniquilação, do desenlace pensado ou do hipotético fim de tudo. E com isso, o ATO PURO feito Imortalidade e Homem é roubado pelos asseclas da morte!

O fim da Vida que o ego inventou, e que sempre suscita terror, é um fruto doloroso e amargo que só um corpo objetivado e espaço-temporalizado experimenta. E isso acontece tanto à falsa forma-corpo-objeto que decai e morre como acontece à falsa forma-corpo-alma que se vai ou se transfere.

Mas contrariando essas pressuposições, pergunta-se: quando é que o Espírito-EU-(Adriana) se extingue, quando Existe de Verdade? Não, evidentemente. Quando não Existe realmente? Tampouco, é claro! E quando então o REAL se aniquilará, se não se extingue nem quando Existe eficazmente, nem quando não Existe de fato?

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A extinção definitiva da Adriana-EU, ou o fim REAL de seu corpo objetivo e corpo anímico, é uma mentira velhaca e dolorosa que a memória-raciocínio-imaginação (tanto minha como a dela mesma) sobrepôs à Verdade Natural, sempre nova, sem começo, sem fim.

Sem nada impor, sugira-se que a Realidade mal fulgura Existencialmente, sem perdurar!...

"Eu, pai da Adriana, e que, pensando, acreditei assistir ao nascimento dela (corpo objetivado), em verdade contemplei apenas o começo do filho da mulher estéril.

E eu também que (envolvido por um sentimentalismo pungente e arrastado por conclusões enganadoras) chorei e choro a morte definitiva da Adriana-Espírito, me igualei àqueles que choram a morte do filho da mulher estéril!"

E no entanto, ela meu apareceu em pleno velório, gritando e dizendo que ela não era aquela coisa que estava deitada num caixão. Vendo que eu não a entendia, dirigiu-se ao caixão e tentou derrubá-lo, mas suas mãos atravessavam a densidade do invólucro mortuário. E desandei a soluçar fortemente. Os que estavam por perto acharam que eu tinha enlouquecido. E vai ver que eu tinha mesmo.

"Os que compreendem a Verdade sempre surpreendem a mentira ou a falaciosiciade do nascimento, da velhice e da morte, de seja lá quem for..."

A trindade do nascimento, da velhice e da morte só prevalece de modo insuperável no domínio do faz-de-conta, próprio da memória-raciocínio-imaginação. E isso equivale a discursos que sustentam imagens caducas. Geralmente valendo-se da memória-raciocínio-imaginação, a ignorância-ego-pensamento em nós consegue sobrepor e objetivar suas mentiras estáticas e persistentes, as quais ofuscam a Verdade dinâmica do Espírito-EU ou "Isto-Sentir".

Quando a memória-raciocínio-imaginação interfere e prevalece, tudo o que parece nascer e tem que morrer. E tudo o que desse modo morre, também renasce.

Mas para um EXISTIR livre de reconstruções pensadas-pensantes não há nascimento, nem velhice, nem morte; apenas, quem sabe, uma Novidade, um Surgir Vital em constante renovação, ou uma Adriana-Espírito!

Todavia, ignorantemente falando, a lógica-razão ou um pensa-mento tipo "A" alega que não existe nascimento sem velhice e morte,

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porque tal nascimento (totalmente pensado, de modo fatal e insuperável) só pode vir acompanhado pela velhice e pela morte.

Se assim é, a lógica-razão ou um pensamento tipo "B" também poderia alegar, então, — afinal pensamentos tipo "A" e "B" são só pensamento — que tampouco se concebe um nascimento real com velhice e com morte.

Pensar por pensar, quem é que engana mais, o pensamento "A" ou "B"? Provavelmente ambos mentem.

Mas os tolos e superficiais encaram o raciocínio "A" como um fiel intérprete da verdade, enquanto qualificam o raciocínio "B" como um sofisma, a enganar desavisados.

Num caso assim, conviria perguntar que ego é esse que rotula este pensamento de verdadeiro e ao outro de sofismático, se ele próprio personifica essas qualidades contraditórias!? Que critérios de Realidade e Autenticidade o ego-razão tem para traduzir algo como real, porque lhe convém, e a outro algo mais como falso?

"O nascimento (pensado) parece implicar morte e a morte (a respeito da qual também se pensa) parece implicar nascimento ou renascimento...

Todavia, o começo ou o nascimento (dito físico), se fosse algo verdadeiro, algo eficaz, se equivalesse ao eclodir do Espírito-EU-(Adriana), se correspondesse ao surgimento de um Fato Espiritual em Si — Adriana-e-Meio — e que o pensamento não macula, não poderia implicar morte, desencarne, fim do corpo (porquanto se o nascimento e a morte fossem algo eficaz, absolutamente verdadeiro, não poderiam resultar em contradição. Em suma, não poderiam ser nem nascimento nem morte). Se o nascimento sempre implica morte, não é nascimento; e essa morte, se sempre implica nascimento para o além (astral) ou renascimento para o mundo, não é morte.

Nascimento e morte são antípodas contraditórios; nada são em Si, dialeticamente falando, para as próprias superposições, nem nada são para a Existência Verdadeira!

Por outro modo, sempre restritos às mentiras contraditórias do raciocínio humano, o nascimento (pensado) dificilmente deixa de implicar morte, porque se deixasse de implicar transformar-se-ia num nascimento eterno. E sendo eterno, como alguém poderia afirmar que ele é o começo de uma vida ou é um nascimento?

Ora, os Aqui e Agora da Vida, Os Momentos Reais e

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Descontínuos da Manifestação não são nem vida refeita e condicionada nem são morte pensada.

Daquilo que É, que Existe ou Espírito-EU-(Adriana), não se pode dizer que nasce, que envelhece e que morre. E o EXISTIR não se iguala ao aparecer, ao objetivar-se diante de alguém (ego) de modo persistente.

A memória-raciocínio-imaginação, só porque acredita estar constatando, (quando em verdade recolhe o que plantou e sobrepôs) afirma o nascimento, a velhice e a morte: todavia, diante da Verdade Maior, silenciosa e impensável, impossível é nascer, e impossível é morrer!

E se se pensa, impossível será viver de fato, concomitantemente com a noção e convicção de nascimento e de morte.

Senão isso, tal contradição será então sentida pelo homem como medo e angústia existencial.

Sob a sua vigência, a memória-raciocínio-imaginação só não nos alerta que também é impossível viver se se nasce e se morre, já que essa dupla condição é só engano, contradição, angústia e dor.

"Diante da Verdade, indescritível e impensável, ou diante do próprio Espírito-EU-(Adriana), o ciclo das existências contraditórias e condicionadas, as enfermidades, a decadência, a velhice e a morte são ilusórias como as flores do céu. Em realidade, as cidades do mundo estão desertas de Homens Verdadeiros, de Homens Despertos, desertas como as necrópoles e cemitérios!..."

E mais: "Aquilo que o homem chama de seu nascimento e morte

corporal só pode ser inferido. (Ou só pode ser pressuposto como um fato que já passou ou que ainda não aconteceu, mas nunca se infere o que Aqui e Agora se Vive e Sente.)

Se o nascimento e a morte do corpo fossem vivenciados, Aqui e Agora, não seriam nem nascimento nem morte reconhecíveis; seriam simples Vivências.

O falso nascimento que supomos ter tido se infere a partir do próprio filho, cujo corpo objetivado quase sempre se vê nascer desse modo. A falsa morte que acreditamos que iremos ter se infere a partir do próprio pai, que os seres quase sempre vêem desencarnar, daí concluir-se que o Homem Autêntico também vai morrer assim.

Todavia, o Perceptor Real, a Testemunha Perfeita, o HOMEM-

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EU Verdadeiro (Deus Vivo) não se deixa afetar por nenhuma objetividade ou ser externo superposto, que parece nascer e parece morrer. Só na condição de objeto, de objetividade (pensada e sobreposta), o homem pensante parece nascer, decair, adoecer e morrer. Como Consciência-EU, Não-Dual, autêntica, sensível, inteligente e atuante, nunca porém pensante-pensada, o HOMEM (Adriana-Espírito, Deus Vivo) não nasce nem morre!"

(Trecho retirado do meu livro publicado "Senhor da Yoga e da Mente"... (Editora Record Rio).

O PENSAMENTO E AS “PROVAS” QUE ELE FORJA Como esta-se vendo, o pensamento discursivo (lógico ou

mágico) no homem mais engana do que ajuda; e de seus frutos objetivados (ou sejam do mundo cotidiano aparente, a ofuscar e suplantar a Autonatureza), então nem se fala.

De qualquer modo, os frutos da ignorância-ego-pensamento podem ser suprimidos ou anulados graças ao Reto Entendimento ou Compreensão (que não é pensar e sim Conhecimento Direto), e que também purificará o Sentir distorcido pelo barulho interior.

A última manifestação correta da Mente (Atuar-Sentir-Intuir) a ficar livre e a se corrigir provavelmente será a AÇÃO.

Mas esta só precisa desconectar-se das identificações egóicas indevidas e das intenções ego-ladinas que obrigam o ATO PURO, aparentemente, a cumprir-se de outro modo, tornando-o um ato personificado, criminoso e engendrador de aparências e falsas provas.

A Liberdade também surge com a aplicação do Reto En-tendimento (Saber-Sentir-Intuir), que destrincha, pulveriza e elimina os apegos e as identificações às coisas refeitas e condicionadas. Estas últimas são apenas fruto de uma interdependência pensante-pensada e que resulta num complicar cada vez maior.

E toda essa dolorosa engrenagem só tem uma origem aparente: a ignorância-desejo-ego-pensamento.

A suspensão do juízo, do pensamento fútil, da lógica-razão, do discurso mágico gratuito (tudo a mesma coisa) é o que permite à VERDADE, ao REAL ser o que É

Aquilo que precisa de provas científicas não é a Coisa em Si

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("Isto-Sentir") ou a Autonatureza Intemporal. Quem precisa de provas para enganar terceiros é a ignorância-ego-pensamento (futuro Poder), porque é malvada, prepotente, mesquinha e, mesmo assim, não é absolutamente nada.

Diante de uma lógica extremada, a ignorância-ego-pensamento nem é nem não é.

O raciocínio, de seu lado, nunca encontrará provas definitivas, a não ser que as retire de si mesmo, a não ser que as forje de modo dualista e as extrojete feito um falso provador e falsas provas materiais.

Quando alguém pretende apresentar provas a respeito de seja lá o que for, esse ego não estará provando nada, e sim apenas complicando e reforçando sua intromissão pensante-pensada. Esse ego-persona estará pondo em funcionamento a Lei da Geração Dependente ou Condicionada, a favor de si mesmo, mas contra tudo e contra todos (Poder). Estará ofuscando a singeleza do Fato em Si, matando a Verdade interna e externa ("ISTO-SENTIR"), e afastando-se ilusoriamente e cada vez mais da própria Verdade.

Em suma, a Coisa em Si, o Fato em Si, a Verdade, o Surgir da Vida, a Autonatureza (sinônimos), para se afirmar e para se renovar, não precisa de provas, nem de juízos e muito menos de juízes-testemunhas.

Tal juízo-pensamento é um ladrão, salteador e farsante, e o juiz-ego é uma fantasmagórica montanha de vaidades!

As diversas discriminações e distinções mentais que parecem transformar a Coisa em Si, sempre renovada, numa multiplicidade durável de coisa fúteis e persistentes, são mentiras que resultam em fantasmagorias sobrepostas.

O pensamento e com ele a sua arma suprema, a lógica-razão não são nem o primeiro, nem o segundo nem o terceiro ORGANON que, supostamente, apreenderiam e conheceriam REAL, transformado em objeto, e nos dando um testemunho perfeito e honesto do mesmo. O pensamento é fruto de uma ressonância inexplicável, ele é uma lamentável intromissão caduca que epístemo-psico-logicamente distorce o REAL e acrescenta mentiras. Nada de louvar então o que nos rouba tudo e, em troca, só nos oferece migalhas!...

A Justiça Humana não se enquadra TOTALMENTE na denúncia acima , mas há ressalvas, porque o seu modo de ser e de atuar faz parte do Campo da Consciência Sensorial da Humanidade, Campo bem antigo. Ela só tinha que ser efetivamente justa, tolerante e relativa,

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quando se fizesse necessário. Tinha também que adaptar-se ao Momento e não ao tempo, como a própria Vida.

Estas denúncias são contra certas magias modernas que a ciência desencadeou, graças à manipulação da Lei da Geração Condicionada, frutos relativos esses ou magias que passaram a fazer parte do Campo de Consciência Sensorial da Ciência. Este Campo sempre busca se sobrepor ao Campo da Humanidade e tenta englobá-lo. A finalidade é suplantá-lo...

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SEGUNDA PARTE A IGNORÂNCIA PRIMORDIAL E A AÇÃO QUE ELA DESVIRTUA

Na primeira parte deste livro, já se sugeriu que o Ato Puro e que surge com a Manifestação Primeva – “Atuar-Atuar-Amar-Intuir-Sentir-Isto" – não precisa necessariamente de um agente para se cumprir, nem de um deus persona, nem de um ego capeta.

Se isso é plausível e até mesmo veraz, vejamos agora, amigo leitor, o que há mais para dizer ou desdizer a respeito do ATO.

Como vês, tudo o que estou expondo é apenas criticismo filosófico, como o amigo deve estar vendo. E, "eu" adoto uma lógica extremada, que não pretende afirmar-se a si mesma no lugar da Verdade, nem pretende se assentar em definitivo no que diz ou sugere, ou até mesmo denuncia. Essa também é conhecida como a ""lógica do pau na brasa", pau que se consome com as próprias brasas (aparências) e não subsiste com o desaparecimento das mesmas.

Nada tem a ver com aquela lógica-razão pretensamente matemática ou infalível que geralmente se assenta como dona da Verdade, inventando superposições esdrúxulas que são monstrinhos perfeitamente enganadores.

Não é, pois, essa lógica acadêmica do bastão de ferro, e que, ao mexer nas brasas (ou objetividade), esquenta e vira brasa também, queimando a mão de quem o pretende segurar (ego).

Finalmente, não é essa lógica-razão que subsiste ou continua sempre, feito um legítimo "príncipe deste mundo" a se assentar despoticamente no trono, e a enganar e subjugar incautos e desavisados; ou seja, a maioria dos homens.

Para começo de conversa, pode-se alertar que a ignorância-ego- pensamento não tem começo; e se assim é, para ela não existe nenhum ponto assinalável que, no falso tempo, a caracterize como anterior e posterior. Nem os frutos aparentes de tal ego-ignorância se enquadram num antes e depois verdadeiros. Nenhum a priori e a posteriori são absolutamente válidos para garantir realidade ao "mundo material", um dos frutos do ego-ignorância.

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As especulações ligadas aos antes e depois fazem recuar tudo o que se pretende conhecer sobre os dados objetivados a um MAIS OU MENOS INFINITO de mentiras e ilusões, recuo que, infelizmente, a própria ciência moderna desencadeou.

As coisas reconhecíveis ou os dados objetivados só aparecem, mas não Existem. E aí, incluem-se o corpo orgânico e o pretenso mundo externo em extensão fenomenal.

Mas por esconder "ISTO" em seu íntimo (corpo e mundo), e por tudo ser tocado pelo "SENTIR-ATUAR-INTUIR", tais dados não são iguais às imagens cinematográficas, que parecem vivas, mas são absolutamente vazias.

Alerta-se, pois, que o REAL ou a VERDADE é totalmente indeterminado, não é ego subjetivo nem é algo objetivamente reconhecível.

E todas as tentativas de identificá-lo com o pretenso ego-ente, com um vir-a-ser, com mentes isoladas ou consciências personificadas, com um "Ele, deus-persona", com Superego, com inconscientes cerebrais, com o Id (freudiano), com inconscientes coletivos etc. são vícios subjetivos. O mundo que aparece no lugar do REAL ("Isto-Sentir") é uma reconstrução do pensamento. Qualquer ponto de vista ou tentativa de conceituação a respeito do REAL é sempre intromissão e ignorância, mágica ou lógica, tanto faz.

O Espírito-EU-(Adriana) sim é Verdade! — E já é um crime imenso de minha parte afirmá-lo com o nome de alguém que eu amo.

A Consciência-EU Existe, mesmo parecendo não estar presente para alguém (“eu”).

Sem o "EU" Primordial, nenhum ego-ressonância depois poderia se sobrepor. O Real Existe mesmo que não se o Reconheça. Este Espírito-EU em Manifestação também é o Corpo Real ou "Isto" – Outra afirmação estúpida, outro crime de minha parte!

Entrementes, tudo o que se diz e se descreve a respeito de qualquer corpo denso, objetivado, isso finalmente é só um faz-de-conta, ou opiniões, sempre opiniões!

Quanto à importância da ignorância e das paixões, Nagarjuna, o grande filósofo do II século d.C., coloca o dilema dialeticamente assim:

"Se as paixões pertencessem de FATO a alguém (ou ego) e se

elas fossem uma parte integral e real da natureza desse mesmo alguém

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(ego), como poderiam elas ser abandonadas, depois? E se as paixões não pertencem a ninguém (ego), como podem elas ser abandonadas por alguém (ego)?

“Quem abandonaria o não-existente e para QUEM se abandonaria o irreal? Se assim é, pode-se suspeitar que as paixões, a Lei do carma, a Lei da Geração Condicionada (ou o "Pratityasamutpa-da") e as consequências dos três — tomados em termos Absolutos — têm a essência dos castelos encantados. Sua essência é a das miragens e a dos sonhos. Elas (ou os frutos das paixões, carma e "pratitya") não são Fatos absolutamente Reais. Somente possuem um status' epístemo-psicológico; aparecem para alguém (ego), mas não são!... E o ego-pensamento tampouco é verdadeiro!...”

O REAL ou a VERDADE, então, não é nem UM nem muitos,

não é nem permanente nem somente instantâneo, nem subjetivo nem objetivo. Tudo o que aparece e se reconhece é interdependência, é relativo e, por isso mesmo, irreal em si.

A pessoa pensante e a coisa pensada, o fenômeno físico e as leis que o sustentam, a ciência e suas descobertas, as religiões e seus dogmas e crenças etc. não podem ser tomados como uma espécie de verdade inferior, parcial, incompleta, à qual se deve acrescentar outros elementos mais, a fim de que se torne uma verdade completa, tipo um todo onipresente e eterno.

A impressão-convicção da dualidade ou da multiplicidade só nos distancia infinitamente do Absoluto ou do Real.

Num caso assim, nunca deve ter Existido uma Adriana, exclusivamente corpo denso e objetivado, que sofreu isto ou aquilo e que acabou morrendo.

Houve uma Verdade que foi envolvida por um doloroso faz-de-conta temporal e diz-se que morreu, mas acabou sendo transferida à força.

A ignorância-ego-pensamento é uma entidade aparentemente positiva e ladra, porque "nos" influencia, mas ela é sem origem e é suplantada e anulada quando prevalece o Reto Entendimento (Saber-Sentir-Intuir). E a impossibilidade de definir tal Ignorância-Primeva nem como Real nem como irreal (ou nem Ser nem não-ser) mostra-a como tendo apenas um 'status' epístemo- psicológico.

A ignorância-ego-pensamento traduz-se como sendo o próprio

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querer conhecer do filho da mulher estéril, (ou também como o simbólico o pecado de Adão-Eva no Jardim do Éden), e que busca aprisionar o que não pode e não deve ser conhecido, o ABSOLUTO, no caso!

O Saber-Sentir-Intuir da Lógica Extremada e autofágica que adotamos, ou também o "Prajña" (ou o "Jñana") de muitos Sábios Orientais, é o agente catalítico mais poderoso que se conhece para anular a ignorância-ego-pensamento. Pode transformar o homem comum e de boa vontade num Indivíduo Superior, num herói verdadeiro, num semi-Deus e também no Ser Autêntico (Consciência-EU).

O ATO PURO ou a Ação Espiritual, de sua parte, não é um meio para alcançar fins ou metas. Nem precisa de alavancas tipo corpos e máquinas.

A AÇÃO PURA é o Fim em si Mesmo..., é o próprio Manifestar Divino, Aqui e Agora... (E em tal Manifestação Verdadeira não havia nem o corpo objetivado da Adriana, nem havia um microônibus andando).

A Ação Espiritual, quando aparentemente decai, vira ato ego-personificado, ato egocêntrico, mesquinho, cruel, destruidor, pre-tensamente orientado por um falso agente-ego.

E se compararmos esta ação contaminada com às virtudes e potência do ATO PURO, a primeira só representará um roubo, um desvirtuamento e um refazer de ocorrências nem sempre boas.

Por conseguinte, o ato intencional, também encerra alguma virtude eficaz, que é o poder de consubstanciar, de materializar fantasmagorias pensadas, feitas faz-de-conta (empirismo) ou feitas o reino do mundo ou as trevas exteriores.

Que dizemos! Não que o ato intencional engendre fantas-magorias no mundo. Tal ato propositado, ao cumprir-se, ao ser executado, redunda em aparência ou em empirismo mundano, em mundo organizado, em meio refeito ou em fantasmagorias objetivas e superpostas, miragens convincentes essas que a ciência tanto estuda, consubstancia e exalta.

É por causa do poder nefasto que encerra – (Cuidado o ATO PURO é o próprio Amor Manifestando-se e Construindo, é o Poder do Cosmo) – que a execução do ato propositado pode resultar em crimes e em acidentes lamentáveis, os quais se tornam falsamente irreversíveis.

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E a tais acidentes, a ciência médica tenta emendar, com sua atuação propositada, amiúde piorando a situação, porque desconhece as virtudes ou os malefícios do Ato em Si.

O ato carrega consigo o critério de sua integridade e eficácia, isto se for Ação Pura ou Espiritual. Mas carrega também a sua semi-eficácia, distorcente, corruptora e concretizadora de aparências se for ação personificada e intencional.

É por isso que uma Lógica Extremada e Autofágica alerta que o dado sobreposto pelo pensamento – no fundo um dado irreal – e concretizado pela execução do ato intencional, também pode ser um dado semi-eficaz, que parecerá real.

E se o ato intencional em momentos é semi-eficaz, ele então explica por que a violência, os crimes, a apropriação indevida (roubo), a brutalidade generalizada, os assassinatos e os dolorosos desencarnes (morte) têm tanto poder, e o bem, tão pouco!

Para executar crimes, atropelos e maldades, presentes sempre estão os egos-pensamento e as intenções dos falsos justos e falsos bons, e inclusive as intenções dos maus.

Contudo, para praticar o bem só vinga a espontaneidade do SABER-SENTIR-INTUIR, e que infelizmente é tão rara...

O ato intencional, executado de modo totalmente original, também explica o porquê dos milagres que certos crentes de araque conseguem suscitar, e se não crentes, santas de pau-oco.

Explica o porquê de certas práticas mágicas, aparentemente ridículas, resultarem em efeitos bons e maus.

Fundamenta principalmente as "descobertas" (ou os engendramentos) da ciência moderna, e os frutos quase impossíveis que a Técnica alcança.

De mais a mais, o que se acabou de dizer, alerta também que a causa desencadeada pela Lei da Geração Condicionada, nunca é um critério para o próprio REAL ou própria VERDADE, mas sim é um critério para o irreal, para a falsidade sobreposta, onde aparentemente se deu o acidente da filha que Deus me deu ou me emprestou!

Adriana, filha adorada, aqui estou "eu", outra vez, manchando a tua lembrança com uma conversa fiada e que aparentemente não te diz respeito.

E, enquanto escrevo e choro, a noite avança firme. E, igual a lamentos do infinito, a chuva grossa cai, inundando meu peito de

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tristeza e saudade. . Fico imaginando que um dia retornarás. E me parece que isso é

possível, mas não para “mim” (Ernesto), por causa de minha idade... Mas se tal acontecesse, isso não se constituiria numa

contrariedade e numa violação do poder absoluto da morte!? Na antiga Grécia, o deus Hades, irmão do todo poderoso Zeus,

era o senhor do Vale das Sombras (“mais além”) e também era o implacável senhor da morte.

Ora, mas quem foi que atribuiu à morte poderes e possibilidades tão absolutas e imbatíveis? O Deus Vivo (EU SOU) ou minha própria ignorância-ego-pensamento? Será que esta última se baseou na lenda da Grécia antiga?

Ai, amigos, pois é exatamente essa ignorância, minha e de todos, a que não me deixaria contactar contigo!

De algum modo, mas não sei como, a triste fatalidade manipulada por nefastos do além te impediria voltar.

Por isso que, pensando em ti, as lágrimas correm, sem que ninguém me veja, ao mesmo tempo em que canto baixinho a música "Chove lá Fora", que tomo emprestada de Tito Madi:

"A noite está tão fria, Chove lá fora... E esta saudade enjoada Não vai embora. Quisera compreender Por que partiste, Quisera que soubesses Como estou triste! E a chuva continua Mais forte ainda. Só Deus sabe dizer Como é infinda. A dor de não saber, Saber lá fora, Onde estás — como estás, Com quem estás agora!"

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A VIDA É MAGIA BRANCA, GRAÇAS AO ATO PURO

Filha, não me leves a mal se acabrunhado insisto. Mas Sei-e-Sinto que o ATO PURO, a Eclodir feito Vida, tem muito a ver contigo e com aquilo que, de modo aparente, te aconteceu, principalmente quando contra ti "alguns alienígenas perversos" (?!) executaram atos in-tencionais nefastos!

Quando comigo moravas, tu já sabias que o ATO PURO não continha qualquer ego-agente. E sabias também que a Eclosão do ATO PURO redundava numa Vida Plena, harmônica, descontínua e insubstancial (nem alma personificada nem matéria externa). E mesmo que tal Vida não estivesse presa a uma alma criada e a uma matéria manipulável e organizada, Ela-(EU) em seu aspecto Primordial, só era e é SENTIR-ISTO-AÇAO-INTUIÇAO-SENTIMENTOS-AMOR-INTELIGENCIA.

E se o ATO PURO, Aqui e Agora, é totalmente eficaz, é magia pura e é potência completa, "imagina-te" o que acontece quando a tal Ato, aparentemente, SE COLA um parasita estranho e caduco, chamado ignorância-ego-pensamento.

Se, a modo de dizer, tal acontecer, esse parasita-vampiro transformar-se-á num agente falso e enganador, e transferirá para si, no que puder, parte das virtudes e potência do ATO.

Ou senão, escondendo sua própria origem espúria e acrescentada, ele poderá até mesmo engendrar autômatos des-personificados do além, (tipo Demiurgo, Golem, Moloch, Jeová-Molokron, alguns ETs especiais etc.), que simplesmente acumulam poder (geralmente maligno e obviamente roubado), a partir das infinitas possibilidades desse mesmo ATO CÓSMICO.

Numa Vida Insubstancial ou sem essência própria — nem -material nem anímica — a astuta ignorância-ego-pensamento pode muito bem se intrometer, valendo-se para tal dos mecanismos engendradores da Lei da Geração Condicionada.

Estes, como sabes, assim se resumem: "Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, se sobrepõe, se objetiva, se para tal um ego farsante, deturpando o ATO PURO, executar o ato intencional posterior, feito espaço-tempo... Isto não sendo pensado, aquilo não aparece, não se sobrepõe, nem se objetiva, porque além de o 'Isto' não ser pensado, também nada se faz a respeito."

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A Lei da Interdependência, também engendradora como a Lei da Geração Condicionada, tem o seguinte enunciado: “Sou eu (ego) que te vejo, ó objeto sempre pensado, e vendo-te, me vejo (porque ego e tu somos a mesma coisa), e vendo-me, (feito um falso objeto), te faço, porque passo a atuar propositadamente, para me apropriar de ti.”

E, como viste, a Manifestação Primordial do ATO PURO (Deus Vivo) — nem alma pensante nem matéria pensada — nada tem a ver com a intromissão das causas e efeitos ou causas e condições que a Lei da Geração Condicionada e Lei da Interdependência concatenam.

O Homem Primordial (Ação-Sensação-Saber-Intuição-Amor, Deus Vivo ou Ato Puro), livre ainda de um corpo-alavancas, num perfeito faz-de-conta espaço-temporal, e aparentemente decaindo para a condição de homem mal pensante e condicionado, tornar-se um falso ego-agente a executar atos intencionais. E como o ego se transmuta em ator ou se outorga o papel de agente, tudo o que por meio do ato decaído for executado, for feito, mesmo que de modo precário, isso resultará em conseqüências ou em carma.

Assim que tudo aquilo que o homem-ego pensar antes (tempo), e depois fizer, propositadamente, (tempo), isso mesmo o favorecerá mesquinhamente, ou o prejudicará.

O HOMEM-Espírito-EU, contudo, não é afetado por essa dupla faceta, boa ou má, do carma ou do ato... (A propósito, Carma quer dizer ação)...

O ATO PURO é o Espírito-EU, livre de conseqüências. O Homem Primevo e que surge do ATO PURO, é inocente e

está livre de intenções, decisões e reações cármicas. E mais, o homem-ego condicionado não fica sujeito ao carma;

ele próprio é ego-carma. E antes de tornar-se ação e reação viva, ele também é um elo da

engrenagem que a própria Lei da Geração Condicionada suscita. E isso o restringe e o impede, fazendo-o sofrer.

Alguns homens decaídos, farsantes, astutos e desonestos, tentando escapar das respostas cármicas, nem sempre favoráveis, graças a rituais religiosos — às vezes sanguinários — ou graças à execução de atos intencionais especialíssimos, criaram pretensos autômatos do além ou falsos deuses (Demiurgo, Moloch, Golem, Jeová-Molokron etc.)...

Alguns são autônomos, como o Demiurgo-Molokron. E estes, alimentados com oferendas, com sangue e sacrifícios, e feitos

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verdadeiros vampiros computadorizados, respondem, atuando a favor de "seus fiéis e eleitos" que residem neste nosso mundo.

Outros mais, como é sobejamente sabido, criaram as máquinas que, como a Ecologia tem demonstrado, só aumentaram a poluição e a densidade das trevas exteriores. Em princípio essas máquinas foram criadas (em verdade foram induzidas) para ajudar o homem. Mas em verdade mais ajudam e enriquecem os exploradores da humanidade (os da anti-humana raça) do que ajudam o homem.

E esses desonestos transferiram para os falsos deuses (e até mesmo para as máquinas) o poder incrementado da ação e a responsa-bilidade cármica do ato. E, efetivamente, ao fazerem isso, o fruto ou a devolução cármica, se desconectada da engrenagem ego-pensante (ou "pratityasamutpada"), bate no vazio, não encontrando um ego-mentira para castigar.

A modo de dizer, a reação cármica se perde então no nada. Só que ela não se perde. Tal manobra safada só dilata o mentiroso tempo em que o ego-pensamento ladino haverá de receber a devolução.

Podes imaginar, meu pequeno tesouro, como o ato humano, mesmo que transferido, brutalizado e automatizado pelos falsos deuses e máquinas, passou desse modo a ter uma importância nunca dantes suspeitada.

Os assim chamados poderosos do além (certos ETs nefastos, fal-sos deuses, autômatos do além etc.) e do aquém (certos homens pode-rosos) são apenas uns farsantes. E, ao terem descoberto intimamente que, como essência egóica eles não eram absolutamente nada, resolveram se engrandecer às custas de uma elucubração excessiva (maquinar com a cabeça), roubando concomitantemente as potências e virtudes do ATO PURO, e fortalecendo-se sobremaneira (Poder).

Não satisfeitos com isso, ainda criaram ou forjaram falsos entes divinos no além, e máquinas mentirosamente despersonificadas no aquém (ou mundo) para alcançar as metas a que se propunham, metas que geralmente nunca são poucas.

Como se isso não bastasse, por meio da astúcia e da prepotência (Poder), levaram os homens simples e puros de coração a exagerar no pensamento, a fazer comparações, a se julgarem impotentes, fracos e incapazes. Frente ao mando enganador desses velhacos do além e do aquém, certos homens anularam seu próprio caráter e tiveram então que se submeter ao Poder, sob pena de, desobedecendo, virem a ser

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aniquilados, como se a morte absoluta fosse possível. Os violentos usurpadores do poder de nosso mundo e de todos

os tempos geralmente se fantasiam de Átila, Gengis Khan, Torquemada e outros prepotentes mais, só para nos assustar e nos manter submissos.

Ou senão, feito religiosos hipócritas, nos acenam com falsos deuses tonitruantes e diabos assustadores, os quais têm que ser temidos, obedecidos, respeitados, além de termos que oferecer a eles nossa total vitalidade e inclusive oblações constantes, o que equivale a sacrificar o Ato.

E desse modo então a falsa morte, os assassinatos ininterruptos e os acidentes graves passaram a prevalecer neste mundo, como foi para o teu caso, meu tesouro!

Com tantos egos roubando o ATO PURO, pergunto-te, filha querida, quem é JUSTO o suficiente, neste mundo, para poder exercer o papel de porta-voz do bem e da justiça? Ninguém, evidentemente.

Onde encontrar um ego impoluto em cada um de nós, que possa desempenhar o papel de executor não corruptível da perfeita Justiça?

Onde estão aqueles legisladores, desembargadores, juízes, promotores, advogados, executivos oficiais, soldados, guardas, carrascos totalmente livres de ego, que possam praticar o ATO PURO ou a VERDADEIRA JUSTIÇA?

Filha adorada, aparentemente foste atingida por uma máquina despersonificada e por um motorista que provavelmente nem te viu.

Diante disso, a quem cabe a culpa cármica do mal que praticaram contra ti? A ninguém, aparentemente.

Mas o que havia exatamente atrás de tua tragédia? Com toda certeza, nefastos do além e do aquém, querendo me

castigar e querendo te anular! Argh, que desespero me dá ter que me exprimir desta maneira! E que agonia sinto por quase ninguém saber dessas coisas e, pelo menos, precaver-se!

“Eu devia me resignar, mas não consigo! De que maneira se, modernamente falando, a maldade e a hipocrisia atingiram o Infinito!...

A AÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS (CARMA) Como viste, meu caro amigo, que tens a paciência de me ler (e

te agradeço por isso), o agente, tomado separadamente do ATO, não é

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absolutamente nada; é apenas uma intromissão da ignorância-ego-pensamento.

Entrementes, o Fato em Si, que também é ATO, só fulgura feito Vida. Sem nada impor, tal Vida poderia se nos traduzir como Ação Pura – ou Magia Branca, porque a magia que a Lei da Geração Condicionada desencadeia geralmente é negra – e também como Inteligência, Sensibilidade, Amor, livre da necessidade de um ator.

Entrementes, se no tempo à tal Ação Pura um farsante chamado ego-pensamento se identificar, e se além disso ao fruto da ação o ego também se apegar, passará a prevalecer uma ação contaminada e personificada, aparentemente, com conseqüências ou frutos, bons e maus, quase sempre ligados ao falso ego-agente.

Este ator fantasma transformar-se-á, pois, num ego-carma. E tais frutos acabarão resultando num encadeamento temporal de condicionamentos pensantes-pensados, onde parecerá caber a dualidade do sujeito e do objeto.

E não será devido à execução do ATO em Si que as conseqüências ou os efeitos se farão presentes. Elas apenas se colarão àquele falso ente (ego) que abusa do maquinar mental.

Serão, pois, efeitos ou frutos pensados que se sobreporão à Vida em Si, e que parecerão semi-eficazes por causa da intromissão do ego, engendrador de fantasmagorias.

Paradoxo: um efeito geralmente tem como causa a ignorância-ego-pensamento, mas esta não é o efeito de coisa alguma nem é uma causa real para nada!

Uma ação que aparentemente produz resultados, contudo, quando é Sabiamente vista ou enfocada como Ato Puro e Intemporal (ATO esse que sempre está atrás de tudo), deixará de seguir presa a condicionamentos.

O Espírito-EU-(Adriana), por sua vez, era e É Ação Pura e tal Agir não podia nem pode resultar em efeitos trágicos, em resultados ou conseqüências.

A Adriana-corpo sim era ego-carma. Enquanto entre nós se encontrava, todo pensamento seu e ato intencional correspondente resultava em resposta cármica boa ou má.

Mas "eu" te pergunto, filha querida, em teu pensar e agir terás te comprometido tanto assim, para tu mesma teres provocado um acidente ou uma resposta cármica fatal?

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Duvido; não que tu fosses uma santa! E se tinhas que ressarcir os frutos de um carma antigo, terias sofrido suas conseqüências desde quando começaste a te (re)conhecer como gente. Quem sabe, desde o berço. Mas esse não foi o teu caso.

Por favor, amigo leitor, não concluas que há repetição em meus clamores, porque eles são teus e são de toda a humanidade também!...

De qualquer modo, "eu" continuo achando que o lamentável atropelamento que aparentemente atingiu A.B. possivelmente foi suscitado por forças malignas que estavam à espreita, já que o acaso não prevalece.

Devido à ignorância-ego-pensamento, costumamos ser perseguidores e carrascos, mas geralmente somos mais vítimas que carrascos. No caso do desastre que envolveu A.B., deve terse dado uma convergência de causas e condições malignas, suscitadas mais por uma magia negra que por um carma, destino, fatalidade ou até mesmo acaso.

Os tenebrosos do aquém e do além podem muito bem ter provocado tudo isso. E eu, só porque tinha acabado de escrever um grande livro, baseado na sabedoria de Nagarjuna, sábio e filósofo budista, fui ameaçado de morte de modo telepático-intuitivo.E quando viram que não me abalava nem desistia, começaram ameaçar meus familiares.

Por conseguinte, acho que algo ou alguém deve ter se intrometido na engrenagem da Lei da Geração Condicionada e na lei do Carma que caracterizavam A.B. como ego-persona, tornando a objetividade corporal dela vulnerável.

E é bom que se saiba que o ego pessoal interfere de dentro para fora, mas os nefastos, o ego-coletivo (ou Demiurgo etc.) interferem de fora para dentro.

Dolorosos eventos como esses, caracterizados por atrope-lamentos, acidentes quaisquer, assassinatos descabidos, acidentes com carros etc. não sucedem apenas a uma A.B., mas acontecem a todos os seres humanos. E quanto mais jovem, melhor, isto é, mais visado é o indivíduo.

Como antes já sugeri – e diante dessa possibilidade incomum a repetição se faz necessária – os nefastos do além às vezes roubam um corpo jovem antes do acidente, e quando o desastre se dá, o acidentado no caso é um boneco, um clone destroçado e quase morto...

As manias de transplante e doação de órgãos — magia negra

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com conseqüências imprevisíveis — poderão até favorecer o comércio e as transações dos humanos nefastos daqui mesmo. Mas esses estão apenas fazendo concorrência à intromissão dos nefastos do além (ETs malignos) que já utilizavam (e utilizam) corpos, órgãos e tecidos roubados e os aplicam para os fins a que eles se propõem.

Por outro lado, convém que se saiba também que quanto mais pessoal e lucubrado é um ato, tanto mais grave é a conseqüência; quanto menos pessoal, quanto mais instintivo ou impulsivo for um ato, tanto menor a conseqüência.

Entrementes, notem a hipocrisia que o ego-pensamento nos tempos atuais tem adotado: esconde sua nefasta intromissão ou ação comprometida por meio de uma mentirosa despersonificação, ou também por meio de uma pretensa atuação grupal, ligada a uma organização, a uma sociedade, a uma multinacional, a um governo, a uma pretensa justiça organizada, CIA, KGB, Mossad etc.

Por exemplo, uma pessoa que mata outra é tida como assassina. Porém, um militar, um policial, um detetive, um falso justiceiro, um agente do governo, um carrasco que mata em nome da sociedade, da justiça, da pátria etc., esse não seria criminoso. Sucede, porém, que nada libertará esse da respectiva resposta cármica.

Alguém que rouba seja lá o que for de alguém mais é ladrão. Um grupo de indivíduos ligados a um governo, a uma organização comercial, industrial, bancária, latifundiária, religiosa, científica etc., grupos esses que geralmente levam povos inteiros à miséria por causa de seus roubos e desonestidades, esses não são vistos como ladrões e salteadores, mas sim como empresários, diretores, presidentes, como homens atuantes, práticos e organizados.

Mas por mais que disfarcem suas ações, o fruto, o carma ou o retorno será obrigatório. Só que eles, com a falsa despersonificação, transferem para mais adiante, num tempo remoto, a retribuição cármica e só Jesus se deu conta disso, denunciando: “Raça de víboras quem vos ensinou a fugir da ira futura?” (Não foi João Batista que disse isso, mas sim Jesus).

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A MORTE E O QUE SE FAZ ERRONEAMENTE PARA IMPEDÍ-LA

Amigo, a ciência capenga te disse que a intenção e a decisão (ou

vontade) e que resultam na execução do ato eram elaboradas pelo cérebro. E também te disseram que era o córtex cerebral o que liberava impulsos elétricos que, correndo ao longo dos nervos motores, atingia os músculos e provocava sua contração ou a possibilidade de agir do ser humano e de qualquer outro animal.

Com essa visão (ou reconhecimentos) a ciência, enganando a todos, jurava que estava decifrando corretamente a ação em si. Mas o ATO é muito mais do que essas meras reconstruções da ignorância-ego-pensamento.

O ATO PURO não tem nada a ver com uma remota massa encefálica, enjambrada depois e sempre reconhecível no tempo, por um falso ente-(ego). A ignorância-pensamento é a grande enganadora e mentirosa racional e que sempre nos faz enxergar o que ela quer (cérebro), além de obrigar-nos a aceitar a morte ou a extinção definitiva das coisas e seres de modo fatal.

Como vimos, graças ao ATO PURO transformado em Vida, a natureza poderia exteriorizar-se mais pujante e harmonicamente; ou, pelo menos, tal e qual. Mas por causa do discurso interior, que introduziu o começo (nascimento) e o fim de tudo (morte), todos os atos intencionais que exteriorizarmos só visarão a evitar um futuro e inevitável aniquilamento, num tempo inexistente, que é o futuro. Gastaremos, pois, quase toda a potencialidade do ATO em nós ou para tornarmo-nos poderosos ou para fugir de uma extinção que, finalmente, não se dá, como já foi possível suspeitar.

Ou também, no mundo ou domínio da memória-raciocínio-imaginação, nós distorceremos as virtudes criadoras do ATO-VIDA para matar o próximo ou para eliminá-lo de nosso meio, quando tanto a morte do próximo como a objetividade ou o nosso meio são uma poderosa ilusão. Ou ainda, atuando maldosa e intencionalmente, eliminaremos tudo aquilo ou todo aquele que pressupormos ser uma ameaça ou uma possível causa de nosso aniquilamento absoluto. Por fim, não nos eximiremos de, a todo o momento, executar o ato intencional — o grande deturpador da Vida — para sobreviver custe o que custar.

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Sempre mal atuando, acreditaremos garantir maior permanência e continuidade a isso que, reconhecendo, chamamos corpo. Todavia, uma continuidade mais longa para o corpo num tempo cuja duração não é verdadeira é simplesmente contradição.

E como se usa e abusa do ato intencional criminoso, pensando assim extinguir os supostos males (pensados) que pretensamente nos afetam!? Entrementes, quanto mais atuamos ego-propositadamente, para pretensamente eliminar o que julgamos mau e pernicioso, mais esse hipotético inimigo (ego) se reforça. E por quê? Porque toda extinção, todo término do bem ou do mal, ou seja lá o que for, é uma mentira, como vimos.

Tal pretensa extinção, a caro custo, vinga apenas como um evento superposto, como um engendramento. Conjuntamente a esse modo calamitoso de atuar, fantasmas objetivados, afirmados e negados pelo raciocínio continuarão prevalecendo. E eles subsistirão graças ao nosso mal pensar, pai de todas as fantasmagorias. Eles inclusive se concretizarão por meio da malévola execução do ato intencional. Tal execução, aliás, equivalerá a pôr a Lei da Geração Condicionada em funcionamento.

No caso de A.B., certo acontecer desencadeado por forças negativas introduziu uma dolorosa ruptura existencial e insegurança num corpo objetivado muitíssimo relativo. Essa ruptura e o golpe traumático do acidente também deixaram manifesta (ou simplesmente reconhecível) uma lesão aparente, no tórax-pulmão do corpo dela, lesão corporal essa que me acovardou, e que não tinha por que persistir, tal e qual, nem poderia ter se originado, já que nada começa e nada pode terminar em definitivo. Esse doloroso evento introduziu então confusão, agonia e dor tanto para o lado da Adriana-Espírito-EU como, principalmente, para o lado de seus familiares, que podiam "ter praticado qualquer outra magia terapêutica" e não apenas apelar para a medicina. Mas a tal lesão fatídica e que aparecia, bloqueou qualquer outra iniciativa.

O doloroso fato, muito provavelmente provocado de modo proposital por nefastos, não deu origem a um corpo lesado, mas apenas transferiu um corpo sadio, falsamente contínuo, e o substituiu por outro lesado que, se verdadeiro fosse, não poderia permanecer ou continuar lesado, mas também deveria mudar a todo o Momento. Contrariando, porém, essa possibilidade, este se tornou mais persistente, além de

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dolorosamente presente, principalmente para o contexto Adriana-família.

A execução dos inúmeros atos intencionais, tanto da parte dos familiares, como dos médicos (magia), por sua vez, deveria ter resultado na eliminação e na superação dessas forças negativas que redundaram em acidente. Deveria ter resultado também na cura das pequenas lesões que apareciam e que o relativíssimo corpo-Adriana permanente apresentava. Tudo isso, infelizmente, não aconteceu. Deu-se o contrário.

O corpo de minha filha — malgrado os protestos e a agonia da Adriana-Espírito-EU, e que intuitivamente me gritava: “Tira-me daqui! Tira-me daqui!” — foi totalmente entregue aos doutores-pensantes que, usando e abusando do ato terapêutico-intencional, auxiliar sim, e também forjador de fantasmagorias, cavoucaram aqui e cavoucaram ali em busca de eventuais lesões, as quais, mesmo assim, no primeiro dia não apareceram, não se concretizaram, malgrado os doutores suspeitassem delas. Todas essas atitudes, de certo modo previdentes, mais o inadequado ambiente hospitalar e a abundante perda de sangue aumentaram a vulnerabilidade do corpo aparente, e abriram brechas maiores na Adriana-Espírito-EU, que, nessas alturas, já pedia socorro, e depois mal pôde sussurrar à sua tia, duas vezes: Tirem-me daqui! Antes, telepaticamente havia falado comigo. A minha cunhada não me informou disso. Se o tivesse feito, eu teria mudado a situação, buscando outro ambiente.

Conforme o pensar da medicina, havia possivelmente órgãos internos lesados, órgãos esses que, até aí, só podiam ser pressupostos ou inferidos, mas nunca vistos ou sentidos diretamente (Conhecimento Direto).

Todas essas inferências médicas, o ambiente hospitalar e mais a execução do ato propositado – vara mágica incomparável — devem ter se concretizado, lamentavelmente, em supostos órgãos lesados (fígado, rins, pulmões, cérebro etc.), conforme manda a Lei da Geração Condicionada: "Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece ou se sobrepõe, se para tal se executa o ato intencional etc..."

Não que as células e tecidos de tais órgãos internos já existissem de por si, escondidos; eles simplesmente apareceram, tornaram-se objetivados.

A brecha aberta com a hospitalização de A.B., a perda abundante de sangue e muitas outras atitudes desastradas mais também

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poderiam ter facilitado a que se completasse a magia negra dos manipuladores da falsa fatalidade, desencadeadores do pretenso acidente.

Ou seja e repetindo, hipotéticos ETs tenebrosos, a mando de um demiurgo infame qualquer,(digamos um Jeová-Molokron), podem muito bem ter arrebatado o corpo ainda íntegro da Adriana (abdução), corpo que, finalmente, não era tão material, constante e permanente assim, aliás como o de qualquer um. . Podem tê-lo transportado para a dimensão deles, digamos, e tê-lo rapidamente substituído por um boneco idêntico, ou por um clone, agora em precaríssimas condições. Fizeram tal troca num momento em que ninguém estivesse vendo nada, já que o ENXERGAR VICIADO de qualquer um, num caso assim, teria impedido que tal manobra se concretizasse. Esse clone, gerado então precariamente, de modo proposital e a partir do sangue derramado, foi devolvido ou na avenida, no local do acidente, ou no leito hospitalar, de modo imediato. Talvez esse tenha sido o motivo de ela clamar telepaticamente, e depois sussurado: “Tira-me daqui!”

Isso feito, depois, desencadearam-se todas as demais crises agudíssimas que inauguraram a minha semana de horror e agonia, onde o ato de certos colegas (médicos), sem que o quisessem, é claro, fez mais estragos do que ajudou, e resultou numa morte impossível.

Tudo isso evidentemente aconteceu numa natureza refeita e sobreposta, ou numa objetividade enganadora, onde pareciam prevalecer testemunhas pensantes, aqui, e Adriana-corpo, meio ambiente ou falso mundo pensado, lá.

A necessidade de agir para combater e extinguir pretensos males nem sempre resulta no desaparecimento de tal mal. Geralmente, esse fantasma sustentado, apenas se transforma em algo mais, se permuta, se reforça e, conforme o ato praticado, pode até piorar. Daí a medicina científica, por não querer saber dessas coisas, é tão ineficaz e calamitosa, em momentos.

Em páginas anteriores, já se sugeriu que o espaço e o tempo físicos são uma extrojeção da mente personificada. Nesse caso, nem o primeiro se estende, nem o segundo dura ou permite a duração de agentes malignos. De outro modo, já se alertou também que os germes ou tudo aquilo que se acredita ver numa visão microscópica eram só pensamento ou reconhecer-enxergar , em suma, um embuste completo.

E a propósito disso, pergunta-se então: em que tempo

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inexistente e em qual forma-espaço-corpo inextensível os germes – e que supostamente mataram o organismo de A.B. – surgiram?

Num corpo passado, que já não existe, num corpo futuro, que ainda não veio-a-ser ou num “corpo atual”, que pretensamente continuou do passado para o presente e futuro?

Mas desde quando num corpo passado ou agora inexistente podem ainda subsistir germes que matam e destroem?

E num pressuposto corpo futuro que ainda não apareceu ou não se fez presente, como os fantasmagóricos germes podem matar aquilo (corpo) que ainda não é e que nem apareceu?

E desde quando um desaparecido (corpo passado) e um corpo ainda não aparecido, não objetivado (futuro) se engatam para constituir uma continuidade ou um falso organismo presente? E o corpo presente, livre dos meus enfoques e das opiniões do pensamento, é realmente contínuo, permanente, materialmente organizado?

Ou quem sabe se ele não é somente um "ISTO-Sentir-Saber-Intuir-AtuarAmar", e mais do que isso, uma Consciência-EU em renovação, que pensamento algum explora e explica?

Num Espírito-EU-(Adriana), e que, Aqui e Agora, em verdade só Surge, renovando-se a todo o momento, poderia algum germe pernicioso subsistir para afetar algo que é sempre outro, e que é totalmente inacessível?

Num organismo ou numa forma-nome, que é totalmente insubstancial e impermanente, pode desencadear-se uma reação química ou bioquímica metabólica ou patogênica?

Por outro lado, quando é que um germe maligno se extingue, se anula, quando Existe, quando E?

Mas o que de Fato É ou Existe nem se origina, nem se extingue, e o germe não é. .

Quem sabe então se o germe só se extingue, só se anula exatamente quando não Existe ou só aparece?

Sim, esse é exatamente o caso; os famigerados germes científicos, malgrado inexistirem, só se extinguem, se anulam num faz-de-conta, quando aparecem projetados adiante pela mente condicionada do senhor cientista.

Os germes não são EXISTÊNCIA; são só forjações de mentes malignas, são aparências objetivadas que médicos mal informados, acionando os mecanismos da Lei da Geração Condicionada, conseguem

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superpor. Um germe, seja qual for, principalmente os não enxergados

diretamente com os olhos, os não reconhecidos pela memória-raciocínio-imaginação cerebral só aparecem ou se fazem presentes graças ao conhecimento indireto, manipulando um microscópio.

E essa percepção microscópica é a mais calhorda e mentirosa que existe! Em última instância, é só uma acomodação da ignorância-ego-pensamento que separa ou bifurca um sinal ou até mesmo reflexos caducos de algo real, e que resulta em sujeito pensante, de um lado, e germe pensado, do outro.

O germe pretensamente objetivado, em seu nível microscópico, só é um enxergar viciado do observador, é um mal pensar e reconhecer; lamentavelmente é só magia negra, e por que não?

O germe (bactéria, vírus etc) nunca EXISTE por si mesmo. O assim dito germe microscópico não é uma Realidade em Si, mas é apenas uma aparência sobreposta, uma interdependência entre a pessoa que diz conhecer e o falso germe reconhecido, porque foi previamente pensado.

Se os germes só se fazem presentes em nosso enxergar condicionado e em nosso reconhecer, ou também só se apresentaram, aparentemente, na suposta permanência corporal de A.B., quando foi que eles se tornaram absolutamente reais e perniciosos?

Nunca, evidentemente... E tal corpo, pretensamente fisiológico e durável, por sua vez, era outra superposição, fruto do pensamento ou da memória-raciocínio-imaginação. .

E se a Lei da Geração Condicionada rege toda e qualquer sobreposição – “Isto sendo, em pensamento, aquilo acontece, aparece, se objetiva, se coloca na frente do observador pensante, etc. etc.” – então aquilo que os médicos estavam vendo (ou o assim dito corpo da Adriana, ou também um clone, substituindo, etc., e por que não?) não poderia ser apenas o resultado de um péssimo lucubrar, de um horrível inferir e de um pior atuar do especialista em si?

É quase certo que sim, pois as aparências superpostas só prevalecem quando tal Lei é ativada ou pelos doutores, ou pelas circunstâncias adversas — que estavam presentes no caso de A.B. — ou pelo próprio paciente. Só que esse não era o caso de minha filha, pois ela estava inconsciente; ou seja, a modo de dizer, nem pensava nem atuava.

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Não se pode esquecer que também os parentes do doente ativam tal Lei. E todas essas ativações convergem; e se todas elas forem negativas, o resultado é negro.

E mais, que validade e autenticidade tem esse ego que, ao microscópio, jura estar enxergando isto ou aquilo, ou senão jura reconhecer de modo perfeito, e diz tornar-se cônscio de objetividades microscópicas deletérias, infecciosas, cancerosas ou aidéticas? Ora, em verdade, essas são somente reconhecimentos do ego, ou são o outro pólo sobreposto de sua própria intromissão: ego-pessoa pensante e coisa ou objeto pensado.

E se são o outro pólo que o próprio ego-persona consubstancia graças à execução do ato intencional, que valor o ego tem em atribuir-se o papel de perceptor testemunha, de juiz, (e até mesmo de vítima), para depois descrever aquilo que objetivamente ele mesmo é!?

Sem o discurso do ego, o que seriam as pretensas células cancerosas, infecciosas, infectadas, aidéticas, as doenças superpostas e tudo o mais? (Aqui é um médico que pergunta!).

Filha querida, toda vez que te incluo neste meu nem sempre agradável criticismo científico-filosófico, é como se "eu mesmo" me enfiasse um punhal, e transformando-o numa furadeira, o fizesse girar profundamente, para ver se de meu peito se esvai este doloroso sentimento de frustração e impotência humana que me abate.

Por que os bandidaços do além e do aquém podem e “eu” não posso?

Foi esta impressão de impotência, aliada ao temor de que tua ferida se agravasse, as que me impediram atuar de outro modo a teu respeito.

Quando no primeiro dia da hospitalização, mesmo que semiconsciente, telepaticamente me gritavas: "Pai, faz alguma coisa! Pai, tira-me daqui!", eu devia ter te obedecido. Devia ter te levado para casa, com todas as tuas contusões e ferimentos. Quem sabe, a resolução de tua tragédia teria sido outra!

No princípio acreditei que as lesões que havias sofrido eram poucas. Achei que se ficasses um ou dois dias no hospital tudo se resolveria. Que engano cometi!

Todas as denúncias que esbocei até aqui, na ocasião do teu acidente já as conhecia, pois já havia escrito a respeito.

Em meu íntimo pensei que estava te protegendo e que, afora a

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pancada recebida, nada pior iria te acontecer. Achei que certos nefastos do ale – manipuladores da falsa fatalidade – finalmente não iriam ser tão extremados ou intransigentes assim, a ponto de transformarem situações amenas num encadeamento de eventos negros e irreversíveis.

Por outro lado, quando te transferi para o segundo hospital já era impossível arrancar-te das mãos da medicina. Todos sabem que a medicina moderna e científica, lamentavelmente se apropria dos pacientes à força ou de modo tirânico e aí, ou os mata ou os cura.

Meu anjo, se o arrependimento matasse, eu já estaria morto! Sim, tesouro, para quem passou uma semana de agonia pura, numa expectativa sempre esperançosa — malgrado o relógio rodasse em sentido contrário ou contra ti — não é nada fácil ficar evocando eventos que "eu" já deveria ter enterrado, como enterrei o teu corpo aparente.

Mas é que a dor, minha e tua, de algum modo, pode servir de exemplo. Pode até mesmo transformar-se num aríete que derrube as portas da fortaleza científica ou da empáfia humana, com suas leis enga-nadoras, falsas certezas e condutas prepotentes e desastradas. Se isso for alcançado, ser querido, teu exemplo não terá sido em vão!

Adriana querida, mesmo que tivesses só 21 anos de idade (flor da idade), e embora já fosses uma mulher feita, quando te foste daqui, tu nunca deixaste de ser o "meu querido anjinho", igual ao de uma letra e música de Violeta Parra, canção que Mercedes Sosa canta tão bem e que tu gostavas de ouvir comovida e com lágrimas nos olhos:

"Yá se vá para los cíelos/ este querido angelito/ A rogar por sus abuelos/ por sus padres y hermanitos./ Cuando se muere Ia carne/ el alma busca su sitio/ Dentro de una amapola/ o dentro de un lucerito./

La tierra lo está esperando/ con su corazón abierto/ Por eso que el angelito/ parece que está despierto/ Cuando se muere Ia carne/ el alma busca su centro/ En el brillo de una rosa/ o en un pezecito nuevo./

En una cuna de tierra/ lo arrullará una campana/ Mientras Ia lluvia le limpia/ su carita en lar mañana/ Cuando se muere la carne/ El alma busca su Viana/ En los misterios del mundo/ que le há abierto sus ventanas./

Las mariposas alegres/ de ver el bello angelito/ Alrededor de su cuna/ caminan despacito/ Cuando se muere lar carne/ el alma vá derechito/ A saludar a Ia luna/ y de paso a un lucerito./

Adonde está toda tu gracia,/ donde se fué tu dulzura/ Por que se cae tu cuerpo/ como una fruta madura,/ Cuando se muere lar carne/ el

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alma busca en la altura,/ La explicación de su vida/ cortada con tal premura/ La explicación de su muerte/ prisionera en una tumba./ Cuando se muere lar carne/ el alma se queda obscura!"

Sim, Adriana querida, mordendo os lábios e engolindo em seco, para não esvair-me em lágrimas, agora sou "eu" que pergunto, valendo-me de algumas frases de Violeta Parra: "Aonde foi parar a graça que manifestavas? Aonde se foi a tua ternura? Por que teu corpo caiu, como uma fruta madura? Quando a carne falece, a alma busca nas alturas, a explicação de sua vida, cortada com tal premência e de modo tão maldoso. Busca a explicação de sua morte, prisioneira numa tumba! Quando a carne falece, a alma fica escura!..."

A tua alma-ego (ou pensada) pode ter se apagado, pode até ter ficado escura, mas o ESPIRITO-EU em ti nunca fica, continua lutando comigo e por meu intermédio.

A DESCRIÇÃO CIENTIFICA DAS COISAS Pois é, leitor amigo, agora vou dar outra volta em meu

criticismo dialético contra falsas subjetividades e falsas objetividades. Agora questionarei a pretensa validade do movimento, da

inércia, dos choques materiais etc... Malgrado o escândalo de alguns, é bom que se saiba que

levando em conta uma Verdade Maior, a descrição científica do movimento (deslocamento) é só um faz-de-conta muito sério e convincente.

É uma forma de fazer novelas, de forjar fantasias, montar engodos, disfarçar magias, agora não só com palavras, mas principalmente com fórmulas físico-matemáticas e com gráficos cartesianos. Tais ficções da cinemática e da dinâmica, porém, em momentos são de uma aspereza, desagrado e estranheza que só Deus e certos estudantes sabem!

Antes de tudo, é bom repetir que não existe qualquer espaço absoluto ao qual se possam colar medidas uniformes e inalteradas, ou metros e quilometragens sempre invariáveis.

Tais medidas aplicadas ao espaço dito físico talvez não valham sequer para o nosso meio cotidiano em que todos reconhecem viver.

Tampouco há um tempo absoluto e constante ao qual se possa

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colar medidas ou se possa aplicar o pretenso desenrolar mecânico dos relógios e cronômetros, porquanto essa também seria uma medição arbitrária.

Se considerássemos o espaço e o tempo como se originando a partir do centro ou do ponto em que a pessoa pensante (ego) se situa, e depois admitíssemos que os dois se espraiassem até o infinito, aí simplesmente estaríamos atribuindo a tais espaços e tempos não somente absolutismos injustificáveis, pretensamente independentes do observador pensante, como inclusive nós acabaríamos colando a eles valores numéricos (metros, quilômetros, horas, minutos, segundos, etc.) que não lhes cabem.

E se pretensas realidades físicas, carimbadas ou rotuladas com hipotéticos valores numéricos passam a prevalecer, não é porque elas são quantitativa e exatamente tais e quais, mas sim porque fomos nós, pessoas pensantes, que as refizemos assim, as tornamos assim, graças ao discurso interior e à execução do ato intencional.

Como se não bastasse, depois (nós cientistas) pretenderemos que todos aceitem o que nós idealizamos e acabamos de forjar (conhecimento indireto).

Não obstante o alerta supra, temos que reconhecer que para a ciência moderna, a expressão físico-matemática do movimento é tão importante que, em última análise, todos os processos da Física, suas leis e fórmulas, estão ligados ao movimento. Sem a pretensa fisicalidade do movimento não há ciência pretensamente exata ou acadêmica.

Disse Wilhelm Wundt: "O movimento é o único processo concebível no qual um objeto (...) tanto muda como permanece o mesmo; muda por assumir uma posição diferente relativamente a outros objetos; permanece o mesmo por preservar sua identidade completa..."

Todavia, dizemos nós, conveniente seria se nos apercebêssemos que MUDAR é exatamente a natureza de tudo o que aparece, de tudo o que se torna objetivo e reconhecível (ou superposto). Muda inclusive o que EXISTE de fato!

O pretenso movimento que faz com que corpos hipotéticos assumam posições diferentes em relação a outros pretensos objetos mais, ou que permite que um corpo não se altere e permaneça sempre o mesmo, preservando assim sua pressuposta identidade, natureza, amigos, tudo isso é tão-somente conhecimento indireto a iludir incautos.

Nenhuma identidade é preservada de modo sempre igual,

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tampouco nada se desloca em relação a outros objetos, ao longo de estradas permanentes.

É por isso que, sem a sacramentação do movimento físico, do espaço e do tempo, por parte da ciência, nada se sustentaria...

Desse modo, foi muito fácil transmutar aparências, objetivi-dades enganadoras, magias fugazes (ou empirismo), e inclusive o Desconhecido em dogmas e depois disfarçar esses dogmas com a palavra AXIOMA!

Ademais, mesmo que o meio em que acreditamos viver pareça constante e pareça comportar movimento físico espaço-temporal, não sejamos tão arrogantes ou até mesmo ingênuos de achar que a fórmula “V = et” e outras similares ou aproximadas se aplicam sempre. Isto é, em todos os tempos (ontem-hoje-amanhã), e em todas as partes (mundos, sistemas solares, galáxias, universos etc.).

Esses dogmas foram exatamente aquilo que a ciência transformou em DETERMINISMO. .

De outro lado, e como já alertamos, a ciência oficial não somente sacramentou a dualidade cartesiana (pessoa pensante, de um lado, e pretensa coisa extensível, do outro ou dado físico) porque convinha a ela, como inclusive transformou o raciocínio e a matemática num órgão (ORGANON PSÍQUICO ou lógica-razão) pretensamente impecável e infalível, por meio do qual se alcançaria o conhecimento científico perfeito.

Essa lógica-matemática que a ciência endeusou, em verdade é também um embuste a enganar estudantes desavisados.

Muito acima daquilo que a Relatividade eisteiniana prova, também é possível alertar que tudo é relativo, como também e principalmente relativas deveriam ser as noções e as equações ligadas ao pretenso movimento físico. E o relativismo na cinemática e na dinâmica é tão grande que nem de movimento aparente ou de deslocamento físico se deveria falar.

O pretenso movimento (pensado) de um corpo e o seu não menos pretenso observador (pensante) são uma interdependência perfeita, cujo cordão umbilical nenhuma filosofia científico-cartesiana conseguiu cortar, destruir e anular.

Tomados separadamente, o movimento pensado e o físico pensante não são nada. Tal "cordão" ou interdependência sempre prevaleceu e continua prevalecendo, só que esse cordão foi escondido

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porque convinha a alguns pensadores astutos que constituíram e constituem o Poder Organizado e os Governos.

Pois bem, se MUDAR é exatamente a natureza de tudo o que aparece, de tudo o que se objetiva, ou é a natureza do empirismo mundano, nenhum nascimento, nenhuma permanência e nenhum desenlace poderiam afetar a Vida feito Homem!

E se por causa de um inconveniente qualquer, alguém caísse gravemente enfermo ou ferido, em seguida se reergueria curado ou feito outro ser, outra situação, mantendo, porém, o Espírito-EU Primevo e presente em todos de maneira renovada.

Mas por que isso não vingou com A.B., a filha que Deus me deu? Assim foi porque tanto ela-ego-corpo quanto o meio pretensamente denso que a envolvia se encontravam (e se encontram) engrenados a um modo de pensar e de atuar que só tem contribuído para o fortalecimento da enganadora prisão existencial. E esta é exatamente as trevas exteriores, a oprimirem o homem.

A Liberdade perfeita, o Ser-Consciência-Felicidade foi aparentemente ofuscado e transferido a um segundo plano.

TUDO FOI RECONSTRUÍDO E REMONTADO por canalhas remotos para que favorecesse uma falsa fatalidade manipulada e descabida! (ou o maldito Poder).

O mundo externo, por causa de interesses mesquinhos, prepotências, ambições imanentes e transcendentes, não tem feito outra coisa senão transformar a aparente prisão humana num persistente castelo de torturas, agonias perenes e insuperáveis.

E a ciência moderna, infelizmente, com suas idéias materialista-niilistas, com suas concepções, pensamentos e modos de atuar (método experimental) tem contribuído ainda mais para que a ineficaz e quase suportável pantomima humana acabe se transformando em tragédias irremediáveis, haja vista o que às vezes acontece em medicina.

As enganadoras leis físico-químicas da ciência nos incutem uma certeza tal e um modo de pensar tão errôneo que, lamentavelmente, o consequente atuar intencional transformou-se numa insuperável máquina trituradora ou moedora de carne.

Se no conhecimento geral, as relativíssimas leis científicas não prevalecessem tanto, poderiam ocorrer, quem sabe, deslocamentos mágicos e aparentes, onde seres e coisas dificilmente se chocariam ou se atropelariam uns aos outros. E se algo mau acontecesse, por ser tudo

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insubstancial, impermanente ou mutável, nunca seria um mal fatal, definitivo e irreversível

Por sua vez, os dogmas religiosos, por sua vez, se igualam às pesadas leis científicas que somente bloqueiam e sufocam o Homem! E isso haja muito tempo.

A matéria, a energia, o plasma, o espaço, o tempo, os átomos, as moléculas, as células, os genes, os órgãos do corpo, o movimento físico etc., forjados pela especulação científica (raciocínio), e por ela reconhecidos, tornaram-se dogmas tão terríveis que estão levando tudo de roldão, a ponto de aparecerem AIDS vergonhosamente montadas e sustentadas, e impossíveis explosões atômicas que ocorrem onde não cabem (espaço-tempo enganador).

Não se pode negar que a forte crença científica de que tudo começou, de que tudo é substancial (ou material), de que tudo persiste ou dura, de que o que aparece é irremediavelmente físico, real, de que tudo foi criado por um falso deus-persona ou senão pelo acaso etc., sim, isso tudo tem contribuído enormemente para que acidentes impossíveis aconteçam e acabem se concretizando irremediavelmente, num doloroso faz-de-conta. E isso acaba atormentando ainda mais aquele homem que, por falta de atenção e desaviso, vive se castigando a si mesmo com o pensamento como se fosse o pior ente do universo. E isso é exatamente o que o ego-pensamento faz em todos nós, fora de nós e contra nós.

Adriana querida, como vês, "EU SOU" tenta, na medida do possível, acabar com os véus que te envolvem e que te tornaram aparentemente ausente daqueles que tanto gostas e amas...

OS CORPOS NEM SE CHOCAM NEM CAEM EM QUEDA LIVRE

Nos termos de uma Lógica Extremada e Autofágica — atitude

mental essa que denuncia sem se assentar como sendo a própria Ver-dade — o espaço e o tempo físicos são completamente irreais como adiante voltaremos a insistir — e nunca se constituíram em receptáculos universais para coisa alguma, daí não podermos falar de um objeto que cai, mas só de um objeto que esteve caindo. E se tudo nos leva a crer e a concluir que a coisa alcançará o chão, aí temos que entender que, em termos de memória, o objeto esteve caindo, ou que, em termos de imagi-

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nação, estará caindo, mas nunca que o objeto está realmente se deslocando ou caindo, Aqui e Agora.

O mesmo se diga quanto aos objetos que se chocam. Em termos de memória, um corpo supostamente se chocou

contra outro; em termos de imaginação, o mesmo corpo se chocará contra outro. Mas em termos reais ou fatuais, nada pode se chocar, nada pode ser atropelado, porque nada dura, nem há espaço-tempo receptáculo físico, onde tal fatalidade parece se desenrolar e acontecer. E se parece acontecer, tenhamo-la como uma dolorosa e mentirosa superposição da memória-raciocínio-imaginação.

A impressão e convicção de movimento, de espaço, de choque e queda, e tudo o que pensamos a respeito do tempo estão ligados a raciocínios contraditórios.

A caro custo, verdadeiro é apenas o SURGIR VITAL, Aqui e Agora, mas este SURGIR é indecifrável ao intelecto.

O que intelecto (raciocínio) diz e afirma é forjação dele mesmo. São invencionices calcadas nos já falecidos (ou memória) e nos ainda não nascidos (ou imaginação).

A memória (o objeto esteve caindo) e a imaginação (o objeto estará caindo ou estaria caindo se) são noções (pensamentos, idéias) mais facilmente descartáveis, pois em nossa cabeça elas sempre se ligam com aquilo que se estaria pensando a respeito de um hoje ou de um tempo presente falsamente contínuo.

A partir dessa capciosa e impossível relação intelectual (ontem-hoje de 24 horas-amanhã), "nós" (ego) concluímos que a (falsa) coisa permanente atingiu o (falso) chão permanente, quando nem "coisa" nem "chão" poderiam durar, persistir, a primeira chocando-se e o segundo aparando o choque.

Alguma coisa ou alguém caindo ou espatifando-se no chão traduz apenas o prevalecimento da Lei da Geração Dependente: "Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, acontece, se sobrepõe etc.", além de traduzir também o cumprimento da Lei do Carma.

Há INSTANTES, porém, em que essas duas leis não se cumprem ou não prevalecem, e aí a "QUEDA", o "CHOQUE", podem até não ocorrer, sucedendo quem sabe algo mais...

Um salto não prejudicial, uma magia branca perfeita, ou até mesmo um salto para o Infinito!...

De mais a mais, não há qualquer possibilidade de estabelecer

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uma relação entre os assim chamados três tempos — em suma, uma relação entre o ontem (memória), o hoje (raciocínio) e o amanhã (imaginação) — de modo que, pelo menos, tais tempos se afirmem numa relação, isto porque, como veremos adiante, primeiro, toda relação é simplesmente impossível; e segundo, porque cada tempo é a negação do outro. E essa negação recíproca não deixa lugar para nenhuma relação que acabe em afirmação.

Por conseguinte e repetindo um pretenso objeto que esteve caindo não pode estar caindo Aqui e Agora. Só esteve caindo em nossa memória ou só estará caindo em nossa imaginação.

E essas duas ineficácias mentais, mentirosas e intrometidas, por desatenção ou descuido "nosso" (ou descuido da Consciência-EU), nos suscitarão a impressão e a convicção superposta de que o móvel está caindo no hoje de 24 horas. Essa, contudo, é somente uma inferência enganadora, um conhecimento indireto. Sim, porque do “esteve” e do “estará” (ou sinais) se infere que também está caindo, quando não pode.

E o curioso é que, se não se faz alguma coisa de modo proposital, igual a uma precaução, (ou fazer algo contrário), tal móvel fantasma poderá até mesmo cair em nossa cabeça pensada e nos esmagar dolorosamente, já que o que aí está vingando são apenas causas e condições pensadas que a Lei da Geração Condicionada concatena. (Essas causas e condições são os dados mortos do passado, são os dados ainda não nascidos do futuro, e são os pressupostos dados de um falso hoje, totalmente raciocinado ou pensado).

O Isto-Móvel-instante implica somente posições espaciais, implica lugares momentaneamente plenos.

Os lugares-ocupados não duram ou não persistem, não se estendem e nem ficam duros (tipo rocha).

Essas assim chamadas posições no espaço ou lugares não seriam sequer posições e sim apenas Relâmpagos do REAL,cujas ressonâncias ou reverberações (ou restos) a ignorância-ego-pensamento bifurca, complica e coloca tais restos em série. Depois movimenta essa série (ou reconstrução), como no cinema, só para iludir o iludido vedor-pensante. Mas tal movimento enganador no fundo é só uma mente-ego trabalhando.

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MAGIA NEGRA OU O CHOQUE DAS FORÇAS VIVAS? Como é, amigo leitor! Posso continuar com a minha des-

sacralização das "vacas sagradas" e que a ciência endeusou? Se posso, agradeço-te... Arma-te então de paciência para me

acompanhar. Como antes já denunciei, um pretenso agente-corpo-ego

permanente, e que execute atos absolutamente eficazes, em verdade não existe como tal, malgrado algo apareça para outro ego igual.

Sim, inexiste porque tal ente nunca teve começo; e Aqui e Agora, "ele" simplesmente não dura, e seu fim ou anulação definitiva, num pretenso porvir, nunca se dá, pois não há como, nem dentro do tempo (amanhã), nem dentro do espaço, onde parece caber um lugar ou uma tumba permanente para seu cadáver, .

Nada do que no mundo se reconhece, corresponde ao Fato em Si, Aqui e Agora. E é por isso que a desesperada “alma-ego-carma,” desencarnando, não poucas vezes consegue reintroduzir-se na VIDA EM RENOVAÇAO EFICAZ, que Aqui e Agora simplesmente Fulgura.

E essa equivaleria a uma espécie de reencarnação aparente – mais intromissão que reencarnação.

Igual a uma pedra caindo no lago, essa intromissão pensante-pensada do ego-alma suscitará um acréscimo na Mente em Manifestação, uma reverberação que, pelo lado externo, resultará em espaço-tempo físico, isto é, resultará num faz-de-conta que dura e que se estende.

Mas em face de tudo o que se está expondo, a eficácia só traduz seres, coisas, fatos ou situações que mudam.

O que absolutamente não muda ou que muda vagarosamente, isso também é absolutamente ineficaz. E o que é absolutamente ineficaz, simplesmente não Existe em Si, não obstante, e a modo de dizer, possa aparecer de maneira sobreposta.

Repetindo, então, tudo o que não muda simplesmente não Existe!

Presença perdurável quer dizer algo estático; estático quer dizer não-eficaz, isto é, não produzindo qualquer transformação, efeito. E ineficácia simplesmente quer dizer inexistência...

Qualquer "Isto" Primevo, e até mesmo qualquer objeto pensado

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ou reconstruído, a partir de restos caducos, ambos devem produzir seu efeito ou uma transformação imediatamente. Se assim não for, eles não a produzirão nunca!

Todo efeito superposto, dependente de um engendramento prévio, é semi-eficaz para produzir o momento objetivado seguinte, momento que erroneamente acabamos reconhecendo como sendo a duração da coisa.

Conseqüentemente, qualquer objeto pensado e reconstruído também deve produzir seu efeito ou sua transformação logo; se não for assim, ele jamais a produzirá.

Outrossim, e repetindo — a repetição aqui se faz necessária, porque ninguém assimila o Insólito só com quatro frases perdidas num mar de palavras! — um corpo que cai em realidade não cai porque diante da Verdade Maior nada Existe que possa durar, que possa cruzar espaços e cair. O separatismo das coisas e permanência das mesmas são um mito.

Não há corpo durável que possa cair, não há espaço físico que possa ser percorrido, nem há lugar permanente que possa suportar ou aparar, em sentido contrário, o pretenso choque do corpo em hipotética queda livre.

Não há movimento de corpos no espaço, não há forças ou aceleração da gravidade! E por não haver nada disso, as pretensas leis físicas que regem tudo isso foram sobrepostas de modo totalmente mágico.

Só que magia é magia e não física exata e enganadora. Um corpo que cai é apenas uma sucessão de fatos psicofísicos

completos que vão se substituindo rápida e eficazmente. Tal contexto ou corpo-e-meio só é Real se a todo o momento vai

se transformando eficazmente. E se um corpo que cai não poderia se chocar contra o chão, um

corpo que se move — (em verdade não se move, não se desloca, não há como) — não poderia chocar-se contra outro!

O choque das forças vivas ou o atropelamento de A.B. pelo microônibus não poderia ter acontecido (nem aconteceu), porque em verdade nunca houve um corpo-denso-Adriana absolutamente Real e permanente que acabasse se chocando contra um veículo, que também não era nem Real nem permanente.

O que em todo esse evento absolutamente não mudou, ou estava

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mudando devagarzinho, isso simplesmente inexistiu como tal. O pressuposto veículo deslocando-se velozmente, era só uma

fatalidade, mudando, e que, em reconhecimento, se apresentava sempre igual sempre a mesma, imutabilidade essa montada por terceiros velhacos ou pelos nefastos manipuladores da falsa fatalidade.

E o corpo orgânico e aparente de minha filha era algo engendrado por nós mesmos e por ela também.

Assim que, se o corpo de A.B. e o veículo eram imutabilidade, persistências, eles simplesmente inexistiram ou não passavam de um doloroso faz-de-conta.

Nesse lamentável acidente nada podia durar, nada podia se deslocar e muito menos nada material podia existir, e encerrar forças vivas da física, para que algo concreto se chocasse contra algo mais. Mas tudo podia vibrar, piscar, pulsar sem matar ninguém.

Como, pois, um nada, chocando-se contra outro nada, resultou em tanta dor e agonia?

Esse faz-de-conta só prevaleceu porque as falsas eficácias, durações e durezas das coisas e seres em verdade eram tão-somente mal Sentir, mal VER, mal Viver, mal Entender, Mal Atuar etc.

Em outros termos, eram confusões, limitações, impotência, dor, angústia, violência e morte, sobrepostas não somente pelo ego, mas também por causa da intromissão dos nefastos do além e do aquém.

Bem, meu anjo, depois dos meus anti-arrazoados terem bagunçado com a tua lembrança e machucado teus sentimentos, em que ficamos? Com tudo e com nada!

Esse tudo e nada é algo ínfimo que escapa e que deve fazer parte das fulgurações do Atuar-Sentir-Intuir. Pensamentos vãos ainda devem estar se intrometendo, recriando espaço, tempo, extensão e duração, e estão atrapalhando, impedindo que a Vida-Adriana, Aqui e Agora, Fulgure de modo adequado e volte a ser presença em meu meio, de momento a momento.

Ser querido, não me leves a mal se insisto, mas é que agora, aparentemente, te constituíste numa ausência cruel, enganadora e permanente — porque terceiros nefastos criaram ou instituíram o morrer que se caracteriza por uma absurda e intransponível separação permanente entre ti e todos os que te querem bem.

"Eu", E.B., agora sou uma falsa presença que sofre continuamente e geme, e tu o que és? Uma ausência contínua e

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impossível... A ausência absoluta em si é impossível; e tudo o que continua inalterado também é impossível.

Bem, mas que mais posso te aconselhar, senão aquilo que determinados poetas e compositores argentinos (Discépolo y Castilhos) disseram: "Nunca quieras mal,/ total, Ia vida que importa./ Si és tan finita y tan corta/ que al fin el violin se corta./ No te aflijas el esquinazo dei dolor/ y si el amor te hace caso./ No le niegues tu pedazo de candor/ que es lindo creerle ai amor!/ Bueno y nada más/ que siendo bueno/ no hay odio, ni injusticias ni venenos que hagan mal./ Vós, dios del amor, tan chiquito y desnudo/ lo mismo te ayudo, cerquita de Diós!..."

(Nunca odeies, afinal, o que é a vida? Se é tão finita e tão curta, que no fim o violino silencia. Não te desesperes pelos encontrões da dor, e tampouco se o amor te tocar. Não lhe negues teu pedaço de candura que é tão bonito acreditar no amor! Tu sê bom e nada mais, que sendo bom não prevalecem nem ódios, nem injustiças nem venenos que possam te prejudicar. E tu, deus do amor, tão pequenino e despido, do mesmo modo eu te ajudo, pertinho de Deus!)

A MAGIA DO CORPO E AS ILUSÕES DA OBJETIVIDADE

Amigo leitor, infelizmente nós sempre pressupomos que o

Grande Todo, por ser maior, fosse melhor que a parte. E numa falsa humildade, inclusive confundimos esse Grande

Todo (corpo, mundo, universo) com o próprio Deus, nunca levando em consideração a contradição do espaço dito físico que aparenta suportar o todo e a parte...

Em verdade, porém, as partes de um todo e o próprio Todo, ocupando o mesmo lugar, ou um espaço idêntico, são um engano ou uma mentira grosseira, como logo verás.

Não há um todo e partes ocupando a mesma área. Há, grosseiramente falando, um "AQUI" que se transmuta em lugar e até em falsa presença objetiva, a qual, ou pode ser um todo, ou pode ser uma parte; nunca,porém, um todo com suas partes ao mesmo tempo e no mesmo espaço ou lugar.

Se assim é, como podia o pretenso corpo vivo e reconhecível de A.B. (e de qualquer outro mais) coexistir com um número quase infinito

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de partes menores, ou com células também supostamente vivas? Como pode subsistir e persistir um pretenso Todo Autônomo e

Vivo, com partes menores, supostamente vivas e contidas, ora nascendo, afetando e influenciando, ora se alterando, mudando, ora subsistindo tais e quais, ora morrendo, e já mortas, se decompondo e envenenando suas vizinhas?

Como poderia o assim chamado corpo humano, que representaria um TODO, continuar ele mesmo, graças ao passar de um tempo enganador, quando suas pretensas células particulares e constitutivas estariam se modificando a todo o momento, desaparecendo e ressurgindo, aqui, aí e acolá, num "autêntico" começar, continuar, terminar e recomeçar, isolado e caótico, perpetuando assim uma verdadeira "fábrica química em confusão, impossível de administrar"? E que dizer dos pretensos níveis moleculares e atômicos em constante atividade, num movimento impossível?

Um todo imensamente objetivado e absolutamente persistente é

uma falácia. só a enganadora matéria permanente, pressupostamente constituída de átomos, é que poderia desculpar a falsa subsistência de tal imenso todo.

Um tijolo pretensamente material — (e que aparece sim, mas não existe, evidentemente, enfocado e reconhecido como se inserido estivesse num pretenso muro, graças a uma inferência capciosa ou conhecimento indireto) — garante o aparecimento do resto do edifício ou toda a casa, a qual, um enxergar particular em determinado momento não estava enxergando. Quando dizemos conhecer uma coisa, em verdade, da mesma nós reconhecemos apenas uma visão particular e nunca a totalidade da coisa.

Tal TODO ou totalidade acaba sempre sendo inferido e aí reconstruímos tudo a partir do particular, num perfeito faz de conta. Raramente esta ou aquela "TOTALIDADE" é enfocada ou enxergada tal e qual.

Só podemos (re)conhecer partes do corpo, ou então só (re)conhecemos células aparentemente isoladas. Mas jamais (re)conhecemos simultaneamente o TODO CORPORAL, com suas partes ou com "todas as suas hipotéticas células constituintes.

Num caso assim, então, ou o pretenso todo corporal nega as partes, nega seus órgãos internos e, principalmente, nega as células

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falsamente constitutivas, ou as partes (órgãos) e até mesmo suas fantasmagóricas células constituintes negam o todo corporal.

E a propósito do Todo e das partes celulares, os supostos órgãos e aspectos invisíveis (escondidos) de minha filha, enquanto ela esteve presente nos hospitais, só se tornaram externamente evidentes como sintomas, para ela mesma, e como sinais para os médicos. estes sintomas e sinais, ou este terrível mal sentir da Adriana e péssimo pensar ou lucubrar de alguém mais, acabaram constituindo-se em pressuposições médicas ou em marcas inferenciais (reconhecimento ou conhecimento indireto),que tinham que ser pesquisadas.

A presença reconhecível e objetivada das (pretensas) entranhas de seja lá quem for só se dá depois de alguém interpretar os sinais inferenciais que o paciente libera, e depois de os doutores executarem o ato intencional, supostamente investigador e confirmador.

Toda inferência racional encerra um pretenso sinal indutor, uma pressuposição lógica deduzida e uma forçada corroboração pela execução do ato intencional.

Só que, no caso de ter que enfocar as entranhas do paciente, a execução do ato intencional não exteriorizará intestinos, fígado, coração, estômagos escondidos etc., do mesmo e todos preexistentes.

Tal modo de agir apenas consubstanciará e materializará aquilo que o médico idealizou, pensou. Nunca, porém, poderá trazer à tona aquilo que o paciente de fato tem (escondido), se é que pode ter alguma coisa escondida.

As pretensas traduções ou interpretações dos sinais inferenciais (que o paciente apresenta) por parte do médico, as subsequentes deduções ou idealizações do profissional, a pretensa necessidade do médico de fazer alguma coisa de modo intencional, são os que conseguirão reconstruir, extrojetar e objetivar pretensos órgãos afetados ou males escondidos, e que o médico sempre e só reconhecerá. Depois disso tudo, ele voltará a fazer alguma coisa, boa ou má, tudo depende de causas e condições,mais mágicas do que lógicas.

Se assim é, então os aspectos invisíveis do corpo (supostos órgãos) também negam, o TODO CORPORAL, porque tais órgãos, além de serem conflitantes entre si, suas naturezas e funcionamentos diferentes contradizem a subsistência de um TODO harmônico.

Não é verdade que a função homeostática ou harmônica, própria de cada órgão, própria de todos os tecidos, de todas as células, resulte na

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harmonia do TODO corporal. Ou se objetiva e aparece um TODO, que em verdade é só uma

parte, pois equivale a um enfoque, ou se objetiva e aparece só uma parte, que em verdade é um Todo, pois naquele momento de enxergar ou mal VER, outras partes não há.

O TODO e a PARTE ao mesmo tempo não coexistem, nem aparecem como mentira ou como verdade.

Geralmente são dois momentos ou são duas coisas completamente diferentes.

Um mesmo e pretenso espaço ocupado pelo TODO (corpo) e pela parte (célula) é impossível e contraditório.

Esses lugar-TODO e lugares-PARTES simultâneos (ou o corpo com órgãos, com células constituintes etc.) são duas coisas diferentes.

A saúde do Todo corporal não depende da saúde de um único órgão, o coração, digamos.

A Percepção Perfeita do contexto TODO-e-MEIO, ou do Primordial "Isto-Sentir-SaberIntuir" é saúde ou não é.

Somos saudáveis por mantermo-nos lúcidos, serenos e harmonizados conosco mesmos e com o meio ("Sentir-Isto"), e não por causa de algo mais.

Com relação aos pretensos órgãos internos, é sempre preciso que se faça alguma coisa propositadamente para que eles venham à tona, como aconteceu com o ato cirúrgico praticado em A.B. e inclusive com a necropsia posterior que "tiveram que fazer"... Tudo isso aconteceu contra a minha vontade. A.B. já havia se tornado propriedade médica.

E a propósito disso, o fígado esmagado de minha filha – cuja pretensa constatação só se tornou possível 16 horas depois do golpe ou do acidente, graças à "exteriorização do órgão" – talvez não correspondesse a um mal sentir da Adriana (sintoma). Em verdade era apenas um SINAL remoto (que de alguma maneira foi longo interpretado) e era também um mal pensar dos médicos (deduções e induções inferenciais).

Esse suposto mal sentir dela e mal pensar dos médicos transformaram-se num sinal inferencial. Tal sinal, graças à execução do ato intencional (efetuar raios x, fazer biopsias, retirar sangue do abdômen, efetuar cirurgia etc.), transformou-se num pretenso fígado esmigalhado e sangrante.

Tal pretenso órgão ou fígado esmagado, se de fato tivesse

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existido previamente e de modo ininterrupto, no momento em que o microônibus supostamente o atingiu violentamente, ele teria começado a sangrar abundantemente segundos depois do acidente, ou seja, teria sangrado 16 horas antes. Logo após o acidente, e durante 16 horas, minha filha não apresentava qualquer sinal de ruptura hepática ou esmagamento do fígado, nem apresentava coma profundo, nem dores agudas, nem rigidez abdominal, nem vômitos biliosos e sanguinolentos (sinais gravíssimos e mortais), nem tinha febre ou alterações graves dos sinais vitais. Como, pois, estando com a víscera interna esmagada pôde ir vivendo quase normalmente na sala de observação do Hospital por mais 16 horas?

Se tal ruptura hepática tivesse correspondido a um fato real e que tinha afetado um órgão isolado do corpo, minha filha teria entrado em "estado de choque mortal" imediatamente, e não só 16 horas depois. O fígado (ou a parte) do Todo A.B., em verdade, e até certa altura dos acontecimentos, não aparecia nem existia.

Ele, aliás, como algo à parte e inserido no grande Todo (corpo) talvez nem Exista. Mas depois (tempo), por causa do aparecimento de um pretenso estado de choque, transformou-se num sinal inferência cuja tradução (correta ou incorreta?) resultou num pressuposto órgão ou fígado esmigalhado (idéia). E graças ao atuar intencional dos médicos, tal extrojeção ou tal "idéia-fígado" consubstanciou-se ou materializou-se tal e qual, aparecendo depois como um órgão dilacerado.

No fundo, no fundo, a presença de tal fígado era apenas fruto de um conhecimento indireto do próprio médico, além dos condicionamentos que a escola de medicina inculcou em tais terapeutas, aparentemente sem maldade nenhuma.

Por outro lado, o vermelho do sangue é a cor que mais confunde a nossa torpe mania de mal ver (enxergar), de inferir e de engendrar superposições gratuitas.

Tal cor perturba inclusive nosso ato de enxergar acomodado e o raciocínio analisador. Inclusive não permite distinguir isto daquilo. Em suma, não permite fazer prevalecer isto sobre aquilo.

O vermelho do sangue tem muito a ver com o Vazio-Pleno Primordial. Simbolicamente é a alma densificada. É o Fogo Sagrado ou também a Realização do Trabalho Alquímico (Rubedo).

É o Espírito Cósmico, é o "Prana-Shakti" ou a Vitalidade Solar Coagulada. Esta Vitalidade não quer se transformar numa forma única e

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definida, numa forma permanente, numa víscera constante, ou seja, num fígado sadio e contínuo ou num fígado esmagado, por causa de uma pretensa pancada desferida por uma viatura louca!

As entidades malévolas do "além" (ETs sanguinários, vampiros, robôs espirituais, falsos espíritos de luz, falso anjos e arcanjos etc.) provavelmente queriam o prana-sangue do corpo de A.B., e o conseguiram, tanto com a assim reconhecível pancada do acidente, como com a "pancada" da cirurgia.

E mais ainda, no ato cirúrgico praticado, o corpo-Espírito-

Adriana (ou "Isto-Sentir", e que parecia um TODO) teve que ser “quase apagado” ou escondido, tanto objetivamente, com lençóis, panos, gazes, algodão etc., como subjetivamente, com sedativos, narcóticos, anestésicos etc.

Do contexto ADRIANA-CORPO-ESPÍRITO só sobrou um pretenso campo cirúrgico exposto, ou seja, aquela parte do corpo ou abdômen onde os doutores iam praticar a cirurgia.

Graças a todas essas artimanhas, o doente ou a persona-ego, pensante e sofredora, seja quem for, desaparece.

Só eliminando a presença do pretenso TODO, tanto em termos objetivos como em termos subjetivos (corpo-alma), e transformando a Parte em campo cirúrgico ou em outro "TODO", é que o cirurgião conseguirá praticar a sua magia, nem sempre branca.

Ou seja, ele conseguirá executar intencionalmente aquilo ou o ato especialíssimo, que o levará a deparar-se objetivamente com o que previamente havia pensado, pressuposto e engendrado. Ou seja, no caso de Adriana-corpo, o pretenso órgão interno, esmagado, o fígado escondido, que teve que ser arremedado e corrigido precariamente, porque quase nada sobrou, suscitando o desenlace.

Repetindo então, um doente torna-se enganadoramente cônscio de que tem, digamos, um suposto estômago doente, ulcerado, só depois de começar a sentir-se mal ou a sofrer. Mas este mal Sentir geralmente está na dependência de um mal pensar prévio (pensamento angustiante), e inclusive de um péssimo atuar posterior.

São estes mal pensar e mal agir os que redundam num perceber distorcido ou num enganador tornar-se cônscio disto ou daquilo, de órgãos, de tecidos, células etc. (conhecimento indireto).

Quando a tudo isso se acrescentar o reconhecimento e um atuar

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nem sempre feliz do médico, daí só poderá saltar fora a pretensa víscera ulcerada ou cancerosa, daí só poderão objetivar-se uma imagem tridimensional de fígado esmagado, uma terrível hemorragia abdominal, um coma profundo (que no caso de A.B. só apareceram com muito atraso), uma morte dolorosa, mesmo que os órgãos internos talvez sequer existam!

De outro lado, para que um enxergar cotidiano, para que um sentir-reconhecer ou constatar relativo tenham alguma validade plausível, eles têm que estar ligados a uma apreensão sensorial completa. Isto é, dessa suposta captação sensorial terão que participar os cinco sentidos do homem (conforme o Orientalismo, são até seis).

Quanto maior for o número dos pretensos e relativos sentidos humanos que participam na constatação e percepção de qualquer objetividade reconstruída, mais plausível e fatual ela será. Quanto menor for o número de órgãos sensoriais do homem que participam de determinada constatação, tanto mais pensada ou falsa ela será. Da pretensa constatação celular só os olhos participam, e mesmo assim!...

A suposta realidade objetiva das células se desfaz ou se anula quando contra ela ou contra sua descrição se aplica um criticismo lúcido, extremado e anulador de fantasmagorias sobrepostas.

A suposta presença das células e a conduta que elas parecem ter ou manifestar — presença e conduta dos átomos inclusive — dependem exclusivamente da mente observadora do pesquisador condicionado e mal informado, o cientista no caso.

O mesmo se diga com relação aos germes. As células pensadas e os germes pensados apenas se nos fazem presentes, objetivamente, por causa de um péssimo enxergar, artimanhas técnicas do microscópio e também porque há uma Consciência-EU (EXISTÊNCIA) que aparentemente se degrada em falsa coisa pensada e em falso observador pensante, geralmente um cientista. Células e germes não são EXISTÊNCIA em Si. São aparências ou presenças capciosíssimas (ou “Maya”).

As assim chamadas células corporais não são constatadas pelos tradicionais cinco sentidos comuns. Somente são apreendidas por um enxergar enganador, que é um “ver” por meio de um microscópio.

Esse perceber ou tornar-se cônscio de células também é enga-nador. Tanto o enxergar, em pretensos níveis microscópicos, quanto o enxergar em nível astronômico — um valendo-se do microscópio e o

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outro do telescópio — não são VER-SENTIR-SABER-INTUIR (ou Consciência-EU), mas apenas abusos do pensamento.

Tal enxergar microscópico e telescópico é um modo sutilíssimo de pensar (inferência), que sempre rouba vitalidade do SENTIR-VER, do INTUIR-ENTENDER, e principalmente, do ATO PURO feito Homem!... O Homem Verdadeiro é Consciência-EU ou é só AÇÃO-SENSAÇÃO-INTUIÇÃO.

OS PRODÍGIOS MÁGICOS DA MENTE EGO-PERSONIFICADA

Antes de prosseguir em minhas denúncias e criticismos, preciso

fazer um pequeno parêntese e uma ressalva a respeito da mente pura, grande consciência em si, consciência-eu, e inclusive do posterior e relativo tornar-se cônscio disto ou daquilo, e que parece dar-se no tempo, num cérebro, e com um ego supostamente presente, confrontando-se com um não menos suposto mundo pensado.

Para começo de conversa, a conscientização em termos absolutos, ou também a falsa conscientização degradada, que é só um atraso ínfimo em relação à primeira, é o acontecimento mais extraordinário que existe! é a própria vida ou estar vivo! é o milagre supremo!...

A ciência acadêmica, infelizmente, com o seu fisiologismo cerebral, tem escondido esse fato e tem mentido vergonhosamente a respeito, daí alguns acharem que computadores e robôs podem fazer o mesmo que o homem faz e também sentir do mesmo modo.

Alguns materialistas extremados e os pensadores existencialistas chamaram esse fato extraordinário do conscientizar de epifenômeno. Ou seja, algo que acontece em função de, sem saber-se como acontece.

Ou, melhor dito, para esses dialéticos de araque a conscientização é algo que sucede por causa da pretensa massa cerebral e sua função físico-química e bioquímica, mas ninguém sabe exatamente o que é a conscientização em si.

Se o conscientizar dependesse de massas cerebrais forjadas depois ou no tempo, tal perceber (primevo) não aconteceria nem como vivência suprema, nem como um tomar-se cônscio de, relativo.

Esse (falso) perceber dependendo do cérebro seria igual à

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inexistência, e esta seria igual à conscientização não acontecer, mas bem ou mal o Verdadeiro Perceber acontece!

O pensamento astuto em alguns inventou essa desculpa esfarrapada do epifenômeno; e por causa de sua própria sutileza inerente, o pensamento também foi considerado um epifenômeno cerebral.

E mais, o que veio antes, o órgão (cérebro) ou a função (pensamento)?

A ciência materialista, escrava do tempo jurará e provará que foi o órgão que veio primeiro (porque ele teria evoluído e amadurecido, pois, pois), quando nem o órgão veio antes nem a função (pensamento) veio depois.

Fora do Aqui e Agora, ou no tempo e como tempo, ambos só foram sobrepostos à Verdade em Si. E o ego-pensamento, em seu aspecto discursivo, esconde o que ele mesmo engendrou (cérebro), para depois opinar e "provar" que o órgão veio primeiro... Aqui e Agora, sem nada impor e sem fazer dogma algum, sugira-se que Consciência-EU em Manifestação ou Saber-Intuir-Amar-Atuar-Sentir-Isto não precisa do tempo (= pensamento), e não precisa nem do falso órgão nem da falsa função acrescentada (pensamento cerebral).

Mas voltando à denúncia, os donos do conhecimento científico inclusive têm espalhado por aí que os computadores e os robôs, ciborgs, autômatos, clones etc. a eles ligados (hipoteticamente) podem muito bem desempenhar todas as funções que o homem e os animais vivos desempenham, quando isso de modo nenhum é verdade, exatamente porque a essas coisas inventadas por cabeças astutas falta a Sensibilidade (nada a ver com peptídeos cretinos) e a possibilidade de CONSCIENTIZAR!

E o que vem a ser conscientizar ou tornar-se cônscio disto ou daquilo, em termos relativos? — (Esqueçamos de momento a CONSCIENTIZAÇÃO ABSOLUTA, também conhecida como Auto-Realização, Vivência Suprema, Libertação da Dualidade e do despotismo pensante-pensado, e inclusive conhecida como Iluminação, Superação das Trevas, Santificação etc.).

Ora, os seres vivos, principalmente os homens, são seres sensíveis, inteligentes, voluntariosos e atuantes. Poderia se dizer que nós somos inclusive filmadoras e gravadoras ambulantes, incluindo-se nessa dupla capacidade o que se capta e o que se registra intimamente

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como cheiros, gostos, tato e sexo. O homem inventou máquinas de filmar imagens e aparelhos

para registrar sons, mas não pôde inventar ainda máquinas que registrem cheiros, gostos, tudo o que o tato implica e também o gozo sexual.

Não inventou isso porque não tinha interesse em inventar e também porque esses inventos provavelmente não iriam propiciar lucro algum para ninguém.

Mas dissemos que o homem é como se fosse uma filmadora ou uma gravadora de sons ambulante. Sucede, porém, que uma filmadora, igual a um espelho, reflete no filme as imagens que capta, correspondentes àquilo que estaria acontecendo lá fora. E uma gravadora capta as ondas sonoras dos barulhos e sons que se desdobrariam no mundo externo. Acontece, porém, que tanto a filmadora como a gravadora registram o que captam, mas ficam cegas, surdas e mudas em relação ao acontecido. Com os computadores e robôs sucede o mesmo.

Essas máquinas precisam da mente humana condicionada que os programe e que interprete o que fizeram.

Aliás, nem são elas que fazem algo. É o homem que as monta e as constrói para que atuem deste ou daquele jeito, se não bem num ATUAR PURO e simples, num perfeito faz-de-conta, já que quem se move aí e se agita não é nem o homem-agente nem a máquina, mas sim a mente personificada.

Uma filmadora NÃO SABE NEM SENTE O QUE FAZ, NEM SABE NEM SENTE PARA QUEM O FAZ, e NÃO SABE NEM SENTE QUAL A FINALIDADE DO QUE FAZ E FEZ.

Em outras palavras, uma filmadora ou gravadora não se apercebe, não se flagra, não reconhece o que fez e faz, não se apercebe, não se flagra, não reconhece para quem ou para quem praticou o ato de filmar e gravar, se para ela mesma ou se para terceiros. E finalmente, uma filmadora e gravadora não têm a mínima noção de seu próprio e hipotético atuar, em que espaço e tempo se situam, gravando ou não gravando, nem se sentem felizes ou infelizes pelo que fizeram ou não fizeram.

Uma filmadora e uma gravadora, ao registrarem o que registram, não transformam seus registros em VIDA INTERIOR, como VIDA externa também é aquilo que aparentemente captaram. Ao contrário, elas mumificam a Vida em registros mortos!

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É muito fácil confundir a mente com um espelho e dizer que na mente as imagens do mundo externo se refletem.

Mas que consciência é essa que teria uma superfície especular para que nela se reflitam os sons, as luzes e sombras de um mundo externo perpétuo?

. Só que a mente – Pura ou até mesmo ego-personificada – não fica morta e indiferente como o espelho. Responde à Vida que vem de fora com uma Vida Interior muito peculiar.

E é exatamente aqui que se dão as manipulações da ignorância-ego-pensamento. O que a mente reflete é tão vivo quanto o que de fora parece provir. E ESSE É EXATAMENTE O PRODIGIOSO MILAGRE DA CONSCIENTIZAÇÃO!

Nós não somos meras filmadoras e gravadoras que registram imagens e sons e ficam por isso mesmo. A modo de dizer, nós, a partir de reflexos do SENTIR-SABER-INTUIR reconstruímos dentro de nós o mundo externo, e depois o tornamos ou um inferno, como às vezes o mundo cotidiano parece ser, ou o tornamos quase um Nirvana maravilhoso, graças à possibilidade de bem conscientizar.

A propósito do "tornar-se cônscio de", e que já é uma atividade mental infestada e condicionada, 2.500 anos atrás Buda não somente surpreendeu a Lei da Geração Condicionada, como inclusive conseguiu enfocá-la, fora do Aqui e Agora, sobrepondo suas concatenações à VERDADE INDESCRITIVEL. E esses encadeamentos se fazem presentes como causas e condições ou como aparências subjetivas e objetivas.

E no que Buda denominou "A DODECUPLA CADEIA" conseguiu inclusive descrever as interferências dessa lei no ato de reconstruir faz-de-conta ou de engendrar o sujeito pensante e o mundo pensado.

A dodécupla cadeia de Buda assim se exprime de modo aproximado:

1. Os pensamentos estruturantes ou construtivos ("sanskaras") são

condicionados pela ignorância-desejo ("avidya-tanhã") que os precede (e que é sem causa).

2. A mente relativa ou a consciência contaminada ("vijñana") que vem a seguir é condicionada pelos pensamentos estruturantes ou reconstrutores ("sangraras").

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3. A psicofisicalidade acrescentada e sobreposta ou a forma-nome ("nama-rupa”) – ou o ego-pensante e a falsa objetividade pensada (mundo) – é condicionada pela consciência relativa e contaminada ("vijñana").

4. As seis esferas dos sentidos (já personificadas e suscitadoras de reconhecimentos — pensamentos discursivos — com sua contraparte objetivada, ou seja: o olho-cérebro-pensante e o dado visto e pensado; o ouvido-cérebro-pensante e a audição pensada; o nariz-cérebro-pensante e o cheiro pensado; a língua-cérebro-pensante e o paladar pensado; a pele-cérebro-pensante, e o tato mais o gozo sexual pensados; o pretenso ficar-cônscio cerebral-reconhecedor e a coisa a ser supostamente reconhecida etc.) são condicionadas pelo nome-forma ou "nama-rupa". — (Fora a degradação mental e sensorial precedente, Aqui e Agora o "Saber-Intuir-Atuar-Amar-Sentir-Isto" já prevalece)...

5. O contato (entre a falsa pessoa pensante e o falso objeto pensado) é condicionado pelas seis esferas dos sentidos.

6. A sensação (reconhecível ou o falso tornar-se cônscio discursado, sensação que o ego, concomitantemente, classifica como prazer e dor, como útil ou inútil, como quente e fria, como neutra, agradável e desagradável, como construtiva ou destrutiva, como simpática e antipática etc.) é condicionada pelo contato.

7. O apego à coisa refeita, ao dado, a apetência, a sede ("tisna" ou "tanhã") é condicionado pela sensação (reconhecível ou pelo falso “tornar-se cônscio de”, sempre discursado, sensação que o ego concomitantemente classifica como etc. etc.)

8. A apropriação (indevida de fantasmagorias objetivadas, o acúmulo de falsa cultura e conhecimentos, e inclusive o re-chaço de tudo isso) é condicionada pelo apego ou apetência ("tisna" ou "tanhã").

9. O vir-a-ser (ou a existência condicionada do homem, reconstruída, aparentemente contínua, se estendendo e renovando-se só em pequenos detalhes) é condicionado pela apropriação ou pelo acúmulo (de fantasmagorias objetivadas e pela falsa cultura).

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10. (A impressão e a convicção de) nascimento é condicionada pelo vir-a-ser (ou pelo pensamento ininterrupto, ou ainda pelo discurso ao redor da falsa existência, aparentemente contínua e permanente).

11. A velhice e a morte são condicionadas (pela impressão de nascimento).

12. Os desgostos, as lamentações, as doenças, o mal, a dor, o desespero, a velhice e a morte condicionam um novo nascimento do ego-alma-carma na roda sem fim do "Samsara" (ou nas Trevas Exteriores).

Antes “eu” disse que, em termos Absolutos, a

CONSCIENTIZAÇAO-EU PRIMEVA e (depois) o “ficar cônscio de” ou a falsa conscientização degradada eram praticamente um ACONTECIMENTO MENTAL EXTRAORDINÁRIO e ÚNICO, e que o "tornar-se cônscio de", aparentemente cerebral, acontecia com um certo atraso ou defasagem, parecendo acontecer principalmente fora do AQUI e AGORA.

Conforme vimos e conforme o exemplo da dodécupla cadeia de Buda, o tornar-se cônscio atrasado do homem só acontece na sexto elo, sexta etapa ou concatenação. Ou seja, bem depois da mente personificar-se aparentemente...

Do primeiro elo ao sexto acontecem coisas na mente do homem que “o tomar-se cônscio de” desconhece ou deixa escapar — tais coisas ficam inconscientes — a mando da ignorância-ego-pensamento.

Daí denunciarmos insistentemente os engendramentos humanos superpostos... Essa inconsciência ou esse "bem depois" é um quase nada, já que se o CONSCIENTIZAR PRIMEVO não se Manifestasse AQUI E AGORA, feito um verdadeiro milagre, depois, no assim chamado tempo, não poderia dar-se o enganador “tornar-se cônscio de”, pretensamente cerebral, e que, como vimos, e só conhecimento indireto e indiretíssimo. Ou melhor, é mais reconhecimento que Entendimento Puro.

Mas mesmo que “o tornar-se cônscio de” seja só fruto de um refazer mental sutil, de um faz-de-conta ladino, mesmo assim ele é importantíssimo. E nenhum computador, robô, ciborg, clone ou máquina que o homem invente tem a capacidade de suscitar o portentoso

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MILAGRE DA PERCEPÇÃO! Assim que é um absurdo ficar enganando o próximo com

histórias ridículas tipo "Exterminador do Futuro 1 e 2", onde, no ano 2023, pretensos computadores ficam comandando máquinas inteligentes à distância para que elas exterminem certos humanos que sobreviveram à catástrofe da Terceira Guerra Mundial.

Os computadores e seus robôs só podem ser programados e só podem reagir em função dessa programação. Os cérebros eletrônicos jamais poderão tomar-se autônomos. Só se bebessem sangue que nem os Demiurgos ,os Moloch, os Golem, os Jeová-Molokron.

Esses computadores não possuem criatividade, vontade própria, iniciativa, virtudes, vícios, paixões, idéias, gênio, certa independência no Sentir-Atuar-Intuir-Amar como os homens ainda possuem.

Eles são só programação, execução e repetição. Se o homem estupidamente pensante não estiver atrás deles, manipulando-os, digitalizando-os, eles não são nada.

Mesmo que o homem tenha sido condicionado pela ignorância-ego-pensamento e pelos Demiurgos externos, mesmo assim ele ainda encerra potencialidades sem fim, graças às quais poderia remodelar este seu mundo para melhor, e poderia inclusive reconquistar a sua condição de herói, de semideus, com poderes mágicos sem conta! E isso tudo sem que precisasse sacrificar ou anular seu ego.

Se estando ainda presente o ego-pensamento, o homem tudo isso poderia alcançar, imaginem o que não pode um HOMEM totalmente livre do mal pensar e do falso e enganador “tornar-se cônscio de”? E esse é exatamente o HOMEM totalmente reinserido na Consciência-EU, na Mente Pura, tão extraordinário como a própria Vida não refeita! (ou Autonatureza)...

E dizer que há tantos tolos por aí que, por causa da ciência, ficam endeusando computadores, robôs e máquinas automáticas, quando deveriam, antes de tudo, endeusar suas próprias mentes degradadas, suas imaginações, que não apenas mal sentem-e-sabem o que vem a ser a prisão que as cerca (mundo), como inclusive têm a capacidade de inventar computadores, atribuindo-lhes possibilidades infinitas que só cabem em cabecinhas desumanizadas.

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NADA DO QUE APARECE, DO QUE SE OBJETIVA TÊM ESSÊNCIA PRÓPRIA

Amigo leitor, ter essência própria significa ter como base

existencial ALGO IRREFUTÁVEL – no caso, se poderia pensar no átomo ou numa alma pensada, mas não é – e que garanta e fundamente o aparecer, o objetivar-se concreto de uma coisa, de um ser, isolados do resto...

Diante desse desafio, é de se perguntar, qual o ego safado que conseguiria surpreender ou descobrir se a MENTE PURA tem ou não tem essência própria? Mas essa é uma necessidade da Consciência-EU, ou é apenas uma mentirosa necessidade e safada mentira que o ego inventa?

O ego-pensamento e a falsa objetividade que ele superpõe de modo quase inconsciente jamais encerram qualquer essência própria, qualquer Ser Real (Autonatureza), e muito menos um não-ser, por mais que tal ego tente racionalizar o que diz, ou tente provar suas invencionices pelo cálculo matemático. Se o não-ser que a lógica-razão às vezes inventa tivesse alguma importância, ele poderia equivaler a um pretenso ego negativamente verdadeiro. As superposições do ego, contudo, longe estão de resultar numa mistura de ser e não-ser.

As coisas e seres só se fazem presentes, se objetivam ou aparecem numa perfeita interdependência psicofísica de causas e condições, regidas pela Lei da Geração Condicionada Tais coisas e seres são somente aparências (empirismo) que se sobrepõem à Autonatureza. E tais sobreposições são exatamente aquilo que esquema da "dodécupla cadeia" mostrou, e são muito mais. .

O Fato em Si, o que é Real, o que EXISTE (Autonatureza, "Isto-Sentir", Deus Vivo) nunca aparece e desaparece em pretensos receptáculos espaço-temporais, que duram e se estendem.

Por sua vez, as reconstruções que a ignorância-pensamento sobrepõe no lugar do "Isto-Sentir" lembram uma série de fotogramas de uma película cinematográfica ou de TV, constituindo séries.

Todavia, as assim ditas séries-coisas, séries-seres, reconstruídas pelo ego, que convergem e que interdependem, não encerram nada de concreto e verdadeiro. Em termos absolutos, não são reais e sim são intromissões seriadas e inverídicas, como o próprio pensamento o é, não importa se se apresenta pretensamente mágico ou lógico.

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Acrescento mais: se neste mundo objetivado, de mentiras e faz-de-conta, nada tem ESSÊNCIA PRÓPRIA e, por isso mesmo, NADA EXISTE de por Si, a não ser meras formas aparecendo numa simples trama em sucessão.

Ó Deus, que A.B. era essa que sé acidentou por causa de um veículo fatal, próprio de uma vida maluca e corrompida e que a maioria transformou num inferno?

A Adriana-corpo e que aparentemente faleceu não apenas não era constituída de pasta material (órgãos, tecidos, células, átomos etc.) como também não possuía qualquer alma emprestada e personificada. Algo relativo, porém, possuía, sem falar do Espírito-EU, Absoluto, e que anima tudo..

E se A.B., sem essência própria (atômica e anímica), sem fundamentos para poder existir isoladamente, só fazia parte de uma interdependência, de uma engrenagem, de uma convergência de causas e condições psicofísicas, o maldito microônibus cotidiano, que dolorosa e aparentemente a atingiu, era mais vazio do que ela. Esse nunca foi material e tampouco podia se deslocar em alta velocidade. Em princípio era tão-somente empirismo puro, uma sombra ineficaz .

É de se admitir, então, que tanto a pessoa acidentada quanto o veículo eram somente nome-e-forma vazios. Em outros termos, eram realidades cinematográficas tridimensionalizadas, eram halografias ou superposições dos egos-pessoas pensantes. E nisso se incluía tanto a Adriana-ego-corpo, como o seu meio, onde também havia pessoas pensantes.

"ISTO-SENTIR", Espírito-EU-(Adriana) aí, contudo, era e é outra coisa!

A EXISTÊNCIA que o Espírito-EU-(Adriana) representou de modo renovado (e ainda representa) não foi atropelada por nada. Mas foi esse Espírito que, sem sofrer coisa alguma, pelo menos e de modo absolutamente real, suportou uma fatalidade que só aconteceu para aqueles (egos) que ficaram enxergando e pensando.

Meu Deus, que coisa incrível e que força poderosamente maligna tem essa nossa ignorância-ego-pensamento!

Meramente, Sabendo-e-Sentindo, qualquer um Percebe, Conscientiza perfeitamente (Conhecimento Direto) que não há espaço, nem tempo físico, não pode haver movimento físico (deslocamento), não há matéria, não há forças físicas que resultam em impactos, não há

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distâncias, não há acelerações e desacelerações, não há energias cinéticas, não há forças vivas.

Em suma, no mundo do faz-de-conta, não há nada REAL, porque aí nada disso tem essência própria ou EXISTÊNCIA FATUAL. E, no entanto, um lamentável, acidente pareceu ter acontecido, no qual a vida reconhecível da filha que Deus me deu foi sacrificada!

Nada daquilo que o mundo ostenta em termos objetivos — eu, aqui e mundo, lá — é real, nem mesmo reais são estas palavras que utilizo para denunciar o impossível (no fundo, as palavras são fantasmagóricas rainhas que criam e matam outros fantasmas, dizia alguém), e mesmo assim, o impossível pareceu ter se concretizado, num enganador espaço-tempo contínuo.

E de toda essa velhaca pantomima, tragédia teatral, ó filha querida, o que me restou foi apenas o vazio, a saudade imensa, o doloroso concretismo das lágrimas, a angústia e a dor que, enquanto escrevo, me atormentam cruelmente!

Sim, amiga e confidente, isso que te digo, o digo para mim mesmo. Se neste mundo de lamentáveis aparências buscarmos algo REAL, na condição de ego, só nos depararemos com a dor, o desespero, a solidão, a angústia, e que serão tanto maiores quanto mais ego separados nos considerarmos, e serão tanto menores quanto mais rápido à condição de Deus Vivo (ou Consciência-EU) retornarmos.

Meu tesouro, triste é dizê-lo, mas o mal que sentiste ou te fez sofrer no mundo era mais real que a matéria e a alma pensadas que te disseram que possuías.

Em verdade, tudo o que no teu plano (além) e no meu (aquém) acontece são somente boas ou lamentáveis magias.

Os homens só se organizaram para fortalecer círculos mágicos de Poder (ou Campos de Consciência Sensorial). E na luta pelo poder, um círculo de prepotência mágica sempre quer superar e encampar o outro.

Assim são certas religiões, assim é a ciência moderna, e assim é a mesquinha justiça humana que, muito amiúde, só favorece os usurpadores. Isto é, os magos negros mais astutos e ladinos; os que mais conseguem explorar o ato alheio, escravizando os pretensos agentes; e os que de tanto acumular bens à força ou pelo engano e violência tornaram-se imensamente ricos (Poder), como os da anti-humana raça!

Sabe, filha querida, depois que "eu" te incluo em "meus

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devaneios bobos", uma tristeza muito grande invade meu peito. E quando vejo, estou chorando ou senão murmurando velhas canções que me trazem a tua querida lembrança de volta, como esta de Bander Powell e Vinícius de Morais:

"Eu sem você/ não tenho por que/ porque sem você/ não sei chorar./ Sou chama sem luz/ jardim sem luar/ luar sem amor/ amor sem se dar./ Eu sem você/ sou só desamor/ um barco sem mar/ um campo sem flor/ tristeza que vai/ tristeza que vem/ Sem você meu amor/ eu não sou ninguém./ Ai que saudade/ que vontade de ver renascer (tua) vida/ Volta, querida!/ (Minha vida precisa de ti)/ {Tua vida precisa de mim!)/ Estou tão sozinho./ Tenho os olhos cansados de olhar para o além/ Vem ver a vida/ Sem você, (meu anjo), eu não sou ninguém!..."

DAS TREVAS PARA A LUZ Paciencioso leitor amigo, alguma vez já te deparaste com um

filósofo maluco como eu, que só nega e mais nega? Pois é, mas "eu" não nego a Verdade, o Real, Deus Vivo, a

Vida. Só tento anular os véus que a ignorância-ego-pensamento levantou, véus que tentam encobrir a Verdade que Somos e que não é minha nem tua (egos).

"Eu" não sou o senhor da razão. Sou anti-racional, porque a famosa lógica-razão pura só engana o Homem, ou senão o transforma num ser empafiado e prepotente. Não sei se esse não é o meu caso, mas se pareço ser, perdoa-me por essa horrorosa máscara involuntária.

De qualquer modo volto a repetir: “eu" não sou o senhor da razão nem da anti-razão, eu (ego) sequer sou, e o que de FATO SOU não dá para trazer a tona tão facilmente.

Assim que, malgrado toda a confiança que o homem deposita na lógica-razão, ele-(EU) não sabe exatamente o que faz, porque ela é como um véu que só encobre o REAL.

E o âmago da razão é a sua constante contradição e a tendência de sempre bifurcar a Realidade em imagens e conceitos tipo: "é", "não é", "é e não é", "nem é nem não é".

Esse cretino epifenômeno, e que corresponderia ao pensamento cerebral, é inerentemente incapaz de revelar o Real, pois o encara através de lentes deformadoras por ele mesmo criadas, por meio de

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normas conceituais, através de distinções, qualificações, comparações etc. Com tais atitudes, a ignorância-ego-pensamento só divide e distorce o Real.

Para Entender o Real temos que tornar os pensamentos mágicos (do analfabeto) e lógicos (do falso sábio) subalternos.

O Saber-Sentir-Intuir, com muita justiça, é encarado como o esvaziamento da razão, do pensamento, e também como a anulação dos conceitos (e que resultará em Vazio-Pleno).

O Real é o fundamento de toda aparência, e somente quando eliminarmos as vestimentas superficiais que envolvem o REAL, interno e externo, é que nós conseguiremos entender corretamente a Verdade; e não de outro modo.

O homem só poderá Conhecer ou Vivenciar o REAL quando eliminar de sua mente as sagacidades e astúcias que ofuscam seu "EU" ou também Aquele, Aquilo.

E mais, se um homem comum, pensando, se surpreende sofrendo, não importa como tenha decaído, seu aprimoramento espiritual forçosamente sempre rumará da aparência para o REAL, das trevas para a Luz, do falso para o Verdadeiro, e nunca o contrário.

Por isso, o mundo dito material, lá pelas tantas, torna-se nosso inimigo, e nos obriga a que o deixemos de lado e, a modo de dizer, enveredemos em direção à Luz.

Em verdade, nenhuma Consciência-EU se escraviza voluntária e conscientemente à ilusão, por causa de um suposto começo.

Pecando com as palavras, ocorre uma queda aparente quando a Inocência em todos nós (HOMEM) se transforma em ignorância-ego-pensamento e, por meio desta, só num faz-de-conta, passamos a ser "egos", rodeados por um falso meio, que tentaremos possuir ou rechaçar.

Mais adiante, depois de ter se dado tal queda (tempo), ocorre então o choque da desilusão. E em função de tal choque, tornamo-nos reflexivos, meditativos.

O desapontamento, a dor, a limitação, a angústia, o carma, quando se permutam em Dar-se Conta purificador, revelam-nos as aparências em si, e obrigam-nos a que eliminemos esses véus super-ficiais.

Somente essa espécie de Vivência e simplificação interior nos enriquece e nos fornece o verdadeiro Critério da Realidade, do Vazio-

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Pleno, que é "ISTO-SENTIR" não conceituado nem contraditado. O Vazio-Pleno, por sua vez, é Vivência Pura, é "EU SOU"-

Consciência. Tal Vazio-Pleno só equivalerá ao niilismo ou tornar-se-á negativo quando, fora do Aqui e Agora, algum ego pretender ligá-lo ao pensamento e aos seus frutos. Em si mesmo, porém, é Vivência Não-Dual indescritível; é Amor e Compreensão Pura do Absoluto, jamais relacionada.

O Vazio-Pleno não é outra coisa senão o rechaço do julgamento conceitual, do julgamento inferencial, do silogismo e das pretensas infalibilidades da matemática e geometria.

Nunca foi a negação da Vida. É a negação das negações que resulta na mais perfeita afirmação da Vida.

O Vazio-Pleno é a reafirmação do Infinito, do Absoluto, do inexprimível caráter positivo da Verdade ou do Real.

Amigos, em verdade tudo é magia inteligente, portanto, não se fale de causalidade nem de casualidade (acaso).

Tudo o que se acaba determinando desta ou daquela maneira (ciência) e se impõe racional e intelectualmente a nós mesmos ou a terceiros, isso acaba negando a Vida (Autonatureza).

A pretensa causa única (ou a religiosidade monoteísta) e o acaso do materialismo científico, e outras causas mais, reveIam-se obscuras e enredadas para determinar conseqüências ou efeitos coerentes e explicitáveis.

A casualidade que só a ciência admite também absurda e contraditória, e é muito pior... Estaria, pois, na hora de aposentar o capcioso e sutil mecanismo das causas e efeitos (determinismo), que certos cientistas, filósofos e religiosos etc. abraçaram e difundem a título de autopromoção, reforço e envaidecimento (Poder).

Em termos ABSOLUTOS, causas e efeitos ou causas e condições não são nada. E em termos relativos são logros ou só fantasmagóricas palavras, fantasmagóricos cálculos que criam e matam outros fantasmas! Em suma, coisas do pensamento discursivo (raciocínio) e que nenhum valor vital encerram em si.

Curiosamente, causas e condições pensadas e vazias, porém, convergindo, resultam em elos aparentes da dodécupla cadeia, e de todo o resto reconstruído.

Assim que, adaptando a aridez crítica do trecho acima com aquilo que muita me mágoa e me diz respeito, a pancada que A.B.

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aparentemente sofreu, ou o assim reconhecível choque da matéria contra a matéria, não se pode traduzir como uma causa fatal, que redundou no irremediável efeito ou no desencarne de minha filha.

O choque pretensamente físico de um corpo em movimento (veículo) contra outro corpo em movimento (Adriana descuidada), ou essa pretensa concatenação de causas e efeitos, só pode ter-se desenrolado num doloroso faz-de-conta tipo memória-raciocínio-imaginação, e pode ter si até mesmo uma magia negra acrescentada que se desenrolou num enganador espaço-tempo pensado.

Aqui e Agora, contudo, nada podia mover-se, deslocar-se, nada podia chocar-se, nada podia acabar em morte, porque Aqui e Agora não EXISTE Algo ou Alguém que, além de SER, precise ostentar ainda corpos materiais e anímicos, que teriam começado, que estariam durando e um deles teria morrido.

O Aqui e Agora (e por que não?) é uma Novidade Constante, livre do espaço-tempo e livre do pensamento. Aí nada se pode adquirir, possuir e perder.

No Aqui e Agora tudo Fulgura e se Renova. Se aí Alguém pudesse adquirir, possuir e perder corpos, esse, além de já EXISTIR, passaria a existir de outro modo.

Esse perderia sua Autenticidade e se transformaria num fantasma-(ego) engendrando fantasmagorias (mundo).

Já não seria Vida; mas seria algo ou alguém mais (ego) com arremedos de Vida!

O aparente e doloroso atropelamento do corpo de A.B. não é fruto de uma causa única, causa que posteriormente determinou o efeito-morte. Tal acidente aparente – mas mesmo assim doloroso e angustiante – e posterior condutas médico-hospitalares, (às vezes desastradas), só corresponderam à superposição mágica e à convergência de diferentes causas e condições psicofísicas.

Equivaleram a magias negras nefastas, desencadeadas por forças ocultas e malignas (ETs bandidos).

Traduziram também posturas e atitudes inadequadas dos próprios seres encarnados (familiares e médicos; mas mais estes do que aqueles).

Todos atuaram de modo proposital, e fizeram o que podiam, infelizmente piorando a situação... Quando alguém entra em estado precário num hospital de pronto-socorro ou outro similar, o que se pode

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fazer para retirá-lo de lá? Nada... Os médicos colonizam o paciente!... Por isso a medicina não se exime de certas culpas que lhe cabem!...

Como pedir-te desculpas, filha querida, pelas constantes agressões intelectuais que a tua memória está sofrendo, de minha parte, senão através da poesia de uma canção italiana qualquer (Aldo Donati) e que diz: "Avevo una vita davanti a me/ sognavo sempre come un ragazzinol./ Sognavo con ingenuitàl/ le cose inutili/ ma poi con il tempo tutto passa.. 1 gíorni e i mesi/ i mesi e gli anni/ volano via con velocità, / e tu ti accorgi chel/ i sogni no contano niente, / sei diventato grande! / Non c`é nessuno accanto e me, solo il rimpianto che ho di te, / ma sogno sempre come um ragazzino./ 1 sogni miei non hanno età, / son fatia di semplicità, / li porto dentro come una poesia./ Avevo dato tutto a te/ ed oggi il tempo intorno a me tutto ha coperto di malinconia./ Si diventa grande/ non si sogna piú./ Si diventa grande, no si sogna più...”

("Tinha toda uma vida diante de mim, mas eu sempre sonhava como um jovenzinho. Sonhava ingenuamente, coisas inúteis, mas depois com o tempo tudo passou. Os dias e os meses, os meses e os anos voam rápidos e fogem velozmente. E aí, então, tu te apercebes que os sonhos já não valem mais nada, porque cresceste, ficaste adulto. Não há ninguém perto de mim, só as lágrimas rolam, pensando em ti, mas sonho sempre com um jovenzinho. Meus sonhos não têm idade, são feitos de simplicidade, e os trago dentro de mim, como uma poesia. Tudo teria entregue a ti, e hoje o tempo ao meu redor cobriu tudo com melancolia. A gente infelizmente cresce, e deixa de sonhar. A gente infelizmente cresce e não sonha mais!...)

OS ENGANADORES ÁTOMOS, CONSTITUINTES DA MATÉRIA DE UM CORPO VIVO

Amigo que me lês, os outros sempre te disseram que a matéria

do mundo envolvente (ou pasta) é um fato inquestionável e que ela inclusive é constituída de átomos, essas partículas últimas e básicas da matéria.

Todavia, esse é um logro antigo e é uma mentira convincente que resulta no malfadado Poder.

Como até aqui tens visto e como adiante voltarás a ver, a matéria básica de um corpo vivo se decomporia, se desorganizaria e se

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desagregaria com o desencarne do suposto proprietário desse corpo (ego-alma, Espírito-EU).

Mas as partículas atômicas e básicas do corpo, tipo carbono, nitrogênio, oxigênio, sódio, potássio, cálcio etc. continuariam presentes e inalteradas, como se isso fosse de fato possível – e não é, já que isso é contradição.

A verdade é que, ou tudo o que é externo a ti muda a todo o momento, no caso o corpo e o átomo, ou tudo permanece eternamente igual. Uma suposta entidade que não se altera, contudo, é igual à inexistência.

A enganadora matéria básica de qualquer corpo, nesse caso, teria mais que uma propriedade ou característica. Muda devagar, ou senão cresce, amadurece e decai como corpo vivo.

Ou ainda, se decompõe como corpo morto, ou senão persiste feita átomos iguais de um cadáver. Nesse caso então, não teríamos diversas propriedades ou facetas de um mesmo corpo, mas teríamos diversos corpos. Sim, pois um aforismo antigo declara que quando as propriedades de uma coisa ou de um corpo mudam, essa coisa ou corpo torna-se outro corpo, torna-se dois, três, quatro etc. corpos ou coisas. E isso para quem olhar as coisas de outra maneira tem fundamento.

Bem, mas no que me diz respeito, a ciência médica, entre outros fatores, alegou que o corpo de A.B. faleceu por nele terem ocorrido gravíssimos desequilíbrios eletrolíticos, os quais estariam ligados à pretensa constituição atômica de tal corpo. Teríamos tido, então, perda de sódio, potássio, cálcio, de C02 (gás carbônico), de 02 (gás de oxigênio), HC03 (ácido carbônico) etc. além de acidose, alcalose, desidratação corporal, decomposição celular, molecular, envenenamento ou aumentos de catabólitos etc.

Todavia, convém enfatizar outra vez que o átomo é apenas uma criação do pensamento humano. Foram Demócrito e Leucipo, gregos antigos gregos os que começaram a especular a respeito do átomo.

Em verdade, o átomo é uma extrojeção de um ego-mente desatento e ganancioso (Poder).

Malgrado ele aparecer só de modo indiretíssimo, e malgrado os nefastos efeitos ao átomo atribuídos, por causa de suas ficção e fusão, e que podem se fazer presentes até entre os homens, o átomo é uma falácia e ele pode ser desmentido de inúmeras maneiras.

Sua explosão é o pior fruto que mentes egocêntricas e nefastas,

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juntamente com a execução de atos malignos, podiam ter engendrado. Primeiramente, o átomo nunca faz parte de uma Vivência. É

sempre pressuposto, inferido, induzido pelo pensamento e pela execução do ato intencional.

Nunca está presente num Conhecimento Direto, numa Comunhão Primordial, "ISTO-SENTIR", mas só parece ficar objetivado num conhecimento indiretíssimo, onde uma falsa pessoa pensante, aqui, sutilmente extrojeta uma terrível calamidade (átomo) micro-objetivada, lá, calamidade essa que, em essência, é idêntica a tal pessoa. Senão é verdade, que a física quântico-ondulatória dê o seu testemunho.

A pretensa constatação indiretíssima – ou seja, só pensar, fazer alguma coisa e enxergar – e a corroboração do átomo objetivado é sempre induzida. Em verdade, nada se corrobora em si, mas apenas se executa o ato intencional, que acaba transformando-se em presença ou na fantasmagórica objetividade chamada átomo e depois na dolorosa bomba que explode.

Da pretensa corroboração das pequeníssimas partes da Vida – as quais em verdade são só extrojeção mental e sobreposição objetiva – a caro custo os olhos humanos participam. Os demais órgãos ditos sensoriais estão ausentes. E, como já vimos, quanto menos órgãos sensoriais participarem de uma suposta impressão sensorial e percepção, ligada a determinada coisa (átomo), mais pensada ou menos factível tal objetividade será.

O corpo vivo, dizem os Sábios, é impermanente e insubstancial; é somente nome-e-forma. Ou seja, é um espaço modificado, um lugar especial; ou melhor, é um "ISTO" que parece decair à condição de espaço físico e que finalmente fica preenchido com a presença de uma forma.

Como já foi dito, o tempo e o espaço físico em si inexistem. A forma em si e o espaço são a mesma coisa ou têm a mesma

natureza. Portanto, não há qualquer espaço físico que, feito um

receptáculo, conteria um corpo ou uma forma. Se o espaço fosse de fato um receptáculo, ele poderia então

conter a forma-corpo. E dentro desta forma haveria outros espaços para que neles pretensamente coubessem os órgãos, os tecidos, as células, as organelas, as macromoléculas, os átomos, os nucléons, os elétrons e o escambau (diabo que os carregue).

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Mas aquele espaço que se transmuta em forma é exatamente tudo o que se pode ter, Aqui e Agora.

Tal forma ou Todo, em termos extremados, não pode conter partes em sim mesma, como já se salientou.

O corpo que, quem sabe, é o próprio Absoluto em Manifestação é um Todo perfeito; e por que não, um “monobloco” de Vitalidade.

As pretensas partes, principalmente as que não aparecem com facilidade, são outros “monoblocos”, forjados e superpostos em outros momentos.

Ou senão são outras Vidas, outros Todos, outras vivências. Se Aqui e Agora o espaço se modifica para resultar numa

Forma-Todo, essa Forma-Todo, intimamente, não pode voltar a se modificar para resultar em órgãos internos e albergá-los. .

A forma-Todo não encerra outras formas-Todo. Ou é um Todo arquetípico ou é uma parte diferente. Num

momento de Manifestação um Todo é só um Todo. Em outro Agora ele se permuta em outro Todo, que a ignorância-ego-pensamento poderá encarar como uma parte diferente da forma-Todo..

Se efetivamente coubesse a mistura entre o Todo e a parte, primeiramente teríamos uma forma ou um espaço alterado, que outra vez se modifica para conter as formas-órgãos. Estes, por sua vez, se modificariam outra vez para conter a forma-tecido, que, por sua vez, se modificaria de novo para conter as formas-células. Estas, por sua vez, se modificariam de novo para conter as formas-organelas, que, por sua vez, se modificariam de novo para conter as formas-macromoleculares, que por sua vez se modificariam outra vez para conter as formas-moléculas, que por sua vez se modificariam de novo para conter as formas-átomos, que por sua vez se modificariam de novo para conter as formas-nucleônicas, formas-eletrônicas, e desse modo, num persistir absurdo, recuar até o menos infinito, que é a mentira suprema, sempre superposta.

Só que um espaço permutado em Forma-Corpo já é um Todo completo sem partes.

E as partes que pretensamente aparecem depois, mormente num outro nível visual, são outras formas-todo, mas desta feita forjadas recentemente.

A forma-corpo é um engendramento antigo. O espaço modificado em corpo-todo tem maior probabilidade de ser autêntico,

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fatual, que um espaço modificado em órgão-todo. E este é bem mais fatual que um tecido-todo, que uma célula-todo, que organelas-todo, que macromoléculas-todo, que átomo-todo.

Quanto mais se recua na pretensa micro-objetividade material, mais enganadora e aparente ela vai ficando. De todo esse recuo, o átomo é a pior das calamidades a favorecer o poder maligno de alguns. E quanto estrago o átomo parece suscitar!

O interior e o exterior de qualquer Forma-Todo viva talvez seja somente Vitalidade Primeva (ou "prana-shakti", orgônio etc.), que se nos apresenta como SANGUE. Mas em casos excepcionais, se transmuta também em ectoplasma, que é aquela exsudação densificada, serpentina e inteligente que certos médiuns liberam, e vai que facilitar as materializações espirituais.

Por isso que as desmaterializações e rematerializações, abduções e transportes do corpo vivo ocorrem de fato — principalmente com os jovens — malgrado o escândalo da ciência médica e da ciência em geral. (ver para tal as narrativas espíritas, espiritualistas, paranormais etc.).

A forma-nome, não importa o que ela possa representar, muda constantemente. De momento a momento é sempre outra.

Se durasse bastante, ou durasse do modo como o átomo enganador parece durar, exatamente por durar, a forma-nome seria eterna e simplesmente não existiria.

Tudo o que dura ou persiste ao longo dos três tempos, isso simplesmente inexiste em si, malgrado um fantasma pensado aparecer e persistir para um observador pensante.

Cuidado, a coisa-lugar que muda de local (espaço) também muda de natureza. A forma-todo, como vimos, é um lugar, é espaço modificado.

Sendo forma-lugar ou espaço, a coisa então não se desloca no espaço. Poderá mover-se em si mesma, como o fogo que, não saindo do lugar, sua chama parece dançar.

Nada se desloca em termos físicos, simplesmente porque o espaço físico não existe. Tampouco há um tempo físico que o pretenso corpo móvel haverá de gastar.

Qualquer mudança de lugar da Forma-Todo simplesmente corresponde ao surgimento de outra Forma-Todo.

AqueIa pretensa Forma-Todo que aparentemente abandonou

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determinado local, para ocupar outro, em verdade apenas fulgurou. Isto é, apareceu Aqui, se renovou e voltou a aparecer em outro

Aqui, e reapareceu num Aqui seguinte, e assim por diante. Ou senão foi mudando de momento a momento. O movimento do corpo em si, os movimentos dos órgãos, dos

tecidos, das células, das organelas, das macromoléculas, das moléculas, dos átomos, dos nucléons, dos elétrons, num espaço comum, não se dão e são uma grande mentira.

O pretenso movimento físico é somente falso espaço em modificação, e falsas coisas permutando-se umas nas outras.

Todas essas supostas presenças físicas com pretensos movimentos físicos apenas se dão num perfeito faz-de-conta, em que o sujeito, aqui, e o objeto, lá, nunca deixam de interdepender.

O espectador ou a pessoa pensante projeta seu próprio palco pensado, onde as coisas inertes e os deslocamentos parecem se ocorrer, na medida em que a pessoa pense que estejam se dando.

Tudo é insubstancial e impermanente; e é por isso, então, que o logro do átomo, da molécula, da célula etc., se faz presente em termos objetivos.

E se tudo é insubstancial e impermanente, qualquer pessoa pensante e ladina, graças à Lei da Geração Condicionada, pode acabar engendrando e vendo o fantasmagórico átomo à sua frente, tornando-o presente por meio de aparelhos que "atuam" como a ego-pessoa quer (Poder).

Tudo obedece ao "Isto sendo, em pensamento, aquilo (átomo) aparece, se objetiva, se sobrepõe, se para tal se executar o ato intencional de modo muito especial..."

O cientista antigo e moderno, para explicar o inexplicável (Vida), ou seja, para fundamentar toda essa fantasmagoria chamada (falsa) vida, (falsa) morte, mundo material externo, teve que inventar átomos e elétrons, e depois endeusá-los.

Ademais, transferiu para o pretenso nível atômico e eletrônico — espaços modificados dentro de espaços já modificados — movimentos e acelerações de partículas que são simplesmente impossíveis.

Para um cientista, fenômeno físico-químico é sempre sinônimo de combinações e repulsões de elétrons, e nada mais. Os fan-tasmagóricos núcleos dos átomos não participam da fenomenologia

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cotidiana e científica, a qual também traduziria a presença do nosso mundo “material”.

Os núcleos dos átomos, portanto, não participam da pretensa constituição material da objetividade reconhecível. Só a hipotética presença dos fantasmagóricos elétrons traduziria toda a fenomenologia científica de nosso mundo material cotidiano.

Tudo o que se fala a respeito do átomo visto pela ciência, tudo o que dele se acredita conhecer, decorre de induções e deduções intelectuais. Em tal conhecimento indiretíssimo, apenas intervêm o raciocínio, a inferência, a memória, a imaginação, os olhos viciados, os cálculos matemáticos, a instrumentação laboratorial. Tudo isso sempre depende do ego-pensamento, o qual vai reforçar e fundamentar o óbvio, previamente engendrado.

Em suma, toda essa concatenação lógico-racional, aliada a um agir propositado, só serve para consubstanciar aparências convenientes a alguns (Poder).

Fora o enxergar enganador, os demais sentidos não participam da falsa percepção do pretenso átomo objetivado, e eles muito menos participam da hipotética constatação instrumental e comprovação laboratorial do átomo.

Para a ciência, a “substância material” do corpo-Adriana, sua permanência no espaço e no tempo, seu nascimento, duração e fim, teriam sido somente uma coisa: um simples jogo casual, e um saltitar de elétrons, de lá para cá e de cá para lá...

E foi exatamente no fantasmagórico e infinitamente pequeno (elétron) que a enganadora sombra, de possibilidades infinitas (ou a ignorância-ego-pensamento), concentrou todas as suas artimanhas de reforço, tipo continuidade, falsa permanência ou imortalidade, mimetismo, fuga, Poder etc. E enquanto persistir fortemente um fantasma externo e pensado, não importa em que mentiroso nível objetivado ele se esconder, seu igual, o ego-pensamento subjetivo, a falsa persona pensante, subsistirá incólume, enganando, roubando, mentindo e matando a Vida-Consciência ou o "EU SOU" que já somos.

A concepção científica do átomo é uma calamidade sem par que infesta todo e qualquer conhecimento indireto e indiretíssimo, relacio-nado à objetividade, seja esta um dado particular, um todo constituído de partes, ou seja um dado universal.

Aí sempre temos uma pretensa matéria com suas qualidades,

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propriedades, atributos supostamente dependentes de fantasmagóricos átomos, e se não do átomo, da energia física, que seria uma hipotética permutação do átomo permanente em energia física permanente, e vice-versa.

A propósito ainda de átomos, moléculas, células etc., é bom ter em mente que a memória em nós não é o conhecimento daquilo que Aqui e Agora Existe, senão do que existiu, ou melhor, daquilo que já apareceu, se objetivou e sumiu.

A imaginação preventiva, de sua parte, não é conhecimento do que de fato Existe, Aqui e Agora, senão daquilo que poderá existir, ou senão também daquilo que existiria "se", daquilo que apareceria "se".

Portanto, os pretensos objetos subjetivos da memória e da imaginação preventiva são construções psicológicas que podem se extrojetar como se átomos fossem; a modo de dizer, se objetivam sobre o "ISTO" Atual.

Tais intromissões da memória-imaginação, portanto, nunca são e foram objetos reais (ou "Isto"), mas sim são sombras encobrindo o REAL.

Certos materialistas renitentes costumam dizer que "tela" e "brancura" são condições da própria objetividade, que podem coexistir e que o desaparecimento da condição "brancura" não implica o desaparecimento da condição "tela".

O prevalecimento da "brancura" seria garantido pelo movimento dos elétrons e a permanência da tela pela presença dos nucléons.

Mas aí se a condição "tela" (material), ou a presença de qualquer outro objeto material, persistir em somente dois momentos, sua permanência bastará para garantir-lhe a eternidade imutável, e que equivalerá também à inexistência absoluta da coisa.

As aparências objetivadas ou são impermanentes, como tudo, aliás, ou são falsamente eternas.

Em tais coisas ditas materiais (ou objetivações) não podem dar-se um terceiro modo de subsistir, com começo, meio e fim. E se se der, isso só será superposição da ignorância-ego-pensamento.

E por incrível que pareça, a ciência conseguiu sacramentar e enaltecer o terceiro modo.

Por força de expressão, criticamos a ciência, mas em verdade estamos criticando o pensamento lógico-racional de certos cientistas...

Para eles, então, num nível em que prevalece a sensorialidade

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comum, com sua possibilidade de reconhecer uma pedra, um tijolo, um carvão etc., a coisa seria permanente e sempre igual, enquanto durasse. Só que essa mesma coisa, em seu pretenso subnível atômico-eletrônico, seria mutável e impermanente, mas também só no que diz respeito à troca de elétrons (inalterados) e à combinação de átomos (inalterados).

Contudo, nada é exatamente assim. A verdade é que entre o reconhecimento de permanência da

coisa cotidiana e normoscópica — reconhecimento esse que não passa de uma mera impressão e convicção — e a percepção enganadora dos demais níveis – os quais "recuariam" até a natureza atômica, eletrônica etc. (microscopia) – foram acrescentadas milhares de imagens fúteis, milhares de conceitos falaciosos, milhares de falsas evidências, de pseudo provas, de infinitas inverdades e enganos.

Em suma, nesses acréscimos só se fizeram presentes as extrojeções de uma mente condicionada, ou os frutos do mal pensar e do atuar intencional do homem científico.

E esses frutos, a Lei da Geração Condicionada concatena e organiza para fortalecer o Poder da ignorância-ego-pensamento.

Sem que sua Inteligência se apercebesse, o Homem-EU deixou que o pretenso objeto material, em todos os seus enfoques e supostos níveis, se tornasse tão fantasmagoricamente poderoso, complexo e permanente quão "permanente" sempre pretendeu ser o ego-pensamento nesse mesmo Homem, nunca o sendo, porém.

E mais, alguns médicos diriam que o objeto passado (memória), ou um pretenso corpo orgânico, subsiste inclusive como dado presente e de outro modo, numa hipotética continuidade material do ontem para o hoje. Evidentemente, tal pressuposição é sustentada principalmente pelos que optam pela idéia ou pela concepção atômica das coisas.

Esse pretenso dado objetivo então, mesmo que em sua constatação comum e cotidiana não continue tal e qual, para os cientistas, ele se reorganizaria de modo aproximado em seu pretenso nível atômico e desse modo viria persistindo dos infinitos ontem até o momento presente (Agora).

Tal pretensa continuidade nos permitiria então que conhecêssemos o objeto tal e qual.

Para os realistas superficiais, esses argumentos ligados a um modo de pretensamente conhecer (em verdade sempre reconhecer) equivaleriam ao conhecimento de um objeto real, que vem do passado,

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se situaria no momento presente e continuaria no futuro. Mas esses argumentos carecem de validade e autenticidade,

primeiro porque o conhecimento que a memória fornece do hipotético objeto passado não é uma visão e uma descrição do objeto passado em sua pretensa organização atômica presente, e sim é uma visão e descrição do (falso) objeto em sua suposta organização passada.

Trata-se, portanto, de um conhecimento discursivo ligado a um objeto da memória, e que agora em verdade inexiste, isto sem levar em conta todas as contradições que a concepção atômico-material levanta, como, em parte, já vimos.

Em segundo lugar, porque o argumento do reconhecimento, e que aparentemente tanta força dá à fantasmagórica permanência do sujeito pensante e do objeto pensado (átomo), não prova nem a existência-permanência da pessoa nem a do objeto.

E se temos essa impressão de duração de algo que vem do ontem e persiste hoje, é porque algo (ego-mente) atrás de tal impressão tem interesse em que tal impressão vingue.

Terceiro, porque os átomos ou os elétrons da pretensa coisa nunca disseram nada por si mesmos. Foi sempre o pensamento humano quem falou por eles, forjando-os a priori, a partir da ignorância-ego-pensamento, resultando, às vezes, até numa explosão atômica projetada adiante (Poder), a qual, finalmente, constituiu-se na maior explosão de ignorância, maldade e extremismo que jamais houve.

De mais a mais, a constante reestruturação ou reorganização pretensamente ininterrupta do nível atômico, e que se estenderia do tempo passado até o momento presente, (senão essa, a reestruturação do nível molecular, do nível cristalino, nível celular, tecidual etc.) é sem qualquer dúvida apenas uma descrição forjada pela memória-imaginação, atrás da qual memória só há fantasmagorias.

Não é algo que de fato ocorre no "ISTO" em Si, e sequer ocorre na objetividade presentemente reconstruída.

E se a reorganização do nível atômico não ocorre, porque o átomo não existe, a reestruturação da pretensa objetividade, em última instância, poderia dar-se de outras maneiras, e por que não?

Já não estaríamos mais diante de perigosos átomos persistentes, ou de uma pasta-material absoluta, mas sim só estaríamos diante de relatividades reconstruídas ou de interdependências pensantes-pensadas, que mudam constantemente, e que nunca foram tão perigosas assim..

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Um pretenso átomo redutível da ciência moderna, agora se subdividindo até o infinito (naturalmente, graças ao cientista observador-pensante), não permitiria nem o aparecimento nem o desaparecimento de coisa alguma, de tão complexo e confuso que ele se se tornou, ou se nos apresenta.

Nem mesmo se no hipotético nível atômico interferisse um deus-persona objetivado, ultraprevidente, capaz, sábio e infinitamente poderoso, poderia ele manipular e dirigir tal átomo em si, e muito menos o dirigiria em suas supostas combinações, as moléculas, os cristais, as células etc. E se um "Ele", demiurgo e deus-fantoche, não poderia ativar e orientar tal átomo (e com ele todas as demais e hipotéticas combinações — infinitude), muito menos poderiam interferir o acaso científico e as fórmulas físico-químico-matemáticas, como muitos partidários da ciência alegam.

A MAGIA NEGRA E OS ÁTOMOS, OU O PENSAMENTO E O ATO INTENCIONAL)

Mas insistindo um pouco mais a respeito do mesmo tema, é bom

que se saiba que se os átomos e seus níveis eletrônicos e nucleônicos existissem, e se tudo dependesse somente deles, não poderia haver nem Vida, nem ações contaminadas, nem amadurecimento das ações, nem conseqüências cármicas, nem a supressão da dor e da limitação, nem a superação da vida condicionada, nem a Realização, a Iluminação e Libertação do Homem!

As visões microscópicas, com seus pretensos corpos infinitesimais, com seus micromovimentos, microespaços e seus nano-segundos são magia negra, e por que não? São totalmente inverídicas em si mesmas.

Não passam de engendramentos pensados, maculando, quiçá, um VAZIO-PLENO Primordial. São pensamentos fúteis e objetivados que roubam Vitalidade do SENTIR-INTUIR-ENTENDER e do ATO PURO, feito Homem!

Depois (tempo), tais pensamentos se extrojetam e resultam em fantasmagorias sobrepostas, tipo átomo, ou então em terríveis magias negras tipo explosões nucleares (Poder).

E em consonância com a Lei da Contradição e repetindo, é bom

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enfatizar também que toda vez que determinada coisa pretensamente permanente manifestar em si mesma qualidades ou propriedades contraditórias (exemplo, um átomo sempre igual constituído de nucléons positivos e de elétrons periféricos negativos), seja esta coisa um objeto da visão cotidiana, seja uma célula, uma molécula, um átomo, tal coisa torna-se outra. Ou também, uma coisa torna-se outra quando determinadas propriedades cedem lugar a outras, ou ainda quando outros momentos existenciais feito coisas reconstruídas tornam-se proeminentes. (O pretenso átomo "x", ao formar a suposta molécula "y", não conservaria sua natureza original). E haverá maior contradição do que o encontro e fusão das pretensas naturezas e propriedades dos elétrons, prótons, nêutrons, mésons etc., pretensamente presentes na coroa e núcleo atômico?

Uma coisa também passa a ser outra quando supostamente muda sua posição, ou muda de espaço, de lugar, como, aliás, já se salientou.

Coisa mergulhada no espaço é uma ilusão total. Tal coisa inclusive já estaria sempre e naturalmente mudando a

todo o momento, feita outro tempo vital, feita outro espaço. A pretensa coisa objetivada, seja num nível de percepção

cotidiana condicionada, seja num enganador nível atômico, seria só uma densificação de AQUI. O espaço dito físico é uma deturpação intelectual do "AQUI".

De mais a mais, não há pasta material à parte ou separada de suas pretensas propriedades e qualidades organolépticas. Estas a ignorância-ego-pensamento primeiro as inventa e depois intelecto reconhecedor as recolhe como dados materiais sensibilizadores.

As falsas qualidades e propriedades organolépticas e inclusive a enganadora matéria pensada interdependem com a pessoa pensante.

Não haveria também qualidades reconhecíveis, nem pretensas propriedades físico-químicas à parte de aquilo que mal se Sente, no tempo, mal Sentir esse que finalmente é só pensar e reconhecer.

E estas duas últimas negações nos permitem formular uma terceira: não há pasta material à parte do que se Sente, Aqui e Agora. Pessoa pensante e matéria pensada interdependem, e tomadas isoladamente não são absolutamente nada.

O Sentir Puro ou o verdadeiro Saber nunca se preocupou em extrair a pasta material do "ISTO" Primordial, ou senão em assentá-Ia

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como um dado objetivo inquestionável, constituído de átomos. Quem acreditou ter feito isso foi o ego-pensamento humano enganador.

Em realidade o átomo é um verdadeiro saco sem fundo, uma cartola mágica (magia negra) de onde, graças à execução do ato intencional altamente sofisticado dos cientistas e médicos – degeneração do ATO PURO, como já se viu – só saltam fora contradições, absurdos infinitos e empirismos dolorosos.

E essa remotíssima objetivação de aparências transformada em níveis atômicos, mais que qualquer outra coisa refeita, está regida pela Lei da Geração Condicionada, (e também pela Lei da Interdependência). O enunciado da primeira Lei é: "Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, se objetiva, se concretiza, se para tal se executar o Ato Intencional. Isto não sendo pensado, aquilo não aparece, porque também nada se faz para que apareça.”

A Lei da Interdependência tem sua própria motivação: “Sou eu (ego) que te vejo (ó objeto danado – átomo), e vendo-te, me vejo, (porque eu e tu somos um), e vendo-me, te faço, (pois passo a atuar propositadamente para me apropriar de ti).”

Essas forjações (átomos, moléculas, células etc) são iguais aos frutos de uma cartola mágica, porque a Verdadeira Natureza em Si – e até mesmo a natureza reconstruída pelo pensamento – é um Vazio-Pleno, que, em sua condição de Trevas Exteriores ou Samsara, a ignorância-ego-pensamento aparentemente preencheu de fantasmagorias objetivadas e pretensamente energético-materiais, das quais a ciência, com seu método experimental é pródiga em forjar.

Desde a sua criação, digamos século XVI-XVII em diante, a ciência moderna não tem feito outra coisa senão que “descobrir” e mais “descobrir” segredos da natureza, como se isso fosse possível.

Em verdade, na Natureza nada foi criado, nem pelo deus-persona das religiões, nem pelo deus acaso da ciência. E se nada foi criado – e sim Aqui e Agora tudo se Manifesta num Vazio-Pleno novo e Moldável – então o cientista em verdade não “descobre” e sim engendra, a partir de seu vazio-pleno decaído e particular. (Trevas Exteriores).

E a ciência tanto engendrou, tanto mexeu, tanto mal pensou e executou o ato intencional que acabou “descobrindo” ou forjando o átomo moderno, a partir das antigas concepções (pensamentos) de Demócrito e Leucipo

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O curioso é que para a natureza do pretenso núcleo atômico, sempre se achou que vingasse a Lei de Einstein, com sua hipotética e remotíssima permutação da massa em energia, e vice-versa. E agora vingaria inclusive a pretensa Lei do Campo Unificado, de Stephen Hawking. E, no entanto, nisso que chamam átomo, nunca houve massa-energia ou pasta material, mas só frutos do pensamento interferente.

Assim que essa idéia pura ou ignorância-ego-pensamento, transformada em fórmulas físico-matemáticas, graças à execução do malfadado ato intencional (Poder), desgraçadamente resultou em ex-plosões atômicas, em lamentáveis destruições, em contaminações sem fim, em poluições e em doenças sem conta. E isso, minha gente, é só magia negra, da mais nefasta que se possa imaginar!

O corpo de A.B. que aparentemente faleceu era em verdade apenas uma Forma-Nome-Todo, saturada de orgônio, de prana-sangue. Era somente um Vazio-Pleno que num determinado momento sofreu um golpe velhaco, desfechado por forças obscuras e não por um microônibus.

A acidose, alcalose, desidratação, decomposições celulares, macromoleculares, moleculares, atômicas, envenenamentos, aumentos de catabólitos etc. não ocorreram em termos absolutos, porque nada disso existia ou era absolutamente verdadeiro em tal corpo. E tampouco houve perda de sódio, potássio, cálcio, C02, de 02, de HC03 etc., ou aumento de glicose sangüínea, de lipídios, amilases etc. porque nenhum desses elementos químico-atômicos existe de verdade; só aparecem para certos doutores habituados a pensar neles e a agir em conformidade...

A partir de um doloroso acontecimento, provavelmente provocado, apenas prevaleceu a liberação de um conjunto de prejuízos médicos e de idéias estapafúrdias que, graças à execução do ato intencional, resultaram em enganadoras presenças (exames) e em agonias objetivadas. E estas evidências aparentemente negativas, para os que assim pensavam, só podiam redundar finalmente em desenlace de um corpo, como aparentemente resultou.

Para desgraça nossa, a ciência médica só pensa desse modo. O desconhecimento da Simples Verdade e a perigosa complicação intelectual de alguns médicos, pondo em funcionamento a Lei da Geração Condicionada, devem ter ajudado para que o lamentável fatalismo prevalecesse, malgrado todas as apreensões contrárias do próprio Espírito-EU-(Adriana) e de seus familiares.

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Minha pobre menina, que terrível morbidez a minha de misturar a doce lembrança da tua presença com as ásperas mentiras da natureza atômica! Onde já se viu!?

Mas é que, como disse antes, a concepção do átomo e a pretensão humana de vê-lo na falsa objetividade do meio ambiente, corroborando-o, são uma calamidade sem par que infesta todo e qualquer conhecimento e desvirtua todo e qualquer diagnóstico e terapia, correta e plausível. Quantos seres humanos não terão sido sacrificados em medicina por causa de um excessivo endeusamento da teoria atômica, molecular e celular?

E como antes já disse também, o átomo é uma verdadeira cartola mágica. É um saco sem fundo de onde, graças à execução do ato intencional, certos médicos arrancam absurdos fisiológicos, normalidades e anormalidades laboratoriais, contradições sem fim, dolorosos empirismos e mentirosas conclusões definitivas.

Tudo isso, quem sabe, filha adorada, pode ter contribuído para que o desenlace de teu corpo aparente se tornasse um caminho sem volta. E se tal aconteceu para ti, também deve ter acontecido para outros pacientes mais e, lamentavelmente, continua acontecendo.

Não te parece, meu tesouro, que essa visão atômico-molecular e celular das coisas deveria ser questionada e posta em quarentena, no que de prejudicial possa encerrar? Até quando uma ilusão bem estruturada e fundamentada — e que por isso mesmo não deixa de ser uma ilusão — haverá de prevalecer, tomando-se mais importante que a própria Vida em Si?

Só porque a desgraçada lógica-razão arrotou argumentos de certeza, na ocasião de tua hospitalização, nem um pingo de intuição pôde prevalecer, e "eu" nem me rebelei, sendo médico e estando presente.

Não obstante isso, não me parecia justo que os médicos que te atendiam te encarassem apenas como se fosses um saco de átomos, moléculas e células e, em função desse enxergar-reconhecer, pautassem toda uma conduta salvacionista.

Como médico que sou, não me lembro de ter atuado assim! Quando eles assim atuavam em relação a ti, para os meus próprios botões "eu" supunha que nada de ruim poderia te acontecer, afinal o pior já tinha acontecido. Mal me limitava a fazer algumas "simpatias" e preces inofensivas.

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Quando do acidente e hospitalizações sequer havia suspeitado de uma possível (e talvez remota) abdução de corpo e troca por um clone. As complicações que foste apresentando não poderiam estar traduzindo a presença de teu corpo original, mas apenas a presença de um clone que estava destinado a se apagar, anular.

Agora que te foste, concluí que fui demasiado complacente, como, aliás, por ignorância, todos os homens continuam a ser e costumam ser. A ignorância-ego-pensamento em todos nós é um monstro sem par! E o que fizeram contra ti, sem se dar conta disso, o continuarão fazendo contra outros!

Bom seria se se pusesse um basta nisso tudo! Mas a Boa Comunicação (e com ela a denúncia), infelizmente, depende de usur-padores intermediários e, por isso mesmo, ela está nas mãos dos nefastos daqui mesmo, alguns poucos da anti-humana raça. E estes só deixam vir à tona o que eles e aos "seus compadres" do outro lado convém!

Tu aí e "eu" aqui, filha querida, conseguiremos um dia superar as barreiras que os manipuladores da falsa fatalidade levantaram? Anularemos os impedimentos? Não sei.

Não convém se iludir, mas também não se deve desistir. Algo tem que ser feito e entendido melhor, e o ATO PURO precisaria voltar a se Manifestar Naturalmente!...

Enquanto isso, por meio da poesia imortal de Pabio Neruda, fico imaginando coisas, como: "Alli está el mar./ Bajo de noche, y te oigo venir volando/ bajo el mar sin nadie,/ bajo el mar que me habita,/ oscurecido; vienes volando./ Vienes volando, sola, solitaria,/ sola entre muertos,/ para siempre sola,/ vienes volando sin sombra y sin nombre,/ sin azucar, sin boca, sin rosales, vienes volando./ Bajo Ias tumbas, bajo Ias cenizas,/ bajo los caracoles congelados,/ bajo Ias últimas aguas terrestres, vienes volando./ Sobre tu cementerio sin paredes, / donde los marineros se extravian, / mientras Ia lluvia de tu muerte cae, vienes volando./ Mientras Ia lluvia de tus dedos cae, mientras Ia lluvia de tus huesos cae, mientras tu médula y tu risa caen, vienes volandol!/ Sobre Ias piedras en que te derretes,/ corrigindo, invierno abajo, tiempo abajo,/ mientras tu corazón desciende en gotas,/ vienes volando./ No, estás alli, rodeada de cemento,/ y negros corazones de notarios,/ y enfurecidos huesos de ginetes,/ vienes volando./ No es verdad tanta sombra persiguiéndote,/ no es verdad tantas golondrinas muertas,/ tanta región

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oscura con lamentos,/ vienes volando./ Hay ron, tu y yo, y mi alma donde Iloro/ y vadie y nada sino una escalera/ de peldaños quebrados y un paragua,/ vienes volando!..." (No fim do livro está a tradução deste poema).

PARA QUE TANTA REGIÃO ESCURA E LAMENTOS? Como acabamos de ver, o magnífico poeta Pablo Neruda

imaginou a sua bem amada falecida, e que mesmo assim superando o impossível, “vinha voando” para se reencontrar com ele.

Bem, mas afinal de contas, o que acontece com o homem criança, jovem, maduro, velho, quando morre? Anula-se ou sobrevive de alguma maneira?

A visão científica das coisas, com seu materialismo e niilismo exacerbado nós faz pensar que todos nós não passamos de simples lâmpadas elétricas, e que quando se desliga a corrente elétrica, tudo se apaga, tudo se anula.

Assim se anularia esse epifenômeno biológico chamado ego cerebral ou consciência bioquímica.

Os senhores da ciência transformaram o corpo vivo num saco sem fundo, entupido de futilidades, ou saturado de estúpidos átomos, moléculas, macromoléculas, enzimas, peptídeos, células, organelas núcleos celulares, cromossomas, genes, genomas, hemácias, linfócitos, tecidos, órgãos e o escambau (ou o diabo que os carregue).

Dizem que quando tudo isso entra em curto circuito ou em colapso, a vida no corpo não pode continuar.

E eles, tão sábios – ignorando a força um princípio espiritual superior – só porque eles tinham raiva da Bíblia e do cristianismo organizado, com razões – e que estivesse presente no próprio corpo, não foram capazes de nos mostrar, finalmente, qual maestro é esse que dirige a orquestra da vida, presente num corpo, e que palpita, que respira, que sente, que pensa, que tem sentimentos e que se move.

Eles poderiam alegar que a vida, finalmente, é igual à homeostasia ou ao equilíbrio das forças físico-químicas e bioquímicas do corpo.

E que quando esse equilíbrio se rompe, a vida se ausenta. Volta

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para o nada de onde saiu. Ora, digo eu, por que esses materialistas-niilistas das ciências

biológicas não vão a “pqp”? Toda boa filosofia espiritual e boa religião, há milhares de anos,

informam que o corpo do homem tem três aspectos. Isto é, seria constituída por um corpo denso (ou carnal), por um corpo sutil (ou corpo astral, periespiritual, alma-ego etc.) e por um corpo causal (e que é a fronteira entre o EU SOU, Absoluto, e os dois outros corpos relativos e manifestos).

A ciência médica, conforme já deu para ver até aqui, reduziu o corpo à condição de máquina, de “cadinho de ensaio”, dentro do qual ocorrem, de modo harmônico, infinitas reações físico-químicas. Mas é isso possível? Onde está o diretor da orquestra?

As tradições em geral incutiram no espírito do homem as teses mais absurdas e contraditórias possíveis, a respeito do pós-morte, todas elas simplesmente suscitando passividade e medo no homem.

O catlicismo e cristianismo organizado – e não Jesus – alega que a alma do homem se desprende com a morte e, conforme o que plantou ao longo da vida, vai parar ou no paraíso, ou no purgatório ou no inferno.

Certos cristãos protestantes alegam que a alma, transferindo-se para o além, entra num sono profundo, aguardando o “fim dos tempos e o juízo final” (Parúsia), quando Jesus então voltará para julgar os vivos e mortos, destinando-os ou para o paraíso insosso do cristianismo, e que Jesus nunca prometeu a ninguém, ou para o inferno, onde ficarão se abrasando eternamente.

Os hinduístas apontam para diversos planos de vida no mais além (Bramalokas), aonde o justo vai, antes de encarnar outra vez, ou senão também falaram de infernos temporários, onde o “atman” fica preso, até que se dê o retorno encarnatório da atman ou da alma. .

Os sábios tibetanos foram os que melhor estudaram e entenderam o acontece após a morte. Sabem das vidas sucessivas e conhecem o caminho que conduz ao Nirvana ou algo parecido. Inclusive, alguns bons religiosos tibetanos, antigamente deixavam de lado seu próprio corpo denso, e se desdobravam em corpo astral e iam orientar e ajudar o espírito do recém desencarnado para que enveredasse no caminho certo da Luz. E não era qualquer caminho luminoso o que servia. Pois muitas sendas enganadoras e bem iluminadas existiam no

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além, e que, se enveredadas, acabavam transviando ainda mais a pobre alma do falecido.

Os monges budistas também tentavam evitar que o crente fiel, ao morrer, não decaísse ou não involuísse, e acabasse entrando num corpo ou numa matriz animal. Sim, pois, a filosofia-religião budista faz questão que todo o seguidor justo e fiel, acabe, de alguma maneira se Iluminando e entrando no Nirvana.

O espiritismo brasileiro fala com clareza a respeito do mais além, e inclusive descreve o astral inferior com detalhes, onde certos espíritos desencarnados, mau caráter, podem sofrer horrores. Ou senão fala também de verdadeiras cidades no mais além, bem administradas e equilibradas, e que costumam receber os bons espíritos desencarnados, até que voltem a se reencarnar na vida seguinte.

A respeito do mais além – (e que as teses científicas apagaram,

anularam, sim, pois, jamais eles pretenderão provar que existe vida após a morte; a ciência niilista-materialista não quer nada disso) – está tudo muito confuso, assustador e há mais mistérios que clareza. E isso é próprio dos manipuladores da falsa fatalidade, que administram o medo e a morte, mantendo o homem submisso e apatetado.

Os gregos antigos e romanos falavam de um Hades (inferno, vale das sombras), dirigido por um impiedoso Saturno para dentro do qual a alma humana era conduzida para nunca mais sair. O aspecto do Hades era tétrico. E a decisão dos deuses do Olimpo era medonha. Só eles eram privilegiados.

A respeito do pós-morte sempre se achou que nesse outro plano existissem espíritos de luz, espíritos trevosos, almas errantes, demônios, anjos, arcanjos, querubins, e que certa justiça divina nele prevalecia.

Hoje se descobriu o contrário. O mais além, até certo ponto, está nas mãos de bandidos, de alienígenas nefastos, de vampiros, de canibais que se comprazem em se alimentar com sangue, carne e com a vitalidade humana.

Nós humanos, ignorantes e estúpidos, obsequiamos o mesmo tratamento aos pobres animais, ditos domésticos.

Depois de uma guerra ocorrida de 25.000 anos atrás, aproximadamente, o Céu e a Terra acabaram nas mãos de bandidos. (Ver meu livro Apocalipse Desmascarado).

Não é verdade que o arcanjo Miguel derrotou o dragão

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vermelho ou o Jeová-Molokron). Somente dessa maneira se explicariam as diversas injustiças e

barbaridades que acontecem na Terra e que a morte parece cumprir também.

Pergunta-se: por que tem que prevalecer essa total incomunicabilidade entre os vivos e os mortos? – A comunicação espírita não satisfaz, e atrás dela existem seres de mau caráter, que mais enganam e mentem do que dizem a verdade.

Será que com o falecimento se anula tudo e tudo se acaba? Ou será porque os manipuladores da falsa fatalidade, e

vigilantes do inferno, guardadores de grandes segredos do além, não querem de maneira alguma que o homem vivo saiba o que acontece com os seus queridos mortos, digamos alguns mortos, é claro?

Por que o homem é tão impotente em relação à morte, essa terrível infâmia acrescentada? Por que os desencarnados, com todas as suas vontades e anelos vitais, e que parecem subsistir no além, são completamente silenciados?

Os clamores dos que vão (ou mortos) e dos que ficam (ou vivos) não comove nem o deus-persona nem o diabo.

O estúpido destino do homem ou fatalidade são terríveis, mas a morte é mais inexorável ainda.

Quem é que, no fundo, ganha com tanta dor, com tanto desespero e agonia, dos vivos e dos mortos? Haverá coisa mais abjeta do que esses falecimentos abruptos, do que esses assassinatos, que não têm fim?

Sei bem, que, em momentos, a morte é uma bênção, pois, parece obsequiar um descanso aparente para quem sofre atrozmente por uma doença ou por torturas

É realmente o Deus Vivo e Verdadeiro que assim tudo quer, como costumam alegar certos religiosos torpes que nem mulas?

Sabias, amigo, que o Absoluto ou a Consciência-Eu ou a Mente Pura ou Deus Vivo não conhece a morte, não está preso ao tempo, e que a morte tampouco faz parte da Autonatureza manifestada por esse EU-ELE.

A morte é um acréscimo infame próprio das trevas exteriores, do Samsara (ronda), das reconstruções diabólicas, egoístas e egotistas.

Quando se começa a pensar de modo errôneo, a morte passa a prevalecer. “Não comais os frutos proibidos da árvore do pensamento

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porque morrereis ou conhecereis a morte.” Lamentavelmente, o mais além ou posmorte é um vazio-pleno

totalmente recreado por demônios-aliens, e preenchido de injustiças e barbaridades.

Pergunta-se como é que esse vazio-pleno, agora horroroso, recebeu mais de 500.000 seres vivos que morreram de repente devido a um Tsunami no Pacífico?

E os 200 mil seres que se queimaram e pulverizaram com a explosão das bombas atômicas caídas sobre Hiroshima e Nagasaki? Os americanos que lançaram tais bombas nunca criaram vergonha. Nero foi monstrificado injustamente pelos judeus e primitivos cristãos; Truman que ordenou que lançassem as bombas atômicas foi santificado pelo seu povo. E como esse além recebeu os quase 500 mil mortos de Dresden, Alemanha, queimados vivos pelos britânicos e americanos, durante a Segunda Guerra Mundial

Modernamente falando, os americanos repetiram a mesma façanha, matando com bombas especiais mais de 100.000 soldados iraquianos de Sadam Hussein.

E os mais de 100 milhões de mortos da Segunda Guerra Mundial, onde foram parar? O que com eles fizeram os tiranos e vigilantes do além?

Para que os manipuladores da falsa fatalidade precisam de tantas vítimas desencarnadas? Quem é que se alimenta com tudo isso?

Por outro lado, dizem que os nossos queridos recém falecidos têm que passar por um pretenso túnel de luz, que é individual ou próprio de cada um. E que no extremo oposto de tal túnel, parentes ou “pessoas santas” do desencarnado acenam para que ele siga em frente e não desista. Parece que o aguardam. Mas enquanto o falecido vai se deslocando em direção aos que ele ama, seus registros mentais, memórias são sugados pelas paredes de tal túnel – constituindo os registro Akashicos pessoais, dos quais muitos bandidos do além (ETs) retiram informações de falecidos. Ao mesmo tempo em que essa sucção é efetuada, o recém falecido passa em revista os registros mentais e visuais de tudo o que viveu em seu última vida. Ao chegar do outro lado, não se lembra mais nada do seu último existir. Apenas voltam a aflorar os registros de outras encarnações mais, ou vidas mais pretéritas.

Desse modo, então, o falecido para de clamar, de chorar e de se queixar. Já não se lembra mais dos seres queridos que deixou na Terra

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em sua última experiência carnal.. Depois ele é enfiado em sua “Lâmpada de Aladim”, que lhe é

própria, adormece, sonha sem parar, bem ou mal, e aguarda o retorno para outra encarnação ou falsa vida.

Dessa maneira, então, os laços familiares ou laços amorosos entre pessoas seriam rompidos em definitivo. E é dessa maneira também que os lamentos do além e do aquém são aquietados, são calados.

Isso tudo é visto como uma conduta santa e boa. Bota canalhada nisso,

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TERCEIRA PARTE

DILEMA DA AÇÃO E DO AGENTE Caro amigo, não sabias que uma boa Ciência-Filosofia-Religião

sempre começa com o julgamento negativo da ilusão "Neti, Neti!"? (Ou seja, "Isto não, isto não!")

Ou também começa com o "Só sei que nada sei!", de Sócrates, que dito de outro modo também equivale a: "Sinto que nada há para conhecer de modo indireto. Para que então fazer prevalecer a intelecção racional, criadora de confusões e extravios?"

E se a boa ciência começa pelo "Isto não, isto não!", ao invés de acumular ilusões e aparências logificadas, essa boa ciência deveria simplificar tudo e tornar-se humilde!

As ilusões perfeitamente traduzidas são iguais ao Dar-se Conta da inaplicabilidade de nossos pensamentos e arrazoados ao REAL...

A negação que "eu" tanto utilizo, por sua vez, não é ne-cessariamente um instrumento cognoscitivo absolutamente válido para buscar a Verdade ou o REAL.

De acordo com uma Lógica Extremada e Autofágica, a negação é apenas uma maneira inteligente de dizer não ao superposto, ao superficial e, graças a isso, sem fazer prevalecer a própria negação, passar a Compreender o REAL e comungar com ELE, para ver se as portas do Desconhecido se abrem espontaneamente!...

Cuidado, o relativismo, a interdependência e a pretensa relação disto com aquilo são o selo da aparência ou da irrealidade de toda e qualquer coisa sobreposta.

Se alguns homens tivessem sabido isso tempo atrás, não teriam forjado a ciência moderna, que só se empenha em criar e em fundamentar fantasmagorias.

A Razão e o Real nunca foram idênticos. Portanto, contrariamente ao que o filósofo Hegel dizia é bom

que se saiba que a razão que diz conhecer as coisas e seres com o equilíbrio certo e seriedade, através da relação e da distinção, em verdade é um princípio falsificador, primeiro porque distorce o REAL (fora e dentro) e depois porque O esconde e refaz um arremedo do

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REAL... Vejamos agora outros esclarecimentos sobre o Ato em si. Amigo, se o ator ou o agente pudesse ser substancial ou com

essência própria, como o ego-pensamento em cada um de nós PRETENDE SER, (e para tal o ego-pensamento inventou constâncias fictícias tipo corpo material e suas reações fisiológicas, corpos anímicos etc.), a ação que ele liberaria não poderia ser encarada como sendo um atributo ou uma propriedade desse mesmo ego-agente (fantasma).

De fato, se houvesse um Agente Real e Substancial, este só seria AÇÃO PURA e não um ente à parte, inativo, e que depois AGE!

O assim chamado efeito do ato intencional do ego-agente, se este fosse absolutamente verdadeiro e realmente substancial, acabaria sendo visto como um fruto que carece de agente, ou como um fruto do simples acaso. Esse falso ego-agente, contudo, é só uma atividade mental esdrúxula, que inclui o antes, o durante e o depois (tempo).

Em Face da Intemporalidade ou da Momentaneidade inegável de tudo, um ator separado e falsamente eficaz já teria atuado e já teria desaparecido antes que as conseqüências do ato voltassem a ele, como resposta, como efeito ou carma.

Todavia, os efeitos dos atos intencionais e semi-eficazes que o ego-ladrão diz praticar ao ego-ladrão retornam.

Ou seja, tais atos têm consequências ou efeitos precários, porque o ego-pensamento e seus frutos são só uma engrenagem psicofísica, um concatenamento regido pela Lei da Geração Condicionada e pela Lei do Carma...

No caso de A.B., acho que algo ou alguém (nefastos) se intrometeu nessa engrenagem, com ações precárias e respostas fatais, alterando tudo para pior (ou a provocação de um acidente)...

Convém levar em conta que SER e AÇÃO, tomados separadamente, como fazem a ciência, a filosofia, certas religiões dualistas e falsas espiritualidades, etc. não têm valor algum.

E mais, enfatizando outra vez, se na origem do falso tempo contínuo tivesse preexistido um "Ele, deus-persona" à parte, quando esse viesse a atuar, também se escravizaria ao carma, aos frutos ou às conseqüências de seus atos intencionais. Deixaria de supostamente existir como ser estático, eterno, contínuo, permanente, inalterado.

Deixaria de ser o pretensamente eterno deus-persona e separado do monoteísmo, para transformar-se numa engrenagem psicofísica,

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enjambradora de pensamentos e libertadora de atos mecânicos, inexpressivos, que sempre enlaçam o ator (fantasma), e o transformam num coletor de efeitos dolorosos (carma).

A ação mecânica ( ou precária) que passaria a prevalecer num ente assim (e inclusive num ser humano, feito um ego real e substancial) lembraria o modo de ser e de agir das enganadoras energias científicas, energias brutas essas que se desdobram sem agente.

Tudo isso lembraria também as muito mais enganadoras reações físico-químicas e casuais do materialismo científico...

Se as energias científicas (calor, magnetismo, eletricidade etc) fossem absolutamente verdadeiras — em realidade elas são somente a degradação ou a corrupção de uma Vitalidade Primeva, inteligente e espiritual — a atividade destas se igualariam ao atuar desse falso deus.

E depois inclusive difícil seria discernir aí que o pretensamente imutável deus-persona do monoteísmo, em verdade é o próprio Demiurgo, fazendo-se passar pelo Deus Vivo ou pelo Absoluto!

Em face destes meus argumentos a respeito do ato e do agente, e aparentemente difíceis e descabidos, outro aforismo ainda declara: "Um suposto ator com, digamos, Existência Real ou essência própria, (tal como o "Ele, demiurgo ou deus-persona" e o ego-pensamento pretendem ser), não pode liberar uma ação totalmente ineficaz e que não resulte em algo.

(A Ação Pura, quando surge livre de agente, sempre resulta em Manifestações Vitais, em inovações, modificações, reversões etc.)

E um agente sem Existência Real (igual ao filho da mulher estéril) não pode suscitar uma ação absolutamente eficaz, porque, primeiro, ele nada é, e, segundo, mesmo que parecesse ser como o ego pretende, não afetaria a eclosão do Ato Puro. Por conseguinte, nem com, nem sem Existência Real, um pretenso agente pode agir, liberando Ação Pura! E Esta não precisa de agentes!..."

Um agente considerado real (mas em verdade só pensado), como o "Ele, deus-persona (ou até mesmo como o acaso científico) não poderia agir de modo significativo, criando uma objetividade dependente, como o mundo e o universo separados e puramente materiais parecem ser. E estes, por serem dependentes desse falso deus ou do acaso científico, são exatamente INEXISTÊNCIA.

Não importa se tais “criações dependentes” aparecem diante de alguém (ego) que pensa.

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Se houvesse um deus-persona que assim agisse, ou seja, de maneira intencional, ao criar, enjambrar, forjar, engendrar, iria se anulando e iria transferindo seu poder para o objeto de sua pretensa contemplação.

Aliás, é exatamente isso que o ego-pensamento do cientista faz quando diz descobrir coisas numa suposta natureza separada dele — em verdade ele engendra coisas — e depois começa a atribuir-lhes poderes e possibilidades que só cabem em seus raciocínios ou em sua cabeça.

No que me diz respeito (e desculpem a insistência), o superficialismo dos eventos alegaria que A.B. se acidentou exatamente porque não estava atenta, ou senão por não ter atuado adequadamente diante do perigo.

Ou também, ela teria desencadeado um ato intencional desfavorável, que a fez atravessar uma avenida permanente (espaço), num momento inadequado (tempo), e que era o louco momento da passagem fatal de um microônibus veloz.

Todavia, em face à Não-Dualidade ou em face de uma Verdade Maior, nem minha filha, nem tal veículo poderiam ter se deslocado, ter se chocado, em nenhum espaço-tempo possível, porque nem espaço nem tempo nem deslocamento ou velocidade são possíveis e reais. .

As contradições presentes nesse doloroso acidente são gritantes. Um agente-corpo (A.B.) estava se deslocando atenta ou desatentamente, quando não podia. Ruas e avenidas permanentes estavam aí, dispo-níveis, para que um falso ego-agente (A.B.) as percorresse com um absurdo movimento ou deslocamento propositado, quando tudo o que permanece, tudo o que dura, simplesmente não existe.

De sua parte, o espaço se estendia permanentemente, mas o tempo enganador, e que o ego-pensamento diz continuar, desta feita, reduziu-se – porque convinha a nefastos – a uma fulguração instantânea e impermanente, para consubstanciar uma desgraça que não podia acontecer. A não ser que tenebrosos do além tivessem armado causas e condições momentâneas para que tal acidente ocorresse, substituindo, porém, um encadeamento vital por outro.

A memória-raciocínio-imaginação, ou até mesmo o pressuposto cérebro orgânico-material da Adriana-corpo, não poderia ter desencadeado um ato significativo ou Real, e que tivesse resultado na materialização de um meio adverso como a fatídica avenida com seu louco tráfego.

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E esse meio ambiente tampouco poderia conter um microônibus permanente e compacto que, com um deslocamento impossível, mas fatal acabou atropelando alguém.

Adiante veremos melhor por que o deslocamento ou movimento físico é impossível.

Tampouco tal aparência cerebral de A.B. poderia ter liberado uma ação significativa ou Real, que pareceu resultar num deslocamento de corpo, e que acabou chocando-se com algo mais, sem alcançar a meta, que era a outra margem da fantasmagórica avenida permanente, com seu não menos fantasmagórico Supermercado persistente que "ela", pensando, extrojetava como meta.

E se transformada num movimento físico reconhecível, A.B. deixou sua casa, atravessou ruas e, tentando ultrapassar determinado fantasma que vinha com uma rapidez inconveniente, acabou sendo atingida, é porque tudo isso apenas estava ligado a um doloroso engendramento sobreposto.

A fatalidade que a atingiu talvez equivalesse a uma lamentável resposta cármica — o que não parecia ser o caso dela...

Mas, mais do que isso, talvez equivalesse a outra terrível fatalidade qualquer, desejada e montada por alguns manipuladores da falsa fatalidade e da Lei da Geração Dependente.

Essa hipotética manobra pode ter resultado, então, em outro engendramento, em outra dolorosa extrojeção objetiva, mas pensante-pensada, e diferente da superposição que ela cotidianamente estava emitindo e vingando (como ruas e avenidas), daí o desastre aparentemente casual.

Quão idiota “eu” sou, filha querida, por me exprimir assim! Isto é, misturando saudades pungentes que "eu" sinto e que me desmancham por dentro, com anti-arrazoados pretensamente denunciadores, numa remota esperança de que certas esmagadoras “realidades cotidianas” se desfaçam e se sumam.

Mas se "eu" não fizer o que faço e se não me exprimo como me exprimo, quem o fará?

Quem, com tanta dor, poderá intentar algo parecido? Ser adorado, não me leves a mal e ouve a poesia e música de

Sergio Endrigo ("Adesso SI"), que são bem melhores do que tudo o que "eu" escrevi:

"Adesso si, adesso che/ tu vai lontano, son acqua chiara/ le

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nostre lacrime che non servono più./ Adesso é tardi per ritrovare le parole,/ che tante volte volevo dirti/ e non ho trovato mai./ Senza di me, tu partirai per altri mondi!/ Ti perderai frà gente e strade sconosciute./ Non ci sarò quando qualcuno/ mi ruberà gli occhi tuoi./ Adesso si, adesso che tu vai lontano,/ il mio pensiero ti seguirá/ saró con te dove andrai,/ sarò con te dove sei!...

("Agora sim, agora que partiste pra bem longe, as nossas lágrimas são águas claras que não servem mais. Agora é tarde para reencontrar as palavras certas, que tantas vezes tentei dizer a ti sem nunca achar. Sem mim, tu partirás para outros mundos! Confundir-te-ás com pessoas e estradas desconhecidas! Não estarei perto de ti, quando alguém me roubar os olhos teus. Agora sim, agora que partiste pra bem longe. Meu pensamento te seguirá, e estarei contigo onde fores; estarei contigo onde estiveres..."

AS POSSIBILIDADES MÁGICAS DO ATO INTENCIONAL

Antes de continuar com o desdobramento do ato, convém salientar alguns lembretes oportunos, como por exemplo: a verdadeira Ciência-Filosofia-Religião nem sempre é um decifrar o mundo ou descobrir pretensos segredos escondidos, Ao contrário, é denunciar as mentiras e as aparências inconvenientes que magicamente convergem para constituir as aparências do mundo cotidiano ou do falso mundo.

E se nunca houve uma criação original, no espaço e no tempo, nem da parte do deus-persona (religiões), nem da parte do deus acaso, que descobertas científicas são essas que o conhecimento indireto e indiretíssimo proclamam, senão meros engendramentos superposições?

Aperceber-se de que todos os conceitos ou pontos de vista, relacionados às respectivas objetividades reconhecíveis, são enunciados vazios, isso é exatamente aquilo que todos os Iluminados, Realizados têm feito e prescrevem como forma de Libertação!

A rejeição de todos os pareceres e categorias mentais equivale ao rechaço da razão, com sua hipotética competência para captar e decifrar a Realidade.

A Verdade ou o Real transcende o pensamento. É sempre Não-Dual e está livre das intromissões lógico-racionais, com suas artimanhas que costumam preconizar, o "é", o "não é", o "é e não é" e o "nem é nem

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não é".Além desses quatro proposições, a lógica-razão não tem outras. Rechaçar as pretensões da razão equivale também a esvaziar os

dogmas de qualquer papa, príncipe, cardeal ou tirano! À Vida nada se pode predicar ou atribuir, como o ego-

pensamento faz:, sob pena de recriá-la e deturpar o REAL. Dados absolutos e objetivados, mas totalmente pensado e nunca

Sentidos como o que a Ciência apresenta (poder), interessa pouco. Agora um ABSOLUTO REAL que se confunde com a própria

Vida, Sentida-e-Sabida, não necessariamente decifrada e repensada, isso sim importa!

E a propósito, Nagarjuna declarava: "O corpo-ser não é diferente dos estados psíquicos nem é

idêntico a eles. Não há ser sem estados, e tampouco se deve considerar o ser como não-existente."

(Isto é, tampouco se deve considerar os estados psíquicos como se não dependessem de algo mais, ou só dependessem de uma matéria-corpo-cérebro, falsa realidade essa que recua a um infinito de aparências e mentiras.)

Corpo-ser e estados psicocerebrais interdependem. O corpo ou a coisa pensada (e nisso o cérebro está incluído) e o

psiquismo pensante interdependente, tomados isoladamente, não são nada em si...

"Em parte alguma pode aparecer a alguém (ego) ou pode objetivar-se algo que, num tempo ou em outro, já não tenha estado na dependência de algo mais, ou que com esse mesmo algo mais não tenha se relacionado, numa perfeita superposição e interdependência. E se depende, esse algo inexiste em si!" (Nagarjuna).

Lei da Contradição: "Nunca é UM ou UNO ou um TODO aquilo que está imbuído ou impregnado de funções e características contraditórias..." (água quente e gelo)

Se assim é, o que vem a ser esses órgãos internos do corpo que tanto na forma como na função se contradizem entre si?

É nosso corpo um monobloco aparente, ou quem sabe é também e simultaneamente uma porção de coisas mais (contradição), tipo um abdômen com aparelho digestivo, fígado, um tórax com um aparelho respiratório, cardio-circulatórío, ou ainda é um corpo com um sistema nervoso, com um aparelho reprodutor, glandular, emunctório etc.?

Quanto menos contradições, mais plausível ou válida será uma

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suposição. O aparelho digestivo, respiratório etc. são outros espaços-coisas,

são outros enfoques perceptuais momentâneos, são outras sobreposições ou aparências.

O Todo ou monobloco também pode equivaler às dez mil coisas, só que estas não estão contidas num mesmo lugar-coisa-grande e ao mesmo tempo. Elas vão aparecendo de Instante a Instante e em lugares ou espaços diferentes. Talvez só o Iluminado tenha a possibilidade de vislumbrar o Todo ou tudo num único enfoque.

Mas voltando à temática da Ação, é bom que se saiba que o ATO eclode ou fulgura por si mesmo, Aqui e Agora, como um Todo, como um Fato Global, sem sujeito nem objeto, livre de qualquer dependência ou interdependência.

A pretensa ação que parece depender só do agente permanente (falso ente, falso deus, enganador acaso) não fulgura nem se cumpre de modo integral. Ademais, essa ação falsamente ego-personificada cansa muito, desgasta, envelhece e, de certo modo, pode até acabar matando o pretenso ego-agente.

Nem o ego-pensamento nem a memória-raciocínio-imaginação que fundamentam o ego, podem aparentemente cumprir ou executar atos absolutamente eficazes ou Reais.

Apenas o Fato em Si (ou a Consciência-EU, Deus Vivo) é ATO Puro, e eficaz e significativo,

Em face à ação ego-personificada, enganadora e até mesmo criminosa, todo Ato Puro em Fulguração, toda explosão de Vida, pode equivaler a uma Não-Ação, ou a um "Wu-wei", como diriam os taoístas.

Esta Não-Ação se cumpre como se não se cumprisse, como se fosse o Sol irradiando.

No eclodir momentâneo (ou temporal) do pretenso ser-ego e sua base, a memória-raciocínio-imaginação, de alguma maneira roubam o ATO PURO (ou roubam “suas ressonâncias") e suscitam aparências. Esse trio, porém, nunca pode ser vistos como agentes, atores que manifestam o Ato em termos verazes,

ALERTA: é do roubo da Vitalidade do ATO que se fazem presentes a violência dos nefastos do além e do aquém, e inclusive se incrementa a vulnerabilidade dos homens manipulados, sempre condes-cendentes e complacentes. Os homens, aliás, por meio dos conceitos ou julgamentos conceituais, inferenciais e silogismos, também são

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roubados em seu Sentir-Saber-Intuir e Atuar. E este roubo favorece o poder de alguns poucos canalhas. .

E é por isso que estou enfatizando a primordialidade da AÇÃO, que é muito mais importante que o ego-agente e o pensamento, mesmo quando parte do ato acabe sendo praticada de modo intencional. E é por isso também que se alerta que o ato intencional tem o poder de consubstanciar ou de materializar fantasmas objetivados, holografias, além de ser importantíssimo no encadeamento dos elos da geração condicionada.

Antes já se denunciou, e agora repito de outro modo, que há certos adversários da Vida, no além e no próprio mundo — ou certas pseudo entidades egocêntricas, certos ETs nefastos, certos demiurgos ou falsos deuses, certos desencarnados trevosos, certos vampiros e larvas — que, escravizando e fazendo sofrer, conseguem criar ou suscitar o falso ego-agente (ego vítima) no próximo, inocente e ainda não pensante – como aconteceu, por exemplo com certos índios – para assim roubar e mercantilizar o ATO dele.

Nesse desvirtuamento fatal reside o Poder do príncipe deste mundo e de seus asseclas (adversário coletivo), príncipe que, possivelmente, mandou armar o fatal acidente e que, nas aparências, envolveu o corpo de A.B., e o corpo de tantos outros filhos do próximo.

De que demiurgos safados e malvados deste e de outros mundos suscitem egos vítimas num próximo ainda não personificado, isso ninguém jamais desconfiou.

Pois é exatamente aí que está a origem de todo mal! Ódios e vinganças sem fim, transformadas em tempo, como

fazem muitos da anti-humana raça! Os carcereiros prevalecidos e malvados, e com eles certos

homens da Lei, são o melhor exemplo que existe para alguém suscitar egos vingativos que, posteriormente, tornar-se-ão tão cruéis quanto seus carrascos.

O mundo organizado infelizmente não tem remédio por causa de sua Justiça hipócrita e corrompida, e por causa de certos agressores que representam a Lei.

Mas se com o prevalecimento da Lei tudo é tão ruim, o que não seria sem ela.

Repito, o ego-pensamento ou o falso agente no homem nunca foi o SENHOR DO ATO, nem será!

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Ele tampouco se situa no fantasmagórico cérebro. A potencialidade do ato também não se origina no muitíssimo

mais fantasmagórico córtex motora-cerebral, nem a partir daí a ação é liberada.

Como adiante veremos melhor. O ATO em Si é SENHOR sem VASSALOS, sempre livre do tempo...

O ego-pensamento em todos nós é só memória-raciocínio-imaginação, é o próprio tempo físico, visto em termos objetivos como um ontem, um falso hoje de 24 horas e um amanhã.

Em seu maquinar ou raciocinar, o ego-pensamento faz convergir causas e condições que externamente parecem resultar numa enganadora pasta material (átomos), evidentemente mal constatada ou mal percebida. A qual também parece resultar num móvel material ou em movimento físico, em espaço e tempo.

Por isso, certos médicos, sem querer, é claro, com sua intencionalidade descabida, podem ter contribuído para o desenlace do corpo de alguém (A.B.).

A Ação Pura e Verdadeira não precisa de egos-atores cerebrais, nem de agentes anímicos, que num tempo contínuo consigam mover um corpo permanente, ou empurrem uma carroça, ou um veículo assassino, ou então movam um pretenso corpo orgânico.

Aqui e Agora não Existe qualquer ego-agente com essência própria, nem atômico-material nem anímica.

Tampouco um deus-persona qualquer, dito real, criou previamente uma alma-ego substancial e a inseriu num pretenso corpo-cérebro material para que este suscitasse ações, movimentos ou deslocamentos no corpo.

Aqui e Agora, nunca prevalece um falso ego-agente, que se torna presente graças apenas às enganadoras reações físico-químico-elétrico do cérebro, e que a ciência inventou, as quais moveriam o corpo, por puro acaso, sem levarmos em conta a influência da memória e dos condicionamentos cerebrais, como alega a visão médico-científica das coisas.

Nossa ignorância altamente sofisticada, incrementada por uma ciência capenga e por uma espiritualidade precária e enganadora — (cuidado, a Ciência-Religião-Filosofia é ótima, sempre que estiver impregnada de Reto Entendimento e Reta Percepção) — sempre acredi-tou que a motricidade ou a possibilidade de executar ações por meio do

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corpo vivo – se originava ou a partir de uma "ela", alma preexistente, no caso do homem, ou a partir de um córtex motora-cerebral, no caso dos animais, pretensamente sem alma...

A ciência materialista, para desgraça nossa, depois evoluiu ou se complicou no tempo, e aí conseguiu "provar" que a ação do homem também não precisava de uma alma voluntariosa preexistente.

Ou seja, "descobriu" (isto é, só engendrou, vergonhosamente) que a nossa possibilidade de entender, de criar e de atuar se originava na cabeça ou num fantasma escondido chamado cérebro. E "descobriu" inclusive que tais faculdades, graças à execução do ato intencional, sempre tinham que se objetivar, se exteriorizar, por meio das supostas alavancas do corpo... (“Tenho uma cabeça, portanto entendo, tenho inteligência, portanto crio, tenho membros, portanto atuo).

Nessa superposição ou nessa fantasmagoria materializada (cérebro), e consubstanciada pelo desejo, pela intenção, pela decisão (vontade) e pela execução do ato intencional de certos médicos, "descobriu-se"' que os impulsos desencadeadores do ato humano e animal dependiam apenas de um conjunto de hipotéticas células nervosas (neurônios), ou senão sensitivas, ou ainda células intermediárias etc., quase associando entre si, estimulariam as áreas laterais do cérebro ou o córtex motora e que a partir daqui saltava fora o impulso de agir ou o ATO...

Só que nessas "pretensas descobertas", nenhum cérebro-cobaia falou de por si, mas foi sempre o pensamento ou a opinião do cientista-pesquisador quem ficou falando pela cobaia-vítima. Ou senão ficou falando sobre o que supunha ser assim, sobre o que enxergava e reconhecia, sobre o que o especialista fazia e acreditava exteriorizar (cérebro, córtex motora, etc.).

Por conseguinte, a portentosa criatividade da Ação Humana, graças a essa observação científica viciada e malfadada conclusão, em definitivo ficou reduzida a simples fenômenos físico-químicos cerebrais, a impulsos elétrico-nervosos e a mentiras sem conta.

Com esse lamentável resumo neurofisiológico, pretendeu-se decifrar a intraduzível e notável ação humana.

Esses tais não se lembraram que essa notável ação humana inclusive pode se permutar em magistrais obras de arte, de literatura, de música, em criações científicas, tecnológicas. Em outros se transforma em amor e abnegação, em paciência, altruísmo, em heroísmo, e em

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outros mais, em atos banais, cotidianos. E em não poucas pessoas e nefastos, resulta, lamentavelmente, em violência, maldade, prepotência, crueldade extremada, roubos e crimes.

Esses "estudiosos" do funcionamento neurocerebral nunca levaram em consideração que seus engendramentos, ou o cérebro e seus nervos só podem ser uma forma-espaço saturada de contradições, contida em outra forma-espaço maior que seria o Todo-corporal.

Mas algo conter algo mais, de certo modo, é impossível, porque um vazio já transformado em Todo-corporal ou num monobloco pleno não pode encerrar outro vazio, mesmo que esse venha a se exteriorizar concretamente pelo ato intencional. E “essa coisa” se nos apresentaria como cérebro e nervos. De qualquer maneira, toda vez que esses últimos se objetivam de modo proposital, só podem equivaler a algo de um reconhecimento e de um enxergar viciado.

Toda essa falsa permanência reconhecível (cérebro, seus nervos, seus neurônios etc.) só depende de uma observação viciada e da conclusão errada de alguns egos mal pensantes.

É bom que se repita, mas certos atos cirúrgicos não trazem à tona órgãos escondidos, e que estavam contidos num todo-forma-espaço-corpo, como antes já se denunciou.

A execução do ato intencional apenas permuta o vazio insubstancial (espaço?), mas cheio de Vitalidade ou prana-sangue (ou também ectoplasma) em outras coisas ou em outras formas-espaço, e que acabamos reconhecendo como sendo os pretensos órgãos internos, (cérebro, os nervos, neurônios, dendritos, núcleos e organelas, etc.).

Por outro lado, o "ISTO-SENTIR" Primevo nunca depende de nada.

Agora, o observador pensante (cientista), contudo, está sempre na dependência do seu objeto de estudo pensado, em conformidade à Lei da Interdependência. Observador pensante e o objeto pensado, tomados isoladamente, não são absolutamente nada. Agora, esses dois nada convergindo parecem resultar em alguma coisa objetiva e impermanente.

Qualquer objeto de estudo enganador, sempre dependerá do que o cientista pensar a respeito e do quer fizer ao executar o ato intencional. E finalmente aí entra o reconhecimento que sacramento tudo. .

E se um depende do outro, ambos são vazios, ambos são filhos da mulher estéril, ambos são aparentes, e no fundo irreais e inexistentes.

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O pensamento ineficaz e temporal aparentemente fundamenta o ego ou o falso agente e fundamenta o fruto aparente que esse ego parece engendrar e reconhecer.

Só que a eficácia do ATO não está nas mãos do ego. Quando este acredita executar o ato intencional, tal "varinha

mágica" só engendrará aparências, reconstruirá fantasmagorias bipolares (sujeito e objeto) e extrojetará objetividades pretensamente permanentes para uma falsa mente egocêntrica que reconhecerá tudo.

Vejamos agora a denúncia de outro aforisma oriental antigo: "O pretenso agente-ego se intromete tendo o ato intencional como fator condicionante e a ação mesquinha (egoísta e egocêntrica) se produz tendo o falso agente como fator condicionante. Fora dessa interdependência, não há motivos que fundamentem o agir contaminado."

Fora essa interdependência (agente e ato intencional ou ato intencional e agente), não existe nenhum argumento que, em momentos, explique a semi-eficácia ou até a poderosa magia consubstanciadora da ação intencional executada por(falso) ego-agente, tomados separadamente.

Não é por causa do pretenso agente em si, nem é por causa da ação propositada, tomados separadamente, que algo objetivo se modifica, mas é por causa da convergência de dois fantasmas que uma enganadora aparência se coisifica, se modificada, e isso depois é visto como fenômeno. .

De sua parte, o ATO PURO, o FATO EM SI, ou o Sentir-Atuar-Intuir-Amar, nem se apossa de algo (dualismo), nem rechaça nada, por isso que ATO PURO, transmutando-se em Deus Vivo, em Autonatureza e vice-versa, é sempre amoroso, equilibrado e benevolente.

E outra vez me repetindo, a contragosto, a Adriana-corpo (ou a pretensa ego-agente substancial ou com essência própria anímica) e o microônibus (ou um pretenso agente com essência própria ou atômico-material) não poderiam ter liberado ações, que, num trágico momento temporal (como se o tempo existisse de fato) , pudessem resultar num choque fatal ou num atropelamento morta. Um simplesmente caminhando ou se deslocando com as pernas, superando ruas, atravessando inclusive perigosas avenidas, e outro, o motorista, fazendo rodar velozmente uma máquina que talvez não estava sob seu controle total.

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Nisso tudo, contudo, os hipotéticos agentes permanentes que atuaram voluntariosamente e se chocaram não eram realidades físicas inegáveis, mas sim inexistências.

Para uma visão superficial AB dependia de um hipotético corpo denso, com pernas e tudo, a se deslocar, quando não podia. Porque algo que depende de algo mais simplesmente não existe. O microônibus por sua vez dependia do motorista pensante, e, portanto, ambos também inexistiam. Mas reforcemos estas minhas negações aparentemente malucas.

O começo, o meio e o fim de tudo, e principalmente de Adriana-corpo são uma quimera. Aquela presença que se acidentou é outra história.

Os espaços e os tempos físicos feitos receptáculos, onde tal ocorrência trágica pareceu ter se desenrolado, também não existem. (Isso daqui a pouco entenderemos melhor).

As velocidades e os deslocamentos, tanto do atropelado como do atropelador, são impossíveis. Os atos isolados dos agentes que, de um lado, resultaram no deslocamento de um corpo, e do outro, na veloz corrida do carro atropelador, também eram impossíveis.

Em qual natureza ou meio A-corpo foi então dolorosamente massacrada? Não numa Autonatureza ou num "Isto-Sentir", Aqui e Agora (REAL), em que o Espírito-EU-(Adriana) e Autonatureza comungam e são apenas Não-Dualidade.

E onde então faleceu a filha que a Vida me deu ou me emprestou?

Por que não desconfiar que foi num doloroso faz-de-conta, onde a morte impossível pareceu caber?

"Morreu" feito uma injustificável convergência de causas e condições psicofísicas, dirigidas pela Lei da Geração Condicionada e pela Lei do Carma.

Mas não só ela-(ego) deve ter suscitado tal convergência; outros nefastos mais também devem ter colaborado ou devem ter interferido quase que totalmente no evento.

Adriana corpo-pensante, possivelmente, estava aberta a certas adversidades. Fazia pouco que havia brigado com o noivo, e estava desesperada. Quem sabe, havia se tornado vulnerável a estranhas magias negras e carmas alheios, desfavoráveis, e que não lhe diziam respeito.

Por isso acabou vítima de um meio pensado, agora disfarçado

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como um microônibus que vinha vindo por uma avenida. . Seu próprio meio tornou-se, pois, agressivo, avassalador e

destrutivo. Era como se tudo estivesse montado para que ocorresse uma morte graças a um ritual, e que é a lapidação ou o apedrejamento de alguém. Morrer atropelado é igual a ser lapidado. E não há melhor maneira de alimentar certos nefastos, os Golem, os Moloch, os Jeová-Molokron e inclusive ETs negativos e sanguinários do além, do que a morte por um ritual, onde o sangue corre abundante, numa oblação perversa. Quantos jovens desavisados (eles, elas, crianças etc.) não tiveram – e continuam tendo – desencarnes ou falecimentos idênticos!? Quase não se têm notícias de que alguém da bendita raça morreu atropelado. E no caso de A.B., contra ela só teria entrado o carma, a fatalidade cega? Pois sim!...

Pais e irmãos que perdestes vossos filhos e filhas em condições similares ou até mesmo em envenenamentos por drogas e em assassinatos descabidos, eu somente vos digo: ISSO NAO PODE CONTINUAR.... Vamos descobrir defesas no próprio Deus Vivo (ou na Consciência-EU de nosso Coração) e em nossas possibilidades primevas de Atuar, Sentir, Entender e Amar, que são poderosas, e que estão sendo roubadas!

Ah, filha querida, que argumentos mais esfarrapados utilizei, não é mesmo!? Mas, se tudo foi aproximadamente como escrevi, quem haverá de clamar e protestar senão "EU", Aquele Espírito que se corporificou em ti (e continua), e se corporifica em mim!?

Anjo querido, sinteticamente ouve aquilo que Ivone Lara e Décio Carvalho em sua bela canção disseram e que "eu", ao invés de escrever disparates e denunciar aridamente, também poderia ter resumido para ti:

"Sonho meu, sonho meu, Vá buscar quem mora longe, sonho meu. Vá mostrar esta saudade, sonho meu, Com a tua liberdade, sonho meu. No meu céu a estrela-guía se perdeu. A madrugada fria só me traz melancolia, Sonho meu!... "

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AS TRÊS VELOCIDADES ENGANADORAS E O AQUI E AGORA

Amigo leitor, continuo contando com a tua paciência, já que agora o meu ataque se direciona contra a impressão e convicção intelectual de movimento ou deslocamento, que na verdade não se dá.

O movimento ou deslocamento implica a realidade natural do espaço e do tempo, em termos físicos, e de algo mais (ser ou coisa) que executa o ato de se deslocar, quando, em face de uma Verdade profunda, isso não cumpre.Todos esses elementos (espaço, tempo e movimento) presentes no movimento são somente contradição.

Mesmo que alguns possam se melindrar, é bom ter em mente que a Autonatureza ("ISTO-SENTIR") nunca se estende feito espaço, nem perdura feito falso tempo físico.

A Autonatureza não dura nem se expande além ou aquém do Aqui e Agora. Tampouco é só instantânea ou só puntiforme.

É absolutamente REAL e totalmente livre, e não há intelecto que a capte e a decifre.

O que parece sobrepor-se vai mudando conforme a maneira de pensar e de agir do observador, (ou conforme seus estados alterados de Consciência).

Certos cientistas pensantes são exclusivistas e prepotentes exatamente porque acham que seus pontos de vista (e enjambrações) são absolutamente verazes e corretos.

Mas, antes de prosseguir, vejamos o que se pode sugerir a respeito do Aqui e Agora, livre do tempo, do espaço e do movimento.

"AGORA" é um tempo não-mensurável, íntegro, completo, ao qual não se pode aplicar as pretensas qualidades ou propriedades físico-matemáticas e mentais do durar, nem o contrário.

O “Agora” simplesmente está livre das garras pretensamente decifratórias do ego-intelecto-mente e não há relógio nem artimanha mecânicas que aprisionem tal AGORA, ou o meça e o possa explorar.

"AQUI" é o espaço verdadeiro, não mensurável, completo, íntegro, ao qual não se pode aplicar as pretensas propriedades físico-matemáticas do conter ou do não conter, do estender-se ou o contrário.

Não se gasta tempo para percorrer e suplantar um Aqui e alcançar outro, pois não há quem (ego) ou o quê que de modo isolado o percorra e o suplante.

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O "Aqui" também pode ser visto como o "ISTO" Primevo. O "Aqui" também está livre das ignorantes garras do intelecto-

ego-pensamento, e não há fita métrica ou quilométrica que o possa segurar, medir e delimitar.

O tempo físico enganador sim é que parecerá durar e o falso espaço físico sim que parecerá estender-se, só por causa da memória--raciocínio-imaginação, que é exatamente tempo-e-espaço.

O conhecimento indireto, indiretíssimo e o reconhecimento são os que parece dar testemunho do espaço e do tempo, e os fundamentam.

.O falso espaço físico é também aquela mentira que aparece como um vazio, quando entre o corpo A e o corpo C, pretensa e cons-tantemente presentes, se retira o corpo B também permanente. E tal retirada resulta num vazio inalterado e contínuo.

O nicho vazio ou a “ausência permanente e impossível” (espaço físico) que aparece nesse TODO-CHEIO ou contexto "A", "B" e "C" em verdade é só carência perceptual.

Falso espaço físico também é aquele nada enganador que se situa entre uma Fulguração Existencial e a seguinte, ou é o pretenso intervalo entre duas eclosões sucessivas.

Falso espaço é também aquele vazio aparente que parece envolver, circundar Fulgurações Existenciais em Renovação.

Para tal vazio (ou nada “Trevas Exteriores”) parecerão transferir-se as ressonâncias ou as reverberações caducas do Momento Existencial.

Na Autonatureza e no próprio reflexo que a humana ego-mente condicionada utiliza para suas reconstruções, o que talvez importe alguma coisa seja apenas a MUDANÇA RENOVADA DE TUDO, sem qualquer espaço, sem tempo físico, velocidades constantes ou senão aceleradas.

O que aparece sempre como outra coisa, como outra situação, outro contexto, isso a ciência ou a física cinemática traduziu como sendo uma mudança na velocidade de um corpo falsamente perene.

Convém que se saiba também que nem a velocidade constante e uniforme, nem a velocidade média variada e nem a pretensa velocidade física instantânea são ocorrências Reais em Si mesmas. Tudo isso só aparece numa relação dependente.

Os três tipos de velocidades, se não estiverem ligadas ou a um ser pensante ou a um móvel pensado, não farão sentido algum.

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O móvel (pensado), por sua vez, mesmo que se o considere separado da pessoa pensante, e depois se diga que se encontra sob a influência de forças aceleradoras que resultam em hipotéticas velocidades variadas, sem o indivíduo pensante, tal móvel, em verdade, não aparece, não se desloca e não vai a parte alguma. A pessoa ego-pensante, de sua parte, encontra-se numa perfeita interdependência com todo o resto pensado. Esse resto e a pessoa pensante, tomados sepa-radamente, não são absolutamente nada.

Pergunta-se, que ego é esse que nos incutiu que a ação de ir (ou o ATO PURO) precisa forçosamente do ego-agente para se manifestar ou para se cumprir?

Se isso é plausível, por que não perguntar-se o contrário? Ou seja, como pode uma sombra, um nada, um reflexo totalmente caduco como a pessoa-ego, estar-indo (ou ser um móvel) se nesse ego-mentira-pensamento não se esconde nenhum Espírito, nenhuma Ação-de-Ir ou Ato Primevo (Ação Pura) eclodindo?

O falso ego-agente, separado da Ação em Si, ou meramente executando-a como uma máquina impessoal, é uma farsa calamitosa, como já se viu.

Livre de superposições, há, quando muito e pecando com as palavras, AÇAO PURA que também pode ser uma Ação de Ir. E esta Ação de Ir é a que se Faz Viajante-Ação, Caminhar-EU, e não um ego que caminha!

Um pretenso ego-persona-indo e que, de um lado, equivaleria a um móvel movendo-se é contradição, ou senão também, é o próprio ATO PURO ou a Ação de Ir, mal visto e mal compreendido (conhecimento indireto e indiretíssimo ou erro perceptual).

Se o ego-pensamento fosse um ente absoluto ou um adversário verdadeiro, o ATO EM SI acabaria sendo subjugado totalmente e perderia sua integridade primeva. Deixaria de ser AÇÃO PURA em renovação, para decair à total condição de maldade, violência, degradação e iniqüidade perenes.

Não há nem ida nem vinda, nem há deslocamentos físicos, isto é, não há movimentos como a ciência física os descreve.

Atrás dos deslocamentos aparentes só há AÇÃO PURA, ou um Movimento que se renova sem precisar ir a parte alguma, pois as metas também se renovam e não estão só e sempre lá, acolá etc.

A velocidade média que o corpo de minha filha desenvolveu,

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para, aparentemente, se cruzar com a fatalidade, e as acelerações pretensamente positivas e negativas de um veículo fatal interdependiam. Tanto ela como o outro, tomados separadamente e se deslocando, não eram e nunca foram absolutamente nada.

A.B-ego-pensante dependia de seu corpo pensado e lerdo, e também dependia do meio pensado que a envolvia, e este meio e corpo, por sua vez, dependiam de A.B-ego-pensante.

Seu meio, contudo, tornou-se repentinamente adverso, dando lugar a uma máquina veloz e fatal, e que, ironicamente, não podia deslocar-se por si mesma. Porque em termos absolutos não há espaço, não há tempo e não há movimento.

Minha filha, por sua vez, não pensou em tal veículo, nada fez para que ele aparecesse, não o extrojetou nem o enxergou.

E mais ainda, o corpo dela tampouco podia mover-se. Quem, pois, introduziu ou armou tal teatro, tal momento-contexto fatal para que resultasse em acidente casual ou ao acaso?

Não terão sido algo ou alguém nefasto, mais forças psicofísicas deletérias e perigosas?

Creio que é exatamente isso que, na falta de guerras e matanças coletivas, na falta de sangue humano exteriorizado em campos de batalha, provoca os desastres de trânsito tão freqüentes e os assassinatos descabidos de crianças, jovens e maduros.

Os idosos, além de não estarem isentos disso, ainda sofrem a violência da decadência, velhice e doenças degenerativas.

.O ATO PURO Faz-se Viajante-Ação, Faz-Se Caminhar-EU, Faz-se Vida, mas nunca morte, desencarnes abruptos e revoltantes.

E esta Ação Pura não poderia ter se transformado num contexto material ou numa vida perigosa, onde coubessem um microônibus atropelando e uma jovem cheia de vida, atropelada.

Uma máquina-móvel e um ego-persona que consegue mover-se ou deslocar-se em termos verdadeiros (ou por si mesmo ou graças a forças e energias emprestadas) são um absurdo completo e, por que não, uma mentira, uma inexistência total!

Quando muito, tal absurdo só pode corresponder a magias nefastas e que muito amiúde se sobrepõem.

Atrás de todas as reconstruções dualistas e aparentes da cinemática e da dinâmica científicas, mas em verdade dependendo do cientista pensante, há apenas AÇÃO PURA! Claro, não a degradada

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energia científica, mas uma AÇÃO que é Vitalidade Inteligente, Sensibilidade, Harmonia, Equilíbrio, mas nunca violência e brutalidade.

QUANTO MAIOR A VELOCIDADE FÍSICA ENGANADORA, MAIOR É A QUEDA

O que se reconhece é que no mundo do faz-de-conta, onde o

deslocamento pensado de um indivíduo pensante parece ocorrer, quanto mais veloz for este homem, maior poderá ser sua queda ou arrebenta peito (infarte).

Aproximadamente igual aconteceria com a máquina do homem, que é seu pretenso móvel. Nem sempre uma suposta maior velocidade resulta em maior espaço percorrido ou vencido. Amiúde resulta em acidente grave, ou senão em lamentáveis desencarnes prematuros....

Em termos práticos e pragmáticos, porém, coisa que o ego-pensamento gosta, parece que, num determinado contexto ou Campo de Consciência Sensorial, quanto maior for a velocidade, maior será o espaços superado. Isso, contudo, nem sempre vinga.

Mas será que o espaço é exatamente algo que tem de ser conquistado, vencido, superado, dominado?

Em face da evanescência de tudo e em face da constante mutabilidade das coisas, não poderia ele simplesmente assemelhar-se a uma cinta que gira sobre si mesma, ou à correia de um trator, de um tanque de guerra?

Sim, ALGO que, como Autonatureza e Manifestando-se de dentro para fora, vai de um modo, mas como reconstrução da ignorância-ego-ensamento, volta de outro, de fora para dentro, num falso fisiologismo sensorial e cerebral.

Algo ("ISTO") que sai como Verdade, mas a sua "ressonância caduca" volta reconstruída, feito um logro. Ou ainda, algo que, ao se perceber distorcidamente, volta como uma reconstrução homologa ou heteróloga (similar, diferente), e que gira sobre si mesma, sem ir em verdade a parte alguma.

De qualquer modo, uma velocidade maior nunca suplantará os espaços pensados, os faz-de-conta ou as aparências de determinado Campo, que é só um contexto perceptual. Poderá, quando muito,

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propiciar conseqüências ou engendramentos piores. Com relação ao tempo, a cinemática diz e "prova" que, quanto

maior for a pretensa velocidade do móvel, menor será o tempo gasto para percorrer determinado trecho. E com isso, a ganância humana se exacerbou como nunca, surgindo daí a "moderna revolução industrial poluidora" e o lamentável refrão "TEMPO É DINHEIRO!", tanto se o suposto tempo for encurtado, como no pretenso caso da velocidade, como inclusive se ele for alongado, como no caso dos juros bancários e taxas (Poder).

E por que tal impedimento ou falsa duração não poderia ser somente ignorância e mesquinhez? Tudo o que se acredita encurtar feito tempo, aumenta-se em perigos, em automatizações, em não-vivências e em morte!

A maldita mania que certos jovens têm de correr pode muito bem traduzir as constantes tentativas de suicídio do ego. "Ele conhece" que, enquanto puder se intrometer, a morte ocorrerá, sim, mas será uma farsa dolorosa. E o ego-carma conhece que o retorno a uma falsa vida de dor e limitação é inevitável; por isso insiste.

O ego-pensamento em todos nós é um masoquista, ou melhor, é um sadomasoquista por natureza. O adversário faz tudo para persistir, continuar. Tem horror à Renovação e jamais Sente-e-Sabe o que é bom. E com a suposta destruição do corpo, que nunca foi propriedade sua, ele busca persistir feito tempo, no aquém (mundo) e no além (astral). O tempo, pois, como já denunciamos, é só memória-raciocínio-imaginação ou ego-pensamento...

Amigo leitor, não me leves a mal se em momentos me torno radical demais e até mesmo mórbido. Estou apenas questionando a realidade cotidiana e a assim chamada verdade científica das coisas, que equivaleria à explicação definitiva do mundo e do universo.

E a propósito, como estive tratando de jovens, logo após o aparente falecimento de A.B., algumas suspeitas me levaram a crer que ela estivesse grávida de algumas semanas. Na ocasião eu não tinha qualquer certeza absoluta disso.

Minha filha tinha um namorado-noivo e, conforme é hábito no mundo moderno atual, talvez tivesse tomado suas liberdades.

Antigamente isso era pecado e perdição. Mas como se vive em tempos avançados, moderninhos, se tal gravidez fosse verdadeira, eu não tinha que tomar isso como um escândalo. Só lamentei uma plausível

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dupla perda, o desaparecimento de uma filha e de um provável neto ou neta. (Mesmo que aparentemente "eu" negue a validez da descrição científica da gravidez, ela como tal continua se perpetuando feito uma belíssima ocorrência natural e misteriosa.)

E em memória dessa minha suspeita, que “eu” não tinha como confirmar, nem poderia e muito menos caberia, tomo a liberdade de reproduzir a belíssima letra de uma canção italiana de Domenico Modugno, que diz:

"Lei é entrata piano, piano/ si é seduta un pó lontano/ nella luce del tramonto./ Ma ho capito in un instante/ che qualcosa non andava/ e che il padre lo comprende. Ho anche letto sul suo viso/ era triste il suo sorriso/ e che stava li per piangere./ Poi di un tratto mi ha parlato/ e qualcosa si é spezzato/ nel profondo del mio cuore./ Lei m'ha detto signor Santo,/ sono stata con un uomo/ dentro me c'è già una vita/ non so che fare Ho creduto di morire/ mi sembrava dimpazzire/ e ho rivisto la sua infanzia./ L'ho rivista piccolina/ una semplice bambina Ia mia unica speranza./ Me Ia sono imagginata/ frà le braccie sconosciute/ e la rabbia mi accecava./ Era tanto disperata/ indifesa e sprovveduta/ che alla fine l’ho perdonata./ Lei m'ha detto signor Santo,/ sono stata con un uomo/ dentro me c'è già una vita/ non sò Che fare./ Mentre qui frà le mie braccia/ accarezzo Ia sua faccia/ Ia mia rabbia é ormai svanita./ É rimasto solo un padre/ che si trova spreparato a un problema della vita./ Un problema cosi grande/ che non riesco dire niente/ e non mi sembra vero./ Ma per rendela felice/ io faro qualsiasi cosa/ anche contra il mondo intero..."

("Ela entrou devagarzinho, sentou-se um pouco longe, em plena luz do entardecer. Eu num instante me apercebi que alguma coisa não ia bem, e que um pai sempre pressente. Percebi também em seu rosto, que era triste o seu sorriso e que estava aí para chorar. De repente ela então falou, e no profundo do meu coração algo me fragmentou. Ela disse Senhor Santo, fiz sexo com um homem, dentro de mim há outra vida, não sei o que fazer!... Eu Pensei que ia morrer, supus que ia enlouquecer, e com isso ia revendo a sua infância. Eu a vi tão pequenina, uma simples garotinha, minha única esperança. Imaginei-a abraçada por alguém desconhecido, e a raiva me deixou cego. Mas estava tão desesperada, sem defesa e sem recursos, que no final a perdoei. Ela me disse Senhor Santo, fiz sexo com um homem, dentro de mim há outra vida, não sei o que fazer!... E agora aqui entre meus

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braços, acaricio o seu rosto e a minha raiva evanesceu. Apenas sobrou um pai, que não sabe como enfrentar esse problema da vida. É um problema assim tão grande, que já não sei mais o que dizer, porque sequer me parece verdadeiro. Mas para torná-la feliz eu seria capaz de fazer qualquer coisa, até lutar contra o mundo inteiro... Ela me disse Senhor Santo, fiz sexo com um homem, dentro de mim há outra vida, não sei o que fazer!...")

Confesso que se A.B. tivesse continuado entre nós, e "eu" tivesse tido alguma informação concreta de sua gravidez, não me teria abalado tanto, como fez o pai da música de Domenico Modugno.

O namorado de minha filha a amava muito e, por isso mesmo, também brigava com ela. Em sua imaturidade, era exclusivista e possessivo. Mas se algo lhe confirmasse a gravidez de A.B. ele jamais a abandonaria à própria sorte.

Mas fora essa suposição, a morte de qualquer um se constitui numa fantástica violência, para quem vai e para quem fica, e que os nefastos de todos os tempos, daqui e do além, sempre levaram a cabo, ROUBANDO VITALIDADE DO ATO-Homem.

E o desenlace, mesmo que seja aparente, é de fato um problema muitíssimo mais grave que qualquer gravidez porque, de certo modo, é um problema sem solução. Hoje, Sei-e-Sinto que a morte não faz parte da Vida Real. Não corresponde à vontade de Deus, Pai-Mãe, do Deus Vivo, ou aos desígnios de uma fatalidade, um destino inexistente. A morte é um ACRÉSCIMO velhaco da ignorância-ego-pensamento (carma?) e, principalmente, dos próprios "manipuladores da falsa fatalidade" (Demiurgo, Golem, Moloch, Jeová-Molokron, autômatos e vampiros do além, ETs nefastos etc.). E aqui neste mundo ou plano de vida, esses tenebrosos, sempre temidos e sempre reverenciados como anjos, arcanjos, espíritos de luz armaram tudo— viver cotidiano e rotineiro, conhecimento vulgar, religiões organizadas que cultuam mais a morte do que a vida, ciências acadêmicas que mais matam do que ajudam, justiça caolha que perpetua o desespero, a vingança e o horror etc. — para que nós nos submetamos e nos conformemos com esse evento acrescentado, o qual não fossem as doenças, a decadência e velhice, a morte poderia até mesmo ser evitada.

A possível gravidez justificaria outra vez uma remota abdução ou rapto de A. B. por parte de ETs nefastos. Seriam dois corpos, o da mãe e o filho.

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Quando falei mal de anjos, arcanjos e espíritos de luz, “eu” não quis anulá-los, só quis alertar que não são poucos os ETs perversos que se fazem passar por anjos, arcanjos e espíritos de luz, quando em verdade são espíritos do inferno..

NEM O OVO MATERNO É CAUSA, NEM O FILHO É O EFEITO

Mas dando mais uma volta em minha nem sempre desejada

ciranda de críticas e denúncias, é bom que se saiba que o REAL ou a AUTONATUREZA não é para ser descoberto por ciências empíricas e ser pretensamente trazido à tona outra vez, para uma objetividade cotidiana, de modo verbalizado, matematizado e pensado. Ora, a Autonatureza já é objetividade cotidiana mal vista, mal percebida. Sim, o PERCEBER-ISTO (ou "Sentir-Isto") já é o REAL.

Pensamentos empafiados, condutas mesquinhas e descrições capciosas, nada têm a ver com o REAL. E são exatamente essas as que tentam trazer o REAL novamente à Existência, à tona.

Tais pretensões, contudo, resultam em deturpações e em recriações, distorcendos tudo. O famoso raciocínio ou conhecimento indireto e indiretíssimo não se relaciona com o REAL, nem do REAL consegue arrancar alguma Verdade, alguma coisa, pois não tem como.

Os acúmulos intelectuais do conhecimento indireto e indiretíssimo não são SABEDORIA e sim registros mortos e erudição balofa. E posto que tal conhecimento defasado nunca alcança o Real, em seu lugar ele engendra sobreposições ou ilusões subjetivas e objetivas.

E a propósito ainda, convém alertar que, em termos absolutos, não há causas eficientes que, ao longo do espaço-tempo, se transformam em efeitos totalmente reais, com essência própria, material ou anímica.

Por conseguinte, não há células dependentes de causas normais, (células ou pretensos agentes ativos) que, ao longo do espaço-tempo, por uma atividade intrínseca, mas agora geneticamente anômala, se transformem em outras células de efeitos malignos (câncer, AIDS etc.).

Convém não esquecer também que tudo o que é enxergado e reconhecido ao microscópio é sempre uma mentira, é sempre uma forjação totalmente pensada, que superpõe de modo objetivo.

Os frutos do enxergar e reconhecer a nível microscópico são

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coisas do conhecimento indiretíssimo. E neste modo de pretensamente (mal) conhecer só participam o pensamento, o enxergar (ver viciado) e a execução do ato intencional. Os demais sentidos não fazem parte dessa pretensa observação e constatação. Aí só atua o enxergar-raciocinar que é pensamento puro.

Por outro lado, conviria lembrar inclusive que no pretenso nível microscópico não podem aparecer germes-agentes permanentes, fatuais, ou com atividades intrínsecas, neutras e benéficas, ou com atividades deletérias e patogênicas.

Ora, se não há um grande agente (homem) que possa executar ações realmente eficazes ou ineficazes, muito menos haverá microagentes que, contidos pelo corpo do homem e com uma atividade físico-química própria, conseguem atacar e envenenar seu grande hospedeiro.

De momento a momento, o Homem é um Todo completo, é um Aqui-espaço em modificação, dentro do qual não podem existir outras modificações simultâneas, como, aliás, transformando-se também estariam as pretensas células e germes.

Tal Todo ou é só Homem ou senão é só célula, germe, reconstruídos e enfocados em seu momento próprio, por alguém-ego que só (mal) pensa.

Mas, e o que essa conversa toda tem a ver com o suposto desenlace do corpo de alguém (A.B.)?

Muito, muito mesmo, porque, repetindo, não há e não houve macro e micro-agentes (germes, vírus, células danificadas, hemácias, linfócitos, macro-moléculas, moléculas, átomos etc.) que, mal agindo, tenham minado e destruído o corpo de alguém (A.B.), corpo que, por sua vez, inexistindo em termos absolutos, pareceu desempenhar o papel de ator ou agente, além do papel de vítima passiva.

E de acordo com a ciência médica, de que modo esse pretenso corpo físico de A.B., ou esse todo espacial modificado (lugar), veio a ser ou se constituiu?

Bem, diz ela, um (pretenso espermatozóide ou ) agente esper-mático, liberado pelo pai (E.B.), agindo por conta própria, moveu-se ou deslocou-se em determinado meio (vagina, útero, e isso já é algo estranho ao corpo, ao Todo da mãe), e foi ao encontro de um óvulo, ou de outro pretenso agente, que, atuando também, se movia menos, no caso um óvulo, liberado pela mãe (D.N.B.).

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No caso, então, o espermatozóide e o óvulo, transformados em agentes (ou micro seres com possibilidades de agir), se fundiram e passaram e liberar outras atividades próprias, ligadas a genes, a macromoléculas, e que gerariam novos seres, novos corpos. O espermatozóide e o óvulo (e depois ovo) teriam sido os verdadeiros geradores (ou genitores?) de A.B. (sic).

A ciência ainda diz que um microtodo, espacialmente modificado, (espermatozóide), agindo, penetrou em outro microtodo, também espacialmente modificado, (óvulo), para formar o ovo fecundado, e que finalmente era um terceiro microtodo ou vazio ou micro-espaço modificado.

Mas pode um microtodo penetrar em outro microtodo? Se nada pode ser um ator à parte, e se nenhum dos dois podem ser agentes, como puderam então executar ações, e um penetrar no outro? Ou como o óvulo materno passivou-se e deixou-se penetrar pelo espermatozóide?

Se um grande ator, um grande agente não pode agir, nem eficaz nem ineficazmente, como puderam dois microatores fantasmas se interpenetrar?

E como dois simples microtodos (espermatozóide e óvulo) conseguiram subsistir, durar simultaneamente, para finalmente se fundirem e resultarem de fato num terceiro microtodo espacial modificado? Ou seja, o ovo fecundado, do qual, supostamente, iria surgir o corpo da Adriana?

Ora, que bobagem!, desde quando dois fantasmagóricos microtodos (causa) ou duas supostas presenças completas se fundem ou se somam para originar uma terceira micropresença completa (efeito)?...

E desde quando a causalidade e a casualidade científicas conseguem resultar em verdades absolutamente exatas e inquestionáveis?

Em qual tempo e em qual espaço receptáculos um microfantasma conseguiu se deslocar, vencendo microespaços e gastando tempo, para penetrar em outra micronatureza não menos fantasmagórica?

E a propósito de tempo enganador, nem o espermatozóide nem o óvulo vieram primeiro que o ovo-mãe, nem a mãe-ovo veio primeiro que o espermatozóide que teria se encontrado e fundido com o óvulo-fêmea.

No mundo pensado ou reconstruído pela ignorância-ego-

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pensamento (ou trevas exteriores), o óvulo e o espermatozóide não passam de aparências superpostas, a partir da convergência de causas e condições pensantes-pensadas regidas pela Lei da Geração Condicionada.

Aqui e Agora, não há nem primeiro nem segundo, nem antes nem depois, só há Vida que de Momento a Momento que se renova independente das mentiras chamadas óvulos, espermatozóides e ovo fecundado!...

Do mesmo modo pode-se dizer que nem o ovo veio primeiro nem a galinha. No mundo do faz-de-conta, o ovo e a galinha são presenças superpostas, constantemente refeitas a partir de causas e condições capciosas.

Nesse dilema, não há uma causa-galinha e um efeito-ovo ou uma causa-ovo e um efeito-galinha. Só há ignorância-ego-pensamento, cujas enganadoras sobreposições temporais, concretizadas pela execução do ato intencional, podem vir tanto antes como depois, já que ignorância-ego-pensamento aí é tempo.

O ovo-mãe ou o pretenso microtodo espacial modificado (efeito) não pôde originar-se da fusão de dois microtodos espaciais em modificação (causa, ou espermatozóide e óvulo). E a fusão impossível desses dois microespaços em modificação tampouco resultaria numa terceira modificação, que é o ovo-mãe. E não esqueçamos que essas são faz-de-conta capciosíssimos ou presenças microscópicas, só pensadas e enxergadas e, portanto, mais mentirosas do que as aparências sobrepostas que se apresentam aos cinco sentidos.

Mas a ciência não pára aí. Vai mais longe. Diz e jura provar que tal microtodo espacial (ovo-mãe), já encerrando em seu íntimo três modificações, umas dentro de outras (como se isso fosse possível), continuará agindo, resultando em mais agentes dentro de agentes. E estes suscitariam mais modificações dentro de modificações.

Em seu próprio íntimo, tal mentira clamorosa iria se transformando numa tremenda complexidade. E esta equivaleria então a círculos dentro de círculos, a outros microtodos espaciais completos, um dentro do outro, como a mórula, a blástula, a gástrula, o folheto tridérmico, o esboço fetal e assim por diante da pretensa divisão celular.

Numa continuidade totalmente enganadora, o ovo-mãe ou um microtodo espacial já modificado, já sendo lugar modificado, agiria em seu íntimo, feito um mesmo lugar e se transformaria em mórula.

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O ovo-mãe, não podendo ser contido pelo Todo-corpo e não podendo encerrar nada em si mesmo, passaria então a conter a mórula, como se tal fosse possível.

O ovomórula, já sendo espaço modificado, outra vez agiria em seu íntimo, feito sempre o mesmo lugar, e se transformaria, desta feita, em blástula... 0 ovo-mãe agora transformou-se em mórula e a seguir em blástula. 0 ovo-mórula-biástula, por sua vez, sendo também microespaço modificado, apenas agiria mais uma vez em seu íntimo, e feito sempre o mesmo lugar ou aproximadamente o mesmo lugar (espaço), transformar-se-ia em gástrula.

Sempre no íntimo do mesmo e pretenso microespaço, como se algo parecido pudesse existir feito um receptáculo, dá-se outra trans-formação, que resultaria no fantasmagórico folheto tridérmico, no esboço fetal e assim por diante.

E a partir dessas três pretensas camadas formar-se-iam os tecidos básicos, os esboços do coração e vasos, os órgãos, os ossos, os nervos, a pele e tudo o mais até o corpo completo.

Todavia, nada do que acima foi descrito e esboçado acontece e aparece de fato.

Como antes se disse, não há agentes dentro de infinitos agentes mais que cumpram ações, e muito menos essa confusão toda libera atos e conseqüências a resultarem num futuro corpo perfeito e complexo.

E mais, em cada momento de renovação sucessiva, ou vinga um Todo, que é um Vazio-Pleno completo; ou vinga a parte que é outro Vazio-Pleno.

Acredito que os dois simultaneamente é impossível. Não são as partes que, atuando homeostaticamente, vão gerar o

todo corporal. O todo corporal e seu meio, fulgurando, surgem de momento a momento e se renovam ou se permutam, se necessário for.

Bem, mas mesmo ignorando ou não levando em conta a realidade dita científica, ou, melhor dito, a sobreposição do espermatozóide, do óvulo e do ovo dos pais, mudanças acontecem em fêmeas normalmente fecundadas.

E elas, então, podem exclamar: "Dentro de mim há outra vida!" Só que as explicações científico-intelectuais a respeito desse portentoso evento não convencem, ou são mais enganadoras que plausíveis.

Ora, nestas alturas, até uma concepção virginal é possível, malgrado raríssima. Tudo depende do que se pensa, do que se faz

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intencionalmente e do que se sente. Essa engrenagem chamada fecundação, concepção, em-

briogênese etc. finalmente é regida pela Lei da Geração Condicionada, e nessa tanto cabe o que a ciência diz e jura provar, mas que é só aparência, como inclusive cabem acontecimentos mágicos inexplicáveis.

Assim como numa Autonatureza ("Isto-Sentir") provavelmente não há um Todo-corpo vivo permanente, que se subdividiria em órgãos, em tecidos, em células, em nucléos celulares e organelas, em macromoléculas, em moléculas, em átomos, em núcleons e elétrons, do mesmo modo um corpo-todo não se forma pela simples fusão de um espermatozóide permanente e atuante com um óvulo permanente e também atuante.

A união destes dois fantasmas impossíveis (pois não duram nem podem atuar de por si), e que só são enxergados e reconhecidos ao microscópio, não resultará em ovo-mãe, porque este também nem per-siste nem é substancial, e muito menos age.

Nada material e semipermanente no ovo-mãe pode atuar de modo contínuo para que ele se transforme em mórula, blástula, gástrula, em folheto tridérmico, em esboço fetal, em tecidos, em esboços de órgãos e vasos, em aparelho circulatório, em sistema nervoso, em pele, em ossos, em órgãos sensoriais, em órgãos internos e em corpo vivo e totalmente arrematado.

Todas essas hipotéticas presenças que a análise intelectual do corpo descreve como contidas num Todo são simplesmente impossíveis.

Inversamente, tal análise começa com um Todo completo (corpo vivo) e acaba em pretensos microelementos; ou senão, no lugar dessa análise cartesiana, prevalece a enganadora síntese que diz começar com os gametos (sexuais) e acaba no todo corporal.

Em última instância, todos esses enfoques e enxergar capcioso são apenas reconstruções e acomodações do pensamento, que a execução do ato intencional do senhor pesquisador torna fatual ou transforma em dados objetivados sobrepostos.

O exemplo de o óvulo feminino ser fecundado pelo es-permatozóide masculino e resultar em ovo-causa (pretensa causa essa que redundará em milhares de efeitos diferentes) é demasiado complexo e enganador. Para situarmo-nos melhor neste terrível dilema de um Todo não esconder partes, ou de uma Parte ser igual ao Todo, deveria se ver um exemplo mais simples, como o da semente e do broto e que já

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reproduzi em meu livro “Ladrão e Salteador da Mente Humana”. Por outro lado, a observação repetida e viciada da semente

(pensada), por parte de um ego-cientista (pensante), não prova, que o broto se produz graças à interferência de fatores externos, e que influenciariam a semente.

E se aceitássemos que fatores externos e reconhecíveis não interferem, isso tampouco provaria que é só a semente a que, atuando em si mesma (feita um agente), produz o broto, atuando. O mesmo se diga no que se refere ao espermatozóide, óvulo, ovo e feto.

A pretensa observação cientifica ou as observações viciadas e repetidas que certos pesquisadores desavisados fazem — sem saber quem (ego) é que aí está observando e percebendo, e sem saberem se de fato há algo absolutamente real e separado para observar e perceber — só servem para enfraquecer a nossa Acuidade Sensorial e para deturpar o nosso Entendimento, ou Natural Saber-Sentir Intuitivo.

Ademais, tais observações viciadas vão escondendo cada vez mais "ISTO-SENTIR" ou a Autonatureza Não-Dual, a qual só subsistirá feito um mistério intraduzível na medida em que se pensar insistentemente a respeito, e cada vez pior.

É só com o prevalecimento de condutas calamitosas (método de experimentação da ciência) e atitudes epístemo-psicológicas tão de-sastradas que o MISTÉRIO do surgimento das coisas e dos seres haverá de subsistir.

Repetindo-me: não há germes-agentes que, atuando neutra ou malignamente, podem afetar o organismo inteiro, primeiro porque se aparecem ou se se sobrepõem, não duram nem persistem, segundo, porque eles não são entidades que agem.

O mesmo se diga com a pretensa degeneração de células, nú-cleos e organelas celulares. Nem as células, nem as organelas, nem os núcleos, nem as macromoléculas, nem as moléculas etc. são agentes que podem executar atividades conservadoras ou destrutivas, boas ou más, e tampouco duram para tal.

Se assim é, onde ficam, pois, o câncer, a AIDS, as leucemias etc. e as explicações científicas que fundamentam o desenlace de qualquer paciente em estado grave?

Outra vez, filha querida, te inclui em "chatices" que bem conhecias e que afinal em nada te ajudaram quando foi preciso.

Mas, filha, se o começo aparente de teu corpo, se o crescimento

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dele e se o seu amadurecimento são tudo menos aquilo que a ciência médica explica e impõe, não te parece que, com um pouco mais de relativismo na conduta e na apreciação do teu caso, teu destino (e de todos os jovens em condições similares à tua) teria sido um pouco diferente e quiçá melhor?

Meu tesouro, eu" acho que todo equacionamento médico - cientifico é sempre superposto, relativo, não definitivo, nunca absolutamente válido, e só plausivelmente veraz na medida em que o médico ame e respeite o próximo.

Um diagnóstico e uma conduta, se não forem muito prejudiciais ao paciente e se não aumentarem a dor dele, podem ser levados em consideração, sempre que encerrem uma perspectiva não tão fúnebre, e que de fato ajude e construa; isto é, alivie e cure.

Se a descrição da doença equivaler apenas a um equacionamento sem uma solução satisfatória, sequer deve ser levada em consideração e apresentada.

Os equacionamentos médico-cientificos sem cura, sem solução, são crimes e não medicina, por causa das superposições regidas pela Lei da Geração Condicionada... Ademais, está na hora de a medicina parar de colonizar o paciente... Ninguém pertence a ninguém e ninguém é exclusividade de ninguém. Os terapeutas que menos prejudicam são os que ajudam de fato.Todavia, a formação em medicina nem sempre é a garantia de tal ajuda!...

Meu anjo, quando te encontravas no nosso meio, às vezes te metias a escrever por escrever. E para meu agrado, caiu-me nas mãos uma carta que tu escreveste para o teu namorado e que "eu" achei belíssima em muitas partes. E para tal, tomo a liberdade de transcrever alguns trechos, para que o amigo leitor possa sentir-te e conhecer-te de outro modo e não só por aquilo que eu digo.

"Rodrigo, não me entendas mal. E mesmo que tu penses isto ou aquilo de mim, por causa de minha maneira de agir, posso assegurar-te que se ninguém se conhece a si mesmo, como é que vai entender ou conhecer o próximo?

Se o contrário prevalecesse, o mundo seria outro. Por isso te peço que sejas um pouco mais tolerante comigo, isso se não for muito difícil...

"... Eu posso ser o que tu quiseres, e até mesmo pior, mas o problema é que eu sou assim. Em certos dias, sou toda amor para ti. Me

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enrosco toda no teu calor, como se tu fosses para mim um aconchego extremamente protetor. A sensação que esse achegar-me me dá é que a vida é feita só de nós dois, e que nós dois somos uma coisa só. E quer tu duvides ou não, é nesse sentimento que eu me apego, com unhas e dentes, fazendo dele o sentido único de minha vida.

Dentro de mim, sinto que esta é a Verdade e quero vivenciá-la de Instante a Instante...

"Outros dias há que em mim se intromete uma amargura, uma tristeza imensa. E daí me bate um desânimo insuportável. E isso também me dá raiva porque não sei o que é nem de onde vem. Nesses dias, se eu pudesse, preferiria não acordar para não ter que me cruzar com ninguém, principalmente contigo, porque aí eu sempre acabo machucando alguém, ou senão me meto em encrencas. E se brigo, por que esse alguém tem que ser sempre tu, de quem mais gosto, droga!

"Eu sei muito bem que não adianta ficar nessa de me desculpa", "me perdoa", "me" isso, "me" aquilo. Mas pelo menos eu me apercebo quando magôo alguém e tento voltar atrás. Só que aí a bobagem já está feito. Como resultado, meu mau humor duplica e o "nojo por mim mesma" fica do tamanho do Himalaia.

"... Ah, cara, se tu soubesses como é que eu fico numa hora dessas (quando tu me agrides, me ofendes e me machucas com atitudes e palavras!). Tenho vontade de voltar para a barriga da mãe (como diria um Freud de meia pataca!). E o que mais me irrita é que tu vens com aquela conversa de que "eu sou assim", "eu sou assado"; ao diabo com esse teu "eu sou"!...

"Desculpa, mil vezes desculpa, meu mau humor generalizado. Desculpa o 'ócio' mental (falta de tino) que às vezes eu sinto. Desculpa por essa minha mania de me transformar no 'apara-raios do mundo', foco de atração dos problemas de todos e de tudo. Por isso aí eu fico me preocupando com as 'hemorróidas' deste, com as 'unhas encravadas' daquele e assim por diante.

"... O 'baixo astral' que sobre mim às vezes se abate fundamenta-se no que antes te disse. É uma revolta profunda que vai se acumulando e não há como botar para fora. Vive-se num mundo estúpido, atrasado. Tudo cansa. Só prevalecem a hipocrisia e a mediocridade de alguns humanos, que são verdadeiros dejetos!...

"Sei bem que nesses momentos tu me entendes, porque tu também és assim. E sabes que este meu pessimismo está ligado ao que

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vejo, já que eu olho ao redor e não vejo nada dar certo para ninguém... Só enxergo sofrimento, azar, angústia e a eterna expectativa de algo melhor. Enfim, a condição humana me assusta, porque, finalmente, eu também sou humana. Talvez seja por causa de tudo isso, e por outras tolices mais, que a gente não se entende, às vezes.

"... Ninguém conhece ninguém a fundo, a menos que seja sensível o suficiente e tenha alcance e uma serenidade interior profunda a ponto de penetrar no íntimo da pessoa e sentir o que ela sente...

"... Te amo, te amo demais, e gostaria de ter-te sempre comigo, como homem, como companheiro, como amigo e irmão. Por isso peço um pouco de paciência para comigo, com a melhor das intenções. E quando eu estiver um tanto estranha, de rabo torto, ou não estiver legal, fica na tua; nesses momentos eu só preciso da tua compreensão e tolerância. Sempre vou estar fazendo alguma besteira, mas sabe que nunca é intencional, propositada, porque não gosto de machucar ninguém e muito menos a ti. E digo isso porque não sou dessas pessoas que afirmam que nunca vão mudar. Eu vou mudar, sim, com o tempo, e aprender com a vida e principalmente com meus próprios erros, ao lado de uma pessoa que é única e especial para mim: (tu)!

"Sabes, a minha pureza infantil ainda está viva por tua causa. E essa criança em mim, ama a criança que está em ti. E enquanto elas sobreviverem em nós, o amor entre a gente será sempre novo e eterno!..."

OS INCONSCIENTES FREUDIANOS E JUNGUIANOS E já que na reprodução da carta anterior, minha filha cita o

nome de Freud, “eu” pergunto: na engrenagem que a Lei da Geração Condicionada determina, onde se situa o inconsciente que Freud teria descoberto no cérebro do homem? E onde fica o Inconsciente Coletivo que Jung também teria surpreendido no cérebro humano?

Respondendo em poucas palavras, tanto um como o outro são apenas acréscimos, são frutos do pensamento discursivo.

Em outros termos, tais inconscientes são frutos enjambrados e tornados sutis pela memória, raciocínio, imaginação.

O inconsciente freudiano e o muitíssimo mais relativo Id não fazem parte da Grande Consciência e muito menos o Inconsciente

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Coletivo de Jung. Talvez a Consciência-EU suporte tais pretensos inconscientes, de algum modo, mas eles são apenas acréscimos que nada têm a ver com a Verdadeira Consciência em Si

Essa, por sua vez, não fica cônscia de suas Manifestações Primordiais; mas não é totalmente alheia a Si Mesma ou ao seu próprio Manifestar. Só não “fica cônscia de” porque não se divide em falso sujeito que pensa e em coisa pensada. “Não fica cônscia de”, nos termos em que é preciso existir um ego aqui que percebe uma coisa lá.

Conscientizar, Perceber, VER-SENTIR, SABER-SENTIR-INTUIR-ATUAR-AMAR para a Consciência-EU é tudo. O resto é só acréscimo.

EU-Ela é só inconsciente nos termos em que não conhece de modo dualista; ou seja, com um sujeito que conhece, de um lado, e uma coisa ou ser conhecido, do outro, mais a pretensa possibilidade de conhecer ou reconhecer no meio.

Todos os PRODÍGIOS atribuídos ao Inconsciente freudiano e ao Inconsciente Coletivo — ambos cerebrais ou fumaças do cérebro — em verdade pertencem à Grande Consciência ou à Consciência-EU.

Os fenômenos de telecinesia, da desmaterialização e rematerialização, de transporte de objetos, de abdução de pessoas, animais e coisas, de pancadas secas, de sons paranormais, fogos paranormais, fenômenos de "poltergeist" etc. estão ligados aos portentos do ATO PURO.

As possibilidades telepáticas, a retrocognição, a precognição, a psicometria, a clarividência, a clariaudiência, as profecias, os sortilégios etc., por sua vez, estão ligados ao SENTIR PURO.

Tanto o ATO PURO como o SENTIR PURO ou até mesmo o SABER PURO são VIDA AUTÊNTICA, e eclodem, Aqui e Agora.

Estão, pois, livres das limitações e dependências do ato intencional e da sensorialidade fisiológico-corporal que aparece depois, no tempo, numa pressuposta dependência do corpo físico e orgânico.

MAGIA BRANCA é uma mistura de possibilidades próprias do Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar, Primevo.

Aproveito e repito agora o esquema da "Dodécupla Cadeia" e que traduziria o "começo" das superposições, incluindo-se nelas a pessoa-corpo-pensante e o mundo pensado.

Como já vimos antes, a ignorância-desejo primordial determina o aparecimento ou a superposição dos pensamentos estruturantes, de

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acordo com o "Isto sendo, aquilo é ou aparece..." A intromissão dos pensamentos estruturantes aparentemente

limita a Grande Consciência-EU. Mas não que tais pensamentos limitem ou condicionem efetivamente a MENTE PURA ou a Consciência-EU; os pensamentos estruturantes ou reconstrutores — pensamentos que são reflexos, reverberações do "ISTO-SENTIR" — apenas se incrustam nela, constituindo uma ilha ínfima e anômala. Esta pressuposta incrustação anômala caracterizará então a consciência contaminada, personificada, relativa, ou também aquilo que eu chamo de Campo de Consciência Sensorial. Tudo o que faz parte desse Campo é quase impossível ignorar ou fazer de conta de que nunca foi (mal) sentido e agora reconhecido. É por causa deste Campo mental que o mundo e a morte parecem tão poderosos e insuplantáveis.

Repetindo então: 1) a ignorância-desejo primordial determina os pensamentos estruturantes ou reconstrutores. 2) Estes determinam a sobreposição da consciência contaminada. 3) Nesta falsa consciência sutil sobrepõem-se então os nomes e as formas ou a psicofisicalidade bipolar, pessoa pensante (ego), de um lado, e mundo pensado e reconhecível, do outro. 4) Tais nomes e formas ou psicofisicalidade bipolar determinam o aparecimento das seis esferas dos sentidos, ou seja, olhos-e-visto, ouvidos-e-escutado, nariz-e-cheirado, língua-e-gustado, pele-e-tocado (sexo-e-libido), tomar-se cônscio de e dado ou coisa conscientizada, falsamente um separado do outro.

Nessas esferas dos sentidos incluem-se a memória, o raciocínio, a imaginação ou também os pensamentos discursivos, que fazem parte da sexta esfera, ou pretensa esfera cerebral, que é somente condicionada etc. 5) As seis esferas dos sentidos determinam o contato entre a falsa pessoa pensante e o falso objeto pensado. E é aqui que o reconhecimento passa a prevalecer todo-poderoso. 6) O contato determina o aparecimento da sensação qualificada, agradável ou desagradável, boa ou má, útil ou inútil, conveniente ou inconveniente, simpática ou antipática, construtiva ou destrutiva etc. 7) A sensação qualificada determina o aparecimento do apego por tudo e todos, ou senão se dá o rechaço. 8) O apego ou o rechaço determinam o aparecimento da necessidade de se apropriar, que é o reforço máximo do ego, pois é aqui que salta fora o calamitoso "eu e meu" (ou a corrida pelo Poder). 9) A apropriação determina o aparecimento do vir-a-ser (ontem-hojeamanhã) ou da existência condicionada do homem. 10) O

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vir-a-ser determina o aparecimento da impressão e convicção de nascimento, de duração temporal, de dureza, de impenetrabilidade, de extensão espacial e material. 11) A impressão e convicção de nascimento determinam o aparecimento da impressão e convicção de crescimento, de amadurecimento, de decadência, de velhice e morte. 12) E estas últimas impressões determinam o aparecimento das doenças, do mal, da dor, do infortúnio, do desespero, da velhice, dos desgostos, das lamentações sem fim, e do quase sempre fatal ressurgimento do ego numa vida seguinte, na roda sem fim do "Samsara" ou nas "trevas exteriores"...

Tudo o que está incluído entre o número 1 e o número 6 simplesmente passa despercebido. Mas isso não é inconsciência, e sim apenas sutilezas da mente ego-personificada. Com muito cuidado ela esconde todos os seus acréscimos e intromissões. O Id, o Superego, o ego e o inconsciente freudiano, e até mesmo o inconsciente coletivo de Jung, se inseririam, a caro custo, depois do quinto (5º) engate. E aquilo que eles chamavam de inconscientes, em verdade eram apenas sutilizações da memória, da imaginação, do raciocínio em suma, sutilizações do pensamento discursivo.

Uma pessoa fica neurótica e até mesmo psicótica por causa do discurso interior extremamente sutilizado — a pessoa-ego não se dá conta de que não pára de falar por dentro e que não pára de evocar presságios nefastos e pressuposições descabidas — e também por causa de imagens não bem digeridas ou não bem vivenciadas e que, por sua vez, se inserem de modo atormentador no domínio da memória-imaginação.

A MENTE PURA está livre de inconscientes freudianos e junguianos. De certo modo, pode-se até admitir que a Consciência-EU comporta ou esconde uma Consciência-Depósito que encerra tudo o que foi vivido (suposto passado), tudo o que está se vivendo, e o que se viverá, a modo de dizer, e tudo isso constituiria os Arquétipos...

A MAGIA DE UM CORPO QUE NEM SE MOVE NEM ESTÁ INERTE

Reforçando de outro modo o que antes já foi denunciado, é bom

salientar que uma coisa só pode estar presente num único lugar, ou

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melhor, tal objeto reconhecível é também o próprio lugar (espaço) transformado em coisa. Nesse caso, coisa e lugar, lugar e coisa se confundem. Nesse caso também, a coisa-lugar (ou "Isto-Aqui") deslocando-se, não poderia ir ocupando um pretenso vazio puro e contínuo, de modo sucessivo, mudando o aqui pelo lá e pelo acolá, tal como parece implicar o espaço da física. E se algo parecido parece acontecer, isso é só uma reconstrução do pensamento, que a execução do ato propositado consegue concretizar feito um pretenso deslocamento físico. Mas este deslocamento ou movimento físico só se desenrola na memória-raciocínio-imaginação. Isto é um movimento que a modo de dizer já aconteceu, ou ainda não aconteceu (imaginação-futuro), e o raciocínio ligando os dois extremos jura estar acontecendo também no hoje de 24 horas, quando não está.

Estar supostamente presente em determinado lugar fisicamente definido (mas em verdade só reconhecível), significa não ter estado presente em outros espaços precedentes, pois não há nenhum lugar precedente que possa perdurar para depois ser reconhecido como tal.

O espaço absoluto da física e que abrangeria tanto estes lugares como aqueles é fictício, e o movimento que os uniria também o é, não importa os constantes reconhecimentos contrários de alguns, que me tacharão de louco por estar denunciando estes paradoxos.

Assim como não há um agente separado da ação e que possa cumprir atos ou possa deslocar-se, também não há um espaço-tempo receptáculo onde possam caber coisas e seres que se movem.

Coisas e seres, mais o meio ou o contexto reconstruído (fato) encerram todo o espaço, o tempo e o movimento que se faz necessário. Tudo isso é como se fosse uma simples projeção holográfica.

Insistindo mais uma vez, Adriana-corpo, então, não podia ter se deslocado fisicamente, da sua casa até o local do acidente, pois AGORA não há um aqui e lá, persistentes e interligados. E na ocasião não havia um aí, ali, acolá, a serem alcançados por um ego-agente que sempre inexistiu.

E por inexistir em termos absolutamente reais, tal ego-agente fantasma sequer pôde executar atos.

Algo (sua casa) que A.B. abandonou ou um ambiente passado, que o enganador deslocamento presente, visando a alcançar o fatídico cruzamento, deixou para trás, também não Existiu. (E agora talvez só apareça em função do atuar propositado). Pois, não há nada precedente e

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igual (casa dela, ruas) que estava durando e tivesse sido deixado para trás ou abandonado.

Adriana-e-meio ("Sentir-Isto"), quiçá, traduzisse apenas si-tuações completas ou quadros de um filme, que iam se substituindo de modo similar e harmonicamente, um atrás do outro.

E de se crer que no desenrolar dessa série psicofísica, quase cinematográfica, não estava previsto o aparecimento de um acidente.

Alguma ruptura repentina deve ter acontecido, em que um desenrolar harmônico foi substituído repentinamente por um contexto maligno, agressivo.

Algo assim como se uma tesoura fatal e maligna tivesse cortado aquele filme cotidiano e superposto para nele inserir quadros, onde, objetivamente, aparecessem acidentes, choques, pancadas, ferimentos, dores, angústias e lamentos.

Se neste nosso faz-de-conta (ou falso mundo) algum acidente mortal aconteceu para minha filha, ele só poderá ter algum fundamento plausível se se recorrer às séries psicofísicas, que se desenrolam homóloga (similar) ou heterologamente.

Esta diferenciação ou heterologia, nem sempre benéfica, contudo, é introduzida tanto pelo carma do ego-pessoa como pela intenção-desejo do ego-pensamento.

Mas mais do que este último, pela intromissão repentina de forças negras e estranhas que, graças a brechas e vulnerabilidades prévias, conseguem "manipular" a Lei da Geração Condicionada e a Lei do Carma (a fatalidade superposta), naturalmente para pior, resultando em desagradáveis cenas acrescentadas ao filme (Continua adiante).

Por outro lado, e de certo modo repetindo com palavras diferentes, é bom que se saiba que quando algo (corpo) e outro algo (célula) ocupam ao mesmo tempo um mesmo e grande lugar (o qual agora se subdividiria em muitos lugares pequenos, formando um todo) isso resulta em contradição pura.

Em outros termos, nunca é o mesmo ser (ou a mesma coisa) aquilo que na visão comum é enxergado de uma maneira (normovisão), e na pretensa visão microscópica é enxergado de outro modo, como aconteceria com o enfoque científico das coisas, ditas naturais.

Os pretensos níveis teciduais, celulares, cristalinos, moleculares, atômicos, nucleares etc. de uma mesma coisa-lugar não são visões

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diferentes dessa única e mesma coisa e sim seriam coisas-lugares diferentes, situações diferentes.

Em verdade seriam forjações diferentes, em momentos e situações diferentes, e que nada teriam a ver com enganadoras infra-estruturas de uma mesma coisa, num mesmo espaço e tempo.

Se algum ego-pensamento pudesse reconhecer-se em suas supostas e diferentes estruturas próprias (de um corpo?), cada vez mais diminutas (microscopia), ele apenas constataria estar e não estar presente, ao mesmo tempo, num mesmo todo ou corpo especial. E esse estar e não-estar equivaleriam outra vez a uma incrível contradição, como a visão científica das coisas costuma ser.

Nesse caso, nada mais lamentável do que essa visão, com seus pretensos níveis, subníveis microscópicos e que vão recuando até um menos infinito de confusão e engano!

(Amigos, nesta denúncia onde fica a validez absoluta dos cânceres, das leucemias, da AIDS etc.?)

Lamentável é dizê-lo, mas certos médicos mais matam do que curam, exatamente porque introduziram a confusão e a multiplicidade no corpo vivo (TODO), multiplicidade atormentadora essa que nem sempre cabe.

A Adriana-e-meio era um Fato em Si; era "Sentir-Isto" ou um Momento Aqui e Agora bastante Real.

O corpo dito material e persistente para a Adriana-Espírito-EU era outra coisa refeita, outro momento, bastante menos real.

A Adriana-órgãos lesados ou doentes era outra entidade e outro momento, menos plausível.

A A-tecidos era mais irreal ainda; a A.célula, idem; a A.-moléculas, idem, idem; a A-átomos, idem, idem, idem, e assim até um menos infinito de confusões e mentiras.

Essas "outras entidades e outros momentos" são, pois, tanto mais mentirosos e enganadores, quanto mais se recua na pretensa microscopia, onde só prevalecem um pensar-enxergar capcioso e um reconhecer de reconstruções recentes, sem conta, vindas à tona pelo constante atuar intencional, como por exemplo manipular um microscópio e parafernália afim..

O médico deveria, pois, concentrar-se mais na situação imediata, clinicamente reconhecível, não importa se reconstruída, e que é o corpo do paciente.

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Preocupar-se com as células, com o hemograma, com as moléculas, com os átomos de um suposto organismo é o mesmo que ignorar o mais plausível, matando-o. E este é o CORPO QUE APARECE, fruto de uma magia milenar.

Ignorar o que aparece (corpo) e tentar curar e corrigir fantasmas inexistentes, que sequer aparecem objetivamente, que sempre são pressupostos, que são só mal sentidos ou mal enxergados pelos olhos, e que, finalmente, só foram superpostos recentemente, é o mesmo que matar o mais plausível ou o corpo.A medicina confiou demais nos elementos microscópicos, nas células, moléculas, átomos. Aí esteja, talvez, uma das grandes razões da incrementação de seus erros.

NADA DURA, NADA SE ESTENDE, TUDO É UM FAZ-DE-CONTA

No que é Real ou numa Autonatureza não há nada que se

transforme num trajeto permanente, numa estrada ou numa avenida trágica que algo ou alguém percorrerá.

O falso ente viajante (ego), com seu pretenso corpo material, móvel e aparente, ou senão com um automóvel, não importa se pensando se considere separado do meio (ou de seu Campo de Consciência Sensorial), ele, intencionando e executando o ato, faz o trajeto e o sustenta de modo contínuo com seu discurso interior.

Toda persistência fatual e aparente pode muito bem ser constituída de “Isto-Sentir" em fulguração, cujos reflexos caducos simplesmente vão se sucedendo.

Esses restos, a memória-raciocínio-imaginação os rearranja em séries e os ajusta de modo que acabem nos parecendo um fato permanente ou uma coisa real, tipo projeção cinematográfica contínua.

Toda suposta extensão espacial constituir-se-ia então de resíduos descontínuos que a ignorância-ego-pensamento faz com que apareçam em contigüidade e de modo simultâneo.

Aliás, é ela que aí superpõe a pessoa pensante e o meio pensado, numa interdependência perfeita,

Essa interdependência, como foi dito, também resulta em Campo de Consciência Sensorial particular (ou inclusive coletivo, quando as pessoas do meio são muitas e quando pensam igual à pessoa

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que forjou tal campo)... Sempre dentro do mesmo assunto, conviria saber também que

todo pretenso movimento ou deslocamento primordialmente viria a ser apenas um fluxo de reflexos do "Isto-Sentir", que o ego-pensamento acomoda para que apareçam em contiguidade e em sucessão.

Malgrado o que a física diz e jura provar, não haveria, portanto, nem espaço nem tempo físicos; tampouco haveria movimento, acima ou abaixo, aquém ou além das Fulgurações Primordiais e Momentâneas. Para tal ver meu livro “Transmutar Este falso mundo” (Clube de Autores), onde desminto o tabu ou a sacralidade do movimento e do espaço-tempo..

E se o falso ente pensante (ego), ao intencionar, faz o trajeto ou o meio, creio que não era intenção de A.B., por meio da Lei da Geração Condicionada, (mesmo que inconscientemente), montar um cenário, onde ela iria ser esmagada por uma máquina que, aparentemente, vinha com uma velocidade incrementada. Nem, de certo modo, era intenção do motorista atropelar alguém.

A convergência de causas e condições, tanto da Adriana-corpo, como a do motorista, e que resultava num contexto normal, habitual e não perigoso, foi alterada e substituída por algo mais, digamos por uma “manipulação” que resultou em outra convergência tenebrosa, onde pareceu desdobrar-se a tragédia.

O que ou quem interferiu aí para que o Eclodir Vital de um "Isto-Sentir", irredutível e inócuo, se transformasse numa pretensa extensão espacial e numa duração temporal, a receptar falsos eventos, bons e maus?

E como foi possível nesse nada absoluto (ou receptáculo trágico) ter-se dado o lamentável e fatal choque de dois corpos densos, que na realidade não eram densos, não podiam mover-se (porque não duravam), nem eram materiais (porque não tinham essência própria)?

Esse doloroso faz-de-conta superposto só pode ter sido suscitado por diversos fatores existenciais desfavoráveis e cármicos. . Mas, mais do que esses, quero crer que aí também devem ter interferido forças negativas teleguiadas, frutos da magia negra.

E esses frutos nefastos da magia e as forças negativas são apenas pensamentos deletérios que se concretizam graças à execução de atos propositados malignos ou a rituais perversos.

Tudo isso, minha gente, campeia nas trevas exteriores que

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incluem este mundo (aquém) e o além. E não há ciência moderna que tenha conseguido suplantar,

impedir e eliminar esse tenebroso modo de pensar e de agir (magia negra).

E é bom não esquecer que a observação e a hipótese científica, que a exposição lógico-matemática, a experimentação laboratorial, o pretenso resultado buscado e a prova final também são frutos de uma magia safada, nem sempre nefasta, mas sem qualquer dúvida uma magia altamente sofisticada.

Quanto sangue já não correu por causa de todas as brincadeiras científicas em moda? Que as cobaias e os outros seres mais de experimentação" o digam, pobrezinhos!

E a propósito, certas forças adversas, certos ETs vampiros, certos autômatos do além, cuja maneira de atuar sempre resulta em magias negras, adoram sugar a Vitalidade do sangue humano derramado (e a do animal também).

E no caso do acidente e da hospitalização de A. B., meu Deus, quanto sangue se derramou!?

Os hospitais onde pretensamente se pratica a mais pura medicina científica e onde só vingam o pensar e o atuar lógico-racional, são os mais visados e os mais vampirizados pelas forças negras, inimigas do homem. E estas interferências só acabam sendo detectadas e mal traduzidas pelos especialistas como gravíssimas contaminações e infecções hospitalares, e como fracassos cirúrgicos inexplicáveis... Se isso é verdade, um pouco de ternura, de amor ao próximo e de boa religiosidade não-fanática não fazem mal nenhum.

Não se precisa de rezas, de rosários e crucifixos. Basta elevar um pouco a mente e depois agir com respeito e carinho, como se se estivesse tratando do próprio corpo MEMÓRIA-RACIOCÍNIO-IMAGINAÇÃO É DURAÇÃO.

A pretensa mudança demorada de um trajeto-espaço, de uma

coisa, de um ser, num tempo físico que seria contínuo, é indício de suas momentâneas e constantes alterações.

Um meio ou uma pretensa coisa que durasse de modo imutável e uniforme à frente do ego seria como se não estivesse presente.

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O ego-pensamento aí duraria tanto quanto a suposta coisa enxergada, pois interdependem. Nessa interdependência, onde o pólo objetivo parece durar e o pólo subjetivo também, o ego simplesmente acabaria não enxergando a coisa, o evento, nem os reconheceria. Uma manobra epístemo-psicológica sutil e interesseira – e que só deixa sobressair os momentos proeminentes de uma coisa-série refeita – é a que permite ao ego reconhecer a coisa como se estivesse presente e durando. E nesse caso, então, os momentos proeminentes da coisa-série vão se repetindo de modo quase igual (homologia), e isso, para todos nós, egos, resulta em coisa durando.

E mais, nós só nos damos conta de uma alteração na coisa, e até mesmo no pretenso meio ou objetividade, quando ela se transforma numa nova situação, numa nova qualidade ou propriedade.

Ou seja, numa qualidade suficientemente forte para nos impressionar e para imprimir uma nova atitude em nossa mente reconhecedora e em nosso comportamento intencional e repetido.

Se se pudesse traduzir o pretenso movimento físico a contento, só se poderia dizer que é uma alteração clamorosa na objetividade pensada e reconhecível.

A suposta igualdade entre os momentos anteriores (passado) e os momentos falsamente presentes, resultando no aparecimento de situações similares, ou no prevalecimento de uma coisa dita sempre igual no tempo, ou no assentamento da pretensa identidade disto com aquilo, consiste simplesmente em descuidarmo-nos da constante diferenciação de tudo. Consiste também em aceitarmos a persistente influência da memória, a incutir-nos através do reconhecimento o falso testemunho da identidade contínua.

Se, como Sentir-Saber-Entender que somos (Deus Vivo), não vivenciarmos a completa e eterna Novidade que somos (ou "ISTO"), depois, (tempo), já como egos-memórias, seremos obrigados a refazer caducidades, objetividades inverídicas, pretensamente persistentes, substanciais, mas em verdade bem evanescentes. E será exatamente nessa evanescência que parecerão ocorrer deslocamentos físicos, nem sempre habituais e inclusive lamentáveis acidentes.

No mundo (ou "trevas exteriores"), onde todos acreditamos estar vivendo, tudo é vazio, tudo é insubstancial, tudo é sem essência própria (nem material nem anímica), tudo é impermanente e, tudo é evanescente e doloroso.

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Desse modo então, nada REAL Existe no mundo organizado, que conserve sempre a mesma identidade e que, por isso mesmo, seja duro e durável.

No mundo reconstruído só vinga a convergência de causas e condições psicofísicas.

Para que a convergência de causas e condições prevaleça, tanto podem participar os pensamentos do próprio ego, como inclusive se intromete o Carma, como também forças negativas, emanadas pelo grande Ego-coletivo (príncipe deste mundo).

Ou senão, se intrometem forças nefastas que o demiurgo, os falsos espíritos, "santos", "guias", ETs desfavoráveis, deuses tonitruantes, "senhores da guerra" etc. liberam.

E muito amiúde são exatamente essas forças negativas, manipu-lando falsas fatalidades, as que transformam um lugar-espaço em outro, uma situação em outra, geralmente calamitosa.

Ressaltando outra vez o doloroso fato que me afetou so-bremaneira, qualquer um concluiria que o meio ambiente (receptáculo, palco trágico), onde o acidente se desenrolou, era sempre o mesmo ou igual. Nesse, então, simplesmente vinha um carro físico bem veloz , sem que A.B. o visse, e que, por causa de seu descuido e desatenção, lamentavelmente a atropelou.

Logicamente trágico, simples e veraz, não é mesmo!? E por que não uma vergonhosa empulhação, logro!? Ora, se tanto o microônibus como A.B. mudavam a todo

momento e nada pôde manter a mesma identidade, como puderam, então, chocar-se?

Em qual espaço-tempo real e com quais forças e velocidades reais o atropelamento fatal pôde acontecer?

Quem ou que coisa transformou o impossível em possível? De que modo o cotidiano, que é possível, habitual e nem sempre

perigoso, se transmutou num perigoso local espaço-temporal, onde teria se desdobrado um acidente, com forças físicas e velocidades descabidas?

Todas essas velhacas manipulações e acomodações sugerem que esses atropelamentos, propiciadores de sangue, são a melhor magia que existe para alimentar os vampiros habituais do além e do aquém.

Sim, porque, para domesticar ETs vampiros e para evitar a ira deles, só fazendo sacrifícios propiciatórios e sanguinolentos, como al-

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guns seres de certas seitas ainda fazem, o que é um horror! Ai, meu anjo querido!, sinto-me bem ressentido ao me exprimir

como estou fazendo!... Filha querida, será que a Verdadeira Vida escolheu a ti e a mim

para que cada um, no seu próprio plano de limitações e injustiças (aquém e além), clame contra a violência que se pratica com os Filhos da Terra, encarnados e desencarnados?

Se isso é verdade, tomara que "EU SOU" pelo menos ouça!, e que alguma melhora e correção comecem a prevalecer!...

Ah, Adriana, quem nos escutará, quem se permitirá ser um pouco compassivo com as nossas dolorosas vivências, tu por teres "sido crucificada" e "eu", tua mãe e irmãos, por termos assistido a "tal crucificação"?

Meu tesouro, que belo sorriso de criança possuías! Será que ele ainda se esboça no rosto que agora apresentas? Ou será que só ficou um ríctus de dor?

Filhinha, tinhas amor para dar e vender e achavas tudo lindo. Onde foi parar todo esse teu entusiasmo e essa alegria de viver? Que foi feito do sol dos teus cabelos, da tua jovialidade sempre em flor? Cadê o teu sorriso? Cadê os teus sentimentos e lágrimas? Cadê a tua inteligência, sensibilidade e amor?

Um grande poeta já escreveu e "eu" o tomo emprestado como se o dissesse para ti: "Linda criança, tu não me sais da lembrança, meu coração não se cansa, de sempre e sempre te amar!..."

Perdoa-me por te molestar com argumentos tolos e asperezas antiintelectuais! Mas "eu" não busco justificar-me nem auto-exaltar-me. Algo mais forte me obriga a escrever assim. Por favor, não me leves a mal!...

A COISA OBJETIVA É UMA SÉRIE E OS ÚLTIMOS MOMENTOS DA COISA-SÉRIE

Amigo leitor, com todos estes meus criticismos e denúncias,

nunca pretendi destruir a Vida em Si, nem o viver cotidiano, com seus bom e mau momentos que possam se manifestar.

Tampouco sugiro que se anule em definitivo o pensamento ou razão, o que seria um absurdo. Basta não endeusar a razão-

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pensamento!... Apenas tento derrubar barreiras e destruir véus que fazem deste nosso viver condicionado uma maldade única e um cárcere insuplantável.

Num campo aberto (ou até mesmo numa Autonatureza), e entre os animais existem chefes, sim, mas não tiranos, manipuladores da falsa fatalidade, usurpadores do poder, guardas e soldados subservientes, que matam a torto e a direito, e inclusive carrascos da maldade solidificada.

Os tiranos do além e do aquém e seus seguidores obedientes só prevalecem em ambientes fechados, em grandes organizações despóticas, em quartéis, em prisões etc.

Em suma, em Campos de Consciência Sensorial coletivos, onde todos têm que pensar do mesmo modo e agir da mesma maneira, para que a mentira coletiva se mantenha. E um campo assim sempre luta contra o outro e pretende encampá-lo ou englobá-lo.

Bom seria então que todos os campos de consciência sensorial se anulassem e a Não-Dualidade voltasse a prevalecer.

Para tal é bom que a mente se enriqueça de alertas e denúncias higienizadoras, mas sem exageros e dogmatismos.

Por conseguinte, pode-se alertar que as forjações do ego-pensamento (ou reconstruções) e aquilo que ele extrojeta sempre correspondem a uma meta ou a um fim de algum ato propositado ou intencional.

Tais forjações extrojetadas, contudo, não deixam de ser presenças descontínuas.

Não importa se o conhecimento indireto em nós lhes propicia uma extensão espacial que não lhe cabe, uma duração temporal aparente, uma dureza fictícia, além de propriedades e qualidades descabidas, como o deslocamento do móvel.

Em verdade, tal reconstrução só se transforma no motivo principal ou na meta do ato intencional se sua objetivação não se estende aquém ou além de um último momento e que essa presença seriada possui.

Esse último momento da coisa refeita (coisa que equivale a uma série concatenada) é exatamente o momento eficaz da coisa e transforma-se em presença para um suposto alguém.

Este alguém (ego), também feito série, converge com a tal coisa que acha estar encarando, não obstante ele se julgue real, separado e diferente da coisa-série, que com ele converge.

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Os pressupostos momentos iniciais de determinada série-coisa-reconstruída não são iguais ao momento final e eficaz dessa mesma coisa-série. E este último momento pode inclusive corresponder não só a uma presença, mas também a um efeito.

Os momentos proeminentes e mutáveis da série-coisa-refeita convergem com os constantes prejuízos da memória-ego-imaginação, e isso nos permite reconhecer a coisa-objeto como se estivesse presente, mudando pouco ou quase nada.

Por conseguinte, e enfatizando mais uma vez, é bom que se saiba que a mudança demorada de uma coisa, num suposto tempo contínuo, é um indício de sua constante e momentânea alteração.

Uma pretensa coisa material que durasse imutável e uniformemente à nossa frente (ego) seria como se não estivesse presente. Nós, homens pensantes, simplesmente não a enxergaríamos nem a reconheceríamos, não importa se o ego apelasse para o subterfúgio da distância, da proximidade microscópica ou outras artimanhas mais.

Num caso assim, o ego duraria imutável e uniformemente como inclusive a coisa pensada, por causa da interdependência. E algo subjetivo que não muda (ego), encarando uma coisa objetiva que não muda, simplesmente resultaria em SATURAÇÃO e em ausência na per-cepção viciada.

A ignorância-ego-pensamento em cada um de nós só nos deixa ficar cônscios de uma alteração na pretensa objetividade que ela mesma estruturou, quando ela se transforma num novo desafio, numa nova situação, qualidade ou propriedade.

Ou seja, numa qualidade ou propriedade suficientemente forte para impressionar o sentir fisiológico (que é falso e viciado), e para imprimir uma nova atitude em nossa mente reconhecedora, atitude que resultará em resposta ou em outra atividade intencional.

A ruptura da identidade de uma coisa hipoteticamente contínua e material não equivale ao desaparecimento da série-coisa ou do fluxo psicofísico que corresponde a essa mesma coisa.

Tal ruptura ocorreria só num nível epístemo-psicológico, pois essa suposta identidade permanente da coisa ou fluir sempre igual (“isto é um diamante”), em verdade é algo que nós (ego) evocamos e imaginamos assim, resultando em reconhecimento de algo sempre idêntico ou similar.

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Perdoem-me, amigos, se insisto e aparentemente me repito. Tento fazer brotar alguma Luz, algum Entendimento Libertador a respeito daquilo que aconteceu com A. B., e que tem acontecido com nossos filhos e filhas, que acontece com todos e que contínua acontecendo!...

Isso posto, a meta do ato intencional da Adriana, ato que aparentemente iria se desdobrar num deslocamento impossível e num incrível faz-de-conta, era somente alcançar um supermercado, perto da casa dela, logo ali adiante, e comprar determinada coisa, nada mais, nada menos!...

Valha-me Deus!, se era só isso, de que modo, na trajetória impossível dessa meta inofensiva e não alcançada, pôde aparecer de repente um veículo impossível que, cruzando-se com o corpo aparente de A.B., fez o que fez?

Até o ponto em que chegamos, pode alguém ou alguma coisa ainda executar o ato ou fazer algo em termos absolutos?

Não é tudo só um faz-de-conta? Se assim é, a única desculpa que cabe é ter-se dado uma mudança de contextos — pois só estes aparecem de fato — devido à interferência de forças adversas (carma) e malignas (magia negra).

Digamos que, os últimos momentos de uma situação-série (aparências), e que não encerrava qualquer desastre, foram substituídos por outros momentos-série em que um corpo vivo aparentemente se chocou contra uma máquina aparente, sofrendo tal corpo uma ruptura e agressão que não precisava sofrer.

Os últimos momentos inofensivos de séries psicofísicas em convergência teriam sido então mudados abruptamente por outros. E isso corresponde a magias negras interferentes.

E a substituição de tais momentos por outros mais se nos traduziu como a tragédia impossível que Adriana-corpo viveu e sofreu, quem sabe de modo velhaco e gratuito, e que os familiares sofreram também.

E por que não? Quem sabe, tanto "eu" que isto escrevo, como minha filha tivéssemos inimigos, no além e no aquém, dos quais não suspeitávamos!

Ela, nesse momento fatal ou um pouco antes, pode até ter sido abduzida, transportada para outro nível de vida, devido à intromissão de certos ETs nefastos, e no lugar do acidente podem muito bem ter

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deixado uma cópia, outro corpo denso, outro faz-de-conta, um boneco, um clone. Para essas entidades perversas, tanto serve o sangue como serve um corpo denso, jovem e sadio.

Se não foi bem assim, com a pancada desferida artificialmente, moveu-se quem sabe o ponto de aglutinação da consciência personificada de A.B., como fala Carlos Castafieda em seus livros. Com essa mudança, repentina do ponto de aglutinação deu-se uma alteração abrupta do contexto ego-mundo, ou também corpo e meio.

Para que se levante um estado alterado de consciência ou um Satori, os mestres Zen, às vezes dão pancadas com uma vara nas costas do discípulo e num ponto especial.

Com isso (mas nem sempre), desde este mundo aparente ou desde este nosso plano de vida, mudamo-nos para outro, sem retorno, a não ser que algo ou alguém faça retornar o ponto de aglutinação à situação anterior.

Mas tal mudança de lugar do Ponto de Aglutinação faz desaparecer o corpo denso de nosso meio, e esse não foi o caso de A.B.

Algum corpo ou algo equivalente sobrou sofrendo, algo que quando perguntado no Pronto-Socorro qual era seu nome, respondeu: "Isabella!"..., ao invés de Adriana!

E mais, o espaço (ou contexto) não se estende, pois o longe e o perto não são reais e sim aparências.

Se a distância e o movimento fossem absolutamente reais, Adriana não teria se enganado psicologicamente no cálculo do espaço disponível e da velocidade do pretenso microônibus. Quando viu — ou talvez nem viu, pois o ENXERGAR também é manipulado e adulterado por safados, quando querem — já tinha o veículo em cima.

O motorista também não deve ter enxergado que naquele instante alguém ou um corpo estava à frente de seu veículo.

Potências estranhas não somente já haviam alterado o Saber-e-Sentir de minha filha e motorista — Saber-e-Sentir esse no qual não cabem o espaço, o tempo, a velocidades ou os deslocamentos, nem cabem Adriana-corpo e máquinas separadas. — como inclusive mudaram o perceber vulgar ou contaminado, onde as coisas fictícias estavam se desenrolando de determinada maneira, até aí de modo inofensivo, e que, para desgraça dela e nossa, acabaram permutando-se no trágico e lamentável acontecimento...

Sinceramente, me dá vontade de gritar!, e arrebentar com tudo o

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que é sutil e não aparece!... Mas deixa para lá. É preferível transcrever alguns versos de Pablo Neruda que, muito a propósito, dizem:

"Por estos muertos, nuestros muertos, pido castigo./ Para el verdugo que mandó esta muerte, pido castigo./ Para el traidor que ascendió sobre el crimen, pido castigo./ Para el que dió Ia orden de agonia, pido castigo./ Para los que defendieron este crimen, pido castigo..."

E o castigo, no caso, pelo menos, poderia ser o desmascararamento dos vassalos da morte, dos executivos da morte e de todos os seus executores. O castigo também seria denunciá-los abertamente e torná-los impotentes ou incapazes de praticar o mal e de perpetuar o crime, como sempre fazem!... Aliás, esses bandidos e ladrões nefastos, quando executam o ato visando o Poder é só o que sabem fazer: Matar!...

MUNDOS MÁGICOS DO ALÉM E DO AQUÉM Todo homem tem o hábito de confundir coisas que aparecem e

que se reconhecem (discursando por dentro) com o que EXISTE, com o que é REAL. Entrementes, REAL é somente aquilo que se SENTE e se SABE, intuitivamente. ("Isto-Sentir".)

Nunca aquilo que se pensa, se pressupõe, se deduz e induz, ou melhor, aquilo que estaria escondido, e que o mecanismo inferencial da mente diz descobrir, mas em verdade refaz, monta e depois objetiva, graças à obrigatória execução do ato intencional verificador.

Se assim é, é possível sugerir, mais uma vez, que não há matéria à parte daquilo que se reconhece.

O conhecimento indireto e indiretíssimo, e mais a pretensa impenetrabilidade da matéria interdependem. Tomados isoladamente, o ego-pensante e a matéria-pensada não são nada. E mais, não foi a Verdade, o Real ou o SABER-SENTIR-INTUIR no Homem quem estabeleceu a matéria fora, como um dado universal, inquestionável e equacionável. Quem fez isso foi o pensamento opinador ou a memória-raciocínio-imaginação.

A Vida do aquém e do além é mais mágica do que lógica. Não haveria, pois, pasta material (átomos, nucléons, elétrons) à parte de suas pretensas propriedades e qualidades.

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E estas últimas, finalmente, só seriam discursos, representações e reconhecimentos de certos homens. Não há pessoa pensante (ego) sem que na sua frente pareça haver também a pretensa matéria, nem há matéria pensada sem a falsa pessoa pensante.

A única diferença é que o enganador ego-pensar fica opinando a respeito dos resíduos caducos do "ISTO-SENTIR" e que ele, atuando intencionalmente, transforma em matéria e suas qualidades. E depois alega: aí está a prova...

A partícula básica da matéria, o átomo, tomado isoladamente de quem o enfoca ou estuda, é um nada, um zero total. Com as pretensas esferas astronômicas do universo científico e sistemas solares, só enxergadas, pensadas e inferidas, raramente Sentidas-Sabidas-Intuídas, acontece a mesma coisa.

Tal sucede porque, dentre todas as coisas aparentes, a mais enganadora, sem qualquer dúvida, é a pretensa constância da esfera ob-jetivada que, finalmente, é sempre reconhecível. O círculo de qualquer esfera relacionado com o diâmetro é uma mistura de infinito com finito, o que é uma contradição.

Essa falsa relação geométrica do círculo dividido pelo diâmetro não cabe, já que, face ao ABSOLUTO, toda e qualquer relação é falsa e impossível.

Infinito dividido pelo finito é contradição ou Inexistência. A esfera não é a forma geométrica mais perfeita que existe, pois não há nenhuma forma geométrica em si que persista e por isso possa existir.

A esfera, o círculo etc. apenas traduzem a própria ignorância-ego-pensamento ou o mal-conhecer (reconhecer) fechando-se sobre si mesma, quando se sente ameaçada.

A ignorância-ego-pensamento, portanto, pode ser assemelhada a uma serpente que tenta fechar-se sobre si mesma, ou tenta morder a cauda por um tempo. Depois tem que soltá-la, por causa da dor.

Uma esfera em si, se existisse uma absolutamente real, seria igual ao Ponto-instante, livre de subjetividades enganadoras e de objetividades, extensões e dimensões reconhecíveis. E a dimensão mais rica de todas provavelmente deve ser a NÃO-DIMENSÃO do próprio Ponto-Instante!

E dando mais outra volta em nossas denúncias, poder-se-ia alertar também que não haveria um mundo-bola, sobre cuja superfície ou em seu próprio interior ocorreriam bilhões de fatos e fenômenos

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distintos, pretenso mundo-bola esse que os suportaria, sem perder o todo de sua natureza.

Mais plausível é presumir que há ocorrências ou eventos momentâneos, que se dão de modo simultâneo ou sucessivamente. Reflexos disso, o pensamento consegue concatenar, formando assim séries que se projetam como um falso todo global, ilusoriamente perma-nente e compacto.

Ao invés de um todo-global, mergulhado num espaço-tempo, haveria, por que não?, e isso em termos relativíssimos, planos de vida, situações globais que se renovam a todo momento.

Aplicando tudo o que se denunciou ao meu assunto particular, conviria salientar que nunca houve um corpo-material(Adriana) absolutamente REAL. Só a Consciência-EU-(Adriana) era e É o próprio REAL!

Essa então estava e está livre de qualquer interdependência. Adriana-corpo, enquanto se nos apresentou de modo objetivo, apenas dependeu do pensamento dela e do nosso pensar.

Mas, para aquilo que eu chamei de nosso pensar e reconhecer, ela simplesmente, sumiu, desapareceu de modo cruel, enganador e permanente.

Ou melhor, se transferiu para outro plano vital. Para ela mesma, ou voltou a ser o Primordial Espírito-EU-(Adriana) somente. Ou também, se o ego-pensamento dela sobreviveu, esse, sempre sobrepondo-se ao Espírito, se desprendeu e se transformou em outro corpo e em outro plano vital, como acontece nos sonhos.

Melhor dito, Adriana-ego, ao abandonar uma vestimenta, um corpo aparente e pensado, sempre pensando, refez imediatamente outro corpo com respectivo meio.

E isso chama-se transferir-se a outro plano relativo e aparente de vida, não levando aí em conta uma eventual e remota "abdução" ou transferência de corpo denso e sutil. E para ela assim será até que o carma a obrigue a voltar à condição anterior de Adriana pessoa-pensante, com outro nome e com o seu respectivo mundo pensado.

Supra dito, e que não passa de uma relativíssima sugestão, também serve para os assim chamados mundos-bola, mais pensados do que Reais.

A Adriana-ego ou até mesmo o Espírito-EU-(Adriana) não abandonaram o mundo-terra e se foram para o mundo dos espíritos

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desencarnados. Não é bem isso que acontece. Se ela sobreviveu como ego, ao desencarnar de modo aparente,

apenas transferiu-se para outra condição vital, extrojetando mentalmente e de modo imediato outro corpo e outro plano, afins à sua maneira de pensar e de agir.

E se feito Espírito Puro se libertou do vaivém, simplesmente Despertou para a Condição Absoluta do Espírito Maior, onde não vingam as superposições dos corpos pensantes-pensados e dos meios sempre e só pensados.

As influências religiosas (nem sempre boas e construtivas) mais a nossa maneira de pensar e de agir refazem os mundos do além...

De outro lado, as verdades que a nossa astronomia e geografia científicas nos fornecem são apenas verdades aparentes, ou informações cômodas, que influenciam nossa maneira de atuar.

Estes atos contaminados mais o pensar capcioso acabam então redundando em pretensos mundos e supostas esferas "materiais".

Nada dura, nada persiste, nada se move, nada tem essência própria, nada é constituído de matéria e nada encerra enganadoras forças físicas, para que estas, depois, por puro acaso, redundem em hipotéticas esferas, sistemas solares e galáxias, regidos por leis esdrúxulas que só a cabeça do homem teve o mérito de inventar, sem que tenham traduzido a própria Verdade em Si.

O que o homem fez foi só impor magias particulares, dogmas e leis que convinham a certos grupos (Poder).

A PARTE IGUAL A UM TODO É PLAUSÍVEL, MAS O PRESSUPOSTO GRANDE TODO ENGANA

Quase ninguém Vê a Realidade de maneira descontínua. "Nós", mal pensando, só conseguimos enxergar e reconhecer

um todo objetivado pretensamente permanente, e que por ser assim, é fruto da ignorância-ego e da inferência.

Só enxergamos uma suposta coisa completa e persistente, como se estivesse mergulhada no espaço. Em cada enfoque não percebemos as partes da coisa, partes que, em momentos, também são Coisa-Espaço ou Coisa em Si.

Essa pretensa coisa total e contínua, tal grande TODO

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mergulhado no espaço (esfera), às vezes é menos plausível que a parte. Ambas, porém, equivalem a configurações e reconstruções da memória-raciocínio-imaginação, que se superpõem à Coisa em Si, ao "Isto-Sentir".

Só por sugerir, cada Ponto-Lugar ou cada Ponto-Instante, sem precisar estender-se e durar, já seria uma coisa completa. E esta poderia muito bem equivaler às dez mil coisas e ao resto também (ou ao Cosmo, como dizem os taoístas), e por que não?

"TANTO EMBAIXO COMO EM CIMA; TANTO EM CIMA COMO EMBAIXO!", alertava a Perfeita Sabedoria antiga, querendo sugerir que um Ponto-Instante pode equivaler a um Cosmo Verdadeiro, como o Cosmo em si (nunca, porém, o universo científico) pode ser um Ponto-instante!

O todo universal (ou o universo científico) não existiria à parte do Fato em Si, da Coisa em si! Uma Coisa em Si (ou o REAL) também poderia permutar-se nas "dez mil coisas" e no resto (Cosmo verdadeiro), sem que o pensamento precisasse pressupô-los, inferi-los, descobri-Ias.

As "dez mil coisas" ou o resto (Cosmo) seriam a Coisa em Si ou "Isto", sempre que o Sentir-Saber-Intuir (ou Homem Verdadeiro) comungue com "Isto", numa perfeita Não-Dualidade; e isso é Conhecimento Direto.

E mais, uma coisa momentânea tomar-se-ia outra quando suas pretensas propriedades e qualidades mudassem, ou quando outros momentos existenciais, feito coisa reconstruída se tornassem proeminentes.

Desse modo, então a água congelada e a água líquida seriam duas coisas não duráveis e diferentes, pois por trás delas não existiria um líquido molecular-atômico comum e permanente, ou a água química (H20), cujas propriedades e qualidades (líquida e congelada) apenas teriam mudado, como diz a físico-química.

Uma coisa também passaria a ser outra quando supostamente mudasse de lugar, tornando-se outro espaço, como já se salientou e é bom repetir.

Uma coisa, aliás, estaria sempre e naturalmente mudando a todo Instante, feito outro tempo, outro espaço.

Uma jóia brilhando num lugar seria uma coisa refeita; um brilho similar, em outro lugar, brilho esse pretensamente ligado à mesma jóia, seria outra coisa refeita.

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E se a jóia não muda porque não trocou de lugar, ela mesmo assim muda de Momento a Momento.

Adaptando os tópicos acima para o que me diz respeito, a contragosto e amargurado pergunto: o corpo acidentado de A. B., o foi em seu TODO ou só numa parte?

Ela, enxergando-se a si mesma — o que já era um mau passo ou um péssimo VER — só via partes daquilo que considerava seu corpo. Isso era o que ela Sentia de sua exteriorização corporal. E essas partes eram quase REAIS porque as Sentia.

Nós, seus familiares, transformando o corpo dela em objeto, podíamos enxergar um pouco mais, mas nunca se pôde VER também seu Todo corporal, por todos os lados e ao mesmo tempo.

Mesmo que ela fosse para nós, pensadores, o nosso objeto querido, algumas partes-espaço de seu corpo sempre nos escapavam.

Só numa hipotética remontagem por meio de espelhos, ou por meio de fotografias, é que se pode enxergar a quase totalidade de um corpo, e assim mesmo uma totalidade refeita.

Em qual parte do corpo que não se estendia nem durava, foi A.B. mortalmente ferida?

E se ela, mesmo como corpo, era sempre outra, O QUE OU QUEM a pôde atingir?

E qual a parte de um microônibus, também sempre mudando, teria alcançado o que não podia ser atingido, ou o corpo dela? Nesse evento aparentemente fatal não estava tudo se alterando na forma e sempre?

Uma suposta parte ferida do corpo geralmente não leva ninguém a pensar que o todo corporal também está mortalmente afetado — salvo se pressupormos que os relativos ou aparentes coração e cérebro fisiológicos (inexistentes) foram atingidos.

A primeira parte da frase se enquadra no caso de minha filha, que baixou ao Hospital de Pronto-Socorro com contusões generalizadas, ferimentos leves, fratura de três costelas, perfuração do lado costal e da pleura. Salvo a comoção cerebral, que não aparecia, mas se manifestava como sinais, em seu todo corporal, ela não apresentava nada de grave. Aparentemente só algumas partes estavam lesadas.

Todavia, devido ao ambiente hospitalar propício a qualquer vampirização, (roubo de vitalidade, envenenamentos, contaminações), e também devido a uma remota troca ou abdução do corpo dela, (o qual,

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digamos, ETs nefastos teriam substituído por um clone, daí ela me gritar telepaticamente: “Tira-me daqui!”).

Mas fora o supra dito, ela pode ter piorado principalmente, por causa dos mecanismos inferenciais dos senhores doutores.

Dezesseis horas depois do acidente o corpo de A.B. transformou-se num TODO em estado gravíssimo.

Entrou em estado de choque, com supostos comprometimentos pulmonares, cardíacos, hepáticos e renais.

Será que posso perguntar? Mesmo assim pergunto: quem aí quis que prevalecesse um falso TODO gravíssimo no lugar das partes levemente atingidas? — A evolução do quadro clínico! responderiam certos intelectuais, com maldade.

Mas em que tempo e em qual espaço algo pode evoluir para melhor ou para pior? Foi por isso que ousei falar em abdução, por meio da qual ETs nefastos substituíram um corpo só ferido por um clone em precaríssimas condições.

E isso tanto pode ter acontecido no momento do acidente, como no próprio Hospital de Pronto Socorro.

Que proteção superior ou espiritual pode ter o homem nesses ambientes científico-hospitalares? E o que a ciência médica nos oferece, senão só lógica e aridez?

Ela, apesar de tudo, já tenta fazer o impossível, e mesmo assim, em momentos, mais mata do que cura!

Desse modo, então, se fez presente um pretenso TODO cheio de feridas e comprometimentos orgânicos E isso pode levar qualquer médico a pensar bobagens e a desesperançar-se, tanto pelo todo como pela parte.

Para um médico, o falso Todo pensado tem proeminência intelectual sobre a parte. E isso nem sempre é bom, como estamos vendo, porque há "todos pensados" que são "partes plausíveis" e há "partes pensadas" que são um "todo plausível".

O segredo é dar-se conta quando uma parte ou um todo é mais plausível que pensado.

Algo plausível ou sentido e reconhecido pelos cinco sentidos está sempre mais perto do REAL do que algo puramente pensado, inferido, como os frutos do conhecimento indiretíssimo.

A parte Sentida-e-Sabida não é só a mais habitual, como tam-bém é mais importante que o todo ou que o falso todo.

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E esse todo geralmente só se faz presente por remontagens inferenciais. Não se pode negar, porém, que na falsa percepção do todo, às vezes, se esconde a parte plausível, também.

A parte Sentida-e-Sabida pode equivaler às dez mil coisas, correspondendo, portanto, a um Todo Real.

Certos médicos que fazem da sua especialidade o supra-sumo da medicina, e que transformam uma parte do corpo em TODO, nem sempre são os que melhor ajudam alguém que está passando mal.

O Verdadeiro Todo ou a Verdadeira Parte só são entendidos e corrigidos terapeuticamente por um Saber-Sentir-Intuir perfeito ou pela comunhão médico-paciente.

Certos médicos generalistas às vezes são melhores do que certos especialistas. O contrário, quando não exagerado, também é válido.

AS MENTIRAS DA VISÃO DE LABORATÓRIO NUM EXPERIMENTO

Sei bem que já discorri diversas vezes sobre a enganadora visão

microscópica e telescópica das coisas. Mas acontece que o ego-pensamento a todo o momento nos

engana, principalmente no que consideramos infinitamente grande e infinitamente pequeno, ou também no demasiadamente afastado ou demasiadamente próximo. Vale a pena, portanto, repetir certos alertas e denúncias, com outras palavras.

Ninguém deveria obrigar-se a descobrir segredos na Natureza, já que não há nada a descobrir, validando aquilo que viria a ser a atividade científica.

O ego no cientista, nesse caso, só engendra e reconhece. Por conseguinte, pressupor e depois obrigar-se a enfocar pretensos níveis microscópicos e astronômicos equivale a quase anular o ego em seu aspecto subjetivo que é a sua condição observadora.

Por isso, ele vê-se obrigado a gerar fantasmagorias visuais no lado objetivo de suas reconstruções. As sempre previdentes intenções e decisões egocêntricas reinventam esses níveis que são apenas um enxergar viciado (ou mal ver), são mal pensar, reconhecer e fazer alguma coisa de modo propositado.

Se assim é, onde ficaria, então, a validez absoluta da Terra-

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globo, da esfera Sol, do Sistema Solar. A validez das células, das moléculas, dos átomos etc., só enxergados de modo intelectual e nunca Sentidos-Sabidos-Intuídos?

Tudo o que só se enxerga, se reconhece, se verbaliza e depois se faz algo em conseqüência, para finalmente ficar estabelecido logicamente, isso é totalmente falso e enganador.

Infelizmente, assim são os enfoques microscópicos e astronômicos das coisas. Puro pensamento interesseiro feito um enxergar capcioso e um reconhecer safado.

Esse mal pensar é eternamente sacramentado pelas fórmulas matemáticas e é consubstanciado pelo ato intencional que, como vimos, amiúde concretiza fantasmagorias e mentiras racionais.

E quando na frente desse enxergar capcioso se colocar microscópios, telescópios, espectógrafos de massa e artefatos afins, a situação piorará e a mentira só poderá reforçar-se ainda mais.

O que importa não são os pretensos olhos mal vendo, os aparelhos ampliando, e outras artimanhas mais, mecânicas e eletrônicas, registrando e explicando desta ou daquela maneira, mais rapidamente. O que importa é surpreender o farsante e mentiroso em todos nós, o ego-pensamento que arma condições, causas e aparências como lhe convém, as reconhece como quer e as impõe a terceiros como lhe apraz.

Por isso que, se o universo científico, além de dado aparente, fosse uma objetividade mais significativa a todos os homens pensantes, e não somente a certos astrônomos, astrofísicos e cientistas "privilegiados", essa objetividade não se nos apresentaria como uma pretensa realidade que reside num lugar e ocupa todos os demais lugares ao mesmo tempo.

Ela não poderia estender-se de uma visão normal e imediata para qualquer um, e que também é um TODO-LUGAR, para uma visão astronômica, e que parece ser outro TODO, encerrando infinitos lugares.

Ou seja, tal todo universal não seria o céu estrelado (símbolos) que enxergamos e reconhecemos, mas, conteria, ao mesmo tempo, infinitos orbes distantes que não enxergamos, mas o especialista pressupõe (ou infere, numa visão astronômica).

E mais, tal universo enxergado e reconhecido ao telescópio não só deveria equivaler a um enfoque visual para "privilegiados", mas também deveria corresponder a uma presença hipoteticamente mais acessível, até mesmo para todos os demais sentidos relativos, e não

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somente para o enxergar ou falso VER . Tal realidade mais acessível não corresponderia a um Todo

científico, que reside e não reside ao mesmo tempo num pretenso espaço universal dado, e que em verdade é sempre pensado, inferido e reconhecido. .Afora o AQUI e AGORA, Sentido-Sabido-Intuido, não há nenhum TODO UNIVERSAL encaixado num pretenso espaço físico, que supostamente se encurva com a remota presença de massas planetárias. Ou senão se expandiria infinitamente de modo linear, espaço esse que sustentaria tudo, e ainda por cima seria mensurável em hipotéticos anos-luz pensados, ou quatrilhões, trilhões, bilhões de quilômetros.

Um suposto ente ou até mesmo um ego capeta pode refazer mais facilmente Planos de Vida relativos que astros e sistemas solares.

E estes planos impermanentes, em certos momentos e condições, se entrecruzariam, daí por que ETs de qualquer índole podem facilmente se intrometer no nosso meio, e fazer o que fazem, a modo de dizer. Sim, pois, aí tudo é regido pela Lei da Geração Condicionada.

E é bom não esquecer que nunca houve um tempo em que o Todo Universal ou o universo material e científico começou, ou que teria sido criado por Ele deus-pessoa ou Demiurgo ou pelo acaso científico, num espaço preexistente.

E é bom não esquecer que tudo o que perdura feito matéria simplesmente não existe. Se a matéria fosse aquele "M" ou "m", constantes, que as fórmulas de Newton apresentam, e as de Einstein também, simplesmente não se fariam presentes ao reconhecimento do homem.

Um ego que fosse supostamente permanente como a matéria objetivada pretende ser, ele simplesmente não a perceberia; isto é, não a enxergaria nem a reconheceria, como já foi dito.

Mas e o que A.B. tem a ver com visões astronômicas e microscópicas? Muito, porque após o pretenso acidente que a feriu corporalmente, ela foi internada em dois hospitais. E aí, certos médicos, pensando em agir bem e tentando descobrir outras complicações patológicas e condições lesivas, submeteram-na a uma bateria de exames microscópicos e laboratoriais.

Não bastavam as pequenas lesões e feridas que apareciam. Era preciso conhecer ou reconhecer lesões supostamente escondidas, ou alterações fatais que, quem sabe, estivessem se desdobrando no interior

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do corpo, nos pretensos níveis sanguíneos, celulares, moleculares, eletrolíticos etc.

E para tal, tiveram que fazer prevalecer a visão microscópica das coisas, visão que provavelmente mais a prejudicou do que a favoreceu.

E isso é exatamente o que acontece na AIDS ou com os pa-cientes ditos aidéticos. Em função dessa enganadora visão microscópica laboratorial, os doutores devem ter ativado a Lei da Geração Condicionada para pior, Lei que os levou a se depararem com microscópicos fantasmas lesivos, por eles mesmos engendrados.

E para o entendimento deles ou para os condicionamentos mentais deles, isso só podia estar prejudicando o Todo Corporal ou o organismo da Adriana. E assim pensando, e tentando corrigir fantasmagorias inexistentes, acabaram precipitando os eventos.

Quem sabe, então, aquilo (ou aquela) que poderia ter sobrevivido, acabou morrendo por excesso de cuidados, preocupações, diagnósticos descabidos e condutas desastradas.

Filha querida, por que te foste tão cedo, se os que aqui ficaram não conseguem viver sem ti?

Mas será que tu te foste só porque montaste causas e condições fatais contra ti (Carma, Lei da Geração Condicionada), ou simplesmente sumiste porque foste arrebatada violentamente do teu mundo, e contra a tua vontade?

Meu tesouro, às vezes fico pensando no modo de agir do ser humano. Ou melhor, naquele atuar que dispensamos às plantas e animais, para não falar dos minerais.

Lembro-me também daqueles homens que são torturados, roubados, massacrados e assassinados por seus iguais, ou por alguns da anti-humana raça!

Nesses momentos, somos totalmente insensíveis e impiedosos! Não somos capazes de levar em consideração que aquele animal ou vegetal que vamos matar também é um ser que Sente e sofre! É verdade sim, a carne do corpo dele vai alimentar um "ser superior".

Mas por que, não disfarçamos ou amenizamos pelo menos nossa violência, como fazem os índios, que nunca são uma ameaça ecológica para o ambiente?

Querida, agora que estás nesse outro lado da Vida, eu te pergunto: será que os homens são tão superiores assim?

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Se a aniquilação total, se a morte absoluta, se o desencarne não faz parte da verdadeira Vida, quem fez com que a morte aparente passasse a prevalecer entre as plantas, os animais e os homens?

Quem inventou a necessidade e as pretensas carências? Não terá sido o próprio homem, em sua torpe e mesquinha maneira de pensar e agir em conseqüência?

Mal pensar, elucubrar, exagerar com o raciocínio lógico-racional, ou até mesmo apelar para elucubrações mágicas e descabidas, isso tudo não significa exatamente criar uma prisão espaço-temporal?

E nessa prisão, a morte simplesmente fica acrescentada. E que fazem certos ETs nefastos, mais os Golem, Moloch,

Demiurgo, Jeová-Molokron etc. senão exatamente o que os homens fazem?

Que prova temos que esses são superiores a nós? Nada! E o que prova que nós somos superiores às plantas, aos animais?

Nada!..., (ou quem sabe passagens interpoladas do livro "Gênesis" provam isso!?)

E por favor, não apelem para a enganadora evolução darwiniana das espécies, já que o espaço e o tempo são uma mentira e neles não se dá qualquer aperfeiçoamento ou evolução temporal. Ao longo do tempo nada melhora. Ademais, já vimos também que o começo, o meio e o fim temporal não têm o valor que muitos dizem ter.)

É de se suspeitar que os que nos condicionaram a pensar e a atuar tão torpemente devem ter sido certos nefastos do aquém e do além.

Os seres humanos seriam então só em parte culpados daquilo que pensam e fazem.

Mas e um esclarecimento verdadeiro, uma redenção, quando é que vão se dar? Nunca, aparentemente, porque além dos tenebrosos e inconseqüentes daqui mesmo, também há os muitíssimo mais nefastos que manipulam falsas fatalidades.

Esses não querem que os Homens Saibam-Sintam-Intuam por conta própria o que é Justo e Harmônico, a Autonatureza, por exemplo, totalmente incondicionada.

E foram eles, filha querida, os que provavelmente te castigaram, e a mim também. Foram os habituais velhacos e prepotentes do além e do aquém os que te atingiram em cheio, e que são piores que os diabos da teologia, por sua astúcia, maldade, por sua insensibilidade e por só maquinarem com a mente.

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E é por isso, filha querida, que estou te envolvendo no que não devia, e me valho da tua dor, que também é minha, para denunciar o que se pode denunciar.

Afora todo esse horror, não se pode esquecer, ser adorado, que também há Filhos da Luz ou ETs benevolentes e justos. E estes estão sempre em sintonia com o Deus Vivo ou a Consciência-EU (Deus, Pai-Mãe). A tarefa deles, contudo, não é fácil, porque têm que suplantar inimigos internos (egos) e externos (os nefastos), sem conta. São numericamente superiores.

Se de fato foste abduzida por ETs nefastos, tomara que os Filhos da Luz tenham vindo em teu socorro e te tenham resgatado de tanto horror, e agora estejas Vivendo na Luz..

E recorrendo outra vez à poesia de Pablo Neruda, acrescento um pouco mais de tristeza lírica à involuntária aridez de minhas palavras:

"Tengo miedo./ La tarde es gris Y Ia tristeza del cielo/ se abre como una boca de muerto./ Tiene mi corazón un Ilanto de princesa/ olvidada en el fondo de un palacio desierto./ Tengo miedo./ Y me siento tan cansado y pequeño/ que reflejo Ia tarde/ sin meditar en ella./ (En mi cabeza enferma/ no ha de caber un suefio/ asi como en el cielo/ no ha cabido una estrella.)/ Y por Ia vasted del vacío/ van ciegas Ias nubes de Ia tarde,/ como barcas perdidas./ Y Ia muerte del mundo cae sobre mi vida,/ cae sobre mi vida./ Y la muerte del mundo, cae sobre mi vida,/ cae sobre mi vida!"

("Tenho medo. A tarde cinzenta e a tristeza do céu abrem-se como a boca de um morto. Meu coração esconde um pranto de princesa que foi esquecida nos fundos de um palácio deserto. Tenho medo. E me sinto tão cansado e pequeno, que reflito o entardecer sem pensar nisso. Na minha cabeça doentia provavelmente não cabe um sonho, como no céu também não coube uma estrela. E pela vastidão do céu as nuvens do entardecer movem-se cegas como barcos extraviados. E a morte do mundo, cai sobre minha vida, cai sobre minha vida, cai sobre minha vida!...")

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INSUBSTANCIALIDADES QUE SE CHOCAM E QUE SOFREM

Para encerrar esta terceira parte, é bom lembrar descom-

promissadamente que assim como o físico-matemático acredita construir suas velocidades e acelerações físicas, a partir de diferenciais (ou a partir de situações espaço-temporais, que o cálculo diferencial, infinitesimal, as derivadas etc. supostamente revelam para a Cinemática) da mesma maneira a mente humana elabora e concatena a duração da objetividade ou de seu meio, a partir de um "ISTO-SENTIR" que não dura que é sempre outro.

Um lugar em renovação, que também pode ser uma Coisa em Si ou um espaço definido, como vimos, não encerra realidades últimas tipo átomos, moléculas, células, cristais etc. Tal lugar-coisa (ou "ISTO") talvez só deixe transparecer qualidades e propriedades momentâneas, com as quais o SENTIR PRIMORDIAL (Homem) comunga, qualidades que o mal pensar distorce e não deixa transparecer tais e quais. Qualquer "Isto" refeito, extrojetado à nossa frente e que, por isso mesmo, achamos que persista e se estenda feito uma forma, só se transformará, a modo de dizer, em objeto duro e durável quando ele preexistir na idéia, nas representações e nos modelos do homem pensante (ego enganador).

A ciência jura e prova que todo e qualquer corpo naturalmente extensível é um agregado idealisticamente finito de partículas atômicas, moleculares e macromoleculares (cristais e células).

Desse modo, então, quando um atomista pensante acredita provar que no núcleo de qualquer átomo sempre tem que estar presente um número definido de partículas irredutíveis, no final desse mesmo "pesquisar", para ele (ego), acabarão aparecendo outras partículas mais, sem que aí se alcance o fim (que inexiste enquanto houver ego). E se tal "ego- pesquisador" se deparasse com o nada, com aquilo que ele ignorantemente chama de vácuo absoluto, ele próprio, sendo o pólo observador, se sumiria como vida refeita e objetivada. Assim é, pois enquanto o fantasma pensante persistir (ego), a sua contraparte fantasmagórica e pensada (mundo) também persistirá, num recuo cada vez mais absurdo e enganador.

E mais, como antes se sugeriu, nenhuma relação absolutamente verdadeira é possível na natureza. Espaço e o tempo, se pudessem existir por si, não poderiam ficar enquadrados numa relação físico-

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matemática, tipo espaço/tempo ou "e/t = V”. Tampouco o espaço e o tempo podem ser traduzidos como receptáculos universais e como causas reais a permitirem efeitos ou frutos pretensamente reais, tipo movimento físico, velocidades, acelerações, imobilizações permanentes ou estáticas, choques de corpos etc. Mas sobre isso voltaremos a discorrer adiante, principalmente sobre o movimento físico.

A Coisa em Si, livre de relações, é Real. As inevitáveis interdependências e relações que a Lei da Geração Condicionada suscita só dizem respeito ao dado reconstruído, ao que foi refeito pelo ego-pensamento. E nisso se incluem as inúmeras e falsas reações físico-químicas que a ciência apresenta. Todas as relações, sejam quais forem, são reconstruções e dependências do pensamento. A implícita necessidade das coisas travarem relações, a pretensa dualidade, a multiplicidade etc. são sempre reconstruções da memória-raciocínio-imaginação e, portanto, inexistência.

Se Adriana-corpo originalmente era insubstancial, isto é, era só nome-e-forma, e também vontade, carinho, sentimentos, amor, ira, sensibilidade, dor, ação, inteligência etc. (o que é bem mais que matéria); não se entende como essa insubstancialidade (ou não-matéria), essa impermanência, por meio de uma pretensa pancada, choque, puderam relacionar-se com um microônibus, que também não era nada e só podia deslocar-se num perfeito faz-de-conta.

O que é REAL (Espírito-EU consciência-EU, "ISTO-SENTIR", Autonatureza) não se relaciona, não fica na dependência de nada, comunga com o Meio que Ele próprio É. Como então uma objetividade interdependente como o corpo de A.B. pôde ter sofrido tantas dores e um lamentável fim aparente? Como é que algo não-material (microônibus), que lnexistia em Si, que não se movia, que não podia relacionar-se, que nunca encerrou acelerações e forças vivas, pôde chocar-se contra algo mais, suscitando tormentos sem fim, tanto em A.B. como em seus familiares?

Quem é que, interferindo neste nosso plano, pôde montar toda essa desesperadora pantomima, fustigando por meio dela aquela que teria ido embora (Adriana) e os que ficaram?

Pelo jeito, a perfeita justiça só prevalece no Domínio da Autonatureza ou Consciência-EU.

Nas Trevas Exteriores, além de sermos regidos pelo Carma e pela Lei da Geração Condicionada, o nefasto príncipe deste mundo

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também se intromete, aumentando nossas dores e confusão. E isso é perfeitamente plausível, porque restos e caducidades do Atuar-Intuir-Sentir-Isto, e que resultam em Geração Condicionada, podem ser rea-daptados de outro modo e para pior, resultando em tragédias que nem sempre se justificam.

Não é só o ego pessoal que colabora para a sua própria desgraça e tragédias; o ego-coletivo ou demiurgos do aquém e do além se intrometem muito mais. Os nefastos não precisam superar impedimentos nem mover matéria e energia, num pretenso espaço-tempo, para alcançar os seus fins. Para eles tudo é um vazio-pleno facilmente manipulável. Tampouco tem que suplantar um egoalma persistente, substancial (ou com essência própria), e gerado de modo definitivo por alguém mais. A todos eles bastam a ignorância, a invigilância e a fraca espiritualidade ou religiosidade do ser humano para conseguir interferir.

E o príncipe deste mundo, e de outros também, e sua equipe de ETs trevosos estabeleceram uma "fatalidade" que não cabe. Eles deram a tal fatalidade um sentido único, centrífugo, de dentro para fora, ou sempre para pior. À custa dos poderes mágicos do homem, tomaram-se bruxos sanguinários de alto poder maligno...

Cuidado, não confundir esses demiurgos, Golem, Moloch, Jeová-Molokron, autômatos do além, larvas, vampiros, ETs trevosos com diabos chifrudos e fedendo e enxofre, inventados por religiões delirantes. Todos esses a quem me refiro são usurpadores, intrometidos, sombras nefastas, vazias e perigosas. Nunca devem ser vistos como o contrário ou como adversários do ABSOLUTO (Deus Vivo ou Cons-ciência-EU)!...

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QUARTA PARTE

NEM DESLOCAMENTOS NEM ACIDENTES DE TRÂNSITO

Como o amigo leitor já viu, nas três partes anteriores, em termos

de certeza absoluta e definitiva, (como, aliás, absolutos e definitivos pretendem ser muitos pilares da ciência) não sobra pedra sobre pedra, nem em termos de objetividade física, nem em termos de subjetividade fisiológica.

Está se fazendo essa "limpeza" porque de "vacas sagradas e sacerdotes calhordas" e o mundo anda saturado e inclusive está cada vez mais perdido poluído, por causa deles.

A Consciência-EU em todos nós (não a minha ou a tua) é o único Real. Não é nem só objetiva nem só subjetiva.

O REAL em Si nunca pediu que o proclamassem como tal porque, como Jesus disse: Espírito é livre como o vento!...

E como vimos até aqui, a Manifestação do Espírito-EU ou a Autonatureza é mais mágica do que lógica. E tudo aquilo que a ela o homem superpõe, pensando e mal agindo, não pode continuar se disfarçando com pretensões de inquestionáveis verdades físicas e fisiológicas. Elas têm que ceder lugar a outros modos de magias mais amenas e não tão negras.

O Novo Tempo – e não essa bandida de NOVA ERA ou NOVA ORDEM MUNDIAL, que os da anti-humana raça querem implantar no mundo, e quase o estão conseguindo – que só prevalecerá quando o mundo melhorar, terá que ser totalmente relativo, ou até mesmo Holístico, onde tudo possa caber num sincretismo perfeito.

Mas esse Holismo não poderá equivaler a uma mistura de ingredientes estranhos que acabem só intoxicando e envenenando a humanidade. E sim terá que equivaler a uma visão relativa e honesta das coisas, em que o cientista lógico-racional cederá lugar ao cientista-artista-sacerdote, o qual poderá dizer sem empáfia nem orgulho: "Eu não descobri este ou aquele segredo da Natureza. Eu apenas fiz e criei isto, a partir de meu pensamento e ato. E se for bom e útil a todos, que o mundo aceite minha contribuição, a minha dádiva, como se fosse uma

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música de Mozart ou Beethoven!... " Mas voltando ao nosso nem sempre simpático criticismo, em

passagens anteriores se chamou a atenção de que nada podia começar e nada podia terminar. Pelo mesmo motivo, então, não se pode dizer que o deslocamento das coisas e seres começa, e pelas mesmas razões, não se pode dizer que o movimento termina.

O movimento, se de fato existe, só pode ser movimento presente. Entrementes, o movimento presente nem começa nem termina. — Pecando com as palavras, sugira-se que em lugar de deslocamentos começando, há apenas fulgurações vitais! — De mais a mais, o movimento ou o deslocamento presente, se visto como uma velocidade que dura, que teve começo, que está se desenrolando e que terminará, é contradição pura.

E nem o cálculo infinitesimal conseguirá eliminar essa contradição lógica...

O que acreditamos móvel (carro pensado etc.) e que dizemos estar separado da pessoa pensante, tampouco pode deslocar-se.

De sua parte, o que não é móvel (imaginação pura) obviamente tampouco pode se deslocar. O que fosse móvel e não-móvel, ao mesmo tempo, também não se moveria, por causa das duas impossibilidades anteriores. O que fosse nem móvel nem não-móvel muito menos poderia mover-se, porque nada EXISTE, na Realidade em Si, que seja ou só móvel ou só imóvel, em tempos sucessivos.

Ao que parece imóvel, o pensamento, enganadoramente, acrescentaria uma ação-de-ir.

Mas daquilo que não é móvel, nada se pode afirmar. Só as superposições pensantes-pensadas parecem se mover ou não se mover, malgrado acharmos que sempre se movam.

Em suma, como antes já havíamos enfatizado em relação à queda livre, o movimento ou a velocidade física, em termos REAIS e ABSOLUTOS, não se cumpre.

Como ocorrência superposta, tal movimento, finalmente é só uma reconstrução aparente. É um verdadeiro faz-de-conta, uma interdependência de nulidades pensantes-pensadas.

O não-movimento ou a inércia preconizada por Zenão, o filósofo grego antigo (V século a.C.), também não tem valor algum. Só o Eclodir dos Fatos Globais é que talvez suporte as mentiras superpostas, chamadas movimento ou não-movimento de um corpo.

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O desastre que aparentemente envolveu A.B. não pode ter acontecido nem em função do movimento, acelerações, forças vivas, "provadas" pela física cinemática e dinâmica, nem como a medicina científica diz ter constatado.

O movimento não começa, não dura feito um deslocamento presente e não termina. E isso deve ter sido factual e verdadeiro, tanto para A.B. como para o veículo, malgrado os dois parecessem estar se deslocando.

Que estúpido golpe brutal foi esse, então, que castigou tanto a minha filha como a mim, e continua castigando a todos?

Com quase toda certeza, lamentáveis superposições minhas, dela mesma, de outros mais e de intrusos nefastos.

Esta minha denúncia não altera o acontecido (se é que aconteceu!), mas o toma menos casual, mecânico, fatal, trágico e irreversível.

Se a pretensa morte física é apenas uma horrível “manipulação”, um calamitoso acréscimo, quem sabe, entendendo melhor a falsa vida persistente, e conseguindo sintonizar-se com o ATO PURO, esse doloroso acontecimento não poderia ser invertido, permutado? E por que não? (Deliro!).

Na Eclosão dos Fatos Globais, Aqui e Agora, e que inclui o Espírito-EU-(Adriana), não se deu qualquer acidente.

Por conseguinte, é nessa evidência que "eu" teria que buscar o meu consolo. Mas só consolar-me não basta! Melhor seria se "eu" pudesse transcender estas tormentosas "trevas exteriores", onde os nefastos daqui e dacolá interferem com tanta facilidade, e me trans-ferisse para o Momento da Eclosão Vital.

Aliás, dessa Eclosão em verdade nunca saí. Ou se, pelo menos, me transferisse para um plano não-físico ou não tão denso, (estado alterado de consciência), em que uma plausível Adriana-pensante, ainda presa ao ego, também se transferiu.

Violento não foi somente o acidente que aparentemente atingiu a mim e a ela. Violentíssimo e bestial é o ego-pensamento em mim que me subjuga e que me obriga a ver mentira ou sempre a mesma coisa, de modo contínuo.

Violentíssimo também é o meio refeito, onde o nefasto demiurgo (príncipe deste'mundo) reina absoluto, manipula egos e faz com que as máquinas corram adoidadas, quando em realidade não

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saem do lugar! Que eu saiba, um Mestre de Verdade tem o poder de penetrar na

vida de alguém, feita uma sucessão de quadros, para ajudar evidentemente. O último momento de tal série, na ocasião aparente do desenlace, se desviou feito outro corpo, feito outro meio (ou além) ou plano existencial.

Um Mestre de Verdade, penetrando naquela sucessão, pode inclusive interromper tal morte ou desvio, e invertê-lo. A seguir, endireita o fluxo da série vital, o coloca no trilho certo, digamos, e permite que determinado ego-alma volte a se sobrepor, volte a manifestar-se como aquele corpo que tinha e como este mesmo mundo. Mas os Krishna, Buda, Cristo, Apolônio de Tiana etc. que poderiam fazer isso são tão poucos e se ausentaram. Onde estarão atualmente?

O AGENTE-EGO NÃO VAI A PARTE ALGUMA Aquele ego-persona ou agente-fantasma (móvel) que, pensando,

ou apegado a simples memórias, diz já ter ido, em verdade nunca foi a parte alguma, nem fez absolutamente nada, a não ser pensar em ter ido e pensar em ter feito.

Aquele suposto ego-persona (móvel) que, pensando, conclui que ainda não foi e por isso pretende executar uma ação de (movimento), num pretenso tempo futuro, esse em verdade, Aqui e Agora, não vai a parte alguma, não sai do lugar e nem pode.

O movimento ou a "ação-de-ir" não pode situar-se naquela falsa persona-ego que, evocando memórias, diz já ter ido, nem naquela outra falsa persona-ego que, lembrando coisas e imaginando-em-ir, diz não ter ido ainda. O movimento tampouco está num pretenso móvel, carro etc., que já foi ou que ainda não foi. Se assim é, conclui-se então que a ação-de-ir ou a possibilidade de deslocamento teria que estar contida naquele ou naquilo (móvel) que está indo agora. Mas se tal "móvel", por ser móvel, já está indo, (pois não é móvel?), como é que ainda consegue executar a ação-de-ir?... Aquilo que já é móvel ou que já "está indo" não pode voltar a afirmar-se graças a outra "ação de ir" (ou graças a forças cegas que, acrescentadas, o deslocariam).

De fato, Aqui e Agora (Intemporalidade), ou também numa Verdade Indescritível (Autonatureza, "ISTO-SENTIR") não existe

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nenhum ego-corpo-permanente ou ego-alma-contínua que, já estando vivo (ou fulgurando feito AÇÃO PURA, feito Ação-de-lr) possa ainda exteriorizar movimentos ou um deslocamento, como os que a ciência descreve, deslocamento esse que venceria espaços e gastaria tempos.

Estar vivo já é movimento, e o "movente-vivo" não pode mover-se outra vez, a não ser como uma superposição defasada ou um perfeito faz-de-conta.

Um pretenso agente-ego-pensante separado do ATO EM SI, cujo fantasmagórico corpo-pensado estivesse-indo ou executasse o ato, ou ainda cumprisse a "ação de ir", não seria possível em parte alguma (espaço) e em tempo algum.

Não há SER VIVO que se mova, que se desloque ou se mexa. MOVER-SE é o próprio SER ou Espírito em Si. Mover-se é FAZER-SE SER! O ATO FAZ-SE HOMEM! O ATO TAMBÉM É AÇÃO-DE-IR, como dissemos!...

Todo objeto que acreditamos móvel (corpo, carro, automóvel etc. pensados) e que dizemos estar separado do condutor pensante (ou do ego-pensamento), em verdade, em nenhum tempo e em nenhum espaço se desloca, indo para parte alguma. Isso só parece ocorrer feito magia, nas reconstruções da memória-raciocínio-imaginação. .

O assim chamado movimento físico, velocidade física ou "ação-de-ir", separado do agente, só parece caber na memória (passado), no discurso interior ou raciocínio (falso presente ou sinônimo de descuido) e na imaginação (futuro).

Aqui e Agora, o Movimento é o próprio ATO. E fora do Aqui e Agora, ninguém nem coisa alguma cumpre a assim chamada "ação de ir" porque Aqui e Agora não há qualquer ego-agente real que possa cumprir tal ATO...

Dissemos "não há qualquer EGO-AGENTE", não que não haja VIDA!...

A caro custo, pode-se sugerir que o ATO PURO (Autonatureza, Deus Vivo, Consciência-EU, "ISTO-SENTIR" etc.) Aqui e Agora simplesmente fulgura. Se assim é, nenhum ego-acidentado (em potencial) e absolutamente verdadeiro pode então deslocar-se até o ponto fatídico de um acidente.

Nenhum carro o atropela nesse mesmo ponto. Nenhum choque ou relação entre ele e o veículo pode se dar, porque aí o espaço, o tempo, o movimento ou deslocamento, a persistência dos corpos, a ma-

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téria organizada de um ser vivo e a lataria de uma pretensa máquina, seu encontro ou golpe fatal não passam de um doloroso e enganador faz-de-conta.

Numa situação assim, tudo é só "restos" semi-eficazes do Sentir-Atuar-Intuir ou superposições da memória-raciocínio-imaginação.

E é exatamente nesse nível refeito de ineficácias e semi-eficácias que nos tornamos mortalmente vulnerável. Somos vítimas do carma que nos diz respeito, da Lei da Geração Condicionada e de demiurgos infames, que conhecem muito bem essas duas leis e as manipulam quando querem, como querem e a seu favor..

Só quando o "cogito" em nós prevalece absoluto é que o demônio pensante-pensado consegue intrometer-se, provocando, a modo de dizer, aquilo que nós, discursando por dentro, não tínhamos chegado a esboçar e a gerar. Por causa da ignorância-pensamento todas as calamidades devidas a entes nefastos tornam-se possíveis, como se já não bastassem as que o próprio ego em nós introduz. É por isso que as ocorrências ruins (maldade) superam em muito os bons eventos!

Filha querida, malgrado o que acima disse, "foste sacrificada"

em plena juventude. E assim como tu, tantos outros jovens e crianças foram e são arrancados de seus lares, deste plano de vida, com brutalidade, deixando os pais em agonias e sofrimentos indescritíveis...

Amigo leitor, se tu és um pai como eu, e se passaste por uma experiência igual à minha sabes muito bem, em carne e espírito próprio, o que são essas agonias, sofrimentos, saudades e desesperos!

Meu tesouro, foste obrigada a abandonar uma casa que, se não era branca, era a tua casa, era o teu lar, o teu ponto de apoio, a partir do qual querias conhecer o mundo e ser alguém. Nada disso aconteceu.

Enquanto em ti penso, acabo de me lembrar de uma canção italiana ("Casa Bianca") que tanto se afina com os teus sentimentos e que diz: "C'è una casa bianca che/ io non scordero mai piú/ é rimasta dentro il cuore/ come Ia mia gioventü./ Era tanto tempo fà/ ero un bimbo di dolore/ io piangevo nel mio cuore/ non volevo piú scordà./ Tutti i bimbi come me/ hanno qualche cosa che/ tutti i voli li fa tremare/ e non sanno che cos'è./ E Ia casa bianca che/ non vorrebbero lasciare/ é Ia loro gioventú/ che mai piú ritornerà..."

("Há uma casa branca que, nunca mais esquecerei, permanece

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em meu coração, como a minha juventude. Já faz muito tempo e eu era uma criança sofrida, e chorava em meu coração, não querendo me esquecer de nada. Todas as crianças como eu, possuem alguma coisa que qualquer abalo as estremece e não sabem o por quê. É a casa branca que elas não querem abandonar. E a própria juventude que nunca mais voltará..."

MOVIMENTOS DENTRO DE MOVIMENTOS OU MENTIRAS DENTRO DE MENTIRAS?

Um Fato em Si, Real, Existente (Autonatureza, "Isto-Sentir"), e

que talvez encerre todo o movimento de que necessite, não pode se sobrepor, nem aparecer e desaparecer de modo demorado, num pretenso espaço-tempo receptáculo.

Um fato que não é (ou a imaginação pura, não acompanhada pelo ato) tampouco pode aparecer e desaparecer. O que aparece e de-saparece, ou senão o que se objetiva de modo demorado, são as fantasmagorias superpostas pelo ego-pensamento. E isso é exatamente o que depois reconhecemos como falsos espaços, falsos tempos, como falsas coisas materiais a se deslocarem com movimentos físicos ilusórios.

As distinções espaço-temporais, e que correspondem à enganadora impressão do já percorrido (passado), do ainda não percorrido (futuro) e do que agora se estaria percorrendo (um hoje de 24 horas ou um falso presente) dependem da superposição e da objetivação do suposto movimento físico.

Se existisse um movimento científico que se prolongasse feito uma reta infinita, bastaria marcar um ponto em tal reta permanente e este serviria como linha de demarcação para o começo, meio e fim do espaço e do tempo.

Ironicamente, porém, aquilo que aparece como movimento físico também fica sem explicação, se não lhe acrescentarmos as distinções espaciais e temporais, pretensamente verdadeiras. E estas distinções espaço-temporais, por sua vez, são totalmente inexplicáveis sem o pretenso movimento físico. Aquelas e este interdependem. Essa interdependência inevitável revela a falsidade ou a inexistência tanto do espaço-tempo-físico como do movimento da cinemática.

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E mais, os pretensos espaço e tempo físicos, cujas eficácias seriam a de supostamente serem receptáculos universais prévios, "permitindo inclusive o movimento", não podem ter sido ou existido primeiro em si mesmos, para depois manifestar pretensas eficácias, ao receptarem ou ao sustentarem universos, galáxias, sistemas solares e planetas objetivados e movendo-se.

Ou senão, ao receptarem as ditas coisas materiais e imediatas que se deslocam. Os hipotéticos espaço e tempo físicos não podem estar separados das coisas que neles se acomodam. Tampouco "tais coisas", depois, sofreriam as influências das enganadoras forças, regidas pelas não menos enganadoras leis da cinemática, estática e dinâmica da física, leis boas para convencer e acomodar incautos e mal-avisados.

As coisas e seres tampouco se relacionam com o espaço e com o tempo, e vice-versa. Mal se pode dizer que as coisas e os seres também são seu espaço e tempo próprios. Melhor, portanto, seria silenciar.

Com a visão e descrição do universo científico, o homem deparou-se com o impossível elevado à potência "n".

Isto é, o homem deparou-se e depara-se com movimentos dentro de movimentos, que sempre perdurariam, tanto no suposto nível astronômico, como também no nosso nível comum (ou normoscópico), e durariam inclusive no pretenso nível microscópico.

Com essa intrincada armadilha, estava pois montada a farsa da ignorância-ego-pensamento, que a ciência moderna adotou por completo e difunde com orgulho porque a engrandece, a reforça, a fundamenta e a favorece (Poder).

Com a visão científica das coisas, temos um universo material que já se move e que suportaria outro movimento de galáxias que se movem por si, que suportariam sistemas solares que se movem de por si, que suportariam planetas que se movem de por si. E um destes, em sua superfície, teria seres e coisas que se movem de por si.

E um habitante desse planeta se moveria de por si. O corpo desse habitante teria sangue e órgãos que se moveriam de por si. Os tecidos desses órgãos se moveriam de por si. As células desses tecidos também se moveriam de por si. As organelas, idem; as macromoléculas, idem; as moléculas, idem; os átomos, idem; os elétrons, idem; os nucléons, idem; a energia científica idem, etc.

E com todos esses pretensos movimentos impossíveis, uns dentro dos outros, nunca se dariam desastres e colisões. Acidentes só

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aconteceriam num nível pretensamente normoscópico, cotidiano, quando alguém, a modo de dizer, fosse atravessar uma avenida tida por perigosa e sem muita atenção.. Pois sim!

Quantas mentiras e quantas canalhadas! Em função de mentiras clamorosas como o espaço, o tempo, a

matéria, a energia, o plasma, ou mentiras como os movimentos físicos, as velocidades, as forças mecânicas, as falsas relações, os choques, as batidas, as quedas, e outros enganos mais, as desgraças humanas e os atropelamentos sempre irão se perpetuando. E isto porque o assim chamado corpo material, bruto ou organizado (vivo), é outra mentira maior. Se fosse mais mágico ou aparente, tudo seria melhor!...

Se no nosso Entendimento acomodado (ou em nosso conhecimento indireto e indiretíssimo) não estivéssemos tão apegados a todas essas farsas aparentes, provavelmente transformaríamos as "trevas exteriores" ou o nosso mundo, que é naturalmente vazio-(pleno), numa realidade cinematográfica tridimensional mais amena.

E nessa, então, um corpo (forma-nome) não durável passaria pelo outro sem chocar-se, nem se machucar. Aliás, a Autonatureza não se machuca a si mesma. E isso é o que acontece em planos astrais.

O cinema, de sua parte, é pobre porque só é pensado, enxergado e ouvido.

A Autonatureza é rica porque é Sentir-Saber-Intuir integral, é Inteligência e Ato Puro, e isso é Vazio-Pleno.

Não fossem os logros superpostos pelo ego-pensamento em nós e pelo demiurgo fora de nós, tudo se interdifundiria, se interpenetraria, se permutaria, se abraçaria, se amaria, num êxtase sempre novo.

Mas o nefasto demiurgo demoníaco, mentindo para si mesmo e para os demais, e USURPANDO a Primazia que não lhe cabe (Deus único), achou por bem intitular-se criador primordial de seres e coisas, levando certos homens a crer que a Vida havia sido criada por ele, que tinha começado. e que, portanto, tinha que terminar.

O demiurgo nefasto, ou também o ego-coletivo, além de manipular uma fatalidade descabida, introduziu, pois, a enganadora impressão de separatismo (homem, aqui, e mundo, lá, de multiplicidade, de continuidade e, principalmente, introduziu a impressão e a insuperável convicção do desenlace, tornando-nos herdeiros da morte enganadora e submissos a ela.

Outros estúpidos vieram depois e acrescentaram a tudo isso a

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mentira da vida única e do espírito à parte e recriado (alma). A fragilidade da Adriana-Corpo, talvez, deveu-se a todas essas

crenças, dela, nossas e de todos os demais. Isso resultou num Campo de Consciência Sensorial vulnerável, suscetível de lesar. A mentira nesse caso teve a força de um aríete.

A Verdade, por sua vez, não ATUA de modo intencional para corrigir nada, sob pena de tornar-se mentira também e resultar num fator contrário, adverso.

A VERDADE apenas deixa que a Luz retorne e que a Bonança venha por Si. E ela sempre vem!...

O QUE È FINALMENTE O TRÁGICO PALCO DA VIDA ? Amigo leitor, por favor, não aches que em relação ao espaço,

tempo e movimento só estou me repetindo. Precisa-se de muitos antiarrazoados para demolir a enganadora montanha da física cinemática e dinâmica, montanha sem a qual a ciência moderna não é absolutamente nada.

Por conseguinte, para que o movimento possa se apresentar como um Fato, três fatores são essenciais:

O espaço que supostamente vai se percorrer ("mover-se através"), o corpo em movimento (ou móvel) e o pretenso deslocamento em si (velocidade uniforme ou acelerada).

Sem o movimento (a), as hipotéticas divisões do espaço (b) em "já percorrido", em "está se percorrendo" e em "ainda não percorrido" não têm qualquer fundamento. O movimento em si (velocidade e a aceleração, ou variação na velocidade) depende do espaço e do tempo que não são reais.

De sua parte, o movimento não pode ser compreendido sem o "já percorrido", sem o "está se percorrendo" e sem o "ainda não percorrido".

O deslocamento e o espaço, portanto, interdependem e não são nada em si mesmos.

O móvel (corpo ou carro), por sua vez, é incompreensível sem o movimento. Desculpem a redundância, mas o móvel só é móvel porque está em movimento ou é movimento, deslocamento. Este, de sua parte,

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não é absolutamente nada sem o corpo-móvel. Móvel e movimento interdependem e não são Reais ou não são

nada, tomados separadamente. Que não se fale, pois, de velocidade pura, de acelerações ou

variações de velocidades, de velocidades médias, assim sem mais nem menos, ou inventando abstrações puntiformes, como se faz em cinemática e dinâmica!

Há espaço? Uma lógica superficial e cientifica diria que sim. Mas que coisa é essa que parece ficar parada nele, quando nada pode parar? Ou que coisa é essa que nele se desloca, quando nada pode se mover.

Isso que parece mover-se no falso hoje de 24 horas não é algo que já percorreu espaços precedentes, nem é algo que ainda percorrerá espaços futuros, inéditos.

Bem, mas afora essas duas possibilidades, não há uma terceira divisão do espaço, supostamente ligada àquilo que AGORA poderia estar se deslocando. Aqui e Agora, a VIDA surge e pulsa como um Fato Total, mas aí nada se desloca!

Se poderia pressupor ainda que algum espaço que "está sendo percorrido" tem que existir, porquanto esse é o lugar onde "a ação-de-ir" (ou o movimento) está se desenrolando agora.

Obviamente essa "ação-de-ir" não pertence nem ao espaço já percorrido, nem ao espaço que ainda não se percorreu.

Tal "ação-de-ir" (ou movimento), contudo, só parece fazer parte do corpo móvel, nunca do espaço.

Por outro lado, não faria sentido algum atribuir movimento simultâneo tanto ao espaço, que supostamente está sendo percorrido, como ao corpo móvel.

Se houver movimento — e este, a modo de dizer, teria que fazer parte do corpo móvel e não do espaço — como se poderá ainda atribuir movimento ao espaço, mesmo que este se relacione com o movimento?

O espaço, aparentemente, só pode ser percorrido. De mais a mais, toda e qualquer relação (V = e/t) é igual a zero, porque face a uma Auto-natureza toda relação física é simplesmente impossível...

Em verdade não há nada que diferencie um espaço supos-tamente afetado pelo movimento físico e outros espaços mais, livres desse movimento enganador.

Se esses dois pretensos movimentos simultâneos (móvel

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movente e espaço movente) fossem admitidos, para eles dois corpos moventes teriam que ser aceitos, forçosamente.

E mais, de que maneira o movimento ou o deslocamento do próprio espaço poderia caber sem um suporte, sem um corpo que se move? Uma tese assim seria inconcebível. Tanto o espaço movendo-se como um móvel que começa a mover-se, e depois pára, são um absurdo, são contradição total!...

Portanto, convém salientar que não há qualquer espaço físico que possa ser percorrido.

As pretensas divisões espaciais ou os trechos espaciais são relativos e irreais.

O espaço considerado em si mesmo não comporta as pretensas distinções de "trecho já percorrido", de "trecho ainda não percorrido" e de "trecho que está se percorrendo".

Não há nenhuma propriedade intrínseca, graças à qual se consegue fragmentar um lugar-espaço, diferenciando-o de outros espaços mais, seja qual for a distância.

Tanto o móvel como o movimento não Existem em Si, para que se possa concebê-los REAIS, um se relacionando com o outro.

E muito menos EXISTEM para que se os possa admitir diferentes entre si ou idênticos.

Móvel e movimento interdependem e, portanto, em si mesmos inexistem!...

Temporalmente falando, e como já vimos, nada começa, nada persiste ou dura e também nada termina.

Se o espaço e o tempo, graças a uma Lógica Extremada e Autofágica, não se explicam e não são axiomas. O movimento ou o deslocamento é mais contraditório ainda.

Sem o deslocamento físico — Vida-Movimento Existe, sim; só não existe o que a Física descreve e prova — tampouco há forças, mais massas-matérias, energias, plasmas etc.

E nesse doloroso evento refeito e superposto, e que de certo modo envolveu Adriana-corpo, também não havia ego-agentes realmente materiais que pudessem cumprir ações, um se cruzando com o outro e um atropelando o outro, graças a uma máquina fatal.

O acidente que parece ter ocorrido, sem qualquer dúvida, só pode ter-se desenrolado num terrível e lamentável faz-de-conta, montado e regido pela Lei da Geração Condicionada, pela Lei do Carma

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e inclusive por safados que tornaram os efeitos dessas leis insuperáveis e irreversíveis.

E é impressionante ver como essa superposição teve poder de vida (presença contínua) e de morte (ausência contínua; portanto, duas mentiras) sobre AQUILO ("EU SOU"-Consciência) ou sobre AQUELE (Espírito-EU-Adriana) que EXISTE, sim, mas que nunca pôde começar, nunca durou ao longo de 21 anos aparentes, e nunca pôde se acabar ou morrer daquela maneira.

Tal superposição só conseguiu ter validade porque o homem que fica e o homem que vai (Adriana) nem fica nem vai.

Constantemente somos enganados pela ignorância-ego-pensamento e por manipuladores da falsa fatalidade, do além e do aquém.

O homem não consegue discernir a Verdade subjacente da mentira sobreposta. E essa impotência nos foi incutida desde a infância, de modo proposital, pelos nefastos do mundo e do além (Poder).

Ademais, por falta de avisos, o Verdadeiro Homem ("Isto-Sentir") também deixa que autômatos do além, que Moloch ou Golem insaciáveis vampirizem todas as virtudes mágicas que ele encerra, representadas pelo ATUAR-SABER-SENTIR-INTUIR-AMAR hu-manizado.

Tais intrusos, vampirões malditos, transformam o homem e demais seres vivos nas mais lamentáveis das criaturas, porque no mundo tem que prevalecer o mal-pensar (ou Poder, mas nunca o Sentire-Saber-Intuir.

Não levando em consideração o carma, o acidente de A.B. também deve ter prevalecido e ter se "concretizado", aparentemente, por causa de um conflito existencial e emocional dela (brigas com o namo-rado, medo de gravidez etc.) e por vulnerabilidades subseqüentes.

Os robôs e os Molochs do além (ETs) sabem quando certos seres humanos ficam vulneráveis, abrindo-se neles brechas, que os tornam suscetíveis ao infortúnio e aos acidentes.

Provavelmente são tais nefastos os que acrescentam certos quadros finais trágicos ao filme existencial de qualquer pessoa, quadros dolorosos que não teriam por que caber no desenrolar da película originalmente refeita.

A propósito de vulnerabilidades, de brechas e sem pretender ser gosmento e piegas, não tinha alguém imensas razões quando nos

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alertou, dizendo: "Orai e vigiai!"? Ou melhor, elevai a mente e confiai no Senhor da Vida, no Deus Vivo da Consciência-EU!

NO ESPAÇO NADA SE MOVE E NADA ESTÁ PARADO Um pouco mais de aridez científica; afinal de contas, é ela que

está nos matando também. E já nos mata em nossa própria juventude, nas escolas e faculdades, quando a acatamos totalmente como se fosse o melhor dos tesouros!

Como no caso do movimento, por sua vez, os fatores indispensáveis que fundamentam a imobilização das coisas físicas também podem ser negados.

QUEM ESTÁ INERTE? QUE ESTÁ PARADO DE FATO? Nem o móvel, pois este, sendo "móvel", teria que andar sempre, nem o não-móvel ou o pretenso estático. E não há uma terceira coisa ou ser que possa ficar inerte.

O estático não pode parar porquanto já estaria parado. E não existe "um quê parado" que ainda possa estar parando, o que resultaria em dois estáticos fantasmagóricos.

É uma contradição gritante dizer que o móvel está parado ou está parando. Enquanto móvel ele pretenda ser, impossível será concebê-lo sem estar se deslocando.

Se o móvel pode parar, aquilo que o faz parar tem que ser uma AÇÃO oposta, ou até mesmo uma pretensa resistência, uma força contrária, um freio, como diz a ciência.

Mas de onde advirá esse impedimento? Surgirá de outro pretenso móvel que já percorreu determinado

espaço fantasmagórico? Mas se já o percorreu, não é mais móvel! Esse fantasma, porém, tampouco está inerte, feito um freio.

Ou quem sabe se tal impedimento não surgirá de um suposto móvel futuro que ainda não percorreu determinado espaço fantasmagórico, e por isso AGORA não é nada, nem móvel é?

Ou ainda, brotará tal oposição de um móvel que AGORA está percorrendo determinado espaço fantasmagórico? Mas AQUI e AGORA não há móvel, nem movimento, nem duração de coisa alguma (freio). Não há tempo, nem espaço, nem ação ou atividade oposta, nem resistência, tomados isoladamente, e muito menos vingam coisas

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estáticas e permanentes, ou coisas duras e durando (freio). E mais, tampouco prevalece a ausência absoluta de algo

parecido. E se todas essas denúncias têm fortes fundamentos, onde fica o famoso modelo científico de universo? Sem nada impor, sugira-se que Vida é sempre Intuir-Saber-Sentir-Isto em constante renovação sem continuidade, paradas bruscas, choques, impedimentos, oposições etc. (Isso só o Conhecimento Direto ou o VER Puro o surpreende).

Outrossim, a ação contrária que agora poderia ter aparecido para garantir o bloqueio, a parada, a inércia de algo,isso forma um par, ou confunde-se com o movimento.

Tal atividade contrária também ficaria marcada pelo sinal da contradição, que é exatamente aquilo que o movimento implica.

Ademais, em termos absolutos, não há coisa ou ser que, desempenhando o papel de ator, possa agir de fato, a favor ou contra alguma coisa, deslocando-a ou parando-a.

Não há nenhuma atividade ou movimento em qualquer das três supostas porções de espaço ("o já percorrido", "o que está sendo percorrido" e "o ainda não percorrido"), pelas razões que antes citamos e, conseqüentemente, não pode haver suspensão do movimento.

Aí, pois, não vingará a inverídica influência de uma força contrária, que é a imobilização.

Por outro lado, temos que levar em consideração também que no antes temporal nada se move nem nada está parado, no depois temporal também não; e no AGORA não cabem desdobramentos temporais ou os enganadores nano-segundos, a partir dos quais o cálculo infinitesimal pretenderia encontrar os começos e fins impossíveis do movimento.

Tanto o movimento como a inércia, se tomados juntos ou separadamente do observador, não são absolutamente nada. A validez absoluta do deslocamento das coisas e seres, e sua imobilidade absoluta são só contradição. E toda contradição tem que ser denunciada, negada e eliminada.

O espaço, o tempo, o movimento, o móvel, a velocidade, a aceleração, a inércia, as forças vivas etc. não passam de um "faz-de-conta". E frente a uma Realidade Maior, todas as fórmulas da mecânica, da cinemática, da dinâmica, da estática, mesmo que práticas e pragmáticas, não têm valor algum para coisa nenhuma, absolutamente REAL, e não levam a parte alguma, salvo para o que, em pensamento,

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se reconstruiu ou se forjou. Mas se assim é, então qualquer pensamento estruturante e pensamento discursivo, qualquer fórmula matemática têm tanto valor, ou nenhum, quanto estes ou aqueles outros pensamentos e fórmulas. Neste mundo de objetividades sobrepostas, nada é mentira, nada é verdade, tudo é aparência, faz-de-conta ou "Maya". Diz o poeta Campoamor:”Nada es verdade nada es mentira, todo tiene el color del cristal con que se mira.”

Só os farsantes e os prepotentes é que se assentam como mentirosos senhores da verdade! (Poder).

Se analisados a fundo, mais uma vez os fatores físicos e materiais que justificariam o acidente de A.B. revelam-se impossíveis e enganadores.

Repetindo-me de outro modo, volto a perguntar: quando, como e em qual espaço minha filha se deslocou, parou, voltou a andar e finalmente foi atingida pela fatalidade? E esse foi um atropelamento mesmo ou uma fatalidade simplesmente imposta (abuso do Poder)? Quando, como e em qual espaço um pretenso veículo vinha vindo velozmente, ou talvez tenha tentado parar, e acabou atropelando alguém?

Mas podia tal veículo parar de fato para evitar o acidente? O terrível acidente que, no espaço e no tempo (totalmente

impossível), parece ter envolvido A.B. não pôde ter se desdobrado como alguns teriam testemunhado.

Adriana não se moveu nem esteve parada; o microônibus idem. Mas, então, que golpe foi esse que, como dor, angústia e desespero, ela e' nós, familiares, sofremos?

E por que esse pretenso choque, ou mudança brusca de um contexto, pôde resultar em morte? Teria se dado uma mudança do ponto de aglutinação da consciência dela, e que resulta em`outro corpo e em outro mundo, como sugere Carlos Castafieda? Mas e aquilo que sobrou na avenida, moribundo e sofrendo, o que era? Um clone? Parece que sim.

Em verdade, "eu" acho que aí deveria estar prevalecendo e por que não? — um faz-de-conta tipo palco, sobre o qual, igual a um filme tridimensional (ou imagens holográficas), seres e coisas se desenrolavam de determinada maneira, constituindo o cotidiano habitual. De súbito, certos aspectos do filme mudaram para pior, e pareceu prevalecer o trágico e o impossível: uma fatalidade cega e

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acrescentada, e a transferência ou a morte posterior (por um legítimo abuso do Poder).

Já que o movimento físico e o choque de forças vivas são contradições, o que, quem ou que coisa provocou a pancada na imagem holográfica, e que resultou em lesões de um ser vivo, resultou em sangrias, debilidades, dores e desespero?

Em todos esses eventos aparentes só estavam prevalecendo restos e caducidades" do "Isto-Sentir".

"ISTO"-(corpo da Adriana), que se renovava harmonicamente, de modo parecido (numa homologia), foi lesado e substituído por algo diferente, por uma heterologia, ou por um corpo ferido, em estado precário e à beira da morte (clone).

O Sentir-Saber-Intuir ou até mesmo as emoções benévolas e neutras de Adriana-Espírito foram substituídas pela dor, pela angústia e pelo mal-estar, dela e dos familiares.

A AÇÃO feita Adriana foi bloqueada, roubada, sugada e substituída por uma falsa presença constante e inativa, um clone praticamente moribundo.

O INTUIR dela simplesmente foi silenciado. Atuar-Sentir-intuir-(Adriana) foram totalmente suplantados.

Depois desse arremedo desgraçado, só passaram a prevalecer o pensar e o atuar intencional de seres desavisados deste mesmo mundo, e dos entes nefastos do além (Poder).

E foram esses os que acabaram expulsando deste plano de Vida a quem sequer tinha começado a viver. Assim acontece também a todos os demais filhos e filhas do próximo.

Gente amiga, vamos despertar! Vamos clamar e, se possível, vamos impedir que essas atrocidades se perpetuem!...

Filha querida, “eu” lamentavelmente outra vez te incluí em

denúncias e criticismos que nenhum bem devem te fazer! Mas, quando o infortúnio bate à porta, o desespero toma conta

da gente, e o amor, sempre paciente, se reduz a nada. O coração parece que vai explodir. Isso me faz lembrar a poesia de Geral do Vandré que muito a propósito também diz:

"Não, não há por que mentir ou esconder/ a dor que foi maior do que é capaz meu coração./ Não — nem há por que seguir/ cantando só para explicar/ não vai nunca entender de amor/ quem nunca soube

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amar./ Ah... eu vou voltar pra mim/ seguir sozinho assim/ até me consumir/ ou consumir — toda essa dor/ até sentir de novo/ o coração capaz de amor!"... "E essa dor no coração, ai,/ quando é que vai se acabar?..."

O ESPÍRITO-EU E O FAZER EM SI Amigo leitor, não me leves a mal, mas há momentos em que é

preciso repetir. Afinal os alertas, as denúncias, as sugestões inusitadas e o

criticismo aqui enunciados não são tão cotidianos e comuns assim. Tens que admitir também que o que se diz, nem sempre é tão

fácil, a ponto de suscitar COMPREENSÃO na primeira leitura. E é só por causa disso que em momentos me repito... Através do seguinte silogismo, observa só como a ignorância-

ego-pensamento é desonesta e enganadora: "Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem, logo Sócrates é mortal!"

Bem, mas para desmentir esse silogismo safado e inclusive a crueldade aparentemente irremediável de certos fatos reconstruídos, eu tenho que antepor a eles uma montanha de palavras e contra-argumentos sutis, só para te levar a suspeitar que a morte não é tão absoluta nem é tão infalível como dizem! Ela, em verdade, é UMA VIOLAÇÃO DA LEI CÓSMICA, È A MALDADE SUPREMA que alguns demiurgos tenebrosos e semi-imortais ou que alguns deuses de araque introduziram na natureza humanizada!

Por força das circunstâncias, então, assim como os homens tinham que se alimentar com a morte de certos animais e plantas, os bandidos do além também passariam a se alimentar com o sacrifício e morte dos homens, quando isso na Autonatureza não acontece!

Por conseguinte, e enfatizando uma vez mais, é bom saber que do segundo momento em diante (ou no tempo, ou também no atraso existencial onde a morte foi acrescentada e parece caber) só se pensa em atuar, ou também só se pensa naquilo que se fez ou se fará, mas nunca se FAZ nada de modo integral ou de modo absolutamente eficaz.

O ato que aparentemente se executa no tempo é só uma ressonância caduca, um resto roubado. E é exatamente esse "resto" que resulta na semi-eficácia do ato intencional, e que os asseclas, os

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escravos do ego-pensamento e dos demiurgos safados amiúde exteriorizam com extrema prepotência e maldade, visando ao Poder.

E malgrado o horror aparente, agigantando-se cada vez mais, o ego, não sendo um agente substancial, ou sendo só uma intromissão da ignorância primordial, imaginará, digamos, deslocamentos e execuções de atos, por meio dos quais jurará alcançar e matar os filhos do conde Drácula ou os filhos da maldade.

O ego-pensamento, sendo mau, pretenderá assim perseguir e combater o mal. E mesmo que isso imagine, no Fato em Si, na Vida Livre, nada disso acontece, nem ninguém ou nada morre, porque aí (Autonatureza) nunca alguém nasceu feito um corpo à parte, ninguém dura e ninguém poderá ser morto, em termos absolutos, fatais e definitivos.

Por outro lado, no mundo do faz-de-conta, sempre que não houver impedimentos prévios, levantados pela Lei do Carma, e não houver engendramentos resistentes, prévios, (tempo) da Lei da Geração Condicionada, a malfadada execução do ato intencional, como dissemos, transformar-se-á numa portentosa vara mágica que consubstanciará ou concretizará objetivamente o que antes só foi pensado.

Não fossem os impedimentos que o ego e a coletividade inventam e não fossem também os atos intencionais totalmente condicionados, a magia natural vingaria muito mais que os frutos da lógica.

E foi exatamente a partir do ato intencional e de condicio-namentos e convicções milenares que o método científico de experimentação laboratorial tirou sua força suprema de convencer e suplantar adversários.

O incrível poder da ciência reside exatamente na sua maneira original de pensar e agir (que é só memória-raciocínio-imaginação bem estruturada), reside no método de experimentação laboratorial (que é só execução do ato propositado ou "magia safada") e reside também na expressão matemática do fenômeno (que é astúcia ou sagacidade, a silenciar comadres contrárias e palradoras).

Malgrado o escândalo, o móvel, o agente e o movimento físico da ciência são apenas uma interdependência, uma concatenação superposta de causas e condições esdrúxulas, que a Lei da Geração Condicionada sustenta e deixa transparecer objetivamente de modo

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contínuo (tempo). A coisa que persiste, por sua vez, e que fica impenetrável ou

dura, de modo reconhecível, mais a própria pessoa pensante também interdependem. Matéria-pensada e ego-pensante, tomados isoladamente, não são absolutamente nada. A ciência lógico-racional não teria, pois, nenhum fundamento e seria apenas um modo particular de praticar magia, nem sempre branca.

De sua parte, o "ISTO-SENTIR" em si nunca se torna ego-agente e nem para essa condição decai, necessariamente.

Aparências convincentes tipo falsas estradas e falsos egos-agentes são as que prevalecem em nosso mundo cotidiano.

O que aí o ego pode executar são ações defasadas, ineficazes ou semi-eficazes, quando não criminosas...

Essas semi-eficácias, contudo, são as que, mesmo assim, emprestam certa importância ao agente-ego-ladrão.

Não é a Auto-natureza a que se manifesta feito móvel mecânico ou feito corpo-ego-agente. Algo mais (ignorância-ego-pensamento) sempre se sobrepõe, num perfeito faz-de-conta. E este falso ente usará e abusará da memória-raciocínio-imaginação para "nos" convencer de que ele é Real.

Seus abusos também direcionarão o que resta do ATO PURO que, como intencionalidade, cumprir-se-á engendrando, desvirtuando, poluindo e destruindo tudo o que estiver à sua frente, seja isso Natural ou seja refeito, aliás, com muita mesquinhez e violência.

Mas falando em termos de Autonatureza, o "Isto-Sentir", o FAZER EM SI, que o Espírito-EU-(Adriana) também era e É, não pode ter se degradado num agente vulgar, que chocando-se com outro agente impossível resultou em acidente!

A modo de dizer, esse fatal evento tampouco estava traduzindo com exatidão o momento-destino-carma em que determinada pancada tinha que se dar para castigar algum ego-pensante.

Não é verdade que o ATO PURO, cumprindo-se como VIDA, também resulte em auto-agressividade, em destruição e morte, tipo máquina contra corpo!

Ora, em tal FAZER EM SI não cabem nem ego-agente vítima, nem deslocamento reconhecível, nem avenidas perigosas, nem veículos permanentes e potencialmente mortais!

A título de desculpa, só a ignorância-ego-pensamento, com suas

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intenções e decisões, e com sua hipotética execução do ato intencional é que poderia ter suscitado falsas objetividades sobrepostas, onde parecessem caber avenidas fatais e lamentáveis choques de entidades ou corpos.

De qualquer modo, até mesmo nos falsos espaço e tempo físicos, (ou do segundo momento em diante, atraso existencial), Adriana-corpo, não sendo um agente Real, não podia executar o ato-de-ir (movimento) para chocar-se contra algo mais.

Adriana-Espírito-EU, de sua parte, já sendo ATO em Manifestação (ou já sendo móvel), não podia praticar outra ação-de-ir, agora fatal, e isso no palco enganador da vida condicionada ou no recipiente espaço-temporal.

A.-corpo talvez só tenha pensado em atuar, mas não atuou em termos absolutos. Só lembrou o que pretensamente fez no passado.

Quanto ao hipotético futuro, só imaginou o que faria se, porém, nada chegando a fazer.

Num nível absolutamente REAL (Autonatureza), nada fatal foi executado nem da parte dela, nem da parte de um motorista de microônibus.

Mas para seres pensantes como nós e para minha filha, algum enganador faz-de-conta deve ter prevalecido.

De qualquer modo é bom levar em consideração que, assim como mentirosa podia ter sido a impressão e a convicção da Adriana-corpo ter conseguido se locomover e ter atravessado sem dano a perigosa avenida Farrapos, falsa também deveria sido a sua dolorosa impressão de ter sido atropelada. E com a impressão dela, falso também tinha que ter sido o nosso angustiante convencimento, que nos levou a concluir em definitivo no acidente fatal e na morte irreversível.

É bom ter em mente que os frutos do pensamento são sempre contradição e falsidade, quando sopesados a fundo.

Ao contrário do mentiroso "poderia ter sido", nada prevaleceu. E essa era e é a Verdade que surge e que não aparece.

Mas tal travessia incólume e não travessia eram não-preju-diciais. Graças a elas tudo teria só continuado, tal e qual, quando em verdade nada continua.

A dolorosa impressão de A.B. ter começado a atravessar uma avenida e também a de ter sido atropelada era do mesmo modo totalmente falsa e impossível.

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Por que, pois, para ela e para nós não prevaleceu essa impossibilidade e só foi prevalecer o logro da travessia e do atropelamento? De sua parte, A.B. (Espírito-corpo Real) terá sofrido efetivamente tal acidente ou algo parecido ficou no lugar? Quem manipulou o quê, nisso tudo?

Impossível é atravessar uma avenida incólume, e impossível também é atravessar a mesma, acontecendo ou não acidentes, porque, num contexto Real, nem o espaço-avenida nem o deslocamento de vítima e agressor são possíveis.

Mas fora os dois impossíveis inegáveis, o que parece estar prevalecendo no hoje de 24 horas (falso tempo)? Um corpo-ser muito querido deixou de aparecer, deixou de fazer-se presente de modo contínuo, e esse vazio cruel, permanente e impossível resultou em agonia para nós, e que aqui aparentemente ficamos.

No contexto contraditório do acidente, onde não há espaços nem tempos reais, feitos receptáculos verazes, onde não há matéria real, densa, contínua e permanente, onde não cabem o movimento físico, as velocidades assassinas, as enganadoras forças vivas da dinâmica científica, onde nada começa, nada dura e nada termina, tudo o que pareceu acontecer foi somente uma dolorosa impressão de alguém ter sido atingido e depois morrido, NÃO SE SABE COMO!

A essa cruel impressão, soma-se o angustiante convencimento de testemunhas e familiares que, pensando, teriam reconhecido o lamentável acidente em todas as suas implicações aparentes, tornando persistente e inalterável o desaparecimento desse alguém, quando isso não poderia ter acontecido, ou tudo poderia não ser bem assim!...

A Adriana-corpo e a execução de seu ato intencional (Carma) não podiam ser tão auto-agressivas e tampouco seu ato tinha que resultar em acidente casual (ou do acaso).

A semi-eficácia do falso agente e seu ato, por assim dizer, devem ter propiciado para que um palco falsamente permanente, tipo ruas que A.B. percorreu, tipo avenida fatídica que tentou atravessar, tipo meta ou supermercado que precisava alcançar acabassem se objetivando.

Isso então "deu lugar" a um faz-de-conta fatal, material e contínuo, e que não podia acontecer e não tinha por que acontecer.

Mas o que foi que facilitou para que nesse falso palco permanente, onde já se desenrolava um drama inócuo, se incluísse outra

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cena trágica que não estava prevista? Talvez aí tenha convergido o fruto deletério de atos intencionais

que terceiros praticaram, como certas magias negras, fundamentadas em desafetos e rancores.

Podem ter interferido a ação parcial e criminosa de alguns inimigos gratuitos, de certos ETs nefastos, de demiurgos etc.

A soma dos efeitos das ações semi-eficazes do ego-vítima, de outro ego agressor qualquer, de egos-agrupados quaisquer, de egos-coletivos ou demiurgo etc. poderia muito bem ter conseguido mudar o filme comum ou também uma série cotidiana ou ainda um contexto neutro por outro terrível, doloroso e fatal, cujo conteúdo, mesmo assim, não poderia ter se concretizado.

De qualquer modo, no fundo, no fundo, e diante da Realidade Maior, de fato nada aconteceu e ninguém morreu.

Por que então a terrível e dolorosa pantomima que envolveu a Adriana-corpo e seus familiares não poderia ser invertida ou até mesmo anulada, ou quem sabe, ser substituída por algo mais Real e menos deprimente?

Os faz-de-conta (falsa morte) do demiurgo, adversários e desafetos não podem ser mais poderosos e eficazes que o faz-de-conta cotidiano ou neutro.

E se parecem ser, é apenas porque nós, humanos, permitimos que os faz-de-conta sejam.

Por causa de nossa ignorância, passividade e complacência, nosso meio só se toma mais fraco e vulnerável, e resulta i”confusão” inclusive em ausência permanente de alguém (morte), quando isso é totalmente impossível, mais uma vez.

Baseando-me na letra de uma velha música italiana ('Perduto Amore"), tento me expandir com um pouco de ternura para amenizar a “confusão” de minha denúncia e exposição:

"Sozinho vou indo pela cidade, passo pela multidão que não sabe, que não enxerga a minha dor. E enquanto isso, só penso em ti e te procuro com aflição! Olho para todos os lados e tu não estás, ouço a voz de todos e tu não és, onde estás, tesouro perdido, eu te procuro, vou te encontrar, quero te ver! Inutilmente, eu tento apagar-te de meu ser, mas um ente querido não se esquece assim tão facilmente. Gravada estás em meu coração. Te conheci como filha e agora sei que sempre foste o melhor, a presença mais significativa, por isso não posso te esquecer e te

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abandonar!" A MORTE NÃO É TÃO INSUPLANTÁVEL QUANTO PARECE

O que se SABE e se SENTE é exatamente o contrário daquilo

que a ignorância-ego-pensamento induz em nós e prova por meio do conhecimento indireto.

Ou seja, se Sabe e se Sente que, Aqui e Agora, o Atuar-Intuir-Sentir-Isto Faz-se Vida, Faz-se Ser (Deus Vivo), Faz-se Homem Primordial. E no assombroso e equilibrado dinamismo da Vida nunca houve necessariamente um agente divino prévio (demiurgo, Jeová-Molokron, Brahma, Alá etc.) que, estando inativo, depois começou a atuar e passou a criar.

Com o perdão da palavra, Aqui e Agora, há apenas um Fazer renovando-se sempre, há um Amor em Manifestação que resulta em Ente Divino e Novidade Vital. E este Deus Vivo inclusive reverte à Condição de VERBO, ATO, daí a impossibilidade de apreendê-LO, aprisioná-LO e decifrá-LO por meio da ela lógica-razão.

Reflexos desse Verbo em Manifestação, rearranjados pela ignorância-ego-pensamento, podem resultar num falso agente-corpo objetivado e na sua contraparte, o mundo, o meio-estrada. E é exatamente esse ego de pancadaria o que parecerá morrer ou ser morto.

Se a todo o momento o REAL Fulgura como Autonatureza, como Vida, para que "EU SOU" necessitaria de causas e condições prévias, pretensamente eficazes, tipo espaço e tempo a permitirem pretensos efeitos ou movimentos ou deslocamentos?

Toda causa e efeito são sempre inventadas pelo ego-pensamento que criou também o falso deus e o acaso científico. Se causas e efeitos fossem absolutamente verídicos, eles obrigariam a que a Autonatureza voltasse a ser de novo e de outro modo, digamos, feito um mundo-palco-bola permanente, onde se efetuariam deslocamentos, acelerações e inércias. O que Existe, Existe de Fato, livre de causas e condições espaço-temporais reconhecíveis e pretensamente mensuráveis, por isso se Sente e se Sabe que É, a todo o Momento!

Para ser ou para não ser, nada necessita de causas e condições. E tudo o que fica racionalmente inserido nas engrenagens das causas, condições e efeitos, como engrenados ficam o espaço e o tempo físicos, o movimento, a aceleração etc., isso é falso. São interdependências

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sobrepostas pelo egopensador, com seus discursos enganadores. Não importa se para defender-se ele ainda recorra à argúcia do intelecto e às astutas sutilezas da matemática. Malgrado as convicções contrárias, o espaço e o tempo físico são apenas artimanhas enganadoras de uma mente condicionada.

A própria ignorância-ego é sem começo; suas reconstruções, contudo, passam a ser a origem, o começo, o meio e o fim de falsas causas e condições, a suscitar falsos efeitos, tipo ruas e estradas permanentes, tipo movimento, velocidade uniforme, acelerações, quedas livres etc.

Se todas essas denúncias têm fundamento, mais uma vez o acidente que envolveu o corpo de A.B. e que, aparentemente, redundou no seu desaparecimento objetivo (morte) revela-se impossível e enganador.

Se tal desastre não tinha como base um palco permanente, nem a constância do corpo-vítima para poder se desenrolar linearmente (começo, meio e fim), o que de fato aconteceu, então?

Adriana-Espírito, malgrado tenha se agoniado e tenha sofrido o impossível, pois estava ligada e identificada ao que não podia acontecer, apenas foi arrebatada de um plano de Vida que lhe era comum, por pura traição. E aqueles quadros finais proeminentes de sua série psicofísica superposta, e que, extrojetando-se, constituíam seu corpo, seu viver cotidiano, sem acidentes, foram substituídos por outros quadros muito mais falsos, enganadores e extremamente dolorosos, onde um choque fatal e impossível pareceu caber.

Os últimos momentos proeminentes de sua série psicofísica dita normal foram desviados como os trilhos de uma via férrea.

Ela (ego) transferiu-se então para outro plano de Vida. A A.B.-corpo-ego, aparentemente normal, foi levada e, quem

sabe, passou a participar de outras causas e condições também refeitas, por ela mesma e por outros", e que já não diziam respeito aos que aqui ficaram. No lugar da série original (ou daquele trilho que deveria continuar) foi deixada outra série psicofísica anômala, onde um corpo de A.B. acidentado (clone) pareceu caber, tendo sido levado a hospitais para "morrer".

Nós, seus parentes e prováveis testemunhas, sempre pensando, ficamos aqui com uma dolorosa substituição vital.

Em face dessa "substituição" acreditamos erradamente que a A.-

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corpo, por puro descuido e desatenção, de fato se deixou atropelar por um veículo que, a modo de dizer, vinha velozmente contra ela. E que esse trágico choque, após muito sofrimento (os fatídicos SETE DIAS da grande maioria dos acidentados), resultou no seu desenlace e no nosso desespero e lágrimas.

Seria bom que o homem soubesse que não são os Fatos em Si os que o oprimem, mas sim sua subjugação diante de mentirosos e faz-de-conta.

Diante de aparências tão convincentes e em momentos até bem trágicas, o homem fica completamente desarmado e passa a submeter-se ao destino, à fatalidade, à vontade de um (falso) Deus, ou senão de pretensos espíritos superiores, às respostas cármicas, quando isso nem sempre tem tudo a ver com o que aconteceu.

A assim chamada MORTE e o demiurgo infame que rege as trevas exteriores (mundo) não são tão insuplantáveis e poderosos quanto parecem... Esse demiurgo, calhorda, então, dura ou persiste semi-imortal (Poder), às custas do sangue do ser vivo... Homem, Homem, rebela-te contra o falso deus (demiurgo, Moloch, Golem, Jeová-Molokron) e contra a morte! Eles são a pior infâmia que tens que suportar por desaviso! Desperta e flagra-te de tuas potencialidades! Centraliza-te em teu Atuar-Saber-Sentir-Intuir-Amar ou na Consciência-EU (Deus Vivo), porque tens sido enganado por aquele ou por aquilo (fantasmas) que não poderiam te subjugar.

A morte que todos reconhecem e que aparentemente não há como evitar, é o pior dos ópios e em nada ajuda a Verdadeira Vida em Renovação. Ao contrário!... E por que será que Jesus Cristo dizia "Deus é só Deus de vivos e não de Mortos?!"...

Outra vez recorro agora à notável lírica de Pablo Neruda, com seu poema ('Viejo Ciego"). Que o autor me perdoe pelas pequenas alterações: "(Hombre viejo), lIorabas tu cuando tu vida era buena?/ Cuando tenías en tus ojos el sol?/ (Hoy sin embargo), ya el silencio llegó,/ qué es lo que tu esperas,/ qué es lo que esperas ciego,/ qué esperas del dolor?/ En tu rincón semejas/ a un niño que naciera/ sin pies para Ia tierra,/ sin ojos para el mar/ y que como Ias bestias entre Ia noche ciega/ — sin dia y sin crepúsculo —/ se cansan de esperar./ Porque si tú conoces el camifio que Ileva/ en dos o tres minutos hacia Ia vida nueva,/ (hombre viejo), qué esperas,/ qué puedes esperar?/ Y si por Ia amargura más bruta del destino,/ animal viejo y ciego,/ no sabes el

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camiño,/ yo que tengo dos ojos te lo puedo ensefiad/ te lo puedo enseãar!"

("Velho Homem, choravas tu quando tua vida era boa? Quando em teus olhos refletias a luz do sol? Hoje, no entanto, o silêncio chegou. se assim é, o que esperas, o que esperas, velho cego, o que esperas da dor? No teu cantinho pareces um nenê que nasceu sem pés para a terra e sem olhos para o mar, e igual às feras que ao longo da noite cega — sem dia e sem crepúsculo — se cansam de esperar. Porque se tu conheces o caminho que leva em dois ou três minutos até a nova vida, velho homem, o que esperas, o que podes esperar? se pela amargura mais bruta do destino, animal velho e cego, não sabes o caminho, eu que tenho dois olhos to posso indicar, to posso mostrar!...")

AS NÃO-PERNAS SALTANDO MAGICAMENTE PARA INFINITO

A atuação personificada e sempre reconhecível do ego, mesmo

que pareça cumprir-se num falso hoje de 24 horas, num faz-de-conta bom ou mau, nunca encerrará um ego-agente real, atuando.

Aqui e Agora, livre de acomodações, o ATO PURO sempre eclode; e nas trevas exteriores (mundo, tempo), os restos caducos do ATO se nos apresentarão como correspondendo a uma ação propositada, contínua, desencadeada ou pelo ego, ou pelo acaso, ou por uma fatalidade cega, ou por um demiurgo externo qualquer. Mas tanto as ações caducas quanto os falsos agentes não são nada em si mesmos; são só aparências sobrepostas.

A ação pretensamente substancial e que envolve supostas coisas e seres materiais, aparentemente executada no hoje de 24 horas (falso presente), só se "cumpre", a modo de dizer, no passado e no futuro. E estes dois são só memória e imaginação, respectivamente, como antes já se esboçou.

As elaborações da imaginação (intenção) situam-se no antes (hipotético passado). A resposta disso (decisão) ou a falsa ação reconhecível cumpre-se no depois (enganador tempo futuro). Sendo a imaginação prévia ineficácia total e sendo a ação personificada posterior semi-eficaz, ambas estão defasadas, uma adiantada e a outra atrasada. Fora do Aqui e Agora (Intemporalidade), elas contudo são só reflexos,

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reverberações. A AÇÃO PURA que, digamos, suporta o pretenso deslocamento

físico, só eclode Aqui e Agora, de fato e livre de causas e condições psicofísicas.

As pernas de um corpo reconhecível, por sua vez, poderão executar atos intencionais, num passado-futuro reconstruído; porém, a caro custo e com muito esforço, alcançarão hipotéticas metas pensadas.

"ISTO" (ou aquelas "pernas primordiais e desconhecidas", as "Não-Pernas", as "Não-Alavancas"), livre do mal pensar e do reconhecer, sincronizado com o ATO PURO, pode dar saltos incríveis, mudando inclusive de dimensão, de plano vital ou "AQUI".

Homem Verdadeiro num Instante está Aqui e, transmutando-se, graças à AÇÃO PURA que ele próprio É, já está em outro Aqui e Agora (lá). Um Homem Assim poderá dar saltos ou pulos no infinito de sua Bem-Aventurança, sem ter que vencer enganadores espaços físicos e ter que gastar tempos e energias esdrúxulas.

O ATO PURO e Primordial encerra tudo e todas as possibilidades. Sem impor coisa alguma, sugira-se que o Homem Verdadeiro é Consciência-EU explodindo em ATOS!...

CAMINHAR sem um (ego)-caminhante, a ESTRADA ("Isto"), sem uma "persona" (máscara) que a percorra, uma AUTONATUREZA sem ego que a polua, um puro "EU SOU", numa perfeita Não-Dualidade e em comunhão com "ISTO", isso é o que se esconde atrás da ilusão ou dos véus de Maya que tudo encobrem.

E esses véus da aparência e da contradição são aquilo que a ignorância-pensamento acrescenta e o falso perceber intelectualizado, feito um conhecimento indireto e indiretíssimo, depois recolhe e traduz como mundo geográfico, esferas astronômicas, como dados físico-mecânicos, como leis dinâmicas e cinemáticas etc.

Os pretensos espaço e tempo físicos do viver cotidiano, da rotina, são nossa prisão. São o inferno superposto. São o domínio do ego-adversário, são as trevas exteriores do demiurgo, do príncipe deste mundo. Cristo já havia nos alertado a respeito dessas "trevas e desse príncipe", mas ninguém o entendeu.

E como se não bastasse, certos homens estúpidos e fanáticos ainda criaram infernos assustadores e diabos chifrudos. E como tudo é só acréscimos pensados, lá do outro lado, esses infernos e diabos para alguns egos enlouquecidos podem até aparecer.

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A propósito, deve ter sido nessas trevas exteriores que um trágico e doloroso evento me aconteceu. De qualquer maneira, o corpo harmonicamente pensado, por nós e por ela, não tinha por que sofrer pancadas a atropelos. Não tinha por que ficar ferido, morrer e ausentar-se em termos definitivos, já que nesse faz-de-conta nada nasce, nada dura e nada morre, em termos reais e definitivos.

Se tal corpo estava sendo pensado e extrojetado de modo saudável, por todos nós, que éramos o mundo dela ou de A.B, por que essa imagem holográfica, e que geralmente vai mudando de modo parecido, teve que ser substituída por outra em precaríssimas condições?

Se nas trevas exteriores nada pode se deslocar, nada pode correr, nada pode executar atos intencionais absolutamente eficazes, factíveis e até mesmo assassinos, como então um logro impossível (veículo) conseguiu atingir um corpo que era só uma imagem relativa, descontínua, extrojetando-se de modo sucessivo e parecido?

Na realidade holográfica cotidiana — e que tem muito de Real por causa do Sentir-Atuar-Intuir-Amar humanizado que sempre está por trás — nada grave podia acontecer devido ao vazio primordial. De outro modo, porém, tudo também podia acontecer por causa das mentiras pensadas que sempre acabam prevalecendo em tal contexto vazio.

E nesse tudo, qualquer coisa boa ou má podia se sobrepor e se desenrolar. Porém, entre os homens pensantes, o mal e a adversidade sempre têm prevalência. E esse prevalecimento do mal sobre o bem, no mundo, se deve às respostas cármicas, à interferência de forças negativas (ETs nefastos, falsos deuses, guias e protetores cegos, demiur-gos, manipuladores da fatalidade).

Deve-se também ao mal pensar diário de todos, aos atos criminosos — somos herdeiros de nossos atos, pensamentos, ações e emoções e, principalmente, de nossas palavras — se deve às competições ou concorrências constantes entre seres humanos, à ganância, aos engendramentos científicos e físico-químicos que o pensamento dos eruditos sobrepõe, graças à Lei da Geração Condicionada, e a outros fatores mais.

E como se sabe, a Lei da Geração Condicionada, e também a Lei da Interdependência vingam tanto positiva como negativamente, desde que o homem pense e aja propositadamente em conseqüência, e com ele os demiurgos, certos ETs ou "entidades ruins" do além. (Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, acontece, se objetiva, se

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sobrepõe, se para tal se executa o ato intencional com esse fim. Isto não sendo pensado, aquilo não aparece, não acontece, porque também nada se faz em conseqüência... A segunda lei diz: Sou eu, ego, que te vejo, ó objeto enganador, e vendo-te, me vejo, e vendo-me, te faço)

E se o ser vivo condicionado só intencionar, feito um passado, que é morte e/ou só se decidir (e agir), feito um futuro, que é não-nascido etc., fantasmas nefastos poderão muito bem se extrojetar.

O Aqui e Agora, contudo, quando eclode feito ATO PURO, resulta em milagres, em magias brancas, em novidades ou em acontecimentos por nós vistos como estranhos, diferentes, terríveis ou maravilhosos, mas nunca fatais.

NADA ESTÁ PARADO, NADA SE DESLOCA E CAI Amigo leitor, um pouquinho mais de antifísica não faz mal

nenhum, desde que não se torne dogma ou antítese. Quando se sugeriu que o mundo, que a objetividade aparente era

altamente dinâmica, implicou-se alertar que tudo se movia, e que, finalmente, não podia ocorrer qualquer parada ou inércia de nada, em parte alguma.

De outro lado, quando se sustenta que não pode haver um deslocamento físico absolutamente Real, por implicação se concluiria que o mundo, que a objetividade aparente, é constituída apenas de coisas imóveis, estáticas, paradas e duras como rochas inertes.

Todavia, a aparente contradição ou paradoxo entre a impossibilidade de deslocamento e a impossibilidade da inércia total são somente duas expressões diferentes de um mesmo Fato.

A assim chamada estabilidade corresponde à estabilidade de um Momento apenas, Momento não mensurável, já se vê.

O assim chamado deslocamento é tão-somente a consecução (ou o imediatismo) desses momentos, nunca além ou aquém deles mesmos. Estes momentos existenciais iriam então surgindo sem interrupção, numa contigüidade muito próxima, um após o outro, suscitando no observador-pensante, que pensa estar durando, a ilusão do movimento; e mais do que esta, a ilusão da assim mal chamada aceleração.

O pretenso movimento constituir-se-ia numa série de fatos, seres, coisas completas e moventes que aparecem e desaparecem, mas

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não se deslocam. Numa Autonatureza também não existe qualquer substância ou

massa, uma atraindo a outra, como ensinou Newton em suas Leis. Assim sendo, não haveria qualquer Lei da Gravidade, qualquer força intrínseca a uma hipotética pasta material, força esta que se transfere às coisas, para que elas se desloquem de modo acelerado ou senão em queda livre, como a aceleração de 9,81 m/s2.

Em contrapartida, as Coisas em Si ou os Pontos-Instantes, fulgurando AGORA já são movimento.

As fulgurações momentâneas, que seriam essencialmente Vida, se sucederiam uma após a outra, em situações contíguas.

Os assim chamados relâmpagos vitais não precisam possuir qualquer identidade permanente, forma definitiva ou qualquer suporte material por trás.

Tais lampejos não se levantariam desde uma pretensa energia física original, ou desde uma suposta matéria que se atrita.

Surgiriam, por assim dizer, do Vazio-Pleno ou Autonatureza. Aqui e Agora tal fulguração se extingue quase que totalmente para levantar-se feito outro "Aqui e Agora".

Desse modo, então, quando prevalece o Conhecimento Direto não há corpos que caem, como no começo deste trabalho já se salientou.

No falso enfoque do conhecimento indireto e indiretíssimo, científicos, há lembranças de corpos que caíram e há imaginações de corpos que cairão, mas nunca nada cairá nem caiu.

As coisas e os seres reconhecíveis não se moveriam uniforme ou aceleradamente, porque nem durariam em si, nem disporiam de tempo e espaços físicos para se deslocarem.

Os corpos que caem não chegam ao chão porque nem o corpo nem o chão persistem iguais. E entre o pretenso corpo caindo e o chão a ser alcançado não haveria um espaço físico possível de percorrer.

Pecando com as palavras, há eclosões momentâneas de Vida. E se caducidades parecem persistir feito corpos caindo é porque tais caducidades foram reconstruídas pela Lei da Geração Condicionada.

Por causa de duas Leis dos Engendramentos e da Lei do Carma, e por causa de nefastos manipuladores da falsa fatalidade, é que corpos-almas, pensantes-pensados, podem se espatifar no chão pensado, quando isso nem sempre tem que acontecer..., ou acontece.

Até os corpos aparentes são seu próprio espaço e tempo, e

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mudam mal se objetivam. As coisas naturalmente evanescentes não poderiam percorrer trechos, porque estes não existem e elas desaparecem no mesmo lugar em que parecem se objetivar.

Com elas, e repetindo, desaparecem o lugar, o falso trecho, o chão, para, quiçá, tudo isso reaparecer logo a seguir, mas já como outro contexto.

E isso nos é ocultado ou nos escapa perceptualmente por causa dos interesses escusos e milenares da ignorância-ego-pensamento, com seus conhecimentos indireto e indiretíssimo (ego, demiurgo e manipuladores).

Se assim é, não existiriam, pois, movimentos uniformemente acelerados e tampouco os corpos cairiam graças a uma força constante, imprimida pelo planeta Terra, e que resultaria em queda livre ou em aceleração. Achar que um corpo, caindo livremente, no primeiro segundo percorre 9,8 m/s, no segundo 19,6 m/s, no terceiro 29,4 m/s e assim por diante (pretenso tempo físico ao quadrado), isso apenas equivaleu a introduzir um comportamento científico-determinista para AQUILO que, como um Todo (nem sujeito nem objeto) se comporta como bem entende (magia), mas sempre harmonicamente.

Se em face de uma Verdade Maior os corpos não podem cair em queda livre, a 9,81 m/s2, isso não quer dizer que no doloroso e lamentável faz-de-conta cotidiano algo ou alguém, pensado e pensando, não venha a cair com aceleração aproximada ou parecida.

O valor de 9,81 m/s2 apenas equivaleu à introdução de um determinismo estúpido, ligado a uma explicação desnecessária que a ciência acrescentou àquilo que já vinha acontecendo há muito tempo, de modo totalmente livre.

Nas trevas exteriores, o pensamento milenar, utilizado pelo ego-persona ou pelo ego-coletivo (demiurgo), habituou-se a reconhecer toda e qualquer queda só dessa maneira (Poder).

Ou seja, tudo o que estiver numa elevação, morro, edifício ou torre, seja uma pessoa, seja uma coisa, se saltar ou for precipitado, forçosamente cairá (mas nem sempre).

O que rege essas ocorrências, que geralmente se repetem de modo igual (mas nem sempre), é a Lei da Geração Condicionada e não hipotéticas massas-matéria, acelerações e Lei da Gravidade.

Esta última apenas correspondeu apenas a uma prodigiosa invenção ou elucubração da cabeça do Sr. Isaac Newton, e que tornou

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ainda mais intransigente e perigoso um Fato que não acontece e que, pensando, sempre parece acontecer com quedas fatais.

Os que também transformam uma queda impossível num fato lamentável, num acidente irremediável, são os manipuladores da falsa fatalidade (ETs nefastos, falsos deuses, demiurgo etc., visando Poder).

Portanto, ninguém ache que, só porque não pensou ou pensou positivamente, já pode pular da janela, já que nada lhe acontecerá.

Se ele pensar e outros também, e depois se decidir pela ação intencional de pular, esse tal só poderá se espatifar, porque tal pensar e a execução do ato imediatamente montarão o fatídico palco da queda...

Mas se o ego-pensamento, se a intenção e a decisão pensadas, e se o reconhecimento forem anulados, só Deus ou só o Homem-espírito-EU Sabe o que Aqui e Agora de Fato pode acontecer.

As quedas fatais, mas impossíveis, excepcionalmente podem até resultar num salto para o Infinito ou para outro Plano de Vida.

Quando alguém cai do alto de um edifício e chega ao chão sem se machucar ou morrer, é porque esse Alguém num átimo mudou seu campo de consciência sensorial (ponto de aglutinação). E está livre do ego, está livre de seu próprio lucubrar, está livre da intromissão de nefastos manipuladores e, principalmente, ele, além de não (mal) pensar, não é pensado por ninguém.

Esse seu cair, no caso, é Não-Cair, é ATO PURO, Fazendo-se outros Planos de Vida...

O mesmo pode acontecer num pretenso atropelamento, em que a vítima aparente simplesmente é lançada no ar (dá um salto) e cai lá adiante, sem se machucar, ou machucando-se pouco.

O salto aparente e o cair lá adiante correspondem à Manifestação do ATO PURO, livre de Carma, onde não há nem seres sendo atropelados nem viaturas impossíveis, atropelando.

Grosso modo, isso poderia ter acontecido com minha própria filha, mas aparentemente não se deu porque tanto ela quanto eu fomos enganados e traídos. Contudo, não está dito que a reversão desse quadro é totalmente impossível e já nada mais há a fazer!...

Entre tantas ilusões, não custa sonhar de olhos abertos!... Sonhar, finalmente, é outro modo de viver!

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CONFISSÃO Amigo, as liberdades que tomo ao me exprimir não são ficção

nem literatura pura. Tampouco são devaneios de um filósofo louco... Por favor, não pense que "eu" estou fazendo dramas e tragédias

onde não cabem. O que agora vou narrar aconteceu-me de verdade. Lembro-me de tal fato como se fosse ontem.

Nestes meus desabafos, alguns poderão me pegar pelo pé e me retrucar, dizendo: "Mas se tu condenas tanto a memória e a imaginação, por que, nestes momentos, recorres a elas. para, digamos, evocar coisas e eventos que já não existem mais?

Por que te metes também a imaginar o impossível?" Ora, lembrar tristes acontecimentos, sem ter a certeza de que

eles aconteceram como uma realidade absoluta e inquestionável, isso não é um grande crime. Imaginar, às vezes, também é um modo de sugerir o que não pode ser explicitado...

Ademais, não estou fazendo de minhas memórias a plataforma de uma Verdade Definitiva, a partir da qual, todo o resto, interno externo, tem que se acomodar.

Continuo achando que a memória e a imaginação, se não vigiadas, se completamente soltas a fundamentar e a reforçar reconhecimentos e raciocínios, são uma farsa vital, a qual não podia ser tão poderosa e convincente.

Agora, como uma criatividade literária, poética, artística, ou como uma evocação sentimental, a imaginação e a memória, respectivamente, têm a sua importância e seu papel. Sem a memória fatual, sequer "nós" nos situaríamos corretamente em nosso meio ou mundo reconstruído.

Nunca ensinei ou apregoei que se deva silenciar à força o pensamento, o raciocínio, a lógica, a memória e a imaginação, tampouco sugeri que se deva anulá-los radicalmente.

Quem isso tentar fazer, continuará sendo um ego safado, que escorregou para o lado negativo da vida, tentando silenciar e anular o que não deve.

Apenas temos que estar mais atentos em relação a essas atividades mentais ladinas, não devemos endeusá-las; se possível, temos que transcendê-las.

O ego tem que ser transmutado em "EU"-Espírito. E se não

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podes enfrentar o teu demônio interior (ego), faze as pazes com ele, aconselhava Cristo, o que raros compreenderam.

Bem, mas o que "eu" estava querendo contar diz respeito a A.B. Dois dias antes de lhe acontecer o que aparentemente lhe aconteceu, ela esteve no velório de meu irmão Edgar B., senhor de 64 anos de idade e que havia falecido no dia anterior. Seu desenlace, embora prematuro, estava aparentemente ligado àquelas doenças que a medicina chama de incuráveis (leucemias, broncopneumonia bilateral etc.).

Depois de tudo o que disse, agora já dá para desconfiar que o radicalismo médico é totalmente descabido, infundado e, em momentos, fatal.

Não há doenças absolutamente graves que persistam e que evoluam inelutavelmente para o desenlace final.

Nada dura, nada avança, nada termina. O que há são doentes que, de um modo ou outro, se auto-agridem e que, mal ou bem vistos pela medicina — "bem ou mal ver pela medicina" que apenas significa colocar a Lei da Geração Condicionada em funcionamento — ou são curados e salvos, ou são prematuramente lançados pelo buraco negro da morte, miserável e enganadora, cujo poder não é aquele que o nosso medo nos faz crer que tenha. .

Voltando ao que interessa, recordo bem a tristeza da Adriana e a má impressão que a morte de meu irmão estava lhe causando.

A modo de dizer, a pobrezinha parece que estava adivinhando que esse velório ia ser igual ao seu, suscitado também prematuramente.

Alguma coisa ela estava pressentindo no ar. E totalmente acabrunhada, perguntou-me: "Pai, por que o tio

Edgar está tão branco? Por que os homens ficam tão pálidos quando desencarnam?"

Na hora, como médico que sou, respondi o que respondi. Não me lembro bem o quê.

Talvez aquela estória de o sangue sumir das veias e artérias, e ficar coagulado nos órgãos internos e tecidos, como se essa fosse uma explicação absolutamente correta.

Se hoje ela ainda estivesse entre "nós", além dessa bobagem, acrescentaria outra, possivelmente menos boba e mais mágica:

"Filha, o sangue é igual à Vitalidade Solar. É igual ao Sol liquefeito que, quando se encontra dentro do ser

vivo, faz o homem brilhar, ou senão, pelo menos, obsequia-lhe aquele

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toque de vida. Mas quando esse mesmo ser vivo falece, tal Sol-Espírito

simplesmente se retira, deixando a lâmpada apagada, sem eletricidade, sem combustível.

Sangue então se retira, mas não fica coagulado nos órgãos e tecidos.

Como Espírito que É simplesmente o sangue se transfere, se retira, segue em frente!, sem que haja perda de peso no corpo morto, peso esse que é só pensamento".

Bem, mas independente disso, "eu" me lembro bem como ela, diante do tio falecido, se transfigurou também. Voltou para casa abatida. Isso aconteceu num domingo. Na segunda-feira, a mãe dela a surpreendeu chorando diversas vezes, por inúmeros motivos.

E na terça, de manhã, dois dias depois, lhe aconteceu o que lhe aconteceu. Podem imaginar o meu suplício, perder um irmão e dois dias depois a filha entrar em agonia!

Só sei que no dia de seu velório ela estava vestida de branco. Um amigo meu trouxe uma rosa vermelha e a colocou em suas mãos enlaçadas. Crisântemos brancos e amarelos envolviam todo o seu corpo. A rosa vermelha em suas mãos inertes e brancas fazia um belo contraste. A palidez de cera de seu rosto, tudo isso se confundia com a brancura de seu vestido de noiva trágica. Essa cena cala fundo em qualquer um.

Por volta da meia-noite, estando na capela funerária, "eu" tive a impressão de ver Adriana viva, de pé!

Acho até que a vi mesmo! Só "eu", é claro, ninguém mais a viu! Ela me dizia quase gritando: "Mas que palhaçada é essa? O que tudo isso significa? Eu não estou morta, estou viva, não vês!, pai? Eu não sou aquilo que está lá, no caixão! Vamos acabar com isso!

Acordem todos e me ajudem, por favor! Não é justo que vocês me enterrem se me sinto tão viva! Oh Deus, não me anulem!..."

Vendo e ouvindo isso, só sei que tive uma forte crise que me levou a um pranto convulsivo e comecei a tremer pelo corpo todo. Por causa do choro, a cena se apagou. Antes disso, porém, tive a nítida impressão de que ela estava se dirigindo para o esquife com a intenção de virar o caixão, derrubá-lo e estraçalhar o "boneco" que lá estava!

Pois é, filha querida, dois dias depois do teu falecimento, por incrível que pareça, sonhei contigo.

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Sonhei que estavas tão linda, mas morta sobre um jazigo, a céu aberto. Não te haviam enterrado. Teu vestido também era branco, todo branco, minha flor. Uma rosa branca estava sobre o teu peito. E eu, feito um príncipe encantado, me aproximei de ti, e em sonho beijei a tua face, e com as mãos trementes toquei teus pés frios, que estavam descalços.

Juro que tudo isso aconteceu no meu sonho! Não é literatura ou invencionices minhas!

Logo depois desse ritual, acordaste, igual à "bela adormecida". Ajudei-te a te levantar e fomos saindo devagarzinho do cemitério. Sentamo-nos num banco de uma praça que existia ali por perto. Pergun-taste-me onde estavas e o que havia acontecido. E eu te sugeri que no momento não falasses; só mais tarde...

Pegamos um táxi e voltamos para a casa de que tanto gostavas. E aí "eu" acordei antes que atravessasses o portão...

Naturalmente tudo isso foi apenas um sonho... Hoje não posso ver rosas vermelhas ou rosas brancas que a tua

doce lembrança retorna forte e me faz chorar. Não tenho em mão a poesia de José Marti, "Rosa Blanca", mas,

filha querida, em tua homenagem traduzo a canção "Rosa Bianca" que Sergio Endrigo gravou e que gostavas de ouvir: "Cultivo uma rosa branca,/ em julho como em janeiro,/ para o amigo sincero/ que me dá a sua mão cansada./ Para quem me quer mal,/ isso cansa o coração com que eu vivo./ Cardos e urtigas, cultivo,/ cultivo uma rosa branca!/" Para meu irmão que te antecedeu e para ti, Adriana, imorredouramente...

MIL SÃO AS FACES DE UMA MESMA REALIDADE Após a sua internação hospitalar, A.B., por assim dizer, passou

a manifestar inúmeras intercorrências clínicas e gravíssimas complicações. Todas elas efetivamente faziam-nos sofrer terrivelmente e inclusive levaram-nos a crer que seu organismo estava sucumbindo por causa de gravíssimas infecções e insuficiências no funcionamento de órgãos. Para desgraça nossa, havia uma equipe de doutores "bem intencionados", pensando assim e agindo contra isso, mas piorando a situação.

Nisso tudo, o que faltou ser verificado era se tais dolorosos quadros estavam se instalando por si mesmos e por causa de contágios

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estranhos, ou se eles eram apenas o resultado de um péssimo lucubrar e de um pior agir profissional, involuntário. Dentre as inúmeras complicações, minha filha teria tido inclusive uma pancreatite. Se assim é, perguntamos: é essa uma infecção que afeta um órgão interno, o pâncreas, no caso? E se é, o que fez com que tal pâncreas acabasse infectado? Um raciocínio superficial logo responderia: "germes preexistentes, externos e internos, é claro! Para a medicina, estes sempre equivalem a um potencial infectante persistente. Há situações em que os germes, de repente, resolvem se tornar ativos e perniciosos. Foi o que aconteceu, dizem eles!..."

Retrucamos nós: mas pode um germe que nem existe ou que é só um enxergar microscópico capcioso provir de uma situação passada, provir de um meio que Aqui e Agora já não existe, e inclusive no Aqui e Agora ativar sua malignidade, atacar um pretenso órgão que não dura e que, até então, era hipoteticamente sadio? Ou melhor, era totalmente invisível ou não-presente, e por que não dizer, Inexistente?

Se tudo persistisse, sim, mas como nada continua que virulência é essa que se concentraria e que persistiria no seio de fantasmagóricos germes contínuos?

E que infecção contínua é essa que consegue afetar um órgão que não dura como tal e que talvez sequer exista?

Haverá de fato um ou mais germes que, feitos agentes, possam atuar, deslocando-se ou movendo-se, por exemplo?

Ou haverá também algum germe-lugar permanente, inserido num órgão-mesmo-lugar também permanente que, conseguindo se ativar e deslocando-se neste último, provoque a alteração e a destruição do meio que o abriga?

Mas desde quando um hipotético órgão-lugar-vivo (Pâncreas), sendo ininterruptamente outro, tanto espacial como temporalmente, pode abrigar ou suportar em seu seio supostos germes-lugares-vivos permanentes? Dizemos hipotético porque provavelmente o pâncreas sequer é Real. Só é suposto, é sempre inferido, e só aparece objetivamente após a execução do ato intencional cirúrgico, agir esse que, quem sabe, resulta em pâncreas.

Que letalidade boba (toxinas, venenos etc.) é essa que, concentrando-se de modo persistente em fantasmagóricos germes, depois (tempo), acaba sendo liberada para destruir o impossível, ou um órgão-lugar-momentaneo, que talvez nem dure nem exista como tal?

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Num "ISTO-SENTIR" (Autonatureza), e que só surge Aqui e Agora, o quê pode infectar o que, e quem (ego) tem aí algum critério de veracidade para falar de germes, de órgãos, de tecidos, de células infectadas etc.?

Num hipotético estado normal ou numa homologia reconstruída da série-pâncreas-lugar, cabe alguma possibilidade de infecção? Sim ou não?

Sim, se admitíssemos a dualidade científica das coisas (pessoa pensante, aqui, e coisa pensada, lá).

Sim, se admitíssemos a realidade do espaço e do tempo, feito receptáculos, a suportar corpos, órgãos, células e germes, cada um ocupando o mesmo lugar, mas em hipotéticos níveis materiais decrescentes.

Sim, se aceitássemos a matéria, a energia, as toxinas intrínsecas às pretensas coisas e germes duráveis.

Sim, se acreditássemos no movimento ou deslocamento das coisas e dos germes, em termos absolutos, movimento provocado por um agente real.

Sim, se admitíssemos a duração e a dureza de tudo, e a destruição gradual e definitiva das coisas.

Sim, se verdadeiro fosse o começo, o meio e o fim de tudo etc. Sim, se aceitássemos todos os logros do conhecimento indireto e

indiretíssimo ou lógica-razão... Entrementes, todos os "se" que acabamos de apresentar

revelam-se não válidos, não verdadeiros, ou quando muito aparentes. E na homologia reconstruída da série-pâncreas-lugar não cabe

qualquer possibilidade de infecção. Em tal homologia muito menos caberia o próprio órgão em si,

sadio. Pecando com as palavras e inventando estórias, o que há é uma

Vitalidade solar densificada, um prana-sangue condensando-se feito órgãos, e isso quando a Lei da Geração Condicionada obriga ou foi obrigada a tal. Mas não que haja exatamente órgãos materiais e duráveis, sadios ou doentes.

Acrescentando ainda, pergunta-se se não existem células, hemácias, linfócitos e enganadores retrovírus, porque nada dura, nada se move ou se desloca, nada tem matéria ou essência própria, e nada começa, persiste e termina, que "AIDS" ou calamidade patológica é essa

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senão algo forjado e extrojetado por cabeças que não regulam bem? Se a "AIDS" for fruto do pensar e da ação humana intencional,

ela será regida pela Lei da Geração Condicionada (Isto sendo, em pensamento, aquele vírus aparece, se objetiva, se sobrepõe, se para tal se executa o ato propositado dos exames e das pesquisas capciosas etc.).

Ou senão também: “Sou eu (ego) que te enxergo (mal vejo(, ó vírus HIV safado, e vendo-te, me vejo, porque tu e eu somos um mesmo pensamento.E vendo-me feito vírus, te faço, te objetivo, te concretizo.

E se a "AIDS" é um engendramento dos especialistas em virologia (Dr. Gallo), quem é mais culpado, o médico ou o paciente ? Acho que os dois porque interdependem.

Órgão sadio e órgão enfermo, com todas as suas pressupostas

implicações só podem ser fruto da Lei da Geração Condicionada, que a ignorâcia=ego-pensamento faz funcionar.

Graças a esta (e graças também à execução do ato), tudo o que não Existe de fato, nem dura, acaba aparecendo ou se objetivando. E quem faz funcionar tal Lei somos todos nós; às vezes inclusive o derniurgo e seus nefastos.

A coisa refeita e objetivada, mais a hipotética pessoa-ego reconhecedora (falsa dualidade superposta) são em si mesmas mudança, alteração, caducidade.

A coisa reconstruída, um pretenso órgão interno e o ente refeito (ego) interdependem e nunca transcendem sua condição de impermanência.

Por outro lado, graças ao discurso interior sempre se alegou que os diversos segredos da natureza (permanente) estavam e estão aí, escondidos.

E que o homem (material e persistente), por falta de inteligência, oportunidade e instrumentação adequada, não soube ou não pôde descobrir tais segredos.

Como exemplos, teríamos, os órgãos escondidos do corpo, os tecidos, as células, as macromoléculas, os cristais, as moléculas, os germes, os vírus, os átomos, os elétrons, a eletricidade, o magnetismo, o plasma cósmico e o escambau (que o diabo os carregue).

Depois, vieram certos homens sagazes, um grupo de mágicos ambiciosos (mais em busca da fama do que querendo ajudar o próximo).

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E esses, pondo em funcionamento a Lei da Geração Condicionada, a qual faz convergir causas e condições falsamente subjetivas e objetivas, acabaram descobrindo e plasmando o totalmente impossível.

Tais “heróis”, então, na pretensa natureza separada e permanente, tudo começaram a enxergar (mal) e a trazer à tona, principalmente os fantasmagóricos germes, vírus, células e demais dados microscópicos, visando fama e poder!

Atualmente inclusive se proclama: "A matéria e a energia ou a energia e a matéria se transformam e se permutam uma na outra, conforme a fórmula científica de Einstein!

A prova disso seria então a própria energia atômica, que sempre esteve aí escondida no átomo semi-permanente, substancial e material!", (portanto, dizemos nós, átomo ineficaz, contraditório, inexistente, só pensado e nunca enxergado).

Mas existe de fato algum ser ou alguma coisa material e permanente, atrás da qual possa esconder-se algum segredo, alguma revelação?

As tão exaltadas descobertas científicas, em realidade são simples forjações humanas, em momentos incríveis e práticas, sem qualquer dúvida, mas sobrepostas ao Fato em Si (Autonatureza).

São faz-de-conta plasmados e extrojetados pelo pensamento lógico-racional. Em suma, aparências sustentadas e mantidas graças ao observador pensante, condicionado para tal.

Se fossem tomadas de modo esportivo e artístico não haveria mal nenhum; mas fazer depender delas todo um modo de pensar e de agir, isso sim que é mau. Que digo, é uma calamidade!

Não é por nada que Nagarjuna, em seu "Madhyamika Karika", nos alerta, dizendo: “O mundo é um fluir ininterrupto, onde tudo está ligado e tudo interdepende. A Vida, porém, também é o próprio Nirvana incomparável, quando tudo se desliga, se libera e toda forjação superposta se desfaz!..." Estes dizeres são muito mais verdadeiros e abrangentes que os ensinos e teses de Herádito, o filósofo grego.

A propósito também, uma cantora e poetisa italiana exclama: "Mi son chiesta tante volte/ qual'è Ia Verità/ ci son sempre troppe porte/ e mílle son le faccie di una realita/. Mi son chiesta tante volte/ qual 'é il mondo che verrà/ se le sbarre saran tolte/ e se l'uomo sarà uomol nella

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sua società!..." ("Perguntei-me tantas vezes, o que é a Verdade, há sempre muitas portas, e mil são os rostos de uma mesma realidade. Perguntei-me tantas vezes, que mundo haverá de vir, e se as grades serão tiradas, e se o homem será homem em sua própria sociedade!").

Pois é, mas enquanto a ignorância-ego-pensamento continuar se levantando e continuar sobrepondo a sua farsa objetivada, dita material ou feita uma alma à parte, o REAL continuará escondendo suas portas e se nos apresentará com mil caras aparentes e diferentes ("Maya").

Se tal acontece, não é justo que uma única dessas faces enganadoras tome o lugar do Absoluto ou do REAL em si, de modo permanente e insuperável, visando ao Poder...

LUZ e VIDA Amigo leitor, não sei se te deste conta, mas toda vez que eu"

levanto uma crítica, nunca o faço exclusivamente contra a objetividade pretensamente material. Em minhas críticas e denúncias incluo também o lado subjetivo, ou seja, o ego, o pensamento, uma hipotética alma separada e os assim chamados meios do conhecimento (órgãos sensoriais, nervos, cérebro, mente, consciência, inconsciente, ld, lógica-razão, memória-raciocínio-imaginação etc.)

Em minhas nem sempre desejadas denúncias, tento desendeusar tanto o pretenso conhecedor como o dado conhecido (ou tudo aquilo que diz respeito ao meio, à objetividade que aparece ou mundo).

Denuncio e desmistifico principalmente a humana possibilidade de (bem ou mal?) conhecer, e com essa o assim dito terceiro órgão ou a lógica-razão.

A Lógica Extremada do Pau na Brasa que adoto nunca quis se assentar como a senhora absoluta dos Fatos Reais.

Apenas quer que a VERDADE, que tu és, e que a VIDA que te cerca também é, volte a prevalecer tal e qual, de modo artístico, artesanal, mágico e até mesmo de modo técnico-científico, mas agora livre de dogmas, de mentiras, enganos e de véus lógico-matemático-racionais que só ocultam e empanam tudo.

E sempre mantendo essa atitude, no começo de meu trabalho abordei o dilema do enxergar fisiológico e o denunciei dizendo que era apenas um modo de VER completamente distorcido, intrínseco ao

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próprio conhecimento indireto e indiretíssimo, e que, como agora SABES, ambos enganam.

Agora tentarei tratar do dilema da LUZ que, em última instância, é exatamente a Objetividade Primeva e Verdadeira (ou "ISTO"), LUZ que normalmente comunga com o VER PURO (ou "SENTIR"), resultando numa perfeita Não-Dualidade ou Autonatureza.

Sem nada impor, tudo seria só LUZ-VER ou mais, plenamente falando, "ISTO-SENTIR"!...

Por conseguinte, quando a ignorância-ego-pensamento em todos nós resolve estudar e explicar o inexplicável, a LUZ, digamos, separa-a do "ISTO"-(meio)-SENTIR-(Homem), e nessa dicotomia descabida (sujeito e objeto) começa a falar de fonte luminosa, de corpo opaco, no qual a pretensa luz física incidiria, iluminando-o.

Entre o pretenso corpo luminoso e o mal chamado corpo escuro, o pensamento interpõe um espaço físico, uma distância impossível que a suposta energia luminosa ou os fótons, deslocando-se ou movimentando-se feitos agentes, atravessariam a 300.000 km/s.

Em momentos, o ego-ignorância extrojeta todo esse faz-de-conta seriíssimo e bem comportado e depois o recolhe por meio de uma sensorialidade viciada que resulta em certeza ou em conhecimento indireto, indiretíssimo e reconhecimento científico.

A ciência jura e prova que nos hipotéticos fenômenos físico-químicos, atômicos e eletrônicos haveria uma liberação de energia, que pode até resultar em presença de luz.

E dessa maneira, os fótons ou as ondas-corpúsculos, ao estimularem o olho, a retina, o nervo ótico e a zona occipital do cérebro, (tudo material e permanente, já se vê), suscitariam em nós o capcioso ficar cônscio da luz externa e das formas opacas ou luminosas. Todas essas incríveis fantasias ou hipotéticas possibilidades estariam, pois, ligadas à presença da luz física (fótons).

Entretanto, se sabe que nenhum estímulo fotossensível pode deslocar-se ao longo do pressuposto nervo ótico, porque nada se move, nada se desloca, como também nenhum elétron ou eletricidade pode se deslocar ao longo dos condutores ou cabos, porque nem elétron, nem nervo, nem condutor dura para tal.

E mais, as hipotéticas continuidade e constância da luz são só contradição e absurdos mentais, porque tanto os fótons constituintes da luz como as propriedades e características da mesma luz são frutos do

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pensamento humano. E esses fantasmas tampouco se movimentam com a velocidade

constante de 300.000 km/s. Como se disse, nada se desloca (e muito menos a luz física),

nem há espaço para ser percorrido. As trevas ou a ausência de fótons são tão absurdas e ridículas

quanto a presença dos supostos fótons. Falar de corpos materiais permanentes e incandescentes —

fogueiras, Sol, estrelas, nebulosas, galáxias etc. — e que emitiriam calor, luz, fótons etc. e falar de corpos opacos, que absorveriam, refletiriam ou refratariam a luz, é puro discurso lógico-racional que fundamento os engendramentos superpostos..

De sua parte, a Mente Pura ou a Consciência-EU é um Fogo Vivo (ou "Kundalini" ou Espírito Santo) ou também é Luz Verdadeira que nada tem a ver com feixes ou pacotes de fótons, viajando a 300.000 km/s. Essa Luz Verdadeira nunca começou nem há de terminar.

A luz física não se originou no começo do tempo, numa explosão idiota tipo big-bang. Nem depois começou a percorrer o espaço universal para dissipar parte das trevas.

Tampouco as trevas sempre existiram, e só com uma criação universal original (feita pelo Demiurgo ou) decorrente de um enganador "Big-Bang" (Grande Explosão Cósmica), começaram a ser suplantadas.

Luz física e trevas físicas não podem coexistir ou se objetivar no mesmo lugar, ao mesmo tempo (contradição).

E se a luz pudesse iluminar à distância, admitindo-se para tal um espaço físico fictício (maneira ladina de evitar a contradição), mesmo assim restaria saber por que tal luz física não dissipa todas as trevas, próximas à fonte, e inclusive as outras, afastadas da fonte luminosa... Aí não vale apelar para a desculpa da dispersão e diluição luminosa, quando, no fundo, no fundo, não se sabe o que são espaço e luz física.

A luz física não pode iluminar as coisas nem pode iluminar-se a si mesma.

Onde a Luz Verdadeira Existe não há nada em trevas, porque O EXISTIR é LUZ!

Só para aquilo que se encontrasse numa escuridão absoluta é que a luz física poderia incidir e iluminar. Mas essa treva absoluta que está sendo iluminada não Existe!

Se a luz física pudesse iluminar de fato, iluminaria tudo,

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eternamente, sem jamais confrontar-se com as trevas. E se parte das trevas não pode ser dissipada, essa mesma parte

escurecerá tudo, eternamente. Ou vinga um momento, ou vinga uma eternidade enganadora. As variações temporais intermediárias são muito mais falsas.

Na Vida Fulgurando (Autonatureza) não se pode falar de um começo para a luz e de uma eternidade para as trevas. Tampouco se pode falar de um espaço escuro (trevas) que, de vez em quando, é atravessado pela luz!

O que Surge, Aqui e Agora, ou o Fato em Si, ou a Realidade Imediata, ou ainda, o Reto Perceber ou Isto-Sentir pode ser constituído — pecando com as palavras — de graduações luminosas, graduações que incluem toda a luz e sombra de que precisam.

Este Momento Existencial é também "as dez mil coisas". O espaço ou o lugar também se traduz como forma. E esta forma, pura ou não, finalmente é só LUZI

Se alguém afirmar que a luz efetivamente ilumina as trevas, em continuidades temporais fragmentadas e em porções do espaço, o Verdadeiro Saber, contudo, refutará dizendo que onde há luz não há trevas, já que luz e trevas são dois pólos fictícios, cuja simultaneidade espaço-temporal é impossível por ser contraditória.

Onde há trevas não pode haver luz e onde há luz não pode haver trevas! Se isto se Compreende, onde estão os objetos escuros e separados, os quais acabariam sendo iluminados pela luz física?

De sua parte, a Luz Verdadeira (VER-LUZ, "ISTO-SENTIR", Autonatureza, Deus Vivo, Mente Pura, Consciência-EU) não se assenta como NECESSITANDO de auto-iluminação ou como NECESSITANDO iluminar.

Isto-Luz-Sentir-Ver difere do hipotético objeto sempre reconhecível e que, a princípio (tempo) parece encontrar-se envolto pela escuridão e depois (tempo), terminaria sendo revelado por um foco de luz física, que acabaria dispersando a escuridão.

Um pretenso objeto e que seria iluminado pela luz passa por duas fases: primeiro (antes, tempo), o hipotético foco luminoso destrói e suplanta a escuridão que circunda o suposto objeto, e depois (tempo), este fica totalmente iluminado, visível e reconhecível, porque a luz física nele incidiu.

A Luz em Si, porém, não passa por essas duas fases. Se tivesse

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que passar, primeiramente (tempo), ela se encontraria escura, digamos, apagada, seria carente ou estaria em necessidade.

Segundo (tempo), teria que se iluminar antes a si mesma para depois (tempo) iluminar o resto.

Terceiro (tempo), os pretensos objetos que estavam necessitando de luz acabariam sendo revelados por algo que também era carente e estava em necessidade. A Vida-LUZ, contudo, não é bem assim.

Quando a luz revela supostos objetos, estes, em verdade, não são algo separado, não são objetos em si. São sem nada impor, Formas-Luz, "ISTO-LUZ". E se eles ou tais objetos, graças à Luz, se transformassem em dados reconhecíveis, como a ciência sempre pretendeu, nenhuma luz física separada conseguiria iluminar nada.

Os objetos, portanto, não se revelariam como coisas iluminadas. Nessa objetividade científica teria que prevalecer então um

espaço-tempo receptáculo, que conteria a fonte luminosa, ora acesa, ora apagada, separada de um objeto persistente, ora iluminado, ora escuro.

E aí teríamos também o pretenso deslocamento da luz até o objeto, com os hipotéticos fenômenos da absorção, da difusão, da difração da luz etc. Só que, aí tudo está ligado e tudo é interdependente.

Tudo o que interdepende não coexiste em si. Portanto, tudo o que aí parece acontecer é somente um faz-de-

conta muito prático, ou é uma superposição pensante-pensada. Nesse faz-de-conta sobreposto e pensante-pensado, qual a opi-

nião mais correta, a científica (só e sempre assim), ou a mágica, que também pode ser uma não-opinião?

Luz e trevas, tomadas isoladamente, e tomadas como se separadas estivessem do observador pensante, são um absurdo que o conhecimento indireto (ou a falsa percepção) e a lógica-razão nos impõem, tal como nos impingem também um corpo luminoso (Sol) e outro iluminado (Terra).

Todavia, o Momento Existencial, pecando com as palavras, poderá ou não se apresentar como Luz Total; e no Momento seguinte, como supostas "trevas totais", (isto é, Luz Negra e não carência de Luz), e no outro ainda, como graduações luminosas, cores.

Mais, levando em conta que não há funções, qualidades e propriedades (ou luz física) sem substância (Sol), e que não há substância (matéria luminosa, incandescente, Sol), sem funções,

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qualidades, propriedades etc. (luz), pois interdependem, e admitindo que tudo isso tomado separadamente não EXISTE, ou não é absolutamente nada, é possível se sugerir, então, que tudo o que se objetiva e tudo o que se reconhece (sempre pensando) é vazio!

Dentro do mesmo tema, a coisa objetivada, com sua pretensa pasta material, ou subsiste eternamente inalterada, ou simplesmente desaparece, para, quem sabe, reaparecer de modo similar ou diferente.

A coisa objetivada (e o ego também) não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo, ou seja, persistir como matéria e só mudar como qualidades, propriedades.

Se a coisa reconhecível mudou, tanto em sua condição de lugar (espaço), como em sua condição de tempo, ela, como um todo, já não é mais a mesma, nem em seu disfarce de pasta-material, nem como qualidades e propriedades.

Ferro duro e ferro fundido são duas coisas-lugar-momento diferentes. São situações distintas, objetividades diferentes, er-roneamente percebidas como iguais por um ego-reconhecedor NUNCA IGUAL, cuja memória-raciocínio-imaginação pretende manter-se inalterada, e quer que todo o resto, adiante, não mude também.

O que parece não mudar é apenas um Campo de Consciência Sensorial, saturado de condicionamentos arraigados e hábitos que se repetem.

A Luz Verdadeira, sem precisar impô-la como um dogma ou como uma Lei, é um exemplo perfeito do Espírito ou do Vazio-Pleno, que os pensamentos (conceitos, lógica-razão) não captam nem decifram.

Tal Luz Verdadeira ou "ISTO"-Luz comunga com o "SENTIR"-Ver.

Luz é Ver e Ver é Luz, sem falsa pessoa pensante (ego), sem objeto pensado (mundo), como antes dissemos.

Mas todos esses argumentos o que têm a ver com o doloroso desaparecimento de A.B.? Muito, já que por meio deles fica evidente, mais uma vez, que o lamentável acidente que a afetou e que aparentemente a fez desaparecer não aconteceu tal e qual. Ou quem sabe simplesmente não aconteceu!

Adriana-corpo-Espírito-EU, como qualquer outro Ser Vivo, era e é Vida-Luz, e Esta não começa nem termina.

O curioso desse pretenso fato é que, numa Autonatureza ou Natureza Incondicionada, nunca se viu a Luz atropelar a Luz!

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Isso só acontece nos faz-de-conta cinematográficos ou na projeção de imagens holográficas.

Nessas holografias, um leão tridimensional de mentirinha pode perfeitamente engolir um coelho tridimensional de mentirinha, no ato.

Alguém poderá alegar que os fotogramas da holografia estão baseados em registros de acontecimentos reais...

Dizemos nós, reais não, mas retratam apenas filmagens de dados que aparecem, que duram, que se objetivam para alguém (ego), e que se desdobram e interdependem, quando nada disso de fato EXISTE como tal.

Os hologramas ou a objetividade reconstruída e pensada fazem parte de um Campo de Consciência Sensorial onde parece haver um ego sensível e atuante, de um lado, e uma objetividade pensada, do outro.

A máquina filmadora ou fotográfica ou holográfica só pode atuar como o ego a fez e pensou que atuasse.

Mas esse atuar da máquina é só pensar do ego-observador. Sem ego-mente se agitando e sem o discurso interior interpretando tais frutos, efeitos, não há máquinas fotográficas registrando, fotografando ou filmando a aparência ('Maya").

De outro lado, a vida, mesmo que superposta, não é só sonho, cinema ou holografia; é principalmente distorção e readaptação do "IS-TO-LUZ-SENTI R-VER"!

Nenhuma máquina vai deixar evidente tal distorção sutil. Os seres vivos aí sofrem porque — além de serem formas-Luz sensíveis — são roubados em suas riquezas mais significativas, representadas pala AÇÃO, pela SENSAÇÃO e pela INTUIÇÃO, iguais ao SER..

Atuar-Sentir-Ver-Intuir-Amar-Isto também é Luz! Não somos luz física; somos Espiritualidade Luminosa, saturada

de Amor-Poder, sentimentos, emoções, sensações e inteligência. A Adriana-Luz não se apagou, não se anulou, apenas mudou de

Aqui e Agora, ou também O permutou. A Adriana-ego-meio, superposta àquela, é que, quem sabe, feito

alma-ego, tenha se transmutado como outro plano vital, outro corpo, o além, digamos.

Se somos Luz — Espiritual e não física — todos os nossos pretensos males, achaques e enfermidades poderiam ser curados ou corrigidos por meio da LUZ Espiritual, e também graças a uma modificação em nosso enxergar cotidiano. Este último deveria ceder

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lugar ao VER Primordial. Ademais, teríamos que comungar melhor com essa Luz e suas

Cores, para que Ela "nos" transferisse seu poder de plasmação e transmutação.

Sabe-se que certos ETs, quando se fazem presentes no nosso meio, utilizam uma Luz que não é física e, por meio dela, às vezes, não só curam ou ajudam, como também matam, ou pelo menos, imobilizam tanto o corpo do homem como bloqueiam artefatos agressivos que o homem venha a usar.

A luz utilizada nesses casos é, às vezes, vermelha, outras, verde, ou senão, azul. (Ver meu livro: "A Grande Conspiração Universal").

A propósito, todos os nossos dissabores só parecem acontecer quando prevalece o enxergar fisiológico, fruto de uma partição ou separação prévia.

Quando Aqui e Agora se sobressai o "ISTO-SENTIR" ou a "LUZ-VER" nada de mau acontece que possa prejudicar a Vida-Homem. Mas quando (segundo momento em diante) se superpõe o enxergar ou o falso vedor pensante e a falsa coisa pensada (Poder), todas as calamidades e safadezas tomam-se possíveis, num enganador e doloroso faz-de-conta.

Nesse domínio, os sagazes, astutos e usurpadores ladinos transformam-se em bruxos, ou magos negros poderosíssimos..

A VERDADE ESTÁ LIVRE DO PENSAR . A Verdade nada sofre nem é diminuída quando não é pensada.

Não se altera nem se perturba se o pensamento não A declara verdade ou verdadeira. Tampouco sofre ou se altera se alguém-(ego) se mete a pensá-la, a afirmá-la, a negá-la e a qualificá-la. Esse alguém-(ego), no caso, é tão-somente ressonância, ignorância-ego-pensamento; ou seja, nada.

A imperiosa necessidade de conhecer a Verdade faz parte da ignorâncía-ego-pensamento, não da Verdade em Si. E essa atitude, finalmente, só resulta em reconhecimento.

Tampouco é "EU-ELA" quem inventa deveres e obrigações para que a declarem VERDADE.. Absoluto (Deus Vivo) não tem por que conhecer a Verdade; em Si Mesmo "EU-ELE" é a Verdade!

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Por conseguinte, se a Verdade é assim, então posso admitir que foi só no nível do reconhecimento que um doloroso evento me aconteceu.

É só no nível do reconhecimento (tempo) que alguém pretende ter uma essência própria, material ou anímica e, por causa de tal essência, achar ele que nasceu, que dura e que certamente morrerá.

É só no nível do reconhecimento – pessoa pensante, aqui e coisa pensada, lá – que uma impressão chamada corpo, igual a um combustível, pode ser queimada ou consumida pelos germes.

Esses pretensos germes, iguais a um fogo que se relacionaria com o corpo, acabariam devorando e destruindo coisas que simplesmente não duram para tal.

Aliás, nem "germe-fogo" (mormente se os germes existissem de fato) nem "corpo-combustível" persistem para que possam se relacionar e se cruzar. E um venha a destruir o outro.

Toda Consciência-EU, todo Homem-Espírito, toda Adriana-Verdade está livre dos determinismos que a ciência e a enganadora ignorância-pensamento inventaram para este nosso plano de vida.

Só quando as concepções tolas e os raciocínios fúteis prevale-cem é que temos "trevas exteriores", determinismos (ou Poder) e não um Absoluto-Verdade.

E foi exatamente nestas trevas exteriores que tudo pareceu suceder, quando em verdade nada pôde acontecer de fato.

E se todos os trágicos eventos da falsa vida ficam restritos a esse faz-de-conta, a essa mentirosa fatalidade que "alguns manipulam para proveito próprio", todos teriam (e têm) o direito de reivindicar "um recuo no filme Vital",com um plausível reaparecimento do ente querido que deixou de aparecer, principalmente se seu organismo era ainda saudável e jovem...Não era o meu caso.

Como antes se disse, a morte ou a anulação definitiva de alguém é impossível e é uma mentira. Quando muito, tal morte só correspondeu ao desvio de um contexto que vinha se desdobrando conforme certas causas e condições pensantes-pensadas.

Bastaria, então, que tanto a parte aparentemente lesada (Adriana-ego-corpo) como os seus parentes que aqui ficaram, sem medo de nada e sem dúvidas, voltassem a elaborar aquelas causas e condições antigas para que, quem sabe, se desse uma anulação daquele fatal desvio, e tudo voltasse a se desdobrar no trilho certo, até que se desse o

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desenlace que naturalmente cabe, e não um rapto. Sem querer ser demasiado sentimental — infelizmente a

saudade me deprime e me abate — imaginando coisas simplesmente para os meus próprios botões fico cantarolando uma velha canção italiana de A. Bixio que diz: "Nella mia vita triste senza amore,/ tutto svanisce e nulla mi sorride piú./ Ho una speranza ancora ín fondo al cuore/ quella speranza mia sei solo tu./ Torna piccina mia,/ torna che tuo papa/ egli t'aspetta sempre con ansietà./ Frà le sue braccie, amore/ egli ti stringerà,/ Ia ninna nanna ancora ti canterà./ Sei tutta Ia mia vita/ tutta tu sei per me,/ certo será finita/ se resto senza te/ mio bene ... / Torna piccina mia/ torna che tuo papa/ Ia ninna nanna ancora ti canterà!..."

("Nesta minha vida triste e sem amor, tudo se desvanece e já nada mais me sorri. Alimento ainda uma esperança em meu coração, e essa esperança minha é exatamente tu.

Volta, minha querida, volta para o teu pai, ele te espera sempre com ansiedade. Entre seus braços, amor, ele te apertará, uma canção de embalo te cantará. Es toda a minha vida, tudo tu és pra mim. Certamente terminará, se permaneço sem ti, meu doce bem... Volta, minha querida, volta para o teu pai, que uma canção de embalo te cantará...")

A MORTE NÃO ANULA NINGUÉM O aparecer e o desaparecer da coisa refeita e do ser pensante

(superposição) não traduzem sua EXISTÊNCIA ou inexistência, respectivamente.

Não há algo que aparece e desaparece. Aparecer e desaparecer são a própria coisa, o próprio ser

objetivado. Só o ABSOLUTO ("Isto-Sentir", Autonatureza, Deus Vivo, Imanifesto-Manifesto) é Existência Pura que não pode anular-se e muito menos desaparecer. .

Uma transformação natural, por assim dizer, equivale ao desaparecimento do "Isto"-(prato), mal surge; não importa se a memória-raciocínio-imaginação refaça a fictícia série-prato e o reconhecimento jure tratar-se sempre do mesmo prato material e objetivado, que aparece num antes, num durante e num depois.

A constante deterioração da série refeita, e que o ego nesse caso tenta esconder, é a verdadeira essência da falsa objetividade.

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Tal deterioração, contudo, é apenas um arremedo, uma quase equivalência da Renovação de Tudo (ou Autonatureza),

Na condição de "ISTO-SENTIR" ou Autonatureza, tudo É O QUE É, de Momento a Momento.

É impossível conhecer aí o quanto a Realidade em Si dura, ou até onde se estende.

Quiçá dure o que bem entenda, ou não dure, e se estenda para onde quiser, ou não se estenda.

Talvez essa constante renovação de Momento a Momento equivalha ao inspirar e expirar da Condição Absoluta. O Ponto-Instante Existencial que melhor caracteriza isso é naturalmente não mensurável e sua modificação (ou Renovação) longe está de depender de causas e condições. Estas só afetam as reconstruções da ignorância-pensamento.

Se a coisa refeita e pensada não dura, não persiste, o que vem a ser esse "algo físico" (bala de revólver, faca etc.) que, em termos objetivos (ou aparentes), consegue destruir a coisa impermanente?

Provavelmente reconstruções e acomodações da ignorância-ego-pensamento, e por que não? E essa ignorância, roubando Vitalidade do ATO, consegue enjambrar dolorosas pantomimas, consegue sustentá-las e até mesmo suscita lamentáveis ocorrências externas.

Entrementes, se um fator destrutivo (bala, faca), a modo de dizer, for um objeto REAL, permanente e separado, que irá penetrar e fundir-se com outra coisa refeita e evanescente; mais ainda, e se esse fator for algo que, ao longo da evanescência natural da coisa, mesmo assim consegue dela se aproximar, suspeita-se então que tal fator nunca afetará a coisa impermanente, malgrado sua constante presença perigosa, ou senão ainda, ele, por durar, permanecerá imóvel e eternamente separado daquilo que supostamente vai destruir (eternismo).

A coisa objetivada e evanescente a ser destruída pelo fator, por sua vez, visto mudar a todo instante, simplesmente não será tocada, malgrado a proximidade de vizinho tão incômodo. E este pretenso destruidor real será tão enganadoramente eterno e imutável que sua presença se igualará à inexistência...

Assim deveriam ser os "rambo, rangers, mariners" da vida, com suas bazucas, metralhadoras, fuzis e punhais! – em verdade estátuas inertes ou falsos agentes.

E dizer que os manipuladores da falsa fatalidade transferem

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para eles uma mortal semi-eficácia ou poder que não cabe, e aos pretensos inimigos e contrários, uma vulnerabilidade quase completa.

Em verdade, causas e condições psicofísicas são as que aí se concatenam, se superpõem e aparecem, quando tal parece acontecer.

Causas e condições psicofísicas também são as que se sobrepõem e aparecem quando, digamos, um prato fugaz recebe uma hipotética martelada da parte de um falso agente, ou de um determinado alguém-ego, não menos fugaz e aparente.

A pretensão de durar que o ego se auto-atribui e atribui à sua coisa refeita e objetivada só disfarça sua própria aniquilação.

E não há lógica-razão que consiga ludibriar essa impermanência ou fugacidade que afeta tanto o lado subjetivo como o lado objetivo da vida refeita.

A modo de dizer, a Autonatureza é Renovação Incondicionada (livre de causas e condições) e a Modificação aí surge espontaneamente. "ISTO-SENTIR", portanto, é sempre outro ou se renova, inclusive quando a coisa reconstruída em cima dele, depois, pretenda durar e venha, só nas aparências, a ser destruída por algo mais.

Se isso é verdade, a destruição, a aniquilação ou a não-existência, da qual o realista-materialista fala – ou seja, a morte que seria uma cruel ausência absoluta de alguém – é vazia em si e é pura contradição.

Tal morte pensada ou aniquilação não é nada, exatamente porque ocorre só no lado objetivo da falsa vida.

O pretenso ente-ego que dizemos estar morrendo em verdade não morre, não se aniquila, mas apenas se transfere, transferindo com ele seu mundo pensado, ou até mesmo se transmuta em outra situação..

O falso corpo morto que fica e que parece decompor-se é outra coisa, é algo que se desmancha devagarzinho (contradição) e que sempre depende dos diversos e falsos seres pensantes que aqui ficaram.

Estes, maquinando com a cabeça, além de observar e temer, suscitam tal decomposição, a qual também fica implicada em rituais fú-nebres, mas nem sempre.

Essa é uma legítima manipulação, ou é um legítimo mecanismo inferencial imposto à força: Sim, pois, "Onde há evidências olfativas e reconhecíveis de decomposição, aí há um cadáver, lá ele está, por conseguinte vamos fazer alguma coisa, vamos enterrá-lo!..."

Por causa da própria ignorância-ego e também por causa de

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nefastos que não se anulam tão facilmente, a morte torna-se algo externo, afetando entes, matérias, de modo eterno, definitivo, (ou inalteravelmente).

Mas por ser algo imutável, inelutável, a morte não poderia afetar a coisa ou o ser já mudando, já desaparecendo.

Um assassino permanente e provocador de morte (suposto ego que executa o ato de matar) é apenas um farsante e um prepotente.

É um pólo da terrível mentira superposta, em que um ego, outorgando-se poderes e possibilidades que não lhe cabem, em pensamento, vai e tenta acabar com sua vítima-pensada, desatenta e sensível, outro pólo da mesma farsa.

Essa última, de qualquer modo, não poderia ser morta, porque é evanescente. É como Espírito-EU em Renovação, não se acaba mesmo!

Em termos empíricos, a todo o momento já está se aniquilando, está mudando para talvez reaparecer de modo similar ou diferentemente.

Um ego-assassino não pode matar ou executar o ato fatídico, mas em pensamento acha que pode e, em sua intenção e decisão, se transforma num prepotente, suscitador de medo, submissão, passividade e vulnerabilidade, e a seguir mata alguém num lamentável faz-de-conta superposto – Essa é a suprema canalhada do PODER! Aliás, do falso poder. Cuja fixação é: MATAR, sempre MATAR!

Ego-vítima nunca é substancial (nem material, nem anímico) e sequer persiste para ser morto pelo pretenso assassino. Mas, pensando, sente medo, toma-se hipocritamente, passivo, submisso. Pensando, o ego hipócrita conclui que será anulado. Por assim pensar, no dia-a-dia, toma-se vulnerável e complacente e acaba "sendo morto" no mesmo doloroso e lamentável faz-de-conta superposto. Esse é o vampirismo subjugador que os vampiros do PODER exercem

Um ego-assassino é um desvairado prepotente. Um ego-vítima, que com ele se cruza e interdepende, é um me-

droso desvairado, passivo, complacente e vulnerável. Um exagera em seu falso poder e o outro exagera em sua

hipotética fraqueza e vulnerabilidade. Mas o ego-pensamento e SAMSARA (ou a ronda da falsa vida e

falsa morte) não se anulam nesse HORROR superposto! (Aquilo que na AIDS mata mais é o medo!).

Nessa terrível superposição, onde a morte ou o crime parecem ocorrer, aquilo que os manipuladores da falsa fatalidade (egos e

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demiurgos nefastos) de fato conseguem fazer é interferir e suscitar uma modificação, um aparecer diferente, um desvio no trilho da série-contexto que estava se objetivando.

O ego-corpo-vítima, ao invés de reaparecer feito este "mesmo" plano de vida, feito o "mesmo" corpo, ou esta "mesma" superposição cotidiana, modifica-se, transfere-se ou desvia-se feito outro plano vital. (Cuidado, mesmo ou mesma aqui quer dizer similar, homólogo, não igual, permanente.)

Se o ego-corpo-vítima não se desvia, é desviado à sua revelia, e essa é uma violência brutal. Isso então para ele resultará naquilo que chamamos "mais além" ou o "após-morte", ou transferência definitiva e inalterável.

A anulação ladinamente definitiva chamada morte, e que supostamente anularia alguém (ego) da nossa frente, é apenas uma terrível traição sensorial e perceptual.

Somos enganados tanto no Sentir como no Perceber por nosso próprio ego-pensamento, e pelos nefastos de qualquer latitude, e pelo demiurgo, o falso deus externo, todos eles manipulando a falsa fatalidade para proveito próprio.

Deus Vivo-EU ou Mente Pura-EU ou Consciência-EU ou Absoluto nada SABE da falsa vida superposta e da falsa morte.

Tais nefastos, em verdade, nunca acabam com nada; apenas fazem prevalecer um desvio na objetivação reconstruída, e que resulta num transferir de contexto (pessoa-e-meio), o qual passa a ser outro espaço-tempo, outro plano vital.

O corpo morto que fica é apenas um pretenso começo para algo também reconstruído, e que agora vai se desmanchar demoradamente.

Às vezes é um clone, um boneco que sempre se decompõe. Outra vez mais, é uma objetividade inerte, passiva, emanada por

qualquer observador pensante, para o qual alguma coisa à sua frente sempre tem que sobrar.

A ignorância-ego-pensante não admite que sua contraparte pensada ou o corpo do suposto falecido(a) se suma por completo.

O ego-pensamento em todos nós conhece que por meio da falsa vida e da falsa morte se reforça sempre. E tanto no aquém (mundo) como no além (astral), ele-ego tem que ter sempre a sua contraparte objetivada.

Em definitivo, a morte em si não possui qualquer força

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anuladora e destrutiva, por meio da qual consiga apagar um corpo que não dura por natureza, ou também consiga anular um mundo externo que já é evanescente.

A pretensa morte-causa também é EVANESCÊNCIA e não resulta em efeito ou em falecimentos, pois tal causa não dura, e muito menos pode ferir, atingir, anular, como se costuma dizer que fere, atinge e anula, irremediavelmente.

Assim aconteceu com minha filha que, com toda a probabilidade, apenas foi transferida à força para outro plano vital. De algum modo. E, repetindo, raptores do além (ETs, vampiros, asseclas do demiurgo), que talvez precisassem do sangue e do corpo dela, abduziram-na e substituíram sua série-corpo-original por um boneco de carne, por um clone gravemente ferido.

E tal substituição tanto pode ter acontecido no instante do impacto fatal, quiçá um pouco antes, ou senão, depois, no Hospital de Pronto Socorro. De qualquer maneira, tal substituição foi apenas um faz-de-conta dolorosissimo.

A Adriana-corpo-meio, quem sabe, por certo "tempo" deve ter se transformado num mundo de confusão, agonia e pavor.

O clone aqui deixado veio a falecer e foi por nós enterrados no cemitério, numa total subjugação perceptual dos que aqui ficaram.

Sua série-corpo original e AQUILO que manifestava tal série talvez continuem presos nas malhas de outra fatalidade montada.

Amigos, assim me exprimo, assim suspeito, sem pedir que me creiam...

A Verdade ou Espirito-EU-Adriana em Renovação, e que não é nem o além nem o aquém, numa intemporalidade ou Aqui e Agora, de modo aparente deve estar suportando toda essa pantomima, num silêncio benevolente.

Amigos, fatos como esses têm acontecido seguidamente, a muitos seres humanos, principalmente para os que morrem jovens, em crimes e em desastres faz-de-conta, com um corpo-(série) saudável... Alguns jovens simplesmente são raptados e desaparecem com corpo e tudo. São os que nos jornais são dados como desaparecidos. Outros parecem sofrer acidentes mortais ou desenlaces estúpidos, e o que fica é um clone ou um boneco idêntico ao corpo. Outros mais, num perfeito faz-de-conta, simplesmente deixam por aqui (ou no mundo) um corpo estraçalhado permanente, quando nada pode durar nem feito um corpo

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estraçalhado nem feito um corpo inteiro, normal. A falsa vida superposta e a falsa morte ou desencarne não nos

libertam desses possíveis pesadelos espaço-temporais. A única maneira de escapar desse horror ou dessa dolorosa

farsa é a Auto-Realização. É Iluminar-se, Vivenciar a Consciência-EU em cada um de "nós". Pelo Reto Entendimento e pela Fé perfeita temos que reconquistar a nossa condição natural de Mente Pura, de Consciência-EU, livre de acréscimos, reconstruções, distorções e mentiras superpostas. E não esqueçamos que, se purificarmos nosso Entendimento e Percepção — desendeusando para tal a lógica-razão — as trevas exteriores poderão se permutar em Autonatureza, onde os nefastos não prevalecem.

Entendam esta metáfora: Enquanto os fantasmas de nosso pensamento persistirem, os filhos da mulher estéril, externos, persistirão também.

Outra alternativa não tão eficaz, propiciada pela Inteligência Viva e pelo Dar-se Conta (ser lúcido, estar atento), é não deixar que a ignorância-ego-pensamento se agigante tanto em sua dupla condição, objetividade, subjetivividade, coisa que ela sempre faz às custas do HOMEM-EU Primevo, ou "Sentir-Saber-Intuir-Atuar-Amar".

E mais, a mente condicionada e identificada ao ego, quando do desencarne aparente, extrojeta formas-pensamentos que geralmente refazem o paraíso, o purgatório e o inferno. De certa maneira, os últimos pensamentos que o moribundo tem determinam o mais além e próxima vida.

E esses planos equivalem exatamente àquilo que sempre se pensou, se fez e se (mal) sentiu (memória-raciocínio-imaginação).

O que também pode reger a nossa boa ou má companhia no além são os frutos daquilo que pensamos e fizemos, ou os frutos do Carma. A pretensa religiosidade que o crente pratica também pode carregá-lo para círculos de sobrevivência egocêntrica específica ou egrégoras, e que seriam círculos do além, regidos por normas católicas, protestantes, espíritas, pentecostais, islâmicas, judaicas, bramanistas etc.

Cuidado para não generalizar, porque nos planos refeitos do além (ou seja, em outros tipos de vida condicionada), assim como há ETs nefastos, fazendo-se passar por santos e justos (além dos falsos deuses, Moloch, Golern, Jeová-Molokron, tenebrosos, demiurgos, larvas anímicas, "espíritos extraviados"), também há ETs benevolentes, Irmãos

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de Luz, Consciências Superiores, Santos e guias sinceros, que ajudam e amparam no que podem.

Estes últimos têm que fazer frente ao ego do desencarnado e aos nefastos externos. Por conseguinte, não estamos totalmente à mercê do horror e do mal.

Quanto mais justo e bondoso se é e quanto mais se pratica determinada religião, com fé e honestidade, tanto melhor. Estes que assim vivem geralmente têm um desencarne suave.

Para evitar o horror, precisamos estar atentos e elevar nossa Mente, purificando-a das empáfias egóicas, das prepotências, das auto-importâncias, pretensões, maldades e ambições, caindo assim em egrégoras ou círculos astrais de sobrevivência amena.

Mas melhor do que isso, sem qualquer dúvida, é Realizar a VERDADE-EU (Deus Vivo), ficando o homem de boa vontade totalmente livres de impedimentos e laços!...

Isto que digo, o digo por dizer, o sugiro por sugerir, sem pretender impor coisa nenhuma, sem pretender estar com a Verdade.

Afinal, já vimos que quando precisamos lidar com a objetividade ou com o domínio das trevas exteriores, do aquém (mundo) e do além, não é possível explicar e esclarecer nada em termos definitivos, nem impor algo Absolutamente Verdadeiro!...

NUNCA SE MATOU TANTO! Nestas trevas exteriores, onde, iguais a mortos, todos nós

acreditamos sobreviver em função do que (mal) pensamos e fazemos, não existe marionete mais triste do que um homicida! Ou melhor, não há exemplo mais doloroso do que aquela pessoa que se compraz em matar! E esta tanto pode ser um guarda, um brigadiano, um policial, um soldado, "mariners", um piloto de guerra, um espião, mercenário, carrasco, um falso justiceiro, um "apagador de arquivo", um "membro do esquadrão da morte", um "matador de pivetes", um "swat" ou polícia especial, um "ranger", "rambo", "robocop" e o escambau — como inclusive pode ser um simples assassino gratuito, um ladrão, bandido, malfeitor de fato, e que a Lei vigente prende e condena hipocritamente. Em sua estúpida prepotência e convicção de estarem eliminando adversários, inimigos, contrários, desafetos, seres inconvenientes.

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Assassinos e homens hipocritamente justos, exercendo o papel de justiceiros, TODOS SE IGUALAM! Não há homicida justo – juiz, desembargador, homens da lei – nem há homicida bandido, monstro; todos são assassinos...

E dentre esses mercenários e servidores da morte (ou mesmo dentre esses falsos justiceiros), muitos velhacos e nefastos há, não só deste plano de vida (mundo), como de outros planos mais, que fizeram e fazem da MORTE o seu CRITÉRIO INCONTESTÁVEL DA REALIDADE OBJETIVA OU FÍSICA.

Todos esses servidores da morte do aquém (mundo), insuflados, influenciados e dominados pelos manipuladores da falsa fatalidade ou asseclas do demiurgo, do além, pensam e concluem que se o "ente-ego" que aviva determinado corpo se apaga, se some, desaparece, vai embora e o meio comum persiste livre dele, é porque a morte aí está provando a realidade inquestionável do mundo material em que todos acreditamos viver. E aí o Poder é sacramentado e perpetuado pelo medo!...

Se a morte anula, apaga o "ser" e o cadáver-mundo fica, é porque o mundo e seu cadáver são mais reais ou autênticos que o ego-ente-ser que se some, para alguns, ou simplesmente desencarna para outros.

Acrescentam esses que o lado subjetivo do corpo, o qual, por causa de um desenlace se apaga, seria somente uma consequência fortuita da eterna presença material, ou também seria um simples epifenômeno da (enganadora) matéria cerebral que fica.

Com esse modo velhaco de pensar, mais os inevitáveis assassinatos subseqüentes, a ignorância-ego-pensamento em todos nós – principalmente a ignorância-pensamento dos grandes bandidos e de-miurgos – fez da morte a coisa mais poderosa e fatal que existe na face da Terra. Entrementes, o desencarne ou a morte é só a suprema canalhada – mas não para os que têm que desencarnar por decrepitude corporal! É logro máximo, é o engano fatal...

De certo modo, o desenlace é também um roubo, uma traição e uma maldade extrema... Em suma, a morte, sendo em verdade uma artimanha inócua, nas mãos de monstros ardilosos tornou-se uma armadilha terrível, visando aumentar o Poder! E dizer que nunca se praticou tanta violência e se matou tanto como no século XX que acabou de passar!

Qualquer aborto, qualquer larva deste mundo ou de outros

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sempre está pronto a executar o ato intencional que resulta (ou até mesmo resultaria) em sofrimento e morte!

(Repito: o assassino é um desvairado prepotente. E a vítima, que com o assassino interdepende, é um medroso desvairado, complacente, subjugado e vulnerável. Um exagera em seu falso poder e o outro exagera em sua hipotética fraqueza e vulnerabilidade!).

Nunca a morte foi tão banal e nunca foi tão fácil matar! E certos homens, principalmente os usa-supermen, spidermen, com suas metralhadoras, super-revólveres, superfuzis, bazucas e raios-laser tornaram-se verdadeiros dejetos cósmicos a espalharem o horror, a anulação e a morte por todos os lados, achando que vão se imortalizar no Poder!...

Devido ao fato sutil de a morte ser uma artimanha inócua e ter se tornado um terrível ardil nas mãos de monstros desumanizados, ela simplesmente não pode ser verdadeira!

A dor e a morte, por estarem ao alcance de qualquer larva, vampiro, demiurgo, ET nefasto, dejeto humano, demônio, não podem ter a eficácia que parecem ter! Não é verdade que qualquer energúmeno possa anular, aniquilar uma Manifestação Integra (Consciência-EU, Deus Vivo), ou até mesmo uma superposição corrompida (ignorância-ego-pensamento), que tal energúmeno jamais liberou ou criou!

Por ser tão simples, tão fácil e por ser praticado pelos eternos canalhas, O ATO DE MATAR (que em verdade não se cumpre) e o medo que ele suscita só podem estar traduzindo a SUPREMA PATIFARIA de fantasmagóricos seres trevosos. Estes, ao assim pensarem em agir, roubam vitalidade alheia, e insistem em querer alcançar determinados fins (e inclusive os alcançam), que é manter os seres vivos sempre vulneráveis e submissos ao Podre Poder, o qual é proibido no verdadeiro Cosmo. Deus Vivo nunca foi Poder.

Já se viu alguma vez Santos, Mestres, Artistas e Gênios Criadores matando? Nunca! Só os falsos anjos e falsos demônios de um demiurgo nefasto qualquer é que começaram a brincar de mata-mata entre eles mesmos, sem morrer, e depois se voltaram contra seres humanos inocentes e desavisados. E graças ao terror imposto, a morte começou a prevalecer...

Em passagens anteriores escrevi e agora repito porque convém: "A morte de qualquer ser se constitui numa fantástica violência que os nefastos de todos os tempos, daqui e do além, sempre levaram a cabo,

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ROUBANDO VITALIDADE DO ATO-HOMEM! Mesmo que seja aparente, a morte é de fato um problema

gravíssimo, porque, de certo modo, é algo irreversível, sem solução, pelo menos assim parece.

Hoje, Sei-e-Sinto que a morte não faz parte da VIDA REAL. Não corresponde à vontade de Deus (Pai-Mãe), do Deus Vivo, nem responde aos desígnios de uma fatalidade forjada ou a um destino inexistente.

A morte é um ACRÉSCIMO VELHACO da ignorância-ego-pensamento (ou do ego-carma) e, principalmente, é um acréscimo dos próprios “manipuladores da falsa fatalidade” (Demiurgo, Golem, Moloch, Jeová-Molokron, autômatos e vampiros do além, ETs nefastos etc.).

E aqui, neste mundo ou plano de vida, esses tenebrosos, sempre temidos e sempre reverenciados, armaram tudo — viver cotidiano rotineiro e desgastante, conhecimento vulgar, religiões organizadas e que cultuam mais a morte do que a Vida, ciências acadêmicas que mais matam do que ajudam, justiça caolha que perpetua o desespero, a maldade, a vingança — para que nós nos submetamos e nos conformemos a essa morte acrescentada, e que não fossem as doenças, a velhice e a decadência corporal, poder-se-ia evitar!

HOMEM, HOMEM, SE A MORTE NÃO É UM DESÍGNIO DE DEUS-PAI, REBELA-TE! SEM SER EGO, FAZ ALGUMA COISA, FEITO ATO PURO, E DEVOLVE ESSE HORROR A QUEM O INVENTOU! “Não te submetas aos manipuladores da falsa fatalidade!"

De seu lado, a sabedoria dos índios americanos, através de um pajé, em determinada ocasião se exprimiu assim a respeito de uma iniciação:

"O quarto nível ou o mais alto nível de espiritualidade que o guerreiro alcança é quando a ele não se importa mais com que os outros fazem com o corpo dele, já que não podem tocar seu Espírito. Você estará então profundamente dentro de Seu próprio Centro, seu "EU"! A partir daí, você verá a violência, ódios e maus tratos, fora, como se fossem terríveis ameaças contra você (Deus Vivo)! Em verdade esses são só disfarces que humanos (egos) assustados, em pânico e sofrendo, sempre usam para suplantar o beco sem saída em que se enfiaram (trevas exteriores), em seu desvario. E em vez de odiá-los, você sentirá

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pena pelas fraquezas deles e começará realmente a amá-los, oferecendo inclusive a outra face quando o agredirem. Esse exemplo de Filho da Luz Desperto, ou de um Pai para com seu filho pródigo, será a única maneira de derrotar a violência entre os homens!..."

Esse, efetivamente, é um exemplo máximo que raros alcançam. Mas fora isso, o Homem Verdadeiro e que se preza, o Homem com "H" maiúsculo, saturado de Caráter ou de Espírito-EU, jamais se torna um servidor da morte. Jamais enlouquece por influências nefastas de terceiros, jamais contamina o ATO PURO que ele próprio é, para que, sob a influência da memória-raciocínio-imaginação, se permute parcialmente em ato intencional e, finalmente, se cumpra matando alguém.

Um Homem de Caráter, e que respeita e ama o próximo, jamais cumpre com falsos deveres, e não se dobra com mesquinharias e ameaças calhordas, vindas de seres inferiores e cretinos, mas que, estando em postos de mando (Poder), sentem prazer em matar e mandar matar!

Um Homem de Caráter, saturado de Consciência-EU, não obedece ordens superiores de seja lá quem for, situado em hipotéticos escalões hierárquicos e safados.

Esse, "seja lá quem for”, esse falso ente superior, não poucas vezes só personifica criminosamente entidades judiciais, militares, poli-ciais, clericais, que poderiam servir para o bem, mas que servem para o mal, ou senão personifica também grupos de bandidos.

Um falso ente superior ordena que o seu subalterno mate criminosamente alguém, só porque cismou que este último tem que ser morto e que o primeiro tem que obedecer!

Um Homem de Caráter Superior, saturado de Espírito-EU, derruba esse hierarca ou esse tirano, ou esse bandido superior que ordena matar, e se possível o imobiliza, o desmascara e o desarma. Senão isso, ao invés de aceitar o papel de carrasco e ceifador da morte (como muitos militares, policiais e parapoliciais ignorantes, temerosos, assalariados e submissos acabam fazendo), manda que o próprio general, juiz ou hierarca mate, se é que pode, ou manda que ele execute a pena que quer ver cumprida por terceiros.

Mas a propósito dos senhores da morte e do matar por matar, existe uma canção e letra de Luis Advis que faz parte da belíssima peça musical "Santa Maria de Iquique", com uns dizeres muito oportunos. De

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certa maneira os clamores dessa letra e música coincidem com tudo o que estamos denunciando: "A los hombres (del mundo) que quísieron protestar/ los mataron como perros/ porque había que matar./ No hay que ser flaco, amigo/ es peligroso. No hay ní que (protestar), amigo/ es peligroso. Las mujeres del (mundo)/ se pusieron a Ilorar/ y tambiérn Ias mataron/ porque había que matar./ No hay que ser (flaca), amiga,/ es peligroso. No hay que llorar, amiga/ es peligroso. Y a Ios niños del (mundo)/ que miraban, nada más,/ también a ellos los mataron/ porque había que matar./ No hay que ser (flaco) hijito, es peligroso. No hay que nacer, híjito, es peligroso. Donde están los asesinos/ que mataron por matar?/ Lo juramos por La Tierra, y los tendremos que encontrar./ Lo juramos por Ia Vida,/ y Ios tendremos que encontrar./ Lo juramos por Ia muerte (absurda!),/ y los tendremos que encontrar./ Lo juramos (hermanos hombres) y ese dia !legará!..."

("Aos homens do mundo que quiseram protestar, mataram-nos como cães, porque era preciso matar. Não se pode enfraquecer, amigo, é perigoso. Nem deves protestar, amigo, é perigoso. Vendo tal matança, as mulheres do mundo começaram a chorar, e também as mataram porque era preciso matar. Não se pode enfraquecer, amiga, é perigoso. Não se pode chorar, amiga, é perigoso. E as crianças do mundo, que simplesmente olhavam pra isso, eles também as mataram porque era preciso matar. Filhinho, não se pode enfraquecer, é perigoso. Filhinho, não se deve nascer, é perigoso. Onde estão aqueles assassinos que mataram por matar? Nós o juramos pela Terra que os teremos de encontrar. Juramo-lo pela Vida e os teremos de encontrar. Juramo-lo pela morte absurda os teremos de encontrar. Homens-Irmãos, nós o juramos e esse dia haverá de chegar!...")

Sim, esse dia terá que chegar, em que os “manipuladores da falsa fatalidade”, deste mundo e de qualquer outro plano, parem de matar! Em que os homicidas e perpetuadores da Grande Conspiração Universal se anulem e desapareçam!... E se autônomos forem (e não autômatos), que recebam de volta todo o mal que aos outros fizeram — mas não por imposição de terceiros ou falsos justos — e aprendam a SENTIR por meio da DOR, na longa noite da agonia, tudo aquilo que nos outros provocaram!

Está na hora também de pormos em prática a recomendação ou o alerta (aproximado) de Jesus Cristo e que mais ou menos diz:

"Aquele general, aquele juiz, aquele hierarca, comandante,

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tirano, aquele capitão, tenente, sargento, cabo, que não for facínora, bandido, alcapone, e que estiver totalmente livre de culpas, de ego e de maldades, seja o primeiro a praticar a verdadeira Justiça; e se for o caso, depois, a dar o primeiro tiro!..."

Exprimo-me assim não porque tenha raiva das assim chamadas cúpulas ou hierarquias humanas e que com tanta facilidade mandam matar pretensos culpados, desafetos e até o povo humilde e indefeso que fica abaixo. Exprimo-me assim porque nunca se torturou nem nunca se matou tanto como nos dias atuais. E tudo porque homens sem um pingo de humanidade e caráter sempre obedecem a ordens de nefastos, furibundos e brutalizados (ou autômatos sem Consciência). Assalariado, pára de matar, fuzilar, enforcar só porque mandaram!

Além da denúncia de Luis Advis, existem inclusive os versos de Pabio Neruda, que já reproduzimos, e que, ao repeti-los, vêm a calhar muito a propósito. "Por estos muertos, nuestros muertos, pido castigo!/ Para el verdugo que mandó esta muerte, pido castigo!/ Para el traidor que ascendió sobre el crimen, pido castigo!/ Para el que dió Ia orden de agonia, pido castigo!/ Para Ios que defendíeron este crimen, pido castigo!... Pido castigo! Pido castigo!..."

O melhor castigo que cabe a todo homicida, interno e externo, é a anulação do mesmo, isso no que se refere ao ego interno e àqueles seres autômatos de outros planos.

E se o assassino não se anula e for autônomo, tem que ser enfrentado imobilizado! Não somente os Demiurgos, os Golem, Moloch, Jeová-Molokron, ETs safados e "demônios ladinos" são poderosos; os homens também o são, desde que parem de temer, de se curvar, de se corromper, de se submeter hipocritamente e de desejar vantagens, matando para tal o próximo!...

A falsa vida está cada vez pior e a falsa morte se fortaleceu como nunca! Que monstruosidades são essas que estão sendo praticadas no Irak, na Palestina, no Afeganistão, no Líbano, no Paquistão etc. Jamais se viu tantos energúmenos-usa, nato, Israel executando o ato só para dominar, roubar e matar!

E como se espalha se fortalece o falso conhecimento (indireto) que só resulta em morte e fortalece a morte! Os homicídios tornaram-se extremamente fáceis e rotineiros. E isso não pode continuar! Está faltando ao homem compreensão, respeito, piedade, tolerância, humanidade e amor! (Em suma, falta tudo!).

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O QUE ACONTECE COM QUEM MORRE? Já se falou bastante sobre o tema que o título deste tópico

aborda. De qualquer maneira é sempre bom insistir um pouco mais. Como de costume, diante ou na frente de alguém vivo ou morto,

ou seja, diante de um falso eu-ego, falsa alma, sempre tem que haver um objeto ou algo que aparece, algo dito material ou algo espiritual, algo que se reconheça sempre.

Ou também um “tu”, uma coisa ou algo palpável, ou senão algo tênue ou sutil e que chamam espírito, alma.

Toda pessoa pensante depende do objeto pensado, e todo objeto pensado depende da pessoa pensante. Os dois interdependem. Um sem o outro são absolutamente nada. REAL é só o Espírito ou EU SOU que não depende de nada e está por trás de tudo.

Tanto no mundo como no além nunca prevalece ou vinga um eu (ego) vulgar totalmente solitário, sem sua contraparte objetivada. Não há pessoa mal pensante (ego) sem a coisa pensada, sem um ser pensado, sem a pessoa pensada e reconhecível.

E esta bipolaridade, sujeito-objeto, objeto-sujeito, é um acréscimo safado, do pensamento comum, vulgar, acréscimo que se superpõe À VERDADEIRA VIDA, EU SOU, o qual não conhece ou não sabe de morte, não sabe de multiplicidade e separatismo científicos. E em tal Vida não existem esses falsos sujeitos e objetos separados, totalmente independentes entre si. Os “res cogitans e res extensa” de Descartes são mentira completa.

Convém salientar também que nada pode colocar-se diante ou na frente de EU SOU, O Verdadeiro Indivíduo, o Espírito Imortal, ou também a Consciência-SER.

Por isso que um grande Mestre e Santo ordenou: “Vade Retrum Satanás! Ou vai para trás Adversário, e não na frente como sempre ego pretendes.

Essa Mente Pura é inclusive o Verdadeiro Sujeito e Verdadeiro Objeto, mas jamais é multiplicidade e separatismo. Nessa condição, tudo é um só, ou melhor ainda, tudo é Não-Dualidade.

O cadáver pretensamente denso e material daquele que morreu, que se foi, fica diante dos parentes ou até mesmo diante daqueles que

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testemunharam o falecimento. Este pretenso corpo morto em última análise é apenas uma suspensão do sopro, da respiração, da expressão viva no rosto, dos movimentos, da possibilidade de sentir e atuar, e da luz no olhar.

Esse cadáver que fica é também um segundo corpo do falecido, ou seja, é aquele corpo que os parentes, as pessoas de sua relação extrojetam ou projetam mentalmente.

Digamos, eu, supostamente vivo e pensando, extrojeto meu corpo. Os outros que me conhecem, ao me enfocarem, extrojetam também meu corpo, que, finalmente, é “o meu corpo deles”. Minha extrojeção e a deles se somam.

Meu corpo dito material tem então dois aspectos, aquele que eu mesmo extrojeto, mal pensando, e que acaba virando “o meu corpo externo, objetivo e pensado” por mim mesmo, ego-pensante. E existe outro aspecto idêntico, que é aquilo que meus familiares, pessoas de minha relação, amigos, conhecidos etc. projetam de mim mesmo.

Portanto, meu corpo denso, para subsistir precisa sempre de duas forças capciosas: as do falso eu-ego pensamento em “Mim”, e as do “tu” pensante-pensado e objetivado.

Quando se dá o desenlace, meu corpo por mim mesmo pensado, bem ou mal, se transfere para planos sutis – ou também se transforma em tais planos – se transfere para planos astrais safados, onde os medonhos do além, ETs canalhas, fazem o que fazem, principalmente se a pessoa-espiritual não for crente ou religiosa, no melhor dos sentidos.

Se ela aqui foi religiosa, seja qual for a religião, no além sempre há uma egrégora anímica que o espera e o pode proteger.

Pouca coisa desse meu corpo pensado e transferido sobra do lado de cá. O que fica mesmo é o segundo corpo que os outros pensaram e pensam de “mim” (ego).

O corpo que aparece na hora do enterro é algum resto do meu próprio corpo denso, mas é principalmente o corpo que o próximo ou os outros recriaram para mim, desde o berço.

Esse boneco que aqui fica, é o que começa a feder e a apodrecer, sem falar daquele duplo etéreo que vai se decompor no cemitério, que pode flutuar como névoa esbranquiçada e pode aparecer até como fantasma.

A constante presença do cadáver é devida aos canalhas do além (dos mercenários da morte, de ETs nefastos), e também é devida ao ego

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de cada testemunha presente no falecimento, no velório, no enterro. Ou ainda, tal cadáver é devido ao modo de pensar e agir de todas essas testemunhas e familiares que aqui ficam, que permanecem aparentemente vivos, quando em verdade também são mortos-vivos, escravizados ao ego, e com o Espírito dormindo, quase se anulando.

Depois, esses mesmos seres testemunhas, familiares e amigos vão e executam o ritual do enterro, acompanhado pelas preces, choros, gritos, soluços, espasmos, desesper4os, desmaios, ou senão pela água benta, pelas missas de encomenda.

Todos esses clamores próprios do enterro liberam uma vitalidade negativa que os vampirões do além, dos ETs espectrais comem ou gostam de sugar. Todo esse modo de pensar, sentir e agir reforça também a morte, radicalizam a ausência, a separação, o silêncio, o afastamento (ou vazio) de quem parece ter desencarnado em termos absolutos e materiais.

No lugar da Vida em Renovação, própria do Aqui e Agora, fica o vazio permanente, o que é um absurdo e uma impossibilidade, já que nada pode continuar, nada dura, e tudo se renova.

Tal conduta impede então que o Espírito-Vitalidade do desencarnado retorne, reavive o corpo e reassuma seu antigo invólucro, casulo, sempre que tal corpo ainda possa sofrer essa influência ou hipotético retorno.

Em suma, toda a conduta humana intencional, ligada ao desencarne de alguém, por causa das religiões daqui mesmo e por causa dos ETs nefastos invisíveis, por causa de falsas fraternidades brancas, por causa de demônios ou “asuras”, por causa dos maus espíritos ou aqueles maus caráter do além, só é desencadeada ou executada para reforçar tal pretenso e lamentável desencarne.

Para agravar a situação, entra também a capciosa medicina científico-materialista, com sua terrível magia negra, calcada nas biópsias, nos exames de laboratório, nos sorotestes, nos Rx, tomografias, ecografias, ressonâncias magnéticas, cintilografias, necropsias, autópsias, exames médico-legais, anatomopatológias etc.

A medicina e a religião, finalmente, apenas sacramentam a pretensa irremediabilidade da morte ou do desencarne.

Lá do outro lado ou no mais além, os ETs nefastos, os espectrais trabalham também na mente do coitado ente recém desencarnado, ou indivíduo-Ser que acreditou ter-se transferido para o

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além ou ter desencarnado. Antes de tudo, é bom salientar que não existe um espaço comum

neste mundo e no além, para que possa ser preenchido por um ente vivo ou por um morto. Ou senão, por aquilo que acreditamos seja um corpo viúvo ocupando um pretenso espaço físico, ou ainda seja uma alma corporificada de morto, ocupando o mesmo espaço, agora sutil. Com a desculpa de que o SER que estava em tal corpo denso teria desencarnado e se transferido.

É bom ter em mente que o AQUI deturpado vira corpo físico ou denso, ocupando um espaço pretensamente físico. O AQUI Espiritual vira forma anímica-corpo que ocupará o astral ou espaço anímico. Mas esses dois espaços não são iguais e comuns.

Quando acordamos de manhã, a mente em nós extrojeta ou projeta um novo espaço e um novo tempo, os quais têm alguma similitude com o espaço e tempo que apagamos, no dia anterior, quando fomos dormir, e caímos no sono superficial ou entramos em sono profundo.

O mesmo acontece quando passamos para um estado alterado de consciência. Desde o nosso íntimo mental, se levantam então outros espaços e outros tempos, e com eles outros mundos, outras situações.

Quando alguém desencarna, é de se supor que tal ser (ego-alma) se apaga para este mundo e acorda como sendo ainda ele mesmo, mas em outras condições.

Desperta talvez com um ego similar, com os mesmos sentimentos e mesmo modo de pensar, mas acorda como outro corpo, como outro espaço e como outro tempo, com similitudes, homologias, apenas.

O Ser Verdadeiro em todos nós – nada a ver com ignorância-ego-pensamento – desde seu CENTRO, só se exterioriza ou se interioriza, mas não nasce, não cresce, não dura nem morre. SOMENTE SE RENOVA, daí a Imortalidade.

Os espectrais ou ETs canalhas, contudo – fazendo-se passar por bondosos e esclarecidos espíritos do além – para quem se transferiu para o mais além, (e que inclusive poderia retornar), MOSTRAM um corpo denso inerte, supostamente morto e dentro de um caixão, pronto para o enterro.

Aquilo que aí seriam só imagens percebidas e reconhecidas pelas testemunhas, pelos parentes, amigos do defunto, são roubadas,

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transferidas e também são mostradas ao falecido. E isso, minha gente, é uma hipnose total praticada no assim mal chamado recém desencarnado.

Não é verdade que o famigerado e enganador SENSO COMUM, e que sustenta a palhaçada da vida cotidiana de relação, tem que prevalecer também no além e para um recém desencarnador ou TRANSFERIDO.

O suposto falecido, ao desencarnar, ao morrer, vivencia sua morte, experimenta sua morte. E se a experimenta, a vivencia, em verdade continua vivo, com corpo pensado e tudo o mais.

Morrer não significa desligar a tomada e apagar a luz. Tampouco significa apagar-se, anular-se, aniquilar-se e sumir para sempre, como ensina o torpe materialismo niilista.

Nada pode virar nada, nem nada pode virar algo como ensina a burrice científica.

O pobre falecido é hipnotizado; acredita-se outro ser que está presente em seu próprio enterro.

Em verdade, estando nesse enterro especial ou falso AQUI, ou nesse mais além adaptado, ele assiste sua própria anulação objetiva ou físico-corporal, e que parece estar ocorrendo LÁ, ou naquele nosso mundo, onde foi montado o teatrinho, ou se dá o velório e o enterro.

O falecido-transferido acredita ser um ente-corpo-morto que vai se decompor e que está sendo enterrado.

Como é inevitável – a pessoa pensante sempre tem que ter seu objeto pensado diante de si – e por uma manobra hipnótica dos ETs nefastos e espectrais, o falecido continua vendo coisas na frente dele ou continua vendo objetos.

Do lado de cá, enxerga-se a si mesmo morto, mas no mais além enxerga-se vivo, como alma, como espírito.

Como disse, os ETs espectrais, através dessa hipnose – e que também resulta num roubo de vitalidade dos que aqui ficam, sim pois o desespero e agonia e o choro liberam fortes energias, vitalidades negativas que eles adoram sugar – obrigam o suposto desencarnado a que assista todo o ritual, para que se convença de que sua vida na Terra acabou e que começou outra vida, pior ou melhor, sempre manipulada por eles. A Vida do além, também depende da memória, depende do modo de pensar e de agir, e da religiosidade daquele que se transferiu ou foi transferido à força.

Desse modo, esses ETs canalhas do mais além, metidos a

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santos, esses servos do Dragão-Demiurgo e da Besta-Golem (Jeová-Molokron) impedem que o pobre coitado, e que acredita ter ido, acredita ter partido, ter desencarnado, faça alguma coisa, atue com rigor, anule o desenlace, suspenda a transferência, nem sempre desejada e volte ao corpo denso, se aproveitável ainda for. – Nisso tudo, naturalmente, se excluem os corpos totalmente envelhecidos, desgastados e degenerados por doenças e pela medicina. Toda essa pantomima da morte estaria regida pelo deus da morte ou Thanatos ou Plutão.

Sabe-se, sim, que na maioria das vezes, esse corpo denso tem que morrer porque se tornou totalmente imprestável. As doenças ou a medicina simplesmente acabaram com ele, quando não isso, a velhice, os acidentes graves, os desastres, os assassinatos, as desintegrações por explosão etc.

Sim, perguntaria alguém, mas e aqueles desenlaces repentinos de gente jovem, sem qualquer prévia lesão grave no organismo, o que é isso, finalmente?

Minha gente, isso é só violência, roubo e atrocidades. Neste nosso mundo há roubos de corpos jovens para que eles os

aproveitem de outro modo. Quantos pobres coitados assim mortos, aparentemente, são

esvaziados, são transformados em cascões vazios, dentro dos quais vão entrar vitalidades malignas ou ETs safados. Ou senão entram também os falsos seres imortais de certas fraternidades, que sempre estão roubando corpos alheios...

Quanto ao corpo sutil e causal do jovem desencarnado ou é mandado para o sétimo astral para que fique sonhando até que aconteça o retorno ou o reencarne, ou senão as vezes seus corpos sutis e causais (dois corpos) são vergonhosamente vampirizados até às últimas consequências antes que se dê um retorno, se é que se dá.

E mais, o quê fazem eles com alguém que aparentemente desencarna e “forçosamente tem que entrar no pretenso túnel de luz do além”? Simplesmente lhe apagam de imediato a memória ou os registros de sua vida recentemente abandonada, para que ele se esqueça do que viveu, de seus entes queridos e não tente reagir.

Às vezes o deixam com migalhas de registros da última vida, ou senão somente com aqueles registros de vidas muito anteriores.

E quando o indivíduo foi um monstro perverso na vida que acabou de abandonar, o deixam para que ele se confronte com seus

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desafetos, com suas vítimas, seus inimigos, com suas respostas cármicas ruins, terríveis a fim de que aprenda a sentir em si mesmo toda a dor e todo o mal que em outros praticou.

E não achem não que os tais que tudo isso armam, feitos juízes, são justos e santos. O carma é justiça, sim, mas em momentos, quando manipulado é também safadeza, hipocrisia e maldade. Daí minha denúncia, contra os Manipuladores da Falsa Fatalidade.

Os homens hipnotizados do lado de fora, ou os daqui deste nosso mundo, sustentam o desencarne inelutável graças a práticas especiais, clamores e rituais de enterros.

E o pretenso desencarnado, do lado de lá, no além ou do outro lado, outro plano existencial, outra dimensão, é convencido por safados falsamente espirituais ou ETs que ele morreu de vez. Convencem-no de que aquele corpo que ficou para trás é agora um corpo inútil, e que ele no momento está vivendo em outra condição, dimensão.

E desse modo, nem os mortos nem os vivos, ou melhor dito, nem os que se vão nem os que ficam levantam um dedo ou fazem algo contra essa abjeção chamada MORTE!

E o poder supremo DAS FERAS, DOS TRAIDORES, DOS MERCENÁRIOS MATADORES, DOS MILITARES IMPIEDOSOS, DOS ASSASSINOS TRANSCENDENTAIS, está exatamente nessa coisa chamada MORTE ou ato de matar!

E com que facilidade essas feras monstruosas exclamam para alguém: Olha que vou te matar! Juro que eu te mato! Desgraçado, vais morrer! Antes de morrer vais sofrer até o infinito.

BASTA! Chega de misere nóbis, de mea culpa, rogai por nós pecadores!

É preciso clamar, é preciso protestar, é preciso indignar-se e romper de vez com essa falsa vida e com essa falsa morte, que só alimentam a RONDA DA AGONIA!

TODOS OS HOMENS CONDICIONADOS SÃO HOMICIDAS TRÍPLICES

Mas além de tudo o que está sendo dito, a ignorância-ego-

pensamento em todos nós ainda transformou os homens desavisados e condicionados em homicidas tríplices. A ninguém isso foi ensinado.

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Sim, o homem comum comete seu primeiro homicídio quando (tempo), mal pensando, mal agindo, sacrifica "EU SOU", a Mente Pura, a Consciência-EU e, em seu lugar, deixa que o ego-tempo ou a própria morte prevaleça — o homem comum é um morto-vivo, dizia Cristo.

Tal morte corresponde então ao prevalecimento da própria ignorância-ego-pensamento. Com essa primeira atitude sutil, dita inconsciente, mas em verdade um cochilo epístemo-psicológico, o homem torna-se homicida de Si Mesmo, de "EU SOU" ou da Consciência-EU.

O segundo homicídio que o homem comum pratica contra si mesmo é quando por meio da inferência (tempo ou raciocínio) aceita seu falso começo (ou nascimento) e seu falso fim (ou desencarne).

O homem em verdade não pode experimentar ou não vivencia nem seu pretenso nascimento nem seu desencarne. Seu enganador ficar cônscio de não recolhe tais objetivações, ou está ausente de ambas as ocorrências, se é que se dão.

Só terceiros testemunham pretensos nascimentos e mortes objetivos. Se o homem vivenciasse de fato o nascimento e o desenlace subjetivos, os dois não seriam nem nascimento nem morte.

Esses falsos começo e fim, só se concretizam para terceiros, para observadores pensantes, como dados objetivos, e não para o próprio ego-persona, ladino e astuto.

O ego só acha que vai morrer, que vai se apagar, que vai se anular, mas não recolhe o que acha.

Talvez experimente algo mais. Não haveria, pois, nem nascimento nem morte, mas apenas

transferências (desnecessárias) de planos. O pretenso começo do corpo objetivo, seu pretenso fim,

juntamente com o tomar-se cônscio de ambas as situações (ou falsa subjetividade) interdependem.

O falso corpo começando e terminando e o falso ficar cônscio disso, tomados isoladamente, não são nada, são mentira e inexistência.

Foi em razão do primeiro e segundo homicídio que Jesus Cristo exclamou um dia: "Deixai que os mortos (ou os homens adormecidos e extraviados) enterrem seus mortos (ou desencarnados, falecidos); vós vinde e segui-me ou segui 'EU SOU'!"...

O terceiro homicídio o homem sempre o pratica contra o próximo, contra seu igual, ou assassinando-o pela violência do ato, ou

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senão INCUTINDO NELE (geralmente nos filhos ou crianças inocentes) AS NOÇÕES E CONVICÇÕES (IDÉIAS) DE “EU”, DE EGO-PERSONA AQUI, E DE MUNDO MATERIAL, LÁ.

Nesta terceira situação também se enquadram aqueles atos intencionais violentos e velhacos que parecem resultar em mortes de animais, plantas, em poluição e destruição do meio ambiente.

Pena que o ATO PURO — a razão de ser dos homens mortos ou extraviados — ao invés de virar de modo parcial no momento do assassinato de terceiros não se transforma, para o próprio assassino e falso agente, numa poderosa descarga elétrica ou numa dor lancinante que o imobilizasse por completo, por certo tempo.

Assim deveria acontecer, mormente para aquele que pretende ser um imaculado justiceiro, uma falsa vítima (vitimismo, próprio da raça bendita) e depois um vingador rancoroso.

Mas voltando aos argumentos capitais de nossa denúncia, se a falsa morte aparentemente apaga ou expulsa a subjetividade de um corpo até então vivo, o cadáver e o mundo que sobram para determinado observador-pensante, em verdade, são apenas memória-raciocínio-imaginação ou ignorância-pensamento, no observador-ego-pensante, e não realidade ou cadáver em si e mundo em si.

Já vimos que observador pensante e mundo pensado interdependem e que, tomados isoladamente, não são absolutamente nada. Ou seja, nem um nem o outro Existem por si mesmos.

Já vimos também que na objetividade mundana nada começa, nada termina, nada dura, nada está parado, nada se move, nada pode ser destruído como se material fosse, nada tem essência própria, nada encerra pasta material, nada é anímico (ou é uma alma à parte, isolada), nada persiste, nada é duro, impenetrável.

Já vimos inclusive que em tal objetividade o espaço, o tempo, a matéria, a energia e o plasma cósmico não passam de quimeras. E se em tal pretenso mundo absolutamente nada pode ser afirmado e provado, por que só o mundo e o cadáver ficam quando se acredita matar alguém? Volto a repetir, nem cadáver nem mundo ficam.

Em verdade, o que resta são só os observadores pensantes, para os quais forçosamente persistirá um mundo pensado, saturado de cadáveres pensados, ou seja, um doloroso e terrível faz-de-conta.

E mais, sem o falso ente-ego-pensante dando opiniões, e testemunhando erroneamente, como "eu-ego", ou como ele-ego",

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nenhuma objetividade pensada (mundo) poderia aparecer e subsistir. Paradoxo sutil: A morte enganadora, num átimo ou num

Instante faz desaparecer o ego encarnado — e esse Instante é o único DADO REAL que o ego safado não consegue desvirtuar, esconder e suplantar. E ainda o utiliza traiçoeiramente. A falsa objetividade que persiste ou falsa vida que sobra para terceiros (e que a ignorância-ego-pensamento transforma em realidade material fundamentada pela morte) só dará sumiço na forma-corpo remanescente (cadáver) num tempo mais demorado ou prolongado.

Mas essa suspensão da atividade cerebral ou morte do ego (ou esse mentiroso apagar do epifenômeno) e esse durar do cadáver externo são contradição para aquele (ego) que isso fica observando.

E essa contradição desmente tanto a validez do falso ego-agente que morre ou some, como desmente a validez do falso cadáver-corpo-permanente que fica, como inclusive desmente a realidade do mundo que parece sustentar tal cadáver...

Para um observador honesto, essa gritante contradição deixaria evidente a irrealidade ou a Inexistência Absoluta tanto do corpo material (e do mundo) como de seu pretenso habitante-agente casual (ou ego, alma pensada, fisiologismo cerebral etc.).

Os tenebrosos de qualquer latitude – que fazem da objetividade ou daquilo que se coloca na frente de todos, seu próprio deus de adoração, sua plataforma de auto-engrandecimento, e que para tal sempre têm que matar ou mandar matar – precisam ser desmascarados, desarmados e BEM ENCARADOS ("Saber-SentirIntuir")!...

Tu-("EU"), Homem ou Consciência-EU podes silenciar os exageros de tua própria sombra, e inclusive dar sumiço aos tenebrosos das trevas exteriores!

Esclarecendo um pouco mais, mas agora de outro modo, convém saber que este nosso desgraçado mundo, como qualquer outro plano que a ignorância-ego-pensamento extrojeta e superpõe (trevas exteriores), torna-se tenazmente insuplantável e fatal só porque, aparentemente, a prática da violência e da crueldade conseguem eliminar homens, animais e plantas.

E esses então desapareceriam como Vitalidade, como Espírito-EU e em seu lugar ficaria apenas um cadáver, uma forma-nome se decompondo, se desagregando devagarzinho.

Tal fato poderoso, mas contraditório e enganador, causa mal-

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estar ou repulsa ao nosso enxergar-reconhecer, ao nosso olfato e, inclusive, ao nosso paladar, se viéssemos a ingerir os cadáveres em decomposição (argh!?) como faziam os antropófagos.

Todas essas engrenagens, mais pensadas e mal sentidas do que objetivas, contudo, traduzem apenas condicionamentos milenares, tipo medo, asco, repulsa e complacência de nossa parte.

Infelizmente esse é o preço que pagamos por, desde cedo, aceitarmos as manipulações da ignorância-ego-pensamento que, dentro e fora de nós, transforma Fulgurações Existenciais em constante Renovação numa enganadora continuidade espaço-temporal.

Em função disso, deixamos de nos renovar de Momento a Mo-mento, ou até deixamos de "morrer" a Todo Instante, ressurgindo logo a seguir, para só falecer lá adiante, no tempo contínuo, na velhice, no falso fim da vida, com dores insuportáveis, não obstante, a Vida Verdadeira, como já vimos, nunca ter tido nem começo nem fim.

O corpo verdadeiro ou o Manifestar de DEUS VIVO é apenas "ISTO", sem a corruptibilidade.

CORPO CORRUPTÍVEL ou perecível só é "aquilo" que mal pensando e mal Sentindo se acrescenta a tal "ISTO".

E o que se acrescenta ao "ISTO"-(corpo) INCORRUPTÍVEL E RENOVÁVEL?

Acrescentamos as noções de começo, meio e fim, as noções de partes e todo, as idéias de órgãos, de tecidos, células, moléculas, átomos etc. Adicionamos as mentiras espaço-temporais, materiais, energéticas, plasmáticas, anímicas etc.

Adicionamos pensamentos e mais pensamentos que só resultam em angústia e na exacerbação da dor. Todas essas idéias ou noções são CORRUPÇÃO ACRESCENTADA.

Se Aqui e Agora a Mente se libertasse de todo esse lixo epistemo-psicológico, o "1STO"-(corpo) ressurgiria ou voltaria a prevalecer glorioso e imortal.

Não se daria, nas aparências, o desencame ou a aflitiva transferência.

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REFORÇOS RELIGIOSOS E já que falei tanto em "Não-Morte", para melhorar nosso

entendimento recorro agora às palavras do Cristo, admitindo que tenha sido Ele próprio a proferi-Ias.

Sinto-e-Sei que sim! Estes dizeres constam nos Evangelhos, nas Epístolas Paulinas; e no Apocalipse.

Malgrado certos versículos reproduzidos abaixo pareçam ter sido escritos por Paulo de Tarso, em verdade foram palavras e ensinos proferidos por Jesus, registrados em Evangelhos Primitivos (hoje desaparecidos), palavras que, posteriormente, foram transferidas para as cartas de Paulo.

Havia interesse nessa mudança de autor. Tais ensinos e alertas de Jesus tinham que perder o "IMPACTO

DA VERDADE" e não eram convenientes aos interesses da igreja antiga em formação.

Eu apenas burilei tais versículos, os remanejei e os coloquei numa seqüência plausivelmente certa. Tal recompilação é a matéria básica de meus livros: "Cristo, Esse Desconhecido" (já publicado) e de "Jesus sem Cruz" (ainda inédito).

E então o grande Mestre da Verdade e da Galliléia teria dito:

1. (Disse Jesus a todos os que o ouviam: Em verdade, em verdade vos digo), assim como o Pai tem Vida em si mesmo, assim também concede ao Filho (do Homem) ter Vida em si mesmo.

2. Assim como o Pai vivifica os mortos (ou os homens extraviados, os homens adormecidos), assim também o Filho vivifica (os que se transformam intimamente, 'metanóia' — os que confiam e crêem.)

3. E a vontade do Pai que me enviou é esta: que o Filho não perca nenhum de todos aqueles que Ele lhe deu, mas, ao contrário, que Ele os ressuscite no último dia, (ou no fim do tempo respectivo de cada homem.)

4. "EU SOU" é o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim ("EU SOU") (Sim, ninguém vem ao Pai senão pelo Filho Iluminado ou pelo Bom Profeta, enquanto no mundo se encontrar. E ninguém pode vir a Mim, "EU SOU" exteriorizado, se o Pai do Coração, o "EU SOU" interno de

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qualquer homem, não o impelir para tal!). 5. (Portanto), ninguém pode vir a mim ("EU SOU"), se o Pai que

me enviou o não trouxer; e aí o Filho o ressuscitará no último dia, (ou no dia apropriado, no fim do falso tempo físico que escraviza o homem, ou em seu último momento de vida condicionada).

6. Todo aquele que o Pai me dá, esse vem a mim, e de modo nenhum o lançarei fora, (ou de modo nenhum permanecerá fora, no domínio das trevas exteriores, mas ressuscitará quando superar seu próprio tempo de limitação e escravidão).

7. Em verdade, em verdade, vos digo: vem a hora e AGORA E (Instante Intemporal, Momento verdadeiramente Presente) em que os mortos (ou os homens adormecidos, extraviados) ouvirão a voz do Filho do (Homem), e os que a ouvirem, viverão!

8. AGORA é o juízo deste mundo, AGORA é expulso o príncipe deste mundo! (Isto é, no Aqui e Agora, no Instante Presente dá-se o juízo perfeito, o Conhecimento Direto, o Saber-Sentir-Intuir, ou passa a prevalecer a Reta Percepção que nos revela o que este mundo é de fato. No AGORA, no Instante Intemporal é expulso o príncipe deste mundo, o demiurgo safado que reconstruiu este falso vale de lágrimas e o sustenta, príncipe-ego esse que se reforça tanto dentro do homem como fora ou no meio ambiente!).

9. Em verdade, em verdade, vos digo também que quem ouve minhas palavras, (quem me entende e em mim, "EU SOU", confia, e também) crê NAQUELE (Deus-Pai) que me enviou,esse tem a Vida Eterna (do Reino), e não permanecerá na condenação (das trevas exteriores), mas passa da morte — extravio — para a Vida (do Reino).

10. "EU SOU" é a Ressurreição e a Vida. Quem crê no Filho, ainda que esteja morto (dormindo, extraviado, confuso), viverá.

11. E todo aquele que crê em mim, ("EU SOU"), vive,- (e graças a essa percepção perfeita ou Justiça) nunca morrerá!

12. Portanto, não vos maravilheis, posto que VEM A HORA — (e AGORA E) — em que todos os que estão mortos (ou extraviados nas trevas exteriores) ouvirão a voz do Filho do Homem.

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13. E os que (me ouvirem) e praticarem o bem ou agirem sem iniqüidade, livres de mesquinhez —, ressurgirão para a Vida (do Reino); mas os que (não me ouvirem) e praticarem a iniqüidade (ato intencional), permanecerão na condenação (ou no extravio das trevas exteriores)." (1) " Então foram até Jesus alguns saduceus, os quais dizem

não existir ressurreição (da carne) e o interrogaram, (Os saduceus atinham-se rigorosamente à letra morta da LEI ou do "Pentateuco" Cinco primeiros livros da Bíblia) e afirmavam não encontrar ali qualquer doutrina relacionada à ressurreição da carne. Nesse ponto os fariseus opunham-se a eles porque acreditavam na ressurreição da carne, no fim dos tempos ou dos séculos (tempo). Essa doutrina, mais tarde, praticamente se transferiu para a teologia cristã, inteiramente, com suas confusões e engendramentos, e que em nada favoreceram a difusão do que Cristo disse de fato e em verdade...)

(2), dizendo: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de alguém falecer, tendo mulher, e não deixar filhos, o irmão do falecido tomará a sua cunhada e suscitará descendência para seu irmão (falecido).

(3) E os saduceus apresentaram então o seguinte sofisma): Ora, havia entre nós sete irmãos. O primeiro, tendo se casado, morreu, e como não tivesse descendência, deixou a mulher para seu irmão. (4) O segundo tomou-a e morreu também, sem deixar descendência. E o mesmo sucedeu ao terceiro, até o sétimo, (5) Os sete portanto não deixaram descendência. Depois de todos, a mulher também faleceu. (6) Na ressurreição da carne, pois, (quando se der o julgamento final preconizado pelos fariseus), quando ressuscitarem (em corpo e alma, como eles dizem), de qual deles será a mulher? Sim, por que os sete a tiveram por esposa!

(4) Jesus, respondendo, disse-lhes: (Ó guardiões da letra morta, que mata e asfixia!), porventura não estareis vós vos enganando em razão de não saberdes ou não entenderdes as Escrituras nem o poder de Deus? (Vós quereis me confundir com vosso falso raciocínio. Eu não preconizo nem ensino a ressurreição do corpo e da alma, no fim do mundo, como fazem os fariseus, mas sim apregôo a Ressurreição Integral do Homem, Aqui e Agora; eu apregôo a ressurreição do filho pródigo que se extraviou, engendrando para si mesmo as trevas

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exteriores, onde só há choro e ranger de dentes!). (5) (E por que foi que a alguns eu disse?): Deixai que os mortos

(ou os extraviados) enterrem seus mortos (ou defuntos), vós vinde e segui-me (ou segui "EU SOU").

(6) (Bem, mas) a respeito dos que houverem de ressuscitar (de fato, dentre) os mortos (ou extraviados), esses nem casarão nem se darão em casamento, mas serão como (os Justos que estão no seio do Pai).

(7) (Esses, portanto), já não podem mais morrer, pois sendo filhos da (verdadeira) Ressurreição, são filhos de Deus!

(8) E, acerca desses mortos (ou extraviados) que houverem de ressuscitar, não lestes no livro de Moisés como Deus falou a ele desde a Sarça Ardente, dizendo: "EU SOU o Deus de Abraão, EU SOU o Deus de lsaac e EU SOU o Deus de Jacó? (E se apenas Aqui e Agora EU SOU, isso quer dizer que EU SOU de Momento a Momento, e em renovação! Portanto, EU SOU é Deus Vivo e Presente, é Deus de Vivos, não de mortos ou desencarnados. Não é um deus pensado, um ele, próprio do passado e do futuro, que o ego-adversário inventa e sustenta! Um 'eu serei Deus' ou um 'eu fui Deus' são somente ele; e esse 'deus' ou demiurgo é uma farsa, é um farsante, usurpador. E se somente EU SOU, de momento a momento, isso quer dizer que 'EU' continuo Deus de Abraão Vivo, Deus de Issac Vivo e Deus de Jacó Vivo. Assim sendo "EU SOU 0 QUE SOU!", mas principalmente ESTOU VIVO e SOU VIDA!...

(9) Portanto, Deus não é Deus de mortos (ou de defuntos, de homens extraviados nas trevas exteriores), mas sim é Deus de Vivos (ou é Deus de Homens Libertos, Iluminados, Ressuscitados, Realizados). Por isso vós (saduceus, falsos religiosos e decoradores de letra morta), sempre errais muito. Mas é graças a Deus Vivo que todos vivem, (inclusive vós saduceus, e todos os extraviados e defuntos, que no caso a caro custo sobrevivem).

(10) E as multidões ao ouvirem estas palavras ou ensinos ficaram maravilhadas com sua doutrina. (Os saduceus, porém, detestaram-no ainda mais.) (14) E já ninguém mais ousava interrogá-lo sobre coisa alguma.

(11) Depois que se retiraram todos, Jesus voltou a dizer aos discípulos:

Ora, (se o Filho do Homem) prega que há ressurreição dos

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mortos (ou dos homens extraviados nas trevas exteriores), por que dizem (os saduceus) que não há ressurreição dos mortos?

(12) E se (nada) ressuscita, vazia é a pregação (do Filho do Homem), e também vazia é a vossa fé.

(13) Ademais, se na verdade os mortos não ressuscitam (ou se os homens adormecidos não acordam, os homens extraviados não se reencontram com o Pai, o Filho do Homem então) estaria dando falso testemunho de Deus, pois testifica que (Deus é um Deus de Vivos, de Homens Despertos, Iluminados, Realizados, Lúcidos e não um Deus de falecidos, de mortos, de defuntos, um deus fantoche, um deus da aniquilação. Sim, porque para os saduceus Deus é deus de mortos, deus da aniquilação, deus do nada, deus de desencarnados, um deus farsante e bom para nada, e ele) não ressuscita ninguém. (Para que, pois, são eles religiosos, quando religião significa RELIGAR-SE A DEUS? – Amigos, esse é um dos motivos de eu não ser tão entusiasta com o mais além ou pós-morte. Em momentos esse mais além está na mão de bandidos, daí minhas denúncias).

(14) E se os mortos não ressuscitam–, (nenhum de vós poderá se salvar).

(digo, um RELIGAR ou uma religião), a vossa fé (no Filho do Homem) é vã, e todos vos ainda permaneceis no vosso pecado, (ou permaneceis escravizados ao ego-adversário, nas trevas exteriores ou mundo).

(16) (Ademais), se esperais no Messias ou no Cristo (ou pela eclosão do Reino de Deus) só nesta vida, sois as mais miseráveis de todas (as criaturas)!

(17) Vigiai, pois, justamente, e não pequeis, porque alguns dentre vós ainda não têm (o adequado) conhecimento de Deus!..."

"(18) (E Jesus disse mais aos seus discípulos, Filhos): digo-vos que (aquilo que o vosso pensamento chama de) carne e sangue, isso não pode herdar o Reino de Deus (Autonatureza), nem a corrupção (pensada) herda a incorrupção, (ou herda o que é Puro, Absoluto, Incondicionado).

(19) Eis também que vos dou a conhecer (uma Verdade sutil): Nem todos dormireis ou falecereis, mas (alguns dentre vós) sereis transformados.

(20) Num instante (AGORA), num abrir e fechar de olhos... (certos) mortos (ou homens extraviados) ressurgirão incorruptíveis e

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serão transformados. (21) Porque convém que isto que é corruptível se revista de

incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista de imortalidade. (22) Quando, pois, este ser corruptível tiver revestido a incor-

ruptibilidade, e este ser mortal tiver revestido a imortalidade, cumprir-se-á, então, a palavra da Escritura: A morte foi absorvida na vitória!' (ou foi absorvida na TRANSFORMAÇÃO!... Dito de outro modo, graças ao despertar do Filho Pródigo, o ego-adversário ou ego-pensamento, que escraviza a Mente-Coração do Homem, se transmutará. O pecado, a intromissão da ignorância ou simplesmente a morte some-se então da Consciência-EU e que também é o Homem Espiritual.)

(23) (Filhos), sabei, (pois, que quem vive em Deus)..., não voltará mais a morrer, nem a morte terá mais domínio sobre (esse).

(24) Posto que quem morre para o pecado, (ou se libera da subjugação da ignorância-ego-pensamento), esse morre só uma vez. Porém, quanto ao (autêntico) Viver, Vive-se (para sempre) em Deus!

(25) (E então, o Desperto, o Iluminado, o Messias perguntará): Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó tumba, a tua vitória?

(26) (Sim, porque) o aguilhão da morte é o pecado (do egotismo, egocentrismo, egolatrismo e egoísmo) e a força do pecado é a própria LEI (sempre que tomada literalmente, sempre que assimilada como letra morta; e aí, ao invés da LEI anular a confusão, ao invés de suprimir as trevas, Ela as aumentará).

(27) Conseqüentemente, o último inimigo a ser destruído ou anulado é a morte. (Sim, porque a morte que afeta o homem também é derrotada com o Despertar, com a Iluminação, Auto-Realização e Santificação!)

(28) Bem-aventurado e santo é (pois todo) aquele que participa da. (verdadeira) Ressurreição; sobre todos esses a segunda morte (ou o falecimento) não terá poder, eles serão (Filhos) de Deus e (irmãos) de Cristo, e reinarão (para sempre, numa eterna surpresa e novidade!).

(Acrescento “eu”): "A Escritura ou o Antigo Testamento não

diz que "A morte foi absorvida na vitória!". Mas nos livros "Isaías" e "OSÉIAS" (entre tantos acréscimos lamentáveis de escribas antigos, acréscimos espúrios e propiciadores de fanatismos e confusão), en-contramos as seguintes preciosidades, escritas por alguém que SABIA o

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que dizia: "Ó Senhor, tu és o meu Deus! Exaltar-te-ei e louvarei o teu

nome, porque fizestes maravilhas! Isaías- XXV-1a Porque foste um refúgio para o fraco, um refúgio para o pobre

na sua angústia, um abrigo contra a chuva e uma sombra contra o calor. Com efeito, o sopro dos tiranos (ou Poder) é como a chuva do inverno, ou também é como um furacão que investe contra o (teu santo) muro!

Isaías-XXV-4 (No Monte da Salvação, o Senhor da Vida, 'EU SOU') destruiu

o véu ou a máscara do rosto com que todos (os homens) andavam cobertos (máscara = persona-ego = falsa pessoa), e destruiu as cortinas (da hipocrisia) que se estendiam sobre todas as nações.

Isaías-XXV-7 DESTRUIU ou anulou a morte para sempre. E o Senhor-Deus

enxugou a lágrima ' de todos os rostos. Removeu de sobre toda a face da Terra a violência abjeta (da morte, ou o opróbrio da morte)[...

lsaías-XXV-8ª (E no dia da Salvação, que é o Instante da Transformação

correta, todos dirão): Eis que aqui está o verdadeiro Deus, o Senhor que aguardávamos (Deus Vivo)... Na sua salvação gozaremos e nos alegraremos!"

Isaías-XXV-9 "'EU SOU' nos livrará do poder do Xeol (reino das sombras,

inferno) e nos resgatará da morte! (E nesse dia ou Instante, Ele proclamará): 'ó morte, onde estão as tuas calamidades? Ó inferno, onde está o teu poder retentor? (Ou também dirá: Ó morte, EU SOU é a tua própria anulação! ó Xeol, Inferno, EU SOU é a tua própria destruição!)"

Oséias-XIII-14 DEUS É DEUS DE VIVOS, E NUNCA DE MORTOS OU FALECIDOS

Bem, mas se "EU SOU" (Deus Vivo) é Deus de Vivos e nunca

foi um Deus de falecidos, desencarnados, de mortos (ou também de homens extraviados, escravos do ego, que mal vivem neste mundo e

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sobrevivem no além), por que o HOMEM-EU ESPIRITO, Verdadeiro e Primordial, teme tanto a morte?

Porque, provavelmente, em sua inocência, em sua pristina pureza "EU"-Ele foi traído. A Inocência Primordial do Homem-EU (ou Deus Vivo Manifesto) transforma-se em ignorância-ego e esta, só em pensamento, vai gerar o homem decaído, aparente, ou o Filho Pródigo que fica vagando nas trevas exteriores, à mercê dos falsos diabos ou Demiurgos (e que recriam falso tempo e falso espaço).

Por outro lado também, se o último inimigo a ser destruído anulado é a morte, o Bom Cristianismo e todas as demais religiões devem parar de continuar ADMINISTRANDO A MORTE EM SI!

Devem parar de fundamentar e sacramentar a morte, o desenlace, graças a rituais fúnebres, encomendas e missas!

"O pó ao pó e a terra à terra!" é uma infâmia, uma mentira! Quem nos garante que uma alma real e contínua acaba descansando no seio do Pai? (Tomara que fosse verdade!)

Tais corpos e almas persistentes e substanciais não existem! As religiões devem, pois, parar de obsequiar a VITALIDADE DO ATO HUMANO, QUE É ESPÍRITO, a ladrões e vampiros do além! Devem também parar de fortalecer a morte até as últimas conseqüências, como atualmente fazem!

O jornalista Paulo Santana, de sua parte, num artigo que escreveu no jornal "Zero Hora", de Porto Alegre, a respeito de assunto parecido, sobre a morte indiretamente escreveu o que segue, muito inspirado, aliás:

"Em verdade, até hoje ninguém, nem o Filho de Deus (Cristo) feito homem conseguiu o milagre de driblar a morte.

A grande bruxa — ela sim é, eterna! — não respeita nem crianças recém-nascidas. É bandida por definição, por predestinação, por maldição divina. Ou, se os ateus a preferirem, será por um fatalismo biológico também eterno!"

(Digo eu): Sim, mas se a "grande bruxa" é eterna e, aliás, parece sê-lo, ela simplesmente é um logro, ela não Existe!... Tudo o que é eterno, inalterável, permanente, isso não é Vida, isso não Existe!

O verdadeiro Filho de Deus, Filho da Luz, entre os homens, — e no caso, ele não é qualquer homem-ego-carma — poderá inclusive e aparentemente desencarnar por causa disto ou daquilo.

Seu veículo ou corpo, e que nada tem a ver com matéria densa

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ou com alma recriada, contudo, não fica aqui, feito um cadáver em decomposição no mundo.

Do Filho da Luz não sobram nem cadáver nem falsa alma. Seu "ISTO"-(corpo) simplesmente se transfere, se transporta para o Reino do Pai.

Ou melhor dito, em tal REINO se transmuta, daí a tumba do Sábio, do Mestre, do Herói ou Santo amiúde fica vazia...

A morte, portanto, não é uma maldição divina! É um acréscimo de fantasmas tenebrosos que se fazem passar por deuses, por diabos, e por humanos todo-poderosos (bruxos), quando, em verdade, todos eles são apenas fezes, dejetos cósmicos, demiurgos a emporcalhar a Manifestação Primordial (Autonatureza), livre da morte.

Deus Vivo não dá ou não doa Vida; "EU"-(Ele) é sempre Vida em Renovação; jamais morte!

Deus Vivo tampouco tolhe a Vida ou a corta de alguém (ego). Deus Vivo não suscita a morte porque não a conhece.

Por outro lado, esse ego, vítima da morte, é uma-nuvem acrescentada, é um faz-de-conta.

Não disse Jesus: "O-PAI ou "EU"-(Ele) é Deus de Vivos e não de mortos"? Ora, se "EU"-Ele é Deus Vivo e de Vivos (Iluminados, Despertos) "Eu"-Ele não mata ninguém, nem corpos pensados, nem almas pensadas nem egos-pensantes.

Nunca existiu um Deus Vivo, mais um ego à parte, fazendo-lhe sombra. "EU"-(Ele) e sua Manifestação são só "EU SOU O QUE SOU!"... A modo de dizer, também se pode sugerir que "EU"-(Ele) é um Deus Novo, Vivo e Surpreendente.

Deus Vivo não SABE da morte ou do desenlace dos homens-ego e do resto também, porque "EU"-(Ele) jamais conhece indiretamente, jamais se transmuta em ego-conhecedor, com suas trevas exteriores conhecidas ou Samsara.

Deus Vivo não conhece, pois, a morte acrescentada. E mais, quando prevalece o CONHECIMENTO DIRETO, a morte não Existe! "EU"-(Ele) (EU SOU) só comunga com sua Manifestação (ou O QUE SOU). E mesmo que, aparentemente, n’Ela ou nisso algo ou alguém se extravie, feito um Filho Pródigo, "EU"-(Ele) jamais o abandona e o deixa de AMAR!

O que se pode pressupor sobre os nossos entes queridos que a morte parece apagar e o enterro parece anular de nossa frente?

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Será que neles tudo se some, conforme preconiza o materialismo científico? Não pode ser! Isso é impossível aceitar!

Essa é uma monstruosa invencionice da fria lógica-razão, não menos monstruosa que aquilo que inventa.

E já vimos que a lógica-razão só mente e só reforça o Poder dos nefastos do além e do aquém. Ou quem sabe se, graças à morte, nossos entes queridos mergulham no seio do Pai Celestial e descansam em paz, eternamente?

Oxalá fosse verdade, mas não deve ser bem assim, pois senão Jesus não teria enfatizado "Deus é Deus de Vivos e não de mortos ou desencarnados!", mortos esses que "EU"-(Ele) não consegue conhecer, reconhecer, nem abrigar e ajudar!

O "ISTO" (Homem) verdadeiramente VIVO, para Deus é ALGO ou ALGUÉM que fulgura como uma estrela, fulgura como "EU"-(Ele) e, por isso mesmo, não nasce nem morre. É Vivo como Deus Vivo (“EU SOU 0 QUE SOU").

Quem Sabe se nossos mortos mergulham nos paraísos, purgatórios e infernos?

Bem, se eles só se transferem em pensamento, como pensamentos acrescentados que são, eles podem muito bem criar ou recriar esses lugares, lá do outro lado, conforme as influências e tendências falsamente religiosas que acumularam aqui na Terra.

É só fazer funcionar a Lei da Geração Condicionada, a qual vinga também no além. Só que esse tal além ou "após morte" não será grande coisa, já que dependerá de prejuízos e condicionamentos.

Nesse caso também os seguidores do espiritismo, com suas descrições de cidades espirituais ("Nosso Lar") e paragens astralinas, têm tantas razões ou nenhumas quanto os católicos, protestantes, judeus, muçulmanos e hinduístas.

Persistindo uma alma-ego-pensamento, de modo enganador, a falsa vida no além também parecerá persistir. Só que o Deus Vivo e dos Vivos não estará aí para reger esses acréscimos.

0 "após morte" deve estar nas mãos de intrusos e nefastos, como aqui já acontece com o homem-ego mundano e com aquilo que ele chama de vida cotidiana.

A hipotética ressurreição do corpo e da alma que Jesus, pretensamente imitando os fariseus, teria profetizado para o fim dos tempos ou fim do mundo, e com essa ressurreição o famigerado juízo

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final (Parúsia), ambos são uma vergonhosa mentira, acrescentada ao Cristianismo em formação, a partir de uma má compreensão dos verdadeiros ensinos do Mestre.

Jesus, o Filho do Homem, nunca se preocupou com escatologia (fim do mundo e juízo final), como costumavam fazer os fariseus e os "essênios" de seu tempo. Seu retorno ou Parúsia tampouco se dará, já que ele sempre está no Coração do Homem, como "EU SOU" ou Mestre Interno!

Se Deus é Deus de Vivos e não de mortos, que ressurreição escatológica é essa que iria ressuscitar homens-fantasmas para depois julgá-los, condená-los, ou senão agraciá-los, eternamente?

Tudo o que é eterno, imutável, simplesmente não existe nem existirá. O eternamente imutável é coisa do pensamento, da razão teológica!

É nas superposições da memória-raciocínio-imaginação (ou pas-sado, presente e futuro, trevas exteriores do aquém e do além) que nos tornamos mortalmente vulneráveis.

Somos vítimas da Lei da Geração Condicionada, da Lei da Interdependência e da Lei do Carma, além de sermos vítimas de nosso próprio ego e de demiurgos infames. Estes últimos conhecem muito bem essas três leis e as manipulam quando querem, como querem e sempre a seu favor, visando o Poder e à subjugação do próximo.

E mais, se Deus é Deus de Vivos e não de mortos, "EU"- (Ele) então é mais AMOR e EMOÇÃO do que RAZÃO!...

E por incrível que pareça, o verdadeiro tesouro do homem-ego é constituído pelas suas alegrias, dores, sentimentos e emoções (sem esquecer das posses que se perdem. Não confundir emoções e amor com os ridículos neuropeptídeos da ciência).

Se o vaivém do ego-pensamento ('Samsara" com reencarnações aparentes ou não) é um fato, tais pensamentos, sentimentos e emoções são o verdadeiro tesouro que o homem, ao se transferir, leva consigo, para o além, e ao retornar também traz, de algum modo. De certa maneira, as alegrias e dores, sentimentos e emoções, também constituem seu carma.

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NOSSOS QUERIDOS DESAPARECIDOS OU DESENCARNADOS

Não acredito que com o desencarne, falecimento ou até mesmo

transferência de plano vital, os males e as dores do homem se anulem, se apaguem ou se amenizem.

Sendo Deus, Deus de Vivos e não de mortos, aqueles que nós, em função de nosso mal pensar (e diz: “ele morreu”) e mal agir (“enterremo-lo, pois”), acabamos chamando nossos queridos falecidos ou desencarnados (e que em verdade são apenas egos-almas-pensantes, transferindo-se de plano), esses continuam à MERCÊ DOS NEFASTOS DO ALÉM. (Ou Demiurgos, Golem, Moloch, Jeová-Molokron, ETs tenebrosos, larvas, espíritos maldosos etc.).

Por isso eu clamei tanto contra os manipuladores da falsa fatalidade. ETs benevolentes e Espíritos de Luz talvez tentem amenizar essa situação horrenda. De qualquer modo, poucos são os homens que desejam morrer livre e espontaneamente.

Adriana querida, que aconteceu com teus sentimentos, com tuas imaginações e lembranças, com tuas dores e frustrações, com tuas lágrimas e sorrisos, com tuas alegrias e tristezas, com tua bondade, caprichos, maldade, amor, ciúmes, rancores, abnegação, inteligência etc.? Tudo isso se anulou porque eram meros neuropeptídeos, como diz e quase jura provar o torpe materialismo científico (medicina, neurologia, bioquímica, neurofisiologia), ou simplesmente tudo isso foi silenciado?

Mas podia DEUS VIVO que é AMOR e EMOÇÃO deixar que todas essas facetas, boas ou más em ti, e que te individualizavam, se silenciassem? Não creio...

Quem silencia as riquezas e misérias que caracterizam os seres humanos são as máquinas. De sua parte, os demiurgos e certos ETs nefastos do além são sempre iguais a máquinas trituradoras e propiciadoras de morte.

São simples computadores inventados pela ignorância-ego- pensamento e por rituais sanguinolentos. E esta ignorância, ora tanto se faz passar pela deusa razão, como ora, sem esconder o rosto, se mostra como magia negra (Poder) e atua em consequência.

Em meu livro (quarta edição ou) "A GRANDE CONSPIRAÇÃO UNIVERSAL"), reproduzi um trecho do livro "La

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Verdad Sobre Dios" de Valentina de Andrade, e que dizia o seguinte: "... Ao falecer, quando penetra no Prisma, o falecido ou a

Entidade Energética (ou também alma-ego que aparentemente desencarna) torna-se cônscia de todas as suas memórias acumuladas em reencarnações pretéritas, mas esquece por completo a memória da vida recente, a da última vida que teve. Não se lembra de onde veio e o que deixou para trás (e daí quase nunca tal ego-alma-pensante tenta se comunicar mediunicamente com os que aqui ficaram. O ser-ego ou alma desencarnada desconhece se nos anos recentes de sua última vida terrestre desempenhou o papel de homem, mulher, filho, filha, tio, avó, comadre etc. Não sabe mais quais foram os seus últimos parentes). A consciência-ego de uma Entidade Energética, após a morte, é totalmente diferente e não tem nada a ver com aquilo que era quando por aqui se apresentava com um corpo denso. Os valores e padrões de reencarnações precedentes não se igualam ao da última experiência terrenal, que acabou de ser cortada. Após se transferir, a Entidade Ener-gética (ou alma-ego) permanece em outro estado de vibração, totalmente alheia ao que aconteceu no mundo e continua a acontecer (de outro modo)..."

A seguir “eu” (EB) fiz o seguinte comentário a respeito, de modo aproximado:

"Amigos, se isso for verdade, e talvez o seja, não deixa de ser uma manobra de demiurgos velhacos e ETs safados! Se a morte não existe, e sim é apenas uma transferência de plano vital, essa foi a melhor maneira que essa raça de serpentes encontrou para silenciar tudo e para separar o pretenso falecido dos seus entes queridos, que no mundo (ou nessas outras trevas exteriores) ficaram! Os daqui têm sentimentos e lembranças vivas e aparentemente nada podem fazer para inverter a situação do desenlace, para trazer alguns entes queridos de volta.Pelo menos os mais jovens, mortos prematura e injustamente. O ato intencional do homem pensante é fraquíssimo contra a magia negra e milenar dos demiurgos! Os de lá simplesmente esquecem tudo sobre as ocorrências recentes da última vida que tiveram. Apagam-lhes os sentimentos, os afetos, as memórias, saudades, laços, (não que sejam totalmente louváveis). E, por causa disso, não movem um dedo para retornar ou para tentar alguma comunicação ou contato, e muito menos suscitar algum protesto lá do outro lado. Se os nossos queridos faleci-dos mantivessem suas idiossincrasias; ou atividades anímicas e

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psicológicas íntegras, a separação cruel e absoluta que chamamos morte não prevaleceria tanto. De sua parte, os pretensos contatos espíritas-mediúnicos dos sensitivos não seriam tão pobres, precários, piegas e sem qualquer toque de vida em renovação ou de novidade... Os assim chamados falecidos que com os "encarnados" parecem se comunicar só nos consolam, nos fazem preleções morais, pretensamente religiosas, mas em verdade piegas, em suma, nos tapeiam e nada absolutamente revelador nos trazem do além. Nenhum segredo que possa desarmar a morte ou derrotar os canalhas que a impuseram aos homens e a manipulam. Falam da vontade de Deus e a exemplificam com a morte dolorosa de Jesus e com a morte de pretensos santos e virtuosos. Em certos momentos, não sempre, é claro, devem ser inclusive esses mesmos canalhas ou ETs trevosos os que se fazem passar por desencarnados, por nossos entes queridos, ou se confundem com os nossos queridos "mortos", e que eles, a todo custo, tentam neutralizar. Ao se fazerem passar por falecido presentes numa sessão mediúnica, os danados recorrem aos registros Akashicos ou similares e que estariam imprimidos nas paredes do túnel de luz que o defunto teve que percorrer antes de chegar no fim do túnel e entrar em sua “Lâmpada de Aladin” por certo tempo, até o próximo retorno. Por conseguinte, e bem ao contrário, a morte não foi instituída pela pretensa vontade de Deus, por causa de um remoto e mentiroso pecado original do homem, e muito menos foi instituída por Entidades Superiores. Ela foi acrescentada por quem nunca prestou e sempre pretendeu nos dominar, nos subjugar. Lástima que diante desse doloroso evento, Deus Vivo e as Entidades Superiores ou os ETs benevolentes parecem tão longínquos e se manifestam tão fracos e tão condescendentes! Deveriam interferir mais energicamente nesse doloroso processo do desencarne, e diluir ou diminuir sua freqüência, que simplesmente ultrapassou o exagero! E a propósito daqueles bilhões de seres vivos, ou animais e plantas sacrificados, o que se pode dizer!?"

Mesmo que a memória-raciocínio-imaginação não seja coisa boa e muito menos propiciadora de coisas autênticas, utilizá-la-ei para especular um pouco, sem nada impor, evidentemente, e sem concluir.

Sei bem que existem mil teorias e mil teses a respeito do que acontece com os recém-desencarnados. Muitas pretendem até ser "revelações" dos mortos, o que talvez não sejam. Dizem que um homem

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desencarnado, ao acordar do outro lado, como por encanto se alivia de todas as suas dores, males e angústias, agonias, sufocos e imobilizações (Deus queira que isso seja verdade!)...

Mas, e se nada disso for verdade, o que lá acontece, de fato? Já pensaram o que não deve ter sucedido aos duzentos e tantos mil desencarnados que num átimo foram desintegrados pela explosão das bombas atômicas, atiradas em Hiroshima e Nagasaki?

Se DEUS É DEUS DE VIVOS E NÃO DE MORTOS, de onde poderiam ter surgido os duzentos, trezentos, quinhentos mil espíritos abnegados do além, para poder aliviar as agonias de desenlaces tão brutais, e tranqüilizar as almas-egos tão cruelmente estraçalhadas e carbonizadas?

E as centenas de milhares de criaturas humanas (mais de quinhentas mil) que foram paulatinamente assadas vivas, ou morreram sufocadas nos monstruosos bombardeios dos americanos e ingleses contra as cidades de Dresden, Colônia e Hamburgo? Onde estavam todos os parentes espirituais de todos esses recém-falecidos, de todos esses desencarnados, para ajudar e aliviar a dor, a agonia e o desespero de todos esses humanos que estavam sendo transferidos à força, nas mais lamentáveis das condições?

Num hospital comum ou mundano, onde quase nenhuma caridade (humanismo) se pratica, se precisa de mais de mil pessoas (médicos, enfermeiras, auxiliares e atendentes) para atender e sedar, digamos, 500 pacientes gravíssimos, terminais ou quase morrendo, tantas são as dores que eles sentem, o desespero que exteriorizam e as carências psicológico-espirituais que manifestam.

Se num hospital terrestre é assim, imaginem o que não será a transferência repentina de milhares, senão milhões de seres humanos, estraçalhados, carbonizados, afogados, massacrados, assassinados, bru-talizados, com suas emoções e sentimentos destroçados, com suas dores e agonias exacerbadas, com suas carências e saudades incrementadas, clamando pela ajuda de um Deus, de Santos, de anjos, dos parentes benevolentes que os precederam etc.? (E a propósito, lembrar o Tsunami recente que ceifou mais de 600,000 seres humanos).

Haja seio de Deus para abrigar tantos desgraçados que morrem de repente! Não podemos esquecer, contudo, que, como neste próprio mundo a multiplicidade é uma mentira do ego, no "mais além" tal multiplicidade ou dualidade deve ser uma mentira maior.

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EU E O PAI (e todos os que nos amam) SOMOS UM (ou somos não-dualidade), dizia Jesus.

Ultimamente andaram dizendo que determinadas criaturas, ao entrarem em coma ou quase morrerem, deparavam-se com um túnel de luz, e com um ser extremamente amoroso que os aguardava. A seguir, sentiram um alívio total de seus males, agonias, dores e angústias. O ser desencarnado ou quase se deparava com um ser extremamente belo, luminoso aparentemente amoroso que s chamava na outra ponta do túnel.

Alguns, que praticamente haviam morrido, sentiam-se atraídos por toda essa beleza e maravilha sem conta, que os pacificava os aliviava intimamente. Depois, contudo, esses tiveram que voltar à vida orgânica, abruptamente, por esta ou aquela razão.

De qualquer maneira, se tal perspectiva fosse verdadeira seria uma coisa muito boa.

Determinada escritora (V.A.), contudo, alega — e talvez esteja dizendo uma verdade aproximada — que tal túnel é apenas um duto prismático, no qual todo desencarnado tem que entrar e percorrer, para em suas paredes transferir os registros da memória, com todas as emoções, sentimentos, anelos, idiossincrasias etc. e acabar totalmente despido ou anulado em todas aquelas nuances psíquicas que o caracterizavam. Perderia assim todo patrimônio espiritual ou psíquico-epistemológico de sua última vida, para só voltarem a prevalecer as memórias de outras vidas anteriores à última vida que teve.

Alguns cientistas de araque e médicos materialistas inclusive andaram alegando que as visões que os moribundos ou os comatosos têm ou tiveram são apenas delírios, frutos de reações químico-cerebrais anômalas e que provocam essas distorções perceptuais... Vá à merda, digo eu! A empáfia científico-materialista não tem limites... É o supra-sumo da ignorância, arrotando forte e impressionando leigos...

Os espíritas, por sua vez, alegam que os parentes mortos que antecederam o recém-falecido estão todos presentes para consolar, receber e confortar o recém desencarnado, sem contar as hostes de supostos espíritos de luz que participariam desse trabalho.

Todavia, quando um homem em sua vida foi um canalha, ladrão e assassino, deparar-se-ia com uma multidão de espíritos vítimas e agressores, de demônios vingadores que o dilaceram e o torturam até as últimas conseqüências, do mesmo modo que ele havia feito com suas

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vítimas em sua vida carnal pretérita. Tudo isso que acabei de citar pode ser plausível e até mesmo

admissível para um único ser-ego- pensamento que desencarna, ou até para dois ou três. Mas quando os falecimentos são simultaneamente dezenas, centenas, milhares ou milhões, como nas comoções naturais repentinas acontece, nos desastres de avião, de navio, de trens, em terremotos, maremotos, em guerras, revoluções, quem consegue ajudar a quem?

Mesmo que o Carma e a Lei da Geração Condicionada prevaleçam também no além, de onde saltariam fora exércitos de espíritos de luz para ajudar os milhares senão milhões de seres humanos que falecem de repente, nas mais miseráveis das condições?

E as hecatombes e holocaustos que os profetas de mau agouro nos prometem para um eterno brevemente, o que é isso?

E por que os ETs benevolentes ou os Espíritos de Luz não segu-ram os cordéis da morte? Por que não interferem um pouco mais nas monstruosas programações e manipulações dos demiurgos velhacos, dos ETs safados e da anti-humana raça, que sempre fazem prevalecer a morte acima da própria Vida e da Verdade?

Se em sua vida comum o homem se perturba profundamente, tanto emocional como psíquica e moralmente, só por causa de qualquer violação, violentação, crueldade, trauma, traição que venha a sofrer (ou seja, fica neurótico ou até mesmo psicótico), imaginem o que não deve representar um desenlace brutal tipo guerra ou acidente de trânsito, sem que, com seu desencarne, o homem encontre um alívio para as suas dores, agonias, desesperos, solidão, saudades? Eu ouvia minha filha, supostamente já no além, pedindo socorro, ajuda, e nada podia fazer.

Quero crer que os monstrinhos do além, não somente são eles os que provocam todas essas mortes desnecessárias, como inclusive talvez se alimentem com as próprias vítimas, banqueteando-se com o sangue humano e animal.

Ou senão, põem a dormir, numa catalepsia de pesadelo e agonia, certos seres cujos corpos densos irão utilizar ou já estão utilizando de outro modo. Cuidado, nem todos são arrebatados e esmagados, assim sem mais nem menos. As Forças do Bem também prevalecem.

Não é por nada que os antigos chamavam o além ou o "após morte" de o vale das sombras e que lembrava um imenso dormitório,

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com zumbis errantes. Aí as almas-ego ficariam perambulando até que a Lei da Geração Condicionada e a Lei do Carma as obrigassem a voltar a outra vida, a outra densificação vital e que lembraria uma reencarnação.

Tomara Deus que tudo o que suspeito e que acabei de esboçar não passe de pura tolice de um escritor e filósofo delirante.

De mais a mais, também suspeito que o destino de nossos queridos desencarnados, mesmo que não definitivo, e sim só temporário, não é dos melhores. Daí o motivo de Jesus ter dito que "Deus é Deus de Vivos e não de Mortos".

E daí também por que o homem, de alguma maneira, "tem que lutar contra a morte", já que ela é ladra e enganadora. Os homens têm que lutar também contra os manipuladores da falsa fatalidade, os quais sempre nos enganaram a respeito do desenlace, e nos fizeram crer que a morte era totalmente natural e estava inserida na lei e no contexto natural das coisas. A lógica-razão jura que sim. Mas já deu para suspeitar que essa danada ou lógica-razão é uma faculdade extremamente ladina e mentirosa.

UM DEUS DA VIDA OU O DEUS DA MORTE? Como já foi dito e repetido, a morte não é tão absoluta, nem é

tão infalível como dizem! Ela é somente UMA VIOLAÇÃO DA LEI CÓSMICA! Para

“mim” ELA É A MALDADE SUPREMA que alguns safados te-nebrosos e semi-imortais, ou que alguns ETs de araque introduziram na natureza humanizada (trevas exteriores).

Por força das circunstâncias, esses também devem ter inventado as necessidades. E assim como os homens tiveram que se alimentar com a morte e sacrifício de certos animais e plantas, os tenebrosos do além também passaram a se alimentar com o sacrifício e morte dos homens, quando tal violação, numa Autonatureza, não se dá. Quem sabe, talvez só ocorra nas trevas exteriores.

Em face dessa denúncia, quantos seres, quiçá, não são ar-rancados deste plano de vida, de seus lares, com brutalidade, deixando os familiares em agonias e sofrimentos indescritíveis!..., como foi o meu caso.

E com esses falecidos, transferidos, o que acontece,

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exatamente? O que eles podem pensar, sentir e concluir? Por quais situações eles passam quando de repente se flagram

estarem num contexto totalmente estranho, sem qualquer vínculo ou ligação com o que ficou para trás, o outro lado (ou o mundo humano)!?

A morte de qualquer um se constitui numa fantástica violência, que os nefastos de todos os tempos e do além acrescentaram e os nefastos daqui mesmo levam a cabo.

Por meio do desenlace, ROUBA-SE VITALIDADE do Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar, humanizado. Com esse roubo, forja-se um mais além, para onde aparentemente nossos queridos mortos se transferem a alimentar fantasmas semi-imortais, seus superiores, os pretensos vigilantes ou guardas sem-vergonha. .

O "Intuir-Saber-Atuar-Amar-Sentir-Isto" ou a Manifestação Primordial, lá do outro lado, talvez se apague e lá prevaleça só o pensamento e seus frutos, que é um ego-alma-pensamento e seu meio pensado.

Aqui, deste lado, nós humanos somos parte da Manifestação Primordial e também somos pensamento; no além, contudo, talvez sejamos somente pensamento.

Os nefastos e demiurgos são só pensamento e, às nossas custas e roubos, se enriquecem com algo da Manifestação Primordial defasada que somos, por isso eles têm Poder sobre nós e acabam nos subjugando tanto aqui como lá.

Mesmo que seja aparente, a morte é um problema muito grave porque parece persistir cruel e irreversivelmente, quando nada podia ser assim.

A morte nunca correspondeu à vontade de Deus, Pai-Mãe, do Deus Vivo, ou correspondeu aos desígnios de uma fatalidade real, que é o destino inexistente.

Ela é só um acréscimo de manipuladores velhacos (Demiurgo, Golem, Moloch, Jeová-Molokron, vampiros do além, autômatos, ETs trevosos etc). Não fossem as doenças, a decadência e a velhice, acrescentadas pelo ego, a morte poderia até mesmo ser evitada.

Como já vimos, Cristo disse: "Assim como o Pai tem Vida em Si Mesmo, assim também concede ao Filho do Homem Iluminado ter Vida em Si mesmo. Assim como o Pai vivifica os mortos (ou os extraviados, os homens-ego), assim também o Filho Iluminado vivifica os que confiam e crêem!... "

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Possivelmente essa possa ser uma grande ajuda para os homens comuns, extraviados, mas eles têm que superar seus próprios impedimentos, e os acrescentados por terceiros, e têm que se sintonizar com ALGO SUPERIOR: o "EU SOU" do Coração de cada um! Não em crenças estapafúrdias ou em lógica-razão madrasta..

De mais a mais, mesmo que a morte só seja um doloroso faz-de-conta acrescentado, pergunto: quem escondeu a chave do SABER e do AGIR Primordiais, que, quem sabe, invertessem o que a morte introduziu?

Deus Vivo ou a Consciência-EU certamente não escondeu tal chave. Em nosso próprio Coração, de algum modo, deve estar guardada, como se não existisse.

Mas quem de fato escondeu tal chave para o homem, ou o leva a pensar que está escondida, foi algum usurpador que se faz passar por Deus (Demiurgo).

Esse, então, na periferia ou nas trevas exteriores, fez da morte algo irreversível e a manipula como bem entende e como quer, ativando-a num quase INSTANTE roubado.

A morte é um quase-instante tão poderoso quanto o INSTANTE REAL! Só que enquanto o INSTANTE CRIA ou Manifesta-se sempre feito Vida, a morte permuta tudo em horror, em ceifas descabidas, em escuridão, em transferências abruptas e não solicitadas.

Nossos mortos, de um lugar das trevas exteriores (mundo), vão para outro, que é o mais além ou o grande astral, superior ou inferior, tanto faz. É por isso, mais uma vez, que Jesus disse: "Deus é Deus de Vivos e não de mortos ou desencarnados!"

Todavia, a assim chamada MORTE e os demiurgos cruéis que regem as trevas exteriores (mundo e além) não são tão insuplantáveis e poderosos quanto parece. Certos demiurgos duram e persistem semi-imortais à custa da vampirização do sangue do ser vivo... Nós, humanos, não deveríamos ser tão complacentes com “essas coisas”!

Homem, rebela-te contra o falso deus (Demiurgo, Moloch, Golem, Jeová-Molokron etc.) e contra a morte!

Eles são a pior infâmia que tens que suportar por desaviso! Desperta e flagra-te de tuas potencialidades!

Centraliza-te no Deus Vivo ou em teu Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar ou na Consciência-EU, porque tens sido enganado por aqueles ou por aquilo (fantasmas) que não poderiam te subjugar.

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A morte que todos reconhecem e que aparentemente não há como evitar é o pior dos ópios e em nada ajuda a Verdadeira Vida em Renovação, que também o Homem é!

Enganadoramente, a morte nos sussurra: "Meu beijo suave alivia a dor lancinante daqueles que agonizam sem esperanças! Não fosse minha interferência, o que seria daqueles que sofrem desde o começo da aurora dos tempos?!"

A morte é, pois, senhora do tempo! Mas tempo é só mal pensar, e pensamento, quando exacerbado, é só dor e morte!

Por que o pensamento tem que agudizar tanto a dor antes de alguém morrer? Será que é para que depois o homem implore o falso alívio da morte?

Oh Deus, como certos médicos, com suas elucubrações feitas diagnósticos e fatalismos descabidos, agudizam a dor, a qual, finalmente, é só um desvirtuamento radical do SENTIR PRIMEVO, onde a dor talvez não caiba!?

Raramente a morte, e que “certos médicos” "mais suscitam do que combatem", é uma bênção; geralmente é um estupro cósmico!

Homem, homem, não aceites a tirania da deusa das sombras! Entre os Reinos de Luz e a Paz da Autonatureza ('ISTO-SENTIR'), a morte é sempre maldita!...

A morte, após levar os entes queridos, após roubar aquele que mais se ama, planta a agonia e o desespero no coração dos que ficam! Talvez deixe também desesperados os que se vão!

A morte, o instrumento perfeito dos nefastos do aquém e do além, não pede, exige! ROUBA! Arranca! E isso, meu igual, meu irmão, não pode continuar!

Ó homem infeliz, te transformaste no mais desgraçado dos seres vivos! Poucos são os animais que torturam e depois matam por prazer e só por matar!

Podendo criar, graças ao ATO PURO, preferes matar o que está à tua frente, enquanto a própria morte a todo o momento te morde o calcanhar! És duplamente homicida porque ou matas ou te deixas matar!

Que o verdadeiro nada absorva esses violentos, esses torturadores ou executivos da morte!

O braço dos maus e dos falsos justiceiros que fundamenta a morte e a coloca num pedestal tem que ser imobilizado, impedido! E claro que não matando o homicida ou o torturador, mas fazendo-lhes

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SENTIR num átimo toda a DOR e o HORROR que quer praticar no outro!

Chega de desvirtuar a Vida ou o ATO PURO, para transformá-lo num ato intencional criminoso a endeusar e perpetuar a morte!

Quer sejais assassinos habituais, quer sejais justiceiros assassinos, ó seres humanos, envergonhai-vos e horrorizai-vos de vossas intenções e decisões, já que elas também sobre vós cairão como Carma!

OS SENTIMENTOS SE REPETINDO

O ego conhece que, enquanto puder se intrometer, a morte

ocorrerá, sim, mas será uma farsa dolorosa. E o ego-carma-pensamento conhece que o retorno a uma falsa vida de dor e limitação é inevitável; por isso insiste.

O ego em todos nós é um masoquista, ou melhor, é um sadomasoquista por natureza. Como adversário que é, faz tudo para persistir, para continuar. Tem horror à Renovação, à Novidade de Ser. Jamais Sente-e-Sabe o que é bom (Conhecimento Direto). Com a suposta destruição do corpo, e que nunca lhe pertenceu, mas no qual entra feito um ladrão, ele busca persistir, como o próprio tempo, no aquém (mundo) e inclusive no além, e com isso sustenta as trevas exteriores ou também o samsara, a interminável ronda.

Para qual mundo A.B. veio e para que outro mundo mais ela se foi, se tanto um como o outro são simples superposições?

Bem, mas enquanto um ego-pensamento prevalecer e persistir, qualquer objetividade pensada, do aquém e do além, também haverá de prevalecer ou se fará presente.

"Eu", ser pensante aqui, e ela, alma pensante-pensada lá, AGORA, só nos encontramos defasados, atrasados, cada qual prisioneiro de falsos espaços e falsos tempos, próprios da experiência em curso.

Filha querida, no hoje de 24 horas ou para o raciocínio traidor, te constituíste, aparentemente, numa ausência enganadora, cruel e permanente, porque terceiros nefastos criaram ou instituíram a morte que se caracteriza por uma absurda e intransponível separação permanente entre ti e todos os que te querem bem.

"Eu" agora sou só uma falsa presença que sofre continuamente e

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que geme, e tu o que és? Uma ausência impossível e constante... Oh Deus, que contradição!...

Adriana, meu tesouro, que belo sorriso de criança possuías! Será que ele ainda se esboça no rosto 'que agora apresentas, ou será que nele só ficou um ríctus de dor?

Filhinha adorada, tinhas amor para dar e vender e achavas tudo lindo. Onde foi parar todo esse teu entusiasmo, esse teu encanto e alegria de viver? Que é do sol dos teus cabelos, que é da tua jovialidade sempre em flor, que é do teu sorriso, que é dos teus sentimentos, emoções e lágrimas?

"Aonde foi parar toda a graça que tinhas? Para onde se foi a tua ternura? Por que teu corpo caiu como uma fruta madura? Quando a carne falece, a alma busca nas alturas a explicação do por que a vida é cortada tão bruscamente. Quando a carne falece, a alma-ego fica escura!"

Ternura de meu coração, que traição foi essa de te terem arrebatado da presença dos que te amam?

Por que é que, numa suposta fatalidade humana, o "VAZIO-PLENO" do "ISTO-SENTIR" não prevalece sobre o falso concretismo das coisas e dos corpos, sobre o falso materialismo de um mundo pretensamente contínuo?

O ego-pensamento em nós mesmos, mais os nefastos e velhacos do aquém e do além não deixam que a insubstancialidade e a não-duração das coisas e seres prevaleçam.

Meu anjo, a mente personificada em mim e em ti lamenta-velmente trabalhou contra nós mesmos (Vida) e labutou a favor deles, os trevosos infames e manipuladores de aparências e da falsa fatalidade.

Graças a logros e enganos como esses, alcançam o Poder e mantêm os homens submissos pelo medo, pelo desespero, pela dor, agonia e morte descabida.

As aparências (mundo-Maya), exatamente por serem aparências estão sendo manipuladas por alguns desonestos mais fortes e mais astutos.

Filha, temos que nos resignar com este cruel afastamento recíproco, engolir o choro por dentro e ranger os dentes com raiva e desespero.

(Os desvairados "ficarão fora, nas Trevas Exteriores, onde há choro e ranger de dentes", dizia Cristo.) Mas essa morte ou derrota

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aparente traduzirá Algo Factual, Algo Verdadeiro e absolutamente inevitável? Duvido!

Todos nós, os homens, lesados e desesperados, estamos sendo enganados!Se eu morresse também, filha querida, tua situação e extravio provavelmente em nada melhorariam.

Os nefastos que introduziram a morte e a manipulam sequer nos propiciariam um reencontro no além. Talvez me atormentariam ainda mais, tamanha é a maldade deles. O suicídio, no caso, é inútil. São eles, os monstros, os que castigam os suicidas; não as leis de Deus!

Ah, Adriana, quem nos escutará, quem se permitirá ser um pouco compassivo e compreensivo com as nossas dolorosas vivências, tu por teres "sido crucificada" e "teus" familiares por terem assistido a "tal crucificação"!

Filha querida, será que a Verdadeira Vida escolheu a ti e a mim para que cada um, no seu próprio plano de limitações e injustiças (aquém e além), clame contra a violência que se pratica com os Filhos da Terra, encarnados e desencarnados?

Se isso for verdade, tomara que a Consciência-EU ou "EU SOU" pelo menos ouça e se comova!..., e também que alguma melhora corretiva comece a prevalecer...

Violento não foi somente o acidente que aparentemente atingiu a mim e a A.B.

Violentíssimo e bestial é o ego-pensamento em mim que me subjuga e que me obriga a enxergar só mentiras, ou sempre a mesma coisa, de modo contínuo.

Violentíssimo também é o meio refeito, onde o nefasto demiurgo (príncipe deste mundo e do além) reina absoluto, manipula egos e faz com que as máquinas corram adoidadas, quando elas nem podem sair do lugar!...

Adriana, foste sacrificada em plena juventude! E assim como tu, tantos outros jovens e crianças o foram e são arrancados deste plano de vida e de seus lares, com brutalidade, deixando os pais em agonias atrozes e sofrimentos indescritíveis...

Amigo leitor, se tu és um pai como eu, e passaste por uma experiência igual à minha, sabes muito bem, em carne e espírito próprio, o que são essas agonias, ausências cruéis, sofrimentos, saudades e desesperos!

São os nefastos do além e do aquém os que expulsam deste

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plano de Vida os que sequer começaram a viver, ou seja, os jovens e as jovens, para lhes sugarem o sangue ou se apossarem de seus corpos.

Isso acontece com todos os filhos e filhas do mundo e do próximo. Gente, vamos despertar! Vamos clamar, protestar, e se possível, vamos impedir que essas atrocidades continuem se repetindo'...

Os faz-de-conta (falsa morte) do demiurgo, dos adversários e desafetos não podem ser mais poderosos e eficazes que o faz-de-conta cotidiano ou neutro dos humanos.

E se parecem ser, é apenas porque nós, humanos, permitimos que o sejam.

Nosso meio só se torna mais fraco e vulnerável e suporta inclusive a ausência permanente de alguém (morte) por causa de nossa ignorância, passividade e complacência.

Malgrado toda a dor e todo o horror, a morte, mais uma vez, é totalmente impossível.

A assim chamada MORTE e o demiurgo infame que rege as trevas exteriores (mundo, mais além) não são tão insuplantáveis e poderosos quanto parece...

Esse demiurgo calhorda, falso deus, então, dura ou persiste semi-imortal (PODER), às custas do sangue do ser vivo...

Homem, homem, rebela-te contra o falso deus (demiurgo, Golem, Moloch, Jeová-Molokron!) Rebela-te contra a morte! Eles são a pior infâmia que tens que suportar por desaviso!

Desperta e flagra-te de tuas potencialidades! Centraliza-te em teu Saber-Sentir-Intuir-Atuar-Amar ou na Consciência-EU (Deus Vivo), porque tens sido enganado por aquele ou por aquilo (fantasmas) que não poderiam te subjugar!

A morte deles e que todos reconhecem, e que aparentemente não há como evitar, é o pior dos ópios e em nada ajuda a Verdadeira Vida em Renovação! Ao contrário!...

Sim, Jesus já ensinava: "Deus é só Deus de vivos e não de mortos!" No extravio humano (primeira morte e surgimento do ego) e no desencarne (segunda morte) não há qualquer mérito ou louvor.

Duvido também que na segunda morte alguma paz prevaleça. Ela é precedida por dores e agonias sem conta e por um desfecho brutal e incomparável!

Não é justo mergulhar alguém num vulcão com lavas candentes e depois obsequiar-lhe o pretenso refrigério das águas da morte, ou

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senão simplesmente uma extinção brutal, como dizem os niilistas-materialistas!

Se a pretensa morte física é apenas um calamitoso acréscimo, quem sabe, ENTENDENDO melhor a falsa vida persistente, e o homem, conseguindo sintonizar-se com seu querido “EU” (SER) e o ATO PURO, possa inverter esse doloroso acontecimento? E por que não?

Um Mestre de Verdade consegue penetrar na vida de alguém, já que ela é uma simples série. Tem o poder de penetrar no último momento da série que, na ocasião do aparente desenlace, se desviou feito outro corpo, feito outro meio (além) ou plano existencial.

Pode inclusive interromper tal morte ou desvio. A seguir, endireita o fluxo da série vital, o coloca no trilho certo, digamos, e permite que determinado ego-alma volte a se superpor, volte a se manifestar como aquele corpo que tinha, e como este mesmo mundo.

Mas os Krishna, Buda, Cristo, Apolônio de Tiana etc. que poderiam fazer isso são tão poucos e onde estão?

Mesmo que tudo só tenha acontecido num doloroso faz-de-conta, quem escondeu a chave do Saber-e-Agir, a qual, quem sabe, poderia inverter os determinismos da falsa morte. Deus Vivo ou a Consciência-EU certamente que não foi, mas sim algum usurpador (demiurgo) que na periferia ou nas trevas exteriores introduziu a morte e a manipula como entende e como quer, ativando-a num quase-INSTANTE, obviamente roubado (PODER).

O tempo é pensamento e este redunda em prisão e em instrumentos de tortura.

A morte se desdobra como um tempo quase instantâneo, tão poderoso como o “REAL INSTANTÂNEO”, mas permutado em horror, em ceifa, em transferências abruptas, descabidas, cruéis e não solicitadas.

Vai-se de um lugar das trevas exteriores para outro pior. O INSTANTE REAL e não roubado se transforma, se permuta,

sim, mas jamais resulta em interrupção abrupta de uma Vida, em violência e em transferência forçada ou em desencarne.

O REAL, em verdade, não é nem eterno (tempo contínuo) nem instantâneo, já que num falso instante a morte parece intervir...

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EPÍLOGO Bem, agora só mais algumas palavras sobre Adriana Bono, a

inesquecível filha que Deus resolveu Manifestar e me emprestou. Mas antes disso reproduzo a letra de uma velha música italiana ("RONDINI AL NIDO") que, quando cantada, me comove até às entranhas e me traz de volta a imagem viva daquela que aí está, e que só é presença em certos sonhos, mas nem sempre:

"Sotto Ia gronda della torre antica, una rondine amica, allo sbocciar Del mandorlo é tornata. Ritoma tutti gli anni, sempre alla stessa data. Monti e mari essa svarca per tornar. Caro amore, quando fugge vá lontano, Speri in vano e non torni piú, Speri in vano e non torni piú Nella penombra dolce della sera, Passa Ia primavera, Cínguettano le rondini in volo. Ebbre di luce e d'aria, io sono triste e solo. Monti e mari tu non svarchi per tornare, Mia piccina, fostí tutta Ia mia vita! Sei fuggíta, e non torní piú. Sei fuggita, e non torni piú. ("Sob a beirada da velha torre, uma andorinha amiga, ao

desabrochar da amendoeira, voltou. Retornas todos os anos, sempre na mesma época, montes e mares ela atravessa para voltar. Oh amor querido, quando foges vais bem longe, espero em vão, e não voltas mais; espero em vão, e não voltas mais!

Na penumbra doce do entardecer, a primavera passa e as andorinhas piam, enquanto voam. Ébrias de luz e de ar, eu estou tão triste e sozinho. Montes e mares tu não atravessas para voltar. Minha querida, foste toda a minha vida! Desapareceste (ou fugiste), e não voltas mais! Desapareceste e não voltas mais!")...

Quem já ouviu a música "Rondini al Nido", cantada por um Luciano Pavarotti, pode imaginar o aperto de coração que ela suscita.

Essa melodia e suas palavras, filha querida, me trazem de volta a tua pessoa. Vejo-te pequenina, em meus braços. E "eu", dando uma de pai boca-larga, orgulhoso de sua primogênita!

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Mas como todo macho estúpido, bem que eu queria ter ganho primeiro um filho e não uma menina! Todavia, nasceste tão linda, boneca tão encantadora, que o bobo, aqui, logo esqueceu de sua pretensão.

Foste a primeira de três filhos, duas meninas e um guri. Não tinhas nada de especial a não ser candura e beleza que o pai-coruja, aqui, naturalmente, exagerava e exaltava.

Foi um amor à primeira vista. Mas assim como nasceste filha, também poderias ter nascido filho.

E se "eu" não paro de sofrer, só imagino o sofrimento dos outros pais, quando em doenças estúpidas e descabidas, ou em acidentes, em "overdoses" e assassinatos inexplicáveis perdem seus próprios filhos e filhas, ainda mais se são primogênitos.

Passar por uma experiência como essa, acho que é pior do que ser sacrificado aos sanguinários deuses astecas, como acontecia antigamente na América pré-colombiana.

Sim, centenas de anos atrás, no México, sacerdotes estúpidos e carrascos insensíveis abriam o peito do jovem eleito ao deus, e lhe arrancavam o coração palpitante e sangrando para oferecê-lo a ídolos inertes.

Em verdade, atrás disso se escondiam terríveis vampiros do além, ETs nefastos, sequiosos de sangue e de vitalidade jovem e cintilante! Esses nefastos do além não devem ter desaparecido.

Filha querida, quando criança não padeceste de qualquer doença. Praticamente nunca nos incomodaste, nem a tua mãe nem a mim! Com a tua pequena presença, nós não conhecemos as penúrias noturnas de um pai e uma mãe insones!

Ias crescendo como planta sadia e desabrochaste como uma flor. Nada de especial apresentaste em tua infância e adolescência. Só frescor, beleza, ternura e alegria de viver. Esbanjavas confiança, satisfação e sorrisos.

Tinhas um prazer todo especial em ouvir certas histórias diferentes que "eu" costumava te contar, e que os livros e as escolas não ensinam nem querem alguém conheça.

Quanto à cultura assimilada, pode se dizer que foste uma privilegiada. Eras sensível e gostavas de poesias, de ler, de ouvir boa música, da natureza, de ver bons filmes, espetáculos teatrais. Não perdias tempo assistindo à TV e vendo "novelachos", e tampouco

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participavas dos barulhentos e inúteis festivais de rock, onde as drogas e “o suga-suga vampiresco” campeiam adoidados. Não que desprezasses necessariamente esse tipo de música. Em suma, cantavas e enternecias, e não poucos jovens ficavam indiferentes diante dos teus encantos.

Alguns poderiam exclamar: "Mas a tua filha era então uma perfeição! Não tinha em absoluto qualquer defeito!..."

Ora, vocês já viram um pai-coruja ver defeitos na feiúra de seu próprio filho? Todavia, justiça seja feita, Adriana sempre foi linda e é minha filha, ora bolas!

E todo filho e filha são sempre a coisa mais linda e mais perfeita do mundo, até que nos preparem algo terrível que, caindo em nossas cabeças, nos prove o contrário.

E quanto mais se ama, apegada ou desapegadamente, um filho, mais doloroso é, depois, perdê-lo estupidamente. Assim "eu" me sinto.

Imaginem a dor de certos pais perdendo seus filhos em guerras e revoluções estúpidas!

Bem, mas Adriana cresceu sem qualquer problema. De jovenzinha esfuziante que era, tornou-se mulher. Um pouco menos sorridente, sim, mas adequadamente compenetrada e séria.

A famosa rotina do viver cotidiano já vinha corroendo seu espírito, malgrado todos os alertas e ensinos que tentava transmitir-lhe.

Seu sofrimento maior começou quando entrou na Universidade e iniciou a freqüentar a Faculdade de Farmácia.

No fundo, no fundo, não gostava de tal curso, mas não havia outra escolha ou alternativa melhor.

Gostava dos colegas e professores. E olhando para minhas próprias frustrações, impedimentos e amarguras aparentes, não quis ser médica. Preferiu ser farmacêutica, isso se viesse a completar o curso. O acidente, naturalmente, interrompeu tal intento.

Ela tinha seu noivo-namorado, o primeiro, a quem muito gostava e amava.

Em momentos, os dois pareciam Romeu e Julieta. Parecia que uma "ELA" especial tinha se encontrado com um "ELE" especial, aqui na Terra. Mas com seu bem-amado, ela também teve muitas desavenças e briguinhas. Os dois ainda não tinham aprendido a temperara paixão ou o amor.

Quantas vezes a surpreendi chorando, por causa de desentendimentos fúteis, coisas que os jovens transformam em

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tragédias, mas que, no fundo, se comparadas às corrupções dos mais velhos, não passam de verdadeiras comédias.

Numa belíssima e fria manhã de agosto, em que coisas ruins não podiam acontecer, em que o Sol e a transparência do ar de Porto Alegre se acasalavam num amplexo gostoso e só nos incentivavam a viver, Adriana inventou de fazer compras.

Incluído a tais compras, ela tinha que adquirir uma garrafa de álcool. Foi a um supermercado, comprou o que tinha que comprar e esqueceu-se de comprar o álcool (esquecimento provocado).

Chegando em casa, largou tudo e voltou a sair para comprar o que faltava, desta feita em outro supermercado menor e perto de casa.

E foi aí que Adriana atravessou aquela famosa avenida. Já a tinha percorrido de cá para lá e vice-versa milhares de vezes, de manhã, de tarde e noite, e sempre com muita atenção.

Estava bem a par de todos os perigos que tal travessia podia representar a nível cotidiano. Creio que sempre foi bem lúcida a respeito disso. Mas naquele dia, naquela manhã, ficou cega, não distinguiu isto daquilo e, aparentemente, aconteceu o que aconteceu!

Aqui, porém, e delirando, suspeito que se deu uma abdução, antes de chegar a tal avenida fatal. Foi uma coisa rápida.

Enquanto caminhava em direção ao supermercado, sem que ninguém notasse, o corpo dela desapareceu. Foi trocado por um clone dentro de uma nave invisível. Despiram a raptada e puseram as mesmas roupas no boneco-clone. E depois, sempre rapidamente e de modo sutil, largaram esse arremedo de AB no canteiro do meio da avenida perigosa. E isso tentou atravessar a perigosa avenida, sem enxergar nada, nem sinal vermelho nem verde, e semi-adormecida, seguiu em frente, dando-se o horror.

Num táxi, levaram-na correndo ao Hospital de Pronto Socorro (H.P.S.), onde foi prontamente atendida. Efetuaram nela radiografias de tudo quanto é tipo, além de alguns exames de laboratório. Nisso tudo não apareceu nada de grave, nenhum órgão lesado. Estava semiconsciente e, quando lhe perguntaram o próprio nome, ao invés de dizer Adriana, estranhamente respondeu: "Isabella", e nada mais, como se A.B. não estivesse mais presente em tal "corpo".

Quando cheguei no H.P.S., aflito e descrendo do que tinha acontecido, a encontrei ainda na mesa da sala de emergências agudas, gemendo e se debatendo, com ferimentos, contusões e manchas de

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sangue por tudo quanto é lado. No chão também havia sangue e, ali perto, existia um recipiente contendo o sangue dela.

Dentro desse sangue, intuitivamente, ou sei lá eu como, suspeitei da presença de um feto, talvez do tamanho de um coágulo pequeno.

Talvez eu estivesse delirando em minha agonia e enxergando coisas descabidas. Com o coração disparando e chorando de nervoso perguntei por que tanta sangria! Meus colegas de medicina informaram-me que provavelmente ela levara uma pancada no baixo ventre e por isso havia sangrado tanto.

Tal pancada, contudo, depois não se confirmou. Apresentava também um ferimento no tórax, no lado direito, muito feio. Esse foi o desgraçado sinal que me acovardou.

Algo havia perfurado os tecidos, músculos, pleura. O pulmão parece que não fora atingido. Tudo era discrição e

pouca coisa. Apenas o sangue derramado não condizia com a aparente amenidade do quadro.

Os médicos acharam que não precisava ir à UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Os sinais vitais eram normais. Sem vômitos nem febre nem rigidez abdominal.

Gritando e gemendo de dor, foi levada para uma sala de observação, e naquele primeiro dia não tomei nenhuma providência para transferi-Ia de hospital.

Todavia, devia tê-la levado logo para casa. Acovardei-me por causa da tal ferida torácica. Fora as contusões, ferimentos, estupor mental ou cerebral, próprio da comoção ou pancada, nada inspirava maiores cuidados.

A pobrezinha passou toda a tarde e noite se debatendo. Não poucas vezes tive a nítida impressão, quase uma clarivi-

dência, de que ela, de pé junto à cama, me gritava: "Pai, faz alguma coisa!... Pai, por favor, faz alguma coisa, leva-me para casa, não me deixes aqui!" Lembro-me que mentalmente "eu" respondi a ela que tivesse paciência só nesse primeiro dia. No dia seguinte, sem qualquer dúvida eu a retiraria dali...

Em verdade, ela não conseguia proferir palavras. Quando perguntada, apenas sacudia a cabeça num aparente sim e não. A tia dela, que a visitou à tarde no hospital, jura que A.B. teria aberto amplamente os olhos e teria conseguido sussurrar: "Tirem-me daqui, tirem-me

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daqui!" Também naquela tarde do primeiro dia, diversas vezes eu a

auscultei, pulmões, coração, abdômen, avaliei a pressão dela, tudo estava normal, sem qualquer febre, sem vômitos, sem qualquer rigidez abdominal. Antes de me retirar do hospital às dez da noite, avaliei outra vez os sinais vitais. Estava tudo bem e inclusive ela havia se acalmado um pouco.

Como A.B. estava numa sala de observação clínica, comum a outros pacientes mais, e não poucos, os parentes não podiam permanecer no Hospital, nem sentados nos corredores.

A mãe dela, contudo, sendo funcionária da Prefeitura Municipal de P.Alegre, à qual o Hospital pertence, conseguiu uma permissão especial para ficar sentada numa cadeira, junto ao leito da filha, durante toda a noite... Eu deveria ter ficado no lugar dela, mas duas pessoas era demais e proibido.

Entre 4 ou 5 horas da madrugada do dia seguinte, a mãe dela cochilou por meia hora ou quem sabe menos. Acordou sobressaltada e angustiada, e imediatamente deu-se conta de que a filha estava entrando em agonia mortal ou em coma.

Isto é, estava com a respiração dificultada ou com dispnéia aguda, com lividez na pele, com quase parada cardíaca etc. Entre os corre aqui e faz ali, 16 ou 18 horas depois do acidente foram descobrir que A.B. havia sofrido um esmagamento hepático, com ruptura do órgão e sangramento, o que nessas alturas seria completamente absurdo e impossível!

Aqui começaram todos os horrores que relatei em quase todas as páginas das quatro partes do livro, e que se prolongaram por mais sete dias.

Repetindo-me, é bom que se saiba que nem todo atropelado, quando cai desfalecido ou até mesmo morto no chão, cai sempre com seu próprio corpo dilacerado. Raptos, abduções ou desmaterializações aqui e rematerializações no além podem ocorrer.

Os ETs nefastos, ladrões e abdutores, já têm corpos ou clones similares prontos para substituir o original, mormente se este for jovem... Portanto, substituições imediatas por bonecos ou clones podem ser feitas, sem que ninguém se aperceba disso, nem o médico legista na necropsia.

E não pensem não que para forjar um clone se precisa de

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células, genes ou DNA da vítima original. Os ETs abdutores são mais mágicos que técnicos e trabalham com o vazio-pleno, que por ser vazio se amolda às intenções deles. Se preenche com o “ectoplasma” desse mesmo vazio-pleno, graças ao qual forjam uma cópia perfeita do corpo que querem, e que dura pouco. Leiam em dicionários para saber o que é ectoplasma.

Essas possibilidades estão sobejamente insinuadas e quase explicadas nas páginas precedentes. Algumas inversões de sinais corporais externos ou até mesmo de órgãos internos podem aparecer. A.B. era do grupo sanguíneo "0" positivo (pai "0" positivo e mãe "A" positivo); no hemograma dela apareceu "0" negativo. Pode?

No caso de minha filha, se algo parecido aconteceu, suspeito que tal troca também deve ter se dado no próprio momento do acidente, ou senão mais tarde, no próprio hospital, na madrugada do segundo dia, quando a mãe dela cochilou.

E isso acontece, minha gente!... Acontece mesmo!... (Cuidado com os desesperos descabidos e com os fanatismos a respeito dessa minha denúncia!...)

Só depois de tal troca é que deve ter aparecido a tal crise hepática e a hemorragia abdominal que levou um corpo ao coma. Antes disso, não havia sinais de dor no ventre e de rigidez abdominal, própria de uma hemorragia aguda que devia ter se acumulado no baixo ventre.

Com uma única atendente, vigiando precariamente mais de 20 pacientes, era impossível dar-se conta de algum rapto e substituição de corpo, como, quiçá, aconteceu com A.B.

Ademais, eles, os ETs nefastos, têm poderes para hipnotizar, para fazer adormecer e enganar a qualquer um com facilidade, e agem rápidos!... Isso que sugiro não é somente uma possibilidade remota; deve acontecer muito amiúde em qualquer hospital grande, sem a plausível proteção mágico-espiritual, com um movimento intenso de atendimentos. A medicina não deveria ser só ciência bruta e cega; é algo mais, principalmente sentimentos, espiritualismo avançado e hu-manismo protetor.

E lembrem-se, atualmente, principalmente no Brasil, morre mais gente atropelada, e até mesmo jovens, só hospitalizados, que em qualquer pior guerra que o continente Sul-Americano tenha conhecido. E quantos milhares de crianças e jovens que desaparecem, todos os dias, valha-me Deus! Virarão "pasto" para ETs nefastos? Queira Deus

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que não! No filme La Voce della Luna (A Voz da Lua), de Federico

Fellini, uma das tantas personagens do filme, um rapaz metido a filósofo, entra num cemitério e, olhando para as tumbas, começa a monologar de modo patético, dizendo, — (a seguir apresento uma tradução aproximada, ampliada e adaptada ao todo de meu trabalho. Depois acrescento o monólogo em italiano, conforme é exclamado pateticamente no filme)

"Meu avô está aqui./ Está lá em cima, naquele jazigo./ Outra vez a mesma pergunta./ Mas é possível que nada mais se saiba de vocês?/ Nunca! Nada! De ninguém! E por quê?/ 0 que se esconde atrás dessa interrupção total, definitiva,/ se o definitivo não existe, se a ausência permanente não prevalece?/ Claro, vocês devem estar todos mortos, ausentes, eu sei!/ Todos vocês foram boa gente!/ Migalhas de gozos tiveram e quanto sofreram, valha-me Deus!/ Mas para quê? Para quem?/ Eu jamais consegui um contato./ Fora o mediunismo precário e capenga, nem posso imaginar como se faz!/ Não pode acontecer, não deve acontecer e por quê?/ Algo, alguém, alguns, nos enganam/ e não querem que nós nos encontremos mais!/ Isso não é bom nem para os que vão nem para os que ficam!/ Mas, afinal, onde estão vocês?/ Às vezes acho que deve haver um lugar na Vida, no próprio mundo,/ onde exista uma abertura,/ um buraco que dê para esse outro lado,/ onde vocês foram confinados./ Mas os manipuladores da falsa fatalidade escondem a chave dos homens,/ alegando que a morte obedece a Vontade de Deus,/ quando Deus-Pai nada tem a ver com a morte,/ nunca teve, nem a conhece!.../

(Mio nonnino è qui, é lassú, in quella tomba./ Si aIza sempre Ia stessa domanda. Má é possibile che non si sappia piú niente de voi?/ Mai niente, mai, di nessuno?/ Certo, siete stati bravi, bravissimi!/ Non deve essere facíle!/ Non só neanche immagginare come si fà./ Non ci si puó incontrare. Non può succedere, non deve! Ma perchè?/ Má dovè che siete?/ Certe volte penso:/ Ma ci sarà pure un posto nel mondo/ dove ci sarà un foro, un buco che dà di quell'altra parte?.../

Filha adorada, para encerrar, recorro outra vez às palavras de Pablo Neruda, com seu poema "Vienes Volando", palavras traduzidas e adaptadas por mim e que, quem sabe, estejam descrevendo aquilo que AGORA estás fazendo, ou seja:

"Entre as plumas que voando assustam, entre uma noite e outra,

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entre magnólias e entre telegramas, entre o vento Sul e Oeste marinho, tu vens voando!

Debaixo das lajes e sob as cinzas, debaixo dos caracóis congelados e sob as últimas águas terrestres, tu vens voando! Junto a adegas onde o vinho cresce, com mornas e turvas mãos e em silêncio, com mãos bem lentas de madeira roxa, tu vens voando!

Nesse teu cemitério sem paredes, onde qualquer marinheiro se extravia, enquanto a chuva da tua morte cai, tu vens voando!

Enquanto a chuva dos teus dedos caí, enquanto a chuva dos teus ossos cai, enquanto a tua medula e teu sorriso caem, tu vens voando!

Sobre essas pedras em que teu corpo se derrete, tudo corre, inverno abaixo e tempo abaixo, e enquanto teu coração se transforma em gotas, tu vens voando!

Não, meu anjo), tu não estás aí rodeada de cimento, nem te afligem os corações negros dos notários, e muito menos os enfurecidos ossos dos ginetes, mas tu vens voando!

Não, não é verdade que tanta sombra esteja te perseguindo! Não é verdade que as inocentes (andorinhas) tenham sempre que morrer! E essa escura região com lamentos não é verdadeira, tu vens voando!

E há rum para nós dois, e para esta alma que é a que agora chora, aqui não há nada nem ninguém, apenas uma escada com os degraus quebrados e também há um guarda-chuva, mas tu vens voando!

Aí está o mar. A ele chego de noite e te ouço vir voando, sobre o mar, bem sozinha, sob o mar que me envolve escurecido tu vens voando!

Tu vens voando (como uma pomba), solitária, sozinha entre mortos e para sempre só, tu vens voando sem que tua sombra te acom-panhe, agora sem nome, sem doçura, sem boca, sem roseiras, tu vens voando!..."

"Não, pai, ouve-me, esses horrores surrealistas e angústias

líricas que o poeta descreve não são bem verdadeiras. Venho voando, sim, mas EU estou voando para voltar junto a ti.

Para voltar junto a todos aqueles que sempre amei e amo. E se amo, nada pode nos separar, pois enquanto existem sentimentos e amor a separação é impossível!

"EU SOU" e estou em ti, se assim é, Aqui e Agora, aonde posso ir? Pai, teu Coração é a porta pela qual eu entro e saio.

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Por isso, agora eu também tomo emprestadas as palavras de Roberto e Erasmo Carlos, da canção 'O Portão', para dizer-te e dizer a todos que estou Viva de outro modo, e que voltei, agora para ficar":

"Eu cheguei em frente ao portão,/ (Todas as flores se abriram

sorrindo)/ A minha mala coloquei no chão,/Eu voltei./ Tudo estava igual como era antes,/ Quase nada se modificou,/ A que só eu mesma mudei/ E voltei./ Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é meu lugar./ Eu voltei pras coisas que eu deixei,/ Eu voltei./

Fui abrindo a porta devagar/ Mas deixei a Luz entrar primeiro,/ Todo o meu passado iluminei e entrei./ Meu retrato ainda na parede,/ Meio amarelado pelo tempo,/ Como a perguntar por onde andei/ E eu falei./ Por onde andei não deu para ficar,/ Porque aqui, aqui é meu lugar./ Eu voltei prás coisas que eu deixei,/ Eu voltei./

Sem saber, depois de tanto tempo,/ Se havia alguém à minha espera,/ Passos indecisos caminhei e parei./ Quando vi que dois braços abertos/ Me abraçaram como antigamente,/ Tanto quis dizer e não falei, e chorei./ Eu voltei, agora pra ficar,/ Porque aqui, aqui é meu lugar./ Eu voltei pras coisas que eu deixei,/ Eu voltei... Eu voltei!...