manejo 1ª crise epiléptica

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Crises Epilépticas 5º ano – Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) Cauê Swenson Soares (RA: 101586) Guilherme Costa Munhoz (RA: 101467)

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Aula sobre Manejo da 1ª Crise Epiléptica. Apresentação realizada em 2012 no estágio de Pronto-Socorro na Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA).

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Page 1: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises Epilépticas

5º ano – Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)

Cauê Swenson Soares (RA: 101586)Guilherme Costa Munhoz (RA: 101467)

Page 2: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises EpilépticasCrise epiléptica é a manifestação causada por

descargas neuronais anormais, excessivas e síncronas, geralmente autolimitadas.

Com ocorrência transitória de alterações da consciência, comportamento anormal ou movimentos involuntários.

10% dos indivíduos apresentarão pelo menos uma crise epiléptica ao longo da vida

Page 3: Manejo 1ª Crise Epiléptica

ClassificaçãoFOCAL (ativação de um grupo de neurônios em uma parte de um hemisfério

cerebral)

GENERALIZADA (envolvimento hemisférico bilateral desde o início)

PROVOCADAS (sintomáticas agudas, alteração sistêmica ou insulto agudo ao SNC)

NÃO PROVOCADAS (ocorrem na ausência de um fator determinante agudo)

RECORRENTESISOLADAS

Page 4: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises Não Provocadas Recorrentes (2 ou +) = Epilepsia

Crise com duração ≥ 30min ou repetidas crises de duração menor (sem recuperação da consciência entre as crises) = Estado de Mal Epiléptico (EME)

Classificação

Page 5: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises FocaisFOCAL SimplesSintomas motores, sensoriais, autônomos ou psíquicos

COM consciência preservadaFOCAL Complexa Comprometimento transitório da capacidade de interagir de

modo normal com o ambiente , portanto, SEM consciência preservada

Page 6: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises GeneralizadasAs principais crises são:Ausência (Pequeno mal)

Lapsos bruscos e súbitos de consciência, sem perda de controle postural

Page 7: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises GeneralizadasTônico-clônicas (Grande mal)Tônico: contração músculos da expiração, da laringe e da mandíbula

(acúmulo de secreções em orofaringe) e crescimento acentuado do tônus simpático

Clônico: Superposição de períodos de relaxamento e contração muscular

Pós-ictal: Irresponsividade, flacidez muscular e salivação excessiva . Incontinência vesical/intestinal, recuperação da consciência com confusão, e posteriormente cefaléia, fadiga e mialgia.

Page 8: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises ProvocadasCondições Sistêmicas

Distúrbios Toxicometabólicos e Infecciosos Hipoglicemia/natremia/magnesemia/calcemia Hiperglicemia/natremia/tireoidismo Uremia/Insuficiência Renal Hipóxia Pós-diálise

Intoxicações exógenasSíndrome da Abstinência (ex: álcool e benzodiazepínicos)

Insultos AgudosTCEAVEi ou AVEhHSAMeningite/Encefalite

Page 9: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Crises Não ProvocadasPrincipais causas:AVE prévioDoenças degenerativas Mais comuns nos idosos

Tumores cerebraisTCE prévioMalformação vascularDistúrbio do desenvolvimento cortical

Page 10: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Manejo da 1ª CriseInicialmente o Basic Life Support e o Advanced

Cardiologic Life SupportGlicemiaBenzodiazepínico intravenoso

(ex: Diazepam 0,2mg/kg na velocidade de 5mg/min até 20mg) 1ª opçãoPós-ictal: se nova crise, Fenitoína IV 20mg/kg + SF 0,9%

em uma velocidade máxima de 50mg/min (hidantalização)Observação (avaliação clínica, neurológica, laboratorial e

imagem)Hospitalização indicada no caso de:

Pós-ictal prolongadoRecuperação incompletaEtiologia que requeira internação para tratamento

Page 11: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Manejo da 1ª CriseFatores que indicam nova crise

Alterações nos exames de imagemAnormalidades epileptiformes no EEG

Se a causa é lesão neurológica aguda (ex: AVE), alguns recomendam medicação profilática por até 12 semanas após o evento

Se a causa é manifestação de uma lesão neurológica prévia, drogas antiepilépticas (DAE) estão indicadas

Carbamazepina e Oxcarbazepina escolha nas Crises FocaisValproato, Fenitoína, Fenobarbital, Lamotrigina e Topiramato

apresentam espectro de ação maior e podem ser usados para vários tipos de crises

Diagnóstico incerto, alterações no exame neurológico e anormalidades nos exames de imagem e EEG encaminha-se ao neurologista

Page 12: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Pergunta para busca do artigoQual é a conduta no paciente adulto com a

primeira crise convulsiva?

Qual é o agente etiológico causador de crise convulsiva mais comum nos adultos?

Page 13: Manejo 1ª Crise Epiléptica

“ETIOLOGIA DAS CRISES EPILÉPTICAS

NA CIDADE DO RECIFE, BRASIL”MARCELO MORAES VALENÇA; LUCIANA PATRÍZIA A. ANDRADE

VALENÇA Arq Neuropsiquiatr 2000;58(4):1064-1072

Page 14: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Objetivo e HipóteseAvaliar as possíveis causas etiológicas das

crises epilépticas apresentadas por pacientes maiores que 12 anos de idade, que procuraram um serviço de neurologia na Cidade do Recife.

Page 15: Manejo 1ª Crise Epiléptica

ProcedimentosAnamneseExame físico geral e neurológicoBioquímica (glicemia de jejum, uréia, creatinina e

ionograma)Eletrencefalograma (EEG)Neuroimagem (tomografia cerebral

computadorizada ou ressonância magnética)Líquido céfalo-raquidiano (LCR) ou angiografia

cerebral (na suspeita diagnóstica de processos infecciosos, parasitários ou malformações vasculares cerebrais). 

Page 16: Manejo 1ª Crise Epiléptica

VariáveisTrês grupos de acordo com idade da primeira

crise:menos de 15 anos (n = 39) entre 15 e 45 anos (n = 112)mais de 45 anos de idade (n = 98)

A escolha da idade em 15 anos seguiu o critério de definição de adulto jovem no acidente vascular cerebral (15 a 45 anos de idade).

Page 17: Manejo 1ª Crise Epiléptica

ResultadosTodos os pacientes apresentaram 1 ou mais

crises motoras parciais ou generalizadas exceto 2 que apresentaram crise afásica e crise de pânico

100 (40,2%) apresentaram crise epiléptica única 40(16,1%) duas crises epilépticas 31 (12,5%) de 3 a 5 crises epilépticas78 (31,3%) apresentaram mais de cinco crises

convulsivasNão houve prevalência em relação ao sexo

(masculino, n = 120; feminino, n = 129)

Page 18: Manejo 1ª Crise Epiléptica

210 pacientes (84,3%) apresentaram sua primeira crise após a idade de 15 anos

53,3% (n = 112) dos pacientes adultos a primeira crise ocorreu no grupo adulto jovem (15 a 45 anos)

Não foi possível identificar a causa da crise em 43,0% do total de pacientes (n = 107)

Quanto maior a faixa etária estudada menor a incidência de causas não determinadas

Resultados

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DiscussãoAVC foi a causa mais prevalente de crise

epilépticas Excluindo-se a população maior de 45 anos a

neurocisticercose foi a causa mais prevalenteUm terço apresentou crise únicaA recorrência das crises varia, mas quanto mais

próximo da primeira crise surgir a segunda, menor a chance de entrar em remissão

Devido a extensão do território brasileiro existem peculiaridades em relação a epilepsia em diferentes regiões do país

Page 25: Manejo 1ª Crise Epiléptica

Antigamente neurocisticercose era considerada rara em Pernambuco

TCE foi principal causa identificável de crise epiléptica no sexo masculino do grupo adulto jovem

A doença cerebrovascular ainda é a principal causa de crise epiléptica nas pessoas com mais de 45 anos de idade

Discussão

Page 26: Manejo 1ª Crise Epiléptica

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