logística integrada

68
Logística Integrada Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG

Upload: alexandra-santos-matos

Post on 15-Apr-2016

226 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Apostila logística

TRANSCRIPT

Page 1: Logística Integrada

Logística Integrada

Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG

Nova Serrana2013

Page 2: Logística Integrada

Presidente da FIEMGOlavo Machado Júnior

Diretor Regional do SENAI Lúcio José de Figueiredo Sampaio

Gerente de Educação ProfissionalEdmar Fernando de Alcântara

Page 3: Logística Integrada

Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMGServiço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAIDepartamento Regional de Minas GeraisSENAI Geny José Ferreira

Logística Integrada

Elaboração Felipe Netto Miranda - FATEC - Juiz de Fora/MG

Nova Serrana2013

© 2013. SENAI. Departamento Regional de Minas Gerais

Page 4: Logística Integrada

SENAI/MGSENAI Geny José Ferreira

Ficha Catalográfica

SENAIServiço Nacional de Aprendizagem IndustrialDepartamento Regional de Minas Gerais

FIEMG Av. do Contorno, 4456Bairro Funcionários30110-916 – Belo HorizonteMinas Gerais

Sumário

Page 5: Logística Integrada

Prefácio 7Apresentação 81 Origem da Logística 92 Conceituação da Logística 113 Evolução Histórica da Logística 134 As Atividades Principais da Logística 21

4.1 Processamento de Pedidos..........................................................................................214.1.1 O ciclo do pedido...................................................................................................224.1.2 Preparação do Pedido...........................................................................................244.1.3 Transmissão do Pedido.........................................................................................254.1.4 Entrada do Pedido.................................................................................................254.1.5 Atendimento do Pedido..........................................................................................254.1.6 Expedição e Transporte do Cliente........................................................................254.1.7 Recebimento do Pedido pelo Cliente.....................................................................26

4.2 Gestão de Estoques.....................................................................................................264.2.1 Definição de Estoque.............................................................................................274.2.2 Tipos de Estoque...................................................................................................28

4.3 Transporte.....................................................................................................................284.3.1 Classificação dos Modais de transporte................................................................294.3.2 Distribuição do transporte cargas por modal no Brasil..........................................314.3.3 Distribuição do transporte cargas por modal em São Paulo..................................31

5 Custos Logísticos335.1 Elementos dos Custos Logísticos.................................................................................355.2 Comércio Eletrônico (E-COMMERCE).........................................................................36

5.2.1 E-COMMERCE......................................................................................................385.2.2 B2B – BUSSINES-TO-BUSSINES........................................................................385.2.3 B2C – BUSSINES-TO-CONSUMERS...................................................................385.2.5 C2C – CONSUMER-TO-CONSUMER..................................................................39

5.3 Gigantes no Mundo Virtual...........................................................................................395.4 Produtos Campeões de Venda.....................................................................................405.5 Crescimento X Reclamações........................................................................................405.6 PLS 439/2011...............................................................................................................415.7 Just in Time (JIT)..........................................................................................................42

5.7.1 Os 5 Pilares do JUST IN TIME..............................................................................445.7.2 Premissas e Princípios do Just In Time.................................................................455.7.3 Aspectos de diferenciação entre Jit e a Abordagem Tradicional de Administrar. .455.7.4 Vantagens do JIT...................................................................................................455.7.5 Desvantagens do JIT.............................................................................................46

5.8 KANBAN.......................................................................................................................465.8.1 As 4 principais formas de visualização do nível de estoque no KANBAN.............475.8.2 Cartões em um quadro..........................................................................................47

5.9 Caixas Vazias Empilhadas...........................................................................................485.9.1 Posições pintadas no chão....................................................................................495.9.2 Sistema de duas caixas.........................................................................................495.9.3 Principais tipos de KANBAN..................................................................................49

5.10 MRP – Manufacturing Resources...............................................................................495.10.1 Vantagens do MRP..............................................................................................51

5.11 Programa Mestre da Produção (MPS)........................................................................515.12 Logística Verde...........................................................................................................51

Referências 52

Page 6: Logística Integrada

PrefácioPrefácio

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento”.

Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.”

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos, nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação Profissional

6

Page 7: Logística Integrada

ApresentaçãoApresentaçãoDiante tantas mudanças, as organizações experimentam rápidos crescimentos, e

constantes oscilações administrativas e operacionais. Para ser competitiva precisa

focar a eficiência das ferramentas de distribuição, armazenamento e gestão de

estoques, para oferecer produtos/serviço com qualidade, tempo ágil e custo

reduzido.

Assim a necessidade do estudo e análise da logística. E estas serão as principais

atividades a serem abordadas nesta disciplina.

Vamos começar?

7

Page 8: Logística Integrada

1 1 Origem da LogísticaOrigem da Logística A logística é singular: nunca para! Está ocorrendo em todo o mundo, 24 horas por

dia, sete dias por semana, durante 52 semanas por ano. Poucas áreas de

operações envolvem a complexidade ou abrangem o escopo geográfico

característico da logística. O objetivo da logística é tornar disponíveis produtos e

serviços no local onde são necessários, no momento em que são desejados.

A maioria dos consumidores em nações industriais altamente desenvolvidas já está

acostumada a um alto nível de competência logística. Quando vão as lojas, esperam

encontrar os produtos disponíveis e recém fabricados. Nesse sentido, é difícil

imaginar a realização de qualquer atividade de produção, vendas ou marketing sem

o apoio logístico.

O conceito de origem da logística também é um paradoxo. Podemos identificar

elementos pertencentes a Logística tais como: Armazenagem, Estoque de

Suprimentos, planejamento de rotas, desde o inicio da civilização.

Esses elementos estavam presentes na Grécia e Roma antigas, dava suporte as

constantes batalhas, pois desde aquela época eram necessários grandes e

constantes deslocamentos de recursos, a definição de rotas, que nem sempre eram

as mais curtas, pois era necessário ter próximo uma fonte de água potável,

condições de armazenagem, e fixação dos guerreiros. Desta forma elementos que

hoje reconhecemos como pertencentes a Logística sempre fizeram parte da

organização desses povos da Antiguidade.

Nas grandes navegações marítimas como as que culminaram na descoberta do

Brasil pelos portugueses, ou dos nossos vizinhos sul-americanos pelos espanhóis, já

estavam presentes elementos que hoje identificamos como pertencentes a Logística,

como o estoque e armazenagem de suprimentos, definição de rotas no entanto,

todos esses elementos eram realizados de forma intuitiva, sem um comando ou

preparação adequada.

8

Page 9: Logística Integrada

Os exércitos nacionais incorporaram em suas operações militares as estratégias e

planejamentos de transporte e armazenagem oriundo dos combates da Grécia e

Roma antigas. Os militares, porém aperfeiçoaram muitas dessas atividades. Eles

perceberam que para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados

aos locais de combate, era necessário planejamento, organização e muito cuidado

na execução.

Após muitos problemas nessa ordem detectados durante a primeira Guerra Mundial,

os militares definiram pessoas especificas por essa organização e planejamento,

essas pessoas cuidariam da Logística do combate.

A expressão Logística vem do francês logistique e tem como uma de suas definições

a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: obtenção,

armazenamento, transporte, distribuição (para fins operativos ou administrativos).

O desmembramento das atividades de guerra, e a definição de pessoas especificas

responsáveis pela Logística das operações militares, otimizou em muito a

capacidade de combate dos exército nacionais, que se tornaram assim mais

preparadas para suportar as longas viagens, e as condições limitadas no campo de

batalha. Esse planejamento foi inicialmente utilizado em grande escala durante a 2º

Guerra Mundial, e trouxe tanta melhora para as operações que foi um dos fatores

que permitiu que a 2º Guerra Mundial envolvesse um número muito maior de países,

e soldados e durasse 2 anos a mais do que a 1º Guerra Mundial.

Elementos os quais identificamos como parte da Logística (Ex: Armazenagem, Transporte, Estoque de Suprimentos) sempre existiram, porém só passaram a ser definidos com o nome de Logística, e tiveram uma dedicação exclusiva a partir das operações militares durante a 2º Guerra Mundial.

9

Page 10: Logística Integrada

22 Conceituação da LogísticaConceituação da Logística A Logística desenvolvida pelos militares se mostrou eficiente e indispensável, e

acabou se expandido, deixando de ser apenas uma parte da guerra para se tornar

útil para a sociedade de forma geral. Universidades americanas como a de Harvard

nos EUA instituíram na década de 50 cursos específicos de Logística, que a partir de

então passou a se tornar uma ciência. Os estudos sobre a Logística nos EUA e na

Europa permitiram um grande avanço nas atividades da mesma, agregando valor de

lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva.

A Logística moderna procura também eliminar do processo tudo que não tenha valor

para o cliente, ou seja, tudo que acarrete somente custos e perda de tempo. A

Logística envolve também elementos humanos, materiais (prédios, veículos,

equipamentos, computadores), tecnológicos e de informação e implica igualmente a

otimização dos recursos, pois, se de um lado se busca o aumento da eficiência e a

melhoria dos níveis de serviço ao cliente, de outro, a competição no mercado obriga

a uma redução contínua nos custos.

Assim podemos conceituar Logística adotando a definição do Council of Supply

Chain Management Professionals norte-americano:

“Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o

fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações

associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o

objetivo de atender aos requisitos do consumidor.”

Outras definições de Logística são também adotadas no contexto atual:

“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento

eficiente e econômico de matérias – primas, materiais semi – acabados, bem como

as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo,

com o propósito de atender às exigências dos clientes “É o termo que define a

integração de duas ou mais atividades para planejar, implantar e controlar o fluxo

eficiente de insumos, estoque em processo e produtos acabados a partir do ponto

de origem até o ponto de seu consumo”.

10

Page 11: Logística Integrada

¨É responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de

mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor ¨.

A partir dessas variadas definições, é possível concluir, então, que a Logística trata

de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de

produtos desde o ponto de aquisição da matéria – prima até o ponto de consumo

final, assim como todos os fluxos de informações que colocam os produtos em

movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos

clientes a um custo razoável.

11

Page 12: Logística Integrada

3 Evolução Histórica da Logística3 Evolução Histórica da Logística Conforme analisado nos Capítulos anteriores, a Logística moderna praticamente se

originou na Segunda Guerra Mundial. Após este conflito, a indústria procurou

preencher importantes gaps de demanda existentes no mercado consumidor (ex.:

automóveis, eletrodomésticos, bebidas) através da utilização da capacidade ociosa

gerada pelos novos processos de produção em série.

Os esforços de marketing de tais produtos foram direcionados a partir da idéia da

família-padrão da época (pai que trabalha fora, mãe que cuida da casa, dois filhos

em idade escolar). Os produtos, por sua vez, eram padronizados: geladeiras de tipo

único, na cor branca; a Coca-Cola como refrigerante típico, e assim por diante.

Nessa época, os sistemas de comunicação e de informática considerados hoje

básicos ainda não existiam. Isso significa que, quando um consumidor procurava

determinado produto numa loja, como uma geladeira, por exemplo, o vendedor

estava informado da disponibilidade daquele produto no estoque do depósito através

de fichas escritas. Ao efetuar a venda, preenchia manualmente uma nota ou um

pedido. Esse documento era, por sua vez, enviado ao depósito, que separava a

geladeira do estoque e programava sua entrega ao cliente.

O nível de estoque era periodicamente revisto, realizando-se periodicamente uma

avaliação das necessidades do produto. Caso houvesse real necessidade de

encomendar, o varejista fazia, então, um pedido ao fabricante ou distribuidor,

negociando preços, formas de pagamento e prazos de entrega.

O processo de produção era, assim, realizado da seguinte forma: a manufatura

produzia um determinado produto, no caso exposto, a geladeira, e colocava o lote

produzido no estoque do depósito da fábrica. À medida que os centros de

distribuição, atacadistas ou varejistas iam precisando do produto, os pedidos eram

encaminhados para o fabricante e atendidos por este a partir do estoque da fábrica

12

Page 13: Logística Integrada

Muitos varejistas, por sua vez, colocam seus pedidos junto aos centros de

distribuição ou atacadistas. Os estoques nesses locais servem assim de pulmão

entre os depósitos e as lojas de varejo.

Além desses estoques de produtos acabados, há ainda os estoques de

componentes e de produtos em processo na fábrica e, para trás, todos os estoques

de matéria-prima e de componentes nos fornecedores, e assim por diante. Os

produtos que estão sendo transportados nos caminhões entre pontos diversos da

rede logística também formam estoques em trânsito.

Ao refletir sobre todos os estoques existentes ao longo da cadeia de suprimento

gerados por essa forma de operação, é possível verificar que a quantidade total de

material parado é extremamente grande. Caso consideremos que o processamento

dos materiais ao longo da cadeia produtiva é responsável por agregar valor ao

produto (horas de trabalho, energia, capital investido em máquinas e instalações), o

custo financeiro de estoque tende a crescer exponencialmente a cada uma das

etapas produtivas.

A racionalização dos estoques passa a ser, assim, uma das estratégias competitivas

mais importantes das empresas modernas que participam da cadeia de suprimento.

NO começo da utilização da Logística pelas empresas, essas procuravam formar

lotes econômicos para transportar seus produtos, dando menor importância aos

estoques. Ou seja, o enfoque era centrado nas possíveis economias que podiam ser

obtidas com o uso de modos de transporte de menor custo, no emprego de veículos

de maior capacidade e na busca de empresas transportadoras com fretes mais

reduzidos.

De acordo com essa abordagem, os estoques devem ser renovados de forma a

minimizar a soma do custo de inventário, do custo de transporte e do custo para

elaborar o pedido. Nessa época, fazer o pedido significava pesquisar

ostensivamente os preços e as demais condições de suprimento junto a vários

fornecedores, utilizando, para isso, o telefone, o correio ou recebendo os

vendedores para entrevistas diretas na própria empresa. Em tais condições, o custo

13

Page 14: Logística Integrada

de se fazer um pedido era, dessa forma, considerável, pois se gastava muito tempo

de recursos humanos nessas operações.

Hoje, com o desenvolvimento da comunicação e do processamento de dados, o

custo de efetuar um pedido é, em muitos casos, pouco expressivo. Os custos

logísticos, nesta primeira fase, eram vistos a partir de uma perspectiva estritamente

corporativa, onde cada empresa tentando reduzir ao máximo seus custos, mesmo

que em detrimento dos outros elementos da cadeia de suprimento.

Com o decorrer do tempo, os esforços de marketing, inicialmente focados em

produtos-padrão para a família-padrão, começaram a ser direcionados para criar nos

consumidores aspirações por produtos mais diferenciados. As geladeiras e

automóveis começaram, então, a ser comercializados com diversas cores, tamanhos

e formas de acabamento. As iniciais restritas opções foram aos poucos sendo

ampliadas e novos produtos passaram a ser incorporados ao lar, como, por

exemplo, a televisão, os aparelhos de som, o forno de microondas, dentre outros.

Essa flexibilidade de mix de produtos foi igualmente incorporada ao setor de

supermercados, onde uma quantidade muito grande de novos produtos alimentícios,

como cereais matinais, café solúvel, salgadinhos, bebidas variadas, entre outros,

passaram a fazer parte dos hábitos alimentares dos consumidores.

Esse ampliação marcante na oferta de produtos e de opções foi possível devido à

flexibilização dos processos produtivos na manufatura, o que tornou possível

oferecer maior variedade sem que isso significasse um aumento significativo nos

custos de fabricação.

O aumento do leque de produtos, em suas diferentes cores, tamanhos e tipos,

provocaram um aumento acentuado nos estoques ao longo da cadeia produtiva.

Com isso, visualizou-se a necessidade de maior racionalização da cadeia de

suprimentos em busca de redução de custos e maximização da eficiência. No

entanto, a busca por essa racionalização não ocorreu exclusivamente devido ao

aumento dos estoques. Outros motivos extremamente relevantes podem ser citados

como igualmente impactantes nesta decisão.

14

Page 15: Logística Integrada

No início da década de 1970 aconteceu à crise do petróleo, responsável por

encarecer subitamente o transporte de mercadorias. Como as operações logísticas

envolvem deslocamentos de mercadorias, os custos de transferência e de

distribuição aumentaram o que se refletiu no preço dos produtos finais. A

concentração crescente de pessoas nas regiões urbanas, em conjunto com o

crescimento da frota de veículos, gerou a expansão territorial das cidades, os

congestionamentos de tráfego e as restrições de movimentação de caminhões no

horário comercial.

Os congestionamentos passaram a ser também observados nas rodovias, mas em

menor proporção do que nos centros urbanos. No entanto, estes engarrafamentos

também provocaram aumento de custos e redução das velocidades médias. Desta

maneira, justifica-se o aumento dos custos de transporte e de distribuição de

produtos. Os custos de mão-de-obra também foram aumentando, principalmente

nos países mais desenvolvidos, colaborando adicionalmente para a elevação dos

custos logísticos.

A incorporação da informática nas operações organizacionais a partir da década de

60 causou também efeitos benéficos. No começo era empregada através de cartões

perfurados e fitas magnéticas, substituindo apenas os procedimentos feitos

manualmente, mas permitindo o tratamento mais sofisticado de uma variedade de

problemas.

A Logística tem como Missão:

“Entregar o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo, em um nível desejado de serviço ao cliente pelo menor custo total possível”

Desta forma, como uma das principais funções da Logística é reduzir os custos com

a movimentação de materiais, ao longo da sua evolução ela foi desenvolvendo

idéias criativas para tornar a Logística cada vez mais enxuta.

Vários produtos industriais foram sofrendo transformações ao longo das últimas

décadas, e através disso, iam impactando também o modo de fazer logística.

15

Page 16: Logística Integrada

Por exemplo, as folhas de flandres produzidas com metal e que foram largamente

utilizadas na conserva de alimentos e até mesmo refrigerantes, foram substituídas

em grande parte pelo alumínio, que é um material muito mais leve, o que favorece

entre outros elementos o transporte de cargas em grande quantidade.

Da mesma forma, garrafas de plástico foram lançadas no mercado como opções

mais econômicas e mais leves do que as tradicionais garrafas de vidro.

Os processos evolutivos de vários produtos industriais revelam que eles estão cada

vez mais finos, desta forma se tornam mais leves e ocupam menos espaço, sendo

possível armazenar e transportar quantidades cada vez maiores.

16

Page 17: Logística Integrada

A figura abaixo ilustra as mudanças no vestuário, que também impactaram a forma

de trabalhar da logística.

Também ocorreram mudanças na Legislação que tem impactado o trabalho dos

profissionais de Logística, listamos abaixo algumas delas:

Zonas de Circulação Restrita

Nelas existem determinados locais determinados pelo poder Municipal, Estadual ou

Federal em que o tráfego de caminhões ou carros é proibido. Exemplo: O campus da Universidade Federal de Juiz de Fora proíbe o transito de caminhões em toda a Universidade. Da mesma forma no calçadão da Halfeld é expressamente o deslocamento de qualquer tipo de veículos (Exceto os de saúde, vigilância, bombeiros e polícia)

Horários Restritos

17

Page 18: Logística Integrada

Da mesma forma os municípios sancionam leis que proíbem o transito de caminhões

de carga em determinados horários do dia, o que limita em muito o trabalho dos

profissionais de Logística. Exemplo: Na marginal Pinheiros caminhões só podem circular de 21h até as 4h do outro dia.

Sistemas de Rodízio

Algumas cidades limitam a permissão do trafego de veículos ao digito final da placa

do automóvel. Essa alternativa visa reduzir o número diário de veículos circulando

nas cidades, o que tende a minimizar os engarrafamentos. Exemplo: Em São Paulo veículos com final da placa 7 não podem circular nas quartas-feiras ou serão multados.

Sistemas de Redução de Poluentes

A lei federal nº 8.723 parte integrante da Política Nacional de Meio Ambiente Como

parte integrante da Política Nacional de Meio Ambiente prevê que os fabricantes de

motores e veículos automotores e os fabricantes de combustíveis ficam obrigados a

tomar as providências necessárias para reduzir os níveis de emissão de monóxido

de carbono, óxido de nitrogênio, hidrocarbonetos, alcoóis, aldeídos, fuligem, material

particulado e outros compostos poluentes nos veículos comercializados no País,

enquadrando-se aos limites fixados nesta lei e respeitando, ainda, os prazos nela

estabelecidos. Mas como nem todas as empresas contam com uma frota nova,

algumas empresas estão sujeitas a serem multadas em virtude do desrespeito

dessa lei.

18

Page 19: Logística Integrada

4 As Atividades Principais da Logística4 As Atividades Principais da Logística A logística é dividida em dois tipos de atividades - as principais e as secundárias

(Carvalho, 2002, p. 37):

Principais: Transportes, Gerenciar os Estoques, Processamento de Pedidos.

Secundárias: Armazenagem, Manuseio de materiais, Embalagem, Obtenção /

Compras, Programação de produtos e Sistema de informação

Veremos a partir de agora um pouco mais de cada uma das atividades principais da

Logística.

4.1 Processamento de Pedidos

A atividade de processamento de pedidos é tratada como uma destas áreas

principais dentro do processo logístico, pois, junto com os sistemas de transporte e a

gestão dos estoques representam as atividades denominadas como sendo primárias

dentro dos sistemas logísticos.

O bom gerenciamento do processamento de pedidos é fundamental numa cadeia

logística para garantir o nível de serviço desejado pelos clientes.

A gestão do fluxo informacional é fundamental para que se possa atingir o grau de

competência relativa ao desempenho do atendimento aos pedidos e a eficiência

oferecida com a redução dos custos e melhoria dos processos empresariais.

O Processamento de Pedidos é uma das três atividades primárias da logística, e o

tempo despendido nesta atividade pode influenciar diretamente nos custos e níveis

de serviço oferecidos ao cliente. Com base neste contexto pode-se perceber a

importância de um eficaz sistema de Processamento de Pedidos.

As atividades primárias são consideradas o ‘ponto crítico’ das operações logísticas,

os clientes buscam o produto certo na hora e no lugar desejado, e a missão da

logística é prover isso aos clientes.

19

Page 20: Logística Integrada

A figura a seguir mostra a relação das três atividades primárias da logística.

4.1.1 O ciclo do pedido

O ciclo do pedido consiste dos seguintes componentes: (1) preparação e

transmissão do pedido; (2) recebimento e entrada do pedido; (3) processamento do

pedido, (4) resgate no estoque e embalagem; (5) expedição do pedido e (6) entrega

e descarregamento no cliente. Conforme Ballou (2005:100) são inúmeros os fatores

com peso suficiente para acelerar ou retardar o tempo de Processamento de

Pedidos. O autor apresenta fatores influentes no tempo de processamento de

pedidos vistos adiante. Fleury (2006) complementa com mais fatores apresentando

variabilidades que podem ocorrer no ciclo do pedido.

Abaixo listamos os 4 fatores citados influenciam no tempo de processamento dos

pedidos.

a) Prioridades no Processamento: Pedidos de alta prioridade têm preferência

no processamento, ficando os de baixa prioridade para processamento

posterior. Há empresas que processam os pedidos de acordo com a sua

ordem de entrada.

b) Processamento Paralelo x Sequencial: Os tempos mais alongados ocorrem

quando todas as tarefas são completadas em sequência. Ao se empreender

alguma das tarefas simultaneamente, consegue-se reduzir o tempo total do

processamento.

20

Page 21: Logística Integrada

c) Exatidão no Atendimento de Pedidos: Completar o ciclo do Processamento

do pedido sem acrescentar qualquer erro ao pedido do cliente é também um

fator capaz de reduzir o tempo de processamento.

d) Padrão das Condições dos Pedidos: Estabelecer padrões de embalagens,

fixar procedimentos de devolução e reposição de mercadorias trocadas ou

danificadas e unificar as medidas para a monitoração da qualidade dos

pedidos é providencias que determinarão o quanto o tempo do ciclo do pedido

poderá ser reduzido.

A percepção do cliente é do fornecedor sobre o momento que começa a contagem

do ciclo do pedido pode ser conflitante.

Quando começa a contagem do tempo do ciclo do pedido e quando terminas?

Na visão do Cliente Começa com a formalização da transmissão do pedido.

Termina com o recebimento do pedido.

Na visão do fornecedor Começa com o recebimento do pedido

Termina com a expedição do pedido

A diferença no tempo dos ciclos dos pedidos é chamada de VARIABILIDADE

As principais causas da variabilidade são: 1- Atrasos na Transmissão dos pedidos;

2- Demora na aprovação do crédito

3- Demora na Negociação de Descontos

4- Prioridades no Atendimento

5- Problemas de Disponibilidade de estoque

6- Espera para consolidação da carga 7- Atrasos diversos no Transporte

21

Page 22: Logística Integrada

8- Dificuldades de entrega nos clientes Para reduzir a variabilidade existem alternativas como:

Identificar as principais causas;

Estabelecer um sistema eficaz de planejamento;

Monitoramento dos processos.

A figura abaixo ilustra o ciclo do pedido.

4.1.2 Preparação do Pedido

4.1.3 Transmissão do Pedido

22

Page 23: Logística Integrada

4.1.4 Entrada do Pedido

4.1.5 Atendimento do Pedido

4.1.6 Expedição e Transporte do Cliente

Essa etapa consiste em preparar as mercadorias para serem despachadas.

Envolve as seguintes atividades:

* Conferência de cargas;

* Programação de Embarque e Transporte;

* Emissão de Documentação Legal (Conhecimento de Cargas, Nota Fiscal)

4.1.7 Recebimento do Pedido pelo Cliente

23

Page 24: Logística Integrada

4.2 Gestão de Estoques

A gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores

de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de

material, numa organização.

Os investimentos não são dirigidos por uma organização somente para aplicações

diretas que produzam lucros, tais como os investimentos em

máquinas e em equipamentos destinados ao aumento da produção e,

consequentemente, das vendas.

Outros tipos de investimentos, aparentemente, não produzem lucros. Entre estes

estão às inversões de capital destinadas a cobrir fatores de risco em circunstâncias

imprevisíveis e de solução imediata. É o caso dos investimentos em estoque, que

evitam que se perca dinheiro em situação potencial de risco presente.

Por exemplo, na falta de materiais ou de produtos que levam a não realização de

vendas, a paralisação de fabricação, a descontinuidade das operações ou serviços

etc., além dos custos adicionais e excessivos que, a partir destes fatores, igualam,

em importância estratégica e econômica, os investimentos em estoque aos

investimentos ditos diretos.

Porém, toda a aplicação de capital em inventário priva de investimentos mais

rentáveis uma organização industrial ou comercial. Numa organização pública, a

privação é em relação a investimentos sociais ou em serviços de utilidade pública.

gestão dos estoques visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos

ociosos expressos pelo inventário, em constante equilíbrio em relação ao nível

econômico ótimo dos investimentos.

E isto é obtido mantendo estoques mínimos, sem correr o risco de não tê-los em

quantidades suficientes e necessárias para manter o fluxo da produção da

encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo.

24

Page 25: Logística Integrada

4.2.1 Definição de Estoque

Conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes fisicamente no

almoxarifado à espera de utilização futura e que permite suprir regularmente os

usuários, sem causar interrupções às unidades funcionais da organização. (Lins,

2005)

Por que Gestão de Estoques? Os estoques, em geral, são uma das maiores preocupações, não só dos gestores de

operações, mas também dos:

Gestores financeiros, que se preocupam com a quantidade de recursos financeiros

que os estoques “empatam” e seus correspondentes custos;

Gestores comerciais que se preocupam com o prejuízo no atendimento aos

clientes que uma possível indisponibilidade de produtos acabados pode acarretar;

Gestores fabris, que se preocupam com a onerosa ociosidade de sua fábrica, que

uma possível falta de matéria-prima pode acarretar.

Funções do Controle do Estoque

• Definir o que permanecerá em estoque

• Quando reabastecer o estoque;

• Quanto de estoque é necessário no período

• Providenciar as compras;

• Receber, armazenar e atender pedidos;

• Manter banco de dados atualizado;

• Realizar o inventário periodicamente;

25

Page 26: Logística Integrada

4.2.2 Tipos de Estoque

• Matérias-primas: – Sofrem processo de transformação ou se agregam ao produto.

• Materiais auxiliares: – Não se agregam ao produto, porém são materiais imprescindíveis no processo de

fabricação. São agregados ao processo de transformação.

• Estoque de Manutenção: – Peças que servem de apoio à manutenção dos equipamentos. Materiais de

escritório.

• Intermediário: – Produtos em processo de fabricação ou subconjunto.

• Produtos Acabados – Produtos prontos e embalados que serão enviados aos clientes

4.3 Transporte

Ainda hoje, muitas empresas consideram esta atividade como a mais importante,

sendo que muitas pensam que a área de Logística se resume a esta atividade o que

é um grande equívoco. A atividade de transporte está relacionada aos diversos

métodos de se movimentar produtos e insumos e por isso é essencial ao processo

logístico, sendo ainda responsável por uma grande parte dos custos logísticos da

empresa.

Vale ressaltar que existem diversos modais (meios) de transportes disponíveis:

rodoviário, ferroviário, aeroviário, duto viário e marítimo, sendo que em nosso país

ainda existe uma grande predominância pelo modal rodoviário. Em termos mundiais,

observa-se uma tendência a multi modalidade, ou seja, a integração dos diversos

modais de transporte.

O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior

parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel fundamental

26

Page 27: Logística Integrada

no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente. Do ponto de vista de

custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas, o que em

alguns casos pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia, como é

o caso, por exemplo, do setor de distribuição de combustíveis.

As principais funções do transporte na Logística estão ligadas basicamente às

dimensões de tempo e utilidade de lugar. Desde os primórdios o transporte de

mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar produtos onde existe demanda

potencial, dentro do prazo adequado às necessidades do comprador. Mesmo com o

avanço de tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o

transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo logístico,

que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo ao menor custo possível.

4.3.1 Classificação dos Modais de transporte

Os cincos modais de transporte básicos são o ferroviário, o rodoviário, o aquaviário,

o dutoviário e o aéreo. A importância relativa de cada modal pode ser medida em

termos da quilometragem do sistema, volume de tráfego, receita e natureza da

composição do tráfego. A tabela 1 resume a estrutura de custos fixo-variáveis de

cada modal, ao passo que a tabela 2 classifica as características operacionais de

cada modal quanto à velocidade, disponibilidade, confiabilidade, capacidade e

freqüência. Essas características serão discutidas a seguir.

27

Page 28: Logística Integrada

A velocidade refere-se ao tempo decorrido de movimentação em uma dada rota,

também conhecido como transit time, sendo o modal aéreo o mais rápido de todos.

A disponibilidade é a capacidade que um modal tem de atender qualquer par

origem-destino de localidades. As transportadoras rodoviárias apresentam a maior

disponibilidade já que conseguem dirigir-se diretamente para os pontos de origem e

destino, caracterizando um serviço porta-a-porta.

A confiabilidade refere-se à variabilidade potencial das programações de entrega

esperadas ou divulgadas. Os dutos, devido ao seu serviço contínuo e à possibilidade

restrita de interferência pelas condições de tempo e de congestionamento, ocupam

lugar de destaque no item confiabilidade.

A capacidade refere-se à possibilidade de um modal de transporte de lidar com

qualquer requisito de transporte, como tamanho e tipo de carga. O transporte

realizado pela via marítima/fluvial é o mais indicado para essa tarefa. A classificação

28

Page 29: Logística Integrada

final refere-se à frequência, que está relacionada à quantidade de movimentações

programadas. Novamente, os dutos lideram o item frequência devido ao seu

contínuo serviço realizado entre dois pontos.

Conforme é ilustrado na tabela 2, a preferência pelo transporte rodoviário é em parte

explicada por sua classificação de destaque em todas as cinco características.

Transportadoras rodoviárias que operam sistemas rodoviários de classe mundial

ocupam o primeiro ou o segundo lugar em todas as categorias, exceto no item

capacidade.

No Brasil ainda existe uma série de barreiras que impedem que todas as alternativas

modais, multimodais e intermodais sejam utilizadas da forma mais racional. Isto é

reflexo do baixo nível de investimentos verificado nos últimos anos com relação à

conservação, ampliação e integração dos sistemas de transporte. Apesar de

iniciativas como o plano Brasil em Ação e o processo de privatização de portos e

ferrovias pouca coisa mudou na matriz brasileira. A forte predominância no modal

rodoviário prejudica a competitividade em termos de custo de diversos produtos,

como é o caso das commodities para exportação.

4.3.2 Distribuição do transporte cargas por modal no Brasil

Transporte – 66%

Ferroviário – 22%

Aquaviário – 4,6%

Outros – 7,4%

4.3.3 Distribuição do transporte cargas por modal em São Paulo Transporte – 93,2%

Ferroviário – 5,2%

Aquaviário – 0,4%

Outros – 1,1%

Já nos EUA o modal rodoviário corresponde a apenas 28,7% do transporte de

produtos e mercadorias.

• A média de distribuição de modais nos países desenvolvidos é a seguinte.

29

Page 30: Logística Integrada

• Ferroviário – 40%

• Rodoviário – 30%

• Aquaviário – 14%

• Outros – 16%

Quanto mais desenvolvida for a infra estrutura de um país, menor será a

dependência de um único modal nas suas operações de transporte.

30

Page 31: Logística Integrada

5 Custos Logísticos5 Custos Logísticos

Quando falamos em Custos Logísticos, a primeira ideia que vem na cabeça é o

Custo com Frete ou Transportes. Apesar de este ser o mais significativo, os Custos

Logísticos não se resumem somente a isso. Podemos identificar Custos na

Armazenagem, nos Estoques, no Processamento de Pedidos e é claro no

Transporte.

Os Custos relacionados à armazenagem são aqueles que são aplicados nas

estruturas e condições necessárias para que a empresa possa guardar seus

produtos adequadamente. Faz parte deste tipo de Custo, o aluguel do armazém, os

custos com aquisição de paletes, custo com pessoal do armazém, etc.

Já os Custos com Estoques são aqueles que são gerados a partir da necessidade

de estocar os materiais. Nesta categoria, com certeza o mais expressivo é o Custo

de Oportunidade do Capital Parado, que nada mais é do que o valor que a empresa

perde imobilizando o capital em estoque em vez de aplicar esse valor no mercado

financeiro, ganhando a remuneração dos juros. Existem outros Custos com

Estoques como as perdas e roubos, a própria depreciação dos materiais, etc.

No que diz respeito aos Custos relacionados à emissão de pedidos, seus valores

são inexpressivos em relação aos demais. Todos os gastos relacionados à emissão

de pedidos na empresa devem ser computados para essa categoria. São

considerados Custos com Emissão de Pedidos: O salário do comprador, o aluguel

do espaço destinado ao setor de compra, os papéis usados na emissão do pedido,

etc.

Por fim e que na verdade é o mais importante de todos, temos os Custos com

Transportes. Frequentemente calculado, este custo geralmente dá origem às

despesas com fretes que a empresa vê na nota fiscal ou que já está incluído no

preço. Todas as despesas relacionadas à movimentação de materiais fora da

empresa podem ser consideradas Custos com Transportes. Enquadram-se aqui os

31

Page 32: Logística Integrada

custos com a depreciação dos veículos, pneus, combustíveis, custo de oportunidade

dos veículos, manutenção, etc.

Uma vez identificado quais são os Custos Logísticos, as empresas devem atentar

para aqueles que geralmente não são computados por serem quase imperceptíveis.

Um caso clássico é o Custo de Oportunidade. Apesar de ser chamado de Custo, na

verdade o que ocorre é que a empresa deixa de ganhar com juros financeiros

imobilizando o capital em estrutura (armazém, paletes e estruturas de

armazenagem), máquinas e equipamentos (empilhadeiras e esteiras), veículos

(caminhões), etc.

Quanto maior for o juro no país, maior será o Custo de Oportunidade. Em se

tratando de Brasil, onde os juros são altíssimos, os Custos de Oportunidade

associados à Logística são relativamente altos se comparados com outros países.

Um outro Custo Logístico de fácil identificação, mas de agregação nem tanto, é o de

depreciação de máquinas, equipamentos e veículos. Apesar de este custo ser

contabilizado na forma tradicional, raramente é alocado como Custo da Logística e

consequentemente não é agregado aos preços dos produtos, sendo considerado

como despesa fixa.

As empresas devem conhecer profundamente seus próprios Custos Logísticos, para

que passem a ter condições de estabelecerem metas de diminuição e repassar os

ganhos para a Cadeia como um todo. Assim, outras empresas pertencentes à

Cadeia absorvem as novas práticas, reduzem seus Custos Logísticos, contribuindo

para a competitividade da Cadeia.

Na moderna concepção do Gerenciamento da Cadeia de Suprimento, os Custos

Logísticos devem ser bem dimensionados e controlados, pois se antes a

concorrência se resumia somente entre as empresas, hoje essa concorrência se dá

entre as cadeias produtivas.

Se antes a concorrência era entre a Ford e a Volkswagen, hoje a concorrência se dá

entre a Cadeia Produtiva da Ford e a Cadeia Produtiva da Volkswagen. Será mais

32

Page 33: Logística Integrada

competitiva aquela que apresentar melhor Qualidade e menor preço para o

consumidor.

Resta para as empresas entender que este é um caminho sem volta e que somente

através da integração e da diminuição dos Custos Logísticos é que as Cadeias

podem se tornar competitivas.

5.1 Elementos dos Custos Logísticos

Os custos com Logística no Brasil giram atualmente na casa de R$ 391 Bilhões, o

que equivale a cerca de 10,6% do PIB brasileiro. Já nos EUA os mesmos custos

convertidos em moeda brasileira chegam ao montante de 2,8 trilhões Porém esse

valor equivale a apenas 7,7% do PIB americano.

Portanto apesar dos valores gastos com Logística nos Estados Unidos serem

maiores, eles são muito melhor distribuído, e assim equivalem a um percentual

menor do PIB (Produto Interno Bruto) daquele país.

O governo brasileiro deveria estar investindo cerca de R$ 70 bilhões, ou 2% do PIB,

em logística por ano. Hoje investimos cerca de R$ 20 bilhões na prática, mas sem

qualidade. A atual estrutura de investimentos do país em Logística seria compatível

com o PIB do Brasil da década de 80, o que reflete o grande atraso dos 33

Page 34: Logística Integrada

investimentos brasileiros nessa área. Podemos justificar esse fato com a informação

que durante as décadas de 1980 e 1990, o investimento público no setor somou

apenas cerca de do PIB por ano.

Segundo dados da pesquisa ILOS o percentual de gastos Logísticos no Brasil

atualizado em 2010 é de o seguinte:

% de Gastos Logísticos no Brasil Transporte – 56% Estoque – 28% Armazenagem – 9% Processamento de Pedidos – 7%

5.2 Comércio Eletrônico (E-COMMERCE)

A Internet no Brasil teve início em 1991, com o advento da à RNP (Rede Nacional de

Pesquisa), que era um sistema acadêmico ligado ao MCT (Ministério de Ciência e

Tecnologia).

No ano de 1994, a EMBRATEL lançou, de forma experimental, o acesso online, mas

foi somente em 1995 é que se deu a liberação para o setor privado ter acesso à

Internet, para estudar como explorar comercial os seus benefícios. Essa liberação,

passados 20 anos, mostra um cenário bem diferente.

Hoje pouco mais de duas décadas grandes empresas de varejo encontraram um

grande nicho de mercado ao oferecer seus produtos e serviços através do mundo

virtual. Atualmente o Brasil é responsável por 50% de toda a transação de e-

commerce na América Latina, e esses números não para de crescer.

Só em 2010 o comércio eletrônico brasileiro movimentou 15 bilhões de reais, e até

Setembro de 2011 esse número já chega a incríveis 20 bilhões. Confira no gráfico

abaixo a evolução do faturamento do E-Commerce no Brasil na última década.

34

Page 35: Logística Integrada

A evolução do comércio eletrônico em nosso país é notória, e tem se acelerado nos

últimos anos, sobretudo em virtude de ações governamentais que reduziram o IPI de

equipamentos de informática, o que contribuiu para a redução de preços dos

computadores, e de políticas de popularização da internet banda larga por todo país

a preços bem acessíveis.

O planejamento prevê que até 2015 todas as cidades brasileiras tenham acesso à

internet de alta velocidade. O bom momento da nossa economia, com aumento do

poder aquisitivo de todas as classes de nossa população, e estabilidade de nossa

moeda também são fatores que ajudaram e muito o desenvolvimento do comércio

eletrônico em nosso país.

Soma-se a eles a tecnologia que tem permitido que as compras pela internet sejam

cada vez mais seguras e confiáveis. Todos esses elementos ajudam a explicar o

gráfico abaixo em que é cada vez maior o número de pessoas conectadas na

internet no Brasil.

35

Page 36: Logística Integrada

5.2.1 E-COMMERCE

O termo E-commerce significa comércio eletrônico, ou seja, o conjunto de atividades

comerciais que acontecem on line. Os autores identificam 4 (quatro) tipos principais

de comércio eletrônico. São eles:

5.2.2 B2B – BUSSINES-TO-BUSSINES

É a Negociação Eletrônica entre empresas. Muito comum, é a modalidade que mais

movimenta importâncias monetárias. Em 2005, segundo a Revista InfoEXAME, foi

movimentado 67bilhões de dólares no mercado eletrônico brasileiro. Somente a

Petrobrás foi responsável por 45 bi de dólares em B2B.

5.2.3 B2C – BUSSINES-TO-CONSUMERS

Negociação Eletrônica entre empresas e consumidores. Esta modalidade representa

a virtualização da compra e venda. A diferença é que as pessoas escolhem e pagam

os produtos pela internet. Segundo estudo da Revista InfoExame, em 2005 foi

movimentado pelas 50 maiores empresas de e-commerce no Brasil, o montante de

3bilhões. Somente a Gol Linhas Aéreas movimentou mais de 1bilhão. Podemos citar

exemplos de B2C com o site www.americanas .com e www.submarino.com.br, etc.

5.2.4 C2B – CONSUMERS-TO-BUSSINES (LEILÃO REVERSO)

36

Page 37: Logística Integrada

Negociação Eletrônica entre consumidores e empresas. E o reverso do B2C,

também chamado de leilão reverso. Acontece quando consumidores vendem para

empresas. Esta modalidade começa a crescer no Mercado eletrônico, pois uma

empresa que deseja adquirir um produto anuncia na rede à intenção de compra. Os

consumidores que possuem o que a empresa quer, faz a oferta.

5.2.5 C2C – CONSUMER-TO-CONSUMER

Negociação Eletrônica entre consumidores. Esta modalidade é muito comum, efetua

muitas negociações, mas de valores pequenos. O exemplo mais conhecido no Brasil

desta modalidade é o site www.mercadolivre.com.br.

5.3 Gigantes no Mundo Virtual

E cada vez mais comum encontrarmos versões virtuais das grandes marcas

comercializadas em nosso país. Ao disponibilizar uma versão virtual essas

empresas emprestam a sua credibilidade e respeito conquistado no comércio

tradicional, que somadas à comodidade de comprar sem precisar sair de casa, e

facilidades no pagamento, tornam as compras pela internet um grande negócio para

os consumidores e para as empresas que oferecem esse tipo de serviço. Tanto que

empresas como a Saraiva e Americanas possuem a maior parte dos seus

faturamentos oriundos do comércio eletrônico.

5.4 Produtos Campeões de Venda

Segundo pesquisa do portal e-Bit/Net os produtos campeões de venda pela internet

são:

Eletrodomésticos;

Produtos de Beleza e Saúde;

Equipamentos de Informática;

Livros;

37

Page 38: Logística Integrada

Equipamentos Eletrônicos.

5.5 Crescimento X Reclamações

De acordo com o relatório divulgado pelo Departamento de Proteção e Defesa do

Consumidor (DPDC) da Secretaria de Direito Econômico (SDE), as reclamações

relativas a compras feitas na internet estão aumentando cada vez mais. Os dados

são oriundos Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec),

que integra Procons de 23 estados e o Distrito Federal, e foi considerado o período

entre 1º de outubro de 2010 e 30 de setembro de 2011.

E umas das informações que mais chamou a atenção dos institutos de pesquisa foi

o fato da principal reclamação dos consumidores ser a respeito dos serviços de

entrega, o que expõe a fragilidade da Logística de entregas em nosso país. Confira

abaixo o Ranking das queixas.

• Serviços de Entregas – 23,32%

• Produtos com danos e defeitos – 22,56%

• Problemas com Contrato – 6,15%

• Problemas no cancelamento da Compra – 6,04%

Da mesma forma segue abaixo os produtos campeões de reclamações:

• Celulares– 18,05%

• Móveis– 12,88%

• Eletrodomésticos da linha Branca– 11,20%

• Microcomputadores/produtos de informática– 6,04%

5.6 PLS 439/2011

Visando permitir uma proteção maior para os consumidores que realizam suas

compras pela internet, foi aprovado o Projeto de Lei 439/2011 que previa uma

38

Page 39: Logística Integrada

alteração na lei 8.078/90, do Código de Defesa do Consumidor, para criar

mecanismos de proteção no âmbito do comércio eletrônico. Em termos gerais segue

abaixo as principais alterações na Lei.

Acrescenta como direito básico do consumidor não receber ofertas por meio

telefônico ou eletrônico, caso não previamente autorizadas pelo consumidor; exige

que os fornecedores que utilizem sítios na internet ou outros meios similares na

oferta de produtos e serviços se identifiquem devidamente, explicitem os termos em

que o fornecedor faz a oferta de venda de bens e serviços, como prazo de entrega,

política de trocas, multas por atraso e demais aspectos relevantes; dispõe que o

fornecedor deve proporcionar os meios adequados e seguros para as operações

mencionadas, devendo produzir documentos suficientes para a comprovação de

casa etapa da operação; estabelece que seja proibida a oferta e a publicidade de

bens e serviços por telefone ou meio similar quando a chamada for onerosa ao

consumidor que a origina; dispõe que o descumprimento das regras previstas

provocará a automática inversão do ônus da prova em favor do consumidor na

hipótese de litígio no âmbito administrativo ou judicial; estabelece que o juiz poderá,

em sede de antecipação de tutela, determinar que administradoras de cartão de

crédito e instituições financeiras descontem o valor devido pelo fornecedor de seus

créditos a receber e creditem ao consumidor o valor correspondente; e determinar o

bloqueio do domínio da página eletrônica ao órgão de registro responsável pelos

endereços na rede mundial de computadores.

5.7 Just in Time (JIT)

O sistema Just in Time (JIT) - sigla em inglês que significa “no tempo exato‟, uma expressão ocidental – tem seus princípios desenvolvidos no Japão após a 2ª Guerra Mundial.

Desenvolvido em um Japão arrasado pela guerra, e com sérias dificuldades financeiras, foi pensado para atuar como um modelo de administração da

produção que motivasse a redução de estoque e dos altos custos decorrentes deles,

assim nada deveria ser produzido, transportado ou comprado antes de existir um

pedido que o justificasse. Em outros termos está relacionado à produção por

39

Page 40: Logística Integrada

demanda, onde primeiramente vende-se o produto, para depois comprar a matéria-

prima e posteriormente montá-lo ou fabricá-lo.

Nas fábricas onde está implantado o referido sistema, o estoque de matérias-primas

é mínimo e suficiente para uma determinada escala de produção, e para que isto

seja possível, os fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados a

fazerem entregas de pequenos lotes na freqüência desejada.

Para que isso funcione, quase sempre é ideal que os fornecedores estejam

localizados geograficamente mais próximos dessas empresas, para que seja

reduzido o tempo gasto com transporte.

As grandes fábricas de automóveis são ótimos exemplos disto, adotando em muitos

casos fornecedores que fazem parte dos condomínios industriais, que são espaços

destinados aos fornecedores dentro do terreno em que se localiza a fábrica de

automóveis. Assim, aumenta-se qualidade do produto/serviço, diminuem-se os

custos de transporte e se ganha tempo para que a modalidade Just in time seja bem

trabalhada.

Uma outra alternativa muito utilizada por empresas que trabalham com Just in Time

é o compartilhamento de informações a respeito de demanda de pedidos através de

um software comum interligado entre cliente e fornecedor, permitindo assim que um

fornecedor possa identificar quando uma empresa interligada possui uma demanda

de um determinado produto, enviando automaticamente a ela os insumos

necessários à produção de um determinado produto, sem que seja necessária a

efetivação formal de um pedido.

Elementos internos para o bom funcionamento do JIT Comprometimento da Alta Direção;

Estrutura organizacional enxuta;

Participação dos funcionários no processo de melhora contínua;

Uma vez implantado o Just in Time.Tal sistema exigirá constantemente:

40

Page 41: Logística Integrada

• NÍVEIS DE QUALIDADE ELEVADOS: Dentro da filosofia de trabalho Just In Time,

a qualidade é uma preocupação constante. Como são produzidas quantidades

adequadas ao pedido, à ausência de altos padrões de qualidade pode gerar grandes

transtornos para a empresa.

• AGILIDADE NA MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS: Como as partes da produção

são dependentes uma das outras, uma etapa 2 só começara quanto à etapa 1 for

concluída. Sendo assim a movimentação de materiais na cadeia produtiva deve ser

ágil, para não atrasar a produção.

• CONFIABILIDADE NO MAQUINÁRIO E NA QUALIDADE DA MATÉRIA PRIMA: Em um sistema tão enxuto como o JIT, em que existe uma grande necessidade de

agilidade nos processos, em que os níveis de produção dependem uns dos outros,

uma matéria-prima que chegue danificada, ou uma máquina que estrague, pode

atrasar de forma comprometedora o prazo de entrega de um pedido.

5.7.1 Os 5 Pilares do JUST IN TIME

REDUÇÃO DO CAPITAL INVESTIDO EM ESTOQUES: O modo de trabalho do

JIT permite que os estoques sejam bem menores, ou praticamente inexistentes.

Desta forma há uma redução significativa do capital investido na compra e

manutenção de estoques na empresa, e também no capital parado na forma de

estoque.

Redução do espaço físico necessário às atividades: Com estoques menores o

espaço para sua armazenagem também poderá ser reduzido.

Envolvimento das pessoas: Para que o Just in Time funcione é fundamental que

os funcionários estejam altamente comprometidos, pois o desempenho deles é

determinante para o sucesso dessa ferramenta.

41

Page 42: Logística Integrada

Aparecimento de problemas no fornecimento que grandes estoques mascarariam: Quando se tem grandes estoques, elas vão

suprindo a demanda oriunda das encomendas dos clientes, e mesmo que

aconteçam atrasos no fornecimento eles não influenciaram diretamente no tempo de

entrega do pedido. Já quando se trabalha com estoques reduzidos, ou mesmo com

a inexistência deles, os atrasos no fornecimento se tornam muito mais graves,

demonstrando falhas que grandes estoques mascarariam.

Melhoria contínua: Da forma com que foi desenvolvida a filosofia do Just in Time,

com funcionários tendo voz ativa na sugestão de soluções para os processos

produtivos, e falhas na produção e fornecimento sendo imediatamente identificadas,

gera um ambiente altamente favorável para a melhoria continua dentro da

organização

5.7.2 Premissas e Princípios do Just In Time

Disciplina: Obediência às regras e prescrições, tanto para fins de segurança, como

de qualidade.

Flexibilidade: Ainda que a existência da hierarquia limite a atuação das pessoas, a

proposta é que as responsabilidades sejam expandidas; com isso, espera-se maior

comprometimento das partes.

Autonomia: Além representar a valorização das pessoas, permite que as chances

de a melhoria aconteçam sejam maiores, bem como os tempos otimizados.

Desenvolvimento de pessoal: Os avanços sugeridos pelo sistema exigem que os

trabalhadores estejam em constante crescimento.

Qualidade de vida no trabalho: Fator que interfere no clima organizacional e,

sobretudo, no nível de comprometimento das equipes.

5.7.3 Aspectos de diferenciação entre Jit e a Abordagem Tradicional de Administrar

O sistema JIT é mais do que um conjunto de técnicas, sendo considerada uma

filosofia de trabalho. Seus objetivos fundamentais são qualidade e flexibilidade do

processo. Esta filosofia diferencia-se da abordagem tradicional de administrar a

produção nos seguintes aspectos:

42

Page 43: Logística Integrada

• Os estoques são considerados nocivos por ocuparem espaço e representarem

altos investimentos de capital.

• assume a meta de eliminação de erros; não considerando como inevitáveis;

• coloca ênfase no fluxo de materiais e não na maximização da utilização da

capacidade

5.7.4 Vantagens do JIT

As principais vantagens do sistema de administração da produção Just in Time são:

• Redução de estoques: Não é necessário disponibilizar um espaço e recursos

humanos para tratar dos aprovisionamentos.

• Redução de tempo: O mesmo nível de produção pode ser atingido em menos

tempo, o que evita horas extraordinárias e/ou aumentar a produção em face de um

aumento pontual da procura.

Aumento da qualidade: Evitam-se custos com peças ou produtos defeituosos

além de ser um excelente argumento de venda, reforçando a presença no mercado.

5.7.5 Desvantagens do JIT

Se algo não funcionar bem, e o exemplo de uma greve nos transportes é a mais

evidente, tudo pode ficar parado.

Também se corre o risco de um menor aproveitamento da capacidade produtiva

da organização e dos funcionários

5.8 KANBAN

O KANBAN (termo em japonês que significa registro, placa visível, cartão de

sinalização) tem o papel de controlar os fluxos de produção em uma indústria.

43

Page 44: Logística Integrada

De uma maneira bem simples KANBAN é um cartão que indica ao operador o que

fazer, em que quantidade e onde colocar. As empresas que utilizam o sistema

procuram transformar a informação escrita em visual usando cores, formatos

especiais de cartão.

Na prática, coloca-se um kanban em peças ou partes específicas de uma linha de

produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se

esgotam todas as peças, o mesmo aviso é levado ao ponto de partida, quando se

converte um novo pedido para mais peças.

Nas ilhas ou células de fabricação o pequeno estoque existente está acompanhado

de kanbans chamados de kanbans de produção. O alimentador da linha, ao pegar

uma peça, destaca o kanban a ela conectado e o coloca num quadro especial, serve

como ordem de produção para os operadores da ilha.

O Kanban de produção dispara a produção de um lote (geralmente pequeno e

próximo à unidade) de peças de determinado tipo, em um centro de produção;

contendo informações de número da peça, descrição, tamanho do lote a ser

produzido e colocado em contêiner padronizado, centro de produção responsável e

local de armazenagem. Nenhuma produção é executada, exceto na linha de

montagem, sem que haja um kanban de produção autorizando.

5.8.1 As 4 principais formas de visualização do nível de estoque no KANBAN Cartões em um quadro branco;

Caixas Vazias Empilhadas;

Posições Pintadas no Chão;

Sistemas de duas caixas

44

Page 45: Logística Integrada

5.8.2 Cartões em um quadro

É uma das formas mais simples e utilizadas de controlar a produção através de

Kanbans.

Quando o quadro está cheio de cartões o estoque está vazio.

Os cartões saem sempre da DIREITA PARA A ESQUERDA.

Quando os cartões acabam a produção também deverá ser interrompida.

Quando acabarem os cartões da cor verde significa que a produção foi concluída

e que não há mais necessidade de produzir o item.

Quando acabar os cartões da cor amarela significa que a produção está em níveis

intermediários e que a produção deve ser continuada.

Quando Acabar os cartões da cor vermelha significa que há um estoque muito

pequeno de produtos prontos e que a produção deve continuar.

5.9 Caixas Vazias Empilhadas

45

Page 46: Logística Integrada

Esse tipo de controle também é muito utilizado. Seu mecanismo é bem simples, toda

a vez que houver a necessidade de produção de um determinado produto ou peça,

uma respectiva caixa com seu nome estará ao lado de uma faixa indicativa dos

níveis de produção. Quando não houver caixas vazias ao lado dessa faixa, não há

necessidade de produção e, portanto o estoque estará em níveis adequados ao

pedido.

5.9.1 Posições pintadas no chão

Funcionará da mesma forma que o sistema anterior, pôr as caixas neste modelo

estarão dispostas próximas de uma faixa pintada no chão e não mais empilhadas

perto de um desenho na parede.

5.9.2 Sistema de duas caixas

Esse modelo utiliza a seguinte lógica: Em um local pré-determinado, sempre haverá

duas caixas durante todo o processo produtivo. Sempre que essas caixas estiverem

vazias deverão ser abastecidas e levadas até o local onde a peça ou produto estão

sendo produzidos. Quando não tiver mais caixas nesse lugar determinado à

produção deverá ser interrompida.

5.9.3 Principais tipos de KANBAN

Kanban de Movimentação: Utilizada para avisar a determinado estágio anterior

que o material pode ser retirado do estoque e deslocado para um local específico.

Kanban de Produção: Dispara o início dos trabalhos de um processo produtivo.

Dispõe de dados a respeito do respectivo processo, além dos materiais requeridos

para a composição do item a ser produzido e sua destinação ao final da atividade. Kanban do Fornecedor: Utilizado para comunicar ao fornecedor (externo) acerca

da necessidade do envio de materiais para determinado estágio da fabricação.

5.10 MRP – Manufacturing Resources

46

Page 47: Logística Integrada

O MRP - Manufacturing Resources Planning - se baseia na idéia de que, se são

conhecidos todos os componentes de determinados produtos (árvore do produto) e

os tempos de obtenção de cada um deles, pode-se calcular as quantidades e os

momentos em que devem ser obtidos para que não haja falta ou sobra de nenhum

deles, no suprimento das necessidades dadas pela área de produção.

É um sistema computarizado de controle de inventário e produção que assiste a

otimização da gestão de forma a minimizar os custos, mas, mantendo os níveis de

material adequados e necessários para os processos produtivos da empresa.

Sistema este que utiliza um registro básico de suma importância para a interface

com seus usuários, organizado na forma de matriz (linhas e colunas); onde as

colunas representam os períodos finitos de planejamento, e as linhas trazem as

necessidades brutas, os recebimentos programados, os estoques disponíveis, os

recebimentos de ordens e a abertura de ordens planejadas.

Considera parâmetros fundamentais como políticas e tamanhos de lotes, estoques

de segurança e lead times (tempo de obtenção ou ressuprimento), atendendo o

objetivo principal de ajudar a produzir e comprar apenas o necessário e no momento

adequado (último possível), visando eliminar estoques.

O MRP - Manufacturing Resources Planning - se baseia na idéia de que, se são

conhecidos todos os componentes de determinados produtos e os tempos de

obtenção de cada um deles, pode-se calcular as quantidades e os momentos em

que devem ser obtidos para que não haja falta ou sobra de nenhum deles, no

suprimento das necessidades dadas pela área de produção.

Considera parâmetros fundamentais como políticas e tamanhos de lotes, estoques

de segurança e lead times (tempo de obtenção ou ressuprimento), atendendo o

objetivo principal de ajudar a produzir e comprar apenas o necessário e no momento

adequado (último possível), visando eliminar estoques.

47

Page 48: Logística Integrada

5.10.1 Vantagens do MRP

Quantidade melhor estimada;

Prazos mais alinhados;

Saídas de caixa Otimizadas;

5.11 Programa Mestre da Produção (MPS)

Programação detalhada de todos os itens a serem produzidos, bem como as

respectivas datas de entrega – PLANEJAMENTO. Direciona: *Montagem; *Manufatura; *Compras.

5.12 Logística Verde

Logística verde é uma forma de logística desenvolvida para ser ambientalmente

amigável, além da preocupação com o social, a Logística Verde pode ser

economicamente funcional.

Desta forma, muitas empresas modernas estão adotando políticas ecológicas em

suas práticas gerenciais. Surge dessa forma o conceito de logística verde que busca

ajudar as empresas a converter, reformar e racionalizar os seus sistemas de

logística existentes, adaptando-os a uma forma ecologicamente sustentável de

operar.

48

Page 49: Logística Integrada

No caso da logística verde, todas as questões que dizem respeito à cadeia de

suprimentos tem também um fator adicional de preocupação, o setor ambiental. Por

exemplo, um fabricante de bebidas pode reduzir o uso do plástico, fazendo as

garrafas mais leves, assim reduzindo os custos de transporte. Em outros casos, a

fabricação de um produto ambientalmente correto pode custar mais e isso acaba

gerando um conflito com a logística nos seus moldes tradicionais.

49

Page 50: Logística Integrada

ReferênciasReferências

Elaboração Felipe Netto Miranda - FATEC - Juiz de Fora/MGFaculdade SENAI de Tecnologia “Luiz Adelar Scheuer” - SENAI / FATEC Juiz de Fora - MG Aprendizagem Industrial em Processos Logísticos. 2011

50