llflfjilii variedadememoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1867_03307.pdfpara a remoto deste...

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T ANNO XIV Subscreve-se no escriptorio da fypographia Imparcial, Rua da Imperatriz n. 27, para a capital a i3S rs.por anno. o 6_ rs.por se- mastro, e para fora a 15. rs.por anne. A assignatura podo começar em qualquer dia do anno, mas acaba sempre om fim de Junho e üozom- ore. PAGAMENTO ADIANTADO í SEXTA-FEIRA 7 DE JUNHO DE 1867 N. 3307 PUBLICAÇÕES. Annuncios 100'rs.jpw linha Publicações litterarias 50 ri. > Ditas particulares 100 rs. > Noticias diversas 500 rs. Folha avulsa custa 200 ri. As correspondências e commn' nlcados serão dirigidas em carta fechada ao escriptorio da ledae-í Mxzctox ha xzhatção c proprietária ho estabelecimento— K"-' >€ollaboracore0 hwtxzo» llflfJilII Assembléa provincial—Hontem depois de lida e approvada a acta da antecedente; leu-se o pare- cer da commissão de instrucção publica apresentando um projecto que cr.í uma 2'cadeira de primeiras let- trás para.o sexo masculino na cidade de Mogy das Cru- zes; foi julgado objecto de deliberação. Em seguida leu-se lambem a redacção das posturas de Caragu atatuba ; foi á publicação. Entrando-se na ordem do dia passou : Em 2a discussão o regulamento da praça do mercado da capital, e posturas annexas. Em 1" dita as posturas da câmara municipal de S.Vi- cente. A ordem do dia de hoje é a seguinte: 3a discussão do código de posturas de S. João do Rio Claro, parecer de 16 de Maio do corrente anno. . 3* dita do dito de Villa-Bella da Princeza, parecer de 16 de Maio do corrente anno. 2* dita de 13 artigos de postura da câmara municipal de Ilú, parecer de 21 de Maio do corrente anno. 1* dita dos 4 artigos de posturas da câmara muniei- pai de Porto Feliz, datados de 4 de Abril do corrente anno e parecer de 20 de Maio do mesmo. Faculdade cie Direito—Hontem teve lugar a collação do grau de doutor do sr. bacharel Delphino Pinheiro de Ulbôa Cintra Júnior. Foi presidente do aclo o exm. sr. conselheiro Bfoloro:—padrinho do douto rando o sr. dr. Juslino de Andrade. Depois de um breve e elegante discurso do doutoran- do teve lugar o juramento e ceremonia dos abraços, en- cerrando a solemnidade um discurso do padrinho o sr. dr. Justino de Andrade, que em plirase correcta e judi- ciosa mostrou a importância do grau que acabava de ser conferido. E de crer que esta festividade leve aquella cidade muitas pessoas de fora do município. Informam-nos que o produeto das esmolas recolhidas pela folia; fez o sr. Nlcoláo Vergueiro distribuir pelos presos pobres da cadéa e hospital de caridade daquella cidado. Correio—Hoje ás 5 horas da tarde fecha-se a ma- Ia do correio da marinha e respectiva linha. Abuso—Hontem ás 11 horas e meia da manhã amansava-se no largo de Palácio uma parelha de bes- tas chucraside uma das cocheiras desta cidade. Até quando abusaráõ da nossa paciência?!... Hfcj. Espirito Santo—No domingo 9 do corrente lu de ter lugar, em Santos, a festa do Espirito Santo. E' festeiro o sr. Nicoláo Vergueiro. Consta-nos que eita solemnidade tem de ser celebra- da com a maior pempa, não havendo o digno festeiro poupado-se a qualquer despiza. Além da festa de igreja, império, etc, dizem-nos que será queimado um excellente fogo de artificio, prepa- rado no Rio de Janeiro, e que custou a somma de cinco contos de réis. Outro abuso—Constantemente ss nesla cida- de ás portas, da3 casas de commercio.cocheiras e outras, aggloineração de caixões, fardos e mais objectos que embaraçam o transito. Chamamos a attençâo dos fiscaes para a remoto deste inconveniente., FOLHITIM O PALÁCIO DE NIORRES o)oi 6. Ca-penda QUARTA PARTE CAMINHO DE SA1NT-NAZAIRE 8ss. Ò _ [Continuação do n. 3,306) XII—Os caixas Era perto de onze horas da manhã quando a berlinda chegou a Boutervilliers, logar onde devia deixar-se os Cavallos da posta. Os, viajantes morriam de fome. Principalmento os burguezes, Augereau, Nicolas e jean declararam que estavam prpmptosa devorar-se mutuamente se nâo en- contrassem alimeiitos mais convenientes-; A berlinda parou diante de uma estalagem. —Almoçai I disse Fouché a seus companheiros; em quanto isso eu comprarei os cavallos que são necessa- rios. A estas ultimas palavras Gorain e Gervais, que iam na frente e tinham entrado na estalagem, deram ao mesmo tempo um suspiro e lançaram mutuamente um ciliar oheio de desolação. —Cavallos I murmurou Gorain ao ouvido de Gervais. Isso custa muito caro, heim? —Os olhos da cara I respondeu Gervais. .—Para que diabo offereeestes a nossa bolsa a M. Fou- ché? —Ah I E' o meio de recusar-lh'a I Ter-nos-hla aban- donado se assim não fizesse. —E' verdade 1 Abi o emprego da municipalidade custa caro I —M. Fouché assegurou que na outra posta venderia os cavallos com pouco prejuízo. Deus o queira, Gervais. Uma mesa preparada no meio da estalagem veio tra zer uma feliz digressão aos pesares dos dous burguezes. Fouché, como se ha visto, tinha posto em acção a sua máxima favorita : servia-se dos dous espiões em pro- veito de sua própria causa. Gorain, Gervais, Augereau, Jean e Nicolas sentaram- se á mesa. Brune acompanhara Fouché. Com o dinheiro na mão, fizeram promptamente ac- quisiçào dos dous cavallos que procuravam e mandaram pol-os immediatamente na berlinda. —Quem será o postilhão? perguntou B.une. —Eu, respondeu Fouché. Subiremos ambos á almo- fada. E' preciso .que examinemos o que se passa na estrada. Desta maneira estorvaremos mais facilmente os designios de nossos inimigos. Antes de partir exa- minai cuidadosamente o carro I Que nâo vanos ter ai- gum novo desastre. —Mas, observou Brune, a presença perpetua de Go- rain e Gervais impeüir-nos-ha de concordar no plano <jue devemos seguir. Não tendes maii daquelle tabaco que os adormeceu tào maravilhosamente na ultima noute ? —Náo.e ainda que tivesse nio me serviria delle ago- ra. Pára que essas r-pusas dêem bom resultado, é pie- ciso empregal-as uma vez de longa em longe. Por mais estúpidos qoe sejam Goràiii e Gervais, poderiam descon- Amor de sapateiro—N'uma folha estrangeira encontramos a seguinte carta que um honrado sapatei- ro, n'um assomo de paixão, escreveu á sua amada: «Anjo.—Se «viras» como a «torquez» do ciúme me aperta o coração, verias como o «trinchete» do. affecto coita o «lio» da minha duvida, que é tênue,corio o vi- dro com que aliso a «so'a» da obra de mulher.s Sou um artista rude, mas quando subi em «palmilhas», a escada, escutei a lua conversa com a visinha. Por-Év Crispirn I toquei o «pino» desesperaçâo. Quando se recebe de um amor puro uma indifferençi assim, «tomba-se-nos» o coração na «fôrma» do meu peito, e a alma fica esmagada nas «encospias» da an- gusti». Se n'aquella oceasião «prego» commi_»o da es- cada abaixo, estava tudo acabado. Nâo o fiz, porque assim como sou manso como um «bezsrro» quando me acarinham, fico mais duro que a «pedra» quando me maltrataram. E come não pude ainda calcular pela «craveira» do entendimento quantos «pontos» mede o teu affecto, de- sejo que me dós um desengano, porque esta incerteza me «massa» em demazia. Sinto não ter o «polimen- to» da elequeneia do «Bandarra» para ms tornar digno ds ti,mas tenho em paga disso uma loja «afreguezada», em que a obra da «venda» iguala a de «encommenda», e no meu «officio» não ha artista mais honrado.—Teu do coração.—Crispiniano. VARIEDADE O drama da casa vermelha fiar da verdade, revelal-a por conseqüência aquelles que os tem postado perto de nós e é preciso fazer suppôr a esses indivíduos que somoi parvos. Quanto a commu- nlcarmo-nos uns oom os outros sem Inspirar a menor desconfiança aos dous burguezes, nada mais simples e fácil; Um de nós guiará os cavallos e ás furtadellasca- da' um dos outros irá fazer-lhe companhia na almofa- da; Gorain e Gervais irão também por sua vez. Desta maneira poderemos suecessivamente fallir-nos sem tes- temunlias e conservando sósinho um dos dous espiões conseguiremos provavelmente fazei-os ainda tagarellar era nosso proveito. Comprehendeis? —Perfeitamente I —Foi sobre tudo com esta dupla intenção que aban- donei a posta para comprar cavallos. —A propósito, continuou o estudante depois de um momento de silencio, quem era aquelle correio que se dirigio a vós no pateo da posta de Arpajon? Os aconte- cimentos tôam-me impedido de vos pedii informações a tal respeito. —Esse correio, respondeu Fouché, foi-me dirigido pelo duque de Chartres. —Estaes em relações com o duque? —De maneira nenhuma. —Então como se explica o caso ? —Ledo I disse Fouchó apresentando a Brune a carta trazida pelo correio. 0 estudante tomou a missiva, abrio-a ligeiramente, e depois de a ter percorrido, ontregou-a a Fouché Ian- çando sobre este um olhar interrogador... Era evidente que nada comprehendera do que acabava de lôr. —Procurei muito tempo antes de comprehender, dis se Fouché sorrindo; mas creio ter achado a palavra do enigma. —E essa palavra qual é? —Dir-vol-a-hei logo que tenha terminado a historia que devo confiar-vos. Agora os cavallos estão no car- ro; almocemos rapidamente e partamos. Fouché o o sen, interlocutor estavam então no limiar da porta da estalagem ; entraram, e, em quanto Jean o Nicolas, iam vigiar o vehiculo, foram collocar-se junto de seus companheiros. 0 repasto destes estava terminado ; Augereau ajuda- va obzequiosamente os dous burguezes a virar a ultima garrafa. Goraiu e Gervais, com o estômago satisfeito, pare- ciam ter completamente esquecido os acontecimentos anteriores. —O ar da manhã deu me um excellente apetite, disse sorrindo o proprietário do advogado Danton. —Muito leremos que contar, coo.padre, quando vol- tarmos a nossas casas, heim ? disse Gervais com um sen- ti monto <le orgulho. —Ah 1 uma viagem é uma bella cousa, disse Auge- rean. —E' yerdadi. ajuntou Gervais; e entretanto eu não o acreditava. Temos visto bastantes cousas 1 —E vereis muitas outras, senhores I disse Fouché le- vantando-se da mesa. —Agora, disse Gervais, puchando a bolsa, ó preciso psgar; quanto toca a cada um ? —Senhores, disse Fouché dirigindo-se aos burguezes, comprehendeis que em uma viagem tâo longa como a que emprehendemos, é impossível fazer cada dia, a ca- da paragem, a cada comida, contas separadas. Visto que viajamos em commum... - Bem entendido. Interrompeu Gervais. —E' mais simples, continuou Fouché, que dois d'en- trenós sejam encarregados especialmente de fazer todas as despezas; depois da viagem terminada partilharemos Em Tallahassee, na Florida, uns amores sem esperau- ças motivaram um drama intimo que terminou por duas execuções. Os que no patibulo acabam de expiar uma grande paixão e um grande crime chamavam-se Carlos K. Smithson o Emma C.Moreno. Elle era natural de Savannah e ella de Tallahassee. Eis os factos, narra- dos, segundo as declarações feitas pelos criminosos e o depoimento das testemunhas. Em 1857, José Moreno, natural da Florida, e de anti- ga ascendência hespanhola, casou com uma orphã de dezesete annos, Emma Chatterton, filha de excellentes famílias da Geórgia, mas a quem a morte de seus pa- rentes havia deixado em tristes circumstancias. O marido tinha 50 annos e passava no paiz por lio- mem duro, brutal e excessivamente avaro. Estava á testa de uma plantação, distante alguns kilometros de Tallahassee: essa propriedade era conhecida pelo nome de «Red house»,.Cssa vermelha, por causa da côr da fachada. Emma era uma menina encantadora, rica de todos os dotes da natureza e de escolhida educação. Desposou Moreno com repugnância secreta, e para obedecer á ultima vontade de seu pae moribundo. Uma vez casado. Moreno, verdadeiro descendente de hespanhóes, manifestou-se ciumento no ultimo ponto, a de avàro tornou-se quasi pródigo; tratava de guardar o seu novo thesouro, e fazia-o como três Cer- beros. Bartholo, de ciumenta memória, passaria por uma creança ao lado de Moreno, a quem a esperteza de Ro- sina e as astuclas de Figaro não enganariam. Seme- Ihante procodimento afüigia a joven esposa, que nunca tivera maus pensamentos, e elle causou talvez a caias- trophe qne depois feriu três pessoas. Até 1860, Emma não deu motivo algum de queixa a seu marido. Em fins de 1860, Moreno teve necessidade de ir a Savannah e por ser muito ciumento levou com- sigo sua mulher. Comquanlo lhe custasse, Moreno viu-se obrigado a apresentar sua mulher em algumas salas, onde se reu- nia a mais escolhida sociedade. Emma encontrou em uma soirée Carlos B.Smithson, que tinha então 22 an- nos. Viram-se e enamoraram-se. A segunda vez que as suas vistas se encontraram, comprehenderam-se am- bos perfeitamente. Amavam-se. Era escusado pensarem em fallar-se, escrever-se ou encontrar-se. O Argus vigiava, e conheceu que Smi- thson lhe amava a esposa, quando viu que elle deixara a Geórgia, onde a existência lhe tinha sido cheia de en- cantos, para residir em Tallahassee, e que procurava por todos os meios encontral-o ou á sua mulher. E depois estudava o procedimento de Emma, Moreno até então tinha-se contentado com o dlzer-sa esposo de Emma; depois fez valer os seus direitos. Houve precisamente terríveis scenas domesticas, mais fáceis de imaginar do que descrever. O quinquagena- rio redrobou de vigilância. Fez cousas incríveis. Ape- zar do clima ardente do paiz, mandou cortar todas as arvores em roda da casa e espalhar uma camada de areia fina. Conhecia os signaes dos passos dos creados ao seu serviço. Era o ultimo a deitar-se e o primeiro que se levantava para examinar se alguém se tinha a- proximado de sua habitação. Não foram trabalhos baldados, porque durante cinco annos, desde 1861 até 1866, os dous amantes apenas se viram qualro vezes, e sempre em casas nas quaes Mo- reno era obrigado a levar sua mulher. , Comtudo Smi- thson declarou que tinha uma vei tocado na mão da sua amante, e que um dia, aproveitando-se de certa con- fusão, á sahida de uma sala, tinha podido chegar os la- bios ás costas de Emma. Em pleno tribunal disse ella com certo orgulho: « Esses dous momentos foram os mais felizes da minha vida; nunca pagarei tamanha felicidade.» Dando busca á casa de Smithson depois d'elle preso, encontrou-se urna espécie de museu de amor: uma flor cabida dos eabellos de E una, uma fita que ella tinha perdido expressamente, até migalhas de pão que ella tinha dentado, cousas pueris ou extravagantes, mas que constituíam a vida do mancebo. Um dia mostrava Smi- thson esses thesouros ao único amigo a quem fazia con- fidencias da sua paixão, um certo David, que depois devia ser terrível testemunha de aceusação no processo. Como o amigo lhe observasse que semelhante paixão era insensata como todas as paixões sem esperança, Smithson, olhando sinistramente para elle, disse-lhe : « Quem sabe? A gota do marido está prestes a chegar- lhe;ao coração.» Estas palavras deviam explicár-se d'ahi a algum tempo. Smithson_teve muitas vezes desejo de se livrar de Mo- reno atirando-Ihe um tiro de pistola, mas nunca poz o projecto em execução. Abreviemos. No mez de setembro ultimo, Moreno morreu e a sua morte causou suspeitas a muitas pes- soas. Procedeu-se a investigações. Chamaram-se me- igualmente entre nós a somma a reembolsar; parece- vos isto justo "..,: —Sem duvida, disse Gorain; mas... —E, interrompeu o oratoriano, peço-vos, senhorei, em nome de meus companheiros e no meu, de ser os caixas da nossa empresa. —Permitti... disse vivamente Gervais. —Nâo tínhamos em quem melhor depositar a nossa confiança, interrompeu ainda Fouché. —Certamente I ajuntou Brune advinhando a intenção do oratoriano. —Entretanto... começou Gorain. —Estes senhores sabem perfeitamente mandar, disse Augereau; acabamos de.ter a prova ; vô-su que estão a isso habituados. —Sim... eu não digo que... balbuclou Gorain, cujo amor próprio lisongeado combatia o desejo de declinar a honra que se fazia á sua bolsa. —Senhores, disse Fouché com voz grave, tenho por principio tributar a esperiencia que a idade todo o respeito que merece. vós podeis aceitar esla missão de confiança. Tudo o que fizerdes será bem feito. Ap- provamos desde as contas que nos apresentardes, e não examinaremos uma das cifras. —Sem duvida, disse Gervais fazenda uma ligeira ca- re'a, a confiança que nos testemunhaes ó grande e li- songeia-nos; ruas... ha talvez um impedimento... —Qual ? pergentou Fouché. —O dinheiro necessário... —Quasi que o não temos, ajuntou Gorain. *—Oh I disse Fouchó, a cousa nào ó difücil. Quando hontem fostois a minha casa, Unheis vossas bolsas bem recheadas, porque me propoz;steis generosamente um empréstimo que entendi dever recusar. —Isso ó verdade; mas entretanto... —Pois dois homens de vossa importância não sio os primeiros a vir... —E' ainda verdade, disse Gorain erguendo se. —E ainda mesmo que a nossa visgem fosse mais lon- ga e mais dispendiosa do que supponho seja, acharemos facilmente na primaira cidade com quem negociar as vossas asslgnaturas tâo justamente procuradas... —Eu creio, r.om effeilo, balbuciou Gorain, que... , —Sim, apressou-se a interromper Gervais, nossas as- signaturas são valiosas; mas entretanto... —Perdão, diss» Foucl é, é tempo que distribuamos os papeis que cada um deve ter na aventura em que nos lançamos. Ha três pontos distinetos a estabelecer: a força moral, isto ó a direcçào a dar ao todo: o lado ma- lerial, isto é, as emprezas arriscadas a supporlar, os obstáculos a vencor, os acontecimentos a combater, e talvez mesmo e muito principalmente os homens a der- rubar para chegar ao cabo ; finalmente, o lado vulgar da viagem, isto é, a incumbência das diversas despezas. E' claro, disse Augereau. Eu, Nicolas e Jean, in- cumbimo-nos dos obstáculos a vencer edosiulmigos a espatifar. —Eu, replicou Fouché, encarrego me do dirigir a em- preza e de leval-a a bom fim com a ajuda de M. Brune. Entretanto, offereço a MM. Gorain e Gervais a escolha do emprego que querem lomar. Os dous burguezes olharam-se piedosamente. Os ar- gumenios do oratoriano eram poderosos. Ambos deram um suspiro. —Eu creio, continuou Fouché, que estes senhores de- vem encarregar-se das despezas; fazendo isto. prestar- nos hâo um enorme serviço que jamais esqueceremos. —Está dito, ajuntou Brune. Nós nos encarregaremos da parte activa... —Dos golpes a dar 1 acereacentou Augereau. —O espirito claro destss senhores, continuou Fou- ché, evitará os erros em que poderia cahir a nossa Jiièx- pertencia. Quanto a mim, entrego-me inteiramente a elles. —E nós também, disseram Bruna e Augereau. —Visto que tudo está combinado continuemos a via- gem. Os dous burguezes não tinham podido dar uma pala- vra; olhavam-se entretanto não sabendo se deviam mostrar-se altivos da honrosa missão que lhes era con- fiada, ou descontentes do emprego quasi forçado que se fazia de seus escudos. Mas as demonstrações de Fouché, os encomios de Brune o Augereau, deram ganho decau- sa ao primeiro sentimento, e instillando se na banque- ta da berlinda, Gorain e Gervais lomaram um aspecto de personagens convictas da siia supremacia. —Estes moços são muito bellas pessoas, disse Gorain ao ouvido de Gervais. —Muito boas 1 muitol respondeu Gervais. Estou con- vencido quo nos reembolsarão das despezas sem a me- nor duvida. —Eu também. Além disso, tenho contas com Ber- nard, e, em todo caso, lançarei o dinheiro que adiantar em seu debito. —Isso ô muito natural, visto que é para sua filha. Nicolas, Jean e Augereau tomaram logar em frente dos dous burguezes, aos quaes fazia-se decididamente as honras da viagem. Brune e Fouché subiram á almo- fada. Fouché segurou as rédeas, fez estalar o chicote e os cavallos partiram. —Agora, disse o oratoriano depois que o carro pas- sou as ultimas casas da povoação, ó preciso saber se va- mos ser novamente seguidos. —Para que ponto nos encaminhamos? perguntou o estudante. —Para Dourdan. —Sim, porém rodearemos a cidade. Dirlgimo-nos para Orleans; agora passaremos por Chartres. —Não vejo nada atraz de nós, disse Brune depois de haver se voltado para examinar a estrada. Fouché, todo entregue ao governo dos cavallos imi- tou o movimento de slu companheiro.' -Também náo vejo nada, disse elle depois de um momento de minucioso exame. —Tanto melhorI disse Brune com alegria. -Tanto peior I replicou Fouchó. Nada temos fello ainda para descobrir aquelle que nos seguia- se não continuar a sua manobra, ô porque está certo de nos ai- cançar quando quizer. Desconfiemos de tudo Corre- mos sobre um caminho semeado de laços, e o'fim nor- que trabalhamos está ainda longe. Ah ( eu conheço os homens que tem interesse em Impedir a realisação de nossos projectos. Antes de chegar a Saint-Nazaire, an- tes de encontrar afilha de Bernard, podemos d ixar muitos cadáveres na estrada! tãolérb?9 ? disse Brune com e'Pan,°. » partida é logo -Credes que os duellos d'Arpajon foram uma gilan- teria? A esla hora, senão íôra o soecorro que o acaso nos enviou na pessoa do professor Augereau, um de nós estaria estendido no paleo da casa da posta n.«?,,V?íí8lant0 P8?" NicolM» nem Jean> n«m eu, mm Bernard temos inimigos pessoaes. -Sim; mas servindo a causa do tintureiro vós levan- tais obstáculos á realisação de projectos que deviam fa- zer a fortuna de homens poderosos. Não procureis com- prehendel-oj, meu caro Brune. Escutaa-me antes, e sa- ber eis tudo.' (Continua.)

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ANNO XIV

Subscreve-se no escriptorio dafypographia Imparcial, Rua daImperatriz n. 27, para a capital ai3S rs.por anno. o 6_ rs.por se-mastro, e para fora a 15. rs.poranne.

A assignatura podo começar emqualquer dia do anno, mas acabasempre om fim de Junho e üozom-ore. PAGAMENTO ADIANTADO

íSEXTA-FEIRA 7 DE JUNHO DE 1867 N. 3307

PUBLICAÇÕES.Annuncios 100'rs.jpw linha

Publicações litterarias 50 ri. >Ditas particulares 100 rs. >Noticias diversas 500 rs. •Folha avulsa custa 200 ri.

As correspondências e commn'nlcados serão dirigidas em cartafechada ao escriptorio da ledae-í

Mxzctox ha xzhatção c proprietária ho estabelecimento— K"-'>€ollaboracore0 hwtxzo»

llflfJilIIAssembléa provincial—Hontem depois de

lida e approvada a acta da antecedente; leu-se o pare-cer da commissão de instrucção publica apresentandoum projecto que cr.í uma 2'cadeira de primeiras let-trás para.o sexo masculino na cidade de Mogy das Cru-zes; foi julgado objecto de deliberação.

Em seguida leu-se lambem a redacção das posturasde Caragu atatuba ; foi á publicação.

Entrando-se na ordem do dia passou :Em 2a discussão o regulamento da praça do mercado

da capital, e posturas annexas.Em 1" dita as posturas da câmara municipal de S.Vi-

cente.A ordem do dia de hoje é a seguinte:3a discussão do código de posturas de S. João do Rio

Claro, parecer de 16 de Maio do corrente anno.. 3* dita do dito de Villa-Bella da Princeza, parecer de

16 de Maio do corrente anno.2* dita de 13 artigos de postura da câmara municipal

de Ilú, parecer de 21 de Maio do corrente anno.1* dita dos 4 artigos de posturas da câmara muniei-

pai de Porto Feliz, datados de 4 de Abril do correnteanno e parecer de 20 de Maio do mesmo.

Faculdade cie Direito—Hontem teve lugar acollação do grau de doutor do sr. bacharel DelphinoPinheiro de Ulbôa Cintra Júnior. Foi presidente do acloo exm. sr. conselheiro Bfoloro:—padrinho do doutorando o sr. dr. Juslino de Andrade.

Depois de um breve e elegante discurso do doutoran-do teve lugar o juramento e ceremonia dos abraços, en-cerrando a solemnidade um discurso do padrinho o sr.dr. Justino de Andrade, que em plirase correcta e judi-ciosa mostrou a importância do grau que acabava deser conferido.

E de crer que esta festividade leve aquella cidademuitas pessoas de fora do município.

Informam-nos que o produeto das esmolas recolhidaspela folia; fez o sr. Nlcoláo Vergueiro distribuir pelospresos pobres da cadéa e hospital de caridade daquellacidado.

Correio—Hoje ás 5 horas da tarde fecha-se a ma-Ia do correio da marinha e respectiva linha.

Abuso—Hontem ás 11 horas e meia da manhãamansava-se no largo de Palácio uma parelha de bes-tas chucraside uma das cocheiras desta cidade.

Até quando abusaráõ da nossa paciência?!... Hfcj.

Espirito Santo—No domingo 9 do corrente lude ter lugar, em Santos, a festa do Espirito Santo. E'festeiro o sr. Nicoláo Vergueiro.

Consta-nos que eita solemnidade tem de ser celebra-da com a maior pempa, não havendo o digno festeiropoupado-se a qualquer despiza.

Além da festa de igreja, império, etc, dizem-nos queserá queimado um excellente fogo de artificio, prepa-rado no Rio de Janeiro, e que custou a somma de cincocontos de réis.

Outro abuso—Constantemente ss vô nesla cida-de ás portas, da3 casas de commercio.cocheiras e outras,aggloineração de caixões, fardos e mais objectos queembaraçam o transito. Chamamos a attençâo dos fiscaespara a remoto deste inconveniente.,

FOLHITIMO PALÁCIO DE NIORRES

o)oi 6. Ca-penda

QUARTA PARTECAMINHO DE SA1NT-NAZAIRE

8ss. Ò _ [Continuação do n. 3,306)XII—Os caixas

Era perto de onze horas da manhã quando a berlindachegou a Boutervilliers, logar onde devia deixar-se osCavallos da posta.

Os, viajantes morriam de fome. Principalmento osburguezes, Augereau, Nicolas e jean declararam queestavam prpmptosa devorar-se mutuamente se nâo en-contrassem alimeiitos mais convenientes-;

A berlinda parou diante de uma estalagem.—Almoçai I disse Fouché a seus companheiros; em

quanto isso eu comprarei os cavallos que são necessa-rios.

A estas ultimas palavras Gorain e Gervais, que iamna frente e tinham entrado já na estalagem, deram aomesmo tempo um suspiro e lançaram mutuamente umciliar oheio de desolação.

—Cavallos I murmurou Gorain ao ouvido de Gervais.Isso custa muito caro, heim?

—Os olhos da cara I respondeu Gervais..—Para que diabo offereeestes a nossa bolsa a M. Fou-

ché?—Ah I E' o meio de recusar-lh'a I Ter-nos-hla aban-

donado se assim não fizesse.—E' verdade 1 Abi o emprego da municipalidade

custa caro I—M. Fouché assegurou que na outra posta venderia

os cavallos com pouco prejuízo.— Deus o queira, Gervais.Uma mesa preparada no meio da estalagem veio tra

zer uma feliz digressão aos pesares dos dous burguezes.Fouché, como se ha visto, tinha posto em acção a sua

máxima favorita : servia-se dos dous espiões em pro-veito de sua própria causa.

Gorain, Gervais, Augereau, Jean e Nicolas sentaram-se á mesa. Brune acompanhara Fouché.

Com o dinheiro na mão, fizeram promptamente ac-quisiçào dos dous cavallos que procuravam e mandarampol-os immediatamente na berlinda.

—Quem será o postilhão? perguntou B.une.—Eu, respondeu Fouché. Subiremos ambos á almo-

fada. E' preciso .que examinemos o que se passa naestrada. Desta maneira estorvaremos mais facilmenteos designios de nossos inimigos. Antes de partir exa-minai cuidadosamente o carro I Que nâo vanos ter ai-gum novo desastre.

—Mas, observou Brune, a presença perpetua de Go-rain e Gervais impeüir-nos-ha de concordar no plano<jue devemos seguir. Não tendes maii daquelle tabacoque os adormeceu tào maravilhosamente na ultimanoute ?

—Náo.e ainda que tivesse nio me serviria delle ago-ra. Pára que essas r-pusas dêem bom resultado, é pie-ciso empregal-as uma vez de longa em longe. Por maisestúpidos qoe sejam Goràiii e Gervais, poderiam descon-

Amor de sapateiro—N'uma folha estrangeiraencontramos a seguinte carta que um honrado sapatei-ro, n'um assomo de paixão, escreveu á sua amada:

«Anjo.—Se «viras» como a «torquez» do ciúme meaperta o coração, verias como o «trinchete» do. affectocoita o «lio» da minha duvida, que é tênue,corio o vi-dro com que aliso a «so'a» da obra de mulher.s Souum artista rude, mas quando subi em «palmilhas», aescada, escutei a lua conversa com a visinha. Por-ÉvCrispirn I toquei o «pino» d» desesperaçâo.

Quando se recebe de um amor puro uma indifferençiassim, «tomba-se-nos» o coração na «fôrma» do meupeito, e a alma fica esmagada nas «encospias» da an-gusti». Se n'aquella oceasião «prego» commi_»o da es-cada abaixo, estava tudo acabado. Nâo o fiz, porqueassim como sou manso como um «bezsrro» quando meacarinham, fico mais duro que a «pedra» quando memaltrataram.

E come não pude ainda calcular pela «craveira» doentendimento quantos «pontos» mede o teu affecto, de-sejo que me dós um desengano, porque esta incertezajá me «massa» em demazia. Sinto não ter o «polimen-to» da elequeneia do «Bandarra» para ms tornar dignods ti,mas tenho em paga disso uma loja «afreguezada»,em que a obra da «venda» iguala a de «encommenda»,e no meu «officio» não ha artista mais honrado.—Teudo coração.—Crispiniano.

VARIEDADEO drama da casa vermelha

fiar da verdade, revelal-a por conseqüência aquellesque os tem postado perto de nós e é preciso fazer suppôra esses indivíduos que somoi parvos. Quanto a commu-nlcarmo-nos uns oom os outros sem Inspirar a menordesconfiança aos dous burguezes, nada mais simples efácil; Um de nós guiará os cavallos e ás furtadellasca-da' um dos outros irá fazer-lhe companhia na almofa-da; Gorain e Gervais irão também por sua vez. Destamaneira poderemos suecessivamente fallir-nos sem tes-temunlias e conservando sósinho um dos dous espiõesconseguiremos provavelmente fazei-os ainda tagarellarera nosso proveito. Comprehendeis?

—Perfeitamente I—Foi sobre tudo com esta dupla intenção que aban-

donei a posta para comprar cavallos.—A propósito, continuou o estudante depois de um

momento de silencio, quem era aquelle correio que sedirigio a vós no pateo da posta de Arpajon? Os aconte-cimentos tôam-me impedido de vos pedii informaçõesa tal respeito.

—Esse correio, respondeu Fouché, foi-me dirigidopelo duque de Chartres.

—Estaes em relações com o duque?—De maneira nenhuma.—Então como se explica o caso ?—Ledo I disse Fouchó apresentando a Brune a carta

trazida pelo correio.0 estudante tomou a missiva, abrio-a ligeiramente, e

depois de a ter percorrido, ontregou-a a Fouché Ian-çando sobre este um olhar interrogador... Era evidenteque nada comprehendera do que acabava de lôr.

—Procurei muito tempo antes de comprehender, disse Fouché sorrindo; mas creio ter achado a palavra doenigma.

—E essa palavra qual é?—Dir-vol-a-hei logo que tenha terminado a historia

que devo confiar-vos. Agora os cavallos estão no car-ro; almocemos rapidamente e partamos.

Fouché o o sen, interlocutor estavam então no limiarda porta da estalagem ; entraram, e, em quanto Jean oNicolas, iam vigiar o vehiculo, foram collocar-se juntode seus companheiros.

0 repasto destes estava terminado ; Augereau ajuda-va obzequiosamente os dous burguezes a virar a ultimagarrafa.

Goraiu e Gervais, com o estômago satisfeito, pare-ciam ter completamente esquecido os acontecimentosanteriores.

—O ar da manhã deu me um excellente apetite, dissesorrindo o proprietário do advogado Danton.

—Muito leremos que contar, coo.padre, quando vol-tarmos a nossas casas, heim ? disse Gervais com um sen-ti monto <le orgulho.

—Ah 1 uma viagem é uma bella cousa, disse Auge-rean.

—E' yerdadi. ajuntou Gervais; e entretanto eu nãoo acreditava. Temos visto já bastantes cousas 1—E vereis muitas outras, senhores I disse Fouché le-vantando-se da mesa.

—Agora, disse Gervais, puchando a bolsa, ó precisopsgar; quanto toca a cada um ?

—Senhores, disse Fouché dirigindo-se aos burguezes,comprehendeis que em uma viagem tâo longa como aque emprehendemos, é impossível fazer cada dia, a ca-da paragem, a cada comida, contas separadas. Vistoque viajamos em commum...

- Bem entendido. Interrompeu Gervais.—E' mais simples, continuou Fouché, que dois d'en-

trenós sejam encarregados especialmente de fazer todasas despezas; depois da viagem terminada partilharemos

Em Tallahassee, na Florida, uns amores sem esperau-ças motivaram um drama intimo que terminou por duasexecuções. Os que no patibulo acabam de expiar umagrande paixão e um grande crime chamavam-se CarlosK. Smithson o Emma C.Moreno. Elle era natural deSavannah e ella de Tallahassee. Eis os factos, narra-dos, segundo as declarações feitas pelos criminosos e odepoimento das testemunhas.

Em 1857, José Moreno, natural da Florida, e de anti-ga ascendência hespanhola, casou com uma orphã dedezesete annos, Emma Chatterton, filha de excellentesfamílias da Geórgia, mas a quem a morte de seus pa-rentes havia deixado em tristes circumstancias.

O marido tinha 50 annos e passava no paiz por lio-mem duro, brutal e excessivamente avaro. Estava átesta de uma plantação, distante alguns kilometros deTallahassee: essa propriedade era conhecida pelo nomede «Red house»,.Cssa vermelha, por causa da côr dafachada.

Emma era uma menina encantadora, rica de todos osdotes da natureza e de escolhida educação. DesposouMoreno com repugnância secreta, e só para obedecer áultima vontade de seu pae moribundo.

Uma vez casado. Moreno, verdadeiro descendente dehespanhóes, manifestou-se ciumento no ultimo ponto,a de avàro tornou-se quasi pródigo; só tratava deguardar o seu novo thesouro, e fazia-o como três Cer-beros.

Bartholo, de ciumenta memória, passaria por umacreança ao lado de Moreno, a quem a esperteza de Ro-sina e as astuclas de Figaro não enganariam. Seme-Ihante procodimento afüigia a joven esposa, que nuncativera maus pensamentos, e elle causou talvez a caias-trophe qne depois feriu três pessoas.

Até 1860, Emma não deu motivo algum de queixa aseu marido. Em fins de 1860, Moreno teve necessidadede ir a Savannah e por ser muito ciumento levou com-sigo sua mulher.

Comquanlo lhe custasse, Moreno viu-se obrigado aapresentar sua mulher em algumas salas, onde se reu-nia a mais escolhida sociedade. Emma encontrou emuma soirée Carlos B.Smithson, que tinha então 22 an-nos. Viram-se e enamoraram-se. A segunda vez queas suas vistas se encontraram, comprehenderam-se am-bos perfeitamente. Amavam-se.

Era escusado pensarem em fallar-se, escrever-se ouencontrar-se. O Argus vigiava, e conheceu que Smi-thson lhe amava a esposa, quando viu que elle deixaraa Geórgia, onde a existência lhe tinha sido cheia de en-cantos, para residir em Tallahassee, e que procuravapor todos os meios encontral-o ou á sua mulher. Edepois estudava o procedimento de Emma,

Moreno até então tinha-se contentado com o dlzer-saesposo de Emma; depois fez valer os seus direitos.Houve precisamente terríveis scenas domesticas, maisfáceis de imaginar do que descrever. O quinquagena-rio redrobou de vigilância. Fez cousas incríveis. Ape-zar do clima ardente do paiz, mandou cortar todas asarvores em roda da casa e espalhar uma camada deareia fina. Conhecia os signaes dos passos dos creadosao seu serviço. Era o ultimo a deitar-se e o primeiroque se levantava para examinar se alguém se tinha a-proximado de sua habitação.

Não foram trabalhos baldados, porque durante cincoannos, desde 1861 até 1866, os dous amantes apenas seviram qualro vezes, e sempre em casas nas quaes Mo-reno era obrigado a levar sua mulher. , Comtudo Smi-thson declarou que tinha uma vei tocado na mão da suaamante, e que um dia, aproveitando-se de certa con-fusão, á sahida de uma sala, tinha podido chegar os la-bios ás costas de Emma. Em pleno tribunal disse ellacom certo orgulho: « Esses dous momentos foram osmais felizes da minha vida; nunca pagarei tamanhafelicidade.»

Dando busca á casa de Smithson depois d'elle preso,encontrou-se urna espécie de museu de amor: uma florcabida dos eabellos de E una, uma fita que ella tinhaperdido expressamente, até migalhas de pão que ellatinha dentado, cousas pueris ou extravagantes, mas queconstituíam a vida do mancebo. Um dia mostrava Smi-thson esses thesouros ao único amigo a quem fazia con-fidencias da sua paixão, um certo David, que depoisdevia ser terrível testemunha de aceusação no processo.Como o amigo lhe observasse que semelhante paixãoera insensata como todas as paixões sem esperança,Smithson, olhando sinistramente para elle, disse-lhe :« Quem sabe? A gota do marido está prestes a chegar-lhe;ao coração.»

Estas palavras deviam explicár-se d'ahi a algumtempo.

Smithson_teve muitas vezes desejo de se livrar de Mo-reno atirando-Ihe um tiro de pistola, mas nunca poz oprojecto em execução.

Abreviemos. No mez de setembro ultimo, Morenomorreu e a sua morte causou suspeitas a muitas pes-soas. Procedeu-se a investigações. Chamaram-se me-

igualmente entre nós a somma a reembolsar; parece-vos isto justo ..,:

—Sem duvida, disse Gorain; mas...—E, interrompeu o oratoriano, peço-vos, senhorei,

em nome de meus companheiros e no meu, de ser oscaixas da nossa empresa.

—Permitti... disse vivamente Gervais.—Nâo tínhamos em quem melhor depositar a nossa

confiança, interrompeu ainda Fouché.—Certamente I ajuntou Brune advinhando a intenção

do oratoriano.—Entretanto... começou Gorain.—Estes senhores sabem perfeitamente mandar, disse

Augereau; acabamos de.ter a prova ; vô-su que estão aisso habituados.

—Sim... eu não digo que... balbuclou Gorain, cujoamor próprio lisongeado combatia o desejo de declinara honra que se fazia á sua bolsa.

—Senhores, disse Fouché com voz grave, tenho porprincipio tributar a esperiencia que dá a idade todo orespeito que merece. Só vós podeis aceitar esla missãode confiança. Tudo o que fizerdes será bem feito. Ap-provamos desde já as contas que nos apresentardes, enão examinaremos uma só das cifras.

—Sem duvida, disse Gervais fazenda uma ligeira ca-re'a, a confiança que nos testemunhaes ó grande e li-songeia-nos; ruas... ha talvez um impedimento...

—Qual ? pergentou Fouché.—O dinheiro necessário...—Quasi que o não temos, ajuntou Gorain.*—Oh I disse Fouchó, a cousa nào ó difücil. Quando

hontem fostois a minha casa, Unheis vossas bolsas bemrecheadas, porque me propoz;steis generosamente umempréstimo que entendi dever recusar.

—Isso ó verdade; mas entretanto...—Pois dois homens de vossa importância não sio os

primeiros a vir...—E' ainda verdade, disse Gorain erguendo se.—E ainda mesmo que a nossa visgem fosse mais lon-

ga e mais dispendiosa do que supponho seja, acharemosfacilmente na primaira cidade com quem negociar asvossas asslgnaturas tâo justamente procuradas...—Eu creio, r.om effeilo, balbuciou Gorain, que...

, —Sim, apressou-se a interromper Gervais, nossas as-signaturas são valiosas; mas entretanto...

—Perdão, diss» Foucl é, é tempo que distribuamos ospapeis que cada um deve ter na aventura em que noslançamos. Ha três pontos distinetos a estabelecer: aforça moral, isto ó a direcçào a dar ao todo: o lado ma-lerial, isto é, as emprezas arriscadas a supporlar, osobstáculos a vencor, os acontecimentos a combater, etalvez mesmo e muito principalmente os homens a der-rubar para chegar ao cabo ; finalmente, o lado vulgarda viagem, isto é, a incumbência das diversas despezas.— E' claro, disse Augereau. Eu, Nicolas e Jean, in-cumbimo-nos dos obstáculos a vencer edosiulmigos aespatifar.

—Eu, replicou Fouché, encarrego me do dirigir a em-preza e de leval-a a bom fim com a ajuda de M. Brune.Entretanto, offereço a MM. Gorain e Gervais a escolhado emprego que querem lomar.

Os dous burguezes olharam-se piedosamente. Os ar-gumenios do oratoriano eram poderosos. Ambos deramum suspiro.

—Eu creio, continuou Fouché, que estes senhores de-vem encarregar-se das despezas; fazendo isto. prestar-nos hâo um enorme serviço que jamais esqueceremos.—Está dito, ajuntou Brune. Nós nos encarregaremosda parte activa...

—Dos golpes a dar 1 acereacentou Augereau.

—O espirito claro destss senhores, continuou Fou-ché, evitará os erros em que poderia cahir a nossa Jiièx-pertencia. Quanto a mim, entrego-me inteiramente aelles.

—E nós também, disseram Bruna e Augereau.—Visto que tudo está combinado continuemos a via-gem.

Os dous burguezes não tinham podido dar uma pala-vra; olhavam-se entretanto não sabendo se deviammostrar-se altivos da honrosa missão que lhes era con-fiada, ou descontentes do emprego quasi forçado que sefazia de seus escudos. Mas as demonstrações de Fouché,os encomios de Brune o Augereau, deram ganho decau-sa ao primeiro sentimento, e instillando se na banque-ta da berlinda, Gorain e Gervais lomaram um aspectode personagens convictas da siia supremacia.—Estes moços são muito bellas pessoas, disse Gorainao ouvido de Gervais.

—Muito boas 1 muitol respondeu Gervais. Estou con-vencido quo nos reembolsarão das despezas sem a me-nor duvida.—Eu também. Além disso, tenho contas com Ber-nard, e, em todo caso, lançarei o dinheiro que adiantar

em seu debito.—Isso ô muito natural, visto que é para sua filha.Nicolas, Jean e Augereau tomaram logar em frente dosdous burguezes, aos quaes fazia-se decididamente ashonras da viagem. Brune e Fouché subiram á almo-fada.Fouché segurou as rédeas, fez estalar o chicote e oscavallos partiram.—Agora, disse o oratoriano depois que o carro pas-sou as ultimas casas da povoação, ó preciso saber se va-mos ser novamente seguidos.—Para que ponto nos encaminhamos? perguntou oestudante.—Para Dourdan.—Sim, porém rodearemos a cidade. Dirlgimo-nos

para Orleans; agora passaremos por Chartres.—Não vejo nada atraz de nós, disse Brune depois dehaver se voltado para examinar a estrada.Fouché, todo entregue ao governo dos cavallos imi-tou o movimento de slu companheiro. '-Também náo vejo nada, disse elle depois de ummomento de minucioso exame.—Tanto melhorI disse Brune com alegria.-Tanto peior I replicou Fouchó. Nada temos felloainda para descobrir aquelle que nos seguia- se nãocontinuar a sua manobra, ô porque está certo de nos ai-cançar quando quizer. Desconfiemos de tudo Corre-mos sobre um caminho semeado de laços, e o'fim nor-

que trabalhamos está ainda longe. Ah ( eu conheço oshomens que tem interesse em Impedir a realisação denossos projectos. Antes de chegar a Saint-Nazaire, an-tes de encontrar afilha de Bernard, podemos d ixarmuitos cadáveres na estrada!

tãolérb?9 ? disse Brune com e'Pan,°. » partida é logo

-Credes que os duellos d'Arpajon foram uma gilan-teria? A esla hora, senão íôra o soecorro que o acasonos enviou na pessoa do professor Augereau, um de nósestaria estendido no paleo da casa da postan.«?,,V?íí8lant0 P8?" NicolM» nem Jean> n«m eu, mmBernard temos inimigos pessoaes.-Sim; mas servindo a causa do tintureiro vós levan-tais obstáculos á realisação de projectos que deviam fa-zer a fortuna de homens poderosos. Não procureis com-prehendel-oj, meu caro Brune. Escutaa-me antes, e sa-ber eis tudo. '

(Continua.)

Page 2: llflfJilII VARIEDADEmemoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1867_03307.pdfpara a remoto deste inconveniente., FOLHITIM O PALÁCIO DE NIORRES o)oi 6. Ca-penda QUARTA PARTE CAMINHO DE SA1NT-NAZAIRE

B_jHiawfeA.--.-- -:-.^T~

CORREIO PAULISTANO

dicos que, fazendo a autopsa ao cadáver, declararamque Moreno haVia succumbido á propinação prolongadad? duas substancias venenosas. As suspeitas cahiramlogo sobre um preto velho, que era, havia muitos annos creado de confiança do fallecido; quando quize-ram prendel-o, tinha elle desipparecido, e nunca maisse soube onde parará. ..•_'-

Foi presa a viuva. Logo que teva esta noticia, Smi-thson desorientado, denunciou-se autor do crime;narrou como havia seduzido o preto para que elle en-venenasse o patrão, e provou quanto disse. Emrai,pela sua parte, provou lambem que tinha envenenadoo seu marido. Os dous amantes haviam tido o mesmo

pensamento criminoso sem nunca o communicarem umao oulro; onde a jostiça procurava ua réo encontroudous. Cada um dos amantes fazia esforços para que senào duvidasse do seu crime; Emma queria salvar Suil-thson, s esle ambicionava ser ells só a expiar o crime.

O processo julgou-se em janeiro, depoii de longaprisão preventiva, e poucas vezes as sessões do tribunalexcitaram igaal interesse. A acr.usada em toda a forçada belleza, sem negar nunca os f, dos qoe lhe attribuiãosupplicava com a vista a Smithson que lhe deixassetomar í si todo o crime.

O mancebo, pallido, abatido, e definhado pelos annosde desejos que o tinham consumido e pelos loffriouenioique o atormentavam, foi implacável. Tentou provaraos jurado, que era impossível que a esposa de Morenohouvesse commettido o crime; teve a coragem de lhechamar douda, e desacreditou-se para que o jury o julgaste om infame. .

O resultado do processo nio era duvidoso. O crimeestava provado, e assim o decidiram os jurados; o ma-listrado applicou a lei e lavrou a sentença pela qu.lEmma Moreno e B. Smithson foram condemnados ámorte, devendo ser enforcados n» cerea da prisão deTallahassee, no primeiro de março. Depois da leitorada sentença, a condemnada exclamou: «Queria mor-ror só, mas ao menos morreremos juntos.»

Ella declarou depois na prisão qoe se suicidaria sepor acaso Smithson fosse condemnado e ella não. Oamante fez declaração igual.

Apesar da gravidade do crime, os dois criminosos ti-nham inspirado grandes sympathlas a um requerimentocom muitas assignatum. a maior parle d'ellai de se-nhoras, foi apreienlado ao governador da Florida, pe-dindo indulgência para os condamuados. Por desgraçaa lei daquelle paiz não permitia commutaçõ»sde pena.O governador oo hade perdoar ou deixar que a justiçasiga o seu corso: o governador da Florida tomou esteultimo partido.

No dia da execução, o povo ctrcava a cadéa de Tal-lahassee« enchia as ruas próximas. Os telhados das ca-sas visinhas estavam cobertos de gente.

Na cerca da prisão viam-se apenas o «scherif» e seusajudantes, ofüciaes de justiça para isso nomeados, o«coronario» a jornalistas. A forca estava a um canto.

Depois de serem condamnidos, Smithson e sua aman-te manifeitaram a maior tranquillldade e a mais complíta rtsignação. Sollicitaram o favor da se encontraramdianta de testemunhas, e isso foi-lhes recusado.

Na véspera da execução, Smithson recebiu a visitade sãos pais; disse-lhes que só lhe doía nào ter podidosalvar a sua amante; psdio ao pai, antigo coronel doexercito confederado, qoe lha perdoasse a dor qua lhe,causava. Impresslonou-oextraordinariamsnt» sua irmí,menina de dizoito annos e de rara belleza. «Não case3com homem que lu não ames mnito», disse-lhe elle.

Emma não foi visitada por ninguém. Felieitava-sepor ir morrer, e ao «scherif» declarou em êxtase quetinha a certeza de encontrar em outro mundo o homemque ella adorava.

Smiths.n foi o primeiro executado. Não pronunciouuma palavra e pareceu nio soffr.r a agonia. Quando omedico verificou que o coraçlo tinha cassado de bater,collocou-se o corpo em nm caixão qus foi reroellidoaosparentes do suppliciado. A coramoçio dos assistenteschegou ao cumulo quando apparecau Emma Chalterton.Estava vestida de negro ; a pallidez das faces contrasta-va com o brilho dos olhos: era uma figura admirável.

Qaando ella vio a forca, as faces corarain-se-lhe. Ca-minhou lenta mas firmemente para o patlhulo.'

Antes de fazer signal ao executor para pôr termo áexistência daquella formosa e infaliz mulher, o «sche-rif» Norton perguntou i paciente se ella linha algumacousa a dizer. «Vou encontral-o I» reipondea a desgra-_ada com voz firme.

No mesmo instante, abaixaram om capuz sobre oiolhos da paciente, e um instante depois o seu corpobalanceava-se no espaço.

Emma Chatterton tinha vinte e sete annos, e Smllh-son vinte • nove. Estes dois amantes infelizes, depoisde seis annos de um amor constante e sempre contra-riado, depois de terem commettido e expiado um gran-"de crime, reuniram-se no túmulo.

„ PEB1D0ILx-chronica do Diário

Leitores, meus amigos.As coisas da Paulicé*. correm em calmaria podre, por

isso nào achareis a minha chroniea de hoje digna devós.

Depois que ne3ta cidade o nome de Lourenço da Sll-va rebentou, corao a raetralha, ninguém mais se atrevea apparecer ao meio-dia, equem lem seu rabo de palhatrata de raolhal-o e de desaersditar-me. O alvoroço,pois, que se nota é a prova mais completa da «anaruhiamoral», de que nos falia a «Tribuna Liberal». Depoisque eu tirei, como Neptuno, a cibeça fora d'agua, epronunciei o nome «quos ego», o leitor vio que se le-vantou um barulho, como si ei fosse um gato, qu« en-trasse n'alguma dispensa de ahbade, e pozesse em alar-ma os pobres filhos da montanha.

Lourenço da Silva, dizem os Tribunos, é abutre fa-minto de reputações alheias, é tigre rahido qus seestrebuxa de inveja ante os «Leões bonitos» da cidade)Jã viram tanta petulância?

Não ma deffendo, porque tanla accusaçào á eimollademasiada para o pobre; mai fatiemos do tal sr. Fingal, de<se Chicot moderno, qoe lambem me quer darsua umbgada.

Toma esse descarado maicara o costume chronico deandar gemendo nai solidõ-ís; mas em verdade o amigoé um perfeito taful, que alé gosta da se divertir com os¦velhos pagod stas de que nos faz mansão. Diz o amigoque eu penetro no sanctuarlo das famílias; mas, dizei-me, leitores, si algum dia eu, o velho celibatario, meintrometti nessas cousas, e si o ta! sr. Pingai allude iminha revista sobre os negócios dt Santos, queira pardoar-me, pois que era-me impossível paniar qua a il-lustre caravana, qua seguio a companhia Keller anda-Ta em nsgocins familiares.

Grita o sr. Pingai contra os anonymoi,e elle meimoé o mais completo anonymo I Sua mascara «adula» aostolos como é exacto, que as versallndas dos poetassoi• açoitiram o próximo» iu plaléi de Santos.

Emfim, leitores, permilti qae ea encare um trechosomente do sr.Fingal: «Mira o grande corpo aeademt-

« co... Jà não ha respeito entra coll gas: tudo íe de-. vassa, talo se espesin' a !>

Não sou estudante, leitores, portanto nào ne cabs acarapuça; mas si o fosie, perguntaria: será espirito d»classe lambem apadrinhar-se as façanhas de qualquerD. Qoixst» dela Mancha, e se approva. «la jeunesse re-veuse» de cavalheiros andantei, que basta verem uraIçi vestido de saia para conceberem escandalosamenteem lonhos doiradoi a donz-lla de Toboso ? A' esses*que eu dizia: «deixai que sacudam o pó di suas sandaliai, qua ia banhem na fonte chrystaliiu, que acabru-ntura o corpo com o cilicio, e entào a sociedade, Sioipramliericordiosa, lhes abrirá oi bra.os,» porque, leitores,•ó com peniUnciu publicas, ió com o jejum í que poderio ser absolvidos os públicos escanJaioi, como osqua vimos ha pouco em noisoi th .atros, por ter a f<la-lidada reunido alli o furor produclivo dos poelas com abellesa adolescente de uma artista I

E. osr. Fingal, qus tào desembaraçadamente cavalga o Rocinante, quem enche a bocea com o—sane-tuario das familia»! Ahi Tartufos ds nora especis I

E' a mesma «Tribuna Liberal» que lào lascivamentedescreve a soa alma como um arome _ de saudada eda martyrio, que já bebeu a morte (moral, porque phy-licanào"o crémoi) nos lábios de uma senhora B*.(decerto alguma Benedicta) i «lia que vive lio deigraçad.menU, qua até a lua já lhe assombra com» umphantasma, « « ujo peito (1!) íe lembra» de jà ter ou-rido o soluçar plangente cora que a sua «velha» lhediisa a delirar—«sou tua»— é essa Tribuna, leitorsi,que quer repreientar o papel de moralista, e comigo ohomem maii uorigerado do mundo, jogar as cristas I

Daixarei lambem d» griphar uni «velhos decrépitosqae sahio», (talvez por engano) • si nào aponto ao pu-blico essa plhisico plural, è porque tenho medo de vero heróa dai brumas de Norte ser lançado dsntro da «s-chola do meu estimavel amigo Pereira Jorg«, amirradocora as ralos para traz, no cachenet do di/çno professor.

Não quero mesmo fallar em outras couslnhas porquenão desejo metter a mão em ceira alheia; longe de miracollisòes cora o sr. Zwingli, que indubitavelmente lhelia de dar uma tunda no fim do anno, como a que medeu no anno pissado por eu viver também peralteandocom a vida do próximo. O- senhores meltarn-se á pinta-legretes, que hão-de vér para qu?nto presla aquella ja-raráca da solidão.

E' melhor o sr. Fingal f«z*r como o sr. Marlim Luthero, (ou Martim pescidor; cousa que o valha) essemonge turbulento, qua arripiou carreira, e não deu ca-vaco comigo, pois que se meoecupo com o senhor épor que pensei que depois da minha apreciada, chronieao senhor e a sua panslla tomas.am caminho. Comigoninguém brinque; todos qua se mettetn a engraç.dos sa-hem-se mal.

Deixamos pois este impudico anonymo, * laiamos achroniea da assembléa.

O espirito do chronista é dicedidamente allemão, oude garrafa vasia. Nem sa chame aquillo de «chroniea,»pareça que foi inventada só para servir de appendice aum certo magano, mas nào creiara por isso que hão-defazer p.hincha. Osr. dr. Francisco Aurélio, a o srpadre Valladão foram os alvos de semelhante divplan-te.

E' preciso ser muito creança para uffender tão dislata-mente aquelles que servem a provincia; e á vista dosqsaes o tal chronista não passa da um insignificante in-seato. Ambos esses senhores sào respeitáveis por mui-tos titulos, e principalmente o ultimo que além da teruma posição civil digna de acatamento, á um sacerdoteamigo do povo, e zelador de seus direitos nos dias ca-laraitosos da actualidade. Quem é essa chronisla parametter sua colher ds pão na assembléa?

Ora vi vender phosphoros. ou tocar algum realejopara dansa de macacos, sr. folliculario Truáo. E' olü-cio leve, e pode muito bem distrahil o de suas angustiasanachreonticas,

Da «Tribuna Liberal» passemos á outro gsnero dedivertimento ; jfalleraos um pouco sobre ,as brigas ,degallos.

Um dia destes, leitores, ia eu passando pela rua daCruz Preta, e vi um grande movimento da povo ; tâoanimada era a popul .ça, que logo indaguei qual o mo-tivo daquelle turbilhão da massas, responderam-me :são os jogos, sr.Lourenço, da briga de gallosl A. ouvirtaes palavras, minha alma sa engrossou de enthusiasmoe logo me imaginei ura patrício Romano entraaconcur-rencia do amphitheatro, ou quando nada ura cortezãode Philipe n ao entrar paraos curros de Sevilha.Entreicora a multidão ; tomei assento. O espaço me pareciapequeno, mas dizia cá cora meus botões;—o paiz e mui-lo novo, nào é possível esperar-se cousa melhor; a iraa-ginaçào suppria a> faltas; mas qual não foi, leitores,a minha grande sorpreza quando em vez de entrarempara a arena dos gladiadores dous gallos da conquistade J. Casar, vejo se apresentarem dous gallos de torrei-ro I Fiquei indignado, e agora creio que a humanidaderetrograda mesmo: outr'oraerara os nobres e valorososascendentes do sr. Marraotan, e Tyssier que mediam-separa divertir os Romanas, hoje sáo os pães dos pintosque celebram os clrcences na terra da Amador Bueno.

Quiz vôr até que ponto ia o cynismo de tal gente, efiquei no meu primeiro encosto.

Obatuira (gallo), e o corcunda batiam-se como he-róí«, era uma luta igual á dos Hôracios e Cunaclos. 5priscos no corcunda gritava um certo sujeito, m<u visi-nho, magro, e barbailo; pois vou 10 no «balmra» bra-da outro que tiniu um certo ar de sapateiro, o ainplu-triào da fogaça, possesso d« enthusiasmo. Afinal jã aspobres aves linliam se ensopado em sangue, dilaceradasas chnstas e já mortas de cansaço,quando o «corcunda»se reanima, dá uma esbarrada e ferra as esporas noolho do «batulra.» Este lambra-sa de Annibal ; retém-pera-se no odor do sangue, enfurece-se, faz um esfor-ço cruel, mas quando arroja se ao feroz adversário, des-fallece, Íembra-se deTaiso; solta ura gemido, • vai tal-vez corao C.raões morrer no hospital I Victoria I Victo-ria I Viva o corcunda! Victoria!

Bem mostra que é da famosa raça do pimenta I; E o corcunda, depois da vencer passêa cora insolen.-

cia pelo circo, e pronuncia em voz baixa—voe victis!Só o bituira ouvio.

Antes porém que me dessa na cabeça entrar naiapos-tas, tralol da safar-me, leitores. Já o «Amarelliuho,q' era primo irmão do corcunda, e filho da «paraguaya»entrava em scena para ir á vias de faeto, com o «pata-fufio,» animal também jaafamado pelo seu sangue azul,pois nada menos era fdo que neto do jararaca tào ce-lebre, á dous annos passados, por seus assígnalaJostriumphos, e que tantos «bagarotes» ganhou nos com-bales.

Os gallos dasta cidadã Iam uma nobliarchla como ados cavallos Arabas, e dos porcos inglases.

O mais illustre dos gallos brigadores ô um que o lei-tor não dará nada por ell*. o bastinhos, descende emlinha recta do gallo que cantou para S. Pedro, segun-do a presumpção dos doutos; veio depois para Romacora o Santo e fundou a nobre geração de que faz partea celebre «Roma» por qaem chorou o imperador llono-rio : nobre familia que desappareceu com a invasão dosbárbaros e depois reappareceu no Brazil.

O certo porém é que este gallo conta entre seus avósum Nipoleâo, um Guibal.i, ura Tibiriçá. e finalmenteo Coreunda velho que lhe deu o ser; ô um gallo tem-vel, rusguento, tenaz e mio, lem um corpinho de fran-

go que foi nuelo e um aspecto até d .spresive!, mas ani-mo e coragem está alli.

Passemos adiante, leitores; não forão ao JacomoUlysses ?

Õ homem ó dos tresentos; todo. os expectadores sa-hirão satisfeitisimos, á excepçào do nosso Desiré, poisa tal lomnambulaadvinhacousai incríveis,epôz o mofodo homem na rua, descobrinio qua elle fazia puta dopovo de Deus.

Leitores, não sabeis o que aconteceu? O rDiario> depois que se vio livre de mira virou casa de João da Bar-ros I E poucos amolaiores tem vindo ao mundo comoeste! O que vale e que todos já conh :c-;m quara peja olaborioso p _sarinho; não passa de ura tal poeta d-stardas de Agosto * viçoso aspirante á murça cardinalicia, na fraze do sr. Zwingli. Mis tilvez o leitor objactedizendo que ura «João de B irros» não pó la trazer ocu-los no bico. Eslá enganado ! o João de Barros em quês-tão é capaz alé de ter por pennas as escamas do talú; enenhum passarinho de outra espécie era capaz de fazerninho naquèlla figueira antiquada.

Duas palavras a«ora á mau respeito. Partieipo-vosleitores, qae estou deixando crescer a rainha birba, eque continuo a morar na rua da Constituição, e que láme encontrareis á< vossas ordens.

Ficamos aqui por hoje, mas prometto em breve noti-ciar-vos muitas coisinhas boas. Eu entendo que da vezera quando é preciso a verdade nua e crua, para que sefaça a opinião, e para que os indivíduos fiquem sabando o que são e o quanto valem ; e alé n disso se é ver-dade que é a lingua o qua distingue o homem do restodos animaes, como diz o sr. conego Fidelis, d.vamo-nos exforçar para qua nào sjamos confim lidos com osbichos, isto é, com os animaes inferiores á nossa espa-cie. Por isso metto mãos í obra, e só largarei se porventura me fizerem subir ao patibulo.

Lourenço da Silva. ¦¦ IIHI_?<fi__Ti—¦—

UMA PALAVRA RELATIVAMENTE A'S MOLÉSTIASDOS PULMÕES E DA GARGANTA

Toda a vez que os pulmões se achem enfermos, póds-se com toda a certeza dizar, que o doente acha-se áborda d'uma enfermidade incurável, e o primeiro pas-so para tào perigosa situação é a tosse.

Torna-se pois da maior importância, o atalhar-se para desde logo.

Se perguntardes corao isso se possa realisar ou conseguir, respoiidereajo», com o «Peitoral de Anacahuitade K9mp,x. o qual é extrahido e preparado do sueco b»I-samico d'uma arvore do México, conhecida desle mui-tos séculos pelos naturaes daquelle paiz, como remédiopoderoso e santo para todas as enfermidades dos órgãosda respiração.

Eita admirava! preparação, curará a tosse dentro empoucos dias. e alé mesmo ás vezes, em poucas horasalüviará a inllammação raucosa do la*. nx e bronchios,e impedirá a thisica.

Eu eontrario aos peitoraes e xaropes fabricados defruetas a de outro3 ingredientes mais, na sua elaboradae delicada composição, nio, entra nenhuma partículade Ácido Prussico,—e corao igualmente se acha livre deAntimonio, ingrediente este que abundantemente se en-contra na composição daquelles outros—nào produznáuseas de qualidade alguma.

i I »J!'I-SHUI i Theatro

O divertimento apresentado pelo sr. Jacomo Ulyssesno sabbado l.°do corrente no salão do sr. JoaquimElias, esteve além da espactiliva, pois não só desen-volveu-se habilmente nos trabalhos da chimiea indus-trial, como tambam nos de prestidigitação, que nadadeixou a desejar em relação aos trabalhos de mr.Harraann.

Iremos de novo aprecial-o no Theatro de S. José,na noute de 8 do corrente para o qual lhe desejamosuma digna coneurrencla.

Um apreciador.-—-^«-ia-__i>&(t_-__»_i-»»

feita manifestação e prova authenlica do nenhum pro-gresso daquella mocidade.

O principal serviço da semana Sanla é incontestável-mente o da predica, e quem pregou os sermões:

Do Mandato?—Dr. Ildefonso.Da Paixão?—Conego Anselmo.Da Soledade?—Dr. Ferreira Bueno.Da R'8Surreição?—Dr. Gonçalves ds AndraJe.Temos o serviço pezando pelos .sacerdotes que apien-

diram s estudaram antes da existência do actual semi-nario—e que n* verdade pelo bem deduzido de seus dis-«ursos, pela clareza de suas explicações, pela vastidãodos conhecim.ntas qua apresentaram, pela brilhant.maneira porque Uouxeram á Idnbrança dos fieis os sue-cessoi do dia, elevaram se á altura em que sempre de-sejiri aruos veros oradores sagrados.

Esses verdadeiros ornamentos da tribuna sacra pren-deram no todo a attenção do numeroso audictorio queouvia cora profundo respeito as verdades que proclama-vam, e faziam convenur—qua antes da existência doseminário, praparavarn-sa estas homens eminentes pelosaber, que até hoje t-.m carregado e irão carregando in-cançAVeis com o serviço da igreja paulistana.

O que se dá cora esu parte do serviço, dá-se com to-das as outras-elle tara pesado sobre os incançaveissrs.cònegp- Fidelis, Camargo,llernardes, Siiva, TerraMuniz, José Custod o ; os distinetos pregadores já refe'-ridos, e muilos outros sacerdotes que não co-oheceraos, mas que ensinados em tempo anterior a exis-teneia do seminirío não desdizem a sua nobre missão.

Onda eslão os progressos do seminário ?... O quetem elle f .ito ?... Onde estão os oradores que deviamler vindo substituir os nossos antigos ministros enca-necidos nas lides da tribuna sagrada ?... Não appare-cem II... Não os ha ! I...

Depois d« 10 annos, apenas ordenaram-se algunsmoços, da modo qne o importante seminário não temd»do em resultado 6 por cento (juro da lei) do pessoalque pars alli tem entrado, prompto para o serviço reli-gioso ou civico !..

E' que o seu director acredita que os nossos homensnão se gastam—nâo morrem—não se consomem paraque lhes apromptem Cyrineos que os ajudem a condu-zir a Cruz da vida !..

E' grande o numero de moço» que lá tem estado inu-tilmente, e tem voltado para a casa de seus pães—ouprocurado outros meios para preencher seus fins nacarreira litteraria.

Não responsabilisamos por isso ao actual exm.Prelado—ella achou o artefacto montado ! oi estrangeiros pre-feridos aos Patrícios I—menospresada sem a menor ra-zào a illustraçào do nosso digno clero I.. e preferida ad'aquelles I !...

Era S.Paulo não havia homens I.. .era mister bus-ca-los para mestres do povo—porque aisim como aacademia, o curso de preparatórios, e todos os est-bsle-pimentos públicos e particulares os encontraram—oin-lituidor do leminario não descobrio saber e capaci-dade nos nossos homens qua realmente a tinham, e jáhaviam apromptado os luzeiros da egreja—ess.;s sobrequem até hoje peza o grand- trabalho, qua ma! recora-pensados pacuniariaraente, com ordenadoi exíguos, ml-seraveis e insuflicientes, ainda soffrem a injustiça difli-cil de tragar, de verem-se substituídos por quem nào 6capaz de desempenhar o serviço da egreja melhor deque elles-que foram e são ainda os sustentacalos doTemplo do Senhor.

O exm. prelado actual não tem culpa do passado—nâo pode carregar com a responsabilidade do Testamen-to que irrefleetidamenti impõe a diocese o ensino porestrangeiros de certa seita, sob pena de ser o seminárioprivado edesherdado segando se diz do patrimônioque lhe foi confeccionado.

O que resta ? Resignação e nada mais ? Eis o que de-seja qoe st estude

i7m amigo dos nossos padres.

Progresso do seminárioJA' SE ESPERAVA (")

O seu luminoso jornal de 1. do corrente deu a seguin-te noticia:

Os sermões da semana Santa, consla-nos que serãopregados pelos rvds. srs:

Mandato—Dr. Chantre Ildefonso Xavier Ferreira.Paixão—Arcipre.te Joaquim Anselmo de OliveiraSoledade—Dr. Cura Marcellmo Ferreira Bueno.Ressurreição- Dr. conego João Jacyntho Gonçalves de

Andrade.A vnia delia lembra-noi perguntar o qua é que faz o

seminário episcopal ?l... E'preciso qua defina a suaposição,—visto qne esteve na infância,—atravessou to-dos os períodos da poencia a qua se tem assignado otormo de _a 9 annos'—«itá na velhice!

Foi lançada a sua primeira pedra, edificial em Setem-bro de 18õ3, abriu-se cora fasta solemne (para que náoforam convidados os collegas profanos que dirigiam osestabelecimentos particulares da enlào) no mez de No-vembro de 18Õ6.

Entraram pua o lanço d* direita a espera de recebero frueto da lerra da promissâo 110 rechoncliudos rapa-gotas, galhardos e fortes, gentis mancebos,no rosto ale-gres, na presença amáveis.

Contra a|doutnnado piegoeiro q' clamava q' ali só seadraittia quem tivesse vocação para o ecclesiastico, fo-ram reconhecidos aptos logo a primeira vista para tbeologoi.

Os mais para a vida profana reconhecidosestudantes de preparatórios, ficaram eranumero espantoso de

21

143

Total 1.0Espantoso dizemos porque a Instituição que era para

padres, achou vocação em 2., sem que tivessem havidooi ensaios necessários, e a producçào das provas quedeviam fazer conhecer se os rapagotes tinham os attri-butos e qualidades que rigorosamente sa dave exigir daquellas que se destinam ao melindroso estado de que setrata.

Assim porém nào aconteceu, o esquadrão era lusldo,conierval-o era uma necessidade, poiqua raaimentadava dó deixar de aceitar todos aquelles que iam fazerbrilhar uraa luz viva e scintillante uaquelle estabeleci-nenlo—tudo foi conservado I...

Nâo resta duvida portanto que o sominario começousntre profanos e ordenando*—com o sabido numerosuppra referido da 1.0 moços—concorrendo para issoo preço da pensão que parecia barato e o contrario erathese se demonslra.

Fascinados pelo meimo principio apparente—de commodidade ds preço, aconcurrencia augmentou-se para oitrainario, e consta que chegou a tar 300 pensionistas amais, calculando-se ler ali havido um pessoal de mau1:000 educan los sequiosos de colher o pomo da scien-cia—mas esse frueto carnudo egoísta como elle só—atéhoje nào se tem deixado dastnbuir se uão raramentepaios aspirantes e concorrentes.

Esti provado que o barato sai caro, e se assim nãoé, Yfljam que a publicação a que alludimos . uma per-

(') Por falta d« espaço não publicou-se ha mais tara-po este artigo.

AlgodãoOs fardos que não trazem a inscripção -são

paulo- vendem-se por menor preço.Pai do Algodão. .0=8

___¦_. __- ._•»•_•»• .__»•_,_ __ _ _ —_ **. _ .

ADVOGADO HMH 0) ____&!pto;_i_ cQcd ép. M® HH ________ _. üflmillia .__-___«a. ilH èa fià ü. iljpíiiSjfci qí üs 3» HP tap__ píu (D lip jjb <B_«.ffiH _!_, __ü._ _,è) i» (B, UM. §Í%mH §'__._ ___líl_<_ © fo, M_a_i_a H

VÜl\DE-SE uma liteira rica e aindanâo oecupada, feita de modo a pres-tar-se a viagens, a qual se dará porpreço rasoavel, Para ver e tratarcom o snr. Cândido Martins da Cu-nha, no largo da Memória n. 24.

6-5Desappareceu do hotel de Europa, rua da

Imperatriz n. 51, um mulato de nome Paulo,idade 23 annos, baixo, cheio de corpo, andarapressado, e falia bem.

Foi vestido com camisa de baelilha vermelhae calça grossa azul.

O mesmo mulato tem apparencia de chim.Quem delle der noticia cerla ou entregal-o nodito hotel será gratificado, e protesta-se con-Ira quem o acoutar. 5_4

Barris de peixeA' venda no armazém de Leomil, em frente

á estaç_o da estrada de ferro. 2=2Precisa-se de uma pessoa paracarregar uma criança. Nesta typo-

graphia se diz quem. 6 4

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^.;,.-^:-í-í...-'-^.-.:. ......^

CORREIO PAULISTANO

____m____^p^Sy'\>ÁAESTRADA DE FEHRO DE SANTOS

JUNDIAHYAo publico

Acho do meu dever chamar a ollcnção espe-cia! do respeitável publico, e principalmentedos srs. fazendeiros, para o fado de que, em-bora fosse restabelecida a laxa addicionál sobreas mercadorias passadas pela estrada de ferro,não tem sido ella restabelecida na sua total.-dade,como estava no mez de fevereiro próximopassado, mas sim, com as importantes modiíi-cações em favor do publico, que foram ando-risadas pelo exm. sr. presidente da provincia,em data de A de março próximo passado con-forme a minha proposta, convencionada com osr. engenheiro liscal, dr. Passos.

Por estas modificações é muilo preciso notar,que os preços totaes da tabeliã n. 3 para os ge-neros de exportação soffrerão uma reducção ge-ral de vinte por cento, de maneira que, deve-ras o presente preço de condução por arroba,inclusive a laxa addicionál, por muito poucoexcede o total da taxa ordinária da companhia.

Tomando, por exemplo, os artigos café e ai-godão, a laxa ordinária sobre elles, entre Jun-diahy e Santos, regulava antes, pela taxa ordi-naria, em 423 réis por arroba, e entre S. Pauloe Santos em 240 rs. por arroba; no emtantohoje, com a laxa addicionál e com a reducçãosobredila de vinte por cenlo, regulam os mes-mos fretes em 452 rs. e 25fi rs., por anoba,respectivamente.

Por estes preços, effectivamenle, a compa-nhia hoje eslá transportando os dous gênerosdecale e algodão,e os mais artigos de exporta-cão da tabeliã n. 3 mencionados entre Jnndia-hy, S. Paulo e Santos.

Taes preços mostram apenas um acerescimode 29 réis por arroba por ioda a distancia en-tre Jundiahy e Santos e 16 réis por arroba, portoda a dislancia entre S. Paulo e Santos; poroutra, mostram o acerescimo insignificante depouco mais do que «um real» por arroba, porlegoa, acima da taxa ordinária da companhia.A mesma regra applica-ss aos preços da tabel-Ia n. 6 para os gêneros de importação, queigualmente apenas em escala correspondente,excedem a taxa ordinária da companhia.

Acho do meu dever, também, chamar a es-pecial atiencão do publico para o facto de que,a companhia está prompta á receber cargas detodas as espécies em qualquer das suas esta-ções, blindo directamenle, sem intervenção ai-guma de commissarios ou despeza qualquerdeste gênero.

A respeito da laxa de 30 por cento, impostapelo artigo 30 das «instrucções» sobre fardos dealgodSo.que não contenham peso sufficienleemcomparação com o seu tamanho, quero notar,que tornou-se esta laxa hoje uma leltra morta,senüo em casos muilo especiaes, visto que amedida concedida já admille de dous decime-tros cúbicos por coda kilogramma.além de que,todos os fardos recentemente vindos ás estaçõessatisfazem completamente ás condições. Emcaso algum procura a companhia impor a multa,mas anies, proteger esla industria o mais quefôr admissível, e, deveras, o publico pôde enten-der que a taxa addicionál de 30 por cento so.bre fardos de algodão já nâo existe mais.

Ligada com esta questão (sem tocarem to-das as modificações) eslá aquella de machinase utensílios para a agricultora, a introducçãogeral dos quaes tem dado a nova cultura do ai-godão um tão notável impulso. Para proiegerum movimento lão vital e para ajudar a impor-tantissima classe dos lavradores, de que tantodepende a prosperidade provincial, a compa-nhia, sob a minha sobre mencionada proposta,consentio em carregar por esles gêneros comolambem por ferro e ferragens destinadas á cons-trucções apenas o preço mais baixo das tarifas,sem impor taxa addicionál qualquer.

A companhia já tomou medidas para quemercadorias despachadas de Jundiahy paraSantos as seis horas da manhã e de Santos pa-ra Jundiahy ás seis e meia da manhã, cheguemao seu destino no mesmo dia.

Embora estejamos no principio de nossos ne-gocios, sendo naturalmente ainda noviços mui-tos dos nossos empregados, a companhia farátodos os seus esíorços para satisfazer as preci-soes do publico, estando seus representantesainda longe de contentes com o presente andardas cousas. Na valiosa protecção e indulgen-

Cadeiras de balanço a 10$ e 8$)rs. cada uma.

&6—Rua Direita 20-17"ÍSCRAVA FUGIDA

A'Joaquim Roberto de Azevedo Marques,fugio no dia 23 do corrente a sua escrava Ma-na, mulata, alta, magra, desdentada na frente;quando fugio levou vestido de chila em cassadesbotado, e umpaletot dela de poniodemeia,de cor azul.

Quem o levar a seu senhor á rua da Impe-ratriz n. 27 será gratificado.Protesta como rigor daiei contrativer aconlado a referida escrava.

quem

OLD COGNACde G. Preller & Comp.

Deposito rua Direita n. 46. 20

38 RUA DO COMMERCIO 38A esla casa acaba de chegar um sortimento

de cavours muito superiores, paletots de casi-mira com trespasse próprios para a estação fria,feilio à iriglezaa 16#jOOÕrs, 10 2

£3* IVão se lia

P mm mWT 'A *"jrA\r d BI

jplll

Garante seu trabalho por um anno.Encarrega-se de qualquer encom-

menda de relógios por maiscomplicada possível

Participa ao respeitável publico que continuaa concertar relógios de todas as qualidades,sendo a sua especialidade refazer peças quebra-das por mais difíiceis que sejam; tem em suacasa um escolhido sortimento de relógios deouro e prata que vende por preços commodos.

10-3Machinas de costura de Singer,

novo systema, que trabalhãosem ba-rulho, e cujo machinismo ó muilomais simples que qualquer outro.

46—Rua Direita. 20—18

IPaírein

cia, porém, dos nossos amigos, o publico de-vemos esperar os únicos meios para chegarmosa urna condição, que, de uma vez, será satis-faetoria a nós mesmos, em conformidade doscontraclos e digna da provincia de S. Paulo,

S.Paulo 24 de Maio de 1867.J. J. Auberlin

Superintendente.15—10

ALUGA-SE a casa da ladeira deSanto Amaro n. 2; para tratar com oSalgado. 4—4

AO CORAÇÃO AZUL38—Rua do Conimercio—38

Manoel Corrêa Guedes, participa ao respei-tavel publico e em particular aos seus nume,rosos freguezes, tanlo do interior como desta-que acaba de trazer do Rio de Janeiro um lin-do sortimento de fazendas próprias de seu es-tabelecimento, como sejão lindos cortes de ca-simira os mais modernos, casimiras em peçapara costumes, cortes de collete de seda preta,panno preto finíssimo, ditos entrefinos, ditoazul fino próprios para fardas de militar, casi-mira preta muito fina, casimira de cordão pro-pria para cavours, merind de cordão, dito lisofrancez, brins de linho branco e de cores mo-demos, alpaca fina preta e de cores própriaspara paletots, camisas com peito de linho, di-tas de algodão modernas, collarinhos modernosde todas as qualidades, ceroulas de linho, gra-valas modernas, aholoaduras modernas paracolletes, luvas de casimira, dita de lã e seda,um lindo sortimento de paletols de casimirasobre o mais moderno, ditos sacos, ditos aTamandaré, ditos de brim de linho sobres e sa-cos, e muitos outros objectos que tudo se ven-de muito barato.

Na mesma casa continua-se a fazer por me-dida qualquer obra com toda a brevidade, res-ponsabilisando-se por qualquer defeito quepossa haver. 10—10

Precisa-se de uma rapariga para pagem decriança. Prefere-se escrava. Rua da Cons-tituição n. 27. 3 3

O «Petróleo Imperial» é superiora todos os kerosenes

á venda na rua Direita 46lata 12®, garrafa 500 rs.

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Escriptorio, rua de S. Bento n.70.—Das 10 horas da manhã ás 3 datarde.

Residência—rua da Consolação n.18.—Em qualquer outra hora.

im

ÍTiti? (Somes ilirira òa 0tíuaCirurgião dentista

Formado pela faculdade da academia de medicina doRio de Janeiro, estabelecido nesta capital, tem a honrade participar ao respeitável publico, quecolloca den-taduras por todos os systemas ate hoje conhecidos, sen-do inteiras por molas ou sem ellas, a ouro ou vulcani-te, com gengivas ou sem ellas. pela pressüo do ar, oude cror.hete. Ha mais de quatro annos, tendo tentado,conseguio fazer dentaduras em ouro combinado com òvulcanite, o que faz uma peçi, junta os dous systemas,mostrando assim um elegante trabalho mais perfeito esolido, que póJe durar mais tempo, imitindo as gengi-vas com o mesmo vulcanite, dando-lhe a còr que maisconvém aos naluraes. Chumba os dentes por mais ca-riados que estejão, nAo sú a ouro como lambem a mas-sa, sem alterar o esmalte dos dentes; limpa os mesmoscom o maior cuidado dando-lhe uma bonita côr e po-lidez sem alteração. Extrahe todo e qualquer dente ouraizes por mais dilücil queestejao, sem offender. Curatoda e qualquer enfermidade da bocca cora os auxíliosde sua arte.

Espera sempre merecer a confiança não só dos habi-lantes desta como também das cidades ou villas circura-visinhas. por isso que garante a perfeição e segurança,delicadeza a brevidade em todos os seus trabalhos.

Pode ser procurado todos os dias na casa de sua re-sidencia

23-Rua Direifa-S3. 3-3

Cabri&oEste interessante jornal se publicaaos domingos, com 8 paginas de com-

posição, sendo quatro de desenhos, equatre de texto, no formato da Se-mana Illustrada.

A assignatura pôde começar emqualquerdia do mez, mas acaba sem-pre em Março, Junho, Setembro, eDezembro.

Para a capital—TrimestreSemestreAnno

Para a provincia—TrimestreSemestreAnnoNumero avulso

Pagamento sempre adiantado.Assigna-se no escriptorio do Ca-

brião, rua da Imperatriz n. 20.O escriptorio está aberto aos do-

mingos, segundas e quintas-feiras.As reclamações dos assignantes dacapital devem ser feitas na segunda-feira.

5$00O9$>000

17^000

6 $00011 $00019$000

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Camisas de ílanelia, ceroulas emeias de lã, muito superiores, e mui-to em conta.

46-Rua Direita. 20-18

Professora de pianoEm um collegio de meninas, nesta cidadej

precisa-se para o ensino de piano, de uma se'nhora, compelenlemenle habilitada.Contrata-se na rua de S.

Rosário 11,Bento, travessa do

10-9Phosphoros que accendem só na

caixinha, a 80 rs. a caixa, 800 rs. adúzia e7$)500a grosa.

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Relógios americanos para cima demesa, a 18$ rs.

46-Rua Direita. 20-15

lispantoza e AdmirávelDE UMA CHAGA

mmou

P01YP© W NABIZ.

Uma creada do servir resiclento em Pcrnam.buco e pertencente á Ex™ Sefir.*. ViscondessaDB GoiANNA, foi attacada d'uma terrível clm-ga cancrosa o roedora—ou Polypo no Nariz.A mesma involvia o tomava todo a parto in-ferior do nariz, ameaçando já distrair tanto aparto cartilaginosa como o mesmo oso ; Come-çou primeiro por apparecer sob o beiço supe-rior o parte da face, extendendo-so por talforma e com tal rapidez, quo em pouco aruea-cava transformar todo o rosto n'uma enormocharga viva o asquerosa. Durante todo esteterrivel estado, todos os recursos medicínaesquo em taes cazos so uzão forão abundante-mento empregados, sem quo de leve fizesseparar a marcha lenta e distruidora de tão bor-rivel enfermidade, o todos os meios o esforçosforão baldados, e no em tanto o mal crescia eisque por milagrosa fortuna da infeliz estandoas couzas neste ponto, so experimentou pelavez primeira a

O effeito produzido, quasi quo instantâneopor este inestimável remédio foi verdadeira-mente maravilboso e sem ignal; este grandepurificador do sangue o dos humores do sys-tema, immediatamente póz um termo á mar-cha disastroza o fatal da moléstia, derramando-bo e infiltrando-so através dós tecidos os maisdelicados do corpo, expellindo ate" á ultimapropriedado ou vestígio virulento da moléstia,e dentro d'um curto espaço de tempo produziouma

OURACompleta e Radical.Este feliz quão admirável resultado foi obtt

do apenas com o simples uso

D'unia so unica Garrafa!d'este incomparavel e inapreciavel depuratorio,recommendamos portanto íi todos os Doentesquo procurem obter com o maior cuidado aunica e verdadeira Salsaparrilha de Bristol,unicamente preparada por

LANMAN & KEMP,Be NOVA IOEK,

na certeza do que, todas as mais preparaçõesimitativas não valem para couza alguma.

PARA TODAS AS MOLÉSTIAS DO

fflll, fl IIIASIÉÉr*S£N5

AS

Pílulas Ycgctaes AssucaradasDo Kemp

Compostas dos dois novos resinoides chama-dos Pouophilina o Leptandkina, o inteira-mento livres do Mercúrio 011 outros venenosmineraes ou metallicos, são de grande utili-dade nos paizes cálidos em cazos de

DTfSPEPSIA, ENCHAQUECA,Constipação ou Prizao do Ventre,

PADECIMENTOS DO FÍGADO,Affecçffes Biliosas,

HEMORBflOIDAS, COLICA, **<£{Icíericia,

FEBRE GASTRO-HEPATICA,E outras enfermidades análogas.

EHíta vão rapidamente substituindo os antigo»purgantes drásticos.

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CORREIO PAULISTANO

ProTCflori.iNo dia 8 do corrente (Sabbado), as onze horas, a nas

portas da casa da residência do merelissimo juiz pro-ved»r supplente em exercício, dr. Moraes Pupo, rua doRiachuelo tia de ir á praç» uma casa sita á rua da BoaMorte, pertencente á herança da finada D. Barbara Eu-frosina da Soledade Bernardes, avaliada por 1:6008 rs.como tudo consta dos editj.es e bilhetes de praça entre-gues ao porteiro Taborda.

Outro sim faço publico que na mesma oceasião hãode ser postos em arrematação Ires animaes do evento,sendo um burro tordilho avaliado por 258 rs., um dilosaino por lõS, rs. e om dito pello de rato por 158000réis.

S. Paulo, 5 de Junho de 1807.O escrivão

F. L. de Abreu Medeiros. 3—2

João Rodrigues da Fonseca Rosa, tendo de mandarcelebar uma missa pelo repouso eterno d& alma de seupresado pae, pede a todos os seus parentes e amigos ocaridoso obséquio de assistirem a esse acto, que terálugar no dia 10 do corrente, ás 8 horas da manhã, naigreja do Rosário.

Desde já agradece do intimo d\lma ás pessoas quecomparecerem aquelle acto de religião.

S. Paulo, 5 de Junho (Je 1861. 2-2

£j HBBfii stfân ¦* UJ

CORREIO GERALTendo de contractar-se a cònducçào das mala3 do

correio da capital de S. Paulo à cidade do Bananal,—pela Administração do Correio se faz publico que ellarecebe propostas para a referida cònducçào até o dia20 do corrente, com as seguintes condições.

Os proponentes se comprometterão a conduzir as ma-Ias do correio na referida linha viajando regularmentedez léguas por dia.

Obrigar-se-hàó a accondicionar as malas de modo apreserval-as das chuvas e humidado, responsabilisan-do-se pelo estrago externo e pelo interno quando esteprovenha de falta de cuidado de seus prepostos.

Responsabilisar-3e-lião pelo conteúdo das malas quelhes forem entregues—no caso de extravio, e pelos va-lortas qui por ventura contenhào.

Ficarão sujeibs a multas por qualquer demora nachegada ou partida d«s estafeías, quer dos pontos extre-mos, quer dos intermediários.

A linha fica dividida em tre3 secções, sendo a primei-ra —de S. Paulo á Taubaté, passando por Mogy dasCruzes, Jacarehy, S. José e Caçapava; a segunda deTaubaté á Aréas, tocando nas agencias de Pindarao-nhangaba, Gnaratinguetá, Lorena, Sapé e Silveiras; aterceira de Aréas ao Bananal, passando pelo Barreiro eC».pilão-Mór. Nas duas primeiras secções as propostascomprehenderâo o preço de Seis e de dez viagens roen-saes, na terceira de seis ou de cinco viagens, tambémpor mez.

No caso de se preferir o correio dez vezes ao mez nasduas primeiras secções, sel-o-ha na terceira cinco ve-zes no mesmo periodo; no caso contrario consefvar-se-ha o correio de cinco em cinco dias em toda a linha.

As propostas podem abranger o serviço era toda a li-nha, ou simplesmente em cada secção. Nas mesmaspropostas se deve indicar o nome do fiador.

Administração do Correio Geral de S. Paulo, 4 de Ju-nho de 1867. 3-2

O contador.José Joaquim do Couto.

Fazendas baratasmm m& mmim n, as

CASA DE M. A. COELHO E IRMÃOAcaba de chegar á esta casa um cortipleto

sorlimento de fazendas que se vendem jiclosseguintes preços:

Superiores chitas estreitas a 2/i0, 280 e 320rs. o covado; ditas largas a 240, 280, 320,360e l\0Q rs.; ditas em percale moderno a 440, 500e B60 rs.;ditas em cassa superior a kkQ rs.ditasem cambraia superior, a 500, e 560 rs. Su.ie-riores cortes de In com 15 covadôs a J«ííüO0O,4$>500 e 5©000 rs.; dilos de 11$ rs. ditosde lã malisados a 20Jj rs.; ditos de poupelinasuperior u 28,5) rs.; ditos de folar de seda, e40JD rs.; ditos de organdy,modernos, a4$500e 4.ft80O rs.

Cassas de lã preta e de cores a 640 rs. o co-vado; baelilha superior a 800, e 900 rs.; morimfrancez superior a U©, 18<ffi, e 20$ fs. apeça; dito inglez a 5$, 6$, 7®, 7©500,8$, 8#500, 9», 10», e 11#000 rs., o maissuperior. Calicot de 8 á 10 palmos de largura,a 2$ rs. e 2$oU0 a vara. Linho póriuguez ehambiirguez a )%>, 1$lGO, e 1$200 rs. a vara;dilo enfestado, de diversas larguras a 2.g)fi00,2&800, c 3$000; aloalhado a 2$50Ü, e 2$GÜ0rs. Irlanda de linlio superiora l<gj5O0, 15)6800,23*000, e 2*9500 rs. a vara. Cortes de Vestidodegorgorão prelo superiora 65», e 70»000rs.Rolondes de nobreza superior a 45^) rs. Ca-zaquinhas de nobreza a 30» rs. Nobreza pretasuperior à 2»200, 2»800, 3», e #000 o cova-do; dita branca, lisa, a 3»200 rs., dita lavradaa 3»600 rs. Moiíé branco superior a 5»500rs. o covado. Colchas brancas, adamascadas, a6$, Q'ttj 11», e 12® rs. Toalhas de linhoadamascadas para meza, a 0©, 11», c 14» rs.;ditas de linho para rosto a 10», 12», e 14» rs.a dúzia; ditas de crivo, a 2^5500 e 3®00 rs.cada uma. Guardanapos de linho atí.JJve 10»rs. a dúzia; escossias brancas superiores a 3»4®, 5®, 6», 8»,e9»000 rs. á peça. Gam-braias brancas, finas, a 6«jp, 7», 8», 9», e 10»a peça. Superiores cassas para corlibado a 14»rs. a peça; diias de xadrez, dc6i0 á 1© rs.a vara; ditas de salpicos, superiores, com 8aunas a 9,25500 rs. a peça. Filo branco e pre-io, liso e de salpicos, de 320 á 1&O00 rs. o co-vado; dilo deseda, de l»200a l»800rs. Cha-les de 1.1, o que ha de mais moderno, de 5», 8»,1255, e 18© rs.; dilos de merinó superior, de6jí, 6», 7©, 8-25, e 10© rs. Superiores cazi-miras de cores modernas de 2»5Ü0, 3$300,3©600, 4$, 5», Ô&500 e 6»0t>0 rs.; ditas

avelludadas a 7© rs.; dila preta a 2»300,2©500, 3» rs. e 4© rs. o covado; dita d'An-gola a 1»500 o covado; dita de cordão a 5© rs.o covado. Panno piloto superior a C» rs. o co-vado; dilo preto a 3», 3»500, 4», 5» e 8/VOOO,superior; dilo azul, fino, de 3# á 6$ rs.; ditogrosso de 1»'i00, a 3<g)000 rs. Baelão preto,superior a 1$400 rs. o covado.

Talagarça, de 800 á l»IOÜ rs. o covado.Lenços brancos e de cores cintados a 2i0,320 e 40Ó rs. Ditos de cambraia de algo-tl5o, brancos a 2»500 e 3© rs. a dúzia;dilos de cambraia de linho, de 4#, 5», 6»,8$, e 11 ©000 a dúzia; ditos com cercadura decôr a 4©500 rs. a dúzia; ditos de cambraia deseda grandes de 2 a 3» rs. cada um. Cobertorespardos de lã, a 2» rs., ditos brancos e escarla-tes, de lil, de 5©, 6©, e S$ rs.; ditos, ditosestampados a 9©, e 1S» rs.; ditos escarlales, oque ha de mais superior, a 16© rs. Brins delinho, brancos e de cores de 1» á 3» rs. a vara.Merinós de cores, de 600 á 2© rs. o covado;dito preto, cúbico, de 1»600 á 2»000; diloírancez de 4»õ00 e 5© rs.; dilo prelo de ai-ma a 3»500 rs. Duraque preto, a 1©200 ocovado. Lapim preto superior a 2» rs. o cova-do. Paietots de alpaca preia de 5», G», e 7»rs.; ditos de brim de linho, a 4». e 5» rs.; di-tos de cazimira, a 10». 12», e 15» rs. Cavoursde 35.2., à 40» rs. Japonasde baetão de4»5U0e4»8(í0. Meias para meninos, de 3©50O á4©500 a dúzia; ditas para homem, de3©200,4», 5©, 8», e 12» rs., ditas para senhora, de4©, á 16© rs. a dúzia; ditas deseda paramenina, ditas de lã, brancas e de cores paiahomens e senhoras, de 9©, á 16© rs. a du-zia.

Capolinhos de In para menina, de 2© e 3©rs.; ditos para senhoras, de {» á 5» rs. Capase sout-en-barques de lã,para meninas e senho-ras,de 6»,alé 16» rs.Cachet-nez e mantas da lã,para senhoras, homens e meninos, sortidas empreço e qualidade. Toucas de lã, de 3©500 á5© rs.

Luvas de cazimira, de lã, de pellica e de se-da, para homens e senhoras, de diversos preços.Balões de gaiola, de lã e musselina modernos,dft 3© rs. alé 12» rs.; ditos para meninas, dede 126500 a 3^ rs. Enfeites modernos para co-ke; ditos de diversas qualidades. Grinaldas su-periores para noiva. Completo sortimenio decamisas de morim e de linho, ditas de flanella,ditas de meia. Peitos de linho e de algodão a-ra camisa. Sortimento de fitas de velludo; ditode ditas de nobreza; dito de rendas de seda pre-ta; Franja para cortinado. Ricas vestimentas defustao e de alpaca para meninos; ricos enxovaespara biiptisado. La sorlida para bordar. Ricasbotinas para meninas, de 3©B00 á 4»50O rs.;dilas de rôres e pretas para senhoras, de/i»500á 6»000 rs. Chinelos de tapete a 1©500; ditosavelludados de 1©800 e 2© rs., ditos de cor-doviío, de 1©, e 1»200 rs. gravalas pretas edecores de 500 á 1© rs. Colchões de algodão.Chapéus de patente de 10# e H» rs.; ditos depalha para meninos, a 2© rs.; ditos para ho-mensa2»500 rs.; dilos do Chile Boneis decouro e de panno para meninos: finalmente umcompleto sortimenio como épara desejar e quese torna diílicilimo mencionar. 6—4

Rua da I1» LOUISE

mperatrlz n. .19Previne a todos os seus freguezes que acaba de receber directamente

dos melhores fabricantes de Paris um grande c variado sortimento de tou-cados e toucadinhos da ultima moda, elegância, bom gosto ebaralcza.

Na mesma casa encontra-se sempre todos os preparos para modistas,flores finas, escomilha, plumas, filo, rendas etc. etc.

Chapéos de palha á Pastora e á Marinheira.Encarrega-se lambem de lavar, enformar e enfeitar chapéos velhos por

preço rasoavel.A annunciante recebendo directamenle e a miúdo, d'Europa, sortimen-

tos de chapéos, acha-se habilitada a satisfazer todos os gostos das pessoasque lhe quizerem honrar com sua confiança. 5-1

Victor Âtspsío Monteiro Salgadotem a honra de participar ao respeitável publico que trouxe ultimamente do Rio de Janeiroum rico sortimento de fazendas dé todas as qualidades e das mais modernas, vindas pelo ulti-mo paquete.

Algodão americano a 2©400, 2©700, 3©, 3©2ÒÒ e 3»600 a peça. Morins finos de 24jardas a 4, 5, 6, 7, 8 e 9© rs. a peça. Chitas finas em morim, cores firmes, covado a 200,240 e280; Ditas francezas a 300, 320, 310, 360 e 400 rs. o covado. Riscado azul parasaia, de 26 polegadas, á 260, 280, 300 e 320 rs. a jarda. Riscados americanos a 280 e 320 ajarda. Algodãomescla a 360 rs. a jarda. Hicas chitas em casso, padrões modernos, covadoa 320, 500 e 60Ó. Cortes de chita cm cassa linas e modernas a 6 e 7© rs. Ricos percalés,o que ha de mais moderno e mais fino, covado a 560 rs. Ricos lustões de cores para vestidocovado a 5(50 rs. Ricas líiosselinasde cores, padrões modernos, cova-Jo a ZiOO rs. Ricos cor-tes de vestidos de bareje de seda, modernos, com 23 e 2\ covados cada corte a 13© rs. Ba-reje de seda e cassa de lã bordados, covado a 500 rs. Lindíssimas poupelinas para vestido, oque ha de mais moderno, a 900 e l»rs. o covado. Modernissimas 15 e seda Sadowra a1»200rs. o covado. Cassas de lã lisas, os gostos muis modernos que há, covado 600 rs. Cassasde lã de cores com listas a 800 rs. o covado. Merinós lisos enfestados e de cores modernasa 1©500 o covado. Ricas alpacas decores para vestido, muito modernas, a 800 rs. o cova-do. Ricas saias de lã de cor^s modernas para senhoras a 7© rs. Casacos de casimira pretapara senhoras, ricamente enfeitados a 20© rs. Ricos casacos de casimira velludo de cores,o que lem vindo de melhor e mais bonito a 40© rs. Casimiras mesclas enfestadas, covtdo a2©400. Dita fina a 3©500 e 4© rs. o covado. Casimira setim. Pannos finos pretos é decores. Casimira piloto de cores, covado a 2©400. Panno preto piloto lino, covado a 4©rs. Cortes de calça de casimira a 5$, 7© elo©. Cortes decalca de brim de linho a2©400 e 4©. Cortes de calça Ile cussineta a 1»G00, 2f 2©500 e 3©. Brins francezes paracalça. Bonitos mriins de cores riscadas para calça, ou roupa para criança. Lenços de cassae de chita a 160, 200, 2Í0 e 280 rs cada um. Balões para criança a 1 tt>. Belbutina preta,covado a 800 rs. Flaiiella de lã, covado a 560 e 800 rs. Cobertores de lã de todas as qualida-des. Chalés de 1 $600 até 35,$ rs. cada um, sendo estes os mais ricos e de melhor gosto quelem apparecido até hoje.

Como não é possível annuriciar tudo quanto existe em casa por isso convido ao respeitávelpublico a vir á casa do annunciante, fazer boas pechinchas, pois que está resolvido a vender tu-do por preços baralissimos, porém somente—A' DINHEIRO.

22--RUA DA IMPERATRIZ-22 Snegócios á venda

Vende-se o Restauram Provincial, a cochei-ra do mesmo com nove animaes e dous carrosde viagem, e o negocio de seccos e molhadosque ao mesmo pertence.

Trala-se com Nicolao Gomes Pereira não stísobre a compra desles negócios como tambémdos alugueis das casas em que os mesmos eslãoe beiu assim do seu antigo estabelecimentode mobílias, cclxões e mais pertences de ca-ma, que ludo vende junto ou separado com asfabricas, Rua da Esperança n. 56. 6—6

Cabides portáteis de metal com 5ganchos, e que se pôde levar na ai-gibeira ; á venda na rua Direita n¦46. 20 3Olironica littox-aria de Suo

JPauloRetrospecto do anno de 1866

à or Ulrico Xwiuglil»00O o vol.

Em casa de Garraux e Companhia e neslatypographia. (5)

LivrosPromenade en Amérique, Etats-Uuis, Cuba,

Mexique, por J. J. Ampère, 2 vols. 4©.Vozes da América, por N. F. Varella, 1 vol. 3».Caipira logrado, comedia, 500 rs.Romances de Castello Branco, a 2» o volume.Cancioneiro de João de Lemos, 2 vols. 5©.Cousas e lousas, 1©.Cânticos, por Mendes Leal, 3g.Poe-ias de Nicolão Tolentiuo, com gravuras,4$.Providencia, por A. Sarmento, 2».

Nesta typographia.Na travessa do Collegio n. 5 dá-se sübstilu-

los para guardas naciouaes designados, e re-crutas. 20—18

PRECISA-SE comprar um criouli-nho de 10 a 12 annos de idade, sa-dio, morigerado e de boa apparen-cia. Para tratar na chácara do Pa-caembó de Cima. 6—6

Por deliberação iJa illma mamara municipal faço pu-bllrio, (jiie se acha em praça para ser arrematado porquem melhor vantagem offerecer, o arrendamento devinte quartos da praça de mercado, avaliados por quin-ze mil réis mensaes cada um, devendo os concurrentesremetter suas propostas em carta fechada até o dia 19do corrente mez.

S. Paulo 4 da Junho de 1861.O procurador da camara municipal

José Joaquim de Oliveira. 3—3

8ADVOGADO

hiavcòòa Do Coiicaio h. 5 ü20—9

eôt ©sossscessssôssssssssgíummmwtmÊ,

Roga-se ao snr. Manoel Pinto deAlmeida, ou seu sócio José Antôniodos Vallez, ou qualquer pessoa quedo snr. Almeida possa dar noticias,o favor de enviai-as em carta parao Rio de Janeiro, rua da Uruguayanan. 120. E' seu sobrinho e íililhadoManoel Pinto de Almeida quem de-seja saber delle para negócios defamilia, em Portugal. 3 3

VENDE-SEuma mulalinha de prestimo ; rua do Impera-'lorn. 11. 5_g

Theatro ie S. JoséSol) a direcção daempreza

SAUDADO, 8 DE JUNHO DE 1867Grande e variado espectaculo de Cliymica industrial,

prestidigitação e magnetismo animal com a somnambu-Ia, em benetiuio de Jacomn Ulysse.s cujo especlaculo saradividido em três partes constantes do seguinte :

1." PAUTERecreações de Chymica industrial e physica eleman-Ur.

2." PARTERecreações deprestidlgitaçSo pelo systema dà escól»

moderna.3. * PARTE

Magnetismo animal com a somnambula LncreciaUlysses que se presta a ser magnetisada perante oacir-cuir.slantes.

O espectaculo principia ás 8 horas da noite.De uma a outra parte haverá um intervallo de um

quarto do hora.Preço dos bilhetes os do costume,l.*" ordem 8$Õ00 rs.. 2." lujjOOO rs., 3." 6S000

rs. Cadeiras 2SOO0, plaléas 1S000 rs, varandas 500 rs.Os bilhetes já se aclnm a venda na casa do beneficia-

do roa do Ouvidor n. 3,1. ° andar, a no theatro fta djado espectaculo.

Typ. Imparciai