texto sobre o livro "uma verdade inconveniente"

22
Universidade Federal de Campina Grande Departamento de Sistemas e Computação Disciplina: Seminários Professor: Antão Moura Equipe: André Hora Dalton Cézane Fábio Jorge Giovanni Farias Marcus Leite Tiago Lucas Uma Verdade Inconveniente Campina Grande, Março de 2008.

Upload: dalton-valadares

Post on 07-Jul-2015

1.686 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Texto sobre o livro Uma verdade inconveniente, de Al Gore. Trabalho apresentado na disciplina Seminários, no curso de Ciência da Computação da UFCG. Alunos: André Hora, Dalton Cézane, Fábio Jorge, Giovanni Farias, Marcus Leite e Tiago Lucas

TRANSCRIPT

Page 1: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Universidade Federal de Campina Grande

Departamento de Sistemas e Computação

Disciplina: Seminários

Professor: Antão Moura

Equipe: André Hora

Dalton Cézane

Fábio Jorge

Giovanni Farias

Marcus Leite

Tiago Lucas

Uma Verdade Inconveniente

Campina Grande, Março de 2008.

Page 2: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Introdução

Idealizado pelo ex-candidato a presidente dos Estados Unidos, Al Gore, o livro Uma Verdade Inconveniente é fruto de alguns anos do trabalho de Gore.

Como o autor mesmo narra na introdução do livro, Gore sempre foi uma pessoa que colocou a família e a preservação do meio ambiente em primeiro lugar em sua vida. Foi vice-presidente dos Estados Unidos por 8 anos, enquanto Clinton era presidente e, sempre que possível, propôs idéias pensando no melhor para o meio ambiente.

Em 2000, lançou sua candidatura a presidente dos EUA, porém foi derrotado por George W. Bush. Mesmo depois da derrota Gore encontrou outras maneiras de prestar serviços ao povo e de defender o meio ambiente.

Depois das eleições de 2000, mesmo sendo difícil para ele, Gore começou a exibir suas considerações sobre o aquecimento global novamente. Suas considerações possuíam o que estava escrito em seu primeiro livro A Terra em jogo, e seu conjunto de informações foi aumentado e melhorado com o passar dos anos. E, com o material que ele possuía, conseguia convencer, pelo menos a maioria dos ouvintes, de que os humanos são os maiores culpados pelo aquecimento global e que, se não houvesse uma atitude imediata, as conseqüências para o nosso lar (o planeta Terra) poderiam ser irreversíveis.

Gore passou a viajar pelo mundo fazendo palestras sobre o aquecimento global, até que, em 2005, logo depois de uma palestra em Los Angeles, alguns ouvintes da palestra sugeriram que ele fizesse um documentário sobre o assunto. Dentre a platéia estavam alguns profissionais da área cinematográfica, como o produtor cinematográfico Lawrence Bender e o ativista ambiental Laurie David, que gostaram da idéia e conseguiram patrocínio para o documentário.

Este projeto foi sem fins lucrativos com a finalidade de conscientizar a opinião pública dos EUA a apoiarem ações que são contra o aquecimento global. A esperança de Gore é que quem lesse o livro e/ou assistisse o documentário começasse a pensar como ele já pensava há muito tempo, que o aquecimento global não se trata unicamente de um problema político, na realidade é um problema moral. Que o leitor ou telespectador, sendo seu eleitor ou não, perceba que ele quer compartilhar sua preocupação com o destino da Terra. Perceba também que o aquecimento global, assim como a queima de bosques e outros habitats importantes, esta causando a extinção de espécies em um nível comparado ao acontecimento de extinção que acabou com os dinossauros da face da Terra. Estudiosos dizem que este acontecimento foi causado por um gigantesco asteróide, só que desta vez o asteróide contra a Terra somos nós, os humanos.

Page 3: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Uma Verdade Inconveniente

Para a maioria das pessoas, esta foi a primeira fotografia da terra tirada do espaço que se pode ver. Foi tirada em 1968, durante a missão Apolo 8, a primeira das missões Apolo a abandonar os limites da órbita da terra e girar ao redor da lua em busca de lugares para pousar antes que a Apolo 11 conseguisse, no verão seguinte.

A nave cruzou o lado escuro da lua, e tal como se esperava, perdeu o contato de radio. Embora se compreendesse a causa de tanto silencio, esse foi, inevitavelmente, um momento de grande expectativa. Logo, quando o contato de radio se restabeleceu, a tripulação se encontrou com essa espetacular visão.

A imagem teve um grande impacto na consciência da humanidade. Dois anos depois que foi tirada essa foto, nascia o movimento ecologista. A lei do ar limpo, a lei da água limpa, a lei da política do meio-ambiente natural e o primeiro dia da terra, todas elas tiveram lugar poucos anos depois que se viu essa fotografia pela primeira vez.

Esta é a ultima fotografia do nosso planeta feita por um ser humano do espaço. Foi tirada em dezembro de 1972 durante a missão Apolo 17 (a ultima missão Apolo) do ponto médio do caminho entre a terra e lua.

O que faz essa imagem tão extraordinária é que se trata da única fotografia da terra tirada do espaço com o sol diretamente atrás da nave espacial. Do mesmo modo que os eclipses do sol ocorrem só nessas raras ocasiões em que a terra, o sol e a lua estão alinhados, este foi o único momento durante a serie de missões Apolo, no qual o sol estava localizado quase

diretamente atrás da lua, enquanto a nave espacial viajava. E assim, no lugar de estar parcialmente oculta entre as sombras, a terra aparece completamente iluminada.

Por essa razão. Esta imagem é a mais publicada da historia. Nenhuma outra imagem sequer se aproxima. Quando se observa uma fotografia da terra, em 99% das ocasiões está se vendo essa fotografia.

Estas mágicas imagens da terra foram compostas por Tom Van Sant, em um período de três anos, ele revisou mais de mil imagens obtidas de satélites e escolheu cuidadosamente aquelas que mostram porções livres de nuvens da superfície da terra. Depois pegou digitalmente as imagens para criar uma vista composta de todo o planeta, na qual toda a superfície da terra fosse claramente visível.

“Não é o que não se sabe que te mete em problemas. É o que se da por certo e não é”. Mark Twain

Page 4: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Trata-se realmente de uma questão muito importante, pois há outra suposição que talvez constitua o principal obstáculo no caminho do entendimento claro das crises climáticas. Hoje muitas pessoas supõem, erroneamente, que a terra é tão grande que nós,

seres humanos, não podemos ter impacto importante na maneira que se opera o sistema ecológico. Esta afirmação pode ter sido válida em algum momento, mas já não é. Nossa população tem crescido tanto e nossa tecnologia se faz tão poderosa atualmente que podemos exercer uma influencia significativa sobre muitas partes do meio ambiente da terra. A parte mais vulnerável do sistema ecológico terrestre é a atmosfera. Sua vulnerabilidade deriva de sua pequena espessura.

“Se tiveres um globo coberto com uma capa de verniz, a espessura desse verniz seria aproximadamente o mesmo da atmosfera terrestre em comparação com o tamanho da terra”. Carl Sagan

Em efeito, a atmosfera terrestre é tão fina que temos o poder de alterar enormemente a concentração de alguns de seus componentes moleculares básicos. Em particular, temos aumentado enormemente a quantidade de dióxido de carbono.

Estas imagens abaixo ilustram a ciência básica do aquecimento global. A energia do sol penetra na atmosfera em forma de ondas de luz e aquece a terra. Parte

Page 5: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

dessa energia eleva a temperatura da terra e depois é irradiada de volta ao espaço, na forma de radiação infravermelha.

Em condições normais, uma porção da energia irradiada é naturalmente barrada pela ionosfera, o que é bom porque mantém a temperatura da terra dentro de limites confortáveis. Os gases da atmosfera de Vênus são tão espessos que as temperaturas deste planeta são muito elevadas para os seres humanos. Enquanto que os gases que rodeiam Marte são quase inexistentes, de maneira que a temperatura ali é muito baixa. Esse é o motivo de que, em ocasiões, se diz que a terra é um “planeta de ouro”: aqui, as temperaturas são perfeitas.

O problema que nós enfrentamos agora é que essa fina capa de atmosfera está ficando mais espessa por causa das enormes quantidades de dióxido de carbono produzido pelos seres humanos. À medida que fica mais grossa, a atmosfera impede a passagem da energia irradiada, de outro modo teria escapado para o espaço. Como resultado, a temperatura da atmosfera e dos oceanos da terra estão se elevando perigosamente. E isso consiste na crise climática.

O que são exatamente os gases do aquecimento?

Habitualmente, quando falamos de gases do aquecimento e mudança climática, o dióxido de carbono é o que recebe mais atenção. Há, também, outros gases do aquecimento, mas o CO2 é o mais importante.

O que todos os gases que produzem o efeito estufa têm em comum, é que permitem que a luz proveniente do sol atravesse a atmosfera, não deixando sair uma parte da radiação infravermelha refletida pela terra, e essa radiação aquece o ar.

Certa quantidade de gases do efeito estufa é benéfica. Sem eles. A temperatura da terra rondaria em -18ºC: um ambiente nada agradável para viver. Esses gases contribuem para manter a superfícies da terra em media com 15ºC. Por causa das crescentes concentrações desses gases produzidas pelos seres humanos nos tempos modernos, estamos elevando a temperatura media do planeta e criando as perigosas mudanças no clima que vemos ao nosso redor.

O professor Roger Revelle foi o primeiro cientista que propôs medir os níveis de CO2 da atmosfera terrestre. Ele e o cientista que contratou para realizar o estudo, Charles David Keeling, começaram a fazer medições diárias no meio do oceano pacifico, em 1958.

Depois de uns poucos anos, pode ser construído este gráfico. Ficando bem claro que a concentração de CO2 estava subindo em um ritmo significativo em toda a atmosfera terrestre.

Page 6: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

A grande maioria das massas continentais se concentra ao norte do equador. Portanto a maior parte da vegetação também se encontra ao norte do equador.

Como resultado, quando o hemisfério norte se inclina para o sol, durante a primavera e o varão setentrionais, saem as flores e à medida que utilizam o CO2, a quantidade de CO2 decresce em todo o mundo.

Quando o hemisfério norte se inclina se afastando do sol, no outono e no inverno setentrionais, as flores caem e a mediada que expelem o CO2, a quantidade de CO2 na atmosfera volta a aumentar.

Por isso a concentração de CO2 se eleva e logo baixa abruptamente a cada ano.

Resultado evidente, se observa o mundo ao nosso redor que se está produzindo mudanças muito profundas.

Os cumes de gelo do Himalaia têm sido um dos mais afetados pelo aquecimento global. Himalaia contém cem vezes mais gelo que os Alpes e proporciona mais da metade de água potável para 40% da população mundial, por meio de sete sistemas fluviais, todos com origem no mesmo local.

Este é o monte Kilimanjaro em 1970 e 2005

É possível que no próximo meio século, 40% das pessoas que habitam o planeta sofrerão uma grave escassez de água, a menos que o mundo atue com decisão rapidamente para mitigar o problema do aquecimento global.

Page 7: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

O cientista Lonnie Thompson e sua equipe perfuram as geleiras de todo o mundo e extraem grandes núcleos tubulares de gelo formados ano após ano durante muitos séculos.

Logo, Lonnie e sua equipe de especialistas examinam as pequenas partículas de ar na neve e o ano em que ela caiu. Assim, podem medir quanto CO2 havia na atmosfera do passado, ano por ano. Também podem medir a temperatura exata da atmosfera cada ano, calculando as proporções de diferentes isótopos de oxigênio (oxigênio 16 e oxigênio 18), as quais formam um preciso termômetro.Na Antártica, as medições disponíveis da concentração de CO2 e as temperaturas retrocedem 650.000 anos.

A linha azul abaixo representa as concentrações de CO2 durante esse período.O extremo direito da linha azul representa a época atual e a primeira queda

brusca vendo da direita para a esquerda é a ultima era glacial; Depois, seguindo para a esquerda e contando desde o presente, pode-se ver a segunda, logo a terceira e assim sucessivamente. Entre todas as era glaciais há períodos de aquecimento.

Em nenhum ponto nos 650.000 anos anteriores a era pré-industrial se encontram concentrações de CO2 superiores a 300 partes por milhão.

A linha cinza mostra a temperatura mundial no transcurso dos mesmo 65.000 anos.

O ponto B mostra o valor do CO2 na atualidade, muito mais alto que nos 65.000 anos anteriores.

Page 8: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

E dentro de 45 anos os níveis de CO2 estarão no ponto A se não fizermos mudanças drásticas, rapidamente. O que condenaria as próximas gerações a um futuro catastroficamente pobre.

O ponto B desta linha cinza mostra as temperaturas globais atuais. O ponto C marca a profundidade da ultima era glacial. Essa curta distancia (uns centímetros e meio no gráfico) representa a diferença entre um dia agradável e um quilômetro e meio de gelo sobre a cabeça. Imagine o que significaria uma temperatura três vezes mais alta.

Um ponto de reflexão

A situação descrita na reflexão mostra o que um pai passa ao ver seu filho se acidentando. Tal acontecimento leva-o a uma reavaliação da vida e a importância da família faz surgir um questionamento: Como ele queria utilizar seu tempo na Terra, o que era realmente importante?

Ao reexaminar a natureza, ele avaliou o meio ambiente como um primeiro plano de preocupações, tanto presentes, como futuras. Uma segunda oportunidade de viver criou a possibilidade de prestar mais atenção no planeta Terra.

As ondas de calor afetam, não só ao meio ambiente, mas também a população, que sofre com as temperaturas elevadas. As mudanças climáticas deixam países vulneráveis, matando pessoas em todo o mundo.

Estudos comprovam que esse aumento provoca tremores, furacões, tufões, ciclones e tornados. Na medida em que a temperatura da água se eleva, a velocidade do vento aumenta e o mesmo ocorre com a condensação de umidade das tormentas. Algumas florestas podem sofrer o processo da desertificação, enquanto outras áreas podem ser destruídas por alagamento.

Page 9: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Inundações e nevascas também fazem parte das catástrofes, assim como a diminuição de lagos; como ocorreu na África – Lago Chad. Outro grande risco é o derretimento das calotas polares. O impacto causado pelas perdas chega a milhões de dólares e afeta a saúde e do desenvolvimento financeiro das cidades atingidas. O movimento migratório de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição só acrescentam a lista de efeitos negativos do aquecimento global.

Alguns desastres ocorridos no planeta Terra:

- Furacões: Ivan (EUA, 2004); Rita (EUA, 2005); Katrina (EUA, 2005); Wilma (EUA, 2005); Emily (México, 2005).

- Inundações: Índia (Bombay, 2005) e China (Província de Shandong, 2005).

No Alasca, existem árvores chamadas “árvores bêbadas”, porque cada uma está inclinada para uma direção diferente. Mas isto não é resultado da força do vento, nem de consumo de álcool. Isto acontece porque estas árvores uniram suas raízes nas profundezas da tundra gelada e, agora, com o descongelamento da mesma vão perdendo o apoio, fazendo com que se inclinem em várias direções.

As regiões que se localizam ao norte do Círculo Polar Ártico ficam congeladas durante grande parte do ano. Uma parte do solo constantemente congelado é chamada permafrost (expressão que vem da junção de substantivos em inglês e quer dizer “solo permanentemente gelado). Porém, o aquecimento global está derretendo, sem problema algum, grandes partes do permafrost. Isto está causando a destruição de vários edifícios e casas construídos sobre o permafrost, fazendo com que seus donos abandonem estas áreas.

O Conselho do Ártico realizou um estudo sobre os danos causados à infra-estrutura em todo o hemisfério norte e classificou as áreas em: estável, risco baixo, risco médio e risco elevado. Uma região bastante afetada será a Sibéria, com aproximadamente um milhão de quilômetros quadrados de terra congelada. Segundo os cientistas, esta área da tundra tem setenta mil toneladas de carbono que está se tornando instável com o descongelamento do permafrost. O carbono do solo siberiano é dez vezes a quantidade de carbono emitido anualmente pelas atividades humanas, o que causa grande preocupação, tendo em vista que o descongelamento é causado pelo aquecimento global.

Com o descongelamento do permafrost há, ainda, o atolamento de caminhões nas pistas congeladas. Por ironia, companhias petrolíferas que querem perfurar zonas protegidas em busca de petróleo também dependem dessas pistas. Mas essa situação causada pelo aquecimento global dificulta ainda mais essa proposta controvérsia.

Atualmente, o número de dias que a tundra se encontra sólida o suficiente para transitar tranquilamente por ela vem diminuindo. Já são menos de oitenta dias ao ano, com a primavera chegando mais cedo, o outono chegando mais tarde, e, entretanto, as temperaturas continuam se elevando mais rapidamente no Ártico que em qualquer lugar do mundo.

Um ponto que está sendo discutido e estudado é o uso de um novo tipo de etanol, de forma a amenizar as conseqüências ambientais com combustíveis fósseis e até mesmo abandonar a dependência de importação de petróleo. Uma companhia

Page 10: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

canadense falou sobre um modo de se produzir um novo tipo de etanol, a partir de fibras vegetais, que é mais barato e limpo que o etanol comum. Esse tipo de etanol é chamado etanol celulósico, porque é feito com celulose, uma fibra vegetal dura. Dessa forma, eles buscam também outras plantas, fáceis de manter e que tenham alto rendimento, que possam se converter em álcool a baixo custo. Enquanto o etanol gerado atualmente produz aproximadamente 29% menos gases que a gasolina, o novo etanol, obtido da celulose, pode diminuir os gases em 85%.

Outro combustível alternativo é o biodiesel. Algumas empresas estão começando a fabricar este combustível através de um biorreator que aproveita grande parte da matéria orgânica utilizada no processo, sem que seja necessário despejar muitos dejetos no meio ambiente.

É possível que o hidrogênio seja definitivamente o combustível mais limpo do futuro, mas sempre existem imposições para se chegar a uma economia baseada neste gás. Por outro lado, sabe-se que o hidrogênio produzido em determinados lugares pode não funcionar em outros. Isso acontece porque existem lugares que apresentam, anualmente, mais dias ensolarados que outros. Dessa forma, o trabalho atual também consiste em conhecer cada sistema ecológico e industrial e tomar as devidas decisões, escolhendo os combustíveis que menos agridam o meio ambiente.

Quando se fala em aquecimento global, existem vários estudos realizados que podem ser lidos, vários cientistas que podem falar a respeito ou mesmo vários gráficos que podem ser interpretados, mas não há nada como observar estas coisas por si mesmo. A ação do aquecimento global é notável em diversos lugares, porém é de surpreender a situação dos pólos norte e sul. Várias coisas no pólo sul podem ser destacadas, como por exemplo, a espessa camada de gelo e neve que chega três quilômetros, causando dor de cabeça e náuseas à medida que os visitantes andam em lugares de maiores altitudes. A altura média da Antártida é muito superior a de qualquer outro continente do planeta. É preocupante saber que todo esse gelo está derretendo com o passar do tempo. As temperaturas chegam a cinqüenta graus Celsius negativos, o que faz com que as pessoas utilizem roupas apropriadas contra o frio, que pode causar sérios problemas.

Embora os lugares mais afetados pelo aquecimento global sejam a Antártida e o Ártico, também é notável as conseqüências deste fenômeno no Equador. Em 2005, o Amazonas sofreu a seca mais longa já registrada e seus resultados foram devastadores. No Quênia, também sobre o Equador, há uma constante preocupação com a ameaça dos mosquitos transmissores de doenças, que antes não se reproduziam muito em função das regiões, antes consideradas frias.

Por muitos anos, a marinha guardou dados sigilosos sobre a situação do pólo norte, em virtude de realizar viagens submarinas no Ártico e temendo que, divulgando estes dados, outros países descobrissem “segredos militares”, como o trajeto realizado pelos submarinos. A verdade é que, cada vez mais, as camadas de gelo sob as quais os submarinos navegam estão ficando menos espessas com o derretimento. Esse derretimento vem acontecendo de uma maneira muito rápida nos últimos anos. Há estudos mostrando que, se a população continuar agindo desta maneira, as camadas de gelo desaparecerão completamente em todos os verão. Na atualidade, essas camadas têm papel crucial no resfriamento da terra e impedir que as mesmas desapareçam tem que ser uma das prioridades do ser humano.

Uma das causas do rápido derretimento do gelo do Ártico é que este é muito delgado, comparado ao antártico, por exemplo, e está havendo um grande aquecimento das águas do mar, fazendo com que eleve o ritmo de derretimento das bordas de gelo. Esse aquecimento está sendo causado graças ao elevado número de raios solares que

Page 11: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

esta incidindo na água do mar. Antes, a maior parte destes raios era refletida pela superfície gelada, agora, com parte desta sendo descongelada, o número de raios refletidos é menor, fazendo com que mais raios aqueçam a água, resultando no que eles chamam de retroalimentação positiva, derretendo as bordas das superfícies.

Esse degelo é uma má notícia para ursos polares. Estudos científicos mostram que, pela primeira vez, um número significativo de ursos polares está morrendo afogado, em virtude de terem que percorrer longas distâncias nadando entre os blocos de gelo. Estas mortes eram raras no passado. Em alguns lugares, a borda de gelo está entre 40 e 60 quilômetros da costa. Essa grande quantidade de água resultante do degelo é outro ponto que deve ser visto com grande importância pela população mundial.

O derretimento do Ártico pode mudar completamente o padrão climático do planeta. Os cientistas dizem que o clima global é um “sistema não linear”, que é uma maneira de dizer que as coisas não acontecem gradualmente. Algumas coisas podem acontecer de repente, a grandes saltos, como já aconteceu no passado.

Os cientistas dizem que o clima do mundo é mais fácil de ser entendido quando se pensa em uma máquina que redistribui o calor desde o Equador e seus trópicos até os pólos. Entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio a terra absorve muito mais energia solar porque o sol se encontra diretamente sobre essas regiões todos os dias do ano. Nos pólos Norte e Sul os raios só atingem indiretamente. Cada pólo recebe luz solar unicamente durante metade do ano, fato que faz com que um pólo fique totalmente na escuridão e o outro fique com a claridade dos raios solares (e vice-versa).

A distribuição do calor do Equador até os pólos impulsiona os ventos e a correntes marinhas. Em termos gerais, estas correntes têm seguido um padrão desde a última glaciação, portanto desde antes que se construíram as primeiras cidades. Perturbar essas correntes trará conseqüências incalculáveis para toda a civilização. Porém, toda essa crise climática está acumulando o potencial para acontecer exatamente isso.

A população mundial jamais experimentou, nem remotamente, uma mudança ambiental como a que ameaça a terra no momento. Cada lugar está acostumado com o padrão climático já conhecido, assim ninguém sabe o que pode acontecer com mudanças bruscas nesse padrão.

Há 10.000 anos ocorreu algo que os cientistas temem que volte a ocorrer. Quando a última capa glacial da América do Norte se derreteu, formou-se um gigantesco lago de água doce. Esse grande lago ficou contido em sua região graças a um gigantesco dique de gelo. Então, certo dia o dique se rompeu e a água doce se precipitou pelo Atlântico Norte. Quando essa vasta quantidade de água doce se precipitou através do Rio São Lourenço e chegou ao Atlântico Norte, a corrente do Golfo quase deixou de fluir. Como conseqüência, a Europa Ocidental deixou de receber o calor da evaporação das águas do Atlântico Norte, resultando em uma nova era glacial na Europa por 900 a 1000 anos.

Atualmente, alguns cientistas temem seriamente que este fenômeno volte a acontecer. Uma região que tem o gelo se derretendo muito rápido é a Groenlândia e pesquisadores já estão realizando observações na mesma.

O antiqüíssimo ritmo das estações do ano (verão, primavera, outono e inverno) também está sofrendo alterações. Em algumas partes do mundo isso acontece mais rápido que em outras.

Um estudo realizado nos países baixos observou que, há vinte e cinco anos, a chegada de aves migratórias era 25 de abril. Seus ovos eclodiam quase seis semanas depois, com o ápice de eclosões no dia 3 de junho, justo no ápice da temporada das

Page 12: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

tartarugas. Na atualidade, duas décadas de aquecimento mais tarde, as aves, todavia, chegam no fim de abril, mas o ciclo da tartaruga está duas semanas adiantado em relação ao que era antes. Dessa forma, as recém nascidas estão ficando sem sua principal fonte de alimentação. O ápice das eclosões está variando ligeiramente, mas não se deve alterar muito, pois pode trazer grandes problemas para o ecossistema. O aquecimento global está perturbando milhões de relações ecológicas delicadamente equilibradas, precisamente deste modo. E isso não está apenas interferindo o ciclo de vida das aves. Em muitos outros lugares, outras alterações do ciclo de vida de outras espécies podem ser observadas. Por exemplo, grandes florestas (5,7 milhões de equitares) estão morrendo por causa das mudanças nas estações do ano.

Grande parte da população não está conscientizada em relação aos riscos que a terra corre graças ao descuido com o meio ambiente. Ou mesmo, os que estão conscientizados, não dão a devida importância e, apenas, muitas vezes pensam em si mesmos. Existe um péssimo hábito de pessoas envolvidas com comércio pensarem que, se algo pode ser extraído do meio ambiente para obtenção de lucro, seja retirada da natureza qualquer matéria prima, pois ela se recompõe sozinha. Esse é um pensamento completamente ignorante. A magnitude da destruição ambiental tem agora uma escala que poucos tinham visto. A recomposição da natureza não se dá única e exclusivamente por ela, como muitos pensam, ou fingem pensar. Deve-se atuar com decisão para deter os danos.

Muitas espécies do mundo todo estão ameaçadas de extinção devido às mudanças climáticas e algumas delas estão se extinguindo, por causa da crise climática e por causa da invasão do homem nos lugares onde, antes, estas prosperavam. Alguns biólogos começam a descrever este fato como uma crise de extinção massiva, com um ritmo de extinção mil vezes mais elevado que o normal. Muitos dos fatores que contribuem para esta crise de extinção também contribuem para a crise climática. Ambas estão relacionadas. Por exemplo, a destruição da selva Amazônica leva a muitas espécies em extinção e mais CO2 na atmosfera.

Os arrecifes de coral, que são tão importantes para as espécies marinhas como as selvas são para as espécies terrestres, estão morrendo em grandes quantidades por causa do aquecimento global. Em 2005, o ano mais quente do qual se tem registro, houve uma perda massiva de arrecifes de coral, incluindo alguns que estavam em perfeito estado. Em 1998, o segundo ano mais quente do qual se tem registro, o mundo sofreu uma perda estimada de 18% de seus arrecifes.

Muitos fatores têm contribuído para a morte dos arrecifes de coral: a contaminação das costas, a pesca destrutiva com dinamites em algumas regiões e a maior acidez das águas oceânicas. Sem dúvida, a causa letal dessa perda de arrecifes, veloz e sem precedentes, é, segundo os cientistas, o aumento da temperatura do mar, em virtude do aquecimento global.

Os corais, junto com muitas outras formas de vida marinhas, estão ameaçados pelo aumento da emissão de dióxido de carbono em todo o mundo. Não só porque estes gases se acumulam na atmosfera do planeta e aumentam a temperatura do oceano, mas também porque aproximadamente um terço dessas emissões acaba elevando a acidez das águas. Os cientistas têm medido recentemente este processo prejudicial. Dessa forma surge uma nova preocupação: a transformação química dos oceanos. O ácido carbônico resultante do excesso de CO2 altera o pH das águas marinhas e modifica a proporção de íons de carbonato e bicarbonato. Isto, por sua vez, afeta os níveis de saturação do carbonato de cálcio dos oceanos. É importante saber que muitas das criaturas marinhas utilizam carbonato de cálcio como material básico para construção de suas estruturas duras (como no caso dos arrecifes e das conchas), das quais

Page 13: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

dependem suas vidas. Em torno de quarenta e cinco anos, se nada for feito para impedir a grande quantidade de CO2 emitido, as áreas ótimas (mais propícias) para corais desaparecerão totalmente. Por causa das mudanças químicas nos oceanos, muitas zonas mortas (sem vida marinha) estão surgindo.

Por causa do aquecimento global, novos vetores transmissores de germes - como mosquitos, carrapatos, pulgas, roedores, etc. - começam a aparecer em novas áreas, adquirindo uma distribuição mais ampla e transformando-se em ameaças mais graves. Em geral, a relação entre a espécie humana e o mundo microbiano dos germes e vírus é menos amena em invernos e noites mais frias, quando se tem maior estabilidade climática e menos perturbações. Entretanto, a ameaça que provém dos micróbios se reduz quando a rica biodiversidade de regiões como selvas tropicais (onde se tem maior porcentagem de espécies no planeta) é protegida da destruição e expansão causada pelo homem. O aquecimento global aumenta a vulnerabilidade dos seres humanos a novas enfermidades, pouco conhecidas. Um exemplo de mudança de habitat é o que está acontecendo com alguns mosquitos: antigamente, viviam em lugares de altitudes mais baixas por causa do calor, porém, com o aumento da temperatura no mundo, agora também estão habitando maiores altitudes.

Trinta das chamadas novas enfermidades surgiram nos últimos vinte e cinco ou trinta anos. E algumas das enfermidades antigas que estavam sob controle, estão surgindo novamente. Um exemplo é o vírus do Nilo Ocidental, que em dois anos se estendeu por todo o continente norte americano.

Voltando a falar em gelo, tem-se a Antártida, que é a maior massa de gelo da terra. A Antártica é completamente branca em todas as direções e muito mais fria que o Ártico. A imensidão de todo o gelo e neve mascara uma realidade: a Antártida é um deserto (cumprindo a definição técnica, já que recebe menos de 250 mm de precipitação por ano).

A Antártida é um território neutro, regido por um tratado internacional que impede qualquer reclamação territorial ou atividade militar e reserva todo o continente para projetos científicos pacíficos, os quais são levados a cabo por mais de uma dezena de países. Importantes quantidades de pingüins, focas e aves habitam a costa da Antártida e buscam alimento no oceano. Porém, mais próximo da borda exterior do continente, não há sinais de vida em absoluto, exceto por pequenos grupos de cientistas que não se aventuram por muito tempo fora de seus recintos climatizados.

A espécie de aves mais famosa é o pingüim imperador. Porém, a população de pingüins imperadores tem sofrido um declínio em uma proporção de 70% nos últimos cinqüenta anos e os cientistas suspeitam que a principal causa disso seja o aquecimento global. Um estudo recente da NASA, que utiliza tecnologia de imagens de satélites, descobriu que a Antártida está perdendo seu gelo terrestre a um ritmo de trinta e um milhões de toneladas por ano. Os pingüins imperadores, como outros animais que dependem de gelo marinho para procriar e obter seus alimentos, são os primeiros a receberem o impacto.

No momento, sabe-se que está havendo a ruptura de gelo em determinados locais da Antártida, ocasionando o desaparecimento de várias barreiras de gelo. Uma grande barreira desaparecida foi a Larsen-B, que tinha 240 quilômetros de comprimento por 50 quilômetros de largura. Os cientistas pensavam que essa barreira de gelo seria estável por, pelo menos, mais cem anos, inclusive com o aquecimento global. Mas a partir de 31 de janeiro de 2002, a barreira se desagregou completamente em trinta e cinco dias. A verdade é que a maior parte dela desapareceu no curso de dois dias. Os cientistas estavam totalmente atônitos, sem conseguir imaginar como foi possível que isso tenha acontecido de uma maneira tão rápida. Então, voltaram a

Page 14: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

estudar para ver porque suas estimações estavam erradas e descobriram que haviam feito suposições incorretas em relação aos lagos de água de degelo sobre a massa de gelo. Haviam pensado que a água do descongelamento se juntaria novamente com o gelo e voltaria a congelar. Ao invés disso, agora sabem muito bem que o gelo continua a descongelar e a água resultante não volta a congelar.

Uma vez que as barreiras de gelo estão desaparecendo, com seus respectivos derretimentos, o nível da água dos oceanos está aumentando. Esta é a principal causa do aumento do nível do mar e continuará sendo se o aquecimento global não for controlado. Muitos habitantes de países nas ilhas baixas do Pacífico têm abandonado seus lares por causa da “ascensão” dos mares.

A barreira de gelo Larsen-B, que aparece na ilustração em vermelho, tinha 240km de largura por 50km de comprimento e estava localizada na península Antártica. Os cientistas acreditavam que ela ainda duraria pelo menos 100 anos, mesmo com o aquecimento global, porém ela desapareceu em menos de 35 dias, a partir do dia 31 de janeiro de 2002, na verdade a maior parte dela desapareceu em dois dias.

O Tamisa é um rio de marés, nas ultimas décadas foram usadas barricadas para evitar os danos causados pelas marés altas. O gráfico abaixo mostra a freqüência com que foram necessárias, mesmo que na época ainda não fossem usadas.

Os dados que o gráfico apresenta são semelhantes a todos os demais que refletem problemas relacionados ao aquecimento global, mas poderá ser bem pior

Page 15: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

dependendo do que ocorra na Antártida e na Groenlândia, caso algum evento como o que aconteceu com a barreira Larsen-B se repita, e de nossas decisões a respeito.

A barreira de gelo da Antártida Oriental é a maior massa de gelo do mundo e até pouco tempo acreditava-se que estava crescendo. Porém, em 2006 constatou-se que agora o volume total parece estar diminuindo e certa de 85% da massa glacial da região parece ter acelerado seu fluxo ao oceano. Em resumo, a temperatura da região parece ter se elevado mais rapidamente que no resto do mundo.

Mesmo já problemática, a barreira de gelo da Antártida Oriental parece muito mais estável em largos períodos de tempo que a barreira ocidental, a qual se apóia na parte superior do continente. Esta característica causa um problema grave tratado a seguir. O problema do deslizamento causado pela ação do mar, visto que o peso deste gelo descansa inteiramente sobre terra, que arrasta o gelo para dentro d’água. Isto, caso se concretizasse por completo, causaria uma elevação de cerca de seis metros no nível do mar.

A barreira de gelo da Antártida Ocidental e praticamente idêntica à cúpula de gelo da Groenlândia e provocaria uma elevação similar no nível do marca caso deslizasse até a água.

Na Groenlândia é muito comum lacunas de neve derretida sobre o gelo formarem piscinas enormes. Estas lacunas sempre existiram, mas hoje elas são muito maiores e mais comuns. O interessante é a semelhança entre esta neve fundida e a encontrada sobre a barreira de gelo Lansen-B antes dela desaparecer repentinamente.

Hoje se acredita que, assim como aconteceu na península Antártica, essa água esta escorrendo até a base do gelo, formando enormes e largas galerias verticais de água corrente até a base dentro do gelo conhecidas como Moulin.

O problema é o que acontece quando essa água se aloja entre o gelo e a terra formando uma superfície deslizante acelerando o fluxo do gelo até o oceano, como aconteceu com a península Antártida.

A imagem acima mostra a esquerda as piscinas de neve derretida da Groenlândia e a direita uma ilustração de como as Moulins atuam no deslizamento do gelo.

È verdade que sempre houve degelo e Moulins na Groenlândia e na Antártica, porém nada comparado com o que há hoje. Veja abaixo o mapa do degelo, em vermelho, da Groenlândia nos últimos anos.

Page 16: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Existe muita relação entre os problemas ambientais da atualidade e a explosão populacional das ultimas décadas. Se observarmos a história veremos que nesses últimos anos quebramos todos os padrões possíveis no tocante ao crescimento populacional.

Nos tempos de Cristo e Júlio Cezar a população tinha alcançado 250 milhões de indivíduos, até o fim do século dezoito já tínhamos chegado à um bilhão de habitantes. Ao final da segunda grande guerra, depois do baby boom, a população atingiu 2

bilhões, hoje estamos em 6,5 bilhões e estimasse que muitas das crianças nascidas no baby boom verão a humanidade chegar aos 9 bilhões.

Page 17: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

O preocupante nisso tudo, como é mostrado no gráfico acima, é que levamos milhares de gerações até que a população chegasse aos 2 bilhões, e no momento atual, no intervalo de tempo de uma vida humana chegaremos aos 9 bilhões.

Não é difícil concluir que toda essa população exigirá muito mais dos recursos naturais do nosso planeta, principalmente tendo em vista que a maior parte desse crescimento ocorre nas cidades dos países menos desenvolvidos e que possuem políticas mais frágeis no tocante a preservação do meio ambiente e fiscalização de sua exploração.

Page 18: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Aproximadamente 30% do gás carbono que se libera na atmosfera é proveniente das queimadas de subsistência e do consumo de lenha para cozinhar.

O gráfico abaixo mostra o crescimento do número de incêndios nas Américas do norte e do sul nas ultimas 5 décadas, tal projeção se assemelha muito com o que ocorre no resto do mundo.

Page 19: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

Velhos hábitos, como as queimadas de subsistência, são bastante danosos ao planeta. As conseqüências mais graves ocorrem quando velhos hábitos são amparados por novas tecnologias.

Uma nova força da natureza?

As tecnologias estão superando a escala humana. Usinas superam tremendamente o tamanho de casas e prédios. Nossas novas tecnologias, combinadas com grandes números destas, já estão sendo consideradas como uma nova força da natureza.

E quem tem a responsabilidade por essa nova força? As grandes potências que as detêm, têm a obrigação moral de utiliza-las com responsabilidade, o que nos leva a várias questões políticas. É importante citar que os EUA emitem mais gases nocivos do que a América do Sul, Ásia, Austrália, África e o Oriente Médio juntos. Veja os dados, em porcentagem de emissão de gases:

• EUA: 30,3%• Europa: 27,7%• Rússia: 13,7%• Ásia, Índia e China: 12,2%• América Central e do Sul: 3,8%• Japão: 3,7%• Oriente Média: 2,6%• África: 2,5%• Canadá: 2,3%• Austrália: 1,1%

Os EUA também lideram nas emissões de dióxido de carbono por pessoa.O que temos é um problema de conscientização. Todos acham que o melhor a se

fazer para se evitar o aquecimento global, é esquecendo que ele existe. Além disso, temos problemas no âmbito científico, discordâncias entre cientistas, que desmentem

Page 20: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

teorias um dos outros, tentam prová-las eles mesmos, tudo isso trás várias dúvidas e incertezas para os políticos, que são os responsáveis por tomar as atitudes necessárias.

Felizmente, nos principais pontos de discussão acerca do aquecimento global, não há discordância na comunidade científica global: ele é uma realidade.

Informação X Desinformação

Porém, temos uma guerra de interesses entre os que informam sobre o aquecimento global, e aqueles que desinformam. E quem estaria interessado em desinformar? As grandes empresas produtoras de petróleo são alguns dos interessados. Essa campanha de desinformação é parecida com a que era feita pela indústria do tabaco, negando que o tabaco causaria o câncer de pulmão.

Temos que uma das principais fontes de desinformação acerca do aquecimento global é o governo Bush, que vem tentando calar os cientistas que publicam sobre esse assunto. Um fato curioso: um advogado contratado por Bush em 2001 para cuidar da política ambiental dos EUA trabalhou os seis anos anteriores na indústria americana do petróleo, ocupando o cargo até 2005 e nesse período houve uma massiva campanha de desinformação.

Um pensamento errôneo que muitas defendem é de que uma boa economia não pode existir juntamente com um meio ambiente sadio. É esse pensamento que move os EUA (que, junto com a Austrália, não assinou o protocolo de Kyoto). O que deve haver é um equilíbrio entre os dois.

Capitalismo e o meio ambiente

Uma das chaves para resolver esse problema é o de utilizar a força do capitalismo de mercado como aliado, acabando com a desinformação.

Em vários países da Europa, e no Japão, já estão sendo adotadas leis para diminuição da emissão de gases, por exemplo, no Japão os carros devem fazer pelo menos 19 quilômetros por litro. No Canadá e na Austrália devem fazer pelo menos 13 quilômetros. Até a China está adotando medidas ambientais, tanto é que carros fabricados nos EUA não podem ser vendidos lá.

Porém, no estado da Califórnia, há um desejo de que em dez anos, todos os carros de lá sejam tão eficientes quanto os chineses. O melhor é que as empresas automobilísticas que fabricam carros mais eficientes são as que estão obtendo mais lucros. Temos então um caso em que o capitalismo e o meio ambiente andam de mãos dadas.

Conscientização

Cada vez mais as empresas estão indo pelo caminho certo, como é o caso da General Electric, que recentemente anunciou uma drástica iniciativa a respeito do aquecimento global.

Várias novas tecnologias têm surgido, utilizando energia limpa e renovável, tais como carros movidos a eletricidade e híbridos, receptores para utilização de energia solar.

O homem tem tudo que necessita para mudar o quadro de aquecimento global, menos talvez a vontade política. Cada indivíduo pode ser decisivo nesse assunto, tomando atitudes simples, tais como: saber o que comprar (produtos ecologicamente

Page 21: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

corretos), economizar energia elétrica, etc. São decisões que todos precisam tomar para diminuir as emissões de dióxido de carbono.

Energia eólica: sempre tivemos no vento um recurso que espera para ser aproveitado. A energia eólica, se bem aproveitada, é capaz de gerar mais energia que os meios que lançam dióxido de carbono na atmosfera. Estudos comprovam que a energia eólica é umas das mais desenvolvidas e economicamente eficientes para prover nosso futuro. A energia eólica está aí, à nossa disposição, apenas esperando para ser aproveitada.

Estudos mostram várias ações que podem contribuir para a diminuição da emissão de dióxido de carbono: melhor uso da energia elétrica nos sistemas de refrigeração, iluminação, melhor eficiência dos veículos, graças à fabricação de automóveis que gastam menos gasolina, melhor utilização de meios de transporte alternativos, dependência de energias renováveis, tais como eólica e uso de biocombustível.

Protocolo de Kyoto: assinado por vários países, menos EUA e Austrália.

Política e aquecimento global

Muitas pessoas não aceitam ou não acreditam no problema do aquecimento global, mesmo os dados mostrando claramente esse problema. Talvez a causa para isso seja que a verdade incomoda, pois para amenizar esse quadro teríamos que mudar vários hábitos do nosso dia-a-dia. Seriam coisas pequenas, mas de certa forma incômodas, tais como ajustar o termostato, mudar o tipo de combustível, etc. Tudo exigiria algum esforço.

As maiores mudanças, porém, devem ficar a cargo de pessoas e empresas poderosas, que ganham grandes quantidades de dinheiro à custa do meio ambiente. Essas pessoas e empresas fazem um grande esforço desinformando a população, garantindo assim seus interesses. São essas empresas as que mais apóiam o governo Bush.

São vários os argumentos utilizados por estas empresas: que o aquecimento global não existe; que existe, mas é benéfico; que existe e não se pode fazer nada a respeito. Tudo para, como dito várias vezes anteriormente, desinformar as massas.

Conclusão

Quando se pensa em um problema tão grande como o aquecimento global, é fácil sentir-se superado e impotente, duvidoso de que seu esforço individual pode ter algum efeito.

Mas, é necessário que iniciemos essa reação, pois a crise se resolverá unicamente se assumirmos nossas responsabilidades como indivíduos.

Instruindo-nos e instruindo aos outros, fazendo nossa parte para minimizar o nosso uso e desperdício dos recursos, fazendo-nos mais ativos politicamente e exigindo mudanças. Destas e de muitas outras maneiras, cada um de nós pode contribuir a modificar a situação.

Outras pequenas atitudes que contribuem para a redução do aquecimento global são:

• Reduzir a utilização de energia elétrica em seu lar:o Escolher lâmpadas que consomem menos energiao Escolher aparelhos elétricos que consumam menos energia

Page 22: Texto sobre o livro "Uma verdade inconveniente"

o Opere seus aparelhos de maneira a otimizar a economia de energia elétrica

o Realize uma revisão na parte elétrica de sua casa, pois fios novos consomem menos energia.

o Prefira a “energia verde”, por exemplo, energia solar.• Reduza o uso de automóveis e outros tipos de transporte

o Reduza o número de quilômetros que conduz seu automóvel, preferindo bicicleta, caminhada ou o uso de transporte público sempre que possível.

o Conduza com maior inteligência, tentando não dirigir em horários de pico, evitando passar por engarrafamentos.

o Procure usar combustíveis alternativos se possível.• Reduza a emissão consumindo menos e utilizando com prudência

o Consuma menoso Compre coisas que duremo Recicleo Não desperdice papelo Use bolsas reutilizáveis em suas compraso Modifique sua dieta para consumir menos carneo Compre produtos locais