livro+de+internacional+privado

21
 r I I  fliern  NOÇÕES FUNDAMENTAIS E OBJETO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  A definição é, portanto, meio para um fim que não consiste somente em indicar o significação de um nome, mas em precisá-lo para determinação de seu conceito Orineu Strenger . 3.1 Considerações iniciais O ser humano sempre buscou, desde tempos imemoriais, a proximidade com seu semelhante. No começo, afandlia, ou o que se entendia como tal; depois a tri- bo: grupos maiores foram se formando, até se constituírem em povo ou nação, pes- soas com identidades próprias e aspirações comuns. Só muito mais tarde aparece o Estado, como o conhecemos hoje, formado por três elementos essenciais: povo, território e governo, amalgamados em uma unidade jurídica. Convém lembrar, como observou Amílcar de Castro,' que governo não deve ser confundido com força, território, com extensão geográfica, e povo, com aglomeração de pessoas. Governo, símbolo do poder, deve ser visto como competência, território, como limite dessa competência, e povo, como conjunto de interações humanas. Assim, o Estado ê a sociedade maior e, como sociedade, deve estar intima- mente ligado ao ser humano, em um conjunto harmônico. Esse Estado tem sua ordem jurídica, que regula o modus vivendi e a interação de seus habitantes, sendo essa ordem jurídica soberana nos limites de seu território. A lei não estende seu comando além-fronteiras. Não existe um poder supranacional capaz de determi- nar, juridicamente, o que deve ser feito por determinado Estado. Em realidade, nas relações internacionais impera um tipo de justiça privada: bloqueio econômico, retaliações, extorsão nos preços de produtos essenciais, entre outros. A humanidade busca incessantemente o convívio fraternal e proveitoso en- tre os povos. Tratados e convenções são acertados e firmados com a finalidade de aproximar os Estados e tomar mais agradável à vida dos cidadãos. Deve-se CASTRO, Amílcar de. Direito internacional privado. p. 7.

Upload: luma-dorea

Post on 15-Oct-2015

8 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    1/21

    r I IfliernNOES FUNDAMENTAIS E OBJETO DO DIREITOINTERNACIONAL PRIVADO A definio , portanto, m eio para um fim que no consistesomente em indicar o significao de um nome, mas em precis-lo paradeterminao de seu conceito Orineu Strenger .3.1 Consideraes iniciaisO ser humano sempre buscou, desde tempos imem oriais, a proximidade comseu semelhante. No com eo, afandlia, ou o que se entendia com o tal; depois a tri-bo: grupos maiores foram se formando, at se constiturem em povo ou nao, pes-soas com identidades prprias e aspiraes comuns. S muito mais tarde apareceo Estado, como o conhecem os hoje, formado por trs elementos essenciais: povo,territrio e governo, amalgamados em uma unidade jurdica. Convm lembrar,como observou Amlcar de Castro,' que governo no deve ser confundido comfora, territrio, com extenso geogrfica, e povo, com aglomerao de pessoas.Governo, smbolo do poder, deve ser visto como competncia, territrio, comolimite dessa com petncia, e povo, como conjunto de interaes humanas.Assim, o Estado a sociedade maior e, como sociedade, deve estar intima-mente ligado ao ser humano, em um conjunto harmnico. Esse Estado tem suaordem jurdica, que regula o modus v ivendi e a interao de seus habitantes, sendoessa ordem jurdica soberana nos limites de seu territrio. A lei no estende seucomando alm-fronteiras. No existe um poder supranacional capaz de determi-nar, juridicamente, o que deve ser feito por determinado Estado. Em realidade, nasrelaes internacionais impera um tipo de justia privada: bloqueio econmico,retaliaes, extorso nos preos de produtos essenciais, entre outros.A humanidade busca incessantemente o convvio fraternal e proveitoso en-tre os povos. Tratados e convenes so acertados e firmados com a finalidadede aproximar os Estados e tomar mais agradvel vida dos cidados. Deve-se

    CASTRO, Amlcar de. Direito internacional privado. p. 7.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    2/21

    22 Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de Souza De

    considerar que vivemos tempos de globalizao econmica e de extraordinriosavanos tecnolgicos, que intensificam o intercmbio entre os povos, em razo danecessidade econmica, da busca de conhecimentos, das atividades de lazer, doesprito de aventura e de outros fatores sociais e at religiosos.0 desenvolvimento dos meios de comunicao e de transporte s vem au-mentar as relaes entre pessoas de diferentes lugares, regidas por legislaes di-ferentes. Desse intercmbio muitas vezes decorrem problemas, que precisam serdirimidos pela justia. Da perguntar-se: que justia? A luz de qual legislao?0 conflito de leis pode ser no tempo ou no espao. Do concurso de leis notempo, vai preocupar-se o Direito Intertemporal, positivado na ordem jurdicabrasileira nos primeiros artigos da LICC. 0 conflito de leis no espao tema doDireito Internacional Privado, que, mais do que um direito verdadeiro, tem sidoentendido como uma tcnica de aplicao do Direito.

    3.2 ConceitoPara Clvis Bevilqua, Direito Internacional Privado o conjunto de preceitosque regulam as relaes de ordem privada da sociedade intemaciona1,2 enquanto LusIvani Arajo v esse ramo das cincias jurdicas como o conjunto de regras de direitointerno, cujo objetivo a soluo de conflitos envolvendo leis originrias de Estados di-ferentes, indicando, em cada caso, a lei competente a ser aplicada? Essas definies, dasquais no se afasta o entendimento de autores nacionais e estrangeiros dos ltimos cemanos, nos aproximam de uma conceituao aceitvel e com preensvel da disciplina.

    Nessa tessitura, visualizamos o Direito Internacional Privado como o con-junto de normas de direito pblico interno que busca, por meio dos elementos deconexo, encontrar o direito aplicvel, nacional ou estrangeiro, quando a lide com-porta opo entre mais de um a ordem jurdica para solucionar o caso.No hesitamos em colocar essas regras no mbito do direito pblico, emborareconhecendo que importantes estudiosos as veem integradas no direito privado.Destinadas a compor litgios em relaes privadas transnacionais, essas normasesto perfeitamente inseridas na ordem jurdica interna dos Estados, mas vm gra-dativamente ocupando espao em tratados e convenes internacionais, bem com oem regulamentos da U nio Europeia.Em verdade, ocorre a presena na relao sub judice de mais de um direito emcondies de dirimir a lide. Essa peculiaridade pode ser referida como concurso deleis, simultaneidade de leis, concorrncia de leis, pluralidade de leis, contato deleis e opo entre leis, qualquer delas por certo mais adequada do que a expressoconsagrada: conflito de leis. 0 que deve ser enfatizado que no h disputa, Me-xiste conflito, animosidade ou coliso, no h embate entre a legislao do foro equalquer outra que possa d irimir o conflito esse, sim entre as partes.

    2AVILQU A, Clvis. Princpios elementares de direito internacional privado. p. 11.3RAJO , Lus Ivani de Amorim. Curso de direito dos con flitos interespaciais. p. 8.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    3/21

    4MORIM, Edgar Carlos de. Direito internacional privado. p. 6.5TRENG ER, Irineu. Direito internacional privado. p. 44.6ARQUES, Cludia Lima. Ensaio para uma introduo ao direito internacional privado. p. 325.7ASTRO, A. Op. cit. p. 50.8IBOYET,J. P. Principios de derecho internacional privado. p. 1.9ATIFFOL, Henri e LAGARDE, Paul. Trait de droit international priv. p. 17.Fundamentais e Objeto do Direito Internacional Privado

    Coerente com nosso entendimento, Amorim enfatiza que aplicamos a normajurdica estrangeira seguindo determinaes de uma lei local, no se tratando deconflitos, mas do reconhecimento de um direito adquirido no exterior: Conflitos,realmente, h quando aquela lei ferir nossa soberania ou a ordem pblica local. 4Por fim, mencionem os mais dois conceitos para a disciplina. Segundo Stren-ger, um complexo de normas e princpios de regulao que, atuando nos diver-sos ordenamentos legais ou convencionais, estabelece qual o direito aplicvel pararesolver conflitos de leis ou sistemas, envolvendo relaes jurdicas de naturezaprivada ou pblica, com referncias internacionais ou locais .5 Para Cludia LimaMarques, em entendimento sinttico e avanado, o D ireito Internacional Privado o ramo do direito interno que regula direta ou indiretamente as relaes privadasinternacionais .6 A com posio direta da lide, no se limitando a indicar o direitoaplicvel, pretende dar resposta eficiente e justa aos numerosos processos dessanatureza submetidos ao DIPr.3.3 Objeto

    0 objeto central do Direito Internacional Privado o conflito de leis no es-pao, visto esse espao como o de ordena mentos jurdicos diversos. Nessas leis seincluem temas de direito civil, comercial, trabalhista, industrial, fiscal, administra-tivo, penal e processual.Enfatizando ser nico o objeto de estudo do DIPr, Amilcar de Castro assimo sintetiza: Organizar direito adequado apreciao de fatos anormais, ou fa-tos com duas ou mais jurisdies, sejam pertinentes ao frum, ou ocorridos noestrangeiro.' 7 Essa viso se ampa ra nas teorias italiana e alem, as quais nos doisltimos sculos restringiram o c ampo do Direito Internacional Privado ao conflitode leis, tendo sido observada por outros autores brasileiros, como Eduardo Espino-la e Joo Grandino Rodas.As doutrinas francesa e no rte-americana ampliam o objeto de nossa discipli-na. Para Jean Paul Niboyet, nele se incluem o conflito de leis, a nacionalidade, a

    condio jurdica do estrangeiro e os direitos adquiridos.8 Henri Batiffol, de formaanloga, penas coloca o conflito de jurisdies ao invs dos direitos adquiridos.9Essa corrente francesa se ocupa da situao do ser humano nas relaes privadasinternacionais, identificando sujeitos de direitos (nacionalidade e condio jurdicado estrangeiro), exerccio desses direitos (conflito de leis) e sano dos direitos(conflito de jurisdies).

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    4/21

    CUrso de Direito Internacional Privado I Florisbal de So

    Atentos aos objetivos desta obra e a licerados na releitura dos diversos auto-res, sentimo-nos autorizados a enun ciar o objeto de Direito Internacional Privadomais adequado ao nosso tempo , quando limites no devem ser colocados na buscado conhecimento e na harmonia e coerncia de contedos e mtodos. Esse objetoque pode parecer amplo, primeira vista, inclui o conflito de leis interespacial, anacionalidade, a condio juridica do estrangeiro, os direitos adquiridos, o con-jlito de jurisdies, a competncia internacional e o reconhecimento de sentenasestrangeiras. No vemos, contudo, razo para restringi-lo. Poderamos entender,para exemplificar, que os direitos adquiridos esto inseridos na condio jurdicado estrangeiro; que a nac ionalidade se integra no Direito Constitucional, limitando-se como pensam vrios autores no D IPr condio de elemento de conexo;que a sentena estrangeira estudada na competncia internacional, a qual, por suavez, poderia ser analisada ao lado do conflito de jurisdies.Nossa obra tem-se caracterizado pela simplicidade e objetividade. Nessevis, cada um dos aludidos objetos do Direito Intemacional Privado nela serestudado.

    3.4 Normas de DIPr na Constituio Federal de 1988A Carta Magna vigente, no caput do artigo 5, garante aos estrangeiros resi-dentes no pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, se-gurana e propriedade nos termos legais, equiparando-os, nesses aspectos, aosbrasileiros. Exceto os direitos polticos, tais como votar e ser votado, o estrang eiro,regularmente residindo no Brasil, no sofre qualquer discriminao. Em segmentoprprio desta obra, o Captulo X, analisada a condio juridica do estrangeiroem nosso pas.Outros parm etros emanados pelo Estatuto M aior brasileiro (art. 12) se refe-rem nacionalidade e naturalizao, que estudaremos no captulo nono. O incisoXV do artigo 22 d competncia privativa U nio para legislar sobre emigrao eimigrao, entrada, extradio e expulso de estrangeiros.

    3.5 Direitos adquiridosO respeito aos direitos adquiridos considerado basilar para a segurana ju-rdica, fazendo parte dos ordenamentos juridicos contemporneos. No Brasil, eleest inserido na Carta Magna (art. 5, inc. XXXVI) e verificar a prevalncia dessesdireitos quando invocada em outro pas interessa ao Direito Internacional Priva-do. Muitos autores tm-se ocupado do tema, considerando-o objeto da disciplina,enquanto outros adotam posio diversa, entendendo que os direitos adquiridosalegados, nesse contexto, no se afastam dos conflitos de leis, por estarem nelesintegrados. Como antes referido, julgamos mais adequada a primeira posio.Seria um contrassenso imaginar que o ser humano, ao ultrapassar as fronteirasde seu pas, nele deixasse os direitos adquiridos, especialmente os que constituem

    seu estatuto pessoal. Trata-se de direitos privados, que foram reconhecidos porordenamento jurdico competente. Nessa esfera, so repelidos, por bvio, os que

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    5/21

    Fundamentais e Objeto do Direito Internacional Privado

    ofendem a ordem pblica, os bons costumes e a soberania nacional. Assim, nose permitiro novas npcias de cidado (v.g., rabe) que aqui aportar j casado ealegar o direito de poligamia existente na legislao de seu pas, bem como algumque trouxesse seus escravos seria impedido de mant-los nessa condio.Todos os direitos, plenamente incorporados ao patrim nio juridico do cidado,

    nacional ou estrangeiro, devem acompanh-lo extraterritorialmente. H casos emque tais direitos, se buscados em nosso foro pela aplicao direta da norma estran-geira que os reconhece no seriam aceitos por contrariarem nossa ordem pblica,mas sero admitidos por terem legalmente ocorrido no seu ordenamento jurdico.Assim, sentenas de cobrana de dvidas de jogos de azar, em pases onde essa ati-vidade legalizada, tm sido reconhecidas pelo Superior Tribunal de Justia.Eduardo Espnola acentua que os direitos adquiridos pelo estrangeiro, con-forme as leis internas e as decises proferidas pelos tribunais de seu pas, soreconhecidos no exterior, assim como o reconhecimento de sua personalidade ecapacidade

    Cabe ao Direito Internacional Privado de cada pas verificar as circunstnciasde aquisio de direitos no estrangeiro e indicar as condie s para o seu reconh eci-mento no ordenamento jurdico interno:' Nesse contexto, atos jurdicos referentesao estado civil, como casam ento, adoo e divrcio, quando realizados no estran-geiro so normalmente reconhecidos pelos Estados em razo da segurana jurdi-ca. Seria, por exemplo, o caso de brasileiro solteiro ou vivo que casa no exteriorcom estrangeira divorciada: o assento no registro pblico no Brasil no depende dehomologao do divrcio pelo STJ.

    Por fim, observemos que mera expe ctativa de direito em uma ordem jurdicano deve ser tida como direito adquirido, enquanto conquistas reconhecidas naesfera do direito pblico, como aposentadorias e penses, somente so invocadasperante o ordenamento que as concedeu.3.6 Direito Internacional Privado e Direito Internacional Pblico0 DIPr tem profunda afinidade com o Direito Internacional Pblico, traba-lhando ambos cOmfontes e institutos comuns tratados, nacionalidade, extradioe com o mesmo objetivo a convivncia pacfica e harmnica entre os povos.Jacob Dolinger refere julgamento, de 1984, da Corte de Cassao francesasobre causa relacionada a Acordo de C ooperao Cientfica entre a Frana e o Ir,em que se afirma: As partes envolvidas nestes acordos estavam situadas no maisalto nvel. Estavam na encruzilhada do Direito Internacional Privado com o Direito

    acordos estavam cobertos. '2nternacional Pblico, havendo motivos para se questionar sob qual dos dois os10SPINOLA, Eduardo; ESPINOLA F ILHO, Eduardo. A Lei de Introduo ao Cdigo Civil Brasilei-o. p. 294.11ECHSTEINER, B eat Walter. Direito internacional privado: teoria e prtica. P. 204-209.2OLING ER, lacob. Direito internacional privado parte geral). p. 14.

    25

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    6/21

    26 Curso de Direito Internacional Privado I Florisbal de Souza

    A identificao entre esses dois ramos jurdicos fica evidenciada na C onvenosobre a Prestao de Alimentos no Estrangeiro, instituda em 1956 pela ONU , estandoinserida no Direito Intemacional Pblico, mas se destinando a concertar relaes es-sencialmente privadas, o que a integra plenam ente no Direito Intemacional Privado.3.7 Direito Internacional Privado e Direito Comparado

    Enfatize-se, inicialmente, que b oa parte da do utrina entende que, a rigor, noexiste Direito Comparado, mas estudos comparativos entre sistemas jurdicos di-versos, at porque tal ramo seria uma criteriosa comparao entre institutos jurt-dicos presentes no ordenamento legal de diferentes pases, buscando estabelecerpontos comuns e divergentes que neles existem . Para Vallado, ele apenas cin-cia, a comparao dos direitos no espao, geografia jurdica, ao lado da histriado direito cuja dimenso o tempo .13

    Por sua parte, Oscar Tenrio considera que o Direito Comparado no cons-titui um ramo do Direito, mas um campo cientfico para apreciar semelhanas,afinidades e diferenas entre sistemas jurdicos de mais de um pas.14De maneira diversa entende o professor de Direito Comparado portugus Ferrei-ra de Almeida, para quem esse ramo das cincias juridicas pode ser definido como adisciplina que tem por objetivo estabelecer sistematicamente semelhanas e d iferen-as entre sistemas jurdicos considerados na sua globalidade (m acrocomparao) eentre institutos jurdicos afins em ordens jurdicas diferentes (microcomparao) .15

    Esses estudos comparativos so sumamente importantes em Direito Interna-cional Privado. Quando da aplicao de Direito estrangeiro, o operador jurdiconacional deve analisar tal direito luz do mtodo comparativo, e no seguindo ospreceitos jurdicos do foro. Assim, em caso jusprivatista intemacional que deva serresolvido por norma jurdica estrangeira (por exemplo, direito francs), a leituradesse direito no pode ser feita tendo em considerao as formas de interpretaoe de aplicao do direito local: esse operador (juiz ou advog ado) dever analisar asnormas do direito francs utilizando a sua hermen utica.RESUMO

    3.1 Consideraes iniciaisO intenso intercmbio das pessoas entre Estados regidos por legislaes di-versas gera cada vez mais conflitos, criando dificuldade para estabelecer qual or-denamento jurdico, qual legislao a competente para a soluo da lide. E desseconflito de leis no espao que se ocupa o Direito Internacional Privado.

    13ALLADO, Haroldo. Direito internacional privado. v. I p. 30.14ENR IO, Oscar. Direito internacional privado. v. I, p. 47.15LMEID A, Carlos Ferreira de. Introduo ao direito comparado. p. 9 .

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    7/21

    Fundamentais e Objeto do Direito Internacional Privado

    3.2 Conceito o ramo do direito interno que regula direta ou indiretamente as relaesprivadas internacionais (Cludia Marques). o conjunto de regras de d ireito interno que objetiva solucionar os conflitosde leis originrias de Estados diversos, indicando, em cada caso que se apresente,

    a lei competente a ser aplicada (Arajo). um c omplexo de norm as e princpios de regulao que, atuando nos diver-sos ordenam entos legais ou conven cionais, estabelece qual o direito aplicvel pararesolver conflitos de leis ou sistemas, envolvendo relaes jurdicas de naturezaprivada ou p blica, com referncias internacionais ou locais (Strenger).0 Direito Internacional Privado consiste no conjunto de normas de direitopblico interno que busca, por meio dos elementos de conexo, encontrar o direitoaplicvel, nacional ou estrangeiro, quando a lide comporta opo entre mais deuma ordem jurdica para solucionar o caso (Del'Olmo).

    3.3 ObjetoOrga nizar direito adequado apreciao de fatos anormais ou fatos com duas oumais jurisdies, sejam pertinentes ao frum ou ocorridos no estrangeiro (Am lcar).Conflito de leis, nacionalidade, condio jurdica do estrangeiro e direitosadquiridos (Niboyet).Conflito de leis interespacial, nacionalidade, condio jurdica do estrangei-ro, direitos adquiridos, conflito de jurisdies, com petncia internacional e hom o-logao de sentenas estrangeiras (Del'Olmo).

    3.4 Normas de DIPr na Constituio Federal de 1988Reconhece ao estrangeiro os direitos fundamen tais. Disciplina a nacionalida-de e d competncia privativa Unio para legislar sobre emigrao e imigrao,entrada, extradio e expulso de estrangeiros.

    3.5 Direitos adquiridosTodos os direitos, plenamente incorporados ao patrim nio jurdico do cidado,nacional ou estrangeiro, devem acompanh-lo extraterritorialmente. Mesmo casos emque tais direitos, se buscados em nosso foro, pela aplicao direta da norma estrangei-ra, no seriam aceitos por contrariarem a ordem pblica, podem ser admitidos.So repelidos aqueles que ofendem a o rdem pb lica local.

    3.6 Direito Internacional Privado e Direito Internacional PblicoPossuem fontes e institutos comuns: tratados, nacionalidade, extradio.3.7 Direito Internacional Privado e Direito Comparado

    Para o DIPr, o Direito Comparado uma ferramenta indispensvel na aplica-o do D ireito estrangeiro, assim c omo n a criao e na adaptao de institutos.

    27

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    8/21

    28 Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de Souza

    QUESTES PROPOSTASConceituar D ireito Internacional Privado.Indicar o objeto do DIPr ma is adequado na atualidade.Tecer consideraes sobre os cinco direitos fundamentais, na CF188, extensi-vos aos estrangeiros.Os direitos adquiridos pelo cidado estrangeiro que se estabelece legalmenteno B rasil so reconhecidos pelo nosso D ireito? Justificar sua resposta.Citar institutos e fontes com uns ao D IPr e ao D ireito Internacional Pblico.Dissertar sobre a importncia do Direito Compa rado para o DIPr.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    9/21

    IVFONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

    A complex idade dos problemas v ersados pelo Direito InternacionalPrivado conduz a uma variedade de fontes produtoras de regras que visamindicar solues, umas mais, outras menos eficazes (Jacob Dolinger .

    4.1 Consideraes iniciaisLembremos, inicialmente, que as fontes do Direito podem ser materiaisfatores sociolgicos, econmicos e culturais, entre outros, que conduzem insti-tuio da norma jurdica eformais as regras juridicas elaboradas por processolegislativo, os costumes, a analogia e os princpios gerais do Direito. As primeirasso fontes de inspirao e as segun das, de vigncia do D ireito. Neste estudo, inte-ressa referir asfontesformais do Direito Internacional Privado, que no se afastamsubstancialmente das dos dem ais ramos das cincias jurdicas.Os estudiosos divergem quan to s fontes, mas em essncia as classificam emfontes internas as leis de cada pas e fontes externas os tratados. Nos doispolos encontramos os costumes, a doutrina e a jurisprudncia.Cada tratadista dispe as fontes da maneira que lhe parece adequada, enfa-tizando a maior importncia desta ou daquela. No entanto, existe um consenso,verificado na leitura de autores brasileiros e estrangeiros: o de que a lei a fonteprincipal do DIPr.Haroldo V allado, ao se referir aos sistemas de produo jurdica, em DIPr enos demais ramos do Direito, observou que ela varia conforme a necessidade deemprego em cada espcie: em m atrias clssicas, codificadas, predomina a lei; na smodernas e contemporneas, os tratados; nas m enos legisladas cresce a influnciada jurisprudncia e da doutrina; enquanto nas que acatam a autonom ia da vontadeos acordos e conven es so as fontes mais importantes.'

    VALIAD O, Haroldo. Direito internacional privado. v. I, p. 91.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    10/21

    30 Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de Souza

    Aps estudar diversas classificaes de fontes, Strenger as hierarquiza destaforma: lei interna, tratados normativos, costume interno, jurisprudncia e doutri-na.2De nossa parte, preferimos classificar as fontes do DIPr na seguinte ordem: lei,tratados, doutrina, jurisprudncia e costumes.4.2 Lei

    Como referido, a lei a principal fonte do Direito Internacional Privado namaioria dos pases, encontrada em seus Cdigos Civis ou em leis especiais. NoBrasil, ela detm essa primazia como fonte de DIPr, contida em vrias normasjurdicas.Na L ei Magna de 1988, temos postulados referentes aos estrangeiros nos arts.50, 12, 14 e 22, bem como sobre extradio (art. 102, I, g) e sobre homologaode sentena estrangeira (art. 105, I, i). No Cdigo Tributrio Nacional (arts. 98 e100), Cdigo de Processo Civil (arts. 88 e 337), Cdigo Civil de 1916 e CdigoCivil de 2002 existem dispositivos de Direito Internacional Privado. Contudo, amaioria das normas sobre o con flito de leis no espao se encontra na L ei de Intro-duo ao Cdigo Civil de 1942, em seus arts. 7 a 19. O Estatuto do Estrangeiro(Lei n. 6.815, de 19 de agosto de 1980, atualizada pela Lei n. 6.964/81) segue-se LICC em importncia no ordenamento jurdico brasileiro, com amplo e rico con-junto de normas de DIPr.4.3 TratadosNa impossibilidade de uma lei supranacional com poder de coero sobre ospases, os tratados assumem excepcional importncia, que tende a crescer com oaumento das relaes internacionais.Uma vez aprovado pelas partes signatrias e promulgado, passa o tratado a terfora de lei. A sua naturez a jurdica dupla, pois obriga tanto internamente quantono plano internacional.O tratado deve ser aprovado pelo Legislativo epromulgado pelo Presidenteda Repblica, necessitando, ainda, para sua vigncia, de troca de cartas de rati-ficao.A forma escrita obrigatria nos tratados, os quais ocorrem entre dois oumais Estados soberanos e visam a um fim especfico ou ao estabelecimento de nor-mas para conduzir assuntos que implicam relaes jurdicas entre seus respectivoscidados. Seu objeto deve ser licito e possvel e os negociadores so chamados deplenipotencirios.Os tratados recebem denominaes diversas, nem sempre com uma razojurdica: Conveno (institui normas gerais), Declarao (cria princpios gerais),Pacto (ato solene), Acordo (fins econm ico-financeiros ou culturais), Concordata(envolve a Santa S), M odus viv endi (acordo temporrio), Protocolo (ata de confe-2TRENGER Irineu. Direito internacional privado. p. 70.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    11/21

    Cap. IV I Fontes do Direito Internacional Privado

    rncia ou complemento de tratado j existente) e Troca de notas (quando encobrematria administrativa).O tratado tem vrias fases: negociao, entendimentos, assinatura, ratifica-o, promulgao, publicao e registro. A extino ocorre por perda do objeto,denncia unilateral, comum acordo, caducidade e guerra.Todo tratado deve estar ajustado aos preceitos constitucionais do pas, situan-do-se, hierarquicamente, no caso do Brasil, no mesmo plano e no mesmo grau deeficcia em que se posicionam as nossas leis internas ordinrias. Assim, o Supre-mo Tribunal Federal j consagrou a teoria da paridade entre o tratado e a leinacional, de modo que o tratado prevalece sobre as leis internas anteriores sua promulgao.Com a promulgao da EC n. 45/2004, a qual inseriu o 3 no artigo 5, de-terminou-se que os tratados e convenes intemacionais sobre direitos humanosquando forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emen-das constitucionais . No entanto, resta a dvida sobre qual status teriam os tratadosinternacionais sobre direitos humanos anteriores referida emenda e os que no

    foram aprovados pelo qurum e special.Nesse contexto, segundo G ilmar Mendes, h discusso doutrinria e jurispru-dencial sobre o status normativo dos tratados e convenes internacionais de di-reitos humanos, em razo do disposto no 2 do artigo 5 da Constituio Federal,segundo o qual os direitos e garantias expressos nessa Constituio no excluemoutros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos tratadosinternacionais em que Repblica Federativa do Brasil seja parte . Assim, haviaquatro principais correntes:Natureza supraconstitucional: defendida por Celso de A lbuquerque Mello,prega que normas internacionais ratificadas pelo Brasil acerca de direitos humanosno podem ser revogadas nem mesmo por emenda constitucional. No entanto, uma teoria dificil de ser aceita em um E stado cujo sistema regido pelo princpio dasupremacia formal e m aterial da C onstituio sobre todo o ordenamento jurdico;Natureza constitucional: essa teoria entende que o 2 do artigo 5 daConstituio seria uma clusula aberta de recepo de outros direitos em trata-dos intemacionais relativos a direitos humanos, os quais tambm teriam statusconstitucional ao serem incorporados pelo nosso ordenamento. Assim, eventuaisconflitos deveriam ser resolvidos pela aplicao da norma mais favorvel v-tima. O principal defensor dessa tese Antonio Augusto Canado Trindade. Noentanto, poder-se-ia depreender do 3 do artigo 5 que os tratados j ratificadospelo Brasil e no submetidos ao processo legislativo especial de aprovao, bemcomo os tratados anteriores EC n. 45/2004 no podem ser comparados s normasconstitucionais;

    STF. ADI n. 1.480-3DF 04.09.1997 rel. Min. Celso de Mello sit do STF . Ainda: MAllUOLI,Valerio de Oliveira. Curso de direito internacional pblico. p. 305.

    31

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    12/21

    status de lei ordinria: aps a EC n. 45/2004, essa tese perdeu sua fora,pois prega que os tratados sobre direitos hum anos so equivalentes s leis ordin-rias, como os demais tratados internacionais;natureza supralegal: tese defendida por Gilmar Mendes, a qual afirma queos instrumentos convencionais sobre direitos humanos seriam infraconstitucionais,mas, diante de sua natureza especial em relao aos dem ais atos normativos inter-

    nacionais, seriam dotados de carter de supralegalidade, ou seja, no poderiamafrontar a supremacia da Constituio, mas equipar-los legislao ordinria se-ria subestimar o seu v alor.4O chamado Cdigo de Direito Internacional Privado, mais conhecido porCdigo Bustamante, est intemalizado em nossa ordem jurdica, constituindo-se,portanto, em fonte formal do DIPr brasileiro. Trata-se de bem elaborado projetodo diplomata e mestre intemacionalista cubano Antonio Sanchez de B ustamante ySirvn, aprovado, em 28 de fevereiro de 1928, por quinze Estados am ericanos; naConferncia Pan-Americana de Havana, e promulgado no Brasil em 13 de agostode 1929 pelo D ecreto n. 18.871.So tambm fontes de DIPr no B rasil, entre outros tratados, o Estatuto Org-nico do Instituto Internacional para a Unificao do Direito Privado (UNIDR OIT ),de 1940; a Conveno sobre a Prestao de Alimentos no Estrangeiro, de 1956;e as Convenes Interamericanas de Direito Internacional Privado (CIDIPs), daOrganizao dos Estados Americanos (OEA), como as que se ocupam das CartasRogatrias e da Arbitragem Internacional (ambas de 197 5), das Normas Gerais deDIPr (1979) e da O brigao Alimentar (1989).4.4 DoutrinaAfora a discusso sobre serem doutrina e jurisprudncia fontes de direito,deve-se reconhecer a notvel importncia da doutrina na soluo de conflitos deleis no espao, quando h omisso da lei e inexiste tratado. Mesmo convenesassinadas, mas no ratificadas ou promulgadas, oferecem subsdios para os dou-trinadores, em cuja obra o magistrado poder encontrar a soluo do conflito emjulgamento.As concluses do s especialistas, por serem fruto de estudo e reflexes elabo-radas, sinalizam muitas vezes o futuro em qualquer rea do conhecimento humano.Nas cincias jurdicas como um todo, e na rea do DIPr em particular, a doutrinaindica caminhos que conduzem a solues adequ adas e justas.Ademais, no caso do Direito Internacional Privado, a doutrina influenciou aolongo do tempo a evoluo da disciplina em todas as partes do mundo. Dolingerchega a afirmar que em nenhum campo do direito a Doutrina tem tanta desenvol-tura como no DIPr, em razo da parcimnia do legislador , complementando: Da4ENDES , Gilmar Ferreira et ai Curso de direito constitucional. p. 654-671.5provaram o Cdigo Bustamante: Bolvia Brasil Chile Costa Rica Cuba Repblica Dominica-na Equador Guatemala Haiti Honduras Nicargua Panam Peru Salvador e Venezuela.

    Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de So

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    13/21

    Cap. IV Fontes do Direito Internacional Privado

    o amplo campo de ao e a relevncia da obra do jurisconsulto, que tem liberdadede criar onde o legislador silenciou. 6 Acentue-se que a doutrina brasileira deDIPr rica e erudita, oferecendo valiosa contribuio ao julgador.4.5 Jurisprudncia

    Vem-se constituindo em verdadeira fonte de Direito Internacional Privado.Emb ora no sistema jurdico do B rasil caiba ao magistrado interpretar o Direito nalei existente, ele pode, por vezes, ante as lacunas dessa norma e ausncia de outrasfontes, socorrer-se de julgados reiterados das Cortes maiores do Pas. Comisso,g jurisprudncia nacional de DIPr assume gradativamente importncia, bastandoobservar as decises de n ossos tribunais, muitas delas inseridas em alguns captu-bas desta obra.

    O intenso intercmbio entre pessoas de diferentes pases, firmando negcios,unindo-se por meio de casamentos, contratando pacotes turisticos e interagindocom pessoas das mais diversas nacionalidades, tem ocasionado o surgimento detgios entre pessoas regidas por legislaes diversas. As decises a respeito de taislitgios, at pela natural semelhana decisria em casos anlogos, j que muitosconflitos se repetem, acabam ensejando valiosos precedentes para o julgador.A jurisprudncia da Corte de Cassao, mais alto tribunal recursal da Frana,constitui-se na fonte essencial de DIPr' desse pas, havendo tambm na Gr-B retanhae nos Estados U nidos primazia da jurisprudncia sobre as demais fontes de D IPr.4.6 Costumes

    Embora com emprego reduzido se comparados com as fontes anteriormenteestudadas, os costumes oferecem soluo para lides de DIPr quando nelas per-sistem lacunas. Tanto costumes internos quanto internacionais podem ser usados.Recorde-se que uma regra de direito costumeiro se forma, em qualquer dessesplanos, pelo uso prolongado e geral de prtica considerada conveniente, justa, tileadequada ao contexto social. A reiterao desse com portamento culmina, muitasvezes, com a convico jurdica de se tratar de uma norma de direito.O valor como fonte atribudo aos costumes varia de um pas para outro. NoBrasil, o direito costumeiro s se aplica na falta ou na omisso da lei, segundoza a L ei de Introduo ao Cdigo C ivil.

    RESUMO1 Consideraes iniciais

    As fontes so internas (leis de cada Estado) e externas (tratados). Em am basesferas a doutrina, a jurisprudncia e os costumes.DOLINGER, Jacob. Direito internacional privado parte geral). p. 63.BATIFFOL, H enri e LAGARDE, Paul. Trait de droit international priv. p. 32.

    33

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    14/21

    34 Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de Sou

    4.2 LeiA lei a principal fonte do Direito Internacional Privado na maioria dos pasese tambm no Brasil. A Constituio Federal de 1988, a Lei de Introduo ao CdigoCivil (a m ais im portante fonte), vrios Cdigos (Tributrio, Civil, Processo C ivil,Penal, Processo Penal) e o Estatuto do Estrangeiro.4.3 TratadosOs tratados tm grande importncia ante a ausncia de leis supranacionais,possuindo natureza jurdica dupla: obrigam nos planos interno e internacional.Hierarquicamente, no caso do Brasil, o tratado est no mesmo plano e no mesmograu de eficcia em que se posicionam as nossas leis internas ordinrias. 0 tratado aprovado pelo L egislativo e promulgado pelo Presidente da Re pblica. A formaescrita obrigatria. Recebem v rias denominaes: Conveno, D eclarao, Pac-to, Protocolo etc. 0 Cdigo Bustamante, o LTNIDRO IT e as C onvenes Interame-ricanas de Direito Internacional Privado (CIDIPs) so fontes de D IPr no Brasil.4.4 Doutrina

    Apresenta notvel importncia, especialmente quando h omisso da lei einexiste tratado. A doutrina brasileira de D IPr rica e erudita, contribuindo para asoluo de inmeras contendas.4.5 JurisprudnciaVem-se constituindo em verdadeira fonte de Direito Internacional Privado,assumindo, no B rasil, a cada dia, m aior relevncia e possibilitando frequentes de-cises de nossos tribunais. Trata-se da fonte mais importante na Gr-Bretanha,Estados Unidos e Frana.4.6 CostumesReconhecidos como fonte de DIPr, os costumes podem ser no plano internoou internacional. No Brasil, so empregados na falta ou na om isso da lei, confor-me estabelece a Lei de Introduo ao C digo Civil.

    QUESTES PROPOSTASFazer um paralelo entre as fontes do DIPr e as dos demais ramos do Direito interno.Tecer consideraes sobre a fonte principal de D ireito Internacional Privado noBrasil.Apresentar a sua classificao das fontes de DIPr, justificando-a.Por que os tratados so to importantes como fonte de D IPr?Defender o em prego da doutrina e da jurisprudncia como fontes de DIPr.Comentar sobre os costumes como fonte de Direito Internacional Privado noBrasil.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    15/21

    VIE L E M EN T O S D E C O N E X O

    O fato interjurisdicional no tem direito prprio que Ihe sejaautomtica e previomente aplicver(Osris Rocha).

    6.1 Consideraes iniciaisConexo significa ligao, unio, ponte, encontro, vnculo, entroncamento,nexo, ponto comum. Podemos entender elemento de conexo como a parte da nor-ma de Direito Internacional Privado que determina o direito aplicvel, seja o na-cional (do julgador), seja o estrangeiro.De vital importncia na soluo dos conflitos de leis no espao, os elementosde conexo so estudados nos manuais de Direito Internacional Privado, sob essettulo ou como circunstncias de conexo, pontos de contato, pontos de conexo,regras de conexo ou simplesmente conexes. As obras em espanhol empregampuntos de conexin; em francs, points de rattachement; em italiano, mom enti dicollegamento; e em ingls usa-se points of contact ou connecting factor.Preliminarmente, cabe distinguir que a norma de DIPr contm trs partes:

    objeto, elemento e consequncia jurdica. O objeto de conexo a matria a quese refere uma norma indicativa ou indireta de Direito Internacional Privado, ocu-pando-se de questes jurdicas vinculadas a fatos ou elementos de fatores sociaiscom conexo intemacional como capacidade jurdica, nome de uma pessoa oupretenses jurdicas decorrentes, por exemplo, de acidente de carro. O elemento deconexo a parte que torna possvel a determinao do direito aplicvel nacio-nalidade, domiclio e lex fori.' Por fim, a consequncia jurdica, que nem sempre escrita, podendo ser subentendida, a aplicao de um direito material.Nesse contexto, o objeto de conexo pode ser comparado ao tipo da normapenal (matar algum), o elemento com o resultado imediato desse ato ilcito (levarseu agente a julgamento) e a consequncia aplicao de uma regra (pena : reclu-so de seis a vinte anos).RECHSTEINER, Beat W alter. Direito internacional privado (teoria e prtica). p. 80-81.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    16/21

    42 Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de Souza

    A busca de composio de uma lide com conexo internacional se inicia como julgador enquadrando os fatos controversos, alegados e provados, no objeto deconexo da norma adequ ada ao caso concreto, ou seja, qualificando-os, conformeestudado no captulo anterior. Conhecida essa norma, o elemento de conexo indi-car o direito aplicvel: o jus fori ou o direito estrangeiro. A consequncia ser aaplicao dessa legislao. Exemplo: A sucesso por morte ou por ausncia [obje-to de conexo requer qualificao] obedece lei do pas em q ue era dom iciliadoo defunto ou o desaparecido [elemento de conexo domiclio], qualquer que sejaa natureza e a situao dos bens (art. 10, caput, da LIC C). Ainda: Para qualificare reger as obrigaes [objeto de conexo qualificao], aplicar-se- a lei do pasem que se constiturem [elemento de conexo lex loci celebrationis] (art. 90,caput, da LICC ). Em ambos os casos, a consequncia jurdica ser a aplicao dodireito assim indicado.6.2 Classes de elementos de conexoA rigor, a escolha do elemento de conex o est condicionada ao interesse dolegislador, razo pela qual no h um n mero preciso desses fatores indicativos nemde sua natureza. De qualquer form a, analisando-se as conexes presentes nas ordensjurdicas e na doutrina dos vrios pases, possvel apresentar uma classificao.Optamos por agrup-los por caractersticas comuns, entendendo ser essa aforma mais adequada ao aprendizado:

    Pessoais: nacionalidade, domiclio, residncia (habitual e simples), ori-gem e religio;Reais: lei da situao da coisa (lex rei sitae ou lex situs, obrigatria paraos bens imveis), lugar da aquisio e dom iclio ou nacionalidade do pro-prietrio (m obilia sequuntur personam );Reais de natureza especial: lei do pavilho (navios ou aeronaves), lugarem que se encontra, lei do destino, lugar da partida, local do registro edomiclio ou nacionalidade do proprietrio;Delituais ou penais: lugar do ilcito lex delicti commissi), domiclio ounacionalidade do infrator ou da vtima, natureza da infrao e lei do dano(lex damni);V oluntrios: lei do lugar da celebrao (lex loci celebrationis), do lugar daexecuo (lex loci ex ecutionis) e autonomia da vontade (lex voluntatis);Normativos: lex fori, lex causae (que abarca todas as normas de conexoque no so lex fori) e lei mais favorvel. Essa ltima compreende pelomenos cinco tipos: favor infans (lei mais favorvel ao m enor), favor negotii(valida ato ou contrato), favor matrimonii (manuteno do vnculo conju-gal), favor laesi (pessoa que sofreu dano) e lei favorvel ao consum idor;

    g) Processuais: forum rei sitae, forum conexitatis (juiz do principal se esten-de ao ace ssrio), foi-um reciprocitatis, foi-um efectitatis eforum voluntatis(autonomia vontade).

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    17/21

    Cap. VI Elementos de Conexo

    Poder-se-ia acrescentar, ainda, outras formas de conexo, presentes em algunssistemas jurdicos, como no Comm on Law, que utiliza, por exemplo, the proper lawof contract sistema jurdico com o qual o contrato tem conexo mais prxima.Tamb m se verifica a presena de conex es alternativas, subsidirias, cumu-lativas ou mltiplas, propiciando a aplicao de mais de uma ordem jurdica determinada questo, principalmente em beneficio das partes.2Subsidiria: a conexo empregada quando a anterior impraticvel (apli-ca-se no contrato a lei do lugar em que ele deve ser cumprido, mas se esse lugarno pode ser determinado usa-se o d a celebrao).Alternativa: ocorre quando os pontos possveis so da mesma hierarquia epodem ser usados indistintamente (estrangeiro fora de sua ptria pode testar pelalei do lugar onde outorga o testamento ou pela lei da sua nacionalidade).Cumulativa: requer coincidncia entre ambas as leis indicadas (a hipotecalegal permitida aos incapazes s ter efeito quando a lei do Estado no qual se exer-ce o cargo de tutor ou curador coincida com a do lugar em que esto situados osbens afetados por essa hipoteca).

    caso de um contrato que pode comportar vrios pontos de ligaoem um a mesm a relao juridica (autonomia da vontade, lugar da celebrao, lugarda execuo etc.).6.3 Conexes pessoais

    As conexes centradas na pessoa geram a primazia de dois fatores, o domi-clio e a nacionalidade, os quais solucionam a ampla maioria dos problemas deDireito Internacional Privado. Os ordenam entos jurdicos costumam adotar um ououtro desses elementos de conexo, substituindo o d omiclio, quando no identifi-cado, pela residncia.Entre os elementos de conex o de carter pessoal encontramos, ainda, a reli-gio, a origem e os c ostumes tribais, especialmente em m atria de estatuto pessoal e

    direitos de casamento e de sucesses. A religio elemento de conexo aplicvel emdiversos pases, de modo especial nos Estados islmicos, como o Ir; a origem usadaem detenninado's cantes suos; e o costume tribal, em alguns pases da ffica.6.3.1 Domicilio

    Trata-se do elemento de conexo adotado pelo Brasil, com a vigente Leide Introduo ao Cdigo Civil. Defendido por Teixeira de Freitas, seguindo opensamento de Savigny, a conexo predominante na maioria dos ordenamentosjurdicos, inclusive na Amrica Latina. Concordamos com essa opo por ser oVer entre outros GOLDSCHMIDT Werner. Derecho internacional privado derecho de latolerancia). p. 171-213. ARMINJON, Pierre. Prcis de droit international priv. p. 191-200.DOLINGER, Jacob. Direito internac ional privado parte geral). p. 261-165. MONRO Y CABRA,Marco Gerardo. Tratado de derecho internacional privado. p. 65-68. SILVA ALONSO, Ramn.Derecho internacional privado. p. 127-130.

    43

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    18/21

    44 Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de Souza

    domiclio adequado ao encontro da melhor justia, objetivo norteador do DireitoInternacional Privado.0 conceito de domiclio varivel. No Brasil, considera-se domiclio o localem que a pessoa se estabelece com nimo definitivo (elementos objetivo e subjeti-vo), podendo ser domiclio voluntrio ou necessrio CC/2002, arts. 70 a 78).Outros ordenam entos jurdicos definem o domiclio com o simples residncia,como residncia habitual, sede principal dos negcios e interesses, lugar do princi-pal estabelecimento (comrcio), domiclio de origem (o dos pais quando a pessoanasceu) e home (onde se localiza o lar), no direito ingls.Quanto pluralidade de domiclios, situao hoje bastante comum, deve-sedar preferncia sucessivamente ao do micilio: a) nacional; b) legal (em detrimentodo voluntrio); c) que coincida com a residncia. 0 art. 26 do C digo Bustamanteestabelece que o domiclio da pessoa que no o tem o lugar de sua residncia ouaquele em que ela se encontra. A esse adm ide aplica-se a lex f ori.

    6.3.2 NacionalidadeRecordemos, preambulannente, que nacionalidade o vnculo jurdico queune a pessoa ao Estado, cidadania, o vnculo poltico (gozo desse d ireito pelo n a-cional) e naturalidade o simples vnculo territorial pelo nascimento. No poder,por bvio, existir cidadania sem nacionalidade, j que esta, mais abrangente, en-globa aquela. Por outro lado, a perda d a cidadania no retira a nacionalidade.

    Neste momento do nosso estudo, interessa considerar a nacionalidade comoelemento de conexo, no sendo to relevantes os postulados do direito constitu-cional (direitos e obrigaes), e sim tom -la como referncia, a exemplo do dom i-clio, da situao da coisa ou do lugar do de lito.Com o circunstncia de conexo, a nacionalidade definida pela lex fori, qu ese pode basear no direito constitucional do estrangeiro, no do foro, no do lugardo nascimento da parte interessada ou de seu p ai, ou, ainda, o critrio que parecerlgico, contanto que se proceda qualificao. Dai por que mesmo o anacional ouaptrida poder utilizar-se desse elemento de conexo, por sua ltima nacionalida-de, seu d omiclio, residncia habitual ou lex f ori.J quanto ao plurinacional, cada vez mais frequente nestes tempos de inter-cmbio, d-se preferncia momentnea a uma das nacionalidades: a local, a donascimento, a ltima nacionalidade que ele adquiriu ou aquela em que o interessa-do tem relaes mais estreitas.A nacionalidade elemento de conexo de grande evidncia em virtude deser adotado pelos pases da Europa e de outros continentes. No Brasil, ela foi aconexo usada na Introduo ao Cdigo Civil de 1916 sendo substituda pelo do-miclio com o advento da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, no ano de 1942 emplena Segunda Guerra Mundial. Os defensores da nacionalidade, como conexo,acentuam a maior dificuldade de sua mudana do que a do domiclio, prestando-se,portanto, esse ltimo elemento m uitas vezes para alteraes fraudulentas.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    19/21

    Cap. VI Elementos de Conexo 45

    6 4 Conexes reais6.4.1 Lex rei sitae

    O local da situao da coisa o elemento de conexo aplicado aos imveis,sendo aceito quase unive rsalmente, inclusive no direito positivo interno. Assim, noartigo 8 da LICC tem os: Para qualificar os bens e regular as relaes a eles concer-nentes, aplicar-se- a lei do pas em que estiverem situados. Seu objeto de conexo o reg ime jurdico geral dos b ens (aquisio, posse, disposio, direitos reais).6.5 Conexes voluntrias

    O lugar da execuo do contrato um elemento de conexo adotado em quasetodas as legislaes. Seu emprego muito antigo, retroagindo a Bartolo, principal-mente para os casos de negligncia e mora.O lugar da constituio das obrigaes est inserido em nosso direito positivo(art. 9 da LICC). Tam bm foi empregado de sde os ps-glosadores, encontrando-se, no sculo XIV, nos postulados do pai do D IPr. Adem ais, sua aplicao amplano direito das obrigaes.

    6.5.1 A utonomia da vontadeEmbora os ordenamentos jurdicos anteponham limites vontade hum ana, naesfera do Direito Internacional Privado vem se acentuando o reconhecimento daautonomia da vontade, formulada por Charles Dumoulin no sculo XVI, como ele-mento de conexo. Adotada j nos primrdios da disciplina e presente em conven-es internacionais e normas intemas, a faculdade de opo pela lei competente uma realidade, de modo especial no contedo e efeitos de obrigaes contratuais eno regime de bens no casamento.3A doutrina e a jurisprudncia admitem que contratos realizados no estran-geiro, com indicao da lei brasileira a ser observada, so plenamente vlidos.A Introduo ao Cdigo Civil de 1916 permitia entender-se aceita a autonomia

    da vontade, pois prescrevia, no caput do artigo 13, a regulao das obrigaes,quanto substncia e aos seus efeitos, pela lei do lugar em que fossem contradas,salvo estipulao em contrrio. A supresso dessa expresso pela LICC , em 1942,significa para alguns autores que os contratantes no podem dispor de sua vontade,enquanto outros afirmam que o silncio da nova norm a mantm o princpio jurdi-co at ento admitido.Nadia de Arajo, defensora da autonomia da vontade, reconhece que a nomeno do princpio pela Lei de 1942 torna-o proibido. Recomenda, ento, cautelana redao dessa clusula em contrato internacional, porque os tribunais brasilei-ros no abordam diretamente a questo nem aceitam o entendimento doutrinriofavorvel autonomia da vontade.4VALLAD O, Haroldo. Direito internacional privado. v. I p. 359.4RAJO, Nadia de . Direito internacional privado teoria e prtica brasileira). p. 323.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    20/21

    46 Curso de Direito Internacional Privado 1 Florisbal de Souza

    Agenor Andrade lembra as vantagens do instituto no DIPr: existncia de umalei competente para reger o ato jurdico (a escolhida pelas partes) e aplicao aocontrato todo (disposies imperativas e supletivas) do direito escolhido peloscontratantes.5 Sentimos a tendncia de ace itao da autonomia da vontade no s or-denamentos jurdicos, inclusive brasileiro, com reais proveitos para os contratose como elemento de conexo. Reconhecemos, contudo, que persistiro limites liberdade absoluta, especialmente em relao s normas coativas.

    RESUMO6.1 Consideraes iniciaisElemento de conexo pode ser entendido como a parte da norma de DireitoInternacional Privado que torna possvel a determinao do direito aplicvel, sejao nacional (do julgador), seja o estrangeiro. referido, ainda, como circunstanciade conexo ou regra de conexo.6.2 Classes de elementos de conexo

    Pessoais: nacionalidade, domiclio, residncia, origem e religio.Reais: lei da situao da coisa (imveis), lugar da aquisio, domiclio doproprietrio, lei do pavilho (navios ou aeronaves), lugar em que se encontra, leido destino, lugar da partida, local do registro e domiclio ou nacionalidade doproprietrio.Delituais ou penais: lugar do ilcito, domiclio do infrator ou da vtima.V oluntrios: lugar da celebrao ou da execuo e autonomia da vontade.N ormativ os: leac f ori, lex causae (que no so lex f ori) e lei mais favorvel.Outros: the proper lcrw of c ontract (lei em que o contrato tem conexo maisprxima).

    6.3 Conexes pessoaisAs conexes centradas na pessoa geram a primazia de dois fatores o do-micilio e a nacionalidade, que solucionam a ampla maioria dos problemas deDIPr.6.3.1 Dom icilio

    o elemento de conexo predominante no Direito Internacional Privado,sendo adotado pelo Brasil e pelos pases da Amrica Latina. Foi defendido porTeixeira de Freitas no sculo XIX . 0 conceito varivel, podendo haver pluralida-de de dom iclios ou, mesmo, a sua ausncia (adm ide).

    5NDRADE Agenor Pereira de. Manual de direito internacional privado. p. 111.

  • 5/25/2018 Livro+de+Internacional+Privado

    21/21

    Cap. VI I Elementos de Conexo

    6.3.2 NacionalidadeCom o conexo, a nacionalidade definida pela lex fori. Mesmo o anacionalpoder utilizar-se dela (pela ltima nacionalidade, domiclio ou lex f ori).No DIPr, no so to relevantes os postulados do direito constitucional. Anacionalidade elemento de conexo deveras importante, adotado pela maioriados pases europeus e muitos de outros continentes.

    6.4 Conexes reais6.4.1 Lex rei sitae

    a conexo aplicada aosceita universalmente e determinada noartigo 8 da L ICC.6.5 Conexes voluntriasLugar da execuo do contrato: conexo adotada pela maioria das legisla-es. Seu emprego muito antigo, retroagindo a Bartolo (sc. XIV), especialmentepara os casos de negligncia e mora.6.5.1 A utonomia da vontade

    Embora limites antepostos (normas imperativas), o DIPr reconhece a autonomiada vontade, formulada por Dumoulin, no sculo XVI, como elemento de conexo.Presente em conven es internacionais e normas intemas, especialmente usada nocontedo e nos efeitos das obrigaes contratuais e no regime de bens no casamento.Essa clusula requer cautela em contrato internacional no Brasil, uma vezos tribunais no abordam diretamente a questo nem aceitam o entendimentooutrinrio favorvel autonom ia da vontade.

    QUESTES PROPOSTAS. Conceituar a conexo no Direito Internacional Privado, identificando seu obje-to e elementa, e os analisando em um ca so concreto (lei ou relao jurdica).. Apresentar cinco elementos de conexo, destacando sua importncia e aplica-bilidade no ordenamento jurdico brasileiro.. Analisar a nacionalidade, acentuando as conotaes do instituto para o estu-dioso de Direito Constitucional e de DIPr, e a sua aplicao como elemento deconexo nas ordens jurdicas dos diversos pases.. Fazer um paralelo entre o domiclio e a nacionalidade como ponto de conexoe a presena de ambos, nesse aspecto, no Direito brasileiro.Tecer consideraes sob re a peculiaridade dos bens imv eis e dos atos ilcitosquanto s circunstncias de conexo.

    Dissertar sobre o emprego da autonomia da vontade como elemento de cone-xo no Direito brasileiro, analisando-a na doutrina e na legislao.

    47