livro unidades de conservação no brasil - 536 págs

Upload: anonymous-ldosei8g

Post on 28-Feb-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    1/535

    2012

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    2/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    3/535

    OrganizaoOrganizaoOrganizaoOrganizaoOrganizao

    2012

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    4/535

    Direitos reserDireitos reserDireitos reserDireitos reserDireitos reservados desta ediovados desta ediovados desta ediovados desta ediovados desta edioRiMa Editora

    FFFFFotos capaotos capaotos capaotos capaotos capaCaminhante: Nemo SimasConfeco de artesanatos: acervo da Floresta Nacional Sacar-Taquera e ReservaBiolgica do Rio TrombetasCachoeira PESA Parque Estadual da Serra Azul: Paulo VenereDemais fotos: RiMa Editora

    Unidades de conservao no Brasil: o caminho da Gesto

    para Resultados / Organizado por NEXUCS So Carlos:RiMa Editora, 2012.

    536 p. il.

    ISBN 978-85-7656-236-8

    1. Unidades de conservao. 2. Gesto. 3. Ecologia.4. Brasil. I. Ttulo

    2012 dos autores

    COMISSO EDITORIALDirlene Ribeiro MartinsPaulo de Tarso Martins

    Carlos Eduardo M. Bicudo (Instituto de Botnica - SP)Evaldo L. G. Espndola (USP - SP)Joo Batista Martins (UEL - PR)

    Jos Eduardo dos Santos (UFSCar - SP)Michle Sato (UFMT - MT)

    Rua Virglio Pozzi, 213 Santa Paula13564-040 So Carlos, SPFone/Fax: (16) 3411-1729

    www.rimaeditora.com.br

    Rua Viradouro, 63 cj. 22 Itaim-Bibi04538-110 So Paulo, SP

    Fone: (11) 3078-1297

    www.semeia.org.br

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    5/535

    Gostaramos de dedicar esta obra aos gestores de unidades de conservao detodo o Brasil com os quais tivemos a honra e o prazer de dividir momentosnicos de aprendizado, sem os quais no seria possvel a construo deste

    conhecimento aqui compartilhado.

    Em especial gostaramos de agradecer a Estevo Marchesini que durante suaatuao como gestor do Parque Nacional do Capara (ICMBio MG/ES)oportunizou e apoiou os primeiros passos da nossa equipe na construo doconhecimento sobre a gesto orientada para resultados em unidades de con-servao.

    Esta obra s foi possvel porque tivemos o apoio e a confiana de diversosparceiros institucionais e rgos gestores que viabilizaram as experincias ecompartilharam com nossa equipe os erros e os acertos.

    Um reconhecimento especial GIZ (Cooperao Alem para o Desenvolvi-mento) que acreditou desde sempre na proposta e apoiou de forma pioneirae corajosa o desenvolvimento das inovaes gerenciais apresentadas.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    6/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    7/535

    SumrioSumrioSumrioSumrioSumrio

    PPPPPREFCIOREFCIOREFCIOREFCIOREFCIO ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................XIIIXIIIXIIIXIIIXIII

    A BA BA BA BA BIODIVERSIDIODIVERSIDIODIVERSIDIODIVERSIDIODIVERSIDADEADEADEADEADE::::: IMPORIMPORIMPORIMPORIMPORTNCIATNCIATNCIATNCIATNCIAEEEEEAMEAASAMEAASAMEAASAMEAASAMEAAS

    CCCCCAPAPAPAPAP. 1 A. 1 A. 1 A. 1 A. 1 A BIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDADEADEADEADEADEEEEEESUSUSUSUSUAAAAAIMPORIMPORIMPORIMPORIMPORTNCIATNCIATNCIATNCIATNCIA ................................................................................................................................................................................................................................. 33333MARCOSANTNIOREISARAUJO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 2 C. 2 C. 2 C. 2 C. 2 CRISERISERISERISERISEDDDDDAAAAABIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDADEADEADEADEADENONONONONOSCULOSCULOSCULOSCULOSCULOXXIXXIXXIXXIXXI ................................................................................................................................................................................................... 1111111111MARCOSANTNIOREISARAUJO

    UUUUUNIDNIDNIDNIDNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECCCCCONSERONSERONSERONSERONSERVVVVVAOAOAOAOAO::::: SUSUSUSUSUAAAAAIMPORIMPORIMPORIMPORIMPORTNCIATNCIATNCIATNCIATNCIAEEEEESUSUSUSUSUAAAAAHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIANONONONONOMUNDOMUNDOMUNDOMUNDOMUNDOEEEEENONONONONOBBBBBRASILRASILRASILRASILRASIL

    CCCCCAPAPAPAPAP. 3 U. 3 U. 3 U. 3 U. 3 UNIDNIDNIDNIDNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO::::: IMPORIMPORIMPORIMPORIMPORTNCIATNCIATNCIATNCIATNCIAEEEEEHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIANONONONONOMUNDOMUNDOMUNDOMUNDOMUNDO .............................. 2525252525MARCOSANTNIOREISARAUJO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 4 U. 4 U. 4 U. 4 U. 4 UNIDNIDNIDNIDNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAONONONONONOBBBBBRASILRASILRASILRASILRASIL::::: AAAAAHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIADEDEDEDEDEUMUMUMUMUMPOVOPOVOPOVOPOVOPOVOEMEMEMEMEMBUSCBUSCBUSCBUSCBUSCAAAAADODODODODODESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLDESENVOLVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOVIMENTOEEEEEDDDDDAAAAAPROTEOPROTEOPROTEOPROTEOPROTEODDDDDAAAAANANANANANATUREZATUREZATUREZATUREZATUREZA ..................................................................................................................................................................... 5151515151

    MARCOSANTNIOREISARAUJO

    O SO SO SO SO SISTEMAISTEMAISTEMAISTEMAISTEMANNNNNACIONALACIONALACIONALACIONALACIONALDEDEDEDEDEUUUUUNIDNIDNIDNIDNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECCCCCONSERONSERONSERONSERONSERVVVVVAOAOAOAOAOEEEEESSSSSEUSEUSEUSEUSEUSDDDDDESESESESESAFIOSAFIOSAFIOSAFIOSAFIOS

    CCCCCAPAPAPAPAP. 5 S. 5 S. 5 S. 5 S. 5 SISTEMAISTEMAISTEMAISTEMAISTEMANNNNNACIONALACIONALACIONALACIONALACIONALDEDEDEDEDEUUUUUNIDNIDNIDNIDNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECCCCCONSERONSERONSERONSERONSERVVVVVAOAOAOAOAODDDDDAAAAANNNNNAAAAATUREZATUREZATUREZATUREZATUREZA(SNUC)(SNUC)(SNUC)(SNUC)(SNUC) ................................................................................................................................................................................................................................................ 113113113113113

    MARCOSANTNIOREISARAUJO

    EEEEESTUDOSTUDOSTUDOSTUDOSTUDODEDEDEDEDECCCCCASOASOASOASOASO5.1 O D5.1 O D5.1 O D5.1 O D5.1 O DESESESESESAFIOAFIOAFIOAFIOAFIODODODODODOUSOUSOUSOUSOUSOPBLICOPBLICOPBLICOPBLICOPBLICONASNASNASNASNASUUUUUNIDNIDNIDNIDNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECCCCCONSERONSERONSERONSERONSERVVVVVAOAOAOAOAOBBBBBRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRAS .................................................................................................................................................................................................................. 125125125125125

    HERBERTPARDINI

    AAAAASSSSSBBBBBASESASESASESASESASESEEEEECOLGICCOLGICCOLGICCOLGICCOLGICASASASASASPPPPPARAARAARAARAARASSSSSELEOELEOELEOELEOELEO, D, D, D, D, DESENHOESENHOESENHOESENHOESENHOEEEEEGGGGGESTOESTOESTOESTOESTODEDEDEDEDEUCUCUCUCUCSSSSSEEEEEDEDEDEDEDESSSSSEUEUEUEUEUEEEEENTORNONTORNONTORNONTORNONTORNO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 6 A. 6 A. 6 A. 6 A. 6 A SELEOSELEOSELEOSELEOSELEOEEEEEOOOOODESENHODESENHODESENHODESENHODESENHODEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ............................................................................................... 137137137137137MARCOSANTNIOREISARAUJO

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    8/535

    viiiviiiviiiviiiviii Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    CCCCCAPAPAPAPAP. 7 A. 7 A. 7 A. 7 A. 7 A GESTOGESTOGESTOGESTOGESTODDDDDASASASASASUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAOLLLLLUUUUUZZZZZDDDDDAAAAAAAAAABBBBBORDORDORDORDORDAGEMAGEMAGEMAGEMAGEMEEEEECOSCOSCOSCOSCOSSISTMICSISTMICSISTMICSISTMICSISTMICAAAAA ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 155155155155155

    MARCOSANTNIOREISARAUJO

    EEEEESTUDOSTUDOSTUDOSTUDOSTUDODEDEDEDEDECCCCCASOASOASOASOASO7.1 A7.1 A7.1 A7.1 A7.1 APLICPLICPLICPLICPLICAOAOAOAOAODDDDDAAAAAABABABABABORDORDORDORDORDAGEMAGEMAGEMAGEMAGEMECOSECOSECOSECOSECOSSISTMICSISTMICSISTMICSISTMICSISTMICAAAAA::::: GESTOGESTOGESTOGESTOGESTOAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTALALALALALDEDEDEDEDEAAAAATIVIDTIVIDTIVIDTIVIDTIVIDADESADESADESADESADESRURAISRURAISRURAISRURAISRURAISNONONONONOENTORNOENTORNOENTORNOENTORNOENTORNODEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAOVISVISVISVISVISANDOANDOANDOANDOANDOPROTEOPROTEOPROTEOPROTEOPROTEODDDDDAAAAABIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDBIODIVERSIDADEADEADEADEADE ................................................................................................................... 174174174174174

    GERALDOSTACHETTIRODRIGUES, IZILDAAPARECIDARODRIGUES, EDMARRAMOSDESIQUEIRA, ANDRCAMPOSBOTELHO, RAONEBELTROMENDES, JANANAMENDONAPEREIRA, TLIODIAS, EDUARDOJORGEMAKLOUFDECARVALHO, MARCOSCORRANEVES, NELSONGABRIELDOMINGUES, CLUDIOCSARDEALMEIDABUSCHINELLI

    IIIIINTRODUONTRODUONTRODUONTRODUONTRODUOGGGGGESTOESTOESTOESTOESTOPPPPPARAARAARAARAARARRRRRESULESULESULESULESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOS

    CCCCCAPAPAPAPAP. 8 U. 8 U. 8 U. 8 U. 8 UMAMAMAMAMABREVEBREVEBREVEBREVEBREVEHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIAHISTRIASOBRESOBRESOBRESOBRESOBREAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTODEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAONONONONONOBBBBBRASILRASILRASILRASILRASIL .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 191191191191191

    MARCOSANTNIOREISARAUJO; ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL;CLEANIPARAISOMARQUES

    CCCCCAPAPAPAPAP. 9 U. 9 U. 9 U. 9 U. 9 UMMMMMNOVONOVONOVONOVONOVOOLHAROLHAROLHAROLHAROLHARSOBRESOBRESOBRESOBRESOBREASASASASASUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO .......................................................................................... 205205205205205MARCOSANTNIOREISARAUJO; ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL;

    CLEANIPARAISOMARQUES

    CCCCCAPAPAPAPAP. 10 A. 10 A. 10 A. 10 A. 10 A GESTOGESTOGESTOGESTOGESTOPPPPPARAARAARAARAARARESULRESULRESULRESULRESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOSEMEMEMEMEMUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ................................................................. 213213213213213MARCOSANTNIOREISARAUJO; ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL;

    CLEANIPARAISOMARQUES

    CCCCCAPAPAPAPAP. 11 A. 11 A. 11 A. 11 A. 11 AVVVVVANANDOANANDOANANDOANANDOANANDONANANANANAIMPLEMENTIMPLEMENTIMPLEMENTIMPLEMENTIMPLEMENTAOAOAOAOAODDDDDAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTOPPPPPARAARAARAARAARARESULRESULRESULRESULRESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOS:::::TRILHANDOTRILHANDOTRILHANDOTRILHANDOTRILHANDOOOOOOCCCCCAMINHOAMINHOAMINHOAMINHOAMINHODDDDDAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTODEDEDEDEDECLCLCLCLCLASASASASASSESESESESEMUNDIALMUNDIALMUNDIALMUNDIALMUNDIALNASNASNASNASNASUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 229229229229229

    MARCOSANTNIOREISARAUJO; ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL;CLEANIPARAISOMARQUES

    EEEEESTUDOSTUDOSTUDOSTUDOSTUDODEDEDEDEDECCCCCASOASOASOASOASO11.1 U11.1 U11.1 U11.1 U11.1 UTILIZANDOTILIZANDOTILIZANDOTILIZANDOTILIZANDOUMAUMAUMAUMAUMAABABABABABORDORDORDORDORDAGEMAGEMAGEMAGEMAGEMSISTMICSISTMICSISTMICSISTMICSISTMICAAAAAPPPPPARAARAARAARAARAEXPLICEXPLICEXPLICEXPLICEXPLICARARARARARPORPORPORPORPORQUEQUEQUEQUEQUEASASASASASUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAOSOSOSOSOSOPRECPRECPRECPRECPRECARIAMENTEARIAMENTEARIAMENTEARIAMENTEARIAMENTEGERIDGERIDGERIDGERIDGERIDASASASASAS

    NONONONONO

    BBBBBRASILRASILRASILRASILRASIL

    ........................................................................................................................................

    ............................................................................................................................................................................................................240240240240240

    MARCOSANTNIOREISARAUJO

    O PO PO PO PO PROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMADEDEDEDEDEGGGGGESTOESTOESTOESTOESTOPPPPPARAARAARAARAARARRRRRESULESULESULESULESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOS

    CCCCCAPAPAPAPAP. 12 P. 12 P. 12 P. 12 P. 12 PROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMADEDEDEDEDEGGGGGESTOESTOESTOESTOESTOPPPPPARAARAARAARAARARRRRRESULESULESULESULESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOS(PGR):(PGR):(PGR):(PGR):(PGR): UMAUMAUMAUMAUMAESTRAESTRAESTRAESTRAESTRATGIATGIATGIATGIATGIADEDEDEDEDEEDUCEDUCEDUCEDUCEDUCAOAOAOAOAOCONTINUCONTINUCONTINUCONTINUCONTINUADADADADADAAAAAPPPPPARAARAARAARAARAAAAAAIMPLEMENTIMPLEMENTIMPLEMENTIMPLEMENTIMPLEMENTAOAOAOAOAODDDDDAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTODEDEDEDEDEEXCELNCIAEXCELNCIAEXCELNCIAEXCELNCIAEXCELNCIAEMEMEMEMEMUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAOPPPPPARARARARARTICIPTICIPTICIPTICIPTICIPANTESANTESANTESANTESANTESDODODODODOPPPPPROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMAROGRAMAREASREASREASREASREASPPPPPROTEGIDROTEGIDROTEGIDROTEGIDROTEGIDASASASASASDDDDDAAAAAAAAAAMAZNIAMAZNIAMAZNIAMAZNIAMAZNIA(A(A(A(A(ARPRPRPRPRPAAAAA))))) ............................................................................................................................................ 253253253253253

    CLEANIPARAISOMARQUES; ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL;

    MARCOSANTNIOREISARAUJO

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    9/535

    Prefcio ixixixixix

    CCCCCAPAPAPAPAP. 13 G. 13 G. 13 G. 13 G. 13 GESTOESTOESTOESTOESTOESTRAESTRAESTRAESTRAESTRATGICTGICTGICTGICTGICAAAAADEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ......................................................................................................... 265265265265265ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL; MARCOSANTNIOREISARAUJO;

    CLEANIPARAISOMARQUES

    CCCCCAPAPAPAPAP. 14 A. 14 A. 14 A. 14 A. 14 ASSSSSPONTESPONTESPONTESPONTESPONTESENTREENTREENTREENTREENTREAAAAAESTRAESTRAESTRAESTRAESTRATGIATGIATGIATGIATGIAEEEEEAAAAAEXECUOEXECUOEXECUOEXECUOEXECUODDDDDASASASASASUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 273273273273273

    ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL

    CCCCCAPAPAPAPAP. 15 O. 15 O. 15 O. 15 O. 15 O DESDESDESDESDESAFIOAFIOAFIOAFIOAFIODDDDDAAAAAEXECUOEXECUOEXECUOEXECUOEXECUO::::: LIDERANALIDERANALIDERANALIDERANALIDERANAEEEEEMTODOMTODOMTODOMTODOMTODO .................................................................................................................................. 299299299299299CLEANIPARAISOMARQUES; ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL;

    MARCOSANTNIOREISARAUJO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 16 G. 16 G. 16 G. 16 G. 16 GESTOESTOESTOESTOESTODEDEDEDEDEPESPESPESPESPESSOASSOASSOASSOASSOASORIENTORIENTORIENTORIENTORIENTADADADADADAAAAAPPPPPARAARAARAARAARARESULRESULRESULRESULRESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOS .................................................................................................................................. 305305305305305CLEANIPARAISOMARQUES

    CCCCCAPAPAPAPAP. 17 U. 17 U. 17 U. 17 U. 17 UMAMAMAMAMALEITURALEITURALEITURALEITURALEITURAPSICOSPSICOSPSICOSPSICOSPSICOSSOCIOLGICSOCIOLGICSOCIOLGICSOCIOLGICSOCIOLGICAAAAADDDDDASASASASASORGANIZAESORGANIZAESORGANIZAESORGANIZAESORGANIZAESAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAMBIENTAISAISAISAISAIS ........................................ 311311311311311ANAMARIAVALLERABELLO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 18 A. 18 A. 18 A. 18 A. 18 A EXPERINCIAEXPERINCIAEXPERINCIAEXPERINCIAEXPERINCIADDDDDAAAAAIMPLIMPLIMPLIMPLIMPLANTANTANTANTANTAOAOAOAOAODDDDDAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTOPPPPPARAARAARAARAARARESULRESULRESULRESULRESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOSNANANANANARRRRRESERESERESERESERESERVVVVVAAAAABBBBBIOLGICIOLGICIOLGICIOLGICIOLGICAAAAADODODODODORRRRRIOIOIOIOIOTTTTTROMBETROMBETROMBETROMBETROMBETASASASASASEEEEENANANANANAFFFFFLORESTLORESTLORESTLORESTLORESTAAAAANNNNNACIONALACIONALACIONALACIONALACIONALSSSSSARACARACARACARACARAC-----TTTTTAAAAAQUERAQUERAQUERAQUERAQUERA ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 319319319319319

    CARLOSAUGUSTODEALENCARPINHEIRO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 19 A. 19 A. 19 A. 19 A. 19 A EXPERINCIAEXPERINCIAEXPERINCIAEXPERINCIAEXPERINCIADDDDDAAAAAIMPLIMPLIMPLIMPLIMPLANTANTANTANTANTAOAOAOAOAODDDDDAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTOPPPPPARAARAARAARAARARESULRESULRESULRESULRESULTTTTTADOSADOSADOSADOSADOSNANANANANARRRRRESERESERESERESERESERVVVVVAAAAABBBBBIOLGICIOLGICIOLGICIOLGICIOLGICAAAAADODODODODOLLLLLAGOAGOAGOAGOAGOPPPPPIRAIRAIRAIRAIRATUBATUBATUBATUBATUBA ...................................................................................................................................................................................................................................... 335335335335335

    PATRICIARIBEIROSALGADOPINHA

    FFFFFERRAMENTERRAMENTERRAMENTERRAMENTERRAMENTASASASASASPPPPPARAARAARAARAARAAAAAAVVVVVALIAOALIAOALIAOALIAOALIAODDDDDAAAAAEEEEEFETIVIDFETIVIDFETIVIDFETIVIDFETIVIDADEADEADEADEADEDDDDDAAAAAGGGGGESTOESTOESTOESTOESTO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 20 A. 20 A. 20 A. 20 A. 20 A EFETIVIDEFETIVIDEFETIVIDEFETIVIDEFETIVIDADEADEADEADEADEDDDDDAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTODEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ........................................................................... 361361361361361MARCOSANTONIOREISARAUJO

    CCCCCAPAPAPAPAP. 21 A. 21 A. 21 A. 21 A. 21 AVVVVVALIAOALIAOALIAOALIAOALIAODODODODODODESEMPENHODESEMPENHODESEMPENHODESEMPENHODESEMPENHOGERENCIALGERENCIALGERENCIALGERENCIALGERENCIALDEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO:::::AAAAATCNICTCNICTCNICTCNICTCNICAAAAAAAAAASERSERSERSERSERVIOVIOVIOVIOVIODEDEDEDEDEGESTESGESTESGESTESGESTESGESTESEFICEFICEFICEFICEFICAZESAZESAZESAZESAZES ............................................................................................................................................................................................................................ 369369369369369

    HELDERHENRIQUEDEFARIA

    CCCCCAPAPAPAPAP. 22 A. 22 A. 22 A. 22 A. 22 AVVVVVALIAOALIAOALIAOALIAOALIAOCOMPCOMPCOMPCOMPCOMPARADARADARADARADARADAAAAADDDDDASASASASASAPLICAPLICAPLICAPLICAPLICAESAESAESAESAESDODODODODOMTODOMTODOMTODOMTODOMTODORRRRRAPPAPPAPPAPPAPPAMAMAMAMAMNASNASNASNASNASUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAOFEDERAISFEDERAISFEDERAISFEDERAISFEDERAIS,,,,, NOSNOSNOSNOSNOSCICLOSCICLOSCICLOSCICLOSCICLOS2005-062005-062005-062005-062005-06 EEEEE20102010201020102010 ............................................. 395395395395395

    MARCELORODRIGUESKINOUCHI; LILIANLETCIAMITIKO HANGAE; MARIANANAPOLITANOEFERREIRA; GIOVANNAPALAZZI; MARISETEINSSANTINCATAPAN; CRISTINAONAGA;MARIAAUXILIADORADRUMOND; LCIADEFTIMALIMA; SILVIALUCIANODESOUZA

    CCCCCAPAPAPAPAP. 23 U. 23 U. 23 U. 23 U. 23 UTILIZANDOTILIZANDOTILIZANDOTILIZANDOTILIZANDOOOOOOMMMMMODELOODELOODELOODELOODELODEDEDEDEDEEEEEEXCELNCIAXCELNCIAXCELNCIAXCELNCIAXCELNCIAEMEMEMEMEMGGGGGESTOESTOESTOESTOESTOPPPPPBLICBLICBLICBLICBLICAAAAA(MEGP)(MEGP)(MEGP)(MEGP)(MEGP)PPPPPARAARAARAARAARAAAAAAVVVVVALIARALIARALIARALIARALIARAAAAAEFETIVIDEFETIVIDEFETIVIDEFETIVIDEFETIVIDADEADEADEADEADEDDDDDAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTODEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ................................... 423423423423423

    MARCOSANTNIOREISARAUJO; ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL; CLEANIPARAISOMARQUES

    Sumrio ixixixixix

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    10/535

    xxxxx Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    RRRRREFLEXESEFLEXESEFLEXESEFLEXESEFLEXESQQQQQUEUEUEUEUEPPPPPODEMODEMODEMODEMODEMFFFFFAZERAZERAZERAZERAZERAAAAADDDDDIFERENAIFERENAIFERENAIFERENAIFERENA

    CCCCCAPAPAPAPAP. 24 A. 24 A. 24 A. 24 A. 24 A TEORIATEORIATEORIATEORIATEORIADODODODODONEGCIONEGCIONEGCIONEGCIONEGCIOEEEEEAAAAAGESTOGESTOGESTOGESTOGESTODEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO ................................... 435435435435435ROGRIOF. BITTENCOURTCABRAL

    CCCCCAPAPAPAPAP. 25 D. 25 D. 25 D. 25 D. 25 DESVENDESVENDESVENDESVENDESVENDANDOANDOANDOANDOANDOOOOOOPPPPPAPELAPELAPELAPELAPELDOSDOSDOSDOSDOSGESTORESGESTORESGESTORESGESTORESGESTORESDEDEDEDEDEUNIDUNIDUNIDUNIDUNIDADESADESADESADESADESDEDEDEDEDECONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAOEEEEEASASASASASDIRETRIZESDIRETRIZESDIRETRIZESDIRETRIZESDIRETRIZESPPPPPARAARAARAARAARASUSUSUSUSUAAAAAFORMAOFORMAOFORMAOFORMAOFORMAO ......................................................................................................................................................................................................................................................................... 447447447447447

    CLEANIPARAISOMARQUES

    CCCCCAPAPAPAPAP. 26 B. 26 B. 26 B. 26 B. 26 BRAOSRAOSRAOSRAOSRAOSADICIONAISADICIONAISADICIONAISADICIONAISADICIONAISPPPPPARAARAARAARAARACONSERCONSERCONSERCONSERCONSERVVVVVAOAOAOAOAO::::: OOOOOPPPPPAPELAPELAPELAPELAPELESTRAESTRAESTRAESTRAESTRATGICOTGICOTGICOTGICOTGICODDDDDASASASASASPPPPPARCERIASARCERIASARCERIASARCERIASARCERIASCOMCOMCOMCOMCOMOOOOOSETORSETORSETORSETORSETORPRIVPRIVPRIVPRIVPRIVADOADOADOADOADO ........................................................................................................................................................................................................................................................................................ 461461461461461

    ANALUISADARIVA; RENATALOEWWEISS INSTITUTOSEMEIA

    RRRRREFERNCIASEFERNCIASEFERNCIASEFERNCIASEFERNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 487487487487487SSSSSOBREOBREOBREOBREOBREOSOSOSOSOSAAAAAUTORESUTORESUTORESUTORESUTORES ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 517517517517517

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    11/535

    Prefcio xixixixixi

    PPPPPrefciorefciorefciorefciorefcio

    Ao avaliar a competitividade do turismo nas economias globais, o FrumEconmico Mundial constatou que o Brasil o pas mais bem dotado de

    recursos naturais para o desenvolvimento de atividades tursticas. Se conside-rados outros quesitos, tais como estrutura da regulamentao, ambiente denegcios e infraestrutura, a posio brasileira cai para a 52acolocao.

    Por que acontece esse descompasso? Por que um pas que foi recm-promovido ao posto de sexta economia mundial e campeo de maravilhasnaturais, grande parte delas protegidas na forma de unidades de conservao(UCs), tem to pouca capacidade de usufruir do nosso potencial turstico demaneira responsvel? Por que muitas pessoas ainda enxergam as nossas unida-des de conservao como um entrave ao desenvolvimento e no como locais

    que podem conciliar conservao com ampliao das oportunidades de gera-o de renda e emprego para a populao? Se somarmos energia, fora, re-cursos financeiros e massa crtica, podemos fazer uma transformao no pas efazer das unidades de conservao um motivo de orgulho para todos.

    Aps dez anos vivenciando experincias prticas de gesto em unidadesde conservao, com extremo rigor tcnico e cientfico, Marcos Antnio ReisAraujo, Cleani Paraiso Marques e Rogrio Fbio Bittencourt Cabral lanaram-se a campo para reconstituir os caminhos pelos quais as UCs se transforma-ram em instrumentos decisivos para a manuteno de reas naturais funda-mentais biodiversidade mundial.

    Nesse caminho, trazem contribuies importantes para o debate queaproxima a conservao do desenvolvimento.

    Unidades de conserUnidades de conserUnidades de conserUnidades de conserUnidades de conservao no Brasil: o caminho da gesto para resulta-vao no Brasil: o caminho da gesto para resulta-vao no Brasil: o caminho da gesto para resulta-vao no Brasil: o caminho da gesto para resulta-vao no Brasil: o caminho da gesto para resulta-dosdosdosdosdosnasce como uma oportunidade de sistematizar e semear o conhecimentoadquirido pelos autores nessa iluminada trajetria de aprendizados.

    Como uma verdadeira jornada rumo mudana de paradigmas sobre agesto de unidades de conservao no pas, o livro percorre um caminholgico desde o reconhecimento da importncia das UCs como instrumentos

    de conservao da biodiversidade brasileira at as estratgias, abordagens e

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    12/535

    xiixiixiixiixii Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    ferramentas que podem contribuir com o aumento da efetividade desses ter-ritrios no cumprimento de suas misses.

    Na primeira parte do caminho, o livro lana um olhar crtico sobre asituao da conservao da biodiversidade, reforando a importncia das es-tratgias de conservao, uso sustentvel e repartio dos benefcios associa-dos biodiversidade e, neste contexto, da gesto das reas protegidas.

    Continuando a caminhada, o segundo tpico do livro procura contex-tualizar no tempo e no espao as experincias de utilizao de reas protegi-das como estratgias para a conservao da biodiversidade, abordando osaspectos histricos das unidades de conservao no mundo e no Brasil.

    No terceiro tpico do livro, a trilha mergulha na experincia brasileirade instituio do Sistema Nacional de Unidades de Conservao, reconhecen-do suas conquistas, mas sinalizando os enormes desafios a serem enfrentados,detalhadamente, aqueles desafios relacionados utilizao do gigantesco po-tencial de uso pblico desses espaos privilegiados do continente brasileiro.

    Na sua quarta etapa, apresenta aos leitores as bases ecolgicas mais atu-ais para a seleo, desenho e gesto de unidades de conservao, oferecendomarcos conceituais fundamentais para as discusses sobre a efetividade dessesterritrios que estaro sendo conduzidas nas prximas etapas do caminho.

    No seu quinto tpico, o livro convida os leitores a trilhar uma subidangreme que, no entanto, promete uma viso privilegiada: as bases de umnovo paradigma para a gesto das unidades de conservao, discutidas e apre-sentadas pelos modelos que traduzem o estado da arte da gesto mundialpara o contexto das unidades de conservao.

    Aps a subida, o percurso no tpico seis apresenta aos leitores a experi-ncia e o conhecimento produzidos pelos autores a partir da implementaode modelos de gesto orientados para resultados em unidades de conserva-o, reunindo metodologias, ferramentas e estudos de casos prticos das suasaplicaes.

    A penltima parada dessa jornada faz uma anlise crtica e abrangentedas metodologias e ferramentas existentes para a avaliao da efetividade dasunidades de conservao, reforando sua importncia como mecanismosbalizadores do sucesso da caminhada que o livro prope.

    Finalmente, em seu captulo derradeiro, a estrada convida os leitores afazerem reflexes sobre os caminhos futuros a seguir na melhoria do desem-penho das unidades de conservao, a partir das provocaes e da sinalizaode novas e desafiantes propostas.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    13/535

    Prefcio xiiixiiixiiixiiixiii

    Como em toda viagem, esperamos que a caminhada em si seja a maisagradvel para o leitor. Para realiz-la, preciso unir as perspectivas das dife-rentes esferas: pblica, privada, federal, estadual, ONGs, jornalistas, forma-dores de opinio e indivduos, e reconhecer que a excelncia em gesto de UC uma oportunidade enorme para trazer desenvolvimento social, econmico,cultural e ambiental para o Brasil. A excelncia de gesto, em qualquer esfera,acontece em organizaes que se sentem parte da sociedade e geram valorpara esta. Nossas UCs precisam ser assim, ter valor e serem valorizadas.

    Para que isso acontea efetivamente, o Brasil de hoje necessita de umaprofunda reviso dos paradigmas que regem a maneira pela qual o brasileiroreconhece e valoriza suas unidades de conservao.

    Este livro serve para ajudar no aprofundamento e reflexo sobre o atualmodelo de gesto dessas reas. Por que no experimentar novos modelos degesto? Aceitar que os parques brasileiros no podem ser um ponto de atra-o turstica expressivo para o Brasil, mas reconhecer que Bariloche umafonte de renda importantssima para a Argentina, um equvoco. Aprendercom solues que tm se mostrado exitosas em outros lugares do mundo ouem outros setores, trazem contribuio para nosso amadurecimento no tema.

    O Brasil tem potencial para gerar riqueza nestas reas, trazer alegria paraa sociedade do entorno e oportunidades de desenvolvimento. essencial,

    para que isso acontea, uma abordagem mais voltada criao de parcerias.Cada setor tem um papel a desempenhar na agenda de conservao. Porexemplo, o setor pblico tem funes importantes e indelegveis: regulamentarbem, monitorar bem, olhar o desempenho das terceirizaes e nunca tentarsubstituir outros setores naquilo que fazem bem. O privado, ao ser incorpora-do nesta agenda, pode trazer gesto com menor custo e mais eficincia, inves-timento financeiro, objetividade no tratamento das questes, desburocra-tizao, criao da marca Unidade de Conservao do Brasil como fator deatrao de gente do mundo inteiro e acelerao do processo de gerao deriqueza para a sociedade, entorno e setor turstico.

    Somente a partir de novas percepes poderemos inovar na gesto, trans-formando as unidades de conservao em espaos educacionais, de cidadaniae de incluso social, em verdadeiros agentes de desenvolvimento e de produ-o de conhecimentos, em eficientes polos de investimento e gerao de ri-quezas. Enfim, torn-los dignos das belezas e da sociobiodiversidade que sepropem a eternizar.

    Instituto Semeia

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    14/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    15/535

    IODIESIDIODIESIDIODIESIDIODIESIDIODIESIDDEDEDEDEDE:::::IPOIPOIPOIPOIPOTNCITNCITNCITNCITNCIEEEEEESESESESES

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    16/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    17/535

    bv bv bv bv bv mp mp mp mp mp j j j j j

    OOOOO QUEQUEQUEQUEQUEIODIESIDIODIESIDIODIESIDIODIESIDIODIESIDDEDEDEDEDE?????

    T b m v m g qz v m p, m m p m p gm vv I, , xp q-m x v mpx z O

    bv, v bg, q p g,p m m g, v p WI ,992, m m g

    Sg Hyw & W 997, m v bg fpmm f p N Nm, m 98, gbv : v g m vb g mm p v g m p x- m m m fm f z m 985, pW , m pjm mN v, q g, m Wg, ppz mm p v pb p W & Pm 988

    pm f pp mp bv g, p m f f m 98 b p mpm z, g g Cv- b Dv g, -92 Pmk, 999

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    18/535

    U Cv : m g p

    g g g g g Nv v bg Pmk, 999

    WI 992 fm v bv g fm:

    t Dv gDv gDv gDv gDv g g pI gb vb g pp m mmp vb g m pp v- g f bm p m m vb mbm p m x m mb Q m pp m p x-g v g g , q v pv p m mb, m m mgb, pv p f f f, pv pm XXI D m, pp m mm p-

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    19/535

    bv mp 55555

    q pm mb pm g- mp m p

    t Dv pDv pDv pDv pDv p v p m gLvm z m q j f m px-m ,8 m gm f Hyw & W,997, m p v g 2 N , p - z m v f p, m- q x-m T m p C 5% m

    g 2g 2g 2g 2g 2 Nm pxm p p H-J, 99

    t Dv m mDv m mDv m mDv m mDv m m Cm j pp q vvm m m , m m m-p O j m m mb f -m- m E v bv gb v b, m m pgm m gEgb mbm v qm, m m p x T g m mmp, p, pm mm, pg p gm mbm m mb f mp g m, m f, p bgqm T mp- mp bv

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    20/535

    U Cv : m g p

    g mbm m v m mm mp bv T v mf- v g , g, p mj , , m, , m b m v p pb-m bvv m m mb j v pm v mb WI , 992

    bv bv bv bv bv

    O m p pmm p, m f f- m bv O p mpm m -

    z Tp C 2,5

    N Tp Cp 2,5S, b % pf p N ppvg, p mpm g m p m 2C mp m gm p f p, p g & J 25, mpm mf v mj m p:

    t v p;

    t fq pz z;

    t mm mm;

    t fx g f;

    t , vm

    v p m mp g f , H C Dw fm g qvm v p p XIX Dv - m pp p xp v p p E , pm m: mp, b- m, g p, p mp, p- p, p pv P m p b bv p, vj kf 2;

    mgm 25; Djz 25 Tw 2O p m bv p D

    m g v gmfg m,bg bm : mz, C, P, ,Cg, Cmp S g m m, q m g m , 2 O m q fzm p bm mz pm ,2 m km2, C b-gm m 2 m km2, m- p ,m km2, Cg bm 8, m km2, Pmp 7,5 mkm2 P 5, m km2g IGE, 2 v-

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    21/535

    bv mp 77777

    m f pm p, m mz, p v p qz p b q v

    p m p m m Lv- m p vg b qz p v 9p p I- m mgm mv -m m mp, m 9 m p p Kgym & Lp-C, 2

    Em m p p fg, bm m v, m 955 p Em g, vmmz m 7 p f, C 29, Cg 528,Pmp 9 P 2 zz, , 2 2

    g g g g g p bm b IGE, 2

    Ifm pp bm b pm b- g pb: L & g, J, 997; g;G 2; Gy & D 2; Cpb 22; Ov &q 2; k 25; G-L & Cm 25; L 25; bSb 2; S 28; Cmp & Sff 2

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    22/535

    88888 U Cv : m g p

    p mm, m- q g pm m p q v ,2 m 28,2 m Tb , qp % p m Lw &P, 25 D, 2 p fg p, 892,% m p g Cg P g zz , 2 2

    TTTTTb b b b b Emv g m p m mpf p Lw & P, 25, zz , 2 2

    Reino/FiloReino/FiloReino/FiloReino/Filo Brasil conhecidoBrasil conhecidoBrasil conhecidoBrasil conhecido Mundo conhecidoMundo conhecidoMundo conhecidoMundo conhecido

    VrusVrusVrusVrus 310 a 410310 a 410310 a 410310 a 410 3.6003.6003.6003.600

    Monera (Bactrias Archaea)Monera (Bactrias Archaea)Monera (Bactrias Archaea)Monera (Bactrias Archaea) 00 a !0000 a !0000 a !0000 a !00 4.3104.3104.3104.310

    "rotoctista"rotoctista"rotoctista"rotoctista #.6$0 a 10.3%0#.6$0 a 10.3%0#.6$0 a 10.3%0#.6$0 a 10.3%0 #6.100 a 1.300#6.100 a 1.300#6.100 a 1.300#6.100 a 1.300

    &o'cota 133 6!46!46!46!4

    *hochtridio'cota 4 %4%4%4%4

    +a,rinthulo'cota 4 4%4%4%4%

    -htridio'cota !3 #!3#!3#!3#!3

    Mo'cota sensu lato 1#! 0#0#0#0#

    &utros "rotoctistas (*roto/orios) 3060 a 4.140 36.00036.00036.00036.000

    "lantas e un2os"lantas e un2os"lantas e un2os"lantas e un2os 44441111....01%01%01%01% %64.000 a %#!.400%64.000 a %#!.400%64.000 a %#!.400%64.000 a %#!.400

    Fun2os 360 #0.600 a #%.000#0.600 a #%.000#0.600 a #%.000#0.600 a #%.000

    Al2as5 3.4!$ 3#.#00 a 4%.!003#.#00 a 4%.!003#.#00 a 4%.!003#.#00 a 4%.!00

    Bro*hta 1.$%1 14.000 a 16.600

    "terido*hta 1.1#6 !.600 a 1%.000

    'nos*er'ae7 %6 06

    Ma2nolio*hta (An2ios*er'as)1 31.13 %40.000 a %$0.000

    Ani'liaAni'liaAni'liaAni'lia 113.000 a 1$1.000113.000 a 1$1.000113.000 a 1$1.000113.000 a 1$1.000 1.%#!.300 a 1.3$!.4001.%#!.300 a 1.3$!.4001.%#!.300 a 1.3$!.4001.%#!.300 a 1.3$!.400

    8n9erte,rado s7 !6.600 a 1%!.40 1.%1.$00 a 1.%!.6001.%1.$00 a 1.%!.6001.%1.$00 a 1.%!.6001.%1.$00 a 1.%!.600

    -hordata #.%10 a #.%40 60.00

    o "isces 3.4%0 %.460

    o A'*hi, ia ##$ $.$04

    o

    Re*tilia 633 .163o

    A9es 1.6!6 !.!00

    o

    Ma''alia $41 $.0%3

    :otal:otal:otal:otal 166.166.166.166.%4$%4$%4$%4$ a %0.1#%a %0.1#%a %0.1#%a %0.1#% 1.6!#.600 a 1.#!.$001.6!#.600 a 1.#!.$001.6!#.600 a 1.#!.$001.6!#.600 a 1.#!.$00

    mp bv mp bv mp bv mp bv mp bv

    G p pg m v xp bg O m m p fm mvm p m v m Cv & ,

    * D p zz 2 2

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    23/535

    bv mp 99999

    28 xp pq p m p m 9 m m m m m- b pm p 8% pp p m vvm, q p m b p S m m m p f f N E U, m q m v pv fm j pp v x p m b m mp m f pvm mgm WI , 992 m mpv pq m, p pbm v mm

    v bg m g mp m p - Em 2, f g g m p 9,5m IGE, 2, q p pxmm 7,% p m g E xpv p f pv g- pgm mm g Sg 29, g b g m p , m g ,p g v gp m m p-p 5,9% P I PI m b p pv b m b m Em 28 xp fm US$ 59,9 b, m 29 US$ 5,9 b m

    2 US$ 2 b O p m xp m bv g m fg Nvm, pg-m mm g fm fm p b O Pgm N U p m gO m q p m m m m 7% 25 p p m m gb Ip m m p m m b 27 m O, 29 O m m mp pp g m gb, pv m m v pgm m-m g mj

    O p q m m v f f q bv m mp mp -m g, q v m b v q bmvm p bm- m E , p- :g m, fx g mp qm m-f, gm , fm , , gm g, bg, p m-pm m,pz, g Dy, 997; Djz, 25 Em 997, m- q v v p p m g gb

    m US$ m mv m v

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    24/535

    U Cv : m g p

    mm US$ mxm US$ 5 P m mg m, P mm f US$ 8 Cz , 997 Ifzm, m vz, v v p p m q -qm mp m v g p m

    O pp bv mm qO pp bv mm qO pp bv mm qO pp bv mm qO pp bv mm qgm v pgm v pgm v pgm v pgm v p

    O mm q p pxmm ,5b O f b m g f m ,5 b , p pvv gm v p O

    m p b T m m O pm m m p gm fb, q vvm m g z p p b mf , ppm, g, m, g,mx b, m vp g, q xg S mp , m g p, m p g xp- p v Om, 98

    O gm f, pxmm b ,pm m m g xg mf I x mm gqm p, pb p xp v vvm , q pb v m vv m m mpx O pm g-m m pm 7 m , q xg j 8% p , v m xp vv v fm v, m pj, , vm, m, g, p m m vb Em- q m fm v xg vf mf Sg-Lb, 99 O v T v- m v p mbm q vm pp fm

    mf mf pmv, g mp g x- j, j, v pv p v

    v m m m mp mf, m m g , -m m z pb f, qm g- p, q, p vz, fm p p mf O g m p x m m p p mm p v m p, m q p m-m q gm v p

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    25/535

    Crise daCrise daCrise daCrise daCrise dabiodiversidadebiodiversidadebiodiversidadebiodiversidadebiodiversidadeno sculo XXIno sculo XXIno sculo XXIno sculo XXIno sculo XXI

    Marcos Antnio RMarcos Antnio RMarcos Antnio RMarcos Antnio RMarcos Antnio Reis Araujoeis Araujoeis Araujoeis Araujoeis Araujo

    Pesquisas realizadas nos Estados Unidos demonstraram que as principaisameaas s espcies so: 1) reduo e modificao do hbitat; 2) introduode espcies exticas; 3) poluio; 4) sobre-explorao; e 5) disseminao de

    doenas (Noss et al., 1997). No Brasil, as trs primeiras causas so as que maisameaam a biodiversidade (Brasil, 2010). A alterao do hbitat de longe aprincipal causa. Ela compreende a converso total de ecossistema natural paraum no natural, bem como a fragmentao e a mudana na composio,estrutura e funcionamento do ecossistema (degradao do hbitat). Com oprocesso de desenvolvimento alcanando todos os cantos do planeta, a frag-mentao das paisagens naturais tomou propores alarmantes e representa aprincipal ameaa para as espcies.

    FFFFFragmentao das paisagens naturaisragmentao das paisagens naturaisragmentao das paisagens naturaisragmentao das paisagens naturaisragmentao das paisagens naturais

    A fragmentao tem sido apontada como a causa primria do declnioda biodiversidade, principalmente nas regies tropicais (Turner, 1996). A pri-meira referncia ao impacto negativo da fragmentao sobre as espcies foifeita em 1855, pelo fitogegrafo suo Alphonse de Candolle. Ele previu quea diviso de uma grande massa de terra em pequenas unidades levaria extinolocal de uma ou mais espcies e preservao diferencial de outras (Noss &Cooperrider, 1984).

    Segundo Fahrig (2003), o termo fragmentao geralmente utilizadopara descrever as mudanas que ocorrem quando um grande bloco de hbitat

    22222

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    26/535

    1212121212 Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    incompletamente removido, resultando em pequenas parcelas (patches) deecossistemas naturais isolados uns dos outros, em uma matriz de terras domi-nadas por pastagens, agricultura, silvicultura, minerao, cidades, etc. (Figura2.1). A fragmentao do hbitat envolve uma reduo da rea original e oisolamento de manchas de florestas remanescentes (Gascon et al., 2001). Foiuma inovao conceitual adotada na ecologia durante a dcada de 1970, tendosua origem na Teoria de Equilbrio da Biogeografia de Ilhas (Haila, 2002).

    FFFFFigura 2.1igura 2.1igura 2.1igura 2.1igura 2.1 Fragmentao da Mata Atlntica na regio do municpio de Simonsia(MG). Os fragmentos florestais restantes esto circundados.

    O processo de fragmentao tem como principais consequncias (Fahrig,2003):

    1. Reduo na quantidade do hbitat na paisagem (reduo do hbitat).

    2. Aumento do nmero de parcelas do hbitat.

    3. Reduo do tamanho das parcelas dos hbitats restantes na paisagem.

    4. Aumento no isolamento dos hbitats restantes na paisagem.

    Cada um desses quatro efeitos tem um impacto distinto sobre abiodiversidade. A fragmentao florestal reduz a rea total coberta por umafloresta, o que pode resultar em extino de algumas espcies. Alm disso,expe os organismos que permanecem nos fragmentos a condies ambientais

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    27/535

    Crise da biodiversidade no sculo XXI 1313131313

    diferentes, advindas dos ecossistemas circunvizinhos, o que tem sido denomi-nado na literatura de efeito de borda (Saunders et al., 1991).

    A fragmentao dos hbitats naturais provoca alteraes nos padres demigrao e disperso dos organismos, geralmente levando a uma reduo notamanho das populaes e do poolgnico (Soul, 1987). Com a reduo dotamanho das populaes, estas se tornam mais susceptveis extino porproblemas relacionados estocasticidade demogrfica, ambiental ou genti-ca, como demonstrado na Figura 2.2.

    Diver sidadegenticadeumapopulaodetatus

    Diver sidadedeespc iesemumecossistema.

    Diver sidadedecomunidadeseecossistemasemumar egio

    Maior derivagentica,menorhabilidadepara adaptao

    Maiordepressoporendogamia

    Populaomaissubdivididapelafragmentao

    Maiorvariaodemogrfica

    Variao ambientalcatstrofe

    Extino

    Destruio do habitatDegradao ambiental

    Fragmentao do habitat

    SuperexploraoIntroduo de espcies exticas

    Populaoefetiva menor

    (Ne)

    FFFFFigura 2.2igura 2.2igura 2.2igura 2.2igura 2.2 Vrtice de extino local de uma espcie. Com a operao do vrticede extino, o tamanho da populao diminui progressivamente e os efeitos

    negativos dentro do vrtice aumentam (Primack, 1999).

    Esse tema tem sido muito abordado no Brasil, e estudos mais detalhadossobre o impacto da fragmentao de ecossistemas no pas podem ser obtidosnas seguintes publicaes: Tropical forest remnants: ecology, management,

    and conservation of fragmented communities(Laurance & Bierregaard, 1997);Lessons from Amazonia: the ecology and conservation of fragmented forest(Bierregaard et al., 2001); Fragmentao de ecossistemas(Rambaldi & Olivei-ra, 2003) e Biologia da conservao: essncias(Rocha et al., 2006).

    O efeito de bordaO efeito de bordaO efeito de bordaO efeito de bordaO efeito de borda

    A rea de contato entre o hbitat original e o entorno conhecida comoborda. O efeito de borda engloba uma srie de consequncias deletrias sobrea biota florestal, que resultam da interao entre dois ecossistemas adjacentes,quando esses so separados por uma transio abrupta. Numa floresta cont-

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    28/535

    1414141414 Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    nua, os hbitats de bordas so raros, tipicamente limitados por pequenas cla-reiras criadas por meandros de rios, por quedas de rvores ou outros distrbiosnaturais. Segundo Murcia (1995), em paisagens drasticamente fragmentadas,as margens dos fragmentos florestais so abruptas, com uma transio repen-tina da floresta para os hbitats modificados (Figura 2.3).

    FFFFFigura 2.3igura 2.3igura 2.3igura 2.3igura 2.3 O contraste na estrutura do hbitat na interface entre (a) vegetao naturale as reas agropecurias adjacentes usualmente bem maior do que entre (b) doishbitats naturais adjacentes, gerando o chamado efeito de borda (Bennett, 2003).

    Segundo Sauders et al. (1991), Laurance & Bierregaard (1997) e Lovejoyet al. (1986), as mudanas provocadas pelo efeito de borda podem ser agru-padas em trs tipos:

    1. Mudanas abiticasMudanas abiticasMudanas abiticasMudanas abiticasMudanas abiticas, que envolvem alteraes nas condiesambientais, dada a proximidade de uma matriz estruturalmente dife-rente. Isso causa a modificao do microclima (temperatura,luminosidade, umidade, ventos).

    2. Mudanas biolgicas diretasMudanas biolgicas diretasMudanas biolgicas diretasMudanas biolgicas diretasMudanas biolgicas diretas, que levam a alteraes na abundncia e

    na distribuio das espcies, causadas diretamente pela modificaodo microclima nas reas prximas s bordas. Pode-se citar como exem-plo a elevada mortalidade de rvores nas proximidades das bordas.

    3. Mudanas biolgicas indiretasMudanas biolgicas indiretasMudanas biolgicas indiretasMudanas biolgicas indiretasMudanas biolgicas indiretas, as quais envolvem alteraes nos pro-cessos ecolgicos, tais como predao, parasitismo, competio,herbivoria, polinizao e disperso de sementes.

    Nas florestas tropicais do Brasil, tem-se registrado que o efeito de borda um dos principais fatores que afetam as espcies em paisagens fragmentadas(Laurence, 1997; Laurance et al., 2002; Bierregaard et al., 2001). Segundo Gascom

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    29/535

    Crise da biodiversidade no sculo XXI 1515151515

    et al. (2001), os estudos realizados no pas e em outras regies do mundo temtornado claro que os efeitos de fragmentao do hbitat tm sido controladospor dois processos principais: os efeitos internos nos fragmentos ligados for-mao de borda de floresta e a influncia externa do hbitat matriz na dinmicado fragmento. Este segundo processo inclui interao da paisagem num nvelmais amplo de configurao do hbitat (pores, matriz, conectividade).

    A crise de biodiversidade no mundoA crise de biodiversidade no mundoA crise de biodiversidade no mundoA crise de biodiversidade no mundoA crise de biodiversidade no mundo

    A histria da diversidade global pode ser bem ilustrada por meio da diver-sidade de organismos marinhos, que constitui o grupo mais bem representadonos registros fsseis. No incio da Era Paleozica (h 600 milhes de anos),

    surgiu um grande nmero de animais multicelulares. O aumento da diversidadede animais marinhos prosseguiu at 430 milhes de anos atrs, estagnando-sepor um perodo de 200 milhes de anos (Figura 2.4). A partir da, a diversidadede animais marinhos voltou a crescer lentamente, at atingir a exubernciaverificada nos dias atuais (Raup, 1982; Wilson, 1989; May et al., 1995).

    FFFFFigura 2.4igura 2.4igura 2.4igura 2.4igura 2.4 A diversidade biolgica aumentou lentamente durante o tempo geolgi-co, com interrupes decorrentes de extines em massa, sobretudo no final do

    Ordoviciano, Devoniano, Permiano, Trissico e Cretceo (baseada em Wilson, 1989).

    A espcie humana evoluiu a partir dos ltimos dois milhes de anos,perodo que coincide com a maior diversidade biolgica j verificada na Ter-ra. Em 2011, a populao humana atingiu a casa de 7 bilhes de habitantes,expandindo sua influncia por todas as partes do planeta e causando grandedestruio dos ambientes naturais (Ehrlich, 1995).

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    30/535

    1616161616 Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    A interferncia antrpica sobre os ambientes naturais tem provocado adestruio dos hbitats, a introduo de espcies exticas, a poluio e a sobre-explorao dos recursos naturais. Tudo isso tem contribudo para a perdagradativa da biodiversidade. A destruio de hbitats, principalmente nos tr-picos, pode estar levando milhares de espcies extino a cada ano, ameaan-do reduzir a diversidade biolgica a um nvel abaixo do verificado no fim daEra Mesozica, h 65 milhes de anos (Wilson & Peter, 1988). Durante a pri-meira dcada do sculo XXI, cerca de 13 milhes de hectares de florestas foramconvertidos anualmente em terras destinadas a outros usos. Esse valor represen-ta uma diminuio de apenas 20% em relao dcada de 1990, na qual seperdia anualmente 16 milhes de ha de florestas (FAO, 2010). Em cerca de 2,3 0,7 milhes de hectares de florestas, podem ser identificados, a partir dasimagens de satlite, sinais claros de degradao (Archard et al., 2002).

    Extino um fenmeno natural no processo de evoluo. A evoluoda vida no planeta, ao longo de seus quatro bilhes de anos, foi abalada porcinco grandes episdios de extino (Figura 2.4). O primeiro ocorreu h 450milhes de anos (final do Ordoviciano), logo aps a evoluo das primeirasplantas terrestres. O segundo aconteceu h cerca de 350 milhes de anos(final do Devoniano) e foi responsvel pela formao das florestas de carvo.O terceiro se deu h 250 milhes de anos (final do Permiano), e o quarto hcerca de 200 milhes (final do Trissico). O quinto ocorreu h cerca de 65

    milhes de anos (final do Cretceo) e especula-se que tenha sido causado peloimpacto de um meteorito gigante. Esse quinto evento, que levou extinodos dinossauros, marcou o fim do domnio dos rpteis na Terra, abrindo ocaminho para a evoluo dos mamferos (Leakey & Lewin, 1995; Raup, 1982).

    No entanto, na atualidade, devido ao do homem, as taxas de extinoso muito superiores s esperadas. Estima-se que as taxas atuais so de 100 a1.000 vezes maiores do que a verificada ao longo de todo o perodo geolgi-co (May et al., 1995; Myers, 2003). Alguns autores chegam a sugerir que essataxa seja 10 mil vezes maior que a taxa natural (Dajoz, 2005). Os ndices deextino para os grupos das aves e dos mamferos so mais elevados, na mag-nitude de duas a trs ordens, do que os deduzidos a partir dos registros fsseis.Assim, espcies tm sido perdidas em um ndice muito maior do que o degerao de novas espcies (Pimm & Raven, 2000; Frankham et al., 2002).

    Em mbito mundial, atualmente, estima-se que existam cerca de 20.000espcies de animais em status precrio de conservao. A Comisso de So-brevivncia de Espcies da Unio Mundial pela Natureza (IUCN) realizou aavaliao do status de conservao de cerca de 47 mil espcies e registrou, at2010, 18.342 espcies de animais e plantas nas diversas categorias de ameaade extino (Vulnervel, Em Perigo, Criticamente em Perigo). Para os animais,

    foram registradas 9.618 espcies, sendo 707 extintas, 34 extintas na natureza

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    31/535

    Crise da biodiversidade no sculo XXI 1717171717

    e 8.877 classificadas nas diversas categorias de ameaa de extino. Para asplantas foram 8.724 espcies, sendo 84 extintas, 29 extintas na natureza e8.611 classificadas nas diversas categorias de ameaa de extino (IUCN, 2010).

    FFFFFigura 2.5igura 2.5igura 2.5igura 2.5igura 2.5 Nmero de espcies em cada categoria de risco deextino para alguns txons avaliados. (Fonte:SCDB, 2010.)

    A grande perda mundial de genes, espcies e ecossistemas, verificada naatualidade, est gerando o que se tem denominado de crise de biodi-versidade. Ela j considerada por alguns autores como o sexto evento deextino em massa na histria geolgica do planeta. Porm, ao contrrio doseventos anteriores, a raa humana tem sido a grande responsvel por essa

    tragdia biolgica. A eroso de espcies irreversvel, e o grande temor que

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    32/535

    1818181818 Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    ela venha causar um colapso dos ecossistemas e de seus processos ecolgicos(Wilson & Peter, 1988; Ehrlich, 1988; Novacek, 2007).

    A crise de biodiversidade no BrasilA crise de biodiversidade no BrasilA crise de biodiversidade no BrasilA crise de biodiversidade no BrasilA crise de biodiversidade no Brasil

    A situao do Brasil em relao conservao de biodiversidade bas-tante desafiadora. Os diversos nveis de organizao biolgica esto sob fortepresso. Os biomas brasileiros j perderam uma parcela significativa de suacobertura vegetal (Tabela 2.1).

    TTTTTabela 2.1abela 2.1abela 2.1abela 2.1abela 2.1 Percentual de cada bioma terrestre brasileiro desmatado at 2010.

    BiomaBiomaBiomaBioma rea dorea dorea dorea do bbbbiomaiomaiomaioma (k(k(k(kmmmm2222)))) % da rea% da rea% da rea% da readesmatada at 20desmatada at 20desmatada at 20desmatada at 2010101010

    Amaznia 4.196.943 9!

    "errado 2.036.44# 4#!

    $ata At%&nti'a 1.110.1#2 (!##

    "aatin)a #44.4!3 4!6

    *am+a 1(6.496 !39#

    *antana% 1!0.3!! 1!1#

    Fonte:rea do Bioma IBGE (2004); rea desmatada Ibama (2010 e 2011) eRoma (2007).

    Em 2010, em mdia 41% do territrio nacional estava alterado por usohumano. A Mata Atlntica, que apresenta elevado grau de endemismo desuas espcies, j perdeu 75,8% de sua cobertura original (Figura 2.6). O Pampa,o Cerrado e a Caatinga tambm j sofreram um intenso processo deantropizao (Tabela 2.1). No perodo de 2005 a 2010, foram registradosmais de 110 mil focos de queimadas por ano no Brasil, sendo que em 2005atingiu-se a impressionante cifra de 255 mil focos (INPE, 2010). Nesse pero-do os focos de queimada somaram 860 mil.

    Como consequncia, a lista oficial de espcies da fauna brasileira ameaadade extino vem registrando constante aumento. Em 1968 eram 45 espcies,em 1973, 86 espcies, em 1989, 207 espcies e em 2004, 627 espcies amea-adas de extino, sendo 419 de vertebrados e 208 de invertebrados (Macha-do et al., 2008). Como os processos de construo das diversas listas noforam semelhantes, uma simples comparao no recomendvel. A lista de2004 apresentou considerveis aperfeioamentos em relao s anteriores noque se refere ao processo de construo em si e tambm pela incluso degrupos no contemplados anteriormente, como os peixes e os invertebradosaquticos (Machado et al., 2008). Mas mesmo assim pode ter-se uma ideia dadimenso que o problema est tomando.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    33/535

    Crise da biodiversidade no sculo XXI 1919191919

    FFFFFigura 2.6igura 2.6igura 2.6igura 2.6igura 2.6 Comparao entre a rea de distribuio original do Bioma MataAtlntica e os remanescentes florestais mapeados no ano 2010.

    (Fundao SOS Mata Atlntica e INPE, 2011.)

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    34/535

    2020202020 v B: h

    b 2.2b 2.2b 2.2b 2.2b 2.2

    (Mh ., 2008).

    Categorias de AmeaaCategorias de AmeaaCategorias de AmeaaCategorias de Ameaa1111Grupos TaxonmicosGrupos TaxonmicosGrupos TaxonmicosGrupos Taxonmicos

    EXEXEXEX EWEWEWEW CRCRCRCR ENENENEN VUVUVUVUTotalTotalTotalTotal

    Aes ! ! !" "# $% 1&'

    (am)*eros + + 1$ 11 "' &,

    R-pteis + + & % , !'

    An*).ios 1 + , / / 1&

    0eixes + + /% /$ $1 1%"

    Total de Verte.radosTotal de Verte.radosTotal de Verte.radosTotal de Verte.rados //// !!!! ,!,!,!,! 1'"1'"1'"1'" !1$!1$!1$!1$ "1,"1,"1,"1,

    emicordados + + + 1 + 1

    E2uinodermos + + ! 1 1& 1,

    3nsetos ! + !" !! "$ ,&

    Aracn)deos + + / ! 1' 1%

    4ipl5podos + + + + " "

    (oluscos + + 1 !' 1, "'

    Crust6ceos + + + ! $ 1'

    Annelida ! + + ! ! &

    Cnid6ria + + + ! / %

    0or)*era + + / & ! 11

    7n8c9op9ora + + + 1 + 1

    Total de 3nerte.rados " + // %, 111 !'$

    Total Geral # ! 1!% 1&/ //' &!#

    L:L:L:L:L: : ; : z; : ; :

    ; : v.

    v , f b

    . -

    P (995, 2004), M (995), S P (998), J

    (998), S (2002), S (2005) P (2008).

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    35/535

    bv I 22222

    f f h 472

    .079 f-

    h q (B, 200). P

    50 , v, f fb M

    f (b ., 2005).

    b - b z, 000 -

    f

    - f q v b

    f f.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    36/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    37/535

    UUUUUASASASASASSSSSSVVVVVAAAAASUSUSUSUSUAAAAAMPMPMPMPMPTATATATATASUSUSUSUSUAAAAA

    HSTAHSTAHSTAHSTAHSTAMUMUMUMUMUBBBBBASLASLASLASLASL

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    38/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    39/535

    U U U U U h h h h h

    M A M A M A M A M A A A A A A

    U f . - qq . S f q - f h. S - , , f (y ., 2000; B ., 2001).

    A , -, U -

    - f (U, 1994).

    f . (2000) q -

    t M , q .

    t P , q f -

    , .

    33333

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    40/535

    2626262626 U B h

    t M .

    t

    P h .

    t S h .

    t F - , f, , , .

    t P .

    t M f h h .

    H H H H H A h z

    f h, . A -f , h . A , z q , z, q f z- .

    A XV, f- q z q h . , z , f z. z - , . , q z ff h, , f , z (,1994; G, 2006).

    f z

    z. f f -, f , z , fx .

    U A (UA) f , f . h . f U-. f, , f -

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    41/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    42/535

    2828282828 U B h

    z - T, , ff q U ff - h W (1803-1882) (, 2005) Hy Th (1817-1862), . z- . f q z , f . T fx h fh f wilderness( ), U, q z q h (, 2000).

    Hy Th - ff, , , q fz z . Th h x - h z. S - x -, , z (, 1994). U f f Walden, A Vida nos Bosques(Th, 2007), - q f z f x h

    (G, 2006). S f .

    P f hz. A Origem das Espcies(1859) ADescendncia do Homem(1871), h w, Man and Nature, G Mh (1864), f z. A w q h , - (,1994). P z, Mh f z . q z x h T. A q h z z q- z- .

    A, XX, z h, . h Pq Yw, 1872, q f .

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    43/535

    U h 2929292929

    parque nacionalf h q q f- z nacional - (A & A, 1995).

    PPPPPq Yq Yq Yq Yq Yw w w w w

    A Pq Yw, 1872, . A q S Pq

    U (PS), 1916, - q , q f f (M, 1980). S

    ) z, ;

    ) f f f;

    ) h -;

    ) ;

    ) .

    A Yw -z h z U 1807, Jh . , x - 1870. x Yw, x q h x f . q q x z, ,

    Yw (M, 1980).

    A Pq Yw -- . P h, f f . , , q q f ff f (S, 1997).

    A h f q Pq Yw f , 19 1870, q z fz

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    44/535

    3030303030 U B h

    z , HyWh.

    Sh (1951) h h

    XX, zh Yw, U, f-q - . M h , z h , x f, h x , z. - f q .

    F 1870 q z x h- q , . Ah , - -, x x . f , , f , - z q h.

    q q fz h.

    F q H q q, f , z , f z z z , q - q .

    A , q h- z q . h f, q

    1872, -A, f Pq Yw - q .

    J h, Pq Yw f. XX, h h z z . A , x, , 1825, f - Yk. M f, ,

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    45/535

    U h 3131313131

    f q . P z, q - .

    A Yw, z , . A , h F Pf h M. A , h Yw f, f - . P , Pf , - (S, 1997).

    Yw h

    Jy k, h F Pf. 1870, h P. Lf, - M, - z x Wh-, x Yw z U. A , Jy k q, q q f (S, 1997).

    P, h f- q -

    , Sq, Y, M G. P , h f f - q (S, 1997).

    , , q , x , - U h .

    q q q q q

    , - f - z h . f -, q h, , h , , .

    A, h , , z h . A z - h , , - . f, z

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    46/535

    3232323232 U B h

    q q . P , q h q h, h . x q q f U(, 1997).

    A A A A A U U U U U

    f XX, - - -

    .A -

    , A F A (American ForestryAssociation AFA), f 1875. AFA, 1876 S x M A f-. , f f x f. U hf Bh Fw, h f q

    U 1876 (, 2008).

    A , h U. A Fw, q f z f z h, f f AFA, q f q f z , f f- x. x,- 1891 F, q -

    f f . , (, 2008).

    A h Fw, f -z f 1890 f GffPh (1865-1946), h f f F- F, y, q h f- F, Ah S. 1896, - F -, Ph -z q q f . T q

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    47/535

    U h 3333333333

    , f 1891, - f , , -. f , 1898 - A F, q f q f x , .T z f (, 2008).

    Ph z . S q . A z, ,h- , q -

    . A Ph - f ff . , - , z. Ph f q . - h q . A z h.

    A f z Jh M (1838-1914),q fz ff Hy Th . f , q f z h - , q h . P , , h , fh q z. A - z (wilderness). P z - , q (, 1994).

    P Jh M, z z . A, f

    - x (, & , 1988; ,1990). T z , z z . M -- x U,f, 1892, Sierra Club, z q h - . S -h M (1991).

    A -h, , . 1890, -

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    48/535

    3434343434 U B h

    h, M Pq Y, f. P , -, 1891 f f .

    XX, F . P , - Th , 1903, f , h P, B f B Sy. 1940, f f U. S. Fh Wf S.

    f XX, h U.

    P, q f f- q 1890 1920. z z, f f -, , . f h f, h f, , x- h, , f. A q f Th , W Tf, WwW, Fk ( & M, 1999). P , - f , xz f , , (, 2000).

    A, XX, U h . S ,- (f ), z (q) (f ).

    1905, Ph q ff f M M A, B F, . 1907, z f G - , f (h, 1991). , B F - S F f - f . , S F h 150 f , q 134 h 1905

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    49/535

    U h 3535353535

    1907, z 70 h h (, 2008). 1916, f S Pq U, 15 q 25 .

    P - XX. A f- f f, q -, h. F f , . F f , f q f f ( & M, 1999).

    U U U U U

    A , - 100 . f . Sh- q - , , x . h h

    , x- zh, , ff (S, 1997).

    A - q f f 1914, Mk , -- q . 1920, -. A 1928, G Wh f - S Pq q q -

    h q. z q - h .

    A Wh f f qf . f , q S Pq Pq V S. , - - S Pq, q- f q qf (h & H, 2002).

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    50/535

    3636363636 U B h

    1934, B H. Th, V S,, q, S Pqh , . q - . J q , S A S Pq h f q - - (q, f, ) . 1936, q , 1942, f f - (h & H, 2002).

    A q f f- Mh P FA. h , - q x camping q - x .

    1937, Mh, hf SF A, fz S , f, h Sierra Club. , q fz q Sierra Club, f J H, z q S F . U q Mh z . . h- q q, -, (h & H, 2002).

    1963, h M VS ( L) q f f q S P-q. P q q A P. fq 1980, q q A P . q h f -; -q, , . A , -

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    51/535

    U h 3737373737

    - q q - (M, 2001; A. & Jh, 1988; & Y, 2010).

    A h A h A h A h A h z z z z z -----YYYYYwwwww

    A q h . x , q , 1885; Z, 1894; A f S, 1898; Mx, 1898; A, 1903.

    A f f 1892. - f f q f , , z , f. A 1907, - f q fz q - f . , 1925, PqA, h , . 1933, q , K, 1934; G, 1938; T, 1948; S, 1951; - , Gz, 1935.

    P , - - z - f, f, h q . T f f .

    1883, f , P, f Bh. 1884, z- V , 1895,

    (A, 1990). 1900, z-, L-, f P A S Af-, q f h f f . A z, , f 1905, A P A- L A .

    1910, V Z, P S f P z. z,

    1913, f -

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    52/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    53/535

    U h 3939393939

    1. -- Pq

    A z f f , q - h - f.

    2. --

    A z, - f, qz , q f f q f q - .

    3. -- M A , , h f, q , f f f f, , ,x z f -z f.

    4. -- V

    U x - f, f, h , h f x .

    B Wh 1940 f 1948 ( L 31948). S 26 1965, , - f U P-. A f - 1966.

    1948, f z F, F, U f.S f h z. P 33 , q B-. , f U P -z (UP), q, 1956, U - z . -, , q . A, f U M z (U).

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    54/535

    4040404040 U B h

    1959, 27 h S U h q q q- f - q . , 1960, f , U, Pq P (PPA Commission National Parks and Protected Areas), q , . A PPA f q . F z - q 1962, S , 1972, Yw, U; 1982, B, ; 1992, , Vz; 2003, , f S.

    A PPA z L M Pq q-, M Pq z S, 1962. , - f (Ph, 2004).

    U q f 10A U, z h, , 1969. A A q q f z q -

    U x

    1. x h, -, f h -f, h z;

    2. h - , , x- h f , f q f f ;

    3. , f , , .

    P f z , y , U, q h f

    , (, 1972). S f

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    55/535

    U h 4141414141

    M Pq, q 1972, Yw. T- f. A f q h f f .

    P U , f 1960 1970, q f . , -

    1. A f Bf, z P, 1968, q f,

    , , x . f, f , 1971, H Bf(MB Man and the Biosphere). T- - f , h . B- , h . H Bf h

    t

    Pq f h q - -.

    t A Bf f - , z . A f f 1976. 2011, - 580 f 114

    2. 1971, f , M, , Z , q f h . A q hf . , f f z- . A U f, Uh S P .

    3. A f U M A H,

    z , h 1972,

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    56/535

    4242424242 U B h

    (B, 2000). , f qq , q q Hf S, f, q - . P , -f f -. z h , - . f ,h , z (Sh, 1998).

    4. 1972, f P, U, P P M, - . - f f, x, h q h f, - .

    T f q q - z h z -

    . 1975, Pq P PPA U, Pq 1972, -h, f f- . h f K M f f 1978. x z - - U f (Ph, 2004). F z

    f .

    Pq .

    M M .V z MS-

    V S.

    V P P.

    V .

    V A.

    V M F Uz M.

    X Bf.

    X S P M.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    57/535

    U h 4343434343

    , , - f . 1984, PPA - f-f f. z-, , - , x. 1990, f h f-f PPA q f - V 1978 q f x.A f h A G Uz Ph, A, 1990.

    A U h M Pq, q z , Vz, 1992. A -

    , q f , f ) f; ) z ; ) ; ) ; ) ; f) ; ) -; h) z ;) . f z f.

    F, 1994, f f A G U z

    B A, A (T 3.1).

    TTTTT 3.1 3.1 3.1 3.1 3.1 U.

    CategoriaCategoriaCategoriaCategoria DenominaoDenominaoDenominaoDenominao Objetivo principal de manejo:Objetivo principal de manejo:Objetivo principal de manejo:Objetivo principal de manejo:

    IReserva Natural Estrita/reailvestre

    Com !ins cient"!icos ou com !ins deproteo da nature#a$

    II %ar&ue%ara conservao de ecossistemas e com!ins de recreao$

    III 'onumento Natural%ara a conservao de caracter"sticas

    naturais espec"!icas$

    I( antu)rio de (ida ilvestre%ara a conservao de *)bitats e/ou parasatis!a#er as necessidades de determinadasesp+cies$

    (%aisagem ,errestre/'arin*a%rotegida

    %ara conservao de paisagens terrestres emarin*as com !ins recreativos$

    (Irea %rotegida com Recursos'anejados

    %ara uso sustent)vel dos ecossistemasnaturais$

    Fonte:U (1994)

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    58/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    59/535

    U h 4545454545

    1. f F (1991).

    U U U U U A L A L A L A L A L

    K M K M K M K M K M11111

    K M f - A L. - 1962, q h Pq - , Vz. fz U- Wh. 1968, , M A L f FA, x - U.

    K M q, A L, -

    h f -. P, x, h q 1966 1969, f - . , h , - q h. h-h A L q .

    T , , f f f. S . - f , hf, , -, . T . , a priori , - q z- . f- -

    q f f f f .

    , . A , f- f . (q, , , f ) f f. U

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    60/535

    4646464646 U B h

    f q x f .

    M f z. x ; , x ( ).

    A 1969, K M f . T- f A (A), , f A L. , A

    kf, . M - z A L. A f F kf, q . , P M S. A z U A A (FA) f P - U (PU) .

    S K M, f , , q,

    h. A x h f 1976 - f A L (Th & M, 1976). , f M, 1970, B h f- z. x , B A L. A Az , x, h .

    A f , , B . FA z f-. FA, f P - Pq F (PPF PUFABFBA 45). z f B, - z z - f. A , FA q f z B, - .

    A FA K M q P M S. q Az ,

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    61/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    62/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    63/535

    Unidades de conservao: importncia e histria no mundo 4949494949

    Ao longo do perodo compreendido entre os cinco congressos mundiais

    de parques, surgiram algumas tendncias que apontam para uma nova direo

    na maneira de gerir as unidades de conservao. Tais tendncias tm sido defini-

    das como o novo paradigma para as UCs e esto listadas na Tabela 3.2.

    TTTTTabela 3.2abela 3.2abela 3.2abela 3.2abela 3.2 O velho e o novo paradigma para a gesto de

    reas protegidas Phillips (2003).

    TemaTemaTemaTema Como as UCs eramComo as UCs eramComo as UCs eramComo as UCs eram Como as UCs so agoraComo as UCs so agoraComo as UCs so agoraComo as UCs so agora

    Objetivos

    Designadas para a con servao.

    Estabelecidas principalmente para aproteo da vida silvestre e de

    cenrios espetaculares.

    Manejadas principalmente para o s

    visitantes e turistas.

    alori!adas como ambientes

    selvagens.

    "elacionadas com a proteo.

    Mantidas tamb#m com objetivos

    sociais e econ$micos.

    Estabelecidas% muitas ve!es% porra!&es cient'(icas% econ$micas e

    culturais.

    Turismo como um meio de contr ibuir

    com a economia local.

    alori!adas pela import)ncia cultural

    dos *ambientes selvagens+.

    Mantidas tamb#m para restaurao e

    reabilitao.

    ,dministrao ,dministradas pelo governo central ,dministradas por muitos parceiros.

    -opulao local

    -lanejadas e manejadas contra a

    populao local.

    Manejadas sem considerao sopini&es locais.

    Manejadas com ou para a populaolocal e% em alguns casos% pela mesma

    populao local.

    Manejadas para atender s

    necessidades das popula&es locais.

    Conte/to mais

    amplo

    -lanejadas separadamente.

    Manejadas como *il0as+.

    -lanejadas como parte de sistemas

    nacionais% regionais ou internacionais.

    Desenvolvidas como *redes+ 1n2cleos

    estritamente protegidos% com !onas

    de amortecimento e interligadas por

    corredores verdes3.

    -ercep&es

    Consideradas principa lmente como

    um patrim$nio nacional.

    Consideradas somente sob a 4tica do

    interesse nacional.

    Consideradas tamb#m como umpatrim$nio da comunidade.

    Consideradas tamb#m como de

    interesse internacional.

    T#cnicas de manejo

    Manejadas de (orma reativa dentro

    de uma escala de tempo limitada.

    Manejadas de (orma burocrtica.

    5eridas de (orma adaptativa.

    5eridas com sensibi lidade pol'tica.

    Capacidade d e

    manejo

    5eridas por cientistas e especialistas

    em recursos naturais.

    Dirigida por especialistas.

    5eridas por indiv'duos dotados de

    m2ltiplas capacidades.

    5eridas levando6se em considerao

    os saberes locais.

    7inanas 7inanciadas pelo Tesouro 8acional. 7inanciadas por m2ltiplas (ontes.

    Fonte:Phillips (2003).

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    64/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    65/535

    Unidades deUnidades deUnidades deUnidades deUnidades deconserconserconserconserconservao no Brasil:vao no Brasil:vao no Brasil:vao no Brasil:vao no Brasil:a histria de um povo ema histria de um povo ema histria de um povo ema histria de um povo ema histria de um povo embusca do desenvolvimentobusca do desenvolvimentobusca do desenvolvimentobusca do desenvolvimentobusca do desenvolvimento

    e da pre da pre da pre da pre da proteo da naturezaoteo da naturezaoteo da naturezaoteo da naturezaoteo da naturezaMarcos Antnio RMarcos Antnio RMarcos Antnio RMarcos Antnio RMarcos Antnio Reis Araujoeis Araujoeis Araujoeis Araujoeis Araujo

    Ao longo da histria brasileira, muitas vozes se levantaram contra a ex-plorao predatria dos recursos naturais. A preocupao de alguns intelectuaiscom a degradao ambiental consolidou-se ao longo do sculo XIX, tendoJos Bonifcio de Andrade um papel de destaque na condenao dessa atitu-de predatria. A grande motivao para defender o ambiente natural era suaimportncia para a construo nacional. Os recursos naturais representavamgrande trunfo para o progresso futuro do pas, devendo ser utilizados deforma inteligente e cuidadosa.

    A criao do Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, em

    1872, abriu uma nova frente de batalha para os brasileiros preocupados coma proteo da natureza: a criao de parques nacionais no Brasil. No entanto,os cenrios poltico, econmico, social e cultural permaneceram desfavor-veis para a concretizao desse ideal por um longo perodo. Por mais de meiosculo, diversas personalidades lutaram em prol dos parques nacionais, pleitos atendido em na dcada de 1930. A partir da criao do Parque Nacionaldo Itatiaia, em 1937, uma nova gerao de conservacionistas trabalhou, ardu-amente, pela consolidao e ampliao das unidades de conservao no Bra-sil. As geraes atuais tm uma grande dvida para com esses visionrios dopassado.

    44444

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    66/535

    5252525252 Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    Muito se avanou, mas preciso ter em mente que muito ainda precisaser feito, sobretudo no que tange expanso das unidades de conservao, representatividade dos ecossistemas e busca da excelncia na gesto dasunidades de conservao.

    FFFFFim do Pim do Pim do Pim do Pim do Perodo Imperial: a primeira prerodo Imperial: a primeira prerodo Imperial: a primeira prerodo Imperial: a primeira prerodo Imperial: a primeira proposta para a criaooposta para a criaooposta para a criaooposta para a criaooposta para a criaode unidades de conserde unidades de conserde unidades de conserde unidades de conserde unidades de conservao no Brasilvao no Brasilvao no Brasilvao no Brasilvao no Brasil

    O primeiro a propor a criao de parques nacionais no Brasil foi o enge-nheiro Andr Rebouas (1838-1898). Juntamente com seu irmo Antnio, eraproprietrio da Companhia Florestal Paranaense, primeira companhia priva-

    da especializada no corte de madeiras a ter autorizao para funcionamentono Brasil. Inspirado na iniciativa norte-americana, Rebouas sugeriu, em 1876,dois locais para a concretizao de sua ideia: a ilha do Bananal, no rio Araguaia,e as Sete Quedas, no rio Paran. Ele j vislumbrava o progresso que o turismoadvindo da criao dos parques poderia trazer para aquelas regies. Tambmalegava a importncia dessa iniciativa para a posteridade:

    A gerao atual no pode fazer melhor doao s geraes vindourasdo que conservar intactas, livres do ferro e do fogo, as duas mais belasilhas do Araguaia e do Paran. Da a centenas de anos podero osnossos descendentes ir ver os espcimes do Brasil tal qual Deus os

    criou; encontrar reunidos no norte e no sul os mais belos representan-tes de uma fauna variadssima e, principalmente, de uma flora queno tem rival no mundo (Rebouas, inSouza, 1936).

    Entretanto, como dissemos, as condies polticas, sociais, econmicas eculturais vigentes durante o Perodo Imperial e o da Primeira Repblica (1889-1930) no eram favorveis concretizao das propostas de Andr Rebouas.Ao contrrio, conjugavam em favor da expanso econmica com a degrada-o da natureza. Os portugueses que se deslocaram para o Brasil vieram embusca de riqueza. Essa, porm, no seria obtida com trabalho, mas sim comousadia. De nossa herana lusitana, veio nossa nsia de prosperidade semcusto, de riquezas fceis. Nossos antepassados buscaram extrair dos solos enor-mes benefcios, sem maiores sacrifcios e sem preocupao com o futuro(Holanda, 1995; Pdua, 2002).

    Desse modo, os diversos ciclos econmicos vivenciados no Brasil at osdias atuais tiveram, invariavelmente, a degradao ambiental e a malversa-o dos recursos naturais como alguns de seus resultados, como mostra aFigura 4.1.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    67/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    68/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    69/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    70/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    71/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    72/535

    5858585858 Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    Na dcada de 1930, sob inspirao de suas ideias, surgiu a Sociedade dosAmigos de Alberto Torres, visando reunir sugestes para a Constituinte de1934, e a Sociedade dos Amigos das rvores, para combater o rpido desapa-recimento de nossas florestas. Na dcada de 1950, as ideias de Torres tambminspiraram o desenvolvimento da Doutrina de Segurana Nacional pelosidelogos da Escola Superior de Guerra.

    AAAAA belle poquebelle poquebelle poquebelle poquebelle poque

    Belle poque a expresso que designa o clima intelectual, cultural eartstico do perodo que vai aproximadamente de 1880 at o fim da PrimeiraGuerra Mundial, em 1918, e que teve sua principal expresso na capital fran-cesa. Com seus cafs-concertos, bals, operetas, livrarias, teatros, boulevardsesua alta-costura, Paris era considerada o centro produtor e exportador dacultura mundial. Para a elite brasileira, era um referencial de vida: ir a Paris aomenos uma vez por ano era quase uma obrigao. O Teatro de Manaus,construdo no final do sculo XIX, durante o perodo ureo da borracha,demonstra muito bem esse clima. A maioria dos detalhes nesse teatro tentavalembrar a Europa. A pintura do teto no salo principal representa a TorreEiffel, dando ao pblico dos espetculos a sensao de estar sentado sob ela.

    Enquanto nos Estados Unidos as belezas naturais foram importantes na

    formao da identidade nacional o que reforou o apoio da sociedade ame-ricana aos parques nacionais , no Brasil, o chique era parecer-se com aFrana. No tnhamos claramente formada uma identidade nacional e, por-tanto, no havia, entre a elite, motivao para apoiar a preservao de nossasbelezas naturais.

    Provavelmente, por causa do clima intelectual, cultural e artstico vigentedurante a belle poque, no se tenha registrado, nas primeiras duas dcadas dosculo XX, nenhum movimento importante em favor da proteo da naturezano Brasil. Somente alguns cientistas e alguns escritores levantaram essa bandeira.

    Dcada de 1920: o pas entra em ebulioDcada de 1920: o pas entra em ebulioDcada de 1920: o pas entra em ebulioDcada de 1920: o pas entra em ebulioDcada de 1920: o pas entra em ebulio. A pr. A pr. A pr. A pr. A proteo daoteo daoteo daoteo daoteo danatureza registra um pequeno avanonatureza registra um pequeno avanonatureza registra um pequeno avanonatureza registra um pequeno avanonatureza registra um pequeno avano

    A dcada de 1920 foi um perodo de grande efervescncia poltica, sociale cultural no Brasil. Nossas elites viam a Europa como um modelo a ser segui-do pelo pas, imbuindo-se de suas filosofias, abraando sua literatura e cele-brando seus grandes homens. O mundo literrio e artstico limitava-se a imi-tar os estilos europeus e tinha pouco espao para a originalidade. A PrimeiraGuerra Mundial constituiu um choque para essas elites e abriu o caminho para

    que as ideias nacionalistas pregadas por Alberto Torres avanassem.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    73/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    74/535

    6060606060 Unidades de Conservao no Brasil: o caminho da gesto para resultados

    tes, lenha, dormentes etc., sem falar nas exportaes de madeiras finasou de lei, so fontes de comrcio a desenvolver e coordenar. , pois,urgente a decretao de leis que protejam todos os tesouros, regulan-do no s a arborizao de terras e sua conservao, como a explora-o de madeiras, a extrao de ervas e a prpria seringueira.

    [...]

    Dos pases cultos dotados de matas e ricas florestas, o Brasil , talvez,o nico que no possui um Cdigo Florestal (Andrade, 1950; Urban,1998).

    Em 1921, com o Decreto Legislativo no4.421, criou-se o Servio FlorestalBrasileiro como uma seo especial do Ministrio da Agricultura, Indstria eComrcio. Nesse diploma legal, surgem as primeiras referncias aos parquesnacionais. Entre as incumbncias do Servio Florestal, constava a de estudar epropor ao governo as melhores situaes para o estabelecimento dos parquesnacionais. Em seu artigo 37, o Decreto definia que seriam criados parquesnacionais em locais caracterizados por acidentes topogrficos notveis, gran-diosos, belos e encerrando florestas virgens tpicas que deveriam ser perpetua-mente conservadas.

    No entanto, o Servio Florestal s foi regulamentado em 1925, come-

    ando a funcionar de fato em 1926. Apesar de incumbido de tratar da questodos parques nacionais e da poltica florestal, dedicou-se apenas s funes deproduo de mudas, reflorestamento e aos estudos da flora brasileira relacio-nados sistemtica e dendrologia. A partir das mensagens presidenciais en-viadas ao Congresso no perodo de 1923 a 1926, fica claro que a demora noincio da atuao do Servio Florestal se deveu falta de recursos financeiros,ou seja, crnica crise fiscal vivenciada ciclicamente pelo Tesouro Nacionaldesde o incio da Repblica.

    Nessa dcada, tambm despontou uma nova gerao deconservacionistas, na qual podemos destacar: o botnico Alberto Jos Sampaio(1881-1946), Armando Magalhes Corra (1889-1944), Cndido de Mello Lei-to (1886-1946), todos funcionrios do Museu Nacional, Frederico CarlosHoehne (1882-1959), diretor do Instituto Butant, e Gonzaga de Campos,funcionrio do Ministrio da Agricultura. A eles coube levar adiante as pri-meiras lutas em favor da conservao travadas por Alberto Torres, Loefgren,Ihering, Hubmayer e Euclides da Cunha, entre outros.

    Quando a dcada de 1920 chegou ao seu final, ainda no se tinha conse-guido estabelecer unidades de conservao no Brasil. Mas as bases que permi-tiriam que isso viesse a ocorrer j haviam sido lanadas.

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    75/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs

    76/535

  • 7/25/2019 Livro Unidades de Conservao No Brasil - 536 Pgs